Manual ACTP-TAE

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Acompanhamento em Creche e Jardim-de-infncia tcnicas pedaggicasPercurso: Tcnico/a de Aco Educativa

Formadora: Ftima Soares 2010

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ndice Parte 1 - Introduo ________________________________ __________ 3 1.1. Mdulo................................ ................................ ............................. 3 1.2. Objectivo (s) ................................ ................................ ................... 3 1.3. Estrutura Programtica................................ ................................ ... 3 Parte 2 - Desenvolvimento ________________________________ _____ 5 2. 3. 3.1. 3.2. 3.3. 3.4. Educao Pr-escolar ................................ ................................ .... 5 Creches ................................ ................................ ........................... 5

O que a creche? ________________________________ __________ 5 Objectivos ________________________________ ________________ 5 Organizao dos espaos________________________________ _____ 6 Actividades e rotinas ________________________________ _______ 9 4. A criana e a creche ................................ ................................ .... 12

4.1. 4.2. 4.3.

Importncia da afectividade________________________________ _ 12 Adaptao da criana e da famlia creche ____________________ 12 Recepo da criana ________________________________ _______ 13 5. Jardim de infncia ................................ ................................ .. 13

5.1. 5.2. 5.3.

Objectivos ________________________________ _______________ 13 Organizao dos espaos________________________________ ____ 14 Actividades e rotinas ________________________________ ______ 17 6. A Criana e o Jardim de - infncia ................................ ........... 21

6.1. 6.2.

Processo de adaptao da criana ____________________________ 21 Observao da criana ________________________________ _____ 22 7. 8. 9. Relao da criana com educador de infncia .......................... 24 Relao do educador de infncia/criana/famlia ..................... 24 Relaes educador/Assistente de aco educativa/crianas/pais24

Parte 3 - Bibliografia________________________________ _________ 26

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Parte 1 - Introduo1.1. MDULO Acompanhamento em creche e jardim-de-infncia tcnicas pedaggicas Carga horria: 50 horas

1.2. OBJECTIVO (S) Reconhecer as principais tcnicas pedaggicas em creches e jardins-deinfncia; Identificar as atitudes e desenvolver as aces necessrias ao estabelecimento de relaes adequadas situao de creches e jardins -deinfncia.

1.3. ESTRUTURA PROGRAMTICA Contedos: 1. Creches o Objectivos. o Organizao dos espaos. o Actividades e rotinas. 2. A criana e a creche o Importncia da afectividade. o Adaptao da criana e da famlia creche. o Recepo da criana. 3. Jardim-de-infncia o Objectivos. o Organizao dos espaos. o Actividades e rotinas.

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4. A criana e o jardim-de-infncia o Processo de adaptao da criana. o Observao da criana. 5. Relao da criana com o educador de infncia. 6. Relao educador de infncia/criana/famlia. 7. Relaes educador/assistente de aco educativa/criana/pais.

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Parte 2 - Desenvolvimento2. EDUCAO PR-ESCOLAR A Lei-Quadro da Educao Pr-Escolar estabelece como princpio geral que a educao pr-escolar a primeira etapa da educao bsica no processo de educao ao longo da vida, sendo complementar da aco educativa da famlia, com a qual deve estabelecer estreita relao, favorecendo a formao e o desenvolvimento equilibrado da criana, tendo em vista a sua plena insero na sociedade como ser autnomo, livre e solidrio. 3. CRECHES 3.1. O QUE A CRECHE? uma resposta social, desenvolvida em equipamento, que se destina a acolher crianas de idades compreendidas entre os 3 meses e os 3 anos, durante o perodo dirio correspondente ao trabalho dos pais.

3.2. OBJECTIVOS Objectivos da creche: a) Proporcionar o bem-estar e desenvolvimento integral das crianas num clima de segurana afectiva e fsica, durante o afastamento parcial do seu meio familiar atravs de um atendimento individualizado; b) Colaborar estreitamente com a famlia numa partilha de cuidados e responsabilidades em todo o processo evolutivo das crianas; c) Colaborar de forma eficaz no despiste precoce de qualquer inadapta o ou deficincia assegurando o seu encaminhamento adequado. d) Criar um clima afectivo adequado; e) Proporcionar criana situaes idneas que possam permitir-lhe o desenvolvimento da sua inteligncia; f) Deixar a criana descobrir por si prpria; g) Potenciar a confiana da criana em si prpria e nas suas possibilidades; h) Ligao famlia/escola;

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i) Realizar um atendimento psicopedaggico no dia -a-dia, proporcionando um desenvolvimento emocionalmente seguro, sem substituir a famlia.

3.3. ORGANIZAO DOS ESPAOS Espaos da creche: trios, berrio, zona de higienizao, salas de actividades e de refeies, instalaes sanitrias, cozinha e anexos, gabinetes, outros espaos de apoio e de ar livre. Organizao dos espaos: trio de Acolhimento: Espao destinado ao acolhimento, de entrada e sada de todas as pessoas. Deve ser de fcil ligao aos outros espaos. trio de Servio: Espao destinado entrada dos alimentos e sada de lixo. Salas de Actividades e de Refeies: As salas de actividades destinam-se ao desenvolvimento de actividades ldicas/pedaggicas. A sala de refeies deve estar situada perto da cozinha. Berrio: Espao destinado s crianas entre os 3 meses e a aquisio da marcha. Deve ter uma sala de beros e uma sala-parque, com comunicao entre si. A sala dos beros destina-se aos tempos de repouso e deve dispor de sistema de obscurecimento e os beros devem encontrar-se dispostos de forma a permitir o fcil acesso e circulao pessoal. A sala-parque destina-se aos tempos activos e deve dispor de uma zona de higienizao equipada com uma bancada com tampo almofadado e banheira incorporada, com misturador de gua corrente, quente e fria arrumos para produtos de higiene e prateleiras para roupas de muda. Poder no existir berrio no caso de o estabelecimento no receber crianas at aquisio da marcha.

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Cozinha e Anexos: A cozinha destina-se preparao e confeco da alimentao para as crianas e dever possuir o equipamento adequado capacidade da creche. A rea da cozinha dever comportar o equipamento necessrio e permitir a sua utilizao funcional. Integrado na cozinha, deve existir um espao equiparado a copa de leites para a preparao de biberes e papas. Deve existir tambm uma despensa para arrumos de gnero s.

Gabinetes e outros Espaos de Apoio : 2. O gabinete do director tcnico destina -se fundamentalmente a: a) Local de trabalho do director tcnico da creche; b) Recepo e atendimento das crianas e famlias; c) Arquivos de carcter administrativo e de expediente relacionados com a gesto financeira e do pessoal da creche. 3. O espao destinado ao pessoal compreende um gabinete e instalaes sanitrias com lavatrio, sanita, base de chuveiro e zona para vestirios individuais. 4. Ncleo administrativo. 5. rea isolvel destinada s crianas em situao de doena sbita. 6. Zona com cabides individuais situada junto da sala de actividades, ao alcance das crianas e facilmente identificveis por estas. 7. Zona para arrumo de materiais de natureza diversa com condies de mobilidade que no interfira com a funcionalidade dos espaos. 8. Sempre que haja tratamento de roupa dever existir uma rea prpria e independente. 9. Local apropriado para arrumos do contentor de lixo, bem como para as botijas de gs, de acordo com o regulamento em vigor. 10. rea exterior para actividades de ar livre. Quando a rea exterior no exista, pode ser suprida pela utilizao de um recinto pblico situado na proximidade do estabelecimento, desde que possa ser utilizado p elas crianas com segurana.

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11. Nos estabelecimentos com capacidade inferior a 20 crian as, poder existir um gabinete que funcionar como gabinete do director tcnico, do pessoal e, eventualmente, como ncleo administrativo. 12. Caso a creche funcione agrupada com outras valncias h espaos que podem ser comuns: gabinetes, cozinha, lavandaria.

Mobilirio e equipamento pedaggico : As creches devem dispor de mobilirio e equipamento com caractersticas adequadas s necessidades de conforto e estimulao do desenvolvimento das crianas, de acordo com a sua fase evolutiva.

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3.4. ACTIVIDADES E ROTINAS

AS ROTINAS NA CRECHE: "(...) as rotinas na Creche funcionam como elementos globalizadores, em torno dos quais se deve articular a aco educativa da creche." (Marcho:1998) As situaes de rotina: So momentos privilegiados de interaco adulto/criana, durante as quais o adulto pode conversar com a criana, criar, jogar, falar, sorrir, estabelecendo uma relao afectuosa com cada criana, uma vez que cada uma delas nica e tem necessidades diferentes. So flexveis; So momentos de trocas intensas e de aprendizagens significativas, em que se promove a independncia e a autonomia.

O Acolhimento: Deve ser feito por um adulto da sala, que deve estar disponvel para conversar com quem traz a criana, de forma a saber como passou a noite, como acordou, a que horas comeu, Mais importante que "o dar de comer" a relao afectuosa que se cria nas refeies. Estabelecem-se dilogos com as crianas, d-se ateno, mostram-se sorrisos e isso permite transformar este momento num acto de afecto, de brincadeira, de jogo e de prazer. O respeito pelo horrio das refeies, pela introduo de novos alimentos, pelo ritmo individual de cada criana e, ainda, por uma alimentao adequada e rica so, tambm, elementos a no esquecer.

A Higiene:

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"Os momentos de higiene e mudana de fralda so momentos privilegiados da relao adulto/criana, momentos de brincadeira com o corpo - ps, mos, barriga, momento de contacto fsico e de dilogo." (Figueira: 1998) A higiene indispensvel para garantir o bem -estar do beb ou criana. Mudar a fralda pode constituir uma ocasio privilegiada para a construo de sentimentos essenciais de segurana e reconhecimento.

O Repouso: Factores a ter em conta: Adormecer num espao calmo, silencioso, de modo a que o sono proporcione um momento agradvel criana. Se existir um objecto transaccional (um peluche ou objecto preferido), dever acompanhar a criana neste momento, pois transmite conforto e alvio.

Regresso Famlia: Deve ser feito por um adulto da sala, contando como foi o dia, complementando assim as informaes que so fornecidas s famlias por outros instrumentos (ex: placards, cadernos). ACTIVIDADES NA CRECHE Na creche, essencial estimular a construo de um vnculo afectivo entre o beb e o adulto, de maneira a transmitir ao beb confiana e segurana. O sentimento de segurana emocional torna o beb apto para descobrir o mundo que o rodeia, quer a si prprio, quer aos outros bebs, desenvolvendo as suas capacidades cognitivas e psicomotoras. No Berrio, para alm das actividades bsicas de alimentao, repouso e higiene, devem ser includas as seguintes actividades:

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Afectividade e relao de confiana: Jogos de dar e receber Primeiras regras de socializao Demonstraes de afectividade

Jogos de imitao

Desenvolvimento da comunicao:

Falar com a criana Entoar pequenas canes audio de melodias adequadas idade Fantoches de dedo Motricidade fina Agarrar, puxar, girar, atirar, empurrar texturas distintas Primeiros livros toca e sente Relaes causa-efeito Jogos para autonomia (segurar bibero, copo, colher)

Motricidade larga Rolar deitado Arrastar-se no cho Alcanar Trepar Gatinhar Sentar-se auxiliado Levantar-se com apoio

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4. A CRIANA E A CRECHE

4.1. IMPORTNCIA DA AFECTIVIDADE Para a criana, o desvinculamento do seio da me poder desencadear sintomas de angstia e mal-estar porque, a entrada na creche, onde a criana passar a maior parte do seu dia, faz com que exista uma quebra no processo de afectividade que vem a ser construdo entre ambos. A integrao da criana na creche, que exige a socializao com outras crianas, com educadores e com auxiliares, uma nova etapa no processo de formao da sua personalidade. Para o desenvolvimento da criana necessrio um meio socio-emocional, afectivo, monitor e cognitivo. As emoes so uma forma de comunicao, especialmente no bebe, porque a maneira que este tem de se relacionar, usando-a para expressar os seus sentimentos a criana utiliza intensamente a linguagem emocional expresso corporal, choro, A creche deve oferecer um ambiente que evite angstia e mal -estar e promover o desenvolvimento da criana atravs da inter-relao entre os sentimentos e os afectos. A educao afectiva condiciona o comportamento, o carcter e a actividade cognitiva da criana e a criana deve ser pensada como um todo formado de emoes e sensaes, sendo necessrio proporcionar-lhe bem-estar psicolgico, fsico e cognitivo. A afectividade forma um elo na relao entre o educador e a criana, tornando mais estreita a relao entre ambos. Esta relao passa pela promoo do desenvolvimento de competncias emocionais confiana, curiosidade, intencionalidade, autocontrole, capacidades de relacionamento, capacidades de comunicao e de cooperao.

4.2. ADAPTAO DA CRIANA E DA FAMLIA CRECHE A saudvel adaptao da criana e da famlia creche depende no s da famlia mas tambm da atitude dos profissionais que trabalham na creche. Durante os primeiros contactos deve ser garantida uma atitude de aproximao e de afecto, criando um ambiente de segurana efectiva.

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A ateno deve ser individualizada (nunca exclusiva), especialmente nos momentos rotineiros (chegada, partida, ). Com a famlia, a relao deve ser de confiana, segurana, constante comunicao. Esta comunicao passa por transmitir o dia-a-dia da criana e transmitir claramente as regras institucionais, nunca esquecendo de cri ar uma relao calma e de pacincia nesta fase a famlia sente-se com muitas dvidas, ansiosa e insegura. necessrio um trabalho constante entre o pessoal que integra a creche e a famlia. Todos devem fazer um trabalho conjunto porque a educao, as ap rendizagens e o desenvolvimento da criana depende de todos.

4.3. RECEPO DA CRIANA Responsvel e local de recepo Troca de informaes com a famlia Regras de minimizao da angstia de separao da famlia Registo das informaes relevantes prestadas pela salvaguardando a sua confidencialidade quando necessrio

famlia,

5. JARDIM DE INFNCIA Destina-se s crianas com idades compreendidas entre os 3 anos e a idade de ingresso no ensino bsico (3 aos 5 anos) e ministrada em estabelecimentos de educao pr-escolar. a primeira etapa da educao bsica no processo de educao ao longo da vida, sendo complementar da aco educativa da famlia, com a qual deve estabelecer estreita cooperao, favorecendo a formao e o desenvolvimento equilibrado da criana, tendo em vista a sua plena insero na sociedade como ser autnomo, livre e solidrio.

5.1. OBJECTIVOS So objectivos da educao pr -escolar: a) Promover o desenvolvimento pessoal e social da criana com base em experincias de vida democrtica numa perspectiva de educao para a cidadania;

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b) Fomentar a insero da criana em grupos sociais diversos, no respeito pela pluralidade das culturas, favorecendo uma progressiva conscincia do seu papel como membro da sociedade; c) Contribuir para a igualdade de oportun idades no acesso escola e para o sucesso da aprendizagem; d) Estimular o desenvolvimento global de cada criana, no respeito pelas suas caractersticas individuais, incutindo comportamentos que favoream aprendizagens significativas e diversificadas; e) Desenvolver pedagogicamente a expresso e a comunicao atravs da utilizao de linguagens mltiplas como meios de relao, de informao, de sensibilizao esttica e de compreenso do mundo; f) Despertar a curiosidade e o pensamento crtico ; g) Proporcionar a cada criana condies de bem--estar e de segurana, designadamente no mbito da sade individual e colectiva; h) Proceder despistagem de inadaptaes, deficincias e precocidades, promovendo a melhor orientao e encaminhamento da criana; i) Incentivar a participao das famlias no processo educativo e estabelecer relaes e efectiva colaborao com a comunidade;

5.2. ORGANIZAO DOS ESPAOS Organizao do espao: No existe uma organizao que seja a organizao ideal. O educador adapta a organizao do espao ao grupo de crianas para criar ambientes em que as crianas se sintam bem e possam brincar, aprender e desenvolver todas as suas capacidades da melhor maneira possvel, contribuindo assim para as suas experincias de aprendizagem. No devemos esquecer que, quando nos referimos ao espao, nos referimos a todo o espao interior e exterior.

Organizao dos materiais: A escolha dos objectos e materiais educativos ou a sua produo pelo educador, com o apoio das prprias crianas e da famlia deve ser c uidadosa e adequada idade da criana. Devem obedecer a alguns critrios:

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Variedade, durabilidade, adaptabilidade, facilidade de limpeza e manuteno; Devem se atractivos e estimulantes; No devem apresentar perigos (tamanho, salincias, toxicidade do material).

No jardim-de-infncia podemos identificar um conjunto de reas funcionais (conjunto de espaos articulados entre si) que possibilitam a realizao de funes especficas para alcanar o bom e correcto funcionamento do equipamento. reas funcionais: As diferentes actividades que se desenvolvem nas instalaes, a nvel pedaggico, educativo implicam a existncia de ambientes diversificados, quer interiores, quer exteriores, sendo os espaos mnimos a considerar: a) Sala de actividades; b) Vestirio e instalaes sanitrias para crianas; c) Sala polivalente; d) Espao para equipamento de cozinha, arrumo e armazenamento de produtos alimentares; e) Gabinetes, incluindo espao para arrecadao de material didctico; f) Espao para material de limpeza; h) Instalaes sanitrias para adultos; g) Espaos de jogo ao ar livre; Sala de actividades: Este espao destina-se ao desenvolvimento de actividades educativas a realizar pelas crianas, individualmente ou em grupo. Deve ser concebido de forma a: Permitir a utilizao e visionamento de meios audiovisuais; Permitir o obscurecimento parcial e total; Permitir o contacto visual com o exterior atravs de portas ou janelas; Permitir a proteco solar; Proporcionar o acesso fcil ao exterior; Permitir a fixao de paramentos verticais de expositores e quadros; Possuir uma zona de bancada fixa com cuba, ponto de gua e esgoto, sempre que possvel. Localizao: contgua a outra (s) sala (s) de actividades.

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Comunicao fcil com os vestirios das crianas. Comunicao fcil ou, sempre que possvel, directa com o exterior. Sala polivalente: Deve permitir a prtica de actividades educativas e ldicas, para alm de responder realizao de manifestaes de carcter cultural e recreativo, abertas comunidade. Deve ser concebido de forma a: Permitir a utilizao e visionamento de meios audiovisuais; Permitir o obscurecimento parcial e total; Permitir a proteco solar; Proporcionar condies acsticas adequadas; Permitir a fixao de expositores; Pode servir corno sala de repouso (equipamento desmontvel) e de recreio coberto. A rea til deste espao, quando existem outros nveis de ensino, dever ser equacionada de acordo com a existncia de espaos com finalidades semelhantes. Localizao: sempre que possvel, prxima da(s) sala(s) de actividades e com comunicao directa ou fcil com o exterior. Vestirio das crianas: Espao destinado ao arrumo de vesturio e objectos pessoais das crianas. Deve, sempre que possvel, ser autnomo da(s) sala(s) de actividad es. Localizao: sempre que possvel, junto (s) sala(s) de actividades. Instalaes sanitrias/crianas: Espao destinado higiene pessoal das crianas. Gabinete: Espao destinado ao trabalho individual ou em grupo, onde se desenvolvem, entre outras, as seguintes actividades: Direco, administrao e gesto do estabelecimento; Trabalho individual; Trabalho de grupo - realizao de reunies de pais, de educadores, de outros; Atendimento, de pais, educadores, elementos da comunidade. Este espao deve permitir a arrumao e arrecadao de material didctico. Localizao: sempre que possvel prximo da entrada.

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Espao para equipamento de cozinha : Espao destinado confeco e aquecimento de refeies. O equipamento deve ser funcional. Localizao: sempre que possvel, prxima da sala de refeies.

Espao exterior: Espao exterior organizado de forma a oferecer ambientes diversificados que permitam a realizao de actividades ldicas e educativas. Deve, quando possvel, incluir rea coberta, ponto de gua e pequena arrecadao (material de exterior, de jardinagem, etc.). A organizao e o apetrechamento do espao exterior devem assegurar condies de segurana para a realizao de mltiplas actividades. Localizao: junto ou em volta do edifcio, acesso fcil (s) sala(s) de actividades. 5.3. ACTIVIDADES E ROTINAS As rotinas so tempos especficos correspondentes a determinadas actividades. uma repetio de actividades e ritmos e a organizao espcio -temporal da sala. A rotina diria uma necessidade para as crianas. Com ela, as crianas antecipam o que vo fazer a seguir e a sequncia de eventos asseguram criana controlo e segurana. A participao da criana na planificao destes eventos e a reflexo sobre o que foi realizado refora a sua confiana e a sua autonomia, pois as crianas tm a oportunidade de se auto -organizar, explorar, conhecer a realidade e o uso dos seus recursos. A rotina tambm benfica para todos os que acompanham a criana no jardim-de-infncia pois permite uma melhor gesto do tempo. Exemplos de actividades includas nas rotinas dirias: Acolhimento; Recreio; Actividades pedaggicas; Higiene; Refeies; Sesta; Lanche; Partidas;

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Actividades: DOS DOZE AOS VINTE E QUATRO MESES Nesta fase, as crianas vo comear um longo processo de descoberta. Assim, o andar e o falar sero conquistas que lhes permitiro melhor entender o ambiente que as rodeia e lhes permitiro descobrir novos objectos e novas brincadeiras. tambm a idade em que a s crianas, fruto da enorme apetncia pela descoberta e de uma consequente euforia, necessitam conhecer limites e normas. So estes limites e as normas em formato de rotina que vo lhes conferir segurana e confiana. Dentro deste cenrio, um dia tpico de uma criana nesta faixa etria dever conter as seguintes actividades, para alm das actividades bsicas de alimentao, repouso e higiene: Afectividade e relao de confiana : Iniciao s actividades de rotina (lavar mos, vestir, calar, comer) Iniciao s actividades em grupo (cantar, rodas, imitao de gestos em conjunto) Estimular o gosto por dar (desenhos e prendas para os pais, para irmos, para colegas) Desenvolvimento da comunicao: Histrias, lengalengas Participao em conversas Teatro de fantoches Jogos de mmica e expresso gestual

Motricidade fina Jogos de enfiamento, puzzles e encaixes blocos de construo Brinquedos texturados Modelagem Digitinta Pintura e desenho (livre e/ou com orientao)

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Motricidade larga Saltar, correr, rebolar Jogos de equilbrio jogos com bolas, arcos, bales Motricidade ritmada

Expresso musical Descoberta dos instrumentos musicais Canes Distino de ritmos Construo de instrumentos musicais simples

DOS VINTE E QUATRO AOS TRINTA E SEIS MESES As crianas nesta faixa etria iro iniciar o processo de afirmao de personalidade. Este processo caracteriza-se por uma crescente destreza fsica, um desenvolvimento acentuado da linguagem e manifestaes emo cionais prprias. H uma crescente tendncia para a participao no grupo, em detrimento da atitude mais individualista . Nesta fase, h que destacar a importncia da expresso plstica como veculo de comunicao, exteriorizao de emoes e interpretao do mundo que rodeia a criana, estando intimamente ligada evoluo da criatividade, da imaginao e do sentido esttico. Um dia tpico de uma criana nesta fase pode ser caracterizado, para alm das actividades bsicas de alimentao, repouso e higiene: Expresso plstica Digitintas e pintura com diversos materiais de desenho com lpis de cera ou de cor Carimbos Estampagem, Rasgagem, recorte e colagem

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Modelagem Construo de objectos a partir de materiais de desperdcio Desenvolvimento da linguagem Histrias Exerccios de interpretao Teatro de fantoches e pequenas dramatizaes Desenvolvimento psicomotor Saltar/correr/rebolar Jogos de equilbrio jogos com bolas, arcos, bales Motricidade ritmada, noo de tempo Noes de localizao espacial Noes de dimenso Noes de grandeza relativa Iniciao em actividades de responsabilizao Nomeao rotativa de chefes de turma Colaborao dos chefes de turma em actividades de rotina na creche participao na arrumao da sala Ajudar a organizar a mesa de refeies Expresso musical Canes Exerccios de ritmos Identificao de instrumentos musicais Utilizao de instrumentos musicais Construo de instrumentos musicais Iniciao s T.I.C. Iniciao informtica Manuseamento do rato Escrever no teclado Utilizao de software ldico-didctico adequado

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Os amplos processos de aprendizagens que se realizam nesta fase da vida, s podem ser accionados na segurana e confiana de uma relao harmonio sa entre pais, escola e crianas. As actividades organizadas na creche procuram assim ser adequadas ao desenvolvimento global da criana. Cada actividade tem, por isso, um fim definido - por exemplo: Canes memorizao, linguagem, ritmo, gosto pela m sica, disciplina; Lengalengas explorao dos sons e ritmos, expresso atravs da linguagem oral, gestual e corporal Pintura com dedo, mos e ps explorao de diferentes materiais, cores, formas e texturas, controlo da motricidade, gosto esttico Jogos compreenso de regras, socializao Modelagem controlo da motricidade, capacidade de explorao Rasgagem e colagem motricidade, autonomia, iniciativa Histrias descoberta de si e do outro, linguagem verbal e no verbal, imaginao Fantoches concentrao, visualizao Brincadeira livre e orientada socializao autonomia, liberdade de escolha

6. A CRIANA E O JARDIM DE - INFNCIA 6.1. PROCESSO DE ADAPTAO DA CRIANA A entrada de uma criana para uma instituio educacional um momento marcante, que pode gerar ansiedade nas crianas e a todos os que a rodeiam. O processo de adaptao caracteriza-se pelo perodo durante o qual a criana se separa do seu ambiente familiar e inserida num novo ambiente com o qual ela nunca interagiu, onde passa muitas horas do seu dia com rotinas que exigiro uma grande capacidade de adaptao.

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O jardim-de-infncia tem o papel de favorecer a criana e o novo ambiente, para que a criana adquira mecanismos positivos frente a novas situaes e se possa adaptar favoravelmente. O educador organiza o ambiente tendo em conta as singularidades das crianas, oferecendo-lhe condies para que desenvolva a sua autonomia, identidade, esprito de cooperao e solidariedade. O educador estabelece vnculos afectivos e de confiana com as crianas e com a famlia. A adaptao da criana realizada em diferentes fases: - Com as novas crianas e com os novos adultos: Conhecimento e respeito mtuo; Reconhecer e apreciar as suas capacidades e as dos outros; Cooperao mtua.

- Com a nova sala: Conhecimento da sala e do seu funcionamento; Conhecimento das regras e hbitos.

- Com as rotinas: Respeitar as rotinas; Aquisio de regras, comportamento, postura pessoal e em grupo, promoo da autonomia.

6.2. OBSERVAO DA CRIANA Observao naturalista realizada em meio natural, descreve e quantifica os comportamentos (observao dos comportamentos dos indivduos nas circunstncias da sua vida quotidiana). H dois modos de observao naturalista: a observao naturalista participante e a observao naturalista no participante. Observao naturalista no participante: um modo de observao em que o observador no interfere no campo observado, isto , nas actividades que observa.

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Observao naturalista participante: um modo de observao em que o observador se integra nas actividades dos sujeitos cujo comportamento observa, interferindo assim no campo observado. Observao sistemtica visa obter dados cientificamente significativos. Os observadores precisam definir inicialmente o qu e como iro realizar as suas observaes. utilizada em pesquisas que tm como objectivo a descrio precisa dos fenmenos ou o teste de hipteses. O pesquisador elabora um plano especfico para a organizao e registo das informaes (isto implica estabelecer antecipadamente as categorias necessrias anlise da situao). Observao sistemtica: registo de Bales (1950) Reaces positivas:y y y

Mostra solidariedade, eleva o status do outro, ajuda. Mostra alvio de tenso, brinca, ri, mostra satisfao. Concorda, mostra aceitao passiva, compreende, apoia, submete-se

rea Tarefa (Neutra):y y y y y y

D sugesto e orientao, supondo autonomia do outro D opinio, avalia e analisa D orientao, informa, repete e esclarece Pede orientao, informao, repetio Pede opinio, avaliao, anlise, expresso de sentimento Pede sugesto, orientao, maneiras possveis de aco

Reaces negativas:y y y

Discorda, mostra rejeio passiva, formalidade, recusa ajuda Mostra tenso, pede ajuda, afasta -se do campo Mostra antagonismo, reduz o status do outro, defende-se, afirma-se

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7. RELAO DA CRIANA COM EDUCADOR DE INFNCIA As crianas devem ter uma relao de companheirismo com o educador de infncia. Estes devem apoiar as crianas nas suas actividades, encoraj-las a aproveitar, a desenvolver as suas capacidades e encontrar solues para os seus problemas. Devem discutir as situaes com as crianas e integr-las no planeamento e construo das actividades.

8. RELAO DO EDUCADOR DE INFNCIA/CRIANA/FAMLIA O educador um elemento privilegiado no desenvolvimento da relao entre a escola e a famlia. Deve incentivar e promover uma relao slida baseada num profundo conhecimento da famlia para que esta se envolva na vida quotidiana do jardim-de-infncia e se torne parceira activa na educao da criana. Para incentivar participao da famlia o educador pode promover vrias actividades, como por exemplo, encontros, convites, participao directa nas actividades, tanto em casa como no jardim-de-infncia. Quando se sentem integrados, os familiares tornam-se muito disponveis, expressam as suas preocupaes, sentem-se activos na educao das crianas. O sucesso desta relao permite criana sentir-se mais segura, valorizada, participativa, motivada e confiante. 9. RELAES EDUCADOR/ASSISTENTE DE ACO EDUCATIVA/CRIANAS /PAIS Na creche e no jardim-de-infncia trabalha uma equipa de profissionais que tm uma grande influncia na qualidade das prticas de cuidados e educao das crianas. O papel do educador e do assistente de aco educativa cruzamse no sentido de assegurar o bem-estar das crianas, a satisfao das necessidades bsicas, o desenvolvimento afectivo e motor, a promoo da socializao, da autonomia e da comunicao. muito importante estabelece r laos afectivos com as crianas, estimular, interagir, identificar necessidades e potencialidades.

O papel do tcnico de aco educativa na relao com as crianas pontos para reflexo:

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Ser solidrio e zelar pelo desenvolvimento da criana. Ser paciente. Criar um ambiente de confiana e empatia. Ser tolerante. Ser transmissor de valores. Assegurar um ambiente seguro, confortvel e desejvel. Respeitar a criana como sujeito inserido numa sociedade e com os seus prprios direitos. Guardar as informaes pessoais das crianas, salvaguardando os seus direitos. Promover a autonomia da criana. Promover o trabalho em parceria com outros tcnicos. Assegurar a ligao entre crianas, educadores, pessoal administrativo, visitantes, . Saber trabalhar e m equipa. Apoiar a actividade pedaggica, de aco social escolar e de apoio geral.

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Parte 3 - BibliografiaBIBLIOGRAFIA

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FIGUEIRA, Maria Cristina, 1998, Ser educador na creche, Cadernos de Educao Pr Escolar n 48

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HENRIQUES, Maria Emlia, 2009, Relao Creche Famlia: uma viso sociolgica Tese de Mestrado em Sociologia da Infncia, Universidade do Minho, Instituto de Estudos da Criana

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Lei n 5/97 de 10 de Fevereiro, Dirio da Repblica n 34/97 I Srie A. Assembleia da Repblica

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