Maias Episódio Corrida no Hipódromo

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OS MAIAS EPISÓDIOS DA VIDA ROMANTICA: Episódio da Corrida de Cavalos

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Este trabalho é sobre o episódio/capitulo da corrida de cavalos. Este trabalho está bastante completo.

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OS MAIAS

EPISÓDIOS DA VIDA ROMANTICA:

Episódio da Corrida de Cavalos

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LOCALIZAÇÃO

Este capítulo pertence ao título e ao subtítulo.

No que diz respeito ao título fala-nos do romance

de Carlos com Maria Eduarda.

Quanto ao subtítulo é-nos demonstrada a crítica

que o autor faz à sociedade dessa época.

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ANTES DO CAPITULO X

Carlos forma-se em Medicina, abre um consultório, mas

tem pouco sucesso (apesar de todo o luxo).

Chega uma brasileira à cidade que desperta a atenção

de Carlos. Este deseja muito conhece-la.

Mais tarde, Carlos é informado que a filha da brasileira

está doente e este vai a casa dela tratar da filha.

Ia todos os dias cuidar da sua doente.

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RESUMO DO CAPITULO

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O capítulo X começa com o fim do encontro de

Carlos com Gouvarinho e revela que Carlos já se

sente farto desta:“E nessa tarde, como não havia ainda outro esconderijo, tinham

abrigado os seus amores dentro daquela tipóia de praça. Mas

Carlos vinha de lá enervado, amolecido, sentindo já na alma os

primeiros bocejos da saciedade. Havia três semanas apenas que

aqueles braços perfumados de verbena se tinham atirado ao seu

pescoço – e agora, pelo passeio de S.Pedro de Alcântara, sob o

ligeiro chuvisco que batia as folhagens da alameda, ele ia

pensando como se poderia desembaraçar da sua tenacidade, do

seu ardor, do seu peso…”. (pag. 301 linha 5 do fim)

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ANTECIPACAO DA CORRIDA

Carlos ia a descer a rua de S.Roque, quando

encontrou o marquês. Durante a conversa, Carlos

apercebeu-se que a corrida tinha sido antecipada

para o próximo Domingo (ficando contente de a data

do seu encontro com Maria.

Enquanto Carlos e o marquês vão falando das

corridas, Maria Eduarda passa no seu coupé… 

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EXCERTO

“Carlos olhou, casualmente; e viu, debruçado à portinhola, um

rosto de criança, de uma brancura adorável, sorrindo-lhe, com um

belo sorriso que lhe punha duas covinhas na face. Reconheceu-a

logo. Era Rosa, era Rosicler: e ela não se contentou em sorrir, com

o seu doce olhar azul fugindo todo para ele – deitou a mãozinha de

fora, atirou-lhe um grande adeus. No fundo do coupé, forrado de

negro, destacava um perfil claro de estátua, um tom ondeado de

cabelo loiro. Carlos tirou profundamente o chapéu, tão perturbado,

que seus passos hesitaram. “Ela” abaixou a cabeça, de leve;”.

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No fim de ver passar o coupé, Carlos e o marquês

dirigem-se ao Ramalhete; Carlos, pelo caminho, vai

traçando um plano para se encontrar com Maria Eduarda.

Chegando ao Ramalhete juntam-se todos.

Durante o jantar Carlos vai contar o seu plano para

conhecer Castro Gomes a Dâmaso: este levá-los-ia até aos

Olivais para lhe mostrar a colecção de Craft e em seguida

jantariam no Ramalhete.

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A DESILUSÃO

Depois do sarau no Ramalhete, chega o dia das

corridas. Carlos vai ao hipódromo na esperança de

ver Maria Eduarda, mas fica desiludido pois ela não

aparece.

É Domingo, um dia quente com o céu azul, no

Hipódromo Carlos fala com a sua velha amiga

D.Maria da Cunha e conhece Clifford, que era o dono

do cavalo que tinha mais expectativas de ganhar e

foi por causa dele que as corridas foram

antecipadas.

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Entretanto, a Gouvarinho diz a Carlos que seu pai faz

anos e ela tem de ir ao Norte. Combina então com ele

para se encontrarem na estação e seguirem juntos no

comboio até Santarém onde passariam a noite juntos;

depois, ela seguiria até ao Porto e ele regressava a

Lisboa. Carlos hesita.

Houve algumas complicações durante a prova que

causaram a desordem (pág. 329/330).

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Carlos, para animar as corridas, decide apostar e,

surpreendentemente, acaba por ganhar muito

dinheiro.

Aqui podemos aplicar o provérbio “Sorte no jogo,

azar no amor”… Este é o primeiro presságio do

capítulo: “- Ah, monsieur – exclamou a vasta ministra

da Baviera, furiosa – mefiez-vous… Vous connaissez

le proverbe: heureux au jeu…”

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Entretanto, Carlos vai falar com Dâmaso. Este conta-lhe que

Castro Gomes partiu para o Brasil e que Maria Eduarda está

num apartamento no prédio do Cruges.

Em seguida, Carlos arranja a desculpa de querer falar com

Cruges para ver Maria Eduarda. Mas, quando chega, ao prédio,

felizmente, a criada diz que Cruges não está; Carlos acaba

também por não ver Maria Eduarda.

Carlos regressou ao Ramalhete, conversando com Craft dá-se o

segundo pressagio…

“- A gente, Craft, nunca sabe se o que lhe sucede é, em

definitivo, bom ou mau.

-Ordinariamente é mau.”

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CRITICAS À SOCIEDADE

Os objectivos deste episódio são: o contacto de Carlos com a alta

sociedade lisboeta, incluindo o Rei; uma visão panorâmica desta sociedade

sobre o olhar critico de Carlos; tentativa frustrada de igualar Lisboa ás demais

capitais europeias; denunciar o cosmopolitismo postiço da sociedade.

A visão caricatural é dada pelo espaço do Hipódromo: parecendo um circo;

as pessoas não sabiam ocupar os seus lugares e as senhoras traziam vestidos

de missa. O bufete tinha um aspecto nojento. As corridas terminaram

grotescamente e a primeira corrida terminou mesmo numa cena de

pancadaria.

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A MENTALIDADE PROVINCIANA

As corridas apesar das criticas e da pouca dimensão comparativamente

ao estrangeiro, continuavam a existir, o que permitia uma visão

panorâmica sobre a alta sociedade lisboeta, o que incluía o próprio Rei, e

onde encontramos Carlos e Craft em convívio directo com esse amibiente.

Um cenário que deveria ostentar a exuberância e o colorido de um

acontecimento mundano como as corridas de cavalos, demonstra, uma

imagem provinciana indesmentível. Isto torna-se mais significativo se

pensarmos que no clima humano do Hipódromo predominava uma

carência de motivação e vitalidade.

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CARICATURA DA SOCIEDADE FEMININA

As mulheres estavam todas na tribuna,todas elas, a maioria de vestidos de missa,

sérios, algumas delas com chapéus emplumados que se começavam a usar.

O comportamento da assistência feminina “que nada fazia de útil” e a sua vida são

no seu todo caricaturados. O traje escolhido não era o mais correcto face à ocasião,

daí até alguns dos homens se sentirem embaraçados no seu chique. As senhoras

de“vestidos sérios de missa”, acompanhando “…chapéus emplumados” da última

moda, que não se adequavam ao evento, muito menos à restante toilette.

Assim, o ambiente que devia ser requintado, mas, ao mesmo tempo, ligeiro como

compete a um evento desportivo, era deturpado, pela falta de gosto e pelo ridículo da

situação que se queria requintada sem o ser.

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É também criticada a falta de à-vontade das senhoras da tribuna que

não falavam umas com as outras e que, para não desobedecer às regras

de etiqueta, permaneciam no seu posto, mas constrangidas. A excepção é

D.Maria da Cunha que abandona a tribuna e se vai sentar perto dos

homens.

É, resumidamente, uma contradição flagrante entre o ser e o

parecer. Tanto o espaço físico como o espaço social eram postiços.

“Um sopro grosseiro de desordem reles passava sobre o hipódromo,

desmanchando a linha postiça de civilização e a atitude forçada de

decoro…”

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ACTUALIDADE DAS CRITICAS

Adultério:

A Gouvarinho representa, aqui, o adultério. Podemos aplicar esta

realidade ao presente, vendo os inúmeros casos de traição que ocorrem

nos nossos dias.

O que é nacional não é bom:

Ainda nos dias de hoje, não ligamos ao que é nosso e pensamos que o que

é bom tem de vir de fora e não damos valor a muitas coisas boas no nosso

pais; deixando escapar, assim, inúmeros talentos e oportunidades de nos

afirmar-mos.