Madonna by MInsane 2009

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Quem substituiria a rainha do pop? A Próxima Madonna O Enigma Madonna A fórmula por trás do sucesso da cantora And I feel like Like a Prayer faz duas décadas To have and not to hold As novidades que em breve chegarão ao mercado Toda obra é autobiográfica Decodificamos as inúmeras referências à vida pessoal da compositora em sua obra Doce à brasileira Fãs relatam a emoção de finalmente assistir a diva ao vivo O olho de vidro Analisamos a trajetória da loira nos ensaios fotográficos Fanzine do Madonna Insane Fan Club Ano 3 - Nº 02 - Julho/2009

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Edição 2009 da revista do MInsane

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Quem substituiria a rainha do pop?

A Próxima Madonna

O Enigma MadonnaA fórmula por trás do sucesso da cantora

And I feel likeLike a Prayer faz duas décadas

To have and not to holdAs novidades que em breve chegarão ao mercado

Toda obra é autobiográficaDecodificamos as inúmeras referências à vida pessoal da compositora em sua obra

Doce à brasileiraFãs relatam a emoção de finalmente assistir a diva ao vivo

O olho de vidroAnalisamos a trajetória da loira nos ensaios fotográficos

Fanzine do Madonna Insane Fan ClubAno 3 - Nº 02 - Julho/2009

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Madonna By MInsane - A Revista do Fã-Clube Oficial / Brasil

Editor e Jornalista Responsável:Rodrigo Ferrari (MTB 42139/SP)

Projeto Gráfico, Direção de Arte, Editoração Eletrônica e Arte Final:Christian Sousa - The Red ((design&web))

Colaboradores:Paty Prudente, Iarinha, Marcelo Poloni, Iarinha, Luciane Senna e Átila Oliveira

Créditos das fotos (em ordem albabética):Alberto Tolot, Alek Keshishian, Brian Aris, Bruce Webber, Craig Mc Dean, Dah Len, Dave Hogan, David La Chapelle, Deborah Feingold, Fabrizio Ferri, Gary Heery, Guilles Bensimon, Helmut Newton, Herb Ritts, Jean Baptiste Mondino, Koto Bolofo, Lorenzo Agius, Luis Sanchis, Mario Testino, Patrick Demarchelier, Peggy Sirota, Peter Lindbergh, Pierre & Gilles, Rankin, Regan Cameron, Solve Sundsbo, Steven Klein, Steven Meisel, Tim Walker e Wayne Maser

A revista Madonna by MInsane é uma publicação idealizada pelo Madonna Insane Fan Club - MInsane. Todo conteúdo publicado é de responsabilidade do Madonna Insane Fan Club. Todos os direitos reservados, sendo proibida a reprodução de qualquer matéria sem autorização prévia.

Coordenadora-Geral: Paty PrudenteCoordenador de Design e Criação: Christian SousaOrkut: Rafael HohenfeldColunista: Átila OliveiraRedação: Ricardo CazelatoEquipe de Criação: Natália VieiraBlog: Juninho BarimMadrinha: Marina Person - MTV

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Cada número da revista Madonna By MInsane é mais do que especial, mas esta teve um sabor ainda melhor que as anteriores. Desta vez, tivemos como norte do nosso trabalho dar voz a quem

melhor entende do assunto Madonna: os fãs. Coincidentemente, essa é uma época na qual nossa diva está dando maior espaço e tendo cada vez como foco maior justamente seus milhões de seguidores em todo o mundo.

Além de ter feito sua turnê mais interativa (com direito até a uma sessão de pedido de música pela plateia), pode-se notar claramente nas filmagens oficiais que farão parte do próximo DVD da loura que este será o projeto que mais apresenta imagens da multidão, de fãs embriagados com sua presença de palco.

Esta foi uma evolução mais do que natural para o MInsane, por uma série de motivos. O motor que mantém nossas engrenagens a todo vapor é justamente a interação. Seja pelo mailing list, seja pelos contatos da coordenação, o fã-clube é um espaço aberto à participação de todos e, principalmente, à livre discussão, desde que respeitadas algumas regras básicas de convivência, claro.

Uma artista com o repertório (vídeo e fonográfico) vasto como Madonna está sujeita à constante crítica tanto por parte da imprensa quanto de seus admiradores e é claro que surgiram ao longo da carreira (e ainda surgirão) muitas divergências de opiniões.

O MInsane está aberto para que cada uma delas seja expressa. Entendemos que cada fã tem direito ao seu livre pensamento e não é obrigado a saber todos os detalhes de cada lançamento da diva, como todos os remixes de cada single lançado ou os estilistas responsáveis pelo figurino de cada turnê.

Para isso existem espaços como o MInsane, verdadeiros museus em constante renovação e atualização de conteúdo. Dividir o trabalho entre todos nós só contribui para enriquecê-lo, além de não sobrecarregar nenhum de nós. Assim, temos à disposição uma fonte rica de informação e ainda temos tempo para namorar, trabalhar, curtir a família, ou seja: viver a vida!

A única regra que é válida para o fã é: ele tem que curtir Madonna. Não precisa aceitar cada frase, cada música, clipe ou filme lançado, mas sim compreender sua obra acima de tudo. Não importa qual seja sua fase favorita, seu nível de conhecimento. No MInsane não há um concurso para ver quem sabe mais. Cada dúvida, por mais simples que pareça para quem é fã há mais tempo, é respondida com muito respeito. Cada material encontrado é compartilhado. Por mais que os colecionadores mais fervorosos considerem um sacrilégio o fã que não tem este ou aquele material, os membros do MInsane entendem que ninguém é obrigado a ter tudo. Numa época em que a maioria dos itens é digital, faz menos sentido ainda tentar ‘privar’ os outros de cada item conseguido apenas para manter sua exclusividade.

Essa interação toda é motivo de nosso maior orgulho e o coração de nossa equipe. Ao contrário de outros espaços que brigam para ver quem tem o conteúdo primeiro, quem vai lançar a notícia em primeira mão, de maneira engessada e estática, ignorando que o único endereço oficial está hospedado no domínio www.madonna.com, o MInsane é muito mais: um lugar no qual as pessoas confraternizam, se conhecem, discutem.

Colecionamos muitas histórias ao longo dessa trajetória de 14 anos. De amizades que surgiram ali, na lista de discussão, de namoros que começaram.Sim, pois, em primeiro lugar e mais importante do que tudo, somos pessoas que se relacionam.

Pessoas que amam.Pessoas que têm algo em comum para amar.Esta revista é de cada um de vocês!

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Parece ser óbvio dizer que Madonna se recicla a cada novo álbum ou a cada show. A nova geração de adolescentes – o

público efetivo que comanda a indústria do entretenimento elegendo seus ícones da atualidade – nasceu numa época em que a informação, tecnologia e todo o campo da mídia convergem para o campo digital onde as notícias têm fácil disseminação pelo mundo, não mais deixando no ar a sensação de mistério ou novidade que no passado geravam e despertavam a curiosidade a respeito da vida e da carreira de personalidades do show business.

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Madonna, muito além da notícia, sempre esteve presente na mídia e nunca esteve contra o seu fluxo contínuo, favorecendo-se, inclusive, por manipulá-lo como bem quis em

sucessivas mudanças em sua carreira, estilo musical e comportamento. Beneficiando-se desta constante revolução, soube atingir o patamar de Ícone cercando-se dos melhores profissionais da música, moda, fotografia, design, entre outros e é este um dos motivos que fazem dela muito mais que uma simples cantora, tornando-se uma Artista que, em

tempos digitais, ganhou o status de multimídia. A produção artística que envolve seu espetáculo de mídia (desde o lançamento do CD até o lançamento do DVD de sua turnê mais recente) a mantém no topo da cadeia do show business e, próxima de completar

51 anos de vida, 26 de carreira, ela parece não perder o fôlego. Seu mais recente trabalho musical, o CD Hard Candy, rendeu-lhe uma turnê que foi dividida em duas

partes e já bateu recordes de público e arrecadação.

Não existem palavras que descrevem a sensação de estar ali ao vivo num show de sua majestade a Rainha do Pop, vendo e ouvindo,

compartilhando a alegria e energia dos fãs em momentos únicos que se eternizam na memória, muito além de uma simples fotografia ou vídeo.

O show, que deve ser lançado em DVD até o final de 2009, contém edição gráfica sofisticada com sobreposições de camadas de imagens com Madonna sempre à frente, no movimento

certo, na pose perfeita. E, para aqueles que já tecem ruídos críticos a respeito, sim, o som também foi editado para minimizar a interferência dos gritos histéricos de uma plateia

extasiada (Madonna usa, como todos os demais artistas que promovem shows musicais, visualmente sofisticados e performáticos, uma base pré-gravada das músicas com a

sobreposição de sua voz ao vivo, para que seja ouvida por igual, do começo ao fim).

Diante da magnitude e da presença de um Ícone máximo da cultura pop moderna, que bebe de diversas fontes para produzir e reproduzir um inconsciente coletivo, uma referência quase mítica, o que pode ser percebido em seu show é de que ela

faz questão de dar a impressão que ele é feio somente para você com um olhar que, mesmo preocupado com o espetáculo, te aproxima sempre do palco não

deixando margem ao tédio ou a mesmice.

Para decifrar o enigma de seu sucesso depois de tanto tempo na estrada, basta perceber que ela é uma feroz produtora e inovadora em um novo conceito de Arte e Espetáculo, sabendo como ninguém trazer para o mainstream aquilo já

consagrado e aplaudido nos guetos e no underground popular cultural de grandes cidades ou movimentos étnicos regionais. O grande pulo da Leonina foi saber

até hoje como captar o que de mais interessante é produzido fora do foco do universo artístico presente na mídia e traduzi-lo em música,

vídeo, shows e, com atitude corajosa, dar a própria cara a tapa com sua ousadia.

Um forte poder de catalisação e transformação sempre esteve presente em sua carreira, entre os quais podemos citar: Dos anseios feministas dos anos 80, Like a

Virgin; dos tabus das adolescentes, Papa Don´t Preach; da mistura de racismo e preconceitos religiosos, Like a Prayer; das pista de dança dos clubes gays,

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Vogue; da liberdade sexual, Justify my Love e Erotica; da desilusão amorosa, Take a Bow; da excentricidade visual e poética com colaboração da cantora Björk, Bedtime Story; de sua viagem ao misticismo e estudos da cabala, Frozen; de suas incursões pelo cinema, Beautiful Stranger; de uma boa farra noturna, Music; da guerra e estupidez armada, American Life; do resgate de velhos ícones de outras gerações, Hung Up e, finalmente, da volta ao estilo americano musical que domina as novas gerações, 4 Minutes. E ainda podemos citar ai uma dúzia de outras canções que representam muitos outros estilos e viagens musicais.

Óbvio que, assim como os grandes mestres das artes, Madonna não se faz sozinha e conta com o apoio e ajuda de diversas formas, contudo, como podemos observar em sua trajetória, bem explícita em todos os momentos, através de seus documentários, making-offs de sua própria vida e carreira, que ainda é ela quem centraliza e executa aquilo que, dissociado de seu nome, por si só, não teria força ou visibilidade na mídia (ou demoraria muito para tê-lo)

Depois que sua fábrica de deleites e guloseimas encerrar as atividades logo mais em setembro, teremos mais um período de renovação e sua majestade voltará novamente para seduzir a todos, incluindo as novas gerações, que atualmente carecem de ídolos que sejam constantes na mídia e no meio artístico que nunca para de evoluir, por mais efêmero que sejam os atuais caminhos destas novas caras e vozes expoentes da mídia atual.

A tarefa mais difícil, entretanto, é ainda decifrar o código Madonna de sucesso e transformação que ainda está presente em cada espaço da indústria do entretenimento e das artes em geral.

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Texto escrito por Marcelo Poloni (São Paulo-SP), que está no MInsane desde a era glacial, quando o Minsane ainda era MOFFCOL. Seu primeiro contato com a Madonna foi com o álbum em vinil de Like a Prauer, comprado por um amigo nos tempos do colegial. Like a Prayer também é sua música favorita e ele adora os vídeos de Frozen e Bedtime Story, que estão intimamente ligados a sua adoração por Salvador Dalí e pelo surrealismo.

Ciello, cante seu trechinho preferido de uma canção da Madonna: “When I was very young. Nothing really mattered to me. But making myself happy. I was the only one. Now that I am grown. Everything’s changed I’ll never be the same ”. ;-D

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À venda, no MInsane Shop, a partir do dia 01 de agosto de 2009.

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A rainha do pop está mais atenta hoje ao seu faturamento com performances ao vivo, mas isso não significa que o cérebro por trás de tantos lançamentos que há duas décadas e meia vêm fazendo bonito nas vendas em todo o mundo esteja adormecido.

Belo exemplo disso são os belíssimos registros em livros foto-reportagem de suas recentes turnês. O empresário de Madonna, Guy Oseary, é um fervoroso fotógrafo, com um olhar que abrange o mito Madonna e, claro, as mega produções de seus shows. Esse magnífico trabalho fotográfico, que, por ser elaborado por uma pessoa que conhece não só a personalidade da loira mais famosa do mundo, mas também o gosto de seus admiradores, já foi reunido em dois livros, Madonna Confessions e Madonna Sticky & Sweet, correspondentes às duas últimas turnês.

Ambos são ótimas recordações para quem compareceu aos shows. Para quem não pôde conferir pessoalmente, são imagens que transmitem muito do espírito do que se viu ao vivo.

Para quem quer conhecer mais a história da diva, a biografia oficial da historiadora (e fã assumidíssima) Lucy O’Brien, Madonna 50 anos, faz um relato ‘morno’, sem acrescentar muito para quem é fã há mais tempo. Vale a pena enquanto organizador das muitas histórias que foram contadas ao longo de sua carreira (algumas inventadas por ela mesma), mas não traz nada de novo ou muito revelador.

No campo da música em si, ainda teremos que aguardar por um trabalho futuro de Madonna para ouvirmos um álbum mais conceitual. Seu último lançamento, Hard Candy, serviu mais como base para o espetáculo Sticky & Sweet Tour, mas foi responsável por trazer de volta algumas baladas nas quais a voz da cantora aparece com menos efeitos de sintetizadores. Desse CD, saíram os singles 4 Minutes, Give It 2 Me e Miles Away. Verdade seja dita: a gravadora Warner, ciente de que seu contrato não seria renovado, não se dedicou muito à divulgação de nenhum desses materiais, o que prejudicou as vendas.

Por outro lado, parece que a mania de tentar se desvencilhar de seu passado foi mesmo enterrada. Prova disso foi o último calendário oficial da cantora, em cujas páginas se confere, mês a mês, imagens de todas as suas controversas fases.

Quanto ao presente, finalmente a equipe da cantora desvendou o significado de ‘tempo real’: o Madonna.com surpreendeu ao exibir um vídeo da homenagem feita a Michael Jackson no mesmo dia em que ela aconteceu (durante a estréia da segunda parte da turnê). Além disso, a própria tem conversado com os fãs pelo Twitter de seu empresário (www.twitter.com/guyoseary).

Benvinda ao mundo online, Madonna!

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4 minutes acabou de ficar para trás, uma voz masculina forte e eletrônica diz: And It feels like, it feels like home. Uma batida começa, mais forte e vai direto em nosso ser, não pede autorização nem quer saber se estamos preparados ou não. Ela já começa com dose de overdose extra em nossos cérebros, rasgando tímpanos e já é tarde pra fugir. 4 minutes foi apenas um aperitivo para o que viria a seguir. Os pés já não encontram o solo, pulando, brigando por espaço; as mãos também não param de socar o ar, como se quisessem mostrar que quem manda ali é aquela batida. Já não há mais fuga, foi só ouvir a primeira batida e ficamos presos por total, o poder nos invadiu. Yes, I can feel the power, Oh, God. What the fuck is that? É Like a Prayer, um dos maiores sucessos da diva de todos os tempos, que neste ano de 2009 completa 20 anos mostrando que tem muito poder.

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O estádio parece que vai vir abaixo com todo mundo pulando ao som da batida eletrizante de Like

a Prayer. A música-oração de Madonna mexe com os nossos sentidos e prova

que tem força para viver uma eternidade. Que 4 minutes que

nada, Like a Prayer é que é o verdadeiro poder de Madonna.

Há 20 anos, quando o álbum Like a Prayer foi lançado, o mundo se

surpreendeu. Não apenas era o melhor álbum de Madonna até então, como

também era um álbum maduro, de uma cantora que já não era mais virgem, mas mulher. Uma mulher que cantava a dor e a transformava. A transformava em música. E que buscava entender o

mistério da vida e se deixava levar por aquela força interior que chamava pelo seu nome tão fortemente que não tinha como não se deixar envolver. O

poder da voz daquela oração era muito forte.

E não há nada tão forte como uma oração, como a fé que faz montanhas tremerem e se moverem, não há nada tão prazeroso e silencioso como uma oração que

traz tudo à superfície e mostra toda a nossa face, todo o nosso coração. Like a Prayer é uma oração da primeira à última faixa, é Madonna pedindo a Ele, Aquele que está nos céus e que tem Nome Santo, pedindo de joelhos a salvação de todos os pecados, buscando a redenção. Buscando respostas e o resgate dos enlaces familiares, sentir-se em casa, a busca constante

por sentir-se em casa, de Like a Prayer a Ray of Light (And I(it) feel(s) like a just go (home)).

Como uma oração que vai fundo pra superar todas

as tragédias, decepções, dores, tristezas, orgulhos e

traz à tona a alegria da vida. A oração que te faz renascer e,

dançando sobre o túmulo, a criança retorna e ela já não pode ser machucada,

não mais. A oração a fortaleceu, a fez a mulher dona de si, de sua voz iluminada, que

se expressa e se faz ser ouvida pela música, pela melodia de quem não quer ser só mais uma voz

materialista, vivendo em um mundo materialista e cresceu e hoje é forte. Tão forte que bastam algumas

palavras (feels like home) e ela já invade todos que a ouvem. Like a prayer não é um álbum, é uma

oração, uma oração de amor, de vida, de escolhas, de

perdão e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do Mal. Amém.

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Sobre o Álbum

Like a Prayer

Lançado em em 21 de março de 1989, já vendeu mais de 15 milhões de cópias em todo o mundo. Considerado um marco na carreira da Madonna. Alcançou o topo da Billboard e ficou 77 semanas na parada. O álbum é retrato musical da vida de Madonna. Grandes sucessos lembrados por todos até hoje, como Like a Prayer, Express Yourself e

Cherish.

O álbum possui 11 faixas:

01. Like a Prayer 02. Express Yourself

03. Love Song 04. Till Death do us Part

05. Promise to Try 06. Cherish

07. Dear Jessie 08. Oh Father

09. Keep It Together 10. Spanish Eyes

11. Act of Contriction

Além dos singles, foi lançado um miniálbum chamado Remixed Prayers, com versões remixes das faixas

Like a Prayer e Express Yourself.

Na época do lançamento do vídeo de Like a Prayer, Madonna tinha assinado um contrato milionário com a Pepsi, que foi quebrado logo

após o lançamento do polêmico vídeo da faixa título, por conta da Igreja Católica que não gostou de ver Madonna beijando um santo

negro e ateando fogo a cruzes. O comercial da Pepsi com Madonna foi retirado do ar, o contrato foi cancelado, mas Madonna ficou com

a grana toda. Coisa chata isso, né? ;-)

Texto escrito por Chris, The Red (Brasília-DF), no Minsane desde 1996 quando ainda era o MOFFCOL e fã da loira desde 92, com o lançamento de Erotica, seu álbum preferido, seguido por American Life, um álbum excelente e incompreendido. Vídeos favoritos? Muitos, muitos e muitos.

Chris, canta seu trechinho preferido de uma canção da Madonna: “So won’t you go down. Where it’s warm inside. Go down. Where I cannot hide. Go down. Where all life begins. Go down. That’s where my love is”. :-)

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A mídia é enfática ao anunciar, de tempos em tempos, a próxima Madonna, a próxima rainha do pop. A mais recente ‘candidata’ (ainda que sem nunca ter organizado uma campanha para tal) é Lady GaGa, assim denominada até na capa da revista Rolling Stone. Sem desmerecer o talento artístico da moça, nem ignorar o fato de que teve nada mais nada menos que a presença da loira em pessoa e Cyndi Lauper na platéia de uma de suas apresentações, essa é uma ladainha à qual estamos mais do que acostumados a ouvir.

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Britney Spears, Christina Aguilera, Rihanna, só para citar as mais recentes numa turma

que já listou até Janet Jackson, já foram assim classificadas – e nenhuma teve a façanha (nem a

intenção) de ‘roubar’ essa coroa.

Então, quem seria a próxima Madonna?

Curiosamente, a imprensa e a opinião pública em geral ainda não se deram conta de que a resposta está justamente numa das muitas

acusações constantes sobre a própria rainha em pessoa:

“Madonna não é mais a mesma”.

Há quanto tempo convivemos com o comentário acima? Pelo menos desde a época de True Blue. E sabem do melhor? É a mais pura verdade. Ela não é mais a mesma.

Ainda bem.

O fato é que na constelação artística mundial não é rotina surgirem estrelas com tamanha grandeza. E uma delas acaba de se apagar. Podemos afirmar, sem medo de parecer presunção, que, depois da

morte de Michael Jackson, Madonna é a última grande estrela do mundo do espetáculo.

Aliás, por hora, vamos lembrar que o primeiro grande sucesso da cantora deve pagar tributo a Jackson. Afinal, as batidinhas responsáveis pelo ar ‘safadinho’ a Like a Virgin nada mais são do que um sample da canção Billie Jean.

A grande diferença na ‘corte do pop’ é que enquanto, em termos de trabalho, o rei não produzia nada de interessante há mais de uma década, a rainha por sua vez nunca parou de trabalhar e, entre altos e baixos, manter constantemente sua imagem

artística sempre em evidência e sua conta bancária numa curva contínua ascendente.

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A fórmula mágica para esse sucesso não é segredo para ninguém: as famosas reinvenções. O que poderia ter sido um

tiro no pé se feito de forma aleatória e uma decepção para seus seguidores foi a catapulta que sempre impulsionou sua

carreira.

A ‘próxima Madonna’ será, sem sombra de dúvidas, a própria Madonna.

O futuroVislumbrar tendências talvez seja o maior talento da artista.

Ela pode ser dona de uma potência vocal questionável, mas a capacidade de seu ‘faro’ para negócios no ramo de

entretenimento é unanimidade. Ela avança e se mantém à frente da sua era o tempo todo.

O fato é que arriscar palpites sobre os próximos passos de uma cantora que odeia ser repetitiva é uma tarefa inglória. O que se pode dizer com toda a certeza é que seu maior talento – o

de performer – está mais vivo do que nunca.

Não podemos divagar sobre quais serão as influências musicas que nortearão sua obra daqui para a frente. Mas sabemos

que o foco, pelo menos para uma década ou mais, será nas apresentações ao vivo.

Madonna, sempre esperta e com o olho no futuro dos negócios, encerra com o lançamento de sua coletânea até o final de 2009, o contrato com a gravadora Warner. Mais do que um

simples reajuste de contratos, isso mostra claramente qual o foco daqui em diante.

Depois de rusgas de proporções mundiais com os internautas, com direito a gravação oficial de um xingamento público para

tentar driblar e desestimular a troca de canções de forma gratuita, Madonna finalmente abandonou a idéia de fazer

dinheiro com a venda da música em si.

Mas sem deixar de lucrar, muito pelo contrário. Focando no que sabe fazer de melhor e o que jamais será possível copiar:

a sua inabalável presença ao vivo.

Enquanto a Warner insiste em tentar voltar no tempo e tentar conter o compartilhamento de músicas com ações que

parecem uma rolha para estancar uma cachoeira, Madonna

firma seu modelo de trabalho nas turnês. Tanto que pela primeira vez ela acaba de retornar aos palcos com um espetáculo ‘repetido’. A Sticky & Sweet Tour é a primeira turnê de Madonna a voltar para a estrada depois de encerrada.

Mas isso não significa, no entanto, que Madonna está se rendendo à mesmice. Muito pelo contrário.

Indústria em declínio / Madonna em evoluçãoSe por um lado a base, dos trabalhos definida nos estúdios realmente parecem sofrer uma queda de qualidade (ou de inspiração), iluminada pelas luzes da ribalta é que se revela a entertainer. Este termo hoje define mais do que um cantor: um profissional multimídia do entretenimento.

O processo da retroalimentar funciona da seguinte maneira: as vendas de discos são fracas, logo, o investimento no álbum seguinte são menores e o trabalho final é mais fraco ainda. O mesmo vale para a produção de videoclipes. Get Together e Give It 2 Me que o digam. Cada vez mais, o foco é na venda de ingresso e não de material. Ou em materiais especialíssimos para colecionadores. As edições limitadas são uma maneira da indústria produzir menos ganhando mais e projetando ainda mais a imagem de um cantor enquanto ícone.

Mas o saldo é positivo para os fãs. Ou alguém acredita que ela teria feito uma turnê com passagens até pela América Latina se a venda de CDs e downloads oficiais continuasse a ser lucrativa?

Uma certeza é que teremos ainda várias turnês por vir. O mercado mudou e Madonna evoluiu com ele.

A todo vaporNo início da carreira tornou-se costume questionar Madonna sobre qual seria sua maior ambição apenas para ouvir sua já conhecida resposta ‘conquistar o mundo’. A piada parecia inocente na época, presunçosa até. Passadas quase três décadas, a crítica teve que engolir que este objetivo foi não só atingido, mas tem se mantido indefinidamente, sem abrir

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muitas brechas para quaisquer ameaças de se desfazer.

Os tais quinze minutos de fama da cantora foram prolongados e se renovam ano a ano, assim como sua imagem e sua obra. Frutos de sucessivas estratégias de marketing muito bem conduzidas e igualmente bem sucedidas.

Esta é uma época boa para a ‘marca’ Madonna: sua produção atual mira no futuro, mas fez definitivamente as pazes com o passado. Utiliza-se de sua consagração ao longo de todo o tempo em que está liderando, sem, contudo, nutrir-se exclusivamente dessa fonte.

Ao contrário de tantos outros artistas que vivem às custas de seus sucessos nos primeiros anos, Madonna já deixou claro que vai sempre atrás da criação de novos estilos, seja na aparência, seja na música, seja em tecnologia de shows. E tudo isso só é colocado em prática se for para ressaltar a sua própria personalidade e sua arte.

Enquanto muitos de seus colegas de início de carreira hoje levantam as mãos aos céus devido às ondas de revivals dos anos 80 e 90, Madonna agradece a lembrança e mostra que ainda há muito por vir, pois ela não para nunca de evoluir.

Daqui para a frente, a artista tem apenas que se manter no topo, tarefa à qual se dedica desde que chegou lá e coordenada com maestria, mesmo numa época em que manter a liderança é algo raro.

Arte efêmeraHistoricamente, as manifestações artísticas cada vez permanecem em evidência por menos tempo. Lá no início da civilização, as artes egípcias duraram por milênios. Na Grécia antiga, também. O que se viu na sequência foram os movimentos reduzirem sua vida útil para séculos, culminando no século XX para uma década no máximo. Agora, no novo milênio, fazer sucesso por mais de uma semana é um feito louvável e para poucos.

Nesta época que qualquer um pode ser famoso tendo algum talento e, claro, muito mais criatividade e ousadia para divulgar-se. Se daqui a vinte anos a indiscutivelmente talentosa Lady GaGa terá a mesma expressão de hoje ninguém pode afirmar.

Mas alguém duvida que Madonna permanecerá no alto do trono da realeza do pop?

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Texto escrito por Rodrigo ‘Digo’ Checchia (São Paulo-SP). Ele faz parte do Minsane desde 2003 e a passagem da Madonna pelo Brasil, em 1993, foi o estopim para ele tornar-se fã. Sua música favorita Vogue. Bedtime Story, Take a Bow e American Life formam o tripé de seus vídeos favoritos.

Digo, cante seu trechinho preferido de uma canção da Madonna: “Beauty is where you find it”. :-D

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“alguém duvida que Madonna permanecerá no alto do trono da realeza do pop?”

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Após um ano de grandes emoções e comemorações (50 anos, 25 de carreira,

saída da Warner, oitava turnê mundial, divórcio...), 2009 também promete. Dessa vez a expectativa gira em torno da segunda parte da turnê ‘pegajosa’ de recordes acumulados e, claro, dos lançamentos do DVD e da tão prometida coletânea de hits.

Com a colaboração de Paul Oakenfold e Frank E., a nova coletânea (último trabalho pelo selo Warner) promete trazer um setlist de hits bombados da rainha do pop, mas com uma nova roupagem. O som cobiçado no momento é eletropop e dizem que Madonna andou se inspirando no penúltimo disco de Britney Spears, Blackout.

Como não podia deixar de ser, todo lançamento da maior artista do planeta gera todo tipo de especulação por parte dos fãs e da imprensa e com o ‘ghv3’ (cujo título ainda está indefinido – ou, pelo menos, ainda não divulgado) não tem sido diferente. Recentemente, disponibilizaram em sites e blogs dedicados à cantora algumas versões demo de uma canção chamada Revolver, que supostamente seria o primeiro single da compilação a ser lançado.

Já o DJ Oakenfold disse em uma entrevista que os nomes das canções inéditas eram Broken e Celebrate. Esta última prontamente relacionaram ao hit Holiday que tem no seu refrão chiclete a frase ‘let’s celebrate’ já inscrita no inconsciente de todo o ser vivente do planeta.

Pelo lado dos fãs, continuam as apostas. O MInsane saiu na frente e criou a promoção “Greatest hits 3: Você faz o sucesso de Madonna acontecer”, aguçando ainda mais a curiosidade dos fãs pelo novo material e o que é melhor: dando de presente a própria coletânea!

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Acostumados a ‘ter e não segurar’, os fãs apelam para a pirataria para ter em sua coleção os chamados ‘bootlegs’ de DVDs que não foram lançados até hoje, como a turnê Blond Ambition Tour (1990). Outro capítulo nessa novela de produtos Madônnicos é a turnê Re-Invention (2004). Até hoje, não temos o DVD oficial desse show. Apenas vídeos espalhados pelo YouTube e DVDs piratas mataram a curiosidade daqueles que não assistiram à apresentação ao vivo.

Muito já foi dito e especulado sobre o lançamento de apresentações ao vivo de Madonna. A mais recente trata-se da turnê Sticky & Sweet que passou pela América do Sul levando fãs saudosos à loucura. O boato de que o DVD seria lançado em março rapidamente se espalhou pela internet e tomou ares de comunicado oficial, mas até agora não saiu. Recentemente, Madonna fez uma parceria com uma empresa de telefones celulares e deu um presente aos seus usuários: dez das performances que estarão no produto final (em resolução suficiente apenas para telinhas de poucas polegadas, pois ela não é boba nem nada).

A expectativa dos fãs latino-americanos é ainda maior, pois o bônus do DVD supostamente contará com imagens de bastidores e até mesmo da visita feita por Nathan Rissman e alguns dançarinos a uma comunidade carente no Rio de Janeiro. Sem falar no encontro de Madonna e o governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral antes de entrar no palco na sua segunda apresentação na cidade.

Mais do que qualquer outro, esse DVD já se tornou especialíssimo antes mesmo de ser lançado. Para os fãs, vale o registro de imagens maravilhosas, um show de tecnologia com telões impressionantes e o desejo de rever cada cena e como as imagens foram capturadas no vídeo. Para os produtores, a certeza de mais um sucesso de vendas arrebatador.

Com a continuação da turnê (que até agora já tem confirmado o show de encerramento em setembro em Tel Aviv), muitas dúvidas pairam sobre as cabeças dos fãs: ‘Como um produto seria lançado entre a continuação das apresentações?’ ou ‘Serão dois produtos, um para cada etapa de shows?’.

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Como disse, já estamos acostumados a ‘ter e não segurar’ e já foi oficializado que vai demorar pelo menos até o final de 2009 para que

esse DVD seja lançado. Até lá, acompanharemos as novas emoções da excursão da Diva pela Europa e os próximos capítulos dessa

empreitada mercadológica.

Se Madonna pudesse nos dizer algo com certeza seria “Eu sempre faço algo para compensá-los, não faço?” Esperamos que sim,

Madonna. Somos brasileiros – e quando o assunto é você – aí é que não desistimos nunca.

Waiting for you, Just waiting...

Texto escrito por Iarinha (Salvador-BA), no Minsane desde 2003 e fã da loira desde a sua fase mais sexy, Erotica. Quando perguntada qual o álbum favorito, ela escolheu Ray of Light e Confessions on a Dancefloor. Sobre o vídeo favorito, ela responde: “Difícil, gosto de muitos! Mas um que eu assisto mil vezes e que acho linda toda a arte e fotografia é Rain.

Iarinha, canta seu trechinho preferido de uma canção da Madonna: “I’ll make you fell better... If it’s bitter at the start, then it’s sweeter in the end”. :-D

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Muito se fala sobre quem é (e quem foi) Madonna.

Ela já foi objeto de estudo em teses, ganhou definições em enciclopédias, dezenas de biografias não autorizadas e até um filme de gosto duvidoso, além de vários documentários de emissoras que se dedicam a falar de celebridades ou música. Mas se você quer saber um pouquinho através dela mesma, sem ser em suas entrevistas, apenas preste atenção em boa parte de suas músicas ou alguns de seus vídeos.Afinal, todo artista, em pelo menos um momento, fala de si mesmo através de sua arte.

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Para auxiliar sua busca, vamos viajar um pouco no tempo e tentar localizar o momento em que Madonna começou a mostrar quem era. E para isso vamos falar de sua principal arte: a música.

Seus dois primeiros álbuns, Madonna (relançado posteriormente como The First Album) e Like a Virgin, por razões bem claras, podem ser excluídos dessa caça ao tesouro. Nestes primeiros trabalhos, Madonna ainda não tinha nenhuma necessidade de mostrar quem era, mas sim a que veio. Além disso, uma parte de suas músicas nessa época sequer era composta por ela - as mais famosas por sinal.

O álbum Madonna tinha como propósito apresentar a cantora, cujo rosto ninguém conhecia bem, e que um ano antes havia lançado um single chamado Everybody. A moça tinha potencial, vendia satisfatoriamente e mostrava uma nova tendência musical, que tomava conta dos clubes de dança na década de 80.

Tudo ia muito bem, se não fosse uma onda chamada “nova invasão inglesa”, que trazia uma avalanche de novas bandas com sotaque britânico e arredores. Duran Duran, Culture Club, U2 – irlandesa por sinal -, e mais uma porção que viraram fumaça com o tempo, servem de exemplo. A bondosa crítica musical e a imprensa especializada sentenciaram: sua carreira “não duraria mais do que seis meses”. Suas músicas eram fracas, não tinham conteúdo, não diziam absolutamente nada, eram apenas gostosinhas de ouvir e dançar, nem se comparavam ao que o Reino Unido estava mostrando ao mundo: mensagens conscientes, profundas, simbolistas e politizadas. Logo ela seria esquecida. Estes eram alguns comentários da época sobre seu primeiro álbum.

Like a Virgin, entretanto, tem como propósito não só provar o contrário, como praticamente relançar a carreira de Madonna. Neste momento, ela assume, conscientemente, uma postura bem mais provocativa, emblemática e polêmica.

Tudo funciona tão bem que o primeiro álbum é relançado e músicas como Holiday e Lucky Star ajudam, ao lado dos hits do álbum Like a Virgin, a promover nas rádios a cantora que fazia sua primeira turnê, The Virgin Tour.

Se o cenário musical, até então, só tinha espaço para Michael Jackson e tudo que estava do outro lado oceano, teve que abrir um novo flanco para a futura rainha pop passar, cantar, dançar, deitar e rolar com músicas como Material Girl, Dress You Up, Angel, além de Like a Virgin, é claro. Estas músicas não traziam nada de profundo, mas sacudiram tanto o comportamento de uma nova geração que fizeram com que pelo menos uma delas se tornasse seu apelido eterno: Material Girl.

O rótulo rapidamente carimbado na artista assumiu tamanhas proporções que ela mesma passou da atitude de não se importar com o apelido, para depois utilizá-lo na sua promoção e mais tarde a execrá-lo. O mais irônico disso tudo é

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que a música nem tinha sido escrita por ela e não falava diretamente dela. Mas para o público e a mídia era Madonna quem dizia e pensava aquilo, servindo muitas vezes de base para aparições de fatos e relatos sobre sua vida pessoal, alguns verdadeiros, outros fantasiosos, que a mostravam uma pessoa capaz de tudo para atingir seus objetivos.

Teve início uma batalha para se desvincular do lado negativo que essa imagem estava assumindo e direcionando sua carreira. Aparece com um novo visual e um novo álbum, True Blue, que não traz uma pessoa mais comportada, mas mais apaixonada e romântica. Com esse álbum, Madonna conquista definitivamente um lugar entre gente grande na música e, pela primeira vez, contenta boa parte da crítica musical que reconhece seu talento. Suas músicas refletem o momento que a cantora estava vivendo, um verdadeiro conto de fadas dos tempos modernos: sucesso e um grande amor ao lado de Sean Penn a quem dedica o álbum e sua faixa título. A canção True Blue é uma declaração de amor e fidelidade ao ator, com quem tinha se casado, após um breve namoro. Músicas como Love Makes The World Go Round e La Isla Bonita refletem esse momento de paixão e felicidade.

Entretanto, sua lua de mel com a realização pessoal e profissional teria seu fim decretado, assim que a imprensa começava a revelar que seu casamento com Sean Penn não ia nada bem e recheava páginas e mais páginas com escândalos, alguns verdadeiros e outros inventados, sobre suas brigas fomentadas pelo alcoolismo e violência de seu marido e acusações de infidelidade e ambição desmedida.

True Blue / Fiel de Verdade, que antes era tratada como uma declaração de amor e uma das principais responsáveis pela vendagem recordista do disco, agora era alvo de piadas, servia de música de fundo para programas sensacionalistas e humorísticos que tinham, como personagens principais, o casal, que, além de enfrentar um verdadeiro inferno na vida pessoal, amargava o fracasso no cinema com o filme Shangai Surprise (Surpresa de Shangai), estrelado por ambos. Mesmo todo o sucesso nas paradas musicais do álbum e da primeira turnê mundial de Madonna a Who’s That Girl Tour, não foi suficiente para desviar a atenção de sua vida pessoal. Pelo contrário, parecia alimentar mais uma mórbida sede por tragédia pessoal na vida da artista.

A mídia, de maneira geral, invade e assume o controle sobre a imagem de Madonna e abre espaço para várias supostas biografias não autorizadas que prometem revelar mais sobre sua intimidade e a retratam como bem entendem.

O ano de 1988 foi praticamente dedicado a entrevistas esclarecendo fatos sobre sua vida pessoal e a processar a imprensa e escritores, que não paravam de escavar e recriar sua intimidade.

A super exposição e distorção de sua imagem pareciam estar direcionando sua carreira para o tão anunciado fim.

Após um período de certa reclusão, Madonna aparentemente percebe que talvez seja chegada a hora de retomar o controle. Nessa verdadeira guerra com a mídia, ela resolve combater fogo com fogo, ou seja, resolve falar de si, usando sua principal forma de expressão: a música.

Em 1989, logo após sua separação de Sean Penn, é lançado Like a Prayer, cujo tema central é a própria Madonna. O álbum certamente é o primeiro trabalho em que a cantora, ao assumir a composição quase absoluta de suas letras, toma conscientemente sua vida pessoal como sua principal fonte de inspiração. O resultado disso são canções que refletem não só o amadurecimento dela como artista, mas como mulher. Ela abandona o comportamento despreocupado e adolescente, abre sua intimidade falando de assuntos delicados e difíceis de sua vida pessoal, de maneira reflexiva, que faz com que o álbum soe exatamente como seu título, como uma prece.

A canção título, Like a Prayer, e o álbum são dedicados a sua mãe, vitimada pelo câncer de mama, que, assim como ela, também recebeu o nome Madonna e sua letra é entoada exatamente como a prece de uma filha que vê na mãe uma figura tão etérea e redentora como a de Nossa Senhora e chora suas dores, causadas pela solidão de uma menina que cresceu longe da presença física de sua mãe e nunca esteve tão solitária

“Life is a mistery / everyone must stand alone / A vida é um mistério/ todos devem ficar sozinhos”.

E a ela se dirige sempre que precisa de conforto e segurança

“I hear you call my name and it feels like home / Eu ouvi você chamar meu nome e isso me fez me sentir em casa”.

Não é a toa que Madonna, em 2005, cedeu essa canção para fazer parte de um álbum beneficente para a pesquisa, tratamento e cura do câncer de mama (Breakthrough Breast Cancer Presents All Woman). Qual de suas músicas de sucesso poderia ser melhor, senão a primeira que notoriamente dedicou a sua mãe?

Além de Like a Prayer, Promise to Try tem como tema a dor causada pela ausência de sua mãe. É, sem dúvida, uma das canções mais diretas sobre esse assunto. Apesar de uma melodia fraca e melosa e da voz quase infantilizada e certamente intencional, sua letra é tão bonita e forte que provocam até certo nó na garganta, pois retrata exatamente o ressentimento infantil contra a justiça divina de alguém que, aos cinco anos, vê sua mãe morrer, de algo violento, doloroso e silencioso como o câncer.

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Este mesmo tom de conflito existencial e questionamento de fé aparecem em canções como Spanish Eyes e Oh Father.

A primeira, dedicada a um amigo vítima de AIDS, fala diretamente desse momento que Madonna atravessa em sua vida, a desilusão diante de Deus que permite que isso aconteça. Ela foi uma das primeiras artistas a se sensibilizar e a se pronunciar contra o preconceito que a AIDS arraigara contra os homossexuais, motivada, sem dúvida, pela estúpida denominação inicial da doença pela mídia de “câncer gay”. Tanto, que no encarte de seu álbum, foram incluídos esclarecimentos sobre a doença, de maneira direta e objetiva.

Já Oh Father é um pouco mais profunda do que poderia parecer. Trata de três temas ao mesmo tempo: o mais óbvio, seu relacionamento com seu pai, o fim de seu relacionamento com o homem que amava e sua própria relação com Deus - o conflito interno que vivia com relação a sua formação católica. O vídeo dessa música mostra os três temas relacionados e aparecem como uma confissão do conflito de fé que vivia naquele momento de sua vida. A letra de Oh Father, em certos momentos, parece falar diretamente do sofrimento pela perda de sua mãe. Suas brigas constantes, na época em que não aceitava o segundo casamento de seu pai. A rebeldia diante do tratamento rígido e até mesmo frio do pai, o qual compreenderia somente anos mais tarde como reflexo do sofrimento de um homem que se viu sozinho para criar seus filhos, depois de perder a mulher a quem amava. Talvez, essa compreensão só tenha vindo exatamente por estar sofrendo com a perda, de outra forma é claro, de seu grande amor, o que aparece em segundo plano com a figura do marido violento, de quem ela resolve fugir. Numa visão mais profunda na verdade ao dizer em Oh Father:

“You Can´t hurt me now / I got away from you / I never thought I would / Você não pode me magoar agora / Eu fugi de você / Nunca pensei que iria”,

talvez, não esteja se dirigindo nem ao pai, nem ao marido violento, mas sim ao outro Pai, a quem considera responsável pelo seu sofrimento, sua solidão. Essa imagem é reforçada, durante a dramatização da performance da canção, na Blond Ambition Tour, em que, durante a coreografia, alterna momentos de sedução e repressão, finalizando com a cena mais emblemática de sua crise de fé: a retirada de seu crucifixo que é abandonado ao chão. Não é sem motivos que esta turnê e este álbum foram alvos de constantes críticas e repudia da Igreja Católica.

É claro que seu casamento conturbado com Sean Penn não serviria apenas de inspiração para algumas cenas do vídeo de Oh Father e alguns de seus versos de duplo sentido. A canção Till Death Do Us Part é praticamente um relato dos bastidores de seu casamento e as razões para que o fim chegasse - pelo menos sob seu ponto de vista.

Seu relacionamento familiar também aparece em Keep it Together, canção na qual Madonna parece querer esfriar um pouco os ânimos e dizer que, apesar de tudo, a família é seu verdadeiro amor e refúgio.

Mas, ao encerrar sua “prece”, o conflito reaparece em Act of Contriction, na qual sussurra uma oração e logo em seguida entoa numa voz pueril um cântico, o qual é abruptamente interrompido, por uma voz a principio autoritária e confusa que dá lugar à outra distorcida, agressiva, praticamente “endemoniada”. A melodia? Like a Prayer, tocada literalmente de trás para frente, lembrando um costume muito em moda nos anos 70, em que muita gente procurava mensagens do demônio em músicas tocadas em rotação inversa.

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Com o sucesso do álbum Like a Prayer, Madonna certamente não só ultrapassou os limites alcançados até então por uma artista feminina, mas deixava sua marca pessoal na forma de compor, gravar e se dirigir ao público: a polêmica e a proposta de trabalho conceitual. Ou seja, além de se expor e expor alguns tabus, ela nunca mais traria idéias soltas e independentes, onde cada canção tratasse de um assunto diferente. A compositora, agora, sempre orientaria sua música, seu trabalho como artista, norteada por um assunto central, delineado por suas próprias impressões e de alguma maneira, trazendo aquilo que as pessoas mais queriam ouvir a respeito: Madonna.

Em 1992, ela lança Erotica, sua aposta mais alta, com relação ao seu recém conquistado posto de ícone da música pop. O álbum que fazia parte de um pacote de conteúdo altamente inflamável para os padrões norte americanos (o livro SEX, o filme Corpo em Evidência e o álbum), embora já tivesse sido preconizado pela, digamos, libertina Justify My Love, refletia o desejo de transgressão fomentado pelo sucesso comprovado de sua última turnê e seu documentário Truth or Dare: in bed with Madonna, no qual os momentos em que Madonna despertou mais a atenção da mídia e do público em geral, tinham como mote a sexualidade, o erotismo. Este era um caminho a seguir e, se fosse bem gerenciado, certamente, renderia a ela não só altos lucros, mas o controle definitivo de sua imagem.

O que poderia ter sido o suicídio artístico para muitas, para ela funcionou como uma alavanca para um posto que, até então, ninguém havia atingido. Escondida atrás de uma persona, Dita De Parlo, suas fantasias e seu lado libertino foram exibidos. Expondo tudo aquilo e mais um pouco que a mídia em geral procurava expor num tom fofoqueiro, depreciativo. Ela literalmente deixava a mídia sem ação. Tudo que eles tentaram explorar durante anos, seu corpo, sua promiscuidade, sua sexualidade, sua intimidade, ela escancarava e ao mesmo tempo desmentia, dizendo que era outra. Era como se dissesse: “Era escândalo que vocês queriam? Pois escândalo eu lhes dou! Mas, quem lucrará mais com ele sou eu”.

Por baixo de toda a polêmica que sua nova proposta apresentada pela faixa título do álbum, havia algumas canções que, infelizmente, não tiveram a devida atenção (por isso, anos mais tarde teria dito que seu único arrependimento foi ter lançado Erotica juntamente com o livro SEX). Essas canções mostravam sutilmente o momento que Madonna atravessava. Ela se sentia solitária, carente e, ainda, revoltada, por ver que os mesmos que a bajulavam a queriam no chão. Words é certamente, a canção em que está definido seu relacionamento com a imprensa/mídia. Nela, parece se dirigir a uma pessoa, mas certamente fala à entidade que imprensa representa. O som da máquina de escrever, ao mesmo tempo em que simboliza a escrita de uma carta, também possui uma segunda conotação: um dos antigos e principais instrumentos de um jornalista.

A solidão aparece de forma mais intensa em três momentos diferentes: Deeper and Deeper, Bad Girl e Rain.

Deeper and Deeper, logo depois de Bye Bye Baby (que fala do fim de um relacionamento, onde só um se compromete), parece uma verdadeira virada de página. Madonna se mostra novamente aberta ao amor e enquanto ele não aparece, se diverte fazendo o que mais gosta: música e dança. É um de seus momentos de fuga da velha sensação de vazio, deixado pela mãe e desilusões amorosas e a busca de um novo amor que preencha esse vazio.

Na segunda, Madonna parece querer justificar sua promiscuidade como busca de um novo romance, uma sede por carinho, o medo da solidão, que tem no sexo, na bebida, no cigarro, uma válvula de escape, um curativo para sua dor. Seu vídeo mostra exatamente essa busca, sua solidão. “Bad Girl” na gíria americana quer dizer prostituta, mas não uma simples prostituta e sim aquela que escolhe esse caminho, acima de tudo pelo prazer, o dinheiro está em segundo plano. De maneira mais simples, direta: aquela que é “puta” porque gosta. Ou seja, a cantora se condena, mas se absolve ao justificar seus motivos.

Rain é, sem dúvida, uma de suas canções mais românticas e mostra uma mulher que ainda anseia por ser feliz no amor. Acredita que esse amor lhe curaria suas feridas e lavaria toda a sua dor como uma chuva.

Este álbum abre espaço para falar também de perdas. In this Life é inspirada e dedicada a dois amigos que morreram vítimas da AIDS, um ainda durante a sua turnê Blond Ambition, por quem inclusive aparecera rezando em uma das cenas, quando soube de sua internação.

Fechando o álbum, temos Secret Garden, uma canção repleta de simbologia, que resumidamente profetiza a direção tomada a seguir: resgate, introspecção.

Bedtime Stories é o resultado do momento em que Madonna decidiu, depois de toda a polêmica gerada por Erotica e a turnê The Girlie Show - a qual fechou com chave de ouro o momento mais transgressor de sua carreira - recolher suas armas e vestir uma nova faceta: a da fênix capaz de não só superar os limites, mas inventar outros caminhos.

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Depois de super expor sua imagem, com uma forte e controversa carnalidade, tenta, agora, mostrar seu interior. A primeira música de Bedtime Stories, Survival, resume exatamente a idéia central do álbum: não sou só carne, tenho alma, sentimentos e razão, sou capaz de algo mais profundo. Ela definitivamente estava cansada de ser julgada.

Madonna está claramente num momento de experimentação, tanto que compõe e produz com vários produtores, tornando as faixas de seu álbum bem diferentes uma das outras, mas tendo como principal objetivo falar dela mesma. É como se, além de se mostrar mais uma vez para o público, quisesse antes de tudo conhecer a si mesma. Dessa reflexão, surgem canções como a própria Survival e Human Nature, que falam claramente do seu não arrependimento diante de tanta polêmica gerada pelas suas ultimas incursões e de sua figura pública em si. Além delas, Madonna usa duas músicas para falar de um assunto delicado: um romance proibido, Take a Bow

e Forbbiden Love, que poderiam facilmente ser atreladas ao seu desmentido breve envolvimento, ou amor platônico por certo ator espanhol. Mas tudo não passa de mera suposição.

Love Tried To Welcome Me fala da chegada de um possível novo amor e do medo de se machucar mais uma vez provavelmente inspirada no seu então recente relacionamento com Carlos León, que teve início durante a turnê The Girlie Show. O que teria começado como um relacionamento ocasional com seu personal trainer agora parecia estar tomando novas proporções, o que remete também a Secret, que muitos erroneamente, encararam como a revelação de um segredo, provavelmente por terem visto na personagem do vídeo uma mulher que vivia no submundo das drogas e da prostituição. E, na verdade, não viram a representação de quanto um amor, uma pequena família gerada por esse amor,

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tem a capacidade de sobreviver até num lugar como aqueles. O segredo nada mais é a maneira única que um homem tem de amar uma mulher capaz de

fazê-la sobreviver e sair ilesa de tudo aquilo. A cena em que aparece com a cabeça no colo de uma mulher, que muitos viram como um momento em que a mulher se drogava escondida, era justamente o contrário, tratava-

se de um ritual de purificação, ali ela representava uma ex-drogada. Uma cantora que vivia e trabalhava naquele submundo e que teria sobrevivido a tudo, sendo salva pelo amor de seu namorado e seu filho. O vídeo, portanto, nada mais é do que uma representação,

nada tem de biográfico, como muitos quiseram dizer. Entretanto, a canção, mostra que Madonna estava pronta para cicatrizar velhas feridas e parecia ter

encontrado alguém para isso.

Nesse momento de introspecção, é claro, que não deixaria de falar sobre sua mãe. Inside of Me, embora tenha uma melodia

sensual, como boa parte das canções do álbum, é responsável pelo momento

em que se mostra ainda frágil como uma criança e só perto de sua mãe, seu amor e

suas lembranças, ela se refaz. Tanto que a já esquecida e abandonada voz infantil

reaparece nesta canção.

Canções enigmáticas e repletas de simbologia parecem explorar outro lado: Sanctuary e a própria Bedtime Story que não foi composta

por Madonna, mas conquistada das mãos de Björk, começam a mostrar os primeiros efeitos de uma nova busca: a

espiritualidade, onde o consciente começa a dar lugar ao inconsciente, ao subconsciente.

Eram os primeiros resultados do recém adquirido hábito de leituras sobre psicanálise, religiosidade e filosofia, estando nelas inclusas: hinduísmo,

budismo, judaísmo, a cabalá.

Madonna, durante seu período de introspecção, também sentia cada vez mais forte a necessidade de ser mãe. Eram essas suas principais metas: conhecer-

se, evoluir como pessoa e artista e, acima de tudo, ser mãe.

E evolução foi tudo que ela conquistou com o álbum seguinte, Ray of Light, um dos

mais aclamados pelos fãs e pela crítica, não só por sua excelente qualidade, mas por representar o momento

inquestionável de maturidade como artista e como mulher. É, sem dúvida, um de seus trabalhos mais autobiográficos. Nele não há uma só

canção que não fale dela, ou de algo diretamente relacionado a ela. Todos os temas: espiritualidade, amor, maternidade, fama e seu relacionamento com ela, convergem para representar o que a loira tem a dizer sobre ela mesma

e sobre o que aconteceu com ela nesse momento de sua carreira.

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Assim como em Bedtime Stories, a primeira canção do álbum, Drowned

World / Substitute for Love, apresenta o contexto do momento

em que foi criado. A realização pessoal diante da maternidade,

que naquele momento representa mais do que qualquer felicidade que possa ter conquistado com a fama, dinheiro, seus romances,

além de certa sensação de plenitude e apaziguamento, conquistada pela

destruição de sua individualidade com o nascimento de sua filha e diminuição de

seu ego, o que já vinha buscando, através de estudos de filosofias espiritualistas. Além desta, Nothing Really Matters também fala

da maternidade e do amor em sua forma espiritualizada, não do amor carnal. Lourdes

Maria inspirou Madonna a compor Little Star a quem dedicou como uma de canção de ninar.

Além de sua colocação em segundo plano naquele momento, a fama, ou melhor seu relacionamento com

ela, aparece em outra canção. Em Swin, Madonna mostra seu desabafo diante da incompreensão das pessoas que a julgam

como uma má influência, uma pecadora, herege, numa visão católica, ou uma devassa, em quem podem jogar todos os males e

culpas sobre os ombros, por causa de sua atitude e comportamento questionador e desviam sua atenção das verdadeiras atrocidades que

a humanidade é capaz de cometer.

Sua espiritualidade e a nova visão que tem de si mesma e do mundo aparecem em Ray of Light, onde a cantora claramente se apresenta

de uma nova forma, numa espécie de renascimento. Todos os ensinamentos que vem absorvendo nos últimos tempos produzem

duas belas canções: Sky Fits Haven e Shanti/Ashanti, resultado de seus contatos com o hinduísmo, o budismo e a cabalá. Além, é claro, de Mer Girl que mostra um perfeito ritual de meditação em que foge

de tudo que é externo a ela, de tudo que a rodeia e assusta: seus medos, suas lembranças tristes, sua solidão, em busca de si mesma.

Entretanto, não só de espiritualidade vive uma mulher e há dois momentos que refletem a sempre presente sensualidade: Skin e

Candy Perfume Girl remetem à velha Madonna que já conhecemos, porém agora mais sutil, menos explícita, mas ainda erótica.

O lado romântico do trabalho reflete exatamente o momento em que vivia: o fim de seu relacionamento com Carlos León. Canções como Power of Good-bye, Frozen e To Have Not to Hold, ao lado

da descartada Gone Gone Gone e Has To Be (faixa bônus da versão japonesa), falam exatamente desse momento em que novamente se

vê sozinha com o fim do relacionamento que gerou sua filha.

Sem dúvida, esse foi o momento, sem trocadilhos, mais fértil. Ela nunca antes compôs tanto e descartou tão belas canções. Revenge, Liquid Love e Like a Flower, são exemplos, pelo mero capricho de querer apenas treze canções em seu álbum, por ser o número que representa a idade em que o espírito se liga plenamente ao corpo, desde o nascimento, de acordo com alguns ensinamentos com que tinha tido contato.

Mas, com o passar do tempo muita coisa aconteceu, incluindo um novo amor, que certamente inspirou boa parte das canções de Music. I Deserve It e Amazing são claramente inspiradas e dedicadas a ninguém menos do que Guy Richie, seu novo amor e pai de seu segundo filho, Rocco. Fora seu novo grande amor e segundo marido, Madonna parece querer começar a falar mais de sua nova paixão: a cabalá. Dela surge Paradise (not for me) e Gone. Ela é novamente uma mulher de fé, mas não religiosa e sim filosófica, ela adota os ensinamentos da cabalá como uma filosofia de vida, não como uma mera religião a ser seguida.

Em Impressive Instant, ela também fala de sua fama e sua posição no novo cenário musical, onde a cada dia um protótipo de nova rainha do pop é lançado, mas ela permanece porque é capaz de se reinventar e experimentar. Esse seria o seu segredo de permanência por tanto tempo no cenário musical. Aliás, Music é mais um álbum em que a ousadia de experimentar está totalmentepresente, usando musica eletrônica para falar de assuntos bem mais elaborados do que o de costume nesse gênero: Nobody is Perfect é uma amostra disso, ao mesmo tempo em que flerta com a música country em Don’t tell Me.

A mistura do mais puro sangue norte americano com as tendências européias que comandavam a música parecia ter dado tão certo, que Madonna manteve seu produtor para produzir seu segundo álbum mais controverso: American Life.

Diante de uma nova realidade, após os atentados de 11 de setembro e de sua própria nova realidade, Madonna se mostra mais engajada em sua música. Se em Erotica ela desafiou os padrões morais dos norte americanos, em American Life ela resolve mexer com o orgulho americano e também, porque não dizer com seu próprio orgulho, já que representava para o mundo a realização do sonho americano: a menina que chegou a Nova Iorque com 35 dólares e conquistara o mundo.

Novamente, a primeira faixa do álbum tem como missão apresentar ao público o resumo da temática de uma nova persona: a rebelde com causa. Madonna se apresenta nessa música como a mulher que conquistou tudo que queria e consciente da imagem que representa e a responsabilidade diante disso. Abre passagem para os ensinamentos da cabalá que permearão explicitamente seu

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novo trabalho. A provocação ao orgulho americano continua em Hollywood, símbolo de sucesso dos EUA e berço de referências para o cenário pop mundial que esconde um mundinho que arremessa na cara de quem quiser ouvi-la.

Depois de uma introdução destruidora como essa, vem o momento “mea culpa” em que ela fala de sua própria contribuição para esse cenário, I´m So Stupid. Como o álbum tem o propósito de mostrar-se de cara e alma lavada, Madonna, após seu breve momento de autoflagelo, se mostra uma pessoa que na verdade ninguém conhece, nem tem condições de conhecer, cada um tem uma visão diferente da dezena de pessoas que já foi. É o que diz Nobody Knows Me.

Fora esses lados que apresentam uma nova Madonna, há também uma apaixonada e feliz com seu novo grande amor. Love Profusion e Nothing Fails são o retrato da mulher realizada em seu casamento. E parte de sua realização pessoal vem da sua nova visão do mundo e de si através da cabalá, como mostram X-Static Process e Die Another Day. A prioridade da família transparece em Easy Ride e Intervention. E falando em família, Madonna volta ao princípio, ao exorcizar mais uma vez seus demônios da morte de sua mãe em Mother and Father.

A forte temática do álbum que teve a infelicidade de seu lançamento no exato momento em que os EUA anunciavam a invasão do Iraque, além de todo o experimentalismo que cercou sua produção, fizeram de American Life um dos álbuns mais indigestos para o público americano.

Ela, que estava acostumada a vender como água geladinha no deserto, se via boicotada nas rádios e amargando lugares menores

nas paradas musicais do mundo todo. A turnê que promoveu o álbum, Re-Invention Tour, rendeu seu segundo documentário, no qual a vemos mais madura, mais engajada - mas não menos polêmica.

Entretanto, se antes ela queria escandalizar, agora ela queria difundir suas crenças e posições políticas e sociais. Definitivamente qualquer postura fútil foi deixada de fora, fazendo de sua música um veiculo de propagação de suas idéias.

Depois de tanto trabalho sério, Madonna parece ter se conscientizado de que a música nem sempre deve ter mais do que o propósito de divertir, alegrar, descontrair, relaxar. Depois de um período tenso, ela começa a voltar a querer somente se divertir, sem grandes pretensões, a não ser é claro de retomar seu lugar no topo das paradas. E busca em sua adolescência, vivida nos anos 70, a inspiração de seu novo trabalho: Confessions on a Dancefloor, deixando seu perfil engajado para atos mais concretos, como criação e divulgação de sua fundação em prol do Malauí, entre outras obras.

Madonna sempre disse que dance music deveria dizer mais que apenas “mexa seu corpo”, “entre no ritmo” e coisas do gênero. Em Confessions, encontramos letras exatamente como ela se propôs desde Deeper and Deeper, mais elaboradas quanto ao conteúdo, mas com um refrão simples. Apesar de ela mostrar claramente que sua principal proposta é reviver os anos 70 e se jogar numa enorme pista

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de dança, sem se prender a grandes questionamentos existenciais, como os de American Life, ela abre caminho em alguns momentos de seu álbum, responsável por recolocá-la no topo das paradas, para falar dela como artista e seu papel no mundo da fama e da mídia, com uma resposta clara e direta aos que diziam que o tempo dela já havia passado.

É o caso de Let It Will Be que, ao lado de How High, falam exatamente de fama, sob dois prismas: em Let It Will Be, a loira se mostra como uma estrela no sentido literal e no figurado, que já teria alcançado seu ponto máximo de brilho, de luz e dali para frente só lhe restaria desaparecer, até que todo seu gás se extinga, o que aconteceria provavelmente somente com sua morte, pois ao dizer que atingiu a um ponto de onde não pode mais voltar, ela diz que seguirá em frente até tudo acabar. Enquanto How High é o questionamento de si mesma sobre sua satisfação com tudo aquilo que alcançou e tudo que fez para conseguir. Até quando será possível ser famosa e aumentar sua fortuna e de que valerá tudo isso?

A canção I Love New York é o seu momento de homenagem à cidade onde tudo começou para ela, não só sua carreira, mas onde descobriu que suas maiores paixões poderiam ser meios de vida: a música, a dança. Nada mais justo que ao voltar aos anos 70 ela homenageasse a cidade onde viveu a maior parte de sua juventude, não só lutando pela fama, mas se divertindo, e muito, nas pistas de dança. Mas não sem aproveitar o ensejo para dar uma alfinetada em seu grande desafeto político, o ex-presidente George W. Bush, mostrando que ela queria dançar, mas ainda tinha sua consciência política bem desperta.

Algumas faixas que foram cortadas de Confessions on a Dancefloor, como Fighting Spirit e History, completam ao lado de Superpop (que teria sido composta na época de American Life e ganhado uma nova roupagem) o momento “cabeça” nesse disco.

Em uma entrevista na ocasião do lançamento de Confessions, foi

declarado que Push teria sido inspirada em Guy

Ritchie, numa época em que os rumores do fim

de seu casamento começavam

a ganhar força e ela não fazia outra coisa a não ser desmenti-los. Hoje, passada a ventania, poderíamos até supor que Sorry e Hung Up também seriam.

Como em todo o seu trabalho não pode deixar de haver uma pitada de polêmica, a canção Isaac cumpriu bem o papel. Ela foi alvo de críticas ferrenhas de defensores das tradições judaicas que entenderam como uma ofensa ela ter feito uma canção que falava supostamente de uma figura sagrada para os mesmos. Madonna rapidamente negou tal intenção, dizendo que o nome se referia ao seu amigo que participara da canção, a qual claramente tem como tema sua visão da vida sob a influência da cabala.

No encerramento do álbum, foi deixado um recado àqueles que insistem em definir, ou rotular Madonna, seja como artista, ou como mulher. Like It or Not é uma das melhores definições por si mesma, que não só se mostra quem é e a que veio, mas deixa bem claro que ainda vai ficar por aqui por muito tempo.

“Put me up on a pedestal or drag me down in the dirt. Sticks and stones will break my bones, But your names will never hurt!”

E para quem ainda duvidava que ela estivesse falando sério, Hard Candy é sua reposta concreta disso. O mais interessante em seu mais recente trabalho é ver que, além de dar continuidade cronológica

à retomada da juventude, levando o público diretamente para o início dos anos 80, em que começou sua carreira, a obra

propriamente dita deixa implícito o recado de que, aos quase 50 na época de seu lançamento, Madonna

continuava se sentindo jovem. E com total liberdade, para não só retomar o começo de sua carreira,

como absorver o que o atual público jovem andava cantando e dançando. Para isso, ela

encarna uma lutadora de boxe, pronta para a briga, bem caracterizada ao

estilo das lutadoras de boxe dos

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anos 50, mas com apetrechos típicos dos anos 80, alguns inclusive, difundidos por ela mesma. Madonna mostra que ainda é doce e cheia de surpresas, no sentido sensual da palavra, como em

Candy Shop, além de dura na queda.

A razão de tudo isso? Ela é humana, é mulher. Uma mulher que vive de sua imagem, seu talento, sua criatividade que ao

longo de mais de 25 anos de carreira vem sendo desafiada, não só pela crítica, pela mídia, como pelo possível

surgimento de outras cantoras que ano após ano, vem sendo anunciadas como sucessoras de seu trono, mas que

até hoje, só lhe roçaram os calcanhares. Uma canção que resuma essa idéia: Give It 2 Me.

Mas em Hard Candy, ela não tem como única preocupação mostrar o que todo mundo já sabe. Em

alguns momentos, ela “baixa a guarda”, mostra a fragilidade de seu relacionamento com o homem

que ama: Miles Away deixa claro o que todos já sentiam: seu casamento com Guy estava

chegando ao fim.

O fato dela ter se fechado bastante depois do verdadeiro bombardeio da imprensa,

que vinha atravessando com os constantes anúncios do fim de seu relacionamento e todo o sensacionalismo em torno da

adoção de seu terceiro filho refletiu em Hard Candy como certo distanciamento

de sua vida pessoal, deixando apenas como marca biográfica o reflexo do

momento em que atravessava em sua vida artística, sua reafirmação como mulher,

como mito.

E é esse mito, que não só nós, mas ela mesma vem tentando definir e mostrar através de sua música,

seus vídeos, seus livros e suas performances ao vivo. Madonna em certos momentos é esse mito e em outros, apenas convive com ele.

Quando o mito fala, ouvimos coisas como Like it or Not, Give It 2 Me ou Noboby Knows Me. Quando a pessoa fala, ouvimos: Survival,

American Life ou Easy Ride. De qualquer forma só ela sabe e você já ouviu falar quem é Madonna.

Texto escrito por Luciane Senna (Santo André-SP), associada do Minsane desde 2005 e é fã da Madonna desde 1985, quando assistiu o show The Virgin Tour na TV e viu a doida cantando Dress You Up. Seu álbum preferido, ou melhor, álbuns preferidos são Ray of Light e Confessions on a Dancefloor. Frozen e Bedtime Story são seus vídeos favoritos.

Luciane, canta seu trechinho preferido de uma canção da Madonna: “I´ll make you feel better. If it´s bitter at the start then it´s sweeter in the end”.

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Madonna é, sem dúvida alguma, uma das maiores referências musicais no mundo. Uma prova disso são as inúmeras manifestações ocorridas durante os preparativos para o anúncio do lançamento da Turnê “Sticky & Sweet”, num requintado projeto adocicado que prometia não apenas alegrar aos corações dos fãs, mas também mostrar aos mais distantes porque Madonna é considerada uma artista completa.

Antes de iniciar com mais uma bem sucedida turnê - inspirada em seu último álbum - Madonna buscou evidenciar seus mais recentes trabalhos musicais, fazendo a combinação perfeita entre novas canções e canções mais antigas, coreografias de tirar o fôlego e um dos cenários mais perfeitos e completos jamais vistos antes.

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Um caminho que, para os fãs, iniciou de forma tortuosa e estressante. Primeiro com a demora da confirmação de sua vinda ao Brasil, depois com a enrolada e camuflada venda dos ingressos, uma situação caótica na qual não se conseguia comprar, não havia mais ingressos e com o cancelamento posterior de algumas vendas. A Time4Fun se superou em meio à falta de informações, comunicação distorcida e em meio a tantas reclamações, mostrando uma total negligência pelos direitos do consumidor.

O show, como revela o próprio título “Sticky & Sweet Tour”, terminou abrandando com seu doce sabor os momentos de cansaço, raiva, desespero e ansiedade causados anteriormente.

E não é todo dia que podemos dar de cara com Madonna. Após quinze anos completos de uma espera que parecia não ter fim, a loura desembarcou no Rio de Janeiro, enquanto uma legião de fãs já se organizava para receber a estrela com o jeitinho brasileiro e apaixonado, a começar pelo ‘plantão’ de fãs em frente ao Copacabana Palace. Sol, chuva, críticas, nada, nada conseguia tirar do fã a empolgação por estar ali, pertinho da diva. E se a maioria do público presente possuía um entendimento comum de que aquele momento era mágico, uma parte reclamava do trânsito e outra buscava a todo custo comercializar produtos que de alguma forma fizessem referências à grande estrela do momento; entretanto, nada que obedecesse ao Código de Defesa do Consumidor, tudo muito caro mesmo! E enquanto a festa rolava na frente do hotel, muita emoção, cansaço e ansiedade aconteciam nas filas que já se formavam no estádio.

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“Mas Madonna é muito antipática, muito chata, não se mistura”. Eram estas entre outras críticas que povoavam os meios de comunicação de todo o mundo e ainda há quem diga que Madonna não voltará ao Brasil em turnê.

Ahhh não é possível...

Como fã, prefiro acreditar que ainda virão outras. Mas afinal,

perguntavam os opositores, “O que que ela tem”?, pois não entendiam o porquê de tanta comoção. Como ela conseguia mobilizar uma nação, tornando-se o principal assunto dos canais televisivos e de toda a imprensa? E ela respondeu a todas as indagações, num show de abertura maravilhoso, que teve o brilho e os riscos da chuva presente durante boa parte do espetáculo.

Madonna empolgou o público presente com suas músicas e com um carisma e simpatia nunca antes demonstrados. Foi ovacionada e, em meio a alegria e lágrimas, também se emocionou e agradeceu enquanto seus fãs lhe apontavam e

gritavam exaustivamente “Madonna We Love You”.

Foi um momento mágico e de muita energia! A espera, enfim, valeu a pena! Até porque, como a própria mídia descreveu

“Em cima do palco, ninguém consegue ser melhor do que Madonna”!

Texto escrito por Paty Prudente (Goiânia - GO), associada do MInsane, digamos assim, desde sua criação (risos) e fã da Madonna desde 1983. Seus álbuns favoritos são True Blue e Like a Prayer. o vídeo de Deeper and Deeper é o seu favorito.

Paty, canta seu trechinho preferido de uma canção da Madonna: “Cause everything you do comes back in time to you!”. E está dito.

:-D

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“Em outras turnês inclusive eu ficava só imaginando a emoção das pessoas, mas no sábado (20/12/2009) eu senti esta emoção tão grande! Pois eu nunca havia imaginado ir a um show da Madonna.”

Dionísio Moreira

“O medo de perder esse grande evento fez com que eu fosse capaz de me dobrar em dez para conseguir grana. Queria muito ver Madonna de perto e infelizmente (ou felizmente) quem me proporcionou isso foi um cambista!”Regininha

“Ver Madonna no Brasil foi uma mistura de sentimentos e sensações. Foi para mim uma experiência tão surreal que até hoje ainda me pego perguntando se todo aquele final de semana que compartilhamos aconteceu realmente. Alegria, satisfação e amadurecimento se entrelaçaram.”Mariana Oliveira

“Pense numa emoção. Foi aí que relembrei tudo que tinha feito para estar ali. Pulei, dancei, cantei, me diverti e no final comprei lembrancinhas para nunca esquecer aquele 14/12/2008. Hoje eu tenho histórias para contar futuramente pros meus filhos e netos!”Marcella Freire

“Foi uma mistura de tanta coisa que eu nunca havia sentido: arrepios constantes, choro, riso, dúvidas: será que isso está realmente acontecendo? E que espetáculo ela e sua equipe nos proporcionaram... Algo inexplicável! Foi uma experiência que eu nunca irei esquecer... Uma das mais emocionantes da minha vida!”

Sandra Prata

“Foram poucas as vezes que eu me senti tããããooo feliz como eu me senti naquele dia. Será um dia que eu vou guardar pelo resto da minha vida!”Paula Boscariol

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“Primeiro, foi como em um sonho e a imagem que guardo na minha mente como a mais linda é a entrada triunfal de nossa rainha sentada em seu trono e o palco com os tons de vermelho e rosa talvez. Não tive uma preparação para esse momento e, sinceramente, a minha preocupação era que a emoção fosse um pouco exagerada demais. Mas valeu tudo!”Henrique Felix

“Foi incrível quando começou o show com aquele telão dos doces descendo e a contagem regressiva para início do show. Eu comecei a chorar, a passar mal mesmo, era tanta emoção junta que até mesmo agora, que estou escrevendo esse relato, me emociono, os olhos enchem de lágrimas e a mente de lembranças... Aquela foi a noite mais incrível da minha vida...”Erica Almeida Costa

“Desculpe-me! “Dia 18 de dezembro eu tenho um compromisso importantíssimo! O show da Madonna! E eu não posso faltar! O ingresso já está comprado e eu preciso realizar um sonho de infância!”

Camila Boen Zanguetin

Mais de 5.475 dias de espera.

A volta

Desespero para comprar o ingresso... Ufa!!

LotOu cinco estádios!

SoNhando?

Não...

MAdonna ao vivo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Márcia Lebourg

“Êxtase... Foi assim que me senti, em completo êxtase! E digo com todas as palavras e com muito orgulho: Pode sim existir alguém nesse mundo que ame a Madonna mais do que eu, mas ficarei feliz assim mesmo, pois sei que a amo o máximo que sou capaz!”Natália do Carmo da Silva

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E o que parecia impossível, aconteceu. Madonna retorna aos palcos com uma mesma turnê. Após o encerramento da Sticky & Sweet Tour, em 2008, na cidade de São Paulo, aqui no Brasil. Madonna nos surpreende com o anúncio da volta aos palcos com a mesma turnê. Esta segunda parte iniciou-se no último 04 de julho, em Londres. Mas como estamos falando de Madonna, que não gosta de tornar-se repetitiva, é claro que esta segunda parte teria algumas alterações em relação à primeira parte. Até a estreia, muitos foram os boatos do que seria alterado. Entre as alterações que de fato aconteceram temos a substituição de três canções Heartbeat, Borderline e Hung Up pelas músicas Holiday, Dress You Up e Frozen, respectivamente.

Frozen em nova roupagem com trechos da música Open Your Heart ficou 100% melhor que a versão rock de Hung Up. Dress You Up também cumpriu um papel bem melhor que Borderline. Mas foi com Holiday que Madonna deu um gostinho bem mais especial.

Poucos dias antes da estreia da segunda parte, o mundo recebeu uma notícia triste: o falecimento do astro Michael Jackson; e a Rainha do Pop não poderia deixar de prestar sua homenagem ao Rei do Pop. Kento, um dos dançarinos da turnê, vestiu-se de Michael e dançou os passos que marcaram a vida do astro, ao som de Billie Jean e Wanna Be Startin’ Something. No telão, imagens de Michael Jackson. Sem dúvida nenhuma, um ponto alto desta segunda parte da turnê. Para ver a homenagem, é só acessar o site da Madonna, o vídeo já está lá.

Além das modificações no tracklist e da homenagem, houve alterações no figurino de abertura do show e no segundo bloco, Old School, tendo o short substituído por uma saia. O tourbook também sofreu alterações, trazendo uma nova capa e páginas com fotos dos shows da primeira parte.

E para completar, no dia da estreia da segunda parte, a TV britânica Sky1 transmitiu o show do DVD oficial da Sticky & Sweet Tour – Primeira parte, gravado em Buenos Aires, Argentina.

Madonna sempre nos surpreenderá.

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Arte feita por Átila Oliveira (Salvador-BA). Ele é fã da loira desde 1990, com a turnê Blond Ambition e associad. A música é sky Fits Heaven e o vídeo de Take a Bow é o que ele gosta mais.

Átila, cante seu trechinho preferido de uma canção da Madonna: “Da-da-da-dum da-dum da-dum da da da-da dum / Beautiful stranger”.

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Muitas Novidades, em Agosto de 2009

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A câmera fotográfica permite congelar um momento na linha do tempo. Os feixes de luz viajam para a lente da câmera, mudam sua velocidade e perpetuam a imagem mirada.

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Perpetuar significa eternizar. Manter para sempre. Imortalizar. Para que algo seja perpétuo, deve-se ser grande. Genuíno. Autêntico.

Para ser grande, genuíno e autêntico, é necessário transgredir. Transgredir significa : atravessar, exceder, ultrapassar normas que estabelecem e demarcam limites. Para sair “bem na foto” não é preciso ser um ícone de beleza, um

objeto caro, ser Madonna ou uma personalidade de sucesso. Para sair “bem na foto” precisa-se ter uma idéia, sensibilidade, não seguir normas e regras. Não se conformar. Há que ser grande, inteiro... Ter personalidade

e buscar o novo. Isso é atitude. É necessário estabelecer uma comunicação direta com o observador.

Este tem sido o mote da carreira de Madonna. A idéia da transgressão. Fotografou momentos, impressões, idéias... E os colocou na linha do tempo, acompanhados de pontos de vista que

são capazes de provocar. Pode-se notar em fotos muito antigas de Madonna que a intimidade com o espectador sempre existiu de maneira forte e perceptível. Se observarmos fotos

de Madonna em 1979 para Martin H. M. Schreiber podemos notar que existe uma identidade de expressão já muito clara.

Em meados de 1985, um editor da Revista Billboard, chamado Paul Grein, deu a seguinte declaração : “Madonna sairá do cenário musical dentro

de seis meses. Sua imagem ofuscou por completo sua música”. E Madonna se aperfeiçoou muito na arte do entretenimento

durante estes anos e afinou sua intimidade com as câmeras. O mundo se encarregou de criar uma

Madonna mítica numa era pop. Jung, um grande psiquiatra suíço, sugeriu,

certa vez, que pode existir um inconsciente coletivo

e que os mitos são como sonhos de uma

sociedade inteira: o desejo coletivo

de uma

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sociedade que nasceu do inconsciente coletivo.

Com a solidificação de sua carreira, criou-se uma personalidade “pseudo-revolucionária” ímpar e, numa sociedade que se intitula moralista e é totalmente dominada pela mídia, armou-se de uma astuciosa forma de publicidade causando polêmicas enormes e se colocando sempre em evidência ao flertar com temas como religião e sexo. Transformou-se em formadora de opinião, passou a ditar comportamento, moda, tendência, estilo de vida. Esta função de modelo comportamental é descrita pelo grande sociólogo e pensador francês Edgar Morin como: “Os múltiplos modelos de conduta que dizem respeito a gestos, atitudes, modo de andar, beleza se integram num grande modelo global, ou de um estilo de vida (...) e na busca incessante da felicidade, as estrelas simbolizam todos os tipos de ideal da cultura de massas”.

Madonna transformou-se numa “marca” e se utiliza de poderosas estratégias de marketing para construir diferentes estilos que acompanham as mudanças culturais de todo o planeta. Estratégias de marketing nem sempre atingem seu objetivo, mas para ser bem sucedido é necessário saber lidar com a mudança sempre. Desta forma, Madonna se renovou, mudou de cor, de direção e sempre se ligou a grandes nomes da atualidade para se manter no topo.

Se fosse para identificar o arquétipo de Madonna, certamente eu diria que é o Camaleão. A característica deste arquétipo é a mudança; seja de aparência ou de espírito, de conduta ou previsibilidade. Os arquétipos estão presentes nas mais variadas culturas, nos sonhos e nas personalidades dos indivíduos, assim como nos mitos do mundo inteiro.

Num universo multimídia, a artista brinca de se disfarçar e já assumiu diversas personagens ao longo de sua carreira. Foi

uma noiva virgem, uma dominatrix, a rainha clubber, a diva hollywoodiana, a mãe recatada, a cantora, a atriz, a empresária, a escritora, a garota propaganda, etc e em todas suas empreitadas sempre trabalhou com grandes nomes. A equação Madonna + um grande fotógrafo só pode render grandes trabalhos! Por exemplo, foi Helmut Newton – que sempre gostou de fotografar o nu e fazer seus fotografados se transformarem em verdadeiros objetos de desejo – quem deixou Madonna mais sexy e desejada. Steven Meisel – foi responsável pela fase Sex de Madonna. É um fotografo criativo que arrisca muitas imagens de um mundo teatral e contemporâneo ao mesmo tempo. Steven Klein - desafia o mundo da moda propondo um mundo paralelo que se funde com o mundo real. Herb Ritts - tem como característica realçar a beleza e fotografar o nu. Procura exaltar a beleza clássica e brincar com atmosferas em que coloca o fotografado de uma forma como jamais imaginamos vê-lo.

Tom Munro – grande retratista responsável pela imagem de Madonna em Give It 2 Me... A imagem limpinha que ela anda trabalhando... David LaChapelle – procura dar uma imagem um pouco menos humana e mais computadorizada, quase surreal. Mario Testino – fotografou a grande “Era Ray of Light” e deixou Madonna muito mais humana e muito mais próxima de nós, humanos.

A comunicação visual de Madonna é tão ou mais forte do que sua própria voz e desta forma a artista contra-ataca a feroz máquina da mídia alimentando-a com imagens que tem como principal intuito conduzir a mídia até onde Madonna deseja que a mídia esteja.

Texto escrito por Ângelo Nunes (São Paulo-SP), um veterano do Minsane e fã da Madonna desde 1986. Seu álbum favorito é Erotica (na cola de Ray of Light). O vídeo é Rain (ponto final).

Angel, canta seu trechinho preferido de uma canção da Madonna: “Put your hands all over my body”. ;-)

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À venda, no MInsane Shop, a partir do dia 01 de agosto de 2009.

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