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MAILHIOT, Gerald Bernard. Dinmica e gnese dos grupos. So Paulo, 1976.Parece ter sido na Frana que pela primeira vez tratou-se de Psicologia Social e em termos negativos. Auguste Comte tentando definir a Sociologia, que pretendia fundar e constituir como cincia autnoma, declara-se contrrio edificao da Psicologia social. Comte postula que o social deve absorver o psquico. Segundo ele, no existiria seno duas cincias legtimas: a cincia da vida, biologia e a cincia da sociedade, sociologia. Para ele seria intil a cincia intermediria, psicologia social. Durkheim chega s mesmas concluses e define a Psicologia social como uma palavra que designa toda espcie de generalidades, variadas e imprecisas, sem objeto definido. Para ele, a psicologia no pode ser seno individual. De fato, aquela que se edifica, diante de seus olhos, nos meios acadmicos de seu tempo, uma psicofisiologia.So os franceses, socilogos e filsofos sociais os primeiros a introduzir o termo psicologia social nas categorias mentais dos meios acadmicos. Por outro lado, so os anglo-saxes os primeiros que elaboram de modo sistemtico os primeiros tratados de psicologia social. A primeira obra Na introduction to social psychology, publicada por William MacDougall. Para ele, tudo que o socilogo observa na ordem social decorre de foras mentais (constitudas pelos instintos sociais) que compete ao psiclogo social determinar. MacDougall distingue trs espaos na psicologia: psicologia individual, que destaca os traos fundamentais do individuo; a psicologia coletiva, que trata do grupo e da mentalidade de grupo e a psicologia social, que estuda a influncia do grupo sobre o indivduo. Sua influencia foi muito importante nos EUA.Esta fase inicial, que vai de 1908 a 1930, em que a psicologia social recebe o status acadmico, dominada por duas influncias aparentemente contraditrias. Podemos caracterizar esta fase como instintiva ou psicopedaggica. Por outro lado, o ensino e a pesquisa em Psicologia nos EUA, sobretudo em 1920, inspiram-se em grande parte nas teorias Behavioristas. Aps 1930, paradoxalmente, a psicologia social passa por aquilo que G. W. Allport chama de crise de individualismo. Os trabalhos de Freud sobre a psicologia dos grupos acabam de ser traduzidos para o ingls e geram polmica. Durante a fase anterior, era a influencia do grupo sobre o individuo que havia sido observada, avaliada e medida. A partir de 1930, a influencia do individuo sobre o grupo que os psiclogos sociais deste tempo tentam descobrir atravs de experimentaes em situaes controladas. Mas sobretudo o condutor de multides, o lder carismtico, que a psicologia social deste tempo procura compreender em termos de dons inatos, predisposies dominao e de apetites instintivos de poder. As descobertas clnicas de Freud parecem se unir s orientaes psicopedaggicas da fase inicial e confirm-las, pois Freud parecia ter demonstrado a que ponto o homem marcado pelo seu meio, principalmente familiar e como os primeiros anos de vida impem determinismos em seu desenvolvimento emotivo e social. As contribuies da psicanlise, entretanto, so questionadas pela antropologia cultural que coloca em evidncia o relativismo das culturas. Os psicanalistas parecem preocupados unicamente com as dimenses inconscientes das condutas sociais, cometem o erro do reducionismo individualista. J os psiclogos sociais que vo buscar hipteses na antropologia e terminam por interpretar que toda conduta social resultante de presses ou coeres scio-culturais, cometem o erro do anexionismo culturalista.Kur Lewin convida os psiclogos sociais a centralizar seus esforos sobre o estudo dos micro-grupos (face-to-face-groups ou grupos frente a frente). Kurt Lewin sugere que os psiclogos sociais repensem a experimentao em psicologia social. Ele demonstra com suas pesquisas que a explorao vlida dos fenmenos de grupo devem se operar no prprio campo psicolgico em que eles se inserem ao invs de reconstitudos, em escalas reduzidas, de laboratrio. As variveis de qualquer fenmeno de grupo, devido sua complexidade, no podem ser identificadas seno no prprio campo, na pesquisa-ao.

O estudo dos pequenos grupos constitua para Lewin uma opo estratgica que permitia eventualmente, em um futuro ainda imprevisvel, esclarecer a psicologia dos macro-fenmenos de grupo. A partir de Lewin, uma diversificao das cincias sociais operou-se. Atualmente preciso reconhecer trs cincias sociais fundamentais: a sociologia, antropologia cultural e psicologia social. A sociologia destaca as realidades sociais em seus aspectos formais ou estruturas; a antropologia cultural preocupa com as dimenses histricas ou antecedentes e a psicologia social com as dimenses funcionais ou dinmicas. So interdependentes e complementares: a forma, a gnese e a dinmica das realidades.Existem duas direes em psicologia social. A primeira consiste em observar, identificar, definir e interpretar as condutas sociais ou comportamentos em grupo. A presena do grupo no condio para que estes comportamentos apaream, mas por referncia sua participao em um grupo que eles so adotados ou no. A segunda posio preocupa-se com os comportamentos de grupo. Neste caso, para que haja comportamento de grupo necessrio que vrios indivduos experimentem as mesmas emoes de grupo e que estas sejam suficientemente intensas para integr-los enquanto grupo e que tenham coeso para adotar o mesmo tipo de comportamento. Estes comportamentos de grupo podem variar em durao e podem ser provocados por um agente exterior ou um lder.

A dinmica dos grupos torna-se cada vez mais percebida nos meios universitrios como a cincia dos pequenos grupos.

Para Lewin, scio-grupo seria um grupo de tarefam estruturado e orientado em funo da execuo ou do cumprimento de uma tarefa. J o psico-grupo ou grupo centrado sobre si-mesmo seria um grupo de formao, estruturado e orientado em funo dos prprios membros que constituem o grupo.

O primeiro problema social ao qual Lewin dedica sua ateno aps emigrar para os EUA, a psicologia de seu prprio grupo tnico (judeu). Depois de tentar elucidar a psicologia das minorias judias, Kut Lewin se esfora por elaborar uma psicologia dos grupos minoritrios. Em demografia um grupo constitui uma maioria desde que a porcentagem de seus membros ultrapasse de um a metade da populao que ele est inserido; e todo grupo com menos que 50% da populao uma minoria. Em psicologia minoria e maioria tem outros sentidos. Um grupo considerado maioria psicolgica quando dispe de estruturas, estatuto e direitos que lhe permitam auto-determinar-se no plano do seu destino coletivo, independe do n de seus membros. Minoria psicolgica todo grupo que depende da boa vontade de outro grupo. Est sempre sujeita a ser discriminada ou suscetvel de ser pelo fato de sua sorte e seu destino estarem na dependncia do grupo majoritrio. A maioria psicolgica, por sua vez, tende a se tornar um grupo privilegiado. Mas as maiorias psicolgicas tambm estratificam-se. Dentre eles, pode existir uma minoria privilegiada com status, enquanto existe uma maioria discriminada, controlada e manipulada.Os regimes polticos que perseguiram os judeus tentaram sempre prevalecer a teoria da inferioridade de certas etnias. Para Lewin o problema do judeu uma questo social, um caso de minoria discriminada. O que caracteriza este grupo que ele tolerado. A emancipao dos judeus dos guetos no foi possvel por mrito deles apenas, mas em conseqncia da modificao dos sentimentos e das necessidades da maioria. Ainda hoje percebem-se que as presses e discriminaes contra judeus aumentam ou diminuem conforme as dificuldades econmicas da minoria crescem ou decrescem.Para Lewin a estabilidade do meio familiar determina a estabilidade emotiva da criana. Isso porque o meio familiar atua como um campo de foras. O meio familiar ou qualquer grupo a qual pertena o individuo no para ele somente uma fonte de proteo ou segurana. Todo grupo desenvolve suas leis, tabus, proibies coletivas e segundo tais leis a criana ter mais ou menos espao de livre movimentao. Lewin sugere que assim como a criana adotada se beneficia ao conhecer o mais cedo possvel a sua condio; assim tambm deve ser com a criana que pertence a um grupo minoritrio, a fim de facilitar sua adaptao social.

Para Kurt Lewin, o dio de si entre os judeus pode ser encarado como um fenmeno individual, como um fenmeno de grupo e como um fenmeno social. Como fenmeno de grupo, o dio de si afeta as relaes intragrupais no interior da grande famlia judia ou as relaes entre os diversos sub-grupos judeus. Enquanto fenmeno individual, ocorre porque h uma variedade quase infinita de formas que o dio de si toma entre os judeus enquanto indivduos. Certos judeus, por exemplo, culpam o grupo judeu como tal ou se identificam negativamente a uma frao particular de judeus ou difamam sistematicamente sua prpria famlia. Outros rejeitam a si prprios, recusam aceitar-se como judeus. Outros ainda dirigiro dio exclusivamente contra as instituies, costumes, lngua, valores, cultura judia (na maior parte das vezes, este racionalizado). Para Lewin, o dio de si sobretudo um fenmeno social. Inclusive, o dio de si observado em todas as minorias discriminadas.

Lewin no ope o social ao individual, mas dissocia os termos. As minorias psicolgicas so sociais em sua origem, em suas estruturas e evoluo. Sua dinmica essencialmente social. Sua sobrevivncia ocorre quando tomam conscincia deste estado fundamental e o aceitam.

Os constituintes das minorias em relao s estruturas. As minorias aparecem com vrias camadas. No centro encontram-se as mais solidificadas. Elas compem-se de membros que aderem com maior boa vontade as instituies, costumes e valores que distinguem seu grupo dos outros. J as camadas perifricas so moveis e fluidas, compostas por membros que experimentam uma ambivalncia em relao ao que distingue. So os membros marginais das minorias, e dentre eles que esto os minoritrios de maior sucesso. Existem minorias que no acreditam poder assegurar sua sobrevivncia, seno separando-se ou emancipando-se totalmente da maioria. Elas aspiram independncia total e definitiva em relao maioria.

Lewin chega a fixar dois objetivos para toda pesquisa sobre os fenmenos sociais. Estes objetivos procuram seja fornecer um diagnstico sobre uma situao, seja descobrir ou formular a dinmica prpria da vida de um grupo. A pesquisa em psicologia social, para Lewin, deve originar a partir de uma situao social concreta a modificar e deve inspirar-se nas transformaes e nos componentes novos que surgem durante e sob a influncia da pesquisa. Baseado em Hegel e Jaspers, Lewin prope que os fenmenos sociais no devem ser observados em laboratrio, de modo esttico. Durante a pesquisa, o pesquisador deve ser ao mesmo tempo participante e observador. Ele foi um dos primeiros representantes da Gestalt.

No plano dos objetos, Lewin opta por uma explorao sistemtica e exclusiva dos micro-fenmenos de grupos. Para Lewin as opes metodolgicas no se apresentam como hipteses provisrias, mas como postulados.Com Lewin e a partir dele o interesse dos pesquisadores dirige-se para as atitudes coletivas. Lewin denuncia os esquemas aristotlicos e a interpretao. Nenhum comportamento de grupo ou humano poderia se explicar unicamente em termos de causalidade histrica. Os comportamentos dos indivduos enquanto seres sociais so em funo de uma dinmica independente das vontades individuais. Os fenmenos de grupo so irredutveis e no podem ser explicados luz da psicologia individual. Toda dinmica de grupo a resultante do conjunto das interaes do interior de um espao psicossocial. Estas interaes podero ser tenses, conflitos, repulsas, atraes, trocas, comunicaes, coeres.

Lewin preconiza ento que se apele para esquemas galileanos de interpretao em psicologia social, como ele conseguira fazer em sociologia individual. Fiel a esta perspectiva, Lewin no procura a explicao dos fenmenos de grupos na natureza de cada um dos seus elementos ou de seus componentes, mas nas mltiplas interaes que se produzem entre os elementos da situao social onde se situam, no prprio momento em que so observados e interpretados. Segundo Lewin, o ambiente social contribui para a formao e transformao das atitudes coletivas favorecendo, ou, ao contrrio, inibindo as tendncias sociais j adquiridas. A estrutura de meio tal qual percebida por um indivduo depende de seus desejos, necessidades, expectativas, aspiraes, atitudes enquanto o contedo ideativo do ambiente coloca o indivduo em um determinado estado de esprito. a relao de reciprocidade entre as atitudes do individuo e o contedo menta do meio que cria a situao da qual o comportamento a funo.

Lewin sugere que toda a situao social pode ser percebida e concebida como constituindo uma cadeia de fenmenos cuja resultante seria os comportamentos de grupo. No inicio e no final desta cadeia encontrar-se-iam as atitudes coletivas. Esta cadeia pode ser decomposta em vrios tempos: primeiro, ao nvel da percepo, em seguida ao nvel do comportamento. Ao nvel da percepo, as atitudes comuns a um grupo (coletivas), seus esquemas mentais e afetivos de adaptao situao social determinam a perspectiva geral na qual os membros do grupo percebem o conjunto de uma situao. As percepes respectivas dos membros de um grupo sobre a situao social so condicionadas por suas atitudes coletivas. Por outro lado, ao nvel do comportamento, os esquemas coletivos e as atitudes pessoais esto presentes no campo dinmico, enquanto constituem uma inclinao para certos tipos de comportamento de grupo.Para ele, a dicotomia entre pessoa e meio, introduzida pelos behavioristas, arbitrria e gratuita. As pessoas, os objetos, as instituies, os grupos e os acontecimentos sociais so elementos das situaes sociais. Estes elementos entretm entre eles relaes dinmicas cujo conjunto somente determina a estrutura do campo social. As atitudes coletivas como, alis, as atitudes pessoais no aparecem em Lewin nem como resultado de mecanismos exteriores s conscincias, nem como atos subjetivos das conscincias. Elas so segmentos de uma situao social na qual se fundem em uma mesma realidade dinmica elementos objetivos e conscientes. Trs conceitos bsicos, tomados de emprstimo da psicologia topolgica, permitem a Lewin extrapolar as implicaes deste teorema sobre a gnese e a dinmica dos grupos. O mais importante destes conceitos o do campo social.

1. O primeiro o conceito a que Lewin apela o de totalidade dinmica. Lewin foi o primeiro a utilizar este termo. Ser uma noo fundamental em dinmica dos grupos. Para ele, todo conjunto de elementos interdependentes constitui uma totalidade dinmica. A personalidade uma totalidade dinmica na medida em que pode ser considerada como um complexo de sistemas, formas e processos psquicos.

2. O segundo conceito invocado por Lewin o do eu social. Para ele, a personalidade revela-se como uma configurao de regies, tendo uma estrutura que ele chama quase-estacionria. Quer significar com isto que preciso conceber a personalidade como um sistema que tende a reencontrar-se idntico a si mesmo em todas as situaes. O eu (self) revela-se em relao s realidades sociais como um sistemas de crculos concntricos. Ao centro, encontra-se um ncleo constitudo pelo que Lewin chama o eu ntimo; este ncleo dinmico e formado por valores para ele fundamentais, aqueles valores aos quais o individuo consagra a maior importncia. Em torno deste ncleo central, as regies intermedirias que Lewin chama o eu social: o eu social engloba os sistemas de valores que so partilhados com certos grupos, por ex, os valores de classe, profissionais. Na periferia da personalidade encontra-se situado o eu pblico. Do mesmo modo que o eu ntimo um eu fechado, este outro um eu aberto. O eu pblico a regio mais superficial de uma personalidade, aquela que est engajada nos contatos humanos ou nas tarefas em que apenas os automatismos so suficientes ou so exigidos. neste nvel que se implicam aqueles que participam de fenmenos de massa. geralmente tambm neste nvel que muitos indivduos integram-se em situaes de trabalho em que somente a periferia de seu ser engajada. Segundo as situaes sociais, os graus de distancia social, nosso eu pblico ou nosso eu social reveste-se de dimenses diferentes. Nem um nem outro so estticos. Nosso eu social pode, estreitar-se ou dilatar-se.3. O terceiro conceito o de campo social. Para Lewin o campo social uma totalidade dinmica, constituda por entidades sociais coexistentes, no necessariamente integradas entre elas. Podem existir no interior de um mesmo campo social grupos, subgrupos, indivduos separados por barreiras sociais ou ligados por redes de comunicaes. O que caracteriza antes de tudo um campo social, so as posies relativas que nele ocupam os diferentes elementos que o constituem. Estas posies so determinadas tanto pela estrutura do grupo como por sua gnese e dinmica. O campo social, para Lewin, uma gestalt, isto , um todo irredutvel aos subgrupos que nele coexistem e aos indivduos que ele engloba. A partir deste conceito, Kurt Lewin elabora suas primeiras hipteses sobre a dinmica dos pequenos grupos. A primeira hiptese que o grupo constitui o terreno sobre o qual o individuo se mantm. Ele j havia formulado esta hiptese tentando preconizar o que deveria ser a pedagogia do jovem minoritrio. Segundo os casos, o terreno pode ser firme, frgil, mvel, fluido ou elstico. Sempre que uma pessoa no consegue definir claramente sua participao social ou no est integrada em seu grupo, seu espao vital ou sua liberdade de movimento no interior do grupo sero caracterizados pela instabilidade e pela ambiguidade. Em segundo lugar, o grupo para o individuo um instrumento. Ou seja, o individuo mais ou menos conscientemente utiliza o grupo e as relaes sociais que mantm em seu grupo como instrumentos para satisfazer suas necessidades psquicas ou suas aspiraes sociais. Em terceiro lugar, o grupo uma realidade da qual o individuo faz parte, mesmo aqueles que se sentem ignorados, isolados ou rejeitados. A dinmica de um grupo tem sempre um aspecto social sobre os indivduos que o constituem. Nenhum membro dela escapa totalmente. Finalmente, o grupo para o individuo um dos elementos ou determinantes de seu espao vital. no interior de um espao vital, desta parte do universo social que lhe livremente acessvel que se desenvolve ou evolui a existncia de um individuo. E o grupo um setor deste espao. A adaptao social, em concluso, consistiria, segundo Lewin em concluir esta superao em atualizar suas aspiraes e suas atitudes, em atingir seus objetivos pessoais sem nunca forar nem romper os laos funcionais com a realidade coletiva ou o campo social em que o individuo se insere e que constitui o fundamento de sua existncia.Lewin deduz que a postura (e conduta) de todo individuo em grupo determinante, determinada de uma parte pela dinmica dos fatos e de outra pela dinmica dos valores que percebe em cada situao. Ora, para ele, o campo de foras que se destaca da interao dos fatos e dos valores depende de trs coisas: tendncias do eu concebidas como a maneira nica pela qual cada individuo percebe cada instante presente em funo de seu passado pessoal. Suas percepes neste plano so condicionadas por sua sensibilidade geral, as orientaes fortuitas de seu ser so capacidades de ateno afetadas ou estimuladas por seus estados nervosos e suas preocupaes materiais e morais. Acrescentam-se a estas tendncias do eu as tendncias do superego, que apresentam os imperativos da sociedade, tais quais foram interiorizados pelo individuo. Um terceiro determinante a prpria situao social, concebida como um conjunto dos fragmentos do universo social com os quais ele est em estado de interdependncia. As tendncias do eu e do superego constituem, para Lewin a dinmica dos valores enquanto a dinmica dos fatos nos dada pela situao social.

Mudana social e controle social so para Lewin conceitos indissociveis.

Ou os grupos no sentem nem experimentam nenhum desejo, nenhuma aspirao a evoluir, a mudar. o caso de todos os grupos conformistas que se comprazem nas percepes estereotipadas da situao social e cujas atitudes coletivas e comportamentos de grupos so determinados e condicionados por preconceitos. Para diagnosticar estes casos, Lewin recorre ao termo constncia social. No constitui mais uma dinmica de grupo, mas uma esttica de grupo, de tal modo as estruturas formais absorveram ou anularam em uma estratificao cristalizada as dimenses funcionais destes grupos.

A mudana social tem pouca ou nenhuma possibilidade de se operar de tal modo o status quo valorizado. No caso presente, a mudana social iniciada e deseja pelos elementos no conformistas do grupo. Mas estes ltimos encontram resistncias da parte dos membros do grupo que tem interesses investidos no status quo. Os elementos conformistas freiam ou tentam contrariar as tentativas de mudana. Suas manobras so geralmente clandestinas e tendem a criar climas de grupo que tornam as transformaes sociais provisoriamente impossveis, de modo a no comprometer seus privilgios adquiridos. No caso presente, os elementos conformistas esto em minoria, as mudanas sociais no se operam seno lentamente e na superfcie, em caso de suas resistncias mudana.

Lewin menciona o caso dos grupos no conformistas no interior dos quais a totalidade ou a maioria dos membros experimenta e sente uma inclinao para a mudana. Nestes grupos, as percepes de grupo, as atitudes coletivas, os comportamentos de grupo so polarizados por uma aspirao dos membros em crescer e em superar a si mesmos como grupo. Nestes grupos as estruturas formais so flexveis e funcionais. Elas favorecem entre eles relaes interpessoais, laos de interdependncia e interaes cada vez mais dinmicos.O fator determinante que tornar possvel a mudana social, ser sempre o clima de grupo dominante. Ora, o clima de um grupo, descobre ento Lewin, sempre determinado pelo tipo de autoridade que nele se exerce. Da porque enuncia Lewin, modificar as atitudes coletivas ou produzir uma mudana social consistente, na quase totalidade dos casos, em introduzir um novo estilo de autoridade ou uma nova concepo do poder.Lewin preconiza que, atravs de um diagnostico e deste domnio do grupo, chegar-se- a um controle mais funcional das atitudes do grupo. O objetivo estratgico a atingir inicialmente tornar grupos e subgrupos conscientes e lcidos da dinmica inerente situao social em evoluo.

Lewin descobriu que a produtividade de um grupo e sua eficincia esto estreitamente relacionadas no somente com a competncia de seus membros, mas com a solidariedade de suas relaes interpessoais.

Teoria das necessidades interpessoais. Com este conceito Schutz pretende especificar o seguinte: os membros de um grupo no consentem em integrar-se seno a partir do momento em que certas necessidades fundamentais so satisfeitas pelo grupo. Estas necessidades, para Schutz, so fundamentais porque todo ser humano que se rene em um grupo qualquer as experimenta ainda que em graus diversos. Por outro lado, estas necessidades so interpessoais no sentido de que somente em grupo e pelo grupo elas podem ser satisfeitas adequadamente.

Schutz consegue identificar como fundamentais trs necessidades interpessoais. A necessidade de incluso, a de controle e a de afeio. A necessidade de incluso a necessidade que experimenta todo membro novo de um grupo em se perceber e se sentir aceito, integrado, valorizado totalmente por aqueles aos quais se junta. Tentar tambm verificar seu grau de aceitao, procurando provas de que no ignorado, isolado ou rejeitado. Os indivduos menos socializados procuram integrar-se ao grupo adotando atitudes de dependncia, sobretudo em relao aqueles membros que possuem um status privilegiado, o caso dos grupos socialmente infantis. Por outro lado, aqueles que no superaram a fase da revolta tpica da adolescncia, tentam impor-se ao grupo com atitudes de contra-dependncia e forar assim sua incluso no grupo. Enfim, os indivduos melhor socializados, segundo Schutz, so os nicos que encontram em suas relaes interpessoais cada vez mais positivas, uma satisfao adequada sua necessidade de incluso, adotando para com os outros membros do grupo, atitudes ao mesmo tempo de autonomia e de interdependncia.Necessidade de controle: a necessidade que experimenta cada novo grupo de se sentir totalmente responsvel por aquilo que constitui o grupo, suas estruturas, atitudes, objetivos, seu crescimento, seus progressos.

Necessidade de afeio: Consiste em querer obter provas de ser totalmente valorizado pelo grupo. o concreto desejo de todo individuo em grupo em ser percebido como insubstituvel no grupo.A comunicao instrumental sempre utilitria e comporta sempre segundas intenes. A troca com o outro procurada, preparada e estabelecida para fins de manipulao, mais ou menos confessveis. Esto neste caso as mensagens publicitrias ou ainda os slogans da propaganda poltica. Na comunicao consumatria, o outro percebido como um sujeito ao encontro de quem se vai e com quem se deseja comunicar; na comunicao instrumental, o outro percebido como um objeto a explorar, a seduzir ou a enganar com o objetivo de assegurar certos ganhos e satisfazer alguns interesses.

Algumas implicaes podem desde logo serem destacadas sob forma de teoremas:

1. Quanto mais o contato psicolgico se estabelece em profundidade, mais a comunicao humana ter possibilidades de ser autntica.

2. Quanto mais a expresso de si conseguir integrar a comunicao verbal e a no verbal, mais a troca com o outro ter condies de ser autntica

3. Quanto mais a comunicao se estabelecer de pessoa a pessoa para alm dos personagens, das mscaras, dos status e das funes, mais ter possibilidade de ser autntica

4. Quanto mais as comunicaes intra-grupo forem abertas, positivas e solidrias mais as comunicaes inter-grupos tero possibilidade, em conseqncia, de serem autnticas e de no servirem de evaso ou de compensao a uma falta de comunicaes internas em seu prprio grupo

5. Quanto mais as comunicaes humanas forem consumatrias (encontros de sujeitos a sujeito), menos elas sero instrumentais (manipulaes do outro) e mais possibilidades tero de se tornarem alocntricas e autocntricas.

Quanto mais forem espontneas as vias de acesso ao outro e menos formais os canais de comunicao, mais a comunicao com ele tm possibilidade de tornar-se adequada e autntica.

Componentes essenciais na comunicao. O emissor aquele que toma a iniciativa de comunicao. Ele deve ser capaz de perceber quando, em que e como o outro lhe acessvel. O receptor aquele a quem se dirige a mensagem. Ele a captar na medida em que estiver psicologicamente sincronizado e sintonizado com o emissor. As leis psicolgicas que fazem de um individuo ao longo de uma comunicao, um receptor adequado so, de inicio, as leis da motivao, em seguida da percepo e enfim as leis da impresso. A mensagem constitui o contedo da comunicao. Se ela consiste unicamente numa informao, ento trata-se de uma mensagem ideacional. Se, por outro lado, ela exprime um sentimento ou um ressentimento, trata-se de uma mensagem afetiva. Conforme se trate de uma mensagem positiva ou negativa, estar carregada de ternura ou agressividade. Ela pode acumular tanto elementos intelectuais quanto afetivos. A mensagem nesse caso chamada vital, pois quer transmitir uma informao de importncia vital pelo receptor. O cdigo constitudo pelo grupo de smbolos utilizados para formar a mensagem de tal modo que ela faa sentido para o receptor. A linguagem, escrita ou oral, sem duvida o cdigo mais utilizado. Mas, a msica, pintura, escultura, dana, mmica, o teatro, cinema, so outros cdigos que transmitem mensagens. Destaque ou camuflagem: consiste no conjunto das decises que o emissor deve tomar, antes de entrar em comunicao, quanto ao contedo da mensagem e ao cdigo utilizado. Cabe a ele decidir o modo de apresentao, a totalidade afetiva, a ordem e a apresentao da mensagem.Quando a comunicao completamente interrompida, h bloqueio. Ao contrrio, quando no comunicada seno uma parte do que os interlocutores sabem, pensam ou sentem, a comunicao subsiste mais acompanha-se de filtragem. Bloqueios ou filtragens podem ser provisrios: certos autores falam de pane, bruma, nebulosidade, queda de visibilidade entre emissor e receptor ou de rudo.

Seis possveis fontes de bloqueios e de filtragens, comuns a toda comunicao humana foram identificadas.

1. Do lado do emissor, os bloqueios ou as filtragens podem ser devido a inibies interiores.

2. O emissor pode tambm experimentar bloqueios e filtragens em suas comunicaes por razes extrnsecas. Assim, pode sentir-se constrangido a permanecer em silencio a no falar seno com reticncia e circunspeco em virtude de tabus exteriores (proibies coletivas, censuras ou presses de grupo). O emissor percebe quais so os temas permitidos, tolerados e os proibidos.3. No que se refere ao cdigo, os bloqueios ou filtragens podem ocorrer por causa das diferenas culturais

4. Do lado do receptor, h bloqueios ou filtragens quando ele no capta ou capta mal as mensagens que lhes so endereadas.5. Excepcionalmente o receptor pode conhecer estados de alienao, seja pelo fato de estar absolvido por uma alegria intensa que o cumula, seja por se sentir invadido por uma forte angustia, torna-se ento incapaz de perceber as mensagens que lhe so dirigidas. Est perturbado emocionalmente, no compreende, no escuta.

6. O receptor, em funo do contexto cultural em que se socializou, ter-se tornado exclusivamente sensibilizado para a comunicao verbal, a ponto de no captar ou captar as mensagens no verbais que lhe so dirigidas.

A distncia social um fenmeno inter-grupo. O outro mantido uma distncia intransponvel, por pertencer a um outro grupo diferente. Pode tratar-se, segundo os casos, de diferenas culturais, diferenas de classe, de afastamentos seja de nveis educacionais, seja de nveis escolarizao (intelectuais). A distncia social, alm de ser o resultado de um processo de despersonalizao do outro, resulta sempre de uma percepo vertical do outro, segundo o sistema de valores que prevalece no meio, certas funes sociais ou atividades humanas so valorizadas.

O autoritrio atingido pela fobia do outro. Ele no pode aceitar nem tolerar que os outros sejam diferentes dele. Toda diferena no outro, diferena de idade, sexo, cultura ou de religio o perturba. Mas, como explicar semelhante deteriorao do sentido social? Pesquisas recentes mostraram o que constitui um paradoxo, que o autoritrio um conformista; ao contrrio do psicopata, que um asocial, que um anti-social. O autoritrio um gregrio, cuja socializao no se realizou totalmente. O autoritrio nunca atingiu o nvel do altrusmo. Seu conformismo social traz seu medo do outro, seu pnico dos mais fortes. Ele no , como no adulto social, a expresso de seu respeito pelo outro. Passivamente, o autoritrio conforma-se com todas as presses sociais. Ele adota espontaneamente os mitos e esteretipos desta sociedade. Em grupo, constitui um elemento esttico, favorece a cristalizao, petrificao das estruturas sociais. O autoritrio revela-se como um ser em quem os instintos de simpatia no triunfaram dos instintos de defesa. Seu medo do outro no fundo um medo de si. Ele se recolhe, isola-se e se recusa a todo contato, troca, por causa do vazio de sua vida. incapaz de doar ao outro, porque no tem nada a dar. Camufla sua impotncia com sua aparncia de agressivo, arrogante, intratvel com o outro. Para chegar ao altrusmo, o homem deve liberar-se dessa falsa obsesso que s aqueles que nos parecem semelhantes nos so prximos e que para serem fraternais conosco os outros devem ser idnticos a ns.Como traduzir T-group? Alguns autores sugeriram grupos de diagnsticos outros, grupo centrado sobre si mesmo. De nossa parte, preferimos a expresso grupo de formao, de modo a dissociar dinmica dos grupos e terapia dos grupos. Literalmente, o termo T-group deveria ser traduzido por grupo de treinamento, mas a expresso grupo de formao nos pareceu menos equivocada.Kurt Lewin apontou trs objetivos para uma aprendizagem em relaes humanas:

1. Oferecer aos principiantes uma experincia em grupo restrito, nico contexto no interior do qual as relaes humanas de todos os membros podem se estabelecer sobre uma base interpessoal;2. Oferecer aos participantes uma experincia de grupo concentrada sobre a comunicao humana e suas exigncias de autenticidade;

3. Oferecer aos participantes uma experincia de grupo durante a qual suas relaes com as figuras de autoridade poderiam evoluir e tornar-se mais autnomas, como assinalamos antes os conflitos com a autoridade so considerados por Lewin a fonte mais freqente de bloqueios na comunicao no interior de grupos.

O grupo de formao deve conseguir sensibilizar os participantes para relaes interpessoais e assim torn-los conscientes dos processos psicolgicos em jogo no funcionamento dos grupos.

Estruturas extrnsecas:

a) Quanto a durao, uma experincia em grupo de formao deve comportar um mnimo de 20hs de sesses, sendo o ideal 40hs;

b) Quanto ao numero de participantes, um grupo de formao deve contar o mnimo de 10 e mximo de 20, sendo o ideal de 12 a 15;

c) Quanto composio dos participantes, as pessoas sobre este ponto estabeleceram que quanto mais heterogneo o grupo, maiores as possibilidades de aprendizagem. Quanto mais diferentes os tipos de trabalho e de vida dos participantes, mais lentamente decorre a experincia, mas, por outro lado, h mais possibilidades para que o clima de grupo favorea as comunicaes abertas e confiantes entre os participantes. d) Quanto ao contexto espao-temporal da experincia, importante que seu inicio e termino sejam previstos, que os momentos e a durao de cada sesso sejam fixados, que a experincia seja vivida em um mesmo lugar determinado e reservado ao grupo para a durao inteira da experincia.O grupo de formao no tem tarefas a realizar, no grupo de discusso com temas a explorar, problemas a resolver ou debater. Os participantes so convidados e tm todos um status de igualdade. Devem deixar cair suas mscaras e personagens que a sociedade os obriga a representar na vida real. No esto submetidos a nenhuma autoridade, nem so pressionados por prazo. Devem aproveitar do espao sua maneira. Devem comunicar-se de pessoa a pessoa, e no de personagem a personagem.

Os profissionais responsveis pela experincia devem ser dois de preferncia, pela maior parte dos autores. Devem recusar-se a representar papis de: leadership (lder do grupo), no delegando tarefas e nem sugerindo temas de discusso; conselheiro do grupo, no orientando o grupo e nem evitando seus tropeos, necessrios a sua evoluo; agente de informao para o grupo, interferindo com exposies tericas.

Os responsveis pela experincia devem assumir papis: catalisador, respeito aos ritmos de cada um, abertura e acolhimento a toda tentativa de expresso de si, de aceitao das dificuldades que sentem alguns participantes. Os catalisadores criam clima de confiana entre os participantes, e logo ensinar a prtica de liberdade de expresso no respeito ao outro. Deve tornar-se a conscincia e a memria do grupo, refletindo sobre as fontes de bloqueio e filtragem, por exemplo, que os atrapalham a estabelecer comunicaes autnticas. O papel de agente de formao por uma presena profissional nos esforos, aspiraes e motivaes dos participantes para crescer no plano de suas relaes interpessoais, favorecendo uma atualizao de si. necessrio qualidade de presena verbal e no verbal a cada um dos participantes, para tornarem-se modelos de autenticidade interpessoal.

A primeira etapa a transpor na aprendizagem da autenticidade a objetivao de si ou, mais exatamente, a objetivao da imagem de si. Uma fonte constante de nebulosidade nas comunicaes com o outro a distncia e a diferena entre a imagem que algum tem de si e a imagem que os outros tm dele.

Ser autntico com o outro inicialmente ser autntico, verdadeiro consigo mesmo. Objetivar a imagem que o individuo tem de si, no consiste em retific-la, corrigi-la, mas revelar ao outro o eu profundo, autntico que ele acaba de descobrir. A objetivao deve tender aceitao incondicional de si.

A segunda aprendizagem quele que aspira a relaes mais autnticas com o outro objetivar-se a respeito do outro, conhecer a que ponto suas percepes do outro so objetivas e seletivas. Para conseguir ver o outro de modo diferente, ser preciso ter a possibilidade de questionar suas imagens estereotipadas sobre o outro.

No somente as percepes deixam de ser subjetivas, mas as atitudes fundamentais a respeito do outro encontram-se transformadas. As comunicaes com o outro, de formais e convencionais que eram, tornam-se espontneas e naturais. A passagem do plural ao singular, graas a objetivao em relao ao outro, completa-se geralmente do impessoal ao pessoal, pela aprendizagem de modos de comunicaes que permitem tornar-se atento e presente ao que constitui no outro seu eu autntico.

A aprendizagem da autenticidade nas relaes interpessoais comporta uma terceira etapa que a aprendizagem da transparncia, uma atitude adquirida. Alguns seres a ela esto mais predispostos que outros, por tendncia inata. uma abertura espontnea ao outro. a adequada expresso de si, tudo o que pensado e sentido verbalizado. Ao contrrio, o preconceito consiste sempre em recolhimento sobre si e um fechamento profundo ao outro.

Ser transparente chegar a ser capaz de ser congruente e consonante o que comunicado ao outro. O receptor no percebe nenhuma dissonncia no que transmitido como mensagem, entre o que o emissor diz e entre o que pensado ou sentido por ele. H consonncia entre a expresso de si e seu eu autntico.

Despojar-se de seus mitos e de seus esteretipos, libertar-se de seus preconceitos, renunciar a atitudes obstinadas e defensivas a respeito do outro permite ao homem tornar-se transparente ao outro, revelar-se aquilo que constitui seu modo de ser, apresentar uma imagem fiel de si. A transparncia ao outro torna possvel da parte dele a empatia.

A ltima etapa deste processo da aprendizagem da autenticidade interpessoal a aceitao incondicional do outro. Estas 5 etapas no se constituem de modo sucessivo. Aceitar o outro incondicionalmente consiste em aceitar que cada ser humano seja nico em suas aspiraes atualizao de si e em suas capacidades de superao; aceitar que cada homem possua seus ritmos prprios e modos prprios de superar-se e atualizar-se.

Para atingir um grau to completo de alocentrismo, necessrio libertar-se de todo mito igualitarista, to enraizado nas culturas ocidentais.