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Música e maçonaria mudam a vida de um Irmão / 05 NESTE NÚMERO RepoRtagem GOSP INICIA SÉRIE DE ENCONTROS REGIONAIS DE ADMINISTRAÇÃO MAÇÔNICA (ERAM) / 06 paeL SESSÃO ITINERANTE REÚNE 200 IRMÃOS EM SOROCABA / 10 RituaLística CONHEÇA A HISTÓRIA DO RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO / 12 luzes / 05 • ano I Revista do Grande Oriente de São Paulo - Mar/Abr 2016

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janeiro/fevereiro 2016

Música e maçonaria mudam a vida de um Irmão / 05

NESTE NÚMERO

RepoRtagem • GOSP inicia Série de encOntrOS reGiOnaiS de adminiStraçãO maçônica (eram) / 06

paeL • SeSSãO itinerante reúne 200 irmãOS em SOrOcaba / 10

RituaLística • cOnheça a hiStória dO ritO eScOcêS antiGO e aceitO / 12

luzes / 05 • ano I

revista do Grande Oriente de São Paulo - mar/abr 2016

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março/abril 2016

“Quem SOfre cOm Serenidade SOfre Pela metade; Quem muitO Se deSeSPera multiPlica a dOr”AustregésIlo de AthAyde, jornAlIstA, escrItor, professor, cronIstA e orAdor brAsIleIro. foI presIdente dA AcAdemIA brAsIleIrA de letrAs (Abl) por 34 Anos.

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EDITORIALunião entre os maçons

eXPediente

Jornalista Responsável: Roberto Souza (MTB: 11.408) • Editor-Chefe: Fábio Berklian • Editor: Rodrigo Moraes • Reportagem: daniella Pina, danielle menezes eFernando Inocente • Revisão: Paulo Furstenau • Projeto Gráfico: Luiz Fernando Almeida • Diagramação: leonardo fial e luis Gustavo martinsFoto de Capa: Shutterstock • www.rspress.com.br

Vivemos uma crise política e econômica e, princi-palmente, uma crise indiscriminada de credibilidade das nossas instituições e lideranças. A credibilidade nada mais é que um atributo, uma qualidade, uma característica de quem ou do que é crível e, conse-quentemente, transmite confiabilidade.

Para se chegar a esse patamar de credibilida-de, muitos fatores são levados em consideração. De aspectos tangíveis aos intangíveis. De ca-racterísticas técnicas às características morais. Por isso a Maçonaria é tão importante e deve se fazer cada vez mais presente nesse contexto. Não podemos nos furtar da nossa credibilidade enquanto Ordem e enquanto Obreiros - conquis-tada ao longo dos anos e buscar emprestá-la à sociedade em prol da mudança do cenário atual. Sejamos presentes!

Esta edição da Revista Luzes fala sobre diferen-tes assuntos que - direta ou indiretamente podem se traduzir em pequenos exemplos de como essa credibilidade pode ser empregada no dia a dia. A reportagem de capa traz a cobertura do Encontro Regional de Administração Maçônica (ERAM),

realizado em Santos (SP), em 16 de abril. Nesse encontro, todas as Secretarias que com-põem a gestão do Grão-Mestrado Estadual reu-niram-se, através de seus Secretários, Coorde-nadores e Oficiais, com Irmãos interessados das Lojas integrantes da 3ª Macrorregião, para dirimir dúvidas sobre a administração das Oficinas.

Na editoria PAEL, repercutimos a realiza-ção da segunda sessão itinerante da Poderosa Assembleia Estadual Legislativa do GOSP, em Sorocaba (SP), no início de abril. Na oportuni-dade, grandes homenagens foram prestadas aos Irmãos e Decanos da 5a Macrorregião. Devemos gratidão a eles pela experiência (e por que não a credibilidade?) e pela história construída na Maçonaria.

Esta edição tem ainda um breve relato so-bre a bonita história de vida do Irmão Roberto Casemiro e outra reportagem, também muito interessante, sobre as origens do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA).

Tenham todos uma boa leitura!

Credibilidade

Secretaria eStadual de comunicação e imprenSa

Grão-Mestre Estadual do Grande Oriente de São Paulo (GOSP): Eminente Irmão Benedito Marques Ballouk Filho • Grão-Mestre EstadualAdjunto do Grande Oriente de São Paulo (GOSP): Poderoso Irmão Kamel Aref Saab • Secretário Estadual de Comunicação eImprensa (SECI): Poderoso Irmão Roberto Lorenzetti • Poderosos Irmãos SecretáriosEstaduais Adjuntos da SECI: Sérgio ayres da Silva filho e antônio francisco mascarenhas

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OBREIROS

4 Luzes marçO/abril 2016

cOnheça a hiStória dO irmãO rObertO caSemirO

Música, Maçonaria euma história de vida

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5LuzesmarçO/abril 2016

Para grande parte dos Irmãos, as principais recordações da Maçonaria giram em torno das elevações, grandes obras, realizações ou mesmo o próprio momento de iniciação. Para o Irmão Roberto Casemiro, entretanto, essa lembrança é muito mais antiga do que os 34 anos de Ordem.

Natural de São Paulo (SP) e filho de uma família muito pobre, Casemiro frequentava a Casa do Pequeno Trabalhador ainda na infância, no bairro de Penha de França, em um período de plena ditadura. Por causa da condição financeira de seus familiares, teve de ser amparado diversas vezes pelos voluntários sempre presentes e dispostos a ajudar os jovens que frequentavam a instituição em busca de oportunidades de profissionalização.

À época, ele ainda não entendia completa-mente quem eram nem suas motivações, mas, ainda assim, muitos desses homens bondosos permanecem em sua memória até hoje. Ele só veio a descobrir que eles pertenciam à Ordem muito tempo depois, quando já não estavam entre nós.

Com o passar dos anos e a partir de muito estudo, duas paixões distintas passaram a aflorar, para depois se fundirem - a música e a Maçonaria. A primeira foi desenvolvida de maneira profission-al, com uma carreira extensa. Hoje aposentado, ele já atuou como maestro e cantor lírico de institu-ições como o Theatro Municipal de São Paulo, onde trabalhou por 39 anos, cinco destes dedicados à tarefa de dirigir o Coral Paulistano.

Sua atuação na Maçonaria também foi marcada pela musicalidade. Ir .’. Casemiro foi iniciado pelo Irmão Roger Cotte, maestro francês considerado uma das maiores autoridades mundiais em música maçônica, com doutorado na área pela Universi-

dade de Sorbonne. Desempenhou todas as funções de Loja na ARLS Oriente Eterno, nº 194 do GLESP, em que foi iniciado. No GOSP há oito anos, acu-mula atuações como Secretário Adjunto de Cultura e Secretário Estadual Adjunto para Orientação Ritualística para o Rito Escocês Retificado. Além disso, traz em sua trajetória atuações como Garante Amizade e membro das Grandes Lojas Maçônicas de Cuba e Togo, país em que residiu na década de 1980 para ter contato com os Irmãos do continente africano e com sua ancestralidade.

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Ir.: roberto cAsemIro: 34 Anos de ordem

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6 Luzes marçO/abril 2016

REPORTAGEM

A Universidade Santa Cecília, em Santos, litoral paulista, tornou-se a sede temporária do Gran-de Oriente de São Paulo (GOSP). Na manhã de sábado de 16 de abril, cerca de 500 Irmãos, entre jurisdicionados das Lojas e Administração, pres-tigiaram o 1º Encontro Regional de Administração Maçônica (ERAM) da 3ª Macrorregião.

Durante o evento, todas as Secretarias que compõem a gestão do Grão-Mestrado Estadual reuniram-se com seus Secretários, Coordenado-res e Oficiais, numa oportunidade única para os

uniãO e infOrmaçãO PelO avançO da maçOnaria

GOSP transfere temporariamente sua sede para a Baixada Santista, em evento para 500 Irmãoss

Irmãos interessados das Lojas integrantes da 3ª Macrorregião. Foi possível tirar dúvidas sobre a administração das Oficinas e o funcionamento da estrutura do GOSP.

Para tornar possível esse aprendizado tão importante, as salas da universidade serviram como sede provisória para as Secretarias Esta-duais, permitindo a divisão do público e poten-cializando a importância das informações pas-sadas. Nessa estrutura, os Secretários Estaduais puderam expor as diretrizes de suas pastas, além

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7LuzesmarçO/abril 2016

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REPORTAGEM

8 Luzes marçO/abril 2016

de elucidar dúvidas dos Irmãos da Macrorregião, colocando a experiência das Secretarias à disposi-ção das Lojas para dúvidas pontuais e orientações.

O mesmo foi feito pela Primeira-Dama do GOSP e Presidente da Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul (FRAFEM), Cunhada Valde-rez Ballouk, convidada especial do ERAM para orientar as Cunhadas da 3ª Macro sobre a admi-nistração das Fraternidades no âmbito das Lojas.

Segundo o Eminente Grão-Mestre do Grande Oriente de São Paulo, Benedito Marques Ballouk Filho, o primeiro ERAM de sua administração foi um evento muito importante, uma vez que aju-dou a promover a confraternização dos Irmãos das Lojas em um grande encontro. Além de ter proporcionado o atendimento de todas as Secre-tarias do GOSP diretamente na 3ª Macrorregião e o acesso a várias informações, diálogos e debates essenciais para o crescimento da Ordem, o even-to foi uma oportunidade de aproximação, algo fundamental para a Maçonaria.

“O GOSP é uma estrutura imensa e plural, a maior Maçonaria da América Latina, com quase 800 Lojas e milhares de Irmãos. Buscar estra-tégias para a integração entre os Irmãos é uma tarefa constante e enorme, que enfrentamos com responsabilidade. Somente unidos poderemos fazer a Maçonaria Gospiana avançar cada vez mais, desempenhando seu papel vital na socie-dade”, finaliza o GME Ballouk.

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REPORTAGEM

9LuzesmarçO/abril 2016

evento reAlIzAdo nA unIversIdAde sAntA cecIlIA (unIsAntA), em sAntos, reunIu AproxImAdAmente 500 Irmãos

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março/abril 201610 Luzes

PAEL

Sessões itinerantesSorocaba recebe a segunda sessão realizada pela Poderosa Assembleia Estadual Legislativa de São Paulo em 2016

“Agradeço ao Poder Legislativo pela união e pelo caminho que trilhamos juntos para que possamos crescer, sempre de forma transparente.” Foi com essa frase que o Grão-Mestre Estadual Adjunto do GOSP, Poderoso Irmão Kamel Aref Saab, registrou sua parti-cipação na cerimônia de abertura da Sessão Itinerante da PAEL-SP, que aconteceu em 2 de abril, no Instituto Humberto de Campos, em Sorocaba (SP), com a par-ticipação de aproximadamente 200 Irmãos.

A Sessão, presidida pelo Eminente Irmão Rai-mundo Hermes Barbosa, teve palestra do Irmão Willian Almeida de Carvalho sobre Ascensão e queda da Maçonaria, destacando o passado, o presente e o futuro da Ordem no Brasil. O Grão-Mestre Adjunto também participou da entrega de Certificados de

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Apreço de Persona Grata a aproximadamente 50 Ir-mãos Decanos das Lojas do GOSP da 5ª Macrorregião.

O Grão-Mestre Adjunto aproveitou a oportunida-de para estimular os Poderosos Deputados Estaduais, Veneráveis Mestres e demais Autoridades Maçônicas presentes a participarem das Comissões responsáveis pelo projeto de execução do Novo Templo do GOSP – são oito as Comissões constituídas. Ele informou que brevemente haverá um site para que todos possam acompanhar a evolução da demolição do atual prédio e da obra como um todo.

Também exortou todos a participarem das redes sociais implantadas pelo GOSP, que registram au-mento diário do número de seguidores, visualizações e compartilhamentos. Ao concluir, o Poderoso Irmão Saab destacou a importância da palestra do Irmão Willian Almeida, declarando que “saiu renovado da Sessão”. Ele admitiu que, em relação à sua integração com a realidade brasileira, “a Maçonaria ainda está presa, não está conseguindo romper o casulo”.

Na ocasião, o GME Adjunto representou o Grão-Mestre Estadual, Eminente Irmão Benedito Marques Ballouk Filho. O Presidente do Tribunal de Contas do GOSP, Irmão Charles F. Quinlan, também esteve presente na cerimônia.

poderoso Irmão kAmel Aref sAAb representou o poder executIvo e ressAltou A ImportâncIA dA pArtIcIpAção de todA A mAçonArIA nAs

çomIssões do projeto de novA sede do gosp

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Luzes12 marçO/abril 2016

RITUALÍSTICA

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Luzes 13marçO/abril 2016

RITUALÍSTICA

O RITO dOS MaçONS aNTIGOS E acEITOS

Mesmo que tenha sua origem envolta em contro-vérsias e discussões, é unânime que o Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA) possui em sua gênese o ímpeto da liberdade. A história de sua criação exata carece de registros escritos, mas remonta à funda-ção da Grande Loja de Londres, em 1717, fato que iniciou um marco na Maçonaria que perdura até os dias de hoje.

Foi apenas após o surgimento da Grande Loja que as demais Lojas Maçônicas passaram a se reunir sob a obediência de uma Potência Maçônica, que as reconhecia e dava regularidade. Nesse momento, porém, muitas Lojas, em especial as que eram denominadas escocesas, recusavam-se a trabalhar sob esse novo regime. Esses Irmãos pregavam que os Maçons eram livres e, como tal,

a hiStória dO ritO Que SurGiu cOmO fOrma de reSiStência e hOje é O maiS PraticadO nO braSil

deveriam trabalhar com Lojas livres. Para marcar essa posição de maneira efusiva, eles passaram a denominar-se Maçons Antigos e Aceitos, numa oposição ao sistema obediencial, denominando os Irmãos que o adotaram como Maçons Modernos.

Segundo o Secretário Adjunto de Orientação Ritualística para o Rito Escocês Antigo e Aceito, Irmão Ricardo Bitencourt, o REAA como conhece-mos cresceu nesse contexto, embora seus primeiros passos tenham sido dados muito antes, na época em que registros escritos a respeito nas reuniões ainda não existiam, algo que contribui para a controvérsia de seus elementos históricos.

“Antes de 1717, as Lojas eram independentes e não interligadas a uma potência que as regulamen-tasse. Assim, era muito comum dizer que havia Lojas

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14 Luzes marçO/abril 2016

RITUALÍSTICA

Maçônicas Escocesas, ou Lojas adeptas do ‘escoce-sismo’, mas esse ainda não era o Rito Escocês Antigo e Aceito nos moldes específicos desse rito”, explica.

Ele conta que, diferentemente do que o nome in-dica, o ‘escocesismo’ não nasceu na Escócia, mas na França, e bem antes da fundação de uma potência maçônica que congregasse várias Lojas. As raízes para o que viria a ser o REAA estão em disputas pelo poder na Inglaterra, bastante contaminadas pelas pretensões de cunho religioso, ocorridas em meados do século 17.

Depois de uma séria de batalhas, membros de uma dinastia que ocupou por várias vezes os tronos da Escócia e da Inglaterra, conhecida como Stuart, acaba-ram exilados na França, onde tramavam uma reação contra seus oponentes com muitos nobres escoceses e ingleses. Como explica o Secretário Adjunto, esses exilados costumavam flertar com as Lojas Maçônicas, uma vez que estas trabalhavam de forma discreta, pos-sibilitando manter contato com seus correligionários na Inglaterra para tramar uma reação.

“Naquela época, as Lojas costumavam se reunir em tavernas, ricas cervejarias que também possuíam quartos, cabeleireiros, salas de reuniões, salas de mú-sica e até salões de leitura. Após suas reuniões, os Ma-çons se entregavam a banquetes com procedimentos ritualísticos. Muitos afirmavam, com certa veemência, que ali não se discutiam questões de religião ou de Estado, o que aparenta ser apenas uma colocação re-tórica com o intuito de não ser objeto de perseguições por parte dos poderosos da época”, ressalta.

Avançando na história, em 1758 um grupo de Maçons acabou fundando, em Paris, uma insti-tuição denominada Conselho de Imperadores do Oriente e do Ocidente, dando origem alguns anos depois a um documento que introduziria 25 Graus Maçônicos e criaria o Rito de Perfeição, ou de Heredom. Posteriormente, no começo do século 19, os Maçons dos Estados Unidos da América viriam a se reunir na cidade de Charleston, na Carolina do Sul, e fundar o primeiro Supremo Conselho do Rito

A águIA bIcéfAlA de lAgAsh, um dos símbolos mAIs AntIgos do mundo, é usAdo como emblemA do reAA

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15LuzesmarçO/abril 2016

RITUALÍSTICA

Escocês, acrescentando mais oito graus, ficando assim o Rito com 33 Graus Maçônicos.

“No Brasil, o primeiro ritual usado para o REAA foi o de 1834, adotado pelo então denominado ‘Gran-de Oriente Brazileiro’, que hoje conhecemos como Grande Oriente do Brasil. Na Maçonaria simbólica, tratava-se de um rito bastante célere em sua dinâmica e simples de ser aplicado, sem as delongas e misticis-mos que alguns menos avisados tentam a ele impin-gir”, conta o Irmão Bitencourt.

De lá para cá, diversas alterações foram feitas nos rituais, atribuindo diversas posturas que original-mente não faziam parte do Rito, inclusive misturando procedimentos de outros ritos semelhantes. Em terras tupiniquins, o Rito Escocês Antigo e Aceito ainda passou por diversas alterações, transformando-se num rito abrasileirado, que só não pode ter a denomi-nação de ‘Rito Brasileiro’ em virtude de já haver um rito oficial diferente com esse nome. Hoje, esse rito é o mais praticado no Brasil, sendo adotado por 592 Lojas apenas no GOSP.

O Secretário Adjunto de Orientação Ritualística ainda explica que por mais que o REAA tenha passado por essa série de transformações, apenas a Potência Maçônica é a legítima detentora da soberania nos assuntos maçônicos, inclusive e especialmente no que diz respeito à regulamentação e aplicação dos Ritos Maçônicos. Dessa maneira, cumpri-lo segundo as normas é fundamental.

“A essência de qualquer Rito Maçônico está sintetizada em sabermos vencer nossas paixões e submetermos nossas vontades. Caso contrário, estaremos diante de uma circunstância de insubor-dinação e sedição, causada exatamente por aqueles que deveriam ser os protagonistas da ordem, da razão e dos bons costumes. Nosso caminho ainda continua o mesmo do que os ‘Maçons Antigos e Aceitos’ e sempre deve ser buscado através de sua honestidade, submissão aos princípios da decência e, principalmente, da concórdia entre os Irmãos”, finaliza o Irmão Bitencourt.

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março/abril 2016

FILOSÓFICAS

16 Luzes marçO/abril 2016

a imPOrtância e a reSPOnSabilidade de Ser maçOm nOS diaS de hOje

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janeiro/fevereiro 2016 17LuzesmarçO/abril 2016

IR .’. OMAR JOãO ZAChARIAS CIM 188483 SecretárO eStadual de cultura e educaçãO maçônica dO Grande Oriente de SãO PaulO (GOSP)

S er Maçom não é ser privilegiado. É ser comprometido. Comprometido com a evolução do ser humano e com a sua Pátria. Nós temos centenas de grandes

exemplos sobre o que é ser Maçom engajado e com-prometido com a Pátria:José Bonifácio de Andrade e Silva, estadista e articu-lador da independência do Brasil;Duque de Caxias, militar e patrono do Exército bra-sileiro; Luiz Gama, líder abolicionista;Rui Barbosa, jurista, tributarista e político;Rangel Pestana, jornalista e jurista;Hermes da Fonseca, presidente da República.

Poderíamos continuar por muito mais tempo enumerando os Irmãos que marcaram e fizeram a história no seu tempo. E o que eles tinham em comum? Foram Irmãos que, em seu comprometi-mento com a Ordem e com a Nação, destacaram-se em favor de uma Pátria livre e melhor.

E os anos passaram e chegou o ano 2000... e agora 2016. E como vamos achar novos Luiz Gama, Rui Barbosa e Rangel Pestana? E agora é a nossa hora, nós podemos contar a história ou faz-er a história. Mas para que isso aconteça, depende de mim. Depende de você. Depende de cada um de nós. Depende do nosso comprometimento. Repito. A hora de fazer algo é o agora. É o já!

Não temos tempo a perder. Temos muito a fazer. Temos um país para reorganizar, mas antes temos

que reorganizar a nossa casa, como já está sendo feito, chamando todos os Maçons Gospianos a trabalharmos unidos, fraternos e comprometidos com a Ordem. O primeiro grande passo já foi dado, que é o de transformar a nossa Sociedade em um espelho da Maçonaria e não a Maçonaria em um espelho da Sociedade.

E para tanto, temos que continuar e aumen-tar os nossos trabalhos na formação dos nossos Irmãos aprendizes, companheiros e mestres recém-exaltados, ensinando-os a buscar o apri-moramento e o crescimento por meio de: infor-mação >>> reflexão >>> ação.

Dessa maneira, teremos atos conscientes e construtivos e, seguindo nessa linha, com certeza estaremos formando homens Maçons, não só livres e de bons costumes, mas homens líderes em seu meio ambiente e agentes multi-plicadores de ideais Justos e Perfeitos. Também para que isso aconteça, não devemos ter medo de mudar o que deve ser mudado; ceifar o que tem que ser ceifado e elevar e aprimorar aqui-lo que tem que ser elevado. Somente um olhar crítico, severo, honesto e corajoso fará com que visitemos o nosso VITRIOL e encontremos a nossa Pedra Fundamental.

Sejamos fortes, corajosos e disciplinados, que com certeza venceremos os desafios, sempre sob a proteção do Grande Arquiteto do Universo.

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18 Luzes marçO/abril 2016

Gerais • fique por dentro

PROJETO DE CEnTRO DE APOIO A PACIEnTES COM CânCER AvAnçA EM BARRETOS

Idealizada pelo Grande Capítulo do Estado de São Paulo (GCESP) da Ordem da Estrela do Oriente, o Centro de Apoio a Pacientes com Câncer é um exem-plo de projeto que reflete a universalidade da Maço-naria e das Ordens Paramaçônicas. Em construção na cidade de Barretos, interior de São Paulo, a estrutura terá 24 suítes para receber, cada uma, um paciente e um acompanhante, além de uma cozinha ampla, lavanderia, área de convivência, elevador e área admi-nistrativa com dependências para zelador.

Segundo o Digno Grande Patriarca do GCESP, João Alves de Magalhães Neto, o objetivo do Centro é amparar sem custo algum os Irmãos que travam a luta contra o câncer, um dos momentos mais delicados e difíceis na vida de quem recebe esse diagnóstico. A construção foi projetada por André Ponciano e iniciada há cerca de três anos, encon-trando-se na fase de finalização da última laje, no terceiro pavimento. O engenheiro também assina a Casa do Maçom, entidade vizinha ao Centro.

Por se tratar de uma obra muito grande, além de depender das doações realizadas pelos Capítulos

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da Ordem no Estado de São Paulo e alguns outros apoiadores, não é possível prever o término do projeto. Ele avança agora pela fase de hidráulica, elétrica e posterior acabamento.

Quando concluído, o Centro de Apoio atenderá Maçons e familiares com parentesco ascendente e descendente, além de realizar atendimento ‘late-ral’, tais como irmãos, primos e outros familiares. Com o apoio institucional da Secretaria Estadual de Entidades Paramaçônicas do GOSP, a constru-ção prossegue graças a contribuições e doações espontâneas, além das doações de serviços que contribuíram e contribuem cotidianamente para que a obra prossiga.

Irmãos que queiram contribuir financeiramente com a construção do Centro podem realizar doa-ções para a conta específica criada para a obra:

Banco BradescoAgência: 0823Conta poupança: 1039199-7CNPJ: 008.144.855/0001-06

reprodução do projeto do centro de ApoIo A pAcIentes com câncer

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19LuzesmarçO/abril 2016

Todas as Secretarias do Grande Oriente de São Paulo já atendem na Sede Provisória, localizada na praça João Mendes, 42, sobreloja, em São Paulo. O endereço centralizará todas as atividades do GOSP até que o projeto do Novo Palácio Maçônico esteja concluído. A obra é a maior da história recente da Maçonaria Gospiana e terá mais de 8 mil metros quadrados, 15 Templos e um auditório para mais de 600 pessoas (leia mais na ed. 4 da Revista Luzes).

Embora menor, a estrutura transitória localizada no centro da capital paulista conseguiu acomodar confortavelmente todas as Secretarias, além dos Poderes Judiciário e Legislativo. Os gabinetes do Grão-Mestrado e do Grão-Mestrado Adjunto tam-bém funcionam no novo endereço, permitindo que a maior Maçonaria da América Latina possa continuar avançando a pleno vapor. Todas as atividades, inclu-sive de correspondências e protocolos, incluindo-se Guarda dos Selos e Mútua, deverão ser efetuadas no novo endereço.

Além das estruturas já conhecidas pelos Irmãos, diversos colaboradores que são parte fundamental para o funcionamento da Sede já estão presentes. Coronel Mendes, por exemplo, continua exercendo suas funções como Chefe de Gabinete, recepcionan-do e auxiliando todos os visitantes.

A dispensação da farmácia também continua sendo feita pela Srta. Simone Ribeiro, que atende no (11) 3346-7088, ramal 161. Essa atividade foi uma das principais preocupações durante a transição, uma vez que é fundamental tanto para Irmãos quanto para a comunidade local, que continua recebendo os remédios disponíveis gratuitamente. Para tanto, o procedimento continua sendo o mesmo, bastando comparecer à Sede Temporária do GOSP ou solicitar o medicamento pelo e-mail [email protected] (nos dois casos, é preciso ter a receita em mãos).

atendimento de Secretarias na Sede Provisória mantém a Maçonaria a pleno vapor

O telefone provisório do GOSP, (11) 3106-1411, utilizado durante toda a mudança da sede em função da reforma do Palácio, foi desativado. retornamos, a partir de agora, com o telefone original: (11) 3346-7088.

FALE COnOSCO

O endereço, próximo à Praça da Sé, foi escolhido visando o conforto dos Irmãos, uma preocupação permanente do GOSP. Por se tratar de uma região central, a sede temporária encontra-se acessível a todos os Irmãos da capital, que podem, inclusive, alcançá-la via transporte público, além de contar com uma estrutura próxima que traz comodidade aos Irmãos de outras cidades que visitam o GOSP.

O expediente funcional no Grande Oriente de São Paulo é das 9h às 18h e o telefone geral para contato é (11) 3346-7088.

Palavra do Grão-Mestre“A reformulação do Palácio Sede Benedito Pinheiro Machado Tolosa é uma necessidade representativa do momento vivido por todos nós. Esse prédio tem quase 70 anos de uso e foi construído numa condição de 60 Lojas no GOSP. Hoje chegamos a 800 Lojas e o Palácio Maçônico não atendia mais às nossas necessidades. Esse prédio novo deve ser entregue em um prazo entre dois e dois anos e meio, daí nossa preocupação em manter tudo em pleno funcionamento na Sede Provisória. A maior Maçonaria da América Latina não pode parar e vamos nos empenhar 24 horas por dia para que isso não aconteça!”

GME Ballouk

Page 20: luzes - GOSP · 2016. 5. 10. · busca de oportunidades de profissionalização. À época, ... de Loja na ARLS Oriente Eterno, nº 194 do GLESP, em que foi iniciado. No GOSP há

março/abril 2016