Manchete Online #6

38
Ano I • Edição 006 • março de 2011 Pega no balanço da

description

O fim. Temido por uns, esperado por outros. Uma eterna briga entre razão e sonho, que nos afeta há muito tempo. Manchete, a revista única.

Transcript of Manchete Online #6

Page 1: Manchete Online #6

Ano I • Edição 006 • março de 2011

Pega no balanço da

Page 2: Manchete Online #6
Page 3: Manchete Online #6

Algumas coisas nada mudam.Outras vivem em constante evolução.

em breve

Page 4: Manchete Online #6

índ

ice

Revista Manchete04

Releituras de uma velha lenda: O Fim

Page 5: Manchete Online #6

Raphael Diaz | PresidenteLuan Borges e Natália Branco | Vice-presidentes

PROJETOS E LOGÍSTICARaphael Diaz | Presidente ExecutivoLuan Borges e Natália Branco | Conselho EditorialLuan Borges | Diretor de Planejamento e ControleNatália Branco | GerenteRaphael Diaz | Diretor-geralNatália Branco | Diretora Núcleo CinemaPaulo Victor | Diretor Núcleo Séries

PROJETO EDITORIALRaphael Diaz | Editor-chefeLuan Borges | EditorRaphael Diaz e Natália Branco | Editores de ArteRaphael Diaz e Luan Borges | DesignerRaphael Diaz | Revisão

CONTATO PUBLICITÁRIORaphael Diaz - [email protected]

Ivan Santos Junior e Talita Amorim | Colaboraram nessa edição

[email protected]

@MancheteOnline

© Manchete Online - 2011 - Todos os direitos reservados - É proibida a reprodução do conteúdo desta revista em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem prévia autorização da revista Manchete Online.

Todas as imagens utilizadas nessa revista são originárias de sites externos e a Manchete Online não reivindica nenhum crédito para si, a não ser que especificado. Se você (ou sua empresa) possui os direitos de alguma imagem e não quer que ela apareça aqui, favor entre em contato e ela será removida imediatamente.

Não possuímos nenhum vínculo (pessoal ou profissional) com quaisquer integrantes da família Bloch ou semelhantes, sendo nosso trabalho inteiramento uma homenagem.

06 Carta do Editor

07 Outro Olhar

14 Manchete em Cena

16 35mm

26 Momento €conomico

28 Especial Entrevista

36 Instante e Poesia

Page 6: Manchete Online #6

Editor-Chefe

12 de março de 2011

uando começamos, era apenas um projeto qualquer. Uma brincadeira pra passar tempo. Tempo que nós, quatro jovens, tinhamos de sobra... Mas o tempo passou, e chegamos aqui, na derradeira edição final. Não! Não desistimos de escrever. Só achamos que o tempo das homenagens passou. Não sei ao certo se essa é uma boa decisão, mas eu não costumo duvidar da minha intuição. Muitos nos xingaram. Pois é... Pasmem! Em pleno século XXI ainda tem gente que se acha dono do mundo e de todos e acima da tão temida “liberdade de opinião”. À você, minha querida, tenho apenas um muito obrigado. Seus cutucões serviram pra que eu, diferente de você, crescesse. NUnca tive medo das críticas, pois elas nos ensinam aonde estamos errando. Bom, doeu, confesso. Não quero abrir mão de algo que não é meu, mas que ao mesmo tempo fez parte da minha história nesses últimos meses. Não tenho muito o que dizer antes que desista de escrever essa última carta como editor da Manchete. Só me resta agradecer à Natália, pela paciências nas cobranças ds matérias; ao Paulo Victor, à Nayra, ao Valber... Quem diria que nós, que nascemos em três, chegaríamos à uma equipe de meia dúzia. Bom, ao Luan eu tenho mais que uma dívida de vida, uma dívida de alma. Quanto ele me escutou, me aturou e mais além. varou madrugadas escrevendo, pesquisando e me aturando mais um pouco (sim, eu consigo ser MUITO chato). Meus agradecimentos também à quem passou por essas páginas nesses seis meses. Não daria pra listar todo mundo. Só me resta dizer que o que fiz foi de coração. Não morremos, apenas hibernamos. Logo logo renasceremos das cinzas, tal qual a lenda da Fênix Eu deixo com vocês a última e derradeira edição da Manchete, a revista única!

Q

ca

rta

do

ed

ito

r

Revista Manchete06

Page 7: Manchete Online #6

05Manchete Online 07Revista Manchete

ou

tro

olh

ar

Fiz uma vez uma receita de viver... Viver é expandir, iluminar. Viver e derrubar barreiras entre os homens e o mundo. Compreender. Saber que, muitas vezes nossa jaula somos nós mesmos, que vivemos polindo as nos-sas grades, ao invés delas nos libertar-mos. Procuro descobrir nos outros sua dimensão universal, única. Sou co-letivo. Tenho o mundo dentro de mim. Um profundo respeito humano. Uma enorme respeito à vida acredito nos homens. Até nos vigaristas. Procuro desenvolver um sentido de identifica-ção com o resto da humanidade. Não nado em piscina se tenho o mar. Por respeitar cada ser humano, em todos os cantos da terra, e por gostar de gen-te - gostar de gostar - é que encontra em cada indivíduo o reflexo do univer-so. As pessoas chamam de amor ao amor-próprio. Chamam de amor ao sexo. Chamam de amor a uma porção de coisas que não são amor. Enquan-

to a humanidade não definir o amor, enquanto não perceber que o amor é algo que independe da posse, do ego-centrismo, da planificação, do medo de perder, da necessidade de ser cor-respondido, o amor não será amor. A gente só é o que faz aos ou-tros. Somos conseqüência dessa ação. Não fazer me deixa extenuadão. Talvez a coisa mais importante na vida seja não vencer na vida, não se realizar. O homem deve viver se reali-zando. O realizado botou ponto final. Não podemos viver, permanentemen-te, grandes momentos. Mais podemos cultivar sua expectativa. Acredito em milagres. Nada mais miraculoso que a realidade de cada instante. Acredito no sobrenatural. O sobrenatural seria o natural mal expli-cado, se o natural tivesse explicação. Enquanto o homem não marcaram um encontro consigo mesmo, verá o mun-do com prisma deformada e construirá um mundo, em que a lua terá priorida-de. Um mundo de mais lua que luar. •

Receita de viverpor Adolpho Bloch

Page 8: Manchete Online #6

Revista Manchete08

do

ss

iê m

an

ch

et

e

Religião ou pura ciência, o fim é até hoje uma incógnita temidapor uns e desejado por tantos outros. Tudo na vida

(e até fora dela) tem um ponto final. Será?

acaso?Fimou meropor Luan Borges • colaboração Talita Amorim

Page 9: Manchete Online #6

09Revista Manchete

acaso?Fimou mero

Page 10: Manchete Online #6

Revista Manchete10

do

ss

iê m

an

ch

et

e Esta é a sexta edição. Seis meses de trabalho, doação e dedicação. Meio ano onde toda a nossa equipe vestia Manchete, respira-va Manchete, sonhava Manchete e só pensava Manchete. Seis meses e uma polêmica: o nosso nome. Não foi nem uma, nem duas pessoas que chegou pra gente e falou: “Isso não vai dar pro-blema?”. E a nossa resposta sempre foi a mesma: “Não sabemos”. Agradecemos a preocupação, mas a nossa intenção sempre foi homenagear a Manchete. A Manchete de Adolpho Bloch. A revista mais importante da última metade do último século. E nosso dever foi cumprido. Fo-ram seis edições honrando o nome Manchete e resgatando o legado de Adolpho Bloch. Mas não estou aqui escrevendo para cair em lágrimas. Estou aqui pra contar como fo-ram esses seis meses de Manchete. Como tudo começou, como tudo andou, e como tudo ter-minou. Era julho, quando Raphael Diaz, editor-chefe desta publicação, me chamou para refa-zer a Manchete. A minha reação foi a mesma de várias outras pessoas: “Mas isso não vai dar problema?”. Todo mundo durante a vida tem

que tomar decisões importantes: sensatas ou loucas. Mas, para uma vida mais interessante, as loucas são as melhores. A vida é feita de ciclos. Um ano que se termina, e imediatamente começa outro. A difí-cil missão da separação que o fim obriga. A dor do “adeus”. O fim não passa de um mero deta-lhe no ciclo da vida. O fim é apenas um meio entre dois mundos, duas fases, duas eras. O fim é apenas a certeza daquilo que começa, assim como a morte é a única certeza da vida. Por mais comum que seja o fim em nos-sas vidas, nunca sabemos como lidar com ele. Seja o fim da nossa banda favorita, da nossa novela favorita, da nossa pessoa favorita. O fim choca. O fim entreistece. O fim de um namoro, que você achava ser para sempre, parece ser o fim do mundo. Mas, no fim das contas, você vê que não era tudo aquilo, e parte pra outra.

Quando começou

Foi quando eu topei o projeto. Reunimos uma boa galera: Natália Branco (vice-presidente e responsável pela coluna “Manchete Cinema”),

Page 11: Manchete Online #6

11Revista Manchete

Paulo Victor (dono do site Séries no PC e res-ponsável pela coluna “TV em Linhas”) e, mais recentemente, Válber Marcelino (responsável pela coluna “Momento €conômico”). Durante essas seis edições, muita gente boa colabo-rou com a gente, e pelas nossas capas já pas-saram fenômenos do Twitter, como Maysa (@meumundocaiu), Miranda (@mirandaprestly) e Paola Bracho (@paolapoder), além de matérias jornalísticas, como “É a vez do salto-alto ou da gravata?”, sobre o segundo turno eleitoral, e “2011 - o ano das realizações”, com as previ-sões de artistas pela Madame Alya Amaya. Nosso trabalho não ficou restrito a re-vista. No nosso Twitter, realizamos grandes coberturas, sempre marcadas por hastags: #Eleições2010, #Teleton2010, #AtaquesRJ, #ChuvasRJ, #ChuvasSP, #ChuvasMG, e, a nos-sa última grande cobertura, #ApagãoNE, todas trazendo informações em primeira mão, antes dos grandes portais de notícia. A Manchete também foi uma revista aberta para o público, o que gerou a coluna “Outro Olhar”, que nasceu na terceira edição. Textos escritos por leitores e convidados, um

por cada edição. Pela Outro Olhar, já passaram Marina Nascimento (“Escrever é uma arte, es-colher o tema faz parte...”, na edição #3), Lisân-gela Lúcia (“O professor é uma ferramenta para transformação...”, na edição #4) e Lucas Rafhael (“O amor banalizado”, na edição #5). A nossa Manchete também foi a Man-chete das grandes reportagens. Já na primeira edição, a marca da opinião pode ser vista nas matérias “O homem que acabou com o Jor-nal do Brasil” e “O futuro do Jornal do Brasil e do jornal no Brasil”, até a última edição, com a matéria “Alô?”, uma investigação feita sobre as irregularidades do callTV “Quiz TV”, que reper-cutiu em diversos sites. E quando poderiam pensar que três jo-vens, fãs de Adolpho Bloch, renasceriam a Man-chete com tanta qualidade e dedicação? Nos-sa missão foi cumprida. E é com essa sensação que dizemos: Conseguimos.

The end of the line

O fim. Esse momento temido por uns, aguardado por outros, mas inevitável, sempre

Page 12: Manchete Online #6

do

ss

iê m

an

ch

et

e

Revista Manchete12

despertou a curiosidade e o medo de todos. Afinal, o que é o fim? Uma simples separação entre um ciclo e outro. Uma forma de recome-ço. O fim de uma era. O fim de uma carreira. O fim de um império. Na história da humani-dade, o fim sempre foi sinônimo de recomeço. Como o fim do Império Romano, que formou o mundo como conhecemos hoje, como a Re-volução Francesa, que marcou o fim da Idade Moderna e o início da Idade Contemporânea, ou como Revolução Russa, que acabou com o império dos Czares, instaurou o regime comu-nista e a Era Soviética. A vida é feita de fins e recomeços. To-das as religiões procuram explicar o fim. O es-piritismo, diz que o fim da vida é apenas um recomeço para um outro plano, e que depois, reencarnamos e recomeçamos o ciclo da vida. E é assim que nos sentimos. Quando um ciclo da nossa vida se encerra, tentamos começar outro, andar por novos caminhos, respirar novos ares. Todos buscam e lutam para o fim de algo, visando um novo começo. Como os pro-testantes do Egito, que lutaram para o fim da

ditadura de Osnir Mubarak, para o começo de uma nova fase de democracia. Como os ma-nifestantes da Líbia, que lutam para o fim da ditadura de Muammar Kadafi, para o começo de uma era de libertação. O que marca o fim é a forma que ele acontece. Como o fim de herói, com Getúlio Vargas e seu célebre “saio da vida, para en-trar na história”. Como o fim desonrado, com Ronaldo, obeso, e o seu “o hipotiroidismo me venceu”. No final, o fim está sempre junto com o início. O “The End” estará sempre próximo do “Start”, e, porque não, do “Restart”. O fim dói, mas é sadio. O fim arde, mas é preciso. O fim existe, e precisa ser vivido. O fim faz parte, para que exista um começo. O fim não passa de um caminho. Como a lenda da Fênix, que ressurge das cinzas, bela e maravilhosa, pronta para um novo começo. É esse legado que a Fênix deixa para o fim: o começo. Acaba sendo a mesma coisa. O fim é o começo. Não chore por um fim. Ele é apenas o começo. •

Page 13: Manchete Online #6

13Revista Manchete

“Toda a vez que assumimos responsabilidades no trabalho, mais fácil a vida se torna.

Tenho muito o que fazer.”

Adolpho Bloch18 de setembro de 1977

Page 14: Manchete Online #6

ma

nc

he

te

em

ce

na

Revista Manchete14

A Framboesa do Oscar 2011 por Natália Branco

Começo de ano é sempre o mesmo. Os even-tos mais esperados durante o ano acontecem nessa época. Férias, Carnaval, Globo de Ouro, Framboesa de Ouro e Oscar. Claro que cada evento é mais esperado por um grupo de pessoas. O carnaval é esperado pelos foliões, e a entrega de prêmios pelos cinéfilos. O Globo de Ouro, julgado por jornalistas, anuncia os favori-tos ao Oscar, o maior prêmio do ci-nema. Os filmes favoritos foram O Vencedor, A Rede Social, O Discurso do Rei, Cisne Negro, Minhas mães e meu pai. Os prêmios para atuação dramática foram justos. Colin Fir-th arrebentou em O Discurso do Rei, mostrando ser um ator versátil e Natalie Portman demonstrou ser absurdamente “bipolar” em Cisne Negro. Aos coadju-vantes, Melissa Leo, de O Vencedor, fez um ótimo trabalho ao lado de Christian Bale, do mesmo filme, que resolveu, fi-nalmente, mostrar que não faz somente papéis sem graças. David Fincher, conse-guiu o prêmio de Melhor Diretor e Me-lhor Filme por A Rede Social. Justo. Na Comédia, Minhas Mães e Meu Pai mostrou que não é só uma comédia dramática sem graça e recebeu o prêmio de Melhor Filme. Annette Bening mostrou que tem talento de sobra em Mi-nhas Mães e Meu Pai e ganhou o prêmio de Melhor Atriz. Igual-mente para Paul Giamatti, um ator completo, que conseguiu demonstrar seu talento em A Minha Versão do Amor e fez por merecer o prêmio de Melhor

Ator. Um dia antes do Oscar, há a entrega de

prêmios do Framboesa de Ouro, os piores do cinema. Mesmo com essa idéia cômi-ca, é interessante ver que ótimos atores também tem seus pontos fracos e óti-mas produções podem ser decepcionan-

tes. O elenco de Sex and the City 2 e Ashton Kutcher podem ser um su-cesso entre as mulheres, mas não convenceram pelo filme baseado no seriado homônimo e Par Per-feito / Idas e Vindas do Amor, res-pectivamente. Nem mesmo Jessica Alba e o galã das fãs de Crepúsculo, Jackson Rathbone escaparam. Ela

por vários filmes e ele por Eclipse / O último mestre do ar. Este último não convenceu nem os fãs do anime que foi inspirado, Avatar, e foi o Pior Filme de 2011. Filmes como Burlesque con-correu ao Melhor Filme e a Pior Atriz Coadjuvante graças a Cher. O evento mais esperado não foi muito diferente do Globo de Ouro. Co-lin Firth, Natalie Portman, Melissa Leo e Christian Bale ganharam os mesmos prêmios indicados no outro evento. Surpresas? Talvez pelas categorias Co-

adjuvantes, que poderia ter sido dife-rente. As únicas diferenças nas categorias

principais foram Melhor Filme e Melhor Diretor, que foram jus-

tos com O Discurso do Rei. Prêmios merecidos ou não, as entregas são sempre mais

esperadas, elogiadas e critica-das por todos que são cinéfilos

ou não. •

Page 15: Manchete Online #6

Globo de Ouro✦Melhor Filme DramaA Rede Social

✦Melhor Filme Comédia / MusicalMinhas Mães e Meu Pai

✦Melhor DiretorDavid Fincher (A Rede Social)

✦Melhor AtorColin Firth (O Discurso do Rei)

✦Melhor AtrizNatalie Portman (Cisne Negro)

Framboesa de Ouro✦Pior FilmeO Último Mestre do Ar

✦Pior DiretorM. Night Shyamalan (O Último Mestre do Ar)

✦Pior AtorAshton Kutcher (Par Perfeito / Idas e Vindas do Amor)

✦Pior AtrizSarah Jessica Parker, Kim Cattrall, Kristin Davis e Cynthia Nixon (Sex and the City 2)

Oscar

✦Melhor Filme DramaA Rede Social

✦Melhor DiretorTom Hooper (O Discurso do Rei)

✦Melhor AtorColin Firth (O Discurso do Rei)

✦Melhor AtrizNatalie Portman (Cisne Negro)

15Revista Manchete

Clique nos boxes para ver a lista completa

Page 16: Manchete Online #6

35

mm

Revista Manchete16

Page 17: Manchete Online #6

17Revista Manchete

O brilhoMaior

Page 18: Manchete Online #6

Revista Manchete18

35

mm

Page 19: Manchete Online #6

19Revista Manchete

Page 20: Manchete Online #6

Revista Manchete20

35

mm

Page 21: Manchete Online #6

21Revista Manchete

Page 22: Manchete Online #6

Revista Manchete22

35

mm

Page 23: Manchete Online #6

23Revista Manchete

Page 24: Manchete Online #6

Revista Manchete24

35

mm

Page 25: Manchete Online #6

25Revista Manchete

Page 26: Manchete Online #6

mo

me

nt

o €

co

no

ôm

ico

Revista Manchete26

Com o passar dos anos, a tecnologia alcançou patamares elevados, a especialização e a capa-citação do mercado de trabalho se tornaram indispensáveis e o homem (mão de obra técni-ca), infelizmente, foi substituído por máquinas ou por trabalhadores com um grau superior de conhecimento elevando-os à condição de desempregados. Como maneira fácil e ho-nesta de fugir do desemprego, essas pessoas se tornaram trabalhadores de rua (camelôs), para obter uns rendimentos mínimos, capa-zes de garantir-lhes uma vida digna. O subemprego é um ponto, segundo especialistas, entre o emprego e o desem-prego. Uma solução rápida encontrada pelo trabalhador para sustentar sua família. Co-nhecida também como trabalho informal. Muitas vezes esse subemprego ocorre devido a região não suportar o crescimento popula-cional, a intensa migração ou ainda a falta de políticas públicas de apoio ao trabalhador. O trabalho-oculto, o subemprego, já está inserido no âmago da nossa sociedade e hoje é tão comum no nosso dia-a-dia que a prática passa despercebida. Essa situação que deveria ser temporária acaba se tornan-do permanente quando o trabalhador não consegue retornar a economia formal, aquele que há o recebimento de salário mensal, car-teira assinada, gratificações, direito a férias, etc. ou porque a atividade informal lhe traz um rendimento superior ao seu último em-prego formal. O subemprego é responsável por não deixar "morrer de fome" uma fatia muito grande da população brasileira, apesar de gerar pouca renda per capita (fonte mera-mente empírica), é responsável por uma "ge-ração de empregos" percentualmente volu-mosa, digamos que, apesar de gerar "x %" da renda nacional, gera "5x %" em empregos - no

sentido de que, apesar da pouca rentabilidade, ocupa muita gente, não os deixando buscar ou-tros meios de sobrevivência, como o crime ou tráfico de drogas. Os prejuízos do subemprego para o tra-balhador se caracterizam na ausência de alguns

princípios que o Direito garante ao empregado formal, por exemplo, é o trabalho sem vínculos

A economia do subemprego

Page 27: Manchete Online #6

27Revista Manchete

ou benefícios fornecidos por uma empresa, sem carteira assinada, renda fixa e férias pagas. De qual forma poderíamos, governo e sociedade, reduzir o montante de trabalhado-res na informalidade? Incentivando os patrões

domésticos a assinarem carteira, fazendo pro-gramas positivos como a microempresa indi-

vidual, onde a pessoa regularia sua empresa e pode empregar mais uma pessoa: pagando a previdência e outros benefícios, e criação ou expansão de centros de qualificação técnica para aplicação de cursos de reciclagem ou ou-

tros, garantindo um aperfeiçoamento da mão de obra daquele trabalhador. É interessante diferenciar o subempre-go do trabalho autônomo e do profissional liberal. O trabalhador informal, inserido no subemprego, é o trabalhador de rua, o came-lô, o catador de papel, o vendedor de bala no sinal, o flanelinha, já o trabalhador autônomo o Direito lhe garante alguns benefícios, em-bora não tenha vínculo empregatício, o tra-balhador autônomo é o taxista, o cabeleirei-ro, pedreiro, costureira, entre outras; Alguns doutrinadores definem o profissional liberal como: “Todo aquele que desenvolve ativida-de específica de serviços, com independência técnica, e com qualificação determinada pela lei” entre eles, os médicos, dentistas, advoga-dos e o consultores - profissional que enten-de muito de um assunto e decide prestar ser-viços, geralmente solucionando problemas, tanto para empresas quanto para pessoas. Em dezembro de 2010, segundo o IBGE, o desemprego foi o menor desde março de 2002 alcançando um nível de 5,3%, totalizan-do cerca de 1,3 milhão de pessoas desocu-padas no Brasil. Este ano talvez esse cenário mude um pouco, e o desemprego volte a apresentar altas taxas, um ano de corte nos gastos públicos, aumentos do impostos e as elevadas taxas de inflação freiam a acelera-ção na economia, reduzindo a produção. Sem produção é difícil a geração de ren-da, se não está gerando renda, não tem como

gerar emprego. •

A economia do subempregopor Valber Marcelino

Page 28: Manchete Online #6

Revista Manchete28

es

pe

cia

l e

nt

rev

ist

a

Sucesso na internet, Salt Cover estreia no Comédia MTV em 2011por Luan Borges

Do para o Tubo

Page 29: Manchete Online #6

29Revista Manchete

Page 30: Manchete Online #6

es

pe

cia

l e

nt

rev

ist

a Tudo começou como uma brincadeira na internet. Igor C. Barros publicou no Youtube alguns ví-deos satirizando vinhetas da Rede Globo, em 2006. De lá pra cá, a Salt Cover acumulou muitos fãs e colaboradores. Em 2007, Daniel, conhecido com TVDNN, se juntou com Igor nessa brincadeira. Depois de uma breve pausa, de apenas dois anos, a Salt Cover volta como um canal oficial do Youtube. As sátiras aos grafismos das emissoras começaram a dividir espaço com sátiras em live-action. Programas que antes figuravam os vídeos da Cover começaram a aparecer, como o “Vai Você”, apresentado por Ana Maria Briga. Hoje, a Salt Cover conta com uma equipe de 7 pessoas, que se revezam entre roteiro, pro-dução, atuação e edição, e vem mais um projeto para o currículo desse pessoal de São Paulo e Santos: a partir de 2011, começam a produzir vinhetas do Comédia MTV, e fazer colaboração no roteiro. A Manchete traz uma entrevista exclusiva com a equipe da Salt Cover.

Revista Manchete ❖ Primeiro eu quero dizer que sou fã da Salt Cover desde os primeiros vídeos. Vocês fazem um trabalho sensacio-nal. Mas, me digam. De onde surgiu o nome Salt Cover?Salt Cover ❖ O nome surgiu quando o Igor, ainda criança, brincava com seu gravador e fa-zia imitações de um personagem evangélico infantil, chamado Salte (com e mesmo). Ele era o Salte cover. Os anos se passaram e aquelas brincadeiras se tornaram uma rádio que veio a ter o nome Salt Cover. O nome soava legal por ser composto como Rede Globo.

RM ❖ A história da Salt Cover é dividida em fases, mas qual é a data de nascimento da Salt Cover?SC ❖ Difícil precisar quando ela surgiuu já que ela nasceu e renasceu várias vezes, mas a fase atual começou em 25 de fevereiro de 2010 quando nós retornamos com os vídeos da Salt Cover em um único canal no Youtube.

RM ❖ O Igor já publicou no Youtube alguns vídeos da Salt Cover dos anos 90, muito an-tes até mesmo da popularização da internet. Ainda existem muitas ideias dessa época que estão esperando um remake?SC ❖ Sim, temos várias ideias para vídeos que estão engavetadas, como por exemplo, o pro-grama de teleperguntas ambientado nos anos 50 ou 60. Esse é um vídeo que temos muita vontade de realizar em breve.

RM ❖ A primeira fase da Salt Cover é de sá-

tira das vinhetas das emissoras, mas eis que, por uma frase, o Youtube os coloca em xe-que. Essa história foi resolvida ou vocês ain-da estão em ameaça?SC ❖ A história nunca foi resolvida, mas por outro lado, foi tudo uma grande falha de comu-nicação da época em que o Youtube ainda não tinha escritório no Brasil. O problema foi com a frase "I'll be back" que foi considerada pelo Youtube americano como utilização de direito autoral da Fox sem autorização. Mas isso são águas passadas. Hoje a Salt Cover é um bran-ding channel do Youtube e material nosso já foi para a capa do site como vídeo em destaque.

RM ❖ Mas eis que, depois de alguns anos sem atividade, a Salt Cover dá a volta por cima e começa a publicar vídeos mais bem produzidos, até em live-action. Como foi essa volta da Cover?SC ❖ A Salt Cover sempre foi um hobby, mas, depois de escurtamos por várias vezes que a ideia era bacana e que devíamos investir nas produções, nos convecemos que poderia ser uma boa coisa. A Monalisa (Monalisa Lopes, atriz da Salt Cover) foi uma das incentivadoras. Ela ajudou na produção do vídeo As Paulistanas (que gerou mais de 100.000 acessos no Youtu-be) e tem ajudado nos roteiros dos vídeos atu-ais. Aliás, os roteiros se tornaram uma grande preocupação nessa nova fase. Os vídeos ago-ra são muito bem pensados antes de serem feitos. Nossas produções ainda são feitas de forma amadora, apesar do salto de qualidade técnica dos últimos vídeos. A intenção é que »

Revista Manchete30

Page 31: Manchete Online #6

Igor C. Barros, criador da Salt Cover, ator, maestro e ilustrador. Nascido em São Paulo em 1976, Igor é editor de imagens profissional, locutor, produtor musical e cartunista.

Daniel (TVDNN), ator, roteirista e ilustrador. Nascido no Rio de Janeiro em 1983, TVDNN é formado em jornalismo, mas atua como ilustrador e designer profissional em uma emissora de TV emSão Paulo.

Monalisa Lopes, atriz e roteirista. Nascida em Santos em 1983, Monalisa Lopes é for-mado em jornalismo, atua como produtora de jornalismo em uma emissora de TV em Santos.

André Zamana, ator e colaborador. Nascido em São Paulo em 1982, André Zamana está se formando em jornalismo em 2011, atua como editor de imagens e ilustrador profissional.

Le Viotti, atriz. Nascida em Santos em 1990, Le Viotti é bailarina formada, atriz e estu-dante de Arquitetura e Urbanismo.

Patsy Pepper, produtora e roteirista. Nascida em São Paulo em 1977, Patsy Pepper cursa a faculdade de Sistemas de Internet.

Quem são eles?

31Revista Manchete

Page 32: Manchete Online #6

Revista Manchete32

es

pe

cia

l e

nt

rev

ist

a

Page 33: Manchete Online #6

33Revista Manchete

Page 34: Manchete Online #6

Revista Manchete34

es

pe

cia

l e

nt

rev

ist

a possamos fazer vídeo em formato wide a partir de agora.

RM ❖ Vocês, nessa nova fase, despertaram a atenção da mídia. O vídeo "As Paulistanas" chegou até a ser notícia na coluna do Flávio Ricco, se não me engano, e foi "ho-menageado", digamos assim, pelo extinto Casseta & Planeta. Como foi ver um grande colunista falan-do de vocês?SC ❖ Foi uma surpresa! Uma surpresa mesmo. Porque nós fizemos o vídeo sem grandes expectativas. De repente no primeiro dia, a contagem de exibi-ções estava em 12 mil acessos... Toma-mos até um susto. Parte se deve a uma campanha que fizemos no twitter para bombar um pouco o nome da Salt Co-ver e o vídeo. Para cada um que falava no seriado As Cariocas, mandávamos de volta uma mensagem convidando a pessoa a ver a sátira. Não sabemos até que ponto esse campanha influiu, mas pelo dados que temos, a exibi-ção do vídeo na capa do Youtube deu uma grande alavancada nos acessos e no quanto o público conhece a Salt Cover. Alguns dias após isso ficamos sabendo que o vídeo seria divulgado na coluna do Flávio Ricco, que escre-ve para mais de 40 jornais e diversos portais da internet. Foi um dia de ale-gria imensa! O resultado é que hoje, o vídeo As Paulistanas tem mais de 100.000 acessos! RM ❖ Vocês anunciaram que na temporada de 2011, vocês vão fa-zer as vinhetas do "Comédia MTV". Como é que vão ser essas vinhetas? Vão ser usando a marca Salt Cover?SC ❖ Primeiro de tudo, é um sonho se realizando! Nós fomos convidados para fazer a parte gráfica das sátiras do Comédia MTV. A temporada 2011 do programa vai ao ar em 15 de março e nós já estamos preparando algumas vinhetas e material para os primeiros episódios.

Sim, o nome da Salt Cover aparecerá no final do programa e, de vez em quando, algumas pro-duções que fazemos para o Youtube vão pintar dentro do Comédia. Vai ser sensacional!

RM ❖ A Salt Cover guarda alguns mistérios,

como o sobrenome de Igor C. Barros. Afinal, o que significa esse C?SC ❖ Como diz nosso locutor Dirceu Kabelo (sátira ao nome do locutor da Globo Dirceu Rabelo): "Os mistérios da Cover permanecem

Page 35: Manchete Online #6

35Revista Manchete

dentro da Cover"

RM ❖ A Salt Cover revelou alguns talentos, como é o caso da Monalisa Lopes, que vi-veu a "Estressada da Mooca" e a Ana Maria Briga. Uma dúvida que todos os telespecta-

dores da Salt Cover tem, é, onde nasceu Mo-nalisa Lopes?SC ❖ Monalisa Lopes é uma amiga do Daniel (conhecido como TVDNN). Ela sempre foi uma incentivadora dos vídeos da Salt Cover, até que

surgiu esse roteiro de As Paulistanas, fazendo a sátira do seriado As Cariocas. Ela topou fazer na hora e o vídeo foi o sucesso que foi. "Mona-lisa Lopes", que na verdade, é um pseudônimo, nasceu em Santos, no litoral do estado de SP.

RM ❖ Além dos vídeos do Comédia MTV, vocês planejam lançar mais ‘super-produções' para o Youtube?SC ❖ Bem, o nível das produções da Salt Cover subiu um pouco. Agora fa-zemos os vídeos em formato Wide e temos mais recursos de áudio do que tínhamos antes. Agora no final de ja-neiro, lançaremos um vídeo que será uma mega produção internacional! O que vem por aí? Ah, vocês terão que esperar para ver no site! (risadas)

RM ❖ Vocês têm um estilo muito parecido com o antigo TV Pirata. A fonte é mesmo essa?SC ❖ Sim, mas não é a única referên-cia. Temos muito do Saturday Night Live (programa americano de esque-tes que foi referência para a primeira fase do Casseta e Planeta). Também gostamos muito do estilo de jornalis-mo-humorístico que surgiu na década passada nos EUA com Jon Stewart e seu The Daily Show e também do ca-nal do Youtube de notícias falsas The Onion.

RM ❖ Além da Cover, o Igor já pu-blicou algumas animações como "Zicky Zira: O menino problema" e a sátira "Vergalhão Persa" - que, por sinal, não me canso de ver -, onde tudo era feito por animação. O próprio Igor já afirmou que a ani-mação é a sua paixão. Há chances de surgirem mais animações de Zi-

cky Zira na tela do Youtube?SC ❖ Sim, aliás, o Igor continua desenhando incansavelmente. Temos a ideia de fazer do Zi-cky Zira um seriado fixo. Mas esse é um plano para o futuro. •

Page 36: Manchete Online #6

ins

ta

nt

e e

po

es

ia

Amar o perdidoDeixa confundidoEste coração.

Nada pode o olvidoContra o sem sentidoApelo do Não.

As coisas tangíveisTornam-se insensíveisÀ palma da mão.

Mas as coisas findas,Muito mais que lindas,Essas ficarão.

MemóriaCarlos Drummond de Andrade

Revista Manchete36

Page 37: Manchete Online #6

37Revista Manchete

Page 38: Manchete Online #6

?a revista única