macrocosmo 1a3

196
A PRIMEIRA REVISTA ELETRÔNICA BRASILEIRA EXCLUSIVA DE ASTRONOMIA macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 1 - Dezembro 2003 Radioastronomia A ciência do invisível Como descobrir uma supernova Foguetes Russos revista

Transcript of macrocosmo 1a3

Page 1: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 1

A PRIMEIRA REVISTA ELETRÔNICA BRASILEIRA EXCLUSIVA DE ASTRONOMIA

macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 1 - Dezembro 2003

Radioastronomia A ciência do invisível

Como descobrir uma supernova Foguetes Russos

revista

Page 2: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 2

revista macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 1 - Dezembro de 2003

editorial

Hemerson Brandão Diretor Geral Redação: Hemerson Brandão Editor Chefe Audemário Prazeres Roberta Maia Revisão Rodrigo Donato WebMaster William Fernandes Tradutor Naelton Araújo Hélio Ferreira Paulo Monteiro Rosely Grégio Redatores Audemário Prazeres José Carlos Diniz Michael Schwartz Pedro Ré Roberto Silvestre Viviana Bianchi Colaboradores Lílian Luccas Divulgação/Publicidade

Trabalhar com Ciência não é uma tarefa fácil. Trabalhar

com Ciência é aceitar o desafio de ficar horas, meses, anos ou até mesmo uma existência inteira buscando a solução para um enigma da natureza. Com certeza é extremamente gratificante obter sucesso nesta empreitada.

Mas se é excitante e desafiante trabalhar na construção cientifica certamente a divulgação científica ocupa um espaço privilegiado neste ato. A primeira coisa que lembramos é que o cientista tem o dever de publicar suas idéias e seus achados, pois somente com a divulgação destes fatos é que a humanidade pode progredir tanto a ponto de um objeto construído pela mão humana estar atingindo os confins do sistema solar como sermos capazes de aniquilar a nossa existência a partir de um simples apertar de botão.

O outro fato bastante pertinente sobre a divulgação é que ela não é fácil, pois todo cientista é um ser humano carregado com valores e crenças, mergulhado em uma cultura que lhe é própria. Lembremos por exemplo de Isaac Newton (1642-1727) que por ter uma desavença acirrada com Robert Hooke (1635-1703) (microscópio e lei de elongação das molas) guardou suas idéias por quase 20 anos antes de publicar o Principia. Não fosse Edmund Halley (1656-1742) que se desdobrou em esforços imensos para convencer Newton, talvez o mundo ficasse sem descobrir a genialidade do pai da Gravitação Universal.

Assim podemos estabelecer que a evolução cientifica está diretamente ligada a nossa comunicação científica, onde a escrita ocupa um lugar de destaque. E mais, nossa capacidade de comunicar a Ciência precisa de cada vez mais de pessoas sérias e comprometidas que possam também estar ajudando a que a Ciência chegue a quem é de direito: toda a humanidade.

Queremos desta forma mostrar a importância desta iniciativa de termos uma revista sobre Ciência, uma iniciativa de astrônomos que querem contribuir para cada vez mais pessoas possam sair das sombras do analfabetismo científico que anda reinando pelo mundo afora.

Sejam bem vindos a Revista macroCOSMO.com.

Hélio Ferrari | Redator - Revista macroCOSMO.com

Page 3: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 3

revista macroCOSMO.com [email protected]

sumário

4 Guia Digital | Meteoros e Meteoritos 6 Radioastronomia: A ciência do invisível 16 Campanha Contra a Poluição Luminosa 23 Efemérides 30 Binóculos - O primeiro instrumento de astrônomo 32 Fotografando o Universo | Introdução à Astrofotografia 35 Plataforma Fotográfica Manual

Hercolubus não existe! 43

Foguetes Russos 45 Descobrindo uma supernova 47

SAR – Sociedade Astronômica do Recife 51 Quem faz a Revista macroCOSMO.com? 52

Autoria 54 Próxima Edição 55

Capa: VLA – Very Largy Array, formação de radiotelescópios no Novo México/EUA. Cortesia de NRAO/AUI.

© É permitida a reprodução total ou parcial desta revista desde que citando sua fonte, para uso pessoal sem fins

lucrativos, sempre que solicitando uma prévia autorização à redação da Revista macroCOSMO.com. A Revista macroCOSMO.com não se responsabiliza pelas opiniões vertidas pelos nossos colaboradores.

Versão distribuída gratuitamente na versão PDF em http://www.revistamacrocosmo.com

Page 4: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 4

Rosely Gregio | Redatora - Revista macroCOSMO.com “Estrela que cai”, “estrela que muda de lugar” e “estrela cadente” são nomes populares usados desde muito tempo para denominar o que, em astronomia, conhecemos como Meteoros. Embora esse termo seja usado em meteorologia para descrever todos os fenômenos atmosféricos como chuva, raios, auroras boreais, granizo, etc., mais recentemente esses acontecimentos foram separados dos estudos que se referem aos meteoróides que entram em nossa atmosfera vindos do espaço exterior quando, em sua órbita, a Terra cruza o caminho desses corpos celestes que na maioria das vezes são ionizados em sua trajetória pela nossa atmosfera. Todavia, quando os meteoros não são totalmente desintegrados, alguns deles conseguem chegar ao solo e então são chamados de Meteoritos.

Se você se interessa em melhor conhecer e/ou na observação de meteoros, visite os sites relacionados abaixo. Se seu interesse for ainda maior e desejar encontrar pessoas que também gostem de observar chuveiros de meteoros e caçar bólidos ou bolas de fogo (fireball), que são meteoros extremamente brilhantes que muitas vezes explodem em nossa atmosfera, ou mesmo observar impactos de meteoritos na Lua, existem algumas listas específicas onde esses assuntos são relatados e discutidos entre seus membros e onde você pode participar e aprender muito.

Assim... Aproveite as dicas abaixo e feliz caçada!

http://home.ism.com.br/~zucoloto/

Site da Astrônoma Maria Elizabeth Zucolotto, atualmente curadora da coleção de meteoritos do Museu Nacional que é a maior do Brasil. Segundo a própria astrônoma, ‘’o Brasil possui apenas 52 meteoritos conhecidos, ou seja, cadastrados, contra cerca de 30.000 em todo o mundo. Entretanto, entre os meteoritos brasileiros, temos alguns dos meteoritos mais famosos e disputados em todo o mundo como: o Angra dos Reis, o Governador Valadares, o Ibitira e o Santa Catarina. A conscientização da população e a sua participação são de fundamental importância para a descoberta de novos meteoritos, pois os meteoritos caem aleatoriamente em toda a Terra, vamos elevar o número de meteoritos brasileiros, participe divulgando’’.

* * *

http://www.meteoritos.kit.net

Mais um excelente site sobre meteoritos brasileiros para quem se interessa por meteoritos, crateras, tectitos e fulguritos. Conheça também a fantástica história do meteorito Bendegó, o maior do Brasil, e muito mais, no site mantido por Wilton Carvalho, um grande estudioso e colecionador de meteoritos da Bahia.

* * * http://www.astronotas.cjb.net

Observatório do Capricórnio (Campinas/SP) – Mantém vários projetos de observação, entre eles estão os projetos de observação de impactos lunares e os chuveiros de meteoros Delta Aquáridas (Julho/Agosto), Orionidas (Outubro), Leônidas (Novembro) e Geminidas (Dezembro) aos cuidados de José Victor Rodrigues Júnior, Diretor Administrativo dessa instituição brasileira.

© A

POD

Guia Digital | Meteoros e Meteoritos

Page 5: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 5

* * *

http://www.imo.net/

Site em inglês mantido pela Organização Internacional de Meteoros para observação e envio de dados observacionais. Conta com excelente material sobre o assunto e diversas técnicas de como observar meteoros. Tem dados sobre observações recentes e passadas. Também mantém, uma lista completa dos chuveiros e mapas dos radiantes, além de formulário online para reporte.

* * *

http://comets.amsmeteors.org/

Outro excelente site do expert Gary W. Kronk sobre chuveiros de meteoros e cometas (em inglês), com excelente banco de dados e mapas dos principais radiantes anuais de meteoros.

* * * Mais informações, em português, sobre chuveiros, meteoros, meteoritos e bólidos também podem ser encontradas em nossa homepage:

http://geocities.yahoo.com.br/rgregio2001/

* * * Estamos esperando você na lista de discussão e observação de Bólidos (Fireball), as famosas ‘’bolas de fogo’’ provenientes de meteoróides que entram como meteoros na atmosfera terrestre e que são fontes de possíveis meteoritos. A associação é livre, não necessitando aprovação nem prévios conhecimentos na área.

http://br.groups.yahoo.com/group/bolidos/ Assinar:

[email protected]

* * *

Para observação de meteoritos lunares, existe a lista de observação rob-il - Lista de discussão da Rede de Observadores Brasileiros - Impactos Lunares. Neste grupo são trocadas informações e relatórios de observadores lunares de todo o Brasil e são também esclarecidas as dúvidas dos iniciantes da área. Os reportes enviados ao grupo são direcionados a instituições competentes, como o Observatório do Capricórnio, para serem devidamente analisados e usados para os devidos fins.

http://br.groups.yahoo.com/group/rob-il/ Assinar:

[email protected]

* * * Lista portuguesa - Lusometeoros - Grupo de discussão português sobre meteoros, meteoritos, nas mais diversas vertentes. Relatos de observações também são aceitos. Para mais informações:

http://groups.yahoo.com/group/lusometeoros/ Assinar:

[email protected]

* * *

MeteorObs – Fórum internacional de observadores e relatos de meteoros. Integrado tanto por profissionais da astronomia como amadores. O idioma usado é o inglês e o site é:

http://www.meteorobs.org Para assinar a lista veja:

http://groups.yahoo.com/group/meteorobs/ ou

http://www.meteorobs.org/subscribe.html

Abraços celestes e até a próxima edição com mais dicas e novos temas. Felizes observações com céus

limpos e sem poluição luminosa para todos nós!

Rosely Grégio | Redatora – Revista macroCOSMO.com [email protected] http://rgregio.astrodatabase.net Mococa/SP

Page 6: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 6

Radioastronomia - A Ciência do Invisível

Viviana Bianchi | Grupo Astronómico Don Torcuato

Durante muito tempo, o homem conheceu o Universo somente através de seus olhos, mas nas últimas décadas temos sentido o desejo de observar mais do que os nossos olhos ou o que os telescópios mais potentes podem apreciar. A presença dos corpos celestes é conhecida graças à emissão de luz, porém, a luz constitui somente uma pequena parte de um fenômeno muito mais amplo conhecido como radiação eletromagnética.

Um raio de luz não é apenas o que podemos ver com nossos olhos, mas sim um conjunto de numerosas radiações que resultam na impossibilidade de se observar naturalmente sem a ajuda da tecnologia. A somatória de todas essas radiações, conhecemos como espectro eletromagnético. Se somente estudamos a parte visual do espectro, ignoramos uma grande quantidade de informação. A radioastronomia é a confluência da radiocomunicação e a astronomia.

As ondas As radiações eletromagnéticas são um

deslocamento de energia, através de um fenômeno que conhecemos como ondas. Falando em termos gerais, uma onda é a transmissão de energia que necessita de um movimento material. O som, as ondas do mar, ondas sísmicas, a luz, os raios X e as ondas de rádio são exemplos de ondas, ainda que muito diferentes. Ainda assim, sem ter em conta a sua natureza, todas as ondas têm as mesmas características gerais.

Pode-se dizer que o mundo físico está composto somente de duas entidades básicas: objetos materiais e ondas.

Ondas Eletromagnéticas

A luz visível é somente uma pequena parte do espectro eletromagnético. Em ordem decrescente de freqüência, o espectro eletromagnético está composto por: raios gama, raios X, radiação ultravioleta, luz visível, raios infravermelhos, microondas e ondas de radio.

Temos uma série de parâmetros característicos: amplitude, freqüência e longitude de onda. Analisando, podemos dizer que:

A Amplitude, em efeito de ouvido humano, representa a intensidade acústica com que percebemos o som.

A freqüência representa o número de vezes por segundo com que a onda eletromagnética oscila, melhor dizendo, é o tom com que percebemos o som. A unidade de medida da freqüência é o Hertz (hz), em honra ao físico Frederic Hertz. Por último, a longitude da onda (λ) é um parâmetro relacionado à velocidade das ondas eletromagnéticas (c) com a freqüência (f) da seguinte forma:

λ = c/f c= 300.000 Km/s

À medida que aumenta-se a freqüência de um sinal eletromagnético, diminui-se a sua longitude da

onda. As ondas eletromagnéticas não necessitam de um meio para se propagarem. Todas as radiações do espectro eletromagnético apresentam as propriedades típicas do movimento ondulatório, como a difração e a interferência. Sua velocidade no vácuo eqüivale aproximadamente a 300.000 Km/s.

Page 7: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 7

Uma descoberta acidental

O engenheiro americano Karl G. Jansky,

detectou acidentalmente enquanto trabalhava no Bell Laboratories, em 1932, ruídos provenientes da região que cerca o centro de nossa galáxia, a Via-Láctea, durante um experimento para localizar fontes distantes de interferência de radio terrestres. A distribuição desta radioemissão galáctica foi cartografada pelo engenheiro Grote Reber, utilizando uma parabólica de 9,5 metros que construiu em seu quintal em Illinois. Em 1943, Reber também descobriu a largamente conhecida radioemissão do Sol. A radioemissão solar havia sido detectada poucos anos antes, quando fortes estrondos solares produziram interferências nos sistemas de radares britânicos, americanos e alemães desenhados para detectar aviões. Como resultado, os grandes progressos realizados durante a II Guerra Mundial foram as antenas de radio e receptores sensíveis. Os cientistas adaptaram as técnicas de radar do tempo da guerra para construir diversos radiotelescópios na Austrália, Grã-Bretanha, Países Baixos, Estados Unidos e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, e de imediato foi despertado o interesse dos astrônomos profissionais. A radioastronomia nasce na década de 1950. Discretas fontes de radioemissão foram

catalogadas em número crescente e desde a década de cinqüenta foram identificadas muitas radiofontes como distantes galáxias visíveis. Em 1963, a contínua investigação de radiofontes muito pequenas, levou ao descobrimento das radiofontes quase estelares, chamadas de quasares. Tendo suas magnitudes sem precedentes, devido ao seu deslocamento para o vermelho, pareciam encontrar-se a distâncias enormes da Terra. Pouco tempo depois, em 1965, os radioastrônomos americanos, Arno Penzias e Robert W. Wilson anunciaram a descoberta da radiação de fundo de microondas cósmicas de 3 K (-270º C), que possui muitas implicações para as teorias da origem do Universo e sua evolução. Em 1968 se descobriu um novo tipo de radiofonte, os pulsares, identificados rapidamente como uma estrela de neutrons que gira numa grande velocidade. Durante muitos anos, os astrônomos se concentram no estudo de longitudes de ondas relativamente largas, cerca de 1 metro, visto que era fácil construir grandes estruturas de antenas e receptores sensíveis. Ao desenvolver as técnicas para construir estruturas maiores e mais precisas, e aperfeiçoarem os equipamentos de recepção de ondas curtas, as bandas de longitude de onda de até 1 mm receberam especial importância.

Janela para o Universo

Os corpos celestes emitem radiações em todas as regiões do espectro eletromagnético, ainda que

com uma distinta intensidade. Além do que, nem todas as radiações conseguem chegar à superfície da Terra, pois a nossa atmosfera as absorve. A primeira janela se conhece como "janela óptica" e é utilizada pela astronomia óptica. A outra janela, "janela do rádio" é utilizada pela radioastronomia. Como vemos, as ondas de rádio são iguais a da luz visível, pois podem penetrar nossa atmosfera e chegar a superfície da Terra.

Page 8: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 8

Tanto o astrônomo óptico como o radioastrônomo, extraem informações da radiação eletromagnética que detectam. Recordemos que tanto a luz, como as ondas de rádio, são radiações eletromagnéticas e são diferentes em sua longitude de onda. Para captar estes dados, os astrônomos devem projetar novos tipos de telescópios que possam captar a radiação distinta de uma longitude de onda. O radiotelescópio trabalha somente com longitudes de ondas de rádio.

Muito mais que nossos olhos podem ver

Através do campo da radioastronomia é possível realizar interessantes observações:

GÁS E POEIRA INTERESTELAR: Muitos acreditam que o espaço exterior está povoado somente por estrelas, pois à noite somente se vê o negror entre os diminutos pontos brilhantes. Essa obscuridade só confirma os limites de nossa visão. Na realidade o espaço entre as estrelas não está vazio, ele possui uma massa muito diluída de poeira de gás. Esse gás produz emissões de ondas de rádio.

Com essa descoberta, a radioastronomia, reafirma o fato de que no espaço não existe o vácuo absoluto, de modo que as radioemissões celestes provêm principalmente do meio interestelar, porém, como veremos mais adiante, existe muito mais. Esse gás une-se formando nuvens milhões de vezes maiores do que a Terra. A poeira interestelar não é muito diferente da poeira doméstica que se acumula em nossos móveis. Essa partículas de poeira que estão mescladas com o gás, impedem que a luz das estrelas distantes cheguem até nós. Aqui está a vantagem da radioastronomia sobre o método óptico. As ondas de rádio produzidas pelo gás, penetram sem dificuldade através dessas grossas nuvens de poeira interestelar.

RADIOESTRELAS: Os restos de supernovas são nuvens de fragmentos de uma estrela que explodiu. Os elétrons relativísticos produzidos durante a explosão de uma supernova, são capturados pelo campo magnético que rodeia o lugar da explosão. Quando esses elétrons giram em espiral ao redor das linhas do campo magnético, continuam irradiando durante milhões de anos. Em alguns casos, até mesmo a estrela continua sendo fonte de radioemissão e se denomina radioestrela. Outra classe importante de radioestrela compreende os sistemas de estrelas duplas (binárias) que emitem ondas de rádio quando sua massa é transferida de um elemento para outro.

HIDROGÊNIO: Uma das vantagens mais importantes do radiotelescópio, é que ele permite nos mostrar onde estão situadas nuvens de hidrogênio frio. Devido a 90% dos átomos do Universo serem de hidrogênio, esta é uma informação fundamental. Este elemento surgiu muito cedo na vida do Universo e é a partir dele que toda a matéria conhecida é formada. Ele é um combustível para a produção de energia que faz as estrelas brilharem e para a gestação de novas estrelas.

Além de emitir unicamente rádio, o estudo do gás hidrogênio tem grandes vantagens. É possível detectar sua emissão em lugares obscurecidos e muito distantes em nossa galáxia, e o que é mais importante, permite medir a velocidade dos gases e até estudar o movimento das galáxias. As grandes nuvens de hidrogênio frio, são completamente invisíveis para os telescópios normais, devido a não produzirem nenhuma luz por si só, e refletem muito pouco para serem detectadas mediante fotografias. Ainda assim o hidrogênio frio emite um radiosinal na longitude da onda especifica de 21 cm, somente detectável mediante radiotelescópios.

MATÉRIA ESCURA: Graças às grandes extensões do gás hidrogênio, pode-se observar o movimento do centro de galáxias muito distantes. Acontece que geralmente o gás (situado nas bordas estelares) se move muito mais rápido do que o esperado, segundo o cálculo da quantidade da matéria que se conhece e que pode ser detectado. Não existe massa suficiente para explicar os efeitos gravitacionais sobre o gás. Existe muito mais matéria em uma galáxia do que é detectada. Surgiu aí uma das maiores incógnitas conhecidas e ainda não reveladas: a existência da matéria escura.

GALÁXIAS E ESTRELAS DISTANTES: Devido aos sinais de rádio terem longitudes de ondas relativamente largas, podem penetrar grandes nuvens de poeiras, como já falamos anteriormente. As ondas luminosas atravessam e interagem com a poeira do espaço se dispersando e não chegando até os telescópios ópticos situados na superfície terrestre. Já os sinais de radio procedentes de pontos mais distantes da galáxia passam através dessa poeira sem nenhum impedimento.

Page 9: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 9

Esta capacidade das ondas de radio atravessarem essas nuvens também é aplicada à atmosfera

terrestre. Um radiotelescópio normal pode trabalhar 24 horas por dia, tanto com tempo aberto como com um céu nublado.

A detecção de fracas radiofontes é de grande interesse. Como sabemos, quando miramos nas

regiões do Universo mas distantes de nós, estamos vendo como ele era há muito tempo, obtendo dados muito importantes para definir o Universo em que vivemos.

ASTROQUÍMICA: Depois do gás Hidrogênio os astrônomos interessam-se em achar a emissão de moléculas, deste modo surge um inédito ramo da ciência: a astroquímica. Hoje em dia são observadas mais de 80 espécies moleculares, desde a água, ácido fórmico, monóxido de carbono, etc. Até mesmo moléculas completas de 12 átomos. A maioria contem em sua composição: hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e carbono. Sendo em geral, compostos orgânicos essenciais para a vida.

NEBULOSAS - FÁBRICA DE ESTRELAS: Grandes nuvens moleculares e verdadeiras fábricas químicas interestelares acompanham estas nebulosas. A matéria contida nestas nuvens são suficientes para formar 100.000 sóis. Estas regiões se encontram envoltas em nuvens de poeira, que como já dizemos, se fazem invisíveis para os telescópios, mas não para um radiotelescópio.

RADIOGALÁXIAS: São em geral distantes, nada exóticas se observadas por um telescópio. Ainda assim, sua aparência no rádio é muito estranha: apresenta intensas emissões (produto de jatos de partículas atômicas desprendida do núcleo galáctico) estendidas muito além de uma galáxia.

Uma estrela comum como o Sol, emite por segundo a energia equivalente de 3.800 milhões de bombas atômicas de 20 Megatons. Nossa galáxia é 300.000 milhões de vezes mais potente, posto que esse é o número de estrelas que possui. As radiogaláxias em geral possuem uma potência em rádio, milhares de vezes maior do que a da Via-láctea. Podem imaginar o equivalente a milhares de galáxias concentradas no espaço habitualmente ocupado por uma só? Atualmente acredita-se que existe no coração da galáxia um objeto massivo, colapsado em um pequeno tamanho, com tanta gravidade que nem mesmo a luz pode escapar: um buraco Negro. Porém emite enorme quantidade de energia da matéria que está atraindo para si. A maior parte desta potência não se origina nas galáxias, mas em nuvens de gás ionizados e plasma aquecido, situado a centenas ou mesmo milhões de anos-luz de nossa galáxia.

QUASARES: Nos anos 60, a astronomia sofreu uma revolução ao descobrir os objetos mais distantes do Universo e às vezes o que mais energia libera: os quasares ou quase-estrelas. Visto através de telescópios parecem como estrelas fracas, mas observados por radiotelescópios, mostram emissões energéticas tão intensas quanto à de centenas de galáxias juntas.

No rádio, alguns quasares se assemelham à radio-galáxias, apresentando jatos de material radiante, muito distante do objeto central. Os quasares possuem um desvio para o vermelho muito grande, e por isso, pensa-se que está a grande distância da Via-láctea.

Page 10: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 10

PULSARES: As estrelas de nêutrons magnéticas em rotação produzem fases de ondas de rádio que se propagam a medida que a estrela rotaciona. Quando essas fases varrem a Terra, são percebidos como ruídos pulsantes e regulares nos radiotelescópios (como se fossem faróis). Estes objetos se denominam pulsares. O primeiro pulsar conhecido foi descoberto casualmente em 1967 por uma equipe da Universidade de Cambridge. A estudante Jocelyn Bell encontrou esses "raríssimos" pulsos que pareciam repetir a cada 24 horas siderais. O radioastrônomo Anthony Hewish, prémio Nobel de Física confirmou o que Jocelyn encontrou. Havia construído um novo tipo de radiotelescópio para observar os centelhos da emissão de rádio dos quasares. Quando os teóricos repararam que os pulsares poderiam ser estrelas de nêutrons em rotação, abriram um novo caminho na investigação de objetos muito densos (estrelas de nêutrons e buracos negros).

Já foram descobertos quase 1.000 pulsares e a lista ainda está crescendo. Seus campos magnéticos estão ao redor de 1.000 milhões de vezes mais intenso do que a da Terra. Os pulsares giram num ritmo aproximado de uma vez por segundo, o mais lento possui um período de 4 segundo, porem o mais rápido gira sobre si, mais de 600 vezes por segundo. Sua densidade é tão grande que se uma ponta de uma caneta tivesse uma densidade semelhante à sua massa, alcançaria mais de 90.000 toneladas.

A VIA-LÁCTEA: Nossa galáxia, a Via-láctea, emite ondas de rádio como resultado da radiação do sincrotón de elétrons de raios cósmicos que se movem dentro de seu débil campo magnético. A emissão na linha de 21 cm do Hidrogênio neutro também se observa em toda a Galáxia. As pequenas variações na longitude da onda de 21 cm são produzidas pelo movimento das nuvens de Hidrogênio. Essas variações são um exemplo do fenômeno conhecido como efeito Doppler. As nuvens mais distantes do centro da Galáxia giram ao redor do centro e as observações do efeito Doppler são utilizadas para medir a velocidade e determinar a posição dessas nuvens. Desta forma tem sido possível traçar a forma dos braços espirais da Via-Láctea, que ainda não foi observada na longitude de ondas ópticas.

Radiofontes do Sistema Solar

O SOL - RADIOHELIOGRAFIA: O sol é a radiofonte mais brilhante de nosso céu. Sua radioemissão é muito mais intensa do que a emissão térmica da superfície visível, que possui uma temperatura de cerca de 6.000º C. Isto se deve ao fato de que a maior parte da radioemissão observada em longitudes de rádio mais largas provêm da atmosfera exterior, muito mais aquecida, porém opticamente invisível possuindo temperaturas de ordem de 1.000.000º C. Além da emissão térmica, se produzem explosões e tormentas térmicas, sobretudo nos períodos de grande atividade solar, quando a intensidade da radioemissão pode aumentar ao fator de um milhão ou mais em intervalos de tempo de uma hora.

A radioheliografia surgiu durante a segunda guerra mundial, quando casualmente os radioperadores captaram sinais de origem desconhecida, que em determinados momentos impediam completamente a recepção dos comunicadores. Fora atribuído à esses momentos de interferências, produção intencional dos alemães para confundir os sistemas de defesa antiaéreo britânico. Depois fora comprovado que provinham de fortes irradiações solares associados a grandes manchas no disco solar.

Page 11: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 11

A grande importância do estudo da radioemissão solar reside em que os resultados obtidos nessas

longitudes de ondas, não se repetem à informação do espectro óptico, mas nos dá novos conhecimentos necessários para conhecer a estrutura física do Sol.

É interessante mencionar o observatório radioheliográfico de Nobeyama, Japão, que opera em 27

GHz com 84 antenas parabólicas de 1 metro de diâmetro, fotografando imagens diárias do Sol com resolução de 10 segundos de arco, disponíveis para todo o mundo na internet.

JÚPITER: Outra fonte de radioemissão natural térmica do Sistema Solar é o planeta Júpiter. Em longitudes de ondas de cerca de 15 cm, Júpiter emite fortes estalidos de radiação que provêm de regiões relativamente pequenas, próxima da superfície das nuvens que giram com o planeta. A intensidade dos estalidos parece estar condicionada pela posição do satélite Io. São fenômenos esporádicos e sua captação da Terra tem muito que ver com o equipamento utilizado e a habilidade do investigador. Alem disso, Júpiter está rodeado por extensos cinturões de radiação, que irradiam na banda de microondas em longitudes de ondas menores de 1 metro.

METEOROS: Seu estudo, utilizando técnicas de rádio fornecem resultados muito abundantes do que os estudos ópticos. Por este meio pode-se tomar conhecimento de muitos dados, como sua velocidade, massa, seu radiante e uma idéia bastante aproximada de sua órbita. Dados muito importantes no estudo do Sistema Solar, por serem meteoros residuais da época de sua formação.

Cosmologia

Como as radiogaláxias e os quasares são radiofontes com tanta potência, podem ser detectados a

grandes distâncias. Devido ao tempo que demoram para que os sinais cheguem a Terra, os radioastrônomos podem observar o Universo como ele era há mais de um bilhão de anos, ou ainda na época de sua origem (a chamada Grande Explosão). Infelizmente, não é possível determinar a distância de uma radiofonte utilizando somente as radioemissões, de modo que é impossível distinguir entre uma potente fonte distante e uma próxima, porém, relativamente fraca. Somente pode-se determinar a distância se a fonte é opticamente identificada como uma galáxia ou um quasar que tem um desvio para o vermelho mensurável. Apesar disso, os estudos da distribuição da grande quantidade de radiofontes tem nos mostrado que quando o Universo só teria poucas centenas de milhões de anos, a quantidade de radiofontes intensas era muito maior e suas dimensões muito pequenas.

O radiotelescópio

Consiste normalmente em quatro partes: - Antena ou disco refletor (pois existe radiotelescópios com vários tipos de antena, não necessariamente parabólicos) - Receptor (radiômetro ou radiotelescópio) - Amplificador - Registrador

Estes componentes trabalhando conjuntamente, fazem possível aos astrônomos detectarem a

radiação de objetos celestes. As longitudes de onda são relativamente largas, desde 1 mm até maiores que um 1 km e os radiotelescópios devem ser muito grandes para enfocar os sinais que entram e produzem uma radioimagem nítida. O radiotelescópio é parecido com um aparelho de rádio comum. Uma estação emissora está enviando informações por meio de ondas de rádio. O aparelho de rádio capta essas ondas mediante sua antena e o receptor reproduz a informação (música, etc.) em forma audível.

O prato refletor, igual ao espelho de um telescópio refletor, recolhe e foca a radiação. Devido às ondas de radio serem muito mais largas do que a luz, o prato não necessita ser tão polido como um espelho. Uma tela metálica funciona bem como refletor de várias longitudes de onda (em alguns radiotelescópios o refletor não precisa ter, necessariamente, a forma de um prato). Apesar de que o prato possa ter centenas de metros de diâmetro, a antena pode ser tão pequena como uma mão. Igual a uma antena de televisão, sua única função é absorver a energia que transporta as ondas e direcioná-la mediante um cabo para um amplificador. As partes críticas do receptor está mantida em temperatura baixas, próximas ao zero absoluto para obter o maior rendimento possível.

Page 12: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 12

Logo após a amplificação, o sinal chega a um instrumento de registro (papel, fita magnética, ordenador). Como os astrônomos não podem ver as ondas de rádio, as converte em algo perceptível. Uma forma é medir a intensidade do sinal em distintos lugares do céu e desenhar um mapa sobre o qual é marcado os contornos das áreas que possuem uma mesma intensidade de rádio. Com nossos olhos, uma fotografia ou com telescópios, podemos ver, simultaneamente, em detalhe, vários objetos presentes em um amplo espaço. Porém, com um radiotelescópio, se recolhe uma única informação de um determinado lugar. Então, para conhecer como é uma certa zona, é observado várias vezes, o necessário para desenhar o campo de interesse. A informação é processada em computadores, e através dela é que são elaborados os mapas de uma certa região. Para construir esses radiomapas celestes, unem-se os lugares de igual intensidade de emissão dos átomos moleculares dentro de uma nuvem gasosa, e se constroem assim as chamadas curvas de níveis, semelhantes ao de um mapa terrestre.

Um modo mais apropriado para nossos olhos, é converter diferentes intensidades em uma graduação de cores e tons de cinza, com uma certa correspondência com a intensidade real observada.

As limitações do radiotelescópio são: sua pobre resolução, a baixa intensidade e as interferências. As duas primeiras só podem ser melhoradas construindo-se pratos refletores de tamanho maior. Atualmente o maior radiotelescópio do mundo possui 300 metros de diâmetro. Devido a suas dimensões, ele não pode ser apoiado em forma usual. Construído no Vale de Arecibo, Porto Rico, o prato é uma delgada superfície metálica apoiada sobre cabos que atravessam o vale. A antena está pendurada por cabos desde torres construídas em três montanhas que rodeiam o vale. Preferiu-se sacrificar a capacidade de movimento para poder obter um tamanho maior. Possui uma resolução de 1 minuto de arco aproximadamente, equivalente ao do olho humano em longitudes de onda óptica.

Quanto às interferências, o radiotelescópio é um receptor de rádio extremamente sensível que pode captar sinais de rádio milhares de vezes mais débeis que a as transmissões de rádio e televisão normal. A presença de emissoras, telefonia celular, radares e satélites artificiais afetam o desempenho do radiotelescópio. Uma forma de solucionar este problema é instalar os radiotelescópios tão distantes quanto for possível da civilização.

Radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico

A Radiointerferiometria

As vantagens que apresenta um radiotelescópio são impressionantes. Nós podemos revelar partes do Universo que não podemos ver de nenhuma outra forma. Porém, devido a seu pobre poder separador, não é possível captar muitos detalhes dos objetos que estudamos. Tampouco podemos localizar com grande precisão a posição de uma radiofonte.

Page 13: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 13

Um sistema interferômetro é definido como sendo um radiotelescópio que consiste em duas ou mais antenas distintas que trabalham em conjunto, de modo a produzir o mesmo efeito de uma única antena e possuindo propriedades determinadas.

Essas antenas podem ficar próximas uma das outras, ou até superpostas mas é mais comum elas

estarem a certa distância uma da outra. Essas antenas não são necessariamente idênticas ou similares; freqüentemente o interferômetro alcança resultados satisfatórios através da combinação de propriedades de antenas bem diferentes.

Os radioastrônomos conectam radiotelescópios da Europa, USA, Canadá e Austrália, formando um radiointerferômetro tão grande como nosso planeta. Devido a impossibilidade de conectar por cabos, registram-se os sinais em fitas magnéticas conjuntamente com sinais horários procedentes de relógios atômicos. Posteriormente são reproduzidas sincronizadas de acordo com os sinais horários. Este sinal combinado equivaleria a um radiotelescópio de 13.000 km de diâmetro, oferecendo uma resolução extraordinária. Esse sistema de conectar radiotelescópios separados por largas distancias se chama: "Interferometria de Base Muito Larga" (VLBI).

O National Astronomy Observatory construiu no distrito do Novo México, o VLA "Vey Large Array", um radiointerferômetro que constitui em 27 pratos parabólicos, cada uma com 25 metros de diâmetro, que se movem sobre trilhos ao longo de três braços, distribuídos na forma de Y de tal forma que cada um dos braços possui 20 km de longitude. Os sinais destes, combinados mediante um computador, simula um radiotelescópio de 40 km de diâmetro.

VLA – Formação de 27 antenas no Novo México/EUA

Cada antena contem seu próprio receptor, e os sinais de cada um são enviados a um edifício

onde são combinados para formar uma imagem. Existem duas categorias gerais de radiotelescópios. Há em primeiro lugar um tipo familiar e

fotogênico que todos gostam de associar com os programas espaciais, ficção e radioastronomia, que tem a famosa parabólica gigante.

Para este, é chamado de LSD, que vem da expressão inglesa “Large Single Dish”. Em segundo

lugar, existe o radiotelescópio formado por duas ou mais antenas (ou partes), não necessariamente continuas e possivelmente separadas por grandes distâncias que contenham propriedades não atribuídas aos modelos LSD. Estes modelos são chamados de maneira genérica de INTERFERÔMETROS.

Para obtermos o chamado “poder de resolução” de um radiotelescópio, temos que levar em

conta o diâmetro da sua antena (quando parabólica), ou em sua quantidade. Em cima dessa afirmação, as vantagens de um sistema interferométrico em relação a um radiotelescópio LSD comum, são bem consideradas. Por exemplo:

a) A pena do registrador se move de maneira mais rápida e continuamente no interferômetro que

em um LSD comum. b) As antenas de um sistema interferométrico podem ser de baixo custo, e podem ser feitas de

inúmeras formas, podendo ser montadas em postes ou tripés simples,. Quando feitas por amadores podem ser facilmente ajustadas manualmente, (quando não, por meio motorizado), para ajustarmos a declinação de ângulo horário.

Page 14: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 14

c) Um radiotelescópio LSD comum, necessita de um local isolado para a sua instalação (mediante as interferências). Já em um sistema interferométrico, podem ser portáteis, totalmente transportáveis dependendo do modelo de antena confeccionada. E quando é feito por amadores, cabe até em um carro e alimentados pela própria bateria do veiculo. Com isto, o radiômetro pode ser levado para um local tranqüilo e fazer as suas medições.

d) O sistema interferométrico, existe de duas maneiras: INTERFERÔMETRO SOMADOR e o INTERFERÔMETRO COMUTADOR DE FASE ou conhecido como INTERFERÔMETRO DE CORREÇÃO, que é o sistema mais utilizado nas pesquisas em Radioastronomia, por oferecer uma melhor definição das radiofontes em relação às interferências artificiais. No sistema LSD comum, tem a necessidade da utilização de filtros eletrônicos, que às vezes inibem os sinais mais fracos das radiofontes estudadas, quando comparados aos modelos de filtros encontrados nos sistema Interferométricos.

IAR - Instituto Argentino de Radioastronomia

Instalado no Parque Pereira Iraola, foi inaugurado oficialmente no dia 26 de março de 1966. Possui duas antenas de 30 metros de diâmetro armadas sobre uma estrutura de alumínio e apoiadas em suportes de aço. O tipo de montagem é equatorial, se movendo em direção norte-sul, abrangendo quase todo o céu sul; e na direção leste-oeste de modo que, com os motores sincronizados que compensam o movimento de rotação da Terra, podem seguir uma radiofonte no céu durante quatro horas. Está sintonizado na freqüência de 1.420 milhões de Hertz (uma longitude de onda de 21 cm, para a busca de emissões de hidrogênio interestelar).

Estar situado no hemisfério sul, é um privilégio para os astrônomos. A maior parte do nosso céu é invisível para o hemisfério norte, com regiões muito interessantes que somente se vê daqui. Por exemplo, a região interna de nossa galáxia, incluindo seu centro, as duas galáxias mais próximas da nossa: a pequena e a grande Nuvem de Magalhães, e a radiogaláxia mais próxima: Centauro A.

A radioastronomia é uma ciência cara, pois necessita de especializados componentes

eletrônicos, muitas vezes desenhados para o propósito. Dado o grande interesse internacional em observar nosso céu austral, e nosso interesse em obter caros equipamentos de tecnologia avançada, muitos dos projetos se desenvolvem através da cooperação internacional.

Projeto SETI

Chamado de "Busca de Inteligência Extraterrestre" o SETI (do inglês Search for Extra Terrestrial

Intelligence), supõe que podemos estabelecer contato por rádio mediante sondas espaciais. Mas, o que os astrônomos buscam realmente, são indícios de tecnologia extraterrestre. Agora a única perspectiva real de se encontrar inteligências extraterrestres se baseia especialmente numa área específica: o rádio.

À medida que a Terra gira, o radiotelescópio de Arecibo varre uma banda do céu entre o equador e uma latitude celeste de 35 graus. Felizmente, esta zona contém muitas estrelas que já se sabem estar acompanhadas de planetas. A equipe SETI está acoplada ao radiotelescópio e aproveita todo instante livre para estudar qualquer lugar para que aponte o aparato, cuja orientação decidem os astrônomos no curso de seus trabalhos habituais.

SETI@home - O Projeto SETI na Internet

Além de necessitar de um radiotelescópio com o qual detectará sinais débeis do espaço, outro grande problema do SETI é dispor de tempo suficiente para o calculo em computadores. Um modo de solucionar o problema foi o projeto SETI@home, que congrega mais de um milhão de computadores domésticos através da internet para processar os dados obtidos do radiotelescópio de Arecibo. A equipe do SETI@home oferece aos entusiastas um protetor de tela que pode ser instalado sem custo algum em qualquer PC. Este protetor vai acompanhado com um pequeno programa que descarrega uma minúscula

Page 15: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 15

fração de dados de Arecibo, de maneira que quando o computador não está em uso, o programa empreende a análise dos dados: http://www.setiathome.ssl.berkeley.edu/

Projeto ALMA

O Grande telescópio de Atacama, chamado ALMA é um dos maiores projetos astronômicos dos próximos anos. Estará localizado em Chajnantor, próximo de São Pedro de Atacama, Chile, a uma altura de 5.000 metros sobre o nível do mar. Chajnantor é um lugar excepcional, possivelmente o único do mundo, para a instalação de um radiotelescópio, devido as características atmosféricas que apresenta o sítio e pelo seu fácil acesso.

O ALMA será formado por 64 antenas capazes de observar ondas sub-milimétricas de 12 metros

de diâmetro, estendidas em uma área de 10 Km por 10 Km. Seus receptores cobrirão longitudes de onda tão pequenas como 0.3 mm, permitindo obter imagens com precisão na escala de sub-segundos de arco. A riqueza do céu em longitudes de ondas milimétricas de emissões térmicas, desde gases frios e corpos sólidos, até mesmo materiais que brilham nas longitudes de ondas infravermelhas. Atualmente, essas emissões cósmicas naturais podem ser estudadas somente no espaço com a resolução e sensibilidade limitadas que podem oferecer esses pequenos telescópios orbitais.

O ALMA é a união de três projetos de radiotelescópios: O Grande Radiotelescópio Austral da

Europa (LSA), o Conjunto Milimétrico Americano (MMA) e o Grande Ajuste Milimétrico do Japão (LMSA). É o primeiro projeto realmente global de astronomia. A construção do ALMA está marcada para o período de 2002-2008.

Notas Bibliográficas: * Dr. Carlos Varsavsky, Astronomía elemental. "Una introducción al Universo" * Michael Seeds, "Fundamentos de astronomía". * John Gribbin, "Nuestro Universo, La última frontera". * Burnham, Dyer, Garfinkle, George, Kanipe y Levy,"Observar el cielo II". * Observatorio Nacional de Física Cósmica, "Introducción a la radioheliografía". * Augusto Osorio, AAAA, "Radioastronomía". * Ing. Jesús López, AAAA, "Técnicas de Radioastronomía". * Revista del IAR. * Dr. Marcelo Arnal, Apuntes Páginas sobre o assunto: www.angelfire.com/id/torres www.iafe.uba.ar/astronomia/mirabel/mirabel.html http://www.naic.edu/ http://www.tat.physik.uni-tuebingen.de/ http://www.aoc.nra.edu.intro/ http://www.iar.unlp.edu.ar/ www.terra.es/personal4/radioastronomia/index.html http://www.radiojove.gsfc.nasa.gov/ www.radiosky.com/rspplsr.html www.jb.man.ac.uk/~pulsar Agradecimentos: Ing. Ester Letrica - Foro-Liga Iberoamericana de Astronomía - Dr. Diego Torres - IAR - Lawrence Livermore National Laboratory - Claudio Martínez - Observatorio Bs.As. - Lic. Hipólito Falcoz - Observatorio Nacional de Física Cósmica de San Miguel Grupo Galileo - Observatorio Nacional de Física Cósmica de San Miguel Lorena Rubén - Sunchales Sta. Fe - Alberto Lavignase - Uruguay - Ing.Ricardo Sánchez – AAAA Viviana Bianchi | Grupo Astronómico Don Torcuato [email protected] http://www.gadt.com.ar/ Argentina

A Revista macroCOSMO.com agradece a Viviana Bianchi pela permissão de tradução do seu artigo para a íngua portuguesa. Traduzido e adaptado do Espanhol por Hemerson Brandão.

Page 16: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 16

Roberto Silvestre | Colaborador – Revista macroCOSMO.com

Você já notou como o céu das áreas urbanas é muito menos estrelado do que o céu das áreas rurais? Já percebeu aquelas bolhas luminosas que cobrem as cidades, quando delas você se aproxima em viagem noturna? Você já perdeu totalmente a visibilidade da estrada, dirigindo à noite, quando o motorista que vinha em sentido contrário acendeu o farol alto? Já teve dificuldade para dormir porque uma grande quantidade de luz da rua ou do vizinho entrava pela janela do seu quarto? É claro que sim. Todos nós já passamos, vez ou outra, por algumas dessas situações. Esses fatos são causados pela utilização incorreta da iluminação artificial noturna, que gera a menos conhecida de todas as formas de agressão ao meio ambiente: a poluição luminosa.

A poluição luminosa pode ser definida como

sendo qualquer efeito adverso causado ao meio ambiente pela luz artificial excessiva ou mal direcionada. Um desses efeitos, que prejudica ou mesmo impossibilita totalmente o trabalho dos astrônomos, é o fulgor do céu noturno, percebido principalmente sobre as cidades, mas não se limitando a essas áreas, já que a interferência que algumas aglomerações urbanas causam pode ser notada a centenas de quilômetros de distância. E não há quem não tenha percebido a diferença entre o aspecto do céu noturno urbano e o daquele que se pode ver a partir de regiões afastadas, ainda primitivas, sem iluminação artificial.

Mas antes que você comece a imaginar que os astrônomos querem apagar todas as lâmpadas das cidades, deixando tudo e todos na mais completa escuridão durante a noite, para que eles possam ver as estrelas, é bom saber que a principal causa da poluição luminosa é o desperdício de luz. Portanto, reduzir os seus efeitos negativos significa economizar luz, energia elétrica e muitos bilhões de dólares por ano em todo o mundo. Assim, não precisamos apagar a cidade, mas cuidar para que a iluminemos

corretamente, enviando luz apenas para as áreas que queremos enxergar.

Fazendo um levantamento da iluminação artificial noturna em nossas cidades, podemos perceber facilmente o enorme desperdício de luz causado por luminárias que lançam grande parte de sua luz para cima, paralelamente ao solo ou para além da área útil. São os postes da iluminação das ruas, os das praças, em forma de globo esférico, os refletores das quadras de esportes, estacionamentos, canteiros de obras, clubes, aeroportos, etc. Se cada dispositivo de iluminação fosse criado com o cuidado de aproveitar toda a luz gerada, dirigindo-a para baixo, os níveis de poluição luminosa cairiam mais de 80 por cento. Pense no incômodo imposto à população com o horário de verão e com as sugestões para que se evite o consumo exagerado de energia elétrica, principalmente no horário do pico de demanda.

Campanha Contra a Poluição Luminosa

Page 17: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 17

Ouvimos dizer que não devemos tomar banho quente nem abrir a porta da geladeira por muito tempo, mas, quando vamos lá fora e olhamos para as luzes da cidade, vemos todo o nosso sacrifício indo em direção ao espaço sideral, sem maiores explicações. E talvez a maioria das pessoas não perceba isso, mas jogar luz para cima não aumenta a segurança de ninguém nem melhora a visibilidades das nossas ruas. É apenas a mesma coisa que queimar dinheiro, que em muitos casos é público.

Cidade de Uberlândia

Poupar energia é importante para o País, mas, se o povo vai contribuir com a sua cota de sacrifício, ele também espera ver mais competência técnica nos projetos das luminárias externas utilizadas à noite. Não é mais possível fingir que o problema não existe nem querer desviar a atenção do povo com frases que o induzam a acreditar que os astrônomos querem ruas escuras. O que estamos propondo é apenas a utilização racional das energias elétrica e luminosa, principalmente porque sabemos que nos lugares onde o problema da poluição luminosa foi tratado com a atenção que merece, as vias públicas ficaram mais visíveis, o ofuscamento foi drasticamente reduzido e uma grande economia foi obtida.

No Brasil, mesmo naqueles locais onde algumas leis foram aprovadas para evitar o fechamento de observatórios astronômicos, o descaso e o desrespeito ao meio ambiente imperam sem controle. Há casos de áreas particulares cujos proprietários parecem fazer questão de inviabilizar o trabalho dos cientistas, mesmo sabendo que uma iluminação correta em nada prejudicaria a visibilidade e a segurança de suas propriedades. E

é a impunidade que gera esse tipo de distorção. Os proprietários dessas áreas se sentem com o direito de fazer o que querem, enquanto, por outro lado, nenhuma autoridade deve querer perder tempo com isso, já que há problemas mais importantes esperando por atendimento.

Aos astrônomos só resta tentar conscientizar a população, solicitando seu apoio. Você pode ajudar, se não poluir o céu com luz desperdiçada em sua própria residência, se protestar quando sentir o incômodo causado pela poluição luminosa, seja por ofuscamento, invasão de luz para dentro de sua propriedade, ou simplesmente porque não consegue ver o céu, cuja beleza é um direito de todos. Você pode orientar alguém sobre o modo correto de iluminar, evitando, por exemplo, que uma quadra de esportes de um vizinho jogue fora a metade da luz gerada. Você também pode tentar evitar que os responsáveis pela iluminação pública usem o nosso dinheiro suado para lançar luz diretamente para cima e depois ainda venham falar em economia ou racionamento de energia, o que significa que é o povo, como sempre, quem vai pagar o pato.

Má iluminação em quadra de esportes

Page 18: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 18

Por enquanto nossa campanha nada conseguiu em termos práticos, mas estamos fazendo muito barulho, mostrando os erros que não podem continuar. Esperamos que, com o passar do tempo, muitas pessoas venham a ficar conscientes sobre mais esse problema urbano, até que a opinião pública exija providências das autoridades responsáveis no sentido de resolvê-lo e de assegurar o respeito ao céu noturno através de leis ambientais mais abrangentes.

O estado atual da iluminação pública é lamentável, principalmente depois que as lâmpadas de mercúrio começaram a ser substituídas pelas de sódio, amarelas, em luminárias dispersivas, aumentando muito o desperdício de luz. Mas ainda temos esperança de que alguma coisa mude para melhor. Se isto acontecer, estaremos também aqui, elogiando.

Há milhões de pessoas no mundo que começam a compreender que não se pode destruir o Planeta em nome do lucro, como estamos fazendo hoje, sob o risco de nada deixarmos para as futuras gerações. Muitos estão acordando para os novos tempos que se aproximam e, por isso, começam a exigir mais respeito à Natureza. Estes percebem que pessoas inescrupulosas estão transformando a Terra em um verdadeiro inferno, por motivos puramente egoístas. Se você nada fizer, estará concordando com os destruidores. Portanto, reaja! Junte-se a nós nesta campanha por cidades melhores, bem planejadas, nas quais seja garantido o espaço existencial de cada um.

Iluminação intrusa

Iluminar uma área corretamente é tarefa que deveria ser deixada para os técnicos especializados. O que se vê, na imensa maioria dos locais que recebem iluminação artificial noturna, hoje em dia, é uma demonstração de total desconhecimento dos princípios mais elementares da física, da matemática, da astronomia, da economia, da biologia e da ecologia. Essa falta de atenção vem criando um problema urbano do qual poucos têm conhecimento: a iluminação intrusa, que é uma das formas de poluição luminosa.

A luz é considerada intrusa quando ultrapassa os limites da área a ser iluminada. Ela penetra através das janelas de nossas casas, atinge nossos olhos e nos ofusca em nossa propriedade, violando nossos direitos constitucionais. Ela nos causa incômodos como a insônia, nos tira a visão das estrelas e provoca acidentes fatais nas rodovias. Ela só continua existindo porque ficamos em silêncio, supondo que nada pode ser feito para evitá-la.

Essa luz inútil e prejudicial é gerada por luminárias dispersivas de todos os tipos, utilizadas

na iluminação pública, nas quadras de esportes, nos jardins de vizinhos, nas fachadas de prédios, na iluminação de cartazes, etc. Algumas vezes causado pela instalação incorreta de boas luminárias, esse fluxo de luz mal direcionado representa a perda de uma enorme quantidade de energia, além de causar problemas ambientais.

É preciso mostrar a todos que as soluções para esse transtorno não significam uma redução do nível da iluminação útil. Elas consistem apenas no corte daquela luz que não está sendo utilizada, por partir na direção errada. Em muitos casos, o redirecionamento correto do fluxo faz aumentar a iluminação da área a tal ponto que as lâmpadas originais podem ser substituídas por lâmpadas mais fracas, produzindo o mesmo efeito de um modo mais econômico.

Explicar a um vizinho que ele não tem o direito de iluminar a minha casa não é tarefa fácil. Em geral, a primeira coisa que ele vai pensar é que estou querendo que ele fique no escuro. Ele pode sentir também que estou limitando sua liberdade de fazer o que ele quiser em sua propriedade. Entretanto, o fluxo de luz que vem da casa dele para a minha é uma invasão que pode ser um grande incômodo. Como esse fluxo não tem nenhuma utilidade para o meu vizinho, ele tem o dever de eliminá-lo. Trata-se aqui de economia, competência técnica e respeito ao meio ambiente e aos direitos dos outros, trazendo como benefício direto uma iluminação não agressiva e melhor também para o seu proprietário.

A iluminação pública de baixa qualidade é mais difícil de ser eliminada. Os postes das ruas costumam ter luminárias muito dispersivas, que enviam luz diretamente para dentro de nossas propriedades. Nesse caso, fica muito difícil reclamar, já que os políticos são, em geral, muito distantes do povo. Os técnicos responsáveis pela fabricação e pela instalação das luminárias também não se mostram interessados em colaborar porque sua preocupação é ter garantida a venda do produto. Enquanto as prefeituras das cidades comprarem suas luminárias poluentes, eles vão continuar fabricando. A única saída está numa exigência de qualidade para as luminárias cujos fabricantes queiram participar dos processos de licitação abertos pelas prefeituras. Por isso a educação do povo é tão importante. Nenhum político vai querer fazer uma obra de iluminação de péssima qualidade, que desagrade à maioria. Tais obras são feitas hoje, mas poucas pessoas percebem os erros cometidos. Assim, os políticos continuam a aprovar a iluminação dispersiva, principalmente porque ela permite que o eleitor leigo a observe à distância. Quando o povo compreender que a luz diretamente avistada de longe é uma luz desperdiçada, a situação vai mudar.

Page 19: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 19

Veja um exemplo do desrespeito: Na fotografia astronômica é comum utilizarmos um tempo de

exposição mais prolongado, para podermos captar a luz tênue das estrelas que não conseguimos observar a olho nu. Veja o que aconteceu com o céu noturno, e com a paisagem em geral, nesta foto com três

minutos de exposição. Parece dia, mas não é. O céu ficou claro porque o filme captou e acumulou a luz que dele vinha, refletida pelo ar numa noite quase sem nuvens:

Solução do Problema

A figura acima, não exatamente em escala, serve para explicar e essência da nossa proposta por uma iluminação menos agressiva e menos dispendiosa. Foi feito um corte plano no espaço por onde a luz se espalha ao redor de um poste que utiliza um tipo de luminária que vem causando um grande problema para a Astronomia.

Page 20: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 20

A área 1 corresponde à luz necessária, útil para todos. Os astrônomos não são contra ela. Por isso, quem afirma que queremos as ruas escuras não entendeu a nossa proposta ou pretende fazer com que a população nos veja como loucos, inimigos do progresso, a favor do crime e da violência urbana ou coisas piores. É provável que a maioria das pessoas acredite nessa mentira.

A área 2 corresponde à região que não recebe praticamente nenhuma luz direta. Ela é estreita

porque o globo de vidro se projeta para fora da parte metálica da luminária, ficando visível até mesmo de muito acima desta. Somente daquela região escura não se pode observar diretamente o globo difusor de luz.

A luz emitida para dentro da área 3 atinge o solo a uma grande distância, onde pouco efeito útil tem. Transversalmente à via pública, como na figura, ela pode invadir residências sem o consentimento dos moradores, causando diversos tipos de incômodos. No sentido longitudinal, ofusca os motoristas, produz cansaço visual e dificuldade para enxergar o próprio caminho por onde eles dirigem seus veículos. Ela causa problemas também para os pedestres.

A área 4 é de uma iluminação totalmente estúpida, porque vai para cima, causando um desperdício

de energia e de dinheiro sem nenhum sentido. Ela é responsável pela perda da visibilidade dos objetos cósmicos que são importantes para as pesquisas astronômicas. Se essa luz inútil é gerada pelas luminárias que são consideradas como padrão brasileiro de qualidade, então estas são uma vergonha para o País. Se as normas técnicas exigem ou permitem a emissão de luz para cima, deveriam ser modificadas com urgência, já que não respeitam o meio ambiente nem os direitos constitucionais dos cidadãos.

Nossa proposta técnica está no direcionamento, para dentro da área 1, de toda a luz que hoje é

enviada para dentro das áreas 3 e 4 pelas luminárias dispersivas. Assim, o que esperamos é que haja uma maior concentração de luz na área 1, uma emissão mínima ou nula para dentro da área 3 e absolutamente nenhuma para dentro da área 4, pelo uso de luminárias projetadas com mais cuidado. Com isso, todos continuariam a ter os benefícios da iluminação e os astrônomos profissionais e amadores não seriam prejudicados em sua profissão e seu lazer. O povo teria preservado o seu direito de apreciar a beleza do céu noturno.

Com o aumento do fluxo de luz na área 1, a potência das lâmpadas poderia ser proporcionalmente reduzida, gerando economia de energia e um efeito visual melhor, pela diminuição do ofuscamento. Isto já está sendo feito em outros países e não vemos razão para que não seja feito aqui também.

Seria muito bom que o respeito ao meio ambiente saísse das propagandas da TV para uma ação verdadeira, responsável, que viesse ao encontro do direito dos astrônomos à preservação de seu material de trabalho, laboratório infinito, que é parte integrante maior da Natureza.

Bons exemplos de iluminação

Page 21: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 21

Page 22: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 22

ANTES DEPOIS

Resumo Como todos sabem, estamos com um grave problema energético e precisamos eliminar gastos inúteis.

1. Existe um desperdício na iluminação das cidades que é ignorado pela maioria das pessoas e que não está sendo levado em consideração entre as possíveis medidas para economizarmos energia. 2. Esse desperdício ocorre por um descuido nos projetos das luminárias. Estas lançam para cima e para áreas distantes uma quantidade de luz estimada em cerca de 30%. 3. Essa fração de luz, além de ser jogada fora, causa diversos problemas ambientais, como o incômodo ofuscamento, que faz diminuir a nossa capacidade de enxergar e ameaça a nossa segurança. 4. A utilização de luminárias não dispersivas faria direcionar para baixo toda a luz que hoje é desperdiçada, melhorando a visibilidade das áreas que precisamos iluminar. 5. Com o aumento do fluxo de luz sobre o solo e o fim do ofuscamento, lâmpadas mais eficientes e de menor potência poderiam ser usadas no lugar das antigas, para economizar energia elétrica e evitar medidas radicais como a do desligamento de lâmpadas.

Observação: Nada do que está escrito aqui tem a intenção de prejudicar nem de ofender qualquer pessoa ou instituição. É apenas uma tentativa honesta de mudar para melhor o que entendo estar errado. Quem não concordar comigo deve impor a sua própria opinião, para que todos possam ler.

Campanha em Uberlândia

Roberto Silvestre | Colaborador – Revista macroCOSMO.com [email protected] Uberlândia/MG http://www.astronomia.triang.net/

Page 23: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 23

EFEMERIDES | DEZEMBRO 2003

Rosely Grégio | Redatora - Revista macroCOSMO.com Dezembro, enquanto temos tempos secos para as regiões norte/nordeste do Brasil, o que faz um céu muito bom para aqueles observadores; em outras regiões temos o tempo das chuvas, o que dificulta em muito a observação dos astros celestes. Todavia, é sempre bom poder aproveita qualquer abertura de céu para observar o que os céus de Dezembro nos proporcionam.

Fases da Lua

Lua Cheia: Dia 8 Lua Minguante: Dia 16

Lua Nova: Dia 23 Lua Crescente: Dia 30

Mudança de Estação: Início do Verão em 22 de Dezembro

Cometas Visíveis em Dezembro

Salvo saltos em brilho e novos cometas descobertos, as estimativas de magnitude

para os cometas esse mês são:

Para o Hemisfério Sul Ao Anoitecer Mag Pela Noite Mag C/2002 T7 (LINEAR) 8 C/2002 T7 (LINEAR) 8 C/2001 Q4 (NEAT) 9 C/2001 Q4 (NEAT) 9 C/2003 T3 (Tabur) 10 C/2003 T3 (Tabur) 10 C/2001 HT50 (LINEAR- NEAT) 11 C/2001 HT50 (LINEAR- NEAT) 11

Para o Hemisfério Norte Ao Anoitecer Mag Pela Noite Mag 2P/Encke 6 C/2002 T7 (LINEAR) 8 C/2002 T7 (LINEAR) 8 C/2003 T3 (Tabur) 10 C/2001 HT50 (LINEAR- NEAT) 11

Fonte de dados, cartas de busca e mais informações em: http://reabrasil.astrodatabase.net/ e

http://aerith.net/index.html Chuveiros de Meteoros em Dezembro

Radiantes Período Máximo Geminids (GEM) Dez. 6-19 Dez. 13 . Delta Arietids Dez. 8-Jan. 2 Dez. 8/9 11 Canis Minorids Dez. 4-15 Dez. 10/11 Coma Berenicids (COM) Dez. 8-Jan. 23 Dez. 18-Jan. 6 Sigma Hydrids (HYD) December Dez. 4-15 Dez. 11/12 Monocerotids (MON) Nov. 9-Dez. 18 Dez. 11/12 Northern Chi Orionids (XOR) Nov. 16-Dez. 16 Dez. 10/11 Southern Chi Orionids (XOR) Dez. 2-18 Dez. 10/11 Phoenicids (PHO) Nov. 29-Dez. 9 Dez. 5/6 Alpha Puppids (PUP) Nov. 17-Dez. 9 Dez. 2-5 Ursids (URS) Dez. 17-25 Dez. 22 -

Page 24: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 24

Agenda Diária Segunda-feira, 1 de Dezembro Conjunção de Marte com a Lua as 12:48 hora local (GMT –3) A Lua passa a 2.15 graus ao sul de Marte as 21:26 hora local. O Asteróide 2003 UC20 passa a 0.082 UA da Terra. Terça-feira, 2 de Dezembro Chuveiro de Meteoros Alpha Puppids (PUP)com máximo estendido de 2 a 5 de dezembro. O radiante parece ser bastante difuso tendo sido observado por equipamento de radar. Ao que parece este chuveiro apresenta uma média horária de mais ou menos 10 meteoros, e são descritos com rápidos, mag média de 3.29 e cores tendendo para azul-branco ou brancos. Quarta-feira, 3 de Dezembro Hoje se comemora 30 anos (1973) em que a sonda Pioneer 10 sobrevoou o planeta Júpiter. Ocultação da estrela TYC 4820-02831-1, (mag 12.5 ) pelo Asteróide 225 Henrietta (mag 15.1). Duração de 9.0 segundos as 6h27m TU, visível para o Brasil, Bolívia e Peru. Chuveiro de Meteoros Cygnids AS 10H TU em AR=13.9h, Decl =-11.9 graus (Vir). Quinta Feira, 4 de Dezembro Há 25 anos (1978) a Sonda Pioneer Venus 1 era inserida na órbita do planeta Vênus. O cometa P/2003 U2 (LINEAR) em Periélio a 1.710 UA do Sol. O Asteróide 799 Gudula oculta a estrela HIP 51251 (mag 8.3) O Asteróide 2003 UB5 passa a 0.097 UA da Terra. Sexta-feira, 5 de Dezembro Mercúrio e Vênus separados a 7.2 graus (menos que um punho = 10 graus) as 9h49m TU. Chuveiro de Meteoros Phoenicids (PHO). Esse radiante acontece na constelação Fênix. Estimativas de ZHR parecem permanecer durante 2 a 7 de dezembro, enquanto uma subida para cinco ou seis meteoros por hora acontece em 5 de dezembro com Radiante: Alfa= 1h12m; Delta=-53graus. Os meteoros possuem uma magnitude média de 3.27, enquanto só 2% deixam rastros. O chuveiro é muito notável por haver produzido uma taxa de 100 meteoros por hora em 1956 - o ano que marcou sua descoberta. O fluxo provavelmente é produzido pelo cometa periódico Blanpain (1819 IV) desaparecido. Sábado, 6 de Dezembro O Asteróide 1145 Robelmonte oculta a estrela HIP 30751 (mag 9.9). O Asteróide 2000 YJ11 passa a 0.141 UA da Terra. O Asteróide 2001 WF49 PASSA A 0.152 UA da Terra. Lua no Nodo Ascendente as 16:00 TU. A Lua passa a 1.3 graus da estrela SAO 93144 SIGMA ARIETIS (mag 5.5) as 6.3h TU. Chuveiro de Meteoros Geminids às 24h TU, com previsão de 18.12 meteoros por hora. Domingo, 7 de Dezembro Lua em Apogeu a 11:35 TU. Segunda-feira, 8 de Dezembro O Asteróide 2000 WJ10 passa a 0.190 UA da Terra. A Lua passa a 1.0 graus de separação da estrela SAO 76608 UPSILON TAURI (mag 4.3). A lua Ganymed (mag 5.1) é eclipsada por Júpuiter as 6h34.4m TU. A Lua passa a 0.9 graus da estrela SAO 76613 72 TAURI (mag 5.4). A Lua cheia acontece as 17:37 horas. Durante este mês o resfriamento do inverno firma seu aperto, e as noites ficam mais longas e mais escuras para o hemisfério Norte. Para antigos habitantes da América do Norte, a Lua Cheia de Dezembro recebia vários nomes: Cold Moon (Lua Gelada ou Fria), Long Night Moon (Lua da Longa Noite), Moon of Matching Reindeer (Lua de Emparelhar Renas). Full Cold Moon (Lua Cheia Fria), ou Full Long Nights Moon (Lua Cheia da Longa Noite) e as vezes também é chamada Moon before Yule (Lua Antes do Natal). O termo Long Night Moon (Lua da Longa Noite) é um nome duplamente apropriado porque a noite de solstício de inverno realmente é longa, e porque a Lua está por muito tempo sobre o horizonte. A Lua cheia no solstício de inverno tem uma trajetória alta pelo céu porque está oposta ao Sol que está baixo por esta época do ano nas latitudes boreais. Chuveiro de Meteoros Delta Arietids com duração de 8 de dezembro a 2 de janeiro e máximo em 8/9 de dezembro. O primeiro aparecimento deste chuveiro pode ter acontecido no início do século 20 com a ocorrência de vários fireballs (bolas de fogo). As órbitas das filiais do norte e meridional apresentam taxas

Page 25: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 25

entre 12 a 3 meteoros por hora. O clarão da Lua deve atrapalhar a observação desse e de outros chuveiros que acontecem em torno dessa data. Terça-feira, 9 de Dezembro Comemora-se hoje 25 anos (1978) da sonda Pioneer Venus 2, Venus Atmospheric Probes. Mercúrio em Máxima Elongação Este a 21 graus do Sol, as 03:04 horas. Cometa West-Hartley em periélio a 2.129 UA do Sol. O Asteróide 1999 YC passa a 0.040 UA da Terra. O Asteróide 2001 MT18 passa a 0.174 UA da Terra. Quarta-feira, 10 de Dezembro Conjunção de Saturno com a Lua a 19:10 hora local (GMT –3) A Lua passa a 4.76 graus ao norte de Saturno as 18:37 horas. Júpiter em Quadratura Oeste as 10:44 TU.

Os radiantes estão assinalados em cor laranja.

Chuveiro de Meteoros 11 Canis Minorids com atividade máxima em 10/11 de dezembro com radiante na constelação do Cão Menor. Segundo Kresakova, o chuveiro 11 Canis Minorids poderia ser parte de uma associação em cadeia, considerando que o cometa Mellish é o responsável pelo chuveiro December Monocerotids que produziu o 11 Canis Minorids e que subseqüentemente produziram os Geminids. Kresakova teorizou que essa cadeia pode ter começado em seguida ao rompimento do cometa Mellish. Chuveiro de Meteoros Northern Chi Orionids (XOR). O Chi Orionids acontecem a pelo menos 100 anos. A descoberta mais importante em relação a este chuveiros veio através de pesquisas fotográficas realizadas durante a década de 1950, quando o chuveiros Chi Orionids se tornou um de vários chuveiros de meteoro anuais reconhecido com divisão em filiais do norte e sul. Esse chuveiro tem um máximo ZHR de 2 meteoros que tendem a ser luminosos e aproximadamente 14% deles deixam rastros. Chuveiro de Meteoros Southern Chi Orionids (XOR). O Chuveiro Soutern Chi Orionids (Chi Orionídeos do sul), com um máximo ZHR de três que entra em 10 de dezembro. Os meteoros deste fluxo tende a ser luminoso, com aproximadamente 14% deles deixando rastros. Os radiante do Norte e Sul estão localizados na constelação do Orion. Hoje temos uma área do céu bastante congestiona por diferentes chuveiros. Para separar os meteoros dos diferentes radiantes, refaça os rastros dos meteoros avistados para trás e veja de qual radiante o meteoro mais se aproxima.

Page 26: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 26

Quinta Feira, 11 de Dezembro Hoje Annie Jump Cannon’s completaria 140 anos (1863). Plutao em Conjunção as 05:18 TU. Asteróide 14 Irene (mag 9.6) em Oposição. O /Asteróide 1172 oculta a estrela TYC 0766-01250-1 (mag 9.3). O Asteróide 2001 XX4 passa a 0.095 UA da Terra. O Asteróide Newburn passa a 1.448 UA da Terra. Chuveiro de Meteoros Sigma Hydrids (HYD). A atividade de pico acontece em 11/12 de dezembro com taxa máxima ZHR típica normalmente é ao redor de 3 a 5 meteoros por hora. Mais um chuveiro de Meteoros pode ser observado hoje, o December Monocerotids (MON). A taxa visual global deste chuveiro é só de 1 a 2 por hora. O uso de instrumentos como binóculos de grande campo pode ser necessário para observar melhor a atividade produzida por este fluxo. Sexta-feira, 12 de Dezembro O Asteróide 4457 van Gogh oculta a estrela HIP 24757 (9.7 mag). O Asteróide 627 Charis oculta a estrela HIP 113412 (mag 9.3). Plutão em Conjunção. Sábado, 13 de Dezembro Chuveiro de Meteoros Geminids (GEM). É o melhor chuveiro desse mês e acontece na madrugada de 13/14 com radiante localizado dentro da constelação de Gêmeos próximo a estrela Castor de Gêmeos. Os meteoros tendem a ser rápidos e bastante luminosos com máximo em torno de 80 meteoros/h nos anos de boas exibições. A velocidade média dos meteoros está na casa de 34.9km/h. A melhor posição para observação é apontar seus pés em direção entre leste e norte (NE) e centrar seu olhar em 45 graus sobre o horizonte. Domingo, 14 de Dezembro O Cometa C/2002 T7 (LINEAR) passa a 1.560 UA da Terra. O Asteróide 1867 Deiphobus (mag 15.6) oculta a estrela TYC 2419-00556-1 (mag 11.0) a 1h09m TU, com duração de 6.4 segundos, visível para a Arábia, África, Brasil e Peru. Lua em Libração Sul a 1h35.7m TU. Segunda-feira, 15 de Dezembro Saturno oculta a estrela PPM 94676 (mag 9.8). O Asteróide 1153 Wallenbergia oculta a estrela HIP 43613 (mag 7.8). Terça-feira, 16 de Dezembro A Lua entra em seu Último Quarto, Quarto Minguante as 14:42 h. Conjunção de Júpiter (mag –2.1) com a Lua as 01:11 horas. A Lua passa a 3.81 graus a norte de Júpiter a 01:28 hora. Quarta-feira, 17 de Dezembro Há 100 anos (1903) os irmãos Wright fazia seu primeiro vôo com um aeroplano lançado por catapulta. Mercúrio Estacionário a Leste começando seu movimento Retrógrado as 15:55 TU. Asteróide Ceres (mag 7.3) pode ser a 01:.5 TU, na constelação de Gêmeos. O Asteróide também continua sendo visto em Gêmeos nos próximos dias. Lua em Máxima Libração as 24:00.0 TU. Quinta Feira, 18 de Dezembro Chuveiro de Meteoros Coma Berenicids (COM). A data precisa de sua máxima atividade não é conhecida, mas provavelmente cai dentro do período de 18 a 29 de dezembro. A atividade do fluxo é muito fraca, mas já foram fotografados numerosos meteoros desse fluxo nos Estados Unidos e na União soviética. Sexta-feira, 19 de Dezembro A sombra da lua Ganymed (mag 5.3) passa sobre o disco iluminado de Júpiter as 3h59.1m TU. Trânsito da lua Callisto (mag 6.2) sobre Júpiter começa as 4h55.3m TU. Para ver os trânsito com facilidade use instrumento de maior abertura. Sábado, 20 de Dezembro O Asteróide 3362 Khufu passa a 0.195 UA da Terra. Lua em Nodo Descendente as 16:03 TU.

Page 27: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 27

Domingo, 21 de Dezembro Há 35 anos (1969) era lançada a Apollo 8. Vigésimo quinto aniversário (1978) da Venera 12, Venus Landing. Conjunção Urano com a Lua às 21:54 h. Segunda-feira, 22 de Dezembro Há 15 anos (1988) era descoberto na Antártida o meteorito marciano LEW 88516. Pelo calendário Persa hoje é o primeiro dia do décimo mês do ano de 1382. O Sol entra na constelação do Capricórnio as 7:00 TU. O Asteróide 925 Alphonsina oculta a estrela HP 23799 (mag 6.3) A Lua passa a 11.33 graus ao sul de Plutão as 14:40 h. Lua em Perigeu as 12:00 TU. O solstício de Inverno para o Hemisfério Norte começa às 07:04 TU. Para o Hemisfério Sul é o Solstício de Verão. Nesse momento o Sol passa pelo Equador da Terra dirigindo-se para o Hemisfério Austral, e devido a inclinação da Terra nossos dias ficam ainda mais quentes. Chuveiro de Meteoros Ursids (URS).É um chuveiro de atividade moderada cujo radiante está localizado dentro da constelação da Ursa Menor. O radiante está sobre o horizonte ao longo da noite, com exceção para os observadores do Hemisfério Meridional. O melhor momento para observar é de meia-noite ao começo de crepúsculo matutino, com o alçamento do radiante ligeiramente mais alto com a chegada do amanhecer. Estes meteoros são tipicamente lânguidos. Infelizmente, este chuveiro não é visível aos observadores do Hemisfério sul. Sua altitude mais elevada é 18 graus abaixo do horizonte e isso acontece à luz do dia. A altitude maior em céus escuros acontece logo antes do crepúsculo matutino com o radiante a aproximadamente 32 graus abaixo do horizonte. A máxima taxa de hora em hora alcança normalmente de 5 a 10 meteoros, com exceção de explosões ocasionais que podem alcançar 100 ou mais meteoros por hora. Terça-feira, 23 de Dezembro Pelo Calendário Indiano, hoje é o primeiro dia de Pausa, o décimo mês do ano 1925. O Asteróide 5535 Annefrank passa a 1.119 UA da Terra. A Lua Nova acontece as 06:43 h (GMT –3). Conjunção de Mercúrio com a Lua as 18:33 h (GMT –3). A Lua passa a 5.29 graus ao sul de Mercúrio. Quarta-feira, 24 de Dezembro Quadragésimo aniversário (1963) da Deep Space Network's. Pelo calendário Hebreu, hoje é o primeiro dia do Tevet, quato mês do ano 5764 com a subida das estrelas ao pôr-do-sol Pelo calendário Islâmico Tabular, é o primeiro dia do Dhu al;Q’adah, é o décimo primeiro mês do ano 1424 ao nascer das estrelas ao pôr-do-sol. E pelo calendário Cristão, a 2003 anos nascia Jesus Cristos na cidade de Belém. Então, que a Estrela Guia ilumine e guie a todos nós pelos caminhos do bem, da harmonia, do amor, da paz, da fraternidade, da humildade e das bem-aventuranças. Marte oculta a estrela PPM 143321 (mag 10.1). Mercúrio em Perigeu entre 6.4 e 06:23 TU. Quinta Feira, 25 de Dezembro Vigésimo quinto aniversário (1978) da sonda Venera 11, Venus Landing. Conjunção de Vênus com a Lua as 12:50 hora local. A Lua próxima de Vênus ( mag –4) com separação de apenas 2.5 graus as 19:2 TU. A Lua passa a 3.24 graus ao sul de Mercúrio. A Lua passa a 5.26 graus ao sul de Netuno as 21:59 h. Sexta-feira, 26 de Dezembro Mercúrio em Conjunção Inferior as 22:05 h. O Cometa C/2002 T6 (LINEAR-NEAT) passa a 2.661 UA da Terra. O Asteróide 2002 XP37 passa a 0.268 UA da Terra. O Asteróide 31824 Elatus passa a 9.189 UA da Terra. Conjunção de Mercúrio com o Sol as 22:06 TU. A Lua em Libração Norte as 16h12.9m TU. Sábado, 27 de Dezembro Conjunção de Urano com a Lua a 05:04 hora local (GMT –3). A Lua passa a 4.65 graus ao sul de Urano. Mercúrio em Conjunção Inferior a 01:06 TU.

Page 28: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 28

Domingo, 28 de Dezembro Júpiter eclipsa a lua Io (mag 5.6) as 4h04.1m TU. O reaparecimento da ocultação acontece as 7h32.0m TU. Use binóculo para ver todo o interessante evento Lua em Libração Este as 11h04.0m TU. Chuveiro de Meteoros Quadrantids, radiante na constelação de Draco, o Dragão as 24 h TU. Os dados apontam para uma média horária de 7.1 meteoros. Segunda-feira, 29 de Dezembro Cometa Encke em Periélio a 0.338 UA do Sol. O Asteróide 2985 Shakespeare passa a 1.977 UA da Terra. A Lua passa a 5.44 graus ao sul de Marte as 20:39 h. Terça-feira, 30 de Dezembro Lua em seu Primeiro Quarto, Quarto Creste, as 07:04 h. Conjunção de Marte (mag 0.2) com a Lua as 03:50 hora local. As 2:7 TU ambos os astros estão separados por apenas 4.4 graus. Conjunção de Vênus e Netuno. Vênus passa a 1.88 graus ao sul de Netuno as 04:27 h. Marte em Quadratura Este as 05:28 TU. Quarta-feira, 31 de Dezembro Dia de São Silvestre para lembrando os atletas maratonistas e aqueles que gostam de assistir esse importante evento de resistência que acontece na cidade de São Paulo. É o último dia e evento esportivo do ano. Assim, que o ano de 2003 tenha sido leve e produtivo para todos e que 2004 seja muito melhor com céus limpos, menos poluição luminosa, muita saúde, trabalho, observações celestes, sonhos realizados e sucesso para toda a comunidade astronômica e habitante da esfera terrestre! Vamos festejar porque estamos vivos e .... Se beber não dirija, e se for dirigir não beba! Saturno em Oposição à 20:30 TU. A aproximação mais íntima de Saturno acontece às 17h TU. O Asteróide 208 Lacrimosa oculta a Estela TYC 1397-01764-1 (mag 9.0). O Asteróide 1995 CR passa a 0.051 UA da Terra. Quinta Feira, 1 de Janeiro de 2004 Dia da Confraternização Universal. Paz e Amor na Terra entre todos os seres desse pequenino planeta azul! O Asteróide 2421 Nininger passa a 2.315 UA da Terra. Notas: * As conjunções geocêntricas dos planetas com a Lua (dia e hora) foram calculadas por Roberto Ferreira Silvestre pela hora legal de Brasília (GMT-3), não afetada pelo horário de verão. Esses dados são úteis para a localização dos planetas visíveis a olho nu (de Mercúrio até Saturno), bastando procurá-los perto da Lua, quando ela estiver acima do horizonte naquela data. http://inga.ufu.br/~silvestr/ * Cartas Celestes para ambos os hemisférios podem ser baixadas através da internet em: http://www.skymaps.com/index.html * Para observar as ocultações e trânsitos use instrumentos de maiores aberturas.

Pequeno Glossário

Apogeu: Posição de um satélite terrestre (a Lua ou satélite artificial) em sua órbita quando, em sua revolução em torno da Terra, se encontra mais afastado dela. P. ext. Posição do Sol, em sua órbita relativa aparente em redor da Terra, quando se encontra mais afastado desta. Conjunção: Configuração de dois astros cujas ascensões retas são iguais. Conjunção Superior: Conjunção de um planeta com o Sol, quando este se acha entre a Terra e o planeta. Conjunção Inferior: Conjunção de um planeta com o Sol, quando o planeta está entre a Terra e o Sol. Estacionário: Que não progride nem retrocede; estacional. Elongação: A Elongação (alongamento) de um corpo celestial é a separação angular do corpo sobre qual ele órbita (normalmente o Sol). Vênus tem um alongamento de máximo de 47°, e Mercúrio de 28°. Elongação geocêntrica: Elongação dum planeta em relação ao centro da Terra. Elongação topocêntrica: Elongação de um planeta em relação ao observador situado na superfície da Terra. Libração: Movimento oscilatório, real ou aparente, de um corpo celeste. Nodo: Cada uma das interseções da órbita de um corpo celeste com determinado plano de referência.

Page 29: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 29

Nodo ascendente: Aquele no qual o planeta, em seu movimento orbital, passa do hemisfério sul para o hemisfério norte. Nodo descendente: Aquele em que o planeta, em seu movimento orbital, passa do hemisfério norte para o hemisfério sul. Ocultação: Fenômeno do desaparecimento de um astro pela interposição da Lua, de um planeta ou outro corpo celeste entre ele e o observador terrestre. Periélio: O ponto de menor afastamento de um astro do Sistema Solar no seu movimento de translação em torno do Sol. [Opõe-se a afélio.] Perigeu: Ponto da órbita de um astro em torno da Terra, no qual esse astro se encontra mais próximo do centro do nosso planeta. Quadratura: Configuração de dois astros quando a diferença de suas longitudes celestes é de 90°. Solstício: Época em que o Sol passa pela sua maior declinação boreal ou austral, e durante a qual cessa de afastar-se do equador. Os solstícios situam-se, respectivamente, nos dias 22 ou 23 de junho para a maior declinação boreal, e nos dias 22 ou 23 de dezembro para a maior declinação austral do Sol. No hemisfério sul, a primeira data se denomina solstício de inverno e o segundo solstício de verão; e, como as estações são opostas nos dois hemisférios, essas denominações invertem-se no hemisfério norte. Trânsito: É quanto um astro passa pela frente de outro. TU: Tempo universal. Tempo referido a um meridiano de origem, que, por convenção, é o meridiano de Greenwich. O Tempo Médio de Greenwich (TMG) para a maioria dos Estados brasileiros é de –3 horas. No horário de Verão o TMG é de –2 horas. UA: Unidade Astronômica. Unidade de distância, equivalente a distância média da Terra ao Sol, ou seja, 149.504.200 quilômetros [sigla: UA ] . ZHR: Taxa de meteoros vistos por hora com o radiante no zênite. Softwars Usados: Sting’s Sky Calendar (Gerador de Efemérides) - © http://www.skycalendar.com/skycal/index.html SkyMap Pro 6 (Gerador de carta de busca) © C.A. Marriott - http://www.skymap.com/ Dicionário Aurélio Eletrônico Século XXI (Glossário) Fontes Consultadas e mais informações em: http://www.jpl.nasa.gov/calendar/ http://inga.ufu.br/~silvestr/ CalSky: http://www.calsky.com/ Rosely Grégio | Redatora [email protected] http://rgregio.astrodatabase.net Mococa/SP

Page 30: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 30

Binóculos | O Primeiro Instrumento de um astrônomo

Audemário Prazeres | Sociedade Astronômica do Recife

Praticamente, todo interessado pela Astronomia possui um binóculo e, infelizmente, não faz uso do mesmo para fins astronômicos. Às vezes ele indaga que quer comprar um instrumento de médio porte para fazer uso nas observações, e desconhece que com o seu binóculo é possível observar vários objetos celestes. É bem verdade, que para ser vista, essa variedade de objetos que agora descrevo vai depender do nível de poluição luminosa do local onde o observador se encontra, como também, do tipo de binóculo que ele possui. O binóculo que atende à lista de objetos descrita abaixo seria no mínimo um 7 X 50 ou de preferência um 10 X 70 ou 20 X 60. É necessário apoiar o mesmo em um tripé do tipo máquina fotográfica ou improvisando um suporte de madeira fixo em uma escada por meio de fixadores do tipo “boca de jacaré”. Com isto, haverá uma estabilidade do binóculo, não ocorrendo cerca de 30% de perda da imagem em segurar o mesmo diretamente com as mãos. Por último, será necessário que o observador possua um planisfério estelar e uma efeméride astronômica para facilitar a identificação do astro a ser observado. EIS O QUE É POSSÍVEL SE VER COM UM BINÓCULO:

GALÁXIAS: a) M31 Andromeda = Galáxia espiral de magnitude 4,8 b) M33 Triangulum = Galáxia espiral, que curiosamente é mais visível por binóculos do que por

instrumentos de médio porte. Magnitude 6,7 c) Nuvem Maior de Magalhães = Galáxia irregular bem visível no hemisfério Sul, tendo uma dimensão

aparente de 6º d) Nuvem Menor de Magalhães = Galáxia Irregular, análoga à anterior, e dimensão aparente de 3,5º NEBULOSAS: a) M8 Sagittarius = Nebulosa com magnitude 6 b) M16 Serpens = Esta nebulosa, como a maioria, brilha pela ação de pequenos cúmulos de estrelas

brancas e azuis em seu interior. Sua magnitude é 7 c) M17 Sagittarius = Nebulosa que lembra o número “2”, sua magnitude é 7 d) M27 Vulpecula = Nebulosa planetária, sendo um pouco difícil observar pois sua magnitude é 8 e) M42 Orion = “A grande nebulosa”, sua magnitude é 5 CÚMULOS: a) M6 Scorpius = Cúmulo galáctico de magnitude global de 4,3, fácil observação. b) M13 Hercules = Cúmulo globular, com aparência difusa vista de binóculos. Magnitude 6 c) M37 Auriga = Cúmulo galáctico formado por cerca de 150 estrelas. Magnitude 6,2 d) M44 Cancer = Cúmulo galáctico, possui uma visão excelente vista no binóculo. Magnitude 4,5 e) M45 Taurus = Cúmulo galáctico “As Plêiades”. Muito bonito visto em binóculos. f) M47 Puppis = Cúmulo galáctico formado por cerca de 50 estrelas de fácil observação. g) NGC869 e NGC884 Perseus = “O duplo cúmulo”. Soberba visão, às vezes são vistos a olho nu. h) Omega Centauri = Cúmulo globular gigante, composto de um milhão de estrelas com mag. Média 4. ESTRELAS BINÁRIAS: a) Theta Tauri = Branca e laranja b) Ipsilon Geminorum = grande contraste c) Alfa Leonis = muito brilhante d) Dzeta U. Majoris = Mizar e Alcor e) Alfa Librae = Amarela e branca f) Ipsilon Scorpii = Sistema quadruple g) Dzeta Lyrae = Branca

Page 31: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 31

h) Epsilon Lyrae = Célebre quadruple i) Beta Lyrae = Azul e Laranja j) Beta Cygni = Maravilhoso contraste ESTRELAS VARIÁVEIS: a) Eta Aquilae = Tipo cefeída, variando 3,7 a 4,5 magnitude, em um período de 7,1764 dias. A estrela

“sobe” em aproximadamente 2 dias e “baixa” em 5 dias. b) Delta Cephei = Tipo cefeída, variação entre 3,6 a 4,3 magnitude, período de 5,3663 dias. c) Beta Lyrae = Tipo lírida, variação entre 2,1 a 3,4 magnitude. Período 2,8673 SISTEMA PLANETÁRIO: a) Mercúrio = Difícil observação, mas é possível observá-lo uma hora antes do nascer e do ocaso do Sol.

É visto um pequeno ponto brilhante. b) Vênus = Fácil observação, depois da Lua e do Sol é o astro mais brilhante, sua magnitude é –4,4 visto

em horários matutinos e vespertino. c) Marte = Bastante visível, tendo uma magnitude em média de –2,0 d) Júpiter = Fácil de observar, inclusive com o seu “sistema solar”, ou seja, os principais satélites

descobertos por Galileu, Io com mag. 4,8; Europa com mag. 5,2; Ganimedes com mag. 4,5 e Calixto mag. 5,5;

e) Saturno = Fácil observação, sendo possível notar o “contorno” dos anéis. Mag. 0,7 f) Urano e Netuno = O difícil não é observá-los, e sim, reconhecê-los entre as estrelas. Mag. 5,5 e 7,8 g) Ceres = Asteróide mais brilhante com mag. 7,4 COMETAS, LUA E SOL: a) Quanto aos cometas, é necessário colher dados de sua magnitude e área de localização. De uma

forma geral, observações com binóculos resulta em melhores resultados do que com instrumentos de médio porte, principalmente para “caçá-los”.

b) A maravilhosa Lua - para esta observação é necessário que o observador possua um mapa de sua superfície para facilitar a identificação de seus acidentes. Logo nos primeiros dias de lunação, é visto o Mar Crisium. A melhor fase para observações é no Quarto Crescente, onde notamos as crateras Arzachel, Pitolomeo, Alfonso, Arquímedes, Copérnico, Platón, etc.

c) O majestoso Sol - a observação solar por binóculo pode ser feita diretamente desde que sejam colocados nas duas objetivas, filtros especiais do tipo Solar Skreen. Mas a observação mais indicada é pelo método de projeção da imagem solar em um anteparo de fundo branco. Deste modo, é possível observar vários tipos de grupos de manchas solares.

Audemário Prazeres | Sociedade Astronômica do Recife [email protected] http://www.sociedadeastrorecife.kit.net Recife/PE

Page 32: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 32

Pedro Ré | Revista macroCOSMO.com

Fotografar o céu e uma ambição natural de muitas pessoas, entre as quais incluem-se os

entusiastas da fotografia e da astronomia, os amantes da natureza e os astrônomos amadores. Por vezes pensa-se que registrar estas imagens exige equipamentos altamente sofisticados e amplos conhecimentos, mas algumas destas fotografias, estão ao alcance de qualquer pessoa motivada e persistente e nem por isso deixam de ser belas. O equipamento necessário é por vezes, muito simples.

Tudo o que necessita para realizar as suas primeiras fotografias astronômicas é de uma câmara fotográfica, de preferência reflex (SLR), de um tripé fotográfico e de um cabo disparador.

Estas primeiras astrofotografias poderão ser realizadas numa noite sem Lua e longe das luzes da cidade (poluição luminosa). A câmara fotográfica deve ser munida de uma objetiva normal, (50 mm, 1:2.8 ou mais luminosa; evitar o uso de objetivas com zoom) montada num tripé estável. Devem utilizar-se, de preferência, câmaras fotográficas que sejam munidas de obturação mecânica (a maioria das câmaras existente atualmente no mercado possui obturação eletrônica). Se utilizar uma câmara com obturação eletrônica, as pilhas se gastarão rapidamente por terem de efetuar poses relativamente longas (maiores que 30 segundos)

Carregue a sua câmara com um filme colorido de sensibilidade igual ou superior a

ISO/ASA 200 ou 400. Aponte-a para um grupo de estrelas brilhantes (por exemplo a constelação de Órion e o Cruzeiro do Sul) e realize com o auxilio de um cabo disparador, uma serie de exposições de longa duração (20 s, 1 min e 4 min) tendo o cuidado de focar a objetiva no infinito e utilizar a sua máxima abertura.

Quando revelar o filme, verificará que a

fotografia que efetuou com uma exposição de 20 segundos apresenta imagens estelares quase pontuais, enquanto que nas poses superiores (1 e 4 min) as imagens das estrelas surgem como traços (Figura 1). Estes traços estelares são devidos a rotação da esfera celeste, ou seja a rotação da Terra. As estrelas observáveis próximo do equador celeste (constelação de Órion) parecem "mover-se" segundo linhas quase retas, enquanto que as estrelas próximas dos pólo celestes sul (Cruzeiro do Sul) parecem "movimentar-se" segundo círculos.

Fotografando o Universo Introdução à astrofotografia

© P

edro

Page 33: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 33

Fotografia da Constelação de Sagitário, utilizando diversos períodos de exposição.(1973)

Câmara Pentax, objetiva Takumar 50 mm, 1:1.4

Um outro projeto interessante consiste em fotografar, recorrendo às mesmas técnicas anteriormente descritas, próximo a área dos pólos celestes norte ou sul, utilizando tempos de exposição mais longos, da ordem de 10 min, 30 min 1 h ou tempos de exposição superiores.

Exposição de 10 minutos da região circumpolar norte (1973)

Câmara Pentax, objetiva Takumar 50 mm, 1:1.4

© P

edro

© P

edro

Page 34: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 34

Tomando como referência os tempos de

exposição fornecidos na tabela acima, é possível realizar com enorme facilidade, fotografias das principais constelações. Os tempos de exposição, apesar de reduzidos, permitem registrar um número de estrelas superior ao que é observado à vista desarmada num local escuro.

A maioria das câmaras fotográficas SLR atuais é totalmente automática e conseqüentemente pouco adequada para a realização de fotografias astronômicas de longa exposição. Qualquer tipo de câmara fotográfica pode ser utilizado na realização de astrofotografias. Existem muitos modelos distintos de câmaras fotográficas, nomeadamente: câmaras 110, câmaras 126, câmaras Polaroid, câmaras básicas de 35 mm de visor direto, câmaras automáticas de 35 mm de visor direto, câmaras reflex (SLR) manuais, câmaras reflex (SLR) automáticas, câmaras de grande formato (120 e superior), câmaras digitais. Dentre estes modelos as câmaras 35 mm, as câmaras de grande formato e algumas câmaras digitais são as mais adequadas para a realização de fotografias astronômicas.

As câmaras manuais permitem a realização de poses longas sem necessitarem de utilizar baterias internas. Devem utilizar-se câmaras que possuam seletor B (“bulb”) ou T (“Time”). Devem igualmente utilizar-se câmaras de objetivas intermutáveis do tipo SLR. Torna-se deste modo possível usar diversas objetivas com distâncias focais distintas. As câmaras que utilizem películas de 35 mm são as mais adequadas.

As conjunções de planetas ou da Lua com planetas constituem excelentes motivos fotográficos. A conjunção da Lua com estrelas brilhantes é igualmente interessante e fácil de fotografar. As técnicas a utilizar são ligeiramente distintas das referidas anteriormente. Os tempos de exposição podem ser mais curtos, e nestes casos deve recorrer-se à utilização de objetivas com distâncias focais superiores. Pode inclusivamente utilizar-se objetivas de zoom.

Neste tipo de imagens, o enquadramento é essencial. Muitas vezes as conjunções são mais

interessantes de fotografar antes do final do crepúsculo astronômico. Nestas ocasiões o céu ainda se encontra iluminado pelo Sol, porém as exposições serão da ordem da fração de segundo ou da ordem dos segundos. Nestes casos recorrer-se-á ao fotômetro da câmara fotográfica para calcular a exposição correta, ou mesmo, ao uso de câmaras que não sejam adequadas para a obtenção de fotografias de longa exposição. As câmaras digitais podem também ser usadas apesar das limitações que alguns modelos apresentam.Uma película com uma sensibilidade baixa ou média,100 a 200 ISO/ASA, produzirá excelentes resultados. No caso de se recorrer à utilização de câmaras digitais, a melhor opção é realizar as imagens logo a seguir ao pôr do sol. A maioria das câmaras digitais existentes atualmente no mercado apresenta características pouco adequadas para a realização de fotografias astronômicas. De entre estas pode mencionar-se o foco fixo ou automático e a exposição automática. Somente alguns modelos permitem focar manualmente o infinito e controlar o tempo de exposição. Apesar destas limitações é possível obter excelentes imagens de conjunções com o auxílio de câmaras digitais. A focagem pode ser efetuada tomando como referência um objeto que se encontre em primeiro plano, e a exposição será efetuada de um modo automático. Torna-se necessário bloquear o sistema de focagem apertando o disparador até o meio do seu percurso e só depois enquadrar e efetuar a integração As diversas técnicas e instrumentos utilizados em astrofotografia são abordado de um modo simplificado na obra “Fotografar o Céu” de Pedro Ré, Plátano Edições Técnicas, Lisboa/Portugal, 2002. Pedro Ré | Colaborador [email protected] http://www.astrosurf.com/re

Na próxima edição da Revista macroCOSMO.com a segunda parte desse tutorial sobre astrofotografia.

Page 35: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 35

Plataforma fotográfica manual

José Carlos Diniz | REA – CANF - CARJ

Com uma câmera manual, um tripé e um cabo disparador podemos nos iniciar na astrofotografia. As primeiras fotos nos surpreendem com o registro de muito mais estrelas e objetos do que conseguimos discernir à vista desarmada. Estamos, no entanto, limitados pela rotação da Terra que faz com que as estrelas risquem o céu. Embora essas trilhas sejam bonitas e esteticamente agradáveis não nos permitem ver detalhes das nebulosidades nem podemos ir mais fundo na captura das estrelas mais fracas. Com a fotografia de longa exposição podemos avançar nesta busca e registro de um céu mais profundo. As montagens motorizadas nem sempre estão ao alcance dos nossos bolsos, mas usando de criatividade podemos construir mecanismos simples e baratos que nos permitem fazer essas exposições prolongadas e obter excelente resultados. Esses mecanismos têm vários nomes: Barn-door, plataforma equatorial, madeirógrafo, etc... Propomos a construção de uma plataforma que tenha as seguintes características: 11--MMoonnttaaggeemm ssiimmpplleess ee bbaarraattaa.. 22--GGuuiiaaggeemm mmaannuuaall.. 33--PPoorrttááttiill,, lleevvee ee rroobbuussttaa.. 44--IIddeeaall ppaarraa sseerr uussaaddaa ccoomm ttrriippéé.. 55--MMeellhhoorreess rreessuullttaaddooss ccoomm oobbjjeettiivvaass ddee 5500mmmm oouu mmeennoorreess. 66--TTeemmppooss ddee eexxppoossiiççããoo ccuurrttooss ccoomm óóttiimmooss rreessuullttaaddooss.. MMaatteerriiaall NNeecceessssáárriioo TTrrêêss ppeeddaaççooss ddee ccoommppeennssaaddoo ddee mmaaddeeiirraa ddee 1188mmmm mmeeddiinnddoo 1100 xx 3355 ccmm,, uumm ppeeddaaççoo ddee 1100 xx 1133ccmm ee uumm oouuttrroo ddee 33 xx 33 xx 1100ccmm..

© D

iniz

Page 36: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 36

DDuuaass ppeeççaass ffoorrmmaamm aa ppllaattaaffoorrmmaa ee aass oouuttrraass dduuaass ffoorrmmaamm oo ssuuppoorrttee..

AAss ddoobbrraaddiiççaa nnããoo ddeevveemm tteerr mmoovviimmeennttooss llaatteerraaiiss!!

AAss ffiixxaaççõõeess ssããoo ffeeiittaass ccoomm ppaarraaffuussooss ee ccoollaa ppaarraa ddaarr mmaaiioorr rriiggiiddeezz..

44 ppaarraaffuussooss ddee ¼¼”” ttiippoo ccaammaa,, 22 ccoomm 11”” ee 22 ccoomm 11,,55”” ddee ccoommpprriimmeennttoo.. 44 aarrrruueellaass ddee ¼¼”” 33 bboorrbboolleettaass ddee ¼¼”” PPaarraaffuussooss ccôônniiccooss,, ccoollaa,, ddoobbrraaddiiççaa.. RRóóttuullaa oouu bbaallll--hheeaadd

Page 37: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 37

AA ppeeqquueennaa ppeeççaa ddee mmaaddeeiirraa ffiixxaa nnaa bbaassee sseerrvvee ppaarraa ddaarr mmaaiiss rriiggiiddeezz ee eevviittaarr aa fflleexxããoo ddoo ssuuppoorrttee.. DDeevveemmooss ffaazzeerr uummaa ffeennddaa nnaa ppaarrttee ttrraasseeiirraa ppaarraa ddaarr mmaaiiss aappooiioo àà ffiixxaaççããoo ddaa ppllaattaaffoorrmmaa eevviittaannddoo,, aassssiimm,, ddeessllooccaammeennttooss..

Montagem ÉÉ iimmppoorrttaannttee qquuee aa ddoobbrraaddiiççaa sseejjaa ddee bbooaa qquuaalliiddaaddee,, oo mmaaiiss rrííggiiddaa ppoossssíívveell,, ee nnããoo tteennhhaa ffoollggaass qquuee ppeerrmmiittaamm mmoovviimmeennttooss llaatteerraaiiss.. PPooddeemmooss ddiimmiinnuuiirr eessssaass ffoollggaass aapplliiccaannddoo ppeeqquueennooss ggoollppeess nnoo sseeuu eeiixxoo ccoomm uumm mmaarrtteelloo ddee mmooddoo aa qquuee ffiiqquuee mmaaiiss rrííggiiddaa ee sseemm mmoovviimmeennttooss llaatteerraaiiss.. Outro ponto importante é a distância entre o eixo da dobradiça e o furo por onde passa o eixo motor, ela deve ser de EXATOS 29,1cm ! Esta medida é fundamental para que a plataforma se mova na velocidade sideral!

Page 38: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 38

Detalhes e acessórios Parafuso motor: Um parafuso de ¼ de polegada e vinte espiras por polegada será nosso eixo motor. Ele deve ter uns 8cm somente. Rosqueamos um disco de madeira e o mantemos fixado com uma porca. A ponta desse parafuso deve ser desbastada de forma cônica e com a ponta arredondada.

A fixação do parafuso motor à plataforma deve ser feita com dois pedaços de alumínio , um de cada lado da madeira e rosqueados. Fixa-se o primeiro, respeitando a distancia de 29,1cm e o segundo deve ser deslocado ligeiramente para fazer com que o parafuso fique justo,sem folgas, mas girando de forma suave. Em seguida, após este ajuste, fixamos a segunda placa de aluminio.

O Apoio do parafuso motor deve ser uma pequena placa de metal ( latão por exemplo)

Page 39: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 39

Outros acessórios necessários ao alinhamento, orientação e funcionamento da plataforma são llaanntteerrnnaa,, iinncclliinnoommeettrroo,, bbúússssoollaa,, nníívveell ddee bboollhhaa,, rreellóóggiioo ee eelláássttiiccoo..

Alinhamento polar

Para que nossa plataforma acompanhe com perfeição o movimento aparente das estrelas precisamos alinhá-la, ou seja, apontar o eixo da dobradiça o mais precisamente possível para o pólo. Após acoplar o suporte da plataforma ao tripé, o nivelamos usando para isso o nível de bolha. Depois apoiamos a bussola sobre o pequeno pedaço de madeira que reforça a estrutura e colocamos a agulha paralela a ele. A seguir, giramos o suporte da plataforma de modo a deslocar o ponteiro da bússola até a declinação magnética do local onde estamos . Isto nos dará nivelamento e alinhamento em azimute.

Para o alinhamento em altura usamos o inclinometro ( alternativamente um fio de prumo e um transferidor) e deslocamos a plataforma ( mantendo o suporte fixo) até lermos no inclinometro a nossa altura de polo local ( por exemplo para o Rio de Janeiro são 23° ).

Page 40: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 40

Estamos agora com o eixo da dobradiça apontado para o pólo e portanto todo o movimento da plataforma se dará em torno desse ponto. Funcionamento 11--CCoollooccaa--ssee aa ppllaattaaffoorrmmaa ssoobbrree uumm ttrriippéé,, ddee mmooddoo qquuee oo eeiixxoo mmoottoorr ffiiqquuee vvoollttaaddoo ppaarraa oo LLeessttee.. 22--NNiivveellaa--ssee aa ppllaattaaffoorrmmaa uussaannddoo oo nníívveell ddee bboollhhaa.. 33--AAjjuussttaa--ssee aa aallttuurraa uussaannddoo oo iinncclliinnoommeettrroo ee aappeerrttaamm--ssee ooss ppaarraaffuussooss ddee ffiixxaaççããoo ppoosstteerriioorreess.. 44--AAjjuussttaammooss oo aazziimmuuttee uussaannddoo aa bbúússssoollaa ee ffiixxaammooss aa ppllaattaaffoorrmmaa.. 55-- OO eelláássttiiccoo sseerrvvee ppaarraa mmaanntteerr oo ppaarraaffuussoo mmoottoorr aappeerrttaaddoo ddee eennccoonnttrroo aaoo aappooiioo ddoo ppaarraaffuussoo mmoottoorr,, eevviittaannddoo qquuee eellee ssee ddeessllooqquuee.. 66--CCoomm aa ccââmmeerraa pprreessaa nnaa bbaallll--hheeaadd,, aaddaappttee oo pprrooppuullssoorr,, eessccoollhhaa oo ccaammppoo,, ffooccaalliizzee,, aajjuussttee aa vveelloocciiddaaddee ppaarraa BB ee ffeecchhee oo ddiiaaffrraaggmmaa ddooiiss ppoonnttooss.. 77--OO eeiixxoo mmoottoorr ppoossssuuii uummaa mmaarrccaa rreeffeerreenncciiaall ((nnoo nnoossssoo ccaassoo uumm ppaarraaffuussoo)),, eellee ddeevvee sseerr mmoovviimmeennttaaddoo nnoo sseennttiiddoo ddooss ppoonntteeiirrooss ddoo rreellóóggiioo ee aaccoommppaannhhaannddoo aa vveelloocciiddaaddee ddee ddeessllooccaammeennttoo ddoo ppoonntteeiirroo ddooss sseegguunnddooss ddee uumm rreellóóggiioo ccoollooccaaddoo pprróóxxiimmoo.. UUssaammooss ccoollooccaarr oo rreellóóggiioo pprreessoo nnaa pprróópprriiaa ppllaattaaffoorrmmaa ee oo iilluummiinnaammooss ccoomm aa lluuzz vveerrmmeellhhaa oo mmaaiiss ttêênnuuee ppoossssíívveell ddee uummaa llaanntteerrnnaa ddee bboollssoo.. 88-- PPooddeemmooss ccoollooccaarr oo eeiixxoo mmoottoorr aa OOeessttee ee,, nneessssee ccaassoo,, oo mmoovviimmeennttoo sseerráá ccoonnttrráárriioo aaoo mmoovviimmeennttoo ddooss ppoonntteeiirrooss ddoo rreellóóggiioo.. OO eeiixxoo eessttaarráá ccoommoo qquuee ““ddeessppaarraaffuussaannddoo””.. IIssttoo nnooss ppeerrmmiittee ffiixxaarr uumm rreellóóggiioo jjuunnttoo aaoo eeiixxoo mmoottoorr ee ggiirráá--lloo ddee mmooddoo aa mmaanntteerr oo ppoonntteeiirroo ddooss sseegguunnddooss sseemmpprree aappoonnttaaddoo ppaarraa oo mmeessmmoo llooccaall.. EEssppeerroo qquuee vvooccêêss ccoonnssttrruuaamm aa ssuuaa ppllaattaaffoorrmmaa ee qquuee ppoossssaamm,, ccoommoo eeuu,, tteerr aa ssaattiissffaaççããoo ddee oobbtteerr óóttiimmaass iimmaaggeennss cceelleesstteess ccoomm uumm iinnssttrruummeennttoo ttããoo ssiimmpplleess,, pprrááttiiccoo ee ddee bbaaiixxoo ccuussttoo.. NNaa mmiinnhhaa hhoommee--ppaaggee wwwwww..aassttrroossuurrff..ccoomm//ddiinniizz ppooddee--ssee vveerr eessssee ee oouuttrrooss eexxppeerriimmeennttooss ssiimmpplleess cclliiccaannddoo eemm ““EEnnggeennhhooccaass””..

Page 41: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 41

Resultados Preliminares

CCeennttrroo ggaallááccttiiccoo –– NNiikkoonn FF22 3355mmmm @@ff//33,,55 eemm ffiillmmee KKooddaakk SSuupprraa 77mmiinn..

© D

iniz

Page 42: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 42

RReeggiiããoo ddoo CCrruuzzeeiirroo -- NNiikkoonn FF22 5500mmmm @@ff//22,,88 eemm ffiillmmee KKooddaakk SSuupprraa 55mmiinn..

José Carlos Diniz | REA – CANF – CARJ [email protected] http://astrosurf.com/diniz

©D

iniz

Page 43: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 43

HERCOLOBUS NÃO EXISTE!

Paulo Monteiro | Redator – Revista macroCOSMO.com

Os astrônomos profissionais e amadores de todo o Brasil passam madrugadas observando o céu. Uma observação pode começar por volta de 18h30min e ir até o nascer do Sol. São horas de dedicação, ainda mais para um amador como eu e muitos outros do Brasil.

Conhecemos muito bem o céu. Sabemos onde estão os planetas, nebulosas, galáxias... Se qualquer astrônomo amador praticante há alguns anos juntar as horas de observação, teremos milhares de horas olhando pela ocular de um telescópio em noites frias. Quantas horas de observação do céu terão os autores dos artigos referentes a existência de Hercolobus?

Acontece que tem gente que nunca olhou o céu por um telescópio ou a olho nu, nunca se preocupou em saber que ponto é aquele no céu, e de uma hora para outra, começa a falar de astros que não existem. Durante anos, eu ou qualquer amador da astronomia não vimos algo que poderia ser um décimo planeta. Mesmo a NASA e seu Hubble não viram nada. Isso é fácil, jamais viram porque ele não existe.

Há anos, pessoas divulgam por meio de livros, documentários e artigos que existe um décimo planeta, o nome dele é Hercolobus, e o pior de tudo, sem mostrar nenhum cálculo, afirmam veementemente que ele irá bater justamente em nosso planeta. Porque justo aqui? Se fosse verdade sua existência, porque não em Júpiter ou Urano? Falam que vai bater aqui por um motivo simples, gostam de tragédias e de assustar o nosso sofrido povo que, carente de boa educação, acaba acreditando em tais pessoas, comprando seus "trabalhos".

Esse planeta seria originário de um outro sistema solar e estaria entrando no nosso. Ele atingiria em cheio nosso planeta. Além disso, afirmam que as alterações climáticas que sentimos na Terra é causa da aproximação de Hercolobus. Já sabemos há mais de 30 anos que as alterações no

clima da Terra são causadas pela poluição, CFC, e não por nenhum planeta.

O pior de tudo é que não existe nenhuma imagem do suposto planeta. Um astrônomo sério desenvolveria um grande trabalho, e caso não conseguisse as fotos, mostraria os cálculos que comprovariam a existência do planeta. Há mais de 200 anos, os astrônomos por meios de cálculos, já acreditavam e provavam a existência de planetas além de Saturno, que foram chamados de Urano, Netuno e Plutão. Atualmente, para descobrir planetas em órbita de outras estrelas, astrônomos apresentam cálculos, dezenas já foram descobertos, e não precisaram de fotos, mas precisaram de cálculos e observações sistemáticas da estrela que orbitavam. Agora eu pergunto...cadê os cálculos feitos para se chegar na afirmação de que existe um décimo planeta? e mais....cadê o outro cálculo mostrando que ele irá bater justamente na Terra?

Na década de 90 já se dizia que ele já havia entrado em nosso sistema solar... por favor... um planeta tão grande seria facilmente visto a olho nu, nem telescópio precisaríamos, mas os "pseudos" têm sempre uma escapatória, e apoiados na falta de conhecimento do povo, dizem coisas como " ele só é visível no outro hemisfério" ou então " ele está escondido na sombra de outro planeta". Pode ter certeza, no outro hemisfério, ele vai dizer a mesma coisa!

Podemos ver Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno a olho nu facilmente, Urano e Netuno com telescópios simples, e Plutão com telescópios potentes!..., se um planeta como esse, estivesse "entrando" em nosso sistema solar, nem precisaríamos de um Hubble para vê-lo, bastaria

Page 44: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 44

observá-lo a olho nu. Com tamanho tão grande como afirma o autor, ele brilharia no céu assim como brilham Júpiter e Vênus.

Além de Hercolobus, acreditam que em Vênus existam peixes! Vênus tem + 400ºC. Para se ter uma idéia, o fogão da sua casa não passa dos + 300ºC. Imagine um pobre peixinho em Vênus! E a água para ele nadar? Certamente teria evaporado!

Quem acredita e divulga a existência de Hercolobus, também demonstra nada saber a respeito da formação de nosso sistema solar. No inicio, era até comum que corpos se chocassem. Nossa Lua pode ter sido formada pelo choque com um planeta. Os anéis de Netuno também. Agora

nosso sistema solar está formado. Os planetas rochosos já não são bolas de fogo, a Terra já tem mais de 5 bilhões de anos, está tudo estável, além disso, nosso conhecimento avançou muito, já conhecemos muito bem nosso sistema solar. Uma ameaça tão grande como Hercolobus, já teria sido descoberta não agora, mas sim há muitos anos pois, para ser visto de um ano para o outro, ele teria que estar em uma velocidade absurda!

Eu desafio os defensores da existência de Hercolobus a provar que ele exista, e também desafio a provar que ele irá bater aqui na Terra! Seus artigos são até agora, no mínimo, insuficientes e equivocados!

Paulo Monteiro | Redator – Revista macroCOSMO.com [email protected] www.astronomos.com.br/paulo

Page 45: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 45

Heranças de Guerra

Foguetes de Paz Naelton Mendes de Araujo | Redator – Revista macroCOSMO.com

1945 – Com o fim da II Grande Guerra, os aliados apressaram-se em ocupar territórios, em busca de um precioso butim: a tecnologia das bombas voadoras. Os russos e americanos acabam a guerra cada um com sua parcela de foguetes e técnicos.

A V2 pode ser considerada o protótipo ancestral de todos os foguetes modernos. Seu funcionamento pode ser resumido da seguinte forma: um dispositivo que permite uma reação química controlada que gera um jato de gás a alta velocidade. Os dois reagentes devem ser mantidos em tanques separados e misturados sob pressão numa câmara de combustão. Na combustão, uma substância (combustível) é combinada com o oxigênio (oxidante) produzindo muito calor e gases em expansão. Os gases gerados são direcionados para traz e impulsionam o foguete a velocidades supersônicas. Se a V2 tivesse se tornado operacional alguns anos antes, o destino da guerra seria bem diferente. Os vencedores sabiam disso. O conceito militar de defesas aéreas e marítimas se tornou obsoleto. Um foguete pode levar cargas consideráveis de explosivos sobre as linhas inimigas. Faz isso sem tripulação, sem escolta, praticamente sem interceptação e em quantidades muito maiores.

Na década de 50, durante o início da guerra fria, russos e americanos desenvolveram o conceito de ICBM (Intercontinental Balistic Missile – Míssil Balístico Intercontinental). Enquanto uma V2 leva algo em torno de 1 tonelada de TNT a uma distância de uns 320 km, os primeiros ICBMs podiam levar uma ogiva nuclear (equivalente a 1000 toneladas de TNT) a mais de 6000 km.

Em 1957, Sergei Korolev (1906-1966) dispunha de um dos primeiros ICBM russos capazes de carregar uma ogiva nuclear até os USA. Sua denominação era R7. Na verdade, havia várias denominações e nomes código para ICBMs conforme o serviço secreto americano denominava. Assim o R7 também era chamado Semyorka, A2, Sapwood e SS-6. Era uma grande evolução em relação a V2. Enquanto a V2 possuía somente um estágio, o R7 tinha dois num arranjo característico e revolucionário: o 1º estágio era composto de 4 foguetes menores cônicos ao redor do 2º cilíndrico. Após consumirem todo o seu combustível os foguetes do 1º estágio se desprendem do corpo principal. A V2 possuía somente uma câmara de combustão. Cada um dos cinco foguetes individuais (1 cilíndrico e 4 cônicos) do O R7 tinha 4 câmaras principais e dois pequenos jatos direcionais totalizando 20 câmaras em funcionamento do momento do lançamento. Curiosamente seu desempenho como ICBM não foi dos melhores. Demorava muito abastecê-lo e lançá-lo deixando-o vulnerável a ataques durante este período. Modelos mais práticos e ágeis acabaram por compor a espinha dorsal do sistema tático nuclear soviético durante os anos 60: os R-12, R-14, UR-100 entre outros.

As diferenças básicas entre um lançador de satélites e um míssil balístico são bem sutis: a trajetória escolhida (uma parábola ou uma elipse) e a carga útil (uma ogiva ou um satélite).

Se o R7 não foi uma arma muito eficaz para levar destruição ao inimigo, mostrou-se uma arrasadora arma de propaganda. Essa história começa em 4

de outubro de 1957, enquanto os americanos amargavam vários insucessos com seus foguetes, um R7 partiu de um cosmódromo russo. A bordo daquele foguete subiu, no lugar da ogiva, uma esfera de alumínio de 83 Kg e 58 cm de diâmetro cheia de nitrogênio. Levava um transmissor à bateria com quatro antenas emitindo um bip-bip que revolucionou o mundo. Era o Sputnik 1, o primeiro satélite artificial. A única informação objetiva que enviava era a variação da sua temperatura interna durante os 96 minutos de cada órbita que o levava a alturas entre 228 e 900 km de altura. Durante os quatro meses que esteve em órbita, o Sputnik transmitiu uma mensagem subjetiva que sugeria superioridade e ameaça aos americanos. Foi o início da corrida espacial.

Page 46: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 46

Daquele primeiro ano da era espacial o R7 deu início a uma família, ou melhor, uma dinastia de foguetes de sucesso. Com mais um estágio sobre os dois do velho R7, o foguete Vostok levou Yuri Gagarin (1934-1968), o primeiro homem no espaço, em 12 de abril de 1961. Desde então o desenho básico do foguete não mudou muito: 4 foguetes cônicos radiais e dois cilíndricos em série. Os nomes das naves que iam na carga útil passaram a denominar o conjunto todo. A cada missão, os descendentes do R7 acumulavam novos nomes e novos sucessos a medida que as fronteiras eram cruzadas. Foram então: Luna (1ª sonda extraterrestre, 1º objeto na Lua), Vostok (tripuladas), Molniya (satélites de comunicação), Voskhod (1ª nave com 3 tripulantes) e finalmente o nome usado até hoje desde 1966, Soyuz.

A família de foguetes lançadores Soyuz acumula então mais de 1670 lançamentos de sucesso com um menos de 5% de falhas. Atualmente, com a queda do regime socialista, uma empresa multinacional comercializa a sua versão mais moderna: o Soyuz-Fregat. O Fregat é uma espécie de 4º estágio ou “manobrador orbital” permitindo uma flexibilidade e alcance incomparáveis. Este módulo foi usado em várias sondas espaciais famosas. O Fregat foi a base da sonda Luna, que levou um robô a superfície lunar - o Lunakhod, e trouxe amostra de solo. Outras sondas notáveis foram a Vega e Fobos cujo módulo propulsor era um estágio Fregat. Recentemente, os satélites Cluster (europeus de aplicação científica) e os Globalstar (comunicação) foram postos em órbita por este possante sistema lançador.

Não podemos deixar de falar que os foguetes Soyuz foram os lançadores da naves orbitais Soyuz T (tripuladas) e das Progress (automáticas) que mantiveram o contato com as estações orbitais MIR e ISS.

Uma trajetória brilhante destes artefatos ruidosos: de armas de destruição em massa, passando por

exploradores do cosmos e se tornando instrumentos de progresso tecnológico pacífico.

Referências Bibliográficas: MOURÃO, Ronaldo R. F. – Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, 1987 – CNPq/Nova Fronteira

Encyclopedia Astronautica - http://www.astronautix.com/

RussianSpaceWeb by Anatoly Zak - http://www.russianspaceweb.com/

ZAK, Anatoly – “Rockets Rus” – IEEE SPECTRUM – February, 2002.

Naelton Mendes de Araujo | Redator – Revista macroCOSMO.com [email protected] http://www.geocities.com/naelton

Page 47: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 47

COMO DESCOBRIR UMA SUPERNOVA

Michael Schwartz | Observatórios Tenagra

Introdução

Talvez desconhecida por muitos amadores, existe uma nova forma de descoberta astronômica:

achar supernovas. Até agora, os astrônomos amadores estiveram limitados a descoberta de cometas ocasionais e muitos grandes observadores se aplicaram a isto diligentemente. Talvez menos conhecidos sejam aqueles amadores que procuram por novas VCs (variáveis cataclísmicas) ou procuram por novas explosões nas já conhecidas VCs. Por fim, especialmente com o advento das câmeras CCD, os amadores estão fornecendo informações essenciais para o crescente banco de dados de planetas menores.

Enquanto há um valor tremendo nesses estudos, a descoberta de supernovas tem vastas implicações como novos indicadores de distância que ajudará os astrônomos a determinar o destino do universo. Nunca antes os amadores estiveram hábeis a tão facilmente acrescentaram dados para as grandes questões propostas pela cosmologia teórica e observacional. As supernovas devem ajudar a determinar respostas às tais questões: onde está a massa que falta do universo? A hipótese inflacionária para o princípio do universo está correta? Há um componente repulsivo à gravidade? Por que e como, precisamente, a nossa parte do universo está se movendo para o “big crunch”? Se você deseja fazer parte da solução dessas questões então assim o faça!

O que é uma Supernova (SN)?

A vários níveis tal conceito é discutido entre astrônomos observacionais e teóricos. O que é certo é que supernovas são grandes explosões provenientes de uma única estrela ou de um sistema binário. As supernovas são tão claras que podem brilhar mais do que toda a galáxia em que ocorre.

Superficialmente falando, existem dois grupos aos quais se classificam as supernovas. O tipo SN I, ou Nova, supostamente são originados de estrelas binárias. Uma estrela anã órbita uma maior, onde a menor acaba por “roubar” parte da matéria da companheira numa órbita muito próxima. O resultado é que a anã rouba mais matéria do que pode suportar. Uma imensa implosão ocorre com o ressalto de uma grande quantidade de energia no espaço com velocidade próxima a da luz. Mais

precisamente, essas supernovas são conhecidas como o tipo SN Ia.

O tipo SN II, ou Supernova é similar, exceto porque ganha o excesso de matéria por ter nascido de uma estrela massiva. Diferentemente da maioria das outras estrelas, os núcleos desses monstros são "usados" numa escala de tempo relativamente rápida, milhões de anos. Quando o núcleo está muito pesado e denso, a estrela repentinamente cai sobre si mesma, novamente resultando numa enorme explosão.

No entanto, os dois tipos de implosões diferem-se num plano físico. O tipo supernova II libera mais energia que o tipo Ia, mas a maior parte desta na forma de uma criatura fantasmagórica, o neutrino. No tipo SN Ia a energia é liberada na de luz visível, portanto, elas são de magnitudes mais brilhantes que as do tipo II. Esse fato se torna mais importante quando discutimos como encontrar uma supernova.

Page 48: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 48

Supernova: história na velocidade da luz

Mudanças no céu sempre fascinaram os astrônomos, talvez porque o céu noturno oferece aparentemente uma pequena diferença comparada ao mundo que nos rodeia. A nova e Supernova eram classificadas numa única categoria, muito diferente da aparição de cometas e relativamente das chuvas de meteoros. A mais famosa e antiga supernova observada, ocorreu em 1054 e resultou da Nebulosa do Caranguejo, M1. Muito foi escrito sobre ela por astrólogos chineses. Dadas evidências de petroglifos, ela deve ter sido registrada por índios americanos. Na Idade Média, os europeus mantiveram o olhar fixo nela a partir da Terra.

A supernova de 1572 foi catalogada por Tycho Brahe e consideravelmente acrescentada ao seu renome. Similarmente, a supernova de 1604 foi estudada por Johannes Kepler. O astrônomo suíço naturalizado americano Fritz Zwicky foi o primeiro astrônomo moderno a pesquisar extensivamente as supernovas. Ele criou o termo “supernova” e até hoje mantém o recorde de descoberta delas. Ele também era conhecido como uma das pessoas mais repugnantes que já trabalhou no Palomar e não era estava abaixo de intimidar colegas.

Reverendo Robert Evans, o amador pioneiro

O levantamento original do céu de Palomar e o trabalho de Zwicky foram as maiores fontes de descobertas de supernovas. Houveram ocasionais descobertas feitas por astrônomos profissionais quando estudavam certas galáxias.

A possibilidade de amadores descobrirem supernovas parecia não se considerada até que Dr. Robert Evans apontou seu pequeno refletor de 16" para seu objetivo em 1981. Dr. Evans mostrou que para descobrir uma supernova é necessário dois ingredientes: uma capacidade incomparável de concentração e habilidade de memorizar campos de estrelas ao redor das galáxias. Ele também pesquisou de forma inteligente. Ele notificou que não há lógica procurar algo num lugar onde não conseguirá encontrar. Estudou galáxias próximas onde ele percebeu que poderia ver supernovas com seus instrumentos. Escolhas inteligentes para galáxias alvo, é o mais importante aspecto na descoberta de supernovas, e devem ser consideradas tanto por amadores como por profissionais.

Dr. Evans trabalhou quase exclusivamente da Austrália. Talvez pela baixa freqüência de seus achados (menos de 2 por ano) e pela carência de Internet para comunicação, o que não houve equivalente no hemisfério norte. Certamente um esforço conjunto de amadores de ambos hemisférios resultaria em um número muito maior de descobertas e teria substancialmente as acrescentado ao atual banco de dados de supernovas descobertas.

O sucesso de Dr. Evans realmente dependeu de dedicação e paciência. Literalmente milhares de observações foram feitas para que se descobrisse uma supernova, e poucas pessoas estão dispostas a fazer isso. Encontrar supernovas requer apreciação da beleza dos restos nebulares. Obviamente, Dr. Evans possui essas qualidades.

Aos atuais notáveis se incluem Michael Schwartz e Tim Puckett dos Estados Unidos, Mark Armstrong e Tom Boles do Reino Unido, e Aoki do Japão.

Limitando Magnitudes

Como estabelecido e restabelecido, as

câmeras CCD fizeram de um simples telescópio, uma categoria de instrumento de pesquisa. Entre outras notáveis qualidades elas acrescentaram duas qualidades que aumentaram enormemente as condições para se encontrar supernovas. A primeira é sensibilidade. Enquanto a magnitude visual limite do telescópio do Dr. Evans era de aproximadamente 16, um típico CCD num telescópio de 10 polegadas alcança 17 numa exposição relativamente curta. É possível cobrir muito mais galáxias fracas numa única noite, portanto aumentando as chances de encontrar uma supernova. Esses valores são, em geral, as chaves para o sucesso. Quantas galáxias você pode observar e o quão fracas você pode ver?

Um historiograma de magnitudes das descobertas do Dr. Evans mostra que a grande maioria delas está entre 13.5 e 14.5. Dr. Evans sempre foi cuidadoso para tentar catalogar supernovas no seu primeiro brilho. Portanto, é seguro supor em geral que as magnitudes das descobertas do Dr. Evans são tão fracas quanto ele poderia detectar visualmente, a maioria entre 13.5 e 14.5. Por outro fim do espectro está a descoberta de magnitudes das supernovas achadas por Zwicky usando o primeiro Palomar Observatory Sky Survey (POSS) e anteriormente panoramas fotográficos. Tais panoramas ainda são os mais profundos, onde a maioria das supernovas possui magnitudes de 17 a 20.

Amadores com CCDs usam telescópios com abertura entre 8” e 24”. Dados os tamanhos desses telescópios e a necessidade de cobrir a quantidade de galáxias possíveis, a maioria das descobertas é de magnitude entre 16 e 17, consideravelmente mais profundo que uma procura visual.

A principal máquina profissional de busca por supernovas é a KAIT (Katzman Automated Imaging Telescope) usado pelos Drs. W. Li e A. Fillipenko da Universidade da Califórnia, Berkeley. Ele utiliza um telescópio do monte Hamilton de 30”, o lar dos Observatórios Lick. Portanto o programa KAIT é geralmente referido como LOSS (Lick Observatory Supernovae Search). A maior parte das descobertas de LOSS são de magnitudes entre 17.5 e 18.5, apreciavelmente mais escuras que as do grupo amador.

Então, estas são as escolhas. Observações fotográficas profundas são caras. Para isso há um

Page 49: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 49

telescópio-robô de 30”, que usa metodologia visual e CCD. Obviamente, que o CCD é mais aproveitável, especialmente considerando a crescente concorrência, porém as descobertas visuais ainda não estão fora da questão. Dr. Evans recentemente descobriu a SN2000cj. Obviamente que o melhor e ao alcance de muitos amadores é o relativamente pequeno SCT com um sensível CCD.

Escolhendo as galáxias

As galáxias precisam ser escolhidas de

acordo com suas distâncias. Iniciantes na caça a supernovas, cometem um mesmo simples erro. Eles escolhem suas galáxias apenas levando em consideração seu brilho e concluem que são as mais próximas. As galáxias do catálogo NGC são seus principais alvos. Sim é correto, mas há muitas galáxias UGC e outras catalogadas que também são próximas, porém menos luminosas. O autor descobriu supernovas no catálogo NGC, IC, UGC, MCG, CGCG e em galáxias avulsas.

As galáxias precisam ser escolhidas de acordo com o seu tipo. Lembre que o tipo SN Ia necessita de uma estrela anã com uma companheira. Estrelas anãs são geralmente muito velhas; portanto o tipo SN Ia pode ocorrer nas populações estelares mais velhas no bojo central de uma galáxia espiral. Similarmente elas podem ocorrer nas populações estelares de galáxias elípticas. Porém, as do tipo II são resultado de jovens estrelas massivas e de rápida rotação, portanto apenas ocorre nas galáxias onde ainda há formação de estrelas. O resultado é que galáxias espirais produzirão tanto supernovas do tipo Ia quanto do tipo II. Galáxias elípticas apenas podem produzir supernovas do tipo Ia. Se você quer aumentar as chances de encontrar uma supernova o melhor a ser feito é desprezar as galáxias elípticas. Deve-se ter em conta que a falta de poeira obscura em elípticas, torna-se as mais valiosas supernovas que podem ser achadas.

Juntando tudo

Você quer descobrir uma supernova? Então

preste muita atenção aos seguintes fatores:

1. Não olhe para onde você não pode achar algo. É mais importante que você saiba o limite de magnitude para o seu telescópio. Não tem lógica procurar em galáxias onde supernovas na sua capacidade de maior brilho mal possa ser vistas. Você deve fazer exposições das mesmas galáxias para determinar esse limite abaixo de muitas condições em que você trabalhará. Como mencionado acima, as chances de achar uma supernova são muito maior, caso você observe galáxias irregulares e espirais.

2. Olhe para quantas galáxias for possível. O seu

sucesso depende de números. Estatisticamente falando, o número de supernovas que você pode

descobrir é diretamente proporcional ao número de galáxias que você pode observar. Obviamente, o telescópio automatizado GOTO tem uma vantagem distinta na caça a supernovas. Alguns sistemas de software lhe permitem programar um telescópio GOTO para começar as observações ao pôr do sol e acabar ao nascer do sol e ainda dormir durante o processo. Essa é uma tremenda vantagem para aqueles que se levantam pela manhã e vão ao trabalho!

3. Suas próprias imagens são a sua melhor

referência. Pode ser tentador comparar as suas imagens com recursos como RealSky ou atlas fotográficos de galáxias. Mesmo sendo benéfico, as imagens de CCD são muito diferentes das fotografias de outras fontes. Coleções de gases ardentes em galáxias, como em regiões HII, pode parecer muito mais com uma estrela uma imagem de CCD. Em todo caso, nas suas próprias imagens há verdadeiras imagens referenciais para uma possível supernova. O DSS (Digital Sky Survey) é uma vantagem valiosa para se ter certeza quando uma imagem referencial não existe.

4. Visite sites na internet ou outras fontes para observar supernovas descobertas com o seu telescópio. Como você pode saber com que parece uma supernova sem ter visto as que foram descobertas por outros? Esse é um exercício essencial e também divertido. Você também pode submeter medidas de brilho para a VSNET ou IAU. Com isso, você vai ter também a oportunidade de praticar usando programas astrométricos para medir a compensação de supernovas de suas galáxias hospedeiras assim como ter certeza que as suas medidas estão corretas. É muito fácil de se cometer erros astrométricos quando você tem a terrível combinação de cansaço e excitação.

5. Mantenha-se consciente do processo parar relatar a descoberta de uma supernova. Não há espaço nesse artigo iniciar o procedimento de reportagem de uma supernova para o IAU mas é essencial que seja apresentado no formato exato exigido e não mais nem menos informações. Você sempre pode ter ajuda de um descobridor de supernovas consagrado através da International Supernova Network.

6. Tenha um método padrão para checar suas imagens. Lembrem-se que as melhores imagens referenciais são as suas próprias. Estabeleça um método fácil para comparar uma imagem nova com a sua imagem referencial. Os métodos usados variam de um para outro, de uma simples comparação visual. Pode ser uma tarefa árdua, mas você verá a glória e a beleza das galáxias. Lembre-se de observar dentro do núcleo das galáxias! A distribuição de estrelas nas galáxias

Page 50: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 50

tende que as supernovas aconteçam geralmente perto do centro e longe das bordas. Isso significa que cada imagem de ser ressaltada para ver as regiões exteriores mais fracas e depois para o núcleo. Ambas as regiões de uma galáxia podem ser examinadas facilmente usando ajustes de brilho e contraste.

7. Não se sinta desencorajado! Mesmo que os

métodos vistos nesse artigo aumentem suas chances, elas ainda são chances. As descobertas têm um pesado componente, sorte. Eu posso estar perturbado para descobrir uma supernova e achar uma que já tenha sido

descoberta. Isso não deve te atrapalhar! Isso significa que o seu método que aumenta suas chances de descoberta está funcionando! Ninguém pode desprezar o fato de você ter descoberto uma supernova só porque você não foi o primeiro! As minhas pesquisas resultam numa supernova a cada 1400 imagens ou mais. Novamente, isso é estatístico. Eu cheguei a descobrir 3 supernovas em 3 semanas. Eu também passei quatro meses sem descobrir nenhuma. Apenas acompanhe a guia deste artigo, faça um plano e vá em frente. Você achará uma supernova se seus instrumentos satisfazerem os pré-requisitos básicos.

Existem outras publicações sobre descoberta de supernovas que são muito mais profundas do que essa curta introdução. Eu convido suas perguntas para que mais e mais amadores entrem para o grupo dos caçadores de supernovas.

Michael Schwartz | Observatórios Tenagra [email protected] http://www.tenagraobservatories.com/ EUA

A Revista macroCOSMO.com agradece a Michael Schwartz, pela permissão de tradução do seu artigo para a língua portuguesa. Tradução de William Fernandes.

Page 51: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 51

Sociedade Astronômica do Recife

30 ANOS DA SAR, COMEMORAÇÃO OU REFLEXÃO?

Audemário Prazeres | Sociedade Astronômica do Recife

Chegamos aos 30 anos de existência. Não foram poucos os obstáculos que suplantamos ao longo desse tempo. Afinal, desenvolver educação e cultura neste país não é uma tarefa fácil, e se tratando de uma ciência pura e cara como é a Astronomia, inserida em uma região carente como é o nosso Nordeste, acreditem: As dificuldades são bem maiores.

Certa feita, o Prof. Luiz Eduardo da Silva Machado, então diretor do Observatório do Valongo no Rio de Janeiro, comentou: “Aprendi que amar os céus é dever do profissional, como ao inverso, profissionalizar a contemplação estética é obrigação dos aficionados da Astronomia”. Não resta a menor dúvida que a obstinação e dedicação são expressões bastante peculiares entre os amadores que desenvolvem esta ciência no Brasil e no mundo, forjando elementos fundamentais para melhor prosseguirmos com uma Astronomia, não em níveis acadêmicos, e sim, buscando cada vez mais a popularização de um conhecimento, que ao meu ver, melhor expressa o contexto universal em que estamos inseridos.

Mas, para o exercício de qualquer atividade humana dependem recursos MATERIAIS , HUMANOS e FINANCEIROS. E nas entidades astronômicas brasileiras, ou de outras áreas de interesse, há carência nos três tipos de recursos.

Nas divulgações, sempre se tentou conseguir um maior número de associados, e com isto, as mensalidades pudessem gerenciar um bom programa administrativo e melhores condições das atividades astronômicas. Porém, atingir este objetivo é extremamente difícil quando não temos uma SEDE PRÓPRIA, e sim, provisória que é no Espaço Ciência, órgão da Secretaria de Ciência e Tecnologia do estado. Dessa forma, o número de membros da Sociedade é extremamente pequeno. Mas são esses que por terem a obstinação e dedicação que lhes são peculiares, mantêm viva uma das poucas (se não a única) entidade amadora atuante na Astronomia em Pernambuco. Apesar da previsão orçamentária ser bastante modesta, (às vezes bancadas do próprio bolso), não inibe o sentimento que temos de manter viva uma

importante entidade nascida do pioneirismo do Pe. Jorge Polman, o qual tive a grande satisfação de ter como mestre e amigo.

A Sociedade Astronômica do Recife - S.A.R. foi fundada em 1973, e em 21 de Junho de 1974 foi registrada em cartório para usufruir dos efeitos legais na condição de pessoa jurídica. Sua criação partiu de um projeto que visava a implantação de um planetário na cidade do Recife. Seu fundador foi o Pe. Johannes Michael Antonius Polman, mais conhecido como Pe. Jorge Polman, nascido na Holanda e chegado ao Brasil em 1952, sendo que, em 1972 veio morar no Recife, onde exerceu o cargo de professor de Ciências do antigo Colégio São João situado no bairro da Várzea. Nesta sua vinda, trouxe um telescópio newtoniano de 4” (polegadas), que foi a pedra fundamental na divulgação da Astronomia em Pernambuco.

O projeto intitulado “UM PLANETÁRIO PARA O RECIFE!” acabou virando uma frase bastante alardeada na década de 70 entre a mídia e a comunidade astronômica do Brasil.

Em 07 de Maio de 1975, o diário Oficial do Estado publicou: “PROJETO PLANETÁRIO DO RECIFE ENTREGUE ONTEM AO GOVERNADOR”. Uma comissão esteve presente com o Governador Moura Cavalcanti, e era presidida pelo Padre Jorge Polman, e composta por professores, economistas e vários estudantes.

A diretoria fundadora da S.A.R. foi eleita em uma Assembléia no 24 de Agosto de 1974, sendo composta por: Pe. Jorge Polman - Presidente; Manoel Claudino de Pontes - Vice-Presidente; José Jorge Correia - Secretário e José Vianney Mendonça com o cargo de Tesoureiro, além de outros colaboradores como os colegas do Observatório Galileu Galilei de Juiz de Fora (MG) que criou o símbolo e o slogan da campanha.

Lamentavelmente o Governo de Moura Cavalcanti não transformou a brilhante idéia em uma realidade. É bem provável, que a grande enchente ocorrida no Recife em 1975, tenha vetado o desenvolvimento desse projeto.

Oxalá haver um governante ou empresário que viabilize um dia termos um planetário.

Texto extraído do Jornal do Commercio e no Supernovas – Boletim Brasileiro de Astronomia em

05/06/2003 na sua edição de número 206

Audemário Prazeres | Sociedade Astronômica do Recife Atual Presidente da Sociedade Astronômica do Recife [email protected] http://www.sociedadeastrorecife.kit.net

Page 52: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 52

Quem faz a Revista macroCOSMO.com

A Revista macroCOSMO.com só existe hoje, graças ao empenho e a dedicação de uma

grande equipe, que apenas visa levar a astronomia a todos que despertem interesse pela mais antiga das ciências. Hemerson Brandão | Diretor Geral e Editor Chefe

Hemerson de França Santos Brandão, 20 anos, Bragança Paulista/SP. Nascido na pequena cidade de Lima Duarte/MG e criado boa parte de sua vida em São Paulo, desde pequeno apresentou inclinação para a Ciência. Aos 11 anos, observando o seu primeiro eclipse total do Sol, decidiu que a astronomia seria seu futuro. Todo conhecimento atual, só foi conquistado através do estudo livros, revistas, jornais, computadores e internet, mas fica contente em saber que ainda existe muita coisa a ser estudada.Com a falta de uma publicação científica que abordasse a astronomia, a idéia da Revista macroCOSMO.com surgiu há mais de dois anos, mas só começou implementá-la há 4 meses, através do incentivo de seu amigo Audemário Prazeres.

E-mail: [email protected]

Audemário Prazeres | Revisão

Audemário Inácio dos Prazeres Filho, 38 anos, Recife/PE. Atual presidente da Sociedade Astronômica do Recife, completou em 2003 20 anos no exercício da Astronomia teórica e prática em seus diversos segmentos. Exercendo a Presidência do Clube Estudantil de Astronomia entre 1985 e 1987, foi coordenador da seção de Radioastronomia onde desenvolveu o primeiro radiotelescópio com sistema interferiomêtrico do Norte e Nordeste.

Em 1985 foi o Presidente-Fundador da Associação Astronômica de Pernambuco, na cidade de Carpina, onde ministrou várias aulas no Curso de iniciação em astronomia e confecção de telescópios refletores.

É membro participante da Rede REA em São Paulo e na seção Solar do International Halley Watch. Desenvolve além de observação das manchas solares, o rastreamento de ondas eletromagnéticas em baixa freqüência, foguetismo e uma formulação de prateamento de espelhos para telescópios refletores.

Convidado pelo Presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Sr. Sérgio Cabral, em seção solene para entrega da medalha ao mérito Pedro Ernesto ao Ex.mo. Sr. Ministro da Ciência e Tecnologia Renato Archer em 10 de Outubro de 1986. Onde se fez presente sendo o único representante do Norte, Nordeste e Centro-Oeste no segmento da Astronomia Amadora.

Foi o coordenador e financiador da Primeira Equipe Amadora do Brasil a redescobrir e fotografar o cometa Halley, reconhecido pela LIADA.

E-mail: [email protected]

Roberta Maia | Revisão

Roberta Fernandes Maia, 19 anos. Nascida em São Caetano do Sul/SP, atualmente mora em São Bernardo do Campo e cursa o segundo ano de Letras na Universidade Metodista de São Paulo.

Acompanha a astronomia há alguns anos, através do incentivo do seu pai, mas não com a freqüência que gostaria.

E-mail: [email protected]

William Fernandes | Tradutor

William Fernandes, 18 anos, Maceió/AL, Alagoano é astrônomo amador há dois anos, porém neste pequeno período de tempo se familiarizou com a astronomia que se tornou sua maior paixão amadoresca. Iniciou os estudos no dia 14 de junho de 2001, já com a sua primeira observação digna de registro.

Como pretende forma-se em biologia, a vida fora da Terra é um dos temas mais apaixonantes e que mais fazem admirar a beleza, harmonia e complexidade do Universo.

E-mail: [email protected]

Page 53: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 53

Hélio Ferrari | Redator

Helio Oliveira "Gandhi" Ferrari, 32 anos, Uberlândia/MG, nasceu em Barretos/SP, apaixonou-se pela ciência aos 14 anos de idade quando participou de um evento que levava a turma da escola para o laboratório de química e física da faculdade de engenharia. O golpe de misericórdia veio com a série “Cosmos” de Carl Sagan. E-mail: [email protected]

Naelton Mendes de Araújo | Redator

Naelton Mendes de Araujo, 40 anos, Rio de Janeiro,RJ. Nascido na mesma cidade e residente na Ilha do Governador, é Astrônomo formado pela UFRJ (Observatório do Valongo) em 1992. Seu projeto de fim de curso foi em Radioastronomia: "Radio Espectros Contínuos de Fontes Discretas". Trabalhou 10 anos no Museu de Astronomia e Ciências Afins no Departamento de Educação. Ministrou vários cursos de introdução à Astronomia. A mais de 8 anos coordena um grupo de discussão astronômico na Internet: a Urânia Brasil http://www.uraniabr.cjb.net/ atualmente com 400 assinantes em todo o Brasil.Atualmente é analista orbital na Supervisão de Operações Orbitais da Star One (Empresa do Grupo Embratel). Sempre esteve envolvido com ensino e divulgação de Ciências Espaciais. E-mail: [email protected] Rosely Grégio | Redatora

Rosely Gregio, nasceu na cidade de São Paulo em maio de 1954, logo se mudou para o sul de Minas Gerais onde, deitada na calçada ficava olhando para o céu na busca pelas ‘’estrelas cadentes’’. Sua curiosidade aumentou com os bip-bips do Sputinic 4, e quando ouvia falar que algum cometa brilhante estava no céu. Esse interesse cresceu ainda mais quando da missão Apollo 11. Aos 12 anos a família se muda para Mococa, onde vive até hoje. É formada em Artes e Desenho pela UNAERP e professora da Rede de Ensino do Estado de São Paulo. Como amadora procura pesquisar e divulgar a Astronomia. Atualmente participa de alguns programas de observação desenvolvida na Brasil e internacional envolvendo meteoros, cometas, a bela Luna e mais recentemente o Sol. Seus outros interesses são Astrofotografia, Geologia e ciências afins, Arqueoastronomia, Astronáutica, meteoritos e crateras de impacto.

E-mail: [email protected]

Paulo Ricardo Monteiro | Redator

25 anos é arquiteto e urbanista, pós graduado em gerenciamento e execução de obras, estuda

astronomia de forma amadora desde os 13 anos, é autor do site “astronomia para amadores“ www.astronomos.com.br/paulo, contribui para a Revista macroCOSMO.com, como autor de artigos sobre temas polêmicos, como grandes mitos inventados, mais conhecidos como “astrobobagens”, confrontando os autores de tais absurdos, utilizando uma visão critica dos fatos, tentando conscientizar e despertar nas pessoas o pensamento racional, não aceitando prontamente qualquer informação jogada em sites, jornais ou ate mesmo na tv. E-mail: [email protected]

Page 54: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 54

Autoria A Revista macroCOSMO.com, a primeira revista eletrônica brasileira de astronomia, abre espaço para todos autores brasileiros, uma oportunidade de exporem seus trabalhos, publicando-os em uma de nossas edições.

Instruções aos autores: 1. Os artigos deverão possuir Título, resumo, dissertação, conclusão, notas bibliográficas e

páginas na internet que abordem o assunto; 2. Fórmulas matemáticas e conceitos acadêmicos deverão ser reduzidos ao mínimo, sendo

claros e concisos em seus trabalhos; 3. Ilustrações e gráficos deverão conter legendas e serem mencionadas as suas respectivas

fontes. Pede-se que as imagens sejam enviadas nos formatos JPG ou GIF. 4. Quanto as referências: Jornais e Revistas deverão constar número de edição e página da

fonte pesquisada. Livros, pede-se o título, autor, editora, cidade, país e ano. 5. Deverão estar escritos na língua portuguesa (Brasil), estando corrigidos ortograficamente. 6. Os temas deverão abordar um dos ramos da Astronomia, Astronáutica ou Física. Ufologia

e Astrologia não serão aceitos. 7. Traduções de artigos só serão publicados com prévia autorização de seus autores originais. 8. Antes do envio do seu arquivo envie uma solicitação para [email protected],

fazendo uma breve explanação sobre seu artigo. Caso haja um interesse por parte de nossa redação, estaremos solicitando seu trabalho.

9. Os artigos enviados serão analisados e se aprovados serão publicados em uma de

nossas edições. 10. O artigo estará sendo revisado, e as opiniões serão de total responsabilidade de seus

idealizadores. 11. O autor receberá um exemplar no formato PDF da revista respectiva, por e-mail ou correio

convencional através de mini-cds.

Page 55: macrocosmo 1a3

http://www.revistamacrocosmo.com 55

macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 1 - Dezembro de 2003

"Todas as palavras são inúteis, desde que se olha para o céu.”

Cecília Meireles

revista

Page 56: macrocosmo 1a3

A PRIMEIRA REVISTA ELETRÔNICA BRASILEIRA EXCLUSIVA DE ASTRONOMIA

macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 2 – Janeiro de 2004

revista

Buscando novas FRONTEIRAS

Entrevista: Walmir Cardoso Presidente da SBEA

Plataforma Equatorialpara Dobsonianos

O desenvolvimento humano etecnológico da conquista espacial

Page 57: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 2

Redação [email protected]

Diretor Editor Chefe Hemerson Brandão [email protected]

Revisão Audemário Prazeres [email protected] Roberta Maia [email protected]

WebMaster Hemerson Brandão [email protected] Tradutor William Fernandes [email protected] Redatores Hélio “Gandhi” Ferrari [email protected] Paulo Monteiro [email protected] Rosely Grégio [email protected] Colaboradores Audemário Prazeres [email protected] Paulo Oshikawa [email protected] Pedro Ré [email protected] Roberto Silvestre [email protected] Ronaldo Garcia [email protected]

Divulgação e Publicidade Lílian Luccas [email protected]

editorial Após dois anos planejando seu lançamento, a Revista

macroCOSMO.com, a primeira revista eletrônica brasileira de astronomia finalmente é lançada.

Brindados com uma procura muito maior do que

esperávamos, a primeira edição da revista conquistou mais de mil acessos, apenas em seu mês de estréia. Elogios e mensagens de apoio foram muitos! Presente melhor que esse, a equipe da Revista macroCOSMO.com não poderia ter recebido, mas ainda pretendemos melhorar a cada edição atendendendo a sede de conhecimento científico dos astrônomos brasileiros.

Até mesmo uma parceria com o Boletim Centaurus, da

Fundação CEU em Brotas (SP), já está acertada. Com essa nova união, pretendemos ampliar de forma “astronômica” a difusão da mais antiga das ciências.

Atrasada devido às festas de final de ano, a segunda edição da Revista macroCOSMO.com traz em seu artigo de capa, uma reflexão sobre os avanços conquistados pelo homem em sua “breve” aventura pelo espaço.

Uma entrevista exclusiva com o presidente da Sociedade

Brasileira para o Ensino de Astronomia, o astrônomo Walmir Cardoso, além de um tutorial de como construir uma plataforma equatorial para telescópios dobsonianos também são destaques dessa edição.

Conteúdo e diagramação aprimorada é a nossa retribuição pelo carinho que todos nos receberam.

Um feliz 2004 e céus limpos sem poluição luminosa para todos.

Hemerson Brandão Editor Chefe | Revista macroCOSMO

[email protected]

revista macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 2 – Janeiro de 2004

Page 58: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 3

4 macroLEITORES 5 OPINIÃO | A Lua volta ao alvo 6 ENTREVISTA | Walmir Thomazzi Cardoso 11 ASTRONÁUTICA | Buscando novas fronteiras 18 EFEMÉRIDES | Janeiro de 2004 43 MITOS CIENTÍFICOS | De volta às trevas 48 ASTROFOTOGRAFIA | Fotografando o Universo – Parte II 53 OFICINA | Plataforma Equatorial para Dobsonianos 71 PALESTRA | A astronomia e seu começo 75 GUIA DIGITAL | Mapas Celestes 79 AUTORIA

Capa: Concepção artística de uma missão exploratória na superfície do planeta Marte. Cortesia da NASA/JPL

revista macroCOSMO.com [email protected]

sumário

© É permitida a reprodução total ou parcial desta revista desde que citando sua fonte, para uso pessoal sem fins lucrativos, sempre que solicitando uma prévia autorização à redação da Revista macroCOSMO.com. A Revista macroCOSMO.com não se responsabiliza pelas opiniões vertidas pelos nossos colaboradores.

Versão distribuída gratuitamente na versão PDF em http://www.revistamacrocosmo.com

Page 59: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 4

macroLEITORES

Enquanto a astronáutica brasileira viveuem 2003 o indesejável tempo em que "A Bruxaestá solta" (Alcântara/MA), acho que aAstronomia Brasileira deu um grande salto esteano, principalmente através da iniciativa e daajuda dos amadores, além da sempre sólidacompetência dos profissionais. A proeza de Daminelli com a monstruosaestrela Eta Carinae, a transmissão pelo rádio deSobral (CE) e Ouro Preto (MG) do eclipse denovembro, para vários municípios de seusrespectivos Estados, atitude esta pioneira e queserá repetida muitas e muitas vezes, e agora o"serviço de parto" de duas revistas brasileiras deastronomia coloca o ano de 2003 na condição de"se tentar melhorar estraga"

Saulo M. Filho, Sobral (CE)

A revista está realmente supimpa,um filet mignon para os amantes daastronomia! Gostei muito da qualidade dotexto, do enfoque dos assuntos e dalinguagem com que foram expostos.

Olha, o Brasil estava precisandomesmo de uma publicação destas... Eainda precisa de muito mais, não emesmo?! Pois, é, tenho consciência quefaço parte da próxima geração daastronomia amadora e quero contribuirmuito para seu desenvolvimento no Brasil.Por isso, essa revista veio como um jatopropulsor para estimular meus planos.Muito obrigado por esse belíssimopresente!

Lima Ivan, Londrina (PR)

Entre em contato com a Revista macroCOSMO.com: [email protected]

Inclua nome endereço e telefone. Os e-mails poderão ser editados para publicação.

http://www.revistamacrocosmo.com

ERRATA

Na pagina 2 (Edição nº 1 – Ano I),na lista de redatores da revista, osobrenome correto, seria Hélio Ferrari enão Hélio Ferreira como foi publicado.

Na página 22 (Edição nº 1 – Ano I),

o verdadeiro e-mail do autor RobertoSilvestre seria:

[email protected]

Na pagina 27 (Edição nº 1 – Ano I)O correto seria: Segunda-feira, 22 deDezembro : O solstício de Inverno para oHemisfério Norte começa às 07:04 TU.Para o Hemisfério Sul é o Solstício deVerão. Nesse momento o Sol passa peloTrópico de Capricórnio e NÃO peloEquador da Terra dirigindo-se para oHemisfério Austral

Ano I – Edição nº 01 – Dezembro de 2003

Page 60: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 5

Com o sucesso do programa espacialChinês, uma nova corrida espacial surge.Autoridades chinesas e indianas se tornamrivais na busca pelo espaço e lançam o desafiode qual nação chegará primeiro na Lua.

Durante a década de 60 e 70, em meioà Guerra Fria, os Estados Unidos e a entãoUnião Soviética disputavam a soberania doespaço. Durante boa parte do que ficouconhecida como “corrida espacial”, osSoviéticos mantiveram-se pioneiros, como acolocação em órbita do primeiro satéliteartificial, o primeiro ser vivo e o primeiro homemno espaço. Também foram os primeiros afotografar o lado oculto da Lua e a pousar umveículo explorador em sua superfície. Só nãoforam os primeiros a alcançar a Lua com umamissão tripulada, pois estavam interessados naimplantação de estações espaciais orbitais,deixando o caminho livre para os americanos.

Abandonada desde 1972, a Lua foivisitada por 12 astronautas em seis missões doPrograma Apollo. Como a conquista da Lua eraapenas um objetivo político, os americanos nãoconcordavam em manter um programa tão caro,em prol da pesquisa científica..

Com o anúncio dos interesses da Chinaem alcançar a Lua ainda nessa década, atravésde sondas espaciais, os Estados Unidos jáestão organizando uma força tarefa para que aNASA chegue antes da nação oriental eestabelecer a tão esperada base selenita,iniciando assim a colonização da Lua.

O novo plano espacial americano para2004 poderia catapultar a baixa popularidadedo presidente George W. Bush nas futuraseleições presidenciais.

Não me espantaria se a Rússiaentrasse também na competição, assim como aESA da Europa e a NASDA do Japão. A UniãoEuropéia mantém o projeto de um novo ônibusespacial conhecido como Hermes, mascontinua engavetado ha duas décadas. OJapão testa seu foguete lançador para futurasmissões tripuladas.

A China pretende colocar um sonda emórbita da Lua até 2006 e uma missão tripuladaaté 2020. A Índia, mais modesta, marcou para2008 o envio de sondas lunares.

Particularmente acredito que umasegunda corrida espacial não poderia chegarem melhor hora. Com o acidente do ônibusespacial Columbia, no início do ano passado eos cortes no orçamento do Programa EspacialRusso, isso só vêm propulsionar a conquista doespaço. É claro que isso só deve ocorreratravés da cautela, para que não ocorra omesmo com os astronautas da primeira disputaespacial, morrendo em acidentes que poderiamter sido evitados, na busca única pelavanguarda espacial.

Uma cooperação internacional seriamais lucrativa econômica e cientificamente,mas como esse povo só pensa em rivalidade,eles que são estrangeiros que se entendam! ∞

OPINIÃO

A LUA VOLTA AOALVO

Hemerson Brandão | Revista macroCOSMO.com

Page 61: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 6

ENTREVISTA

ERA UMA VEZ, HÁ MUITO TEMPO ATRÁS E...

Foi desta maneira que o físico e astrônomo

Walmir Thomazzi Cardoso cativou o público que estavapresente na abertura da 1ª Semana Cientifica Cultural doCurso de Pedagogia: Gestão e Tecnologia Educacional daUniminas em Uberlândia (MG).

Walmir Cardoso é um grande difusor da ciênciaem nosso país, de uma maneira extremamente cativanteao apresentar o céu, através dos mitos que fazem parte dacultura dos povos.

Foi com uma enorme simpatia que o professor,numa tarde chuvosa, concedeu esta entrevista exclusivapara Hélio “Gandhi” Ferrari, redator da RevistamacroCOSMO.com, onde fala sobre seus projetos e suasopiniões sobre ciência e tecnologia. Walmir Thomazzi Cardoso

‘As pessoas têm um conhecimento sobreciência, que pode não ser um conhecimento perfeito eformal mas é um conhecimento científico!’

macroCOSMO.com: Boa tarde prof. Walmir

Walmir: Tudo bom, Gandhi? macroCOSMO.com: Gostaria de fazer algumas perguntas. Sobre essa iniciativa nova que estamos realizando com a Revista macroCOSMO.com, nos lançando na divulgação cientifica, o que o Sr. acha hoje da questão da difusão cientifica no Brasil e no Mundo?

Walmir: Bom, em primeiro lugar gostaria de agradecer bastante a possibilidade de falar para a macroCOSMO.com. É uma iniciativa excelente, como todas as iniciativas ligadas à divulgação e a difusão cientifica são. Eu penso que de uns 15 anos para cá o que aconteceu no Brasil e isso e um fenômeno mundial, a ciência esta saindo de dentro da academia. Antigamente a ciência era uma coisa só praticada dentro da academia e a divulgação cientifica era chamada, principalmente aqui no Brasil de "vulgarização cientifica". Essa palavra "vulgarização" estava associada a um termo francês cujo significado na Franca é divulgação. Eu não gosto nem da palavra vulgarização nem de divulgação, porque tanto

uma como outra tem o sentido de "tornarconhecido para o vulgo" ou seja, aquele quenão tem conhecimento nenhum da ciência. Issonão é bem verdade. As pessoas têm umconhecimento sobre ciência que pode não serum conhecimento perfeito e formal, mas é umconhecimento científico. Eu gosto muito dapalavra difusão, eu sempre uso essa palavra,porque difusão e uma força que vai do meiomais concentrado para o menos concentrado.Então eu acho mais interessante ter umaconcentração de trabalhos e conhecimentosque estão sendo desenvolvidos num lugar eisso começa a se espalhar para outros lugaresonde não há tanta concentração. E isso que eupenso que tenha acontecidos nestes últimosanos. macroCOSMO.com: Talvez por influênciadesta nova mídia que é a Internet ou temaumentado a literatura na área?

Walmir: A Internet ajudou bastante, mas euacho que houve iniciativas aqui no Brasil,particularmente que foram muito positivas. Porexemplo: começaram a ser publicados livrossobre astronomia, a difusão cientifica e isso daí

Page 62: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 7

começou a ajudar bastante. Outra coisa, sem sombra de duvida, é a possibilidade de ir para os meios de comunicação: rádio, televisão, etc. Neste sentido eu tive uma sorte imensa porque eu fiz uma serie de programas de astronomia e realmente, acho que foi um marco importante para abrir possibilidades para outras pessoas. O prof. Mourão no Rio de Janeiro publicou mais de 60 livros voltados para a difusão cientifica.. macroCOSMO.com: O anuário dele é um best-seller... Walmir: O anuário é vendido a rodo e é claro a Internet é um meio de comunicação bastante democrático, contanto que você tenha acesso a ela. Ainda não e um meio que chega a todo o Brasil, mas ao poucos ela vai chegando.

macroCOSMO.com: o Sr. acredita que as sociedades têm contribuído para isso? Por exemplo, há uma organização de vários segmentos da ciência, cada uma se agrupando em torno de seu nicho, vamos assim dizer. Temos as sociedades brasileiras de física, a sociedade brasileira de

Walmir: Sim, mas este é um fenômeno curioso. Os pesquisadores há muito tempo eles não tinham o menor interesse de fazer divulgação e nem difusão do seu conhecimento. Isso acontecia por dois motivos essencialmente: não havia investimentos na área e portanto eles não tinham muito interesse em fazer e segundo havia um mito que ainda existe dentro da universidade de que se o professor se dedica a fazer difusão ele não vai fazer pesquisa, então se ele esta com tempo livre para fazer divulgação ou difusão cientifica isso significa que ele esta publicando menos, ou seja, ele tem uma produção cientifica menor. Esse mito foi quebrado por vários pesquisadores que fazem pesquisa serias, profundas em suas áreas de conhecimento e fazem difusão como é o caso do prof. Roberto Boscko, em São Paulo. Uma outra coisa foi que começaram a aparecer os investimentos em educação e em difusão cientifica. Começaram a aparecer linhas de créditos governamentais para a criação de museus de ciências de centros de difusão

cientifica etc. e aí os pesquisadorescomeçaram a se interessar, porque haviarecursos. macroCOSMO.com: Falando sobre aquestão da ciência nas escolas, como vocêqualifica o ensino de ciências nas escolas deensino fundamental e médio?

Walmir: Isso varia muito de lugar para lugar ede escola para escola. Eu tenho andadobastante o Brasil e tenho ido a muitas escolas.Hoje em dia em faço uma consultoria paraUNESCO, para o Ministério da Educação e daCultura e acho que tem uma coisa que mechama muito a atenção. Quando osprofessores são bem formados e quando osprofessores têm interesse em fazerem difusãocientifica e ensinar ciências aos estudantes,obviamente começam a se interessar. Entãonão é a escola, não são as condições. Eu fuipara o meio do sertão do Xique-Xique eencontrei um professor fazendo experimentosbárbaros, básicos da área cientifica, comastronomia, usando conhecimento astronômico. resto em outras coisas... macroCOSMO.com: Então comovenceríamos o fantasma do chamado"analfabetismo cientifico"? Uma dentre outrasformas de analfabetismo que temos como oanalfabetismo digital, o analfabetismofuncional...

Walmir: A ciência precisa deixar de ser chata.As pessoas falam da ciência de uma maneiradifícil, porque isso valoriza a imagem delas.Valoriza a imagem do conhecimento que elasdetém e isso é um problema, porque vias deregra, as pessoas utilizam conceitos maiscomplicados, como se elas estivessem seaproximando mais do rigor, mas muitas dasvezes quando você vai analisar rigorosamenteum conceito, você verá que ele esta par e parde outras aproximações que são feitas muitospróximas do senso comum. Eu diria que agente tem que aproveitar o conhecimento queas pessoas tem. Esse "analfabetismo" ele temque ser bem pensado entre aspas porque não

ENTREVISTA

‘A ciência precisa deixar de ser chata!’

a sociedade brasileira deastronomia, a sociedadebrasileira de ensino deastronomia, da qual o Sr. é opresidente, os grupos depesquisa de ensino de química,o GREF entre outros...

Então não se trata claramentede recurso econômicos, é claroque ajuda, mas de capacitação eformação de professores. Entãohoje, se eu tivesse no bolso 1real para investir, investira 98centavos na capacitação e o

Page 63: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 8

é só calculando a posição do planeta que a pessoa sabe astronomia. Eu conheço inúmeros bons, excelentes pesquisadores que estudam a galáxia NGC alguma coisa e não sabem achar a direção.. macroCOSMO.com: Não sabem achar o cruzeiro do sul...

Walmir: Exatamente.Também é analfabetismo. Então são pesquisadores hiperespecializados, mas são analfabetos nas bases do conhecimento cientifico. Então como que essa pessoas vão poder dizer que o que uma pessoa comum, que não se dedica à pesquisa cientifica, deve saber minimamente de ciência? Eu acho que isso é uma discussão que esta sendo feita e vai continuar sendo feita. Acho que a gente deve falar sobretudo de uma maneira simples utilizando os conhecimentos que as pessoas tem. Eu já falei, como a palestra que eu vou dar esta noite em Uberlândia, já fiz para assentados do movimento dos sem-terra em Uberaba (MG) que vieram lá do Paranapanema para assistirem uma palestra e um curso. Tudo bem, mas era uma palestra para pessoas que não tinham realmente um conhecimento cientifico formal, mas elas tinham um conhecimento cientifico. Elas eram alfabetizadas, mas elas eram alfabetizadas numa língua que nos não conhecíamos. Como eu acho que o pesquisador, por ele ter uma melhor mobilidade lingüística e cultural, ele tem que quase por obrigação de falar varias línguas, varias linguagens. Ele precisa aprender a linguagem destas pessoas para poder se comunicar com elas. macroCOSMO.com: Poderíamos dizer que ele precisa dar significado para essas pessoas.

Walmir: Exatamente.

macroCOSMO.com: Não adianta falar em quantização da matéria se... Walmir: Eu gosto muito do Paulo Freire que vocês seguem diretamente aqui, exatamente por essa posição freirista, em não tentar entortar o conhecimento de uma pessoa para ela se transformar numa outra pessoa. Valorizar o conhecimento que ela tem é associar mais conhecimento ainda, mostrando que o conhecimento é uma grande aventura. Isso é uma coisa importante para gente, mostrar que o conhecimento humano é uma grande

maravilha, uma espetacular aventura, como sefosse um belíssimo livro de ficção que você lê evai se apaixonando pelos personagens dele. macroCOSMO.com: Na sua opinião qual aimportância da gente ter cientistas formados noBrasil.

Walmir: Eu acho assim... o Brasil e um paísque produz modestamente ciência, masrecentemente... macroCOSMO.com: O Feynmann nadécada de 50 ou 60 disse que não fazíamosnada de ciência.

Walmir: Para ser bondoso eu vou dizer quesomos modestos. Bondoso porque o Brasil temilhas de observação, de trabalhos, de produçãocientifica, ilhas de excelência como eleschamam que são extraordinárias, que fazemtrabalhos de ponta, mas são ilhas. O restantedo território não esta imerso dentro destaprodução. Eu sempre penso assim, temmelhorado porque quando eu comecei atrabalhar com divulgação ou difusão cientifica,quando comecei a trabalhar com ensino deastronomia, as pessoas diziam para mim "vocêvai morrer de fome" , " você não deve seguireste caminho" etc. Olha, muitas dessaspessoas hoje estão desempregadasatualmente... macroCOSMO.com: O Sagan (Carl) foicrucificado em seu próprio meio por causadisso.

Walmir: No caso dele, principalmente porcausa desta tensão entre a chamada pesquisacientifica e o trabalho amador, que é um outroponto que eu sempre brigo muito. Eu sou umpouco brigão com os pesquisadores porqueeles usam a palavra “amador”. A palavraamador, ela tem uma conotação pejorativamuitas vezes. Eu sei que muitos pesquisadoresnão usam esta palavra com esta conotação,mas amador é aquele que faz um trabalhoamadorístico e não aquele que ama. Eu pensoque amadores deviam ser todos, quer dizerpesquisadores, pessoas que trabalham comdifusão, pessoas que são "analfabetascientificamente" mas que gostam de ciência equerem aprender. Todos são amadores mas agente estava falando sobre os pesquisadoresformados no país... É claro que é importanteformar gente capaz, não tenha duvida , mas

ENTREVISTA

Page 64: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 9

ENTREVISTA

‘O Brasil precisa continuar a investir na criação emanutenção de astronautas brasileiros’

também é importante sair daqui para ir a outros lugares, aprender e voltar para cá e aqui eventualmente encontrar as condições que hoje em dia não existem.

Cansei de ver isso, desde que eu era estudante até virar professor universitário e pesquisador. Você olha e vê excelentes cabeças sendo formadas no Brasil e sendo enviadas para países centrais que investem em ciência e tecnologia e o Brasil fica sem essas cabeças e sem possibilidade de continuidade de projetos que estão em andamento.

Acho isso triste, acho importante que se forme. Sou favorável à mestiçagem, a todas as mestiçagens, principalmente a mestiçagem cultural, porque ela permite que você possa independente de cruzar seu gene, cruzar as culturas, então isso permite que você tenha uma idéia planetária, o que acho que essa é a grande contribuição do ensino da astronomia, a idéia de que a gente vive num planeta. É a consciência de que esse planeta é único, que esse planeta não pode ser destruído e de que mesmo que fique tudo escuro muitas vezes, é importante que fique escuro para que possamos ver as estrelas...

Uma das grandes iniciativas que o Brasil precisa continuar investindo é na criação e manutenção de astronautas. A gente tem um astronauta hoje que o Marcos Cesar Pontes, alias quero falar uma coisa muito legal pra macroCOSMO: Eu e o Marcos estamos produzindo uma série de 28 programas de televisão. Um astrônomo e um astronauta juntos Ele tem ficado muito tempo em Houston, mas quando ele vem para o Brasil, nós nos encontramos e agora estamos numa etapa de captação de recursos. É uma etapa difícil, porque os textos básicos os roteiros, já estão sendo produzidos rapidamente e espero que daqui uns 3 ou 4 meses estejamos colocando o primeiro programa no ar. A produção é da Larutia, uma empresa de produção cinematográfica e vídeo em São Paulo, mas ela certamente vai ser uma co-produção. A gente esta tentando envolver o Senado essencialmente por causa da captação de recursos, a UNESCO e a iniciativa privada, Petrobras, Embraer...essas empresas .

Sem falar no grande prazer de trabalharcom o Marcos , que e uma figura extraordinária,e um cara inteligentíssimo. O Brasil fez umaescolha fora de serie. Realmente penso que aspessoas devam se manifestar para que oastronauta brasileiro seja mantido na NASA epara que continue no projeto da estaçãoespacial internacional.

macroCOSMO.com: Por falar em iniciativas,o Audemário Prazeres, lá de Recife, perguntacomo fazer para captar recursos para projetoseducacionais que Sociedade Astronômica doRecife esta desenvolvendo?

Walmir: Audemário um grande abraço a você,que também é um dos grandes batalhadores daastronomia no Brasil. Eu diria o seguinte, aSBEA também tem os mesmos professoresque você. Eu tento me aproximar dassecretarias estaduais e municipais deeducação. Existem algumas linhas de créditoque estão ligadas com as SecretariasEstaduais e com Secretarias de Ensino Médio eTecnológico e a Secretaria de Ensino Distanciano MEC. Eu diria para o Audemário que emprimeiro lugar, ele tem que produzir parte doprojeto. A primeira parte vai ser mesmo comamor, a combustível individual e depois dissovocê documenta muito bem esse material.Fotos, depoimentos, teste com professores,alunos, vídeos... juntar essa documentaçãoenviar para a Secretaria de Ensino Médio eTecnológico do MEC , Secretaria do EnsinoFundamental e Secretarias Estaduaismostrando qual o trabalho que você estafazendo e tentando estabelecer uma parceria.É assim que esta gente esta tentandosobreviver nestes tempos difíceis. macroCOSMO.com: Para gente encerrar,uma mensagem final para esta nossa iniciativaque estamos realizando com amacroCOSMO.com.

Walmir: Eu já disse a iniciativa é maravilhosa.Eu acho que as dificuldades que a gente temsão muito grandes, nós somos realmente umbando de pessoas sonhadoras que acreditam

Page 65: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 10

ENTREVISTA

muito naquilo que fazem. Acreditamos na transformação que estão operando no mundo, mas se não fossem essas pessoas hoje em dia um número maior de pessoas no Brasil não saberiam ou saberiam menos sobre ciência. Acho que todas as iniciativas que puderem ser feitas no sentido de difundir e no sentido de fazerem as pessoas aprenderem não somente astronomia, mas sobre a ciência de um modo geral. Todas essas iniciativas são excelentes, são maravilhosas, então a iniciativa desta revista eletrônica é uma iniciativa que eu considero que se existissem pelo menos umas seis ou sete revistas como essa, coisa que espero que existam em pouco tempo, a gente vai aos pouquinhos chegando nas pessoas. Quanto mais programas de rádio, televisão puderem ter, mais eventos astronômicos que pudermos colocar telescópios na rua e mostrar para as pessoas, é melhor, porque a gente não sabe, é um efeito caótico. A gente mudando um pequeno grãozinho aqui, poderá causar um efeito extraordinário.

É sempre muito difícil, não desistam,parabéns, parabéns mesmo pela iniciativa emuito obrigado pela oportunidade de inaugura-la com vocês. Estamos aí sempre que vocêsquiserem e o endereço da SBEA – SociedadeBrasileira para o Ensino da Astronomia:www.sbeastro.org. Entrem lá, escrevam,contribuam. Muito obrigado!

macroCOSMO.com: Muito obrigado prof.Walmir. ∞

Página da SBEA

Gandhi Ferrari é engenheiro eletricista, especialista em Física e em Educação para a Ciência.Atualmente é professor de Tecnologias de Informação e Comunicação no curso de Pedagogia:Gestão e Tecnologia Educacional em Uberlândia/MG e redator da Revista macroCOSMO.com. E-mail: [email protected]

Page 66: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 11

O céu profundo e escuro sempre fascinou o homem desde a Antigüidade. À medida que a História do homem avançava com a sua tecnologia, foi ficando cada vez mais claro que descobrir o que nos rodeava era apenas uma questão de tempo. Somam-se a isso, as antigas disputas territoriais, que de uma maneira ou de outra, sempre contribuíram para o progresso de uma nação em relação às outras. Pensava-se antes que, quem dominasse os mares dominaria a Terra; depois quem dominasse os ares, conquistaria também a Terra. De modo que, inevitavelmente...

Buscando Novas

FRONTEIRAS O DESENVOLVIMENTO HUMANO E TECNOLÓGICO DA CONQUISTA DO ESPAÇO

ASTRONÁUTICA

Ronaldo Garcia | Boletim Centaurus

© NASA

Page 67: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 12

ASTRONÁUTICA

Depois que o homem pisou nasuperfície da Lua pela primeira vez, em 20 deJulho de 1969, o céu acabou ficando pequeno.Nunca antes o ser humano tinha ido tão longede casa quanto nesse dia. Realmente, umgrande passo para a humanidade foi dadonessa época. A partir daquele momento, a raçahumana entrou para o clube - que nem sequersabemos se existe - das raças interplanetárias.Finalmente, saímos do nosso berço.

Mas ir para a Lua não é nada. O nossoSistema Solar compreende nove planetas,centenas de luas, cometas e milhares deasteróides, o que nos impõe mais um delicadoproblema: para onde ir agora? Marte tornou-seo que é chamado no jargão astronáutico de "opróximo passo lógico" e não poderia deixar desê-lo. Vênus é o planeta mais próximo daTerra, mas as condições que reinam na suasuperfície são totalmente desagradáveis. JáMarte, o segundo planeta mais próximo de nós,tem uma série de condições - atmosféricasprincipalmente - que parecem até convidativas.Mas, para ir a Marte, seria necessário um outrodesenvolvimento tecnológico e, pela primeiravez, um desenvolvimento humano no espaçocomo não tinha acontecido até então.

Na época das naves Apollo que forampara a Lua, o espaço interno das naves eramuito pequeno e apertado para que osastronautas pudessem desenvolver qualquertipo de pesquisa ou mesmo ter um certoconforto. Mesmo antes, com as naves norte-americanas Mercury e Gemini e as soviéticasVostok e Voskhod, as dependências não eramagradáveis: eram apenas cubículos onde osastronautas ficavam durante praticamente todoo vôo. A viagem para a Lua, incluindo ir, ficar e

voltar demora, em média uma semana, dependendo do tempo de permanência na superfície da Lua. Já uma viagem a Marte é algo muito mais complexo. A viagem de ida demora em torno de seis meses, mais um ano e meio na superfície e mais seis meses para voltar. Total: dois anos e meio!

Até o começo da década de 70, ninguém tinha ficado mais que 14 dias no espaço, façanha realizada pelos astronautas Jim Lovell - que voaria depois na famosa Apollo 13 - e Frank Borman, numa das naves da série Gemini. Depois que os soviéticos "perderam" a corrida para a Lua, algumas "línguas" disseram que eles agora queriam ir a Marte e sabiam que não seria fácil. Tal afirmação nunca chegou a ser totalmente confirmada, mas o fato é que os soviéticos, em abril de 1971, lançaram a primeira estação espacial em órbita da Terra, a Salyut 1, tripulada por Dobrovolski, Volkov e Patsayev, permanecendo em órbita por 22 dias.

A Salyut 1 era um cilindro com 15,8 metros de comprimento por 4,15 metros de largura e dentro havia um tocador de fitas cassete, uma "mesa" para refeições, uma pequena biblioteca com alguns livros e, pela primeira vez, os cosmonautas - como são até hoje chamados os "astronautas" russos - podiam dormir em pé! Parece estranho "dormir em pé", mas o fato era que havia um lugar reservado para as "camas" e estas eram presas às paredes da estação. Como no espaço nem é possível definir "em cima" ou "em baixo", não importa o jeito que você durma!

Infelizmente, depois de 22 dias no

Concepção artística do primeiroencontro entre a nave americanaApollo, com a russa Soyuz

Page 68: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 13

espaço a tripulação da Salyut 1 morreu durante a descida, devido a uma falha na pressurização da nave que os traria de volta. A Salyut 1 caiu, o que estava totalmente previsto e sem ninguém a bordo, no dia 11 de outubro de 1971, permanecendo seis meses no espaço.

Existiram várias estações Salyut. Descontando as que falharam no lançamento As Salyuts 6 e 7 eram a segunda geração de estações espaciais. As primeiras versões da Salyuts tinham apenas uma porta de docagem, ou seja, para entrar e sair da estação, só por um lado. Já com a 6 e 7 existiam duas portas, possibilitando que duas tripulações visitassem a estação ao mesmo tempo e com naves diferentes.

Para ter uma idéia da evolução desse novo tipo de artefato espacial, a Salyut 7 subiu em abril de 1982 e foi desativada em junho de 1986. Nesses quatro anos de uso, muitas experiências médicas, astronômicas, físicas e químicas foram realizadas. A Salyut 7 caiu em fevereiro de 1991 e alguns pedaços foram encontrados na Argentina.

Os norte-americanos também investiram numa estação espacial na década de 70. O Skylab, a primeira e única estação espacial norte-americana até o momento, era, na verdade, o terceiro estágio do poderoso foguete Saturno V, que havia levado os homens à Lua anos antes. O Skylab subiu em maio de 1973 e contou com três tripulações diferentes em quase um ano de atividades. A última tripulação deixou o Skylab em fevereiro de 1974 e ficaram lá em cima por 84 dias. Durante esse período muitas experiências foram realizadas, como observações do Sol e do cometa Kohoutek - que passava na época - pesquisas de recursos naturais terrestres e dezenas de experiências médicas. Caiu em julho de 1979 e sua queda foi a mais comentada e coberta pela mídia em todo o mundo. Vários pedaços foram encontrados no deserto da Austrália.

Enquanto a antiga União Soviética insistia no seu programa de estações espaciais, os Estados Unidos resolveram construir um veículo mais ambicioso. Como o preço para uma viagem ao planeta Marte era

ASTRONÁUTICA

Estação espacial Skylab

extremamente elevado - orçado hoje em 250bilhões de dólares - seria interessante"começar devagar". Primeiro fator a sermudado: ter uma nave que fosse capaz de ir aoespaço sem ter que se construir outra nave acada missão. Nasceu, então, o programaSpace Shuttle - conhecido como ÔnibusEspacial - que consistia num veículo que podiair ao espaço, voltar a Terra, ir ao espaçonovamente, voltar para a Terra...

O primeiro vôo desse novo conceito denave espacial ocorreu em 12 abril de 1981 como veículo Columbia, tripulado pelo comandanteJohn W. Young - que já tinha voado no projetoGemini e nas Apollo 10 e 16 - e pelo pilotoRobert Crippen, na época ainda novato. Poisbem, no dia 12 de abril de 2001, foicomemorado os 20 anos de um veículo quetrouxe grandes mudanças nos vôos espaciaistripulados.

Page 69: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 14

Mas qual é a missão principal doônibus espacial? Para que ele foi construído?Para ir a Marte? Com certeza, não. A missãoprincipal era construir e realizar manutençõesperiódicas e dar apoio logístico à estaçãoespacial. Mas qual estação espacial? Qualqueruma. A idéia era que o ônibus seria o veículode ligação permanente entre a Terra e oespaço.

Apesar das enormes perdas dos

veículos Challenger (1986) e do Columbia(2003) e suas tripulações, os sucessos dosônibus espaciais ainda continuam.

Depois dos sucessos dos primeirosanos de operação dos ônibus espaciais,decidiu-se construir a estação espacial norte-americana Freedom, que não chegou a sair dopapel devido aos custos literalmenteastronômicos. Sem uma estação espacial, ostrês ônibus espaciais restantes - Discovery,Atlantis e Endeavour - permanecem semrealizar a sua principal missão, aquela para aqual eles foram criados e desenvolvidos. Dessamaneira, os ônibus espaciais continuaramsendo apenas um veiculo com viagensespaciais rotineiras.

Dentro do desenvolvimento humano noespaço, em fevereiro de 1984 pela primeira vezum ser humano se viu livre de qualquer ligaçãocom a nave que o trouxera ao espaço. BruceMcCandless foi o primeiro astronauta a flutuarsolto no espaço, sem o "cordão umbilical" como ônibus espacial. Para se locomover noespaço, McCandless estava acoplado a uma"mochila" conhecida como Unidade Tripuladade Manobras (MMU) e, através de jatos de gás,no caso o nitrogênio, foi possível "caminhar noespaço" sem problemas. McCandless se tornouo "primeiro satélite humano" da História!

Os ônibus espaciais levaram oseuropeus para o espaço através do Spacelab,um cilindro que cabia no compartimento decarga do ônibus espacial, desenvolvido pelaAgência Espacial Européia (ESA) parademonstrar a capacidade de se conduzirpesquisas num ambiente tão adverso quanto oespaço. No Spacelab foram feitas pesquisasem Astronomia, Física, observações da Terra,

ASTRONÁUTICA

Ônibus Espacial Americano Chalenger

Page 70: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 15

biologia, Ciência dos Materiais, Física daAtmosfera e tecnologias, ampliando, assim, odesenvolvimento humano no espaço.

Os ônibus espaciais levaram econsertaram o Telescópio Espacial Hubble,lançaram várias sondas interplanetárias como aMagalhães (para Vênus) e a Galileo (paraJúpiter), o Telescópio Chandra, lançaram econsertaram em órbita vários satélites, semcontar as centenas de horas de AtividadesExtra-Veiculares (EVA), quando os astronautassaem da nave para "passear no espaço".Pesquisas científicas nas diversas áreas doconhecimento humano foram realizadas,inclusive uma para o Brasil, levada a cabo em1997. Levaram para o espaço animais -abelhas, aranhas, galinhas, entre outros,embora os soviéticos também já tinham feitoisso antes dos norte-americanos, só que emnaves mais modestas e com objetivosdiferentes - pesquisaram a conduta do corpohumano, tanto física como psicologicamente,dormiram em pé ou alojados no teto do veículo,"brincaram" no ambiente sem gravidade etrabalharam muito. Os astronautas dizem que

não existe pôr-do-sol mais maravilhoso que o visto do espaço... Deve ser mesmo!

Enquanto isso, do outro lado do mundo, a então União Soviética, no mesmo ano em que o Challenger explodiu, lançou o primeiro módulo da estação espacial Mir, a primeira estação permanente. Lançada em 19 de fevereiro de 1986. Foi completada pelos russos em 1996, com o lançamento do último módulo, o Priroda. A Mir era uma estação espacial totalmente independente e auto-suficiente. A água, o ar e os sistemas de temperatura e de pressão eram providos e mantidos por ela mesma. Vale dizer que a comida e várias peças de manutenção eram enviadas da Terra por meio de veículos não tripulados conhecidos com o nome de Progress. A diferença básica entre as estações Salyut, o Skylab e a Mir era que esta última podia se sustentar no espaço. A Mir tinha dois motores principais que, com o passar do tempo, faziam a correção na órbita para que a estação não caísse. Isso justifica o termo "permanente" usado acima. O tempo de vida útil previsto para a Mir era de nove anos - no

ASTRONÁUTICA

Estação Espacial MIR

Page 71: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 16

ASTRONÁUTICA

máximo 10 - no espaço. No entanto, elapermaneceu em órbita por quinze anos e nessetempo todo foram realizadas mais de vinte milexperiências científicas para vários países. Elafoi visitada diversas vezes pelo ônibus espacialnorte-americano entre 1995 e 1997 num ensaiogeral da construção da Estação EspacialInternacional. A Mir já abrigou, além dosrussos, um jornalista japonês, um astronautamuçulmano, além de franceses, italianos enorte-americanos. Depois da queda do ImpérioSoviético, ocorrida entre os anos de 1989 a1991, o espaço ficou mais democrático...

Se a intenção era treinar longosperíodos de permanência humana no espaçopara uma viagem a Marte, a Mir detém todosos recordes até hoje. Já houve missões queficaram 141 dias no espaço, 176, 186, 191, 366e assim por diante...

A antiga União Soviética também tinhao seu "ônibus espacial". Não comentar sobreele não seria justo. O Buran (Nevasca, emrusso) teve o seu projeto iniciado em 1976,numa clara resposta ao mesmo programaamericano. O seu primeiro e único vôoaconteceu em 1988 e foi totalmenteautomático, sem tripulantes. Esse vôo durouapenas uma órbita, aproximadamente umahora e meia. Tal vôo foi curto devido àcapacidade de memória dos computadores doBuran. Neles tinham que ser programados olançamento, as atividades em órbita e o pousoe, como não cabia muita coisa na memóriadesses computadores, a opção era realizaruma única volta em torno da Terra. E mesmocom pouca memória, os computadores deramconta do recado: o Buran parou as rodas dotrem de pouso 300 metros além doprogramado! Depois disso, o Buran nunca maisvoou. Atualmente, o Buran "enfeita" shows deaviação pelo mundo.

A famosa ISS, a Estação EspacialInternacional, da qual o Brasil participa atravésde um consórcio que inclui outros quinzepaíses, terá o mesmo desempenho da Mir, ouseja, será uma estação espacial permanente,auxiliada por motores de correção de órbita.Evidentemente, o espaço interno da ISS émuito superior ao da Mir. A ISS comportarácom muita folga sete tripulantes. Poderia ser

Ônibus Espacial Russo Buran

Page 72: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 17

ISS – Estação Espacial Internacional

mais? Não. Em caso de pane ou de algum maufuncionamento que torne a presença humanaameaçada dentro da estação, existe ummódulo de fuga que só é usado em casosextremos... E, como esse só comporta seteastronautas...

Pois bem, a participação brasileiranesse projeto é mínima, mas existe e éimprescindível. O Brasil, o único país doterceiro mundo no projeto, vai contribuir com0,25% do total do preço, orçado em torno de 60bilhões de dólares. Esses 0,25% dão certosprivilégios ao Brasil como, por exemplo, ter0,25% do tempo útil de pesquisas para o nossopaís. Os equipamentos feitos aqui têm sempreum local reservado para experiênciaspuramente brasileiras. Além disso, a presençade um astronauta brasileiro também foiacordada. Assim sendo, o major da ForçaAérea Brasileira, Marcos César Pontes, queesteve na Fundação CEU, situado em Brotas(SP), para a inauguração da Base deLançamento de mini-foguetes que leva o seunome, em abril de 2002, está treinando emHouston, Texas, para poder voar dentro dealgum tempo.

Engana-se quem pensa que osastronautas-pesquisadores vão trabalharsentados numa mesa cercados deequipamentos sofisticados, com microscópios eoutras coisas. Na verdade, dos diversosmódulos que compõem a ISS, alguns sãolaboratórios científicos por natureza . Dentrodesses módulos estão armazenados em"caixotes" todos os materiais científicos

necessários. Um departamento de Física inteiro cabe num desses módulos. Assim, o astronauta só tem que puxar uma caixa, colocar o experimento e esperar pelos resultados.

A ISS é o maior complexo já montado no espaço. São 110 metros de comprimento por 88 metros de largura. O seu brilho no céu deve se equiparar ao de Vênus, o astro mais brilhante no céu depois do Sol e da Lua. A altitude da órbita é de 406 quilômetros e a sua inclinação é de 51,6 graus. O valor dessa inclinação permite que todos os países do mundo, no seu devido horário, possam ver a ISS passando e brilhando no céu. Essa inclinação é a mesma da Mir.

A construção da ISS começou em 20 de novembro de 1998 e estima-se que esteja pronta em abril de 2006, embora o acidente com o Columbia tenha atrasado mais um pouco o término dessa construção. É esperar para ver. Cada tripulação da ISS deve ficar no espaço de três a seis meses e dificilmente baterão o recorde de permanência no espaço, que pertence aos russos. Mas, depois de pronta e funcionando, quem sabe...

Como foi dito, é muito provável que tais esforços estejam sendo dirigidos para se alcançar Marte daqui alguns anos. A espécie humana é uma raça exploradora por natureza e um campo tão vasto quanto o espaço, antes de trazer medo ou aversão, deixa para nós uma esperança de paz e união para todo o mundo. ∞

Ronaldo Garcia é designer digital e professor de Astronomia no Centro de Estudos do Universo. O presente artigo é fruto da parceria entre a Revista macroCOSMO.com e o Boletim Centaurus. E-mail: [email protected]

Page 73: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 18

EFEMÉRIDES

2004 JANEIRO

Estação do Ano Verão para o Hemisfério Sul e Inverno para o Hemisfério Norte. Fases da Lua Lua Cheia: dia 7 Lua Minguante: dia 15 Lua Nova: dia 21 Lua Crescente: dia 29

Cometas Visíveis em Janeiro Salvo saltos em brilho e novos cometas descobertos, as estimativas de magnitude para os

cometas esse mês são:

Cometa Magnitude

estimada Visibilidade

Hemisfério Sul Visibilidade

Hemisfério Norte C/2002 T7 (LINEAR) 8 Entardecer / Noite Entardecer C/2001 Q4 (NEAT) 9 Entardecer / Noite - C/2003 T3 (Tabur) 11 Entardecer / Noite Entardecer

C/2001 HT50 (LINEAR- NEAT) 12 Entardecer Entardecer 43P/Wolf- Harrington 12 Entardecer Entardecer

2P/ Encke 12 Amanhecer - Fonte de dados, cartas de busca e mais informações em:

http://reabrasil.astrodatabase.net/ e http://aerith.net/index.html

Chuveiros de Meteoros para Janeiro

Chuveiro de Maior Atividade: Quadrantids (QUA) com duração de 28 de dez a 7 de janeiro e máximo em 4 de janeiro.

Chuveiros de Menor Atividade:

Radiante Duração Máximo Zeta Aurigids Dez 11-Jan 21 Dez. 31/Jan. 1

January Bootids Jan 9-18 Jan. 16-18 Delta Cancrids (DCA) Dez 14-Fev 14 Jan. 17

Canids Jan 13-30 Jan. 24/25 Eta Carinids Jan 14-27 Jan. 21/22 Eta Craterids Jan 11-22 Jan. 16/17

January Draconids Jan 10-24 Jan. 13-16 Rho Geminids Dez 28-Jan 28 Jan. 8/9 Alpha Hydrids Jan 15-30 Jan. 20/21 Alpha Leonids Jan 13-Fev 13 Jan. 24-31 Gamma Velids Jan1-17 Jan. 5-8

Rosely Grégio | Revista macroCOSMO.com

Page 74: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 19

EFEMÉRIDES

Agenda Diária

O céu de janeiro será bastante movimentado esse mês, principalmente ao entardecer, com seis planetas passeando pelo céu - Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Urano e Netuno fazem um belo bailado, contudo, alguns deles não serão muito fáceis de serem encontrados. Entretanto, Saturno e Vênus merecem destaques especiais. Cerca de 5 cometas estarão nas proximidades dos planetas quando vistos de nossa posição da Terra. Infelizmente, a proximidade do Sol juntamente com a claridade do céu vai dificultar em muito a tarefa de observação desse belo espetáculo celeste.

1 Janeiro, quinta-feira

Quando o relógio bater meia-noite em 31de Dezembro de 2003 anunciando a primeirahora do início de 2004 olhe para o céu eencontre a ''estrela'' amarelada na constelaçãode Gêmeos excedendo em brilho as suasvizinhas. Aquela estrela é um planeta: Saturno,tendo seu encontro mais íntimo com Terra (748milhões de milhas) do que terá durante 30anos. Seus anéis estarão inclinados para nós,e a luz do Sol refletida neles faz com que oplaneta fique mais luminoso. Se você tem umtelescópio ou até mesmo um simples binóculoou luneta, aponte-o para Saturno, pois atéinstrumentos pequenos revelaram a presençados espetáculos anéis. Saturno é o segundomaior planeta do Sistema Solar. Suacaracterística mais óbvia é um sistema deanéis que órbita o planeta exatamente no planodo equador. Saturno tem a mais baixadensidade de todos os planetas no sistemasolar. Saturno é o último dos cinco planetasque foram conhecidos desde o tempo antigo epode alcançar uma magnitude máxima que ofaz ser um dos objetos mais brilhantes do céunoturno. Visto através de um telescópio,Saturno pode ser chamado o objeto maismagnífico entre os planetas. Considerando queo plano dos anéis de Saturno é relativamenteinclinado em sua órbita para o Sol, oaparecimento e inclinação dos anéis mudamdurante uma órbita de Saturno ao redor do Sol(um ano de Saturno equivale a 29 anos e 169dias terrestres), a projeção dos anéis muda deacordo com as estações. A abertura dos anéispode alcançar aproximadamente 26°. Nestaposição, o anel é até mesmo visível atrás deSaturno e a sombra do planeta pode serobservada facilmente nos anéis. Contudo,dependendo da inclinação dos anéis emrelação ao Sol eles se tornam quase invisíveis.Saturno em oposição. Visível a noite toda, oplaneta dos anéis está em mais íntimo da Terra

(diâmetro do disco = 20.7 ") e mais luminoso(mag. 0.5) em 30 anos. Seus anéispermanecem próximos a sua máximainclinação oferecendo algumas das melhoresvisões, até mesmo em um telescópio pequeno.Uma visão gloriosa que não deve ser perdida! O ano de 2004 anuncia-se um grandeano para o Senhor dos Anéis. A nave Cassini-Huygens, lançada em 1997, deverá chegar láem junho, onde permanecera orbitando eestudando o planeta durante pelo menos 4anos. Saturno, seus anéis e suas luas guardammuitos mistérios sobre seu passado e o queserá no futuro. A lua gigante que órbita oplaneta é Titã que pode ser vista como umaestrela pontuada de oitava magnitude, atravésde um instrumento. Titã é maior que osplanetas Mercúrio e Plutão, e tem umaatmosfera 60% mais densa que a da Terra. emoutras palavras, Titã é um mundo crescido. Seela orbitasse o Sol, certamente seriaconsiderada um planeta. Em janeiro de 2005, anave Cassini soltará a sonda Huygens daAgência Espacial Européia que fará mais de1.100 imagens enquanto desce de pára-quedas pelas nuvens de Titã, em um trajetoque deve durar cerca de duas horas e meia .Instrumentos científicos estarão estudando emedindo a atmosfera de Titã, medindo seusventos, e, se a sonda sobreviver aaterrissagem fará medições das propriedadesfísicas do solo. Há água, gelo ou algum tipo devida em Titã? A verdade é que ninguém sabe oque a pequena Huygens ou a Cassini achará.Assim, ao iniciar o novo ano, ao olhar paraSaturno, você estará olhando para um mundode mistério!

O Asteróide 2421 Nininger passa a2.315 UA da Terra.

Urano com mag 5.9 na constelação deAquário pode ser observado antes das 21h55mhora local (GMT -2 horário de verão). Ele está a1.26 graus da estrela iota Aquarri (mag 4.29), a6 graus da estrela Deneb Algedi (mag 2.85) da

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Page 75: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 20

constelação do Capricórnio, e cerca de 15graus de Vênus (mag -4.0) . Para informaçõessobre o que observar em Vênus , veja:

www.astroseti.hpg.ig.com.br/venus.htm Netuno (mag 8.0) está a 3,4 graus de

Vênus (mag -4.0),. Procure ambos os planetasao entardecer também na constelação doAquário. Marte (mag 0.2) na constelação dePeixes se esconde as 23h55m (GMT -2).

O Cometa C/2003 T3 Tabur com magestimada em 10.5 pode ser encontrado naconstelação de PsA. Ele desaparece em tornodas 21h49m (GMT -2) . O cometa se dirigepara a constelação do Aquário entrando emseu limite em 11 de janeiro próximo.

O cometa C/2001 HT50 (LINEAR-NEAT) com mag estimada em 12 se põe emtorno da meia-noite junto com a constelação dePeixes.

O Cometa C/2002 T7 (LINEAR) commag estimada em 8 também está naconstelação do Peixe e se põe ao redor das23h52m. O Clarão da Lua Crescentetransitando pela mesma constelação podeatrapalhar a busca dos cometas. Chuveiro demeteoros ZETA AURIGIDEOS (Zeta Aurigids).Com duração de 11 de dezembro a 21 dejaneiro e máximo em 31 dezembro/1 janeiro, eradiante médio a RA=77 graus, DECL=+35graus. Embora a maior atividade pareça só serdetectável por meio de rádio-meteoro radar outelescópios, numerosos meteoros fotográficosindicam que alguma atividade é visível a olhonu. Uma filial do norte também está presentede 11 de dezembro a 15 de janeiro, commáximo em 2 de janeiro, de um radiante aRA=65 graus, DECL=+57 graus. Os meteorosde ambos os chuveiros são geralmente demovimentos lentos. Através de dadosacumulados deste chuveiro Gary W. Kronk ocomputa como um fluxo fendido, com dadosmais fotográficos que visuais que indicam quea filial do norte possui uma população maior departículas grandes. A maioria da informaçãojuntada sobre a filial meridional mostra quecontém partículas principalmente pequenasque são facilmente detectáveis para quem usaequipamento, porém, esta filial produziu váriosfireballs no passado, mas não é umacaracterística presente na filial do norte.

Em 1801, Guiseppe Piazzi descobria no Observatório de Palermo (Itália) o primeiro asteróide, 1 Ceres, entre as órbitas de Marte e Júpiter. Ceres é o maior asteróide e seu nome vem da mitologia romana, a deusa da agricultura. Observações adicionais por Piazzi não foram feitas devido a uma enfermidade. Carl Friedrich Gauss, com a idade de 24, então resolveu um sistema de 17 equações lineares para determinar órbita de Ceres e isso permitiu que Ceres fosse redescoberto, um feito notável para aquele tempo. Como resultado dentro de um ano de sua descoberta inicial, Heinrich Olbers e Franz von Zach puderam localizar novamente o asteróide. Sua órbita ao redor do Sol é de 4.6 anos terrestres e tem um diâmetro calculado a aproximadamente 960 km. Em 1909, astrônomos de Londres indicam a existência de um planeta para além de Netuno.

2 Janeiro, sexta-feira

Hoje, 2 de janeiro de 2004, é um dia histórico no que tange a Astronáutica e observação íntima de cometa. A nave Stardust estará visitando o Cometa 81P/ Wild 2 a uma distancia de 389 milhões de quilômetros da Terra. A astronave de 5 metros deve encontrar o cometa que tem apenas 5.4 quilômetro de tamanho com a velocidade de seis vezes a de uma bala. Segundo os técnicos da NASA a Stardust deverá retornar a Terra em janeiro de 2006 fazer uma aterrissagem suave U.S. Air Force Utah Test and Training Range. Sua cápsula trará a Terra amostra segura de partículas microscópicas do cometa e pó interestelar que será levado à planetary material curatorial facility at NASA's Johnson Space Center, Houston, onde as amostras serão armazenadas cuidadosamente e serão examinadas. O material cometário das amostras de poeira interestelar trazidos pela Stardust trará respostas para perguntas fundamentais sobre origens do Sistema Solar. Mais informação sobre a missão de Stardust está disponível em: www.jpl.nasa.gov/stardust/news/news96.html ou http://stardust.jpl.nasa.gov Informações sobre o cometa 81P/ Wild 2 em:

http://cometography.com/pcomets/081p.html

EFEMÉRIDES

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Page 76: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 21

Há 45 anos (1959), era lançada a Luna1 pela antiga USSR. Tinha como meta sechocar com a Lua. Embora o objetivo nãotenha sido alcançado, foi a primeira astronavea deixar a órbita da Terra. Perdeu-se da Luapor 5,000/6000 km e entrou em órbita ao redordo Sol.

Em 1920 nascia em Petrovichi, Rússia,Isaac Asimov (morreu em 6/4/1992).Bioquímico e entre outras coisas prolíferoescrito de ficção científica, ele publicou cercade 500 volumes. Em 1729 nascia na Prússia JohannDaniel Titius Bode (morreu em 11/12/1796).Astrônomo, físico e Biólogo que formulou(1766) as distâncias entre os planetas e o Sol,o que foi confirmado por J.E. Bode em 1772,quando passou a ser chamada Lei de Bode.Titius sugeriu que as distancias médias entreos planetas do Sol seriam quase uma relaçãosimples de A=4+(3x2n) dando a série 4, 7, 10,16, 28 *, 52, 100, correspondendo à distânciarelativa dos seis planetas conhecidos, atéSaturno, e um valor de unassigned (*) entreMarte e Júpiter. Olbers procurou um objetoplanetário nesta posição vazia e assimdescobre o cinto de asteróide. Porém, como adescoberta de Netuno que não se ajustava aopadrão da " lei " é considerada como umacoincidência sem significado científico.

Em 1913 morria Leon (-Philippe)Teisserenc de Bort (nascido em 5/11/1855). Ometeorologista francês foi o descobridor daestratosfera (1902) e o primeiro a usar balõesestratosféricos para investigar a atmosfera. Em1892 morria Sir George Biddell Airy (nasceu em27/07/1801 em Alnwick, Northumberland). Foi osétimo astrônomo Real (1836-92). Estudou asfranjas de interferência em óticas, fez umestudo matemático do arco-íris e computou adensidade da Terra balançando um pêndulo aotopo e fundo de um profunda mina,determinado a massa do planeta Júpiter e seuperíodo de rotação, calculou as órbitas decometas e catalogou estrelas. Seu desenho delentes corretivas para astigmatismo (1825) foipioneiro. A motivação dele no estudo daslentes corretivas deveu-se ao seu próprioastigmatismo. Em 1995, era descoberta a galáxiamais distante (para a época) por cientistas

usando o Keck telescope no Havaí. Suadistancia foi calculada em 15 bilhões de anos-luz foi nomeada como 8C 1435+63.

Em 1960, John Reynolds estabelecia aidade do Sistema Solar em 4,950,000,000 deanos. Em 1839, o pioneiro francês dafotografia Louis Daguerre fazia a primeirafotografia da Lua.

3 Janeiro, sábado

Dezenas de centenas de asteróides,também chamados de planetas secundários ouplanetóides, viajam em torno do Sol, porémapenas alguns maiores e muito luminosospodem ser vistos através de binóculos. Mascom pesquisa sistemática, usandoinstrumentos maiores e automatizados, e comajuda de uma boa carta de busca alguns delespodem ser vistos diariamente. A principaldiferença de um asteróide para um planetaclássico está no diâmetro que apresentam, naordem de quilômetros. Hoje mesmo podemosver alguns desses pequenos objetos comopontos estelares se movendo muitorapidamente contra o fundo das estrelas. Entreeles você poderá encontrar o Asteróide Ceres(mag 6.9) na constelação de Gêmeos , sendomelhor visto das 23.1h - 7.6h LCT J2000:ra = 7:31:53.2, de = +29:29:46 , r = 2.607UAdist = 1.635UA. Na mitologia romana Ceres erauma deusa da terra e protetora da agricultura,especialmente das frutas e grãos. Emastronomia, Ceres (1) foi o primeiro dessaclasse de objetos a ser descoberto, e é o maiordos asteróides. Foi descoberto pelo astrônomoitaliano Giuseppe Piazzi em 1801 quando eleprocurava planetas que foram preditos queexistisse entre Marte e Júpiter pela Lei deBode. A órbita de Ceres o trás para próximo daTerra e por isso ele pode ser visto empequenos instrumentos em boas condições decéu.

O Asteróide Pallas (2) com mag 9.1pode ser encontrado na constelação de Cetus,melhor visto entre 23.3h e 3.0h LCT em J2000:ra= 1:31:04.6 de=-21:25:28 , r=2.527 UAdist=2.323UA. Pallas recebeu o nome da deusa

EFEMÉRIDES

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Page 77: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 22

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

grega da sabedoria, foi o segundo asteróide háser descoberto e também é o segundoasteróide em tamanho. Foi achado em 1802pelo astrônomo e médico alemão WilhelmOlbers, apenas um ano depois da descobertade Ceres. Pallas mede 490 quilômetros emlargura. Sua órbita o leva a uma distância demais de 414,390,000 quilômetros ao redor dosol e também é parte do cinto de asteróideentre Marte e Júpiter. É tão grande que épensado que ele tem sua própria gravidade demaneira que ele apresenta forma esférica,como uma bola.No início do dia a Terra está em Periélio, oponto mais próximo do Sol em sua órbita, auma distancia de 147.062.600 km.Lua perto das Pleiades a 19h UT no céu doanoitecer. Lua em apogeu (mais distante da Terra) a 20hUT (distância 405,707 km; tamanho angular de29.5 ').Cuveiro de Meteoros QUADRANTÍDEOS -QUA (Quadrantids) com duração de 28 dedezembro a 7 de janeiro e máximo ocorrendoem 3 de janeiro, os meteoros desse chuveiroemanam da constelação de Boötes, mas seunome provém de uma extinta constelaçãochamada Quadrans Muralis (Quadrante Mural -antiga constelação boreal situada entre Draco(Dragão), Bootes (Boieiro) e Hercules(Hércules), introduzida por Bode emhomenagem ao quadrante solar.). Estechuveiro é rico em meteoros lânguidos e sãode velocidade moderada. O radiante nuncaalcança uma altitude alta para os observadoresde hemisfério mais ao norte e observadores dohemisfério meridional provavelmente não veránenhuma atividade. Para aqueles que podemobservar os Quarantids, eles são mais bemobservados aproximadamente de 22:00 h até ocomeço de crepúsculo matutino paraobservadores no Hemisfério Norte, com oalçamento do radiante mais alto ao longo doamanhecer. Este radiante não é consideradouma boa exibição de meteoro boa paraobservadores do Hemisfério Meridional.Embora o radiante esteja realmente sobre ohorizonte por pouco tempo, isto acontecedurante a luz do dia matutina, assim nenhumaobservação visual pode ser feita. A altitudemais alta em céus escuros acontece logo antesde começar o alvorecer e neste tempo oradiante está aproximadamente a 20° abaixo

do horizonte. Mas, para observadores de radare rádio-meteoros é um bom chuveiro. Ochuveiro Quadrantídeos (Quadrantid) tem seuradiante situado principalmente em direção aonordeste, assim o melhor modo para maximizarsua visualização é colocar uma cadeirareclinada com seus pés voltados para qualquerlugar dentro da região que cerca o sudeste, sul,oeste, e noroeste (para o hemisfério Norte).Neste momento, recline a cadeira de gramadoa sua posição mais aplainada e observediretamente. A duração deste chuveiro demeteoro acontece de 28 de dezembro a 7 dejaneiro. O Máximo normalmente acontece em3/4 de janeiro, de um radiante médio a RA=229graus, DEC=+49 graus. O máximo énormalmente bastante afiado e, dependendoda localização do observador, a taxa de horaem hora pode variar de 45 a 200. Portanto,para observadores do hemisfério sul seriarecomendável que o fizessem através de rádioobservação e/ou radar. Este é o único chuveiroprincipal cujo cometa de origem permanecedesconhecido. A Lua pode interferir naobservação desse chuveiro.

Em 1906 nascia o astrônomoamericano William Wilson Morgan (morreu em21/06/1994). Em 1951 apresentou a primeiraevidência que a Via-Láctea tinha braçosespirais. Toda sua carreira foi no Observatóriode Yerkes, e inclui três anos como diretor.Dedicou-se a pesquisa da morfologia,classificação de objetos pelas suas formas eestrutura. Com Keenan e Kellman, introduziu aclassificação da luminosidade estelar e aclassificação bidimensional de espectrosestelares estritamente baseado nos seusespectros. Com Osterbrock e Sharpless eledemonstrou a existência de braços espirais danossa Galáxia usando distâncias precisas deestrelas dos tipos O e B obtida declassificações espectrais. Morgan inventou osistema de UBV de magnitudes e cores. Em 1908 morria Charles AugustusYoung. Astrônomo americano que fez asprimeiras observações do espectro de flash doSol, provou a natureza gasosa da coroa solar edescobriu a reversão da atmosfera na capa. Foium pioneiro no estudo do espectro do Sol eexperimentou fotografar as proeminênciassolares em toda a luz solar. No eclipse solarem 22/12/1870, na Espanha, ele viu todas aslinhas do espectro solar, por talvez um segundo

EFEMÉRIDES

Page 78: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 23

e um meio (o " espectro de flash'') e anunciou areversão da capa solar. Em 1872, ele mais quedobrou o número de linhas luminosas que eletinha observado na cromosfera. Por umacomparação de observações, ele concluiu quea condição magnética na terra responde asperturbações solares.

Em 1641 morria com a idade de 22Jeremiah Horrocks (nascido em 1617).Astrônomo e clérigo inglês que aplicou as leisdo movimento planetário de Johannes Keplerpara observações da Lua e Vênus. Suasobservações através de um pequenotelescópio o convenceram que as tabelas deLansberg estavam incorretas. Ele aceitou asórbitas elípticas de Kepler, e trabalhando na luaele aplicou uma órbita elíptica para ela, eestabeleceu a linha de precessão das apsides,um efeito que ele designou à influência do Sol.Horrocks predisse e observou um trânsito deVênus em 24/11/1639, o primeiro a observar, eda observação ele corrigiu a paralaxe solar eindicou uma distancia muito maior do sol quequalquer um antes dele tinha admitido.

4 Janeiro, domingo

Terra em periélio (mais íntimo do sol)as 18h UT. A distância de Sol-terra é 0.983265a.u. ou aproximadamente 147.1 milhões dequilômetros. O Objeto 20000 Varuna do Cinturão deKuiper em Oposição a 42.219 U.A.

A Lua passa a 0.6 graus da estrelaSAO 76430 37 TAURI (A TAURI) de mag 4.5aa 0.6 TU.

Júpiter oculta a lua Io (mag 5.6) as5h57.4m TU.

Hoje, o asteróide Hebe apresentamagnitude de 8.7, é melhor visto entre 23.7h e7.1h LCT a J2000: ra= 7:37:35.5 de= +8:48:31,na constelação do Cão Menor a r=2.334UAdist=1.378UA. Carta de busca emhttp://www.rasnz.org.nz/MinorP/Hebe.htm ouentão procure a posição do asteróide em algumplanetário virtual como por exemplo o SkyMap.Hebe moverá pelo denso campo estelar emCanis Minor até 25 de janeiro. Em 10 dejaneiro, Hebe estará a menos de 2° da estrelabeta Canis Minoris (mag 2.85). Hebe está emoposição no dia 12 de janeiro apresentando

mag de 8.6 e sua distância da Terra será de1.383 UA. O Asteróide Hebe (6) foi descobertoem 1 de julho de 1847 por K L Hencke aDriesen. Com diâmetro de aproximadamente200 km, seu período orbital é 3.78 anos, suadistância do Sol varia entre 1.93 e 2.92 UA, deforma que no máximo de suas oposiçõesfavoráveis ele estará a aproximadamente 0.93UA da Terra.

Em 4 de janeiro de 1797 nasciaWilhelm Beerd (morreu em 27/03/1850).Banqueiro e astrônomo amador alemão juntocom Johann Heinrich von Mädler construíram omapa mais completo da Lua de seu tempo,Mappa Selenographica (1836). O primeiromapa lunar a ser dividido em quadrantes,continha uma representação detalhada da faceda Lua. Morria em 1990 Harold EugeneEdgerton (nasceu em 6/4/1903). Engenheiroelétrico e fotógrafo americano e fotógrafo,desenvolvei técnicas para fotografia de altavelocidade aplicando-as para vários usoscientíficos.

Morria em 1961 Erwin Schrödinger(nascido em 12/08/1887). Físico teóricoaustríaco que contribuiu à teoria da onda dematéria e outros fundamentos da mecânica doquantum. Ele compartilhou o Premio Nobel deFísica em 1933 com o físico britânico P.A.M.Dirac.

Em 1958, era lançado da base doKazakistão o satélite Sputnik I russo, o primeiroobjeto artificial colocado em órbita da Terra.Após 92 dias no espaço ele reentrou naatmosfera terrestre e desintegrou-se. O Sputnik(significando " companheiro " ou " o viajante ").Ele circulou a terra toda em 95 minutos a quase2,000 milhas por hora e a 500 milhas sobre aTerra. O 184-lb satélite transmitiu um sinal derádio que foi detectado ao redor do mundo, elevava instrumentos para medida detemperatura.

Em 1912, a aproximação mais íntimada Lua para a Terra foi de 221,441 milhas decentro para centro.

5 Janeiro, segunda-feira

Netuno e Vênus estão separados a 7.57 graus

EFEMÉRIDES

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Page 79: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 24

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

e a distancia entre Vênus e Urano é de 10.18graus. O Cometa C/2003 T3 Tabur (magestimada em 10) em PsA, estando a 11.42graus de Vênus.

O Cometa Encke pode ser observadomelhor nas latitudes do Norte/Nordeste doBrasil. Efemérides e cartas de busca paracometas visíveis em janeiro são encontradasno site costeira1.astrodatabase.net/cometa/Chuveiro de Meteoros GAMA VELÍDEOS(Gamma Velids) com duração de 1 a 17 dejaneiro e máximo de 5 a 8 de janeiro. EmboraCuno Hoffmeister parece ter determinado oprimeiro radiante para este chuveiro em 12 dejaneiro de 1938 (RA=132 graus, DECL=-47graus), este fluxo foi basicamente ignorado até1979, quando o Western Australia MeteorSection (WAMS) iniciou observaçõessistemáticas deste chuveiro. As pesquisasrealizadas durante 1978-1979 pelo WAMS queobservou os céus continuamente de 19/20 dedezembro a 6/7 de janeiro revelaram que oprimeiro meteoro Gama Velids foi notado em1/2 de janeiro, e seus números alcançaram umZHR de 8.24±0.81 6/7 de janeiro. A posiçãomédia do radiante foi determinada comoRA=125 graus, DECL=-49 graus. Baseado em27 meteoros observados foi concluído que amagnitude média dos meteoros era de 2.89,enquanto 3.7% dos trens aconteciam aesquerda dos meteoros. Em relação às cores,foi calculado que 10% dos meteoros eramlaranjas, 10% eram amarelos, 20% eram azuise 60% eram brancos. Observações maisextensas de 1979 a 1980 revelou que essechuveiro estava ativo de 1 a 17 de janeiro, comradiante médio a RA=125 gruas, DECL=-48graus. Tendo um máximo de 7.06±1.36 sidoalcançado em 3 de janeiro. As análisesrealizadas por Gary W. Kronk dos dadosobtidos pelas observações do WAMS duranteos anos de 1982 a 1986, concluiu-se aexistência de um máximo relativamente planoque varia de 5 a 9 meteoros por hora acontecedurante 5 a 8 de janeiro.

Em 1892, foi feita a primeira fotografiada aurora boreal.

Aniversário de 35 anos (1969) dolançamento da sonda automática Venera 5(Soviet Venus Lander) com a missão de descer

sobre a superfície do planeta Vênus. Aniversário (1905) do descobrimento da lua Elara de Júpiter por Charles Perríne. Em 1972 o então presidente Richard M. Nixon, aprovava o programa do Transportador Espacial.

6 Janeiro, terça-feira

O Asteróide 2002 XT90 passa a 0.200 UA da Terra.

A Lua passa a 4.56 graus a norte de Saturno as 20:50 h (GMT-3). Lua e Saturno em conjunção as 21:22 h.

A Lua passa a 0.3 graus da estrela SAO 77675 136 TAURI, 4.5 mag a 4:8 TU. Mercúrio estacionário, iniciando movimento progressivo a 14:2 TU. Mercúrio orbita o Sol em aproximadamente 3 meses (da Terra) e nunca está muito longe do Sol por mais que 25 graus, conseqüentemente sempre está dentro do crepúsculo luminoso. Isto faz com que Mercúrio seja um objeto difícil, embora pode chegar a ser tão luminoso quanto à estrela Sirius. Mercúrio também apresenta fases diferentes, como a nossa Lua, enquanto órbita o Sol. Usando um telescópio, é possível identificar suas fases e acompanhar sua mudança durante os de em que o planeta se apresenta melhor posicionado para nossa observação da Terra.

Sexto aniversário (1998) do lançamento da sonda Lunar Prospector (Moon Orbiter).

Trigésimo sexto aniversário (1968) do lançamento da sonda Surveyor 7 (Moon Lander).

7 Janeiro, quarta-feira

Ocultação da estrela SAO 79533 UPSILON GEMINORUM (mag 4.2) acontece as 23:13:7 TU.

O asteróide Ceres (1) com mag 6.8 localizado na constelação de Gêmeos é visto melhor entre 17.1h e 6.0h LCT.

A Lua Cheia acontece as 12: 40 h (GMT -3).A Lua cheia de Janeiro era conhecida nos antigos almanaques como Wolf

EFEMÉRIDES

Page 80: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 25

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Moon (Lua do Lobo), Old Moon (Lua Velha),Moon After Yule Moon After Yule (Lua Depoisdo Natal), Full Snow Moon (Lua Cheia daNeve) e Full Wolf Moon (Lua Cheia do Lobo).Entre o resfriar e a neve profunda do solstíciode inverno, as matilhas de lobo uivavamfamintos fora das aldeias índias. Assim, surgiuo nome para a Lua Cheia de janeiro. Às vezestambém estava chamada Old Moon (LuaVelha), ou a Lua Depois do Natal (Moon AfterYule). Alguns a chamaram de Lua Cheia daNeve (Full Snow Moon), mas a maioria dastribos da América do Norte aplicava esse nomepara a próxima Lua Cheia.

A Lua perto de Saturno a 0h UT. Nascia em 1755 Stephen Groombridge

(morreu em 30/03/1832). Astrônomo inglês,compilador do catálogo estelar conhecido comseu nome.

Morria Richard Hamming em 1998(nascido em 11/02/1915). Matemáticoamericano que descobriu as fórmulasmatemáticas e técnicas que tornaram possívelos computadores corrigirem seus próprioserros, e a criação de vários dispositivos queempregam microprocessadores eprocessadores notáveis digitais, como modem,discos compactos, e comunicações de satélite;algumas destas técnicas foram nomeadas porele.

Morria em 1893 Josef Stefan (nascidoem 24/03/1835) físico austríaco que em 1879formulou a lei de estados da energia radiantede um corpo negro - objeto teórico que absorvetoda a radiação que se cai sobre ele. Sua lei foium dos primeiros passos importantes para acompreensão da radiação de blackbody.

Em 1610, Galileo datou sua primeiracarta que descrevia as observaçõestelescópicas das crateras e superfície da Luausando sua luneta com 20 aumentos. Eleescreveu: "... é visto que a Lua não éevidentemente plana, lisa e de superfícieregular, como acredita um grande numero depessoas e dos outros corpos celestes, maspelo contrário é áspera e desigual. Em resumoela está cheia de proeminências e cavidadessemelhantes, mas muito maior, que asmontanhas e vales esparramados em cima dasuperfície da Terra.'' Galileu foi o primeiro emdescrever o fenômeno em um ensaio comconsideráveis detalhes de como era a Lua,

suas observações e conclusões forampublicadas mais elaboradamente depois dealguns meses em sua obra Sidereus Nuncius".

8 Janeiro, quinta-feira

Marte, ainda visível a noite, oculta aestrela PPM 143928 (mag 9.9). Marte é o únicoplaneta do Sistema Solar cuja superfície sólidapode ser vista com telescópios a partir denossa posição da Terra. O melhor momentopara observar é o periélio de oposição. Como oano marciano equivale a aproximadamentedois anos da Terra, as oposições acontecem acada dois anos. A órbita de Marte é bastanteelíptica, conseqüentemente, as ''oposiçõesmais íntimas'' de periélio mostra muito maisdetalhes da superfície do planeta que asoposições de afélio, pois a distância Terra-Marte varia por um fator até 2. Após a oposiçãode agosto de 2003, Marte já se afastou muitoda Terra e por isso, no momento, não épossível observar muitos detalhes de suasuperfície. A próxima oposição de Marte seráem 7 de novembro de 2005, quando o planetavermelho estará a 0.4700 UA da Terra.Informações sobre como e o que observar noplaneta vermelho veja: http://geocities.yahoo.com.br/reabrasil_marte .

Às 6:30 TU a Lua passa a 0.6 graus daestrela SAO 79650 76 GEMINORUM (mag5.4).

Chuveiro de Meteoros RHOGEMINÍDEOS (Rho Geminids) . A duraçãodeste chuveiro estende de 28 de dezembro a28 de janeiro, com mudança diária do radianteem aproximadamente +1.1 graus em RA e -0.2graus em DECL. O máximo acontece em 8/9de janeiro, com radiante médio na posição deRA=108 graus, DECL=+32 graus. Um máximosecundário parece acontecer a 21 de janeiro deRA=125 graus, e DECL=+25 graus. Segundoanálises de Gary W. Kronk dos dados orbitais,revela que o movimento diário do fluxo sendoem +1.1 graus em RA e -0.2 graus em DECL.Como os dados obtidos do radiante através deórbitas fotográficas e dados de radar são muitosemelhante, certamente indica que existe umaassociação de duas populações distintas demeteoros.

EFEMÉRIDES

Page 81: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 26

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Trigésimo primeiro aniversário (1973) do lançamento da as sonda Luna (Soviet Moon Lander/Rover).

Em 1952 morria Antonia Maury, pioneira na classificação dos espectros estelares.

Há 136 anos (1868) nascia Sir Frank (Watson) Dyson (morreu em 25/05/1939). Astrônomo britânico educado em Cambridge, passou toda sua carreira (com exceção de 5 anos em Edinburgh) no Real Observatório de Greenwich onde ele foi Astrônomo Real de 1910-33. Ele dirigiu medidas de magnetismo terrestre, latitude, e tempo, e iniciou a radiodifusão de hora via rádio. Ele determinou os movimentos formais de estrelas do norte e completou sua porção no projeto do Catálogo Internacional do Céu de fotografar o céu inteiro. Dyson é mais conhecido por dirigir (com Eddington) a expedição do eclipse de 1919 que confirmou o dobrando da luz estrelar pelo campo gravitacional do Sol. Essa dobra de luz, predita por Einstein, era a evidência que apóia a teoria geral da relatividade de Albert Einstein.

Em 1942 nascia Stephen W. Hawking físico teórico inglês em cuja teoria dos buracos negros utilizou a teoria da relatividade e mecânica quântica. Ele também trabalhou com singularidades de espaço-tempo. Apregoando e defendendo a posição de Professor Lucasian, de Matemática. Da Universidade de Cambridge, antigamente ocupada por Sir Isaac Newton. Afligido com a doença de Lou Gehrig (amyotrophic esclerose lateral; ALS), Atualmente está limitado a uma cadeira de rodas, está impossibilitado falar sem a ajuda de um sintetizador de voz de computador. Porém, apesar dos seus próprios desafios físicos, ele continua usando sua inteligência, conhecimento e habilidades para fazer contribuições notáveis ao campo de cosmologia (o estudo do universo como um todo). Entre suas obras se destaca o livro Uma História Breve de Tempo.

Em 1587 nascia Johannes Fabricius (morreu em 1615 com 29 anos de idade). Astrônomo holandês que pode ter sido o primeiro observador de manchas solares. Em 9 de março de 1611, ao amanhecer, Johannes dirigiu seu telescópio para o sol ascendente e viu várias manchas escuras nele. Ele chamou

seu pai para investigar este fenômeno novo com ele. O brilho do centro do Sol era muito doloroso, e os dois trocaram depressa para um método de projeção por meio de uma câmera escura. Johannes foi o primeiro a publicar informação sobre tais observações em seu " Narração em Manchas Observadas no Sol e a Rotação Aparente delas com o Sol ", datada de 13 de junho de 1611.

Em 8 de Janeiro de 1642 morria em sua casa em Florença (Firenze) Itália Galileu Galilei (nascido em 15/02/1564). Foi filósofo naturalista, astrônomo, e matemático italiano que fez contribuições fundamentais às ciências do movimento, astronomia, força de materiais e para o desenvolvimento do método científico. Sua formulação de inércia (circular), a lei de corpos cadentes, e trajetórias parabólicas foram o marco inicial para uma mudança fundamental no estudo do movimento. Condenado pela ''Santa Inquisição'' a permanecer em prisão domiciliar ali morreu a 362 atrás. Somente em 31 de outubro de 1992 a Santa Sé reconheceu o erro que havia cometido contra Galileu em suas afirmativas feitas em 1642 que a Terra girava em torno do Sol.

Em 1935, era concedida a primeira patente norte-americana para um spectrophotometer, foi emitida ao Professor Arthur C. Hardy de Wellesley, esse equipamento foi chamado por ele de ''photometric apparatus''. Sua invenção era um dispositivo eletrônico capaz de descobrir dois milhões de sombras diferentes de cores e fazer um quadro de registro permanente dos resultados. A primeira máquina foi vendida em 24 de maio de 1935.

9 Janeiro, sexta-feira

O Cometa 58P Jackson-Neujmin em periélio a 1.398 UA do Sol as 23:8 TU, em r = 1.389AU delta=1.939AU mag = 19.1m elon=42.8 graus.

O Asteróide 2002 AA29 passa a 0.044 UA da Terra.

O Asteróide Ceres (1) com mag 6.8 em oposição à 13:9 TU em r=2.604AU delta=1.626A, elon=171.9 graus.

A Lua perto do agrupamento da Colméia (M44) às 7h UT (céu matutino).

EFEMÉRIDES

Page 82: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 27

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Binóculos provêem uma excelente visão. Em 1976 morria Rupert Wildt (nascido

em 25/06/1905). Astrônomo alemão-americano que se especializou em estudar a atmosferas dos planetas. Em 1932, identificou certa alta absorção (observada por Slipher) nos espectros de Júpiter e os planetas exteriores como indicativo de amônia e metano. Estes seriam componentes secundários destes planetas que são compostos principalmente de hidrogênio e hélio. Em 1937, ele especulou que a cobertura nebulosa de Vênus poderia consistir em droplets de formaldeído, desde que água parecia estar ausente. As sondas enviadas a Vênus posteriormente confirmam que não há água de superfície em Vênus, mas as nuvens contêm água, junto com enxofre e ácido sulfúrico.

Em 1848 morria Caroline Lucretia Herschel (nascida em 16/03/1750). Astrônoma britânica-alemã ficou conhecida por suas contribuições para as pesquisas astronômicas de seu irmão Sir William Herschel,; ela executou muitos dos cálculos dos estudos do irmão e ela própria descobriu através de telescópio três nebulosas em 1783 e oito cometas de 1786 a 1797. Caroline publicou o Índice para as Observações de Flamsteed das Estrelas Fixas e uma lista dos enganos dele em 1797. Aos 10 anos ela adoece com tifo o que subseqüentemente retardou seu crescimento.

Em 1998, duas equipes de cientistas em colaborações internacionais anunciaram a descoberta que as galáxias estão acelerando e separando-se velocidades cada vez mais rápidas. Esta observação implica a existência de uma misteriosa propriedade do espaço de auto repulsão, proposta por Albert Einstein, a qual ele chamou de a primeira constante cosmológica. Investigadores na Inglaterra, França, Alemanha, e Suécia estão entre os membros do Projeto da Supernova Cosmologia fundada pelo Laboratório Nacional de Berkeley (encabeçado por Saul Perlmutter) e também pela equipe Procura de Supernovas fundada na Austrália (conduziu por Brian Schmidt).

Em 1968, a sonda Surveyor 7 fez uma aterrissagem suave na Lua e marca o fim da série americana de explorações não tripuladas na superfície lunar.

Em 1839, o processo de fotografia de daguerreotipo foi anunciado na Academia francesa de Ciência.

Em 1839, Thomas Henderson mediu a primeira paralaxe estelar: Alfa Centauri.

Em 1643, Giovanni Riccioli foi o primeiro a informar o fenômeno conhecido como a Luz Pálida de Vênus. É dito que seja uma lânguido luminescência no lado noturno do planeta, semelhante ao " earthshine " na Lua, embora não tão luminoso. A Luz pálida foi observada quando Vênus estava no céu da noite, e o terminator da noite do planeta está voltado para a Terra. Estudos foram tentados por algumas missões espaciais, inclusive pelas sonda Pionner e a Venera russa 11 e 12. Ainda, o fenômeno permanece esporádico e a explicação duvidosa, a melhor época para observar esse fenômeno começa em 14 de janeiro próximo.

10 Janeiro, sábado

Ocultação da estrela HIP 87069 (mag 7.2) por Mercúrio ao entardecer. O uso de binóculo é indispensável.

O Asteróide 4446 Carolyn passa a 4.046 UA da Terra.

Júpiter eclipsa a lua Europa (mag 6.2) com início as 3h29.5 TU.

Saturno continua brilhando entre as estrelas de Gêmeos com mag 0.4, sendo visto melhor quando o planeta está mais alto no céu durante a noite.

Lua em Libração Sul as 4h15.4 TU. Nessa ocasião o Pólo Sul da Lua está mais visível de nossa posição na Terra. Lua perto de Júpiter a 14h UT.

Há 35 anos (1969) era lançada a sonda Venera 6 (Soviet Venus Lander).

Em 1936 nascia Robert Woodrow Wilson. Radio astrônomo americano que junto com Arno Penzuas, recebeu o prêmio Nobel para Física em 1978 pela descoberta da radiação de fundo de microonda cósmica usando uma antena do Bell Laboratories, Holmdel, New Jersey. A descoberta deles em 1964 é agora amplamente interpretada como sendo os restos da radiação de vários bilhões

EFEMÉRIDES

Page 83: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 28

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

atrás do que teria sido o ''''Big Bang " dacriação do universo. Wilson continua seustrabalhos de astrofísica com Penzias, procurammoléculas interestelares e determinam asabundâncias relativas de isótopos interestelar.

O Físico soviético Pyotr LeonidovichKapitsa também compartilhou o premio Nobelpara pesquisa independente.

Nascia em 1573 Simon Marius (morreuem 26/12/1624). Astrônomo alemão, foi alunode Tycho Brahe, e que nomeou as quatro luasmaiores de Júpiter como: Io, Europa,Ganymede, e Callisto (1609). Seus nomes sãoprovenientes de figuras mitológicas com quemJúpiter se apaixonou. Ele e o astrônomoitaliano Galileo Galilei reivindicaram te-lasdescoberto em aproximadamente 1610, e éprovável ambos fizeram isso de formaindependente. Marius foi um dos primeiros autilizar uma luneta e foi o primeiro a observar aNebulosa de Andrômeda (1612).

Em 1989 morre Valentin PetrovichGlushko (nascido em 20.08/1908). Cientista defoguete soviético, um pioneiro em sistemas depropulsão de foguete, e um dos principaiscontribuintes da tecnologia soviética de defesae espaço. Em 1929, ele trabalhou emLeningrad no GDL - Laboratório deGasDynamics, a organização de pesquisa defoguete militar, fundada em 1921. Glushkotrabalhou com o renomado desenhista defoguete Sergey Korolyov de 1932 a 1966. Osdois tiveram um ano triunfante em 1957,quando eles lançaram o primeiro projétilbalístico intercontinental em agosto e enviaramo primeiro satélite artificial, Sputnik I, em órbitaem outubro. Em 1974 Glushko se tornou odesenhista principal para o programa espacialsoviético e ajudou no desenvolvimento daplataforma espacial Mir. Durante sua vida, eleprojetou com sucesso a maioria das máquinasque sobem verticalmente do programa espacialsoviético. Em 1970 morre Pavel Belyayev(nascido em 26/06/1925). Cosmonauta queserviu como piloto da astronave Voskhod 2durante a oitava missão espacial tripulada daUnião soviética, lançada em 18/03/1965, o vôono qual Aleksey Leonov, o co-piloto Belyayev,se tornou o primeiro homem a andar noespaço.

Em 1946, a equipe do U.S. ArmyProject Diana lançava sinais de radar refletidos

a superfície da Lua. Uma pulsação de 180 ondas de ciclo com uma duração 1/4 de segundo foi irradiada pelo Army Signal Corps do Evans Signal Laboratories, Belmar, N.J. O eco foi recebido 2.4 segundos. depois. O evento provou que as ondas de rádio podem penetrar a atmosfera da Terra. A experiência foi supervisionada por Lt. Col. John H. De Witt, o pioneiro de radiodifusão e astrônomo amador que primeiro teve a idéia em 1940. Suas primeiras tentativas de amador foram fracassadas, mas a sua chance veio alguns anos, depois da Segunda guerra Mundial com a cortesia do U.S. Army, at the Signal Corps Laboratories. Durante a guerra, ele tinha desenvolvido o radar para localizar morteiros e dirigir counterfire.

11 Janeiro, domingo

O Cometa C/2003 L2 (LINEAR) passa

a 2.623 UA da Terra. O Asteróide 2002 CQ11 passa a 0.152

UA da Terra. Em 1991 morria Carl David Anderson

(nascido em 3/9/1905). Físico americano que, com Francis Hess da Áustria, ganhou o Prêmio Nobel para Físicas em 1936 pela descoberta do positron, ou elétron positivo, a primeira partícula conhecida de antimatéria.

Em 1787, William Herschel descobriu a primeira lua de Urano, seis anos depois dele haver descoberto o planeta. O diâmetro de Titania é de 1610 km e sua distância do Urano é 436,300 km.

Em 1789 William Herschel descobria as luas Titânia e Oberon de Urano.

Em 1988 morre Isidor Isaac Rabi (nascido em 29/07/1898). Físico americano premiado com o Nobel para Físicas em 1944 pela invenção (em 1937) atomic and molecular beam magnetic resonance method of measuring magnetic properties of atoms, molecules, and atomic nuclei. Ele passou a maior parte de sua vida na Universidade de Columbia (1929-67), onde executou a maioria da pesquisa abrindo caminho para o radar e o momento magnético associados com giro de elétron nos anos trinta. O trabalho que lhe rendeu o Nobel conduziu à invenção do laser,

EFEMÉRIDES

Page 84: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 29

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

o relógio atômico, e usos diagnóstico de ressonância magnética nuclear.

12 Janeiro, segunda-feira

Júpiter (mag -2.3) e Lua em conjunção

as 07:50 h (GMT -3). A 01:6 TU ambos os astros estão separados a 5.9 graus. A Lua está em Libração Oeste as 14h42.8m. A Cratera Grimaldi pode ser vista melhor de nossa posição na Terra. Grimaldi tem forma meio elíptica e mede 225 x 235 km, é uma das características mais notáveis na borda da Lua (5,5 º S e 68,3 º W.), tendo cinco anéis concêntricos de montanhas. A melhor época para sua observação é entre 13 e 13.5 dias, perto da Lua Cheia. Grimaldi pode ser vista como uma mancha escura a qual corresponde a zona inundada de lava. A primeira coisa que podemos notar é que não está totalmente inundada. Em direção ao Sul vemos as altas montanhas que chegam a 3.500 metros de altura. No extremo Norte da cratera se nota um rille (greta), perto dela se encontra a maior cratera em seu interior, Grimaldi-B com cerca de 30 km de diâmetro. Ao sul de Grimaldi-B, podemos notar o que se assemelha a três domos no interior da grande cratera Grimaldi. A SW dos domos, vemos a cratera Grimaldi-A medindo 15 k, de diâmetro localizada sobre a parede Oeste. Precisamente a Oeste de Grimaldi-A podemos notar a brilhante parede da cratera Grimaldi, e a E e SE vemos o que parece ser um canal de lava que formou um terraço que se eleva sobre o nível da lava no interior cratera Grimaldim entre 100 e 200 metros de altura.

Em 1820 era criada a Royal Astronomical Society.

Em 1907 nasce Sergey Pavlovich Korolev (morreu em 14/01/1966). Desenhista soviético de projéteis dirigidos, foguetes, e astronave. Foi a favor dos fundadores de Grupo de Moscou para Study of Reactive Motion. Em 1933, ele participou no primeiro lançamento da União soviética de foguete de propelente líquido. Como ele não era um membro do Partido Comunista, passou boa parte de sua vida em prisão domiciliar. Depois de demonstrar sua perícia na modificação da captura dos foguetes V2, Korolev dirigiu o

desenho e teste, construção, e lançando daastronave Vostok, e a maioria dos outrosprojetos da antiga U.S.S.R. Ao redor de 1958,Korolev discutia a mudança para vôo espacialtripulado em vez dos satélites militares dereconhecimento. Depois de muito debate, foiaprovado o projeto da Vostok contanto que oveículo de lançamento também pudesse ser útilao exército.

Em 1909 morre Hermann Minkowski(nascido em 22/06/1864). Matemático alemãoque desenvolveu a teoria geométrica dosnúmeros e os métodos geométricos usadospara resolver problemas difíceis em teoria denúmero, físicas matemáticas, e a teoria derelatividade. Por volta de 1907, Minkowskipercebeu que o trabalho de Lorentz e Einsteinpodia ser entendido melhor em um espaço não-euclidiano. Ele considerou que o espaço e otempo, que era pensado antigamente comosendo independentes, podiam ser juntados emuma quantidade contínua " de espaço-tempoquarta dimensão ". Seu modelo conhecidodesde então como "Minkowski espace",combinava as três dimensões do espaço físicocom a de tempo, pôs a fundação matemáticada teoria geral de Albert Einstein derelatividade.

Em 1986 a 6:55:00 a.m. EST alançadeira Columbia iniciava sua 24ª missão danave Columbia. Entre os objetivos dessamissão estava fotografar o cometa Halley,lançamento de satélite e vários experimentoscientíficos. A tripulação era composta por 7astronautas, entre eles o Dr Franklin R. Chang-Diaz, o primeiro astronauta hispânico-americano a ir ao espaço.

13 Janeiro, terça-feira

O Asteróide 2001 FC58 passa a 0.047

UA de Vênus. O Asteróide 2003 OT 13 passa a 0.196

UA da Terra. O asteróide 2956 Yeomans passa a

1.907 UA da Terra. A lua Ganymed (mag 5.1) é eclipsada

por Júpiter as 2h23.7m TU. O final da ocultaçãoacontece as 5h54.2m.

A Lua passa a 0.7 graus da estrelaSAO 119156 7 VIRGINIS (mag 5.2) as 8.1h TU.

EFEMÉRIDES

Page 85: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 30

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Mercúrio (mag -0.1) em Sagitário evisto melhor entre 7.1h - 8.3h LCT.Chuveiro de Meteoros DRACONÍDEOS DEJANEIRO (January Draconids) com duração de10 a 24 de janeiro e máximo prolongando de13 a 16 de janeiro. A evidência que apóia aexistência deste fluxo é escassa, mas o que fazeste chuveiro interessante é que asobservações disponíveis parecemrazoavelmente apontar para um chuveiro depequena duração. O maior apoio para estefluxo apareceu durante 1969 na sessão deZdenek Sekanina do Projeto de Rádio Meteoro.Um total de 32 meteoros foi descoberto durante13 a 17 de janeiro de um radiante médio aRA=245.9 graus, DECL=+62.4 graus.

Em 1864 nascia Wilhelm Wien (morreuem 30/08/1928). Físico alemão que recebeu oNobel para Físicas em 1911 pela lei dodeslocamento relativo à radiação emitido peloblackbody (corpo negro) perfeitamente eficiente(uma superfície absorve toda a energiaradiante que se incide sobre ele). Enquantoestudava fluxos de gás ionizado em 1898,Wien identificou uma partícula positiva igual emmassa a do átomo de hidrogênio. Com estetrabalho, ele fundamentou a espectroscopia demassa. J J Thomson refinou o aparato de Wiene administrou experiências adicionais em 1913,depois do trabalho de E. Rutherford em 1919,foi aceita a partícula de Wien nomeada comopróton. Wien também fez contribuiçõesimportantes ao estudo de raios de cátodo, eoutros importantes trabalhos.

Em 1845 nascia François FélixTisserand (morreu em 20/10/1896). Astrônomofrancês ficou conhecido por seu livro de ensinoTraité de mécanique céleste, 4 vol. (1889-96; "Tratado de Mecânicas Celeste"). Este trabalho,uma atualização do trabalho de Pierre- SimonLaplace no mesmo assunto, ainda é usadocomo um sourcebook por autores queescrevem sobre mecânicas celestes. Com 28de idade, ele foi nomeado Diretor doObservatório de Toulouse (1873-78). Em 1874,Tisserand foi ao Japão para observar o trânsitode Vênus pelo Sol. Em 1875, ele instalou umtelescópio de 83 cm no Observatório deToulouse, mas a base de madeira não erasuficientemente estável, mas Tisserand pôdeusar o instrumento para observação dossatélites de Júpiter e de Saturno.

Em 1978, a NASA selecionou suas

primeiras astronautas norte-americanasmulheres.

Em 1610, Galileu Galilei descobria alua Calisto, o quarto satélite de Júpiter. Galileuchamou originalmente as luas de Júpiter de "planetas de Medicean", em homenagem afamília florentina dos Medici e se referiu a elasnumericamente como as luas individual I, II, IIIe IV. Esse sistema de nomenclatura seriausado durante um par de séculos. Em meadosde 1800 os nomes das luas Galileanas Io,Europa, Ganymede e Callisto, seria adotadooficialmente. É sabido agora que Callisto émaior que o planeta Mercúrio, é compostaprincipalmente de água e gelo de água comquantidades grandes de gelo expostas nasuperfície.

14 Janeiro, quarta-feira

Marte Oculta a estrela TYC 0025-

00636 (mag 8.7). As 2:8 TU a Lua passa a 0.9 graus da

estrela SAO 138917 PORRIMA (GAMMAVIRGINI, (mag 2.9).

A Lua passa a 0.93 graus a sul deUrano as 21:45 h (GMT -3).

Hoje começa um bom período paraobservação da luz cinzenta em Vênus.Informações de como observar o brilhanteVênus se encontra no website Terra de Ishtarem: www.astroseti.hpg.ig.com.br/luzcinz.htm Chuveiro de Meteoros CANÍDEOS(Canids) com duração de 13 a 30 de janeiro emáximo estendido num período de 14 a 25 dejaneiro Nenhuma observação visualconvincente foi registrada deste radiante e aprova de sua existência vem puramente dasduas pesquisas de meteoro de rádioadministradas por Zdenek Sekanina durante osanos sessenta. Considerando que estaspesquisas podem descobrir meteoros abaixoda visibilidade a olho nu, observações futurasprovavelmente serão novamente através desistemas sensíveis de rádio e radar, emboraobservadores que usam binóculos outelescópios poderiam ver alguns. As pesquisasdas sessões de Sekanina no Projeto de RádioMeteoros indicam que este fluxo é ativo de 13 a30 de janeiro. Provavelmente o radiante médioagora esteja em RA=113.4 graus,

EFEMÉRIDES

Page 86: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 31

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

DECL=+12.6 graus, enquanto seu movimentodiário é +0.97 graus em RA e -0.35 graus emDECL.

Pelo velho calendário romano instituídopor Julius Caesar em 46 A.C., hoje começa oano 2757. Como o calendário de César nãofosse bastante certo, em 1582 o Papa Gregorymodificou o Calendário Juliano e passou a serconhecido como o Calendário Gregoriano,sendo o atual calendário usado pela maioriadas nações. Alguns ainda consideram osistema do calendário atual incorreto econtinuam propondo reformas. Veja, porexemplo: http://personal.ecu.edu/mccartyr/ calendar-reform.html.

Em 1943 nascia Shannon Lucid.Bioquímica e astronauta americana que ficou abordo plataforma espacial russa Mir em 1996por 188 dias. Em 1976, quando NASAanunciou que começaria a aceitar mulheres noprograma espacial, Lucid imediatamente secandidatou. Seu primeiro vôo em lançadeiraaconteceu em Junho de 1985 na Discovery,seguida pelo Atlantis em outubro de 1989 eagosto de 1991, onde ela administrou umavariedade de experiências biomédicas. Emoutubro de 1993, ela se tornou a primeiramulher a viajar ao espaço em quatro ocasiõesseparadas na Columbia e marca um recordedurante o tempo de vôo total acumulado porum astronauta mulher em lançadeira (838horas, 54 minutos). Na Mir, ela executouexperiências, principalmente nos efeitos delongterm de vôo espacial no corpo humano. Em 1966 morria Sergey PavlovichKorolev (nasceu em 12/01/1907). Desenhistasoviético de projéteis dirigidos, foguetes, eastronave. Ele foi a favor um dos fundadoresde Grupo de Moscou do Estudo de Movimentode Reactive. Em 1933, ele participou noprimeiro lançamento da União soviética de umfoguete com propulsor líquido. Como ele nãoera membro do Partido Comunista, passougrande parte de sua vida em prisão domiciliar.Depois de demonstrar sua perícia namodificação de capturaram dos foguetes V2,Korolev dirigiu o desenho e testes, construção,e lançando da astronave Vostok, e a maioriados outros projetos da antiga U.S.S.R. Ao redor1958, após muito debate sobre a substituiçãodos satélites de reconhecimento militar pelosvôos tripulados, Korolev conseguiu que fosse

aprovado o projeto da Vostok contanto o veículo de lançamento também pudesse ser útil ao exército.

Em 1905 morria Ernst Abbe (nascido em 23/01/ 1840). Físico alemão que fez inovações teóricas e técnicas na concepção óptica. Ele melhorou o desenho do microscópio, como o uso de uma lente condensadora para prover iluminação forte e plana (1870). Sua fórmula óptica aplicada a uma lente forma uma imagem afiada, livre de distorção. Ele inventou o refractometer de Abbe para determinar o índice refrativo de substâncias. Em 1866, ele se uniu a Carl Zeiss em trabalhos ópticos, depois se tornou sócio da companhia, e com a morte de Zeiss, em 1888 se torna dono da companhia. Concorrentemente, ele foi designado professor ao Univ. de Jena em 1870 e diretor de seus observatórios astronômicos e meteorológicos em 1878.

Em 1742 morria Edmond Halley (nascido em 8/12/1656). Astrônomo e matemático inglês nascido em Londres é conhecido melhor por seu trabalho de 1682 em reconhecer, calcular a órbita e prever seu reaparecimento de um luminoso cometa que posteriormente recebeu o seu nome, o Cometa Halley. Ele não chegou a ver suas previsões se confirmarem pois morreu pouco antes da data prevista do reaparecimento do cometa. Halley se tornou um membro influente da Sociedade Real e amigo de Newton, a publicação do Philosophiae Naturalis Mathematica de Principia de Newton foi devida em grande parte devido a Halley. Ele se tornou o professor de geometria em Oxford e posteriormente foi designado Astrônomo Royal. Ele percebeu que as nebulosas eram nuvens de gás luminoso entre as estrelas, e que a aurora era um fenômeno conectado com o magnetismo da terra.

15 Janeiro, quinta-feira

A Lua de Quarto Minguante ou Último

Quarto acontece a 01:46 h (GMT -3). Esse é um bom momento para pegar seu instrumento e observar o terminador da Lua com suas magníficas crateras e demais acidentes topográficos da bela Luna.

EFEMÉRIDES

Page 87: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 32

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

O asteróide 2001 BE10 passa a 0.060UA da Terra.

O Asteróide 2000 CH59 passa a 0.200UA da Terra.

Vênus (mag -4) passa entre 0.87° a 0.9graus de Urano (mag +5.9) a 7 TU. Essa é umarara oportunidade tanto para observar ambosos planeta no mesmo campo de visão atravésde instrumentos e obtenção de um excepcionalregistro fotográfico. Atente para o fato queambos os planetas se põe em torno das 21horas (GMT -2 horário de verão).

Em 1976 era lançado o orbitador solarHelios 2.

Em 1815 nascia Warren De la Rue(morreu em 19/04/1889). Pioneiro inglês emfotografia astronômica, o método pelo qual sãofeitas quase todas as observaçõesastronômicas modernas.

Em 1948 morria Henri-AlexandreDeslandres (nascido em 24/07/1853). Físico eastrofísico francês que em 1894 inventou umspectroheliograph, um instrumento quefotografa o Sol em luz monocromática.Aproximadamente um ano antes George E.Hale havia tinha inventado umspectroheliograph independentemente nosEstados Unidos.) De 1886 a 1891 ele estudouos espectros da radiação emitidos pormoléculas. Se juntando ao Observatório deParis em 1889, ele se voltou para a astrofísicae estuda primeiro os espectros moleculares eentão os espectros de planetas, o Sol, e outrasestrelas.

Em 1969 acontecia o primeiro docking ,a ancoragem de duas astronaves tripuladasentre as naves soviética Soyuz 4 e Soyuz 5. Aastronave formou a "primeira plataformaespacial " do mundo com uma tripulação dequatro cosmonautas. Elas permaneceramligadas durante quatro horas e meia - trêsórbitas da Terra. Durante aquele tempo, doiscosmonautas ' fizeram uma caminhadaespacial da Soyuz 4 para a Soyuz 5, setornando os primeiros spacefarers a voltar paraa Terra em uma astronave diferente da qualeles foram ao espaço. As manobras de dockinghaviam sido antes treinadas por duas vezes -em 1967 e 1968 entre naves Soyuz sobcontrole completamente automático.

16 Janeiro, sexta-feira

O asteróide 1996 AE2 passa a 0.146 UA da Terra.

Chuveiro de Meteoros BOOTIDEOS DE JANEIRO JBO - (January Bootids) com duração de 9 a 18 de janeiro. Este chuveiro de duração bastante pequena alcança máximo ao redor de 16 a 18 de janeiro, de um radiante médio a RA=226 graus, DECL=+44 graus. A evidência mais forte para a existência deste chuveiro de meteoro de pequena duração foi obtida por Zdenek Sekanina em 1969, durante a segunda sessão do Projeto de Meteoro de Rádio. A órbita estava baseada em 15 meteoros e é notavelmente semelhante à classe dos asteróides do grupo Aten, ou corpos com eixo semimaior a menos de 1 AU de distância de nós. Ao mesmo tempo a duração pequena do chuveiro poderia indicar que o fluxo é bastante jovem, de forma que o objeto de origem desses meteoros ainda pode estar se mudando para essa órbita ou uma órbita semelhante.

Chuveiro de Meteoros ETA CRATERÍDEOS (Eta Craterids). Este fraco chuveiro é visível durante o período de 11 a 22 de janeiro e sua atividade de máximo acontece ao redor de 16-17 de janeiro quando o radiante médio está a RA=176 graus, DECL=-17 graus. O chuveiro consiste em meteoros geralmente rápidos, com raias. A magnitude média provavelmente não está acima de 4 e pode ser melhor visto do Hemisfério Meridional. A conclusão obtida de vários estudos relacionados a existência deste fluxo foi que este radiante possui uma baixa taxa de hora em hora (dificilmente acima da taxa para meteoros esporádicos) e pode ser de natureza irregular ou periódica, em vez de um chuveiro anual. O fluxo é quase destituído de meteoros luminosos com uma magnitude média não maior que 4. Para observadores do Hemisfério Norte localizado próximo as latitudes equatoriais, aqueles que podem, verão os meteoros ficarem visíveis provavelmente a todas as horas quando o radiante está acima do horizonte. O radiante alcança o meridiano aproximadamente às 4 da manhã (hora local), sendo que a altitude para observadores de Hemisfério mais ao norte nunca excede 35 graus. Portanto, este será um bom chuveiro a ser valorizado pelos observadores do

EFEMÉRIDES

Page 88: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 33

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Hemisfério Sul a fim de colher melhores dados sobre esse radiante e assim colaborar para melhor comprovação e fornecer subsídios mais efetivos sobre os Eta Craterids.

Em 1730 nascia Jean-Baptiste-Gaspard Bochart de Saron (morreu em 20/04/1794). Advogado e cientista naturalista francês que se tornaram especialmente conhecido pelos seus avanços em astronomia. Ele era um protetor das ciências e financia a publicação da Teoria do Movimento de Laplace e Figura Elíptica dos Planetas (1784), e desenvolvendo um das maiores e melhores coleções da Europa de telescópios e outros instrumentos astronômicos para seu próprio uso dele e uso de seus amigos de ciências. Os próprios estudos de Bochart incluíram cálculo das órbitas de cometas e o uso de seus dados contribuiu para elaborar os cálculos de cometas de longo período se Charles Messier. A suas atividades políticas fez com que ele fosse conduzido a guilhotina durante a Revolução francesa.

Em 1991, astrônomos informam a descoberta de duas estrelas extremamente grandes e quentes pelo Telescópio Espacial Hubble.

Em 1978, a NASA nomeia 35 candidatos para voar na nave espacial, inclusive Sally K. Ride que se tornou a primeira mulher da América no espaço e Guion S. Bluford Jr., que se tornou o primeiro astronauta negro da América no espaço. Em 1973, o Lunakhod 2 de URSS começa a exploração por rádio controle da Lua. Ancorando primeiro em espaço Em 1969, duas astronaves soviéticas da série Soyuz tripuladas (Soyuz 4 e Soyuz 5) foram os primeiros veículos a acoplarem no espaço e trocar tripulantes.

Em 1909, o explorador britânico Ernest Shackleton encontrou o Pólo Magnético Sul da Terra.

17 Janeiro, sábado

Mercúrio em Máxima Elongação a 24

graus a Oeste do Sol as 06:17 h (GMT -3). Mercúrio (mag. 0.2) visível no baixo sudeste a aproximadamente 45 minutos antes do

amanhecer. Vênus oculta a estrela PPM 240224(mag 9.6).

O Cometa C/2002 T5 em sua máximaaproximação da Terra a 3.121 UA.Chuveiro de Meteoros DELTA CANCRIDEOS -DCA (Delta Cancrids) com duração de 14 dedezembro de 14 de fevereiro e máximo em 17de janeiro ao redor de um radiante médio emA=128 graus, DECL=+20 graus.. Este chuveiroexibe uma duração tipicamente longa que éuma característica principal dos fluxos deeclíptica. Um centro secundário pode estar aaproximadamente 5° para o sul com ummáximo muito fraco que acontece de 19 dejaneiro ao redor de um radiante médio aRA=133 graus, DECL=+14 graus. O movimentodiário do fluxo Delta Cancrideos (DeltaCancrids) é +1.0 graus em RA e -0.2 graus emDECL. A filial do norte é o filamento mais fortedeste chuveiro. A pesquisa mais completadesta filial foi obtida de 1968 a 1969, emsessão do Projeto de Rádio Meteoro. A órbitaobtida por Zdenek Sekanina foi baseada em 37meteoros. A filial meridional é certamente fracae está baseado em uma pesquisa de rádiometeoro do hemisfério meridional em 1961 eum punhado de meteoros fotográficosdescobertos durante o início da década de1950.

Em 1997 a sonda automática Galileocaptava as primeiras imagens da lua Europa deJúpiter.

Em 1997 morria Clyde W. Tombaugh(nascido em 4/02/1906). Astrônomo americanoque descobriu o planeta o Plutão em 1930, oúnico planeta descobriu no século XX, depoisque uma sistemática procura instigada pelaspredições de outros astrônomos. Tombaughtinha 24 anos de idade quando ele fez estadescoberta no Observatório de Lowell emFlagstaff, Arizona. Ele também descobriu váriosagrupamentos de estrelas e galáxias, estudoua distribuição aparente de nebulosasextragaláctica, e fez observações dassuperfícies de Marte, Vênus, Júpiter, Saturno, ea Lua. Filho de fazendeiros pobres, seuprimeiro telescópio foi feito de partes de sucatade equipamento agrícolas.

Em 1938 morria William HenryPickering (nascido em 15/02/1858). Astrônomo

EFEMÉRIDES

Page 89: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 34

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

americano que descobriu Phoebe, a nona luade Saturno em 1899. Este foi o primeiro satéliteplanetário com movimento retrógrado a serdescoberto, i.e., com movimento orbital nosentido oposto ao dos planetas. Ele montouvárias estações de observação para Harvard.Realizou extensas observações de Marte ereivindicou, como Lowell, que ele avistarasinais de vida no planeta observando o que eleachou ser oásis em 1892. Porém, ele foi maisadiante que Lowell quando em 1903 ele disseter observado sinais de vida na Lua.

18 Janeiro, domingo

Vênus oculta a estrela TYC 5807-

01427-1 (mag 8.6). O Asteróide 2212 Hephaistos passa a

0.033 UA da Terra. A Lua passa a 0.4 de separação da

estrela SAO 184382 RHO OPHIUCHI (mag 4.8)as 6:1 h TU.

A Lua perto de Antares a 10h UT (céumatutino). Ao amanhecer de amanhã a Luaestará em conjunção com a Estrela Antares daconstelação do Escorpião.

O Cometa 2P Encke (mag entre 8 e9.2) localiza-se na constelação do Sagitário AR18h 47m 35.6s e Declinação -27° 54' 42"eElongation: 18.7°. O cometa nasce em tornodas 04:12 hora e se põe em torno das 17h 54m27s. e o Sol nasce em torno das 05:40 h. Esseé um pequeno desafio para tentar localizar ocometa de menor período orbital.

Em 1969, pulsares foram identificadospela primeira vez por Astrônomos daUniversidade do Arizona.

19 Janeiro, segunda-feira

Ao amanhecer de amanhã acontece

uma conjunção da Lua com o planeta Mercúrio.Mercúrio oculta a estrela TYC 6277-01052-1(mag 9.4).

Mercúrio (mag -0.2) e a Lua a 8.8 grausde separação as 7.4h TU.

O Cometa C/2003 L2 (LINEAR) emPeriélio a 2.865 UA do Sol.

A Lua em Perigeu (mais íntimo a Terra) a 19h UT., a distância de 362,770 km e tamanho angular de 32.9 '.

A Lua passa a 11.49 graus a sul de Plutão as 2:16 h (GMT -3). Plutão é o último dos planetas descoberto e o nono em distância do Sol. Ainda depois da descoberta de Netuno, irregularidades minúsculas existiram no movimento observado de Urano e Netuno. Lowell predisse a existência de Plutão através de cálculo. O planeta foi descoberto de fato 16 anos depois da morte de Lowell, por Clyde Tombaugh em 1930, mas há vários graus de arco da posição predita. Porém, o pequeno tamanho de Plutão - menos que o diâmetro de nossa Lua - não parece resolver todas as irregularidades observadas do movimento dos planetas exteriores. Plutão é um corpo sólido que provavelmente é coberto de gelo - metano sólido, amônio e dióxido de carbono. Realmente é um lugar frio com aproximadamente -220°C, mas a luz do Sol ainda lustra 1500 vezes mais luminosa que nossa lua cheia iluminando a Terra. A órbita fortemente elíptica do pequeno planeta põe Plutão ao redor do tempo de periélio dentro da órbita de Netuno. Plutão esteve em periélio em 1989 e foi o oitavo planeta mais distante até 1999. Em 1978 foi descoberto um satélite de Plutão: Charon cujo diâmetro mede mais que a metade de Plutão. O Telescópio Espacial Hubble produziu um mapa do albedo da superfície do planeta. Não é possível para telescópio amador até de maior abertura ver Plutão como um disco brilhante, porque ele brilha como uma mancha escura de luz a aproximadamente 14 de magnitude.

Trânsito da lua Europa (mag 6.1) sobre o disco iluminado de Júpiter com início as 2h09.9m TU. A passagem da sombra termina as 3h05.1m TU. E o final do trânsito termina as 4h58.7m TU.

A Via-Láctea está posicionada melhor para observação no hemisfério sul às 2.9 h TU.

Em 1851 nascia Jacobus Cornelius Kapteyn (morreu em 18/06/1922). Astrônomo holandês que usava fotografia e métodos estatísticos para determinar os movimentos e distribuição das estrelas no espaço. Seus trabalhos foi o primeiro maior passo após os trabalhos de William e John Herschel. Ele tentou resolver as perguntas de densidade

EFEMÉRIDES

Page 90: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 35

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

espacial de estrelas como uma função dedistância do Sol, e sua distribuição de acordocom brilho por volume de unidade. Alguns deseus resultados tiveram valor duradouro, masalguns foram superficiais porque ele nãorespondia pela absorção interestelar. Emestudos que usam movimento formal paradeterminar as distâncias estelares, eledescobriu que os movimentos estelares nãosão fortuitos (1904) como era anteriormentepensando. Ele introduziu o conceito demagnitude absoluta e cores indexadas comoconceitos padronizados.

Em 1747 nascia Johann Elert Bode(morreu em 23/12/1826. Astrônomo alemãomelhor conhecido pela popularização dechamada Lei de Bode. Em 1766, o compatriotadele Johann Titius tinha descoberto umarelação matemática curiosa da distancia dosplanetas em relação ao Sol. Se somados 4 acada número na série 0, 3, 6, 12, 24,... e asrespostas divididas por 10, a sucessãoresultante dá as distâncias dos planetas emunidades astronômicas (terra = 1). Tambémconhecido como a Lei Titius-Bode. Essemodelo entrou em desuso após a descobertade Netuno que não se enquadrava nessemodelo e nem o planeta Plutão. Bode foi diretordo Observatório de Berlim onde ele publicouUranographia (1801), um das primeirastentativas prósperas a traçar todas as estrelasvisível a olho nu sem qualquer interpretaçãoartística das figuras das constelações.

20 Janeiro, terça-feira

Conjunção de Mercúrio com a Lua. Abela Lua passa a 4.75 graus a sul de Mercúrioa 00:15 h (GMT -3).

Mercúrio oculta a estrela TYC 6278-00447-1 (mag 10.0).

A lua Io (mag 5.5) é eclipsada porJúpiter as 4h12.7m. Io reaparece da ocultaçãoa 7h25.6m TU.

O Sol entra na constelação de Aquárioas 18h TU.

Chuveiro de Meteoros ALFAHYDRIDEOS (Alpha Hidrids) com duração de15 a 30 de janeiro e máximo em 20/21 dejaneiro. As taxas prevista são de 2 a 5meteoros por hora de um radiante de RA=140graus, DECL = -9 graus. Aparentemente este

chuveiro apresenta dois fluxos. Segundo osdados obtidos por Gary W. Kronk, o primeiroradiante, composto de 4 meteoros de rádio e 2meteoros fotográficos, é aparentementeresponsável pela atividade visual. A duraçãovai de10 a 28 de janeiro. A passagem nodalacontece em 17 de janeiro, com o radianteestando então a RA=135.9 graus, DECL=-10.0graus. O movimento diário radiante é +0.98graus em RA e -0.57 graus em Decl.. O outrofluxo é composto de 15 meteoros de rádio e éativo de 11 a 30 de janeiro. A passagem denodal acontece em 21 de janeiro de RA=149.0graus, DECL=-9.1 graus. O movimento diário é+0.88 graus em RA e -0.51 graus em DECL.Como os dados de radar cobriramadequadamente o período de 20 a 2 5 dejaneiro, é possível que os máximos de ambosos fluxos podem acontecer depois das datasindicadas das passagens nodais.

Em 1930 nascia Edwin Eugene Aldrin,Jr. Astronauta americano que marcou umrecorde de atividade de extraveicular e foi osegundo homem a colocar os pé na Lua namissão Apollo 11.

Em 1969, astrônomos na Universidadede Arizona estabeleceram a primeiraidentificação óptica de um pulsar.

Em 1633, Galileu, com a idade 68anos, deixa sua casa em Florença, Itália, paraenfrentar a Inquisição em Roma. Em 22 deJunho de 1633, sob as ameaças einterrogatório da Inquisição, publicamenteGalileu aparentemente renunciou suaconvicção de que a Terra girava ao redor doSol.

21 Janeiro, quarta-feira

Pelo Calendário Persa hoje é oPrimeiro dia do Bahman, o 11° mês do ano1382.

A Lua Nova acontece as 18:15 h (GMT-3, começando a Lunação 1003.O Asteróide 2002 AL14 passa a 0.156 UA daTerra. A obra da lua Io (mag 5.5) inicia suapassagem sobre o disco de Júpiter a 1h32.5mTU. O Trânsito de Io começa as 2h27.9m. Ofinal da sombra termina as 3h48.8m e oTrânsito termina as 4h42.7m TU.

Para quem reside nas latitudes meio-norte pode observar de uma localização

EFEMÉRIDES

Page 91: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 36

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

escura a luz zodiacal ao término do crepúsculo astronômico, cerca de 1 1/2 a 1 3/4 horas depois do pôr-do-sol. A forma piramidal pode ser facilmente confundida com o brilho do crepúsculo, assim confira o tempo cuidadosamente para se assegurar que o crepúsculo terminou. A luz zodiacal segue ao longo do zodíaco (conseqüentemente o nome) que atualmente está subindo fora do horizonte oeste-sudoeste. O fenômeno é criado pela luz solar refletida na poeira localizada dentro do plano do nosso Sistema Solar. Chuveiro de Meteoros ETA CARINÍDEOS (Eta Carinids). A duração deste chuveiro de meteoro estende-se de 14 a 27 de janeiro, com Máximo parecendo acontecer a 20/21 de janeiro ao redor de RA=160 graus, DECL=-59 graus, e com ZHRs de 2 a 3 meteoros.

Em 1908 nascia Bengt (o Georg Daniel) Strömgren (morreu em 4/7/1987. Astrofísico dinamarquês que abriu caminho para o conhecimento atual das nuvens de gás no espaço. Pesquisando para sua teoria da ionização do gás das nebulosas ao redor de estrelas quentes, ele achou relações entre a densidade de gás, a luminosidade da estrela, e o tamanho da " esfera " de Strömgren de hidrogênio ionizado ao redor delas. Ele inspecionou as regiões de H II na Galáxia, e também fez importante trabalho em relação as atmosferas estelares e ionização em estrelas.

Em 1892 morria John Couch Adams (nascido em 5/6/1819). Matemático e astrônomo britânico, foi um dos dois estudiosos que independentemente descobriram o planeta Netuno. Em 3 de julho de 1841, Adams havia anotado em seu diário: "Formed a design in the beginning of this week of investigating, as soon as possible after taking my degree, the irregularities in the motion of Uranus ... in order to find out whether they may be attributed to the action of an undiscovered planet beyond it." " Adams fez muitas outras contribuições a astronomia, notavelmente seus estudos sobre o chuveiro de meteoros Leonideos (1866) onde ele mostrou que a órbita desse chuveiro era bem parecida com a de um cometa. Assim Adams pôde concluir corretamente que chuveiro de meteoro era associado com o cometa. Adams considerou o movimento da Lua, e estudou o magnetismo terrestre.

Em 1979, Netuno se tornou o planeta mais externo do Sistema Solar , como Plutão

tem uma órbita altamente elíptica ela o leva por algum tempo para mais íntimo do Sol que a órbita de Netuno.

Em 1472, o Grande cometa visível a luz do dia de 1472 passou dentro de 10.5 milhões de km da Terra.

22 Janeiro, quinta-feira

Pelo Calendário Civil Indiano, hoje é o

primeiro dia do Magha, o 11° Mês do ano de 1925.

O Cometa 40P Vaisala em Periélio em r=1.796AU delta=1.550AU mag=14.1m elon=87.3 graus, a 1.796 UA do Sol. A Lua em Libração Norte as 23h26.5m TU. O Pólo Norte da Lua é melgor visto.

A Lua em conjunção com Netuno passa a 5.17 graus a sul do planeta as 10:25 h (GMT -3). Netuno foi descoberto por causa de irregularidades do movimento de Urano através de cálculos por Leverrier e Adams; e foi visto pela primeira vez ao telescópio em 23 de setembro de 1846. Quando visto ao telescópio amador eles se revela como um planeta escuro de disco azulado. Com magnitude 7.7 também é um objeto binocular. Não é possível ver detalhes de seu manto nebuloso da Terra.

O Asteróide 1997 AC11 passa a 0.166 UA da Terra.

Trigésimo sexto aniversário (1968) da Apollo 5.

Em 1992 a primeira astronauta canadense Roberta Bondar ia ao espaço.

Em 1865 nascia Louis Paschen (morreu em 25/02/1947). Louis Carl Heinrich Friedrich Paschen foi um físico alemão que provavelmente foi o espectroscopita experimental mais hábil do seu tempo. Em 1895, ele estudou o espectro do elemento terrestre então recentemente descoberto, o hélio. Em 1908, ele descobriu uma série nova de linhas no espectro do hidrogênio, conhecido como a série de Paschen.

Em 1592 nascia Pierre Gassendi (morreu em 24/10/1655). Cientista, matemático, e filósofo francês que reavivou o Epicureanism como um substituto ao Aristotelianism. Kepler

EFEMÉRIDES

Page 92: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 37

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

tinha predito um trânsito de Mercúrio que aconteceria em 1631. Gassendi usou um telescópio Galileano para observar o trânsito, projetando a imagem do sol em uma tela de papel. Ele escreveu em astronomia, suas próprias observações astronômicas e em corpos cadentes.

Em 1997, Lottie Williams americano era reportado como o primeiro ser humano a ser golpeado por restos de um veículo espacial depois de reentrar na atmosfera da terra. Às 3 da manhã, enquanto entrando em um parque em Tulsa, Oklahoma, ela viu um clarão sobre sua cabeça. " Se parecia com um meteoro, " ela disse. Minutos depois, ela foi atingida no ombro por um pedaço de seis polegadas de material metálico enegrecido. O escombro que golpeou a Sra. Williams não foi examinado para confirmar sua origem, mas o foguete Delta II que sobe verticalmente, lançado nove meses antes, havia se chocado com a atmosfera da Terra meia hora mais cedo. Cientistas de NASA acreditam que Williams foi acertada por uma parte desse foguete e isso faz dela a única pessoa no mundo conhecida por ter sido atingida por escombro espacial artificial.

23 Janeiro, sexta-feira

Pelo Calendário Hebreu começa ao

pôr-do-sol o primeiro dia do Shevat, quinto mês do ano 5764.

Pelo Calendário Tabular Islâmico o primeiro dia Dhu al-Hijjah, 12° mês do ano de 1424 começa ao pôr-do-sol.

A Lua em conjunção com Urano. A Lua passa a 4.47 gruas a sul de Urano as 17:46 h (GMT -3). Urano foi descoberto por William Herschel em 1781. O terceiro planeta gasoso do Sistema Solar tem um diâmetro aproximadamente de metade o tamanho de Saturno, e tem tamanho semelhante ao de Netuno. O minúsculo disco esverdeado de Urano tem um brilho que o faz perceptível ao olho sem ajuda (mag 5.9) em excelentes condições de céu e longe da poluição luminosa das cidades. Telescópios até maiores normalmente não mostram distinção de detalhes de seu manto nebuloso, como faixas ou redemoinhos.

Em 1857 nascia Andrija Mohorovicic (morreu em 18/12/1936). O meteorologista e geofísico croata que descobriu o limite entre a crosta da Terra , um limite agora nomeado de Descontinuidade de Mohorovicic. Em 1901 ele foi designado chefe do serviço meteorológico da Croácia e Slavonia, gradualmente ele estendeu suas atividades do observatório para outros campos da geofísica: sismologia, geomagnetismo e gravitação. Depois do terremoto de 8 de outubro de 1909 em Pokuplje (Vale de Kupa), ele analisou o espalhamento das ondas sísmicas com profundidades rasas pela Terra. Sendo o primeiro a estabelecer, em base de ondas sísmicas, uma superfície de descontinuidade da velocidade que separa a crosta da Terra do manto, agora conhecida como a Descontinuidade de Mohorovicic.

Em 1840 nascia Ernst Abbe (morreu em 14/01/1905). Físico alemão que fez inovações teóricas e técnicas na teoria óptica. Em 1719 nascia John Landen (morreu em 15/01/1790). Matemático britânico que fez contribuições importantes em integrais elípticos. Landen inventou uma transformação importante, conhecido com seu nome e dá uma relação entre funções elípticas que expressam um arco hiperbólico em termos de duas elípticas. Ele também resolveu o problema do topo girando e explicou o erro de Newton calculando a precessão. Landen foi eleito Membro da Sociedade Real em 1766. Ele corrigiu o resultado de Stewart na distância de Sol-Terra (1771).

Em 1810 morria Johann Wilhelm Ritter (nascido em 16/12/1776). Físico alemão que descobriu a região ultravioleta do espectro e assim ajudou a alarga a visão de homem além da região estreita de luz visível que cercar o espectro eletromagnético inteiro dos raios gama menores para as ondas de rádio mais longas.

Em 1930, Clyde Tombaugh fotografou o planeta Plutão.

24 Janeiro, sábado

Lua em Libração Máxima as 10h16.5m

TU.

EFEMÉRIDES

Page 93: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 38

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Vênus em conjunção com a Lua as 13:08 (GMT -3). A Lua passa a 2.39 graus a sul de Vênus as 18:45 h (GMT -3) a 38° do Sol. Chuveiro de Meteoros ALFA LEONÍDEOS (Alpha Leonids) com duração de 13 de janeiro a 13 de fevereiro e máximo acontecendo de 24 a 31 de janeiro. A evidência mais forte para a existência deste fluxo vem das de sessões do Projeto de Rádio Meteoro realizada por Zdenek Sekanina durante os anos de 1960. A duração do fluxo definitivamente cobre o período de 13 de janeiro a 13 de fevereiro, mas pode começar de fato já em 28 de dezembro. O Máximo acontece alguns dias durante a última semana de janeiro, com um radiante médio próximo a RA=156 graus e DECL=+9 graus. Provavelmente este fluxo é um bom exemplo de chuveiro telescópico, mas também existem evidências visuais com um máximo ZHR de até mesmo 10 meteoros por hora quando o radiante está no zênite. A baixa inclinação orbital do fluxo faz dele aparentemente um fluxo difícil de ser estabelecido.

Em 1832 nascia Jan Harold Delos Babcock (morreu em 08/04/1968). Astrônomo americano que juntamente com seu filho, Horace, inventou o magnetograph solar (1951), para observação detalhada do campo magnético do Sol. Os Babcocks mediram a distribuição dos campos magnéticos em cima da superfície solar com precisão sem precedente e magneticamente descobriram estrelas variáveis com o magnetograph deles. Em 1959 Harold Babcock anunciou que o Sol inverte sua polaridade magnética periodicamente. O estudo laboratorial preciso dos espectros atômicos de Babcock permitiu que outros identificassem as primeiras linhas "proibidas" no laboratório e descobrir o raro isótopo de oxigênio. Com C.E. St. John ele melhorou em muito a precisão dos comprimentos de onda de umas 22,000 linhas do espectro solar e são referencias para recentemente determinações dos padrões.

Em 1798 nascia Nascido Karl George Christian von Staudt (morreu em 01/06/1867). Matemático alemão que desenvolveu a primeira teoria completa de pontos imaginários, linhas, e planos da geometria projetiva. Seu trabalho inicial foi determinar a órbita de um cometa e, baseado neste trabalho, recebeu seu doutorado. Ele mostrou como construir um

polígono inscrito regular de 17 lados usando apenas bússolas. Entre outras coisas, ele também deu uma solução geométrica a equações quadráticas.

Em 1915 morria Arthur von Auwers (nasceu em 12/09/1838). (Georg Friedrich Julius) o Arthur von Auwers foi astrônomo alemão conhecido pelos seus catálogos de estrela extremamente precisos. Ele também pesquisou a paralaxe solar e estelar, fez uma nova redução das observações de James Bradley e medidas das distâncias de estrelas. Auwers também observou estrelas duplas, e com precisão calculou as órbitas das estrelas duplas Sírius e Procyon.

Em 1914 morria Sir David Gill (nascido em 12/06/1843). Astrônomo escocês conhecido pelas suas medidas de paralaxe solar e estelar e mostrar as distâncias do Sol e outras estrelas da Terra, e o uso de fotografia para traçado do céu. Para determinar a paralaxe, ele aperfeiçoou o uso do heliometer, um telescópio que usa uma imagem fendida para medir a separação angular dos corpos celestes. Em 1986, a sonda espacial Voyager II fez seu primeiro voar por Urano a uma distância de 81,593 km do planeta, realizando dezenas de fotografias, e descobrindo novas luas . Atualmente a Voyager está deixando o Sistema Solar.

Em 1925, era feito um filme de um eclipse solar levado realizado de um dirigível em cima de Long Island, NY. Em 1544, um eclipse solar foi visto de Louvain e posteriormente foi descrito e usado na primeira ilustração de livro publicada sobre o uso da câmera obscura. O matemático holandês e astrônomo Reinerus Gemma-Frisius observou o eclipse solar usando um buraco em uma parede de um pavilhão para projetar a imagem do sol de cabeça para baixo sobre a parede oposta. Ele publicou a primeira ilustração de uma câmera escura e descreve seu método de observação do eclipse em De Radio Astronomica et Geometrica (1545. Vários astrônomos fizeram uso de tal dispositivo na primeira metade do século XVI. Johannes Kepler e Christopher Scheiner usaram câmera escura para estudar a atividade das manchas solares. A técnica já era conhecida por Aristóteles (Problems, ca 330 BC).

EFEMÉRIDES

Page 94: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 39

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Em 1986 a sonda Voyager II sobrevoava o planeta Urano.

25 Janeiro, domingo

Lua em Libração Este as 14h16.9m TU.

Nesse momento o Mare Crisium está mais voltado para o centro da Lua. Que tal tirar a noite de hoje para observar o Mare Crisium (Mar da Crise) na Lua? Então, pegue seu instrumento e um mapa lunar e encontre quase na borda Este (quadrante norte-este) da Lua aquela imensa formação circular e observe-a detidamente. O Mare Crisium (Mar da Crise) localizado na borda oriental da Lua é uma enorme bacia em forma elíptica medindo 500km leste-oeste e 400km norte-sul e superfície de 181.000 km2 . O mar é cercado por montanhas distintas em todos os lados, perfeitamente isolado de outras características da planície. O mar foi formado pela lava que encheu a " Bacia " do Mare Crisium, que também é chamado de ''Crisium Bacin''. Esse acidente lunar apresenta forma de uma imensa cratera quase elíptica, que segundo estudos, foi formada por impacto meteorítico. Apresenta chão muito plano com anel de cume e ruga para a periferia, crateras fantasma para o Sul e craterletas. Sua idade remonta ao período Nectariano e deve ter cerca de 3.85 bilhões anos de idade. Percebe-se claramente que as lavas se acumularam para o centro da bacia o que causou um afundamento central devido o peso da lava. O Mare Crisium é visto a olho nu quando nós observamos o disco lunar sem instrumentos, sendo facilmente reconhecível como uma mancha circular escura. O instrumento mínimo para sua observação é um binóculo com aumento de 10 vezes. O melhor período para sua observação acontece 3 dias após a Lua Nova ou 2 dias após a Lua Cheia. Se você dispõe de um instrumento maior que um binóculo e um mapa lunar, pode ser até mesmo um Mapa Virtual da Lua em seu computador, procure localizar as seguintes formações que se destacam nessa imensa bacia. Na área do Mare Crisium não há cadeias montanhosas e o fundo de sua superfície nos aparece praticamente liso e com pequenas crateras. Contudo, existem algumas dorsais no chão do Maré Crisium, onde se destaca a

a Dorum Termier com dimensão de 90 x 3 km mas que só podem ser vistas através de telescópio com diâmetro mínimo de 200 mm. De fato para a observação telescópica nós vemos no campo ocidental as crateras Peirce e Picard com diâmetro respectivo de 24 e 35 km. Na base da região SW do Mare Crisium nós podemos notar a cratera Lick, quase completamente enterrada debaixo da capa de rególito que cobre parte grande da superfície lunar. Pouco mais para norte nós temos uma outra cratera da mesma categoria: Yerkes, situado na proximidade da margem ocidental deste ''planície'' circular. Neste ponto há dois Cabos (Cape) um de frente para o outro: o Lavinium e o Olivium, respectivamente para sul e norte. Ainda mais para o Oeste que destes dois cabos está a cratera Proclus, muito luminosa e com raios brilhantes provavelmente oriundos da ejeção de materiais durante os impactos de meteoritos que originaram esta cratera. Um outro cabo é o Agarun situado no campo oriental sul do Mare Crisium. A norte do Mare Crisium se encontra a pequena cratera Cleomedes, com tamanho de 126 x 126 km cercada por alto muro (parede) de 3.700 metros de altura. Para o nordeste, mas sempre para fora do Mare Crisium está a cratera Macrobius, medindo 64 x 64 km, em cuja parede oriental há uma pequena cratera de poucos km. Para sudeste a cratera Taruntius e uma zona montanhosa que delimita o Mare Tranquillitatis e na extremidade NW o Mare Fecunditatis. Na proximidade da margem norte do Mare Crisium está o Mare Anguis, uma planície pequena de 4000 km2. O Mare Crisium e o Mare Fecunditatis estão separados por uma região montanhosa. Em 1736 nascia De L'empire Joseph-Louis Lagrange (morreu em 10/04/1813). Matemático italiano-francês que fez grandes contribuições à teoria dos números e para a mecânica analítica e celeste. Seu livro mais importante foi o Mécanique analytique (1788; "Analytic Mechanics"), esse livro de ensino ainda é usado como base em todos os mais recentes trabalhos neste campo.

Em 1955, os cientistas da Universidade de Columbia desenvolveram um relógio atômico preciso com erro de apenas um segundo para cada 300 anos.

Vigésimo primeiro aniversário (1983)

EFEMÉRIDES

Page 95: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 40

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

do lançamento do satélite infravermelho IRAS (Infrared Astronomical Satellite). Em 1994 era lançada a sonda Clementine (USA Moon Orbiter).

26 Janeiro, segunda-feira

Imersão da estrela SAO 147008 27 PISCIUM mag 5.1 no limbo escuro da Lua a 0h46.8m TU.

Início do transito da sombra da lua Europa (mag 6.1) pelo disco iluminado de Júpiter as 2h48.2m TU. Europa inicia sua passagem pela frente do disco do planeta as 4h31.5m TU. A sombra termina sua passagem as 5h40.5m e o trânsito de Europa termina as 7h20.3m TU.

Vênus continua brilhando ao cair da noite até se esconder em torno das 21:00h hora. Normalmente Vênus é o objeto mais luminoso ao crepúsculo, depois da Lua. ele também apresenta fases diferentes durante sua órbita ao redor do Sol e até mesmo usando binóculo podemos discernir essas fases. A proximidade de Vênus para a Terra é bastante variável em distância e por isso o diâmetro do planeta muda rapidamente desvio a essa distância. A superfície de Vênus está escondida sob uma espessa cobertura de nuvens, e assim nenhum telescópio baseado na Terra pode ser sua topografia. A cartografia da superfície só é possível através de técnicas de radar, porque as ondas de radar penetram nuvens. A astronave de Magellan produziu um modelo altamente precisa da superfície e determinou a elevação de seu relevo.

Em 1992 a sonda automática americana Magellan iniciava o mapeamento por radar da superfície do planeta Vênus.

Em 1978 era lançado o satélite IUE - International Ultraviolet Explorer. crateras.

27 Janeiro, terça-feira

Pela noite acontece uma Conjunção da Lua com o planeta Marte. A Lua passa a 3.10 graus a sul de Marte as 21:48 h (GMT -3).

Júpiter eclipsa a lua Io (mag 5.5) as 6h06.3m TU.

O Asteróide 1772 Gagarin passa a 1.387 UA da Terra.

Em 1829 nascia Isaac Roberts (morreu em 17/07/1904). Astrônomo britânico, foi um dos pioneiros em fotografar nebulosas. Em 1885 ele construiu um observatório com um refletor de 20''. Com esse instrumento Roberts fez consideráveis progressos no desenvolvimento da então recente ciência da astrofotografia. Ele fotografou numerosos objetos celestes inclusive Nebulosa de Orion em 15 de janeiro de 1986 (90 minuciosas exposições) e do aglomerado aberto das Plêiades. Seu melhor trabalho fotografia foi a imagem que mostra a estrutura espiral da Grande Nebulosa de Andromeda, M31, feita em 29/12/1888. Além da sua contribuição na astrofotografia ele também inventou uma máquina para gravar posições estelares em placas de cobre, conhecido como o Pantograver Estelar.

Em 1908 Pierre Melotte descobria a lua Pasiphae de Júpiter.

Em 1967, durante testes na base de lançamento, acontecia o incêndio no módulo de comando da Apollo 1 que causou a morte da primeira tripulação do projeto: Virgil I. Grissom, veterano das missões Mercury e Gemini; Edward H. White, astronauta que havia feito a primeira atividade extraveicular durante o programa Gemini; e Roger B. Chaffee, astronauta que se preparava para seu primeiro vôo espacial.

28 Janeiro, quarta-feira

Vênus Oculta a estrela PPM 207251

(mag. 9.8). O Asteróide 2002 PN passa a 0.042 UA

da Terra. A Lua passa a 2.5 graus de separação

do Planeta Marte (mag 0.7) a 1.7h TU. Lua e Marte em conjunção as 00:01h (GMT -3).

Transito da lua Io (mag 5.5) sobre o disco iluminado do planeta Júpiter. A sobra começa as 3h25.7m TU e o Transito propriamente dito tem início as 4h14.0m TU. As

EFEMÉRIDES

Page 96: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 41

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

5h21.4m Io em Conjunção Inferior. A incidência da sobra no planeta termina as 5h42.0m TU, e o Trânsito finaliza as 6h28.8m TU. Para acompanhar todo o trajeto o uso de instrumento ótico é indispensável.

Em 1986 ocorria a trágica explosão a 73 segundos após o lançamento do transportador espacial Challenger STS 51-L em que sete astronautas americanos perderam a vida: Francis R. Scobee, Michael J. Smith, Judith A. Resnik, Ellison S. Onizuka, Ronald E. McNair, Gregory B. Jarvis, Sharon Christa McAuliffe. A causa da explosão foi devido a deterioração de um anel de vedação.

29 Janeiro, quinta-feira A Lua Quarto Crescente ou de Primeiro

Quarto acontece as 03:03 h (GMT -3). Marte oculta a estrela TYC 0624-00684-1 (mag. 9.5).

Júpiter eclipsa a lua Io (mag 5.5) a 0h34.7m TU. O Reaparecimento de Io acontece as 3h38.7m TU. Para observadores atentos, a cronometragem precisa do evento sempre é de grande valia aos estudiosos do planeta Júpiter.

30 Janeiro, sexta-feira

Mercúrio oculta a estrela TYC 6875-

00773-1 (mag 9.5). O Asteróide 2247 Hiroshima passa a

1.467 U.A da Terra. O brilhante planeta Vênus pode ser

acompanhado ao entardecer na constelação do Aquário, quando se põe em torno das 21:03 hora.Uma hora mais cedo, Urano está dizendo adeus ao céu noturno (20h6m) também localizado na constelação do Aquário. Marte em Peixes se esconde pelas 22h56m hora local. A bela Luna de 8 dias em fase 0.665 nasceu as 13h37m e só esconde seu brilho em torno da meia-noite. Quando a Lua estiver mais alta no céu escuro , é um bom momento para

perscrutar a zona do terminador lunar. Examine a cratera Plato (Platão), localizada abaixo do Mare Frigoris: Longitude: 9.3° oeste e Latitude: 51.6° norte , Quadrante: Norte-oeste. Ela se destaca pela forma circular murada (uma planície) de dimensões 101x101Km e chão de cor bem escura. Provavelmente foi formada no período Imbriano Superior. A cratera esmaga a cadeia dos Alpes, apresenta pequenas paredes altas com ápices de 2000m e colapsada a Oeste. Apresenta rampas bem íngremes que sustentam a cratera Plato G para o Leste. Seu chão aparentemente foi cheio de lava escura e posteriormente outros impactos formaram com algumas craterletas. Acima do Mare Frigoris, bem na linha do terminador busque a cratera Goldschmidt (Hermann Goldschmidt) Longitude: 2.9° oeste e Latitude: 73.0° norte , Quadrante: Norte-oeste. Formada no Período Pré-Nectariano é uma formação tipo planície murada medindo 120x120 Km bem interessante, embora ela se apresente desgastada, mostra rampas íngremes esmagadas a Oeste pela cratera Anaxágoras e a sudoeste está a cratera Goldschmidt A. Apresenta colinas, craterletas e pequenas paredes altas. Para uma boa observação o uso de instrumentos é indispensável e para observação de detalhes use maiores aumentos.

31 Janeiro, sábado

Lua perto das Plêiades a 2h UT. Lua em Apogeu as 13h58.7m TU, a distancia de 404,807 km e tamanho angular de 29.5 '. Transito da lua Ganymede (mag 5.0) sobre o disco iluminado de Júpiter com início as 3h20.6m TU. O final da passagem da sombra acontece as 3h42.3m TU, e o Transito está inteiramente terminado as 6h35.6m TU.

A constelação de Pegasus atravessa o céu das latitudes meio norte no início da noite. A constelação representa o mitológico herói grego que domesticou Pegasus, matou Medusa, e salvou Andrômeda. Todos esses mitos estão representados no céu. Perseu segura a cabeça de serpentes da Medusa, a qual está marcada por uma estrela variável chamado Algol que representa o olho maldoso da megera. A estrela varia entre magnitude 2.1 e 3.3 em cima de um período de 3 dias

EFEMÉRIDES

Page 97: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 42

A razão dessa variabilidade é que Algol de fatoé um par de estrelas que orbitam uma a outra.Do nosso ponto de vista na Terra elas passamalternadamente na frente uma da outra fazendocom que o brilho total flutue de uma maneiraprevisível.

Em 1862 Alvan Graham Clark Jr.descobria a estrela companheira anã de Sirius,a Sírius B.

Há 46 anos (1958) era lançado osatélite Explorer 1, o primeiro satélite terrestrelançado pelos americanos. Você saberia dizerqual foi o primeiro satélite artificial lançado em

torno da Terra e qual o país que realizou essafaçanha? Se você respondeu Sputnik I eRússia, você acertou em cheio!

1 de Fevereiro Há 5 anos (1999) a sonda Galileo vaziaseu 19° pela lua Europa de Júpiter.

Primeiro aniversário (2003) do acidentecom o ônibus espacial Columbia 7 (SpaceShuttle Columbia) onde morreram os 7ocupantes. Mais informações na próximapublicação da Agenda Diária.

EFEMÉRIDES

Notas: * As conjunções planetárias foram calculadas pelo Software SkyMap Pro 6. pela horalegal de Brasília (GMT-3) segundo as coordenadas Lat.21.27.54S Long.47.00.21W. Essesdados são úteis para a localização dos planetas visíveis a olho nu (de Mercúrio até Saturno),bastando procurá-los perto da Lua, quando ela estiver acima do horizonte naquela data. Cartas Celestes para ambos os hemisférios podem ser baixadas através da internet em:www.skymaps.com* Para observar as ocultações e trânsitos use instrumentos de maiores aberturas. Softwares Usados: Sting's Sky Calendar - © www.skycalendar.com/skycal/index.html SkyMap Pro 6 © C.A. Marriott - www.skymap.com/ Fontes Consultadas e mais informações em: /www.skymaps.com/index.html (carta celeste de dezembro para ambos os hemisférios)http://reabrasil.astrodatabase.net/ ou http://geocities.yahoo.com.br/reabrasil/ http://aerith.net/index.html http://www.jpl.nasa.gov/calendar/ http://inga.ufu.br/~silvestr/ CalSky: http://www.calsky.com/ http://www.pa.msu.edu/abrams/SkyWatchersDiary/Diary.html http://comets.amsmeteors.org/meteors/calendar.html http://www.imo.net/ http://www.lunar-occultations.com/iota/2003bstare/bstare.htm http://www.lunar-occultations.com/iota/2003planets/planets.htm Jet Propulsion Lab: http://www.jpl.nasa.gov/

Felizes observações e bons céus para todos! ∞ Rosely Gregio Redatora | Revista macroCOSMO.com [email protected]

Page 98: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 43

Atualmente, crescem os números de pessoas que

simplesmente renegam a ciência em troca de meras especulações, divulgadas por pessoas que ou não sabem nada do assunto, ou querem tirar proveito da falta de informação do povo, devido ao péssimo ensino da astronomia nas escolas.

Em pleno ano 2004, passados mais de quinhentos anos das descobertas de Galileo e Copérnico, às vezes me sinto em meio à inquisição. Hoje em dia, astrônomos amadores e profissionais não possuem quase nenhum espaço na mídia e suas observações, suas teses baseadas em observações sistemáticas e cientificamente comprovadas com os mais modernos instrumentos, são simplesmente ignorados por pessoas que se dizem capazes de falar com extraterrestres e intraterrestres, que se auto-intitulam um próprio ET de Urano vivendo no planeta Terra ou que são capazes de prever o futuro, baseados em meras especulações, onde transformam os movimentos dos planetas do sistema solar e fenômenos astronômicos em motivo de pânico, parecendo até que os planetas são responsáveis pelo que o próprio homem faz.

DE VOLTA ÀS TREVAS a renegação dos princípios básicos da astronomia na "nova era"

Paulo Monteiro | Revista macroCOSMO.com

MITOS CIENTÍFICOS

Copérnico, Kepler e Galileu. Ainda hoje contestados!

Estaríamos retornado à época da Inquisição?

Page 99: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 44

Os eclipses solares e os cometas, belos

fenômenos astronômicos, são usados amilhares de anos como o prenúncio do fim domundo. Eu entendo perfeitamente que ohomem no ano de 5000 A.C, ao ver o Solsimplesmente "apagando" entrasse em pânico,pois acreditava que o Sol iria sumir pra sempree sem sua luz e calor, entrasse numa idade dastrevas onde o mundo iria acabar.

Um cometa é associado até hoje comosinal de tragédias. A astronomia ridicularizaessas previsões, pois todo ano aparece umcometa no nosso céu, mas só utilizam o Halleycomo prenuncio de azar. Em 1997 o cometaHale-Boop causou o suicídio de centenas depessoas nos EUA, seguidas por um líderfanático, que afirmava existir um disco voadorna cauda do cometa que os levariam após amorte. Ate hoje muitos acreditam nisso!

Mas estamos no ano 2004 D.c, isso é

um absurdo mas infelizmente pessoas aindaassociam o eclipse solar e os cometas ao fimdo mundo, prenuncio de tragédias e mortes.Essas pessoas aparecem toda semana na TV,e em finais de ano e de milênio, aparecerãomuito mais. Suas previsões têm sempre, peloque percebi dois caminhos:

1º Associam eclipses, passagens de

comentas, "transito de planetas" em algumasconstelações como o principal motivo de algunsfatos ocorridos na Terra, como se os planetas ecometas lá no espaço, a milhões dequilômetros de distância, fossem osresponsáveis por tudo que ocorre por aqui. Amaioria das previsões estão sempre ligadas atragédias, desastres e catástrofes globais.

2º Se não citam tragédias e assustam a

população, criam falsas esperanças. Há anosescuto falar de uma tal "nova era", mas se aspessoas continuarem a acreditar nesse tipo depessoas e previsões e gastarem dinheiro comisso, a nova era não será tão bela como os"videntes" pintam. Será sim uma idade dastrevas, com a renegação da ciência e dosprincípios básicos da astronomia, tendo a maiorparte do povo acreditando em fantasias quemais parecem histórias de conto de fadas. Issojá ocorreu na humanidade por mais de 1000anos e terminou graças a Copérnico, Kepler eGalileo!

Como as pessoas ganham tamanho

espaço na mídia? Videntes continuam aassombrar as pessoas com suas previsões ecomo sempre nada acontece, elesdescaradamente somem. Em 5 de maio de2000 ocorreu um alinhamento no sistema solar.Os microfones e câmeras estavam de volta aosmesmos videntes que erraram incrivelmentenas previsões passadas do eclipse de agostode 1999.

Eles voltam dizendo que o alinhamentoplanetário irá provocar um "cabo de guerracósmico", e que isso iria elevar o nível dosoceanos, inundando as cidades litorâneas.Logo após isso divulgado, muitas pessoasvenderam suas casas de praia e foram pararno topo de montanhas. Algumas dessasinfelizes pessoas apareceram em canais de TVfalando que precisavam se salvar do fim domundo! Resultado: em apenas 9 mesestivemos na cabecinha dos "pseudo astrônomose físicos" dois finais de mundo, que obviamentenão ocorreram!

Além de dois finais de mundo, tivemosduas viradas de milênio em um ano! A totalfalta de conhecimento na matemática, física eastronomia foram capazes de gerar tantaaberração!

Infelizmente na edição de dezembro de

1999, a revista superinteressante errou aomencionar que o planeta Vênus saudaria onovo milênio, que só ocorre na virada de 2001e não em 2000 como a revista informou! Essascoisas não poderiam acontecer em uma revistacomo essa! Uma pena! Nesse ano, a seção deastronomia sumiu. Torço para que volte!

MITOS CIENTÍFICOS

Page 100: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 45

civilização inteligente em Vênus

Vênus possui as mais altastemperaturas do sistema solar, alcançando400º C. Sua rotação é lenta expondo sempre amesma face do planeta ao Sol, durantecentenas de dias, além disso é totalmentecoberto por nuvens, num efeito estufa hámilhões de anos. Nisso a vida fica praticamenteimpossível. Mesmo assim continuamacreditando, então coloco as fotos da superficiede Vênus logo abaixo. Não vejo traços denenhuma civilização! Você vê? Mesmo comisso, muitos acreditam na existência de vida emVênus! Acham que a imagem é forjada!

Superfície de Vênus. Temperaturas de 400ºC

um planeta do tamanho de Júpiter

estaria entrando no sistema solar e iria se chocar com a Terra, de nome

Hercolobus

Primeiro que, as pessoas que dizem issojamais olharam por um telescópio e nãopossuem a mínima noção do sistema solar.Jamais apresentaram uma foto se quer doplaneta intruso e se fosse mesmo do tamanhode Júpiter, seria visto facilmente pelo Hublle eaté mesmo por telescópio terrestres. A fotojamais apareceu e não existe nenhuma provadele. Alem disso, gostaria de ver os cálculos(se é que sabem fazer algum), que mostramcom exatidão o choque do planeta com a Terra.Porque não com Netuno ou Júpiter? Porqueaqui? existe um livro, divulgado até emoutdoors aqui no metrô de São Paulo, que falasobre esse planeta, e pelo que parece, devevender bem, pois um anuncio lá, não é barato!Fico no aguardo das fotos desse planeta criadona imaginação do autor do livro.

a Terra é oca e dentro dela existe um

Sol e seres intraterrestres!

Então todo aquele material expelido porum vulcão vêm de onde? Como a fina camadado planeta não desaba? Esse Sol interior nãoiria fritar o solo? Quando cavam uma obra parao metrô ou túnel como não vemos essesseres? Os alicerces do meu prédio estãopresos onde? Na TV, certa vez mostrou umintraterrestre! Uma pessoa que se diz capazfalar com ETs 'mostrou’ um, mas a imagem erapéssima. Tudo escuro e o tal ser estavaescondido no meio do mato, mais parecendoum macaquinho!

existem bases alienigenas na Lua que podem ser vistas com qualquer

telescópio e o Homem não foi a Lua!

Já observei a Lua centenas de vezes, esó vi belos morros, crateras, vales e seus"mares", mas não vi casinha nenhuma! Alémdisso, essa afirmação tem não só um, mas doiserros graves. O primeiro é a total demonstraçãoda falta de conhecimento observacional, poispara enxergamos qualquer arquitetura no sololunar, ela teria que ser monumental, comquilômetros de extensão. (Obs: estou meformando em arquitetura e sei sobre o tematambém) Quando afirmo isso e mesmomostrando ao telescópio todo solo lunar,pseudoastronômos que não sabem nemmontar uma luneta, afirmam: "as bases estãona face oculta"! Isso não passa de uma beladesculpa! São tão atrasados e desatualizadosque já temos fotos do lado oculto também, masainda alegam que foram alteradas pela NASA.Bom, aí o nível abaixa muito e nem merecemais comentários!

Neil Armstrong na Lua

O número de “astrobobagens” mencionas não param de crescer. Existem muitaspessoas que acreditam e divulgam isso de forma que eles estão certo, mesmo sem provarnada, afirmando que os astrônomos estão errados. Abaixo coloco algumas delas com algunscomentários, que falam por si só. Vejam do que essas pessoas são capazes de afirmar:

MITOS CIENTÍFICOS

Page 101: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 46

a Terra não gira ao redor do Sol

Copérnico e Galileo quase foram queimados por isso, e hoje em dia parece que tem gente que os tentaria queima-los também! Mesmo com esses erros grotescos nas afirmações, eu até certo ponto sinto não revolta, mas tristeza ao ver pessoas mencionarem tantas bobagens e com isso, levar milhões com elas junto! Mas a partir do momento em que uma pessoa diz que existe FRAUDE NA ASTRONOMIA! eu perco todo o respeito! Tal afirmação atinge a honra de astrônomos profissionais onde contestam e põem em duvida sua competência, seriedade e profissionalismo!

Para alguêm para afirmar isso e acusar

astrônomos de fraudadores, deve ter boas explicações pois tal acusação deve ser provada e se for considerada leviana, como claramente é, o acusador deveria arcar com as conseqüências! http://www.catar.com.br/hg/davino/index.html

Escrito por Davino Servidio e que

infelizmente foi divulgado e publicado pelo site

de busca cadê (www.cade.com.br), na sua seção de astronomia, afirma, baseado em teorias que afrontam os princípios básicos da astronomia, que a Terra não gira ao redor do Sol e sim "baboleia"! Oras, se ela não girasse, como que sondas enviadas ao solo de marte caíram exatamente no ponto determinado? Se ele estivesse certo, veríamos estrelas no hemisfério norte, que não vemos pois a luz do sol impede!

existem seres inteligentes no

aglomerado de Plêiades e nas 3 estrelas do cinturão de Órion

(3 marias)

O aglomerado de Plêiades é lindo, mas suas estrelas são tão jovens que nem tiveram tempo de formar algum planeta ou sistema solar, e assim fica descartado qualquer tipo de vida. MAS MESMO ASSIM vou fazer que eles fazem muito bem: Vamos ‘supor’ que exista! Pois bem, como essas pessoas ficaram sabendo da existência de vida em algum planeta nesse aglomerado ou em alguma estrela do cinturão de Órion ou em Plêiades?

MITOS CIENTÍFICOS

Acima, a nebulosa de Orion, distante a muitos anos-luz das 3 marias mas na mesma constelação, ondealguns afirmam existir vida, um verdadeiro berço de estrelas, e com elas, sistemas solares e quem sabealgum tipo de vida, mas tudo em plena formação como mostra os 4 quadros. A alta tecnologia atual nospermite ver a formação de disco proto-planetarios ao redor de estrelas, mas alem de estarem em formação,ninguem pode afirmar que existe vida em estrelas onde não sabemos nem se existem planetas ao redor! Deonde tiraram as afirmações que existe vida nesse local? Eles ja lhes apresentaram alguma prova? porqueacreditar em palavras sem provas?

Page 102: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 47

A mais de 3 anos no ar, mais de 100.000 visitas, recebi centenas de e-mails com pessoas assustadas, em duvida do que ocorreria no alinhamento planetário de 2000, tudo isso causado pelo pânico instalado por esses tipos de pessoas, que só sabem assustar o público, aproveitando da sua falta de conhecimento na astronomia!

Enfim, estamos ouvindo falar a toda hora na "nova era"! O que podemos esperar dela? Se continuar a divulgação dessas mentiras desta forma e incentivando a crença nas pseudos-ciências, estaremos voltando ao período chamado de idade das trevas, compreendido entre 400 D.C até 1500, que começou com a morte cruel da filosofa Hipacia e destruição da biblioteca de Alexandria, berço do conhecimento! A volta da ciência só ocorreu após 1000 anos, graças a pessoas como Copérnico, Galileo e Kepler, que mesmo assim, enfrentaram dificuldades e até hoje são contestados!

A renegação da ciência nos dias de hoje, a falta de espaço aos astrônomos e outros cientistas na TV e mídia em geral, e o grande espaço dado a pseudo-ciências só me deixam a visão de uma "nova era" igual à “idade das trevas”. ∞

Paulo Ricardo Monteiro Redator | Revista macroCOSMO.com [email protected]

MITOS CIENTÍFICOS

Page 103: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 48

Fotografando o Universo – Parte II

Acompanhando os Corpos Celestes

Os astros parecem mover-se na esferaceleste de leste para oeste devido ao movimento derotação da Terra. As montagens equatoriaispermitem “compensar” este movimento tornandopossível a realização de fotografias guiadas delonga pose. É o passo natural a dar, após arealização de fotografias de traços estelares e deconstelações.

As montagens equatoriais são constituídaspor um sistema de dois eixos perpendiculares,sendo um deles, colocado rigorosamente emparalelo com o eixo da Terra. Se rodarmos este eixono sentido contrário ao do movimento de rotação daTerra, com uma velocidade de 1 rotação por dia(aproximadamente 15º por hora), é possível manterum determinado astro imóvel no campo de visão deum telescópio. As montagens equatoriais têm de serorientadas, ou colocadas em estação, para que estacompensação seja efetivada.

Pedro Ré | Colaborador

ASTROFOTOGRAFIA

Page 104: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 49

ASTROFOTOGRAFIA

Existem diversos processos que podemos utilizar com este fim. O mais simples consiste em alinhar o eixo polar tomando como referência à estrela polar que se encontra muito próximo do pólo celeste norte. Este alinhamento é suficientemente preciso para a realização de fotografias guiadas de longa pose utilizando objetivas fotográficas normais (50 mm) ou mesmo pequenas teleobjetivas (135 a 300 mm). Veja mais detalhes de como construir uma plataforma equatorial na edição nº 1 da revista macroCOSMO.

Se pretendermos realizar fotografias guiadas de longa pose, as câmaras fotográficas podem ser montadas sobre um telescópio suportado por uma montagem equatorial motorizada. A guiagem é efetuada utilizando o telescópio como auxiliar. Desde que a montagem equatorial seja colocada em estação, é muito fácil realizar fotografias de longa pose com o auxílio das mais variadas objetivas fotográficas. Neste caso podemos usar objetivas com distâncias focais elevadas desde que a precisão de guiagem seja mais elevada.

Page 105: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 50

Câmaras fotográficas montadas em paralelo ou em piggy-back (1) Nikon F + objetiva 50 1:2, (2) Mamya + objetiva 135 mm 1:2:8,

(3) Mamya + objetiva Zeiss Sonar 200 1:2:8, (4) Mamya + objetiva Rubinar 1000 mm 1:10

Para efetuar astrofotografias através de telescópios torna-se necessário acoplar câmarasfotográficas a um telescópio. Os telescópios mais freqüentes podem ser classificados em trêstipos principais: (i) refratores; (ii) refletores e (iii) compostos ou catadióptricos. Cada tipo detelescópio apresenta vantagens e inconvenientes.

ASTROFOTOGRAFIA

Page 106: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 51

Principais tipos de Telescópios: 1 – Telescópio refrator, 2 – telescópio refletor,

3 – telescópio Maksutov – Cassegrain e 4 – telescópio Schmidt-Cassegrain

ASTROFOTOGRAFIA

Existem diversos processos deacoplar uma câmara fotográfica a umtelescópio. O processo mais simplesconsiste em utilizar o telescópio comose este se tratasse de uma objetivafotográfica. Neste caso remove-se aobjetiva da câmara fotográfica (reflexde preferência) e monta-se o corpo dacâmara no foco principal do telescópio.A distância focal e a relação f/D obtidassão iguais à do telescópio utilizado. Osoutros dois processos são distintosfundamentalmente por recorrerem àinterposição de um sistema óptico entrea objetiva do telescópio e a câmarafotográfica. O sistema óptico utilizadopode ser uma ocular (projeçãopositiva), uma lente Barlow ou umteleconversor fotográfico (projeçãonegativa) e um redutor/corretor(compressão). Os três principaismétodos de acoplar uma câmarafotográfica ou uma câmara CCD19 aum telescópio. Existe ainda um outroprocesso, designado sistema afocal, nocaso das câmaras fotográficasutilizadas não terem a possibilidade deretirar as suas objetivas. Este é ométodo mais utilizado para acoplarcâmaras digitais a telescópios.

Principais métodos de acoplamento de uma câmera fotográfica ou CCD em um telescópio1 – Foco principal, 2 – projeção, 3 - Compressão

Page 107: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 52

Os diversos tipos detelescópios devem sersuportados por uma montagemequatorial, de preferênciamotorizada nos dois eixos. Nemtodas as montagens sãoadequadas para a realizaçãode astrofotografias. Quantomais robusta for a montagemtanto melhor. Algumasmontagens frágeis vibramfacilmente sendo menosaconselhadas para a realizaçãode fotografias astronômicas. ∞

ASTROFOTOGRAFIA

Pedro Ré Colaborador | ANOA [email protected] http://www.astrosurf.com/re Na próxima edição da Revista macroCOSMO.com, acompanhe a parte final desse tutorial sobre astrofotografia.

Exemplo de algumas montagens equatoriais fotográficas: 1 - Montagem alemã refrator acromáticoKonus 100 f/10; 2 - Montagem alemã EM10, refrator apocromático Takahashi FS102; 3 - Montagemalemã, refletor Konuns 114 mm f/8; 4 - Montagens alemãs CM1400 e CM1100, telescópios Schmidt-Cassegraun C11 e C14; 5 - Montagem de garfo, telescópio Schmidt-Cassegrain C8; 6 - Montagem degarfo, Meade LX200 10"; 6 - Montagem de garfo, C14 e refrator apocromático Takahashi FS102

Page 108: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 53

Durante uma seção de observaçãoastronômica ou de astrofotografia com longaexposição, uma das grandes dificuldadesencontradas é o movimento aparente que osastros descrevem de leste para oeste, movimentoeste, decorrente da rotação da Terra.Considerando que este movimento aparente é deaproximadamente 15 graus por hora, um astrofocalizado por um telescópio permanece no campode visão do observador por um período muitocurto (de 15 a 60 segundos em média, dependendodo aumento utilizado), sendo este deslocamentopercebido com muita facilidade. Para contornareste problema, muitos modelos de telescópios sãodotados de uma montagem equatorial quepermitem que o movimento do tubo do telescópioacompanhe perfeitamente a trajetória dos astros.Se esta montagem equatorial for equipada com ummotor elétrico girando na velocidade adequada, omovimento do tubo deste telescópio seráautomático e o astro poderá ser visualizadodurante muito tempo, permitindo assim fotografiasde longa exposição ou simplesmente, um maiorconforto na observação.

OFICINA

Page 109: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 54

Plataforma Equatorial para

DOBSONIANOS

OFICINA

Quem possui um telescópio Newtoniano em uma montagem Dobsoniana, não pode contar com estes recursos, já que este tipo de montagem é altazimutal, ou seja: o tubo tem a capacidade de se movimentar no sentido vertical (altura) e horizontal (azimute). Assim sendo, para que um telescópio Dobsoniano possa fazer o acompanhamento da trajetória dos astros, é necessário que, como a câmera fotográfica, todo o conjunto seja apoiado sobre uma Plataforma, grande o suficiente para suportar todo o conjunto (telescópio e Montagem Dobsoniana).

Este é justamente o objetivo deste texto: mostrar que não é difícil prover acompanhamento motorizado para telescópios Newtonianos sobre uma montagem Dobsoniana. Com algum trabalho e um pouco de habilidade, é possível a construção de uma plataforma que poderá ser usada para simples observações ou para fotografia de longa exposição.

A primeira Plataforma Equatorial para

Dobsonianos, de que se tem notícias, foi projetada e construída pelo francês "Adrien Poncet", de acordo com publicação na "Sky & Telescope" de Janeiro de 1977, página 64. Por este motivo, ainda hoje este tipo de plataforma é conhecido como "Plataforma de Poncet". O projeto original previa um pivô no setor do pólo elevado e um plano inclinado no setor oposto.

Este modelo apresentava muitainstabilidade e era inadequado para telescópiosde grande porte, e por isto "Alan Gee"aperfeiçoou o desenho original usando umsetor de círculo no pólo elevado e um Pivô nosetor oposto. Em Setembro de 1988, outrofrancês, Monsieur "Georges d'Autume"publicou na Sky & Telescope (página 303) umaoutra versão baseada em setores cônicos emambos os pólos. Devido a dificuldade naconstrução de setores cônicos, "Chuck Shaw"projetou e construiu uma plataforma que prevêdois setores de círculo, um no lado norte eoutro no lado sul. Este modelo é o que serátratado neste artigo.

As vantagens de utilização de umaplataforma equatorial de setores de círculo são:

• Não aumenta demasiadamente a posiçãode altura da ocular, e portanto, não haveránecessidade de recorrer a banquetas ouescadas para posicionamento adequado naobservação de objetos, principalmente aquelespróximos ao zênite.

• É uma peça que pode ser independentedo telescópio, e somente será utilizada quandofor necessária. Não há necessidade dequalquer modificação na montagemDobsoniana para utilização da mesma emconjunto com a Plataforma.

Paulo Oshikawa | Colaborador

Page 110: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 55

OFICINA

• É muito simples de construir, commateriais baratos e ferramentas de uso comum.Qualquer pessoa com alguma habilidade em“faça você mesmo” poderá construí-lo emalguns finais de semana.

Este modelo de plataforma já foiconstruído por diversos ATMs do HemisférioNorte, e é utilizado com sucesso para simplesobservações ou para Astrofotografia. Não setem conhecimento de projetos no Brasil quetratem da construção de uma plataforma desteporte, já que os projetos nacionais de JoséCarlos Diniz, José Agustoni(Zeca) e doMakintoxi se referem a Plafatormas depequeno porte para Câmeras fotográficas.

COMO FUNCIONA A PLATAFORMA

Em um tripé equipado com montagemequatorial, perfeitamente configurado para alatitude local, o acompanhamento de um astroé feito através do movimento azimutal do tubodo telescópio. No caso da Plataforma deSetores de Círculo, não é necessário que otubo do telescópio se movimente para fazer oacompanhamento de um astro. É a plataformaque se movimenta, e leva consigo a montagemDobsoniana, e conseqüentemente, otelescópio. O telescópio estará inclinado paraum lado no início da observação, e no final doperíodo, estará inclinado para o lado oposto.Por este motivo, tempos de acompanhamentomaiores que 60 minutos não sãorecomendados, pois haverá o risco de quedado telescópio, devido a uma inclinaçãoexcessiva. Importante observar que embora otelescópio se incline de um lado para outro(leste/oeste), o centro de gravidade devepermanecer sempre no mesmo ponto. Isto é oque garante o acompanhamento perfeito domovimento aparente de um astro.

Como nas montagens equatoriaistradicionais, a plataforma deverá também estarperfeitamente alinhada com o pólo celesteelevado: a estrela polar, no caso do hemisférionorte ou a sigma octantis, no caso dohemisfério sul.

Para entender o funcionamento destaplataforma é necessário assimilar que se um

Na astrofotografia com câmera fixa (semuso de telescópio), embora a percepção dodeslocamento aparente dos astros seja menor,ele também ocorre e fatalmente formará trilhassobre o filme a partir de 1 minuto de exposição.Por este motivo, quem utiliza esta técnica defotografia pode fixar sua câmera sobre o tubode um telescópio dotado de acompanhamentoequatorial (técnica denominada “câmera àcavalo”) ou utilizar uma Plataforma Equatorialmotorizada, sobre a qual se apóia a câmera.Assim que o objeto-alvo é focalizado, aPlataforma Equatorial é ligada e inicia seumovimento giratório de leste para oeste,levando junto consigo a câmera fotográfica. Édesta forma que se consegue registrargaláxias, nebulosas e vários outros objetostênues do nosso céu, que não são visíveis aolho nu. A fotografia abaixo ilustra umaPlataforma Equatorial para câmerasfotográficas, construída por José Carlos Diniz: http://www.astrosurf.com/diniz/plataforma.html

telescópio for apontado exatamente para o póloceleste elevado, deverá manter esta mesmaposição, embora a plataforma esteja semovimentando. Para que isto ocorra, o tubo dotelescópio deverá ser considerado como sendoo eixo central de um sistema de dois círculosque giram em torno deste eixo central.

Supondo-se que estejamos em umlocal cuja latitude é zero (sobre a linha doEquador), se montarmos dois círculos demesmo raio perpendiculares ao solo (90 graus),ligados por um eixo central que aponta para opólo-sul celeste, este eixo ficará paralelo aosolo, e o giro destes círculos não afetará adireção do eixo. Porém, se estivermosafastados da linha do Equador, por exemplo,na cidade de São Paulo, a uma latitude de -23,5 graus, para obter o mesmo efeito,

Page 111: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 56

Mesmo com um giro completo (360º) nos círculos, a posição do eixo permanecerá constante.

precisaremos de dois círculos de raiosdiferentes, para manter o eixo central apontadopara o pólo sul celeste. Estes círculos nãoficarão perpendiculares ao solo. Deverão estarinclinados a 66,5 graus (90 graus menos 23,5graus) para que o eixo (que corresponderia aotubo do telescópio) fique inclinado a 23,5graus.

A bem da verdade, podemos afirmarque este eixo estará perfeitamente alinhado eparalelo ao eixo de rotação da terra. Estes doiscírculos de tamanhos diferentes podemtambém ser equiparados a duas fatias (setores)de um cone imaginário cujo ângulo formado doseu vértice até a base é o dobro da latitude.

OFICINA

Todavia, não necessitamos fazer um giro completo, que corresponderia a 24 horas deobservação, mas sim de apenas uma hora, ou seja, cerca de 15 graus. Desta forma, podemossegmentar (cortar) estes círculos, mantendo somente os setores necessários paraacompanhamento de 60 minutos. Observe que ao segmentar os círculos, o eixo central perderá oapoio e não poderá ficar fisicamente sustentado pelos círculos. Vamos considerar, portanto, queeste eixo é virtual e que fica exatamente no centro dos círculos imaginários formados peloprolongamento dos setores.

Até o momento, ficou fácil perceber que o tubo do telescópio (representado aqui pelo eixo central) sempre apontará para o mesmo ponto, quando os círculos giram. A este eixo fixo, que passa pelo centro dos círculos imaginários, chamaremos de eixo polar, pois ele sempre aponta para o pólo elevado e está inclinado em relação ao solo, no mesmo ângulo da nossa latitude, e paralelo ao eixo de rotação da terra.

Imaginemos agora, que o nosso eixo óptico está deslocado alguns graus acima do eixo polar, mas com o mesmo centro de gravidade. O que ocorreria com a projeção deste eixo na esfera celeste?

Page 112: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 57

Veja no desenho abaixo, que se formaria uma circunferência em torno do pólo celeste, apósum giro de 360 graus dos círculos virtuais.

OFICINA

Quanto maior for a inclinação do eixoóptico em relação ao eixo polar, maior será acircunferência da projeção. Na verdade, estacircunferência coincide com o movimentoaparente dos astros em torno da Terra paraaquela determinada latitude. Para que esteconceito fique bem consolidado, e usando oexemplo anterior com um observador a 23,5graus, assimile que se este eixo óptico forapontado para o Zênite (90 graus), após 12horas de giro, este eixo não estará apontandopara o Nadir. A trajetória do eixo forma umcone de 133 graus com vértice no centro degravidade e com centro no eixo polar eportanto, após o giro de 180 graus, o eixoóptico estaria apontando para o solo, para umponto a 43 graus (66,5 – 23,5 ou 133 - 90) emrelação ao solo.

Quanto ao Centro de Gravidade e oeixo virtual, temos que fazer algumasconsiderações. Supor que o eixo óptico temque ser obrigatoriamente coincidente com oeixo virtual que passa pelo centro de gravidadeé um erro. O eixo óptico tem que ser paraleloao eixo virtual para que o acompanhamento dopólo celeste seja constante. Imagine que vocêestá dentro de um elevador panorâmico, noandar térreo de um prédio, e aponta seutelescópio para a estrela Sirius. O queacontecerá se este elevador subir para odécimo andar? Se você respondeu que aestrela saiu do campo e você terá que re-posicionar o telescópio para enquadrá-lanovamente, se enganou. A estrela continuarána mesma posição que estaria se o elevadorficasse parado (o deslocamento seriainsignificante e imperceptível). Da mesmaforma, se você movimentar o telescópio parafrente, para trás, para os lados, o astro

permanecerá soberbo na imagem da ocular. Éclaro que para que isto ocorra, o tubo dotelescópio poderá movimentar-se para qualquerdireção, mas deverá permanecer paralelo a suaposição original.

Pelo menos alguma vez na vida (talvezna infância), nos intrigou que em uma viagemde carro ou trem, toda a paisagem era deixadapara trás, mas a Lua que era vista da nossajanela, insistentemente parecia quereracompanhar a viagem, numa perseguiçãointerrompida apenas por uma curva no caminho(mudança do ângulo de direção). Bem, este éum problema de paralaxe, e não cabe aquidetalhar este assunto, mas apenas concluirque o acompanhamento não é feito porque otelescópio gira de um lado para outro, mas sim,porque este giro, é acompanhado pela variaçãodo ângulo entre o eixo óptico e o eixo virtual.

Um outro mito quanto a este tipo deplataforma, é que ela se presta apenas parautilização na latitude para a qual foi construída.Isto é uma “meia verdade”. Para que aplataforma funcione adequadamente, deveráestar perfeitamente em nível com o solo ealinhada com o pólo celeste. Até um raio de100 quilômetros, não se notará diferença naperformance do acompanhamento. A partirdesta distância (se for no sentido norte-sul),alguns calços no setor norte ou sul irãocompensar a variação da latitude. Porém,observe o seguinte: o calçamento daplataforma fará com que a mesa na qualrepousa o telescópio fique inclinada, e o riscode queda do telescópio aumentará de acordocom a inclinação da mesa. Isto inviabiliza o usoda plataforma em regiões com diferença de 15graus na latitude.

Page 113: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 58

INICIANDO A CONSTRUÇÃO

Primeiramente, vamos considerar que um setor de círculo (uma fatia) de 15 graus seria suficiente para acompanhamento de 60 minutos. Contudo, uma estrutura com esta graduação, teria que ficar apoiada sobre um único ponto e ficaria extremamente estreita. Para garantir uma boa estabilidade, e suportar o peso do telescópio, é interessante que a largura deste setor seja no mínimo igual à largura da base Dobsoniana. No caso do Hemisfério sul, o raio do círculo do setor sul será maior que o raio do círculo do setor norte. A proporção entre estes raios dependerá da latitude e da distância entre os setores (comprimento da plataforma).

Apoiada sobre estes dois setores de círculo ficará uma plataforma de madeira exatamente horizontal e paralela ao solo, que chamaremos Mesa. É sobre esta mesa que repousará o telescópio Dobsoniano.

Fixadas na parte inferior desta mesa, ficarão os setores de círculo, que formarão com a mesa, um ângulo correspondente a (90º menos a latitude). Veja a seguir, uma foto de um setor fixado na mesa. O construtor (D.F.Molyneux), está localizado a 53 graus de latitude, o que explica a grande inclinação do setor em relação à mesa. Repare também, que as superfícies do setor que entrarão em contato

com os rolamentos (vide a seguir) foramrevestidas com chapas de alumínio pararedução do atrito e maior precisão nomovimento.

Estes segmentos de círculo ficarãoapoiados sobre rolamentos que suportarãotodo o peso da mesa e do telescópio. Numsuporte Dobsoniano, este peso geralmente ésuportado por 3 almofadas de teflon. Paragarantir uma boa estabilidade, convém apoiartodo este peso em 4 conjuntos de rolamentos,sendo 2 conjuntos no setor do pólo celesteelevado, que é o maior, e 2 conjuntos no setoroposto. Como a força gravitacional éperpendicular ao solo, mas os setores sãooblíquos é necessário distribuir este peso em 2rolamentos de cada conjunto:

OFICINA

Page 114: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 59

OFICINA

Neste projeto, utilizaremos 8 rolamentos, sendo 4 no setor maior e 4 no setor menor. Adisposição dos rolamentos poderá também ser feita como no desenho abaixo, com 7 rolamentos.Quanto maior a latitude (tanto ao norte quanto ao sul), mais acentuada será a diferença na largurada base nos setores norte e sul (o ângulo do cone virtual é muito maior). Se a largura da base formuito reduzida no setor oposto ao pólo elevado, é possível utilizar neste setor, apenas 3 rolamentos,sendo um rolamento principal (no centro da base) e dois rolamentos de apoio nas extremidades, ouainda, dois rolamentos principais e um rolamento de apoio no centro. Em determinadas situações épossível ainda, deixar neste setor apenas um ponto de apoio (um pivô), mas isto só é viável a partirde latitudes acima de 50 graus.

Em resumo, a plataforma equatorial será composta de 3 partes principais:

• A Mesa • A Base • Sistema de tração

A primeira peça que deverá ser construída é um esquadro de madeira que será utilizado para auxiliar no traçado das linhas e na aferição dos ângulos obtidos na montagem. Este esquadro deverá ter um ângulo reto (90 graus). O segundo ângulo será igual ao da latitude definida e o terceiro deverá medir 90 graus menos a latitude (não esqueça que a soma dos ângulos de qualquer triângulo é igual a 180 graus). ATMs de Porto Alegre (latitude 30 graus) ou de regiões de latitude 45 graus levam neste particular uma grande vantagem pois poderão encontrar estes esquadros já prontos. Um instrumento com hipotenusa de 20 cm será suficiente para todas as medidas necessárias, e terá um tamanho mediano tornando o manuseio bastante confortável.

É fundamental que haja precisão naconstrução deste esquadro/gabarito, e paraobter esta precisão, deve ser utilizada atrigonometria básica. Veja no exemplo abaixo ocálculo das medidas de um esquadro paralatitude de 23,5 graus):

• Hipotenusa = 200 mm • Cateto menor = sen(latitude) * 200 = 79,75 mm • Cateto maior = cos(latitude) * 200 = 183,41 mm •

A CONSTRUÇÃO DA MESA

Antes de entrar nos detalhes deconstrução, precisamos tomar algumasmedidas que serão necessárias para aconstrução da plataforma. Para facilitar aconstrução e os cálculos, a latitude poderá serarredondada, visto que isto não será um fatorcrítico na construção. As medidas constantesneste texto são referentes a um telescópioNewtoniano, Dobsoniano de 250mm, f/5,6. Osdados ficam sendo os seguintes:

Page 115: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 60

• Latitude: 23,5 graus sul • Diâmetro da base Dobsoniana (comprimento e largura em caso de base não circular): 650 mm • Espessura das chapas de compensado: 20mm • Distância da Mesa até o ponto de apoio: 69 mm • Tempo máximo de acompanhamento: 60 minutos

Vamos ver a seguir os detalhes de construção de cada uma destas partes. Algumas medidas são críticas e devem ser exatas para que a plataforma possa cumprir sua função de forma eficaz. Como os cálculos são trabalhosos e envolvem muita trigonometria, é possível a utilização de um programa que calcula as medidas e os ângulos necessários para a construção. Isto dá uma grande flexibilidade para projetar e modificar até que seja encontrada a configuração ideal.

No endereço http://planeta.terra.com.br/educacao/Astronomia/calculomesa.html há uma página da Internet que efetua estes cálculos interativamente.

OFICINA

Mesa Construída por Warren Peters (Vista pela parte de baixo)

A mesa é uma chapa de madeiraplana, reta e horizontal onde ficará apoiadoo telescópio Dobsoniano (base e tubo).Podem ser utilizadas placas decompensado naval de 3/4" de espessura.Dependendo do tamanho a espessurapoderá variar de 15 a 20 mm). Na superfícieinferior da mesa, serão afixados os setoresde círculo. O Setor maior ficará na direçãodo pólo elevado. Os raios dos setores nortee sul deverão ser calculados.

Page 116: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 61

OFICINA

As medidas necessárias para a construção da mesa são:

a. Recuo para fixação do setor Sul b. Recuo para fixação do setor Norte c. Distância entre os setores Sul e Norte d. Altura dos setores norte e sul (flecha) e. Raio do círculo do setor Sul f. Raio do círculo do setor norte g. Largura da Mesa no setor sul h. Largura da Mesa no setor norte i. Semi-corda da superfície de contato do setor

Sul

Os cálculos envolvidos são relativamente simples, mas trabalhosos, e envolvem umconhecimento básico de Trigonometria.

A-Recuo para fixação do setor sul - Osetor sul ficará ligeiramente afastado da borda damesa. Para calcular este afastamento, utilize afórmula:

Recuo Sul = D * tan(Latitude)

onde D é a distância da base da mesa até o seu ponto de apoio. Portanto: Recuo = 69 * tan(23,5) Recuo = 30mm

B-Recuo para fixação do setor Norte - Osetor norte ficará exatamente na borda da mesa.Considerando que a chapa teria 20mm deespessura, o centro desta espessura ficará poucomais de 10mm afastado da borda. O cálculo exatodeste afastamento é dado por:

Recuo Norte = (espessura / 2) / cos(Latitude)

Recuo Norte = 10,9

C-Distância entre os setores Sul e Norte -Considerando que o comprimento da plataformafoi definido em 650mm, basta subtrair os recuosSul e Norte deste comprimento e teremos adistância entre as linhas centrais dos setores sul enorte:

Distância=Comprimento – Recuo Sul – Recuo Norte

Distancia = 650 - 30 - 10,9 Distância = 609,1

D-Flecha dos setores Norte e Sul - Emtrigonometria, uma reta que corta um círculofora do centro tem o nome de corda e a alturadeste setor tem o nome de flecha. Para calculara flecha, utiliza-se a fórmula:

Flecha = Recuo / sen(Latitude)

Flecha = 30mm / sen(23,5) Flecha = 75,24 mm

Neste ponto surge uma dificuldade. Ossetores serão fixados na mesa formando umângulo de 66.5 graus. Se o setor de círculo forcortado em corte reto, o centro da espessurada madeira utilizada não tocará a mesa. Paraque a fixação seja firme e com a medida exata,o corte deverá ser em um ângulo de 23,5graus. O valor da flecha encontrado ficariasendo válido para o centro da espessura damadeira, mas nas superfícies os valores devemser calculados. Sendo de 20mm a espessurada chapa, temos:

Flecha menor = Flecha central - (20 * tg(23,5)) / 2

Flecha menor = 75,24 – 4,35 Flecha menor = 70,89 mm

Page 117: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 62

OFICINA

Flecha maior = Flecha central + (20 * tg(23,5)) / 2

Flecha maior = 75,24 + 4,35 Flecha maior = 79,59 mm

E-Raio do círculo do setor Sul - Para calcular o Raio do círculo do setor sul, utilizamos a fórmula:

corda Rsul = --------------------------------------------------------------------------------------

2 * sen (180 – (2 * (90 – (arctan (2 * Flecha / corda )))))

650 Rsul = ----------------------------------------------------------- 2 * sen (180 – (2 * (90 – (arctan (2 * 75,24 / 650 ))))) 650 Rsul = ------------------------------------ 2 * sen (180 – (2 * ( 90 – 13,035))) 650 Rsul = ----------------- 2 * sen (26,0695) Rsul = 740mm

F- Raio do círculo do setor norte - O setor

norte, será menor (está mais próximo do vértice do cone virtual) e poderá ser calculado pela fórmula:

Rnorte = dSnorte * sen (latitude)

Inicialmente calcularemos a distância do setor sul até o vértice do cone virtual:

dSsul = Rsul / (sen(23,5)) dSsul = 1858mm

Em seguida, a distância do setor norte até o vértice do cone virtual:

dSnorte = dSsul – Distância entre os setores

dSnorte = 1858 – 609,1 dSnorte = 1248,9 mm

Finalmente, o Raio do setor norte

Rnorte = dSnorte * sen (23,5)

Rnorte = 497 mm

G-Largura da mesa no setor Sul - Não é necessário calcular, pois é a mesma medida da largura da plataforma, no nosso caso, 650mm. Observe que a largura corresponde à linha onde o setor sul será fixado, e não exatamente na borda.

H-Largura da mesa no setor norte - A largura da mesa do setor sul será igual ao comprimento da corda de um círculo de 498mm de raio e uma flecha de 75mm, e pode ser calculada aplicando-se o teorema de Pitágoras:

Raio2 = (Largura/2)2 + Flecha2

Largura = 2 * 262,82 Largura = 526 mm

I- Superfície de contato do setor sul - O setor Sul, fará um acompanhamento de no máximo 60 minutos, ou seja, 15 graus de percurso e contato do setor com o rolamento. Já dissemos anteriormente que para garantir uma boa estabilidade, este contato estaria dividido nas bordas do setor Sul. Assim sendo, a parte central do setor Sul não será utilizada, e pode ser eliminada em caso de necessidade de redução no peso da plataforma. Eu vou optar por manter esta área, ou em último caso, vou

Page 118: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 63

OFICINA

desbastar as bordas, porém, pretendo não revestir de chapa metálica as áreas em que não haverácontato. Para saber onde estarão as áreas de contato, utilize o esquema abaixo, que foi calculadosupondo um círculo com raio de 740mm e uma flecha de 75mm:

Todos os cálculos acima tiveram por objetivo preparar a mesa e suas partes da maneiramais exata possível. Um dos segredos para a eficácia no acompanhamento está nos setores decírculo, que deverão estar perfeitamente preparados, fixados e ajustados. Os setores deverão serfixados em um ângulo de exatamente (90 menos latitude) graus. Para obter esta exatidão etambém estabilidade dos setores Sul e Norte, a fixação deverá utilizar 5 escoras triangulares, sendo3 no setor sul e 2 no setor norte.

Estas escoras deverão ser fabricadas em madeira maciça (caibros de 5x5 cm em peroba, angico, maçaranduba, sucupira, ipê) cortados na forma de um triângulo em que o ângulo principal será de (90 menos latitude) graus, no nosso caso, 66,5 graus. Use e abuse do esquadro pois ele foi construído justamente para esta finalidade.

A CONSTRUÇÃO DA BASE

A base da Plataforma Equatorial deveráter mesma largura e o mesmo formato da Mesa.No setor Sul, o comprimento deverá ser cerca de30 cm maior para comportar o sistema deTracionamento (motor, engrenagens, mecanismode Reset, bússola, niveladores por bolha etc) e nosetor norte, 5 cm serão suficientes para a fixaçãodos suportes dos rolamentos. Assim como naconstrução da mesa, a base deve ser construídacom madeira resistente (compensado naval de 15a 20mm de espessura). Na superfície desta base,

deverão ser fixados os suportes com os seus respectivos rolamentos, no nosso caso, dois suportes ao Sul e dois suportes ao Norte, totalizando quatro suportes (8 rolamentos). Os rolamentos mais adequados deverão ter um diâmetro externo de cerca de uma polegada, e a medida do diâmetro interno é indiferente.

Estes rolamentos deverão ser fixados em suportes de madeira maciça cortados no formato de um triângulo retângulo. Nos catetos deste triângulo serão fixados os rolamentos e o lado maior (hipotenusa) ficará em contato com

Page 119: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 64

OFICINA

a base propriamente dita. O ângulo onde os rolamentos farão contato com o setor de círculo deverá ter 90 graus e os outros ângulos, deverão ser compatíveis com a Latitude local. No nosso caso, 23,5 graus (latitude) e 66,5 graus (90 menos latitude) respectivamente.

Os rolamentos devem ser fixados nos suportes, com a ajuda de um esquadro, tomando-se as precauções devidas para que o Rolamento principal fique bem no centro do ponto de contato com o setor de círculo. Todavia, convém não fixar de imediato os suportes na base, deixando esta operação como uma das últimas etapas da construção. Nesta etapa, é que serão ajustadas eventuais diferenças ou folgas.

É na base da Plataforma equatorial, que irá repousar o motor e todo o mecanismo de acompanhamento. A Base deverá ser equipada com "pés" reguláveis para compensar as imperfeições do solo, visto que a horizontalidade da base é fundamental para a perfeição no acompanhamento. Cápsulas de controle de nível (as mesmas que pedreiros utilizam para conferir o nível ou prumo das construções) deverão ser fixadas para conferir o nível longitudinal ou transversal. Alguns ATMs equipam suas plataformas com bússolas e ainda com pequenas lunetas buscadoras préviamente colimadas para apontar para a estrela polar, facilitando em muito o posicionamento da Plataforma no momento da utilização.

Claro que nós do Hemisfério Sul teremos que adotar uma outra referência, já que não conseguimos ver a estrela polar, e a nossa Sigma Octantis é dificílima de ser localizada.

OBS: Mesmo a Estrela polar, não está exatamente no polo norte, apresentando um desvio de 45 minutos de arco. A Sigma Octantis, está a cerca de 1 grau do pólo celeste Sul, mas é uma estrela de magnitude 5,4 enquanto que a estrela polar é visível a olho nu (mag: 1,96).

Observe ainda que o alinhamento por meio de bússola nos fornecerá o norte magnético e não o norte geográfico. Se esta diferença fosse consistente, não haveriam grandes problemas, mas o norte magnético varia de região para região, e varia também com o decorrer do tempo. Para saber mais sobre o alinhamento polar, visite a página da Astrônoma Rosely Grégio que trata deste assunto com detalhes:

http://www.constelacoes.hpg.ig.com.br/alinhamento_de_telescopio.htm

Page 120: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 65

OFICINA

O SISTEMA DE TRAÇÃO

A mesa deverá girar em torno do seu eixo polar para efetuar o acompanhamento do objeto. Para que isto ocorra, é necessária a existência um sistema de tracionamento, que deverá ser composto por um motor e um sistema de transmissão. A maioria das Plataformas pesquisadas utiliza transmissão do giro do motor por meio de um eixo roscado que movimenta um braço tangente fixado ao setor sul da mesa.

Outras utilizam tração direta na superfície de contato do setor sul ou em um dos rolamentos que apóiam a mesa. Este último fornece uma precisão muito maior, mas é muito mais difícil de construir. A tração via braço tangente tem um problema crônico pois o braço que movimenta a mesa percorre uma linha reta a uma velocidade constante mas o movimento desejado é o movimento angular da superfície de contato dos setores.

Quanto menor for o raio, maior será a diferença entre a velocidade linear do braço e a velocidade angular da mesa. Para avaliar o quanto esta diferença prejudica o acompanhamento, é necessário efetuar alguns cálculos.

No nosso caso, foi calculado que o percurso linear do braço tangente, (considerando que o ponto de apoio deste braço esteja na borda do setor de círculo) seria de:

Cos(90-7,5) * 2 * Raio do Setor Sul = 193,17mm

O perímetro deste arco de 15 graus,

considerando que o raio do setor sul é de 740mm, é calculado por: (2 * pi * Raio) / 360 * 15 = 193,73mm A diferença entre o percurso do braço e o arco de contato é de menos de 0,55mm, e apesar de ser uma diferença pequena, é uma diferença que talvez possa trazer alguns problemas de tracking.

Esta diferença não seria propriamente um problema, se a velocidade angular fosse constante assim como acontece com a velocidade linear. A velocidade angular só será igual a velocidade angular quando a mesa estiver exatamente na horizontal (aos 30 minutos de acompanhamento). Analisando as diferenças no ângulo da mesa a cada 5 minutos poderemos ter noção do "estrago" causado por esta diferença de velocidade:

Tempo em minutos

Percurso linear

em milímetros

Ângulo Desejado (minutos de arco)

Ângulo Real (Minutos de arco)

Diferença de ângulo

(minutos de arco) 0 0,00 450 450,00 0,00 5 16,10 375 374,67 -0,33

10 32,20 300 299,52 -0,48 15 48,29 225 224,52 -0,48 20 64,39 150 149,62 -0,38 25 80,49 75 74,79 -0,21 30 96,59 0 0,00 0,00 35 112,69 -75 -74,79 0,21 40 128,79 -150 -149,62 0,38 45 144,88 -225 -224,52 0,48 50 160,98 -300 -299,52 0,48 55 177,08 -375 -374,67 0,33 60 193,18 -450 -450,00 0,00

Page 121: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 66

OFICINA

O desvio máximo calculado foi de 0,48 minutos de arco e a dispersão total pode serobservada no gráfico abaixo:

O "estrago" parece que não foi grande. As maiores diferenças de velocidade seconcentram no início e no fim do acompanhamento. Para utilização da Plataforma em exposiçõescurtas, de no máximo 5 minutos, presume-se que este fator, não afetará a qualidade doacompanhamento.

A MOTORIZAÇÃO

Existem dois tipos de motores que podem ser utilizados para efetuar o "tracking": Os motores comuns de corrente contínua (motor DC) e os Motores de Passo. Motores DC são aqueles normalmente utilizados em eletro-eletrônicos. Um grande problema destes motores, é que eles não garantem uma velocidade de giro regular. Qualquer variação na corrente, no ciclo ou no peso do objeto, pode resultar na variação na velocidade de giro do motor.

No nosso caso, o peso a ser arrastado pelo motor varia durante o processo de acompanhamento, devido aos ângulos diferentes em que a plataforma irá se posicionar. Assim sendo, o uso de um motor DC não é aconselhado.

O motor de passo se caracteriza por uma exatidão muito grande na velocidade de giro, já que o controle é feito por bobinas independentes que podem ser controladas por um circuito eletrônico ou por um computador. Motores de passos são encontrados em aparelhos onde a precisão é um fator muito importante. São usados em larga escala em impressoras, plotters, scanners, drivers de disquetes, discos rígidos e muitos outros aparelhos.

Para ilustrar o funcionamento de um motor de passo, a figura acima mostra um motor de passo com 4 bobinas. Cada vez que uma destas bobinas do indutor é energizada, cria um campo magnético que atrai o induzido, que por sua vez, acompanha a bobina energizada, efetuando 1/4 de giro. Neste exemplo temos um motor de 4 passos por giro, e cada passo tem 90 graus. Somente uma bobina é energizada a cada passo.

Page 122: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 67

OFICINA

Este mesmo motor, pode ser programado para ser um motor de 8 passos por giro. Aoenergizar duas bobinas simultaneamente, o induzido se posiciona entre as duas bobinas,realizando um passo intermediário. Veja no desenho abaixo:

Observe porém, que a existência de 4 bobinas é apenas uma apresentação didática, pois normalmente os motores de passo possuem várias bobinas, o que permite um número maior de passo por giro, tornando a rotação muito mais precisa e isenta de vibrações. Nos exemplos acima, vimos passos de 90 e 45 graus, mas na prática os motores de passo tem passos de 7,5 graus ou menores.

Os esquemas mostrados acima são semelhantes aos dos motores utilizados nos antigos drives de disquete de 5,1/4", que podem ser encontrados com facilidade em lojas de sucata de informática. É muito fácil controlar a velocidade de um motor de passo, usando um micro-computador. A energização das bobinas poderia ser feita pela porta paralela que mandaria os sinais em sincronia com seus parâmetros internos e poderia até mesmo corrigir as diferenças entre a velocidade linear da tração e a velocidade angular. Dezenas de Hobbistas em robótica fazem operações muito mais complexas do que esta. Todavia, isto criaria uma dependência de manter um Lap-top controlando o acompanhamento e isto acabaria sendo um entrave e prejudicaria a praticidade de utilização.

Portanto, a opção ideal é controlar omotor de passo através de um pequeno circuitoeletrônico, que deverá ser construído (vejaabaixo). O controlador (driver) pode serconstruído usando transistores de potência,mas é mais fácil é adquirir drivers prontos, porexemplo, os circuitos integrados ULN 2003 ouULN2803, que nada mais são que arrays detransistores Darlington que podem controlarcorrentes de até 500mA, estão em forma decircuitos integrados prontos para serem usadosem interfaces que necessitem controlarmotores de passos, solenóides, relês, motoresDC e muitos outros dispositivos. O CI ULN2803 tem 8 entradas que podem controlar até 8saídas. Com ele poderemos controlar até 2motores de passo simultaneamente. Tanto o CIULN 2003 como o ULN 2803 trabalham comcorrentes de 500mA e tensão de até 50v. Autilização de motores de passo que consumammais que esse valor, poderão queimar os CIs.É necessário verificar qual a amperagem detrabalho do motor, e deve-se dar preferênciaàqueles cujo consumo seja menor que 500mA,para não sobrecarregar o CI. Um fatorimportante que se deve levar em consideraçãoé a fonte de alimentação que terá que fornecer

Page 123: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 68

OFICINA

a amperagem necessária. A velocidade de giro domotor de passo depende do circuito controlador.A velocidade ideal será a mínima possível, queseja suficiente para que a rotação não provoquevibrações que prejudiquem a estabilidade damesa. Esta velocidade normalmente estará acimade 300 RPM.

A velocidade do braço tangente queacionará a mesa, dependerá do comprimento dopercurso do braço no setor sul. Como já foi visto,este percurso é de: Cos(90-7,5) * 2 * Raio doSetor Sul = 193,17mm. Portanto, a velocidadedeverá ser de 193,17mm por hora, ouaproximadamente 3,21mm/minuto. Considerandoque a tração será feita por uma barra roscada de1/4" de bitola com comprimento útil de 193,17mm,e que existem nesta barra 20 espiras porpolegada, concluímos que o percurso totalnecessitará de 152 giros da barra roscada, ouseja, 2,53 rotações por minuto. Se o motor girar a300rpm, será necessária uma redução superior a100 vezes, que deverá ser obtida através de umconjunto de engrenagens.

O CONTROLADOR DO MOTOR DE PASSO

Na configuração desejada, independente do número de bobinas do motor, e já que os sinais não serão enviados por um programa de computador, é necessário um circuito eletrônico que faça a energização das bobinas na seqüência e na velocidade corretas. Como foi visto no exemplo acima, numerando uma seqüência de 4 bobinas com número de 1 a 4 teríamos que energizar:

• passo 1 - bobina 1 • passo 2 - bobinas 1 e 2 • passo 3 - bobina 2 • passo 4 - bobinas 2 e 3 • passo 5 - bobina 3 • passo 6 - bobinas 3 e 4 • passo 7 - bobina 4 • passo 8 - bobinas 4 e 1

O circuito abaixo, projetado pelo Engenheiro Eletrônico e Astrônomo Paulo Bonaguraexecuta esta tarefa de forma simples e funcional.

Page 124: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 69

OFICINA

Este circuito é basicamente composto por um temporizador (555D), que envia em intervalos regulares e controlados, pulsos elétricos para um contador (74393) que utiliza 3 bits. Cada vez que este contador recebe um pulso do temporizador ele executa sua função de "contar", ou seja, soma 1 ao valor que está na sua memória. Desta memória só nos interessam os 3 bits de peso fraco, e que combinados resultam em valores de 0 a 7. O resultado deste contador é lido pelo Decodificador (74138), que transforma os 3 bits em um endereço de 8 bits onde um bit retornará o sinal zero e os restantes o sinal 1. Estes 8 sinais gerados pelo decodificador serão

então submetidos a dois Circuitos Integradoscom 4 portas lógicas cada, sendo um delescomposto de 4 portas "And" (7408) e o outrocomposto por 4 portas "Not And".

Uma porta And é um circuito querecebe duas correntes elétricas (entrada) edevolve uma (saída). A saída será 1 se, esomente se, as duas correntes de entradaforem 1. Uma porta Not And também é umcircuito que recebe duas correntes elétricas(entrada) e devolve uma (saída). A saída será 1se, e somente se, as duas correntes de entradanão forem 1.

Memória do

contador Valor Valor

modificado pelo decodificador

Entrada Porta And

Saída Porta And

Entrada Porta Not And

Saída Porta Not And

0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 11 11 11 11 1 1 1 1 01 11 11 11 1 0 0 0

0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 10 01 11 11 0 0 1 1 10 10 11 11 1 1 0 0

0 1 0 2 1 1 1 1 1 0 1 1 11 11 11 11 1 1 1 1 11 01 11 11 0 1 0 0

0 1 1 3 1 1 1 1 0 1 1 1 11 10 01 11 1 0 0 1 11 10 10 11 0 1 1 0

1 0 0 4 1 1 1 0 1 1 1 1 11 11 11 11 1 1 1 1 11 11 01 11 0 0 1 0

1 0 1 5 1 1 0 1 1 1 1 1 11 11 10 01 1 1 0 0 11 11 10 10 0 0 1 1

1 1 0 6 1 0 1 1 1 1 1 1 11 11 11 11 1 1 1 1 11 11 11 01 0 0 0 1

1 1 1 7 0 1 1 1 1 1 1 1 01 11 11 10 0 1 1 0 10 11 11 10 1 0 0 1

Abaixo, uma simulação dos 8 passos executados por este circuito, esclarecendo que 0(zero) significa ausência de corrente elétrica e 1(um) indica presença de corrente.

A forma com que estas portas foram ligadas ao Decodificador faz com que as saídas das 4portas Not And gerem sinais que são lidos diretamente pelas 4 primeiras entradas docontrolador de Motor de Passo (ULN 2003) numa combinação que fornece a correntenecessária para a energização das bobinas.

• passo 1 - bobina 1 (1 0 0 0) • passo 2 - bobinas 1 e 2 (1 1 0 0) • passo 3 - bobina 2 (0 1 0 0) • passo 4 - bobinas 2 e 3 ( 0 1 1 0) • passo 5 - bobina 3 ( 0 0 1 0) • passo 6 - bobinas 3 e 4 (0 0 1 1) • passo 7 - bobina 4 (0 0 0 1) • passo 8 - bobinas 4 e 1 (1 0 0 1)

Page 125: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 70

OFICINA

SAIBA MAIS

São dezenas de Home-pages que tratam deste assunto, a esmagadora maioria em idiomainglês. Abaixo, alguns links selecionados com ilustrações e planos de construção:

• Reagan's Dob Tracker http://www.geocities.com/reaganjj/

• Chuck Shaw http://www.ghg.net/cshaw/platform.htm

• TL System Aluminium Platform http://astronomy-mall.com/regular/products/eq_platforms/

• Don's Equatorial Platform http://home.att.net/~segelstein/don/platform-1.html

• Building an equatorial platform for a dobsonian telescope http://home.wanadoo.nl/jhm.vangastel/Astronomy/Poncet/e_index.htm

• Equatorial Platform Meeting Notes http://www.starastronomy.org/Library/Platform/eqplat1.html

• The Equatorial Platform http://homepage.ntlworld.com/molyned/the_equatorial_platform.htm

• Jon Fields Platform http://home.att.net/~fieldsj/platform.htm

• AstroSystems http://www.astrosystems.biz/eqplat1.htm

• How to Align your equatorial Platform http://www.geocities.com/reaganjj/tracking

• Economical Platforms for most Dobsonians http://www.equatorialplatforms.com/compact.htm

• Make An Equatorial Telescope Platform In a Week! http://www.granitic.net/astro/platform.htm

• Portaball on an Equatorial Platform http://astronomymall.com/regular/products/eq_platforms/portaball.htm

Paulo Oshikawa Colaborador | Revista macroCOSMO.com [email protected]

• A Low Profile Equatorial Platform Rob Brown http://home.comcast.net/~mcculloch-brown/astro/platform.html

• Cylindrical Bearing Equatorial Platforms Chuck Shaw http://www.atmsite.org/contrib/Shaw/platform/

• Improved Cylindrical Bearing Equatorial Tracking Table http://faculty.washington.edu/quarn/stpmtr.html

• Robert Duval An Evolved Poncet Platform http://www.jlc.net/~force5/Astro/ATM/Poncet/Intro. html

• Bill Mitchell: The equatorial platform http://www.telescope.150m.com/platform/platform.htm

• A new stepper motor driver circuit (mainly) for driving equatorial platforms http://w1.411.telia.com/~u41105032/Stepper/Stepper.htm

• Dobsonian Tracking Platform By Walt Hamler http://www.cfas.org/Library/tracking_platform.htm

• How To Build Your Own Poncet Table In Only 18 Months http://www.rmss.org/gallery/article1.htm

• Low Profile Equatorial Table By David Shouldice http://members.tripod.com/denverastro/dsdfile/dspfile.htm

• Brad's Platform http://www.fred.net/bdavy/scope.htm

• Johnsonian Designs http://www.johnsonian.com/COOL.HTM

• Plataforma Equatorial de Setores de Círculo http://planeta.terra.com.br/educacao/Astronomia

Page 126: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 71

Certo dia disseram que a ASTRONOMIA era filha de uma mãe muito louca, que é a Astrologia. De fato, não podemos deixar de admitir que esta afirmação é verdadeira. Porém, podemos sem sombra de dúvidas, diferenciar uma Pseudociência de uma verdadeira Ciência. A Astrologia ela preconiza a influência dos astros na personalidade e nos destinos do homem (afirmam os seus praticantes). Já a Astronomia é uma verdadeira ciência pura, que estuda os astros em sua constituição e movimento.

Tudo começou, graças a capacidade de observação do céu por algumas civilizações mesopotâmias como: caldeus, babilônicos e sumérios. E os pensamentos dos antigos gregos na Escola de Alexandria como: Aristarco, Eratóstenes, Hiparco e Ptolomeu, nos quais foram surgindo várias explicações sobre a origem e os movimentos dos astros. E bem verdade, que os primeiros conceitos associavam os astros e seus movimentos à deuses, começando com o Sol, Lua e os planetas. Não é à toa que os gregos e romanos deram os nomes e sentidos aos planetas à deuses da sua mitologia.

Na verdade, o fascínio que o céu sempre exerceu sobre o homem está registrado na história de todas as civilizações. O interesse pelo céu independe da idade, velhos e crianças, todos se deixam cativar por sua beleza e pelos enigmas que ele esconde. A curiosidade das crianças pela Astronomia tem sido reconhecida e explorada até abusivamente pelos meios de comunicação: multiplicam-se as estórias fantásticas com naves espaciais, seres extraterrestres, cientistas com ar de malucos em astros desconhecidos, etc.

Essa falsa ciência acaba gerando uma enorme expectativa em relação a eventos que nada têm a ver com os fatos astronômicos reais. E os astrônomos acabam sendo vistos usando instrumentos extremamente sofisticados e criando teorias complicadíssimas. Essa

expectativa gerada pela mídia, eu tive a infelizoportunidade de ver junto ao público, com apassagem do cometa Halley. Onde em 1910registros nos mostram um temor da população,que associavam o cometa a grandes tragédiase epidemias. E na sua última passagem, que foimais próxima do que em 1910, houve um certodescontentamento gerado pela grandeexpectativa da mídia, provocando reações comexpressões do tipo: “Isso é o Halley!!!”. Não é de se estranhar, portanto, que osprofessores das escolas tenham um certoreceio em levar a Astronomia para a sala deaula ou que, quando o fazem, se apeguem aoslivros de texto. E os autores desses livros, porsua vez, pouco deixam de reproduzir o queencontram em outros textos. À medida que ascópias se sucedem, as incorreções semultiplicam e as definições ficam cada vez maisincorretas. Um exemplo bem comum, é quetanto GALÁXIAS como CONSTELAÇÕESencontramos em alguns livros didáticos comosendo um “conjunto de estrelas”. O que naverdade, GALÁXIAS são agrupamentosgigantescos de estrelas, gases e poeira. Equanto as CONSTELAÇÕES, sãosimplesmente um agrupamento aparente deestrelas, definidas dependendo da referênciautilizada. E O PORQUE DA ASTRONOMIA AMADORA?

A característica fundamental dos sereshumanos é a sua curiosidade. E isso vemosconstantemente com o interesse em terrasdistantes e misteriosas; pela fauna dosoceanos; a origem pelas montanhas; acomposição do centro da Terra, etc. Tudo issoe muito mais, são estudadas por disciplinasorganizadas e objetivas chamadas de Ciência,na qual nos possibilita aumentar os nossosconhecimentos e satisfazer as nossascuriosidades.

PALESTRA

A ASTRONOMIA E SEU

COMEÇO Audemário Prazeres | Sociedade Astronômica do Recife

Page 127: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 72

E a Astronomia é, hoje em dia, uma das poucas Ciências (SE NÃO FOR A ÚNICA), em que o amador realmente tem vez. Como também, é a ciência que oferece uma melhor compreensão sobre o contexto em que estamos inseridos, satisfazendo o aspecto da curiosidade humana.

No caso da Astronomia, desde a remota antigüidade, o homem tem observado o céu e os fenômenos celestes que surgiam, e sempre se buscou explicar o que se vê. E isso se fez de maneira bastante comum, com questionamentos simples, do tipo: O Sol nascer no horizonte Leste, seguido de um período de claridade (dia), e o seu “sumiço” no horizonte Oeste, dando início a escuridão (noites).

Nesse contexto, lembro que com o surgimento do telescópio, houve uma mudança radical nos conceitos astronômicos, pois emergiu uma nova Astronomia. E esta nova ciência se profissionalizou, fazendo com que esses profissionais tenham na Astronomia a sua única fonte de subsistência.

Já os amadores, são pessoas com as mais variadas profissões, que inicialmente se dedicam as observações astronômicas motivas pelo prazer. Até este ponto, não há nada de incomum. Pois da mesma forma em que existe pessoas que encontre divertimento em atividades como: pescaria; observando aves; colecionando variados objetos; fazendo trilhas; etc. Há aqueles que se divertem observando o céu. Mas existe um diferencial relevante que vale a pena lembrar que vemos na definição da palavra “amador”. Observe que esta palavra é também designada para aqueles que “amam” uma determinada atividade. E estando nós amando, prevalecemos a obstinação e dedicação. Estes sentimentos o amador os aplica de forma inteiramente livre, podendo observar o que ele quiser. Ao contrário dos profissionais, que dominam muito bem o campo teórico, desenvolvem suas atividades de maneira específica as quais são “presos” as rígidas normas sejam da instituição ais quais estão vinculados ou da própria natureza da observação. Com isto, não podemos afirmar que ocorre uma diversificação de observações por parte do profissional. Já com o amador, a diversificação é uma característica bastante comum, fazendo desses amadores verdadeiros conhecedores do céu em relação aos

profissionais, e constantemente vemos amadores fazendo descobertas em vários segmentos da Astronomia (cometas; meteoros; supernova; etc.).

Só para se ter uma idéia, no que refere a Astronomia observacional, entre 60 e 70% das atividades são realizadas pelos astrônomos amadores espalhados pelo mundo. Pois o instrumento as vezes utilizados pelos profissionais, estão ao alcance do amador, quando não, os amadores com as suas adaptações promovem pesquisas semelhantes e de alto valor científico. Não podemos deixar de destacar, que com o advento da INTERNET, boa parte dos programas de computadores voltados para a Astronomia, em que os profissionais utilizam em suas áreas específicas, são também utilizados pelos amadores.

COMO SER UM O ASTRÔNOMO AMADOR???

É IMPRESCINDÍVEL POSSUIR UM INSTRUMENTO?

Respondendo esta pergunta, esclareço o seguinte: É desejável claro, mas não imprescindível. A olho nu vemos cerca de 6000 estrelas até a Sexta magnitude (antigamente falava-se grandeza). O simples uso de um binóculo de médio alcance eleva essa quantidade para cerca de 500.000 estrelas. Com o auxílio de um telescópio (espelho) ou luneta (lente) esse número fica muito mais ampliado. Nesse caso a observação do céu torna-se ainda mais interessante. É bom frisar que um dos objetivos mais fascinantes dessa ciência é, justamente a parte OBSERVACIONAL Pois já dizia o grande mestre Pe. Jorge Polman: “SEM OBSERVAÇÃO, NÃO HÁ ASTRONOMIA”.

Mas também devemos ter em mente que é preciso saber o que observar, neste caso, faz-se necessário algum conhecimento teórico da Astronomia. Neste contexto, os astrônomos amadores pertencem a dois grupos distintos:

1. Os que aprendem os conhecimentos básicos e se dedicam apenas à tarefa de

PALESTRA

Page 128: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 73

observar, fazendo da Astronomia um “hobby” eapreciando os fenômenos celestes e as belasimagens que os astros oferecem.

2. No segundo grupo, temos os amadoresque praticam uma Astronomia mais “seria”, ouseja, tendo ultrapassado o estágio inicial dasimples observação, se dedicam depois acoletar dados do que observam para repassá-los às entidades astronômicas nacionais e atéinternacionais.

Para os aficionados inseridos nessesgrupos, é de fundamental importância ointercâmbio de idéias com entidades e pessoasenvolvidas com a Astronomia amadora, tantona sua forma teórica como pratica.

Alguns conselhos são bastante úteis paraaqueles que iniciam nesta ciência. Se nãovejamos:

1. Evite ao máximo entrar em contato comos observatórios profissionais e seusastrônomos para pedir informações. Em suamaioria eles não possuem um serviço derelações públicas ou interesse em responder.Procurem entidades amadoras.

2. Convença-se que mesmo após muitasleituras, ou consultas na Internet. Vocêcontinua sabendo. Na verdade, geralmentetodo este texto teórico não ensinam a prática.Por exemplo: ler mapas celestes, usarcoordenadas e encontrar objetos siderais comoreferência. Um fato bastante relevante, é quequando existe estas informações as mesmasse mostram como uma mera cópia de outrasinformações, não levando em conta a latitudede onde o observador se encontra.

3. Para o exercício de ser um bomamador, deve prevalecer o espírito científico,com observações contínuas tendo muitapaciência e pôr em mente que você seencontra sempre pronto para aprender.

4. É fundamental logo de início, vocêsaber identificar as principais constelações aolho nu, e em seguida as suas principaisestrelas. Depois procure localizar os outrosobjetos celestes tipo: nebulosas; aglomerados;e os planetas.

5. Para localização e observação dos

planetas, procure identificar as constelações dozodíaco, pois são nelas que todos os planetascaminham.

6. Convença-se que o mais importantesão as observações, e que suas teoriasninguém está interessado em ouvir. Teoriassão frutos de anos de pensamento, às vezesséculos de observações, compostasgeralmente por pessoas que conhecem a fundoe profissionalmente o assunto.

7. Seu hobby ou passa-tempo deAstronomia vai-lhe custar dinheiro.Dependendo do que vai querer fazer. De início,você vai ter que adquirir um bom atlas do céuou um computador que tenha um planisfério.Com o tempo, após definir o que quer observar,essa sua escolha vai lhe exigir algum materialou acessório a mais para o seu instrumento.

8. Não pense que você estando ligado auma associação de Astronomia, ou fundandouma entidade amadora com seus amigos, vocêvai obter recursos financeiros do governo ouentidades particulares. Seja humilde, pois vocênão passa de um amador, e ninguém estáesperando por suas descobertas. Na verdade,você vai passar muito tempo e muito trabalhosério para ser reconhecido.

9. O leque de opções dentro daAstronomia é extremamente grande, busqueuma determinada pratica observacional eprocure informações específicas a esta pratica.Pouco vai lhe ajudar, você optar paraobservação solar e ao mesmo tempo quererfazer observações de binárias.

10. Por último, vem a questão doinstrumento a ser utilizado. Não vá diretamentea uma loja e apenas colha informações nosmanuais dos instrumentos, e principalmente,informações com os vendedores. Em suamaioria esses vendedores não sabem o queestão vendendo, e os manuais não sãoexplícitos para que o instrumento é adequado.Procure uma entidade amadora, ou algumamador experimentado e informe o que vocêquer observar, e o modelo do instrumento quedeseja comprar. É de fundamental importânciaque o amador possua um binóculo e uminstrumento. Então, compre primeiro umbinóculo. É bom ressaltar que é possívelefetuar 50 tipos de observações astronômicascom valor científico com um binóculo. ∞

PALESTRA

Page 129: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 74

ALGUMAS ENTIDADES AMADORAS QUE EXISTEM (OU EXISTIAM) EM PERNAMBUCO

5) C.E.A. – Clube Estudantil de Astronomia na Várzea – Recife

6) C.A.O. – Clube de Astronomia de Olinda 7) Clube de Ciências e Astronomia do Colégio São

Luiz 8) Centro de Astronomia e Pesquisa Aeroespacial

de Moreno 9) Sociedade de amadores para Pesquisas

Científicas em Limoeiro 10) CEFEC – Centro Experimental de Foguetes em

Carpina

PALESTRA

1) Sociedade Astronômica de Pesqueira – Pesqueira 2) A.A.P. – Associação Astronômica de Pernambuco – Carpina/Jaboatão 3) S.A.R. – Sociedade Astronômica do Recife 4) Clube de Ciências Astronômicas do Colégio Americano Batista

Audemário Prazeres, astrônomo amador atuante há 21 anos, é o Presidente-Fundador daAssociação Astronômica de Pernambuco - A.A.P., criada em 1985; Foi o Coordenador da primeiraequipe amadora do Brasil a redescobrir e fotografar o cometa Halley; tendo exercido cargos nadiretoria do antigo Clube de Estudantil de Astronomia – C.E.A., é atual Presidente da SociedadeAstronômica do Recife – S.A.R. E-mail: audemá[email protected] Sociedade Astronômica do Recife: http://sociedadeastrorecife.cjb.net Associação Astronômica de Pernambuco: www.aapbrasil.kit.net

(...) Palestra Ministrada Por: Audemário Prazeres (*), No Auditório Central Da Biblioteca PúblicaDo Estado De Pernambuco Em 12 De Junho De 2003, Abrindo O Circuito De Palestras Da AgendaCultural Oficial Da Secretaria De Cultura E Fundação De Cultura, Conforme A Sua Publicação Número94 Ano 9, Página 37

Page 130: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 75

Rosely Grégio | Revista macroCOSMO.com

www.skymaps.com

Entre outras coisas, o site Sky Maps nos possibilita encontrar a cada mês duas cartas celestes em PDF para imprimir, uma para o Hemisfério Sul e outra para o Hemisfério Norte. Nelas, estão assinalados a posição da Lua, planetas, estrelas e as principais constelações, agrupamentos de estrela, algumas nebulosas e galáxias distantes, localizar e seguir cometas luminosos pelo céu e aprender sobre o céu noturno e astronomia.

GUIA DIGITAL

A internet é uma imensa bibliotecaatualizadíssima sobre todo e qualquer assunto.Quando digitamos uma palavra sobre algumassunto específico em sites de busca como, porexemplo o Google (www.google.com.br) ou oYahoo Brasil (www.yahoo.com.br), aparece umainfinidade de links sobre o determinado tema nosmais variados idiomas. Contudo, nosso propósitoé sempre levar até nossos leitores uma seleçãode sites que consideramos confiáveis e que nostrazem excelentes informações sobre Astronomiae ciências afins. Desta feita selecionamos algunstemas que vão auxiliar, principalmente aosiniciantes, a ampliar sua forma de contato com océu e sua observação. Claro que para isso énecessário ter em mãos mapas ou cartas celestesmesmo que você não esteja usando nenhumequipamento, apenas seus olhos. Elas vão teajudar a localizar e identificar os objetos celestescom mais facilidade e pouco a pouco, dia a diavocê vai estar reconhecendo a olho desarmadotodas as constelações que são visíveis do seuhemisfério a cada mês.

Do mesmo modo que nos orientamos naTerra através de mapas geográficos e suascoordenadas, a orientação celeste se faz damesma maneira usando as chamadas Cartas

Celestes Contudo, para aqueles não estãofamiliarizados com as tais coordenadascelestes, a maneira mais simples e fácil dedescobrir os objetos celestes usando um mapado céu é primeiro acostumar seus olhos aoescuro com pelo menos 15 minutos antes desua observação; segundo, localizar aconstelação que lhe é mais familiar, porexemplo: Orion, Cruzeiro do Sul ou Touro;terceiro, virar o mapa de forma que a posiçãodas constelações fiquem a mais parecidapossível com aquilo que você está vendo nocéu, e a partir de uma constelação irdescobrindo as suas vizinhas próximas e assimpor diante.

Existem alguns livros que podem teajudar a conhecer o céu, entre eles temos oAtlas Celeste do Professor Ronaldo Rogério deFreitas Mourão, Editora Vozes; e o livro Rumoàs Estrelas de Alberto Delerue, editado pelaJorge Zahar.

Claro que sempre há a opção de seinstalar em seu computador de um planetáriovirtual, mas nem sempre temos um micro demão para levar ao campo de observação,assim, onde podemos encontrar cartas celestesgratuitas e imprimíveis na internet?

CELESTES mapas

Page 131: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 76

O site INAPE http://www.inape.org.br apresenta uma gama variada de material sobre astronomia e o Atlas disponível para download apresenta estrelas de magnitude até 3.5, alguns objetos deepsky, a Via Láctea está assinalada em tonalidades diferentes de cores indicando onde ocorre a maior concentração de estrelas e informações de forma simplificada. As 15 partes do Atlas podem ser imprimidas separadamente em papel formato A4 que pode ser usado como apostila, ou ser montado como mosaico, originando um belo poster de tamanho aproximado de 92cm x 80cm. Todas as partes estão compactadas em um único arquivo auto-extração, bastando executá-lo para extrair as imagens.

www.inape.org.br

www.hawastsoc.org/deepsky

No site Hawaiian Astronomical Society existem excelentes Cartas celestes de todas as 88 constelações com seus respectivos detalhes e ampliações estão disponíveis no site ao lado. Trás informações sobre as constelações, imagens de objetos do céu profundo, e um rico conhecimento astronômico. Os mapas para imprimir trazem estrelas de mag 11. Recomendamos que, após imprimir os mapas que desejar, plastifique-os em ambas as faces para que a umidade noturna não os danifique.

Uma bela carta celeste pode ser vista online no site da National Geographic. Mas se o leitor tem uma paciência de Jó, e um bom software editor de imagens, então monte a Carta celeste de ambos os hemisférios, inclusive com alguns dos deep sky já observados pelo HST. Será um pouco trabalhoso salvar as imagens ampliadas, encaixar tudo para formar o pôster, mas o resultado final vale a pena! E não esqueça de revesti-lo com papel transparente adesivo, tipo contact para não perder todo seu trabalho.

www.nationalgeographic.com/stars/chart/

planeta.terra.com.br/lazer/zeca/astronomia

Mas, se você deseja montar seu próprio planisfério... Então visite o site Astronomia & Astronáutica de José Serrano Agustoni [Zeca]. . Vá à sessão ‘’Na Prática’’ copie, imprima e monte uma bela carta giratória do céu. Tudo explicado passo a passo e em português. Aproveite para conhecer todo o site, construir equipamentos e ver o trabalho realizado pelo autor.

GUIA DIGITAL

Page 132: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 77

Ou então, o site de Toshimi Taki (em inglês) e mãos a obra!

www.asahi-net.or.jp/~zs3t-

tk/planisphere/planisphere.htm

www.stub.unibe.ch/stub/koenig/celestial.html

Franz Niklaus König - Celestial atlas (1826). Para aqueles que tem interesse em conhecer e ter cartas antigas de diversas constelações, o site ao lado é uma boa dica para isso.

Mas, se você deseja montar seus próprios mapas do céu, no site você encontra um excelente software é mais uma opção cuja dica nos foi passada por Hugo Valentim. Link direto para descarga do programa:

http://www.starmapstudio.de/download/starmapstudiov12e.exe O programa StarMapStudio é freeware de autoria de Udo Anschuetz. O site está em alemão, mas o programa trás um menu com ícones bem interativos.

www.starmapstudio.de

astrotips.com

Para buscar planetários virtuais e muitos outros softwares voltados para a Astronomia, nada melhor do que encontrar em site total e exclusivamente dedicado a isso não é? Então, visite o site do nosso amigo Hugo Valentim e delicie-se com a quantidade e qualidade do material ali encontrado. Existem duas versões do site, uma em português e outra em inglês. Lembrando que a maioria dos Planetários Virtuais apresenta a opção de imprimir as cartas celestes. Embora a maiorias dos softwares são idealizados para rodarem em plataforma Windows, existem alguns poucos programas que funcionam em Linux e Mac.

GUIA DIGITAL

Page 133: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 78

Este site é mais uma boa dica para buscar programas astronômicos.

www2.prossiga.br/astronomia/asp/

SaidaCat.asp?cod=16&id=port

Está querendo ver cometas? Se você está interessado em localizar os cometas que estão visíveis no momento, recomendamos excelentes na web os sites abaixo que trazem além das cartas de busca as coordenadas e outras informações sobre eles:

www.geocities.com/costeira1

reabrasil.astrodatabase.net

aerith.net/

Se você dispõe de um planetário virtual instalado em seu computador, a atualização de dados para cometas de alguns planetários podem ser baixadas no link ao lado.

cfa-www.harvard.edu/iau/Ephemerides/

Comets/SoftwareComets.html

www.freewarepalm.com/astronomy/

astronomy.shtml

Programas astronômicos para Palm. Segundo algumas opiniões, os melhores são 2Sky, Planetarium e StarPilot. Para quem quer programas gratuitos e utilitários, dê uma olhada no site.

GUIA DIGITAL

Se a sua intenção é observar a bela Luna... Aguarde nossas dicas nas próximas edições da Revista MacroCOSMO.com! Abraços Celestes e feliz caçada na web!

Rosely Grégio [email protected]

Page 134: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 79

Instruções aos autores:

1. Os artigos deverão possuir Título, resumo, dissertação, conclusão, notas bibliográficas e páginas na internet que abordem o assunto;

2. Fórmulas matemáticas e conceitos acadêmicos deverão ser reduzidos ao mínimo, sendo

claros e concisos em seus trabalhos;

3. Ilustrações e gráficos deverão conter legendas e serem mencionadas as suas respectivas fontes. Pede-se que as imagens sejam enviadas nos formatos JPG ou GIF.

4. Quanto as referências: Jornais e Revistas deverão constar número de edição e página da

fonte pesquisada. Livros, pede-se o título, autor, editora, cidade, país e ano.

5. Deverão estar escritos na língua portuguesa (Brasil), estando corrigidos ortograficamente.

6. Os temas deverão abordar um dos ramos da Astronomia, Astronáutica ou Física. Ufologia e Astrologia não serão aceitos.

7. Traduções de artigos só serão publicados com prévia autorização de seus autores originais.

8. Antes do envio do seu arquivo envie uma solicitação para

[email protected], fazendo uma breve explanação sobre seu artigo. Caso haja um interesse por parte de nossa redação, estaremos solicitando seu trabalho.

9. Os artigos enviados serão analisados e se aprovados, serão publicados em uma de nossas

edições.

10. O artigo será revisado e editado caso se faça necessário. As opiniões vertidas, serão de total responsabilidade de seus idealizadores.

11. O autor receberá um exemplar no formato PDF da revista respectiva, por e-mail ou correio

convencional através de mini-cds.

Autoria A Revista macroCOSMO.com, aprimeira revista eletrônica brasileira deastronomia, abre espaço para todosautores brasileiros, uma oportunidade deexporem seus trabalhos, publicando-os emuma de nossas edições.

Page 135: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 80

macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 2 – Janeiro de 2004

revista

Page 136: macrocosmo 1a3

A PRIMEIRA REVISTA ELETRÔNICA BRASILEIRA EXCLUSIVA DE ASTRONOMIA

Viver e morrer no espaço

Pelo olhar doHubble

macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 3 – Fevereiro de 2004

revista

Viagens Superluminais Alternativas para viagens interestelares

hiper-rápidas

Page 137: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 2

Redação [email protected]

Diretor Editor Chefe Hemerson Brandão [email protected]

Revisão Audemário Prazeres [email protected] Roberta Maia [email protected]

WebMaster Hemerson Brandão [email protected] Tradutor William Fernandes [email protected] Redatores Marco Valois [email protected] Hélio “Gandhi” Ferrari [email protected] Paulo Monteiro [email protected] Rosely Grégio [email protected] Colaboradores Audemário Prazeres [email protected] Francisco Lobo [email protected] Pedro Ré [email protected] Ronaldo Garcia [email protected] Divulgação/Publicidade Lílian Luccas [email protected]

editorial A viagem interestelar continua sendo um grande

sonho da humanidade, mas a sua realidade ainda é algoimpossível teórica e tecnologicamente.

Segunda a Teoria da relatividade postulada pelo físicoalemão Albert Einstein, o excesso de massa causada pelasforças de aceleração de uma nave, inviabilizaria qualqueraproximação da velocidade da Luz. Poderíamos burlar esseprincípio e viajar pelo espaço em velocidades superluminais?

Físicos, como é o caso do português João Magueijo,

afirmam que Einstein estava errado em suas convicções eabrem novas discussões sobre a “velocidade da luzvariável”.

Em nosso artigo de capa, longe de discordar de umdos maiores gênios da humanidade, justamente no ano emque se comemoram os 85 anos da comprovação de suateoria, exploraremos a possibilidade de ultrapassar a barreirada luz, em conformidade com a teoria de Einstein. Osburacos de minhoca e a Dobra Espacial seriam a solução?

Há um ano assistíamos chocados, a mais um desastre

espacial, vitimando sete astronautas a bordo do ônibusespacial americano Columbia. Dedicamos essa edição aeles e outros cientistas que perderam suas vidas em prol dapesquisa científica.

Boa leitura e céus sem poluição luminosa.

Hemerson de França Santos Brandão Diretor Editor Chefe | Revista macroCOSMO.com

[email protected]

revista macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 3 – Fevereiro de 2004

Page 138: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 3

revista macroCOSMO.com [email protected]

sumário

4 EXPLORAÇÃO ESPACIAL | Pelo olhar do Hubble 11 ASTROFÍSICA | O Estudo dos meteoros 13 ASTRONÁUTICA | Viver e morrer no espaço 18 EFEMÉRIDES | Agenda Diária 29 FÍSICA MODERNA | Viagens Superluminais 33 ASTROFOTOGRAFIA | Fotografando o Universo – Parte III 40 FOGUETISMO | Entretenimento científico amador 44 EFEMÉRIDES | Agenda Histórica 55 MITOS CIENTÍFICOS | OVNIS 57 GUIA DIGITAL | Televisão online 60 AUTORIA

Capa: Concepção artística criada por André Fonseca da Silva, ilustrando uma nave interestelar em velocidade de Dobra Espacial. Cortesia da Fundação CEU - Centro de Estudos do Universo. Nomeada de Cygnus, essa nave é utilizada como recurso didático nas aulas de astronomia da Fundação e ilustra também o Boletim Centaurus da mesma instituição. www.centroastronomico.com.br

© É permitida a reprodução total ou parcial desta revista desde que citando sua fonte, para uso pessoal sem fins lucrativos, sempre que solicitando uma prévia autorização à redação da Revista macroCOSMO.com. A Revista macroCOSMO.com não se responsabiliza pelas opiniões vertidas pelos nossos colaboradores.

Versão distribuída gratuitamente na versão PDF em http://www.revistamacrocosmo.com

Page 139: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 4

Está preste a encerrar uma das missões mais bem sucedidas da NASA. O Hubble, o primeiro telescópio orbital, aproxima-se de sua aposentadoria, colecionado inúmeras descobertas, que revolucionaram a astronomia moderna. O projeto custou mais de 1 bilhão e meio de dólares e foi lançado do compartimento de carga do ônibus espacial Discovery em abril de 1990. Está situado a 600 km de altitude demorando 95 minutos para dar uma volta completa em torno da Terra.

Em 10 anos de operação, o Telescópio

Espacial Hubble (HST) presenciou o nascimento de estrelas no interior de nebulosas, colisões de galáxias e coletou valiosas informações sobre o surgimento e evolução do nosso universo. Acumulou provas sobre a existência de buracos negros, investigou a estrutura dos quasares e enxergou mais longe do que qualquer telescópio terrestre poderia alcançar, fotografando as galáxias mais distantes conhecidas, provavelmente as primeiras que foram formadas após o Big-Bang.

Mas nem sempre o Hubble contabilizou sucessos em sua jornada. Logo após entrar em operação, foi constatado uma falha na curvatura do espelho principal do telescópio, o que produzia imagens desfocadas dos objetos fotografados. Três anos após o seu lançamento, a NASA enviou ao telescópio uma equipe de manutenção para corrigir a “miopia” do Hubble. Além da instalação de uma nova câmera de grande campo, novos painéis solares, que estavam produzindo vibrações na estrutura e giroscópios foram substituídos. A missão foi um sucesso, muito maior do que o esperado.

Com os novos planos espaciais anunciados

para 2004, pelo atual Presidente Americano, George W. Bush, priorizando o término das ISS – Estação Espacial Internacional e o início dos vôos tripulados para a Lua e Marte, a NASA cancelou uma nova missão de manutenção ao telescópio que iria realizar reparos nos equipamentos do telescópio. Sem essa manutenção, o Hubble deve sair de operação em 2008.

Novos projetos de telescópios espaciais estão em andamento, mas nada tira o destaque histórico conquistado pelo Hubble. Veja algumas imagens fascinantes obtidas através de suas câmeras:

HubblePELO OLHAR DO

Hemerson Brandão | Diretor Editor Chefe [email protected]

EXPLORAÇÃO ESPACIAL

O Telescópio Espacial Hubble no espaço

A Nebulosa do Esquimó

Nebulosa Planetária M2-9

Page 140: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 5

EXPLORAÇÃO ESPACIAL

Nebulosa da Ampulheta

No interior da Nebulosa da Lagoa (M8) na constelação de Sagitário, encontra-se apequena nebulosa conhecida como ampulheta. Restos da estrela MyCn18, essa nebulosaplanetária situa-se há 8.000 anos-luz da Terra.

Acredita-se que a forma dessa nebulosa foi gerada a partir de um vento solar rápido

dentro de uma nuvem lenta de expansão. Há evidências de formação estelar recente nessaregião.

Crédito: Raghvendra Sahai e John Trauger (JPL), o WFPC2 science team, e NASA

Page 141: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 6

EXPLORAÇÃO ESPACIAL

NGC 604

Nebulosa da galáxia M33, encontra-se na constelação de Triângulo a mais de 2,7 milhões de anos-luz da Terra. Todas as galáxias possuem nebulosas, mas essa em particular é especial pelo seu tamanho, atingindo quase 1.500 anos-luz de diâmetro.

No interior de NGC 604 existem mais de 200 estrelas super maciças, em torno de 15 a 60 vezes a massa solar. Essas estrelas aquecem as paredes gasosas da nebulosa causando a fluorescência do gás, destacando a forma tridimensional da nebulosa.

O estudo dessas nebulosas pode determinar o mecanismo de evolução das estrelas super maciças e como elas afetam o meio interestelar onde se encontram.

Crédito: Hui Yang (University of Illinois), Jeff J. Hester (University of Arizona) e NASA.

Page 142: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 7

EXPLORAÇÃO ESPACIAL

Eta Carina

Imagem em cor natural do material que envolve a enigmática Eta Carina. A estrela nocentro dessa nebulosa possui massa aproximada de 150 vezes a do Sol e é 4 milhões devezes mais brilhante do que nossa estrela local, tornando-a a maior estrela conhecida atéhoje.

Eta Carina é altamente instável provocando explosões violentas. O ultimo desseseventos ocorreu em 1841, tornando-se a segunda estrela mais brilhante do céu. Cada lóbuloque vemos nessa imagem tem o tamanho do nosso sistema solar, e consiste de materialejetado pela estrela.

Recentemente foi comprovada a teoria do astrônomo brasileiro Augusto Daminelli, emque Eta Carina na verdade é um sistema binário estelar. Crédito: J. Hester/Arizona State University NASA

Page 143: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 8

EXPLORAÇÃO ESPACIAL

Nebulosa do Ovo

Denominada como CRL2688, encontra-se aproximadamente 3.000 anos-luz de nós.A imagem mostra dois pares de feixes misteriosos que emergem de uma estrela central,escondida por arcos brilhantes.

Há cem anos existia uma estrela gigante vermelha no centro de CRL2688. O quevemos hoje, é uma grande nuvem de poeira e gás ejetados por essa estrela, numa velocidadede 20 km/s. A maneira como a nuvem se expande através de jatos finos ainda é um mistériopara astronomia, mas acredita-se que exista uma estrela companheira em redor da estrelacentral que estaria interferindo gravitacionalmente na ejeção da nebulosa.

Crédito: Raghvendra Sahai e John Trauger (JPL), a WFPC2 science team, e NASA

Page 144: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 9

EXPLORAÇÃO ESPACIAL

Galáxia Roda de Carroça

Esse é o resultado da colisão entre duas galáxias, ocorrida há mais de 200 milhões

de anos. Distante 500 milhões de anos-luz da Terra, a forma de anel foi produzida pelapassagem da galáxia azul pelo centro da galáxia principal amarela gerando ondas de choque,lembrando aros da roda de uma carroça.

Bilhões de estrelas são formadas durante esses encontros intergaláticos, gerando

informações valiosas sobre a interação gravitacional de agrupamentos galáticos.

Crédito: Curt Struck and Philip Appleton (Iowa State University), Kirk Borne (Hughes STXCorporation), e Ray Lucas (Space Telescope Science Institute), e NASA

Page 145: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 10

EXPLORAÇÃO ESPACIAL

Campo Profundo de Hubble (HDF)

Esta é a imagem mais longínqua que o Hubble já fotografou. Centenas de galáxias de

diferentes formas, cores e tamanhos, são os objetos mais distantes que conseguimosdetectar do nosso Universo.

Os objetos nessa foto são quatro bilhões de vezes mais fraco do que nosso olho pode

detectar, o que requereu centenas de horas de exposição, para o Hubble montar a imagemacima. Através dela foi possível estimar a quantidade de galáxias no universo visível, emtorno de 40 bilhões de galáxias. ∞

Crédito: Williams e o Hubble Deep Field Team (STScI) e NASA

Page 146: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 11

ASTROFÍSICA

O ESTUDO DOS

Marco Valois | Centro de Estudos MeteorObservers [email protected]

As pesquisas científicas na área daastrofísica e ciências afins nesse início deséculo, têm trazido à tona novidades as maisdiversas. A curiosidade dos pesquisadores temsido cumulativamente alicerçada por enormesdescobertas, destacando-se nesse âmbito, otelescópio espacial Hubble. Sem dúvida quemuito da astronomia tem sido reescrito, a partirdo que se consegue captar através dessetelescópio. Assim, todo dia, novidadesprovenientes do universo têm trazido aoslaboratórios, uma gama de novos fatos sobreplanetas, estrelas, super-novas, novossistemas solares, asteróides, meteoros, atéentão, só possíveis de se imaginarteoricamente.

Recentemente, os centros depesquisas norte-americanos detectaram,através do telescópio Hubble, uma "estrela",além de Plutão, que possui característicaspróprias e bem peculiares às de um planeta.Assim, dessa forma, a comunidade científicaem geral, foi informada que existe mais umplaneta no nosso Sistema Solar. É bemverdade que o direcionamento do Hubble temdemonstrado que existe a possibilidade determos alguns sistemas solares, além da ViaLáctea!

Para não ficar somente nas recentesperspectivas concernentes a descoberta denovos planetas, o Hubble vem dedicandogrande parte do seu estudo do cosmo a

ww

w.jp

lnet

.com

METEOROS

Page 147: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 12

ASTROFÍSICA

observar os intrigantes Buracos Negros. Essesfenômenos são possuidores de uma força tal,que são capazes de absorver até mesmo a luz.Assim, de acordo com informes advindos decentros de pesquisas localizados em váriospaíses, tem-se, inclusive, fotografias daexistência de um desses fantásticos elementosdo espaço sideral, localizado bem "próximo" ànossa Via Láctea. Essa descoberta, vematraindo a atenção dos cientistas em geral,dado à possibilidade infinita de ali estar contidoa chave para muitas das dúvidas a respeito daprópria origem do Universo.

Contudo, não indo tão distante, apesquisa de meteoros vem galvanizando ointeresse de vários países. Eles sãoconsiderados pela ciência, como verdadeirasprovas "fósseis" da formação e origem donosso Sistema Solar. É que, de tempos emtempos, enormes asteróides ou meteoros,projeta-se no espaço interestelar, entrando emórbitas gravitacionais, e uma vez passando nasproximidades do sol, projetam, através do seubrilho, as inúmeras partículas que sãodesprendidas desses bólidos. Essas partículas,constituídas, na sua maioria por uma massa derocha, gelo, poeira cósmica e partículas derochas, uma vez desprendidas dessesmeteoros projetam-se no espaço em geral,chegando a ser impulsionadas para a órbitaterrestre. Contudo, todos os dias, novas formasde meteoros são encontradas, no que vemacrescentando novas descobertas sobre suascomposições.

Na verdade, esse fenômeno pode servisto em noites escuras, em áreas rurais, sempoluição luminosa (comum nos grandes centrosurbanos), e constituem um "show" da naturezasem precedentes. Os meteoros têm váriosnomes. A saber: asteróides, estrelas cadentes,bolas de fogo (quando entram na atmosferaterrestre e se decompõem) etc. É importantesalientar que os mesmos, apesar deapresentarem nos céus um brilho variado,contudo, quando chegam à órbita terrestre, sãoconstituídos, na sua maioria por pequenospedaços de rocha e gelo e com o atrito e ocalor intenso da entrada na atmosfera da Terra,na maioria das vezes, imediatamente sedissipam. Eles, assim, não apresentam

nenhum perigo real para os seres humanos.Também, os vários centros de pesquisa demeteoros espalhados em vários países vêm,de há muito, perscrutando as suas trajetórias,fotografando-os dispondo-os em mapasestelares, etc, visando assim obter melhores emaiores subsídios sobre suas origens. Deposse desses dados, os pesquisadores podemcalcular com certa precisão, em que época ometeoro se desprendeu de um planeta, do queele é formado, idade, quantidade de meteoros,(chuva). Se alguns conseguem atingir o soloterrestre, passam a ser chamados demeteoritos, constituindo-se em importantessubsídios para uma melhor compreensão doespaço que nos circunda. Assim, essas sãotambém algumas entre as muitas explicaçõesque os meteoros podem trazer para a ciência.

Portanto, toda vez que se apresentarno céu uma estrela cadente, podemos inferirque sua constituição poderá acrescentar muitomais sobre um melhor conhecimento doespaço que nos circunda do que muito do quejá se discutiu ou escreveu, principalmente,porque, os mesmos são provas cabais do queprovavelmente existe neste ou naquele astro.Entretanto, relatos científicos têm demonstradoque alguns meteoros de tamanho expressivo,compostos de matéria sólida, conseguemalcançar a superfície terrestre sem contudoconstituir num perigo para as pessoas. Elesgeralmente caem no mar, quando muito, emterra, em lugares ermos e distantes dosaglomerados urbanos. Na verdade, se fosserelativamente fácil descobrir o local aonde osmeteoros 'caem', os pesquisadores já teriamdados suficientes, não apenas para entendermelhor sobre a origem da estrutura terrestre,bem como de boa parte do nosso SistemaSolar! Mesmo assim, diversos são os centrosastronômicos espalhados mundo afora queestão perscrutando o espaço sideral, tornandoesses "viajantes siderais" cada vez maisconhecidos dos cientistas. Desnecessáriodestacar que no Brasil, atualmente, diversossão os centros de estudo que dedicam tempoaos meteoros. Dessas pesquisas, muito vemsendo acrescentado sobre suas trajetórias,composição, velocidade, entre outros aspectos.∞

Marco Valois, é jornalista e filiado ao centro de estudos MeteorObservers. Artigo publicado na Revista da SBPC, Secretaria Regional de Pernambuco".

Page 148: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 13

Aqui vale uma explicação: até hoje ninguém morreu noespaço. Para ser considerado "espaço", é necessário estar auma altitude superior a 100km, valor alçado pelo ComitêInternacional de Astronáutica, e abaixo disso estaríamos noespaço aéreo territorial de algum país.

O primeiro vôo tripulado ocorreu em 12 de abril de 1961,quando o russo Yuri Gagarin abriu os olhos lá de cima, a 300km de altura, e viu que a Terra era azul. Esse vôo fora rápido esimples, apenas uma volta ao redor da Terra em 90 minutos. Foiesse vôo que inaugurou a presença humana no espaço e, até odia 1 de fevereiro de 2004, mais de 400 pessoas jáexperimentaram a mesma sensação de Yuri Gagarin.

VIVER E MORRER

NO ESPAÇO

ASTRONÁUTICA

Ronaldo Garcia | Boletim [email protected]

Tripulação vítima do ultimo vôo doÔnibus Espacial Columbia

Page 149: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 14

ASTRONÁUTICA

Ônibus espacial Columbia sobre a plataformade lançamento

Page 150: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 15

ASTRONÁTICA

O astronauta é a profissão mais seletado mundo: uma em cada 15.000.000 depessoas foi ao espaço. Existe uma estatísticaque diz que um astronauta é muito maispopular que um jogador de futebol (brasileiro)ou de basquete (americano), mais popular doque um estadista ou governante e empata comatores de cinema de Hollywood. Esse talvezseja o principal motivo pelo qual as pessoasadmiram tanto um astronauta e a tragédia como Columbia tenha tido a repercussão e acomoção mundial que alcançou.

E como toda nova aventura na qual os

equipamentos nunca podem falhar, em quequalquer erro é veementemente punido,ninguém pode lhe ajudar, não existempossibilidades de resgate, as condiçõesambientais simplesmente não existem,somente poucos tem a oportunidade e acoragem para ir. Os acidentes então, setransformam em tragédias e essas tragédiasabalam o mundo todo.

O primeiro acidente espacial ocorreu

numa plataforma de lançamento no CaboKennedy, EUA, no dia 27 de janeiro de 1967.Os astronautas Gus Grissom, Edward White eRoger Chaffee morreram num incêndio dentrodo módulo de comando da Apollo 1 duranteuma seqüência de teste de vôo. O objetivodesse ensaio era realizar todos os passos deuma contagem regressiva completa, sem olançamento, e às 18h30min daquela sexta-feira, o astronauta Chaffee disse sentir "cheirode fogo". Dois segundos depois, o astronautaWhite sentenciou: "fogo no cockpit". O incêndiotomou o módulo em questão de segundos porcausa do ambiente extremamente rico emoxigênio.

Tripulação da Apollo 1, as primeiras vítimas da conquista espacial

A perda nas comunicações com osastronautas ocorreu 17 segundos depois doinicio do fogo, seguido pela perda de todatelemetria, que são os dados enviados doscomputadores da nave para os computadoresna sala de controle da missão. Devido àsvárias complexidades técnicas, depois de 5minutos que o fogo havia começado foi que ostécnicos, do lado de fora, conseguiram abrir aporta da nave Apollo, mas os 3 astronautas jáestavam mortos, provavelmente 30 segundosdepois que incêndio começou.

Depois foi a vez da União Soviética. No

mesmo ano do acidente da Apollo 1, ocosmonauta Vladimir Komarov, realizando oprimeiro teste tripulado da nave Soyuz 1 emórbita da Terra, contou com vários problemasdurante a missão (um painel solar falhou eproblemas com o controle de reação - que fazcom que a nave realize manobras no espaço),os quais obrigaram o controle da missãoordenar a Komarov que abortasse a missão ecomeçasse os procedimentos de descida. Apóster reentrado na atmosfera, o pára-quedasprincipal, que deveria ser aberto a 6,5 km dealtura, não funcionou, e a cápsula da Soyuz 1colidiu com o solo. Enquanto a nave fazia a suadescida fatal, os pedidos de ajuda vindos deKomarov podiam ser ouvidos por vários rádio-amadores até nos Estados Unidos.

O ano de 1971 trouxe a Salyut 1, a

primeira estação espacial construída pelaUnião Soviética e cuja principal missão erarealizar experiências científicas. A Salyut 1estava equipada com telescópios,espectrômetros, eletrofotômetros, entre outrosinstrumentos. No dia 19 de abril daquele ano, aSalyut 1 fora lançada, sem nenhumcosmonauta dentro, e no dia 6 de junho domesmo ano, a nave Soyuz 11 levando oscosmonautas Georgy Dobrovolsky, VladislavVolkov e Viktor Patsayev acoplou na estaçãocom a finalidade de torná-la operacional erealizar as primeiras experiências científicas.Para isso, os cosmonautas ficariam 30 dias abordo da Salyut 1. Um pequeno incêndio edificuldades nas condições de trabalho fizeramcom que os cosmonautas voltassem a Terra 7dias antes do previsto. No dia 29 de junho de1971, ao abrir a porta da cápsula, os técnicosencontraram os 3 cosmonautas mortos devidoa uma rápida e violenta descompressão danave durante a reentrada. Durante a volta, uma

Page 151: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 16

ASTRONÁTICA

válvula que servia para equalizar a pressãodentro da nave, com a pressão do lado de fora,teve um mal funcionamento e abriu, tirando apressão e o ar em questão de segundos. Oscosmonautas tentaram fechar a válvula, masnão houve tempo suficiente para isso. Oscosmonautas das naves Soyuz, até essaépoca, não usavam trajes pressurizados nareentrada.

Depois veio a década de 80 e com ela,chegou a nova geração de veículos: os ÔnibusEspaciais. O primeiro a voar foi o Columbia, nodia 12 de abril de 1981, exatamente 20 anosdepois do vôo de Yuri Gagarin.

O céu estava limpo e o Sol brilhavanaquela fria manhã de 28 de janeiro de 1986.O veículo chamava-se Challenger e a bordoestavam 7 astronautas incluindo a"professorinha" como fora chamadaposteriormente. Seus nome eram: Richard"Dick" Scoobe, Michael Smith, Gregory Jarvis,Ellison Onizuka, Judith Resnik, Ronald McNaire a professora primária Sharon ChristaMacAuliffe.

Era o décimo vôo do Challenger e a25ª missão dos ônibus espaciais. Essa missãotinha como objetivo realizar experiênciascientíficas e lançar uma sonda que iria estudaro cometa de Halley que naquela época era aatração dos céus. O lançamento do Challengerfora adiado 5 vezes devido às péssimascondições climáticas, e naquela manhã atemperatura no cabo Kennedy estava por voltade 2 graus Celsius, 10 graus mais baixo quequalquer outro lançamento feito pela NASA.Mesmo assim, o lançamento havia sidoconfirmado e às 13h37m (Horário de Brasília).Os motores foram ligados e o Challengerdecolou para que 73 segundos depois viesse aexplodir matando os 7 astronautas.

O que a comissão de investigação

formada pelo então presidente Ronald Reagandescobriu foi que, devido ao intenso frio, umdos anéis de vedação de um dos foguetes decombustível sólido (SRB) não agüentou erachou, permitindo que gases extremamentequentes pudessem vazar e com o passar dossegundos derreter as paredes do tanque decombustível externo (ET) até a falência daestrutura, vindo então a explodir. O Challengernão agüentou a mudança violenta de direção e

Page 152: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 17

ASTRONÁTICA

1986: Explosão do ônibus Espacial Challenger este veio a se partir em milhares de pedaços,devido mais à pressão do ar que à explosão dotanque externo propriamente dita. Mas, nesse caso, o compartimento datripulação agüentou. Fora encontrado diasdepois no oceano atlântico a uma profundidadede 60 metros. Todos estavam mortos.

Dezessete anos depois, os astronautasque estavam no vôo 113, o 28º do Columbia,fizeram uma homenagem em órbita emmemória dos sete astronautas do Challenger.Mal sabiam que eles seriam os próximoshomenageados quatro dias depois.

Depois de 16 dias no espaço,realizando mais de 80 experiências científicasem diversas áreas, trabalhando 24 horas pordia em dois turnos, chegou a hora de "guardartudo" e começar a se preparar para a descida.Diferente dos primeiros veículos da eraespacial, os ônibus espaciais mantinham ocontato por rádio mesmo durante a reentrada,um dos períodos mais críticos do vôo, se é queexiste alguma parte no vôo espacial que podeser definido como o mais crítico. Vale lembrarque o astronauta veterano John Young umavez relatou sobre isso, ao dizer que a fase maisdifícil de um vôo espacial é aquela entre olançamento e o pouso. Mas, 16 minutos antesdo pouso aconteceu o que o mundo todo hoje

2003: Destroços do ônibus espacial Columbia

já sabe: o Columbia não existe mais e com eleforam mais outros 7 astronautas. Seus nomes:Rick Husband William McCool, MichaelAnderson, Kalpana Chawla, David Brown,Laurel Clark, e Ilan Ramos, o primeiroastronauta israelense.

Vale frisar que a tragédia do Columbiaocorreu à cerca de 63km de altura, ou seja, sobo espaço aéreo territorial dos Estados Unidos.E assim como foi dito no começo, ninguém, atéhoje, morreu no espaço.

O Brasil, não ficafora infelizmente da lista dosdesastres espaciais. Mesesdepois do acidente com oColumbia, a Plataforma deLançamento do VLS, oVeículo Lançador deSatélites, incendiou-se aindaem sua plataforma, matando21 técnicos que executavamtestes de pré-lançamento.Até o momento, não é

desejo desse artigo, expor e esclarecer as causas dessa tragédia, já que estas estão para ser investigadas. Quando todas as causas forem mostradas, essa será a ocasião adequada para tratar os verdadeiros agentes causadores dessa perda irreparável para todos nós. ∞

Ronaldo Garcia, é designer digital e professor de Astronomia no Centro de Estudos do Universo. O presente artigo é fruto da parceria entre o Boletim Centaurus e a Revista macroCOSMO.com. Site: http://www.centroastronomico.com.br

Page 153: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 18

EFEMÉRIDES

2004 FEVEREIRO

Estação do Ano Verão para o Hemisfério Sul e Inverno para o Hemisfério Norte. Fases da Lua Lua Cheia: dia 6 Lua quarto Minguante: dia 13 Lua Nova: dia 20 Lua Quarto Crescente: dia 28

Cometas Visíveis em Fevereiro

Salvo aumentos em brilho e novos cometas descobertos, as estimativas para fevereiro são as seguintes:

Cometa Magnitude estimada

Visibilidade Hemisfério Sul

Visibilidade Hemisfério Norte

C/2001 Q4 (NEAT) 8 Anoitecer - 58P/Jackson-Neujmin 12 Anoitecer Anoitecer 43P/Wolf-Harrington 12 Anoitecer Anoitecer C/2003 H1 (LINEAR) 12 Noite Noite

88P/Howell 11 Amanhecer Amanhecer 2P/Enche 12 Amanhecer -

C/2002 T7 (LINEAR) 7 - Anoitecer Fonte de dados, cartas de busca e mais informações em:

http://reabrasil.astrodatabase.net/ e http://aerith.net/index.html

Chuveiros de Meteoros para Fevereiro

Radiante Duração Máximo Aurigids 31 jan a 23 fev 5 a 10 fev

Alpha Centaurids (ACE) 2 a 25 fev 8/9 fev Beta Centaurids 2 a 25 fev 8/9 fev

Delta Leonids (DLE) 5 fev a 19 mar 22/23 fev Sigma Leonids 9 fev a 13 mar 15/26 fev

Capricornids-Sagittariids 13 jan a 28 fev 30 jan a 3 fev (diurno) Chi Capricornids 29 jan a 28 fev 13/14 fev (diurno)

Durante o mês de fevereiro acontecem mais quatro chuveiros cujos dias de máximo acontecem

em março. São eles:

Radiante Período Máximo Beta Leonids 14 de fev a 25 de abr 19 a 21 de mar Rho Leonids 13 de fev a 13 de mar 1 a 4 de mar Eta Virginids 24 de fev a 27 de mar 18/19 de mar Pi Virginids 13 de fev a 8 de abr 3 a 9 de mar

Rosely Grégio | Revista macroCOSMO.com [email protected]

Page 154: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 19

EFEMÉRIDES

Agenda Diária

1 de fevereiro, domingo

O Asteróide 2000 SU180 passa a 0.148 UA da Terra.

O Asteróide 4116 Elachi passa a 0.893 UA da Terra.

Qual é a estrela mais luminosa deOrion? Betelgeuse, Alpha Orionis (mag 0.5)provavelmente é a estrela mais conhecida domitológico caçador, mas Rigel, Beta Orionis(mag 0.2), é a mais luminosa daquelaconstelação. Esta supergigante azul marca umdos pés de Órion. Sua cor azul-brancacontrasta bem com a brilhante vermelhaBetelgeuse. A cor de Rigel é decorrente de suatemperatura de superfície de 20.000 grausFahrenheit, duas vezes mais quente quantonosso Sol amarelo. Betelgeuse marca o ombrode Orion, é uma estrela agonizante queprovavelmente responde por seu brilhoirregular. A magnitude da estrela varia embrilho aproximadamente +0.2 a +1.2 em cimade um período de centenas para milhares dedias. Tente determinar seu brilho usando paracomparação a Aldebaran (mag 0.87) em Touro,e Procyon (mag 0.41) em Cão Menor. Confiraseus resultados com o banco de dados daAAVSO:

www.aavso.org/vstar/vsotm/1200.stm

2 de fevereiro, segunda-feira

O Asteróide 6456 Golombeck passa a2.076 UA da Terra.

A Deep Space STARDUST, executamanobras #4 (DSM-4)

O Asteróide Ceres (mag 7.3) naconstelação de Gêmeos entre 17.6h e 21.7h.

A Lua de 11 dias de idade está 88.5 %iluminada até que se torne Cheia daqui a 4dias. Se você tem um instrumento que lhe dêcondições de observar detalhes da geologialunar, então comece hoje a observar a regiãoda cratera Aristarchus e continue por mais duasnoites. Esta é uma área bastante complexa ede excepcional valor para observação. Entre asformações dessa área estão:

Aristarchus, formação que remonta

ao período geológico Corperniano (entre –1.1bilhões de anos até os dias atuais). A cratera circular se localiza na Longitude: 47.4° O e Latitude: 23.7° N, Quadrante: Norte-oeste. Com dimensão de 40x40 km e 3000m de altura essa formação é visível durante o Earthshine (luz cinzenta), apresenta raios luminosos que se destacam contra a superfície em torno da cratera. A cratera também é famosa por apresentar Fenômenos Transientes que foram observados em várias ocasiões em Aristarchus. A cratera tem rampas íngremes principalmente em direção ao Norte, e paredes altas em terraços; seu chão é plano e extenso, e apresenta uma pequena elevação central. Ela forma um par bastante interessante com a jovem cratera Herodotus com cerca de 450 milhões de anos. O melhor período para sua observação é 4 dias depois do Primeiro Quarto ou 3 dias após a Lua Minguante. O instrumento mínimo para vê-la é um refrator de 50mm. Mas para observar os detalhes, são necessários instrumentos de maiores diâmetros.

Herodotus, sua formação data do período Imbriano Superior (entre –3.8 a –3.2 bilhões de anos atrás). A cratera de 35x35 km e altura de 1.440 m está localizada na Longitude: 49.7° O, Latitude: 23.2° N, Quadrante: Norte-oeste na área da região da cratera Aristarchus. Essa formação circular mostra rampas íngremes para o Sul e para o Leste, têm pequenas paredes altas que contêm a cratereta Herodotus N para o Norte. Seu chão é plano e preenchido com lava escura. Herodotus é o ponto de partida do Vallis Schröter em direção ao Norte. O melhor período para sua observação é 4 dias depois da Lua Crescente ou 3 dias após o Quarto Minguante. O instrumento mínimo para sua observação é um refrator de 50mm, mas sem detalhes.

Vallis Schroter, é uma formação do tipo Rille do período geológico Imbriano (em torno de -3.85 a -3.2 bilhões de anos). Essa famosa formação localiza-se a Longitude: 51.0° O, Latitude: 26.0° N, Quadrante: Norte-oeste na região da Cratera Aristarchus. Esse vale mede 160x10Km e altura de 1000 m. Começa a 25km ao Norte da cratera Herodotus em uma craterleta alongada denominada ‘’Head of

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

Fevereiro

Page 155: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 20

EFEMÉRIDES

Cobra ‘’ (Cabeça de Cobra) se dirige para onorte e volta-se para Oeste. Sua largura variade 6 a 10 km diminuindo a 500 m a suaextremidade Ocidental. É uma formação deexcepcional interesse que é observada melhor4 dias depois do Primeiro Quarto ou 3 diasdepois do Último Quarto (Minguante). Oinstrumento mínimo para sua observação é umrefrator de 100mm.

3 de fevereiro, terça-feira

Marte oculta a estrela TYC 0625-01155-1 (mag 11.4).

O Asteróide 6239 Minos passa a 0.056UA da Terra.

Conjunção em AR entre a Lua eSaturno (mag –0.2) a 05:06 TU. Nessemomento, a separação entre eles é de 4° 29'24". O Senhor dos Anéis (mag –2) de coramarelada se destaca entre as estrelas daConstelação de Gêmeos, contudo, com a Luagibosa atrapalha uma observação maisacurada do planeta. Em torno das 21:00 TUSaturno estará a apenas 21’11’’ de separaçãoda estrela Mu Geminorum (mag 2.8).

O brilhante Vênus (mag –4.1) se põeem torno das 21:00 TU, portanto, se desejaobservar a ‘’estrela’’ Vespertina mais brilhantedo céu, busque o planeta a NW ao pôr-do-sol. A 1.49’ graus de Vênus está o cometa C/2002O7 (LINEAR) com mag estimada em 12.7.Ambos os astros estão na constelação dePeixes. Ainda na borda da mesma constelação,no limite um Pegaso, outro cometa, C/2002 T7(LINEAR) com magnitude estimada em 7.4,está a 23’48’’ graus de separação da estrelagamma Pegasi (mag 2.7) localizada em umadas extremidades do Grande Quadrado docavalo voador. O cometa se põe as 20.48 TU.

A distância angular mínima ente oAsteróide (1) Ceres com mag de 7.4 e a Luaocorre a 16:53 TU. Os astros estão separadosa 4° 54' 32" em Dec. +31° 50' e El. 147.9°. ALua nasce em torno das 17:00 TU. Por voltadas 18:00 TU o Asteróide e a bela Luna aindaestão bem próximos, dentro da constelação deGêmeos. A melhor hora para observação deCeres é entre 17.7h - 5.6h LCT.

Chuveiro de Meteoros Capricornids-

Sagittariids. Esse chuveiro de atividade diurnaé ativo de 13 de janeiro a 28 de fevereiro, commáximo de 30 de janeiro a 3 de fevereiro. Ochuveiro está possivelmente relacionado aoAsteróide Adonis da família Apollo. A melhormaneira de monitorar esse chuveiro é atravésde técnicas de rádio meteoro ou então deradar. Segundo o catálogo da British MeteorSociety a taxa máxima é de 15 meteoros porhora.

A constelação do Leão é a primeira dasconstelações da Primavera (para o hemisférioNorte). Sua estrela mais luminosa é Regulus, ocoração do Leão. Desde as civilizações maisantigas as estrelas foram usadas para predizeras estações do ano de forma muito confiável.Regulus, de primeira magnitude, sobeaproximadamente uma hora depois de pôr-do-sol no leste-nordeste. Para alguns o Leãoanuncia a primavera, assim o aparecimento deRegulus anuncia que dias mais mornos estão acaminho. Esta aproximação para prever umaestação do ano é tão válida e confiável quantoqualquer calendário. O leão se senta nomesmo lugar na mesma data e tempo, anoapós ano. Espere até escurecer e contempleLeo.

De 3 a 6 acontece o Meeting: X-Rayand Radio Connections, em Santa Fé, NovoMéxico.

4 de fevereiro, quarta-feira

A sonda Ulysses em aproximação maisíntima de Júpiter. Veja mais sobre o assuntoem http://ulysses.jpl.nasa.gov/

O Asteróide 2002 PZ39 passa a 0.152UA da Terra.

A 0h27.3m (GMT –3) a lua Europa(mag 6.0) é eclipsada por Júpiter.

O Trânsito de Io (mag 5.4) sobre odisco de Júpiter começa a 5h59.3m, a sombratermina a 7h35.2m e o final do trânsitoacontece a 8h14.0m (GMT –3).

O Asteróide (1) Ceres (mag 7.3) emGêmeos está mais bem posicionado paraobservação entre 17.7h - 5.6h LCT, J2000: ra=7:01:15.5, de=+31:54:22, r=2.589AU dist=1.708 UA.

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

Fevereiro

Page 156: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 21

EFEMÉRIDES

5 de fevereiro, quinta-feira

Lançamento do satélite AMC-10 pelofoguete Atlas 2AS.

O Asteróide 2001 CP36 passa a 0.057UA da Terra.

Marte oculta a estrela HIP 8973 (mag7.6).

Io (mag 5.4) é ocultada por Vênus a2h28.5m e reaparece a 5h24.2m (GMT –3).

Ceres (1) com mag 7.3 está mais bemposicionado para observação entre 17.7h e5.5h LCT em Gêmeos. J2000: ra= 7:00:36.3, de=+31:56:23, r=2.588AU, dist=1.715 UA.

A sombra de Io (mag 5.4) começaadentra pelo disco iluminado de Júpiter a23h47.3m (GMT –3).

Chuveiro de Meteoros Aurigids. Existealguma dúvida sobre a existência continuadadeste radiante e a pergunta só poderá serrespondia através de observações sistemáticasdo chuveiro em seu período de atividade. Emgeral, foram feitas observações entre 31 dejaneiro e 23 de fevereiro, com um máximo decerca de 2 meteoros por hora, que acontecedurante 5 a 10 de fevereiro. O radiantenormalmente é localizado a RA=74 graus,DECL=+42 graus, embora esta deve ser umaestimativa áspera porque a posição precisa doradiante, especialmente em recentes décadas,foi raro. Os meteoros são lentos e embora amagnitude média seja entre 3 e 5, o chuveiro éconhecido por luminosos bólidos. Omovimento diário do radiante está em torno de+0.7 graus em AR e +0.3 graus em DECL.

De 5 a 7 acontece o British -Hungarian N+N Workshop for YoungResearchers on Computer Processing and Useof Satellite Data in Astronomy andAstrophysics, Budapeste, Hungria.

6 de fevereiro, sexta-feira

O trânsito da sombra de Io (mag 5.4)pela frente do disco iluminado de Júpitertermina a 2h03.5m, e o trânsito termina a2h40.1m (GMT –3). Mercúrio em Afélio (máxima distancia do Sol) a 0.4667 UA do Sol.

Lua em Libração Sul a 6h34.5m (GMT –3). Nesse tempo, parte da região polar sul da Lua está melhor posicionada para observação.

O Asteróide (1) Ceres com mag 7.4 está mais bem posicionado para observação entre 17.7h - 5.4h LCT em Gêmeos J2000: ra= 6:59:58.9, de=+31:58:16, r=2.588AU, dist=1.721 UA.

A Lua Cheia acontece a 08:46 TU. Através dos tempos, a primeira Lua Cheia de cada mês recebeu diferentes nomes que datam dos tempos dos índios nativos americanos, onde agora ficam as regiões norte e oriental dos Estados Unidos. As tribos mantinham um reconhecimento sobre as estações do ano, dando nomes distintivos a cada ocorrência periódica da Lua Cheia. Seus nomes eram aplicados ao mês inteiro no qual cada uma delas acontecia. Havia alguma variação ao nomear a Lua, mas em geral os mesmos nomes eram usados pelas tribos ao longo de Algonquin na Nova Inglaterra até o Lago Superior. Os colonos europeus seguiram esse costume e criaram alguns outros nomes. Snow Moon (Lua da Neve), Hunger Moon (Lua da Fome), Opening Buds Moon (Lua do Abrir dos Brotos). Full Snow Moon (Lua Cheia da Neve). Desde que a neve mais pesada normalmente cai durante este mês, as tribos nativas do norte e leste freqüentemente chamavam a Lua Cheia de fevereiro de Lua Cheia da Neve. Algumas tribos também se referiram a esta Lua como Full Hunger Moon (Lua Cheia da Fome), isso devido às condições severas do tempo em suas áreas tornava a caçada muito difícil. Se alguma vez você assistiu a subida da Lua Cheia, você provavelmente testemunhou a ilusão de que ela parece bem maior quando no horizonte. A Lua parece ser significativamente maior que normalmente é quando está próximo ao horizonte que depois que escalasse alto no céu. “Parece” é a palavra importante aqui, desde que o tamanho da Lua não muda; só nossa percepção faz com que ela assim pareça. Se você quer ‘’tirar a prova dos nove’’, então pegue um canudo de papel e olhe a Lua enquanto ela está no horizonte e, mais tarde, faça a mesma coisa quando ela sobe mais alto no céu, você verá que a Lua mede meio grau em diâmetro. As próximas várias noites provêem um tempo bom para testar esse efeito.

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

Fevereiro

Page 157: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 22

EFEMÉRIDES

Hoje começa o Workshop on Europa'sIcy Shell: Past, Present, and Future, Houston,Texas.

7 de fevereiro, sábado

O cometa P/2002 X2 (NEAT) passa a2.351 UA da Terra.

A Lua passa a 7.6 graus de Júpiter(mag –2.5) a 23.8h (GMT –3).

A sombra da lua Ganymed (mag 5.0)começa a passar sobre o disco iluminado deJúpiter a 4h11.7m e termina a 7h39.1m (GMT –3).

O trânsito de Callisto (mag 6.1) sobre odisco de Júpiter começa a 5h08.9m (GMT –3).

A Lua passa a 0.3 graus da estrelaSAO 98955 ETA LEONIS (mag 3.6) a 6.7h(GMT –3).

Lua em Libração Oeste às 17h27.1m(GMT –3). Isso significa que as característicaslunares localizadas na borda oeste estarãomais viradas para a Terra do que normalmenteestão.

O Asteróide 1 Ceres (mag 7.4) estámelhor posicionado para observação entre17.8h - 5.4h LCT J2000: ra= 6:59:23.2 de=+32:00:01 (Gem) r=2.587 UA dist=1.728UA.

Vênus está espetacular no WSW nocéu do entardecer, ele se põe cerca de 4 horasapós o pôr-do-sol. Embora sua espessacamada de nuvens não permite que vejamossua superfície, através de lunetas e telescópiospodemos descobrir que, como a Lua, Vênusapresenta fases. Pelo meio do mês começauma época favorável para tentar descobrir a‘’luz cinzenta’’ do planeta.

8 de fevereiro, domingoO Asteróide 5036 Tuttle passa a 1.625

UA da Terra. O Asteróide 1 Ceres (mag 7.4) está

melhor posicionado para observação entre17.8h - 5.3h LCT, a J2000: ra= 6:58:49.2 de=+32:01:39 (em Gem) , r=2.587 UA, dist=1.736 UA.

Veja a estrela Sirius na constelação doCão Maior em alguma noite ao crepúsculo,quando a mais luminosa das estrelas ainda

está baixa no sudeste. Procure os flash cuidadosamente de cor, emitido por esta beleza. O efeito prismático resulta quando a luz de Sirius vem em direção a nosso olho e é refratada, nas cores do arco-íris. A sensação é aumentada por binóculos e telescópios.

Conjunção em AR entre a Lua e Júpiter acontece a 13:35 TU. Ambos os astros estão separados a 3° 12' 12". A Lua gibosa, nasce em torno das 20:40 TU e Júpiter as 20:16 TU. Quando ambos os astros estiverem visíveis em nosso céu, na constelação do Leão, a separação entre eles será em torno de 3.39 graus.

Chuveiro de Meteoros Alpha e Beta Centaurids. A duração destes chuveiros de meteoros estendem de 2 a 25 de fevereiro, com máximo, ao redor de 8 de fevereiro. Os meteoros do Alpha Centaurids emanam de RA=216 gruas, DECL=-60 graus, enquanto o Beta Centaurids têm um radiante em RA=208 graus, DECL=-58 graus. Apesar da proximidade dos radiantes, eles têm diferenças. O alpha Centaurids têm taxas máxima de hora em hora de 3 meteoros, enquanto o Beta Centaurids pode alcançar taxas de hora em hora tão alto quanto 14. O Alpha Centaurids têm uma magnitude média de 2.45, enquanto a Beta Centaurids provavelmente apresentam magnitude de aproximadamente 1.6.

De 8 a 12 acontece o AAS/AIAA Space Flight Mechanics Meeting, Maui, Hawaii.

9 de fevereiro, segunda-feira

Asteróide 12485 Jenniferharris passa a

1.630 UA da Terra. A Lua Oculta a estrela SAO 119035 NU

VIRGINIS de mag 4.2 (borda brilhante) a 4h16.6m e a emersão acontece no limbo escuro a 5h09.7m (GMT –3).

A sombra de Europa (mag 6.0) passa sobre o disco de Júpiter a 7h59.6m O Asteróide 1 Ceres (mag 7.5) mais bem posicionado para observação entre 17.8h - 5.2h LCT. J2000: ra= 6:58:17.1 de=+32:03:08 (Gem) r=2.586 UA dist=1.743 UA.

De 9 a 11 acontece a X-Ray Polarimetry Conference, Stanford, California.

De 9 a 13 acontece a Conference on

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

Fevereiro

Page 158: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 23

EFEMÉRIDES

Sun-Earth Connection: Multiscale Coupling in Sun-Earth Processes, Kona, Hawaii

10 de fevereiro, terça-feira

O Asteróide 2000 WO107 passa a 0.190 UA da Terra.

O Asteróide 1 Ceres (mag 7.4) está melhor posicionado para observação a 17.8h - 5.2h LCT, J2000: ra= 6:57:46.8 de=+32:04:30 ( em Gem) r=2.586 UA dist=1.751 UA.

Os Astrônomos freqüentemente usam o Tempo Sideral para definir objetos de interesse no céu. Essa é a medida de Tempo que se baseia na rotação terrestre, tomando-se para referência a passagem do ponto vernal pelo meridiano superior local. Assim, o Tempo Sideral segue rigidamente a armação estelar. Por exemplo, se nós sabemos que o tempo sideral é 5 horas, nós também sabemos que Orion está no sul. Se próximo a zero horas do tempo sideral, a Grande Ursa está baixa no horizonte, e assim sucessivamente. Como o ‘’Relógio Sideral” ganha 4 minutos por dia de um relógio convencional, ambos os relógios estão em sincronismo todos os anos perto do Equinócio Outonal. O Observatório Naval norte-americano provê uma calculadora de tempo sideral em:

http://tycho.usno.navy.mil/sidereal2.html

11 de fevereiro, Quarta-feira

Europa (mag 6.0) é eclipsada por Júpiter a 3h01.0m e reaparece a 6h45.4m (GMT –3).

A sombra de Io (mag 5.4) entra na face iluminada de Júpiter a 7h12.4m; o trânsito começa a 7h43.8m

O Asteróide 1 Ceres (mag 7.5) ainda bem colocado para observação entre 17.8h - 5.1h LCT J2000: ra= 6:57:18.3 de=+32:05:45 (em Gem) r=2.585 UA dist=1.758UA.

Historicamente, o tempo convencional surgiu do movimento do Sol pelo céu - quando o Sol estava mais alto, era " meio-dia’’. Os relógios-de-sol foram usados para manter o registro deste " tempo solar " aparente desde os tempos antigos. Quando a sociedade ficou

mais complexa, o relógio-de-sol provocavamuita imprecisão, assim ele deu lugar aorelógio mecânico que proveu um " tempo solar”médio baseado em um sol "médio fictício". Adiferença entre estes dois modos de tempo éfreqüentemente equacionada pela chamada"Equação de Tempo". Hoje a Equação doTempo o Sol aparente está mais distante do solmédio, aproximadamente 14 minutos. Paraessas pessoas que se mantêm em um daslongitudes de tempo padrão, ao meio-dia, comoindicado por um relógio normal, o Sol aparenteainda chegaria à mesma medida de tempodepois de 14 minutos. Assim, hoje é precisosomar mais 14 minutos ao relógio-de-sol paraconverter a hora mostrada em hora padrão pelorelógio mecânico.

12 de fevereiro, quinta-feira

O Asteróide 1604 Tombaugh passa a2.312 UA da Terra.

Io (mag 5.4) é ocultado por Júpiter a4h22.4m e o reaparecimento ocorre a 7h09.1m(GMT –3).

A Lua passa a 0.2 graus de separaçãoda estrela SAO 158489 LAMBDA VIRGINIS(mag 4.6) a 8.5h (GMT –3).

O Asteróide 1 Ceres (mag 7.5) estámelhor posicionado entre 18.5h e 3.2h LCTJ2000: ra= 6:56:51.7 de=+32:06:52 (em Gem)r=2.585 UA dist=1.766 UA.

13 de fevereiro, sexta feira

Júpiter oculta a estrela PPM 157614

(mag 11.3). O Cometa C/2003 E1 (NEAT) com mag

estimada em 17.8 em Periélio a distância de3.245 UA do Sol a 15.0h (GMT –3)

O Asteróide 2000 KD8 passa a 0.161UA da Terra.

O Asteróide 2001 KA67 passa próximodo Asteróide Vesta (mag 7.7) a uma distânciade 0.044 UA.

A Lua Minguante ou de Último Quartoacontece a 13:39 TU.

Io (mag 5.4) transitando pela faceiluminada de Júpiter. A sombra de Io entra a1h40.8m, o trânsito começa a 2h09.8m etermina a 4h24.5m (GMT –3).

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

Fevereiro

Page 159: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 24

EFEMÉRIDES

Chuveiro de Meteoros ChiCapricornids. Esse radiante apresentaatividade diurna de 29 de janeiro a 28 defevereiro, com máximo acontecendo em 13/14de fevereiro. Se você dispõe de meios paraisso, monitore o chuveiro através de técnicasde rádio meteoro ou de radar.

De 13 a 15 acontece o ESA/CNESEMC Workshop, Noordwijk, nos Países Baixos.

14 de fevereiro, sábado

Lançamento do DSP-22 Titan 4B. O Cometa C/2003 A2 (Gleason) mag

estimada em 19.2 passa a 10.451 UA da Terra. A Lua em Escorpião está a 2° 26' 01"

da estrela Antares as 16:34 TU. A Lua passa a 0.9 graus da estrela

SAO 184014 DSCHUBBA, DELTA SCORPI, de2.5 mag a 3.0h (GMT –3).

15 de fevereiro, domingo

O Planeta Mercúrio passa a 1.9 grausde Netuno.

O Asteróide 2003 WE157 passa a0.164 UA da Terra.

Callisto (mag 6.1) é ocultado porJúpiter a 7h29.7m (GMT –3).

16 de fevereiro, Segunda-feira

Lua em Perigeu (mínima distância daTerra) a 368322 UA, as 07:42 TU.

A estrela SAO 186612 66 B.SAGITTARII, 4.7mag emerge no limbo escuroda Lua a 8h15.1m (GMT-3).

De 16 a 17 acontece o Meeting onThe Impact of Active Galaxies on the Universeat Large, Londres, Inglaterra.

De 16 a 19 acontece a Conference:Planetary Timescales: From Stardust toContinents, Canberra, Australia.

De 16 a 20 acontece o 5th IntegralWorkshop: The Integral Universe, Munich,Alemanha.

17 de fevereiro, terça-feira

O Asteróide 5231 Verne passa a 1.699

UA da Terra. Saturno (mag –0.1) em Gêmeos, está a

50’18’’ da estrela Um Geminorum (mag 2.89). O cometa C/2002 T7 (LINEAR) com

mag em torno de 7.0 é visível ao entardecer com ajuda de binóculo, está na borda da constelação de Pegaso. Ele está localizado cerca de 11.33 graus de Vênus e a apenas 53’29’’ graus da estrela gamma Pegasi (Algenib) de mag 2.7.

18 de fevereiro, quarta-feira

O planeta Mercúrio oculta a estrela HIP 105546 (mag 9.6).

Vênus oculta a estrela PPM 143762 (mag 8.7).

Europa (mag 6.0) é ocultada por Júpiter a 5h34.6m (GMT –3).

Hoje acontece o Space At The Crossroad Symposium, Washington DC

De 18 a 22 acontece o 10th Annual Orange Blossom Special Star Party, perto de Brooksville, Flórida.

19 de fevereiro, quinta-feira

Mercúrio oculta a estrela TYC 6365-00578-1 (mag 9.9).

Conjunção entre a Lua e Netuno as 00:40.TU. Os astros são separados a 5° 11' 49"

Lua em Libração Norte às 4h55.4m (GMT –3). Isso significa que boa parte Pólo Norte Lunar está mais bem posicionada para a Terra.

Io (mag 5.4) é eclipsada por Júpiter a 6h16.5m (GMT –3).

O Sol entra na constelação zodiacal de Peixes a 8h (GMT –3).

A sombra de Europa (mag 6.0) começa seu Trânsito pela frente do disco iluminado de Júpiter a 23h54.2m (GMT –3).

Este é o tempo do ano, quando a luz zodiacal é melhor vista. A luz zodiacal é um cone lânguido de luz visível ao término de crepúsculo astronômico, atualmente aproximadamente uma hora e meio depois do pôr-do-sol para latitudes de meio-norte. Essa tênue luminosidade que se estende na região do zodíaco, após o ocaso e/ou antes do nascer do Sol, é produzida pela reflexão da luz solar

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

Fevereiro

Page 160: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 25

EFEMÉRIDES

em partículas de poeira interplanetária que se localizam próximo ao plano da eclíptica; visível ao Oeste após o pôr-do-sol e do lado Leste antes do nascer do Sol. Seu nome vem, muito apropriadamente, devido a essa luminosidade se confundir com a região das constelações do zodíaco. Também existem evidências que a luz zodiacal seja um prolongamento da Coroa Solar F, que também é conhecida como Coroa de Poeira. Procure a forma de uma pirâmide no oeste e oeste-sudoeste ao escurecer. Ela se nos apresenta sob a forma de um cone de luz muito fraco e difuso de cerca de 15 a 20 graus em sua base e que se estreita conforme se afasta do horizonte, podendo ser observada quando a eclíptica se encontra a 90 graus ou mais do horizonte, ou um pouco ao Norte, para o Hemisfério Sul, quando o Sol está abaixo da linha do horizonte. Na parte mais densa dessa luminosidade, a claridade pode chegar a ser duas ou três vezes mais luminosa que a Via-Láctea, mas em suas bordas (limites) a luminosidade é extremamente tênue, sendo que seu brilho parece variar periodicamente. Para observadores do Hemisfério Sul, uma boa época para procurar a próxima luz zodiacal será em 23 de março a 06:00 h.

20 de fevereiro, sexta-feira

Pelo Calendário Persa é o primeiro dia do Esfand, décimo segundo mês do ano 1382. Vênus oculta a estrela PPM 143928 (mag 9.9).

Conjunção em AR entre a Lua e o Sol às 05:50 TU com separação de apenas 5° 11' 27" .

A Lua Nova acontece às 09:18 TU e, ao mesmo tempo, acontece uma conjunção em AR entre a Lua e Urano às 09:20 TU, com separação de 4° 22' 43".

Lua em Máxima Libração a 12h53.5m (GMT –3).

O Trânsito da lua Europa (mag 6.0) sobre o disco iluminado de Júpiter começa a 0h34.5m, o final da sombra acontece a 2h46.5m e o trânsito termina a 3h23.6m (GMT –3).

A Via-láctea é mais bem apreciada a 0.8h (GMT –3).

Io (mag 5.4) transita pela frente de Júpiter, a sombra começa a 3h34.3m e o trânsito tem início à 3h53.6m. O término da

sombra acontece a 5h50.3m e o trânsitofinaliza a 6h08.3m (GMT –3).

Como a Luz Zodiacal, o Gegenschein,conhecido como luz anti-solar, é outro lânguidovislumbre da luz solar refletida na poeirainterplanetária. Esse fenômeno foi observadopela primeira vez em 1808 pelo naturalistaalemão A. Humboldt. O brilho oval suaveaparece precisamente oposto ao Sol no céu,assim você que está nas latitudes do norteprecisa observar perto do meio da noitequando o brilho, atualmente perto de Leão, émais alto. O céu deve estar sumamente limpo eescuro. O Gegenschein é bastante tênue emuitos observadores experientes nunca viramisto. Para o hemisfério sul, as melhoresépocas para tentar observar esse fenômenosão os meses de junho e julho.

21 de fevereiro, sábado

Pelo Calendário Civil Indiano, é oprimeiro dia do Phalguna, o décimo segundomês do ano 1925.

Pelo Calendário Tabular Islâmicocomeça um Novo Ano. Ao pôr-do-sol começa oprimeiro dia do Muharram, primeiro mês do ano1425. Então, Feliz Ano Novo de muita Paz aosIslâmicos!

O Cometa P/2003 T1 (Tritton) magestimada em 13.5, passa a 1.211 UA da Terra.

O Asteróide 3192 A’Hearn passa a0.992 UA da Terra.

Júpiter oculta Io (mag 5.4) a 0h45.1m e o reaparecimento acontece a 3h19m (GMT –3).

Órion o Caçador, se levanta alto nosudeste ao anoitecer. Como de nossaslatitudes Órion se apresenta de cabeça parabaixo, repare as três proeminentes estrelas quemarcam o asterismo chamado de Cinto deÓrion (popularmente conhecidas como as TrêsMarias); sobre o cinto está outro asterismoconhecido como a Espada de Órion e contém afamosa Grande Nebulosa de Órion queaparece como um remendo nebulosoesbranquiçado em binóculos. Estenda o cinto a22 graus para a esquerda superior paraAldebaran, o olho vermelho do Touro; nessaregião estão as Hyades em formato de um ''A''ou ''V'' invertido (aldebaran não faz parte desseaglomerado). Outros 14 graus para além deAldebaran está o aglomerado aberto das

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

Fevereiro

Page 161: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 26

EFEMÉRIDES

Plêiades ou Sete Irmãs que marcam outroasterisco que é um belíssimo objetivo parabinóculos. Se olhares para a direita de Orion,verá a estrela mais luminosa daquela região ede todo o Céu, Sírius (mag -1.4) naconstelação do Cão Maior. Embora ela tenhauma estrela anã companheira íntima, Sirius B,elas não podem ser separadas em binóculo.Você saberia dizer que constelação está aospés de Orion? Lepus é a resposta correta! Equal seria a constelação que sobe logo abaixode Órion? As estrelas que representam osmitológicos gêmeos Castor e Pollux são suasestrelas mais luminosas!

22 de fevereiro, domingo

Pelo Calendário Hebraico, começa aopôr-do-sol o primeiro dia do Adar, sexto mês doano 5764.

A Via-Láctea está mais bemposicionada no céu para observação a 0.7h(GMT –3).

O Cometa C/2003 H1 (LINEAR) magestimada em 11.3 em Periélio a 2.240 UA doSol.

O Asteróide 1996 Adams passa a1.901 UA da Terra.

A Lua passa a 2° 35' 33" do cometaC/2002 O7 (LINEAR) com mag estimada em13.2 as 17:05 TU em Dec. 02° 07', El. 29.1°.

Urano em Conjunção com o Sol.Conjunção é a configuração de dois astroscujas ascensões retas são iguais.

Lua em Libração Este a 8h26.1m (GMT–3). Isso significa que as característicaslunares na borda Leste estão mais voltadas emdireção ao meridiano central lunar.

Chuveiro de Meteoros Delta Leonids. Aatividade deste fluxo persiste de 5 de fevereiroa 19 de março. O chuveiro alcança máximo em22 de fevereiro, de um radiante médio emRA=156 graus, DECL=+18 graus. O ZHR é 3,enquanto a magnitude média dos meteorosestá próxima a 2.86. Uma possível filialmeridional telescópica pode ter uma duraçãoque estende de 13 de janeiro a 24 de fevereiro,com um máximo em 3 de fevereiro e umradiante médio em RA=135 graus, DECL=+8graus.

23 de fevereiro, segunda-feira

Conjunção entre a Lua e Vênus (mag –4.2)

a 19:26 TU. Ambos os astros estarão separados a 3° 01' 25", e as 23.5 (GMT – 3) essa separação cai para apenas 1.7 graus, PA=334.5, h=5.2.

A Via-Láctea é observada melhor a 0.6 h (GMT –3).

A Lua de três dias de idade, em Peixes, se põe em torno das 20:58 TU, a 2.7 graus de Vênus faz uma bela aparição sobre o horizonte no céu do entardecer. Esse é um bom período para observar algumas das grandes formações na região iluminada da Lua, e entre elas destacamos: Langrenus: formada no período geológio Eratosteaniano (entre –3.2 a –1.1 bilhões de anos atrás); está localizada na Longitude: 60.9° E, Latitude: 8.9° S, quadrante SE no limbo Este da Lua. A cratera Langrenus mede 132 x 232 km em tamanho com altura em torno de : 2600 m. É uma formação circular com paredes altas e terraços deformados para o Sul. Formação circular deformada em direção ao Sul. A cratera apresenta colinas e craterletas, suas paredes são muito íngremes e com terraços escarpados. Em direção ao Sul, se destacam as crateras Lohse Langrenus C e E, para o Nordeste Sommerville e Acosta para o Norte. Seu chão é plano e extenso, mais acidentado em direção Norte-oeste. Apresenta uma elevação central dupla com 1000 m de altura. É uma formação de excepcional interesse para observação para ser observada principalmente 3 dias depois da Lua Nova ou 2 dias depois de Lua Cheia. Firmicus é uma outra cratera bastante interessante de se observar. Sua formação data do período Pré-Imbriano (entre - 4.55 a -3.85 bulhões de anos atrás). É uma formação circular com tamanho de 56x56Km e altura de 1.700 metros situada entre o Mare Crisium e Mare Undarium; Longitude: 63.4° E, Latitude: 7.3° N, Quadrante NE na borda Este da Lua. A cratera apresenta pequenas rampas íngremes que suporta o Lacus Perseverantiae para o Oeste e as crateras Firmicus G e F ao Sul-oeste. O Chão da cratera é muito plano preenchido de lava escura e suas paredes são bem altas com uma craterleta ao Norte. O melhor período para sua observação é 3 dias depois da Lua Nova ou 2 dias depois da Lua Cheia e o instrumento mínimo para sua observação é um refrator de 50mm. Cleomedes: Formação que remonta ao Período Geológico do Nectartiano (entre -3.92 a -3.85 bilhões de anos atrás). A cratera

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

Fevereiro

Page 162: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 27

EFEMÉRIDES

apresenta formato circular medindo 126x126 Km, localizada a Longitude: 55.5° E, Latitude: 27.7° N, Quadrante NE na lateral Note-oeste do Mare Crisium. Esta cratera circular é de excepcional interesse para observação, apresenta rampas íngremes que sustentam muitas craterletas como Tralles para o Norte-oeste e Delmotte para o Sul-leste. Cleomede têm paredes bem altas ao Norte-oeste sobrepostas pelas crateras Cleomedes A e E e para o Sul por Cleomedes C. Seu chão é extenso e liso preenchido de lava e sustenta as formações Cleomedes B e J, a Rimae Cleomedes e uma pequena elevação fora do centro. O melhor período para sua observação é 3 dias após a Lua Nova ou 2 dias após a Lua Cheia. Um binóculo de 10x de aumento já dá para discernir a cratera, contudo, para observações de detalhes recomenda-se instrumento de maiores aberturas.

De 23 a 26 acontece a AIAA's 1st Planetary Defense Conference: Protecting Earth from Asteroids, Garden Grove, California.

24 de fevereiro, terça-feira

A Via-Láctea é observada melhor a 0.6 h (GMT –3).

Cassiopéia é um das constelações básicas, um padrão de estrelas que você deveria aprender se você ainda não está familiarizado com ela. A rainha se senta em seu trono, a meio caminho para cima no noroeste ao fim do crepúsculo. Embora algumas pessoas tentam imaginar uma rainha, a forma habitual que podemos notar é um ‘’W " inclinado para um lado, para as latitudes boreais e apresenta uma forma de ‘’M’’ aberto para as latitudes austrais. Três estrelas de segunda magnitude e duas estrelas de terceira magnitude incluem a forma. A mais brilhante delas é a estrela Alpha Cas, conhecida pelo nome de Schedar. O W está em sua posição mais larga estas noites medindo uma largura de punho (10 graus) de céu. Muitos aglomerados abertos, cerca de 15 deles, podem ser vistos nesta constelação.

25 de fevereiro, quarta-feira

Vênus oculta a estrela TYC 0613-00933-1 (mag 9.8). A Via-Láctea é observada

melhor A 0.5h (GMT –3). A lua Ganymed (mag 5.0) começa a

ser eclipsada por Júpiter a 2h13.4m (GMTT –3). Seu reaparecimento acontece a 6h24.2mGMT –3).

A lua Europa (mag 6.0) começa a sereclipsada por Júpiter a 8h08.3m (GMT –3).

Chuveiro de Meteoros Sigma Leonids.Esse radiante está ativo de 9 de fevereiro a 13de março, com pico máximo em 25/26 defevereiro.

Quarta-feira de cinza marca o começoda Quaresma, o jejum Cristão de 40 dias. Apalavra deriva de primavera de significadoAnglo-saxão e se refere à estação. Também éa base para a palavra "longo" que indicar oprolongamento dos dias durante a primavera. A40 graus latitude norte a duração da luz do diaestá aumentando agora de 2 a 3 minutos pordia. Em cima do curso do período Quaresmal,os dias ganham quase duas horas em duração.

26 de fevereiro, quarta-feira

A Via-Láctea é observada melhor a0.4h (GMT –3).

A Lua passa a 1.2 graus de separaçãode Marte (mag 1.1) a 0.8h (GMT –3), PA=60.1,h=5.1. Conjunção entre a Lua e Marte acontecea 01:31 TU, com apenas 0° 53' 48" graus deseparação. A Lua pode ocultar proporcionaruma ocultação rasante do Planeta Marte paraalgumas localidades.

Júpiter começa a eclipsar a lua Io (mag5.4) a 8h10.7m (GMT –3).

Previsto o lançamento (08:16 TU) dasonda Rosetta (Comet Orbiter & Lander) pelofoguete Ariane 5 da ESA da base Kourou naGuiana Francesa. A International RosettaMission vai encontrar com o Cometa67P/Churyumov-Gerasimenko, permanecendojunto dele fazendo observações enquanto viajapara o Sol. A meta de missão era inicialmenteum encontro com cometa 46 P/Wirtanen.Depois de vários adiamentos do lançamentodevido a problemas técnicos, agora a sondaestá sendo apontada para o Cometa67P/Churyumov-Gerasimenko. Em sua jornadade 10 anos para o cometa, a astronavepassará por pelo menos um asteróide. Seuobjetivo é estudar a origem dos cometas, arelação entre o material cometário e ointerestelar, e suas implicações em relação aorigem do Sistema Solar e várias outras

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

Fevereiro

Page 163: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 28

EFEMÉRIDES

medições científicas. Veja mais em:

http://sci.esa.int/science-e/www/area/index.cfm?fareaid=13

Lançamento do satélite ROC-Sat 2 pelo foguete Taurus XL.

27 de fevereiro, quinta-feira

Mercúrio passa a 1.4 graus de Urano a 6h41m (GMT –3).

A Via-Láctea está mais bem posicionada para observação a 0.4h (GMT –3).

Trânsito da lua Europa (mag 6.0) sobre o disco iluminado de Júpiter. A sombra tem início à 2h30.5m; o trânsito do satélite começa a 2h49.9m; a sombra termina a 5h22.7m e o transito a 5h39.2m (GMT –3).

O Trânsito de Io (mag 5.4) sobre o disco de Júpiter acontece nas seguintes condições: a sombra de Io inicia a 5h27.9m, o trânsito começa a 5h37.1m, a sombra termina a 7h43.8m e o trânsito a 7h51.8m (GMT –3).

Lançamento do satélite MB-Sat 1 pelo foguete Atlas 3B.

28 de fevereiro, sexta-feira

O Asteróide 2000 EV70 passa a 0.164 UA da Terra.

O Asteróide 3066 McFadden passa a 1.839 UA da Terra.

O Asteróide 5555 Wimberly passa a 2.051 UA da Terra.

A Lua de Quarto Crescente ou Primeiro Quarto acontece a 03:23 TU. A Lua em apogeu (máxima distância da Terra) as 10:43 TU, a 404258 km de nós.

A Via-Láctea está mais bem posicionada para observação a 0.3h (GMT –3).

Júpiter eclipsa Io (mag 5.4) a 2h39.3m e seu reaparecimento acontece a 5h03.5m (GMT –3).

A grande maioria dos habitantes do hemisfério norte nem suspeitam que beleza

espreita só alguns graus abaixo de seushorizontes meridionais, 2 horas depois do pôr-do-sol. Canopus, a segunda estrela maisluminosa da noite, lá se esconde, nunca sobe obastante para ser vista pelas latitudes mais aonorte. Observadores abaixo de uma linha quecorre aproximadamente pelo E.U.A. deNashville a Las Vegas vêem Canopus duranteum tempo breve, localizada baixo no sul.Quanto mais se dirigem a latitudes mais baixas,a estrela sobe um grau mais alto no céu. Aestrela pertence à constelação de Carina, aQuilha, que foi desmembrada da antigaconstelação Argos, o navio que foi em buscada lã dourada.

De 28 de fevereiro a 6 de marçoacontece o Symposium: The Future of Life andthe Future of Our Civilization, Thessalonika,Grécia.

29 de fevereiro, domingo A Via-Láctea está mais bem

posicionada para observação a 0.2h (GMT –3). Trânsito de Io (mag 5.4) sobre o disco

iluminado de Júpiter começando a 0h02.9m(GMT –3). A sombra de Io termina a 2h12.2m eo trânsito termina 2h17.6m (GMT –3).

O Asteróide 1691 Oort passa a 2.341UA da Terra.

Em Astronomia o Ano Bissexto éaquele que tem 366 dias, sendo que aintrodução de um dia extra no mês de fevereirocompensa a incomensurabilidade entre osperíodos de translação e rotação da Terra; anoBissêxtil. Há um de quatro em quatro anos. Porconvenção, são bissextos os anos cujomilésimo é divisível por 4, com exceção dosanos seculares cujo milésimo não é divisívelpor 400. Ex.: o ano 1900 não foi bissexto, maso ano 2000 foi.

A estrela luminosa Capella, em Auriga,o Cocheiro, está quase em cima ao término docrepúsculo. Capella, a quarta estrela maisluminosa da noite, é semelhante emtemperatura ao nosso Sol. ∞

Carta celeste para ambos os hemisférios em PDF: http://www.skymaps.com/index.html

Fontes consultadas: http://inga.ufu.br/~silvestr/ http://www.jpl.nasa.gov/ http://www2.jpl.nasa.gov/calendar//calendar.html http://www.calsky.com/

Software utilizados: SkyMap, Visual Moon Atlas, Sting’s Sky calendar e Cartas Celestes.

R. Gregio

http://www.todayinsci.com/ http://aerith.net/ http://www.maa.agleia.de/Comet/index.html

Page 164: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 29

Francisco Lobo | CAAUL [email protected]

Viagens ALTERNATIVAS PARA VIAGENS INTERESTELARES HIPER-RÁPIDAS

Superluminais ©

And

ré F

onse

ca d

a Si

lva

- Cen

tro

de E

stud

os d

o U

nive

rso

O homem tem procurado explorar a vastidão docosmos nas últimas décadas. No entanto, no que dizrespeito às viagens espaciais, tornou-se óbvio que osseus esforços são severamente limitados por duasformidáveis barreiras: a própria vastidão do espaço e alentidão das viagens espaciais. Por exemplo, umaviagem a Marte, com as atuais velocidades das navesespaciais, demora vários meses e uma jornada à estrelamais próxima, Alfa de Centauro, levaria centenas demilhares de anos.

FÍSICA MODERNA

Page 165: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 30

FÍSICA MODERNA

Parece que estamos para sempre confinados à vizinhança imediata do Sistema Solar, destinados à solidão cósmica. No entanto, estas dificuldades podem ser contornadas teoricamente, no âmbito da teoria da gravitação de Einstein, a Relatividade Geral.

O ponto fundamental da Relatividade Geral consiste na possibilidade de modificar o tempo necessário para efetuar uma viagem alterando a distância a percorrer ou em em outra alternativa, obter velocidades arbitrariamente elevadas, sem no entanto atingir a velocidade da luz, localmente.

De acordo com a Relatividade Geral, o espaço-tempo pode ser extremamente curvo, de modo a ligar duas regiões distantes através de um atalho. Este atalho hipotético é designado por wormhole (tradução ao pé da letra: buraco de minhoca). Um wormhole contém duas entradas que designaremos por bocas, ligadas por um túnel, cuja circunferência mínima chamaremos garganta. É possível visualizar um wormhole através do diagrama de mergulho (imagem ao lado), que idealiza um espaço-tempo com apenas duas dimensões espaciais. Neste diagrama a garganta do wormhole é representada por uma circunferência, mas no espaço-tempo quadridimensional seria uma esfera.

Os wormholes foram descobertos matematicamente como soluções das equações de campo, por Flamm, em 1916, poucos meses depois destas terem sido formuladas por Einstein. Em 1935, Einstein e Rosen, numa tentativa de construir um modelo geométrico de uma partícula elementar, encontraram soluções que representavam o espaço físico por dois planos idênticos, sendo a partícula uma ponte de ligação entre os dois planos. Esta solução posteriormente ficou conhecida como a "Ponte de Einstein-Rosen".

Os wormholes foram alvo de um estudo exaustivo, na década de 50, pelo físico americano John Wheeler e seus colaboradores. No entanto, nenhuma das soluções a que chegaram, representa um wormhole transitável no espaço-tempo. As soluções encontradas eram as de um wormhole dinâmico que uma vez criado, se expandia até um valor máximo da garganta, contraindo-se novamente até a garganta desaparecer. A expansão e a contração do wormhole é tão rápida que impede a travessia de qualquer viajante ou mesmo de um raio luminoso.

Diagrama de um wormhole

Os físicos têm sido bastante céticos emrelação aos wormholes desde a suaformulação. Entretanto, deu-se umrenascimento do interesse em fins da décadade oitenta, parcialmente devido a um desafiolançado por Carl Sagan a Kip Thorne, sobre apossibilidade real de viagens interestelaresrápidas, idéia utilizada no seu livro “Contato”,que deu origem a um filme com o mesmonome.

As novas soluções encontradasapresentavam algumas característicaspeculiares: A matéria que constitui o wormholetem uma densidade de energia negativa,quando observada por um viajante queatravessa o wormhole a uma velocidadeelevada. Diz-se, por vezes, que esta matéria é"exótica", porque viola algumas condições deenergia que são fundamentais para osteoremas clássicos sobre singularidades doespaço-tempo. Aparentemente, as leis da físicaclássica proíbem as densidades de energianegativas, mas a teoria quântica de campoprevê a sua existência, conseqüentementeviolando algumas destas condições de energia.Este assunto continua a ser alvo de umainvestigação muito intensa. Espera-se que umaeventual formulação de uma teoria gravitaçãoquântica venha a resolver este problema.

Page 166: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 31

FÍSICA MODERNA

DOBRA ESPACIAL

Em 1994, o físico de origem mexicanaMiguel Alcubierre publicou um artigo notável noqual descrevia uma solução que permitiavelocidades superluminares. Este resultadoparece extremamente surpreendente, pois aRelatividade Restrita diz-nos que a velocidadeda luz é o limite máximo para quaisquerpartículas materiais. Em particular, a massa deuma partícula tende para infinito quando a suavelocidade se aproxima da velocidade da luz.Mas na Relatividade Geral, sob certascondições, o espaço-tempo pode serextremamente curvo, permitindo viagenssuperluminares.

As velocidades arbitrariamenteelevadas descritas por Alcubierre advêm daexpansão do próprio espaço-tempo, numaanalogia com a fase inflacionária do Universo.Pensa-se que o Universo terá tido uma fase deexpansão exponencial pouco depois do BigBang. O Modelo da Inflação dá resposta aalguns dos problemas levantados pela teoriapadrão do Big Bang. Sabe-se também, quealgumas galáxias e quasares longínquospossuem velocidades de recessão quesuperam a velocidade da luz, fato que éatribuído à própria expansão do Universo.

O modelo de Alcubierre, denominadowarp drive (tradução: distorção impulsionada,também conhecida como “Dobra Espacial”),recorre a uma expansão e uma contração doespaço-tempo, respectivamente, para nosafastarmos de um objeto e aproximarmos deoutro a enormes velocidades. Teoricamente,poderíamos utilizar este modelo para efetuar viagens interestelares hiper-rápidas, criandouma distorção local do espaço-tempo queproduzisse uma expansão na parte traseira deuma nave espacial e uma contração na partefrontal da mesma. Deste modo, a nave

Expansão dos elementos de volume na bolha de

Alcubierre. Esta move-se ao longo do eixo dos 0x. Consiste numa expansão na parte traseira da bolha, e

uma contração na parte frontal.

Simulação de uma viagem superluminal a bordo de uma nave espacial

envolvida por uma bolha de Alcubierre, seriaafastada da Terra e aproximada de um destinodistante pelo próprio espaço-tempo.

A solução de Alcubierre tempropriedades peculiares, pois não comportaqualquer aumento da massa relativística e osefeitos da dilatação do tempo são inexistentes(relembremos que ambos os efeitos sãoprevistos pela Relatividade Restrita). Estaspeculiaridades advêm do fato da nave espacialinserida na bolha de Alcubierre se encontrarem repouso relativamente ao espaço-tempoplano no interior da bolha. Existem enormesforças de maré na região periférica da bolha,devido à enorme curvatura do espaço-tempo.No entanto, tais forças são desprezáveis nointerior da bolha, na região ocupada pela naveespacial, dado o caráter plano do espaço-tempo.

Alcubierre chamou a atenção para umproblema considerável levantado pela suasolução. Resolvendo as equações de Einsteinda gravitação, vemos que a matéria necessáriapara gerar a curvatura do espaço-tempo dadobra espacial tem uma densidade de energianegativa. Logo, tal como sucede noswormholes, a matéria associada à bolha deAlcubierre tem um caráter exótico, violandoalgumas das condições de energia daRelatividade Geral, associadas àssingularidades. Recentemente, Ken Olum, umfísico norte-americano, provou um teorema, nocontexto da Relatividade Geral, segundo o qualsão necessárias densidades de energianegativas, para obter velocidadessuperluminares.

Alcubierre demonstrou que énecessária uma quantidade enorme de energianegativa, proporcional ao quadrado da

Page 167: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 32

FÍSICA MODERNA

de propagação da bolha, para produzir acurvatura associada à sua solução. Verifica-seque a distribuição de energia negativa estáconcentrada numa região toroidalperpendicular à direção do movimento da bolhade Alcubierre.

O TUBO DE KRASNIKOV

Sergei Krasnikov é um físico teórico do

Observatório Astronmico Central de Pulkovo,em São Petersburgo, na Rússia. Ao analisardetalhadamente a solução de Alcubierre,deparou-se com uma falha limitativa da suautilidade para viagens interestelares. Se abolha de Alcubierre se mover com umavelocidade superluminal, não poderá sercontrolada a partir do seu interior. A análise deKrasnikov demonstrou que para velocidadessuperiores à da luz, o interior da bolha estácausalmente separado da sua superfície eexterior. Isto quer dizer que um fóton emitido nadireção do movimento não pode passar dointerior para o exterior da bolha.Exemplificando, um raio luminoso, enviado nadireção do movimento por um observador abordo duma nave espacial, em repouso nointerior da bolha de Alcubierre, atinge umdeterminado ponto e aí permanece,estacionário relativamente à bolha, sendo porela arrastado. Este comportamento éremanescente de um horizonte de eventossemelhante ao existente em buracos negros.

Krasnikov propôs uma solução bi-dimensional, em alternativa à dobra espacial deAlcubierre, na qual apenas explorou ocomportamento causal do espaço-tempo. Maistarde, dois físicos norte-americanos, AllenEverett e Thomas Roman, estenderam asolução a quatro dimensões (três espaciais euma temporal) e denominaram-na de tubo deKrasnikov. O tubo é uma distorção do espaço-tempo produzida por um observador que semove a uma velocidade próxima da luznuma viagem interestelar e pode ser reutilizadonuma viagem de regresso. A solução deKrasnikov possui uma propriedadeinteressante. A viagem de ida e volta pode serefetuada num intervalo de tempoarbitrariamente curto, tal como este é medidopor um observador que permanece em repouso

no ponto de partida. O espaço-tempo nointerior do tubo de Krasnikov, tal como nointerior da bolha de Alcubierre, é plano.

É possível estabelecer umacorrespondência entre um wormhole transitávele o tubo de Krasnikov, para efeitos de viagensinterestelares. Em ambos os casos, a distorçãodo espaço-tempo produz um atalho entre duasregiões longínquas do Universo. Existe, noentanto, uma diferença fundamental: umwormhole produz um atalho no espaço e notempo, enquanto que o tubo de Krasnikov éapenas um atalho no tempo. Esta diferençapode ser ilustrada com o seguinte exemplo.Suponhamos que existe um wormhole, com umtúnel extremamente curto, que liga a Terra e avizinhança de uma estrela distante,suponhamos, Vega. Um viajante que atravesseo wormhole, partindo da Terra, encontrar-se-á,subitamente, próximo de Vega. Ao atravessar owormhole, o viajante percorre uma distânciapraticamente nula, num intervaloaproximadamente nulo, devido ao pequenocomprimento do túnel. Ao utilizar um tubo deKrasnikov, o atalho apenas existe na viagemde regresso de Vega à Terra. É necessáriopercorrer toda a distância entre as duasregiões, através do tubo, mas a viagem éefetuada num intervalo de tempo praticamentenulo, ou, mais estranho ainda, o viajante poderegressar à Terra num instante anterior ao dasua partida, conforme é medido por umobservador em repouso na Terra.

Como vimos, o tubo de Krasnikovconstitui um atalho no tempo. Embora um tuboisolado, não levante quaisquer problemas noque respeita à causalidade, é teoricamentepossível efetuar viagens no tempo utilizandouma combinação de dois tubos.

Tal como nos wormholes transitáveis ena solução de Alcubierre, são necessáriasdensidades de energia negativas para construirum tubo de Krasnikov. Allen Everett e ThomasRoman efetuaram uma análise detalhada dadistribuição da densidade de energia, tendoconcluído que embora a matéria constituinte dotubo de Krasnikov tenha densidades de energiapositivas, o interior das suas paredes possuidensidades de energia negativasextremamente elevadas, o que implica,prematuramente a impossibilidade tecnológicada sua construção. ∞

Francisco Lobo, é Investigador do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa.Texto extraído do Portal do Astrônomo http://www.portaldoastronomo.org. Para ler a versãooriginal e completa desse artigo, com mais soluções para a viagem interestelar acesse o site:www.portaldoastronomo.org/tema6.php

Page 168: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 33

Fotografando o Universo - Parte III Os primeiros alvos da Astrofotografia

ASTROFOTOGRAFIA

Pedro Ré | [email protected]

Page 169: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 34

ASTROFOTOGRAFIA

SOL

A observação e fotografia Solar revestem-se de numerosos perigos: NUNCA SE DEVEOBSERVAR OU FOTOGRAFAR O SOL SEM RECORRER AO USO DE FILTROSAPROPRIADOS. Os filtros mais seguros são aqueles que podem ser montados antes daobjetiva do telescópio (filtros frontais)

Características dos principais filtros solares frontais

Filtros frontais para observação e fotografia do Sol: 1- Mylar (Solar skreen), telescópio Takahashi FS60; 2- Thousand

Oaks, telescópio C8, 3- Baader Planetarium, telescópio Takahashi FS102, 4- Baader Planetarium, telescópio Vixen 102. Pedro Ré (2001).

Imagem do Sol obtida em 10-11-2001. Telescópio refrator Vixen (102 mm f/9.8), filtro

Baader Planetarium, FujiFilm FinePix S1 Pro (fotografia no foco principal). Pedro Ré (2001).

Page 170: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 35

LUA

A Lua é um dos objetos celestes mais fáceis de fotografar. É relativamente simplesobter boas fotografias lunares recorrendo a equipamento pouco sofisticado. A Lua pode serfotografada recorrendo a inúmeros instrumentos. Pode utilizar-se uma teleobjetiva ou umtelescópio. O diâmetro da imagem da Lua, no plano focal do filme, ou do sensor CCD, dependeda distância focal do instrumento. O seu valor aproximado pode ser calculado através daseguinte fórmula.

Diâmetro da imagem da Lua = Distância focal / 110

Diâmetro do disco lunar em função da distância focal. Pedro Ré (2001).

Tempos aproximados em segundos para a fotografia lunar

Telescópio Schmidt-Cassegrain 200 mm f/10, objetiva 80 mm 1:2,8 e Olympus Camedia C-1400L.

Pedro Ré (2001).

ASTROFOTOGRAFIA

Page 171: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 36

ECLIPSES

A fotografia de eclipses solares ou lunares pode ser levada a cabo, recorrendo aalgumas das técnicas já referidas anteriormente. Os eclipses totais do Sol são sem dúvida umdos fenômenos naturais mais interessantes de observar e de fotografar. Registrar em filme ouem vídeo este tipo de acontecimento é uma ambição natural de qualquer astrofotógrafo. Deve-se porém planejar com antecedência e se possível treinar alguns procedimentos básicos quenos permitirão obter resultados satisfatórios. Os eclipses são acontecimentos efêmeros(sobretudo no que diz respeito aos eclipses totais do sol) e não devemos "gastar" demasiadotempo no seu registro fotográfico. A totalidade pode durar apenas alguns minutos que devemser devidamente apreciados. Algum planejamento prévio permitir-nos-á obter imagens dofenômeno e, ao mesmo tempo, observar o eclipse visualmente em boas condições e emsegurança.

A fotografia dos eclipses lunares é tecnicamente mais simples em comparação com a

fotografia de eclipses solares. Não necessitamos de utilizar qualquer tipo de filtro, tal comosucede no caso da fotografia solar.

Eclipse total do Sol de 11-08-1999. Telescópio refrator Konus 80 mm f/5. Filme Fujichrome Sensia 100. Exposições

1/500 s e 1/250 s. Imagens processadas por computador para realçar as protuberâncias solares. Bucareste, Romênia. Pedro Ré (1999).

Eclipse Total da Lua de 17-08-1989. Telescópio refletor de 300 mm f/7,1. Filme Ecktachrome 100. Exposiçções de 30 s

(fases parciais) e 60 s (totalidade). Pedr Ré (1989).

ASTROFOTOGRAFIA

Page 172: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 37

PLANETAS

A fotografia de planetas, tal como alguns aspectos da fotografia solar e lunar, pode serconsiderada como fotografia de alta resolução, e constitui um domínio relativamenteespecializado e exigente da fotografia astronômica. A maioria das fotografias de planetas éatualmente realizada recorrendo ao uso de câmaras CCD refrigeradas e de Webcamsmodificadas. A fotografia planetária pode ser facilmente realizada a partir de um ambienteurbano em que poluição luminosa é moderada ou intensa.

Apesar da turbulência atmosférica, desempenhar um papel central na obtenção deimagens planetárias, o instrumento utilizado é sem dúvida mais importante. De um modo geral,podemos dizer que as imagens são mais degradadas pelo instrumento do que pelas condiçõesde observação.

Qualquer telescópio de boa qualidade pode ser utilizado na obtenção de imagensplanetárias de alta resolução. Apesar disso, os telescópios do tipo Schmidt-Cassegrain são osmais usados com esta finalidade. Estes telescópios produzem excelentes resultados, apesar depossuírem uma obstrução central importante provocada pelo espelho secundário, comconseqüências marcantes no contraste (redução). Os telescópios refratores apocromáticos,além de não sofrerem qualquer tipo de obstrução, apresentam geralmente uma qualidade ópticasuperior. Este tipo de instrumentos atinge no entanto preços proibitivos em aberturas superioresa 100 mm. É por esta razão que os telescópios compostos ou catadióptricos (Schmidt-Cassegrain e Maksutov-Cassegrain) são os mais utilizados para obter imagens de altaresolução.

Adaptação de duas Webcams para astrofotografia. 1- Philips Vesta Pro não modificada; 2- Vesta Pro munida de um

adaptador standard 1 ¼”; 3 e 4- Toucam Pro modificada. Pedro Ré (2002).

ASTROFOTOGRAFIA

Page 173: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 38

Saturno. Telescópio Schmidt-Cassegrain 250 mm f/10, câmara Toucam Pro. Paulo de Almeida (2001).

Imagens dos planetas Marte, Saturno e Júpiter. Telescópio Schmidt-Cassegrain 250 mm f/10. Câmaras CCD SBIG ST-5C. Antônio Cidadão (1999/2001)

ASTROFOTOGRAFIA

Page 174: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 39

ESPAÇO PROFUNDO

As galáxias, as nebulosas e os enxames ou aglomerados de estrelas, consideram-segeralmente como objetos do céu profundo, por se encontrarem fora do sistema solar. O métodomais simples de fotografar o céu profundo consiste em montar uma câmera fotográfica sobre umtelescópio que possua uma montagem equatorial motorizada. Neste caso, a câmara é montadaem paralelo ou em piggy-back. Se a montagem equatorial for estacionada poderá realizarastrofotografias de longa exposição, recorrendo ao uso de diversas câmaras fotográficas (28mm a 300 mm de distância focal). Este tipo de imagens deve ser efetuado longe da poluiçãoluminosa das grandes cidades e numa noite sem Lua. No caso das imagens serem realizadasem ambientes urbanos e suburbanos, podemos recorrer ao uso de diversos filtros especiais. Nocaso de utilizarem objetivas com distâncias focais curtas (objetivas grande-angulares e noramis)a precisão da guiagem não é muito exigente.

Para fotografar o céu profundo, através de um telescópio, é necessário acoplar umacâmera fotográfica a um destes instrumentos, seguindo um dos processos descritosanteriormente. No entanto, as exposições são necessariamente mais prolongadas. Isto significaque durante a exposição, terá que se efetuar uma guiagem precisa do telescópio. Para tanto, énecessário que este seja suportado por uma montagem equatorial robusta e de boa qualidade.Para que uma montagem equatorial seja efetiva, torna-se necessário colocá-la rigorosamenteestacionada. A precisão do acompanhamento das montagens equatoriais pode ser muitovariada. Em geral as montagens modernas são motorizadas nos dois eixos por meio de motoresde passo.

Constelação de Escorpião. Olympus OM-1, 50 mm 1:1,8 (2.8). Filme Kodak Exktachrome E200. Exposições de 15 min.

Pedro Ré e José Carlos Diniz (2001).

ASTROFOTOGRAFIA

Pedro Ré, astrofotógrafo português é autor de várias publicações, entre elas o livro “Fotografar o Céu: Manual de astrofotografia”, editado em Portugal por Plátano Edições Técnicas. 2002 Site: http://www.astrosurf.com/re

Page 175: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 40

FOGUETISMO

O ENTRETENIMENTO CIENTÍFICO AMADOR DE LANÇAR FOGUETES, DISPONÍVEL PARA TODO O BRASIL

Audemário Prazeres | Sociedade Astronômica do [email protected]

Em 1984, a Revista Mecânica Popular publicou um artigo muito interessante sob o titulo "O primeiro minifoguete educativo brasileiro". Este artigo tratou de um hobby muito comum em alguns países (mas precisamente nos Estados Unidos), chamado de "Rocketry", palavra que pode ser entendida no nosso português como FOGUETISMO. Por outro lado, essa atividade é definida também como "Espaço-Modelismo ou "Astro-Modelismo.

Essa atividade apesar de ser

apresentada na revista há 20 anos, já é uma realidade dentro dos recursos didáticos disponíveis para as atividades promocionais de caráter educacional, voltada para o grande público, realizada pela Sociedade Astronômica do Recife nos dias atuais.

Entre os diversos modelos de foguetes educativos desenvolvidos aqui, no nosso estado, o modelo que utilizamos como recurso didático, é uma réplica do foguete brasileiro SONDA - 2, que utiliza como combustível nos seus propulsores, pólvora negra (comum nesses modelos de foguetes de combustível sólido).

Esse meu conhecimento e interesse com a pratica do Foguetismo surgiu um pouco

antes do artigo publicado na Revista Mecânica Popular, pois como sou natural da cidade do Carpina, Zona da Mata do estado (cerca de 55 Km do Recife), onde tive a oportunidade de conhecer o CEFEC - Centro de Estudos de Foguetes Experimentais do Carpina, que era representado pelo Prof. Felix, pessoa na qual conheci, e como ele sabia do meu envolvimento com a Astronomia, mediante na época eu fazer parte da diretoria do antigo Clube Estudantil de Astronomia, no bairro da Várzea no Recife, recebi um convite de unirmos as praticas dos foguetes com a Astronomia na minha terra-natal. Durante este período, fundei a Associação Astronômica de Pernambuco - A.A.P., que com este breve intercâmbio, conheci um pouco mais sobre a

Page 176: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 41

FOGUETISMO

pratica de lançar foguetes. Mas por outros motivos, tive que residir definitivamente na cidade do Recife e não mais foi possível desenvolver com o grupo essa interessante atividade.

Passados alguns anos, fui convidado para expor fotografias tiradas do Cometa Halley, no evento elaborado pela Universidade Federal de Pernambuco chamado "Verão no Campus", devido a este trabalho ter sido o Coordenador da Primeira equipe amadora do Brasil a redescobrir e fotografar o cometa Halley (em minha página pessoal vemos um certificado da LIADA sobre este feito. A saber: www.aapbrasil.kit.net). Na ocasião, tive a oportunidade de conhecer o pesquisador foguetista Roberto Santos, no qual também tinha participado do grupo do CEFEC em Carpina, e vinha desenvolvendo de maneira isolada esta atividade no nosso estado. Após este encontro, surgiu uma nova amizade, e aquela idéia planejada em outros anos sobre a união da Astronomia com Foguetismo novamente veio então a surgir e se concretizar.

Hoje, estou juntamente com o Roberto, não comercializando foguetes, mas divulgando esta pratica que além de ser divertida, é altamente rica em conhecimentos científicos, sendo uma boa ferramenta didática nas aulas de Física, Matemática e Química, além de ser muito pratica e interessante quando aplicadas em Feiras de Ciências com os alunos.

Por outro lado, não podemos nos esquecer que a pratica do Foguetismo como um hobby científico, resulta em uma atividade muito importante para o desenvolvimento de alguns programas educativos voltados para as atividades espaciais no Brasil. Pois o nosso país possui uma moderna e avançada industria aeroespacial (que nos diga a EMBRAER e a Agência Espacial Brasileira juntamente com o INPE, resultando em grandes feitos realizados na base de lançamento de satélites localizada na cidade de Alcântara no Maranhão).

Em Alcântara, encontra-se o CLA "Centro de Lançamento de Alcântara". Este importante centro, ocupa cerca de 620 Km² e foi criado em 1982, sendo construído em 1987. Na verdade, desde o ano de 1965 o Brasil possui a famosa base de lançamentos de foguetes da Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte, mas um dos grandes problemas dessa base, é pelo fato dela ser muito próxima

Audemário Prazeres e Roberto Santos, mostram o

foguete de cinco estágios batizado como “Pernambuco”.

da cidade de Natal, a capital daquele estado, ehavendo algum acidente (como o queaconteceu recentemente em Alcântara), apossibilidade de ocorrer muitas vitimas é algoconsiderável. A escolha por Alcântara, além deproporcionar maior segurança, possui umamelhor vantagem por se localizar bem próximaà linha do Equador terrestre, onde como nóssabemos, a velocidade de escape de um corpoda superfície do nosso planeta é bem menor.Isto significa que o foguete vem a subirconsumindo menos combustível, resultando emlançadores menores e com capacidade demaior carga útil. Pois bem, dentro desse importanteprograma estabelecido pelo Brasil de lançarfoguetes visando possuir a tecnologia dos VLS- Veículo Lançador de Satélites, foidesenvolvido alguns foguetes brasileiros peloCTA - Centro Técnico Aeroespacial, batizadosde “SONDA”. Esses foguetes foram essenciaispara o aprimoramento dos VLS nacionais, queteve como descendente direto o fogueteSONDA- 4.

A família SONDA, teve seu início com oSONDA – 1, que possuía 54 quilos, sendo

Page 177: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 42

FOGUETISMO

possível levar cargas úteis de até 5 quilos eatingia uma altitude entre 70 e 120 quilômetros.Esse modelo, abriu as portas junto a industriasde compostos químicos, tubos e outrosartefatos essenciais para o sucesso dasgerações seguintes. Com maiores dimensões emelhor aperfeiçoamento técnico, viriam emseguida o SONDA - 2 e o SONDA – 3. Mas omelhor ainda estava por vir, que foi o SONDA -4 que voou em 21 de Novembro de 1984, naBarreira do Inferno (RN). Sendo que em 15 deDezembro de 1985, o Brasil já possuía um

protótipo em escala reduzida do VLS nacional. Em nossas apresentações em que

envolvem lançamentos de foguetes, utilizamos vários modelos de foguetes, entre eles o mais utilizado é o KIT SONDA - II e o KIT SONDA II de DOIS ESTÁGIOS, estes modelos, quando utilizados com motores propulsores de varias potências, podem elevar o foguete desde 20 metros à 300 metros ou mais. Esses KITS se parecem com aqueles de aeromodelistas, onde você mesmo monta as suas partes. Veja como se apresenta um KIT do SONDA - II:

1. Comprimento do foguete: 300 mm 2. Diâmetro de 19 mm 3. Altitude de vôo até 300 metros (depende do tipo de motor utilizado) 4. Peso 35 gramas 5 .Recuperação por meio de um pára-quedas instalado próximo a sua ogiva 6. A ignição dos pavios-ignitores é por meio de 04 pilhas pequenas comuns tipo “AA” 7. Os motores fabricados para os foguetes possuem um Certificado de Registro expedido pelo Ministério do Exercito. 8. Preço desse KIT completo, tendo incluso um motor de baixa altitude (eleva cerca de 20 metros), R$ 29,00 + R$ 8,00 referente ao frete tipo Encomenda Registrada para qualquer cidade do Brasil. 9. Os Kits acompanham manual de instruções bastante ilustrado e de fácil entendimento. São incluídas normas de segurança, e todas as peças necessárias para a montagem e lançamento do foguete. Inclusive a rampa de lançamento também acompanha o KIT. Só não acompanha as 04 pilhas comuns tipo "AA" de 1,5 volts cada. 10.Nesse modelo, é possível adicionar um peso de cerca de 25 gramas na sua ogiva, onde não atrapalha a performance do foguete no seu lançamento (um exemplo: pode ser desenvolvido algum micro circuito alimentado com pilhas de relógio). 11. Aqueles que desejarem adquirir um desses KITS, basta enviar um e-mail para a minha pessoa, no qual teremos o imenso prazer em tirar dúvidas e estimular este hobby científico, agora disponível para iniciantes

Page 178: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 43

FOGUETISMO

Como informei anteriormente, não setrata de uma comercialização de foguetes, esim, uma divulgação dessa atividadedivertida, curiosa e científica. Por outro lado, informo que os KITSFOGUETES, não são fabricados ou deresponsabilidade ou ainda, patenteados pelaSociedade Astronômica do Recife. Trata-sede um trabalho exclusivamente desenvolvidospor horbistas, que por atingirem um elevadograu de conhecimento na tecnologia defabricação e lançamentos de FOGUETESEDUCATIVOS, vêem divulgar para aquelesque se interessam neste hobby interessante.

Audemário Prazeres, astrônomo amador atuante há 21 anos, é o Presidente-Fundador daAssociação Astronômica de Pernambuco - A.A.P., criada em 1985; Foi o Coordenador da primeiraequipe amadora do Brasil a redescobrir e fotografar o cometa Halley; tendo exercido cargos nadiretoria do antigo Clube de Estudantil de Astronomia – C.E.A., é atual Presidente da SociedadeAstronômica do Recife – S.A.R. E-mail: audemá[email protected] Sociedade Astronômica do Recife: http://sociedadeastrorecife.cjb.net Associação Astronômica de Pernambuco: www.aapbrasil.kit.net

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: A pratica dofoguetismo, deve-se seguir atentamente asinstruções de montagem e lançamento, pois ofator segurança é um item que jamais devemosdeixar de considerar. O nosso país aindanecessita de legislação específica para odesenvolvimento dessa atividade. Lançamentosde foguetes requerem locais amplos para o seudesenvolvimento, e modificações para ganhosmaiores nos motores ou o uso de motores deelevadas potências, somente com autorização doMinistério do Exercito. Inclusive, locais de tráfegoaéreo não é permitido lançamento de fogueteseducativos. Os KITS que utilizamos, possuemNormas de segurança e de lançamentos baseadosnas determinações da renomada entidade:National Association of Rocketry dos EstadosUnidos, e os motores possuem Certificadoexpedido pelo Ministério do Exercito para seremfabricados. ∞

Pára-quedas aberto na descida

Lançamento da Sonda II

Page 179: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 44

EFEMÉRIDES

Agenda Histórica

1 de fevereiro, domingo

Em 1999 a sonda Galileo realizava seu 19° sobrevôo pela lua Europa de Júpiter.

Em 1 de fevereiro de 2003 acontecia o terrível acidente com explosão da nave Space Shuttle Columbia, sobre o céu do estado americano do Texas. Em seu vôo STS-107 quando a tripulação retornava para a Terra após uma permanência de 16 dias na Estação Espacial Internacional. Sua tripulação de sete astronautas morreu no acidente. O Controle de missão perdeu contato com o shutte ao redor das 9 horas da manhã EST (14:00 GMT), aproximadamente 16 minutos antes de sua chegada na Flórida. A tripulação do STS-107 era composta pelos astronautas Rick Husband, Willie McCool, Dave Brown, Laurel Clark, Kalpana Chawla, Mike Anderson e Ilan Ramon primeiro astronauta israelita a ir ao espaço e representante da Agência Espacial de Israel.

2 fevereiro, segunda-feira

Entre 2 e 4 de fevereiro de 1962, oito astros estavam em alinhamento (ou pelo menos quase alinhados) pela primeira vez em 400 anos: Marte, Saturno, Sol, Vênus, Júpiter, Mercúrio, a Terra e a Lua.

3 fevereiro, terça-feira Em 1919 morria Edward Charles

Pickering, (nasceu em Boston Mass. U.S em 19/07/1846). Físico e astrônomo norte-americano formado em Harvard, ele ensinou física durante dez anos no MIT onde ele construiu o primeiro instructional physics laboratory nos Estados Unidos. Aos 30 anos de idade dirigiu o Harvard College Observatory Harvard por 42 anos. Suas observações tiveram ajuda de um staff feminino, inclusive Annie Jump Cannon. Ele introduziu o uso do fotômetro meridiano para medir a magnitude de estrelas , e estabelecido o primeiro catálogo

fotométrico, o Harvard Photometry (1884). Estabelecendo uma estação no Peru (1891) para fazer as fotografias meridionais, ele publicou o primeiro mapa fotográfico de todo o céu em 1903. Em 3 de fevereiro de 1966, três dias depois de sua partida, a sonda soviética não tripulada Luna 9, pousava seguramente no Oceano das Tempestades Longitude: 64.3° oeste e Latitude: 7.1° norte, Quadrante: Norte-oeste na borda ocidental da Lua. Foi a primeira aterrissagem suave em outro corpo celeste, abrindo caminho para as viagens tripuladas para a Lua, já que sua alunissagem mostrou que sua superfície não era uma areia movediça parda e insegura para pousos. Seu equipamento fotográfico permitiu a tomada de 27 imagens, inclusive visões panorâmicas e visões mais íntimas das rochas próximas, as quais foram enviadas para a Terra até 6 de fevereiro quando suas baterias terminaram e o contato com a sonda foi perdido. A sonda também fez analises da capa de rególito da região.

Em 1966, o E.U.A. lançava seu primeiro satélite meteorológico, o ESSA-1 para prover fotografia da cobertura de nuvens para o U.S. National Meteorological Center na preparação de análises operacionais e previsão do tempo

4 fevereiro, quarta-feira

Em 4 de fevereiro de 1906 nascia Clyde W. Tombaugh (morreu em 17/01/1997). Astrônomo americano que descobriu o planeta Plutão em 1930, o único planeta descoberto no século XX, depois de uma investigação sistemática devido a predições de outros astrônomos. Tombaugh tinha 24 anos quando fez esta descoberta no Observatório Lowell em Haste, Arizona. Ele também descobriu vários agrupamentos de estrelas e galáxias, estudou a distribuição aparente de nebulosas extragalácticas, e fez observações das superfícies de Marte, Vênus, Júpiter, Saturno, e

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

Fevereiro

Rosely Grégio | Revista [email protected]

Page 180: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 45

EFEMÉRIDES

a Lua. Filho de fazendeiros pobres, seuprimeiro telescópio foi feito de partes sucata deequipamentos agrícolas.

Em 1974 morria Satyendra Nath Bose(nascido em 01/011894). Matemático e físicoindiano colaborou com Albert Einstein nodesenvolvimento de uma teoria relativa àsqualidades da radiação eletromagnética. Elefez trabalho importante na teoria do quantum,em particular na Planck's black body radiationlaw. (lei de Planck da radiação do corpo negro).Bose também publicou uma mecânicaestatística que conduziu as EstatísticasEinstein-Bose. Dirac cunhou o termo Bosonpara partículas que obedecem estasestatísticas.

Em 1928 morria Hendrik AntoonLorentz (nascido em 18/07/1853). Físicoholandês dividiu o Prêmio Nobel para a Físicaem 1902 com Pieter Zeeman, pela sua teoriada influência do magnetismo em fenômenos daradiação eletromagnético. A teoria foiconfirmada pelos achados de Zeeman e deulugar à teoria especial da relatividade de AlbertEinstein. Seu trabalho foi fundamental noscampos de óticas e eletricidade revolucionandoas concepções da natureza da matéria. Em1878, ele publicou uma composição querelaciona a velocidade da luz em um meio coma sua densidade e composição.

5 fevereiro, quinta-feira

Em 1974 a sonda americana Mariner10 sobrevoava Vênus e fazia as primeirasimagens em close da estruturas das nuvens doplaneta. Veja mais em:

http://www2.jpl.nasa.gov/calendar/mariner10.html

Em 1971, a missão Apollo 14 (Módulo

Kitty Hawk, LEM Antares), realizava a terceiraexpedição tripulada na Lua,. Shepard, Mirchelle Roosa, partiram em 31 de janeiro de 1971alunissando em 5 de fevereiro perto da crateraFra Mauro (Longitude: 17.4° oeste, Latitude:3.6° Sul; Quadrante: Sul-oeste; Área: Sul-lesteda região do Oceanus Procellarum). Osastronautas Alan Shepard e Edward Mitchellcaminharam na Lua durante quatro horas. Alémde realizarem medições e instalações de

Equipamentos na Lua (laser reflector eSismometer magnetometer) realizaramanálises da poeira lunar e trouxeram 43 kg derochas lunares. Lembrando que a missãoanterior (Apollo 13) foi abortada (não pousouna Lua) devido a problemas com a nave, atripulação apenas contornou a Lua e voltoupara a Terra.

Em 1962, o Sol, a Lua, Mercúrio,Vênus, Marte, Júpiter, e Saturno estavam emconjunção.

6 fevereiro, sexta-feira

Em 1973 morria Ira Sprague Bowen(nasceu em 21/12/1898) Astrofísico americanoque investigou os espectros ultravioletas deátomos altamente ionizados o que conduziu àsua explicação para as strong green spectrallines não identificadas das nebulosas gasosas(nuvens de gás rarefeito) como as forbiddenlines of ionized oxygen and nitrogen (linhasproibidas de oxigênio e nitrogênio ionizado).Esta emissão, aparentemente ao contrário dequalquer elemento conhecido, tinha sidopreviamente atribuída a um elementohipotético, ‘’nebulium ". Porém, Bowen mostrouque a emissão era idêntica com as quecalculou como as ”linhas proibidas" deoxigênio e nitrogênio ionizado sob pressãoextremamente baixa. Este foi um avançoprimordial no estudo da composição celeste.Ele foi diretor do Mt. Wilson and PalomarObservatories de 1948 a 1964.

Em 1923 morria Edward EmersonBarnard (nasceu em 16/12/1857). Astrônomoque abriu caminho para a fotografia celeste eespecializando-se em fotografia de largocampo. Começou a observar em 1881, suahabilidade e aguda visão combinaram parafazer dele um dos maiores observadores deseu tempo. Barnard veio a ser um proeminenteastrônomo pela descoberta de numerososcometas. Nos anos de 1880, um protetor daastronomia em Rochester, N.Y. premiava cadanovo cometa descoberto com $200. Barnarddescobriu oito – o bastante para construir suacasa (‘’a casa dos cometas’’) só com o dinheiroganho por suas descobertas cometárias. NoObservatório de Lambida (1888-95) ele fez aprimeira descoberta fotográfica de um cometa;

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

Fevereiro

Page 181: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 46

EFEMÉRIDES

fotografou a Via-Láctea; e descobriu a quinta lua de Júpiter. Depois, ele se juntou ao Observatório de Yerkes e fez seu Atlas Fotográfico de Regiões Selecionadas da Via-Láctea.

Experimento curioso. Em 1971, Alan Shepard, astronauta da Apollo 14, fez duas tacadas de golfe na superfície lunar experimentando a gravidade lunar (apenas 1/6 da nossa).

7 fevereiro, sábado

Em 1889 era fundada a Astronomical Society of the Pacific's.

Há 180 anos (1824) nascia William Huggins (morreu em 12/05/1910). Astrônomo inglês que revolucionou a astronomia observacional aplicando métodos espectroscópicos para a determinação dos componentes químicos de estrelas e outros objetos celestes.

Em 1926 nascia Konstantin Petrovich Feoktistov. Cosmonauta e projetista/desenhista de astronaves. da Rússia que junto com Vladimir M. Komarov e Boris B. Yegorov, realizou o primeiro vôo com tripulação múltipla, Voskhod 1 (1964). Até então, só dez pessoas tinham estado em órbita antes da missão Voskhod 1 e era a primeira vez que uma astronave levava mais de um ocupante. Ele também foi o diretor de vôo da missão Soyuz 18/Salyut em 1975.

8 fevereiro, domingo Hoje Jules Verne (1828) faria 176 anos.

Verne. Foi o primeiro escritor de ficção científica direcionada aos jovens. Muito do que ele escreveu em sua obra, foi posteriormente corroborado pela NASA, entre outras coisas, a instalação de uma base de lançamento na Flórida. Sete Dias em um Balão, Viagem a Lua, Volta ao Mundo em 80 dias, Viagem ao Centro da Terra e Vinte Mil Léguas Submarinas são algumas de suas obras mais representativas.

Em 1700 nascia Daniel Bernoulli (morreu em 17/03/1782). O mais distinto membro da segunda geração da família de

matemáticos suíços Bernoulli. Ele não só investigou a matemática como também outros campos ligados à medicina, biologia, fisiologia, mecânicas, físicas, astronomia, e oceanografia. O teorema de Bernoulli desenvolvido por ele, foi assim nomeado em sua Honra.

Em 1677 nascia Jacques Cassini (morreu em 18/04/1756). Astrônomo francês que compilou as primeiras tabelas dos movimentos orbitais das luas de Saturno até então conhecidas.

Em 1974 morria Fritz Zwicky (nasceu em 14/02/1898). Astrônomo e físico suíço que fez valiosas contribuições para a teoria e entendimento de estrelas supernovas.

Em 1969, um meteorito pesando mais de uma tonelada foi recuperado em Chihuahua, México.

9 fevereiro, segunda-feira

Em 1999 era lançada a sonda STARDUST. Em 2 de Janeiro de 2004 ela chegou ao Cometa Wild 2, fotografando o núcleo cometário com excelente resolução de imagem e colheu amostras de poeira que serão trazidas a Terra (2006) para serem analisadas.

Em 1865 morria James Melville Gilliss (nasceu em 6/9/1811). Oficial Naval e Astrônomo norte-americano que fundou o Naval Observatory em Washington, D.C., o primeiro observatório norte-americano completamente dedicado à pesquisa. Gilliss se engajou na Marinha aos 15 de idade. Autodidata em astronomia, uma vez que não havia nenhum observatório astronômico fixo no E.U.A., e muita pequena instrução formal. Em 1838, quando Charles Wilkes partiu em sua famosa expedição de exploração para os Mares de Sul, Gilliss se tornou oficial em charge of the Depot of Charts and Instruments, precursor do U. S. Naval Observatory. Suas observações astronômicas durante este tempo com relação a determinar a diferenças de longitude com a Expedição de Wilkes, resultando no primeiro catálogo de estrelas publicado nos Estados Unidos.

Em 1811 morria Nevil Maskelyne (nascido em 06/10/1732). Astrônomo britânico notório por sua contribuição à ciência da navegação. Em 1761 a Royal Society enviou

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

Fevereiro

Page 182: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 47

EFEMÉRIDES

Maskelyne para a ilha de St Helena onde elerealizou medidas precisas de um trânsito deVênus. Isto dá a distância da Terra ao Sol, e aescala do Sistema Solar. Durante a viagem eleexperimentou também com o método deposição lunar para determinar a longitude. Em1764 ele foi a uma viagem a Barbados levar acabo, tentativas do uso do Harrison's timepiece(cronômetro de Harrison), em seguida foidesignado Astronomer Royal (1765). Em 1774ele levou a cabo uma experiência em umamontanha escocesa com o uso de uma linhaabsoluta para determinar a densidade da Terra,determinando que era de aproximadamente 4.5vezes a da água.

Em 1949, era criado o primeiroDepartamento de Medicina Espacial,estabelecido na United States Air Force Schoolof Aviation Medicine em Randolph Field, Texas.

10 fevereiro, terça-feira Há 30 anos (1974) a Mars 4,

sobrevoava o planeta Marte. Mais em:

http://nssdc.gsfc.nasa.gov/database/MasterCatalog?sc=1973-047A

Em 1997 morria Amron Harry Katz(nascido em 15/08/1915). Físico americanocujo estudo em reconhecimento aéreo tornoupossível o uso de satélites espaciais paraespionagem militar como também coletarinformação a ser usada como recursos eajudando as vítimas de desastre. Em 1720, Edmund Halley foi designadosegundo Astronomer Royal da Inglaterra.

11 fevereiro, quarta-feira

Em 1868 falecia Jean-Bernard-LéonFoucault (nascido em 18/09/1819). Físicofrancês que introduziu e ajudou a desenvolveruma técnica de medir a velocidade absoluta daluz com precisão extrema. Ele apresentouprova experimental que a Terra gira em seueixo.

Em 1755 falecia Francesco Scipione diMarchese Maffei (nascido em 01/06/1675).Arqueólogo e dramaturgo italiano. Além dosestudos históricos e arqueológicos , ele

interessava-se por física e astronomia, e atémesmo construiu um observatório para poderestudar os movimentos das estrelas. Em 1997, a lançadeira Discoverylevava ao espaço a missão STS-82 para fazerreparos nos instrumentos científicas doTelescópio Espacial Hubble. Esta foi a segundade uma série de missões planejadas paraconsertar o Telescópio Hubble que foi colocadoem órbita em 24 de abril de 1990. Em 1970, era lançado o primeirosatélite japonês, Osumi 5, fazendo do Japão oquarto país a pôr um satélite em órbita daTerra. Sua missão era explorar a atmosferasuperior. Quatro lançamentos anteriores desde1966 haviam falhado. A U.S.S.R. foi a primeiranação a colocar um satélite em órbita da Terra(Sputnik em 4/10/1957), seguido pelo E.U.A. (oExplorer em 31/1/1958), depois a França (A-1,1965), Japão (Osumi-5, 1970), China (China 1,1970) e a U.K. (Prospero, 1972).

12 fevereiro, quinta-feira

Há 30 anos (1974), a sonda Mars 5,era inserida na órbita de Marte. Maisinformação em

http://nssdc.gsfc.nasa.gov/database/MasterCatalog?sc=1973-049A

Em 12 de fevereiro de 2001, eratentada a primeira descida controlada sobre asuperfície de um asteróide. A sonda NEARpousou sobre o asteróide 433 Eros de 21/8milhas em tamanho. A espaçonave orbitouessa enorme rocha por um ano em 2000 atéser lançada sobre sua superfície. A NEAR saiuda Terra em 1996. Para mais informação dessehistórico evento veja: http://near.jhuapl.edu

Em 1918 nascia Seymour SchwingerJuliano (faleceu em 16/07/1994). Físicoamericano que juntamente com Richard P.Feynman e Tomonaga Shin'ichiro ganhou oPrêmio Nobel para Físicas em 1965 por seutrabalho na formulação da eletrodinâmica emecânica do quantum, assim reconciliandocom a teoria da relatividade de Albert Einstein.

Em 1893 nascia Marcel Gilles JozefMinnaert (morreu em 26/10/1970). Oastrônomo e físico solar flamengo que abriucaminho para a espectrofotometria solar e

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

Fevereiro

Page 183: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 48

EFEMÉRIDES

e mostrou como tal técnica podia revelar muito sobre a estrutura das capas exteriores do Sol.

13 fevereiro, sexta-feira

Em 1852 nascia Johan Ludvig EmilDreyer (morreu em 14/08/1926). Astrônomodinamarquês que compilou o Novo CatálogoGeral de Nebulosas e Agrupamentos deEstrelas, (NGC) em 1888. Quando ele setornou o Diretor do Observatório Armagh em1882, não tinha condições financeiras eperspectiva para substituir os velhosinstrumentos. Embora Dreyer obtivesse deGrubb um novo telescópio refrator de 10polegadas, a falta de verbas para umassistente o impediu que continuasse atradicional astronomia de posição. Ao invésdisso, ele se concentrou na compilação deobservações feita mais cedo. No NGC ele listou7840 objetos e em seus suplementos (1895,1908) ele adicionou mais uns 5386 objetos.Ainda permanece um dos catálogos padrão dereferência. Em 1787 falecia Ruggero GiuseppeBoscovich (nascido em 18/05/1711).Astrônomo e matemático que fez o primeiroprocedimento geométrico para determinar oequador de um planeta giratório a partir de trêsobservações de uma característica dasuperfície e por computar a órbita de umplaneta em três observações de sua posição.Boscovich foi um dos primeiros na Europacontinental a aceitar as teorias gravitacionaisde Newton e ele escreveu 70 documentos emóticas, astronomia, gravitação, meteorologia etrigonometria. Boscovich também mostroumuita habilidade lidando com problemaspráticos.

Em 1588, Tycho Brahe fazia seusprimeiros esboços, o Tychonic, da idéia dosistema da estrutura do sistema solar. Osistema Tychonic era um híbrido,compartilhando ambas a idéia básica dosistema geocêntrico de Ptolemy, e a idéiaheliocêntrica de Nicholas Copernicus. Em seu‘’De mundi aethorei recentioribusphaenomenis’’, a proposta de Brahe retémfísicas Aristotélicas e manteve o Sol e Lua quegirava em torno da Terra no centro do universoe, a uma grande distância, a concha das

estrelas fixas foi centrada na Terra. Mas comoCopernicus, concordava que Mercúrio, Vênus,Marte, Júpiter, e Saturno giravam sobre o Sol.Assim ele poderia explicar os movimentos doscéus sem "esferas cristalinas" que levam osplanetas por epiciclos ptolomaico complexo.

14 fevereiro, sábado

Em 1898 nascia Fritz Zwicky (falecidoem 8/2/1974). Astrônomo e físico suíço que fezvaliosas contribuições à teoria e entendimentode supernovas (estrelas que por pouco tempoficam mais luminoso que normal). Em 1896 nascia Edward Arthur Milne(faleceu em 21/09/1950). Astrofísico ecosmólogo inglês, melhor conhecido pelodesenvolvimento de seus trabalhos derelatividade cinemática. Em 1950 falecia Karl (Guthe) Jansky(nascido em 22/10/1905). Karl Guthe Janskyera um engenheiro elétrico americano quedescobriu emissões de rádio cósmicas em1932. No Bell Laboratories em NJ, Jansky eleestava analisando a origem dos ruídosestáticos que infestavam a recepção datelefonia ultramarina. Ele achou que certasondas de rádio vinham de uma regiãoespecífica no céu a cada 23 horas e 56minutos, da direção de Sagitário no centro daVia-Láctea. Na publicação de seus resultados,ele sugeriu que a emissão de rádio estava dealguma maneira conectada a Via-Láctea e quenão se originava de estrelas mas de gásinterestelar ionizado. À idade de 26, Janskyhavia feito uma descoberta histórica – que oscorpos celestiais poderiam emitir ondas derádio como também ondas luminosas. Em 1744 morria John Hadley (nascidoem 16/04/1682). Matemático e inventorbritânico que melhorou o telescópio refletor eproduziu o primeiro instrumento com precisãosuficiente e resolução para ser útil emastronomia. Em 1990, a sonda espacial norte-americana Voyager 1 realizou uma fotografiado sistema solar inteiro.

Em 1980, o E.U.A. lançou o SolarMaximum Mission Observatory para estudar aslabaredas solares.

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

Fevereiro

Page 184: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 49

EFEMÉRIDES

15 fevereiro, domingo

Em 1858 nascia William HenryPickering (morreu em 17/01/1938). Astrônomoamericano que descobriu Phoebe, a nona luade Saturno (1899). Este foi o primeiro satéliteplanetário com movimento retrógradodescoberto. Ele fez observações extensas deMarte e reivindicou, como Lowell, que o que asmarcas que ele observara no planeta podiamser oásis (1892). Porém ele foi mais adianteque Lowell quando em 1903 ele reivindicouhaver observado sinais de vida na Lua.

Em 15 de fevereiro de 1564 nasciaGalileu Galilei (falecido em 08/01/1642).Filósofo natural, astrônomo e matemáticoitaliano, que fez contribuições fundamentais àsciências do movimento, astronomia, e força demateriais e para o desenvolvimento do métodocientífico. Sua formulação de (circular) inércia,a lei de corpos cadentes, e trajetóriasparabólicas foram o marco inicial de umamudança fundamental no estudo domovimento.

Em 1868 falecia William Rutter Dawes(nascido em 15/03/1799). Astrônomo inglêsconhecido pelas suas extensas medidas deestrelas duplas e por suas meticulosasobservações planetárias.

16 fevereiro, segunda-feira

Em 1514 nascia Georg JoachimRheticus (faleceu em 05/12/1576). Oastrônomo e matemático nascido Austríaco, foium dos primeiros a adotar e divulgar a teoriaheliocêntrica de Nicolaus Copernicus. Seuprimeiro mestre foi seu pai, um médico que foidecapitado por feitiçaria em 1528 enquantoRheticus ainda era um adolescente. Ele é maisbem conhecido como o primeiro discípulo deCopernicus. Em 1540, Rheticus publicou aprimeira ponta da hipótese heliocêntrica quetinha sido elaborada por Copernicus, intitulada‘’Narratio prima’’ que foi autorizadoexplicitamente por Copernicus, que tambémpediu a ajuda do amigo para editar a obra ‘’ Derevolutionibus orbium coelestium’’ . Rheticus foio primeiro matemático a considerar as funçõestrigonométricas em termos de ângulos em lugar de arcos de círculo.

Em 1956 morria Meghnad N. Saha(nascido em 06/10/1893). A astrofísico indianonotório pelo desenvolvimento em 1920 daequação de ionização térmica, que na formaaperfeiçoada pelo astrofísico britânico EdwardA. Milne, permaneceu fundamental em todo otrabalho em atmosferas estelares. Estaequação foi aplicada amplamente àinterpretação de espectros estelares que sãocaracterísticas da composição química da fonteluminosa. Em 1948, Miranda, uma das famosasluas de Urano, era fotografada pela primeiravez.

17 fevereiro, terça-feira

Em 1723 nascia Johann Tobias Mayer(faleceu em 20/02/1762). Astrônomo alemãoque desenvolveu tabelas lunares que muitoajudaram aos navegantes na determinação dalongitude no mar. Mayer também descobriu aLibração da Lua. Mayer começou a calcular astabelas lunares e solares em 1753, e em 1755ele as enviou ao governo britânico. Estastabelas eram bastante boas e conseguiamajudar na determinação da longitude no marcom uma precisão de meio grau. O método deMayer de determinar a longitude por distânciaslunares e uma fórmula por corrigir erros emlongitude devido à refração atmosférica foipublicada em 1770 depois de sua morte. ATabela de Longitude rendeu como premio paraa viúva de Mayer um pagamento de 3000libras.

Em 1875 morria Friedrich WilhelmAugust Argelander (nascido em 22/03/1799).Astrônomo alemão que estabeleceu o estudode estrelas variáveis como uma filialindependente da astronomia, é renomadodevido ao seu grande catálogo listando asposições e magnitudes de 324,188 estrelas.Ele estudou na Universidade de Königsberg,Prussia onde ele foi aluno e depois o sucessorde Friedrich Wilhelm Bessel. Em 1837,Argelander publicou a primeira principalinvestigação do movimento do Sol pelo espaço.Em 1844 ele começou estudos de estrelasvariáveis.

Em 17 de fevereiro de 1600 morriaGiordano Bruno (nascido em 1548). Filósofo,astrônomo e matemático italiano cujas teorias

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

Fevereiro

Page 185: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 50

EFEMÉRIDES

se anteciparam a moderna ciência. As maisnotáveis delas foram suas teorias do universoinfinito e a multiplicidade de mundos nos quaisele rejeitava a tradicional astronomia dogeocentrismo, e intuitivamente foi além doheliocentrismo de Copernican, teoria queainda mantinha um universo finito com umaesfera de estrelas fixas. Embora fosse um dosfilósofos mais importantes do Renascimentoitaliano, os vários discursos apaixonados deBruno o conduziram a perseguição daoposição. Foi capturado e mantido encarceradodurante oito anos em 1592, sendo interrogadoperiodicamente pela ‘’Santa’’ Inquisição.Quando, ao final, ele recusou retratar suasconvicções, foi queimado vivo em Roma porheresia.

18 fevereiro, quarta-feira

Em 1201 nascia Nasir ad-Din at-Tusi(morreu em 26/06/1274). Filósofo Persa,excelente cientista, matemático e astrônomo.Quando da invasão da Mongol por GenghisKhan, que o localizou em 1256, ele escapou amorte provavelmente se unindo ao Mongolvitorioso como um conselheiro científico. Eleusou um observatório construído em Maragheh(terminado em 1262), ajudado por astrônomoschineses. Teve vários instrumentos como umquadrante mural de 4 metros feito de cobre eum quadrante de azimute inventado por elemesmo. Usando com precisão os movimentosplanetários, ele modificou o modelo do sistemaplanetário de Ptolomeu baseado em princípiosmecânicos. O observatório e sua biblioteca setornaram um centro para um largo alcance detrabalho em ciência, matemática e filosofia.

Em 901 nascia Thabit Ibn Qurra . Oestudioso e matemático que contribuiugrandemente preparando o modo paraimportantes descobertas matemáticas como aextensão do conceito dos números reais(positivo), cálculo integrante, teoremas emtrigonometria esférica, geometria analítica, egeometria não euclideana. Em astronomia, elefoi um dos primeiros reformadores do sistemaptolomaico e escreveu ‘’Concerning the Motionof the Eighth. Ele acreditava que o movimentodos equinócios oscilava, inclusive fezobservações. Oito tratados completos de

Thabit de astronomia sobreviveram. Emmecânica, ele foi o fundador da estática eescreveu ‘’ The Book on the Beam Balance ‘’.

Em 1957 falecia Henry Norris Russell(nascido em 25/10/1877). Astrônomo eastrofísico americano que mostrou a relaçãoentre o brilho de uma estrela e seu tipoespectral, no que normalmente é chamado deDiagrama de Hertzsprung-Russell, tambémcriou meios de computar as distâncias deestrelas binárias. Ele analisou a luz de estrelasbinárias eclipsantes para determinar as massasestelares e mediu paralaxes. Russellpopularizou a distinção entre estrelas gigantese "anãs " enquanto desenvolvia a Teoria daEvolução Estelar. Ele aplicou a teoria deMeghnad Saha de ionização das atmosferasestelares e determinou a abundância de seuselementos, e confirmou a descoberta de CeciliaPayne-Gaposchkin que as estrelas sãocompostas principalmente de hidrogênio.Russell foi e continua sendo uma forçadominante na astronomia norte-americana.

Em 1900 morria Eugênio Beltrami(nascido em 16/11/1835). Físico e matemáticoitaliano conhecido por seus feitos na geometrianão Euclidean. Em 1865, ele publicou umartigo de como enfileirar elementos nassuperfícies de curvatura constante e comopoderia ser representado através deexpressões lineares. Seu trabalho ofereceuuma aproximação para a representação danova geometria de curvatura constante, queera consistente com teoria a Euclidean.Beltrami. Estudou elasticidade, teoria de onda,ótica, termodinâmica, e teoria potencial. Eleestava entre os primeiros em explorar osconceitos do hiperespaço e tempo como umaquarta dimensão. Suas investigações nacondução de calor conduzida a equaçõesdiferenciais parciais lineares. Entre seusúltimos trabalhos consta de uma interpretaçãomecânica das equações de Maxwell.

Em 1977, o primeiro lançador de naveespacial, o Enterprise, era testado em vôo"captive mode," (" modo cativo’’), preso ao topode um gigantesco jato 747. Inicialmente oempreendimento, foi nomeado Constitution(em comemoração ao Bicentenário daConstituição norte-americana). Porém, osespectadores de televisão, fãs de ficçãocientífica da série Star Trek começaram uma

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

Fevereiro

Page 186: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 51

EFEMÉRIDES

campanha (de assinaturas) enviadas para aCasa Branca que rebatizassem o veículo comoEnterprise.

Em 1930, o planeta Plutão foidescoberto por Clyde Tombaugh, o únicoplaneta a ser encontrdo por um astrônomoamericano. Isto levou a três décadas detrabalho no Observatório de Lowell em Haste,Arizona. Antes que Tombaugh nascesse,Percival Lowell tinha lançado uma procura porPlutão, um nono planeta cuja gravidadeexplicaria as divergências nas posições deUrano e Netuno. Lowell não conseguiuencontrar o planeta, e em seu testamentodecretou que a caça deveria continuar. Issosignificou usar um telescópio para fotografarpedaços minúsculos do céu noturno, e duranteo dia as imagens eram analisadas na busca deum ponto escuro que se movia entre osmilhões de imagens de estrela. Quando odiretor do Observatório Lowell, Vesto Slipher,contratou para trabalhar no observatório umjovem fazendeiro do Kansas, Clyde Tombaugh,ele se lançou a procura de Plutão em abril de1929.

19 fevereiro, quinta-feira

Em 1473 nascia Nicolaus Copernicus(morreu em 24/05/1543). Astrônomo Polonêsque propôs que os planetas têm o Sol como oponto central, em torno do qual os planetas semoviam, chamada de teoria do Heliocentrismo.Que a Terra é um planeta que, além de orbitaro Sol anualmente, também girava em torno doseu próprio eixo uma vez por dia; e a existênciada precessão dos equinócios.

20 fevereiro, sexta-feira

Há 10 anos (1994), a sondaClementine era inserida na órbita da Lua. Vejamais em: http://www.nrl.navy.mil/clementine

Em 20 de fevereiro de 1762 morriaJohann Tobias Mayer (nascido em17/02/1723).

Em 20 de fevereiro de 1986 às 0h28(horário de Moscou) um foguete de cargaProton-K lançado do cosmódromo de Baikonur,no Casaquistão, colocava em órbita o primeiromódulo da Mir (Paz) a uma inclinação de 51.6

graus. A Mir foi a terceira geração dasestações espaciais russas. Construída paradurar apenas cinco anos, a Mir permaneceu 15anos no espaço a uma altitude de 400 km,realizando uma órbita a cada 90 minutos; commais de 82 mil voltas em torno da Terra.Ancoraram a Mir 25 missões russas e 30internacionais e foi um exemplo de cooperaçãointernacional, ao acolher astronautas daEslovênia, Bulgária, Afeganistão, Casaquistão,França, Japão, Reino Unido, Áustria,Alemanha, Canadá, Estados Unidos e Síria,fora às missões conjuntas com a AgênciaEspacial Européia; entre cosmonautas russos ede outras nações, num total de 103 pessoasestiveram à bordo da Mir. Segundo a agênciaespacial russa, o custo da Mir foi de US$ 3bilhões, e o de seus equipamentos científicosUS$ 1,8 bilhão. Com a participação de outros29 países, a estação abrigou 24 programasespaciais internacionais, e seus laboratóriostestaram diversos materiais e substâncias emexperiências impossíveis de ser feitas na Terra.Graças a essas pesquisas, foi possíveldesenvolver aparatos médicos que tornampossível à sobrevivência humana durantelongos períodos sem gravidade. Foramrealizados 14.000 experimentos científicos.Foram realizados 66 passeios no espaço,sendo que o mais duradouro levou 7 horas. Orecord de permanência em órbita foi de 438dias do cosmonauta russo Valeri Poliakov.Outro russo, Serguei Avdeyev, acumulou emtrês vôos, 747 dias no cosmos (mais de doisanos). A viagem mais curiosa, no entanto, foi ade Serguei Krikaliov, que saiu da Terra comocidadão soviético e regressou após o colapsoda URSS, como cidadão russo. Módulosadicionais foram lançados entre Março de 1987e Abril de 1996. Em março de 1986 a Mirrecebeu sua primeira tripulação, oscosmonautas Leonid Kizim e Vladimir Soloviev.Em março de 2001 a velha e querida Mir voltapara a Terra na madrugada do dia 23 apósuma reentrada induzida em nossa atmosferacomo uma bola de fogo. Atualmente os restosque não se desintegraram da MIR repousa nofundo do Oceano Pacífico, a dois milquilômetros da Austrália, abrigando centenasde vida marinha.

Em 1962, John Glenn subia ao espaçopilotando a nave Mercury-Atlas 6 Friendship 7,

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

Fevereiro

Page 187: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 52

EFEMÉRIDES

a primeira missão orbital tripulada dos EstadosUnidos. Lançada do Kennedy Space Center,Florida, Glenn completou três órbitas ao redorda Terra, a uma altitude de no máximo 162milhas e uma velocidade de orbital deaproximadamente 17,500 mph. Glenn voltou aoespaço 36 anos depois e fez mais 134 órbitascomo membro da tripulação da Discovery de 29de outubro a 7 de novembro de 1998.

21 fevereiro, sábado

Em 1938 morria George Ellery Hale(nascido em 29/06/1868). Astrônomoamericano conhecido pelo desenvolvimento deinstrumentos astronômicos importantes,inclusive o telescópio refletor Hale (completadoem 1948) de 200 polegadas no Institute ofTechnology's Palomar Mountain Observatoryperto de Pasadena na Califórnia. Ele também éconhecido por suas pesquisas em física solar,e particularmente a descoberta dos camposmagnéticos em manchas solares.

22 fevereiro, domingo

Em 1824 nascia Pierre Janssen(morreu em 23/12/1907). Pierre (-Jules-César)Janssen foi astrônomo francês que em 1868descobriu como observar as proeminênciassolares, sem que o Sol estivesse em eclipse.Seu trabalho foi independente ao do inglêsJoseph Norman Lockyer que fez a mesmadescoberta aproximadamente ao mesmotempo. Ele inventou modos para estudar asproeminências solares, e notou uma linhaespectral amarela desconhecida no sol em1868. Ele remeteu os dados para Lockyer queé creditado por reconhecer o novo elementocomo hélio. Janssen foi o primeiro a notar oaparecimento granular do Sol. Foi o primeiro afotografar regularmente o Sol e publicou ummonumental Atlas Solar em 1904 incluindo6000 fotografias.

23 fevereiro, segunda-feira

Em 1987 era vista a Supernova 1987A

na Grande Nuvem de Magalhães (LMC). Amais luminosa do século XX foi a primeira

Supernova visível a olho nu desde 1604.

24 fevereiro, terça-feira

Há 35 anos (1969), era lançada asonda Mariner 6 (Mars Flyby Mission). Mais

http://nssdc.gsfc.nasa.gov/database/MasterCatalog?sc=1969-014A

Em 1968, uma revista científicaanunciava a descoberta do pulsar (fontes derádio pulsantes). O primeiro pulsar foidescoberto por uma estudante diplomada,Jocelyn Bell, em 28 de novembro de 1967, quetrabalha sob a direção de Prof. A. Hewish. Estafonte extraterrestre de rádio pulsante foiobservada no Mullard Radio AstronomyObservatory, Cambridge University, England.Eles estavam usando um telescópio de rádioespecial, large array de 2,048 antenas quecobrem uma área de 4.4 acres. A descobertadestes objetos fascinantes abriu novoshorizontes a estudos tão diversos quanto aoquantum, fluidos degenerados, gravidaderelativística e campos magnéticosinterestelares. Sob extraordinárias condiçõesfísicas é gerada radiação e aparece pulsarcomo um relógio de muita precisão.

Em 1949 era lançado um foguete deduas fases (estágios), de White Sands ProvingGrounds, NM. Foi o primeiro a alcançarespaço exterior.

25 fevereiro, quarta-feira

Em 1723 morria Christopher Wren(nascido em 20/10/1632). Arquiteto, astrônomo,e geômetra, nascido em Knoyle Oriental,Wiltshire foi o maior arquiteto inglês do seutempo. Enquanto na Faculdade de Wadham,Oxford (1649), ele se juntou a um grupo debrilhantes estudiosos que depois fundaram aRoyal Society onde foi presidente de 1680 a1682. Em astronomia, ele desenvolveuhabilidades em modelos trabalhando emdiagramas. Seu trabalho científico foi altamenteconsiderado por Sir Isaac Newton declaradopor ele em seu Principia. Em 1616, o cardeal Bellarmine intimavaGalileu Galilei a renunciar a sua afirmação quea Terra girava em torno do Sol sob intimidaçãoe que Galileu deixasse completamente a

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

Fevereiro

Page 188: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 53

EFEMÉRIDES

doutrina... Se ele recusasse seria encarcerado.Dado tal escolha, Galileu fez a renúncia, masele sabia que isso não mudaria os fatos reaisdo movimento da Terra. De qualquer forma,Galileu foi condenado a prisão domiciliar atésua morte com cegueira total.

26 fevereiro, quinta-feira

Em 1864 nascia John Evershed(morreu em 17/11/1956). Astrônomo inglês quedescobriu (1909) o efeito Evershed - omovimento horizontal dos gases externos doscentros de manchas solares. Enquantofotografava as proeminências e espectros dasmanchas solares, ele notou que muitas daslinhas de Fraunhofer nos espectros dasmanchas solares mudavam-se para overmelho. Mostrando que estas apresentavamo efeito Doppler, assim ele provou o movimentoda fonte dos gases. Esta descoberta éconhecida como o efeito de Evershed. Eletambém emprestou seu nome para oespectroscópio de Evershed.

Em 26 de fevereiro de 1842 nasciaCamille Flammarion. (morreu em 04/06/1925).(Nicolas) Camille Flammarion foi um astrônomofrancês que estudou estrelas duplas emúltiplas, a Lua e Marte. Em 1873, ele atribuiua cor vermelha de Marte a uma possívelvegetação. Ele apoiou a idéia dos canais emMarte, e vida inteligente, talvez mais avançadaque a da Terra. Flammarion informoumudanças em uma das crateras da Lua que eleatribuiu a crescimento de vegetação. Nascidoem Montigny-le-Roi, hoje Haute-Marne,fundador da Société Astronomique de France(1887) e escritor de livros científicos populares,como por exemplo Marvels of the Atmosphere(1871, tr. 1873) e l'Astronomie Populaire (1879)do qual vendeu mais de 100.000 cópias e foitraduzido para o inglês por J.E. Gore (1894).Primeiro estudou teologia, mas depois passoua se interessar por astronomia. Escreveu seuprimeiro livro aos 16 anos, CosmologieUniverselle (1858), com cerca de 500 páginasmanuscritas. Tornou-se assistente de LeVerrier no Observatoire de Paris. Trabalhoutemporariamente no Bureau de Longitudes(1862-1867), e retornou ao Observatório parase envolver em um programa de observação e

catalogação de estrelas duplas, que resultouna publicação de catálogo de 10000 astrosdesse tipo (1878). Durante esse período,também desenvolveu observações sobre a Luae Marte. Em Juvisy sur Orge, Essonne, próximoa Paris, fundou o l’Observatoire privado deJuvisy (1883), onde continuou sua observação.Também publicou Death and Its Mystery, em 3volumes (1920-1921; tr. 1921-2923) e foi feitoComandante da Legião de Honra por sua vidadedicada à astronomia (1922). Entre outrascoisas Flammarion escreveu "Os MundosImaginários e os Mundos Reais", "AsMaravilhas Celestes", "Deus na Natureza","Contemplações Científicas", "Estudos eLeitura sobre Astronomia", "Atmosfera","Astronomia Popular", "Descrição Geral doCéu", "O Mundo antes da Criação do Homem","Os Cometas", "Narrações do Infinito","Sonhos Estelares", "Urânia", "Estela", "ODesconhecido", "O Fim do Mundo", etc.

Em 1786 nascia François Arago(morreu em 02/10/1853). Dominique FrançoisJean Arago foi astrônomo e físico francêsdescobridor da cromosfera solar (a mais baixaatmosfera do Sol, principalmente composta degás hidrogênio). Entre outras coisas, fezestimativa precisa dos diâmetros dos planetas.

Em 1878 falecia Pietro Angelo Secchi(nascido em 29/06/1818). Padre Jesuíta eastrofísico italiano que realizou a primeirapesquisa dos espectros de mais de 4000estrelas e classificando-as de acordo com seustipos espectrais. Ele estudou os planetas,especialmente Júpiter descobrindo que eracomposto de gases. Secchi estudou as linhasescuras que unem os dois hemisférios deMarte; ele os chamou canais como se elestivessem sido feitos por trabalhos de seresviventes. (Estes estudos foram depoiscontinuados por Schiaparelli.) Além deastronomia, os interesses dele variaram dearqueologia a geodésica, da geofísica ameteorologia. Ele também inventou ummeteorograph, um dispositivo automatizadopara registrar pressão barométrica,temperatura, direção de vento e velocidade, echuva.

Em 1966, o primeiro foguete Saturno1B era lançado do Cabo Canaveral, Flórida, emum vôo de teste suborbital não tripulado noprograma lunar Apollo. A missão AS-201

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

Fevereiro

Page 189: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 54

EFEMÉRIDES

demonstrou a integridade estrutural do fogueteSaturno 1B e a compatibilidade do veículo delançamento para levar cargas da Apollo. Foitestada a separação do primeiro e segundoestágio do foguete com êxito e testou asoperações da propulsão, direção e controle,além de subsistemas elétricos do Saturno.Havia vários maus funcionamentos, mas vooupor aproximadamente 37 min viajando por8472 km e alcançando uma altitude sub-orbitalde 488 km.

27 fevereiro, sexta-feira

Em 1897 nascia Bernard (-Ferdinand)Lyot (faleceu em 02/04/1952). Astrônomofrancês inventor do coronógrafo (1930), uminstrumento que permite a observação da coroasolar quando o Sol não está em eclipse eoutros instrumentos para estuda-la. Antes docoronógrafo de Lyot, a observação da coroasolar ficava limitada a alguns minutos duranteum raro eclipse total do Sol. Em outrosmomentos, a difusão da luz solar na atmosfera

da Terra obscurece a coroa comparativamenteescura. Lyot observou do Observatório Pic duMidi no alto dos Pirineus francês que devido aalta altitude, apresenta menos difusãoatmosférica. Ele também desenvolveu umalente melhorada e um filtro monocromático paraseu coronógrafo. Assim ele pode fazerfotografias diárias do Sol. Em 1939 ele fazia aprimeira imagem em movimento dasproeminências solares.

Em 1906 morria Samuel PierpontLangley (nascido em 22/08/1834). Astrônomo,físico e pioneiro da aeronáutica americana, elecontribuiu para o conhecimento dos fenômenossolares relacionaram a meteorologia; e para aprimeira máquina voadora mais pesada que oar a alcançar vôo contínuo.

Em 1994 era confirmado por AlexanderWolszczan da Penn. State University aexistência de planetas em torno de umaestrela a 1300 anos-luz da Terra. O período desuas órbitas foi medido como sendo de 66.6dias e 98.2 dias (em relação aos 365 dias daTerra).

Em 1942, J.S. Hey descobriu asemissões de rádio do Sol.

Mais informações sobre fatos históricos científicos em: http://www.todayinsci.com/

Rosely Grégio, redatora da Revista macroCOSMO.com, participa de programas deobservação desenvolvida no Brasil e exterior, envolvendo meteoros, cometas, a Lua e maisrecentemente o Sol. Site: http://rgregio.astrodatabase.net

Page 190: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 55

MITOS CIENTÍFICOS

As pessoas envolvidas no estudo da ufologia, quepassam as noites em vigília procurando OVNIS, deveriampossuir um conhecimento aprimorado do céu, sabendoidentificá-lo e conhecer os principais fenômenosmeteorológicos e astronômicos. A falta desse conhecimentocompromete totalmente os seus estudos e tudo aquilo que apessoa viu e chegou a pensar serem OVNIS, acabamperdendo totalmente o crédito de seus depoimentos.

Satélite Iridium, muita vezes confundidocom um OVNI

OVNISObservando com responsabilidade

Paulo Monteiro| Revista macroCOSMO.com [email protected]

Page 191: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 56

MITOS CIENTÍFICOS

CONHECIMENTO DO CÉU

É necessário o mínimo deconhecimento das constelações, das estrelas edos planetas no céu! Principalmente porquemuitos ao começarem ao olhar para o céu embusca de discos voadores, mal conhecem asconstelações, assim, dependendo da noite e doclima, algumas estrelas antes não visíveisdevido ao clima ficam visíveis e assim podemser confundidas com "naves"!

Outro fato são os planetas. Muitaspessoa acham que eles são invisíveis a olhonu, mas na verdade 5 deles são visíveis. Sãoeles: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno!Muitos desses planetas acabam sendorelatados em depoimentos como discosvoadores. O planeta Vênus visível antesmesmo do anoitecer é o campeão emconfusões com Ovnis, devido ao seu brilhomuito forte, seguido de Júpiter que possui umbrilho também muito intenso. Mas na verdadesão apenas planetas e não ovnis.

ESTRELAS VARIÁVEIS

Existem algumas estrelas no céuchamadas de "estrelas variáveis". Elaspossuem esse nome devido a grande diferençano seu brilho (magnitude). Assim, durantealguns meses essas estrelas não são visíveis aolho nu. Depois de certo tempo elas começama aparecer, pois o seu brilho aumenta e ficavisível para nós. Uma pessoa pode em um dianão ter avistado aquele ponto no céu, mas nooutro dia lá esta ele brilhando.

A pessoa sem conhecimento ao veresse objeto de um dia para o outro, pode acharque é um disco voador, fato que é apenas umaestrela variável. Um exemplo é Mira Ceti, umaestrela variável que recentemente "sumiu" donosso céu, mas em breve deve "voltar".

METEORITOS

Mais conhecidos como estrelascadentes, as chuvas de meteoros tambémconfundem as pessoas que as relatam comoovnis. Na verdade, meteoros são apenasminúsculos fragmentos deixados pelo rastro dealgum cometa ou outro corpo celeste. Elescaem na Terra em alta velocidade e ao cruzar aatmosfera, acabam sendo destruídos, gerandoaquele brilho muito forte devido ao seu atritocom a atmosfera.

SATÉLITES ARTIFICIAIS

Sem dúvida eles são os que maisconfundem os menos esclarecidos. Existemmilhares de objetos enviados pelo homem nanossa atmosfera nos últimos anos. Eles estãocruzando o céu constantemente em altavelocidade! Cada satélite artificial possuitamanho e características diferentes, dessemodo, cada um emiti um brilho diferente, sendoalguns fracos e outros muito fortes. Os satélitesIridium, sem dúvida já confundiram muitaspessoas. O seu brilho muito forte faz com quepensem que seja um disco voador, mas naverdade é um satélite de comunicações!

O conhecimento de todos essesfenômenos é fundamental para alguém quedeseja se tornar um ufólogo, ou para quem jáavistou ou pensa que já viu algo. Tente refletirpara ver se seu objeto avistado não eranenhum desses citados. Não é nada fácil parapessoas que estudam astronomia e ufologia deforma séria. Ver uma pessoa assustadadizendo a você que viu um disco voador,quando na verdade era um planeta. A falta deconhecimento e também a falta de ensino deastronomia nas escolas fazem as pessoasconfundirem esses objetos com discosvoadores. e você quer se tornar um ufólogo,deve ter o mínimo desses conhecimentos, casocontrário vai ser muito difícil trabalhar com isso!

Paulo Ricardo Monteiro, é redator da Revista macroCOSMO.com, promovendo umacampanha em defesa do conhecimento científico, combatendo as pseudociências e outrasastrobobagens. Site: www.astronomos.com.br/paulo

Page 192: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 57

GUIA DIGITAL

TELEVISÃO online

Sim. Existem na web alguns canais de televisão que apresentam em suaprogramação, edições voltadas para a Astronomia e ciências afins. Claro que uma rápidatransmissão de dados depende da velocidade de sua conexão com a internet (modem,cabo, DSL, satélite, etc). Assim, para aqueles que usam conexão via modem, não seassustem se a transmissão aparecer em câmera muito lenta!

www.tvriosol.com.br

Rosely Grégio | Revista [email protected]

TV Rio Sol de Campos – Rede Litoral

Em uma iniciativa pioneira no Brasil, todos os Sábados e Domingos em torno das 17 e 18 horas (e reprise em outros horários durante a programação semanal) o Professor Marcelo de Oliveira Souza, apresenta na TV Rio-Sol de Campos/TV Litoral (Rio) um programa educativo editado em português voltado para a Astronomia, Astronáutica e dicas de como, onde e o que observar no céu da semana. O programa é acessível pela internet, mas para tanto é necessário ter instalado em seu computador o programa Windows Media Player. Ficamos torcendo para que outras iniciativas como essas possam ser desenvolvidas de forma permanente em outros canais disponíveis na Web, como também nos canais normais da TV aberta em todo o Brasil. Parabéns Professor Marcelo, parabéns TV Litoral de todos redação da revista macroCOSMO!

NASA TV

Várias organizações de dentro e fora de NASA transmitem o canal de televisão da NASA na World Wide Web. A NASA TV provê cobertura em tempo real das atividades da Agência e missões, como também vídeo de recurso para as mídias de notícias e programação educacional para os professores, estudantes e o público geral. A programação é gratuita editada no idioma inglês. Para assistir aos vídeos, lançamentos, entrevistas, documentários, as mais recentes descobertas e imagens astronômicas obtidas através de sondas e satélites na NASA TV online é preciso ter instalado em seu computador o programa RealMedia Player - (em inglês).

www.nasa.gov/multimedia/nasatv/

MM_NTV_Web.html

Page 193: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 58

GUIA DIGITAL

www.ksc.nasa.gov/nasadirect

KSC Direct

Produção original para Web do KennedySpace Center, sobre os lançamentos das navesespaciais (Space Shuttle) e outros tópicos(javascript) - (em inglês).

FAA Federal Aviation Administration (FAA) apresenta vídeos e alguns programas conjuntos com a NASA (javascript) - (em inglês).

http://videoontheweb.faa.gov

Glenn Research Center em RealMedia

http://technology.grc.nasa.gov/broadc

asts/nasatv_rtsp.ram

Kennedy Space Center public affairs RealMedia

http://vstream1.ksc.nasa.gov/ramgen/

ha/nasa_tv.rm

Page 194: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 59

GUIA DIGITAL

www.cotf.edu/ntv/main.html

ou www.cet.edu/main.html

Classroom of the Future

Apresenta partes de programas da TV NASA

e outro Webcasts educacional em RealMedia. (Javascript). Também apresenta programas científicos e ensina a construção de equipamentos simples com material da fácil aquisição, na produção de objetos, inclusive para observação como por exemplo sextantes para medir a altura dos astros - (em inglês).

NASA Quest/Learning Techonologies Channel Transmite partes selecionadas da programação da TV NASA em RealMedia - (em inglês).

http://quest.nasa.gov/ltc/ram/

nasalive-v.ram

HoustonChronicle.com - Space Central Real Media

www.chron.com/content/interactive/space

United Space Alliance Real Media (Javascript)

www.unitedspacealliance.com/live/

Programas de TV na Web não pertencentes a NASA

Além disso, outras organizações de notícias online, como a CNN, MSNBC, FoxOnline e SPACE.com, podem levar ao ar, coberturas de alguns lançamentos e missãoespaciais. Esta é uma lista parcial de locais que não pertencem a Agencia EspacialAmericana, que podem, de vez em quando, retransmitir o sinal da TV NASA na Web.

R.Grégio

Page 195: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 60

Instruções aos autores:

1 Os artigos deverão possuir Título, resumo, dissertação, conclusão, notas bibliográficas e páginas na internet que abordem o assunto;

2 Fórmulas matemáticas e conceitos acadêmicos deverão ser reduzidos ao mínimo, sendo

claros e concisos em seus trabalhos;

3 Ilustrações e gráficos deverão conter legendas e serem mencionadas as suas respectivas fontes. Pede-se que as imagens sejam enviadas nos formatos JPG ou GIF.

4 Quanto às referências: Jornais e Revistas deverão constar número de edição e página da

fonte pesquisada. Livros pedem-se o título, autor, editora, cidade, país e ano.

5 Deverão estar escritos na língua portuguesa (Brasil), estando corrigidos ortograficamente.

6 Os temas deverão abordar um dos ramos da Astronomia, Astronáutica ou Física. Ufologia, Astrologia e outros assuntos pseudocientíficos não serão aceitos.

7 Traduções de artigos só serão publicados com prévia autorização de seus autores originais.

8 Antes do envio do seu arquivo, envie uma solicitação para

[email protected], fazendo uma breve explanação sobre seu artigo. Caso haja um interesse por parte de nossa redação, estaremos solicitando seu trabalho.

9 Os artigos enviados serão analisados e se aprovados, serão publicados em uma de nossas

edições.

10 O artigo será revisado e editado caso se faça necessário. As opiniões vertidas são de total responsabilidade de seus idealizadores.

11 O autor receberá uma notificação da publicação do seu artigo.

Autoria A Revista macroCOSMO.com, aprimeira revista eletrônica brasileira deastronomia, abre espaço para todosautores brasileiros, uma oportunidade deexporem seus trabalhos, publicando-os emuma de nossas edições.

Page 196: macrocosmo 1a3

revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004 61

macroCOSMO.com

revista

Edição nº 1 – Dezembro 2003 Edição nº 2 – Janeiro 2004 Edição nº 3 – Fevereiro 2003

Disponível em http://www.revistamacrocosmo.com