MA11_Unidade_20

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    Funes Trigonomtricas

    Continuao

    Sumrio

    20.1 Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

    20.2 As Frmulas de Adio . . . . . . . . . . . . . . . . 2

    20.3 A Lei dos Cossenos e a Lei dos Senos . . . . . . . . 8

    20.4 Exerccios Recomendados . . . . . . . . . . . . . . . 13

  • Unidade 20

    Introduo

    20.1 Introduo

    Nesta Unidade, nalizamos o nosso estudo das funes trigonomtricas. Na

    Seo 2, estabelecemos as conhecidas frmulas para seno e cosseno da soma

    de dois arcos. Uma aplicao importante dessas frmulas a frmula para a

    transformao de rotao no plano.

    Outra aplicao apresentada a parametrizao racional do crculo unitrio,

    para a qual fornecida uma interpretao geomtrica.

    Na Seo 3, estabelecemos a Lei dos Cossenos e a Lei dos Senos, as quais

    correspondem a relaes envolvendo lados e ngulos de um tringulo qualquer.

    A Lei dos Cossenos pode ser considerada como uma generalizao do Teorema

    de Pitgoras para tringulos no necessariamente retngulos. A Lei dos Senos

    estabelece uma proporcionalidade entre os lados de um tringulo e os senos de

    seus ngulos opostos. Essas leis nos permitem determinar todos os elementos

    (lados e ngulos de um tringulo) em situaes em que so conhecidos alguns

    destes.

    20.2 As Frmulas de Adio

    As frmulas clssicas que exprimem cos(+) e sen (+) em termos de

    cos, cos , sen e sen podem ser demonstradas de vrios modos. Daremos

    aqui a prova que nos parece a mais direta. Outras duas provas sero propostas

    nos Exerccios 3 e 4.

    Figura 20.1: Adio de arcos

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  • Unidade 20

    Funes Trigonomtricas Continuao

    Na gura, onde CB OB, temos OA = cos( + ), OB = cos ,BC = sen , AB = AB = sen sen e OB = cos cos .Logo

    OA = OB AB = cos cos sen sen .Noutras palavras,

    cos( + ) = cos cos sen sen .

    Tomando em vez de na frmula acima, como cos() = cos esen () = sen , obtemos

    cos( ) = cos cos + sen sen .

    Alm disso, como

    sen (pi

    2+ t) = cos t e cos(

    pi

    2+ t) = sen t,

    a frmula de cos( + ) nos d tambm

    sen ( + ) = cos(pi2+ +

    )= cos

    (pi2+

    )cos + sen

    (pi2+

    )sen ,

    ou seja,

    sen ( + ) = sen cos + sen cos.Da resulta imediatamente que

    sen ( ) = sen cos sen cos.

    As frmulas para o seno e o cosseno do arco duplo so consequncias diretas:

    cos 2 = cos2 sen 2 e sen 2 = 2 sen cos.

    Como aplicao das frmulas de adio, mostraremos como determinar as

    coordenadas do ponto A = (x, y), obtido do ponto A = (x, y) por meio da

    rotao de ngulo em torno da origem de R2.Chamemos de o ngulo do eixo OX com o segmento OA e escrevamos

    r = OA. Ento r = OA e se tem

    x = r cos, y = r sen, x = r cos( + ), y = r sen ( + ).

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  • Unidade 20

    As Frmulas de Adio

    Figura 20.2: Rotao de um ngulo

    As frmulas de adio fornecem

    x = r cos cos r sen sen = x cos y sen ,y = r cos sen + r sen cos = x sen + y cos .

    Portanto a rotao de ngulo em torno da origem a funo T : R2 R2denida por

    T (x, y) = (x cos y sen , x sen + y cos ).

    Outra aplicao interessante das frmulas de adio consiste em mostrar

    que cos e sen se exprimem como funes racionais de tg 2, fato que est

    intimamente ligado com a parametrizao racional da circunferncia unitria C,

    conforme veremos agora.

    um fato bastante conhecido, e muito fcil de constatar, que para todo

    nmero real x vale a igualdade(1 x21 + x2

    )2+( 2x1 + x2

    )2= 1.

    Isto signica que, para todo x R, os nmeros dentro dos parnteses acimaso respectivamente a abscissa e a ordenada de um ponto da circunferncia

    unitria C, isto , so o cosseno e o seno de um ngulo . Alm disso, todo

    nmero real x a tangente de um (nico) ngulo (pi2, pi2). Logo a igualdade

    acima signica que, para cada um desses valores de , existe um tal que

    1 tg21 + tg2

    = cos e2 tg

    1 + tg2= sen .

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  • Unidade 20

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    fcil mostrar que = 2 usando as frmulas de cos 2 e sen 2. Basta

    substituir tg por sen/ cos no primeiro membro destas igualdades e fazer

    as simplicaes bvias para ver que

    1 tg21 + tg2

    = cos 2 e2tg

    1 + tg2= sen 2.

    Equivalentemente,

    cos =1 tg2

    2

    1 + tg2 2

    e sen =2tg

    2

    1 + tg2 2

    .

    Figura 20.3: Parametrizao racional do crculo

    Dado o ponto arbitrrio B = (cos, sen) da circunferncia unitria, como

    o ngulo inscrito APB a metade do ngulo central = AOB que subtende o

    mesmo arco

    _

    AB, vemos que tg 2 a inclinao da reta PB, onde P = (1, 0).Mantendo o ponto P xo e fazendo

    2variar em (pi/2,+pi/2), cada semirretade inclinao igual a tg

    pi2corta a circunferncia unitria num nico ponto

    B = (cos, sen). Todos os pontos da circunferncia podem ser obtidos

    assim, menos o prprio ponto P .

    A correspondncia

    x 7(1 x21 + x2

    ,2x

    1 + x2

    ) uma parametrizao racional de C. Para todo x Q, o ponto que lhecorresponde tem ambas as coordenadas racionais.

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  • Unidade 20

    As Frmulas de Adio

    Exerccios Recomendados

    1. Use as frmulas de seno e cosseno da soma para determinar os senos e

    cossenos dos seguintes ngulos (medidos em radianos):

    pi

    8,

    pi

    12,

    3 pi

    8e

    5pi

    12.

    2. Obtenha frmulas para tg( + ) e para sec( + ), em funo de tg

    e tg .

    3. Nesta Unidade, foi apresentada uma demonstrao para as frmulas de

    cosseno e seno da soma de dois arcos. Nessa demonstrao, so dados

    os ngulos e os pontos A so B determinados por construo:

    primeiro, determinamos B como o (nico) ponto tal que CB OB;em seguida, determinamos A como o ponto tal que ABC um tringulo

    retngulo em A. Diretamente das denies de cosseno e seno, segue

    que: OA = cos( + ); OB = cos ; BC = sen . Neste exerccio,

    propomos que voc complete os detalhes dos demais passos que levam

    prova das duas frmulas.

    (a) Justique por que podemos armar que C = .

    (b) Qual a razo entre as medidas de AB e BC? Justique sua

    resposta.

    (c) Conclua que AB = sen sen .(d) Qual a razo entre as medidas de AC e BC? Justique sua

    resposta.

    (e) Use o item anterior e a semelhana dos tringulos ABC e OBB

    para concluir que OB = cos cos .

    4. Considere dois ngulos e , 0 < , b, e o ngulo A.

    Este o pouco conhecido quarto caso de congruncia de tringulos, segundo

    o qual dois tringulos so congruentes quando tm dois lados iguais e um ngulo

    igual oposto ao maior desses dois lados. Note-se que A > B, logo o ngulo B

    agudo.

    Aqui se usa novamente a lei dos senos. A partir da proporo

    a

    sen A=

    b

    sen Bobtm-se sen B =

    b

    asen A.

    Como b < a, vemos que basen A um nmero positivo menor do que 1, logo

    existe um nico ngulo B, menor do que dois retos, cujo seno igual a basen A.

    Em seguida, determina-se o ngulo C pela igualdade A + B + C = 2 retos.

    Agora, conhecendo a, b e C, recai-se no caso 2.

    Observao 3Do ponto de vista em que nos colocamos, o tringulo ABC dado,

    tratando-se apenas de calcular 3 dos seus elementos quando so dados ou-

    tros 3. Por isso no cabia acima indagar se A+ B < 2 retos, antes de calcular

    C. Entretanto, verdade que, dados a > b e A < 2 retos, existe um tringulo

    ABC tal que BC = a, AC = b e A o ngulo dado. Para ver isto, tome um

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  • Unidade 20 A Lei dos Cossenos e a Lei dos Senos

    segmento AC de comprimento b e uma semirreta AX tal que o ngulo CAX

    seja igual ao ngulo A dado. Com centro no ponto C, trace uma circunferncia

    de raio a. Como b < a, o ponto A pertence ao interior dessa circunferncia,

    logo a semirreta AX corta a circunferncia num nico ponto B, que o terceiro

    vrtice do tringulo procurado.

    A gura abaixo ilustra esta ltima situao.

    Figura 20.6: Quarto caso de congruncia de tringulos

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  • Unidade 20

    Funes Trigonomtricas Continuao

    20.4 Exerccios Recomendados

    1. No problema proposto no texto, so apresentadas algumas situaes em

    que o fato de serem conhecidos alguns elementos de um tringulo dado

    permite-nos determinar todos os demais por meio da aplicao da Lei

    dos Cossenos ou da Lei dos Senos. Voc observa alguma analogia entre

    essas situaes e os assim chamados casos de congruncia de tringu-

    los? Essa analogia no casual. Cada um dos casos de congruncia de

    tringulos estabelece um conjunto de condies mnimas sucientes para

    um tringulo que determinado, isto , condies que garantam que no

    possa existir outro tringulo satisfazendo essas mesmas condies que

    no seja congruente ao tringulo dado. De forma anloga, em cada uma

    das situaes do problema do texto so dadas condies sucientes para

    o que o tringulo dado que (unicamente) determinado.

    Na mesma linha desse problema, considere um tringulo ABC, com lados

    a, b e c e vrtices respectivamente opostos A, B e C.

    (a) Se so dados o lado a e o ngulo A, voc espera ser capaz de

    determinar os demais elementos do tringulo por meio da Lei dos

    Cossenos e/ou da Lei dos Senos? Justique sua resposta.

    (b) Se so dados os lados a, b e c (satisfazendo as condies de existn-

    cia de tringulos) e o ngulo A (com uma medida qualquer), voc

    espera ser capaz de determinar os demais elementos do tringulo

    por meio da Lei dos Cossenos e/ou da Lei dos Senos? Justique sua

    resposta.

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