Magazine Océano nº 1

66
Nº 1 / 05-11-12 www.magazineoceano.com POSIDONIA magazine CUESTIÓN DE EDAD UMA QUESTÃO DE IDADE ORCA 300 MIRANDO AL FUTURO OLHANDO PARA O FUTURO Interviu Presidente da Associação Brasileira de Oceanografia María Inês Freitas dos Santos

description

Número 1 (Novembro 2013) da revista de informação científica em Português e Espanhol sobre oceanografia e ciencias do mar. / Numero 1 (noviembre 2013) de la revista de información científica en español y portugués sobre oceanografía y ciencias del mar.

Transcript of Magazine Océano nº 1

Page 1: Magazine Océano nº 1

Nº 1 / 05-11-12 www.magazineoceano.com

POSIDONIA

magazine

CUESTIÓN DE EDADUMA QUESTÃO DE IDADE

ORCA 300MIRANDO AL FUTUROOLHANDO PARA O FUTURO

InterviuPresidente da Associação Brasileira de Oceanografia María Inês Freitas dos Santos

Page 2: Magazine Océano nº 1
Page 3: Magazine Océano nº 1

3

Vocação oceanográficaIberoamericana

Vocación oceanográficaiberoamericanaEl español es la segunda lengua más hablada del

mundo, más que el inglés y solo por debajo del chi-

no. El portugués la sexta, solo superado por el ben-

galí, el hindi, el inglés, el español y el chino. Sumados,

portugués y español superan los 740 millones de ha-

blantes, 608 de ellos como primera lengua.

Si a estas cifras añadimos que las diferencias entre el

portugués y el español no son tan grandes como pa-

ra impedir la comunicación entre quienes los hablan,

se configura un ámbito lingüístico y cultural gigantes-

co, con unas enormes potencialidades que, sin em-

bargo, hasta ahora han sido mínimamente aprove-

chadas. Las cifras son realmente impactantes: la

población de países iberoamericanos es de casi 700

millones de habitantes (696); sumado, el PIB de es-

tas naciones supera los 8.650.000 millones de dóla-

res, el tercero del mundo después del estadouniden-

se y el chino. A los interesados en la oceanografía y

las ciencias y tecnologías del mar de ese inmenso

ámbito se dirige OCÉANO.

O Espanhol é a segunda língua mais falada no mun-

do, apenas abaixo do Inglês e do Chinês. A sexta é o

Português, apenas ultrapassado pelo Bengali, Hindi,

Inglês, Espanhol e Chinês. Juntos, o Português e o

Espanhol ultrapassam os 740 milhões de falantes,

608 deles como primeira língua.

Se a estes números adiciona-se que as diferenças en-

tre o Português e o Espanhol não são tão grandes a

ponto de impedir a comunicação entre seus falantes,

ambas se configuram em uma gigantesca área lin-

güística e cultural, com um enorme potencial. No en-

tanto, até agora, têm sido minimamente explorada. Os

números são realmente impressionantes: a população

dos países iberoamericanos é de quase 700 milhões

(696); somado, o PIB desses países ultrapassa

8.650.000 milhões, o terceiro do mundo após os EUA

e a China. E é aos interessados em oceanografia e nas

ciências e tecnologias do mar desse vasto âmbito que

é dirigida a OCEANO.

EDITORESCUERPO 8, SERVICIOS PERIODÍSTICOS

SMC2 COMUNICAÇÃO.

REDACCIÓN ESPAÑAC/VELAYOS, 10-BAJO. 28035 MADRIDTELÉFONO: 91 386 86 13- 91 316 09 87redacció[email protected]@magazineoceano.com

REDAÇÃO BRASILAOS 2/8 LOTE 05 - TORRE A SALA 319 - TERRAÇO SHOPPING ÁREA OCTOGONAL SUL BRASÍLIA - DFCEP 70.660-090TELEFONE: (61) 3233-8339 / [email protected]

DIRECTORA /DIRETORACLARA ESTÉVEZSUBDIRECTOR/SUBDIRETORANDRÉ KAURICDISEÑO/DESENHO-ORIGINAL- HECTOR REYESREDACCIÓN/REDASÃOPABLO LOZANO, MARIA SANCHEZ GALAN,PALOMA RUIZ, PETRONILO OLIVEIRA.

CONSEJO EDITORIAL/ CONSELHO EDITORIALALBERTO GONZÁLEZ GARCÉSBRUNO MORAES ENRIQUE TORTOSAFERNANDO DE LA GÁNDARA JOSÉ IGNACIO DÍAZ JOSÉ LUIS CORT JUAN ACOSTAPERE OLIVERSANTIAGO GRAIÑOVALENTÍN TRUJILLO

editorial

Ciente da importância da disseminação do conhecimento técnico e científico e do

intercâmbio de experiências entre regiões, a União Européia, através do Setor de

Ciência, Tecnologia e Inovação da Delegação da União Europeia no Brasil, apoia esta ini-

ciativa de empresas brasileira e espanhola de promoverem a Oceanografia por meio da

criação de um canal de comunicação de referência para o setor.

Consciente de la importancia de la difusión del conocimiento científico y técnico y del

intercambio de experiencias entre las regiones, la Unión Europea, a través del Área de

Ciencia, Tecnología e Innovación de la Delegación de la Unión Europea en Brasil, apoya

esta iniciativa de empresas brasileñas y españolas para promover la Oceanografía a tra-

vés de la creación de un canal de comunicación de referencia para el sector.

Revista apoyada por el Área de Ciencia,Tecnología e Innovación de la Delegaciónde la Unión Europea en Brasil.Revista apoiada pelo Setor de Ciência,Tecnologia e Inovação da Delegação daUnião Europeia no Brasil.

Page 4: Magazine Océano nº 1

05 editorialVocación oceanográfica Iberoaméricana.

06 noticiasDiez millones de reales para la investigación en

pesca y acuicultura en Brasil.

Siete de 100 especies amenazadas son marinas.

12 reportajePosidonia: La vieja anfitriona.

28 biodiversidadAlgas para producir combustible.

38 interviuMaria Inês Freitas dos Santos

Presidenta de la Associação Brasileira

de Oceanografia (AOCEANO).

48 tecnologíaOrca 300. Inspección oceanográfica.

52 reportajeArqueología subacuática.

62 libros¿Qué leer?

63 Cine¿Qué ver?

64 agendaExposiciones, ferias y congresos.

sumario

4

Page 5: Magazine Océano nº 1

5

sumario05 editorialVocação oceanográfica Iberoamericana.

06 notíciasR$ 10 milhões para pesquisa em pesca e

aquicultura no Brasil.

Sete de 100 especies amenazadoas são marinhas.

12 reportajePosidonia: A velha anfitria.

28 biodiversidadeAlgas para produzir combustíveis.

38 interviuMaria Inês Freitas dos Santos

Presidente de la Associação Brasileira

de Oceanografia (AOCEANO).

46 tecnologiaInspeção oceanografica. Orca 300.

52 reportagemArqueologia subaquática.

62 livrosO qué ler?

63 cinemaO qué ver?

64 agendaExposicões, feiras y congressos.

Page 6: Magazine Océano nº 1

noticiasnotícias

6

[Universidad de Sassari] d

Parásitos usadoscomo marcadores

[Universidade de Sassari] d

Parásitos usadoscomo marcadores

Investigadores de la Universidad de Sassari(Cerdeña-Italia) y del Instituto Español deOceanografía (IEO) han publicado un trabajo enel que estudian la biología y ecología de losatunes del Mediterráneo a través del análisis desus parásitos, utilizando éstos como marcadornatural. Se trata de una línea de investigaciónnovedosa: el uso de parásitos comomarcadores naturales de la biología y ecologíade los organismos acuáticos en su medionatural. En algunos casos las relaciones son tanestrictas que el parásito necesita unhospedador específico para reproducirse ycondiciones ambientales muy determinadaspara mantener los niveles de infección. Ademásalgunos requieren la presencia de varioshospedadores, en los cuales desarrollar lasdistintas fases de su ciclo de vida, con lo que susupervivencia depende de un conjunto deespecies. De esta manera, los parásitos sepueden emplear para saber las condiciones devida de los peces que parasitan.

Pesquisadores da Universidade de Sassari(Sardenha-Itália) e do Instituto Español deOceanografía (IEO) publicaram um trabalho deestudo da biologia e ecologia do atum noMediterrâneo através do estudo dos seusparasitos, usando-os como um marcadornatural. Esta é uma nova linha de pesquisa: ouso de parasitos como marcadores naturais dabiologia e ecologia de organismos aquáticos noseu ambiente natural. Em alguns casos, asrelações são tão rigorosas que o parasitoprecisa de um hospedeiro especifico para sereproduzir e condições ambientais tambémmuito específicas para manter os níveis deinfecção. Além disso, alguns requerem apresença de vários hospedeiros paradesenvolver as diferentes fases do seu ciclo devida, de modo que a sua sobrevivênciadepende de um conjunto de espécies. Assim,os parasitos podem ser usados para conheceras condições de vida dos peixes que parasitam.

01

Page 7: Magazine Océano nº 1

océano 77

[Brasil]d

R$ 10 milhõespara pesquisa em pesca e aquicultura

[Brasil]d

10 millones de reales para investigación enpesca y acuicultura

O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) doBrasil, em conjunto com o Ministério de Ciência,Tecnologia e Inovação (MCTI) e o ConselhoNacional de Desenvolvimento Científico etecnológico (CNPq), lançaram, no último dia 05de outubro, a Chamada CNPq/MPA nº42/2012, que tem o objetivo de apoiar projetosde pesquisa inovadores nas áreas de pesca eaquicultura. O orçamento tem um valor de R$ 10 milhões. Ovalor máximo de financiamento por projeto é deR$ 300 mil, com limite de R$ 100 mil parabolsas e R$ 60 mil para Despesas de Capital. Oprazo para execução será de 24 meses. AChamada está organizada em três linhastemáticas distintas: Pesca, Aquicultura, eProcessamento e Sanidade Aquícola ePesqueira. Os interessados têm até às 18h dodia 19 de Novembro de 2012 para submeter osprojetos.

El Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) deBrasil, conjuntamte con el Ministério de Ciência,Tecnologia e Inovação (MCTI) y el ConselhoNacional de Desenvolvimento Científico etecnológico (CNPq), lanzaron el 5 de octubre laconvocatória CNPq / MPA n º 42/2012,destinada a apoyar proyectos de investigacióninnovadores en pesca y acuicultura.El presupuesto alcanza los 10 millones dereales. La financiación máxima por proyecto esde R$ 300.000, con un límite de R$ 100.000para becas y Re$ 60 mil para gastos de capital.El plazo de ejecución es de 24 meses. Laconvocatoria se estructura en tres líneas: Pesca,Acuicultura, y Transformación y sanidad acuícolay pesquera. Los interesados pueden presentarproyectos hasta las 18h, del 19 de noviembrede 2012.

02

Page 8: Magazine Océano nº 1

noticiasnotícias

8

[especies marinas amenazadas]d

Siete de 100Por primera vez, más de 8.000 científicos de laComisión de Supervivencia de Especies de laUnión Internacional para la Conservación de laNaturaleza (UICN) han elaborado una lista en laque identifican los 100 animales, plantas y hon-gos más amenazados del planeta, entre las cua-les hay siete que viven en el mar. Sin embargo, los conservacionistas temen que sedeje morir a estas especies puesto que ningunade ellas ofrece beneficios evidentes a los sereshumanos. La conservación en los últimos años seha inclinado hacia un enfoque antropocéntrico enel que se valora qué puede hacer la naturalezapor nosotros. Este enfoque, explica JonathanBaillie, Director de Conservación de la ZoologicalSociaty of London, “ha provocado que sea cadavez más difícil para los conservacionistas protegerlas especies más amenazadas del planeta.Debemos adoptar una importante decisión moraly ética: ¿tienen estas especies derecho a sobre-vivir o tenemos nosotros derecho a condenarlas ala extinción?”.

El informe titulado Priceless or Worthless? (¿Sinvalor o de incalculable valor?) se presentó en elCongreso Mundial de la Naturaleza de la UICN enCorea del Sur. La publicación tiene como objetivodar un impulso a la conservación de las especiesconsideradas sin valor.

Los representantes marinosPhocoena sinus es una de las seis especies demarsopa que existen en el mundo. Sus menos de200 individuos, habitan las aguas mexicanas delmar de Cortés, en la reserva de la biósfera del AltoGolfo de California.Sygnathus watermeyeri es un pequeño pezaguja, pariente de los caballitos de mar, que yasolo se encuentra en uno de los seis estuariossudafricanos en los que vivía. Azurina eupalma es un pez de las islas Galápagosque podría estar extinto ya. Los expertos tienen laesperanza de que queden algunos ejemplares enla isla de Los Lobos.Las propiedades medicinales que los chinos otor-gan a la vejiga natatoria de Bahaba taipingensistiene a este pez al borde de la extinción.Pristis pristis, el pez sierra común, ha visto reduci-da su población en un 95% y hoy por hoy su dis-tribución se reduce al norte de Australia.El tiburón ángel, Squatina squatina, ha desapare-cido del Atlántico Norte y del Mediterráneo y yasolo se puede encontrar en las Islas Canarias. Valencia letourneuxi es un pequeño pez que viveen albuferas en la costa de Grecia y AlbaniaEn el siguiente enlace puede verse la lista com-pleta: http://viewer.zmags.com/publication/44234ae6#/44234ae6/1.

2

1

3

Page 9: Magazine Océano nº 1

Pela primeira vez, mais de 8.000 cientistas daComissão de Sobrevivência de Espécies daUnião Internacional para a Conservação daNatureza (UICN) elaboraram uma lista na qualsão identificados os 100 animais, plantas e fun-gos mais ameaçados do planeta, entre osquais oito vivem no mar. No entanto, os conservacionistas temem queestas espécies sejam extintas, pois nenhumadelas oferece benefícios evidentes aos sereshumanos. A conservação nos últimos anos seinclinou até um enfoque antropocêntrico noqual se valoriza o que pode fazer a naturezapelos humanos. Este foco, explica JonathanBaillie, Diretor de Conservação da ZoologicalSociaty of London, “tem provocado que sejacada vez mais difícil para os conservacionistasproteger as espécies mais ameaçadas do pla-neta. Devemos adotar uma importante decisãomoral e ética: estas espécies têm direito asobreviver ou nós temos direito a condená-lasà extinção?”.O informe intitulado Priceless or Worthless?(Sem valor ou de valor incalculável?) foi apre-sentado no Congresso Mundial da Natureza daUICN que se celebra estes dias na Coreia doSul. A publicação tem como objetivo dar umimpulso na conservação das espécies consi-deradas sem valor.

Os representantes marinhosPhocoena sinus é uma das seis espécies demarsuínos, toninhas ou botos que existem nomundo. Seus menos de 200 indivíduos habi-tam as águas mexicanas do mar de Cortés, na

reserva da biosfera do Alto Golfo da Califórnia.Sygnathus watermeyeri é um pequeno peixeagulha, parente dos cavalos marinhos, que jáse encontra somente em um dos seis estuáriossul africanos nos quais vivia. Azurina eupalma é um peixe das IlhasGalápagos que já poderia estar extinto. Osespecialistas tem a esperança de que existamalguns exemplares na Ilha dos Lobos.As propriedades medicinais que os chinesesoutorgam à bexiga do Bahaba taipingensis temlevado o peixe à extinção.Pristis pristis, o peixe serra comum, teve suapopulação reduzida em 95% e hoje sua distri-buição se reduz ao norte da Austrália.O tubarão anjo, Squatina squatina, desapare-ceu do Atlântico Norte e do Mediterrâneo e sóé encontrado nas Ilhas Canárias. Valencia letourneuxi é um pequeno peixe quevive em lagoas na costa da Grécia e da AlbâniaA lista completa pode ser vista no seguinte link:http://viewer.zmags.com/publication/44234ae6#/44234ae6/1.

9

[espécies marinhas ameaçadas]

Sete de 100

03

1. Sygnathus watermeyeri. Copyright Paul Cowley.2. Valencia letourneuxi Copyright Heiko Karst.3. Pristis-pectinata. Georgia-Aquarium. Jan 2006.4.Phocoena sinus Copyright T.A Jefferson.5. Azurinaeupalma.

4

5

Page 10: Magazine Océano nº 1

10

noticias

O passado 7 de Novembro celebro-se emMadrid o I Congresso Nacional do Atum deEspanha. Quase 150 expertos, entre cientistas,empresários e gestores participaram no evento,oferecendo á sociedade uma visão muitocompleta do contexto econômico, social eambiental em torno ao atum. O Congresso foiinaugurado pelo ministro de Agricultura,Alimentación y Medio Ambiente espanhol, AriasCañete, que defendeu a necessidade deestabelecer, no âmbito da União Europeia, asmesmas condições de sustentabilidade ehigiene as importações de produtos de atum depaíses terceiros. O ministro deu ênfase especiala necessidade de controlar a pesca ilegal eevitar a pouca transparência de algumas frotasde pesca que afetam diretamente a indústriaespanhola do atum. Além disso, o presidente daorganização empresarial do setor, Interatún,destacou a importância econômica e social,assim como a cobertura global de suasatividades, com uma frota de cerca de 60navios em operação e oito em construção.Mais información en www.atun 2012

El pasado 7 de noviembre se celebró en Madridel I Congreso Nacional del Atún de España.Cerca de 150 expertos entre científicos,empresarios y gestores participaron en el eventoofreciendo a la sociedad una visión muycompleta del contexto económico, social ymedioambiental que rodea al atún. El Congresofue inaugurado por el ministro de Agricultura,Alimentación y Medio Ambiente español, AriasCañete, que defendió la necesidad deestablecer, en el marco de la Unión Europea, lasmismas condiciones de sostenibilidad e higienea las importaciones de productos de atún deterceros países. A su vez hizo especial énfasisen el hecho de controlar la pesca ilegal y evitarla escasa transparencia de algunas flotas enzonas de pesca que afectan directamente alsector atunero español. Por otra parte, elpresidente de Interatún destacó la granimportancia económica y social del sector, asícomo la cobertura mundial de sus actividades,con una flota del orden de 60 buques enoperación y ocho en construcción.Más información en www.atun2012

04

I CONGRESO NACIONALDEL ATÚN EN ESPAÑA

I CONGRESSO NACIONALDO ATÚN DE ESPANHA

Page 11: Magazine Océano nº 1

El proyecto de Hotel Water Discus se basa en unaestructura formada por dos grandes discos unidos poruna columna central. El disco inferior se encuentre a 10metros de profundidad bajo el mar, permitiendo a loshuéspedes la contemplación submarina. Lo proyecta BIGInvestConsult y lo construiría en Dubai Drydocks World.

O projeto do Hotel é baseado numa estrutura formada pordois grandes discos unidos por uma coluna central. Odisco inferior fica a 10 metros de profundidade em baixodo mar, o que permitiria aos hospedes a visão submarinha.O projeto é de BIG InvestConsult e seria construído emDubai por Drydocks World.

Hotel Water05

http://www.deep-ocean-technology.com/home/projects/underwater_hotel.html

Page 12: Magazine Océano nº 1

12

La Posidonia oceanica, planta marina endémicadel Mediterráneo,tapiza sus fondos mássomeros. Su longevidad es fuente de debateentre los científicos: ¿1.000, 6.000, 100.000años? Sin embargo, de lo que no hay duda, sinoel más unánime de los consensos, es de la vitalimportancia de estos ecosistemas.

La viejaanfitriona

Page 13: Magazine Océano nº 1

13

A Posidonia oceanica, planta marinha endémicado Mediterrâneo, reveste seus fundos poucoprofundos. A sua longevidade constitui umafonte de debate entre os cientistas: 1.000, 6.000ou 100.000 anos? No entanto, o que não hádúvida, senão o consenso mais unânime, é daimportância vital destes ecossistemas.

A velhaanfitria

Page 14: Magazine Océano nº 1

posidonia

14

Uno de los organismos vivos más grandes y longevosdel planeta lo encontramos en las costas mediterrá-neas. Ocupan superficies casi continuas de fondos

marinos de cientos de kilómetros cuadrados desde hace mi-les de años. Se trata de la pradera de Posidonia ocea nica,una planta marina que tapiza los fondos hasta los 40 metrosde profundidad, un testigo de excepción de la historia re-ciente del mar Mediterráneo. Ha sobrevivido a los ascensos ydescensos del nivel del mar; ha visto navegar trirremes, ga-lenas, galeones, y más recientemente, yates y petroleros. Suspraderas han dado cobijo a cientos de miles de generacio-nes de las más singulares especies, algunas ya extintas, yhoy día conforman uno de los ecosistemas más diversos delplaneta.Una castañuela nada ágilmente entre las hojas de posidonia,movidas al compás de las corrientes. En algún lugar de estaextensa pradera, que tapiza los fondos entre Ibiza y Formen-tera, el pequeño pez rastrea las hojas en busca de alimento,como hicieran sus antepasados miles de años atrás. En otrotejido pero en la misma planta. En una de esas hojas estaba eldiminuto crustáceo sobre el que la castañuela había fijado sumirada. Se abalanzó sobre él, y en el instante justo, unosenormes ojos escondidos tras una máscara se interpusieronen su camino y le hicieron huir despavorido a la espesura dela pradera. El joven tejido sobre el que descansaba el crustáceo escondíaun rizoma milenario. El buzo arrancó la hoja, seguida de sucorrespondiente talo y rizoma y lo guardó en su red junto alresto de muestras y el pequeño crustáceo quedó a la derivasin saber realmente la suerte que había corrido.Meses más tarde llegaría la confirmación. Tras analizar másde 1500 muestras de tejido de Posidonia oceanica por todoel Mediterráneo y mediante un modelo teórico de crecimien-to, investigadores del Instituto Francés para la Investigaciónpara la Exploración del Mar (IFREMER) y del grupo de inves-tigación de Cambio Climático que lideran Carlos Duarte y Nu-ria Marbà en el IMEDEA (CSIC-UIB), estimaron que la prade-ra que cubre los fondos entre Ibiza y Formentera debía tener

Un buzo realiza labores deseguimiento y monitorización enuna pradera de Posidoniaoceánica.

Um mergulhador realiza tarefasde rastreamento emonitoramento numa pradariade Posidonia oceanica.

Texto: Pablo Lozano. Fuentes: Carlos Duarte/IMEDEA, Juan Manuel Ruiz/IEO, Rosa María Mendoza, directora del Proyecto Life+ Posido-nia Andalucía. Miguel Ángel Mateo/CSIC. Fotos: Ramón Esteban, Juan Manuel Ruiz, Manu San Félix.Traducción/Tradução: SMC” Comunicação.

Page 15: Magazine Océano nº 1

15

Um dos maiores e longevos organismos vivos do pla-neta é encontrado nas costas mediterrâneas. Ocu-pa, há milhares de anos, centenas de quilômetros

quadrados de superfícies quase contínuas do fundo marin-ho. Trata-se da pradaria de Posidonia oceanica, uma plan-ta marinha que forra os fundos de até 40 metros de profun-didade, uma testemunha de exceção da história recente domar Mediterrâneo. Sobreviveu aos ascensos e descensosdo nível do mar; viu navegar trirremes, galeões e, mais re-centemente, iates e petroleiros. Suas pradarias tem dadoabrigo a centenas de milhares de gerações das mais singu-lares espécies, algumas já extintas, e hoje em dia conformaum dos ecossistemas mais diversos do planeta Um peixe castañuela (nome científico: Chromis chromis) na-da agilmente entre as folhas da posidonia movidas pelo ba-lé das correntes. Em algum lugar da extensa pradaria, queforra os fundos entre Ibiza e Formentera, o pequeno peixerastreia as folhas em busca de alimento, como fizeram seusantepassados há milênios. Em outro tecido, mas na mes-ma planta. Em uma dessas folhas encontra-se um minús-culo crustáceo sobre o qual a castañuela fixa suas atenções.O peixe se lança sobre o crustáceo quando, nesse exatoinstante, uns olhos enormes escondidos atrás de uma más-cara se colocam no seu caminho fazendo-o fugir desespe-rado pelo matagal da pradaria. O jovem tecido sobre o qual descansava o crustáceo es-condia um rizoma milenar. O mergulhador arrancou a folha,seguida de seu correspondente talo e rizoma e guardou emsua rede junto ao resto das amostras. O pequeno crustá-ceo ficou à deriva sem saber realmente a sorte que tinha ti-do.Meses mais tarde a confirmação. Depois de analisar maisde 1.500 amostras de tecido de Posidonia oceanica por to-do o Mediterrâneo e por meio de um modelo teórico decrescimento, os pesquisadores do Instituto Francês para aPesquisa para a Exploração do Mar (IFREMER) e do grupode pesquisa de Mudanças Climáticas que lideram CarlosDuarte e Nuria Marbà, no IMEDEA (CSIC-UIB), estimaram

Detalle de la Flor de laposidonia.

Detalhe da flor daposidonia.

Texto: Pablo Lozano. Fuentes: Carlos Duarte/IMEDEA, Juan Manuel Ruiz/IEO, Rosa María Mendoza, directora del Proyecto Life+ PosidoniaAndalucía. Miguel Ángel Mateo/CSIC. Fotos: Ramón Esteban, Juan Manuel Ruiz, Manu San Félix.Traducción/Tradução: SMC” Comunicação.

Page 16: Magazine Océano nº 1

posidonia

16

más de 100.000 años. El organismo más longevo de la bios-fera, según este modelo.Las muestras se obtuvieron de 50 praderas, desde Almeríahasta Chipre. Se secuenció el ADN de cada una y se buscódónde se encontraban genotipos exactamente iguales.Teniendo en cuenta la bajísima ocurrencia de la reproduc-ción sexual, se puede asumir que una misma mancha ho-mogénea de pradera pertenece al mismo clon y por tanto almismo organismo. Así, considerando una tasa de creci-miento de la posidonia de un centímetro al año y multipli-cando por la distancia entre dos muestras con un mismo ge-notipo, sabremos cuánto tiempo ha tardado en crecer y portanto su edad. La distancia máxima que encontraron entre muestras idén-ticas fue de 10 kilómetros. 10 kilómetros, lo pasamos a cen-tímetros, tenemos 100.000 centímetros, considerando uncrecimiento de un centímetro al año… Pues 100.000 años,muy sencillo. El organismo más longevo de la biosfera. Esto, que teóricamente resulta tan obvio, en la práctica noes tan sencillo. Suponer que en 10 kilómetros la pradera escontinua y ha crecido centímetro a centímetro entre un pun-to y otro es mucho suponer. Además, la proporción demuestras genéticamente idénticas que se encontraron fuemuy pequeña.De lo que no hay duda, al margen de que sea o no el organis-mo más longevo del mundo, es que la edad de las praderasde posidonia es de muchos milenios, y lo importante es lo queesto implica.Este trabajo, publicado recientemente en la revista PLoS ONE,no ha sido el primero ni será el último que trate de estudiar laedad de estas plantas. ya en 2006, el equipo que lidera Mi-guel Ángel Mateo, investigador del Centro de Estudios Avan-zados de Blanes (CEAB-CSIC), tras realizar las primeras per-foraciones en los sedimentos de una pradera de Posidoniaoceanica, pudieron datar los depósitos que albergaba en másde 6000 años y evidenciar la enorme cantidad de carbonoque acumulaban. Tras estos trabajos, comenzó a considerar-se un nuevo servicio de ecosistema a la posidonia: el de su-midero de carbono.

La planta que regresó al marLa castañuela quedó paralizada durante minutos oculta en la

COTyLORHzA TUBERCULATASuspendpus ne sed veli.Suspisse vitauspendpus neesed enissevausppendpus.Suspendpus nesed veli. Suspissevitauspendpus nee sed enissevauspendpenisse .

Page 17: Magazine Océano nº 1

17

que a pradaria que cobre os fundos entre Ibiza e Formen-tera devia ter mais de cem mil anos. O organismo mais an-tigo da biosfera, de acordo com este modelo.As amostras foram obtidas de 50 pradarias, da cidade es-panhola de Almeria até o Chipre. Foi sequenciado o DNAde cada uma e se procurou onde se encontravam genóti-pos exatamente iguais.Tendo em conta a baixíssima ocorrência da reprodução se-xual, pode-se assumir que uma mesma mancha homogê-nea de pradaria pertence ao mesmo clã e, portanto, aomesmo organismo. Assim, considerando uma taxa decrescimento da posidonia de um centímetro ao ano e mul-tiplicando pela distância entre duas amostras com ummesmo genótipo, saberemos quanto tempo demorou emcrescer e, portanto, sua idade. A distância máxima que encontraram entre amostras idên-ticas foi de 10 quilômetros. Dez quilômetros transforma-dos a centímetros resultam em 100.000 centímetros. Con-siderando um crescimento de um centímetro ao ano,chegamos ao número de 100.000 anos e uma simplesconstatação: o organismo mais antigo da biosfera. Isto, que teoricamente resulta tão óbvio, na prática não étão simples. Supor que em 10 quilômetros a pradaria écontínua e cresceu centímetro a centímetro entre um pon-to a outro é muita suposição. Além disso, a proporção deamostras geneticamente idênticas que se encontraram foimuito pequena.Do que não existe dúvida, à margem de ser ou não o or-ganismo mais antigo do mundo, é que a idade das prada-rias de posidonia é de milênios, e o importante é o que is-to implica.Este trabalho, publicado recentemente na revista PLoSONE, não foi o primeiro nem será o último que trata de es-tudar a idade destas plantas. Já em 2006, a equipe que li-dera Miguel Ángel Mateo, pesquisador do Centro de Estu-dos Avançados de Blanes (CEAB-CSIC), após realizar asprimeiras perfurações nos sedimentos de uma pradaria dePosidonia oceanica, pôde datar os depósitos que alberga-va em mais de 6.000 anos e evidenciar a enorme quanti-dade de carbono que acumulavam. Depois destes trabal-hos, começou a se considerar uma nova utilidade daposidonia: o sequestro de carbono.

Arriba se puede observar lainmensa base que soporta a laposidonia, generaciones ygeneraciones de plantas quehan crecido una sobre otra.Abajo una embarcaciónhundida preside una praderaenferma.

Acima é possível observar aenorme base onde apoia-se aposidonia, gerações egerações de plantas que temcrescido uma sobre outra.Abaixo um barco afundadopreside uma pradaria doente

Page 18: Magazine Océano nº 1

posidonia

18

espesura de la pradera. Sus altos niveles de cortisol le tení-an en alerta, mientras unos metros más allá el buzo se alejabacon su muestra y el crustáceo nadaba desorientado entre unanueve de sedimento y despojos de planta. Era otoño y, co-mo si de un bosque caducifolio se tratara, la pradera estabarepleta de restos de hojas que poco a poco arrastraba la co-rriente. Realmente la Posidonia oceanica renueva sus hojas todo elaño, pero se hace más evidente en la época de tormentasque suele coincidir con el otoño. Las hojas jóvenes y verdesrápidamente se van colonizando por organismo epífitos. Ungran ecosistema en miniatura que en seguida consume losnuevos brotes y que a su vez sirve de alimento a otras espe-cies de mayor tamaño que nadan en la pradera. La Posidonia oceanica no es una alga aunque viva en el mar.Sus parientes más cercanos no son marinos sino terrestresy, como ellos, tiene raíces, tallo y hojas y también flores, fru-tos y semillas: son angiospermas. A nivel poblacional, la uni-dad estructural y funcional es el haz o ramet que está forma-do por un rizoma en cuyo ápice se agrupan las hojas. Unrizoma horizontal, postrado sobre el sustrato y sujeto a él me-diante raíces, interconecta los haces vecinos. Las raíces, aligual que en plantas terrestres, sirven de sostén y para ab-sorber nutrientes desde el sedimento. Los rizomas son losresponsables del crecimiento de la planta, así como deltransporte de nutrientes y de almacenar los productos de lafotosíntesis en sus tejidos. En las hojas encontramos una di-ferencia importante con las plantas terrestres: además de re-alizar fotosíntesis, son capaces de tomar nutrientes directa-mente del agua.

Importancia ecológicaLa castañuela no estaba sola. Como si de una hoja de posi-donia se tratase, un pez aguja mula pasaba completamentedesapercibido junto a ella. Un pequeño banco de salemassobrenadaba la pradera llenando sus aguas de destellos do-rados. Unos haces más a su derecha, un caballito de mar sealimentaba tranquilo, ajeno a la tensa situación vivida por suvecina. Había cangrejos, tunicados, nudibranquios de todoslos colores y, a menor escala, un sinfín de especies que ha-cen de la pradera uno de los lugares más diversos del plane-ta. La escena relajó a la castañuela y continuó su camino enbusca de alimento.

La Posidonia oceanica es una especie de las denominadasingenieros de ecosistemas. Un ambiente en el que solo ha-bía un sustrato plano, lo transforman para crear un hábitattridimensional en el que florece la vida. La espesura de suspraderas se convierte en el refugio ideal para multitud de es-pecies que nadan y se desplazan entre sus haces, y las hojassirven de sustrato para otro gran número de organismos epí-fitos. Se han identificado más de 1000 especies de animalesy unas 400 vegetales, lo que supone casi el 10 % de la bio-diversidad del Mediterráneo. Una sola hoja de posidonia constituye todo un ecosistemacon una enorme diversidad y un dinamismo tremendo. Losbrotes verdes comienzan rápidamente a ser colonizados porcianobacterias, algas microscópicas y hongos que formanun tapiz inapreciable. Sobre este se adhieren pequeños epí-fitos como esponjas, cnidarios, gusanos poliquetos, molus-cos bivalvos, briozoos, tunicados, etc. que pronto serán cu-biertos por algas de mayor tamaño que acabarán ahogandola hoja de posidonia y dejarán lugar a otra. Un ecosistemaefímero y dinámico que hace de estas praderas un hábitattremendamente productivo. Otros organismos se mueven libremente por la superficie delas hojas. Unos son vegetarianos y directamente ramoneanlas hojas de la posidonia y otros se alimentan de los epífitosque llevan adheridas. Estos son poliquetos, crustáceos, mo-luscos, nematodos, turbelarios, equinodermos o peces. Unadiversidad inmensa que a su vez sirve de alimento a orga-nismos mayores. Especies tan emblemáticas como el pulpo,la morena, el caballito de mar o la tortuga verde.Se ha estimado que solo un cinco por ciento de las hojas de

Detalle del rizoma de laplanta, responsable de su

crecimiento horizontal.

Detalhe do rizoma da planta,responsável do seu

crescimento horizontal.

Page 19: Magazine Océano nº 1

19

A planta que regressou ao marO castañuela ficou paralisado durante minutos oculto no ma-tagal da pradaria. Seus altos níveis de cortisol o mantinhamem alerta, enquanto a alguns metros dali o mergulhador sedistanciava com sua amostra e o crustáceo nadava deso-rientado entre uma nuvem de sedimento e restos de planta.Era outono e, como se de um bosque caducifólio se tratas-se, a pradaria estava repleta de restos de folhas que, poucoa pouco, eram arrastadas pela corrente. Realmente a Posidonia oceanica renova suas folhas todo oano, mas o fenômeno é mais evidente na época de chuvas,que costuma coincidir com o outono. As folhas jovens e ver-des rapidamente vão se colonizando por organismos epífi-tos. Um grande ecossistema em miniatura que em seguidaconsume os novos brotos e que, por sua vez, serve de ali-mento a outras espécies de maior tamanho que nadam napradaria. A Posidonia oceanica não é uma alga ainda que viva no mar.Seus parentes mais próximos não são marinhos, mas te-rrestres e, como eles, tem raízes, hastes e folhas e tambémflores, frutos e sementes: é uma angiosperma. A nível po-pulacional, a unidade estrutural e funcional é a haste que es-tá formada por um rizoma em cujo ápice se agrupam as fol-has. Um rizoma horizontal, prostrado sobre o substrato epreso a ele pelas raízes, interconecta as hastes vizinhas. Asraízes, igual que nas plantas terrestres, servem de sustentoe para absorver nutrientes a partir do sedimento. Os rizo-mas são os responsáveis pelo crescimento da planta, as-sim como pelo transporte de nutrientes e por armazenar osprodutos da fotossíntese nos seus tecidos. Nas folhas en-

contramos uma diferença importante com as plantas te-rrestres: além de realizar fotossíntese, são capazes de to-mar nutrientes diretamente da água.

Importância ecológicaO peixe castañuela não estava sozinho. Como se tratasse deuma folha de posidonia, um peixe agulha passava comple-tamente despercebido ao seu lado. Um pequeno bando desalemas sobrenadava a pradaria enchendo suas águas debrilhos dourados. Algumas hastes à sua direita, um cavalomarinho se alimentava tranquilo, distante da tensa situaçãovivida por sua vizinha. Tinham caranguejos, tunicados, nu-dibrânquios de todas as cores e, a menor escala, um semfim de espécies que fazem da pradaria um dos lugares maisdiversos do planeta. A cena relaxou o castañuela que con-tinuou seu caminho à procura de alimento. A Posidonia oceanica é uma espécie das denominadas en-genheiras dos ecossistemas. Um ambiente no qual só ha-via um substrato plano, é transformado para criar um hábitattridimensional no qual surge a vida. A espessura de suaspradarias se converte no refúgio ideal para diversas espé-cies que nadam e se deslocam entre suas hastes, e as fol-has servem de substrato para outro grande número de or-ganismos epífitos. Foram identificadas mais de 1.000espécies de animais e umas 400 vegetais, o que supõe qua-se o 10% da biodiversidade do Mediterrâneo. Uma folha apenas de posidonia constitui todo um ecossis-tema, com uma enorme diversidade e um dinamismo tre-mendo. Os brotos verdes começam rapidamente a seremcolonizados por cianobactérias, algas microscópicas e co-gumelos que formam um tapete inestimável. Sobre este seaderem pequenos epífitos como esponjas, cnidários, ver-mes poliquetas, moluscos, briozoários e outros. que em bre-ve serão cobertos por algas de maior tamanho que aca-barão afogando a folha de posidonia e deixará lugar à outra.Um ecossistema efêmero e dinâmico que faz destas prada-rias um hábitat enormemente produtivo. Outros organismos se movem livremente pela superfície dasfolhas. Uns são vegetarianos e diretamente pastam nas fol-has da posidonia e outros se alimentam dos epífitos aderi-dos a elas. Estes são poliquetas, crustáceos, moluscos, ne-matódeos, turbelários, equinodermos ou peixes. Umadiversidade imensa que, por sua vez serve, de alimento a

Los haces jóvenes apenas tienenepífitos y muestran un verdeintenso.

Os feixes jovens apenas temepifitas e mostram um verdeintenso.

Page 20: Magazine Océano nº 1

posidonia

20

nas va mucho más allá. Hasta hace muy poco, el papel deéste y otros ecosistemas costeros como sumideros de CO2,había sido ignorado por completo. Recientemente se ha de-mostrado que las praderas de fanerógamas marinas, juntocon las marismas y los manglares, constituyen uno de losecosistemas que más CO2 secuestran en nuestro planeta.Solo ocupan una estrecha franja del litoral del planeta y sinembargo son capaces de capturar entre el 12 y el 15% delas emisiones anuales de CO2 que produce el ser humano.Otro servicio destacable que hacen las praderas es dar co-bijo a huevos y alevines de multitud de especies marinas congran valor comercial. Numerosas especies de peces, molus-cos y crustáceos, utilizan el abrigo de la posidonia para la re-producirse, poner sus huevos y como lugar de alevinaje. Ac-tuan como verdaderas guarderías marinas y por tanto suexistencia y su buen estado de conservación supone un in-cremento en el número y variedad de las especies que pue-den ser explotadas por el sector pesquero.

De Gibraltar a Estambul La castañuela nadaba sin un rumbo fijo. En solitario se mo-vía por la pradera ramoneando las hojas tapizadas de vida y,sin pretenderlo, se juntó con un pequeño grupo de sus con-géneres. Las castañuelas se alimentaban con frenesí al tiem-po que recorrían juntas la pradera, una pradera que, segura-mente, jamás recorrerán en toda su extensión. Ellas nosaldrán de la milenaria pradera pero quizá sus larvas lleguen aotra. Desde Gibraltar hasta Estambul.La Posidonia oceanica es una planta endémica del Medite-

la posidonia se consumen de forma directa. Su valor alimen-ticio es muy bajo, poseen mucha celulosa y un alto conteni-do en taninos: sustancias tóxicas que heredaron de sus pa-rientes terrestres y que sirven para evitar la predación. Porello, existen muy pocas especies capaces de digerir las hojasde posidonia. Una de ellas es un pequeño isópodo de un in-tenso color verde (Idotea hectica), endémico de este ecosis-tema.Además de ser un paraíso de biodiversidad, la posidonia ge-nera incontables beneficios para la salud de los ecosistemase incluso para las actividades humanas de una forma muydirecta. Gracias a su enorme entramado, las praderas fijanel sustrato al tiempo que reducen el hidrodinamismo de lazona. De esta forma, actúan como una trampa de sedimentoy protegen las playas de la erosión. Además, el ecosistemaque albergan es capaz de generar arena de calidad, produc-to de los restos de conchas y caparazones de muchas desus especies. Las praderas oxigenan el agua y actúan como un filtro de laspartículas en suspensión, aumentando así su transparencia ycalidad ambiental. De esta forma, la posidonia se garantizaunas condiciones idóneas para su crecimiento, ya que al re-ducir la turbidez la intensidad de luz es suficiente para realizarla fotosíntesis. Pero, más allá de trabajar en su propio bene-ficio –por si no fuera poco-, la posidonia evita de esta formala retención de calor que provocarían las partículas en sus-pensión, contribuyendo así a regular el clima del Mediterrá-neo.Sin embargo, el impacto en el clima de estas plantas mari-

Las hojas de Posidoniamantienen un enormeecosistema en miniatura

As folhas da Posidoniamanter um ecossistemaenorme em miniatura

Numerosas especies de peces, moluscos y crustáceos, utilizan el abrigo de la Posidoniapara la reproducirse, poner sus huevos y como lugar de alevinaje.

Page 21: Magazine Océano nº 1

21

organismos maiores. Espécies tão emblemáticas como opolvo, a morena, o cavalo marinho ou a tartaruga verde.Estimou-se que apenas cinco por cento das folhas da po-sidonia se consumem de forma direta. Seu valor alimentícioé muito baixo, possuem muita celulose e um alto conteúdoem taninos: substâncias tóxicas que herdaram de seus pa-rentes terrestres e que servem para evitar a predação. Porcausa deles, existem poucas espécies capazes de digeriras folhas de posidonia. Uma delas é um pequeno isópodode uma intensa cor verde (Idotea hectica), endêmico desteecossistema.Além de ser um paraíso da biodiversidade, a posidonia geraincontáveis benefícios para a saúde dos ecossistemas e, in-cluso, para as atividades humanas de uma forma muito dire-ta. Graças a seu enorme emaranhado, as pradarias fixam osubstrato ao tempo que reduzem o hidrodinamismo da zona.Desta forma, atuam como uma armadilha de sedimento eprotegem as praias da erosão. Além disso, o ecossistema quealbergam é capaz de gerar areia de qualidade, produto dosrestos de conchas de diferentes espécies. As pradarias oxigenam a água e atuam como um filtro daspartículas em suspensão, aumentando assim sua trans-parência e qualidade ambiental. Desta forma, a posidonia ga-rante condições idôneas para seu crescimento, já que, ao re-duzir a turbidez, a intensidade da luz é suficiente para realizara fotossíntese. Mas, além de trabalhar em seu próprio benefí-cio – como se fosse pouco –, a posidonia evita desta formaa retenção de calor que provocariam as partículas em sus-pensão, contribuindo assim com o clima do Mediterrâneo.No entanto, o impacto no clima destas plantas marinhas vaimuito além disso. Até pouco tempo, o papel deste e outrosecossistemas costeiros, como o sequestro de CO2, tinha si-

do ignorado por completo. Recentemente foi demonstra-do que as pradarias de fanerógamas marinhas, junto comos pântanos e os mangues, constituem um dos ecossiste-mas que mais sequestram CO2 em nosso planeta. Só ocu-pam una estreita franja do litoral do planeta e, no entanto,são capazes de capturar entre 12 e 15% das emissõesanuais de CO2 que produz o ser humano.Outro serviço destacável que fazem as pradarias é dar abri-go a ovos e alevinos de diversas espécies marinhas comgrande valor comercial. Numerosas espécies de peixes,moluscos e crustáceos utilizam o abrigo da posidonia parase reproduzir, por ovos e como lugar de berçário. Atuamcomo verdadeiros viveiros marinhos e, portanto, suaexistência e seu bom estado de conservação supõem umincremento no número e variedade das espécies que po-dem ser exploradas pelo setor pesqueiro.

De Gibraltar a Istambul A castañuela nadava sem um rumo fixo. Sozinho, movia-sepela pradaria pastando as folhas forradas de vida e, semquerer, juntou-se a um pequeno grupo de seus congêne-res. Os castañuelas se alimentavam com frenesi ao tempoque recorriam juntos a pradaria, uma pradaria que, segura-mente, jamais recorrerão em toda sua extensão. Elas nãosairão da milenar pradaria, mas talvez suas larvas cheguemà outra. Desde Gibraltar até Istambul.A Posidonia oceanica é uma planta endêmica do Medi-terrâneo. Esta espécie apenas se encontra aqui e seus pa-rentes mais próximos não estão perto geograficamente:posidonia sinuosa, P. angustifolia e seis espécies mais domesmo gênero, todas elas no litoral sul da Austrália, prati-camente nas antípodas.

En el centro del haz de lashojas comienzan adesarrollarselas inflorescenciascuando termina el otoño.

No centro do feixe das folhascomeçam a desenvolverinflorescencias após o final doOutono.

Numerosas espécies de peixes, moluscos e crustáceos usam a capa da posidonia paraa reprodução, pôr ovos e como lugar de alevinagem.

Page 22: Magazine Océano nº 1

posidonia

22

rráneo. Esta especie solo se encuentra aquí y sus parientesmás cercanos no lo son tanto geográficamente: Posidoniasinuosa, P. angustifolia y seis especies más del mimo género,todas ellas en el litoral del sur de Australia, prácticamente enlas antípodas. La Posidonia oceanica se distribuye por toda la costa Medi-terránea. Vive en las aguas más someras, aunque en zonasdonde el agua es muy transparente puede llegar a asentarseen fondos de 40 metros. Se desarrolla en fondos tanto roco-sos como arenosos siempre limpios y bien oxigenados. Se estima que una cuarta parte de los fondos marinos demenos de 50 metros están ocupados por esta fanerógamamarina, entre 2,5 y 4,5 millones de hectáreas. Las cifras enEspaña varían mucho según los trabajos que se consulten:desde estimaciones de 2.800 kilómetros cuadrados (Maset al., 1993) a otras de más de 9.000 kilómetros cuadrados (Díaz-Almeda y Marbà, 2009). Esta última quizá bastanteexagerada ya que los fondo de menos de 50 metros deprofundidad en el litoral mediterráneo español no ocupanunos de 8.400 kilómetros cuadrados. Según los últimos da-tos de cartografía que maneja el Instituto Español de Oce-anografía para la elaboración del informe solicitado por elMinisterio de Agricultura, Alimentación y Medio Ambientepara la transposición de la Directiva Estrategia Marina, lasuperficie que ocupada este hábitat es del orden de 1.000kilómetros cuadrados.

En peligroTodo no era verde y azul en la pradera. De repente el agua pa-recía enrarecida, respirar no era fácil y las hojas de posidoniaparecían ahogadas entre una maraña verde y viscosa. Tratan-do de huir de este ambiente, la castañuela nadó a toda velo-cidad mientras aceleraba el bombeo de agua a través de susbranquias, tratando de apurar el poco oxígeno que rodeabala pradera. Se enganchó en un fragmento de red que a la de-riva había llegado a la marchita pradera y junto a ella apare-cieron multitud de objetos muy frecuentes en las últimas dé-cadas en la milenaria pradera: bolsas, latas, zapatos, colillas…Importantes superficies de este hábitat han desaparecido enlos últimos 60 años, lo que supone una pérdida acelerada deeste hábitat relacionada principalmente con el impacto acu-mulado del desarrollo y explotación de las zonas costeras enel pequeño periodo que supone la historia del hombre. El de-sarrollo urbanístico de las últimas décadas ha generado unimpacto sin precedente que en pocos años ha terminado conecosistemas milenarios. Alrededor de las principales ciuda-des y puertos del Mediterráneo es prácticamente imposibleencontrar una pradera sana. La posidonia es muy sensible alos cambios de transparencia y calidad del agua, a la conta-minación y a los cambios en la dinámica sedimentaria. Estasituación deja bajo el fondo un paisaje desolador y los dañosson difícilmente reversibles. La construcción de diques, puertos o escolleras modifica por

completo las corrientes, lo que puede desencadenar el en-terramiento o erosión de una pradera cercana en muy pocotiempo al transformar radicalmente la dinámica sedimenta-ria de la zona. Las obras, además, alteran la transparenciadel agua, lo que afecta de manera importante al desarrollo ycrecimiento de la posidonia. La pesca de arrastre está prohibida a menos de 50 metrosde profundidad, especialmente sobre fondos en los que sedesarrollan praderas de Posidonia oceanica, según un regla-mento europeo del año 1994. Sin embargo, tal y como handenunciado ecologistas y científicos en multitud de ocasio-nes, siguen habiendo arrastreros sobre las praderas pes-cando ilegalmente. La contaminación es otro de los principales responsables dela enorme regresión de la posidonia. Las fuentes son muy di-versas: aguas urbanas e industriales de una creciente po-blación, fertilizantes y pesticidas agrícolas llegados desde losríos, vertidos de salmueras de las plantas desalinizadoras,restos de piensos, defecaciones y antibióticos de las gran-jas de pescado,… E igual de diversos son los impactos quegeneran. El exceso de nutrientes y materia orgánica ahoga yenvenena a las praderas de posidonia. Un aumento de nu-trientes favorece la aparición de especies epífitas de algasque recubren por completo las hojas e impiden que estas re-alicen la fotosíntesis. Por otro lado, la materia orgánica, ade-

Page 23: Magazine Océano nº 1

23

parecia turva, respirar não era fácil e as folhas de posido-nia pareciam afogadas entre uma substância verde e vis-cosa. Tratando de fugir deste ambiente, a castañuela na-dou a toda velocidade enquanto acelerava o bombeio deágua através de suas brânquias, tratando de apurar o pou-co oxigênio. Ficou enganchada em um fragmento de redeque, à deriva, havia chegado à murcha pradaria e junto aela apareceram vários objetos muito frequentes nas últimasdécadas na milenar pradaria: sacos plásticos, latas, sapa-tos… Importantes superfícies deste hábitat têm desaparecidonos últimos 60 anos, o que supõe uma perda acelerada,relacionada principalmente com o impacto acumulado dodesenvolvimento e exploração das zonas costeiras no pe-queno período que supõe a história do homem. O desen-volvimento urbanístico das últimas décadas tem geradoum impacto sem precedente que, em poucos anos, termi-nou com ecossistemas milenares. Em torno das principaiscidades e portos do Mediterrâneo é praticamente impos-sível encontrar uma pradaria salva. A posidonia é muitosensível às mudanças de transparência e qualidade daágua, à contaminação e às mudanças na dinâmica sedi-mentaria. Esta situação deixa sob o fundo uma paisagemdesoladora e os danos são dificilmente reversíveis. A construção de diques, portos ou quebra-mares modifi-ca por completo as correntes, o que pode desencadear oenterramento ou erosão de uma pradaria próxima em mui-to pouco tempo ao transformar radicalmente a dinâmicasedimentar da zona. As obras, além disso, alteram a trans-parência da água, o que afeta de maneira importante aodesenvolvimento e crescimento da posidonia. A pesca de arrasto está proibida a menos de 50 metros deprofundidade, especialmente sobre fundos nos quais sedesenvolvem as pradarias de Posidonia oceanica, segundoum regulamento europeu do ano de 1994. No entanto, co-mo denunciaram ecologistas e cientistas em diversas oca-siões, segue havendo ‘arrastões’ sobre as pradarias pes-cando ilegalmente. A contaminação é outro dos principais responsáveis daenorme regressão da posidonia. As fontes são diversas:águas urbanas e industriais de uma crescente população,fertilizantes e pesticidas agrícolas vindos dos rios, descar-ga de água salgada das plantas dessalinizadoras, resíduosde alimentos, fezes e antibióticos de viveiros de peixes ediversos são os impactos que geram. O excesso de nu-trientes e matéria orgânica afoga e envenena as pradariasde posidonia. Um aumento de nutrientes favorece a apa-rição de espécies epífitas de algas que cobrem por com-pleto as folhas e impedem que estas realizem a fotossín-teses. Por outro lado, a matéria orgânica, além de diminuira transferência da água, uma vez no fundo, se degrada econsome todo o oxigênio presente no sedimento. Isto per-mite a aparição de bactérias anaeróbicas, cujos produtos–

A Posidonia oceanica, se distribui por toda a costa Medi-terrânea. Vive nas águas mais rasas, ainda que em zonasonde a água é muito transparente pode chegar a assentar-se em fundos de 40 metros. Desenvolve-se em fundos tan-to rochosos como arenosos, sempre limpos e bem oxige-nados. Estima-se que uma quarta parte dos fundos marinhos demenos de 50 metros estão ocupados por esta fanerógamamarinha, entre 2,5 e 4,5 milhões de hectares. As cifras naEspanha variam muito segundo os trabalhos que se con-sultam: de estimações de 2.800 kilómetros cuadrados (Maset al., 1993) a outras de mais de 9.000 kilómetros cuadra-dos (Díaz-Almeda e Marbà, 2009). Esta última talvez bas-tante exagerada, já que os fundos de menos de 50 metrosde profundidade no litoral mediterrâneo espanhol não ocu-pam um de 8.400 kilómetros cuadrados. Segundo os últi-mos dados de cartografia que manuseia o Instituto Espan-hol de Oceanografia para a elaboração do informesolicitado pelo Ministério de Agricultura, Alimentação eMeio Ambiente para a transposição da Diretiva EuropeiaEstratégia Marinha, a superfície ocupada por este hábitaté da ordem de 1.000 kilómetros cuadrados.

Em perigoNem tudo era verde e azul na pradaria. De repente a água

Un buzo nada por lo que un día fue una densapradera y hoy es solo un desierto.

Um megulhador nada pelo que um dia foi umapradaria densa e hoje é apenas um deserto.

Page 24: Magazine Océano nº 1

posidonia

24

más de disminuir la transferencia del agua, una vez llega alfondo, se degrada y consume todo el oxígeno presente enel sedimento. Esto permite la aparición de bacterias anaero-bias, cuyos productos de desecho –entre ellos sulfhídrico -penetran por las raíces de la planta y la envenenan.Otra amenaza para la posidonia es la presencia de una es-pecie invasora procedente de latitudes más bajas: Caulerparacemosa. Esta especie llegó al Mediterráneo –segura-mente– gracias al tráfico marítimo y se quedó –sin duda–favorecida por el aumento de las temperaturas y la conta-minación que le dan una ventaja insalvable en su competi-ción con la posidonia por el mismo nicho. Se ha observa-do que, en praderas sanas, caulerpa no tiene ningunaoportunidad de asentarse. La altura y densidad de una pra-dera de posidonia en buen estado de conservación impideque otra alga pueda vivir a su sombra. Otra alga invasora,el rodófito Lophocladia lallemandii crece sobre las hojas deposidonia hasta sofocarla y en sitios como Baleares podríaser una amenaza superior a la que han representado otrasalgas invasoras.

Investigación y conservaciónDe seguir así, la posidonia podría desaparecer del Medite-rráneo en no mucho tiempo si no se adoptan las medidasadecuadas. Las estructuras leñosas que un día formaron labase de uno de los ecosistemas más productivos y diver-sos del planeta podrían quedar desnudas. Primero se es-fumaría su biodiversidad y, poco a poco, por acción de lascorrientes, el CO2 que secuestraron durante milenios seríadevuelto a la atmósfera. Las playas se erosionarían y la pes-ca descendería drásticamente.Pero esto no tiene por qué ocurrir. La situación puede re-vertirse y son muchos los científicos, grupos ecologistas ydemás organizaciones ciudadanas que están trabajando eneste sentido.Cada vez son más las campañas de sensibilización y ac-ciones encaminadas a proteger las praderas de posidoniaen el litoral español. En los últimos años se han desarrolla-do numerosos proyectos. En 1998 se creó en Cataluña laprimera red de seguimiento a largo plazo del estado deconservación de las praderas de Posidonia oceanica en ellitoral mediterráneo español, siguiendo la estela de iniciati-vas similares en las costas francesas en los años 80. Trasella, se han ido implantando redes de seguimiento en Ba-leares, Comunidad Valenciana, Murcia y Andalucía, bajo laresponsabilidad de investigadores de diversas Universida-des y Organismos Públicos de Investigación que trabajande forma coordinada con las administraciones autonómi-cas y nacionales. Entre las cinco redes autonómicas, se monitorizan más de100 praderas. Desde hace algunos años todas ellas seaglutinan en una red nacional gracias al proyecto Posimedque coordina la Fundación Biodiversidad. Esta red repre-

senta la mayor red de seguimiento de un hábitat marino enEspaña. Los proyectos europeos LIFE Posidonia Baleares y LIFE+Posidonia Andalucía, este último en plena vigencia estánrelacionados con la implantación de las redes de Baleares yde Andalucía, respectivamente. Este tipo de proyectos secaracterizan por la participación de socios de diferentesámbitos. Todos ellos incluyen participantes de la Adminis-tración Pública, organizaciones no gubernamentales y cen-tros de investigación.El proyecto Balears LIFE Posidonia lo desarrolló el Gobier-no de Islas Baleares, el Instituto Mediterráneo de EstudiosAvanzados (IMEDEA) y la Fundación Bosch i Gimpera. Elproyecto comenzó en 2001 y, durante el mismo, se carto-grafiaron las praderas de las islas, se elaboraron los planesde gestión de hasta 15 Lugares de Interés Comunitario conel objetivo de proteger la posidonia y se avanzó considera-blemente en el conocimiento de la dinámica de las espe-cies invasoras.El LIFE+ Posidonia Andalucía está en plena vigencia. Co-menzó en 2011 de la mano de la Junta de Andalucía, laUnión Internacional para la Conservación de la Naturaleza(UICN), la asociación Conservación, Información y Estudiosobre los Cetáceos (CIRCE), la Federación Andaluza de Co-fradías de Pescadores y la Federación Andaluza de Aso-ciaciones Pesqueras. El principal objetivo del proyecto esidentificar el estado de conservación de las praderas anda-luzas y tratar de valorar económicamente los servicios quegeneran para, de esta forma, buscar la implicación de lossectores productivos en la conservación de esta especie.Al margen de los grandes proyectos existen infinidad de

Page 25: Magazine Océano nº 1

25

entre eles o sulfureto – penetram pelas raízes da planta e aenvenenam.Outra ameaça para a posidonia é a presença de uma espé-cie invasora procedente de latitudes mais baixas: Caulerparacemosa. Esta espécie seguramente chegou ao Medi-terrâneo devido ao tráfico marítimo e ficou, sem dúvida, fa-vorecida pelo aumento das temperaturas e a contaminação,que a deram uma vantagem intransponível em sua compe-tição com a posidonia pelo mesmo nicho. Tem-se observa-do que em pradarias sã, caulerpa não têm nenhuma opor-tunidade de se assentar. A altura e a densidade de umapradaria de posidonia em bom estado de conservação im-pede que outra alga possa viver na sua sombra. Outra algainvasora, o rodófito Lophocladia lallemandii, cresce sobreas folhas de posidonia até sufocá-la e em lugares como Ba-leares poderia ser uma ameaça superior à que representamoutras algas invasoras.

Pesquisa e conservaçãoCaso continue assim, a posidonia poderia desaparecer doMediterrâneo em pouco tempo caso não sejam adotadas asmedidas adequadas. As estruturas arborizadas que um diaformaram a base de um dos ecossistemas mais produtivos ediversos do planeta podiam ficar nuas. Primeiro se esfu-maçaria sua biodiversidade e, pouco a pouco, por ação dascorrentes, o CO2 que sequestraram durante milênios seria

devolvido à atmosfera. As praias sofreriam com a erosão ea pesca descenderia drasticamente.Mas isto não tem por que ocorrer. A situação pode se re-verter e são muitos os cientistas, grupos ecologistas e ou-tras organizações cidadãs que estão trabalhando neste sen-tido.Cada vez são mais as campanhas de sensibilização e açõesencaminhadas a proteger as pradarias de posidonia no lito-ral espanhol. Nos últimos anos foram desenvolvidos nume-rosos projetos. Em 1998 foi criada na Catalunha a primeirarede de seguimento a longo prazo do estado de conser-vação das pradarias de Posidonia oceanica no litoral medi-terrâneo espanhol, seguindo a estela de iniciativas similaresnas costas francesas nos anos 80. Depois dela, foram sen-do implantadas redes de seguimento nas Baleares, Comu-nidade Valenciana, Murcia e Andaluzia, sob a responsabili-dade de pesquisadores de diversas universidades e

organismos públicos de pesquisa, que trabalham de formacoordenada com as administrações autônomas e nacionais. Entre as cinco redes autonômicas são monitoradas mais de100 pradarias. Há alguns anos, todas elas se aglutinam emuma rede nacional graças ao projeto Posimed que coordenaa Fundação Biodiversidade. Esta rede representa a maiorrede de seguimento de um habitat marinho na Espanha. Os projetos europeus LIFE Posidonia Baleares e LIFE+ Po-sidonia Andaluzia, este último em plena vigência, estão re-lacionados com a implantação das redes de Baleares e deAndaluzia, respectivamente. Estes tipos de projetos se ca-racterizam pela participação de sócios de diferentes âmbi-tos. Todos eles incluem participantes da Administração Pú-blica, organizações não governamentais e centros depesquisa.O projeto Balears LIFE Posidonia foi desenvolvido pelo Go-verno das Ilhas Baleares, o Instituto Mediterrâneo de Estu-dos Avançados (IMEDEA) e a Fundação Bosch i Gimpera.O projeto começou em 2001 e, durante o mesmo, foi reali-zada a cartografia das pradarias das ilhas, se elaboraram osplanos de gestão de até 15 lugares de Interesse Comunitá-rio com o objetivo de proteger a posidonia e se avançouconsideravelmente no conhecimento da dinâmica das es-pécies invasoras.

Las algas invasoras ahogan a la posidonia queretrocede en todo el Mediterráneo

As algas invasivas afogam á posidonia, queretrocede em todo o Mediterrâneo

A posidonia gera inúmeros benefícios para a saúde dos ecossistemas, e até mesmo para asatividades humanas, de forma muito direta.

Page 26: Magazine Océano nº 1

posidonia

26

grupos y asociaciones dedicados en cuerpo y alma a laprotección de las praderas de posidonia. Grupos ecologis-tas locales y, cada vez más, cofradías de pescadores yotras asociaciones del sector productivo. Un creciente interésque hace ver con esperanza el futuro de este ecosistema enregresión. Además, actualmente se está trabajando mucho en la tras-posición de varias directivas europeas que afectan de llenoal medio marino y sus ecosistemas: las directivas Hábitat,Marco del Agua y Estrategia Marina.También son cada día más los grupos de investigación quese dedican a estudiar la Posidonia oceanica, muchos de ellosimplicados además muy directamente en su conservación.Existen ocho equipos científicos consolidados que trabajancon esta fanerógama en España.Javier Romero, de la Universidad de Barcelona, y Teresa Al-coverro del Centro de Estudios Avanzados de Blanes (CE-AB) del CSIC, pese a pertenecer a instituciones diferentes,en la práctica conforman un mismo grupo de investigaciónque lleva más de 30 años dedicado al estudio de la posido-nia. Han publicado más de 70 artículos científicos y han for-mado a una buena parte de los investigadores que hoy díaestudian ésta y otras fanerógamas desde otros centros deinvestigación. En estos años, este grupo ha trabajado en di-

versas líneas: la descripción del ciclo de producción prima-ria y sus factores limitantes, la importancia de esta planta enel ciclo de carbono, las interacciones de la posidonia con losherbívoros, el efecto de los impactos antropogénico en elecosistema, el uso de las praderas como herramienta degestión de la calidad del agua, etc.También del CEAB del CSIC, Miguel Ángel Mateo dirige otrogrupo de investigación dedicado al estudio de la posidonia.En sus 22 años de trabajo se han centrado en estudiar el ci-clo del carbono asociado a las praderas de fanerógamas.En el Instituto Mediterráneo de Estudios Avanzados (IME-DEA), centro mixto de la Universidad de Baleares y el CSIC,existen dos grupos trabajando con posidonia: el de Jorge Te-rrados, Fiona Tomas y Gema Hernan, dedicados al estudiode la ecología de la pradera, y el de Nuria Marbà y CarlosDuarte, que investigan los efectos del cambio climáticos so-bre la posidonia y viceversa.Juan Manuel Ruiz dirige el Grupo de Ecología de Angiosper-mas Marinas del Instituto Español de Oceanografía (IEO). Susprincipales aportaciones en los cerca de 20 años que llevainvestigando la posidonia, están relacionados con la res-puesta de las angiospermas marinas mediterráneas a los

cambios ambientales causados por el impacto del hombre,especialmente las obras costeras, los vertidos de la acuicul-tura y los de las plantas desalinizadoras. Su grupo colaboró aestablecer los límites y mecanismos de tolerancia de la po-sidonia a la salinidad lo que ha permitido controlar el impac-to ambiental de las plantas desalinizadoras. Jose Luis Sánchez Lizaso de la Universidad de Alicante tam-bién ha enfocado su trabajo a lograr la conservación de estaplanta marina. Gracias a sus estudios se demostró por ejem-plo la efectividad de los arrecifes artificiales para proteger laspraderas de la pesca de arrastre ilegal o la utilidad de las áre-as marinas protegidas para la conservación de la biodiversi-dad y la utilización sostenible de los recursos marinos.Los mayores expertos en la fauna de estos ecosistemas per-tenecen a un grupo de procedencia dispar: Enrique GarcíaRaso, del Departamento de Biología Animal de la Universi-dad de Málaga, Ángel Luque de la de la Universidad Autó-noma de Madrid y José Templado del Museo Nacional deCiencias Naturales, llevan casi 30 años trabajando conjunta-mente en la taxonomía y biología de los habitantes de la pra-dera mediterránea.y coincidiendo casi con el límite de distribución de la Posi-donia oceanica, está el grupo de investigación de Lucas Pé-rez Llorens de la Universidad de Cádiz. En la costa gaditana

no encontramos praderas de posidonia pero si de otras fa-nerógamas como Cystoseira o zostera, por tanto es con es-tas especies con las que más ha trabajado este grupo.

El futuroLa castañuela hizo un último esfuerzo y aleteó como nuncalo había hecho. Ahogada en la agónica pradera el recuerdode su hermoso hogar le dio las fuerzas suficientes para sol-tarse de su trampa. Nadó veloz, recuperando el aliento me-tro a metro, al mismo ritmo que la posidonia recuperaba elcolor a su alrededor. Al fin descansó tranquila, su paraderaera otra vez la de siempre. Las hojas eran verdes y el aguaazul, la vida prosperaba en todas sus formas y colores y eldrama vivido quedaría solo en su recuerdo como la pesa-dilla de un Mediterráneo sin posidonia.El Mediterráneo está repleto de lugares desolados que undía fueron praderas llenas de vida. Una visita a estos luga-res te sumergen en una profunda tristeza. Sin embargo, hayotros zonas muy bien conservadas y, lo más importante,fuera del agua hay iniciativas geniales y personas muy ca-pacitadas y con muchas ganas de salvar estos refugios debiodiversidad.

La posidonia genera incontables beneficios para la salud de los ecosistemas e incluso paralas actividades humanas de una forma muy directa

Page 27: Magazine Océano nº 1

27

O LIFE+ Posidonia Andalucía está em plena vigência. Co-meçou em 2011 por iniciativa da Junta de Andalucía, aUnión Internacional para la Conservación de la Naturaleza(UICN), a associação Conservación, Información y Estudiosobre los Cetáceos (CIRCE), a Federación Andaluza de Co-fradías de Pescadores e a Federación Andaluza de Asocia-ciones Pesqueras. O principal objetivo do projeto é identifi-car o estado de conservação das pradarias andaluzas etratar de avaliar economicamente os serviços que geram pa-ra, desta forma, buscar a implicação dos setores produtivosna conservação desta espécie.À margem dos grandes projetos existe uma infinidade degrupos e associações dedicados à proteção das pradariasde posidonia. Grupos ecologistas locais e, cada vez mais,irmandades de pescadores e outras associações do setorprodutivo. Um crescente interesse que faz ver com espe-rança o futuro deste ecossistema em regressão. Além disso, atualmente se está trabalhando muito na trans-posição de várias diretivas europeias que afetam direta-mente ao meio marinho e seus ecossistemas: as diretivasHabitat, Marco da Água e Estratégia Marinha.Também são cada dia mais os grupos de pesquisa que sededicam a estudar a Posidonia oceanica, muito deles impli-cados diretamente em sua conservação. Existem oito equi-pes científicas consolidadas que trabalham com esta fane-rógama na Espanha.Javier Romero, da Universidade de Barcelona, e Teresa Al-coverro, do Centro de Estudios Avanzados de Blanes (CE-AB) do CSIC, a pesar de pertencerem a instituições dife-rentes, na prática conformam um mesmo grupo de pesquisaque leva mais de 30 anos dedicado ao estudo da posido-nia. Publicaram mais de 70 artigos científicos e formaramuma boa parte dos pesquisadores que hoje em dia estudamesta e outras fanerógamas em outros centros de pesquisa.Nestes anos, este grupo trabalhou em diversas linhas: adescrição do ciclo de produção primária e seus fatores limi-tantes, a importância desta planta no ciclo de carbono, asinterações da posidonia com os herbívoros, o efeito dos im-pactos antropogênicos no ecossistema, o uso das prada-rias como ferramenta de gestão da qualidade da água, entreoutros.Também do CEAB do CSIC, Miguel Ángel Mateo dirige ou-tro grupo de pesquisa dedicado ao estudo da posidonia. Emseus 22 anos de trabalho se centraram em estudar o ciclodo carbono associado às pradarias de fanerógamas.No Instituto Mediterrâneo de Estudios Avanzados (IMEDEA),centro misto da Universidade de Baleares e o CSIC, exis-tem dois grupos trabalhando com posidonia: o de Jorge Te-rrados, Fiona Tomas e Gema Hernan, dedicados ao estudoda ecologia da pradaria; e o de Nuria Marbà e Carlos Duar-te, que investigam os efeitos das mudanças climáticas sobrea posidonia e vice-versa.

Juan Manuel Ruiz dirige o Grupo de Ecologia de Angios-permas Marinhas do Instituto Español de Oceanografía(IEO). Seus principais aportes, nos cerca de 20 anos que le-va pesquisando a posidonia, estão relacionados com a res-posta das angiospermas marinhas mediterrâneas às mu-danças ambientais causadas pelo impacto do homem,especialmente nas obras costeiras e nos desperdícios dapesca e nos das plantas dessalinizadoras. Seu grupo cola-borou para estabelecer os limites e mecanismos de tolerân-cia da posidonia à salinidade, o que permitiu controlar o im-pacto ambiental das plantas dessalinizadoras. Jose Luis Sánchez Lizaso, da Universidade de Alicante, tam-bém enfocou seu trabalho para conseguir a conservação des-ta planta marinha. Graças a seus estudos se demonstrou, porexemplo, a efetividade dos arrecifes artificiais para protegeras pradarias da pesca de arrasto ilegal, ou a utilidade das áre-as marinhas protegidas para a conservação da biodiversida-de e a utilização sustentável dos recursos marinhos.Os maiores especialistas na fauna destes ecossistemas per-tencem a um grupo de procedência díspar: Enrique GarcíaRaso, do Departamento de Biologia Animal da Universida-de de Málaga; Ángel Luque, da Universidade Autônoma deMadrid, e José Templado, do Museu Nacional de CiênciasNaturais, levam quase 30 anos trabalhando conjuntamentena taxonomia e biologia dos habitantes da pradaria medi-terrânea.E coincidindo quase com o limite de distribuição geográfi-ca da Posidonia oceanica, está o grupo de pesquisa de Lu-cas Pérez Llorens, da Universidade de Cádiz. Na costa ga-ditana não encontramos pradarias de posidonia, mas simde outras fanerógamas, como Cystoseira ou zostera; por-tanto, é com estas espécies com as que mais se trabalhouneste grupo.

O futuroA castañuela fez um último esforço e se debateu como nun-ca havia feito antes. Afogada na agonizante pradaria, a lem-brança de sua bela casa deu ao peixe as forças suficientespara se soltar da armadilha. Nadou velozmente, recuperandoa respiração metro a metro, ao mesmo ritmo que a posidoniarecuperava a cor à sua volta. No final descansou, tranquila,sua pradaria era outra vez a de sempre. As folhas eram ver-des e a água azul, a vida prosperava em todas suas formas ecores e o drama vivido ficaria apenas na sua lembrança co-mo o pesadelo de um Mediterrâneo sem posidonia.O Mediterrâneo está repleto de lugares desolados que umdia foram pradarias cheias de vida. Uma visita a estes luga-res te submerge em uma profunda tristeza. No entanto, exis-tem outras zonas bem conservadas e, o mais importante,fora da água tem iniciativas importantes e pessoas capaci-tadas com vontade de salvar estes refúgios de biodiversi-dade.

Page 28: Magazine Océano nº 1

Las algas juegan un papel esencial en elpanorama actual de producción debiocombustibles. Si bien su paso dellaboratorio a la escala industrial es aúnlejano, el gran potencial querepresentan supone una apuesta paracentros de investigación públicos yprivados.

Algas para producir combustible

Energíaenergia

28

L as algas componen un grupo de organismos que uti-liza la luz para transformar el CO2 en biomasa, acei-tes o azúcares y que se extiende por una amplia va-

riedad de ecosistemas acuáticos y terrestres. Dentro delreino de estos organismos fotosintéticos existen dos gru-pos diferenciados que se utilizan como combustible en elsector energético, las microalgas y las macroalgas.Los primeros intentos de producción de biocombustibles apartir de algas datan de la década de los 70. En esta épo-ca, varios grupos de investigadores en Estados Unidos co-menzaron a realizar proyectos basados en el cultivo oceá-nico en plataformas flotantes de macroalgas marinas deltipo Macrocystis pyrifera, que contiene un 50% de su pesoen seco en diferentes tipos de azúcares. Más tarde, paíseseuropeos como Noruega siguieron sus pasos, pero termi-naron por abandonar sus proyectos. En las décadas si-guientes, los investigadores se han centrado mayoritaria-

mente en el uso de las microalgas para la fabricación debiocombustibles, pero en la actualidad múltiples programasde investigación apuestan también por las macroalgas.Se estima que pueden existir hasta 100.000 especies demicroalgas, que incluyen representantes tanto eucarióticoscomo procarióticos (cianobacterias o algas verde–azula-das). Por otro lado, se considera que hay unas 15.800 es-pecies de macroalgas repartidas entre macroalgas rojas(6.000 especies), pardas (1.800 especies) y verdes (8.000especies, de las cuales 1.000 son especies marinas y el res-to de agua dulce).A diferencia de otros tipos de biomasa utilizados en la pro-ducción de biocombustibles, en el caso de las algas su usoprincipal en la actualidad sigue centrado en el sector ali-mentario y en el cosmético, pese a su enorme potencial enel sector energético. Esto se debe en gran medida a las re-ticencias del sector a probar su uso a escala industrial, yaque no se poseen datos suficientes para asegurar su viabi-lidad económica. Los costes de producción de microalgas,según distintas referencias, oscilan en la actualidad entre10 y 35 euros por kilogramo de biomasa seca (entre 0,05 y0,40 para macroalgas). Con los rendimientos actuales deextracción de aceite, estos costes enfrentados al precio ac-tual del biocombustible, que ronda los 1,50 euros por litro,suponen una desventaja. Estas cifras dependen, entreotros, de los costes de cultivo. Así, la extensión mínima de cultivo necesaria para poder ha-cer sostenible una instalación industrial de producción demicroalgas con fines energéticos debería ser del orden de100 a 200 hectáreas. Estimaciones realizadas por diversasempresas del sector ponen de manifiesto la necesidad deescalar incluso hasta miles de hectáreas para poder contri-

Texto. María Candelaria Galán. Fotos. Repsol.Traducción. SMC” Comunicação.

Page 29: Magazine Océano nº 1

ESTIMA-SE QUE POSSAM EXITIR até100.000 espécies de microalgas tanto

eucarióticas como procarióticas(cianobactérias ou algas verde–azuladas).

L as algas compõem um grupo de organismos que uti-liza a luz para transformar o CO2 em biomassa, azei-tes ou açúcares e que se estende por uma ampla va-

riedade de ecossistemas aquáticos e terrestres. Dentro doreino destes organismos fotossintéticos, existem dois gru-pos diferenciados utilizados como combustível no setorenergético: as microalgas e as macroalgas.As primeiras tentativas de produção de biocombustíveis apartir de algas datam da década dos setenta. Nesta época,vários grupos de pesquisadores nos Estados Unidos co-meçaram a realizar projetos baseados no cultivo oceânicoem plataformas flutuantes de macroalgas marinhas do tipoMacrocystis pyrifera, que contém 50% de seu peso seco emdiferentes tipos de açucares. Mais tarde, países europeuscomo Noruega seguiram seus passos, mas terminaram porabandonar seus projetos. Nas décadas seguintes, os pes-quisadores se centraram principalmente no uso das micro-algas para a fabricação de biocombustíveis, mas na atuali-

dade, múltiplos programas de pesquisa apostam tambémnas macroalgasEstima-se que possam existir até 100.000 espécies de mi-croalgas tanto eucarióticas como procarióticas (cianobac-térias ou algas verde–azuladas). Por outro lado, se conside-ra que exista umas 15.800 espécies de macroalgas divididasentre macroalgas vermelhas (6.000 espécies), pardas (1.800espécies) e verdes (8.000 espécies, das quais 1.000 são es-pécies marinhas e o resto de água doce).Diferentemente de outros tipos de biomassa utilizados naprodução de biocombustíveis, no caso das algas seu usoprincipal na atualidade segue centrado nos setores alimen-tício e cosmético apesar do ser enorme potencial para o se-tor energético. Isto se deve em grande parte às reticênciasdo setor para testar seu uso a escala industrial, já que nãose têm dados suficientes para assegurar sua viabilidadeeconômica. Os custos de produção de microalgas, segun-do distintas referencias, oscilam na atualidade entre 10 e 35euros (cerca de 27 e 94,5 reais) por quilograma de biomassaseca (entre 0,05 e 0,40 para macroalgas). Com os rendi-mentos atuais de extração de azeite, estes custos compa-rados ao preço atual do biocombustível, que ronda os 1,50

As algas desempenham um papelessencial no atual panorama deprodução de biocombustíveis. Aindaque a passagem do laboratório à escalaindustrial seja algo distante, o potencialsupõe uma aposta para centros depesquisa públicos e privados.

Algas para produzir combustíveis

Texto. María Candelaria Galán. Fotos. Repsol.tradução. SMC” Comunicação.

SE ESTIMA QUE PUEDEN existir hasta100.000 especies de microalgas que incluyen

representantes tanto eucarióticos comoprocarióticos (cianobacterias o algas

verde–azuladas).

29

Page 30: Magazine Océano nº 1

Energíaenergia

30

buir significativamente a la producción de combustibles anivel mundial. En valoraciones basadas en correlacionescon datos calculados para regiones como Australia, se es-tima que serían necesarias unas 20.000 hectáreas de terre-no para proveer el 1% de la demanda actual de petróleo enEspaña. A pesar de ello, la superficie demandada en com-parativa sigue siendo pequeña. Las algas presentan una re-lación del orden de 20.000 litros de combustible por hectá-rea de terreno frente a los 6.000 de la palma aceitera o los4.000 de la caña de azúcar. Además, se pueden utilizar te-rrenos deslocalizados y sin valor para cultivo alimentario.En el contexto de búsqueda de fuentes de energía alterna-tivas a los derivados del petróleo, debe tenerse en cuentaque existen muchos beneficios en el uso de algas para pro-ducción de biocombustibles que superan a sus desventa-jas. Quizás el más destacable es sunaturaleza captadora de CO2, por loque pueden utilizarse en la produc-ción gases de procesos industriales,consiguiendo así, un saldo negativode gases de efecto invernadero.Además, resultan de interés producti-vo otras características, tales como sumayor rendimiento en aceite en com-paración con otros cultivos conven-cionales destinados al mismo uso.También, la posibilidad de cultivarsetanto en agua de mar como en aguassalobres, o incluso aguas residuales,lo que disminuye la presión sobre elagua dulce requerida por la produc-ción de alimentos. Todas estas venta-

jas convierten su uso en una alternativa mejorada a la pro-ducción a partir de palma aceitera y otras plantas oleagino-sas.

De la biomasa al combustibleUna vez cultivadas y cosechadas las algas con el aporte deluz solar natural o artificial y de CO2, se obtiene una bioma-sa compacta que será la materia de producción del com-bustible. Los dos tipos de combustibles que presentan me-nos dificultades de obtención a partir de microalgas son elbioetanol y el biodiesel. En el primer caso, la biomasa de al-gas contiene carbohidratos que son susceptibles de ser hi-drolizados y fermentados a etanol mediante el uso de leva-duras adecuadas. La composición de monosacáridos delos carbohidratos presentes en las algas no es sencilla por lo

que estos procesos de fermentacióndeben optimizarse para poder ser re-alizados a nivel industrial. Existen es-tudios que presentan una alternativaa esta vía mediante la producción di-recta de etanol con la ayuda de cia-nobacterias para, posteriormente, re-cuperar el etanol del medio.En cuanto a la producción de aceites,en principio parece poco rentable laobtención de aceites directamente delas microalgas. Sin embargo, el pro-blema no es tanto la producción de lí-pidos, sino cómo extraerlos y proce-sarlos adecuadamente.La selección de un proceso para latransformación de biomasa en ener-

Las algas presentan una

relación del orden de 20.000

litros de combustible por

hectárea de terreno frente a

los 6.000 de la palma

aceitera o los 4.000 de la

caña de azúcar.

LAS ALGAS COMPONEN un grupo de organismos que utilizala luz para transformar el CO2 en biomasa, aceites o azúcaresy que se extiende por una amplia variedad de ecosistemas.Dentro del reino de estos organismos fotosintéticos existendos grupos diferenciados que se utilizan como combustibleen el sector energético, las microalgas y las macroalgas. Losprimeros intentos de producción de biocombustibles a partirde algas datan de la década de los 70. En esta época, variosgrupos de investigadores en EE.UU. comenzaron a realizarproyectos basados en el cultivo oceánico en plataformasflotantes de macroalgas marinas del tipo Macrocystispyrifera, que contiene un 50% de su peso en seco endiferentes tipos de azúcares.

LAS AGAS COMPÕEM um grupo de organismos que utiliza aluz para transformar o CO2 em biomassa, azeites ouaçúcares e que se estende por uma ampla variedade deecossistemas. Dentro do reino destes organismosfotossintéticos, existem dois grupos diferenciados utilizadoscomo combustível no setor energético: as microalgas e asmacroalgas. As primeiras tentativas de produção debiocombustíveis a partir de algas datam da década dossetenta. Nesta época, vários grupos de pesquisadores nosEE.UU. começaram a realizar projetos baseados no cultivooceânico em plataformas flutuantes de macroalgasmarinhas do tipo Macrocystis pyrifera, que contém 50% deseu peso seco em diferentes tipos de açucares.

Page 31: Magazine Océano nº 1

31

euros (cerca de 4,05 reais) por litro, supõe uma desvanta-gem. Estas cifras dependem, entre outros fatores, dos cus-tos de cultivo. Assim, a extensão mínima de cultivo necessária para poderfazer sustentável uma instalação industrial de produção demicroalgas com fins energéticos deveria ser da ordem de100 a 200 hectares. Estimativas realizadas por diversas em-presas do setor manifestam a necessidade de escalar inclu-sive até milhares de hectares para poder contribuir significa-tivamente com a produção de combustíveis a nível mundial.Em valorações baseadas em correlações com dados calcu-lados para regiões como Austrália, se estima que seriam ne-cessárias umas 20.000 hectares de terreno para prover o 1%da demanda atual de petróleo na Espanha. Apesar disso, asuperfície demandada em comparati-va segue sendo pequena. As algasapresentam uma relação da ordem de20.000 litros de combustível por hec-tare de terreno frente aos 6.000 da pal-ma de azeite ou os 4.000 da cana deaçúcar. Além disso, podem ser utiliza-do terrenos desapropriados e sem va-lor para cultivo alimentar. No contexto de busca de fontes deenergia alternativas aos derivados dopetróleo, se deve ter em conta queexistem muitos benefícios no uso dealgas para produção de biocombustí-veis, que superam suas desvantagens.Talvez o mais destacado seja sua na-tureza captadora de CO2, que podeutilizar gases de processos industriais

na produção, conseguindo assim, um saldo negativo de ga-ses de efeito estufa.Além disso, resultam de interesse produtivo outras caracte-rísticas, tais como seu maior rendimento em azeite em com-paração com outros cultivos convencionais destinados aomesmo uso. Também a possibilidade de se cultivar tanto emágua de mar como em águas salobras ou, inclusive, emáguas residuais, o que diminui a pressão sobre a água do-ce, muito necessária pela produção de alimentos. Todas es-tas vantagens convertem seu uso em uma alternativa mel-hor à produção a partir da palma azeitera (conhecido noBrasil como dendezeiro) e outras plantas oleaginosas.Da biomassa ao combustívelUma vez cultivadas e colhidas as algas, se obtém uma bio-

massa compacta que será a matériade produção do combustível. Os doistipos de combustíveis que apresentammenos dificuldades de obtenção apartir de microalgas são o bioetanol eo biodiesel. No primeiro caso, a bio-massa das algas contem carboidratosque são suscetíveis de ser hidrolisa-dos e fermentados em etanol median-te o uso de leveduras adequadas. Acomposição de monossacarídeos doscarboidratos presentes nas algas nãoé simples, pelo que estes processosde fermentação devem otimizar-se pa-ra poderem ser realizados a escala in-dustrial. Existem estudos que apre-sentam uma alternativa a esta via,mediante a produção direta de etanol

As algas apresentam uma

relação da ordem de 20.000

litros de combustível por

hectare de terreno frente

aos 6.000 da palma de

azeite ou os 4.000 da cana

de açucar.

Page 32: Magazine Océano nº 1

32

Energíaenergia EL PROYECTO DE INNOVACIÓN para el Impulsodel Biodiesel en España (CENIT PIIBE), se centraen demostrar que el uso de las algas para laproducción de aceites para combustibles puedeabsorber las emisiones de CO2 a la atmósfera.

Page 33: Magazine Océano nº 1

com a ajuda de cianobactérias, para, posteriormente, recu-perar o etanol do meio.Quanto à produção de azeites, a princípio parece pouco ren-tável a obtenção de azeites diretamente das microalgas. Noentanto, o problema não é tanto a produção de lipídeos, mascomo extraí-los e processá-los adequadamente.A seleção de um processo para a transformação de bio-massa em energia utilizável está condicionada pelo produtofinal desejado e pelas características físicas e químicas domaterial.Apesar do forte desenvolvimento no campo da produção debiodiesel frente ao resto de biocombustíveis a partir de al-gas, não deixa de ser uma linha de obtenção energética maisentre todas as possíveis. Neste sentido, é importante apon-tar a necessidade de buscar sistemas de valorização inte-gral da biomassa e todos seus componentes; ou seja, de le-var a produção por etapas de combustíveis a partir de algas

ao terreno da produção de combustí-veis tradicionais, contexto no qualaparecem as biorrefinarias.

O presente da tecnologiaUm dos maiores incentivos ao uso dealgas como biocombustíveis é sua ver-satilidade no cultivo. Estes organismostêm a capacidade de crescer pratica-mente em qualquer lugar. Podem sercultivados na água do mar, água doceou águas residuais, o que oferece umaatrativa alternativa a outras matériasoleaginosas que necessitam de exten-sos terrenos agrícolas para seu cresci-mento.Ainda que a pesquisa em cultivos demicroorganismos como fonte de com-bustíveis se iniciou há mais de cincodécadas, é somente a partir dos anos80 quando surge a ideia de produçãoem grande escala.Entre as empresas de capital privadoque estão apostando pela pesquisaneste terreno se encontra o Centro deTecnologia da Repsol, que atualmente

conta com várias linhas de projeto abertas. Uma delas é oProjeto de Inovação para o Impulso do Biodiesel na Espanha(CENIT PIIBE), o qual se centra em demonstrar que o usodas algas para a produção de azeites para combustíveis po-de, por um lado, absorver as emissões de CO2 da atmosfe-ra, e, por outro, desenvolver uma energia de origem vegetalcom cultivos que não interferem com a alimentação. Isto per-mitirá se aproximar às exigências dos protocolos ambientaisinternacionais sobre uso responsável da energia e mudançasclimáticas. Nesta linha de trabalho aparecem outros proje-

gía utilizable está condicionada por el producto final dese-ado y por las características físicas y químicas del material.A pesar del fuerte desarrollo en el campo de la producciónde biodiesel frente al resto de biocombustibles a partir dealgas, no deja de ser una línea de obtención energética másentre todas las posibles. En este sentido, es importante se-ñalar la necesidad de buscar sistemas de valorización inte-gral de la biomasa y todos sus componentes; es decir, dellevar la producción por etapas de combustibles a partir dealgas al terreno de la producción de combustibles tradicio-nales, contexto en el que aparecen biorrefinerías.

El presente de esta tecnologíaUno de los mayores alicientes del uso de algas como bio-combustibles es su versatilidad en el cultivo. Estos orga-nismos tienen la capacidad de crecer prácticamente encualquier sitio. Pueden cultivarse en agua de mar, agua dul-ce o aguas residuales, lo que ofreceuna atractiva alternativa a otras mate-rias oleaginosas que necesitan de ex-tensos terrenos agrícolas para su cre-cimiento.Aunque la investigación en cultivos demicroorganismos como fuente decombustibles se inició hace más decinco décadas, no es hasta a partir delos 80 cuando se plantea su produc-ción a gran escala.Entre las empresas de capital privadoque están apostando por la investiga-ción en este terreno se encuentra elCentro de Tecnología de Repsol, queactualmente cuenta con varias líneasde proyecto abiertas. Una de ellas esel Proyecto de Innovación para el Im-pulso del Biodiesel en España (CENITPIIBE), el cual se centra en demostrarque el uso de las algas para la pro-ducción de aceites para combustiblespuede, por un lado, absorber las emi-siones de CO2 a la atmósfera, y, porotro, desarrollar una energía de origenvegetal con cultivos que no interfierencon la alimentación. Esto permitirá aproximarse a las exi-gencias de los protocolos medioambientales internaciona-les sobre uso responsable de la energía y cambio climáti-co. En esta línea de trabajo aparecen otros proyectosconcretos como Captura, transporte, almacenamiento y va-loración del CO2 (CENIT SOST CO2), Valorización Integralde Algas (CENIT VIDA) y el Plan E Microalgas Tarragona,para los que Repsol trabaja en colaboración con otras ins-tituciones como el Centro de Biotecnología Marina de laUniversidad de Las Palmas de Gran Canaria, la Universidad

É importante apontar a

necessidade de buscar

sistemas de valorização

integral da biomassa e todos

seus componentes.

Es importante señalar la

necesidad de buscar

sistemas de valorización

integral de la biomasa y sus

componentes.

O PROJETO DE INOVAÇÃO PROYECTO DEINNOVAÇÃO para o Impulso do Biodiesel naEspanha (CENIT PIIBE), se centra em demonstrarque o uso das algas para a produção de azeitespara combustíveis pode absorver as emissões deCO2 da atmosfera.

33

Page 34: Magazine Océano nº 1

Energíaenergia

34

de Alicante, la Universidad Politécnica de Madrid, la Uni-versidad Rey Juan Carlos, el Instituto de la Grasa del CSIC,el centro tecnológico Tecnalia o el Instituto de Investigaciónen Energía de Cataluña.Del mismo modo, la compañía Cepsa, a través de su Centrode Investigaciones, logró recientemente obtener microalgascon una capacidad de acumulación de hasta un 35% de lí-pidos potencialmente útiles para producir biodiesel. En estecaso, la compañía petrolera cuenta con el apoyo de las uni-versidades de Huelva y Cádiz, de Bio-Oils (sociedad titularde la Planta de Biodiesel ubicada enla Refinería de “La Rábida”) y del Cen-tro para el Desarrollo Tecnológico e In-dustrial (CDTI) del Ministerio de Eco-nomía y Competitividad, que participaen su financiación. La investigación secentra en el aislamiento y posteriorcultivo de microalgas seleccionadaspor su óptimo comportamiento en lascondiciones ambientales de la zonageográfica de origen del cultivo; esdecir, aquellas que ofrecen mejor ren-dimiento cuantitativo y cualitativo.Otra institución de referencia en elsector es el Instituto Tecnológico de Canarias (ITC), que dis-pone de una planta de cultivo de microalgas en tanques ycuenta con una estación de procesado de biomasa en laque, desde hace más de una década, se está ejerciendouna importante labor de investigación en el ámbito de laproducción y explotación de microalgas. En el área de Bio-tecnología del ITC, se llevan a cabo labores de desarrollo einnovación en materia de producción de biomasa obtenida

a partir de microalgas con fines energéticos y de fuentes al-ternativas de biocombustibles. Además, en el Banco Na-cional de Algas en Taliarte (ente integrado en la Universidadde Las Palmas de Gran Canaria), se gestionan coleccionesde algas y microorganismos con el fin de investigar y de-tectar las potencialidades de uso de estos organismos fo-tosintéticos en múltiples sectores.También, Aqualia, la filial para la gestión del agua de FCC,presentó a principios de marzo en Londres el proyecto All-gas, cuyo objetivo principal es aprovechar aguas residua-

les para destinarlas al cultivo de mi-croalgas de las que posteriormente seextraerá biodiesel. Este proyecto,planteado a cinco años, consta dedos fases. Una primera fase de dosaños dedicada principalmente a la in-vestigación, y una segunda fase, has-ta su finalización, dedicada a la pro-ducción. La estación depuradora deaguas residuales de El Torno, en Cá-diz, albergará las instalaciones desti-nadas a los trabajos de la primera fa-se. Para la segunda, está previstoconstruir una planta industrial de diez

hectáreas para el cultivo de algas que podrán producir 3.000kg de algas con un 20% de rendimiento a biocombustible,lo que equivaldría a llenar el depósito de 200 coches. Laempresa se beneficiará del proceso gestionando las aguasque salgan depuradas de forma natural por las algas y sinnecesidad de electricidad ni emisiones de CO2. Este no es el único proyecto desarrollado en España queaprovecha las condiciones de crecimiento de las algas en

TABLA 1. CONTENIDO EN ACEITES DE ALGUNAS ESPECIES DE MICROALGAS.

Especies Contenido de aceite (% peso de biomasa seca)

Botryococcus braunii 25-75

Chlorella sp. 28-32

Crypthecodinium cohnii 20

Cylndrotheca sp. 16-37

Dunaliella primolecta 23

Isochrysis sp. 25-35

Monallanthus salina 20

Nanochloris sp. 20-35

Nanochloropsis sp. 31-68

Neochloris oleoabundans 35-64

Nitzschia sp. 45-47

Phaeodactylum tricornutum 20-30

Schizochytrium sp. 50-77

Tetraselmis suecica 15-23

FUENTE: CEID

ENTRE LOS PROYECTOS vinculadoscon el uso de macroalgas, existe unprograma internacional en Asia parahacer cinturones de estos organismosalrededor de la costa de Corea,aunque, en principio, su uso está másvinculado a formar sumideros de CO2que a generar biomasa útil. En otrospaíses como Chile, las macroalgascrecidas en cuerdas alrededor de lasjaulas flotantes de salmón se usanpara disminuir la carga de nutrientesen el agua y, por lo tanto, laeutrofización de zonas costeras. Labiomasa producida se empleaactualmente por la industria dealimentación pero existen varias líneasde investigación en las que colaboranuniversidades y empresas privadas,centradas en ampliar su uso al ámbitoenergético.

Page 35: Magazine Océano nº 1

tos concretos como captura, transporte, armazenamento evaloração do CO2 (CENIT SOST CO2), Valoração Integral deAlgas (CENIT VIDA) e o Plano E Microalgas Tarragona, paraos quais Repsol trabalha em colaboração com outras insti-tuições como o Centro de Biotecnologia Marinha da Univer-sidade de las Palmas de Gran Canaria, a Universidade deAlicante, a Universidade Politécnica de Madrid, a Universi-dade Rey Juan Carlos, o Instituto da Grasa do CSIC, o cen-tro tecnológico Tecnalia e o Institutode Pesquisa em Energia da Catalun-ha.Do mesmo modo, a companhia Cep-sa, através do seu Centro de Pesqui-sas, conseguiu recentemente obtermicroalgas com uma capacidade deacumulação de até 35% de lipídeospotencialmente úteis para produzirbiodiesel. Neste caso, a companhiapetroleira conta com o apoio das uni-versidades de Huelva e Cádiz (Espan-ha), de Bio-Oils (sociedade titular daPlanta de Biodiesel localizada na Re-finaria de “La Rábida”) e do Centro pa-ra o Desenvolvimento Tecnológico eIndustrial (CDTI) do Ministério de Economia e Competitivi-dade, que participa do financiamento. A pesquisa foca noisolamento e posterior cultivo de microalgas selecionadaspor seu ótimo comportamento nas condições ambientais dazona geográfica de origem do cultivo; ou seja, aquelas queoferecem melhor rendimento quantitativo e qualitativo.Outra instituição de referência no setor é o Instituto Tecno-lógico de Canárias (ITC), que dispõe de cultivo de microal-

gas em tanques e conta com uma estação de processadode biomassa na qual, desde uma década, está exercendoum importante trabalho de pesquisa no âmbito da produçãoe exploração de microalgas. Na área de Biotecnologia doITC são realizados trabalhos de desenvolvimento e inovaçãoem matéria de produção de biomassa obtida a partir de mi-croalgas com fins energéticos e de fontes alternativas de bio-combustíveis. Além disso, no Banco Nacional de Algas em

Taliarte (ente integrado na Universida-de de Las Palmas de Gran Canaria),são administradas coleções de algase microorganismos com o propósitode pesquisar e detectar as potenciali-dades de uso destes organismos fo-tossintéticos em múltiplos setores.Aqualia, a filial para a gestão da águade FCC, apresentou em março, emLondres, o projeto All-gas, cujo objeti-vo principal é aproveitar águas resi-duais para destinar ao cultivo de mi-croalgas das quais posteriormente seextrairá biodiesel. Este projeto, pro-posto há cinco anos, consiste de duasfases. Uma primeira fase de dois anos

dedicada principalmente à investigação, e uma segunda fa-se dedicada à produção. A estação depuradora de águas re-siduais de El Torno, em Cádiz, acolherá as instalações des-tinadas aos trabalhos da primeira fase. Para a segunda, estáprevisto construir uma planta industrial de dez hectares parao cultivo de algas que poderão produzir 3.000 kg de algascom 20% de rendimento ao biocombustível, o que equiva-leria a preencher um depósito de 200 carros. A empresa vai

TABLA 1. CONTEÚDO EM ÓLEOS DE ALGUMAS ESPÉCIES DE MICROALGAS

Especies Conteúdo de óleo(% peso de biomassa seca)

Botryococcus braunii 25-75

Chlorella sp. 28-32

Crypthecodinium cohnii 20

Cylndrotheca sp. 16-37

Dunaliella primolecta 23

Isochrysis sp. 25-35

Monallanthus salina 20

Nanochloris sp. 20-35

Nanochloropsis sp. 31-68

Neochloris oleoabundans 35-64

Nitzschia sp. 45-47

Phaeodactylum tricornutum 20-30

Schizochytrium sp. 50-77

Tetraselmis suecica 15-23

FUENTE: CEID

NO REFERENTE AOS PROJETOSvinculados com o uso de macroalgas,existe um programa internacional naÁsia para fazer cinturões destesorganismos em torno da costa daCoréia do Sul, ainda que, a princípio,seu uso está mais vinculado àformação de sumidouros de CO2 que agerar biomassa útil. Em outros países,como no Chile, as macroalgascrescidas em cordas em torno dejaulas flutuantes de salmão sãousadas para diminuir a carga denutrientes na água e, portanto, aeutrofização de zonas costeiras. Abiomassa produzida se empregaatualmente pela indústria dealimentação mas existem várias linhasde pesquisa nas quais colaboramuniversidades e empresas privadas,centradas em ampliar seu uso aoâmbito energético.

35

Page 36: Magazine Océano nº 1

36

aguas residuales. EnerBioAlgae, por ejemplo, es una inves-tigación dependiente de la Consellería de Economía e In-dustria de la Xunta de Galicia, la cual prevé poner en mar-cha una planta piloto para el cultivo de estos organismoscon fines energéticos en la estación depuradora de aguasresiduales Guillarei (Pontevedra), donde se ha selecciona-do una cepa de algas de crecimiento rápido y elevado con-tenido de aceites para la producción de biodiesel. En lo referente a los proyectos vinculados con el uso de ma-croalgas, existe un programa internacional en Asia para ha-cer cinturones de estos organismos alrededor de la costade Corea, aunque, en principio, su uso está más vinculado aformar sumideros de CO2 que a generar biomasa útil. Enotros países como Chile, las macroalgas crecidas en cuer-das alrededor de las jaulas flotantes de salmón se usan pa-ra disminuir la carga de nutrientes en el agua y, por lo tan-to, la eutrofización de zonas costeras. La biomasaproducida se emplea actualmente por la industria de ali-mentación pero existen varias líneas de investigación en lasque colaboran universidades y empresas privadas, centra-das en ampliar su uso al ámbito energético.Recientemente, un grupo de científicos del Bio ArchitectureLab en Estados Unidos, ha modificado genéticamente labacteria E. coli para que digiera los azúcares de las algasmarrones y los convierta en etanol mejorando el rendimien-to del proceso. La investigación, publicada en Science, de-

fiende el uso de las algas como recurso por las ventajas yacomentadas, pero señala como principal problema la faltade microorganismos manejables que puedan metabolizarpolisacáridos del alginato, la sustancia química obtenida delalga. Para salvar esta dificultad, los investigadores se hanhecho un diseño a medida modificando el ADN de la bac-teria E. coli de manera que codifique las enzimas necesa-rias para transportar y metabolizar el alginato. Lo han inte-grado en el genoma del microorganismo y así han generadoun microorganismo que puede degradar, captar y metaboli-zar el ácido. En este proyecto se utilizaron macroalgas dela especie kombu (Saccharina japonica), que es la másabundante y extendida en todo el mundo. El siguiente pa-so en la investigación se está llevando a cabo en Chile, don-de se está construyendo una planta piloto que permita esti-mar los costes reales de esta tecnología. En el caso de España, en las costas hay suficiente tecnolo-gía y experiencia para el cultivo masivo del alga parda Sac-charina latissima, de algas rojas pertenecientes al géneroGracilaria, y de las algas verdes del género Ulva. Estos trestipos de algas barren el espectro de condiciones y ambien-tes de cultivo que se pueden encontrar en España y pue-den, además, ser cultivadas en sistemas en mar o en tan-que en tierra.

Retos de futuroEn la actualidad, la investigación de laboratorio se ha tras-ladado a planta piloto, lo que permite verificar y desarrollarmetodologías de trabajo a gran escala y proporcionar unamedida real de la viabilidad económica. En España, existenen este momento alrededor de 30 proyectos de investiga-ción en activo relacionados con algunas de las fases de pro-ducción de combustibles a partir de algas. Desde organis-mos genéticamente modificados para aumentar elrendimiento de las algas, hasta métodos de cosechado, me-joras en la eficiencia del procesado de la biomasa o estu-dios medioambientales para prevenir riesgos de contami-nación o invasión de nuevas especies. Para muchos de losinvestigadores que trabajan en estos programas, el gran re-to está en obtener especies de algas en las que se consigaun balance óptimo entre crecimiento y acumulación de lípi-dos que permita rentabilizar el proceso.Una vez alcanzado este objetivo, procesos como los des-critos sobre la producción a partir de algas cultivadas enaguas residuales, pueden convertirse en la llave para su im-plantación pues la tecnología necesaria funciona de unamanera similar a las plantas de tratamientos de aguas resi-duales convencionales, convirtiendo un residuo en un re-curso de gran valor. En esta línea, también destacaría elaprovechamiento de subproductos, como es el caso de laintroducción de mejoras de la eficiencia del proceso usando,por ejemplo, la biomasa residual para la obtención de bio-gás a partir de un proceso de digestión anaerobia (por aho-ra, con bajos rendimientos).

Energíaenergia

Page 37: Magazine Océano nº 1

se beneficiar do processo gerindo as águas que saem de-puradas de forma natural pelas algas e sem necessidade deeletricidade nem emissões de CO2. Este não é o único projeto desenvolvido na España queaproveita as condições de crescimento das algas em águasresiduais. EnerBioAlgae, por exemplo, é uma pesquisa de-pendente do Conselho de Economia e Indústria da Prefeitu-ra de Galicia, que prevê colocar em andamento uma plantapiloto para o cultivo destes organismos com fins energéti-cos na estação depuradora de águas residuais Guillarei (Pon-tevedra), onde foi selecionado um tipo de alga de cresci-mento rápido e elevado conteúdo de azeites para aprodução de biodiesel. No referente aos projetos vinculados com o uso de macro-algas, existe um programa internacional na Ásia para fazercinturões destes organismos em torno da costa da Coréiado Sul, ainda que, a princípio, seu uso está mais vinculadoà formação de sumidouros de CO2 que a gerar biomassaútil. Em outros países, como no Chile, as macroalgas cres-cidas em cordas em torno de jaulas flutuantes de salmão sãousadas para diminuir a carga de nutrientes na água e, por-tanto, a eutrofização de zonas costeiras. A biomassa produ-zida se emprega atualmente pela indústria de alimentaçãomas existem várias linhas de pesquisa nas quais colaboramuniversidades e empresas privadas, centradas em ampliarseu uso ao âmbito energético.Recentemente, um grupo de cientistas da Bio ArchitectureLab nos Estados Unidos modificou geneticamente a bacté-ria E. coli para que digerisse os açucares das algas marronse os convertesse em etanol melhorando o rendimento doprocesso. A pesquisa, publicada na Science, defende o usodas algas como recurso pelas vantagens já comentadas,mas assinala como principal problema a falta de microrga-nismos manuseáveis que podem metabolizar polissacaríde-os do alginato, a substância química obtida da alga. Para su-perar esta dificuldade, os pesquisadores fizeram umdesenho personalizado modificando o DNA da bactéria E.Coli de maneira que codificasse as enzimas necessárias pa-ra transportar e metabolizar o alginato; o integraram no ge-noma do microrganismo e, assim, tem gerado um microrga-nismo que pode degradar, captar e metabolizar o ácido.Neste projeto se utilizaram macroalgas da espécie kombu(Saccharina japonica), que é a mais abundante e expendidaem todo o mundo. O seguinte passo da pesquisa está se de-senvolvendo no Chile, onde se está construindo uma plan-

ta piloto que permita estimar os custos reais desta tecnolo-gia. No caso da Espanha, nas costas existe suficiente tecnolo-gia e experiência para o cultivo massivo da alga parda (Sac-charina altísima), de algas vermelhas pertencentes ao gêne-ro Gracilaria, e das algas verdes do gênero Ulva. Estes trêstipos de algas varrem o espectro de condições e ambientesde cultivo que se podem encontrar na Espanha e podem,além disso, ser cultivadas em sistemas no mar ou no tanqueem terra.

Metas de futuroNa atualidade, a pesquisa de laboratório mudou a planta pi-loto, o que permite verificar e desenvolver metodologias detrabalho a grande escala e proporcionar uma medida real daviabilidade econômica. Na Espanha, existem neste momen-to em torno de 30 projetos de pesquisa ativos relacionadoscom algumas das fases de produção de combustíveis a par-tir de algas. Desde organismos geneticamente modificadospara aumentar o rendimento das algas até métodos de col-heitas, melhoras na eficiência do processado da biomassaou estudos meio ambientais para prevenir riscos de conta-minação ou invasão de novas espécies. Para muito dos pes-quisadores que trabalham nestes programas, o grande ob-jetivo está em obter espécies de algas nas que se consigaum ótimo balanço entre crescimento e acumulação de lipí-deos que permita rentabilizar o processo.Uma vez alcançado este objetivo, processos como os des-critos sobre a produção a partir de algas cultivadas emáguas residuais, podem se converter na chave para sua im-plantação, pois a tecnologia necessária funciona de umamaneira similar às plantas de tratamentos de águas residuaisconvencionais, convertendo um resíduo em um recurso degrande valor. Nesta linha, também se destacaria o aprovei-tamento de subprodutos, como é o caso da introdução demelhoras da eficiência do processo usando, por exemplo, abiomassa residual para a obtenção de biogás a partir de umprocesso de digestão anaeróbica (até o momento, com bai-xos rendimentos).

NA ATUALIDADE, a pesquisa delaboratório mudou a planta

piloto, o que permite verificar edesenvolver metodologias detrabalho a grande escala e

proporcionar uma medida real daviabilidade econômica.

EN LA ACTUALIDAD, laactualidad, la investigación delaboratorio se ha trasladado aplanta piloto, lo que permiteverificar y desarrollarmetodologías de trabajo a granescala y proporcionar unamedida real de la viabilidadeconómica.

37

Page 38: Magazine Océano nº 1

interviu

Presidente da Associação Brasileira de Oceanografia - AOCEANO

maria inês freitas dos santos

Page 39: Magazine Océano nº 1

Presidente da Associação Brasileira de Oceanografia - AOCEANO

maria inês freitas dos santos

39

Page 40: Magazine Océano nº 1

interviumaria inês freitas dos santos

40

Para a primeira edição de Oceano, nossa revista temfalado com a presidente da Associação Brasileira deOceanografia, Maria Inês Freitas dos Santos, sobre a

situação da oceanografia no Brasil.

Qual o estágio atual da oceanografia no País?A Oceanografia no Brasil é uma profissão muito jovem. NoBrasil, profissionais oceanógrafos passaram a ser formadoshá menos que 40 anos, fato que veio a colaborar com ocrescimento da massa crítica de pessoas para atuar profis-sionalmente em ciências do mar e, com isto, a diversifi-cação e ampliação de nichos de mercado para o oceanó-grafo. Antes, a atuação em oceanografia se resumia nomáximo a cinco ou seis centros de pesquisa e de ensino empós-graduação na área, instituídos a partir do final da dé-cada de cinquenta. Com o passar dos anos e, a criação denovos cursos de graduação, aumentou a oferta de profis-sionais no mercado que com isto, passaram a ocupar po-sições anteriormente ocupadas por outros profissionais,além da significativa abertura de novas oportunidades detrabalho. Tal abertura de mercado foi também impulsiona-da, principalmente nas últimas duas décadas, pelo aumen-to da demanda na atuação na área marinha, onde o profis-sional oceanógrafo tem formação mais adequada, maisabrangente, de cunho multi e transdisciplinar. Tal formaçãolhe dá vantagens em relação a outros profissionais naatuação nos diferentes modalidades de instituições e em-presas tanto públicas municipais, estaduais, federais e mes-mo internacionais, privadas e do terceiro setor.

Onde mais atuam os profissionais de oceanografiaatualmente: setor privado, público ou academia? Comose dá a relação entre essas esferas aqui no Brasil?O setor público vê no conhecimento e utilização racionaldos recursos do mar e da zona costeira, metas fundamen-tais para que o Brasil possa alcançar novos patamares dedesenvolvimento, abrir novas oportunidades de exploraçãoe investimentos e garantir a qualidade de vida da populaçãoe a proteção dos ecossistemas. O setor privado identificanovas oportunidades de atuação nos ambientes marinho e

costeiro, encontrando na Oceanografia o conhecimento eas técnicas necessárias para a viabilização de investimen-tos econômicos. Por outro lado, terceiro setor encontra nes-ta profissão um campo fértil para o cumprimento de suasfinalidades principais: a preservação e a conservação dosambientes marinhos e costeiros.Desta forma, o mercado no Brasil vem aceleradamente sen-do ampliado em todas as áreas de atuação dentro das atri-buições dos profissionais e, certamente valorizará cada vezmais a atuação do profissional oceanógrafo. A formação doOceanógrafo é desenvolvida a partir de um enfoque inte-grado, com rigor científico e princípios da sustentabilidade eda ética, colocando esse profissional entre os mais capaci-tados para fornecer respostas imediatas e eficazes àsquestões que envolvem o conhecimento, a previsão e o usodos ambientes marinhos e costeiros.

Qual é o papel e como é a atuação da Associação Bra-sileira de Oceanografia?Em 1975 a Associação Brasileira de Oceanólogos (AOCE-ANO) foi criada com o objetivo era congregar os novos pro-fissionais e estimular o desenvolvimento da Oceanografiano Brasil. Em 1985, frente à nova realidade da Oceanografiano Brasil, a AOCEANO passou a denominar-se AssociaçãoBrasileira de Oceanografia, ampliando seu universo deatuação e adotando uma postura mais adequada aos ob-jetivos a que se propõe, entre eles, promover e desenvolvera Oceanografia; estimular seu estudo e pesquisa; organizarencontros, simpósios, seminários e congressos; manter pu-blicações de interesse oceanográfico e promover intercâm-bio entre instituições e profissionais que atuem nessa área.Age como catalisadora dos esforços de todos aqueles quetrabalham pelo desenvolvimento da ciência oceanográficano Brasil e representa os interesses dos profissionais queatuam nessa área.

Quais os principais desafios para a oceanografia e seusprofissionais hoje no Brasil?São muitos os desafios na atualidade. De um lado, a grandedemanda de profissionais para atuação em novas áreas de

O setor público vê no conhecimento e utilização racional dos recursos do mar e da zona costeira,metas fundamentais para que o Brasil possa alcançar novos patamares de desenvolvimento, abrirnovas oportunidades de exploração e investimentos e garantir a qualidade de vida da população ea proteção dos ecossistemas.

Page 41: Magazine Océano nº 1

41

Para el primer número de OCÉANO, nuestra revistaha hablado con la presidenta de la AssociaçãoBrasileira de Oceanografia, Maria Inês Freitas dos

Santos, sobre la situación de la oceanografía en Brasil.

¿Cuál es la situación de la oceanografía en Brasil?La oceanografía es una profesión muy reciente en Brasil.Hace menos de 40 años que empezaron a formarse ocea-nógrafos, lo cual vino a ayudar al aumento de la masa criti-ca de personas que actuaban profesionalmente en cienciasdel mar y, con ello, a la diversificación y ampliación de losnichos de mercado para los oceanógrafos. Antes, las ac-ciones en oceanografía se limitaban a un máximo de cinco oseis centros de investigación y enseñanza de posgrado endicha área, creados a partir del final de la década de los cin-cuenta.Con el paso de los años, y gracias a la creación de nuevoscursos de grado, aumentó la oferta de profesionales en elmercado, los cuales fueron ocupando puestos que anteseran atendidos por otros profesionales, además de produ-cirse un significativo incremento de las oportunidades detrabajo. Esta apertura del mercado fue también impulsada,especialmente en las últimas dos décadas, por el aumentode la demanda de actuaciones en el área marina, donde eloceanógrafo profesional tiene una formación más adecua-da, más amplia y de tipo transdisciplinar. Dicha formaciónle da ventajas respecto a otros profesionales en distintos ti-pos de instituciones y empresas, tanto públicas –ya seanmunicipales, estatales o federales, incluso internacionales–como privadas o del sector terciario.

¿Donde actúan más los profesionales de la oceanogra-fía actualmente en Brasil, en el sector público, en el pri-vado o en actividades académicas?, ¿cómo es la rela-ción entre esas esferas en Brasil?El sector público ve el conocimiento y la utilización racionalde los recursos del mar y de las zonas costeras como metasfundamentales para que Brasil pueda alcanzar nuevos ni-veles de desarrollo, abrir nuevas oportunidades de explota-ción e inversión, garantizando la calidad de vida de la po-

blación y la protección de los ecosistemas. El sector privadoidentifica nuevas oportunidades de negocio en los mediosmarinos y costeros, encontrando en la oceanografía los co-nocimientos y técnicas necesarias para realizar inversioneseconómicas. Por otra parte, el sector terciario encuentra ennuestra profesión un campo fértil para cubrir sus principa-les necesidades: la preservación y conservación de lo me-dios marino y costero.De esta forma, el mercado en Brasil se está ampliando ace-leradamente en todos los campos de actuación profesionaly se valorará cada vez más el concurso del oceanógrafoprofesional. La formación de éste tiene un enfoque integra-dor, con rigor científico y principios tanto de sostenibilidadcomo de ética, lo cual le pone entre los mas capacitadospara proporcionar respuestas inmediatas y eficaces a losasuntos relacionados con el conocimiento, previsión y usode los medios marinos y costero.

¿Cuál es el papel y cómo actúa la Associação Brasileirade Oceanografia (AOCEANO)?En 1975 se creó la Associação Brasileira de Oceanólogos(AOCEANO), con el fin de agrupar a los nuevos profesiona-les y estimular el desarrollo de la oceanografía en Brasil. En1985, frente a la nueva realidad de la oceanografía en Brasil,pasó a llamarse Associação Brasileira de Oceanografia, am-pliando su campo de actuación y adoptando una posturamás adecuada a sus objetivos, como promover y desarrollarla oceanografía, estimular su estudio y la investigación, or-ganizar encuentros, simposios, seminarios y congresos,mantener publicaciones de interés oceanográfico y promo-ver intercambios entre instituciones y profesionales que ac-túen en esa área. Actúa como catalizadora de los esfuerzosde todos los que trabajan por el desarrollo de la ciencia oce-anográfica en Brasil y representa los intereses de los profe-sionales de ese campo.

¿Cuáles son los principales desafíos para la oceano-grafía y sus profesionales en Brasil?Son muchos actualmente. Por un lado, la gran demanda deprofesionales para las nuevas áreas de actuación, que has-

El sector público ve el conocimiento y la utilización racional de los recursos del mar y de las zonascosteras como metas fundamentales para que Brasil pueda alcanzar nuevos niveles de desarrollo,abrir nuevas oportunidades de explotación e inversión, garantizando la calidad de vida de lapoblación y la protección de los ecosistemas.

Page 42: Magazine Océano nº 1

4242 océano

atuação, até pouco tempo com mercado restrito. Entre elas,várias as frentes de prestação de serviço junto ao mercadode óleo e gás e na busca de outros recursos minerais de im-portância econômica, na produção de novas alternativas deextração de recursos vivos e de produtos naturais para a in-dústria cosmética, alimentícia, entre outras, sem deixar decitar necessidade de criação de alternativas para gerenciaras áreas costeiras que massivamente sofrem pela concen-trada ocupação pelo homem, entre eles, a preservação deáreas de importância para a manutenção da biodiversida-de, o manejo de áreas naturais sensíveis à ocupação poráreas portuárias, grandes cidades litorâneas, industriali-zação e construção civil. Destaca-se também, a atuação noestudo dos processos oceanográficos de influência local eglobal e a necessidade de serem desenvolvidos sistemasde captura da informação, de processamento e disponibi-lização dos dados de forma a subsidiar a criação de siste-mas de monitoramento por setores públicos e privados.Por outro lado, as instituições que formam tais profissionaistêm que acompanhar tais demandas e manter seus currí-culos atualizados e adaptados para atendimento destas ne-cessidades, oferecendo currículos flexíveis, de forma a bempreparar os futuros profissionais.

Quais são as ações desenvolvidas pela AOCEANO fren-te a esses desafios?A AOCEANO tem acompanhado este panorama da cons-tante diversificação da atuação profissional junto aos cur-sos de graduação em oceanografia. Isto vem acontecendoespecialmente desde 2003, quando foi instituído o fórum decoordenadores dos cursos de Oceanografia do Brasil, doqual é membro participante, que, além de promover açõesconjuntas para promoção do intercâmbio acadêmico e in-cremento de sua formação, preocupa-se em constante-mente discutir suas propostas curriculares e trocar expe-riências de sucesso. Sua ação também abrange aintervenção junto aos órgãos federais de competência napromoção e aperfeiçoamento da educação superior e dapesquisa, nos assuntos de interesse da oceanografia.

Como o Brasil se insere no contexto internacional daoceanografia? A Oceanografia é reconhecida por agências nacionais e in-ternacionais como uma ciência emergente, de fundamentalimportância na compreensão e integração do conhecimen-to sobre os ecossistemas marinhos e costeiros. A Con-venção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar - PNUDestabeleceu em 1982 que todos os bens econômicos exis-tentes no seio da massa líquida, sobre o leito do mar e nosubsolo marinho, ao longo de uma faixa litorânea de 200milhas marítimas de largura, na chamada Zona EconômicaExclusiva (ZEE), constituem propriedade exclusiva do paísribeirinho. Para atendimento esta exigência do acordo in-ternacional, o governo brasileiro estabeleceu uma linha po-lítica voltada às demandas dos oceanos, estabelecendo pla-nos de ação e criando órgãos para gerência e tomadas deações para desenvolvimento do ensino, pesquisa e desen-volvimento na área marinha, entre eles a Comissão Intermi-nisterial para os Recursos do mar – CIRM e a Coordenaçãodo Mar e Antártica, ligada ao Ministério de Ciência e Tecno-logia. Pelo Brasil, estes dois órgãos representam os inte-resses nacionais nas questões voltadas para o mar juntonos fóruns internacionais.

Quais as perspectivas para o futuro da oceanografia noPaís?Considerando o crescimento econômico que o País vemexperimentando nestes últimos anos e o aumento dos in-vestimentos na prospecção de novos recursos que visemo crescimento econômico, o ambiente oceânico tem sidoencarado como promissor por vários segmentos. Nestesentido, o conhecimento, a valorização e novas ofertas pa-ra atuação na área de oceanografia têm aumentado, e creioque tal cenário se continuará em longo prazo.

Como as decisões e atuação na União Europeia emOceanografia afetam o Brasil? Como se dá a relaçãoBrasil-países europeus?Não tenho conhecimento de um programa específico entre

Considerando o crescimento econômico que o País vem experimentando nestes últimos anos e oaumento dos investimentos na prospecção de novos recursos que visem o crescimento econômico,o ambiente oceânico tem sido encarado como promissor por vários segmentos. Neste sentido, oconhecimento, a valorização e novas ofertas para atuação na área de oceanografia têm aumentado,e creio que tal cenário se continuará em longo prazo.

interviumaria inês freitas dos santos

Page 43: Magazine Océano nº 1

43

ta hace poco eran un mercado restringido. Entre ellas el pe-tróleo y gas, así como la prospección de otros recursos mi-nerales de importancia económica; la extracción de recur-sos biológicos para la cosmética y alimentación, sin dejarde citar la gestión las zonas costeras, que masivamente su-fren una ocupación humana intensa; la preservación de áre-as importantes para mantener la biodiversidad, el manejode zonas naturales sensibles a la ocupación por instalacio-nes portuarias, grandes ciudades litorales, industrializacióny construcción civil.También destaca el estudio de los procesos oceanográficosde tipo local o global y la necesidad de desarrollar sistemaspara tener información, procesarla que esté disponible paraalimentar sistemas de monitorización para los sectores pú-blico y privado. Por otro lado, las instituciones que formanlos profesionales tienen que ajustar la enseñanza a estasdemandas, manteniendo unos curriculums flexibles y ac-tualizados.

¿Cuáles son las acciones desarrolladas por AOCEANOfrente a estos desafíos?AOCEANO ha seguido este panorama de diversificaciónconstante del desempeño profesional con cursos de gradoen oceanografía. Esto se está realizando especialmentedesde 2003, cuando se creó el foro de coordinadores de loscursos de oceanografía de Brasil –en el cual participo– que,además de promover acciones conjuntas de intercambioacadémico y mejora de la formación, tiene una preocupa-ción permanente en cuanto a discutir propuestas curricula-res e intercambiar experiencias exitosas. Su acción tambiéncubre la intervención ante los órganos federales competen-tes en la promoción y perfeccionamiento de la educaciónsuperior y la investigación en lo que respecta a la oceano-grafía.

¿Cómo se inserta Brasil en el ámbito oceanográfico in-ternacional?Los organismos nacionales e internacionales consideran laoceanografía una ciencia emergente, que tiene una impor-

tancia fundamental para la comprensión e integración delconocimiento sobre los ecosistemas marinos y costeros. LaConvención de Naciones Unidas sobre el Derecho del Mar –PNUD estableció en 1982 que todos los bienes económi-cos que existen en el seno de la masa líquida, sobre el fon-do marino o en su subsuelo, a lo largo de una franja litoralcon 200 millas marinas de ancho, llamada Zona Económi-ca Exclusiva (ZEE), son propiedad del país ribereño.Para atender esta exigencia internacional, el Gobierno Bra-sileño estableció una línea política dedicada a esas deman-das, creando planes, órganos de gestión y acciones paradesarrollar la enseñanza, investigación y desarrollo en elárea Marin, entre otras la Comissão Interministerial para osRecursos do mar (CIRM) y la Coordenação do Mar e Antár-tica, dependiente del Ministério de Ciência e Tecnologia. Es-tos dos organismos representan los intereses brasileños enlos foros internacionales relacionados con el mar.

¿Cuáles son las perspectivas para el futuro de la ocea-nografía en Brasil?Considerando el crecimiento económico que el país experi-menta en los últimos años y el aumento de las inversionespara la prospección de nuevos recursos que permitan di-cho crecimiento, el ámbito oceánico es promisorio en va-rios segmentos. El conocimiento, puesta en valor y las nue-vas posibilidades en el área de la oceanografía hanaumentado, y creo que este escenario su mantendrá a lar-go plazo.

¿Cómo afectan a Brasil las decisiones y la actuación dela Unión Europea en cuanto a oceanografia?, ¿como esla relación entre Brasil y los países europeos?Que yo sepa, en el campo de la oceanografía no existe unprograma específico entre la Unión Europea y Brasil. Sinembargo, si hay muchos acuerdos internacionales y Brasilparticipa, ya sea a nivel gubernamental o científico-técnico,en muchos foros para fortalecer las relaciones y realizar ac-ciones conjuntas.La Unión Europea, dentro de sus políticas, ha ofrecido mu-

Considerando el crecimiento económico que el país experimenta en los últimos años y el aumentode las inversiones para la prospección de nuevos recursos que permitan dicho crecimiento, elámbito oceánico es promisorio en varios segmentos. El conocimiento, puesta en valor y las nuevasposibilidades en el área de la oceanografía han aumentado, y creo que este escenario sumantendrá a largo plazo.

Page 44: Magazine Océano nº 1

44

União Européia e Brasil no âmbito da oceanografia. Entre-tanto, o Brasil mantém muitas parcerias internacionais, eparticipa, quer seja a nível governamental, quer técnico-científico, de muitos fóruns objetivando o fortalecimentodestas relações e estabelecimento de ações conjuntas. A União Européia, no exercício de suas políticas, tem ofer-tado muitos editais promovendo o intercâmbio técnico-cien-tífico em geral, muitos direcionados especialmente a paísesAmérica do Sul e, alguns contemplando a área oceanográ-fica. No Brasil, órgãos como CAPES e CNPq oportunizama vinda de pesquisadores através de editais específicos, fa-zendo com que sejam bem ampliadas as relações e opor-tunidades para a pesquisa e desenvolvimento na área ma-rinha.

Qual o futuro acadêmico da área? O intercâmbio/coo-peração internacional existe? Em quantidade suficien-te ou precisaria ser maior?Academicamente, muitos são os acordos de intercâmbiode alunos entre instituições de ensino brasileiras e européiase a maioria das instituições oportunizam, através dos seto-res de assuntos internacionais editais para intercâmbio de

alunos, além de haver programas governamentais voltadosa este propósito. Porém, não tenho noção do fluxo de ida e vinda de alunosatualmente, pois tais informações são internas às institu-cionais e não há um órgão regulador nacional que computetais ações.

Existem políticas públicas ou legislação própria volta-das para o setor de oceanografia no Brasil? Para atender às exigências estabelecidas na Convençãodas Nações Unidas, os países costeiros têm ampliado osesforços para conhecer, explorar e proteger os recursos vi-vos e não vivos presentes em seus mares territoriais.No nível governamental, o Brasil estabeleceu a Política Na-cional para os Recursos do Mar - PNRM que objetiva orien-tar o desenvolvimento das atividades que visem a utilização,exploração e aproveitamento dos recursos vivos, mineraise energéticos do Mar Territorial, da Zona Econômica Exclu-siva e da Plataforma Continental. O Plano Setorial para osRecursos do Mar - PSRM, um dos desdobramentos daPNRM, tem vigência plurianual e define, em sua VIII ediçãoque vigora até 2014, as diretrizes e prioridades para o se-tor, reconhecendo a necessidade de promover a incorpo-ração dos recursos do mar à realidade socioeconômica bra-sileira.

Algo mais a dizer?A oceanografia requer uma formação inter e transdiscipli-nar, de cunho técnico e científico direcionada ao conheci-mento, à interpretação e à previsão dos fenômenos queocorrem nos oceanos e ambientes transicionais, sob os as-pectos físicos, químicos, geológicos e biológicos, visandoà utilização racional de todos os seus domínios. Logo, temcomo característica ser uma ciência investigadora, sempreà procura de respostas para o entendimento dos processosque ocorrem no ambiente marinho e costeiro e, por estascaracterísticas e é muito fascinante. Convido aos leitores a visitar nosso site www.aoceano.org.bre agradeço à edição da revista pela oportunidade fornecidaà Associação Brasileira de Oceanografia dentro de sua pro-posta de divulgação da Oceanografia.Aos idealizadores e coordenadores da Revista, desejo su-cesso e coloco a AOCEANO como parceira nesta jornada.

interviumaria inês freitas dos santos

Page 45: Magazine Océano nº 1

45

chas convocatorias destinadas a promover el intercambiocientífico-técnico en general, bastantes de ellas dirigidos apaíses de América del Sur y algunos contemplan el áreaoceanográfica. En Brasil, organismos como CAPES e CNPqpromueven que vengan científicos a través de convocato-rias específicas, ampliando así las relaciones y oportunida-des en cuanto a investigación y desarrollo en el área mari-na.

¿Cuál es el futuro en el terreno académico?, ¿existensuficientes intercambios y cooperación internacional odebería ser mayor?Hay muchos acuerdos de intercambio de alumnos entre ins-tituciones docentes brasileñas y europeas. La mayoría deestas instituciones posibilitan el intercambio de alumnosmediante convocatorias hechas través de organismos in-ternacionales, además de existir programas gubernamen-tales con este propósito.Sin embargo, no tengo noción del flujo de ida y venida dealumnos en este momento, porque esa información es algointerno de las instituciones y no existe un organismo nacio-nal que contabilice estos flujos.

¿Hay en Brasil políticas públicas o legislación dedicadaal sector de la oceanografía?Para atender las exigencias que establece la Convenciónde Naciones Unidas, los países ribereños han ampliado susesfuerzos para conocer, explotar y proteger los recursos vi-vos y no vivos presentes en sus mares territoriales. A esca-la gubernamental, Brasil estableció la Política Nacional paraos Recursos do Mar (PNRM) que tiene como fin orientar eldesarrollo de las actividades relacionadas con la utilización,exploración y aprovechamiento de los recursos vivos, mi-nerales y energéticos del mar territorial de la Zona Econó-mica Exclusiva y de la plataforma continental. El Plan Sec-torial para os Recursos do Mar (PSRM), una de las partesdel PNRM, tiene vigencia plurianual y define, en su VIII edi-ción, que está en vigor hasta 2014, las directrices e priori-dades para el sector, indicando la necesidad de promoverla incorporación de los recursos del mar a la realidad socio-económica brasileña.

¿Algo más que añadir?La oceanografía requiere una formación inter y transdisci-

plinar, de enfoque técnico y científico dirigida al conoci-miento, la interpretación y previsión de los fenómenos quese producen en los océanos y los ambientes de transición,sobre los aspectos físicos, químicos, geológicos e biológi-cos. Con vista a la utilización racional en todos estos domi-nios. Además, se caracteriza por ser una ciencia centradaen la investigación, que siempre está buscando respuestaspara lograr entender los procesos que se producen en elámbito marino y costero. Por eso, es una actividad fasci-nante.Invito a los lectores a visitar nuestra web www.aoceano.org.br,y agradezco a quienes han tenido la idea de hacer la revistaOcéano y la realizan, la oportunidad ofrecida a la AssociaçãoBrasileira de Oceanografia con esta entrevista. Les deseo éxi-to en su proyecto y les ofrezco nuestra la colaboración en esesentido.

Page 46: Magazine Océano nº 1

Hoy en día la demanda de información sobre mares y océanos se haincrementado, por lo que también se ha hecho necesario desarrollar y mejorarinstrumentos que permitan observar los complejos fenómenos que ocurren enesos entornos. En este escenario nacen proyectos innovadores como Orca 300.

Orca 300inspección oceanográfica

tecnología/tecnologia

46

Texto. María Candelaria Galán. Fotos. Instituto IDF de la Universitat Politècnica de València.Traducción. SMC” Comunicação.

Page 47: Magazine Océano nº 1

Hoje a demanda de informação sobre mares e oceanos tem sido incrementada cada vez mais, o que torna necessário desenvolver e melhorar instrumentos

quepermitem observar os complexos fenômenos que ocorrem nesse âmbito. Éneste cenário que nascem projetos inovadores como o Orca 300. 

Orca 300

47

Inspeção oceanografica

Texto. María Candelaria Galán. Fotos. Instituto IDF de la Universitat Politècnica de València. Tradução. SMC” Comunicação.

Page 48: Magazine Océano nº 1

48

tecnología/tecnologia

La tecnología empleada en este vehículo es similar a la de otros fabricados fuera de España,pero cuenta con una enorme ventaja competitiva: tiene un coste aproximado de 25.000euros, apenas un 10% de la media en este tipo de aparatos.

E l Orca 300 es un AUV, (Autonomous UnderwaterVehicle), es decir, un vehículo no tripulado que ope-ra sin contacto físico directo de un operador, a dife-

rencia de los ROV (Remote Operated Vehicle) que sí cuen-tan con un operador, generalmente conectado al robotmediante un cable. El prototipo del robot submarino, quefue presentado el pasado mes de enero en la Ciudad de laPolitécnica de la Innovación en Valencia, tiene programadasu puesta en funcionamiento en prueba en las próximas se-manas.El Orca 300 se desarrolló dentro del proyecto Divisamos (Di-seño de un Vehículo de Inspección Submarina Autónomapara Misiones Oceanográficas), llevado a cabo por la Uni-

versidad Politécnica de Valencia, la Universidad Politécnicade Cartagena y la Comandancia Militar de Cartagena. Suconstrucción la ha realizado una empresa española, Talle-res Xuquer, que se dedica principalmente al diseño y pro-ducción de moldes y piezas de diversos materiales com-puestos para el sector náutico.La tecnología empleada en este vehículo es similar a la deotros fabricados fuera de España, pero cuenta con unaenorme ventaja competitiva: tiene un coste aproximado de25.000 euros, apenas un 10% de la media en este tipo deaparatos. El vehículo tiene tres metros de longitud y un vo-

lumen de un metro cúbico. Está equipado con diferentessensores y trabajará como herramienta para la inspecciónde aguas y misiones oceanográficas, tanto en el ámbito ci-vil como en el militar. Con este vehículo se facilitará la ob-servación de fondos marinos poco profundos pero de difí-cil acceso.Otro punto importante en la construcción de este prototipogiró en torno a su autonomía y rendimiento. El Orca 300puede operar durante un día alimentado por medio de ba-terías. En este caso, el peso del vehículo actúa como limi-tante en el diseño, ya que se ha optado por un fabricar unvehículo más ligero frente a un aumento de autonomía, pa-ra cumplir así con las necesidades derivadas de su uso. De

esta forma, la masa de la estructura del vehículo se sitúaentre los 40 y 50 kg, aumentando hasta tres veces esta can-tidad cuando se encuentra totalmente equipado. Además,el mini submarino tiene la capacidad de trabajar a una pro-fundidad de hasta 500 metros, aunque se prevé que la ma-yoría de los trabajos de observación no exijan superar los100 metros.El AUV Orca 300 ha sido fabricado con materiales com-puestos adaptados a las condiciones de las misiones oce-anográficas y que, además, tienen un bajo coste; en estecaso, fibra de vidrio, mediante un proceso de infusión de re-

Page 49: Magazine Océano nº 1

49

A tecnologia empregada neste veículo é similar à de outros fabricados fora da Espanha, masconta com uma enorme vantagem competitiva: tem um custo aproximado de 25.000 euros,apenas 10% da média neste tipo de aparelhos.

O rca 300 é um AUV (Autonomous Underwater Vehi-cle), ou seja, um veículo não tripulado que operasem o contato físico direto de um operador, dife-

rente dos ROV (Remote Operated Vehicle) que contam comum operador, geralmente conectado ao robô mediante umcabo. O protótipo do robô submarino, que foi apresentadoem janeiro deste ano na Cidade Politécnica da Inovação,em Valência, será testado nas próximas semanas.O Orca 300 foi desenvolvido no âmbito do projeto Divisa-mos (Desenho de um Veículo de Inspeção Submarina Autô-noma para Missões Oceanográficas), em parceria entre aUniversidade Politécnica de Valencia, a Universidade Poli-técnica de Cartagena e a Comandancia Militar de Cartage-na. A construção do aparelho foi realizada pela empresa es-panhola, Talleres Xuquer, que se dedica principalmente aodesenho e produção de moldes e peças de diversos mate-riais compostos para o setor náutico.

A tecnologia empregada neste veículo é similar à de outrosfabricados fora da Espanha, mas conta com uma enormevantagem competitiva: tem um custo aproximado de 25.000euros, apenas 10% da média neste tipo de aparelhos. O ve-ículo tem três metros de longitude e um volume de um me-tro cúbico. Está equipado com diferentes sensores e tra-balhará como ferramenta para a inspeção de águas emissões oceanográficas, tanto no âmbito civil como no mi-litar. Com este veículo se facilitará a observação de fundosmarinhos pouco profundos, mas de difícil acesso.Outro ponto importante na construção deste protótipo giraem torno da autonomia e do rendimento. O Orca 300 podeoperar durante um dia alimentado por meio de baterias.Neste caso, o peso do veículo atua como limitante no de-senho, já que se optou por fabricar um veículo mais ligeirofrente a um aumento de autonomia, para cumprir assimcom as necessidades derivadas de seu uso. Desta forma,

Page 50: Magazine Océano nº 1

50

sinas. Este método de fabricación permite obtener piezasde material compuesto de alta calidad, reduciendo el pesoy aumentando su resistencia en comparación con las ob-tenidas con técnicas de laminado tradicionales. El responsable del proyecto, Josep Tornero, director del Ins-

tituto de Investigación en Diseño y Fabricación (IDF) de laUniversidad Politécnica de Valencia, hace hincapié en queel Orca 300 supone un gran paso para la investigación enlos océanos, resaltando especialmente su alto rendimientoen circunstancias en las que se requieren medios ágiles, di-námicos y versátiles. En la fase inicial del proyecto se formó un panel de jóvenesinvestigadores, cuya primera misión fue realizar un estudio

y posterior análisis de un total de 40 vehículos submarinosen todo el mundo. El panel se centró tanto en variables dediseño (forma, dimensiones, materiales) como de operati-vidad (velocidad, alcance, autonomía). Tras la investigación,se determinaron las características idóneas para proyectary fabricar un prototipo del vehículo. Una vez finalizada la última etapa de evaluación del desa-rrollo del prototipo del vehículo, se dispondrá de datos su-ficientes para extender su uso y ponerlo a disposición delas diferentes entidades públicas y privadas que disponganmisiones oceanográficas acordes.

a massa da estrutura do veículo se situa entre os 40 e 50kg, aumentando até três vezes esta quantidade quando seencontra totalmente equipado. Além disso, o mini submari-no tem a capacidade de trabalhar a uma profundidade deaté 500 metros, ainda que a maioria dos trabalhos de ob-servação não exija superar os 100 metros.O AUV Orca 300 foi fabricado com materiais compostosadaptados às condições das missões oceanográficas eque, além disso, têm um baixo custo; neste caso, fibra devidro, por meio de um processo de infusão de resinas. Estemétodo de fabricação permite obter peças de materialcomposto de alta qualidade, reduzindo o peso e aumen-tando a resistência em comparação com as obtidas comtécnicas de laminado tradicionais. O responsável do projeto, Josep Tornero, diretor do Institu-

to de Pesquisa em Desenho e Fabricação (IDF) da Univer-sidade Politécnica de Valencia, reforça que o Orca 300 con-siste em um grande passo para a pesquisa nos oceanos,ressaltando especialmente o alto rendimento em cir-cunstâncias nas quais se requerem meios ágeis, dinâmicose versáteis. Na fase inicial do projeto foi formado um grupo de jovenspesquisadores, cuja primeira missão foi realizar um estudo

e posterior análises de um total de 40 veículos submarinosem todo o mundo. O grupo se focou tanto em variáveis dedesenho (forma, dimensões, materiais) como de operacio-nalização (velocidade, alcance, autonomia). Depois da pes-quisa, foram determinadas as características ideais paraprojetar e fabricar um protótipo do veículo. Finalizada a última etapa de avaliação do desenvolvimentodo protótipo do veículo, dispor-se-á de dados suficientespara estender seu uso e colocá-lo à disposição das dife-rentes entidades públicas e privadas que realizam missõesoceanográficas.

tecnología/tecnologia

En la fase inicial del proyecto se formó un panel de jóvenes investigadores, cuya primeramisión fue realizar un estudio y posterior análisis de un total de 40 vehículos submarinos entodo el mundo. El panel se centró tanto en variables de diseño (forma, dimensiones, materia-les) como de operatividad (velocidad, alcance, autonomía). Tras la investigación, se determi-naron las características idóneas para proyectar y fabricar un prototipo del vehículo.

Na fase inicial do projeto foi formado um grupo de jovens pesquisadores, cuja primeiramissão foi realizar um estudo e posterior análises de um total de 40 veículos submarinos emtodo o mundo. O grupo se focou tanto em variáveis de desenho (forma, dimensões, materiais)como de operacionalização (velocidade, alcance, autonomia). Depois da pesquisa, foramdeterminadas as características ideais para projetar e fabricar um protótipo do veículo.

Page 51: Magazine Océano nº 1
Page 52: Magazine Océano nº 1

Arqueología/giasubacuática/subaquática

reportajereportagem

52

Pocos temas relacionados con la oceanografía des-piertan tanto el interés general como la arqueologíasubacuática. Las inmersiones en busca de restos

que yacen en el fondo de los mares son siempre un imánpoderoso de atención. Ya puede tratarse de ruinas de anti-quísimas civilizaciones desaparecidas entre las aguas o depecios de naufragios de buques y navíos de otras épocasde la Historia, lo cierto es que hablar de lo que en multitudde ocasiones se ha bautizado como “tesoros bajo el mar”,despierta una insaciable curiosidad.No hace mucho esta curiosidad, al menos en España, seha visto alimentada por cuantiosas y constantes noticias.La mayoría gracias al conocido como caso Black Swan, ola disputa por Nuestra Señora de las Mercedes; los restosde aquella fragata descubierta en 2007 por la compañía ca-zatesoros Odyssey Marine Exploration, cuyo pecio alber-gaba un tesoro valorado en más de 300 millones de euros,cuya propiedad despertó el interés de autoridades y agen-tes relacionados con el buque (por supuesto los cazateso-

Poucos temas relacionados com a oceanografia des-pertam tanto o interesse geral como a arqueologiasubaquática. As imersões em busca de restos que

se encontram no fundo do mar são sempre um imã pode-roso de atenção. Desde ruínas de antiquíssimas civilizaçõesdesaparecidas entre as águas até destroços de naufrágiosde embarcações e navios de outras épocas da História, ocerto é que falar do que em várias ocasiões chamou-se de“tesouros do mar”, desperta uma insaciável curiosidade.Na Espanha, não faz muito tempo, esta curiosidade foi ali-mentada por uma quantidade de constantes notícias, amaioria relacionada ao conhecido caso Black Swan, ou adisputa por Nuestra Señora de las Mercedes. Os restos da-quela fragata descoberta em 2007 pela companhia caça-tesouros Odyssey Marine Exploration, cujo naufrágio abri-gava um tesouro avaliado em mais de 300 milhões deeuros, despertou o interesse de autoridades e agentes re-lacionados com o navio (claro, os caça-tesouros estaduni-denses e as autoridades espanholas, mas também países

Texto. Triana del Campo. Fotos. Ministerio de Culturade España.Traducción. SMC” Comunicação.

Texto. Triana del Campo. Fotos. Ministerio de Culturade España.Tradução. SMC” Comunicação.

A espoliação como a cometida pelacompanhia caça-tesouros Odyssey nonaufrágio da fragata Nuestra Señora dela Mercedes mostra a inquietantevulnerabilidade do patrimônio culturalque se encontra embaixo da água. Existeproteção jurídica para estes naufrágios?E, em caso positivo, o que é que nãofunciona?

Expolios como el cometido por lacompañía cazatesoros Odyssey en elpecio de la fragata Nuestra Señora de laMercedes ponen de manifiesto lainquietante vulnerabilidad delpatrimonio cultural que yace bajo lasaguas. ¿Existe protección jurídica paraestos yacimientos? Y, en caso dehaberla, ¿qué es lo que no funciona?

Page 53: Magazine Océano nº 1

a

53

EL TESORO de Nuestra Señora de lasMercedesestá valorado en más de300 millones de euros.

O TESOURO de Nuestra Señora de lasMercedes is avaliado em mais de 300milhões de euros.

Page 54: Magazine Océano nº 1

reportajereportagem

54

ros estadounidenses y autoridades españolas, pero tam-bién países con herencia colonial como Perú). Un litigio zan-jado, en febrero de 2012, con la repatriación de los más de500.000 doblones de oro y plata a su destino inicial, allá por1804: España. Un caso, en definitiva, que ha ocupado importantes espa-cios en medios de comunicación, tanto españoles como deotros países, y que ha puesto de relieve un hecho que es,sin duda alguna, de primordial interéspara la comunidad cultural internacio-nal: la protección de los yacimientosarqueológicos subacuáticos. Porquellegar a los tesoros sumergidos no só-lo despierta el interés por conocer quéhubo, qué hay y qué puede haber ba-jo las aguas. También pone de mani-fiesto que la gran cantidad de restosbajo el mar son accesibles para expe-diciones con todo tipo de fines, pri-mando más de una vez, como en elcaso de Odyssey, el lucro. Lo anteriorhace que estos yacimientos sean pa-trimonios culturales inmensamente ri-cos y a la vez, inmensamente vulne-rables.Para muestra, un botón. El NuestraSeñora de Atocha, uno de los princi-pales galeones de la Flota de Indias,hundido en 1622 cerca de las costasde Florida, fue descubierto en 1985por el estadounidense Mel Fisher, conocido cazatesoros yafallecido. Su compañía, Mel Fisher Maritime Heritage So-ciety Museum, ostenta los derechos de propiedad del bu-que y, por ende, de su tesoro, que entre joyas, lingotes, mo-nedas y demás objetos valiosos, asciende a una fortunavalorada en unos 400.000 millones de dólares. Un tesoroaccesible a aquellos que quieran visitarlo en el museo queeste particular pirata estableció en Florida (el paquete va-cacional de esta compañía, con una disparatada oferta debuceo al Atocha más barbacoa y botella de vino para con-

com herança colonial, como o Peru). Um litígio soluciona-do, em fevereiro de 2012, com a repatriação dos mais de500.000 dobrões de ouro e prata a seu destino inicial, defi-nido em 1804: Espanha. Um caso, em definitiva, que ocupou importantes espaçosem meios de comunicação, tanto espanhóis como de ou-tros países, e que colocou em destaque um fato que é, semdúvida alguma, de primordial interesse para a comunidade

cultural internacional: a proteção dosnaufrágios arqueológicos subaquáti-cos. Porque chegar aos tesouros sub-mergidos não apenas desperta o inte-resse por conhecer o que houve, oque tem e o que pode ter embaixo daágua. Também mostra que a grandequantidade de restos nas profundezasdo mar estão acessíveis para expe-dições com todo tipo de fins, priman-do mais de uma vez, como no casode Odyssey, o lucro. O anterior fazcom que estes naufrágios sejam pa-trimônios culturais imensamente ricose vulneráveis.Por exemplo, uma moeda. O NuestraSeñora de Atocha, um dos principaisgaleões da Frota das Índias, afunda-do em 1622, próximo das costas daFlórida, foi descoberto em 1985 peloamericano Mel Fisher, conhecidocaça-tesouros já falecido. Sua com-

panhia, Mel Fisher Maritime Heritage Society Museum, os-tenta os direitos de propriedade do navio e, por isso, de seutesouro, que entre joias, lingotes, moedas e outros objetosvaliosos, ascende a uma fortuna avaliada em uns 400milhões de dólares. Um tesouro acessível àqueles que quei-ram visitá-lo no museu que este pirata estabeleceu na Fló-rida (o pacote de férias desta companhia, com uma extra-vagante oferta de mergulho ao Atocha mais churrasco egarrafa de vinho para contemplar o entardecer, custa cerca2 de mil euros (4.700 reais); onde, a modo de souvenir, po-

El Nuestra Señora de Atocha,

hundido en 1622 cerca de las

costas de Florida, fue

descubierto en 1985

O Nuestra Señora de Atocha

afundado em 1622, próximo

das costas da Florida, foi

descoberto em 1985

CENTENARES DE SITIOS arqueológicos sonconstantemente explotados gracias a lasofisticación de la tecnología; al alcance, enla mayoría de los casos, de empresascomerciales especialistas en la búsqueda detesoros submarinos, y no autoridades enmateria cultural.

CENTENAS DE SITIOS arqueológicos sãoconstantemente explorados graças àsofisticação da tecnologia; ao alcance, namaioria dos casos, de empresas comerciaisespecialistas na busca de tesourossubmarinos, e não autoridades em matériacultural.

Page 55: Magazine Océano nº 1

55

templar el atardecer, cuesta unos 2.000 euros); donde, amodo de souvenir, se pueden comprar monedas originalesextraídas del cargamento del barco. En este sentido, centenares de sitios arqueológicos sonconstantemente explotados gracias a la sofisticación de latecnología; al alcance, en la mayoría de los casos, de em-presas comerciales especialistas en la búsqueda de teso-ros submarinos, y no autoridades en materia cultural. Mu-chas veces estas empresas solo buscan objetos de ventafácil en el mercado negro (oro, plata y cerámica, principal-mente), expolian y saquean los yacimientos sin cuidado al-guno y, por supuesto, sin elaborar una base de datos ade-cuada que permita conocer la localización y el estadoexacto de los restos. Todo ello redunda en una escasez alar-mante de documentación del patrimonio subacuático, queprovoca que no sólo que éste se pierda en las inmensida-des del mar, sino que partes importantísimas de la historiacarezcan de objetos testimoniales directos. Aunque ni el galeón Nuestra Señora de Atocha ni NuestraSeñora de las Mercedes sean los único casos de explota-ción comercial de yacimientos arqueológicos, sí ilustran deforma bastante clara los vacíos y lagunas en la legislaciónvigente en este campo, un área sin duda compleja y de granimportancia para la ciencia y, en definitiva, la humanidad. Y

de-se comprar moedas originais extraídas do carregamen-to do barco). Neste sentido, centenas de sitios arqueológicos são cons-tantemente explorados graças à sofisticação da tecnologia;ao alcance, na maioria dos casos, de empresas comerciaisespecialistas na busca de tesouros submarinos, e não au-toridades em matéria cultural. Muitas vezes estas empre-sas buscam apenas objetos de venda fácil no mercado ne-gro (ouro, prata e cerâmica, principalmente), espoliam esaqueiam os naufrágios sem cuidado algum e, claro, semelaborar uma base de dados adequada que permita con-hecer a localização e o estado exato dos restos. Tudo re-dunda em uma escassez alarmante de documentação dopatrimônio subaquático, que provoca que não apenas estese perca nas imensidades do mar, senão que partes impor-tantíssimas da história careçam de objetos testemunhais di-retos. Ainda que nem o galeão Nuestra Señora de Atocha, nem oNuestra Señora de las Mercedes sejam os únicos casos deexploração comercial de naufrágios arqueológicos, ambosilustram de forma bastante clara os vazios e lacunas na le-gislação vigente neste campo, uma área sem dúvida com-plexa e de grande importância para a ciência e, em defini-tiva, a humanidade. E não apenas no seu sentido histórico,

Page 56: Magazine Océano nº 1

56

reportajereportagem

no sólo en su sentido histórico, pueslos yacimientos arqueológicos supo-nen también un impulso para la eco-nomía. Al fin y al cabo, son zonas quenecesitan de conservación e investi-gación; y los tesoros que de ahí se ex-traen favorecen un tipo de turismosostenible y fomenta la participaciónde autoridades y comunidades en tor-no a proyectos de museología y edu-cación. Así, al menos, lo entienden las autori-dades en patrimonio cultural, las cua-les no se oponen a la exposición detesoros y restos de naufragios en sí,sino a una explotación con motivosmeramente comerciales que no atien-da a las necesidades de conservacióny preservación que este tipo de obje-tos precisa. Para evitar esto último, sehan puesto en marcha numerosas ini-ciativas que regulen el acceso (si esque esto es posible) a yacimientos ar-queológicos submarinos. La más importante, la Convenciónsobre la Protección del Patrimonio Cultural Subacuático,aprobada por la UNESCO en 2001 y puesta en vigor variosaños más tarde, con la ratificación de más de 30 países.Esta Convención ofrece la que se considera más acertadadefinición de “patrimonio cultural subacuático”, al que serefiere como “todos los rastros de existencia humana quetengan un carácter cultural, histórico o arqueológico, que

pois os naufrágios arqueológicossupõem também um impulso para aeconomia. Em última análise, são zo-nas que necessitam de conservaçãoe pesquisa; e os tesouros que sãodescobertos favorecem um tipo deturismo sustentável e fomenta a par-ticipação de autoridades e comunida-des em torno de projetos de museo-logia e educação. Assim, ao menos, o tema é entendidopelas autoridades em patrimônio cul-tural, as quais não se opõem à expo-sição de tesouros e restos de naufrá-gios em si, senão à uma exploraçãocom motivos meramente comerciaisque não atenda às necessidades deconservação e preservação que estetipo de objetos necessitam. Para evi-tar isso, tem-se desenvolvido nume-rosas iniciativas que regulam o aces-so (se é que isto é possível) anaufrágios arqueológicos submarinos.

A mais importante, a Convenção sobre a Proteção do Pa-trimônio Cultural Subaquático, aprovada pela UNESCO em2001 e que entrou em vigor vários anos mais tarde, com aratificação de mais de 30 países.Esta Convenção oferece a que se considera ser a maisacertada definição de “patrimônio cultural subaquático”, aose referir como “todos os rastros de existência humana quetenham um caráter cultural, histórico ou arqueológico, que

Es patrimonio cultural

subacuático “todos los

rastros de existencia

humana que tengan un

carácter cultural, histórico o

arqueológico, que hayan

estado bajo el agua, parcial o

totalmente, de forma

periódica o continua, por lo

menos durante 100 años”.

Page 57: Magazine Océano nº 1

57

hayan estado bajo el agua, parcial o totalmente, de formaperiódica o continua, por lo menos durante 100 años”. Y por“todos los rastros de existencia humana” se entiende abso-lutamente todo, desde estructuras, edificios, restos huma-nos (pues no se puede olvidar, y esto la UNESCO lo hace pa-tente en numerosas ocasiones a lo largo del texto quecompone la Convención, que millones de vidas se perdieronen estos naufragios, y forman parte, por lo tanto, del testi-monio histórico que subyace tras el yacimiento), hasta bu-ques y aeronaves. Establece, además, los principios fundamentales de protec-ción de patrimonio subacuático, de entre los cuales prima laobligación de conservación de estos bienes adquirida porlos estados una vez que ratifican el texto. Esta obligación seextiende a su sentido legal (es decir, estableciendo el marconormativo idóneo para los bienes sumergidos de cada país)y en su sentido material, siendo la preservación in situ la pri-mera opción de conservación elegida por la UNESCO.Dentro de estos principios, se hace explícita la prohibición,como es lógico, de la explotación comercial de estos bienes,que se afirma está “en conformidad con los principios mo-rales que ya se aplican al patrimonio cultural en tierra”. Asi-mismo, se hace hincapié en la aún reciente especialización

LOS CIENTÍFICOS estudiarán y clasificarán todas las piezas recuperadas.

OS CIENTISTAS irão estudar e classificartodas as peças recuperadas.

tenham estado embaixo da água, parcial ou totalmente, deforma periódica ou contínua, pelo menos durante 100anos”. E por “todos os rastros de existência humana” seentende absolutamente tudo, desde estruturas, edifícios,restos humanos (pois não se pode esquecer, e isto a UNES-CO destaca em numerosas ocasiões ao longo do texto quecompõe a Convenção, que milhões de vidas se perderamnestes naufrágios, e formam parte, portanto, do testemun-ho histórico subjacente ao naufrágio), até navios e aerona-ves. Estabelece, além disso, os princípios fundamentais de pro-teção ao patrimônio subaquático, entre os quais prima aobrigação de conservação destes bens adquirida pelos es-tados uma vez que ratificam o texto. Esta obrigação se es-tende a seu sentido legal (ou seja, estabelecendo um marconormativo idôneo para os bens submergidos de cada país)e seu sentido material, sendo a preservação in situ a pri-meira opção de conservação escolhida pela UNESCO.Dentro destes princípios, se faz explícita a proibição, comoé lógico, da exploração comercial destes bens, afirmandoestar “em conformidade com os princípios morais que já seaplicam ao patrimônio cultural na terra”. Ainda assim, é im-portante destacar a ainda recente especialização da ar-

Page 58: Magazine Océano nº 1

reportajereportagem

58

LABORES DE DOCUMENTACIÓN.Una árdua tarea les queda a losprofesionales que limpian,analizan, catalogan y documentanel tesoro encontrado.

TRABALHOS DE DOCUMENTAÇÃO.Resta uma árdua tarefa aosprofissionais que limpam, analisam,catalogam e documentam o tesouroencontrado.

Page 59: Magazine Océano nº 1

59

de la arqueología subacuática, lo que se resume en quemuchísimos países aún no cuentan ni con los equipos ne-cesarios ni con el personal suficientemente cualificado co-mo para profundizar en esta ciencia. Por ello, la formación,el intercambio de conocimiento entre unas naciones y latransferencia de tecnologías se convierten en objetivos pri-mordiales para la UNESCO. Una convención similar se encuentra, salvando las distan-cias y aplicable únicamente a nivel español, en el Plan Na-cional de Protección del Patrimonio Cultural SubacuáticoEspañol. Aunque las medidas de tutelaje del patrimonio his-tórico español empiezan a plantearse en 1975, no es has-ta el 2007 cuando el patrimonio suba-cuático empieza a adquirir sumerecida relevancia; gracias, princi-palmente, a la aprobación del men-cionado Plan Nacional. De éste surge un grupo de trabajocompuesto por las principales institu-ciones españolas en materia de patri-monio subacuático (a saber, los cen-tros de arqueología subacuática deAndalucía, Cataluña y Valencia; auto-ridades de diversas comunidades au-tónomas, universidades, Armada yministerios, con especial intervencióndel Ministerio de Cultura a través deARQUA, el Museo Nacional de Arque-ología Subacuática), las cuales pre-sentan, en 2009, la concreción de lasprincipales líneas de actuación para elcumplimiento de los objetivos delPlan, todas ellas conocidas como elLibro Verde del Plan Nacional de Pro-tección del Patrimonio Cultural Suba-cuático. En este sentido, el Libro Verde consi-dera como acción prioritaria el desa-rrollo de programas de documentación e inventario de losyacimientos arqueológicos sumergidos en España, con elobjetivo de crear cartas arqueológicas que registren lo másexhaustivamente posible la localización, estado, origen yprotección de los pecios españoles. Una labor sumamen-te compleja dadas las dificultades técnicas de localizacióndel inmenso patrimonio español sumergido, a las que ha-bría que sumar otra problemática señalada expresamenteen el Libro: la relativa a la repartición de competencias. Da-do que el Plan suma los compromisos de la Administracióncentral, de varios Ministerios, de autoridades autonómicas,de instituciones de arqueología subacuática y de la Armaday los cuerpos de seguridad del Estado, resulta indispensa-ble definir claramente las competencias que conciernen a

queologia subaquática, o que resulta em que muitos paí-ses ainda não contam nem com os equipamentos neces-sários, nem com o pessoal suficientemente qualificado pa-ra se aprofundar nesta ciência. Para isso, a formação, ointercâmbio de conhecimentos entre nações e a trans-ferência de tecnologias se convertem em objetivos primor-diais para a UNESCO. Uma convenção similar se encontra, salvo as distâncias eaplicável unicamente a nível espanhol, no Plano Nacionalde Proteção do Patrimônio Cultural Subaquático Espanhol.Embora as medidas de tutela do patrimônio histórico es-panhol começam a serem pensadas desde 1975, é apenas

no ano 2007 quando o patrimônio su-baquático começa a adquirir sua me-recida relevância; graças, principal-mente, à aprovação do mencionadoPlano Nacional. Deste surge um grupo de trabalhocomposto pelas principais instituiçõesespanholas em matéria de patrimôniosubaquático (a saber, os centros dearqueologia subaquática de Andalu-zia, Catalunha e Valência; autoridadesde diversas comunidades autônomas,universidades, Armada e ministérios,com especial intervenção do Ministé-rio de Cultura através de ARQUA, oMuseu Nacional de Arqueologia Su-baquática), as quais apresentaram,em 2009, a concreção das principaislinhas de atuação para o cumprimen-to dos objetivos do Plano, todas elasconhecidas como o Livro Verde doPlano Nacional de Proteção do Pa-trimônio Cultural Subaquático. Neste sentido, o Livro Verde conside-ra como ação prioritária o desenvol-vimento de programas de documen-

tação e inventário dos naufrágios arqueológicossubmergidos na Espanha, com o objetivo de criar cartasarqueológicas que registrem o mais exaustivamente pos-sível a localização, estado, origem e proteção dos naufrá-gios espanhóis. Um trabalho complexo dadas as dificul-dades técnicas de localização do imenso patrimônioespanhol submergido, e ao qual deve-se somar outro pro-blema sinalizado expressamente no Livro: a distribuiçãode competências. Dado que o Plano soma os compromis-sos da Administração central, de vários Ministérios, de au-toridades autônomas, de instituições de arqueologia su-baquática e da Armada e os corpos de segurança doEstado, resulta indispensável definir claramente as com-petências de cada um. Algo que, após quase três anos de

São patrimônio cultural

subaquático “todos os

rastros de existência

humana que tenham um

caráter cultural, histórico

ou arqueológico, que tenham

estado embaixo da água,

parcial ou totalmente,

de forma periódica ou

contínua, pelo menos

durante 100 anos”

Page 60: Magazine Océano nº 1

reportajereportagem

60

cada uno. Algo que, tras casi tres años de aprobación deldocumento, no parece llegar a acuerdo.En cualquier caso, la elaboración de cartas arqueológicasse perfila como indispensable para garantizar una protec-ción efectiva del patrimonio. Y gracias a una labor similarque llevan ejerciendo durante décadas las comunidades au-tónomas y el inmenso catálogo documental disponible (des-tacando el Archivo de Indias), parece más que posible.Siempre y cuando, y como advierten las autoridades en ma-teria de arqueología subacuática, se definan claramente loscriterios de accesibilidad a esta preciada información (nosería la primera vez que los cazatesoros, a través de histo-riadores a sueldo, acceden a bases y archivos documenta-les y obtienen información privilegiada sobre la localizaciónde restos susceptibles de expoliación). No es infrecuente que las acciones requieran de coopera-ción internacional. Si bien es cierto que los centros de ar-queología subacuática españoles actuales cuentan conavanzados equipos, tecnología y personal, existen ciertasoperaciones que no se pueden acometer más que acu-diendo al respaldo internacional que ofrece la Convenciónde la UNESCO y, desgraciadamente, ésta presenta las sufi-cientes lagunas como para que la protección que puedaofrecer siga siendo insuficiente. También así lo entienden las numerosas autoridades arque-ológicas latinoamericanas, cuyo incalculable (e inabarcable,pues no existe una cifra concreta de la totalidad de yaci-mientos en las aguas de este vasto territorio) patrimonio cul-tural sumergido es el antojo de cualquier compañía cazate-soros. Y por cualquier compañía se entiende desde las quecuentan con dispositivos tecnológicos que rozan la cienciaficción, hasta los particulares piratas del siglo XXI, que con

sistemas y radares bastante más modestos se hacen conel suficiente número de piezas como para sacar buen pro-vecho en el mercado negro internacional.Un mercado demasiado rico, opaco y pernicioso. De ahíque casi todos los países latinoamericanos hayan reunidoo estén reuniendo esfuerzos en torno al objetivo común deprotección de este patrimonio. Argentina, Chile, Colombia,Brasil, México, Panamá, Nicaragua, Guatemala, El Salvadory varios países más forman parte de los firmantes de laConvención de la UNESCO. Y no solo eso, cada uno deellos dispone de legislación específica de protección del pa-trimonio arqueológico tanto en tierra como sumergido y losacuerdos bilaterales se presentan con frecuencia como me-didas eficaces de recuperación y protección de bienes his-tóricos robados. Esta labor en común ha llevado a la elaboración de la ListaRoja de bienes culturales latinoamericanos en peligro, unaenumeración de 25 categorías de patrimonio cultural colo-nial y precolombino que recopila los objetos que corren ma-yor peligro de ser expoliados. No obstante, esta Lista no esni de cerca exhaustiva y el número de robos a los yacimien-tos es igualmente inmenso como el propio número de ob-jetos que se encuentran repartidos por el mar.Pero no todo está perdido. La llamada de atención sobre lavulnerabilidad del patrimonio subacuático español se hizomás que visible a través del fallido expolio de Odyssey, rea-vivando, a su vez, las alarmas internacionales. Y pese a lostiempos que corren en los que la palabra inversión se anto-ja imposible, al menos en España, los esfuerzos (sobre to-do humanos) en proteger esta riqueza, siguen obteniendocada vez más victorias. Victorias que crecen cada vez queun pedazo de la historia sale de las profundidades del mar.

Page 61: Magazine Océano nº 1

61

aprovação do documento, não parece chegar a um acor-do.Em qualquer caso, a elaboração de cartas arqueológicas seperfila como indispensável para garantir uma proteção efe-tiva do patrimônio. E graças a um trabalho similar que vemsendo exercido, durante décadas, pelas comunidades autô-nomas e o imenso catálogo documental disponível (desta-cando o Arquivo das índias), parece uma realidade cada vezmais que possível. Mas desde que, como advertem as au-toridades no tema de arqueologia subaquática, se definamclaramente os critérios de acessibilidade a esta preciosa in-formação (não seria a primeira vez que os caça-tesouros,através de historiadores contratados, acessem a bases earquivos documentais e obtenham informação privilegiadasobre a localização de restos suscetíveis de espoliação). Não é infrequente que as ações necessitem de cooperaçãointernacional. Se bem, é verdade, que os atuais centros dearqueologia subaquática espanhóis contam com equipesavançadas, tecnologia e pessoal qualificado, no entanto,existem certas operações que não podem ser realizadas, anão ser solicitando o respaldo internacional que oferece aConvenção da UNESCO. E, infelizmente, a Convenção ain-da apresenta lacunas para a proteção e segue sendo insu-ficiente. Também assim entendem as numerosas autoridades ar-queológicas latino-americanas, cujo incalculável (pois nãoexiste uma cifra concreta da totalidade de naufrágios naságuas deste vasto território) patrimônio cultural submergi-do é o capricho de qualquer companhia caça-tesouros. Epor qualquer companhia se entende desde as que contamcom dispositivos tecnológicos que se aproximam da ficçãocientífica, até os particulares piratas do século XXI, que com

sistemas e radares mais modestos se ‘viram’ com o sufi-ciente número de peças para tirar bom proveito no mercadonegro internacional.Um mercado demasiado rico, opaco e pernicioso. Daí omotivo pelo qual quase todos os países da América Latinaterem reunido ou estão reunindo esforços em torno ao ob-jetivo comum de proteção deste patrimônio. Argentina, Chi-le, Colômbia, Brasil, México, Panamá, Nicarágua, Guate-mala, El Salvador e vários países mais formam parte dossignatários da Convenção da UNESCO. E não apenas isso,cada um deles dispõe de legislação específica de proteçãodo patrimônio arqueológico tanto em terra como submergi-do e os acordos bilaterais se apresentam com frequênciacomo medidas eficazes de recuperação e proteção de benshistóricos roubados. Este trabalho em comum levou à elaboração da Lista Ver-melha de bens culturais latino-americanos em perigo, umaenumeração de 25 categorias de patrimônio cultural colo-nial e pré-colombiano que recopila os objetos que corremmaior perigo de serem espoliados. No entanto, esta Listanão é exaustiva e o número de roubos aos naufrágios éigualmente imenso como o próprio número de objetos quese encontram perdidos pelo mar.Mas nem tudo está perdido. Essa ‘chamada de atenção’ so-bre a vulnerabilidade do patrimônio subaquático espanholse fez mais que visível através do falido espólio do Odys-sey, reavivando, por sua vez, os alarmes internacionais. Eapesar dos tempos em que a palavra investimento pareceimpossível, ao menos na Espanha, os esforços (sobretudohumanos) em proteger esta riqueza, seguem obtendo cadavez mais vitórias. Vitórias que crescem cada vez que um pe-daço da história sai das profundidades do mar.

Page 62: Magazine Océano nº 1

libroslivros

62

MARADENTRO (OCEÁNO III)

Maradentro terceiro livro de Océano de Alberto VárquezFigueroa (Oceáno e Yáiza sao os dois primeiros) pode-se conseguir no formato pocket book e ebook. Este ter-ceiro livro conta que depois de sua fuga de Lanzarote,os Perdomo Maradentro devem refazer sua vida em te-rras venezuelanas. Ali continuam acontecendo si-tuações inesperadas por causa do especial feitiço queYáiza exerce sobre os homens. Os Maradentro, força-dos pelas circunstâncias, se vêem obrigados a mudarde residência repetidas vezes, e finalmente se dirigemà Guiana venezuelana.

Maradentro tercer libro de Océano de Alberto Várquez Figueroa (Oceáno y Yáiza son los dos primeros) se pue-de conseguir en bolsillo y ebook. Este tercer libro cuen-ta que tras su huida de Lanzarote, los Perdomo Mara-dentro deben rehacer su vida en tierras venezolanas. Allícontinúan produciéndose situaciones inesperadas acausa del especial hechizo que Yáiza ejerce sobre los

hombres. Los Maradentro, forzados por las circunstan-cias, se ven obligados a cambiar de residencia repeti-das veces, y finalmente se dirigen a la Guayana vene-zolana.

BIOLOGICAL OCEANOGRAPHY

A nova edição de Biological Oceanography foi ampliada eatualizada em relação a sua publicação inicial, publicadaem 2004. A obra apresenta um enfoque da ecologiaoceânica que põe ênfase tanto no caráter dos organis-mos marinhos, desde vírus até peixes e vermes, como naimportância para os habitat em que vivem e entre eles.

La nueva edición de Biological Oceanography ha sido no-tablemente ampliada y actualizada respecto a su publica-ción inicial, aparecida en 2004. La obra presenta un enfo-que actual de la ecología oceánica, que pone el énfasistanto en el carácter de los organismo marinos, desde losvirus hasta los peces y gusanos, a la vez que en su impor-tancia para los habitat en que viven y entre ellos.

livros/Libros

EDITORIAL. ALFAGUARAAUTOR. Alejandro Paternain

EDITORIAL. DEBOLSILLOAUTOR. Alberto Vázquez-Figueroa

EDITORIAL. WILEY-BLACKWELLAUTOR. Charles B. Miller y Patricia A.Wheeler

LA CACERÍA

La cacería puede comprarse en ebook. Sobre esta obraArturo Pérez Reverte dice “La cacería cayó en mismanos por casualidad. Aventura, historia, navegación, sedaban feliz cita en aquellas páginas, que además esta-ban extraordinariamente bien escritas”.

Lá cacería pode ser comprada como ebook. Sobre aobra Arturo Pérez Reverte disse "A cacería caiu em min-has mãos por casualidade. Aventura, história, navegaçãose encontram nestas páginas que, além disso, estãoextraordinariamente bem escritas".

Page 63: Magazine Océano nº 1

63

CineCinema

Maria (Naomi Watts), Henry (Ewan McGregor) y sus tres hi-jos cominzan sus vacaciones de invierno en Tailandia. Enla mañanaa del 26 de diciembre, mientras se bañan en lapiscina del hotel, el mar invade el recinto convertido en unmuro de agua negra. La familia es engullida por la ola gi-gante. Minutos más tarde María tras ser golpeada emergedel agua y cuándo cree que ha perdido a toda su familia,ve a pocos metreos a su hijo mayor. Comienza una luchapor la supervivencia.

Hechos realesEl 26 de diciembre de 2004, a las 7.58 h. (hora local) seproduce un terremoto con epicentro en la costa oeste deSumatra (Indonesia) a una profundidad de 30 kilómetrospor debajo del nivel del mar. Es el segundo terremoto másgrande (9,15 en la escala de Richter) desde que existenmediciones y el más largo (de 8 a 10 minutos) registradoen toda la historia después del de 1960 en Valdivia, Chile.Tuvo la potencia de más de 23.000 bombas atómicas ygeneró la ola más alta de las últimas cuatro décadas.Una investigación reciente realizada por Naciones Unidasestima en 229.866 el total de pérdidas humanas, inclu-yendo 186.983 muertos y 42.883 personas desaparecidas.Los heridos fueron 510.000, y 2.000.000 personas perdie-ron su hogar en trece países diferentes. Según estos da-tos, el tsunami es el noveno desastre natural más mortalde la historia moderna. Entre los que lograron salvarse es-tá una familia occidental protagonista de la película Lo Im-posible.

Maria (Naomi Watts), Henry (Ewan McGregor) e seus trêsfilhos começam suas férias de inverno na Tailândia. Namanhã do dia 26 de dezembro, enquanto estavam na pis-cina do hotel, o mar invade o recinto convertendo-se emum muro de água escura. A família é engolida pela ondagigante. Minutos mais tarde Maria após ser golpeadaemerge na água e quando acredita ter perdido a toda suafamília, vê a poucos metros o seu filho mais velho. Co-meça uma luta pela sobrevivência.

Fatos reaisNo dia 26 de dezembro de 2004, às 7.58 h. (hora local),acontece um terremoto com epicentro na costa oeste deSumatra (Indonésia) a uma profundidade de 30 quilôme-tros abaixo do nível do mar. É o segundo maior terremoto(9,15 na escala Richter) desde que existem medições e omais longo (de 8 a 10 minutos) registrado em toda a his-tória depois do terremoto de 1960, em Valdivia, Chile. Tevea potência de mais de 23.000 bombas atômicas e geroua onda mais alta das últimas quatro décadas.Uma pesquisa recente realizada pelas Nações Unidas es-tima em 229.866 o total de vidas humanas perdidas, sen-do 186.983 mortos e 42.883 pessoas desaparecidas.O número de feridos atingiu a cifra dos 510.000, e2.000.000 pessoas perderam seu lar em treze países dife-rentes. Segundo estes dados, o tsunami é o nono desastrenatural mais mortal da história moderna. Entre os que con-seguiram se salvar está a família ocidental protagonista dofilme O Impossível.

LO IMPOSIBLEDirector: J.A. Bayona

Film que relata un hecho real sucedido en elTsunami de 2004 en Indonesia.

Filme relata um fato real que aconteceu noTsunami de 2004 na Indonésia.

Page 64: Magazine Océano nº 1

agendaMondo Pesca 2012 23/25-11-2012. (CARRARA,ITALA).Salón de la tecnología, equipamientos yservicios para la pesca profesional yaficionados. Salão de tecnologia, equipamentos eserviços para a pesca Professional eaficionados.www.mondopescaexpo.it/

Exponaval 2012 Valparaiso4/7-12-2012. (VALPARAISO, CHILE).Expo y Conferencia Marítima y Naval.Expo e Conferencia Marítima e Naval. www.exponaval.cl

Maritima 2012 Paris8/16-12-2012. (PARIS, PORTE DE VERSAILLES).Feria naval y de economía marítima 2012. Feira naval e de economia marítima 2012.www.salonmaritima.com

Toronto International BoatShow 201312/20-1-2013 (TORONTO, CANÁDA).www.torontoboatshow.com

IV Congreso AcuiculturaPuerto Montt Chile 2013 16/18-1-2013 (SEDE PUERTO MONTT DE LA

UNIVERSIDAD AUSTRAL DE CHILE).www.congresoscha2013.uach.cl/

agendaferial

64

Page 65: Magazine Océano nº 1

Suscríbete en

comenta

critica

Leia

analizaLee

Leeparticipa

participe

Suscríbete en

comenta

critique

Suscríbete en

Assine

comenta

Criti

que

Analise

Leia

Participe

AssineComen

te

Comente

www.magazineoceano.com

Page 66: Magazine Océano nº 1

Revista apoyada por el Área de Ciencia, Tecnología eInnovación de la Delegación de la Unión Europea en Brasil.

Revista apoiada pelo Setor de Ciência, Tecnologia eInovação da Delegação da União Europeia no Brasil.