MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

686
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS Sob a direção de RUBENS BORBA DE MORAIS Subdiretor dos Serviços Bibliotecários da ONU e WILLIAM BERRIEN Professor da Universidade de Harvard 2 º VOLUME Brasília -- 1998

Transcript of MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Page 1: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

MANUAL BIBLIOGRÁFICO

DE ESTUDOS BRASILEIROS

Sob a direção de

RUBENS BORBA DE MORAISSubdiretor dos Serviços Bibliotecários da ONU

e

WILLIAM BERRIENProfessor da Universidade de Harvard

2º VOLUME

Brasília -- 1998

Page 2: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

BIBLIOTECA BÁSICA BRASILEIRA

O Conselho Editorial do Senado Federal, criado pela Mesa Diretora em 31 de janeiro de 1997 -- compostopelo Senador Lúcio Alcântara, presidente, Joaquim Campelo Marques, vice-presidente, e Carlos HenriqueCardim, Carlyle Coutinho Madruga e Raimundo Pontes Cunha Neto como membros -- buscará editar, sem-pre, obras de valor histórico e cultural e de importância relevante para a compreensão da história política,econômica e social do Brasil e reflexão sobre os destinos do país.

COLEÇÃO BIBLIOTECA BÁSICA BRASILEIRA

A Querela do Estatismo, de Antonio PaimMinha Formação , de Joaquim NabucoA Política Exterior do Império , de J. Pandiá CalógerasO Brasil Social , de Sílvio RomeroOs Sertões, de Euclides de CunhaCapítulos de História Colonial, de Capistrano de AbreuInstituições Políticas Brasileiras, de Oliveira VianaA Cultura Brasileira, de Fernando AzevedoA Organização Nacional, de Alberto Torres

Projeto gráfico: Achilles Milan Neto

© Senado Federal, 1998Congresso NacionalPraça dos Tres Poderes s/nºCEP 70168-970Brasília -- DF

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

seep
Manual bibliográfico de estudos brasileiros / sob a direção de Rubens Borba de Morais e Willian Berrien. - Brasília : Senado Federal, 1998. 2v. - (Coleção Brasil 500 Anos) 1. Bibliografia, Brasil. I. Morais, Rubens Borba de, 1899 - II .Berrien, William. III. Série.
Page 3: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Nota Editorial

A reedição pelo Senado Federal do Manual Bibliográfico de EstudosBrasileiros organizado por Rubens Borba de Morais e William Berrien, publicadoem 1949, e que se encontrava esgotado há décadas, é um marcante evento cultural.

A obra foi dividida pelos organizadores em 12 áreas que foram entregues adestacados intelectuais brasileiros e estrangeiros que escreveram ensaios temáticos degrande utilidade. Figuram nesse elenco, por exemplo: Geografia, Pierre Monbeig;Etnologia, Herbert Baldus; Período Colonial, Sérgio Buarque de Hollanda; In-dependência, Otávio Tarquínio de Sousa; Segundo Reinado, Caio Prado Jú-nior; República, Gilberto Freyre; e Poesia, Manuel Bandeira.

A concepção de Rubens Borba de Morais e de William Berrien de um manualde estudos brasileiros inovou ao incluir antes de cada listagem de obras um estudo in-trodutório, e de oferecer resumos dos títulos selecionados, enriquecendo, sobremaneira,a obra, diferenciando-a no campo das bibliografias sobre temas brasileiros. É curiosonotar que um livro de tamanha relevância tenha tido somente uma edição, no final dadécada de 40, que se esgotou em pouco tempo, transformando-se em "espécie rara" so-mente encontrada em "sebos especializados" a altíssimos preços. Assim sendo, o Se-nado Federal presta inestimável serviço cultural ao tornar acessível ao público umanova edição do famoso Manual Bibliográfico de Estudos Brasileiros, obra deconsulta obrigatória para estudantes, professores, profissionais liberais e todos os inte-ressados no conhecimento da realidade nacional.

Registre-se, ainda, que na década de 80 houve um projeto para atualizar oManual Bibliográfico de Estudos Brasileiros, tarefa que infelizmente não seconcluiu. É, sem dúvida, um projeto que mereceria ser retomado. Porém, enquanto talempreendimento não é levado a efeito, é necessário que a obra seja reeditada para es-tar à ampla disposição do público leitor interessado.

Page 4: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

SUMÁRIO

República -- Gilberto Freirepág. 669

Bibliografiapág. 689

Bandeiras -- Alice Canabravapág. 737

Bibliografiapág. 755

Os holandeses no Brasil -- José Honório Rodriguespág. 791

Bibliografia:1) História da expansão colonial holandesa para o Brasil:

a) Usselincx e a história da Companhia das Índias Ocidentais;b) União da Companhia das Índias Orientais e Ocidentais -- 1644-1646;

c) Situação da Companhia das Índias Ocidentais -- 1649-1653;d) Histórias das Índias Ocidentais

pág. 8092) Fontes gerais de interesse para a história dos holandeses no Brasil:

a) Histórias gerais; b) História da Holandapág. 820

3) Fontes regionais de interesse para a história dos holandeses no Brasilpág. 825

4) História geral dos holandeses no Brasilpág. 830

5) História de lutas -- 1621-1654:a) Tréguas -- 1609-1621 ou guerra com a Espanha -- 1621-1648; b) Os holandeses

na Bahia -- 1624-1625; c) Ataque à Bahia -- 1627 -- A Frota de Prata; d) Conquista dePernambuco -- 1630; e) Período nassoviano; f) Ataque à Bahia -- 1638; g) Angola

(São Paulo de Luanda e o Brasil; h) Restauração -- 1645-1654pág. 835

6) História diplomática:a) Relações diplomáticas (obras gerais); b) Tréguas -- 1641-1642; c) Negociaçõescom a Holanda -- 1647-1661; d) Capitulação dos holandeses; e) Tratado de 1661

pág. 8677) História econômica e social:

a) O comércio do Brasil e a Companhia das Índias Ocidentais -- A vidaeconômica e social; b) Legislação; c) Religião; d) Judeus

pág. 878

Page 5: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

8) História natural e médica -- Etnografia e artespág. 883

9) Biografias -- Bibliografia das bibliografias: a) Biografias; b) Bibliografia das bibliografias

pág. 886

VIAGENS -- Bibliografia -- Rubens Borba de Moraispág. 895

ASSUNTOS ESPECIAIS -- Bibliografia -- Caio Prado Júnior1) Escravidão africana -- Tráfico -- Abolição

pág. 9472) Indígenas -- Legislação -- Estatuto Jurídico e Social, etc.

pág. 9483) Igreja -- Clero -- Ordens religiosas

pág. 9494) História econômica -- Estatística

pág. 9545) História constitucional, administrativa e jurídica -- Limites interprovinciais

pág. 957

LITERATURAIntrodução -- William Berrien

pág. 961Pensadores, críticos e ensaístas -- Astrojildo Pereira

pág. 973

Bibliografiapág. 993

Romance, contos, novelas -- Francisco de Assis Barbosapág. 1027

Bibliografiapág. 1047

Poesia -- Manuel Bandeirapág. 1061

Bibliografiapág. 1075

MÚSICA -- Luís Heitor Correia de Azevedopág. 1091

Bibliografiapág. 1113

Page 6: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

OBRAS GERAIS DE REFERÊNCIABibliografiapág. 1143

SOCIOLOGIA -- Donald Piersonpág. 1157

Bibliografiaa) Periódicos, enciclopédias, bibliografias, excertos

b) População e Ecologia Humanac) Organização social, mudança e desorganização social

d) Psicologia Sociale) Teoria e metodologia sociológica

f) Obras sobre assuntos correlatos de utilidade para o sociólogopág. 1171

TEATRO -- Leo Kirschenbaumpág. 1259

Bibliografiaa) Obras críticasb) Peças teatrais

pág. 1269

Índice de autorespág. 1279

Page 7: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

República *

Gilberto Freire

O critério de dividir-se rigidamente a história de um país em épocas-- épocas políticas -- consideramo-lo uma arbitrariedade. Se transigimoscom ele é com restrições profundas e só no interesse da necessária siste-matização de material bibliográfico: sistematização que se baseie sobre aconvenção mais geralmente aceita.

Devemos, entretanto, esclarecer que não nos consideramos espe-cialista em nenhuma das épocas políticas em que se divida a História doBrasil, desde que os estudos de nossa predileção se conformam antescom o critério histórico-sociólógico de estudo de tendências, tipos e ins-tituições sociais e de cultura (nem sempre coincidentes, em seu desen-volvimento, com as épocas ou os períodos políticos do desenvolvimen-to de um povo), do que com o critério principalmente político e rigoro-samente cronológico, em geral adotado. Só assim se explica que aceite-mos a responsabilidade de escrever a introdução para a bibliografia domaterial relativo à história do período republicano do desenvolvimentobrasileiro: de 1889 aos nossos dias.

Nem desse período, nem de outro período qualquer da históriabrasileira, pretendemos fazer nunca objeto de especialização, voltadocomo sempre foi e continua, nosso interesse de pesquisador de coisasbrasileiras para o estudo sociológico do patriarcado agrário e escravocra-ta em nosso país: sua formação, seu desenvolvimento, sua desintegraçãoe sua sobrevivência. Esse estudo em relação, é claro, com as diferentesformas políticas a que o mesmo patriarcado se acomodou ou a que deu,por sua vez, consistência, brilho, ou apenas prestígio ou desprestígio; e

669

(*) A bibliografia foi organizada por Alice Canabrava e Rubens Borba de Morais.

Page 8: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

com as diversas áreas ou regiões brasileiras marcadas pelo seu maior do-mínio ou vigor social: o Norte açucareiro, a princípio e depois a regiãocafeeira do Sul. Pois seria absurdo pretender que as formas políticas nãose relacionam com uma instituição e com um processo de vida social ede produção econômica da força e da amplitude do patriarcado agrário eescravocrata.

Oficialmente este teria morrido de vez no Brasil um ano antes deiniciar-se o período republicano. Sociologicamente, não morreu: já feri-do de morte pela Abolição acomodou-se à República e durante anos vi-veram ainda patriarcado semi-escravocrata e República federativa quasetão simbioticamente como outrora patriarcado escravocrata e Impériounitário. Várias sobrevivências patriarcais ainda hoje convivem com obrasileiro das áreas mais marcadas pelo longo domínio do patriarcadoescravocrata -- agrário ou mesmo pastoril -- e menos afetadas pela imi-gração neo-européia (italiana, alemã, polonesa, etc.) ou japonesa; ou pelaindustrialização e urbanização da economia, da vida social e da cultura.Na imigração neo-européia, na industrialização e na urbanização da vidanacional brasileira encontramos fenômenos sociais de decisiva ação anti-patriarcal. Fenômenos cujas origens devem ser procuradas ainda no pe-ríodo monárquico ou imperial, mas que se manifestaram ou se acentua-ram durante o período republicano; e se acomodaram de tal modo ao re-gime federativo de república desenvolvido em nosso país que assumi-ram, por vezes, aspectos estaduais ou regionais comprometedores daunidade brasileira (assegurada e fortalecida pelo Império) ou do desen-volvimento harmônico de nossa economia e de nossa cultura. Sirva deexemplo o extraordinário desenvolvimento da imigração neo-européiaem São Paulo, sob estímulo e cuidados oficiais, com prejuízo para o de-senvolvimento de outras regiões brasileiras feridas nas raízes de sua eco-nomia e de sua cultura pela abolição repentina do trabalho escravo. Taldesenvolvimento -- favorecido, é claro, pelas boas condições de solo ede clima de São Paulo do ponto de vista europeu, pela própria naturezada cultura do café e por sua situação no mercado internacional -- prepa-

670

Page 9: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ram-no, ainda na Monarquia, paulistas inteligentes, preponderantes nogoverno nacional: um deles o Conselheiro Antônio Prado. Mas foi sob aRepública que o desenvolvimento paulista se acentuou. Sob o sistema dealternativa de hegemonias estaduais que cedo quase se limitou à compe-tição da economia paulista com a mineira e com a do Rio Grande doSul, o Brasil teve os seus centros ecológicos de domínio transferidos doNorte para o Sul. Efeito ou ação da preponderância da economia cafeei-ra sobre a açucareira, da indústria sobre a agricultura, do trabalho livresobre o remanescente do trabalho escravo; e essa favorecida ou protegi-da pela ascendência política dos paulistas, mineiros e rio-grandenses-do-sul na direção das coisas nacionais.

Esboçada desde os últimos decênios do Império, a ascendência su-lista se definiu e se acentuou depois da fundação da República e, sobre-tudo, depois da normalização da mesma República em regime políticoantes paisano que militar e antes industrial que agrário, sob três presi-dentes paulistas, caracteristicamente civis e não apenas acidentalmente,paisanos: Prudente de Morais, Campos Sales e Rodrigues Alves. Com osdois últimos, principalmente com Rodrigues Alves, fixou-se na fisiono-mia da República brasileira um como sorriso de otimismo diante dequanto fosse tendência, em nossa vida, no sentido da industrialização, daurbanização e da neo-europeização do ex-Império, cujos traços mais vi-vamente lusitanos e africanos foram sendo considerados desprezíveis ouvergonhosos. São dessa época um antilusismo e um antiafricanismo queteriam expressões características no esforço do engenheiro Pereira Pas-sos, prefeito do Distrito Federal durante a presidência Rodrigues Alves,para substituir com violência a arquitetura de origem lusitana e os costu-mes e meios de transporte luso-africanos das ruas, mercados, praças esubúrbios do Rio de Janeiro, por arquitetura, costumes e meios de trans-porte franceses, ingleses e norte-americanos; e na quase obsessão do Ba-rão do Rio Branco (que seria por muitos anos o ministro do Exterior doBrasil republicano) de dar a impressão ao estrangeiro de que a Repúblicaentre nós continuava a ser a mesma aristocracia de brancos que o Segun-

671

Page 10: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

do Império. Não só de brancos, porém de brancos finos, elegantes,afrancesados, sem os maus costumes portugueses de palitarem publica-mente os dentes e de cuspirem ruidosamente no chão. Pois o Barão doRio Branco (tanto quanto o Prefeito Passos) tinha uma antipatia especialaos portugueses. Era, sob esse aspecto, um representante exato do Brasilde sua época, voltado com os Rui Barbosa e os Joaquim Nabuco, paraos ingleses e os norte-americanos, com os Amaro Cavalcanti e os Salva-dor de Mendonça para os norte-americanos, com os Santos-Dumont eos Graça Aranha, para a França que era também o modelo, de boas ma-neiras do Barão. Ao Barão se atribui o desenvolvimento, no Rio de Ja-neiro, de colégios de freiras francesas para meninas, do tipo nitidamenteeuropeu do Sacré Coeur e do Sion. Aí deviam educar-se as meninas aris-tocráticas do Brasil para que aos diplomatas, aos homens de estado, aosgrandes da República, não faltassem esposas de maneiras esmeradamen-te européia. Também entendia o Barão do Rio Branco que não deviamrepresentar o Brasil no estrangeiro senão brasileiros brancos ou comaparência de brancos, tendo sido a República, sob esse aspecto e sob ainfluência do poderoso ministro do Exterior, mais papista que o papa,isto é, mais rigorosa em considerações étnicas de seleção do seu pessoaldiplomático, que o próprio Império; ou que o próprio Imperador PedroII. Deste se sabe que teve sempre à mesa de trabalho um lápis vermelho-- chamado "o lápis fatídico" -- com o qual riscou, para desapontamentode seus ministros muito nome de candidato a postos de alta repre-sentação de ordem étnica. Pessoalmente, Dom Pedro II era muito ho-mem para nomear o velho Rebouças -- negro bom e honrado e de suaparticular estima -- ministro do Império, entretanto, hesitara muito emdesignar José Maria da Silva Paranhos, depois Barão do Rio Branco,para cônsul do Brasil em cidade européia, simplesmente por ter sido o fi-lho do Visconde, na sua mocidade de Juca Paranhos, um grande boêmio,doido por ceias com mulheres alegres e vinhos franceses.

Estamos talvez gastando o espaço reservado a esta introdução comdetalhes e indiscrições sobre pessoas, mas sem personalia não se faz His-

672

Page 11: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

tória nem se inicia ninguém nas intimidades da bibliografia que se devaprocurar para exato conhecimento do passado, seja qual for o critériopor que se considere esse passado. Não tem outra explicação a impor-tância dos depoimentos reunidos pelo historiador Tobias Monteiro so-bre fatos e homens dos primeiros tempos da República no Brasil, aosquais se deve reunir seu Campos Sales na Europa. No mesmo caso estãobiografias e autobiografias, memórias e diários, quer de brasileiros vin-dos já politicamente maduros do Império para a República -- à qual, en-tretanto, alunos serviriam em postos consultivos, técnicos ou de repre-sentação diplomática: o Barão do Rio Branco, o Barão de Lucena, JoãoAlfredo, Afonso Pena, Rodrigues Alves, Gastão da Cunha, Antônio Pra-do, Joaquim Nabuco -- quer de brasileiros a vida inteira republicanos ounascidos já quase com a República: Prudente de Morais, Quintino Bo-caiúva, Silva Jardim, Julio de Castilhos, Pinheiro Machado, Rui Barbosa,Medeiros e Albuquerque, Nilo Peçanha, Barbosa Lima, Dunshee deAbranches, Lauro Müller, Lúcio e Salvador de Mendonça, João Pinhei-ro, Júlio de Mesquita, Artur Bernardes, Flores da Cunha, os Mangabeira.Ou a vida inteira absolutamente fiéis à Monarquia e mais ou menos hos-tis à República: Visconde de Taunay, Carlos de Laet, Barão de Penedo,Saldanha da Gama.

A República tem sido no Brasil, tanto quanto o Império ou, talvezmais do que o Império, um choque constante entre personalidades, istoé, entre caudilhos e líderes de formações regionais e intelectuais diversas,de ideologias antagônicas, de interesses e aspirações econômicas contrá-rias. De modo que para bem compreendê-la impõe-se o maior conheci-mento possível da bibliografia biográfica, autobiográfica e personalista,em geral, em que a outra -- a impessoal, rigidamente jurídica, filosófica,sociológica, técnica, administrativa, ideológica -- tem muitas vezes suasraízes ou sua explicação. Como compreendermos bem o antagonismoentre Rui Barbosa e Pinheiro Machado sem conhecermos os anteceden-tes gaúchos e dizem que até ciganos de um Pinheiro Machado -- suavida, toda de aventuras e de gestos de caudilho valente, conhecedor de

673

Page 12: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

cavalos, bebedor de chimarrão, voluptuoso de churrascos sangrentos, e osantecedentes, a formação, a personalidade de Rui nascido, criado a chá eamadurecido antes do tempo na Bahia, entre lições de latim e de gramática àhora certa, entre igrejas velhas e iaiás delicadamente quituteiras, entre tiosdoutores, parentes magistrados e primos burocratas? Entretanto foram, comtodas suas diferenças e antagonismos, igualmente brasileiros e altamente rep-resentativos de algumas das tendências que se juntaram para formar a Repú-blica ou, pelo menos, para dar à história dos primeiros decênios da Repúbli-ca entre nós não só seus mais violentos jogos de contrários, como suas con-fluências e combinações mais úteis. E o mesmo poderá dizer-se do antago-nismo entre positivistas da rigidez doutrinária de Teixeira Mendes e republi-canos quase sem doutrina -- apenas argutamente, oportunistas -- como o Se-nador Francisco Glicério; entre militaristas ingênuos como Deodoro e in-transigentes civilistas como Prudente. Todos eles deram à República brasilei-ra traços que resultariam na extrema complexidade de feições e na às vezesdesconcertante mobilidade de expressões de sua fisionomia, predominas-sem, embora, nos começos do regime a influência dos modelos norte-ame-ricanos -- através de Rui Barbosa -- e a influência do Positivismo francês,através do Benjamim Constant brasileiro, isto é, Botelho de Magalhães.Ordem e Progresso foi o lema positivista que os adeptos dessa doutrinaconseguiram que se imprimissem na bandeira nacional sob o protesto detradicionalistas do feitio de Eduardo Prado, talvez o crítico brasileiromais incisivo -- embora nem sempre justo -- que a Republica brasileira --especialmente o Positivismo republicano -- teve nos seus primeiros anos.Igualmente interessantes se apresentam em suas críticas à República Car-los de Laet, Ouro Preto, Joaquim Nabuco, Afonso Arinos, MartimFrancisco e Oliveira Lima. Este fora republicano na mocidade; homemfeito, desencantou-o a experiência republicana: tornou-se monarquista.Foi talvez um dos casos de nostalgia e de remorso, destacados, em pági-na interessante, pelo Sr. Luís Martins. O notável historiador e diplomatabrasileiro chegou a receber convite do Príncipe Dom Luís para ser seuministro do Exterior, caso se restaurasse o Império entre nós.

674

Page 13: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

De Eduardo Prado é, ainda, o livro A Ilusão Americana, de oposiçãoincisiva mas raramente bem documentada à política do Brasil republica-no com relação aos Estados Unidos. Essa política de aproximação refle-te-se, sob vários aspectos, na bibliografia do período republicano. Mol-dada a nova Constituição brasileira sobre a da República norte-america-na, nossos estudiosos de Direito passaram a inspirar-se direta ou indire-tamente em tratadistas norte-americanos; a intensificação de relações po-líticas e econômicas entre os dois países foi também refletindo-se emnossa literatura política, econômica e pedagógica. Os livros, panfletos edocumentos do período estão salpicados de sugestões norte-americanas;às vezes de revolta contra norte-americanismos. Numa das suas mensa-gens de governador do Estado de Pernambuco, Barbosa Lima -- grandefigura de administrador, político e intelectual da República no Brasil --chega, em 1893, a criticar a política ultraprotecionista do Partido Repu-blicano da União Americana, que responsabiliza pelo tratado ou convê-nio organizado por Blaine e aceito pelo nosso primeiro-ministro republi-cano em Washington, Salvador de Mendonça. Tratado, ao que alegaBarbosa Lima, todo em favor da produção norte-americana. Houve en-tão quem pensasse que a adoção, pelo Brasil, da forma de governo nor-te-americana, não aumentara nosso prestígio nem melhorara nossa situa-ção em Washington: tanto que o ultraprotecionismo do Partido Republi-cano norte-americano, em seu primeiro tratado comercial com a novaRepública, não se mostrava disposto à verdadeira reciprocidade entre asduas nações, mas à mesquinha exclusividade em proveito da Repúblicaantiga, poderosa e, naqueles dias, imperialista e não apenas imperial.

De vários problemas econômicos, financeiros, comerciais, indus-triais, técnicos, encontramos reflexos na bibliografia referente ao perío-do republicano no Brasil: a defesa da produção brasileira do açúcar, daborracha, de outros produtos e de novas indústrias; a estabilização docâmbio; o "saneamento das finanças"; as relações econômicas com ou-tros países; a construção de estradas de ferro -- uma delas a Madeira-Ma-moré -- portos, esgotos, combate à febre amarela: obra em que se salien-

675

Page 14: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ta Osvaldo Cruz. Também os problemas brasileiros de limites com as re-públicas vizinhas são nesse período postos em foco pelo Ministro doExterior, Barão do Rio Branco, que resolve inteligentemente os princi-pais. Daí resultam estudos notáveis de história diplomática e de geogra-fia histórica: do próprio barão, de Joaquim Nabuco, de Euclides da Cu-nha, ao lado dos de Capistrano de Abreu, de Oliveira Lima, AlbertoRangel, Tobias Monteiro, Felisbelo Freire, Pandiá Calógeras. Sobre pro-blemas financeiros travam-se polêmicas de que nos restam páginas aindahoje de interesse: a polêmica entre Rui Barbosa e o Visconde de OuroPreto, por exemplo. Joaquim Murtinho liga o seu nome de ministro daFazenda a esforço quase heróico de compressão de despesas públicas.Davi Campista deixa nos anais do Congresso idéias lúcidas sobre ques-tões brasileiras de finanças, discutidas também com autoridade por Leo-poldo de Bulhões e Pandiá Calógeras. A teoria brasileira de valorização --uma das nossas originalidades -- esboça-se no Brasil com a República:com os primeiros esforços políticos no sentido de defender-se oficial-mente ou oficiosamente a produção do café -- para em 1906 ser introdu-zida na língua inglesa com o nome de "valorization". Do Brasil, onde aprimeira valorização do café se verificou em 1905, a nova técnica de de-fesa econômica passaria ao Equador, onde seria aplicada na defesa docacau (1912), à Malásia britânica e Ceilão (borracha, 1922), a Cuba (açú-car, 1925), ao Egito (algodão, 1915; 1925), ao México (1922), à Itália(1925) e a outros países, para a defesa de vários outros produtos.

Pode, portanto, a República vangloriar-se do fato e ter-se antecipa-do a teorias e práticas modernas, européias e norte-americanas, de inter-venção do Estado no sentido de regulamentar suprimentos de determi-nado produto e de estabilizar-lhe os preços por meio de sua retenção emarmazéns, com a técnica e a teoria essencialmente brasileira de valoriza-ção. A história dessa técnica e dessa teoria está ainda para ser escrita: nabibliografia do período republicano brasileiro vamos encontrar seu ger-me e suas raízes. Não sabemos de assunto brasileiro mais digno de serestudado por algum historiador econômico, nosso ou de fora: pois a

676

Page 15: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

teoria e a prática da valorização ligam a República brasileira à históriaeconômica dos primeiros decênios do século XX.

No que a mesma bibliografia se apresenta um tanto pobre -- pelomenos em relação com o número de obras sobre finanças, sobre a técni-ca econômica de defesa de produtos, sobre jurisprudência e direito, so-bre geografia histórica, sobre medicina tropical, sobre história política,sobre questões de língua e de gramática, para não falarmos das belas-le-tras propriamente ditas que nesse período nos aparecem com algumasdas maiores figuras brasileiras de todos os tempos, nascidas ou formadasno Império mas desabrochadas de todo na República: Machado de As-sis, Joaquim Nabuco, Euclides da Cunha, João Ribeiro, Aluísio Azeve-do, Raul Pompéia, Graça Aranha, Afonso Arinos, Olavo Bilac -- é naapresentação e discussão de problemas brasileiros de economia social ede sociologia. A questão de valorização do homem brasileiro -- do ho-mem do povo -- e da adaptação de sua alimentação e de sua habitação,do seu vestuário às condições tropicais de vida -- problemas que chega-ram a preocupar os brasileiros do tempo do Império e até os médicosdo fim da era colonial -- quase não existe para os intelectuais e cientistasbrasileiros da República, na sua primeira fase: 1889-1930 (outra divisãoarbitrária: aceitemo-la, porém). A questão da valorização do café toma olugar de quase todas as outras. Grandes talentos se gastam no bizantinis-mo de discussões gramaticais, literárias, jurídicas e financeiras. Entretan-to, a deficiência que acabamos de destacar é mais de quantidade do quede qualidade. São desse período páginas ainda hoje atuais de Euclides daCunha, Alberto Torres, Graça Aranha, Sílvio Romero, José Veríssimo,Monteiro Lobato, Belisário Pena, Miguel Pereira, Roquete-Pinto, Afrâ-nio Peixoto, salientando a importância de aspectos de problemas sociaispor nós ainda hoje negligenciados. É desse período o esforço, verdadei-ramente admirável, do Governo Federal e do Exército a favor do indíge-na brasileiro, esforço à frente do qual se destaca a figura de CândidoRondon, cujas idéias e métodos se chocam às vezes com os de algumasmissões religiosas dedicadas a obras de catequese. É ainda desse período

677

Page 16: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

a obra do professor Oliveira Viana de estudo histórico-sociológico daspopulações meridionais do Brasil.

Os próprios anais do Congresso Nacional foram enriquecidos, nosseus últimos anos, com discursos francamente socialistas de AlexandreJosé Barbosa Lima que também ocupou-se, tanto quanto Sílvio Romero,dos perigos do imperialismo germânico no Sul do Brasil, tendo sido acu-sado por gazetas alemãs de "ultranativista". Era também para o socialis-mo que, no fim da vida, caminhava o liberalismo de Rui Barbosa, aquem a forte caricatura do caboclo brasileiro traçado por Monteiro Loba-to -- o Jeca Tatu -- fez olhar para o interior do Brasil e para a miséria danossa vida rural. Em 1919, Rui chegaria a dizer: "A concepção indivi-dualista do direito tem evoluído rapidamente, com os tremendos suces-sos deste século para uma transformação incomensurável nas noções ju-rídicas do individualismo, restringido agora por uma extensão cada vezmaior dos direitos sociais."

Desde o fim da guerra chamada dos Quatro Anos que, no Brasil,foi tendo repercussão o novo sentido europeu de direitos sociais comorestrição ao individualismo liberal ou ao laissez-faire econômico. Tambémfoi se acentuando, nas gerações mais novas, o descontentamento com asteorias e sobretudo com as práticas políticas dos dirigentes da Repúblicae com a literatura ou a arte acadêmica representada pelos Coelho Neto epela Escola de Belas-Artes contra os quais rebentaria em São Paulo e noRio o chamado "movimento modernista". Alguns jovens foram agindosobre os próprios velhos de responsabilidade e de prestígio, no sentidode comunicar-lhes parte do seu mal-estar não só de revoltados contra aspráticas políticas e as convenções acadêmicas de arte como de críticosdos próprios fundamentos do regime dominante entre nós desde 1889.Que não correspondiam à nossa realidade social, diziam alguns. Queprecisávamos de um presidencialismo mais forte, quase de uma realezaefetiva, pensavam outros, contanto que fosse "realeza" da elite intelectuale técnica e que cuidasse dos problemas sociais brasileiros, principalmen-te dos econômicos, dos de organização social, educação, higiene. Entre

678

Page 17: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

os críticos que se exprimiam contra as práticas dominantes se achavamdiscípulos de Alberto Torres, entusiastas de Euclides da Cunha, leitoresde Sílvio Romero; e também jovens educados no estrangeiro ou influen-ciados por idéias e contatos europeus e norte-americanos: Delgado deCarvalho, Pontes de Miranda, A. Carneiro Leão, Tasso da Silveira, Tris-tão de Ataíde e outros. Idéias e contatos que, em vez de distanciarem to-dos os jovens assim educados da realidade nativa, tinham resultado emaproximar alguns da mesma realidade: o caso do professor Delgado deCarvalho é expressivo. Ao mesmo tempo havia quem, bizantinamente,voltasse olhos de uma languidez oriental para a "solução parlamentaris-ta"; "de mais parlamentarismo é que precisava o Brasil", suspiravam taisdescontentes -- descontentes talvez dissimulados, que eram, ao mesmotempo, partidários de maior autonomia dos estados em face dos "abu-sos" do poder central. Alguns desses falsos descontentes -- seja observa-do de passagem -- terminariam fascistas, integralistas, partidários de "di-taduras violentas". Ainda outros descontentes penderiam sincera e ho-nestamente para a solução convencionalmente monárquica, com a res-tauração do trono dos Braganças. Ou para a "solução católica", com ofortalecimento mais da Ordem que do Progresso: idéia do vigoroso pan-fletário Jackson de Figueiredo que teria brilhante continuador no senhorAlceu Amoroso Lima (Tristão de Ataíde).

Várias dessas formas de descontentamento tiveram sua expressão,senão em livros, em folhetos, conferências, opúsculos, que constituemum dos mais curiosos aspectos da bibliografia do período. Foi atravésdessas várias formas de descontentamento que se preparou a Revoluçãode 1930 -- repercussão, também, da grande crise econômica internacio-nal, que tornou inúteis os esforços de valorização do café paulista dentroda técnica já tradicional. Foi também de sugestões de mestres como Eu-clides da Cunha, Joaquim Nabuco, Alberto Torres, Silvio Romero, Fa-rias Brito, José Veríssimo, Oliveira Lima e da insistência das novas gera-ções brasileiras, desde 1918, na necessidade de soluções sociais e nãoprincipalmente econômicas nem apenas jurídicas e financeiras, para os

679

Page 18: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

nossos problemas -- necessidade posta em relevo, mais de uma vez, empalavras sempre lúcidas, pelos Srs. Gilberto Amado e Licínio Cardoso --que souberam aproveitar-se alguns dos novos dirigentes do Brasil --principalmente o mais perspicaz e pragmático de todos eles: o Sr. Getú-lio Vargas -- para algumas de suas iniciativas ou tentativas revolucioná-rias de reforma política e econômica, nem sempre bem conduzidas, nosentido da "organização nacional" pregada por Alberto Torres, da colo-nização dirigida -- e não a esmo -- da Amazônia, com que sonhou Eucli-des da Cunha, da valorização do homem brasileiro pela maior defesa desua saúde, reclamada pelo professor Roquete-Pinto e por Miguel Pereira,do abrasileiramento das áreas do Sul do Brasil colonizadas por alemães comintuitos imperialistas denunciados desassombradamente por Sílvio Ro-mero e Barbosa Lima, da maior assistência às populações do São Fran-cisco e da zona árida do Nordeste -- obra em que se distinguira, comoMinistro da Viação do Sr. Getúlio Vargas, o Sr. José Américo de Almei-da: figura típica de revoltado contra os abusos dos políticos chamadosprofissionais da primeira República e hoje em triste ostracismo, comooutros brasileiros de igual valor.

Uma das expressões daquela inquietação de jovens, mais marcadapelo espírito de crítica e pelo desejo de renovação, senão de revolução, éa que nos oferecem os depoimentos reunidos no livro À margem da His-tória da República (Rio, 1922). Um dos colaboradores, o Sr. Pontes de Mi-randa, escreve aí contra o estadualismo reinante: "o estado que se achano poder, qualquer que seja ele... feitoriza o Brasil como o escravocratafeitoriza a fazenda". E acrescenta que contra semelhante estadualismo,só a "reação agregante" que "sem desatender a legítimos interesses lo-cais" considerasse principalmente a "unidade nacional". Outro, Ronaldde Carvalho, assim se exprime: "Deixemos de pensar em europeu. Pen-semos em americano. Temos o prejuízo das fórmulas, dos postulados edas regras que não se adaptam ao nosso temperamento." Vicente LicínioCardoso vê os políticos republicanos -- os dominantes -- preocupados sócom problemas secundários, questões partidárias, regionalismos deleté-

680

Page 19: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

rios e comentários constitucionais esdrúxulos ou fetichistas"; e esqueci-dos dos problemas importantes de saneamento, comunicação, educação,higiene. E o Sr. Oliveira Viana prega a necessidade, para o Brasil, deuma legislação, de uma "arquitetura política", de um novo "sistema polí-tico" em que o legislador, o reformador, o reorganizador "antes de semostrar homem do seu tempo" se mostrasse "de sua raça e de seumeio". Poderia talvez acrescentar-se: do seu passado.

Sob a chamada primeira República acentuara-se nos brasileiros daclasse dominante a disposição ou o empenho de se parecerem mais comos seus contemporâneos dos países tecnicamente mais adiantados doque com seus pais e avós do tempo do Império. Por exemplo, tornara-semais elegante dizer-se alguém casado com inglesa ou francesa do quecom alguma filha de família tradicional do interior de São Paulo, de Per-nambuco, da Bahia. Foi a época de numerosos homens de Estado e di-plomatas casados com senhoras francesas, inglesas, rumaicas, alemãs,norte-americanas. A época de discursos parlamentares, relatórios, men-sagens de governadores salpicadas mais de duras palavras inglesas -- trust,funding-loan, deficit, stock -- que de mole latim, quase de igreja, como anti-gamente. Também a época de grandes leilões, cujos anúncios se espa-lham por páginas inteiras dos diários. Leilões de jacarandás e pratas deavós.

Políticos e grandes da primeira República não querem em suas ca-sas os móveis pesados dos avós e dos pais, nem mesmo as boas pratasantigas, os grandes paliteiros portugueses de prata tão característicos dasmesas do Segundo Império. Os novos salões são mobiliados à francesa.Nos gabinetes de estudo se instalam mapples ingleses. Os jacarandás de-saparecem, comprados às vezes -- ironia das ironias! -- por ingleses e ju-deus franceses. Os publicistas, os congressistas, os políticos, os pedago-gos republicanos, em vez das citações de clássicos em que se esmeravamos estadistas, parlamentares e educadores do Império, citam em inglês eem francês autores ingleses, franceses e norte-americanos. Os livros doperíodo é o que acusam: menor contato com os clássicos; maior contato

681

Page 20: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

com mestres e técnicos contemporâneos em assuntos de direito, finan-ças, engenharia, higiene, educação, ciência aplicada. Entretanto, não fal-tam à bibliografia do período bons estudos gramaticais, filológicos e his-tóricos sobre a língua portuguesa: os de João Ribeiro, Said Ali, Carlos deLaet, Mário Barreto, Eduardo Carlos Pereira, Heráclito Graça, Júlio Ri-beiro. Gramáticos como que sociológicos.

Dos brasileiros do período republicano, alguns não se contentamem parecer menos com os pais do tempo do Império do que com oscontemporâneos dos grandes países industriais: pretendem parecer-semais com os vindouros do que com os simples contemporâneos. Asmodas européias e norte-americanas de trajo e de esporte, as inovaçõespedagógicas, as novidades de técnica administrativa e de estilo literáriosão adotadas às vezes com exageros grotescos, no Brasil dos fins do sé-culo XIX e nos princípios do século XX, num como desejo que tives-sem os místicos do Progresso, então senhores de muitas responsabilida-des de direção em nosso país, de se avantajarem aos povos progressistaspor eles imitados, em aperfeiçoamentos e em arrojo. Os meninos come-çam a querer ser Fultons e Benjamins Franklins mais do que Cíceros,Lamartines ou Cavours; e muitos deles, em vez de receberem nomesgregos e romanos que o pedantismo de erudição clássica predominanteno Império tornara comuns entre nós -- Ulisses, Demóstenes, Cícero,Demócrito, Epaminondas, Aristarco -- ou nomes de poetas, de santos,de reis, de heróis da história sagrada e de novelas românticas, são batiza-dos com os nomes às vezes arrevesados de presidentes de Repúblicanorte-americanos, de almirantes, cientistas, e engenheiros ingleses, de in-ventores e técnicos norte-americanos: Washington, Benjamin Franklin,Newton, Nelson, Hamilton, Jefferson, Edson, Lincoln. É bem caracte-rístico desse novo estado de espírito o fato de brasileiros ricos comoSantos-Dumont ou bem situados na política como Augusto Severo deAlbuquerque Maranhão se dedicarem à chamada "conquista do ar", mís-tica naturalmente derivada da convicção que foi aos poucos se generali-zando entre nós, de sermos um país vergonhosamente atrasado em pro-

682

Page 21: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

gresso técnico, científico e industrial. Um país arcaico de cabriolets e car-ros de boi, de doutores teóricos e de portugueses de tamancos, de ne-gros boçais e de índios selvagens. A República nos libertara de um dosnossos "arcaísmos vergonhosos": a forma de governo. Mas o Brasil pre-cisava de se impor à consideração dos povos contemporâneos exceden-do-os em adiantamentos técnicos: inventando novos meios de transpor-te aéreo, por exemplo. Antecipando-se a ingleses, franceses e norte-ame-ricanos na difícil "conquista do ar". E dando ao seu progresso um cará-ter essencialmente prático.

É o que explica o sucesso fácil que obtêm entre nós as escolas nor-te-americanas, fundadas por missionários protestantes nos princípios doséculo XX e que divulgam entre a mocidade jogos como o volley-ball e obasket-ball. Delas se esperam milagres: meninos fortes, sadios, esportivos,bem preparados em matemática e em inglês, aptos a se tornarem enge-nheiros, técnicos, capitães de indústria. Milagres mais completos se espe-ram dos rapazes que os pais enviam para as escolas técnicas, comerciaise de engenharia, química e agricultura da Inglaterra e dos Estados Uni-dos. As mães receiam o protestantismo, a heresia, a irreligião. Mas ospais enfrentam o risco, contanto que seus filhos voltem da Inglaterra oudos Estados Unidos, falando inglês, jogando tennis e aptos a transforma-rem o Brasil num grande país industrial, comercial e de homens "essen-cialmente práticos".

Os moços da classe dominante que não vão estudar no estrangeiroengenharia, comércio, medicina, odontologia, zootecnia, agronomia, fre-qüentam no país as faculdades de direito, medicina, engenharia, odonto-logia. O estudo de humanidades do tempo do Império entra em declí-nio. A primeira República pouco se interessa pela criação de universida-des, sonhada ou desejada por um ou outro ideólogo. E os seus dirigen-tes pretendem, quase todos, ser homens "essencialmente práticos",alheios a "poesias". Conseguem sê-lo na organização do ensino superiorcomo ensino quase exclusivamente profissional. Tanto que Bryce, depassagem pelo Brasil, surpreende-se do caráter estritamente prático do

683

Page 22: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

nosso ensino superior. Estávamos sendo mais papistas que o papa: maispráticos que o inglês.

São do período republicano numerosos livros e folhetos sobrequestões de ensino. A primeira República não hesita em "reformar o en-sino": pelo menos no papel, "reforma-o" várias vezes. Essas "reformasde ensino" -- continuadas pela segunda República -- constituem um capí-tulo inteiro da bibliografia do período.

É entretanto justo salientar que, durante a primeira República, se oensino secundário e o superior não apresentam senão excepcionalmenteaperfeiçoamentos como resultado das numerosas reformas, o ensinoprimário e normal melhoram consideravelmente. Principalmente no Dis-trito Federal, em São Paulo, Minas Gerais e em Pernambuco. Neste,como noutros setores de atividade cultural, São Paulo torna-se uma ins-piração e um exemplo para os demais estados.

São da segunda República várias iniciativas inteligentes de ordemcultural -- uma delas a Universidade do Distrito Federal, depois absorvi-da pela Universidade do Brasil -- que se refletem sobre publicações inte-ressantes do Ministério da Educação e Saúde e de outros departamentosdo Governo. Edições e reedições de obras de valor; traduções de livrosnotáveis como o de Lippmann sobre o açúcar -- feliz iniciativa do Insti-tuto do Açúcar.

O Instituto de Manguinhos, o Museu Nacional, a Biblioteca Nacio-nal, o Instituto de Geografia, o Arquivo Nacional, o Departamento Mu-nicipal de Cultura de São Paulo, o Museu Goeldi, o Museu Paulista, oMuseu Júlio de Castilhos, a Universidade de São Paulo, outras organiza-ções oficiais, semi-oficiais e particulares de educação e cultura enrique-cem a bibliografia brasileira do período republicano com publicações deinteresse intelectual, científico e técnico às quais se junta a produção, tãoabundante nos últimos anos, mas perturbada recentemente pela GrandeGuerra, de editores do Rio, de São Paulo, do Rio Grande do Sul. É du-rante a primeira República que os nomes dos brasileiros, Vital Brasil,Osvaldo Cruz, Carlos Chagas, Olímpio da Fonseca, J. B. de Lacerda,

684

Page 23: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Rocha Lima, Roquete-Pinto, Cardoso Fontes, Saturnino de Brito, Afrâ-nio do Amaral, os irmãos Osório de Almeida, tornam-se nomes interna-cionais em várias especialidades científicas, ao lado do de Rondon, do deSantos-Dumont, dos de Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, Rio Branco,Oliveira Lima, dos de Vila-Lobos, Guiomar Novais, Epitácio Pessoa,Afrânio de Melo Franco, Luís Carlos Prestes, Duque e Gaby, AntônioConselheiro, Lampião e Padre Cícero.

Período fértil em prisões e exílios de brasileiros ilustres -- um deles,o Imperador velho e quase moribundo -- o fato se reflete na bibliografia.Dos livros que a abrilhantam, vários são as obras de exilados ou de pri-sioneiros políticos. Aplica-se ao Brasil republicano -- a algumas de suasfases, de 89 aos nossos dias -- o conceito: "Lorsque la legalité est compli-ce de l’injustice et de l’oppression, on brigue l’honneur d’être mal notépar la police." Esta honra alcançam-na não simples demagogos ou agita-dores vulgares, mas homens da estatura de Ouro Preto, Saldanha daGama, Silveira Martins, Rui Barbosa, Barbosa Lima, Hermes da Fonse-ca, Carlos de Laet, Olavo Bilac, Eduardo Prado, Afonso Celso Júnior.Numerosos outros: alguns ainda vivos, como o Sr. Otávio Mangabeira.Dos livros do período republicano escritos por exilados, perseguidos ouprisioneiros políticos, é bastante lembrarmos as notáveis Cartas da Ingla-terra, de Rui Barbosa.

685

Page 24: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Bibliografia

À margem da história da República;ideais, crenças e afirmações. Inquérito porescritores da geração nascida com aRepública: A. Carneiro Leão, CelsoVieira, Gilberto Amado, Jônatas Ser-rano, José Antônio Nogueira, NunoPinheiro, Oliveira Viana, Pontes deMiranda, Ronald de Carvalho, Tassoda Silveira, Tristão de Ataíde, VicenteLicínio Cardoso. Rio de Janeiro, Ed.do Anuário do Brasil, 1924. 350 p.

Contém os seguintes artigos: Polí-tica e letras (Tristão de Ataíde); Benja-mim Constant, o fundador da República(Vicente Licínio Cardoso); À margemda República (Vicente Licínio); Os de-veres das novas gerações brasileiras (A.Carneiro Leão); Evolução do pensamen-to republicano no Brasil (Celso Vieira);As instituições políticas e o meio social noBrasil (Gilberto Amado); O clero e aRepública (Jônatas Serrano); O idealbrasileiro desenvolvido na República (JoséAntônio Nogueira); Finanças nacionais(Nuno Pinheiro); O idealismo da Cons-tituição (Oliveira Viana); Preliminaresda revisão constitucional (Pontes de Mi-randa); Bases da nacionalidade brasileira(Ronald de Carvalho); A consciênciabrasileira (Tasso da Silveira). A con-clusão refere-se à responsabilidadeda geração nascida com a República,de sustentar o primado do espírito, eà surpresa dessa geração ao verificarque havia se enganado ao pensar quecertas etapas já haviam sido vencidase certos problemas essenciais resol-

vidos. Dessa surpresa provinha osentimento do que o Brasil retrogra-dara. [3508]

Abranches Moura, João Dunshee de.

vide

Moura, João Dunshee de Abranches.

Albuquerque, José Joaquim de Camposda Costa de Medeiros e. O regime pre-sidencial no Brasil. Rio de Janeiro,Francisco Alves, 1914. 216 p.

O autor faz a apologia do regimeparlamentar e procura diminuir o re-gime presidencial. Segundo sua opi-nião, o regime presidencial trouxeuma corrupção moral ao Brasil; sen-do o parlamentarismo o único regi-me que se adapta à índole do povobrasileiro.

Este livro foi reeditado em 1932sob o título Parlamentarismo e presiden-cialismo, Rio de Janeiro, Ed. CalvinoFilho, 1932, 156 p. [3509]

Alves, Francisco Rodrigues (Filho). Cam-pos Sales: propagandista da República; oministro -- o presidente -- a época. Con-tendo o manifesto republicano de1870. 1ª ed., São Paulo, Cultura doBrasil Ed., 1940. 71 p.

Opúsculo que focaliza as ativida-des de Campos Sales, como deputa-do, propagandista republicano, mi-nistro da Justiça, presidente e restau-rador das finanças do país. [3510]

Alves, José de Paula Rodrigues. Gênese daidéia republicana no Brasil. Santiago doChile, Ed. Nascimento, 1933. 142 p.

687

Page 25: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Discurso de recepção do autorna Junta de História e NumismáticaAmericana, em 1929. Defende aopinião de que a proclamação daRepública não foi obra de motimmas afirmação do triunfo de umaidéia. Para documentar essa asserção,expõe os fatores que promoveram aRepública, tomando como ponto departida o período após a inde-pendência. [3511]

Amado Gilberto. Dias e horas de vibra-ção. Rio de Janeiro, Ariel Ed., s.d.148 p.

A maior parte do livro é dedica-da a fatos e impressões de Paris,onde o autor ministrou um curso deDireito em março e abril de 1933.No primeiro capítulo, intitulado Me-ditação no mar sobre o Brasil, discorre oautor sobre a inexistência de umapolítica nacional no Brasil. Explicaesse fato pela ausência de homens,em razão do sistema de bancadasnos estados, que dispensa os ho-mens mais inteligentes, como repre-sentantes dos estados, de qualquertrabalho que não seja o de apoiar olíder de sua bancada. O Brasil, uno,material, moral e espiritualmente, en-contra-se separado, politicamente,em estados. Para o autor, a razãoestá que o poder passou, da Nação,para os estados. No momento atual,o Exército e os grandes estados dis-putam o poder. Prega o autor a ne-cessidade da organização dos gran-des partidos nacionais, sem querercom isso, propor a centralização,pois é de opinião que a federação éo molde natural da coletividade bra-sileira. [3512]

Amado, Gilberto. Grão de areia: estudos donosso tempo. Rio de Janeiro, Jacinto Ri-beiro dos Santos, 1919. 217 p.

O autor procura salientar algunsaspectos do panorama social e políti-co brasileiro. Critica as tendências daeducação da época, tendendo para aformação de "homens chamadospráticos", em relação às instituições,porque nada ou pouco podem in-fluenciar na população que politica-mente não existe. Para o autor, aConstituição republicana exerce amesma ação nominal sobre o paísque a monarquia. [3513]

Amado, Jorge. Vida de Luís Carlos Prestes:el caballero de la esperanza. Pref. delmayor Carlos da Costa Leite. BuenosAires, Ed. Claridad, 1942. 395 p.

Biografia de Luís Carlos Prestes,chefe do Partido Comunista Brasilei-ro. Trata-se da versão em espanhol,feita por Pompeu de Acióli Borges,diretamente da edição em portuguêsintitulada A B C do Cavaleiro da Espe-rança. [3514]

Amaral, Antônio José Azevedo do. O Bra-sil na crise atual. São Paulo, Ed. Nacio-nal, 1934. 264 p. (Brasiliana, v. 31.)

É um trabalho de crítica e de in-terpretação do Brasil contemporâ-neo. O autor analisa as grandesquestões internacionais de após-guerra e depois particulariza o casobrasileiro, fazendo um estudo inter-pretativo da Revolução de 1930. Sãoos seguintes os capítulos da obra: Ométodo revolucionário; Ilusões de após-guer-ra; Individualismo e coletivismo; A paz e aguerra; Realidade e ficção na crise brasilei-ra; O Brasil real: A nação, a província e omunicípio; Conflito de culturas. [3515]

688

Page 26: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Amaral, Antônio José Azevedo do. O es-tado autoritário e a realidade nacional. Riode Janeiro, José Olímpio, 1938. 311 p.

Ensaio político, crítico, sobre oEstado Novo. Estuda os anteceden-tes desse regime político, o períododecorrente entre a revolução e o seuestabelecimento, e se detém mais de-moradamente para analisar os caracte-res da nova fórmula política. [3516]

Amaral, Antônio José Azevedo do. Reno-vação nacional. Rio de Janeiro, Impren-sa Nacional, 1936. 77 p.

O autor procura caracterizar o am-biente nacional nas vésperas da Revo-lução de 30; faz um estudo interpretati-vo da revolução, e o balanço das trans-formações políticas, econômicas e so-ciais ocorridas depois de 30. [3517]

Amaral, Leônidas do. Os pródromos daCampanha presidencial; as cartas e os pri-meiros discursos. São Paulo, 1929. 650 p.

Pródromos da campanha presidencialpara o quatriênio 1930-1934. Contémas cartas trocadas entre WashingtonLuís, Getúlio Vargas e Antônio Car-los sobre a sucessão presidencial, as-sim como os discursos nos Congres-sos Federal e Estadual sobre o mes-mo assunto, até a escolha do candi-dato Júlio Prestes pela ConvençãoNacional. O autor declara-se favorá-vel ao candidato oficial. [3518]

Amaral, Luís. A hora da expiação: o movi-mento brasileiro em síntese. São Paulo,1930. 128 p.

Na primeira parte o autor discor-re sobre a proclamação da Repúbli-ca, frisando a precocidade de seu ad-vento, a falta de uma elite diretora eo abaixamento de valores nos pri-meiros anos da República. Mostran-

do a formação de uma oligarquiamanejada por aventureiros, o autorexamina as principais conseqüênciasdesse fato nos vários ramos da ad-ministração (instrução, economia, fi-nanças), no padrão social da popula-ção e na formação de uma oligarquiaplutocrática. Na segunda parte o au-tor discorre sobre as reservas moraisdo país; comenta a ausência dessasreservas na mocidade, na religião, noexército, na imprensa, na intelectua-lidade, pois admite que todo o paísestá contaminado pela corrupçãovinda do alto, ou seja, da oligarquiadirigente. Na terceira parte o autorclama pela necessidade de se realizar aexperiência de um governo sob a che-fia de Luís Carlos Prestes. [3519]

Amaral, Urbano de. A democracia moderna. SãoPaulo, Jorge Seckler & Comp., 1887. 181 p.

Na primeira parte intitulada "De-mocracia", o autor aponta como ca-racteres dessa forma de governo a afir-mação da liberdade individual e o re-conhecimento da personalidade dasnações; tem a Federação como suaimediata expressão social. Na segundaparte, intitulada "República", defendea legitimidade da forma republicana degoverno, como a única que se harmo-niza com o princípio federativo, baseda democracia. Na terceira parte, inti-tulada Religião, defende a idéia doteísmo cristão. Na quarta e últimaparte, a que intitula Educação, mos-tra como a educação deve atuar so-bre os povos latinos, modificando oespírito de igualdade e emancipan-do-o da influência católica. [3520]

Americano, Jorge. A lição dos fatos: revoltade 5 de julho de 1924. São Paulo, Livra-ria Acadêmica, 1924. 246 p.

689

Page 27: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Ensaio político-social em que o au-tor trata das causas da revolução de1924 e apresenta um estudo dos pro-blemas econômicos, sociais e políticosdo Brasil contemporâneo. [3521]

Andrada, Martim Francisco Ribeiro de(Neto). Contribuindo. São Paulo, Mon-teiro Lobato & Cia., 1921. 219 p.

O autor procura fixar o perfil devárias figuras do cenário políticobrasileiro, da época colonial, imperiale republicana, junta documentos re-lativos a cada um dos personagensde que se ocupa. [3522]

Andrada, Martim Francisco Ribeiro de(Neto). Propaganda separatista; São Pau-lo independente. São Paulo, Tip. União,1887. 59 p.

Trechos de discursos e escritosdo autor, os mais antigos datados de1879. Ressaltando o grande progres-so da província de São Paulo, o au-tor faz críticas ao governo imperial,e defende a proclamação de um go-verno autônomo em São Paulo.Essa independência se faria sem san-gue e sem oposição. Declara o autorque sua propaganda separatista é he-rança e ato de coerência, pois a exte-riorizou em todas as circulares de can-didato, acentuou-a em 1879 na As-sembléia Provincial, e em 1884 naAssembléia Geral. No final o autortranscreve a comédia "O casamentodo mano". Comédia bragantina. 2ºato, na qual critica a situação políticanacional, e faz propaganda separatista.

[3523]Andrada, Martim Francisco Ribeiro de

(Neto). Rindo. São Paulo, Ed. da Re-vista do Brasil, 1919. 200 p.

De início o autor transcreve a co-média intitulada "O Casamento domano". Comédia bragantina. 2º Ato,criticando a situação política nacio-nal; frisando o sentimento predomi-nante em São Paulo, de queixa con-tra o predomínio dos baianos na di-reção política do país, faz tambémpropaganda separatista. Os demaistrabalhos contêm críticas à centrali-zação monárquica, à imoralidade daRepública, assim como apologia daautonomia de São Paulo. [3524]

Andrade, Almir de. Força e liberdade; ori-gens históricas, tendências atuais da evolu-ção política do Brasil. Rio de Janeiro,José Olímpio, 1940. 269 p.

Na introdução o autor discorresobre o problema da renovação polí-tica e social do mundo e particulari-za o problema da renovação políticado Brasil, intimamente ligado à ques-tão da existência de uma doutrinapolítica brasileira. Trata ainda da im-portância das causas sociais na evo-lução política brasileira e explicaquais as diretrizes históricas da obra.A primeira parte é dedicada ao estu-do dos métodos políticos do Brasil;o autor estuda as tradições políticasdo Brasil e os rumos da política bra-sileira depois da revolução de 1930,e explica o espírito e a doutrina dosmétodos políticos brasileiros. Na se-gunda parte o autor trata dos funda-mentos da vida política nacional; es-tuda a falência da liberal-democraciae a evolução para uma democraciacultural e econômica, detendo-se de-pois nos problemas brasileiros -- po-lítica de centralização, problema eco-nômico, o trabalho e o proletariado

690

Page 28: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

-- e a solução dada pelo EstadoNovo a esses problemas. [3525]

Apulcro, Xisto. A verdade histórica: da con-venção de junho de 1921, à revolução de ju-lho de 1922. Rio de Janeiro, s.d. 302 p.

Síntese dos acontecimentos polí-ticos que assinalaram a campanhapresidencial "de 1921-1922". Amaior parte da obra foi dedicada àquestão das "cartas falsas", arma deque se serviram os inimigos políticosdo Dr. Artur Bernardes, candidato àpresidência, com o objetivo de difa-má-lo. [3526]

Araújo, Joaquim Aurélio Barreto Nabu-co de. O dever dos monarquistas: carta aoalmirante Jaceguai. Rio de Janeiro, Tip.Leuzinger, 1895. 35 p.

Em resposta a uma carta do Al-mirante Jaceguai sobre o futuro daRepública, o autor declara que ape-nas vai repetir o que já se encontraem outros escritos seus. Diz que aRepública é a reprodução viciada eestéril do tipo nacional fixo e não oaperfeiçoamento daquele tipo, comopretende o almirante. Mostra que arealeza diminuiu, o mais possível, osentimento de superioridade de raçae que a sociedade brasileira era ultra-monárquica. Respondendo a críticasàs longas viagens feitas pelo Impera-dor, objeta que elas obedeceramsempre a fins políticos. Aponta osinúmeros benefícios que a monar-quia prestou ao Brasil de que elapossuía raízes no país. Quanto à so-ciedade, é de opinião que ela é indivi-dualista, neocrata, propícia à anarquia.Havia necessidade de entendimentoentre a monarquia e as Forças Arma-das, o que infelizmente não se reali-

zou. No final aponta os grandesproblemas preliminares que a Repú-blica precisa resolver; o problema fe-deral, o militar e o financeiro. [3527]

Araújo, Joaquim Aurélio Barreto Nabu-co de. Discurso pronunciado na quermesseem favor dos feridos federalistas. Recife,1893. [3528]

Araújo, Joaquim Aurélio Barreto Nabu-co de. A intervenção estrangeira durante arevolta. Rio de Janeiro, Freitas Bastos,1932. 207 p.

Versa sobre a intervenção estran-geira durante a revolta da esquadraem 1893. Conta o autor como o go-verno se dirigiu à esquadra estrangei-ra ancorada na baía do Rio de Janei-ro, para impedir que a cidade fossebombardeada. Obtido o auxílio soli-citado, chegou-se ao acordo de 5 deoutubro, mediante o qual o governoretirou os canhões das terras estabe-lecidas no litoral e nas alturas da ci-dade. Dessa data até junho, períodoem que vigorou o acordo, funcionouna cidade uma espécie de controlenaval estrangeiro. A situação da es-quadra revoltada era muito precária,desde que não atacava a cidade, etambém não tentava o bloqueio. Oacordo de outubro foi violado pelogoverno; a chegada do almirantenorte-americano, Benham, ameaçan-do afundar os navios revoltados,para poder atracar as naus mercantesnorte-americanas, precipitou o fimda revolta. Com a chegada da arma-da legalista comprada pelo governona Europa e nos Estados Unidos,foi marcado um prazo para o iníciodo bombardeio da esquadra revolta-da. Seu chefe, Saldanha Marinho,não conseguindo a aceitação de uma

691

Page 29: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

proposta de capitulação apresentadaao governo, refugiou-se nos naviosportugueses ancorados na baía. Em13 de março de 1894 iniciou-se obombardeio dos navios abandona-dos. Explica o autor a legitimidadeda intervenção estrangeira perante odireito das gentes e o alcance de suainovação e aceitação pelo nosso go-verno, como um precedente nacio-nal. No último capítulo faz um juízocrítico sobre a atitude de FlorianoPeixoto na revolta da esquadra, e ovalor dos serviços que prestou nessaocasião. [3529]

Araujo, Joaquim Aurélio Barreto Nabu-co de. Manifesto do Dr. Joaquim Nabu-co, precedido de algumas páginas escritaspelo Sr. Cândido Furtado de Mendonça Jú-nior, como contramanifesto àquele. Recife,1890. [3530]

Araújo, Joaquim Aurélio Barreto Nabu-co de. A minha carreira política. Recife,1893. [3531]

Araújo, Joaquim Aurélio Barreto Nabu-co de. O povo e o trono: profissão de fé po-lítica de Juvenal, romano da decadência.Rio de Janeiro, Tip. e Lit. Francesa,1869. 40 p.

Expressa o autor a esperança deque um dia ainda vigoraria no Brasilo sistema representativo democráti-co. Segundo sua opinião, não vigoraa constituição representativa, massim um governo absoluto, porque oúnico poder que existe realmente nopaís é o trono e não havia nenhumaparticipação do povo no governo, anão ser para homologar os despa-chos dos ministros. A Constituiçãonão passava de mero disfarce do ab-solutismo. Prega a necessidade de

pôr fim ao poder moderador e dis-corre sobre as reformas necessárias-- eleição direta, liberdade de culto,temporariedade do Senado, aboliçãoda Guarda Nacional, abolição da es-cravatura. [3532]

Araújo, Oscar d’. L’ideé republicaine au Bré-sil. Paris, Librairie academique, 1893.X, 153 p.

Versa sobre os precursores daidéia republicana e a política imperialcomo desvio na tradição republica-na do Brasil. A seguir o autor dis-corre sobre a propaganda republi-cana, sobre Benjamim Constant,sobre os acontecimentos do dia 15de novembro e os fatos políticosdo período imediato à queda do Im-pério. [3553]

Arinos, Afonso.vide

Franco, Afonso Arinos de Melo.Assembléia Nacional Constituinte.

videBrasil. Assembléia Nacional Constituinte.Assis Brasil, Joaquim Francisco de.

videBrasil, Joaquim Francisco de Assis.Assunção, Herculano Teixeira de. A

campanha do Contestado: as operações dacoluna do Sul. Belo Horizonte, Im-prensa Oficial, 1917-1918. 2 v. ilus.

Descrição da campanha do Con-testado, região entre os rios Uruguaie Iguaçu, disputada pelos Estadosdo Paraná e Santa Catarina, habitadapor bandoleiros e fanáticos (1905-1917). [3534]

Ataíde, Tristão de, pseud.vide

Lima, Alceu Amoroso.

692

Page 30: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Azevedo, Asdrubal Guyer de. Os militarese a política. Barcelos (Portugal), Ed.do Minho, 1926. 125 p. (Bibliotecada Grande Revolução Brasileira).

A obra focaliza, sob diversos as-pectos, a participação dos militaresna política brasileira. [3535]

Bandeira, Sousa. Reformas. Rio de Janei-ro, Tip. Leuzinger, 1909. 104 p.

Partindo da idéia de que a Cons-tituição de 1891 era apenas obra deliteratura política, em que se amalga-ram o federalismo norte-americano,a sociologia positiva e os princípiosda Revolução Francesa, tendendomais ao desenvolvimento de idéiasabstratas e não aos interesses tradi-cionais da nação, o autor prega a ne-cessidade de uma reforma da Consti-tuição. Esta deveria ter por objetivosalvar a unidade nacional, assegurara melhor discriminação das rendasestaduais e federais, apertar os laçosentre os estados, adotar a eleição di-reta, tratar das relações entre o chefede estado e seus auxiliares imediatos,estreitar os laços federais para darmaior prestígio e autoridade àUnião. O autor pugna pela necessi-dade da unidade da magistratura, fa-zendo críticas ao Código Civil, vota-do em 1902, que considera adotadoa um regime processual arcaico e co-menta o arcaísmo do sistema judiciá-rio do país. [3536]

Barbosa, Rui. Anexos ao relatório do Minis-tro da Fazenda, Rui Barbosa, em Janeiro,1891. Rio de Janeiro, Imprensa Na-cional, 1891. 221 p., ilus. [3537]

Barbosa, Rui. O ano político de 1887. Riode Janeiro, Gazeta de Notícias, 1888.152 p. [3538]

Barbosa, Rui. Campanha presidencial. Ba-hia, Livraria Catilina, 1921. 283 p.

Conferências e entrevistas dacampanha presidencial de 1919,quando Rui Barbosa figurou comocandidato da oposição, pois não lo-grou obter maioria de votos na Con-venção Nacional. Esta escolheuEpitácio Pessoa, candidato que foieleito. [3539]

Barbosa, Rui. Contra o militarismo: campa-nha eleitoral de 1909 a 1910. Rio de Ja-neiro, J. Ribeiro dos Santos, 1911. 2v. ilus.

Discursos de Rui Barbosa, IrineuMachado e outros, na campanhapresidencial de 1909-1910, quandoRui Barbosa apresentou-se comocandidato civil à presidência, emoposição ao candidato militar, Mare-chal Hermes da Fonseca, que foieleito. [3540]

Barbosa, Rui. Correspondência, coligida, re-vista e anotada por Homero Pires. SãoPaulo, Livraria Acadêmica, 1932. 438 p.

Coletânea de cartas do grandepolítico republicano, desde o ano de1866 em que se matriculou na Facul-dade de Direito de Recife, até 15 desetembro de 1922, poucos meses an-tes da sua morte. Revelam os múlti-plos aspectos da atividade de Ruicomo doutrinador, jornalista, advoga-do, juiz e homem de estado. [3541]

Barbosa, Rui. Eleição direta: discurso nomeeting da Bahia em 1874. Bahia,1874.

[3542]Barbosa, Rui. Finanças e políticas da Repúbli-

ca: discursos e escritos. Capital Fede-ral, Cia. Impressora, 1892. 475 p.

693

Page 31: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Contém três discursos pronun-ciados pelo autor no Senado Federal,sobre questões financeiras. O pri-meiro, pronunciado em 3 de novem-bro de 1891, versa sobre "O papel e abaixa do câmbio". O segundo, pro-ferido em 12 de janeiro de 1892, temo título "Os bancos emissores". Oterceiro, proferido em 13 de janeirode 1892, intitula-se "A reforma emprojeto". A mobilização do lastrodos bancos. O imposto em ouro.Império e República. Consta ainda oManifesto à Nação, publicado emvários jornais do país, de 20 de janei-ro a 1º de fevereiro de 1892, no qualRui Barbosa explica os motivos queo levaram a resignar o cargo de sena-dor pelo Estado da Bahia. O capítu-lo intitulado "O tratado americano"é um artigo datado de 22 de feverei-ro de 1892, no qual o autor dá expli-cações sobre a assinatura do tratadode comércio com os Estados Uni-dos. Em apêndice constam notascomplementares às diversas partesda obra. [3543]

Barbosa, Rui. Queda do Império. Riode Janeiro, Livraria Castilho, 1921.3 v.

Artigos publicados no Diário denotícias do Rio de Janeiro, em 1889; cri-ticam a política imperial, os partidos,as instituições da época, os mem-bros da família imperial. Segundo es-clarece o autor no prefácio da obra,discorrendo sobre os objetivos des-ses artigos e suas relações com o Im-pério, sua intenção não foi pregar adestruição da monarquia, mas a sua"republicanização", ou seja, a federa-lização das províncias e a predomi-nância do Parlamento na vida políti-

ca do país. Pretendia estabelecer,fora do liberalismo partidário, umaescola de princípios liberais. A essesartigos, contudo, Ouro Preto lançoua maior culpa de sua queda, segundodeclara o autor. [3544]

Barbosa, Rui. Relatório do ministro da Fa-zenda em janeiro de 1891. Rio de Janei-ro, Imprensa Nacional, 1891. 464 p.

Relatório sobre o estado das fi-nanças do país e as realizações dogoverno provisório no terreno finan-ceiro, elaborado para a apresentaçãodo orçamento de 1891. [3545]

Barbosa, Rui, e Moacir, Pedro. A revoga-ção da neutralidade: dois discursos pronun-ciados pelo senador Rui Barbosa e pelo de-putado Pedro Moacir. Londres, R. Clay& son., s.d. 147 p.

O discurso de Rui Barbosa, pro-nunciado no Senado Federal em 31de maio de 1917, examina a posiçãodo Brasil na situação internacional,focalizando principalmente o pro-blema da guerra submarina desenca-deada pela Alemanha e explica as ra-zões pelas quais apoiou a revogaçãoda neutralidade. O discurso de PedroMoacir, pronunciado na Câmara dosDeputados em 29 de maio de 1917,explica e comenta os fatos que leva-ram o Brasil àquela solução. [3546]

Barreto, Emígdio Dantas. Conspirações.Rio de Janeiro: Francisco Alves,1917. 355 p.

É uma crônica sobre a vida políti-ca do país, desde o governo de Ro-drigues Alves (1902) até o empossa-mento de Venceslau Brás (1914); oautor procura pôr em evidência asmanobras políticas nas sucessõespresidenciais. [3547]

694

Page 32: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Barreto, Emígdio Dantas. Ultima expedi-ção a Canudos. 1ª ed. Porto Alegre,Franco & Irmão, 1898. 242 p. ilus.

Crônica da expedição do generalArtur Oscar (1897), que destruiu oreduto de Canudos, povoado forma-do no sertão baiano pelos prosélitosde Antônio Conselheiro [3548]

Barros, Jaime de. A política exterior do Bra-sil (1930-1940). Rio de Janeiro, De-partamento de Imprensa e Propagan-da, 1941. 367 p.

Mostra as diretrizes do governoem relação aos problemas da políticaexterna no período indicado, taiscomo o incidente da Letícia, a guerrado Chaco, as diversas conferênciasinteramericanas de consolidação dapaz. [3549]

Barros, Prudente J. de Morais. A naçãobrasileira. Rio de Janeiro, Tip Leuzin-ger, (1894). 9 p.

Discurso de posse na presidênciada República, proferido em 15 denovembro de 1894. O autor refere-se às perturbações políticas dos anosprecedentes da era republicana e in-dica os objetivos e princípios quenortearam o seu governo. [3550]

Barroso, Gustavo. O integralismo de norte asul. 2ª ed. Rio de Janeiro, CivilizaçãoBrasileira, 1934. 187 p.

Livro de propaganda do integra-lismo. Os capítulos da obra são osseguintes: Liberalismo, comunismo eintegralismo; Integralismo e brasili-dade; Quem somos, o que quere-mos, o que faremos; A inquietaçãodo século XIX e a reconstituição doséculo XX; O sentido novo da polí-tica, da educação e da economia; Oespírito novo do Brasil; As utopias

dos socialismos; A integralidade daraça e da língua; O livro brasileiroSalve Roma eterna! [3551]

Barroso, Gustavo. O integralismo em mar-cha. Rio de Janeiro, Schmidt, 1933.143 p.

O autor discorre sobre o inte-gralismo no sentido filosófico, ointegralismo no sentido brasileiro,o integralismo no sentido interna-cional. [3552]

Barroso, Gustavo. O que o integralista devesaber. Rio de Janeiro, Civilização Bra-sileira, s.d. 203 p.

O autor define o movimento in-tegralista, seus objetivos, sua bandei-ra de combate, sua posição em facedas religiões, da questão judaica, docomunismo. Informa sobre a estru-turação da ação integralista brasileira,sobre a milícia integralista, sobre ahierarquia e organização da milíciaintegralista, e as ordens honoríficasinstituídas pela sua chefia. [3553]

Bastos, A. C. Tavares. Os males do presentee as esperanças do futuro: estudos brasilei-ros; pref. de Cassiano Tavares Bastos.São Paulo, Editora Nacional, 1939.336 p. (Brasiliana, v. 151).

A obra reúne alguns trabalhos es-parsos publicados pelo autor. O pri-meiro, que dá nome ao livro, foi pu-blicado em 1861; o autor analisa osvícios da época e propõe os remé-dios que julga os mais adequadospara saná-los. Ergue a voz contra oregime centralizador e opressivo,contra o tráfico e reclama a eleiçãodireta, a liberdade de cabotagem, aabertura do Amazonas. O segundoversa sobre a imigração; comenta edesenvolve os pontos capitais do

695

Page 33: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

manifesto da Sociedade Internacio-nal de Imigração, que se reuniu emjaneiro de 1866 e de que o autor foium dos principais fundadores. Parti-dário da Abolição, o autor reclamamedidas preparatórias para substituiro braço escravo; reformas que sim-plifiquem as leis de naturalização,que favoreçam a alienação das terraspúblicas, que garantam a liberdadede culto, não repudiem o casamentocivil, nem tornem impraticável ocontrato da locação de serviços.Como medida necessária ao incre-mento da imigração, aborda o pro-blema das comunicações interiores.O terceiro trabalho é a carta políticaao Conselheiro Saraiva, divulgadaem 1872; discorrendo sobre os pro-blemas políticos de sua época, o au-tor encarece a necessidade da trans-formação nas instituições num senti-do democrático. O quarto e últimotrabalho é a Reforma Eleitoral e Parla-mentar e a Constituição da magistratura,publicados em 1872; são dignas denota as idéias avançadas do autor,que estão corporificadas nos seusprojetos de lei ou notas à margem;direito de voto e representação aoslibertos, sufrágio ao estrangeiro e àsmulheres, abolição do juramentopara o exercício de quaisquer car-gos públicos, para colação de grauacadêmico, supressão do mandatovitalício, equilíbrio das Câmaras, etc.

[3554]Belo, José Maria. História da República:

primeiro período, 1889-1902. Rio deJaneiro, Civilização Brasileira(1940). 264 p.

Estuda os principais aspectos davida brasileira desde o ocaso da mo-

narquia até a presidência de CamposSales. Analisa a primeira fase deadaptação da nova forma de gover-no, caracterizada pelas desordensinternas, incerteza política e finan-ceira. [3555]

Bernardes, Artur. Discursos (1922-1926).Rio de Janeiro, 1926. 116 p.

Consta de minutas e trechos dediscursos e entrevistas do presidenteda República no quatriênio 1922-1926. [3556]

Bocaiúva, Quintino. Tratado de arbitra-mento: relatório apresentado ao generalíssi-mo chefe do governo provisório dos EstadosUnidos do Brasil por Quintino Bocaiúva.Rio de Janeiro, Imprensa Nacional,1891. 10 p.

Projeto de tratado de arbitramen-to feito por ocasião da ConferênciaInternacional Americana, entre oBrasil, Bolívia, Equador, Guatemala,Haiti, Honduras, Nicarágua, El Sal-vador e Estados Unidos da América,datado de Washington, 28 de abrilde 1890. Foi elaborado, de acordocom o programa da Conferência,que recomendava à adoção dos res-pectivos governos, um plano de ar-bitramento. [3557]

Bragança, Luís de Orléans, príncipe. Sobo Cruzeiro do Sul; Brasil -- Argentina --Chile -- Bolívia -- Paraguai -- Uruguai, 1ªed. Montreux, Soc. de l’impr. & lith.de Montreux, 1913. 459 p.

O autor, herdeiro presuntivo daCoroa imperial do Brasil, transmitesuas observações e impressões, apósuma viagem à América do Sul, emque não obteve licença para desem-barcar no Brasil. Em relação ao Bra-sil, discorre sobre a queda da monar-

696

Page 34: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

quia e os primeiros anos do regimerepublicano; reconhece os progres-sos efetuados sob o novo regimepolítico, mas é de opinião que o Im-pério poderia obter resultados igual-mente brilhantes. Trata depois da si-tuação política dos países da Améri-ca do Sul, em geral, e ocupa-se parti-cularmente da Argentina, Chile, Bo-lívia, Paraguai, Uruguai, sobre osquais apresenta observações sobresua história, geografia, fatos econô-micos e sociais. [3558]

Brasil, Assembléia Nacional Constituin-te. Anais da Assembléia Nacional Consti-tuinte, organizados pela Redação dos Anaise documentos parlamentares. Rio de Ja-neiro, Imprensa Nacional, 1933-1937. 22 v.

Diários das Sessões da AssembléiaNacional Constituinte, que elaborou aConstituição de 1934. [3559]

Brasil, Assembléia Nacional Constituin-te. Anexos dos Anais da Assembléia Na-cional Constituinte, organizados pela Reda-ção dos Anais e documentos parlamentares.Rio de Janeiro, Tip. Jornal do Comércio,1935-1936. 4 v.

Os volumes I a III contêm osdocumentos que dizem respeito aosrequerimentos dirigidos à Assem-bléia pelos constituintes; ventilamassuntos diversos ligados ao projetoda constituição. O vol. IV transcreveas entrevistas dos deputados consti-tuintes sobre o anteprojeto da Cons-tituição, publicadas pelo Diário daNoite, assim como as conferênciassobre o mesmo assunto lidas noClube dos Advogados. [3560]

Brasil, Câmara dos Deputados. Anais daCâmara dos Deputados da República dos

Estados Unidos do Brasil. Rio de Janei-ro, Imprensa Nacional, s.d.

Publicados desde 1891. [3561]Brasil, Ministério da Educação e Saúde.

Floriano: memórias e documentos v. I: Ar-tur Vieira Peixoto, Biografia do ma-rechal Floriano Peixoto -- v. II: No-ronha dos Santos. A revolução de1891 e suas conseqüências -- v. IV:Sílvio Peixoto, Início do período pre-sidencial -- v. V: Roberto Macedo. Aadministração de Floriano: parte ge-ral e pastas militares -- v. VI: FábioLuz. Texto; Davi Carneiro. Comen-tário e ilustração: A invasão federalis-ta em Santa Catarina e Paraná. Rio deJaneiro, 1939-41. 5 v. ilus. (v. III ain-da não foi publicado).

Obra sobre a personalidade e aadministração de Floriano Peixoto,que foi presidente da República de1891 a 1894. O primeiro volumecontém a biografia de Floriano Pei-xoto. Focaliza as múltiplas atividadesde Floriano, na guerra do Paraguai,no período que decorreu entre o fimda guerra do Paraguai e o adventoda República, na proclamação da Re-pública, no governo provisório, navice-presidência e presidência da Re-pública, e os últimos anos da suavida, até o falecimento, ocorrido em1896. O segundo volume versa so-bre o pronunciamento da esquadraem 23 de novembro de 1891, sob achefia do almirante Custódio Joséde Melo, e o advento de Floriano àpresidência da República, com a re-núncia do marechal Deodoro. Oquarto volume trata do período ini-cial da administração de Floriano,anterior à revolta federalista, ou seja,

697

Page 35: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

de 1891 a 1892, caracterizado por vá-rias reações de caráter militar -- rebe-lião das fortalezas Santa Cruz e Laje,a chamada Revolta dos Generais,manifestação ao marechal Deodoro-- cujo fito era obrigar o governo ànova eleição para a presidência daRepública. O quinto volume versasobre a revolução federalista emSanta Catarina e Paraná, terminadaem 1894, com a vitória de CampoOsório. [3562]

Brasil, Senado. Anais do Senado Federal daRepública dos Estados Unidos do Brasil.Rio de Janeiro, Imprensa Nacional,s.d.

Publicados desde 1891. [3563]Brasil, Joaquim Francisco de Assis. O

atentado de 5 de novembro de 1897contra o presidente da República;causas e efeitos, São Paulo, Casa Va-nordem, 1908. 133 p.

O autor trata da gênese do aten-tado de 5 de novembro de 1897contra o presidente Prudente deMorais e discorre sobre as reformasque julga necessárias para evitar deli-tos dessa natureza, ou seja, a refor-ma da lei do sufrágio e o congraça-mento de todos os republicanos emum só partido. [3564]

Brasil, Joaquim Francisco de Assis. Dita-dura -- parlamentarismo -- democracia. Riode Janeiro. Ed. Leite Ribeiro, 1927.315 p.

O conteúdo do livro é o discursopronunciado pelo autor, em que cri-tica a situação estadual e nacional,defendendo o programa do PartidoRepublicano Democrático do RioGrande do Sul, reunido em SantaMaria em 20 de setembro de 1908.

O referido programa consta no li-vro, nas páginas que precedem o dis-curso. Propõe-se a sustentar a Cons-tituição Federal nos seus princípiosessenciais, ou seja, república demo-crática, federação e regime repre-sentativo, com a separação e harmo-nia dos poderes nela estatuídos; re-forma da mesma constituição gra-dualmente por leis expressas ou porsimples interpretação usual; harmo-nizar a Constituição do estado coma da república; promover a maiorunidade do direito nacional e a in-violabilidade dos funcionários dajustiça; reforma eleitoral; povoamen-to do solo, reforma das tarifas daimportação, proteção às indústriasdo país, acréscimo das rendas públi-cas; supressão dos impostos de ex-portação e transmissão de proprie-dades no estado e dos que embara-çam a circulação da riqueza; consa-gração da maior parte dos recursos àinstrução pública e à instrução pro-fissional; redução ao mínimo dasdespesas improdutivas a começarpela força armada; respeito à auto-nomia municipal. No final o autorinsere várias notas, com o objetivode atualizar o assunto. [3565]

Brasil, Joaquim Francisco de Assis. Dogoverno presidencial na República brasilei-ra. Lisboa, Cia. Nacional Editora,1896, viii, 370 p.

De início o autor estuda as cir-cunstâncias em que se elaborou aConstituição de 1991 e justifica a ne-cessidade da reforma constitucional.Trata da originalidade que devemapresentar nossas instituições políti-cas, da discussão em torno da me-lhor organização do governo repu-

698

Page 36: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

blicano; traça um panorama da situa-ção do país, apontando as causasque têm levado ao descrédito o go-verno presidencial do Brasil. Na se-gunda parte o autor traça um parale-lo entre o governo presidencial e oparlamentar, procura caracterizar osdois sistemas e afirma que o Brasilnão apresenta condições para a exis-tência de um governo parlamentar.Na terceira parte, o autor expõe suasidéias sobre a organização e exercí-cio dos Poderes Legislativo e Execu-tivo. Na quarta e última parte, tratada rotação dos partidos políticos, es-tuda o mecanismo da questão dasleis, indicando os conflitos que po-dem ocorrer entre os Poderes Legis-lativo e Executivo e as reformas aserem feitas nesse setor. [3666]

Brasil, Joaquim Francisco de Assis. Doisdiscursos: pronunciados na Assembléia Le-gislativa da Província do Rio Grande doSul. Porto Alegre, Of. Tip. da Fede-ração, 1886. 153 p.

O primeiro discurso foi pro-nunciado na sessão de 20 de no-vembro de 1885, na segunda dis-cussão da lei da força policial. Oautor clama por uma reforma poli-cial mais ampla e pela liberdadepolítica e administrativa que so-mente é possível, segundo sua opi-nião, com o regime federativo re-publicano. Discorre longamentesobre as vantagens desse sistema ea impossibilidade de se adotar afórmula monárquico-constitucio-nal-representativa. O segundo dis-curso foi pronunciado na sessão de8 de dezembro de 1885, na segundadiscussão provincial. O autor provaque a República é o governo mais

natural, mais digno e mais aplicávelàs circunstâncias especiais do Brasile do único do qual ele pode esperarsalvação. [3567]

Brasil, Joaquim Francisco de Assis. Osmilitares e a política. 2ª ed. São Paulo,Emp. Graf. León Orbán, 1929. 90 p.

O autor mostra os esforços quedesenvolveu em 1926 com o propó-sito de harmonizar as classes arma-das com o presidente eleito, ArturBernardes, informando sobre as re-formas de caráter militar, que teveentão a oportunidade de indicaràquele magistrado. Trata do cresci-mento do espírito reacionário noseio da mocidade militar, da revolu-ção paulista de 1924, e procura ca-racterizar as idéias dos republicanose as dos revolucionários. Aponta asreformas à Constituição, que julganecessárias e trata do problema daconcessão de direitos políticos a mi-litares. [3568]

Brasil, Joaquim Francisco de Assis. ARepública Federal. 2ª ed. São Paulo,Tip. King. 1885. 302 p.

Na 1ª parte o autor trata das di-versas formas de governo; mostra alegitimidade e superioridade da fór-mula republicana e da preferência dopaís pela forma republicana. Na 2ªparte procura justificar a oportunida-de da república no Brasil; na 3ª parteestuda os conceitos e natureza de fe-deração, caracteriza o unitarismo e ofederalismo e defende este último,como a melhor forma de organiza-ção política para o Brasil. Na 4ª par-te o autor defende a instituição dosufrágio universal, criticando o siste-ma eleitoral restritivo, então vigente. [3569]

699

Page 37: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Brasil, Joaquim Francisco de Assis. Aunidade nacional. Pelotas, Carlos Pinto& Cia., 1883. 52 p.

O autor caracteriza a época comode transição, em virtude do desâni-mo, das queixas gerais. O PartidoRepublicano tirava sua razão de serdas dificuldades do momento, de-fendendo a necessidade da união na-cional, mas ao contrário dos monar-quistas que julgam que essa unidadesó poderia ser alcançada pela centra-lização, o autor acredita que essaunidade só será possível pela auto-nomia, ou seja, pela liberdade políti-ca e administrativa. Discorre sobreas diferenças do ambiente geográficonacional para defender a base naturaldo federalismo, que é a idéia capitaldo partido republicano. Segundo oautor, o federalismo não significariaapenas uma questão de forma, masde existência, pois somente a formarepublicana pode proporcionar ascondições essenciais para o sistemafederativo. Acentua o autor que omal não está nos homens, comomuitos imaginam, mas sim nas insti-tuições, no unitarismo; na Federaçãoreside a terapêutica para os malesnacionais. No final o autor exalta atradição federalista do Rio Grandedo Sul. [3570]

Buarque, Felício. Origens republicanas. Re-cife, Ed. F. S. Quintas, 1894. 245 p.

O primeiro capítulo da obra con-tém uma carta do autor, dirigida a D.Isabel de Orleans, datada de 7 deabril de 1894, na qual acusa D. Pe-dro II de haver descurado da causapública durante os 50 anos de reina-do; insere também uma crítica ao li-

vro de Afonso Celso, Imperador noexílio. Passando ao objeto do livro,propriamente, o autor estuda as cau-sas da fundação da República, e exa-mina a evolução histórica do país,segundo períodos cronológicos, sa-lientando os progressos e reformasda era republicana. A seguir, estuda ahistória dos partidos monárquicos,ocupando-se então, do nascimento edesenvolvimento do Partido Repu-blicano cujos progressos puderamser verificados com a eleição de 31de agosto de 1889 em que logrouobter milhares de votos. Estuda de-pois a questão militar, transcreve asopiniões de Silvio Romero, exaradasno trabalho intitulado A legenda impe-rial, e discorre sobre a reação monar-quista posterior ao 15 de novembro.Passa ao estudo da escravidão, desdeas suas origens no Brasil até a LeiÁurea (1888). Discorre sobre o dua-lismo da formação brasileira, ou seja,as diferenças entre o Sul e o Norte,na sociedade brasileira. Transcreveos escritos de Teófilo Ottoni, contrao Imperador, redigidos por ocasiãoda inauguração da estátua eqüestrede Pedro I. O último capítulo do li-vro é um estudo sobre o caráter dePedro II como homem particular ecomo homem público. [3571]

Bulhões, Leopoldo. Os financistas do Bra-sil; conferência realizada na Biblioteca Na-cional no dia 22 de dezembro de 1913.Rio de Janeiro, Tip. do Jornal do Co-mércio, 1914. 43 p.

Como prefácio o Jornal de Econo-mia Política apresenta a lista dos ser-viços do autor e expõe seus princí-pios econômicos. A conferênciacontém uma resenha da história fi-

700

Page 38: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

nanceira do país desde a Inde-pendência. O autor reconhece trêsperíodos nessa evolução: da Inde-pendência (1822) até 1850, destadata até 1899 e de 1899 até 1913,data da conferência. [3572]

Caldas, Honorato Cândido Ferreira. Adesonra da República: apreciações gerais so-bre a revolta da Marinha de guerra nacio-nal, e o governo do Vice-Presidente Mare-chal Floriano Peixoto. 2º ed. Rio de Ja-neiro, 1895. 30 p.

Artigos publicados pela imprensado país, contém comentários sobre arevolta da esquadra de 6 de setem-bro de 1893, críticas à ditadura mili-tar vigente, e memórias do autorcomo preso político da Casa deCorreção. O final do livro contémlistas incompletas dos presos po-líticos. [3573]

Calmon, Miguel. Discursos: pronunciadosnas sessões do Senado Federal de 28 e 30de dezembro de 1927. Rio de Janei-ro, Imprensa Nacional, 1928. 101p. ilus.

Opúsculo sobre a colônia Cleve-land, que recebia os deportados porcrimes políticos no governo de Ar-tur Bernardes. O autor, em respostaàs críticas feitas ao governo Bernar-des sobre o assunto, procura mos-trar as condições favoráveis da colôniae o bom tratamento dispensado aospresos políticos aí exilados. [3574]

Calógeras, João Pandiá. O Brasil e a Socie-dade das nações. São Paulo, 1926. 58 p.(Separata do v. 6 de O Comentário, de30 de junho de 1926.)

O autor, que fez parte da delega-ção brasileira à Conferência da Pazde Versalhes (1919), informa sobre a

colaboração do Brasil na formaçãoda Liga das Nações e as razões quedeterminaram a saída de nosso paísdesse Instituto. [3575]

Calógeras, João Pandiá. Problema de admi-nistração: relatório confidencial apresentadoem 1918 ao Conselheiro Rodrigues Alvessobre a situação orçamentária e administra-tiva do Brasil. São Paulo, Editora Na-cional, 1933. 270 p. (Brasiliana, v.24.)

Estudo orçamentário para o anode 1919, apresentado em relatórioconfidencial ao Presidente da Repú-blica. De início, o autor discorre so-bre a política geral do orçamento, in-sistindo pela necessidade de o Brasilparticipar da Conferência da Paz porrazões de ordem internacional e,principalmente, de política continen-tal americana, assim como, em re-lação à política interna, de trans-formar as Forças Armadas no ele-mento de que o país necessita paramanter a sua disciplina interna.Após breve capítulo sobre a lei dasdespesas, o autor examina o pro-grama e o orçamento de cada umdos ministérios: do Interior, dasRelações Exteriores, da Marinha,da Guerra, da Viação, da Agricul-tura e da Fazenda. O último capí-tulo é dedicado à Lei da Receita.Nas conclusões o autor indica que orelatório foi feito tendo em vistadois objetivos: cumprimento porparte do Brasil de seus deverescomo aliado nos campos de batalhana Europa, e assegurar a constitui-ção de poder militar de nosso país.

[3576]

701

Page 39: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Calógeras, João Pandiá. Problemas do go-verno. 2ª ed. São Paulo, Editora Nacio-nal, 1936. 268 p. (Brasiliana, v. 67.)

Coletânea de conferências profe-ridas em São Paulo, pelo autor. Ver-sam sobre os seguintes tópicos: As-pectos de economia nacional; Fontes deenergia; A mineralurgia em São Paulo; Osvalores produzidos; Os meios de comunica-ção no Brasil; o Ministério incompreendido(sobre as funções do Ministério daJustiça e Interior); As classes armadas eas diretrizes nacionais. [3577]

Calógeras, João Pandiá. Res Nostra. SãoPaulo, Estab. Gráf. Irmãos Ferraz,1930. 200 p.

Coletânea de artigos e conferên-cias sobre o Barão do Rio Branco ea Liga das Nações, O Brasil e a So-ciedade das Nações. Em relação àpolítica interna, há um trabalho so-bre a revisão da Constituição de1891 e emendas sobre a religião. Naparte referente à economia e às fi-nanças, o autor inclui estudos sobrea moeda, o projeto monetário de1926, as caixas de crédito, transportese, com referência à educação, há umartigo sobre o problema universitáriobrasileiro. Consta também um artigosobre o general Osório. [3578]

Calógeras, João Pandiá. Rio Branco e a po-lítica exterior. Rio de Janeiro, ImprensaNacional, 1916. 69 p.

Neste opúsculo o autor procuroupôr em evidência a atividade de RioBranco na solução dos problemas delimites, durante sua gestão na Pastado Ministério das Relações Exte-riores. [3579]

Câmara dos Deputados

vide

Brasil. Câmara dos Deputados.

Campos, Bernardino de. O problema na-cional: entrevista com O País em 26 de ju-nho de 1905. Pref. de Mota Filho, SãoPaulo, Ed. Política, 1932. 37 p.

Contém o juízo do autor sobre asituação do País, em entrevista queconcedeu ao jornal O País, comocandidato à presidência da Repúbli-ca. Falando sobre o aspecto geral dapolítica do país, o autor acha que assoluções políticas estão dadas naConstituição. O seu programa, diz ocandidato, é o programa do PartidoRepublicano, do qual faz parte. Dis-corre sobre os mais importantesproblemas que demandam solução:o problema financeiro, o problemamilitar, o problema econômico, asrelações internacionais, o problemainternacional. Em síntese, os grandesproblemas do Brasil, segundo o au-tor, se resumem em dois: instrução eproteção. [3580]

Campos, Francisco. O Estado nacional: suaestrutura; seu conteúdo ideológico. Rio deJaneiro, José Olímpio, 1940. 257 p.

O autor indica as diretrizes doEstado Novo, os problemas brasilei-ros e as soluções do regime; apre-senta uma síntese da reorganização edas reformas que operam a consoli-dação jurídica do novo regime. Nofinal, vários discursos. [3581]

Campos, Pedro Dias de. A revolta de 6 desetembro; a ação de São Paulo: esboço histó-rico. Paris, Tip. Ailaud, 1913. 351 p.

O autor põe em relevo a ação deSão Paulo para a debelação da revol-ta da esquadra e da revolução federa-lista do Sul (1893-1895). [3582]

702

Page 40: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Cardoso, Vicente Licínio. À margem dahistória do Brasil. São Paulo, EditoraNacional, 1933. 246 p. (Brasiliana, v.13.)

O autor dedica grande parte dolivro (p. 121-215) à história políticado Segundo Reinado, estudo que trata,ao mesmo tempo, dos fundamentosda República no Brasil. [3583]

Cardoso, Vicente Licínio. Pensamentosamericanos. Rio de Janeiro, 1937. 288 p.

Série de comentários sobre fatoshistóricos, sociais, econômicos, assimcomo vultos do panorama da Américaem geral e do Brasil. [3584]

Cardoso, Vicente Licínio. Pensamentosbrasileiros; golpes de vista. Rio de Janei-ro, Ed. Anuário do Brasil, s.d. 319 p.

Versa sobre problemas sociaise econômicos do Brasil. Alémdisso, há um capítulo sobre oUruguai e outro sobre BenjamimConstant. [3585]

Carneiro, Davi Antônio da Silva. O cercoda Lapa e seus heróis: antecedentes e conse-qüências da revolução federalista do Para-ná. Rio de Janeiro, Editora Ravaro,s.d. 198 p. ilus.

Narrativa da fase paranaense darevolução federalista de 1893. O au-tor descreve principalmente o episó-dio do cerco da Lapa, cidade para-naense que foi cercada pelas tropasrebeldes, e a resistência heróica dasforças legais sob o comando do Co-ronel Gomes Carneiro, que pereceunessa ocasião. [3586]

Carrazzoni, André. Depoimentos: da ideolo-gia à ação revolucionária. Rio de Janeiro,Schmidt, 1932. 162 p.

Coletânea de entrevistas feitaspor um jornalista, com as princi-

pais figuras do movimento revolu-cionário de outubro, ou seja, Getú-lio Vargas, Osvaldo Aranha, Lin-dolfo Color, dom Sebastião Leme,João Neves da Fontoura e Flores daCunha. [3587]

Carrazzoni, André. Getúlio Vargas. Riode Janeiro, José Olímpio, 1939. 295p. ilus.

O autor retrata a vida do presi-dente, desde sua infância até o mo-mento atual, no desempenho da su-prema magistratura do país. Segun-do declara, a obra "é menos umabiografia, que a crônica de um des-tino". [3588]

Carvalho, Alberto. Resposta de um brasilei-ro ao manifesto restaurador do Príncipe D.Luís de Orleans e Bragança. Rio de Janei-ro, Livraria Cruz Coutinho, s.d. 53 p.

Resposta do manifesto de D.Luís de Orleans e Bragança, datadode Montreux, 6 de agosto de 1913,publicado no Diário do Congresso Na-cional, de 27 de agosto de 1913. Deinício faz notar o autor que a publi-cação do manifesto pelo Diário doCongresso foi um ato ilegal por tenderà destruição do regime político vi-gente. Defende a opinião de queDom Pedro II foi um grande sobe-rano e graças aos homens notáveisdo Segundo Império também caiu.Discorre sobre o militarismo e aAbolição, os dois fatores principaisda queda do Império. Nota o autor acorrupção das classes superiores naera republicana, a ausência de esta-distas, o mercantilismo das classesdirigentes, discorrendo sobre a gravesituação econômica e financeira. Se-gundo o autor, esses fatos não sãoconseqüências das instituições e da

703

Page 41: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

forma de governo, mas sim dos ho-mens, ou seja, da corrupção das clas-ses dirigentes. O Brasil não precisade reis, mas de mestres que edu-quem e operem a elevação dos cos-tumes. Entrevê a necessidade de lutaentre a nação e as classes superiores.Passando à Monarquia, examina emostra que a América do Sul nãopossui tradições monárquicas e queo Brasil só pode ser feliz dentro dastradições da América do Sul. Embo-ra reconheça que a situação do país édelicada, acha que a nação só podeser salva pela nação. [3589]

Carvalho, João Manuel de, padre. Remi-niscências sobre vultos e fatos do Império eda República. Amparo, Tip. do Cor-reio, 1894. 272 p.

Contém informações interes-santes sobre os últimos tempos daMonarquia e primeiros da Repú-blica. [3590]

Carvalho, Joaquim José de. Primeiras li-nhas da história republicana dos EstadosUnidos do Brasil. Rio de Janeiro, 1889.279 p.

Narrativa dos acontecimentos dodia 15 de novembro e da viagem doImperador rumo ao exílio. [3591]

Castro, Sertório de. Política, és mulher. Riode Janeiro, Gráf. Sauer, 1933. 318 p.

Complemento ao livro do autor,intitulado A República que a revoluçãodestruiu. Além de tratar de alguns as-pectos da nossa política econômica,intimamente ligados à política parti-dária, o autor tenta fixar as indivi-dualidades e fatos que despertaraminteresse especial pela sua significa-ção no cenário nacional contempo-râneo. Discorre sobre as versatilida-

des da política brasileira sobre os sis-temas eleitorais, abordando a ques-tão do voto secreto, das leis, consti-tuição e regime do voto, da univer-salização do sufrágio, do voto femi-nino, do eleitorado de 1930, da cul-tura política do povo brasileiro, edo princípio da representação dasminorias. Passa depois a discorrerlongamente sobre os ciclos da vidalegislativa no Brasil, e, na terceiraparte, informa sobre várias locali-dades. [3592]

Castro, Sertório de. A República que a revo-lução destruiu. Rio de Janeiro, Of.Gráf. Mundo Médico, 1932. 573 p.

Estudo sobre a Primeira Repúbli-ca (1889-1930). São os seguintes oscapítulos da obra: Panorama da propa-ganda; Da proclamação à substituição doprimeiro ministério republicano; A ação e apalavra da Constituinte; A Constituição ea eleição do primeiro presidente; O golpe deEstado, sua conseqüência, fatos e episódiosque se lhe seguiram; Uma revolta dentro deuma revolução; O custo da consolidação daordem civil; A reconstrução financeira e aedificação da política dos governadores; Acampanha vitoriosa contra a febre amarela,o motim da vacina obrigatória e a transfor-mação da cidade; Rio Branco e sua obra;O Jardim da Infância; A campanha civi-lista; O fogo purificador das salvações; Oquadro político da sucessão do presidentegovernado; O Partido Liberal; O quatriê-nio de paz que levou o Brasil à guerra; Odelegado do Brasil à Conferência de Versa-lhes e a morte de Rodrigues Alves; A forja deonde saiu a surpresa de uma candidaturainesperada; Do cortejo real ao tiro precursordas incoerências revolucionárias; Fora da lei

704

Page 42: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

para defender a legalidade; O lenço verme-lho, epílogo incruento da Hora H. [3593]

Cavalcanti, Amaro. Regime federativo e aRepública federativa. Rio de Janeiro,Imprensa Nacional, 1900. 448 p.

Na primeira parte, intitulada ParteGeral, o autor faz um estudo teóricodo regime republicano federativo.Na segunda parte, denominada ParteEspecial, estuda a República federati-va brasileira na sua estrutura geral, aspráticas gerais e especiais de seu fun-cionamento no decênio decorridoapós a proclamação, para avaliar oserros e abusos cometidos sob a ban-deira da federação. Em anexo constao Decreto nº 914, que promulgou aConstituição e a transcrição integralda Constituição de 1891. Para o au-tor, havia a recear, não uma reaçãomonárquica, mas os erros e os ex-cessos da própria política republi-cana. [3594]

Cavalcanti, Pedro. A presidência VenceslauBrás, 1914-1918; ligeiro ensaio histórico.Rio de Janeiro, J.R. dos Santos, 1918.199 p.

Inventário das realizações da ad-ministração do Presidente VenceslauBrás. [3595]

Chateaubriand, Francisco de Assis.vide

Melo, Francisco de Assis ChateaubriandBandeira de.

Cobra, Amador Pereira Gomes Noguei-ra. Brios de gente armada; páginas republi-canas na História do Brasil. São Paulo,Beccari, Janini & Cia, 1925. 315 p.

Trata de todas as revoltas milita-res ocorridas no Brasil desde 1889;excetua a de 1924 e seguintes, pois,segundo o autor, que se preocupa

principalmente com as causas, estassão as mesmas nas revoluções de1922, 1924 e 1925. [3596]

Conferências feitas no Clube Republi-cano em Campinas, instalado a 14de fevereiro de 1886. Campinas, Ga-zeta de Campinas, 1886, 106 p.

Coletânea de conferências realiza-das no Clube Republicano de Cam-pinas. Entre outras, constam confe-rências de J. Alberto de Sales, Dr.João Guilherme da Costa Aguiar,Dr. Antenor Augusto Ribeiro Gui-marães, Quintino Bocaiúva, Josédo Patrocínio, Bartolomeu de As-sis Brasil, Bernardino de Campos,Campos Sales, e Saldanha Marinho. [3597]

Costa, Craveiro. A conquista do deserto oci-dental: subsídio para a história do territóriodo Acre; introdução e notas de AbguarBastos. Ed. ilustrada, São Paulo, Edi-tora Nacional, 1940. 434 p. (Brasília-na, v. 191.)

História do território do Acre,desde os primórdios da exploração ecolonização da região, até 1938.Nessa região, habitada por brasilei-ros e bolivianos, rebentou em 1º demaio de 1899, uma insurreição dos"caucheiros" bolivianos contra osseringueiros brasileiros, o que pro-vocou a intervenção militar da Bolí-via. Os brasileiros resistiram sob ocomando de Plácido da Costa. PeloTratado de Petrópolis de 1903, ad-quiriu o Brasil o território em ques-tão. O autor, além de descrever a re-volta, e as negociações para o térmi-no da questão, trata da organizaçãoadministrativa, judiciária e econô-mica do território, até o ano de1938. [3598]

705

Page 43: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Cunha, Euclides da. À margem da história.Porto, Livraria Chardron, 1909. 390p. ilus.

A 3ª parte do livro, sob o títuloEsboço de história política da Inde-pendência à República, é uma síntese daevolução política brasileira, da Mo-narquia à República. [3599]

Cunha, Euclides da. Canudos; diário deuma expedição; introdução de GilbertoFreire. Rio de Janeiro, José Olímpio,1939. 186 p. ilus. (Col. DocumentosBrasileiros, v. 16.)

São cartas referentes à fase finalda campanha de Canudos, de que oautor, um dos maiores expoentes dacultura brasileira, foi testemunhaocular. Constituem, ao mesmo tem-po, um depoimento de alto valor so-ciológico sobre o "jagunço", popula-ção sertaneja do Nordeste. [3600]

Cunha, Euclides da. Os sertões: campanhade Canudos. 13ª ed. São Paulo, Fran-cisco Alves, 1936. 646 p.

Descrição magistral da campanhade Canudos. O autor foi testemunhada última fase da campanha; a obranão tem apenas valor histórico, masé principalmente um depoimento dealto valor sociológico, antropológicoe geográfico. A primeira parte focali-za o meio geográfico; a segunda ver-sa sobre o elemento humano; a ter-ceira parte contém o histórico dasdiversas expedições enviadas contraCanudos, até sua destruição final em1897. [3601]

A década republicana. Rio de Janeiro,Companhia Tipográfica do Brasil,1899-1901. 8 v.

É um libelo contra o governo re-publicano. Escrito por vários mo-

narquistas, faz o balanço das realiza-ções do governo republicano na pri-meira década de sua existência. O 1ºv. versa sobre as Finanças (Viscondede Ouro Preto) e Riqueza pública(Ângelo do Amaral). O 2º v. trata daInstrução (Barão de Loreto), da Im-prensa (Dr. Carlos de Laet), do Parla-mento (Dr. Afonso Celso), do Direitoprivado (Cons. Silva Costa); o v. 3versa sobre a Justiça (Cons. Cândidode Oliveira), as Eleições (Barão de Pa-ranapiacaba); o v. 4 trata do Exército(General Cunha Matos), da Saúde pú-blica (Dr. Correia de Bittencourt) eda Municipalidade do Distrito Federal(Dr. Francisco Martins); o v. 5 tratada Armada nacional (Visconde deOuro Preto), do Comércio (Artur Gui-marães) e da Segurança individual; o v.6 e o 7, com o subtítulo "Coisas da Re-pública", transcrevem escritos doconselheiro Andrade de Figueira,que foi vítima de um processo porcrime de conspiração; o v. 8 foi de-dicado à transcrição desse processo.

[3602]Os deputados republicanos na assem-

bléia provincial de São Paulo: ses-são de 1888. São Paulo, Leroy King,1888. 530 p.

Contém os seguintes discursos:de Martinho Prado Júnior: em 17 dejaneiro, justificando um projeto deimigração; em 19 de janeiro, defen-dendo o mesmo projeto, e em 8 demarço, fundamentando um requeri-mento sobre a convocação de umaconstituinte. De Campos Sales: em24 de janeiro, sobre o emprego daforça pública na apreensão de escra-vos fugidos; em 31 de janeiro, sobreo mesmo assunto, em resposta ao

706

Page 44: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Sr. Antônio Prado; em 24 de feverei-ro, sobre o orçamento e política ge-ral; em 27 de fevereiro, sobre o mes-mo assunto, em resposta aos orado-res liberais e conservadores. De Ber-nardino de Campos: em 6 de janeiro,discussão da lei da força e políticageral; em 8 de fevereiro, sobre omesmo assunto, respondendo aosoradores liberais e conservadores.De Prudente de Morais: em 8 de fe-vereiro, sobre o orçamento; em 7 demarço, defendendo o projeto de im-posto sobre escravos. [3603]

Edmundo, Luís. O Rio de Janeiro de meutempo. Rio de Janeiro, Imprensa Na-cional, 1938. 4 v.

É um livro de memórias, daquiloque o autor "viu, soube, ou guardoude lembrança"; reconstrói aspectossociais do Rio de Janeiro nos últi-mos dias do século XIX e início deséculo XX. [3604]

Ellis, Alfredo (Júnior). Confederação ou se-paração, 2ª ed. São Paulo, Editora Pi-ratininga, 1933. 218 p.

Livro escrito em maio de 1932,por ocasião da revolução constitu-cionalista de São Paulo. O autoracredita que os males da Repúblicaestão na centralização, e reclama umreajustamento da situação de SãoPaulo no país. Discorrendo sobre osfatos da nacionalidade, analisa, à luzdesses fatores, o caso brasileiro, re-conhecendo a existência de regiona-lismos. Para o autor, são antagôni-cos os elementos constitutivos dosagrupamentos da nacionalidade bra-sileira, desde que apenas o elementolíngua e o elemento religião são co-muns a todos os habitantes da enti-

dade brasileira. O lirismo tem sido aliga nacionalista precária. Analisa acomposição do povo paulista, as ba-ses econômicas do estado, e defendea existência das pequenas nações.Estudando a evolução da organiza-ção política nacional, o autor é deopinião que a terapêutica para osmales nacionais reside na confedera-ção e a descentralização. Consideradesastroso para o país o regime par-lamentar, pois é adaptado a um regi-me unitário, e reconhece a impossi-bilidade absoluta de partidos nacio-nais no Brasil. [3605]

Episódios da revolta de 6 de setem-bro; fuzilados em Sepetiba e horro-res de Magé: narrativas publicadaspelo Jornal do Brasil, Rio de Janeiro,Jornal do Brasil, 1895. 195 p. ilus.

Reportagem, contendo numero-sas entrevistas com testemunhaspresenciais, sobre as crueldades pra-ticadas por ocasião da Revolta daEsquadra (1893-1894). [3606]

Escobar, Venceslau Pereira. Apontamen-tos para a história da revolução de 1893.Porto Alegre, Livraria do Globo,1920. 544 p. ilus.

Trata da revolução federalista doRio Grande do Sul, terminada em 24de junho de 1895, com o combatede Campo Osório. [3607]

Estudos integralistas. São Paulo, Tip.Rio Branco, 1933. 117 p.

No prefácio, o chefe dos integra-listas Brasileiros, Plínio Salgado, ex-plica os objetivos da Ação Integralis-ta Brasileira como solução total detodas as questões do país. O primei-ro trabalho é de Miguel Reale. A po-sição do integralista, em que fixa as

707

Page 45: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

diretrizes do integralista brasileiro. Osegundo artigo, de autoria de Olbia-no de Melo, intitulado Rumos novosao Brasil, procura situar o momentonacional no plano em que se deparaa ideologia integralista. A segundaparte do livro contém: A doutrinaintegralista (Manifesto de outubro de1933); e a Cartilha do integralistabrasileiro; a entrevista de Plínio Sal-gado, intitulada "O integralismo nãoé um partido; é um movimento";"Os estudos da Ação Integralista Bra-sileira", e "O movimento integralistanas províncias brasileiras". [3608]

Ferrara, Diógenes. A República brasileira:descrição minuciosa dos fatos ocasionados nodia 15 de novembro de 1889, acompanha-da dos primeiros atos oficiais do Governoprovisório. Rio de Janeiro, Laemmert& Cia., s.d. 119 p.

O autor descreve os fatos do dia15 de novembro de 1889, ou seja, oepisódio da Proclamação da Repúbli-ca, e inclui os primeiros atos oficiaisdo governo republicano. [3609]

Festa republicana: discursos pronun-ciados no banquete realizado no Tea-tro São Carlos em Campinas aos 5 dejaneiro de 1882. Campinas, Tip. daGazeta, 1882. 72 p.

Contém breves discursos de pro-paganda republicana, pronunciadospor ocasião do banquete realizado emCampinas, por Rangel Pestana, Cam-pos Sales, Américo Brasiliense, Piza eAlmeida, Martinho Prado Júnior, Al-berto Sales, Muniz de Sousa, Júnior deMesquita, Costa Machado, AraújoCintra, Bernardino de Campos, JúlioRibeiro, Francisco Glicério, Cesário

Mota Júnior, Américo de Campos,Morais Barros e Carlos Ferreira.[3610]

Fialho, Anfrísio. História da fundação daRepública no Brasil. Rio de Janeiro,Laemmert & Cia., 1891. 188 p.

Versa sobre a gênese do movi-mento republicano. Na primeira par-te o autor trata da política dinástica eda perspectiva do reinado de DonaIsabel. Na segunda parte, a que dedi-ca a maior parte do livro, trata daquestão militar como fator principalda proclamação da República. A ter-ceira parte versa sobre o episódio daproclamação. Nas conclusões o au-tor declara que a terra americana é aterra da República. [3611]

Fialho, Anfrísio. Processo da monarquia bra-sileira: necessidade da convocação de umaConstituinte. Rio de Janeiro, Gazeta deNotícias. 1885. 47 p.

O autor propõe-se a demonstrarque o governo pessoal do Impera-dor já não tem limites e nem sequer sesalvam mais as aparências. O governopessoal é o principal instrumento deque se tem servido o Imperador paraexecutar o plano político que concebeude reduzir ao estado de cadáver, pelapobreza e pelo atraso, a fim de consoli-dar o seu trono em terra da América,onde a monarquia é planta exótica.Este plano, julga o autor plenamenteexecutado, desde que o Imperador jájulgou chegada a ocasião de preparar afilha para a ascensão ao trono e abdi-car brevemente. O Imperador, diz oautor, nutre a convicção de que é im-possível uma revolução, o que o ani-ma a continuar numa política antina-cional e perjura. Segundo o autor, sóhá um meio para obrigar o Impera-

708

Page 46: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

dor a pôr fim à sua política: é a ex-plosão da cólera nacional. Só assimse poderia executar o bem público, aoqual o Imperador se tem oposto inter-nacionalmente, por estar persuadidode que a prosperidade nacional tra-rá o advento da República. [3612]

Figueiredo, Afonso Celso de Assis, Vis-conde de Ouro Preto. Aos monarquis-tas. Rio de Janeiro, Domingos deMagalhães, 1895. 36 p.

Contém dois artigos publicadosno Comércio de São Paulo. No primei-ro, sob o título "Será possível a res-tauração da monarquia?", o autorafirma a possibilidade de uma res-tauração monárquica, pois os quenão são monarquistas passarão a sê-lo, e todos os países monarquistasque se converteram à república, vol-veram à monarquia. O Brasil já haviaensaiado, em ocasiões propiciais, osistema republicano e viu-se obriga-do a repudiá-lo. Entretanto, se a for-ma republicana perdurar, crê o autorque produzirá inevitavelmente abancarrota, o desaparecimento daunidade nacional, e a constante vio-lação da soberania territorial pelaspotências mais fortes. No segundoartigo, intitulado "A postos", discor-re sobre a necessidade de se agre-miarem os monarquistas, formandoum partido político. [3613]

Figueiredo, Afonso Celso de Assis, Vis-conde de Ouro Preto. Oito anos deParlamento: reminiscências e notas. Rio deJaneiro, Laemmert & Cia., 1901. 315 p.

Livro de memórias: o autor, che-fe do último gabinete do Império,atuou no Parlamento, citando, paraisso, trechos de debates. [3614]

Figueiredo, Jackson de.vide

Martins, Jackson de Figueiredo.Fonseca, Hermes da (Filho). Dois grandes

vultos da República. Porto Alegre, Bar-celos Bertaso & Cia., 1935. 147 p.,ilus.

Prefácio de J. F. Oliveira Viana.Contém dois esboços biográficos: odo Marechal Deodoro da Fonseca,primeiro presidente da Repúblicabrasileira, e do Barão do Rio Bran-co, que foi, por muitos anos, mi-nistro do Exterior, no governo re-publicano. [3615]

Fontoura, João Neves da. Acuso. 2ª ed.,Lisboa, Liv. Avelar Machado, 1933.261 p.

Depoimento do autor, sobre suaparticipação na vida política do país,desde a campanha da Aliança liberal,até a Revolução paulista de 1932.São os seguintes os capítulos daobra: Campanha liberal: O caso deSão Paulo; A posição do Rio Gran-de; O início da conspiração; O pactocom São Paulo; O gabinete da con-centração; O desencadeamento; Oscompromissos do Sr. Flores da Cu-nha; A luta em São Paulo; O motimde 9 de julho; Perspectivas sombrias;O partido do interventor gaúcho;Palavras finais. [3616]

Fontoura, João Neves da. A jornada libe-ral: discursos parlamentares e extraparla-mentares. Porto Alegre, Livraria de OGlobo, 1932. 2 v.

No prefácio, Antônio Carlos Ri-beiro de Andrada fala sobre o papelde João Neves da Fontoura na jor-nada da Aliança Liberal e na revolu-ção de 1930. Os discursos foram pro-

709

Page 47: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

nunciados na fase política de julhode 1929 a outubro de 1930. [3617]

Fontoura, João Neves da. Por São Paulo epelo Brasil. 2ª ed. São Paulo, 1933. 153 p.

Contém uma série de escritos di-rigidos ao povo paulista, ao povobrasileiro, aos rio-grandenses, aosuniversitários cariocas, por ocasiãoda revolução constitucionalista deSão Paulo, de 1932. O autor enaltecea atitude de São Paulo e faz críticasao governo do Presidente GetúlioVargas. [3618]

Fontoura, Ubaldino do Amaral. SaldanhaMarinho: esboço biográfico. Rio de Janei-ro, Dias da Silva Júnior, 1873. 222 p.ilus.

Biografia de Joaquim SaldanhaMarinho, parlamentar brasileiro, umdos que assinaram o manifesto repu-blicano de 1870. Informa o autor so-bre os trabalhos de Saldanha Mari-nho como deputado pelo municípioneutro, como presidente de Minas,como presidente de São Paulo, e de-pois, presidente do Clube Republica-no do Rio de Janeiro. Descreve ashomenagens que lhe foram presta-das quando veio do Rio para assistirà inauguração da estrada de ferroCampinas--Jundiaí, iniciada na épocaem que foi presidente de São Paulo.Toda a última parte do livro é dedi-cada à questão religiosa, sobre a qualSaldanha Marinho publicou grandenúmero de artigos na imprensa doRio de Janeiro, artigos esses que seacham reunidos em livro sob o títuloA Igreja e o Estado. [3619]

Francisco, João.

videSousa, João Francisco Pereira de.

Franco, Afonso Arinos de Melo. Introdu-ção à realidade brasileira. S. I., Schmidt,s.d. 259 p.

O livro é dirigido à intelectualida-de brasileira. No primeiro capítulo,que versa sobre a desorganização na-cional, o autor examina a vida eco-nômica e social do país, notando aausência de qualquer problema alar-mante; é de opinião que a chave doproblema da desorganização nacio-nal reside na desordem intelectual,na confusão dos valores do espírito.Analisa as razões dessa desordem,proveniente, segundo o autor, da au-sência da elite intelectual brasileirano exercício do poder republicano.Passa a tratar dos intelectuais e aviolência da esquerda, fazendo con-siderações sobre o comunismo, osintelectuais e a revolução russa, a re-volução russa e os intelectuais, o co-munismo no Brasil. Admite a possi-bilidade do estado de ordem vir aproduzir mudança de direção nosmovimentos revolucionários do Bra-sil, que, tendo até hoje apenas basepolítica, podem deslizar para o terre-no social. No terceiro capítulo, o au-tor trata os intelectuais e a violênciada direita, faz considerações sobre ofascismo, os intelectuais e a revolu-ção fascista, a revolução fascista e osintelectuais. No quatro capítulo oautor dirige um apelo aos intelec-tuais do país para reagirem contra ainfluência, ainda que episódica, domarxismo, contra o militarismo, econclama-os à formação de uma cul-tura brasileira, nacionalista, sem ospreconceitos do regionalismo, e pa-cifista. [3620]

710

Page 48: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Franco, Afonso Arinos de Melo. Notasdo dia: comemorando. São Paulo, Tip.Andrade & Mello, 1900. 308 p.

Coletânea de artigos sobre assun-tos diversos. Interessam à história daRepública: A campanha de Canudos(epílogo da guerra); O atentado de 5de novembro de 1897 (a morte doMarechal Bittencourt); General Cou-to de Magalhães; Visconde de Tau-nay; 1894-1898, ou seja, o quatriêniode Prudente de Morais; O aniversá-rio de Dom Pedro II, em que o au-tor faz considerações sobre a Repú-blica. [3621]

Franco, Afrânio de Melo. Discursos. Riode Janeiro, Gráf. Sauer, 1932. 214 p.

Contém vários discursos. Entreoutros, há o discurso pronunciadopelo autor no banquete oferecidopelo Ministério das Relações Exte-riores do Chile às delegações estran-geiras presentes em Santiago do Chi-le, na 5ª Conferência pan-americana,em 23 de abril de 1923. Contém aDeclaração de Princípios lida peloautor, em 21 de abril de 1923, naComissão de Armamento, e o dis-curso pronunciado na sessão plená-ria de 3 de maio de 1923, da referidaconferência. Constam ainda outrosdiscursos e cartas. [3622]

Franco, Virgílio A. de Melo. Outubro --1930. 4ª ed., Rio de Janeiro, Schmidt,1931. 475 p.

Prefácio de autoria de OsvaldoAranha. O livro versa sobre as ori-gens da revolução de 1930; o autorfoi testemunha presencial da urdidu-ra revolucionária e da fase da luta.Os capítulos da obra são os seguin-tes: Resumo da história republicana;

O governo Epitácio Pessoa e a crisemilitar; O candidato Bernardes; Areação republicana e a questão mili-tar; A sucessão do Sr. Artur Bernar-des; Os primeiros meses do governode Washington Luís; A Aliança Li-beral; A conspiração; Sessenta eoito dias de conspiração; De pépelo Brasil; O drama; 24 de outu-bro; O equívoco paulista; Paraonde vamos? [3623]

Freire, Felisbelo Firmo de Oliveira. His-tória constitucional da República dos Esta-dos Unidos do Brasil. Rio de Janeiro,Moreira Maximino & Cia., 1894. 3 v.

Para estudar a elaboração do Di-reito constitucional brasileiro, o au-tor, no primeiro volume, como in-trodução à obra, analisa as causas, apropaganda e o episódio da procla-mação da República; o segundo vo-lume foi dedicado ao estudo do pe-ríodo do Governo provisório; noterceiro, analisa a Constituinte; e noquarto, estuda a organização dos es-tados. [3624]

Freire, Felisbelo Firmo de Oliveira. His-tória da revolta de 6 de setembro de 1893.Vol. I, Rio de Janeiro, Cunha & Ir-mão, s.d. 355 p.

Trata da revolta da esquadra noporto do Rio de Janeiro, até a reu-nião e asilo dos revoltosos. O autorinforma sobre o programa e os obje-tivos políticos dos revolucionários,as questões diplomáticas surgidasdurante a revolta, e as responsabili-dades políticas de seus dirigentes.Quanto ao período da guerra, divi-de-o em três fases: a primeira, de 6de setembro, data do início da revo-lução, até o acordo diplomático de 5

711

Page 49: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

de outubro; a segunda, de 5 de outu-bro até 1º de dezembro, data em queassumiu a chefia da revolução oContra-Almirante Saldanha daGama; a terceira fase vai desde 1º dedezembro até a rendição dos revol-tosos e seu asilo nos navios portu-gueses ancorados na baía de Guana-bara, a 13 de março de 1894. O au-tor baseou-se em publicações do Jor-nal do Comércio e Jornal do Brasil, e eminformações colhidas durante sua es-tada na administração, como minis-tro da Fazenda, em período quecompreende a época da revolução,como sua fase anterior e a que seseguiu. [3625]

Freire, Teotônio.vide

Pereira, Teotônio Freire e França.Freitas, Leopoldo de. O Sr. conselheiro Ro-

drigues Alves; esboço biográfico e político,São Paulo, Casa Vanorden, 1915. 30p. ilus.

Biografia do Conselheiro Rodri-gues Alves, presidente da Repúblicano quatriênio 1902-1906. [3626]

Freitas Nobrevide

Nobre, Freitas.Frishauer, Paul. Presidente Vargas: biogra-

fia; trad. de Mário da Silva e BrutusPereira, São Paulo, Editora Nacional,1943. 393 p.

Biografia do Presidente GetúlioVargas. [3627]

Funding loan: o acordo do Brasil com os cre-dores externos, realizado pelo governo doDr. Prudente de Morais, em 15 de junhode 1898; documentos inéditos; várias apre-ciações. São Paulo, Duprat & Comp.,1909. 71 p.

É a publicação dos documentosrelativos à grande operação financei-ra do governo de Prudente de Mo-rais; estão precedidos de uma expo-sição dos antecedentes econômicose políticos que caracterizaram a si-tuação anterior. [3628]

Ganzert, Frederic William. The Baron doRio Branco, Joaquim Nabuco, and thegrowth of Brazilian-American friendship,1900-1910. (The Hispanic AmericanHistorical Review, XXII, Aug. 1942. p.432-451) (E.S.). [3629]

Guanabara, Alcindo. História da revolta de6 de setembro de 1893. Rio de Janeiro,Tip. e Pap. Mont’Alverne, 1894. v.III, 362 p.

Histórico da revolta da esquadrano Rio de Janeiro (1893-1894); ocu-pa-se também do término da revolu-ção federalista do Sul. [3630]

Guanabara, Alcindo. A presidência Cam-pos Sales; política e finanças, 1898-1902.Rio de Janeiro, Laemmert & Co.,1902. 517 p.

Na primeira parte o autor descre-ve a situação política do país porocasião do advento de Campos Salese qual foi o programa que este sepropôs a realizar. A seguir analisa asrealizações do governo, ocupando-semais longamente das finanças, pro-blema que constituiu a idéia centraldo programa do presidente. [3631]

Hambloch, Ernest. His majesty the Presi-dente: a study of constitutional Brazil.London, Methuen & Co., Ltd., 1935.252 p.

O autor examina alguns aspectosdos efeitos do regime presidencial,em sua relação direta com a vida so-cial e econômica, especialmente com

712

Page 50: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

referência ao Brasil. Segundo suaopinião, todas as perturbações doBrasil resultam dos defeitos de seusregimes políticos. [3632]

Hervé, Egídio. Democracia liberal e socialis-mo. Entre os extremos: integralismo e co-munismo. Porto Alegre, Livraria doGlobo, 1935. 206 p.

O autor estuda o integralismo, oindividualismo econômico-liberal, oindividualismo democrático liberal, osocialismo, o comunismo, o sindicalis-mo, a democracia social. Defende aopinião de que a única fórmula queconvém ao Brasil -- porque é a únicaque satisfaz às suas necessidades eco-nômicas e sociais -- é a democracia li-beral como regime político, combina-do com a doutrina socialista. [3633]

Igreja e apostolado positivista no Bra-sil. Rio de Janeiro. A comemoração cívi-ca de Benjamim Constant e a liberdade reli-giosa, por R. Teixeira Mendes. Rio de Ja-neiro, 1892. 95 p.

Vários artigos sobre a seculariza-ção dos cemitérios, que, segundo oautor, até 20 de agosto de 1892, ain-da não era uma realidade na capitaldo país. Foram escritos e publicadosno Jornal do Comércio, em 1892, quan-do a administração da Irmandade daMisericórdia, exorbitando suas fun-ções, quanto à fundação e adminis-tração dos cemitérios públicos, im-pediu que se efetuasse em um destesa comemoração de Benjamim Cons-tant, fundador da República, promo-vida por um grupo de patriotas soba presidência do Apostolado positi-vista no Brasil. Consta ainda a repre-sentação enviada ao Congresso Na-

cional, pelo Apostolado, sobre omesmo assunto. [3634]

Igreja e apostolado positivista no Bra-sil. (418 publicações em 10 volu-mes.) Rio de Janeiro, 1881.

O folheto nº 1 contém o catálogodas publicações. Os escritos, namaioria assinados por Miguel Lemose Raimundo Teixeira Mendes, suces-sivamente chefes da Igreja Positivis-ta no Brasil, mostram a influência dadoutrina positivista na Repúblicabrasileira, e a posição dos positivis-tas ante os problemas políticos, so-ciais e econômicos do Brasil, desdeos últimos anos do Império. [3635]

Igreja e apostolado positivista no Bra-sil. Rio de Janeiro. A supremacia políti-ca da fraternidade universal e a defesa repu-blicana segundo a divisa: ordem e progresso.A propósito da sucessão presidencial a 15de novembro de 1926, em meio da luta fra-tricida que, desde julho de 1922, dilacera opovo brasileiro. Rio de Janeiro, 1927. 93p. ilus.

A primeira parte desta publicaçãoé dedicada a uma série de fotografiasdo monumento a Benjamim Cons-tant, inaugurado no Rio de Janeiroem 14 de julho de 1926, assim comoa descrição explicativa, minuciosa,desse monumento. Na segunda par-te informa sobre a entrevista tidapelo chefe da Igreja Positivista noBrasil, Raimundo Teixeira Mendes,com o Presidente da República, Dr.Artur Bernardes, em que solicitou aeste, em memória de BenjamimConstant, fundador da República, aabolição do estado de sítio e o de-creto de anistia. Em anexo o autortranscreveu a publicação do Aposto-

713

Page 51: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

lado: A situação moderna e a defesa dasociedade. A propósito da recente lutafratricida que cobriu o povo brasilei-ro de luto, mais uma vez agravadopela decretação do estado de sítio, emlugar de ser aliviado por uma fraternalanistia aos vencidos e vencedores. (Pu-blicação nº 9, 1922.) [3636]

Inhomirim, Visconde de.vide

Torres Homem, Francisco de Sales,Visconde de Inhomirim.

Jardim, Antônio da Silva. Memórias e via-gens; I: campanha de propaganda, 1887-1890. Lisboa, Companhia NacionalEditora, 1891. 468 p.

No prefácio, Oscar de Araújoprocura interpretar o papel de SilvaJardim no cenário político no mo-mento em que inicia sua propagandarepublicana e resume as atividadesdo propagandista. Silva Jardim contasuas reminiscências de propagandis-ta da campanha republicana e nosinforma sobre os fundamentos filo-sóficos de suas idéias políticas. Emanexo constam os artigos publicadospela imprensa brasileira e européiaem 1891, em memória de Silva Jar-dim, por ocasião do seu desapareci-mento ocorrido tragicamente emNápoles, no Vesúvio, em 1º de julhode 1891. [3637]

Jardim, Antônio da Silva. A pátria em pe-rigo: Braganças e Orleans. Rio de Janei-ro, Of. Gráf. do Jornal do Brasil, 1925.28 p.

Conferência em que o autor ini-ciou sua campanha de propagandarevolucionária. Passa em revista oestado de saúde do Imperador DomPedro II e sua ação política afirman-

do a incapacidade do monarca paragarantir no futuro as liberdades polí-ticas do país, assim como para asse-gurar o trono para seus descendentes.Trata da decadência da família Bra-gança, da ausência de qualidades degovernante na pessoa da herdeira dotrono, a Princesa Dona Isabel, e dasambições de poder por parte deGastão de Orleans, o Conde D’Eu.Aponta os perigos da situação políti-ca e a ameaça sob a qual se encontrao país de perder suas liberdadespela usurpação de um príncipe es-trangeiro. [3638]

Jardim, Antônio da Silva. A Repúblicano Brasil, compêndio de teorias e apre-ciações políticas destinado à propagandarepublicana. Rio de Janeiro, Impren-sa Mont’Alverne. 1888. 22 p.

Opúsculo destinado à propagan-da republicana, feito por um dosmaiores propagandistas da Repúbli-ca. Define o autor o conceito demonarquia em contraste com o derepública, faz um breve histórico dastentativas republicanas no país, eexalta o crescimento do partido re-publicano na época. [3639]

Jardim, Antônio da Silva. A República noBrasil: conferência realizada na cidade doRio de Janeiro. Recife, Tip. d’O Norte,1889. 51 p.

O autor faz um breve históricodas tentativas de reação contra o go-verno monárquico desde a época co-lonial, procura demonstrar que a Re-pública é uma fase da evolução polí-tica, conforme mostram os dadosdas ciências políticas, e que a socie-dade brasileira exigia a forma repu-blicana de governo. Critica o concei-

714

Page 52: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

to de monarquia constitucional, cla-ma pela liberdade de pensamento, dereligião e de instrução; traça o pano-rama da situação brasileira, apontan-do o descontentamento das classespolíticas e conservadoras e a incapa-cidade política do Imperador. No fi-nal do discurso o autor se insurgecontra a idéia de um terceiro reinadoe proclama a fatalidade e necessidadeda instituição do regime republicano.[3640]

Kleber. A legalidade de 23 de novembro. Riode Janeiro, S.o.p, 1892. 2 v.

A primeira parte do livro constada reprodução de uma série de arti-gos contra Floriano Peixoto publica-dos pelo autor no jornal O Combate,do Rio de Janeiro. Na segunda parte,sob o título "Documentos históri-cos", o autor transcreve os principaisdecretos, manifestos, mensagens eartigos dos jornais, sobre os aconte-cimentos do período indicado; no fi-nal, transcreve as Atas da Câmaranacional. [3641]

Lacerda, Maurício de. Segunda República.3ª ed., Rio de Janeiro, Freitas Bastos,1931. 401 p. ilus.

O autor procura fixar o panora-ma político nacional, anterior e ime-diato à revolução de 30, através desuas impressões e atividades de pro-pagandista revolucionário, em váriospontos do país, pelo jornal, pelo li-vro e pela tribuna. Estuda os antece-dentes da revolução armada, contraa máquina política dominante, pro-cura esclarecer as origens da revolu-ção e informa sobre o período ime-diato à revolução, caracterizado pelaconfusão. O autor entrevê quatrocorrentes no pensamento político

brasileiro: a do passado, ou do per-repismo; a do presente, ou a da re-volução de 30, que se cristalizounuma ditadura antítese das premissasda revolução; a de Luís Carlos Pres-tes, agente comunista, que haveria detentar apoderar-se do poder, paraconservá-lo em nome do proletaria-do e do bolchevismo; a quarta, deArtur Bernardes, que traria a ditadu-ra, o estado de sítio. O autor prega afusão dessas forças num único parti-do, que, readotando as premissas darevolução, as desenvolveria demo-craticamente, sem apoiar-se no per-repismo, no fascismo ou no bolche-vismo. [3642]

Licínio Cardoso, Vicente.vide

Cardoso, Vicente Licínio.Lima, Alceu Amoroso. Indicações políticas

da revolução à Constituição. Rio de Janei-ro, Civilização Brasileira, 1936. 249 p.

Coletânea de artigos, escritos emmomentos diversos. O autor procu-rou fixar a posição e o papel da Igre-ja Católica no período de transição,entre a revolução de 1930 e a outor-ga da Constituição de 1924, e mostraqual foi a influência da Igreja na ela-boração desta Constituição. [3643]

Lima, Alexandre José Barbosa (Sobri-nho). A verdade sobre a revolução de outu-bro. São Paulo, Ed. Unitas Ltda.,1933. 296 p.

Estudo sobre os antecedentes darevolução de outubro. O autor des-creve a situação nacional desde o ad-vento de Artur Bernardes (1922) atéa vitória da revolução de 30. São osseguintes os capítulos da obra: Go-vernos contra o povo; A reforma fi-

715

Page 53: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

nanceira; O ambiente da sucessão; Avez do Rio Grande do Sul; Motivosde otimismo; A elaboração das can-didaturas; A passagem do Rubicão;Fenômeno de cristalização; O mare-chal Café; O colapso da Aliança Li-beral; Lanças e patas de cavalo; Pré-lio das urnas; O caso da Paraíba; Acaminho da revolução; Prélio dasarmas; Análise das causas da revo-lução; Interpretação do despista-mento. [3644]

Lima, Honório. A verdade histórica dos fatosocorridos no dia 15 de novembro de 1889com o corpo policial da província do Rio deJaneiro. Rio de Janeiro, Maia & Nie-meyer, 1900. 57 p.

O autor era comandante do Cor-po policial do Rio de Janeiro, quan-do se deu a Proclamação da Repúbli-ca. Além de apresentar sua fé de ofí-cio, fornece esclarecimentos sobresua atitude do dia 15 de novembro,em resposta aos que o haviam acusa-do de ter traído o Ministério OuroPreto, pelo qual havia sido nomeadoem 21 de junho de 1889, entregandocovardemente o comando do corpopolicial aos republicanos. Recapitulaos fatos ocorridos no dia 15 de no-vembro com sua pessoa, como co-mandante do corpo policial, e todasas medidas que teve oportunidadede providenciar nesse dia.

[3645]Loewenstein, Karl. Brazil under Vargas.

New York, The Macmillan co. 1942.xix. 381 p.

Este é o primeiro estudo técnicoobjetivo da organização política, le-gal e administrativa do Brasil no Go-verno de Getúlio Vargas. Baseado

em fatos e em leis. Bem documenta-do. O autor é professor de CiênciaPolítica e Jurisprudência em Am-herst College. (E.S.). [3646]

Lopes Trovãovide

Trovão, Lopes.Lira, A. Tavares de. Deodoro da Fonseca.

Rio de Janeiro, Imprensa Nacional,1927. 34 p.

Breve biografia do MarechalDeodoro da Fonseca. [3647]

Magalhães, Olinto de. Centenário do Presi-dente Campos Sales: comentários e docu-mentos sobre alguns episódios do seu governopelo ministro das relações exteriores, de1898 a 1902. Rio de Janeiro, IrmãosPongetti, 1941. 193 p.

O autor mostra as diretrizes se-guidas pelo governo brasileiro naquestão do Acre, região invadidapela Bolívia em 1899, e adquiridapelo Brasil pelo Tratado de Petrópo-lis de 1903. [3648]

Manifesto do partido republicano dePelotas, em 14 de maio de 1888. Pe-lotas, Livraria Universal, 1888. 43 p.

Neste manifesto os membrosdo partido republicano de Pelotas,Álvaro Chaves, Cristóvão da SilvaMaia, João A. Pinheiro, C. CorreiaBarcelos e A. Caminha, divulgaram acircular de Joaquim Saldanha Mari-nho, presidente do Conselho Federaldo Partido Republicano Brasileiro, eo manifesto do Partido RepublicanoPaulista, datado de 24 de maio de1888. Na circular, datada de 10 dejunho de 1888, Saldanha Marinhochama a atenção para a necessidadede organizar o partido e conclamaseus correligionários à luta contra o

716

Page 54: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

terceiro reinado. O manifesto paulis-ta tem por objetivo justificar a atitu-de traçada e mantida pelo PartidoRepublicano, confirma a condena-ção da Monarquia e aponta a novaatitude aos que servem à causa repu-blicana. O documento traz, de início,um breve histórico das idéias e doshomens do grupo radical, da organi-zação do partido em 3 de dezembrode 1870, quando foi lançado o famo-so manifesto republicano dessa data,e transcreve trechos deste manifesto,assim como da circular de 18 de ja-neiro de 1872. Informa sobre as ati-vidades do partido em prol da eman-cipação, se bem que declara ser a Re-pública seu principal e imediato ob-jetivo. Discorre sobre as reformasreclamadas pelo partido -- descentra-lização, instrução pública, liberdadede consciência e cultos, locação deserviços, capital para a lavoura, natu-ralização e direitos do cidadão, liber-tação dos escravos, finanças, políticaexterna -- e indica o que foi conse-guido. No final, conclama seus cor-religionários a destruir a Monarquiae proclamar a República como solu-ção para a crise social e, para tornarmais eficaz a integração das forçasdo partido, resolve combater o ter-ceiro reinado, promover ação maisvigorosa e investir de plenos poderesas autoridades diretoras do partido.[3649]

O marechal Hermes da Fonseca: o seugoverno, 1910-1914. Rio de Janeiro,Imprensa Nacional, 1914. 171 p.

Resenha dos eventos do Gover-no do Presidente Marechal Hermesda Fonseca (1910-1914). [3650]

Martins, Dormund. Da República à ditadu-ra. Rio de Janeiro, 1931v. 306 p.

Apresenta um panorama davida política brasileira, desde 1889até a revolução de 1930, ressaltan-do as lutas partidárias desse perío-do. [3651]

Martins, Jackson de Figueiredo. Do nacio-nalismo na hora presente: carta de um cató-lico sobre as razões do movimento naciona-lista no Brasil e o que, em tal movimento, épossível determinar, dirigida a FranciscoBustamante. Rio de Janeiro, LivrariaCatólica, 1921. 62 p.

Versa sobre a campanha naciona-lista desenvolvida no Rio de Janeiro,dirigida principalmente contra osportugueses. O movimento, iniciadopor Álvaro Bomílcar na Brasiléia,teve por centro a ação social nacio-nalista. O autor critica o conceito denacionalismo, aceitando-o como rea-ção ao espírito universal, e estuda amissão do nacionalismo. Trata de-pois do nacionalismo brasileiro, con-siderando que tradicionalmente eletem sido católico e antilusitano. Emrelação ao movimento nacionalista,declara que o povo brasileiro é oúnico que pode ter situação privile-giada no país, e que os portuguesesaqui domiciliados nunca devem seesquecer de que são tão estrangeiroscomo os franceses, alemães e japo-neses. Ocupa-se ainda o autor emmostrar como os portugueses logra-ram obter situação privilegiada nopaís, após a independência, graças aoliberalismo dos brasileiros. [3652]

Medeiros, A. A. Borges de. Manifesto lidoperante a Assembléia dos Representantes.

717

Page 55: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Porto Alegre, Of. Gráf. da Federa-ção, 1923. 37 p.

Neste manifesto, datado de PortoAlegre, 25 de janeiro de 1923, o au-tor explica as razões que o levaram aaceitar por várias vezes -- 1897, 1902,1912, 1917 e 1925 -- a indicação deseu nome para ocupar a presidênciado estado, apelando para fatos histó-ricos, razões legais e doutrinárias, ti-radas da Constituição, que pela leido sufrágio permite a reeleição, e im-pugna a opinião dos que pretende-ram uma revisão constitucional, que,segundo o autor, não é necessária.Sua opinião é de que a reeleição cons-titui "uma exigência da continuidadeadministrativa". [3653]

Medeiros, Maurício de. Outras revoluçõesvirão. Rio de Janeiro, Mundo Médico,1932. 241 p.

O autor, com este livro, faz umacrítica ao presidencialismo. No pre-fácio, expressa a opinião de que ou-tras revoluções terão que vir se opaís sair da revolução de 30, se nãose mostrar ao povo que os motivosreais que o fizeram aceitar o regimepresidencialista. (texto truncado)

Passando ao objeto da obra,mostra em que condições foi esco-lhido o regime presidencial, em1891; mostra-o como "um regimeque estraga os homens", criticando apolítica dos governadores, a advoca-cia administrativa, as campanhas desucessão, características do regime.Passa depois ao estudo e à análise dopanorama nacional, sob o ponto devista político, no governo de Was-hington Luís, e aos fatores da revo-lução de 30. Mostra os desconceitosdo Congresso, da Justiça, o desastre

econômico e financeiro, sob o presi-dencialismo. Estuda as formas edoutrinas do presidencialismo, o co-munismo, o sindicalismo, e o parla-mentarismo nas organizações consti-tucionais modernas, defendendo asvantagens da última fórmula, para ocaso brasileiro. O autor é de opiniãoque a discordância entre a forma degoverno da República presidencial eo verdadeiro sentimento nacionalgerou toda a intranqüilidade dos 40anos da era republicana. [3654]

Medeiros e Albuquerquevide

Albuquerque, José Joaquim de Camposda Costa de Medeiros e.

Melby, John. An account of the rise and col-lapse of the Amazon Boom. (The HispanicAmerican Historical Review, XXII, aug.1942, p. 452-469). (E.S.). [3655]

Melo, Américo Brasiliense de Almeida.Os programas dos partidos e o 2º Império;primeira parte: exposição de princípios. SãoPaulo, Tip. de Jorge Seckler, 1878.205 p.

Versa sobre a formação e o pro-grama dos partidos políticos da épo-ca do Império, ou seja, o Partido Li-beral (1831), o Partido Conservador(1837), o Partido Progressista (1862),o Partido Liberal-Radical (1868), oPartido Republicano (1870), e o Parti-do Republicano da Província de SãoPaulo. Em anexo constam alguns do-cumentos. [3656]

Melo, Custódio José de. Apontamentospara a história da revolução de 23 de no-vembro de 1891. Rio de Janeiro, Cunhae Irmão, 1895. 90 p.

Depoimento do chefe do pro-nunciamento da esquadra, ocorrido

718

Page 56: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

em 1891, contra o Marechal Deodo-ro da Fonseca, Presidente da Repú-blica, e que levou este a resignar opoder. Informa sobre os motivosque o compeliram a levantar-se con-tra o governo e como se tramou arevolta. [3657]

Melo, Custódio José de. O governo provisó-rio e a revolução de 1893. São Paulo,Editora Nacional, 1938. 1 v. em 2(Brasiliana, v. 128 e 128-A).

O autor foi o chefe da revolta daesquadra que explodiu no Rio de Ja-neiro em 6 de setembro de 1893. Noprimeiro tomo descreve a situaçãopolítica do país durante o governoprovisório do Marechal Deodoro, opronunciamento militar de 1891, oretorno ao governo legal sob Floria-no e o prenúncio da ditadura. No se-gundo tomo, intitulado A ditadura e aguerra civil, descreve a situação políti-ca sob a ditadura de Floriano e osmóveis que levaram à trama revolu-cionária. [3658]

Melo, Félix Cavalcanti de Albuquerque.Memórias de um Cavalcanti. Trechos dolivro de assentos de Félix Cavalcantide Albuquerque Melo, 1821-1901, es-colhidos e anotados pelo seu bisnetoDiogo de Melo Meneses; introduçãode Gilberto Freire. São Paulo, Edito-ra Nacional, 1940. 193 p.

Anotações de fatos e impressõespessoais, feita por um aristocrata deengenho do sul de Pernambuco, queviveu de 1821 a 1901. Além dos sub-sídios para a reconstrução do pano-rama político, social e econômico daépoca, os assentos permitem fixar apersonalidade do aristocrata conser-vador, cheio de preconceitos contra

o liberalismo, os radicais do aboli-cionismo e da República. [3659]

Melo, Francisco de Assis ChateaubriandBandeira de. Terra desumana; a vocaçãorevolucionária do Presidente Bernardes. 2ªed. Rio de Janeiro, Of. de O Jornal,s.d. 230 p. ilus.

Artigos escritos em 1926, nosquais o autor critica a personalidadepolítica do presidente Artur Bernar-des. Intitulam-se: O homem e o ja-cobinismo econômico; O presidentee o espírito de sacrifício do exército;A astúcia do presidente; A orienta-ção plebéia do presidente; A cam-panha revisionária; O espírito doCaraça na formação mental do pre-sidente; Paz cartaginesa; Os es-pectros. [3660]

Mendonça, Salvador Meneses Drum-mond Furtado de. A situação interna-cional do Brasil. Rio de Janeiro, Livra-ria Garnier, 1913. 268 p.

Discorre o autor sobre o adventoda República no Brasil, sendo deopinião que foi precoce, e que suapreparação deveria ser longa, desdeque a maioria da população do paísera analfabeta. É de opinião de queo regime parlamentar seria o maisadequado ao país, pois já havia, nes-se sentido, uma experiência de 67anos. Passando aos perigos internose externos que ameaçam a Repúbli-ca, discorre sobre a aquisição de ter-ras no Brasil por estrangeiros; de-nuncia o sindicato Farquhar comosugador da riqueza nacional, faz co-mentários às apreciações de Bryce,em seu livro South America; Observa-tions and impressions (favorável à idéiade que as riquezas brasileiras deve-riam passar a mãos estrangeiras,

719

Page 57: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

pois, de outro modo, seria subtraí-las ao serviço e uso da humanidadepor causa da inferioridade da raça,falta de capitais e desacertos do go-verno republicano), e trata do casodo encalhamento do torpedeiro ale-mão em Cabo Frio. Passando às re-lações com os Estados Unidos, tratadas relações comerciais entre estepaís e o Brasil, dos mais importantesresultados da Conferência interna-cional americana de 1890, e do inci-dente Stanton, por ocasião da revol-ta da armada. No final o autor fazcríticas à gestão de Rio Branco eJoaquim Nabuco como repre-sentantes do Brasil nos EstadosUnidos. [3661]

Ministério da Educação

vide

Brasil, Ministério da Educação.

Miranda, Rodolfo. O novo governo e o regi-me presidencialista. São Paulo, CardosoFilho, 1926. 49 p.

O autor é partidário convicto dasvantagens absolutas do regime presi-dencialista. O trabalho inclui recur-sos e artigos do autor sobre a esco-lha de Washington Luís à supremamagistratura do Estado de São Pau-lo. Sob o título Presidencialismo,reúne seis artigos publicados no Cor-reio Paulistano em 1920, em que o au-tor explica os caracteres do presi-dencialismo e enaltece as vantagensdesse regime. [3662]

Moacir, Pedro.

vide

Barbosa, Rui, e Moacir, Pedro.

Monte, Arrais. O Estado Novo e suas dire-trizes: estudos políticos e constitucionais.

Rio de Janeiro, José Olímpio, 1938.302 p.

A obra tem por objetivo expor overdadeiro sentido das novas insti-tuições; analisa o regime instituídopela Constituição de 10 de novem-bro de 1937 que proclamou o Esta-do Novo. No final anexa a Consti-tuição de 10 de novembro. [3663]

Monteiro, Tobias. Pesquisas e depoimentospara a história. Rio de Janeiro, Francis-co Alves, 1913. 366 p.

Parte da obra é dedicada à Aboli-ção. Em relação à República o autorse ocupa dos acontecimentos de 15de novembro, de banimento da fa-mília imperial e da dissolução doCongresso Nacional pelo primeiropresidente republicano. [3664]

Monteiro, Tobias. O Presidente CamposSales na Europa. Rio de Janeiro, F.Briguiet & Cia., 1928. 242 p. ilus.

Contém as cartas publicadas noJornal do Comércio, entre maio e agos-to de 1898, período de tempo emque o autor acompanhou o presi-dente eleito na viagem à Europa, fei-ta com o objetivo de solucionar agrave situação financeira do país. Nalonga introdução o autor procura fi-xar o panorama político e financeirodo país durante o Período Republi-cano, para explicar a situação encon-trada pelo Presidente Campos Salles;termina fazendo um balanço dos re-sultados financeiros conseguidos naadministração desse Presidente. Nascartas, o autor transmite suas im-pressões sobre os lugares que teveoportunidade de visitar: Paris, Lon-dres (onde se realizaram as negocia-ções financeiras), Escócia, Alema-

720

Page 58: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

nha, Áustria-Hungria, Itália, Portu-gal. Em apêndice constam váriosdiscursos. [3665]

Morais, Evaristo de. Da Monarquia para aRepública (1870-1889). Rio de Janeiro.Atena Editora, 1936. 222 p. ilus.

Exposição dos fatos ocorridosnos últimos anos do Império e o pri-meiro da República. O autor discor-re sobre os fatores que determina-ram a queda da Monarquia, o episó-dio da Proclamação da República, astentativas anti-revolucionárias de 16e 17 de novembro de 1889 e a ativi-dade legislativa do Governo Provi-sório. [3666]

Morais, Prudente de.vide

Barros, Prudente J. de Morais.Moura, Hastínfilo de. Da Primeira à Se-

gunda República. Rio de Janeiro, IrmãosPongetti, 1936. 399 p.

Livro escrito pelo general que co-mandava a segunda região militar(São Paulo), no período revolucioná-rio de 1930; relata suas atividadescomo defensor da causa governa-mental, e no breve espaço de tem-po em que assumiu o Governo doEstado (de 24 a 28 de outubro de1930). [3667]

Moura, João Dunshee de Abranches.Atas e Atos do Governo Provisório: cópiasautênticas dos protocolos das sessões secretasdo Conselho de Ministros desde a Procla-mação da República até a organização doGabinete Lucena, acompanhadas de impor-tantes revelações e documentos. 2ª ed. S.I.,Ed. D. de Abranches, 1930. 402 p.

Na primeira parte da obra o autorcomenta os primeiros Atos do Go-verno Provisório; na segunda parte

transcreve na íntegra as Atas do Go-verno Provisório, desde 2 de janeirode 1890 até 17 de janeiro de 1891.Em apêndice contém notas e docu-mentos. [3668]

Moura, João Dunshee de Abranches.Governos e Congresso da República dos Es-tados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro,M. Abranches. 1918. 2 v.

São apontamentos biográficossobre todos os Presidentes, Vice-Presidentes, Ministros de Estado,Senadores e Deputados do Congres-so, no período indicado. [3669]

Moura, João Dunshee de Abranches. ARevolta da Armada e a Revolução rio-grandense: correspondência entre Saldanhada Gama e Silveira Martins. Rio de Ja-neiro, M. Abranches, 1914. 2 v.

Versa sobre os dois principaismovimentos armados do Governode Floriano Peixoto, segundo a cor-respondência trocada entre SilveiraMartins, o grande tribuno rio-gran-dense, senador do Império e chefecivil da Revolução Federalista, e Sal-danha da Gama, que foi um doschefes militares de ambas as revolu-ções (1893-1895). [3670]

Müller, Lauro. Conferência recitada na sessãosolene da Liga de Defesa Nacional, reali-zada em 15 de novembro de 1921. Rio deJaneiro, Lit. Fluminense, 1922. 23 p.

Segundo o autor, fomos os pri-meiros na América do Sul a querer aindependência na sua forma de orga-nização republicana. Contudo, a fór-mula monárquica estabelecida comD. Pedro representou um estágio sa-lutar entre a Colônia e a República,pois a Monarquia permitiu a conti-nuidade da tradição administrativa.

721

Page 59: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

A Regência representa, segundo oautor, a conciliação entre a aspiraçãorepublicana e o princípio dinástico.O autor discorre sobre a propagandarepublicana iniciada logo após ascampanhas platinas, informa sobreos principais expoentes das novasidéias políticas nas províncias e noRio de Janeiro, como as ambições deum Terceiro Reinado precipitaram aRepública e as negociações para aProclamação. Descreve minuciosa-mente a jornada de 15 de novem-bro da qual foi um dos partici-pantes. [3671]

Müller, Lauro. Os ideais republicanos. Riode Janeiro. F. Briguiet & Cia., 1912.46 p.

Discurso pronunciado na cerimô-nia da posse do Presidente da Re-pública, General Hermes da Fon-seca, em 15 de novembro de 1911.Após referências elogiosas ao Pre-sidente, o autor faz breve análiseda origem da República, do seu es-tado atual e dos ideais que ela deveter em vista. [3672]

Nabuco, Joaquim.vide

Araújo, Joaquim Aurélio Barreto Nabu-co de.

Nemo, pseud.vide

Ramalho, Manuel de Araújo Castro.Neves, João.

videFontoura, João Neves da.Nobre, Freitas. A epopéia acreana; pref. do

Dr. Raul Leite. 3ª ed. São Paulo, Re-vista dos Tribunais, 1939. 127 p. ilus.

Síntese dos acontecimentos ocor-ridos no Acre no período 1899-1901,

em que se deu a reação brasileirachefiada por Plácido da Costa, con-tra a ocupação boliviana. [3673]

Oliveira, Percival de. O ponto de vista doPRP: uma campanha política. São Paulo,São Paulo Ed., 1930. 298 p.

Artigos publicados no Diário deSão Paulo, de 21 de agosto de 1929 a1º de março de 1930, sob o mesmotítulo; seu objetivo é expor as idéiasdo Partido Republicano Paulista emface do problema da sucessão presi-dencial. [3674]

Oliveira Vianavide

Viana, J. F. Oliveira.Ottoni, Cristiano Benedito. O Advento da

República no Brasil. Rio de Janeiro,Tip. Perseverança, 1890. 136 p.

Os quatros primeiros capítulos daobra formam o que o autor denomi-nou História completa da libertação dosescravos. Nos capítulos seguintes estu-dou as causas do Advento da Repú-blica no Brasil. Conforme assevera oautor, o livro constitui suas "memóriasíntimas", pois não recorreu a fontesdocumentais. [3675]

Ottoni, Cristiano Benedito. Autobiogra-fia de C. B. Ottoni, natural da Vila doPrincipe, depois cidade de Serro, na pro-víncia de Minas Gerais, maio de 1870.Rio de Janeiro, Tip. Leuzinger, 1908.325 p.

O autor começou a redigir a suaautobiografia em 1870, mas ela refe-re os principais fatos de sua vidadesde a infância até 1887. Deputadoem quatro legislaturas, de 1860 a1868 pelo Partido Liberal Mineiro,tomou parte na manifestação con-junta de 17 de julho de 1868, contra

722

Page 60: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

o ato do Poder Moderador ao cha-mar os conservadores ao poder. Emreunião feita nessa ocasião para seresolver sobre os meios a exercer nopaís e regular as condições e o pro-grama em que se devia reorganizar opartido, defendeu a idéia de lutarcontra o princípio moderador e res-tringir ou abolir suas faculdades.Não conseguindo apoio, pois paraos demais liberais era questão assen-te à permanência da organizaçãoconstitucional vigente, afastou-se dapolítica. Conta em que circunstân-cias assinou o manifesto republicanode 1870. Em 1876, ao explicar aosseus conterrâneos a exclusão do seunome na chapa liberal, pela provín-cia de Minas, declarou que só seapresentaria aos eleitores em nomeda idéia republicana; não sendo pos-sível isso, nem se sentindo com qua-lidades para chefe de um partido re-publicano, abstinha-se de participarna política. Em 1887, contudo, apre-sentou-se como candidato e foi elei-to senador do Império. [3676]

Ottoni, Elói Teófilo. Crenças políticas. Riode Janeiro, Laemmert & Cia., 1891.374 p.

Série de artigos, escritos antes de1889, nos quais o autor discute tesesde política geral com o fito de forne-cer idéias gerais sobre o GovernoRepublicano. No prefácio o autordiscorre sobre a identidade que julgaexistir entre os Partidos Liberal His-tórico, Radical ou Republicano, poisé de opinião que as tendências doPartido Liberal Histórico foramsempre republicanas, sendo Tiraden-tes seu fundador. Com propósitodoutrinário, trata da diferença entre

República e realeza, concluindo quea República é o único Governo legí-timo e racional. Discorre sobre a Re-pública e democracia, as classes ecastas sob a República, a repre-sentação e o sufrágio, a liberdade efederação, o livre-arbítrio, dualidadedas duas Câmaras, Senado, descen-tralização, soberania, liberdade e po-der real, liberdade e autoridade, li-berdade e ensino; sobre a Lei Flavia-na (evidência da Lei Republicana), esobre as duas coroas (poder tempo-ral e o espiritual). No artigo intitula-do O Sr. Nabuco, o Silabus e a Imacula-da Conceição, em que critica o clerica-lismo daquele, afirma a opinião deque a liberdade não poderia estar nasfileiras do Partido Liberal onde haviahomens como Nabuco, pois que aliberdade não pode ser dominadapelos dogmas de um Papa jesuítico;ela estaria com o partido que não ad-mite coroas privilegiadas, ou seja, oPartido Republicano. Na última par-te do livro, intitulada Cartas Políticas,o autor faz críticas ao sistema deGoverno monárquico, batendo-seprincipalmente contra a centraliza-ção; clama pela emancipação dos es-cravos e comenta fatos da política dosúltimos anos do Império. [3677]

Ouro Preto, Visconde de.

vide

Figueiredo, Afonso Celso de Assis, Vis-conde de Ouro Preto.

Paiva, Alfredo. A mentira republicana. Juizde Fora, Tip. Pereira, 1892. 53 p.

Opúsculo de caráter panfletário,contra a República. Segundo o autor,o Brasil sofre da superstição da Re-pública. O Império foi a era das li-

723

Page 61: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

berdades políticas enquanto a Repú-blica não pôde resistir às paixões po-líticas; critica a ausência de estadistasna República, as finanças, e clamapelo restabelecimento da Monarquia,pois, segundo sua opinião, a formade Governo não tem importância,mas sim os homens que manejam osnegócios públicos. [3678]

Palmeira, J. A. da Costa. A campanha doConselheiro. Rio de Janeiro, CalvinoFilho; 1934. 212 p.

É a narrativa das campanhas mo-vidas contra Antônio Conselheiro,visionário que atraiu em torno de similhares de sertanejos fanáticos; es-tes formaram um povoado em Ca-nudos (Bahia), onde viviam em pro-miscuidade à custa de roubos e de-predações das propriedades vizinhas.Só foram vencidos em 1897, após vá-rios esforços malogrados. [3679]

Pandiá Calógeras na opinião de seuscontemporâneos. São Paulo, Tip.Siqueira, 1934. Contém uma série deartigos sobre a obra de Calógerascomo historiador, engenheiro, peda-gogo, estadista, diplomata, escritospelos mais expressivos vultos da in-telectualidade brasileira. Consta aindade várias cartas de Calógeras referen-tes a sua vida pública, episódios e fa-tos de sua época, e do seu Diário daConferência da Paz, de 1919, quandofez parte da delegação brasileira à re-ferida Conferência. [3680]

Peixoto, Demerval. Campanha do Contestado:episódios e impressões. Rio de Janeiro,1916. 242 p. ilus.

Narrativa incompleta da Campa-nha do Contestado, região entre osrios Uruguai e Iguaçu disputada pe-

los Estados de Paraná e Santa Cata-rina (atualmente pertencente ao Es-tado de Santa Catarina). Na primeirao autor caracteriza o panorama geo-gráfico social e político da região,habitada por bandoleiros e fanáticos,e, portanto, de equilíbrio social instá-vel. Na segunda parte descreve assucessivas expedições militares en-viadas ao Contestado, desde a pri-meira, que data de 1905, até o desastrede São João, da expedição do CapitãoMatos Costa, em 1914. [3681]

Peixoto, Sílvio. No tempo de Floriano. Riode Janeiro, Editora A Noite, 1940.276 p. ilus.

Prefácio de Noronha dos Santos.Trata-se de trabalho de vulgarizaçãosobre os principais eventos do Go-verno de Floriano Peixoto (1891-1894) [3682]

O pensamento político do Presidente:separata de artigos e editoriais dosprimeiros 25 números da revista Cul-tura Política, comemorativa do 60ºaniversário do Presidente GetúlioVargas. Rio de Janeiro, 1943. 424 p.

Os artigos, assinados por váriosautores, estão distribuídos em trêspartes: a primeira consta de uma no-tícia biográfica sobre o presidente; asegunda parte contém uma série deartigos que focalizam a obra do pre-sidente; a terceira versa sobre a in-fluência do meio. A quarta e últimaparte é uma bibliografia sobre o Es-tado Nacional e o pensamento dopresidente. [3683]

Pereira, Batista. Diretrizes de Rui Barbosa:segundo textos escolhidos, anotados e prefa-ciados por Batista Pereira. São Paulo,

724

Page 62: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Editora Nacional, 1932. 320 p. (Bra-siliana, v. 7)

Na primeira parte, intitulada OBrasil feito pela política, há transcriçãode trechos relativos a aspectos so-ciais e políticos do Brasil Contempo-râneo; na segunda parte, artigos so-bre o Exército; a terceira parte trans-creve artigos sobre a religião e o es-tado; na quarta parte, sobre a religiãoe estado, a quinta e última parte ver-sa sobre o mundo internacional, alíngua e o ensino no Brasil. [3684]

Pereira, Teotônio Freire e França. A Pá-tria nova: estudo literário, crítico e históricodo Brasil sob o domínio da República. Re-cife, Tip. d’O Norte, 1890. 93 p.

Procura o autor, de início, carac-terizar o temperamento do brasilei-ro; passa depois às referências sobreo 13 de maio de 1888, que considerauma comédia, as eleições de 31 deagosto do mesmo ano, que, segundosua opinião, não passaram de opera-ção química e informa sobre o de-senvolvimento da sátira e do panfle-to na era republicana. Trata depoisdos antecedentes históricos da Re-pública, mostrando as tendências re-publicanas do país, principalmenteem Pernambuco; acentua a impor-tância das datas 1710, 1789, 1817,1824, 1831, 1835 e 1848, que repre-sentam marcos da evolução genéticarepublicana. Discorre sobre a impor-tância do elemento militar e popularnos acontecimentos de 15 de no-vembro, sobre a formação do Go-verno Provisório, sobre os ataquesdos inimigos da República. Estabeleceum plano de reformas inadiáveis aoprogresso do país, e trata longamente

da reforma dos programas de ensi-no. Em relação ao momento históri-co que vivia, o autor o considera umperíodo de transição, amálgama decontradições, pois pesava sobre a gera-ção que assistiu ao advento da Repú-blica, a herança do passado. [3685]

Pessoa, Epitácio. Pela verdade. 2ª Ed. Riode Janeiro, Francisco Alves 1925. 694p.

O autor, Presidente da Repúblicano quatriênio 1919-1922, apresentaesclarecimentos sobre os principaisatos do seu Governo, respondendo,dessa maneira, às críticas de que foialvo. [3686]

Pestana, Francisco Rangel. O Partido Re-publicano na Província de São Paulo, porThomaz Jefferson (pseud). Rio de Ja-neiro, Tip. Globo, 1877. 56 p.

Artigos publicados na Província deSão Paulo, em 1876, em defesa doPartido Republicano e de seu candi-dato, Dr. Américo Brasiliense de Al-meida Melo. [3687]

Piccarolo, A. O socialismo no Brasil: esboçode um programa de ação socialista. 3ª ed.São Paulo, Editora Piratininga.(1932). 6 p.

Partindo da idéia de que as ante-riores tentativas socialistas fracassa-ram porque pretenderam transplan-tar para o Brasil, país novo ainda, osocialismo tal qual é pregado na Eu-ropa, o autor apresenta um progra-ma prático de ação socialista, paraimediata atuação. Para a elaboraçãodesse programa, faz breve estudodas condições atuais do país, ocu-pando-se da propriedade e forma detrabalho, da agricultura, da indústria,das condições etnológicas, da políti-

725

Page 63: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ca, da legislação, da moral, das ten-tativas de socialismo e de lutasoperárias. [3688]

Porto, M. E. de Campos. Apontamentospara a história da República dos EstadosUnidos do Brasil. Rio de Janeiro, Im-prensa Nacional, 1890. 2 v. ilus.

O autor transcreve os artigos pu-blicados nos jornais da Capital Fede-ral sobre o episódio da Proclamaçãoda República e os atos oficiais doperíodo entre 15 e 30 de novembro,tais como: as Atas das sessões doSenado e Assembléia Provincial doEstado do Rio de Janeiro (16 a 22 denovembro de 1889), Decretos doGoverno Provisório (15 a 30 de no-vembro de 89), Avisos expedidospelo Governo Provisório (15 a 30 denovembro de 89), Ordens do Dia doExército e da Armada, e vários do-cumentos concernentes ao bani-mento da família imperial. Na se-gunda parte do livro reuniu artigose atos oficiais dos estados daUnião, relativos à Proclamação daRepública. [3689]

Prado, Eduardo da Silva. A bandeira na-cional, 1ª Ed. São Paulo, Esc. Tip. Sa-lesiana, 1903. 89 p. ilus.

Resposta à Apreciação filosóficade Raimundo Teixeira Mendes, pu-blicado no Diário Oficial de 24 de no-vembro de 1889 e à carta do mesmo,datada de 25 de novembro de 1889,em que o chefe dos positivistas pro-cura demonstrar as qualidades mo-rais e políticas do pavilhão republica-no do Brasil. Segundo o autor, oexame da bandeira e dos escritos deTeixeira Mendes mostram que hou-ve desprezo ou ignorância da tradi-

ção histórica brasileira, erro capitalde astronomia, na representação dasconstelações, e grave menoscabo daestética. Nas três partes em que sedivide o livro, o autor procura de-monstrar essas afirmações, docu-mentando-as com numerosas ilustra-ções. Em anexo há a transcrição dosdecretos de 4 e 19 de novembro, re-lativos à bandeira nacional. [3690]

Prado, Eduardo da Silva. Coletânea, 1ª ed.São Paulo, Esc. Tip. Salesiana, 1904-1906. 4 v.

À história da República interes-sam apenas os vols. 3 e 4, que con-têm artigos publicados pelo autorno Jornal do Comércio de São Paulo,nos quais critica o Governo republi-cano. [3691]

Prado, Eduardo da Silva. Fastos da ditadu-ra militar no Brasil. São Paulo, Esc.Tip. Salesiana, 1902. 366 p.

São seis artigos publicados peloautor na Revista de Portugal, de de-zembro de 1889 a junho de 1890,sob o pseudônimo de Frederico deS. Criticam as práticas adotadas peladitadura militar republicana no Bra-sil, na época, em flagrante oposiçãocom as teorias liberais sustentadaspelos amigos da mesma. [3692]

Prado, Eduardo da Silva. A ilusão america-na, 4ª ed., Rev., com um pref. e estu-do biográfico do autor, por Leopol-do de Freitas. São Paulo, Livraria eOf. Magalhães, 1917. 264 p.

Libelo contra as tendências nor-te-americanistas da República, escri-to em 1893. Mostra o autor que nãohá razão para imitarmos os EstadosUnidos, pois deles estamos separa-dos pela índole, língua, história e tra-

726

Page 64: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

dição. Passa em revista a história dasrelações entre os Estados Unidos eos países da América Latina, sob oponto de vista político, econômico emoral, ocupando-se mais longamen-te das relações com o Brasil a partirdo Império, conclui que os fatosnada dizem sobre a existência real deuma confraternização entre os Esta-do Unidos e as repúblicas latino-americanas nem de uma influêncianorte-americana na civilização docontinente. Crê o autor que aamizade norte-americana peloBrasil é nula quando não interes-seira, e sua influência em nossopaís tem sido perniciosa. As sim-patias do autor pendem para a In-glaterra. A primeira edição destaobra foi suprimida e confiscadapelo Governo. [3693]

Ramalho, Manuel de Araújo Castro. No-ticiário da Revolução de 15 de novembro de1889 no Brasil, por Nemo. Porto Ale-gre, Agência Literária, 1890. 246 p.

A primeira parte consta do noti-ciário sobre os acontecimentos de 15de novembro de 1889, no Rio de Ja-neiro, e sua repercussão nos Esta-dos, extraídos de todos os jornais dopaís, e principalmente, dos do Riode Janeiro. A segunda parte traz atranscrição dos atos e decretos doGoverno Provisório, e da opiniãodas personalidades mais eminentesda época, sobre o advento da Repú-blica. [3694]

Reichardt, H. Canabarro. Getúlio Vargase a idéia federativa: conferência pronunciadano Instituto Nacional de Ciência Política,no dia 24 de maio de 1941, Rio de Ja-

neiro. 90 p. (Publicação do InstitutoNacional de Ciência Política, nº 4).

A maior parte deste trabalho jáfoi apresentada ao Terceiro Con-gresso de História Nacional sob o tí-tulo A idéia federativa. O autor estudaas origens da doutrina da federaçãonos Estados Unidos, e analisa os ca-racteres dessa fórmula política. Passadepois à idéia federativa na América,estudando o problema na Argentina,principalmente. Estuda depois o fe-deralismo no Brasil, desde as primei-ras manifestações federalistas naépoca colonial, a marcha e a evolu-ção do federalismo, até a Revoluçãode 30. No último capítulo o autordiscorre sobre a tendência centraliza-dora de após 30, e caracteriza a cartade 10 de novembro de 1937, comoexpressão de um federalismo objeti-vo, ou seja, de centralização políticae descentralização administrativa. [3695]

La révolution et l’armée du Brésil. Pa-ris, H.C. Lavauzelle, 1890. 16 p. (Ex-trait de la Revue d’Infanterie)

O artigo põe em evidência a parteconsiderável e essencial desempe-nhada pelo Exército na Proclamaçãoda República. Além disso, inserebreves dados biográficos sobreManuel Deodoro da Fonseca,Eduardo Wandenkolk e BenjamimConstant. [3696]

Ribas, Antônio Joaquim. Perfil biográficodo Dr. Manuel Ferraz de Campos Sales,Ministro da Justiça do Governo Provisório,Senador Federal pelo Estado de São Paulo,Rio de Janeiro, Tip. Leuzinger, 1896.540 p.

Biografia de Campos Sales, ante-rior ao seu advento à Presidência da

727

Page 65: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

República. Narra as atividades políti-cas do biografado, desde as primei-ras campanhas eleitorais (1867), suasatividades na Assembléia Provincialde São Paulo, a propaganda republi-cana e abolicionista, sua gestão noGoverno Provisório como ministroda Justiça, na Constituinte do Esta-do de São Paulo, e como senadorFederal. [3697]

Rodrigues, F. Contreiras. Novos rumos po-líticos e sociais. Porto Alegre, BarcelosBertaso & Cia., 1933. 293 p.

O autor estuda a doutrina políticade três republicanos -- Rui Barbosa,Silveira Martins e Assis Brasil -- e detrês sociólogos -- Oliveira Viana,Jackson de Figueiredo e Alceu deAmoroso Lima -- todos da épocacontemporânea. Expõe sua opiniãosobre a melhor fórmula política parao Brasil, que deve ser, segundo suaopinião, de conciliação entre a ques-tão social e a questão democrática.No final do livro apresenta um esbo-ço de Constituição. [3698]

Rodrigues Alves, Francisco.vide

Alves, Francisco Rodrigues (Filho).Romero, Sílvio Vasconcelos da Silveira

Ramos. O alemanismo no sul do Brasil: seusperigos e meios de os conjurar. Rio de Janei-ro, Heitor Ribeiro & Cia., 1908. 72 p.

Ocupando-se da propaganda doalemanismo, o autor mostra a situa-ção dos alemães no sul do Brasil,aponta os perigos da imigração ale-mã, suas conseqüências e os meiosde remediá-las. No final transcreveum artigo de F.W.Will sobre a in-fluência que os alemães procuravamexercer no Brasil. [3699]

Romero, Sílvio Vasconcelos da SilveiraRamos. A bancarrota do regime federativono Brasil: ação dissolvente das oligarquias,ação indispensável do Exército. Porto,Tip. a vapor de A.J. de Sousa & Ir-mão, 1912. 24 p.

Reconhece o autor que a Consti-tuição de 1891 é o principal fator dadesordem do país e transcreve a opi-nião de vários pró-homens do regi-me republicano, acordes em afirmaro estado de confusão geral, taiscomo, Pinheiro Machado, Rui Bar-bosa, Quintino Bocaiúva, SampaioFerraz, e Lauro Müller. Para o autor,a causa não reside no militarismo,nem na reação dos civis, mas naConstituição que copiou o regimefederalista norte-americano, sem terbase nas realidades nacionais. Duassoluções se impõem: ou continuar aexperiência ou adotar uma repúblicaunitária e parlamentar. Só o Exércitopoderia efetuar qualquer mudança,pois ele é que tem sido o baluarte denossas conquistas democráticas. Oestado do país, no momento, pode-ria levar a três resultados: statu quonos estados pertencentes a oligar-quias de amigos; interrupções mo-mentâneas e instáveis dos regimesoligárquicos nos estados cujos che-fes não são da confiança do Gover-no central, ou seja, interrupção pormeio de presidentes militares;substituição de oligarquias de insa-tisfeitos por outras de protegidos.Para o autor, a fórmula supremaseria a da unidade política, descen-tralização administrativa e unifica-ção da justiça. [3700]

728

Page 66: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Romero, Sílvio Vasconcelos da SilveiraRamos. O castilhismo no Rio Grande doSul. Porto, Of. do Comércio do Por-to, 1912. 42 p.

O autor ergue a voz contra a cas-tilhocracia oligárquica do Rio Gran-de do Sul, que, sob a supremacia dePinheiro Machado, dominava o esta-do, inteiramente fora dos moldes detodos os outros estados, prescritospela Carta de 1891. [3701]

Romero, Sílvio Vasconcelos da SilveiraRamos. Estudos sociais: o Brasil na pri-meira década do século XX. Lisboa, Tip.da A Editora Limitada, 1912. 209 p.

Mostra o autor a situação de de-sordem, confusão e pessimismo dopaís, apontando a contradição entreo atraso do país e o progresso daépoca, marcada por grandes realiza-ções quanto à evolução da técnicamaterial; a contradição entre a massaignorante e a pequena elite intelec-tual; entre a elite de políticos jorna-listas e literatos do país e os seus co-legas nos países cultos; entre a ilusãode possuirmos predicados de povosque queremos imitar e a imitação dassuas leis e Constituições. Em relaçãoà política, recapitula os fatos quemarcam a bancarrota das ilusões,desde fins do século XVIII, sendo aúltima, a ilusão republicana. O autorergue-se contra os que acham que apolítica é sanável por meios políti-cos, e que pregam a restauração mo-nárquica ou a revisão constitucional;para o autor, o problema político de-pende do conhecimento da estruturasocial do país. Defende a necessida-de de estudo e não de vitupério. Es-tuda a situação política desde o ad-vento de Diogo Feijó (1834) até Pi-

nheiro Machado (1912), e faz umbalanço dos aspectos sociais, econô-micos, políticos e financeiros dopaís, no momento. [3702]

Rosa, Otelo. Júlio de Castilhos: perfil biográ-fico e escritos políticos. Porto Alegre, Li-vraria do Globo, 1930. 518 p.

A obra focaliza a figura de JúlioPrates de Castilhos, líder político doRio Grande do Sul na primeira déca-da republicana. Propagandista repu-blicano e abolicionista dos últimosanos do Império, foi depois Presi-dente do Rio Grande do Sul (1891-1903) e faleceu em 1903. Contém ar-tigos de crítica e doutrina, do biogra-fado, escritos em defesa do regimerepublicano, de 1884 a 1889; de pro-paganda republicana, escritos de1884 a 1887; sobre a consolidaçãodo regime republicano, na consti-tuinte; sobre sua luta contra o gover-nicho de 1891, e sua atuação na pre-sidência do Estado do Rio Grandedo Sul. [3703]

Salgado, Plínio. O que é o integralismo. Riode Janeiro, Schmidt, 1933. 131 p.

Definindo "o que pretende o in-tegralismo", o autor declara guerrade morte à liberal democracia, ata-cando-a na instituição do sufrágio,desde que o integralismo se propõea realizar uma democracia de fins enão de meios. Combate também osocialismo, pois, conforme a opiniãodo autor, se a liberal democracia geraa oligarquia plutocrática, o socialis-mo acelera a marcha de destruiçãoda pátria e a escravização do ho-mem. Passa depois a estudar a vidapolítica brasileira, desde a inde-pendência, apontando os males doliberalismo democrático. Aponta as

729

Page 67: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ameaças que pesam sobre o Brasil,as possíveis conseqüências, e os ob-jetivos do integralismo como remé-dios àqueles perigos. [3704]

Salgado, Plínio. Palavra nova dos tempos no-vos. Rio de Janeiro, José Olímpio,1936. 161 p.

O autor, chefe do movimento in-tegralista no Brasil, explica as diretri-zes do movimento, seus objetivos eseus caracteres. [3705]

Salgado, Plínio. Psicologia da revolução. 2ªEd. Rio de Janeiro, José Olímpio,1935. 197 p.

O autor se dirige aos políticos eintelectuais brasileiros, apelando pararestaurarem no Brasil o primado doespírito, da inteligência e da virtude.A primeira parte é dedicada ao estu-do teórico das revoluções. A segun-da parte versa sobre o espírito do sé-culo XIX, o perfil moral e políticoda América, a formação liberal e ro-mântica do Brasil, a democracia bár-bara e a liberdade selvagem (situaçãopolítica brasileira desde a inde-pendência), o perfil do brasileiro. Naterceira parte da obra -- um capítuloapenas -- o autor prega a necessidadede uma revolução integralista.

[3706]Sales, Alberto. Catecismo republicano. São

Paulo, Leroy King, 1885. 174 p.

Trabalho de vulgarização dosprincípios republicanos, feito com oobjetivo de preparar a populaçãopara o advento definitivo do Gover-no republicano. Versa sobre: o obje-to da política, o poder governamen-tal; a lei de evolução do estado; o es-tado; a Constituição; a forma de go-verno; a questão da forma; unitaris-

mo e federação; organização e apli-cação do sufrágio; extensão do su-frágio; condições de seu exercício.Em apêndice o autor insere um estu-do da evolução política do Brasildesde a vinda de Dom João VI até oSegundo Reinado; conclui acentuan-do que, graças ao exercício do PoderModerador, o único cuidado da Di-nastia de Bragança tem sido resistir àplena manifestação da vontade na-cional. Para isso, o meio empregadono Primeiro Império foi a violência eno Segundo, a corrupção. [3707]

Sales, Alberto. Política republicana. Rio deJaneiro, Tip. Leuzinger, 1882. 573 p.

O livro se destina à vulgarizaçãoda doutrina republicana; apresenta asistematização completa dos princí-pios fundamentais que constituem ogoverno republicano. A primeiraparte versa sobre a exposição da teo-ria republicana. Mostra o autor que aconstituição do estado deve ser im-preterivelmente republicana, e fede-ral, determina os limites verdadeirosda ação do estado por uma justa or-ganização do poder político demodo a torná-lo perfeitamente com-patível com o desenvolvimento dainiciativa individual. Procura depoisdeterminar a origem do poder go-vernamental, e suas funções caracte-rísticas, as sucessivas evoluções his-tóricas, que levaram esse poder aconcretizar-se na República. Apre-senta ligeiro esboço da organizaçãocientífica do estado, sua forma ante-rior, a teoria positiva da federação, edo sufrágio universal. A segundaparte é uma crítica da política mo-nárquica. O autor estuda a fundaçãoda monarquia no Brasil, a Constitui-

730

Page 68: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ção de 1824 e critica a política impe-rial. Aponta os funestos males cau-sados pela política imperial, sendode opinião que o mal está nas insti-tuições, sendo necessário destruí-las.Estuda a origem e a confusão dospartidos monárquicos, e a nulifica-ção de sua influência como órgãodas necessidades públicas; suas for-ças são consumidas em lutas que vi-sam antes de tudo o interesse pes-soal. A terceira parte do livro tratada reconstituição da nacionalidadepela República. O autor mostra areação do país, com a formação doPartido Republicano, transcreve omanifesto de 3 de dezembro de 1870e informa sobre a República. No úl-timo capítulo intitulado Programa a se-guir, o autor faz considerações sobrea interpretação comtista dos fenô-menos sociais e declara que, segun-do o Partido Republicano, prefereser uma força do grande fator morale esperar da evolução o advento daRepública; é de opinião porém, quese deve auxiliar a evolução por meioda propaganda ativa e bem organiza-da. [3708]

Sales, Campos. Manifestos e mensagens,1898-1902. Rio de Janeiro, ImprensaNacional, 1902. 383 p.

São os manifestos e mensagensdo Presidente Campos Sales (1898-1902), em que são ventilados osprincipais acontecimentos nacionaisdo período histórico. Em apêndicecontém discursos do presidente naCâmara dos Deputados sobre oacordo financeiro e a política finan-ceira, o quadro do movimento diáriodo câmbio no período entre 14 de

novembro de 1897 a 3 de setembrode 1902, e o quadro geral das operaçõesde resgate das garantias das estradas deferro e da amortização das apólicesemitidas para esse fim, a que se referea Mensagem de 1902. [3709]

Santos, José Maria dos. A política geral doBrasil. São Paulo, J. Magalhães, 1930.567 p.

Na primeira parte da obra o autorestuda a evolução política no perío-do monárquico, caracterizada pelaafirmação do regime parlamentar.Mostra como o Parlamento se tor-nou um centro de convergência deopiniões e como sua atividade semanifestou em função dos proble-mas nacionais que solicitavam suaopinião. Na segunda parte, intituladaA deformação republicana, mostra o au-tor a derivação do sistema parlamen-tar para um sistema político baseadono poder pessoal do chefe do esta-do, e estuda os resultados morais eeconômicos desse regime. [3710]

Senado

videBrasil, Senado.Sena, Ernesto. Rascunho e perfis: notas de

um repórter. Rio de Janeiro, Tip. doJornal do Comércio, 1909. 710 p.

Versa sobre fatos, vultos, institui-ções e episódios do Brasil monárqui-co e republicano. Segundo diz o au-tor, são "informações tiradas de suacarteira de repórter". Entre outros,há capítulos sobre o atentado de 5de novembro de 1897 sobre Antô-nio Conselheiro, Prudente de Mo-rais, Santos Dumont, Lopes Tro-vão, Paulo Ney, o telégrafo noBrasil, o correio no Brasil, a Escola

731

Page 69: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Naval, a Academia Nacional de Me-dicina, velhas usanças do Paço Im-perial, etc. [3711]

Silva, Augusto Carlos de Sousa e. O almi-rante Saldanha e a revolta da Armada: re-miniscências de um revoltoso. Rio de Ja-neiro, José Olímpio, 1936. 326 p.

A obra focaliza a atuação de Sal-danha da Gama na revolta da esqua-dra de 1893. Havendo-se oposto aolevante da Armada e abstendo-se denela tomar parte, tentou Saldanha daGama uma intervenção conciliatória,juntamente com o Contra-AlmiranteCarlos Baltasar da Silveira, para ob-ter a reconciliação de Custódio deMelo, chefe da esquadra revoltada,com Floriano Peixoto, Chefe doGoverno. Malogrando essas nego-ciações, empenhou-se Saldanha daGama em minorar os efeitos dos de-sastres que a revolução acarretavapara os nela envolvidos e suas famí-lias, para a Marinha em particular epara o Brasil em geral. Afinal, anuiuà revolta, assumindo o comando dasforças revoltosas que permaneciamem operações, no porto do Rio deJaneiro. Jugulada a revolta, após bre-ve ausência do país, assumiu Salda-nha da Gama a direção da Revolu-ção Federalista do Sul. [3712]

Silveira, Urias A. da. Galeria histórica daRevolução brasileira de 15 de novembro de1889 que ocasionou a fundação da Repú-blica dos Estados Unidos do Brasil. Riode Janeiro, Laemmert, 1890. 323 p.ilus.

Na primeira parte contém noçõessucintas sobre o que se deve enten-der por Governo, República e Mo-narquia. A segunda parte contém

breve resenha da história brasileiradesde a descoberta, até a proclama-ção da República. A terceira partecontém uma relação dos atos doGoverno Provisório até 1890, e anarrativa dos fatos da proclamaçãoda República e dos que a seguiram.Além disso há uma coletânea de arti-gos de fundo dos principais jornaisdo Rio sobre a República, mensa-gens e adesões dos estados, e retra-tos de todos os personagens queimediata ou remotamente contribuí-ram para a fundação da Repúblicano Brasil. [3713]

Soares, José Carlos de Macedo. Deodoro,Rui e a Proclamação da República. SãoPaulo, Pocai, 1940. 22 p.

É uma conferência realizada noPalácio Tiradentes no Rio de Janeiroem 1939, sobre o papel de Rui Bar-bosa e Deodoro na Proclamação daRepública. [3714]

Soares, José Carlos de Macedo. A políticafinanceira do Presidente Washington Luís.São Paulo, Instituto D. Ana Rosa,1928. 76 p.

Contém o discurso pronunciadopelo autor na sessão solene da Asso-ciação Comercial de São Paulo, em26 de novembro de 1927. Versa so-bre as finanças do país, desde o ad-vento da República e o programa fi-nanceiro do Presidente WashingtonLuís. Explica o autor as três fasesdesse programa financeiro, que sãoas seguintes: estabilização, conversi-bilidade e cunhagem do cruzeiro(circulação ouro). Para WashingtonLuís todos os erros do Brasil emmatéria financeira foram devidos ao

732

Page 70: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

papel-moeda inconversível e à con-seqüente instabilidade cambial.[3715]

Soares, José Eduardo de Macedo. Políticaversus Marinha (por) um oficial da Mari-nha (pseud.). Rio de Janeiro, Garnier,s.d. 212 p.

A primeira parte da obra versasobre o período 1822-1910, ou seja,da evolução da Marinha nacional,desde sua formação, após a Inde-pendência, até à constituição danova esquadra e o seu aniquilamen-to. A segunda parte trata das refor-mas, da missão estrangeira, do Esta-do-Maior e do ensino técnico. [3716]

Sousa, João Francisco Pereira de. Psicolo-gia dos acontecimentos políticos sul-rio-gran-denses. São Paulo, Monteiro Lobato &Cia., 1923. 169 p.

Na primeira parte do livro o au-tor faz a caracterização do gaúcho,como tipo social; ocupa-se depois dapersonalidade de Júlio de Castilhos ede Pinheiro Machado. Do primeirotranscreve o manifesto de 3 de no-vembro de 1891, escrito ao abando-nar a presidência do Rio Grande doSul, quando o marechal Deodoro daFonseca dissolveu o Congresso Na-cional, assim como outros docu-mentos referentes a sua ação no RioGrande do Sul, em 1892, quando foinovamente chamado à presidência.Em relação a Pinheiro Machado, hávários escritos relativos ao seu assas-sinato, ocorrido no Rio de Janeiroem 1915. Os capítulos restantes dolivro são destinados às críticas a Bor-ges de Medeiros, que foi por váriasvezes presidente do Rio Grande doSul, a quem acusa de haver deturpadoos princípios republicanos. [3717]

Sucessos subversivos de São Paulo:denúncia apresentada ao Ex.mo Sr.Dr. Juiz Federal da 1ª Vara de SãoPaulo pelo Procurador criminal daRepública em comissão no Estadode São Paulo. Rio de Janeiro, Im-prensa Nacional, 1925. 222 p.

É a denúncia da Revolução de1924 em São Paulo, feita pela Procura-doria Criminal da República. [3718]

Taunay, Alfredo de Escragnolle, Viscon-de. Império e República. São Paulo, Cia.Melhoramentos, s.d. 107 p.

Coletânea de opúsculos e artigospublicados nos jornais do Rio de Ja-neiro e de São Paulo na última décadado século XIX, nos quais o autor criti-ca o regime republicano. [3719]

Tavares Bastosvide

Bastos, A. C. Tavares.Tobias Monteiro

videMonteiro, Tobias.Torres Homem, Francisco de Sales,

Visconde de Inhomirim. O libelo dopovo. Lisboa, Tip. Nação, 1868. 138 p.

No primeiro capítulo o autor pas-sa em revista os acontecimentos eu-ropeus de 1848, e referindo-se de-pois aos acontecimentos políticos doBrasil nesse ano -- queda do PartidoLiberal, que urdiu a RevoluçãoPraieira de Pernambuco -- o autor osconsidera "um atentado às liberda-des". No segundo capítulo discorresobre o antagonismo entre a sobera-nia nacional e a prerrogativa real,procurando basear-se em dados daevolução histórica brasileira. No ter-ceiro capítulo, faz um paralelo entrea política imperial e a da regência

733

Page 71: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ressaltando os serviços desta à de-mocracia. Os últimos capítulos (4 e5) são dedicados ao reinado de DomPedro II; o autor critica o exercíciodo Poder Moderador defendendo aopinião de que não podia a Monar-quia arrogar-se o direito de escolhere impor a política que deve dirigir oestado nem levantar e fazer cair, al-ternadamente, os partidos, segundosua vontade. [3720]

Trovão, Lopes. Lopes Trovão no CongressoNacional. I. Assembléia Constituinte,de novembro de 1890 a fevereiro de1891. Rio de Janeiro, Cia. Impresso-ra, 1891. 92 p.

Três páginas deste opúsculo sãodedicadas à transcrição das palavrasque o autor pronunciou em home-nagem a Benjamim Constant na ses-são de 24 de fevereiro de 1890; asdemais contêm o discurso, de 17de fevereiro de 1891, pronunciadopelo autor sobre o projeto constitu-cional. [3721]

Vargas, Getúlio Dorneles. A nova políticado Brasil. Rio de Janeiro, José Olím-pio, 1938-41. 8 v.

Coletânea dos discursos, manifes-tos e entrevistas do chefe do Gover-no nos quais são ventilados todos osproblemas nacionais desde a Revolu-ção de 30 até julho de 1941. [3722]

Veiga, Luís Francisco da. A primeira revol-ta militar de 15 de novembro de 1889 e adecorrente República ditatorial condenadapela moral, pelo direito e pela história. Riode Janeiro, Casa Mont’Alverne, 1900.154 p.

Diabrite contra a República e oregime ditatorial do período ime-diato. [3723]

Viana, Antônio Ferreira. Discursos pronun-ciados nas sessões de 14, 15 e 20 de junhode 1883. Rio de Janeiro, Tip. Nacio-nal, 1883. 123 p.

No primeiro discurso o autor re-clama contra a consolidação do Po-der Real por meio de títulos honorí-ficos e contra a reunião de um Con-gresso pedagógico. No discurso de15 de junho, volta a combater a idéiado Congresso pedagógico; receia osgermes de revolução que podememanar dessa assembléia e solicitasua anulação. No discurso de 20 dejunho, faz um estudo crítico das or-ganizações políticas que precederamo advento do Ministério Martinhode Campos, que estava então no po-der; trata da discriminação e divisãodos impostos gerais, provinciais emunicipais, julgando inúteis todas asmedidas nesse sentido enquanto nãofizesse o equilíbrio entre a receita e adespesa do Império. Ergue-se contraa idéia de reformas, anunciadas naFala do Trono, sendo de opiniãoque todas as reformas deviam seradiadas até que o orçamento fosseequilibrado. [3724]

Viana, José Francisco de Oliveira. O idea-lismo na evolução política do Império e daRepública. São Paulo, Bib. do Estadode São Paulo, 1922. 96 p.

Partindo da diferença entre oidealismo utópico e o orgânico, oautor é de opinião que a nossa pri-meira geração de políticos, que presi-diu à organização da Constituição, ecuja influência foi considerável atéos primeiros decênios do Império,foi uma geração de idealistas utópi-cos, educados fora do país, sem co-

734

Page 72: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

nhecimento das realidades nacionais,cultores de formas políticas peculia-res a outros meios sociais: o federa-lismo, o parlamentarismo, o "self-government". Trata dos centros depolarização das idéias inspiradas noidealismo utópico, as academias su-periores, maçonaria, sociedades polí-ticas, de propaganda, literárias, reco-nhecendo a influência consideráveldas academias e da imprensa. Mostrao autor que as várias aspirações libe-rais constituíram a forma objetivados programas dos partidos e dis-corre longamente sobre o idealismoliberal, que se expressou pelo partidoliberal de 1830, pelo progressista de68, pelo radical de 69 e pelo republi-cano de 70. Sem planos de organiza-ção política e administrativa, os idea-listas de 70 elaboraram a Constitui-ção de 91 que é obra de improvisa-ção. Para o autor, os liberais que ela-boraram o Código do Processo de32 e o Ato Adicional de 34, como aRepública Federativa de 89, fracassa-ram, porque não deram importânciaà clã patriarcal, que é a base da orga-nização social e política da formaçãonacional. É de opinião que o povobrasileiro não pode elevar sua men-talidade social acima do grupo pa-rental gentílico. [3725]

Viana, José Francisco Oliveira. O ocaso doImpério. I. Evolução do ideal monár-quico-parlamentar; II. O movimentoabolicionista e a monarquia; III. Gê-nese e evolução do ideal republicano;IV. O papel do elemento militar naqueda do Império. São Paulo, Cia.Melhoramentos, s. d. 212 p.

Descreve a evolução da mentali-dade de nossas elites, na fase detransição da Monarquia para a Repú-blica. [3726]

Vidal, Ademar. 1930. História da Revoluçãona Paraíba. São Paulo, Editora Nacio-nal 1933. xii, 465 p.

Ocupa-se o autor do Presidentedo Estado da Paraíba, João Pessoa,que morreu assassinado em 26 de ju-lho de 1930, quando no exercício docargo, acontecimento que provocouuma das maiores reações de que hámemória no país. Ao mesmo tempoo autor apresenta um panorama davida social, econômica e política da-quele estado, na época caracterizadopela luta entre as grandes famíliassertanejas e o Governo, entre o Ser-tão e o litoral. A morte do Presiden-te, a intervenção federal, logo em se-guida, são antecedentes da adesão daParaíba à Aliança Liberal, que teve,neste estado, um centro de propa-ganda revolucionária. São os seguin-tes os capítulos da obra: Retrato deJoão Pessoa; Antecedentes do ho-mem; Promessas e realizações; Acampanha política; Princesa; O de-senrolar da tragédia; Herói e santo;Desespero; A revolução. [3727]

Vila-Lobos, Raul. A revolta da Armada de6 de setembro de 1893. Rio de Janeiro,Laemmert & Cia., 1894. 200 p. ilus.

Crônica da revolta da Armada(1893-1894), baseada em fontes do-cumentais. [3728]

Villeroy, A. Ximeno de. Benjamin Cons-tant e a política republicana. Rio de Ja-neiro, 1928. 349 p.

O autor apresenta de início a bio-grafia de Benjamim Constant, um

735

Page 73: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

dos principais diretores do GolpeRepublicano de 1889; trata depois daorganização da revolta, da proclama-ção da República e a influência dopositivismo na evolução de todosesses acontecimentos. Segundo oautor, a influência do ApostoladoPositivista foi mínima na propa-ganda republicana e nula na pro-clamação. [3729]

Washington Luís Pereira de Sousa,1897-1920: o administrador, o políti-co, o homem. Distribuído por oca-sião da sua posse na presidência doEstado de São Paulo, a 1º de maio de1920. São Paulo, Pocai & Comp., s.d. 243 p. ilus.

Além de dados biográficos so-bre o presidente, o livro contémdiscursos de sua autoria, proferi-dos na Câmara dos Deputados, noCongresso Constituinte e comocandidato à presidência do estado;impressões e comentários da im-prensa paulista, do Rio de Janeiro,e do estrangeiro sobre sua platafor-ma política: apreciações sobre suaindividualidade e sobre sua gestãoem vários ramos da administraçãopública. Constam ainda trechos deseu relatório como prefeito de Ba-tatais. Prefácio de autoria de Luísda Fonseca. [3730]

736

Page 74: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Bandeiras

Alice P. Canabrava

As mais antigas referências ao expansionismo na bibliografia histó-rica nacional constam dos primeiros documentos sobre a exploração dacosta. A carta de Américo Vespúcio a Soderini (1504), o Diário de Nave-gação de Pero Lopes de Sousa (1530-1532), dão notícia das primeiras in-cursões levadas a efeito no planalto interior. Essas entradas são apenasincidentes do ciclo das expedições de reconhecimento geográfico do li-toral brasileiro; como depoimento sobre a penetração do território, seuselementos são vagos e falhos. Outros relatos mais minuciosos do séculoXVI, como o do aventureiro alemão Ulrico Schmidel, do conquistadorespanhol Alvar Núñez Cabeza de Vaca, descreveram, com abundânciade minúcias, suas viagens de penetração pela região da mesopotâmia pla-tina. Os trabalhos de identificação das vias trilhadas por esses explora-dores, feita por vários estudiosos, valendo-se da perdida toponímia indi-cada, e que documentam a existência de velhas rotas de comunicação naparte meridional da colônia, anteriores à chegada dos brancos no conti-nente, não lograram chegar a conclusões positivas.

Na bibliografia do século XVI as obras mais notáveis para o estudodas expedições ao sertão, são o Tratado da Terra do Brasil e a História daProvíncia de Santa Cruz de Pero de Magalhães Gandavo e o Tratado Descri-tivo do Brasil, de Gabriel Soares. O que torna sobremodo valiosos os de-poimentos desses cronistas, não é o simples registro das entradas ao ser-tão, de que tiveram notícia, mas o que realizaram como caracterizaçãodo ambiente social da colônia, na época em que foram escritos. Ganda-vo dedicou um capítulo de sua História às "grandes riquezas que se espe-ram da terra do sertão", e Gabriel Soares, que escreveu dez anos maistarde, reservou a parte final do seu Tratado à descrição dos metais e pe-

737

Page 75: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

dras preciosas do sertão baiano. Escrevendo em época em que a produ-ção da colônia se resumia no "pau-de-trinta", ambos tenderam para aexaltação de tesouros minerais apenas imaginados, ou quando muito,apenas vislumbrados. Gandavo fala de "riquezas que se esperam", "deouro e pedrarias de que se têm grandes esperanças", enquanto GabrielSoares se refere ao ouro e à prata dos quais a terra da Bahia possuía"tanta parte quanto se pode imaginar". É uma linguagem de propagandadas possibilidades infinitas da nova terra, de riquezas que se "esperam" e"se imaginam", a qual equivale a um convite aos seus contemporâneospara a conquista daqueles bens materiais, únicos valores econômicos se-gundo a teoria mercantilista da época. Desse fato resulta que a História eo Tratado, ao invés de constituírem uma avaliação objetiva daqueles benseconômicos da colônia, constituem antes um precioso documento depsicologia social pelo que fixaram das aspirações coletivas da sociedadeda época. Eles registraram o otimismo do colono em face do continentevirgem, seu anseio de conquistas e a fascinação que exercia o continentedesconhecido, cujo interior, a imaginação coletiva povoava de plantasmiraculosas, de animais de lenda e de tesouros sem conta. Fruto dessasensibilidade de imaginação, constituem as lendas elaboradas sobre ostesouros da "serra resplandescente", do "El Dourado", paralelo das len-das sobre as "Sete Cidades de Cíbola", a "fonte de Bimini", que estimu-laram as primeiras explorações espanholas nas terras meridionais daAmérica do Norte. O próprio Gabriel Soares não resistiu a essa mira-gem e, com seus grandes recursos de senhor de engenho, chefiou umapenetração no sertão baiano que lhe custou a vida.

A bibliografia do século XVII é extremamente pobre em depoi-mentos de fonte particular sobre o bandeirismo. A lacuna é considerá-vel, pois foi durante o século XVII que se realizou a primeira expansãoextratordesilhana sobre os domínios de Castela. Estamos longe de pos-suir documentação similar àquela deixada pelos conquistadores espa-nhóis, surpreendente pela abundância e pela minúcia das informações.Nenhum dos grandes sertanistas do seiscentismo deixou o relato de suas

738

Page 76: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

jornadas de penetração. Ao contrário do que se deu na América Espa-nhola, cujos conquistadores foram patrocinados diretamente pelos mo-narcas, senão financeiramente, ao menos pela concessão de direitos le-gais, no Brasil, grande parte do movimento expansionista do séculoXVII se fez à revelia das ordens da metrópole ou quando muito, apenascom o seu consentimento tácito. Oficialmente as disposições régias pro-curaram impedir a expansão bandeirante, por razões imperiosas da polí-tica luso-espanhola. Por essa razão, as referências às jornadas de con-quista nas zonas pioneiras da colonização espanhola são incidentais, semo objetivo propositado de prestar contas às autoridades metropolitanasou coloniais. Mais ainda, os caçadores de índios e exploradores de rique-zas minerais, foram puros aventureiros, cuja atividade se desenvolveu livre-mente à sombra do liberalismo da administração portuguesa colonial, tão di-ferente da estreita centralização que caracterizou, desde cedo, a administra-ção espanhola na América. Somente no século XVIII, quando se descobri-ram as minas, é que o estado português apertou as malhas frouxas da admi-nistração colonial, num sentido repressivo e policial, para fins de arrecadaçãofiscal. Acresce que a maioria dos sertanistas era analfabeta ou pouco inclina-da aos hábitos de escrever. Não eram impelidos por necessidades legais im-periosas, nem pelo ufanismo de glória, que tão facilmente fazia deslizar apena do conquistador espanhol. É bastante significativo que o único mapade uma viagem seiscentista de São Paulo ao Paraguai, pela via fluvial (1627-29), tenha sido feito por um espanhol, Dom Luís de Céspedes Xeria (Tau-nay -- Coletânea de Mapas da Cartografia Antiga) e que a um holandês, MatiasBeck, se deva um dos poucos diários de viagem de exploração dessa época(1649) (Rev. Trimensal do Instituto do Ceará, XVII, p. 325). Essa carência de da-dos informativos de lavra portuguesa, sobre a grande expansão do séculoXVII, vem sendo suprida, nestes últimos anos, em relação à conquista dasáreas que primitivamente pertenceram à coroa de Castela, pela pesquisa nosarquivos de Espanha. Sobre as jornadas dos bandeirantes paulistas nos ser-tões do Nordeste, o Arquivo Nacional tem divulgado copiosa documen-tação nestes últimos anos (Documentos históricos).

739

Page 77: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

É sobretudo a documentação de lavra espanhola que registra oavanço dos grupos mamelucos de São Paulo sobre as linhas da vanguar-da da colonização espanhola na bacia platina, representadas pelas aldeiasindígenas dirigidas pelos jesuítas. As obras dos escritores inacinos -- dasquais a bibliografia indicou apenas as mais acessíveis -- são fontes insus-peitas para se conhecer a fundação e o crescimento das aldeias jesuíticasda bacia platina. Como depoimento sobre os ataques dos bandeirantespaulistas, essas obras nos parecem hoje bastante falhas quando se ascompara com o que foi revelado pela pesquisa documental contemporâ-nea. (Anais do Museu Paulista, tomos I, II e III, Pastells -- Historia de laCompañia de Jesús en la Provincia del Paraguay). Nos relatórios à corte deMadri, ou às autoridades coloniais, feitos pelos jesuítas e funcionários daCoroa, a descrição dos ataques bandeirantes emerge, quase impessoal, datrama de considerações ditadas por preconceitos religiosos e julgamen-tos de valor.

A obra de Frei Vicente do Salvador (História do Brasil, 1500-1627),escrita quando se iniciava a fase dinâmica do assalto à população aborígi-ne, assinala a mudança de objetivos das penetrações no sertão. O pontode vista do missionário, sobre as atividades das expedições no sertão,que partiam "mais a buscar peças que pedras", se revela na nostalgiacom que o autor notou um desprezo imaginário pelas riquezas metálicas,por parte dos sertanistas, os quais, diz ele, "ainda que de caminho achemmostras ou novas de minas não as cavam nem ainda as vêem ou as de-marcam". Nas cartas jesuíticas do século XVI, mas sobretudo nos escri-tos do padre Antônio Vieira, nos documentos contidos nas Atas e noRegistro Geral, na legislação metropolitana sobre a escravização do índio,é que se pode apanhar melhor o que foram os conflitos entre colonos ejesuítas pela posse do índio, que assumiu proporções dramáticas no sé-culo XVII. Das obras dos autores contemporâneos que se ocuparam daexpansão missionária e das rivalidades entre jesuítas e colonos, destaca-se o trabalho de J. Lúcio de Azevedo -- Os Jesuítas no Grão-Pará. Suas Mis-sões e a Colonização --, a História Seiscentista da Vila de São Paulo, de Afonso

740

Page 78: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

de E. Taunay e a monumental História da Companhia de Jesus no Brasil doPadre Serafim Leite.

O século XVIII se distingue dos anteriores, em relação à bibliografiado bandeirismo, pela maior abundância de depoimentos de sertanistassobre as expedições de descoberta de jazidas minerais. A necessidade dereivindicar a primazia dos descobertos e de fixar itinerários levou maiornúmero de bandeirantes a traçar o histórico de suas atividades de explo-ração ou as de seus ascendentes. Além disso, o ciclo das expedições ofi-ciais para a conquista das áreas estratégicas ao S.O. (Paraná ocidental eMato Grosso meridional), a organização administrativa e do sistema fis-cal das novas áreas abertas pela mineração, são outros tantos fatores quetrouxeram para os registros oficiais os fatos da expansão continental. Nasegunda metade do século, quando as minas estão em plena decadência,surgiram as primeiras memórias que pretendem apresentar o históricodas zonas mineiras, marcando um esforço de coordenação, compilação eretenção de notícias dispersas: tais são os Primeiros Descobridores das Minasde Ouro da Capitania de Minas Gerais de Bento Fernandes Furtado de Men-donça, a Memória Histórica da Capitania de Minas Gerais de José Joaquim daRocha, a Relação das Povoações de Cuiabá e Mato Grosso de José Barbosa deSá, e várias outras. Na bibliografia setecentista sobre o bandeirismo, me-recem especial menção as obras de Pedro Taques de Almeida Pais Lemee a de André João Antonil.

A parte mais importante da obra de Pedro Taques, a NobiliarquiaPaulistana é um estudo dos troncos oriundos dos primeiros povoadorespaulistas, feito com objetivo genealógico. Descendente de bandeirantes,vivendo em uma época de decadência da capitania, Pedro Taques con-cretiza uma tendência para a fixação das glórias passadas, uma reaçãosentimental contra o marasmo do momento presente, pela exaltação dasqualidades e dos feitos de seus ancestrais. Ele recolheu a mística bandei-rante, conservada pela tradição oral. Profundamente paulista, Pedro Ta-ques foi um intérprete do sentimento tradicionalista de seu meio; imbuí-do de preconceitos aristocráticos e de idéias de casta, ele apenas contou

741

Page 79: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

as glórias do patriciado paulista, pois, como lembra o título de sua obra,não é o povo brasileiro que aparece nas páginas da Nobiliarquia, nem opovo paulista em sua totalidade, mas apenas as principais famílias da ca-pitania, enquadradas em títulos genealógicos.

Em Pedro Taques foi absorvente a atração do indivíduo, da perso-nalidade humana, tão grande, que ele viu o bandeirismo apenas em fun-ção de indivíduos, ignorando completamente o ambiente em que eles semoveram. Por essa razão ele é sobretudo "o historiador dos bandeiran-tes", como o chama o Prof. Taunay, ou seja, dos feitos épicos do patri-ciado paulista. Essa tendência personalística e seus pendores aristocráti-cos, levaram-no à ênfase de ascendências fidalgas, ao abuso de adjetivosencomiásticos; mais ainda, atribuindo aos sertanistas uma existênciafaustosa, com refinamentos de luxo e de conforto, ele forneceu umaimagem deformada da sociedade bandeirante, que contrasta radicalmen-te com o que se deduz dos Inventários e Testamentos sobre a singeleza decostumes e a ausência de riqueza imobiliária.

A matéria-prima para a construção da Nobiliarquia foram os subsí-dios da tradição oral, transmitidos pela memória dos velhos, e os ele-mentos que recolheu em pesquisas nos arquivos da capitania, principal-mente quando exerceu o cargo de tesoureiro da Bula da Cruzada. Poressa razão, nem sempre suas informações são rigorosamente exatas dadaa ocorrência de dados lendários e históricos ao mesmo tempo. Os pes-quisadores modernos vêm operando a retificação da parte histórica; aparte genealógica foi revista por Silva Leme na sua Genealogia Paulistana.

O livro de André João Antonil, pseudônimo que oculta o verdadei-ro nome do autor, o jesuíta João Antônio Andreoni, intitulado Cultura eOpulência do Brasil por suas Drogas e Minas, anterior ao de Taques, é com-pletamente diverso quanto aos métodos e aos objetivos. Ao contráriodeste autor, cuja obra reflete o mundo íntimo de seus sentimentos, o tra-balho de Andreoni prima pelo critério objetivo. Ele escreveu um relató-rio minucioso e exato da vida econômica no Brasil no início do séculoXVIII, fruto, na maior parte, de sua observação direta. Parte da obra foi

742

Page 80: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

dedicada à mineração do ouro, valendo-se o autor de informações quelhe foram dadas por testemunha ocular que em 1703 visitou as lavrasdas Gerais. O que o preocupa, sobretudo, é esclarecer sobre as condiçõ-es da produção da riqueza, apresentar um retrato, o mais fiel possível,das fontes da opulência do Brasil. Daí sua extrema meticulosidade nadescrição do plantio da cana e da indústria do açúcar, da cultura do taba-co ou da técnica de exploração do ouro e da prata e das vias de comuni-cação que servem as minas. Não é apenas esse o valor histórico de suaobra; além da parte analítica sobre as diversas qualidades de ouro dos ri-beiros, o rendimento das minas, o modo de distribuição dos terrenos au-ríferos, os processos de mineração e sobre os caminhos que levam àsGerais, nas páginas que escreveu sobre as levas migratórias que afluírampara as minas, o abastecimento e o alto custo de vida nos centros minei-ros e os males decorrentes do descobrimento do ouro, ele faz reviver,em alguns de seus aspectos mais característicos, a sociedade típica de to-das as áreas mineiras da América ibérica colonial. Nenhuma obra daépoca colonial supera a de Antonil em exatidão e em objetividade, comonenhum autor, mais do que ele, teve o gosto da descrição minuciosa, fei-ta em linguagem simples, clara e desapaixonada.

* * *

Os historiadores do século passado deram, em geral, pouca atençãoao bandeirismo. O fato se explica pelo próprio conceito de História paraaqueles estudiosos, que implicava quase que o estudo exclusivo da histó-ria política. A maioria dos historiadores, em grande parte do século XIX,se preocupou principalmente com a história da administração colonial,com os feitos das elites governamentais e, por essa razão, deixaram àmargem a história das bandeiras que foi, na sua essência, um movimentodas massas. Eles trataram dos fatos da expansão geográfica como episó-dios da gestão administrativa dos representantes da Coroa. Essa técnicafoi geralmente adotada nas obras gerais de História do Brasil. Varnha-

743

Page 81: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

gem, e mais resumidamente Rio Branco, fez a enumeração cronológicadas expedições mais conhecidas. Southey deu desenvolvimento maiorque o comum ao ciclo da mineração, graças aos documentos hauridosnos arquivos portugueses.

A melhor contribuição do século XIX para a elucidação dos fatosdo bandeirismo, está nos subsídios fornecidos indiretamente pelas histó-rias dos estados, pelas monografias de quadros regionais restritos. Osautores desses trabalhos procuraram reunir informações de toda nature-za sobre as províncias ou sobre os municípios, arrolando dados históri-cos, geográficos, sociológicos, econômicos e estatísticos. Em geral o ca-pítulo consagrado à exploração e à colonização do território é feito nosmesmos moldes e ocupa a mesma importância que a notícia sobre osgovernadores ou a relação dos rios da província. A parte histórica dessasobras, entretanto, resultou quase sempre de uma pesquisa paciente nosarquivos regionais que forneceu elementos básicos para a história da ex-ploração do território. Por essa razão o estudioso do bandeirismo nãopode dispensar a leitura dos autores da história dos estados e dos muni-cípios -- as memórias: histórico-geográficas, típicas da literatura históricada época, que permanecem fontes clássicas de informação para o histo-riador contemporâneo: Silva e Sousa, Alencastre, Pereira da Costa, Cer-queira e Silva, Almeida Coelho, Costa Rubim, Silva Lisboa, Pizarro eAraújo, Baena, Alincourt, Azevedo Marques, Vieira dos Santos e outros.

Ainda como contribuição indireta dos historiadores do século XIX,para o estudo do bandeirismo de caça ao índio, temos as obras de Ma-lheiro Dias, de João Francisco Lisboa, que condensaram a legislação so-bre a escravidão vermelha e os trabalhos de Machado de Oliveira, deRondon e de Silva e Sousa sobre o estabelecimento e a evolução das al-deias de índios de São Paulo e do Rio de Janeiro.

A maior parte das obras históricas dos autores mencionados foipublicada na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Durantegrande parte do século XIX o Instituto, que reuniu os homens mais no-táveis do século, foi o principal centro de produção histórica do país; o

744

Page 82: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

esforço de produção e de divulgação do Instituto, concretizado nas pági-nas da Revista foi imenso. Numerosos documentos isolados, de impor-tância fundamental para o bandeirismo estão aí transcritos. É interessan-te notar, contudo, que eles não foram aproveitados pelos historiadoresda época, em trabalhos especializados, de investigação direta sobre obandeirismo.

Foi somente no último quartel do século XIX que os historiadoresnacionais voltaram a atenção para os problemas da conquista do solo.Um dos pioneiros foi Capistrano de Abreu. Seus trabalhos trouxeramum enriquecimento de dados sobre a parte descritiva das expediçõesbandeirantes às terras auríferas. Capistrano foi o primeiro historiadorcontemporâneo a tratar da influência do elemento geográfico como fa-tor da conquista, frisando a importância histórica das grandes vias flu-viais na formação territorial do país. Muitos problemas econômicos esociais do drama da dilatação geográfica do território foram referidospor ele. Contudo, seu avanço em relação aos estudos precedentes foi re-sultado da consulta de maior número de fontes originais referentes aobandeirismo, negligenciadas pelos seus contemporâneos. Mas, em virtu-de do culto estrito da documentação, da minúcia erudita, da tendênciapara os problemas de detalhe, Capistrano tendeu para a transcrição dosdados documentais, com poucas observações rápidas.

Aliás, são os problemas de detalhe, de análise de questões de âmbi-to restrito, que formam o conteúdo da maioria dos trabalhos da primeiradécada do século XX especializados no bandeirismo. O melhor dos es-forços dos pesquisadores se concentra em problemas de reconstrução deitinerários, de identificação de personagens e de seus feitos, da primaziada exploração de determinadas áreas. Tais são os trabalhos de Capistra-no de Abreu sobre Robério Dias e sobre o povoamento de Minas; os dogeólogo norte-americano Orville Derby, sobre as primeiras exploraçõesdo território mineiro; a monografia de Washington Luís sobre AntônioRaposo; os artigos de Francisco Lobo Leite Pereira, de Ermelindo deLeão, de Eduardo Prado, de Studart, de Teodoro Sampaio, de Assis de

745

Page 83: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Moura, de Heliodoro Pires, etc. É uma literatura histórica que consta so-bretudo de artigos e de poucas obras de fundo. Esses estudos fragmen-tários representam uma parcela construtiva de grande valor para a análi-se do movimento expansionista; no total, porém, eles não foram sufi-cientes, numerosos e variados quanto ao conteúdo, como trabalhos dedetalhe, de maneira a fornecer uma base larga para obras posteriores desíntese. Pode-se assinalar o caráter particularista de muitos desses arti-gos; outros resumiram questiúnculas estéreis ou fatos de importância re-mota. Exemplo, os de reconstrução de itinerários, que constituem antesmostras de erudição do que propriamente trabalho profícuo de recons-trução histórica.

Na multiplicidade de estudos fragmentários se destacam, como tra-balhos de síntese, as obras de João Pandiá Calógeras e de Diogo de Vas-concelos. As Minas do Brasil e sua Legislação, de Calógeras, contém o his-tórico das expedições mineradoras, da legislação mineira e dos métodosde exploração, feito sob critério descritivo. Não é fruto de pesquisa indi-vidual de documentos, mas tem grande valor como obra de sintetizaçãoe mise-au-point da literatura histórica sobre o bandeirismo de mineração,conhecida até a época em que foi publicado. Diogo de Vasconcelos foi oprimeiro historiador contemporâneo que se propôs a escrever a históriacolonial de Minas Gerais. Sua obra ainda é a de um cronista; ele relatoucronologicamente as expedições que exploraram as jazidas de Minas Ge-rais e informou sobre o sistema fiscal da região mineira. Tendo em vistao atual estado dos conhecimentos sobre a cronologia e os fatos da dila-tação territorial, os autores modernos têm apontado as inexatidões doautor. Apesar disso, a obra continua sendo um aproveitável instrumentode trabalho, reúne informações básicas sobre a expansão da área dosdescobertos em Minas Gerais.

Dos viajantes do século XIX que visitaram a região das Minas Ge-rais, então em decadência, Spitz e Martius e Saint Hilaire forneceram de-poimentos os mais interessantes; Eschwege fez um estudo crítico admi-rável da legislação mineira.

746

Page 84: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Os últimos trinta anos foram marcados, em relação aos estudos so-bre o bandeirismo, por formidável atividade quanto à pesquisa docu-mental. Um rude trabalho foi realizado pelos historiadores nacionais nosentido na retificação da cronologia, da determinação das áreas alcança-das, do conhecimento mais exato dos principais personagens e da exataperspectiva de seus feitos. Algumas fases do movimento expansionistade que se possuíam apenas pontos de referência foram descritas em mi-núcia; bandeiras completamente ignoradas foram exumadas dos docu-mentos, surgiram os primeiros conceitos objetivando a interpretação domovimento, senão em conjunto, ao menos em alguns de seus aspectosmais característicos.

Esse progresso está estreitamente relacionado com o trabalho dedivulgação das fontes originais, já iniciado no século passado pelos ar-quivos de São Paulo e do Rio de Janeiro. A mais antiga coletânea de do-cumentos publicada em São Paulo, os Documentos Interessantes para a Histó-ria e Costumes de São Paulo, versa sobre os séculos XVIII e XIX; os docu-mentos aí contidos se referem à última fase do movimento expansionis-ta, ou seja, à conquista de Mato Grosso, de Goiás, e às expedições ofi-ciais ao Paraná ocidental e ao sul de Mato Grosso. As mais valiosas cole-ções para a história do bandeirismo são as Atas da Câmara de São Paulo, oRegistro Geral da Câmara de São Paulo e os Inventários e Testamentos. Estastrês séries se completam: as Atas e o Registro Geral encerram documentosde natureza oficial sobre a vida administrativa da capitania, os Inventáriose Testamentos consignam os depoimentos de fonte particular sobre os ser-tanistas. Enquanto os primeiros fornecem elementos indispensáveis àhistória política da capitania, os Inventários e Testamentos encerram o mate-rial básico para estudos econômico-sociais sobre a sociedade paulista daépoca da expansão.

São ainda de importância fundamental, os Documentos Históricos pu-blicados pelo Arquivo Nacional, que revelaram abundante documenta-ção sobre o devassamento do Nordeste; os Anais da Biblioteca Nacional,principalmente os volumes dedicados à transcrição do "Inventário dos

747

Page 85: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

documentos relativos ao Brasil existentes no Arquivo da Marinha e Ultra-mar", organizados por Eduardo Castro e Almeida. Além dessas coleções,copiosa documentação esparsa e grande número de estudos indispensáveisao historiador das bandeiras, foram divulgados pela Revista do Arquivo PúblicoMineiro, pelos Anais do Museu Paulista, Anais da Biblioteca e Arquivo Público doPará, Revista do Museu e Arquivo Público da Bahia, Revista do Instituto do Ceará, Re-vista do Instituto Arqueológico e Geográfico de Pernambuco, Revista do Instituto Históricoe Geográfico de São Paulo e Revista do Arquivo Municipal de São Paulo. Apesar domuito que já foi publicado, a documentação impressa representa apenasuma pequena parcela, em vista do que ainda existe inédito no Arquivo e naBiblioteca Nacional e nos arquivos portugueses e espanhóis.

A nova geração de trabalhos que veio à luz em resultado dessa pes-quisa e divulgação das fontes primárias da história do bandeirismo, ca-racteriza-se pela sólida base documental. A mais importante contribui-ção, pela extensão e importância das pesquisas realizadas, foi a de Afon-so de E. Taunay, diretor do Museu Paulista.

A História Geral das Bandeiras Paulistas, cujo primeiro volume veio àluz em 1924, é uma análise sistemática e completa das bandeiras. Os setevolumes publicados alcançam apenas o fim do século XVII. Os estudio-sos que precederam ao autor no estudo do bandeirismo de caça ao ín-dio, haviam se limitado a transcrever as asserções dos historiadores ina-cinos na parte referente ao conflito hispano-paulista; os escritos deMontoya, Lozano, Techo, Charlevoix, forneceram o substrato das narra-tivas de Varnhagen, de Rio Branco, de Southey, Machado de Oliveira ede muitos outros. O professor Taunay percebeu a importância dos de-poimentos oficiais de lavra espanhola, da época das incursões ban-deirantes, sendo o primeiro historiador nacional a se utilizar de docu-mentação dessa natureza, procedente dos arquivos espanhóis. Essematerial, completamente inédito, lhe permitiu dar um desenvolvimentoe uma importância absolutamente novos ao conflito hispano-paulista.Basta dizer que nos sete volumes de sua História, Taunay alcançouapenas o final da caça ao índio.

748

Page 86: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

O que define a personalidade do autor, como historiador, é o cultoda documentação; sua obra é essencialmente um trabalho de análise dedocumentos, pois, como esclarece no prefácio, "não seria possível retra-çar síntese daquilo que ainda não fora exposto e ainda menos analisado".É de valor inestimável sua contribuição, pelo que ele descobriu, comen-tou e divulgou em documentos sobre o bandeirismo. Seus esforços têmse concentrado principalmente na resolução dos problemas sobre a ocu-pação do solo, isto é, os fatos referentes à dilatação geográfica do terri-tório. O seu Ensaio de Carta Geral das Bandeiras Paulistas focaliza o estadoatual das pesquisas nesse setor. Em conjunto, a História Geral das Bandei-ras Paulistas, que condensa o que de importante se tem escrito sobre asbandeiras, inclusive vários trabalhos do autor, reflete a marcha dos estu-dos e o estado atual dos problemas históricos sobre o expansionismo,até fins do século XVII.

Como contribuição das mais importantes destes últimos vinteanos, ainda no terreno dos estudos sobre a expansão geográfica, temos oBandeirismo Paulista e o Recuo do Meridiano, do Prof. Ellis Júnior, que apro-veitou os subsídios que continham as Atas e os Inventários para a deter-minação da cronologia, de direção e dos participantes de muitas bandei-ras; o livro de Basílio de Magalhães -- Expansão Geográfica do Brasil Colo-nial, primeiro trabalho especializado, de síntese, sobre o movimento ex-pansionista, focalizado estritamente quanto à sucessão cronológica dasentradas e bandeiras nas diversas áreas da colônia, e os Bandeirantes e Ser-tanistas Baianos de Borges de Barros, que revelou avultada documentaçãosobre o devassamento do Nordeste.

Destaca-se ainda, como produção calcada nas fontes originais di-vulgadas neste século, o magistral trabalho de Alcântara Machado, Vidae Morte do Bandeirante. Seguindo os moldes de rigorosa técnica histórica, oautor se apartou do rumo tradicional dos estudos que se ocupavam dadilatação geográfica da conquista, enveredando para o campo entãopouco explorado do estudo das condições econômicas e sociais do povobandeirante. Com os dados colhidos nos Inventários e Documentos ele re-

749

Page 87: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

constituiu o quadro da vida íntima do bandeirante, fornecendo uma vi-são concreta do padrão social e econômico do povo paulista de 1670 a1700. Os resultados a que chegou foram surpreendentes, pois os ele-mentos que forneceu sobre a casa, a roupa, as jóias, a baixela, a proprie-dade rural, a organização da família, a educação e cultura dos paulistas,conquistadores de índios e descobridores de metais preciosos, reduzirama proporções muito modestas o padrão de vida do bandeirante. Emcontraste com a versão fantasiosa de Pedro Taques, que havia feito dopaulista seiscentista um grande potentado de maneiras polidas, rico embens de fortuna imobiliária, o livro de Alcântara Machado pôs à mostraa pobreza do equipamento material da sociedade paulista e o baixo níveldas fortunas particulares. Aquela versão levou estudiosos das proporções deOliveira Viana a claudicarem em certas afirmações sobre o brilho e a ri-queza da sociedade paulista bandeirante.

Outros autores, tendendo para a reflexão crítica do bandeirismo,deixaram de lado a narração dos feitos épicos da conquista e procuraramresponder aos problemas de causalidade, estudando as condições físicase humanas do ambiente em que desabrochou o bandeirismo paulista,não apenas pela análise dos documentos, mas completando a exegesedocumentária com os dados fornecidos por outras ciências do homem epelas ciências da natureza -- a antropologia, a etnologia, a sociologia, apsicologia social, a economia, a geografia. Assim, ao lado das circunstân-cias históricas na evolução dos grupos da capitania vicentina, esses estu-diosos mostraram a importância dos caracteres étnicos dos grupos ban-deirantes. O fato de ser o bandeirante um produto da hibridação debrancos peninsulares com ameríndios -- pois ainda se discute a participa-ção do negro nas bandeiras -- e de profunda endogamia, foi levado emconta para explicar a diferença de reação do paulista velho nos séculosXVII e XVIII, inclinados, mais do que os outros grupos humanos doBrasil Colônia, à aventura e à iniciativa. Esses trabalhos procuraram ain-da avaliar as condições do ambiente geográfico do planalto e mostrar ainfluência dos fatores naturais no condicionamento da evolução social.

750

Page 88: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Em capítulo dedicado ao estudo da antropologia do paulista velho, de li-vro recentemente publicado -- Problemas Brasileiros de Antropologia -- Gil-berto Freire insiste sobre a importância da caracterização étnica do ban-deirante paulista e chama a atenção para a necessidade do estudo da po-pulação em conjunto, isto é, com o exame, também, das suas relaçõescom o solo, com o subsolo, com a vegetação, com as águas e os mine-rais da região, que auxiliariam, talvez, ao lado de outros fatores a inter-pretar e a compreender o seu comportamento.

Tentativas de interpretação do bandeirante à luz de conceitos an-tropogeográficos e sociais constam em obras de Ellis Júnior (Raça de Gi-gantes) e de Paulo Prado (Paulística). Este autor preocupou-se com os ca-racteres psicológicos do bandeirante, em função do meio geográfico e damistura racial, e insistiu sobre a existência de judeus na composição étni-ca do paulista, que representariam "o elemento inteligente, voluntarioso,irrequieto e nômade que outras influências mal explicam".

Os limites deste ensaio não permitem a enumeração dos trabalhosde dezenas de estudiosos -- Carvalho Franco, Jaeguer, Calmon, Lima So-brinho, Lamego, Moisés Marcondes, Augusto de Lima, Correia Filho,Teschauer, Ennes e muitos outros que, pelos estudos especializados oude história regional, contribuíram para o melhor conhecimento da histó-ria do bandeirismo nestes últimos vinte anos.

Não obstante os resultados fecundos das pesquisas deste século, oestudo do bandeirismo, como processo de evolução política, econômicae social da colônia, em conjunto, ainda não foi tentado. Não dispomosainda de trabalhos especializados sobre as áreas pioneiras e sua influên-cia na vida total da colônia, à semelhança do que foi feito por Turner,em relação às zonas pioneiras dos Estados Unidos no século XIX e suainfluência na vida política do país. Os trabalhos do Prof. Taunay (Histó-ria Seiscentista da Vila de São Paulo, sob el-rei Nosso Senhor) focalizaram a re-percussão do expansionismo paulista na cidade de São Paulo; outrosanalisaram sua influência na vida política nacional, através do estudo iso-lado das revoluções nativistas. Mas o estudo das zonas pioneiras como

751

Page 89: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

expressão de novas formas de existência social e econômica e sua in-fluência na vida total da colônia está por fazer.

Estudo dos mais interessantes seria o das cidades das zonas minei-ras, quando no apogeu da exploração do ouro. É justamente nas áreaspioneiras, onde se trabalham as lavras de ouro e de diamantes, que surgea primeira forma de vida urbana, ainda instável e precária, desenvolven-do-se na dependência estreita das vias de comunicação que partem dosvelhos centros e que recua, todas as vezes que o problema do abasteci-mento alimentar faz a população procurar os campos de plantio ou as áreasflorestais para a colheita dos produtos da vegetação agreste como solução deemergência. Se bem que já se tenham escrito numerosas monografias sobreas cidades fundadas nas velhas áreas da mineração, ainda não surgiu um es-tudo que fizesse viver "historicamente" uma cidade da mineração no séculoXVIII, em todos os seus aspectos de cidade pioneira, que surge com rapidezem meio dos terrenos auríferos, apertada em vielas estreitas, encimada detorres de numerosas igrejas e capelas, borbulhando de aventureiros de todaespécie, de fornecedores de mercadorias, técnicos de mineração e de pedraspreciosas, padres prófugos, escravos e poderosos magnatas das minas.

Não possuímos ainda um estudo em conjunto das correntes co-merciais que se desenvolveram paralelamente com os centros de minera-ção, primeiro esboço do comércio interprovincial, que incrementou odesenvolvimento das indústrias coloniais, fazendo-as extravasar do qua-dro municipal para o campo mais largo do comércio interno colonial. Éesse um problema importante pois é o desenvolvimento do comércio eda exploração do ouro que cria as condições necessárias para o apareci-mento da riqueza imobiliária, da moeda, enfim, com todas as transfor-mações sociais decorrentes desse fato. Igualmente útil seria o estudo dodeslocamento da base econômica da simples depredação da riqueza na-tural -- as jazidas minerais -- para a criação local da riqueza, com o esta-belecimento da propriedade agrícola e escravocrata sobretudo nas terras deMinas, São Paulo e do Rio de Janeiro, graças às levas de população que noinício do século XIX abandonaram as lavras auríferas em decadência.

752

Page 90: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

* * *

O balanço do estado atual das pesquisas sobre o bandeirismo mos-tra que o esforço principal dos historiadores nacionais tem sido dirigidopara os fatos da expansão geográfica. Como diz bem o Prof. Taunay noprefácio do tomo III da sua História Geral das Bandeiras Paulistas, "o esta-do atual dos estudos sobre o bandeirismo é ainda o da fase da descober-ta da documentação, o da interpretação dos elementos esparsos e dereunião por vezes difícil, exigindo indispensável concatenação". Comoresultado do formidável trabalho destes últimos anos, os problemas rela-tivos ao cadastro da ocupação para outros estudos de interpretação dereflexão crítica do bandeirismo nunca seria demasiado salientar a contri-buição do Prof. Taunay. Os historiadores já estão de acordo sobre ospontos mais importantes da cronologia da conquista, sobre a área geo-gráfica devassada pelas bandeiras, sobre a atribuição exata dos feitos es-senciais da ocupação do solo aos respectivos sertanistas. No que concer-ne ao estudo compreensivo do bandeirismo, como processo de evoluçãoeconômica, social e política da colônia, as obras sobre os problemas decausalidade, de caracterização da sociedade bandeirante nos séculosXVII e XVIII resumem os primeiros esforços nesse sentido. Um campofértil para novas pesquisas está aberto aos estudiosos nesse setor.

753

Page 91: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Bibliografia

Abreu, João Capistrano de. Caminhos an-tigos e povoamento do Brasil. S. 1., Bri-guiet 1930. 271 p.

Coletânea de vários trabalhos es-parsos, a maioria já publicada em re-vista no país. O capítulo que dánome ao livro é uma síntese das li-nhas de penetração ao longo dasquais se fez o povoamento do Brasil.No artigo intitulado "Os primeirosdescobridores de Minas" (já publica-do pela Rev. Arq. Pub. Mineiro, v. 6,Belo Horizonte, 1901, p. 365-377), oautor esclareceu sobre a primeira pe-netração em território de Minas Ge-rais, atribuindo-a a Francisco Brásde Espinosa, em 1553. O livro inserea "Narração da viagem e descobri-mento que fez o Sargento-MorFrancisco de Melo Palheta no rio daMadeira e suas vertentes, por ordemdo Sr. João da Maia Gama, do Con-selho de Sua Majestade, que Deusguarde governador e capitão-generaldo Estado do Maranhão, cuja via-gem e expedição se fez no ano pri-meiro do seu governo; e se gastounela desde 11 de novembro de1722 até 21 de setembro de 1723";trata-se de um documento desco-berto e publicado pela primeiravez pelo autor, valioso como umdos poucos relatórios sobre ban-deiras fluviais. [3731]

Abreu, João Capistrano de. Robério Dias eas minas de prata, segundo novos documen-tos. (Rev. Sec. Soc. Geo. Lisboa no

Brasil, Rio de Janeiro, set. e out.1885).

Os documentos publicados peloautor neste trabalho, permitiram oconhecimento mais exato das expe-dições sergipanas do século XVII. ARobério Dias, personagem obscuroe nulo, os antigos cronistas atri-buíam erradamente as façanhas deseu pai, Belchior Dias Moréia, e asde seu neto, Belchior da Fonseca Sa-raiva Dias Moréia, cognominado oMiribeca. O trabalho de Capistranorestabeleceu a verdade histórica so-bre os fatos. [3732]

Abreu, Manuel Cardoso de. Divertimentoadmirável para os historiadores curiosos ob-servarem as riquezas do mundo reconheci-das nos sertões da navegação das minas doCuiabá e Mato Grosso e extraído pela cu-riosidade incansável de um sertanista pau-listense, que os calculou sucessivos uns pou-cos de anos. (Rev. Inst. Hist. Geo.Bras. v. 77, 2ª pte., Rio de Janeiro,1914, p. 125-156).

Descrição minuciosa da rota denavegação para as minas de MatoGrosso. Constitui documento valio-so como depoimento sobre a nave-gação dos rios no século XVIII.Além de breve descrição da cidadede Cuiabá o autor informa sobre anavegação do rio Iguatemi e o presí-dio do mesmo nome, fundada em1767. O capítulo final versa sobre acidade de São Paulo, a extensão dacapitania de São Paulo e principais

755

Page 92: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

povoações: traz uma notícia decomo se sustentam economicamenteseus moradores. [3733]

Alcântara Machado, José de.vide

Oliveira, José de Alcântara Machado de.

Alencastre, José Martins Pereira de.Anais da província de Goiás. (Rev. Inst.Hist. Geo. Bras., Rio de Janeiro,1864, 1865, 27 (2ª p.), 28 (2ª p.): 5-186 e 229-349; 5-167).

Obra clássica escrita em 1863.Faz o estudo da história de Goiás,por períodos cronológicos desde asprimeiras explorações do território,até o primeiro quartel do séculoXIX. O autor se ocupa das expedi-ções exploradoras, dos impostos so-bre a mineração, dos meios de co-municação, das rendas do comércio,da agricultura, dos aldeamentos indí-genas, etc. [3734]

Alencastre, José Martins Pereira de. Me-mória cronológica, histórica e corográfica daProvíncia de Piauí. (Rev. Inst. Hist.Geo. Bras. v. 20, Rio de Janeiro,1857, p. 5-164).

Na primeira parte do trabalhoconsta uma cronologia que abrangeo período de 1674 a 1843. A segun-da parte contém resenha sobre a his-tória do Piauí até a independência:na terceira consta descrição geral dosrecursos da província; na quarta par-te, além de dados sobre a geografiafísica, o autor apresenta enumeraçãodas comarcas, com as respectivas ci-dades, vilas, povoados, fazendas, sí-tios e a divisão eclesiástica. Os docu-mentos publicados no final, sob o tí-tulo de Notas, são de grande valorpara a história do devassamento do

território do Piauí, pois mostraramem definitivo a participação paulistana debelação dos índios bravos doNordeste e na posse do território doPará, por meio de fazendas de gado.Entre esses documentos, está o tes-tamento de Domingos Afonso Ser-tão, o descobridor do Piauí, feito naBahia, em 1711. [3735]

Alincourt, Luís d’. Resultado dos traba-lhos e indagações estatísticas da provín-cia do Mato Grosso, por Luís d’Alin-court, sargento-mor engenheiro, encarre-gado da Comissão estatística e topográ-fica acerca da mesma província. Rio deJaneiro, Imprensa Nacional, 1835(An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro,1877, 1880, 3 e 8: 68-161 e 225-278; 39-142).

A primeira parte do trabalho foiinteiramente dedicada ao que o autorchamou de "Estatística Geográfica eNatural"; contém uma descriçãogeográfica e a avaliação da produção,da flora e fauna de Mato Grosso;um capítulo é dedicado às condiçõesda mineração da época. A segundaparte, "Estatística política e civil eeclesiástica", com informações sobreo governo, população, as forças mili-tares, o clero, as manufaturas. A ter-ceira versa sobre a história da pro-víncia, comércio e de rendas fiscais.A obra, 1828, é resultado das obser-vações pessoais do autor. [3736]

Almeida, Cândido Mendes de. Memória paraa história do extinto Estado do Maranhão, cujoterritório compreendia hoje as províncias do Ma-ranhão, Piauí, Grão- Pará e Amazonas, coligi-das e anotadas por Cândido Mendes de Almei-da. Rio de Janeiro, Tip. do Comércio deBrito Braga, 1860, 1874. 2 vols. XII --LXXII -- 556 -- VIII p. (O 2º vol. foi

756

Page 93: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

impresso na Tip. de J. Paulo Hilde-brando).

Coletânea de memórias raras, so-bre as regiões citadas, incluindo oCeará, que faz parte do Estado doMaranhão até 1727. Escritas nos sé-culos XVIII, fornecem subsídiospara a história da primeira explora-ção e povoamento da área indicada.Entre outros documentos coevos,aqui transcritos assinalam-se: A rela-ção sumária das coisas do Maranhão,pelo capitão Estácio da Silveira(1624); o Nuevo descubrimento del GranRio de las amazonas por el Padre Chisto-val de Acuña (1641); a Jornada do Ma-ranhão, de Diogo de Campos More-no (1614): "Navegação feita da cida-de do Grão-Pará até a boca do rioMadeira, pela escolta que por esterio subiu às minas do Mato Gros-so... No ano de 1749, escrita porJosé Gonçalves da Fonseca no mes-mo ano"; a "Relação da Serra deIbiapaba", pelo padre Antônio Viei-ra, S. J. e os "Excertos da Relaçãoanual dos Padres da Cia. de Jesus",pelo padre Fernão Guerreiro damesma Companhia: todos no 2º vo-lume. O 1º volume foi dedicado àtranscrição da "História da Compa-nhia de Jesus na Extinta Provínciado Maranhão", pelo Padre José deMorais. [3737]

Almeida, Francisco José de Lacerda e.Diário da viagem pelas capitanias doPará, Rio Negro, Mato Grosso e SãoPaulo, nos anos de 1780 a 1790. SãoPaulo, 1844. [3738]

Andreoni, João Antônio S. J.vide

Antonil, André João, pseud. Cultura eopulência do Brasil por suas drogas e minas,por André João Antonil. Com um estudobibliográfico por Afonso de E. Tau-nay. São Paulo, Caieiras, Rio (de Ja-neiro) Companhia Melhoramentosde São Paulo, 1923. 280 p. 1ª edição,Lisboa, 1711.

Obra escrita no início do séculoXVIII: seu autor se revela um dosmais meticulosos e argutos observa-dores da época colonial. Publicadapela primeira vez em Lisboa, em1711, a edição foi quase toda confis-cada pelo governo português quedesejava impedir a divulgação das ri-quezas do Brasil; salvaram-se apenaspoucos exemplares. Obra básica,sem paralelo na literatura históricanacional, como fonte de informaçãosobre a vida econômica do Brasilnos princípios do século XVIII. Parao bandeirismo são de importância a3ª e a 4ª partes da obra, referentes àsminas de ouro e ao gado. O autorfornece dados meticulosos e preci-sos sobre a técnica da mineração, oscaminhos para as minas os impostossobre a mineração, as conseqüênciasimediatas da descoberta das minasde ouro, a expansão do gado e acondução das boiadas. [3739]

Araújo, José de Sousa Azevedo Pizarroe. Memórias históricas do Rio de Janeiroe das províncias anexadas à jurisdição doVice-Rei do Estado do Brasil, dedicadasa El-Rei Nosso Senhor Dom João VI.Rio de Janeiro, Imprensa Régia,1820-1822, 9 vols. (Os vols. 7-8 fo-ram impressos na Tipografia de SilvaPonto e C., e o vol. 9 na ImpressãoNacional).

757

Page 94: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Trabalho dos mais completos so-bre a história religiosa do Brasil; oAutor faz a crônica da província doRio de Janeiro até 1808 e das capita-nias anexas à jurisdição do vice-reido Estado do Brasil. Contém subsí-dios sobre o bandeirismo de caça aoíndio e de mineração, e em geral, so-bre a história econômica e social doBrasil. [3740]

Azevedo, João Lúcio de. Épocas de Portu-gal econômico. Esboços de História. Lis-boa, Livraria Clássica Editora, 1929.498 p.

O capítulo VI da obra, intituladoMinas de ouro e diamantes, é um exce-lente resumo sobre os esforços e asrealizações na descoberta do ouronos séculos XVI a XVIII, as conse-qüências imediatas de seu descobri-mento no terreno econômico, sociale financeiro, o sistema de arrecada-ção fiscal e a exploração dos dia-mantes. O Autor ainda se ocupa dasestatísticas relativas ao volume dasexportações de ouro do Brasil co-lonial. [3741]

Azevedo, João Lúcio de. Os jesuítas noGrão-Pará; suas missões e a colonização:bosquejo histórico com vários documentosinéditos. Lisboa, Livraria Editora Ta-vares Cardoso & Irmãos, 1901. 366p.ilus.

Obra baseada em documentosinéditos, de grande objetividade. In-dispensável para o estudo da expan-são missionária na região amazônica,analisa com imparcialidade o confli-to entre a Ordem e os colonos porcausa da escravização do gentio e apolítica da Coroa e a pombalina, atéa extinção da Ordem. [3742]

Azevedo Marques

vide

Marques, Manuel Eufrásio de Azevedo.

Baena, Antônio Ladislau Monteiro. En-saio corográfico sobre a província do Pará.Belém do Pará, 1839. [3743]

Barreto, Abílio Velho. Sumário do Códice11 (Antigo nº 10) da Seção Colonial, refe-rente aos anos 1717-1721. Cartas, or-dens, despachos, bandos ou editaisdo Governador das Minas Gerais, D.Pedro de Almeida e Portugal (Condede Açumar). (Rev. Arq. Pub. Minei-ro, v. 24, Belo Horizonte, 1933, p.439-708). [3744]

Barreto, Benedito Bastos. No tempo dosbandeirantes. Desenhos do autor. 2ªedição. São Paulo, Departamento deCultura, 1940. 326 p. ilus.

Ensaio de reconstituição da so-ciedade paulista dos séculos XVI aXVIII. O Autor, conhecido dese-nhista, lançou mão de sua arte parailustrar fartamente a reconstituiçãosocial, no que reside o principal mé-rito da obra. [3745]

Barros, Francisco Borges de. Bandeirantese sertanistas baianos. Bahia, Impr. Of.do Estado, 1920. 244 p. ilus.

Obra fundamental para o estudodas bandeiras baianas. Os capítulosnão estão estruturados segundo umencadeamento cronológico, mas reú-nem, sob epígrafes diversas, fartadocumentação inédita do Arquivoda Bahia sobre a atividade dos ban-deirantes baianos, principalmentedos Ávilas. Trouxe esclarecimentosde valor inestimável sobre a conquis-ta e povoamento da região nordestinae central. Saiu publicada nos Anais do

758

Page 95: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Arquivo Público e Museu do Estadoda Bahia, v. 4-5, Bahia, 1919. [3746]

Batista, José Luís. História das entradas: de-terminação das áreas que exploraram.(Rev. Inst. Hist. Geo. Bras., tomo es-pecial consagrado ao Primeiro Con-gresso da História Nacional, 2ª pte.Rio de Janeiro, 1915, p. 174-219).

O autor discute o conceito de en-trada e dá uma notícia sobre cadauma das principais entradas, desde1531 até 1603. [3747]

Braga, José Peixoto da Silva. Notícias quedá ao R.R. Diogo Soares o alferes José Pei-xoto da Silva Braga, do que passou da pri-meira bandeira que entrou ao descobrimentodas minas dos Guaiases, até sair na cidadede Belém do Grão-Pará. (Rev. Inst. Hist.Geo. Bras. v. 69, 1ª. pte. Rio de Ja-neiro, 1908, p. 217-233).

Documentos dos mais antigossobre o descobrimento de Goiás, oúnico que trata especialmente dabandeira de Bartolomeu Bueno daSilva, o Anhangüera Júnior a essa re-gião. Encarregado de chefiar umabandeira ao sertão goiano, em 1721,onde estivera com seu pai, o Anhan-güera velho, aos 12 anos de idade,Bartolomeu Bueno da Silva partiu deSão Paulo em junho de 1722. A ex-pedição seguiu o rumo Norte, atra-vessou o rio Grande, o atual triângu-lo mineiro e o rio Parnaíba e devas-sou as terras centrais e meridionaisdo atual estado de Goiás. O Autordesta notícia abandonou a bandeira,juntamente com alguns companhei-ros em meio à peregrinação pelasterras goianas, possivelmente, na al-tura do rio Paraná em Goiás. No seudepoimento, narra minuciosamentetodos os acontecimentos e descreve

a região percorrida, desde a partidade São Paulo, até sua chegada aoPará, onde foi ter, quatro meses eonze dias após a separação do grupomatriz. O documento é datado de1734; foi escrito em Minas Gerais,no local denominado Passagem deCongonhas, para onde se haviatransladado o autor, após oito mesesde estadia no Pará. [3748]

Beck, Mathias. Diário da expedição de MathiasBeck em 1649; tradução do holandêspor Alfredo de Carvalho (Rev. Inst.Hist. Geo. Ceará, v. 17, Livro do Tri-centenário do Ceará, Fortaleza, 1903,p. 325-404).

Diário da viagem de exploraçãofeita pelo holandês Mathias Beck,para descobrir jazidas minerais. Asexplorações na região de Itarema eMaranguape deram em resultado oachado de prata, mas em quantidadeinsignificante. A notícia da capitula-ção holandesa em 1654 dispersou osexpedicionários. [3749]

Belmonte, pseud.vide

Barreto, Benedito Bastos.Berredo, Bernardo Pereira de. Anais his-

tóricos do Estado do Maranhão em que sedá notícia do seu descobrimento e tudo omais que nele tem sucedido desde em que foidescoberto até o de 1718, descritos porBernardo Pereira de Berredo. Lisboa.Na Oficina de Francisco Luís Ame-no, 1749. 13 fl. s.n. -- 710 p. 3ª ediçãocom um estudo sobre a vida, a épocae os escritos do autor. Florença,1905.

O autor, que foi governador doestado do Maranhão, estabeleceu adata de seu empossamento no cargo

759

Page 96: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

(1718), como limite final de seu tra-balho. A obra é uma crônica dosacontecimentos militares, religiosose políticos; os fatos sociais e econô-micos aparecem rara e ocasional-mente. É escrita em estilo rebusca-do. Contudo, constitui uma das fon-tes mais importantes para o estudoda colonização do Maranhão pelanarração minuciosa dos fatos, aindaque prolixa. É uma das principaisfontes de informação sobre a expe-dição do bandeirante Antônio Rapo-so Tavares, que saiu de São Pauloem 1648, atingiu o Paraguai, ganhouo rio Guaporé, o Mamoré e o Ma-deira e, descendo o Amazonas, foiter à fortaleza de Santo Antônio doGurupá, no Pará, em 1651. [3750]

Betendorf, João Filipe. Crônica da missãodos Padres da Companhia de Jesus no Es-tado do Maranhão (1699). (Rev. Inst.Hist. Geo. Bras., v. 72 (1ª pte.); Riode Janeiro, 1910, VII -- 697 p.

O autor, missionário jesuíta noMaranhão, onde chegou em 1661,foi superior da missão, de 1669 a1674 e de 1690 a 1693. Sua obra, es-crita em linguagem simples, sem ri-gorosa sistematização cronológica,alcança até o ano de 1699. Escritaem obediência a ordens superiores, éprincipalmente, como indica o pró-prio título, uma crônica sobre a ex-pansão missionária, no antigo Esta-do do Maranhão. [3751]

Bittencourt, Pedro Calmon Moniz de. Aconquista. História das bandeiras baianas.(Tese de concurso à Cadeira de His-tória do Brasil da Escola Normal doRio de Janeiro). Rio de Janeiro, Im-prensa Nacional, 1929. 229 p.

Síntese do movimento expansio-nista de origem baiano. [3752]

Bittencourt, Pedro Calmon Moniz de.História da Casa da Torre. Uma dinastiade pioneiros. Rio de Janeiro, José Olím-pio, 1939. 210 p. ilus.

Este estudo, que o Autor cha-mou de "uma dinastia de pionei-ros", versa sobre Garcia Ávila eseus descendentes, famosos criado-res de gado e desbravadores dos ser-tões do Nordeste nos séculos XVI eXVII. Garcia d’Ávila (o velho), quechegou ao Brasil em 1549 com o pri-meiro governador-geral, construiuem Tatuapara, no litoral da Bahia, nasegunda metade do século XVI, a fa-mosa Casa da Torre, mansão dosÁvilas, única no Brasil como tipo dearquitetura medieval. O castelo deTatuapara serviu de base para formi-dável expansão latifundiária dos Ávi-las, principalmente durante o séculoXVII; seus domínios, que somenteno rio S. Francisco abrangiam cercade 250 léguas de testada constituí-ram a maior riqueza imobiliária quejamais houve no Brasil. O livro, es-crito em estilo ameno, constitui aprimeira tentativa no gênero, na lite-ratura histórica nacional. [3753]

Calmon, Pedro.vide

Bittencourt, Pedro Calmon Moniz de.Calógeras, João Pandiá. As minas do Bra-

sil e sua legislação. Rio de Janeiro, Im-prensa Nacional, 1904-1905. 3 v.XIV -- 477, 627 -- VIII, 334 -- 243 p.

Trata-se de um parecer apresen-tado à Câmara dos Deputados (Co-missão especial de minas). O vol. 1ºse ocupa do ouro, diamantes e pe-

760

Page 97: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

dras coroadas; o 2º vol. trata do fer-ro, manganês, cobre, combustíveisprata e substâncias diversas; o 3º vo-lume foi dedicado ao Direito minei-ro. O Autor apresenta para cada ca-pítulo, o histórico das descobertas einforma sobre a técnica de explora-ção. A obra representa um trabalhovalioso de condensação e de inter-pretação de vasta bibliografia sobreo assunto. [3754]

Camelo, João Antônio Cabral. Notíciaspráticas das minas do Cuiabá e Goiases nacapitania de São Paulo e Cuiabá que dá orev. padre Diogo Soares o capitão João An-tônio Cabral Camelo, sobre as viagens quefez às minas do Cuiabá no ano de 1727.(Rev. Inst. Hist. Geo. Bras. v. 4, Riode Janeiro, 1842, p. 352-390).

Documento escrito na época derush para as minas do Mato Grosso.Descreve a rota fluvial de São Pauloa Cuiabá, com notícia minuciosa dosrios navegados, distância em dias deviagem, sistema de viagem, locais ha-bitados, tribos indígenas, etc. Apre-senta uma descrição da cidade deCuiabá, onde o Autor chegou a 21de novembro de 1727, e um relatosobre o estado dos descobrimentosauríferos na região, nessa época.[3755]

Campaña del Brasil. Antecedentes Co-loniales. Buenos Aires, Gmo, KraftLtda., 1931. 3 v. LXXXIII -- 571,XLI -- 498, XLIV -- 540 p. (Publica-ção do Archivo General de la Na-ción.).

Documentos referentes ao confli-to hispano-português e pertencentesaos anos de 1535 a 1778. Dizem res-peito, principalmente, ao conflito naregião platina, onde os portugueses

fundaram, em 1680, a Colônia doSacramento, que constituiu uma fon-te de disputas ultra-seculares. A pri-meira parte do primeiro volume, de-dicada aos documentos sobre as ten-tativas portuguesas de expansão ter-ritorial no Rio da Prata, anteriores a1680, inclui alguns documentos sobrea expansão paulista nas áreas das mis-sões jesuíticas do Paraguai. [3756]

Campos, Antônio Pires de. Breve notíciaque dá o capitão Antônio Pires de Campos,do gentio bárbaro que há na derrota da via-gem das minas do Cuiabá e seu recôncavo(1723). (Rev. Inst. Hist. Geo. Bras.v. 25, Rio de Janeiro, 1862, p. 437-449).

Documento escrito na época dadescoberta das minas de Mato Gros-so; de grande valor, pela notícia mi-nuciosa das tribos indígenas que seencontravam no caminho para aque-la região. [3757]

Cardoso, Ramon I. El Guairá. História dela antiga provincia. 1554-1676. BuenosAires, Librería y Casa Editora de Je-sus Menéndez, 1938. 195 p. ilus.

Monografia sobre a antiga pro-víncia de Guairá, situada entre osrios Paranapanema e o Iguaçu ondeos missionários fundaram, a partirde 1610, as reduções indígenas.Essa área foi teatro dos ataquesdos bandeirantes paulistas de 1628a 1670. [3758]

Carvalho, Alfredo. Minas de ouro e pratano Brasil oriental; explorações holandesasno século XVII. (Rev. Inst. Hist. Geo.Ceará, v. 20, Fortaleza, 1906, p. 96-111; Rev. Inst. Hist. Geo. Pernambuco,v. 11, nº. 64, Recife, 1904, p. 769-800).

761

Page 98: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Resenha das pesquisas holandesaspara a descoberta de riquezas mineraisno Nordeste brasileiro. [3759]

Carvalho Franco, Francisco de Assis.vide

Franco, Francisco de Assis Carvalho.Castro, Evaristo Afonso de. Notícia des-

critiva da região missioneira da província deSão Pedro do Rio Grande do Sul. CruzAlta. 1887. [3760]

Charlevoix, Pièrre François Xavier de.Histoire du Paraguay. Paris, Chez De-saint, David, Durand, 1757. 6 v. ilus.

Obra clássica; completa na épocaem que foi escrita e de larga divulga-ção. Serviu de base para os escritosda maior parte dos historiadores na-cionais que se ocuparam da destrui-ção das aldeias jesuíticas espanholaspelos bandeirantes paulistas no sécu-lo XVII. Hoje, à vista da documen-tação descoberta, revela-se superfi-cial e inexata; aliás, o Autor nuncaesteve no Paraguai. Em virtude daimportância que o Autor deu à fun-dação das províncias jesuíticas e aosataques dos bandeirantes paulistas,a obra constitui um dos melhorestrabalhos da literatura clássica jesuí-tica. [3761]

Coelho, Filipe José Nogueira. Memóriascronológicas da capitania de Mato Grossoprincipalmente da Provedoria da Fazendareal e Intendência do Ouro. (Rev. Inst.Hist. Geo. Bras. v. 13; 2ª ed., Rio deJaneiro, 1872, p. 137-199).

Crônica da capitania de MatoGrosso desde as primeiras descober-tas de ouro pelo paulista PascoalMoreira Cabral em 1718, até 1780.O autor, segundo declara, se baseounos Anais de José Barbosa de Sá

(que foi advogado da vila de Cuiabá)e nos documentos dos arquivos daProvedoria da Fazenda e Intendên-cia do Ouro. Informa sobre o desco-brimento das terras e minas de MatoGrosso, povoamento da capitania,tributação, regulamento das casas defundição, sobre os governadores eautoridades mais importantes da ca-pitania, comércio, guerra contra osíndios e os espanhóis, etc. [3762]

Coelho, José João Teixeira. Instrução parao governo da capitania de Minas Gerais porJosé João Teixeira Coelho, Desembargadorda Relação do Porto, 1780. (Rev. Inst.Hist. Geo. Bras., v. 15, Rio de Janei-ro, 1852, p. 257-476 ou Rev. Arq.Publ. Mineiro, v. 8, Belo Horizonte,1903, p. 399-581).

O documento, segundo o Autor,se destinava aos governadores da ca-pitania, mas é uma monografia dasmais completas sobre as condiçõeseconômicas sociais e políticas da ca-pitania de Minas Gerais; contém in-formações interessantes sobre o pe-ríodo de decadência da mineração.Serviram-lhe de base, documentosda Secretaria de Minas Gerais e daContadoria Real da Fazenda e da In-tendência de Vila Rica. De inícioconsta uma notícia sobre as comar-cas da capitania e respectivas vilas, euma série de reflexões sobre as atribui-ções dos funcionários reais. Segue-seo histórico da capitania, desde as pri-meiras expedições que atingiram oterritório até o ano de 1779. Cons-tam estatísticas sobre o rendimentodo quinto do ouro, os contratosreais, a exploração dos diamantes econsiderações sobre as causas da de-cadência da capitania. [3763]

762

Page 99: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Costa, Francisco Augusto Pereira da. No-tícias sobre as comarcas da província doPiauí: a conformidade dos Avisos do Mi-nistério da Justiça de 28 de setembro de1883 e 14 de outubro de 1884, e da ordemdo Exmº Sr. Presidente da Província, Dr.Raimundo Teodorico de Castro Silva. Te-resina, Tip. da Imprensa. 1885.

Trata-se de uma relação das co-marcas do Piauí com dados geográfi-cos e históricos sobre cada uma de-las. Trabalho consciencioso, de valorinformativo sobre o devassamentodo Nordeste. [3764]

Costa, José de Resende. Memória históricasobre os diamantes, seu descobrimento, con-tratos e administração por conta da real fa-zenda; modo de os avaliar; estabelecimentoda fábrica de lapidação; sua extinção e esta-do presente no Brasil por José de ResendeCosta. Rio de Janeiro, Tip. Imper. eConst. de J. Villeneuve e Ca., 1836.38 p. [3765]

Costa, Miguel Pereira da. Relatório apresen-tado ao vice-rei Vasco Fernandes Césarpelo mestre-de-campo de engenheiros MiguelPereira da Costa. Quando voltou da Co-missão em que fora ao distrito das Minasdo Rio das Contas. (Rev. Inst. Hist.Geo. Bras., v. 5, Rio de Janeiro,1843, p. 36-57).

O Autor dá conta de sua viagemà área mineradora do rio das Contasna Bahia, que visitara em comissãodo rei, a fim de informar sobre apossibilidade de acesso, que ofereciaa região a qualquer tentativa estran-geira, procedente do litoral. Seu de-poimento, datado da Bahia 15 de fe-vereiro de 1721, contém preciosasinformações sobre a zona sertanejaque percorreu desde Cachoeira às

minas do Rio das Contas, sobre osmeios de acesso às minas, sobre oestado das explorações auríferas nes-sa área, o abastecimento das lavras e aexpansão dos descobertos. [3766]

Couto, José Vieira. Memória sobre as minasda capitania de Minas Gerais; suas des-crições, ensaios e domicílio próprio,à maneira de itinerário, com umapêndice sobre a nova Lorena Dia-mantina, sua descrição e suas produ-ções mineralógicas e utilidade quedeste país possam resultar para o es-tado. Escrita em 1801 pelo Dr. JoséVieira Couto. Rio de Janeiro, Laem-mert, 1842. (Rev. Arq. Pub. Mineiro,v. 10, Belo Horizonte, 1904, p. 55-166).

O Autor dá conta do que obser-vou em viagem pela capitania de Mi-nas Gerais em 1800; seu relatório,sob a forma de diário, é bastante in-teressante como o panorama, naépoca de completa decadência damineração, quando "tudo são ruínas,tudo despovoação". [3767]

Demonstração dos diversos caminhos de que osmoradores de São Paulo se servem para osrios Cuiabá, e Província de Cochiponé.(An. Mus. Paulista, v. I, São Paulo,1922, p. 455-464)

Documento do segundo quarteldo século XVIII; descreve os várioscaminhos para as minas de MatoGrosso. [3768]

Derby, Orville A. As bandeiras paulistas de1601 a 1604. (Rev. Inst. Hist. Geo.São Paulo, v. 8, São Paulo, 1904, p.399-423).

Estudo de identificação das ban-deiras saídas de São Paulo no perío-do indicado. [3769]

763

Page 100: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Derby, Orville A. Os primeiros descobrimen-tos de ouro em Minas Gerais. (Rev. Inst.Geo. São Paulo, v. 5, São Paulo,1901, p. 240-278).

O Autor resume as primeiras jor-nadas de penetração que alcançaramo território de Minas Gerais até oinício do século XVIII. Apresentauma tentativa de reconstituição dosroteiros descritos em vários docu-mentos, dos quais apresenta transcri-ção integral. [3770]

Derby, Orville A. Os primeiros descobrimen-tos de ouro nos distritos de Sabará e Caeté.(Rev. Inst. Hist. Geo. São Paulo, v. 5,São Paulo, 1901, p. 279-295).

O autor discorre sobre os desco-brimentos de ouro na região de Sa-bará, mostrando, à luz da docu-mentação, que foram posterioresàs do distrito de Ouro Preto (Mi-nas Gerais). [3771]

Descoberta de diamantes em MinasGerais. (Rev. Arq. Pub. Mineiro, v.2, Ouro Preto, 1897, p. 271-282).

Documentos relativos às desco-bertas de diamantes realizadas porBernardo da Fonseca Lobo no Serrodo Frio, termo da Vila Nova doPríncipe, em Minas Gerais, em 1723-1724, e reivindicadas por SilvestreGarcia do Amaral, que reclamavahaver sido seu primeiro descobridor,em 1727. [3772]

Descrição geográfica, topográfica,histórica e política da capitania deMinas Gerais; seu descobrimento,estado civil, político e das rendasreais, 1781. (Rev. Inst. Geog. Bras.,v. 71, 1ª pte., Rio de Janeiro, 1909, p.117-197).

Notícia histórica sobre a antigacapitania de Minas Gerais, escrita em1781, por autor ignorado. Trata dosdescobrimentos de ouro e de dia-mantes, da administração eclesiásticae civil, dá uma notícia sobre as vilasda capitania com as respectivas fre-guesias e registros (Vila Rica, OuroPreto, Sabará, Vila Nova da Rainha,Príncipe, São João d’El-Rei, São Josée M. Novas), do quinto do ouro ecasas de fundição e das forças mili-tares. [3773]

Descrição que faz o capitão MiguelAires Maldonado e o capitão Joséde Castilho Pinto e seus compa-nheiros dos trabalhos e fadigasdas suas vidas que tiveram nasconquistas da capitania do Rio deJaneiro e São Vicente com a gen-tilidade e com os piratas nestacosta. (Rev. Inst. Hist. Geo. Bras., v.56, 1ª pte., Rio de Janeiro, 1893, p.345-400).

Trata-se do chamado Roteiro dosSete Capitães, documento datado doRio de janeiro, 21 de janeiro de1961. O Autor informa como obte-ve, juntamente com seis outros com-panheiros, uma grande sesmaria nasterras compreendidas entre o rioMacaé e o cabo de São Tomé, noRio de Janeiro. Descreve a jornadaempreendida para o reconhecimentoda região, efetuada em 1631-32; apartilha amigável do território entreos sete possuidores, assim como oscontatos com os índios. Segue-se orelato das novas viagens à região,onde estabeleceu os primeiros cur-rais de gado em 1633-34. Na últimaparte conta como se viu despojadode grande parte do território. Segun-

764

Page 101: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

do Vieira Fazenda (T. 71, 1ª pte., p.5-21 da mesma Revista), o docu-mento é apócrifo, pois, segundo suaopinião, encerra incongruências eanacronismos, sobrelevando o fatode ter Maldonado falecido em1650. [3774]

Documentação espanhola: documen-tos do Archivo general de Índias emSevilla. (An. Mus. Paulista, v. I, SãoPaulo, 1925, 2ª pte., p. 1-334; v. 5,São Paulo, 1931, 2ª pte., p. 3-324).

Documentos básicos para o estu-do do conflito hispano-paulista nasáreas ocupadas pelas missões jesuítasespanholas. Foram copiados do Ar-chivo General de Índias, em Sevilha,por iniciativa do prof. Afonso deE. Taunay, diretor do Museu Pau-lista; constam em transcrição in-tegral. [3775]

Documentos para a história da con-quista e colonização da costa Les-te-Oeste do Brasil. Rio de Janeiro,Oficina Tipográfica da BibliotecaNacional, 1905. 322 p.

Coletânea de documentos data-dos dos anos de 1612-1648; refe-rem-se à conquista e colonizaçãodos territórios atuais do Amazonas,Pará e Maranhão. [3776]

Documentação sobre a expedição deGuarapuava: matrícula da tropa edespesa feita com ela, 1769-1775.(Bol. Arq. Municip. Curitiba, v. III,Curitiba, 1906, p. 63-100; v. V, Curi-tiba, 1908). [3777]

Ellis, Alfredo (Júnior). O bandeirismo pau-lista e o recuo do Meridiano: pesquisas nosdocumentos quinhentistas e setecentista pu-blicados pelos governos estadual e municipal.

2ª ed., São Paulo, Editora Nacional,1934. 327 p. (Brasiliana, v. 36).

Trabalho básico como contribui-ção original sobre a cronologia, reti-ficação de itinerários e revelação denovas bandeiras, ignoradas ou ape-nas supostas, na época em que oAutor escreveu a obra. Sólida basedocumental. [3778]

Ellis, Alfredo (Júnior). Raça de gigantes. Acivilização do planalto paulista. Estudo daevolução antropossocial e psicológica do pau-lista dos séculos XVI, XVII, XVIII eXIX e das mesologias física e social do pla-nalto paulista. São Paulo, Editorial El-lis Limitada -- Novíssima Editora,1926. 372 p.

O Autor procura explicar a per-sonalidade do paulista da época co-lonial à luz de conceitos antroposso-ciológicos e psicológicos. Estudaainda a gênese e evolução do regimesocial e a condição da propriedaderural em São Paulo. [3779]

Enes, Ernesto. As guerras dos Palmares(subsídios para a sua história) 1º vol.,Domingos Jorge Velho e a Tróia Negra,1687-1700; pref. de Afonso de E.Taunay. São Paulo, Editora Nacional,1938. 501 p. (Brasiliana, v. 5).

Versa sobre a conquista dos Pal-mares reduto de escravos fugidos,localizado no sertão de Alagoas, rea-lizada com o auxílio dos sertanistasde São Paulo. Trabalho valioso pelaquantidade de documentos inéditosque trouxe à luz, pertencentes ao Ar-quivo Colonial Português; revelouuma série de ajustes e de negocia-ções militares feitas com os bandei-rantes paulistas, preliminares àsoperações de guerra, e novos sub-

765

Page 102: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

sídios sobre o primeiro povoamentode Piauí. A maior parte da obra édedicada à transcrição de docu-mentos. [3780]

Eschwege, W. C. von. Pluto Brasiliensis...von W. C. von Eschwege. Berlin, G. Rei-mer, 1833. [3781]

Faria, Francisco de Sousa e. Notícias prá-ticas do novo caminho que se descobriu dascampanhas do Rio Grande da Nova Colô-nia do Sacramento, para a vila de Curitibano ano de 1727, por ordem do gover-nador e general de São Paulo, Antô-nio da Silva Caldeira Pimentel. (Rev.Inst. Hist. Geo. Bras., v. 69, 1ª pte.,Rio de Janeiro, 1908, p. 235-259).

Contém três documentos sobre aabertura da rota de comunicação dacolônia do Sacramento para Curiti-ba, caminho do gado que vinha doscampos do sul. A expedição encarre-gada desse trabalho partiu de SãoPaulo a 20 de setembro de 1727, soba chefia do sargento-mor de cavala-ria Francisco de Sousa e Faria. A pri-meira notícia prática, de autoria deSousa e Faria, foi escrita em feverei-ro de 1738 perto do Rio Grande de SãoPedro; descreve a viagem de Santos aSanta Catarina e daí a Laguna, porterra, e, rumo sul ao sítio dos Con-ventos no rio Araranguá, local emque o Autor iniciou a 11 de fevereirode 1728 a abertura do caminho paraCuritiba onde chegou em 1730. In-clui o Roteiro do Sertão e minas doInhangüera, vindo da vila de Curiti-ba para elas, que descreve o caminhode Curitiba para as minas do sertãoda enseada das Garoupas e Ilha deSanta Catarina. A segunda notíciaprática, escrita no Porto do RioGrande de São Pedro, em 1738, é de

autoria do piloto José Inácio queacompanhou Sousa e Faria na pene-tração acima indicada e dela deu no-tícia. A terceira notícia prática sobrea abertura do caminho de Curitiba(sem data), foi escrita pelo coronelCristóvão Pereira de Abreu, que veioda Colônia a Laguna e daí a Curitiba,em seguida à expedição de Sousa eFaria (1731). [3782]

Faria, José Custódio de Sá e. Diário daviagem que fez o brigadeiro José Custódiode Sá e Faria da cidade de São Paulo àpraça de Nossa Senhora dos Prazeres dorio Iguatemi, 1774-1775. (Rev. Inst.Hist. Geo. Bras., v. 39, 1ª pte., Rio deJaneiro, 1876, p. 217-278).

Antecede o Diário, uma carta deJosé Custódio de Sá e Faria e Marti-nho de Melo e Castro, datada de 4de fevereiro de 1775, em que o sig-natário discorre sobre o valor estra-tégico da fortaleza de Iguatemi e ascondições da região em que está lo-calizada. O Diário, propriamente,descreve a viagem efetuada desdeSão Paulo, de onde partiu Sá e Fariaem 3 de outubro de 1774, até a for-taleza de Iguatemi (Mato Grosso),onde chegou em 30 de novembrodo mesmo ano. Consta em anexoum mapa do itinerário da viagem. Odocumento é um dos poucos do sécu-lo XVIII, relativos à viagem pelos rios;pertence à fase de expansão da segun-da metade dos século XVIII, por meiode bandeiras oficiais. [3783]

Fernão Dias Pais, o descobridor das es-meraldas. Conselho ultramarino, 1682.Copiados por Capistrano de Abreu. (Rev.Arq. Pub. Mineiro, v. 19, Belo Hori-zonte, 1926, p. 152.190).

766

Page 103: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Documentos referentes aos servi-ços prestados por Fernão Dias Pais,chefe, entre outras expedições, deuma das mais famosas entradas àSerra de Sabarabuçu, em Minas Ge-rais, onde se acreditava existir minasde prata (1674-1681). Atestados deserviços e outros documentos so-bre Fernão Dias Pais, acompa-nham o requerimento do seu filho,o capitão-mor Garcia RodriguesPais, que solicitava para si e seusdois filhos, o foro de fidalgo dacasa real e o hábito da Ordem deCristo, em razão dos serviços pres-tados no descobrimento das minasde ouro. [3784]

Ferrand, Paul. L’or à Minas Gerais. (Bré-sil). Belo Horizonte, Imprensa Ofi-cial, 1913. 2. v. 172, 149 p., ilus.

Além do histórico das expediçõesexploradoras no território de MinasGerais, o Autor faz uma excelentedescrição dos métodos de explora-ção; informa ainda sobre os impos-tos, as casas de fundição e as leis queregulamentavam a exploração dasminas na época colonial. O estudoinclui as condições da exploraçãoapós a independência. [3785]

Ferreira, Francisco Inácio. Dicionário geo-gráfico das minas do Brasil. Rio de Janei-ro, Imprensa Nacional, 1885. 356 p.

Trata-se, não apenas de um con-junto importante de informaçõesgeográficas, mas também históri-cas, compiladas de bibliografia so-bre o bandeirismo, de grande valorinformativo. Necessita ser atuali-zado. [3786]

Fonseca, José Gonçalves da. Notícia dasituação de Mato Grosso e de Cuiabá, esta-

do de umas e outras minas e novos descobri-mentos de ouro e diamantes. (Rev. Inst.Geo. Bras., v. 22, 1ª pte. Rio de Ja-neiro, 1866, p. 352-390).

Documento de grande valor parao estudo da expansão das descober-tas auríferas em Mato Grosso de1736 a 1750; ao mesmo tempo dánotícia sobre a população da capita-nia, o custo de vida, rios, etc. No fi-nal, apresenta uma descrição da cida-de de Cuiabá no meado do séculoXVIII. [3787]

Franco, Francisco de Assis de Carvalho.Bandeiras e bandeirantes de São Paulo,Editora Nacional, 1940. 340 p. (Bra-siliana, v. 157).

Ensaio de sistematização do movi-mento das bandeiras paulistas, basea-do em extensa bibliografia. [3788]

Franco, Francisco de Assis de Carvalho.Os companheiros de Dom Francisco deSousa. Rio de Janeiro, Edição da So-ciedade de Capistrano de Abreu, 1929.(Prêmio Capistrano de Abreu de 1928).46 p. (Rev. Inst. Hist. Geo. Bras. v.159, Rio de Janeiro, 1929, p. 95-136).

O Autor se ocupa das atividadesde Dom Francisco de Sousa e deseus colaboradores, na pesquisa dejazidas minerais, no período de 1591a 1605, quando aquele desempenhouas funções de sétimo Governador-Geral do Brasil, e de 1609 a 1611,quando exerceu o cargo de governa-dor das capitanias do Sul. Acentua aimportância desse período, comoponto de partida para a sistematiza-ção dos trabalhos de investigação demetais e da mineração, donde adveioa constituição posterior das bandei-ras paulistas, que se tornaram "levas

767

Page 104: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

disciplinadas, com divisões militares,com ouvidores de campo, escrivãespartidores, capelães e roteiros pre-estabelecidos." [3789]

Freire, Felisbelo Firmo de Oliveira. His-tória de Sergipe (1575-1855). Rio de Ja-neiro. Tip. Perseverança, 1891. 424 p.

Obra clássica, com informaçõesvaliosas sobre o devassamento doNordeste, desde 1575, data do inícioda conquista de Sergipe. [3790]

Freire, Felisbelo Firmo de Oliveira. His-tória territorial do Brasil. vol. I: Bahia,Sergipe, e Espírito Santo, Rio de Ja-neiro, Tip. do Jornal do Comércio, 1906.532 p.

É o primeiro e único volume deuma série que o Autor pretendia pu-blicar sobre a gênese e a evolução dopovoamento no território nacional.São de bastante interesse as informa-ções dadas pelo Autor sobre a ex-pansão do gado no Norte. [3791]

Fritz, Samuel, Padre. O diário do padre Sa-muel Fritz. Com introdução e notasde Rodolfo Garcia. (Rev. Inst. Hist.geo. Bras. v. 81, Rio de Janeiro, 1918,p. 325-397).

Trata-se de diário de viagem reali-zada nos anos de 1689 a 1691, pelaregião amazônica, pelo Padre Fritz.Este missionário saiu da redução deSão Joaquim dos Índios Omaias, emfim de janeiro de 1689 e, visitandoas aldeias de índios situados no per-curso, chegou à cidade de Belém, em11 de setembro do mesmo ano. De-tido nesta cidade, por ordem do go-vernador, somente em 8 de julho de1691 o padre Fritz empreendeu aviagem de volta, atingindo a aldeiade Laguna, cabeça das missões dos

índios Mainas, em fevereiro de 1692.O documento informa sobre as tri-bos indígenas da região, particular-mente sobre os jurimáguas, aisuarese manaves, sobre seus trabalhos demissionário e sobre a disputa entreespanhóis e portugueses pela possedas terras amazônicas. O Diário éacompanhado de numerosas notasde Rodolfo Garcia, que em extensaintrodução, trata da biografia do Pa-dre Samuel Fritz (1654-1708), daconquista portuguesa da Amazônia edos conflitos entre portugueses ecastelhanos nessa região. [3792]

Gandia, Enrique de. Las misiones jesuíticasy los bandeirantes paulistas. Buenos Ai-res, Editorial La Facultad, 1936. 92 p.

Versa sobre os ataques às missõ-es jesuíticas do Paraguai pelos ban-deirantes paulistas. [3793]

Gay, João Pedro, Cônego. História da Re-pública Jesuítica do Paraguai; desde odescobrimento do Rio da Prata, atéaos nossos dias, ano de 1861. 2ª. ed.Rio de Janeiro, Imprensa Nacional,1942. 644 p.

Trabalho de compilação dos au-tores inacinos; contém descriçãominuciosa da fundação e cresci-mento das aldeias jesuíticas espa-nholas da bacia platina. As eruditasnotas de Rodolfo Garcia atualiza-ram a obra. [3794]

Guimarães, José da Silva, Cônego. Me-mória sobre os usos, costumes e linguagemdos apiacás, e descobrimento de novas minasna província de Mato Grosso. (Rev. Inst.Hist. Geo. Bras., v. 6, Rio de Janeiro,1865, p. 305-325).

Em anexo a essa memória sobreos apiacás, índios que habitam o rio

768

Page 105: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Arinos em Mato Grosso, o autortranscreveu alguns documentos refe-rentes às lendárias minas dos Martí-rios, serra resplandescente do ouro ecristais, localizada, segundo a crençapopular, nos sertões de Goiás. Taissão: o Roteiro para os Martírios indo emcanoa pelo ribeiro de Goiás, a Notícias deAntônio Pires de Campos, fornecidaspor Antônio do Prado Siqueira noano de 1719, sobre o roteiro para osMartírios e as Notícias das minas dosMartírios oferecidas ao governador e capi-tão-geral Luís d’Albuquerque de Melo Pe-reira e Cáceres, por João Leme do Prado.A lenda dos Martírios provocou vá-rias jornadas de penetração no terri-tório goiano, na segunda metade doséculo XVIII, e no século XIX.Contudo, em virtude da imprecisãodas indicações, os roteiros aqui men-cionados de nada valeram aos queneles se inspiraram. [3795]

Guzmán, Rui Dias. La Argentina: históriade las Províncias del Rio de la Plata.(Anales de la Biblioteca, publicación dedocumentos, relativos al río de la Pla-ta, com introdución y notas por P.Groussac. v. 9, Buenos Aires, 1914,p. 1-346).

A crônica de Guzmán, escrita em1612, trata do povoamento da meso-potâmia platina; foi retificada porPaul Groussac, cujas notas eruditascorrigiram e ampliaram o texto noque havia de falho, obscuro e confu-so à luz da documentação moderna.Para o bandeirismo, são valiosas asreferências às mais antigas comuni-cações estabelecidas entre o planaltopaulista e os centros povoados daregião paraguaia-platina. [3796]

Holanda, Sérgio Buarque de. Monções,Rio de Janeiro, Edição da LivrariaEditora da Casa do Estudante doBrasil. 1945. 255 p., ilus.

Valendo-se de excelente docu-mentação, o autor apresentou, comeste trabalho, valiosa contribuição àhistória das bandeiras, pela análise aque procedeu, da técnica dos meiosde transportes e de comunicação,utilizados pelas monções. Dos maisimportantes é o documento divulga-do pelo autor, sobre a técnica de mi-neração na época colonial: Memóriaq’J. e M. el de Segrª Presbº Secular... sobrea decadência atual das três Capitanias deMinas e os meios d’a Reparar; no Annode 1802. Mss. do Arquivo da Diretoriade Engenharia do Ministério da Guer-ra. Excelentes ilustrações. [3797]

Informação do Brasil e de suas capi-tanias, 1584. (Rev. Inst. Hist. Geo.Bras., v. 6, Rio de Janeiro, 1844, p.404-435).

Documento anônimo de grandeinteresse pelas informações sobre oestado do povoamento na época emque foi escrito; informa sobre o inícioda escravização do gentio. [3798]

Informações sobre as minas do Bra-sil. (An. Bibl. Nac., v. 57, Rio de Ja-neiro, 1939, p. 155-186).

Documento anônimo, escrito nosúltimos anos do século XVII ou iní-cio do século XVIII. Trata da mine-ração do ouro em São Paulo, em Pa-ranaguá, do povoamento das capi-tanias do Sul, dos contratos e quin-tos reais, das esmeraldas de Espíri-to Santo. A parte mais importantedo documento é a que dá notícia

769

Page 106: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

dos caminhos para as áreas de mine-ração. [3799]

Jaboatão, Antônio de Santa Maria, Frei.Novo Orbe Seráfico Brasílico ou Crônicados Frades menores da Província do Brasil.Impressa em Lisboa em 1761 e reim-pressa por ordem do Instituto Histó-rico e Geográfico Brasileiro. Rio deJaneiro, Tip. Brasiliense de Maximia-no Gomes Ribeiro, 1858-1861. 2ptes. em 5 v.

O autor, frade franciscano daProvíncia de Santo Antônio do Bra-sil, escreveu a obra quando encarre-gado de escrever a crônica dessaprovíncia, desde a chegada dos pri-meiros missionários (1585). Comocrônica da Ordem, é trabalho minu-cioso e prolixo; além disso, constaminformações concernentes à explora-ção e à colonização do país. No finaldo 5º volume, constam notas ratifi-cadoras, notas de autoria do CônegoJ. C. Fernandes Pinheiro. [3800]

Jaeguer, Luiz Gonzaga, Padre. As invasõesbandeirantes no Rio Grande do Sul.(1635-1641). 2ª edição corrigida e au-mentada. Porto Alegre, Tipografia doCentro S.A., s.d. 60 p.

Resenha das bandeiras paulistas queoperaram em território do Rio Grandedo Sul, de 1607 a 1641. [3801]

Jarque, Francisco. Ruiz Montoya en Indias.(1608-1652). Por el Dr. D. FranciscoJarque. Madrid, Victoriano Suárez,1900. 4 v. 1ª edição, Saragoza, 1662.

O autor dirigiu-se ao Paraguai,com destino às reduções, em 1627,mas em virtude do precário estadode saúde, deixou a Ordem, à qualporém continuou ligado por laços degrande afeição. Sua obra constitui

uma exaltação às virtudes e aos tra-balhos missionários de Montoya, ogrande jesuíta que doutrinou no Pa-raguai; é profundamente influencia-da pelos princípios religiosos do au-tor. Os volumes III e IV se ocupamdas expedições dos bandeirantes con-tra as reduções jesuíticas. [3802]

Juzarte, Teotônio José. Diário da navega-ção do rio Tietê, rio Grande, Paraná, e rioIguatemi; em que se dá relação de to-das as cousas mais notáveis destesrios, que se encontram ilhas, perigose de tudo acontecido neste diário,pelo tempo de dous anos e dous me-ses, que principia em 10 de março de1769. (An. Mus., Paulista, v. I, SãoPaulo, 1922, p. 41-118).

É um diário de viagem para a co-lônia de Iguatemi, presídio fundadoà margem do rio Iguatemi (sul deMato Grosso), com o fito de assegu-rar na região a posse portuguesa. Oautor chefiava uma expedição desocorros, composta de 36 canoasem que se transportavam cerca de800 pessoas. Segundo o prof. Tau-nay, o depoimento de Juzarteconstitui o documento mais valio-so do século XVIII, relativo às via-gens pelos rios. [3803]

Knivet, Anthony. Narração da viagem que,nos anos de 1591 e seguintes, fez AntônioKnivet da Inglaterra ao Mar do Sul, emcompanhia de Thomas Cavendish. Tradu-ção do holandês. (Rev. Inst. Hist.Geo. Bras. v. 41, 1ª pte., Rio de Ja-neiro, 1878, p. 183-272).

Depoimento de um aventureiroinglês que caiu prisioneiro dos por-tugueses e depois dos índios, tendopalmilhado larga zona litorânea do

770

Page 107: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

vale do Paraíba. Segundo TeodoroSampaio, que fez um estudo críticodeste documento (Rev. Inst. Hist.Geo. Bras. tomo especial consagra-do ao Primeiro Cong. de Hist. Nac.,v. 2, Rio de Janeiro, 1915, p. 345-390), não teria sido redigido pelopróprio herói dos acontecimentos,mas ditado por ele, ou segundo no-tas dele. De qualquer maneira é umrelato cheio de vida, no qual o aven-tureiro inglês conta o que conseguiureter de memória de seu longo cati-veiro entre brancos e índios. A nar-rativa ressente-se da falta de rigorosaseqüência cronológica e nem sempresão exatas as datas dos acontecimen-tos. Em relação ao bandeirismo é degrande interesse o relato das incur-sões portuguesas para cativar índios,nas quais o autor tomou parte. É umdos poucos depoimentos sobre a pe-netração do território no séculoXVI. A presente versão de José Hi-gino Duarte Pereira, foi feita da tra-dução holandesa e compreende ape-nas parte da obra. O original em in-glês consta em Purchas his Pilgrimes,IV Parte. London, 1625. [3804]

Lamego, Alberto. A terra goitacá à luz dedocumentos inéditos. Paris, L’Édition d’-Art. 1913-1925. 3. v., ilus., 459, 518,569 p.

Obra baseada em documentosinéditos procedentes dos arquivosportugueses; básica para a históriado devassamento do território flumi-nense. Trouxe esclarecimentos devalia sobre a personalidade de Salva-dor Correia de Sá e Benevides quefoi governador e administrador geraldas minas de São Paulo de 1637 a1643. No vol. III consta reprodu-

ção integral de uma série de docu-mentos. [3805]

Latif, Miran M. de Barros. As Minas Ge-rais. A aventura portuguesa, a obra paulis-ta, a capitania e a província. Rio de Ja-neiro, Editora S.A. A Noite, s.d. 208p., ilus.

Escrevendo uma obra de vulgari-zação sem citação bibliográfica eisenta de qualquer preocupação eru-dita, o Autor forneceu uma visão pa-norâmica bastante sugestiva de Mi-nas Gerais colonial. Além do relatodas bandeiras que efetuaram a pri-meira exploração do território minei-ro e de informações sobre a técnicade exploração e a política fiscal dametrópole, o Autor reserva várioscapítulos à formação social de Mi-nas, discorrendo sobre o povoado, acasa, a igreja, na época das explora-ções das lavras auríferas, as condiçõesem que se efetua a fixação à terra dobandeirante explorador de metais, asrelações entre o escravo e o senhor,a mistura das raças, a influência daIgreja, a formação do sentimentonativista e regionalista, assim comodo brasileirismo artístico, repre-sentado pelo florescimento das ar-tes plásticas e literárias em Minas,no século XVIII. Duas aquarelasservem de excelente ilustração, so-bre Minas Gerais no século XVIII eum núcleo minerador, na mesmaépoca. [3806]

Leão, Ermelindo Agostinho de. HeliodoroEoabanos. (Rev. Inst. Hist. Geo. SãoPaulo, v. 13, São Paulo, 1911, p. 415-434).

É um trabalho de identificação deobscuro personagem cujo nome estáligado ao devassamento do território

771

Page 108: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

paranaense. Segundo o Autor, trata-se do filho de célebre poeta-historia-dor tedesco, Eoabano Hesses. Em1552 habitava a região do Bertioga;foi o descobridor das minas do lito-ral meridional de São Paulo e Nortedo Paraná. [3807]

Leme, Pedro Taques de Almeida Pais.Informação sobre as minas de São Paulo.A expulsão dos jesuítas do colégio de SãoPaulo. Com um estudo sobre a obra de Pe-dro Taques por Afonso de E. Taunay.São Paulo, Caleiras, Rio, EditoraComp. Melhoramentos de São Paulo,s.d. 215 p.

Escrita em 1772, a Informaçãocompreende a crônica de São Pauloe dos sertões de sua capitania, desde oano de 1597 até 1770. Contém os fa-tos mais importantes da expansãopaulista, até esta data, no que dizrespeito à exploração das minas. Vá-rios documentos estão transcritosintegralmente no texto, entre osquais o regimento de D. Rodrigo deCastel Branco, enviado como admi-nistrador das minas de Itabaiana, em1673; o regimento das terras mine-rais de 1679 e o de 1680. [3808]

Leme, Pedro Taques de Almeida Pais.Nobiliarquia paulistana. Genealogia dasprincipais famílias de São Paulo, coligidapor Pedro Taques de Almeida Pais Leme(Rev. Inst. His. Geo. Bras., v. 32 a35, Rio de Janeiro, 1869-1872).

Estudo minucioso dos troncosoriundos dos povoadores de SãoPaulo. Constitui não apenas um livrofonte para os estudos genealógicosrelativos à população paulista, mas oé também para a história da conquis-ta do interior, pelos bandeirantes de

São Paulo. O Instituto Hist. e Geog.Brasileiro publicou, em 2ª edição, oprimeiro volume da obra, sob o títu-lo Nobiliarquia paulistana, histórica e ge-nealógica. 2ª edição acrescida de uma parteinédita. Com uma biografia de Pedro Ta-ques e estudo crítico de sua obra por Afon-so de Escragnolle Taunay. E uma concor-dância com a obra do Dr. Luís Gonzagada Silva Leme e a própria Nobiliarquia,por Augusto de Siqueira Cardoso.(Tomo especial da Rev. Inst. Hist.Geo. Bras., v. 1, Rio de Janeiro,1926, 434 p., ilus.). O segundo e oterceiro volumes da obra foram pu-blicados em 2ª edição pelo InstitutoHistórico e Geográfico de São Paulo.(Vols. 39 e 39 bis da Rev. Inst. Hist.Geo. São Paulo, 1940, 1944, 532. 87p.). [3809]

Lemos, Vicente de. Capitães-mores e gover-nadores do Rio Grande do Norte. 1º vol.Rio de Janeiro, Tip. do Jornal do Co-mércio, 1912. 118p.

Relação dos capitães-mores e go-vernadores do Rio Grande do Nor-te, com uma notícia informativa so-bre cada uma dessas autoridades.Baseia-se em documentos da Câma-ra de Natal. Em anexo transcreve aspatentes reais dos capitães-mores egovernadores. A obra é de valor in-formativo sobre o devassamento doNordeste. [3810]

Lima, Augusto de. Documentos relativos aodescobrimento de diamantes na comarca doSerro Frio, copiados e conferidos por Au-gusto de Lima. (Rev. Arq. Pub. Minei-ro, v. 7, Belo Horizonte, 1902, p. 63-355).

Documentos datados de 1729 a1733; versam sobre o descobrimento de

772

Page 109: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

diamantes em Minas Gerais, no Serrodo Frio (1723-24), e a administraçãodessa região diamantina. [3811]

Lima, Augusto de. Um município de ouro:memória histórica. (Rev. Inst. Hist.Geo. Bras., Tomo 65, 2ª pte., Rio deJaneiro, 1903, p. 141-195 ou Rev.Arq. Pub. Mineiro, v. 6, Belo Hori-zonte, 1901, p. 321-364).

Monografia sobre a então vila,hoje cidade de Nova Lima, situadanas proximidades de Belo Horizonte(Est. de Minas Gerais), e sede da co-nhecida mina de ouro de Morro Ve-lho. Começando pela história dosdescobrimentos auríferos da região edos primeiros tempos da antiga fre-guesia de Congonhas de Sabará, tra-ta depois o Autor mais pormenori-zadamente da mina do Morro Ve-lho, situada nesta freguesia. Discuteo problema do início de sua explora-ção, e estuda longamente seu desen-volvimento até 1900. A última partedo trabalho se ocupa da exploraçãode outras lavras auríferas do distritode Nova Lima. Bastante interessanteeste trabalho, como monografia deuma área de mineração, desde o pe-ríodo colonial até a época contem-porânea. [3812]

Lima, Manuel de Oliveira. A conquista doBrasil. (Conferência realizada na So-ciedade de Geografia de Bruxelas.)Edição do Instituto Histórico e Geo-gráfico de São Paulo. São Paulo, Ti-pografia do Diário Oficial, 1913. 35 p.

Resumo do movimento de ex-pansão geográfica do Brasil. [3813]

Lima, Augusto de (Júnior). A capitania deMinas Gerais. Rio de Janeiro, ZélioValverde, 1943. XXI -- 329 p., ilus.

A melhor contribuição do Autornesta obra são os capítulos sobre aformação social (em que estuda asclasses sociais, e a influência do fatorreligioso e militar) e o que apresentacomo ensaio de reconstituição dacasa, seu mobiliário e alfaias, na zonade mineração do ouro e diamantes,no século XVIII. [3814]

Lisboa, Baltasar da Silva. Anais do Rio deJaneiro, contendo a descoberta e conquistadeste país, a fundação da cidade com a his-tória civil e eclesiástica, até a chegada d’elRei Dom João VI; além de notícias topo-gráficas, zoológicas e botânicas, por Balta-sar da Silva Lisboa. Rio de Janeiro, naTip. Imp. e Const, de Seignot Plan-cher E Ca., 1834-1835. 7 v.

O Autor se ocupou principal-mente da história eclesiástica do Bra-sil. Sua obra é bastante minuciosaaté meado do século XVII. Tratandoda história civil, o Autor se ocupoudos fatos mais importantes da admi-nistração dos governadores do Riode Janeiro e dos vice-reis, apresen-tando subsídios para a história dobandeirismo de preia, e principal-mente, de mineração. [3815]

Lisboa, João Francisco. Obras de JoãoFrancisco Lisboa, natural do Maranhão,procedidas de uma notícia biográfica peloDr. Antônio Henriques Leal e seguidas deuma apreciação crítica de Teófilo Braga;editores revisores Luís Carlos deCastro e o Dr. A. Henriques Leal.Lisboa, Tipografia Matos Moreira S.Pinheiro, 1901. 2 v., XCVI -- 488,XIII -- 660 p.

As Obras acham-se divididas emquatro partes das quais as três pri-meiras compreendem os 11 núme-

773

Page 110: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ros dos 12 do Jornal de Timon; a quar-ta parte contém a Vida do padre Antô-nio Vieira, obra póstuma. A segundae terceira partes do Jornal de Timon,intitulada Apontamentos, notícias e obser-vações para servirem à história do Mara-nhão, apresentam, como contribuiçãodas mais úteis para a história do ban-deirismo de caça ao índio, umaapreciação bastante imparcial, so-bre a legislação servil portuguesaaté 1700. [3816]

Luís, Washington.vide

Sousa, Washington Luís Pereira de.Machado, José de Alcântara.

videOliveira, José de Alcântara Machado de.Machado de Oliveira, José Joaquim.

videOliveira, José Joaquim Machado de.Magalhães, Basílio. Expansão geográfica do

Brasil colonial: memória apresentada ao 1ºCongresso de História Nacional. 2ª ed.,São Paulo, Editora Nacional, 1935.406 p. (Brasiliana, v. 45).

Trabalho de síntese que conden-sou vasta bibliografia sobre o assun-to. Segundo indica o próprio título,trata do bandeirismo apenas comofenômeno da expansão geográfica,desde as primeiras entradas do sécu-lo XVI até as últimas expedições dasegunda metade do século XVIII.Em apêndice traz três monografiasdo Autor sobre o mesmo assunto, jápublicadas em revistas. No final oAutor insere excelente bibliografiasobre o bandeirismo. [3817]

Maia, Aristides de Araújo. História da pro-víncia de Minas Gerais. Publicada emartigos no Liberal Mineiro, de Ouro

Preto, de 1885 a 1886. (Rev. Arq.Pub. Mineiro, v. 7, Belo Horisonte,1902, p. 25-55).

Resenha das explorações em ter-ritório mineiro de 1572 a 1713, comuma notícia sobre os arraiais dessaépoca (Mariana, Vila Rica, Sabará,Caeté, São João d’El-Rei, Serro Frioe Pintangui) e os atos mais impor-tantes do governo. [3818]

Maia, José Antônio da Silva. Memóriada origem, progresso e decadência do ourona província de Minas Gerais. Rio deJaneiro, Imprensa Nacional, 1827.35 p. [3819]

Malheiros, Agostinho Marques Perdi-gão. A escravidão no Brasil: ensaio jurídi-co-social. Parte 1ª (Jurídica). Direitos sobreescravos e libertos. Parte 2ª Indios. Parte 3ªAfricanos. Rio de Janeiro, TipografiaNacional, 1866-67. 3 v., 211 -- II --XXII; 2 fls. s.n. -- 160 -- 2; XII -- 247-- 216 -- 4 -- 2p.

Obra clássica, básica sobre a es-cravidão no Brasil. A segunda parte,dedicada à escravidão vermelha, des-de seu início até sua extinção com-pleta, é de importância fundamentalpara o bandeirismo de preia, pela le-gislação que apresenta sobre o as-sunto. [3820]

Marcondes, Moisés. Documentos para ahistória do Paraná, 1ª série. Rio de Janei-ro, Tip. Anuário do Brasil, 1923. 222p.

Documentos do Arquivo da Ma-rinha e Ultramar compilados e ano-tados pelo Autor. São de interesse asinformações que aí se colhem sobreo estado do povoamento, a explora-ção do ouro de lavagem em Curitiba,

774

Page 111: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

a emigração de mineradores paraCuiabá. [3821]

Marques, Manuel Eufrásio de Azevedo.Apontamentos históricos, geográficos, bio-gráficos, estatísticos e noticiosos da provínciade São Paulo, seguidos da cronologia dosacontecimentos mais notáveis desde a funda-ção da capitania de São Vicente até o anode 1876. Coligidos por Manuel Eufrá-sio de Azevedo Marques e publica-dos por deliberação do Instituto His-tórico e Geográfico Brasileiro. Rio deJaneiro, Laemmert, 1879. 2 v., XIV --22, 298 p.

Os Apontamentos estão coordena-dos sob a forma de um dicionário ecompreendem todo o primeiro volu-me e a maior parte do segundo; aCronologia compreende apenas o finaldo segundo (p. 205-298). Como opróprio título indica, não se tratapropriamente de uma história de SãoPaulo, mas de uma coleção de notí-cias, de grande valor informativo. OAutor revelou muita documentaçãoinédita, de que faz, muitas vezes,transcrição integral. [3822]

Martin, Percy Alvin. Minas Geraes and Ca-lifornia. (Rev. Inst. Hist. Geo. Bras.,tomo especial consagrado ao Cong.Intern. Hist. America., v. I, Rio deJaneiro, 1925, p. 245-270).

O objetivo do Autor foi apresen-tar uma comparação entre as trans-formações ocorridas no Brasil, coma descoberta de ouro em Minas Ge-rais no século XVIII e as que se de-ram no século XIX na Califórnia,onde se descobriram jazidas mine-rais em 1848. Estuda o código mi-neiro português, na parte referente àdistribuição de terras nas áreas demineração, e as principais expedições

que partiram para o hinterland brasi-leiro à procura de minas, ocupando-se mais longamente da entrada deFernão Dias Pais. Aponta o autor osaspectos mais salientes que caracteri-zam cada uma daquelas regiões demineração, mostrando os contrastesem relação às condições da desco-berta, às cidades, às transformaçõeseconômicas. A diferença capital en-tre ambas, segundo a opinião do Au-tor, reside nos métodos de regula-mentação da exploração do metal,fato resultante da oposição entre oabsolutismo português do séculoXVIII e a democracia norte-america-na do século XIX. Precede o traba-lho um resumo do mesmo, à manei-ra de prefácio, de autoria de HerbertS. Harris. [3823]

Matos, José. Notícia que dá ao R. P. DiogoSoares o sargento-mor José Matos sobre odescobrimento do famoso rio das Mortes.(Rev. Inst. Hist. Geo. Bras., v. 69, 1ªpte., Rio de Janeiro, 1908, p. 283-287).

Informação sobre o descobrimen-to de ouro no rio das Mortes, prestadapelo sargento-mor José Matos, em1733; as descobertas se referem ao pe-ríodo de 1702 a 1730. [3824]

Matos, Raimundo José da Cunha. Coro-grafia histórica da província de Goiás(Rev. Inst. Hist. Geo. Bras., v. 37, 1ªparte, Rio de Janeiro, 1874, p. 213-398 e v. 38, 1ª pte., Rio de Janeiro,1875, p. 75-149).

Trata de uma monografia históri-co-geográfica sobre a então provín-cia de Goiás, escrita em 1824. Alémda descrição minuciosa de cada umadas comarcas da província, acrescida

775

Page 112: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

de dados históricos, consta a descri-ção geográfica, a da administraçãocivil, militar e eclesiástica, e o históri-co da conquista e colonização deGoiás até o ano de 1824. [3825]

Mendonça, Bento Fernandes Furtadode, e Pontes, M. J. P. Silva. Primeirosdescobrimentos das minas de ouro da capi-tania de Minas Gerais. (Documentoavulso existente no Arquivo Publicode Minas Gerais) Rev. Arq. Pub. Mi-neiro, v. 4, Belo Horizonte, 1899, p.83-96].

O primeiro Autor, deixou algu-mas notícias sobre os descobrimen-tos auríferos em Minas dos quais foitestemunha presencial; suas notas,entretanto, foram escritas de memó-ria, posteriormente. O segundo redi-giu a notícia, sem contudo, reprodu-zir integralmente os apontamentosdaquele. É uma fonte de alto valorpara a história da exploração primei-ra do território mineiro, até o iníciodo século XVIII. [3826]

Mineração primitiva do Brasil. (Rev.Inst. Hist. Geo. Bras., v. 56, 1ª pte.,Rio de Janeiro, 1893, p. 109-115)

Contém o documento intituladoRegimento de S. M. para as minas da Re-partição do Sul, datado de Lisboa, 7 dejunho de 1644, expedido a SalvadorCorreia de Sá e Benevides para odescobrimento e exploração das mi-nas de São Paulo e outras partes.Constitui o primeiro ato oficial, ema-nado do governo português, com ofito de regularizar o desenvolvimen-to da mineração. Precede-o brevenota explicativa de autoria de Fran-cisco Sales de Macedo. [3827]

Montoya, Antonio Ruiz de.

vide

Ruiz de Montoya, Antônio.

Monteiro, Mário. Aleixo Garcia. Descobri-dor português do Paraguai e da Bolívia, em1524-1525. Lisboa, Liv. Central,1923. [3828]

Moreira. Notícia. 2ª prática, dada pelo alfe-res Moreira ao Padre mestre DiogoSoares, das suas bandeiras no descobri-mento do celebrado Morro da Esperan-ça empreendido nos anos de 1731-1733,sendo general D. Lourenço de Almeida.(Rev. Inst. Hist. Geo. Bras., v. 69, 1ªpte., Rio de Janeiro, 1908, p. 269-73).

O Autor narra as expedições queefetuou em 1731 e 1732 para desco-brir o ouro do Morro da Esperança[Minas Gerais]. Saindo da vila deNossa Senhora da Piedade do Pitan-gui, em 15 de agosto de 1730, atra-vessou os sertões do Bambuí, e Piu-mi; aqui, encontrou o paulista Batis-ta Maciel. De regresso encontrou abandeira de Tomás de Sousa, que sehavia perdido, quando rumava paraos sertões de Goiás, onde descobrirajazidas minerais. [3829]

Moura, Gentil de Assis. As bandeiras pau-listas; estabelecimento das diretrizes gerais aque obedeceram o estudo das zonas que al-cançaram. São Paulo, Editora O Pen-samento, 1914. 75 p.

Ensaio de sistematização do mo-vimento das bandeiras segundo asdiretrizes por elas seguidas. O Autoras classifica segundo cinco diretrizesprincipais: bandeiras do Sul, bandei-ras do Mato Grosso, bandeiras goia-nas, bandeiras mineiras e bandeirasdo Norte do país. Enumera as prin-cipais bandeiras de cada setor e ospontos atingidos. [3830]

776

Page 113: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Moura, Gentil de Assis. O primeiro cami-nho para as minas de Cuiabá. (Rev. Inst.Hist. Geo. São Paulo. v. 13, São Pau-lo, 1910, p. 125-135)

Breve histórico do primeiro ca-minho terrestre para as minas deCuiabá. [3831]

Negrão, Francisco de Paula. Memória his-tórica paranaense. As minas da capitaniade Paranaguá. O guarda-mor Lustosa. Aconjura separatista. Memória da SantaCasa de Mesericórdia. Curitiba, Imp.Paranaense, 1934. 227, 37 p.

É uma coletânea de vários opús-culos do Autor. O primeiro trata dopovoamento do Paraná, e inclui oartigo intitulado As minas de ouro dacapitania de Paranaguá, em que o Au-tor defende a opinião de que o iníciodo povoamento de Paranaguá e ex-ploração das minas teria se dadomais ou menos em 1640 e não porvoltas de 1580, como afirmam ou-tros historiadores. No capítulo inti-tulado O guarda-mor Lustosa, narra ahistória de um sertanista que setransfere de Minas Gerais e vai parti-cipar das expedições do Guarapuava eTobagi, que devassaram a região oci-dental do Estado do Paraná. [3832]

Nina Rodrigues

videRodrigues, Raimundo Nina.Oliveira, José Joaquim Machado de. No-

tícia racionada sobre as aldeias de índios daprovíncia de São Paulo, desde o seu começoaté a atualidade. (Rev. Inst. Hist. Geo.Bras., V. 8, Rio de Janeiro, 1864. p.204-254)

Trabalho clássico; trata em minú-cia do sistema de aldeamento dos in-dígenas e da formação e desenvolvi-

mento de cada uma das aldeias indí-genas de São Paulo, até a elevação àcategoria de vila. [3833]

Oliveira, José Joaquim Machado de.Quadro histórico da província de São Pau-lo, até o ano de 1822. 2ª ed., São Paulo,Tip. do Brasil, 1897. 343 p.

Obra clássica sobre a história deSão Paulo. A parte consagrada aomovimento sertanista revela-se hoje,ante o trabalho dos estudiosos con-temporâneos, bastante falha e con-tém não poucas inexatidões. Em re-lação ao bandeirismo de caça ao ín-dio, a obra está baseada nos traba-lhos dos jesuítas; a opinião do Autoracerca do mameluco bandeirante,considerado mescla híbrida e impura, ca-paz apenas de feitos abomináveis, é umreflexo daquela influência. [3834]

Oliveira, José de Alcântara Machado de.Vida e morte do bandeirante. Introduçãode Sérgio Milliet. Desenhos de WastRodrigues. São Paulo, Livraria Mar-tins Editora, 1943. 236 p., ilus. 1ª edi-ção, São Paulo, 1929.

Admirável estudo de reconstru-ção social e econômica da sociedadepaulista bandeirante. Baseando-senos Inventários e Testamentos dos ban-deirantes o Autor realizou um estu-do que é um corte transversal na so-ciedade da época, analisado comgrande objetividade e abundância deminúcias. Constituiu o primeiro es-tudo desta natureza, na literatura his-tórica nacional. [3835]

Oliveira Lima, Manuel.vide

Lima, Manuel de Oliveira.Oliveira Viana

vide

777

Page 114: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Viana, José Francisco de Oliveira.Otôni, José Elói. Memória sobre o atual es-

tado da capitania de Minas Gerais por JoséElói Otôni, estando em Lisboa no ano de1798. (An. Bib. Nac., v. 30, Rio deJaneiro, 1912, p. 301-318).

Ocupa-se o Autor da decadênciada mineração, apontando as inúme-ras dificuldades com que lutavam osmineiros. Para reanimar a vida eco-nômica da capitania, sugeria o de-senvolvimento da agricultura e dasvias de comunicação, condição estaindispensável para ativar o comérciodecadente. [3836]

Pais Leme, Pedro Taques de Almeida.

vide

Leme, Pedro Taques de Almeida Pais.

Pastells, Pablo. Historia de la Compañía deJesus en la provincia del Paraguay (Argen-tina, Paraguay, Uruguay, Bolivia, Brasil yChile). Según los documentos originales delArchivo General de Indias. Madrid, Vic-toriano Suárez, s.d. 5 v.

Trata-se, não de uma históriapropriamente dita, mas de um índicede documentos, existentes no Arqui-vo General de Índias, em Sevilha, re-lativos às atividades dos jesuítas quemissionaram na América do Sul. Aindicação dos documentos vemacompanhada de uma súmula; dosmais importantes, porém, constatranscrição integral: muitas vezes odocumento é acrescentado de infor-mações complementares, proceden-tes de obras contemporâneas. Aobra constitui fonte de inestimávelvalor para a história da expansão pau-lista em terras ocupadas pelas reduçõesjesuíticas espanholas. [3837]

Perdigão, José Rebelo. Notícias práticasque dá ao P.M. Diogo Soares o mestre-de-campo José Rebelo Perdigão, sobre os pri-meiros descobrimentos das Minas Gerais doOuro. (Rev. Inst. Hist. Geo. Bras., v.69, 1ª parte, Rio de Janeiro, 1907, p.274-281)

Seu autor escreveu-as em 1733em Ribeirão do Carmo, nas MinasGerais, e se intitulava um dos mora-dores mais antigos da região das mi-nas, onde já residia há 32 anos. Dáuma notícia de movimento dasdescobertas desde 1700, no Ribei-rão do Carmo e do Ouro Preto,das quais foi testemunha presen-cial. As Notícias de Perdigão, e osPrimeiros descobrimentos de Mendon-ça, são os mais valiosos entre ospoucos relatórios escritos peloscoevos sobre os descobrimentosdas minas das Gerais. [3838]

Pereira, Francisco Lobo Leite. Descobri-mento e devassamento do território de Mi-nas Gerais. (Rev. Arq. Mineiro, v. 7,Belo Horisonte, 1902, p. 549-594)

Histórico das primeiras bandeirasque penetraram no território de Mi-nas Gerais. [3839]

Pereira, Francisco Lobo Leite. Em buscadas esmeraldas: escassas notícias acerca daexpedição de Marcos de Azeredo em buscadas esmeraldas achando diamantes, e acercade outras tentativas posteriormente feitaspara aquele fim até o ano de 1660. (Rev.Arq. Pub. Mineiro, v. 2. Ouro Preto,1897, p. 519-536).

Trabalho baseado nos autoresclássicos, referente ao ciclo das pe-dras coradas. As páginas 527-536são dedicadas aos Translados e excertosde alguns escritos com relação à imprensa

778

Page 115: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

de Agostinho Barbalho Bezerra para odescobrimento das esmeraldas com algumasobservações e anotações. [3840]

Pinto, Luís Borges. Notícias práticas dasMinas Gerais do Ouro e Diamantes, quedá ao R.R. Diogo Soares, o capitão-morLuís Borges Pinto, sobre os seus descobri-mentos do célebre Casco, compreendidos nosanos de 1726-27 e 28, sendo governador ecapitão-general D. Lourenço de Almeida.(Rev. Inst. Hist. Geo. Bras. v. 69, 1ªpte., Rio de Janeiro, 1907, p. 260-267)

O Autor, saindo do arraial deGuarapiranga, em Minas Gerais,chefiou três bandeiras ao sertão dorio da Casca, com o objetivo de des-cobrir riquezas minerais. Explorouas margens dos rios Xipotó, Abatipóe Casca, chegando até a barra do riodos Coroados. [3841]

Pires, Heliodoro, Padre. Padre mestre Iná-cio Rolim; um trecho da colonização doNorte brasileiro e o padre Inácio Rolim:memória escrita para o Congresso de histó-ria nacional do Centenário da revolução de1817, com uma carta-prefácio do barão deStudart. Fortaleza, Tip. Lit. Gadelha,s.d. 102 p.

Síntese da penetração bandei-rante na região do atual Estado daParaíba. [3842]

Pizarro e Araújo, José de Sousa.vide

Araújo, José de Sousa Pizarro e.Pontes, Manuel José da Silva. Coleção das

memórias arquivadas pela Câmara da vilade Pitangui, e resumidas por Manuel Joséda Silva Pontes; breve resumo da memóriado segundo vereador da Câmara da vila dePitangui, oferecida aos 29 de dezembro de1785, em cumprimento da ordem régia de

20 de julho de 1782, acompanhada de no-tas do compilador. (Rev. Inst. Hist.Geo. Bras., v. 6, Rio de Janeiro,1865, p. 284-291).

O Autor narra os principaisacontecimentos da vila de Pitangui,desde a descoberta do ouro no local,em 1709, até 1773. O resumo da me-mória do segundo vereador, feita em1819, narra os principais aconteci-mentos de 1792 a 1819. [3843]

Pontes, M. J. P. Silva.vide

Mendonça, Bento Fernandes Furtadode.

Pontes, Manuel José da Silva. Coleção dasmemórias arquivadas pela Câmara da vilade Sabará; compilada por Manuel José daSilva Pontes. Resumo da memória apresen-tada pelo segundo vereador da Câmara davila de Sabará no ano de 1785, em obser-vância da Ordem régia de 20 de julho de1782, acompanhada de observações do com-pilador. (Rev. Inst. Hist. Geo. Bras., v.6, Rio de Janeiro, 1865, p. 269-283)

Contém a narrativa dos principaisacontecimentos da vila de Sabará,desde 1703; além disso, há informa-ções sobre a população e as capelasda cidade. As Observações do compila-dor contêm críticas e retificações aoconteúdo da memória. [3844]

Prado, Francisco Rodrigues do. Históriados índios cavaleiros ou da nação guiacuru,escrita no Real Presídio de Coimbra porFrancisco Rodrigues do Prado, comandantedo mesmo. Em que descreve os seus usos, ecostumes, leis, alianças, ritos e governo do-méstico, e as hostilidades feitas a diferentesnações bárbaras, aos portugueses e espa-nhóis, males que ainda são presentes na me-mória de todos. Ano de 1795. (Rev. Inst.

779

Page 116: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Hist. Geo. Bras., v. I. Rio de Janeiro,1839, p. 35-57).

À parte o valor deste documento,sob o ponto de vista etnográfico,contém em relação ao bandeirismo ohistórico dos ataques dos índiosguiacurus às monções paulistas querumavam para o Mato Grosso, des-de o ano de 1719, quando se aliaramaos índios paiaguás, dos quais apren-deram o uso de canoas, até 1777,após a fundação do Real Presídio deNova Coimbra, fortaleza à margemdo Paraguai, que constituiu uma sólidadefesa contra esses índios. [3845]

Prado, Paulo da Silva. Paulística; história deSão Paulo. Rio de Janeiro, Ariel, 1934.235 p.

O Autor trouxe novos elementossobre a bandeira de Fernão DiasPais ao território de Minas Gerais(1674). Discorrendo sobre as causasdo bandeirismo, frisou a importânciados fatores antropológicos e geográ-ficos, a necessidade da caracterizaçãoétnica e psicológica do bandeirante,em função do meio geográfico e damistura racial, menosprezando os fa-tos econômicos que condicionarama expansão. [3846]

Proença, Martinho Mendonça de Pina ede. Sobre o descobrimento de diamantes nacomarca do Serro Frio. Primeiras adminis-trações. (Rev. Arq. Pub. Mineiro, v. 7,Belo Horizonte, 1902, p. 251-263;ou, Rev. Inst. Hist. Geo. Bras., v. 63, 1ªpte., Rio de Janeiro, 1900, p. 307-319).

Trata do descobrimento de dia-mantes e da administração da regiãodiamantina do Serro do Frio. [3847]

Rendon, José Arouche de Toledo. Memó-ria sobre as aldeias de índios da província

de São Paulo, segundo as observações feitasno ano de 1798, opinião do Autor so-bre a sua civilização. (Rev. Inst. Hist.Geo. Bras., v. 4, 2ª ed., Rio de Janeiro,1863, p. 295-317).

O Autor estudou a fundação eorganização das aldeias indígenas emSão Paulo; refere as violências deque foram vítimas os índios, exage-rando-as contudo, pela interpretaçãoestreita da legislação. [3848]

Reis, Artur César Ferreira. Paulistas naAmazônia e outros ensaios. Rio de Janei-ro, Imprensa Nacional, 1941. p. 217a 338 (Separata da Rev. Inst. Hist. Geo.Bras., v. 175, Rio de Janeiro, 1940).

O Autor se ocupa dos bandeiran-tes paulistas que estiveram em terrasda Amazônia, reconhecendo, porém,que apenas transitaram pelo território,sem fazerem obra de exploração,propriamente dita, nem de coloniza-ção, pois esta foi obra de portugue-ses e de nordestinos. Após estudaras atividades de cada um dos pau-listas na Amazônia, passa a se ocu-par da obra desempenhada pelosportugueses-missionários, civis emilitares -- desde a expedição dePedro Teixeira pelo rio Amazonas(1637-1639), até o meado do séculoXVIII. [3849]

Rocha, José Joaquim. Memória histórica dacapitania de Minas Gerais. (Rev. Arq.Pub. Mineiro, v. 2, Ouro Preto, 1897,p. 425-517).

Escrito anônimo, sem data. Éatribuído ao engenheiro militar JoséJoaquim Rocha, autor de uma CartaGeográfica da Capitania de Minas Gerais,e que o teria escrito provavelmenteem fins do século XVIII ou início

780

Page 117: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

do século XIX. Além do históricodas penetrações em território minei-ro, informa sobre a criação das vilas,rendimentos da capitania, arrematesde contratos, etc. [3850]

Rodrigues, Raimundo Nina. A Tróia Ne-gra: erros e lacunas da história dos Palma-res. (Rev. Inst. Hist. Geo. Bras., v. 75,Rio de Janeiro, 1912, 1ª pte., p. 231-258).

Um dos primeiros trabalhos so-bre a destruição dos Palmares -- nú-cleo de escravos fugidos, localizadosno sertão de Alagoas. Foi debeladopelos paulistas sob a chefia de Do-mingos Jorge Velho. [3851]

Rohan, Beaurepaire, visconde de. Anaisde Mato Grosso. (Rev. Inst. Hist. Geo.São Paulo, v. 15, São Paulo, 1912, p.37-116).

Trata-se de uma cronologia queabrange os anos de 1718 a 1824. Es-crita na primeira metade do séculoXIX, constitui um bom repositóriode informações sobre a mineraçãoem Mato Grosso. Precedida de umestudo biográfico do Autor porAfonso de E. Taunay. [3852]

Rubim, Brás da Costa. Memórias históricase documentadas da província do EspíritoSanto. Rio de Janeiro, Tip. de D. Luísdos Santos, 1861. (Rev. Inst. Hist. Geo.Bras., v. 24, 1ª pte., Rio de Janeiro,1861, p. 171-351).

Crônica da província do EspíritoSanto, de 1534 a 1824. [3853]

Ruiz de Montoya, Antonio. Conquista es-piritual hecha por los religiosos de la Com-pañia de Jesus en las provincias del Para-guai, Paraná, Uruguai, y Tape. Madrid,En la Imprenta del Reino, 1639.

O Autor foi célebre missionário efilólogo peruano (1608-1652), talvezo mais ilustre dos que missionaramno Paraguai. Sua obra, isenta de sis-tematização cronológica, é antes umconjunto de reminiscências; tem ine-gável valor histórico, como depoi-mento de lavra jesuítica, escrito portestemunha ocular do desenvolvi-mento das reduções do Guairá, des-de sua fundação até sua ruína. AMontoya se deve a caracterização daroupa usada pelos bandeirantes naépoca das incursões do Guairá; naConquista colhem-se ainda dados pre-ciosos sobre a técnica de ataque usa-da pelos bandeirantes paulistas, sis-tema de condução dos índios cati-vos, etc. Há uma tradução da versãoguarani para o português, feita porBatista Caetano de Almeida Noguei-ra (An. Bib. Nac., v. 6, Rio de Janei-ro, 1879) sob o título Manuscritoguarani da Biblioteca Nacional do Riode Janeiro, sobre a primitiva catequesedos índios das Missões, composto em cas-telhano pelo P. Antonio Ruiz Montoya,vertido para guarani por outro padre je-suíta, e agora publicado com a traduçãoportuguesa, notas e um esboço gramaticaldo Abañeê pelo Dr. Batista Caetano deAlmeida Nogueira. [3854]

Sá, José Barbosa de. Relação das povoaçõesde Cuiabá e Mato Grosso de seus princípiosaté os presentes tempos. (An. Bib. Nac., v.23. Rio de Janeiro, 1904, p. 5-58).

O Autor foi advogado dos audi-tórios da vila de Cuiabá e valeu-se datradição oral e do testemunho pes-soal, para elaborar seu trabalho. É oprimeiro cronista da história doMato Grosso. Se bem que a parte re-ferente às primeiras expedições seja

781

Page 118: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

vaga, sem precisão de datas. A Rela-ção constitui a principal fonte de in-formações sobre o início da minera-ção em Cuiabá. A obra alcança até oano de 1772. [3855]

Sampaio, Teodoro. São Paulo de Piratinin-ga no fim do século XVI. (Rev. Inst. Hist.Geo. São Paulo, v. 4, São Paulo, 1900,p. 260-277).

Além de um ensaio de reconsti-tuição do arraial de São Paulo, nofim do século, o Autor informa so-bre as condições da vida política, so-cial e econômica, nos últimos anosdo século XVI, ou seja, nas vésperasda intensificação das expedições parao sertão à caça do índio. [3856]

Sampaio, Teodoro. O sertão antes da con-quista; século XVII. (Rev. Inst. Hist.Geo. São Paulo, v. 5, São Paulo, 1901,p. 79-94).

O Autor refere as lendas que ti-veram influência na exploração dosertão e apresenta um ensaio de ca-racterização geográfica do hinterlandbrasileiro. Salientando a base geográ-fica da conquista, é de opinião queo paulista tinha que ser o bandei-rante por excelência, dada a orien-tação da rede hidrográfica; informasobre as primeiras tentativas de pe-netração. [3857]

Santos, Antônio Vieira dos. Memória his-tórica, cronológica, topográfica e descritivada cidade de Paranaguá e do seu municí-pio. Curitiba, Livraria Múndia, 1922.471 p.

Obra clássica, de grande valor in-formativo, baseada em documentosda Câmara da cidade. Escrita em1850, só foi impressa em 1922; as

notas de Francisco Negrão atualiza-ram a obra. [3858]

Santos, Joaquim Felício dos. Memórias doDistrito Diamantino da Comarca do SerroFrio (Província de Minas Gerais). Novaed., com um estudo biográfico deNazaré de Meneses. Rio de Janeiro,Livraria Castilho, 1924. 405 p.

Coletânea dos artigos escritospelo autor em 1862 para o jornal Je-quitinhonha da cidade de Diamantina(Minas Gerais). Constitui uma mo-nografia das mais completas sobrea região diamantina; abrange exten-so período, desde as primeiras des-cobertas até o meado do séculoXIX. [3859]

Silva, Inácio Acióli de Cerqueira e. Memó-rias históricas e políticas da província daBahia do coronel Inácio Acióli de Cerquei-ra e Silva. Mandadas reeditar e anotarpelo Governo deste Estado. Anota-dor Dr. Brás do Amaral. Bahia, Im-prensa Oficial, 1919-37; 5 v, 1ª edi-ção, Bahia, 1835-1843.

Obra clássica, de grande valor in-formativo. É uma história cronológi-ca dos governadores e vice-reis daentão província da Bahia. Brás doAmaral, que transcreveu abundantedocumentação colhida no Arquivobaiano, atualizou e completou aobra, enriquecendo-a consideravel-mente em extensão e profundidade.Os primeiros volumes, que alcançamaté o ano de 1769, são básicos para ahistória do bandeirismo. [3860]

Silva, Joaquim Norberto de Sousa e. Me-mória histórica e documentada das aldeiasde índios da província do Rio de Janeiro.(Rev. Inst. Hist. Geo. Bras., v. 17, Riode Janeiro, 1854, p. 71-532).

782

Page 119: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Obra clássica, com grande basedocumental. O autor estuda em mi-núcia as aldeias de índios do Rio deJaneiro. Grande parte do trabalhofoi reservada para a transcrição dedocumentos. [3861]

Silva, José Joaquim Gomes (Neto). Histó-ria das mais importantes minas de ouro doEstado do Espírito Santo. (Rev. Inst.Hist. Geo. Bras., v. 55, 2ª parte, Rio deJaneiro, 1892, p. 35-58).

Breve histórico das primeiras des-cobertas de ouro nas Gerais pelosbandeirantes paulistas e principal-mente das minas do Espírito Santo.Apresenta alguns informes valiosossobre a origem de várias das atuaiscidades desse estado. [3862]

Siqueira, Joaquim da Costa. Crônicas doCuiabá ou relação cronológica dos estabele-cimentos, fatos e sucessos mais notáveis queaconteceram nestas minas do Cuiabá desdeo seu estabelecimento por ordem da RainhaNossa Senhora. Anotadas por Antônio deToledo Piza. (Rev. Inst. Hist. Geo. SãoPaulo, v. 4. São Paulo, 1900, p. 1-217).

É a crônica dos principais acon-tecimentos em Mato Grosso, desdeas primeiras penetrações paulistasaté 1781. Até o ano de 1765, o autorapenas compilou o trabalho de JoséBarbosa de Sá sobre o Mato Grosso;somente a parte referente ao períodoposterior a essa data é trabalho origi-nal do Autor. A relação dos fatosanteriores a 1718 é vaga e obscura,ganhando em precisão e clareza de-pois dessa data. Toledo Piza, à guisade final, anexou a descrição das fes-tas famosas, realizadas em Cuiabá,

em 1790 em honra do ouvidor Dio-go Toledo Lara Ordoñes. [3863]

Sousa, Afonso Botelho de Sampaio e.Descoberta dos campos de Guarapuava.(Rev. Inst. Hist. Geo. Bras., v. 18, Riode Janeiro, 1885, p. 252-273).

São cartas dirigidas ao morgadode Mateus, governador da capitaniade São Paulo, em que o Autor narraa penetração efetuada nos camposdo Paraná, em 1771, onde ergueuum forte, origem da cidade de Gua-rapuava, no atual estado do Paraná.Essa expedição se liga ao ciclo dasbandeiras oficiais, enviadas pelo go-verno paulista com o fito de se apos-sar do sertão ocidental do Paraná edo extremo sul do Mato Grosso. Se-gundo Toledo Piza, a descoberta doscampos de Guarapuava, juntamentecom a fundação da colônia de Igua-temi, é o acontecimento mais impor-tante da história paulista na segundametade do século XVIII. [3864]

Sousa, Luís Antônio da Silva e, padre.Memória sobre o descobrimento, governo,população e cousas mais notáveis da capita-nia de Goiás. (Rev. Inst. Hist. Geo. Bras.,v. 12, Rio de Janeiro, 1872, p. 429-510).

Trabalho clássico: é a primeiracrônica de Goiás, e constitui a me-lhor fonte de informações sobre ahistória primeva de Goiás sob múlti-plos aspectos. Escreveu-a o autorem 1812, por incumbência da Câma-ra de Vila-Boa, antiga capital deGoiás. [3865]

Sousa, Pero Lopes de. Diário da Navega-ção de Pero Lopes de Sousa. (De 1530 a1532). Comentado por Eugênio deCastro, prefácio de Capistrano de

783

Page 120: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Abreu. Rio de Janeiro. Tip. Leuzin-ger, 1927. 2 v., VI -- 531; 50 p. --map. (Série Eduardo Prado).

Trata-se de um dos mais antigosdocumentos referentes ao Brasil, in-dispensável para o estudo das pri-meiras penetrações lusitanas no inte-rior do Brasil, com o propósito dedescobrir minas. Tais são as expedi-ções que Martim Afonso de Sousa,comandante da armada, enviou dabaía de Guanabara e de Cananéia em1531, e a exploração do Rio da Pra-ta, levada a efeito em fins do mesmoano pelo Autor do Diário, a mandodo comandante. Os comentários deEugênio de Castro, da marinha na-cional, um dos maiores conhecedo-res do litoral brasileiro, trouxeramaditamentos de grande valia para ainterpretação do documento. O 2ºvolume foi reservado à transcriçãode documentos e a mapas. [3866]

Sousa, Washington Luís Pereira de. An-tônio Raposo. (Rev. Inst. Hist. Geo. SãoPaulo, v. 9. São Paulo, 1905, p. 485-535).

Monografia documentada sobreum dos maiores sertanistas do sécu-lo XVII, senão de todo o movimen-to bandeirante (1598-1656), valiosapor ter esclarecido em definitivo aidentidade do destruidor das missõesjesuíticas do Guiará. O Autor de-monstrou de modo banal tratar-seda mesma pessoa, tanto o coman-dante do socorro paulista ao Norte,contra os holandeses, em 1639,como o herói da grande jornada depenetração leste-oeste, em que, pas-sando por Quito, foi sair no Pará,em 1651. [3867]

Sousa, Washington Luís Pereira de. Capi-tania de São Paulo. Governo de RodrigoCésar de Meneses. 2ª edição, São Paulo,Editora Nacional, 1938. 273 p. (Bra-siliana, v. 111). 1ª edição, São Paulo,1918.

Estudo sobre a capitania de SãoPaulo, durante o governo de D. Ro-drigo César de Meneses (1721-1727),ou seja, na época em que se inicia adecadência da capitania, após o des-membramento da de Minas Gerais,efetuado em 1720. O autor apresen-ta um breve ensaio das condiçõessociais, políticas e econômicas da ca-pitania e de sua capital, e se ocupalongamente do descobrimento deouro e das condições de vida nazona de mineração em Mato Grosso.Reserva um capítulo ao descobrimen-to de ouro em Goiás. [3868]

Sousa, Cândido Xavier de Almeida e. Có-pia da parte que deu o capitão de granadei-ros Cândido Xavier de Almeida e Sousa,sobre o descobrimento do rio Igureí. (Rev.Inst. Hist. Geo. Bras., v. 18, Rio deJaneiro, 1855, p. 254-262).

Narrativa da exploração do rio Igu-reí (Paraná Ocidental), feita em 1783,pelo chefe da expedição. [3869]

Subsídios para a História da Capita-nia de Goiás (1756-1806). (Rev.Inst. Hist. Geo. Bras., Rio de Janeiro,1919, v. 84, p. 41-292.)

Coletânea de documentos sobre ahistória de Goiás no período indica-do. A correspondência dos governa-dores, de 1756 a 1781, informandosobre a situação decadente em quese encontrava a capitania, dá conta,entre outras coisas, das invasões in-dígenas, das bandeiras armadas con-

784

Page 121: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

tra eles, do estado de exploração daslavras auríferas e da situação econô-mica. Na relação dos lugares em quese descobriu ouro, nos exames a quese procederam de 1803 a 1804 nasCompanhias Diamantinas dos riosClaro e Pilões, encontram-se dadossobre as descobertas das minas deouro na região. [3870]

Studart, Guilherme, Barão de. Documentospara a História do Brasil e especialmente ado Ceará (1608-1625). Fortaleza, Tip.Studart, 1904-21. 4 v.

É uma coleção de documentosinéditos coligidos pelo autor, de in-teresse para a História Geral do Bra-sil e dos estados setentrionais. Mui-tos documentos interessam à histó-ria do devassamento das terras doNorte: alcançam até o ano de 1682.[3871]

Studart, Guilherme, Barão de. Documentosrelativos ao mestre-de-campo, Manuel Ál-vares de Morais Navarro; notícias para umcapítulo novo da história cearense. (Rev.inst. hist. geo. Ceará, v. 30, Fortaleza,1916, p. 350-364, v. 31, Fortaleza,1917, p. 161-233).

A parte contida no vol. XXXconsta de uma apreciação dos feitosde Navarro e da ação dos paulistasno devassamento do Nordeste. Ma-nuel Álvares de Morais Navarro fezparte da expedição oficial ao Norte,chefiada por Matias Cardoso de Al-meida, que a pedido do Governadordo Estado do Brasil, foi debelar osíndios bravos do Rio Grande doNorte e do Ceará (1689); sucedeu aochefe como mestre-de-campo, che-gando ao Rio Grande do Norte em1693. Em 1701 ainda exercia o postonos sertões do Norte. O vol. XXXI

contém uma série de documentos,referentes às atividades de Navarronos sertões setentrionais, que servi-ram de base ao trabalho do Autor,um dos grandes pesquisadores dahistória dos Estados do Norte. [3872]

Studart, Guilherme, Barão de. A explora-ção das minas de São José dos Cariris, du-rante o Governo de Luís Joseph Correia deSá, segundo a correspondência do tempopelo Dr. G. Studart, Fortaleza. Ceará,Tip. Econômica, 1892. 62 p.

Opúsculo muito bem documen-tado, versa sobre as mal exploradasminas de Cariris, no sertão cearen-se. [3873]

Taques, Pedro.vide

Leme, Pedro Taques de Almeida Pais.Taunay, Afonso de Escragnolle. Coletâ-

nea de mapas da cartografia paulista anti-ga, abrangendo nove cartas, de 1612 a1837, reproduzidas da coleção do MuseuPaulista e acompanhadas de breves comen-tários. Volume I, São Paulo, Caieiras,Rio de Janeiro, Companhia Melhora-mentos de São Paulo, 1922.

Entre as cartas antigas aqui re-produzidas, são de importância paraa história do bandeirismo o Mapapresentado a S. M. por D. Luís de Céspe-des Xeria para la mejor inteligencia delviaje que hizo desde la Villa de San Pablodel Brasil a la Ciudad Real del Guayrá,feito em 1628 e copiado do originalexistente no Archivo General de In-dias, em Sevilha. Apesar de ter sidoelaborado sem nenhum critério cien-tífico, constitui o único mapa sobrea penetração do território brasileiro,feito na primeira metade do séculoXVI. O Mapa das Minas de Ouro e S.

785

Page 122: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Paulo e costa do mar que lhe pertence, an-terior a 1745, é considerado porTaunay um verdadeiro mapa bandeirante,apesar das extravagâncias geográfi-cas, pois menciona os centros de mi-neração dos primeiros anos de con-quista de Minas Gerais; foi copiadodo original existente na BibliotecaNacional. O mapa anônimo da re-gião parano-paraguaia, cujo originaltambém pertence à biblioteca Nacio-nal, considerado por Taunay da se-gunda metade do século XVIII, trazreferência a vários fatos da expansãopaulista. [3874]

Taunay, Afonso de Escragnolle. Umgrande bandeirante. Bartolomeu Pais deAbreu (1674-1738). Exploração doParaná, do Rio Grande do Sul e deMato Grosso; a conquista de Goiás.(An. Mus. Paulista, v. I, 1ª parte, SãoPaulo, 1922, p. 417-519).

Biografia de um dos grandes ban-deirantes paulistas (1674-1738).Como sertanista, participou da pri-meira fase do ciclo do ouro, explo-rando terras meridionais de MinasGerais, devassou os Campos Geraisde Curitiba e a região do sul do rioIguaçu, até o Rio Grande do Sul;abriu o caminho para Mato Grosso,desde Sorocaba até a barranca do rioParaná; explorou a região aurífera deCuiabá, em Mato Grosso, e foi oinspirador e o organizador dabandeira que efetuou o descobri-mento e a ocupação de Goiás, em1722. [3875]

Taunay, Afonso de Escragnolle. A gran-de vida de Fernão Dias Pais. (An. Mus.Paulista, v. 4, São Paulo, 1931, p. 1-200).

Biografia de um dos mais notá-veis bandeirantes paulistas (1608-1681). Nascido em São Paulo ou nosseus arredores, aos 30 anos era cabode tropa. Suas atividades nas expedi-ções de devassamento das terrascentrais e meridionais estão ligadasao ciclo de caça ao índio e ao das ex-pedições para a procura de pedras co-radas e jazidas minerais. [3876]

Taunay, Afonso de Escragnolle. Históriada vila de São Paulo no século XVIII(1701-1711). São Paulo, ImprensaOficial, 1931. 251-35 p.

Informações valiosas sobre ascondições econômicas e sociais emSão Paulo, na época indicada, resul-tantes da descoberta e exploração dasminas de ouro nas Gerais. [3877]

Taunay, Afonso de Escragnolle. HistóriaGeral das bandeiras paulista. São Paulo,Tip. Ideal, 1924-36. 7 v.

Obra fundamental para o estudodo bandeirismo. O autor iniciou,com este trabalho, um estudo deanálise do movimento sertanista,desde as primeiras expedições do sé-culo XVI. Não apenas condensoutoda a literatura histórica sobre o as-sunto, mas dando a conhecer notá-vel massa de documentos dos arqui-vos nacionais e estrangeiros, com-pletamente ignorados, projetou no-vas luzes sobre todo o movimentoexpansionista, retificando, amplian-do ou revelando novos episódios,até então ignorados. No primeirovolume, o autor estuda o ambienteem que desabrochou o bandeirismo,os primeiros contatos e conflitoshispano-paulistas, a questão servilem São Paulo e a fundação dos esta-

786

Page 123: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

belecimentos jesuíticos na bacia pla-tina. No segundo e no terceiro volu-mes estuda o conflito hispano-pau-lista, nos períodos 1628-1641, res-pectivamente. No quarto volume,ainda prossegue no estudo da pene-tração bandeirante em território pa-raguaio e a ocupação do sul do MatoGrosso; além disso, ocupa-se das ex-pedições paulistas à Bahia e do des-bravamento do Piauí. No quinto vo-lume inicia o estudo do ciclo de mi-neração, analisando as jornadas nossertões baianos, os primórdios damineração, o ciclo de ouro de lava-gem e as expedições para descobriresmeraldas e prata. No sexto volumevolta a se ocupar da ocupação do suldo Mato Grosso, e continua o estu-do do ciclo das pedras preciosas e oda prata, expondo a grande jornadade Fernão Dias Pais. A última partedo volume foi dedicada à conquistado Nordeste à guerra dos Bárbaros.No vol. VII, trata da conquista doNordeste pelas bandeiras paulistase dos antecedentes da guerra dosPalmares. [3878]

Taunay, Afonso de Escragnolle. Históriaseiscentista da Vila de São Paulo. São Pau-lo, Tip. Ideal, 1926-29. 4 v.

É a história do século XVII pau-lista, o grande século das bandeirasde caça ao índio. Reconstruindo ahistória de São Paulo dessa época, oautor revela o paralelismo existenteentre a história da cidade e a do mo-vimento bandeirante, em muitos dosseus episódios. O primeiro volumetrata da questão servil; o segundoversa sobre os conflitos políticos e osaspectos econômicos, sociais e admi-nistrativos da cidade na primeira meta-

de do século. O terceiro volume pros-segue na narrativa da questão do es-cravismo vermelho, questões de políti-ca interna, aspectos sociais, econômi-cos e administrativos da segunda me-tade do século; este último assuntoconstitui ainda o objeto de todo ovolume quarto da obra. [3879]

Taunay, Afonso de Escragnolle. Sob elRei Nosso Senhor. Aspectos da vida se-tecentista brasileira, sobretudo emSão Paulo. São Paulo, Oficinas doDiário Oficial, 1923. (An. Mus. Paulis-ta, v. 1, São Paulo, 1922, p. 291-409).

Estudo sobre São Paulo, no mea-do do século XVIII; versa principal-mente sobre as condições econômi-co-sociais. [3880]

Techo, Nicolás del. Historia de la Provinciadel Paraguay de la Compañia de Jesús porel P. Nicolás del Techo. Versión del tex-to latino por Manuel Serrano y Sanz.Con un prólogo de Blas Garay. Ma-drid, Librería y Casa Editorial A. deUribe y Compañia, 1897. 5 v. (Biblio-teca Paraguaya). 1ª edição em latim,Leod, 1673.

O autor chegou ao Paraguai em1649, onde veio a ser provincial; fa-leceu em 1680. Sua obra, comoacontece em geral com as obras je-suíticas da época, é vazada nos prin-cípios religiosos do autor; está calca-da nos trabalhos de lavra jesuítica,principalmente no de Montoya.Consta de 14 livros, dos quais o ter-ceiro descreve a província jesuíticade Guiará; o IX trata da invasão dospaulistas, o X, da fundação das al-deias dos índios itatines e dos ata-ques dos bandeirantes paulistas con-tra elas; os livros XI e XII se ocu-

787

Page 124: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

pam das incursões bandeirantes con-tra a província de Tape. [3881]

Teixeira, José João. Extrato da memóriamanuscrita do doutor José João Teixeira,1778. Do quinto do ouro e diversasformas da sua cobrança. (Rev. Inst.Hist. Geo. Bras., v. 6, Rio de Janeiro,1865, p. 292-304).

Resenha das leis sobre a cobrançados direitos reais na região das mi-nas, na capitania de Minas Gerais.Informa também sobre os contratosdos diamantes. Contém uma tabelade rendimento do quinto do ouro de1700 a 1777 e a dos dízimos de 1704a 1776. [3882]

Teschauer, Carlos. História do Rio Grandedos dous primeiros séculos. Porto Alegre,Livraria Sebach., 1918-22. 3 v., ilus.;XXXIV -- 405; 446; 509 p.

Obra básica para o estudo do po-voamento do território sul-rio-gran-dense de 1626 a 1801. O autor deugrande desenvolvimento à históriada fundação e do crescimento dasreduções jesuíticas, as quais consti-tuíam a província de Tape, teatro derudes batalhas entre os bandeirantespaulistas e os índios. O l. 3º foi dedi-cado às notas bibliográficas e àtranscrição de abundante documen-tação. [3883]

Vasconcelos, Diogo de. História antiga deMinas Gerais. Belo Horizonte, Im-prensa Oficial, 1904. 419 p.

Obra clássica, com base docu-mental. O autor foi um dos primei-ros a se ocupar da história colonialde Minas Gerais; contém muitas ine-xatidões, facilmente averiguáveis aoconfronto das obras dos pesquisa-dores contemporâneos. O autor di-

vidiu a obra em dois livros; no pri-meiro, faz o relato de todas as expe-dições que trilharam o território deMinas Gerais e do nascimento dosprimeiros arraiais, até o fim do sécu-lo XVII; traz uma notícia sobre osíndios que habitavam o território ena última parte, trata das expediçõesque descobriram o ouro, desde finsdo século XVII até 1703, e notas ge-nealógicas acerca dos principais des-cobridores. O livro II foi dedicadoao histórico das expedições no pe-ríodo 1703-1720, às guerras na re-gião das minas, ao mecanismo fiscal;a última parte foi consagrada a notasesclarecedoras e transcrição de docu-mentos. [3884]

Vasconcelos, Diogo de. História média deMinas Gerais. Belo Horizonte. Im-prensa Oficial, 1918. 324 p.

Continuação da obra do mesmoautor intitulada História antiga das Mi-nas Gerais, mas de menor valor. His-toria o período que vai desde 1720,com a instalação da capitania de Mi-nas Gerais, até 1785, véspera da In-confidência Mineira. Trata das últi-mas descobertas auríferas e de dia-mantes, do mecanismo fiscal e dosmotins da região das minas. No finaltraz notas biográficas sobre os prin-cipais sertanistas. [3885]

Vasconcelos, Diogo de. Memórias sobre acapitania de Minas Gerais. Minas equintos de ouro. (Rev. Arq. Pub. Mi-neiro, v. 6, Belo Horizonte, 1901, p.757-978).

A primeira parte deste trabalhointitulada Breve descrição geográfica, físicae política da capitania de Minas Gerais,escrita em 1806, foi publicada, ape-

788

Page 125: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

nas em parte, na Rev. Inst. Hist. Geo.Bras., v. 29, Rio de Janeiro, 1866, p.5-114, sob o título Descobrimento deMinas Gerais. O Autor trata da des-coberta e exploração das minas, in-forma sobre a administração civil,eclesiástica e judiciária, a população,e apresenta uma notícia sobre as ci-dades, vilas e arraiais da capitania. Asegunda parte, intitulada Minas equintos de ouro, publicada em 1892 noDiário Oficial do Rio de Janeiro, foientão considerada por Capistrano deAbreu a história mais completa queaté aquela data se havia escrito sobreo regime tributário colonial. Comofonte de informação, nesse sentido,conserva grande valor, fazendo-seressalva das idéias do Autor, adeptodo absolutismo e dos privilégios daCoroa. [3886]

Vasconcelos, Salomão. Bandeirismo. BeloHorizonte, S. c. p., 1944. 131 p. ilus.

O objetivo do autor foi interpre-tar os roteiros das mais importantesbandeiras que percorreram o territó-rio de Minas Gerais; reconstituiu-osem gráficos. [3887]

Vespucci, Americo. Vita et lettere di Ame-rigo Vespucci. Florença, 1745.

A parte relativa às viagens doBrasil foi anotada e publicada porFrancisco Adolfo Varnhagen sob otítulo Cartas de Américo Vespúcio naparte que respeita às suas três viagens noBrasil e anotadas criticamente pelo Viscon-de de Porto Seguro (Rev. Inst. Hist. Geo.Bras., 41, Rio de Janeiro, 1878,1ªpte., p. 5-31). O valor histórico des-ses documentos em relação ao ban-deirismo consiste na narração da pri-meira entrada realizada no interior

brasileiro, na região do Cabo Frio(Rio de Janeiro), em 1504. [3888]

Viana, José de Oliveira Francisco. Popu-lações meridionais do Brasil; história, orga-nização, psicologia. 4ª edição, SãoPaulo Editora Nacional, 1938. (Bra-siliana, v. 8) 422 p. 1ª edição, SãoPaulo 1920.

Estudo interpretativo sobre a for-mação social e política das popula-ções rurais do Centro-Sul e Sul doBrasil. As considerações do autor,sobre o fausto da sociedade bandei-rante paulista e a extensão da pro-priedade rural, estão hoje desacredi-tadas à vista do que revelou a pes-quisa documental contemporânea.Feitas tais ressalvas, merecem ser lidasas páginas que o Autor escreveu sobrea dispersão dos paulistas. [3889]

Viana, Urbino. Bandeiras e sertanistas baia-nos. São Paulo, Editora Nacional,1935. 207 p. (Brasiliana, v. 48).

A obra procura ressaltar a impor-tância histórica do rio São Francisco,como um polarizador das expediçõesexploradoras que devassaram a re-gião central. O Autor põe em evi-dência o papel dos sertanistas baia-nos como povoadores do médio SãoFrancisco. [3890]

Vieira, Antônio, Padre. Cartas do PadreAntonio Vieira, coordenadas e anota-das por Lúcio de Azevedo Coimbra.Imprensa da Universidade, 1925-28.3 v., XVII -- 605, XVIII -- 710, XIV-- 811 p...

Cartas do famoso jesuíta (1608-1697) que doutrinou na região ama-zônica; encerram informações sobreo apresamento, a catequese e o siste-ma de administração dos indígenas.

789

Page 126: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

O Autor foi administrador dos ín-dios do Maranhão e participou denumerosas penetrações na região,entre as quais a jornada de Ibiapabano sertão cearense e a catequese dosnheengaíbas na ilha do Marajó. É doseu tempo a expansão das missõesjesuíticas dos principais centros --Belém e Gurupá -- pelos rios Tocan-tins, Xingu e Tapajós. [3891]

Vila Real, Tomás de Sousa. Viagens deTomás de Sousa Vila Real pelos rios To-cantins Araguaia e Vermelho. Acompa-nhado de importantes documentosoficiais relativos à navegação. (Rev.Inst. Hist. Geo. Bras. v. 11, Rio de Ja-neiro, 1848, p. 401-444).

Trata-se da descrição de uma via-gem efetuada pelo Autor, comocabo de uma expedição mercantil,destinada a explorar e reconhecer anavegação dos rios Vermelho e Ara-guaia, a fim de estabelecer a comuni-cação e comércio entre as capitaniasde Goiás e Pará. O Autor partiu da

Barra do Ferreiro no rio Vermelho,em Goiás, em dezembro de 1792;desceu os rios Vermelho, Araguaia eo Tocantins até o porto de Alcoba-ça, onde chegou a 16 de fevereiro de1793. Sua relação tem bastante inte-resse pelo que informa acerca dascondições da navegação naquelesrios. Consta ainda o diário da viagemefetuada pelo Autor do porto de Al-cobaça no rio Tocantins, até as al-deias dos índios carajás no rio Ara-guaia, em abril e maio de 1792. Vá-rios ofícios de autoridades coloniaisservem de comentário àquela via-gem. [3892]

Young, Ernesto Guilherme. Subsídiospara a história de Iguape: mineração doouro. (Rev. Inst. Hist. Geo. São Paulo, v.6, São Paulo, 1902, p. 400-435).

Trabalho solidamente documen-tado; mostra o desenvolvimento damineração em Iguape, uma das pri-meiras localidades de onde se extraiuouro no Brasil (1635-1777). [3893]

790

Page 127: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Os holandeses no Brasil

José Honório Rodrigues

A expansão holandesa para a América, impulso lento e demorada-mente realizado, mais por força do espírito capitalista e calvinista que in-vadira a alma neerlândica, de que por desejo de aventura quixotesca, tematraído o interesse de muitos estudiosos sérios, a cobiça de muito anti-quário e a opinião de muito intelectual desocupado de assunto.

Vencendo obstáculos imensos, destruindo posições fortificadas,cheia de si e de capital, a Holanda impõe-se durante o reinado de Frede-rico Henrique (1625-1647) como força preponderante na política colo-nial da Europa.

Navegando por mares já dominados, comerciando e traficandocom povos já conquistados, ela soube fazer respeitar a força de seu capi-tal e o império das suas armas.

Não foi por vontade, ou por força de desordens e injustiças, quenações européias quebraram, no século XVII, antigas amizades para ini-ciar perpétuas contendas.

Datam daí, desse século, o fracasso econômico e político das naçõespouco aburguesadas ou sem capitais e o erguimento das que, por razõesjá bem estudadas puderam remeter às armas as dúvidas e disputas sobrecolônias.

Preocupada em estender seu comércio, com capitais abundantes1

usando em larga escala do crédito, disputando o mar, fabricando e ex-portando às nações detentoras de colônias, como Portugal2, a Holandatornou-se, em pouco, senhora do comércio mundial.

791

(1) Mentor Bounatian, Les crises économiques, Paris, 1922, p. 365.(2) Cf. Antologia dos Economistas Portugueses; seleção, prefácio e notas de Antônio Sérgio,

Oficinas Gráficas da Biblioteca Nacional, 1924, p. 249, 250.

Page 128: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

A exportação holandesa para Portugal e Espanha fornecia à Holan-da as armas com que combater a tirania dos Filipes. Tendo Filipe III fe-chado o comércio aos navios holandeses, viu-se a Holanda,1 impelidapela necessidade econômica, a expandir-se para as Índias Ocidentais epensar, então, na exclusividade do seu comércio.

Usselincx, que batalhou pela formação das Companhias das ÍndiasOcidentais, sempre considerou como condição de êxito para a criaçãodo comércio marítimo neerlandês no Brasil o estabelecimento de colô-nias. Mas os diretores da Companhia das Índias Ocidentais não se preo-cuparam senão com os lucros comerciais que pudessem advir de con-quistas puramente mercantilistas.

Espírito inteiramente diferente dominou a expansão portuguesa.Basta considerar, por exemplo, que tendo sido Portugal o primeiro paísna Europa a formar estabelecimentos comerciais nas Índias, e o primei-ro a ver afluir a seus portos os navios carregados de produtos da Ásia,África e América, foi dos últimos a formar uma companhia de comércio.

Os aventureiros solteiros ou casados que tomaram parte na restau-ração da Bahia em 1625 vinham vencer o herege e expandir a fé. E a fécalvinista, identificando o sucesso com a graça de Deus, considerando apobreza um pecado, racionalizando a vida, tirando o ascetismo dosclaustros e levando-o à vida prática e profissional, organizava o sistemaeconômico não no costume ou na tradição, não no futuro ou na bem-aventurança da vida eterna, mas na deliberada e sistemática aquisição deriqueza, obra agradável aos olhos de Deus. Calvino tornou possível aaceitação da nova ordem econômica criada pelas descobertas marítimas,pelo comércio e pelas descobertas científicas. E os holandeses e ingleses,povos frios e pouco aventureiros, aos quais, até então, nunca seduzira apura descoberta, a simples exploração geográfica ou proeza ultramarina,lançaram-se ao comércio e à navegação, dirigidos pelos líderes burgue-

O.S. 03763/97 -- 7ª PAG. -- Britto -- 24792

(1) A proibição de comerciar com os holandeses data da Carta Régia de 5 de junho de1605. Cf. J. F. Lisboa, Obras, ed. 1864-65, 3º tomo, p. 410.

Page 129: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ses, que haviam se apossado do poder e encontravam no calvinismo ouna Igreja da Inglaterra estímulo e justificativa.

A universalidade da experiência holandesa ou inglesa foi adquiridacom o domínio marítimo conseguido pelo explorador ou comerciante.O mar foi ativo e aquisitivo, ao invés de passivo e receptivo, como naexperiência hispano-lusitana.

Assim, enquanto a colonização portuguesa continuava a ser a ex-pressão de uma fase social envelhecida, a holandesa ou a inglesa eram osinal da subida ao poder de uma classe de origem humilde, mas criadorada nova fase de desenvolvimento econômico.

O trabalho não como meio econômico, mas como fim espiri-tual, possibilita aos pioneiros do capitalismo -- os burgueses -- aascensão social. Por isso, para Max Weber, capitalismo é a respostasocial da teologia calvinista1, embora para outros, e parece-nos quecom mais razão, seja o calvinismo a resposta teológica do capitalismocomercial.

Portugal e Espanha, cujas classes dirigentes não tiveram, no séculoXVII, representantes à altura, capazes de adaptarem a nação às novascondições sociais e econômicas, começam a sofrer uma tão grave crise,que cedo se verão transformadas em potências de classe secundária.

Eis por que pôde a Holanda iniciar a expansão pelo mundo e -- oque particularmente nos interessa -- para a América, abatendo a marinhaespanhola, conquistando e dominando colônias.

Amsterdã tornou-se, no século XVII, o entreposto do tráfico mun-dial. Dificilmente um porto possuiu uma supremacia tão exclusiva, exer-ceu atração tão irresistível e ofereceu caráter tão cosmopolita. Foi duran-te anos de progresso, por uma fortuna extraordinária, que ela se consti-tuiu no maior mercado do mundo, no maior centro bancário do univer-so, onde afluíam capitais e navios, onde se ouviam falar todas as línguas

793

(1) Max Weber, The protestant ethic and the spirit of capitalism, trad. inglesa, Prefácio de R.H. Tawney, London, George Allen & Unwin, 1930, p. 2.

Page 130: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

do mundo e que converteu os Países-Baixos na "terra comum de todasas nações", como lembrou Henri Pirenne.

A luta pela expulsão holandesa é obra muito mais dos mazombos,brasileiros, brasis e negros, do que da força portuguesa. Foram os que seadaptaram ao Brasil e os que aqui nasceram que expulsaram o invasorholandês.

Na verdade, Portugal pensou a certa altura da luta em entregar Per-nambuco à Holanda. Sousa Coutinho, embaixador português em Haia,de 1643 a 1650, chegou, mesmo, a propor a cessão de Pernambuco, deordem do próprio Rei D. João IV. Muitos estadistas portugueses, tendoà frente o Padre Antônio Vieira, inclinavam-se pela cessão. O povo por-tuguês e o procurador da Fazenda, Pedro Fernandes Monteiro, impug-naram-na, sem dúvida: mas as negociações para a compra e venda dePernambuco continuaram a ser realizadas em Haia. Portugal observousempre uma política de vacilações e dúvidas, sacrificando as colôniaspela paz na Europa.

É verdade que a Holanda sempre seguiu, igualmente, duas políticascom relação a Portugal: paz na Europa, por causa do sal de Setúbal,guerra nas colônias, devido às matérias-primas e aos gêneros coloniais.

Vencida pela força e pelo valor dos luso-brasileiros, a Holanda exi-giu que Portugal comprasse o que lhe pertencera, mas, desde aí, sob estapressão externa, operou-se uma solda -- superficial, imperfeita, mas umprincípio de solda, entre os diversos elementos étnicos, e o Brasil come-çou a tomar consciência de si mesmo.

Quase todos os aspectos desta fase histórica têm sido examinados.Trata-se, até, do período da História brasileira que oferece o mais beloconjunto de obras raras e preciosas. Não seria possível nem justo anali-sar detidamente todos os livros que trataram do assunto. É mais impor-tante assinalar aqueles de maior valor, indicar os que têm sido injusta-mente considerados como valiosos, sem que nada lhes justifique o renome.

Os historiadores holandeses e lusitanos do século XVII concede-ram assinalada importância ao acontecimento. Uns para louvar e engran-

794

Page 131: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

decer os feitos de seus contemporâneos, outros para lamentar as afliçõesdos moradores brasileiros ou protestar contra a injustiça do ataque. Osautores holandeses de primeira importância são: Johannes de Laet, Gas-par Barleus, Joan Nieuhof; os franceses estão bem representados porPierre Moreau; entre os portugueses, os mais importantes são: Bartolo-meu Guerreiro, Duarte de Albuquerque Coelho, Francisco de Brito Frei-re, Manuel Calado e Francisco Manuel de Melo.

Joahannes de Laet (1593-1649) é fonte inesgotável. Possuindo osdocumentos oficiais, correspondência e outros papéis, como diretor, quefoi, da própria Companhia, sua obra Historie ofte Laerlijck Verhael é exata,fidedigna e, do ponto de vista holandês, o fundamento de toda a faseque vai de 1621 até 1636. Seu outro livro, Beschrijving van West-Indien, évaliosa fonte de informação sobre as Índias Ocidentais. Deixa, porém,muito a desejar em comparação com a História ou Anais.

Segue-se Caspar Barleus (1584-1648), cuja obra é um digno monu-mento erguido em memória da figura de João Maurício de Nassau. Livroimpecável na impressão, de texto cativante e fiel, embora panegírico,constitui a principal fonte holandesa para a fase de 1637 a 1644.

Nieuhof constitui o historiador da rebeldia, o que mais fielmenterelata a luta, a situação política e econômica, os erros e defeitos da políti-ca colonial holandesa.

Depois dessa fase, não há, propriamente, um historiador holandêsque mereça indicação especial. Tem-se que recorrer aos folhetos e, en-tão, não adianta citar um ou dois. Eles são inúmeros e todos importan-tes. Talvez mais importantes, por serem relatos oficiais, merecem citaçãoo folheto assinado por Wouter van Schonenburgh, Hendrick Haecx eSigismundus van Schoppe e o Diário de Hendrick Haecx.

Afora isso, devem-se mencionar outros livros gerais, que não tra-tam especialmente do Brasil, mas constituem fontes indispensáveis paraa história do século XVII. Nicolas Wassenaar (?--1630), Lieurve Aitzma(1600-1669), Willem Baudartium e Jan Wagenaar (1709-1773) são todostrês magníficos repositórios de informações sobre a história colonial e

795

Page 132: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

metropolitana da Holanda. Deve-se mencionar, também, como fonte dahistória internacional da época o polemista Abrão Wiquefort (1606-1682) e Jacques Basnage. E, como fonte para a história econômica daépoca, Jacques Acarias Serionne (1706-1792) e a edição aumentada feitapor Elis Luzac. Sobre a história marítima, é fonte indispensável a PolíticaMarítima de Johan Tjassens ( ?--1670).

O livro de Pierre Moreau, autor francês que, entretanto, pelo cargoe pelos interesses pertence ao partido dos invasores, é de leitura reco-mendada pelo valor das informações sobre a história da revolução e so-bre a história social. Moreau e Nieuhof são as melhores fontes holande-sas para a história da rebeldia pernambucana.

Num estudo comparativo sobre as fontes indicadas como princi-pais pelos mais importantes autores especializados dessa fase -- Nets-cher, Warnhagen e Wätjen --, podem-se notar os seguintes fatos curio-sos: Netscher esqueceu-se dos folhetos holandeses, citando apenas umou outro, de menor importância. Além disso, cita, por vezes, incomple-tamente. É o que se verifica, por exemplo, quando cita o folheto Oors-pronckelijcke missive geschreven bij den Generael Weerdenbuch... Haia, 1630, quenenhum dos grandes e autorizados bibliógrafos de folhetos, como Tielee Knuttel, mencionam. Varnhagen faz referência especial apenas a Mo-reau e Nieuhof, esquecendo-se de Laet, Aitzma, Luzac, Wiquefort, e ci-tando apenas um ou outro folheto. Wätjen, que foi quem melhor se uti-lizou dos folhetos holandeses, esqueceu-se de Wiquefort e Moreau.

Como se vê, nenhum deles foi completo nas indicações, não dasfontes gerais, mas, pelo menos, das principais fontes holandesas.

Outro autor holandês, compilador é certo, mas que merece ser cita-do, é Arnoldus Montanus. Apenas Netscher lembrou-se de seu nome.

Sobre as fontes portuguesas, Bartolomeu Guerreiro é valioso docu-mento sobre a conquista e restauração da Bahia. Duarte de AlbuquerqueCoelho e Frei Manuel Calado constituem os dois principais autores doséculo, no que se refere não só à história dos holandeses como à históriasocial seiscentista. Seus livros constituem magníficos flagrantes da épo-

796

Page 133: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ca. Foi uma injustiça sem nome a que cometeu o austero sorocabanoVarnhagen quando remeteu ao fogo da inquisição a obra de Calado, jul-gando-a defeituosa e sem dignidade histórica. Calado não podia nem de-via, como guerreiro e pregador, ser frio narrador dos acontecimentosque molharam de sangue a terra em que viveu trinta anos. Foi apaixona-do partidário, anti-holandês; mas foi, sem dúvida, o melhor espelho por-tuguês da vida contemporânea.

Baseado na própria crítica que lhe fizera Varnhagen, Wätjen declaraque é preciso muita paciência, coragem e penosíssimo incômodo para le-var a cabo a leitura desse volume. Trata-se de juízo sem mérito, porquelogo a seguir considera-o revoltante1 por ter atacado desapiedadamenteos holandeses. Se Wätjen, como alemão, foi parcial em 1921, é naturalque Calado, lutando contra o invasor, o fosse em 1645, quando no fogoda luta escrevia sua obra.

Brito Freire, que abrange a história de 1624 a 1638, é também va-lioso autor. Não merece o ataque que lhe dirigiu Varnhagen, ao acusá-lode plagiador de Duarte de Albuquerque Coelho.

É curioso acentuar que, quanto aos cronistas portugueses, Nets-cher, Varnhagen e Wätjen tiveram, também, variedade de opinião.

Netscher desconheceu Calado, Brito Freire, Bartolomeu Guerreiro,D. Manuel de Meneses, Rafael de Jesus. Varnhagen conheceu-os natu-ralmente a todos, mas se foi justo na crítica ao enfático e maçudo Rafaelde Jesus, não o foi quanto a Brito Freire e Calado. Wätjen desconheceuBartolomeu Guerreiro, D. Manuel de Meneses, Francisco Manuel deMelo e, o que é de estranhar, Duarte de Albuquerque Coelho, fonte im-portantíssima.

D. Manuel de Meneses, que citamos como tendo sido esquecidopor Netscher e Wätjen, foi autor de consciência, como diz Varnhagen,se recomendado pelo valor oficial de que vinha revestido.

797

(1) Wätjen, Herman, O Domínio Colonial Holandês no Brasil, São Paulo, Cia. EditoraNacional, 1940, p. 38. Na p. 10 da ed. alemã, abstossender.

Page 134: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Entre os autores alemães contemporâneos às lutas, Richshoffer éboa fonte. Foi esquecido por Netscher e Varnhagen, mas Wätjen, comsua costumeira parcialidade, diz que o seu valor está na precisão alemãcom que escreve1. Esquecido foi, também, J. G. Aldenburg, de Cobur-go, curioso viajante, que desde 1623 servia sob as ordens do AlmiranteWillekens.

Estes são os principais autores contemporâneos. A partir do séculoXIX reiniciou-se o estudo da questão que permanecera, durante o séculoXVIII, esquecida de autores holandeses, brasileiros e portugueses. Tal-vez Loureto Couto seja dos poucos que se lembraram de falar de Per-nambuco renascido. Sua obra Desagravos do Brasil e Glórias de Pernambuco,publicada pela primeira vez em 19022, apesar de escrita por volta de1757, não é fonte indispensável.

Quando, no século XIX, se reexaminou o problema da política co-lonial dos povos europeus, como lembra Wätjen, e se foi buscar na his-toria fatos ilustrativos da melhor ou pior orientação adotada, começou-se a escrever sobre a história dos holandeses no Brasil. Talvez tenha sidoesse o motivo que levou Netscher, até então apenas oficial de Marinha, aprocurar defender a política colonial holandesa, atacada por jornais in-gleses. Outros foram os motivos que incentivaram Francisco AdolfoVarnhagen (1816-1878). Ele próprio escreveu que, quando estava parase decidir a luta com o Paraguai, resolveu, para animar os que se queixa-vam de uma guerra de mais de dois anos, "o avivar-lhes a lembrança,apresentando-lhes, de forma conveniente, o exemplo de outra mais anti-ga, em que o próprio Brasil, ainda então insignificante colônia, havia luta-do, durante vinte e quatro anos, sem descanso e, por fim, vencido, contrauma das nações naquele tempo mais guerreiras da Europa"3.

Na verdade, não só esses motivos levaram ao reexame do proble-ma. Nos meados do século XIX, um movimento renovador atingira a

798

(1) Id. id., p. 51.(2) Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, 1902, vol. XXIV, Rio de Janeiro, 1904.(3) História das Lutas, 2ª ed., 1872, p. VI.

Page 135: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

História. A dependência do estudo das fontes, as tentativas bibliográficas,o cuidado erudito e o criticismo histórico possibilitaram novas interpre-tações, novos estilos e nova historiografia. Daí o aparecimento dos li-vros de Netscher e Varnhagen. Ambos representam, até hoje, boas e va-liosas obras. Se não foi Varnhagen justo na crítica a Netscher1, não o foimenos Wätjen ao declarar que o trabalho de Netscher, como obra clássi-ca, sobrepujava a de Varnhagen. Não só consultou este os documentosholandeses ecaminhados por Netscher, como, ainda mais, baseou-se nomaterial espanhol e português quase inteiramente desconhecido poraquele.

A resposta de Netscher às acusações de Varnhagen é uma dignademonstração de sua dedicação às fontes holandesas. Mas Varnha-gen foi além, e sua obra constitui, até hoje, fonte de indispensável con-sulta.

É preciso não esquecer, porém, que a parte holandesa da HistóriaGeral do Brasil, na edição revista por Capistrano de Abreu e RodolfoGarcia, constitui hoje melhor fonte do que a própria História das Lutascom os Holandeses no Brasil (ed. 1871, 1872).

O único elogio que a parcialidade de Wätjen o deixou fazer a Var-nhagen foi ao escrever que coube ao filho de um imigrado alemão pal-milhar, no Brasil, pela primeira vez, a crítica metódica de fontes. Var-nhagen foi, todavia, para nós, o mestre, o guia e o senhor como escre-veu com justiça Capistrano de Abreu, em 18822.

Quanto a Pieter Marinus Netscher (1824-1903), natural de Roterdã,feito tenente do exército nerlandês em 1842, foi um amador em história.Sua estréia nesse campo foi a notícia sucinta das principais exploraçõesholandesas na América meridional. Wätjen foi justo ao acentuar que aexcelência de sua obra repousa na ordenação da matéria, no esforço deimparcialidade, na fluência da narrativa e na ponderação do julgamento.

799

(1) Les hollandais au Brésil. Un mot de réponse à Mr. Netscher. Viena, 1874.(2) Cf. Visconde de Porto Seguro, História Geral do Brasil, vol. III, p. 444, ed.

Page 136: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Sua obra é o principal trabalho de conjunto escrito por um holandês so-bre o assunto.

P. J. Blok, por exemplo, o melhor historiador holandês, reporta-sea Netscher quando descreve os acontecimentos dessa fase. Deve-semencionar o maior interesse por essas questões, na Holanda, a começarpelos estudos de Veegens, Van Kampen e Tjassens. Modernamente, umpequeno grupo de historiadores e uma boa coleção de monografias ho-landesas retificaram erros, esclareceram dúvidas e apresentaram novosaspectos. Dentre eles merecem destaque M. G. de Boer, J. C. M. Warn-sinck e S. P. L’Honoré Naber, todos falecidos.

Na historiografia holandesa a questão assumiu aspectos de detalheda aventura, sistemática embora, mas aventura sem maiores conseqüên-cias para a história pátria.

O melhor tratamento científico da questão começou a aparecer apartir de século XX, quando Wätjen escreve a sua magnífica contribui-ção. Como notamos na ficha correspondente, este é o melhor trabalho,mas falta-lhe uma melhor compreensão das fontes luso-brasileiras e umamelhor simpatia em relação aos motivos de rebeldia pernambucana.Além das falhas bibliográficas que temos indicado, é conveniente frisarque Wätjen sempre considera mais autêntico o historiador holandês queo luso-brasileiro.

Basta lembrar, por exemplo, que declara odiento a Frei Rafael de Je-sus e grotescas as acusações anti-holandesas de Calado, Brito Freire e Ra-fael de Jesus1.

Wätjen foi parcial: em seu livro a obra luso-brasileira sai diminuídae a Holanda gabada. É certo que consultou as gordas fontes manuscritasholandesas e retificou muito erro, mas não é menos certo que despre-zou, com orgulho germânico, as boas fontes portuguesas.

Wätjen deixou de lado as interpretações sociológicas do fato histó-rico. É verdade que estudou e criticou a tese de Sombart sobre a influên-

800

(1) Wätjen, H., ob. cit. ed. bras., p. 40, 41; ed. alemã, p. 12.

Page 137: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

cia judaica na formação do capitalismo1, mas deixou de ver no ensaio decolonização holandesa a tentativa sistemática e metódica de introduçãodo capitalismo e calvinismo na cultura brasileira. Não viu a luta de clas-ses entre senhores de engenho e burgueses do Recife, luta mascarada defeição religiosa. Não viu a tentativa de conciliação tentada por Nassau,nem a introdução assustadora da usura na vida colonial brasileira que,afeita aos modelos católicos e portugueses, julgava a usura um pecado si-nistro. Deixou de lado aspectos importantes de história social e pelo seudesprezo à literatura histórica brasileira não compreendeu os conflitos,inadaptações e desajustamentos das duas culturas em choque, tão diver-sas, contando a dominada cento e trinta anos de império indiscutido eindiscutível.

Seria difícil ao holandês adaptar-se ao regime econômico rural, delatifúndio e monocultura que estruturava e condicionava todo o conjun-to cultural luso-brasileiro. O fracasso estava dialeticamente determinadodesde que a imposição urbana e mercantil se chocava com os interessesda classe rural. Os holandeses queriam o enriquecimento fácil e rápido,que só o comércio possibilita, desde que a ética calvinista considerava apobreza voluntária como uma insânia danada2. Wätjen como que desco-nheceu todos esses fatores ao escrever que a parcialidade e o fanatismoreligioso perturbaram de tal modo os livros de Calado, Brito Freire e Ra-fael de Jesus que daí surgiram as "constantes acusações, que chegam atocar as raias do grotesco, daí a negação propositada ou apaixonada de-preciação dos progressos culturais e econômicos que, apesar de tudo, oBrasil Norte teve a agradecer aos holandeses"3.

Coube, no entanto, a Wätjen renovar, no século vinte, em basesmais amplas, o estudo da questão. Pôde ele consultar não só os papéisdo Arquivo dos Estados Gerais como os do Arquivo da Companhia das

801

(1) Wätjen, H., Das Judentum und die Anfãnge der modernen Kolonisation. Stuttgart, 1914.(2) Beins, Ernst, Die Wirtschaftsethik der calvinistischen Kirche der Niederlande, 1565-1650,

’sGrav., M. Nijhoff, 1931.(3) Wätjen, H., ob. cit., ed. bras., p. 41, ed. alemã, p. 12.

Page 138: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Índias Ocidentais. Estes últimos não foram utilizados por Netscher eVarnhagen, pois só foram confiados ao Arquivo Real de Haia em 1856,três anos depois dos estudos de Netscher (1853).

Wätjen esclareceu aspectos culturais e econômicos que, na verdade,haviam sido esquecidos por Netscher e Varnhagen. Dedicou ele grandeparte de sua obra à organização interna e financeira da colônia, à Igreja,à população e à vida econômica. Seu livro é clássico e modelar, repre-sentando um símbolo na historiografia sobre os holandeses no Brasil.Devem-se, porém, salientar ao lado de suas contribuições suas deficiên-cias e presunções.

Encarando em conjunto esse período da história brasileira vê-seque muito resta a fazer e a estudar. O primeiro trabalho que toda histo-riografia consciente deve aconselhar é o do levantamento de boas fontesbibliográficas. Deve-se inventariar de modo definitivo e crítico todo omaterial manuscrito, impresso e periódico sobre o domínio halandês noBrasil. Com isto estaremos de posse de um excelente instrumento de tra-balho para as futuras monografias e interpretações. Bibliografia que se-pare o joio do trigo, para que se não repitam esforços e cuidados commá literatura histórica. Devem-se investigar os aspectos sociais da histó-ria do conflito cultural e econômico, sem cair nos exageros do pitoresco.Estudar, por exemplo, a história dos holandeses no Brasil como a ex-pansão capitalista e calvinista da Holanda para as nossas praias, verificar,no caso colonial em vista, o que há de verdadeiro na tese de Weber so-bre as relações do calvinismo com o capitalismo. A Companhia das Ín-dias Ocidentais teve origem na Contra Remonstrancia da reação calvi-nista1. Ernst Beins esboçou a tese em estudo recente2, recapitulandoa ética calvinista em relação à profissão, à usura, à escravidão e aosmonopólios.

802

(1) Geyl, P., The Netherlands divided 1609-1648, translated by S. T. Bindoff, London,Williams Norgate, 1936.

(2) Die Wirtschaftsethik der Calvinistischen Kirche der Niederlande 1565-1650, ’sGrav., M.Nijhoff, 1931.

Page 139: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Devem-se publicar não só os manuscritos portugueses existentesna Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, e os que se encontram emPortugal como os holandeses. Para isso, dever-se-ia incentivar a publica-ção de catálogos dos principais arquivos e bibliotecas onde a riqueza efartura do material sejam conhecidas. Deveremos apressar a publicaçãonão só dos documentos coligidos por Joaquim Caetano da Silva, conser-vados no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, como os trazidospor José Higino Duarte Pereira, pertencentes ao Instituto Arqueológicoe Geográfico de Pernambuco. Estes últimos constituem o maior acervofora da Holanda e são, exatamente, os que não foram consultados porNetscher nem por Varnhagen. José Higino trabalhou por volta de 1885com os documentos da Câmara da Zeelândia, os Brieven en Papieren (13vols.) e as Dagelijckese Notulen (12 vol.), afora mais quatro volumes e qua-tro maços de manuscritos. Só se faz história com textos. Com bons eautênticos textos.

Cabe lugar, aqui, para chamar atenção dos responsáveis sobre asreimpressões de livros e folhetos raros deste período. A fase holandesado Brasil enriqueceu nossa bibliografia histórica de opulenta fonte deobras valiosas. Não se justifica em face do desenvolvimento a que atin-giu a edição crítica de obras raras ou de fontes materiais que se continuea editar sem método e sem exame crítico histórico. Se merece louvor aedição de Barleus do Ministério da Educação, que dizer da edição de Ca-lado (1943) ou da História das Lutas com os Holandeses no Brasil, de Varnha-gen?

Depois de todo o desenvolvimento de edição crítica de fontes his-tóricas, originado parcialmente das próprias pesquisas e parcialmente docriticismo histórico, retornamos aos processos já condenados.

--------------------* * *--------------------

Esta bibliografia é uma seleção que abrange apenas livros. Comotal, é apenas um balanço insuficiente. Não se pode prescindir dos docu-

803

Page 140: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

mentos, já que as velhas crônicas constituem fontes magras para a inter-pretação definitiva dos fatos. Sem manuscritos é impossível reexaminaros problemas.

Adotamos uma classificação por assuntos. Fomos obrigados a reti-rar do plano original alguns aspectos de menor importância. Além disso,mesmo em algumas divisões e subdivisões aqui apresentadas foram es-colhidos apenas livros e folhetos de maior importância.

Convém acentuar, também, que a necessidade de cronologia nos le-vou, por vezes, a dar entrada a um ou outro folheto que não dissesserespeito expressamente à divisão adotada. Assim, por exemplo, na con-quista de Pernambuco incluímos dois ou três folhetos que tratam de fa-tos posteriores a essa conquista. No período nassoviano, também, retira-mos, por exemplo, o Poema de Plante, expressão literária daquela fase, es-crito em louvor de João Maurício de Nassau, mas sem mérito histórico.No período nassoviano, incluímos autores como Calado, que tratammagnificamente dos princípios da Restauração. Retiramos todas as viagense coleções de viagens que se referiam à expansão e exploração da costa, masque não diziam respeito, diretamente, ao período do primeiro ataque -- 1624,até a assinatura do tratado de 1661. Não incluímos, também, artigos de re-vista e jornais; apenas algumas exceções impuseram-se. Tais, por exem-plo, os documentos holandeses trazidos por José Higino da Holanda,pertencentes à Coleção do Arquivo da Companhia das Índias Ocidentaise existentes no Arquivo Real de Haia, traduzidos e publicados na Revista doInstituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano ou na Revista do Instituto Histórico eGeográfico Brasileiro. Aliás, sobre este ponto é de justiça salientar a boa escolhados documentos traduzidos, feita por José Higino e Alfredo de Carvalho. Li-vros que só foram publicados em revistas, quando importantes, foram incluí-dos. Assim, por exemplo, a obra de D. Manuel de Meneses e o livro de DiogoLopes Santiago. Retiramos também alguns livros regionais e gerais de Histó-ria do Brasil, como, aliás, algumas fontes estrangeiras.

Convém salientar, igualmente, que incluímos algumas obras relati-vas a Piet Heyn, devido não só ao seu assalto à Bahia em 1627, como,

804

Page 141: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

também, o que é importante, à captura da Frota de Prata, que forneceuaos holandeses os recursos com que equipar a armada que conquistouOlinda.

As fichas que se referem, também, às batalhas navais que se feriramentre 1631 e 1640 não deram entrada.

Na Seção de Relações Diplomáticas, deixamos de indicar as váriasmonografias com que Edgar Prestage esclareceu o assunto. A nossa sele-ção obedeceu a um critério objetivo. Os trabalhos publicados antes dasua obra geral sobre as relações diplomáticas de Portugal (1925, ed. in-glesa; 1928, trad. portuguesa) foram retirados porque nesta se estudamtodas as embaixadas portuguesas à Holanda e se fornece a bibliografiaespecial que se publicou sobre cada uma delas, inclusive os próprios tra-balhos de Prestage. Somente a sua monografia sobre Frei Domingos doRosário, figura desconhecida até a publicação da sua obra geral, entranesta bibliografia.

Nas Negociações Diplomáticas suprimimos as credenciais, os Ma-nifestos e Anti-manifestos surgidos com o caso do Embaixador F. Telesde Faro, que se passou para o lado espanhol. E’ certo que sua traição edesserviço à causa portuguesa teve importância; mas, seguindo um crité-rio seletivo, devem-se retirar esses folhetos que tratam de aspectos maispessoais.

Na Coleção de Tratados, só fichamos os de Borges de Castro e osde Cardoso de Oliveira, deixando de indicar os estrangeiros, como Du-mont e Rousset, os de Charles Calvo e Abreu y Bertodano.

A assinatura do Tratado de 1661 agitou a opinião pública holande-sa, que sobre ela se manifestou numa série enorme de folhetos, ondetransmitia seu sentimento contrário à perda de uma colônia tão valiosa.Estes folhetos têm mais importância para a história diplomática doque para a história dos holandeses no Brasil. Como estamos semprecom o critério seletivo a nos impor cortes e supressões, achamos demelhor aviso retirar essa subdivisão a sacrificar outras partes maissignificativas.

805

Page 142: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

O capítulo sobre Angola justifica-se pela importância dessa colôniapara o Brasil. Sua perda e sua reconquista afetam diretamente o poderholandês no Brasil.

A importância bibliográfica do Padre Antônio Vieira (1608-1697)pedia uma seção especial sobre suas obras. Mas Vieira é um mundo epor isso, fomos obrigados a excluir as edições dos Sermões registandoapenas as Cartas onde se encontram prédicas que dizem respeito a váriosacontecimentos do período holandês. Entre os Sermões, as Cartas e asobras inéditas parece-nos evidente que aqueles são menos importantes,de vez que são muito mais obras literárias do que políticas ou econômi-cas. E, portanto, menos valiosas para a história daquele período. O seugrande, enorme e decisivo valor, afora, é lógico, o literário, residiu naanimação com que estimulou a gente da Bahia a resistir aos invasores.

Sobre as atividades dos judeus no Brasil, a melhor obra foi a queincluímos. Retiramos o livro de Sombart e o de Mendes dos Remédios.

Sobre os aspectos religiosos das lutas holandesas, deixamos de ladoos trabalhos de Serafim Leite, Jaboatão, Padre Frei Fidelis M. de Primé-rio, e Fr. Santa Maria sobre os jesuítas, franciscanos, capuchinhos e reli-giosos em geral, por não tratarem diretamente do assunto que nos ocupae sim de passagem. Os dois folhetos que colocamos, um dos quais rarís-simo, dizem respeito ao serviços religiosos, tanto por calvinistas comopor jesuítas naquelas lutas.

Uma novidade que fomos obrigados a retirar, para encurtar estabibliografia seletiva, foi a repercussão das lutas na literatura luso-brasilei-ra e holandesa. Nela inventariavam-se não só os poemas de Plante, já in-dicado nas principais bibliografias, como os de Boxhorn, Hensius, Thâ-sius, Corvinus, Benning, Phithan, Heerkens -- sobre João Maurício deNassau, todos contemporâneos; e os de Ampzing, em louvor de PietHeyn e Lonck. Retiramos, também, os versos do maior poeta holandêsdo século XVII, Joost van der Vondel, assim como a oração de De Gra-ne sobre Maurício de Nassau e os poemas sobre o Brasil perdido, deOnne Zwier van Haren. Do lado luso-brasileiro foram retirados os ver-

806

Page 143: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

sos de Santa Rita Durão, Natividade Saldanha, Tobias Barreto, Jorge deLima e os dramas que por volta do século XIX se representaram espe-cialmente na Bahia. Os trabalhos de fundo literário, como os de PauloSetúbal, Abreu e Castro, Delafaye-Brehier e Eduardo Noronha tambémdeixam de figurar. Merece uma referência, embora tenha sido igualmenteafastado, o Brasil Restituído, de Lope da Vega, onde repercute a recon-quista da Bahia, em 1625.

Nossa seção de biografias abrangia vasto material. Excluímos, po-rém, todos os trabalhos no gênero de ensaios de pouco merecimento ouos dicionários biográficos bastante conhecidos. Entre as biografias es-trangeiras, a de Galland é fraca em relação a Driessen e Veegens.

Enfim, a imprensa na Holanda estava em tal progresso -- há os queatribuem ao holandês Laurens Janszoon Coster a invenção da mesma --que não é de estranhar que os folhetos holandeses ocupem uma parteimportante nesta bibliografia. Convém, acentuar, aqui, por exemplo, quecertos manifestos assinados pelos chefes da revolta luso-brasileira foramtraduzidos e publicados em holandês, em folhetos separados, enquantoem português tiveram guarida apenas nas páginas de algum cronista,como, por exemplo, Calado, que transcreve o Manifesto dos Habitantes dePernambuco, traduzido e publicado em holandês. A Proclamação dos 16 Con-jurados, de 23 de maio de 1645, que se encontra na Biblioteca Pública deÉvora e no Arquivo Real de Haia, foi também traduzida e publicada emholandês, embora nunca merecesse ser publicada em português. ApenasVarnhagen, na História das Lutas, se limitou a dar os nomes dos conjurados.

As notas que acompanham as indicações bibliográficas procuramevitar que este trabalho se torne um mero registro de livros. Assim, oque se tentou, nesta seleção, foi organizar um repertório de livros e fo-lhetos de real importância para o estudo dos holandeses no Brasil.

807

Page 144: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Bibliografia

1. HISTÓRIA DA EXPANSÃOCOLONIAL HOLANDESA PARA O

BRASIL

a. Usselincx e a história daCompanhia das Índias Ocidentais

Acte, waier by een yeder gheaccordeertwerdt, sijin in-getyckent Capitael temogen vergrootren met vijftich tenhondert. (Oct. 16, 1624). 4 p.

Ato pelo qual é permitido aosacionistas aumentar de cinqüentapor cento o seu capital subscritona Companhia das Índias Oci-dentais. [3894]

Copye. Van seker Articulen beraemtinde vergaderinghe vande Be-windthbberen ende Geocommitteer-de der Hooft-participanten vandeWest-Indische Compagnie binnenAmsterdam, Streckende tot goedeverseec keringe der Participante, ende gerusticheyt der selfder Bevvint-hebberen. Gedruckt int Iaer onsHeeren, 1623.

"Cópia de alguns artigos votadosna Assembléia de Diretores e dosDelegados principais acionistas daCompanhia das Índias Ocidentais,em Amsterdã, destinados a assegu-rar os interesses dos acionistas egarantir os Diretores acima men-cionados." [3895]

Laet, Johannes de. Historia ofte Iaerliúckverhael van de Verrichtinghen derGoectroyeerde West-Indische Com-

pagnie, zedert haer begin, tot heteynde van ’tjaer sesthien-hundert ses-en-dertich; bergrepen in derthienboecken, ende met verscheyden Ko-peren platen verciert; beschrevendoor Ioannes de Laet Bewint-hebberder selver Compagnie, Tot Leyden,By Bonaventuer ende Abraham Else-vier, 1644. XXX, 544 p.

Esta obra -- História ou Anais,etc. -- é fonte indispensável ao estu-dioso da expansão marítima e co-mercial holandesa para a América.Esta é, sem dúvida, a mais importan-te obra para os primeiros anos daCompanhia até 1636. Como se trataespecialmente da Companhia das Ín-dias Ocidentais, resolvemos incluí-lanesta seção, embora seja mais reco-mendada para a história dos holan-deses no Brasil do que o Novo Mun-do, ou Descrição das Índias Ocidentaisque incluímos entre as fontes estran-geiras para a história dos holandesesno Brasil. De qualquer modo, ficaressalvado aqui que esta obra, alémde ser a mais importante das escri-tas por Laet, é também a obra fun-damental para a história da organi-zação e expansão da Companhiadas Índias Ocidentais para a Amé-rica.

Como diretor da Companhia foi-lhe fácil consultar documentos origi-nais, a correspondência oficial e ou-tras peças que dão à sua obra umaautenticidade incontestável.

809

Page 145: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Johannes de Laet (1582-1645)nasceu em Antuérpia e faleceu emLeyden. Como calvinista ortodoxoparticipou do Congresso de Dor-drecht e foi diretor, em 1621, daCompanhia das Índias Ocidentais.Geógrafo de grande atividade escre-veu inúmeras descrições de váriospaíses como França, Espanha, Por-tugal (Portugalia seu de illius regniset opibus commentaribus, LugdüniBatavorum, 1642), Polônia, Turquia,Lituânia, Pérsia, Rússia e Letônia. Afamosa discussão que manteve comHiug de Goot (Grotius) sobre a ori-gem dos americanos (Notae ad dis-sertationem Hugonis Grotti. De ori-gine Gentium Americanarum,Amst., Elzevir, 1643, e a Responsioad Dissertationem Secundam Hu-gonis Grotti, Ams. Elzevir, 1644,onde faz inúmeras referências àorigem púnica dos brasileiros),deu-lhe nomeada universal. SobreLaet consulte-se o Nieuw Neder-landsch Biografisch Woordenboek, vol. 8.

Sobre a bibliografia de J. Laet cf.Tiele, P.A., Nederlandsche Bibliog-raphie van Land en Volkerkunde,1844, p. 141-143.

Traduzidos por José HiginoDuarte Pereira, os primeiros livrosdesta obra de Laet foram os mesmospublicados em Pernambuco, na Tip.do Jornal do Recife, em 1874. 4 folhe-tos, 84 p.

Souto-Maior, mais tarde, comple-tou a tradução de José Higino, se-gundo a mesma publicada pela Bi-blioteca Nacional do Rio de Janeiro,em 2 volumes, 1916-1925.

Houve uma reimpressão da edi-ção holandesa, dirigida por S. P.L’Honoré Naber e J. C. M. War-sinck, o primeiro, anotador da edi-ção holandesa de Barleus, e o segun-do, autor de magnífico estudo sobreArcizewski. A edição é de Haia,1931-37, em 4 volumes.

Sobre essa edição, W. S. Ungerescreveu uma crítica no Tijdeschrift,1932, v. 47, p. 311-312; 1933, v. 48,p. 91-92; 1935, v. 50, p. 210-211;1937, v. 52, p. 420.

Um pequeno trecho sobre o Cea-rá foi traduzido por Souto Maior epublicado na Revista da Academia Cea-rense, 1907, t. 12, p. 143. [3896]

Octroy, by de Hooghe Mogende HeerenStaten Generael verleent sende West-Indische Compagnie in date den der-den Junij 1621. Mette Ampliatien vandien ende Met accort tusschen deBevvint-hebberen ende Hooft parti-cipanten vande selve Compaingnie,met approbatie vande Hoog: endeMog. Heeren Staten Generael ghe-maeckt, In’s Graven Hage, By deVVeduwe, en Erfghenamen van wij-len Hillebrandt Iacobssz van Wouw,Ordinaris Druckers vande Hog: Mgo:Heeren Staten Generael, 1623. 36 p.

"Privilégio concedido pelos altose poderosos Estados Gerais à Com-panhia da Índias Ocidentais em datade 3 de junho de 1621, com a am-pliação e o acordo entre os diretorese os principais acionistas da mesmaCompanhia, concluído por permis-são dos Altos e Poderosos EstadosGerais."

Esta é a melhor edição, tanto as-sim que foi por diversas vezes repro-

810

Page 146: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

duzida. Este documento foi traduzi-do para o inglês e se encontra emO’Callaghan, vol. I, p. 408-410. (E.B. O’Callaghan, History of NewNetherland, N. York, 1846-48, 2vols.). [3897]

Ordonnantien ende Articvlen, beraemtby de. Hoogh Mo: Heeren Staten Ge-nerael der Guenieerde Provintien ophet toeresten ende toe-stellen van eeneVVest-Indische Compagni. Mitsgadersalle privilegien ende gherechtichehetIaer onses Heeren. S.L. 1621. 16 p.

"Decretos e artigos baixados pe-los altos e poderosos senhores Esta-dos Gerais das Províncias Unidas,sobre o estabelecimento e a organi-zação de uma Companhia das ÍndiasOcidentais. Assim como todos osprivilégios e direitos concedidos egarantidos à mesma." [3898]

Placcaet By de Hooghmo: Heeren Sta-ten Generael der Vereenighde NederIanden ghemaeckt op ’tbesluyt vandeWest-Indissche Compaignie. In’sGraven-Haghe, By Hille-brant Ia-cobssz, Ordinaris ende GheswoorenDrucker vande Ho: Ho: Heeren Sta-ten Generael, 1621. 8 p.

Trata-se do edital dos EstadosGerais dos Países-Baixos Unidos re-lativo ao estabelecimento da Com-panhia das Índias Ocidentais. [3899]

Politicq Discorvrs, over den welstandtvan dese Vereenichde Provintien nuwederomme met haren vyandt ghe-treden zijinde in openbare Oorloghe,Ende of voor de selve de Vrede ofde Oorloghe dienstigher is. Waerinne cortelijck werden beantwoordtverscheyden vraegh-poincten die deselve Landen Schyhen te raden tot

vrede ofte Bestandt: mitsgaders wae-rachtich verhael van de vruchtenwelcke den voorgaen-den Treveshaeft voort-ghebracht: End met ee-nen aenghewesen de middelen waerdoor wy onse waerde vrijheydt teg-hen den Sgangiaert sullen bescher-men, be staende insonderheydt in hetvoorderen van de West-IndischeCompagnie by de Hooch MogendeHeeren Staten Generael gheoc-troyeert. Ghetrouvvelijck inghesteltby een Lief-Hebber van het Vader-landt. T.L.B.I.E.D.V.V. In’t Jaer onsHeeren. S.L. 1622. 18 p.

"Discurso político sobre a pros-peridade destas Províncias Unidas,agora novamente em guerra abertacom os seus inimigos. Estuda-se se émais conveniente a paz, a guerra ouum armistício. Analisam-se os resul-tados das tréguas anteriores e plei-tea-se a criação da Companhia dasÍndias Ocidentais." [3900]

Usselincx, Willem. Bedenckingen overden staet vande vereenichde Neder-landen nopende de Zeevaert coop-handel ende de Gemeyne neeringeinde selvé. Ingevalle des Peys met deAerts -- Hertogen inde aen, staendevslede-handelinge getroffen wert.Dooreen lief-hebber eenes ofrechten ende bes-tandighen. Vrdes voorghestelt. Gedrucktint jaer ons Heeren. 1608.s/1. 14 pp.

Considerações sobre o estadodos Países-Baixos Unidos especial-mente do comércio marítimo. Publi-cadas em janeiro ou fevereiro de1608, procuram influenciar os nego-ciadores holandeses da paz entreHolanda e Espanha a não fazê-la, devez que, com a paz, o comércio das

811

Page 147: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

províncias do Norte declinaria e osrefugiados voltariam à terra natal.Este é o principal argumento do fo-lheto. [3901]

Usselincx, Willem. Den eder-landtschen Byecorf: Waer ghy bes-chreven vint al het gene dat nu uyt-gegaen is op den stilstant ofte vrede(seer nootsaecke-lic om te lesen vanalle Liefhebbers des Vaderlands:waer uyt men den Spaenschen aerdtmach leeren kennen omme altijt opsyn hoede te wesen) beghinnendein Mey 1607, ende noch en hebbenwy het einde niet. Ende is ghesteltop enn t’Samen sprekinge tusscheneen Vlamyng ende Hollander.Noch is hier by ghevoecht een Gle-dicht ter eeren des beghonnen Peys,tsschen Philippum den derden vandien name Coninck van Saepnien etc.Ende de Edele Groot-moghendeHeeren Staten Generael Vande gheu-nieerde Provintien. Beschermt onsHeere. Int Jaer sesthien hondert enacht nae een goede vrede wacht.

Usselincx, mercador belga, exila-do nos Países-Baixos, teve enormeinfluência na formação da Compa-nhia das Índias Ocidentais. Os fo-lhetos que publicou nos anos ante-riores à trégua de 12 anos (1609-1621) propunham o estabelecimentode colônias na América e a formaçãode uma poderosa companhia de co-mércio, com o fim de continuar aluta contra a Espanha até a liberta-ção da Bélgica. Lutou durante váriosanos pela realização de suas idéiascalvinistas, capitalistas e democráti-cas, só as vendo realizadas em 1621.A influência e importância a ele atri-

buída foi reconhecida, de certomodo, pela Companhia que o re-compensou com 1.000 florins. Estesfolhetos, de estilo simples e lingua-gem convincente, constituem osprincipais documentos para a histó-ria econômica da época. Modelos deprecisão e raciocínio lógico, possuemimportância histórica incontestável.

Esta coleção se compõe de 38opúsculos e a sua tradução é a se-guinte: "A colmeia neerlandesa, naqual encontrareis tudo quanto atéhoje se publicou sobre o armistícioou paz (leitura muito necessária paratodos os amigos da Pátria, que delapoderão deduzir o caráter espanhole ficar sempre prevenidos), come-çando em maio de 1607 e da qual atéhoje ainda não alcançamos o fim.Redigido sob a forma de diálogo en-tre um flamengo e um holandês".

Entre os folhetos principais destacoleção merecem ser citados à parteos seguintes:

"Bedenckinghen over den Staetvande vereenichde Nederlanden no-pende de zeevaert coop handel endede gemeyne neeringe inde selve. In-gevalle den Peys met de Aerts-herto-gen inde aenstaende vrede-handelin-ge getroffen wert. Door een lief-hebber eenes oprechten ende bes-tandighen Vredes voorghestelt. Ge-druckt int jaer on Heeren, 1608." 16 p.

O mesmo folheto foi publicadotambém sob título diferente:

"Grondich Discours over desenaenstaerden vrede-handel", 16 p.

É de citar-se, igualmente, o "Nae-derbedenckingen, over de zee-vaerdtcoop-handel ende Neeringhe: als

812

Page 148: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

mede de versekermgh van den Staetdeser Vereenichde Landen inde teg-henwoordighe Vrede-handelinghemet den Coninck van Spangien endede Aerts-hertoghen. Door een lief-hebber eenes oprechten, ende bes-tandighen vredes voorghestelt. Ge-druckt in het Iaar ons Heeren 1608".36 p.

Vale citar, ainda: "OnpartydichDiscours opte handelinghe vandeIndien". 8 p.

Finalmente, citamos o "Ver-toogh, hoe nootwendich, nut endeprofijtelick het sy voor de Veree-nighde Nederlanden te behouden deVryheyt van de handelen op West --Indien, inden vrede metten Coninckvaa Spaignen (s.1.s.d. 1608)". 20 p.

Franklin Jameson observou queeste folheto é uma das melhoresbrochuras holandesas do séculoXVII (cf. Wätjen, ed. brasileira, p.75). Este é de grande interesse parao Brasil, por estudar-lhe o valor co-mercial e notar, então, que não eramas minas a sua riqueza e sim o açúcare a madeira.

Muitos destes folhetos foram re-produzidos por Van Meteren, histo-riador holandês, tal a importância que,desde então, se lhes reconheceu.

O primeiro, terceiro e quinto fo-lhetos aqui citados estão registradosseparadamente devido à importân-cia de seu conteúdo em relação aoBrasil. [3902]

Usselincx, Willem. Naerder bedenckin-gen, over de Zeevaerdt coophandelende neeringhe: Alsmede déverse lie-ringhe van den Staet deser verienich-de handen in de teghenwoordighe

vrede hande-linghe met den Coninckvan Spangnien ende de Aerts-hertog-hen. Door een lief-hebber eenesoprechten, ende bestangighen vredesvoorghestelt. Ghedruckt in het Iaerons Heeren 1608. 44 pp.

Ulteriores considerações sobre ocomércio marítimo e o tráfico. Pu-blicadas em junho de 1608, desen-volvem as considerações do folhetoanterior. Seu conteúdo político --contra a paz com Espanha -- tem fi-nalidade econômica: formar a Com-panhia das Índias Ocidentais. O esti-lo deste folheto é mais vigoroso doque o de Bedenckingen. Há outraedição de 34 pp. [3903]

Usselincx, Willem. Vertoogh, hoe noot-vendich, nut ende profijtelick het syvoor de vereenighde Nederlanden tebehouden de Vujhujt vande handelenop West-Indien, inden vrede mettenConinck van Spaignen. s/ed. (1608)20 p.

Exposição de como é necessário,útil e proveitoso aos Países-Baixospreservar a liberdade de comérciocom as Índias Ocidentais, na pazcom o rei de Espanha. Foi publicadaentre março e agosto de 1608, quan-do as negociações entre Espanha eHolanda se processavam. Usselincxfundamenta neste folheto as razõesde sua atitude contra a paz e a favorda companhia de comércio e nave-gação. Apresenta grande interesseeconômico, pois descreve o comér-cio das Índias Ocidentais. Jamesonconsidera a Exposição como um dosmelhores folhetos econômicos doséculo XVII. Foi feita tradução por-tuguesa das três principais páginas

813

Page 149: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

que se referem diretamente ao Brasil.Cf. José Honório Rodrigues, Usse-lincx e a formação da Companhiadas Índias Ocidentais, in Brasil Açu-careiro, setembro de 1944 (págs. 39-40). Sobre o folheto cf. J.F. Jame-son, Willen Usselincx, New York,Putnam’sons, 1887, pág. 45. [3904]

Voortganck vande West -- IndischeCompaignie. Dat is: Levendigh Dis-cours Duydelick ende krachtelijckverthoonen-de hoe noctwendighende profijtelijck voor den staet van-de Landen in het gemoen ende aller-ley inwoonders in het particulier syden voorgang vande langh-ghe-wenschte West-Indische Com-paignie ende met wat vlijt endeernst elck Patriot na sijn vermog-hen moet helpen arbeyden om deselve metten eersten in treyn tedoen brengh en. Gestelt door eenoprecht Patriot ende Liefhebbervanden gemeenem welstant. T’-Amstelredam. Voor Marten Iansz:Brandt, Boeck-verkooper by deNieuwe Kerck inde Gereformeer-de Catechismus, 1623. 20 p.

Estudam-se neste folheto as van-tagens que advêm para o país do su-cesso da Companhia das Índias Oci-dentais e como cada patriota pode,com zelo e diligência, trabalhar paraque este fim se cumpra com maiorbrevidade.

Segundo E. Laspeyres, Gehichteder volkswirthschaftlichen Ans-chauungen der Niederlaender, estefolheto é atribuído a Usselincx; mastal hipótese não é confirmada nempor O. van Rees, em sua Geschi-edenis der Koloniale Politick, nem por

J. Franklin Jameson, em seu livroWillem Usselincx, founder of the Dutchand Swedish W.I. Companies, N. York,1887. p. 75. [3905]

b. União da Companhia das Índias Orientais e Ocidentais: 1644-1646.

Aenwysinge: Datmen vande Oost enWest-Indische Compagnien eenCompagnie dient te maken. Mitsga-ders Twintich Consideratien op deTrafyque, Zeevaert en Commertiedeser Landen, Concordiâ res paruaecrescun. In’s Graven-Haghe, 1644.36 p.

Projeto para a união das Compa-nhias das Índias Orientais e Ociden-tais, acompanhado de vinte conside-rações sobre o tráfico, a navegação eo comércio dessas regiões.

As dificuldades que a Companhiadas Índias Ocidentais experimentouno Brasil, nas guerras aqui travadas,inspiraram essa união, que aumenta-ria as forças holandesas. É de se la-mentar o anonimato desta obra, por-que seu autor se mostra bem infor-mado sobre o estado do Brasil na-quela época e dá pormenores inte-ressantes sobre a história da coloni-zação na América do Sul. [3906]

Consideratie Overgelevert by de Hee-ren Bewinthebberen van de Oost-Indische Compagnie. Aen de Ede-le Groot-Moghende Heeren Statenvan Hollant ende West-VrieslantWaeromme het voor de selve Com-pagnie onmogelick ende ondienstighis, om met de West-Indische Com-pagnie te teden in handelinge, ombeyde onder een Octroy ende Socie-teyt gebracht te worden. In’s Gra-

814

Page 150: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ven-Haghe, By Jan Fransen Boeck-verkooper, 1644. 20 p.

Nestas considerações apresenta-das pelos diretores da Companhiadas Índias Orientais, mostra-se por-que lhes parecia impossível e des-vantajoso entrar em negociaçõescom a Companhia das Índias Oci-dentais, a fim de realizar a projetadaunião das duas companhias. [3907]

Kort discours, ofte naardere verklaringevan de onderstaende V. Poincten, IAengaende de verlichtinghe die de-sen staat heeft ghenooten, door deoprechtinghe en Oorloghen van deWest-Indische Compagnie, 2 Datmendeselve Compagnie, met die vande Oost, of hare beyde Octroyen, ve-reenigende, nu ongelijckl meerderverlichtinge... sal kounen erlangen,etc. Ghedruckt voor een Lief-hebbervan ’tVaderlant. S.L. 1644. 36 p.

Neste discurso analisam-se cincodiferentes pontos relativos à ajudaque o Estado das Províncias Unidasobteve através das conquistas e guer-ras sustentadas pela Companhia dasÍndias Ocidentais, e à necessidade deunião das duas Companhias numamesma sociedade, desenvolvendo-sea respeito desse ponto vários e im-portantes argumentos. [3908]

Ooghen-Salve tot verlichtinghe, vanalle participanten, so vande Ooste,ende West-Indische Compagnien,Mitsgaders Verscheyden notabeleConsideratien, aengaende de veree-ninghe van de Oost-ende-West-In-dische Compaignien, met malkan-deren. Leest zonder voor-cordeeltotten eynde. In’s Graven-Haghe,1644. 36 p.

Neste folheto, desenvolvem-sevárias considerações tendentes a de-monstrar aos acionistas das Compa-nhias das Índias Orientais e Ociden-tais a conveniência da fusão dasmesmas. [3909]

Remonstrantie ende Consideratie Aen-gaende De Vereeninghe vandeOost ende West-Indische Com-pagnie: Eerste aende... Staten vanHollandt ende West-Vrieslandt, endeop den 13en Februarij... aende... Sta-ten Generael der Vereenichde Ne-derlanden. Ende Aen sijmn Hoog-heijt den Heere Prince van Orangien,etc. overghegheven Door de Gede-puteerde... Bewinthebberen vandeGoectroyeerde West-Indische Com-pagnie... In’s Gravenhage, Ghedrucktvoor Lieven de Langhe, 1644. 40 p.

Demonstração e consideraçõessobre a união das duas Companhiasapresentadas pelos diretores daCompanhia das Índias Orientais aosEstados da Holanda e da Frísia Oci-dental, e, em 13 de fevereiro de1644, aos Estados Gerais e ao Prín-cipe de Orange. [3910]

Schaede Die Den Staet der Veree-nichde Nederlanden, en d’Inghese-tenen van din, is aenstaende, by deversuymenisse van d’Oost en West-Indische Negotie onder een Octroyen Societeyt te begrijpen. DiscordiaRes Magnae Dilabuntur. In’s Gra-ven-Haghe, Voor Ian Veeli, Boeck-verkooper woonende in’t Gortstraet-jen, 1644. 52 p.

Tratam-se neste folheto dos pre-juízos que ameaçam o Estado dasProvíncias Unidas e seus habitantes,por negligenciarem a união do comér-

815

Page 151: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

cio oriental e ocidental sob uma mesmae outorgada Companhia. [3911]

Tvvee Deductien, aen-gaende de Veree-ninge van d’Oost ende West-Indis-che Compagnien aen de Ed: GrootMog: Heeren Staten van Hollandtende West-Vrieslandt vande West-Indische Compagnie over-gelevert.Concordia res parvae crescunt. In’sGraven-Haghe, By Ian Veely, 1644.22 p.

A Companhia das Índias Ociden-tais apresentou aos Estados da Ho-landa e da Frísia Ocidental estasduas deduções sobre a fusão dasmencionadas Companhias. Cita oautor numerosos detalhes históri-cos sobre o comércio e as hostili-dades dos holandeses nas costasdo Brasil e nas Índias Ocidentais eOrientais. [3912]

c. Situação da Companhia dasÍndias Ocidentais: 1649-1653.

Amsterdams Dam-Praetje, van Watouts en wat nieuws. En wat vreemts.Tot Amsterdam, by Ian van Soest,1649. 40 p.

Palestra nas ruas de Amsterdã so-bre coisas velhas, coisas novas e coi-sas estranhas.

Todas essas palestras tratam prin-cipalmente da situação da Compa-nhia das Índias Ocidentais e da pos-sível perda do Brasil. [3913]

Amsterdams Tafel-Praetje, van watgoets en wat quaets en wat noodichs.Tot Gouda. By Iasper Gornelisz,Boeckooper woonende op de Cingel,1649. 32 p.

Palestra à mesa, em Amsterdã,sobre certos assuntos bons, maus enecessários. [3914]

Amsterdams Wuur-Praetje, van ’tEen ende ’t ander datter nu omgaet. t’Amstelredã, Gedruckt byClaes Pietersz Boeckverkooper,1649. 36 p.

Palestra à lareira, em Amsterdã,sobre vários assuntos discutidos pre-sentemente nesta cidade. [3915]

Amsterdamsche Veerman op Middel-burgh. Tot Vlissingen, Gedruckt byJ.J. Pieck (pseud.)... 1650. 12 p.

Conversação sobre as intrigasdos diretores da Companhia dasÍndias Ocidentais. A edição é amesma da do "Amsterdamsche --Tal --, Dam --, Vuur --, Praetjes van1649". [3916]

Brasyls Schuvt-Praetjen Ghehoudentusschen een Dfficier, cen Do-mine en een Coopman, noopendeden Staet van Brasyl: Mede hoe deOfficieren en Soldaten tegenwoor-dich aldaer ghetracteert werden, enhoe men placht te leven ten tydedoen de Portogysen noch onderhet onverdraeghlijck lock der Hol-landeren saten. Dit door een onpar-ty-dich toe hoorder gheannoteert.Ghedruckt inde West-Indische Ka-mer by Maerten. Daer het gelt soolustich klinckt alsser zijn Aepstaer-ten, 1649. 24 p.

Trata-se de uma palestra a bordosobre o Brasil, entre um oficial, umreverendo e um negociante, versan-do sobre o estado do Brasil e sobreo modo pelo qual são tratados, ali,os oficiais e soldados. Mostra-se,também, a maneira pela qual os por-

816

Page 152: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

tugueses viviam sob o jugo intolerá-vel dos holandeses.

Asher, nas p. 183 a 200, estudouminuciosamente vários folhetos quetratam do objeto aqui versado, ondepode ser observada a parte que oembaixador português teve na com-posição dos mesmos. [3917]

Copye van de Resolutie van de Hee-ren Burgemeesters end Raden totAmsterdam. Op’t stuck vandeWest-Indische Compagnie. Geno-men in Augusto, 1649. 16 p.

Decisão dos senhores síndicos econselheiros de Amsterdã a res-peito da Companhia das ÍndiasOcidentais, tomada em agosto de1649. [3918]

Examen vande Valsche resolutie van-de Heeren Burgemeesters endeRaden tot Amsterdam. Op ’t Stuckvande West-Indische Compagnie.Tot Amsterdã, By Abraham deBruyn by de Regeliers-poort, 1649.36 p.

Exame da resolução errada dossenhores síndicos e conselheiros emAmsterdã sobre a Companhia dasÍndias Ocidentais. [3919]

Haerlems Schuyt-praetjen op’t Re-dres vande West-Indische Com-pagnie. S.L., 1649. 24 p.

Palestra a bordo, em Harlem, so-bre o reerguimento da Companhiadas Índias Ocidentais. [3920]

Remonstrantie van de Hooft-partijci-panten ende geintresseerde vandeWest-Indische Compagnie aenalle de Regenten des Vader-landts: versoeckende een spoedigheeffectieve assistentie tot meyntenuevan de selfde teghen alle de ghene

diese soecken te dissollveren en teruyneren. Ghedruckt in’t Iaer onsesHeeren, 1649. 16 p.

Trata-se de uma representaçãodos principais acionistas e interessa-dos da Companhia das Índias Oci-dentais a todos os governadores dapátria, pedindo-lhes seu rápido e efe-tivo auxílio contra todos aqueles quetentam arruiná-los. [3921]

Vertoogh, Over den Toestant derWest-Indische Compagnie, in Haerbegin, midden, ende eynde, metEen Remedie tot Redres van de-selve, Eerste Deel. Gdrvct totRottrdam. By Iohannes van Roon,1651. 14 p.

Relatório sobre o estado da Com-panhia das Índias Ocidentais desdeseu princípio, meio e fim, com umremédio para reerguê-la. Primeiraparte.

Segundo Acher, somente essa pri-meira parte foi publicada. [3922]

West-Indisch Discours, verhandelen-de de west-indische saecken. Hoedie weder verbetert mogen worden,ten besten der Gemente, en’t seec-kerst voor de Compagnie. Genera-lijck outworpen by maniere van Sa-men spraeck tusschen een Middel-burger em Haegenaer. S.L., 1653.16 p.

Este folheto é de grande impor-tância para o conhecimento da opi-nião pública na Holanda sobre o es-tado da Companhia das Índias Oci-dentais e o estabelecimento dos ho-landeses no Brasil e na Nova Holan-da. Foi traduzido em português porHipólito Overmeer, sob o título Con-ferência sobre as Índias Occidentais. Rio

817

Page 153: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

de Janeiro, Ed. Record, s.d. A tradu-ção apresenta uma introdução e ano-tações por Cláudio Ribeiro de Lessa.[3923]

De Zeeusche Verre-Kyker. Ghedruckttot Vlissingen in ’t Groene Wout,Daermen soo veel vande Capershout, 1649. 16 p.

O telescópio da Zelândia. Violen-to ataque contra a Companhia dasÍndias Ocidentais e a sua administra-ção no Brasil. O autor deste folheto,segunto Tiele, é, provavelmente, omesmo escritor do Brasyls Schuyt-Praetjen.

Os folhetos de nos 23-26, escri-tos em forma de diálogo, e conten-do ataques violentos e veementescontra a Companhia das ÍndiasOcidentais e seus negócios no Bra-sil, não só contêm detalhes curio-sos e importantes, como tentamprovar a justiça da causa portugue-sa e os vícios daquela associaçãocomercial. São atribuídos, por As-her, à influência do embaixador por-tuguês em Haia, Francisco de SousaCoutinho. [3924]

d. História das Índias Ocidentais.

Laet, Johannes de. Nieuwe Wereldt ofteBeschrijvinghe van West-Indien, wtveelerhande schriften ende aen-tee-keningen van verscheden natien byeen versamelt door Ioannes de Laet,ende met noodighe Kaerten ende ta-fels voorsien. Tot Leyden, In deDruckerye van Isaack Elzevier, Anno1625. 526 p.

Neste volume interessa ao Brasilo livro 14º; é também de interesse olivro 15º, onde se trata do Amazo-nas. A 2ª edição, melhorada e au-

mentada, com algumas novas estam-pas, é a mais recomendada. É tam-bém de Leide, pelos Elzeviers, anode 1630. Embora deixe muito a de-sejar em relação à História ou Anaisdos feitos da Companhia das Índias Oci-dentais, o "Novo Mundo" é obra va-liosa e fundamental, porque estácheia de excelentes pesquisas sobreos estabelecimentos europeus naAmérica e também sobre o caráter ecostumes dos indígenas. A primeiraedição holandesa (1625) só atingerealmente a tomada da Bahia; masnas edições subseqüentes, publicadasquando outros acontecimentos já sehaviam desenrolado (2ª ed., 1630; 3ªed. latina, 1633; 4ª ed. francesa,1640), o autor foi mais adiante e as-sim, nesta última, relata não só o sa-que de 1628 por Piet PieterszonHeyn à Bahia (cf. P. 524), comotambém a conquista de Olinda (p.531-533), de Itamaracá (p. 534), daParaíba (1635, p. 537) e do RioGrande (1634, p. 541). Da ediçãofrancesa foram traduzidos para oespanhol alguns fragmentos e pu-blicados por Alejandro Tapia y Ri-vera na Biblioteca Histórica dePuerto Rico, Puerto Rico, Impren-ta de Márquez. 1854-1857. Frag-mentos foram também publicadosna obra de Fernando José GeigelSabat sobre Balduino Enrico. Barce-lona, Araluce, 1934. [3925]

Montanus, Arnoldus. De Nieuwe enOnbekende Weereld: of Beschry-ving van America en ’T Zuid-Land,Vervaetende d’Oorsprong derAmerecaenen en Zuidlanders, ge-denkaerdige togten derwaerds, ...Door Arnoldus Montanus. t’Ams-

818

Page 154: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

terdam, by Jacob Meurs, 1671. 586 p.Mapas.

Sobre esta obra, o melhor juízocrítico que até hoje se fez foi o es-crito por Alfredo de Carvalho sobo título: Dapper e Montanus. Contro-vérsia bibliográfica. Separata do nº77 da Rev. Inst. Arq. e Geo. Pern.,Recife, Tip. do Jornal do Recife,1910, 32 p.

Aí diz Alfredo de Carvalho que épreciso reparar a injustiça de quetem sido vítima Arnoldus Montanuse escreve: "A compilação do discretopregador orangista não é tão despro-vida de mérito, como se tem geral-mente afirmado; além de consultarconscienciosamente todo o materialimpresso então existente, ele valeu-se, ainda, de documentos manuscri-tos, conforme demonstrou Asher naparte relativa a N. Neerlândia, naqual, entre as coisas mencionadas,algumas há de que ele é o primeiro,senão o único informante". (Obr.cit., p. 369).

Em 1673, foi publicada uma tra-dução alemã desta obra, em Amster-dam, por Jacob von Meurs. A cir-cunstância de constarem na folha derosto dessa tradução as iniciais O.D.levou alguns bibliógrafos a julgarque se tratava de um plágio de Ol-fert Dapper, médico e historiadorholandês. Conforme explicou con-vincentemente Alfredo de Carvalho,não se trata de plágio, pois o fato dea obra ter sido editada e gravadapelo mesmo editor e gravador da deArnoldus Montanus impedia o rou-bo literário. O próprio tradutor édesconhecido, podendo-se, contudo,

conjecturar que tivesse sido JohannChristoph Beer (cf. Alfredo de Car-valho. obr. cit., p. 365).

As iniciais de Olfert Dapper na fo-lha de rosto de Dis Unbekante Neue Weltse prendem, provavelmente, à questãoda licença para publicação da obra.

Olfert Dapper era nome sobeja-mente conhecido e famoso na época,para se apropriar de obra de outro his-toriador também bastante conhecido.Sobre o editor reside a inteira respon-sabilidade do fato, pois tendo obtidoprivilégio para publicação da obra emholandês, de autoria de ArnoldusMontanus, em 1671, e tendo tambémobtido privilégio para publicação doconjunto da coleção histórico-geográ-fica que abrangia os livros de O. Dap-per sobre a Ásia e a África, preferiu,em 1673, por circunstância de econo-mia, talvez, já que não possuía licençaespecial para publicação da obra deMontanus em alemão, mas a possuíapara a coleção, juntar o privilégio im-perial em que se concedia licença paraa edição da obra de Dapper. Como oprivilégio se referia a O. Dapper, é fá-cil perceber o erro de atribuição de au-toria que daí se originou.

M. J. C. Maunling publicou emFrankfurt e Leipzig, por Michael Rohr-lachs, um Dapperus Exoticus, contendoexcertos relativos à América, Ásia eÁfrica, onde a parte relativa ao Brasilocorre entre as p. 120-161 e a relativaao Amazonas entre as p. 161-164. Estaobra se compõe de 2 volumes, sendoque o 1º trata apenas da África.

É por todas estas razões que o li-vro de Olfert Dapper (1636-1689)não é registrado separadamente nes-ta bibliografia.

819

Page 155: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Arnoldus Montanus (1625?-1683)foi a princípio predicante em Schel-lingwoude, e mais tarde (1657-1683)em Schoonhoven, onde foi tambémreitor da escola latina. Sua bibliografiaé imensa, escreveu sobre o Oriente(De Wonderen van t’Oosten, Amst.,1650), sobre Frederico Henrique (Le-ven en bedrijf van Frederik Hendrik,Amst., 1645), sobre o Príncipe deOrange (Leven en bedrijf van WillemHendrik, Amst., 1677). Cf. te Winkel,Outwikkelingsgang der Nederiandsch,Letterkunde, II, 557-559. [3926]

2. FONTES GERAIS DE INTERESSEPARA A HISTÓRIA DOS

HOLANDESES NO BRASIL

a. Histórias Gerais

Handelmann, Heinrich. Geschichte vonBrasilien. Berlin, Julius Springer, 1860.XXIV, 989 p.

O Instituto Histórico e Geográfi-co Brasileiro publicou no vol. 162, t.108 de sua revista uma tradução des-ta obra, feita por Lúcia FurquimLahmeyer e revista pelo Gen. Bert-holdo Klinger, Rio de Janeiro, Im-prensa Nacional, 1931.

Handelmann dedicou dois mag-níficos capítulos ao período holan-dês no Brasil. São os capítulos 5 e 6,que ocorrem entre as p. 169-260 daedição brasileira. As observações crí-ticas e interpretações sociológicasque aí se encontram dão realce aoseu trabalho. [3927]

Hauser, Henri. La prépondérance espagnole(1559-1660). Paris, Librairie Félix Al-can, 1933. 594 p. (Collection Halp-hen et Xagnac).

Trata-se de uma obra históricade valor excepcional. Dá-nos umavisão de conjunto da situação eu-ropéia na época em que a Holan-da, França e Inglaterra iniciavamsua luta contra a preponderânciaespanhola. As guerras holandesasno Brasil ficam assim enquadra-das na situação internacionalcomo meros capítulos da expan-são do Imperialismo colonial eu-ropeu na luta pela hegemonia noVelho Continente. [3928]

Meneses, D. Luís de, conde de Ericeira.História de Portugal restaurado, oferecidaao sereníssimo príncipe Dom Pedro NossoSenhor. Lisboa, 1679-1698.

D. Luís de Meneses, terceiroconde de Ericeira, nascido em1632 e falecido em 1690, escreveusobre os vinte primeiros anos pos-teriores à restauração de Portugal;esta obra merece dos estudiososboa reputação, por tratar-se decontemporâneo conhecedor dossucessos que envolveram Portugale o Brasil entre os anos de 1640 e1668.

Livro claro e sério, fornece boainformação sobre as lutas portugue-sas contra a Espanha e a Holanda,na época mais grave de sua história.A parte diplomática destas lutas -- aque deu tanto relevo -- mereceu críti-cas de outro contemporâneo seu.(Cf. Antônio Vieira, Carta ao condede Ericeira, in Obras Inéditas, edi. J.M.Seabra, 3º t. p. 115-132). Este mes-mo reconheceu e admirou, "o méto-do, a ordem, a disposição, a felicida-de e facilidade", e "outras excelênciasde que se pode compor no grão

820

Page 156: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

sumo o mais perfeito historiador"(Cf. Carta ao conde de Ericeira, inCartas de Antônio Vieira, ed. J.M. Sea-bra, 1855, p. 159-160). [3929]

Southey, Robert. History of Brazil. Lon-don, printed for Longman, Hurst,Rees, and Orme, 1810-19. 3 v.

Foi feita uma tradução para oportuguês por Luís Joaquim de Oli-veira Castro, que saiu anotada peloCônego Dr. J. C. Fernandes Pinhei-ro. Foi editada no Rio de Janeiro, Li-vraria Garnier, 1862, em 6 v.

Southey foi o primeiro a escreveruma história geral do Brasil e o pri-meiro a consultar livros e folhetosholandeses. As apreciações críticasde Varnhagen a Southey, como ob-servou Capistrano de Abreu, são deinjustiça flagrante. Ele não consultouos documentos portugueses da Tor-re do Tombo e da biblioteca deÉvora, mas as pesquisas históricasrealizadas em outras fontes portu-guesas, francesas e holandesas e a fi-delidade histórica com que escreveusua obra tornam-na de consulta in-dispensável.

Sobre R. Southey Cf. OliveiraLima -- Robert Southey (in Rev. Inst.Hist. Georg. Bras., t. LXVIII, p. II,1907, p. 233-252). O. Lima conside-ra a História de Southey como amais conscienciosa, detalhada e exa-ta antes de Varnhagen, a mais literá-ria, formosa e cativante mesmo de-pois de Varnhagen. [3930]

Varnhagen, Francisco Adolfo de, Vis-conde de Porto-Seguro. História Geraldo Brasil antes da sua separação e inde-pendencia de Portugal. 3ª ed. S. Paulo,Companhia Melhoramentos, s.d. 5 v.

O trabalho traz uma introduçãode Rodolfo Garcia e notas de Capis-trano de Abreu e Rodolfo Garcia.

A terceira edição completa (4ª ed.do 1º vol.) é a melhor e a indicadapara o estudo do período holandês noBrasil. Embora se trate de obra geral, aHistória de Varnhagen, devido às no-tas de Rodolfo Garcia, se impõe comoum dos melhores tratados sobre a ma-téria. Rodolfo Garcia corrigiu citaçõesimportantes de Varnhagen, esclareceufatos e datas e publicou importantesdocumentos, atualizando esta obra deacordo com novas pesquisas.

Pode-se dizer, sem hesitação, quedepois dessa edição, dirigida por Ro-dolfo Garcia, a melhor obra brasilei-ra sobre os holandeses no Brasil é,até hoje, esta história geral. Melhormesmo que a própria obra especiali-zada de Varnhagen sobre o assunto:a História das Lutas dos Holandeses noBrasil, que foi escrita depois de con-cluída a História geral.

Enquanto esta última era reedita-da com notas e esclarecimentos quea tornavam obra definitiva, a Histó-ria das lutas nunca foi revista porhistoriadores autorizados, que lheanotassem os erros e falhas, ou lheacentuassem os valores (1ª ed. 1871;2ª 1872).

A melhor bibliografia de Varnha-gen é a escrita por Rodolfo Garcia,que se encontra no 2º tomo destamesma História Geral p. 436-452.Afora este trabalho, convém indicaros dois magníficos estudos de Capis-trano de Abreu, no 1º e 3º tomos daHistória Geral, p. 502-502 e 435-444,respectivamente.

821

Page 157: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

A primeira edição desta obra foipublicada em 1854-57, em dois volu-mes. Rio de Janeiro, Laemmert (Ma-drid, Imprensa de V. de Domingueze de J. del Rio) A segunda "muitoaumentada e melhorada pelo autor",foi publicada em 1877, também emdois volumes, Rio de Janeiro, Laem-mert (Viena, Imprensa do filho deCarlos Gerold).

Sobre F.A. de Varnhagen consul-te-se Conferência de Pedro Lessa, Rev. doInstituto Histórico e Geográfico Brasileiro,t. 80, 1916, p. 614-665; Capistranode Abreu, Necrológio, in I tomodeste livro, p. 502-508, e no tomoIII, p. 435-444; Rodolfo Garcia, En-saio Biobibliográfico, tomo II, p.436-452. [3931]

b. História da Holanda

Aitzema, Lieuwe Van. Saken van Staeten Oorlogh. In, ende omtrent de Ve-reenigde Nederlanden (1621-1669)Door d’Heer Lieuwe van Aitzema.In’s Graven-Haghe, by Johan Veely,Johan Tongerloo, ende Jasper Doll.1669-1672. 7 vols.

A grande importância deste tra-balho consiste no vasto material dedocumentos originais, instruções,tratados, memórias dos embaixado-res, resoluções dos Estados Gerais,que, em parte alguma, se podem en-contrar juntos. As relações do autorcom os mais altos funcionários doEstado possibilitaram-lhe colecionaros mais variados documentos. Éfato sabido que Aitzema recorreu àcorrupção e a outros meios para jun-tar documentos autênticos, que tor-

nam seu trabalho uma das mais ricase valiosas fontes existentes.

Esta história dos negócios deestado e da guerra vale, sobretudo,pelas numerosas peças oficiais queaí estão inseridas. O autor, que foiministro das cidades hanseáticas naInglaterra e na Holanda, pôde so-correr-se de excelentes fontes.

Esta obra capital foi continuadapor L. Sylvius, sob o título: "Histo-rien onses Tijds, behelzende sakenvan staat en Oorlogh, voorgevallenin en omtrent de Nederlanden, endoor geheel Europa, Mitsgaders inmeest alle de andere deelen des We-relds. Beginnende met het Jear 1669daar het de Heer Lieuwe van Aitze-ma heeft gelaten;... (1669-1697) doorDen Heer L. Sylvius. T’ Amsterdam,By Jan ter Hoorn, en Jan Bouman;...1685-1699".

A obra de Aitzema, com o suple-mento de Sylvius, constitui a obramais importante publicada na Ho-landa para a história do século XVII.

Lieuwe (Leo) van Aitzema (1600-1669) nasceu em Dokkum, formou-se em Orleans, e em 1629 repre-sentou as cidades hanseáticas emHaia. Suas relações com os embaixa-dores franceses e ingleses permiti-ram-lhe um conhecimento mais ínti-mo dos negócios políticos europeus.Escreveu vários outros trabalhoshistóricos, inclusive Herstelde Leeuw(Amst. 1655, Haia, 1671), traduzidopara o inglês (Notable Revolution,Haia, 1652, London, 1653). Estetrabalho descreve os acontecimen-tos entre 1650-1651. Saken en Oor-log foi primeiramente editado sob o

822

Page 158: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

título Histoire of Verhael (Haia,1657-58, 12 t.). Depois de suamorte é que a obra tomou o títulocom que é registrado aqui. Sobreseu trabalho cf. R. J. Fruin, Vers-preide Geschriften, Haia, 1901, VIII,p. 66 e segs.

Boa monografia sobre Aitzemaencontra-se em Goethals, Lecturesrelatives à L’Histoire des sciences, I,p. 161 e segs. CF. também Eekof,Nieuwe Friesche Volksalmanak,1856, p. 73 e segs. G. Mees, Neder-land, 1862, I, p. 35 e segs. [3932]

Baudartium, Gulielmum. Memo-ryen ofte Cort Verhael der Ghedenck-Weerdichste so Kercklicke als werltlickGeschiedenissen van Nederlande Vranck-rijck, Hooghdustschaland, Groot Britan-nyen, Hispanien, Italyen, Hungaryen, Bo-hemen, Savoyen, Sevenburghen ende Tur-kyen. Van den Jaere 1603 tot in hetJaere 1624. Beschreven door... vanDeynse. Tot Zutphen. Tweelde Edi-te grootelick vermeerdert, By An-dries Jansz Vanchelst, 1624-25. 2 v.

É esta, talvez, uma das melhoresobras sobre a época. Junto com Ait-zema é dos melhores repositórios dedocumentos do século XVII.

Compõe-se, principalmente, dedocumentos, folhetos, etc., de todaimportância não só para a história daEuropa, como, sobretudo, para ados Países-Baixos, e também a doBrasil.

Afora a divulgação do Folheto deMoerbeeck (nº 67), refere-se à con-quista da Bahia (p. 72-78, livro XVI),aos costumes do povo (p. 81-96, li-vro XVI) aos preparativos do Rei deEspanha para a reconquista da Bahia

(p. 80-81), etc. Divulga J. Léry e J.Linschoten.

Trata-se de obra muito rara, quetem sido injustamente esquecida, emrelação ao trabalho de Aitzema,conquanto seja mais rico na docu-mentação. [3933]

Commelyn, Isaak. Frederick Hendrick vanNassauw, prince van Orangien, syn kevenen bedryf. Amst., J. Janssonius, 1651. 2t. em 1 vol.

Trata-se de obra panegírica aosfeitos de Frederico Henrique (1584-1647), príncipe no período áureo dasProvíncias Unidas.

Oferece-nos alguns trechos degrande interesse para a história dosholandeses no Brasil.

Obra contemporânea aos aconte-cimentos, ela registra, em suas pági-nas, todos os principais sucessos quese desenrolaram durante as lutas ho-landesas.

Interpretando os acontecimentosdo ponto de vista holandês, alcançaaté o ano de 1647.

Foi traduzido para o francês em1656, sob o título: Histoire de la Vie& Actes mémorables de Frederic Henry deNassau Prince d’Orange. Amsterdam,Chez la Veufve & les Heritiers deIudocus Ianssonius, 1656.

Os trechos relativos ao Brasil fo-ram traduzidos para o português porJosé de Campos Novais, que se ser-viu de versão francesa. Foram publi-cados na Revista do Centro de Ciências,Letras e Artes de Campinas, em de-zembro de 1907, nº 16, São Paulo,1907, p. 91-125. O tradutor brasilei-ro atribuiu a esta obra importânciaexcessiva.

823

Page 159: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Isaac Commelyn (1598-1676) foilivreiro e cronista. [3934]

Serionne, Jacques Accarias de. Les interêtsdes nations de l’Europe, developés relativa-ment au Commerce. Tome Premier. Lei-de Chez Elie Luzac, 1766. 2 v.

Trata-se de uma das mais valiosasobras sobre a expansão, o comércioe a preponderância holandesas noséculo XVII, dentro do quadro dasnações européias.

Foi traduzido para o alemão, sobo título: Die Vortheile der Voeker durchdie Handlung. (Übersetzt von Chr. Fr.Juenger). Leipzig, 1766. 2 vol.

Esta obra é atribuída à autoriado mesmo autor da Riqueza da Ho-landa. [3935]

Serionne, Jacques Accarias de. La richessede la Hollande, ouvrage dans lequel on ex-pose l’origine du commerce & de la puis-sance des hollandois, et accroissement succes-sif de leur commerce & de leur navigation:les causes qui ont contribué à leurs progrès,celles qui tendent à les detruire, & lesmoyens qui peuvent servir à les relever.Tome Premier. A Londres, Aux de-pens de la Compagnie, 1778. 2 v.

Esta obra, uma das mais impor-tantes e completas sobre o comércioholandês em todas as partes domundo, foi, nos anos de 1780 e1781, traduzida para o holandês porElias Luzac e por ele mesmo ampla-mente aumentada e documentada.

Na maior extensão dos assuntosdebatidos, na publicação de cerca de40 documentos relativos à Compa-nhia das Índias Ocidentais, reside asuperioridade da edição holandesasobre a edição francesa.

A edição holandesa leva o seguin-te título: Hollands Rijkdom... Te Ley-den, Bij Luzac en Van Damme, 1780-81. 4 vols.

Segundo Nestcher, existe umatradução alemã, de Lüders, sob o tí-tulo Geschichte des hollandischen Han-dels. Leipzig. 1788. [3936]

Thysii, Antonii J. C. Historia Navalis, siveCeleberrimorum Praeliorum quae Mari abantiquissimis temporibus usque ad PacemHispanicam Batavi, Foederatiq; Belgae, utplurimum victores gesserunt descriptio.Lugduni Batavorum, Joannis Maire,1658. 305 p.

Antonio Thysius (1603-1665), fa-moso humanista holandês do séculoXVII, publicou várias obras sobre ahistória da Holanda, alguns poemasgratulatórios a Maurício de Nassau,Piet Heyn e outras figuras das inva-sões holandesas no Brasil, e escreveunesta obra vários capítulos de inte-resse especial para a nossa história.Tais são os capítulos sobre a expedi-ção dirigida por Willekens e PietHeyn contra a Bahia, o ataque dePiet Heyn também à Bahia, a expedi-ção de Loncq, a luta naval entreAdriaen Pater e Antonio D’Oquen-do, a pugna naval entre CorneliszJol, o célebre Pé-de-Pau, a Armada es-panhola, as lutas navais de 1640 e asvitórias de Lichthart sobre navios lu-sitanos e várias outras descrições decombates navais entre holandeses eluso-espanhóis. [3937]

Tjassens, Johan. Zee-Politie Der Vereeni-ched Nederlanden. Verthout in een Ta-fel Ende twee Kleyne Boecken, bes-chreven. Door... Waer achter ghe-volcht zijn eeinghe saeckern tot ou-

824

Page 160: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

derrechtinge en Kenisse tot de Politiedienende. In’s Graven-hage, By Jo-han Veely, Boeckverkooper in deGort-Straet, 1652. 276 p.

Esta obra -- Política Marítima dasProvíncias Unidas (1ª ed. 1652, 2ª ed.,1669, consideravelmente aumentadae muito rara) -- contém muitos da-dos sobre a história da navegaçãoholandesa para as Índias Ocidentaise Orientais, bem como informaçõesvaliosas sobre as duas companhias.É uma das primeiras obras sobrepolítica marítima. Contém documen-tos originais, tais como ordenanças,editais, etc. Trata-se, ao mesmo tem-po, de uma fonte de direito maríti-mo, reproduzindo os direitos, deve-res, concessões e outorgas, regula-mentos, ordens e resoluções dasgrandes Companhias das Índias.Contém materiais tão importantespara a sua história quanto os que seencontram no Groot Placcaetboeck.

Tjassen foi autor de um livro es-pecial sobre direito marítimo (’t Boeckder Zeerechten, Middelburgh, F.Kroock, 1664.) [3938]

Wassenaer, Nicolaas. Historisch Verhaelalder ghedenc]-weerdichte geschiedenisse, diehier en daer in Europa, als in Duyts-chlandt, Vrankrijck, Enghelandt, Spaeng-nie, Hungrijen, Polen, Sevenberghen, Wal-lachien, Moldaviers, Turckijen en Neder-lant, van den beginne des jaers 1621: totden Hefst toe, voergevallen syn, door Doct.1622-35. 21 v.

Importante publicação, em que seregistravam os acontecimentos mun-diais da época. O 2º vol. tem interes-se especial para o Brasil, contendorelação detalhada das expedições

contra a Bahia e diversas notícias so-bre a Companhia das Índias Ociden-tais.

Trata-se de importante fonte his-tórica para a época que decorreudesde 1621 até 1632. De 1632 emdiante foi continuada por BarentLamp.

A obra é escrita em forma deanuário histórico, onde os aconteci-mentos são narrados por contempo-râneos esclarecidos, que ajuntam do-cumentos justificativos. [3939]

3. FONTES REGIONAIS DEINTERESSE PARA A HISTÓRIA

DOS HOLANDESES NO BRASIL.

Almeida, Cândido Mendes de. Memóriaspara a história do extinto Estado do Ma-ranhão, cujo território compreende hoje asprovíncias do Maranhão, Piauí, Grão-Paráe Amazonas, coligidas e anotadas por Cân-dido Mendes de Almeida. História daCompanhia de Jesus na extinta provínciado Maranhão e Pará pelo Padre José deMorais da mesma Companhia. Rio de Ja-neiro, 1860-1874. 2 v.

Cândido Mendes de Almeida foium dos mais sérios e autorizadoshistoriadores brasileiros. No primei-ro tomo, interessa a introdução, eru-dita contribuição ao período holan-dês no Brasil, feita por CândidoMendes de Almeida, e a parte intitu-lada Ocupação holandesa no Maranhão --luta e expulsão dos invasores (p. 417-489). Esta parte compõe-se de exer-tos de vários autores e de documen-tos extraídos da coleção de docu-mentos holandeses coligidos porJoaquim Caetano da Silva em Haia.No 2º tomo, a história da Compa-

825

Page 161: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

nhia de Jesus pelo Padre José deMorais tem interesse por conter vá-rios capítulos que tratam da entra-da e expulsão dos holandeses noMaranhão. [3940]

Berredo, Bernardo Pereira de. Anais his-tóricos do Estado do Maranhão, em quese dá notícia do seu descobrimento, etudo o mais que nele tem succedidodesde o ano em que foi descobertoaté o de 1718. Lisboa, Of. de Fran-cisco Luís Ameno, 1749. 13 fls. 710 p.

Berredo é fonte clássica da histó-ria do Maranhão. A ele têm recorri-do muitos historiadores. Sobre a in-vasão e expulsão dos holandeses noMaranhão deve ser consultado.

A 1ª e a 2ª edições (esta últimado Maranhão, Tip. Maranhense,1849) são bastante raras. Na 2ª edi-ção, Gonçalves Dias redigiu o pre-fácio.

A 3ª edição é de Florença, Tip.Barbèra, 195, 2 tomos, com um es-tudo sobre a vida, a época e os escri-tos do autor.

Sobre Bernardo Pereira de Berre-do consulte-se a introdução de A.Gonçalves Dias e o estudo de Berti-no Miranda, na 2ª e 3ª edições.[3941]

Block, Petrus Johannes. Geschiedenis vannederlandsche volk. T. 1-8. Groningen,J. B. Wolters, 1892-1908. 8 v.

Existe uma tradução alemã, feitapor O. G. Houthrouw, em 6 v., pu-blicada em 1902-1918. Há tambémuma tradução inglesa feita por O. A.Bierstadt e R. Putnam, em 5 v., NewYork, G. P. Putnams’ sons, 1898-1912.

Trata-se de uma história geral daHolanda, considerada geralmente

como trabalho padrão. Foi professorde História holandesa na Universida-de de Leide. Alguns consideram seuestilo correto, mas sem brilho literá-rio e maior espírito crítico e interpre-tativo.

Na edição inglesa, de acordo como autor, foram omitidos detalhes dehistória local.

Petrus Johannes den Halder Blok(1855) graduou-se pela Universidadede Leide, tornou-se professor deHistória no Ginásio da mesma Uni-versidade e mais tarde catedráticoem Groningen e Leide. Discípulo deR. J. Fruin, publicou numerosos li-vros de história dos Países-Baixos,substituindo-o na direção das Bijdra-gen en Mededeelingen v. Het Histo-risch Genootschapte Utrecht. É hojeconsiderado o maior historiador ho-landês. [3942]

Carvalho, Alfredo. Estudos Pernambucanos.Recife. A Cultura Acadêmica Edito-ra. 1907. 352 p.

P. 1: Minas de Ouro e Prata. Ex-plorações Holandesas no séculoXVII. -- P. 157: Racine e o Brasil -- P.165: A tragédia de Nyenburg. Episó-dios dos tempos coloniais. [3943]

Couto, Domingos do Loreto. Desagravosdo Brasil e glórias de Pernambuco. Dis-cursos brasílicos, dogmáticos, beli-cos, apologéticos, morais e históri-cos... (in Anais da Biblioteca Nacio-nal do Rio de Janeiro, vs. XXIV(1902) e XXV (1903), Rio de Janeiro,1904). 2 t.

Trata-se de obra escrita no séculoXVIII e cujo manuscrito se encon-trava na Biblioteca Nacional de Lis-boa. Foi mandada copiar pela Biblio-

826

Page 162: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

teca Nacional do Rio de Janeiro. Éinteiramente dedicada a Pernambucoe constitui repertório de valiosas in-formações. Fala na conquista e res-tauração de Pernambuco pelos ho-landeses. [3944]

Diário da expedição de Mathias Beckao Ceará em 1649: trad. do holan-dês por Alfredo de Carvalho. (Rev.Inst. Hist. Geo. Ceará, t. XVII, AnoXVII, Fortaleza, 1903, p. 325-384).

Documento trazido por José Hi-gino e encontrado por este no Ar-quivo da Companhia das Índias Oci-dentais, em Haia.

O manuscrito tinha o seguinte tí-tulo: Journael en endere bescheyden vanMathias Beck uyt Siara. Compreendeo período de 18 de março a 3 demaio de 1649. A continuação, a par-tir de 4 de maio a 22 de junho, nãofoi encontrada por José Higino.

Segue-se, depois, um outro ma-nuscrito chamado: Continuação doDiário escrito no Ceará pelo Sr. Beck,que começa em 23 de julho de 1649.A 1º parte ocupa até as pp. 384 e a2ª da p. 385-405. [3945]

Extract uyt den Brief vande Politijc-que Raeden in Brasil, aende E.Heeren Ghecommitteerden ter Ver-gaderinge der Negenthiene vandegheoctryeerde West-Indische Com-pagnie, over de veroveringe vandeStadt Philippia nu Frederickstadt,met alle zijn Forten ende Starckten,ghelegen inde Capitania van Paraí-ba... In ’s Graven-haghe, 1635. 4 p.

Extrato da Carta do ConselhoPolítico no Brasil aos delegados daAssembléia dos XIX da outorgadaCompanhia das Índias Ocidentais,

sobre a conquista da cidade de Phi-lippia, agora Frederikstadt, com todasas fortalezas e fortificações, situada naCapitania da Paraíba. [3946]

Garro, Lopo Curado. Breve, verdadeira eautêntica relação das últimas tiranias ecrueldades que os pérfidos holandeses usa-ram com os moradores do Rio Grande.(Pub. Arq. Nacional, vol. XXVI, Riode Janeiro, 1929, p. 157-170).

Lopo Curado Garro foi testemu-nha dos acontecimentos que narra.Sua relação foi primeiramente publi-cada no Valeroso Lucideno (ed. 1648,p. 277-280, 2ª ed., 1668, idem, idem).Daí extraída foi nesta separata publica-da pelo esforço de Alcides Bezerra.

A relação de Lopo Curado Gar-ro foi transcrita por J.B. FernandesGama, nas Memórias Históricas daProvíncia de Pernambuco, 1844-48,vol. III, p. 80, e também por Joséde Vasconcelos, em Datas celébres efatos notáveis da História do Brasil, Recife,1869. [3947]

Herckmans, Elias. Beschrijvinge van de Ca-pitanie Paraíba (Bijdragen en Mede-deelingen van het Historisch Ge-nootschap gevestigd te Utrecht.)Tweede Deel, 1879.

Escrito em 1639, foi traduzidopor José Higino Duarte Pereira, sobo título: Descrição Geral da Capitaniada Paraíba, tomo V. 1876, p. 239-288, da Rev. Inst. Arq. Geog. Pern.

A Descrição Geral da Paraíba é umdos melhores trabalhos contemporâ-neos às lutas e escrito por autoridadeoficial. O autor descreve a geografia, aeconomia e os povos indígenas. Trata-se, além do mais, de um escritor decerta nomeada naquela época.

827

Page 163: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Elias Herckmans (1596-1644) foipoeta, historiador e soldado. Traba-lhando numa firma que negociavacom Arcangel, escreveu uma descri-ção histórica sobre Moscóvia quesomente foi publicada em 1851-1868(2 vols., S. Petersburg. E. Pratz), emedição latina e russa. Publicou dra-mas e poemas, o mais importantedos quais está registrado nesta bibli-ografia (Der Zee Vaert, Amst., 1634,6 tomos).

Sobre o autor consulte-se J. A.Worp. Elias Herckmans, Oud Hol-land, 1893, 11, p. 162-178, e o resu-mo, em ligeiras modificações de Al-fredo de Carvalho -- Um poeta aventu-reiro, Rev. Inst. Arq. Geo. de Pern., vol.XII, nº 68, p. 356-364. Mais originalé outro trabalho de Alfredo de Car-valho -- As Etimologias indígenas deElias Herckmans (Rev. Inst. Arq. e Geo.de Pern., nº 60, p. 30-36). [3948]

Lisboa, João Francisco. Obras de JoãoFrancisco Lisboa, precedidas de uma no-tícia biográfica pelo doutor Ant. H.Leal. S. Luís do Maranhão, 1864-1865. 4 v.

Em 1901, saiu uma segunda edi-ção destas obras, em 2 vols., impres-sa em Lisboa.

Clássico de língua e clássico dahistória, João Francisco Lisboa, nosApontamentos Notícias e Observaçõespara servirem à História do Maranhão,escreveu magnífico estudo sobre ainvasão holandesa (2º vol., p. 141-164, na ed. de 1864, e 1º vol., p. 273-308, na ed. de 1901), e outro intitula-do: Paralelo das invasões holandesas efrancesas (p. 319-329 da ed. de 1901).São estes excelentes ensaios de inter-

pretação sobre a colonização holan-desa no Maranhão.

É de lamentar que João FranciscoLisboa tivesse ajuntado como notade seu livro um Extrato de Beauchampsobre a invasão holandesa (cf. 2ºvol., p. 419-423, ed. 1864, e p. 439-441, ed. 1901). Ajuntou, ainda, duasoutras notas referentes aos holandesesem Pernambuco (nota A, p. 681-686,ed. 1864, e nota B, carta do Pe. Antô-nio Vieira a Francisco de Sousa Couti-nho, sobre o efeito que produziria noreino a proposta da entrega de Per-nambuco, p. 686-89 da ed. 1864-65).

Sobre João Francisco Lisboa o me-lhor estudo é o de Pedro Lessa, in Rev.do Instituto Historico e Geográfico Brasileiro,t. LXXVI, 65, 1913. [3949]

Lira, A. Tavares de. Domínio holandês noBrasil especialmente no Rio Grande doNorte. Rio de Janeiro. Tip. do Jornaldo Comércio, de Rodrigues & C. 1915.112 p.

Trata-se do melhor trabalho so-bre as lutas holandesas no Rio Gran-de do Norte. Foi reproduzido no 2ºtomo do Dicionário Histórico e Geográfi-co do Brasil, publicado pelo InstitutoHistórico e Geográfico Brasileiro.Foi ainda reproduzido pelo autorna sua História do Rio Grande doNorte, Rio de Janeiro, 1921, p. 95-211. [3950]

Rocha Pombo, José Francisco da. Histó-ria do Estado do Rio Grande do Norte.Edição Comemorativa do Centenárioda Independência do Brasil. (1822-1922). Editores Anuário do Brasil.Rio de Janeiro, Almanque Laemmert,Renascença Portuguesa. Porto. 494p.

828

Page 164: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Os capítulos X a XII são dedica-dos aos holandeses no Rio Grandedo Norte. Trata-se de trabalho quaseque exclusivamente baseado nos deTavares de Lira e Netscher. Só noestudo da reação contra os invasoresé que se apóia, às vezes, em autorescontemporâneos. [3951]

Rosário, Paulo do (Frei). Rela-çam breve, e verdadeira da memorá-vel vitória, que houve o Capitão-morda Capitania da Paraiba Antônio deAlbuquerque, dos Rebeldes de Olan-da, que são vinte nãos de guerra, &vinte & sete lanchas: pretenderãooccupar esta praça de Sua Magesta-de, trazendo nellas para o effeitodous mil homens de guerra escolhi-dos a fora a gente do mar. Com-posta pello Reverendo Padre FreyPaulo do Rosario Comissario Pro-vincial da Provincia do Brazil daOrdem do Patriarcha Sam Bento,como pessoa que a tudo se achoupresente. Com todas as licençasnecessárias. Em Lisboa. Por JorgeRodrigues. Anno 1632. 32 p.

Encontra-se no tomo V do volu-me intitulado Notícia dos cercos heroica-mente sustentados pelos portugueses nasquatro partes do mundo, coligido porDiogo Barbosa Machado. É o oita-vo opúsculo do referido tomo. NoCatálogo da Coleção Barbosa Ma-chado organizado por B. F. RamizGalvão (Anais da Bib. Nac. doRio de Janeiro, vol. VIII, 1881, p.400-401) está registrado sob onúmero 1699.

Trata-se do combate pela posseda Paraíba. Não é exato que o traba-lho tenha sido escrito em estilo de

sermão como afirmou Varnhagen(História Geral do Brasil, t. II, p. 295,nº 49). Contém além desta Relaçamque intitula o livro (f. 1v-12r) a Rela-çam dos mortos e feridos das Com-panhias da ordenança desta cidade.& Capitania da Paraíba, & dos solda-dos do presídio do forte do Cabede-lo (f. 12v-16v).

Frei Rosário foi monge benediti-nho e abade geral dos conventos daParaíba, Pernambuco e Bahia. Fale-ceu em Portugal em 1655 com maisde 70 anos de idade. [3952]

Studart, Guilherme. Datas e Fatos para ahistória do Ceará pelo Dr. ... Fortaleza,Tipografia Studart, 1896. 8 p. ins.,526 p. 4 p. ins.

Contém muitas informações so-bre a conquista, o estabelecimento ea expulsão dos holandeses do Ceará.Como tentativa inicial, o autor escre-veu um folheto de 53 p. intituladoDatas para a história do Ceará, que foipublicado em 1894. [3953]

Studart, Guilherme. Documentos para aHistória do Brasil e especialmente a doCeará (1608-1625). Fortaleza. Tip.Studart, 1904. 310 p.

Foram aí publicados vários docu-mentos interessantes sobre MartimSoares Moreno. Os de nos 61 (sic,68), 71 e 78 são relativos ao períodoholandês e são os seguintes:

Nº 68. 16 de outubro de 1621.Auto do que ficou assentado sobremedidas a tomar contra o assaltodos holandeses às fortalezas de Per-nambuco, em reunião convocadapor Matias de Albuquerque. (A res-posta dos oficiais da câmara é con-trária às providências.)

829

Page 165: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Nº 71. 21-11-1621. Carta de Ma-tias de Albuquerque a El-Rei para fi-car munido de certas prerrogativaspara a defesa do país em caso dequalquer invasão.

Nº 78. 5-10-1624. Parecer doConselho da Fazenda sobre uma pe-tição de Martim de Sousa e Sampaio,nomeado capitão-mor de Pernam-buco e prisioneiro dos holandeses.(Despacho favorável). [3954]

4. HISTÓRIA GERALDOS HOLANDESES NO BRASIL

Edmundson, George. The Dutch power inBrazil (1624-1654) by the Rev. Geor-ge Edmundson. In: The English Histo-rical Review, nº 42. Vol. XI, April1896, p. 231-259; nº 56, vol. .XIV,October 1899, p. 676-699.

Este trabalho está dividido emdois capítulos: "The struggle for Ba-hia (1624-27)" e "The first con-quests". Ambos estão bem docu-mentados e constituem valiosa con-tribuição ao estudo dos primeirosataques holandeses à Bahia e Per-nambuco.

[3955]Jesus, Rafael de. Castrioto Lusitano Parte I.

Entrepresa, e restavração de Pernambuco;& das Capitanias Confinantes, Vários, ebélicos svcessos entre portugueses, e belgas.Acontecidos pelo discurso de vinte e quatroanos, e tirados de notícias, relações, & me-mórias certas. Compostos em forma de His-tória pelo muito Reverendo Padre PregadorGeral Fr. Raphael de Iesus... Oferecidos aIoão Fernandes Vieira Castrioto Lusita-no... Lisboa, Antônio Craesbeeck deMelo, 1679. 702 p., 46 p.

Rafael de Jesus, da Ordem Bene-ditina, nasceu em Guimarães em1614. Em 1681, era nomeado histo-riador geral do Reino e em 1693 fa-lecia.

Autor hiperbólico, escreveu estahistória enfadonha e maçuda, depouco valor histórico. Sua obra équase toda, até julho de 1646, basea-da em Calado. É autor de pouco me-recimento que tem recebido as críti-cas mais fortes de Varnhagen, J. C.Rodrigues e Wätjen. Do ponto devista da linguagem, os críticos e his-toriadores da literatura não o pou-pam menos. Francisco José Freire (Re-flexões sobre a língua portuguesa, Lisboa,1842, p. 8) escreve que Rafael de Jesusmorreu sem saber como devia falar alíngua um correto escritor português.

A 2ª edição é desvaliosa, pois foiexpurgada dos "erros e defeitos" porCaetano Lopes de Moura.

O título do livro é devido, prova-velmente, ao herói popular, nestaépoca em voga em Portugal, JorgeCastrioto, Rei do Épiro, cuja histó-ria, traduzida para o espanhol, latim,francês e português (em 1567, porFrancisco de Andrade), deve ter re-percutido no reino D. Luís de Me-neses, Conde de Ericeira que publi-cou também, em 1688, o "Exemplarde virtudes en la vida de Jorge Cas-trioto Ilamado Scanderberg, principede los Epirotas y Albaneses", Lisboa,Deslander, 1688.

Como se vê, seria fácil e vulgar cha-mar a J.F. Vieira o Castrioto Lusitano.

Dentre as obras da época, as deBrito Freire e Calado são imensamen-te superiores à de Rafael de Jesus.

830

Page 166: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Publicou outros trabalhos, inclu-sive a Monarquia Lusitana, Lisboa,Antônio Craesbeeck de Melo,1683, registrada por todas as boasbibliografias (cf. Seção bibliográficadas bibliotecas).

Aquela obra foi traduzida parao latim e se encontra em manuscri-to na Biblioteca Nacional (cf. Catá-logo da Exposição de História doBrasil, 1612). A letra é do séculoXVIII.

Foi também traduzida para o in-glês por P. Shaw e se encontra naColeção Samuel Oppenheimer daAmerican Jewish Historical Societyde New York. [3956]

Netscher, Pieter Marinus. Les hollan-dais au Brésil: notice historique sur lesPays-Bas et le Brésil au XVIIe siècre.La Haye, Belinfante frères, 1853.210 p.

O grande valor da obra de Nets-cher consistiu em ter sido o primeiroa se utilizar dos documentos brasilei-ros do arquivo dos Estados Gerais,coleção do Arquivo Real de Haia.Aconteceu que, nessa mesma época,Joaquim Caetano da Silva, eruditoencarregado dos negócios do Brasilnaquela cidade, mandava copiargrande número desses documentos eos enviava ao Instituto Histórico eGeográfico Brasileiro. Assim, o queVarnhagen dizia ao escrever em1871, que a obra de Netscher tinhaperdido todo o interesse, desde quelhe fora possível consultar os textosreferidos, pode ser estendido a todosos brasileiros, desde que estes docu-mentos sejam de fácil consulta noInstituto Histórico. Trata-se, porém,

de obra de mérito, que merece edeve ser consultada, especialmente,se quisermos apreciar a opinião ho-landesa sobre os sucessos militaresda campanha.

Falta a Netscher, porém, um co-nhecimento mais adequado e precisodas fontes brasileiras e luso-espa-nholas, e por isso seu livro deixamuito a desejar. É obra cujo princi-pal mérito está em ter servido de ro-teiro a esses estudos no século XIX,quando se iniciou uma composiçãomais sistemática de trabalhos de talnatureza.

Em 1848 e 1849, Netscher pu-blicou em diferentes números doMoniteur des Indes Orientales et Occi-dentales, revista publicada em Haia,pelo barão Melvill de Cambée, par-te deste livro; publicação essa quefoi interrompida, conforme explicaele no prefácio, pelo afastamentode Melvill. Em 1849, foi tirada umaedição sob o título: Les Hollandaisau Brésil. Récit succinct des principauxexploits de nos ancêtres dans l’Amériqueméridionale; leurs conquêtes au Brésil, etc.La Haye (1849).

Esta obra foi traduzida para oportuguês por Mario Sette e publica-da, em São Paulo, pela Cia. EditoraNacional, em 1942, sob o título Osholandeses no Brasil; notícia histórica dosPaíses-Baixos e do Brasil no século XVII,com 290 p.

Devido às críticas que Varnhagenfez na primeira edição da HistóriaGeral do Brasil (1854) à sua obra,Netscher publicou um folheto sob otítulo: Les Hollandais au Brésil. Un motde réplique a M. Varnhagen, auteur de

831

Page 167: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

l’ouvrage intitulé História das Lutascom os Holandeses no Brasil desde 1624 a1654, par le Lieut.-Colonel P. M.Netscher (Imprimé comme manus-crit) La Haye Belifante frères, 1873,com 20 p.

Varnhagen respondeu tambémem um folheto de 12 p. publicadosob o título: Les Hollandais au Brásil.Un mot de response à M. Netscher par leBaron de Porto Seguro... Vienne, editionde l’auteur, 1874.

Netscher publicou também umahistória da colônia de Essequibo, em1888, sob o título: Gerchiedenis van deKolonien Essequebo, Demerary en Berbice,van de vestiging der Nederlanders aldaartot op onzen tijd, ’s Grav. 1888. Saiuuma tradução inglesa, por W.E.Roth, publicada em Georgetown,em 1929, sob o título: History of thecolonies Essequebo, Demerary and Berbicefrom the Ditch establishmente to the pre-sent day (1888).

Petrus Marinus Netscher (1824-1903) foi oficial do exército dosPaíses-Baixos. Colaborador de vá-rios jornais especializados, escre-veu sobre negócios coloniais, his-tória colonial, cartografia e assuntosmilitares. [3957]

Rodrigues, José Honório, e Joaquim Ri-beiro. Civilização holandesa no Brasil. SãoPaulo, Editora Nacional, 1940. 404 p.

Sobre este livro cf. Ruediger Bilden,Civilização holandesa no Brasil, in DomCasmurro, 3-10-40; 2) Handbook of La-tin American Studies, 1941 nº 3.599; 3)Mário de Andrade, Diário de Notíciasde 6-7-40 e N. Duarte Silva, Esta-do de S.Paulo, 12-10-40. [3958]

Santa Teresa, Giuseppe, Padre. Istoriadelle Gverre del Regno del Brasile accadvtetra la corona di Portogallo e la Republica diOlanda composta, ed offerta alla sagrareale masdá di Pietro Secondo Re diPortogallo Ex. Roma, 1698. 2 v.

Giuseppe di S. Teresa, chamadono século de João de Noronha Frei-re, nasceu em Lisboa, em 1658. Em1680, recebeu o hábito de carmelitadescalço. Em 1698 -- época da publi-cação desta obra -- esteve em Portu-gal e, em 1733, ainda vivia em Roma.Os bibliógrafos franceses Chadenate Leclerc declararam ingenuamenteque se trata da mais importanteobra que se escreveu no séculoXVII. Quem a consultar cuidado-samente verificará, porém, que setrata de compilação pouco estimável.

Compôs duas outras obras de in-tenção religiosa, que estão registradasnas bibliografias indicadas. [3959]

Santiago, Diogo Lopes. História da guerrade Pernambuco e feitos memoráveis do mes-tre-de-campo João Fernandes Vieira, heróidigno de eterna memóia. (Rev. Inst. Hist.Geo. Bras., v. 38-43, Rio, 1857).

De Diogo Lopes Santiago sabe-se apenas que era natural do Porto eprofessor de gramática em Pernam-buco. (Cf. a Biblioteca Lusitana deDiogo Barbosa Machado, I, 669).Foi, sem dúvida, contemporâneo daslutas holandesas, pois, na introdu-ção, demonstrando que em vida sepode escrever os feitos de um herói-- naturalmente o seu caso -- diz tex-tualmente: "E agora, modernamente,D. Gonçalo Céspedes y Meneses ti-rou à luz e imprimiu a Crónica delRei Filipe IV de Castela". Ora; a his-

832

Page 168: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

tória de D. Filipe IV foi editada em1634 (Barcelona, por Sebastián deCormellas) o que leva a crer que asua obra tivesse sido escrita depoisde restaurada a capitania. Esta afir-mação é importante, porquanto atéhoje se acreditou que o Diogo Lo-pez Santiago houvesse escrito porvolta do século XVIII.

A Biblioteca Nacional possuíauma cópia moderna com letra do sé-culo XVIII, com a nota de que trata-va da segunda parte do Valeroso Lu-cideno. Esta nota foi retificada porCapistrano de Abreu, quando escre-veu as Memórias de um frade, ensaiosobre a obra e a figura de ManuelCalado. Parece que a cópia publicadapela Rev. Inst. Hist. Geo. Bras. foi re-duzida e mandada copiar pelo co-mendador Lisboa do Porto. (Cf. Ca-tálogo dos Mss. ultramarinos da Bi-blioteca Pública Municipal do Porto,Lisboa, 1938, p. 180). Sabemos, tam-bém, que o manuscrito que se en-contra na Biblioteca Nacional doRio de Janeiro foi extraído da men-cionada cópia da Biblioteca do Por-to. O fato é que não se tendo notíciasobre a vida do autor e possuindo-semanuscrito dessa ordem em cópiamoderna sempre considerou-se essahistória como escrita posteriormenteàs lutas holandesas. [3960]

Souto Maior, Pedro. Fastos per-nambucanos. (Rev. Inst. Hist. Geog.Bras., tomo LXV (1912) Parte I, p.259-504).

A melhor crítica ao trabalho deSouto Maior é a que fez Wätjen emDas Holl, Kolonialreich in Brasilien, p.15, ed. bras., p. 46. Acha Wätjen que

o resultado de sua viagem à Holan-da, a fim de consultar documentos,não correspondeu ao dispêndio detempo, dinheiro, fadiga. Critica-lhe,também, a sua pouca habilitação his-tórica.

Realmente, trata-se de um livrofraco, cujo único valor está em tertranscrito, por vezes, documentosque não existem no Brasil. Por isso,seu livro é citado como fonte subsi-diária, até que este único mérito de-sapareça pela vinda dos mss. ou do-cumentos que nos faltam. Parte do li-vro foi também publicado na Rev. doInst. Arq. Pern. n.os 85 e 87 [3961]

Varnhagen, Francisco Adolfo de, Vis-conde de Porto Seguro. História daslutas com os holandeses no Brasil, desde1624 a 1654. Viena, 1871. 365 p.

Foi dada uma segunda edição,melhorada e acrescentada, em Lis-boa, em 1872.

Esta é a melhor obra de autorbrasileiro até hoje escrita sobre o as-sunto. Feita no século XIX, apresen-ta, naturalmente, defeitos, omissões efalhas graves. O autor deixou-se em-polgar por demais pelos fastos milita-res e administrativos, deixando de ladoaspectos de maior interesse, como se-jam a história social e a econômica.

Autor grave e austero, criticou eimplicou com cronistas amáveis daépoca, pondo-os de lado, o que oimpediu de ver particularidades e de-talhes importantes. Sua sisuda mávontade para com Calado, porexemplo, é falta grave, e a ela sedeve atribuir, talvez, o ar de impor-tância com que Wätjen condenou oValeroso Lucideno. Varnhagen, criti-

833

Page 169: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

cando a obra de Calado, diz que esteautor aceitou muito boato, que opovo miúdo fazia circular. O queVarnhagen chama de "povo miúdo"constituiu o elemento centralizador,a que se pode, na verdade, atribuir aobra imensa da restauração de Per-nambuco.

Como fizemos notar, a parte rela-tiva aos holandeses na História Geraldo Brasil, 3ª ed., é hoje bem superiorà História das lutas. [3962]

Wätjen, Hermann Julius Eduard. DasHolländische Kolonialreich in Brasi-lien: ein Kapitel aus der Kolonialges-chichte des 17. Jahrhunderts Haag,Martinus Nijhoff; F.A. Perthes A. G.1921. 352 págs., mapa.

Este é o melhor estudo até hojerealizado sobre o domínio holandêsno Brasil. Bem planejado, bem pen-sado, este livro impõe-se como omais completo sobre o assunto. Issonão importa em lhe reconhecer cará-ter decisivo ou indiscutível, comoacreditam alguns.

Muitas questões precisam ser ree-xaminadas, muitas pesquisas novasesclareceram dúvidas do autor e,principalmente, deve ser indicada asua parcialidade, na utilização dasfontes. A irrestrita irritação pelos do-cumentos e livros luso-brasileiros éfato indiscutível, que muito prejudicae invalida algumas conclusões. Cha-ma de grotescos e desvaliosos os tra-balhos de Calado, Brito Freire e Ra-fael de Jesus. Se este último mereceos adjetivos, é uma injustiça dizer omesmo de Calado e Brito Freire. Oprimeiro é o mais autêntico flagranteda guerra e o segundo é autor sério e

valioso. Veja-se, por exemplo, a ati-tude de Wätjen em face de Netschere Varnhagen. Declara que Netschersomente descreveu sucessos milita-res, não lhe criticando, porém, o fatode não ter estudado os aspectos eco-nômicos. Gaba-lhe, também, a im-parcialidade. Quanto a Varnhagen,considera-o um historiador só de fa-tos militares, sem visão, e a quemnão cabe desculpa por não ter co-nhecido os documentos de interesseeconômico do Arquivo da Compa-nhia (Brieven en Papieren van Brazi-lie). Reprova-lhe, também, a vistaunilateral brasileira, o estilo afetado e aimportância que dá a insignificâncias(p. 43; deve-se comparar com as págs.35-36 e 41-43 da edição brasileira).(Sobre isso, cf. O Brasil na História doAçúcar de E. O. von Lippmannn, porJosé Honório Rodrigues, in Brasil Açu-careiro, n.os I-VI. 1943.

A parte econômica, financeira ealguma social foi desenvolvida me-lhor do que em qualquer outro tra-balho sobre o assunto. A traduçãobrasileira é boa e pode ser consult-ada. É de Pedro Celso Uchoa Caval-canti e foi editada em São Paulo, em1938, pela Cia. Editora Nacional sobo título: O Domínio colonial holandêsno Brasil, 20 p. in., 560 p.

Hermann Julius Eduard Wätjené a publicada por R. Bijlsma na re-vista De West Indische Gids, 4º v.,1921-22, p. 371-79, sob o título:Eene geschiedenis van Hollandsch Brazi-lie. Cf. também crítica de W.S. Un-ger, in Tijdschrift v. GeschiedenisLit. en Volkerkunde, 1922, 37, p.110-111. [3963]

834

Page 170: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

5. HISTÓRIA DE LUTAS: 1621-1654

a. Tréguas (1609-1621) ouGuerra com a Espanha (1621-1648).

Fin de la Guerre. Dialogus, of t’Samen-sprekinge P. Scipio Africanus raedtden Romeyenm datmen naer Africanmost trecken om Carthago te bekry-gen ende bestryden so verre menHannibal uyt Italien wilde jagen. Q.Fabius Maximus raed datme nietnaer Carthago trec-ken most, maerdtmean Hanibal in Italien met allemacht most aen vallen ende daer uytslaen. Dienend to een Exemplaer ofSpiegel om te bewyse dat de West-Indische interprise d’eenige endebeste middele is jagen en dese lang-durige Orloge t’eyndigen gehelleChistenheyt te bevredighen: De ghe-preten-deerde Spaenche Monarchieende hooghmoet te krencken ende tedempen: Maer dat daer en bovennoch six cincq op den Terolimgloopt om de West-Indien voor eenkanste strijcken. Audaces Fortuna ju-vat timidosque repellit. t’AmsterdanGhedruckt by Paulus Aersz, van Ra-vesteyn. 44 p.

Folheto extremamente raro, es-crito para encorajar a Companhiadas Índias Ocidentais a levar a guer-ra às colonias espanholas da Améri-ca, como meio de chegar a uma con-clusão favorável na contenda com aEspanha, e conquistar e anexar àsÍndias Ocidentais. [3964]

Levendich Discours vant ghemeyneLants welvaert voor desen deOost ende nu oock de West-Indis-che generale Compaignie aenghe-vanhen seer notabel om Iesen.

Door een Lief-Hebber des Vader-landts. Ghedruckt by Broer Iansz, intJaer ons Heeren 1622. 24. p.

Trata-se de valioso folheto es-crito por um patriota, onde seprova que a prosperidade do país,que outrora decorria da Compa-nhia das Índias Orientais, agoraprovém da Companhia das ÍndiasOcidentais.

Neste "Vivo Discurso" se esti-mam os diversos e valiosos frutoscomo algodão, açúcar, gengibre,índigo, madeira que produziam asÍndias Ocidentais. As referênciasao Brasil serviram de estímulo àexpansão holandesa para o nossopaís. [3965]

Redenen VVaeromme de vvest-Indis-che Compagnie dient te trachtenhet Landt van Brasilia den Co-ninck van Spangien te ontmach-tigen, en dat ten eersten. Wesendeeen ghedeelte der Propositie ghedaendoor Ian Andries Moerbeeck, ain zijnVorsteliicke ghenade Mauritio Princevan Orange etc. ende eenighe andereHeeren Ghecommitte erden van deHooghe ende Groot-MoghenedHeeren Staten Generael der Vere-nichde Nederlande in ’s Graven Hag-he den 4. 5. ende 6. April Anno1623. t’ Amsterdan By Cornelis Lo-dewijcksz van der Plasse Boeckver-cooper op de hoeck. van de Beursinden Italiaenschen Bijbel. Ano 1624.16 p. Xilogr. -- Prólogo do autor (6-9-1624).

Trata-se de um folheto de primei-ra importância para o conhecimentodas razões da expansão holandesapara a América.

835

Page 171: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Foi traduzido para o portuguêspelo Rev. Padre Fr. Agostinho Keij-zers, O.C. e por José Honório Ro-drigues, sob o título: Motivos por que aCompanhia das Índias Ocidentais devetentar tirar ao rei da Espanha a terra doBrasil. José Honório Rodrigues es-creveu o prefácio, notas, e reuniu abibliografia de Moerbeek. Essa tra-dução foi publicada no nº de marçode 1942 da Revista Brasil Açucareiro.Foi tirada uma separata, que consti-tui o nº I da coleção Documentos His-tóricos do Instituto do Açúcar e do Álcool(Rio de Janeiro, 1942). Na mesmaseparata saiu a Lista de tudo que oBrasil pode produzir anualmente.

Sobre a tradução do folheto cf.The Hispanic American Review, maio de1943, p. 354-355 e Revista de Históriada América, do Instituto Pan-Ameri-cano de Geografia e História, Méxi-co, nº 15, p. 345. [3966]

b. Os holandeses na Bahia:1624-1625

Aguilar y Prado, Jacinto de. Escrito his-tórico de la insigne, y baliente jorna-da del Brasil, que se hizo en Espanael año de 1625. Al Capitán Martín deIustiz, noble de la muy antiga y lealProvincia de Guipuzcoa. s.l. s.d. 38 pp.

O autor havia nove anos deixaraa sua pátria e, na cidade de S. Sebas-tain, conhecera J. Pérez de Otaegui,o qual lhe declarava haver recebidomuitas cartas e relações da jornadado Brasil, de 1625, mas que todaslhe pareciam curtas e indignas de talação. Aguilar e Prado, em 1625, to-mara parte na rebelião da cidade do

México, razão por que não participa-ra das lutas no Brasil.

As razões que o levaram a redigireste escrito são assim explicadas: aolado das notícias que Otaegui lhefornecera, Aguilar e Prado ajuntaramas que pôde obter em Madri.

Trata-se, como a relação anterior,de um folheto puramente militar,não apresentando, contudo, os fatoscuriosos que na segunda edição daRelação ocorrem na presa e na listada presa.

É preciso, porém, acentuar, queas capitulações estão melhor relata-das neste escrito histórico do que namencionada Relação. [3967]

Aldenburgk, Johan Gregor. West-India-nische Reise und Beschreibung derBelarg und Eroberung der Statt S.Salvador in der Bahia von Todos osSantos inder Lande von Brasilia,Welches von 1623 bis 1626 verrichletworden. Coburg, Caspar Bertsch fürFriederich Gruner, 1627.

Narrativa muito interessante deum oficial alemão que se alistou nastropas holandessas contra os espa-nhóis e portugueses no Brasil.

Foi publicada essa viagem, tam-bém, com a Viagem ao Brasil de Am-brosius Richshoffer e a Viagem àGuiné e ao Brasil de Michael Hem-mersam, num volume dirigido porS.P. L’Honoré Naber, Haag, Marti-nus Nijhoff, 1930, que faz parte dacoleção Reisebeschreibungen vonDeutschen Beamten und Kriegsleu-ten in Dienst der NiederlandischenWest-und Ost-Indischen Compag-nien. 1602-1797. Nesse volume leva

836

Page 172: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

o título: Reisenach Brasilien. 1623-1626.

Foi traduzida pelo Monge bene-ditino D. Clemente Maria da Silva-Nigra, em 1938, sob o título: A Inva-são Holandesa na Bahia 1624-1625!Pela testemunha ocular Johan GeorgAldenburg 1631. (in Anais do ArquivoPúblico da Bahia, vol. XXVI, Bahia,Imprensa Oficial do Estado, 1938, p.97-151).

H. Terpstra publicou uma notacrítica à edição de Naber na revistaholandesa Tijdschrif voor GeschiedenisLand en Volkenkund, 1931, v. 46, p.89-91. [3968]

Auendaño y Vilela, Francisco. Relacióndel viaje y suceso de la armada quepor mandado de Su Magestad partióal Brasil, a echar de alli a los enemi-gos que lo ocupariam. Dase cuentade la Capitulaciones con que salió elenemigo y valía de los despojos. He-cha por D. Francisco de Auendaño yVilela, que se halló en todo lo sucedi-do assi en la mar, como en la tierra.Imprensa en Sevilla, Francisco deLira. 1625. 7 p.

Esta narrativa de uma testemu-nha ocular da retomada da Bahiaaos holandeses, em 1625, é de gran-de mérito histórico. Descreve asoperações, dá os termos da capitula-ção e a suma do que se tomou aoinimigo. Como as forças se compu-nham de portugueses, espanhóis enapolitanos (então súditos da Espa-nha), é natural que a narrativa inte-ressasse aos leitores italianos, razãopor que foi feita uma tradução italia-na (8 p., Francisco Lira, Milão) aúnica registrada por José Carlos Ro-

drigues e pelo Catálogo da Exposi-ção Nassoviana.

A edição espanhola é raríssima, esó conhecemos o exemplar da JohnCarter Brown Library, Providence,(U.S.A.). Saiu uma edição alemã (Re-lation und Eigentlichebeschreibung...Augsburg. Mattheo Langenwaldter,1625, 12.). [3969]

Goede vieuwe tijdinghe ghecomenmet het Jacht de Vos ghenaemt,afghesonden van den Generael JacobWilchens uyt Bresilien, aen de Hee-ren Bewint-Hebbers vande gheoc-troyeerde West-Indische Compagnie.Ghedruckt by Broer Jansz. Out Cou-rantier in’t Tegher van sijn Princelijc-ke Excellentie wonnende op deNieu-zyds achter Borchwal in de Sil-vere Kan by de Brouwerie van denHoy-Bergh den 27 Augustus, 1624.

Boas notícias trazidas pelo iate"De Vos", o qual foi mandado peloGeneral Jaco Wilckens do Brasil aosdiretores da outorgada Companhiadas Índias Ocidentais. [3970]

Guerreiro, Bartolomeu. Iornada dos vas-salos da coroa de Portugal, para se re-cuperar a cidade do Saluador, na Bahyade todos os Santos, tomada pollos Or-landezes, a oito de Mayo de 1624 e re-cuperada ao primeiro de Mayo de1625, feito pollo padre BartolomevGuerreiro da Companhia de Iesv. Lis-boa, por Mattheys Pinheiro, 1625. 74 p.

Trata-se de um dos mais impor-tantes folhetos sobre a restauraçãoda Bahia. Além de relatar os aconte-cimentos do assalto e tomada daque-la cidade, o A. descreve o que lhe su-cedeu depois da conquista; as reper-cussões desse acontecimento em

837

Page 173: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Portugal, o preparo para o envio daarmada, os subsídios em dinheiro,com que contribuíram os vassalos dePortugal, os fidalgos que ofereceramos seus serviços, os aventureiros ca-sados, os solteiros que foram na jor-nada da Bahia, etc.

Traz as capitulações da entregada cidade, a entrada na mesma, em30 de abril de 1625, e as comemora-ções por essa vitória.

Bartolomeu Guerreiro nasceu navila d’Almodavar, comarca de Ouri-que, no Alentejo. Aos 18 anos entroupara a Companhia de Jesus e morreuaos 78 anos de idade, a 24 de abril de1642. Afora esta Jornada dos Vassa-los, escreveu vários outros trabalhos.

Trata-se de obra da maior rarida-de. A Biblioteca Nacional do Rio deJaneiro possui dois exemplares, am-bos fazendo parte da coleção Barbo-sa Machado. São encontrados nosseguintes volumes: Notícias históricas emilitares de América e Notícias dos cercosheroicamente sustentados etc... [3971]

Meneses, Manuel Joaquim de. Recupera-ção da cidade do Salvador. Cópia coteja-da com o manuscrito original de Ma-dri, por Francisco Adolfo de Varnha-gen. (Rev. do Inst. Hist. Geog. Bras., t.22, 1859, p. 357-411).

O cronista e herói da restauraçãoescreveu com simplicidade, cons-ciência e riqueza de detalhes este in-dispensável opúsculo sobre a liberta-ção da Bahia. Varnhagen criticou-lheo estilo, a minúcia, e, especialmente,a edição que considera cheia de errosmanisfestos. Fora Varnhagen quemencontrara o manuscrito e o enviaraao Instituto Histórico, que não pri-

mou na revisão cuidadosa. D. Ma-nuel de Meneses (1628) foi cronista-mor do Reino (1618), sucedendo aFrei Bernardo Brito; foi cosmógra-fo-mor e durante anos militou emarmadas reais, sendo, como dizFrancisco Manuel de Melo, um dosvarões que juntaram neste tempo aprofissão de letras e armas. Sua Restau-ração é, ainda no dizer de FranciscoManuel de Melo, história seca, de ex-traordinário estilo, porém fiel. [3972]

Pick, Jan Cornelisz. Copie Eens Briefs,geschreven uyt West-Indien, indeHooft-Stadt van Bresilien, ghenaemtde Totua le Sanctus, den 23. Mey,1624. Door... Jan Cornelisz Pick,Dienaer des Godlijcken Woors al-daer. Tot Delf, Gedruckt by CornelisLansz Timmer, 1624. 4 p.

Cópia de uma carta escrita dasÍndias Ocidentais na capital do Bra-sil, chamada Totus le Sanctus a 23 demaio de 1924, pelo sábio Jan Pick (ofilho de Cornelius), ministro doEvangelho aqui. Com permissão damunicipalidade de Delft. [3973]

Relaçam do dia em que as armadasde sua Magestade chegarão àBaya, e do que se fez até vinte dousde abril, em que se mandou a Per-nambuco desde vinte e nove de mar-ço, em que derão fundo da dita Baya.Lisboa 1625. 3 p.

Foi republicada na 3ª seção domensário Arquivo Bibliográfico (Coim-bra, Imprensa da Universidade), vol.VIII, Coimbra, 1908, 208 p.

Relação portuguesa dos feitos dasesquadras espanhola e portuguesacontra os holandeses na Bahia, de 29de março a 22 de abril de 1625

838

Page 174: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

(quando rumaram para Pernambu-co). Nesta ocasião Francisco de Al-meida agiu de acordo com Fradiquede Toledo na resistência aos holan-deses. [3974]

Relaçam verdadeira de tudo o sucedi-do na Restauração de Bahia detodos os Santos desde o dia, emque partirão as armadas de sua Ma-gestade, té o em que na dita Cidadeforão aruorados seus estandartes cõgrande gloria de Deos, exaltação doRey e Reyno, nome de seus vassalos,que nesta empresa se acharão; anihi-lação, e perda dos rebeldes Olande-ses ali domados Mandada pelos offi-ciaes de sua Magestade a estes Rey-nos. Com todas as licenças necessa-rias, foy visto pelo Padre Fr. Thomasde S. Domingos Magister. Lisboa,Craesbeeck, 1625. 16 pp.

Trata-se de um folheto atribuídopor Inocêncio da Silva e J. C. Figa-nière a João de Medeiros Correia.

Nenhum dos dois fundamentouas razões dessa autoria. O folhetodescreve os sucessos diários (desde29 de março de 1625), das armadasenviadas para a restauração da Bahia.As peripécias militares são registra-das diariamente, assim como as capi-tulações dos holandeses, realizadasnos quartéis do Carmo e negociadaspor D. Fradique de Toledo Osório eassinadas em 30 de abril de 1625. Se-gue-se a "presa que se achou e o seuinventário pelos Ministros de S. Ma-jestade, assinada na cidade de S. Sal-vador da Bahia de Todos os Santos,a 15 de maio de 1625".

Trata-se de obra da maior rarida-de. O exemplar da Biblioteca Nacio-

nal do Rio de Janeiro faz parte dacoleção Barbosa Machado, estandoencadernado no volume intituladoNotícias históricas e militares da América.Foi este o original que serviu à re-produção impressa no tomo V(1843) da Revista do Instituto Histórico eGeográfico Brasileiro (p. 476-450). Naprópria coleção Barbosa Machado seencontra outro exemplar no volumeintitulado Notícias dos cercos heroicamen-te sustentados pelos portugueses nas quatropartes do mundo. [3975]

Relacion Del Sucesso del Armada, yExército que fue al Socorro del Bra-sil, desde que entro en la Bahia deTodos os Santos, hasta que entro enla ciudad del Saluador, que posseianlos rebeldes de Olanda sacada de unacarta, que el senor don Fradique deToledo escrivio a su Magestad. Ca-diz, Gaspar Vezino, 1625.

Nesta carta relata o restaurador daBahia os termos sob os quais o inimi-go capitulou. Trata-se de folheto im-portante, porque é uma comunicaçãooficial do general das armadas e exér-citos ao Rei de Espanha. [3976]

Reys-Boeck van het rijcke Brasilien,Rio de la Plata ende Magallanes,Daer in te sien is de gheleghentheytvan hare Landen ende Steden harenhandel ende wandel met de vruchtenende vruchtbaerheyt der selver: Allesmet copere platen uytghebeelt. Al-soock De lete reyse van den Heer vanDort, met het ver-overen vande Baeyede Todos los Santos, tsamen ghesteltdoor N.G. Ghedruckt in ’t Jaer onsesHeeren 1624. By Ian Canin. 68 p.

O folheto Beschrijvinghe vandeLanden van Brasilien, ende het vero-

839

Page 175: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

veren van Bahia de Todos los San-tos... (Amst., 1644) é uma reediçãodo Reys-boeck van het rijcke Brasilien,com a seguinte diferença, além da doeditor: No Reys-boeck, o autor escreveum prefácio, onde se refere às ÍndiasOcidentais, inclusive o Brasil; ocupa-se, então, da "terra do estreito deMagalhães e de Lamur", relatandoresumidamente as várias expedições,desde F. de Magalhães, F. Drake,Pedro Sarmiento, Dom Diogo Flo-res, Thomas Cavendish, S. Veereldt,van Noot, van Spilbergen e outros;segue-se, depois, a descrição do Riode La Plata (Buenos Aires) etc. Assun-ción, etc., e chega, aí, à "Descrição daTerra do Brasil", onde começa a Bes-chrijvinghe etc. Acresce notar queno exemplar que consultamos, exis-tente na Biblioteca Nacional do Riode Janeiro, este último livro terminana descrição do "Povo do Siara", en-quanto aquele dedica ainda algumaspáginas ao clima, frutos, produtos eanimais da nossa terra, e à "Descriçãoda terra do Brasil selvagem e comoMaranhão e Amazonas e as Guianas"e, finalmente, os varões ilustres de Es-panha, segundo o livro de Juan deCastellanos, 1ª parte das Elegias dosVarões ilustres das Índias.

O que parece fora de dúvida éque se trata realmente de uma reedi-ção da parte brasileira do "Reys-boeck". [3977]

Rischshoffer, Ambrosius. Brazilianischund Westindische Reisze Beschreibung.Straszburg, Joszias Staedeln, 1677.182 p. retr. ilus.

Natural de Strassburgo, Richs-hoffer, em 1629, aos 17 anos, reu-

niu-se à expedição enviada contra oBrasil pela Companhia das ÍndiasOcidentais, sob o comando deWaerdenburch e Lonck. Em 1632,voltou à Holanda, depois de servirmais de três anos no Brasil e nas Ín-dias Ocidentais. Muitos anos depoisescreveu e publicou suas aventuras.

Há dois poemas louvando o au-tor, um por Joachim Bockenhoffer eoutro de Johann Heinrich Rapp. Em1897, Alfredo de Carvalho traduziue fez publicar uma excelente versão,que tem o seguinte título: Diário deum soldado da Companhia das ÍndiasOcidentais (1629-1632), Recife, Laem-mert, 1897.

Em 1903, S.P. L’Honoré Naberreeditou esta obra no 2º tomo da co-leção de viagens por ele dirigida.Haag, M. Nijhoff, 1930. No mesmovolume se encontram a Viagem aoBrasil de Aldenburg e a Viagem àGuiné e ao Brasil de Michael Hem-mersam. [3978]

Salvador, Vicente do, Frei. História doBrasil. 3ª ed. revista por Capistranode Abreu e Rodolfo Garcia. S. Paulo,Companhia Melhoramentos, S.D.632 p.

Deve-se a Capistrano de Abreu apublicação desta obra clássica da his-tória colonial brasileira. Frei Vicentedo Salvador, que foi testemunha dosfatos relatados, tendo mesmo sidopreso pelos holandeses, concluiu suaobra em 1627. Abrange, assim, a in-vasão, conquista e capitulação dosholandeses na Bahia. É obra cujo va-lor é dispensável ressaltar.

Além dessa edição, que é a me-lhor, foram publicados, em 1887, os

840

Page 176: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

livros I e II da História do Brasil, Riode Janeiro, Imprensa Nacional, comaviso preliminar assinado por Capis-trano de Abreu, XVI, 116 p., s.f. der. Foi também publicada nos Anaisda Biblioteca Nacional do Rio de Ja-neiro, 1885-1886, vol. XIII, p. 1-26;cap. XXII-LVII. p. 206-255. [3979]

Tamaio de Vargas, Thomás. Restaura-cion de la civdad del Salvador, i Baía deTodos-Sanctos, en la Provincia del Brasil.Por las armas de Don Philippe IV elGrande Rei Catholico de las Españasi Indias, e c. A Sv Magestad DonThomas Tamaio de Vargas su Chro-nista. Madrid, 1628. 179 p.

O autor, cronista do rei de Espa-nha, refere-se aos acontecimentos datomada e Restauração da Bahia. En-contra-se, aí, a interpretação espanholada atitude da metrópole em defesa dacolônia e as repercussões que tal fatotrouxe à Espanha. Tamaio de Vargasera um dos mais famosos e eruditoshomens do seu tempo. Publicou ou-tros trabalhos de história e crítica.

Esta obra foi traduzida para oportuguês pelo Coronel Inácio Ació-li de Cerqueira e Silva, e publicada,em 1847, na Bahia. Essa tradução,assim como a das Memorias diárias dela guerra del Brasil, de Duarte de Al-buquerque, feita pelo mesmo tradu-tor, não é recomendável. As notasdo tradutor são de nenhum mereci-mento.

A importância do livro está a exi-gir uma nova tradução mais cuida-dosa e autorizada. [3980]

De Tweede Wachter, Brenghende tij-dinghe vande nacht, dat is Van hetovergaen vande Bahia, met Eenen

Heylsamen, raedt, wat daer over tedoen staet. ...’s Grave-Haghe, VoorAert Meurs Boeck-vercooper, 1625.52 p.

O Segundo Vigilante, trazendo asnotícias da noite, isto é: a perda daBahia, acompanhado de um conse-lho salutar sobre o que, no caso,convém fazer, etc.

A dedicatória ao príncipe H. deNassau, está assinada: Ireneus Phila-lethius, pseudônimo de Ewout Teel-linck, o ortodoxo tesoureiro da Zee-lândia. Por isso, atribui-se a autoriadeste folheto, como de outros queaqui não são mencionados, a EwoutTeelinck. [3981]

Usselincx, Willem. Argonautica Gusta-viana; das ist nothwendige Nachrichtvon der newen Seefahrt und Kauff-handlung; so von ...Gustavo Adolp-ho Magno... durch Anrichtung einerGeneral Handel-Compagnie in deroReich und Landen ...vor wenig Jahenzu stifften angefangen Franckfurt,1633. 20, 56, 51 p.

Obra extremamente rara, domaior interesse para a história do co-mércio na primeira metade do séculoXVII. Consiste de diferentes tratadossobre a Companhia Meridional.

O autor, Usselincx, é bem conhe-cido como um infatigável idealizadorde companhias comerciais. Procu-rando erguer uma companhia suecapara comerciar na América e naÁsia, ele tomou seus modelos daCompanhia das Índias Orientais eespecialmente da Companhia das Ín-dias Ocidentais, pelos seus sucessosno Brasil e em outros lugares.

841

Page 177: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

As pp. 43-51 trazem o relatórioda perda da Bahia de Todos os San-tos, no Brasil, pelos neerlandeses. Aspágs. 51-56 contêm particularidades edocumentos da Companhia Holande-sa das Índias Ocidentais. [3982]

c. Ataque à Bahia em 1627-- A frota de prata

Lof-Dicht Des Vermaerde, Wyt-Be-roemde, Manhaftige Zee-Heldt PieterPietersen Heyn. Generael: Der Geoc-troyeerde, Vereenighde West-Indis-che Compagnie. Waer in Historicher-Wyse verhaelt wordt de Loffelychedaet Begaen inde Baya de Todo losSanctos, en het Veroueren vande Sil-vere-Vloot, aen t Eylant Cuba IndeHaven van Matanca. t’Amsterdamvoor Wyllem Ianssen WyngaertBoeck ver Coper by ’t Stadt huys,1629. 12 p.

Penegírico do general P.P. Heyn,no qual se relata, historicamente, ofeito realizado na Bahia de Todos osSantos e a captura da Frota de Pratapróximo à ilha de Cuba, no pontode Matunca. [3983]

Rapport gadaen aen hare Ho. Mo.ende Sijn Excell. van den Capi-teijn Salomon Willemsz, over ’t ve-roveren vande Silver-Vlote komendevan nova Hispania, door ’t beleijt vanden Heer General Pieter Pietersz.Heijn. In’s Graven-Haghe, 1628. 4 p.

Relatório apresentado aos Esta-dos Gerais, pelo Capitão-GeneralWillemsz sobre a captura da Frotade Prata, que vinha da Nova Espa-nha, levada a efeito pelo General P.P. Heyn. [3984]

Relatione Venuta de Madrid à Romacom lettere de 20 di Gennaro 1630.De progressi fatti sin hora nel MareOceano dal Sig. Don Fradiqve di To-ledo Ossorio. Marchese di Villanouade Valdueza. Capitan Generale del-l’Armata del detto Mare Oceano.Per la Maestá Cattolica Don Filip-po IV. Re di Spagna. Tradotta daGio. Francesco Pizzyto. In Roma,Nella Stampa di Lodouico Grigna-ni. 1630. Con licenza dei Superiori.4 f.in.

É natural, diz José Carlos Rodri-gues (Biblioteca Brasiliense, p. 532,p. 2.054), que fosse (a Relatione) tra-duzida em italiano, pois as tropas deD. Fradique eram compostas denapolitanos, por um terço; o Reide Espanha sendo-o também deNápoles. [3985]

d. Conquista de Pernambuco: 1630

Baers, Joannes Paschasius. Olinda, Ghe-legen int Landt van Brasil, inde Capi-tania van Phernambuco, met Menne-litjcke dapperheyt ende groote coura-gie inghenomen, ende geluckelijckverovert op den 16. Februarj Aº1630. Onder het beleydt vanden seerManhaften ende cloeckmoedigenZee-helt, den Heere Henrick Lonck,Generael weghen de GeoctroyeerdeWest-Indische Compagnie, over eenmach-tige Vloote Schepen, door deden VVel-Edelen, seer gestrengenende grootmoedige Heere Diederichvan Weerdenburg, Heere van Lent,Velt-Overste ende Colonel over dryRegimenten Infanterie. Cort endeclaer beschreven Door JoannemBaers, Dienaer des Godlijcken

842

Page 178: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Vvorts inde Beerlijckheyt van Vrees-wijck, gneseyt de Vaert, als een sicht-baer ghetuyge, int vijftischste jaersyns Ouderdoms. Prov. 21.31. DePeerden worden wel ten strijdtdaghebereyt doch de over-winninghe comtvan den Heere. 1630.

Trata-se de magnífico folheto es-crito pelo capelão Joannes Baers,que foi em boa hora traduzido porAlfredo de Carvalho. Sobre a con-quista de Olinda é documento im-prescindível.

A tradução leva o título: Olindaconquistada... Recife, Laemmert &Cia., 1898, XIV, 54 págs.

Joannes Paschasius Baers (1580-1653) nasceu em Breda (BiografischWoordenboeck) ou em Gent (Nieu-ve Nederlandsch Biografisch Woor-denboek). Foi predicante em 1605em Scherpenzel, em 1610 em Trig-naart e em 1619 em Vreeswijck. De-pois de sua volta de Pernambucopregou em Soest até 1645. Publicoua sua custa, em 1648, em Amster-dam, Cornu Copiae... folheto raro ede matéria variada. [3986]

Bredan, Daniel. Desengano a los Pue-blos de Brasil, y demas partes en laIndias Occidentales, para quitarles lasdudas y falsas imaginaciones que po-drian tener acerca de las Declaracio-nes de los Illustrissimos Señores Es-tados Generales y los Administrado-res de la Compañia. Amsterdam,Emprenta de Pablo Aertson de Ra-vestein, 1631. 14 p. [3987]

Coelho, Duarte de Albuquerque. Memó-rias diárias de la Gverra del Brasil, pordiscvrso de nueve años, empeçando desde elde M.DC.XXX. Escritas por Dvarte

de Albvvergve Coello, Marques deBastos... A la Católica Magestad delRev Don Felipe Quarto. Madrid,1654. 288 pp.

Duarte de Albuquerque Coelho,quarto donatário de Pernambuco,nasceu em 1591, e entrou de posseda capitania em 1596 ou 1597. Em1624, partiu na armada que vinhatentar a restauração da Bahia, voltan-do depois a Portugal. Em julho de1631, chegou ao Brasil na armada deD. Antônio Oquendo. Em agosto,embarcava na Bahia para socorrerPernambuco e, em 21 de setembro,aí desembarcava. Desde então, até1635, época da imigração dos povosde Pernambuco, lutou em pessoa.Em março de 1638, estava prontopara partir para a Espanha, quandose soube da incursão da Bahia.Adiou a viagem e participou das lu-tas em defesa da Bahia. Em de-zembro de 1638, seguiu para a Es-panha.

Esta obra é fundamental para oestudo das lutas holandesas em Per-nambuco de 1630 e 1638. Foi segui-da e copiada por cronistas posterio-res. Relata fatos curiosos e interes-santes para a reconstituição social doBrasil seiscentista. Este livro e o deCalado são os mais importantes paraa história social daquela época.

Albuquerque Coelho é autor deum Compendio de Los Reys de Portugal,publicado em 1625, conservado aindaem manuscrito, e do qual a BibliotecaNacional do Rio possui uma cópia.

Existe uma tradução feita porMelo Morais e Inácio Acióli de Cer-queira e Silva publicada no Rio de

843

Page 179: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Janeiro, Tip. de M. Barreto, em1855, que é indigna de apreço, pelosseus erros e omissões.

É de surpreender que H. Wãtjentenha desconhecido esta obra, nãofazendo à mesma nenhuma referên-cia na parte em que estuda as fontesbibliográficas de seu livro.

Na Revista do Instituto Histórico doCeará (tomo XX, Fortaleza, 1906,pp. 322-323) publicou-se o trechorelativo ao Ceará.

A tradução desta obra foi nova-mente impressa no Recife, em 1944,pela Secretaria do Interior do Estado dePernambuco. A edição foi baseada natradução de Melo Morais, confrontadacom o original espanhol por DurvalMendes, e ilustrada por Manuel Bandei-ra. É de lamentar que os editores não ti-vessem seguido os métodos de ediçãocrítica, em obra como esta, raríssima ede excepcional valor. [3988]

Freire, Francisco de Brito. Nova Lusitâ-nia: história da gverra brasílica escritapor Francisco de Brito Freire. Lis-boa, 1675. 14 p., 460 p., 40 p.

Esta é uma das melhores obrascontemporâneas às lutas. Rara e pro-curada, trata, a princípio, da desco-berta e dos estabelecimentos portu-gueses no Brasil, para, logo a seguir,relatar os acontecimentos que ensan-güentaram a nossa história desde1624 até 1638. Acusa Varnhagen (Aslutas holandesas no Brasil, p. XII eXXIV, ed. de 1872) o A. de ter pla-giado as memórias de D. Duarte deAlbuquerque Coelho, o que nos pa-rece pouco exato e seguro. BritoFreire é autor original, que tendosido por duas vezes almirante da ar-

mada portuguesa no Brasil e gover-nador em Pernambuco, pôde obser-var pessoalmente os sucessos e rela-tá-los a seu modo. Seu livro é valiosafonte de informações, curioso em al-guns detalhes, corajoso nas críticasque fez ao Conde Duque de Oliva-res e à política espanhola no Brasil.Os autores puristas do século XIXconsideravam-no como escritor deestimação. Assim Francisco JoséFreire, nas "Reflexões sobre a línguaportuguesa" (Cf. Plano de estudopara a congregação da Ordem Ter-ceira, p. 27), considera seu livro es-crito com alguma propriedade. Domesmo modo, D. Tomás Caetanode Bem, na "Memória historia cro-nologica" (1791, XXXV), criticandoos autores religiosos que escreveramsobre o período holandês, diz serFrancisco Brito Freire o único quemerece maior estimação. A melhorbiografia que sobre Brito Freire pos-suímos é, ainda, a escrita por Pereirada Costa, na Rev. do Inst. Arqueol. eGeo. de Pernambuco, vol. 9, 1901, p.164-168. Um trecho da sua obra:"Notícias da capitania do Ceará...1637", foi publicado na Rev. do Inst.Hist. e Geo. Ceará, tomo XX, annoXX, 1906, 3º e 4º trimestres, Fortale-za, 1906, p. 229-230. Outra obra sua,também valiosa e de importânciaeconômica, posterior às lutas, é a"Viagem da armada da Companhiado Comércio... 1655". Foi publicadaoutra edição dessa obra em 1940, emcomemoração ao tricentenário darestauração de Portugal, na Revista dosTribunais. S. Paulo. 84 p. [3989]

Relaçam Verdadeira, breve da tomadada villa de Olinda, e lugar do Recife

844

Page 180: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

na costa do Brasil pellos rebeldes deOlanda, tirada de uma carta que es-creueo hum Religioso de muyta autho-ridade, & que foy testemunha de vistade quasi todo o socedido: & assi o af-firma & jura; & o mais que depois dis-so socedeo té os dezoito de Abrildeste prezente, & fatal anno de 1630.Lisboa, por Matias Rodrigues. 6pp.

Encontra-se no tomo I do volu-me intitulado "Notícias Históricas eMilitares da América", coligido porDiogo Barbosa Machado. É o 6º fo-lheto deste tomo. No Catálogo daColeção Barbosa Machado (Anais daBib. Nac. do Rio de Janeiro, vol.VIII, 1880, Rio de Janeiro, 1881, p.373) está registrado sob o nº 1568.

Um 2º exemplar se encontra notomo V do volume intitulado "Notí-cias dos cercos heroicamente sustenta-dos pelos Portugueses" (cf. Ramiz Gal-vão, Catálogo cit., nº 1.697, p. 400).

Este opúsculo, curioso e interes-sante, fornece-nos dados minuciosossobre as operações militares da ocupa-ção holandesa de Olinda. É obra demaior raridade. Foi reproduzido nosAnais da Bib. Nac. do Rio de Janeiro(vol. XX, 1899, p. 125-132) e tambémno Arquivo Bibliográfico, Coimbra,Imprensa da Universidade, vol. XVII,1908, p. 207 e segs. [3990]

Verdonck, Adriano. Descrição das capi-tanias de Pernambuco, Itamaracá,Paraíba e Rio Grande: memóriaapresentada ao Conselho político doBrasil por Adriano Verdonck em 20de maio de 1630; trad. de Alfredo deCarvalho. (Rev. Inst. Arq. Geo. Pern.,vol. 9, nº 55, ano XXXIX, 1901, p.215-227).

Trata-se de uma valiosa memóriageográfico-econômica sobre as qua-tro capitanias de Pernambuco, Ita-maracá, Paraíba e Rio Grande. O seuvalor está, principalmente, em sertrabalho de autor que residia no paísdesde 1618 ou 1620, conhecendo-o,portanto, desde a fase anterior àconquista.

Verdonck foi autor preciso e exa-to, preocupando-se especialmenteem frisar os recursos econômicosdas regiões que descreveu. [3991]

Veroveringh van de Stadt Olinda ge-legen in de Capitania van Pher-nambuco, door den E.E. ManhaftenGestrenghen Heyndrick C. Lonck,Generael te Ater ene te Lande. Miti-gares: Diderick van Vvaerdenburgh,Colonel over de Militie te Lande, vanwegen de Geoctroyeerde West-Indis-che Compagnie onder de Hoog: Mo:Heeren Staten Generael, ende denPrince van Orangen, Gourael, endeden Prince van Orangen, Gouver-neur Generael der Vereenighde Ne-der-landen. T’ Amsterdam. VoorHessel Gerritsz. Pas-Caert-schryverende Boeck-ver-kooper in de Pas-Caert op de Hoeck vande Doele-straet. S/d. 12 p.

Narração da tomada de Olindapelos holandeses, acompanhada dosartigos da rendição e da lista das mu-nições capturadas, em holandês e es-panhol. Folheto raro, contém, alémda relação da conquista de Olinda, otexto do acordo para a capitulaçãoda fortaleza de São Jorge e São Fran-cisco, em holandês e espanhol; trata-se de folheto de importância por tersido o retificador da opinião de di-

845

Page 181: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

versos historiadores de que aquelesfortes não se tinham rendido sobcondições tão pesadas. [3992]

Weerdenburch, Diederich. Copie vandeMissive gheschreven byden GeneraelWeerdenbvrch, aende Ho. Mo. Hee-ren Staten Generael noopende de ve-roverighe vande Stadt Olinda de Per-nabvco, met alle sijne Forten endeatercke Plaetsen. In ’sGrven-Haghe.1630. 8 p.

O general Diederich Weerden-burch comandou as forças holande-sas que desembarcaram em Pernam-buco e, por isso, suas cartas consti-tuem fonte de primeira ordem parao conhecimento da invasão e das lu-tas posteriores. Esta cópia da cartaescrita pelo General Weerdenburchaos altos e poderosos Estados Ge-rais sobre a conquista da cidade deOlinda de Pernambuco, com todasas suas fortalezas e praças-fortes, foitraduzida para o francês, sob o títu-lo: "Copie de la lettre escreite a Mes-sieevrs les Estats Generavx des Pro-vinces Vnies des Paysbas... A Paris,chez Iean Bessin, 1630".

A Correspondência de D. Weer-denbburch foi coligida por J. Caeta-no da Silva, em Haia. Trazida para oBrasil, ela se encontra no vol. I dosDocumentos Holandeses existentesno Inst. Hist. Geo. Bras.

Esta carta não se encontra entreestes Documentos, mas estes sãomais importantes, por conterem 12ofícios de Diederich Weerden-burch.

Existe uma tradução alemã, pu-blicada em 1630. [3993]

e. Período nassoviano

Arciszewski, Christoffel. Carta ao condeMaurício e ao Conselho Supremo do Brasil.(Revista do Instituto Arqueológico e Geográfi-co Pernambucano. nº 35, 1888, p. 3-27).

A carta é datada de 24 de julhode 1637 e se encontrava no Arquivovan Hitlen, de onde foi trazida e tra-duzida por José Higino Duarte Pe-reira. A mesma havia sido publicadaantes no Kroniek van het HistorischGenootschap te Utrecht, 1869, 5ª sé-rie, José Higino adverte que essa edi-ção da carta contém erros e falhas.

Este documento constitui umadas melhores fontes para o estudoda situação brasileira no início da ad-ministração de Nassau. [3994]

Barlaeus, Caspar. Casparis Barlai, rervmper octennivm in Brasília et alibi nu-per gestarum sub praefectura Illstris-simi Comitis I. Mavritti, Nassoviae,Ex. Comitis, nunc Vasaliae Guberna-toris e Equitatus Foederatorum Bel-gii Ordd, sub Avriaco Ductoris, his-toria, Amsterdam, Ex TypographeioIoannis Blaev, 1647. 340 p. ilus.

Traduzida para o alemão, esta obrafoi impressa por Tobais Silberling, emCleve no ano de 1659, sob o título:Braislianische Geshichte bey actjährigerin selbigen Landen Geführeter Regie-rung Seiner Furslichen Gnaden HerrnJohann Moritz Fürstens zu Nassau Ex.

Erslich in Latein durch Caspa-ren Barlaeum beschrieben und jet-ze in Teutsche Sprach ubergesetzt.

Saiu também uma edição em1660, de Tobias Silberling em latim,publicada em Cleve.

S. P. L’Honoré Naber publicouuma tradução holandesa, em 1923,

846

Page 182: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

na Haia, impressa por Martinus Nij-hoff. Leva o título: NederlancdschBrazilie onder het bewind van JohanMaurits Grave van Nassau 1637-1644 Historisch-Geographisch-Eth-nographisch Naar de latijnsche uit-gave van 1647 veer het eerst int hetNederlandsch Bewerkt door S. P. L’-Honoré Naber.

Em 1940, por iniciativa do Minis-tério da Educação, foi traduzida parao português por Cláudio Brandão eimpressa no Rio de Janeiro, peloServiço Gráfico do Ministério daEducação, sob o título: História dosfeitos recentemente praticados du-rante oito anos no Brasil e noutraspartes sob o governo do ilustríssimoJoão Maurício, Conde de Nassauetc., ora Governador de Wesel Te-nente-Coronel de Cavalaria das Pro-víncias-Unidas sob o Príncipe deOrange. Tradução e anotações deCláudio Brandão. Foram tiradas umaedição em grande formato onde sereproduzem os mapas e gravuras da1ª edição, e uma edição em pequenoformato, sem os mapas.

Dentre as obras raras ou precio-sas, brasileiras ou estrangeiras, relati-vas ao Brasil destaca-se esta, comouma das mais importantes.

A 1ª edição de 1647, a traduçãoholandesa de 1923 e a edição brasi-leira de 1940 são as melhores ediçõ-es desta obra. Convém acentuar quea tradução alemã publicada por To-bias Silberling em 1659 e a 2ª ediçãolatina, de 1660, do mesmo editor,são indignas de apreço.

Embora o tom panegírico comque foi escrita, esta obra é fonte in-

dispensável para o estudo do perío-do nassoviano.

Como descrição geral e particulardo Brasil holandês administrado porJoão Maurício de Nassau, este livropode e deve ser considerado comorepresentativo da literatura que se re-fere à experiência colonial holandesano Brasil.

Sobre as várias edições, cf. A edi-ção brasileira de Barleus, por José Ho-nório Rodrigues, in Suplemento Li-terário d’A Manhã de 10 de agostode 1941; reproduzido na Revista doArquivo Público de S. Paulo, vol.LXXVII, p. 272-277.

Kaspar van Baerle (1584-1648),nascido em Antuérpia, foi considera-do como homem de grande talentoe saber. Filólogo, erudito, historia-dor e poeta, começou a vida comopredicante calvinista. Era professorde lógica em 1617, e em 1619 devidoàs lutas religiosas foi expulso e seexilou em França. Registramos nestabibliografia suas Poesias (Poemata) esuas cartas (Epistolarum). O melhorestudo biobibliográfico é o de J.A.Worp -- Gaspar van Baerle, in OudHoland (I, 1885, t. 3. p. 241-259; II, t.4.1886, p. 24-41, 172-189, 241-253; III,t. 5. 1887, 93-127; IV, t. 6. 1888, 87-103,241-276; V. t. 7, 1889, 89-129).

Pode-se consultar também Mo-lhúysen, Nieuwe, Nieuwe, Neder-landsch Biografisch Woordenboek,3 vols. Sobre a importância literáriade Barleus na Holanda cf. Jonck-bloet, W.J.A. Geschiedenis der Ne-derlandsche Letterkunde, Gronin-gen. J. B. Wolters, 1888, 6 vol. 4ª ed.(vol. III); Kalff, Gerrit, Geschiedenis

847

Page 183: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

der Nederlandche, Letterkunde,Groningen. J. B. Wolters, 1906-1912. 7 vol. (vol III). Contendo cu-riosas informações de importânciapara a história dos homens e da épo-ca, a correspondência de ConstantinHuygens (Briefwisseling van Constan-tin Huygens, 1608-1687), Haia, Nij-hoff, 1911) deve ser consultada, espe-cialmente os 4 primeiros volumes,onde ocorrem inúmeras cartas de C.Barleus, de imediato interesse para ahistória dos holandeses no Brasil.

Sobre esta edição especial cf. oartigo assinado por W. N. PrinsMaurits groote wandkaart van Brazi-lie in 1664 opnieuw witgegevenBock, Den Haag, 1930, 8º Jaarg 19,p. 225-226 [3995]

Calado, Manuel, frei. O ValerosoLvcideno, e Trivmpho da Liberdade.Primeira Parte. Composta por o P.Mestre Frei Manuel Calado da Or-dem de S. Paulo primeiro Ermitão,da Congregação dos Eremitas daSerra d’Ossa, natural de Villauiçosa.Dedicada ao Sereníssimo SenhorDom Teodósio Príncipe do Reino,& Monarquia de Portugal. Lisboa,1648. 336 págs.

Manuel Calado era natural de VilaViçosa (Portugal). Foi eremita daCongregação de São Paulo. Por trin-ta anos assistiu no Brasil e lutoucomo participante ativo nas lutascontra os holandeses, em Pernam-buco, pois foi ele mesmo organiza-dor de guerrilhas.

Frei Manuel Calado, ou ManuelSalvador, como se chama a si mes-mo, nessa obra, escreve uma históriasingela do Brasil dos seiscentos,

cheia de saborosas notícias da vidacontemporânea. A ingenuidade esimplicidade com que se exprimedão a seu livro, com o qual tanto an-tipatizava o austero Varnhagen, umalto índice de autenticidade. É certoque foi parcial. Nem de outro modopoderia proceder quem, por tantasvezes, declarou, no correr de suaspáginas vivas, tomar partido pelosda facção da liberdade.

Como cronista do tempo, não éde admirar que o zelo em batalharpara restituir Pernambucano ao do-mínio de D. João IV o conduzisse aparcialidades e erros.

Este livro é um retrato vivo e au-têntico dos sofrimentos e da rebeldiados aflitos moradores do Nordeste.É a melhor crônica da época, onde osabor das coisas seiscentistas setransmite ao leitor.

Calado foi, enfim, como disseSouthey, um homem extraordinário,ao mesmo tempo soldado, pregador,poeta e historiador.

A edição que, modernamente, sepublicou em Recife é indigna do me-recimento de Calado. Sem introdução,sem notas críticas, esta obra não deviaser reimpressa e entregue ao público,pelas razões que dissemos acima. Li-vro saboroso, mas apaixonado, elecontém, naturalmente, falhas e exces-sos que devem ser anotadas.

O melhor estudo sobre a obra e afigura de Manuel dos Óculos, comofoi chamado no Inventário dos Pré-dios, é o de Capistrano de Abreu.Memórias de um Frade, publicado naRev. do Instituto Arqueológico e Geográfi-co de Pernambuco, 1905-1906 nº 65, p.

848

Page 184: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

18, e depois reimpresso nos Ensaiose Estudos, 1ª série, ed. da SociedadeCapistrano de Abreu, p. 245-295.Este estudo contém transcrições de-masiadas, devido, é certo, ao desejodo autor de divulgar a obra, na épo-ca raríssima. A primeira e a segundaedições são raríssimas.

Existe uma tradução livre para oinglês na Coleção Samuel Oppe-nheim da American Jewish Histori-cal Society, de New York. [3996]

Ferreira, Gaspar Dias. Papéis concernentesa Gaspar Dias Ferreira. (Revista doInst. Arch. e Geog. Pernambucano, nos 31e 32, 1886 e 1887, p. 326-352, 74-120).

Estes documentos, pertencentesao Arquivo particular do rei da Ho-landa, foram trazidos e traduzidospor José Higino Duarte Pereira.Chamamos em especial atenção parao Parecer publicado no nº 31, p.335-352 e para a Carta ao rei de Por-tugal, no nº 32, p. 75-106, ambos deexcepcional interesse.

Há um contraste flagrante entrea atitude do Padre Antônio Vieira,S. J. e do judeu Gaspar Dias Fer-reira, aquele pleiteando a entregado Brasil, e este propondo aos ho-landeses a restituição do Brasil aPortugal. No Relatório de José Hi-gino Duarte Pereira (Rev. do Institu-to Arqueológico de Pernambuco, nº 30,1886, pág. 63) encontra-se umanota biográfica sobre Gaspar DiasFerreira. [3997]

Gvelen, Avgvste de. Brieve relation de l’-Estat de Phernambvcq. Dedié a l’as-semblée de XIX pour la tresnobleCompagnie d’West-Inde. Par Avgvs-

te de Gvelen. A Amsterdam, chezLouys Elzevier, 1640. 22 f.

Saiu uma tradução holandesa pu-blicada em Amsterdã, 1640. O folhe-to é dedicado à Camara de Amsterdã,e nele se faz, como indica o título,uma curta descrição de Pernambuco.A princípio trata-se da guerra e dasordens ao exército, depois, do co-mércio e das medidas para seu de-senvolvimento, e a seguir da justiça ede suas irregularidades, bem comodos meios para torná-la mais regular.

[3998]Joosten, Jacques. De kleyne wonderlijcke

werelt, bgestaende in dese ... Landenals: Turckyen, Hungaryen, Poolen,Ruslant, Bohemen, Oostenrijck, His-panien, Vranckrijck, Italien, Enge-lant, het Landt van Beloften, hetNieuwe Jeruzalen en Brasilien. Bes-chreven en doorreyst van... TotAmsterdam. Dirk Uittenbroek, s.d.(1649). XVI, 80 p. retr. do Autor. 8ests. maps.

O autor esteve no Brasil de 1638a 1644, a serviço da Companhia dasÍndias Ocidentais; a descrição dessaestadia ocupa as p. 54-66. [3999]

Lima, Alexandre José Barbosa (Sobrinho).O Centenario da chegada de Nassau e o sen-tido das comemorações pernambucanas. Reci-fe. Tip. da Imprensa Oficial, 1936. 64p.

O autor, líder da bancada per-nambucana, defende e explica naCâmara dos Deputados o sentidodas comemorações feitas pelo Go-verno pernambucano ao terceirocentenário da chegada de Nassau aoBrasil (1637-1937). Trata-se de dis-

849

Page 185: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

curso parlamentar, de caráter históri-co. [4000]

Nassau, João Maurício de. Cartas nasso-vianas. (Revista do Instituto Arqueológico eGeográfico Pernambucano, v. X, nº 56,1902, p. 23-52, e v. XII, nº 69, p.533-555).

Trata-se de cartas trazidas dos ar-quivos holandeses por José HiginoDuarte Pereira e traduzidas por Al-fredo de Carvalho. A coleção com-pleta destas cartas encontra-se no ar-quivo do Instituto Arq. e Geog. Per-nambucano. Existe também uma co-leção trazida por Joaquim Caetanoda Silva e conservada no InstitutoHistórico e Geográfico Brasileiro,constituindo o v. II dos documentospor ele coligidos, que abrangem oitovolumes. [4001]

Nassau, João Maurício, Ceulen, Mat-hias van (e) Dussen, Adriaen vander. Breve discurso sobre o estado das qua-tro capitanias conquistadas de Pernambuco,Itamaracá, Paraíba, e Rio Grande (Rev.Inst. Arch. Geo. Pern., 1887, nº 34, p.139-194).

Este relatório, assinado por JoãoMaurício de Nassau, Mathias vanCeulen e Adriaen van der Dussen,tem o seguinte título no original:Sommier Discours over den staet devier geconquesteerde capitanias Per-nambuco, Itamaracá, Parahyba endeRio Grande inde Neerder deelen vanBrazil, 1638. Foi traduzido por JoséHigino Duarte Pereira e publicadono número acima citado da Rev. Inst.Arq. Geo. Pern.

Documento trazido da Holandapor José Higino. Fazia parte da no-tável coleção de manuscritos deno-

minada Brieven en Papieren van Brazilie,pertencente ao Arquivo da Compa-nhia das Índias Ocidentais, que seencontra no Arquivo Real de Haia.

Este documento foi pela primeiravez publicado na revista holandesaBijdragen en Mededeelingen v.h. Histo-risch Genoot. te Utrech, 2 deel,1879. [4002]

Relatórios e cartas de Gedeon Morrisde Jonge no tempo do domínioholandês no Brasil. (Rev. Inst. Hist.Geo. Bras., tomo 58, 1895, p. 237-319); tradução de dois relatórios porJosé Higino Duarte Pereira.

Documento trazido por José Hi-gino da Holanda, pertencente à cole-ção "Brieven en Papieren van Brazi-lie", pertencente ao Arquivo daCompanhia das Índias Ocidentais,que se encontra no Arquivo Real deHaia. [4003]

Soler, Vincent Joachim. Cort ende son-derlingh Verhael van eenen Brief vanMonsieur Soler, Bedienaer des H.Euangelii inde GhereformeerdeKercke van Brasilien. Inde vvelcke hijaen eenighe syne vrienden, daer hy aenschrijft, verhaelt verscheyden singulari-teyten van ’t Landt, Uyt de Francoys-che in onse Nederlanstche tale overge-set. Tot Amsterdam, 1639. 12 p.

As atas ou sínodos da religião cristã re-formada (trad. de Souto Maior, Rio,Liv. J. Leite, s.d.) e Nieuhof (Memorá-vel viagem terrestre e marítima ao Brasil,p. 70) referem-se ao padre reforma-do D. Joachim Soler, incumbido, em31 de março de 1637, de elaborarum pequeno e resumido catecismona língua espanhola para servir nacatequese indígena. Foi dos que mais

850

Page 186: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

se distinguiram neste ofício. Falavaportuguês, tendo, mesmo, pregadona nossa língua, a fim de converteros portugueses. Calado, porém, fala-nos de Vicente Soler, valenciano denação, que tendo sido frade augusti-no, converteu-se ao calvinismo(Cf. Calado, ed. 1648, p. 128).Nieuhof declara que J. Soler erapredicante francês, o que, junto àsnotícias biográficas de Calado, e aofato de ter sido este folheto tradu-zido do francês para o holandês,não deixa dúvida quanto à sua na-cionalidade e à identificação destecom o mencionado ministro, oque, aliás, já se declarava no títulodo folheto: Msieu Soler, ministroda igreja reformada no Brasil.

Calado escreveu que Soler era va-lenciano, o que explica o catecismoescrito em espanhol.

Neste escrito, dirigido a um ami-go, relata as diversas singularidadesda terra. É raro e valioso documen-to.

De acordo com as Atas dos Síno-dos da Holanda do Sul (Acta derParticuliere Synoden van Zuid-Hol-land, Haia, Nijhoff, 1 vol., registradonesta bibliografia) o predicantefrancês chamava-se Vicent JoachimSoler. [4004]

Testamento político do Conde JoãoMaurício de Nassau. Tradução deJosé Higino Duarte Pereira, precedi-da da pequena nota inicial. (Rev. doInst. Hist. e Geog. Bras., t. 58, p. I, p.233-236, 1895).

Trata-se de uma memória paraservir de instrução aos seus sucesso-res H. Hamel, A. van Bullestrate e

D. Conde van der Burgh. TentaNassau dar as diretrizes pelas quaisse deviam orientar os novos dirigen-tes. José Higino Duarte Pereira antesde traduzir este Testamento traduztrechos de uma longa carta dirigidaaos diretores da Companhia pelossucessores de Nassau (10-5-1644),na qual descrevem as solenidadesda transmissão. Estuda os negó-cios administrativos, militares, civise eclesiásticos. É um documentodigno e de alto valor moral ondeaconselha aos sucessores a anistia.As cartas de João Maurício de Nas-sau parecem retratar melhor a situa-ção econômica, social e política doBrasil. Estas duas cartas constituema nosso ver os melhores documen-tos nassovianos sobre sua adminis-tração. O Testamento é de 6-5-1644e revela o tino administrativo deJoão Maurício de Nassau. [4005]

Walbeeck, Johannes van (e) Mouche-ron, Henrique de. Relatório sobre o Es-tado das Alagoas em outubro de 1643.Apresentado pelo assessor Johannesvan Walbeeck e por Henrique deMoucheron, diretor do mesmo Dis-trito e dos Distritos vizinhos, em de-sempenho do encargo que lhes foidado por S. Exª e pelos nobres mem-bros do Supremo Conselho (Rev.Inst. Arch. e Geo. Pern., vol. 5, nº 33,1886, p. 152-165).

Trata-se do mais importante do-cumento sobre Alagoas no períodoholandês. O documento foi trazidopor José Higino e por ele publicado.Descreve os aspectos geográficos, avida econômica, engenhos, seus pro-prietários e sua capacidade, a criaçãode gado e discute os problemas de

851

Page 187: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

colonização, onde expende opiniõesmuito valiosas para a análise da ten-tativa colonial holandesa. O relatóriofoi entregue ao Conselho em 26 denovembro de 1643. [4006]

f. Ataque à Bahia: 1638.

Coutinho, Antônio Xavier da Gama Pe-reira (Soydos). A iniciativa dos portugue-ses na defesa da Bahia, em 1638: esboçode nótula histórica sobre documen-tos inéditos. Porto, 1937. 86 p.

O autor reivindica para os portu-gueses a iniciativa da defesa e da vi-tória contra o assédio holandês à Ba-hia. Baseado na incapacidade e faltade bravura de Bagnuolo, demonstra-da nos sucessos militares anterioresao ataque de 1638 e no êxito dessacampanha, argumenta que não foiBagnuolo quem estimulou a luta esim os moradores da cidade, por ini-ciativa de João Álvares da FonsecaCoutinho, vereador mais antigo daCâmara da Bahia, ascendente do au-tor. Em favor dessa tese publica al-guns documentos novos, isto é, 14certidões passadas por pessoas im-portantes da Bahia, onde se enalte-cem so serviços de J. Álvares daFonseca Coutinho.

Esta tese é nova e realmente im-portante. [4007]

Relacion de la vitoria que alcanzaronlas armas Catolicas en la Baia deTodos os Santos, contra Olandeses,que fueron a sitiar aquella plaça, en14 de junio de 1638. Siendo governa-dor del estado del Brasil Pedro deSilva. Madrid, F. Martinez, 1638. 12pp. fol.

Encontra-se na coleção BarbosaMachado, no volume intitulado Notí-cias Históricas e Militares da América,que compreende desde o ano de1576 até 1757. É o folheto 12 do re-ferido volume.

Anda reproduzido na Revista Tri-mensal do Instituto Histórico e GeográficoBrasileiro, tomo 22, 1859, p. 331-337,e nos Anais da Biblioteca Nacionaldo Rio de Janeiro, vol. XX, 1899, p.133-142, com nota bibliográfica deJansen Paço.

Trata-se de uma relação de im-portância militar, onde ao lado dacurta descrição da peleja, se acen-tuam vários e importantes fatores detática e estratégia militar. [4008]

Vilhasanti, Pedro Cadena de. Relação diá-ria do cerco da Bahia de 1638: prefáciode Serafim Leite, notas de ManuelMúrias. Lisboa, 1941. 358 p. (Cole-ção dos Clássicos da Expansão Por-tuguesa no Mundo.)

Trata-se da obra mais importantesobre o ataque à Bahia em 1638. Pe-dro Cadena de Vilhasanti era prove-dor-mor da Fazenda Real. Depois de1638, voltando ao reino, foi aprisio-nado, com sua mulher e filhos pelosholandeses. É possível que entre ospapéis aprisionados pelos holande-ses figurassem o manuscrito sobre aAmérica Portuguesa, mais tarde des-coberto na biblioteca de Wolfenbut-tel e publicado por Lessing, sob o tí-tulo: Beschreibung des Portugiesis-chen Amerika, vom Cudena. EinSpanisches Manuscript in der Wol-fenbuttelschen Bibliothek, herausge-geben vom Herrn Hofrath Lessing.Mit Anmerkungen und Zusätzen be-gleitet von Christian Leiste. Rektor

852

Page 188: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

des Herzoglichen grossen Schule zuWolfebuttel. Braunschweig, 1780,160 p.

O Padre Serafim Leite publicouduas das cartas que compõem a Re-lação Diária na revista Fronteiras, ano6, nº 21, p. 9-10, sob o título: A der-rota de Maurício de Nassau no cerco daBahia. Foi tirada uma separata, publi-cada em Lisboa, Casa Portuguesa,1935. 10 p. Edição de 50 exempla-res. Essas mesmas cartas, de 18 e 19de maio de 1638, foram reimpressasno vol. 93 da Coleção Brasiliana: Pá-ginas de História do Brasil, Rio de Ja-neiro, Comp. Editora Nacional, p.229-239. [4009]

g. Angola (S. Paulo de Luanda)e o Brasil.

Crus, Luis Felis. Manifesto das ostilida-des que a gente que serve a Compa-nhia occidental de Olanda obroucontra os vassalos del rei de Portugalneste reyno de Anglo, debaixo dastreguas celebradas entre os principes;e dos motivos que obrigarão ao ge-neral Salvador Corrêa de Sá e Be-nauides a dezalojar estes soldadosolandezes delle, sendo mandado aesta costa por sua majestade a diffe-rente fim. 30 p.

Conforme escreve Edgar Presta-ge, no prefácio da 2ª edição deste fo-lheto, ele conta a história resumidadas lutas entre portugueses e holan-deses em Angola, desde a conquistado reino em 1641, pelo AlmiranteCornelio Jol, até sua restauração porSalvador Correia de Sá.

Foi escrito pelo Secretário LuísFélix Cruz, que afirma ter presencia-do os sucessos.

Traz os artigos e capítulos assen-tados e concluídos entre SalvadorCorreia de Sá e Benevides e os se-nhores diretores do distrito australda Costa de África, no dia 21 deagosto de 1648.

A 1ª edição é raríssima, sendohoje a segunda também difícil de en-contrar no Brasil.

A 2ª edição tem o seguinte título:O Manifesto das Hostilidades, de LuísFélix Cruz. Nova edição, conforme ade 1651, publicada por Edgar Pres-tage. Coimbra, Imprensa da Univer-sidade, 1919. 41 p. [4010]

h. Restauração: 1645-1654.

Aen-Spraeck aen den Getrouwen Hol-lander, nopende De Proceduren derPortugesen in Brasil. In s’Graven-Hage, 1645. 24 p.

Alocução do Fiel Holandês sobreos atos dos portugueses no Brasil.Theodoro Grauswinkel é considera-do o autor deste folheto. SegundoAsher, Grauswinkel figura na litera-tura daquela época como autor deapologias a favor do Estado da Ho-landa, o que significa o poder centralda facção arminiana.

Sobre a atribuição de autoria, cf.Catalogue d’une bibliothèque de la litératu-re, por R.M. van Goens, nº 14.105.

[4011]Antvvoort vanden Ghetrouwen Hol-

lander. Opden Aenspraeck van denHeetgebaeckerden Hollander Vrien-

853

Page 189: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

den moghen kijven, Maer moetenVrienden blyven. S.L. 1645. 16 p.

"Resposta do Fiel Holandês àalocução do Holandês exaltado.Amigos podem discutir, mas de-vem ficar amigos". Como se vê,trata-se de resposta ao folheto an-terior. [4012]

Brandt in Brasilien. S. L. 1648. 10 p.Fogo no Brasil.

Cópia traduzida da carta de JoãoFernandes Vieira aos de Recife em 11e 12 de setembro de 1640. (até p. 5).

Estas duas cartas de João Fer-nandes Vieira foram publicadaspor Joan Nieuhof. Na edição por-tuguesa Memorável Viagem Marítimae Terrestre ao Brasil. São Paulo, Ed.Martins, 1942, encontram-se às pp.263-266. [4013]

De Brasilsche Breede-Byl; ofte T’Sa-men-Spraek, Tusschen Kees JanszSchott, komende uyt Brasil, en JanMaet. Koopmansknecht, hebbendevoor dessen ook in Brasil geweest,over Den Verloop in Brasil. S.L.1647. 36 p.

"O Machadão do Brasil; ou diálo-go entre Kees Jansz Schot, chegadodo Brasil, e Jan Maet, negociante quetambém esteve no Brasil, sobre aperda do Brasil."

Trata-se de uma das mais interes-santes obras contemporâneas, relati-vas aos holandeses no Brasil, con-tendo, em forma de diálogo popular,numerosos detalhes importantes, so-bre a administração da Companhiadas Índias Ocidentais.

Neste documento de alto valor,se retrata a corrupção moral dotriunvirato que sucedeu a João Mau-

rício de Nassau. A miséria moral deHamel, Bullestrate e Bas está pintadaem cores fortes. Além disso, este fo-lheto é valiosíssimo para a históriasocial do período holandês, por es-tudar a vida familiar e sexual, a situa-ção dos negros e a influência do ál-cool no Recife holandês.

Souto Maior, em 1908, fezuma tradução deste folheto,que se encontra na Rev. do Inst.Arq. Geog. Pern., 1908, nº 71,p. 125. [4014]

Brasilsche Gelt-Sack, waer in dat klaer-lijck vertoont wort waer dat de Parti-cipanten van de West-Indische Com-pagnie haer Geldt ghebleven is. Ge-druckt in Brasilien op’t Reciff in deBree-Bijl, 1647. 28 p.

"A Bolsa do Brasil, onde clara-mente se mostra a aplicação queteve o dinheiro dos acionistas daCompanhia das Índias Ociden-tais".

José Higino traduziu este folheto,por volta de 1883, e na introduçãoexplicou que as três partes, em quese dividia, não haviam sido escritasna mesma época. A primeira, emforma epistolar, foi escrita poucodepois do combate da Casa Forte.A segunda, constando de uma rela-ção de contratos celebrados entre osrepresentantes da Companhia e ossenhores de engenho, foi escrita naHolanda, na última metade de 1647.A terceira parte refere-se aos danosque a Companhia sofreu por culpade seus delegados e parece ter sidoescrita em Pernambuco, em 1645.

854

Page 190: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Esta tradução apareceu na Rev.Inst. Arq. Geog. Pern., tomo IV, nº 28,1883, p. 121.

Trata-se, como o De BrasilscheBreede Byl, de um libelo difamatóriocontra os negócios dos diretores daCompanhia das Índias Ocidentaisno Brasil. Neste, como no outro,acusa-se o triunvirato de Hamel, Bas eBullestrate de corrupção. Apenas con-vém frisar que este é de caráter maiseconômico e menos social do que ooutro.

Sobre a autoria desses folhetos,José Higino levanta a hipótese de te-rem sido Abraham de Vries, PieterVernhagen e Johannes Greving osautores, por constar em Nieuhofque estes acusaram Hamel, Bas eBulestrate de causadores da ruína eperda do Brasil. Memorável ViagemMarítima e Terrestre ao Brasil, S. Paulo,Ed. Martins, 1942, p. 323-332. Estetrecho só consta da edição originalholandesa de 1682 e da brasileira de1942, pois, na edição inglesa, foi supri-mido.

É suposição curiosa esta, masque merece ser mais documentadapara ser aceita. Afora esta tradução,existe uma segunda, feita pelo PadreGeraldo Pauwels, em 1933, com in-teressante prefácio de Alcides Bezer-ra, publicado na Rev. da Sociedade deGeografia do Rio de Janeiro, tomoXXXVII, 1933 (1º semestre), p. 32-59.

Ambas as traduções são boas,apresentando pequenas divergências,que se podem atribuir ou aos erros ti-pográficos das próprias edições holan-desas de que se serviram os tradutoresou, ainda, ao fato de José Higino ter-

se servido, talvez, na edição registra-da por J. C. Rodrigues (Bib. Brasi-liense, nº 1086) e o Padre GeraldoPauwels desta edição que indicamos.

Alfredo de Carvalho, Afonsod’E. Taunay e outros estudiosos, emtrabalhos sobre a história da impren-sa no Brasil, demonstraram ampla econvincentemente, que este folhetonão foi impresso no Recife, comodiz a folha de rosto. Trata-se de umembuste, com o fito de ocultar osautores e impressores deste libelo.

[4015]Breve Relaçam dos últimos sucessos

da guerra do Brasil, restituição dacidade Maurícia, Fortalezas do Recifede Pernambuco, e mais praças que osolandeses occupauão naquelle Esta-do. (In-fine) Em Lisboa. Na OficinaCraesbeeckiana. Ano 1654. 30 pp.

Encontra-se no vol. Notícias histó-ricas e militares da América, da coleçãoBarbosa Machado. No catálogo des-ta coleção, organizado por B.F. RamizGalvão (Anais da Bib. Nac. vol. VIII,1880-81, Rio de Janeiro, 1881, p. 375)encontra-se registrado sob o nº 1.576.

Naquele tomo é o 14º folheto.Segundo José Cesar Figanière, Ino-cêncio da Silva e Ramiz Galvão,seu autor é João Medeiros Correia.Um segundo exemplar se encontrana mesma coleção Barbosa Ma-chado no vol. intitulado Notíciasdos cercos heroicamente sustentados pe-los portugueses nas quatro partes domundo. É o nº 12 do referido tomo(cf. Ramiz Galvão, catálogo das co-leções, id., id., nº 1.703).

Este trabalho é menos desenvol-vido e minucioso do que a Relaçam

855

Page 191: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Diaria, na parte das lutas até a derro-ta dos holandeses, embora mais pre-ciso e detalhado nos fatos posterio-res à capitulação holandesa. Descre-ve as manifestações em Portugal einclui as 2ª e 5ª condições da capitu-lação holandesa. É posterior à Rela-çam Diaria.

Anda reproduzido nos Anais daBib. Nac. do Rio de Janeiro, 1898,vol XX, p. 166-186, com excelentenota bibliográfica de Jansen Paço (p.206-209).

João Medeiros Correia nasceu emLisboa e foi jurisconsulto. Escreveualém da Relaçam verdadeira de todoo sucedido na restauração da Bahia(1625) e deste opúsculo aqui citadoo Perfeito Soldado, e Política Militar(Lisboa, Henrique Valente de Olivei-ra, 1659). [4016]

Breve Relatione Dell’insigne Vitto-ria, che i Portoghesi riportaronodegli Olandesi nello stato del Brasi-le, impatronendosi della FortezzaReale detta Recife nella Capitania diPernambuco, e di tutte le Piazze,Fortezze, e Isole d’intorno. A 27 diGenero del 1654. S/1. s.d., in 4º, de16 pp.

Encontra-se no tomo V do vol.intitulado "Notícia dos cercos heroi-camente sustentados pelos portu-gueses nas quatro partes do mun-do", coligido por Barbosa Machado.É o 11º folheto deste tomo. No ca-tálogo da coleção Barbosa Machado,organizado por B. F. Ramiz Galvão(cf. Anais da Bib. Nac. do Rio de Ja-neiro, 1880-81. Rio de Janeiro, 1881,p. 401) este folheto está registradosob o nº 1.702.

Barbosa Machado e InocêncioFrancisco da Silva acreditaram queeste folheto fosse tradução da Rela-çam Diaria, atribuída a Antônio Bar-bosa Bacelar. Ramiz Galvão contestaos dois bibliógrafos, mas JansenPaço na nota que acompanha areimpressão pelos Anais da RelaçamDiaria (vol. XX, 1899, p. 211) mos-tra que se ele não tem ponto algumde semelhança com a Breve Relaçamde João Medeiros Correia, tem-no emuito com a Relaçam Diaria atribuídaa A. B. Bacelar. Se não é uma tradu-ção literal e rigorosa é, contudo, umconsciencioso e excelente resumoem italiano da obra atribuída a Ba-celar.

Sobre este volume cf. a excelentenota bibliográfica de Jansen Paçoacima citada. [4017]

Claar Vertooch van de Verraderscheen Vyantlijcke Acten en Proce-duren van Poortugaal, In’t ver-wecken ende stijven van de Rebellieende Oorloghe in Brasil. Bewesenuyt de Brieven en Geschriften vanhet selve Rijck ende hare Ministersdoor een Lief-hebber by een versa-melt tot wederlegginge van de fri-vole excusen tot der Portugijsenonschult voort gebracht. Amster-dam, 1647. 40 p.

Relação clara das traições eprocessos hostis de Portugal, ex-citando e ajudando a rebelião eguerra no Brasil. Demonstradaspor cartas e escritos vindos da-quele reino e de seus ministros,coligidos por um amador para re-futar as desculpas vulgares apre-sentadas com o fito de provar a

856

Page 192: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

inocência dos portugueses. Impor-tante e interessante coleção de docu-mentos sobre a revolta. Cf. Aitzema,t. IV.

É preciso acentuar que neste fo-lheto se encontra a célebre Procla-mação dos 16 conjurados de 23 demaio de 1645. Até hoje só se publi-caram em português os nomes dosconjurados (Cf. Varnhagen, Históriadas Lutas, 2ª ed., p. 263, e Rev. doInst. Arq. de Pern., nº 34, p. 124).Os originais se encontram na Biblio-teca de Évora e no Real Arquivo deHaia. [4018]

Consideratie over de tegen-woordige ghelegentheydt vanBrasil. In twee Deelen ghestelt: Inteerste werdt aenghewesen op watmaniere men aldaer alles beter coopsal connen hebben, ende wat voor-deelen aldaer uyt staen te verwach-ten. Int tweede deel ofte profijtelijc-ker is dat sulcs geschiede door deCompagnie selfe ende hare dienaersalleen ofte door particuliere. Allesmet redenen bvestcht, ende de teg-henworpinghe die daer tegen soudenconnen worden byghebracht, vol-daen. Amsterdam, 1644. 34 págs.

Consideração sobre o estado pre-sente do Brasil. Dividido em 2 par-tes: na primeira, demonstra-se deque maneira se poderia comprartudo mais barato, ali, e que vanta-gens se poderiam esperar. Na segun-da parte, se é proveitoso que se façaisto apenas pela própria Companhiae seus servidores ou particulares.Tudo baseado em boas razões e res-pondidas as objeções que poderiamser feitas.

Folheto valorosíssimo para o es-tudo da situação econômica brasilei-ra na época da revolução contra osholandeses. Estudam-se os capitaisaplicados, as mercadorias de expor-tação, como açúcar, madeiras, taba-co, etc., e as que deveriam ser im-portadas a preços acessíveis em nívelda população brasileira. Estuda-se acarestia da vida naquela época e asvantagens da imigração holandesapara o Brasil. Toda a primeira partejá foi, pelo autor desta seção, traduzi-da, devendo ser em breve publicada.

Sobre ele veja-se a referência emJosé Honório Rodrigues, O Brasil naHistória do Açúcar de E. O. von Lipp-mann, artigo III, Brasil Açucareiro,maio de 1945. [4019]

Copie, Van den brief Geschreven By Si-gismvnd van Shoppe, Gewesene Ge-nerael, der Militie, in Brasilien; AenHare Hog. Mog, de Heeren StatenGenerael der Vereenigde Nederlan-den; Alwaer hy, shoppe, in vertoont,den miserabilen Staet van de voor-noemde Brasilien; Als mede Klagendeover de slechte assistnetie tot onder-houd van de Militie; ende de onwillig-heyd der onde Soldaten. Middelbvrgh,By Symon de Klager, 1654. 6 p.

Cópia de uma carta escrita por Si-gismund Schkoppe, último generalda milícia do Brasil, aos altos e po-derosos Estados Gerais das Provín-cias Unidas, na qual, ele mostra o es-tado miserável do Brasil e queixa-seda falta de auxílio para a conserva-ção da milícia e da má vontade dosvelhos soldados. [4020]

Cort, Bondigh ende Waerachtigh VerhaelVan’t schandelyck over geven ende

857

Page 193: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

verlaten vande voorname Conques-ten Van Brasil, Onde de Regeeringexvande Heeren Wouter van Schonen-burgh, President, Hendrick Haecx,hoogen Raet ende Sigismondus vanSchkoppe, Luytenant generael overde Militie, 1654. Middelburgh, 1655. 28p.

Relatório curto, preciso e autênti-co da rendição vergonhosa e doabandono das principais conquistasdo Brasil, sob o governo dos Senho-res Wouter van Schonenburg, presi-dente, Hendrick Haecx, alto conse-lheiro, e Sigismundo van Schkoppe,tenente-general da Milícia.

Entre julho e agosto de 1646, che-garam ao Brasil, para imprimir novaorientação ao governo, os autoresdeste relatório. Wouter Schonenburgveio como presidente do Conselho,H. Haecx, comerciante em Amster-dã, para fiscalizar os negócios daCompanhia, e Sigismundo Schkop-pe, que no governo de João Maurí-cio de Nassau detivera o comandogeral das forças de terra, foi enviadopara o mesmo cargo. Fracassadosem sua missão de impor a ordem eextinguir a revolução, acusados deterem assinado as capitulações, apre-sentaram, em 4 de agosto de 1654,este relatório de defesa. [4021]

Cort ende waerachtich verhael vander Portugysen in Brasil Revolteende verraderijcke hostilliteyt,Voorgenomen Ende in ’t werk gestelt,Tegens De Staet deser Landen Endede West Indische Compagnie Endeandere goede Ingesetenen ende Neder-landers aldaer woonende. (1647) 8 p.

Relação curta e verdadeira da re-volta dos portugueses no Brasil esua hostilidade traiçoeira, iniciada eexecutada contra o estado daquelasterras e a Companhia das ÍndiasOcidentais, e outros bons habitantesneerlandeses que ali viviam. [4022]

Eenige Advijsen ende verklaringhenuyt Brasilien. In dato den 19. Mey1648. Van’t Gepasseerde, Amsterdam,By Philips van Macedonien, 1648. 8 p.

Alguns avisos e esclarecimentossobre o Brasil e o que tem aconteci-do por lá.

No texto encontram-se nótulassobre o tratado da situação do Bra-sil em 22 de abril, 12 de maio e 7de julho. [4023]

Extract ende Copye van verscheydeBrieven en Schriften, Belangendede Rebellie der Papsche Portugesenvan desen Staet in Brasilien. Tot be-wijs Dat de Kroon van Portugaelschuldich is aen de selve. S. L. 1646.24 p.

Extrato e cópia de diversas cartase escritos concernentes à rebeliãodos papistas portugueses, súditosdaquele país no Brasil. Prova de quea Coroa de Portugal é culpada domesmo.

Foram traduzidos pelo Pe. FreiZacharias van der Hoeven. O. F. M.,1922, t. 92, p. 181-210, da Rev. Inst.Hist. Geog. Bras. A introdução é deAfonso d’E. Taunay (p. 163-167).

Neste folheto se encontra, tam-bém, um sumário da expedição so-bre o Maranhão apresentado emAmsterdã a 4 de novembro de 1644,por Schade. Foi trazido por Caetanoda Silva da Holanda e se encontra

858

Page 194: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

no 3º tomo, dos documentos Holan-deses, do Inst. Hist. Geo. Bras. fls.175-178. Foi daí extraído e publica-do na Rev. Inst. Hist. Geo. Bras., 92.p. 202-205, e nas Memórias do Mara-nhão de Cândido Mendes, 2ª vol, p.449-454. [4024]

Extract VVt (sic) de Missive van denPresident ende Raden Aen de Ho.Mo. Heeren Staten Generael. Op’t Recif den 22 April 1648. In ’s Gra-ven-Hage, By Ludolph Brekevelt,1648. 8 p.

Fragmento da carta do Presidentee Conselheiros aos Altos e Podero-sos Estados Gerais. Em Recife, a 22de abril de 1648.

Traz o número e nome dos mor-tos e feridos. Estatística e militarmenteé muito importante para a primeirabatalha dos Guararapes. [4025]

Journael ofte Kort Discours nopendede Rebelye end verradelijcke des-seynen der Portugesen alhier inBrasil voorgnenomen ’t welck inJunio 1645, is ontdeckt. Ende watvorder daer nae ghepasseert is totden 28, Abril 1647. Beschreven dooreen Lief-hebber, die selfs int beginder Rebellye daer te Lande is ghe-weest, ende aldaer noch is resideren-de. To Arnhem, 1647. 80 p.

"Diário ou curta exposição sobrea rebelião e as intenções traidorasdos portugueses no Brasil, descober-tas em junho de 1645, e o que acon-teceu depois de 28 de abril de 1647.Escrito por um curioso que estava,ele próprio, no Brasil, no começo darevolta, e que ainda residia ali."

Este folheto, que é muito raro,fornece-nos uma das melhores nar-

rações dos acontecimentos da revol-ta dos luso-brasileiros. Escrito porum holandês, testemunha ocular, elesumaria, para seus patrícios, a con-quista do Brasil pelos portugueses.

Por volta de 1886, foi traduzidopara o português e publicado naRev. do Inst. Arq. Geog. Pern., vol. 5,1886-87, p. 121-125. Não se mencio-na o tradutor, mas deve ser, prova-velmente, José Higino Duarte Perei-ra.

Dividido em três partes, este Diá-rio abrange a história da revolução,desde junho de 1644 até 28 de abrilde 1645. A primeira parte alcançadezembro de 1645; a segunda, vai dejaneiro de 1646 até dezembro domesmo ano; a terceira, vai de 3 de ja-neiro de 1647 até abril do mesmoano. [4026]

Korte Antwwort, Tegens ’T manifestende Remonstrantie, Overgelevertdoor D’Portugesche Natie, en In-woondere van Pharnambuco, wegens’t aen-nmen der Wapenen tegens deWest-Indische Compagnie. S. L., &imp., 1647. 12 p.

Curta resposta ao manifesto e de-monstração apresentada pela naçãoportuguesa e os habitantes de Per-nambuco sobre a revolta contra aCompanhia das Índias Ocidentais.

Trata-se de resposta holandesa aomanifesto acima descrito. [4027]

Lyste vande hoge ende lage Officie-ren mitsgaders de gemeene solda-ten dewelcke in Batalie tegnensde Portugiesen aen den Berghvan de Guararapes (3 mijl van ’tRecif) doot zijn geblen of den 19Februarius 1649 S. L. s.d. I fol.

859

Page 195: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Relação dos oficiais, suboficiais esoldados rasos que caíram mortos a19 de fevereiro de 1649, na batalhacontra os portugueses, no monte deGuararapes (a 3 milhas de Recife).

Esta lista foi traduzida e publica-da como anexo II (p. 387-389) daedição brasileira da Memorável ViagemMarítima e Terrestre ao Brasil de JoanNieuhof. Aí o autor desta bibliografiaanota seu valor e importância, comodocumento militar da batalha deGuararapes. Cf. nota 377, p. 281, daobra citada. [4028]

Manifest door d’Inwoonders vanPernambuco uytgegeven tot hunverantwoordinge op ’t aennemender wapenen tegens de West-In-dische compagnie; ghedirigeetraen alle Christene princen, ende be-sonderlijck aen de Hoog-Mo; H.Staten Generael van de Vereenighde Nederlanden. ’t Heeft schijn vanquaet Maer nit de daet. Nolite judi-care secundum faciemm, sed jus-tum judicium judicate. Joannis 7.vers. 24 Ghedruckt ende uyt hetportugies overgeset in onse Neder-duytsche tale. Tot Antwerpen,1646. 12 p.

Manifesto dos habitantes de Per-nambuco, defendendo-se de terpego em armas contra a Companhiadas Índias Ocidentais, dirigido a to-dos os príncipes cristãos e, sobretu-do, aos muito poderosos EstadosGerais das Províncias Unidas. Tradu-zido do português para o holandês.

Trata-se de folheto importantíssi-mo, porque nos dá as razões públi-cas e políticas assinadas pelos chefesprincipais da revolta. Este manifesto

foi, em 1648, publicado no ValerosoLucideno, de Frei Manuel Calado, p.139-148, com os nomes dos que as-sinaram o manifesto, que se iniciadeclarando falar em nome de 30.000almas portuguesas. É curioso acen-tuar que, em Calado, os holandesesque se passaram para as fileiras luso-brasileiras assinam primeiramente.Neste rol se encontram Dirck (Die-derik) Hoogstraeten, Kaspar van derLey, Latour, etc., etc. [4029]

Melo, Francisco Manuel de. Epanáforas devária história portuguesa. A El-Rei Nos-so Senhor D. Afonso VI. Em cincorelações de sucessos pertencentes aeste reino. Que contém negócios pu-blicos, políticos, trágicos, amorosos,bélicos, triunfantes por Dom Fran-cisco Manuel. Lisboa, 1660. 538 pp.

Francisco Manuel de Melo foi, nodizer de Rebelo da Silva (História dePortugal, IV, p. 198), um dos pri-meiros eruditos de seu tempo e, tal-vez, o prosador mais substancioso econciso da língua portuguesa. Escre-veu a 5ª Epanáfora -- a que interessa,no livro, aos estudiosos da coloniza-ção holandesa no Brasil, -- para quese perpetuasse a ação dos pernam-bucanos, já que tudo que havia sidoescrito, até então, era indigno daque-las lutas, segundo ele próprio.

Todos os críticos da história lite-rária portuguesa e os historiadoressão unânimes em reconhecer em D.Francisco Manuel de Melo um doshomens de mais engenho que pro-duziu a Península no século XVII.

A 5ª Epanáfora é trabalho impor-tante, onde se relatam, em boa lin-guagem, particularidades e sucessos

860

Page 196: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

da restauração pernambucana. Umdos censores da 1ª edição foi Antô-nio de Sousa Macedo, que diz bem:"Para aprovação destas Relações pa-rece que bastava serem escritas porD. Francisco Manuel".

Em 1676 foi tirada uma 2ª ediçãoem Lisboa, por Antônio Craesbeeckde Melo. Trata-se de edição repletade erros e falhas, conforme demons-trou Inocêncio F. da Silva (Dic. Bib.Port. vol. II, p. 441), que afirma ser aprimeira edição infinitamente supe-rior a esta em correção.

Saiu uma 3ª edição em Coimbra,Imprensa da Universidade, em 1931,revista e anotada por Edgar Presta-ge. É uma edição que se recomendanão só pela reprodução correta dotexto como também pelas notas eru-ditas que a acompanham.

Como fonte bibliográfica deve-se citar o trabalho de Edgar Presta-ge: D. Francisco Manuel de Melo, Es-boço biográfico. Coimbra, Imprensada Universidade, 1914. Trata-se,sem dúvida, do mais completo es-tudo biobibliográfico sobre D.Francisco Manuel. O caráter críticodo trabalho, a citação documental,inclusive de manuscritos, e a bibli-ografia fazem dele um modelo nogênero (XXXVI, 614 pp).

Em 1944, saiu uma edição da 5ªEpanáfora, em Pernambuco, edita-da oficialmente pelo governo doEstado. A 4ª Epanáfora, considera-da fonte precisa para o conflito en-tre holandeses e espanhóis em1639, foi quase totalmente traduzidapor C.R. Boxer. (Cf. The Journal ofMartem Harpertszoon Tromp, Cam-

bridge University Press, 1930). A tra-dução completa foi feita por M.Jong em 1939.

[4030]Moreau, Pierre. Histoire des derniers trou-

bles du Bresil. Entre les Hollandois et lesPortugais. Par Pierre Moreau, natif de laville de Parrey en Charollois. Paris,Chez Augustin Courbe, 1651. 212pp. 1 mapa.

Encontra-se na coleção: RelationsBeritables et cvrievses de L’Isle de Ma-dagascar, et dv Bresil. Auer l’Histoire dela derniere Guerre faite au Bresil, entreles Portugais et les Hollandois. Troisrelations d’Egypte et une du Royam-me de Perse. A Paris, Chez AvgvstinCovrbe; au Palais, en la Gallerie desMerciers, à la Palme, M. DC. LI. AvecPrivilege dv. Roy.

A obra de Moreau tem numera-ção independente.

Trata-se de obra capital para o es-tudo das causas econômicas e sociaisda Revolução. Pierre Moreau, "devo-rado por essa doce paixão de ver",foi à Holanda, empório da navega-ção e comércio, a fim de lá embarcarà procura de aventuras. Recomenda-do aos Senhores do Conselho deEstado do Brasil, conseguiu tornar-se secretário de um deles. Nestaépoca chegavam à Holanda os ecosdas lutas pela restauração de Per-nambuco. Aqui chegado, em 1646,permaneceu dois anos, presenciandoos acontecimentos. Resolveu escreversuas impressões, baseando-se maisnestas do que em documentos oficiaisque sua posição poderia facilitar-lhe.Observador inteligente, com bastantediscernimento (Driessen, p. 137-138,

861

Page 197: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

afirma o contrário), escreveu umaobra repleta de dados e informaçõespara a história social da época. Seulivro e o de Nieubof constituem asduas principais fontes, do ponto devista holandês, dos acontecimentosque eles presenciaram.

Existe uma tradução holandesadesta obra, feita por J. H. Glazemaker,publicada em Amsterdã, em 1652,sob o título: Klare em WaarachtingeBeschryving van de leste berooertenen afval der Portugezen in Brasil.

Jan Hendrik Glazemaker foi umdos mais ativos tradutores do séculoXVII. Traduziu Augustin Beaulieu,Marco Polo, Spinoza, e vários via-jantes.

Sobre a obra de Moreau existeum magnífico estudo de J. C. Rodri-gues, publicado em "O Novo Mun-do", jornal brasileiro ilustrado que sepublicava em Nova Iorque (23 de ju-nho de 1874, vol. IV, nº 45, p. 165).

Na mesma edição Courbé, de1651, se encontra a Viagem de Rou-lox Baro (p. 197-307). [4031]

Naber, S. P. l’Honoré. Het Dagboek vanHendrik Haecxs, Lid van den Hoo-gen Raad van Brazilië (1645-1654).Bijdragen en Mededeelingen van hetHistorisch Genooteschap. Utrecht,XLVI, 1925, p. 126-311.

H. Haecxs, que chegou ao Brasilem 12 de agosto de 1646, como umde seus governadores, representandoos interesses dos comerciantes deAmsterdã, da Companhia das ÍndiasOcidentais, foi, como tal, testemu-nha dos últimos acontecimentos queculminaram na expulsão definitivados holandeses. Este relatório, pu-

blicado por S. P. l’Honoré Naber,grande anotador da edição de Bar-laeus, é, assim, de grande valor paraa história política dos últimos anos(1645-1654).

Souto Maior traduziu um bomtrecho deste Diário e o publicounos Fastos Pernambucanos (Riode Janeiro, Liv. J. Leite, s.d. p.435-437). [4032]

Nieuhof, Johan. Gedenkweerdige bra-siliaense Zee-en Lant-Reize, Behel-zende Al het geen op dezelve isvoorgevallen. Beneffens Een bon-dige, berchriving van gantsch Neer-lants Brasil. Zoo van lantschappen,steden, dieren, gewassen, als dragh-ten, zeden en godsdienst der in-woonders.. Amsterdam, 1682. XII,240 pp.

Obra indispensável ao estudo darevolução luso-brasileira contra osholandeses. Embora o resumo sobrea situação geográfica, a história natu-ral e as populações indígenas e ne-gras seja de pouco valor em face dostrabalhos de Marcgrave e Piso, aobra de Nieubof é especialmenterica e valiosa para o estudo dos anosde 1640-49.

Publica inúmeros documentosapreendidos aos luso-brasileiros econstitui, com a obra de Moreau,fonte de primeira ordem para o estu-do da rebelião, em Pernambuco con-tra os holandeses.

A edição brasileira anotou ecorrigiu erros do autor, estudou assuas estampas, levantou a bibliog-rafia do autor, inventariando todasas edições, de todos os seus livrose fazendo a crítica dos mesmos.

862

Page 198: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Leva o seguinte título: MemorávelViagem Marítima e Terrestre ao Bra-sil. Traduzido do inglês por MoacirN. Vasconcelos. Confronto com aedição holandesa de 1682, introdu-ção, notas, crítica bibliográfica e bib-liografia por José Honório Rodri-gues. Vol. IX da Biblioteca HistóricaBrasileira, São Paulo, Livraria Mar-tins (1942).

A edição inglesa, conforme ficouamplamente provado na edição bra-sileira, é indigna de apreço, tal o acú-mulo de erros, omissões (especial-mente a das 30 colunas finais da edi-ção original). A edição inglesa leva otítulo: Voyages and Travels into Bra-sil and the East-Indies... Translatedfrom Dutch Original. Está contidano vol. II da coleção de Viagens deChurchill, de 1703, existindo tam-bém em separata.

A edição brasileira publicou tam-bém documentos originais holande-ses e identificou originais portugue-ses de cartas, relatórios e outros do-cumentos portugueses publicadospor Nieuhof em holandês.

O livro de Nieuhof abrange espe-cialmente o período que vai de 1640a 1649, mas refere-se, como o deCalado, a fases anteriores.

Sobre a edição brasileira cf. críticade Frei Elisiário Schmidt, in Vozes dePetrópolis, setembro de 1942, p. 702-703. [4033]

Relaçam diaria do sítio, e tomada daforte praça do Recife, recuperaçãodas capitanias de Itamaracá, Paraíba,Rio Grande, Ceará, & ilha de Fernãode Noronha, por Francisco Barretomestre-de-campo general do Estado

do Brasil, & governador de Pernam-buco. Lisboa. 1654. 28 pp.

Encontra-se no V tomo do volu-me intitulado "Notícia dos cercosheroicamente sustentados pelos por-tugueses nas quatro partes do mun-do", coligido por D. Barbosa Ma-chado. É o 10º folheto deste tomo.No Catálogo da Coleção BarbosaMachado organizado por B. F. deRamiz Galvão (cf. Anais da Bib. Nac.do Rio de Janeiro, 1880-81, Rio de Ja-neiro, 1881, p. 401) está registradosob o nº 1701.

É atribuída ao dr. Antônio Bar-bosa Bacelar (1610-1663) por Barbo-sa Machado e J. Cesar Figanière.

Embora a afirmação destes bi-bliógrafos, o certo é que no fim darelação, antes da transcrição do "As-sento, e Condicioens", está escrito:"Esta he a Relação verdadeira da res-tituição de Pernambuco, escrita porquem se achou presente a ela, admi-rada de todos os estranhos, aplaudi-da de todos os confederados, enue-jada de todos os êmulos, gloriosapara toda a Christandade, & espe-cialmente para os Portugueses"...

Ora, não nos consta que AntônioBarbosa Bacelar tenha vindo ao Bra-sil. Se, pois, for verdadeiro o que es-creveu o autor, não nos parece queeste tenha sido o conhecido poetagongórico. Foi reproduzida nosAnais da Biblioteca Nacional doRio de Janeiro (vol XX, 1899, p.187 a 212), com excelente nota bib-liográfica de Jansen do Paço. EstaRelação é muito mais minuciosa einformativa do que a Breve Relaçamna parte anterior à capitulação. O

863

Page 199: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

imputado autor escreveu também:Relação da vitória que alcançaram asarmas do muito alto e poderoso ReiD. Afonso VI em 14 de janeiro de1659, contra as de Castela, Lisboa,Antônio Craesbeeck, Oitava de Ca-mões glosada à gloriosa vitória doCanal em 8 de junho de 1663, Lis-boa, Henrique Valente d’Oliveira.1663. [4034]

Relación de la victoria que los Portu-gueses de Pernambuco alcança-ron de los de la Compañia delBrasil en los Gererapes 2 19 de fe-brero de 1649. Traducida del ale-man, publicada en Viena de Áustria,1649. 12 p.

Foi também reproduzido na Re-vista Trimestral do Instituto Históri-co e Geográfico Brasileiro, tomo 22,1859, pp. 331-337.

Trata-se de uma relação de im-portância militar, onde, ao lado dacurta descrição da peleja, se acen-tuam, por exemplo, a desproporçãodas forças, a resolução e valor dosoldado luso-brasileiro-indígena-ne-gro, a intenção de vencer pelo sítio,etc., etc.

Este folheto, de grande valor doponto de vista militar, onde seacentuam os métodos de luta dosbrasileiros, replica à relação im-pressa na Holanda, Lyste, etc. ane-xo II da ed. brasileira de Nieuhof,na questão das perdas de homens emunições e dos processos usadospara vencer.

Foi mais tarde reproduzido nosAnais da Bibliot. Nac. do R. de Jan.1898, vol. XX, Rio de Janeiro, 1899,pp. 153-157, acompanhado de uma

pequena nota assinada J. P. (AntônioJansen do Paço). [4035]

Relación verdadera de la recupera-ción de Pernambuco, sitio de suRecife, entrega suya, i de las capita-nias de Itamaracá, Paraiba, Rio Gran-de, Ciará, e Isla Fernando de Noro-nha, todo rendido a las armas portu-guesas regidas por Francisco Barretode Maesse de campo general del Es-tado del Brasil, i Governador de Per-nambuco. (Arma portuguesa). Lis-boa. Con licencia. En la OfficinaCraesbeeckian. 1654. 46 pp.

Encontra-se no tomo V do vol.institulado "Notícias dos cercos he-roicamente sustentados pelos portu-gueses nas quatro partes do mundo"e faz parte das coleções Barbosa Ma-chado. É o 9º folheto deste tomo.No catálogo da mencionada coleção,organizado por B. F. Ramiz Galvão(cf. Anais da Bib. Nac. do Rio de Janeiro1880-81, Rio de Janeiro, 1881, p. 401)acha-se registrado sob o nº 1700.

Jansen Paço escreveu magníficoestudo sobre as quatro Relações aquiregistradas (cf. Anais da Bib. Nac.do R. Jan., 1898. vol. 20, p. 205-212). Mostra não só que João Me-deiros Correia não foi o autor desteopúsculo, como também que o mes-mo não é uma simples tradução daBreve Relação como pensou RamizGalvão. A Relacion Verdadera éuma versão castelhana anônima detoda a Relaçam Diaria atribuída aoDr. Antônio Barbosa Bacelar, comacréscimo de alguns trechos novosextraídos da Breve Relaçam de Joãode Medeiros Correia. Ao tradutor sópertence a pequena introdução queocorre na 1ª, página e o erro de data,

864

Page 200: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ao escrever que o Almirante PedroJaques de Magalhães chegou ao Re-cife em 20 de janeiro de 1653. Con-forme sua própria declaração o com-pilador e tradutor (p. 38) era portu-guês. O folheto de extrema raridadeé o terceiro da série. [4036]

Seeckere naedere missive, geschrevenuyt Brasilien, aen een seecker godtVriendt waer in klaerligck verhaeltwordt het ghevecht het welcke tus-schen de onse ende de Portugijisenoo den 19 April is gheschiedt. In s’-Graven Hage, By Ludolph Breecke-velt, 1648. 6 p.

Outra carta autêntica escrita doBrasil a certo bom amigo, na qual serelata amplamente a batalha entre osnossos e os portugueses a 19 de abrilde 1648. [4037]

Sucesso della guerra de portugueseslevantados em Pernambuco con-tra holandeses, como por carta del’maestro a Campo Martino Soarez, etAndrea Vidal de Negreiros, por An-tonio Telles de Silva. S. L. 1646. 20. p.

Contém: 1) Carta de Martins Soa-res Moreno e André Vidal de Ne-greiros, assinada em Bom Jesus dePernambuco, 3 de setembro de1646. (p. 1-5); 2) Carta de Joan Fer-nández Vieira... a Antônio Teles daSilva, datada de Pernambuco, 2 dedezembro de 1646 (p. 5-6); 3) Cópiada carta que os ministros da Compa-nhia, governadores no Recife dePernambuco escriveron a os Mestresde Campo governadores de quela ca-pitania de pois de ser chegado o Si-gismondo. Não traz data (p. 6-10);4) Resposta que os Mestres de Cam-po deraon a sobre dita carta dos mi-

nistros da Companhia, datada de 7de setembro de 1646 e 7 de outubrode 1646 a cópia passada por tabeliãopara ser enviada aos Estados Geraisdas Províncias Unidas (p. 10-20.

Encontra-se este opúsculo sob otítulo acima, na coleção Barbosa Ma-chado, no vol. intitulado "Notíciashistóricas e militares da América",coligida por Diogo Barbosa Macha-do e que compreende do ano de1576 até 1757. É o 7º folheto destevolume. No catálogo das coleções Bar-bosa Machado, organizado por B. F.Ramiz Galvão (cf. Anais da Bib. Nac.do R. de Jan., vol. VIII, 1880-1881, Riode Janeiro, 1881, p. 375) este folhetoestá registrado sob o nº 1572.

Vale Cabral, no ensaio Bibliog-rafia Brasílica, estuda esse folheto etranscreve-lhe a 2ª carta. (Cf. Bibli-ographia Brasílica, in Anais da Bib.Nac. do R. Jan. vol. I. 1876-1877,Rio de Janeiro, 1876, p. 344-350).Como observou bem J. C. Figanière(cf. Bibliografia Histórica Portugue-sa. Lisboa, 1850, p. 158, nº 887), éum folheto escrito em estilo mescla-do de português, espanhol e italia-no, e que pelo caráter da letra pare-ce ter sido impresso em Roma.

A tradução italiana do folhetose encontra no mesmo vol. da co-leção Barbosa Machado "Notíciashistóricas e militares da América" etem o seguinte título: Sucesso dellaGuerra de Portoghesi soleuati inPernambuco contra Olandesi, comeappare per lettera del Maestro diCampo Martin Soarez, & d’AndreaVidal de Negreiros, indrizzata à An-

865

Page 201: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

tonio Telles da Silua I’ Anno 1646.S/1. s.imp.s.d. 16 pp.

Como observou Vale Cabral,"pela palavra italiana indrizzata -- o tí-tulo da versão da primeira cartaaproxima-se mais à exação do que ooriginal português, pois, como se vê,dá a entender que a carta é dirigida aAntônio Teles da Silva". No originalportuguês estava "por" ao invés de"indrizzata", o que poderia levar aosque não consultassem o folheto àconvicção de que seu autor era An-tônio Teles da Silva.

A carta de João Fernandes Vieiratraz a data de 2 de setembro, comoestá no original português. Comoobservou, ainda, Vale Cabral, onome de João Fernandes Vieira apa-rece transformado ora em Gio.Francisco Vieira, ora em Joan Fran-cesco Vieira, Giovanni FernándezVieira, etc., etc.

No fim desta versão acrescentou-se um pequeno trecho que não vemno original português, e que ValeCabral transcreve na sua BibliografiaBrasílica (in Anais da Bib. Nac., vol.I, 1876-1877, Rio de Janeiro, 1876,p. 348-350). Encontra-se registradopor Ramiz Galvão, no catálogo dascoleções de Diogo Barbosa Macha-do (in Anais da Bib. Nac., vol. VIII,1880-81, Rio de Janeiro, 1881, p.375, nº 1573).

Na nota que acompanha a repro-dução do folheto original (cf. Anaisda Bib. Nac. vol. XX, 1898, Rio deJaneiro, 1899, p. 152), se faz referên-cia a esta versão italiana e se repro-duz, também, o pequeno trecho quenão existe no original. Como acentua

Antônio Jansen Paço, "há mais devinte e dois anos, que foi revelada aexistência desta tradução italiana doopúsculo agora reimpresso, e em tãolongo período não nos consta quehouvesse sido acusada a existênciade outro exemplar; por isso não seráexagero classificarmos o nossocomo "raríssimo e único até hoje co-nhecido".

Anda reproduzido no vol. XXdos Anais da Bib. Nac. 1898, Rio deJaneiro, 1899, p. 143-151, acompa-nhada de nota assinada por J. P.(Antônio Jansen Paço). [4038]

Van den Broeck, Matheus. Journael ofteHistoriaelse Beschrijvinge van Mat-heus vanden Broeck. Van ’t geen hyselfs ghesien ende waerachtigh ge-beurt is, wegen ’t begin ende Revoltevan de Portugese in Brasiel, als mede deconditie en het overgaen van de Fortenaldaer. Amsterlredam. 1651 40 p.

Matheus van den Broeck tomouparte ativa e saliente nas lutas para adominação da revolta luso-brasileira.Seu livro é, assim, um quadro vivo eagitado da revolução pernambucana.

Netscher e Varnhagen recomen-daram sua leitura aos estudiosos doperíodo holandês. Sua prisão, naCasa Forte, em 1645, e sua viagempor terra à Bahia com os prisionei-ros permitiram-lhe dar-nos, do pon-to de vista holandês, uma visão maisaproximada, do que a que nos ofere-cem as fontes holandesas, do inícioda revolta.

Foi ele quem melhor relatou, porexemplo, a conferência havida entreos vários oficiais sobre o dever-se ou

866

Page 202: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

não entregar o forte do Pontal, em17 de agosto de 1645.

Este folheto abrange desde junhode 1645 até 1646.

Foi traduzido por José Higino epublicado em 1875 sob o título:"Diario ou Narração Histórica deMatheus Van den Broeck contendoo que ele viu e realmente aconteceuno começo da revolta dos Portugue-ses no Brasil, bem como as condiçõesda entrega das nossas fortalezas...Pernambuco", Tip. do Jornal do Reci-fe, 1875. 32 p.

Em 1877, José Higino publicouuma segunda edição com notas, naRev. Inst. Hist. Geo. Bras., t. 40, p.1-65, parte I. 1877.

Essa tradução é mais recomen-dada. [4039]

Voor-Looper, Brenghende oprecht bes-cheyt uyt Amsterdã, Aen een voor-treffelijcken Heer in’s Gravenhaghe,Weghens de Verraderije in Brasil.Met het Schip Zeelândia, afgevaer-dicht den twalfden December 1645.van Pharnambuco S.L. 1646. 4 p.

"Precursor, trazendo um relatóriode Amsterdã um excelente e cavalei-ro de Haia, sobre a traição no Brasil.Pelo navio Zeelândia, enviado dePernambuco a 12 de dezembro de1645. Foi impresso a 10 de fevereirode 1646". [4040]

6. HISTÓRIA DIPLOMÁTICA

a. Relações diplomáticas(Obras gerais)

Prestage, Edgar. The diplomatic rela-tions of Portugal with France, En-

gland, Holland from 1640 to 1688.Great Britain. Watford. Voss Mi-chael. Ltd. 1925. 238 p.

Obra indispensável para o conhe-cimento da situação internacional naépoca das lutas holandesas no Brasil.Nela enumeram-se os embaixadorese os serviços por eles prestados.Constituem valiosos elementos deestudo as bibliografias que o autorindica para o conhecimento de cadauma das embaixadas.

A Edgar Prestage se deve a maio-ria dos ótimos trabalhos sobre o as-sunto. É, assim, autoridade reconhe-cida.

Em 1928 saiu uma tradução por-tuguesa, feita por Amadeu Ferraz deCarvalho, Coimbra, Imprensa daUniversidade, 264 p.

Sobre Edgar Prestage (1869) cf.Notas autobiográficas (Instituto deCoimbra, 1919, 8º, vol. 66 p. 166-178), com introdução de Fidelino Fi-gueiredo. [4041]

Prestage, Edgar. Frei Domingos do Ro-sário, Diplomata e Político (1595-1662). Coimbra, 1926. 74 p.

Esta monografia auxilia-nos, jun-to com os outros trabalhos de E.Prestage, e as cartas de AntônioVieira, publicadas por João Lúcio deAzevedo, a reconstituir a situação di-plomática de Portugal, especialmenteno que se refere à França.

Convém salientar que tendo sidoa missão de Frei Domingos do Ro-sário conseguir aliança francesa naluta contra a Espanha, nada obteve.

A situação aflitiva por que passouPortugal em 1659 (p. 51), nas véspe-ras do tratado de 1661, transparece

867

Page 203: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

em várias páginas, assim como asações dos negociadores holandesesem Portugal. [4042]

Prestage, Edgar, e Pedro de Azevedo.Correspondência Diplomática de Franciscode Sousa Coutinho durante a sua Embai-xada em Holanda. Publicada por... Vol.I. 1643-1646. Coimbra, Imprensa daUniversidade, 1920. Vol. II, 1647-1648. id.id. 1926. 2 v.

A introdução assinada por E. Pres-tage e P. Azevedo é um magnífico es-tudo das relações diplomáticas na Eu-ropa e tem especial importância para ahistória dos holandeses no Brasil.

A correspondência começa em14 de julho de 1643, e vai até fins de1650. O primeiro volume abrange osanos de 1643 a 1646. Todas as cartasforam escritas em Haia.

Trata-se do melhor estudo sobre asnegociações empreendidas por SousaCoutinho para o reatamento das rela-ções amigáveis entre a Holanda e Por-tugal, que tanto apetecia a este.

Portugal tudo fez para atingir estefim, pois queria evitar a luta com doispaíses, fazer reconhecer a sua inde-pendência e era especialmente na Ho-landa que podia encontrar navios, en-genheiros, armas e munições que falta-vam para a sua luta contra Castela.

Nesta introdução consegue E.Prestage realizar uma magistral sínte-se dos problemas internacionais dePortugal na época do período holan-dês. A resistência de Sousa Coutinhose caracteriza por um estado deguerra intermitente entre Portugal ea Holanda no Ultramar e de paz naEuropa.

O 2º volume abrange de 1647 àprimeira metade de 1648. A introdu-ção, assinada também por E. Presta-ge, continua a desenvolver os pro-blemas diplomáticos que se relacio-nam com a revolução pernambucanae suas conseqüências no ajustamentoentre Portugal e os Países-Baixos.Foi durante esses dois anos que osbrasileiros obtiveram a memorávelvitória do Monte das Tabocas e aprimeira de Guararapes. A situaçãoeuropéia era cada dia mais confusa eem 6 de janeiro de 1648 compunha aHolanda paz com Castela e nela re-conhecia as possessões holandesasnas Índias Ocidentais, inclusive oBrasil. É curiosa e importante a re-velação de que a Zeelândia era espe-cialmente hostil à cessão ou comprado Brasil.

Esta correspondência revela-nos, também, algumas opiniõespessoais que talvez nos pareçamestranhas, como, por exemplo,esta: "A guerra em Pernambucofoi a total ruína da reputação des-te Reino, porque não só nosodiou com esta gente, e nos fezestar em dúvida de ficar fora dostratados de Munster, mas fezmostrar com o dedo o pouco quepodíamos..."

Relata-nos, ainda, as negociaçõesda Cia. das Índias Ocidentais para avolta de J. Maurício de Nassau aogoverno do Brasil e a conferênciasecreta de Francisco de Sousa Couti-nho com o Conde "em bosque daHaia, às dez horas, numa noite chu-vosa", a fim de procurar convencê-lo de não vir ao Brasil sob promessade peita.

868

Page 204: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Francisco de Sousa Coutinho(1598-1660) foi um dos mais há-beis diplomatas de Portugal logoapós a Restauração. Foi repre-sentante em Madri, residente naDinamarca, em Haia, Paris eRoma.

As seguintes cartas que figuramno 1º vol. foram publicadas in Ame-rica Brasileira, nº 7, ano 1, julho de1922, p. 2-4, com Introdução porElísio de Carvalho:

1) El-Rei a Sousa Coutinho4/Set. 1945 (sic) (Biblioteca Nacio-nal. Lisboa, códice 7 162, fl. 689).

2) Antônio Teles da Silva a El- Rei15/Outubro de 1645. Bibl. Nac.,Lisboa, códice 7 162 fl. 731.

3) El-Rei aos Estados Gerais 10 deMarço de 1646 -- Biblioteca de Évoracódice VIV 2-7, n. 383. [4043]

b. Tréguas: 1641-1642

Accoort ende Articulen Tuschen deCroone van Portugael ende deHoomogende Heeren Staten Ge-nerael der vrye Vereenichde Ne-derlanden Wegens de West-Indis-che Compagnie deser Landen.Amsterdã, 1641. 12 pp.

Acordo e artigos entre a Coroade Portugal e os altos e poderososEstados dos Países-Baixos Livres, arespeito da Cia. das Índias Ociden-tais daquelas terras.

Há uma tradução portuguesaAcordo e Artigos, etc., em Manuscrito,com letra do século XXVII. Não sesabe se é uma cópia ou o original datradução. (Cf. Cat. da Exposição deHist. do Brasil, nº 10.212). [4044]

Copia primae allegationes, qua doctorFranciscus de Andrada Leitam, sena-dor aulicus supraemique consistoriifulgentissimi comes, ordinis domininostri Iesus Christi eques, & miles, àconsiliis serenissimi regis Portugal-liae; ejusdemque extraordinarius lega-tus ad celsos potentesque DominosOrdines Generales Foederati Belgij;eisdem obtulit, pro restitutione civi-tatis Scancti Pauli de Loanda in An-gola, insularumque Sancti Thomae,nec non etiam do Maranham, 18 dieMay anno 1642. s.1. 12 pp.

Encontra-se no tomo I do volu-me intitulado: "Tratado das pazes,celebrados com os soberanos da Eu-ropa", coligido por Diogo BarbosaMachado. O tomo I compreende doano de 1641 até 1682. Este folheto éo 3º do referido tomo. No Catálogoda coleção Barbosa Machado, orga-nizado por Ramiz Galvão (cf. Anaisda Bib. Nac. do Rio de Janeiro,vol. VIII, 1880-81, Rio de Janeiro,1881, p. 403) está registrado sob onº 1711.

Foi feita uma tradução portugue-sa sob o título: Discurso político so-bre o se aver de largar a coroa dePortugal, Angola, S. Thome, & Ma-ranhão, exclamado aos altos, & po-derosos Estados de Olanda. Pello D.Francisco de Andrade Leitam, em-baixador extraordinario nos mesmosEstados, por a majestade del rey D.IOM o IV, nosso Senhor, & do seuconselho, & seu desembargador doPaço. Lisboa, 1642. 10 pp.

Esse folheto é raro. Reclama-secontra as incursões e conquistasholandesas, e especialmente contra

869

Page 205: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

as atividades do Almirante holandêsCornelis Corneliszon Jol, vulgo Pé-de-Pau. Respondem-se às objeções deque este agira desconhecendo os acor-dos assinados entre Portugal e osPaíses-Baixos por 10 anos. O discur-so é firmado em Haia, aos 13 demaio de 1642. [4045]

Copia propositionum, & secundae alle-gationis, quam Doctor Franciscus deAndrada Leitam aulicus senator, àConsilijs Serenissimi Regis Portugal-liae ejusdemque Legatus extraordina-rius ad sublimes Ordines Generales.Potentes que status faederati Belgij,eisdem obtulit pro restitutione civita-tis Sancti Pauli de Loanda in Angola:pro Insula, & civitate S. Thome: proInsula civitale, & districtu do Mara-nham, alijs que locis, civitartibus, ar-cibus, navibus, & navigijs, ab illorumVassallis debellatis, usurpatis, & cap-tis post tractatum pacis cum eisdemDominis Ordinibus renovatae die 14Iunij anno 1642. S.I. s.d. 28 pp.

Deve ter sido impresso em Haia,em 1642, pois a Cópia é firmada emHaia, a 15 de outubro de 1642. En-contra-se no tomo I do vol. intitula-do "Tratado de Pazes, celebradoscom os Soberanos da Europa", coli-gido por Diogo Barbosa Machado.Este folheto é o 5º do referidotomo. No catálogo da coleção Bar-bosa Machado, organizado por Ra-miz Galvão (cf. Anais da Bib. Nac.do Rio de Janeiro, vol. III, 1770-1881, Rio de Janeiro, 1881, p. 4404),está registrado sob o nº 1713.

Trata-se das segundas alegaçõesapresentadas por Francisco de An-drade Leitão aos Países-Baixos, con-tra as conquistas holandesas de terri-

tórios portugueses coloniais, poste-riormente às tréguas de 10 anos, as-sinadas em 1641 e renovadas em1642. A língua latina era o instru-mento universal de comunicação, epor isso é que tantos desses opúscu-los se encontram nessa língua. Porengano, a data impressa na f. de r.diz: 1641 quando se trata de 1642.

Saiu uma edição portuguesa: Có-pia das proposições, e secunda alle-gaçam, que doutor Francisco de An-drada Leitão dezembargador doPaço, do conselho do serenissimorey de Portugal & seu embaixadorextraordinário aos altos senhores or-dens geraes & potentes Estados dasProvíncias Unidas lhe presentouacerca da restituição da cidade de S.Paulo de Loanda em Angola. Lisboa,Lourenço de Anueres, 1642. 30 pp.

Encontra-se no tomo I do vol.intitulado Tratado de pazes, celebradoscom os Soberanos da Europa, coligidopor Diogo Barbosa Machado. É o 6ºfolheto desse tomo. No catálogo dacoleção Barbosa Machado, organiza-do por Ramiz Galvão (cf. Anais daBib. Nac. do Rio de Janeiro, vol. VIII,1880-81, Rio de Janeiro, 1881, p.404), está registado sob o nº 1714 do1641.

Trata-se de tradução do opúsculoprecedente. É raro, curioso e impor-tante. Foi firmado em Haia, a 15de outubro de 1642, tendo por evi-dente lapso de impressão saídoem 1641. [4046]

Montalvão, Marquês de. Cartas que es-creveo o Marquez de Montalvamsendo viso-Rey do Estado do Brasil,ao Conde de Nassau, que governava

870

Page 206: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

as armas em Permambuco dando-lheaviso da felice acclamação de sua Ma-gestade o Senhor Rey Dõ João o IV,nestes seus Reynos de Portugal, e re-posta do conde de Nassau. -- Comoutra carta que o Marichal seu filhotrouxe para se apresentar cõ ella asua Magestade. Lisboa, 1641. 8 pp.

Encontra-se na coleção BarbosaMachado (nº 1060 do catálogo orga-nizado por B. F. Ramiz Galvão,Anais da Bib. Nac. do Rio de Janeiro,VIII, 1880-81, Rio de Janeiro, 1881,p. 312-313), no tomo I do volumeintitulado: Manifestos de Portugal, coli-gido por Diogo Barbosa Machado.É o 23º e último folheto deste tomo.

Trata-se da carta que o Marquêsde Montalvão escreveu a João Mau-rício de Nassau, comunicando-lhe arestauração de Portugal, e a respostado Conde de Nassau, assinada deMauricéia, 12 de março de 1641. Aesta resposta se segue um pequenotrecho "Da sua mão" onde JoãoMaurício avisa-o de que no mesmobarco manda nove marinheiros edois passageiros portugueses queaqui (Mauricéia) se achavam presos.Depois reproduz a cópia da carta domarquês a S. Majestade, levada peloseu filho Marechal Don Fernando eassinada da Bahia a 26 de fevereirode 1641.

Saiu outra edição da 2ª carta nestemesmo ano (Lisboa, Jorge Rodri-gues). Cf. sobre as duas ediçõesAnais da Bib. Nac. do Rio de Janei-ro, vol. VIII. p. 312-313. Na Revistado Inst. Hist. e Geog. Bras., t. 56, 1893,p. 161-162, publicou-se a carta domarquês de Montalvão, segundo

uma cópia da Biblioteca Pública deÉvora. A tradução holandesa destacarta do marquês de Montalvão foieditada em Amsterdã, por Jan vanHilten, juntamente com a carta docoronel Hinderson e capitão Day, ede outra escrita de Pernambuco aomesmo marquês. [4047]

Tavares, Antônio de Sousa. Relação dotratado de 1641 entre Portugal e a Holan-da, publicada por Edgar Prestage,S.L. s.d. 18 p.

Antônio de Sousa Tavares foisecretário de embaixada nos Esta-dos dos Países-Baixos. Relação es-crita na época e valioso documentosobre o tratado de tréguas de 1641.

[4048]Tractatus Induciarum & Cessastionis

omnis hostilitatis actus, ut & Navi-gationis ac Commercij, pariterquesuccurssus factus, initus & conclususHagae Comitis dic duodecimâ Iunif1641. tempore Decennij inter Domi-num Tristaó de Mendonça Furtado,Legatum & Consiliarum Serenissimi,Praepotentis Don Iohannis Quartiejus nominis Regis Lusitaniae, Algar-vae, &c. Et Dominos Deputatos Cel-soru m e Praepotentum DominorumOrdinum Generalium Unitarum Pro-vintiarum Belgicarum. Hagae-Comi-tis, Typis Vidaue ac Haeredum Hille-brandi Iacobi à Wouw, Celsorum &Praepotentum Dominorum Ordi-num Generalium Ordinarij Typo-graphi. 1642. 16 pp.

Foi traduzido para o portuguêscom o seguinte título: Treslado doLatin na lingoa Portugueza. Tratadodas Tregoas e suspensaó de todo oacto de hostilidade e bem assi de na-

871

Page 207: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

vegação. Comercio e juntamente So-corro, feito, começado e accabadoem Haya de Hollanda a Xij de Iunho1641 por tempo de des annos entreo Senhor Tristaó de Mendonça Fur-tado do Conselho... Eos SenhoresDeputados dos... Senhores EstadosGeraes das Provincias Unidas dosPaizes Baixos. Em a Haya. Em casada viuva e erdeiros de Ilebrandt Ia-cobson van Wouw... Anno 1642. Oexemplar da Bib. Nac. do Rio de Ja-neiro se encontra no vol. Tratadosde Pazes de Portugal, da coleçãoBarbosa Machado, tomo I, 1641-1682, 16 pp.

No catálogo das coleções Barbo-sa Machado, organizado por B. F.Ramiz Galvão (cf. Anais da Bib.Nac. do R. de Jan., 1880-81, VIII, p.403) está registado sob o nº 1709.

Vem transcrito na coleção dosTratados, organizada por José Fer-reira Borges de Castro (tomo I, p.24-49). Sob o título Tregoas entre oPrudentissimo Rey Dom Ioam o IVde Portugal, & os Poderosos Esta-dos das Provincias Unidas. (Impres-so em Lisboa, por Antônio Álvarez,1642, 34 pp.) saiu outra edição doTratado, que se encontra no tomo I(p. 24-49) do vol. intitulado "Tratadosde pazes de Portugal, celebrados comos Soberanos da Europa", coligidopor Diogo Barbosa Machado. Otomo 1º compreende do ano de1641 até 1682. Este folheto é o 2ºdo referido tomo. No catálogo daColeção Barbosa Machado, organi-zado por B. F. Ramiz Galvão (cf.Anais da Bib. Nac. do Rio de Janeiro,vol. VIII, 1880-81, Rio de Janeiro,

1881, p. 403) está registado sob o nº1710.

Trata-se do mesmo Tratado referi-do acima, contendo porém os ple-nos poderes e ratificações que foramsuprimidos no Tratado e no texto dacoleção Borges de Castro que segui-ra este último. Redobra assim de valore sobrepassa os dois textos citados.

Traduzido para o holandês e im-presso em Haia, pelo mesmo tipó-grafo e no mesmo ano de 1642, como título: Translaet uyt het Latijn indeNederlantsche Tale. Tractaet vanBestant ende ophoudinghe van alleActen van Vyandstchap, als oockvan Traffijcq, Commercien endeScous, gemaeckt... in ’s Graven-Hageden Twaelfden Junij 1641... 16 pp.

Dessa edição foi feito um peque-no resumo que traz o seguinte título:Extract Vyt d’Articulen van hetTractaet van Bestant ende ophou-dinge van alle besloten in ’s Graven-Haghe den twaelfden Junij sestienhondert een en-veertigh tusschen deHeer Tristao de Mendonça FurtadoAmbassadeur ende Raedt va ndenDooluchtichsten GrootmachtighenDon Ian de vierde van die naem vanPortugael Algarves ende ren weder-zijden vande Zeen in Africa Ko-ningh &c. ter eenre ende de HeerenComissarisen vande Hoogh Mo:Heeren Staten Generael ter anderezijde. ’s Graven-Haghe. Anno 1641.I fol. [4049]

c. Negociações com a Holanda:1647-1661.

Advys op de Presentatie van Portu-gael. Het Eerste Deel. Het tweede

872

Page 208: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Deel. Met een Remonstrantie aensijn Konincklijcke Majesteyt van Por-tugael by de Inwoonders Portugesenvan de Capitanie van Parnambocqovergelevert. S.L., 1648. 2. folhetos.24 e 38 p.

"Aviso sobre a proposta de Por-tugal. Primeira Parte. Segunda Parte.Com uma representação a S. M. oRei de Portugal pelos habitantesportugueses da capitania de Pernam-buco." Nesta representação, os luso-brasileiros de Pernambuco declarampreferir perecer a permanecer sob odomínio da Companhia das ÍndiasOcidentais.

O autor é, provavelmente, o mes-mo do Vertooch voor den Vredemet Portugael.

Existe uma terceira parte. Encon-tram-se, a seguir, diversas Propositien(Propostas) feitas pelo Embaixadorde Portugal em 1647, as quais o Se-nhor Embaixador, pelo seu memo-rial de 6 de março de 1648, maisuma vez reafirmou.

Contra este folheto, foi publicadoum contra-aviso sobre a proposta dePortugal. Mandada de Haia para umamigo na Zeelândia, na qual são cla-ramente expostas por um amante daPátria os procedimentos traiçoeirose desleais dos portugueses em rela-ção aos altos e poderosos Estadosdos Países-Baixos Unidos e os Dire-tores da Companhia das Índias Oci-dentais. Servindo também totalmen-te para extinguir a conflagração noBrasil, recentemente publicada. Eis otítulo original: Tegen-Advys, Op dePresentatie van Portugal. Gesondenuyt ’s Graven-hage... Gredruckt in’t

eerste Iaer des Eeuwigen Vrede metSpaengjen ghemaeckt 1648. MensaeJunij 15.

[4050]Brevis Repetitio Omnius quae... Lega-

tus Portugaliae ad componendas resBrasilicas propossuit ve! egit a die 23Maij. usque ad. 1 Novembris hujusanni 1647. Exhibita... Ordinibus Ge-neralibus harum ConfoederatarumProvinciarum. ad. 28 diem ejusdemmensis. Hague-Comitis, ExcudebatLudolphus Breeckevelt, 1647.

Trata-se da impressão resumidade algumas propostas que Franciscode Sousa Coutinho apresentou entremaio e novembro de 1647. [4051]

Declaratie van Sijn KoninghlijckeMajesteyt van Portugael DonIoan: Om over al in sijn Rijck gepu-bliceert te werden besloten tot Lisbo-na den 7 Februarius Anno 1649. Ge-druckt na de Copye tot Lissebon,1649. 8 p.

Declaração de S. Majestade o Reide Portugal, D. João, para ser publi-cada em todos os seus domínios, fei-ta em Lisboa, a 17 de fevereiro de1649.

Ordena-se que nenhuma proprie-dade da nação judaica possa ser em-bargada ou declarada confiscada porparte da Inquisição. Vê-se, aí, clara-mente, a influência de Antônio Viei-ra. (Cf. este autor). [4052]

Discours de la Paix, conre le Portugais.1647) 16 p.

A Biblioteca Nacional não possuieste folheto. [4053]

Discours, fait par Monsievr De Sousa deMacedo, Ambassadeur du... Roy dePortugal, prez Messieurs les Estats

873

Page 209: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Generaux... 16 Mars 1651. Traduitdu Latin en François. Imprimé l’an1651. 8 p.

Vide sobre as negociações com oembaixador português: Aitzema, III,646-48. [4054]

Naerder Accoort tusschen den Ko-ninck van Portugael aen d’Hoog:Mogende Heeren Staten Generaelden 10 Augusty 1661. 1 f. pequeno.

Últimos acordos entre o Rei dePortugal e os altos e poderosos Es-tados Gerais, agosto 1661. [4055]

Naerder, Conditien, ende Presentatien,vanden Ambassadeur van PortugaelDon Tellos de Faro. Aonde Gedepu-teerde vande Grootmogende StatenGenerael. Haerlem, by HendrickDollen, 1658. 8 pp.

Últimas condições e repre-sentações do Embaixador de Portu-gal. Dom Teles de Faro, apresentadasaos Delegados dos Estados Gerais.

Vide sobre este folheto Aitzema(IV. p. 268). [4056]

Naerdere Propositie, Gedaendoor deHeer Ambassadour van den Ko-ningh van Portugal, Francisco DeSousa Coutinho, ... Op den 15. Oc-tober 1647. Ter Vergaderinge van ...de ... Staten Generael der Vereenich-de Nederlanden. S.L. (1647?) 6 p.

Últimas propostas feitas peloEmbaixador do Rei de Portugal,Francisco de Sousa Coutinho, a 15de outubro de 1647, na Assembléiados Altos e Poderosos Estados Ge-rais dos Países-Baixos. [4057]

Poincten van Consideratie. Raeckendede vrede met Portugal. Amsterdam,1648. 8 p.

Pontos de consideração sobre apaz com Portugal. [4058]

Propositie gedaen by de Commissa-rissen van de Vereenichde Neder-landen, aen de Koningin Regentevan Portugael. Op ’t subject van deschade, ende injurien d’Onderdanenvan de selve Nederlanden aenghe-daen, ende op wat manire haer denOorloch aengesecht, ende gedenun-chieert is. Item, een Brieff daer by syhaer bedlaecht, ende versoeckt datalle verwarringe nochte by accomo-datie wegh ghenomen ende den Oor-logh gecesseert werden. 1657. 8 p.

Proposta feita pelos Comissáriosdos Países-Baixos à Rainha Regentede Portugal sobre os prejuízos e in-júrias sofridos pelos súditos dessesPaíses-Baixos e o modo de encarar edenunciar a guerra.

É uma carta pela qual se deplorae se pede que todas as desordens se-jam afastadas pela acomodação e aguerra cessada. [4059]

Propositio Facta... Ordinibus Generali-bus Confoederatarum ProvinciarumBelgii in concessu publico 16. Augus-ti 1647. Per D. Franciscum de SousaCoutinho, Serenissimo LusitaniaeRegi a Consiliis etc. Hagae-Comitis,Excudebat Johannis Breeckvelt,1647. 12 p.

Trata-se da proposta apresentadaaos Estados Gerais dos Países-Bai-xos na Assembléia pública de 16 deagosto de 1647, por Francisco deSousa Coutinho.

Traduzida para o holandês, foipublicada com o seguinte título: Pro-positie ghedaea Ter Verdaderinghevan hare Hoogh. Mog: d’Heeren

874

Page 210: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Staten Generael der VereenichdeNederlandn, IN’s Gravenhage denXven Augusti 1647. Door de HeerFrancisco de Sousa Coutinho... Ghe-druck Anno 1647.

Texto de 16 páginas. Existe umaedição resumida de 8 páginas; tam-bém uma tradução francesa de 16páginas, impressa em Haia, por JeanBreeckvelt, no mesmo ano. [4060]

Propositions cathegoriques, et dernièreresolution de Monsievr de Sousa deMacedo, Ambassadeur De Portugal,touchant les differens du Bresil. Im-primé l’ann 1651. 8 p.

Petit, nº 2622, e Knuttel, nº 6993,registam uma variante do mesmoano, de 12 p. [4061]

Propositions presentées par Monsieurde Souza de Macedo Ambassa-deur de Portugal, lesquelles Mes-sieurs les Stats n’ont pas voulu ree-voir, n’y mesme lire. Leyden, 1651.12 p. [4062]

Razam da Guerra entre Portugal, e asProvíncias Unidas dos Países-Baixos:com as notícias da causa de que pro-cedeu. (in fine) Lisboa, 1657. 22 pp.

Encontra-se no tomo I do vol.initulado Tratado de pazes, celebradoscom os Soberanos da Europa, coligidopor Diogo Barbosa Machado. É o 7ºfolheto do referido tomo.

Segundo J. César Figanière e Ino-cêncio Francisco da Silva, foi Antô-nio de Sousa Macedo o autor desteopúsculo. É um dos mais importan-tes, pois relata não só os ataques ho-landeses às colônias portuguesas de-pois da aclamação de D. João IV,como as embaixadas enviadas paraajustar as relações entre os dois paí-

ses. Substancioso, nele se procuraencontrar a causa das lutas luso-neerlandesas, o conhecimento dasrazões da guerra, justificando-se asações lusitanas, com o envio, porexemplo, das residências de Tristãode Mendonça Furtado, FranciscoAndrade Leitão, Francisco de SousaCoutinho e Antônio de Sousa Mace-do, Relatam-se especialmente fatosmilitares e diplomáticos, anterioresao tratado de 1661. Este opúsculomerece divulgação e junto aos traba-lhos de E. Prestage pode nos forne-cer uma visão sumária, é certo, mascorreta dos esforços portuguesespara escusar a guerra.

Segundo Knutel este folheto foitraduzido para o holandês com o se-guinte título: Manifest, ende redenenvan Oorloge, tot Lisbona Vyt-gheg-heven, ende gepubliceert: TusschenPortugael ende de Geunieerde Ne-derlantsche Provintien met de aen-meckinge ende den oorspronck waeruyt den selfden gheprocedeert is.Getrouwelick uyt de portugescheTale over-geset: Gedruckt int Jaerons Heeren 1658 (16 pp.).

Existe uma outra edição de 22páginas, tal como o original portu-guês. Este folheto trata especialmen-te do Brasil nas negociações de Por-tugal com os holandeses. Relata comespecial detalhe a substância daspropostas holandesas apresentadasem 1657 pelos comissários NicolausTen Hove e Gijsbrecht de Wit queamparados pela esquadra de 30 na-vios de Obdam e Ruyter ameaçavamLisboa. [4063]

Vertooch aen de Hoog en MogendeHeeren Staten Generael der Ver-

875

Page 211: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

cenichde Nderlanden, nopende devoorgaende ende tegenvvoordighe.Proceduren van Brasil. Midtsgadersde document en daer toe dienende,Amsterdam, 1647. 32 p.

Exposição dirigida aos Altos ePoderosos Estados Gerais das Pro-víncias Unidas sobre os últimos epresentes processos no Brasil, comdocumentos a eles referentes.

Foi traduzido por Souto Maior epublicado na Rev. Inst. Hist. Geo.Bras., t. 70, parte I, 1907 p. 209-240.

Sabe-se que Francisco de SousaCoutinho conseguiu fazer publicarna Holanda vários folhetos cuja au-toria é, pelo menos, atribuída à suainfluência. O autor deste folheto, re-ceoso de que o considerassem agen-te de Portugal, começa logo no pre-fácio a mostrar que, embora Portu-gal mantivesse agentes, ele não o era,e, por isso, julgava-se à vontade paraacusar os diretores da Companhiadas Índias Ocidentais, depreciando ovalor que os mesmos atribuíam aoBrasil. Trata-se de folheto que discu-te várias questões de interesse paraas negociações de paz. É assinadoem 20 de outubro de 1647. Traz,também, alguns documentos, taiscomo: 1) Plenos poderes do Reinode Portugal ao seu embaixador; 2)Proposta feita embaixador de Por-tugal à Assembléia dos pelo Esta-dos Gerais; 3) Proposta às Nobres eAltas Potências dos Senhores Esta-dos Gerais dos Países-Baixos Uni-dos. Estes dois últimos assinadospor Francisco de Sousa Coutinho.Conforme acentua Souto Maior, naintrodução (p. 212 da tradução),pouco depois foi publicado um su-

plemento (pelo mesmo autor, comodiz na introdução), sob o título:Consideratien op de cautie van Por-tugael. Gedruct Anno 1647, 16 p.Neste folheto em que se fazem consi-derações sobre o censor de Portugal,o autor declara preferir a conserva-ção da velha amizade e das boas re-lações entre os Países-Baixos e aHolanda e do grande comércio quesempre existiu entre os dois países.

No mesmo ano de 1647 foi pu-blicada uma contestação a este últi-mo folheto, sob o título Korte Ob-servatien op het Vertoogh, Dooreen ongenaemden uyt-gegeven aen-de Ho. Mo: Heeeren ... Ingesteltdoor een Liefhebber des Vader-landts t’ Amsterdam, Gedruckt byPieter van Marel Boeck-verkooperwoonende inde Hamelsche Globe.Anno 1647. 8 p. in. [4064]

d. Capitulação dos holandeses

Artcvien ende conditien gemaeckt byhet over, leveren van Brasilien, alsmede het Recif, Maurits Stadt endeForten ende sterckten daer aen dependerende Gesloten den 26 Ianuary1654. Gravenhage, Ian Pietersz 1645(sic) 8 p.

Artigos e condições aceitas para aentrega do Brasil bem como do Re-cife, da cidade Maurícia e dos fortese posições fortificadas adjacentes.Firmados a 26 de janeiro de 1654.

Foi publicado um outro acordosobre o Brasil, bem como sobre oRecife, a cidade Maurícia e os fortesadjacentes do Brasil, de 8 p., quetem o seguinte título: Accoord vanBrasilien, Mede van ’t Recif, Maurits-

876

Page 212: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Stadt, ende de omleggende van Bra-sil, ’t Amsterdam, By Claes Lam-brechtsz, van der Wolf, 1654. [4065]

Inventário das armas e petrechos béli-cos, que os holandeses deixaramna província de Pernambuco,quando foram obrigados a evacuá-laem 1654 -- publicado em conseqüên-cia da resolução da Assembléia Le-gislativa de Pernambuco de 30 deabril de 1838. Pernambuco, Tipogra-fia de Santos & Companhia, 1839 --30 p. Inventário dos prédios, que osholandeses haviam edificado ou re-parado até o ano de 1654, em que fo-ram obrigados a evacuar esta provín-cia, publicado em conseqüência daresolução da Assembléia Legislativade Pernambuco, de 30 de abril de1838. Pernambuco, Tipografia deSantos & Companhia, 1839. 144 p.

Este valioso documento contémdetalhes importantes para a históriado desenvolvimento do Recife ho-landês. Casas de sobrados de judeuse holandeses, no Recife e em Maurí-cia estão aí registradas.

Esses inventários foram reprodu-zidos na Rev. Inst. Arq. Pern., 1893,nº 46, p. 171-194.

Em 1940, saiu uma nova ediçãofeita na Imprensa Oficial, Recife(Biblioteca Pública de Pernam-buco). [4066]

Motiven, die de Offciers der Militieen de Hooge-Raden in Brasil,hebben bewoogen met de Portugee-sen te Contracteren. S. L., 1654. 4 p.

Motivos que forçaram os ofi-ciais da milícia e os Altos Conse-lheiros do Brasil a tratar com osportugueses. [4067]

e. Tratado de 1661.

Articuli Pacis et Confoederationis in-ter Serenissimum Lusitaniae Re-gem ab uma, & Celsos ao Praepo-tentes Foederati Belgii Ordines ab al-tera parte conclusae. Hagae-Comitis,Typis Hillebrandi à Wouw, Celsorum& Praepotentum Ordinum Genera-lium Typographus, 1663. 24 pp.

Encontra-se no tomo I do volu-me intitulado: Tratados de pazes ce-lebrados com os Soberanos da Eu-ropa, coligido por Diogo BarbosaMachado. É o 11º folheto deste 1ºtomo, que compreende de 1641 até1682. No catálogo da coleção Bar-bosa Machado, organizado por B. F.Ramiz Galvão (cf. Anais da Bib.Nac. do Rio de Janeiro, vol. VIII,1880-81, Rio de Janeiro, 1881, p.404) este folheto está registado sobo nº 1719.

Vem transcrito na Coleção detratados de J. F. Borges de Castro,tomo I, p. 260-292

Existe uma tradução holandesade 16 pp., outra de 24 pp. e outraainda de 28 pp. [4068]

Tractado e aliança entre el rey è o rei-no de Portugal, de hua banda, è osaltos è os altos è Poderozos Senho-res estados geraes das ProvinciasUnidas dos Paizes baixos da outra,ajustado, firmado e sellado Aos 6.Agosto de 1661. s.l. s.d. 30 p.

Encontra-se no tomo I do vol.intitulado: Tratados de Pazes, cele-brados com os Soberanos da Euro-pa, coligidos por Diogo BarbosaMachado. É o 12º folheto destetomo, que compreende desde o anode 1641 até 1642.

877

Page 213: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

No Catálogo desta coleção, orga-nizado por Ramiz Galvão (cf. Anaisda Bib. Nacional do Rio de Janeiro,vol. VIII, 1880-81, Rio de Janeiro,Typ, Leuzinger, 1881, p. 405), estáregistado sob o nº 1720.

Trata-se da versão no nº prece-dente, convindo notar, porém, quenão traz nem as assinaturas, nem asretificações, nem a publicação. Estatradução difere da que vem publica-da na Coleção de Tratados de Borges deCastro (I tomo, p. 260-293), e que foitirada de um mss, de D. Luís Caeta-no de Lima. Além disso, não faltam,nesta última tradução, transcrita emBorges de Castro, as assinatutas quefirmam o tratado.

Trata-se de opúsculo muito raroe desconhecido de alguns biblió-grafos. [4069]

Tractaet Ende Alantie Tusschen denKoninck ende Ricjke van Portu-gael Ter eenre, Ende De Ho. endeMog. Heeren De Staten Genrael DerVereenichde Nederlantsche Provintienter andere zijde, Geslooten, geteeckentende gezegelt op den sesten Augusty1661. Middelburgh, 1661. 24 pp.

Tratado e Aliança entre o Rei e oReino de Portugal de um lado e osAltos e Poderosos Senhores EstadosGerais dos Países-Baixos-Unidos deoutro. Concluído e assinado a 6 deagosto de 1661.

Esta é a boa edição. O Catálogoda Exposição Nassoviana (187) re-gistra somente a edição resumida de14 pp. [4070]

Tractaet van Vrede, besloten, Tus-schen den Coninck van Portugal,en de Hooge en Grpot-Moghende

Heeren Staten Generael der Veree-nighde Nederlanden, in s’Gravenhage. Uyt ’t Latijn ghetrouwelickovergheset. Middelburgh, Joh. Mis-son, 1663. 20 p.

Tratado de paz concluído emHaia entre o Rei de Portugal e os al-tos e mui poderosos Senhores Es-tados Gerais dos Países-BaixosUnidos. Traduzido fielmente dolatim. [4071]

7. HISTÓRIA ECONÔMICA E SOCIAL

a. O comércio do Brasil e aCompanhia das Índias Ocidentais

-- A vida econômica e social.

Concept Van Reglement op BrasilGhenomen by haere Ho. Mo. deHeren Staten Generael der Veree-nighde Nederlanden ende de Be-windt-hebberen der Geoctroyeer-de West-Indische Compaignie.Gheduck in ’t Jaer ons Heeren 1648.8 p.

Conceito de Regulamento doBrasil, resolvido pelos altos e pode-rosos Estados Gerais das Provín-cias Unidas e os diretores da ou-torgada Companhia das ÍndiasOcidentais. [4072]

Dedvctie, Waer by onpartidelick overv-vogen ende bevvesen voort, vvat hetbest voor de Compagnie van West-Indie zy: Den Handel te sluyten, ofopen te laten. In’s Gravenhage, Ge-druckt by Isaac Bvrchorn. [1639 ?]

Nesta dedução, o autor considerae prova o que é melhor para aCompanhia das Índias Ocidentais:a liberdade ou o monopólio do co-mércio. [4073]

878

Page 214: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Gren, H. Gr. Consideratien als dat deNegotie op Brasil behoort open ges-telt de worden, onder Articulen hierna beschreven, door Ior. H. Gr.Gron, Ghedruckt in ’t Iaer ons Hee-ren 1638. S.L.

Nestas considerações sobre a ne-cessidade de ficar inteiramente livreo comércio com o Brasil, Gron estu-da não só os negócios da Compa-nhia propriamente dita, como tratadas possibilidades de comerciar coma população do Brasil. É este umdos mais importantes folhetos sobreassuntos econômicos naquela época,merecendo ser traduzido. [4074]

Het Spel van Brasilien, Verghelekenby een goedt Verkeer-Spel, s.l., 1638.8 p.

O jogo no Brasil, comparado aum bom jogo, o gamão.

Trata dos negócios da Compa-nhia das Índias Ocidentais, e dosfrutos do Brasil. Agora esta ediçãoexiste em fólio registado por outrosbibliógrafos. [4075]

Lyste van ’t ghene de Brasil jaerlijckscan opbrenhen. S.L. s.d. I fol.

Este fólio foi traduzido para oportuguês pelo Rev. Pde. Fr. Agosti-nho Keijzers, O.C., e por José Ho-nório Rodrigues. Publicado pela pri-meira vez na revista Brasil Açucareiro,março de 1942: foi depois tiradauma separata, que constitui o nº I daColeção Documentos Históricos, doInstituto do Açúcar e do Álcool.Nesse mesmo folheto foi publicadoo folheto de Jan Andries Moerbeeck,motivos por que a Companhia dasÍndias Ocidentais deve tentar tirar aoRei da Espanha a terra do Brasil.

Ambas as traduções são precedidasde um prefácio por José HonórioRodrigues, que fez igualmente as no-tas e a bibliografia de Moerbeeck. Alista de tudo que o Brasil pode pro-duzir anualmente deve ter sido pu-blicada depois de 1623. Trata-se defólio raríssimo, não registado pelasmaiores autoridades bibliográficas ho-landesas e existente na Biblioteca Na-cional do Rio de Janeiro. O autor estu-da o principal negócio do Brasil, ouseja, o estabelecimento de engenhos ea fabricação de açúcar. [4076]

Reden van dat die West-IndischeCompagnie ofte handelinge nietallen profitelick maer oock nood-saeckelijick is tot behoudenissevan onsen Staet. Gheduck in’t Iaerons Heren. S. L., 1636. 14 p.

Prova-se, neste folheto, que aCompanhia das Índias Ocidentais eo comércio não são apenas proveito-sos, mas necessários à manutençãodo Estado. [4077]

Speculatien op’t Concept van Regle-ment op Brasil, t’Amsterdam, Ghe-druct by Samuel Vermeer, 1648. 2 p.,22 p.

Reflexões sobre o projeto deregulamento (do comércio) doBrasil. [4078]

Vertoogh By een Lief-hebber des Va-derlants vertoont. Teghen het onge-fondeerde ende schadelijck sluytender vryen handel in Brazil. In’t Jaerons Heeren M.DC.XXXVII, S.L,1637. 8 p.

Exposição feita por um patriotacontra o absurdo e vergonhoso fe-chamento do comércio com oBrasil.

879

Page 215: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Nesse mesmo ano de 1637, umanônimo, que se denominou pesqui-sador da verdade, publicou um fo-lheto chamado: Exame da exposi-ção contra o absurdo e vergonhosofechamento do comércio com oBrasil. [4079]

Voor-Lopper van D’Hr. Witte Corne-lissz. de. With Admirael van deWest-Indische Compagnie, Nopendeden Brasjilschen handel. Gedrucktvoor den Verdruckten. S.L. 1950. 20 p.

"O precursor do Sr. Witte Corne-lissz, de With, almirante da Compa-nhia das Índias Ocidentais sobre ocomércio com o Brasil".

Sobre a atitude do almirante deWith, foi publicada uma queixa docapitão Barent Cramer, com diver-sas peças probatórias, queixa estaque é registrada por Wulp sob o nº3.118, e que leva o seguinte título:Beklag van Kapitein Barent Cramer overden Admiraal W. Cz. de Whith, metverschillende bewijsstukken. Aan het sloteen verklaring van geuigen (dat. 30 Mar-tiij, 1650). [4080]

b. Legislação

Beneficien voor de Soldaten gaendenaer Brasil. In ’s Graven-hage. 1647.4 p.

Vantagens concedidas aos solda-dos que sigam para o Brasil. [4081]

Coleção Cronológica da legislaçãoportuguesa compilada e anotadapor José Justino de Andrade e Sil-va, 1603-1612. Lisboa, Imprensa deJ. J. A. Silva, 1854-1859. 10 v.

Esta coleção compila toda a legis-lação portuguesa desde 1603 até1700. Contém todos os alvarás, de-

cretos e cartas-régias expedidos pe-los governos espanhol e portuguêsdesde a proibição de comerciar comos holandeses, em 1605, até a totalextinção do domínio holandês noBrasil. [4082]

Groot Placaaet-Boeck, Inhoudende de Placatenende Ordonnatien van de Hoogh Mooghende Hee-ren Staten Generael ende van de Gr. M. HeerenSt. v. Holland en West-Vrieslandt; mitsgadersvande Ed. M. Heeren van Zeelandt. In ’sGraven-Hage, 1658-1796. 10 v.

Esta coleção contém todos os do-cumentos de direito público relativos àCompanhia das Índias Ocidentais.

Ocorrem nesta coleção os váriosregulamentos e regimentos que defi-niram as relações entre os conquista-dores e conquistados. Entre estesconvém destacar: 1) O Regulamentode 13 de outubro de 1625; 2) o de 23de agosto de 1636 (Lei Orgânica doBrasil holandês); 3) Instruções de 6-11-1645 modificando a lei anterior;4) Edital de 10 de agosto de 1630; 5)Regulamentos de 14-5-1632 e 15-7-1633; 6) Editais de 25-5-1624 e 14-7-1632; 7) Regulamento sobre a liber-dade de comércio, de 9-1-1634; 8)Regulamento de 6 de janeiro de1635; 9) Regulamento provisório so-bre liberdade de comércio, de 29 deabril de 1638; 10) Regulamento sobrea colonização e cultura das terras doBrasil, de 26 de abril de 1639; 11) Arti-gos sobre navegação, de 24-11-1647;12) Regulamento sobre liberdade decomércio, de 10-8-1647; 13) Edital so-bre liberdade de importação de víve-res, de 11-12-1649; 14) Edital sobre aliberdade de exploração de minas deprata, de 31 de agosto de 1652. [4083]

880

Page 216: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Nader ordre Ende Reglement vandeHo: Mo: Heeren Staten Generaelder Vereenighde Nederlandenghearresteert by advijs ende deli-beratie vande Bewindt-hebberenvande Generale GheoctroyeerdeWest-Indische Compagnie terVergaderinge vande negenthienewaer na alle ende een yder der In-gesetenen vande Geunieerd Pro-vintien sullen vermoghen te halenHout, Cabacq, Cattoen ende allerhandeWaren ende Koopmanschappen vallende inseckere gedeelte vande Limiten vant’t Oc-troy der voornoemde Compagnie hier naegeexyrimeert. In ’s Graven-Hage, By deWeduwe ende Erfgenamen van wij-len Hillebrandt Iacobssz van Wouw,Ordinaris Druckers vande Hog:Mog: Heeren Staten Generael, 1637.8 p.

Novas ordens e regulamentosdos Estados Gerais das ProvínciasUnidas, em que se autorizam os ha-bitantes destas a importar madeira,tabaco, algodão e toda espécie de mer-cadorias dentro de determinados limi-tes, que ali são estipulados. [4084]

Ordre ende Reglement: Vande HoogheMoghende Heeren Staten Generael der Ve-reenighde nederlanden gearresteert by advijsende deliberatie vande Bewint-hebberen van-de generale gheoctryeerde West-IndischeCompagnie ter Vergaderinge vande Negent-hiene over het bewoonen ende cultivren derLanden ende Plaetsen by die vande voor-ghemelte Compagnie in Brasil gheconques-teert. In ’s Graven-Hage. 1634. 12 p.

É uma ordenação e regulamentosobre os habitantes e cultivadoresdas terras e praças conquistadaspela Companhia das Índias Ocidentais.[4085]

Regimento do governo das praçasconquistadas ou que forem con-quistadas nas Índias Occiden-taes. (Revista do Inst. Arq. e Geog.Pernambucano, t. V, nº 31, p. 289-310.) [4086]

Copiado e traduzido do GrootPlacaat Boek, por José Higino PereiraDuarte.

Resolutien van de Staten van Hollanden West Vriesland van het jaar1524 tot het jaar 1795. 277 v.

(O 1º vol. é intitulado):Register gehounden by Meester

Aert van Der Goes, Advocat van deStaten’s Landts van Hollandt Van alledie Dachuaerden by deselve Staten ge-houden mitsgaders die Resolutien, Pro-positien, ende andere Gebesongneer-den in de voirsz. Dachvaerden gedaen.Beginnende den lesten January 1524,stilo curiae -- Hollandiae. Ende eynden-de den 28. Decembris anno 1543.

(O 2º vol. é intitulado):Register van Holland En West-

Vriesland, Van den jaare...Generaale Index Op De Regis-

ters Der Resolutien van de HeerenStaaten van Holland En West-Vries-land, Beginnende met den jaare 1524en loopende dit eerste Deel tot denjaare 1579, incluis. Gedrukt in hetjaar 1772. 1524-1790. 18 v.

Secrete Resolutien Van de EdeleGroot Mog. Heeren Staten van Hol-landt ende West Vriesalandt. Begin-nende met den jaare 1653 -- endeeyndigende met den jaare 1658 --Eerste Deel -- 1653 tot 1793. 17 v.

Generaale Index Op de elf Ge-drukte Deelen Der secrete ResolutienVan De Heeren Staaten van Holland

881

Page 217: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

En West Vriesland, Beginnende metden jaare 1653 en eyndigende metden jaare 1751 beide incluis.

A-N. -- Gedrukt in het jaar 1758.A-Z. 2 v.Asher fez um estudo minucioso

sobre estas Resoluções dos Estadosda Holanda e da Frísia Ocidental.Para a história da Companhia e dasua expansão para o Brasil, elas têmuma dupla importância, por consti-tuírem não só os registros dos arqui-vos daqueles estados, como por for-marem uma fonte histórica de pri-meira importância. Segundo Asher,as Resoluções relativas aos anos de1624, 1627, 1637, 1643, 1646, 1647 e1651 a 1655 são as mais fundamen-tais para a história dos holandesesno Brasil. [4087]

De Staten Generael der VerrenighdeNederlande etc. (Verklaring vanbeschermig en vryen eigendom van-bezittingen aan de Portug. Inwonersder veroverde plaatsen in Brazilie.) In’sGraven-Hage, 1630, fol. 43 linhas.

Proclamação dos Estados Geraisdas Províncias Unidas assegurandoproteção e o livre gozo das suas pos-ses aos portugueses habitantes das ter-ras conquistadas no Brasil. [4088]

Vryheden Ende Exemptien t’ Accor-deren ende toe te staen, weghen de...West-Indische Compagnie, uytKrachte van de Octroye by... de...Staten Generael... de selve verleent,aen alle de gene die hun met harewoonstede naer Brasil sullen willenbegeven, ofte gegenwoordig daerwoonen. S.L. s.d.. 1 f.

Liberdades e exceções a seremconcedidas e permitidas pela outorga-

da Companhia das Índias Ociden-tais, por força da outorga dos altos epoderosos Estados Gerais das Pro-víncias Unidas, aos que irão residirno Brasil ou os que ali residam.[4089]

West-Indische Compagnie. Articulem, metApprobatie vande Ho: Mog: heerenStaten Generael der Vereenighde Ne-derlanden provisioneelijck beraemtby Bewinthebberen vande Generalegeoctroyeerde West-Indische Com-pagnie ter Vergaderinghe vande neg-henthiene over het oen open endevry stellen vanden handel ende nego-tie op de Stadt Olinda de Pernambu-co, ende custen van Brasil. T’Amstel-redam. Ghedruckt by Paulus Aertszvan Ravesteyn, 1630. 8 p.

Publicam-se neste folheto os arti-gos decretados provisoriamente pe-los diretores da Companhia privile-giada das Índias Ocidentais, comaprovação dos Estados Gerais dasProvíncias Unidas, sobre a aberturae liberdade de comércio e navegaçãopara a cidade de Olinda, em Pernam-buco, e as costas do Brasil. [4090]

c. Religião

Classicale Acta van Brazilie. Overge-drukt uit de Kronick van het Histo-risch Genootchap te Utrecht. XXIX.Jaarg, 1873. 116 p.

Traduzido por Pedro SoutoMaior, foi publicado em 1915 notomo 1º do 1º Congresso de Histó-ria do Brasil, realizado em 1914, sobo título: A Religião Cristã Reforma-da no Brasil no Século XVII (Atasdos sínodos e classes do Brasil noséculo XVII, durante o domínio ho-landez.) p. 707 a 780. Mais tarde, foi

882

Page 218: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

tirada uma separata pela Livraria J.Leite.

Trata-se de documento valiosopara estudo da vida religiosa, moral efamiliar dos holandeses no Brasil.Contém curiosas informações sobreeducação. [4091]

Servicios que los religiosos de laCompañia de Iesus hizieron a V.Mag. en el Brasil. s.l. s.d., 16 f.

Encontra-se na coleção BarbosaMachado, no volume intitulado Notí-cias históricas e militares da América, co-ligidas por Diogo Barbosa Machadoe que compreende do ano de 1576até 1757. É o opúsculo 8º desse vo-lume.

No catálogo das coleções de Bar-bosa Machado, organizado por B. F.de Ramiz Galvão (cf. Anais da Bi-blioteca Nacional do Rio de Janeiro,vol. VIII, 1880-81, Rio de Janeiro,1881, p. 374), acha-se registado sobo nº 1.570.

Refere-se particularmente aosserviços que os padres da Compa-nhia de Jesus prestaram na defesa doBrasil contra os holandeses. Trans-creve a carta de D. Fradique de To-ledo a S. Majestade sobre os traba-lhos que, durante o sítio e restaura-ção da Bahia, prestaram estes religio-sos. Relata os serviços posteriores naluta contra os holandeses em Per-nambuco. Reproduz trechos de umacarta do Bispo Pedro da Silva, a car-ta do Governador Conde de SãoLourenço (20-1-1639) e a certifica-ção do Provedor-mor da Real Fa-zenda, Pedro Cadena Villasanti, de16 de setembro de 1638, assimcomo outra certificação do Tenen-

te-General da Artilharia FranciscoPérez de Soto, de 10 de setembro de1639, comandada pelo general Con-de da Torre, para restaurar à armadaquatro religiosos jesuítas, dois dosquais saltaram em terra para acom-panhar Luís Barbalho Bezerra.

Segundo Ramiz Galvão este pa-pel foi dirigido a D. Filipe III, e con-forme a data última que citamos aci-ma, é pouco anterior à restauraçãode 1640. [4092]

d. Judeus

Bloom, Herbert Ivan. The economic ac-tivities of the Jews of Amsterdam inthe Seventeenth and eighteenth cen-turies. Williamsport, the Bayardpress, 1937. XVIII, 332 p.

Magnífica contribuição para ahistória econômica. Neste trabalho,o autor estuda não só as atividadesdos judeus holandeses no Brasil, ba-seado em autoridades fidedignas,como também a indústria açucareiraem relação com os judeus de Ams-terdã. A parte principal -- Brasil (séc.XVII) -- é apoiada nos autores con-temporâneos luso-brasileiros e em au-tores e documentos holandeses.

Deve-se salientar o uso do mate-rial, em parte inédito, das coleçõesda American Jewish Historical Socie-ty de New York.

Herbert Ivan Bloom (1899 -- ),rabino no Estado de New York,doutorou-se em 1937 pela Universi-dade de Colúmbia. Discípulo doProf. Salo Baron, dedicou-se aos es-tudos de história dos judeus naAmérica. Além dos trabalhos regis-trados nesta bibliografia, escreveu de

883

Page 219: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

interesse para estes estudos TheDutch Archives (Publications ofAmerican Jewish Historical Re-view, nº 32). [4093]

8. HISTÓRIA NATURAL E MÉDICA-- ETNOGRAFIA E ARTES

Baro, Roulox. Relation dv Voyage deRoulox Baro, interprete et ambas-sadvr ordinaire de la Compagnie desIndes d’Occident, de la par des illus-trissimes seigneurs des ProuincesVnies au pays des Tapuies dans laterra ferme du Brasil. Traduict d’Hol-landois en Français par P.M. de Pa-ray en Charolois. (Relations verita-bles et cvrievses de Lisle de Madagas-car, et dv Bresil, auec l’histoire de laderniere guerre faite au Bresil, entreles Portugais les Hollandois; trois re-lations d’Egypte, et vne du Royaumede Perse, Paris, 1651, p. 197-307).

Sobre Roulox Baro (Roelof,como escreve Nieuhof, cf. ed. Bras.,1942, p. 155 e nota 259) pouco ouquase nada se sabe. Como docu-mento etnográfico, de descrição dacultura tapuia, esta relação de viagemé uma das fontes mais importantesdo século XVII. Para o conhecimen-to das velhas hordas tapuias, estaobra de Baro constitui texto valioso,junto aos de Marcgrave, Herckmans,Piso, Laet e Barleus. A civilizaçãomaterial e social dos grupos indíge-nas por ele visitados pode ser, graçasa estes trabalhos, reconstituída.

Sobre Baro, consulte-se Alfredode Carvalho: Um intérprete dos Tapuias.(Separata do nº 78 da Rev. do Inst.Arq. e Geog. Pern., Recife, Tip. doJornal do Recife, 1912. 18 p.) Consulte-

se, também do mesmo autor, a Bi-blioteca Exótica, 1930, verbete Baro.Oferecem também interesse: PaulEhrenreich: Sobre alguns antigos retratosde índios sul-americanos; trad. de OliveiraLima, Rev. do Inst. Arq. e Geog.Pern., vol. XI, 1907, p. 19-46. [4094]

Ehrenreich, Paul. Ueber einige aeltere Bi-ldnisse suedamerikaischer Indianer. (Glo-bus, III. Zeitsch, fuer Lander undVolkerkunde, Bd. 66, Braunschwieg,1894.) 4 v.

Traduzido por Oliveira Lima epublicado na Revista do Instituto Ar-queológico Pernambucano. Pernambuca-no, 1907, vol. XII, nº 65, p. 19-46.Neste trabalho estudam-se algunsdos desenhos de índios executadospor Zacarias Wagner ou AlbertoEckhout. Sobre a autoria, cf. JoséHonório Rodrigues, "As estampasde Nieuhof", in Memorável ViagemMarítima e Terrestre ao Brasil, de JoanNieuhof, S. Paulo, Livraria Martins(1942), p. 347-349. [4095]

Leão, Joaquim de Sousa (Filho). FransPost, seus quadros brasileiros. Publicadopelo Estado de Pernambuco no anocomemorativo do 3º centenário dachegada de Maurício de Nassau e deFrans Post ao Brasil. Notas sobre opintor e sua obra por J. de SousaLeão Filho. Fotografias reproduzidascom a autorização dos possuidoresdos respectivos quadros... 30 p.ilus. 29 reproduções fotogr. fora dotexto.

Publicado pelo Estado de Per-nambuco no ano comemorativo do3º Centenário da chegada de Maurí-cio de Nassau e de Frans Post aoBrasil. Regista 51 quadros na lista

884

Page 220: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

que apresenta (p. 24-25). Notíciabiográfica e crítica. [4096]

Melo, José Antônio Gonçalves de(Neto). A situação do negro sob domínio ho-landês. (Novos estudos afro-brasileiros,por Gilberto Freire e outros; pref. deArtur Ramos, Rio de Janeiro, Civiliza-ção Brasileira, 1937). p. 201-221. (Bib.de Divulgação Cientifica, v. IX).

Trata-se de excelente contribui-ção baseada em boa bibliografia.

[4097]Piso, Guilherme, e Georgius Marcgra-

vius. Historia Natvralis Brasiliae, auspi-cio et benefício Illustriss. I. Mavritll Com.Nassav. illius provinciae et marissvmmi praefecti adornata, in qua nontantvm plantas et animalia, sed et in-digenarium orbi, ingenia et moresdescribentur et iconibus supra quin-gentas illustrantur. Lugvn. Batavo-rum, apud. Franciscum Hackium,1648. 294 pp.

Esta é a maior e melhor obra decaráter científico que se publicou so-bre o Brasil no século XVII.

Os estudos naturalísticos de Lin-neu e Cuvier, na parte relativa aoBrasil, foram baseados também nes-te livro. Esta foi, sem dúvida, umabenemerência que se deve ao gover-no de João Maurício de Nassau.Pouco ou quase nada fizeram de se-melhante os portugueses até a épocade Alexandre Rodrigues Ferreira.

O valor do livro não repousa so-mente nos aspectos naturais, nas uti-lizações médicas, das plantas brasi-leiras, mas também no valor etno-gráfico da obra. Seu caráter científi-co está magnificamente ressaltado naedição brasileira do Museu Paulista,

onde grandes figuras da ciência bra-sileira prestaram o seu concurso nacaracterização do valor dos in-fólisde Piso e Marcgrave. A edição brasi-leira é de 1942, São Paulo, ImprensaOficial do Estado. A tradução do la-tim foi feita por Mons. Dr. José Pro-cópio de Magalhães. Contém, alémda tradução do texto de Marcgrave,o seguinte: Esboço biográfico, porAfonso de E. Taunay (p. I-XXXVL);Botânica, comentários pelo prof. Al-berto J. de Sampaio (p. XXXVII-LI;Dos Peixes, comentários por Joãode Paiva Carvalho e Paulo Sawaya(p. LI-LXI); Os Crustáceos, comen-tários por Paulo Sawaya (p. LXI-LXV); Comentários da parte ornito-lógica por Olivério Mário de Olivei-ra Pinto (p. LXV-LXXVII); DosQuadrúpedes e Serpentes, comentá-rios por Paulo Sawaya (p. LXXVIII-LXXXXVIII); Comentários sobre oLivro VII de Marcgrave (Insetos), porFrederico Lane (p. LXXXVIII-LXXXXIX); Comentários sobre oLivro VIII, por Plínio Airosa (p.LXXXXIX-XCIX); Comentáriossobre o Livro VIII, por Drª HeloísaTorres (p. XCIX-XIV). Saiu uma se-parata da parte relativa aos comentá-rios sobre os peixes, feita por Joãode Paulo Carvalho e Paulo Sawaya,São Paulo, Imprensa Oficial do Es-tado, 1942, 48 pp.

Publicada pelos Elzeviers, é a edi-ção original obra digna e respeitável,magnificamente impressa, adornadade estampas valiosas e escritas comciência. Repositório precioso da his-tória natural brasileira, documentoda medicina histórica da América,nelas o leitor topará descrições ma-

885

Page 221: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

gistrais, apontamentos e nótulas queconstituem elementos preciosos paraa história da história natural brasileira.

Em 1658, Piso publicou De Indiaeutriusque renaturali et medica Libri qua-tuordecim, quorum contenta pagina sequensexhibet. Amstelaedami, Apud Ludo-vicum et Danielem Elzevirios,MDCLVIII.

Esta obra compõe-se de 14 li-vros, dos quais 6 são do próprioPiso. Os cinco primeiros livros dePiso constituem Historia naturalis etMedica Indiae Occidentalis, 327 pp. aesses juntou Piso a Mantissa Aromati-ca e mais dois livros de Marcgrave:Tractatus Topographicus et Metereologicuset Chilensis Indo’e ac Linguae; e, final-mente, seis livros de Jacob Bontius:Historia Naturalis et Medica IndiaeOrientalis (edição aumentada da DeMedicina Indorum, publicada em Ley-de, por F. Hackius, em 1642). Comose vê, nesta última obra interessamao Brasil apenas os cinco primeiroslivros de Piso, de vez que os dois deMarcgrave estão menos completosnesta edição do que na Historia Natu-ralis Brasiliae, onde constituem o oi-tavo livro. E ainda porque tanto aMantissa Aromatica quanto os seis li-vros de Jacob Bontus se ferem àsÍndias Orientais. Esta edição consti-tui um dos mais complicados pro-blemas da bibliografia holandesa noBrasil, pois não se sabe exatamenteaté que ponto Piso, nestes cinco li-vros que constituem a Historia Natu-ralis et Medica Indiae Occidentalis, apro-veitou-se da Historiae Rerum Natura-lium Brasiliae de Marcgrave (colabo-ração deste na Historia Naturalis Bra-siliae).

A parte médica de Piso foi natu-ralmente aproveitada da sua colabo-ração na História Naturalis Brasiliae,mas a parte naturalística foi, segundoalguns, apenas a que Marcgrave es-crevera antes na Historia NaturalisBrasiliae, salvo a classificação queobedeceu, naquela obra, umaorientação mais médica do que na-turalística (cf. sobre isso Kampen,Levens van beroemden Nederlan-ders, etc., etc., 1840, Haerlem, 2º t.,p. 287, e especialmente o estudo deTaunay.

A Indiae Utriusque está sendo tra-duzida por iniciativa do Ministérioda Educação e Saúde. A colaboraçãode Marcgrave na Historia NaturalisBrasiliae (edição de 1648) está tam-bém sendo traduzida por iniciativado Museu Paulista, em continuaçãoà parte já traduzida de Piso, da Histo-ria Naturalis Brasiliae.

Em 1694 na Oost en West IndischeWarande Amsterdam (J. ten Hoorn)foram transcritos trechos de Piso.

Sobre Piso consulte-se o trabalhodo Prof. B. J. Stokvis, Discours d’-ouverture, no congresso internationalde medicins des colonies, em Ams-terdam, em 1883 (F. van Rosse,1884). Trata-se da melhor biografia eda melhor crítica das obras de Piso)v. p. 73-94). [4098]

Thomsen, Thomas. Albert Eckhout(1637-1664), ein niederländischer maler,und sein gönner, Moritz der Brasilianer,ein Kulturbild aus dem 17. Jahrhundert.Kopenhagen, 1938. 183 p.

Sobre este livro cf. Robert C. Smith,Handbook of Latin American Stu-dies, 1938, Cambridge, Harvar

886

Page 222: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Univ. Press, 1939, p. 56-57, nº436. [4099]

9. BIOGRAFIAS --BIBLIOGRAFIA DAS

BIBLIOGRAFIAS.

a. Biografias.

Azevedo, João Lúcio de. História de Antô-nio Vieira. Segunda Edição Lisboa,Livraria Clássica Editora, 1931. 2vols.

Na 2ª edição, esclarece o autor terencontrado fatos novos, que, juntoaos dados que lhe foram proporcio-nados, esclarecem alguns pontos deinteresse.

Obra de fôlego e pesquisa, im-porta aos estudiosos porque nela setrata das atividades da maior figurapolítica do Brasil colonial. Somenteo 1º volume tem interesse para a his-tória holandesa.

A vida de Antônio Vieira, desde atomada da Bahia, em 1624, até a suaingerência na diplomacia, e seus es-critos sobre a entrega ou compra dePernambuco, está intimamente rela-cionada com a história dos holande-ses no Brasil. [4100]

Costa, Francisco Augusto Pereira da.João Fernandes Vieira à luz da história eda crítica. Recife, Tipografia do Jornaldo Recife, 1907. 112 p.

Trata-se de obra original e bemdocumentada, onde o autor reexami-na a vida de uma das figuras maislouvadas da época colonial brasileira.Os três escritores do período holan-dês -- Calado, Rafael de Jesus e Ló-pez Santiago -- foram os principaispanegiristas de João Fernandes Viei-

ra. Submetendo-o a um exame críti-co severo, Pereira da Costa refaz ahistória de sua vida e desfaz muitatolice engendrada por aqueles cro-nistas. [4101]

Driesen, Ludwig. Leben des Fursten Jo-hann Moritz von Nassau-Siegen, Ge-neral-Gouverneurs von Niederlän-disch-Brasilien, dann Kur-Brandenbur-gischen Statthalters von Cleve, Mark,Ravensberg und Minden, Meisters desSt. Johanniter-Ordens zu Sonnenburgund Feldmarschalls der Niederlande.Von Ludiwig Driesen. Dr. Mit einemfac-simile. Berlin, 1849. 376 p.

Conforme assinala Wätjen (DasHoll. Kolonialr eich in Brasilien, 1921, p.18, ed. bras., p. 51) a obra de Drie-sen é ainda, apesar de antiquada,uma das melhores biografias doConde Maurício de Nassau. Netscherobservou (Les Hollandais au Brésil, p.204) que esta obra é mais indicadapara o estudo da vida de Mauríciode Nassau na Alemanha (Cleve)que pela primeira vez descreveufirmado em documentos do arqui-vo do Estado de Berlim (Watjen,ob. cit. p. 51).

Desde 1846 já havia publicadouma curta biografia de Maurício deNassau (cf. prefácio). [4102]

Exposição Frans Post. Ministério daEducação e Saúde. Museu Nacionalde Belas-Artes. Rio de Janeiro, s.imp., 1942. 16 p. 24 repr. fotog. forado texto.

Contém "Frans Post e mistérioda nacionalidade", por Ribeiro Cou-to, p. 5-11; Dados biográficos (por[J.H.R.]), p. 13-16; e fotografias daspinturas de Frans Post executadas

887

Page 223: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

por K. Vosylius, para o Serviço doPatrimônio Histórico e Artístico Na-cional. [4103]

Kampen, Nikolas Godfried van. Levensvan beroemde Nederlanders, se dert hetmid-den der zestiende eeuw. Haarlm, 1938-40.2 v.

O 1º tomo, escrito somente porVan Kampen, estuda algumas perso-nagens famosas na Holanda, mas depouco interesse para o Brasil. No 2ºtomo encontra-se magnífico estudosobre João Maurício de Nassau (P.133-444).

Tendo Van Kampen falecidoquando somente uma parte deste es-tudo estava pronto em mss., Vee-gens, cujo nome aparece no 2ºtomo, reviu a parte escrita e fez usodo que Van Kampen deixara, redi-gindo o estudo sobre Maurício deNassau, que ocupa quase todo o se-gundo tomo. [4104]

Kraushara, Alexandra. Dzieje Krysztofaz Arciszewa Arciszeuskiego. Admira-la i Woddza Hollendrom w Brazylli,Starszego nad Armata Koronna zaWladyslawa IV. Jana Kazimiera 1592-1656 przez... Petersburg, 1892. 2 v.

Sobre este trabalho, vide: Arcis-zewski, o Coronel Polaco a Serviço daCompanhia das Índias Ocidentais, porJosé Honório Rodrigues, in Jornal doBrasil, 19 de maio de 1940. Um tre-cho desse artigo foi reproduzido nacoletânea organizada pelo senhorTadeu Skowronski, Ministro da Po-lônia no Brasil, e publicada sob o tí-tulo: Páginas Brasileiras sobre a Polônia,Rio de Janeiro, Editora Freitas Bastos,1942, p. 139-141. [4105]

Lamego, Alberto. Papéis inéditos sobre JoãoFernandes Vieira. (Revista do InstitutoHistórico e Geographico Brasileiro, v.LXXV, 2ª p., 2. 21-50). 1912.

Alberto Lamego encontrou entreos papéis do Conselho Ultramarino,do Arquivo de Marinha e Ultramarde Lisboa, estes papéis inéditos quevieram confirmar ter Vieira se torna-do restaurador por motivos econô-micos. As opiniões anteriores de vá-rios historiadores de nomeada en-contram confirmação nestes papéis.João Fernandes Vieira teve intuitosde ganho e não de fé ou patriotismo(cf. Johan Nieuhof, Memorável Via-gem Marítima e Terrestre ao Brasil, Liv.Martins, 1942, nota 368, de José Ho-nório Rodrigues). Trata-se de docu-mentos de valor inestimável.

[4106]Molhuysen, Philip Christiaan. Nieuw

Nederlandsch biografisch woorden-boek. Onder redactie van P. C. Mo-lhuysen en P. J. Blok, met medewer-king van tal van gelleerde. Leitden, A.W. Sijthoff, 1911-37. 10 v.

Bibliotecário da Real Bibliotecade Haia, Molhuysen dirigiu junta-mente com o historiador P. J. Blokeste monumental dicionário biográfi-co, o melhor até hoje publicado naliteratura holandesa. Editor da cor-respondência de Grotius, e de obrasraras deste autor, Molhuysen escreveutambém uma obra em 4 volumes so-bre as fontes para a história da Uni-versidade de Leide. Sobre o plano des-te dicionário biográfico consulte-se oseu trabalho -- Het. Nederlandschebiographisch woordenboek, publicadopor A. W. Sijthoff. 1909. [4107]

888

Page 224: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Studart, Guilherme, Barão de. MartimSoares Moreno, o fundador do Ceará. (Rev.do Instituto Historico e Geográfico do Cea-rá, t. XVII, 1903, p. 177-228).

Martim Soares Moreno, o funda-dor do Ceará, teve destacada ativida-de nas lutas contra os holandeses.Trata-se de ótimo estudo, baseadoem boa e inédita documentação. Pu-blica 31 documentos, alguns de inte-resse direto para a história dos ho-landeses no Brasil. Publicado tam-bém em separata (Fortaleza, Tipo-grafia Minerva, de Assis Bezerra,1903, 54 e LXVIII p.). Na Revistado Instituto do Ceará, Capistranode Abreu publicou também peque-na e substanciosa nota biográfica,cf. Notícias atrasadas, tomo XIX,1905, p. 117-122. Cf. também in-formação de Martim Soares More-no sobre o Maranhão, em Anais daBiblioteca Nacional do Rio de Janeiro,vol. XXVI, 1904. [4108]

Vieira, Antônio, Padre. Cartas do padreAntônio Vieira, coordenadas e anota-das por J. Lúcio d’Azevedo. Coim-bra. Imprensa da Universidade,1925-1926. 3 v.

O 1º vol. abrange cartas de 1646a 1661. O 2º, cartas de 1662 a 1673,o 3º, cartas de 1674 a 1697. Este 3ºvol., onde se publicaram mais 11cartas inéditas relativas aos anos de1653 a 1668, é o que nos interessa.

Sobre sua importância, bastaatentar para este trecho: "Meio sécu-lo de história nacional e de um pe-ríodo fecundo em perturbações in-ternas e externas se reflete nas folhasde miúda letra, onde, no espaço deuma longa vida, semeou as suas con-

fidências o português mais notávelde sua época."

Na introdução, J. L. de Azevedoassinala os defeitos gerais e particula-res das várias edições anteriores destasCartas; a de 1735, a de 1746, compila-da pelo Pe. Francisco Antônio Mon-teiro, de 1854-55 (4 tomos, com 511cartas, abatidas as duplicatas) e a daEmp. Lit. Fluminense (provavelmentede 1877, em dois volumes).

A edição que apontamos contém710 cartas.

Essas cartas discutem a situaçãoeconômica e política da época econstituem documento da maior im-portância para o conhecimento des-se período. [4109]

Warnsinck, Johan Carel Marinus. Chris-toffel Artichewsky, poolsch krijgso-verste in diens van de West-IndischeCompagnie in Brazilië, 1630-1639;een proeve tot eenherstel, door J. C.M. Warnnsinck. ’s Gravenhage, M.Nijhoff, 1937. 49 p. retr., ests.,maps..

Este trabalho -- Christoffel Arti-chewsky, coronel polaco a serviço daCompanhia das Índias Ocidentaisno Brasil (1603-1639) -- Tentativa deReparação -- é valiosa contribuição. Oautor não desconhece a obra deKrawshara, principal fonte secundá-ria sobre Arciszewski. Aproveitatambém os documentos do própriopunho do biografado para reconsti-tuir-lhe a vida. [4110]

b. Bibliografia das bibliografias

Asher, George Michael. A Bibliographicalan historical essay on the Dutchbooks and pamphlets relating to

889

Page 225: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

New Netherland and to the DutchWest-India Company and to its pos-sessons in Brazil, Angola, etc. Asalso on the maps, charts, etc. ofNew-Netherland, with fac-similes forthe map of New-Netherland by N. I.Visscher and of the three existingviews of New-Amsterdam. Compiledfrom the Dutch public and private li-braries, and from the collection ofmr. Frederik Mullerin Amsterdam.Amsterdam, Frederik Muller, 1854-67. 239 p.

Guia indispensável para todoestudioso da história da expansão econquistas holandesas na América.O trabalho de Asher publicado en-tre 1854-57 é único na espécie e sepode dizer que para a época emque foi escrito constituiu um traba-lho padrão. Trata-se, sem dúvida,da melhor fonte para o conheci-mento bibliográfico dos livros efolhetos relativos aos holandesesna América. As coleções posterio-res organizadas por Tiele, Knuttel,etc., contêm um número maior defolhetos, mas Asher reuniu tão-so-mente os que diziam respeito aNew Netherland (atual New York),às possessões da Companhia dasÍndias Ocidentais, Brasil e Angola,enquanto que Tiele e Knuttel tra-tam de todos os folhetos holande-ses relativos à história da Holanda,tornando-se, assim, mais difícil aoestudioso da história brasileira asua consulta. Asher não se limita àdescrição bibliográfica do livro oufolheto, mas comenta, explica eanota o seu conteúdo e valor.Tiele e Knuttel trouxeram também

uma contribuição notável a esses es-tudos.

A classificação dos livros e folhe-tos relativos ao Brasil, colecionadospor Asher, o exame das coleções deTiele e Knuttel relativas ao Brasil,junto às pesquisas recentes de brasi-leiros, holandeses e portugueses po-derão constituir um inventário pre-ciosíssimo dos estudos sobre os ho-landeses no Brasil. As coleções maisrecentes publicadas no Brasil comoos catálogos de S. de Mendonça, J.C. Rodrigues, Alfredo de Carvalho,embora não tratem particularmentedos holandeses no Brasil, cometemerros e lacunas graves quando a elesse referem: somente o Catálogo daExposição Nassoviana feito sob asvistas de Rodolfo Garcia é que apre-senta uma feição mais séria, ocorren-do, mesmo assim, falhas e deficiên-cias. Além disso ele inventaria tão-somente livros e folhetos pertencen-tes à Biblioteca Nacional. Os estu-dos brasileiros estão reclamando umesforço paciente, de colheita de tudoque já foi feito por Asher, Tiele eKnuttel e que, junto às investiga-ções modernas, ofereça-nos um tra-balho de consulta à altura da atualBrasiliana.

George Michael Asher (? -- 1905)foi professor de direito romano daUniversidade de Heidelberg, tendoescrito vários trabalhos jurídicos.(Die begrundung des usufructus einrechtsgeschischtlicher versuch, Ber-lin, s. Cavalary, 1862, 137 pp.; Dis-quisitionum de fontibus romani his-toricarum, Heidelberger, J. C. B.Mohr, 1855), e o conhecido Henry

890

Page 226: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Hudson the navigater (London,Hakluyt Society, 1860, reimpressoem Brooklyn, 1867), onde anotou vá-rios documentos originais e escreveu oprefácio.

Sobre este livro cf. De Gids.,1870, I, 2. 200.

[4111]Biblioteca Histórica-neerlândica --

Histoire des Pays Bass: Catalogue systé-matique des livres anciens et modernes.La Haye, Martinus Nijhoff, 1899. 472pp.

É um catálogo comercial, porémmuito valioso. Contém bibliografiadas bibliografias das revistas, coleçõesbiblográficas, inventários de arqui-vos, história geral, manuais, e histó-ria dos Países-Baixos. Está subdivi-dido em 5 partes, a saber: até 1500,de 1500-648; de 1648 a 1795 a 1813e de 1813 a 1900. Possui excelentelista alfabética de nomes. [4112]

Carvalho, Alfredo de. Biblioteca Exótico-Brasileira, Por... publicada em virtudede autorização legislativa, no governodo Exmº Sr. Dr. Estácio de Albu-querque Coimbra, governador doEstado de Pernambuco, sob a dire-ção de Eduardo Tavares. Vol. I. Riode Janeiro, Pongetti & C., 1929. 3 v.retr.

É esta uma excelente fonte para oestudo dos holandeses no Brasil.Traz indicações valiosas sobre al-guns livros. Trata-se de edição pós-tuma, na qual foram reproduzidosvários escritos por Alfredo de Car-valho sobre autores e livros registra-dos na biblioteca.

É de lamentar que a edição fossedirigida por pessoa pouco compe-

tente, pois daí advêm erros, falhas eomissões indesculpáveis. [4113]

Catálogo da coleção Salvador deMendonça (Anais da Biblioteca Nacio-nal do Rio de Janeiro, vol. XXVII,1906, p. 1-126).

Salvador de Mendonça conseguiureunir vasta biblioteca brasileira.Este catálogo regista inúmeros livrosde interesse para a história dos ho-landeses no Brasil. É anotado econstitui uma das melhores fontesbibliográficas -- ao lado da BibliotecaBrasiliense de José Carlos Rodrigues,da Biblioteca Exótico-Brasileira, deAlfredo de Carvalho, e do Catálogoda Exposição Nassoviana, publica-das no Brasil, relativamente aos ho-landeses.

Tal coleção, porém, não foi cons-tituída com o fito de reunir os livrosrelativos aos holandeses no Brasildonde resulta que dela não constam,por vezes, obras importantes, aopasso que são registradas obras demenor valor. [4114]

Catálogo da exposição nassoviana.(Anais da Biblioteca Nacional do Rio deJaneiro, vol. LI. Rio de Janeiro, 1938).134 p.

Trata-se do catálogo da exposi-ção de livros, folhetos e cartas geo-gráficas relativas à ocupação holan-desa no Nordeste e Norte do Brasil.Esta exposição teve lugar em 1937,em comemoração ao tricentenárioda chegada a Pernambuco do CondeJoão Maurício de Nassau. Iniciando-se com uma ligeira explicação de Ro-dolfo Garcia, acha-se o Catálogosubdividido em três seções: 1) Im-pressos; 2) Manuscritos; 3) Peças

891

Page 227: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

iconográficas. Cada uma das seçõesencontra-se, por sua vez, subdivididaem várias partes. Como se trata dematerial existente na Biblioteca Na-cional, o catálogo oferece, natural-mente, deficiências e lacunas, doponto de vista do material reunido.Além disso, sente-se a falta de obrasgerais holandesas de importânciapara o referido período. Dever-se-ia,também, ter incluído obras de histó-ria geral brasileira, como a do Vis-conde de Porto Seguro, onde algu-mas notas de Capistrano de Abreu eespecialmente as de Rodolfo Garciaconstituem verdadeiras contribuiçõespara esclarecimento de pontos obs-curos ou para a divulgação de docu-mentos inéditos.

Livros como o de Southey, quefoi, sem dúvida, o primeiro a con-sultar obras holandesas, deveriamestar presentes. A Biblioteca Nacio-nal possui tanto esses livros, comoas obras gerais holandesas a que nosreferimos acima. Notam-se, tam-bém, certas deficiências nas subdivi-sões da 1ª seção. De modo geral, tra-ta-se de fonte indispensável ao estu-dioso da história dos holandeses noBrasil. [4115]

Exposição bibliográfica da Restaura-ção. Catálogo. Lisboa. MCMXL (Bi-blioteca Nacional). 450 p.

Trata-se do material da BibliotecaNacional referente à Restauração.Como bem se diz no prefácio, nãose limita às obras exclusivamenteconsagradas aos sucessos da época,mas regista também aquelas nasquais se encontram notícias úteis.O prefácio é assinado pelo Diretor

Botelho da Costa Veiga, que declarater sido o presente catálogo organi-zado pelos Dr. Ataíde e Melo, DrªCarlota Gil Ferreira e Durval Piresde Lima.

Organizado pela ordem alfabéticados nomes dos autores, talvez, umdos mais valiosos catálogos para oestudo da Restauração, época emque dominavam os holandeses oNordeste brasileiro. [4116]

The Hollanders in America; cataloguenº 518. The Hague, Martinus Nij-hoff, s.d. 92 p.

Embora se trate de um catálogocomercial, é indiscutível a sua utilida-de. [4117]

Knuttel, Willem Pieter Cornelis. Catalogusvan de pamfletten-verzameling berustende inde Koninklijke Bibliotheck, 1486-1853.Met aanteekeningen en een register deSchrigvers voorzien. ’s Gravenhage. Ge-druckt ter Algemeene Landsdrukkerig.1889-1920. 9 t. em 11 v.

Descrição pormenorizada da ricacoleção de folhetos históricos da Bi-blioteca Real de Haia. Junto comTiele, Petit, van der Wulp, formauma bibliografia muito completa defolhetos, e outras publicações dosPaíses-Baixos nos séculos XVI eXVII. Encontra-se, aí, uma descri-ção de quase todos os escritos con-temporâneos relativos ao Brasil doséculo XVII.

Os volumes que interessam dire-tamente ao Brasil são os seguintes: I,1ª e 2ª partes: II, 1ª e 2ª partes.

Nestes volumes encontram-se re-gistados inúmeros folhetos relativosaos holandeses no Brasil.

892

Page 228: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Juntamente com Tiele e Asherconstitui a trilogia clássica da bibli-ografia sobre os holandeses no Bra-sil. W. P. C. Knuttel (1854-1921) pu-blicou vários outros trabalhos bibli-ográficos tais como a Nederlandschebibliographie van Kerkgeschiedenis (Bib.Neerlândica de hist. da Igreja, Ams-terdã, Muller, 1880) e o estudo sobreos livros proibidos na República dasProvíncias Unidas. [4118]

Rodrigues, José Carlos. Biblioteca brasi-liense; catálogo anotado dos livros sobre oBrasil e de alguns autógrafos e manuscri-tos pertencentes a J. C. Rodrigues. ParteI. Descobrimento da América: Bra-sil colonial, 1492-1822. Rio de Ja-neiro, Tip. do Jornal do Comércio,1907. 680 p.

O catálogo de José Carlos Rodri-gues é, talvez, o mais completo re-pertório de livros brasileiros, da épo-ca colonial. Sua biblioteca foi, maistarde, doada à Biblioteca Nacionaldo Rio de Janeiro.

Trata-se de livro valiosíssimo,raro e de boa estima entre os biblió-grafos brasileiros. [4119]

Tiele, Pieter Anton. Biblioteek van Neder-landsche Pamflette. Eerste AfdeelingVerzameling van Frederik Muller. TeAmsterdam. Naar Tijdsorde Ge-rangschickte en Beschrcvendoor...Amsterdam, 1858-1861. 3v.

Esta valiosa bibliografia, com-preendendo folhetos holandeses pu-blicados nos Anais de 1842-1702,contém nada menos que 9.688 títu-los, cronologicamente arranjados,com exatas descrições, bibliografiase outras notícias, etc. Para o colecio-nador americano é do mais alto inte-resse, porque contém não somentetodos os folhetos mencionados noensaio de Asher, como muitos ou-tros, que, embora não tratando dire-tamente das colônias holandesas naAmérica, são indispensáveis ao co-nhecimento da história da Holanda,em conjunção com os das colônias.Antes da publicação deste catálogopor Tiele, os folhetos holandesesnão eram muito apreciados, poisvendiam-se aos lotes. Depois destecatálogo, a atenção geral voltou-separa eles e seu alto interesse foi maise mais apreciado. [4120]

Wulp, J. K. Van der. Catalogus van de trac-taten, pamfletten, enz. over de geschiedenisvan Nederland in de bibliotheek van I.Meulman. Amst. 1866-68. 3 v.

Wulp inventariou a biblioteca deIsaac Meulman, onde encontrou rarose valiosos folhetos do século XVII.Para o conhecimento bibliográfico doperíodo holandês no Brasil merece serconsultado. [4121]

893

Page 229: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Viagens

Rubens Borba de Morais

BIBLIOGRAFIA

Abbeville, Claude d’. Histoire de la mis-sion des peres capvcins en i’isle deMaragnan et terres circonuiosines ouest traicte des singularitez admirableset des meurs meruellieuses de indienshabitans de ce país, avec les missiveset aduis qui ont est enuoyez denouueau, par le R. P. Claude d’Abbe-ville, predicateur capvcin... Paris,François Hvby, 1614. 304 p. ilus

Claude d’Abbeville fez parte, comoutros capuchinhos, de uma missãoao Maranhão para a catequese dosíndios quando essa parte do Brasilestava ocupada pelos franceses. Osprimeiros e últimos capítulos tratamda viagem; os de nº 34-43 interessammais à história natural e à descriçãoda terra. Os outros tratam mais daetnografia. Embora tenha demoradomuito pouco no Brasil, teve tempopara observar com muito cuidado einteligência e escreveu um dos livrosmais notáveis sobre o Brasil do sé-culo XVII. Existem duas edições de1614. Uma tradução portuguesa feitapor César Augusto Marques (Mara-nhão, 1874) apresenta muitos erros etraz notas sem valor algum. A me-lhor edição é a fac-símile feita porPaulo Prado (Paris, 1922) que trazum excelente prefácio de Capistranode Abreu e um glossário das pala-

vras e frases da língua tupi contidasna Histoire de la mission... de autoria deAdolfo Garcia, trabalho clássico noseu gênero. (V. Yves d’Evreux.)[4122]

Acunã, Christobal de. Nuevo descubrimentodel gran rio de las Amazonas, Madrid,1891. 235 p.

Pedro Teixeira, incumbido pelogovernador do Estado do Maranhãoe Grão-Pará, em 1637, de subir oAmazonas, explorou o seu curso e odos seus tributários. Na volta doPeru trouxe consigo o padre Chris-tobal de Acuña, encarregado pela au-diência de Quito de acompanharTeixeira e relatar a viagem. Essa via-gem famosa é capital para o estudoda região amazônica, verdadeiro tra-tado sobre o grande rio naquela épo-ca, sobre seus inúmeros aspectos. Aprimeira edição, raríssima, é de 1641.Em 1682 Gomberville publicou umatradução francesa (vide Rogers),com uma dissertação sobre o rioAmazonas e as viagens dos padresGrillet e Bechamel às Guianas. Paraessa edição Sanson d’Abbeville gra-vou um mapa do Amazonas basea-do na narração de Acuña. Esse mapamarca um progresso considerável nacartografia amazônica. Até o mapado padre Samuel Fritz foi o melhorque existiu (vide La Condamine). Da

895

Page 230: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

viagem de Acuña existe tradução in-glesa de 1698. Grandes trechos fo-ram publicados e compilados naobra do padre M. Rodrigues, El Ma-rañon y Amazonas..., Madrid, 1684, p.101-141. Modernamente foi reim-pressa diversas vezes. Entre elas no2º vol. das Memórias do Maranhão deCândido Mendes de Almeida, naCollección de libros raros y curiosos quetratan de America, Madrid, 1891. Exis-te tradução brasileira publicada naRev. Inst. Hist. Geo. Bras., v. 28, e naBrasiliana, v. 203 (vide Carvajal). Amelhor edição inglesa é a da HakluytSociety, de Clements R. MarkhamExpedition into the valley of the Amazon,London, 1858, que contém além daobra de Acuña, a expedição de Gon-zalo Pizarro (tirada de Garcilasso dela Vega), a viagem de Francisco deOrellana (tirada de Herrera) e umalista das principais tribos do vale doAmazonas, compilada das viagensde Orellana e Acuña. Contém tam-bém excelente introdução e notas.Sobre as primeiras viagens peloAmazonas vide também Heriarte,Maurício Pagan, conde de Fritz, Sa-muel e Carvajal. [4123]

Adalbert, Príncipe da Prússia. Aus mei-nem Tagebouch 1842-1843, von AdalbertPrinz von Preussen... Berlim, 1847. 778p. ilus. mapas.

O príncipe Adalbert da Prússiachegou ao Rio em 1842. Começaramfazendo excursões pelos arredoresdo Rio e pela Província (Nova Fri-burgo, Macaé, Campos, etc.). DoRio seguiram por mar para o Pará esubindo o Amazonas atingiram oXingu, por ele se internaram até lu-gar nunca atingido então. De regresso

ao Pará seguiram para a Europa tocan-do ainda na Bahia, Recife e Maranhão.A narrativa foi primeiramente publicadaem forma de diário, escrito pelo prínci-pe e mais tarde (1857) redigida por H.Kletke. Existe tradução inglesa (Lon-dres, 1849, 2 v.). O álbum que acom-panha o "Tagebuch" contém belíssi-mas vistas. É uma das obras clássi-cas sobre o Brasil. [4124]

Adam, Paul. Les visages du Brésil. (Paris)Societé Générale d’Editons, 1914. iv.203 p. 18x11cm.

Impressões ligeiras sobre o Rio eSão Paulo, sobre o Brasil e os brasi-leiros. [4125]

Agassiz, Louis, e Agassiz, Mme. Louis.A journey to Brazil, by professor and Mrs.Louis Agassiz. Boston, Ticknor andFields, 1868. xix. 540 p. ilus.

É a narrativa da famosa "Thayerexpedition" ao Amazonas, do na-turalista suíço-americano, profes-sor em Harvard. A parte científicada viagem foi publicada em traba-lhos especiais que escapam à bibli-ografia de viagens. Teve muitasedições posteriores e traduçãofrancesa por Félix Vogeli, profes-sor da Escola Militar do Rio ecompanheiro de Agassiz ao Ama-zonas (Paris, 1869) e outras abre-viadas. Foi traduzido para o portu-guês e publicado na Col. Brasilianada Cia. Ed. Nac. [4126]

Alincourt, Luiz d’. Memória sobre a viagemdo porto de Santos à cidade de Cuiabá; or-ganizada e oferecida a Sua Majestade impe-rial, o senhor D. Pedro Primeiro, impera-dor constitucional e defensor perpétuo doImpério do Brasil; Cuiabá, 1825. Rio de

896

Page 231: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Janeiro, Tip. Imperial e Nac., 1830.198 p.

É o roteiro de uma viagem feitaem 1818, de Santos a Cuiabá. Em-bora muito resumido como tododiário de viagem desse tempo, foisempre muito estimado e consultadodesde St. Hilaire e Castelnau até oshistoriadores de hoje. Da p. 153 emdiante traz uma Memória acerca dafronteira da província de Mato Grosso, or-ganizada em Cuiabá no ano de 1826,também de grande interesse. Alin-court fez explorações em MatoGrosso. Parte desses trabalhos foipublicada na Rev. Inst. Hist. Geo.Bras., tomos 6, 7, 20 e 29. [4127]

Almagro, Manoel de. Breve descripción delos viages hechos em América por la Comi-sión científica enviada por el gobierno de S.M. C. durante los años de 1862 a 1866.Acompañada de la enumeración de las col-leciones que forman la exposición pública.Publicada por orden del Ministerio de fo-mento. Madrid, Imprenta y Estereotipiade M. Rivadeneyra, 1866. 2 mapas.

Tocaram na Bahia, Recife e desce-ram o Amazonas até Belém. [4128]

Almeida, Francisco José de Lacerda e.Diário da viagem do Dr. Francisco José deLacerda e Almeida pelas capitanias doPará. Rio Negro, Mato Grosso, Cuiabá, eSão Paulo, nos anos de 1780 a 1790; im-presso por ordem da Assembléia Legisltivada Província de S. Paulo. São Paulo,Costa Silveira, 1841. 90 p.

Roteiro muito resumido, mas mui-to exato. Vide também Rev. Inst. Hist.Geo. Bras., tomo 62 e tomo 12, quecontém outras memórias do autor. ODiário foi reeditado em 1944 pelo Ins-tituto Nacional do Livro. [4129]

Anson, George. Voyage round the world; edi-ted with notes, by G. S. Laird Clowes;With all the original plates and charts andnumerous additional illustr. London,1928. 466 p.

O famoso navegador inglês An-son tocou em Santa Catarina em1740. Descreve a posição da ilha,fortificações e dá notícia das modifi-cações e progressos feitos depois dasviagens de Frezier. Governava entãoa ilha José da Silva Pais, que Ansonacusa de ter mandado para BuenosAires informações sobre sua esqua-dra. Procura demonstrar que SantaCatarina não é mais o melhor pontode refresco na costa sul do Brasil.Dá informações sobre o Brasil emgeral e particularmente sobre as mi-nas de ouro e diamante, recentemen-te descobertas, e sobre os paulistas.Das viagens de Anson existem inú-meras edições e traduções. Geral-mente trazem vistas e mapas de San-ta Catarina. A ed. citada é preferívelpara estudo. [4130]

Appun, Carl Ferdinand. Unter den Tropen:Wanderungen durch Venezuela, am Ori-noco, durch Britsch Guyana und am Ama-zonestrome in den Jahren 1849-1868...Jena, Heermann Costenobre, 1871. 2v. 559, 598 p. ilus.

O autor era naturalista e auxiliadopelo rei Frederico Guilherme daPrússia residiu durante dez anos naVenezuela (1849-59). Em seguidapassou para a Guiana Inglesa onderesidiu até 1868 quando empreendeuuma viagem da Guiana a Manaus pe-los rios Branco e Negro. A partebrasileira ocupa as págs. 387-592 do2º vol. [4131]

897

Page 232: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Arago, Jacques. Promenade autour du mondependant les années 1817, 1818, et 1820,sur les corvettes du Roi, I’Uranie et la Phy-sicienne, commandées par M. Freycinet, parJacques Arago. Paris, Leblanc, 1822. 2v. 452 p., 506 p. e atlas de 25 plan-chas e 1 mapa.

Inúmeras edições posteriores,muitas precedidas do título Souvenirsd’un aveugle. Tradução inglesa (Lon-don, 1823). Narrativa anedótica,Vide Freycinet. O atlas contém umavista do morro da Glória e outra dacascata da Tijuca. [4132]

Asschenfeldt, Friedrich. Memorien ausmeinem Tagebuche, gefuhrt während meinerReisen und meines Aufenthaltes in Brasi-lien ind en Jaheren 1843 bis 1847... Ol-denburg in Holstein, 1848. 156 p.

Percorreu a Bahia. Índios e colo-nos europeus, clima e doenças. Oautor era médico. [4133]

Atri, Alessandro d’. Uomini e cose del Brasi-lie: descrizione dei viaggi compiuti negli anni1894 e 1895. Napoli, Aurelio Tocco,1895-1896. 570 p. 52 fotos.

O autor visitou o Brasil (Rio, SãoPaulo e Minas). Traça um panoramado país na época e estuda os seus ho-mens públicos. É profusamente ilus-trada e traz muitos retratos. [4134]

Aurignac, Romain d’. Amerique du Sud:trois ans chez les argentins; ill., de Rion,gravures de Guillaume et cie. Paris, Libr.Plon, 1890. 493 p. ilus., retr., do autor.

Impressões de Recife, Bahia eRio. [4135]

Avé-Lallemant, Robert Christian Bert-hold. Rise durch Nord Brasilien in Jahre1859, von Dr. Robert Avé-Lalle-mant. Leipzig, F.A. Brokhauss, 1860.2 v.

No v. 1 trata dos Estados da Ba-hia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe;no 2º do Amazonas. Estuda os ne-gros na Bahia, as colônias de imi-grantes livres, índios, etc., O autorera médico, clinicou no Rio entre1837 e 1855. Voltou ao Brasil com aexpedição austríaca da fragata "No-vara", mas abandonou-a no Rio. Édas melhores obras alemãs sobre oBrasil aparecidas no século XIX.[4136]

Avé-Lallemant, Robert Christian Bert-hold. Reise durch Súd-Brasilien im Jahre1858, von Dr. Robert Avé-Lallemant.Leipzig, F. A. Brockhauss, 1859. 1v.com 2 partes.

Percorreu o Rio Grande, SantaCatarina, Paraná e São Paulo. É so-bretudo obra importante para o es-tudo da colonização no sul do Bra-sil e o sistema de parceria em SãoPaulo. [4137]

Avezac-Macaya, Marie Armand Pascad’. Campagne du navire I’Espoir deHonfleur, 1503-1505; relation authenti-que du voyage du capitaine de Goneville ésnouvelles terres des Indes; publié integrale-ment pour la premiére fois avec une intro-duction et des éclaircissements, par M. d’A-vezac... Paris, Challamel Ainé, 1869.115 p.

Gonneville teria tocado no sul doBrasil em 1503. D’Avezac faz um es-tudo muito importante para a histó-ria da geografia da costa do Brasil,nos primeiros anos. [4138]

Azevedo, Antônio Mariano de. Relatóriodo primeiro tenente d’Armada, AntônioMariano de Azevedo, sobre os exames deque foi incumbido no interior da Provínciade S. Paulo. Rio de Janeiro, Tip. dePeixoto, 1858. 51 p.

898

Page 233: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

É um relatório sobre a possibili-dade da fundação de uma colôniamilitar em Itapura que foi mais tardefundada pelo Governo Imperial e daqual o autor foi diretor. Traz interes-santíssimos detalhes sobre a navega-ção entre S. Paulo e Mato Grosso.Infelizmente é rara. [4139]

B., Virginie Leontine. Letres inedites sur Riode Janeiro et diverses esquisses litteraires,par Mlle. Virginie Leontine. B. Evreux,Imp. Lith. Le Monnier, 1872. 134 p.

Quatro cartas datadas do Rio(1857-1858) descrevendo usos e cos-tumes. [4140]

Baro, Roulox. Relations dv voyage de RouloxBaro, interprete et ambassade... au pays desTapuies dans la terre ferme du Bresil. Rela-tions veritables et curieuses de l’isle de Ma-dasgascar et du Bresil... Paris, 1651. p.197-307.

Vide em Etnologia. [4141]Barrington, George. An acount of a voyaye

to New South Wales, by George Barring-ton, superintendat of the convicts do whichis prefixed a Detail of his life, trials, spee-ches... with beautiful coloured prints. Lon-don, M. Jones, 1810. 472 p. grv. co-lor., mapa desdobr.

Das p. 130-139 dá uma descriçãodo Rio e trata do Governo, forçasmilitares, índios e das mulheres bra-sileiras. [4142]

Barrow, John. A voyage to Cochinhina in theyears 1792 and 1793; containing a generalview of the valuable productions and the po-litical importance of this florishing kingdom,and also of such European settlements aswere visited on the voyage; with sketches ofthe manners, character, and condition oftheir several inhabitants... by John Bar-row... illustrated and embelished with seve-

ral engravings by Medland, coloured afterthe original drawing by Mr. Alexander andMr. Daniell. London, T. Cadell andW. Davies, 1806. 447 p. 20 planchascolor., mapa color. desdobr.

Das p. 72-103 (capítulos 4º e 5º)dá excelente descrição do Rio.Descreve usos e costumes, tráficoe escravatura, produtos, etc. Con-tém uma belíssima vista coloridado aqueduto Carioca. Existe tradu-ção francesa (Paris, 1807, 2 v. umatlas). [4143]

Bastos, Manuel José de Oliveira. Roteiroda cidade de Santa Maria de Belém doGrão-Pará, pelo rio Tocantins acima atéPorto Real do Pontal, da Capital deGoiás... Rio de Janeiro, 1811. 19 p.

O autor indica os lugares poronde passou na sua viagem por ter-ra, de Belém ao Rio, de fevereiro amaio de 1810. [4144]

Bates, Henry Walter. The naturalist on theriver Amazonas; a record of river Amazo-nas: a record of adventures, habits of ani-mals, sketches of Brazilian and Indian life,and aspects of the nature under the Equa-tor, during eleven years of travel. Secondedition. London, John Murray, 1864.466 p. Ilus. Mapa desdobr.

1ª ed. 1863. A obra de Bates é tal-vez a mais conhecida que existe so-bre o Amazonas. Bates chegou aoPará em 1848 junto com Alfred Rus-sel Wallace e durante algum tempoviajaram juntos. Bates percorreutoda região amazônica durante onzeanos. Colecionou e remeteu para aInglaterra mais de 15.000 espécieszoológicas que foram estudas e clas-sificadas por outros naturalistas. Olivro de Bates é clássico, teve inúme-

899

Page 234: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ras edições, traduções para diversaslínguas e edições populares, tal o su-cesso que teve. [4145]

Belmann, E. Erindringer om mit Ophold ogmine reiser i Brasilien fra aaret 1835 til1831, of E. Belmann. Kjöobenhavn,Paa udgiverens forlag, 1833. 239 p.

O autor era oficial do exército di-namarquês. Tendo deixado o serviçona sua pátria, engajou-se no ExércitoImperial onde serviu de 1825 a 1831.Descreve o Rio de Janeiro e RioGrande do Sul onde serviu. [4146]

Belmar. Voyage aux Provinces brésiliennes duPará et des Amazones en 1860, precédéd’un rapide coup d’oeil sur le littoral duBrésil. London, Trezise, 1861. 236 p.

Na primeira parte descreve asprovíncias do litoral, nas outras oPará e o Amazonas. Na última, inti-tulada Estatística, trata da importa-ção, exportação (de 1833 a 1859) edá um quadro das colônias estran-geiras. Trata do Brasil sobretudodo ponto de vista econômico e co-mercial. [4147]

Benko, Jerolim Freiherrn von. Reise S. M.Schiffes "Albatros" unter des K. K. Fre-gatten-Kapitäns Arthur Müldner nachSud-Amerika, den Caplande und WestAfrika, 1885-1886. Auf Befehl des K.K. Reichs-Kriegsministeriums, Marine-Sec-tion, unter Zugrundelegung des Berichte desK.K. Schiffscommandos verfasst von Jero-lim Freiherrn von Benko. Pala, 1889. 463p. mapa.

O navio austríaco Albatrós tocouem Recife, Bahia, Rio, Paranaguá,Antonina e Desterro (Florianópolis).A parte brasileira da viagem ocupaas p. 65-165. Não somente descreveos lugares visitados mas dá muitos

dados estatísticos e estuda as regiõesdo Brasil. [4148]

Berford, Sebastião Gomes da Silva. Rotei-ro e mappa da viagem da cidade de S. Luísdo Maranhão até a corte do Rio de Janeiro,feita por ordem do Governador e capitão-general daquela Capitania, pelo coronel Se-bastião Gomes da Silva Berford, fidalgo daCasa Real, com os ofícios relativos à mesmaviagem. Rio de Janeiro, Impressão Ré-gia. 1810. 95 p., mapa, mapa estatístico.

Este roteiro da viagem do Mara-nhão ao Rio, por terra, é muito esti-mado embora muito sucinto. Omapa apresenta progressos no co-nhecimento do interior do Brasil efoi um dos primeiros gravados noRio. [4149]

Beyer, Gustavo. Ligeiras notas de viagem doRio de Janeiro à Capitania de S. Paulo, noBrasil, no verão de 1813, com algumas no-tícias sobre a cidade da Bahia e a ilha Tris-tão da Cunha, entre o Cabo e o Brasil eque há pouco foi ocupada, por GustavoBeyer; tradução do sueco pelo Sr. Dr. Al-berto Löfgren. (Rev. Inst. Hist. Geo. S.Paulo, v. 12, p. 275-311.)

Veio ao Brasil em 1814. Tocouna Bahia e Rio. Daí veio por mar aS. Paulo passando pela costa e apor-tando na Ilha Grande, São Sebastiãoe Santos. Em S. Paulo visitou os ar-redores da cidade e Itu, Porto Feliz,Ipanema e Sorocaba. É uma das re-lações mais interessantes que existesobre S. Paulo dos princípios do sé-culo XIX. [4150]

Bezerra, Antônio. Notas de viagem ao nortedo Ceará. Lisboa, 1915. 414 p.

O autor em 1884, encarregadopelo governo da Província, percor-reu todo o Ceará. Embora cheio de

900

Page 235: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

literatura contém informações inte-ressantes. [4151]

Bibra, Ernest Freiberrn von. Aus Chili,Peru und brasilien. Leipzig, 1862. 3 v.266, 279, 299 p.

Erinnerungen aus Südamerika. Leip-zig, Hermann Costenoble, 1862. 3 v.

Reise in Südamerika. Mannheim,1854. 2 v. 29, 357 p.

In Südamerika und Europa. Leipzig,Hermann Costenoble, 1862. 2 v.

O autor era naturalista e em 1849fez uma viagem à América do Sul.De volta a Nuremberg escreveumuitas obras sobre a América doSul, inclusive algumas novelas, cujaação se passa no Brasil. As suasobras, onde descreve o Brasil, são asmencionadas. [4152]

Bidou, Henry. ...900 lieues sur 1’Amazone,par Henry Bidou. Douziéme édition...Paris, Gallimard, 1938. 236 p.

Descrições e impressões. [4153]Bigg-Whither, Thomas P. Pioneering in

South Brazil... by Thomas P. Bigg-Whit-her. London, John Murray, 1878. 2 v.ilus., mapas.

O capitão Palm, oficial suecoprotegido do rei de seu país, conse-guiu interessar o Governo brasileiroe Mauá, num plano de estrada deferro atravessando a América do Suldo Atlântico ao Pacífico, mais oumenos pelas alturas do Paraná. De-zesseis engenheiros divididos emquatro grupos estudaram durantedois anos os traçados. Várias causase a morte do capitão Palm no Rio,de febre amarela, vieram interrom-per o plano. Bigg-Whither comochefe de um dos grupos de enge-nheiros, explorou o Paraná (o vale

do Ivaí) estudando o traçado da es-trada. O livro escrito num estilofluente e pitoresco é de muito inte-resse e cheio de observações exce-lentes sobre a região das colônias e osertão do Paraná. As explorações fo-ram feitas em 1872. [4154]

Boelen, John-Goon (Jacobus). Reize naarde Oust-en West-Kust van Zuid-Amerikaen van daar, de Sandwichsen PhilippijnscheEilanden, China eng., gedaan in den jaren1826, 1827, 1828 en 1829, met hetKoopvaardjschip Wilhelmina en Maria.Amsterdam, by ten Brik, De Vries,1835-1836. 3 v.

Tocou no Rio em agosto de1826, onde permaneceu sete sema-nas. Descreve a cidade (v. 1, p. 48-89) e dá notícias da guerra contra ogoverno de Buenos Aires e o blo-queio do rio da Prata. Contém umavista da entrada da baía de Guana-bara. [4155]

Bösche, Eduardo Teodoro. Quadros alter-nados: impressões do Brasil de D. Pedro I;tradução de Vicente de Sousa Queirós; pre-fácio de Afonso E. Taunay. São Paulo,Tip. da Casa Garraux, 1929. 133 p.

Bösche fazia parte da tropa alemãao serviço de Pedro I. Narra osacontecimentos decorridos entre1825 e 1829. Embora cheio de ani-mosidade contra os brasileiros, estáescrito com sinceridade e é docu-mento de valor para o estudo daépoca e da personalidade de Pedro I.A 1ª, ed. é de Hamburg, 1836. Foipublicado em tradução na Rev. Inst.Hist. Geo. Bras., tomo 83. [4156]

Bossi, Bartolomé. Viage pintoresco por losrios Paraná, Paraguay, San Lorenzo,Cuyabá, y el Arino tribuatio del grande

901

Page 236: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Amazonas com la descripción de la Provin-cia de Mato Grosso bajo su aspecto físico,geográfico, mineralójico y sus produccionesnaturales, por el C. Barolomé Bossi. Paris,Dupray de la Mahérie, 1863. 153 p.,ilus. mapa.

Interessante narrativa muito ilus-trada, com gravuras feitas segundoas fotografias do autor. Percorreu oAlto Paraguai, os sertões da serrados Parecis e desceu o Arinos. Estu-da as regiões percorridas sob o pon-to de vista géográfico e das produçõesnaturais. [4157]

Bougainville, Barão de. Journal de la navi-gation autour du globe de la frégate la Thé-tis et de la corvette 1’Esperance, pendant lesannées 1824, 1825 et 1826, publié par or-dre du roi, sous les auspices du Départe-ment de la marine, par M. le Baron deBougainville. Paris, Arthus Bertrand,1837. 3 v. e atlas.

Descreve a cidade, museu, aque-duto, etc., as solenidades da SemanaSanta, a chegada do Imperador devolta da Bahia; dá detalhes sobre oestado militar do Brasil e o porto doRio. No atlas existem as seguintesestampas referentes ao Brasil: entra-da da baía do Rio de Janeiro, a Gló-ria, Boa Viagem, o Corcovado vistoda casa do consul inglês, vista toma-da do alto do Corcovado, cascata daTijuca. Ao todo 6 estampas. [4158]

Bougainville, Barão de. Voyage autour dumonde, par la frégate du Roi la Boudeuse etla flute l’Etoile, en 1766, 1767, 1768 et1769. Paris, Saillant et Nyon, 1871.417 p. ilus.

Existe tradução inglesa, Londres1772 e 2ª edição francesa de 1772em 3 volumes.

Bougainville obteve do Governofrancês autorização para fundar umestabelecimento nas ilhas Malvinas(Falkland) e para aí fez uma primeiraexpedição. Diante das reclamaçõesdo Governo de Madri, teve Luís XVde devolver a posse das ilhas aos es-panhóis. Bougainville foi encarrega-do da devolução, mas obteve meiospara continuar a viagem e dar voltaao mundo. Tocou no Rio, que des-creve. Trata das minas de ouro e citaos rendimentos que Portugal tiravados quintos (cálculo muito exagera-do) e comenta as hostilidades entreportugueses e espanhóis. [4159]

Brackenridge, H. M. Voyage to SouthAmerica, performed by order of the Ameri-can Government in the years 1817 and1818, in Fregate Congress, by H. M. Bra-chenridge, esq. secretary to the mission.London, T. and J. Allman, 1820. 2 v.

O autor era secretário de umacomissão enviada pelo governoamericano para visitar as repúblicassul-americanas e colher informaçõ-es sobre tudo que pudesse interes-sar os Estados Unidos. Chegou aoRio em dezembro de 1817 e aindaencontrou ancorada a esquadra quetrouxera D. Leopoldina. Descrevee dá interessantíssimas informaçõ-es sobre o Rio e o Brasil em geral(p. 89-183). A parte mais valiosa éa que se refere ao Rio, escrita comobservações diretas, a outra, emboracheia de conceitos interessantes, écompilada. [4160]

Braun, João Vasco Manuel de. Roteirochorographico (inedito) da viagem, que secostuma fazer da cidade de Belém do Grão-Pará a Villa Bella de Matto-Grosso; tira-do do Diário astronomico, que ao rio Ma-

902

Page 237: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

deira fizerão os officiaes engenheiros e douto-res mathematicos, mandados no anno de1781 por Sua Magestade Fidelissima a de-marcar a primeira divisão dos reaes limites;seguido das Praticas e theoricas indagações ecombinações, que nos rios, e povoações inte-riores fez o sargento-mór engenheiro JoãoVasco Manoel de Braun; mandado impri-mir, e offerecido ao Instituto historico e geo-graphico do Brazil, por Francisco da SilvaCastro, official da Imperial ordem daroza.... Pará, Tip. do Diário do Grão-Pará, 1857. 36 p.

Foi também publicado na Rev. Inst.Hist. Geo. Bras. tomo 23. [4161]

Brito, Francisco Tavares de. Itinerario geo-graphico, com a verdadeira descripção doscaminhos, estradas, roças, sítios, povoações,logares, villas, rios, montes e serras que hada cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiroaté as minas de ouro. Sevilha, 1732. 32 p.

Foi reimpresso na Rev. Inst. Hist.Geo. S. Paulo, v. 4, p. 449. [4162]

Brown, Charles Barrington, e Lidstone,William. Fifteen thousand miles on theAmazon and its tributaries, by C. Barring-ton Brown... and William Lidstone, C.E;with map and wood engravings. London,E.Stanford, 1878. 520 p. ilus. mapa.

Os autores vieram ao Brasil porconta da Amazon Navigation Com-pany e exploraram durante os anosde 1873 a 1875, não só o rio Amazo-nas mas também o Tapajós, Trom-betas, Jamundá, Madeira, Negro, Pu-rus, Jutaí, Solimões, Javari, Juruá,etc. Brown era geólogo; Lidstoneengenheiro e desenhista; acompa-nhava-os William H. Prail, médico ebotânico. Fizeram estudo completoda região. É obra sempre consultadacom proveito. [4163]

Bucelli. Un viaggio a Rio Grande delSud. Milano, L.F. Pallestrini, 1906.394 p. mapa desdobr., fotos.

Descreve rapidamente o Rio eSantos. Percorreu todo o Rio Gran-de do Sul. É interessante sobretudopara o estudo da colonização italia-na. Inúmeras fotografias. [4164]

Bueno, Francisco Antônio Pimenta. Me-mória concernente à exploração do rio Sucu-riú, pelo Dr. Francisco Antônio PimentaBueno. (Rev. Soc. Geo. Rio de Janeiro,tomo I, p. 9, 1885).

O notável engenheiro militar Pi-menta Bueno fez, em diversos pon-tos do Brasil, explorações de grandevalor. Os seus trabalhos são muitoapreciados até hoje. [4165]

Bulkeley, John, e Cummins, John. Avoyage to the South Seas, in the years1740-41, containing a faithul narrative ofthe loss of His Majesty’s ship the Wager:with the proceedings and conduct of the offi-cers and crew, and the hardships, they endu-red for the space of five months. London,1743. 220 p.

Os autores faziam parte da tripu-lação do Wager, que naufragou nosmares do Sul. Atravessaram o estrei-to de Magalhães e vieram ao Rio, deonde voltaram à Inglaterra. Temmais valor como livro de aventurasque como documento de viajantes.Teve diversas edições inglesas, tra-dução francesa e recentemente foitraduzido para o português (Rio1936). [4166]

Burmeister, Hermann. Reise nach Brasiliendurch die Provinzen von Rio de Janeiro undMinas Gerais. Mit besonderer Rückischtauf die Naturgeschichte der Gold und Dia-mantendistricte, von Dr. Hermann Bur-

903

Page 238: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

meister, Prof. V. Zoologie zur Halle. Ber-lin, Georg Reimer, 1853. 608 p. mapadesdobr.

O autor foi diretor do MuseuNacional do Rio e mais tarde do deBuenos Aires. A sua viagem a Minasfoi realizada entre 1850 e 1852 vin-do da Alemanha. É obra de grandevalor. [4167]

Burton, Richard F. The higlands of the Bra-zil, by captain Richard F. Burton. Lon-don, Tinsley Brothers, 1869. 2 v. ilus.

O famoso explorador inglês foivice-consul em Santos. Empreendeuuma viagem partindo do Rio a Mi-nas, via Três Barras, rio das Velhas aPenedo e à cachoeira de PauloAfonso. É uma das obras clássicassobre Minas. A coleção Brasilianapublicou tradução do 1º volume em1941. [4168]

Buschenberger, Willian, S.W. Three ya-res in the Pacific; including noticies ofBrazil, Chile, Bolívia, and Peru, by anofficier of the United States navy. Phila-delphia, Carey, Lea and Blanchard,1834. 441 p.

O autor, oficial da Marinha ame-ricana, fez dois cruzeiros pelo Pacífi-co, o primeiro de 1826 a 1829 e osegundo de 1831 a 1834. Em ambosesteve no Rio, que descreve extensa-mente nos 9 primeiros capítulos, tra-tando dos usos e costumes, arquite-tura, cultura de café, escravos, bi-blioteca, ópera, etc. A 1ª ed. é de Fi-ladélfia (1834). [4169]

Caldcleugh, Alexander. Travels in SouthAmerica during the years 1819, 20, 21,containing an account of the present state ofBrasil, Buenos Ayres and Chile, by Ale-xander Caldcleugh, Esqu. London,

John Murray, M.DCCCXXV (1825).2 v. mapas.

As p. 1-117 do 1º v. dão excelen-te e fidelíssima descrição do Rio.Trata do clima, produções do reinoanimal e vegetal, geologia, etc. Co-menta usos e costumes, instituições,negros, emancipação, imigração desuíços para Nova Friburgo, etc. Devolta do Pacífico fez uma viagem aMinas que relata às p. 178-288 do 2ºvol. Em apêndice dá uma estatísticados negros importados em 1823 e atradução da Constituição do Impé-rio. Contém um mapa da Américado Sul e 2 gravuras referentes aoRio: a primeira é uma vista de Bota-fogo e a segunda, da lagoa Rodrigode Freitas. É obra excelente. Exis-tem traduções alemãs de 1826 e1831. [4170]

Caminha, Pedro Vaz. A carta de PedroVaz Caminha. Rio, s.d. (Col. Clássi-cos Contemporâneos.)

É a melhor ed. da famosa cartado escrivão da armada de Pedro Ál-vares Cabral, comunicando ao rei D.Manuel a descoberta do Brasil. Con-tém um longo estudo de Jaime Cor-tesão, a transcrição do documento,sua adaptação à linguagem atual, no-tas, documentos e fac-símiles. Nofim estão publicados diversos docu-mentos contemporâneos como acarta de Mestre João. [4171]

Carvajal, Gaspar de, e Rojas, Alonso de,e Acuña, Cristobal de. Descobrimento dorio das Amazonas; traduzidos e anotados porC. de Melo Leitão. São Paulo, EditoraNacional, 1941. (Brasiliana, v. 294.)

Esta edição das três famosas rela-ções de viagens ao Amazonas não é

904

Page 239: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

muito fiel, pelo menos quanto à deCarvajal que o tradutor "amenizou".As notas entretanto são boas. A re-lação de Carvajal foi publicada pelaprimeira vez por José Toribio Medi-na (Sevilla, 1894) com introduçãohistórica e documentos referentes aFrancisco de Orellana. [4172]

Carvalho, José Carlos de. Viagens a pro-víncias do Sul do Brasil. Rio de Janeiro,1884.

O autor era engenheiro militar efez parte da comissão de levanta-mento das fronteiras do Brasil noSul. [4173]

Castelnau, Francis de. Expedition dans lesparties centrales de l’Amerique du Sud, deRio de Janeiro à Lima, et de Lima auPará; executé par ordre du Gouvernementfrançais pendant les années 1843 à 1847,sous la direction de Francis de Castelnau.Paris, Bertrand, 1850-1857.

1º) Histoire du voyage, 6 v.vii, 467,485, 483, 467, 480, 432 p.

2º) Vues et scènes, 16 p. 60 planchas.3º) Antiquités des Incas et autres peu-

ples anciens. 7 p. 62 planchas.4º) Intineraire et coupes géologiques à

travers le continent de l’Amerique du Sud,de Rio de Janeiro à Lima, sur les observa-tions de Francis de Castelnau et EugèneOsery. 8 p. 76 planchas.

5º) Géographie des parties centrales del’Amerique du Sud et particulièremente del’Equateur au Tropique du Capricorne...10 p. 30 planchas.

6º) Botanique, Chloris Andina: essaid’une flores de la région alpine des Cordiliè-res de l’Almerique du Sud, par H.A.,Wedell. 2 v. 231, 316 p. 90 planchas.

7º) Zoologie. Animaux, noveuaux ourares recueillis pendant l’expedition:

v. 1: Anatomie, par Paul Gervais,100 p. 18 planchas.

v.2: Mammifères, par Paul Gervais.116 p. 20 planchas.

v.3: Oiseaux, par O.des Murs. 98p. 20 planchas.

v.4. Poissons, par le comte Francisde Castelnau, xii, 112 pl. 50 planchas.

v.5: Reptiles, par A.Guichenot, 95p. 18 planchas.

v.6: Entomologie, par H. Lucas. 204p. 14 planchas.

v. 7: Myriapodes et scorpions, parPaul Gervais. 43 p. 8 planchas.

v.8: Mollusques, par H. Hupé. 103p. 22 planchas.

A expedição de Castelnau foiuma das mais notávies empreendidasà América do Sul. Chegou ao Rio acomitiva, a bordo do brigue de guer-ra Dupetit-Thouars, admiravelmenteaparelhada cientificamente. Nessa ci-dade iniciaram suas observações me-teorológicas, magnéticas, botânicas ezoológicas. Do Rio resolveram atra-vessar a América do Sul via MinasGerais, Goiás e Mato Grosso. Aí aexpedição dividiu-se e explorou onorte de Mato Grosso, o rio Para-guai até Assunção e de Vila Bela in-ternou-se pela Bolívia por Potosi atéLa Paz, Alcançou Lima onde depoisde longa demora alcançaram as ca-beceiras do Amazonas que desceramaté o Pará. Devido à morte de Ose-ry, membro da expedição assassina-do pelos índios, perdeu-se grandeparte dos papéis da mesma, entreeles o diário da viagem, o registrodas observações astronômicas, baro-métricas, álbuns com desenhos e no-tas sobre história natural. Salvaram-

905

Page 240: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

se os borradores que serviram para aredação da narrativa da viagem e ou-tros papéis que serviram para a pu-blicação da obra monumental cujovalor científico, sobretudo, na partereferente a história natural, perdura atéhoje. [4174]

Chamberlain, Lieutenant. Views and cos-tumes of the city and neighbourhood of Riode Janeiro, Brazil, from drawigns taken bylieutenant Chamberlain, Royal artillery,during the years 1819 and 1820; with des-criptive explanations. London, ThomasM’Lean, 1822. 36 estampas color. e40 fl. s.n. com descrição das estampas.

É um dos mais belos e mais raroslivros publicados sobre o Brasil. Asestampas retratam paisagens e cenasda vida do Rio de Janeiro. Importan-tíssimo para o estudo dos costumese da iconografia da época. Foi tradu-zido para o português por RubensBorba de Morais e publicado pelaLivraria Kosmos, do Rio de Janeiro,em 1943, em edição de luxo e con-tendo reprodução de desenhos iné-ditos. [4175]

Chamisso, Adelbert von. Entdeckungsreiseum die Welt 1815-1818 von Adelbert v.Chamisso; bearbeitet von Max Rohrer, mitBildern von chamisso und Choris. Mün-chen, Alpenfreund Verlag, 1925. 339p. ilus.

Chamisso fez parte como natura-lista da 1ª expedição Kotzebue quetocou em Santa Catarina. A ediçãooriginal é de 1836. [4176]

Chandless, William. Ascent of the river Pu-rus. (Jr. Royal Geo. Soc., v. 36, p. 86-118, Londres, 1866. 1 mapa.)

Notas sobre o rio Purus lidas pe-rante a Real Sociedade de Geografia

de Londres em 26 de fevereiro de1868. Foram publicadas no Rio deJaneiro pela Tipografia Nacional (15p.). [4177]

Chandless, William. Notes of a journey upthe river Juruá. (Jr. Royal Geo. Soc., v.39, p. 296-311, Londres, 1869. 1mapa.)

Tradução portuguesa no Rel. doMinist. Agri., 1870. [4178]

Chandless, William. Notes on the riverAquiry, the principal affluent of the riverPurús. (Jr. Royal Geo. Soc., v. 36 p.119-128, Londres, 1866. 1 mapa.)

Apontamentos sobre o rio Aquiri(Acre) principal aflunte do Purús.Publicado no Rio de Janeiro em Rel.do Minist. Agric., 1866. [4179]

Chandless, William. Notes on the riverMaué-assú, Abacaxis and Canumá,Amazons. (Jr. Royal Geo. Soc., v. 40,p. 419-432, Londres, 1870. 1 mapa.)

Tradução portuguesa no Rel. doMinist. Agr., 1870. [4180]

Chandless, William. Der Purús, ein Neber-flus des amazones -- Stromes. Gotha. Pe-termann’s Mittheilungen. 1867. p.257-266.

Geógrafo inglês, explorou os riosArinos, Juruema, Tapajós, Purus,Aquiri, Juruá e outros afluentes doAmazonas. [4181]

Chelmicki, Zigmunt W. Brasylii, Notatkizpodrózy (Z lignemi illustracyami w tekocie).Warszawa, Sklad Glowny, 1892.

O autor, jornalista polaco, per-correu o Sul do Brasil estudando ascondições dos emigrantes polonesesnessa região. [4182]

Choris, Louis. Vues et paysagens des régionséquinoxiales, recueillis dans un voyage autordu monde, avec une introduction et um texte

906

Page 241: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

explicatif. Paris, Bertrand, 1826. In-fol.com 24 planchas coloridas.

O autor fez parte, como dese-nhista, da expedição russa comanda-da por Otto von Kotzebue que to-cou em Santa Catarina. Traz 6 vistasdesse lugar. Choris publicou também,em 1822, Voyage pittoresque autour dumonde..., que contém vistas e trata dehistória natural, mas praticamentenada traz sobre o Brasil. [4183]

Church, Georg Earl. The route to boliviavia the river Amzon; a report to the gover-nement of Bolívia and Brazil. London,Waterou and Sons, 1877. 216 p.

O coronel Church foi concessio-nário da construção da Estrada deferro Madeira-Mamoré. Trata-se deuma exposição das vantagens da cons-trução da estrada. Sobre o assuntovide: Craig, Neville B. [4184]

Clark, Hamlet. Letters home from Spain, Alge-ria and Brazil, during pas entological rambles.London, John va Voorst, MDCCCLVII(1857). 178 p. ilus. color.

O autor, ministro protestante ecolecionador de insetos, visitou Per-nambuco, Bahia, Rio de Janeiro e osarredores desta última cidade emfins de 1856 e princípios de 1857. Aparte referente ao Brasil ocupa as p.99-178. Contém 4 vistas coloridasfeitas segundo desenhos de seucompanheiro de viagem, John Gray,representando: Constância na Serrados Órgãos; residência de Mr. Be-nett na Tijuca; Presidência em Petró-polis e o Corcovado visto de Bota-fogo. [4185]

Clemenceau, Georges. Notes d’un voyagedans l’Amerique du sud: Argentine, Uru-guay, Brésil. Paris, 1911. 273 p.

As notas ligeiras e as observaçõesrápidas de Clemenceau sobre oBrasil não deixam de ter seu inte-resse, sobretudo dada a personali-dade do autor. Existe tradução in-glesa (1911). [4186]

Clough, Stewart. The Amazons: diary of atwelve months journey, by R. StewartClough, on a Mission of inquiry up the ri-ver Amazon for the South American mis-sionary society; with illustrations. London,E.C. Offices, s.d. 238 p.

Descrição e observações sobre ascondições das missões de catequeseentre os índios. [4187]

Codman, John. Ten months in Brazil; withincidents of voyages and trevels, descriptionsof scenery and character, notices of commerceand productions, etc., by John Codman.Boston, Lee and Shepard, 1867. 208 p.

O autor visitou Pernambuco,Rio, Santos, São Paulo e Petrópolis.Descreve e trata de um pouco detudo, desde imigração e escravidão,até das estradas de ferro e fazendas,da influência da Igreja católica, etc..É obra interessante. [4188]

Coreal, François. Voyages de François Co-real aux Indes Occidentales, contenant cequ’il y a de plus remarquable pendant sonséjour depuis 1666 jusqu’en 1697; traduitde l’espagnol avec une relation de la Guia-ne, de Walter Raleigh, et le voyage de Nar-brough à la Mer du Sud par le détroit deMagellan... Nouvelle édition revue, corrigéeet augmentée d’une nouvelle découverte desIndes Meridionales et des terres Australes,enrichie de figures. Paris, André Cailleau,MDCCXXII (1722). 2 v.

A autoria desta obra é um pro-blema bibliográfico. Alfredo de Car-valho demonstrou que o autor não

907

Page 242: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

existiu e que o livro foi "fabricado"baseado em relações de viagens ver-dadeiras, sobretudo em Froger e Py-rard de Laval. Repete com mais "lite-ratura" o que disseram esses autores.A gravura representando a cidade deSão Salvador é copiada do livro deFroger. O 2º v. contém diversas rela-ções de viagens célebres entre elas a deRaleigh, às Guianas. [4189]

Correia, A.P. (Júnior). Da Corte à fazendade Santa Fé: impressões de viagem, porA.P. Correia Júnior. Rio de Janeiro,Laemmert, 1870. 179 p.

Apesar de escrita com muita litera-tura é interessante para o estudo da re-gião cafeeira fluminense. [4190]

Coudreau, Henri. La France Équinoxiale:études et voyages à travers les Guyanes et l’-Amazonie, par Henri Coudreau, professeurde l’Université chargé d’une mission scienti-fique dans les territoires contestés de Guya-ne, membre du Comité de la Societé inter-nacionale d’études brésiliennes. Paris,Challamel Aîné, 1886-1887. 2 v.

Voyage à Itabora et à l’Itacoyuna...Paris, A. Lahure, 1898. 158 p. ilus.mapas.

Voyage à la Mapuerá... Paris, A. La-hure, 1903. 166 p. ilus. 10 mapas.

Voyage au Cumina (État de Pará) 20avril-7 sept., 1900. Paris, 1801. ilus.mapa.

Voyage au Iamunda... Paris, A. La-hure, 1899. 166 p. ilus. mapas.

Voyage au rio Branco, aux Montagnesde la Lune, au Haut Trombetta, parHenri Coudreau. Rouen, Imp. de E.Cagniard, 1886. 135 p.

Voyage au rio Curua... Paris, A. La-hure, 1903. 144 p. ilus. mapas.

Voyages au Tapajoz... Paris, A. La-hure, 1897. 210 p. ilus. mapa.

Voyage au Tocantins, Araguaya...Paris, A. Lahure, 1897. ii, 298 p. ilus.mapa.

Voyage au Trombetas. Paris, A. La-hure, 1900. ilus. mapas.

Voyage au Xingú... Paris, A. Lahu-re, 1897. ii, 230 p. ilus. mapa.

O autor explorou sob o patrocí-nio do governo francês a GuianaFrancesa. Em 1895 iniciou, por con-ta do governo do Pará, uma série deexplorações pelos rios da Amazônia.Faleceu nas margens do Trombetas,mas sua esposa continuou as explo-rações sozinha. A parte iconográficae os mapas levantados por Coudreauapresentam interesse. [4191]

Courcy, Ernest de, Visconde de Courcy.Six semaines aux mines d’or du Brésil: Riode Janeiro, Ouro Preto, Santi-Jean del Rei,Petropolis; avec dessins de l’auterur. Paris,L. Sauvaitre, 1889. 266 p.

O autor tocou também emRecife. Interessante relação deviagem. [4192]

Coutinho, João Martins da Silva. L’em-bouchure de l’Amazone, par Don JoãoMartins da Silva Coutinho. (Bull. Soc.Geo., 5 ème série, XIV, 1867.)

Exploração do rio Uyupurá, pelo Eng.J. M. da Silva Coutinho. (Rel. do Mi-nist. Agrc., 1865.)

Relatório apresentado ao Il.mo e Ex.mo

Sr. Dr. Manuel Clementino Carneiro daCunha, presidente da província do Amazo-nas, por João Martins da Silva Coutinho,encarregado de examinar alguns lugares daprovíncia, especialmente (sic) o rio Madei-ra, debaixo do ponto de vista da coloniza-ção e navegação. Manaus, 1861. 45 p.

908

Page 243: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

mapa meteorol. (Rel. do Minist.Agric., 1862.)

Relatório da Comissão encarregada doreconhecimento da região do Oeste da pro-víncia de São Paulo e escolha da direçãomais conveniente para os transportes entrea comarca de Botucatu e o litoral, pelo chefeda mesma Comissão, o engenheiro JoãoMartins da Silva Coutinho. Rio de Ja-niero, 1872. iv, 73 p.

Relatório da exploração do rio Madei-ra, por J.M. da Silva Coutinho. (Rel. doMinist. Agric., 1865.)

Relatório da exploração do rio Purus,pelo engenheiro João Martins da SilvaCoutinho. (Rel. do Minist. Agric.,1865.)

Relatório sobre alguns lugares da pro-víncia do Amazonas, especialmente o rioMadeira; apresentado ao Il.mo Ex.mo Sr.Dr. Manuel Clementino Carneiro da Cu-nha, presidente da Província. Manaus,1864.

João Martins da Silva Coutinho,engenheiro militar, acompanhouAgassiz em sua viagem ao Amazo-nas. Foi encarregado pelo governobrasileiro de diversas exploraçõespelos estados. Os seus trabalhos sãode muito valor. [4193]

Craig, Neville B. Recollections of a ill-fatedexpedition to the headwaters of the Madeirariver in Brazil, by Neville B. Craig, in coo-peration with member of the Madeira andMamore association of Philadelphia. Phila-delphia and London, J. B. Lipincottco., 1907. 479 p. ilus. mapas.

Interessantíssima narrativa dasperipécias da tentativa de construçãoda Estrada de ferro Madeira-Mamo-ré, pelos americanos. [4194]

Dabadie, F. À travers l’Amérique du Sud,par F. Dabadie. Paris, Ferinand Sarto-rius, 1858. 386 p. 2ª ed. ibidem, 1859.

Descreve o Rio e os arredores etrata da escravidão. [4195]

Dampier, William. A new voyage round theworld; with an introduction by Sir AlbertGray. London, Argonaut Press, 1927.Mapas, retrat., facsim.

O famoso marinheiro inglês este-ve na Bahia em 1699. Em ordemcronológica é esta a 3ª relação deviagem, que descreve a Bahia. Prece-dem-na a de Pyrard de Laval e a deFroger. Descreve a cidade, o comér-cio, os navios negreiros, os frutos eanimais da terra, os escravos, a mes-tiçagem, etc. Esteve um mês na Bahia.Das viagens de Dampier existem inú-meras edições e traduções. [4196]

Darwin, Charles. Viagem de um naturalistaao redor do mundo; traducção do inglês porJ. Carvalho. Rio de Janeiro, Cia. BrasilEditora, 1937. 474 p.

O famoso naturalista esteve noRecife, na Bahia e no Rio de Janeiroquando, a bordo do Beagle, fez umaviagem de circunavegação entre1831 e 1836. [4197]

Debret, Jean-Baptiste. Viagem pitoresca ehistórica ao Brasil; tradução de Sergio Mil-liet. São Paulo, 1940.

Debret veio ao Brasil com outrosartistas franceses contratados por D.João VI para fundarem no Rio umaAcademia de Belas-Artes. Passouquinze anos no Brasil e de volta aFrança publicou o Voyage pitoresque ethistorique au Brésil em 3 grossos esuntuosos volumes com 153 plan-chas. O 1º v. é consagrado principal-mente aos indígenas, os 2 outros a

909

Page 244: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

cenas da vida cotidiana, aspectos derua e cenas históricas que presen-ciou. As cenas que reproduz são ver-dadeiras fotografias do mais alto va-lor documental hoje em dia. O textocomentando os desenhos é tambémde grande valor. É a grande obraiconográfica e documental para oestudo da vida brasileira no tempode D. João VI e Pedro I. Esta edi-ção integral (a única edição france-sa é rara), contém uma rápida bio-grafia de Debret e alguns desenhosinéditos. [4198]

Deiss, Edouard. De Marseille au Paraguay[notes de voyage] par Edouard Deiss. Paris,Librairie Léopold Cerf, 1896. 226 p.

O autor fez essa viagem com ointuito de estudar as condições daemigração. Descreve o Rio entre asp. 39-66. No fim do volume há umabibliografia das obras sobre o Brasil,Argentina e Paraguai. [4199]

Delessert, Eugène. Voyage dans les deuxoceans, Atlantique et Pacifique, 1834 à1847: Brésil, Etats Unis, Cap de BonneEsperance... par M. Eugéne Delessert. Pa-ris, A. Franck, MDCCCXLVIII(1848). 326 p. ilus. mapa.

O autor esteve no Rio em 1839.Descreve a cidade e dá informaçõesgerais sobre o Brasil. [4200]

Dent, Hasting Charles. A year in Brazil,with notes on the abolition of slavery, the fi-nances of the empire, religion, metheorology,natural history. London, Kegan Paul,Trench and Co., 1886. 444 p. mapas,ilus.

O autor era engenheiro civil e es-teve empenhado em exploraçõespara a construção de estradas de fer-ro entre o Rio de Janeiro e Minas.

Na volta para a Inglaterra tocou naBahia e Pernambuco. Uma parte daobra é de observação pessoal, a ou-tra compilada, principalmente deBurton, Liais (Climats, géologie, faune, etgeographie botanique du Brésil. Paris,1872) e de Bates. No apêndice tratalongamente da escravidão, religião efinanças, meteorologia, botânica, en-tomologia, geologia, etc. [4201]

Detmer, W. Botanische Wanderungen in Bra-silien: Reiseskizzen un Vegetationsbilder.Leipzig. Verlag von Veit & Co.,1897. 188 p.

O autor era professor de botânicana Universidade de Iena. Em 1895visitou a Bahia, inclusive o interior, oRio de Janeiro, Minas Gerais, SãoPaulo e Espírito Santo. Não trata so-mente de botânica mas descreve oslugares percorridos com muito pito-resco. [4202]

Dewar, J. Cumming. Voyage of the NyanzaR.N.I.C. being the record of a three yearscruise in a schooner yacht in the Atlanticand Pacific and her subsequent shipwreck.With a map and illustrations. Edinburghand London. William Blackwood andSons, MDCCCXCII (1892). 466 P.

O autor tocou em Fernandode Noronha (p. 9-13) e Rio de Ja-neiro (p. 16-21) que descreve rapi-damente [4203]

Dilthey, Richard. Die deustschen Ansiedlun-gen in Südbrasilien, Uruguay und Argenti-nien: Reisebeobachtungen aus den Jahren1880 und 1881. Berlin, AllgemeineVerlag Agentur, 1882.

O autor percorreu S. Paulo, Pa-raná, Santa Catarina e Rio Grandedo Sul estudando a colonizaçãoalemã. [4204]

910

Page 245: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Do Rio de Janeiro ao Amazonas eAlto Madeira: itinerário e trabalhos daComissão de estudos da Estrada de ferro doMadeira e Mamoré; impressões de viagempor um dos membros da mesma comissão.Rio de Janeiro, Soares & Niemeyer.1885. 232 p. ilus.

Além da parte referente aos tra-balhos da Comissão, contém infor-mações sobre índios e a corografiado Amazonas. Sobre o assunto videPinkas. [4205]

Dodt, Gustavo. Descrição dos rios Parnaíbae Gurupi. Porto Alegre, Editora Na-cional, 1939. 233 p. (Brasiliana, v.138.)

Foi publicada pela primeira vezno Relatório do Ministério da Agri-cultura em 1872 e mais tarde (1873)no Maranhão. O autor, engenheiroalemão, a serviço do governo brasi-leiro, fez trabalhos geográficos e le-vantou plantas de diversos lugares.Os seus relatórios são obras de valordocumental. [4206]

Dombré, L.E. Viagens do engenheiro Dom-bré ao interior da província de Pernambucoem 1874 e 1875. Recife, 1893. 86 p.

O engenheiro francês Dombréfora comissionado pelo governoprovincial para verificar quais asobras públicas mais necessárias a se-rem feitas na Província. O volumeestá escrito em francês e é compostodas cartas e relatórios apresentadospelo autor. [4207]

Douville, Jean-Baptiste. 30 mois de ma vie,quinze mois avant et quinze mois aprésmon voyage au Congo; ou, Ma justificationdes infamies debitées contre moi; suivie dedétails nouveaux et curieux sur les moeurset les usages des habitans du Brésil et de

Buenos Ayres et d’une description de la co-lonie Patogonia. Paris, Chez l’Auteur --Dentu et Delaunay, 1833. 398 p.

O autor publicara em 1832 umarelação de viagem ao Congo que lhevaleu a medalha de ouro da Socieda-de de Geografia. Mais tarde ficoumais ou menos provado que nuncaestivera no Congo. Publicou entãoesta obra para se defender. Nas p.167-201 e 231-259 faz interessantesobservações sobre o Rio de Janeiro.Douville foi comerciante em BuenosAires e no Rio onde esteve de fatodiversas vezes. Viajou pelo interiorde Minas fazendo-se passar por mé-dico e foi assassinado nas margensdo São Francisco pelos parentes deum seu cliente falecido. [4208]

Dunn, Ballard S. Brazil, the home for southerners:or a pratical accout of what the author and ot-hers, who visited that country, for the same ob-jects. saw and did while in that empire. NewYork, G.B. Richardson, 1866. 272 p.

O autor procura demonstrar queo Brasil é um lugar ideal para os su-listas que desejassem emigrar depoisda guerra de Secessão. É sabido quemuitos sulistas, depois da guerra,emigraram para o Brasil e vieram es-tabelecer-se principalmente em Igua-pe e Vila Americana, em São Paulo,e em Santarém no Pará. [4209]

Durand, Abbé. Considerations générales surl’Amazone, par l’Abbé Durand. (Bull. Soc.Geo., 6 ème. série, II, 1871; IV, 1872.)

Excursion à la serra de Caraça... parM. l’Abbé Durand. (Bull. Soc. Geo., 5ème. série, XVII, 1869.)

La Madeira et son bassin, par l’AbbéDurand. (Bull. Soc. Geo., 6 ème, sé-rie, X, 1875.)

911

Page 246: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Le pays du café: voyage de l’Abbé Du-rand au Brésil; avec préface par Frederico-- J. de Santa-Anna Nery. Paris, 1882.132 p.

Le rio Doce, par l’Abbé Durand.(Bull. Soc. Geo., 6 ème. série, VI,1873.)

Le rio Negro du nord et son bassin:extrait du Bulletin de la Société de Geo-graphie. Paris, Librairie de Ch. Delagraveet Cie., 1873.

Le Solimoens ou Haut Amazône bré-silien, par l’Abbé Durand. (Bull. Soc.Geo., 6 Ème. série, V, 1873.)

O autor foi missionário no Brasile publicou estudos geográficos sobreos lugares que percorreu. [4210]

Ebel, Ernst. Rio de Janeiro und seine Umge-bungen im Jahr 1824. In Briefen einesRigaer’s. St. Petersburg, KayserlichenAkademie der Wissenschaften, 1828.124 p. ilus.

O autor esteve no Rio de feverei-ro a junho de 1824. Está escrito emforma epistolar e dá interessantes de-talhes sobre a cidade. A obra apareceusem o nome do autor. [4211]

Edgcumbe, Edward Robert Pearce. Zep-hyrus: a holiday in Brazil and on the RiverPlate, with illustrations, by E.R. PearceEdgcumbe... London, Chatto & Win-dus, 1887. 242 p. ilus. mapa.

O autor visitou o Rio, Santos eSão Paulo. Descreve os lugares per-corridos, dá impressões muito pito-rescas e certas, critica com espíritocostumes brasileiros. [4212]

Edwards, William H. A voyage up the riverAmazon, including a residence at Pará, byWilliam H. Edwards. New York, 1847.256 p. ilus.

O livro do conhecido naturalistaamericano despertou grande interes-se quando apareceu. Wallace e Bates,influenciados pela sua leitura resol-veram conhecer o Amazonas. Ed-wards subiu o Amazonas até Ma-naus e depois o rio Negro até suaconfluência com o rio Branco. Vol-tou a Belém, percorreu as ilhas dafoz do Amazonas, inclusive Marajó.Era excelente observador e escritoragradável. É livro clássico sobre oAmazonas, teve diversas ediçõesposteriores. [4213]

Ellis, H. Journal of the proceedings of the lateEmbassay to China, comprising a correctnarrative of the public transactions of theEmbassy to China, of the voyage to andfrom China, and of the journey from themouth of the Pei-Ho to the return toCanton. London, 1817. 526 p. ilus.mapas.

Esta relação da embaixada deLord Amherst à China traz entre asp. 2-18 interessantes notícias do Riode Janeiro, onde aportaram em mar-ço de 1818. Traz descrições do Cate-te, Tijuca (casa de Langsdorf) e dacidade. Existem traduções francesase italiana. [4214]

Elwes, Robert. A sketcher’s tour round theworld, by Robert Elwes; illustrations fromoriginal drawings by the author. Londres,Hurst and Blackett, 1854. 411 p. ilus.

O autor esteve no Rio, Bahia ecachoeira de Paulo Afonso, em1848. Descreve os lugares, trata dotráfico de escravos, e conta interes-santes incidentes de viagem. Contémtrês vistas de paisagens brasileiras. Aparte brasileira do livro ocupa as p.10-103. [4215]

912

Page 247: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Eschwege, Wilhelm Ludwig von. Brasi-lien die Neue Welt... wahrend eines elfjäh-rigen. Aufenthaltes, von 1810 bis 1821...Braunschweig, Friedrich Vieweg,1827. 2 v. em 1, ilus.

Journal von Brasilien, oder vermischteNachrichten aus Brasilien, auf Wissens-chaftlichen Reisen gesammelt. Weimar.Landes-Industrie-Comptoir, 1818. 2v. ilus. mapas.

Pluto Brasiliens: Eine Reihe von Ab-wandlugen über Brasiliens Gold -- Dia-manten -- und anderen mineralischenReichthum, über die Geschichte seiner Ent-deckung, über das Vorkommen seiner La-gerstätten, des Betriebs, der Ausbeute unddie darauf bezügliche Gesetzgebung u.s.w...Berlin, G. Reimer, 1833, XVIII, 622p. ilus. mapa.

Eschwege, mineralogista e enge-nheiro militar a serviço de Portugal,veio para o Brasil com D. João VI eaqui ficou até 1821. Residiu princi-palmente em Minas onde exerciacargo oficial. Viajou, sobretudo, pe-los distritos auríferos e diamantífe-ros desse estado. Os seus trabalhosgranjearam-lhe o título de Pai da Mi-neralogia Brasileira. Os seus livros,onde reproduziu também trabalhosde outros autores, são até hoje degrande valor. Eschwege deixou mui-tos trabalhos publicados em revistascientíficas do seu tempo. Citamosaqui somente as suas três obras prin-cipais. Na Revista do Museu Paulista, v.21, p. 865-902, foi traduzido um seuDiário de uma viagem do Rio de Janeiro aVila Rica... em 1811. A obra PlutoBrasiliensis foi traduzida em parte porRodolpho Jacob na Coletânea de Cien-tistas Estrangeiros -- Publicações do

Centenário em Minas Gerais, BeloHorizonte, 1922. [4216]

Evreux, Yves d’. Voyage dans le nord duBrésil fait durand les années 1613 et1614, par le père Yves d’Evreux; publiéd’aprés l’exemplaire unique conservé à laBibliothèque Imperiale de Paris, avec uneintroduction et des notes, par M. FerdinandDenis... Leipzig, A. Franck, 1864. 456 p.

Yves d’Evreux veio ao Maranhãocom Claude d’Abbeville e a sua obracomo que completa a de Abbeville.Demorou-se muito mais tempo queo seu companheiro no Brasil e tevemais oportunidade de observar. Éobra clássica. A 1ª ed. de 1615, de-pois de impressa foi destruída. Esca-pou um único exemplar pelo qualFerdinand Denis publicou-o nova-mente. Existe tradução brasileira porCésar Augusto Marques, nem sem-pre fiel. [4217]

Ewbank, Thomas. Life in Brazil; or Ajournal of a visit to the land of the cocoaand the palm: with an appendix, containingillustrations of acient South American arts,in recently discovered implements and pro-ducts of domestic industry and works in sto-ne pottery, by Thomas Ewbank... NewYork, Harper & brothers, 1856. 469p. ilus.

O autor, de nacionalidade ameri-cana, esteve no Rio de fevereiro aagosto de 1846. Observador exce-lente analisou a vida do Rio com ex-trordinária acuidade. Nada lhe esca-pou, sobretudo o lado pitoresco dosusos e costumes. Notou os detalhesda vida religiosa do povo, artes po-pulares, utensílios, alimentação,doenças, produtos agrícolas, etc. Ésem dúvida um dos melhores livros

913

Page 248: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

sobre a vida brasileira, publicadosnessa época. As ilustrações são mui-to fiéis e exatas. [4218]

Feldner, Wilhelm Christian Gotthelfvon. Reisen durch mehrere Provinzen Bra-siliens: aus seinem nachgelassenen Papieren.Liegnitz, E. Doench, 1828. 2 v.

Feldner, mineralogista alemão,esteve ao serviço de Portugal e foiadministrador das minas de carvãodo Porto. Passou ao Brasil, em 1810,como tenente do estado-maior deartilharia. No Brasil fez diversas via-gens estudando mineralogia. Traba-lhou em Ipanema. Regressou a Por-tugal com D. João VI. Dos seus pa-péis fez-se esta edição postuma desuas viagens contendo uma descri-ção geral do Brasil e de suas provín-cias e as suas viagens ao Rio Grandedo Sul e Bahia (Porto Seguro). Con-tém ainda uma tradução da carta dePedro Vaz Caminha, um vocabuláriobotocudo, observações sobre os ani-mais comuns do Brasil e recordaçõesdo Rio e de Santa Cruz. [4219]

Fernández de Navarrete, Martín. Colec-ción de los viajes y descubrimientos que hi-cieron por mar los españoles, desde fines delsiglo XV; con varios documentos inéditosconcernientes à la historia de la marina cas-tellana y de los estabelecimientos españolesen Indias; coordinada e ilustrada por DonMartín Fernández de Navarrete... Ma-drid, 1825-1837. 5 v.

Conteúdo: v. 1 -- Viagens de Co-lombo; v. 2 -- Documentos de Colombo; v.3 -- Viagens menores e as de Vespúcio; v.4 -- Expedições às Molucas; Viagens deMagalhães e de Elcano; v. 5 -- Idem:Viagens de Loisa y de Saavedra. Estacoleção compilada com o material

preparado por Muños é como disseHumbolt "um dos documentos his-tóricos mais importantes dos tem-pos modernos". Existe uma 2ª edi-ção de 1858. [4220]

Fleckno, Richard. A relation of ten yearstravels in Europe, Asia, Afrique andAmerica. All by way of letters occasionallywritten to divers noble personages, from placeto place and continued to his present year, withdiverse others historical, moral and poeticalpieces of the same author. London, 1655.

O poeta inglês satirizado porDryden veio ao Rio em 1648. A des-crição de sua estadia ocupa as p. 59-84. Trata também das plantas, animais,índios e da vida no Rio. [4221]

Florence, Hercules. Viagem fluvial do Tietêao Amazonas de 1825 a 1829; traduçãodo Visconde de Taunay. São Paulo,1941. 218 p. ilus.

Hercules Florence fez parte,como desenhista, da expedição docônsul Langsdorf, sob os auspíciosdo tzar da Rússia. De Porto Feliz viaMato Grosso foram ter ao Amazo-nas. Em meio caminho Langsdorfenlouqueceu e a expedição não teveos resultados científicos que se espe-ravam. Florence redigiu esta relaçãoem francês e foi publicada primeirona Rev. Inst. Hist. Geo. Bras., v. 38-39.A presente edição feita pelos filhosde Hercules Florence, contém alémdo prefácio do Visconde de Tau-nay, uma introdução de Afonsod’E. Taunay e notas de AtalibaFlorence sobre seu pai. As ilustra-ções (inéditas) são de grande valordocumental. [4222]

Fonseca, João Severiano da. Viagem aoredor do Brasil, 1875-1878, pelo Dr. João

914

Page 249: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Severiano da Fonseca... Rio de Janeiro,Pinheiro, 1880. 2 v.

O autor fazia parte da comissãoencarregada de demarcar os limitesdo Brasil com a Bolívia. Saiu do Rioem 1875 rumo a Mato Grosso e delá, pelo Amazonas e Pará, voltou aoRio. Contém além do diário da via-gem, um excelente estudo sobreMato Grosso e diversos vocabulá-rios de línguas indígenas. As ilustra-ções são péssimas. [4223]

Fonseca, José Gonçalves da. Navegaçãofeita da cidade do Grão-Pará até a boca dorio da Madeira, pela escolta que por este riosubiu às minas do Mato Grosso por or-dem... de S.M.F. no ano de 1749, escritapor José Gonçalves da Fonseca no mesmoano. (Col. Ultr., tomo IV, nº 1.)

Saiu reproduzida em Memórias doMaranhão de C. Mendes de Almeida, v.2, p. 267 (1847) com o título de Pri-meira exploração dos rios Madeira e Gua-poré, feita por José Gonçalves da Fonsecaem 1749 por ordem do governo. [4224]

Ford, Isaac N. Tropical America... NewYork, Charles Scribner’s Sons, 1893.x, 409 p. ilus. mapa.

O autor esteve no Rio logo apósa proclamação da República. [4225]

Forrest, A. S. A tour through South Ameri-ca... London, Stanley Paul & Co., s.d.354 p. ilus. 22x15 cm.

O autor visitou e descreve o Rioe São Paulo principalmente. Fez ex-cursões pelo interior. A obra foi pu-blicada em torno de 1913. [4226]

Fort, A.J.A. Le récit de ma vie avec la descrip-tion d’un voyage et d’un séjour dans l’Amé-rique du Sud: autobiographie par A.J.A.Fort. Paris, L. Bataille, 1893. 508 p.

O autor, professor livre da Aca-demia de Medicina de Paris, e cirur-gião notável, veio ao Brasil, Uruguai,Argentina e Chile, a fim de clinicar eganhar dinheiro. Temperamentoatrabiliário indispôs-se com toda agente em todos esses países. O seulivro de interesse médico, pelas des-crições dos "casos" que tratou, éuma terrível verrina contra os médi-cos sul-americanos. [4227]

Franco, Virgílio Martins de Melo. Viagemà comarca de Palma na província de Goiás,pelo bacharel Virgílio Martins de MeloFranco, juiz de direito da mesma comarca.Rio de Janeiro, Tip. da Reforma,1876. 105 p.

A fim de tomar posse do cargode juiz de direito de Palma, o autorempreendeu a viagem do Rio aonorte da província de Goiás, cuja re-lação é cheia de interesse. [4228]

Freycinet, Louis Claude Desaulses de.Voyage autour du monde, entrepis par ordredu Roi, executé sur les corvettes l’Uranie et laPhysicienne, pendant 1817-1820. Paris, Pil-let ainé, 1824-1844, 5v. e 4 atlas.

Conteúdo: Histoire du voyage -- Zoo-logie -- Botanique -- Observation du pen-dule -- Magnétisme terrestre -- Météorologie-- Navigation et hydrographie.

Freycinet tocou no Rio tanto naida como na volta de sua viagem aoredor do mundo. Na parte da histó-ria da viagem um trecho é consagra-do ao Rio de Janeiro. [4229]

Freycinet, Rose Desaules de. Campagnede l’Uranie [1817-1829] journal de mada-me Rose de Saullses de Freycinet; d’après lemanuscrit original accompagné de notes parCharles Duplomb... Paris, 1925. 190 p.ilus.

915

Page 250: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Este jornal e cartas de Mme.Freycinet, esposa do chefe da expe-dição francesa e sua companheira deviagem, contêm interessantíssimaspáginas sobre o Rio de Janeiro. Con-servado inédito só foi publicado em1925. [4230]

Freyreiss, Georg Wilhelm. Viagens a vá-rias tribos de selvagens na capitania de Mi-nas Gerais, pelo naturalista alemão G.W. Freyreiss; tradução do Sr. AlbertoLofgren. (Rev. Inst. Hist. Geo. SãoPaulo, v. 6, p. 236. 1900-1901)

O autor, célebre ornitólogo, veioao Brasil em 1813. Esteve em Minascom Eschwege e mais tarde acom-panhou o Príncipe Maximiliano deWied-Neuwied. Foi o fundador dacolônia alemã de Leopoldina, ao sulda Bahia. Este trabalho é a traduçãode parte de um M. S. existente naAcademia de ciências de Estocolmoe se refere a uma viagem feita entre1814 e 1815.

De Freyreiss existe uma interes-santíssima obra Beiträge zur näherenKenntniss des Kaiserthums Brasilien nebsteiner Schilderung der neuen Colonie Leo-poldina..., 1824. [4231]

Frézier, Amadeu Francisco. Relation duvoyage de la Mer du Sud aux cotes du Pe-rou, fait pendant les années 1712, 1713 £1714... par M. Frézier, ingénier ordinairedu Roy; ouvrage enrich de quantité de plan-ches en taille-douce. Paris, Nyon, 1716.298 p. ilus.

Frézier era engenheiro militar devalor, dotado de grande cultura. Foienviado às possessões espanholas daAmérica do Sul para tratar de fortifi-cá-las contra os ataques dos inglesese holandeses. Aproveitou a viagem

para levantar coordenadas de inúme-ros pontos do continente e fazer ou-tras obeservações físicas, mineralógi-cas e botânicas. Na ida para o Pacífi-co tocou em Santa Catarina, em1712, onde encontrou a populaçãoamendrotada pelo ataque ao Rio porDuguay-Trouin. Levantou um mapada ilha e descreveu o estado primiti-vo dos seus 147 habitantes brancos.Descreve a flora e a fauna. No re-gresso da viagem à costa do Pacífico,parou na Bahia (1714). Desenhouuma planta da cidade com o seu per-fil panorâmico. Trata do tráfico deescravos, nota o grande número dejudeus que existia, fala das igrejas, doplano inclinado, da riqueza das jóiasdas baianas, do comércio intenso etermina com observações pouco li-sonjeiras. Além dos mapas e vistasjá citados, dá uma gravura mos-trando um branco carregado emrede, que ele chama serpentin. Alémda edição original há outras france-sas,tradução alemã e inglesa. A edi-ção inglesa de 1717 contém as plan-chas da 1ª ed. francesa e um Accountof the settement of the jesuites in the Spa-nish Indies. [4232]

Froger. Relation d’un voyage fait en 1695,1696, 1697 aux Côtes d’Afrique, Détroitde Magellan, Brésil...enrichie d’un grandnombre de cartes et de figures dessinées surles de Tous les Saints (St. Salvador) Paris,à liex, dont deux vues panoramiques de S.Sébastien, Rivière de Janeiro et de la Bave laSphére Royale. 1698. 219 p. ilus.

De Gennes tentara fundar umacolônia francesa ou uma companhiade comércio no estreito de Magalhães.Para aí zarpou com 6 navios em

916

Page 251: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

1695. Chegado ao estreito, verificoua impossibilidade do intento e re-gressou à França. Tocou na Bahia,da qual descreve usos e costumesnegros, etc. Dá informações, por ou-vir dizer, dos paulistas que diz seremum povo independente, vivendo emregime republicano. Traz dois pano-ramas, um do Rio e outro da Bahia.A 1ª edição francesa é de Paris,1698, e a 2ª de 1700. Há outra deAmsterdã, 1699. Há tradução inglesade londres, 1698. [4233]

Frus, G.M. Erindringer fra et Togt ned fregat-ten "Sjaeland" til Brasilien og Vestindien iAarene 1860-1861. Kopenhagen,1863. 102 p.

O autor médico de bordo esteveno Rio, em dezembro de 1860, ena Bahia; descreve essas cidadesentre as p. 38-57 e 57-67, respecti-vamente. [4234]

Gaffré, L.A. Visions du Brésil. Paris, 1912.

O autor esteve no Rio e em SãoPaulo. Nesse seu diário fixa as suasimpressões. É interessante pela nar-ração que faz das entrevistas queteve com diversas pessoas. [4235]

O autor era diretor do Jardim Botânicode Ceilão. Percorreu o Brasil entre1836 a 1841. Chegando ao Rio viajoupela província e embarcou para Per-mambuco via Bahia. Daí viajou porAlagoas até o São Francisco, visitouo Ceará e o Piauí. Depois internou-sepor Goiás e por Minas e voltou aoRio. Daí seguiu para Inglaterra tocan-do no Maranhão. Além da descriçãodos lugares por onde passou trata,sobretudo, de botânica e geologia. Éobra de grande valor. Foi traduzidopara o alemão e teve 2ª edição inglesa

em 1849. No Edinburgh New Philosop-hical-Journal, v. 30, p. 75-82 publicouGeological notes made during a journeyfrom the coast into the interior of the provin-ce of Ceará in the North of Brazil, embra-cing an Account of a deposit of fossil fishes.

As viagens de Gardner foram tra-duzidas para o português e editadaspela Cia. Editora Nacional na Col.Brasiliana. [4236]

Giglioli, E. H. Viaggio intorno al globo dellareale pirocorvetta italiana "Magenta". Re-lazione descrittiva e scientifica. Milano,1875. 1031 p. ilus. mapa.

O capítulo III, p. 37-64 trata doRio de Janeiro onde o autor tocou.Dá excelente descrição da cidade,descreve as fazendas de café e dá in-formações sobre a imigração.

[4237]Godinho, Victor, e Lindenberg, Adolfo.

Norte do Brasil: através do Amazonas, doPará e do Maranhão. Rio de Janeiro,Laemmert & Cia., 1906. 217 p. 74grav.

Os autores, médicos do Serviçode Higiene de S. Paulo, tendo segui-do para o Maranhão, a fim de debe-lar uma epidemia, resolveram visitartambém o Amazonas e Pará. Fazemdescrições gerais e interessantes ob-servações sobre as regiões percorri-das. A obra é muito ilustrada comboas fotografias.

[4238]Goegg, Armand. "Uberseeische Reisein".

Zurich, Verlag von F. Schabelitz,1888. 163 p.

O autor percorreu entre 1880 e1881 as províncias do sul do Brasil eas principais cidades entre Rio ePará. Era jornalista e viajou por con-

917

Page 252: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ta do Frankfurter Zeitung onde apare-ceram em primeiro lugar suas im-pressões. Recebeu subvenção dopresidente do Rio Grande do Sul epor esse fato suas opiniões são duvi-dosas, quanto à situação dos colonosalemães. [4239]

Gomes, Vicente Ferreira. Itinerário da cida-de de Palma em Goiás à cidade de Belémno Pará e breve notícia do norte da Provín-cia de Goiás (por) Vicente FerreiraGomes, Acarati, 1861. 25 p. ilus.

Foi reimpresso na Rev. Inst.Hist. Geo. Bras., tomo 25 p. 485-513. 1862. [4240]

Graaf, Nicolaus de. Viagem de Nicolaus deGraaf à costa do Brasil, de 1649-1653;tradução de Alfredo de Carvalho,(Rev. Inst. Archeo, Geo. Pern, nº 71, v.13, p. 78-83)

É a tradução por Alfredo de Car-valho da parte que se refere ao Brasilda obra Reysen von Nicolas de Graaf nade vier gedeeltes des Erelds... Hoorn.1701. [4241]

Graham, Maria. Journal of a voyage to Brasiland residence there during the years 1821,1822, 1823, by Maria Graham. Lon-don, Longman, 1824. 324 p. ilus.

Maria Graham esteve no Brasildiversas vezes. A primeira a bordoda fragata Doris comandada pelo seumarido, em viagem para o Chile. Asegunda de volta à Inglaterra e a ter-ceira quando voltou ao Rio comopreceptora de D. Maria da Glória, fi-lha de D. Pedro I. No seu livro narrasomente o que viu nas duas primei-ras estadias, pois foi publicado antesde voltar ao Brasil a convite do Im-perador. A Catholic university libraryem Washington (Oliveira Lima col-

lection) possui um exemplar quepertenceu à própria autora, ondeela fez correções e anotações parauma 2ª edição, mas que nunca che-gou a publicar. Essas anotações sãomuito importantes, sobretudo para ahistória da revolução de Pernam-buco e a atuação de Cochrane, poisMaria Graham serviu de interme-diária entre o almirante e os revo-lucionários. Quanto aos aconteci-mentos de sua estadia no Riocomo preceptora de D. Maria daGlória, existe um diário que foi pu-blicado por Rodolfo Garcia compreciosas notas e prefácio nosAnais da Biblioteca Nacional doRio. v. 60, assim como uma biogra-fia de Pedro I e a correspondênciaentre Maria Graham e a Impera-triz. O livro de Maria Graham éextremamente importante e umdos melhores que existe publicadosno século XIX. As gravuras são ex-celentes. [4242]

Grothe, Hugo. Im Kamp und Urwald Süd-brasiliens: ein Skizzenbuch zur Siedlungsund Deustschtumskunde, von Hugo Grot-he; mit 82 Bildern auf 40 Taf. u. 11 Kar-tenskizzen. Berlin, 1936. 204 p. ilus.mapas.

O autor começa com um estudoe histórico da colonização alemã noBrasil. Em seguida descreve as via-gens que fez pelas colônias alemãsno Rio Grande do Sul, Paraná e San-ta Catarina. As ilustrações e os ma-pas são excelentes. [4243]

Guadagnini, Giuseppe. In America; Repu-blica del Brasile; Da Rio de Janeiro al pae-se delle Amazzoni; Escursioni attraverso leprovincie. Milano, Antonio Zanoletti,1892. 210 p.

918

Page 253: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Não é obra original mas um re-sumo da obra de Alfred Marc LeBrésil. [4244]

Guenther, Konrad. A naturalist in Bra-zil: the flora and fauna and people ofBrazil, by Konrad Guenther... transla-ted by Bernard Miall. London,George Allen and Unwin, 1931.400 p. ilus

O autor, professor da Universida-de de Friburgo em Brisgau, veio aoBrasil contratado pelo governo doestado de Pernambuco, para estudaras pragas agrícolas. O autor viajoutambém pelo sul e escreveu um livrocheio de interesse, não somente doponto de vista da história natural,como também dos usos e costumesdo interior. Contém belíssimas foto-grafias. [4245]

Gurjão, Hilário Maximiano Antunes.Descrição da viagem feita desde a cidade daBarra do Rio Negro, pelo rio do mesmonome, até a serra do Cucuí... pelo majorde artilheria e bacharel em matemáti-cas, Hilário Maximiano AntunesGurjão. Rio Negro, M.S. Ramos,1855. 18 p.

Foi reimpresso na Rev. Inst. Hist.Geo. Bras., tomo 18, p. 183-196.1896. [4246]

Hadfield, William. Brazil, the River Plate,and the Falkland islands; with the CapeHorn route to Australia. Including noticesof Lisbon. Madeira, the Canaries, andCape Verde, by William Hadfield... Lon-dres, Longman, Brown, Green, andLongmans, 1854. vi, 384 p. ilus.mapa desd. 21x13,5 cm.

Brazil and the River Plate in 1868,by William Hadfield, showing theprogress of those countries since his

former visit in 1853. London, Bates,Hendy and co., 1869. 271 p. ilus.

Brazil and the River Plate 1870-76,by William Hadfield. London, Stan-ford, 1877. 327 p. retr. do presidenteAvellaneda, retr. do Vde. do RioBranco, 21x13,5cm.

Brazil and the River Plate in the years1868-70-76. London, 1869-1877. 2 v.2 retr. 1 vista.

O autor como secretário de umacompanhia de navegação inglesa fezdiversas viagens ao Brasil, Uruguai eArgentina, tocando nos principaisportos e percorrendo o interior.Além de fazer descrições gerais e es-tudar a situação geral sob o ponto devista comercial e do progresso mate-rial, faz interessantes observaçõessobre política. Nos volumes publica-dos posteriormente ao primeiro,nota os progressos e as mudançasque foi observando nos diferentessetores das atividades materiais edescreve, em diário, excursões que fez.Nesse sentido os livros de Hadfieldsão muito interessantes. [4247]

Halfeld, Henrique Guilherme Fernando.Atlas e relatório concernente à exploraçãodo rio de S. Francisco, desde a cachoeira dePirapora até ao oceano Atlântico, levantadopor ordem do governo de S. M. o senhorDom Pedro II, pelo engenheiro civil Henri-que Guilherme Fernando Halfed em 1852,1853 e 1854 e mandado litografar na lito-grafia imperial de Eduardo Rensburg. Riode Janeiro, 1860. 57 p. 46 mapas, 2vistas.

Os mapas de Halfeld, engenheiroalemão a serviço do Brasil, onde fezgrandes trabalhos de levantamentocartográfico e exploração do rio

919

Page 254: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

São Francisco, são até hoje de gran-de valor. As duas vistas que contéma obra representam panoramas dacachoeira de Paulo Afonso. É obraclássica sobre o rio São Francisco.[4248]

Hartt, Charles Frederick. Geologia e geogra-fia física do Brasil; introdução de E.Roquete-Pinto; tradução de EdgarSüssekind de Mendonça e Elias Do-lianiti. São Paulo, Editora Nacional,1941. 649 p. ilus. (Brasiliana, v. 200)

É a tradução da obra Scientific re-sult of a journey in Brazil, by Louis Agas-siz. Geology and physical geography of Bra-zil, by Ch. Fred. Hartt. Boston, 1870.Além do prefácio de Roquete-Pintocontém dados biográficos das obrasde Hartt sobre o Brasil. A obra deHartt estuda cada província do Bra-sil separadamente. Os três últimoscapítulos tratam, respectivamente,das minas de ouro, da geologia (re-sumo) e dos Botocudos. Não é so-mente um livro sobre a geologia egeografia física mas um verdadeiropanorama do país em 1870, frutodas suas viagens na "Thayer expedi-tion (1865-1866)" e nas "Morgan ex-peditions (1870-1872)". É obra decapital importância e um dos maisconhecidos trabalhos do famosocientista americano que deixou noBrasil fama inesquecível como fun-dador da Comissão geológica ondesoube rodear-se de homens como Or-ville, Ad. Derby, Richard Rathburn,Francisco José de Freitas, Marc Fer-rez, Luther Wagonner, Frank Car-penter e John Casper Brenner.

[4249]Heine, Wilhelm. Reise um die Erde in den

Jahren 1853-1855. Leipzig, 1856. 2 v.

O autor fez parte da expediçãoamericana ao Japão, comandada pelocomodoro Perry. De volta tocou noRio, em março de 1855. As p. 347-376 contêm uma descrição da cida-de. Existe tradução holandesa deRoterdã, 1856. [4250]

Heriarte, Maurício de. Descrição do Estadodo Maranhão, Pará, Curupá e rio dasAmazonas, feita por Maurício de He-riarte, ouvidor-geral, provedor-mor eauditor, que foi, pelo governador D.Pedro de Melo, no ano de 1662, pormandado do governador-geral DiogoVaz de Siqueira. Dada à luz pela pri-meira vez por Francisco Adolfo deVarnhagen (Visconde de Porto Segu-ro). Viena d’Áustria, Imprensa do fi-lho de Carlos Gerold, 1874. 84 p.

Heriarte foi um dos companhei-ros de viagem de Pedro Teixeira. Asua descrição trata do clima, rique-zas, população, usos e costumes dosíndios. É como que um complemen-to às obras de Acuña e Pegan (cf.esses nomes) e importante para oestudo da região amazônica nessaépoca. [4251]

Herdon, Lewis, e Gibbon, Lardner. Ex-ploration of the valley of the Amazon, madeunder the directon of the Navy departament,by Lewis Herndon and Lardner Gib-bon. Washington, 1854. 3 v. ilus. ma-pas.

A idéia desta expedição foi advoga-da pelo célebre oceanógrafo MatthewF. Maury, numa série de artigos nosperiódicos americanos. Maury mos-trava o interesse que o Amazonaspodia ter para o comércio americanoe também como escoadouro do ex-cesso de escravos negros nos Esta-

920

Page 255: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

dos Unidos. Mostrava ainda que oslavradores sulinos poderiam emigrarpara a Amazônia com seus escravose aí encontrarem fortuna. Maury foium dos grandes batalhadores para aabertura do Amazonas ao comérciointernacional. Conseguiu que seu cu-nhado Herndon e o midschipmanLardner Gibbon fizessem um estudodaquela zona, em uma expediçãopor conta do "Navy department" atéLima onde se separaram: Herndonseguiu pelo norte, pelos rios Guanu-co e Guallaga, para o Amazonas;Gibbon seguiu rumo sul, via Cuzcoe La Paz na Bolívia e navegando osrios Cochabamba, Guaporé, Mamo-ré e Madeira, encontrou-se com seuscompanheiros em Serpa, descendojuntos até o Pará. A obra que publi-caram é um excelente estudo da re-gião percorrida e trabalho de realvalor. Sobre o assunto Whitfield J.Bell Jr. publicou na The HispanicAmerican Historical Review, v. 19, p.494, 1839 um excelente estudo ba-seado em documentação inédita como título de The relation of Herndon andGibbon’s exploration of the Amazon tothe North American slavery, 1850-1855.[4252]

Hesse-Wartegg, Ernst von. ZwischenAnden und Amazonas: Reisen in Brasi-lien, Argentinien, Paraguay, Uruguay...Zweite Auflage, Stuttgart, Uniondeutsche Verlagsgesellschaft [c1915]493 p. ilus.

O autor visitou o Rio e arredores.Minas, Bahia (as colônias alemãs deSão Félix e Cachoeira), Pernambuco,Pará, Amazonas, São Paulo, Paraná,Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

No sul visitou também as colôniasalemãs. [4253]

Houssay, Frédéric. De Rio de Janeiro a SãoPaulo. Paris, Imprimerie Gauthier-Villars, 1877. 86 p.

O autor descreve a viagem quefez entre Santos e São Paulo, a cava-lo. Uma grande parte da obra tratada história de São Paulo e é compila-da de frei Gaspar, Ferdinand Denise Malte-Brun. [4254]

Isabelle, Arsène. Voyage a Buenos-Ayres eta Porto-Alègre, par la Banda-Oriental, lesMissions d’Uruguay et la province de Rio-Grande do Sul (de 1830 a 1834) Suivi deconsidérations sur l’etat du commerce fran-çais à l’extérieur et principalement au Brésilet au Rio-de-La-Plata. Havre, Imprimeriede J. Morlent, 1835. 618 p. ilus. mapa.

O autor, comerciante francês,percorreu o Rio Grande do Sul, ten-do encontrado em São Borja um ir-mão de Ingres -- o pintor francês.Esteve em Porto Alegre e na colôniaalemã de São Leopoldo. Emboranão seja obra muito extensa na partereferente ao Brasil é valiosa por serdas poucas, de estrangeiros, queexistem sobre o Rio Grande nessetempo. [4255]

Jardim, Joaquim R. de Morais. O rio Ara-guaia; relatório de sua exploraçãopelo major de engenheiros, Joa-quim R. de Morais Jardim; precedi-do de um resumo histórico sobresua navegação, pelo ten.-cel. de en-genharia Jerônimo R. de MoraisJardim; e seguido de um estudo so-bre os índios que habitam suasmargens, pelo Dr. Aristides de Sou-sa Spinola. Rio de Janeiro, Tip. Na-cional, 1880. 49 p.

921

Page 256: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Este interessante e valioso relató-rio é precedido de um histórico dasexplorações e navegação do Ara-guaia e termina com um capítulo so-bre os índios carajás. [4256]

Jonin, Alexander. Durch Süd-Amerika;Reise-und Kultr-historische Bilder... Auto-risierte und vom Autor bis auf dieneuestZeit vervollständigte Ausgabe des Russis-chen Originals übersetzt von M. v. Pesold.Berlin, Siegfried Cronbach, 1895-1896. 2 v. 943, 743 p.

O autor, viajante russo, percorreutodo o sul do Brasil. Dá descrições eimpressões muito valiosas. Trata, en-tre outros assuntos, da colonização.A parte brasileira da obra ocupa asp. 1-280 do v. 1. A edição originalrussa (1896-1906) é em 3 volumes.O v. 3 não foi traduzido. [4257]

Journal d’un voyage sur les costesd’Afrique et aux Indes d’Espagne,avec une description particuliere de lariviere de La Plata, de Buenos-Ayres& autres lieux; commencé en 1702 &fini en 1706. Amstredam, Aux dé-pens de la Compagnie, 1730. 372 p.

Trata-se de um diário anônimode um oficial da Marinha francesaem navios que faziam o tráfico denegros. Esse oficial negreiro estevena Bahia e no Rio de Janeiro. É livrointeressantíssimo, não somente parao estudo do negócio da especialida-de do autor, mas também pelo queconta dos usos e costumes, comér-cio, etc., das cidades brasileiras quevisitou. Contém aventuras e obser-vações pouco fidedignas. [4258]

Keilpflug, E. R. An den Rändern dreierErdteile: eine Rise durch die KüstengebieteSudamerikas, Südeuropas und Afrikas...

Berlin, Volksverband der Bücher-freunde [c. 1931], 381 p. ilus.

Impressões de Santos, São Paulo,Rio e Bahia. [4259]

Keith, G. M. Voyage to south-America andthe cape of Good Hope, in His majesty gunbrig the "Protector", commanded by Lieut.Sir G. M. Keith. London, 1810. 43 p.

Tocou na Bahia, da qual faz umadescrição pessimista, e no Rio, quetambém descreve. Fala do comércioentre o Brasil e Buenos Aires e dáestatísticas sobre o rendimento dasminas e sua administração. [4260]

Keller-Leuzinger, Franz. Vom Amazonasund Madeira; Skizzen un Beschreibun-gen aus dem Tagebuch einer Explo-rationreise. Mit Zahlreichen machden eigenen Skizzen vom Verfasserauf Holz gezeichneten und in der xy-lographischen Austalt von A. Clossausgeführten Illustrationen. Stuttgart,Verlag von A. Kröner, Buchdrucke-rei Gebrüder Mäntler, 1847, 150 p.ilus. mapa.

The Amazon and Madeira riversand descriptions from the note-book of an explorer, by Franz Kel-ler, engineer; with sixty-eight illustra-tion on wood. London, Chapman andHall, 1874. 177 p. ilus. 34x27 cm.

e Keller-Leuzinger, Joseph.

Relatório concernente aos proje-tos de melhoramentos da navegaçãodo rio Paraíba, entre Campo Belo e abarra do Piraí (Anexo ao Rel. do Mi-nist. da Agric., 1863).

Exploração dos rios Paraíba ePomba, de junho a setembro de1864. (Anexo ao Rel. do Minist.Agric., 1865).

922

Page 257: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Esboço hidrográfico de uma par-te da Província do Paraná, contendoo curso dos rios Ivaí, Paranapanema,Tibagi... pelos engenheiros J. Kellere F. Keller; Nivelamento geral dosmesmos rios. (Rel. da prov. do Para-ná, pelo Dr. A.A. de Pádua Fleuri,1866).

Exploração do rio Ivaí, pelos en-genheiros J. Keller e F. Keller (Rel.Ministr. Agric. 1866).

Relatório dos engenheiros J. Kel-ler e F. Keller sobre as exploraçõesdos rios Tibagi e Paranapanema.(Rel. Minist. Agric. 1866).

Exploração dos rios Iguaçu, feitaem 1866, e Ivaí, em 1867. (Anexo aoRel. Minist. Agric. 1866 e 1867).

Exploração do rio Madeira, naparte compreendida entre a cachoei-ra de Santo Antônio e a barra doMamoré: noções geológicas. (Anexoao Rel. Minist. Agric. 1869).

Os autores, engenheiros alemãesa serviço do Brasil, realizaram umasérie de explorações pelo interior. Amais célebre foi a do rio Madeiracuja narração é uma das melhoresque existe e onde estudaram a regiãosobre diversos pontos de vista. Tan-to a edição alemã como a inglesa, des-sa expedição, contém belíssimas gra-vuras, muito fiéis e artísticas. [4261]

Kennedy, W. R. Sporting sketches in South-America. London. R.H. Porter, 1892.269. ilus. mapa.

O autor, oficial da marinha ingle-sa, esteve em Pernambuco. Descrevee estuda esse estado entre as p. 248-260. [4262]

Kidder, Daniel Parish. Reminiscências deviagens e permanência no Brasil: Rio de Ja-

neiro e província de São Paulo, compreen-dendo noticias históricas e geográficas do im-pério e de diversas províncias [por] DanielP. Kidder; tradução de Moacir N.Vasconcelos. São Paulo, Martins,1940. 2. v. ilus. (Biblioteca HistóricaBrasileira)

Kidder veio ao Brasil em 1837em missão de propaganda da Ameri-can Bible Society. Percorreu o nortee o sul do país (até São Paulo). Éobra clássica e, na nossa opinião,mais valiosa que a publicada por eleem colaboração com Fletcher, em-bora menos conhecida. [4263]

Kidder, D. P., e Fletcher, J.C. O Brasil eos brasileiros: esboço histórico e descritivo;tradução de Elias Dolianti; revisão enotas de Edgard Süssekind de Men-donça. São Paulo, 1941. 2 v. (Brasi-liana, v. 205-206).

A obra de Kidder e Fletcher, am-bos missionários metodistas no Bra-sil, onde residiram muitos anos, foidurante muito tempo a obra clássi-ca de autores americanos sobre oBrasil. Teve inúmeras edições (cf.Kidder). [4264]

Kindersley. Letters from the island of Te-neriffe, Brazil, the cape of Good Hope,and East Indies, by Mrs. Kindersley.London, J. Nourse, 1777. 301 p.ilus.

É a primeira relação da viagem aoBrasil escrita por uma mulher. MrsKindersley escreveu seu livro emforma de cartas, durante sua via-gem às Índias. As cartas 6-12 refe-rem-se à Bahia, onde aportou em1764. Descreve a cidade, usos e cos-tumes, escravos, as baianas e umaviagem que fez ao Recôncavo em

923

Page 258: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

"bangüê". Existe tradução alemã,Leipzig. 1777. [4265]

Koster, Henry. Travels in Brazil, by HenryKoster. London, Longman, Hurst,1816. 501 p. ilus. color., mapa.

Henry Koster veio para Pernam-buco em 1809 em busca de um cli-ma conveniente, a conselho dos mé-dicos de então, pois era tuberculoso.Obtendo melhoras percorreu a Pa-raíba, Maranhão e a província dePernambuco onde teve um engenhode açúcar (em Jaguaribe) e mais tar-de, terras em Itamaracá e um sítio naGamboa. Viveu no Nordeste até1820 quando faleceu no Recife. Du-rante esse tempo fez algumas via-gens à Inglaterra onde publicou oseu famoso livro, em 1816. No Bra-sil era tão estimado e popular queteve seu nome abrasileirado paraHenrique Costa. Em 1817, durante arevolução, foi enviado pelo governoprovisório como emissário, para tra-tar por parte dos pernambucanos, dacapitulação do Recife. As gravurasque ilustram esta obra foram feitassegundo desenhos de um seu paren-te. Em apêndice transcreve duasmonografias de Arruda Câmara: Dis-sertação sobre as plantas do Brasil, que po-dem dar linhos e Discurso sobre a utilida-de da instituição de jardins nas principaisprovíncias do Brasil, ambas publicadasno Rio em 1810 e hoje muito raras.A obra de Koster muito bem recebi-da pela crítica do tempo, teve logo 2ªedição inglesa e tradução para ofrancês e alemão. Na Rev. Inst. Arq.Geo. de Pernambuco existe traduçãopara o português (vls. 51, 55, 56, 59,60, 64, 68, 79, 86, 88 e 90). Sobre aobra de Koster, disse Alfredo de

Carvalho: "pelos seus predicados in-trínsecos de descrições verídicas e dejuízos desapaixonados, será, perma-nentemente, uma das copiosas emais puras fontes de informaçõessobre as condições econômico-so-ciais da antiga Capitania geral e dePernambuco". [4266]

Kotzebue, Otto von. A new voyage roundthe world in the years 1823-1826. Lon-don, 1830.

Nesta 2ª viagem, o autor tocouno Rio de Janeiro que descreve. Atradução para o português do trechoque se refere ao Brasil foi publicadana Rev. Inst. Hist. Geo. Bras. tomo 80,p. 507-525. [4267]

Kotzebue, Otto von. Voyage of discoveryinto the South Sea and Beering’s strait forthe purpose of exploring a North East pas-sage in the ship "Rurik" undertaken in theyears 1815-1818. London, 1821. 3 v.ilus. mapas.

O autor tocou em Santa Catarina,onde foram feitas observaçõescientíficas e colhido material dehistória natural por Adalbert vonChamisso. [4268]

Kretzen, Johannes. Zwischen Paraná undTiété. Tiere und Meschen in Urwald vonSão Paulo. Mit 24 Kunstbeilagen und vie-len Textabbildungen. Leipzig, LeipzigerBuchdruckerei, 1929. 263 p. ilus.

Interessante descrição de umaviagem pelos sertões de São Paulo eParaná, ilustrada com excelentes fo-tografias. [4269]

Krusentern, A.J. von. Voyage round theworld in the years 1803, 1804, 1805,& 1806, by order of his Imperial ma-jesty Alexander, the First, on boardthe ships Nadeshda and Neva, under

924

Page 259: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

the command of captain A. J. vonKrusenstern... translated from theoriginal German by Richard BelgraveHoppner... London. John Murray,1813. 2 v.

Krusenstern chefiou uma expedi-ção russa à volta do mundo com-posta dos navios "Newa" e "Nades-ha" da qual faziam parte diversoscientistas, entre eles, Langsdorf eKotzebue (vide esses nomes) e quetocou em Santa Catarina em fins de1803 e princípios de 1804. No capí-tulo IV descreve a ilha, suas fortifi-cações, comércio e produtos, usose costumes dos habitantes, etc.; aedição original é em russo. Tevetradução para o inglês, italiano,francês. [4270]

La Barbinais, Le Gentil de. Nouveauvoyage autour du monde, par Le Gentilde La Barbinais; enrichi de plusiersplans, vues et perspectives des principa-les villes et ports du Perou, Chily, Bré-sil et de la Chine... Paris, Birasson,1728. 2 v.

Le Gentil foi o primeiro francêsque deu a volta ao mundo. Era co-merciante; tendo empreendido umaviagem à América Espanhola, daí re-solveu prosseguir até a China. Naviagem de ida tocou na ilha Grandee Angra dos Reis; na volta tocou naBahia. Narra com pormenores, suaestadia de três meses na Bahia, notao considerável comércio de escravos,a carestia da vida, etc. De Angra dosReis dá interessante descrição. Éobra interessante embora nemsempre pareça verídica. Teve diver-sas edições contemporâneas e tra-

dução para o italiano (Veneza, 1733).[4271]La Caille, Nicolas Louis de. Journal his-

torique du voyage fait au cap de Bonne-Espérance, par M. l’Abbéde La Caille,de l’Académie des sciences; précédé d’undiscours sur lavie de l’auteur, suivi de re-marques et de réflexions sur les coutumesdes Hottentos et des habitans du Cap.Paris, Nyon Ainé, 1776. 380 p.mapa.

La Caille famoso astrônomofrancês, discípulo de Cassini, tocouno Rio. Dá uma interessante descri-ção da cidade, dos usos e costumesdos habitantes etc. entre as p. 122-132.Existe tradução alemã (1778). A 1ªedição francesa é de 1763. [4272]

Lacmann, Wilhelm. Ritte und Rasttagein Sudbrasilien: Reisebilder und Studieaus dem Leben der deutschen Siedelun-gen; mit 12 Abbildungen. Berlin, Ver-lag Dietrich Remer, 1906. 243 p.ilus.

O autor percorreu o sul do Brasil,visitando e estudando a vida das co-lônias alemãs. É obra interessantepara esse estudo. [4273]

La Condamine, Charles Marie de. Jour-nal du voyage fait par ordre du Roi, a l’É-quateur, servant d’introduction historique àlamesure des trois premiers degrés duméri-dien, par M. de La Condamine. Paris,Imprimerie Royale, 1751, XXXV,280 p. ilus.

Relation abrégéed’un voyage faitdans l’interieur de l’Amérique Meri-dional e depuis la côte de la Mer doSud, jusqu’aus côtes du Brésil & dela Guyane, en descendant la rivièredes Amazones; lue à l’assemblée pu-blique de l’Académie des sciences le28 avrl 1745, par M. de La Condami-

925

Page 260: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ne, de la même Académie; avec unecarte du Maragnon ou de la rivièredes Amazones, levée par le même.Paris, Veuve Pissot, 1745. 16 p.mapa, 20 x 12,5 cm.

Lettre à Madame... sur l’emeutepopulaire excitée en la ville de Cuncaau Pérou, le 29 août 1739, contre lesacademiciens. 1746. 48 p. grav. daémeute em duplic.

Pièces justificatives pour servir depreuve à la plupart des fats allé-guées... 1745, p. 51-103.

La Condamine foi encarregado,com outros membros da Academiade Ciências de Paris, de medir umgrau do meridiano terrestre, noEquador. Esteve no Peru até 1743,quando resolveu voltar à França des-cendo o Amazonas. O resultadodesses trabalhos e da viagem de vol-ta foi publicado nas obras citadas. ARelation abrégée contém um mapa doAmazonas, onde La Condaminecorrige o mapa de Samuel Fritz.Esse mapa foi durante muito tem-po o que existiu de melhor do cur-so do grande rio. As obras de LaCondamine são clássicas sobre o as-sunto. [4274]

La Flotte, de. Essais historiques sur l’Indeprécédés d’un journal de voyage, et d’unedescrition geographique de la Côte de Coro-mandel, par M. de La Flotte. Paris, chezHerissant le fils. MDCCLXIX(1769). 36 p.

O autor saiu da França em 1757com a esquadra do conde d’Aché acaminho da Índia. Tocou no Rioque descreve assim como os usos ecostumes dos habitantes. [4275]

Lago, Antônio Bernardino Pereira do.Roteiro da costa da província do Mara-nhão, desde Jericoacoara até a ilha de StºJoão e da entrada, e saída pela baía deStº Marcos; que deve acompanhar a cartareduzida da costa da sobredita província,etc. Liverpool, Impresso por G.F.Harris’s Widow & brothers, 1821.

Em portugês e inglês. [4276]Lambert, C. e Lambert, S. The voyage of

the "Wanderer", from the journal and let-ters of C. and S. Lambert; illustrated byR. T. Pritchett and others. London, edi-ted by Gerald Youg, 1883. 335 p.ilus, mapa.

Tocaram na Bahia e Rio que des-crevem rapidamente nas p. 45-64.

[4277]Lancaster, Jannes. The voyages of Sir James

Lancaster, to Brasil and the East Indites1591-1603. New edition, with intro-duction and notes, by Sir WilliamFoster. London, printed for the Hak-lyt society, 1941.

Esta nova edição contém as nar-rativas das três viagens do famosomarinheiro inglês, que atacou o Re-cife em 1595. Contém também otexto de três folhetos contemporâ-neos que tratam de Lancaster, umdeles referente ao seu raid em Per-nambuco. É uma excelente ediçãocrítica. [4278]

Langsdorff, Georg Heinrich, barão de.Voyages and travels in various parts of theworld, during the years 1803-1807, by ba-ron Heinrich von Langsdorff, aulic counsel-lor to His Majesty the Emperour of Rus-sia, consul general at the Brazils, knight ofthe Order of St. Anne, and member of va-rious academies and learnet societies; ilus-trated by engravings from original drawings.

926

Page 261: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

London, Henry Colburn, 1813. 362p. retr. do autor, ilus.

O autor fez parte, como natura-lista, da expedição Krusentern quetocou em Santa Catarina, onde fezexcursões que descreve, no capítuloII. (Sobre Laangsdorff vide tambémFlorence). A edição original é emalemão (1812). [4279]

Langstedt, F.L. Reisen nach Südamerika,Asien, und Afrika, nebst geographis-chen, historischen und das Kom-merzium betreffenden Anmerkun-gen, Mit Kupfer, Hisdesheim, imVerlage bei Joh. Christ. Lud.Tuchtfeld und Compagnie, 1789.476 p. ilus.

O autor era capelão do transpor-te de guerra inglês "Benjamin andAnn" que fazia parte de uma esqua-dra destinada à Índia e tocou no Rioem 1782. Descreve a cidade e dá in-teressantes detalhes sobre usos ecostumes, comércio, religião, etc. en-tre as p. 50-81. [4280]

La Pérouse, Jean François de Galup,conde de. Voyage de La Pérouse au-tour du monde, publié conformémentau décret du 22 avril 1791, et rédigépar M.L.A. Milet-Mureau... Paris,an V (1797) 4 v. 1 atlas.

Como é sabido a expedição de LaPérouse perdeu-se no Pacífico. Partedos papéis enviados por ele, antesdo naufrágio, por terra, da penínsulado Kamtschatka, foram salvos e pu-blicados mais tarde por ordem dogoverno francês, juntamente comdocumentos referentes à viagem. LaPérouse tocou em Santa Catarinaonde passou treze dias, em setembrode 1785. Descreve a ilha, sua fertili-

dade, a hospitalidade de seus 3.000habitantes etc. no capítulo 3º, p. 33-57 do 1º vol. O v. 4, p. 90-96, con-tém observações gerais sobre SantaCatarina feitas por Monneron, capi-tão de engenheiros e companheirode La Pérouse. O atlas contémuma belíssima vista de Santa Cata-rina. [4281]

Laplace, Cyrille Pierre Théodore.Voyage autour du monde par lesmers de l ’Inde et de Chine, executésur la corvette de l’État "La Favori-te", pendant les années 1830, 1831,1832 sous le commandement de M.Laplace, Paris. A Bertrand, 1833-1839. 5 v. e 2 atlas in-fol.

Conteúdo: Partie historique, 4 v.e 1 atlas in-fol, com 72 p. Zoologie,par F. Edoux, 1 v. com 70 planchas;Hydrographie, 1 atlas in-fol, com 11planchas e mapas.

O capítulo 22 do v. 4 trata do Riode Janeiro, que descreve. Contémduas vistas da cidade. [4282]

Latteux, Paul. A travers le Brésil, au pays del’or et des diamants, par le Dr. Latteux,chef du laboratoire de clinique gy-nécologique de la Faculté de Parisà l’Hospital Broca: Mission duMinistère de l’instruction publique,Paris, Aillaud, Alves, 1910. 430 p.ilus.

O autor percorreu o Rio, SãoPaulo, Paraná e Minas Gerais. Alémda descrição da viagem traz capítulosespeciais sobre história, agricultura,clima, geografia, geologia, etc.. Obraprofusamente ilustrada com boas fo-tografias. [4283]

Laval, François Pyrard de.vide

927

Page 262: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Pyrard de Laval, François.

Lavollé, Charles Hubert. Voyage en Chine,Ténériffe, Rio de Janeiro le Cap, ile Bour-boun, Malacca, Singapore, Manille, Ma-cao, Canton, Ports Chinois, Cochinchine,Java. Paris, Imprimerie de Pommeretet Moreau, 1853. 466 p.

O autor esteve no Rio e percorreuos seus arredores em 1843 e os des-creve entre as p. 18-43. [4284]

Leal, Oscar. Viagem a um pais de selvagens.Lisboa, 1895, Ilus.

Viagem ao centro do Brasil; com um prefá-cio de Z. Carqueja, Ilus.

Viagem às terras goianas (Brasil Central) porOscar Leal, Lisboa, 1892. 255 p. ilus,mapa.

Oscar Leal fez diversas viagenspelos sertões brasileiros. Suas des-crições, sem grande valor científi-co, foram publicadas em diversasobras. [4285]

Le Blanc, Vincent. Les voyages fameux dusieur Vincent Le Blanc, marseilloix,qu’il a faits depuis l’age de douzeans iusques à soixante, aux quatreparties du monde asçavoir; au In-des Orientales & Ocidentales, enPerse & Pegu, aux Roryaumes deFez, de Maroc & de Guinée, &dans toute l’Afrique interiure, de-puis le cap de Bonne Esperanceiusque en Alexandrie, par les terresde Monomotapa, du Preste Iean &aux principales provinces de l’Eu-rope, & redigez fidellement sur sesmemoires, par Pierre Bergeron, pa-risien et nouellement revue corrigé& augmenté par le Sr. Coulon.Troyes, Nicolas Oudot, 1658. 202p. 147 p. 109 p.

Esse famoso viajante francês es-teve no Brasil, que descreve no capí-tulo XVI, dando informações sobrea fauna, flora e os índios e fazendoum pequeno resumo de história. A1ª edição francesa é de 1649. Existeedição inglesa de 1660. [4286]

Leclerc, Max. Lettres du Brésil. Paris, Li-brairie Plon, 1890. 268 p.

O autor foi enviado ao Brasilpelo "Journal des débats" logo de-pois da proclamação da República.Os títulos dos capítulos são: A revo-lução -- O início da República -- Avida no Rio ---- Uma excursão ao in-terior -- São Paulo e os paulistas --questões econômicas. O livro de Le-clerc é um documento de primeiraordem sobre o Brasil dessa época.Existe tradução brasileira publicadana Col. Brasiliana. [4287]

Lemay, Gaston. A bord de la "Junon", Gi-braltar, Madére, Les iles du Cap Vert,Rio de Janeiro, Montevideo, BuenosAyres, Le Détroit de Magellan, LesCanaux Latéraux des Cotes de Pata-gonie. Valparaiso et Santiago, Le Cal-lao et Lima, L’isthme de Panama,New-York; ouvrage illustré de centcinquante dessins inédits par M. H.Scott, G. de Saint-Clair, A Brun, C.Bigot, Paris, G. Charpentier, 1881.406 p. ilus.

Em 1878 a "Société des voyagesd’étude" organizou a viagem des-crita nesta obra. Tocaram no Rio,que é descrito pelo autor entre asp. 92-148. [4288]

Léry, Jean de. Viagem à terra do Brasil;tradução integral e notas de SérgioMilliet, segundo a edição de PaulGaffarel: com o Colóquio na língua

928

Page 263: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

brasílica e notas tupinológicas de Plí-nio Airosa, São Paulo, Martins [1941]279 p. ilus, mapa. (Biblioteca históri-ca brasileira, v. 7)

Jean de Léry veio ao Brasil em1556 com outros colonos protestan-tes para reforçar a colônia francesafundada por Villegaignon na baía doRio de Janeiro. Voltou à França em1558 onde escreveu a sua obra quetem um valor excepcional, pois nãosomente trata dos acontecimentoshistóricos da colônia de Villegaig-non, como de tudo que se refere aopaís e aos seus habitantes. É um dosprincipais documentos sobre o Bra-sil do século XVI. Teve diversas edi-ções contemporâneas, tradução parao latim, alemão e holandês. Esta edi-ção é baseada na de Gaffarel (1880),acrescida de novas notas e de umainterpretação do diálogo tupi porPlínio Airosa. Contém todas as ilus-trações das edições contemporânease outras publicadas em outras e queelucidam o texto. [4289]

Lesson, René Primevère. Voyage autour dumonde, entrepris par ordre du Gouverne-ment, sur la corvette "La Coquille", Paris,1839. 2 v. ilus.

O autor esteve em Santa Catarinaem outubro de 1822. Contém entreas p. 21-39, dados interessantes so-bre esse lugar. Lesson era naturalistae fez parte da expedição comandadapor Duperrey. A obra contém belís-simas gravuras coloridas, de animaise vistas, mas nenhuma referente aoBrasil. [4290]

Liais, Emmanuel. Hydrographie du Haut SanFrancisco et du Rio das Velhas; ou, Résul-tat au point de vue hydrographie d’un

voyage effectué dans la prov. de Mi-nas Geraes; ouvrage publié par ordredu gouvernement impérial du Brésilet accompagné de cartes levées par l’-auteur avec la collaboration de M. M.Eduardo José de Morais et Ladislaude Sousa Melo Neto. Paris, Garnierfrères, 1865. 26 p. 20 mapas, in-fol.

O autor, cientista francês, che-gou ao Brasil em 1856 e fez diver-sas explorações científicas. Em1871 foi nomeado diretor do obser-vatório astronômico do Rio de Ja-neiro. [4291]

Lindley, Thomas. Narrative of a voyageto Brazil; terminating in the seizu-re of a British vessel, and the im-prisonement of the author andthe ship’s cren by the Portuguese,with general sketches of the coun-try, its natural productions, colo-nial inhabitants... and a descrip-tion of the city and provinces ofSt. Salvadore and Porto Seguro...by Thomas Lindley. London, J.Johnson, 1805. 298 p.

Lindley era comerciante na cida-de do Cabo. Tendo adquirido umnavio veio negociar no Brasil. Ten-tou embarcar um carregamento depau-brasil, mas o governo portu-guês apreendeu o seu navio e con-servou-o ora preso, ora sob custó-dia, durante um ano. Essa vigilân-cia não o impedia de sair durante odia e ele pôde dessa maneira obser-var a vida e os costumes da cidade.É obra valiosíssima sobre a Bahiacolonial. Teve 2ª edição inglesa efoi traduzida para o francês e ale-mão. [4292]

929

Page 264: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Lisle, James George Semple. The life ofmajor J. G. Semple Lisle; containing afaithful narrative of his alternate vi-cissitude of splendor and misfortune;writeen by himself; the whole inters-persed with interesting anecdoctes,and authentic accounts of importantpublic transactions... London, W.Steward, 1799. 382 p. retrato do autor.

O autor depois de uma vidaaventureira falsificou uma firma emLondres e foi deportado para aNova Gales do Sul. Na altura do RioGrande do Sul os convicts revoltaram-se, apossaram-se do navio e SempleLisle conseguiu alcançar a costa. DoRio Grande, passando por Santa Ca-tarina e Rio de Janeiro, foi ter à Ba-hia de onde embarcou para a Euro-pa. A narrativa de suas aventuras noBrasil, embora não mereça muita fé,é interessante, sobretudo quando serefere a usos e costumes dos brasi-leiros. [4293]

Lomonaco, Alfonso. Al Brasile, pel dottorAlfonso Lomonaco. Milano, LeonardoVallardi, 1889. 447 p. ilus. mapas.

Contém os seguintes capítulos:Rio e arredores -- São Paulo -- Asprincipais cidades da Província -- Ex-cursão a leste da Província -- Santos-- A província de São Paulo -- MinasGerais -- Usos e costumes do Brasil-- Esquema da atual sociedade brasi-leira -- As moléstias do Brasil -- Aemigração italiana no Brasil. Emboraescrito com certa animosidade con-tra os brasileiros, contém observaçõ-es excelentes e críticas justas. É inte-ressante para o estudo da colonizaçãoitaliana em São Paulo. [4294]

Luccock, John. Notes on Rio de Janeiro andthe southern parts of Brazil; taken duringa residence of ten years in that coun-try, from 1808 to 1818, by John Luc-cock. London, Samuel Leigh, 1820.639 p. ilus.

John Luccock, comerciante in-glês, veio ao Brasil em 1808 e per-correu as províncias platinas e o RioGrande do Sul. Em 1813, visitou ascidades da província do Rio de Ja-neiro e em 1817, Minas Gerais. Noano seguinte regressou à Inglaterra.Sobre esta obra excelente disse Var-nhagen: "aí se encontra a mais fielpintura do verdadeiro estado mate-rial, moral e intelectual em que esta-va a capital do Brasil à chegada dafamilia real, e do progresso que feznesses poucos anos. Alguns dos ca-pítulos descrevendo o trato modestodos novos hóspedes nos primeirosmeses, tem o atrativo de uma verda-deira novela. As descrições dos arre-dores da capital e dos progressos rá-pidos que faziam na civilização sãorepletos de interesse, bem como ascenas das viagens ao Rio Grande doSul e a jornada a Minas". Existe trad.brasileira publicada pela LivrariaMartins na Biblioteca Histórica Brasilei-ra. [4295]

Magalhães, José Vieira Couto de. Via-gem ao Araguaya..., publicação dirigidapor José Couto de Magalhães e Dr.Couto de Magalhães Sobrinho. Edi-ção definitiva. São Paulo, Espíndola,Siqueira e Co., 1902.

O general Couto de Magalhães,quando presidente da província deGoiás, conseguiu estabelecer comu-nicações regulares entre essa provín-cia e o Pará, pelo Araguaia. A sua re-

930

Page 265: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

lação não é somente uma descriçãoda viagem, mas um estudo sobre ocomércio da província e de toda aregião. É uma obra clássica e degrande valor. Traz em apêndicevocabulários das línguas faladaspelos Xavante, Xerente, Carajá eCaiapó. [4296]

Maia, Ed Santos. Impressões de viagem, deBelmonte a Vila Jequitinhonha. Bahia,Liv. Econômica, 1917. 158 p.

Contém descrições de paisagens,usos e costumes. [4297]

Mansfeldt, Julius. Meine Reise nach Brasi-lien im Jahre 1826. Herausgegeben vonJulius Mansfeldt. Magdeburg, E.Bänsch, 1828. 2 v.

O autor, oficial do exército deBrunswick, veio ao Brasil como co-mandante de um destacamento demercenários alemães para o exércitobrasileiro. Demorou-se muito poucono Brasil e voltou à Europa desiludi-do. Critica, severamente, a situaçãodos estrangeiros alistados no exérci-to de Pedro I. [4298]

Marc, Alfred. Le Brésil: excursion à traversses 20 provinces, par Alfred Marc. Paris,M. J. G. Argolo-Ferrão, 1890. 2 v.

O autor faz um estudo econômi-co-geográfico de cada uma das pro-víncias que visitou, baseado em esta-tísticas e dados oficiais. Era redatordo jornal Le Brésil que se publicavaem Paris, subvencionado pelo gover-no brasileiro. [4299]

Marcoy, P. Travels in South American fromthe Pacific to the Atlantic ocean... Lon-don, 1873. 2 v.

A parte brasileira da viagen foifeita entre Tabatinga e Belém, no

Pará, descendo o rio Amazonas. Aedição original é em francês. [4300]

Marjoribanks, Alexander. Travels in Southand North America... London, Simp-kin, Marshall and co., 1853. 480 p.

O autor esteve na Bahia, que des-creve. Estuda o tráfico negreiro (p.24-94). [4301]

Martin, Percy F. Through five republics (ofSouth America) a critical description ofArgentine, Brazil, Chile, Uruguay andVenezuela in 1905, by Percy F. Mar-tin... London, William Heinermann,1905. 486 p. fotogr. mapas color.

O autor, jornalista inglês, percor-reu o Brasil de norte a sul. Faz umestudo interessante, além de descriçõesgerais. Preocupa-se mais com o aspec-to econômico e político. [4302]

Maruiá, Barão de.vide

Matos, João Wilkens de, Barão de Ma-ruiá.

Mathews, Edward D. Up the Amazon andMadeira rivers through Bolivia and Peru,by Edward D. Mathews. Londres,Sampson Low, 1879. 402 p. mapa.

O autor era engenheiro da estradade ferro Madeira-Mamoré, no primei-ro período, quando os ingleses ten-taram construí-la, abandonando de-pois a empresa. Tendo de regressar àInglaterra, Mathews resolveu voltarpela Costa do Pacífico, subindo oMadeira, o Mamoré e internando-sena Bolívia até Arica. Descreve essaviagem desde Pará. [4303]

Mathison, Gilbert Farquhar. Narrative ofa visit to Brazil, Chile, Peru, and theSandwich islands, during the years 1821and 1822; with miscellaneous remarkson the past and present state, and

931

Page 266: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

political prospects of those countries,by Gilbert Farquhar Mathison. Lon-dres, Charles Knight, 1825. 478 p.ilus.

O autor esteve no Rio e percor-reu grande parte dos seus arredores(S. Fidélis, colônia suíça de NovaFriburgo, Cantagalo, Santa Cruz, Ita-guaí, etc.). Essa interessante via-gem ocupa as p. 6-124. Nas p. 125-170 dá um resumo de história doBrasil. [4304]

Matos, João Wilkens de, Barão de Ma-ruiá. Roteiro da primeira viagem do vaporMonarca desde a cidade da Barra do RioNegro, actualmente cidade de Manaus, ca-pital da Província do Amazonas, até a po-voação de Manta, na República do Peru.Pará, 1855. 92 p.

O autor, secretário da província doAmazonas e deputado, faz uma resu-mida relação dessa viagem. [4305]

Matos, Raimundo José da Cunha. Itinerá-rio do Rio de Janeiro ao Pará e Maranhão,pelas províncias de Minas Gerais e Goiásseguido de uma descrição corográfica deGoiás, e dos roteiros desta província as deMato Grosso e São Paulo..., pelo brigadeiroRaimundo José da Cunha Matos e outros.Rio de Janeiro, J. Villeneuve e c.,1836. 2 v.

Nessa obra Cunha Matos publi-cou também diversos roteiros con-temporâneos. Em seu tempo foiobra muito apreciada e citada e é, atéhoje, obra de valor. [4306]

Maull, O. Vom Itatiaya zum Paraguay: Er-gebnisse und Erlebnisse einer Forschungs-reise durch Mittelbrasilien. Leipzig, 1930.366 p. fotos, mapas.

O autor, professor de geografiada Universidade de Graz, percorreu o

centro sul do Brasil. É obra de valorpara a Geografia brasileira. [4307]

Maw, Henry Lister. Journal of passage fromthe Pacific to the Atlantic, crossing the An-des in the Northern Province of Perú, anddescending the river Marañon or Amazon.London, John Murray, 1829. 486 p.mapa.

O autor, oficial da Marinha britâ-tica, desceu todo o curso do Amazo-nas. É obra de valor embora, às vezes,muito sucinta. Existe tradução portu-guesa, publicada em 1831. [4308]

Mawe, John. Travels in the interior of Brasil,particulary in the Gold and Diamond dis-tricts of that country, by authority of thePrince regent of Portugal, incluidinga voyage to the Rio de la Plata and anhistorical sketch of the revolution ofBuenos-Ayres; ill. plates by JohnMawe, author of the Mineralogy ofDesbishire. London, Longman, 1912.366 p. ilus. mapas.

Mawe era mineralogista e veio aoBrasil em 1807, depois de ter estadoem Montevidéu e Buenos Aires.Tocou em Santa Catarina e São Pau-lo. No Rio de Janeiro foi adminis-trador da Fazenda de Santa Cruz.Graças à proteção de Linharesconseguiu permissão para viajarpelas Minas Gerais. Foi o primeiroestrangeiro que conseguiu essa li-cença. O aparecimento do seu li-vro, na Europa, foi um aconteci-mento. Teve tradução para o fran-cês, alemão, italiano e holandês. A2ª edição é de 1823. É obra clássicahoje em dia. [4309]

Maximiliano, Imperador do México. Re-collections of in life, by Maximilian I,

932

Page 267: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

emperor of Mexico. London. Ri-chard Bentley, 1868. 3 v.

Maximiliano, imperador do Méxi-co, esteve na Bahia em 1860. Estaobra contém, em forma de diário ecom os títulos de Bahia e Mato virgem,dois capítulos onde ele descreve assuas impressões da cidade, as caça-das e excursões que fez ao interior.A edição original é em alemão, exis-tindo tradução francesa. [4310]

Maximilian, Príncipe de Wied-Neuwied.Viagem ao Brasil; tradução de Ed. Sus-sekind de Mendonça e Flávio Popede Figueiredo; refundida e anotadapor Olivério Pinto. São Paulo, 1940.511 p. ilus. mapas. (Brasiliana, grandeformato, v. 1).

O príncipe Maximiliano de Wied-Neuwied acompanhado dos natura-listas alemães, George Freyreiss eFriedrich Sellow, percorreu o Brasildurante os anos de 1815, 1816 e1817. Do Rio de Janeiro foi a CaboFrio, de onde, acompanhando o lito-ral do Espírito Santo e Bahia foi tera Ilhéus. Daí subiu o Jequitinhonhaaté as fronteiras de Minas Gerais, deonde foi a São Salvador, na Bahia.Maximiliano formou uma considerá-vel coleção zoológica que hoje se en-contra no American Museum of Na-tural History de New York, porcompra feita em 1870. Sobre os re-sultados científicos de sua expediçãopublicou em 4 volumes as Beiträgezur Naturgesdchichte von Brasilien (Wei-mar, 1825-1833) onde trata, sob oponto de vista estritamente técnico,dos animais que observou durante aviagem. A sua relação publicada pela1ª vez em 1820-1821 é acompanhada

de um magnífico álbum com 22 es-tampas. A obra foi traduzida para ofrancês, inglês (somente a 1ª parte) eitaliano. A edição brasileira citada éhoje a melhor para estudo, graças àsanotações de Oliverio Pinto, diretordo Departamento de Zoologia doEstado de São Paulo. Quanto à par-te etnográfica da obra, vide a respec-tiva seção. A viagem de Maximilianoé obra clássica. [4311]

Meyen, F. J. F. Reise um die Erde ausge-führt auf dem königlichen preussis-chen Seehandlungs-Chiffe Prinzes-sin Louise, commandirt von Capi-tain V. Wendt, in den Jahren 1830,1831 und 1832. Berlin, Sander-’s-chen Buch-handlung, 1834-1835. 2v. ilus. mapas.

O autor esteve no Rio em no-vembro de 1830. Descreve a cidadee os seus arredores, onde fez excur-sões botânicas (v. 1, p. 69-117).[4312]

Michel, Ernest. A travers l’hémisphére sud;ou, Mon second voyage autour du monde:Portugal, Sénégal, Brésil, Uruguay, Répu-blique Argentine, Chili, Pérou. Paris,Victor Palmé, 1887. 388 p. retr. doautor, ilus.

Decreve rapidamente Recife eOlinda. [4313]

Michelena y Rojas, Francisco. Explora-ción oficial por la primeira vez desde elnorte de la America del Sur siemprepor rios, entrando por las bocas delÓrinoco, de los valles de este mis-mo y del Meta, Casiquiare, Rio-Ne-gro ó Guaynia y Amazonas, hastaNauta en el alto Marañon ó delAmazonas, arriba de las bocas delUcayali bajada del Amazonas hastael Atlântico; comprendiendo en ese

933

Page 268: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

immenso espacio los Estados de Ve-nezuela, Guyana Inglesa, Nueva-Gra-nada, Brasil, Ecuador, Perú y Bolivia.Viaje a Rio de Janeiro desde Belen enel Gran Pará, por el Atlântico, tocan-do en las capitales de las principalesprovincias del imperio en los anõs de1855 hasta 1859, por F. Michelena yRójas; publicado bajo los auspiciosde gobierno de los Estados Unidosde Venezuela. Bruselas, A. Lacroix,Verboeckhoven y cª, 1867. 684 p.ilus. mapa.

A parte do território brasileiropercorrido pelo autor compreende orio Negro, rio Branco e Amazonasaté Pará. Do Pará, o autor foi ao Riode Janeiro, tocando no Maranhão,Pernambuco e Bahia. Estuda e des-creve essas regiões; comenta os tra-tados de limites com a Venezuela e aGuiana Inglesa e a abertura do Ama-zonas ao comércio internacional; es-tuda o tráfico de escravos na Bahia ePernambuco e reproduz muitos do-cumentos oficiais referentes a questõesde limites. É obra importante, cheia deobservações de valor. [4314]

Miller, Leo Edward. In the wilds of SouthAmerica: six years of exploration in Co-lombia, Venezuela, British Guiana, Peru,Bolivia, Argentina, Paraguay, and Bra-zil... London, T. Fisher Unwin, 1921.428 p. ilus.

O autor, membro do AmericanMuseum of Natural History, esteveno Brasil, tendo subido o Amazo-nas e o Madeira, rumo a MatoGrosso. [4315]

Minturn, Robert B. (Junior). From NewYork to Delhi by way of Rio de Janeiro,Australia and China. London, Long-

man, Brown, Green, Longmans andRoberts, 1858 466 p. mapa.

Descreve rapidamente o Rio(p. 1-7). [4316]

Moeschlin, F. Ich suche Land in Südbrasi-lien: Erlebnisse u. Ergebnisse einer Stu-dienreise. Zürich, 1937. 167 p. fotos.

O autor veio ao Brasil estudar alocalização de colonos suíços em vir-tude da falta de trabalho na Europaem 1935. Percorreu os estados deSão Paulo, Paraná e Santa Catarinaestudando e descrevendo as regiõespercorridas e focalizando o proble-ma da imigração suíça. Contém ex-celentes fotografias. [4317]

Monnier, Marcel. Des Andes au Pará,Équateur, Perou, Amazone. Paris, 1890.443 p. ilus mapas.

No Brasil desceu o Amazonas, deTabatinga a Belém, no Pará (p. 319-401). [4318]

Montet, Edouard. Brésil et Argentine, noteset impressions de voyages par EdouardMontet, professeur à l’Université de Genè-ve. Genève. Ch. Eggimann, s.d. 280p. ilus.

O autor em viagem de recreio es-teve no Rio e em São Paulo. Na vol-ta tocou novamente no Rio, porocasião da revolta da armada em1893. Decsreve o Rio e São Paulo,trata da colonização, da vida moral eintelectual dos brasileiros. [4319]

Moraes, Eduardo José de. Navegação inte-rior do Brasil: notícia dos projetos apresen-tados para a junção de diversas bacias hi-drográficas do Brasil, ou rápido esboço dafutura rede geral de suas vias navegáveis.Rio de Janeiro, Tip. Universal deLaemmert, 1869.

934

Page 269: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Existe 2ª edição consideravel-mente aumentada (Rio de Janeiro,Tiyp. Montenegro, 1894) com umacarta dos rios do Brasil. [4320]

Morais, Joaquim de Almeida Leite.Apontamentos de viagem, de S. Paul à ca-pital de Goiás... pelo Dr. J. A. Leite deMorais. S. L., s. d. 273 p.

A fim de tomar posse do cargode presidente da província de Goiás,o autor empreendeu essa viagem.Quando voltou desceu por via flu-vial ao Pará. A descrição das regiõespercorridas é excelente. [4321]

Moriconi, Ubaldo A. Nel paese dei macacchi.Torino, Roux Frassati e co., 1897.517 p.

Moriconi, jornalista italiano, este-ve no Brasil em 1887. Na primeiraparte de sua obra descreve o Rio,Minas e São Paulo; na segunda, inti-tulada L’esodo dell’emigrante al Brasile,estuda as causas da emigração italia-na para o Brasil e na terceira, a situa-ção dos italianos no nosso país. Éum panfleto, às vezes grosseiro, con-tra o Brasil e os brasileiros, a quemele não perdoava a alcunha que sedava aos italianos de "carcamanos".Entretanto contém observações in-teressantes sobretudo sobre o pro-blema da imigração italiana nessaépoca. [4322]

Morier, Jacques. Second voyage Perse, en Ar-ménie et dans l’Asie mineure, fait de 1810-1816, avec le journal d’un voyage auGolfe Persique par le Brèsil et Bom-bay, suivi du récit des opérations deS. E. Sir Gore Ouseley, ambassadeurde S. M. Britannique, par JasquesMorier. Ouvrage enrichi de gravures,

traduit de l’anglais par M... Paris, Gi-defils, 1818. 2 v. ilus.

Tocou no Rio de Janeiro que de-creve rapidamente. Trata dos escra-vos e narra uma audiência do Prínci-pe Regente. [4323]

Moura, Inácio Batista de. De Belém a SãoJoão do Araguaia... Rio de Janeiro, H.Garnier, 1910. 310 p. ilus.

O autor era deputado estadual doPará. [4324]

Moutinho, Joaquim Ferreira. Notícia sobrea província de Mato Grosso seguida d’umroteiro da viagem da sua Capital a S. Pau-lo, por Joaquim Ferreira Moutinho. S.Paulo, Henrique Schroeder, 1869.342 p. 83 p. ilus.

É obra clássica sobre Mato Gros-so e as suas comunicações com SãoPaulo. [4325]

Mulhall, Marion G. Between the Amazonand Andes; or, Ten years of a lady’s travelsin the pampas, Gran Chaco, Paraguay andMato Grosso, by Mrs. Marion G. Mu-lhall. London, Edwards Standford,1881. 340 p. 2 mapas, grav.

Mrs. Muhall esteve no Rio Gran-de e no sul de Mato Grosso que des-creve superficialmente. [4326]

Mulhall, Michael G. Rio Grande do Suland its German colonies, by Michael G.Mulhall. London, Longmans, Greenand co. 1873. ilus.

O autor percorreu e estudou ascolônias alemãs. É a melhor obraem inglês, sobre o assunto, dessaépoca. [4327]

Muller, Wilhelm. Das schöne Südamerika...Berlin, Globus [c1928] 175 . p. ilus.

Impressões sobre o Rio e SãoPaulo. [4328]

935

Page 270: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Myers, H. M., e Myers, P. V. N. Life andnature under the tropics or sketches of tra-vels among the Andes, and on the Orinoco,rio Negro, Amazonas, and in CentralAmerica, by H. M. and P. V. Myers.Revides edition, New York, D. Ap-pleton, 1871. 358 p. ilus. mapa.

H. M. Myers foi um dos mem-bros da expedição do SmithsonianInstitute (em 1867) da qual fazia par-te Orton. A expedição dividiu-se emdois grupos: o primeiro penetrou oAmazonas, vindo de Caracas peloOrinoco e rio Negro; o segundo,através dos Andes por Quito e rioNapo, veio sair no Amazonas. Estaobra descreve a viagem feita peloprimeiro grupo da expedição e trataprincipalmente do Orinoco e rioNegro. Entretanto, dois capítulossão dedicados ao Amazonas. É obraclássica. [4329]

N. X. L’Empire du Brèsil: souvenirs de voyage,par N.X. recueillis et publiés parJ.J.E. Rev.Tours, 1858. 187 p.

Interessantíssima relação de via-gem ao Rio e Minas Gerais. Descre-ve a vida social, o comércio, os es-cravos, as cidades, as escolas e a reli-gião. Cheia de detalhes e de informa-ções, contém ainda um resumo dahistória do Brasil e algumas notíciassobre índios compiladas de autoresconhecidos. [4330]

Naber, S. P. L’Honoré ed. Reisebeschrei-bungen von deutschen Beamten undKriegsleuten in dienst der Niederländis-chen West-und Lest-Indischen Kompag-nien 1602-1797: herausgegeben von S. P.l’Honoré Naber. Haag. Martinus Nij-hoff, 1930. 3. v.

v. 1: Johann Gregor Aldenburgk,.Reise nach Brasilien,1623-1626. 97 p.

v. 2: Ambrosius Richshoffer. Rei-se nach Brasilien, 1629-1632. 140 p.

v. 3: Michael Hemmersam. Reisenach Guinea und Brasilien, 1639-1645. 88 p.

É a reedição de três célebres via-gens (cujas ed. originais são raríssi-mas) de funcionários da Companhiadas Índias ao Brasil. São de capitalimportância para a história do Brasilholandês. De Rishshoffer existe tra-dução brasileira, por Alfredo de Car-valho Diário de um soldado da Compa-nhia das Índias Ocidentais. Recife, 1897.[4331]

Naeher, Julius. Land und Leute in derbrasilianischen Provinz Bahia: Nebstgenauer Ungabe der Reisegelegenheitennach Brasilien und Beschreibung derSeefahrt von Hamburg nach Brasi-lien... Leipzig, Gustavo Weigel pref.1881. 280 p. ilus.

O autor visitou o Estado da Bahiaque descreve e estuda, tendo percorri-do também o seu interior. [4332]

Nantes, Martin de. Histoire de la missiondu P. Martin de Nantes, capucin de laprovince de Bretagne, chez les Cariris, tri-bu sauvage du Brèsil, 1671-1688; reim-pression executée par les soins du R. P.Apollinaire de Valence, religieux dumeme ordre. Rome, Archives généra-les de l’Ordre des capucins, 1888.183p.

O padre Martin de Nantes veioao Brasil em 1671, servindo comomissionário entre os Cariri de Per-nambuco. A 1ª edição é de 1707 eraríssima. [4333]

Neiva, Artur, e Pena, Belisário. Viagemcientífica pelo norte da Bahia, sudoeste de

936

Page 271: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Pernambuco, sul do Piauí e de norte a sulde Goiás, pelos Drs. Artur Neiva eBelisário Pena: estudos feitos à requi-sição da Inspetoria de obras contra aseca... Rio de Janeiro, Instituto Os-valdo Cruz, 1916. 224-56 p. ilus.mapa, 25x18cm. (Memórias do Insti-tuto Osvaldo Cruz, v. 8)

É obra clássica sobre o Nordestebrasileiro. [4334]

Nieuhof, Johan. Gedenkweerdige Brasiliaen-se Zee -- en Lant-Raiza. Amsterdam, Ja-cob van Meurs, 1682. 548 p. il.

Vide: Sociologia. [4335]Orbigny, Alcide d’. Voyage dans l’Ameri-

que Meridional, pendant les années 1826 a1833... Paris, 1834-1847. 7 v. e 2atlas.

A expedição de d’Orbigny, umadas mais notáveis realizadas no sécu-lo XIX à América do Sul, sobretudosob o ponto de vista da História Na-tural e da Geologia, só casualmentetocou em território brasileiro. Notomo I, cap. I, trata do Rio de Janei-ro. Na parte da obra referente à Histó-ria Natural, estuda muitas espécies queinteressam ao Brasil. [4336]

Ordinaire, Olivier. Du Pacifique à l’A-tlantique par les Andes péruviennes etl’Amazone; Une exploration des monta-gens du Yanachaga et du rio Palcazu;Les sauvages du Pérou, par Olivier Ordi-naire; ouvrage accompagné de gravures etd’une carte. Paris, E. Plon Nourrit etcie. 1892. 291 p.

O autor desceu o Amazonas atéo Pará. A sua descrição é agradável,cheia de pormenores pitorescos, massem grande valor científico. [4337]

Orton, James. The Andes and the Amazon;or. Across the continent of South America.

New York, Harper and Brothers,1870. Ilus. mapa.

O autor fez parte da expediçãodo Smithsonian Institution, em1867, e da qual fazia parte Myers.Em 1873 fez uma segunda viagem,do Pará a Lima, com Walter Webb eE.S. Frost. A 3ª edição, de 1876, dátambém o resultado dessa segundaviagem. É obra clássica sobre a re-gião amazônica. [4338]

Osculati, Gaetano. Esplorazione delle regio-ni equatoriale longo il Napo edil fiume delleAmazonni. Frammento di un viaggiofatto nelle due Americhe negli anni1846, 1847, 1848 da Gaetano Oscula-ti... Milano, Benardoni. 1850. 320 p.13 planchas color, mapa

O autor desceu o Amazonas deTabatinga ao Pará, colhendo mate-rial de história natural. A obra é ilus-trada com gravuras coloridas. Teve2ª edição (1854). [4339]

Pagan, Blaise François de. Relation histo-riqve et geographiqve de la grande riviere desAmazones dans l’Ameriqve, par le comtede Pagan. Extraicte de diuers autheurs,& reduitte en meilleure forme. Avecla carte d’icelle rivière, & de ses pro-vinces. Paris, Cardin Besongne, 1656.190 p. mapa.

O conde de Pagan nunca esteveno Brasil, mas coligiu em Lisboa, em1642, os dados para escrever esta re-lação. Não é uma compilação daobra de Acunã como afirmaram al-guns apressadamente. Pagan dedicao seu livro ao Cardeal Mazzarino aquem incita a conquistar o Amazo-nas para a França e advoga a abertu-ra do rio ao comércio. Dá muitas in-formações sobre os índios, história

937

Page 272: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

natural e a descoberta do Amazonas.Pagan inseriu no seu livro um mapado curso do rio, feito segundo infor-mações e que é de grande importân-cia, por ser anterior ao do PadreFritz, e o primeiro impresso queexiste (Acuña). Existe tradução inglesade 1661. Tanto a edição original comoa tradução são muito raras. [4340]

Paranaguá, Joaquim Nogueira. Do Rio deJaneiro ao Piauí, pelo interior do país: im-pressões de viagem. Rio de Janeiro, Im-prensa Nacional, 1905. 213 p. ilus.

Descrições e impressões. [4341]Parente, Filipe Alberto Patroni Martins

Maciel. A viagem de Patroni pelas provín-cias brasileiras do Ceará, Rio de São Fran-cisco, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janei-ro, nos anos de 1829 e 1830. Lisboa,1851. 136 p. 134 p.

Tendo sido nomeado juiz de forade Niterói, Patroni resolveu fazer aviagem do Ceará ao Rio por terra,tendo levado um ano para chegar aoseu destino. É uma narrativa muitointeressante a que ele faz, cheia dedetalhes curiosos sobre os lugarespor onde passou. [4342]

Parny, Évariste Désiré de Forges, vis-conde de Oeuvres de Parny: Elégies etpoésies diverses. Nouvelle édition nevueet annotée, par M.A.J. Pons, avecune préface de M. Sainte-Beuve, Pa-ris, Garnier fréres, s.d. 410 p.

O famoso poeta francês de via-gem à terra natal, a ilha Bourbon, em1773, tocou no Rio de Janeiro. Des-creve e dá impressões da cidade edos brasileiros. [4343]

Pascual, Antonio Deodoro de. Ensaiocrítico sobre a viagem ao Brasil em 1852,de Carlos B. Mansfield, por A. D. Pas-

cual, Rio de janeiro, Laemmert, 1861.2 v.

Pascual nesta obra critica e refutaprolixamente a viagem ao Brasil docientista inglês . [4344]

Patroni, Fillipe Alberto.vide

Parente, Filipe Alberto Patroni MartinsMaciel.

Peck, Anne Merriman. Round about SouthAmerica, New York -- London (1940)359 p. ilus.

Impressões e descrições da Bahia,Rio e São Paulo. [4345]

Pena, Domingos Soares Ferreira. A ilhade Marajó; relatório apresentado aoEx.mo Dr. Francisco Maria Correiade Sá Benevides, presidente da Pro-víncia. Pará, Tipografia do Diário doGrão-Pará. (1875)

Os trabalhos de Ferreira Pena sãode grande valor. [4346]

Perrot, Luís. Roteiro e noticia da expediçãoalemã em 1887 às cabeceiras do Xingu.Cuiabá, 1888. 24 p.

O autor, "alferes" de infantaria,foi incumbido pelo presidente deMato Grosso de acompanhar, com 4soldados, o etnógrafo von den Steinenna sua expedição ao Xingu. Faz umbreve relatório da viagem. [4347]

Phillip, Arthur. Voyage to Botany bay, withan account of the estbalishement ofthe colonies of Port Jackson andNorfolk insland... to which are addedthe journals or Lieruts. Shortland,Watts, 1789. Mapas, planchas.

Tocaram no Rio que descrevemrapidamente. [4348]

Pigafetta, Francisco Antonio. Primo viag-gio intorno al globo terracqueo: ossia, Rag-guaglio della navigazioni alle Indie

938

Page 273: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

orientale per via d’occidente, fatta dalcavaliere Antonio Pigaffeta, patriziovicentino sula squadra del Cap. Ma-gaglianes, negli anni 1519-1522. Orapubblicato per la prima volta, tra-dotta un codice MS della BibliothecaAmbrosiana di Milano e corredatodi note da Carlo Amoretti, dotto-re de Collegio Ambrosiano, conun transunto del Trattato di naviga-zione dello stesso autore. Milano,Giuseppe Galeazzi, 1800. 237 p.grav. color. mapas.

Pigafetta foi companheiro de Ma-galhães na sua viagem à volta aomundo e escreveu um diário que foiaproveitado por Pedro Martyr deAnghiera e Ramúsio. Esta edição foifeita sobre um MS do próprio Pigaf-feta, descoberto por Amoretti na Bi-blioteca Ambrosina e para o qual es-creveu longa e sábia introdução.Existe edição francesa de 1801(ano IX). [4349]

Pinkas, Júlio. O Alto-Madeira e sua ligaçãoao Mamoré: 1ª conferência pelo com-mendador Júlio Pinkas, ex-engenhei-ro e chefe da Comissão de estudosda viação férrea do Madeira e Mamo-ré. (Rev. Soc. Geo. Rio de Janeiro, tomoI, p. 259. 1885).

O Alto Madeira e sua ligação aoMamoré: segunda e terceira confe-rências pelo comendador Júlio Pin-kas, ex-engenheiro e chefe da Co-missão de estudos da viação férreaMadeira e Mamoré. (Rev. Soc. Geo.Rio de Janeiro, tomo I. p. 343, 1885).

Comissão de estudos da estradade ferro Madeira e Mamoré: relató-rio... Rio de Janeiro, Imprensa Na-cional, 1885. Plantas, perfis e mapas.

Estrada de ferro Madeira e Ma-moré: conferência do Sr. comenda-dor Júlio Pinkas. (Rev. Soc. Geo. Rio dejaneiro, tomo II, p. 209. 1886).

Relatório da Comissão nomeadapor aviso nº 141, de 19 de outubrode 1885, sobre os trabalhos da ex-ploração da estrada de ferro Madeirae Mamoré: considerações apresenta-das pelo ex-engenheiro e chefe J.Pinkas. (Encadernado com: Comis-são de estudos da Estrada de ferroMadeira e Mamoré, de Júlio Pinkas.Rio de Janeiro, Imprensa Nacional,1885).

Pinkas fazia parte da missão en-carregada de estudar a possibilidadeda continuação dos trabalhos da Es-trada de ferro Madeira a Mamoré,iniciada e abandonada pelos conces-sionários ingleses e americanos (videCraig). [4350]

Plane, Auguste. A travers l’Amazonie équa-toriale: l’Amazonie, par Auguste Plane,Paris, Plon-Nourrit, 1903. 284 p.grav. mapas.

O autor encarregado pelo gover-no francês de uma missão comercialfez diversas viagens ao Peru e à re-gião amazônica que estuda sob oponto de vista do comércio e da ex-tração da borracha. Em apêndice, dáa lei estadual sobre terra e uma listados artigos consumidos pelos serin-gueiros. [4351]

Pohl, Johann Emmanuel. Reise in In-nern von Brasilien: auf allerhöchstenBefehl seiner Majestät des Kaisersvon Osterreich, franz des Ersten, inden Iahren 1817-1821, unternommenund herausgegeben von Iohann Emma-

939

Page 274: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

nuel Pohl... Leipzig, T.O. Weigel, s.d.2 v.

Pohl fez parte da famosa expedi-ção científica sobre o patrocínio deFrancisco I, da Áustria, e da qual fa-ziam parte Spix e Martius. Viajou in-dependente dos seus companheirostendo percorrido o Estado do Rio,Minas Gerais e Goiás. O atlas con-tém belíssimas vistas executadas porEnder, desenhista da expedição. A via-gem de Pohl é de capital importânciapara o estudo do Brasil. [4352]

Prior, James. Voyage along the Eastern coastof Africa to Mosambique, Johanna,and Quiloa; to St. Helena, Rio de Ja-neiro, Bahia, Pernambuco, in the Ni-sus fragate, London, 1819. 114 p.ilus. mapas.

Descreve o Rio, Bahia e Pernam-buco em 1813. Trata do comércio,do tráfico de escravos, dos usos ecostumes e faz considerações geraissobre o Brasil. [4353]

Pyrard de Laval, François. Voyage deFrançois Pyrard de Laval, contenant sanavigation aux Indes Orientales, Mal-dives, Moloques et au Brésil; et lesdiverses accidents qui luy sont arrivezen ce voyage pendant son séjour dediz ans dans ces pais... Nouvelle édi-tion, revue, corrigée et augmenteé dedivers traitez et relations curieuses...par le Sieur Du Val, geógraphe ordi-naire du Roy. Paris, Louis Billaine,M. DC. LXXIX (1679). 3 v.

Pyrard de Laval esteve na Bahia,em 1610, durante dois meses. Suaobra é o depoimento mais antigoque se conhece sobre a vida de umacidade brasileira e daí a sua impor-tância. Descreve o "elevador" primi-

tivo, entre a cidade alta e baixa, apesca da baleia, o contrabando, ca-restia da vida, a opulência dos se-nhores de engenho e narra suasaventuras. As viagens de Pyrard deLaval tiveram muito sucesso tendosido reeditadas em 1615, 1679, tra-duzidas para o português por Joa-quim Heliodoro da Cunha Rivara epublicadas em Goa em 1858-1862.Foram traduzidas para o inglês em1887 (Hakluyt Soc.) [4354]

Radiguet, Maximilien René. Souvenirs del’Amérique espagnole: Chili, Pérou, Brésil,par Max Radiguet. Paris, Michel Lévyfréres, 1856. 308 p.

O autor esteve no Rio em 1842.Descreve e faz observações sobrea vida da cidade e seus arredores.

[4355]Ramos, Antônio de Paula (Júnior). Em

São Paulo: notas de viagens, por Junius(pseud.) São Paulo, Jorge Seckler,1882. 192 p.

O autor (Antônio de Paula Ra-mos Júnior) descreve a cidade deSão Paulo e compara o seu progres-so em 1882 com o que era uns dezanos antes. [4356]

Rancourt, Etienne de. Fazendas et estan-cias: notes de voyage sur le Brésil et la repu-blique Argentine. Paris, Plon, 1901. 286p. fotos. mapa.

O autor percorreu os Estados doRio, São Paulo e Paraná tendo visita-do muitas fazendas. Dá notas inte-ressantes sobre a situação da agricul-tura e comércio. [4357]

Die Reise S. M. Corvette "Aurora"nach Brasilien und den La Plate-Staaten in den Jahren 1884-1885...

940

Page 275: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Pola, Carl Gerold’s, 1885. 56 p.mapa.

Tocou na Bahia, Santos e Dester-ro (hoje Florianópolis) que descreverapidamente. [4358]

Rodrigues, João Barbosa. Exploraçãodo rio Jamundá: relatório apresenta-do... por João Barbosa Rodrigues.Rio de Janeiro, Tip. Nacional,1875. 99 p. ilus.

Exploração dos rios Urubu e Jata-pu: relatório apresentado... porJoão Barbosa Rodrigues, Rio de Ja-neiro, Tip. Nacional, 1875. 129 p.mapas.

Exploração e estudo do vale do Ama-zonas: rio Capim: relatório por JoãoBarbosa Rodrigues... em comissãocientífica pelo Governo imperial.Rio de Janeiro, Tip. Nacional, 1875,151 p. 20x13cm.

Exploração e estudo do vale do Ama-zonas: rio Trombetas, Rio de Janeiro,Tip. Nacional, 1875, Planta do rioTrombetas.

Rio Jauaperi; Pacificação dos Cricha-nás. Rio de Janeiro, Imprensa Nacio-nal, 1885. Plano do rio Jauaperi.

Encarregado pelo governo de fa-zer uma série de explorações dosrios da Amazônia, Barbosa Rodri-gues apresentou relatórios sobreseus trabalhos que se tornaram clás-sicos sobre o assunto. [4359]

Rogers, Woodes. Voyage autour du mondecommencé en 1708 et fini en 1711, par lecapitaine Woodes Rogers. Traduit del’anglais. Oú l’on a joint quelquespiéces touchant la rivière des Amazo-nes et la Guiana. Amsterdam. VeuvePaul Morret, MDCCXVI (1716). 2 v.

Segue-se: Supplement: ou, Des-cription des côtes, rades... tirés debons manuscripts espagnols, trouvezà bord de quelques vaisseaus prisdans la Mer du Sud. Amsterdam,Veuve Paul Morret, MDCCXVI(1716) 75 p.

Segue-se: Relation de la rivièredes Amazones: traduites par feu Mr.de Gomberville de l’Académie fran-çoise, sur l’original espagnol du P.Christophle d’Acugna, jesuite; avecune dissertation à la tête sur la mêmerivière, sur la copie imprimée à Parisen 1682. 255 p.

Rogers, comandante da frota quefoi atacar as colônias espanholas doPacífico, tocou na ilha Grande, dáuma longa descrição do Brasil, com-pilada de Nieuhof cuja obra ele tinhaa bordo. Dá também uma descriçãodo Amazonas, Rogers, como é sabi-do, encontrou na ilha de Juan Fer-nandes o marinheiro Selkirk, cujasaventuras são relatadas por De Foe,em Robinson Crusoe. A relação de Ro-gers, publicada pela primeira vez em1712, teve inúmeras edições (sendo aúltima de London, Seafarer’s library,1928). A tradução francesa citada épara os brasileiros preferível, poispublica no 2º volume, a Relation de larivière des Amazones, do padre d’Acu-ña, traduzida para o francês porGomberville com o respectivomapa. [4360]

Rothe, Ernest Hermann. Die Kulturwalze:Brasilianische Erlebnisse, von Ernest H.Rothe, Berlin, Scherl (c1928) 198 p.ilus.

941

Page 276: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Impressões gerais sobre o sul doBrasil, especialmente sobre as colô-nias alemãs do sul. [4361]

Rugendas, Johann Moritz. Malerische reisein brasilien. Paris, Engelmann & Cie.1835. 176 p. ilus.

Vide: Sociologia. [4362]Ruschenberber, W.S.W. Three years in the

Pacific, containing notices of Brazil, Chile,Bolivia, Peru... in 1831, 1832, 1833,1834, by an Officier in the UnitedStates Navy... London, Richard Ben-tley, 1835. 2 v.

A parte brasileira ocupa as p. 13-118. Dá uma descrição geral do Bra-sil e trata mais detalhadamente doRio de Janeiro. Descreve a cidade,usos e costumes, instituições públi-cas e escravos. [4363]

Saint-Hilaire, Augustin-François Césarde. ... Segunda viagem ao interior do Brasil(Espírito Santo) tradução de CarlosMadeira, São Paulo, Editora Nacional,1936, 245 p. ilus. (Brasiliana, v. 72)

Segunda viagem do Rio de Janeiro aMinas Gerais e a São Paulo, 1822;tradução de Afonso de E. Tau-nay... São Paulo, Editora Nacional,1932. 242 p. ilus. mapa (Brasiliana,v. 5)

... Viagem à província de Santa Cata-rina, 1820; tradução e prefácio deCarlos da Costa Pereira, São Paulo,Editora Nacional, 1936, 252 p. (Bra-siliana, v. 58)

...Viagem à província de São Paulo eResumo das viagens ao Brasil, provínciaCisplatina e Missões do Paraguai; tradu-ção e prefácio de Rubens Borba deMorais. São Paulo, Martins (1940)375 p. ilus. mapa (Biblioteca Históri-ca Brasileira, v. 2)

...Viagem ao Rio Grande do Sul,1820-1821; tradução de Leonam deAzeredo Pena. Segunda edição. SãoPaulo, Editora Nacional, 1939. 404p. ilus. (Brasiliana, v. 167)

...Viagem às nascentes do rio S.Francisco e pela província de Goiás....tradução e notas de Clado Ribeirode Lessa. São Paulo, Editora Na-cional, 1937. 2 v. (Brasiliana, v. 68e 78).

...Viagem pelas províncias de Rio deJaneiro e Minas Gerais... tradução e no-tas de Clado Ribeiro de Lessa. SãoPaulo, Editora Nacional, 1938. 2 v.(Brasiliana, v. 126-126-A).

...Viagens pelo distrito dos diamantes elitoral do Brasil... tradução de Leonamde Azeredo Pena. São Paulo, EditoraNacional, 1941. 452 p. ilus. (Brasilia-na, v. 210)

Saint-Hilaire veio para o Brasilem 1816 e percorreu as provínciasdo Rio de Janeiro, Espírito Santo,Minas Gerais, Goiás, São Paulo,Santa Catarina, Rio Grande do Sul, aCisplatina e as Missões do Paraguai.Regressou à França em 1822 e con-sagrou o resto de sua vida ao estudodo material botânico recolhido e apublicação de seus livros de viagem.Não são estes somente relações deviagens, mas estudos completos,abrangendo todos os aspectos dasregiões percorridas. Poucas obras nogênero atingem o valor das de Saint-Hilaire. São clássicas e indispensá-veis para o estudo do sul do Brasil,antes da independência. [4364]

Sampaio, Francisco Xavier Ribeiro de.Diário da viagem, que em visita, e correçãodas povoações da capitania de São José do

942

Page 277: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Rio Negro, fez o ouvidor, e Intendente-Ge-ral da mesma Francisco Xavier Ribeiro deSampaio, no ano de 1774 e 1775; e or-nado com algumas notícias geográfi-cas da dita capitania, com outras con-cernentes à história civil, política enatural dela, aos usos, e costumes, ediversidade de nações de índios seushabitadores, e a sua população, agri-cultura, e comércio. Vindica-se oca-sionalmente o direito dos seus verda-deiros limites pela parte do Peru,Nova Granada e Guiana. E trata-se aquestão da existência das Amazonasamericanas, e do famoso lago Doura-do... Lisboa, Tipografia da Academia,1825. 120 p.

Foi reproduzida na Rev. Inst. Hist.Geo. Bras. tomo I, p. 109-122. 1856. Éobra clássica sobre o assunto. [4365]

Selys-Longschamps, Walthère de. Notesd’un voyage au Brésil, par Walthère deSelys-Longschamps. Bruxelles, C.Mucquardt, 1875. 102 p.

Visitou o Rio, a Província do Riode Janeiro e Minas Gerais. [4366]

Shelvocke, George. ...A voyage round theworld; with introduction and notes byW. G. Perrin... London, Cassel andCompany. [1928] 262 p. ilus. mapa.(The Seafarers’ Library).

Shelvocke tocou em Santa Catari-na em 1719. [4367]

Shillibeer, J. A narrative of the Briton’s voya-ge, to Picairn’s island including an in-teresting sketch of the present stateof the Brazils and of Spanish SouthAmerica, by Lieut. J. Shillibeer, R. M.ilustrated with sixteen etchings by theauthor, from drawings on the spot.Second edition. London, Law andWhitaker, 1817. 180 p. ilus.

Tocou no Rio que descreve; tratada escravidão. Contém uma grandevista do Rio e outra da cascatinha daTijuca (p. 8 a 19). [4368]

Silva, José Bonifácio de Andrada, e An-drada, Martim Francisco Ribeiro de.Diário de uma viagem mineralógica pelaprovíncia de São Paulo, no ano de 1805,pelo Conselheiro Martim FranciscoRibeiro de Andrada e José Bonifáciode Andrada e Silva (Rev. Inst. Hist.Geo. Bras. Tomo IX. p. 527-548,1869).

Esta viagem feita por José Boni-fácio e seu irmão, Martim Francisco,tem hoje, é claro, um valor históricosob o ponto de vista mineralógico.Entretanto, é muito importante pe-las indicações que dá sobre os luga-res que percorreu (Santos, São Pau-lo, Santo Amaro, Jaraguá, Juqueri,Parnaíba, Itu, Ipanema, Piracicaba,São Roque, Cutia). Foi reproduzidamuitas vezes, entre elas na "Geolo-gia elementar aplicada, de NereoBoubée" Rio, 1846; Journal des voya-ges (1827); Bulletin des sciences naturel-les (1829); Journal des mines (1820)etc. [4369]

Silveira, Álvaro A. Viagem pelo Brasil:notas e impressões colhidas na via-gem do Sr. Afonso Pena, 12 demaio a 24 de agosto de 1906. BeloHorizonte, Impr. Official, 1906.352 p.

O autor descreve a viagem doPresidente eleito, Afonso Pena,aos Estados do Norte e do Sul doBrasil. [4370]

Silveira, Manuel Azevedo da (Neto). DaGuaira aos saltos do Iguaçu... 30 fotogra-vuras, compreendendo vistas, mapa e

943

Page 278: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

planta das cachoeiras, rio Paraná eoutros pontos da fronteira. Coritiba,Tip. do Diário Oficial, 1914.

Foi reeditado em 1939 na Brasi-liana, v. 145. [4371]

Smith, Herbert Huntington. Brazil, theAmazons and the coast, by Herbert H.Smith; illustrated from sketches by J.Wells Champney and others. NewYork, C. Scribner’s sons, 1879. 644p. ilus. mapa.

Do Rio de Janeiro a Cuiabá: notas deum naturalista, por Herbert H.Smith... São Paulo, Melhoramentos,1922. 371 p.

Herbert H. Smith veio ao Brasilpela primeira vez com C. F. Hartt na"Morgan expedition" em 1870. Vol-tou ao Brasil em 1874 e foi encarre-gado por Hartt, então empregado daBrazilian Geological Commission,de explorar alguns tributários doAmazonas e o Tapajós. Mais tardepassou a residir no Brasil, aqui estu-dando e colecionando. Todos osseus trabalhos são dos melhores queexistem sobre o Brasil. [4372]

Sousa, Francisco Bernardino de. Comissãodo Madeira, Pará e Amazonas pelo encar-regado dos trabalhos etnográficos cônegoFrancisco Bernardino de Sousa. Rio deJaneiro, Tip. Nacional, 1874. 1º v. em3 partes, 145, 177, 145 p.

Lembranças e curiosidades do valedo Amazonas. Pará, 1873. 328 p.

Como membro da comissão en-carregada pelo governo imperial deestudar as províncias do Pará eAmazonas, deixou as duas obras ci-tadas cheias de observações de mui-to valor, porém escritas sem métodoe misturadas com outras, sujeitas a

caução. Foi, e em parte, ainda é,obra muito valiosa. [4373]

Sousa, Pero Lopes de. Diário da navega-ção de Pero Lopes de Sousa 1530-1532,comentada por Eugênio de Cas-tro... prefácio de Capistrano deAbreu. Rio de Janeiro, Tip. Leuzin-ger, 1927. 2 v. mapas. (Série Eduar-do Prado).

Pero Lopes de Sousa era capitãode um dos navios da frota comanda-da por seu irmão Martim Afonso deSousa que veio ao Brasil em 1530-32. O diário manuscrito foi publica-do pela primeira vez por Varnhagen(1839) e reproduzido diversas vezes.A edição citada é minuciosa e defini-tivamente anotada por Eugênio deCastro e Capistrano de Abreu. É do-cumento clássico e indispensávelpara o estudo das primeiras explora-ções da costa brasileira. [4374]

Speiser, Felix. Im Duster des brasilia. Ur-walds. 1926. 322 p.

O autor percorreu os sertões doAmazonas e trata mais extensamentedos índios. [4375]

Spix, Johann Baptist, e Martius, KarlFriedrich Phillis von. Reise in Brasilien.Munchen, vol. I, M. Lindaeur, 1823;vol. II, I. J. Lentner, 1828; vol. III,author, 1831. 3 v. il.

Vide: Sociologia. [4376]Spruce, P. D. R. Notes of a botanist on the

Amazon and Andes, beeing records oftravel in the Amazon and its tributa-ries the Trombetas, rio Negro, Casi-quari, Paeimoni, Huallaga, and Pasta-sa; as also the chataracts of the Ori-noco, along the eastern side of theAndes of Peru and Ecuador, and theshores of the Pacific, during the years

944

Page 279: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

1849-1864; edited and condensed byAlfred Russel Wallace with biograp-hical introduction. London, 1908 2 v.ilus. mapas.

Spruce foi um dos maiores inves-tigadores da flora amazônica. Infeliz-mente não pôde publicar a sua rela-ção de viagem, o que foi feito porWallace, tendo à vista os seus papéise suas notas. [4377]

Staden, Hans. Warhaftige História und bes-chreibung eyner Landtschafft der wildennacketen grimmigen Menschfresser-Leuthenin der Newenwelt America gelegen. Faks-mile-Widergabe nach der Erstausgabe"Marpug uff Fastaacht 1557" mit einerBegleitschrift (zweite vermehrte Auflage)von Richard N. Wegner. Frankfurt a.M. 1927. 234 p. ilus. mapas, vocabu-lário.

Vide: Etnologia. [4378]Staunton, George Thomas. An authentic

account of an embassy from the Kingof Great Britain to the Emperor ofChina, taken chiefly from the papers ofhis excellency the earl of Macartney.London, 1797. 2 v. ilus. e Atlas.

Em 1972 o Governo inglês man-dou à China a sua primeira embaixa-da chefiada por Lord Macartney.Este levou como secretário SirGeorge Staunton, que relatou a via-gem. Tocaram no Rio. Descreve acidade, o Passeio Público, o Valon-go, onde se vendiam cinco mil ne-gros por ano, nota a mestiçagem,observa costumes e cita a existênciade duas livrarias que só vendiam li-vros de medicina e religião. Teveoutras edições inglesas, traduçãofrancesa (1798) e alemã (1798 e1798-99). [4379]

Stevenson, Frederick James. A travellerof the sixties: being extracts from thediaries kept by the late FrederickJames Stevenson of his Journeyingsand explorations in Brazil, Peru,Argentina, Patagonia, Chile and Boli-via, during the years 1867-1869;selected, arranged andedited witha memoir by Douglas Timins...London, Constable & Co., 1929.308 p.

Descreve o Amazonas, rio Ne-gro, Pará, Bahia e Rio. [4380]

Stewart, C. S. Brazil and La Plata: the per-sonal record of a cruise, by C. S. Ste-wart... New York, G. P. Putnam &Co., 1856. 428 p. ilus.

O autor esteve no Rio, que des-creve das p. 58-154. [4381]

Stewart, C. S. A visit ti the South Seas, inthe U. States ship Vincennes, during theyears 1829 and 1830; including noticesof Brazil, Peru, Manilla, the cape ofGood Hope, and St. Helena, by C. S.Stewart... New York, John P. Haven,1833. 2 v.

O autor tocou no Rio de Janeiro,descreve a cidade, as suas instituiçõespúblicas, assiste a abertura do parla-mento e uma recepção do Impera-dor (p.37 a 94). Existe edição deLondres 1832. [4382]

Tuckey, J. H. ...Bericht von einer Reise nachNeu-SudWallis, um zu Port-Philipp in derBass’s Strasse eine Kolonie anzulegen...Weimar, Landes Industric Comp-toirs, 1805. 136 p. ilus.

Tocou no Rio que descreve. Tra-ta do clima, comércio e produção,moléstias e escravos. A edição origi-nal é em inglês. [4383]

945

Page 280: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Turnbull, John. A voyage round the world inthe ywars 1800, 1801, 1802, 1803, and1804; in which the author visited Ma-deira, the Brazils, cape of GoodHope, the Englis settlements at Bo-tany bay and Norfolk islands in thePacific ocean; with a continuationof their history to the present pe-riod, by John Turnbull, Second edi-tion. London, A. Maxwell, 1813.516 p.

Tocou na Bahia que descreve.Trata do comércio, dos impostos edos preços dos gêneros (p. 19-58).Existe tradução francesa. Paris,1807). [4384]

Ullmann, Hermann. ...Brasilianischer Som-mer: im Ruckblick auf Europa. Berlim,Widestands, 1930. 127 p. ilus.

Visitou as colônias alemãs do suldo Brasil. [4385]

Weber, Ernst. Von Ganges zum Amazo-nenstrom... Berlin, Ernst Vohsen,1903. 178 p. ilus.

O autor desceu o Amazonas quedescreve entre as p. 136-178. [4386]

Wickham, Henry Alexander. Rough notesof a journey through the wilderness, fromTrinidad to Pará, Brazil, by way of thegreat cataracts of the Orinoder Wickham.London, W.H.J. Carter, co, Atabapoand rio Negro, by Henry AlexanderWickham. London, W.H.J. Carter, 1872.

No fim do volume: Relatório so-bre as classes industriais nas provín-cias do Pará e Amazonas, por Jamesde Vismes Drummond Hay, Cônsulno Pará em 1870. [4387]

Wied-Neuwied, Príncipe de.vide

Maximilian, Príncipe de Wied-Neuwied.Woodroffe, Joseph Froude. The upper rea-

ches of the Amazon, by Joseph F. Woo-droffe... London, Methuen & Co.,[1914] 304 p. ilus.

O autor descreve a viagem, tratados seringueiros, da História Naturale dos índios. [4388]

946

Page 281: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Assuntos Especiais

Caio Prado Júnior

Bibliografia

1. ESCRAVIDÃO AFRICANA-- TRÁFICO -- ABOLIÇÃO

Alves, João Luís. A questão do elemento ser-vil; a extinção do tráfico e a lei de repressãode 1850; liberdade dos nascituros(An. 1º Cong. Hist. Nac., IV, 187-258.Rio, 1916).

O A. trata da luta parlamentarcontra o tráfico, pondo em relevoo esforço dispendido durantemais de um quarto de século noparlamento para, vencidas as últi-mas resistências opostas pelosinteresses contrariados, votar-sea lei que foi o ato decisivo contrao comércio de importação de es-cravos. [4389]

Costa, João Severiano Maciel da. Memó-ria sobre a necessidade de abolir a in-trodução dos escravos africanos noBrasil: sobre o modo e condiçõescom que esta abolição se deve fazer;e sobre os meios de remediar a faltade braços que ela pode ocasionar.Coimbra, Impr. da Universidade,1821. 90 p.

[4390]Couty, Louis. L’esclavage au Brésil. Paris,

1881.O autor, que esteve no Brasil, faz

um estudo da situação social do país,acentuando em particular o papel do

escravo e da escravidão nas instituiçõese na história brasileira. [4391]

Dornas, João (Filho). A escravidão no Bra-sil. Rio de Janeiro, 1939. 321 p.

O autor estuda vários aspectos daescravidão, em particular da do ne-gro e a sua influência: falta, porém,unidade no conjunto. [4392]

Duque-Estrada, Osório. A abolição (esbo-ço histórico) 1831-88; prefácio de RuiBarbosa. Rio de Janeiro, 1918. 328 p.

História do abolicionismo semmuito método e sem interpretaçãodos fatos, que se contenta em enu-merar. [4393]

Malheiros, Agostinho Marques Perdigão.A escravidão no Brazil: ensaio histórico-ju-rídico-social. Rio, Tip. Nacional, 1866-1867. 2 v. [4394]

Morais, Evaristo de. A campanha abolicio-nista (1879-1888). Rio de Janeiro,1924. 446 p.

Estuda a evolução judiciária, le-gislativa e política do abolicionismo.É o maior trabalho de conjunto namatéria, embora não se ocupe dosaspectos sociais e econômicos dacampanha abolicionista. [4395]

Morais, Evaristo de. A escravidão africanano Brasil; das origens à extinção. S. Pau-lo, 1933. 253 p.

Pequeno resumo de toda a ma-téria. [4396]

947

Page 282: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Silva, José Bonifacio de Andrada e.Representação à Assembléia Geral Consti-tuinte e Legislativa do Império do Brazilsobre a escravatura. Paris, Tip. de F. Di-dot, 1825. 40 p. [4397]

Vidal, Luís Maria. Índice alfabético; ou, Re-pertório geral da legislação servil em vigor epublicada até o presente no próprio texto desuas disposições, acompanhado de algumasexplicações, decisões e questões práticas so-bre escravos. Rio de Janeiro, 1876. 192p.

Repositório das leis e da juris-prudência no Brasil relativas à es-cravidão. [4398]

2. INDÍGENAS -- LEGISLAÇÃO-- ESTATUTO JURÍDICO E SOCIAL ETC.

Almeida, João Mendes de (Júnior). Os in-dígenas no Brasil; seus direitos individuais epolíticos. S. Paulo, 1912. 87 p.

Único trabalho de conjunto namatéria. É uma súmula em que o au-tor procura caracterizar a posição ju-rídica e social do indígena no Brasil,comparando-a, particularmente, coma do índio norte-americano. Ocupa-seainda sumariamente da catequese e dosistema de aldeamento. [4399]

Anais do Parlamento Brasileiro. As-sembléia Constituinte, 1823. Rio deJaneiro , 1873 a 1884.

Publicação oficial dos debates naprimeira Assembléia Constituinte doBrasil, reunida em 1823 para elabo-rar a Constituição do Império e dis-solvida pelo primeiro Imperador, D.Pedro I, no dia 12 de novembro da-quele ano, sem ter chegado ao termode seus trabalhos. [4400]

Fleiuss, Max. História administrativa doBrasil. Rio de Janeiro, 1923. 356 p.

Separata do Dicionário histórico,geográfico e etnográfico do Brasil.

Resumo da administração públicana Colônia, no Império e na Repú-blica. Trabalho de pequeno valor,desordenado e sem espírito crítico.Único, todavia, que trata do con-junto da história administrativa doBrasil. [4401]

Freire, Felisbelo. História Constitucional darepública dos Estados Unidos do Brasil.Segunda edição. Rio de Janeiro, 1894e 1895. 3 v.

Livro escrito logo depois de inau-gurada a República e promulgada aConstituição; ocupa-se de um perío-do muito curto. Trata sobretudo daAssembléia constituinte de que o au-tor participou como deputado peloEstado de Sergipe. [4402]

Leal, Aurelino. História Constitucional doBrasil. Rio de Janeiro, 1915. 254 p.

O autor estuda a história consti-tucional do Império e da República,isto é, o conjunto da evolução dasinstituições públicas do Brasil inde-pendente. Resumo de algum valorinformativo. [4403]

Livro do centenário dos cursos jurídi-cos. 1827-1927. I volume: Evoluçãohistórica do direito brasileiro. Rio deJaneiro, 1928. 469 p.

Este trabalho foi publicado emcomemoração do centenário doscursos jurídicos no Brasil. O primei-ro volume se ocupa da história dodireito brasileiro. Não é um trabalhode conjunto, mas compõe-se de vá-rias partes escritas por diferentes au-tores, e que tratam separadamenteda história de cada um dos institutos

948

Page 283: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

jurídicos: direito civil, comercial, pe-nal, etc. [4404]

Mendes, João.

vide

Almeida, João Mendes de (Júnior).

Oliveira, José Joaquim Machado de. No-tícia raciocinada sobre as aldeias de índiosda província de S. Paulo desde o seu começoaté à atualidade. (Rev. Inst. Hist. Geo. doBras. Rio de Janeiro, 1867, tomo 8, 2ªedição, p. 204-250).

O trabalho, datado de 31 de ja-neiro de 1845, traz uma súmula dahistória das aldeias de índios de S.Paulo, ocupando-se de cada uma emparticular. [4405]

Rendon, José Arouche de Toledo. Memó-ria sobre as aldeias de índios da provínciade S. Paulo, segundo observações feitas noano de 1789; opinião do autor sobresua civilização. (Rev. Inst. Hist. Geo. doBras. Rio de Janeiro, 1863, tomo 4, 2ªedição, p. 295-317).

O autor, que foi diretor-geral dasaldeias de índios da província de S.Paulo, faz o balanço da sua situação,que era de profunda decadência, nosúltimos anos do séc. XVIII. [4406]

Silva, Joaquim Norberto de Sousa e. Me-mória histórica e documentada das aldeiasde índios da província do Rio de Janeiro.(Rev. Inst. Hist. Geo. do Brasil. Rio deJaneiro, tomo 17, p. 71-532).

Divide-se o trabalho em duaspartes, sendo a primeira de conside-rações gerais sobre os indígenas doBrasil e um histórico particularizadode cada uma das aldeias de índios daprovíncia do Rio de Janeiro; e a segun-da de documentos colecionados peloautor e que interessam diretamente à

história dos indígenas e de suas al-deias na província. [4407]

3. IGREJA -- CLERO-- ORDENS RELIGIOSAS

Abbeville, Claude d’. História da missãodos R. P. Capuchinhos na ilha do Mara-nhão e suas circunvizinhanças. Traduzidae anotada pelo Dr. César AugustoMarques. Maranhão, 1874. 456 p.

A edição francesa original destaobra é de 1614. O autor fez parte daprimeira missão de capuchinhoschegados ao Brasil em 1612, e esta-belecidos no Maranhão. A obra faz acrônica da instalação dos padres e dámuitas informações interessantes so-bre o país. [4408]

Alcântara Machadovide

Machado, Antônio de Alcântara.Almeida, Lacerda de. A Igreja e o Estado;

suas relações no direito brasileiro: exposiçãoda matéria em face da legislação e da juris-prudência nacional. Rio de Janeiro,1924. 345 p.

Obras sobretudo jurídica e polê-mica e que combate a laicidade doEstado. É contudo um dos poucostrabalhos em que se analisam as rela-ções da Igreja e do Estado do Brasil,e por esse motivo é interessante paraa história, pois estuda a posição e oestatuto da Igreja Católica na Colô-nia e no Império, em oposição aosda República, quando se decretou aseparação. [4409]

Cabral, Gonzaga, Padre. Jesuítas no Brasil(séc. XVI). São Paulo, S.D. 276 p.

O autor se ocupa do estabeleci-mento da Companhia de Jesus no

949

Page 284: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Brasil, e do seu papel na coloni-zação. Trabalho sumário e pane-gírico. [4410]

Calógeras, João Pandiá. Os jesuítas e o en-sino. Rio de Janeiro, 1911. 65 p.

Considerações gerais sobre os je-suítas e sua obra no Brasil. O autor,grande admirador dos jesuítas, écontrário ao ensino leigo; seu traba-lho destina-se, principalmente, aprovar, com o exemplo dos jesuí-tas, a superioridade da educaçãoreligiosa. [4411]

Cardim, Fernão, Padre. Narrativa episto-lar de uma viagem e missão jesuíticapela Bahia, Ilhéus, Porto Seguro, Per-nambuco, Espírito Santo, Rio de Ja-neiro, S. Vicente (S. Paulo) etc., des-de o ano de 1583 ao de 1590, indopor visitador o P. Cristóvão de Gou-veia; escrita em duas cartas ao P.Provincial em Portugal. Lisboa, 1847.127 p.

O autor, que acompanhou o Visi-tador na sua viagem de inspeção porSão Paulo, relata o que viu. Trabalhode grande interesse para a históriadas missões naquela capitania, commuitas informações sobre os índios,suas aldeias e as atividades dos jesuí-tas empenhados na colonização e ca-tequese dos selvagens. [4412]

Cartas avulsas 1550-1568. (Cartas jesuí-ticas, vol. II, Rio de Janeiro, 1931,520 p. ilus. Publicações da AcademiaBrasileira)

Correspondência de vários jesuí-tas do Brasil, com informações so-bre o país e os trabalhos missioná-rios da Companhia. [4413]

Coutinho, José Joaquim da Cunha deAzeredo, Bispo d’Elvas. Alegação ju-

rídica, na qual se mostra que são dopadroado da Coroa, e não da OrdemMilitar de Cristo, as Igrejas, Dignida-des e Benefícios dos Bispados doCabo do Bojador para o Sul, em quese compreendem os Bispados doCabo Verde, S. Tomé, Angola, Bra-sil, Índia até China... Lisboa,M.DCCC.IV. 82 p.

O autor, que foi bispo de Olinda(Brasil) e de Elvas (Portugal) bemcomo governador interino de Per-nambuco nos últimos anos do séc.XVIII, é natural do Brasil. Este seutrabalho é de muito interesse para oestudo das relações da Igreja com aCoroa portuguesa em seus domí-nios ultramarinos, em particular noBrasil. [4414]

Coutinho, José Joaquim da Cunha deAzeredo, Bispo d’Elvas. Cópia daanálise da bula do Sumo Padre JúlioIII, de 30 de dezembro de 1550, queconstitui o padrão dos reis de Portu-gal a respeito da união, consolidaçãoe incorporação dos mestrados dasordens militares de Cristo, de S. Tia-go e de Aviz com os reinos de Portu-gal; oferecida e dedicada a S.A.R. oPríncipe Regente de Portugal, por...Bispo d’Elvas, em 1816. Londres,1818. 291 p.

Este trabalho é interessante parao estudo das ordens militares, que,embora não tivessem tido papel deimportância na história do Brasil,aqui existiram organizadas e funcio-naram até o fim da era colonial, sen-do depois da Independência substi-tuídas pelas ordens honoríficas doImpério, que conservaram a mesmadesignação. [4415]

950

Page 285: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Évreux, Ives d’, Padre. Viagem ao norte doBrasil feita nos anos de 1613 a 1614pelo..., publicada conforme o exem-plar único conservado na BibliotecaImperial de Paris, com introdução enotas por Mr. Ferdinand Denis. Tra-duzida pelo Dr. César Augusto Mar-ques. Maranhão. 1874. 424 p.

A edição francesa original data de1864. Yves d’Evreux fez parte daprimeira missão de capuchinhos vin-dos ao Brasil e estabelecidos no Ma-ranhão em 1612. [4416]

Homenagem do Instituto geográficoe histórico da Bahia ao grande efamoso orador Pe. Antônio Vieirano bicentenário de sua morte. Or-ganizada pelo 1º Secretário Cons.João Nepomuceno Torres. Bahia,1897.

Série de conferências sobre a vidae obra do Padre jesuíta AntônioVieira, que, além de ser o maior ora-dor e um dos mais notáveis escrito-res da língua portuguesa, teve grandeatuação no Brasil, sendo um dosprincipais missionários que a Com-panhia de Jesus teve aqui. Chegouao Brasil em 1616, com oito anosapenas; residiu na colônia a maiorparte de sua existência e nela faleceuem 1697. Destacou-se particular-mente na luta que sustentou pela li-berdade dos índios, tendo sido umêmulo de Las Casas, aconselhando asubstituição do braço indígena pelodo africano. [4417]

Leite, Serafim. História da Companhia deJesus no Brasil. Tomo I: Sec. 16. O es-tabelecimento; tomo II: Sec. 16. Aobra. Lisboa, 1938. 4 v.

Introdução bibliográfica.

Obra que compreende um estudoexaustivo das atividades da Compa-nhia de Jesus no Brasil, desde seu es-tabelecimento. [4418]

Leite, Serafim. Luís Figueira: a sua vida he-róica e a sua obra literária. Lisboa, 1940.251 p.

O Padre jesuíta Luís Figueira tra-balhou nas missões jesuíticas do Ma-ranhão e do Pará, na primeira meta-de do séc. XVII. [4419]

Leite, Serafim. Novas cartas jesuíticas (deNóbrega a Vieira) S. Paulo, 1940. 344 p.

Este livro compõe-se de três par-tes: cartas de Nóbrega, cartas avulsase cartas de Vieira, dirigidas todas avárias pessoas e tratando de diferen-tes assuntos relativos aos jesuítas eao país. Em apêndice, publica maisduas cartas inéditas de Vieira, de1685 e 1690. [4420]

Lettres édifiantes et curieuses, écritesdes Missions étrangères par quelquesmissionaires de la Compagnie de Je-sus. VIII recueil. Paris, M.DCC.VIII.

Estas cartas não se referem uni-camente ao Brasil. Todavia, interes-sam bastante pois sua publicaçãodestinou-se a mostrar, na Europa, oque os jesuítas estavam realizandonas colônias, e a fazer propagandada Companhia. [4421]

Machado, Antônio de Alcântara. Anchie-ta na capitania de S. Vicente. PrêmioCapistrano de Abreu de 1928. Rio deJaneiro, 1929. 86 p.

É o melhor resumo da vida eobra de Anchieta. Traz amplabibliografia. [4422]

Morais, Alexandre José de Melo. His-tória dos Jesuítas e suas missões naAmérica do Sul, contendo noções

951

Page 286: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

históricas e políticas, a começar dodescobrimento da América e particu-larmente do Brasil, e tempo em queforam povoadas as suas diferentes ci-dades, vilas e lugares; seus governa-dores e a origem das diversas famíliasbrasileiras e seus apelidos, extraída deantigos manuscritos históricos e ge-nealógicos que em eras diferentes sepuderam obter; os tratados, as bulas,cartas régias etc. etc., a história dosministérios, sua política, e cores comque apareceram; a história das assem-bléias temporária e vitalícia, e tam-bém uma exposição da história daIndependência, escrita e comprovadacom documentos inéditos, e por tes-temunhas oculares que ainda restam,e de outros movimentos políticos;descrição geográfica, viagens, a histó-ria das minas e quinto de ouro etc., afim de que se tenha um conhecimen-to exato, não só da geografia do Bra-sil, como da sua história civil e políti-ca. Rio de Janeiro, 1872. 2 v.

Como o título já indica, este livroé uma amálgama confusa, como aliástodas as obras do autor, em que sãotratados os mais variados assuntos.Na parte que nos interessa, os jesuí-tas, fornece dados muito úteis; alémdisso, o autor é conhecedor de umadocumentação importante, que, emparte, se perdeu; daí a maior utilida-de de seu trabalho. [4423]

Nóbrega, Manuel da, Padre. Cartas doBrasil, 1549-1560. Rio de Janeiro. Pu-blicações da Academia Brasileira,1931. 258 p. (Cartas jesuíticas, v.I)

Correspondência em que dá notí-cia pormenorizada de suas atividadese as da Companhia, em geral, noBrasil. Há muitas informações inte-

ressantes sobre o Brasil e sua coloni-zação no séc. 16. O trabalho é pre-cedido de uma biografia de Nóbregapor Antônio Franco. [4424]

Oliveira, Antônio Rodrigues Veloso de.A Igreja do Brasil; ou informação paraservir de base à divisão dos bispados,projetada no ano de 1819, com a es-tatística da população do Brasil, con-siderada em todas as suas differentesclasses, na conformidade dos mapasdas respectivas províncias e númerode seus habitantes. (Rev. Inst. Hist.Geo. do Bras., tomo XXIX, I. Rio deJaneiro, 1866. 40 p. 2 mapas da po-pulação fora do texto)

O objetivo do autor é oferecerum projeto de divisão nova dos bis-pados do Brasil. Para esse fim, anali-sa a divisão existente no seu tempo(1819) no Brasil, assim como, paraestabelecer comparação, em Portugale nos demais domínios portugueses,fazendo um ligeiro histórico de cadaum dos bispados da Monarquia. Es-tende-se, depois, sobre a populaçãodo Brasil, a fim de justificar a criaçãode novos bispados, apresentando ta-belas demográficas, que são, para oconjunto do Brasil da época, as únicasque possuímos. [4425]

Prat, André, Frei. Notas históricas sobre asmissões carmelitas no extremo norte do Brasil(séculos 17 e 18). Recife. 1941. 328 p. ilus.

Trabalho desordenado e superfi-cial, mas único relativo aos Carmeli-tas do Brasil, que tiveram grandepapel na catequização dos indíge-nas. Traz a biografia de muitos pa-dres que trabalharam no Brasil.Bibliografia relativa à Ordem emPortugal e no Brasil. [4426]

952

Page 287: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Primeira visitação do Santo Ofício àspartes do Brasil pelo licenciadoHeitor Furtado de Mendonça, ca-pelão fidalgo d’el-Rei nosso Senhor ede seu Desembargo. Deputado doSanto Ofício. Denunciações de Per-nambuco. 1593-1595; Denunciaçõesda Bahia, 1591-1593; Confissões daBahia, 1591-1592. S. Paulo, 1925,1929 e 1935. 3 v.

Estes volumes publicados porPaulo Prado e prefaciados por Ca-pistrano de Abreu, segundo o ma-nuscrito inédito. Contêm os docu-mentos relativos aos trabalhos doSanto Ofício no Brasil. Esse tribunaltinha por função prevenir e punirquaisquer atos ou idéias contrários àfé católica. Perseguia particular-mente os cristãos-novos (judeus con-vertidos) suspeitos de idéias e prá-ticas heréticas. Seu papel no Brasilnão foi muito grande, e poucas fo-ram as visitas que fez. Nunca teveaqui organização permanente. Osdocumentos publicados nestes vo-lumes são depoimentos de teste-munhas e acusados e trazem muitaluz sobre a vida íntima da socieda-de colonial. [4427]

Primeiro, Fidélis M. de, Frei. Capuchinhosem terras de Santa Cruz nos séculos 17,18 e 19: apontamentos históricos;prefácio do Exmo. Sr. Vicente Rao.São Paulo, s.d. 384 p. ilus.

Livro recente, escrito em 1940.Traz algumas informações interes-santes sobre os capuchinhos no Bra-sil. É, contudo, mal ordenado e dis-persivo. [4428]

Relação abreviada da República queos religiosos jesuítas das Provín-

cias de Portugal e Espanha esta-beleceram nos domínios ultrama-rinos das duas monarquias, e daguerra que neles têm movido e sus-tentado contra os exércitos espa-nhóis e portugueses; formada pelosregistros das secretarias dos dous res-pectivos principais comissários e ple-nipotenciários; e por outros docu-mentos autênticos (1759) (Rev. Inst.Hist. Geo. do Bras. tomo 4, 2ª edição,Rio de Janeiro, 1863, 85 p.)

Este escrito, atribuído ao Mar-quês de Pombal, Ministro de D. JoséI, rei de Portugal e grande adversáriodos jesuítas, é um panfleto contra aCompanhia. Ocupa-se da campanhaque os exércitos unidos de Portugale Espanha tiveram de sustentar con-tra os índios rebelados das missõesdos Sete Povos do Uruguai (RioGrande do Sul) contra as estipulaçõesdo Tratado de Madri de 1750, quetransferiu para o Brasil o territórioque ocupavam. Os índios e seus di-retores jesuítas deviam ser desloca-dos para a margem direita do rioUruguai; aqueles se opuseram de ar-mas na mão e os jesuítas foram acu-sados (embora o negassem termi-nantemente) de levar os seus tutela-dos à revolta. Este documento, ape-sar do seu tom apaixonado e muitoparcial contra os padres, é muito im-portante para a história de um dosepisódios máximos da vida e das ati-vidades da Companhia de Jesus noBrasil. [4429]

III Centenário do venerável José deAnchieta. Conferências preparató-rias feitas por ocasião do centenáriodo venerável Padre José de Anchietapelos Exmos. Srs. Dr. Arcediago

953

Page 288: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Francisco de Paula Rodrigues, Dr.Eduardo Prado, Dr. Brasílio Macha-do, Dr. Teodoro Sampaio, R.P.Américo de Novais S.J., Dr. JoãoMonteiro, General José Vieira Coutode Magalhães, R. Cônego Manuel Vi-cente da Silva e Dr. Joaquim Nabu-co. Reunidas em volume com variosretratos do venerável padre José deAnchieta e dois mapas relativos àsmigrações dos tupis. Paris, 1900. 355p. ilus. mapa.

O Padre José de Anchieta foi umdos principais missionários jesuítasque estiveram no Brasil. Serviu em S.Paulo, Rio de Janeiro e Espírito San-to, onde faleceu (1597). Esta série deconferências comemorativas dá con-ta de sua vida e obra no Brasil. Trazuma lista das obras escritas pelo pa-dre, bem como dos trabalhos quelhe dizem respeito. [4430]

Vasconcelos, Simão de, Padre. Crônica daCompanhia de Jesus do Estado do Brasile do que obraram seus filhos nestaparte do Novo Mundo; em que setrata da entrada da Companhia de Je-sus nas partes do Brasil, dos funda-mentos que nelas lançaram e conti-nuaram seus religiosos, e algumasnotícias antecedentes, curiosas e ne-cessárias das cousas daquele Estado,pelo padre..., da mesma Companhia.Tomo primeiro e único. Segunda edi-ção correta e aumentada. Lisboa,MDCCCLXV. 2 v.

O autor (1597-1671) foi Procura-dor-Geral da Companhia de Jesusem Roma, e Provincial no Brasil. Asua crônica vai de 1549 (data em queos jesuítas se estabeleceram no Bra-sil) até 1570. [4431]

Vieira, Celso. Anchieta. I, Vocação; II.A escola de Piratininga; III. A pro-cura de Iperuig; IV. Fundação doRio de Janeiro; V. Ascensão; VI.Ocaso do Reritigbá. Rio, 1929. 338p.

O autor, simpático aos jesuítas,analisa a obra e a vida de Anchieta.Não generaliza o assunto, nem pro-cura fazer trabalho de interpretaçãoe explicação histórica. [4432]

4. HISTÓRIA ECONÔMICA-- ESTATÍSTICA

Azevedo, J. Lúcio de. Épocas de Portugaleconômico: esboço de história. A monarquiaagrária; Jornada de África; A Índia e o ci-clo da pimenta; O primeiro ciclo do ouro; Oimpério do açúcar; Idade de ouro e diaman-tes; No signo de Methuen. Lisboa, 1929.498 p.

Esta obra é propriamente de his-tória portuguesa. O autor analisa-apor períodos que divide de acordocom as principais atividades da eco-nomia portuguesa, como indica osubtítulo da obra. Dois destes perío-dos, o do açúcar e do ouro e diamantes,interessam particularmente ao Brasil,e trazem boa contribuição para a in-terpretação da nossa evolução eco-nômica. [4433]

Brasil. Ministério da Fazenda. Serviço deestatistica economica e financeira doTesouro nacional.

Comércio exterior do Brasil.Este serviço tem publicado vários

mapas do comércio exterior do Bra-sil, desde a Independência (1822).Particularmente, a exportação deaçúcar, algodão, café, fumo, borra-cha etc. dividindo-a por anos, quan-

954

Page 289: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

tidades e valores em moeda nacionale libras esterlinas. [4434]

Brito, J. Rodrigues de. Cartas econômico-po-líticas sobre a agricultura, e comércio da Ba-hia. Lisboa, 1821. 105 p.

O Conde da Ponte, Governadorda Bahia, pediu à Câmara que o in-formasse sobre as causas da crisepor que passava a lavoura e comér-cio da capitania. Rodrigues de Britoficou encarregado de apresentar umrelatório que foi impresso. É um do-cumento muito valioso para o estu-do das condições econômicas daBahia na época. Existe reediçãomoderna. [4435]

Brito, Lemos. Pontos de partida para a histó-ria econômica do Brasil. 2ª edição revistae acrescida de 346 notas ilustrativas.S. Paulo, 1939. 551 p.

O autor não faz um estudo deconjunto, mas analisa nos diferentescapítulos de sua obra vários aspectosda economia brasileira. Obra demuita informação, porém sem gran-de método. [4436]

Calógeras, João Pandiá. As minas do Bra-sil e sua legislação. Rio de Janeiro, 1904e 1905. 3 v.

Parecer que o autor, como depu-tado, apresentou à Câmara sobre alegislação de minas do Brasil. Passaem revista sucessivamente a explora-ção do ouro, dos diamantes, das pe-dras semipreciosas, do ferro e dosdemais minérios, e, para cada uma,apresenta um esboço histórico, às ve-zes bastante desenvolvido. [4437]

Câmara, Arruda. Memória sobre a culturados algodoeiros. Lisboa, 1799. ilus.

No último quartel do séc. XVIIIa cultura algodoeira tomou grande

incremento no Brasil, tornando-se opaís um dos maiores produtores eexportadores mundiais. O autor fazuma análise da cultura do algodãono Brasil e dos processos emprega-dos. Em ilustrações apresenta má-quinas de descaroçamento e pren-sagem. [4438]

Carli, Gileno de. O açúcar na formação eco-nômica do Brasil. Rio de Janeiro, 1937.

Breve análise da história da pro-dução açucareira no Brasil. [4439]

Carreira, Liberato de Castro. História fi-nanceira e orçamentária do Império do Bra-zil, desde sua fundação; precedido de algunsapontamentos acerca de sua Independência.Rio de Janeiro, 1889. 797 p.

Análise da situação econômica efinanceira do Império, ano por ano,desde 1822 até 1889. O autor repro-duz textos legais importantes relati-vos a assuntos financeiros, particu-larmente a leis orçamentárias. O li-vro é todo de dados estatísticos. Suaparte crítica é deficiente. [4440]

Cavalcanti, Amaro. O meio circulante nacio-nal: resenha e compilação cronológica de le-gislação e fatos. Rio de Janeiro, 1893. 2 v.

É a história financeira e monetá-ria do Brasil desde a transferência daCorte portuguesa (1808). O primeirovolume vai de 1808 até 1835, perío-do agitado que viu a proclamação daIndependência, o estabelecimentodo Império, a abdicação de D. PedroI, primeiro imperador, e as agitaçõesda minoridade do segundo impera-dor, D. Pedro II. O segundo volumeabrange o período que vai até 1866,isto é, até a Guerra do Paraguai, cujainfluência nas finanças do Impériofoi considerável. O último volume,

955

Page 290: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

que seguiria a história financeira doBrasil até 1893, não foi infelizmentepublicado. O trabalho, deficiente naparte crítica, contém muitas informa-ções de grande interesse e dados esta-tísticos em abundância. [4441]

Cavalcanti, Amaro. Resenha financeira doex-Império do Brasil em 1889. Rio de Ja-neiro, 1890. 370 p.

Balanço das finanças públicas,nacional e provinciais em 1889, anoem que se proclamou a República.Traz grande número de quadrosestatísticos, sendo falho na partecrítica. [4442]

Discurso preliminar, histórico, introdu-tivo, com natureza de descrição eco-nômica da comarca e cidade da Ba-hia, em que si compreende o paraleloda Agricultura, da Navegação, e doComércio antigo com o moderno, eatual daquela dita Comarca, e Cidade,por ser esta a mais antiga e mais fe-cunda, e a mais rica de todas as ou-tras do Ultramar, pelos muitos gêne-ros, com que ela com abundânciasoccorre a exportação. (Anais da Bi-blioteca Nacional do Rio de Janeiro, vol.27, 1905. p. 281-343).

Escrito anônimo, sem data, masredigido provavelmente no últimodecênio do séc. XVIII. Traz um ad-mirável estudo sobre a Bahia do séc.XVIII, descrevendo pormenorizada-mente a crise que atravessou a Colô-nia no período de 1741 a 1766 e oreerguimento posterior. Apresentaquadros da exportação da capita-nia, por anos, desde 1741 até 1789,e faz um estudo geral do comércioexterno da Bahia, com a Europa e aÁfrica. [4443]

Freire, Felisbelo. História do Banco do Bra-sil. Rio de Janeiro, 1907. 285 p.

Desde a criação do primeiro Ban-co do Brasil (1808) aliás o primeirobanco que o país teve, sucederam-seoutros dois, sendo que o último per-dura até hoje. O Banco do Brasilsempre teve no Brasil papel de pri-meira ordem. Organização semi-ofi-cial, foi e é o mais importante esta-belecimento de crédito do país; emdiferentes épocas teve a faculdadeemissora e foi sempre um financia-dor das despesas públicas. [4444]

Galvão, Manuel da Cunha. Notícia sobre asestradas de ferro do Brasil. Rio de Janei-ro, 1869. 478 p.

Analisa separadamente as váriasestradas de ferro brasileiras, fazendoo seu histórico. [4445]

Gaioso, Raimundo José de Sousa. Com-pendio histórico-político dos princípios da lavourado Maranhão. Paris, MDCCCXVIII.

O desenvolvimento do Maranhãodata, sobretudo, da segunda metadedo séc. XVIII, graças à produção eexportação do algodão. O autor, apar de considerações gerais sobre acapitania, analisa este período do seudesenvolvimento econômico. Ofere-ce dados interessantes sobre custode produção, organização da lavouraalgodoeira, trabalho escravo (inclusi-ve tráfico e preço de escravos). In-clui também dados estatísticos.[4446]

Hohene, Frederico Carlos. Botânica e agri-cultura no Brasil, no século 16: pesquisas econtribuições. S. Paulo, 1937. 410 p.

O autor passa em revista os dife-rentes cronistas e autores do séc.XVI, que se ocuparam com assuntosde botânica e agricultura, citando os

956

Page 291: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

textos em que lhes fazem referências ecomentando-os ligeiramente. Acres-centa um índice, por classes, das plan-tas brasileiras, indicando a sua designa-ção vulgar e científica. [4447]

Idéia da população da Capitania dePernambuco e das suas anexas,extensão de suas costas, rios e po-voações notáveis, agricultura, núme-ro de engenhos, contratos e rendi-mentos reais, aumento que este temtido, etc., etc., desde o ano de 1774em que tomou posse do Governodas mesmas Capitanias o Governa-dor e Capitão-General José Césarde Meneses. (Anais da Biblioteca Na-cional do Rio de Janeiro, vol. 40, 1918,111 p.)

Escrito anônimo, sem data, escri-to no último quartel do séc. XVIII.É um levantamento estatístico detoda a região que hoje compreendeos Estados de Ceará, Rio Grande doNorte, Paraíba, Pernambuco, Ala-goas, incluindo ainda toda a margemocidental do rio S. Francisco, hojeterritório baiano, e que então perten-cia a Pernambuco. Traz dados sobrea população, vilas, freguesias, cape-las, engenhos, lavouras, fazendas decriação: traz ainda uma breve descri-ção de cada freguesia. [4448]

Instrução para o visconde de Barba-cena, Luís Antônio Furtado deMendonça, governador e capitão-general da Capitania de Minas Ge-rais. (Rev. Inst. Hist. Geo. do Bras.,tomo 6, p. 3-59).

Este documento se refere às ins-truções dadas ao Governador no-meado para Minas Gerais, e é datadode 29 de janeiro de 1788. É particu-

larmente interessante para a históriaeconômica, porque, na sua maiorparte, refere-se a assuntos fiscais.Apresenta a relação dos tributos quese arrecadavam na capitania (quintosdo ouro, entradas, subsídios etc.), fa-zendo a análise de cada um e estu-dando os contratos, pelos quais o Go-verno arrecadava a maior parte des-tes tributos. [4449]

Laerne, C. F. van Delden. Brazil andJava: report on coffee-culture in Ameri-ca, Asia and Africa, to H.E. the Mi-nister of the colonies. London, 1885.637 p. [4450]

Normano, J. F. Brazil: a study of economictypes. Chapel Hill, 1935. 254 p.

Apanhado geral da evolução eco-nômica do Brasil, acentuado o cará-ter cíclico desta evolução, fundada,em cada um de seus períodos, emum determinado e único produto.Trabalho superficial, mas com ob-servações interessantes. Há traduçãobrasileira: Evolução econômica do Brasil(Brasiliana, vol. 152). [4451]

Oliveira, Antônio Rodrigues Veloso de.Memória sobre o melhoramento da provín-cia de São Paulo, aplicável em grande partea todas as outras províncias do Brasil. Riode Janeiro, 1822. 135 p.

O autor sugere uma série de me-didas a serem tomadas para desen-volver a economia da província deSão Paulo, então em plena decadên-cia. É documento de valor para o es-tudo da situação da província nasvésperas da independência. [4452]

Pinto, Adolfo. História da viação pública emS. Paulo (Brasil). São Paulo, 1903. 320p.

957

Page 292: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Estuda ligeira e rapidamente aviação paulista antes da introduçãodas estradas de ferro. Destas últimas,ocupa-se com vagar, fazendo nãosomente a sua história, mas a análisecrítica do sistema de viação do Esta-do. O autor foi por longos anos Di-retor da Companhia Paulista de Es-tradas de Ferro.

[4453]Reybaud, Charles. Le Brésil. Paris, 1856.

244 p. [4454]Say, Horace-Emile. Historie des relations

commerciales entre la France et le Brésil,et considérations générales sur les mon-naies, les changes, les banques, et le commerceextérieure. Paris, MDCCCXXXIX. 333 p.

Apesar do seu título restrito, oautor faz a história econômica e fi-nanceira do Brasil desde a transfe-rência da Corte portuguesa (1808)até a época da Regência (1831 emdiante). Analisa a situação geral dopaís, suas produções, seu comércioe finanças. Traz muitos dados esta-tísticos. [4455]

Simonsen, Roberto Cochrane. Históriaeconômica do Brasil 1500-1820: curso pro-fessado na Escola livre de sociologia e políti-ca de S. Paulo. S. Paulo, 1937. 2 v.

É o único trabalho em conjuntode história econômica do Brasil.Bastante superficial e mais infor-mativo que de interpretação. O au-tor se interessa, em particular, pelaavaliação do comércio externo dacolônia, trazendo um quadro in-teressante dos preços do açúcarnos vários períodos da históriabrasileira. [4456]

Sousa, Bernardino José de. O pau-brasilna História nacional; com um capítulo

de Artur Neiva e parecer de OliveiraLima. S. Paulo. 1939. 267 p.

Faz o histórico da exploração dopau-brasil entre nós. Superficial e de-sordenado; traz, contudo, algumasinformações interessantes. O capítulode Artur Neiva ocupa-se da classifica-ção científica do pau-brasil.

[4457]Straden-Ponthoz, Auguste van, Conde.

Le budget du Brésil: ou, recherches surles ressources de cet empire dans leursrapports avec les intérêts européens ducommerce et de l’émigration... Paris-Bruxeles, 1854. 3 v. [4458]

Sturz, J. J. A review, financial, statistical ecommercial of the Empire of Braziland its resources, together with asuggestion of the expediency andmode of smitting brazilian and otherforeign sugars into Great Britain forrefining and exportation. London,1837. 151 p.

Súmula da história econômica efinanceira do Brasil no período quevai desde a transferência da Corteportuguesa (1808) até depois da pro-clamação da Independência e estabe-lecimento do Império. Apresentamuitos dados estatísticos e interessa-se, sobretudo, pelo comércio exter-no do país. [4459]

Taunay, Afonso de Escragnolle. Históriado café no Brasil. 11 volumes. Rio deJaneiro. 1939-1941.

Faz o histórico do café desde suaintrodução no Brasil (1727) até 1927.É um repositório de dados e infor-mações do maior interesse e únicono assunto. Infelizmente, é redigidode forma desordenada, dispersiva;falta-lhe espírito crítico e interpretati-

958

Page 293: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

vo, bem como qualquer traço demétodo científico. [4460]

5. HISTÓRIA CONSTITUCIONAL,ADMINISTRATIVA E JURÍDICA-- LIMITES INTERPROVINCIAIS.

Barbosa, Rui. O direito do Amazonas aoAcre setentrional. Rio de Janeiro, 1910.2 v.

O Território do Acre foi incluídono Brasil, de que não fazia parte,pelo tratado de Petrópolis de 1903,firmado com a Bolívia. Entendeu oEstado de Amazonas que parte doTerritório lhe devia pertencer; daí,uma demanda com o Governo Fe-deral, tendo Rui Barbosa sido advo-gado do Estado. Suas razões foramapresentadas perante o SupremoTribunal Federal, que julgava a ques-tão. Embora se trate de obra sobre-tudo de argumentação jurídica, escla-rece muitos pontos da história dacolonização dos altos afluentes dorio Amazonas, que se processou nasegunda metade do século passado,e traz contribuições valiosas para ahistória da formação desta circuns-crição administrativa do país que é oterritório do Acre. [4461]

Brasiliense, A. Os programas dos parti-dos e o 2º Império. São Paulo, 1878.205 p. [4462]

Divisas de S. Paulo e Minas Gerais:publicação oficial de documentosinteressantes para a história e cos-tumes de S. Paulo; introdução deOrville Derby. (Arquivo do Estado deS. Paulo. vol. 11, S. Paulo, 1896. CXI.953 p.).

Coleção de documentos prefacia-da e anotada por Orville Derby rela-

tiva à questão de limites entre S.Paulo e Minas Gerais. O territóriode Minas Gerais foi descoberto e de-vassado por paulistas e fez parte deS. Paulo até 1720, quando foi sepa-rado para constituir capitania inde-pendente. Determinaram-se, então,quais seriam os limites das duas ca-pitanias: tratando-se porém de regiõ-es quase desertas, tais limites foramarbitrários e incertos; daí, as dúvidas,que determinaram um longa disputaentre os dois Estados, só liquidada,por acordo final, em 1936. A docu-mentação apresentada é do mais altointeresse para o estudo da ocupaçãoe colonização de largas áreas de Mi-nas Gerais e de S. Paulo e esclarececomo se processou o avanço dos co-lonos vindos, respectivamente, dasduas circunscrições e chocando-senaqueles pontos em que, afinal, se fi-xaram as fronteiras legais dos doisEstados. Este trabalho defende atese paulista relativa às áreas duvi-dosas. [4463]

Lima, Francisco A. de Carvalho (Júnior).História dos limites entre Sergipe e Bahia: es-tudo do litígio interestadual autoriza-do pelo Exmº Sr. General Manuel P.de Oliveira Valadão, Presidente doEstado. Aracaju, 1918. 681 p. ilus.map.

Na disputa sobre os limites dosEstados de Sergipe e Bahia, o autordefende os direitos do primeiro. Até1820, o Sergipe faz parte da Bahiacomo simples comarca, tendo sido,naquele ano, separado e elevado acapitania. Este trabalho tem interes-se para a história administrativa etambém geral, porque elucida comose processou a colonização desta

959

Page 294: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

parte do Brasil e como se formaramaí circunscrições administrativas dis-tintas. [4464]

Machado, Francisco Soares Alvim. Limi-te do Estado de Minas Gerais com os doRio de Janeiro e Espírito Santo. 1909.526 p.

A região limítrofe de Minas Ge-rais com o Espírito Santo e com oRio de Janeiro, na parte que o autorestuda, permaneceu até o séc. XIXindevassada pela colonização e habi-tada unicamente por tribos selvagensde índios. É a partir de princípiosdaquele século que se abriram nessaparte as primeiras passagens e a co-lonização iniciou o seu avanço. Fixa-ram-se, então, as fronteiras entre

aquelas capitanias, depois províncias,e hoje, Estado. O autor, que defendedireitos de Minas Gerais sobre vá-rios territórios duvidosos, apresentafarta documentação muito interes-sante para o estudo da colonizaçãodessa região. [4465]

Morais, José Prudente de (Filho). Limi-tes entre S. Paulo e Minas: Memó-ria organizada pelos delegados deS. Paulo para ser apresentada aoárbitro, Exmº Sr. Dr. Epitácio Pes-soa, Presidente da República. s.d.278 p.

Na questão dos limites entre SãoPaulo e Minas Gerais, o trabalhodefende o ponto de vista paulista.

[4466]

960

Page 295: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Literatura

William Berrien

INTRODUÇÃO

As três subdivisões da seção de literatura, que se seguem, consis-tem em sumários de desenvolvimento e bibliografias altamente seletivosnos terrenos da poesia, da ficção, do drama e da prosa, pelos Srs. Ma-nuel Bandeira, Francisco de Assis Barbosa, e Astrojildo Pereira. O pre-sente guia para estudos brasileiros não compreende uma seção especialde filosofia; uma quantidade de trabalhos representativos de naturezaideológica ou crítica vêm enumerados e acompanhados de um breve co-mentário do Sr. Astrojildo Pereira. Nas seções deste trabalho reservadasàs ciências sociais, podem ser encontradas muitas referências a estudos eensaios que tratam da evolução da cultura brasileira num sentido maisamplo. Igualmente de interesse para o estudante de literatura brasileirasão os trabalhos que tratam de teorias e problemas estéticos menciona-dos ou discutidos nas seções de arte, música e folclore.

A atual tendência que considera como incompleto um conheci-mento da literatura de um país adquirido exclusivamente através do es-tudo de suas belles-lettres, tem um significado especial em relação à litera-tura do Brasil. A tradição literária brasileira não é o produto de escritoresque se consideraram exclusivamente homens de letras; e são considerá-veis as contribuições ao desenvolvimento desta tradição por figuras cujareputação não foi de início estabelecida como escritores. Desta maneira,considerar figuras "literárias", tais como Castro Alves e Alencar apenascomo forças axiais na gestação de uma tradição de letras é interpretarsuas atividades de um modo bastante estreito e ignorar as implicaçõeshistóricas de suas realizações. Por outro lado, qualquer relato do desen-

961

Page 296: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

volvimento das letras brasileiras que não leve em conta a significação daobra de figuras, tais como Rui Barbosa, Euclides da Cunha, JoaquimNabuco e Gilberto Freire na evolução de uma tradição literária, deveforçosamente ser considerado incompleto. Uma aproximação integral,no estudo da literatura brasileira é indispensável para uma verdadeiracompreensão de sua vitalidade e significação interior.

Os materiais para o estudo dessa literatura são mais abundantes doque sólidos. Muito do que foi escrito é de valor efêmero: estudos críticose históricos nos quais animosidades ou entusiasmos pessoais prejudica-ram considerações de teoria literária geral e esforços no sentido de umaavaliação e interpretação objetivas. Um faro para polêmicas ditou muitofreqüentemente a natureza e o rumo da produção dos historiadores ecríticos literários brasileiros, resultando que assuntos de interesse pura-mente paroquial tomaram freqüentemente precedência sobre obras deimportância vital no crescimento de uma expressão literária. Com issonão se quer dizer que o espírito polêmico torne desprezível a contribui-ção de um espírito possante e superior, tal como Sílvio Romero, cujostrabalhos serão, por muitas gerações, instrumentos indispensáveis para oestudante da cultura brasileira. Nem se deve concluir que, do fato de es-tar a maior parte das críticas sobre literatura brasileira fora de proporçãocom a iluminação dada a valores inerentes a essa literatura, não tenhaesse campo um número considerável de obras básicas para o seu estudo.

Por deficientes que sejam, do ponto de vista de avaliação crítica deobras e escritores estudados, as páginas 513-601 que Ferdinand Denisdedica ao Brasil em seu Resumé de l’histoire littéraire de Portugal, suivi du Resu-mé de l’histoire littéraire du Brésil (Paris, 1826) continuam a ser informativase constituem um esforço pioneiro de importância histórica. Le Brésil litté-raire (Berlim, 1863) de Ferdinand Wolf não possui o estilo agradável e acompreensão íntima de certas forças latentes na cultura brasileira, revela-dos na obra de Denis; mas o livro do erudito alemão tinha a vantagemde se concentrar num assunto e de apresentar ao leitor europeu uma sé-rie de seleções de autores brasileiros representativos. Cronologicamente

962

Page 297: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

entre esses dois trabalhos, e de incomensurável valor para Wolf na pre-paração do seu estudo, foi o Florilégio da Poesia Brasileira (vols. I-II, Lis-boa, 1850; vol. III, Madri, 1853) de Francisco Adolfo de Varnhagen,obra que se pode dizer plantou os alicerces da história literária brasileirae da qual todos os historiadores e estudiosos subseqüentes continuamdevedores. O serviço prestado por Varnhagen ao estudioso e intérpreteda literatura brasileira foi enorme, pois na introdução do seu Florilégio,fornece ele um padrão definido para a história dessa literatura, que faltouaos primeiros estudos de Bouterwek, Denis, Norberto Silva e Sismondi.Salientando-se entre os subseqüentes historiadores literários, estão SílvioRomero e José Veríssimo, a cujas obras o estudante tem que recorreramiudadamente para se orientar com relação ao progresso dos gênerosliterários brasileiros e estabelecimento de valores culturais. Não é possí-vel dois escritores serem mais diferentes de temperamento e gosto que oforam esses prolíficos intérpretes; um exame cuidadoso de seus traba-lhos básicos revela muita coisa com relação a atitudes que condiciona-ram o curso da história intelectual brasileira no primeiro quarto do sécu-lo dezenove e nas primeiras décadas do século vinte. Os Estudos de Litera-tura Brasileira (seis séries, 1901-10) de Veríssimo, revelam os serenos es-forços de erudição, em busca de objetividade, que abalizam seu compac-to tratado, História da Literatura Brasileira (Rio, 1916). Poucos escritoresdo século dezenove mostraram um interesse mais "global" nas ativida-des intelectuais e sociais da sua época e pátria do que Sílvio Romero, eno Brasil ninguém foi mais vocal na afirmação de suas opiniões, fre-qüentemente contraditórias, se examinadas à luz dos anos. Sua Históriada Literatura Brasileira foi publicada pela primeira vez em 1888, mas umasegunda edição "melhorada pelo autor" e impressa em dois volumes(vol. I, 1902; vol. II, 1903) ficou sendo reconhecida como uma ex-pressão mais definitiva dos pontos de vista do autor, se bem que evi-dentemente incompleta. Um muito útil Compêndio de História da Litera-tura Brasileira, escrito de colaboração com o erudito e "resourceful" JoãoRibeiro, apareceu em 1906 e foi revisto para uma segunda edição em

963

Page 298: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

1909. "Documentos Brasileiros" coleção (Livraria José Olímpio), publi-cada em 1943, uma edição em cinco volumes da História que foi prepara-da por Nelson, o filho do autor, e a que foram incorporados muitos es-tudos de diversas naturezas; este trabalho contém uma mina de informa-ções e revela a amplitude e qualidade dinâmica do espírito de Romero.No entanto, para pesquisas, muitos hão de preferir consultar a Históriaem suas primeiras edições. A literatura brasileira pode ser estudada parafins gerais em diversos manuais, como por exemplo os de Ronald deCarvalho, Artur Mota, Afrânio Peixoto, Nelson Werneck Sodré e JoséOsório de Oliveira, entre outros mais. O tratado mais popular desse gê-nero foi a Pequena História da Literatura Brasileira, de que foram tiradasnumerosas edições desde a sua publicação em 1919 e que oferece a in-trodução mais atraente ao assunto para o leitor comum. Para o leitor deinglês, o interessante Brazilian Literature de Isaac Golberg (Nova York,1922), agora há muito esgotado, foi suplantado por um livro recente doromancista Érico Veríssimo, que tem o mesmo título e consiste de dozeconferências introdutórias sobre o assunto, feitas na Universidade daCalifórnia em 1944.

Várias obras de mérito que interessam ao estudante da história daliteratura brasileira podem ser encontradas em coleções gerais tais comoa série de "Documentos Brasileiros" (Livraria José Olímpio) e a "Brasi-liana" (Companhia Editora Nacional), para citar apenas dois exemplos.De igual interesse e importância nestes últimos anos foi o ímpeto dado auma quantidade cada vez maior de edições autorizadas das própriasobras-primas de literatura criadora; esse louvável empreendimento reu-niu a cooperação do Ministério da Educação e Saúde e da AcademiaBrasileira de Letras com editores comerciais num amplo programa. A"Coleção Afrânio Peixoto" da Academia Brasileira de Letras contém edi-ções de clássicos nos campos da literatura e história e despendeu umaatenção especial às obras do período colonial; essa coleção contém igual-mente uma muito útil série biobibliográfica de figuras preeminentes dosséculos dezenove e vinte, e uma série de proporções cada vez mais vas-

964

Page 299: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

tas intitulada Discursos Acadêmicos. Edições de obras completas dos gran-des poetas dos séculos dezoito e dezenove (?), cada qual com um estudoe crítica da arte e significação do poeta por historiadores de competên-cia, estão se tornando mais geralmente acessíveis através da coleção "Li-vros do Brasil" da Companhia Editora Nacional. A "Biblioteca da Lite-ratura Brasileira" da Livraria Martins Editora nestes últimos anos temapresentado edições atraentes de antigas obras conhecidas, cada qualacompanhada de um estudo do autor por críticos abalizados e ilustradapor artista de renome integrados no caráter da obra e personalidade doautor. Essa mesma casa editora teve a excelente idéia de reunir, para pu-blicação em vida, as obras completas de autores contemporâneos comoJorge Amado e Mário de Andrade. Esses empreendimentos editoriaisque acabamos de relatar representam um progresso preciso sobre as co-nhecidas séries de antigamente, tais como a "Coleção de Autores Céle-bres da Literatura Brasileira" e a "Coleção Áurea" da velha Livraria Gar-nier. Mas seria um erro grave subestimar o valor e significação dessasantigas coleções para o público leitor de seu tempo, e hoje em dia há ca-sos em que as edições Garnier são com razão preferidas, como é o casoquando são comparadas com a pretensiosa, porém, grosseiramente defi-ciente edição das Obras Completas de Machado de Assis, publicadas porW. M. Jackson Inc., Editores.

A contribuição feita à apreciação e estudo literários pelo programade publicação do Ministério de Educação e Saúde durante a última déca-da é de grande importância e não poderia deixar de ser elogiada em demasia.Além de uma série de textos anotados e críticos de reconhecidas obras-pri-mas, este programa inclui projetos nos campos da bibliografia, traduções, le-xicografia e dicionários biográficos, sendo que todos esses trabalhos são au-xílios indispensáveis à plena compreensão de obras literárias e seu lugar nacultura brasileira. Um exemplo que podemos muito bem escolher parailustrar o elevado nível que esse programa às vezes atinge é a edição de"Suspiros Poéticos e Saudades" (Vol. II das Obras Completas, 1939) deD. J. G. de Magalhães, cujo texto é estabelecido e anotado por Sousa da

965

Page 300: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Silveira e para o qual Sérgio Buarque de Holanda escreveu um prefácioliterário magistral. Duas antologias notáveis que igualmente foram publi-cadas dentro deste programa são a Antologia dos Poetas Brasileiros da FaseRomântica e a Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Parnasiana, editadospor Manuel Bandeira e publicados em 1937 e 1938, respectivamente;este poeta e estudioso é, também, responsável pela edição de Poesias deAlphonsus de Guimaraens publicada pelo ministério em 1938. Taisobras são apenas uma fração de um programa de publicações que revelauma genuína preocupação pelas necessidades de um estudante sério daliteratura brasileira e dá provas de um contínuo crescimento orgânico.Este programa durante os últimos anos tem sido administrado com no-tável sucesso pelo Instituto Nacional do Livro. Uma inovação recenteque será recebida com entusiasmo por estudantes tanto do Brasil comode fora, é a inauguração da "Biblioteca Popular Brasileira", por meio daqual obras que se tornaram clássicas por comum acordo serão postas àdisposição do leitor comum por um preço popular.

Como o presente manual é destinado primeiramente a leitores comum conhecimento da língua portuguesa, seria fora de propósito tentarfazer uma lista completa de traduções de escritores brasileiros para ou-tras línguas. Entretanto, em vista do fato da literatura brasileira estar setornando cada vez mais parte da literatura universal, a orientação e cor-rentes que as letras brasileiras sempre refletiram, talvez não seja injustifi-cável indicar em termos gerais a extensão em que autores brasileiros es-tão se tornando conhecidos no exterior através de traduções, sobretudoem inglês, francês e espanhol. Essas traduções datam de um períodomenos recente do que geralmente se supõe: traduções inglesas de Iracemae Inocência apareceram em 1886 e 1889, respectivamente, ao passo que aversão francesa deste último apareceu em 1896. Mas a maior parte des-sas traduções é deste século, especialmente nos últimos vinte e cincoanos. A Littérature brésilienne (Paris, s.d.), de V. Orban, apresentou ao pú-blico francês breves sumários de autores brasileiros dos séculos dezoitoe dezenove, e princípios do século vinte. Desde essa data, obras de

966

Page 301: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Alencar, Machado de Assis, Graça Aranha, Coelho Neto, Rui Barbosa,Afrânio Peixoto, Jorge Amado e outros apareceram em traduções fran-cesas publicadas em Paris. O número de obras brasileiras disponíveis emespanhol, a maioria delas publicada nestes últimos anos em Buenos Ai-res, é impressivamente crescente. Séries completas tais como a "Bibliote-ca de Novelistas Brasileños" publicada pela Editora Claridad demons-tram o genuíno interesse da América espanhola nas obras de escritoresbrasileiros de ficção contemporâneos. Os poetas são conhecidos atravésde obras, tais como Poetas Brasileiros (1922) de E. Bustamante y Balliviáne Sonetos brasileños traducidos al español (1938), um volume de traduções deÁlvaro de las Casas. Em Buenos Aires, onde intelectuais como Benja-mim de Garay e Newton Freitas trabalharam consistentemente em favorde um estreitamento de relações culturais entre as repúblicas do rio daPrata e o Brasil, têm aparecido numerosos volumes isolados de traduçõescomo os do Clube del Libro, A.L.A. e a "Biblioteca de Autores Brasile-ños Traducidos al Castellano". A recentemente organizada "ColecciónTierra Firme" do Fondo de Cultura Económica do México inclui livrosbrasileiros alternadamente com obras da América espanhola numa sérieconcebida para refletir os desenvolvimentos sociais e culturais em toda aIbero-América. E no mais sério estudo geral de literatura ibero-america-na publicado até a presente data -- Literary Currents in Hispanic America dePedro Henríquez-Ureña (Harvard University Press, 1945) -- este conhe-cido estudioso dominicano correlata pela primeira vez o desenvolvimen-to da América espanhola e Brasil na procura da expressão artística deum novo mundo. O número de autores brasileiros, especialmente os emprosa, que se pode encontrar em inglês é menos impressivo que o que seencontra em espanhol, porém maior do que o encontrado em francês. Jáse pode ler em versões inglesas pelo menos uma obra representativa decada um dos seguintes autores: Alencar, Taunay, Euclides da Cunha,Gilberto Freire, Pandiá Calógeras, Oliveira Lima, Luís Edmundo daCosta, Érico Veríssimo, Jorge Amado, Mário de Andrade, Graça Ara-nha, Gustavo Barroso, Cecílio J. Carneiro, Aluísio Azevedo, e Paulo de

967

Page 302: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Oliveira Setúbal. Em seu Latin American Writers in English Translation(Washington, 1944) W. K. Jones enumera uma grande quantidade de se-leções mais reduzidas. É de estranhar que Machado de Assis esteja rep-resentado em inglês apenas por seus contos e poemas, se bem que, dequando em quando, se anuncie projetos de tradução de seus romances.Jones enumera traduções que podem ser obtidas em inglês de seleçõesde uns trinta poetas brasileiros; uma boa amostra da obra de ManuelBandeira e Jorge de Lima se encontra na Anthology of Contemporary LatinAmerican Poetry (1942) de Dudley Fitt. É difícil de se obter informaçõessobre traduções de autores brasileiros para o alemão, russo, italiano eoutras línguas européias, mas parece pouco provável que sejam iguaisem número e variedade às em espanhol, inglês e francês.

Uma grande maioria das obras brasileiras traduzidas para outraslínguas revela um interesse auspicioso no exterior com relação à literatu-ra do Brasil e torna mais necessários ao mesmo tempo a preparação deespecialistas competentes no assunto e a organização de materiais depesquisa e interpretação, tanto no Brasil como no exterior. Atualmentedois fatores de importância estão faltando para a execução de tão desejá-vel finalidade. Um é a ausência no Brasil de jornais literários contínuosde calibre elevado, dedicados a problemas de pesquisa e interpretação deletras brasileiras, antigas e atuais. Tanto para os especialistas nas provín-cias brasileiras como para o estudante no exterior, é excessivamente pre-cário ter que depender para informação e guia em relação a desenvolvi-mentos literários e investigações nos suplementos literários que apare-cem nos diários.

Ninguém porá em dúvida o valor e interesse de muitos artigos e es-tudos publicados nesses suplementos literários. Mas a inacessibilidadegeral de tais contribuições e a qualidade improvisada que uma constantecolaboração jornalística pode significar, tornam o valor de tal obra ex-cessivamente irregular para se fazer dela um relato permanente. A segun-da falta mencionada acima se relaciona à ausência de oportunidade noBrasil para o treinamento de estudiosos e intérpretes da literatura brasi-

968

Page 303: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

leira, numa escala francamente avançada e especializada. Estudantes sé-rios do exterior não podem atualmente encontrar no Brasil oportunida-des adequadas para o estudo organizado de literatura brasileira além doscursos generalizados comuns (?) que eles possam ter acompanhado emseus respectivos países antes de haverem chegado no Rio de Janeiro ouem São Paulo. Para ambos os estudantes brasileiros e estrangeiros, a or-ganização dentro das universidades brasileiras de investigações para umtrabalho especializado de um nível adiantado e de institutos de pesquisasde literatura brasileira, representa um desiderato urgente. Pode-se semdúvida dizer que essa literatura conseguiu a maturidade que exige umprograma orgânico para o treinamento no Brasil de especialistas no seuestudo. Tais oportunidades serviriam não somente às necessidades deestudantes estrangeiros, como também contribuiriam para a solidez dotrabalho de jovens estudiosos e críticos no país. Muitos problemas, taiscomo estudos de estética e teoria literária aplicáveis à literatura brasileira,as interrelações dessa literatura com as de países estrangeiros -- especial-mente França e Portugal --, o desenvolvimento de normas e gêneros lite-rários, e estudos monográficos detalhados de autores individuais e movi-mentos, ganharia apreciavelmente em sua solução na base da documen-tação e métodos requeridos, através do estabelecimento desses centrosde treinamento e pesquisa.

Num livro recente, Brasilian Literature (Nova Iorque, 1945), ÉricoVeríssimo declara que o período desde 1930 trouxe ao Brasil sua maiori-dade literária. Essa declaração pode ser mais prontamente aceita paraobras de criação do que para história literária e crítica. Mas somente umpedante insuportável deixará de reconhecer progressos marcantes nessesúltimos campos, no período a que se refere Veríssimo. A técnica da "pa-nelinha" em relação ao estabelecimento de reputações literárias e a ava-liação de fenômenos literários é ainda suficientemente predominantepara manter no baixo nível de falaricos literários muita energia que po-deria vantajosamente ser despendida na verdadeira iluminação e estudodocumentário dos autores e obras em questão. As generalizações exces-

969

Page 304: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

sivamente fáceis e apressadas que resultam de tal situação são sem dúvi-da em grande parte devidas às condições precárias -- tanto do ponto devista de segurança econômica como do de prestígio dentro da sociedadede que ele faz parte -- sob as quais o estudioso e o crítico literário traba-lham no Brasil atual. Não obstante esses obstáculos, o progresso corren-te nos estudos literários brasileiros é de força e intensidade suficientespara exigir a atenção e merecer os aplausos de todos aqueles que estãorealmente interessados em cultura brasileira. Esses últimos anos têm tes-temunhado um aumento em quantidade de estudos de uma naturezaexegética e crítica que revela a extensão a que os intelectuais brasileirosdevotam dia a dia mais energia e imaginação na interpretação de sua he-rança cultural. A qualidade de produção é cada vez mais correspondentea essa quantidade de esforço, como se pode ver, por exemplo, no núme-ro e nível de trabalhos publicados sobre Machado de Assis por ocasiãodo centenário do seu nascimento. O alcance da ansiosamente esperadaHistória da Literatura Brasileira, em quinze volumes, que a Livraria JoséOlímpio anuncia para breve sob a direção-geral de Álvaro Lins, e autori-dade indubitável dos colaboradores do Sr. Lins nessa aventura monu-mental, indica uma consciência de standards e uma maturidade de plane-jamento existente só em casos em que se pode dizer que uma tradiçãode cultura literária já ultrapassou seu período de formação. Obras defini-tivas de uma natureza biográfica ou crítica tais como a que se pode en-contrar no recente estudo de Gonçalves Dias por D. Lúcia Miguel Perei-ra (Documentos Brasileiros, vol. 37) são provas não somente de inegáveltalento e senso de método por parte do investigador, mas também deum "clima intelectual" no Brasil capaz de apreciar -- e pedir -- pesquisassérias e interpretação penetrante no estudo de um assunto literário. EmProsa dos Pagos (1944) Augusto Meyer prova que é possível combinar aarte de um escritor requintado e culto com o respeito devido a provasdocumentárias, e por conseguinte estabelece um modelo para os críticosfuturos que descobrissem a significação interior de literaturas regionais.Cobra de Vidro (1944), o livro de Sérgio Buarque de Holanda, ilustra a

970

Page 305: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

possibilidade de se manter elevados standards críticos e históricos, mes-mo em artigos jornalísticos, e torna patente a vantagem de se reunir emforma similar o melhor de tais contribuições por estudiosos literários deprestígio. Estes exemplos, em suas respectivas categorias, estão clara-mente acima da média de publicações brasilerias. Não obstante, nãorepresentam casos isolados, porém ilustrações de standards elevados quegradualmente se estão tornando mais freqüentes e que podem, num fu-turo visível, tornarem-se a norma. Movendo-se gradualmente porémcontinuamente em direção à meta desejada de objetividade e de generali-zações corretamente documentadas, o melhor da atual geração de histo-riadores literários brasileiros não tem, felizmente, diminuído sua preocu-pação com problemas de uma natureza avaliativa e interpretativa. Emoutras palavras, a consciência que eles têm da necessidade de exegeses eopiniões completamente documentadas não os fez considerar a docu-mentação como uma finalidade em si mesma. Isto não é um feito depouca monta. É um bom presságio para a vitalidade do espírito críticobrasileiro.

(Trad. de Vinicius de Morais)

971

Page 306: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Pensadores, Críticos e Ensaístas

Astrojildo Pereira

Por mais de um motivo de fácil compreensão, seria pouco razoávelesperar que o espírito crítico e especulativo florecesse, ou sequer se ma-nifestasse com alguma continuidade, entre os nossos escassos escritoresdo período colonial. Mas isso não implica negar de modo absoluto a suaexistência, como se fez e se disse, repetidamente, por longos anos. Maisaconselhável, também aqui, é a adoção de um meio-termo cauteloso,conforme vão fazendo alguns pesquisadores desconfiados, em benefícioda verdade histórica. Poderemos então mencionar uns quantos nomesde letrados brasileiros do século XVII e do século XVIII, aos quais nãoteria sido de todo estranho o trato de problemas filosóficos, pelo menosem suas relações com a religião e a moral, e dentro embora dos limitestraçados pela condição de cada um e pelas mesmas condições do meioem que viviam. É o caso de um Diogo Gomes Carneiro (1618-1676), deum Frei Manuel do Desterro (1652-1706), de um frei Mateus da Encar-nação Pina (1687-?), de um Nuno Marques Pereira (1652-1728), autordo Peregrino da América; de um Matias Aires (1705-1759-60), cujas Reflexõessobre a Vaidade dos Homens continuam a ser reeditadas ainda em nossosdias; de um frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), mais conhecidocomo historiador; de um Feliciano José de Sousa Nunes (1734-1808),autor dos Discursos Políticos e Morais; de um padre Francisco Leal (1740-1818-20), professor de filosofia em Portugal, mas nascido no Brasil, eautor dos Contos filosóficos e de uma História dos Filósofos Antigos e Modernos.Isto para não falar no padre Antônio Vieira (1608-1697), o qual, emboraportuguês de nascimento, deve ser considerado pelo menos luso-brasi-leiro, pois no Brasil viveu a maior parte da sua vida, menino, jovem, ma-duro e velho, aqui formando o seu espírito, aqui realizando talvez o me-

973

Page 307: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

lhor da sua obra imensa, e aqui por fim morrendo; nem, mais tarde, noilustre Alexandre de Gusmão (1695-1753), brasileiro nato que seria esta-dista e diplomata português de renome europeu, qualificado por TeófiloBraga como "um dos mais lúcidos espíritos do século XVIII, dotado deuma visão crítica dos caracteres e da sociedade, que ele sabia desenharno mais pitoresco estilo epistolar, e nos considerandos com que acom-panhava os avisos régios..." Já no fim do período colonial, um nome desdelogo surge à lembrança: o do bispo D. José Joaquim da Cunha de Azere-do Coutinho (1743-1821), curiosa figura de prelado e político, econo-mista e educador, que exerceu as suas múltiplas atividades ora no Brasil,ora em Portugal, tendo publicado diversos livros e memórias ainda hojelidos ou consultados com interesse.

O período histórico compreendido entre a chegada de D. João VIao Brasil, em 1808, e a abdicação e partida de D. Pedro I, em 1831, coma data da Independência (1822) de permeio, foi absorventemente o pe-ríodo dos políticos, dos agitadores, dos jornalistas, dos panfletários, doshomens mais de ação que de cogitação. Mas a alguns deles, seja pelosentido ideológico das campanhas políticas e jornalísticas em que se em-penharam, seja pelos dons de expressão literária que revelavam, não sepode recusar um posto certo em qualquer balanço que se intente fazerda nossa modesta história mental. Por exemplo: Frei Caneca (1779-1825), professor de filosofia, gramática e retórica, mas principalmentepublicista, polemista, revolucinário de 1817 e 1824, como tal executadopela reação triunfante; Hipólito José da Costa (1774-1823) emigrado emLondres, onde, de 1808 a 1822, editou e redigiu o famoso Correio Brasi-liense; José da Silva Lisboa (1756-1835), economista, publicista e moralis-ta, autor de numerosos livros e panfletos que exerceram grande influên-cia na sua época; José Bonifácio (1765-1838), o Patriarca da Inde-pendência, homem de saber universal; Joaquim Gonçalves Ledo (1781-1847), redator do Revérbero Constitucional Fluminense juntamente com o pa-dre Januário da Cunha Barbosa (1780-1846), este último dedicado tam-bém a estudos históricos e literários, tendo escrito algumas biografias e

974

Page 308: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

editado o Parnaso Brasileiro, sendo ainda o principal fundador do Institu-to Histórico e Geográfico Brasileiro; e transbordando para o período daRegência, Evaristo da Veiga (1799-1837), o jornalista da Aurora Fluminen-se, espírito moderado, doutrinador político de raro e difícil equilíbrionum meio e num momento em que as paixões partidárias dominavam.Outro nome a ser lembrado aqui é o de Manuel Odorico Mendes (1799-1864), que participou ativamente, como jornalista e político, das lutasque se seguiram à Independência; mas Odorico Mendes permanece nahistória da nossa literatura sobretudo como um humanista, um letradode boa formação clássica, tradutor de Voltaire, de Virgílio, de Homero,tendo vivido na Europa desde 1847 até a data da sua morte, em 1864, naInglaterra.

Publicista de relevo na sua província de Pernambuco, foi o padreLopes Gama (1791-1852). Compôs algumas sátiras políticas, ensaiou acrítica literária, traduziu diversas obras de filosofia, religião, educaçãoetc.; mas sua celebridade se acha ligada muito particularmente ao perió-dico O Carapuceiro, cuja publicação semanal iniciou em 1832 e sustentouaté 1847. Igualmente em Pernambuco nasceu José Inácio de Abreu eLima (1796-1867), homem marcado por um destino singular. Filho dofamoso revolucionário Padre Roma, foi forçado a assistir à execução dopai, em 1817. Retirando-se do Brasil, logo em seguida, colocou-se aoserviço da independência do Equador, Nova-Granada e Venezuela. Ser-viu sob as ordens de Bolívar, Sucre, Paez, Soublette e Santander, conquis-tando nos campos de batalha o posto militar de brigadeiro. Em 1830 estevenos Estados Unidos e depois na Europa, regressando ao Brasil em 1832.Temperamento combativo por excelência, o general Abreu e Lima den-tro em breve se convertia em polemista e escritor dos mais fecundos,publicando sucessivamente numerosos livros e memórias sobre os maisvariados assuntos: história, religião, direito, diplomacia, etc., etc.

Figura também singular, mas noutro plano muito diverso, foi Ma-riano José Pereira da Fonseca (1773-1848). Envolveu-se no movimentoda Independência, mas abandonou a atividade política desde a abdicação

975

Page 309: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

de Pedro I, de quem era amigo pessoal e de quem recebera o título devisconde e depois Marquês de Maricá. Sua obra literária consta de umúnico volume de Máximas, Pensamentos e Reflexões, escritos desde 1813 atéàs vésperas de sua morte. Trata-se de breves sentenças morais, geral-mente sem grande originalidade nem profundidade, mas revelando bomsenso e bons sentimentos.

As lutas políticas, que se seguiram à abdicação de Pedro I e perdu-raram por todo o período da Regência (1831-1840), eram a continuação,em desdobramento, das anteriores, cujo ponto culminante fora assinala-do pela Proclamação da Independência, em 1822. De 1831 em diante jáera o próprio país que se sentia definitivamente independente de todatutela estrangeira, e lutava para consolidar a sua independência por simesmo, pelas próprias mãos, à sua própria maneira, em plena consciên-cia e posse de si mesmo. De tudo isso, como é bem de ver, resultava umestado de ânimo essencialmente afirmativo e confiante, propício, porconseguinte, ao florescimento de preocupações intelectuais menos ime-diatas e utilitárias. Nesse ambiente nasceu o romantismo brasileiro, oqual, sem embargo de aparecer inicialmente como um movimento deimportação, vindo do exterior, logo assumiu aqui acentuada feição na-cional, rebelando-se menos contra moldes literários envelhecidos doque, em primeiro lugar, contra o que eles significavam como forma desubordinação intelectual à ex-metrópole. E daí que, a par dos poetas ecriadores, fossem também aparecendo e se afirmando os críticos e pen-sadores.

O já citado Cunha Barbosa tem sido geralmente apontado como oiniciador da crítica literária brasileira sem se levar em conta, bem enten-dido, os "pareceres" exarados oficialmente pelos "censores" das acade-mias e arcádias do século precedente, nem tampouco as tentativas frag-mentárias e ocasionais anteriores ao aparecimento do Parnaso Brasileiro,em 1831. Com ele podem ser nomeados Domingos José Gonçalves deMagalhães (1811-1882) o poeta fundador do nosso romantismo; o tam-bém poeta Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806-1879), João Manuel

976

Page 310: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Pereira da Silva (1817-1898), Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878), Joaquim Norberto de Sousa e Silva (1820-1891), além de outros.Mas estes dois últimos é que na verdade realizaram trabalhos de certaimportância, aliás mais de história literária do que de crítica. Ambos,como editores e prefaciadores de vários poetas brasileiros antigos oucontemporâneos, procederam a pesquisas que mais tarde serviram debase a quantos tiveram de cuidar de assuntos relativos à história da nos-sa literatura. Menção especial, a este respeito, deve ser feita ao "Ensaiohistórico sobre as letras do Brasil", composto por Varnhagen como in-trodução ao seu Florilégio da Poesia Brasileira, publicado em 1850.

O grande poeta da primeira geração romântica, Antônio GonçalvesDias (1823-1864), que era ao mesmo tempo um erudito, dedicou-se porvezes à apreciação de obras alheias. Outro poeta da mesma época, desa-parecido em plena juventude, Antônio Francisco Dutra e Melo (1823-1846), publicou alguns artigos de críticas elogiados por Sílvio Romero.Poetas e prosadores da segunda geração romântica tentaram igualmentea crítica, deixando-nos páginas esparsas que ainda hoje podem ser lidascom tal ou qual interesse. É o caso, entre outros, do romancista José deAlencar (1829-1877), que enfeixou num pequeno volume as suas Cartasde crítica ao poema Confederação dos Tamoios, de Gonçalves de Magalhães,e além disso polemizou freqüentemente com os críticos dos seus roman-ces, quase sempre em prefácios e posfácios acrescentados às respectivasreedições.

Simultaneamente e pelos anos a seguir, novos nomes de publicistase pensadores iam surgindo, cada qual deixando de si uma contribuiçãomais ou menos considerável, de efeito transitório ou duradouro, confor-me o caso, mas sempre útil como esforço realizado em proveito da inte-ligência brasileira. Naturalmente, bem mais modesta haveria de ser essacontribuição em matéria de pura especulação nos domínios da filosofia.Os problemas concretos e imediatos de organização de vida nacional te-riam por força de preocupar preferentemente as mentalidades mais ati-vas e impulsivas, e por isso os publicistas e pensadores políticos conti-

977

Page 311: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

nuavam a desempenhar um papel muito mais importante do que ospoucos escritores ou professores mais inclinados ao estudo e à cogitaçãode problemas gratuitos. Destes últimos, o mais famoso no seu tempo foisem dúvida Frei Francisco de Monte Alverne (1784-1858); mas a suafama de filósofo só se compreende hoje como um reflexo da sua fama,aí bem mais merecida, de orador sagrado. Do seu Compêndio de Filosofia,composto desde 1833, mas só publicado em 1859, escreveu Clóvis Bevi-láqua que apenas "traduz as dolorosas vacilações de um espírito que sedebate entre o sensualismo e o idealismo, e que encontra em Cousinuma revelação consoladora de caráter quase sobre-humano". O poetaGonçalves de Magalhães, que na ocasião se encontrava em Paris, de lános mandou também um volume de filosofia: Fatos do Espírito Humano(1858, com uma 2ª ed. em 1865). Magalhães, com toda a sua glória defundador do romantismo, é um poeta medíocre; mas na opinião geral dacrítica (bem entendido, da crítica feita mais tarde), ele é ainda mais me-díocre como filósofo. É claro que o ecletismo de Cousin se ajustavacomo luva a tais mediocridades; e não admira, à vista dos Montes Alver-nes e Magalhães, que esse filósofo francês encontrasse então tamanhas eao parecer tão extensas e prolongadas simpatias entre nós. Contra elereagiram, a princípio, mas num sentido retrógrado, o padre Patrício Mo-niz (1820-1871), com a sua Teoria da Afirmação Pura, publicada em 1863,e o professor José Soriano de Sousa (1833-1895), autor de vários com-pêndios. Mas só com o aparecimento dos primeiros discípulos e divulga-dores do positivismo de Augusto Comte é que se veio abrir o caminho amais largos debates ideológicos, os quais iriam culminar com TobiasBarreto e a Escola do Recife, conforme veremos adiante.

De 1840, data da proclamação da maioridade de Pedro II, até 1864,quando teve início a Guerra do Paraguai, viveu a monarquia brasileira oseu período de ascensão e consolidação, e durante ele surgiram, se ex-pandiram ou se originaram algumas das melhores cabeças que o Brasil jáproduziu. Isto pode ser facilmente verificado em qualquer dos ramos danossa atividade intelectual, política e prática. Como jornalista e panfletá-

978

Page 312: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

rio, deve ser apontado, em primeiro lugar, Justiniano José da Rocha(1812-1862), em quem Sílvio Romero louva a ductilidade do talento, aespontaneidade da exposição e do estilo, a capacidade de interpretar acorrente das idéias e a evolução das coisas políticas. Redigiu diversos jor-nais importantes do tempo, e deixou alguns panfletos que se tornaramcélebres, entre os quais é hábito citar o que tem por título Ação, Reação,Transação (1855), além de compêndios de história, e numerosas traduçõ-es. Francisco de Sales Torres Homem (1812-1876) freqüentou mais a tri-buna parlamentar do que as colunas da imprensa; mas era polemista depulso, de que há prova no Libelo do Povo, panfleto que publicou em 1849,sob o pseudônimo de Timandro, e tem sido reeditado mais de uma vez.José Maria do Amaral (1813-1885) e Firmino Rodrigues Silva (1816-1879) militaram na imprensa a vida inteira, e eram ambos poetas de cer-to merecimento. João Francisco Lisboa (1812-1663) é um prosador deprimeira ordem, e as suas obras contam entre o que há de melhor na li-teratura brasileira. Espírito liberal, índole essencialmente democrática,temperamento pugnaz e ao mesmo tempo comedido, desde muito jo-vem ingressou na imprensa política de sua província natal, o Maranhão,onde viveu até 1855. Com exemplar pertinácia, guiado pela própria inte-ligência, realizou por si mesmo sérios estudos de literatura, história, filo-sofia, moral, direito, economia, esmerando-se no trato das literaturas an-tigas e modernas. Sobressaem na sua obra as páginas de história (Aponta-mentos para servirem a História do Maranhão e Vida do Padre Antônio Vieira) ede crítica social (Jornal de Timon), unanimemente elogiadas pelos críticos.Aureliano Cândido Tavares Bastos (1839-1875) é igualmente autor deuma obra considerável: Cartas do Solitário (1863), O Vale do Amazonas(1866), A Província (1870), etc., livros todos eles reimpressos recente-mente e com um êxito editorial de coisa nova. Sem ser grande prosador,Tavares Bastos foi, no dizer de José Veríssimo, "um disseminador deidéias, que germinaram..., um precursor, de fato mais eficaz do que mui-tos cujos nomes andam injustamente mais celebrados que o seu". O crí-tico escreveu estas palavras em 1916; a divulgação atual dos livros de Ta-

979

Page 313: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

vares Bastos não só comprova o acerto da sua apreciação como aindamostra que a injustiça vai sendo reparada pelas novas gerações. Francis-co Otaviano (1825-1889), político militante, foi jornalista de grande in-fluência na época. Lembremos por fim José de Alencar, também jorna-lista, escritor político, panfletário: as suas Cartas de Erasmo (1865-1866)dirigidas ora ao Imperador, ora ao Povo, ora a chefes de partido, e ver-sando questões do dia, tiveram então grande repercussão, e não desme-recem a sua obra de ficcionista.

Com a terminação da guerra do Paraguai coincidiu o aparecimentodos primeiros sinais de decadência do regime imperial. Tornava-se evi-dente a inadequação dos quadros políticos, econômicos e sociais em vi-gor para arcarem com as necessidades e os anseios de progresso do país.A monarquia, que se apoiava em tais quadros, era incapaz de rompercom eles e realizar, em conseqüência, de qualquer esforço enérgico e sé-rio de renovação: teria, portanto, de perecer com eles. O manifesto inau-gural do Partido Republicano, datado de dezembro de 1870, não surgiuprecisamente nessa data por obra do acaso. O problema da escravidão,que era o problema dos problemas, agravava-se e agravava todos os ou-tros. As crises Políticas e partidárias sucediam-se, e a campanha abolicio-nista tomou um impulso de incêndio, só extinto com a extinção definiti-va da escravidão, em 1888. A queda da monarquia, dezoito meses de-pois, foi o desenlace natural de tudo isso... De toda a evidência, haviaem tudo isso, a par das causas próprias e íntimas, um lastro muito com-preensível de influências vindas do exterior e que aqui repercutiam nãoraro com grande acuidade. Influências de toda natureza, já se vê: políti-cas e literárias, econômicas e científicas, sociais e filosóficas.

No que concerne às influências de natureza propriamente filosófi-ca, três correntes principais viriam a preponderar sobre a mentalidadebrasileira, a partir de 1870: o criticismo de inspiração kantiana, o positi-vismo de Comte e o evolucionismo de Spencer. Simultaneamente ou su-cessivamente, Schopenhauer e Haeckel, Buckle e Darwin, Littré, Taine eRenan, além de outros, traziam a sua contribuição ao debate de idéias,

980

Page 314: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

teorias e princípios que iam empolgando as novas gerações. Sob o signodesse debate é que nasceram a Escola do Recife, o Apostolado Positivis-ta e o naturalismo literário. Ainda debaixo do seu influxo, reformavam-se os métodos de ensino secundário e superior, promoviam-se conferên-cias e cursos públicos, contratavam-se na Europa professores de ciênciasfísicas e naturais. O Museu Nacional, remodelado, começou a publicaros seus Arquivos, em 1876, contendo trabalhos originais de pesquisado-res brasileiros e de alguns estrangeiros aqui radicados. Os Anais da Bi-blioteca Nacional, cuja publicação também se iniciou por essa época, di-vulgam memórias e monografias eruditas, ao lado de numerosas infor-mações bibliográficas.

No Recife, Tobias Barreto de Meneses (1839-1889) e Sílvio Rome-ro (1851-1914), ambos inicialmente positivistas, desde 1868 vinham sebatendo pela renovação da nossa mentalidade, e em torno de ambos seforam agrupando os moços da Academia de Direito, formando o movi-mento que ficaria conhecido em nossa história literária por Escola doRecife. Pouco mais tarde, no Rio, Miguel Lemos (1854-1916) e Raimun-do Teixeira Mendes (1855-1927), assim como Luís Pereira Barreto(1840-1923) em São Paulo, começavam a propaganda positivista, reco-lhendo o fruto da semente lançada por alguns precursores, uns anos an-tes. Mas, conforme observou Clóvis Beviláqua, ao passo que o grupo doRio de Janeiro, cujo núcleo principal se constituiria de matemáticos, queprofessavam ou estudavam nas escolas de engenharia civil e militar, sefirmava no doutrinarismo ortodoxo de Augusto Comte, o grupo de Re-cife, constituído por jovens mais inclinados aos estudos literários e espe-culativos, não se deixava prender a compromissos ortodoxos. Havia,também na base dessa divergência, as diferenças de temperamento e deformação dos chefes. Os do Rio eram homens afirmativos, e os do Reci-fe mais críticos. O certo é que dentro em breve os dois grupos tomavamposições discordantes, que acabariam em antagonismo aberto e inconci-liável. Miguel Lemos e Teixeira Mendes se convertiam cada vez mais empropagandistas e apóstolos de um credo filosófico e religioso, com acei-

981

Page 315: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

tação integral e absoluta, teórica e prática, do positivismo comtista; To-bias Barreto e Sílvio Romero, polemistas ardentes, amavam sobretudo ojogo livre das idéias e não se submetiam jamais a qualquer limitação dog-mática. Mesmo entre si, os dois corifeus do Recife observaram plena li-berdade e independência de movimentos, sem embargo da amizade in-variável que os unia.

A escola positivista do Rio de Janeiro, num desdobramento lógico,acabou por se estabelecer com Apostolado e Igreja, com influência polí-tica muito acentuada em certos setores da propaganda republicana, emais ainda, depois de 1889, na organização do próprio regime republica-no. Porém, do ponto de vista estritamente literário, muito menos exten-sa seria a sua influência. Justo o contrário do que aconteceu com a Esco-la do Recife, cujo criticismo filosófico e naturalista, menos fechado a di-versidades de interpretação, se desdobraria e se ampliaria em conexãocom o naturalismo literário, e daí que a sua influência, no domínio da li-teratura, se haja estendido muito mais, perdurando por mais uma gera-ção. Pode-se dizer que a Escola do Recife, nascida de um movimento fi-losófico, alimentando e ao mesmo tempo sendo alimentada por estemovimento, não produziu nenhuma filosofia, nenhum sistema filosófi-co; mas produziu uma literatura. A própria Escola encarada como tal,como grupo intencional, produziu, em suas diversas fases, bom númerode escritores de mérito. A começar por Tobias Barreto, poeta, crítico,ensaísta, jurista, com uma bagagem literária considerável; e por SílvioRomero, que sobreviveu por muitos anos ao amigo e companheiro, ecuja extensa bibliografia compreende obras de crítica e história literária,folclore, etnografia, sociologia, filosofia, direito, política. Na última faseda sua intensa atividade intelectual, Romero se voltava de preferênciapara os estudos de sociologia aplicando os métodos de Desmoulins e LePlay à análise dos problemas políticos e sociais brasileiros.

Outros nomes devem ser citados, de críticos, ensaístas e pensado-res, que se formaram ao influxo direto da Escola do Recife e realizaram,pelos anos adiante, uma obra literária digna de apreço. Em primeiro lu-

982

Page 316: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

gar, o professor Clóvis Beviláqua, uma pura glória nacional: além de nu-merosos livros e tratados de direito, os seus volumes de crítica literária efilosófica, escritos quase todos na mocidade, não perderam o interesse.Celso da Cunha Magalhães (1850-1879), crítico e romancista prematura-mente desaparecido. José Isidoro Martins Júnior (1860-1904), FaustoCardoso (1864-1906), Artur Orlando da Silva (1858-1916), João Carnei-ro de Sousa Bandeira (1865-1917), críticos e juristas. Herculano MarcosInglês de Sousa (1853-1918), mais conhecido como romancista e jurista.Tristão de Alencar Araripe Júnior (1848-1911), autor de alguns impor-tantes volumes de crítica literária, o qual, formado sob a influência daEscola, buscou mais tarde abeberar-se em outras fontes, levado um pou-co pela fantasia, dizem alguns que o incriminam por isso; mas sem per-der as suas finas qualidades de analista. João Capistrano de Abreu (1852-1927) fez crítica literária nos primeiros tempos e depois se dedicou depreferência a estudos históricos, conquistando uma autoridade sem parcomo pesquisador e sabedor do passado brasileiro. Também José Higi-no Duarte Pereira (1847-1901) se especializou posteriormente em pes-quisas e trabalhos históricos. A esses devemos acrescentar RaimundoAntônio da Rocha Lima (1855-1878), que morreu muito jovem, semtempo de confirmar as esperanças que os amigos depositavam nele; eJosé Pereira da Graça Aranha (1868-1931), cuja passagem pelo Recife, jános últimos anos da década de 80, marcou para sempre o seu tempera-mento arrebatado, que a idade não conseguiria amortecer, como se viude sua participação ativa no movimento modernista de 1922.

Paralelamente ou conjuntamente com o debate de teorias e doutri-nas, que se travava no plano especulativo, o debate dos problemas polí-ticos e sociais imediatos contribuía de maneira ainda mais acentuadapara alimentar o ambiente de excitação mental que dominava o país. Olivro, o panfleto, a tribuna popular ou parlamentar e sobretudo a im-prensa periódica sustentavam qualidades de expressão, a natureza efê-mera ou fragmentária dos motivos que inspiravam a uns e a outros. Ve-jamos alguns exemplos mais característicos.

983

Page 317: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Lafaiete Rodrigues Pereira (1834-1917), jurisconsulto, jornalista,parlamentar, é com justiça considerado um padrão de boa linguagem.Quintino Bocaiúva (1836-1912) foi o grande jornalista da propagandarepublicana, continuador, na sua época, da tradição deixada por HipólitoJosé da Costa, Evaristo da Veiga e Justiniano José da Rocha. Bocaiúvase dedicará também, durante anos, ao teatro e à crítica literária; mas naimprensa quotidiana, como doutrinador político, é que ele encontrou oterreno propício ao melhor desenvolvimento das suas faculdades de pu-blicista. Salvador de Mendonça (1841-1913) participou igualmente, des-de a primeira hora, da propaganda republicana e democrática, o mesmopodendo-se dizer de seu irmão mais moço, Lúcio de Mendonça (1854-1909). Júlio Ribeiro (1845-1890), republicano radical, deixou fama depolemista virulento e intransigente. Joaquim Serra (1838-1888), de quemdisse André Rebouças que foi "o publicista brasileiro que mais escreveucontra os escravocratas". Mais diretamente ligado à campanha abolicio-nista, sobretudo à última fase da campanha, o jornalista negro José doPatrocínio (1853-1905), também orador popular de renome, desempe-nhou importante papel político e literário, antes e depois da Abolição,agrupando à sua volta grande número de jovens escritores, alguns dosquais viriam a ganhar justa nomeada. Lugar eminente entre os publicis-tas brasileiros de qualquer tempo, cabe a Joaquim Nabuco (1849-1910),prosador e orador de alta categoria. Nabuco foi a voz mais pura da cam-panha abolicionista, mas, permanecendo fiel ao trono, retirou-se da vidapública após o advento do regime republicano. Mais tarde, porém, semquebra dos seus sentimentos pessoais, voltou a servir ao país em funçãopública, na qualidade de chefe de importantes missões diplomáticas noestrangeiro. Sua obra de escritor político, historiador e ensaísta literário,relativamente pouco numerosa, é com razão considerada um patrimônioda nossa literatura. Eduardo Prado (1860-1901), também monarquistaintransigente, homem rico e viajado, não teve tempo de realizar nenhu-ma obra de vulto, pois o que deixou é apenas a amostra das grandespossibilidades que os amigos lhe reconheciam e proclamavam. José Car-

984

Page 318: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

los Rodrigues (1844-1923), que editou e redigiu, em New York, durantenão poucos anos (na década de 70), o importante mensário O Novo Mun-do, e mais tarde veio dirigir o Jornal do Comércio do Rio de Janeiro, consa-grava-se igualmente a estudos de bibliografia brasiliana e de exegese bí-blica, e sobre tais assuntos publicou vários volumes. O jornalista católicoe monarquista Carlos de Laet (1847-1927) deixou nas colunas da im-prensa enorme quantidade de artigos sobre as mais variadas questões:política, religião, filologia, literatura, arte; mas notabilizou-se principal-mente como polemista mordaz, a par de um certo sabor clássico de ex-pressão. Ferreira de Araújo (1848-1900), atilado comentador dos fatospolíticos, sociais e literários. Rui Barbosa (1849-1923) é uma figura àparte em nossa literatura: político, jurisconsulto, advogado, orador, jor-nalista, polemista, filólogo, tudo quanto produziu, e sua obra é imensa,distingue-se pelo saber exaustivo dos assuntos que versava e por um ex-traordinário poder verbal, só comparável, na língua portuguesa, ao deum Antônio Vieira.

Entre os críticos literários dessa época não se pode deixar de incluirMachado de Assis (1839-1908). O nosso maior escritor de ficção, mora-lista e filósofo a seu modo, folhetinista delicioso, praticou também a crí-tica liberária, embora intermitentemente; mas não falta quem opine (porexemplo, Mário de Alencar) que essa era, no entanto, a feição principaldo seu talento. Mesmo sem homologar por inteiro semelhante opinião,forçoso é convir que alguns dos ensaios no gênero deixados pelo mestrefiguram entre as melhores páginas da crítica literária brasileira.

Da geração que se firmou e ganhou nome com o advento da Repú-blica, devemos lembrar J. F. de Assis Brasil (1857-1938), doutrinadorpolítico, parlamentar, diplomata; Alberto Torres (1865-1917), político epublicista, cujos livros exercem ainda hoje considerável influência; Alcin-do Guanabara (1865-1918), tipo do perfeito jornalista político e literário;Edmundo Bittencourt (1866-1943), polemista desabusado, renovador daimprensa do seu tempo; Medeiros e Albuquerque (1867-1934), tempera-mento versátil, espirito malicioso, que se dispersava gostosamente por

985

Page 319: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

todos os gêneros literários, mas foi, antes de mais nada, um jornalista,um polemista; Paulo Barreto (1881-1921), que apareceu ruidosamentecom o pseudônimo de João do Rio.

Na crítica literária, José Veríssimo (1857-1916) exerceu uma ativi-dade das mais fecundas, iniciada no Pará, sua província natal, em 1877, esó interrompida pela morte do escritor. Era um homem probo, um ser-vidor consciencioso da literatura, um crítico severo por temperamento epor convicção. Sem preocupações sectárias de escola, ele foi tambémum animador, mantendo e dirigindo uma das melhores revistas literáriasque já tivemos, a Revista Brasileira (1895-1899). Podemos não gostar dasua maneira de escrever, nem sempre fácil; mas não podemos negar asua importância e a sua justa influência. Valentim Magalhães (1859-1903) representou no seu tempo um papel de certo relevo como críticoliterário: hoje, no entanto, ele está quase completamente esquecido.Adolfo Caminha (1867-1897) foi um naturalista ortodoxo não só comoromancista, mas igualmente como crítico, e nisto reside, talvez, o méritoprincipal do seu volume de Cartas Literárias: elas nos mostram o autor, aescola e a época em que foram escritas.

O livro de estréia de Euclides da Cunha (1866-1909), Os Sertões,causou enorme impressão quando apareceu, em fins de 1902. Trata-secom efeito de um livro culminante e singular em nossas letras, escritopor alguém que se revelava ao mesmo tempo um cientista, homem desaber positivo, e um artista torturado, poeta e panfletário cheio de vee-mências. Euclides da Cunha, que cursara a famosa Escola Militar daPraia Vermelha no período mais aceso da propaganda republicana,abandonou no início a carreira das armas, para dedicar-se à engenhariacivil e ao jornalismo. Ele escreveu ainda entre 1903 e 1909, numerososensaios, quase todos reunidos em volume, sobre questões de sociologia,etnografia, geografia, história, literatura, política internacional, etc. Ma-nuel de Oliveira Lima (1867-1928) diplomata e historiador, publicista ememorialista, ocupou-se também de assuntos propriamente literários, ourelativos à nossa história literária, de que deixou em livro um ensaio, As-

986

Page 320: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

pectos da Literatura Colonial Brasileira, publicado em 1896. João Ribeiro(1860-1934), filólogo, gramático, historiador, crítico, ensaísta, foi umcompleto homem de letras, e o melhor da sua obra se caracteriza pelaerudição, sempre alerta e segura, e pela escrita límpida, saborosa, uma eoutra ao serviço de um dos espíritos mais finos e ilustres que temos pos-suído. Xavier Marques (1861-1943), mais conhecido como romancista,publicou alguns ensaios estimáveis.

Três nomes nos acodem aqui, nomes de escritores bem diferentes en-tre si, mas tendo em comum o nível de idade e a excelência da formação lite-rária: Pedro Lessa (1859-1921), emérito jurista e magistrado; ConstâncioAlves (1862-1933), folhetinista e ensaísta sempre discreto; e PauloPrado, historiador de boa escola, autor do famoso Retrato do Brasil.

Ainda na década de 90, já nas vésperas do novo século, o apareci-mento do livro A Filosofia como Atividade Permanente do Espírito Humano(1895), a que se seguiu, pouco depois, um outro, intitulado A FilosofiaModerna (1899), indicava um começo de reação espiritualista contra o na-turalismo filosófico que vinha dominando desde mais de vinte anos. Seuautor, Raimundo de Farias Brito (1864-1917), procedia da Escola do Re-cife, mas firmava-se de pronto como um dissidente que se encaminharialogicamente para uma posição oposta. Os livros que ele publicou poste-riormente, dois volumes em 1905, outro em 1912 e o último em 1914,confirmaram e acentuaram essa direção antinaturalista. Não foi um pen-sador original, nem propôs nenhum sistema próprio; mas era uma voca-ção, e são incontestáveis os seus méritos de historiador e crítico de filo-sofia. Alceu Amoroso Lima definiu muito bem a orientação e a significa-ção do pensamento de Farias Brito, quando disse que a sua filosofia seinspirava toda ela "na reação bergsoniana contra o evolucionismo britâ-nico e contra o monismo germânico". No entanto, pouca ou nenhumainfluência exerceu sobre os seus contemporâneos; só mais tarde, no pe-ríodo que se seguiu à primeira guerra mundial, tornou-se Farias Brito ocentro ou o ponto de partida das varias correntes reacionárias que aindahoje prevalecem em muitos setores do pensamento brasileiro.

987

Page 321: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

É oportuno observar que a reação espiritualista nos domínios da fi-losofia ligava-se ou pelo menos coincidia com o movimento simbolistana poesia. Deste movimento, derivaram igualmente alguns prosadoresdignos de menção: Gonzaga Duque (1863-1911), ficcionista e bom críti-co de arte; Tristão da Cunha (1878-1942), esteta e moralista, que se ex-primia numa prosa sóbria e pura ; Nestor Vítor (1868-1932), prosadormedíocre, mas dotado de apreciáveis qualidades de analista e crítico lite-rário, sendo sem dúvida o mais autorizado crítico do simbolismo brasi-leiro; Félix Pacheco (1879-1935), que se tornou jornalista e publicista derenome; Afrânio Peixoto, autor de numerosos e variados livros de fic-ção, de ciência, de história literária, podendo-se destacar, neste últimogênero, a sua biografia de Castro Alves.

Ao lado do bergsonismo filosófico e do simbolismo literários,novas correntes de idéias se manifestavam, quase sempre como sim-ples eco dos movimentos ideológicos europeus. Principalmente nosprimeiros anos do novo século, alguns escritores apareceram, no ro-mance, no ensaio, na crítica, afirmando-se adeptos de tais ou quaistendências socialistas ou anarquistas; mas, com uma ou outra exce-ção, não passavam de diletantes à procura de novidades, sem nadade comum com a ação política representativa daquelas tendências.Exemplo típico nesse sentido é o de Elísio de Carvalho (1860-1925),crítico, ensaísta, publicista, criminalista, historiador, o qual, no justodizer de um cronista da época, "representa por si só uma porção depequenos movimentos literários, reflexos de pequenas escolas fran-cesas". É certo que Euclides da Cunha, de quem já falamos, evidencia-va, nos seus ensaios, leituras de Proudhon e Marx; mas não creio queisso baste para qualificá-lo de escritor socialista. A mesma coisa caberiatalvez dizer de Alcides Maia, romancista e ensaísta, cujos créditos de crí-ticos se consolidaram com o seu excelente livro Machado de Assis, publi-cado em 1912.

Durante os anos que se seguiram, abalados pela guerra de 1914-1918 e suas conseqüências revolucionárias, novos nomes foram surgin-

988

Page 322: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

do, alguns deles destinados a influir de modo efêmero ou duradouro,mas em todo caso a influir sobre a marcha do pensamento brasileiro.Apontaremos os mais representativos: Vítor Viana (1181-1937), publi-cista e ensaísta de envergadura, se bem que descuidado como escritor;Antônio Torres (1885-1934), polemista literário temido no seu tempo;Humberto de Campos (1886-1934), nos últimos anos dedicado à criticaliterária; Vicente Licínio Cardoso (1889-1931), homem de sólida forma-ção cultural, adepto do positivismo, cujos ensaios abordam múltiplosproblemas de crítica histórica e social, de filosofia, de arte e religião, depolítica e economia; Artur Mota (1879-1935), historiador da nossa litera-tura, copioso na informação bibliográfica: Ronald de Carvalho (1893-1935), crítico e historiador literário fácil, vivo, mas superficial; Edgar Ro-quete-Pinto, mestre da antropologia brasileira e também escritor de mé-rito; A. G. de Araújo Jorge, ensaísta e historiador, talvez o último repre-sentante, cronologicamente, da Escola do Recife; João Pinto da Silva, críti-co literário desviado pela carreira diplomática; Gilberto Amado, espírito bri-lhante, autor de ensaios de crítica social e literária cheios de vivacidade; HélioLobo, escritor sóbrio e probo; José Oiticica, militante anarquista, críticoliterário, professor, filólogo eminente; Edgardo de Castro Rebelo, pro-fessor de direito, sociólogo, polemista; Fernando de Azevedo, pedagogo,sociólogo, ensaista; Otávio Brandão, autor do livro Agrarismo e Industria-lismo, primeira tentativa feita no Brasil de análise marxista da situação na-cional; Pontes de Miranda, jurisconsulto, sociólogo, filósofo, ensaísta devasto saber; Homero Pires, biógrafo de Junqueira Freire; Agripino Grie-co, ágil manejador da sátira, crítico mais dos autores e dos costumes lite-rários que das obras e dos livros; Andrade Murici e Tasso da Silveira, crí-ticos e ensaístas vindos da última fase do simbolismo. Entre os melhoresjornalistas e articulistas desse período alguns nomes devem ser destaca-dos: Azevedo Amaral (1881-1945), José Maria dos Santos, José Eduardode Macedo Soares, Costa Rego, Assis Chateaubriand.

O "movimento modernista" -- expressão literária da efervescênciapolítica e social do após-guerra, ponto de partida de toda a ulterior reno-

989

Page 323: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

vação da nossa mentalidade -- produziu boa safra de ensaístas e críticos,alguns deles portadores de títulos literários de considerável importância:Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Augusto Meyer, Pedro Dantas,Sérgio Buarque de Holanda, Sérgio Milliet, Renato Almeida, RosárioFusco e outros.

Referência especial deve ser feita a Jackson de Figueiredo (1891-1928), discípulo de Farias Brito, e que tão importante papel representariacomo chefe espiritual da reação brasileira contra os fermentos revolucio-nários legados pela guerra. Convertido à fé católica, Jackson de Figueire-do lançou-se de corpo e alma à campanha reacionária -- pela imprensa,pelo livro, pela ação social. Era um espírito atormentado, morbidamenteatormentado pelo que ele próprio chamou de "conflito entre a consciên-cia e o temperamento", e esse estado de espírito, em certo sentido umpouco artificial, domina os seus livros, os seus artigos e sobretudo assuas cartas. Grande foi, no entanto, a influência por ele exercida sobrealgumas camadas da geração que surgiu dos escombros da guerra.

Alceu Amoroso Lima apareceu logo depois da guerra, assinandoartigos de crítica literária com o pseudônimo de Tristão de Ataíde, e du-rante longo tempo sustentou o bastão que pertencera a Sílvio Romero ea José Veríssimo; a certa altura, porém, levado à Igreja Católica pela mão deJackson de Figueiredo e, morto este prematuramente, fez-se também o seuherdeiro, assumindo desde então a liderança do movimento a que o título deum dos seus livros daria a definição exata de "contra-revolução espiritual". Suaatividade ampliou-se consideravelmente, e o crítico literário desdobrou-se pe-los domínios da filosofia, da sociologia, da política, da ação social.

Em sentido oposto ao dessa "contra-revolução espiritual" que teveno Integralismo (partido fascista brasileiro) a sua expressão extrema noterreno propriamente partidário de ação política -- podemos alinhar,além de alguns já citados, os nomes de João Mangabeira, jurista, oradorparlamentar; Hermes Lima, jurista, ensaísta; Caio Prado Júnior, ensaístapolítico, economista; Carlos Sussekind de Mendonça, polemista, biógra-fo de Sílvio Romero; Aníbal Monteiro Machado, ensaísta e crítico de

990

Page 324: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

arte; Álvaro Moreira, cronista lírico e malicioso; Aparício Torelly (Barãode Itararé), humorista de autêntica originalidade, que popularizou opseudônimo de Barão de Itararé; Osório Borba, jornalista, comentaristamordaz; Barreto Leite Filho, comentarista internacional; Samuel Wainer,repórter; Carlos Lacerda, polemista e literário; Edison Carneiro, ensaísta,crítico literário; Rubem Braga, espécie de poeta e moralista, que se expri-me por meio de breves comentários aos acontecimentos quotidianos.

O aparecimento do livro Casa-Grande & Senzala, de Gilberto Freire,em 1934, deve ser especialmente assinalado: com ele se iniciou uma obraliterária e científica de primeira ordem, que se vai multiplicando de anopara ano, e sua repercussão tem sido das mais fecundas na renovaçãodos métodos de pesquisa e estudo de nossa história social. Otávio Tar-quínio de Sousa, historiador e ensaísta da melhor categoria, está igual-mente construindo uma obra de sólida erudição, comedida e sóbria nafatura. Artur Ramos, antropólogo, pesquisador e ao mesmo tempo escri-tor correto, é autor de livros de larga e merecida reputação na sua espe-cialidade. Mencionaremos ainda, na crítica e no ensaio literário: ÁlvaroLins, jovem mestre no gênero, já com três livros publicados; Lúcia Mi-guel Pereira, cujo livros sobre Machado de Assis e Gonçalves Dias lheconferiram um lugar definitivo entre os maiores críticos literários brasi-leiros de qualquer época; Viana Moog, autor do excelente estudo sobreEça de Queirós, além de outros ensaios; Nélson Werneck Sodré, quebusca interpretar o fenômeno literário de um ponto de vista sociológicodefinido; Afonso Arinos de Melo Franco, que tem publicado livros decrítica literária, crítica política e social, história, etc.; Haroldo Paranhos,autor de uma História do Romantismo Brasileiro, recomendável pela abun-dante informação; Eugênio Gomes, estudioso da literatura inglesa; ElóiPontes, discutível como escritor e como crítico, mas infatigável pesqui-sador do nosso passado literário. Lembrarei mais: Roberto Alvim Cor-reia, José Barreto Filho, Afrânio Coutinho, Genolino Amado, ValdemarCavalcanti, Aurélio Buarque de Holanda, Odilo Costa, filho, Edgar Ca-valheiro, Antônio Cândido, Olívio Montenegro, Luís Delgado, Mário

991

Page 325: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Matos, Eduardo Frieiro, Oscar Mendes, além de outros mais novos, quevão aparecendo. Lembrarei, por fim, o escritor austríaco Oto Maria Car-peaux, hoje cidadão brasileiro, integrado em nosso movimento literário;trata-se de alguém que conhece a fundo as literaturas da Europa e dasAméricas, e é simultaneamente um crítico, um filósofo, um artista.

No que concerne aos estudos filosóficos, a conclusão tem de serpessimista, apesar de certas aparências em contrário. Continuamos namesma: podemos apresentar alguns críticos, historiadores e professoresde filosofia; mas nenhum filósofo. Tal ou qual vocação mais acentuadaou mais esperançosa -- um padre Maurílio Teixeira Leite Penido, um Eu-ríalo Canabrava, um Pontes de Miranda, um Djacir Meneses -- é eviden-te que não basta para desfazer semelhante conclusão.

992

Page 326: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Bibliografia

Abreu, João Capistrano de. Ensaios e estu-dos; crítica e história: 1ª, 2ª e 3º séries. Riode Janeiro, 1931, 1932 e 1938. 3 v.

Escritos avulsos de Capistrano deAbreu, desde os seus primeiros en-saios de crítica, datados de 1874 atéos últimos artigos e estudos elabora-dos no fim da vida, em 1927.

A obra principal de Capistranode Abreu se encontra reunida nos li-vros Capítulos da história colonial, o Des-cobrimento do Brasil, e Caminhos antigos ePovoamento do Brasil, igualmente edita-das ou reeditadas pela sociedadefundada pelos amigos do mestre, de-pois de sua morte. [4467]

Abreu e Lima

vide

Lima, José Inácio de Abreu e.

Albuquerque, José Joaquim de Camposda Costa de Medeiros e. Homens eCousas da Academia. Rio de Janeiro,Renascença editora, 1934. 330 p.

Medeiros e Albuquerque foi umescritor extremamente versátil, quese comprazia em abordar e discutiros assuntos mais diversos. Neste vo-lume, onde há algumas das suas me-lhores páginas, ele trata de vários te-mas da história literária, de ensino e delinguagem. Mais interessantes são oscapítulos consagrados à fundação daAcademia Brasileira de Letras, à evo-lução literária do Brasil (até 1922) e aalguns escritores contemporâneosdo autor. As reminiscências relativas

a Tito Lívio de Castro merecem es-pecial menção. [4468]

Alcântara Machado

videOliveira, José de Alcântara Machado.Alencar, José Martiniano de. Cartas sobre

a confederação dos Tamoios, por Ig. (pseu-dônimo). Rio de Janeiro, Emp. Tip.Nac. do Diário, 1856. 96 p.

Coleção de oito cartas de críticaao poema de Gonçalves de Magalhães,A Confederação dos Tamoios, publicadano Diário do Rio de Janeiro, em mea-dos de 1856. [4469]

Alencar, Mário Cochrane de. Alguns escri-tos. Rio de Janeiro, 1910. 158 p.

Sobressaem neste volume os ca-pítulos dedicados a Machado de As-sis, um deles de reminiscências pes-soais sobre o mestre, que era amigoíntimo do autor. [4470]

Almeida, Miguel Osório de. Ensaios, críti-cas e perfis. Rio de Janeiro, Briguiet,1938. 259 p.

O Prof. Miguel Osório de Almei-da, mais conhecido como homem deciência, é a par disso escritor de mé-rito, ensaísta e crítico, voltado depreferência para os problemas decultura geral. Há neste volume traba-lhos escritos em 1931 a 1938, so-bressaindo entre eles os ensaios con-sagrados ao debate de questões rela-tivas à posição da inteligência emface da crise do mundo moderno, ascríticas a livros de Einstein, Bergson,

993

Page 327: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Strowski, P. Janet, A. Carrel, A.Munthe, Roquete-Pinto, etc., e osperfis de Wagner, Painlevé, Ch. Ri-chet, Carlos Chagas, Medeiros e Al-buquerque e outros. [4471]

Almeida, Renato. História da música brasi-leira. 2ª ed. Com 151 textos musicais.Rio de Janeiro, Briguiet, 1942. 529 p.

Segundo os competentes, é esta aobra mais considerável no gêneropublicada no Brasil sobre a músicabrasileira. O volume é enriquecidopor extensa bibliografia. [4472]

Alves, Antônio Constâncio. Figuras. Riode Janeiro, Edição do Anuário doBrasil, (1921). 196 p.

Breves ensaios, geralmente escri-tos com certa finura e malícia, acercade escritores, artistas, políticos, etc.,brasileiros ou não. Por exemplo:Castro Alves, Machado de Assis,Joaquim Nabuco, Raimundo Cor-reia, Barão do Rio Branco, André Re-bouças, Ruskin, Tennyson, Stapfer,Juarèz, Mitre, Th. Rosevelt. [4473]

Amado, Genolino. Vozes do mundo. SãoPaulo, Editora Nacional, 1937. 195 p.

Ensaios e crônicas sobre diversosescritores estrangeiros, notadamenteG. B. Shaw, Selma Lagerlof, JamesBarrie, André Gide, André Maurois,Stefan Zweig, etc. [4474]

Amado, Gilberto. A dança sobre o abismo.Rio de Janeiro, Ariel editora. (1933).244 p.

Compõe-se este livro de duaspartes: a 1ª, consagrada a estudos li-terários "Anatole France", "Dic-kens", "A literatura e o desenvolvi-mento mental do Brasil", "O concei-to da verdade no intelectualismo eno pragmatismo", etc.), e a 2ª, a es-

tudos sociais ("A experiência brasi-leira", "A civilização no Brasil", "Oproblema universitário brasileiro","Pela ciência pura", etc.)

Outros livros de ensaios do au-tor: A chave de Salomão (1914), Grãode areia (1919), Aparências e realidades(1922), Espírito do nosso tempo(1932). [4475]

Amaral, Amadeu. O elogio da mediocridade;estudos e notas de literatura. SãoPaulo, Editora Nova Era, 1924. 244 p.

Do mesmo autor e do mesmogênero: Letras Floridas, 1920; UmSoneto de Bilac, 1920; Dante, 1921; APoesia da Viola, 1921; Luís de Camões,1924. [4476]

Amaral, Antônio José Azevedo de. En-saios brasileiros, por Azevedo Amaral.Rio de Janeiro, 1930. 298 p.

Compõe-se este volume de seteensaios, assim intitulados: Determinis-mo Histórico, Fator Humano, FormaçãoBrasileira, Evolucionismo e Revolucionis-mo, Tendências Políticas, OrganizaçãoEconômica, Valorização do Homem.Azevedo Amaral publicou mais tar-de outros livros e ensaios políticos,sendo que os últimos de tendênciaacentuadamente fascista. [4477]

Andrade, Almir Bonfim de. Da interpreta-ção na psicologia; Crítica aos fundamentosda psicologia contemporânea: ensaio de ree-laboração sistemática de uma psicologia di-nâmica, como base de uma teoria do conhe-cimento. Rio de Janeiro, José Olímpio,1936. 586 p.

Eis a súmula deste livro: Introdu-ção -- sobre a necessidade de umacrítica integral e sistemática à culturamoderna: 1ª parte -- fundamentos dapsicologia; 2ª parte -- processos psí-

994

Page 328: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

quicos normais; 3ª parte -- glossárioe bibliografia. Mas, ao que parece, arealização da obra não correspondea tamanhos e tão ambiciosos títulose subtítulos. [4478]

Andrade, Mário de. Aspectos da literaturabrasileira. Rio de Janeiro, Americ.Edit., (1943). 250 p.

Compõe-se êste volume de noveensaios de crítica literária, escritosem tempo diverso, entre 1931 e1941. "Espero que se reconheça ne-les" -- escreve o autor, definindo asua orientação --, "não o propósitode distribuir justiça, que consideromesquinho na arte da crítica, mas oesforço apaixonado de amar e com-preender". Manuel Antônio de Al-meida, Castro Alves, Machado deAssis, Raul Pompéia, Tristão deAtaíde, Augusto Frederico Schmidt,Manuel Bandeira, Carlos Drumondde Andrade: eis os temas principaisdestes ensaios. Mário de Andrade,que é um dos mais importantes es-critores brasileiros destes últimosvinte anos, tem publicado muitos li-vros, em quase todos os gêneros.Podemos citar os seguintes, fora dapoesia e da ficção: A escrava que não éIsaura (1925), poética e folclore; Mo-dinhas imperiais (1930), crítica e anto-logia; Música, doce música (1934), estu-dos; Aleijadinho e Álvares de Azevedo(1935), ensaios; Namoros com a medici-na (1938), crítica e folclore; A expres-são musical dos Estados Unidos (1940),crítica; Música do Brasil (1941), históriae folclore; O baile das quatro artes (1943),crítica de arte e de literatura. [4479]

Aranha, José Pereira da Graça. Machadode Assis e Joaquim Nabuco: comentários enotas a correspondencia entre os dois escrito-

res. 2ª ed., Rio de Janeiro, Briguiet,1942. 269 p.

Compõe-se êste volume de trêspartes: a primeira, uma longa intro-dução crítica de Graça Aranha; a se-gunda, a correspondência entre Ma-chado e Nabuco, a terceira, artigosde Rui Barbosa, Emile Faguet, Vi-censo Morelli e Graça Aranha sobreJoaquim Nabuco, e discursos de RuiBarbosa e Alcindo Guanabara sobreMachado de Assis. Fecha o volumea conferência de Graça Aranha:"Mocidade heróica de Joaquim Na-buco".

Este é sem dúvida o melhor li-vro de Graça Aranha fora da fic-ção. Os outros, que ele publicou,versando assuntos de filosofia e es-tética, vão sendo merecidamente es-quecidos. [4480]

Araripe, Tristão de Alencar (Júnior). Joséde Alencar. 2ª ed., Rio de Janeiro,1894. 205 p.

Araripe Júnior, como Sílvio Ro-mero e José Veríssimo, dedicou-sede preferência à crítica literária. Pu-blicou ainda: Dirceu (1890), Movimentode 1893 (1896), Gregório de Matos (1ªed. em 1894, 2ª em 1910), Ibsen(1911), etc.

A primeira edição é de 1882.[4481]

Araújo, Carolina Nabuco de. A vida deJoaquim Nabuco, por sua filha CarolinaNabuco. São Paulo, Companhia Edi-tora Nacional, 1928. 526 p.

Livro de leitura indispensável parao conhecimento da vida e da obra dogrande escritor e diplomata. [4482]

Araújo, Joaquim Aurélio Barreto Nabu-co de. Escritos e discursos literários, por

995

Page 329: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Joaquim Nabuco. São Paulo, EditoraNacional, 1939. 296 p.

Conferências, discursos e artigosdatados de 1880 a 1901. De gêneroanálogo pode-se mencionar desteautor: Camões e assuntos americanos,seis conferências proferidas em Uni-versidades Americanas, publicadasem inglês e português. Mas a obracapital de Joaquim Nabuco é Um Es-tadista do Império (1ª edição, 1987/99;2ª, 1936), biografia de seu pai e his-tória política do Império brasileiro.Citemos ainda Minha formação (1ª ed.,1900; 2ª, 1937), livro autobiográficoque é uma das obras-primas da nos-sa literatura. [4483]

Araújo Jorge, A. G.vide

Jorge, Artur Guimarães de Araújo.Araújo, José Sousa Ferreira de. Cousas po-

líticas, por Ferreira de Araújo. Rio de Ja-neiro, Tip. da Gazeta de Notícias, 1884.258 p.

Coletânea de artigos políticos pu-blicados na Gazeta de Notícias, de mar-ço a dezembro de 1883. [4484]

Assis, Joaquim Maria Machado de.vide também

Centenário de Machado de AssisAssis, Joaquim Maria Machado de. Crítica

literária. Pref. de Mário de Alencar.Jackson inc., Rio de Janeiro, 1937.344 p.

Estão reunidos neste volume osartigos de crítica literária publicadospor Machado de Assis de 1858 a1906. Alguns muito importantes,por exemplo: Instinto de nacionalidade(1873); A nova geração (1879); O Gua-rani, de José de Alencar (1888); Hen-riqueta Renan (1896). [4485]

Assis Chateaubriandvide

Melo, Francisco de Assis ChateaubriandBandeira de.

Assis Brasil, J. F.vide

Brasil, Joaquim Francisco de Assis.Ataíde, Tristão, pseud.

videLima, Alceu de Amoroso.Aires, Matias.

videEça, Matias Aires Ramos da Silva de.Azeredo, Carlos Magalhães de. Homens e

livros. Rio de Janeiro, Garnier, 1902.285 p.

Autores estudados aqui: Leopardi,Garrett, Eça de Queirós, Alberto deOliveira, José Veríssimo, etc. [4486]

Azevedo, Fernando de. A cultura brasilei-ra: introdução ao estudo da cultura no Brasil.Rio de Janeiro, Serviço Gráf. do Inst.Bras. Geo. Estatística, 1943. 535 p.

Trata-se de publicação oficial, fei-ta pela Comissão Censitária Nacio-nal, do Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística, a título de intro-dução geral à série de volumes, queestão sendo elaborados e conterãoos resultados do RecenseamentoGeral do Brasil, realizado em 1º desetembro de 1940.

Eis a súmula da matéria contidaneste volume:

Introdução -- Parte primeira: Osfatores da cultura. O país e a raça. Otrabalho humano. As formações ur-banas. A evolução social e política.Psicologia do povo brasileiro. -- Par-te segunda: A Cultura. Instituições ecrenças religiosas. A vida intelectual.

996

Page 330: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

As profissões liberais. A vida literá-ria. A cultura científica. A cultura ar-tística. -- Parte terceira: A transmis-são da cultura: O sentido da educa-ção colonial. As origens das institui-ções escolares. A descentralização ea dualidade de sistemas. A renova-ção e a unificação do sistema educa-tivo. O ensino geral e os ensinos es-peciais.

Numerosas ilustrações e farta bibli-ografia enriquecem o texto deste livro,que no seu gênero é o mais completojá publicado no Brasil. [4487]

Azevedo Amaralvide

Amaral, Antônio José Azevedo do.Bandeira, João Carneiro de Sousa. Estu-

dos e ensaios. Rio de Janeiro, Garnier,1904. 235 p.

Questões de filosofia, de direito,de história, de religião: tais os assun-tos preferentemente versados peloautor. Sousa Bandeira foi discípulode Tobias Barreto, na Faculdade deDireito do Recife, e ao mestre dedi-cou um dos mais interessantes estu-dos deste livro. Do mesmo autor é ovolume Páginas literárias, publicadoem 1917. [4488]

Bandeira, Manuel Carneiro de Sousa.Noções de história das literaturas. SãoPaulo, Editora Nacional, 1942. 385 p.

Livro didático, em que a parte de-dicada à literatura brasileira, particu-larmente desenvolvida, apresenta ex-celente panorama da nossa histórialiterária. [4489]

Barbosa, Januário da Cunha. Parnaso bra-sileiro, ou Coleção das melhores poe-sias dos poetas do Brasil, tanto inédi-tas, como já impressas (pelo Cônego

Januário da Cunha Barbosa). Rio deJaneiro, Tip. Imperial e Nacional.1829-1831. 2 v.

No 2º volume desta coleção en-contram-se notícias biográficas, es-critas pelo Cônego Januário da Cu-nha Barbosa, dos seguintes poetas:Santa Rita Durão, D. Beatriz Fran-cisca de Assis Brandão, Gregório deMatos, Silva Alvarenga, Alexandrede Gusmão, Alvarenga Peixoto,Cláudio Manuel da Costa, Padre Mi-guel Eugênio, Domingos CaldasBarbosa, João Pereira da Silva, To-más Antônio Gonzaga. O CônegoJanuário publicou em avulso nume-rosos sermões e panfletos políticos,tendo também colaborado assidua-mente nas revistas literárias do seutempo. [4490]

Barbosa, Rui. Obras completas de Rui Bar-bosa. Vol. IX, 1882. Tomo I: Reformado ensino secundário e superior. Rio de Ja-neiro, 1942. 370 p.

É o primeiro volume da ediçãosistemática das Obras completas de RuiBarbosa, que está sendo feita peloMinistério da Educação e Saúde eque compreenderá cerca de 200 vo-lumes, organizados por ordem cro-nológica. [4491]

Barreto, João Paulo dos Santos. O mo-mento literario, por João do Rio (pseud.).Rio de Janeiro, Garnier, (1908?). 334 p.

Trata-se de um inquérito literário,a que responderam muitos dos maisconhecidos escritores brasileiros docomeço deste século. Repertório deconfissões e depoimentos autobio-gráficos de evidente interesse. [4492]

Barreto, Luís Pereira. Filosofia teológica.Rio de Janeiro, Laemmert, 1874. 289 p.

997

Page 331: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Constitui este volume a 1ª parteda obra As Três Filosofias. A 2ª parte,Filosofia Metafísica, foi publicada em1876. A 3ª parte, Filosofia Positivista, nãochegou a ser publicada. O autor se de-clarava adepto do positivismo comtia-no, mas os comtistas ortodoxos não oreconheciam como tal. [4493]

Barreto, Tobias.vide

Meneses, Tobias Barreto de.Basbaum, Leôncio. Los fundamentos del

materialismo: introducción a la historia dela filosofía. Buenos Aires, EditorialAmericalee, 1943. 378 p.

A publicação deste livro é semdúvida uma contribuição muito im-portante ao estudo dos problemasfilosóficos não só na América Latinaem geral como principalmente noBrasil. O autor é brasileiro e seu li-vro foi escrito originalmente em por-tuguês. Sua edição em espanhol, feitafora do Brasil, visa, ao que parece, umpúblico mais vasto. [4494]

Bastos, Aureliano Cândido Tavares. Car-tas do solitário. 3ª ed. feita sobre a 2ª,de 1863. 521 p.

A 1ª edição deste livro data de1862, e a 2ª, de 63, apareceu com al-guns capítulos em acréscimo, tudoreproduzido nesta 3ª, que trata dosseguintes problemas: Liberdade decabotagem, Abertura do Amazo-nas, Comunicações com os EstadosUnidos, Reforma aduaneira, Africa-nos livres, Tráfico de escravos, Ensi-no livre. De igual importância sãoos demais livros do mesmo autor:A Província. Estudo sobre a Descentra-lização no Brasil (1ª ed., 1870; 2ªed., 1937); O Vale do Amazonas (1ª

ed., 1866; 2ª ed., 1937); Os Males doPresente e as Esperanças do Futuro(1939). [4495]

Beviláqua, Clóvis. Esboços e fragmentos.Pref. Araripe Júnior. Rio de Janeiro,Laemmert, 1899. 294 p.

Ensaios e artigos diversos, escri-tos entre 1882 e 1897, destacando-seos seguintes: Repercussão do pensamentofilosófico sobre a mentalidade brasileira; Afilosofia positiva no Brasil; Finalidade domundo (este último sobre o livro deigual título de Farias Brito). É muitoextensa a bibliografia de Clóvis Bevi-láqua, sobretudo no concernente alivros de direito. De crítica literáriaou filosófica lembraremos ainda:Épocas e individualidades (1889, 2ª ed.,em 1899) e Juristas filósofos (1897). Eleescreveu igualmente uma importanteHistória da Faculdade de Direito do Recife(2 vols., 1927). [4496]

Bezerra, Alcides.vide

Cavalcanti, João Alcides Bezerra.Borba, José Osório de Morais. A comédia

literária. Rio de Janeiro, Alba Editora,1941. 269 p.

Coletânea de crônicas, críticas,sátiras, polêmicas, comentários e pe-quenos ensaios acerca de autores, li-vros, obras de arte, costumes e ridí-culos dos meios literários, artísticose políticos brasileiros destes últimosanos. [4497]

Braga, Rubem. O conde e o passarinho: crô-nicas. Rio de Janeiro, José Olímpio,1936. 196 p.

O próprio autor define, em pre-fácio, a natureza íntima do livro:"Aqui encontrareis os queixumes eos palpites de um jovem jornalista

998

Page 332: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

pequeno-burguês, de um país semi-colonial". Mas pode-se acrescentarque tais queixumes e palpites são es-critos numa prosa atual de primeiraordem. Este livro é adotado comotexto de leitura de língua portuguesaem escolas norte-americanas. [4498]

Brasil. Ministério da Educação e Saúde.Exposições. II. Exposição Machado deAssis. Centenário do nascimento de Ma-chado de Assis, 1839-1939. Rio de Ja-neiro. 238 p.

Documentário e bibliografia, comuma introdução de Augusto Meyer,Diretor do Instituto Nacional do Li-vro. [4499]

Brasil, Joaquim Francisco de Assis. De-mocracia representativa; Do voto e do modode votar. 4ª ed. Rio de Janeiro, 1931.422 p.

A 1ª edição tem a data de 1893; a2ª, de 1894, a 3ª, de 1895. Esta 4ªedição, além de muitas notas novas,contém em anexo os anteprojetos delei redigidos pelo autor em 1931 erelativos ao registro de eleitores e àsnormas de eleição para Constituintede 1934. [4500]

Brito, Raimundo de Farias. O mundo inte-rior: ensaio sobre os dados gerais da filosofiado espírito. Rio de Janeiro, Rev. dos Tri-bunais, 1914. 486 p.

R. de Farias Brito publicara ante-riormente os seguintes livros: A Filo-sofia como atividade permanente do espíritohumano (1895), A Filosofia moderna(1899), Evolução e relatividade (1905),A Verdade como regra das ações (1905).A base física do espírito (1912). Referin-do-se a Farias Brito, cuja filosofia seinspirava toda ela "na reação bergso-niana contra o evolucionismo britâ-

nico e contra o monismo germâni-co", escreveu Alceu Amoroso Limaque ele iniciou no Brasil "a reaçãocontra o naturalismo filosófico e foia grande voz que se abriu entre nósem favor de uma nova filosofia doespírito, que ia ser repudiada pelosseus contemporâneos e compreendidaapenas pela geração seguinte". [4501]

Buarque de Holanda, Sérgio.vide

Holanda, Sérgio Buarque de.Cairu, Visconde de.

videLisboa, José da Silva, Visconde de Cairu.Caminha, Adolfo Ferreira. Cartas literá-

rias. Rio de Janeiro, 1895. 244 p.Artigos publicados anteriormente

na imprensa, entre 1885 e 1895, so-bre livros, autores e problemas lite-rários. [4502]

Campos, Humberto de.vide

Veras, Humberto de Campos.Canabrava, Euríalo. Seis temas do espírito

moderno. São Paulo, 1941. 227 p.Segundo a palavra do próprio au-

tor, este livro constitui "uma tentati-va para formular conclusões mais oumenos trabalhosas sobre variadas te-ses de escritores contemporâneos, esobre as tendências mais característi-cas da nossa época". Eis as teses de-batidas, capítulo a capítulo: "Omito", "O Inconsciente", "O Nacio-nalismo", "O Progresso", "O Judaís-mo", "A Metafísica". Este o primei-ro livro brasileiro inspirado no pen-samento existencialista, e sobre ométodo seguido pelo autor, diz Al-ceu Amoroso Lima que o seu "intui-to foi menos falar sobre os ‘seis te-

999

Page 333: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

mas do espírito moderno’, do que mos-trar-nos o pensamento existencialistaem ação". [4503]

Caneca, Joaquim do Amor Divino, Frei.Obras políticas e literárias de Frei Joaquimdo Amor Divino Caneca, colecionadas peloComendador Antônio Joaquim de Melo.Recife, 1875. 2 v.

Frei Caneca foi um dos chefes darevolução republicana de 1824, emPernambuco. Era professor de gra-mática e filosofia. "As idéias filosófi-cas que professava havemo-las decolher nos seus escritos políticos" --escreveu Alcides Bezerra. [4504]

Cardoso, Fausto de Aguiar. Concepção mo-nística do universo; introdução aos cosmosdo direito e da moral. Pref. Graça Ara-nha. Rio de Janeiro, Laemmert, 1894.293 p.

Fausto Cardoso publicou maistarde Taxinomia Social (1898). Osdois livros são partes de obra maior,Cosmos do Direito e da Moral, que ficouincompleta. "O pensamento capitaldo autor é a aplicação do monismohaeckeliano à sociologia" -- assim odefine Clóvis Beviláqua. [4505]

Cardoso, Vicente Licínio. Pensamentosbrasileiros: (golpes de vista). Rio de Janei-ro. Anuário do Brasil, (1924). 319 p.

O autor publicou outros livrosdo mesmo gênero: Vultos e Idéias(1924), Figuras e conceitos (1924), Afir-mações e Comentários (1925), Pensamen-tos Americanos (edição póstuma,1937). Problemas de filosofia, de so-ciologia, de história, de estética, depolítica, etc. -- eis os temas que for-necem a substância destes livros. Men-cione-se ainda, noutro gênero: Filosofiada Arte (1ª edição, 1918). [4506]

Carneiro, Diogo Gomes. Oração apodíxicaaos cismáticos da pátria, oferecida aFrancisco de Lucena, do Conselhode Sua Majestade, seu secretário deEstado, comendador da Ordem deCristo, etc., pelo doutor Diogo Go-mes Carneiro, brasiliense natural doRio de Janeiro. Em Lisboa, na oficinade Lourenço de Anveres, 1601. 68 p.

Opúsculo político-moral, em que oautor verbera os vícios e desregra-mentos do tempo e estuda as causasdo declínio da hegemonia lusitana,indicando os meios a seu ver capa-zes de remediar a situação. É talvez aprimeira obra em prosa publicada deautor brasileiro, e prosa que os críti-cos consideram de boa qualidade li-terária. A Oração Apodíxica foi reedi-tada em fac-símile, em 1924, com-preendendo o volume XIV da Es-tante Clássica da Revista de LínguaPortuguesa, dirigida por LaudelinoFreire, no Rio de Janeiro. [4507]

Carneiro, Edison. Castro Alves: Ensaios decompreensão. Rio de Janeiro, Olimpio,1937. 137 p.

Do mesmo autor: Religiões negras,Notas de etnografia religiosa (1936), Ne-gros bantos. Notas de etnografia religiosa ede folclore (1937) [4508]

Carpeaux, Otto Maria.vide

Karpfen, Oto Maria.Carvalho, Elísio de. Lauréis insignes. Rio

de Janeiro, Anuário do Brasil, 1924.269 p.

A obra deste autor, bastante nu-merosa, consta de poesia, crítica lite-rária, história social, econômica,criminologia, etc. Mas nele a quali-dade nem sempre corresponde à

1000

Page 334: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

quantidade. Neste volume, LauréisInsignes, encontram-se alguns dosseus melhores ensaios de históriasocial. [4509]

Carvalho, Ronald de. Estudos brasileiros.Rio de Janeiro, Anuário do Brasil, ed.Briguiet, 1924, 1931. 3 v.

Estudos de história e literatura,crítica literária, ensaios diversos. Ro-nald de Carvalho, que foi um dosprincipais elementos do grupo doRio que participaram do chamadomovimento modernista, deixou ain-da, além de mais dois ou três volu-mes de ensaios, uma Pequena histó-ria da literatura brasileira, livro naverdade um pouco apressado e su-perficial, mas já com meia dúzia deedições e traduzido para o italiano eo espanhol. [4510]

Castro, Tito Lívio de. Questões e problemas.Publicação póstuma, com um prefá-cio de Sílvio Romero. São Paulo, Emp.Pro. Lit. luso-brasileira, 1913. 227 p.

Artigos de crítica literária, coligi-das por Sílvio Romero, de quem oautor foi discípulo predileto. Tito Lí-vio de Castro, que morreu com 26anos, em 1890, deixou, além de suatese de doutoramento e numerososartigos esparsos por jornais e revis-tas, outro livro importante: A Mulhere a Sociogenia, também de publicaçãopóstuma, com uma 1ª edição impressano Rio de Janeiro em 1893 e uma 2ªimpressa em Lisboa, s/d. [4511]

Cavalcanti, João Alcides Bezerra. Ache-gas à história da filosofia. Rio de Janeiro.Of. Gráf. do Arquivo Nacional,1936. 209 p.

O autor reuniu neste volume di-versas conferências por ele proferi-

das entre 1928 e 1936, todas versan-do assuntos direta ou indiretamenterelacionados com a história da filo-sofia. Uma dessas conferências seocupa dos estudos de filosofia du-rante o período colonial brasileiro.Duas outras são consagradas a doispensadores brasileiros: Sílvio Rome-ro e Vicente Licínio Cardoso. As de-mais, em número de seis, tratam devários temas. [4512]

Cavalheiro, Edgard. Fagundes Varela. SãoPaulo, [1940]. 350 p.

Biografia bem feita, muito docu-mentada, do famoso romântico bra-sileiro. [4513]

Centenário de Machado de Assis.(Rev. do Brasil, nº especial, Rio de Ja-neiro, junho de 1939, 160 p.)

Sumário: Otávio Tarqüínio deSousa "Centenário de Machado deAssis"; Astrojildo Pereira -- "Macha-do de Assis, romancista do SegundoReinado"; Tristão da Cunha -- "Con-tos de Machado de Assis"; ManuelBandeira -- "Machado de Assis, poe-ta"; Almir de Andrade -- "Machadode Assis -- o romancista"; Tristão deAtaíde -- "Machado de Assis -- o crí-tico"; Barreto Leite Filho -- "O jor-nalista que houve em Machado deAssis"; Orris Soares -- "O teatro deMachado de Assis"; Lúcia MiguelPereira -- "Machado de Assis e nós";Augusto Meyer -- Os galos vão cantar(capítulo da "Biografia Póstuma deMachado de Assis)"; Lia CorreiaDutra -- "Algumas mulheres de Ma-chado de Assis"; Graciliano Ramos-- "Os amigos de Machado de As-sis"; José Vieira -- "Machado de As-sis, funcionário público; Noronha

1001

Page 335: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Santos -- "O Rio de Janeiro em 1862e as primeiras produções literárias deMachado de Assis". Além dos arti-gos escritos especialmente para estenúmero, a Revista insere ainda do-cumentos, notas, comentários, re-produz vários outros artigos já pu-blicados na imprensa diária emcomemoração do centenário deMachado de Assis. [4514]

Chateaubriand, Assis.vide

Melo, Francisco de Assis ChateaubriandBandeira de.

Chediak, Antônio J. Carlos de Laet, o poli-mista: primeira série, com prefácio doprof. Escragnolle Dória. São Paulo,Ed. Anchieta, 11942. 274 p.

O autor historia e resume aqui aspolêmicas literárias que o temívelCarlos de Laet sustentou, no seutempo, e pela imprensa, contra JuliVerin, Camilo Castelo Branco, Cas-tro Lopes, Valentim Magalhães, Jus-tiniano de Melo, Artur Azevedo, La-meira de Andrade, Rui Barbosa,João Ribeiro.

A segunda série, que enche umvol. de 414 pp., já publicado, encerraas polêmicas travadas contra VonKoseritz, José do Patrocínio, Ferrei-ra de Araújo, Antônio Feliciano deCastilho, Alfredo Gomes, LucindoFilho, Araripe Júnior, Melo MoraisFilho, Felisbelo Freire, Lúcio e Sal-vador de Mendonça, A J. de MacedoSoares, Balduíno Coelho. [4515]

Costa, Odilo de Moura (filho). GraçaAranha e outros ensaios; ensaios de críticabrasileira. Prêmio Ramos Paz, da Aca-demia Brasileira de Letras. Rio de Ja-neiro, Selma ed., 1934. 147 p.

Ao ensaio consagrado a GraçaAranha e que ocupa mais de metadedeste pequeno volume, juntou o au-tor mais alguns, de menor extensão,nos quais são criticados livros de Fé-lix Pacheco, Otávio de Faria, Hum-berto de Campos e D. Martins deOliveira. [4516]

Coutinho, Afrânio. A filosofia de Machadode Assis. Rio de Janeiro, Vecchi, 1940.196 p.

Tentativa de interpretação dasinfluências filosóficas que teriampredominado na formação mentalde Machado de Assis: Pascal, Mon-taigne, Schopenhauer, o Eccle-siastes... [4517]

Coutinho, José Joaquim da Cunha Aze-redo. Ensaio econômico sobre o comércio dePortugal e suas colônias. Lisboa, Acad.Real das Cências, 1816. 201 p.

O Ensaio Econômico, cuja 1ª ediçãodata de 1794, vai até página 180 dovolume; daí por diante segue-se aMemória sobre o Preço do Açúcar,igualmente em 2ª edição. O Ensaiofoi traduzido em francês, inglês ealemão. [4518]

Critilo, pseud. Cartas Chilenas, por Critilo(Tomás Antônio Gonzaga), precedi-das de uma epístola atribuída a Cláu-dio Manuel da Costa; introdução enotas por Afonso Arinos de MeloFranco. Rio de Janeiro, ImprensaNcional, 1940. 294 p.

As Cartas Chilenas, famosa sátirapolítica em verso do século XVIII,firmada pelo pseudônimo de Critilo,tem sido atribuída a vários poetas dachamada "escola mineira". A bibli-ografia da questão, que tem preocu-pado não poucos eruditos e pesqui-

1002

Page 336: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

sadores, é já numerosa, devendocitar-se, além desta edição críticade Afonso Arinos de Melo Franco,os seguintes estudos mais recentes:dois capítulos do livro Acendalhas(1920), de Alberto Faria; seis arti-gos de Luís Camilo de Oliveira,publicados em O Jornal, do Rio deJaneiro, entre 27 de dezembro de1939 e 28 de janeiro de 1940; o tra-balho de Manuel Bandeira, A auto-ria das Cartas Chilenas, in Revista doBrasil de abril de 1940; o livro Àmargem das Cartas Chilenas (1942),de Sud Menucci. [4519]

Cruz, Eddy Dias da. Vida e obra de Ma-nuel Antônio de Almeida, por MarquesRebelo (pseud.). Rio de Janeiro, Insti-tuto Nacional do Livro, 1943. 132 p.

Completa informação e docu-mentação biográfica, iconográfica ebibliográfica do autor das Memóriasde um sargento de milícias. [4520]

Cunha, Euclides Rodrigues Pimenta da.Contrastes e confrontos, 6ª ed., com pref.de José Sampaio (Bruno), estudo crí-tico de Araripe Júnior e notícia bio-gráfica de João Luso. Porto, Liv.Chardron, 1923. 300 p.

A 1ª edição deste livro tem a datade 1907. Nele recolheu o autor arti-gos e ensaios esparsos sobre assun-tos diversos de história, sociologia,literatura, política internacional etc.O último capítulo é constituída pelodiscurso de recepção na AcademiaBrasileira, onde Euclides da Cunhasucedera a Valentim Magalhães. Emoutro livro de igual gênero, À margemda história (1909), de publicaçãopóstuma, encontram-se algunsdos melhores trabalhos do autor.

Mas a sua obra capital continua a sero livro de estréia, Os Sertões, saído alume em 1902 e já na 14ª ed. [4521]

Cunha, José Maria Leitão da. Cousas dotempo, por Tristão da Cunha (pseud.).2ª ed;. Rio de Janeiro. Schmidt, 1935.292 p.

Coletânea de breves ensaios decrítica de arte e literatura, a maioriados quais dedicados a autores e li-vros brasileiros, e publicados primiti-vamente em francês, no Mercure deFrance, Paris, onde o autor residiupor muitos anos. A 1ª edição é de1922. [4522]

Desterro, Manuel do, frei. Tratado de filo-sofia eclesiástica, por Frei Manuel doDesterro. 2 v.

Obra inédita, cujo manuscrito seencontra na biblioteca do conventode Santo Antônio, no Rio de Janei-ro, segundo informa Artur Mota(História da Literatura Brasileira, I,461). [4523]

Dias, Antônio Gonçalves. Obras póstumasde Antônio Gonçalves Dias, precedidas deuma notícia da sua vida e obras pelo Dr.Antônio Henrique Leal. São Luís doMaranhão, 1868. 6 v.

Eis a matéria contida nestes vo-lumes:

I -- Biografia do autor pelo Dr. A.Henrique Leal, e poesias diversas.

II -- Poesias.III -- Fragmentos filosóficos, tre-

chos de um rommance inacabado,notas de viagem, artigos históricos.

IV -- Dois dramas.V -- Dois dramas.VI -- Brasil e Oceania, memória

apresentada ao Instituto Histórico eGeográfico Brasileiro. É o trabalho

1003

Page 337: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

em prosa mais considerável deixadopelo autor. [4524]

Duque-Estrada, Luís Gonzaga. Contem-porâneos; pintores e escultores. Rio de Ja-neiro, Tip. Benedito de Sousa, 1924.255 p.

Publicação póstuma, em livro, deartigos e estudos sobre artistas brasi-leiros, estampados primitivamente emrevistas e jornais da época. [4525]

Eça, Matias Aires Ramos da Silva de. Re-flexões sobre a vaidade dos homens ou dis-cursos morais sobre os efeitos da vaidadeoferecidos a el Rey Nosso Senhor D. José I.Lisboa, na Oficina de Francisco LuísAmeno, 1752, Edição fac-similar deJ. Leite & Cia. Rio de Janeiro, s/d[1921]. As páginas 401, 402, 403 e404 contêm uma nota bibliográficadesta reedição.

A Livraria Martins, de São Paulo,publicou em 1942 uma nova edição,com prefácio de Alceu AmorosoLima. [4526]

Faria, Alberto. Acendalhas: literatura e fol-clore. Rio de Janeiro, Leite Ribeiro &Murilo, 1920. 389 p.

Do mesmo gênero -- folclore epesquisa literária -- havia o autor pu-blicado, em 1918, o volume intitula-do Aérides. [4527]

Fernandes, João Batista Ribeiro de An-drade. Cartas devolvidas, por João Ribei-ro. Porto, Livraria Chardron, 1926.270 p.

Os pequenos ensaios deste livro,abrangendo variados assuntos de lin-guagem, de estética, de poesia, dehistória literária, de clássicos e mo-dernos, etc., se contam, no gêneroentre os melhores e mais típicos dei-xados pelo autor. Além de livros di-

dáticos, João Ribeiro publicou mui-tos outros volumes de crítica e eru-dição, de entre os quais devem sermencionados; Páginas de estética(1905), Frases-feitas (1908), Fabordão(1910), Folclore (1919), Notas de um es-tudante (1922), Colmeia (1923), Flores-ta de exemplos (1931), Coethe (1932), Alíngua nacional (1933). [4528]

Ferreira de Araújovide

Araújo, José Sousa Ferreira de.Figueiredo, Jackson de.

videMartins, Jackson de Figueiredo.Fonseca, Mariano José Pereira da, mar-

quês de Maricá. Máximas, pensamentose reflexões do marquês de Maricá, publica-dos em 1846. Ed. rev. e pref. peloProf. Alfredo Gomes. São Paulo, Ed.e pub. Brasil, 1940. 441 p.

O marquês de Maricá, escreveuSílvio Romero, "é talvez o primeiromoralista da língua portuguesa, cujaliteratura é paupérrima no gênero".Consta este livro, que teve numero-sas edições (a 1ª é de 1837), de 4.185máximas e pensamentos. [4529]

Franca, Leonel Edgard da Silveira, S. J. No-ções de história da filosofia. 9.ª ed. São Paulo,Ed. Nacional, 1943. 571 p.

Obra didática. a parte dedicada àfilosofia no Brasil, com 140 páginas,é útil como informação. [4530]

Franco, Afonso Arinos de Melo. O índiobrasileiro e a revolução francesa; as ori-gens brasileiras de teoria da bondadenatural. Rio de Janeiro, José Olímpio,1937. 331 p.

Outros livros do mesmo autor:Conceito de civilização brasileira (1936),Roteiro Lírico de Ouro Preto (1937), Es-

1004

Page 338: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

pelho de três faces (1937), Idéia e tempo(1938), Terra do Brasil (1939). [4531]

Francovich, Guilhermo. Filósolos brasile-ños. Buenos Aires. Ed. Losada, 1943.150 p.

O autor deste livro (Bib. filosófi-ca) é um diplomata e escritor boli-viano, que durante algum tempo ser-viu no Brasil, aqui se dedicando aoestudo da literatura e do pensamentobrasileiros. O presente volume, se-gundo palavras do próprio autor,"está destinado a dar uma idéia sin-tética de la personalidad y de lasconcepciones de los pensadores másnotables del Brasil a los lectores bo-livianos..." São os seguinte os pensa-dores estudados: Monte Alverne,Luís Pereira Barreto, Tobias Barreto,Farias Brito, Graça Aranha, Jacksonde Figueiredo, Alceu AmorosoLima, Renato Almeida, FranciscoPontes de Miranda, Euríalo Cana-brava, Ivã Lins. [4532]

Freire, Laudelino de Oliveira. Clássicosbrasileiros; breves notas para a Histó-ria da literatura filológica nacional.Rio de Janeiro, Ed. Rev. língua por-tuguesa, 1923. 262 p. ilus.

Compreende este volume brevesestudos bibliográficos de 43 escrito-res brasileiros, desde Frei Vicente doSalvador até Rui Barbosa. [4533]

Freitas, Otávio de (Júnior). Ensaios de crí-tica de poesia; com pref. de GilbertoFreire. Recife, Imprensa industrial,1941. 168 p.

Poetas estudados aqui: Mário deAndrade, Jorge de Lima, AdalgisaNéri, Manuel Bandeira, Murilo Men-des, Odorico Tavares, Carlos Dru-mond de Andrade, etc. [4534]

Freire, Gilberto. Região e tradição; pref. deJosé Lins do Rego. Rio de Janeiro,José Olímpio, 1941. 264 p.

"Este livro de Gilberto Freire" --escreve José Lins do Rego, no prefá-cio -- "É bem a história de sua vidaintelectual no Brasil. Vai ele de seus17 anos ao fim dos seus 30. E ne-nhum título diz melhor, com maispropriedade, de toda a sua luta inte-rior, de todo o seu esforço de com-preensão e de sentir a sua gente e asua terra". Contém ainda este volu-me, além dos ensaios consagrados aaspectos da história social brasileira,uma introdução do autor, muito im-portante principalmente como de-poimento pessoal e contribuição crí-tica à história do período literáriochamado "modernista".

A bibliografia de Gilberto Freire,já bastante volumosa, compreende,entre outros, os seguintes livros, to-dos de grande importância: Casa-Grande & Senzala (1ª edição, 1934; 5ªed. definitiva, 1943), Sobrados e Mocam-bos (1936), Nordeste (1937). [4535]

Frieiro, Eduardo. Letras mineiras. BeloHorizonte. Os amigos do livro, 1937.287 p.

Artigos de crítica literária, publi-cados anteriormente na imprensadiária. Do mesmo autor é o livro Ailusão literária (Reflexos sobre a arte de es-crever e a vida do escritor), saído a lumeem 1932. [4536]

Frota Pessoa

vide

Pessoa, José Getúlio Frota.

Fusco, Rosário. Vida literária. S. Paulo,Ed. SEP, 1940. 274 p.

1005

Page 339: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Artigos de crítica literária publica-dos primitivamente em rodapés dejornal. Outro livro do mesmo autor:Amiel (notas à margem do Journal in-time), pequeno ensaio publicado nomesmo ano de 1940. Os autores e oslivros oferecem a Rosário Fusco, emcada caso, um bom pretexto para di-gressões pelos mais variados proble-mas de estética e de teoria literária,sempre com interesse e sobretudomuita vivacidade. [4537]

Gaffrée, Januário Lucas. A teoria do conhe-cimento de Kant: um ensaio. Rio de Ja-neiro, Tip. do Jornal do Comércio, 1909.282 p.

Exposição objetiva, metódica eacessível da matéria. [4538]

Gama, Miguel do Sacramento Lopes, pa-dre. Observações críticas sobre o romancedo senhor Eugênio Sue, O judeu errante, peloPe. M. do S. Lopes Gama. Pernambuco,Tip. Santos & Comp., 1850. 98 p.

O Padre Lopes Gama era sobre-tudo um panfletário, e estas "Obser-vações Críticas" não escapam à pres-são do temperamento essencialmen-te polemístico do autor. Mas a suaobra principal se encontra nas pági-nas d’O Carapuceira, jornal publicadoem Pernambuco de 1932 a 1847, in-teiramente redigido por ele e que elepróprio apresentava como "periódi-co sempre moral e só per accidens po-lítico". [4539]

Gomes, Antônio Osmar. Compreensão dehumanismo. Rio de Janeiro, Zélio Val-verde. [1943]

Volume de ensaios versando temasde filosofia social, segundo a linha dopensamento católico. [4540]

Gomes, Eugênio. Influências inglesas emMachado de Assis. Bahia. 1939. 63 p.

O próprio título deste ensaiodefine o seu interesse. O autor édos que melhor conhecem, no Bra-sil, a literatura inglesa, tendo pu-blicado anteriormente um volume,D. H. Lawrence e outros, em que es-tuda a obra de vários escritores bri-tânicos. [4541]

Gonçalves Diasvide

Dias, Antônio Gonçalves.Gonzaga Duque, pseud.

videDuque-Estrada, Luís Gongaza.Graça AranhaAranha, José Pereira da Graça.Grieco, Agripino. Evolução da poesia brasi-

leira. Rio de Janeiro, Ariel, editora.[1932] 280 p.

Do mesmo autor e do mesmogênero: Evolução da prosa brasileira(1933). Agripino Grieco publicouainda outros livros de artigos e en-saios consagrados a autores brasilei-ros: Caçadores de símbolos (1923); Vivose mortos (1931); Gente nova do Brasil(1935). [4542]

Guanabara, Alcindo. Discursos fora da Câ-mara. Rio de Janeiro, 1911. 143 p.

Conferências literárias e discursossobre os seguintes temas: A Dor, Pe-dro Velho, A Campanha contra a Tu-berculose, A Solidariedade, A Exposi-ção de São Luís, A Tradição, Macha-do de Assis. Alcindo Guanabara pu-blicou também, em volume: A Pre-sidência Campos Sales (1902); Históriada Revolta de 1893 (1894); O Acre(1900). Mas ele era sobretudo umjornalista, e o melhor do que es-

1006

Page 340: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

creveu permanece nas folhas dosjornais que redigiu. [4543]

Gusmão, Alexandre. Coleção de vários es-critos inéditos políticos e literários deAlexandre de Gusmão, conselheiro doConselho ultramarino e secretário pri-vado de el-rei D. João V, que dá luzpública J.M.T. de C Porto, Tip. de Fa-ria Guimarães, 1841. 319 p.

Contém este volume, além deuma notícia sobre a vida do autor,uma série de escritos oficiais, cartas,dissertações, poesias e uma comédiaem 3 atos. Recente reedição foi feitado mesmo pelas Edições Cultura.São Paulo, 1943. [4544]

Holanda, Sérgio Buarque de. Raízes doBrasil; pref. de Gilberto Freire. Rio deJaneiro, José Olímpio, 1936. 176 p.

Sobre o autor escreveu o prefa-ciador: "O escritor paulista é umadaquelas inteligências brasileirasem que melhor se exprimem nãosó o desejo como a capacidade deanalisar, o gosto de interpretar, aalegria intelectual de esclarecer".Sérgio Buarque de Holanda é aindaautor de numerosos ensaios e arti-gos de crítica literária esparsos porjornais e revistas e não publicadosem livro. [4545]

Ig. vide

Alencar, José Martiniano de.Ignotus, pseud.

vide Serra, Joaquim Marinho (Sobrinho).Jorge, Artur Guimarães de Araújo. En-

saios de história e crítica, Rio de Janeiro,1916. 258 p.

Abre este livro um estudo sobreAlexandre de Gusmão, o avô dos di-

plomatas brasileiros (1695-1753).O ensaio seguinte é dedicado ao li-vro de Euclides da Cunha À mar-gem da História. O terceiro e o quar-to ensaios são consagrados a li-vros, respectivamente, do argenti-no Paul Groussac e do italiano Gu-glielmo Ferrero. Os quatro capítu-los finais versam assuntos de histó-ria religiosa. [4546]

Karpfen, Oto Maria. A cinza do purgatório,por Oto Maria Carpeaux. Rio de Ja-neiro, Ed. da Casa do Estudante doBrasil. 1942. 352 p.

Carpeaux é um grande crítico, fa-miliarizado com as grandes correntesdo pensamento antigo e moderno, eem dia com o melhor das literaturasda Europa e das Américas. Os en-saios deste livro são consagrados àanálise em profundidade de idéias, li-vros e autores de épocas e países di-versos. [4547]

Labieno, pseud.

vide

Pereira, Lafaiete Rodrigues.

Laet, Carlos Maximiano Pimenta de. EmMinas: Viagens, literatura, filosofia. Riode Janeiro, Cunha & Irmão. 1894.335 p.

A bibliografia de Carlos de Laet émuito escassa, e este livro, simplesamostra do escritor, representa apenasuma migalha em relação à sua grandeprodução jornalística. [4548]

Lamego, Alberto. A Academia brasileirados renascidos: sua fundação e traba-lhos inéditos. Paris-Bruxelles, L’Edi-tion d’art Gaudio, 1923. 120 p.

Pesquisa e documentação originalde interesse para a história da literatura

1007

Page 341: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

colonial brasileira durante o primeiroquartel do século XVIII. [4549]

Leal, Antônio Henriques. Panteon mara-nhense: ensaios biográficos dos mara-nhenses ilustres já falecidos. Lisboa,Imprensa Nacional, 1873/1875.

Biografias de Manuel OdoricoMendes, Francisco Sotero dos Reis,Joaquim Gomes de Sousa, JoãoDuarte Lisboa Serra, Trajano Galvãode Carvalho, Belarmino de Matos,Francisco José Furtado, Antônio Gon-çalves Dias (todo o III volume), JoãoFrancisco Lisboa e outros. [4550]

Leal, Francisco Luís dos Santos. Históriados filósofos antigos, e modernos, para usodos filósofos principiantes por Francis-co Luís Leal, professor régio de filoso-fia. Lisboa, na of. patr. de FranciscoLuís Ameno, 1788-1792. 2 v.

Compõe-se esta obra de numero-sas biografias, com uma exposiçãocrítica dos sistemas de cada filósofobiografado, e tudo acompanhado denotas sobre as terras em que nasce-ram e floresceram, e explicações dostermos filosóficos que podem serdesconhecidos aos filósofos princi-piantes. [4551]

Leão, Múcio Carneiro. Ensaios contemporâ-neos. Rio de Janeiro, Ed. da Rev. delíngua port., 1923. 199 p.

Assuntos principais tratados nes-te volume: condições da cultura noBrasil; o espírito da nova poesia; oidealismo no romance; Meleagro e apoesia do amor; reflexões sobre Re-nan; notas sobre Machado de Assis,Raimundo Correia etc. [4552]

Lemos, Miguel. Luís de Camoens: essaihistorique 2ª ed. Rio de Janeiro, Bes-nard fréres, 1924. 297 p.

Ensaio escrito em francês, porocasião do terceiro centenário damorte de Camões, em 1880, e publi-cado pela primeira vez em 1881, emParis, onde então se encontrava oautor, que se convertera recente-mente ao positivismo. É o trabalholiterário mais considerável de MiguelLemos. [4553]

Lessa, Pedro Augusto Carneiro. Discursose conferências. Rio de Janeiro, Tip. Jor-nal do Comércio, de Rodrigues & C.,1916. 262 p.

Entre os discursos deste volumefiguram os que o autor proferiu aoser recebido no Instituto Histórico eGeográfico Brasileiro e na AcademiaBrasileira de Letras, e as duas confe-rências versam, respectivamente, so-bre João Francisco Lisboa e Francis-co Adolfo de Varnhagen. [4554]

Lima, Alceu Amoroso. Estudos. Rio deJaneiro, 1927 a 1933. 6 v.

Nestes volumes se encontram es-tudos, ensaios e artigos, a respeitodos diversos assuntos de predileçãodo autor: crítica literária, filosofia, re-ligião, moral, sociologia, pedagogia,política. Em outro volume Contribui-ção à história do modernismo -- I O pré-modernismo, (1939), estão reunidos osseus artigos de crítica literária publi-cados em 1919 e 1920.

A bibliografia de Alceu AmorosoLima já vai a cerca de 30 volumes.Citemos ainda: Afonso Arinos (1923).No limiar da idade nova (1935). O espí-rito e o mundo (1936). Idade, sexo e tem-po (1938). Três ensaios sobre Machado deAssis (1941), Poesia brasileira contempo-rânea (1942), Meditação sobre o mundomoderno (1942). [4555]

1008

Page 342: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Lima, Hermes. Tobias Barreto; a época e ohomem. São Paulo, Editora Nacional,1939.

Tobias Barreto de Meneses(1839-1889), professor da Faculdadede Direito do Recife, chefe da cha-mada Escola do Recife, exerceu largae profunda influência ideológica emdeterminado período da nossa histó-ria. Estudando o homem e a épocaem que ele viveu -- e Tobias Barretofoi um homem de atividade pura-mente mental -- o prof. HermesLima traçou, neste livro, um breve,mas sugestivo panorama da socieda-de brasileira durante a segunda meta-de do século XIX, sobretudo noconcernente ao movimento dasidéias. O volume reproduz, emapêndice, o famoso "Discurso emmangas de camisa", pronunciado porTobias Barteto, em 1877. [4556]

Lima, José Inácio de Abreu e. O Socialis-mo. Recife, Tip. Universal, 1855. 352 p.

O primeiro livro escrito no Brasilsobre a questão do socialismo.Abreu e Lima era um liberal mode-rado, em política, e em religião, dizSilvio Romero, um "velho católico,ao jeito de Doellinger". Escreveumuitos livros, entre os quais convémcitar: Bosquejo histórico, político e literáriodo Império do Brasil (1836), Sinopsia oudedução cronológica dos fatos mais notáveisda História do Brasil (1845), As Bíbliasfalsificadas (1857), O Deus dos judeus e oDeus dos cristãos (1867) etc. [4557]

Lima, Manuel de Oliveira. Aspectos da lite-ratura colonial brasileira. Leipzig,Brockhaus, 1896. 301 p.

O próprio autor define o caráterdesta obra nos seguintes termos:

"Concatenando sob o título de As-pectos as impressões aqui exaradas, vi-sei a prevenir o leitor da tendênciapouco circunscrita deste punhado deesboços, em igual dose referentes àhistória, subordinadas porém à de-signação do crescente brasileirismoda nossa produção mental." [4558]

Lima, Raimundo Antônio da Rocha.Crítica e literatura, por R. A. RochaLima; pref. de João Capistrano deAbreu. Maranhão, Tip. do País.1878. 182 p.

Este volume, de publilcação pós-tuma, teve uma 2ª edição em 1913,feita no Ceará, terra natal do autor.Rocha Lima morreu muito jovem, eos seus estudos críticos, aqui enfai-xados, valem mais como revelaçãode talento, que muito prometia parao futuro, do que propriamente comorealização. [4559]

Lins, Álvaro de Barros. Jornal de crítica.Rio de Janeiro, José Olímpio, 1941(1ª série) e 1943 (2ª série). 2 v.

Artigos e ensaios em que o autorpassa em revista, analisa e julga oprincipal da produção literária brasi-leira durante o período de 1940 a1942. Em ambos os volumes se en-contram ainda alguns capítulos dedi-cados a diversos escritores francesese ingleses. Anteriormente ÁlvaroLins havia publicado, com êxito in-vulgar, uma História literária de Eça deQueirós. (1939) [4560]

Lins, Ivã. Descartes; época, vida e obra; pref.de Roquete-Pinto. Rio de Janeiro,Emiel ed. 1940. 595 p. ilus.

Outros livros do mesmo autor:Escolas Filosóficas, 1935; Lope de Vega,1935; Benjamim Constant, 1936; Tomás

1009

Page 343: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Morus e a Utopia, 1938; A Idade Média:A Cavalaria e as Cruzadas, 1939; Ruizde Alarcón (Predecessor de Corneillee Molière), 1940. Ivã Lins é adeptodas doutrinas de Augusto Comte, etoda a sua obra segue a linha filosó-fica do pensador francês. [4561]

Lisboa, João Fancisco. Obras de JoãoFrancisco Lisboa, precedidas de umanotícia biográfica pelo dr. AntonioHenrique Leal. S. Luís do Maranhão,1864-1865. 4 v.

Conteúdo:Volume I: Notícias acerca da vida

e obras de João Francisco Lisboa --Jornal de Timon.

Volume II: Jornal de Timon (conti-nuação).

Volume III: Apontamentos, notí-cias e observações para servirem àhistória do Maranhão.

Volume IV: Vida do Padre Antô-nio Vieira -- Biografia de ManuelOdorico Mendes -- Folhetins (1851-1852) -- A questão da anistia -- Aquestão do Prata. [4562]

Lisboa, José da Silva, Visconde de Cairu.Princípios de direito mercantil e Leis deMarinha, por José da Silva Lisboa(Visconde de Cairu), 6ª edição, acres-centada com os opúsculos do mes-mo autor intitulados Regras da praça, eReflexões sobre o comércio dos seguros,além da legislação portuguesa ante-rior à Independência do Império ebrasileira até a época presente, adi-cionados a cada um dos tratadospor Cândido Mendes de Almeida.Rio de Janeiro, Tip. Acadêmica,1874. 2 v.

A 1ª edição desta obra foi dada alume em Lisboa, em 8 tomos, data-

dos de 1798, 1801 e 1803. Foi a pri-meira obra no gênero publicada emlíngua portuguesa, sendo considera-da um monumento de erudição jurí-dica e filosófica. O 1º volume desta6ª ed., com DCLVIII p., é uma his-tória do comércio, escrita por Cân-dido Mendes de Almeida e acresci-da de uma bibliografia de Cairu edas legislações e obras citadas nolivro. [4563]

Lobo, Hélio. O domínio do Canadá; ensaiode interpretação. Rio de Janeiro, Civ.brasileira, 1942.

Historiador, economista, diploma-ta, o autor tem publicado numerososlivros no gênero deste, dedicados aospaíses onde tem permanecido comorepresentante do Brasil. [4564]

Machado, Alcântara.vide

Oliveira, José de Alcântara Machado de.Machado, Antônio de Alcântara. Cava-

quinho e saxofone. Rio de Janeiro, JoséOlímpio, 1940.

Antônio de Alcântara Machado,prematuramente falecido, foi um dosmelhores escritores produzidos pelo"movimento modernista" de 1922.Neste volume, de publicação póstu-ma, estão reunidos os seus ensaios,crônicas, perfis, artigos de crítica lite-rária, etc., escritos de 1926 a 1935.[4565]

Machado de Assisvide

Assis, Joaquim Maria Machado de.Madre de Deus, Gaspar da, frei. Lições

de filosofia, professadas no Rio de Ja-neiro, em 1748, por Frei Gaspar daMadre de Deus. 2 v.

Os manuscritos desta obra, quenão foi publicada, encontram-se no

1010

Page 344: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

arquivo do Mosteiro de S. Bento, emS. Paulo. [4566]

Magalhães, Antônio Valentim da Costa.Bric-a-Brac, por Valentim Magalhães.Rio, Laemmert, 1896. 288 p.

O próprio autor define este livrocomo sendo "um amontoado de cu-riosidades literárias e objetos de arteescrita, de todos os gêneros, inclusi-ve o único que Boileau condenava, eem todos os estilos, sem excetuar obarroco". Mas esta definição podeser aplicada a toda a obra deixadapor Valentim Magalhães, e por issomesmo talvez seja este o seu livromais característico. [4567]

Magalhães, Basílio de. O folclore no Brasil;com uma coletânea de 81 contos po-pulares organizada pelo Dr. João daSilva Campos. Rio de Janeiro, Im-prensa Nacional, 1939. 397 p.

Livro de abundante informaçãodocumental e bibliográfica. Divide-se em sete capítulos: 1) Folclore emverso e folclore em prosa; 2) Contri-buições relativas à mítica índigena eà mítica africana; 3) Traços gerais so-bre as teorias mitográficas e sobre ototemismo e o tabuísmo; 4) Mitosprimários, suas transformações e so-brevivência; 5) Mitos secundários, ge-rais e regionais; 6) Classificação doscontos e fábulas colecionados por Sil-va Campos (que ocupam dois terçosdo volume); 7) Conclusão. [4568]

Magalhães, Domingos José Gonçalvesde. Fatos do espírito humano: filosofia.Rio de Janeiro, Garnier, 1865. 401 p.

A primeira edição deste livro foipublicada em Paris, no ano de 1858.Traduzido para o francês por N. P.Chancelle foi esta tradução por sua

vez editada pela Librairie d’AugusteFontaine, Paris, 1859. [4569]

Mangabeira, João. Rui, o estadista da Re-pública, Rio de Janeiro, José Olímpio,1943. 432 p.

Livro muito importante para oestudo não só da vida e das idéias deRui Barbosa mas ainda da evoluçãoda política brasileira durante largoperíodo da nossa história. [4570]

Maricá, marquês de.vide

Fonseca, Mariano José Pereira da, Mar-quês de Maricá.

Marques, Francisco Xavier Ferreira.Vida de Castro Alves, 2ª ed. Rio de Ja-neiro, Anuário do Brasil, [1924] 262 p.

Apreciada biografia do poeta daescravidão. Nas últimas 35 páginasdo volume, são reproduzidas nume-rosas cartas de Castro Alves. A 1ªedição deste livro é de 1910. Outroslivros do autor: A arte de escrever(1913), Ensaio histórico sobre a Inde-pendência (1924), Cultura da línguanacional (1933), Letras acadêmicas(1933). [4571]

Marques Rebelovide

Cruz, Eddy Dias da.Martins, Jackson de Figueiredo. Corres-

pondência; com um estudo de Tristãode Ataíde e uma introdução de Bar-reto Filho, Rio de Janeiro, A. B. C.(1938).

Este volume é constituído pelascartas enviadas pelo autor ao seuamigo Alceu Amoroso Lima (Tris-tão de Ataíde) entre 1919 e 1928. Éum livro de grande importânciacomo documentação autobiográfica,ideológica e psicológica. Outros li-

1011

Page 345: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

vros de Jackson de Figueiredo: Algu-mas reflexões sobre a filosofia de FariasBrito (1916), A questão social na filosofiade Farias Brito (1919), Humilhados e lu-minosos (crítica literária, 1921), Pascal ea inquietação moderna (1922), Afirmações(crítica literária, 1924), A reação dobom-senso (1922) e A coluna de fogo(1925), estes dois últimos de polêmi-ca política. [4572]

Martins, José Isidoro (Júnior). Históriado direito nacional, Rio de Janeiro,Tip. emp. democrática, ed. 1895.290 p.

Do mesmo autor: Compêndio deHistória Geral do Direito, Pernambuco,Ramiro M. Costa & C., editores,1898. Estes dois livros em prosamais consideráveis deixados porMartins Júnior. [4573]

Mattos, José Veríssimo Dias de. Estudosde literatura brasileira. Rio de Janeiro,Garnier, 1901 a 1907. 6 v.

Artigos de crítica literária e ques-tões de literatura escritos entre 1895e 1905. O autor já havia publicado,em 1889 e 1894, respectivamente,dois volumes de Estudos brasileiros,com artigos que abrangiam os perío-dos de 1885 a 1887 e de 1889 a1893. Em volume posterior, sob otítulo Que é literatura? (1907), encon-tra-se matéria datada de 1901 a 1906.José Veríssimo deixou igualmenteuma História da Literatura Brasileira (1ªed. em 1916), além de outras obrasdiversas. Os seus artigos de críticade 1912 a 1914 foram reunidos novolume Letras e Literatos (1936), depublicação póstuma. [4574]

Matos, Mário. Machado de Assis, o homem ea obra. São Paulo, Editora Nacional,(1939). 454 p.

Estudo biográfico e psicológico,baseado na análise dos personagenscriados pelo romancista. Segundo aconcepção do biógrafo, os persona-gens explicam o autor. [4575]

Maia, Alcides Castilhos. Machado de Assis;algumas notas sobre o "humour",Rio de Janeiro, da Academia Brasilei-ra, 1942. 162 p.

A 1ª edição deste ensaio data de1912. Outros livros do autor: O gaú-cho na legenda e na história (1899), Atra-vés da imprensa (1900), Crônicas e en-saios (1918), Romantismo e naturalismo(1926). [4576]

Medeiros e Albuquerque

vide

Albuquerque, José Joaquim de Camposda Costa de Medeiros e.

Melo, Francisco de Assis ChateaubriandBandeira de. Terra desumana: a vocaçãorevolucionária do presidente Artur Bernar-des, por Assis Chateaubriand. Rio de Ja-neiro, Of. de O Jornal, (1927). 213 p.

Ensaio sobre a personalidade po-lítica do antigo presidente da Repú-blica, Sr. Artur Bernardes. Comoacontece com os grandes articulistasda imprensa diária, o melhor da obraescrita de Assis Chateaubriand per-manece nas folhas onde ele escreve.Mas este volume se encontra todoele vazado na maneira pessoal e nãoraro imprevista em que aparecem osseus artigos diários. [4577]

Melo Franco, Afonso Arinos.

vide

Franco, Afonso Arinos de Melo.

1012

Page 346: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Mendes, Manuel Odorico. Opúsculo acercado Palmeirim de Inglaterra e do seu autor.Lisboa, Tip. do Panorama, 1860. 79 p.

Neste pequeno volume ManuelOdorico Mendes reivindica para oclássico português Francisco de Mo-rais a autoria, por alguns indevida-mente contestada, do famoso ro-mance da cavalaria do século XVIPalmeirim de Inglaterra. [4578]

Mendes, Oscar. Papini, Pirandello e outros.Belo Horizonte, Paulo Bluhm, 1941.153 p.

Coletânea de pequenos ensaiosacerca de diferentes escritores italia-nos, franceses, espanhóis, ingleses.Oscar Mendes publicara antes, em1932, A alma dos livros, ensaios de crí-tica literária consagrados a escritoresbrasileiros. [4579]

Mendes, Raimundo Teixeira. BenjamimConstant: esboço de uma apreciaçãosintética da vida e da obra do funda-dor da República brasileira. Rio deJaneiro, Imprensa Nacional, 1937.

R. Teixeira Mendes foi vice-dire-tor e mais tarde diretor, durante de-zenas de anos, do Apostolado Posi-tivista do Brasil. De sua vasta bibli-ografia destaca-se este livro (biogra-fia do general brasileiro BenjamimConstant Botelho de Magalhães, queé, segundo as próprias palavras doautor, um ensaio de aplicação do Po-sitivismo "apreciação moral da vidado biografado". Nele traça o autor,ao mesmo tempo, a história paralelado desenvolvimento do Positivismono Brasil e da marcha da civilizaçãobrasileira encarada do ponto de vistapositivista, durante o período estu-dado (1836-1891). Esta edição, que é

a 3ª (a 1ª é de 1891 e a 2ª de 1913),foi feita em comemoração ao cente-nário do nascimento de BenjamimConstant. [4580]

Mendonça, Carlos Süssekind de. SílvioRomero: sua formação intelectual (1851-1880). São Paulo, Editora Nacional,1938. 393 p.

Primeiro volume publicado dabiografia do famoso crítico e pensa-dor. A bibliografia de Sílvio Romero,levantada em colaboração com SílvioRomero Filho, é tanto quanto possí-vel completa. [4581]

Mendonça, Lúcio Eugênio de Meneses eVasconcelos Furtado de. A caminho:propaganda republicana, por Lúcio deMendonça. Rio de Janeiro, Laembert,1905. 44. p.

Coletânea de artigos publicadosna imprensa durante a campanha re-publicana anterior a 1889. [4582]

Mendonça, Salvador Meneses DrumondFurtado de. A situação internacional doBrasil, por Salvador de Mendonça,Rio de Janeiro. Garnier, s./d.

Livro de análise e crítica à políticaexterna do Brasil, a que o autor ser-viu, no Império e na República, naqualidade de representante brasileiroem diversos países da América e daEuropa. [4583]

Meneses, Djacir Lima. O problema da rea-lidade objetiva: crítica às tendências idea-listas da filosofia moderna. TipografiaGadelha (Fortaleza, Ceará), 1932.140 p.

O subtítulo indica até certo pon-to a orientação antiespiritualista des-te pequeno volume, talvez demasia-do sumário mas de incontestável im-portância em nossa muito escassa

1013

Page 347: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

bibliografia filosófica. O autor publi-cou, em 1938, outro volume com otitulo: Preparação ao método científico eos subtítulos: Breve introdução à filosofiamoderna. Os problemas epistemológicos. Aciência como processo histórico-cultural deadequação. [4584]

Meneses, Tobias Barreto de. Obras com-pletas de Tobias Barreto, Sergipe, 1926.10 vs.

Reedição ordenada e sistemáticade toda a obra deixada por TobiasBarreto, assim distribuída pelos 10volumes: I -- Dias e Noites (poesia);II -- Polêmicas; III -- Filosofia e Críti-ca; IV -- Discursos; V -- Menores eLoucos; VI e VII -- Estudos de Direito;VIII -- Estudos Alemães; IX --Questõ-es Vigentes. [4585]

Meyer, Augusto. Machado de Assis, PortoAlegre, Globo, 1935. 114 p.

Este pequeno livro figura justa-mente entre os dois ou três melho-res ensaios de interpretação literáriae psicológica já escritos sobre Ma-chado de Assis. [4586]

Meyer, Augusto. Prosa dos pagos, São Pau-lo, Martins. 1943.

O autor reafirma aqui os seuscréditos de ensaísta e prosador deprimeira ordem. Contém o volumesete ensaios dedicados a escritores etemas sul-rio-grandenses, e aindauma bibliografia do regionalismogaúcho. [4587]

Milliet, Sérgio.vide

Silva, Sérgio Milliet da Costa e.Miranda, Francisco Cavalcanti Pontes

de. O problema fundamental do conheci-mento, Porto Alegre, Globo 1937.246.p.

Segundo palavras do próprio au-tor, este livro constitui "o capítuloque deveria achar-se nos livros dePsicologia e de Gnoseologia entreaqueles em que se trata da sensaçãoou da preocupação e aquele em quese versa o conceito".

Pontes de Miranda é ainda au-tor de numerosas outras obras,principalmente jurídicas e socioló-gicas. [4588]

Monte Alverne, Francisco de, frei.Compêndio de filosofia, Rio de Janeiro,1859.

Monte Alverne foi professor defilosofia, e este Compêndio ele o redi-giu de acordo com as lições quedava. Mas na realidade o seu valor équase nulo, hoje, e apenas servirápara demonstrar as debilidades dopensamento filosófico do autor.Monte Alverne era antes de tudo umgrande orador sacro, e dessa espéciede oradores que só são realmentegrandes quando ouvidos. Mas aindaassim os seus sermões, publicadosem forma de livro (Obras Oratórias, 4vols., Rio, 1853), permanecem, comoqualidade literária, muito acima do seupobre Compêndio de Filosofia. [4589]

Montelo, Josué. Gonçalves Dias, ensaiobiobibliográfico. Rio de Janeiro, Pub.da Acad. bras., 1942, 177 p.

Nos três capítulos iniciais o autorestuda o ambiente, o homem e aobra; o restante do pequeno volumecompreende, além de breve anedotá-rio, opiniões e depoimentos alheiossobre o poeta e a sua poesia, e de-senvolvida bibliografia. [4590]

Montenegro, Olívio Bezerra. O romancebrasileiro: as suas origens e tendências;

1014

Page 348: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

pref. de Gilberto Freire, Rio de Janei-ro, José Olimpio. 1938 191 p.

Livro muito discutido, pró e con-tra, quando publicado. O autor é umcrítico livre-atirador, diz GilbertoFreyre, "sem compromisso nemobrigação nenhuma de historiadornem de didata". Seja como for, nãose pode negar interesse a muitas des-tas páginas. [4591]

Moog, Clodomir Viana. Eça de Queirós e oséculo XX, 2ª ed. Porto Alegre, Globo1939. 356 p.

A primeira edição deste livro foipublicada em 1938. Do mesmo au-tor. Heróis da decadência. Reflexões sobreo humor (1ª ed. em 1934, 2ª em 1939);Uma interpretação de literatura brasileira(1943), conferência. [4592]

Morais, Evaristo de. A campanha abolicio-nista (1879-1888). Rio de Janeiro, Lei-te Ribeiro, 1924.

Histórico, em forma expositivado movimento pela emancipação eabolição da escravidão negra, que seprocessou no Brasil durante o decê-nio de 1879 a 1888. [4593]

Morais, José Prudente de (Neto). La no-vela brasileña: versión española y notasde Alarcón Fernández, Rio de Janei-ro, Imprensa Nacional, 1943. 62 p.

(Coleción de monografias brasile-ñas da Divisão de Cooperação Inte-lectual do Ministério das RelaçõesExteriores do Brasil. nº 4). [4594]

Moreira, Álvaro. O Brasil continua... Riode Janeiro, Civilização Brasileira,1933. 181 p.

Livro de crônicas típicas da ma-neira do autor -- mistura sutil de ma-lícia, ironia e ternura. [4595]

Mota, Artur. História da literatura brasi-leira. São Paulo, Editora Nacional,1930. 2 v.

O autor divide a história literáriado país em 4 épocas: Formação (sé-culos XVI e XVII); Transformação(século XVIII); Expansão autonômi-ca -- 1) romantismo 1830/70): Expo-sição autonômica -- 2) realismo(1870/atualidade). Os dois volumespublicados abrangem, respectivamen-te, a "época de formação" e a "épocade transformação". Ambos apresen-tam copiosos dados bibliográficos dosautores estudados. [4596]

Muniz, Patrício, padre. Teoria da afirmaçãopura, pelo padre Patrício Muniz, dou-tor em Sagrada Teologia pela Univer-sidade romana. Rio de Janeiro, Tip.Correio Mercantil, 1863. 137 p.

Livro polêmico, em que se dácombate, por um lado ao panteísmotranscendental alemão e por outrolado ao ecletismo de Victor Cousin,então muito em moda no Brasil.Trata-se, no entanto, segundo o Pa-dre Leonel Franca de "obra de umaobscuridade imperdoável". [4597]

Murici, José Cândido de Andrade. Anova literatura brasileira crítica e antologia,Porto Alegre, Globo, 1936. 425 p.

Convém citar, do mesmo autor,outro livro de crítica. O suave convívio,publicado em 1922. [4598]

Nabuco, Carolina.

vide

Araújo, Carolina Nabuco de.

Nabuco, Joaquim.

vide

Araújo, Joaquim Aurélio Barreto Nabu-co de.

1015

Page 349: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Nunes, Feliciano Joaquim de Sousa. Dis-cursos político-morais, Rio de Janeiro,Of. ind. gráfica, 1391. 247 p.

Reedição feita pela AcademiaBrasileira de Letras, na Biblioteca deCultura Nacional, segundo o textoda 1ª edição supressa por ordem doMarquês de Pombal em 1758. Combiografia do autor por Alberto deOliveira. [4599]

Oiticica, José Rodrigues Leite e. Relíquiasde uma polêmica: artigos do sr. José Oiticicaapostilados pelo P. Leonel Franca S. J.Rio de Janeiro. Anuário do Brasil,1926. 206 p.

Neste volume se enfeixaram osartigos da polêmica travada entre oP. Leonel Franca S.J. e o professorJosé Oiticica sobre a questão -- "Ca-tolicismo e Modernismo". [4600]

Oliveira, José de Alcântara Machado de.Alocuções acadêmicas, Rio de Janeiro,Livraria José Olímpio Editora. 1941157 p.

Este livro compõe-se principal-mente de elogios acadêmicos dos se-guintes escritores: Tomás AntônioGonzaga, Luís Guimarães Júnior,Pedro Luís, Joaquim Nabuco, SilvaRamos, João Ribeiro, Paulo Setúbale outros. [4601]

Oliveira, José Osório de. História breve daliteratura brasileira. Lisboa, InquéritoLtda., (1939). 120 p.

Deste voluminho disse Mário deAndrade que é "o mais apaixonante,o mais inteligentemente sintetizado,o mais alertamente crítico dos bre-viários da nossa literatura". [4602]

Oliveira Limavide

Lima, Manuel de Oliveira.

Orban, Victor. Litterature brésilienne; pref.de M. de Oliveira Lima. Paris, Gar-nier Frères (1913) 370 p.

Compõe-se este volume de notasbiobibliográficas e antologia de maisde cem poetas e prosadores brasilei-ros, desde os tempos coloniais até ocomeço deste século, traduzidospara o francês pelo autor. O volumetermina com uma bibliografia deobras publicadas em língua francesasobre a literatura brasileira. VictorOrban publicou ainda, em 1922, ou-tro volume semelhante. Poesia brasi-liense. [4603]

Pacheco, Félix Ferreira. Duas charadasbibliográficas. Rio de Janeiro, Tip. doJornal do Comércio, 1931. 423 p.

Contém este volume: Cartas aoDiretor do Museu Paulista a propó-sito do primeiro livro editado aoBrasil, e sobre o "Exame de Artilhei-ros", e o "Exame de Bombeiros", deAlpoim. Com uma segunda parteconcernente ao "Luzeiro Evangéli-co" e a outros trabalhos mais antigosimpressos em português na América.Em Apêndice com 60 p. in. são re-produzidas em fotozinco: a "Rela-ção da Entrada", do Dr. Rosado daCunha, as "Conclusões Metalísti-cas", de Francisco Fraga, e as com-posições poéticas impressas no Riode Janeiro por Antônio Isidoro daFonseca. [4604]

Paranhos, Haroldo. História do romantis-mo no Brasil, São Paulo, Ed. CulturaBras. (1937) 2 v.

No 1º volume estuda o autor aevolução da literatura brasileira, poe-sia e prosa, desde as suas primeirasmanifestações, no século da desco-

1016

Page 350: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

berta, até à primeira geração român-tica (1830): o 2º volume é consagra-do a essa primeira geração romântica(1830-1850). O autor promete maisdois volumes: um, o 3º, abrangendoo período de 1850-1870 e outro, o4º, o período 1870-1890. [4605]

Peixoto, Afrânio. Castro Alves: O poeta e opoema, São Paulo, Editora Nacional,1942. 354 p.

A 1ª edição deste livro é de 1922.Outras obras de crítica e ensaios lite-rários do mesmo autor: Poeira da es-trada (1920), Ramo de louro (1928), En-saios camonianos (1932) etc., quase todoscom mais de uma edição. [4606]

Penido, Maurílio Teixeira-Leite. Dieudans le bergsonissne, Paris, Desclée deBrouwer & Cia., 1934. 261 p.

Do autor e do livro escreveuTristão de Ataíde: "O Padre Penidojá hoje é um pensador que honra oBrasil perante o mundo. E o livro,sucinto mas definitivo (...) é uma crí-tica rigorosa, mas extremamente jus-ta da concepção bergsoniana da mís-tica". [4607]

Peregrino, João da Rocha Fagundes (Jú-nior). Doença e constituição de Machadode Assis, Rio de Janeiro, José Olím-pio, 1938. 164 p.

Machado de Assis sofria do cha-mado "mal sagrado". O autor destelivro, escritor e médico baseia o seuestudo nas teorias e hipóteses cientí-ficas mais modernas. [4608]

Pereira, Artur Ramos de Araújo. Introdu-ção à antropologia brasileira -- 1º volume:As culturas não-européias, por ArturRamos, Rio de Janeiro, 1943. 540 p.ilus. (Col. Estudos Brasileiros).

O 2º volume desta obra intitular-se-á As Culturas Européias e o Contactode Raças e de Culturas, e ambos apre-sentarão uma visão de conjunto daantropologia física e da etnologiabrasileiras. As referências bibliográficasdo presente volume são as maiscompletas já organizadas no Brasil,sobre o assunto. [4609]

Pereira, Lafaiete Rodrigues. Vindiciae: oSr. Sílvio Romero crítico e filósofo,por Labieno (pseud.) pref. de MárioMatos, Rio de Janeiro, José Olímpio1940. 171 p.

Pequeno e famoso livro de polê-mica literária, dividido em duas par-tes: a primeira, em defesa de Macha-do de Assis a respeito do qual publi-caria Sílvio Romero um livro maisde combate do que de análise: Ma-chado de Assis, Rio de Janeiro, 1897; ea segunda de crítica ao livro Ensaiosde Filosofia do Direito, do mesmo SílvioRomero, publicada em 1895. Editadopela primeira vez em 1899, Vindiciaeteve uma 2ª edição em 1934. [4610]

Pereira, Lúcia Miguel. Machado de Assis:estudo crítico e biográfico. São Paulo,Editora Nacional, 1936. 342 p.

Este é geralmente considerado omelhor estudo crítico e biográficodedicado a Machado de Assis. Re-centemente a mesma autora publi-cou um novo livro, A vida de Gonçal-ves Dias (1943), que é um estudocompleto, uma biografia definitivado famoso poeta brasileiro. [4611]

Pereira, Lúcia Miguel. A vida de GonçalvesDias contendo o Diário inédito da viagemde Gonçalves Dias ao Rio Negro. Rio deJaneiro, José Olímpio, 1943. 424 p.ilus.

1017

Page 351: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Esta é não só a melhor biografiade Gonçalves Dias, mas também umadas melhores obras já produzidas porum crítico brasileiro. [4612]

Pereira, Nuno Marques. Compêndio narra-tivo do peregrino da América. 6ª ed. com-pletada com a segunda parte, atéagora inédita. Rio de Janeiro, Pub.Academia Brasileira de Letras,1939. 2 v.

Eis como Alcides Bezerra descre-ve a índole desta obra: "O nosso au-tor finge a peregrinação de um ve-lho, símbolo do tempo e da sabedo-ria, por diversas terras nossas... hos-pedando-se aqui, ali, acolá em casade indivíduos das mais diversas pro-fissões, e de caminho e nessas hos-pedagens, aproveitando ensejos dedoutrinar, entremeia a pregação deexemplos, casos, fábulas, históriasdo folclore, ditos, provérbios, sen-tenças tradicionais ou tiradas das Sa-gradas Escrituras, dos Santos Pa-dres, mas também dos filósofos pa-gãos, Aristóteles, Diógenes, Cícero eque tais, revelando uma grande leitu-ra dos clássicos". [4613]

Pereira da Silva

vide

Silva, João Manuel Pereira da.

Pessoa, José Getúlio Frota. Crítica e polê-mica. Rio de Janeiro, Artur Gurguli-no, 1902. 295 p.

Abre este volume um largo en-saio de 100 páginas sobre a evoluçãoliterária do Brasil. Segue-se uma sériede artigos, mais de polêmica do quede crítica, versando sobre livros easpectos literários brasileiros daépoca. [4614]

Pina, Mateus da Encarnação, frei. Cursoelementar de literatura nacional. 2ª edi-ção. Rio de Janeiro, Garnier, 1883.601 p. Viridário evangélico. Lisboa,1730, 1735, 1747. 3 v.

O título completo da obra, se-gundo Artur Mota (História da Litera-tura Brasileira, II. 113), é o seguinte:Viridário evangélico em que as flores dasvirtudes se ilustram com discursos morais eos frutos da santidade se exornam com pa-negíricos em vários sermões. Frei Ma-teus da Encarnação Pina deixouinédita uma Teologia Dogmática e Es-colástica. [4615]

Pinheiro, Joaquim Caetano Fernandes,cônego. Curso elementar de literatura na-cional. 2ª edição. Rio de Janeiro, Gar-nier, 1883.

A 1ª edição deste livro apareceuem 1862. Outro livro do mesmo gê-nero, Resumo da história literária, publi-cou Fernandes Pinheiro em 1873.José Veríssimo julgou-os a amboscom justa severidade: "De fundopróprio, quer de erudição, quer depensamento, pouco havia do autordestes livros, onde se continuavamextemporaneamente sistemas críti-cos já ao tempo obsoletos". [4616]

Pires, Homero. Junqueira Freire. Sua vida,sua época, sua obra. Rio de Janeiro, Ed.A Ordem. 1929. 348 p.

Biobibliografia realizada comabundante e segura erudição. [4617]

Pontes, Carlos. Tavares Bastos (AurelianoCândido) -- (1839-1875). São Paulo,Editora Nacional, 1939. 360 p.

Biografia literária e política de umdos homens mais representativos doSegundo Reinado. Tavares Bastosconhecia como poucos os proble-

1018

Page 352: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

mas brasileiros, e a sua obra de pen-sador e publicista permanece viva,renovando-se o seu interesse de ge-ração em geração. [4618]

Pontes, Elói. A vida inquieta de Raul Pom-péia. Rio de Janeiro, José Olímpio,1935. 338 p.

Esta biografia se recomenda so-bretudo pela documentação, o mes-mo se podendo dizer das que o au-tor publicou posteriormente: A vidadramática de Euclides da Cunha (1938) eA vida contraditória de Machado de Assis(1939) [4619]

Pontes de Mirandavide

Miranda, Francisco Cavalcanti Pontesde.

Porto Alegre, Manoel de Araújo. Algu-mas idéias sobre as belas-artes e a indústriano império do Brasil. Revista Guanabara,do Rio de Janeiro, V. I, 1850 e V. II.1851.

Porto Alegre escreveu muitos ar-tigos de crítica de arte e literatura,biografias, viagens, notas históricas,memóricas, etc., mas tudo isso per-manece esparso nos jornais e revis-tas da época: Aurora Fluminense, Cor-reio Mercantil, Jornal do Comércio, Nite-rói, Guanabara, Minerva Brasiliense, Osten-sor Brasileiro, Revista do Instituto Histórico eGeográfico Brasileiro, etc. [4620]

Porto-Seguro, visconde de.vide

Varnhagen, Francisco Adolfo, viscondede Porto Seguro.

Prado, Caio (Júnior). Evolução políticado Brasil; ensaio de interpretaçãomaterialista da história brasileira.São Paulo, Revista dos Tribunais,1933. 198 p.

O subtítulo dado a este pequenovolume define a natureza do seuconteúdo. O autor, depois de al-guns anos de silêncio e preparação,publicou em 1942 o 1º volume deuma obra de grande vulto e im-portância -- Formação do Brasil Con-temporâneo. [4621]

Prado, Eduardo da Silva. A ilusão america-na, por Eduardo Prado. Nova edição,com um prefácio de Augusto Frede-rico Schmidt. Rio de Janeiro, Civili-zação Brasileira. S.A., 1933. 247 p.

Panfleto de combate à políticaexterna dos Estados Unidos daAmérica. A sua 1ª edição, datada de1893, foi confiscada e suprimida porordem do Governo brasileiro de en-tão. Uma 2ª edição foi impressa em1895, em Paris, pelos editores Ar-mand Colin & cie. [4622]

Prado, Paulo da Silva. Retrato do Brasil; en-saio sobre a tristeza brasileira. São Paulo,Duprat-Mayença (reunidas), 1928.216 p.

Compõe-se este volume de quatrocapítulos: I, a Luxúria; II, A Cobiça;III, A Tristeza; IV, O Romantismo, emais um Post scriptum. Trata-se de umdos livros brasileiros mais discutidosdos últimos anos; mas escrito numaprosa de primeira ordem, segundo aopinião unânime da crítica. [4623]

Prisco, Francisco. José Veríssimo: sua vida esuas obras. Rio de Janeiro, Ed. Bedes-chi, 1937. 192 p.

Única biografia de José Veríssimoaté agora publicada. Livro modesto eútil. [4624]

Prudente de Morais Netovide

Morais, José Prudente de (Neto).

1019

Page 353: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Pujol, Alfredo Gustavo. Machado de Assis.2ª ed. Rio de Janeiro, José Olímpio,1934. 364 p.

Curso literário em sete conferên-cias proferidas na Sociedade de Cul-tura Artística de São Paulo, em 1915,1916 e 1917. Obra de feição sobre-tudo descritiva, em que o autor ex-põe e informa com honestidade,mas sem qualquer esforço de análiseou interpretação. A sua 1ª ediçãodata de 1917. [4625]

Rabelo, Sílvio. Farias Brito ou uma aventurado espírito. Rio de Janeiro, José Olím-pio. 1941. 232 p.

Estudo crítico da obra de FariasBrito. O autor sustenta que este últi-mo foi principalmente um historia-dor da filosofia, e da filosofia mo-derna: não, propriamente, um filó-sofo. [4626]

Ramalhete, Clóvis. Eça de Queirós. SãoPaulo, Martins, 1942. 263 p.

Obra laureada pela AcademiaBrasileira de Letras. [4627]

Rebelo, E. de Castro. Mauá. Restaurandoa verdade. Rio de Janeiro, Universo,1932. 202 p.

O autor contesta, neste volu-me, certas teses e opiniões sus-tentadas por Alberto de Faria noseu livro Mauá, biografia de Iri-neu Evangelista de Sousa, Vis-conde de Mauá, publicada em1926. [4628]

Rebelo, Marques.vide

Cruz, Eddy Dias da.Reis, Francisco Sotero dos. Curso de li-

teratura portuguesa e brasileira, profes-sado por Francisco Sotero dos Reisno Instituto de Humanidades da pro-

víncia do Maranhão. Maranhão,1866. 5 v.

Obra considerável, que José Ve-ríssimo, de regra sempre severo, nãohesitou em gabar, nos seguintes ter-mos: "Com o seu desenvolvimento eproporções, é não só a primeira obrade estudo histórico, literário e críticoda nossa literatura, mas ainda daportuguesa, e era na nossa línguauma novidade. Transplantava Sote-ro dos Reis para ela, como aindano seu tempo foi notado, a renova-ção crítica operada em França porVillemain". [4629]

Resende, Henrique de. Retrato de Alfonsusde Guimaraens. Rio de Janeiro, JoséOlímpio, 1938. 133 p.

Alfonsus de Guimaraens (1870-1921) foi o mais considerável dospoetas brasileiros da escola simbolis-ta. E este ensaio biográfico é um re-trato do poeta traçado com ternurapor outro poeta. [4630]

Ribeiro, João, pseud.vide

Fernandes, João Batista Ribeiro de An-dade.

Ribeiro, Joaquim. Introdução ao estudo dofolclore brasileiro. Rio de Janeiro, Ed.Alba Ltda., s./d. 212 p.

Segundo o próprio autor, este li-vro é um programa a ser desenvol-vido em livros posteriores. [4631]

Ribeiro, José de Araújo, Visconde doRio Grande. O fim da criação ou a natu-reza interpretada pelo senso comum (porJosé de Araújo Ribeiro, Visconde doRio Grande). Rio de Janeiro, Tip.Perseverança, 1875. 657 p.

Trata-se de uma compilação deconhecimentos científicos da época,

1020

Page 354: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

tendente a provar a tese de que aTerra vive como os seres organiza-dos, crescendo e desenvolvendo-seconstantemente, mas tudo escritoem boa linguagem. [4632]

Ribeiro, Júlio César. Cartas sertanejas. Riode Janeiro, Faro & Nunes, 1885. 132 p.

Estas Cartas, em número de 10,foram primeiramente publicadas noDiário Mercantil, nos meses de feve-reiro a julho de 1885, e causaram naépoca enorme repercussão política,pelo tom desabrido em que eram re-digidas. Reeditando-as em volume,acrescentou-lhes o autor, em prefá-cio e em apêndice, alguns artigos,notas e comentários de outros jorna-listas e escritores que o apoiaram edefenderam contra os ataques de ad-versários. [4633]

Rio, João do.vide

Barreto, João Paulo dos Santos.Rio Grande, Visconde do.

videRibeiro, José de Araújo.Rocha, Justiniano José da. Ação; reação;

transação; Duas palavras acerca da atuali-dade política do Brasil. Rio de Janeiro,Tip. imp. const. J. Villeneuve eComp., 1855. 56 p.

Famoso panfleto político, que teveuma 2ª edição em 1901. [4634]

Rodrigues, José Carlos. Considerações ge-rais sobre a Bíblia. Rio de Janeiro,1918. 176 p.

Estudo preliminar de obra maisvasta de exegese bíblica, que o autorpublicaria mais tarde, em dois gros-sos volumes. José Carlos Rodriguesera protestante, e como tal escreveutambém interessante estudo históri-

co sobre Religiões acatólicas (noBrasil), publicado no Livro do Cen-tenário (1909). [4635]

O romance brasileiro. (Rev. do Brasil.nº especial, Rio de Janeiro, maio de1941, 240 p.).

Importante contribuição para ahistória e a crítica do romance brasi-leiro. Eis o seu sumário: Otávio Tar-qüínio de Sousa -- "O que é este nú-mero"; Tristão de Ataíde -- "TeresaMargarida da Silva e Orta, precurso-ra do romance brasileiro"; AurélioBuarque de Holanda -- "Teixeira eSousa": "O filho do pescador" e "Asfatalidades de dois jovens"; Astrojil-do Pereira -- "Romancistas da cida-de: Macedo, Manuel Antônio e LimaBarreto"; Pedro Dantas -- "Observa-ções sobre o romance de Alencar";Augusto Meyer -- "De um leitor deromances: Alencar"; João Alphonsus-- "Bernardo Guimarães, romancistaregionalista"; Lúcia Miguel Pereira --"Três romancistas regionalistas:Franklin Távora, Taunay e Domin-gos Olímpio"; Barreto Filho -- "Ma-chado de Assis"; Álvaro Lins --"Dois naturalistas: Aluísio Azevedoe Júlio Buarque de Holanda -- Inglêsde Sousa: "O missionário"; Oswaldde Andrade -- "Dois emancipados:Júlio Ribeiro e Inglês e Sousa"; Val-demar Cavalcânti -- "O enjeitadoAdolfo Caminha"; Mário de Andra-de -- "Raul Pompéia: O Ateneu"; Or-ris Soares -- "Graça Aranha: O ro-mance-tese e Canaã"; Roberto AlvimCorreia -- "Reflexões sobre o roman-ce brasileiro de 1850 a 1910". Se-guem-se as seções habituais da Re-vista e a reedição do ensaio de As-trojildo Pereira sobre "Machado de

1021

Page 355: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Assis, romancista do segundo reina-do". Este número é ainda enriqueci-do pela reprodução de retratos, car-tas, documentos e notas biobiblio-gráficas relativas a cada um dos ro-mancistas estudados. [4636]

Romero, Nélson. Os grandes problemas doespírito. Rio de Janeiro, José Olímpio,1939. 251 p.

Contém este pequeno volume di-versos trabalhos de crítica filosóficae religiosa, escritos entre 1918 e1929, e assim discriminados pelos tí-tulos de cada um: Ciência e Filoso-fia; Realismo tomístico e idealismomoderno; A consciência da identida-de dos destinos humanos e o funda-mento da moral; Moral e Direito;Teorias ético-jurídicas; Crítica e Reli-gião. No fim do volume reproduz adissertação em latim De analogia en-tis, que o autor leu e discutiu emRoma, onde doutorou-se, no anode 1913. [4637]

Romero, Sílvio Vasconcelos da SilveiraRamos. História da literatura brasileira.3ª edição, aumentada, organizada eprefaciada por Nélson Romero. Riode Janeiro, José Olímpio, 1943. 5 v.

A 1ª edição desta História da litera-tura brasileira é datada de 1888. Uma2ª edição foi publicada em 1902, ain-da sob as vistas do autor. A matériadesta 3ª edição, organizada por seufilho Nélson Romero, se acha assimdistribuída: I -- "Contribuições e es-tudos gerais para o exato conheci-mento da literatura brasileira"; II --"Formação e desenvolvimento auto-nômico da literatura nacional"; III --"Transição e romantismo"; IV --"Ainda o romantismo"; V -- "Diver-

sas manifestações na prosa. Reaçõesanti-românticas da poesia".

A obra completa de Sílvio Rome-ro conta mais de 60 títulos, que sedistribuem pelos diversos ramos decrítica e história, folclore, etnografia,política e estado social, filosofia,poesia e opúsculos avulsos, segundoa classificação sistemática que elepróprio estabeleceu; no centro destaobra, e pode-se dizer que suma detoda ela, se encontra a História da lite-ratura brasileira. [4638]

Roquete-Pinto, Edgar. Rondônia. 4ª ed.aumentada e ilustrada, São Paulo,Editora Nacional, 1938. 399 p.

O professor Roquete-Pinto é umpioneiro da antropologia brasileira, eeste livro, cuja primeira edição datade 1916, é hoje considerado obraclássica na matéria. Do mesmo au-tor: Seixos Rolados, 1927; Ensaios deAntropologia Brasiliana, 1933; EnsaiosBrasilianos, s./d. [1940?] etc. [4639]

Sabóia, Visconde de. A vida psíquica dohomem; ensaio filosófico sobre o materialis-mo e o espiritualismo. Rio de Janeiro,Laemmert, [1904?] 624 p.

O autor deste livro era sobretudoum grande médico e professor nasua especialidade, e apenas como talé ainda lembrado. Filosoficamente asua posição era a de um espiritualistaescolástico. [4640]

Santos, José Maria dos. A política geral doBrasil. São Paulo, J. Magalhães, 1930.567 p.

História política do desenvolvi-mento das lutas partidárias no Brasildurante o segundo reinado e a pri-meira república. [4641]

1022

Page 356: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Santos, Nestor Vítor dos. A crítica de on-tem. Rio de Janeiro, Leite Ribeiro &Maurilo, 1919. 360 p.

Ensaios e artigos datados de 1898a 1914. Nestor Vítor foi o críticoprincipal do simbolismo brasileiro."Infatigável semeador de idéias" --diz dele Tristão de Ataíde. Outros li-vros seus, de crítica literária: A hora(1900), Farias Brito (1917), Cartas àgente nova (1924), Os de hoje (1938,póstumo). [4642]

Serra, Joaquim Marinho (Sobrinho). Ses-senta anos de jornalismo; a imprensa noMaranhão. 1820-1889, por Ignotus[pseud.]. Rio de Janeiro, 1883. 155 p.

Joaquim Serra foi um dos melho-res jornalistas brasileiros do seu tem-po, e neste sentido a sua obra espar-sa pela imprensa é muito mais im-portante do que aquela, aliás escassa,que deixou em livro. Este pequenovolume, em todo caso, contém mui-tos dados de interesse literário e his-tórico. [4643]

Serrano, Jônatas Arcanjo. Farias Brito: ohomem e a obra. São Paulo, EditoraNacional, 1939. 319 p.

Biografia e bibliografia. Importantesobretudo pela abundância e exatidãodos dados informativos. [4644]

Silva, Artur Orlando da. Filocrítica; in-trod. de Martins Júnior. Pernambu-co, Tip. Apolo, 1886. 223 p.

Destacam-se neste livro os ca-pítulos: "Teorias literárias noBrasil". "A poesia científica","Menores e Loucos" (a propósitodo livro de igual título, de TobiasBarreto). O autor, que pertenceu àchamada Escola do Recife, deixoumais dois livros do mesmo gênero:

Ensaios de crítica (1904) e Novos en-saios (1905). [4645]

Silva, Firmino Rodrigues. A dissolução dogabinete de 5 de Maio ou a Facção áulica.2ª ed., Rio de Janeiro, Francisco Ro-drigues de Paiva, 1901. 66 p.

A primeira edição deste famosopanfleto data de 1847. [4646]

Silva, João Manuel Pereira da. Os varõesdo Brasil durante os tempos coloniais. 3ªedição, Rio de Janeiro, Garnier, 1868.2 v.

Pereira da Silva publicou muitosoutros livros de história, ensaios, ro-mances, etc. A sua obra de históriamais importante é a História daFundação do Império Brasileiro, em 7volumes. [4647]

Silva, João Pinto da. Vultos do meu cami-nho: estudos e impressões de literatura.Porto Alegre, Barcelos, Bertaso &Cia., [1918]. 208 p.

Autores estudados neste volume:José Enrique Rodó, Vicente de Car-valho, Cruz e Sousa, Euclides da Cu-nha, Alcides Maia, etc. João Pinto daSilva publicou mais tarde outro volu-me do mesmo gênero: Fisionomias dosnovos (1922), História literária do RioGrande do Sul (19?), A província de S.Pedro (19?). [4648]

Silva, Joaquim Norberto de Sousa e. To-más Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixo-to, Silva Alvarenga, Álvares de Azevedo,Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias, Lau-rindo Rabelo: estudos sobre a vida e aobra destes poetas, incluídos nas edi-ções de cada um publicadas pela Bi-blioteca Brasília, da casa Garnier.

J. R. de Sousa e Silva deixou umaobra volumosa, sobretudo de histó-ria. Mesmo os seus estudos biográfi-

1023

Page 357: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

cos -- e além dos acima mencionadosele publicou numerosos outros naRevista do Instituto Histórico -- são ain-da hoje apreciáveis pelo que repre-sentam como pesquisas de dadoshistóricos. [4649]

Silva, José Bonifácio de Andrada e. JoséBonifácio: o velho e o moço. AntologiaBrasileira organizada por AfrânioPeixoto e Constâncio Alves. Paris-Lis-boa, Aillaud e Bertrand, 1920. 298 p.

A obra em prosa de José Bonifá-cio -- trabalhos científicos e literá-rios, políticos e sociais -- anda dis-persa em revista e folhetos raros.Nesta Antologia se encontram tre-chos escolhidos de vários desses tra-balhos. [4650]

Silva, Lafaiete. História do teatro brasileiro.Rio de Janeiro, Ministério da Educa-ção e Saúde, 1938. 489 p.

História documentada, mas de ca-ráter meramente descritivo. [4651]

Silva, Sérgio Milliet da Costa e. Ensaios,por Sérgio Milliet. São Paulo, 1938.

Divide-se este volume em quatropartes: Brasiliana, Literatura e Arte,Documentação Social, Miscelânea, eestes subtítulos caracterizam não sóo volume como também, de ummodo geral, toda a obra de ensaísta ecrítico que o autor vem publicando,de ano em ano. [4652]

Silveira, Tasso Azevedo da. A igreja silen-ciosa. Editores: Anuário do Brasil, Riode Janeiro; Seara Nova, Lisboa; Re-nascença Portuguesa, Porto, s./d.[1922]. 312 p.

Crítica literária de autores, li-vros e temas brasileiros e estran-geiros. [4653]

Sodré, Nélson Werneck. História da litera-tura brasileira: seus fundamentos econômi-cos. 2ª ed., José Olímpio, Rio de Ja-neiro, 1940. 258 p.

Do mesmo autor: Panorama do Se-gundo Império (1939), Oeste, ensaio sobrea grande propriedade pastoril (1941),Orientações do pensamento brasileiro(1942), Síntese do desenvolvimento literá-rio no Brasil (1943). [4654]

Sousa, José Soriano de. Compêndio de filo-sofia ordenado segundo os princípios e méto-dos de S. Tomás de Aquino. Recife,1867. 667 p.

Livro didático adotado nos semi-nários brasileiros. [4655]

Sousa, Otávio Tarqüínio de. Diogo Antô-nio Feijó, 1784-1843. Rio de Janeiro,José Olímpio (1942).

Otávio Tarqüínio de Sousa publi-cara anteriormente: Bernardo Pereira deVasconcelos e seu tempo (1937) e Evaris-to da Veiga (1939), completando,com o volume consagrado a Feijó, oestudo biográfico dos três homensmais representativos da Regência.São três livros indispensáveis ao co-nhecimento não só dos biografadoscomo igualmente da época em queviveram e exerceram a sua ação polí-tica. [4656]

Taunay, Afonso de Escragnolle. Escrito-res colonais, subsídios para a história da li-teratura brasileira. (An. do Museu Pau-lista, t. II, São Paulo, 1925). 292 p.

Ensaios bibliográficos, com do-cumentação inédita sobre o padreManuel de Morais, Antonil, Frei Gas-par da Madre de Deus e outros escri-tores dos tempos coloniais. [4657]

Timandro, pseud.vide

1024

Page 358: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Torres Homem, Francisco de Sales.Torres, Alberto de Seixas Martins. O pro-

blema nacional brasileiro; introdução a umprograma de organização nacional, por Al-berto Torres. 2ª ed., São Paulo, Edi-tora Nacional, 1933. 277 p.

Outras obras do mesmo autor: Aorganização nacional (2ª ed., 1933); AsFontes de Vida no Brasil (1915); Le Pro-blème Mondial (1913); Vers la Paix (2ªe., 1927) -- estas duas últimas emfrancês. Alberto Torres foi um emi-nente pensador político e suas obrasexerceram e ainda exercem conside-rável influência sobre importantessetores de políticos e publicistas bra-sileiros. [4658]

Torres, Antônio. Prós e contras. Rio de Ja-neiro, Liv. Castilho, 1922 324 p.

Coletânea de crônicas e artigospublicados anteriormente na im-prensa. O autor publicara antes, nomesmo gênero, dois livros: Verdadesindiscretas (1920) e Pasquinadas cariocas(1921). [4659]

Torres, João Camilo de Oliveira. O positi-vismo no Brasil. Petrópolis, Ed. VozesLtda., 1943. 336 p.

Divide-se este livro em duas par-tes: 1ª, A evolução do Positivismono Brasil; 2ª, A influência do Positivis-mo no Brasil. O volume é enriquecidopor uma boa bibliografia. [4660]

Torres Homem, Francisco de Sales. Olibelo do povo, por Timandro (pseud.)Rio de Janeiro, Tip. do Correio Mer-cantil, 1849.

Famoso panfleto político, reedi-tado em 1868, 1870, 1885 e possivel-mente mais vezes. Reproduziu-o emsuas páginas, ainda recentemente, a

Revista do Brasil, nº 19, da 3ª fase, ja-neiro de 1940. [4661]

Varnhagen, Francisco Adolfo de, Vis-conde de Porto Seguro. Ensaio históri-co sobre as letras do Brasil. (Florilégio dapoesia brasileira, tomo I, Lisboa,1850).

Sobre este ensaio escreveu JoséVeríssimo: "Pelo rigoroso e acuradoda sua investigação e estudo e dosseus resultados, pela novidade dassuas notícias, pelo inédito e seguroda sua informação, pelo número ejusteza de algumas de suas idéias ge-rais, pela largueza de suas vistas, estaobra de Varnhagen lançava os fun-damentos, e o futuro provou quedefinitivos, da história da nossa lite-ratura". [4662]

Venancio, Francisco (Filho). A glória deEuclides da Cunha. São Paulo, EditoraNacional, 1940. 323 p.

Livro recomendável pela infor-mação completa e exata sobre a vidae a obra de Euclides da Cunha. Indi-cação das principais fontes de estu-do. Bibliografia minuciosa. [4663]

Veras, Humberto de Campos. Crítica.Rio de Janeiro, José Olímpio, 1933 a1936. 4 v.

Rodapés de crítica literária saídosprimeiramente na imprensa diáriaentre 1928 a 1930. [4664]

Verissimo, José.

vide

Matos, José Veríssimo Dias de.

Viana, Vítor. A Constituição dos EstadosUnidos: as lições de uma longa experiência:federalismo norte-americano e federalismobrasileiro. Rio Janeiro, Tip. do Jornal doComércio, 1933. 232 p.

1025

Page 359: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Do mesmo autor: Formação econô-mica do Brasil (1922); O Banco do Bra-sil. Sua formação, seu engrandecimento,sua missão nacional (1926); Uma Consti-tuição do Século XX; O Código de Weimare a moderna Alemanha (1931); A NovaConstituição Espanhola. Liberalismo. De-mocracia (1932); A Constituição Inglesa. Oliberalismo e os partidos políticos (1933); AConstituição Francesa. Os imortais princípiose os partidos políticos (1933); A Constitui-ção Austríaca. A racionalização do poder e arepresentação de classes (1933); O regimefascista e a democracia. A utopia reacionáriae as realidades brasileiras (1933). [4665]

Vieira, Antônio, padre. Cartas do padreAntônio Vieira, coordenadas e anotadaspor J. Lúcio de Azevedo. Coimbra, Imp.Universidade. 1925, 1926, 1928. 3 v.

Há numerosas edições das obrasde Vieira, algumas delas compreen-dendo dezenas de volumes. Mas éem suas cartas que o genial escritorse mostra mais variado e mais com-pleto, pelo menos para o gosto donosso tempo, conforme observa J.Lúcio de Azevedo. [4666]

Wolf, Ferdinand. Le Brésil littéraire: histoi-re de la literature brésilenne, suivie d’unchoix de morceaux tirés de meilleurs au-teurs brésiliens. A. Ascher & Co.,1863.334 p.

Esta história da literatura brasilei-ra, publicada em francês, em 1863,foi, diz José Veríssimo, "a primeiranarrativa sistemática e exposiçãocompleta, até aquela data, da nossaatividade literária, compreendendo oromantismo". [4667]

1026

Page 360: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Romance, Contos, Novelas

Francisco de Assis Barbosa

A novelística nasceu tarde no Brasil, bem mais tarde que a poesia.Só por volta de 1840, quando a nossa vida política de país independentecomeçou a consolidar-se, é que apareceram as primeiras novelas. Nove-las cujo interesse não vai além do registro bibliográfico. João Manuel Pe-reira da Silva (1817-1898), historiador e político, publica em 1839 umacrônica histórica romanceada, O Aniversário de D. Miguel em 1825, e umapequena novela, Religião, Amor e Pátria. Segue-se-lhe Francisco Adolfo deVarnhagen (1816-1878), também historiador, com a publicação no anoseguinte da Crônica do Descobrimento do Brasil que, no entender de José Ve-ríssimo, seria o primeiro romance brasileiro se não fosse apenas uma dessa-borida crônica romanceada sobre a carta de Caminha, cujo descobridor naTorre do Tombo foi Varnhagen. A terceira tentativa a ser assinalada é a deJoaquim Norberto de Sousa e Silva (1820-1891), infatigável pesquisador donosso passado literário, embora escrevendo mal, com As Duas Órfãs, 1841,pobre escrito de 35 páginas que o autor classificou ingenuamente de roman-ce. Os trabalhos anteriores, note-se de passagem, não passavam de com-posições ingênuas, como a de Norberto, de trinta a trinta e poucas pági-nas impressas. Em todo o caso, foram Pereira, Varnhagen e Norberto,que, bem ou mal, iniciaram entre nós a prosa de ficção1.

Mas o nosso primeiro romancista, aquele que, de qualquer forma,deve merecer esse título seria Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa

1027

(1) É bom explicar que este sumário se limita a livros e autores, que interessam maisde perto ao desenvolvimento da novelística brasileira, razão pela qual foramomitidos, de caso pensado, os nome de Teresa Margarida da Silva Orta e NunoMarques Pereira. Um e outro representam fatos isolados sem repercussão nahistória literária do período colonial.

Page 361: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

(1812-1861), mulato de Cabo Frio, de condição humilde, e que tambémcultivava a poesia. O conteúdo da obra numerosa de Teixeira e Sousaestá indicado nos títulos ingênuos e tragicômicos de muitos dos seus ro-mances: Maria ou a Menina Roubada; As Fatalidades de Dois Jovens; Tardes deum Pintor ou as Intrigas de um Jesuíta; O Filho do Pescador, etc. O Filho do Pes-cador, 1843, inaugura, por assim dizer, a produção do romance no Brasil.Destituídos de valor literário, os livros de Teixeira e Sousa marcam en-tretanto o primeiro esforço continuado, de 1843 a 1859, de um escritorque tenha pretendido realizar uma obra de romancista. A importância domulato de Cabo Frio é, portanto, puramente ocasional. Depois dele,com Macedo, Manuel Antônio de Almeida e Alencar, é que o romancese impõe como gênero literário.

É com Joaquim Manuel de Macedo (1820-1889), mais propriamen-te com A Moreninha, 1844, que o público toma conhecimento do roman-ce nacional. De fato, a publicação desse livrinho -- história açucarada denamoros e mexericos -- causou um enorme sucesso, não apenas munda-no ou de livraria: foi um acontecimento literário. José de Alencar, ogrande novelista romântico, confessará mais tarde que só ingressou nacarreira das letras animado pelo êxito retumbante de A Moreninha. Joa-quim Manuel de Macedo escreveu vinte e tantos volumes, entre teatro enovela. A serem julgados com olhos de hoje, toda essa vasta bagagemnão passa de literatice e da pior. Contudo, façamos justiça ao Dr. Mace-dinho, como era conhecido e até celebrizado no tempo. Romancista dogrande público ou como quer Prudente de Morais Neto: "romancista dedonzelas e para donzelas", lido até hoje (em 1943, apareceram simulta-neamente nada mesmo que três edições de A Moreninha). Macedo nãofez mais do que refletir, na sua obra, pobreza material e intelectual domeio ambiente: a sociedade carioca de meados do século passado, fútil eatrasada, desenxavida e ignorante. Depois de Macedo, Manuel Antôniode Almeida (1830-1861). Escreveu, ainda estudante, as Memórias de umSargento de Milícias, publicadas como folhetim de jornal, sem assinatura,nos anos 1852-53, depois reunidas em livro, 1854-55, em dois volumes,

1028

Page 362: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

com o pseudônimo de "Um brasileiro", em meio à indiferença geral. In-diferença essa que continuou por muitos anos. Almeida, com admirávelintuição, adiantou-se da sua época, pelo estilo anti-romântico, vivo e pi-toresco. É sem dúvida dos casos mais curiosos da literatura brasileira.Sua importância não se fez sentir imediatamente, mas aos poucos. Muitomais tarde, já nos tempos modernos, vamos encontrar traços do seutemperamento num Antônio de Alcântara Machado ou num MarquesRebelo, na fixação da vida quotidiana de cidades como São Paulo e Rio.Manuel Antônio de Almeida tem qualquer coisa de pioneiro. Entretanto,o mais representativo de todos os escritores de ficção desta primeira faseda história do nosso romance será José Martiniano de Alencar (1826-1877). Desempenhou ele na prosa papel idêntico ao de Gonçalves Diasna poesia: tentou a reabilitação do indígena. Como bom romântico, car-regou nas tintas. O índio de Alencar resultou por isso numa figura exóti-ca, meio falso, meio verdadeiro. O que, para nós, pouco importa. A obrado romancista, numerosa e variada, exerceu poderosa e demorada in-fluência em nosso meio. Foram cheios os vinte anos da vida literária deJosé de Alencar. Estréia, levantando barulho, com O Guarani, 1857, emque mostra a resistência do índio, contra o branco invasor, escrito de umjeito tão brasileiro, que havia de ferir os ouvidos excessivamente grama-ticais de certos literatos portugueses e mesmo brasileiros. Acusado debarbarismo, o romancista se defende. Declara que não quer se submeter àsintaxe lusa. Encontra-se com Antônio Feliciano de Castilho numa polêmicafamosa, defendendo o ponto de vista da diferenciação lingüística entre Por-tugal e o Brasil. Segundo o próprio testemunho do escritor, no prefácio aoSonhos d’Ouro, 1872, pretendeu Alencar realizar uma obra gigantesca de ro-mancista. Mas o que deixou, na verdade, ficou muito aquém da intenção.Quisera traçar um panorama da vida brasileira, através de seus roman-ces, abrangendo diferentes fases da nossa formação histórica e social.Um crítico austero, Olívio Montenegro, vê na pretensão nada mais queuma explosão de vaidade, quase que diria um acesso de megalomania.Escreve o autor de O Romance Brasileiro: "Aquela história portanto, aliás

1029

Page 363: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

tão bonita de um plano arquitetônico dos seus romances e que refletisseos momentos mais dramáticos da nossa criação nacional, não foi senãouma invenção da vaidade."

Paralelamente à atividade de José de Alencar, outras obras vão seformando, algumas inspiradas no autor de O Guarani, direta ou indireta-mente. Cumpre destacar, entre elas, as de um Bernardo Guimarães (deMinas Gerais), de um Franklin Távora (do Ceará), de um Taunay (de as-cendência francesa, nascido no Rio de Janeiro). Bernardo José da SilvaGuimarães (1827-1885) deve ser considerado o criador da nossa literatu-ra chamada regionalista. Seu primeiro livro, O Ermitão de Muquém, 1869,mostra, ainda que disfaçadamente, como admite José Veríssimo, a in-fluência alencariana. Porém dos romances de Bernardo o que receberámaiores favores da popularidade se chama A Escrava Isaura, aparecidoseis anos depois, no qual Silvio Romero viu mais que um romance, "umestudo social". Um dos muitos exageros do crítico exaltado. Na realida-de, A Escrava Isaura não passa de uma pobre novela folhetinesca, verda-de que atacando o problema da escravidão mas de forma superficial edesabaladamente sentimental, sem nenhum sentido social. João Franklinda Silveira Távora (1842-1888) viveu no Recife e era desconhecido noSul quando, em 1870, escreveu as Cartas de Semprônio a Cincinato, livro decrítica à obra de Alencar. Publicara antes alguns livros -- como porexemplo os contos de A Trindade Maldita, 1861, e os romances Os Índiosde Jaguaribe, 1862, onde é patente a influência de Alencar, e Um Casamentono Arrabalde, 1869 -- e, talvez pretendendo chamar atenção em torno dasua pessoa, tomou apaixonada e ostensivamente o partido português naluta contra o romancista brasileiro, liderada por Castilho (Cincinato).Após algum tempo, o romancista cearense vem morar no Rio. É quandopublica uma série de romances, que traz no frontispício um aviso, bas-tante curioso aliás: "Literatura do Norte" (O Cabeleira, 1870, O Matuto,1878, Lourenço, 1881. Um Casamento no Arrabalde, 2ª edição, 1881). No prefá-cio ao primeiro desse volume, Távora determina: "As letras têm, como a po-lítica, um certo caráter geográfico..." O Cabeleira é a história romanceada de

1030

Page 364: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

famoso bandoleiro das caatingas nordestinas. Franklin Távora seguiu apista de Bernardo Guimarães, fazendo também literatura regional, po-rém com mais segurança que o mineiro. Representa ele uma reação daprovíncia contra os literatos da metrópole, ridícula reação mas que preci-sa ser anotada. Alfredo de Escragnolle Taunay (1843-1899), apesar daorigem estrangeira, é um tipo brasileiríssimo. Já nome feito, escritor con-sagrado, usando o título de visconde, publicou Inocência, 1872, romancebem imaginado e bem escrito numa linguagem simples e direta, comdescrições muito vivas da nossa vida campesina. O livro caiu no goto dopúblico. É o romance brasileiro que conta maior número de edições ecreio que de traduções. Gostava o escritor de esconder-se em pseudôni-mos como os de Sílvio Dinarte e Heitor Malheiros. Com este último deupublicidade ao romance O Encilhamento, 1894, -- explicava o subtítulo:"Cenas contemporâneas da Bolsa em 1890, 1891 e 1892" -- assunto estu-pendo que Taunay não teve forças para aproveitar como merecia: acrise econômica dos começos da República. Ficou, entretanto, o do-cumentário de um dos períodos mais agitados da vida brasileira. As-sim, de toda a atividade de ficcionista, que não foi pequena, sobrouapenas Inocência que, carregada dos excessos do romantismo, aindahoje se lê sem enfado.

Vindo da segunda geração romântica, a simples menção do nomede Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908) escapa a qualquer cri-tério de enumeração cronológica. É como se fosse uma ilha em nossapaisagem literária, destacando-se singularmente dos prosadores do seutempo, conseguindo elevar o romance brasileiro a uma altura jamaisatingida e até hoje inigualada. Conhecido como jornalista e poeta, datade 1872 a sua primeira tentativa no romance: Ressurreição. Publicara, ante-riormente, um livro de contos: Histórias da Meia-noite, 1869, gênero emque, mais tarde, se revela um mestre. Como romancista, a primeira fasede Machado de Assis ainda é de inspiração romântica. Depois de Ressur-reição vieram A Mão e a Luva, 1874, Helena, 1876, e Iaiá Garcia, 1876. Asegunda fase, a da plenitude, inicia-se com as Memórias Póstumas de Brás

1031

Page 365: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Cubas, 1881. Cultiva igualmente o conto: Papéis Avulsos, 1882, Históriassem Data, 1884, muitos dos quais escritos antes de Brás Cubas, como ofoi a série reunida sob o título de Contos Fluminenses, 1873. Volta ao ro-mance em 1891 com Quincas Borba. E publica mais tarde: Dom Casmurro,1899, e Isaú e Jacó, 1904. Dá-nos, ainda, uma nova coletânea de contos:Várias Histórias, 1905. Memorial de Aires, 1908, é o seu derradeiro roman-ce, editado pouco antes da morte do escritor. A personalidade de Ma-chado de Assis tem sido abundantemente estudada. Dessa bibliografia,entre livros e trabalhos esparsos pelas revistas literárias, lembraremos osestudos de Augusto Meyer, 1935, de Lúcia Miguel Pereira, 1936, e deAstrojildo Pereira, 1939, este último inserto no número especial da Revis-ta do Brasil, dedicado ao centenário de nascimento do grande romancista.Augusto Meyer estudou-lhe a personalidade em ensaios claros e conci-sos. Lúcia Miguel Pereira é a autora da melhor biografia do escritor."Romancista do Segundo Reinado", chamou-o Astrojildo Pereira, numestudo admirável, em que estabelece a "consonância íntima e profundaentre o labor literário de Machado de Assis e o sentido da evolução polí-tica e social do Brasil", muito embora, adverte o ensaísta, não possuir aobra do escritor nada "de panorâmico, de cíclico, de épico". E, comoquem deseja tudo muito bem explicado, acrescenta Astrojildo: "Não hánela nenhuma exterioridade de natureza documentária, nenhum sistemarapsódico ou folclórico, nenhum plano objetivo elaborado de antemão.Os seus contos e romances não abrigam heróis extraordinários, nem fi-xam ações grandiosas e excepcionais. Eles são construídos com o mate-rial humano mais comum e ordinário, com as miudezas e o terra-a-terrada vida vulgar de todos os dias. Mas que poderosa vitalidade vibra no in-terior da gente que povoa os seus livros! É a gente bem viva -- barões ecoronéis, citadinos e provincianos, nhonhôs e sinhás, escravos e muca-mas, deputados e magistrados, médicos e advogados, rendeiros e comer-ciantes, padres e sacristães, empregados e funcionários, professores e es-tudantes, agregados e parasitas, atrizes e costureiras, e as donas de casa,e as moças namoradeiras e as viúvas querendo casar de novo... -- gente

1032

Page 366: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

que se move, que se agita, que trabalha, que se diverte, que se alimenta,que dorme, que ama, que não faz nada, que morre... Gente rica, genteremediada, gente pobre, gente feliz e gente desgraçada -- toda a inumerá-vel multidão de gente bem brasileira que vai empurrando o Brasil para afrente, avançando em ziguezague, subindo montanhas e palmilhando va-les, ora puxando ora sendo puxada pelo famoso carro da História..." FoiMachado de Assis, sem sombra de dúvida, o nosso primeiro grande es-critor. "Atravessando, em 53 anos de vida literária, -- de 1855 a 1908, --uma época em que, sob diversos nomes, floresceu o mais desordenadoverbalismo, Machado soube ser simples e equilibrado. E nessa simplici-dade e nesse equilíbrio fez o milagre de aliar o gênio da língua, o saborvernáculo, às modificações introduzidas no falar brasileiro." São obser-vações muito justas de Lúcia Miguel Pereira e que ajudam a explicar ofenômeno machadiano. Através a sua longa carreira, Machado de Assisfoi se aprimorando aos poucos, sem pressa, mas segura e conscienciosa-mente. Pode-se muito bem estabelecer, por isso mesmo, os períodos doaprendizado e aperfeiçoamento até a fase do apogeu, iniciada com BrásCubas. É certo que não escapou às influências do tempo, mas nunca dei-xou de ser cento por cento Machado de Assis. Muitos de seus romancese contos estão marcados de toques românticos ou naturalistas, e isso tal-vez foi o que levou um crítico francês, Roger Bastide, a dizer que ele"pintou em romances naturalistas paixões românticas". Não há comonegar ser Machado de Assis um produto do naturalismo -- escola de queficou raízes em nossa literatura, da qual encontramos resquícios até hojenalguns romancistas modernos, em Jorge Amado ou em José Lins doRego, para citar dois dos exemplos mais típicos. Não será demais salien-tar que Machado de Assis não foi escravo de nenhum figurino, ficoucomo que à margem ou, se quiserem, acima de quaisquer escolas.

Em plena campanha abolicionista, surge o naturalismo, no mesmoano da publicação das Memórias Póstumas de Brás Cubas, com o romanceO Mulato, da autoria de Aluísio Tancredo Belo Gonçalves de Azevedo(1858-1913), editado em São Luís do Maranhão. O livro punha em foco

1033

Page 367: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

o problema do preconceito de raça e provocou um tal escândalo na pa-cata sociedade provinciana que veio repercutir no Rio de Janeiro. Nãopodendo o romancista continuar na província, volta à metrópole, ondejá estivera anos antes, trabalhando na imprensa, como caricaturista. Denovo no Rio publica outros romances, dos quais lembraremos os princi-pais: Casa de Pensão, 1884, e O Cortiço, 1890. Fixou em ambos aspectoscaracterísticas da cidade -- as pensões chamadas familiares, com os seusestudantes, que vinham do interior estudar na Capital Federal; as imun-das habitações coletivas (até hoje imundas!) do proletariado da cidade.No fundo, porém, o escritor não passava de um romântico extraviadodo seu caminho pela influência poderosa de Emile Zola. Transplantadopara os trópicos, o naturalismo francês foi fazendo carreira. Em 1888,ao traçar o retrospecto literário do ano, Sílvio Romero aponta os melho-res romances, todos de feição realista: A Carne, de Júlio Ribeiro; O Ate-neu, de Raul Pompéia; Cromo, de Horácio de Carvalho; Hortênsia, de Mar-ques de Carvalho. Esqueceu-se de acrescentar à lista O Missionário, pois aprimeira edição do romance de Herculano Marcos Inglês de Sousa(1853-1918), aparecido em Santos, passou inteiramente despercebida.Dos tipos desse romancista escreveu Sérgio Buarque de Holanda: "Apaisagem humana que nos pintam os livros de Inglês de Sousa está qua-se sempre envolta numa mediocridade cinzenta e tediosa. Dela não con-seguem sobreviver nem os religiosos, nem os leigos. Nesse ponto o ro-mancista ainda se mantém fiel à atmosfera do naturalismo. Mas com agaleria de personagens que desfilam no romance do Missionário, seriapossível, talvez, construir uma epopéia da vulgaridade da família das Al-mas Mortas". Júlio César Ribeiro (1845-1890), autor de uma gramática ede um romance histórico, em dois volumes, O Padre Belchior de Pontes,1876-77, tornou-se um caso literário com a publicação de A Carne, moti-vo de polêmicas e discussões. Com a supressão de certas passagens esca-brosas do texto, certamente não teria excitado tanto a curiosidade dosleitores. A respeito de A Carne, sentencia Álvaro Lins: "para a literatura,este livro não existe". E o crítico acaba por reduzir o pobre Júlio Ribeiro

1034

Page 368: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

à expressão mais simples: "não chegou sequer a ser um mau romancista.Na verdade, não foi romancista de espécie nenhuma". Com Raul d’ÁvilaPompéia (1863-1895) a escola naturalista atinge a culminância no Brasil.O Ateneu, depoimento pessoal do romancista do tempo em que estudou,como aluno interno, num dos colégios da capital brasileira, é tido porMário de Andrade como um marco do romance brasileiro. Mário cha-mou esse livro "uma caricatura sarcástica e, relativamente a Raul Pom-péia, dolorosíssima da vida psicológica dos internatos". Ao movimentonaturalista filia-se também, talvez um pouco tardiamente, Adolfo Ferrei-ra Caminha (1867-1897), com A Normalista, 1893, e Bom-crioulo, 1895.Neste último, o romancista trata dos amores homossexuais de um preto.Com todos os seus defeitos de escola, era Caminha um temperamentode escritor, que não teve tempo de realizar-se, pois morreu muito moço.

Nos primeiros tempos da República, o panorama apresenta-se con-fuso e indefinido. Publica-se muito mas pouco se lê. "A oferta é maiorque a procura", diz o ensaísta Tito Lívio de Castro. Nos anos de 1895 a1898, a seção bibliográfica da Revista Brasileira, dirigida então por JoséVeríssimo, registra o aparecimento de cerca de trezentas obras propria-mente literárias. O número insignificante de livrarias, que tínhamos na-quela época, não bastava para uma tal superprodução. Mas se a produ-ção cresce quantitativamente, o certo é que não melhora em qualidade.Predomina o medíocre. Isto sem falar, é claro, na estrela solitária de Ma-chado de Assis, que pingava de quando em quando mais um romance,mais um volume de contos. Henrique Maximiano Coelho Neto (1864-1934) é, sem dúvida, o mais representativo dos "novos" da época. Serádifícil negar-lhe talento. Escritor abundante e superficial, autor de maisde um cento de livros, tentou todos os gêneros, todas as escolas, todaespécie de literatura ou literatice. Foi naturalista, regionalista, simbolista,gongorista, orientalista, helenista, tudo que termina em "ista". Classifica-va-se, ele próprio, um ateniense e um primitivo a um tempo. Não conse-guiu ser, por certo, nem uma nem outra coisa. Tristão de Ataíde é que odefine com acerto e em poucas palavras: "o menos humano dos escrito-

1035

Page 369: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

res; literatiza tudo que toca". O estilo arrevesado do autor de Rei Negro,1914, "arte pela arte", era um mal terrível, que se propagava rapidamen-te, exercendo uma influência nefasta em nossa jovem literatura, que seprolonga anos afora. Entre os ficcionistas desse período incolor, chama-do de depressão por Prudente de Morais Neto, lembraremos os nomesde Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo (1855-1908), Júlia Lopes deAlmeida (1862-1934), Rodolfo Marcos Teófilo (1853-1932), FranciscoXavier Ferreira Marques (1861-1942), Adolfo Emanuel Guimarães d’A-zevedo (1871-1907). Muitos cultivavam o romance. Ninguém era ro-mancista no rigor da palavra. Tal carência levou José Veríssimo, o maissóbrio dos críticos, ao auge dos entusiasmos, quando José Pereira daGraça Aranha (1868-1931) publicou Canaã, 1902. "Livro extraordinárioda nossa literatura", disse Veríssimo de Cannã. E era mesmo se levarmosem conta o nosso pauperismo de então, em matéria de romances. Trintaanos mais tarde, depois da aventura modernista, Graça Aranha não con-seguirá obra mais duradoura, com A Viagem Maravilhosa, 1929. O sanguenovo de Cannã levantou o gênero que, naquela altura, perdia terrenopara o conto, prestigiadíssimo por um Machado de Assis, por um Afon-so Arinos.

Com Afonso Arinos de Melo Franco (1868-1916) mais que o con-to é toda uma corrente literária que se consolida: o regionalismo. PeloSertão, 1898, foi recebido com louvores unânimes da crítica. José Veríssi-mo fazia-lhe, contudo, uma restrição: "direi apenas que eu quisera a lín-gua mais simples". O regionalismo continuava a tradição romântica,como um legado de Bernardo Guimarães, de Távora, de Taunay. O ho-mem do campo, o nosso pobre trabalhador rural, passa a ser o principalmotivo de uma literatura que o pinta ora lírico, ora simplesmente pito-resco. Arinos é dos líricos. Já Valdomiro Silveira (1873-1941) formaráentre os pitorescos. Os contos de Os Caboclos, só em 1920 reunidos emvolume, porém escritos e divulgados nos anos de 1891 a 1907, traziamuma novidade: o uso de expressões dialetais, próprias do falar caipira doEstado de São Paulo. A verdade é que o regionalismo foi pouco a pouco

1036

Page 370: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

se popularizando, adquirindo em cada região brasileira a sua feição pecu-liar. É de 1903 o romance Luzia Homem, de Domingos Olímpio BragaCavalcanti (1850-1906), quadro sugestivo do fenômeno da seca no Cea-rá, terra natal do escritor. No Rio Grande do Sul, a presença de um JoãoSimões Lopes Neto (1865-1916) merece uma referência toda especial. Etambém o de um Alcides Castilho Maia, embora menos interessante, quededica a Coelho Neto o seu primeiro livro de contos, Tapera, 1916. Na Ba-hia, apontaremos Xavier Marques e depois Júlio Afrânio Peixoto, com oseu Maria Bonita, 1916. Talento versátil, Afrânio Peixoto é autor de mui-tos outros romances, dividindo os seus temas entre o campo e a cidade.No Ceará, além de Domingos Olímpio e Rodolfo Teófilo, Antônio Sa-les, autor do romance Aves de Arribação, 1913. Em Goiás, Hugo de Car-valho Ramos (1889-1919), com um livro de contos, Tropas e Boiadas. Detoda essa literatura, nem sempre feliz, é justo destacar o romance de Do-mingos Olímpio e os Contos gauchescos, 1912, de J. Simões Lopes Neto.

Em 1909, um ano após o falecimento de Machado de Assis, apa-recem as Recordações do Escrivão Isaías Caminha, de Afonso HenriquesLima Barreto (1881-1922). É um romance a clef, sátira aplicável a umjornal carioca. Não obstante, é indiscutível o mérito do romancista.Mulato, pertencente a uma família pobre, revoltado contra si mesmo econtra a sociedade em que vive, Lima Barreto realizou uma obra quedocumenta vigorosamente a vida carioca, nas primeiras décadas da Re-pública, obra a qual não faltam intenção política e sentimento social.Além de Isaías Caminha, escreveu Triste Fim de Policarpo Quaresma, 1915,Numa e a Ninfa, 1915, Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá, 1919, romances;Histórias e Sonhos, 1920, contos; e Os Bruzundangas, 1922, sátira política. "Ha-via nesse mestiço um neto de Gogol", lembra Agripino Grieco, e com razão.É o criador de Policarpo Quaresma a mais importante figura da fase pré-modernista. Fase de transição, cheia de altos e baixos, em que não se podeesquecer também o nome de um João do Rio, pseudônimo literário deJoão Paulo Emílio dos Santos Barreto (1881-1921), jornalista notável eexcelente conteur. Antes do modernismo, porém, detenhamo-nos um

1037

Page 371: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

pouco em José Bento Monteiro Lobato que com Urupês, 1918, e poste-riormente com a fundação de uma casa editora, que teve o seu nome,veio trazer uma maior vibração ao nosso meio literário. Monteiro Loba-to escreveu contos de boa qualidade. O seu "Jeca-Tatu", que aliás nadatem de ficção, retrato ao vivo que é do nosso trabalhador rural, doente emal alimentado, provocou uma grande celeuma, não só literária, comoaté mesmo política. Escritor, Lobato abriu caminho aos mais novos, àgeração que daria um José Lins do Rego, um Jorge Amado, uma Raquelde Queirós. Como editor, cabe-lhe a iniciativa de ter lançado os livros deGodofredo Rangel, de Leo Vaz, de Hilário Tácito, as primeiras coletâ-neas de contos de Ribeiro Couto. Dos quatro, convém destacar o nomede Rui Ribeiro Couto, autor de páginas das mais sugestivas da nossa lite-ratura moderna.

O chamado modernismo brasileiro é um movimento típico do am-biente intelectual do após-querra, 1914-1918. Partiu de um grupo de es-critores paulistas, mas logo se espalhou pelo Brasil, como uma bandeirade renovação contra o convencionalismo estilístico, contra os processoscaducos de expressão, contra o academismo, enfim. Um dos novos, Sér-gio Buarque de Holanda, disse uma vez que era preciso "descoelhoneti-zar" a literatura brasileira. E era esta, de fato, a missão dos modernos.Hoje, decorridos mais de vinte anos depois da famosa Semana de ArteModerna realizada em 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, não sepode negar a importância do movimento, que um dos chefes, e talvez asua principal figura, Mário de Andrade, compara a um segundo roman-tismo brasileiro, definindo-o como "uma revolta contra o que era a inte-ligência nacional". O primeiro prosador do modernismo chama-se JoséOswald de Sousa Andrade, escritor ainda vivo, em plena atividade literá-ria, como a maioria dos seus companheiros daqueles tempos que se vãotornando históricos. Os Condenados, 1922, primeiro de uma série de trêsromances, sob o título geral A Trilogia do Exílio, já era qualquer coisa deaudacioso, apesar dos reflexos de Gabriel D’Annunzzio, argutamenteapontados por Prudente de Morais Neto. As Memórias Sentimentais de João

1038

Page 372: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Miramar, 1924, e depois Serafim Ponte-Grande, 1933, mostram o escritorcompletamente livre, com uma técnica revolucionária, em matéria decomposição e estilo. O romance cíclico Marco Zero, cujo primeiro volu-me, único até agora publicado, intitula-se A Revolução Melancólica, 1943,será, diz o autor, uma "tentativa de romance rural", à margem da vidabrasileira de depois da revolução vitoriosa em 1930. "O romance -- ad-verte Oswald de Andrade -- participa da pintura, do cinema, do debatepúblico." Mário Raul de Morais Andrade é dos modernistas o que apre-senta obra mais numerosa e vária: poeta, romancista, contista, cronista,ensaísta, musicólogo, crítico, professor. Um esteta, em suma. O estudio-so da literatura brasileira, ao chegar no capítulo Mário de Andrade, aindanão encerrado, encontrará muita surpresa nos contos de Primeiro Andar,1926, e Belazarte, 1934, no romance Amar, Verbo Intransitivo, 1927, ou nahistória admirável de Macunaíma, 1928. A língua, por exemplo, fortemen-te marcada pelos acentos renovadores. Toda a bagagem do ficionista, deque Macunaíma é o cume não ultrapassado, traz a preocupação de que-brar as formas clássicas do estilo dando à arte de escrever uma caracte-rística nacional, brasileira, livre dos grilhões da sintaxe lusa. Aos nomesde Oswald de Andrade e Mário de Andrade junta-se o de Antônio Casti-lho de Alcântara Machado de Oliveira (1901-1935), escritor interessan-tíssimo, que, em Brás, Bexiga e Barra Funda, 1927, poetizou com singulartalento alguns aspectos da paisagem urbana de São Paulo. E os de Joãoda Rocha Fagundes Peregrino Júnior, contista da Amazônia; de Jorge deLima, romancista alagoano; Paulo Menotti Del Picchia, João Fernandode Almeida Prado, Sérgio Miliet da Costa e Silva, romancistas de SãoPaulo; os de João Alphonsus de Guimarães (1901-1944) e Aníbal Mon-teiro Machado, ambos mineiros, o primeiro contista e romancista, o se-gundo apenas contista, ainda sem livro publicado, mas escritor de indis-cutível merecimento. O modernismo (é ainda Mário de Andrade quemdepõe, numa conferência) era um estado de espírito revoltado e revolu-cionário que nos atualizou, sistematizando como constância da inteligên-cia nacional o direito antiacadêmico da pesquisa estética. De qualquer

1039

Page 373: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

modo, deduzimos nós, corresponde o modernismo, em termos artísticose literários, ao estado revolucionário que produziu outras manifestaçõessociais e políticas, até mesmo movimentos armados, em nosso país. Naverdade, são várias as tendências esboçadas pelo movimento. Se por umlado encontramos nos romances de Oswald de Andrade sinais de um in-disfarçável sentimento de esquerda, é preciso não esquecer, no comple-xo literário dos inovadores, os romances de Plínio Salgado, com vistosaroupagem modernista -- especialmente O Estrangeiro, 1926, e O Esperado,1931 -- que representam os primeiros toques de um outro estado de es-pírito, de característica política nitidamente reacionária: o integralismo,isto é, o fracassado fascismo brasileiro. Mas deixando Plínio Salgado deum lado, anotaremos outros escritores, à margem de quaisquer movi-mentos, literários ou políticos, alguns deles decididamente antiacadêmi-cos, que procuram realizar obra limpa e honesta. Um Gastão Cruls, umEnéias Ferraz, um José Vieira. Gastão Luís Cruls é um escritor conscien-te, a quem não faltam imaginação criadora e senso do equilíbrio. Seusromances são bem arquitetados, seus contos traçados com vigor. A no-vela fantástica, A Amazônia Misteriosa, 1925, possui um poder imaginati-vo que chega a lembrar certas novelas de H. G. Wells.

E aqui chegamos a uma nova encruzilhada do romance brasileiro.A Bagaceira, de José Américo de Almeida, apareceu em 1928, numa bro-churinha mal impressa em tipografia de província. Não se enganou Tris-tão de Ataíde, a voz mais autorizada da crítica do tempo, vendo no livroalgo de sensacional. José Américo é o primeiro grande romancista doNordeste. Depois dele é que vieram os livros de Raquel de Queirós, deJosé Lins do Rego, de Graciliano Ramos, de Jorge Amado. O Quinze,1930, editado também na província (em Fortaleza, no Ceará), mais queuma estréia promissora, revelou uma romancista de qualidades invulga-res, sem quaisquer "tiques" de amadorismo literário. Raquel de Queirós,muito jovem ainda, escreveu mais três romances: João Miguel, 1932, Cami-nho de Pedras, 1937, e As Três Marias, 1941. Mas a sua atividade, por certo,não vai parar aí. Outro romancista de porte de obra mais ampla é José

1040

Page 374: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Lins do Rego Cavalcanti, autor do célebre "Ciclo da cana-de-açúcar",que compreende os romances: Menino de Engenho, 1932, Doidinho, 1933,Bangüê, 1934, O Moleque Ricardo, 1935, e Usina, 1936, coisa das mais sériasda literatura brasileira. José Lins do Rego escreveu outros livros, fugindoao tema do seu chão natal, o Nordeste, como: Pureza, 1937, Riacho Doce,1939, e Água-mãe, 1941. Mas o escritor consegue ser realmente grandequando se volta ao seu assunto predileto, à sua experiência de "meninodo engenho", aos senhores das fazendas nordestinas, à vida vivida dosbangüês, como em Fogo Morto, 1943, de todos os seus romances talvez omais bem construído. Pedra Bonita, 1938, romance do banditismo e dasuperstição, de cangaceiros e de santos do sertão paraibano, tem um in-teresse especial na obra de José Lins do Rego. Graciliano Ramos, trazen-do a marca do social, é um introspectivo. Seus livros não cheiram a ex-travagâncias de estilo. São, ao contrário, escritos com uma irrepreensívelpureza gramatical. Formam, por isso mesmo, na linha clássica do ro-mance brasileiro. Lembra muitas vezes um Machado de Assis sertanejo,áspero, amargo, pessimista, sendo trágico e irônico ao mesmo tempo.De seus romances, citaremos os mais significativos: São Bernardo, 1934,Angústia, 1936, e Vidas Secas, 1938. Sendo o mais jovem, Jorge Amadoestá no mesmo plano dos romancistas acima citados. Possui respeitávelbagagem literária; alguns dos seus livros já foram traduzidos para diver-sas línguas. Literatura intencional, a serviço de uma causa social. Nãoilude o leitor nem a si próprio. Sua conduta de escritor foi definida, coma publicação de Cacau, 1933. No prefácio, pergunta o autor: -- "Será umromance proletário?" Era, pelo menos, uma tentativa. Dez anos depois,com o espírito amadurecido e a técnica apurada, escreve Terras do Sem-Fim, 1943, contando a história dos pioneiros do cacau em tom de epopéia.Jubiabá, 1935, mostrará um Jorge Amado poeta. Mar Morto, 1936, é maispoema que romance. Terras do Sem-Fim será uma experiência mais ambiciosa,bem-sucedida por sinal, na qual o romancista consegue dominar a sua impe-tuosa e desordenada vocação de escritor, num livro bem acabado, o maisplástico de toda a sua obra. Foi menos feliz com o livro seguinte, continua-

1041

Page 375: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ção do anterior, São Jorge dos Ilhéus, 1944, história dos exportadores docacau.

De 1930 por diante será difícil esquematizar. Novas condições eco-nômicas e políticas impuseram à atividade literária uma maior complexi-dade, uma vida intensa. O Brasil inicia uma fase pré-industrial. E é natu-ral que isso influa na literatura. Aparecem as grandes editoras, grandesem relação ao meio, pelo menos muito maiores que as de antigamente.O livro já não é mais impresso em Paris, ou no Porto, ou em Lisboa,como foram os romances de Machado de Assis, de Coelho Neto, demuitos outros. Não são mais duzentos, quinhentos exemplares por edi-ção. Há livros, como os de Érico Veríssimo, que atingem cerca de 50milheiros, em cinco anos. Além disso, um novo fator vem contribuirfortemente para a divulgação da leitura: a publicidade. Em meio ao surtoeditorial, que se inicia logo após a vitória da revolução de 1930, será inte-ressante recordar a iniciativa de intelectuais como Gastão Cruls e Augus-to Frederico Schmidt, que seguiram, de certo modo, o exemplo de Mon-teiro Lobato, cuja pequena casa editora se transformará na sólida Com-panhia Editora Nacional. Gastão Cruls editou gente como José Lins doRego, Graciliano Ramos, E. Roquete-Pinto, Miguel Osório de Almeida,Cornélio Pena. Foi Schmidt quem publicou o primeiro livro de JorgeAmado, Amando Fontes, Marques Rebelo, Lúcia Miguel Pereira, Otáviode Faria, Lúcio Cardoso, o romance A Mulher que Fugiu de Sodoma, 1932,que pôs em destaque o nome de José Geraldo Vieira. Apresentando aopúblico o primeiro romance de Jorge Amado, O País do Carnaval, 1932,escrevia o poeta-editor, como que adivinhando o papel do estreante: "li-vro representativo da geração revoltada que vem surgindo..." De fato,vieram depois os livros de Clóvis Amorim, João Cordeiro, Emil Farhat,Permínio Asfora, Dalcídio Jurandir, Tito Batini. Sem serem ainda notá-veis, esses jovens escritores estão ligados por um traço comum: o ro-mance social. Continuando a enumerar as "descobertas" de Schmidt:Amando Fontes, com Os Corumbas, 1933, deu-nos um romance forte,bem construído, que descrevia com pungente nota de humanidade a mi-

1042

Page 376: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

séria da vida proletária em Sergipe. Marques Rebelo, pseudônimo deEddy Dias da Cruz, trouxe-nos mensagem diferente, nem por isso me-nos humana: flagrantes da vida carioca, poesia dos bairros humildes edos clubes carnavalescos, conversas de namorados nos portões suburba-nos, mistérios da malandragem, dos compositores de samba, das estaçõesde rádio. Do conto, o criador de Oscarina, 1931, passará ao romance; oseu A Estrela Sobe, 1939, é dos mais notáveis da nossa literatura moder-na. Lúcia Miguel Pereira, com Maria Luísa, 1933, indicava-nos, ainda queimprecisamente, a futura romancista, discreta e sutil, que engendrariacom segurança a trama psicológica de Em Surdina, s.d., e Amanhecer,1938. Otávio de Faria, que começou escrevendo ensaios políticos, tor-nou-se o romancista mais representativo de toda uma corrente literária:o romance introspectivo. Já está no quinto romance da série TragédiaBurguesa, obra para mais de vinte livros, alguns dos quais em mais de umvolume. Otávio de Faria, não há dúvida, é um romancista de grande es-tofo. Mundos Mortos, 1937, Os Caminhos da Vida, 2 vols., 1939, e a primei-ra parte de O Lodo das Ruas, intitulada Os Paiva, 2 vols., 1942, mostram aimportância da obra encetada. São romances um tanto difíceis, porémda melhor qualidade literária. "Uma obra que traz o destino de consumira vida inteira de um escritor", disse Álvaro Lins a propósito de TragédiaBurguesa. Lúcio Cardoso, escritor nato, pertence à mesma família intros-pectiva. E como o jovem autor de A Luz no Subsolo, 1936, e Dias Perdi-dos, 1944, em quem Tristão de Ataíde vê "o nosso Julien Green", JoãoBarreto Filho, Cornélio Pena, Mário Peixoto voltam-se mais para dentrode si mesmo do que para o documentário social.

Duas vozes da província merecem registro à parte. Uma vem doSul. Outra, de Minas Gerais. O primeiro é Érico Veríssimo. O segundo,Ciro dos Anjos. Érico Veríssimo, com os seus romances escritos em lin-guagem acessível ao homem do povo, conseguiu ser no Brasil um escri-tor de grandes tiragens. Repete entre nós o sucesso de André Maurois,na França. O melhor elogio que se possa fazer ao autor de Olhai os Líriosdo Campo, 1938, é dizer que ele, apesar das solicitações do grande públi-

1043

Page 377: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

co, sabe conservar-se digno nos seus processos de escritor. Moisés Veli-nho, num estudo inteligente que dedicou ao "feliz romancista de Cami-nhos Cruzados", 1935, aponta com finura as intenções do romancista:"um criador de vidas, um animador de histórias, o cronista do seu meioe do seu tempo -- eis o que o Sr. Érico Veríssimo deseja ser, antes demais nada". Indo depois ao exame da obra, lembra Velinho que a notapredominante, no conjunto, "é de bondade e complacência". Ciro dosAnjos, com O Amanuense Belmiro, s.d., continua a tradição de Machadode Assis. O seu romance, história de um funcionário público provincia-no, cheio de complexos, revela um autêntico escritor.

Resta-nos, finalmente, citar alguns nomes mais. Escritores que têmos seus livros publicados no Rio de Janeiro, em São Paulo, em PortoAlegre, sem dúvida os centros editoriais mais importantes. Edita-se tam-bém em Belo Horizonte, em Curitiba. Apreciável foi há algum tempo acontribuição do grupo editorial "Os amigos do livro", na capital mineira.Da nossa produção atual, apontaremos escritores em plena atividade,procedentes de diferentes regiões brasileiras. Muitos deles nomes feitos,com obra já definida. Outros ainda em formação, quando não simplesestreantes, alguns de valor. E os que pouco significam mas que bem oumal se equilibram em nossa geografia literária. O grupo mais coeso, maisnumeroso, mais importante talvez, é o do Norte: José Américo de Al-meida, Raquel de Queirós, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Aman-do Fontes, Jorge de Lima. Isto sem falar em Jorge Amado, da Bahia; emAbguar Bastos e Dalcídio Jurandir, do Pará; em Josué Montelo, do Ma-ranhão; em Fran Martins e R. Magalhães Júnior, do Ceará; em PeregrinoJúnior, do Rio Grande do Norte; em Luís Jardim, Luís Delgado e MúcioLeão, de Pernambuco; em Aurélio Buarque de Holanda, das Alagoas;em Permínio Asfora, do Sergipe. Não podemos deixar de falar na ativi-dade, sempre interessante, do grupo mineiro, alguns já citados aqui,como Rodrigo M. F. de Andrade, Ciro dos Anjos, Rosário Fusco,Eduardo Frieiro, Alberto Deodato, João Lúcio, Cornélio Pena, LúcioCardoso, Francisco Inácio Peixoto, Guilhermino César, Emil Farhat,

1044

Page 378: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Osvaldo Alves, Fernando Tavares Sabino, Aníbal M. Machado. Dos flu-minenses Mário Peixoto e José Cândido de Carvalho, do mato-grossenseD. Martins de Oliveira, do espírito-santense Clóvis Ramalhete, do para-naense Tasso da Silveira. Dos de São Paulo: Monteiro Lobato, Mário deAndrade, Oswald de Andrade, Sérgio Milliet, Menotti Del Picchia, Orí-gines Lessa, Luís Martins, Afonso Schmidt, Amadeu de Queirós, Gui-lherme Figueiredo, Caci Cordovil, Galeão Coutinho, Miroel Silveira, Má-rio Neme, Alfredo Mesquita, Diná Silveira de Queirós, Elsie Lessa, Lú-cia Benedetti, Lígia Fagundes, Maria José Dupré -- a Sr.ª Leandro Dupréde Éramos Seis, 1943. No Rio Grande do Sul, a vida literária se processaem torno a ficcionistas de talento, como: Érico Veríssimo, Viana Moog,Dionélio Machado, Ciro Martins, Telmo Vergara, Darci Azambuja, IvãPedro de Martins, Ernâni Fornari, De Sousa Júnior, Reinaldo Moura. ORio de Janeiro, que continua sendo, como no Império, o centro de irra-diação cultural do país, recebe os escritores de todos os estados, do Nor-te, do Centro, do Sul. Além desses, lembraremos os que nasceram noRio, ou que se tornaram cariocas, como: Marques Rebelo, Lúcia MiguelPereira, Gastão Cruls, Otávio de Faria, Barreto Filho, José Geraldo Viei-ra, Lia Correia Dutra, Prudente de Morais Neto, Carolina Nabuco, JoelSilveira, Eliezer Burlá, Xavier Placer, Clarice Lispector, etc.

Escritores metropolitanos são também os diplomatas: GilbertoAmado, Ribeiro Couto, Enéias Ferraz, Mateus de Albuquerque.

1045

Page 379: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Bibliografia

Alencar, José Martiniano de. O Guarani,Rio de Janeiro, Garnier, s.d. (Col. au-tores célebres da literatura brasileira).2 v.

O Guarani apareceu em 1857, emfolhetins semanais do Diário do Rio,sem assinatura. A 1ª ed., em 4 v., foiimpressa na tipografia do mesmojornal, ainda em 57. Nenhum outrolivro do escritor, como observa Ma-nuel Bandeira, superou o êxito iniciald’O Guarani. O romance é divididoem quatro partes: 1 -- Os aventurei-ros, 2 -- Peri, 3 -- Os aimorés, 4 -- Acatástrofe. Os romances de Alencarsão os seguintes: O Guarani, 1857,Cinco minutos, 1860, A viuvinha, 1860,Luciola, 1862, As minas de prata, 1862,Diva, 1864, Iracema, 1865, O gaúcho,1870, A pata de gazela, 1970, O troncodo ipê, 1871, Sonhos d’ouro, 1872,Guerra dos mascates, 1973, Ubirajara,1875, Til, 1875, Senhora, 1875, Osertanejo, 1876, Encarnação, 1877. Apartir de 70, o romancista passou aassinar-se Sênio. A Companhia deMelhoramentos, de São Paulo, estáeditando presentemente as obrasde Alencar, porém sem critério bib-liográfico. [4668]

Almeida, Júlia Lopes de. A família Medei-ros. Nova ed. ref. Rio de Janeiro,Emp. nacional de publicidade, 1919.329 p.

Publicou obra numerosa e vária.A parte, propriamente de ficção,apareceu na seguinte ordem crono-

lógica: Contos infantis, 1886, Traços eluminárias, 1888, Ânsia eterna, s. d.,Era uma vez..., 1917, A isca, 1922(contos), A família Medeiros, 1892,Memórias de Marta, 1889, A viúva Si-mões, 1897, A Silveirinha, s. d., A casaverde (de colaboração com Filinto deAlmeida), 1932, Pássaro tonto, s. d.,(romances). [4669]

Almeida, Manuel Antônio de. Memóriasde um sargento de milícias; introdução deMário de Andrade. São Paulo, Mar-tins, 1941. 276 p. ilus. (Biblioteca deliteratura brasileira).

É esta a 10ª edição do famoso ro-mance. Publicadas em folhetins doCorreio Mercantil, jornal carioca, em1852-53, as Memórias apareceram emlivro nos anos seguintes, 1854-55, 2v., assinadas pelo pseudônimo. "Umbrasileiro". Apesar das incorreçõesdo texto, a edição se recomenda pelaótima introdução de Mário de An-drade. A propósito do Autor, leia-seo trabalho de Marques Rebelo: Vidae obra de Manuel Antônio de Almeida,Rio de Janeiro. 1943. [4670]

Alphonsus, João.vide

Guimarães, João Alphonsus.Alves, Osvaldo.

videSilva, Osvaldo Alves da.Amado, Gilberto. Inocentes e culpados, 2ª

ed. Rio de Janeiro, José Olímpio,1941. 397 p.

1047

Page 380: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Romances publicados: Inocentes eculpados, 1941, Os interesses da compa-nhia, 1942. O primeiro é sem dúvida omais interessante; reflete alguns aspec-tos curiosos da vida brasileira de antesda Revolução de 1930. [4671]

Amado, Jorge. Terras do sem-fim. São Pau-lo, Martins, (1943). 331 p.

Romances publicados: O país docarnaval, 1932, Cacau, 1933, Suor,1934, Jubiabá, 1935, Mar morto 1936,Capitães da areia, 1937, Terra do sem-fim, 1943, São Jorge dos Ilhéus, 1944. Al-guns livros do escritor já foram tradu-zidos para diversas línguas. [4672]

Andrade, José Oswald de Sousa. MarcoZero: I -- A revolução melancólica, Rio deJaneiro, José Olímpio, 1943. 428 p.

É o 1º vol. de uma série de cincoromances. Os demais, que serão pu-blicados mais tarde, intitulam-se: 2 --Chão, 3 -- Beco do escarro, 4 -- Os cami-nhos de Hollywood, 5 -- A presença domar. Romances publicados: Os conde-nados, 1922, Memórias sentimentais deJoão Miramar, 1924, A estrela de Absin-to, 1927, A escada vermelha, 1930, Sera-fim Ponte Grande. [4673]

Andrade, Mário de. Macunaíma, o heróisem nenhum caráter. Rio de Janeiro,José Olímpio, 1937. 270 p.

É a 2ª edição do livro de Máriode Andrade, aparecido em 1928,considerada a obra mais repre-sentativa do movimento modernista,no terreno da ficção. Trata-se deuma rapsódia da vida brasileira, par-ticularmente interessante por ser es-crita com as variações diletais de to-dos os recantos do Brasil. A obra deficção de Mário de Andrade foi pu-blicada na seguinte ordem cronoló-

gica: Primeiro andar, contos, 1926,Amar, verbo intransitivo, romance,1927, Macunaíma, história, 1928, eBelazarte, contos, 1934. Amar, verbo in-transitivo foi traduzido para o alemão:Macunaíma, para o espanhol. [4674]

Anjos, Ciro dos. O amanuense Belmiro, Riode Janeiro, José Olímpio, s.d. 293 p.

Romance da vida provinciana, re-vela uma forte influência de Macha-do de Assis. [4675]

Aranha, José Pereira da Graça. Canaã, 9ªed. rev. Rio de Janeiro, Briguiet,1943. 276 p.

Romances publicados: Canaã,1902, A viagem maravilhosa, 1929.

[4676]Arinos, Afonso.

videFranco, Afonso Arinos de Melo.Assis, Joaquim Maria Machado de. Me-

mórias póstumas de Brás Cubas. Rio deJaneiro, Garnier, s.d. 387 p. (Col.autores célebres da literatura brasi-leira). [4677]

Quincas Borba. Rio de Janeiro, Garnier, semdata. 360 p. (Col. autores célebres da li-teratura brasileira). [4678]

Dom Casmurro. Rio de Janeiro, Garnier,sem data. 404 p. (Col. autores célebresda literatura brasileira). [4679]

Azambuja, Darci Pereira de. No galpão,contos gauchescos. 1º Prêmio deContos, da Academia Brasileira deLetras, em 1925, 5ª ed. Porto Alegre,Globo, 1944. 172 p.

Livros publicados: No galpão,1925, Contos rio-grandenses, s.d., A pro-digiosa aventura e outras histórias possí-veis, 1939 (contos), Romance antigo,1940, novela. A edição de No galpão,acima indicada, traz um vocabulário

1048

Page 381: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

de termos regionais do Rio Grandedo Sul. [4680]

Azevedo, Aluísio Tancredo Gonçalvesde. Obras completas de Aluísio de Azeve-do. Direção e revisão de M. Nogueirada Silva. Rio de Janeiro, Briguiet,1938-1943. 14 v.

Os volumes são os seguintes: 1 --Uma lágrima de mulher, 4ª ed., 2 -- Omulato, 11ª ed., 3 -- A condessa Vésper,6ª ed., 4 -- Girândola de amores, 4ª ed.,5 -- Casa de pensão, 9ª ed., 6 -- FilomenaBorges, 4ª ed., 7 -- O homem, 9ª ed., 8 --O coruja, 6ª ed., 9 -- O cortiço, 9ª ed.,10 -- O esqueleto: mistério da Casa deBragança, 2ª ed., 11 -- A mortalha deAlzira, 6ª ed., 12 -- Livro de uma sogra,8ª ed., 13 -- Demônios, 4ª ed., O touronegro: crônicas e epistolário. A vida literá-ria de Aluísio de Azevedo com-preende os anos de 1880-1890. A revi-são desta edição das Obras completas,pretendendo ser perfeita, chegou aoexagero de modernizar o padrão mo-netário da época do romancista. Ondeo revisor encontrou "mil-réis" emen-dou para "cruzeiros" . [4681]

Azevedo, Artur Nabantino Gonçalvesde. Contos efêmeros. 4. ed. Rio de Janei-ro, Garnier, s.d. 246 p.

Escritor agradável, dedicou-se es-pecialmente ao teatro. Publicou osseguintes livros de contos: Contos pos-síveis, 1889. Contos fora da moda, 1894,Contos efêmeros, 1897, Contos Cariocas,1928, e Vida alheia, s.d., são de publi-cação póstuma. [4682]

Barreto, Afonso Henrique Lima. O tris-te fim de Policarpo Quaresma, 3ª ed.com um prefácio de Elói Pontes,São Paulo, O livro do bolso(1943). 253 p.

É o 2º vol. das Obras de LimaBarreto, anunciadas pela editora OLivro do Bolso. Livros publicados:Recordações do escrivão Isaías Caminha,1909, 2ª ed. 1917, 3ª ed. 1943, Tristefim de Policarpo Quaresma, 1915, 2ª ed.s.d., 3ª ed. 1943, Numa e a ninfa,1915, Vida e morte de M. J. Gonzaga deSá, 1919, todos romances, e mais: Osbruzundungas, sátira política, 1917, 2ªed. 1930. Histórias e sonhos, contos,1920. Deixou um romance inacaba-do, ainda inédito. O cemitério dosvivos, contos e artigos, espalhadospelos jornais da época. [4683]

Barreto, João (Filho). Sob o olhar maliciosodos trópicos; romance. 2ª ed. Rio de Ja-neiro, Record, 1934. 195 p.

A 1ª edição é de 1929. [4684]Barreto, João Paulo dos Santos. Dentro

da noite (contos por) João do Rio[pseud.]. Rio de Janeiro, Garnier,1910.

Jornalista notável, dedicou-setambém ao conto e ao romance, dei-xando os seguintes livros de ficção:Dentro da noite, 1910; A mulher e os es-pelhos, 1919; Rosário de ilusões, s.d., Acorrespondência de uma estação de cura,s.d. (romances), e volume póstumo:Celebridade -- Desejo, 1932, reunindo,além de crônicas e conferências,contos inéditos. [4685]

Barros, Leonel Vaz de. O professor Jeremias[por] Léo Vaz [pseud.] 5ª ed. SãoPaulo, Nacional, 1934. 260 p.

Obras de ficção publicadas: Oprofessor Jeremias, romance, 1920; Riti-nha, contos. [4686]

Caminha, Adolfo Ferreira. 1922. Bom-crioulo. Rio de Janeiro, Domingos deMagalhães, 1895.

1049

Page 382: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Antes deste havia publicado ou-tro romance: A normalista: cenas doCeará, 1893, do qual se tirou 2ª ed.em 1936. Escreveu também artigosde crítica literária. Deixou algumaobra inédita. [4687]

Cardoso, Joaquim Lúcio (Filho). A luzno subsolo. Rio de Janeiro, José Olím-pio, 1936. 429 p.

É o 1º da série de romances Aluta contra a morte, anunciada pelo Au-tor, porém não continuada ainda.Romances publicados: Maleita, 1934;Salgueiro, 1935; A luz no subsolo, 1936;Mãos vazias, 1938; O desconhecido,1940; Dias perdidos, 1943. [4688]

Cavalcanti, Domingos Olímpio Braga.Luzia-Homem [por] Domingos Olím-pio; de Gustavo Barroso, 2. ed. Riode Janeiro, Castilho, 1929. 326 p.

A 1ª edição deste romance é de1903. Deixou Domingos Olímpionumerosos contos ainda não reuni-dos em volume. [4689]

Cavalcanti, José Lins do Rego. Água-mãe. Prêmio de 1941 da SociedadeFilipe d’Oliveira. 2ª ed. Rio de Janei-ro, José Olímpio, 1942. 362 p.

Romances publicados: Menino doengenho, 1932, Doidinho, 1933; Bangüê,1934; O moleque Ricardo, 1935; Usina,1936; Pureza, 1937; Pedra bonita, 1938;Riacho doce, 1939; Água-mãe, 1942; Fogomorto, 1943. [4690]

Cavalheiro, Edgar, e Barbosa, AlmirRolmes. As obras-primas do conto brasi-leiro; seleção, introdução e notas deAlmiro Rolmes Barbosa e EdgardCavalheiro. São Paulo, Martins, s.d.356 p. ilus.

Sumário: Barbosa Rodrigues --Cunhã está maluca; Afonso Arinos --

Pedro Barqueiro; Afonso Schmidt -- Osanto; Amadeu de Queirós -- Chão deterra preta; Aníbal M. Machado -- Amorte da porta-estandarte; Antônio deAlcântara Machado -- Gaetaninho; Ar-tur Azevedo -- Plebiscito; CarvalhoRamos -- Ninho de periquitos; CoelhoNeto -- Firmo, o vaqueiro; Ernani For-nari -- Porque matei o violinista; GastãoCruls -- Meu sósia; Graciliano Ramos-- O relógio do hospital; João Alphonsus-- Galinha cega; João do Rio -- O bebêde tarlatana rosa; José Veríssimo -- Ocrime do tapuio; Júlia Lopes de Almei-da -- A caolha; Lima Barreto -- O ho-mem que sabia javanês; Luís Jardim --Os cegos; Machado de Assis -- Missa dogalo; Mário de Andrade -- Nísia Fi-gueira, sua criada; Marques Rebelo --Circo de coelhinhos; Monteiro Lobato --Colcha de retalhos; Orígenes Lessa --Shonosuúe; Peregrino Júnior -- Gapuia-dor; Ribeiro Couto -- Uma noite de chu-va ou Simão, diletante de ambientes; Si-mões Lopes Neto -- Contrabandista;Valdomiro Silveira -- Truque; Lindol-fo Gomes -- Aventuras de Malazarte.Traz uma bibliografia, no fim do vo-lume. [4691]

Coelho Neto, Henrique Maximiano. Aconquista. 4ª ed. Porto, Lelo, 1928.470 p.

Obras de ficção publicadas: A ca-pital federal, 1893; Miragem, 1895; O reifantasma, 1895; Inverno tem flor, 1897;O paraíso, 1898; O morto, 1898; O rajáde Pendjá, 1898; Tormenta, 1901; Aconquista, 1902; Turbilhão, 1906; Esfin-ge, 1908; Rei negro, 1914; O polvo,1924; Imortalidade, 1926; Fogo fátuo,1929 -- todos romances; e mais: Rap-sódias, 1891; Baladilhas, 1894; Seara deRute, 1894; Fruto proibido, 1895; Ser-

1050

Page 383: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

tão, 1896; Romanceiro, 1904; A bico depena, 1904; Fabulário, 1907; As sete doresde Nossa Senhora, 1907; Jardim de Olivei-ras, 1908; Apólogos, 1910; Alma, 1911;Banzo, 1912, contos, etc. [4692]

Couto, Rui Ribeiro. Prima Belinha. Rio deJaneiro, Civilização brasileira, 1940.219 p.

Obras de ficção publicadas: Acasa do gato cinzento, 1922; O crime doestudante Batista, 1922; Baianinha e ou-tras mulheres, 1927; Clube das esposas en-ganadas, 1933; Largo da Matriz, 1940 --contos; Cabocla, 1931, Prima Belinha,1940 -- romances. [4693]

Cruls, Gastão Luís. Vertigem. 2ª ed. Riode Janeiro, Ariel, 1937. 262 p.

Obra de ficção publicada: AAmazônia misteriosa, 1925; Elza e Hele-na, 1927; A criação e o criador, 1928;Vertigem, 1937 -- romances, Coivara,s.d., Ao embalo da rede, 1923; Históriapuxa história, 1938 -- contos. [4694]

Cruz, Eddy Dias da. A estrela sobe. Ro-mance [por] Marques Rebelo[pseud.]. Rio de Janeiro, José Olím-pio, 1939. 260 p.

Obras de ficção publicadas: Osca-rina, novelas, 1931; Três caminhos,idem, 1933; Marafa, romance, 1935;A estrela sobe, idem, 1939; Stela meabriu a porta, contos, 1942; Pequenahistória de amor, romance para crian-ças, 1942. [4695]

Cunha, José Maria Leitão da. Históriasdo bem e do mal [contos, por] Tristãoda Cunha [pseud.]. Ed. Soc. Filiped’Oliveira. Rio de Janeiro, 1936.198 p. [4696]

Cunha, Tristão da, pseud.vide

Cunha, José Maria Leitão da.

Dalmira, Dorotéia Engrasia Tavareda,pseud.vide

Orta, Teresa Margarida da Silva e.Dupré, Maria José. Éramos seis. Romance

[pela] Srª Leandro Dupré; pref. deMonteiro Lobato. São Paulo, Nacio-nal, 1943. 272 p.

Romances publicados: TeresaBernardo, s.d., Éramos seis, 1943;Sombra e luz, 1944. Éramos seis é omais interessante, versa sobre avida da classe média na cidade deSão Paulo. [4697]

Dutra, Lia Correia. Navio sem porto. Rio deJaneiro, José Olímpio, 1943. 266 p.

Este livro obteve o Prêmio Hum-berto de Campos, instituído pela Li-vraria Editora José Olímpio, paraano de 1943. [4698]

Farhat, Emil. Canjirão. Rio de Janeiro,José Olímpio, 1939. 209 p.

Romance que é, ao mesmo tem-po, um documentário social sobreos meninos abandonados no interiormineiro. [4699]

Faria, Otavio de. O lodo das ruas: Os Paiva,I-II. Rio de Janeiro, José Olímpio,1942. 2 v.

É o terceiro romance da sérieTragédia burguesa, roman-fleuve commais de vinte livros, sendo algunsem mais de um volume, iniciadacom: Mundos mortos, 1937, e conti-nuando com: Os caminhos da vida, 2v., 1939. [4700]

Ferraz, Enéias. História de João Crispim.Rio de Janeiro, Schetino, 1923. 245 p.

Publicou mais dois romances:Adolescência tropical, 1934, Uma famíliacarioca, 1934. [4701]

1051

Page 384: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Figueiredo, Guilherme. 30 anos sem paisa-gem; romance. Rio de Janeiro, JoséOlímpio, 1939. 248 p.

Publicou depois: Rondinela, con-tos, 1943. [4702]

Fontes, Amando. Os Corumbas. 5ª ed. Riode Janeiro, José Olímpio, 1935. 259 p.

Romances publicados: Os Corum-bas, 1933, Rua do Siriri, 1937. [4703]

Franco, Afonso Arinos de Melo. Pelo ser-tão [contos, por] Afonso Arinos. 4ªed. Rio de Janeiro, Briguiet, 1936.153 p.

Obra de ficção publicada: Os ja-gunços, romance [com o pseud. deOlívio de Barros], 1898, Pelo sertão,contos, 1898, Lendas e tradições brasi-leiras, idem, 1917, Histórias e paisagens,idem, 19. [4704]

Frieiro, Eduardo. O cabo das tormentas.Belo Horizonte, Os amigos do livro,1936. 271 p.

Obras de ficção publicadas: O clu-be dos grafômanos, 1927; O mamelucoBoaventura, 1929; Inquietude, melancolia,1930; O cabo das tormentas, 1936 -- to-dos romances. [4705]

Graça Aranha,vide

Aranha, José Pereira da Graça.Grieco, Donatelo. Antologia de contos

brasileiros, organizada por DonateloGrieco. Com 16 notícias crítico-biogáficas. Rio de Janeiro, A Noite,s.d. 261 p.

Sumário: Afonso Arinos -- Joa-quim Mironga, Alberto Rangel -- Obsti-nação; Antônio de Alcântara Macha-do -- Gaetaninho; Artur Azevedo --Um ingrato; Darci Azambuja -- O con-trabando; Gastão Cruls -- G. C. P.A.;João do Rio -- Encontro; J. Simões

Lopes -- O negrinho do pastoreio -- O boivelho; Lima Barreto -- Clara dos Anjos;Machado de Assis -- Uns braços; Má-rio de Andrade -- Túmulo, túmulo, tú-mulo; Marques Rebelo -- Na rua DonaEmerenciana; Monteiro Lobato -- Ne-grinha -- O fígado indiscreto; Otávio deTefé -- O pão que o diabo amassa; Ri-beiro Couto -- Baianinha; ValdomiroSilveira -- Última carta. [4706]

Guimarães, Bernardo José da Silva. Aescrava Isaura. 11ª edição. Rio de Ja-neiro, Briguiet, 1941. 200 p.

É este o vol. 7 das obras comple-tas de Bernardo Guimarães, em 13v., organizadas e revistas por M. No-gueira da Silva. A obra do ficcionistamineiro foi publicada na seguinte or-dem cronológica: O ermitão de Mu-quém, romance, 1869, Lendas e roman-ces, novelas, 1871, O garimpeiro, ro-mance, 1872, Histórias e tradições daprovíncia de Minas Gerais, contos,1872, O seminarista, 1872, O índioAfonso, 1873, A escrava Isaura, 1875,Maurício, 1877, por romances, A ilhamaldita, contos, 1879, Rosaura, a enjei-tada, romance, 1883, O bandido do Riodas mortes, romance póstumo, 1905.Leia-se, a propósito do A., o estudode Basílio de Magalhães: BernardoGuimarães, esboço biográfico e crítico. Riode Janeiro, 1926. [4707]

Guimarães, João Alphonsus. Rola-moça.Rio de Janeiro, José Olímpio, 1938.271 p.

Obra de ficção publicada: Galinhacega, contos, 1931, Totônio Pacheco, ro-mance, 1935, Rola-moça, idem, 1938,Pesca da baleia, contos, 1941, Eis anoite, idem, 1943. O conto Galinhacega, que abre o volume de igual títu-

1052

Page 385: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

lo, foi publicado pela primeira vezem 1926 na revista Terra-roxa e outrasterras, do grupo modernista de SãoPaulo. [4708]

Jardim, Luís. Maria perigosa. Contos. Prê-mio Humberto de Campos de 1938.Rio de Janeiro, José Olímpio, 1939.200 p.

Contos de caráter regionalista.Vão além do documentário, poistêm a força da humanidade. [4709]

Leça, Orígenes Temudo. O feijão e o so-nho. Rio de Janeiro, 1948. 202 p.

Obras de ficção publicadas: O es-critor proibido, 1929. Garçom, garçonete,garçonière, 1930; A cidade que o diabo es-queceu, 1931; Passa-três, 1935 -- con-tos; e mais: O joguete, 1937; O feijão e osonho, 1938 -- romances. [4710]

Lima, Jorge de. Calunga. 2ª ed. Rio de Ja-neiro, Alba, 1943. 241 p.

Obras de ficção publicadas: Salo-mão e as mulheres, 1923; O anjo, 1934;Calunga, 1935. A mulher obscura, 1939-- todos foram romances. [4711]

Lima Barretovide

Barreto, Afonso Henrique Lima.Lispector, Clarice. Perto do coração selva-

gem. Rio de Janeiro, Ed. A Noite, s.d.217 p.

Romance introspectivo, que reve-la uma estreante de qualidades ex-cepcionais. [4712]

Lobato, José Bento Monteiro. Urupês, ou-tros contos e coisas. Edição ônibus, co-memorativa do 25º aniversário da es-tréia do escritor, contendo a matériade Urupês, Cidades mortas, Negrinha, Omacaco que se fez homem, os últimoscontos, excertos de outros livros eavulsos; organizada e prefaciada por

Artur Neves. São Paulo, Nacional,1943. 663 p.

Os volumes de contos de Mon-teiro Lobato foram publicados naseguinte ordem cronológica: Uru-pês, 1918, Cidades mortas, 1919, Ne-grinha, 1920, O macaco que se fez ho-mem, 1923. [4713]

Lopes, João Simões (Neto). Contos gau-chescos e lendas do sul. Porto Alegre,Barcelos Bertaso, 1926. 319 p.

Obras de ficção publicadas: Can-cioneiro guasca, 1910; Contos gauchescos,1912; Lendas do sul, 1913. A Livrariado Globo, de Porto Alegre, anunciauma edição dos contos do escritorsulino, com prefácio de AugustoMeyer. [4714]

Macedo, Joaquim Manuel de. A moreni-nha; pref. de A. F. Dutra e Melo. Riode Janeiro, Garnier, s. d. 248 p. (Col.autores célebres da literatura brasileira).

É esta a mais recomendável dasnumerosas edições do romance deMacedo. A obra do ficcionista foipublicada na seguinte ordem cro-nológica: A moreninha, 1844. O moçoloiro, 2 v., 1845, Os dois amores,1848, Rosa, 1851, Vicentina, 1853.O forasteiro, 1855. A carteira de meutio: viagem fantástica, 1855, O culto dodever, 1865, Voragem, 1867, Memóriasdo sobrinho de meu tio, 2 v., 1867-68,A luneta mágica, 2 v., 1869, As víti-mas algozes: quadros da escravidão,1869, O rio do quarto, 1869, Ninas,1869, As mulheres de mantilhas: ro-mance histórico, 1870, A namoradeira,3 v., 1870, Um noivo e duas noivas,3 v., 1872, Os quatro pontos cardeais,1872, A misteriosa, 1872, A baronesado amor, 2 v., 1876, todos romances.

1053

Page 386: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Macedo escreveu, ainda, muitas co-médias, crônicas, obras didáticas,etc. [4715]

Machado, Antônio de Alcântara. ManaMaria (por) Antônio de AlcântaraMachado, Rio de Janeiro, José Olím-pio, 1936. 208 p.

É o primeiro dos três livros pós-tumos do notável escritor paulista,anuncia o editor. Em Mana Maria fo-ram reunidos um romance inacaba-do e diversos contos. Antônio deAlcântara Machado publicou emvida duas coletâneas de contos: BrásBexiga e Barra Funda, 1927, e Laranja-da-China, 1928. [4716]

Machado, Dionélio. Os ratos. São Paulo,Nacional, 1935. 242 p. (Série GrandePrêmio Machado de Assis).

Livros publicados: Um pobre ho-mem, contos, s. d. Os ratos, 1935,O Louco do Cati, 1942, roman-ces. [4717]

Machado de Assisvide

Assis, Joaquim Maria Machado de.Magalhães, Domingos José Gonçalves de,

visconde de Araguaia. Amância. (Minervabrasiliense, tomo IV, 1844, p. 267-292).

Foi reproduzida, depois, nos Opús-culos históricos e literários, do mesmoautor, p. 347-391, 2ª edição, 1865, enas Obras completas. [4718]

Malta, Gastão. Madame Pommery (roman-ce, por) Hilário Tacito (pseud.). 2ª ed.São Paulo, Monteiro Lobato, 1919.

Romance que reflete aspectos davida paulista, no primeiro quarto doséculo. [4719]

Margarida, Teresa.vide

Orta, Teresa Margarida da Silva e.

Marques, Francisco Xavier Ferreira. Asvoltas da estrada, Rio de Janeiro, Frei-tas Bastos, 1930. 380 p.

Obra de ficção publicada: Simpleshistórias, contos, 1886, Uma famíliabaiana, 1888, Boto & Cia., 1897, Janae Joel, 1899, Pindorama, 1900, Holo-causto, 1900, O sargento Pedro, 1910, Aboa madrasta, 1910, O feiticeiro, 1922, Asvoltas da estrada, 1930, romances, emais: Maria Rosa e o arpoador, nove-las, 1902, A cidade encantada, contos,1920. [4720]

Martins, Ciro. Porteira fechada, Porto Ale-gre, Globo, 1944. 248 p.

Livros publicados: Campo fora,contos, s. d., Sem rumo, 1935, En-quanto as águas correm, 1939, Men-sagem errante, 1942, Porteira fecha-da, 1944 (romances). Escritorrepresentativo do regionalismogaúcho. [4721]

Martins, Luís. Fazenda; romance da de-cadência do café, Curitiba, Guaíra,1940. 221 p.

Obra de ficção publicada: Lapa,1936, A terra come tudo, 1937, roman-ces da vida noturna o Rio, e Fazenda,1940. [4722]

Maia, Alcides Castilhos. Ruínas vivas.Porto, Lelo, 1910. 235 p.

Publicou depois: Tapera: cená-rios gaúchos, contos, 1911, Almabárbara, contos, 1922. A propósitode Ruínas vivas, escreveu Augus-to Meyer: "De certo modo, oaparecimento de Ruínas vivas,poderia ser registrado comouma das primeiras tentativas de"romance social" no Brasil, atra-vés de alguns aspectos caracterís-ticos. Em parte, por influência

1054

Page 387: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

do naturalismo, com os seus ro-mances de tese, mas refletindo deoutro lado convicções amadurecidasno espírito do autor". (Vide Prosa dospagos, por A. Mayer. São Paulo,1943). [4723]

Milliet, Sérgio.vide

Silva, Sérgio Miliet da Costa e.Monteiro Lobato

videLobato, José Bento Monteiro.Moog, Clodomir Viana. Um rio imita o

Reno: romance. Porto Alegre, Globo,1943. 269 p.

É a 4ª ed., 17º milheiro. A 1ª é de1939. [4724]

Murici, José Cândido de Andrade. Anova literatura brasileira, crítica e antologia,Porto Alegre, Globo, 1936. 425 p.

Contém prosa e verso. A parte deprosa traz excertos de: Adelino Ma-galhães, Álvaro Moreira, AmandoFontes, Antônio de Alcântara Ma-chado, Barreto Filho, Brasílio Iti-berê, Carlos da Veiga Lima, ÉricoVeríssimo, Jackson de Figueiredo,Jaime Balão Júnior, João Alphonsus,Jorge Amado, José Américo deAlmeida, José Geraldo Vieira, JoséLins do Rego, Lúcio Cardoso, LuísDelgado, Mário de Andrade, Mar-ques Rebelo, Oswald de Andrade ePlínio Salgado. Traz um índice bibli-ográfico in fine. [4725]

Nay, Aldo, pseud.vide

Prado, João Fernandes de Almeida.Oliveira, José Osório de. Contos brasilei-

ros: Seleção, pref. notas de José Osó-rio de Oliveira, Lisboas, Liv. Ber-

trand, s. d. 370 p. (Col. Cruzeiro doSul).

Sumário:Uns braços, por Machado de Assis;

Mandovi, por Coelho Neto; O negrinhodo pastoreio, por Simões Lopes Neto;Pedro Barqueiro, por Afonso Arinos;Camunhengue, por Valdomiro Silveira;O homem que sabia javanês, por LimaBarreto; O jardineiro Timóteo, porMonteiro Lobato; Caso que entra bu-gre, por Mário de Andrade; Tatia ga-rota, por Aníbal Machado; Fraternida-de, por Ribeiro Couto; D. Guiomar,por Rodrigo M. F. de Andrade; Ascinco panelas de ouro, por Antônio deAlcântara Machado; Godofredo e avirgem, por João Alphonsus; Paisa-gem perdida, por Luís Jardim; Ga-puiador, por Peregino Júnior; Circode coelhinhos, por Marques Rebelo;Não jure pela lua inconstante, por Ra-quel de Queirós. [4726]

Olimpio, Domingos.vide

Cavalcanti, Domingos Olímpio Braga.Orta, Teresa Margarida da Silva e. Aven-

turas de Diófanes, ou Máximas de vir-tude, e formosura, com que Diófa-nes, Climenéia, e Hemirena, prínci-pes de Tebas, venceram os maisapertados lances da desgraça por Do-rotéia Engrácia Tavare da Dalmira,Lisboa, na Régia Oficina Tipográfica,1777. 228 p.

É esta a 2ª edição do livro de Te-resa Margarida, considerada a pre-cursora do romance brasileiro. Na 3ªedição, conserva o mesmo título masdepois do criptônino vem a declara-ção: "seu verdadeiro autor -- Alexan-dre de Gusmão", o qual ocasionou

1055

Page 388: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

o litígio quanto à sua autoria. Final-mente, na 4ª e última edição, 1818,intitula-se, "História de Diófanes,Climenéia, e Hemirena, Príncipesde Tebas" e é dada como escrita"por uma senhora portuguesa",Teresa Margarida, irmã de MatiasAires, nasceu em São Paulo mascom cinco anos partiu para Portu-gal, onde viveu o resto da vida.Nasceu provavelmente em 1711 efaleceu em 1787, pouco mais oumenos. A propósito da escritora edo seu famoso romance, devem serconsultados os trabalhos de RuiBloem e Tristão de Ataíde, o primei-ro publicado pela "Revista do Arqui-vo Municipal", de São Paulo, anoV. vol. LI, outubro de 1938, pp. 45e seguintes: o segundo publicadono número dedicado ao romancebrasileiro pela "Revista do Brasil",3ª fase, Rio de Janeiro, ano IV, nº35, maio de 1941, pp. 4 e seguintes.[4727]

Palhano, Lauro. Paracoera, Rio de Janei-ro, Schmidt, s. d.

É o terceiro romance do A. Osdois primeiros intitulam-se: O go-roroba, romance da vida proletária,1931, e Murupiara, romance da sel-va amazônica, s. d. Paracoera temcomo cenário a região do rio SãoFrancisco. Segundo Agripino Griec-co, O gororoba representa a primeiratentativa de romance proletário noBrasil. [4728]

Peixoto, Afrânio. Maria Bonita. 7ª ed. SãoPaulo, Nacional, 1940. 351 p.

Romances publicados: A esfinge,1911, Maria Bonita, 1914, Fruta domato, 1920, Bugrinha, 1922, As razõesdo coração , 1925, Uma mulher

como as outras , 1928, Sinhazinha ,1929. [4729]

Pena, Cornélio. Os dois romances de NicoHorta, Rio de Janeiro, José Olímpio,1939. 291 p.

Publicou antes: Fronteira, roman-ce, 1934. [4730]

Peregrino, João da Rocha Fagundes (Jú-nior). Histórias da Amazônia; contos, Riode Janeiro, José Olímpio, 1936. 289 p.

Esta edição, que traz um vocabu-lário de termos amazônicos, reúneos dois volumes de contos publica-dos anteriormente pelo A. Puçanga,1929, e Matupá, 1933. [4731]

Pereira, Lúcia Miguel. Amanhecer; roman-ce, Rio de Janeiro, José Olímpio,1938. 232 p.

Publicou antes: Maria Luísa, 1933,Em surdina, s. d., romances. [4732]

Pereira, Nuno Marques. Compêndio nar-rativo do peregrino da América, 6ª ed.completada com a segunda parte,até agora inédita, Rio de Janeiro,Pub. Academia Brasileira de Letras,1939. 2 v. 6

Esta edição vem acompanhadade notas e estudos de Varnhagen,Leite de Vasconcelos, Afrânio Pei-xoto, Rodolfo Garcia e Pedro Cal-mon. Nuno Marques Pereira é con-siderado por Afrânio Peixoto comosendo o primeiro novelista brasilei-ro. Opõe-se a isso Prudente de Mo-rais Neto, declarando insustentávelsemelhante ponto de vista, e acres-centa: ... o livro de Nuno MarquesPereira não contém senão "discursosespirituais e morais com muitas ad-vertências e documentos contra osabusos que se acham introduzidospela malícia diabólica no Estado do

1056

Page 389: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Brasil". Diz José Veríssimo: "O pe-ríodo colonial que com Nuno Mar-ques Pereira tivera no Peregrino daAmérica a primeira ficção, essa, po-rém, de edição moral e religiosa,nada produziu que se possa chamarde novela ou romance". [4733]

Pompéia, Raul d’Ávila. O Ateneu: crôni-cas de saudades, 7ª ed. definitiva, Riode Janeiro, Alves, s. d. 274 p. ilus.

A 1ª edição é de 1888. Deixou oA. ensaios e contos esparsos emjornais e revistas, além de um ro-mance inacabado: Agonia, aindainédito. Leia-se, a propósito dePompéia, A vida inquieta de RaulPompéia, por Elói Pontes, Rio deJaneiro, 1935. [4734]

Porto Alegre, Apolinário. Paisagens; contos.Porto Alegre, J. J. d’Ávila, 1875. 263 p.(Biblioteca rio-grandense, v. I).

Obra de ficção publicada: Ovaqueano, romance, 1872, Feitiço deuns beijos, idem, 1873, Paisagens,contos, 1875. O crioulo do pastoreio,romance, 1875, A. Meyer diz que a1ª edição de Paisagens data de 1874.Deu-se 2ª edição d’O vaqueado,1927.

Ref. S. Blake, A. Meyer. [4735]Porto Seguro, visconde de.

videVarnhagen, Francisco Adolfo de, vis-

conde de Porto Seguro.Prado, João Fernando de Almeida. Os

três sargentos (por) Aldo Ney (pseudô-nimo). 2ª ed. São Paulo, 1932. 272 p.

A ação deste romance transcorredurante a revolução de 1924, na ci-dade de São Paulo. [4736]

Queirós, Diná Silveira de. Floradas na Ser-ra, 3ª ed. 1º prêmio da Academia

Paulista de Letras, Rio de Janeiro,José Olímpio, 1940. 284 p.

Novela escrita com simplicidade.A ação tem como back-ground umaestação de cura de tísicos. [4737]

Queirós, Raquel de. O Quinze, 3ª ed. Prê-mio de romance da Fundação GraçaAranha. São Paulo, Nacional, 1942.217 p.

Romances publicados: O Quin-ze, 1930, João Miguel, 1932, Cami-nho de pedras, 1937, As três Marias,1941. [4738]

Ramos, Graciliano. Angústia, 2ª ed. rev.Rio de Janeiro, José Olímpio, 1941.324 p.

Romances publicados: Caetés,1933, São Bernardo, 1934, Angústia,1936, Vidas secas, 1938. [4739]

Ramos, Hugo de Carvalho. Tropas e boia-das (contos), 3ª ed. São Paulo, Record1938. 256 p.

Natural de Goiás, o A. reflete,neste livro, cenas e costumes doBrasil Central. [4740]

Rangel, Godofredo. Vida ociosa, 2ª ed.São Paulo, Nacional, 1934. 251 p. (Col.Os grandes livros brasileiros, v. I).

A 1ª ed. de Vida ociosa, 1920, ti-nha como subtítulo a indicação "ro-mance da vida mineira". O Autorpublicou também uma coletânea decontos: Andorinhas, 1922, e uma no-vela: A filha, 1929. [4741]

Rebelo, Marques, pseud.vide

Cruz, Eddy Dias da.Rego, José Lins do.

videCavalcanti, José Lins do Rego.Ribeiro, Júlio César. A carne. 17ª ed. Rio

de Janeiro, Alves, 1942.

1057

Page 390: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

A 1ª edição é de 1888. O Autordedicou o seu livro a Emile Zola, dequem se confessa discípulo brasilei-ro. Publicou antes um romance his-tórico: O padre Belchior de Pontes, 2 v.,187-77. [4742]

Ribeiro Coutovide

Couto, Rui Ribeiro.Rio, João do, pseud.

videBarreto, João Paulo Emílio dos Santos.Rocha, Justiniano José da. Os assassinos mis-

teriosos ou a paixão dos diamantes; novelahistórica, Rio de Janeiro, 1839. 29 p.

O grande jornalista brasileiro, quefoi dos primeiros a tentar o gêneroentre nós, escreveu uma alentada no-vela em 4 v.: O pária e a sociedade brasi-leira. Foi ele o tradutor do Conde deMonte Cristo, de A. Dumas.

Ref. S. Blake. [4743]Salgado, Plínio. O estrangeiro. 3ª ed. Rio

de Janeiro, José Olímpio, 1936. 287p.

Romances publicados: O estran-geiro, 1926, O esperado, 1931. O cava-leiro o Itararé, 1932, A voz do oeste,1933. [4744]

Sales, Antônio. Aves de arribação: romancecearense. 2ª ed. São Paulo, Nacional,1929. 340 p.

A 1º ed. é de 1913. Esta 2ª ed.traz notas ao fim do volume, porTristão de Ataíde. O Autor pertenceao grupo da Padaria Espiritual, mo-vimento literário, iniciado no Cearáem 1892. [4745]

Silva, João Manuel Pereira da. Aspásia.Rio de Janeiro, Garnier, s.d. 289 p.

Publicou: O aniversário de D. Mi-guel, em 1825, Religião, amor e pátria,

1839, Jerônimo Corte Real, 1840, Ma-nuel de Morais, 18, D. João de Noro-nha, 18. [4746]

Silva, Osvaldo Alves da. Um homem dentrodo mundo. Curitiba, Guaíra, 1940.

Romance introspectivo, que re-vela um escritor de qualidadesapreciáveis. [4747]

Silva, Sérgio Milliet da Costa e. Roberto;narrativa. São Paulo, L. Niccolini &Cia., 1935. 178 p.

Ensaísta de mérito e poeta inte-ressante, Sérgio Miliet tem um únicoromance publicado. Este Roberto pa-rece ser composto com reminiscên-cias pessoais do autor. [4748]

Silveira, Joel Magno Ribeiro da. Onda rai-vosa; contos. São Paulo, Rumo, 1939.175 p.

Publicou depois: Roteiro de Marga-rida, contos, 1940. [4749]

Silveira, Valdomiro. Mixuangos; contos.Rio de Janeiro, José Olímpio, 1937.258 p.

Publicou: Os caboclos, 1920, Nasserras e nas furnas, 1931, Mixuangos,1937, todos de contos regionais. Aedição indicada, de Mixuangos, trazum vocabulário de expressões diale-tais, usadas pelo caipira de São Pau-lo. Reivindica-se para o A. o títulode introdutor da fala do caboclo emnossa prosa de ficção. Os contos,que formam a coletânea d’Os caboclos,foram publicados na imprensa nosanos 1891, 1897-1907. ValdomiroSilveira deixou um bom número decontos inéditos. [4750]

Sousa, Antônio Gonçalves Teixeira e.Tardes de um pintor ou as intrigas de umjesuíta. 2ª ed., com correções póstu-

1058

Page 391: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

mas do autor. Rio de Janeiro, ed.Cruz Coutinho, 1868. 2 v.

A obra em prosa do iniciador doromance brasileiro foi publicada naseguinte ordem cronológica: O filhodo pescador, 1843. Tardes de um pintorou as intrigas de um jesuíta, 1847, Gon-zaga ou a conjuração de Tiradentes, 1848-51, A providência, 1854. As fatalidadesde dois jovens: recordações dos tempos colo-niais, 1856, Maria e a menina roubada,1859, todos romances. [4751]

Sousa, Herculano Marcos Inglês de. Omissionário, por H. Inglês de Sousa. 2ªed., rev. com um prólogo de AraripeJúnior, Rio de Janeiro, Laemmert,1899. 2 v.

Obra de ficção publicada: Históriade um pescador, 1876. O cacaulista,1876, O coronel Sangrado, 1877, O mis-sionário, 1888, romance, e mais: Con-tos amazônicos, 1892. Com o pseudô-nimo de Luís Dolzani, o Autor pre-tendeu, a princípio, realizar uma obracíclica, sob o título geral: Cenas da vidaamazônica. [4752]

Tácito, Hilário, pseud.vide

Malta, Gastão.Taunay, Alfredo d’Escragnolle Taunnay,

visconde de Taunay. Inocência. 23ª edi-ção brasileira. São Paulo, Melhora-mentos, s.d. 256 p. ilus.

Além de artigos e narrativas mi-litares, publicou o Autor os se-guintes romances: Mocidade deTrajano, 1871, Inocência, 1972, Lá-grimas do coração, 1873, Ouro sobre oazul, 1874. O encilhamento, 2 v.,1894. No declínio, 1899, Manuscrito deuma mulher {2ª edição de Lágrimas docoração}. [4753]

Távora, João Franklin da Silveira. O cabe-leira, história pernambucana. Nova ed.Rio de Janeiro, Garnier, 1902. 269 p.

É o 1º vol, da série "Literatura doNorte", a que se seguiram: O matuto,1878, e Lourenço, 1881. A obra do fi-cionista foi publicada na seguinte or-dem cronológica: A trindade maldita,contos, 1861. Os índios do Jaguaribe,romance histórico, 1862, A casa depalha, 1866, Um casamento no arrabalde,1869. O cabeleira, 1876, O matuto,1878, e Lourenço, 1881, todos ro-mances. [4754]

Teófilo, Rodolfo Marcos. O paraora. Cea-rá, ed. Cholowiecki, 1899. 504 p.(Col. Biblioteca da Padaria Espiri-tual).

Escreveu romances e contos:O paroara, 1899, Os Brilhantes, s.d.,O conduru, 1910, O reino de Kiato,1922, romances, A fome, contos,1922. Pertenceu Teófilo aoGrupo cearense da Padaria Es-piritual. [4755]

Varnhagen, Francisco Adolfo de, vis-conde de Porto Seguro. O descobrimen-to do Brasil, crônica do fim do 15º, sé-culo. Segunda ed. autêntica, rev., cor-reta e aumentada pelo autor. Rio deJaneiro, 1840. 70 p.

Informa S. Blake: "Tinha sidopublicada no periódico Pindorama,tomo 4º, 1840, p. 21, 33, 53, 68 e101 e segs., em 12 capítulos, com otítulo de Crônica do descobrimento doBrasil, sendo escrito em forma deromance, a fim de melhor adap-tar-se ao gosto do país, como dizo autor". [4756]

Vaz, Léo, pseud.vide

1059

Page 392: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Barros, Leonel Vaz e.Vergara, Telmo. 9 histórias tranqüilas; con-

tos. Porto Alegre, Globo, 1938. 179 p.Livros publicados: Seu Paulo conva-

lesce, contos, 1934, Figueira velha, no-vela, 1935, Cadeiras nas calçadas, con-tos, 1939, Estrada perdida, romance,1939, Histórias do irmão sol, contos.1941. [4757]

Veríssimo, Érico. Olhai os lírios dos cam-pos. 10ª ed. Porto Alegre, Globo,1943. 302 p.

Obra de ficção publicada: Fanto-ches, contos, s.d., Clarissa, 1933,Música ao longe, 1935, Caminhos cru-zados, 1935, Um lugar ao sol, 1933,Saga, 1940. O resto é silêncio, 1942. A

1ª ed. de Olhai os lírios dos campos é de1938. [4758]

Vieira, José. Espelho de casados. Rio de Ja-neiro, José Olímpio, 1938. 259 p.

Obra de ficção publicada: O livrode Tilda, s.d., O bota-abaixo, crônicade 1904, s.d., Espelho de casados, 1938,História de Pedro Malazarte, 1944 (ro-mances). [4759]

Vieira, José Geraldo. Território humano.Rio de Janeiro, José Olímpio, 1936.620 p.

Obra de ficção publicada: A rondado deslumbramento, contos, 1922, Amulher que fugiu de Sodoma, 1931, Terri-tório humano, 1936, A quadragéssimaporta, 1943, romances. [4760]

1060

Page 393: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Poesia *

Manuel Bandeira

A poesia no Brasil começa com as produções dos catequistas daCompanhia de Jesus, autos e poemas avulsos, todos de intenção edifi-cante. A tardia coleta dessas nossas "primeiras letras" fez atribuir quasetudo a José de Anchieta, de todos os padres o mais dotado de sensibili-dade poética. Até hoje não apareceu ninguém que tratasse o assuntocom espírito verdadeiramente crítico. E "será possível deslindar, comabsoluta certeza, se o conteúdo dos cadernos de Anchieta é esclusiva-mente seu?" A pergunta é do padre Serafim Leite, que aponta logo sériofundamento para se admitir a autoria, ou pelo menos a intervenção, dopadre Manuel do Couto no Auto de S. Lourenço. O mais formoso espéci-me dessa poesia de fundo religioso, as trovas em redondilhas menores aSanta Inês, nos cadernos do canarino, mas o sabor bem português dosversos e a reminiscência do Alentejo na sexta estrofe suscitam ao sábiohistoriador da Companhia de Jesus no Brasil a suspeita de que o poemada "cordeirinha linda" fosse obra do alentejano Manuel do Couto. Equais foram os primeiros versos em português de autor nascido no Bra-sil? Até Rodolfo Garcia, tocava a honra das primícias à Prosopopéia deBento Teixeira, publicada em Lisboa no ano de 1601. Mas o ilustre dire-tor da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro assinalou no livro da Primei-ra Visitação do Santo Ofício às Partes do Brasil (Denunciações de Pernambu-co) um cristião-novo daquele nome, o qual prestou depoimento perantea mesa do Santo Ofício na cidade de Olinda em janeiro de 1594, depoi-mento em que se dá como natural do Porto. Esse Bento Teixeira era ho-mem instruído e lecionava a meninos em Pernambuco. Ora, Bento Tei-

1061

(*) A bibliografia foi organizada por Francisco de Assis Barbosa.

Page 394: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

xeira instruído e capaz de escrever o poema, não havia outro no Per-nambuco daquele tempo, argumenta Rodolfo Garcia. Aliás, a Prosopepéia,poema épico de 94 estrofes em oitava-rima, nenhum valor literário tem,quer pelo conteúdo, mera sucessão de lisonjas bombásticas ao sublime(Jorge de Albuquerque Coelho, capitão e governador-geral de Pernambuco),que o autor, pelos olhos de Proteu, vê "com braço indômito valente afama dos antigos eclipsando", quer pela forma, canhestro decalque daslições camonianas.

A primeira grande figura da poesia brasileira só aparece na segundametade do século XVII e é o baiano Gregório de Matos Guerra (1633-96).Nascido em Salvador, onde passou a infância, doutorou-se em Coimbra,mas voltando ao Brasil, incompatibilizou-se logo com a sociedade de suacidade natal, de que se vingou a poder de versos satíricos, que lhe gran-jearam a alcunha de "Boca do Inferno". Sátiras contra tudo e contra to-dos, contra os portugueses e os brasileiros, contra os brancos, contra osnegros e os mulatos, contra a pretendida fidalguia indígena. Gregório deMatos escreveu poesias líricas, religiosas e satíricas. Nos dois primeirosgêneros não foi melhor nem pior que os gongoristas do tempo em Por-tugal: a um passarinho chama "ramilhete do ar e flor do vento"; o seusoneto a uma borboleta está cheio das sutilezas e dos jogos de simetriada escola. A importância do poeta reside na parte satírica de sua obra, aprimeira que reflete em versos a sociedade da colônia, com o seu mesti-çamento, o parasitismo português, os desmandos sexuais e outros males.Não foi um grande poeta, mas era uma personalidade forte, a primeiraque na poesia assim se afirmava no Brasil. Ao lado dele mal se podelembrar o nome de Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711), autor deum medíocre poema descritivo intitulado A Ilha da Maré, cujo único mé-rito está em inaugurar o sentimento da terra em nossa poesia.

A primeira metade do século XVIII assinalou-se pela criação de vá-rias academias literárias. O sentimento de amor à terra, traduzido no de-sejo de estudar a pátria em sua história e mais aspectos, foi, com a ne-cessidade do estímulo resultante do trabalho em comum, o principal

1062

Page 395: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

móvel das sociedades que então se fundaram e que, por precária quefosse a sua existência e medíocre a sua produção, não deixaram de exer-cer benéfica influência no desenvolvimento de nossas letras. A primeiradessas academias, a dos Esquecidos (Salvador, 1724), revela desde onome o propósito de lembrar a Metrópole, em cujas academias não tive-mos entrada, que havia no Brasil quem se interessasse pelas coisas literá-rias. Em poesia nada produziram elas de apreciável. Animava-as um es-pírito de lisonja e sutileza, que se comprazia em torneios fúteis de cele-brações, glosas e sonetos multilíngües. Tão desprezível foi a nossa poe-sia na primeira metade do século, que um poeta insignificante como FreiManuel de Santa Maria Itaparica (1704-68?) por se destacar dos demaismereceu entrada em todas as histórias literárias. Escreveu ele um poemasacrotragicômico, Eustáquidos, e uma Descrição da Ilha de Itaparica, prezadapelo sentimento nativista que respira na pintura da natureza e da vidados pescadores. Na segunda metade do século surge em Minas um gru-po de poetas que já prenunciam, quer pela obra literária, quer pela açãopolítica de alguns na malograda Inconfidência Mineira, a autonomianacional, que se iria realizar nas primeiras décadas do século XIX.Não há na obra deles nada que a possa diferenciar profundamentedo arcadismo, mas, como na poesia de Bocage e de Anastácio da Cu-nha em Portugal, já se distinguem nela uns como prenúncios de ro-mantismo, alguma coisa que representa, na emoção mais sincera ou noaproveitamento de dições e temas brasileiros, uma força renovadora ain-da sem consciência de si mesma. São seis os poetas principais desse gru-po: Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio daGama, Santa Rita Durão, Alvarenga Peixoto e Silva Alvarenga. Todosestudaram em Portugal, e Gonzaga era português de nascimento. Asobras poéticas de Cláudio Manuel da Costa (1729-89) compreendemsonetos, cantatas, églogas, epístolas, etc. e o poema Vila Rica. Foicertamente do grupo mineiro o mais preso aos modelos arcádicos;era, por outro lado, o mais culto e o mais correto na metrificação ena linguagem.

1063

Page 396: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

A parte melhor de sua produção está nos sonetos, em alguns dosquais, refugindo aos artifícios da escola e aproximando-se da tradição ca-moniana, se elevou ao que deixaram de melhor os poetas do tempo naMetrópole. No Vila Rica não conseguiu ele pôr a emoção que porventu-ra lhe despertava a terra natal; o poema arrasta-se através de narrativas edescrições insípidas, onde é raro um ou outro momento de verdadeirainspiração. Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), natural do Porto e fi-lho de pai brasileiro, veio para o Brasil com oito anos de idade e só aosdezessete voltou a Portugal. Esses nove anos de infância passados noambiente brasileiro tiveram influência decisiva na formação de sua sensi-bilidade. Tornando ao nosso meio em 82, foi em Vila Rica, onde era ou-vidor, que, enamorando-se de uma brasileirinha de dezesseis anos, com-pôs as líricas do livro Marília de Dirceu, inspiradas nos amores do Poeta,cujos sonhos de felicidade foram tão cruelmente cortados pelo processoda Inconfidência, em que se viu colhido. Marília de Dirceu tornou-se a lí-rica amorosa mais popular de toda a literatura de língua portuguesa e ne-nhum poema, a não ser Os Lusíadas, têm tido tão numerosas edições.Embora sejam encontradiços na maioria das suas liras os recursos enfa-tuados da poesia arcádica, como sejam os fingimentos pastoris e as alu-sões mitológicas, há em muitas delas um tom de ingênua simplicidadeque as coloca acima da produção dos árcades de Portgual; e, como disseo crítico português Rodrigues Lapa, "o sentimento vivo da paisagem,que busca o termo exato e concreto e não recua diante do vocábulo téc-nico". Um dos problemas mais espinhosos da crítica em nossa literaturaé o da autoria das Cartas Chilenas, diatribe violenta contra a administra-ção do governador Luís da Cunha Meneses e seus favoritos. A tradição,baseada em informes de contemporâneos, atribuía-as a Gonzaga. De-pois das investigações de Alberto Faria, Luís Camilo de Oliveira, AfonsoArinos de Melo Franco e outros, parece confirmada a tradição contra ahipótese da autoria de Cláudio Manuel da Costa, levantada por Varnha-gen e sustentada por críticos posteriores, o último dos quais Caio deMelo Franco. Ao contrário de Varnhagen, a generalidade dos críticos

1064

Page 397: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

tem reconhecido o valor literário dessas cartas. Quanto ao valor his-tórico, como sátira de costumes, todos, inclusive Varnhagen, são con-cordes.

A José Basílio da Gama (1741-95) e a Frei José de Santa Rita Du-rão (? -- 1789) devemos as duas melhores epopéias de nossa literatura --O Uraguai e Caramuru. O assunto da primeira é a guerra que Portugal,ajudado pela Espanha, moveu aos índios das Missões rebelados contra otratado de 1750, que os transferia do domínio dos padres jesuítas para odos portugueses. Cinqüenta e seis anos antes do português Garrett,compôs Basílio da Gama um poema nos moldes que deram ao Camõesdaquele poeta o título de iniciador do movimento romântico na línguaportuguesa: pôs de lado a oitava-rima, adotando o verso branco; não re-correu ao maravilhoso pagão nem cristão; fugiu aos expedientes gongó-ricos e arcádicos. Por tudo isso, e ainda pelo liberalismo que o anima,tem sido o seu poema considerado como obra fortemente original e pre-cursora do romantismo. Ao lado desses méritos há numerosos outrosno Uraguai: beleza das paisagens, correção e brilho da forma, fino senti-mento no belo episódio da morta de Lindóia. A ação do Caramuru é odescobrimento da Bahia pelo náufrago português Diogo Álvares Cor-reia, o Caramuru, mas o poema compreende em vários episódios a his-tória natural e política do Brasil e os ritos, tradições e milícias dos seusindígenas. O Caramuru é mais nosso do que O Uraguai pelo assunto epela intenção patriótica; não tem no entanto a mesma originalidade, Du-rão apegou-se em tudo ao modelo camoniano. O poema é dedicado aD. José, mas o oferecimento não se limita a uma simples lisonja: o Poetarecomenda ao Príncipe a situação miserável da gente indígena. Havia emDurão aquela crença na bondade do homem natural, que foi característi-ca dos humanistas do século XVI e de certos filósofos do século XVIII:nas reflexões prévias ao poema diz o Poeta que o ordenou "a pôr diantedos olhos dos libertinos o que a natureza inspirou a homens que viviam tãoremotos das que eles chamam "preocupações de espíritos débeis". Pela cor-reção da linguagem figura Durão entre os clássicos do nosso idioma.

1065

Page 398: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Incerto é o juízo que se possa reformar de Inácio José de Alvaren-ga Peixoto (1744-93), pois de sua obra só nos restam vinte sonetos,umas sextilhas, três odes incompletas, duas liras, uma cantata e um cantogenetlíaco em oitava-rima, em sua maioria versos de circunstância emlouvor de poderosos. O mestiço Manuel Inácio da Silva Alvarenga(1749-1814) escreveu, ainda no tempo em que estudava em Portugal, opoema herói-cômico O Desertor das Letras, sátira aos velhos métodos doensino seguidos na Universidade de Coimbra, mas o seu renome se fun-da no livro Glaura, que traz por subtítulo "Poemas eróticos de um ame-ricano". Há mais variedades de ritmos e ainda de sentimentos e de tomna Marília de Dirceu do que em Glaura: mas nos versos de Silva Alvarengaa simplicidade é a mesma, senão maior e mais constante; menor tambémo repertório arcádico. As notas brasileiras são mais freqüentes e introdu-zidas com uma naturalidade que lhes tira todo caráter exótico. Por essasqualidades merece o poeta de Glaura ser colocado entre os precursoresdos nossos românticos. Além dos poetas mineiros, outros floresceramna segunda metade do século, entre os quais José Bonifácio de Andrada,o Patriarca da independência brasileira. A produção de todos eles atestaainda muito fortemente a influência arcádica. Domingos Caldas Barbosa(1740-1800), ao contrário, mostra-se em sua Viola de Lereno quase isentodos artifícios da escola setecentista. A sua poesia é toda inspirada dasformas populares brasileiras, modinhas e lundus, gênero em que adqui-riu grande popularidade no Brasil e em Portugual. É nesse mestiço, quefoi padre e exerceu na Metrópole o cargo de capelão da Casa da Suplica-ção, que encontramos pela primeira vez uma poesia de sabor inteira-mente nosso: algumas peças da Viola de Lereno parecem poesia popularbrasileira de hoje.

Podem-se rastrear notas românticas em muitos poetas anteriores aDomingos José Gonçalves de Magalhães (1811-82), mas a ele é que sedeve incontestavelmente a organização da nova tendência em escola. Narevista Niterói, editada em Paris no ano de 1936 por um grupo de brasi-leiros, publicou Magalhães um "Ensaio sobre a História da Literatura do

1066

Page 399: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Brasil" que valeu por um verdadeiro manifesto romântico, embora nãoaparecesse nele a palavra "romântico". Nesse artigo, em que dizia que apoesia do Brasil não era uma indígena civilizada mas uma grega vestida àfrancesa e à portuguesa, estavam indicados os principais pontos queiriam constituir a reforma romântica no Brasil: abandono dos artifíciosarcádicos, da mitologia, da paisagem européia, em favor da religião e danatureza brasileira; abandono das regras clássicas, substituídas pela livreiniciativa individual. Naquele mesmo ano juntou Magalhães o exemploàs críticas e conselhos, publicando em Paris o volume de poesias intitu-lado Suspiros Poéticos e Saudades. Artigo e livro tiveram grande repercussãono Brasil, suscitando numerosos entusiastas e discípulos. A ação inova-dora de Magalhães foi secundada por Manuel de Araújo Porto-Alegre(1806-79) nas Brasilianas. As qualidades melhores de Porto-Alegre nãosão de poeta, no fundo frio, mas sim de desenhista e pintor, vigorosonas descrições e do domínio da métrica e da língua. A verdade é que tan-to Magalhães como Porto-Alegre não eram românticos de natureza,nem tinham em si real imaginação e sensibilidade poética.

Essas quem as teve e em grau eminente foi Antônio GonçalvesDias (1823-64). Quando publicou os Primeiros Cantos, saudou-os Alexan-dre Herculano como "inspirações de um grande poeta". Sobretudo a pri-meira parte do livro -- as "Poesias Americanas" -- lhe parecem exemploda verdadeira poesia nacional do Brasil, e a opinião do mestre portuguêsresumia a opinião geral. Aos Primeiros Cantos seguiram-se Segundos Cantos,Últimos Novos Cantos e os quatro primeiros cantos do poema épico OsTimbiras. Gonçalves Dias domina toda a poesia romântica pelo senso dasobriedade e da harmonia. Tudo se equilibra em sua obra: o sentimentoamoroso e o religioso, o gosto da natureza, o patriotismo, a simpatiapela raça indígena dizimada. Se não foi o introdutor do índio na poesiabrasileira, todavia soube, como ninguém, insuflar vida no tema tão caroao sentimento nacional. Pouco importa o que se note de artificial nosseus índios: há sempre emoção e da melhor em todos os seus poemas india-nistas -- "Marabá", "I-Juca-Pirama", "Leito de folhas verdes", "Canto do Pia-

1067

Page 400: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ga", etc. A poesia romântica encheu o século XIX, de 36 até os primei-ros anos da década de 80, renovando-se através das gerações, não naforma -- vocabulário, sintaxe, métrica -- a que se manteve sensivelmentefiel, mas nos temas, no sentimento e no tom.

Postas de parte as pequenas diferenciações individuais, pode-se dis-tribuir a evolução romântica em três momentos capitais: o inicial, emque a inspiração religiosa, reflexo da de Lamartine, acrescentou Gonçal-ves Dias a que buscava assunto na vida dos selvagens americanos; o se-gundo, representado pela escola paulista de Manuel Antônio Álvares deAzevedo (1831-52) e seus companheiros, onde predominou o sentimen-to pessimista, o tom desesperado ou cínico de Byron e Musset; final-mente o terceiro, o da chamada "escola condoreira", de inspiração so-cial, a exemplo da última fase de Hugo. Admira-se em Álvares de Azeve-do o que lhe era sinceramente pessoal; o seu erotismo entravado pela ti-midez, as suas afeições familiares, os pressentimentos melancólicos deri-vados de uma saúde precária, a obsessão da morte. Em Laurindo Rabelo(1826-64) a alegria exterior escondia uma funda mágoa das dificuldades edesdéns que encontrou na vida, e essa tristeza se reflete em notas como-ventes no poema "Adeus ao mundo". Casimiro de Abreu (1839-60) foiseguramente o mais simples, o mais ingênuo dos nossos poetas e issosoube conquistar-lhe o primeiro lugar nas preferências do povo. As sau-dades da infância, os encantos da paisagem brasileira e aquilo que o críti-co Mário de Andrade chamou o complexo do "amor e medo", encontra-diço em muitos poetas da segunda geração romântica, foram cantadospor Casimiro de Abreu com um acento de ternura nova, pessoal e in-confundível. Os versos de Luís José Junqueira Freire (1832-55), de lin-guagem correta e incisa, refletem a sua luta interior de frade sem voca-ção, o seu cepticismo, um sofrimento talvez mais sincero do que o dequalquer outro dos nossos românticos. Luís Nicolau Fagundes Varela(1841-75) é uma figura de transição entre as duas últimas gerações român-ticas. Todas as influências se acusam nele, desde o indianismo, que ten-tou renovar no belo poema Anchieta ou o Evangelho das Selvas, até a poe-

1068

Page 401: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

sia de intenção social ou patriótica (O Estandarte Auriverde). Mas as me-lhores inspirações lhe derivam da sua natureza de hipocondríaco, de ina-daptado dentro da civilização das cidades, o que o levava muitas vezes abuscar refúgio no seio das matas, a levar uma vida errante de boêmiosem pouso. Dotado de grande talento descritivo, foi entre todos os ro-mânticos o que soube pintar com mais brilho e variedade a nossa natu-reza. A perda de um filhinho inspirou-lhe o Cântico do Calvário, uma dasmais sentidas elegias da literatura de língua portuguesa.

Aos poetas da última geração romântica, influenciados por Hugo eQuinet, e cuja forma se caracteriza pelo tom empolado, pelo arrojo bar-roco das metáforas e das antíteses, chamou Capistrano de Abreu de"condoreiros" (de "condor", a ave de maior porte e mais alto vôo dasAméricas). Surgiram por volta de 1865, no Recife, em torno de TobiasBarreto (1839-89). Note-se que antes deles o condoreirismo já se assina-lara em manifestações isoladas de Pedro Luís, de José Bonifácio, oMoço, e do próprio Gonçalves de Magalhães (de "Napoleão em Water-loo"). O mais dotado dos condoreiros foi Antônio de Castro Alves(1847-71), que encontrou na causa da abolição da escravatura negra oprincipal tema de toda a sua obra, e atingiu nos poemas "O Navio Ne-greiro" e "Vozes de África" a maior altura de seu estro. O primeiro éuma evocação dantesca dos sofrimentos dos negros na travessia da Áfri-ca para o Brasil; o segundo, uma soberba apóstrofe do continente opri-mido a implorar justiça de Deus. Sentiu a natureza brasileira e pintou-acom rara força de sugestão poética, a que não faltam notas de vivo rea-lismo. Cumpre distinguir no poeta baiano a poesia de inspiração épica,em que se expande, não raro com demasias e mau-gosto, a sua genialida-de verbal, da lírica amorosa, onde soube exprimir-se a salvo da ênfase, eàs vozes mesmo com exemplar simplicidade.

A reação contra o romantismo remonta entre nós aos últimos anosda década de 60. A partir de 70 busca ela organizar-se doutrinariamentena poesia científica ou filosófica de Sílvio Romero, Martins Júnior e ou-tros, e afinal principia a se definir por volta de 80 no espírito e na forma

1069

Page 402: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

dos parnasianos franceses com os primeiros livros de Alberto de Olivei-ra, Teófilo Dias e Raimundo Correia. A etiqueta de "parnasiano" susci-tou controvérsia desde os primeiros momentos. Nenhum dos poetas as-sim chamados se ajusta ao conceito de impassibilidade com que se defi-nia a palavra. O que eles reclamavam era mais reserva nas efusões pes-soais, sobriedade nas imagens, concebidas mais como relações de seme-lhança, requinte na versificação, banindo quase completamente o hiato eempregando com freqüência o enjambement, predileção pelo soneto e cul-tivo do alexandrino, purismo de linguagem, expungindo muitas formasbrasileiras de fonética e de sintaxe, correntes até então mesmo nos ro-mânticos que tinham estudado em Portugal: eis as principais característi-cas da escola parnasiana entre nós. Nela cumpre destacar os nomes deAlberto de Oliveira, Raimundo Correia, Olavo Bilac e Vicente de Carva-lho. Antônio Mariano Alberto de Oliveira (1857-1937), foi dos mestresparnasianos o que mais se deixou prender aos rigores da escola, o quemais se distingue pelo conceito escultural da forma, muitas vezes preju-dicada pelo abuso da inversão e do enjambement. Mas a sua poesia refletemais que a dos outros a pujança da paisagem brasileira. Raimundo daMota Azevedo Correia (1859-1911), temperamento doentio, melancóli-co e pessimista, se destacava pela emoção grave e concentrada. A suaforma, com ser tão correta quanto a de Alberto de Oliveira e Olavo Bi-lac, é mais despojada e ao mesmo tempo mais sutil, mais musical. OlavoBrás Martins dos Guimarães Bilac (1865-1918), sensibilidade mais fácil,de uma voluptuosidade à flor da pele, impôs-se desde a estréia pela graçafluente da linguagem. Se Panóplias traía na "Profissão de fé" e em algunslongos poemas descritivos a influência dos parnasianos franceses, a Via-láctea e as Sarças de Fogo revelavam outra fonte de lirismo mais próximo eaparentado ao nosso: a dos grandes mestres portugueses, sobretudo Bo-cage. Quanto a Vicente Augusto de Carvalho (1866-1924), lírico amoro-so de emoção apurada em Rosa, Rosa de Amor, mostrou força dramáticaem "Pequenino morto" e épica em "Fugindo do cativeiro", mas foi so-bretudo um admirável cantor do mar.

1070

Page 403: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

O simbolismo repercutiu no Brasil na obra de Cruz e Sousa, Alphon-sus Guimaraens, Mário Pederneiras e outros. João da Cruz e Sousa(1863-1898) era de pura raça negra. Os preconceitos de cor, a novidadeda escola poética por ele introduzida ainda em pleno fastígio do parna-sianismo, certas máculas de sua poesia assim como a rebeldia à sintaxeregular portuguesa suscitaram contra o Poeta uma campanha de ridículo,a que aliás ele respondia com bravo orgulho. Mas a sua forte personali-dade conseguiu criar um grupo de discípulos entusiásticos, a que a pos-teridade deu razão, pois hoje não se discute mais o valor de sua poesia,tão rica de nobre e sincera emoção. No simbolismo encontramos osmesmos recursos do francês: imprecisão de contornos, um conceitomais musical do que plástico da forma, os estados crepusculares, etc., elevado mais longe o gosto do misticismo, traduzido na preferência pelasexpressões do ritual mortuário e litúrgico. A esses aspectos, o mais ca-racterístico dos nossos simbolistas foi Alphonsus Guimaraens (1870-1921) cuja poesia se apresentava dominada pela idéia da morte, a que semistura, suavizando-a, o sentimento católico, expresso este com umarara delicadeza, não de todo isenta de certo preciosismo.

De 1900 até o advento do modernismo dominam, e influenciando-se reciprocamente, pós-parnasianos e simbolistas (à parte a figura do ve-lho Luís Delfino (1854-1910), em cuja obra, rica de belas imagens eachado verbais, se refletiram todas as correntes, do romantismo ao sim-bolismo), cumprindo destacar os nomes de Amadeu Amaral (1875-1929), B. Lopes (1859-1916), Augusto dos Anjos (1884-1914), o maisforte e original desse período de transição, autor do livro Eu, no qualum sentimento pungente de pessimismo se exprime ironicamente atra-vés de uma terminologia científica de que o poeta soube tirar estranhosefeitos; Raul de Leoni (1895-1926), o poeta de Luz Mediterrânea, livroonde a emoção filosófica se traduz em belas e comoventes imagens,Hermes Fontes (1888-1930), Da Costa e Silva, e outros.

Contra os retardatários das velhas escolas reagiu, a partir de 1922,um grupo de poetas de São Paulo, organizando em movimento o mo-

1071

Page 404: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

dernismo brasileiro (antes não houve senão notas isoladas de poetas queprocuravam libertar-se das influências parnasiana e simbolista). De fato,em fevereiro daquele ano Mário de Andrade, Osvaldo de Andrade, Gui-lherme de Almeida, Menotti del Picchia e outros, em combinação comescritores moços do Rio, Ronald de Carvalho, Renato de Almeida e al-guns mais, promoveram no Teatro Municipal de São Paulo a famosa Se-mana de Arte Moderna, com exposição de artes plásticas, concertos,conferências e declamação. A ação desses inovadores recebeu grandeimpulso com a adesão do romancista Graça Aranha, que colaborou na-quela manifestação literária e artística fazendo o discurso de abertura eapresentação, e dois anos depois pronunciava perante a Academia deLetras, de que era membro, uma conferência em que combatia a rotinaacadêmica e exaltava a ação dos renovadores. Os modernistas introduzi-ram em nossa poesia o verso-livre, procuravam exprimir-se numa lin-guagem despojada da eloqüência parnasiana e do vago simbolista, me-nos adstrita ao vocabulário e à sintaxe de Portugal, menos presa aos di-tames da lógica. Ousaram ainda alargar o campo poético, estendendo-oaos aspectos mais prosaicos da vida. Movimento a princípio destrutivo ebem marcado pelas novidades de forma, assumiu mais tarde cor acen-tuadamente nacional, buscando interpretar artisticamente o presente e opassado brasileiro, sobretudo buscando tirar partido do elemento negroentrado em nossa formação. Entre os poetas de maior personalidade ouinfluência cumpre citar Mário de Andrade, a figura dominante tanto pelainiciativa renovadora (o seu livro de poemas Paulicéia Desvairada, publica-do em 22, inaugura o movimento), quanto pelo caráter de sua produçãoem todos os gêneros, inclusive na crítica de música e artes plásticas; Os-vald de Andrade, que no seu livro Pau-Brasil pregou a volta ao que é"bárbaro e nosso"; Ribeiro Couto, em que logo se notam, a par das ino-vações, certas características simbolistas fundamentais na sua sensibilida-de; Guilherme de Almeida, um mestre na técnica do verso; Ronald deCarvalho, cuja contribuição mais importante reside na tentativa de criaruma poesia de inspiração continental americana; Carlos Drummond de

1072

Page 405: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Andrade, o primeiro grande humorista de nossa poesia, aquele que ex-primiu com mais agudeza a desconformidade do poeta, em seu anseiode viver a vida no sentido essencial, com a mediocridade das ocupaçõese gestos habituais (tema que Mário de Andrade denominou com felicida-de "o seqüestro da vida besta"); Raul Bopp, autor de Cobra Norato, a quechamou "nheengatu da margem esquerda do Amazonas" e que, com sertão rico de sabor regional, é o único poeta de inspiração cósmica emtoda a poesia brasileira; Murilo Mendes, aparentemente afim dos surrea-listas pelo inesperado das imagens, mas cujo senso do supra-real não sefunda exclusivamente no subconsciente; Augusto Meyer, em cujos ver-sos de sutil e irônico espírito de análise introspectiva se adivinhava o crí-tico singular e raro dos últimos anos; Jorge de Lima, com belos poemasde assunto negro; Cecília Meireles, a mais completa e forte vocação fe-minina de poeta em nossas letras, unindo a uma sensibilidade de exceçãoo domínio magistral da técnica de sua arte.

O modernismo é hoje um movimento superado, mas abriu cami-nho à poesia nova de Augusto Frederico Schmidt e Vinícius de Morais.Schmidt reagiu contra o espírito de ironia e sarcasmo da geração anteriore fez uma poesia profundamente séria, de construção formal paralelísticacom os versículos dos profetas bíblicos, na qual predominam os temasda morte e das ausências. Vinícius de Morais estreou marcando angustia-damente a sua luta no caminho para a distância, entenda-se, como expli-cou o crítico Otávio de Faria, a sua perplexidade entre a impossível pu-reza e a impureza inaceitável. Era uma poesia de forma muito livre, emritmo de preferência inumeráveis e vocabulário inteiramente isento deplebeísmos. Veio depois uma como aceitação da sua condição de ho-mem e do tema do sexo, que soube tratar com um cru cinismo que nãoexclui a nobreza do substrato inspirador, tem sacado uma sucessão depoemas, em que, ao contrário da sua maneira inicial, a estrutura é regu-lar, metrificada e rimada, ao passo que o vocabulário se tornou libérri-mo.

1073

Page 406: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Bibliografia

Abreu, Casimiro José Marques de. Obrasde Casimiro de Abreu introd. e notas deSousa da Silveira. São Paulo, Nacional,1940. 456 p.

Conteúdo: Camões e o Jau, Primave-ras e Páginas em prosa.

Edição comemorativa do cente-nário do nascimento do poeta. Casi-miro de Abreu é um emotivo, sim-ples e natural. Os críticos, reconhe-cendo-lhe embora o talento poético,costumam apontar-lhe erros de gra-mática e imperfeição do estilo. Sousada Silveira rebate essas acusações,que considera injustas sustentandoser o poeta romântico "uma dasmais belas e sólidas organizações li-terárias que temos tido". [4761]

Almeida, Guilherme de. Messidor. 6º ed.São Paulo, Nacional, 1941. 202 p.

Conteúdo: Nós, A dança das horase Suave colheita.

Obras publicadas: Nós, 1917. Adança das horas, 1919. Messidor, 1919,Livro de horas de soror Dolorosa, 1920.Era uma vez..., 1922. A frauta que euperdi, 1924. Encantamento, 1925. A florque foi um homem-Narciso, 1925. Meu,1925, Raça, 1925, Simplicidade, 1929,Carta à minha noiva. 1931, Você, 1931,Poemas escolhidos, 1931. Cartas que eunão mandei. 1932, Acaso, 1938, Cartasdo meu amor, 1942. Traduções: Eu evocê, de Paul Geraldy, 1932. O gitan-jali, de Rabindranath Tagore, 1932.Poetas de França, 1936. O jardineiro, deRabindranath Tagore, 1940. [4762]

Almeida, Moacir de. Poesia completas deMoacir de Almeida; pref. de AtílioMilano. Ed. rev. por Pádua de Al-meida, Rio de Janeiro, Valverde.(1943). 142 p.

Um dos mais talentosos poetasda geração neoparnasiana. O livropóstumo, Gritos bárbaros, reúne aprodução do poeta entre 1916 e1920. [4763]

Alvarenga, Manuel da Silva. Obras poéticasde Manuel Inácio da Silva Alvarenga. Al-cindo Palmireno; introd. e notas de J.Norberto de Sousa S. Rio de Janeiro,Garnier, s. d.

Conteúdo v. I. Sonetos quintilhascanções, odes, idílios, epístolas, he-róide, sátira, écloga e poema: v. 2. Odeserto e Glaura.

José Veríssimo chamou a SilvaAlvarenga "o mais moderno dospoetas do grupo mineiro. Sílvio Ro-mero considera-se "um dos iniciado-res inconscientes do romantismobrasileiro", acrescentando que osmadrigais do poeta mineiro "são dosmais belos da língua portuguesa". Aedição de Glaura, promovida peloInstituto Nacional do Livro, 1943,baseada na princeps, 1799, traz um ex-celente prefácio de Afonso Arinosde Melo Franco, com indicaçõesbiobibliográficas. [4764]

Álvares de Azevedo

vide

Azevedo, Manuel Álvares de.

1075

Page 407: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Alves, Antônio de Castro. Obras completasde Castro Alves introd. e notas deAfrânio Peixoto. São Paulo, Nacional1938. 2 v.

Conteúdo: v. 1. Espumas flutuan-tes e Hinos do Equador; V. 2. OsEscravos, Gonzaga ou a revolução deMinas, Relíquias e Correspondência.

Castro Alves é talvez o mais ama-do de todos os nossos românticos.Dezenas de ensaios já se escreveramsobre a vida e a obra do cantor deEspumas flutuantes. Além do espíritolibertário que encontramos a cadapasso na sua poesia, Castro Alvessoube exprimir-se a salvo da ênfasee às vezes com doçura e simplicida-de na lírica amorosa. [4765]

Anchieta, José de. Cantos de Anchieta:pref. de Afrânio Peixoto. (in Primeirasletras. p. 1-201. Rio de Janeiro. Pub.Academia brasileira de letras. s.d.).

Anchieta escreveu poesias em la-tim, português, espanhol e tupi. Aobra poética do grande jesuíta, es-parsa pelos arquivos, ainda não foireunida em volume. Para a feituradesta coleção, a Academia Brasileirade Letras serviu-se dos arquivos doInstituto Histórico e GeográficoBrasileiro. Apesar de reduzido echeio de incorreções, o material dáuma noção do que é a poesia anchie-tana. [4766]

Andrada e Silva, José Bonifácio de.vide

Silva, José Bonifácio de Andrada e.Andrade, Carlos Drummond de. Poesias.

Rio de Janeiro. José Olímpio. 1942.220p.

Obras poéticas: Alguma poesia,1930. Brejo das almas, 1934. Sentimento

do mundo, 1941. O volume Poesiasreúne toda a obra publicada maisuma coleção de poemas inéditos:José. [4767]

Andrade, Mário de. Poesias. São Paulo,Martins, 1941. 286 p.

Publicou em 1917 o primeiro li-vro de versos. Há uma gota de sangueem cada poema, com o pseudônimo deMário Sobral. O volume Poesias con-tém uma seleção de poemas de Pauli-céia desvariada, 1922, Losango cáqui,1926, Clã do jabuti, 1927, e Remate demales, 1930. É Mário de Andrade opoeta mais importante da geraçãomodernista. [4768]

Andrade, José Oswald de Sousa. PauBrasil: cancioneiro; pref. de Paulo Pra-do. Paris, Au Sans pareil, 1925. 112 p.

Publicou depois: Primeiro cadernodo aluno de poesias Oswald de Andrade,1927. São poemas do mesmo tipodo livro anterior: livres, na inspira-ção e na forma. "Com o Pau Brasil,escreveu João Ribeiro, marcou defi-nitivamente uma época na poesia na-cional". [4769]

Anjos, Augusto de Carvalho Rodriguesdos. Eu e outras poesias. 8ª ed., com es-tudos de Antônio Torres e OrrisSoares. Rio de Janeiro, Bedeschi, s.d.271 p.

A 1ª edição do Eu é de 1912.Temperamento singular, de forteoriginalidade. [4770]

Araújo, Murilo. As sete cores do céu; poe-mas. Rio de Janeiro, Liv. Católica,1933. 132 p.

Obras poéticas: Carrilhões, 1917,A Cidade de ouro, 1921, A Iluminaçãoda vida, 1927, As sete cores do céu,1933. [4771]

1076

Page 408: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Assis, Joaquim Maria Machado de. Poe-sias completas, por Machado de Assis.Rio de Janeiro, Garnier, 1902. 376 p.

Conteúdo: Crisálidas, Falenas,Americanas e Ocidentais.

Machado de Assis cultivou a poe-sia com sobriedade e sobretudo cominexcedível honestidade. Seus doisprimeiros livros de versos, Crisálidas,1864, e Falenas, 1870, representam,por assim dizer, a fase de transiçãoentre os últimos românticos e os pri-meiros parnasianos. Denotam já ocuidado da forma, tanto na lingua-gem como na metrificação e na rima,o que se tornou mais evidente como publicado de Americanas, 1875,tentativa de revivescência do india-nismo de Gonçalves Dias. Os versosde Ocidentais foram divulgados, nasua maioria, em revistas literárias,nos anos 1879-80, mas só aparece-ram em volumes quando da publica-ção das Poesias completas, 1902. Ospoemas de Ocidentais são perfeitosquanto á forma, jamais excedida pe-los parnasianos. Quanto à idéia, re-sumem a filosofia amarga e desabu-sada dos livros de prosa de segundafase. A edição das Poesias completas, deW. M. Jackson editor, não é reco-mendável. [4772]

Azevedo, Manuel Antônio Álvares de.Obras completas de Álvares de Azevedo.Ed. organizada e anotada por Ho-mero Pires. São Paulo, Nacional,1942. 2 v. ilus. (Col. Livros do Bra-sil. v. 4).

Conteúdo:

v. 1, Lira dos 20 anos, Poesias di-versas, O poema do frade, e o condeLopo.

v. 2, Macário, Noite na taverna,O livro de fra Gondicário, Estudosliterários, literatura e civilização emPortugal, Discursos, Cartas e Bibli-ografia alvaresiana.

Álvares de Azevedo, que faleceuaos 21 anos, não publicou nenhumlivro em vida. Algumas das poesias edos estudos literários apareceram emjornais de estudantes e não obtive-ram repercussão. Lira dos 20 anossaiu a lume no ano seguinte ao damorte do poeta, 1853. [4773]

Bandeira, Manuel Carneiro de Sousa.Antologia dos poetas brasileiros da faseparnasiana. Rio de Janeiro, ImprensaNacional, 1938. 286 p.

Deu-se 2ª edição, 1940. Contémpoesias de: Luís Delfino, Machadode Assis, Luís Guimarães, TeófiloDias, Carvalho Júnior, Artur Azeve-do, Filinto de Almeida, Alberto deOliveira, Adelino Fontoura, B. Lo-pes, Augusto de Lima, João Ribeiro,Raimundo Correia, Raul Pompéia,Venceslau de Queirós, Coelho Neto,Zeferino Brasil, Olavo Bilac, Vicentede Carvalho, Guimarães Passos, Pe-dro Rabelo, Carlos Magalhães deAzeredo, Júlio Salusse e FranciscaJúlia. [4774]

Bandeira, Manuel Carneiro de Sousa.Antologia dos poetas brasileiros da fase ro-mântica. Rio de Janeiro, Imprensa Na-cional, 1937. 314 p.

Deu-se 2ª edição, 1940. Contémpoesias de: Maciel Monteiro, Gon-çalves de Magalhães, José Maria doAmaral, Dutra e Melo, GonçalvesDias, Francisco Otaviano, LaurindoRebelo, Bernardo Guimarães, JoséBonifácio (o moço), Aureliano Les-

1077

Page 409: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

sa, José de Alencar, Luís Gama, Ál-vares de Azevedo, Junqueira Freire,Luís Delfino, Juvenal Galeno, Casi-miro de Abreu, Joaquim Serra, Bru-no Seabra, Tobias Barreto, Machadode Assis, Vitoriano Palhares, Fagun-des Varela, Luís Guimarães e CastroAlves. [4775]

Bandeira, Manuel Castro de Sousa. Poe-sias completas de Manuel Bandeira. Riode Janeiro, Civ. brasileira, 1940. 178 p.

Obras publicadas: A cinza dashoras, 1917, Carnaval, 1919, Poe-sias, 1924, Libertinagem, 1930, Estre-la da manhã, 1936, Poesias escolhidas,1940. [4776]

Barbosa, Domingos Caldas. Viola de Le-reno: coleção das suas cantigas ofere-cidas aos seus amigos. Lisboa, 1798,1826. 2 v.

Cada volume se compõe de oitofascículos de 32 p., que se impri-miam e se vendiam separadamente.O primeiro volume foi publicado naOficina Nunesiana e o segundo naTipografia Lacerdina. [4777]

Barcelos, Ramiro. Antônio Chimango; poe-meto campestre, por Amaro Juvenal[pseudo]. Porto Alegre, 1915. 67 p.

Sátira política em versos ao Sr.Borges de Medeiros que durante vintee cinco anos ocupou a presidência doEstado do Rio Grande do Sul. O poe-ma tem grande interesse, uma vez queo A. emprega modismo no linguajargaúcho na sua composição. AugustoMeyer chamou-o: "a sátira mais vivada literatura brasileira". Em 1932, oeditor Schmidt, do Rio de Janeiro, re-publicou o poema, acrescentado deuma segunda parte, assinada por: Ju-venal, o moço. [4778]

Barreto, Tobias.vide

Meneses, Tobias Barreto de.Bilac, Olavo Brás Martins dos Guimarães.

Poesias, 19ª ed. rev. Rio de Janeiro,Alves, 1942. 391 p.

Conteúdo: Panóplias, Vai-láctea,Sarças de fogo, Alma inquieta, Asviagens, O caçador de esmeraldas eTarde.

A 1ª edição, 1888, compreendiatrês partes: Panóplias, Via-láctea e Sar-ças de fogo. Na 2ª foram acrescentadasmais três: Alma inquieta, As viagens eO caçador de esmeraldas. Tarde, coleçãode sonetos, apareceu em 1919 e maistarde foi incluída na edição definitivade Poesias. [4779]

Bonifácio, José, o moço.vide

Silva, José Bonifácio de Andrada e, oMoço.

Bonifácio, José, o patriarca.vide

Silva, José Bonifácio de Andrada e, o Pa-triarca.

Bopp, Raul. Cobra norato, nheengatu damargem esquerda do Amazonas. SãoPaulo, 1931. 75 p.

É o poema da Amazônia. Depoisdele, Bopp publicou: Urucungo, s.d.,poesias de temas negros, sem dúvidamenos interessante que o primeirolivro. [4780]

Caldas, Onestaldo de Pennafort. Espelhod’água, jogos da noite, por Onestaldo dePennafort. Rio de Janeiro, Terra dosol, 1931. 127 p.

Obras publicadas: Escombros flori-dos, 1921, Perfume e outros poemas,

1078

Page 410: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

1924, Interior e outros poemas, 1927.Traduções: Festas galantes, de Verlai-ne, 1934, e Romeu e Julieta, de Shakes-peare, 1940, este último publicadoem edição do Ministério da Educa-ção e que é sem dúvida uma obra-prima. O 1º volume do poeta é defeição acentuada simbolista. [4781]

Carvalho, Ronald. Toda a América. Rio deJaneiro, Pimenta de Melo, 1926. 150p. ilus.

Obras poéticas: Luz gloriosa, 1913,Poemas e sonetos, 1919, Epigramas irôni-cos e sentimentais, 1922, Jogos pueris,1926, Toda a América, 1926. Osdois primeiros, de feição neoparna-siana. [4782]

Carvalho, Vicente Augusto de. Poemas ecanções, pref. de Euclides da Cunha,11ª ed. São Paulo, Nacional, 1942.292 p.

Obras poéticas: Ardentias, 1885,Relicário, 1888, Poemas e canções, 1908,Versos da Mocidade, 1912, Rosa, rosa deamor. [4783]

Castro Alves

vide

Alves, Antônio de Castro.

Cearense, Catulo da Paixão. Meu sertão,pref. de Afrânio Peixoto e Albertod’Oliveira, 5ª ed. Rio de Janeiro, Cas-tilho, 1925. 291 p.

Catulo Cearense alcançou noto-riedade cantando as suas modinhasao violão. Poesia toda, ou quasetoda, escrita em linguagem matuta.Tem publicado muitos volumes maso melhor de todos eles é sem dúvidaMeu sertão, onde se acham as poesiasMarroeiro e Terra caída, o melhor dapitoresca lira catuliana. [4784]

Correia, Raimundo da Mota Azevedo.Poesias. 4ª ed. Rio de Janeiro, Anuáriodo Brasil, s.d. 310 p. ilus.

Obras poéticas: Primeiros sonhos,1879, Sinfonias, 1883, Versos e versões,1887, Aleluias, 1891, e Poesias, 1898,seleção dos volumes anteriores,acrescentada de várias poesias iné-ditas. [4785]

Costa, Cláudio Manuel da. Obras poéticasde Cláudio Manuel da Costa, GlaucesteSatúrnio. Nova ed. com um estudosobre a sua vida e obras, por JoãoRibeiro. Rio de Janeiro, Garnier,1903. 2 v.

Conteúdo: v. 1. Sonetos, éclogas,epístolas, fábula e epicédios; v. 2,Romances, cantatas, cançonetas,poesias inéditas e o poema Vila Rica.

O melhor da sua obra está nossonetos; diz João Ribeiro que "emtoda a literatura latina só tem supe-riores nos de Petrarca e nos de Ca-mões". Esta edição contém ainda:bibliografia, cronologia e uma cole-ção de documentos e peças históri-cas relativas "à participação dopoeta no movimento revolucioná-rio conhecido por InconfidênciaMineira". [4786]

Couto, Rui Ribeiro. Poesia. Rio de Janei-ro, Civ. brasileira, 1934. 221 p.

Conteúdo: O jardim das confidênciase Poemetos de ternura e de melancolia.

Obras poéticas: O jardim das confi-dências, 1921, Poemetos de ternura e demelancolia, 1924, Um homem na multi-dão, 1926, Canções de amor, 1930, Noroes-te e outros poemas do Brasil, 1932, Corres-pondência de família (em col. com Adol-fo Casais Monteiro), 1933, Província,

1079

Page 411: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

1933. Cancioneiro de dom Afonso, 1939,Cancioneiro do ausente, 1943. [4787]

Crespo, Antônio Cândido Gonçalves.Obras completas de Gonçalves Crespo;pref. de Afrânio Peixoto. Rio de Ja-neiro, Livros de Portugal, s.d. 332 p.(Col. clássicos e comtemporâneos).

Conteúdo: Miniaturas, Noturnos,Prosas, Medalhas.

Nascido no Brasil, o mestiçoGonçalves Crespo viveu em Portu-gal desde os 14 anos de idade. Se-gundo insinua José Veríssimo, assuas Miniaturas assinalam a primeiramanifestação do parnasianismo en-tre nós. O livrinho, publicado emPortugal em 1871, trazia sob o nomedo A. a indicação: "natural do Rio deJaneiro". As Miniaturas e mais tardeos Noturnos, 1882, exerceram marca-da influência entre os poetas brasilei-ros do tempo. [4788]

Cruz e Sousa

vide

Sousa, João da Cruz e.

Cunha, Olegário Mariano Carneiro da.Poesias escolhidas. Rio de Janeiro, Frei-tas Bastos, 1922. 146 p.

Obras poéticas: Visões de moço,1906, Angelus, 1911, XIII sonetos,1912, Evangelho da sombra e do silên-cio, 1912, Água corrente, 1917, Últi-mas cigarras, 1920, Cidade Maravilho-sa, 1922, Castelos na areia, 1923, Ba-taclã 1927, Canto da Minha Terra,1930, Destino, 1931, Poemas de amor e desaudade, s. d., Vida, caixa de brinquedos,1933. [4789]

Delfino, Luís.

vide

Santos, Luís Delfino dos.

Dias, Antônio Gonçalves. Obras poéticas;organização, apuração do texto, cro-nologia e notas por Manuel Bandeira.São Paulo, Nacional, 1944. 2 v. (Li-vros do Brasil, nº 6 e 6-A. Col. deobras-primas da literatura nacional).

Conteúdo: v. 1, Cronologia deGonçalves Dias. Cantos, e Sextilhasde Frei Antão -- v. 2. Últimos cantos,Hinos, os Timbiras e Versos póstumos.

É a mais completa edição dasobras poéticas de Gonçalves Dias. Etambém a mais perfeita, sob o pontode vista de edição crítica. [4790]

Dias, Teófilo.vide

Mesquita, Teófilo Dias de.Durão, José de Santa Rita, frei. Caramu-

ru: poema épico do descobrimentoda Bahia, por Frei José de Santa RitaDurão; com biografia do poeta, porF. A. de Varnhagen. Rio de Janeiro,Garnier, s.d. 244 p.

A 1ª edição é de 1781. [4791]Fagundes Varela

videVarela, Luís Nicolau Fagundes.Fernandes, Jorge. Livro de poemas; posfácio

de Luís da Câmara Cascudo. Natal, Aimprensa, 1927. 75 p.

Poeta representativo do movimen-to modernista em seu Estado natal, oRio Grande do Norte. [4792]

Ferreira, Ascenso. Cana-caiana. Recife,Diário da Manhã, 1939. 72 p. ilus.

Publicou antes: Catimbó, 1927. Poe-ta modernista, inspirado em temas dasua região -- o Nordeste. [4793]

Fontes, Hermes. Apoteoses. 2ª ed., com 1poemeto novo. Rio de Janeiro, Al-ves, 1915. 260 p.

1080

Page 412: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Obras publicadas: Apoteoses, 1908,Gênese, 1913, Ciclo da Perfeição, 1914,Mundo em chamas, 1914, Miragem do de-serto, s.d., Epopéia da vida, 1917, Mi-crocosmo, 1917, Despertar, 1922, Alâmpada velada, 1922, A fonte damata, 1930. [4794]

Fontes, José Martins. Poesias; quinto vo-lume das poesias completas de Mar-tins Fontes. Santos, 1928.

Conteúdo: Vulcão, Volúpia, Afada bombom, Rosicler, Escarlate, O céuverde.

Os quatro volumes anterioressão: Vulcão, 1921, Arlequinada, 1922,As cidades eternas, 1923, e Boêmia Ga-lante, s.d. Da ciosa produção destepoeta neoparnasiano há ainda a des-tacar o seguinte: Sombra, silêncio e so-nho, 1933, Paulistânia, 1934, Guanaba-ra, 1936, Nos jardins de Augusto Comte,1938 e muitos outros. [4795]

Freire, Luís José Junqueira. obras poéticas,4ª ed. correta e aumentada com umjuízo crítico de J. M. Pereira da Silva.Rio de Janeiro, Garnier, s.d. 2 v.

Conteúdo: v. 1, Inspirações doclaustro; v. 2, Contradições poéticas.

O v. 2 traz o título Obras póstumasde L. J. Junqueira Freire, com um juízocrítico de Franklin Dória. [4796]

Galeno, Juvenal.vide

Silva, Juvenal Galeno da Costa e.Gama, José Basílio da. Obras completas de

José Basílio da Gama; com estudos crí-tico e biobibliográfico de José Verís-simo. Rio de Janeiro, Garnier, s.d.238 p. (Col. autores célebres da lite-ratura brasileira).

Contém toda a produção poéticade José Basílio da Gama, como o tí-

tulo está a indicar: os poemas O Uru-guai, e Quitúbia, além de sonetos epoesias esparsas. Pelo centenário denascimento do poeta, a AcademiaBrasileira de Letras fez publicar umaedição fac-similar do poema O Uru-guai, com prefácio de Afrânio Peixotoe estudo de Rodolfo Garcia e Osvaldode Melo Braga. [4797]

Gama, Luís Gonzaga Pinto da. Primeirastrocas burlescas de Getulino (pseud.). 2ªed. correta e aumentada. Rio de Ja-neiro, Tip. Pinheiro & Cia., 1861. 252p.

A 1ª edição é de 1859. Deu-se a3ª edição em 1904. Luís Gama nas-ceu escravo. Libertado, foi mais tar-de ardente abolicionista. Como poe-ta satírico, criticou os vícios sociais epolíticos da época. É famosa a suapoesia A bodarrada em que escarnecedos mulatos que querem passar porbrancos. [4798]

Getulino, pseud.vide

Gama, Luís Gonzaga Pinto da.Gonçalves Crespo

videCrespo, Antônio Cândido Gonçalves.Gonçalves Dias

videDias, Antônio Gonçalves.Gonzaga, Tomás Antônio. Obras comple-

tas de Tomás Antônio Gonzaga. Ed. crí-tica de Rodrigues Lapa. São Paulo,Nacional, 1942. 556 p. (Col. Livrosdo Brasil, v.5).

As obras de Gonzaga, reunidaspelo erudito português RodriguesLapa, compreendem: Poesias, onde seacham incluídas as famosas "Liras",dirigidas à noiva do poeta; Cartas chile-

1081

Page 413: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

nas, sátira política em versos ao go-verno da capitania de Minas Gerais eTratado de Direito Natural copiado doMs. da coleção Pombalina da Biblio-teca Nacional de Lisboa. Nas "Li-ras", Gonzaga adotou o nome deDirceu para si e o de Marília para anoiva. "A poesia de Gonzaga -- es-creveu Rodrigues Lapa -- além doseu valor intrínseco, aliás diminuídopor algumas debilidades de forma einspiração, documenta bem a passa-gem do classicismo para o romantis-mo". E acrescenta: "Poesia suave,com cunho de acentuado realismo,concepção burguesa da vida -- eis oprincipal da mensagem de Gonza-ga". A autoria das Cartas chilenas de-mandou longa controvérsia entre oseruditos. Após os estudos de Afon-so Arinos de Melo Franco, Luís Ca-milo de Oliveira Neto e ManuelBandeira, parece não pairar dúvidassobre o verdadeiro A. das mesmas,isto é, Tomás Antônio Gonzaga.[4799]

Guerra, Gregório de Matos. Obras de Gre-gório de Matos. Rio de Janeiro. Pub.Academia Brasileira de Letras, 1923,1929-30, 1933. 6 v.

Conteúdo: v. 1, Sacra -- v. 2, Líri-ca -- v. 3, Graciosa -- vs. 4-5, Satírica-- v. 6. Última.

A importância de Gregório deMatos, apelidado "Boca de inferno",está na parte satírica de sua obra, aprimeira que reflete em versos a so-ciedade da colônia, com o seu mesti-çamento, o parasitismo português, osdesmandos sexuais, etc. Não era umgrande poeta mas uma forte personali-dade, a primeira que assim se afirma-ra no Brasil. Na edição das Obras deGregório de Matos, a Academia Bra-

sileira fez o expurgo daquilo queconsiderou obsceno. [4800]

Guimaraens, Alphonsus de.

vide

Guimarães, Afonso Henrique da Costa.Poesias (de) Alphonsus de Guimaraens(pseud.). Ed. dir. e rev. por ManuelBandeira, com uma notícia biográficapor João Alphonsus. Rio de Janeiro,Ministério da Educação e Saúde,1938. 460 p. ilus.

Conteúdo: Kiriale, Dona mística,Câmara ardente, Setenário das dores deNossa Senhora, Nova primavera, Pasto-ral, Escada de Jacó e Pulvis.

Em 1899, Alphonsus de Guima-raens publicava o seu primeiro livro,reunindo num só volume os versosde Setenário e Câmara ardente, com aseguinte nota explicativa: "Emborapublicado em primeiro lugar, é estelivro cronologicamente a terceiraobra do A. Kiriale e Dona Mística, li-vro escritos de 1891 a 1894, em SãoPaulo e Vila Rica, serão dados à pu-blicidade quando for da vontade deDeus, em glória de Quem são feitos.A Pastoral aos crentes do amor e aosiludidos está em preparo", Dona Mís-tica, foi publicado nesse mesmo ano,1899, Kiriale, três anos depois.Quanto à Pastoral só veio a lume em1923, já era morto o poeta, sob o tí-tulo Pastoral aos crentes do amor e damorte. A edição das Poesias, promovi-da pelo Ministério da Educação, reú-ne toda a obra do poeta publicada emais dos livros inéditos: A escada deJacó e Pulvis. [4801]

Guimarães, Bernardo José da Silva. Poe-sias. 3ª ed. Rio de Janeiro, Garnier,s.d. 328 p.

1082

Page 414: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Conteúdo: Cantos da solidão, Inspi-rações da tarde, Poesias diversas, Evocações eA baía de Botafogo.

Obras publicadas: Canto da Solidão(1ª edição, 1852, 2ª edição, 1858),Poesias, 1865, Novas poesias, 1876, Fo-lhas de Outono, 1883. A respeito destepoeta, escreveu Manuel Bandeira:"Mais conhecido pelos seus roman-ces, nele entretanto o poeta é supe-rior ao romancista. O seu poema emverso branco O devanear de um cético écertamente a produção mais caracte-rística do estado de espírito de suageração". [4802]

Guimarães, Luís Caetano Pereira (Jú-nior). Sonetos e rimas, por Luís Guima-rães, pref. de Fialho d’Almeida. 2ª ed.rev. e aumentada. Lisboa, TavaresCardoso & irmãos, 1896. 230 p. ilus.

Luís Guimarães Júnior começouromântico (Corimbos, 1869) e acabouparnasiano (Soneto e rimas, 1880).Poeta melodioso e de forma esme-ralda. [4803]

Júlia, Francisca.

vide

Silva, Francisca Júlia da.

Juvenal, Amaro (pseud.)vide

Barcelos, Ramiro.

Leite, Cassiano Ricardo. Martim cererê: OBrasil dos meninos, dos poetas e dos heróis,por Cassiano Ricardo. 6ª ed. São Paulo,Nacional, 1938. 240 p.

Obras poéticas: Dentro da noite,1915, Evangelho de Pã, 1917, Jardimdas hespérides, 1920, A mentirosa deolhos verdes, 1924, Borrões de verde eamarelo, 1925, Vamos caçar papagaios,1926, Martim cererê, 1928, Canções de

Minha ternura, 1933. Os primeiros, defeição parnasiana. [4804]

Leôni, Raul de.

vide

Ramos, Raul de Leôni.

Lima, Antônio Augusto de. Poesias, comjuízos críticos de Teófilo Dias, Rai-mundo Correia, Tito Lívio de Castroe Araripe Júnior. Rio de Janeiro,Garnier, 1909. 299 p. ilus.

Conteúdo: Contemporâneas, Símbo-los e Laudas inéditas.

Augusto de Lima publicou ainda:Tiradentes (drama em verso), s.d. e opoema místico S. Francisco de Assis,1930. [4805]

Lima, Jorge de. Poemas escolhidos: 1925-1930; pós-f. de José Lins do Rego.Rio de Janeiro, Andersen, 1932. 186 p.

Obras poéticas: XIV alexandri-nos, 1914, Poemas, 1937, Novos poe-mas, 1929, Bangüê e Negra fulô, 1930,de onde, "exceção do primeiro, seextraíram os Poemas escolhidos. É aparte mais interessante da obra dopoeta. Em 1935, Jorge de Lima pu-blicou, de colaboração com MuriloMendes, os poemas de Tempo e eter-nidade. Em 1938, insistiu no mes-mo tema místico, com A túnica in-consútil; "A poesia é supratempos"-- afirma o poeta. [4806]

Lisboa, Henriqueta. Prisioneira da noite.Rio de Janeiro. Civilização brasileira,1941. 138 p.

Obras publicadas: Fogo-fátuo, 1926,Enternecimento, 1929, Velário, 1935, ePrisioneira da noite, 1941. [4807]

Lopes, Bernardino da Costa. Cromos. 2ªed. aumentada. Rio de Janeiro, 1896.124 p.

1083

Page 415: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Obras poéticas: Cromos, 1881,Pizzicatos, 1886, D. Carmen, 1890,Brasões, 1895, Sinhá Flor, 1899, Val delírios, 1900, Helenos, 1901, e Plumário,1905. [4808]

Luís, Pedro.vide

Sousa, Pedro Luís Pereira de.Machado, Gilca da Costa Melo. Poesias.

Rio de Janeiro, Jacinto, 1918. 237 p.Neste volume acham-se reunidos

os dois primeiros livros da poetisa:Cristais partidos, 1915, e Estados d’al-ma, 1917. Gilca Machado publicoumais: Mulher nua, 1922, Meu gloriosopecado, 1928, Carne e alma, s.d., Subli-mação, 1938.

[4809]Machado de Assis

videAssis, Joaquim Maria Machado de.Magalhães, Domingos José Gonçalves de.

Suspiros poéticos e saudades; pref. de SérgioBuarque de Holanda. Ed. anotadapor Sousa da Silveira. Rio de Janeiro,Ministério da Educação e Saúde,1939.

É o segundo volume das Obrascompletas, único até agora publica-do na reedição promovida pelo Mi-nistério da Educação. As obras deMagalhães foram publicadas na se-guinte ordem cronológica: Poesias,1832, Suspiros poéticos e saudades,1836, Episódios da infernal comédia,1836, A confederação dos tamoios,1856, Os mistérios, 1857, Poesias avul-sas, 1864, Obras completas, V. 1864-65. [4810]

Mariano, Olegário.vide

Cunha, Olegário Mariano Carneiro da.

Martins Fontesvide

Fontes, José Martins.

Matos, Gregório de.

videGuerra, Gregório de Matos.

Meireles, Cecília. Vaga música. Rio deJaneiro, Pongetti, s.d. 199 p. ilus.

Obras poéticas: Espectros, 1919,Nunca mais e Poema dos poemas, 1923.Baladas para El-Rei, 1925, Viagem,1939, Vaga música, 1942. [4811]

Mendes, Murilo Monteiro. A poesia empânico. Rio de Janeiro, Cooper, Cultu-ral Guanabara, 1938. 103 p.

Obras publicadas: Poemas, 1930,História do Brasil, 1932, Tempo e eterni-dade, em colaboração com Jorge deLima, 1935. A poesia em pânico, 1938,O visionário, 1941. A História do Bra-sil é contada em versos satíricos des-de a Carta de Caminha até a revolu-ção de 1930. Em Tempo e eternidade,com Jorge de Lima, pretendeu res-taurar a poesia em Cristo. [4812]

Meneses, Tobias Barreto de. Dias e noitespor Tobias Barreto; pref. de Sílvio Ro-mero. Ed. do Estado de Sergipe,1925. 312 p. ilus.

É o primeiro volume das Obrascompletas, 10 v., editadas pelo go-verno sergipano. Há três ediçõesanteriores de Dias e noites, 1893 e1903. [4813]

Mesquita, Teófilo Dias de. Cantos tropi-cais por Teófilo Dias. Rio de Janeiro,1875. 143 p.

Obras poéticas: Flores e amores,1874, Lira dos verdes anos, 1876,Fanfarras, 1882, A comédia dos deu-ses, 1887. Foi um dos iniciadores

1084

Page 416: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

do movimento parnasiano noBrasil. [4814]

Meyer, Augusto. Giraluz; poemas. PortoAlegre, Globo, 1928. 47 p.

Obras poéticas: Coração verde,1926. Duas orações, 1928, Poemas deBilu, 1929, e Sorriso interior, 1930. É opoeta mais bem dotado entre os mo-dernos do seu estado natal, o RioGrande do Sul. [4815]

Milano, Dante. Antologia de poetas moder-nos. Rio de Janeiro, Ariel, 1935. 216 p.

Contém poesias de: Abgar Re-nault, Afonso Arinos de Melo Fran-co, Álvaro Moreira, Ascenso Ferrei-ra, Atílio Milano, Augusto Meyer,Carlos Drummond de Andrade,Carlos Lebéis, Cassiano Ricardo, Fi-lipe d’Oliveira, Francisco Karam,Guilherme de Almeida, IsmaelNéri, João Alphonsus, Jorge deLima, Jorge Fernandes, José GeraldoVieira, Luís Martins, Manuel Bandeira,Mário de Andrade, Menotti Del Pic-chia, Murilo Araújo, Murilo Mendes,Olegário Mariano, Onestaldo de Pen-nafort, Oswald de Andrade, Pádua deAlmeida, Paulo Torres, Pedro Nava,Raul Bopp, Ribeiro Couto, Ronald deCarvalho e Tasso Silveira. [4816]

Milliet, Sérgio.

vide

Silva, Sérgio Milliet da Costa e.

Morais, Vinícius de Melo. Forma e exegese.Rio de Janeiro, Pongetti, 1935. 169 p.

Obras poéticas: O caminho paraa distância, 1933, Forma e exegese,1935, Ariana e a mulher, 1936, No-vos poemas, 1938, Cinco elegias,1943. [4817]

Moura, Emílio Guimarães. Canto da honraamarga. Belo Horizonte, Os amigosdo livro, 1936. 222 p.

Publicou antes: Ingenuidade,1931. [4818]

Néri, Adalgisa. Mulher ausente. Rio de Ja-neiro, José Olímpio, 1940. 151 p.ilus.

Obras poéticas: Poemas, 1937, Amulher ausente, 1940, Ar do deserto,1943. [4819]

Oliveira, Antônio Mariano Alberto de.Poesias de Alberto de Oliveira: 1877-1925: 1ª a 4ª série. Ed. melhorada.Rio de Janeiro, Garnier, 1912-13,1927. 4 v.

Conteúdo:v. 1, Canções, românticas, Meri-

dionais, Sonetos e poemas, Versos erimas, Por amor de uma lágrima eLivro de Ema.

v. 2, Livro de Ema, Alma livre,Terra natal, Alma em flor, Flores daserra e Versos de saudade.

v. 3 Sol de verão, Céu noturno,Alma das coisas, Sala de baile, Rimasvárias, No selo do cosmos e Natália.

v. 4, Ode cívica, Alma do céu,Cheiro de flor, Ruínas que falam,Câmara ardente e ramo de árvore.

Um dos corifeus do parnasia-nismo. [4820]

Oliveira, Filipe Daudt de. Lanterna verde.Rio de Janeiro, Pimenta de Melo,1926. 116 p.

Tendo vindo do simbolismo(Vida extinta, 1911), filiou-se depoisao modernismo. Depois da mortedo poeta, a Sociedade de Filipe deOliveira publicou mais uma coletâ-nea de versos do seu patrono: Algunspoemas, 1937. [4821]

1085

Page 417: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Oliveira, José Osório de. Pequena antologiada moderna poesia brasileira; seleção epref. de José Osório de Oliveira, Lis-boa, Seleção brasileira do S.P.N.,1944. 108 p.

Contém poesias de: AdalgisaNéri, Ana Amélia Queirós Carnei-ro de Mendonça, Ascenso Ferreira,Augusto Frederico Schmidt, Au-gusto Meyer, Carlos Drummondde Andrade, Cassiano Ricardo, Ce-cília Meireles, Eduardo Guimarães,Emílio Moura, Filipe D’Oliveira,Francisco Karam, Gilca Machado,Guilherme de Almeida, Ivã Ribei-ro, Jorge de Lima, Julieta Bárbara,Manuel Bandeira, Mário de Andra-de, Menotti Del Picchia, MuriloAraújo, Murilo Mendes, OneidaAlvarenga, Oswald de Andrade,Raul Bopp, Ribeiro Couto, Rodri-gues de Abreu, Ronald de Carva-lho, Rossini Camargo Guarnieri,Tasso da Silveira e Vinícius deMorais. [4822]

Oliveira, Manuel Botelho de. Obras deBotelho de Oliveira: Música do Parnaso,A ilha da Maré; com estudos deAfrânio Peixoto, Xavier Marques eManuel de Sousa Pinto. Rio de Ja-neiro, Pub. Academia Brasileirade Letras, 1929. 189 p. (Col. clás-sicos brasileiros).

Segundo alguns críticos, Botelhode Oliveira inaugurou o sentimentoda terra na poesia brasileira. Músicado parnaso apareceu em Lisboa, 1705.O pequeno livro se compunha desonetos, madrigais, décimas, redon-dilhas, romances e canções sem amenor importância literária. O poe-ma descritivo A ilha da Maré, no en-

tender de José Veríssimo, salva opoeta de um esquecimento completoe merecido. [4823]

Pederneiras, Mário Paranhos. Outono:versos de 1914. Rio de Janeiro. LeiteRibeiro, 1921. 77 p.

Obras poéticas: Agonia, s.d., Ron-das noturnas, 1901. Histórias do meu ca-sal, 1906. Ao léu do sonho e à mercê davida, 1912 [4824]

Peixoto, Inácio José de Alvarenga. Obraspoéticas: introd. e notas de J. Norbertode Sousa S. Rio de Janeiro, Garnier,1865. 270 p.

A esta edição juntaram os edito-res os documentos históricos davida de Alvarenga Peixoto. [4825]

Peixoto, Mário Breves. Mundéu. Rio deJaneiro, Tipografia S. Benedito, 1931.s.p.

Poeta da geração pós-moder-nista [4826]

Pennafort, Onestaldo de.vide

Caldas, Onestaldo de Pennafort.Penteado, Amadeu Amaral. Espumas.

São Paulo, A cigarra, 1917. 126 p.Obras poéticas: Urzes, 1899, Né-

voa, 1910. Espumas, 1917, Lâmpadaantiga, s. d. [4827]

Picchia, Paulo Menotti del. Poesias: sele-ção de versos, pelo próprio A., comvárias poesias inéditas. São Paulo,Nacional, 1933. 185 p.

Obras poéticas: Poemas do vício e davirtude, 1913, Moisés, 1917, Juca Mula-to, 1917, As máscaras, 1920. A angústiade d. João, 1922, 1926, O amor de Dul-cinéia, 1928, República dos Estados Uni-dos do Brasil, 1928, Poemas de amor, 1930,Jesus, 1933. O primeiro volume é defeição parnasiana. Posteriormente, o

1086

Page 418: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

poeta participou do movimento mo-dernista. As máscaras e Juca Mulato lo-graram numerosas edições [4828]

Porto Alegre, Manuel de Araújo. Colom-bo; poema. Ed. do Instituto Históricoe Geográfico Brasileiro, Rio de Janei-ro, Comp. tip. do Brasil, 1892. 734 p.ilus.

Porto Alegre deixou uma coleçãode poesias líricas, Brasilianas, 1863,um poema épico, Colombo, 1866, doisdramas, O prestígio da lei e Angélica eFirmino, uma comédia arqueológica.A estátua amazônica, e numerosas me-mórias, artísticas e literárias. [4829]

Porto Seguro, visconde de.

vide

Varnhagen, Francisco Adolfo de, Vis-conde de Porto Seguro.

Quintana, Mário. Rua dos cataventos. Por-to Alegre, Globo, s. d. 148 p.

Poeta de geração pós-modernista,do Rio Grande do Sul. [4830]

Rabelo, Laurindo José da Silva. Obraspoéticas; introd. e notas de J. Norbertode Sousa Silva, Rio de Janeiro, Gar-nier, 1876.

O talento de satírico e repentis-ta valeu a Laurindo Rabelo grandepopularidade no seu tempo. Cha-mavam-no o "poeta lagartixa", de-vido ao físico magro e desajeitado.Publicou os seus versos num volu-me intitulado Trovas, 1855, reeditadodepois da sua morte com o acrésci-mo de outras produções, sob o títu-lo Poesias. [4831]

Ramos, Raul de Leôni. Luz mediterrânea;pref. de Rodrigo M. F. de Andrade.3ª ed. Rio de Janeiro, Civilização,1940. 146 p. ilus

Após a morte do poeta, reuniu-setoda a sua obra sob o título do seulivro Luz mediterrânea, cuja 1ª ediçãoé de 1922. Anteriormente havia pu-blicado apenas um poema, a Ode aum poeta morto, 1919, em homenagemmemória de Olavo Bilac, falecidoum ano antes. Os poemas inéditoschamados Poemas inacabados, constamda edição indicada. "Poeta das ideo-logias e das abstrações", chamou-lheRodrigo Melo Franco de Andrade.[4832]

Ricardo, Cassiano.

vide

Leite, Cassiano Ricardo.

Romero, Sílvio Vasconcelos da SilveiraRamos. Contos do fim do século. Rio deJaneiro, 1878. 248 p.

Traz um prefácio do A., sob o tí-tulo: A poesia de hoje. Discípulo deTobias Barreto, Sílvio Romero pre-tendeu realizar uma poesia doutriná-ria ou científica. [4833]

Santos, Luís Delfino dos. Poesias líricas.São Paulo, Nacional, 212 p. ilus. semdata.

A longa atividade poética deLuís Delfino inicia-se por volta de1852 para só terminar em 1910com a morte do poeta. Escreveumuito mas não publicou nenhum li-vro em vida. A obra esparsa de LuísDelfino tem sido editada desordena-damente: Poemas, 1928, Algas e mus-gos, s. d., Íntimas e aspásias, 1935,Atlante esmagado, s.d., Angústia do infi-nito, 1936. Rosas negras, 1938, Esboçode epopéia americana, 1939, Arcos dotriunfo, s.d, Posse absoluta, s.d., O Cristoe a adúltera, 1941, Imortalidade, 3 v.,1941 e 7942 [4834]

1087

Page 419: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Schmidt, Augusto Frederico. Mar desco-nhecido. Rio de Janeiro, José Olímpio,1942. 154. p.

Obras poéticas: Canto do brasilei-ro, Augusto Frederico Schmidt,1928, Cantos do liberto, 1928, Navioperdido, 1931. A desaparição da ama-da, 1931, Pássaro cego, 1932, Cantoda noite, 1934, Estrela Solitária, 1940,Mar desconhecido, 1942. Em 1941,publicou uma versão brasileira doCântico dos Cânticos. O Canto do bra-sileiro, na expressão de Tristão deAtaíde, significa o rompimento comas formas convencionais do moder-nismo. [4835]

Serpa, Alberto de. As melhores poesias bra-sileiras; seleção, pref. e notas de Al-berto Serpa. Lisboa, Portugália, 1943.290 p.

Contém poesias de: José de An-chieta, Gregório de Matos, CláudioManuel da Costa, Silva Alvarenga,Domingos Caldas Barbosa, TomásAntônio Gonzaga, Alvarenga Peixo-to, Antônio Gonçalves Dias, Fran-cisco Otaviano, Bernardo Guimarães,Laurindo Rabelo, Álvares de Azeve-do, Junqueira Freire, Casimiro deAbreu, Fagundes Varela, Castro Al-ves, Machado de Assis, Luís Delfi-no, Gonçalves Crespo, Teófilo Dias,Alberto de Oliveira, B. Lopes, Rai-mundo Correia, Olavo Bilac, Vicen-te de Carvalho, Guimarães Passos,Cruz e Sousa, Alphonsus de Guima-rães, Mário Pederneiras, Augustodos Anjos, Catulo da Paixão Cearen-se, Martins Fontes, Hermes Fontes,Olegário Mariano, Gilca Machado,Raul de Leoni, Manuel Bandeira,Guilherme de Almeida, Filipe d’Oli-veira, Ronald de Carvalho, Mário de

Andrade, Tasso da Silveira, Jorge deLima, Raul Bopp, Ribeiro Couto,Cecília Meireles, Carlos Drummondde Andrade, Murilo Mendes, Adalgi-sa Néri, Augusto Frederico Schmidte Vinícius de Morais. [4836]

Silva, Antônio Francisco da Costa e. An-tologia. Rio de Janeiro, Civ. brasileira,1934. 280 p.

Seleção da obra poética do A.:Sangue, 1908. Zodíaco, 1917, Verhe-ren, s.d., Pandora, 1919, e Verônica,1927. [4837]

Silva, Antônio Joaquim Pereira da. O pódas sandálias; com um estudo de Joãodo Rio, em apenso. Rio de Janeiro,Leite Ribeiro, 1923. 216 p.

Obras poéticas: Vae soli, 1905,Solitudes, 1918, Beatitudes, 1919,Holocausto, 1921, O pó das sandá-lias, 1923, Senhora da melancolia,1928, Alta noite..., 1940. Poetasimbolista. [4838]

Silva, Francisca Júlia da. Esfinges por Fran-cisca Júlia; com um apenso de váriosautores. São Paulo, Monteiro Loba-to, s.d. 168 p.

Obras publicadas: Mármores,1895, e Esfinges, 1903. Obra em quese destacam os sonetos, perfeitosquanto à métrica porém de fria ins-piração. Francisca Júlia, disse Andra-de Murici, é a "encarnação do parna-sianismo rigorosamente plástico,desprovido de emoção". [4839]

Silva, José Bonifácio de Andrada e, Omoço, Poesias de José Bonifácio, Omoço; com uma notícia biográfica.Rio de Janeiro, Laemmert, s.d. 190 p.

Obras poéticas: Rosas e goivos,1848. O redivivo, 1869. [4840]

1088

Page 420: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Silva, José Bonifácio de Andrada e., Opatriarca, Poesias, por José Bonifácio,Américo Elísio; pref. de AfrânioPeixoto. Rio de Janeiro, Pub. Aca-demia Brasileira de Letras. 1942.187 p.

Estava José Bonifácio no exílioquando publicou, em 1825, as Poesiasavulsas, sob o pseud. de Américo Elí-cio. Nesta reedição, as Poesias avulsasapareceram numa reprodução fac-si-milar da princeps, acrescidas das poe-sias ajuntadas na edição de 1861. Se-gundo Afrânio Peixoto, foi José Boni-fácio o iniciador do movimento ro-mântico no Brasil. [4841]

Silva, Juvenal Galeno da Costa e. Lendase canções populares: 1859-1865, 2ª ed.aumentada com as novas canções elendas. Fortaleza, Gualter R. Silva,1892. 622 p.

Obras poéticas: Prelúdios poéticos,1856, Lendas e canções populares, 1865,Canções da escola, 1871, Lira cearense,1872. Em Juvenal Galeno interessa osentido popularesco da sua poesia,inspirada em temas da sua terra na-tal, o Ceará. [4842]

Silva, Sérgio Milliet da Costa e. Poemasanálogos por Sérgio Milliet. São Paulo,Niccolini & Nogueira, 1927. 121 p.

Sérgio Milliet é um dos iniciado-res do movimento modernista de S.Paulo. Grande parte de sua obra depoeta foi publicada na Europa, emfrancês: Par le sentier, 1918, Le départsous la pluie, 1921, e Oeil de boeuf,1923. No Brasil, publicou: Poemas aná-logos, 1927, e Poemas, 1938. Trouxepara o Brasil as primeiras influênciasdos modernistas franceses, comoCocteau e Apollinaire. [4843]

Silveira, Tasso Azevedo da. O canto abso-luto, seguido de Alegria do mundo: poe-mas. Rio de Janeiro, Cadernos dahora presente, 1940. 143 p.

Obras poéticas: Fio d’água,1918, A alma heróica dos homens,1924, Alegria do homem novo, 1926,As imagens acesas, 1928, Cântico doCristo do Corcovado, 1931, Discurso aopovo infiel, 1933, e Descobrimento davida, 1936. [4844]

Sousa, João da Cruz e. Obras de Cruz eSousa. Tomo I: Versos; introd. deFernando Góis. São Paulo, Cultu-ra, 1943. 230 p. (Série clássicabrasileiro-portuguesa Os mestres dalíngua).

Conteúdo: Broquéis, Faróis, Últimossonetos, Poesias avulsas.

Obras poéticas: Broquéis,1893, Faróis, 1900, Últimos sone-tos, 1905. [4845]

Sousa, Pedro Luís Pereira de. Dispersos, dePedro Luís. Rio de Janeiro, Pub. Aca-demia Brasileira de Letras, 1934. 327p. ilus.

Pedro Luís foi, como observouJosé Veríssimo, o precursor da inspi-ração política e social e do que sechamou "condoreirismo" em nossapoesia. Deixou meia dúzia de poe-mas, entre os quais: Os voluntários damorte, 1864, e Terribilis dea, 1869, quealcançaram notoriedade no tempoda sua publicação. A presente ediçãoreúne as poesias de Pedro Luís, clas-sificando-as assim: I -- Épicas, II --Líricas, III -- Satíricas, IV -- Traduçõ-es, e mais uma parte em prosa, alémde notas biográficas e uma bibliografiado poeta. [4846]

1089

Page 421: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Tavares, Odorico. A sombra do mundo;poemas. Rio de Janeiro, José Olím-pio, 1939. 67 p.

Publicou antes: 26 poemas, comAderbal Jurema, 1934. [4847]

Teixeira, Bento. Prosopopéia; pref. deAfrânio Peixoto. Rio de Janeiro, Pub.Academia Brasileira de Letras, 1923.77 p. (Col. clássicos brasileiros).

A 1ª edição é de Lisboa, 1601.Em 1873, a Biblioteca Nacional doRio de Janeiro tirou uma nova edi-ção, "reprodução fiel" da 1ª, com umprefácio de Ramiz Galvão. [4848]

Varela, Luís Nicolau Fagundes. Obrascompletas de Fagundes Varela; pref. deEdgard Cavalheiro. Rio de Janeiro,Valverde, 1943. 3 v.

Conteúdo: v. 1, Vozes da Améri-ca, Noturnas, Pendão auriverde,Cantos religiosos e Avulsas v. 2,Cantos e fantasias, Cantos meridio-nais, Canto do ermo e da cidade -- v.3, Anchieta ou o Evangelho nas sel-vas e Diário de Lázaro. [4849]

Varnhagen, Francisco Adolfo de, vis-conde de Porto Seguro. Florilégio dapoesia brasileira ou coleção das mais no-táveis composições de poetas brasileiros fa-lecidos, contendo a biografia de mui-tos deles, tudo precedido de um en-saio histórico sobre as letras noBrasil. Lisboa, Imprensa Nacional,1850. 3 v.

O terceiro volume foi editado emMadri, 1853, na Imprensa de D. R. J.Dominguez. O Florilégio contém poe-sias de: Eusébio de Matos, Gregóriode Matos, Manuel Botelho d’Olivei-ra, anônimo itaparicano (Frei Ma-nuel de Santa Maria Itaparica), outroanônimo, João de Brito Lima, Antô-nio José, Cláudio Manuel da Costa,José Basílio da Gama, Silva Alvaren-ga Peixoto, Frei José de Santa RitaDurão, Critilo, Tomás AntônioGonzaga, Domingos Caldas Barbo-sa, Padre A. P. de Sousa Caldas, FreiFrancisco de São Carlos, ManuelJoaquim Ribeiro, Joaquim José Lis-boa, Antônio Mendes Bordalo,Joaquim José da Silva, BartolomeuAntônio Cordovil, Luís Paulino,José da Nativididade Saldanha, Pa-dre Silvério da Paraopeba, José Bo-nifácio de Andrada e Silva, Fran-cisco Vilela Barbosa, Cônego Ja-nuário da Cunha Barbosa, ÁlvaroTeixeira de Macedo, Tenreiro Ara-nha, José Elói Otôni, Vicente daCosta Jacques, Frei Francisco dePaula Santa Gertrudes Magna, Ma-nuel Ferreira d’Araújo Guimarães,Francisco Bernardino Ribeiro, LuísRodrigues Ferreira, Francisco Fer-reira Barreto, Gaspar José de Ma-tos Pimentel, Manuel Alves Bran-co, Domingos Borges de Barros, F.A. de Varnhagen. [4850]

1090

Page 422: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Música

Luís Heitor Correia de Azevedo

A bibliografia constante desta seção foi escolhida, exclusiva-mente, entre os estudos que fazem referência às atividades musicaisdo Brasil. Mesmo entre estes, no entanto, uma seleção se impôs, e ocritério adotado consistiu não só em dar preferência aos que consti-tuem contribuição mais valiosa para o conhecimento da história e es-tado atual da música no Brasil, como àqueles que são de mais fácilacesso ao leitor norte-americano. Estão nesse caso publicações emlíngua inglesa ou que se encontram em coleções importantes, segura-mente existentes nas boas bibliotecas dos Estados Unidos; porexemplo, coleções como as de La Revue Musicale, de Paris, Revista doArquivo Municipal, de São Paulo, ou Revista Brasileira de Música, do Riode Janeiro.

Para chegar à seleção bibliográfica acima mencionada foi organiza-da, previamente, uma lista de estudos sobre música escritos por brasilei-ros e de estudos sobre música brasileira escritos por autores de qualquernacionalidade. Essa lista, tão completa quanto possível, utilizando ape-nas as bibliotecas do Rio de Janeiro, foi obtida graças à preciosa colabo-ração de minhas antigas alunas Cleofe Person de Matos e Mercedes Reis,às quais desejo consignar, aqui, meu reconhecimento pela sua grandeparticipação neste trabalho.

É certo que os estudos sobre música, no Brasil, ainda se encontramem fase incipiente; de nenhum modo podem estabelecer paralelo com opujante labor de criação musical pura do país; escreve-se pouco e, emgeral, escrevem-se coisas de escasso valor, sobre esse assunto, em nossaterra. Todavia o número de itens constantes da referida lista, abrangen-do tanto livros e folhetos como artigos em revistas especializadas ou de

1091

Page 423: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

cultura, subiu a cifra inesperada. Apenas uma quarta parte pôde seraproveitada na presente bibliografia.

Esperamos poder publicar a lista completa, no Brasil, proximamente.No correr desta Introdução são mencionadas diversas obras que

têm importância no panorama retrospectivo ou atual dos estudos quenos ocupam mas que, por não versarem sobre o Brasil, foram omitidasem nossa bibliografia. Nesse caso indicações complementares sobre taisobras são dadas em notas, que constituem, assim, uma espécie de suple-mento à bibliografia principal.

Quando começou a impressão de música, no Brasil? Esse pequenoproblema de cronologia ainda não foi suficientemente esclarecido; nem éminha intenção abordá-lo, aqui. Entretanto, como o assunto de que es-tamos tratando se presta a essas especulações, quero, de passagem, ace-nar para essa questão, à luz do que sabemos, atualmente, e trazendo acontribuição das velhas edições que tive de compulsar.

Um compositor tão célebre como foi, em seu tempo, José MaurícioNunes Garcia, não teve nenhuma de suas obras impressas enquanto vi-veu. Ora, como sua morte ocorreu em 1830, é lícito pensar que só pos-teriormente a essa data tiveram início as impressões de música em nossaterra. Não podemos precisar quando começaram a ser publicadas as mú-sicas impressas por P. Laforge, em seu estabelecimento, à Rua da Cadeianº 89, no Rio de Janeiro. Esse P. Laforge era um flautista, provavelmen-te francês, que, segundo Mário de Andrade, vivia na capital do Impériodesde os anos do reinado de Pedro I (1822-1831). As músicas que edita-va, estampadas em água-forte, não tinham capa, às vezes limitavam-se aindicar o impressor com as iniciais P. L. situadas embaixo da primeirapágina, e são, hoje em dia, consideradas muito raras. Mário de Andrademenciona um desses exemplares no qual figura uma dedicatória manus-crita, datada de 1835, em Lisboa. É a referência cronológica mais afasta-da que possuímos, a respeito das edições de Laforge.

De 1832 conhecemos o Compêndio de Música Prática, de FranciscoManuel da Silva, impresso na Tipografia Nacional, no Rio de Janeiro,

1092

Page 424: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

o qual já apresentava muitas páginas de música, em litografia1. E a partirde 1840 são numerosas as publicações de música ou incluindo textosmusicais, como versos pelas que vão mais adiante assinaladas.

O primeiro livro sobre música publicado no Brasil saiu dos prelosda Impressão Régia antes da proclamação da Independência. Trata-se deum precioso volume de 79 páginas, impresso em 1820, contendo a tra-dução, feita por um amador, da Notícia Histórica da Vida e das Obras de JoséHaydn, lida em 1810, no Instituto de França, por Joaquim Le Breton,chefe da Misssão Artística que veio ao Brasil, em 1816, estabelecer aAcademia das Belas-Artes2. Nesse volume, além do texto de Le Breton,há diversos apêndices acrescentados pelo tradutor e por SigismundoNeukomm, antigo discípulo de Haydn, então residente no Rio de Janei-ro, a quem é dedicada a tradução.

Não há que estranhar o fato de somente em 1820 sair dos prelosbrasileiros um volume tratando de música, pois em tal época as ativida-des editoriais estavam apenas começando, no país, uma vez que a pri-meira oficina regular de impressão -- essa mesma que preparou o volumeem questão -- somente em 1808 fora inaugurada.

Em 1823 publicava-se, também no Rio de Janeiro, na tipografiade Silva Porto & Cia., uma Arte de Música para uso da Mocidade Brasilei-ra, cujo autor se ocultava sob o pseudônimo Um seu Patrício3. Esse li-vro não deve ter tido grande divulgação, pois que Francisco Manuel daSilva, ao publicar, em 1832, o seu já referido Compêndio de Música Prática,

1093

(1) Francisco Manuel da Silva, Compêndio de Música Prática dedicado aos Amadores eArtistas Brasileiros em 1832. Rio de Janeiro, na Tipografia Nacional, 1832, 11 p.

(2) Joaquim Le Breton. Notícia histórica da vida e das obras de José Haydn, doutor emMúsica, membro associado do Instituto de França e de muitas Academias. Traduzida emportuguês por um amador, e dedicada ao senhor Neukomm, cavaleiro da Legião de Honra,membro da Sociedade Real de Música da Suécia, da Sociedade Imperial Filarmônica de SãoPetersburgo, da Academia Real das Ciências de Paris, etc., Rio de Janeiro, na Impressão Regia,1820, 79 p.

(3) Um seu Patrício, Arte de Música para uso da Mocidade Brasileira. Rio de Janeiro, naTipografia de Silva Porto & Cia., 1823, 39 p.

Page 425: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

declarava, em advertência "Aos Leitores", ser a sua "a primeira obra nestegênero publicada por um Artista Brasileiro". Ora, para que homem tãoaustero e honesto como era o autor do Hino Nacional afirmasse tal coi-sa, temos de supor que ignorava a existência do volume de que estamostratando; e essa hipótese só é admissível admitindo a completa obscuri-dade em que ficou aquele livro, pois sendo publicado apenas nove anosantes do de Francisco Manuel, dificilmente se compreende que numa ci-dade acanhada, como era o Rio de Janeiro daquele tempo, um artista tãonotório pudesse desconhecer o que se publicava, em seu tempo, sobre asua especialidade. Sem recursos, ainda, para imprimir os exemplos demúsica indispensáveis num compêndio como esse, o autor de Arte daMúsica para uso da Mocidade Brasileira recorre a um curioso e penosoexpediente: todas as notas, pausas, acidentes e demais sinais de grafiamusical empregados em seu livro se acham caligrafados a mão sobrepentagramas obtidos com os recursos normais da caixa tipográfica (li-nhas superpostas). Esse processo, aliás, continuou sendo utilizado atémeados do século, em livros de música publicados nas províncias. En-contramos notação musical manuscrita no Compêndio de Princípios Ele-mentares de Música, de João Nepomuceno de Mendonça, impresso noPará, em 18421; e na Pequena Arte da Música, de Tomás da CunhaLima Cantuária, impressa em Recife, em 18572. Nesta última cidade,entretanto, havia recursos para a impressão de música, pois que em1843 sai da tipografiade Santos & Companhia o Tratado CientíficoMetódico-Prático de Contraponto, escrito pelo compositor italianoJosefe Fachinetti, que teve destacada atuação na vida musi-cal brasileira daquele período, sendo muito apreciado

1094

(1) João Nepomuceno de Mendonça, Compêndio de Princípios Elementares de Música.Pará, Tipografia de Santos & Menor, 1842, 9 p.

(2) Tomás da Cunha Lima Cantuária, Pequena Arte da Música, Recife-Tipografia de M.F. de Faria, 1857, 20 p.

Page 426: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

como autor de modinhas (tipo de canção em voga, no Brasil, nosséculos XVIII e XIX); e esse tratado tem abundante ilustração musi-cal, muito bem impressa, pelo processo Breitkopf de tipos móveis1.

Por volta de 1835 fixava-se no Rio de Janeiro o músico portuguêsRafael Coelho Machado, que nessa cidade fundou, mais tarde, umaeditora musical. A partir de 1842 ele começa a publicar a longa série deseus trabalhos, quase todos impressos no Brasil. São desse ano o Dicioná-rio Musical2, os Princípios de Música Prática3 e os primeiros números do Ra-malhete das Damas, periódico musical e poético que se publicou até 18464.A segunda dessas obras tinha, em folhas anexas, os exemplos de música; aúltima era uma coleção de música para canto, como tantas outras quese editaram no Brasil, para a divulgação de "modinhas" e trechos favori-tos.

As obras teóricas de Rafael Coelho Machado incluem, além das jámencionadas, uns Princípios de Arte Poética5, um A.B.C. Musical6, um Méto-do de Afinar o Piano7, uns Elementos de escrituração musical8, um Breve Tratado

1095

(1) Josefe Fachinetti, Tratado Científico Metódico-Prático de Contraponto, composto e oferecido,com prévia e especial licença, a S. M. o Senhor D. Pedro II, Imperador do Brasil.Pernambuco, Tipografia de Santos & Companhia, 1843, 68 p. mais 44 deSuplemento, contendo breves notas sobre história da música.

(2) Rafael Coelho Machado, Dicionário Musical. Rio de Janeiro. Tipografia Francesa,1842, 257 p.

(3) Rafael Coelho Machado, Princípios de Música Prática para Uso dos Principiantes. Rio deJaneiro, Tipografia Francesa, 1842, 24 p.

(4) Cf. Sacramento Blake, Dicionário Bibliográfico Brasileiro, sétimo volume, nº 98.Segundo M. Moreira da Silva ("A música no Brasil", em Ilustração Brasileira,setembro e outubro de 1922) essa publicação circulou entre 1843 e 1848.

(5) Rafael Coelho Machado, Princípios de arte poética ou medição dos versos usados na línguaportuguesa com interessantes observações aos compositores de canto nacional. Rio de Janeiro,Tipografia Francesa, 1844, 28 p.

(6) Rafael Coelho Machado, A.B.C. Musical, em breve explicação da arte de música, dedicadaaos amadores. Rio de Janeiro, Tipografia de Carlos Hering, 1845, 15 p.

(7) Rafael Coelho Machado, Método de afinar piano, com história, descrição, escolha econservação deste instrumento. Rio de Janeiro, Tipografia Francesa, 1845, 16 p.

(8) Rafael Coelho Machado, Elementos da escrituração musical ou arte de música. Lisboa,

Page 427: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

d’Harmonia1 e um Método de Órgão Expressivo2. Tiveram grande influênciana formação dos estudantes de música brasileiros, o que fica atestadopelas sucessivas edições de algumas delas e a circulação que ainda têm,hoje em dia. Ernesto Vieira, em seu Dicionário Biográfico de Músicos Portu-gueses, estranha a "reputação de músico muito sábio" que esse fecundo autordesfrutava no Brasil e diz que o seu Tratado de Harmonia é obra "eivadados mais crassos erros", manifestando-se, no Dicionário Musical, "igno-rância técnica deveras singular num professor".

Prova de como era bem estabelecida, em seu tempo, a reputação deRafael Coelho Machado, encontramos na publicação, em 1853, no Riode Janeiro, por José Filipe Correia, de uns Elementos de Música, constantesde "breves definições extraídas do vocabulário do Sr. Rafael Coelho Machado, comum pequeno aditamento de fora respeito ao estilo de solfejar"3.

No Brasil, como alhures, não apenas a livros de música deve recor-rer o estudioso desejoso de informar-se sobre o processo de formaçãomusical do país ou qualquer um de seus múltiplos aspectos. A históriageral, as memórias, as crônicas de viagem, são auxiliares preciosos paraessas indagações.

Desde o século XVI encontramos, na brasiliana, preciosas referên-cias à música, instrumentos de música e danças dos nativos. Em 1585,na terceira edição do livro de Léry, Histoire d’un voyage faict en la terre duBrésil autrement dite Amerique, já há textos de música, reproduzindo canta-res dos tupinambás. E nas obras de Hans Staden, André Thevet, GabrielSoares de Sousa, Fernão Cardim, Claude d’Abbéville, Yves d’Évreux eSimão de Vasconcelos, multiplicam-se as informações subsidiárias. Con-

1096

1852, 14 p.(1) Rafael Coelho Machado, Breve Tratado d’Harmonia contendo o Contraponto ou Regras da

Composição Musical e o baixo cifrado ou acompanhamento d’Órgão. Paris, 1851, IV-124 p.(2) Rafael Coelho Machado, Método de órgão expressivo, vulgarmente harmônico, contendo

todas as regras de bem-tocar este precioso instrumento, recurso dos registros e dos pedais, maneirade conservá-lo, etc. Rio de Janeiro, 1854, 24 p.

(3) José Filipe Correia, Elementos de Música. Rio de Janeiro, Tipografia Universal deLaemmert, 1853, 12 p.

Page 428: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

tinuarão, posteriormente, em Le Gentil de la Barbinais, Tollenare, HenryKoster, Spix & Martius, Freycinet, etc... Seria alongar demasiadamentenossa relação bibliográfica incluir entre seus itens tais fontes de informa-ção que, entretanto, repito, são muito valiosas. O critério adotado, nocaso, foi o de desprezar todas as obras desse gênero em que a música éapenas objeto de referências ocasionais e não chega a constituir ma-téria para um capítulo especial. O leitor poderá encontrar essas obrasna bibliografia referente a Viagens.

As que vão mencionadas nesta seção, como o Essai statistique, deBalbi; a Histoire Littéraire, de Ferdinand Denis; a História da Companhia deJesus no Brasil, de Serafim Leite; a História dos Estabelecimentos Científicos, Li-terários e Artísticos de Portugal, de José Silvestre Ribeiro; os trabalhos de et-nografia de Koch-Gruenberg, Métraux, Speiser, Barbosa Rodrigues, Ro-quete-Pinto, Artur Ramos, Edison Carneiro, etc., foram consideradosfundamentais para o conhecimento da situação da música, no Brasil,quer sob o ponto de vista histórico ou social, quer sob o etnográfico oufolclórico.

De Spix & Martius vai citada a pequena coletânea musical anexa àReise in Brasilien -- Brasilianische Volkslieder und Indianische Melodian. Trata-sede uma obra que falta mesmo em algumas boas brasilianas e que geral-mente é pouco conhecida, devido ao pequeno número de exemplaresdistribuídos (a recente publicação de uma bibliografia do folcloremusical Latino-Americano, compilada por Gilbert Chase, revela-nossua ausência nas gigantescas coleções da Library of Congress, deWashington). Nela encontramos várias modinhas, com acompanha-mento de piano, melodias indígenas "colhidas com bastante espíritoetnográfico", segundo o depoimento de Mário de Andrade em Música eCanção Populares no Brasil (pág. 7), e um curioso lundu, do qual só é re-produzida a parte melódica.

Não sendo o objeto desta bibliografia a obra musical, ela mesma,mas, sim, os estudos que tem suscitado, isto é, não sendo a "música",mas os escritos "sobre a música", o que aqui se pretende indicar, somen-

1097

Page 429: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

te umas poucas coletâneas de música, como essa de Spix & Martius, fo-ram admitidas na lista a seguir. São coletâneas de música primitiva oupopular, apresentadas como documento, sem preocupação de revesti-mento artístico. Muitas delas contêm, unicamente, melodias não harmo-nizadas; estão nesse caso as Toadas de Xangô de Recife, de Ernâni Braga; osChants Populaires du Brésil, de Elzie Houston-Péret, onde, Mário de An-drade afirma, "são poucos os enganos e nenhum de importância grave"(folhetim na Folha da Manhã, de São Paulo, 10 de junho de 1943); as Can-ções Populares do Brasil, de Júlia Brito Mendes, e as Cantigas das Crianças e doPovo, de Alexina de Magalhães Pinto. As Modinhas Imperiais, de Mário deAndrade, e o Cancioneiro de Músicas Populares, de César das Neves, bemcomo a já referida coletânea de Spix & Martius, contêm peças harmoni-zadas.

Em diversas outras obras de etnografia ou de folclore são en-contradas, também, mais ou menos extensas, mais ou menos idô-neas, transcrições de documentos musicais. Vale lembrar, apenas, oEnsaio sobre Música Brasileira, de Mário de Andrade, O que o povo cantaem Portugal, de Jaime Cortesão, os Estudos de Folclore, de Luciano Gal-let, Musik der Makuschi, Taulipang und Yehuaná, de Erich M. von Horn-bostel, Serenatas e Saraus, de Melo Morais Filho, o Folk-Lore Brésilien,de Santa-Ana Nery, os livros de folclore infantil de Alexina de Maga-lhães Pinto, e a Rondônia, de Roquete-Pinto, todas incluídas na pre-sente bibliografia.

Os que quiserem conhecer ou consultar outros cantos populares,além dos contidos nessas coletâneas, poderão recorrer às harmonizaçõespara as escolas ou de caráter artístico feitas por Vila-Lobos1, Luciano

1098

(1) Vila-Lobos, Chansons Tipiques Brésiliennes harmonisées. Depuis les Chants Indiensjusqu’aux Chansons populaires du Carnaval Carioca. Paris, Editons Max Esching, 1929.Coletânea de dez números, sendo que dois cantos indígenas, uma berceuse, umcanto de macumba, uma toada caipira, um desafio, duas modinhas e uma embolada.Ver, também, o Guia Prático, coletânea de música popular arranjada para usoescolar, publicada pelos editores Sampaio Araújo & Cia., Rio de Janeiro; o 1º

Page 430: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Gallet1, Frei Pedro Sinzig2, Ceição de Barros Barreto3, João Gomes Jú-nior e Batista Julião4, João Batista Julião5, Fabiano Losano,6 etc. Advirtoque esta sumária indicação de autores que harmonizaram cantos do fol-clore brasileiro não pretende ser completa.

O folclore musical ocupa um grande lugar nesta bibliografia. Não éde estranhar. A musicologia americana tem que ser, primacialmente,alentada pelos estudos de folclore. Por toda a América a obra de criaçãomusical artística é relativamente tão recente que mal pode fornecer te-mas para pesquisas ou ensaios de caráter verdadeiramente musicológico.O que se escreve a respeito da jovem música das Américas geralmentepermanece no terreno da crítica, da exegese. Somente a música dos pri-mitivos e a música do povo, envolvendo problemas fascinantes da gêne-se, de comparação, de relação entre a música e a sociedade, oferece aosestudiosos um campo fecundo para as suas explorações.

Lazare Saminsky, em artigo para The New York Times (8 de setem-bro de 1940) constata que "the musicographer of South America is nomore as hypnotized by the European West as he formerly was. We here,in the United States, have really no ideal of how far research into themainspring of the indigenous music of South America has reached, andhow individual is it". Efetivamente, nesse terreno, a bibliografia dos es-

1099

volume contém 137 números.(1) Luciano Gallet, Canções Populares Brasileiras Recolhidas e Harmonizadas. Rio de

Janeiro, Carlos Werhs & Cia. A coleção completa, publicada em cinco cadernos equatro números avulsos, compreende, ao todo, 22 peças, arranjadas para diversascombinações vocais, com ou sem acompanhamento de piano.

(2) Frei Pedro Sinzig O.F.M., O Brasil Cantando. Coleção de canções, modinhas e outroscantares para uma ou duas vozes orfeônicas (a seco) ou com acompanhamento de piano, para olar e a escola, festas e passeios. Colecionadas e harmonizadas. Petrópolis, Editora Vozes,1938, 426 p.

(3) Ceição de Barros Barreto, Cantigas de Quando eu Era Pequenina. Rio de Janeiro,Pimenta de Melo & Cia., 1931.

(4) João Gomes Júnior e João Batista Julião, Ciranda-Cirandinha... Coleção de Cantigaspopulares e Brinquedos. São Paulo, Com. Melhoramentos de S. Paulo, 1924.

(5) João Batista Julião, Cantigas de Minha Terra. São Paulo, Editora A Melodia, 1936.(6) Fabiano Losano, Minhas Cantigas. São Paulo, Edição Ricordi.

Page 431: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

tudos musicais brasileiros pode incluir alguns itens que se classificam entre oque de mais penetrante e sólido se tem escrito, em todo o mundo, sobre amúsica do povo. Obras como o Ensaio sobre Música Brasileira, O Samba RuralPaulista, ou o "Prefácio" às Modinhas Imperiais, de Mário de Andrade, são ver-dadeiros padrões de investigação, no terreno da música folclórica.

Mário de Andrade e o compositor Luciano Gallet foram, no decê-nio 1920-1930, os iniciadores de pesquisas e estudos sobre música popu-lar brasileira realizadas com intenção científica, com propriedade de do-cumentação e argumentação. Antes deles já se escrevera bastante sobreo assunto, mas apenas informativamente; ou, entrando no campo dasconclusões, de maneira tão infundada que somente uma providencialcoincidência ou intuição divinatória do autor poderia salvar a validadedessas teses tão insuficientemente defendidas. Em qualquer caso, porém,as informações ficavam; e não poucas são valiosas para nós.

Contemporaneamente, a par de Mário de Andrade, é a uma sua discí-pula que devemos os melhores estudos sobre o folclore musical brasileiro:Oneida Alvarenga. Os seus "Comentários e Alguns Cantos e Danças doBrasil", publicados na Revista do Arquivo Municipal de São Paulo (vol.LXXX) e resumidos, em inglês, no relatório de viagem apresentado aoCoordinator of Inter-American Affairs pelo Sr. Evans Clark, são de ina-preciável utilidade para orientação dos que desejam compreender o in-trincado dédalo das designações atribuídas à sua música e à sua coreo-grafia pelo nosso povo.

No terreno da etnografia (música primitiva) a contribuição ofereci-da pela musicologia brasileira é bem menor. Salvo alguns singelos relatosde viajantes e etnólogos, nem sempre muito precisos, sob o ponto devista musical (lembramos Barbosa Rodrigues e Roquete-Pinto), bemcomo o sólido estudo de O. Bevilaqua sobre A Sirinx no Brasil, devemosa escritores europeus, como Hornbostel, Izikowitz ou Métraux, o que demelhor ostenta a nossa bibliografia nessa especialidade.

Uma bibliografia especializada da "folcmúsica" brasileira (incorpo-rada à "folcmúsica" latino-americana), foi recentemente publicada pela

1100

Page 432: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Library of Congress de Washington1. Bem mais desenvolvida do que aparte destinada ao folclore nesta bibliografia de estudos musicais, só aparte destinada ao Brasil consta de 170 entradas, distribuídas por diver-sas seções: 1. History, Criticism, Description (a) General (b) Indian (c) Negro(d) Dances; 2. Collections of Music; 3. Individual Songs; 4. Collections of Texts. Oleitor interessado nessa especialidade tirará grande proveito em recorrerà publicação da Library of Congress para completar a lista de estudossobre folclore musical brasileiro incluídos na presente bibliografia.

Evidência do que acima ficou dito, em relação à importância quedão os musicólogos brasileiros ao folclore, é a publicação, em 1942, da2ª edição, consideravelmente aumentada, da História da Música Brasileirade Renato Almeida. Nesse alentado volume, de 529 páginas, 279, isto é,mais de metade, são dedicadas à música popular, estudada em 6 capítu-los, a saber: 1. A Música Popular Brasileira sua formação; 2. A Música e os Ins-trumentos Musicais dos Índios Brasileiros; 3. As Cantigas do Brasil; 4. Cantos Re-ligiosos e Fetichistas; 5. As Danças Brasileiras; 6. Danças Dramáticas e BailadosPopulares do Brasil. Numerosos textos musicais ilustram os comentáriosdo autor; a bibliografia consultada e citada é opulenta; a matéria expostadescritivamente, com muita clareza e a mais escrupulosa honestidade; asconsultas extremamente facilitadas pela boa disposição dos capítulos eseus parágrafos e pelo minucioso índice analítico que ocupa 17 páginas,com 3 colunas em tipo miúdo, no fim do volume.

Esse livro, os Comentários a Alguns Cantos e Danças do Brasil, de Onei-da Alvarenga, e o Ensaio, de Mário de Andrade, constituem o breviárioda nossa "folcmúsica". Devem ser as primeiras leituras dos que quiseremtravar conhecimento com esses domínios da arte musical no Brasil.

A referência à obra de Renato Almeida nos leva a considerar a his-toriografia da música brasileira.

1101

(1) Gilbert Chase, Bibliography of Latin Americana Folk Musica. Washington. TheLibrary of Congress, Division of Music, 1942, 145 p.

Page 433: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

A primeira obra publicada -- a que tem representado o Brasil emquase todas as bibliografias citadas nas obras de história ou nas enci-clopédias em que se faz menção da América do Sul -- é a de G. T.Pereira de Melo: A Música no Brasil. Homem de província, autodidatacomo todos os seus conterrâneos que se viram lançados nos estudosmusicais sem terem tido a fortuna de aprimorar seus conhecimentosno estrangeiro ou nos grandes centros musicais do país, Pereira deMelo conseguiu reunir, na Bahia, onde vivia, uma considerável bi-blioteca especializada; e foi, certamente, o seu amor aos livros que olevou a empreender a tarefa de escrever uma História da Música emseu país, numa época em que a literatura subsidiária ainda era tão es-cassa, e, em sua cidade natal, as facilidades de documentação tãopouco animadoras. O que nenhum dos grandes críticos do Rio e deSão Paulo ousara tentar, ele se propôs a realizar e efetivamente reali-zou, com as deficiências de fundo e de forma que eram inevitáveis eque a outros, mais vaidosos, teriam feito desanimar. Andrade Muricidiz que o seu livro "é um amálgama arbitrário de materiais rarissima-mente depurados pelo espírito critico" (folhetim no Jornal do Comércio,Rio de Janeiro, 4 de março de 1942). Mas o essencial é que ele reuniuesses "materiais"; abriu um caminho; e deixou aos seus seguidores atarefa mais compensadora de retificar os seus erros e verificar assuas omissões.

O livro de Pereira de Melo fora publicado em 1908; somente dezoi-to anos mais tarde, isto é, em 1926, vieram a lume as primeiras históriasda música brasileira, escritas depois da sua obra de pioneiro: a de RenatoAlmeida, em português, e a de Vincenzo Cernicchiaro, em italiano. Aprimeira não passava, naquela 1ª edição, de um modesto ensaio de críticada música brasileira, aliás habilissimamente conduzido e inspirado pelomesmo movimento de renascimento nacionalista organizado que ditaraa Ronald de Carvalho a sua Pequena História da Literatura Brasileira, publi-cada no ano anterior. Da segunda, o menor deslize não é o total desco-nhecimento de sua precursora, a obra de Pereira de Melo; no prolixo vo-

1102

Page 434: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

lume de Cernicchiaro, sobrecarregado de divagações e detalhes inúteis, aparte crítica é deplorável, deixando-nos na contingência de optar entre ahipótese de sua irresponsabilidade, oriunda de um primarismo estéticonão impossível mas surpreendente, e a hipótese de uma deliberada dou-trinação antibrasileira, destinada a apontar na música italiana do séculoXIX as fontes e o roteiro da criação musical no Brasil. Os mais conspí-cuos mestres de nossa música são maltratados, nessa obra partidária, emque a visão do autor é continuamente perturbada pela sombra de suasprevenções pessoais. Apesar de tudo isso, com suas 617 páginas, debom papel, belamente impressas em Milão, com a cooperação financeirado governo brasileiro, a Storia de Cernicchiaro é um livro indispensávelaos que tiverem necessidade de aprofundar seus conhecimentos em al-gum período de nossa vida musical. Mas é preciso ter cuidado com aexatidão de suas datas, nomes dos compositores, relação de obras e cer-tos fatos citados. Numerosas retificações se impõem. Essa obra é útilporque é abundante; mas os seus dados carecem verificação. Muitos jáforam submetidos a esse tratamento em obras ou artigos publicadosposteriormente; outros demandam prudência por parte do leitor avisa-do.

Em 1941 foi editado o 1º volume, consagrado ao Brasil, da Históriada Música, de Ulisses Paranhos. E em 1942, como já foi dito, apareceu a2ª edição do livro de Renato Almeida que, seja pelas proporções, sejapelo critério, seja pelas facilidades de consulta que oferece, está destina-do a ser o "clássico" da nossa história musical.

A história geral da música foi exposta em alguns livros escritos porbrasileiros: A. de Resende Martins, em 19261, Mário de Andrade, em1929, Margaret Stewart & Fransisco Mignone, em 19352, Carlos TorresPastorino, em 1938 (2ª edição em 1941), Rossíni Tavares de Lima (edi-

1103

(1) Amélia de Resende Martins, História da Música. Rio de Janeiro, TipografiaLeuzinger, 1926, 185 p.

(2) Margaret Steward e Francisco Mignone, História da Música Contada à Juventude. SãoPaulo, E. S. Mangione, 1935-1936, 2 vols., 95 e 121 p.

Page 435: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ção sem data)1 e Guilherme Figueiredo, em 1942, publicaram compên-dios para fins didáticos ou de vulgarização. O de Mário de Andrade tor-nou-se complemento indispensável à bagagem escolar dos estudantes denossos conservatórios, estando, agora, em sua 4ª edição.

J. C. Caldeira Filho, que se vem afirmando como um dos trabalha-dores mais sérios de nossas letras musicais, deu-nos, em 1941, uma tra-dução adaptada, ampliada e, por vezes, comentada, do Libro d’Oro del Musi-cista, de Domenico Alaleona; os dois últimos capítulos, "Música contem-porânea" e "A música no Brasil" são, inteiramente, de sua autoria.

Também alguns dicionários musicais figuram entre a produção dosescritores brasileiros. Já mencionamos o de Rafael Coelho Machado (v.nota); vale lembrar, ainda, o Dicionário Musical, de Isaac Newton2, o Voca-bulário Musical de J. B. Ferreira da Silva3 (obra em geral pouco conhecida,mas muito útil, principalmente para estudantes de música, devido à tra-dução de um grande número de vocábulos e frases estrangeiras usadasna linguagem musical) e a pequena Terminologia Musical, de Savino de Be-nedictis4.

Compêndios e tratados de música constituiriam, como é natural,uma das mais numerosas seções desta bibliografia, se tivéssemos o in-tento de torná-la completa. Desde que, em 1823, um seu patrício publicoua Arte da Música para Uso da Mocidade Brasileira, um enxame de artinhas,compêndios, elementos, lições, noções, regras elementas, resumos, rudimentos de músi-ca, etc., têm saído dos nossos prelos, e muitas vezes de prelos europeus,escritos por professores desejosos de transmitir aos seus discípulos, pelolivro impresso, tanto quanto pelos ensinamentos orais, a sua ciência damúsica. Está claro que nenhuma dessas obras vai citada na bibliografia

1104

(1) Rossíni Tavares de Lima, Noções de História da Música. São Paulo, Casa Wagner,s.d., 76 p.

(2) Isaac Newton, Dicionário Musical. Maceió, Tipografia Comercial, 1904, 313 p.(3) Dr. J. B. Ferreira da Silva, Vocabulário Musical. Rio de Janeiro, Sampaio Araújo &

Cia., 1921, 216 p.(4) Savino de Benedictis, Terminologia Musical. São Paulo, G. Ricordi & Cia., 1941,

73 p.

Page 436: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

publicada a seguir pois, como já foi dito, a ela reservamos, exclusiva-mente, os escritos referentes à música brasileira e aos músicos brasilei-ros. Quero assinalar, entretanto, nesta nota introdutória, algumas delas.

Vários dos nossos compositores mais em evidência não desdenha-ram emprestar seu nome a tais compêndios. Já nos referimos ao Compên-dio de Música Prática, de Francisco Manuel da Silva (1795-1865) (v. nota).Elias Álvares Lobo (1834-1901), o mestre paulista autor da primeiraópera brasileira, escreveu um Método de Música1; João Gomes Júnior(1872), também autor de diversas óperas, umas Aulas de Música2, às quaisacrescentou uma lista dos principais compositores brasileiros e suasobras; em colaboração com Miguel Carneiro Júnior esse mesmo compo-sitor deu-nos um Curso Teórico e Prático de Música Elementar3; Leopoldo Mi-guez (1850-1902), artista da máxima projeção, em seu tempo, é autor de um peque-no caderno de Elementos de Teoria Musical4; J. Otaviano (1898) escreveu Pon-tos de Teoria Musical e Solfejo5, Pontos de Teoria Musical6, Curso de Análise Har-mônica e Construção Musical7 e Análise de Contraponto e Noções de Instrumenta-ção8; José Siqueira (1907) é autor de dois pequenos manuais: Canto dadoem XIV Lições9 e Regras de Harmonia Elementar10.

1105

(1) Elias Álvares Lobo, Método de Música, 2ª edição. São Paulo, Jules Martin, s.d., 45 p.(2) João Gomes Júnior, Aulas de Música, 2ª edição. São Paulo, Casa Wagner, s.d., 147 p.(3) João Gomes Júnior e Miguel Carneiro Júnior, Curso Teórico e Prático de Música

Elementar. São Paulo, Duprat & Cia., 1903, 152 p.(4) Leopoldo Miguez, Elementos de Teoria Musical. Rio de Janeiro, E. Beviláqua & Cia., s.d.,

47 p.(5) J. Otaviano, Pontos de Teoria Musical e Solfejo. Rio de Janeiro, Sampaio Araújo &

Cia., s.d., 23 p.(6) J. Otaviano, Pontos de Teoria Musical. Rio de Janeiro, Sampaio Araújo & Cia., s.d., 3 vols.(7) J. Otaviano, Curso de Análise Harmônica e Construção Musical. Rio de Janeiro,

Sampaio Araújo & Cia., 1934, 2 vols., 90 e 76 p.(8) J. Otaviano. Análide de Contraponto e Noções de Instrumentação. Rio de Janeiro,

Sampaio Araújo & Cia., 1934, 46 p.(9) José de L. Siqueira, Canto dado em XIV Lições. Rio de Janeiro, Carlos Wehrs &

Cia., 1937, 83 p.(10) José de Lima Siqueira, Regras de Harmonia Elementar. Rio de Janeiro. Carlos Wehrs

& Cia., 1937, 49 p.

Page 437: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Até mesmo um filólogo, como Antenor Nascentes, inscreveu seunome no cabeçalho de um dos mais bem sucedidos Elementos de TeoriaMusical publicados no Brasil, obra muito vulgarizada entre os estudantese que tem tido numerosas edições1.

E seria injusto não mencionar aqui, pela importância dessa obra,traçada com firmeza e originalidade, a série de tratados que Paulo Silva,professor de Contraponto e Fuga da Escola Nacional de Música da Uni-versidade do Brasil, vem publicando, abrangendo, até este momento,desde as primeiras noções de música à composição da fuga.2 3 4 5. Bemcomo os livros que, à pedagogia musical, e especialmente à pianística,consagrou A. Sá Pereira, atual diretor daquela escola.6 7 8.

A maior parte -- e quase que sou tentado a dizer a melhor parte --dos estudos musicais publicados no Brasil, não o foi em livros ou folhe-tos, mas nas páginas de revistas especializadas ou revistas de cultura.

A Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro encerra algumascontribuições fundamentais para o conhecimento da personalidade e ati-vidades dos velhos músicos brasileiros. A Revista do Arquivo Municipal deSão Paulo tem estudos de importância ímpar, no domínio do folcloremusical. E a Revista Brasileira (série de 1879-1881; e série iniciada em1895), a Revista do Brasil (a de Monteiro Lobato, em São Paulo, e a de

1106

(1) José Raimundo da Silva e Antenor Nascentes, Elementos de Teoria Musical, 4ªedição. Rio de Janeiro, J. de Sá Oliveira, 1927, 69 p.

(2) José Paulo da Silva, Cartilha de Música. Rio de Janeiro, J. Santos & Cia., 1926, 10 p.(3) José Paulo da Silva, Manual da Harmonia, 2ª, melhorada e aumentada. Rio de

Janeiro, Carlos Wehrs & Cia., 1937, 251 p.(4) José Paulo da Silva, Curso de Contraponto, 2ª, melhorada e aumentada. Rio de

Janeiro, Carlos Wehrs & Cia., 1938, 95 p.(5) José Paulo da Silva, Manual de Fuga. Rio de Janeiro, Carlos Wehrs & Cia., 1938, 95 p.(6) Antônio Sá Pereira, Ensino Moderno de Piano. Aprendizagem racionalizada. São Paulo,

G. Ricordi & Cia., 1933, 94 p.(7) Antônio Sá Pereira. O Pedal na Técnica do Piano. Rio de Janeiro, Carlos Wehrs &

Cia., s.d., 48 p.(8) Antônio Sá Pereira, Psicotécnica do ensino elementar da música. Rio de Janeiro, Livraria

José Olímpio, 1937, 195 p.

Page 438: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Otávio Tarquínio de Sousa, no Rio), entre outras, publicaram matériaconstante da nossa bibliografia.

Com referência a revistas especializadas de música convém notarque grande parte delas teve curta duração e as coleções completas deseus números são muito difíceis de encontrar. Três circulam hoje em dia:a Revista Brasileira de Música, do Rio de Janeiro, fundada em 1934, a Rese-nha Musical, de São Paulo, fundada em 1938, e Música Sacra, de Petrópo-lis, Estado do Rio de Janeiro, fundada em 1941.

A primeira é, indubitavelmente, a publicação periódica mais impor-tante que se tem editado no Brasil, nessa especialidade. Mantém-na a Es-cola Nacional de Música da Universidade do Brasil. Saem quatro fascícu-los por ano, formando um volume de 300 a 400 páginas. Importantesestudos, assinados pelos mais notáveis escritores musicais do Brasil, ouestrangeiros incorporados à nossa musicografia, tornam a coleção da Re-vista Brasileira de Música um instrumento de consulta indispensável a todoaquele que tiver de escrever sobre a arte da música em nosso país.

A Resenha Musical, publicada mensalmente, sob a direção de Clóvisde Oliveira, é mais uma revista de atualidades, crítica e noticiosa. Algunsbons artigos de colaboração, dignos de serem consultados, têm apareci-do, no entanto, em suas páginas.

Música Sacra também é mensal. Dirige-a Frei Pedro Sinzig, O.F.M.,incansável polígrafo franciscano, cujo nome aparece em nossa bibliografia.Trata-se de uma publicação dedicada à música do culto católico.

Outras revistas musicais circularam no Brasil, desde meados do sé-culo passado. Nunca vi exemplares de Philoharmonico, nem da Gazeta Mu-sical dirigida por Soland de Chirol, periódicos que se publicaram no Riode Janeiro a partir de 1855 e 1861, respectivamente. Em 1879 e 1880 cir-culou, nessa mesma cidade, a Revista Musical e de Belas-Artes, de Artur Na-poleão e Leopoldo Miguez. Outra Gazeta Musical veio à luz, em São Pau-lo, de 1891 a 1893. Em 1892 e 1893 uma Arte Musical apareceu no Riode Janeiro. E de 1893 a 1895 uma terceira Gazeta Musical, dessa vez diri-gida por A. Fertin de Vasconcelos e Inácio Porto-Alegre. Música, cuja

1107

Page 439: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

publicação se iniciou em 1896, em São Paulo, encerra a lista das princi-pais revistas especializadas que tivemos, no correr do século passado.

Neste século são dignas de menção as seguintes: Gazeta Artística(São Paulo, 1909-1914), Rio Musical (Rio de Janeiro, 1922), Brasil Musical(Rio de Janeiro, 1923-1926), Revista Musical (Rio de Janeiro, 1923-1928),Ariel (São Paulo, 1923-1925), Weco (Rio de Janeiro, 1929-1931), IlustraçãoMusical (Rio de Janeiro, 1930-1931), Revista da Associação Brasileira de Músi-ca (Rio de Janeiro, 1932-1933), Cultura Artística (Rio de Janeiro 1934-1935), Som (Natal, 1935-1940), Mundo Musical (Rio de Janeiro, 1935) Mú-sica Viva (Rio de Janeiro, 1940-1941).

Na história e crítica da música artística brasileira um tema sobrepu-ja aos demais, centralizando as atenções dos musicólogos e, mesmo, deoutras categorias de escritores, seja em livros ou folhetos, seja em artigospara revistas e, até, em "números únicos" de pequenos jornais musicais,publicados especialmente para glorificar alguma efeméride de sua vida:A. Carlos Gomes. O conceito público e oficial, no Brasil, elevou essecompositor (1836-1896) às culminâncias de herói nacional, prestando-lhe homenagens que raramente são tributadas a um músico, em qualquerparte do mundo. Em um grande número de cidades brasileiras erguem-se monumentos à sua memória; os primeiros níqueis de 300 réis emiti-dos pelo governo brasileiro têm sua efígie numa das faces; em 1936 emi-tiram-se selos postais de diversos valores tendo como estampa a suaimagem ou a primeira página da ópera Il Guarany; a sinfonia dessa óperaé uma espécie de segundo Hino Nacional, com que a própria irradiaçãooficial diária (Hora do Brasil) inicia e encerra os seus programas; não seconcebe temporada de ópera, em nenhuma cidade brasileira, sem incluiro seu nome no repertório; nem há, penso, cidade brasileira de algumaimportância que não tenha entre os seus logradouros públicos uma ruaou uma praça "Carlos Gomes". É natural, pois, que em nossa bibliografia onome do compositor apareça com tanta freqüência.

Nada menos de oito livros com mais de 100 páginas e 6 folhetoscom menor número de páginas são arrolados nesta bibliografia seletiva.

1108

Page 440: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Os livros são de Martins de Andrade, Sílio Boccanera Júnior, JolumáBrito, Ítala Gomes Vaz de Carvalho, Arquimedes Pereira Guimarães eHermes Vieira. E os folhetos de Renato Almeida, Ênio de Freitas e Cas-tro, Oscar Guanabarino, Luís Guimarães Júnior, Roberto Seidl e LuísFilipe Vieira Souto. A Sra. Ítala Gomes Vaz de Carvalho, que é filha docompositor, escreveu um livro contando, já, várias edições e traduçãopara o italiano.

Em revistas de história, de cultura ou de música acham-se espalha-das, também, contribuições valiosas para o estudo de Carlos Gomes.Vale citar as "Efemérides", publicadas na Revista do Instituto Histórico porAndré Rebouças, bem como a biografia do compositor que o mesmoRebouças fez estampar nas páginas da Revista Musical e de Belas-Artes; as"Recordações de 1862", publicadas na Revista do Grêmio Literário da Bahia,por Lúcio de Mendonça; "Carlos Gomes e o Visconde de Taunay", naRevista do Centro de Ciencias, Letras e Artes de Campinas, por Afonso de Tau-nay, etc. Um importante volume da Revista Brasileira de Música, luxuosa-mente impresso, fartamente ilustrado, contendo mais de 400 páginas, foiconsagrado ao compositor, no ano do centenário do seu nascimento;como conjunto de estudos esse volume representa o número capital dabibliografia gomesiana: nele são arquivadas reminiscências de artistas, es-critores e homens de estado que conviveram com o compositor; é estu-dada a sua personalidade e sua obra: analisadas todas as suas óperas, pu-blicadas abundante correspondência inédita, bibliografias, etc.

É inegável que nos últimos anos o nível de nossas publicações so-bre assuntos musicais subiu consideravelmente. Não são apenas os escri-tores que, pela sua facilidade no manejo da palavra escrita, discorrem so-bre música, como o fariam sobre psicanálise ou culinária; não é apenas oamador de música quase sempre limitado em sua visão e inexperienteem suas expressões, que procura divulgar suas preferências e o resultadode suas leituras. Verdadeiros pesquisadores surgiram, trabalhando sobrematerial original, inexplorado, apreciando a obra de nossos grandescompositores atuais, desvendando o panorama de nossa música, no pas-

1109

Page 441: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

sado, recolhendo e interpretando as correntes subterrâneas da inspiraçãopopular nos mais longínquos recantos do país.

A Escola Nacional de Música, estabelecimento padrão, como todosos da Universidade do Brasil, não oferecia aos seus alunos, até 1931, ne-nhuma instrução de natureza musicológica; seu currículo se atinha, estri-tamente, à prática instrumental, vocal ou de composição. Depois dessaépoca é que foram instituídas as cadeiras de História da Música (OtávioBeviláqua), Folclore Nacional (Luís Heitor Correia de Azevedo), Noçõesde Ciências Físicas e Biológicas Aplicadas (Bernardo Eisenlor) e Pedago-gia Musical, especialmente do Piano (Antônio Sá Pereira).

Em São Paulo, desde muitos anos antes da instituição de tais estu-dos na Escola Padrão, Mário de Andrade tinha a seu cargo a classe deHistória da Música no Conservatório Dramático e Musical.

Em 1935, com a fundação da Universidade do Distrito Federal, noRio de Janeiro, de existência efêmera, pois que foi quase totalmente ab-sorvida pela Universidade do Brasil, instalou-se uma nova cadeira deHistória da Música, a cargo de Andrade Murici. Essa cadeira foi transfe-rida para o recém-fundado Conservatório Nacional de Canto Orfeônico,dirigido por Heitor Vila-Lobos, onde são lecionadas as seguintes disci-plinas de caráter musicológico: Estética, Psicologia, História da Música eHistória da Educação Musical (Andrade Murici), Etnografia, Geografia ePesquisas Musicais (Brasílio Itiberê), Terapêutica pela Música (O. VieiraBrandão).

No domínio do folclore musical a Escola Nacional de Música tempromovido a coleta de cantos populares, gravados em discos, nas maislongínquas regiões do país; e está reunindo, num centro de pesquisas,cópias de todas as demais coleções do mesmo gênero, existentes em ou-tras instituições, notadamente a Discoteca Pública Municipal de SãoPaulo, onde se acham as importantes coleções recolhidas pelo Departa-mento de Cultura daquela cidade, ao tempo em que era seu diretor Mário deAndrade. Esse material serve de base aos estudos da música folclórica brasi-leira procedidos na classe de Folclore Nacional da referida escola.

1110

Page 442: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

A mesma tarefa está compreendida nos objetivos da cadeira de Et-nografia, Geografia e Pesquisas Musicais do novo Conservatório Nacio-nal de Canto Orfeônico.

Penso que não ficaria completa esta breve informação sobre a mu-sicografia brasileira sem uma referência às bibliotecas especializadas, queconservam as composições musicais e os escritos dos nossos autores, enas quais se encontra, pelo menos em grande parte, as obras constantesdesta bibliografia.

São elas, em primeiro lugar, a da Escola Nacional de Música, noRio de Janeiro, que guarda preciosos manuscritos, autógrafos ou cópias,de José Maurício Nunes Garcia, Francisco Manuel da Silva, Carlos Go-mes, Leopoldo Miguez, Alberto Nepomuceno e inúmeros outros com-positores brasileiros de outros tempos. Uma apreciável coleção de ediçõ-es antigas, partituras e tratados dos séculos XVI, XVII e XVII, faz partedo seu acervo, bem como o material que servia para as execuções em ve-lhas igrejas e teatros do Rio de Janeiro, documentos sobre os nossosmúsicos, etc. Ainda no Rio de Janeiro, uma biblioteca privada, já estuda-da em artigo da revista norte-americana Musical America mencionadonesta bibliografia (vide Peppercorn, Lisa M.), abre-se, generosamente, atodos os interessados: a do Sr. Abraão Carvalho (Rua Delfina, 17, Riode Janeiro); além de uma boa coleção de livros sobre música, de interes-se universal, essa biblioteca oferece aos estudiosos muita documentaçãosobre assuntos brasileiros. Finalmente, em São Paulo, no ConservatórioDramático e Musical, encontra-se, também, uma boa biblioteca, rica emvelhas edições e manuscritos dos compositores brasileiros.

Na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro há apreciáveis coleçõesde música, mas a ausência de seção especializada torna esse material depouco proveito para os estudiosos, pois uma boa parte dele só é acessí-vel aos pesquisadores mais ambiciosos, decididos a explorar por suaprópria conta essas riquezas.

E nos arquivos das velhas igrejas, irmandades e ordens religiosas,por todo o Brasil, manuscritos de alto interesse para um mais amplo co-

1111

Page 443: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

nhecimento da música nacional aguardam a dedicação dos futuros histo-riadores. O da Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro é particular-mente rico em obras de José Maurício Nunes Garcia, Marcos Portugal(compositor português, contemporâneo daquele) e Francisco Manuel daSilva.

1112

Page 444: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Bibliografia

Almeida, Renato. O bumba-meu-boi de Ca-maçari. (Cultura política, ano II, nº 19,p. 193-197; Rio de Janeiro, setembro,1942).

Ligeiras notas descritivas com atranscrição de textos poéticos e mu-sicais. [4851]

Almeida, Renato. Carlos Gomes. Rio deJaneiro, Ministério da Educação eSaúde, 1937. 37 p.

Faz parte da série Os nossos gran-des mortos. Notas biográficas. Ilus-trado. [4852]

Almeida, Renato. Henrique Oswald. (Rev.da Associação Brasileira de Música, ano1, nº 2 e 3, p. 27-35. Rio de Janeiro,1932).

Conferência realizada em 1932,promovida pela Associação Brasilei-ra de Música. Algumas consideraçõessobre sua obra. [4853]

Almeida, Renato. História da música brasi-leira. Segunda edição correta e au-mentada com 151 textos musicais.Rio de Janeiro, F. Briguiet, 1942.XXVIII, 529 p.

Obra capital para o conhecimen-to do folclore musical brasileiro ehistória da música artística brasileira.Enorme bibliografia, constando decerca de 500 itens; excelente índiceanalítico, preenchendo 17 páginasem tipo miúdo. A primeira ediçãofoi publicada em 1926, pelos mes-mos editores, com 238 páginas; aatual edição é antes um livro novo,com muita matéria nova e nova re-

dação de muitas partes já incluídas naprimeira, do que uma "segunda ediçãocorreta e aumentada". [4854]

Almeida, Renato. A música americana.(Movimento Brasileiro, ano 1, nº 3, p. 9-13, Rio de Janeiro, dezembro, 1928).

Conferência pronunciada na Em-baixada Americana. Ensaio sobre amúsica nas Américas. A música indí-gena. Musicalidade americana e amúsica nos Estados Unidos. O Jazz.O Tango. Valor da música negra. Amúsica brasileira. Finalidade da mú-sica americana. [4855]

Almeida, Renato. Música brasileira. (Ariel,ano 1, nº 3, p. 99. São Paulo, dezem-bro, 1923).

Considerações sobre a arte comoexpressão individual e regional. Suamarcha em busca da verdadeira nacio-nalização. O caso brasileiro. [4856]

Alvarenga, Oneida. Cateretês do sul de Mi-nas. (Rev. Arq. Municip. de São Paulo,ano 3, v. 30, páginas 31-70; São Pau-lo, dezembro de 1930).

Importante estudo sobre a coreo-grafia, a poética e a música nessasdanças populares observadas pelaautora. [4857]

Alvarenga, Oneida. Comentários a algunscantos e danças do Brasil. (Rev. Arq.Municip. de São Paulo, ano VII, v. 80,p. 209-246; São Paulo, novembro-dezembro, 1941).

Importante estudo, indispensávelà boa compreensão do folclore mu-sical brasileiro. A autora dispõe os

1113

Page 445: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

seus comentários alfabeticamente,como um dicionário, estudando cadavocábulo sob o aspecto da etimolo-gia, da história e da análise e descri-ção da atividade folclórica atual aque se referem. [4858]

Alvarenga, Oneida. Notes en forms of Bra-zilian music. (Em Brief notes on musicin eight countries of Latin America: areport of a flying trip to Brazil, CostaRica, Honduras, Guatemala, Mexico,Nicaragua, Panama and El Salvador,for the coordinator of Inter-Ameri-can affair by Evans Clark, p. 180-187). [4859]

Amaral, José Ribeiro do. História artísticado Maranhão. (Dic. Histórico, Geográfico,Etnográfico do Brasil, comemorativo do1º centenário da independência, 2º v.(Estados) 1922, páginas 297-298).

Retrospecto do movimento mu-sical maranhense. [4860]

Amaral, Leopoldo. Carlos Gomes e AndréRebouças; Guarani, Fosca e SalvadorRosa. (Rev. do Centro de Ciências, Letrase Artes de Campinas, ano 7, nº 19, p.99-109; setembro, 1908).

Algumas notas de um diárioparticular. Transcrição do jornalEstado. [4861]

Andrade, Mário de. Os compositores e a lín-gua nacional. (Em Anais do PrimeiroCongresso da Língua Nacional Cantada.São Paulo, Departamento de Cultura,1938. p. 95-169).

Observações em torno da adapta-ção da palavra à música. Numerososexemplos extraídos de composiçõesde autores nacionais. [4862]

Andrade, Mário de. Os congos. (Boletim La-tino-americano de Música, tomo I, ano I,p. 57-70; Montevidéu, abril de 1935).

Estudo desse auto popular afro-brasileiro sob o ponto de vista so-cial, de reminiscências históricas eestrutura musical. [4863]

Andrade, Mário de. Brazilian music. (Tra-vel in Brazil, v. 1, nº 1, p. 13-15; Riode Janeiro, 1941; ilustrado).

Breve resenha da evolução damúsica brasileira e seu estadoatual. [4864]

Andrade, Mário de. Danzas dramáticas delBrasil. (La Revista de Música, ano 3, nº5, p. 23-26, Buenos Aires, novembro,1929). [4865]

Andrade, Mário de. Ensaios sobre músicabrasileira. São Paulo, I. Chiarato eCia., 1928. 94 p.

A primeira parte desse livro é umestudo sobre a música popular brasi-leira e os problemas da música artís-tica nacional (p. 3-32). A segundaparte é uma exposição de modinhaspopulares recolhidas em diversas re-giões do país (p. 35-93). É um livrode grande significação na bibliografiamusical brasileira, não só pelo valordo seu conteúdo, como por tratar-sedo primeiro estudo sério e de índolecientífica, inspirado pelo folcloremusical do Brasil. [4866]

Andrade, Mário de. A Fosca. (Rev. Bras.de Música, v. I, fasc. 2º, p. 117-124, ju-nho de 1934).

Magistral estudo sobre a segundaópera italiana de Carlos Gomes, dis-cutindo a questão da influência wag-neriana no compositor e apontandoos motivos condutores, reveladospela análise da partitura. Republica-do, com o acréscimo de exemplifica-ção musical, no v. III, fasc. 2º, p.251-263. [4867]

1114

Page 446: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Andrade, Mário de. Luciano Gallet e a suaobra. (Weco, ano 1, nº 8, p. 3-8, Rio deJaneiro, outubro, 1929).

Transcrito do Diário Nacional.[4868]

Andrade, Mário de. M. Tupinambá. (Ariel,ano 1, nº 5, p. 176. São Paulo, feve-reiro, 1924).

Análise estética de sua obra. Suascanções, danças e riquezas de inven-ção melódica. [4869]

Andrade, Mário de. A modinha de JoséMaurício. (Ilustração Musical, ano 1, nº3, p. 79, Rio de Janeiro, outubro,1930).

Transcrição e apreciação geral deuma modinha atribuída ao Pe. JoséMaurício. [4870]

Andrade, Mário de. Modinhas imperiais. SãoPaulo, Casa Chiarato, 1930. 49 p.

Coleção de 15 modinhas brasilei-ras do tempo do Império, seguidaspor um lundu para piano, e precedi-das de importante prefácio queconstitui a melhor contribuição damusicologia brasileira para o estudodesse gênero (p. 5-11); notas erudi-tas sobre cada peça publicada, com-pletam esse estudo e levantam pro-blemas de indiscutível relevânciapara o exato conhecimento dosagentes formadores da "folcmúsica"brasileira (p. 12-16). [4871]

Andrade, Mário de. Música do Brasil. Cu-ritiba, Guaíra Limt., 1941. 79 p.

Contém dois estudos: Evoluçãosocial de música brasileira, e Dançasdramáticas ibero-brasileiras. [4872]

Andrade, Mário de. Música, doce música.São Paulo, L. G. Miranda, 1934. 358 p.

Coleção de crônicas publicadasem diversos periódicos, com estudos

sobre folclore, sobre compositoresbrasileiros. Temas gerais de música ecomentários sobre a vida musicalbrasileira. [4873]

Andrade, Mário de. A música e a cançãopopulares, no Brasil: contribuição doProf. Mário de Andrade para o in-quérito do Instituto Internacional deCooperação Intelectual, em Paris.Rio de Janeiro. Serviço de Coopera-ção Intelectual do Ministério das Re-lações Exteriores, 1936. 16 p. mi-meografadas.

Além de uma pequena introdu-ção, na qual o autor situa o proble-ma da música folclórica no Brasil,este utilíssimo trabalho, que deve sero ponto de partida para qualquer es-tudo relativo a essa parte do folclorebrasileiro, contém uma lista das ins-tituições públicas nas quais há cole-ções a consultar (tanto no Brasilcomo no estrangeiro), outra dos me-lhores discos de nossa música popu-lar, bibliografia sobre a música dosameríndios no Brasil, bibliografia so-bre a música popular brasileira e di-reções de alguns músicos e folcloris-tas brasileiros que se ocupam de mú-sica popular. Esse estudo figura,também mimeografado, em duas di-ferentes versões, uma incompleta,contendo somente a introdução e alista das instituições públicas, a se-gunda integral, feita pela Sra. MaryH. Pedrosa, no Report of the Committeeof the Conference in Inter-American rela-tions in the field of music, p. 94-97 e 98-110, Washington. Foi publicado,também, no Bulletin of the Pan Ameri-can Union, v. 70, nº 5, Washington,May, 1936. [4874]

1115

Page 447: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Andrade, Mário de. Origens das danças dra-máticas brasileiras; excerto. (Rev. Bras. deMúsica, volume II, fasc. 1º, p. 34-39,março, 1935).

O autor demonstra que "a noçãoespontânea de morte, e ressurreiçãodum qualquer benefício", essencial-mente de fundo religioso, preside àinvenção do argumento das dançaspopulares brasileiras de entrechodramático. E assinala a derivaçãodos seus elementos técnicos, for-mais. [4875]

Andrade, Mário de. Originalidades do ma-xixe. (Ilustração Musical, ano 1, nº 2, p.45, Rio de Janeiro, setembro, 1930).

Comentários sobre as característi-cas dessa dança. [4876]

Andrade, Mário de. Pastoris de Natal.(Ilustração Musical, ano 1, nº 5, p. 145,Rio de Janeiro, dezembro, 1930).

Apreciação geral e histórica dospastoris no Brasil. [4877]

Andrade, Mário de. Pequena história damúsica. Edição ilustrada. São Paulo,Livraria Martins, 1942. 286 p.

Adverte o autor que essa obra é,na realidade, uma quarta edição doCompêndio de História da Música, pro-fundamente refundido em alguns ca-pítulos, apenas modificado e atuali-zado em outros. A 1ª edição do Com-pêndio é de 1929 (São Paulo, I. Chia-rato e Cia., 197 p.); a 2ª de 1933 (SãoPaulo, L.G. Miranda). [4878]

Andrade, Mário de. A pronúncia cantada eo problema do nasal brasileiro através dosdiscos. (Em Anais do Primeiro Congressoda Língua Nacional Cantada, p. 189-208; São Paulo, 1938).

Erudito estudo apresentadocomo organizado pela Discoteca Pú-

blica do Departamento de Culturade São Paulo. Na bibliografia deobras do autor, apenas a sua PequenaHistória da Música, já figura sob o seunome. [4879]

Andrade, Mário de. O samba rural paulista.(Rev. Arq. Municip. de São Paulo, ano 4,v. 41, páginas 37-116; São Paulo, no-vembro, 1937).

Um dos mais importantes estu-dos sobre folclore musical brasileiro.O samba rural paulista, diverso dosamba urbano e do samba carioca, éestudado exaustivamente sob todosos seus aspectos: social, coreográfi-co, poético e musical. Grande núme-ro de exemplos musicais e importan-tes observações sobre a melódica ne-gro-brasileira. [4880]

Andrade, Mário de. Uma sonata de Camar-go Guarnieri. (Rev. Bras. de Música, vol.II, fasc. 2º, p. 131-135, junho, 1935).

Análise da Sonata para violonceloe piano. [4881]

Andrade, Mário de. Vila-Lobos; crônica dearte. (Rev. do Brasil, ano 8, nº 89, p.50-53, São Paulo, maio, 1923).

Apreciação estética de sua obra.[4882]

Andrade, Martins de. Carlos Gomes. Riode Janeiro, Pongetti, 1939. 176 p.

Apreciação geral sobre a vida ea obra do compositor brasileiro.

[4883]Andrade, Nair de. Musicalidade do escravo

negro no Brasil. (Em Novos EstudosAfro-Brasileiros, v. 2, p. 192-200; Riode Janeiro, Civilização brasileira,1937).

Trabalho apresentado ao 1ºCongresso Afro-Brasileiro do Re-cife. [4884]

1116

Page 448: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Andrade Muricivide

Murici, José Cândido de Andrade.Arcanjo, Samuel.

videSantos, Samuel Arcanjo dos.Arroio, Antônio José. Parisiana. Porto,

Magalhães e Moniz, 1896. 44 p.Análise crítica do poema sinfôni-

co do compositor brasileiro Leopol-do Miguez. Notas sobre esse com-positor e sua estética. [4885]

Augusto, Paulo. Francisco Vale. (O Ál-bum, ano 1, nº 46, p. 361-362, Riode Janeiro, maio, 1894).

Dados biográficos. [4886]Azevedo, Artur Nabantino Gonçalves

de. Artur Napoleão. (O Album, ano 1,número 42, p. 325-330, Rio de Janei-ro, outubro, 1893).

Traços biográficos. [4887]Azevedo, Artur Nabantino Gonçalves

de. Cardoso de Meneses. (O Álbum, ano1, nº 29, p. 225, 1893).

Traços biográficos. [4888]Azevedo, Luís Heitor Correia de. Camar-

go Guarnieri. (Música Viva, ano 1, nº 4,p. 1-3; Rio de Janeiro, setembro1940).

Comentários sobre o conjunto desua obra e mais especialmente sobreas que foram apresentadas em Con-certo Oficial da Escola Nacional deMúsica, em 1940, bem como a Toadatriste publicada como suplementomusical desse número de MúsicaViva. [4889]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. CarlosGomes e Francisco Manuel, correspondên-cia inédita, 1864-1865. (Rev. Brasileirade Música, v. 3, fasc. 2, p. 323-338,1936). [4890]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. CarlosGomes: sua verdadeira posição no quadroda ópera italiana no séc. XIX e na evolu-ção da música brasileira. (Boletim Latino-Americano de Música, año III, tomo 3,p. 83-87; Montevideo, abril, 1937.)

O valor de Carlos Gomes comorepresentante da escola operísticaitaliana; sua significação na históriamusical brasileira. [4891]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. Dois pe-quenos estudos de folclore musical. Rio deJaneiro, Tip. do Jornal do Comércio,1938. 43 p.

Intitulam-se esses estudos: Algu-mas reflexões sobre folcmúsica noBrasil e Caminhos da música sul-americana. [4892]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. Escala,ritmo e melodia na música dos índios brasi-leiros. Rio de Janeiro, Tip. do Jornal doComércio, 1938. 48 p.

Estudo das características da mú-sica indígena e interpretação teóricados princípios em que se funda.Tese com que se apresenta o autorao concurso para provimento da ca-deira de Folclore Nacional, da Esco-la Nacional de Música, na Universi-dade do Brasil. [4893]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. O espí-rito religioso na obra de José Maurício.(Ilustração Musical, ano 1, número 3, p.75, Rio de Janeiro, outubro, 1930).

Apreciação histórica e estética.Considerações acerca dos elementosque influíram sobre o espírito reli-gioso na obra do grande compositorbrasileiro. [4894]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. Folklorein the music curriculum in Brazil. (Re-printed from the Volume or Proceedings

1117

Page 449: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

of the Music Teachers National As-sociation for 1941. 4 p.). [4895]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. Os hi-nos cívicos do Brasil. (Cultura Política,ano III, nº 22, p. 166-168; Rio de Ja-neiro, dezembro, 1942).

Breves notícias históricas sobreos hinos da Independência, da Pro-clamação da República e da Ban-deira. [4896]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. A Im-perial academia de música e ópera nacionale o canto em vernáculo. (Em Anais do Pri-meiro Congresso da Língua Nacional Can-tada. São Paulo, Departamento deCultura, 1938, p. 587-638).

Notas históricas sobre a primeiratentativa de fazer cantar, no Brasil, ópe-ras com texto em português. [4897]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. JoséMaurício Nunes Garcia. (Boletin Latino--Americano de Música, ano 1, nº 1, p.133-150, Montevideo, 1935).

A vida e a obra do compositorbrasileiro. [4898]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. JoãoNunes. (Weco, ano 2, nº 3, páginas 5-10, Rio de Janeiro, abril, 1930).

A personalidade do autor e tendên-cias de sua obra. Segue-se uma relaçãode suas composições. [4899]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. LucianoGallet. (Rev. da Associação Brasileira deMúsica, ano 2, nº 4, p. 2-20, Rio deJaneiro, 1933).

Conferência pronunciada na As-sociação Brasileira de Música em1932. Notas biográficas. A obra docompositor brasileiro. [4900]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. LuísCosme. (Música Viva, ano 1, nº 5, p. 1-2. Rio de Janeiro, outubro, 1940).

Notas sobre sua vida e obra.[4901]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. Mala-zarte: a new Brazilian opera, by LorenzoFernandez. (Bulletin of the Pan Ameri-can Union, v. LXXV, nº 12, p. 686-689; Washington, December, 1941;ilus.). [4902]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. A músi-ca brasileira (Resenha Musical, ano 1, nº3-4, p. 1-3, Araraquara, novembro-dezembro, 1938).

Breve retrospecto da músicano Brasil. Os compositores brasi-leiros. [4903]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. La mu-sique au Brésil. (La Revue Musicale, nú-mero especial dedicado à música nospaíses latinos, p. 74-81; Paris, feverei-ro-março, 1940). [4904]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. Muzicabraziliana. (Lumna: Luz, revista roma-na sud-americana, anul IV; Bucarest,mars. 1940, 2 p. s.n.). [4905]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. Obrasdo Padre José Maurício Nunes Garciaexistentes na Biblioteca do Instituto Nacio-nal de Música. (Ilustração Musical, ano 1,nº 3, p. 81, Rio de Janeiro, outubrode 1930).

Relação organizada de acordocom o catálogo de Guilherme deMelo. [4906]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. Periódi-cos musicais no Brasil (Resenha Musical,ano 1, nº 11-12-13, p. 3-6, Araraqua-ra, julho-agosto-setembro, 1939).

Relação dos periódicos musicaispublicados em todo o Brasil. [4907]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. As pri-meiras óperas: A noite do castelo (1861);Joana de Flandres (1863). (Rev. Brasileira

1118

Page 450: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

de Música, v. 3, fasc. 2, páginas 201-245, 1936).

Histórico e análise das duas primei-ras óperas de Carlos Gomes. [4908]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. Proble-mas de melodia vocal no Hino Nacionalbrasileiro. (Cultura Política, ano II, nº20, p. 155-159; Rio de Janeiro, outu-bro, 1942).

As dificuldades suscitadas pelaadaptação de uma letra ao Hino Na-cional composto por FranciscoManuel da Silva. Como foram re-solvidas. [4909]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. Umquarteto de Radamés Gnattali (ResenhaMusical, ano 2, nº 19-20, p. 5-6 e 8,Araraquara, março-abril, 1930).

Análise musical. [4910]Azevedo, Luís Heitor Correia de. Relação

das óperas de autores brasileiros. Rio deJaneiro, Ministério da Educação eSaúde, 1938. 116 p.

Apreciação das etapas evolutivas dasóperas brasileiras. Dados gerais sobre asobras constantes da relação. [4911]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. Vila-Lobos (Cultura Política, ano II, nº 19,p. 191-192; Rio de Janeiro, setembro,1942).

A propósito dos dois grandesconcertos sinfônicos de obras desseautor realizados em 1942 no TeatroMunicipal do Rio de Janeiro. [4912]

Azevedo, Luís Heitor Correia de. Vila-Lobos e a criação musical (Música Viva,ano 1, nº 7-8, p. 2-3, Rio de Janeiro,janeiro-fevereiro, 1841). [4913]

Azevedo, Manuel Duarte Moreira de.Ensaios biográficos. Rio de Janeiro, Tip.de F. A. de Almeida, 1861. 66 p.

Um dos ensaios é dedicado ao com-positor brasileiro Padre José MaurícioNunes Garcia. (p. 38-42). [4914]

Azevedo, Manuel Duarte Moreira de.Francisco Manuel da Silva. (Rev. Inst.Hist. Geo. Bras., v. 31, parte 2ª, p.306-313, 1868).

Biografia. [4915]Azevedo, Manuel Duarte Moreira de.

José Maurício Nunes Garcia. (Rev. Inst.Hist. Geo. Bras., v. 34, parte 2ª, p.293-304, Rio de Janeiro, 1871).

Biografia. [4916]Azevedo, Manuel Duarte Moreira de. O

Rio de Janeiro: sua história, monumentos,homens notáveis usos e curiosidades. Riode Janeiro, B. L. Garnier, 1877. 2 v.

V. 1: José Maurício Nunes Gar-cia: notas biográficas (p. 323-324).

V. 2: Conservatório de música:histórico da fundação do estabeleci-mento que mais tarde foi o InstitutoNacional de Música e, atualmente, éa Escola Nacional de Música da Uni-versidade do Brasil (p. 209-212).Francisco Manuel da Silva: notasbiográficas (p. 213-217). [4917]

Bailly, Gustavo Adolfo. Bandeira e hinos:capítulo da Nova geografia econômica doBrasil (a sair). Rio de Janeiro, A. Coe-lho Fº, 1942. 50p.

Histórico da bandeira e dos hinoscívicos brasileiros, publicando o tex-to musical e o poético destes últimose o decreto federal que regula a for-ma e apresentação dos símbolos na-cionais. O caderno de p. 17-32 foireimpresso posteriormente devido aincorreções no texto musical doshinos publicados no primitivo ca-derno. [4918]

1119

Page 451: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Balbi, Adriano. Essai statistique sur leRoyaume de Portugal et d’Algarve, compa-ré aux états de l’Europe, et suivi d’uncoup d’oeil sur l’état actuel des sciences, deslettres et des beaux arts parmi les Portugaisdes deux hémisphères. Paris, Rey et Gra-vier, 1822. 2v.

O Appendix da Géographie Litteraireque faz parte do 2º volume apresentareferências sobre a música no Brasil.(Compositores, Conservatório de SantaCruz, etc) p. CCIV a CCXVII. [4919]

Bandeira, Manuel. Vila-Lobos. (Ariel, ano2, nº 13, página 475. São Paulo, outu-bro, 1924).

Crônica sobre o regresso dessecompositor brasileiro, de Paris. Suapersonalidade, suas idéias.

Foi depois publicado no volumedo autor: Crônicas da província doBrasil. [4920]

Barbosa, Antônio da Cunha. Aspectos daarte brasileira colonial. (Rev. Inst. Hist.Geo. Bras., v. 61, parte 1ª, p. 91-154,1898).

Importante estudo sobre a artecolonial brasileira. Panorama musicalda época e breves comentários sobrea vida e a obra de José Maurício Nu-nes Garcia. Publicado, em 1899, pelaImprensa Nacional, sob o título deEstudos históricos. [4921]

Barbosa, Orestes. Samba. Rio de Janeiro,Livraria Educadora, 1933. 212 p.

O subtítulo indica: sua história,seus poetas, seus músicos e seuscantores. [4922]

Barbosa, Rodrigues. Alberto Nepomuceno.(Brasil Musical, ano 2, nº 31-32, Riode Janeiro, julho, 1924).

Ensaios sobre a vida e a obradesse compositor. Republicado na

Revista Brasileira de Música, v. 7, fasc.1º., 19-39, 1940). [4923]

Barbosa, J. Rodrigues. Música sacra. (Rev.Bras., ano 4, tomo 14, p. 34-53; Riode Janeiro, abril-junho, 1898).

Estudo retrospectivo da músicasacra no Brasil. Ligeiras notas sobreJosé Maurício. [4924]

Barbosa, J. Rodrigues. Ópera Moema.(Rev. Bras., ano I, tomo 4, p. 391-397;Rio de Janeiro, outubro-dezembro,1895).

Estudo sobre a ópera de Delgadode Carvalho. [4925]

Barbosa, Januário da Cunha. DomingosCaldas Barbosa, pelo cônego Januárioda Cunha Barbosa. (Rev. Inst. Hist.Geo. Bras., v. 4, p. 210-211, 1842).

Notas biográficas acompanhadasde uma poesia de sua autoria:"O Retrato de Amira". [4926]

Barreto, Ceição de Barros. Brazil mirrorsits own nature. (Modern Music, v. 16, nº3, p. 168-172; New York, April,1939).

Breve histórico do desenvolvimen-to da música no Brasil e tendênciasatuais de seus compositores. [4927]

Barreto, Paulo. A alma encantadora dasruas. Nova edição. Rio de Janeiro, Li-vraria Garnier, 1910. 317 p.

Observações sobre várias figurase aspectos comuns nas nossas ruas. Al-guns capítulos focalizam o lado musicaldesse cenário. Músicos ambulantes(p. 117-125). Cordões (p. 159-173).Musa das ruas (p. 295-317). [4928]

Barroso, Gustavo. Música praieira e serta-neja. (Rio Musical, ano 1, nº 18. Rio deJaneiro, setembro, 1922).

Panorama musical do Nordestebrasileiro. [4929]

1120

Page 452: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Barroso, Gustavo. Terra de sol: natureza ecostumes do Norte. Rio de Janeiro, Ben-jamim de Águila, 1913. 276 p.

Tem um capítulo dedicado à músi-ca e à dança (p. 209-220). [4930]

Bastos, Alfredo. Salvador Rosa. (Rev. Bra-sileira, ano 2, v. 5, p. 224-236, Rio deJaneiro, julho-setembro, 1880).

Estudo crítico sobre o libreto deAntônio Chislanzoni e a música deCarlos Gomes. [4931]

Bastos, Alfredo. Salvador Rosa, de CarlosGomes. (Rev. Musical e de Belas Artes,ano 2, nº 17, p. 133-137, nº 18, p.143-146, Rio de Janeiro, junho, julho,1880).

Tradução literal do libreto emitaliano dessa ópera de CarlosGomes. [4932]

Berrien, William. Latin American Composersand their problems. Washington, PanAmerican Union, 1938. [4933]

Berrien, William. Latin American music in1939. (Em Handbook of Latin Ameri-can Studies, 1939, nº 5, p. 403-417;Cambridge, Harvard UniversityPress, 1940.)

Bibliografia precedida de um"General statement". Em uma e ou-tra parte do artigo há numerosas re-ferências às atividades músico-edito-riais no Brasil em 1939. [4934]

Berrien, William. Some considerations regar-ding contemporary Latin American music.(Em Concerning Latin American Culture,p. 151-180; New York, Columbia Uni-versity Press, 1940.) [4935]

Bettencourt, Gastão Faria de. Temas demúsica brasileira. Rio de Janeiro, ANoite, s.d. 223 p.

Coleção de conferências realiza-das em Lisboa, sobre assuntos diver-

sos, referentes à música brasileira: fol-clore, compositores, etc. A dedicatóriatraz a data de 1941. [4936]

Beviláqua, Otávio. Carlos Gomes: a época eo meio em que viveu; suas "modinhas".(Rev. Bras. de Música, v. III, fasc. 2º, p.143-159, 1936.)

Carlos Gomes em frente ao pro-blema da ópera. Aspectos técnicosde suas modinhas. [4937]

Beviláqua, Otávio. Leopoldo Miguez e oInstituto nacional de música. (Rev. Brasi-leira de Música, v. 7, fasc. 1, p. 1-18,1940.)

Conferência realizada nesse esta-belecimento de ensino musical ejá publicado no jornal O Globo,Rio de Janeiro, em 31 de marçode 1930. [4938]

Beviláqua, Otávio. A sirinx no Brasil: exa-me de exemplares pertencentes à coleção doMuseu Nacional do Rio de Janeiro. (Rev.Brasileira de Música, v. 4, fasc. 1 e 2, p.1-11, 1937.)

Depois de estudar a posição des-se instrumento na música primitivade todo o mundo, o autor passa àminuciosa descrição dos 13 exem-plares de procedência ameríndiaexistentes no Museu Nacional, dan-do especial atenção às combinaçõessonoras resultantes do agrupamen-to dos diferentes tubos do instru-mento. [4939]

Bitencourt, Pedro Calmon Moniz de. Amúsica no amanhecer do Brasil; Anchieta,o primeiro músico. (Cultura Artística, ano1, nº 8, p. 5-6; Rio de Janeiro, dezem-bro, 1934, janeiro, 1935.) [4940]

Boccanera, Sílio (Júnior). Um artista bra-sileiro: Livro íntimo, cartas inéditas e docu-mentos. Bahia, Tip. Baiana, 1913. 531 p.

1121

Page 453: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Episódios da vida de CarlosGomes. [4941]

Boccanera, Sílio (Júnior). A Bahia a Car-los Gomes. Bahia, Tip. V. Oliveira eCia., 1904. 377 p.

Biografia do compositor brasileiro,seguida de notas referentes à atuaçãode Carlos Gomes na Bahia. [4942]

Boccanera, Sílio (Júnior). O teatro brasilei-ro: letras e artes na Bahia. Bahia, Im-prensa Econômica, 1906. 214 p.

Conferência feita no TeatroSão João, da Bahia. Contém refe-rências às atividades musicais noEstado. [4943]

Bonaventura, Arnaldo. Andrea CarlosGomes nel primo centenario della sua nasci-ta. (Musica d’oggi, anno XVIII, nº 3,p. 86-91; Milano, marzo, 1936-XIV.)

Apesar do título, trata-se deAntônio Carlos Gomes, o grandeautor do Guarani cujo centenárioocorreu a 11-7-1936. Estudo biográ-fico e crítico. [4944]

Borromeu, Carlos. Música sacra no rio mar,nos séculos passados, pelo padre CarlosBorromeu. (Música Sacra, ano 2, nº 3,p. 41-43, Petrópolis, março, 1942.)

Resenha dos núcleos de música sa-cra na região amazônica e das ativida-des de que se tem notícia. [4945]

Braga, Ernâni. Toada de xangô do Recife.(Em Estudos Afro-Brasileiros: traba-lhos apresentados ao 1º CongressoAfro-Brasileiro reunido no Recife em1934, 1º volume, p. 265-268; Rio deJaneiro, Ariel, 1935.)

Sete melodias notadas pelo au-tor e apresentadas sem comentá-rios. [4946]

Brasil, Ministério da Justiça e NegóciosInteriores. Notícia histórica dos serviços,

instituições e estabelecimentos pertencentes aesta Repartição, elaborada por ordem dorespectivo ministro, Dr. Amaro Cavalcanti.Rio de Janeiro, Imprensa Nacional,1898.

O estudo XXIV dessa publicaçãoé dedicado ao Instituto Nacional deMúsica, p. 3-18. [4947]

Brito, Jolumá. Carlos Gomes: o Tonico deCampinas. São Paulo, Livraria Edit.Record. 1936. 290 p.

Biografia. [4948]Brum, Marciano. Através da música. Rio

de Janeiro, I. Beviláqua, 1897. 342 p.Considerações em torno da

evolução nacional. Influência damúsica. [4949]

Caldeira, João C. (Filho). Hino da Inde-pendência e Hino nacional. São Paulo,Ricordi Americana, 1941. 64 p.

Notas biográficas em torno daautoria da letra e música do Hino daIndependência. Histórico do HinoNacional. [4950]

Caldeira, João C. (Filho). Noções de histó-ria da música. São Paulo, RicordiAmericana, s.d. 109 p.

É uma tradução ampliada da 4ªedição italiana de Il libro d’oro del musi-cista, de Domingos Alaleona; com oacréscimo de um capítulo sobre mú-sica contemporânea e outro sobre amúsica no Brasil. [4951]

Calmon, Pedro.vide

Bitencourt, Pedro Calmon Moniz de.Camarate, Alfredo. Et coetera. Rio de Ja-

neiro, Tip. Adolfo de Castro e Silva eCia., 1887. 293 p.

Crítica e arte. [4952]Campos, Ernesto de Sousa. Instituições

culturais e de educação superior no Brasil.

1122

Page 454: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Rio de Janeiro, Imprensa Nacional,1941. 728 p.

No capítulo intitulado Escola na-cional de música (p. 358-376), o autorfaz o histórico desse estabelecimen-to, desde a fundação do Conservató-rio de Música; transcreve o discur-so de Francisco Manuel da Silva noato da inauguração do Conservató-rio. [4953]

Campos, J. da Silva. A música da Polícia daBahia. Bahia, Imprensa Oficial do Es-tado, 1933. 67 p.

Notas históricas. [4954]Carneiro, Édison. Negros bantos: notas de et-

nografia religiosa e de folclore. Rio de Janei-ro, Civilização Brasileira, 1937. 187 p.

Toda a segunda parte, dedicadaao folclore, interessa ao estudioso damúsica folclorista brasileira, emboranão tratando diretamente de assun-tos musicais. [4955]

Carneiro, Édison. Religiões negras. Rio deJaneiro, Civilização Brasileira, 1936.188 p. (Biblioteca de DivulgaçãoCientífica, v. 7.)

Esse livro é o volume VII da Bi-blioteca de Divulgação Científica.Em um dos seus capítulos o autorestuda os instrumentos musicais dosnegros (p. 107-114); em outro os Cân-ticos dos Orixás (p. 115-126). [4956]

Carvalho, Abraão. Carlos Gomes na coleçãode um bibliófilo. (Rev. Brasileira de Músi-ca, v. 3, fascículo 2, p. 475-477,1936.)

Obras de Carlos Gomes e sobreCarlos Gomes na importante biblio-teca musical do autor. [4957]

Carvalho, Ítala Gomes Vaz de. CarlosGomes íntimo. (Rev. Bras. de Música, v. III,2º fas., p. 117-120, 1936.)

Recordações de infância da au-tora, que é filha do grande compo-sitor. [4958]

Carvalho, Ítala Gomes Vaz de. Vida deCarlos Gomes. 2ª edição. Rio de Janei-ro, Ed. A Noite. 1937. 283 p.

Biografia e apreciação geral daobra do compositor brasileiro, escri-ta por sua própria filha. [4959]

Cascudo, Luís da Câmara. Instrumentosmusicais dos negros no Brasil. (Movimen-to Brasileiro, ano 1, nº 3, p. 9, Rio deJaneiro, março, 1929.)

Relações dos diferentes instru-mentos usados pelos negros porocasião de suas folganças. [4960]

Cascudo, Luís da Câmara. Vaqueiros ecantadores. Porto Alegre, Livraria Glo-bo, 1939. 274 p.

Esse volume é o nº 6 da Bibliotecade Investigações e Cultura, dirigida peloprofessor Josué de Castro. Estuda ofolclore poético do sertão de Per-nambuco, Paraíba, Rio Grande doNorte e Ceará, incluindo vasta docu-mentação a respeito. O autor faz apre-ciações sobre a "Cantoria" sertaneja,instrumentos usados, canto e acompa-nhamento nos desafios. [4961]

Castro, Ênio de Freitas e. Carlos Gomes.Porto Alegre, Edições A Nação,1941. 32 p.

A vida e a obra do compositorbrasileiro. Esse volume é o nº 7 dasérie Heróis Brasileiros, coleção dirigi-da por Néri Câmara. [4962]

Castro, Ênio de Freitas e. Em caminhopara a música brasileira. (Boletim Lati-no Americano de Música, ano 2, nº2, p. 163-168, Lima, 1936.)

Considerações em torno do pro-blema da música nacional. [4963]

1123

Page 455: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Castro, Ênio de Freitas e. Francisco Bragaprofessor: discurso proferido por ocasião doencerramento do ano letivo em 6 de no-vembro de 1936. (Rev. Brasileira de Mú-sica, v. 3, fasc. 3-4, p. 524-528,1936.) [4964]

Castro, Ênio de Freitas e. Marabá, deFrancisco Braga. (Rev. Brasileira deMúsica, v. 4, fasc. 1-2, p. 12-14,1937.)

Breve análise da partitura. [4965]Castro, Ênio de Freitas e. A música vocal

de câmara de Carlos Gomes. (Rev. Bras. deMúsica, v. III, 2º fascículo, p. 185-187.)

Breve estudo crítico. Análise dacanção Il brigante. [4966]

Cernicchiaro, Vicenzo. Storia della músicanel Brasile dai tempi coloniali sino ai nostrogiorni, 1549-1925. Milano, Fratelli Ric-cioni, 1926. 617 p.

Obra importante na bibliografiamusical brasileira, embora as infor-mações que nos traz devam ser acei-tas sob reserva, dados os enganosque apresenta e que estudos poste-riores, realizados no Brasil, puseramem evidência. [4967]

Chase, Gilbert. Latin American music in1940. (Em Handbook of Latin Ameri-can Studies, 1940, nº 6. Cambridge,Harvard University Press, 1941, p.439-452.)

Bibliografia precedida de um"General statement". Diversas notassobre a vida musical brasileira; co-mentários sobre estudos musicaispublicados no Brasil ou sobre o Bra-sil em 1941 (p. 447-448). [4968]

Chase, Gilbert. Partial list of Latin Ameri-can music obtinable in the United State;with a suplementary list of books and a se-

letive list of phonograph records. Washing-ton, Pan-American Union, 1941. 36p. (Music Serie, nº 1.) [4969]

Clark, Evans. Brief notes on music in eightcountries of Latin America; a report of aflying trip to Brazil, Costa Rica, Hondu-ras, Guatemala, Mexico, Nicaragua, Pa-nama and El Salvador, for the Coordina-tor of inter-American affairs. S.L.p.s.c.p.1942. 218 p. mimeografadas.

O 1º capítulo é dedicado ao Bra-sil (p. 4-25), contendo informaçõesde toda sorte sobre música popular.Os apêndices nos 1 e 2 também sãodedicados ao nosso país: Selected listof Brazilian recordins (p. 171-179), No-tes on froms of Brazilian music (p. 180-187), (vide Oneida Alvarenga), Bra-zilian broadcasting station (p. 188-192). [4970]

Clark, Evans. Catalogue of Latin Americanand West Indian dances and songs in theRecord collection of Evans Clark.S.L.p.s.c.p., 1941. 135 p. s.n. mimeo-grafadas.

A lista de discos (exclusivamentemúsica popular) referentes ao Brasilocupa 12 páginas, dispostas as refe-rências em ordem alfabética dos gê-neros a que pertencem, e com indica-ção do grau de interesse de cada um,segundo a opinião do autor. [4971]

Congresso da língua nacional canta-da, 1º, São Paulo. Anais do primeiroCongresso da Língua Nacional Can-tada, julho de 1937. São Paulo, De-partamento de cultura, 1938. 786 p.

Importantíssima publicação con-tendo o Relatório das sessões, Noções eas Normas para boa pronúncia da línguanacional no canto erudito, além de váriasteses de congressistas que figuram

1124

Page 456: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

nesta bibliografia sob os nomes dosrespectivos autores. [4972]

Cortesão, Jaime Zuzarte. O que o povo can-ta em Portugal. Rio de Janeiro, EdiçõesLivros de Portugal, 1942. 320 p.

Música popular portuguesa. Con-siderações acerca da influência mú-tua exercida entre o Brasil e Portu-gal, no que se refere à música e poe-sia populares. [4973]

Costa, Francisco Augusto Pereira da.Folclore pernambucano. (Rev. Inst. Hist.Geo. Bras., tomo LXX, 2ª parte, p.5-641; Rio de Janeiro, 1907.)

Contém muitas informações va-liosas sobre música popular. [4974]

Costa, Heitor da Silva. A família imperial.(Cultura Artística, ano I, nºs 8 e 9, p.13-14; Rio de Janeiro, dezembro,1934, janeiro, 1935.)

Estuda a proteção dispensada àmúsica pelo Imperador D. Pedro IIe membros da sua família. [4975]

Costa, Miécio Tolentino da. Organizaçãodidática atual da Escola Nacional de Mú-sica. (Rev. Brasileira de Música, v. 6,fasc. 1, p. 62-65, 1940.) [4976]

Costallat, Benjamim. Da letra F, nº 2. Riode Janeiro, N. Viggiani, 1919. 181 p.

Coleção de crônicas contendocomentários sobre os espetáculos daCompanhia Francesa de Comédias,Ana Pavlova, Rubinstein e a tempo-rada lírica do ano de 1918. [4977]

Coutinho, J. de S. Brazilian music and mu-sicians. Washington, Pan AmericanUnion, 1930. 6 p. [4978]

Cunha, Brasílio Itiberê da. Andrade Mu-rici, conferencista. (Rev. Bras. de Música,v. III, fasc. 1º, p. 16-18, março,1936.)

Comentários a propósito da reali-zação de um curso de Extensão Uni-versitária pelo ilustre musicólogo ecrítico paranaense. [4979]

Cunha, Brasílio Itiberê da. Uma canção po-pular religiosa e sua variante. (MúsicaViva, ano 1, nº 1, Rio de Janeiro,maio, 1940.)

Considerações gerais e análise damelodia. [4980]

Cunha, Brasílio Itiberê da. Uma estréia.(Rev. Brasileira de Música, v. 3, fasc. 2,p. 462-474, 1936.)

Esse depoimento inédito sobre aprimeira representação tempestuosada ópera Maria Tudor, em Milão,apareceu publicado, pela primeiravez, em 1934, no Correio da Manhãdo Rio de Janeiro. A Rev. Brasileira deMúsica acolheu-o em seu número co-memorativo do centenário do com-positor. [4981]

Cunha, Brasílio Itiberê da. A obra de Vila-Lobos e o problema folclórico. (Música Viva,ano 1, nºs 7-8, p. 4-5, Rio de Janeiro,janeiro-fevereiro, 1941.) [4982]

Cunha, Brasílio Itiberê da. Radamés Gnat-tali: concerto para piano e orquestra. (Fes-ta, ano 1, nº 9, p. 13, Rio de Janeiro,agosto, 1935.) [4983]

Cunha, Brasílio Itiberê da. Rítmica brasi-leira. (Festa, 2ª fase, ano 4, nº 2, p. 7-8, Rio de Janeiro, agosto 1934.)

Considerações gerais sobre a in-fluência psicológica do ritmo. Ocaso brasileiro. Ernesto Nazarécomo fonte de estudo da rítmicabrasileira. [4984]

Cunha, João Itiberê da. Carlos Gomes na in-timidade. (Ilustração musical, ano 11, nº1, p. 12, Rio de Janeiro, janeiro de 1931.)

Notas episódicas. [4985]

1125

Page 457: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Cunha, João Itiberê da. Il Guarany(1870): algumas palavras sobre a ópera.(Rev. Brasileira de Música, v. 3, fasc. 2,p. 246-250, 1936.)

Histórico e análise da ópera deCarlos Gomes. [4986]

Cunha, João Itiberê da. O romantismo namúsica brasileira. (Ilustração Musical,ano 1, nº 2, p. 38, Rio de Janeiro, se-tembro, 1930.)

Ligeiro comentário acerca da in-fluência dos músicos românticos so-bre compositores brasileiros. [4987]

Cunha, João Itiberê da. Lo Schiavo (1889):a gênese da ópera, a beleza das melodias, anovidade dos ritmos, os leitmotivs, as dan-ças, os trechos sinfônicos, a primeira repre-sentação no Rio de Janeiro... e a última.(Rev. Brasileira de Música, v. 3, fasc. 2,p. 293-299, 1936.)

Estudo sobre a ópera de CarlosGomes. [4988]

Deleau, E. Le sentiment musical chez lessauvages. (Revista de Exposição Antro-pológica Brasileira, Rio de Janeiro, Tip.de Pinheiro & Cia., 1882, p. 137-138.) [4989]

Demarquez, Suzanne. Vila-Lobos. (LaRevue Musicale, ano 10, nº 10, p. 1-22;Paris, novembro, 1929.)

A vida e a obra do grande com-positor brasileiro. [4990]

Denis, Jean Ferdinand. Resumé de l’histoirelittéraire du Portugal; suivi du Résumé del’histoire littéraire du Brésil. Paris, Le-conte et Durey, 1826.

O capítulo VI do Résumé de l’his-toire littéraire du Brésil, p. 581-585trat: Du goût des Brésiliens pour la Mu-sique. [4991]

Deuber, Arnold. Musikinstrumente und mu-sik der Aparat. Em Speiser, Felix; Düster

des Brasiliianischen Urwalds, p. 320-322.Stuttgart, Strecker und Schöder,1926.

Estudo inserto na obra de FelixSpeiser. [4992]

Dória, Luís Gastão de Escragnolle. Rio deJaneiro musical. (Cultura Artística, ano1, nos 10 e 11, p. 29-30; Rio de Janei-ro, fevereiro-março, 1935.)

Breve histórico da vida musicalno Rio de Janeiro. [4993]

Dornas, João (Filho). A influência social donegro brasileiro. (Rev. Arq. Municip. deSão Paulo, ano 5, v. 51, p. 97-134; SãoPaulo, outubro de 1938.)

Tese apresentada ao CongressoAfro-Brasileiro de Minas Gerais em1938. Considerações gerais sobre amúsica entre os negros. Descrição dediferentes danças populares. [4994]

Duran, Gustavo. Recordings of Latin Ame-rican songs and dances: an annotated solec-ted list of popular and folk music. Was-hington, Pan American Union, 1942.65 p. [4995]

Estrela, Arnaldo de Azevedo. Assis Repu-blicano. (Weco, ano II, número 12, p.5-7; Rio de Janeiro, janeiro, 1931.)

Notas sobre o compositor brasi-leiro e sua obra. [4996]

Fazenda, José Vieira. Antiqualhas e memó-rias do Rio de Janeiro. (Rev. Inst. Hist.Geo. Bras., tomo 86, v. 140, p. 5-471;tomo 88, v. 142, p. 1-510; tomo 89,v. 143, p. 5-495; tomo 93, v. 147, p.5-615; tomo 95, v. 149, p. I-VI, 7-641; Rio de Janeiro, 1919-1924.)

Vários capítulos têm interessepara a história musical do Brasil: ACasa da ópera (t. 86, p. 61-66), O ZéPereira (t. 88, p. 291-296), Hinos (t.93, p. 274-276), Hinos da independência

1126

Page 458: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

(t. 93, p. 446-451), Dupla centenária --Água do monte -- Morte do Bitu (t. 95,p. 165-169), O Hino nacional (t. 95, p.169-174). [4997]

Figueiredo, Guilherme. Miniatura de his-tória da música. Rio de Janeiro, Casado Estudante do Brasil, 1942. 238 p.

Ilustrado. [4998]Fleiuss, Max. Francisco Manuel e o Hino

Nacional. (Rev. Inst. Hist. Geo. Bras., t. 80p. 809-831; Rio de Janeiro, 1917.)

Conferência pronunciada em ses-são do Instituto. Apreciação históri-ca sobre o Hino Nacional, seu au-tor e outros hinos pátrios. Trans-crição dos hinos aos quais faz refe-rência. [4999]

França, Eurico Nogueira. Carlos Gomes ea política do seu tempo. (Rev. Bras. de Mú-sica, v. III, fasc. 2º. p. 164-167, 1936.)

O compositor e a Abolição. Osentido brasileiro em sua obra. Apensão que lhe foi concedida pelogoverno imperial. [5000]

França, Eurico Nogueira. Vila-Lobos, pe-dagogo. (Música Viva, ano 1, nºs 7-8,p. 6, Rio de Janeiro, janeiro-fevereiro,1941.) [5001]

Frias, Davi Correia Sanches de, viscondede Sanches de Frias. Artur Napoleão.Lisboa, 1913. 294 p.

Notas biográficas. O grande pia-nistas português visto na intimidadee nos triunfos de sua carreira artísti-ca. Dados sobre a vida musical noRio de Janeiro, onde Artur Napo-leão passou a maior parte de suaexistência. [5002]

Friedenthal, Albert. Musik, Tanz und Dich-tung bei den Kreolen Amerikas. Berlin,Hans Schnippe, 1913. 209 p. [5003]

Gallet, Luciano. Estudos de folclore. Rio deJaneiro, Carlos Wehrs & Cia., 1934.111 p.

Publicação póstuma de notas dei-xadas por Luciano Gallet sobre aorigem e formação da música popu-lar brasileira. Completam essas notastranscrições de melodias popularesbrasileiras. Contém um catálogo dasobras do autor. O livro é precedidode uma introdução escrita por Máriode Andrade, que estuda a persona-lidade de Luciano Gallet e fazapreciação estética da sua obra.Ilustrado. [5004]

Garcia (Júnior). Divisas e bordados. Rio deJaneiro, Papelaria Velho, 1938. 163 p.

No capítulo intitulado Ainda oHino Nacional (p. 149-154) o autorfaz considerações em torno do con-curso realizado em 1890 para a com-posição de um hino nacional queviesse substituir o de FranciscoManuel. [5005]

Garcia (Júnior). O Hino nacional e seu histó-rico. (Brasil Revista, v. 9, p. 114-118,Rio de Janeiro, 1940.)

É uma ampliação do artigo intitu-lado O Hino Nacional brasileiro e seuautor, publicado no nº 8, p. 91, damesma revista. [5006]

Gates, Eunice J. Brazilian music. (Hispa-nia, v. 22, nº 2, p. 129-135.) [5007]

Gazeta musical. Número dedicado a Ale-xandre Levi. Rio de Janeiro, ano 2, nº4, fevereiro, 1892.

Contém apreciações sobre a vidae a obra do compositor. [5008]

Gomes, Antônio Carlos. Algumas cartasde Carlos Gomes ao Visconde de Tau-nay. (Rev. Inst. Hist. Geo. Bras., tomo

1127

Page 459: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

73, 2ª parte, p. 35-75; Rio de Janeiro,1910.) [5009]

Gomes, Antônio Carlos. Cartas aos edito-res G. Ricordi & Cia., 1873-1895. (Rev.Brasileira de Música, v. 3, fasc. 2, p.384-416, 1936.)

Importante correspondência pu-blicada no original italiano. [5010]

Gomes, Antônio Carlos. Cartas diversas.(Rev. Brasileira de Música, v. 3, fasc. 2,p. 339-383, 1936.)

Aos seus filhos Carlos André eÍtala. A Teodoro Teixeira Gomes. AManuel José de Sousa Guimarães. ASalvador de Mendonça. Ao Dr. Os-car Godói e família. A FranciscoBraga. A Artur Imbassaí. Ao Dr.Cardoso de Meneses. [5011]

Gomes, Antônio Carlos. Duas cartas inédi-tas. (Rev. do Grêmio Literário da Bahia,ano 2, nº 11, p. 377-378, setembro,1903.) [5012]

Gomes, Antônio Osmar. A vocação musicaldo mulato. (Rev. do Brasil, ano 2, nº 10. p.33-38; Rio de Janeiro, abril, 1939.)

O papel do mulato na vida musi-cal popular do Brasil. [5013]

Gomes, Arlindo. Campinas: sua fundação esua história musical (Santana Gomes eMaria Monteiro). (Rev. Brasileira deMúsica. v. 3, fasc. 3-4, p. 490-495,1936.)

A cidade que foi berço de tan-tos musicistas brasileiros. A famí-lia Gomes. Reminiscências pes-soais do autor, filho de SantanaGomes e sobrinho do grande Car-los Gomes. [5014]

Gomes, Tapajós. Antonieta Rudge. (Weco,ano 2, nºs 7-8, p. 3-5, Rio de Janeiro.Agosto-setembro, 1930.)

Traços biográficos. [5015]

Gomes, Tapajós. Barroso Neto. Rio de Ja-neiro, 1939. 24 p.

Notas biográficas. Contém umalista das composições de BarrosoNeto. [5016]

Gomes, Tapajós. Barroso Neto. (ResenhaMusical, ano 1, nºs 11-12-13, p. 2 e15-17, Araraquara, julho-agosto-se-tembro, 1939.)

Traços biográficos. [5017]Gomes, Tapajós. Barroso Neto. (Weco,

ano 1, nº 9, p. 3-7, Rio de Janeiro,1930.)

Estudo sobre sua vida e obra.Comentários sobre suas mais recen-tes composições. [5018]

Gomes, Tapajós. Carlos Gomes. (IlustraçãoMusical, ano 11, nº 1, p. 2-8, Rio deJaneiro, janeiro, 1931.)

Notas biográficas e apreciaçãogeral sobre sua obra. [5019]

Gomes, Tapajós. Francisco Braga. Rio deJaneiro, Pongetti, 1937. 41 p.

Notas biográficas. Contém umalista das composições do músicobrasileiro. [5020]

Gonçalves, Augusto F. Lopes. LorenzoFernandez. (Weco, ano 2, nº 4, p. 5-6.Rio de Janeiro, maio, 1930.)

Biografia. [5021]Gonçalves, João Otaviano. Alberto Nepo-

muceno. (Ariel, ano 1, número 2, p. 68.São Paulo, novembro de 1923.)

Biografia seguida de comentá-rios sobre a obra do citado compo-sitor. [5022]

Gonçalves, João Otaviano. Esboço biográ-fico de Alberto Nepomuceno. (Rev. da As-sociação Brasileira de Música, ano 2, nº6, p. 57-65, Rio de Janeiro, 1933.)

1128

Page 460: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Conferência publicada na Asso-ciação Brasileira de Música em 1931.Traços biográficos. [5023]

Gonçalves de Azevedo.

vide

Azevedo, Artur Gonçalves de.

Guanabarino, Oscar. Folhetins sobre a ópe-ra Fosca, de Carlos Gomes. Rio de Janeiro,Tip. Primeiro de Janeiro, 1880. 28 p.

Coleção de artigos publicados naGazeta da Tarde. Comentários sobreas representações e o libreto. Apre-ciação geral da partitura. [5024]

Guaspari, Sílvia. Considerações em tornoda obra pianística de Heitor Vila-Lo-bos. (Música viva, ano 1, nº 7-8, p. 7-8, Rio de Janeiro, janeiro-fevereiro,1941). [5025]

Guimarães, Arquimedes Pereira. AntônioCarlos Gomes. Bahia, Escola deAprendizes artífices, 1936. 115 p.

Biografia. [5026]Guimarães, Luís Caetano Pereira (Jú-

nior). Antônio Carlos Gomes: perfil bio-gráfico, por Luís Caetano Pereira Guima-rães Júnior. Rio de Janeiro. Tip. Perse-verança, 1870. 71 p.

Notas sobre Carlos Gomes.Reeditado em 1921, no Correio mu-sical brasileiro, ano 1, nº 2 e ss., SãoPaulo. [5027]

Hornbostel, Erich von. Musik der Ma-kuschi, Taulipáng und Yekaná: audsdemPhonogramm-Archiv im PsychologischenInstitut der Universitaet Berlin. (EmKoch-Grünberg, Theodor; Vom Ro-roima zum Orinoco: Ergebnisse ei-ner reise in Nordbrasilien und Vene-zuela in den Jahren 1911-1913; IIIBand: Ethnographie; Stuttgart, Strec-ker und Schröder, 1923; p. 398-440).

Com a transcrição de numerosasmelodias. [5028]

Houston-Pèret, Elsie. Chants populairesdu Brésil; premiére série racueillie etpubliée par Mme. Elsie Houston-Pè-ret, introduction par Philippe Stern.Paris, Librairie orientaliste PaulGeuthner, 1930. 46 p.

Coleção de 42 canções precedidasde um ligeiro estudo sobre músicaspopulares da América Latina e do Bra-sil por Philippe Stern. [5029]

Houston-Pèret, Elsie. La musique, la dan-se et les cerémonies populaires du Brésil.(Em Art populaire, travaux artistiqueset scientifiques du Ier. Congres inter-national des arts populaires, PragueMCMXXVIII; tome II; Paris. Du-charthe, 1931; p. 162-164).

Breve nomenclatura de gêneros mu-sicais, cerimônias e danças. [5030]

Hunac, Iwan d’. Um precursor da músicabrasileira. (Ilustração musical, ano 1,nº 1, p. 5, Rio de Janeiro, agosto,1930)

Notas sobre Brasílio Itiberê daCunha -- sobre sua composição: Asertaneja. [5031]

Hunsche, Carl Heinrich. Richard Wagnerund Brasilien. (Ibero-AmerikanischesArchiv, ano XIII, nº 3, p. 199-212;Berlim, outubro, 1939).

Estuda o pouco esclarecido epi-sódio do convite feito a Wagner,pelo Imperador D. Pedro II, para es-crever uma ópera para o Brasil. Pu-blica a correspondência inédita docônsul brasileiro Ferreira Françacom o compositor. [5032]

Izikowitz, Karl Gustav. Musical and othersound instruments of the South Americans

1129

Page 461: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Indians. Göteborg, Elanders Boktryc-keri Aktiebolag, 1935. 433 p.

Estuda numerosos instrumentosde música empregados pelos índiosdo Brasil. [5033]

Koch-Grünberg, Theodor. Vom Rorai-ma zum Orinoco; Ergebnisse einerreise in Nordbrasilien und Venezuelain den Jahren 1911-1913; III Band:Ethnographie. Stuttgart, Strecker undSchröder, 1923.

Alguns capítulos dessa obra têminteresse musical: "Tanz" (p. 369-372). Estuda a dança entre os Ye-kuanás. "Täntze und Gasänge" (p.154-63) e "Arbeitges änge" (p. 163-166). Nesses últimos, o autor focali-za essas atividades entre os Tauli-pang. [5034]

Lacombe, Américo Jacobina. Carlos Go-mes e o conselheiro Albino José Barbosa deOliveira. (Rev. Brasileira de Música, v. 3,fasc. 2, p. 319-322, 1936).

Com a publicação de correspon-dência inédita. [5035]

Laner, Leo, pseud. Salvador Rosa (1874).(Rev. Brasileira de Música, v. 3, fasc. 2,p. 264-269, 1936).

Estudo analítico por vezes acen-tuadamente técnico, da ópera deCarlos Gomes. [5036]

Lange, Francisco Curt. Los estudios musi-cales de la America Latina, publicados ul-timamente. (Em Handbook of LatinAmerican Studies, 1937, p. 528-546;Cambridge, Harvard Universitypress., 1938).

Além da matéria arrolada naBibliografia há numerosas referên-cias ao Brasil na introdução (p.529-535). [5037]

Lange, Francisco Curt. Vila-Lobos, um pe-dagogo criador. (Boletín americano demúsica, ano 1, nº 1, p. 189-196,Montevideo, 1935).

Comentários sobre as atividadesdo compositor brasileiro como orga-nizador do ensino do canto orfeôni-co no Distrito Federal. [5038]

Lavenère, L. A música em Alagoas. Ma-ceió, 1928. 40 p.

Conferência feita no Instituto Ar-queológico e Geográfico alagoano.O autor faz breves consideraçõessobre a música brasileira e sobreeducação musical. [5039]

Leite, Serafim S. J. História da Companhiade Jesus no Brasil. Tomo II. Lisboa, Li-vraria Portugália, 1938. 658 p.

O canto, a música e a dança na ca-tequese dos índios do Brasil, Livro I,Capítulo V, § 8, p. 100-110. [5040]

Levi, Alexandre.vide também

Gazeta musicalLima, Manuel de Oliveira. Antônio José, o

Judeu. (Rev. Bras., ano 2, tomo 5, p.208-220; Rio de Janeiro, janeiro-mar-ço, 1896). [5041]

Lima, Rossíni Tavares de. Vida e época deJosé Maurício. São Paulo, Ed. da Livra-ria Elo, 1941. 113 p. [5042]

Lins, Francisco de. Um auto sacramental noPará. (Música sacra, ano 11, nº 1, p. 2.Petrópolis, janeiro, 1942).

Notícia sobre a representação do"Auto Sacram" de Calderón de laBarca. [5043]

Lira, Marisa. Brasil Sonoro. Rio de Janeiro,A Noite, sem data. 311 p.

Traz como subtítulo: "Gêneros ecompositores populares". Notas sobrea música popular brasileira. [5044]

1130

Page 462: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Lira, Marisa. Chiquinha Gonzaga. Rio deJaneiro. Tipografia Coelho, 1939. 118p.

Biografia e apreciação geral daobra, de inspiração popular, da com-positora brasileira. [5045]

Lozano, Fabiano Rodrigues. O canto nasescolas primárias de São Paulo. (Boletínlatino-americano de música, ano 2,8nº 2, p. 411-416, Lima, 1936).

Notas sobre a orientação dada aesse ensino. [5046]

M., J. H. Aluísio de Castro. (Weco, ano 2, nº1, p. 3-6, Rio de Janeiro, fevereiro,1930).

Artigo seguido de uma relaçãodas composições musicais desseautor. [5047]

Macedo, Joaquim Manuel de. Ano biográ-fico brasileiro. Rio de Janeiro, ImperialInstituto Artístico, 1876. 3 v. 537,538, 622 p.

Inclui notícias biográficas sobreAntônio Nunes de Cerqueira (v. 1,p. 411-412), José Maurício NunesGarcia (v. 1, p. 479-486), AntônioJosé da Silva, o Judeu (v. 2, p. 33-36)e Domingos Caldas Barbosa (v. 3, p.377-380). [5048]

Machado, Aires da Mata (Filho). O negroe o garimpo em Minas Gerais. (Rev. Arq.Munic., ano VI, c. 62, p. 309-356; SãoPaulo, novembro-dezembro, 1939).

No capítulo VIII desse seu alen-tado estudo, o autor estuda As canti-gas de trabalho na mineração dos diaman-tes, reproduzindo numerosos temasmusicais. [5049]

Manizer, H. H. Música e instrumentos demúsicos de algumas tribos do Brasil [1.Caduveos, 2. Terenos, 3. Faias, 4.Caingangs, 5. Guaranis, 6. Botocu-

dos] segundo notas e observaçõespessoais, e o material do Museu deAntropologia e de Etnografia, anexoà Academia das Ciências da Rússia.(Rev. Bras. de Música, v. 1º, fasc. 4, p.303-327, dezembro, 1934).

Contribuição fundamental ao es-tudo da etnografia brasileira, traduzi-da por A. Childe, da publicação ori-ginal russa, aparecida em 1918, sobos auspícios do Museu de Antropo-logia e de Etnografia do ImperadorPedro, o Grande. [5050]

Martius, Karl Friedrich Philip von, colab.vide também

Spix, Johann Baptist von.Marx, Walther Burle. Brazilian portrait:

Villa-Lobos. (Modern music, v. 17, nº 1,p. 10-18; New York). [5051]

Marx, Walther Burle. A música da Améri-ca. (Boletim da União Pan-America-na, v. 37, nº 11, páginas 674-678;Washington, novembro, 1935).

Especiais referências à músicabrasileira. [5052]

Matos, Aníbal Pinto de. Das origens da artebrasileira. Belo Horizonte, EdiçõesApolo, 1936. 266 p.

O Capítulo X (p. 131-140) é dedi-cado ao estudo da "Música entre osíndios". Com ilustrações. [5053]

Matos, Dalmo Belfort de. Cururu "Folk-Song" paulista. (Resenha Musical, ano 4,nº 41, p. 27-29, nº 42, p. 16-18, SãoPaulo, janeiro-fevereiro, 1942).

Histórico dessa dança popularpaulista. Sua forma atual. Caracterís-ticas e música. [5054]

Matos, Dalmo Belfort de. Demopsicologia dosamba. (Resenha Musical, ano 2, nº 14-15-16, p. 2-5, Araraquara, outubro-novembro-dezembro, 1939).

1131

Page 463: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Conferência realizada no SalãoNobre do Colégio Stafford em SãoPaulo. [5055]

Melo, Guilherme Teodoro Pereira de. Amúsica no Brasil desde os tempos coloniaisaté o primeiro decênio da República. Bahia,Tip. São Joaquim, 1908. 306 p.

Essa obra é pioneira entre aquelasque se ocuparam da formação, históri-co e situação geral da música brasileira.Republicado, em 1922, no DicionárioHistórico, Geográfico e Etnográfico do Brasil,p. 1621-1679. [5056]

Melo Morais Filhovide

Morais, Alexandre José de Melo (Filho).Mendes, Júlia de Brito. Canções populares

do Brasil. Rio de Janeiro, J. Ribeirodos Santos, 1911. 330 p.

Coleções de modinhas e lundúsetc., transcritos pela autora. [5057]

Mendonça, Lauro Drumond Furtado de.Carlos Gomes: recordações de 1862. (Rev. doGrêmio Literário da Bahia, ano 2, nº 11,p. 376, setembro, 1903). [5058]

Meneses, Rodrigo Otávio de Langaard.Minhas memórias dos outros, última série.Rio de Janeiro, Livraria José Olím-pio, 1936. 398 p.

Contém um capítulo intitulado"Carlos Gomes", com dados biográ-ficos, notas sobre a Ópera nacional,inauguração do monumento aocompositor brasileiro em Campinasetc., (p. 41-43). [5059]

Métraux, Alfred. La civilisation matérielledes tribos tupi-guarani. Paris, Libraireorientaliste Paul Geuthner, 1928.331. p.

Dedica um capítulo aos instru-mentos de música das tribos estuda-das (p. 214-224). [5060]

Mignone, Francisco. A pronúncia do cantonacional. (Em Anais do primeiro Con-gresso da língua nacional cantada.São Paulo, Departamento de cultura,1938, p. 485-496).

O autor sustenta os vícios maiscomuns de pronúncia na língua na-cional cantada. [5061]

Milhaud, Darius. A música brasileira.(Ariel, ano 1, nº 7, p. 264. São Paulo,abril, 1924).

Considerações sobre a influên-cia da música francesa no meio mu-sical brasileiro. Breve comentáriosobre os recursos musicais nacio-nais. [5062]

Moita, Luís. O fado, canção de vencidos; oitopalestras na Emissora Nacional em 1936.Lisboa, Empresa do Anuário comer-cial, 1936. 357 p.

Estuda a questão da origembrasileira da designação fado, a fa-vor da qual aduz novos argumen-tos. [5063]

Morais, Alexandre José de Melo (Filho).Artistas do meu tempo. Rio de Janeiro,Garnier, 1905. 184 p.

Apresenta notas históricas sobreos seguintes assuntos: "A Ópera na-cional. D. José Amat", p. 71-79; "Car-los Gomes", p. 81-116; "DomingosFerreira", p. 117-136. [5064]

Morais, Alexandre José de Melo (Filho).Cantares brasileiros: cancioneiro fluminense;volume 1: parte poética; volume 2:parte musical. Rio de Janeiro, JacintoRibeiro dos Santos, 1900. 2 v.XXXVII, 450, 128 p.

O prefácio ao primeiro volumeintitula-se "As modinhas e o violão".Nele o autor apresenta algumas con-siderações sobre música popular

1132

Page 464: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

brasileira e seus poetas. Segue-seuma coleção de textos poéticos. O2º volume é uma coletânea de melo-dias populares. [5065]

Morais, Alexandre José de Melo (Filho).Serenatas e saraus: coleção de autospopulares, lundus, recitativos, modi-nhas, duetos, serenatas, barcarolas eoutras produções brasileiras antigas emodernas; com uma nota explicativados assuntos de cada volume. Rio deJaneiro, H. Garnier, 1901-1902. 3 v.,300, 387 p.

Textos poéticos e algumas me-lodias. [5066]

Moreira, Pedro Lopes. Crítica musical. Riode Janeiro, Barreto, 1939. 186 p.

Coleção de artigos publicados emdiversos jornais, pelo autor, noexercício de sua função de críticomusical. [5067]

Moreira de Azevedo

vide

Azevedo, Manuel Duarte Moreira de.

Murici, José Cândido de Andrade. Con-dor (1891): notas sobre a estética dessa ópe-ra; (Rev. Brasileira de Música, v. 3, fasc.2, p. 300-307, 1936).

Estudo sobre a última ópera deCarlos Gomes. [5068]

Muricy, José Cândido de Andrade. Máriode Andrade, musicólogo. (Rev. Bras. deMúsica, v. I, fasc. 2º, p. 128-131. ju-nho, 1934).

Apreciação da obra musicológicado autor do Ensaio sobre música brasi-leira, e mais especialmente de doistrabalhos seus então aparecidos: acoletânea Música, doce música... e a In-trodução aos Estudos de Folclore, de Lu-ciano Gallet. [5069]

Murici, José Cândido de Andrade. Músi-ca brasileira moderna. (Rev. da AssociaçãoBrasileira de Música, ano 1, nº 1, p. 2-14, Rio de Janeiro, 1932).

Conferência realizada em 1931,na série promovida pela AssociaçãoBrasileira de Música Brasileira. Ten-dências e aspectos. Compositoresatuais. [5070]

Murici, José Cândido de Andrade. Pano-rama da música brasileira. (Rev. Brasileirade Música, v. 4, fasc. 3-4, p. 95-102,1937).

Capítulo introdutório do Álbumda música brasileira contemporânea,organizado para a Exposição Inter-nacional de Arte e Técnica, de Paris,em 1937. Originalmente publicadoem francês. [5071]

Néri, Frederico José Santana, Barão deSantana. Folk-lore Brésilien. Paris, Per-rin et Cie., 1889. 272 p.

Panorama geral. Contém obser-vações sobre a música popular doBrasil e inclui 12 melodias popularesbrasileiras. [5072]

Neves, César das. Cancioneiro de músicaspopulares contendo letra e música decanções, serenatas, chulas, danças,descantes, cantigas dos campos e dasruas, fados, romances, hinos nacio-nais, cantos patrióticos, cânticos reli-giosos de origem popular, cânticos li-túrgicos popularizados, canções polí-ticas, cantilenas, cantos marítimos,etc., e cançonetas estrangeiras vulga-rizadas em Portugal. Porto, Tip. Oci-dental, 1893. 2 v., 305.

O cancioneiro tem interesse parao estudo da música popular brasilei-ra não só pelo fato da contribuiçãoda música popular portuguesa em sua

1133

Page 465: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

formação, como também por incluiralgumas melodias brasileiras. [5073]

Nina Rodriguesvide

Rodrigues, Raimundo Nina.Nunes, João. O hino brasileiro. (Aspectos,

ano I, número 2, p. 182-187; Rio deJaneiro, outubro, 1937.)

Notas históricas sobre os textos(musical e literário) do Hino Nacio-nal brasileiro. [5074]

Otávio, B. Homenagem ao maestro SantanaGomes. (Rev. do Centro de Ciências, Le-tras e Artes de Campinas, ano 7, nº 19,p. 65-69; setembro, 1908.)

Estudo biográfico. [5075]Oliveira, Clóvis de. Artur Pereira. (Música

viva, ano 1, número 9, p. 1-2, Rio deJaneiro, março, 1941.)

Notas biográficas. [5076]Oliveira, Clóvis de. Artur Pereira, um com-

positor brasileiro. (Resenha musical, ano 4,nº 43, p. 1, São Paulo, março 1942.)

Notas sobre sua vida e obra.[5077]

Oliveira Limavide

Lima, Manuel de Oliveira.Paixão, Múcio da. O teatro no Brasil. Rio

de Janeiro, Brasília, ed., s. d. 606 p.Uma "apresentação" no volume

traz a data de 1936. O capítulo VI(p. 261-308) estuda a "Tentativa deuma ópera nacional". [5078]

Palma, Ernesto Valdívia. O nacionalismona música ibero-americana. (Rev. Bras. deMúsica v. II, 3º fasc., p. 233-238; se-tembro, 1935.)

Tradução do artigo publicado ori-ginalmente na Revista musical catalana(julho, 1935). O problema brasileiro

é estudado englobadamente com ode outros países do Continente. [5079]

Paranhos, Ulisses. História da música. V.1: Música brasileira. São Paulo, Man-gione, 1940. 145 p.

Música popular e música artística.Formação. História. Cultura musicalbrasileira. [5080]

Parnac, Valentin. L’opérette et l’Inquisition.(La Revue musicale, 11e année, nº 105,p. 502-508; Paris, juin, 1930.)

Estudo sobre Antônio José daSilva, cognominado "O Judeu"; bra-sileiro autor de peças teatrais commúsica, denominadas "óperas", repre-sentadas nos teatros de Lisboa em co-meços do século XVIII. [5081]

Pastorino, Carlos Torres. A música atravésdos séculos. Rio de Janeiro, Vicente S.Mangione (distribuidor), 1941. 120 p.

Breve resumo de história da mú-sica. [5082]

Pedrosa, Mário. Brazilian music. (TheatreArts Monthly, v. 23, nº 5, p. 363-368.)

Aspectos da "folcmúsica" e algu-mas considerações sobre a nossamúsica artística. [5083]

Pedrosa, Mário. Villa-Lobos et son peuple;le point de vue Brésilien. (La Révue Musi-cale, ano 10, nº 10, p. 23-28; Paris,novembro, 1929.)

A obra de Vila-Lobos considera-da como um reflexo da alma popularbrasileira. [5084]

Peppercorn, Lisa M. Brasilian musikki-kuulumisia. (Suomen musikkilehti, nº2; Helsinki, 1939.)

Breve histórico e situação atualda música no Brasil. [5085]

Peppercorn, Lisa M. Dilettant compilesBrazil’s largest music library. (Musical

1134

Page 466: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

America, p. 229, New York, February,10, 1942.)

Notas sobre a importante biblio-teca musical particular do Sr. AbraãoCarvalho, no Rio de Janeiro. Comduas ilustrações. [5086]

Peppercorn, Lisa M. Ensenãnza de la mú-sica en el Brasil. (Boletín de la Unión Pa-namericana, nº 4, p. 240-245, Was-hington, abril, 1941.) [5087]

Peppercorn, Lisa M. Instrumental lessons inBrazilian secondary school. (Music in schools;London, junho, 1939.) [5088]

Pereira, Américo. O maestro FranciscoVale. Rio de Janeiro, Oficinas Gráfi-cas d’A Noite. 1923. 48 p.

Notas biográficas. [5089]Pereira, Américo. A obra musical de Fran-

cisco Vale. (Revista Brasileira de Música,v. 5, fasc. 1, p. 36-42, 1938.)

O autor passa em revista a perso-nalidade desse compositor mineiro esuas principais obras. [5090]

Pereira, Antônio de Sá. A "Sonatina" deCamargo Guarnieiri. (Weco, ano 1, nº 8,p. 13-19, Rio de Janeiro, outubro,1929.)

Estudo transcrito do Diário de SãoPaulo. Análise musical da referidaobra. Considerações sobre o movi-mento musical brasileiro. [5091]

Pereira, Artur Ramos de Araújo. O folclo-re negro do Brasil. Rio de Janeiro, Civili-zação Brasileira, S. A., 1935. 279 p.

É o v. IV da "Biblioteca de divul-gação científica". No capítulo V, in-titulado "A sobrevivência da dança eda música", páginas 129-158, o autorfaz considerações sobre a dança e amúsica africana e sua adaptação noBrasil. [5092]

Pereira, Artur Ramos de Araújo. O negrobrasileiro; etnografia religiosa e psicanálise.Rio de Janeiro, Civilização Brasileira,1934. 303 p.

O capítulo VII (p. 149-168) é dedi-cado à dança e à música dos candom-blés. Uma 2ª edição aumentada foi pu-blicada, em 1940, pela Comp. EditoraNacional, em São Paulo. [5093]

Pimenta, Gelásio. Alexandre Levi. SãoPaulo, Tip. H. Rosenhain, 1911. 29 p.

Dados biográficos. Trabalhoapresentado ao Instituto Histórico eGeográfico de São Paulo, em 1910.Publicado em O Estado de São Paulo eJornal do Comércio. [5094]

Pinto, Alexina de Magalhães. Cantigas dascrianças e do povo. Rio de Janeiro, Fran-cisco Alves, 1916. 204 p. ColeçãoIcks -- série A)

É uma coleção de cantigas reco-lhidas nos Estados de Minas, SãoPaulo e Rio de Janeiro. Ilustrado.Contém notas explicativas dos ter-mos regionais. [5095]

Pinto, Alexina de Magalhães. Contribuiçãodo folclore brasileiro para a Biblioteca In-fantil. Rio de Janeiro, J. Ribeiro dosSantos, 1907. 211 p. (Coleção Icks --série C).

Coleção de lendas e xácaras popu-lares, algumas acompanhadas da res-pectiva melodia. Ilustrado. [5096]

Pinto, Alexina de Magalhães. Os nossosbrinquedos. Lisboa, Tip. de A Editora,1909. 303 p.

Coleção de cantigas de roda, deninar, etc., e jogos educativos, acom-panhados de desenhos e notas expli-cativas dos mesmos, recolhidospela autora em várias regiões doBrasil. [5097]

1135

Page 467: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Porto-Alegre, Manuel de Araújo, Barãode Santo Ângelo. Apontamento sobre avida e a obra do padre José Maurício Nu-nes Garcia. (Rev. Inst. Hist. Geo. Bras.,v. 19, p. 354-369, 1856).

Importante estudo que tem servidode base ao que posteriormente se es-creveu sobre o velho compositor bra-sileiro. Foi republicado, em 1879, naRevista Musical e de Belas-Artes, do Riode Janeiro, ano 1, nº 28 e ss. [5098]

Porto Seguro, Visconde de.vide

Varnhagen, Francisco Adolfo de, Vis-conde de Porto Seguro.

Prado, Eduardo da Silva. L’Art. (Em LeBrésil en 1889. Paris, Librairie CharlesDelagrave, 1889.)

Le Brésil en 1889 é um livro escri-to com a colaboração de escritoresbrasileiros e publicado sob a direçãode M. F. J. de Santana Néri, peloSindicato do "Comité Franco-Brési-lien"., para a Exposição Universal deParis. No estudo de Eduardo Pradointitulado L’Art encontram-se refe-rências à música no Brasil. (Músicados Índios. Resenha histórica, p. 545-556). Estuda a música primitiva, amúsica folclórica e a música artísticano Brasil, sendo uma das primeirastentativas de história musical tenta-das no Brasil, e manancial de infor-mações a que recorreram as obrassubseqüentes, publicadas sobre omesmo assunto. [5099]

Quirino, Manuel Raimundo. As artes naBahia. Bahia, Liceu de Artes e Ofí-cios, 1909. 96 p.

Coleção de artigos contendo co-mentários sobre as atividades artísti-cas na Bahia. [5100]

Quirino, Manuel Raimundo. Artistasbaianos. Bahia. Oficinas da empresa ABahia, 1911. 257 p.

Contém referências às atividadesmusicais na Bahia, e uma enumera-ção dos principais músicos e com-positores baianos. [5101]

Quirino, Manuel Raimundo. Costumesafricanos no Brasil. Rio de Janeiro, Civi-lização Brasileira, 1938. 351 p.

Tem um capítulo dedicado aosinstrumentos musicais, com transcri-ção de algumas melodias dos feste-jos religiosos dos negros (p. 105-109). Ilustração (p. 120). [5102]

Ramos, Artur.vide

Pereira, Artur Ramos de Araújo. RealAcademia de Amadores de Música, Lis-boa. Homenagem à memória de Car-los Gomes, Lisboa, Comp. NacionalEditora. 1897. 27 p.

É uma poliantéia. Contém um es-tudo biográfico de Ernesto Vieira epoesias de Luís Guimarães, TomásRibeiro, Bulhões Pato, HenriqueLopes de Mendonça e FernandesCosta. [5103]

Rebouças, André Pinto. Carlos Gomes.(Revista Musical e de Belas Artes, ano 1,nº 1, p. 1-3, nº 2, p. 3, nº 3, p. 2-3, nº 4,p. 2-3; janeiro, nº 5, p. 2-3, nº 6, p. 2-3, nº 7, p. 2, nº 8, p. 2-3; fevereiro,nº 9, p. 2-3, número 10, p. 2-4, nº 11,p. 2-3, nº 12, p. 3-4, nº 13, p. 3-4;março, nº 14, p. 2-4, nº 15, p. 3-4, nº 16,p. 3-5, nº 17, p. 3-4; abril, nº 18, p. 3-4, nº 19, p. 3-4, nº 20, p. 3-4, nº 21,p. 3-4. nº 22, p. 3-4; maio, nº 23, p.3-4, nº 24, p. 3-4 nº 25, p. 3-4, nº 26,p. 3-4, junho; nº 27, p. 3-4, julho, Riode Janeiro, 1897.)

1136

Page 468: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Importante trabalho relatandodetalhadamente a vida do compositorbrasileiro, desde sua infância até a datade publicação deste artigo. [5104]

Rebouças, André Pinto. Efemérides deCarlos Gomes; notas para o Taunay. (Rev.Inst. Hist. Geo. Bras., tomo 73, 2ª par-te, p. 75, 1910.) [5105]

Reis, Júlio. A miragem da música. Rio deJaneiro, Tipografia Leuzinger, 1918.76 p.

Crônicas sobre assuntos musi-cais.

[5106]Ribeiro, José Silvestre. História dos estabe-

lecimentos científicos, literários e artísticos dePortugal nos sucessivos reinados da monar-quia. Lisboa, Tip. da Academia Realdas Ciências, 1874.

Em sua obra (18 v.) o autor dábreve notícia histórica das ativida-des musicais no Brasil durante oreinado de D. João VI (Tomo 4, p.322-338). [5107]

Rocha, Sousa. Perfil biográfico do maestroFrancisco Braga. Rio de Janeiro, Tip.Vilas-Boas, 1921. 32 p.

Contém uma lista de suas com-posições. [5108]

Rodrigues, João Barbosa. O canto e a dan-sa silvícolas. (Revista Brasileira, ano III,tomo 9, p. 362-60, Rio de Janeiro,1881.) [5109]

Rodrigues, João Barbosa. Poranduba ama-zonense ou Kochiyma-uara Porandu. Riode Janeiro, Tip. de G. Leuzinger e Fi-lhos, 1890. 334 p.

Coleção de contos e lendas dosíndios do Amazonas. No capítuloCantigas, páginas 273-334, o autorfaz algumas considerações sobre ocanto dos índios, instrumentos usa-

dos, poesia; transcreve duas cantigasdo cairé. [5110]

Rodrigues, Raimundo Nina. Os africanosno Brasil. São Paulo, Editora Nacio-nal, 1932. 409 p.

O autor dedica um capítulo ao es-tudo da dança (p. 233-239) e outros aoda música (p. 239-241). [5111]

Roquete-Pinto, Edgard. Rondônia. 3ª ed.São Paulo, Editora Nacional, 1935.401 p.

Transcrição dos fonogramas co-lhidos pelo autor entre os índiosparecis e nhambiquaras; descriçãode cantos e danças desses mesmosíndios. [5112]

Rothe, Friede F. The popular music of Bra-zil; Romeo Silva and his band. (Brazil,nº 139, p. 12-16, New York, June,194.0)

Notas sobre essa famosa orques-tra popular e, em geral, sobre oscompositores populares brasileiros ealguns de nossos gêneros musicaisfolclóricos. [5113]

Röwer, Basílio. Frei Francisco de Santa Eu-lália, por frei Basílio Röwer. (Música Sa-cra, ano 1, nº 2, p. 20, Petrópolis, fe-vereiro, 1941.) [5114]

Röwer, Basílio. Frei Santa Clara, por freiBasílio Röwer. (Música Sacra, ano 1, nº 1,p. 3, Petrópolis, Editora Vozes,Ltda., janeiro, 1941.)

Ligeira notícia sobre esse compo-sitor brasileiro, extraída do livro domesmo autor -- O Convento de SantoAntônio, Rio de Janeiro, 1937, p. 384-385. [5115]

Röwer, Basílio. Frei Santo Elias, por freiBasílio Röwer. (Música Sacra, ano 1, nº 3,p. 56, Petrópolis, Editora Vozes,Ltda., março, 1941.)

1137

Page 469: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Nota sobre esse compositor bra-sileiro extraída do livro O Convento deSanto Antônio, Rio de Janeiro, 1937,p. 386. [5116]

Ruberti, Salvatore. Colombo (1892): análisemusical do poema. (Rev. Bras. de Música,v. 3, fasc. 2, p. 308-316, 1936.)

Estudo sobre a obra de CarlosGomes. [5117]

Ruberti, Salvatore. Maria Tudor (1879).(Rev. Bras. de Música, v. 3, fasc. 2, p.270-292, 1936.)

Evocação da tormentosa estréia daópera de Carlos Gomes e resumo doargumento com exemplificações dosprincipais temas musicais. [5118]

Santo Ângelo, barão de.vide

Porto-Alegre, Manuel de Araújo, barãode Santo Ângelo.

Santos, Samuel Arcanjo dos. Folhas que ovento levará. São Paulo, Of. das Esco-las Profissionais Salesianas (pref.1940). 83 p.

Coleção de crônicas publicadasna revista Dom Bosco, sob o pseudô-nimo: "Saleshúmiles". [5119]

Seidl, Roberto. Carlos Gomes, brasileiro epatriota. Rio de Janeiro, ImprensaModerna, 1935. 54 p.

Notas biográficas. Inclui umabibliografia. [5120]

Seidl, Roberto. Carlos Gomes: ensaios de bibli-ografia. (Rev. Bras. de Música, v. 3, fasc. 2,p. 445-457, 1936.) [5121]

Sena, Ernesto. Rascunhos e perfis. Rio deJaneiro, Tip. do Jornal do Comércio,1909.

Entre os outros escritos encon-tram-se os seguintes estudos: Francis-co Manuel da Silva (p. 553-570). Notasbiográficas. Transcreve o testamento

do autor do Hino Nacional. LoSchiavo (p. 529-551). Notas sobre aópera de Carlos Gomes e sua execu-ção no Rio de Janeiro. Transcrevecartas de Carlos Gomes. [5122]

Silva, Egídio de Castro e. Música para pia-no de Carlos Gomes. (Rev. Bras. de Músi-ca, v. 3, fasc. 2, p. 188-190, 1936.)

Análise de umas poucas peçaspianísticas escritas pelo autor doGuarani. [5123]

Silva, Egídio de Castro e. O samba carioca:notas de uma visita à Escola do morro daMangueira. (Rev. Bras. de Música, v. 6,p. 45-48, 1939.)

Notas de uma coleta. Segue-se aesse pequeno estudo o texto do sam-ba Nunca conheci paixão, notado porDuília Frazão Guimarães. [5124]

Silva, Lafaiete. História do teatro brasileiro.Rio de Janeiro, Serviço Gráfico doMinistério da Educação e Saúde,1938.

Dois capítulos dessa obra pre-miada pela Comissão de Teatro Na-cional são dedicados, respectivamen-te, à Música (p. 429-468) e Dança (p.469-473). [5125]

Silva, Luciano Pereira da. História artística doAmazonas. (Dic. Histórico, Geográfico, Et-nográfico do Brasil, comemorativo do 1ºCentenário da Independência, v. 2, p.76-77, 1922.) (Estados.)

Breve retrospecto do desenvolvi-mento musical amazonense. [5126]

Silva, M. Moreira da. A música do Brasil.(Ilustração Brasileira; Rio de Janeiro,setembro, 1922, 2 p., s.n.)

Continua no número de outubrode 1922 (1 p.s.n.). Os principais mú-sicos brasileiros são apresentados,como num dicionário, em ordem al-

1138

Page 470: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

fabética. Encerra-se o artigo com umparágrafo sobre Imprensa e literaturamusical. [5127]

Silva, Paulo. Estudos de contraponto e fuga deCarlos Gomes. (Rev. Bras. de Música, v,III, fasc. 2, p. 168-176. 1936.)

Exame dos manuscritos de traba-lhos escolares do mestre, conserva-dos na coleção de seu sobrinho, oprofessor Alfredo Gomes. [5128]

Sinzig, Pedro. Um gênio brasileiro. (Weco,ano 2, nºs 9-10, p. 5-8, Rio de Janei-ro, outubro-novembro, 1930.)

Traços biográficos de Sílvio Deo-lindo Fróis. [5129]

Sinzig, Pedro. Sílvio Deolindo Fróis. (Weco,ano 2, nos 9-10, p. 3-5, Rio de Janei-ro, outubro-novembro, 1930.)

Notas biográficas transcritas noDiário Oficial da Bahia. [5130]

Slonimsky, Nicolas. Modern composers ofBrazil. (Christian Science monitor, Bos-ton, September, 28, 1940.)

O autor passa em revista a obrados compositores brasileiros con-temporâneos. [5131]

Slonimsky, Nicolas. Music in South Ameri-ca. (Em Who is who in music; Chicago,Lee Stern Press, 1944, p. 518-520.)

Os aspectos atuais da música bra-sileira são estudados englobadamen-te com os das demais repúblicas sul-americanas. [5132]

Slonimsky, Nicolas. South AmericanComposers. (Musical America, v. 60,nº 3, p. 281-287, New York, Februa-ry, 1940.)

Além de considerações gerais so-bre os problemas da música sul-ameri-cana o autor dedica uma parte do seuartigo aos compositores brasileiros,

oferecendo dados biográficos e foto-grafias de diversos deles. [5133]

Souto, Luís Filipe Vieira. Antônio CarlosGomes. Rio de Janeiro, Tip. do Jornaldo Comércio, 1936. 40 p.

Conferência proferida em 1936,no Instituto Histórico e Geográfi-co brasileiro. Contém notas histó-ricas. [5134]

Speiser, Felix. Im Düster des BrasilianischenUrwalds. Stuttgart, Strecker undSchröder, 1926. 322 p.

Às p. 249-260 o autor escreve umcapítulo sobre: Vorbereitungen zumTanzfest. Ilustrações às p. 240-241 e256-257. [5135]

Spix, Johann Baptist von, -- and -- Mar-tius, Karl Friedrich Philip von. Brasi-lianische Volkslieder und Indianische Mel-lodien. S.1.s.d. 15 p.

Álbum de música complementarda monumental obra desses autoresintitulada Reise in Brasilien (3 v. e 1 ál-bum com gravuras, Munchen, 1823-1831). [5136]

Sprovieri, Arrigo G. Henrique Oswald. (Mu-sica d’oggi, anno XIII, nº 10, p. 401,Milano, ottobre, 1931 -- IX.) [5137]

Steward, Margaret E. The folk music ofBrazil. (Musical America, v. 60, nº 6,p. 9-23, New York, march, 25, 1940.)

Breves notícias sobre os princi-pais gêneros de música folclórica noBrasil. Com ilustrações. [5138]

Taunay, Afonso de Escragnolle. CarlosGomes e o Visonde de Taunay. (Rev.Bras. de Música, v. III, fasc. 2º, p. 160-163, 1936.)

As lutas financeiras do mestre ea intervenção de Taunay a seu fa-vor. Fragmentos do diário deste úl-timo. [5139]

1139

Page 471: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Taunay, Afonso de Escragnolle. Música epintura seiscentista em São Paulo. (Cultu-ra Artística, ano 1, nº 12, p. 10-15,Rio de Janeiro, maio, 1936.)

Notas sobre o arrolamento de ins-trumentos de música e pinturas nosinventários de bandeirantes. [5140]

Taunay, Alfredo de Escragnolle, viscon-de de. O padre José Maurício Nunes Gar-cia. (Revista Musical e de Belas-Artes,ano 2, nº 7, p. 53-54, março; nº 8,p. 60-61, nº 9, p. 68, abril; nº 10, p. 76-77, nº 11, p. 84-85, maio; nº 12,p. 92-93, nº 13, p. 100-101, ju-nho; nº 15, p. 117-119, nº 17, p. 130julho; nº 20, p. 160, agosto, 1880.)

Importante estudo biográfico. Océlebre encontro entre o compositorportuguês Marcos Portugal e JoséMaurício. Abundante documentaçãoseguida de comentários. [5141]

Valle, Flausino Rodrigues do. Elementosde folclore musical brasileiro. São Paulo,Editora Nacional, 1936. 165 p. (Bi-blioteca Pedagógica Brasileira -- série5 -- Brasiliana, v. 57.) [5142]

Varnhagen, Francisco Adolfo de, vis-conde de Porto Seguro. Domingos Cal-das Barbosa. (Rev. Inst. Hist. Geo. Bras.,v. 14, p. 449-460, 1851.)

Estudo biográfico ilustrado comum retrato. [5143]

Vasconcelos, Carlos de. Antonieta Rudge.Rio de Janeiro, Tip. Besnard Frères,1916. 235 p.

Formação artística. Traços bio-gráficos. [5144]

Vasconcelos, Joaquim de. Os músicos por-tugueses: biografia-bibliografia. Porto, Im-prensa Portuguesa, 1870, 2 v., 289,308 p.

Contém uma notícia sobre o Pa-dre José Maurício Nunes Garcia (v. 1,p. 114). Em vários outros pontos háreferências que interessam, principal-mente no artigo sobre Marcos Por-tugal (v. II, p. 44). [5145]

Veiga, Luís Francisco da. Hinos patrióticos,compostos por Evaristo Ferreira da Veigapor ocasião da independência do Brasil.(Rev. Inst. Hist. Geo. Bras., v. 40, parte2ª, p. 39-71, 1877.)

Pequena memória lida em sessãodo Instituto provando a autenticida-de da letra do hino à Independênciade Evaristo da Veiga. Controvér-sias sobre essa questão. Relaçãodos hinos compostos pelo mesmoautor. [5146]

Vieira, Ernesto. Dicionário biográfico de mú-sicos portugueses; história e bibliografia damúsica em Portugal. Lisboa, TipografiaMatos Moreira & Pinheiro, 1900. 2v., 559, 496 p.

Contém artigos sobre diversoscompositores brasileiros. [5147]

Vieira, Hermes Pio. Carlos Gomes: sua vidae sua obra. São Paulo. Editorial Liber-tas, 1934. 197 p. [5148]

Vieira, Hermes Pio. O romance de CarlosGomes. São Paulo, L.G. Miranda,1936.

Biografia romanceada do compo-sitor brasileiro. [5149]

Vila-Lobos, Heitor. O ensino popular damúsica no Brasil. Rio de Janeiro, Of.Gráfica da Secretaria Geral de Edu-cação e Cultura, 1937. 55 p.

Orientação geral desse ensino.Resenha das atividades da Superin-tendência de Educação Musical eArtística. O volume contém alémdas 55 páginas numeradas, um "Ín-

1140

Page 472: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

dice e quadro sinóptico" (em 13folhas de grande formato) comnotas explicativas sobre as 137cantigas infantis constantes do 1ºvolume do Guia Prático, coleçãode peças populares arranjadas peloautor. [5150]

Vila-Lobos, Heitor. A música nacionalistano governo Getúlio Vargas. Rio de Janei-ro, Departamento de Imprensa ePropaganda, 1940. 69 p.

O autor se refere ao desenvolvi-mento da educação musical esco-lar, no decênio 1930-1940, fazendoconsiderações sobre a importância docanto orfeônico escolar para a

educação cívica dos futuros cida-dãos. [5151]

Volúsia, Eros. Dança brasileira. Rio de Ja-neiro, Tip. Batista de Sousa, 1939. 52p. = 8 s. n.

Conferência pronunciada em1939, sob o título: A Criação do Baila-do Brasileiro. Contém numerosas fo-tografias da autora, em várias desuas criações coreográficas. [5152]

W. Prometeu. (Gazeta Musical, ano 2, nú-mero 12, p. 177-182, Rio de Janeiro,julho, 1892).

Análise estética do poema sinfô-nico de Leopoldo Miguez. [5153]

1141

Page 473: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Obras Gerais de Referência*

Bibliografia

Academia Brasileira de Letras, Rio deJaneiro. Anuário, Rio de Janeiro,1937. [5154]

Almeida Prado, João Fernando.Vide

Prado, João Fernando de Almeida.Andrade Murici, José Cândido de.

videMurici, José Cândido de Andrade.Anselmo, Antônio. Bibliografia das bibliografias

portuguesas, Lisboa, 1923. 158 p.Saiu antes na Revista de Histó-

ria, janeiro e março de 1919, p.32-38. [5155]

Anuário brasileiro de literatura, Rio deJaneiro, Pongetti, 1937.

Aparece anualmente com algumatraso. Contém artigos originaissobre assuntos variados e umabibliografia dos principais livrosaparecidos durante o ano. [5156]

Asher, George Michael. A bibliographicaland historical essay on the Dutch booksand pamphlets relating to New-Netherland,and to the Dutch West-India compa-ny and to its possessions in Brazil,Angola, etc., of New-Netherland,with facsimiles of the map of New-Netherland by N. I. Visscher and ofthe three existing views of New-Amsterdam; compiled from the

Dutch public and private libraries,and from the collection of Mr. Fre-derik Muller in Amsterdam, by Pri-vat-Docent of Roamn law in theUniversity of Heidelberg. Amster-dam, Frederik Muller, 1854-1867.234 p.

Guia indispensável para todo es-tudioso da história da expansão econquistas holandesas na América.O trabalho de Asher, publicado en-tre 1854-1857, é único na espécie epode-se dizer que para a época emque foi escrito constituiu um traba-lho padrão. Trata-se, sem dúvida, damelhor fonte para o conhecimentobibliográfico dos livros e folhetos re-lativos aos holandeses na América.As coleções posteriores organizadaspor Tiele, Knuttel, etc. contêm umnúmero maior de folhetos, mas As-her reuniu tão-somente os que di-ziam respeito a New Netherland(atual New York), às possessões daCompanhia das Índias Ocidentais,ao Brasil e a Angola, enquanto queTiele e Knuttel tratam de todos osfolhetos holandeses relativos à histó-ria da Holanda, tornando-se assim,mais difícil ao estudioso da históriabrasileira, a sua consulta. Asher nãose limitou à descrição bibliográfica

1143

(*) Esta bibliografia foi organizada por Rubens Borba de Morais e José Honório Rodrigues.

Page 474: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

do livro ou folheto, mas comenta,explica e anota o seu conteúdo e va-lor. O que Asher fez em relação àAmérica está exigindo que se façaem relação ao Brasil holandês espe-cialmente se lhe acrescentarmos osresultados de pesquisas mais recen-tes. Tiele e Knuttel, por exemplo,trouxeram uma contribuição notávela esses estudos. A classificação doslivros e folhetos relativos ao Brasil,colecionados por Asher, o examedas coleções de Tiele e Knuttel rela-tivas ao Brasil junto às pesquisas re-centes de brasileiros, holandeses eportugueses podem constituir uminventário preciosíssimo aos estudossobre os holandeses no Brasil. Ascoleções mais recentes publicadas noBrasil, como os catálogos de S. deMendonça, J. C. Rodrigues, Alfredode Carvalho, embora não tratemparticularmente dos holandeses noBrasil, cometem erros e lacunas gra-ves quando a eles se referem; so-mente o Catálogo da exposição nas-soviana feito sob às vistas de Rodol-fo Garcia é que apresenta uma feiçãomais séria, ocorrendo, mesmo assim,falhas e deficiências. Além disso ele in-ventaria tão-somente livros e folhetospertencentes à Biblioteca Nacional doRio de Janeiro. Os estudos brasileirosestão reclamando um esforço pacientede colheita de tudo que já foi feito porAsher, Tiele e Knuttel e que, junto àsinvestigações modernas, nos ofereçaum trabalho bibliográfico à altura daatual brasiliana. [5157]

Airosa, Plínio. Apontamentos para a bib-liografia da língua tupi-guarani. São Pau-lo, 1943. 303 p.

É a melhor bibliografia crítica so-bre o assunto. O autor é professorde língua tupi-guarani da Universida-de de S. Paulo. [5158]

Backer, Augustin de, e Backer, Aloysde. Bibliothèque de la Compagnie de Jésus:1) Bibliographie par les pères Au-gustin et Aloys de Backer; 2) His-toire par le père Auguste Carayon.Nouv. éd. ar Calos Sommervogel...pub. par la Province de Belgique.Bruxelles, o Schepens; Paris, A. Pi-car, 1890 -- v. 1. [5159]

Backer, Augustin de, e Backer, Aloys de.Bibliothèque des écrivains de la Compagniede Jésus ou, Noticies Bibliographiques: 1ºde tous les ouvrages publiés par lemembres de la Compagnie de Jésus,depuis la fondation de l’ordre jusqu’ànos jours; 2º des apologies, des con-troverses religieuses, des critiques lit-teráires et scientifiques suscitées àleur sujet. Liége, L. Grandmont-Donders, 1853-1861. 7 v. [5160]

Backer, Augustin de, Backer, Aloys de,e Rivière, Ernest M. Corrections et ad-ditions à la Bibliothèque de la Compagniede Jésus. Supplément au "De Backer-Sommervogel". Toulouse, L’auteur,1911-1917. pts. 1-4. [5161]

Batista, Nair. Pintores do Rio de Janeiro colo-nial: notas bibliográficas. (Rev. Sev. Pa-trim. Hist. Art. Nac. nº 3, Rio de Ja-neiro, 1939, p. 103-121). [5162]

Batista Pereira, Antônio.vide

Pereira, Antônio Batista.Barbosa Machado, Diogo.

videMachado, Diogo Barbosa.Bartlett, John Russel. Bibliotheca america-

na: a catalogue of books relating to

1144

Page 475: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

North and South America in the li-brary of the late John Carter Brown,of Providence, 1482-1700. Providen-ce. 1875-1882. 2 v.

Impresso privativamente. Ediçãode 100 exemplares. Insuperável pelasnotas bibliográficas. [5163]

Beltran, Francisco. Biblioteca biobibliográfica:catálogo de una importante colección de li-bros y folletos españoles y extranjeros refe-rentes e bibliografía, biografía, bibliofilía.Madrid, La Imprensa y sus artes au-xiliares, 1927. 8 v.

Excelente bibliografia espanhola debibliografias espanholas e hispano-americanas, com índices. [5164]

Bemis, Samuel Flagg, e Griffin, GraceGardner. Guide to the diplomatic historyof the United States, 1775-1921. Was-hington. Govt. print. off., 1935.979 p. [5165]

Bezerra, Alcides. Bibliografia histórica do pri-meiro reinado à maioridade, 1822-1840,Rio de Janeiro, 1930. 133 p. [5166]

Bibliographie géographique inter-naionale, 25-29 -- Bibliographie an-nuelle. Paris, A. Colin, 1921 -- v. 1 --

A parte referente ao Brasil temmelhorado nos últimos anos graçasà colaboração de Pierre Mombeig,professor de Geografia da Universi-dade de São Paulo. [5167]

Blake, Augusto Vitorino Alves do Sacra-mento. Dicionário bibliográfico brasileiro.Rio de Janeiro, 1883-1902. 7 v.

É a única bibliografia geral brasi-leira. A entrada é feita pelo prenomedo autor. Em seguida dá a bibliografiae as obras que escreveu. É obra in-dispensável tanto como fontebibliográfica como biográfica. O in-conveniente da entrada pelo preno-

me foi sanado por um índice muitobem feito por Jango Fischer, Rio deJaneiro, 1937. [5168]

Boggs, Ralph Steele. Bibliography of LatinAmerican foklore -- New York, Wilsonco., 1940. 109 p. (Inter-American bibli-ographical and library association.;Publications, ser. 1, v. 5) [5169]

Borchard, Edwin Montefiore. Guide tothe law and legal literature of Argentina,Brazil and Chile. Washington. Govt,print, off. 1917. 523 p. [5170]

Brasil, Câmara dos Deputados. Organi-zações e programas ministeriais desde1822-1889... Presidentes das Câmaras,Deputados às Cortes portuguesas, à As-sembléia Constituinte e Assembléia Ge-ral, Senadores do Império, Conselheirosde Estado, Regências e Regentes do Impé-rio e Presidentes da Província até 1889.Rio de Janeiro. Imprensa Nacional.1889. 469 p. [5171]

Brasil, Departamento Nacional de Esta-tística. Estatística intelectual do Brasil,1929. Rio de Janeiro, Departamen-to Nacional de Estatística. 1931-1932. 2 v. [5172]

Brasil, Ministério da Educação e Saúde.Exposição José Bonifácio; centenário damorte do Patriarca da independência,1838. Rio de Janeiro, Ministério daEducação e Saúde, 1938. 131 p. (Ex-posições, v. 1.)

Contém farta documentação sobreJosé Bonifácio e uma bibliografia desuas obras. [5173]

Brasil, Ministério da Educação e Saúde.Exposição Machado de Assis: centenáriodo nascimento de Machado de Assis, 1839-- 1939. Rio de Janeiro, Ministério daEducação e Saúde, 1939. 238 p. (Ex-posições, v. 2.)

1145

Page 476: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Contém documentação sobreMachado de Assis e bibliografia desuas obras e dos principais estudossobre o autor. [5174]

Brown, John Carter. Bibliotheca america-na: catalogue of the John Carter Brownlibrary in Brown university. Providen-ce, Printed by the Library, 1919-1931. V. 1-3. [5175]

Cabral, Alfredo Vale. Anais da ImprensaNacional do Rio de Janeiro de 1808 a1822. Rio de Janeiro, Tip. Nacional,1881. 339 p.

Inicia a obra com uma história daImprensa Régia fundada no Rio em1808. Traz em seguida, em ordemcronológica, os livros impressosno Rio de 1808 a 1822. No fimhá um índice de autor. É a únicabibliografia que existe para esseperíodo. É obra de muito valor,embora incompleta. [5176]

Canstatt, Oskar. Kritisches repertoriumder deutsch-brasilianischen literatur.Berlin, D. Reimer (E. Vohsen)1902. 124 p. [5177]

Canstatt, Oskar. Nachtrag zum kritischenrepertorium der deutsch-brasilianischen lite-ratur. Berlin, Dietrich Reimer (ErnstVohsen), 1906. 64 p.

Contribuição ao repertório críticoda literatura alemã-brasileira (nº an-terior). Trata-se de adições e corre-ções ao Kritische repertorium, o quenão impediu o autor de cometer no-vos enganos. [5178]

Carayon, Auguste. Bibliographie historiquede la Compagnie de Jésus ou, Catalogue deouvrages relatifs à l’histoire des jésuites, de-puis leur origine, jusqu’ à nos jours. Paris,A. Durand. 1864. 612 p. [5179]

Carnegie endowment for internationalpeace. Intellectual and cultural relationsbetween the United States and LatinAmerica: select list of books, pamphletesand periodial articles. Washington,1935. 17 p. [5180]

Carvalho, Alfredo Ferreira de. Bibliotecaexótica brasileira. Rio de Janeiro,Eduardo Tavares, s.d. 3 v.

Este catálogo, por ordem alfabé-tica de autor, foi feito segundo as fi-chas da biblioteca de Alfredo deCarvalho. Contém somente as obrasescritas sobre o Brasil por autoresestrangeiros. Para cada obra há umcomentário escrito por Alfredo deCarvalho e por Eduardo Tavares.Infelizmente essa obra utilíssima nãofoi concluída. Abrange somente dasletras A a M. [5181]

Castro, Eugênio de. Relação bibliográfica delingüística americana. Rio de Janeiro,Ministério da Educação e Saúde,1937. 130 p.

Esta relação organizada por Eu-gênio de Castro, diretor do InstitutoCairu, agora transformado em Insti-tuto Nacional do Livro, abrange Msse livros referentes à lingüística ameri-cana, na seção ameríndia. Extinto oInstituto Cairu, não mais se prosse-guiu na execução não só da 2ª série,como das outras seções de lingüísti-ca ameríndia, conforme o programaelaborado pelo referido diretor e queabrangia as seguintes outras seções:hispano-americana, luso-americana,nevo-agro-americana, anglo-america-na, e várias outras. [5182]

Church, Elihu Dwight. A catalogue ofbooks relating to the discovery and early his-tory of North and South America forming

1146

Page 477: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

a part of the library of Elihu DwightChurch; compiled and annotated by GeorgeWatson Cole. New York, Dodd, Mea-de and Co., 1907. 5 v.

Até 1884, 1.385 títulos. Mais im-portante que Sabin. Junto está: A ca-talogue of books consisting of English lite-rature and miscellanea including many origi-nal editions of Shakespeare; compiled and an-notated by George Watson Cole. [5183]

Cox, Edward Godfrey. A reference guide tothe literature of travel, including voyage, geo-graphical descriptions, adventures, shipw-recks and expeditions. The New World,Seattle, 1938. 2 v. (The University ofWashington -- Publications in Lan-guage and Literature.) [5184]

Domingos, Luís Antônio, colab.

videRafael, João Maria, Paula, José Francis-

co Xavier de, e Domingos, Luís An-tônio. Exposição bibliográfica da restaura-ção: catálogo. Lisboa, Biblioteca Nacio-nal. 1940. 450 p.

1.677 espécies registradas. Trata-se do material da Biblioteca Nacio-nal referente à restauração comobem se diz no prefácio. Não se limi-ta às obras exclusivamente consagra-das aos sucessos da época, mas re-gistra também aquelas nas quais en-contram-se notícias úteis. O prefácioé assinado pelo diretor A. Botelhoda Costa Veiga que declara ter sido ocatálogo organizado pelos Drs. Ataí-de e Melo, Da. Carlota Gil Ferreira eDurval Pires de Lima. O catálogo éorganizado pela ordem alfabética donome dos autores. É, talvez, umdos mais valiosos para o estudo darestauração e dos holandeses noBrasil. [5185]

Figanière, Jorge César de. Bibliografia his-tórica portuguesa; ou, Catálogo metódicodos autores portugueses, e de alguns estran-geiros domiciliários em Portugal, que trata-ram da história civil, política e eclesiásticadestes reinos e seus domínios, e das naçõesultramarinas. Lisboa, Tip. do Panora-ma, 1850. 349 p. [5186]

Fischer, Jango. Índice alfabético do "Dicionariobibliográfico" de Sacramento Blake. Rio deJaneiro, 1937. 127 p. [5187]

Fonseca, Martinho Augusto Ferreira da.Aditamentos ao Dicionário bibliográficoportuguês de Inocêncio Francisco da Silva.Coimbra, Imprensa da Universidade,1927. 377 p. [5188]

Fonseca, Martinho Augusto Ferreira da.Subsídios para um dicionário de pseudôni-mos, iniciais e obras anônimas de escritoresportugueses: contribuição para o estudo daliteratura portuguesa... com poucas pala-vras, servindo de prólogo pelo acadêmico Dr.Teófilo Braga. Lisboa, Academia Realdas cienciais, 1896. 298 p.

Contém maioria de pseudônimosportugueses. [5189]

Ford, Jeremiah Denis Mathias, Whittem,Arthur F., e Raphael, Maxwell I. Atentative bibliography of Brazilian belles-let-tres. Cambridge, Harvard Univ. Press,1931. 201 p. [5190]

Freire, Laudelino de Oliveira. Um séculode pintura: apontamentos para a históriada pintura no Brasil de 1816-1916. Riode Janeiro, Tipografia Rohe, 1916.677 p. [5191]

Galvão, Benjamin Franklin Ramiz. Notasbibliográficas; adições a Barbosa e Inocêncioda Silva. (An. Bib. Nac. Rio de Janei-ro, 1876-1877, v. 1, p. 150-157; v. 2,p. 363-372; v. 3, p. 210-223.) [5192]

1147

Page 478: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Garcia, Rodolfo. Bibliografia geográfica bra-sileira, organizada... para ser apresentadaao sexto congresso de geografia de BeloHorizonte. (Rev. Inst. Hist. Geo.Bras., v. 85, Rio de Janeiro, p. 5-105.) [5193]

Garraux, A.L. Catalogue des ovgrages françaiset latins relatifs au Brésil, 1500-1898. Pa-ris, 1898. 400 p.

Contém as obras em francês e la-tim que o autor colecionou e algu-mas que consultou na Biblioteca Na-cional de Paris. A entrada é feita porautor e no fim traz um índice pormatérias. É uma bibliografia muitoapreciada. [5194]

Granizo, León Martín.

vide

Martín Granizo, León.

Greenlee, William Brooks. A descriptivebibliography of the history of Portugal. (Hisp.Amer. Hist. Rev., v. 20, p. 491-516,Durham, N.C., 1940.) [5195]

Griffin, Grace Gardner, colab.

vide

Bemis, Samuel Flagg, e Griffin, GraceGardner. Handbook of Latin Americanstudies: a guide to the material published in1935, by a number of scholars. Cambrid-ge, Mass., Harvard Univ. Press, 1936.

É, hoje em dia, obra clássica e in-dispensável, de consulta obrigatóriamesmo para os brasileiros. É a melhorobra de referência sobre o assunto quese publica atualmente. [5196]

Harrisse, Henry. Bibliotheca americana ve-tustissima: a description of works relating toAmerica, published between 1492 and1551. New York, G.P. Philes, 1866.519 p. Additions. Paris. Tross, 1872.199 p.

Muito útil e interessante trabalhocom notas e importantes descriçõese comparações. Os títulos dos livrosmais raros são reproduzidos em tipogótico, na forma do original. Mr. E.Tross, de Paris, publicara (Paris, Li-brairie Tross, 1872, 200 p.) um volu-me adicional muito interessante. Fo-ram impressos somente 90 exempla-res do 1º v. de 1866. [5197]

Harvard University. Bureau for econo-mic research in Latin America. Theeconomic literature of Latin America: atentative bibliography; compiled by the staff ofthe Bureau for economic research in LatinAmerica. Harvard University, Cambrid-ge, Harvard Univ. Press, 1935-1936. 2v.

A parte relativa ao Brasil ocupaas p. 97 a 135 do 2º volume. [5198]

Holmer, Ruth E. V. comp. Bibliographicaland historical description of the rarest booksin the Oliveira Lima collection at the Cat-holic university of America; compiled byRuth E. V. Holmes, assistent librarian ofthe Ibero American library. Washington,1927. 367 p. [5199]

Jones, Cecil Knight. A bibliography of La-tin American bibliographies, by C. K. Jo-nes. Second edition, revised and enlarged bythe author with the assistence of James A.Granier. Washington, Gov. Print Of-fice, 1942. 311 p.

A parte brasileira ocupa as pági-nas 99 a 129. A parte general and mis-cellaneous contém muita referência útilaos estudos brasileiros. [5200]

Kuder, Manfred. Die deutsch-brasilianischeliteratur und das bodenständigkeitsgefühlder deustschen volksgruppe, in Brasilien.(Ibero-Amerika Nisches Archiv., v.

1148

Page 479: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

10, Berlin und Bonn, 1937, p. 394-494.) [5201]

Leclerc, Charles. Biblioteca americana: cata-logue raisonné d’une très précieuse collectionde livres anciens et modernes sur l’Améri-que et les Philippines, classés par ordre alp-habétique de noms d’auteurs. Paris, Mais-sonneuve, 1867. 407 p.

Os catálogos de Leclerc são fon-tes clássicas para livros antigos quetratam do Brasil. [5202]

Leclerc, Charles. Bibliotheca americana: his-toire, géographie, voyages, archéologie et lin-guistique des deux Amériques et des îlesPhilippines. Paris, Maissonneuve,1878. 737 p. [5203]

Leclerc, Charles. Bibliotheca americana: Su-plément nº 1, novembre, 1881. Paris,Maissonneuve, 1881. 102 p. [5204]

Leclerc, Charles. Bibliotheca americana:Supplément nº 2. Paris, Maissonneuve,1887 127 p. [5205]

León Pinelo, Antonio Rodríguez de.Epítome de la bibliotheca oriental i occiden-tal, náutica i geográfica. Madrid, I. Gon-zález, 1629. 186 p.

O trabalho é extremamente im-portante para bibliógrafos america-nos, e é geralmente citado sob onome de Pinelo, que era o sobreno-me adotado por Antonio de León,chamado "O cronista das Índias". Oautor nasceu no Peru e educou-seem Lima. Escreveu importantes tra-balhos que na maior parte só exis-tem em manuscritos. [5206]

León Pinelo, Antonio Rodríguez de.Epítome de la bibliotheca oriental y occiden-tal, náutica y geográphica de Don... Ma-drid, Francisco Martínez Abad, 1737-1738. 3 v.

É a edição aumentada da bibliografiade viagem original de León Pinelo. Asadições por Don Andrés Gonzalesde Barcia (que modestamente evitoua menção de seu nome), são tãoconsideradas que quase constituemum novo trabalho. O trabalho origi-nal consiste de 1/4 do volume, con-tendo 200 p. e esta 2ª edição por Bar-cia, compreendendo 3 v. in folio, con-tém cerca de 1.300 p. O v. 2 trata daAmérica. [5207]

Machado, Diogo Barbosa. Biblioteca lusi-tana histórica, crítica e cronológica; na qualse compreende a notícia dos autores portu-gueses, e das obras que compuseram desde otempo da promulgação da lei da graça até otempo presente. Lisboa, 1741-1759. 4 v.

É a primeira grande bibliografiaportuguesa que serviu de fonte paraInocêncio da Silva e seus seguidores.É obra clássica e indispensável paraos autores desse período. A ediçãocitada é muito rara. Existe uma edi-ção moderna, mas também difícil dese encontrar, pois foi tirada a poucosexemplares. [5208]

Maack, Reinhard. Die deustsche literatur ue-ber die deutsche einwanderung und siedlungin Suedbrasilien. (Handbook of LatinAmerican Studies, 1938. Cambridge,1939, p. 399-417). [5209]

Maggs bros. London. Biblioteca brasi-liensis: catálogo anotado de livros raros,de alguns autógrafos e manuscritos impor-tantíssimos e de gravuras sobre o Brasil eo descobrimento da América, 1493-1930. A. D. London, Maggs bros,1930. 369 p.

Os Catálogos de Maggs, de Lon-dres, são fonte execelente para livrosraros que tratam do Brasil. [5210]

1149

Page 480: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Manchester, Alan Krebs. Descriptive bibli-ography of the Brazilian section of theDuke university library; reprinted fromThe Hispanic American Historical Review,v. 13, nº 2 e 4, May and November,1933. 70 p. [5211]

Manuel II, rei de Portugal. Livros antigosportugueses, 1489-1600, da biblioteca deSua Majestade fidelíssima, descritos por S.M. El-Rei D. Manuel. Cambridge,Harvard Univ. Press, 1929-1932. 3 v.Suplemento, 1500-1597. 1935. 792 p.

Magnífica obra. Afora a descriçãobibliográfica do livro, as notas expli-cativas que acompanham o texto in-formam e criticam sobre o seu con-teúdo, valor e edições. [5212]

Marchant, Alexander. Writings in English,French, Italian and Portuguese concerningthe German colonies in southern Brazil.(Handbook of Latin Americana Studies,1938. Combridge, 1939, p. 418-431)[5213]

Markham, Clements Rober. Colonial his-tory of South America, and the wars of in-dependence [with a critical essay on thesources of information, and editorialnotes, including a note on the bibli-ography of Brazil] (Winsor, Justin,ed. Narrative and critical history ofAmerica. Boston and New York,1884-1889. v. 8. p. 295-368) [5214]

Martín Granizo, León. Aportaciones bibli-ográficas; viajeros y viajes de españoles, por-tugueses y hispano-americanos. (Rev. Geog.Colon. Mercantil, v. 20, p. 275-292,305-326, 369, 396; v. 21. p. 5-25, 81-101, 145-166; Madrid, 1923-1924) [5215]

Medina, José Toribio. Biblioteca hispano-americana, 1493-1810. Santiago doChile. Impreso en casa del autor,1888-1907. 7 v.

Foram impressos somente 200exemplares desta indispensávelbibliografia, em língua espanhola,sobre as Américas do Norte e doSul. Ela forma um complemento im-prescindível a Sabin. Contém com-parações e importantes notas históri-cas e bibliográficas dos itens descri-tos. Contém 8.481 descrições de li-vros americanos. Os índices são degrande importância. [5216]

Mota, Artur. História da literatura brasileira.São Paulo, Editora Nacional, 1930 --v. 1-2

Contém mais informaçõesbibliográficas sobre edições de au-tores brasileiros que as outras histó-rias da literatura brasileira. Contém,às vezes, enganos. [5217]

Müller, Frederik. Catalogue of books, maps,plates on America, and of a remarkablecollection of early voyages, offered for sale byFrederick Müller... including a largenumber of books in all languages withbibliographical and historical notes andpresenting an essay towards a Dutch-American bibliography. Amsterdam,Frederik Müller, 1872-1875. 3 v.

Frederik Müller foi um célebreantiquário. Em 1858 vendeu aBrockhaus, e em 1866 a H. Ste-vens, coleções de livros raros queforam por este levados para aAmérica. No catálogo arrolam-selivros sobre a descoberta, explora-ção, colonização, e sobre os holan-deses no Brasil. Contém este catá-logo 3.520 tópicos de livros; 1.280de retratos; 1.508 autógrafos; 2.288atlas, mapas, livros de viagens ecartas geográficas. [5218]

1150

Page 481: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Murici, José Cândido de Andrade. À novaliteratura brasileira: crítica e antologia. PortoAlegre, 1936. 425 p. [5219]

Paiva, Tancredo de. Achegas a um dicioná-rio de pseudônimos, inciais, abreviaturas eobras anônimas de autores brasileiros e deestrangeiros, sobre o Brasil ou no mesmoimpressas. Rio de Janeiro, 1929. 248 p.

Na 1ª parte a entrada é por pseu-dônimos; na 2ª, por título. Emboramuito incompleta é a melhor obrasobre o assunto. [5220]

Paris, Bibliothèque nationale. Cataloquede l’histoire de 1’Amérique, par GeorgeA. Barringer. Paris, 1903-1911. 5v.

[5221]Pastells, Pablo. Historia de la Compañía de

Jesús en la Provincia del Paraguay (Argen-tina, Paraguay, Uruguay, Perú, Bolivia yBrasil) según los documentos originales delArchivo general de Indias, extractados yanotados por el R. P. Pablo Pastells. Ma-drid, V. Suárez, 1912 v. 1-2 [5222]

Paula, José Francisco Xavier de, colab.vide

Rafael, João Maria, Paula, José Francis-co Xavier de, e Domingos, Luís An-tônio

Pedroso, Zophimo Consiglieri. Catálogobibliográfico das publicações relativas aos des-cobrimentos portugueses. Lisboa, Im-prensa Nacional, 1912. [5223]

Pereira, Antônio Batista. Rui Barbosa; ca-tálogo das suas obras. Rio de Janeiro,1929. 22 6p. [5224]

Perie, Eduardo. A literatura brasileira nostempos coloniais, do século XVI ao começodo XIX: esboço histórico seguido deuma bibliografia e trechos dos poetase prosadores daquele período quefundaram no Brasil a cultura da lín-

gua portuguesa. Buenos Aires. E. Pe-rie, 1885. 442 p. (Biblioteca luso-bra-sileira). [5225]

Pinelo, Antonio Rodríguez de León.vide

Léon Pinelo, Antonio Rodríguez de.Prado, João Fernando de Almeida. Per-

nambuco e as capitanias do norte do Bra-sil, 1530-1630. São Paulo. EditoraNacional, 1939-41. 3 v. ilus (Brasilia-na, v. 175). [5226]

Prado, João Fernando de Almeida. Pri-meiros povoadores do Brasil, 1500-1530.São Paulo, Editora Nacional, 1935.302 p. (Brasiliana, v 37) [5227]

Prestage, Edgar. Sumário dumabibliografia histórica portuguesa, 1640-1697. (Rev. História, Lisboa, v. 3, p.350-353). [5228]

Ramiz Galvão.vide

Galvão, Benjamim Franklin Ramiz.Rafael, João Maria, Paulo, José Francisco

Xavier de, e Domingos, Luís Antô-nio. Biblioteca Histórica de Portugal e seusdomínios ultramarinos, na qual se contêmvárias histórias daquele e destes Ms. eimpressos em prosa e em verso, só, ejuntas com as de outros estados, escri-tas por autores portugueses e estran-geiros, com um resumo de suas vidas edas opiniões que há sobre o que algunsescreveram; divididas em quatro partes.Nova edição, correta, e amplamente au-mentada como no § 8º do Prólogo seespecifica. Lisboa, na Tip. Calcográfica,Tipoplástica e Literária do Arco doCego, 1801. 408, 100 p. (adições)

A dedicatória é assinada por JoséCarlos Pinto de Sousa. [5229]

Raphael, Maxwell I., colab.vide

1151

Page 482: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Ford, Jeremiah Denis Mathias, Whittem,Arthur F., e Raphael, Maxwell I.

Ribeiro, Clóvis. Brasões e bandeiras do Bra-sil. São Paulo, São Paulo editora,1933. 387 p. gravuras em cor e dese-nhos de J. W. Rodrigues. [5230]

Rio de Janeiro, Arquivo Público Nacio-nal. Catálogo dos livros raros existentesna Biblioteca do Arquivo Nacional, sécu-los XVI a XVIII. Rio de Janeiro,1933. [5231]

Rio de Janeiro, Biblioteca Nacional.Anais da Biblioteca Nacional do Rio deJaneiro, 1881-1882; Volume IX: catá-logo da exposição de história do Bra-sil. Rio de Janeiro, 1881-1882. 2 v.

Em 1880 fez-se no Rio uma ex-posição de livros, mapas e gravurasreferentes à História do Brasil. Ocatálogo dessa exposição constituiuma das melhores bibliografias, nogênero, que existe. As obras estãoclassificadas segundo grandes as-suntos de acordo com o índice.Existe também um índice de auto-res, seguido de números, que re-mete o leitor para as obras no cor-po do catálogo. Contém, também,manuscritos. [5232]

Rio de Janeiro, Biblioteca Nacional.Catálogo da exposição nassoviana.(Anais da Biblioteca Nacional doRio de Janeiro, publicados sob ad-ministração do Diretor RodolfoGarcia. Rio de Janeiro, Ministérioda Educação e Saúde, 1938. v. 51,1929, 134 p.)

Trata-se do catálogo da exposi-ção de livros, folhetos e cartas bio-gráficas relativas à ocupação holan-desa no Nordeste e Norte do Brasil.

Esta exposição teve lugar em 1937,em comemoração ao tricentenárioda chegada a Pernambuco do CondeJoão Mauricio de Nassau. Iniciando-se com uma ligeira explicação do Sr.Rodolfo Garcia, acha-se o Catálogosubdividido em três seções: 1) Im-pressos; 2) Manuscritos; 3) Peçasiconográficas. Cada uma das seçõesencontra-se, por sua vez, subdivididaem várias partes. Como trata-se dematerial existente na Biblioteca Na-cional, o Catálogo oferece, natural-mente, deficiências e lacunas, doponto de vista do material reunido.Além disso, sente-se a falta de obrasgerais holandesas de importânciapara o referido período. Dever-se-ia,também, ter incluído obras de histó-ria geral brasileira, como a do Vis-conde de Porto Seguro, onde algu-mas notas de Capistrano de Abreu eespecialmente as do Sr. RodolfoGarcia constituem verdadeiras con-tribuições para o esclarecimento depontos obscuros ou para a divulga-ção de documentos inéditos. Livroscomo o de Southey, que foi, sem dú-vida, o primeiro a consultar obrasholandesas, deveriam estar presen-tes. A Biblioteca Nacional possuitanto esses livros, como as obras ge-rais holandesas a que nos referimosacima. Notam-se, também, certasdeficiências nas subdivisões da 1ª se-ção. Assim, alguns livros como ode Moerbeerck (nº 27) e o de Laet(nº 45) são muito mais obras refe-rentes aos antecedentes, a primeira, eassuntos gerais, a segunda, do queaos holandeses na Bahia, como seencontram classificadas. De modogeral, trata-se de fonte indispensável

1152

Page 483: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ao estudioso da história dos holan-deses no Brasil. [5233 e 5234]

Rio de Janeiro, Biblioteca Nacional. Ca-tálogo da exposição permanente dos ciméliosda Biblioteca Nacional. Publicado sob adireção do bibliotecário João de Sal-danha da Gama. Rio de Janeiro, Leu-zinger, 1885. 1.059 p. [5235]

Rivière, Ernest M., colab.

vide

Backer, Augustin de, Backer, Aloys de,e Rivière, Ernest M.

Robertson, James Alexander. The OliveiraLima collection of hispano-americana.(Hisp. Amer. Hist. Rev., v. 3. p. 78-83;Baltimore, 1920) [5236]

Rodrigues, José Carlos. Biblioteca brasi-liense: catálogo anotado dos livros sobre oBrasil e de alguns autógrafos e manuscritospertencentes a J. C. Rodrigues. Parte I:Descobrimento da America, Brasilcolonial, 1492-1822. Rio de Janeiro,1907. 680 p.

José C. Rodrigues possuiu amaior coleção de livros raros refe-rentes ao Brasil, feita por um parti-cular, Hoje ela está incorporada à Bi-blioteca Nacional do Rio. O catálo-go contém somente as obras que elepossuía. A entrada é feita por autor.Contém comentários, geralmente,sob o ponto de vista do bibliófilo. Éa melhor bibliografia de livros rarossobre o Brasil que existe. A segundaparte nunca foi publicada. [5237]

Sabin, Joseph. Bibliotheca americana: a dic-tionary of books relating to America, fromits discovery to the present time; begun byJoseph Sabin, continued by Wilber-force Eames and compiled by R. W.G. Vall for the Bibliophical Society

of America. New York, 1868-1936.29 v.

Catálogo clássico e indispensá-vel. [5238]

Sabugosa, marqueses de. Catálogo metódi-co da livraria dos marqueses de Sabugosa,condes de S. Lourenço. Lisboa, 1904.273 p.

Catálogo de uma das mais pre-ciosas bibliotecas privadas de Por-tugal. [5239]

Sacramento Blake

vide

Blake, Augusto Vitorino Alves do Sacra-mento.

Sambaqui, Lidia de Queirós. Guia dasprincipais instituições culturais brasileiras ede suas publicações. (Handbook of LatinAmerican Studies, 1937. Cambridge,1938, p. 465-489).

Contém informações úteis tantopara o estrangeiro quanto para obrasileiro. [5240]

Santos, José dos. Bibliografia da literaturaclássica luso-brasílica, com numerososfac-símiles; 2 partes. Lisboa, 1916-1917. [5241]

Santos, José dos. Catálogo da impor-tante e preciosíssima livraria, quepertenceu aos notáveis escritores ebibliófilos Condes de Azevedo e deSamodães, enriquecido de notasbibliográficas e notícias de várias edi-ções de muitas das obras descritas, etambém de numerosos fac-símiles deportadas, frontispícios, páginas, gra-vuras, registros de lugar e de data deimpressão das mesmas obras, etc.;redigido por José dos Santos, comuma introdução do erudito escritor ebibliófilo Sr. Anselmo Braamcamp

1153

Page 484: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Freire. Porto, Empresa Literária e Ti-pográfica, 1921. 2 v. [5242]

Santos, Manuel dos. Bibliografia geral ou,Descrição bibliográfica de livros tanto deautores portugueses como brasileiros e mui-tos de outras nacionalidades impressosdesde o século XV até a atualidade, coma marcação dos respectivos preços de ven-da; dá-se igualmente notícia de muitosmanuscritos de evidente interesse para ahistória do Brasil e das possessões portu-guesas, etc. Lisboa, Tipografia Men-donça, 1914. v. 1 [5243]

Schunanu, Scholmo. Bibliography of Jewishbibliographies. Jerusalein, Univ. Press.1936. 399 p.

Consulte-se a seção XVI, judeus-hispano-portugueses, onde se en-contram referências a bibliografiasjudaicas e a judeus portugueses queestiveram no Brasil durante o perío-do holandês. [5244]

Scott, James Brown. Conferencias internacio-nales americanas, 1889-1936; recopilációnde los tratados, convenciones, recomendacio-nes, resoluciones y mociones adoptadas porlas siete primeras conferencias internaciona-les americanas, la Conferencia interamerica-na de conciliaición y arbitraje y la Conferen-cia interamericna de consolidación de lapaz; com varios documentos relativos a laorganización de las referidas conferencias;prefácio por Leo S. Rowe... introduc-ción por James Brown Scott. Was-hington, 1938. 746 p. (Publicacionesde Dotación Carnegie para la paz in-ternacional.) [5245]

Silva, Inocêncio Francisco da. Dicionáriobibliográfico português; Estudos de Inocên-cio Francisco da Silva, aplicáveis a Portugale ao Brasil. Lisboa, Imprensa Nacio-nal, 1858-1919. 22 v.

A obra de Inocêncio é a únicabibliografia portuguesa geral queexiste. A entrada é pelo prenome.Existe um índice geral com entradapelo nome, feito por José Soares deSousa. É obra clássica e indispen-sável. [5246]

Someren, J. F. van. Pamfletten (in de Biblot-heek der Rijksuniversiteit te Utrecht), nietvookomende in afzonderlijke gedrukte cata-logi der verzamelingen in andere openbareNederlandsche bibliotheken. Utrecht,1915-1922. 2 v. 8 v.

Suplemento indispensável àsobras de Knuttel, Tiele, Petit e V. D.Wulp. Este catálogo descreve folhe-tos existentes na Biblioteca deUtrecht, que não estão descritos emqualquer outro lugar e que são, qua-se todos, peças únicas e de extremararidade. [5247]

Sousa, José Carlos Pinto de. Biblioteca his-tórica de Portugal, e do ultramar, na qualse contêm várias histórias deste reino, e im-pressa em prosa, e em verso, só e juntas comas de outros estados, escritas por autoresportugueses, e estrangeiros, com um resumode suas vidas, e das opiniões que há acercado que se crê que alguns escreveram: comuma relação no fim de outras histórias tam-bém manuscritas, e impressas; composta po-rém somente por autores portugueses, e uni-camente relativas ao tempo, e às vidas posi-tivamente escritas de certos soberanos dePortugal, e de alguns de seus sereníssimosdescendentes. Lisboa, na Régia OficinaTipográfica, 1797. 223 p. [5248]

Sousa, José Soares de. Índice alfabético doDicionário bibliográfico português de InocêncioFrancisco da Silva. São Paulo, 1938.

O Dicionário de Inocêncio dá aentrada pelo prenome. Daí a utilida-

1154

Page 485: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

de desse índice cuja entrada é feitasempre pelo último nome, com a in-dicação dos diversos lugares nocorpo do Dicionário onde o autor étratado. [5249]

Stevens, Henry. Bibliotheca historica or, Acatologue of 500 volumes of booksand manuscripts relating chiefly tothe history and literature of Northand South America, among which isincluded the large proportion of theextraordinary library of the late HenryStevens. Boston, H. O. Hughton,1870. 234 p. [5250]

Studart, Guilherme, barão de. Estrangei-ros e Ceará. (Rev. Inst. Hist. Geo. Ceará,v. 32, Ceará-Fortaleza, 1918.) p. 191-274. [5251]

Taunay, Afonso de Escragnolle. Escrito-res coloniais: subsídios para a história da li-teratura brasileira. São Paulo, DiárioOficial, 1925. 292 p. [5252]

Ternaux-Compans, Henri. Achives desvouyages; ou, Collection d’anciennes rela-tions inédites ou trés-rares de letres, memoi-res, intineraires et autres documents realtifsa la geographie et aux voyages; suivies d’A-nalyse d’anciens voyages, et d’anecdotes (sic)relatives aux voyageurs tirées des memoiresdu temps; ouvrage destiné a servir de com-plément a tours les recueils de voyages fran-çais et étrangers. Tome I. Paris, Ber-trand, s.d. 477 p.

Trata-se de uma coleção de via-gens. De interesse para o Brasil en-contram-se: 1) no tomo I, a reim-pressão nas p. 452-454, sob o títuloRelation véritable de la prinse de la Bayade todos los Santos, et de la ville de S.Sauveur au Brésil, par la flote hollandoise,MDCXXIV; 2) no tomo 2 a seguin-te tradução, p. 306-309, Nouvelles du

pays de Brésil (traduit de l’allemand), p397-401, Lettre d’un père capucin s’etantachemine en la flotte dressée sous l’auctoritédu Roy, parle sieur de Razilly au flanne deMaragnon et terres adjacentes em l’IndieOccidentale, en laquelle est descritte l’arri-vée des françois au dict pais et l’acueil qu’-on leur y a faict; au nom de nostre SeigneurIesus Christ; escritte par le reverend pèreClaude d’Abbeville, predicateur capucin es-tant de present en l’Inde nouvelle applléeMaragnon, envoyée à son frère pareillementcapucin nommé frère Martial d’Abbeville,et à un sien frère nommé monsieur Toullon;à Paris, chez Gilles Blasot, imprimeur prèsla porte Saint Marcel, MDCXII, avecpermission, au nom de nostre Seigneur Ie-sus Christ. [5253]

Tiele, Pieter Anton. Bibliotheek van Neder-landsche Pamfletten. Eerste Afdeeling ver-zameling van Frederik Muller. Te Ams-terndam. Naar Tijdsorde Gerangschicketeen Neschreven door... Amsterdam, 1858-1861. 3 v.

Esta valiosa bibliografia, com-preendendo folhetos holandeses pu-blicados nos anos de 1482-1702,contém nada menos que 9.688 títu-los, cronologicamente arranjados,com exatas descrições, bibliografiase outras notícias, etc. Para o colecio-nador americano é do mais alto inte-resse, porque contém não somentetodos os folhetos mencionados noEnsaio de Asher, como muitos ou-tros que, embora não tratando dire-tamente das colônias holandesas naAmérica, são indispensáveis ao co-nhecimento da história da Holanda,em conjunção com as das colônias.Antes da publicação deste Catálogopor Tiele, os folhetos holandeses

1155

Page 486: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

não eram muito apreciados, poisvendiam-se em lotes. Depois desteCatálogo, a atenção geral voltou-separa eles e seu alto interesse foi maise mais apreciado. [5254]

Tiele, Pieter Anton. Memoire bibliographiquesur les journaux des navegateur néerlandaisreimprimés dans les collections de Bry et deHulsisus, et dans les collections hollandaisesdu XVIIe siècle, et sur les anciennes édi-tions hollandaises des journaux de navega-teus étrangers; la plupart en la possession deFrederik Muller... Amsterdam, Frede-rik Mullere, 1867. 372 p.

Dedicado a Jan Lenox, Esq. deNew York, que forneceu de sua ricabiblioteca valiosas contribuições. Tra-balho importantíssimo sobre as pri-meiras viagens e os primeiros viajantesholandeses para o Brasil. [5255]

Trübner’s American and Oriental litera-ry record: a register of the most im-portant works published in Northand South America, in Índia, China,and the British colonies: with occa-sional notes on German, Dutch, Da-nish, French, Italian, Spanish, Portu-guese, and Russian books; v. 1-12,Mar. 1865-Dec. 1879; new ser. v. 1-9Jan, 1880-Dec. 1888; 3d ser. vi, 1

mar. 1889-Feb, 1890. London, Trüb-ner & Co., 1865-1890. 22 v [5256]

Vale Cabral

vide

Cabral, Alfredo Vale.

Vindel, Francisco. Manual gráfico-descripti-vo del bibliófilo hispano-americano, 1475-1850; com un prólogo de D. PedroSáenz Rodríguez. Madrid, 1930-1932.12 v.

3.442 livros, especialmente anti-gos. A ordem seguida é a alfabética,por nome de autor. Cada descrição éacompanhada de uma reproduçãofac-similar; geralmente a folha derosto. [5257]

Whitten. Arthur, F. colab.

vide

Ford, Jeremiah Denis Mathias, Whittem,Arthur F., e Raphael, Maxwell I.

Wilgus, Alva Curtis. Histories and histo-rians of Hispanic America: a bibliog-raphical essay. Wahington, The Inter-American Bibligoraphical and Libra-ry Association, 1936. 113 p. (Inter-American Bibligoraphical and Li-brary Association Publications --ser 1. v. 2.) [5258]

1156

Page 487: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Sociologia

Donald Pierson

I. Observações Gerais

Estudiosos competentes no assunto chegaram a duas conclusõ-es mutuamente contraditórias a respeito de obras sociológicas escri-tas no Brasil: 1) que essas obras existem em profusão; 2) que são vir-tualmente inexistentes. Ambas as generalizações são, a meu ver, ine-xatas.

A impressão de que o material sociológico virtualmente não existeno Brasil parece ter tido origem no seguinte conjunto de circunstâncias.Em primeiro lugar, certos títulos imprecisos ou inadequados ocultam, àsvezes, material sociológico. Em segundo lugar (e o mais importante), aespecialização no campo das ciências sociais acha-se na sua infância noBrasil e por conseguinte a maior parte do material sociológico se encon-tra amplamente espalhada, aparecendo entre dados referentes a outroscampos, tais como história, geografia, economia, ciência política e etno-logia, juntamente com eruditos comentários sobre a vida social, numgrande número de livros e artigos. A tarefa de descobrir esse material éárdua, consome tempo e é, muitas vezes, desanimadora, devido, em par-te, ao fato de que grande número dos livros e artigos em que o mesmoaparece se acha esgotado e, muitas vezes, se torna excessivamente difícilobter exemplares, mesmo quando o investigador se dá conta de sua exis-tência. Os elementos proporcionados pelas bibliotecas públicas são limi-tados e muitas vezes inadequadamente organizados, para fins de pesqui-sa. Considerável porção de obras abrangendo todos os campos só se en-contra em bibliotecas particulares, cujo número e tamanho surpreende aoiniciado acostumado a uma organização diferente de tais elementos. Ou-

1157

Page 488: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

tra séria desvantagem foi descrita por Gilberto Freire1 e consiste na fal-ta de compreensão, por parte de homens responsáveis por certos reposi-tórios públicos, dos interesses, necessidades e mesmo dos motivos dosestudiosos e research men. As exceções, como no caso da Biblioteca Muni-cipal de São Paulo, não são muito freqüentes.

Mas a impressão de que não existe material sociológico no Brasilresulta, com toda probalidade, mais especialmente da concepção do queseja sociologia, circunstância essa também provavelmente responsável,pelo menos em parte, pela impressão oposta de que esse material existeem profusão, embora a natureza da definição seja evidentemente diversaem cada caso. Não é oportuno ocuparmo-nos aqui do difícil problema,talvez ainda insatisfatoriamente resolvido, das respectivas matérias espe-cíficas das diferentes disciplinas sociais, mas desde o início de um surveydesta espécie, especialmente num campo sobre o qual existem tantasconcepções diferentes, depara-se-nos a inevitável necessidade de definir-mos imediatamente em que julgamos consistir o campo ora sob survey.Pelo menos é preciso esclarecer francamente qual o ponto de vista emque se originaram as análises e classificações, para que estas se torneminteligíveis e -- pode acrescentar-se -- para que elas tenham qualquer utili-dade especial para os research men.

A sociologia, como está sendo considerada neste estudo, é uma dis-ciplina limitada e não inclusiva. O sociológico, portanto, não coincide como social, concepção amplamente difundida no Brasil atual. Por outraspalavras, a sociologia não compreende a história, a geografia, a econo-mia, a antropologia física, a etnologia, a lingüística, o direito, a educação,etc. Ela se ocupa de uma matéria específica, de que não tratam quaisqueroutras disciplinas sociais com a possível exceção da antropologia so-cial, com a qual tende a fundir-se cada vez mais. Além disso, comodisciplina contemporânea, distingue-se também a sociologia de filosofiasocial, de que derivou, mas com a qual já não se identifica, e de ética so-

1158

(1) Um Engenheiro Francês no Brasil. Rio de Janeiro, José Olímpio, 1940, p. 10-11.

Page 489: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

cial, da política social e do serviço social, com cada uma das quais temsido confundida em certas épocas ou em certos espíritos1. A sociologia,como é entendida aqui, é, pois, uma disciplina de pesquisa, não-especu-lativa e não-normativa, de caráter sistemático, interessada primordial-mente no desenvolvimento de suas formulações teóricas por meio de in-vestigações concretas e comparativas, orientadas, por sua vez, por teo-rias anteriores. Evoluiu através dos antigos estágios, 1) da Filosofia so-cial, 2) da polêmica de "escolas" sociológicas, para o estágio atual da in-vestigação sistemática de processos sociológicos.

Assim definida, a sociologia no Brasil, como na maior parte dosoutros centros intelectuais, acha-se ainda no primeiro, ou quando muitono segundo estágio de seu desenvolvimento, embora, quase ao expirar operíodo ora estudado, tenham surgido algumas exceções tanto em ho-mens quanto em instituições. Em certas obras publicadas, o terceiro es-tágio de desenvolvimento manifestou-se muito mais cedo; de fato, po-dem ser encontrados traços do mesmo em toda a história brasileira,como por exemplo nos Diálogos das Grandezas do Brasil do século dezes-seis e nos trabalhos de Sepp e Antonil2, dos fins do século dezessete eprincípios do século dezoito. Esse material acha-se disperso entre obrasescritas, em grande parte, por autodidatas sem preparo sistemático, oupor homens primordialmente interessados e, até certo ponto, especiali-zados em outros campos, e consiste principalmente de dados descritivossobre as diferentes sociedades e culturas brasileiras, com alguma análisee pouca explicação. Há uma falta quase absoluta de formulação sistemá-tica de problemas de pesquisa. Como exceções a estas observações ge-rais, existem algumas investigações completadas recentemente ou queestavam sendo levadas a efeito ao expirar o período sob survey; porexemplo os estudos de acomodação, assimilação e aculturação cada vez

1159

(1) Vide meus artigos "Disciplinas com as quais se Confunde a Sociologia" (Sociologia,vol. 2. nº 2, maio de 1940, p. 151-58); "Estudo e Ensino da Sociologia" (Sociologia,vol. 4. nº 1, março de 1942, p. 1-21; nº 2, maio de 1942, p. 131-50).

(2) Pseudônimo de João Antônio Andreoni.

Page 490: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

mais fecundos feitos no sul do Brasil por Emílio Willems, brasileiro na-turalizado, preparado sob a orientação de von Wiese, Vierkandt e Som-bart. Contudo o Brasil constitui um campo quase virgem para investiga-ções sociológicas de caráter científico.

Tem-se dispensado certa atenção aos fenômenos no campo da eco-logia humana. Existem consideráveis dados descritivos e analíticos sobrea origem e características físicas da população brasileira, sua densidade evariações regionais, migração interna, taxas de mortalidade (infantil e deadultos); sobre o reconhecimento e exploração de uma nova fronteira,os processos de povoamento, adaptação, amalgamação e formação denovas raças; competição biótica compreendendo os vários elementos ra-ciais e nacionais, dispensando-se certas atenções às diferenças de raça nalongevidade, resistência à tuberculose, psicopatologia, a fecundidade elongevidade de híbridos raciais, a migração de moléstias humanas; impe-rialismo ecológico compreendendo o aniquilamento, a expulsão ou a ab-sorção (pela miscigenação) dos habitantes originais do Brasil, bem comoa competição e o conflito pela dominância entre naturais de diferentespaíses (especialmente portugueses, franceses, holandeses); imigração eu-ropéia e asiática para (principalmente) São Paulo, Rio Grande do Sul,Santa Catarina e Paraná, sua procedência, meios de migração, idade,sexo, estado civil, ocupação, religião, alfabetização, taxa de permanênciade indivíduos de diferentes nacionalidades, seus papéis econômicos (esociológicos) no Brasil; a importação de africanos, especialmente para aBahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Maranhão, sua pro-cedência, número; características físicas (e sociais), sua posterior distri-buição no novo habitat, seu papel econômico; utilização de terras (emSão Paulo) e a relativa incidência da posse de terras entre brasileiros na-tos e imigrantes; origem e tipos de cidades. Foram feitos vários recen-seamentos, inclusive as contagens federais mais importantes de 1872,1890 e 1920, cada uma das quais é, entretanto, suspeita, em graus varia-dos, quanto a ser completa e exata. Até o presente (agosto de 1944) osresultados da contagem federal de 1940 ainda não foram publicados. Vá-

1160

Page 491: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

rios recenseamentos estaduais foram empreendidos, inclusive, entre osmais fidedignos, os de São Paulo em 1886 e 1934, embora essas conta-gens também estejam sujeitas a precauções quanto a serem completas eexatas. Têm sido também publicados, em diferentes ocasiões, recensea-mentos, relatórios oficiais e estimativas de população referentes a váriosoutros estados brasileiros, cuja determinação de paradeiro e peneiramen-to constituiriam enorme trabalho. Para o Estado de São Paulo foi feitotal survey por Samuel H. Lowrie. Têm sido publicadas com certa freqüên-cia estatísticas de imigração mais ou menos completas, inclusive, em al-guns casos, relatórios anuais, especialmente para os estados do sul, prin-cipalmente o de São Paulo. Os interessados no assunto devem dar o de-vido desconto quanto aos fatos, 1) de que muitas vezes os relatórios sereferem a todas as pessoas que entram num estado, quer sejam de proce-dência estrangeira ou nacional, de forma que as estatísticas em questãomedem tanto a simples mobilidade quanto a imigração no sentido técni-co deste termo; 2) que até 1938 a lei brasileira definia como "imigrante"uma pessoa que entrasse no país viajando como passageiro de terceiraclasse.

Além das repartições e comissões do governo, o geógrafo Basíliode Magalhães e o historiador Afonso de E. Taunay, e alguns outros estu-diosos como Lourival Câmara, Oliveira Viana, Brás do Amaral, NinaRodrigues, Artur Ramos, Alfredo Ellis Júnior, Nestor Ericksen, Otáviode Freitas, Otto Quelle e Urbino Viana, têm dispensado atenção aos da-dos ecológicos. Preston James publicou pequeno estudo sobre a relaçãoentre 1) mudança na distribuição de população e 2) mudança de frontei-ra econômica, o surto industrial, o desenvolvimento do transporte ferro-viário, as modificações no uso das terras. Samuel H. Lowrie contribuiucom análises cuidadosas de população, principalmente com referência àcidade e ao Estado de São Paulo e incluindo a relação entre o aumentode população e a industrialização e urbanização, a relativa proporção dosnegros, em diferentes épocas, e sua distribuição espacial; o aumento depopulação -- aumento natural e devido à imigração -- durante diferentes

1161

Page 492: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

épocas e em comparação com o Brasil em geral e com os Estados Uni-dos. Lowrie aventa a hipótese de que, em São Paulo, a evidência dasconseqüências da imigração contradiz a célebre teoria de Francis A. Wa-lher, com relação aos Estados Unidos, em que, 1) a imigração para SãoPaulo não tem tido efeito aparente sobre a taxa de aumento da popula-ção nativa; 2) a população nativa não está sendo suplantada por imigran-tes e seus descendentes; 3) a imigração tem resultado no aumento da po-pulação total. A Seção de Estatísticas Municipais da Subdivisão de Do-cumentação Histórica e Social do Departamento de Cultura de São Pau-lo, sob a direção do falecido Bruno Rudolfer e seu sucessor, Oscar Egí-dio de Araújo, tem feito cuidadosos estudos da distribuição espacial, nacidade de São Paulo, da população nativa ou nascida no estrangeiro (es-pecialmente italianos, portugueses, espanhóis, sírios, judeus, japoneses) e dasfamílias que falam em casa, 1) somente português, 2) outras línguas. LucilaHermann fez uma tentativa preliminar para delimitar "áreas naturais" numacidade de 15.000 habitantes do Estado de São Paulo. Ao se encerrar o perío-do ora sob survey, Gilberto Freire e outros dispensam novamente algumaatenção à necessidade de empregar-se a região com unidade para análise, su-gestão que foi feita por Sílvio Romero no fim do século passado, emboranem o último nem qualquer de seus contemporâneos tenha realmentetentado levar a efeito sistematicamente tais análises.

Sobre organização social no Brasil, existem dados descritivos consi-deráveis relativos a diferentes áreas e diferentes épocas, havendo muitopoucos dados, como era talvez de esperar, sobre mudança social. Desde1870 aproximadamente, intelectuais brasileiros como Sílvio Romero(1851-1914), Celso de Magalhães, José de Alencar (1829-1877), Rodri-gues de Carvalho,1 Melo Morais Filho (1843-1919), João Ribeiro (1860-1934), Francisco A. Pereira da Costa e João do Rio2 (1881-1921), delibe-

1162

(1) Ver, por exemplo, Cancioneiro do Norte (2ª edição aumentada; Paraíba; Livraria SãoPaulo, 1928), pág. VII.

(2) Pseudônimo. Nome real: João Paulo Coelho Barreto.

Page 493: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

radamente ou pela sugestão contida em suas obras, procuraram desviar aatenção dos outros intelectuais brasileiros, da Europa para as sociedadese culturas brasileiras, tendência essa notadamente estimulada pelo estudoque marcou época feito por Euclides da Cunha (1868-1909), Os Sertões, pu-blicado pela primeira vez em 1902; pelas vigorosas polêmicas e análises,argutas embora não sistemáticas, de Alberto Torres (1865-1917); pela re-descoberta, há pouco mais de dez anos, das investigações pioneiras fei-tas na Bahia nos fins do século dezenove pelo médico Nina Rodrigues(1862-1906); e, mais recentemente pelas análises humorísticas, realistas eàs vezes mordazes de Monteiro Lobato (nº 1882). Acham-se dispersosem numerosas publicações, dados consideráveis a respeito de instituiçõ-es (especialmente as da escravidão, família e religião), relações de raça,miscigenação, status e papel do mestiço, "tipos sociais", conflito, folkways,mores, atitudes, "movimentos sociais", acomodação, assimilação, acultu-ração. Encontram-se também dados esporádicos sobre isolamento, co-municação, solidariedade, controle social, divisão de trabalho, relaçõesentre classes, seleção social, casamento interracial, status e papel da mu-lher e da criança, mobilidade.

Têm sido feitos alguns estudos analíticos úteis. A análise penetrantede Oliveira Viana, por exemplo, a respeito da organização social do pe-ríodo colonial do "sul" do Brasil, principalmente do desenvolvimento deinstituições e das conseqüências ecológicas e sociológicas da miscigena-ção, embora ocupando-se mais de processos políticos do que sociológi-cos e empregando por vezes uma orientação discutível com referência àsteorias raciais, evidencia scholarship cuidadoso e, acima de tudo, um insighte compreensão íntima das sociedades e culturas brasileiras. As investiga-ções pioneiras de Gilberto Freire, especialmente a respeito do contatoracial e cultural do Nordeste e da organização social que posteriormentese desenvolveu, mormente com referência às instituições da família e daescravidão, embora, por vezes, dispersivas, normativas e de caráter umtanto mais literário do que científico, constituem contribuições inestimá-veis por trazerem à luz informações significativas de fontes anteriormen-

1163

Page 494: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

te inexploradas, revelando muito dos meios pelos quais certos processossociológicos fundamentais têm atuado no Brasil. Sérgio Buarque de Ho-landa analisou com argúcia a origem e a função de certas idéias, atitudes,sentimentos e pontos de vista característicos do Brasil e a relação entreos mesmos e a organização e mudança sociais. Constitui sugestivo estu-do o do psicólogo Lourenço Filho, Juazeiro do Padre Cícero, que, além deuma análise dos característicos sociais e psicológicos do sertanejo, con-tém um pequeno esboço das variações culturais que se podem observarquando se passa do porto marítimo de Fortaleza para as áreas cada vezmais isoladas do sertão do Ceará. Luís Viana analisou a organização so-cial, os "tipos sociais" e os mores do Nordeste relativamente a três sub-re-giões, dando atenção ao isolamento e ao contato. O antropólogo Char-les Wagley, analisou certos efeitos do despovoamento sobre a organiza-ção social observáveis entre os índios tapirapés do centro do Brasil. Se-rafim Leite num erudito trabalho, descreve a instituição jesuítica no Bra-sil e também esclarece de certo modo como atuaram entre índios brasi-leiros os processos de acomodação, assimilação e aculturação. Nina Ro-drigues e Artur Ramos contribuíram com úteis descrições e análises dacultura africana no Brasil, de certo comportamento coletivo dos africa-nos e seus descendentes, assim como também contribuíram para o mes-mo fim, em graus variados, Manuel Quirino, Etienne Ignace Brasil, Édi-son Carneiro, Gonçalves Fernandes e outros. Essas análises foram pre-cedidas pelas de Euclides da Cunha, acima referido, sobre a organizaçãosocial, comportamento costumeiro, característicos psicológicos e sociaisdo sertanejo baiano, especialmente como se revelam numa situação deconflito; de A. M. Perdigão Malheiro (1824-1881), que escreveu um tra-tado erudito, relativamente exaustivo, sobre os aspectos legais da escrava-tura no Brasil; de Evaristo de Morais, que se ocupou dos aspectos políticos(principalmente) do movimento abolicionista. Benjamin F. Schappelle publi-cou uma tese de Ph. D. (na Universidade de Pensilvânia) em que trata damudança lingüística que se observa entre os alemães do sul do Brasil. JoãoBatista de Lacerda analisou o status e papel do mestiço.

1164

Page 495: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Não se tentou analisar aqui detalhadamente a atenção dispensadano Brasil à teoria sociológica. Tal análise ultrapassaria a amplitude destesurvey, desde que a atividade neste campo no Brasil se tem limitado à rea-firmação ou crítica de teorias evoluídas na Europa (especialmente) e nosEstados Unidos, com pouca, ou nenhuma, tentativa de formular novasteorias. Foi extensa a influência de Comte por muito tempo. Introduzi-do no Brasil através de Pernambuco, o positivismo de Comte, especial-mente depois da organização por Benjamim Constant da Sociedade Po-sitivista no Rio em 1876, representou papel tanto político quanto religio-so, como mostram os fatos de terem os fundadores da República em1889 colocado na bandeira brasileira a divisa de Comte "Ordem e Pro-gresso", e de ter sido construída no Rio (1891-1897) uma igreja positivis-ta "O Templo da Humanidade", onde as cerimônias religiosas são atéhoje celebradas. A sociologia ainda é em grande parte definida no Brasilin the grande manner, conforme conceberam-na Comte e Spencer, antes desurgirem disciplinas especiais como a psicologia, a economia e a ciênciapolítica e antes de ser desenvolvido por parte da sociologia propriamen-te dita um caráter específico e limitado através dos trabalhos de Simmel,Durkheim e Sumner. O trabalho pioneiro de Sílvio Romero foi especial-mente influenciado por Spencer, Le Play e Desmoulins. Mais tarde dis-pensou-se atenção cada vez maior aos trabalhos de Le Play e também deDurkheim, assim como de outros escritores franceses, inclusive RenéWorms, Le Bon, Tarde, Espinas, Levy-Bruhl e Maritain e (em menorgrau) aos trabalhos de Simmel, Toennies, von Wiese, Thurnwald e KarlMannheim. As teorias sociológicas que se desenvolveram nos EstadosUnidos estão se infiltrando aqui cada vez mais nos últimos anos, levan-do os conhecimentos a ultrapassarem os das obras dos antigos autorescomo Ward, Giddings, Ellwood e Small, obras essas que por muito tem-po constituíram quase o limite de tais conhecimentos. Apenas pouco an-tes de encerrar-se o período ora sob survey, é que começou a ser conheci-da no Brasil a mais ou menos recente verificação e reformulação da teo-ria sociológica nos Estados Unidos. Como agentes proeminentes na di-

1165

Page 496: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

fusão desses elementos culturais da Europa ou dos Estados Unidos des-tacam-se Fernando de Azevedo (nº 1894), Delgado de Carvalho, EmílioWillems (nº 1905). Carneiro Leão (nº 1898), Pontes de Miranda (nº 1892),Florentino Meneses, Gilberto Freire (nº 1900), Artur Ramos (nº 1903),Roger Bastide (nº 1898), bem como certas traduções, especialmente parao espanhol, distribuídas no Brasil.

Parece que no estágio atual da investigação sociológica no Brasil,têm os sociólogos uma dívida de gratidão para com: 1) os "historiadoressociais"; 2) os folcloristas; 3) os viajantes; 4) os artistas; e 5) os romancistas.De fato, pode-se dizer com alguma justificativa que esses homens consti-tuem, no Brasil, os pioneiros da sociologia, como disciplina de pesquisa, quese distingue da filosofia social, da ética social e da política social. Pelo menos,forneceram-nos eles porção considerável de dados descritivos e analíticosaté agora produzidos, bem como úteis hipóteses explicativas.

Uma vez que, antigamente, os historiadores brasileiros limitavam-se, em grande parte, a dar atenção à história política e administrativa, osrecentes estudos pioneiros dos chamados "historiadores sociais" -- espe-cialmente Capistrano de Abreu (1853-1927), Gilberto Freire, Pandiá Ca-lógeras (1870-1934), Pedro Calmon (nº 1902), e, mais recentemente,Caio Prado Júnior (nº 1907), algumas de cujas realizações, especialmentea de Freire, são de caráter sociológico -- constituem pré-requisito essen-cial para a investigação da dinâmica social e cultura especialmente arepresentada na "história natural"1 dos "movimentos sociais" e institui-ções. Os repositórios religiosos e seculares, existentes nos vários estadosdo Brasil e em Portugal, contêm volumosos dados inexplorados sobre oBrasil colonial e imperial, cujo laborioso trabalho de peneiramento malse inicia. Uma vez também que, em muitas partes do Brasil, o folk2 cons-titui a maior parte, senão toda a população, o trabalho dos folcloristas,

1166

(1) Para o significado deste conceito como é usado aqui, vide Robert E. Park eErnest W. Burgus, Introduction to the Science of Sociology (Chicago, 1924), pág. 16.

(2) Empregado como termo técnico e não apenas popular.

Page 497: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

especialmente Sílvio Romero, Luís da Câmara Cascudo (nº 1905), Fran-cisco A. Pereira da Costa, Rodrigues de Carvalho, Gustavo Barroso (nº1888) e João Ribeiro, é muitas vezes de significação sociológica. Quanti-dade considerável desses dados tem sido coligida e publicada desde cer-ca de 70 anos atrás, quando Celso de Magalhães publicou pela primeiravez (em 1873) A Poesia Popular Brasileira, José de Alencar lançou O NovoCancioneiro (1874), e Sílvio Romero, estimulado pelo interesse que existianaquele tempo em Portugal por tais dados, publicou Cantos Populares doBrasil (1883). O termo "folclore", segundo é empregado nas publicaçõesbrasileiras, é muitas vezes sinônimo de "cultura" (como termo técnico) epor conseguinte pareceu-me justificável incluir o mais valioso desse ma-terial na seção abaixo sobre "Organização Social". As notas de viagem ede residência, embora sujeitas evidentemente às insuficiências e impreci-sões comuns a tais dados, constituem por vezes verdadeiras minas de in-formações úteis para o estudioso prudente. Parecem-me especialmentevaliosos os apontamentos de observadores hábeis como Henry Koster(1793-1820), L. F. Tollenare, Daniel P. Kidder (1815-1891), Richard F.Burton (1821-1890), Maria Graham (1785-1842), James Bryce (1838-1922), George Gardner (1821-1849), Tomas Ewbank (1792-1870), R.Walsh (1784-1839) e John Codman (1814-1900). Pelo menos três artis-tas -- Jean-Batiste Debret (1768-1848), Johann Moritz Rugendas (1802-1858) e o Tenente Chamberlain (1796-1844) -- deixaram-nos inestimá-veis memórias visuais das sociedades e culturas brasileiras dos princípiosdo século XIX, todas elas acompanhadas por descrições e análises reve-ladoras. Pareceu-me justificada a inclusão, na seção de "Organização So-cial" abaixo, de parte desse material, como por exemplo os trabalhos deKoster e Tollenare, entre os viajantes, e os de Debret e Rugendas, entreos artistas. Igualmente, certos romances de escritores realistas da atua-lidade como José Lins do Rego (nº 1901), Jorge Amado (nº 1912), Gra-ciliano Ramos (nº 1892), Raquel de Queirós (nº 1910), Érico Veríssimo (nº1905) e Mário Sette (nº 1886), assim como de certos romancistas maisantigos, como Aluísio Azevedo (1858-1913), Afonso Henrique de Lima

1167

Page 498: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Barreto (1881-1922) e Manuel Antônio de Almeida (1830-1861), revelamde uma forma íntima e dramática o caráter das sociedades e culturas bra-sileiras, auxiliando substancialmente a nossa compreensão das instituiçõ-es, das relações entre raças, classes e sexos, dos folkways, mores, idéias, ati-tudes e sentimentos, característicos do Brasil em diferentes épocas e lu-gares. O "ciclo da cana-de-açúcar", de José Lins do Rego, por exemplo,especialmente o primeiro e o último volumes: Menino de Engenho e Usinaconstitui, a meu ver, leitura indispensável para a compreensão da mu-dança social atualmente em processo nas regiões açucareiras do Nordes-te.

As obras abaixo citadas são todas as que nos foram proporciona-das pelas bibliotecas públicas e (até certo ponto) as particulares de SãoPaulo. O survey foi empreendido tendo em mente o research man cautelosoe presumindo que ele quereria saber onde se podem encontrar dadosdescritivos, analíticos e explicativos relativos às várias estruturas e pro-cessos sociais no Brasil, embora tais dados se achem esparsos no meiode material diverso. Foram, por conseguinte, incluídos vários livros e ar-tigos cujo valor para fins de pesquisa é decididamente limitado. É claroque tal material tem de ser usado cautelosamente. Em virtude do caráternão sistemático e pré-científico da quase totalidade desses dados, os títu-los dos livros e artigos, como já disse, às vezes iludem quanto à naturezaprecisa do seu conteúdo. Este fato explica algumas das classificaçõesabaixo que, à primeira vista, podem parecer injustificadas, assim como aomissão neste survey de certas obras, cuja inclusão poderia parecer justifi-cada, em virtude de seus títulos. Também foi omitido material especula-tivo, bem como meros comentários eruditos sobre a vida social, uns eoutros considerados por muitas pessoas (a meu ver erroneamente) comosendo tipos de bibliografia de caráter sociológico. As poucas exceçõesaqui incluídas, pareciam possuir, por si só, valor documental, por revela-rem interesses e atitudes caracteristicamente brasileiras. Várias obras decaráter geral foram classificadas sob o título a que parecem pertencermais especificamente. Por conseguinte, o especialista interessado princi-

1168

Page 499: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

palmente numa só subdivisão, pode encontrar material esparso que serelaciona com a sua especialidade incluído sob outras categorias. Em vir-tude de seu valor histórico, foram incluídas três citações de obras não li-das por não serem encontradas. Duas citações publicadas pouco tempodepois de terminado o período sob survey (1940), foram incluídas porconstituírem (por si só) surveys detalhados de obras anteriormente publi-cadas.

1169

Page 500: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Bibliografia

A. PERIÓDICOS, ENCICLOPÉDIAS,BIBLIOGRAFIAS, EXCERTOS

Andrade, Almir Bonfim de. Formação dasociologia brasileira. Vol. 1: os primeirosestudos sociais no Brasil, séculosXVI, XVII, XVIII, Rio de Janeiro,José Olímpio, 1941. 318 p. map. il.

Survey relativamente exaustivo dabibliografia de significação socialproduzida no Brasil durante os sécu-los dezesseis, dezessete e dezoito,que se encontra em repositório, taiscomo a Biblioteca Nacional do Riode Janeiro e o Instituto Histórico eGeográfico Brasileiro. Concebendoa Sociologia como uma disciplina"inclusiva" em vez de limitada, o autorclassificou as referências bibliográficassob as categorias de etnografia, lin-güística, ética social ("estudos nor-mativos"), historiografia, economia,política, "literatura social". Acha-se emprojeto um segundo volume que tratade material semelhante dos séculos de-zenove e vinte. [5259]

Baldus, Herbert, e Willems, Emílio. Di-cionário de etnologia e sociologia. São Pau-lo, Ed. Nacional, 1939. 245p.

Cuidadosa tentativa para definirsistemáticamente 432 conceitos em-pregados por certos escritores, scho-lars e researchmen no campo da Socio-logia (preparado por Willems), e Et-nologia (preperado por Baldus). Ba-seado sobre uma bibliografia extensa(mas inadequada, na opinião do críti-

co) em alemão (principalmente), in-glês, francês e português, as suas li-mitações tendem a refletir, principal-mente, as dificuldades da tarefa ten-tada e sobretudo a confusão sobre aterminologia natural no estágio em-brionário de uma ciência. [5260]

Bastide, Roger. Ensaios de metodologia afro-brasileira (Rev. Art. Mun. São Paulo, v.59, julho, 1939, p. 17-32).

Análise breve e crítica dos inte-resses e pontos de vista repre-sentados por certos estudiosos do ne-gro brasileiro, juntamente com suges-tões para novos estudos. [5261]

The Brazilian race study carried onby Donald Pierson of the Univer-sity of Chicago. (Handbook of LatinAmerican Studies: 1935, Cambridge,Harvard Univ. Press, 1936, p. 235-36).

Breve esboço de um projeto depesquisa cujos resultados foram pu-blicados mais tarde, com pormeno-res, em Negroes in Brazil: A Study of RaceContact at Bahia (Chicago, University ofChicago Press, 1942). [5262]

Conte, Albert, Archero, Aquiles (Júnior), eCosta, Eudoro Ramos. La sociologie con-temporaine au Bresil (Rev. Arq. Mun. SãoPaulo, v. 38, agosto, 1937, p. 47-56).

Breve resumo da obra de sociólo-gos brasileiros, preparada a pedido daSociedade de Sociologia de São Paulopara ser apresentado ao Congrès deSciences Sociales que se reuniu emParis em junho-julho, 1937. Cita, so-bretudo: 1) o trabalho de Pontes de

1171

Page 501: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Miranda, Fernando de Azevedo,Carlos Delgado de Carvalho, Tristãode Ataíde (Alceu Amoroso Lima),nessa ordem; 2) o trabalho "daquelesque aplicaram a Sociologia aos pro-blemas nacionais": Gilberto Freire,Evaristo de Morais, Roquete-Pinto,Oliveira Viana, Afonso de Taunay,Alfredo Ellis Júnior, Lemos Brito,Gilberto Amado e Roberto Simon-sen. Concebe a Sociologia comouma disciplina geral e inclusiva emvez de específica e limitada. [5263]

Hanke, Lewis. Gilberto Freyre; Brazilian so-cial historian. (Quart. jour, inter-amer.rel. v. 1, nº 3, Washington, July 1939,p. 24-44.)

Análise cuidadosa das principaispublicações de Gilberto Freire,pioneiro da "História Social" einvestigação sociológica no Bra-sil, juntamente com um esboçobiográfico. [5264]

Lowrie, Samuel Harmon. Bibliographicalsources concerning population statistics inthe state of São Paulo, Brazil. (Handbookof Latin American Studies: 1937, Cam-bridge, Harvard Univ. Press, 1938, p.490-501.)

Análise cuidadosa e crítica dasfontes de estatística da população doEstado de São Paulo, 1721-1937, seucaráter e fidedignidade. [5265]

Maack, Reinhard. Die deutsche Literatur ue-ber die deutsche Einwanderung und Siedlungin suedbrasilien. (Handbook of Latin Ameri-can Studies: 1938, Cambridge, HarvardUniv. Press, 1939. p. 399-417.)

Bibliografia valiosa, às vezes ano-tada, preparada por um scholar ale-mão residente no Brasil, de materiaisem alemão referentes à imigração

alemã para o sul do Brasil, precedidode uma breve introdução. (Ver tam-bém a bibliografia de materiais se-melhantes em quatro outras línguas,item 9.) [5266]

Marchant, Alexander. Writings in English,French, Italian, and Portuguese concerningthe German colonies in Southern Brazil(Handbook of Latin American stu-dies; 1938, Cambrigde, HarvardUniv. Press, 1939, p. 418-31).

Bibliografia selecionada e anota-da, precedida de uma introdução demateriais esparsos sobre imigração efixação alemã, relações entre imi-grantes alemães e brasileiros natos,assimilação e aculturação efetuadaentre imigrantes alemães, com espe-cial atenção para o imperialismo epolítica social. (Ver também a bibli-ografia de materiais semelhantes emalemão preparados por ReinhardMaack, item 8.)

[5267]Mortara, Giórgio. Contribuições das estatís-

ticas eclesiásticas para o conhecimento domovimento da população do Brasil. (Men-sário, t. 11, v. 3, Rio de Janeiro, set.,1940, p. 519-21)

Breve avaliação crítica dos dadosdemográficos constantes dos assen-tamentos eclesiásticos brasileiros.

[5268]Pierson, Donald. Racial and cultural con-

tacts in Brazil: present state of research inthe field. (Handbook of Latin Ameri-can studies: 1940, Cambridge, Har-vard Univ. Press, 1941, p. 463-70)

Breve survey de materiais sobrecontato racial e cultural no Brasil.

[5269]

1172

Page 502: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Pereira, Artur Ramos de Araújo. As co-memorações culturais do cinqüentenário daabolição da escravidão no Brasil. (Hand-book of Latin American studies:1937, Cambridge, Harvard Univ.Press, 1938, p. 462-64)

Breve esboço dos estudos do ne-gro brasileiro empreendidos ou pro-jetados no Rio de Janeiro, MinasGerais e São Paulo, conexão com ascomemorações do cinqüentenário daAbolição (em 1938) [5270]

Pereira, Artur Ramos de Araújo. Os estu-dos antropológicos e sociológicos no Brasil.

Contém breve exposição históri-ca do interesse sociológico em de-senvolvimento no Brasil, juntamentecom uma bibliografia. [5271]

Proviña, Alfredo. Os estudos sociológicos noBrasil. (Sociologia, v. 1, nº 4, São Paulo,1939, p. 52-60)

Breve survey de escritores brasilei-ros no campo da Sociologia (conce-bido como disciplina inclusive emvez de limitada). [5272]

Ramos, Artur.

vide

Pereira, Artur Ramos de Araújo.

Ramos de Araújo. Sociologia; revista didá-tica e científica. Directed by RomanoBarreto and Emílio Wilems. São Pau-lo, 1939.

Revista sociológica publicadaquatro vezes por ano (março, maio,agosto, outubro) desde março de1939. A princípio, de caráter predo-minante didático, destinada a pro-porcionar material suplementar deensino às classes de Sociologia. Cadavez mais dedicada, nos últimos anos,à pesquisa. [5273]

B. POPULAÇÃO E ECOLOGIA HUMANA

Abreu, Sílvio Fróis de. Observações sobre aGuiana maranhense. (Rev. Bras. Geog.ano 1, nº 4, Rio de Janeiro, out. 1939,p. 26-54, map. desenhos, foto.)

As páginas 47-49 contêm notasbreves sobre o caráter e a mobilida-de da população no nordeste do Ma-ranhão. [5274]

Amaral, Brás Hermenegildo do. Contri-buição para o estudo de que trata a tese 6ªda seção da história das exportações arqueo-lógicas e etnográficas. (Rev. Inst. Hist.Geog. Bras., tomo especial, primeirocongresso de história nacional, parte2, Rio de Janeiro, 1914, p. 661-90)

Estudo de características diferen-ciais, por tribos de africanos impor-tados pelo Brasil e de certas circuns-tâncias relativas ao tráfico de escra-vos. Cita, na íntegra, vários docu-mentos. [5275]

Amaral, Brás Hermenegildo do. Os gran-des mercados de escravos africanos; as tribosimportadas e sua distribuição regional.(Rev. Inst. Hist. Geog. Bras., tomo es-pecial, 1º Congresso Internacional deHistória da América, v. 5, Rio de Ja-neiro, 1927).

Notas sobre a procedência, nú-mero, características físicas e sociaisde africanos importados pelo Brasil,especialmente pela Bahia, sua distri-buição subseqüente no novo hábitat,as circunstâncias e condições de es-cravatura, a aculturação, a persistên-cia no Brasil de formas culturais afri-canas. Cita, na íntegra, vários docu-mentos. [5276]

Amaral, Luís. O colono italiano e a libertaçãodo negro. (An: 3º Cong. Sul-rio-gran-

1173

Page 503: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

dense Hist. Geog. v. 3, Porto Alegre,1940, p. 1025-1035, quad. estat.)

Breve estudo da imigração para oBrasil, no século dezenove, com es-pecial atenção para os imigrantes ita-lianos: número (absoluto e relativo)durante anos escolhidos e com re-ferência ao Estado de São Paulo;seu papel na agricultura paulista,sua competição com o trabalho es-cravo. [5277]

Araújo, Oscar Egídio de. Distribuição eco-lógica dos sírios no município da capital doEstado de São Paulo. (Bol. Dpto. Est.Estat., nº 10, São Paulo, 1940, p. 31-58, map., tab.)

Estudo cuidadoso da distribuiçãoespacial dos imigrantes sírios na ci-dade de São Paulo. [5278]

Araújo, Oscar Egídio de. Enquistamentosétnicos. (Rev. Ar. Mun. São Paulo, v. 65,março, 1940, p. 227-46, map., tab.)

Localiza áreas de concentração depopulação estrangeira na cidade deSão Paulo, com especial atençãopara os sírios, judeus e japoneses.Chama atenção para infelizes omis-sões nas informações do recensea-mento brasileiro. [5279]

Barreto, Antônio Vitor de Sá. A colôniaalemã da Cova da Onça. (Rev. Inst. Ar-cheol. Geog. Pernambucano, Recife, v. 10,nº 56, março, 1902, p. 75-77)

Breves notas a respeito da efême-ra colônia alemã estabelecida pertode Recife em 1828. Fonte de infor-mação: o último colono sobrevi-vente. [5280]

Barreto, João de Barros. Mortalidade in-fantil. Porto Alegre, Globo, 1938. 156p. quad. estat. charts, diagn.

Estudo cuidadoso da mortalidadeinfantil e os possíveis meios de redu-zir sua taxa atual no Brasil. [5281]

Bartolotti, Domenico. Il Brasile meridiona-le. Roma, Alberto Stocú, 1930. 515 p.il. map.

As páginas 101-108, 214-28, 307-15, 358-64, 386-94, 435-57 contêmdados sobre imigração e fixação ita-liana no Rio de Janeiro, São Paulo,Minas Gerais, Paraná, Santa Catarinae Rio Grande do Sul. [5282]

Boiteux, José Artur. A influência da coloni-zação na toponímia do Estado de SantaCatarina. (An. 5º Cong. Bras. Geog.,v. 1, 1916, p. 608-17)

Notas sobre imigração para o Es-tado de Santa Catarina, toponímia deorigem estrangeira. [5283]

Brasil, João Cana. Os franceses no Brasil(Rev. Inst. Geog. Bras., tomo especial,Congresso Internacional de Históriada América, v. 3, Rio de Janeiro,1927, p. 205-39)

Relato da competição e conflitoentre franceses e portugueses noBrasil, especialmente nos princípiosdo século dezessete. [5284]

Brasil. Diretoria-Geral de Estatística. Idades.Rio de Janeiro, Oficina da Estatística,1901. 411 p.

Dados do censo federal, 1890,sobre a distribuição da populaçãobrasileira de acordo com idade, porestados, municípios, paróquias. Exa-tidão duvidosa. [5285]

Brasil. Diretoria-Geral de Estatística. Po-pulação do Brasil, por Estados, municípiose distritos, segundo o sexo, o estado civil e anacionalidade. Vol. IV, art. 1, do Re-censeamento do Brasil: 1920. Rio deJaneiro, Tip. Estatística, 1920.

1174

Page 504: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Relatório do censo federal, 1920,sobre: 1) população total, por esta-dos (inclusive capitais), municípios edistritos, com alguns dados compa-rativos de períodos diferentes, 1776-1920; 2) aumento de população,comparado com o de certos paísesestrangeiros; 3) densidade de popu-lação, por estados, comparada com ade certos países estrangeiros, e coma de outros períodos no Brasil; 4)distribuição de população, por esta-dos de acordo com sexo, nacionali-dade, estado civil. Exatidão um tantoduvidosa. Um dos 18 volumes doCenso Federal de 1920. Ver tambémitens 52, 53, 54, 55, 56, 57, para outrosdados da população de 1920. [5286]

Brasil. Diretoria-Geral de Estatística. Po-pulação do Brasil por Estados e municípios,segundo o sexo, a idade e a nacionalidade.Vol. IV, part. 2, tomos 1 e 2 do Re-censeamento do Brasil: 1920. Rio deJaneiro, Tip. Estatística, 1928. 2 v.foto. quad. estat. charts.

Enumeração do censo da popula-ção brasileira, 1920, por Estados (in-clusive capitais) e municípios, deacordo com sexo, nacionalidade, ida-de (inclusive idade média, por esta-dos, e se se trata de naturais do paísou do estrangeiro), com alguns da-dos comparativos para 1872, 1890 e1900 no Brasil e para alguns paísesestrangeiros em datas variadas.Constam também nascimentos eóbitos de crianças, 1920, por 14 esta-dos (e suas capitais), taxas de mortali-dade (por sexo e idade) em 14 capitais.Exatidão um tanto duvidosa. [5287]

Brasil. Diretoria-Geral de Estatística. Po-pulação do Brasil por Estados e Municí-pios, segundo os defeitos físicos, por idade,

sexo e nacionalidade. Vol. IV, part. 3,do Recenseamento do Brasil: 1920.Rio de Janeiro, Tip. Estatística, 1928.

Enumeração do censo, 1920, deinválidos (cegos, surdos-mudos)no Brasil, por estados e municí-pios, de acordo com idade, sexo enacionalidade. Exatidão um tantoduvidosa. [5288]

Brasil. Diretoria-Geral de Estatística. Po-pulação do Brasil por estados e municípios edistritos, segundo o grau de instrução, poridade, sexo e nacionalidade. Vol. IV,part. 4, do Recenseamento do Brasil:1920 -- Rio de Janeiro, Tip. Estatísti-ca, 1929. LVII, 816 p. foto. quad. es-tat. chart.

Enumeração do censo, 1920, dadistribuição da população brasileirade acordo com alfabetização, por es-tados, municípios e distritos, comreferência à idade, sexo e nacionali-dade. Alguns dados comparativos de1872, 1890 e 1900 são também for-necidos, assim como população deidade escolar, número de escolas pri-márias, arrolamento escolar, por es-tados, 1920. Exatidão um tanto du-vidosa. [5289]

Brasil. Diretoria-Geral de Estatística.População do Brasil, por estados e muni-cípios, segundo o sexo, a nacionalidade, aidade e as profissões. Vol. IV. part. 5,tomos 1 e 2, do Recenseamento doBrasil: 1920, Rio de Janeiro, Tip.Estatística, 1930. 2 v. foto. quad.estat. charts.

Censo federal da população bra-sileira, 1920, por estados e capitaisde acordo com sexo, idade, naciona-lidade, profissão; por municípios,com referência à profissão, de acor-

1175

Page 505: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

do com o sexo e idade (com alguns da-dos comparativos de 1872, 1900). Exa-tidão um tanto duvidosa. [5290]

Brasil. Diretoria-Geral de Estatística. Po-pulação do Rio de Janeiro (Distrito Fede-ral). Vol. II. part. 1, do Recensea-mento do Brasil: 1920. Rio de Janei-ro. Tip. Estatística, 1923. CXXXXII,648 p. map. foto. quad. estat. ilus.

Análise da população do DistritoFederal, 1920, por distritos (em al-guns casos) freguesias e zonas urba-nas e suburbanas, com referência àdensidade (com dados comparativosde certas cidades estrangeiras), e deacordo com sexo (com dados com-parativos de 1906, e também de cer-tas cidades estrangeiras) idade, na-cionalidade, profissão, estado civil(com dados comparativos de 1906),alfabetização, defeitos físicos. Sãotambém fornecidos dados sobre au-mento de população (em diferentesdatas, 1821-1920), absoluto e emcomparação com o de certas cidades(em datas diferentes, 1895-1920); so-bre pessoas que entram e saem doporto do Rio de Janeiro, 1906-1920(com enumeração em separado decidadãos portugueses). Exatidão umtanto duvidosa. Acham-se tambémincluídos mapas da cidade, 1769,1808, 1829, 1888, 1920. [5291]

Brasil. Diretoria-Geral de Estatística. Re-censeamento do Brasil. Introdução. Vol.1, do Recenseamento do Brasil:1920, Rio de Janeiro, Tip. Estatística,1922. 544p. + 160 p. de apêndice.

Contém: 1) O povo brasileiro e suaevolução (p. 276-400) por OliveiraViana, posteriormente publicado sobo título Evolução do povo brasileiro (ver

item 273); 2) Resumo histórico dos inqué-ritos censitários realizados no Brasil (p.401-544), survey de dados de popula-ção, por estados, constante de enu-meração de censos e estimativas an-teriores; 3) Histórico e instruções para aexecução do recenseamento de 1920 (p.485-544, mais Anexos de 160 p.),descrição detalhada do censo de1920, conforme foi planejado e leva-do a efeito. [5292]

Brasil. Diretoria-Geral de Estatística. Re-gistro civil: 1895. Rio de Janeiro, Ofici-na de Estatística, 1901. CCLXXXVI,441 p. quad. estat.

Dados oficiais, 1895, por estados1) sobre nascimento de acordo comsexo, nacionalidade dos pais, legiti-midade, se nascidos em casa ou forade casa, e durante as horas do dia ouda noite; 2) sobre casamentos deacordo com idade, nacionalidade, es-tado civil anterior, grau de consan-güinidade dos cônjuges; 3) sobreóbitos, de acordo com sexo, idade,nacionalidade, estado civil, profissão,causa da morte. [5293]

Brasil. Diretoria-Geral de Estatística.Sexo, raça e estado civil, nacionalidade, fi-liação, culto e analfabetismo. Rio de Ja-neiro. Oficina da Estatística, 1898.443 p. quad. estat.

Censo federal da população bra-sileira, 1890, por estados, municípiose paróquias, de acordo com sexo,raça (branca, preta, caboclo, mesti-ço) e nacionalidade, estado civil, afi-liação religiosa, alfabetização, legiti-midade. Exatidão duvidosa. [5294]

Brígido, João. Povoamento do Ceará. (Rev.Inst. Geog. Bras., t. 51, Rio de Janeiro,1888, p. 65-71).

1176

Page 506: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Breves notas sobre o povoamen-to e o aumento de população do Es-tado do Ceará. [5295]

Cabral, Osvaldo R. Os grupos negros emSanta Catarina, Cap. IV, Laguna e ou-tros ensaios. Florianópolis, Imp. Ofi-cial, 1939. 183 p.

Survey preliminar de procedência,características físicas e sociais dosafricanos importados para Santa Ca-tarina, sua proporção na populaçãototal. [5296]

Caldas, Jaci Antônio Lousada Tupi. PortoAlegre. (An. 3º Cong. Sul-rio-gran-dense Hist. Geog., v. 3, 1940, p.1527-1570, map.)

Relato documentado do povoa-mento da região onde está situada aatual cidade de Porto Alegre, combreves notas sobre a organização so-cial subseqüente. [5297]

Câmara, Lourival. Estrangeiros em SantaCatarina. (Rev. Imig. Col., ano I, nº 4,Rio de Janeiro, out., 1940, p. 681-718).

Cuidadoso estudo das origens daatual população do Estado de SantaCatarina; áreas de concentração dosgrupos imigrantes, especialmentedos procedentes dos Açores e SãoVicente, Alemanha, Itália, Polônia eRússia; o papel dos imigrantes ale-mães na economia do Estado; cir-cunstâncias desfavoráveis à amalga-mação e assimilação. [5298]

Campos, Dácio Aranha de A. Tipos de po-voamento de São Paulo. (Rev. Arq. Mun.São Paulo, v. 54, fev., 1939, p. 5-34)

Notas discursivas sobre o tipo depopulação de São Paulo. [5299]

Campos, Joaquim Gomes de (Júnior).Os povoadores do Estado do Rio Grande

do Sul. (Rev. Inst. Hist. Geo. Bras.,tomo especial, Primeiro Congressode História Nacional, parte 1, Rio deJaneiro, 1914, p. 877-82).

Notas breves e críticas sobre aorigem étnica dos primeiros povoa-dores do Rio Grande do Sul. Basea-das em assentamentos originais eoutros documentos. [5300]

Castro, Augusto Olímpio Viveiros de. Osfranciscanos no Maranhão. (Rev. Inst.Hist. Geog. Bras., tomo 96, Rio de Ja-neiro, 1924, p. 253-85.)

As primeiras nove páginas con-têm um relato do povoamento fran-cês do Maranhão colonial. Baseadoem documentos antigos. [5301]

Cavalcanti, Jerônimo. A geografia e sua in-fluência sobre o urbanismo (Rev. Bras.Geog. ano 2, nº 4, out., Rio de Janei-ro, 190, p. 521-41, map. foto. il.)

Breve comentário sobre a relaçãoentre a localização e forma de umacidade, de um lado, e a topografia eoutras circunstâncias geográficas, deoutro, especialmente na medida emque o fato é ilustrado por certas ci-dades brasileiras. Acham-se incluí-dos mapas das cidades de Recife (sé-culo dezessete, 1809, 1933), Rio deJaneiro (contemporâneo), São Paulo(1922). Interesse principal em planosde urbanização. [5302]

Cavalcanti, Jerônimo. A colonização alemãno Brasil (Obs. Econ. Fin., ano 3, nº 33,Rio de Janeiro, 1938, p. 107-39, map.foto.)

Dados históricos, estatísticos e deobservação sobre os alemães do suldo Brasil. Baseia-se no ponto de vis-ta recomendável de que, para tratareficazmente de problemas sociais

1177

Page 507: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

(neste caso o da assimilação incom-pleta), é essencial, em primeiro lugar,descobrir os fatos. [5303]

Cavalcanti, Jerônimo. Recolonização noBrasil. (Bol. Min. Trab. Ind. Com., ano3, nº 25, Rio de Janeiro, setembro,1936, p. 287-97.)

Contrasta a taxa de repatriaçãorelativamente elevada dos imigran-tes de São Paulo, em comparaçãocom os de outros Estados do Sul eanalisa as circunstâncias determi-nantes. [5304]

Cavalcanti, Jerônimo. A colonização oficialem São Paulo e o núcleo colonial "Barão deAntonina". (Bol. Serv. Imig. Col., nº 2,outubro, S. Paulo, 1940, p. 9-28,foto. quad. estat. map.)

Breve relato de uma colônia pa-trocinada pelo governo estadual deSão Paulo, compreendendo brasilei-ros natos e imigrantes de dezesseispaíses. [5305]

Correia, Virgílio (Filho). Mato Grosso. 2ªed., Rio de Janeiro, Coeditora Brasíli-ca, s. d. 264 p. quad. estat.

O trecho "O Cuiabano" contémbreves notas sobre composição étni-ca, em diferentes períodos, da po-pulação do Estado de MatoGrosso. [5306]

Criciúma, Eddy de Freitas. Concentraçãojaponesa em São Paulo. (Geog., ano 1, nº1, São Paulo, 1935, p. 110-114, map.)

Breves notas sobre imigração ja-ponesa para o Estado de São Pau-lo, áreas de fixação japonesa, papeldos imigrantes japoneses na eco-nomia paulista. Inclui um mapa lo-calizando os núcleos por númerode famílias. [5307]

Deffontaines, Pierre. Geografia humana doBrasil: II, o efetivo humano e sua dis-tribuição. (Rev. Bras. Geo., ano 1, nº 2,abril, Rio de Janeiro, 1939, p. 20-34,map. foto.)

Descrição da população brasilei-ra, suas fontes, composição étnica,distribuição, tipos. [5308]

Deffontaines, Pierre. Mountain settlementin the central brazilian plateau. (Geog.Rev., New York, vol. 27, july, 1937, p.394-413, map. foto.)

Sumário bem informado, porgeógrafo hábil, do povoamento eutilização das áreas montanhosas doBrasil. [5309]

Deffontaines, Pierre. The origin and growthof the brazilian network of towns. (Geog.Rev., New York, vol. 28, july, 1938, p.379-99, foto.)

Análise dos tipos, circunstânciasde formação, multiplicidade e insta-bilidade de cidades brasileiras. Trataseparadamente das cidades que cres-cem em torno de: 1) missões entreíndios, 2) centros de defesa, 3) mi-nas, 4) centros de transporte, 5)pontos de reunião para relações so-ciais ("Vilas domingueiras"), 6) patri-mônios doados para fins religiososou seculares. Publicado também emfrancês, Comment au Brésil s’est constitué lereseau des villes (Bull Soc. Géog., Lille, vol.82, p. 321-48.) [5310]

Deffontaines, Pierre. A população brancano Brasil. (Mensário, tomo 4, vol. 2,Rio de Janeiro, novembro, 1938, p.611-13.)

Breve relato de competição bióti-ca vitoriosa num clima tropical (Bra-sil) e compreendendo a raça cauca-siana. [5311]

1178

Page 508: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Deffontaines, Pierre. Recherches sur les ty-pes de peuplement dans l’État de SaintPaul (Brésil). (Bull. Assn. de GeographesFrançais, nº 87, avril, 1935, p. 66-71.)

Estudo da origem e tipo da po-pulação rural do Estado de SãoPaulo. [5312]

Docca, Emílio Fernandes de Sousa. Gen-te sul-rio-grandense. (Anais TerceiroCong. Sul-rio-grandense Hist. Geog.,vol. 2, Porto Alegre, 1940, p. 643-80.)

Contém notas sobre povoamentoe composição da população do RioGrande do Sul, casamento inter-ra-cial, miscigenação. Apresenta dadosestatísticos consideráveis (não indicafontes). [5313]

Ellis, Alfredo (Júnior). Populações paulistas.São Paulo, Editora Nacional, 1934.364 p. map. ilus. quad. estat.

Estudo detalhado da populaçãode São Paulo, sua origem e atual(1934) composição racial e nacional,extensão da exogamia e de casamen-to inter-racial, miscigenação, estatís-ticas vitais. Infelizmente, não são in-dicadas as fontes dos extensos dadosestatísticos. [5314]

Ellis, Alfredo (Júnior). Os primeiros troncospaulistas e o cruzamento Euro-Americano.(Rev. Inst. Hist. Geog. São Paulo, vol.29, 1932, p. 93-142.)

As páginas 134-141 examinam certaevidência sobre a fecundidade e longe-vidade de híbridos índios-europeus noEstado de São Paulo. [5315]

Ellis, Alfredo (Júnior). Ensaio de um méto-do de investigação do nível social de SãoPaulo pela distribuição da profissão dospais dos alunos das escolas primárias públi-cas. (Rev. Art. Mun. São Paulo, v. 23,maio, 1936, p. 189-206.)

Análise estatística, feita conjun-tamente pela Subdivisão de Docu-mentação Social e Histórica e Esta-tísticas Municipais, do Departamen-to de Cultura de São Paulo, e Insti-tuto de Educação da Universidadede São Paulo, da distribuição ocupa-cional por áreas na cidade de SãoPaulo, evidenciada em respostas aquestionários sobre ocupações depais de alunos de 76 escolas elemen-tares. Constitui tentativa preliminarpara delimitar "áreas naturais" na ci-dade. [5616]

Ericksen, Nestor. O negro no Rio Grandedo Sul. (Rev. Inst. Hist. Geog. Rio Gran-de do Sul, ano 21, nº 84, 1941, p. 258-81.)

Breve relato, baseado em crôni-cas e documentos oficiais, da impor-tação de africanos para o Rio Gran-de do Sul, números relativos, distri-buição espacial e ocupacional da po-pulação negra neste Estado em dife-rentes períodos, a exportação de es-cravos para território uruguaio, o pa-pel dos negros nas forças armadas(especialmente durante a Revoluçãodos Farrapos), cessação gradual dotráfico de escravos, o movimentoabolicionista, tentativas para substi-tuir o trabalho escravo pelo de colo-nos europeus, especialmente pro-cedentes dos Açores, Suíça e Ale-manha. [5317]

Figueiredo, Lima. O Acre e suas possibili-dades. (Rev. Bras. Geog., ano 2, nº 2,Rio de Janeiro, abril, 1940, p. 172-209, map. foto. quad. estat.)

As páginas 194-203 contêm bre-ves notas sobre a população do ter-ritório do Acre de acordo com a re-

1179

Page 509: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

gião, idade, sexo, ocupação, alfabeti-zação, origem racial e nacional.[5318]

Figueiredo, Paulo Pope de. Mais de umséculo de imigração. (Bol. Min. Trab. Ind.Com., ano 2, nº 23, Rio de Janeiro, ju-lho 1936, p. 275-84, quad. estat.)

Análise, principalmente estatísti-ca, da imigração e colonização no Bra-sil, de 1820-1935, com especial aten-ção para o país de origem. [5319]

Figueiredo, Paulo Pope de. Migrações.(Bol. Min. Trab. Ind. Com., ano 2, nº22, Rio de Janeiro, junho, 1936, p.273-89, quad. est.)

Estudo estatístico da imigração eemigração do Brasil, 1927-1935,em comparação com as da Françae Itália. [5320]

Fontes, Henrique. A população de SantaCatarina em 1916. (Anais e QuintoCong. Bras. Geog., v. 1, 1916, p.675-82, quad. estat.)

Contém dados censitários da po-pulação de Santa Catarina, em certosperíodos, 1774-1900. [5321]

Freire, Felisbelo Firmo de Oliveira. Colo-nização de Sergipe de 1509 a 1600. (Rev.Inst. Hist. Geog. Bras., t. 51, Rio de Ja-neiro, 1888, p. 205-27.)

Breve estudo do povoamento doEstado de Sergipe, baseado sobredocumentos constantes dos arquivosmunicipais. [5322]

Freitas, Otávio de. Doenças africanas noBrasil. São Paulo, Editora Nacional,1935. 226 p.

Estudo de migração de doenças.

[5323]Freire, Gilberto. O problema do regionalis-

mo. (Obs. Econ. Fin., ano 3, nº 25, Riode Janeiro, fevereiro, 1938, p. 19-21.)

Discute o valor do conceito "re-gionalismo" ao analisar os proble-mas sociais brasileiros. [5324]

Godói, Gustavo de (Filho). Um aspecto damortalidade infantil em São Paulo. (Rev.Arq. Mun. São Paulo, v. 17, outubro,1935, p. 183-85.)

Comparação de duas áreas noEstado de São Paulo, com referênciaà incidência de causas não registra-das de morte, serviços médicos, ile-gitimidade, casamento civil e reli-gioso. [5325]

Godói, Gustavo (Filho). A mobilidade dapopulação paulista, através de seu cresci-mento. (Rev. Arq. Mun. São Paulo, v.16, agosto, 1935, p. 77-80.)

Registra a densidade e aumentoda população (tanto absoluto comorelativo) no Estado de São Paulo du-rante três períodos 1890-1900, 1900-1920, 1920-1934) e em dez áreas di-ferentes. [5326]

Gonzaga, Antônio Gavião. Problemas na-cionais de imigração e colonização. (Estud.Bras., ano 2, v. 4, nº 12, Rio de Janei-ro, maio-junho, 1940, p. 582-624,map. quad. estat.)

Estudo da população brasileira,sua densidade, meios de subsistên-cia, origem racial e nacional, taxas demortalidade; da imigração e povoa-mento, do ponto de vista da políticasocial, com comentários críticos porÁlvaro Osório de Almeida, CastroBarreto, Xavier de Oliveira, especial-mente com referência à imigração ecolonização japonesa. [5327]

Harper, Roland M. Constrasts betweenurban and rural population in Brazil.(Rev. Inst. Hist. Geog. Bras., tomoespecial, Instituto Pan-Americano

1180

Page 510: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

de Geografia e História, Rio de Janei-ro, 1932-1933, p. 353-61, quad. es-tat.)

Computação, baseada em dadoscensitários relativos a 1920, do nú-mero médio de habitantes por "mi-lha quadrada" de cada Estado brasi-leiro, comparando as diferentes por-ções de sexo e idade nas capitaiscom a do interior de cada estado.Tratamento superficial, generalizaçõesduvidosas. Cp. avaliação crítica (emportuguês), p. 361. [5328]

Hermann, Lucila. Grupos sociais de Guara-tinguetá. (Rev. Arq. Mun. São Paulo, v.49, julho-agosto, 1938, p. 71-92,foto.)

Tentativa sistemática para delimi-tar e caracterizar três "áreas naturais"numa cidade de 15.000 habitantesno Estado de São Paulo. [5329]

Imigração e localização de trabalha-dores. (Bol. Min. Trab. Ind. Com.,ano 3, nº 26, Rio de Janeiro, outubro,1936, p. 289-96, quad. estat.)

Análise estatística de entradas noporto do Rio de Janeiro, 1916-1935,por país de origem, classe da passa-gem de vapor, Estado para o qualtransitam. [5330]

Imigrantes entrados no Brasil no pe-ríodo de 1884 a 1939. (Rev. Imig. Col.,ano 1, nº 4, Rio de Janeiro, outubro,1940, p. 617-48 quad. estat.)

Enumeração de imigrantes, pornacionalidade e ano de entrada,1884-1939. [5331]

James, Preston E. The changing patterns ofpopulation in São Paulo State, Brazil.(Geog. Rev., v. 28, nº 3, New York,July, 1938, p. 353-62, map.)

Breve discussão da distribuiçãoespacial, em anos recentes, da popu-lação do Estado de São Paulo, emrelação a uma fronteira em mudança,ao surto industrial, ao desenvolvi-mento do transporte ferroviário, àsmudanças no emprego da terra. Su-mário, em português, por Delgado deCarvalho, Revista Brasileira de Geografia,ano 1, nº 1, 1939, p. 77-79. [5332]

James, Preston E. The expanding settlementsof southern Brazil. (Geog. Rev. v. 30, nº4. New York, october, 1940, p. 601-26, map. foto.)

Breve relato das circunstâncias econdições do povoamento dos Esta-dos de Rio Grande do Sul, Santa Ca-tarina e Paraná, com atenção tam-bém para a distribuição e origem(por nacionalidades) da populaçãoatual. [5333]

James, Preston E. An official geographicalservice and a federal census for Brazil.(Geog. Rev., v. 28, nº 3, New York,July, 1938, p. 494.)

Breve relato sobre a revisão dasunidades políticas para o censo fede-ral de 1940, e a organização dos res-pectivos mapas. [5334]

Os japoneses de São Paulo. (Obs. Econ.Fin., ano 4, nº 40, Rio de Janeiro,maio, 1939, p. 51-57, foto. Charts.,quad. estat.)

Breve descrição de imigrantes ja-poneses no Estado de São Paulo.Cita seu apego em geral à tendênciaa permanecer no país, aquisição depropriedade, pronta tendência deamalgamar-se, alta incidência de tu-berculose. [5335]

Keller, Albert Galloway. The Portuguese inBrazil. Ch. IV, p. 131-67 of Coloniza-

1181

Page 511: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

tion. Boston, Ginn & Co., 1908. XII,630p. map.

Embora se ocupe principalmentecom os processos políticos e econô-micos este estudo também contémdados sobre as circunstâncias do po-voamento, número e característicosda população, adaptação, miscigena-ção, importação de africanos, insti-tuição escravocrata (compreendendotanto índios como africanos), confli-to. Baseado principalmente em fon-tes secundárias. [5336]

Leroy-Beaulieu, Paul. De la colonisationchez les peuples modernes. 4ª ed. Paris,Guillaumin et Cie, 1891. XIX, 865p.

Uma parte do capítulo II do livroI (p 41-59), "De la colonisation por-tugaise", resume o povoamento doBrasil, imigração posterior. [5337]

Lima, Jorge de. Rassenbildung und Rassen-politik in Brasilien. Leipzig, AdolfKlein, 1934. 53p.

Breve relato da formação da po-pulação brasileira, sua origem racial,competição biótica de vários ele-mentos raciais, o papel da miscigena-ção e do casamento interracial, o"progressivo embranquecimento" dapopulação. [5338]

Lowrie, Samuel Harmon. Ascendência dascrianças registrada no parque Dom PedroII. (Rev. Arq. Mun. São Paulo, v. 39,setembro, 1937, p. 261-74, quad. estat.)

Inquérito sobre a nacionalidadede origem dos pais e avós de 453crianças, presumivelmente da classeoperária, que freqüentam um parquepúblico para menores em São Pau-lo, em comparação com um estudosemelhante feito por Paula Sousa,de uma amostra presumivelmente

de classe "superior" de 501 estudan-tes brasileiros natos, matriculados nauniversidade local (ver item 124).[5339]

Lowrie, Samuel Harmon. Ascendência dascrianças registradas nos parques infantis deSão Paulo. (Rev. Arq. Mum. São Paulo,v. 41, novembro, 1937, p. 267-78,quad. estat.)

Estudo estatístico, em continua-ção ao item 86, de 1624 crianças quefreqüentam três parques públicos nacidade de São Paulo, o qual, além decertos dados econômicos, informasobre a origem nacional de pais eavós, tamanho da família de queprocedem as crianças. [5340]

Lowrie, Samuel Harmon. O elemento negrona população de São Paulo. (Rev. Arq.Mun. São Paulo, v. 48, junho, 1938, p.5-56, map. quad. estat.)

Análise cuidadosa de dados esta-tísticos disponíveis sobre a contri-buição do negro para a populaçãopaulista, em diferentes períodos, adistribuição especial, por ocasião doestudo, de pretos e mulatos no esta-do e na cidade de São Paulo e napopulação escolar pública daquelacidade. [5341]

Lowrie, Samuel Harmon. Imigração e cres-cimento da população no Estado de SãoPaulo. São Paulo, Escola livre de so-ciologia e política, 1938. 44 p. quad.estat. ilus. (Estudos Paulistas nº 2)

Estudo estatístico cuidadoso dapopulação de São Paulo; seu aumen-to natural e pela imigração, durantediferentes períodos, e em compara-ção com o Brasil em geral e com osEstados Unidos; taxas comparativasde nascimento, brasileiros e imigran-tes, por nacionalidade, tanto para a

1182

Page 512: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

cidade como para o Estado de SãoPaulo; relação entre aumento de po-pulação e os processos de urbaniza-ção e industrialização. Sugere-se quea evidência neste caso de contato en-tre o elemento local e o imigrantepõe em dúvida a conhecida teoriaadiantada por Francis A. Walker,com referência aos Estados Unidos,de que: 1) a imigração em São Pauloaparentemente não influenciou ataxa de aumento da população não-imigrante; 2) a população local nãoestá sendo suplantada pelos imigran-tes e seus descendentes; 3) a imigra-ção tem resultado num aumento dapopulação total. [5342]

Lowrie, Samuel Harmon. Previsão da po-pulação. (Rev. Arq. Mun. São Paulo, v.15, agosto, 1935, p. 81-98, quad. estat.)

Análise crítica de estimativas epredições de população. Acham-seincluídas estatísticas da populaçãode São Paulo (1920-1935) e as de 12municípios deste Estado (1919-1920). [5343]

Magalhães, Basílio de. Expansão geográfi-ca do Brasil colonial. 2ª ed. aumentada.São Paulo, Editora Nacional, 1936. 406p.

História detalhada da migração,exploração e povoamento do Brasilcolonial. [5344]

Matos, Jacinto Antônio de. Colonização doEstado de Santa Catarina, 1640-1916.Florianópolis, O Dia. 1017. 241p.quad. estat.

Estudo, baseado em antigos do-cumentos constantes de repositóriospúblicos e particulares, da populaçãodo Estado de Santa Catarina, ante-riormente a 1916, sua origem e com-

posição étnica. Contém tambémbreves relatos da fundação, duranteo século 19, de mais de uma vintenade povoações estrangeiras, junta-mente com (em certos casos) os no-mes dos imigrantes, suas ocupações,distribuição de sexo e idade, estadocivil, afiliação religiosa, procedênciae meios de migração. [5345]

Melo, Astrojildo Rodrigues de. Imigração ecolonização. (Geog., ano 1, nº 4, SãoPaulo, 1935, p. 25-49, map. charts.quad. estat. graf., diag.)

Relato detalhado da imigração,especialmente para São Paulo e comparticular atenção para a japonesa,número de imigrantes (por anos),sua procedência, áreas de povomen-to, papel na agricultura. Contémtambém breves notas sobre traçosde personalidade japonesa, tal comotêm sido observados em São Paulo,assimilação e aculturação. [5346]

Monbeig, Pierre. The colonial nucleus of Ba-rão de Antonina. (Geog. Rev., v. 30, nº 2,New York, abril, 1940, p. 260-71,map. charts, foto.)

Descrição da colonização, patro-cinada pelo Estado, de 316 famíliasno sul de São Paulo, compreenden-do brasileiros natos e imigrantes de14 países europeus e do Japão,com notas sobre casamento inter-racial, assimilação, política de imi-gração. [5347]

Monteiro, Jônatas da Costa Rego. As pri-meiras reduções jesuíticas no Rio Grande doSul, 1626-1638. (Rev. Inst. Hist. Geog.Rio Grande do Sul, ano 19, 1939, p.15-45, map.)

Localização e breve descrição de18 reduções, ou missões jesuíticas

1183

Page 513: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

entre os índios, estabelecidas nosprincípios do século dezessete na re-gião agora conhecida como RioGrande do Sul. [5348]

Mortara, Giórgio. Desenvolvimento demográ-fico da América e do Brasil. (Rev. Imig.Col., ano 1, nº 3, Rio de Janeiro, ju-lho, 1940, p. 425-31, quad. estat.)

Análise estatística do aumento depopulação no Brasil, 1840-1940,comparado com o de outros paísesamericanos, especialmente a Argen-tina e os Estados Unidos. [5349]

Mortara, Giórgio. A dinâmica da populaçãono Brasil nos últimos cem anos. (Bol.Min. Trab. Ind. Com., ano 6, nº 64,Rio de Janeiro, dezembro, 1939, p.287-95, quad., estat.)

Comparação cuidadosa do au-mento de população, absoluto e rela-tivo, por períodos de dez anos,1850-1940, no Brasil e em outrospaíses americanos, especialmentenos Estados Unidos. [5350]

Moura, Gentil de Assis. As bandeiras pau-listas. (Rev. Inst. Hist. Geog. São Paulo,v. 19, 1914, p. 73-102.)

Notas sobre os objetivos e áreasde penetração dos diferentes tiposde bandeiras paulistas. [5351]

Movimento de saída em 1935 (Bol.Min. Trab. Ind. Com., ano 3, nº 25,Rio de Janeiro, setembro, 1936, p.267-86, quad. estat.)

Análise estatística de emigrantesdo Brasil em 1935, por porto de par-tida, nacionalidade, classe de passa-gem de vapor, idade, sexo, ocupa-ção, estado civil, destino. [5352]

Movimento imigratório. (Bol. Min.Trab. Ind. Com., ano 2, nº 17, Rio de

Janeiro, janeiro, 1936, p. 263-68,quad. estat.)

Análise estatística da imigraçãopara o Brasil, de janeiro de 1855 ajunho de 1889, por ano e nacionali-dade. [5353]

Movimento imigratório geral do Esta-do de São Paulo em 1937-1339.(Bol. Serv. Imig. Col., nº 2, São Pau-lo, outubro, 1940, p. 57-165, quad.estat. map.)

Exposição estatística detalhada daimigração para o Estado de São Pau-lo, 1937-1939, atendendo à proce-dência, distribuição por idade e sexo,estado civil, alfabetização, religião,áreas de fixação. Acham-se incluídosalguns dados comparativos de anosanteriores. [5354]

Movimento migratório no Estado deSão Paulo. (Bol. Dir. Ter. Col.Imig., ano 1, nº 1, Rio de Janeiro, ou-tubro, 1937, p. 29-159, quad. estat.ilus.)

Estudo estatístico detalhado daimigração para o estado de São Pau-lo, 1827-1936, e emigração (por mar)deste estado, 1908-1936, analisadocom referência ao país de origem(ou estado, se brasileiro), porto deembarque, sexo, idade, estado civil,ocupação, afiliação religiosa, alfabeti-zação, área de fixação, com especialatenção para o ano de 1936. Repu-blicado, Bol. Min. Trab. Ind. Com.,ano 4, nº 41, janeiro de 1938, p. 233-53. [5355]

Muller, Daniel Pedro. Ensaio dum quadroestatístico da província de São Paulo. SãoPaulo, Tip. Costa Silveira, 1838. XX,265p. quad. estat.

1184

Page 514: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

As páginas 132-97 contêm dadoscompilados, sob a direção de um en-genheiro do exército, a pedido daprimeira Assembléia Provincial, so-bre a população da província de SãoPaulo, na maior parte para 1835, por6 comarcas (subdivididas de acordocom 45 vilas e a cidade de São Pau-lo, com dados no caso desta última,também por freguesia), de acordocom sexo, idade, status livre ou escra-vo, "raça" (branca, índia, parda -- es-cravo ou livre -- "preto" -- escravoou livre -- nascido no Brasil ou afri-cano), estado civil. São também for-necidos dados sobre nascimento (deacordo com o sexo), expostos (sebrancos ou de cor), casamentos eóbitos (de acordo com o sexo), por45 vilas e a cidade de São Paulo, ecom referência à condição (livre ouescravo). Excepcionalmente francoem reconhecer o caráter aproximadodas enumerações. [5356]

Paiva, Joaquim Gomes d’Oliveira e. Me-mória histórica sobre a colônia alemã deSão Pedro d’Alcântara. (Rev. Inst. Hist.Geog. Bras., v. 10, Rio de Janeiro,1848, p. 504-23)

Descrição de uma povoação ale-mã fundada em 1829 no Estado deSanta Catarina, juntamente com umabreve análise do caráter de sua po-pulação. [5357]

Pereira, Maria Mendes. Estudo do povoa-mento do Rio Grande do Sul e divisas doRio Grande do Sul com os povos vizinhos.(3º Cong. Sul-Rio-Grandense Hist.Geog., v. 3, Porto Alegre, 1940, p.1611-1629, map.)

A primeira parte deste artigo é umbreve relato do povoamento do Esta-do do Rio Grande do Sul. [5358]

Piccarolo, Antonio. L’emigrazione italia-na nello stato di São Paulo. São Paulo,Liv. Magalhães, 1911. 286 p. quad.estat.

Embora de caráter principalmen-te polêmico, este tratado apresentaalgum material descritivo e analíticosobre as circunstâncias e condiçõesda fixação italiana em São Paulo, opapel posterior dos imigrantes, difusãocultural, relação entre preconceito e in-formação inadequada. [5359]

Pompeu (Sobrinho). Alguns aspectos dageografia humana cearense. (Rev. Inst. Cea-rá, t. 54, 1940, p. 152-92)

A terceira parte ("O efetivo hu-mano", p. 181-92) esboça o povoa-mento do Ceará e localiza as áreasatuais da concentração de populaçãonaquele estado. [5360]

A população brasileira. (Obs. Econ. Fin.,ano 2, nº 18, Rio de Janeiro, julho,1937, p. 35-40)

Survey crítico dos dados de censoda população brasileira, sua distri-buição especial e por sexo, raça eocupação. Sugere alguns estudos de-mográficos necessários. [5361]

Quelle, Oto. A atuação germânica no Esta-do da Bahia. (Rev. Inst. Geog. Hist. Ba-hia, v. 59, Salvador, 1933, p. 461-81)

Estudo documentado da fixaçãoalemã no Estado da Bahia, papeleconômico e cultural dos imigrantesalemães, do século dezessete ao sé-culo vinte. (Tradução portuguesa deum artigo publicado em alemão nosIbero-Amerikanisch Archives, Abrilde 1933, p. 38-54). [5362]

1185

Page 515: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Quelle, Oto. Migrações étnicas no Nordestebrasileiro. (Rev. Inst. Geog. Hist. Bahia,v. 58, Salvador, 1932, p. 351-63)

Cuidadoso estudo da origem, ca-racterísticas e distribuição da popula-ção do Nordeste brasileiro, sua mi-gração periódica (em certas zonas).(Tradução do alemão; não consta o tí-tulo da publicação original). [5363]

Rebelo, José Silvestre. Povoação do Brasil,relativamente à origem e influência dos pri-meiros povoadores portugueses nos costumesnacionais. (Rev. Inst. Hist. Geog. Bras., t.45, part. 2, Rio de Janeiro, 1882, p.327-40.)

Estudo, não documentado, daorigem e características dos primeirospovoadores do Brasil e das circunstân-cias do povoamento. [5364]

Recenseamento da população do im-pério do Brasil a que se procedeuno dia 1º de agosto de 1872. Rio deJaneiro, Leuzinger e filhos, 1873-1876. 23 v.

De acordo com a Diretoria-Geralde Estatística (Recenseamento do Brasil,1920, v. 1, p. 413), esta enumeraçãofoi "o primeiro inquérito demográfi-co no Brasil que realmente mereceessa designação (recenseamento)".Apesar de uma busca diligente, nãofoi possível, porém, descobrir emSão Paulo outros indícios desses 23volumes além dos mencionados porSamuel H. Lowrie (ver item 7), ecompreendendo: 1) um Relatório doMinistério dos Negócios do Império(1876), referente (p.5) à publicaçãodesses 23 volumes e 2) um volumede 434 páginas depositadas no Ar-quivo do Estado, presumivelmenteuma das publicações em questão,

cuja página de rosto foi infelizmenteperdida, de forma que o título preci-so, a data e o lugar da publicaçãonão podem ser dados aqui. Este últi-mo volume contém dados sobre adistribuição da população brasileirapor paróquias, de acordo com sexo,idade, "raça" (brancos, pretos, par-dos, caboclos), status livre ou escra-vo, nacionalidade, ocupação, estadocivil, afiliação religiosa, alfabetização,defeitos físicos, freqüência escolar,mobilidade. Acham-se enumeradashabitações, "fogos", população emidade escolar (6-15 anos). [5365]

Reis, Jaime Dormund dos. Ligeiras notas so-bre etnologia paranaense. (Rev. Inst. Hist.Geog. São Paulo, v. 14, 1909, p. 115-28)

Notas sobre a origem étnica dapopulação do Estado do Paraná.

[5366]Rodrigues, Jorge Martins. Problemas im-

migratórios. (Obs. Econ. Fin., ano 4, nº38, Rio de Janeiro, março, 1939, p.27-29, quad. esta.)

Breve estudo da migração para oEstado de São Paulo, com especialatenção para a procedência e as pro-porções de: 1) imigração; 2) migraçãointerna, fixação em áreas rurais e urba-nas, emigração posterior. [5367]

Roquete-Pinto, Edgar. Ensaios de antropo-logia brasiliana. São Paulo, EditoraNacional, 1933. 183 p. quad. estat.

Breves ensaios sobre população,migração interna, adaptação às con-dições tropicais de existência, misci-genação, patologia racial comparati-va e mortalidade, com referência es-pecial ao Brasil. [5368]

1186

Page 516: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Roure, Agenor de. O centenário de NovaFriburgo. (Rev. Inst. Hist. Geog. Bras., t.83, Rio de Janeiro, 1919, p. 243-66.)

Relato discursivo da fundação,em 1818, da fixação de suíços emNova Friburgo, no Estado do Riode Janeiro. [5369]

Rudolfer, Bruno. A unidade estatística terri-torial nos recenseamentos gerais. (Rev. Arq.Mun. São Paulo, v. 60, São Paulo,agosto, 1939, p. 77-94, map.)

Discute sobre a conveniência deadotar-se o quarteirão, em lugar dadivisão política (distrito) anterior-mente usada, como unidade do cen-so para a cidade de São Paulo. Sãoapresentados dados sobre a densida-de da população de três distritos deSão Paulo para ilustrar a variação deresultados quando se empregam es-tas diferentes unidades. (Sugestãoposteriormente adotada no CensoFederal de 1940). [5370]

Rudolfer, Bruno, e Millet, Sérgio. A repre-sentação dos fenômenos demográficos. (Rev.Arq. Mun. São Paulo, v. 43, São Paulo,janeiro, p. 213-18, map.)

Aconselha o emprego das curvasisométricas para apresentar a densi-dade de população. É dada inciden-talmente a distribuição espacial dapopulação do distrito de Santa Ifigê-nia, e ao longo de importante avenida,ambos na cidade de São Paulo. Basea-do em dados preparados por BrunoRudolfer, da Sudivisão de Documen-tação Social e Histórica e de Estatísti-cas Municipais do Departamento deCultura de São Paulo e apresentado aoCongresso de População, que se reu-niu em Paris em 1937. [5371]

Rudolfer, Bruno, e outros. Ensaio de ummétodo de estudo da distribuição da nacio-nalidade dos pais dos alunos dos grupos es-colares da cidade de São Paulo. (Rev. Arq.Mun. São Paulo, v. 25, São Paulo, ju-lho, 1936, p. 197-237.)

Estudo da distribuição espacial,na cidade de São Paulo, da popula-ção nascida no Brasil e no estrangei-ro, de italianos, portugueses, espa-nhóis e sírios, de famílias que falamem casa: 1) somente português, 2)outras línguas. [5372]

Rudolfer, Bruno, e outros. Ensaio de ummétodo de investigação do nível social deSão Paulo pela distribuição da profissão dospais dos alunos das escolas primárias públi-cas. (Rev. Arq. Mun. São Paulo, v. 23,São Paulo, maio, 1936, p. 189-206.)

Procura delimitar "áreas naturais"na cidade de São Paulo, até o pontoem que são determináveis pelas va-riações de ocupação. [5373]

São Paulo. Comissão Central de Estatís-tica. Relatório apresentado ao exmº sr. pre-sidente da província de São Paulo. SãoPaulo, Tip. King, 1888. IX, 578 p.quad. estat.

As páginas 9-70 contêm umaenumeração da população do Esta-do de São Paulo, 1886, por municí-pios e paróquias (incompleta em vá-rios casos), de acordo com sexo, ida-de, cor (branca, cabocla, parda, pre-ta), nacionalidade, estado civil, afilia-ção religiosa, instrução recebida (pri-mária, secundária, superior), defeitosfísicos, com alguns dados comparati-vos de 1872. Acham-se enumeradosem separado: 1) a população escravaregistrada até 30 de março de 1887,por municípios, de acordo com

1187

Page 517: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

sexo, idade, estado civil, residênciarural-urbana; 2) os filhos livres demães escravas registrados até 30 dejunho de 1886, por municípios, deacordo com sexo; 3) os imigrantes,1882-1887, por sexo e idade (até 12anos, acima de 12 anos); 4) a popula-ção dos núcleos, São Bernardo, SãoCaetano e Santana, de acordo comsexo, idade, nacionalidade, estado ci-vil, profissão, afiliação religiosa, al-fabetização. São também forneci-dos dados sobre número e tama-nho das habitações domésticas,propriedade de casas, nascimentos(de acordo com sexo, legitimida-de), casamentos (de acordo comnacionalidade, grau de consangüi-nidade, estado civil anterior), óbi-tos (de acordo com sexo, idade, es-tado civil, status livre ou escravo),tudo com referência aos anos1883-1886. As páginas 245-49 con-têm um breve resumo sobre a imi-gração em São Paulo. Exatidão du-vidosa das estatísticas. [5374]

São Paulo. Comissão central de recen-seamento do estado de São Paulo.Recenseamento demográfico, escolar e agríco-la-zootécnico do Estado de São Paulo. SãoPaulo. Imprensa Oficial, 1936. 15 p.map. quad. estat.

Dados do recenseamento esta-dual de São Paulo, 1934, por municí-pios e distritos (subdivididos, emcada caso, por cidade principal e"zona rural"), relativos a: 1) popula-ção total, 2) população em idade es-colar (7 a 13 anos). [5375]

São Paulo. Comissão Central do Recen-seamento do Estado de São Paulo.Recenseamento demográfico, escolar, agrícola

e zootécnico. (Diário Oficial do Estado deSão Paulo, 24 de março de 1938, p.10-22, quad. estat.).

Contém uma enumeração da po-pulação do Estado de São Paulo,1934, por: 1) capital, 2) resto do Es-tado, de acordo com sexo, idade, na-cionalidade, profissão, estado civil,afiliação religiosa, alfabetização, esta-do brasileiro em que nasceu, de paisnascidos no país ou no estrangeiro.Exatidão um tanto duvidosa. [5376]

São Paulo. Comissão Central do Recen-seamento do Estado de São Paulo.Recenseamento escolar de 1934. (DiárioOficial do Estado de São Paulo, 14 de ju-nho de 1936, p. 17-28, map. quad.estat.)

Enumeração da população emidade escolar (7-13 anos), Estado deSão Paulo 1934, por 21 "zonas esco-lares" [com dados também referen-tes a: 1) sede de município; 2) sedede distrito; 3) "zona rural"]; segundosexo, alfabetização, nacionalidadedo pai, tipo de escola freqüentada(estadual, municipal, particular).Fornece também dados sobre fre-qüência escolar. Exatidão um tantoduvidosa. [5377]

São Paulo. Departamento Estadual doTrabalho. Dados para a história da imi-gração e da colonização em São Paulo. SãoPaulo, Rothschild e Cia, 1916. 36 p.quad. estat.

Breve relato, compilado pelo De-partamento do Trabalho do Estadode São Paulo, da imigração para SãoPaulo, 1827-1915, e circunstânciasda colonização. [5378]

São Paulo, Secretaria da Agricultura, In-dústria e Comércio. Bol. Serv. Imig.

1188

Page 518: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Col., nº 1 e 2, outubro, 1937, 1940,map. quad. estat. charts, foto, gráf.diag.

Contém dados descritivos, exten-samente organizados em gráficos equadros estatísticos, sobre imigraçãopara São Paulo, 1827-1939, distribui-ção dos indivíduos por nacionalida-de, cor, sexo, idade, profissão, afilia-ção religiosa, estado civil, alfabeti-zação, procedência e destino. Tre-cho especial dedicado à colônia pa-trocinada pelo Estado de São Pau-lo, "Núcleo Colonial Barão de An-tonina". São apresentados resumosem português, inglês, francês ealemão. [5379]

São Paulo. Serviço sanitário. Anuáriodemográfico, ano 36, 1929; 2 v. SãoPaulo, Imprensa Oficial, 1932,1938. 147 p. quad. estat. charts.,gráf. diag.

Estatísticas oficiais para o Estadode São Paulo, 1929, por municípiose cidade (subdivididos por distritos)de São Paulo, Santos, Campinas, Ri-beirão Preto, São Carlos, Guaratin-guetá, Botucatu, sobre nascimentos(de acordo com sexo, cor, legitimi-dade, nacionalidade dos pais, mês,dia e hora do nascimento, únicomúltiplo), casamento (de acordocom idade, nacionalidade, estado ci-vil anterior, alfabetização, dia e mêsda cerimônia), óbitos (de acordocom sexo, idade, cor, nacionalidade,profissão, estado civil, mês, dia ehora de falecimento, causa presumi-da), com alguns dados comparativospara o estado todo, anualmente(com omissões), 1894-1928, e paracertas outras cidades brasileiras e es-

trangeiras. São também fornecidosdados sobre mortalidade infantil eapenas para a cidade de São Paulo,1) óbitos durante o parto, 2) suicídio(de acordo com idade, nacionalida-de, estado civil, meios empregados).Relativamente exatas, embora sejamevidentes alguns erros de impressão.Foram publicados sob os seguinte tí-tulos: Resumo sintético da mortalidade nacapital (1892-1893); Boletim anual de es-tatística demográfico-sanitário (1897-1929); Anuário Demográfico anualmen-te dados semelhantes desde 1892,(1897-1929). Desde 1930 até o pre-sente, os dados publicados têm sidoconsideravelmente reduzidos, apare-cendo anualmente breves relatóriossob o título, Resumo do movimento de-mográfico-sanitário. [5380]

Simonsen, Roberto Cochrane. Recursoseconômicos e movimentos das populações.(Rev. Bras. Estat., ano 1, nº 1. Rio deJaneiro, janeiro-março, 1940, p. 199-228, map. quad. estat. graf.

Estudo apresentado ao OitavoCongresso Científico Pan-America-no (realizado em Washington, D.C.),sobre a migração interna no Brasil,especialmente em relação às forçaseconômicas. [5381]

Sousa, Rafael Paula. Contribuição à etnolo-gia paulista. (Rev. Arq. Mun. São Paulo,v. 31, janeiro, 1937, p. 95-105.)

Estudo da distribuição, de acordocom a nacionalidade, dos pais e avósde 512 estudantes (nascidos tanto noestrangeiro como no Brasil) que sematricularam na Universidade deSão Paulo em 1936, procurando de-terminar "índice de fusibilidade" deacordo com certa técnica empregada

1189

Page 519: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

por Bessie Wessel e introduzida noBrasil por Oliveira Viana (Ver item137). [5382]

Sudhaus, Fritz. Deutschland und die aus-wanderung nach Brasilien im 19 jahrhun-dert. (Deutsch. Archiv Fuer Landes-u.Volksforschung, jahrg. 4, dezember,1940, p. 594-601).

Breve estudo da emigração alemãpara o Brasil durante o século deze-nove. [5383]

Silos, Honório de. Meio século de imigraçãoe o predomínio dos latinos. (Rev. Inst.Café, ano 11, nº 108, janeiro, 1936, p.19-22, quad. estat.)

Breve exposição sobre a distribui-ção, por nacionalidade, de imigrantespara o Brasil durante diferentes pe-ríodos, de 1884 a 1933, com especialatenção para os italianos, portuguesese espanhóis. [5384]

Silos, Honório de. São Paulo e a imigraçãoitaliana. (Rev. Inst. Café, ano 11, nº 109,São Paulo, fevereiro, 1936, p. 168-71,quad. estat.)

Breve estudo da imigração italia-na para o Brasil (e Argentina) porperíodos de 5 anos, o número relati-vo de italianos, em comparação como de outras nacionalidades, entre: 1)proprietários de fazendas de café deSão Paulo, 2) seus trabalhadores,produção e valor comparativo daspropriedades de italianos. [5385]

São Paulo e a imigração italiana. (Rev.Inst. Café, ano 11, nº 112, São Paulo,junho, 1936, p. 796-97.)

Breve discussão sobre a data daprimeira imigração italiana para SãoPaulo. [5386]

Taunay, Afonso de Escragnolle. Cessaçãodo tráfico. (Mensário, t. 3, v. 3, Rio deJaneiro, agosto, 1938, p. 295-299.)

Notas sobre a importação de afri-canos para o Brasil e circunstânciasem que a mesma cessou. (Ver tam-bém itens 132 e 134). [5387]

Taunay, Afonso de Escragnolle. Ensaiode carta geral das bandeiras paulistas. SãoPaulo, Cia. Melhoramentos, 1926. 2 p.

Baseando-se em fontes tanto iné-ditas como publicadas, procura tra-çar (num mapa) os movimentos dasbandeiras paulistas que, nos séculosdezesseis, dezessete e dezoito, reco-nheceram e, até certo ponto, explora-ram ampla região na parte central docontinente sul-americano. [5388]

Taunay, Afonso de Escragnolle. Fixaçãode europeus no Brasil. (Mensário, t. 4, v.1, Rio de Janeiro, outubro, 1938, p.31-35.)

Breve relato da migração européiapara o Brasil, no século dezenove, e dafixação dos imigrantes. [5389]

Taunay, Afonso de Escragnolle. Notassobre as últimas décadas do tráfico. (Men-sário, t. 3, v. 1, Rio de Janeiro, julho,1938, p. 115-19, quad. estat.)

Notas sobre a importação africa-na para o Brasil e circunstâncias emque a mesma foi abolida. (Ver tam-bém itens 129 e 134). [5390]

Taunay, Afonso de Escragnolle. Patrões ecolonos (1860). (Mensário, t. 1, v. 3,Rio de Janeiro, março, 1938, p. 55-60.)

Notas sobre certas experiênciasdos imigrantes europeus em SãoPaulo, no século dezenove, tal comoforam observadas por um viajantealemão, Tschudi. [5391]

1190

Page 520: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Taunay, Afonso de Escragnolle. As últi-mas décadas do tráfico. (Mensário, t. 3,v. 1, Rio de Janeiro, julho, 1938, p.181-84.)

Notas sobre a importação de afri-canos para o Brasil e circunstânciasem que a mesma cessou. (Ver tam-bém itens 129 e 132). [5392]

Vasconcelos, Henrique Dória de. Oscila-ção do movimento imigratório no Brasil,(Rev. Imig. Col., ano 1, nº 2, Rio deJaneiro, abril, 1940, p. 211-35, quad.estat. charts, gráf.)

Enumera os núcleos estrangeirosestabelecidos no Brasil pelo Gover-no brasileiro, incluindo 71 no RioGrande do Sul e 14 em São Paulo,com datas do estabelecimento e ta-manho da terra concedida. Cita tam-bém estatísticas sobre o número deimigrantes entrados no Estado deSão Paulo em comparação com oentrado no resto do Brasil, anual-mente, 1878-1937, número relativode estrangeiros (por estados) em1920, circunstâncias que favoreciame impediam a imigração. [5393]

Viana, F. J. de Oliveira. Formation ethniquedu Brésil colonial. (Revue d’Histoire desColonies, nº 5, 1932, p. 433-50.)

Cuidadoso estudo (apresentadoao Congrès International d’Histoire Colo-niale, em setembro de 1931) da for-mação da população brasileira, comespecial atenção para os papéis damiscigenação e do isolamento, du-rante o período colonial, das vilas deíndios, dos engenhos e áreas de mi-nas, predominantemente povoadode africanos, do contato mais co-mum nas regiões costeiras, e dasidéias de "pureza branca" desen-

volvidas pela aristocracia latifundiá-ria. [5394]

Viana, F. J. de Oliveira. Raça e assimilação.2ª ed. São Paulo, Editora Nacional,1934. 285 p. quad. estat.

Crítica da teoria e pesquisa racial,com particular atenção para o con-ceito de "raça" variações raciais, assi-milação, miscigenação e formação dapopulação brasileira. Procura estabe-lecer "coeficiente de fusão" para osvários grupos imigrantes no sul doBrasil, empregando certa técnica usa-da por Bessie Wessel em estudos deNew London, Connecticut e Woon-socket, Rhode Island. [5395]

Viana, Luís (Filho). Rumos e cifras do tráficobaiano. (Estud. Bras., ano 3, v. 5, nº15, Rio de Janeiro, novembro-de-zembro, 1940, p. 356-80.)

Estudo cuidadoso, parcialmentedocumentado, da procedência deafricanos importados para a Bahia.Acha-se apenas uma avaliação críticafeita por Wanderlei Pinho, PedroCalmon e Afrânio Peixoto. [5396]

Viana, Luís (Filho). O sertão e o negro.(Rev. Brasil., ano 1, 3ª fase, nº 6, Riode Janeiro, dezembro, 1938, p. 581-86.)

Breve análise da população eda ordem social do sertão baiano,com especial atenção para as cir-cunstâncias responsáveis pela re-lativa ausência do africano e seusdescendentes. [5397]

Viana, Urbino. Bandeiras e sertanistas baia-nos. São Paulo, Editora Nacional,1935. 207 p. mapa.

Relato detalhado do reconheci-mento, exploração e povoamento dointerior da Bahia, com especial aten-ção para o vale do rio São Francisco

1191

Page 521: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

e regiões contíguas. Contém de vezem quando notas sobre contato deraça, conflito e acomodação e misci-genação em sua relação com a estrutu-ra social. Vários documentos são cita-dos na íntegra ou em parte. [5398]

Willems, Emílio. Ensaios sobre a diferencia-ção dos processos de seleção e eliminação napopulação de São Paulo. (Rev. Arq.Mun. São Paulo, v. 66, São Paulo,abril-maio, 1949, p. 89-96, quad. estar.)

Ampliando um estudo anterior(ver item 143) para incluir também1.277 estudantes de duas escolas se-cundárias da cidade de São Paulo,presumivelmente de classe social in-termediária, propõe a hipótese (in-concludentemente, na opinião docrítico), para maior comprovação deque, nesta parte da população, as fa-mílias dos estudantes "menos inteli-gentes" estão sendo eliminadas porcompetição biótica. [5399]

Willems, Emílio. Essai sur le problème de lacolonisation au Brésil. (Revue Interna-tionale de Sociólogie, 42º année,nos 7-8, Paris, juillet-oût, 1934, p.359-67, quad. estat.)

Breve estudo da imigração para oBrasil, 1855-1929, distribuição de imi-grantes por nacionalidade em diferen-tes períodos, atuação dos processos deassimilação e aculturação. [5400]

Willems, Emílio. Peneiramento e seleção.(Rev. Arq. Mun, São Paulo, v. 52,novembro, 1938, p. 233-42, quad. es-tat.)

Baseada numa comparação denotas, num período de três anos, de1.522 escolares da cidade de SãoPaulo, principalmente das classes so-ciais "inferiores", com o número de

crianças em suas respectivas famílias,propõe a hipótese, para maior com-provação, que as famílias das crianças"mais inteligentes" estão sendo pro-gressivamente eliminadas como resul-tado de competição biótica. Os dadosempregados são precários. [5401]

C. ORGANIZAÇÃO SOCIAL, MUDANÇAE DESORGANIZAÇÃO SOCIAL.

Alcântara Machado

videMachado, Antônio Alcântara.

Almeida, Antônio Ferreira de (Júnior).Aspectos da nupcialidade paulista. (Rev.Arq. Mun. São Paulo, v. 66, S. Paulo,abril-maio, 1940, p. 97-106, quad. es-tat.)

Análise das estatísticas de casa-mentos para a Cidade e Estado de S.Paulo, com especial atenção para ataxa de casamento (por períodos decinco anos) desde 1895, meses e diasda semana mais e menos preferidospara a cerimônia, idades dos cônjugespor ocasião do casamento. [5402]

Almeida, Antônio Ferreira de (Júnior).A ilegitimidade no Estado de São Paulo.(Rev. Arq. Mun. São Paulo, v. 62,São Paulo, nov. dez., 1939, p. 153-62.)

Procura analisar as estatísticasde ilegitimidade no Estado de S.Paulo, especialmente sua variaçãoregional. [5403]

Almeida, Benedito Pires de. A festa do di-vino. (Rev. Arq. Mun. São Paulo, v.59, S. Paulo, julho, 1939, p. 33-66.)

Descrição detalhada de uma festafolclórica comum ao Brasil, tal comose observa no Tietê, no Estado de S.

1192

Page 522: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Paulo, com algumas indicações desua origem e fundação. [5404]

Almeida, Fernando Mendes de. O folclorenas ordenações do reino (Rev. Arq. Mun.São Paulo, v. 56, São Paulo, abril,1939, p. 7-126.)

Notas discursivas sobre os costu-mes do Brasil colonial, tal como serefletem nos decretos régios portu-gueses. [5405]

Almeida, Renato. A influência francesa naformação cultural do Brasil. (Mensário, t.12, v. 1, Rio de Janeiro, outubro,1940, p. 141-50.)

Breves notas sobre a difusão, noBrasil, de elementos culturais de ori-gem francesa. [5406]

Andrade, Mário de. Os congos. (Lant. Ver-de nº 2, Rio de Janeiro, fevereiro,1935, p. 36-53.)

Descrição e análise de uma insti-tuição de folclore (os congos) e es-pecialmente das respectivas cerimô-nias, sua distribuição no Brasil, ori-gem, função social e referência sim-bólica. [5407]

Azevedo, João Lúcio de. Os Jesuitas noGrão-Pará. Lisboa, Tavares Cardoso eIrmão, 1901. 366 p. mapa.

Relato documentado da atividadedos jesuítas no vale amazônico.Contém algumas informações sobrepovoamento, contatos raciais e cul-turais, conflito, escravatura, assimila-ção e aculturação. [5408]

Azevedo, João Lúcio de. Notas sobre o ju-daísmo e a inquisição no Brasil. (Rev. Inst.Hist. Geo. Bras., t. 91, Rio de Janeiro,1922, p. 677-97.)

Breves notas, bem documenta-das, sobre conflito religioso com-preendendo os judeus brasileiros dos

séculos 16, 17 e 18. Acha-se incluídauma lista de 116 judeus acusadospela Inquisição, com nomes, idades,ocupações e sentenças. [5409]

Barreto, Benedito Bastos. No tempo dosbandeirantes. 2ª ed. S. Paulo, Departa-mento de Cultura, 1940. 310 p. ilus.

Notas sobre folkways, mores, insti-tuições, organização social, tipos so-ciais e movimentos sociais de S.Paulo colonial, cujo valor é conside-ravelmente aumentado pelos dese-nhos cuidadosamente detalhados,feitos pelo autor. [5410]

Barreto, João Paulo dos Santos. As reli-giões no Rio. Rio de Janeiro, Garnier,1906. 245 p.

Notas descritivas de um repórterde jornal, do ritual, cerimônia e cren-ça no Rio nos princípios do séculoatual, compreendendo cultos afro-brasileiros, a sinagoga judaica, seitasprotestantes, o "culto do mar" entreos pescadores do Rio, a igreja positi-vista, o espiritismo, os maronitas (doLíbano) e certos cultos esotéricoscomo o dos "satanistas". [5411]

Barreto, Romano, e Willems, Emílio. Osfanáticos de Guareí. (Sociologia, v. 2, nº 2,S. Paulo, maio, 1940, p. 187-196.)

Breve descrição e análise baseadaem material de observação e de en-trevista, de um culto na área rural doEstado de São Paulo, sua estrutura,o caráter de seus membros e líder,seu papel na comunidade. [5412]

Barros, Jaci Rego. Senzala e macumba. Riode Janeiro, Rodrigues e Cia., 1939.131 p.

Breve estudo sobre a importaçãode africanos e a instituição da escra-vatura no Brasil (com alguma tenta-

1193

Page 523: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

tiva de comparação com os EstadosUnidos), conflito, a persistência noBrasil de elementos culturais deorigem africana (especialmente ri-tual e crença), miscigenação, o pa-pel da mãe-preta, assimilação, acul-turação. [5413]

Barros, J. Teixeira. Folclore brasileiro. (Rev.Inst. Geo. Hist. Bahia, v. 51, Salva-dor, 1925, p. 109-47.)

Notas sobre festas, cerimônias,ritual fúnebre, lendas, canções, músi-ca, danças entre o folk de diferentespartes do Brasil, especialmente naBahia, com resumida exposição so-bre os primeiros colecionadores eeditores de tais dados. [5414]

Barroso, Gustavo. Heróis e bandidos. 2ª ed.Rio de Janeiro, Alves, 1931. 278 p.

Relato de lutas de famílias e ban-ditismo organizado no Sertão doNordeste brasileiro, com algumaanálise e explicação. [5415]

Barroso, Gustavo. O sertão e o mundo. Riode Janeiro, Leite Ribeiro, 1923. 301 p.

Exposição de idéias, atitudes,crenças, mitos, lendas, anedotas,música, drama, poesia, festas e ou-tro comportamento coletivo dofolk no sertão do Nordeste brasilei-ro, com alguma atenção para dadoscomparativos de outras partes domundo. [5416]

Barroso, Gustavo. Terra de sol. 3ª ed. Riode Janeiro, Alves, 1930. 272 p.

Descrição do sertanejo do Nor-deste brasileiro, condições físicas desua existência, tipos sociais, compor-tamento costumeiro, música, danças,drama, poesia, festas, mitos e lendasde folk. [5417]

Bastide, Roger. Psicanálise do cafuné. (Rev.Arq. Mun. São Paulo, v. 70, S. Paulo,setembro, 1940, p. 117-30.)

Análise de um folkway comum aoBrasil colonial (o cafuné), em termosde teoria psicanalítica. [5418]

Belmonte

vide

Barreto, Benedito Bastos.

Bilden, Rüdiger. Brazil, laboratory of civili-zation. (Nation, nº 128, jan. 16, 1929.)

Breve descrição e análise da situa-ção racial brasileira, com especialatenção para as variações regionaisna composição da população, papele status dos vários componentes ra-ciais, casamento inter-racial, miscige-nação e amalgamação, relação entreclasses e raça, assimilação. [5419]

Brasil, Étienne Ignace. Os Malês. (Rev.Inst. Hist. Geo. Bras., t. 72, parte 2,Rio de Janeiro, 1909, p. 67-126.)

Edição revista e aumentada deum manuscrito primeiramente publi-cado em Anthropos, Band IV, Heft 1(janeiro-fevereiro, 1909) p. 99-106;Heft 2 (março-abril, 1909) p. 405-16,e contendo uma exposição detalhadasobre os maometanos africanos noBrasil, com especial atenção para acrença, ritual, cerimônia, hierarquiade funcionários religiosos, conflitocom a parte européia da população(especialmente como se manifestouno famoso levante dos Malês em1835 na Bahia). Baseado em entre-vistas com imã (sacerdotes do cultoMalê), observação pessoal, exame dedocumentos existentes na Bahia eno Rio de Janeiro. Cita, na íntegra,três desses documentos. [5420]

1194

Page 524: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Brasil, Étienne Ignace. A revolta dos Ma-lês. (Rev. Inst. Hist. Geo. Bahia, v.14, Salvador, 1907, p. 29-49.)

Descrição cuidadosamente docu-mentada do levante encabeçado pornegros maometanos, na Bahia, em1835. [5421]

Brito, Eduardo A. de Caldas. Levantes depretos na Bahia. (Rev. Inst. Geo. Hist.,Bahia, nº 29, Salvador, 1903, p. 68-94.)

Breve relato sobre a importaçãode africanos para a Bahia, a institui-ção da escravatura, e especialmenteo conflito compreendendo (princi-palmente) africanos e a polícia baia-na, em diferentes épocas, 1807-1817.Publicado primeiramente no Jornal doComércio (Rio) em 26 de maio de1903. [5422]

Brito, José Gabriel de Lemos. Os sistemaspenitenciários do Brasil. Rio de Janeiro,Imprensa Nacional, 1924. 338 p.quad. estat. foto.

A parte II (p. 125-338) contémdados descritivos sobre as instituiçõese processos penais, em diferentes épo-cas, nos Estados do Amazonas, Pará,Maranhão, Ceará, Rio Grande doNorte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas,Sergipe. A parte I é, acima de tudo,um estudo de problemas sociais, Filo-sofia Social e Política Social. [5423]

Cardoso, Rui B. A freqüência infantil aos ci-nemas. (Rev. Arq. Mun. São Paulo, v.36, junho, 1937, p. 91-100.)

Crítica de um artigo não localiza-do de Dante Costa, em que este crí-tico parece atribuir à influência docinema certo comportamento delin-qüente de menores assinalado emSão Paulo. Cita vários estudos paraindicar a relação entre a delinqüência

e a desintegração da família, os mala-justamentos sociais e os distúrbiospsicológicos muitas vezes caracte-rísticos da adolescência, internaçãoda criança com outras já delin-qüentes. [5424]

Carneiro, Édison. Negros bantos. Rio deJaneiro, Civilização Brasileira, 1937.187 p. ilus.

Notas sobre a origem e a migra-ção daquela parte da população daBahia que foi importada de Angolae da região do Congo, e (mais es-pecialmente) sobre a crença, rituale cerimônia correntes entre seusdescendentes. [5425]

Carneiro, Édison. Religiões negras. Rio deJaneiro, Civilização Brasileira, 1936.188 p. ilus. quad. estat.

Notas descritivas, baseadas emdados de observações e de entrevis-tas, sobre o idioma, ritual, cerimôniae crença de origem principalmenteafricana que se encontram hoje nacidade da Bahia entre parte da "clas-se baixa", juntamente com brevesnotas sobre o número de africanosimportados para o Brasil, composi-ção racial da população em diferen-tes épocas, o culto Malê (maometa-no) na Bahia, fusão cultural. [5426]

Carvalho, Alfredo de. A magia sexual noBrasil. (Rev. Inst. Arq. Geog. Per-nambucano, v. 21, Recife, 1919, p.406-22.)

Breve esboço publicado postu-mamente, do papel de certas práticase crenças mágicas, em grande partede origem africana, na sociedade ecultura brasileira, especialmente emPernambuco, Bahia e Rio de Janei-ro. [5427]

1195

Page 525: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Carvalho, Carlos Alberto de. Tradições emilagres do Bonfim. Bahia, Tip. Baiana,1915. 164 p. il.

Tratado descritivo e apreciativoque fornece informação útil (servin-do por si mesmo como documento)sobre o papel na sociedade baianado ritual, cerimônia e crença, espe-cialmente no que diz respeito à fa-mosa igreja do Bonfim. [5428]

Carvalho, Elisio de. A sociedade pernambu-cana nos tempos coloniais (Rev. Inst.Arq. Geog. Pernambucano, v. 15,Recife, dezembro, 1910, p. 393-410.)

Notas que tendem a esclarecer aestrutura da sociedade colonial emPernambuco, suas instituições, com-posição da população, contatos coma Ásia. Republicado no Jornal do Co-mércio (Rio) de 25 de dezembro de1910. [5429]

Castelo Branco, R. P. A civilizaçãopiauiense. (Obs. Econ. Fin., ano 4 nº 48,Rio de Janeiro, 1940, p. 22-24.)

Breve análise da organização so-cial, origem, composição racial, carac-terísticas sociais e psicológicas da po-pulação do Estado do Piauí. [5430]

China, José B. d’Oliveira. Os ciganos doBrasil. São Paulo, Imprensa Oficial,1936. XIII, 329 p.

Compilação, extensamente docu-mentada (de livros, jornais, revistas,correspondência pessoal, análise lin-güística) de informações sobre os ci-ganos do Brasil, sua origem, caracte-rísticas físicas, idioma, migrações noBrasil e na Europa (especialmente naEspanha e Portugal), aumento depopulação no Brasil, miscigenação,segregação (no Rio, Bahia), papeleconômico (inclusive comércio de

escravos), relações com negros.Considerável atenção para a lingüís-tica. [5431]

Cláudio, Afonso. As três raças na sociedadecolonial. (Rev. Inst. Hist. Geog. Bras.,tomo especial, Congresso Internacio-nal de História da América, vol. 3,Rio de Janeiro, 1927, p. 317-78.)

Breve tentativa para analisar o pa-pel, no Brasil, do índio, do africanodo europeu e do mestiço. [5432]

Costa, Francisco Augusto Pereira da.Duas instituições inglesas em Pernambuco.(Rev. Inst. Arq. Geog. Pernambuca-no, v. 10, Recife, setembro, 1903, p.526-36, fot.)

Breves notas sobre contato cultu-ral, segregação e mudança culturalem Recife nos princípios do séculodezenove. [5433]

Costa, Francisco Augusto Pereira da.Folclore pernambucano (Rev. Inst. Hist.Geog. Bras., t. 70, parte 2, Rio de Ja-neiro, 1907, p. 3-641.)

Extensa coleção de folkways,idéias, crenças, mitos, lendas, orações,poesia de folk (especialmente bala-das), provérbios e outros ditos defolk, música, danças, festas, diversõespopulares como o bumba-meu-boi,o cavalo-marinho, congos, mouros,caboclinhos, etc., correntes entre ofolk brasileiro, especialmente no Es-tado de Pernambuco, com um ououtro comentário arguto que tende aesclarecer a função desses elementosna vida do povo em questão. Incluitambém (p. 34-44) um relato deta-lhado do famoso caso de "fanatis-mo" religioso dos "sebastianistas" dePedra Bonita (princípios do séculodezoito). Bibliografia cuidadosamen-

1196

Page 526: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

te preparada. Publicada também emforma de livro. Rio de Janeiro. J.Leite, 1908. [5434]

Costa, Francisco Augusto Pereira de. Aidéia abolicionista em Pernambuco. (Rev.Inst. Arq. Geog. Pernambucano, nº 42,Recife, outubro, 1891, p. 247-72.)

Notas documentadas aqui e ali,sobre o movimento abolicionista emPernambuco. [5435]

Costa, Francisco Augusto Pereira da. Ainquisição, sua influência em Pernambuco.(Rev. Inst. Arq. Geog. Pernambucano,nº 46, Recife, julho, 1894, p. 143-59.)

Estatísticas e notas detalhadas so-bre a atuação da Inquisição no Bra-sil, especialmente no caso dos judeusbrasileiros. Contém breves notas so-bre o papel dos judeus em Pernam-buco colonial. [5436]

Cunha, Euclydes Rodrigues Pimenta da.Os sertões. 12ª ed. Rio de Janeiro, Liv.Francisco Alves, 1933. 646 p. fot.map.

Reimpressão, com notas adicio-nais pelos editores da terceira edição(revista pelo autor) de uma obra pu-blicada pela primeira vez em 1902,analisando habilmente o comporta-mento costumeiro, organização so-cial, instituições, crenças, característi-cas psicológicas e sociais do sertane-jo do Nordeste, com uma exposiçãopreliminar de sua origem e do efeitodas circunstâncias ocupacionais egeográficas. Compreende um relatodetalhado do sério conflito armadode Canudos no Estado da Bahia, emque estiveram envolvidos "fanáticos"religiosos encabeçados pelo famosoAntônio Conselheiro. Ponto de vistafortemente influenciado pelo deter-

minismo geográfico e racial. Tradu-ção inglesa por Samuel Putman. Chi-cago, Univ. of Chicago Press, 1944,xxxii, 526 p., ilus. [5437]

Cunha, Mário Wagner Vieira da. Des-crição da festa de Bom Jesus de Pirapo-ra. (Rev. Arq. Mun. São Paulo, vol.41, novembro, 1937, p. 5-36, fot.map.)

Descrição detalhada de uma fes-ta de folk no Estado de São Paulo,com sugestões a respeito das cir-cunstâncias mediante as quais seucaráter mudou de religioso para se-cular. [5438]

Debret, Jean-Baptiste. Voyage pittoresque ethistorique au Brésil. Paris, Firmin DidotFrères, 1834, 1835, 1839. 3 v.

Série de 151 minuciosas litogra-fias, com cuidadosas notas descriti-vas, por hábil observador e artistafrancês, que viveu no Brasil de 1816a 1831. Constitui fonte segura de in-formações detalhadas sobre as carac-terísticas físicas da população (espe-cialmente sobre a parte de ascendên-cia africana e índia), ocupações, insti-tuições (especialmente a escravatura,a igreja e a família), relações de raça,imigração, assimilação, aculturação,folkways, mores dos princípios do sé-culo dezenove.

Tradução portuguesa anotada, deSérgio Milliet -- Viagem pitoresca e his-tórica ao Brasil -- 2 v., São Paulo, Liv.Martins, 1940, ilus. mapas. [5439]

Deffontaines, Pierre. Mascates ou pequenosnegociantes ambulantes do Brasil. (Geog.,ano 2, nº 1, São Paulo, 1936, p. 26-29.)

Breve análise do papel e funçãodo mascate ou vendedor ambulante,no Brasil. Impresso também em

1197

Page 527: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

francês -- Un genre de vie des petits no-mades du Brésil: les mascatis (Mélangesde geographie offerts par ses colè-gues et amais de l’étranger à M.Vaclav Svambera à l’occasion deson soixante-dixième anniversaire.Praha). [5440]

As diversões em São Paulo (Rev. Arq.Mun. São Paulo, vol. 13, junho,1935, p. 175.)

Breves notas, reimpressas do Es-tado de S. Paulo, sobre o número e ti-pos de lugares de divertimento na ci-dade de São Paulo. [5441]

Dornas, João (Filho). A escravidão no Bra-sil. Rio de Janeiro, Civilização Brasi-leira, 1939. 321 p. il.

Descrição da escravatura índia eafricana no Brasil, tráfico de escra-vos, insurreições de negros, quilom-bos, o movimento abolicionista, aatitude da Igreja para com a institui-ção escravocrata, as conseqüênciasbiológicas e culturais deste caso decontato racial. [5442]

Dornas, João (Filho). A influência social donegro brasileiro. (Rev. Arq. Mun. SãoPaulo, vol. 51, outubro, 1938, p. 97-134, foto.)

Mantém o ponto de vista de queos africanos importados para o Bra-sil, sendo de nível cultural "mais ele-vado" do que os índios nativos, es-pecialmente no que diz respeito àarte culinária, ao trabalho dos me-tais, à agricultura e à lavoura, e pro-cedentes de um ambiente físico se-melhante ao de grande parte do Bra-sil, dispostos a trabalhar, com a "do-cilidade inata do temperamento", ca-paz de "amar e sofrer", de "esquecere perdoar", contribuíram, de modo

fundamental, para a estrutura socialdo Brasil e para as características so-ciais dos brasileiros. Sugere o papel,neste processo, da miscigenação e deagentes tais como a ama, as cançõesafricanas, as danças, a feitiçaria e areligião. [5443]

Drummond, Conselheiro. Relação dasguerras feitas aos Palmares de Pernambucode 1675 a 1678. (Rev. Inst. Hist.Geog. Bras., tomo 22, Rio de Janei-ro, 1859, p. 303-29.)

Breve relato sobre o conflito rela-tivo às povoações de escravos fugiti-vos, conhecidos como Palmares, emAlagoas. Não são dadas fontes deinformação. [5444]

Duarte, Nestor. A ordem privada e a organi-zação política nacional. São Paulo, Edi-tora Nacional, 1939. 242 p.

Análise da sociedade brasileira,com especial atenção para a institui-ção do estado e as circunstânciasdesfavoráveis sob as quais se desen-volveu, inclusive (a princípio) o rela-tivo isolamento do centro de contro-le político (Portugal), as dificuldadesde comunicação numa terra de con-sideráveis dimensões e de populaçãorealmente dispersa, a séria competi-ção pelo controle eficaz sobre o in-divíduo por parte da família, da Igre-ja, e de uma poderosa aristocracia la-tifundiária numa ordem social remi-niscente da Europa feudal. [5445]

Edmundo, Luís. O Rio de Janeiro no tempodos vice-reis, 2ª ed. Rev. Rio de JaneiroAtena Editora, 1935. 620 p. il.

Descrição detalhada da vida noRio durante a última parte do séculoXVIII. Contribui para a compreen-são das instituições, divisão de traba-

1198

Page 528: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

lho, folkways, mores, tipos sociais, rela-ções de raça, da época e do lugar.

Tradução inglesa, de Dorothea H.Momsen, Rio de Janeiro intime of the vice-roys -- Rio de Janeiro, 1936. [5446]

Estudos afro-brasileiros; pref. de E.Roquete-Pinto. Rio de Janeiro, Ariel,1935. 275 p.

Coleção de papéis apresentadosao Primeiro Congresso Afro-brasileiro,reunido em Recife em 1934 (organi-zado por Gilberto Freire) e incluin-do notas (de valor desigual), de Re-nato Mendonça, sobre a procedênciados africanos e sua distribuição noBrasil (com mapa), a persistência dacozinha, música, folclore e magiaafricana, o papel do negro nas letrasbrasileiras; de Ulisses Pernambuco(com referência ao Rio), sobre dife-renças de raça em psicopatologia; deL. Robalinho Cavalcanti, sobre dife-renças de raça em longevidade, pesoe estatura ao nascer; de Álvaro deFaria, sobre diferença de raça na re-sistência à tuberculose; de Geraldode Andrade, sobre características fí-sicas de 30 mulatos em Recife; deRodolfo Garcia, sobre palavras, pre-sumivelmente de origem ioruba, usa-das em Pernambuco na primeira me-tade do século dezenove; de Máriode Andrade, sobre A boneca do Ca-lunga carregada nas festas de folk dosMaracatus em Recife; de Artur Ra-mos, sobre lendas a respeito da di-vindade africana, Xangô, e as altera-ções que se verificaram na sua formano Brasil; de Pedro Cavalcanti, sobreo ritual, cerimônias, línguas, funcio-nários sacros, música sacra, centrosde atividades, do culto dos africanos

em Recife; de líderes de culto, sobrea cozinha africana em Recife; de Er-nâni Braga, sobre as invocações à di-vindade africana, Xangô, ouvidasatualmente em Recife; de um traba-lhador negro, Jovino da Raiz, com-parando a sina do negro na escravi-dão com a daqueles que trabalhamhoje em dia nos engenhos e usinasde açúcar; de Édison Carneiro, sobrea desigualdade econômica do negrobrasileiro; de Alfredo Brandão, so-bre a importação de escravos, a so-brevivência lingüística africana emnomes de lugares, animais, plantas, opapel do escravo nos engenhos deaçúcar, conflito com escravos fugiti-vos, folclore de origem africana, omovimento abolicionista, acultura-ção -- tudo com referência a Alagoas;de Ademar Vidal, sobre a importa-ção de escravos; a população escrava(com estatística), os aspectos maisásperos da instituição escravocrata,escravos fugitivos, o movimentoabolicionista -- tudo com referência àParaíba; de Miguel Barros, sobre oprograma da Frente Negra Pelotenseem Pelotas, Rio Grande do Sul, ossentimentos de seus membros; e umestudo cuidadosamente documenta-do de Rui Coutinho sobre a nutriçãodos escravos brasileiros. Ver item271 referente ao segundo volume dedocumentos apresentados a esteCongresso. [5447]

Fernandes, Gonçalves. Xangôs do Nordeste.Rio de Janeiro, Civilização brasileira,1937. 158 p. foto.

Notas detalhadas sobre o ritual,cerimônia, crença, idioma, principal-mente de origem africana, corrente

1199

Page 529: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

entre o folk de Recife. Alguns dadossobre a rivalidade religiosa, fusãocultural, solidariedade. [5448]

Fernandes, João Batista Ribeiro de An-drade. O elemento negro. Rio de Janeiro,Record. s.d. 237 p.

Coleção póstuma (por JoaquimRibeiro) de artigos publicados, analí-ticos, descritivos ou apreciativos, in-clusive estudos da importação deafricanos e escravatura; provérbios,contos, música, de origem africanacorrentes no Brasil; miscigenação;mudança lingüística iniciada pelocontato cultural. Acha-se apensauma extensa crítica ao livro de Rena-to Mendonça; A influência africana noportuguês do Brasil (ver item 493), umaréplica deste último e uma contra-ré-plica. [5449]

Ferreira, José Carlos. As insurreições dosafricanos na Bahia. (Rev. Inst. Geog. Hist.Bahia, nº 29, Salvador, 1903, p. 95-107).

Breve relato das revoltas de afri-canos na Bahia, principalmente em1798, 1807, 1826, 1830 e 1835.Acham-se apensos (p. 108-119) pe-los diretores da Revista, documen-tos oficiais relativos ao levantemalê de 1835. [5450]

Fonseca, Luís Anselmo da. A escravidão,o clero e o abolicionismo, Bahia, 1887.

Embora constituindo, principal-mente, propaganda abolicionista,este trabalho cita nomes, lugares edatas para apoiar afirmações e nãoomite casos negativos. Fornece in-formações detalhadas sobre a impor-tação de africanos, a instituição es-cravocrata (especialmente seus as-pectos mais ásperos), conflito, o

movimento abolicionista, seus líde-res e o papel que a imprensa e o cle-ro representaram nesse movimento,a substituição do trabalho escravopelo livre, o status e o papel do negrolivre. [5451]

Fonseca, Pedro Paulino da. Memória dosfeitos que se deram durante os primeirosanos de guerra com os negros quilombos dosPalmares. (Rev. Inst. Hist. Geog. Bras.,tomo 39, Ariel, Rio de Janeiro, 1876,p. 292-322).

Relato detalhado (baseado sobreum documento escrito em 1678) dasrelações, principalmente hostis, entrepernambucanos e escravos fugitivosdas povoações dos Palmares, até asnegociações de paz, com o "Rei"Gangasuma em 1678. [5452]

Franco, Afonso Arinos de Melo. Aspectosda influência estrangeira na história socialde Minas Gerais. (Rev. Imig. Col,. ano l,nº 3, Rio de Janeiro, julho, 1940, p.455-63).

Breve estudo do papel do isola-mento em Minas Gerais e do conta-to com grupos de população e cultu-ras estrangeiras. [5453]

Franco, Afonso Arinos de Melo. Len-das e tradições brasileiras, 2ª ed. Riode Janeiro, Briguiet & Cia., 1937.164 p.

Republicação de uma série deconferências proferidas em BeloHorizonte em 1915 e contendo rela-to de lendas sacras e seculares, ri-tuais e festas populares de origemportuguesa, africana ou indígena, en-contrados em diferentes partes doBrasil, juntamente com notas descri-tivas e interpretativas e alguma tenta-tiva de classificação. [5454]

1200

Page 530: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Freire, Gilberto. Casa-grande & Senzala, 4ªed. Rio de Janeiro, José Olímpio,1943. 2 v. ilus.

Compilação (de documentos ofi-ciais, diários, cartas, notas de via-gens, jornais) de informações deta-lhadas que esclarecem, de forma sig-nificativa, a estrutura da sociedadecolonial brasileira, especialmente asrelações de raça e as instituições fa-miliares e escravocratas, atendendotambém a circunstâncias de povoa-mento, origem racial, composição,características psicológicas e sociaisda população, contato racial e cultu-ral, competição biótica, adaptação,miscigenação e amalgação, mobilida-de, conflito, status e papel, idéias, ati-tudes, acomodação, assimilação,aculturação da mulher e do mestiço.Procede do recomendável ponto devista de que é essencial considerar osdeterminantes sociais para a devidacompreensão das variações de carac-terísticas psicológicas e sociais entrea diversas raças e híbridos raciais,bem como do caráter da atual socie-dade brasileira. [5455]

Freire, Gilberto. O escravo nos anúncios dejornal do tempo do império. (Lant. verde,nº 2, Rio de Janeiro, fevereiro, 1935,p. 7-32).

Análise de cerca de 2.000 anún-cios a respeito de escravos, publica-dos em jornais de Recife, Bahia eRio de Janeiro, de 1825 a 1888,juntamente com breves notas so-bre o valor metodológico de taisdados. [5456]

Freire, Gilberto. O mundo que o portuguêscriou. Rio de Janeiro, José Olímpio,1940. 164 p.

Segunda edição aumentada, comprefácio de Antônio Sérgio e extra-tos apensos de outros trabalhos, dolivro. Conferências na Europa, pu-blicado no Rio de Janeiro em 1938 econtendo três conferências pronun-ciadas em Portugal e uma no KingsColege em Londres. São citados cer-tos elementos da sociedade e culturaportuguesa, especialmente no Brasil,esboçado o contato da "região doaçúcar" do Nordeste brasileiro comregiões semelhantes em outras par-tes das Américas (por intermédio,por exemplo, de imigrantes judeus)e, resumidamente, descrito o desen-volvimento dos estudos sociais noBrasil nos últimos anos. O prefáciocontém notas sobre aculturação e as-similação entre europeus que mi-graram recentemente para o Sul doBrasil. [5457]

Freire, Gilberto. Nordeste. Rio de Janeiro,José Olímpio, 1937. 267 p. ilus. map.foto. doc. anexos.

Estudo arguto da região latifun-diária do Nordeste brasileiro basea-do em "observação participante",documentos particulares e públicos(brasileiros e portugueses), jornais.Os quatro primeiros capítulos, umavez que tratam principalmente daterra, água, floresta e animais, sãocontribuições à Geografia Humana eà Antropogeografia brasileiras; osdois últimos são principalmente decaráter sociológico. O Nordeste éanalisado em termos de uma organi-zação social que se cristalizou emtorno de um sistema econômico demonocultura latifundiária, instituiçãoescravocrata e uma classe dominante(de ascendência européia, com um

1201

Page 531: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

padrão familiar patriarcal e endóga-mo). Contém extensas informaçõessobre povoamento, origem e com-posição de população, organizaçãode clã, o status e o papel da mulher,contato racial e cultural, escravidão,miscigenação, amalgamação e a for-mação de uma nova raça, o status,papel, características biológicas e so-ciais do mestiço, conflito (de classe,racial e cultural), tipos sociais, sele-ção social, atitudes sociais, industria-lização, aculturação, o papel do Nor-deste na sociedade e economia brasi-leiras. Vários documentos são apen-sos, juntamente com um desenho deum engenho de açúcar colonial. Àsvezes o estudo se torna normativoou poético. [5458]

Freire, Gilberto. Sobrados e mocambos. SãoPaulo, Editora Nacional, 1936. 405 p.ilus.

Valioso estudo da história socialbrasileira durante o século dezoito eprimeira metade do dezenove, espe-cialmente no Nordeste do Brasil,com especial atenção para a desinte-gração de ordem colonial, latifundiá-ria e patriarcal. Contém informaçõessignificativas sobre contato social ecultural, miscigenação, estrutura declasse e de família, o papel e a fun-ção do mestiço, urbanização e con-flito rural-urbano, o papel da mulhere do menino, idéias, atitudes, pontosde vista característicos, acomodação,assimilação, aculturação. [5459]

Freire, Gilberto. Social life in Brazil in themiddle of the nineteenth century. (Hisp.Amer. Hist. Rev. v. 5. nº 4, Baltimore,nov. 1922, p.599-630).

Descrição e análise breves e do-cumentadas da estrutura de classebrasileira de meados do século deze-nove, das instituições familiares e es-cravocratas, do papel e status da mu-lher e do negro, de folkways, mores, ti-pos sociais, festas públicas. [5460]

Freire, Gilberto, e outros. Novos estudosafro-brasileiros; pref. de Artur Ramos,Rio de Janeiro, Civilização brasileira,1937. 352 p. ilus.

Volume suplementar a Estudosafro-brasileiros contendo outros tra-balhos (de valor desigual) apresenta-dos ao primeiro Congresso Afro-brasi-leiro; de Rodrigues de Carvalho, so-bre a importação africana, legislaçãoem Portugal com referência aos es-cravos (documentado), as caracterís-ticas psicológicas e sociais e o papelna atividade intelectual brasileira deindivíduos descendentes de africa-nos, ditos populares sobre o negro;de Luís da Câmara Cascudo, sobreritual, cerimônia, crença, medicina,especialistas sacros, folclore, princi-palmente de origem indígena e afri-cana, comum à região de Natal; deÉdison Carneiro, a respeito de umadivindade africana venerada porafro-brasileiros na Bahia; de JacquesRaimundo, a respeito de outra divin-dade adorada por afro-brasileiros; deCarlos Pontes, contendo a históriade uma mestiça que se vendeu comoescrava; da viúva de Juliano Moreira,sobre o ponto de vista deste últimoa respeito das conseqüências psico-lógicas e sociais da miscigenação; deLeonídio Ribeiro, W. Berardinelli eIsaac Brown, resumindo abrevia-mente estudos da composição racial

1202

Page 532: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

da população brasileira e apresentan-do as medidas físicas médias de 197mulatos e 108 pretos; de Jovelino M.de Camargo Júnior, sobre o tráficode escravos, variações raciais comreferência a ocupações; de JarbasPernambucano, descrevendo cuida-dosamente o uso em Recife do nar-cótico conhecido como maconha,que se alega ter sido introduzido pe-los africanos; de Nair de Andrade,sobre as atividades musicais dos ne-gros brasileiros; de J. A. Gonçalvesde Melo Neto, sobre as relações en-tre negros e holandeses no Nordestebrasileiro (documentado); de SamuelCampelo, sobre representações po-pulares entre negros brasileiros; deGilberto Freire, sobre certas defor-midades físicas mencionadas emanúncios a respeito de escravos fugi-tivos; de Ulisses Pernambuco, Arnal-do di Lascio, Jarbas Pernambucanoe Almir Guimarães, apresentandoum estudo de certas característicasfísicas de 1.306 indivíduos em Reci-fe; de Jorge Amado, sobre a literatu-ra de folk da Bahia; de A. Austregési-lo, sobre as conseqüências eugênicasda miscigenação; de Bastos de Ávila,sobre certas características físicas devários escolares (não identificados)de cor preta (com quadros estatísti-cos). Acha-se apensa uma brevenota de Gilberto Freire descrevendoo caráter do Primeiro CongressoAfro-Brasileiro. [5461]

Gomes, Antônio Osmar. Cosme e Damião.(Mensário, tomo 12, v. 2, Rio de Janei-ro, dezembro, 1940, p. 709-12).

Breve descrição de uma institui-ção de folk (culto dos gêmeos) na

Bahia, com alguns dados comparati-vos de Haiti, Cuba e de outras partesdo Brasil. [5462]

Hill, Lawrence Francis. The abolition of theafrican slave trade to Brazil. (Hisp. Amer.Hist. Rev., v. 11, nº 2, Durham,North Carolina, may, 1931, p. 171-79).

Relato da importação de africa-nos para o Brasil e de sua termina-ção, com especial atenção para osprocessos políticos. [5463]

Holanda, Sérgio Buarque de. Raízes doBrasil. Rio de Janeiro, José Olímpio,1936. IX, 176 p.

Análise arguta da origem e fun-ção de certas atitudes, sentimentos,idéias e pontos de vista característi-cos do Brasil, sua relação com a orga-nização e mudança sociais. [5464]

Holanda, Sérgio Buarque de. O índio noBrasil. (Obs. Econ. Fin., ano 5, nº 51,Rio de Janeiro, abril, 1940, p. 97-121,ilus.).

Contém notas sobre contato ra-cial e cultural, conflito, imperialismoecológico e cultural, acomodação,assimilação. [5465]

Johnston, Sir Harry H. "Slavery under thePortuguese". (in The Negro in the newworld, cap. v, p. 77-109, London,Methuen & Co., 1910).

Breve resumo baseado principal-mente em fontes secundárias, porcuidadoso scholar, da importação deescravos para o Brasil, do caráter dainstituição escravocrata, manumis-são, abolição, papel do negro (escra-vo e livre) na economia e na socieda-de brasileiras, a miscigenação e a for-mação de uma nova raça, a persis-tência no Brasil de elementos cultu-

1203

Page 533: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

rais de origem africana, atual distri-buição da população brasileira espe-cialmente por grupos raciais, estatís-ticas vitais diferenciais. [5466]

Koster, Henry. Travels in Brazil. 2ª ed.London, Longman, Hurst, 1817. 2 v.

Uma das mais úteis fontes dispo-níveis a respeito do Nordeste brasi-leiro, especialmente de Pernambuco,nos princípios do século dezenove,sobre a estrutura da sociedade, insti-tuições (especialmente a escravocra-ta, a familiar e a religiosa), relaçõesde raça, o papel e o status do mestiçoe do negro livre, folkways, mores,idéias, atitudes da época e dos luga-res. Tradução francesa, Voyage dansla partie septentrionale du Brésil depuis1809 jusqu’en 1815, comprenant les pro-vinces de Pernambuco, Ceará, Paraíba,Maragnon etc., Paris, 1818. Traduçãoportuguesa e notas por Luís da Câ-mara Cascudo, Viagens ao Nordeste doBrasil, São Paulo. Editora Nacional,1942, 595 p. [5467]

Lacerda, João Batista de. The Metis, orhalf-breeds, of Brazil. (Papers on inter-racial problema, G. Spiller, et Lon-don, 1911, p. 377-82).

Descrição e análise cuidadosa domestiço brasileiro, seus característi-cos físicos e sociais, papel ecológico,econômico, político e sociológico,ascensão de classe. [5468]

Laytano, Dante de. Como Saint-Hilaire viuo negro no Rio Grande do Sul. (3º Cong.sul-rio-grandense Hist., Geog. vol. 2, Por-to Alegre, 1940, p. 15-35).

Resumo de informações sobre onegro no Rio Grande do Sul, queaparecem nas notas de viagem deum hábil naturalista francês, que

passou sete anos no Brasil duranteos princípios do século dezenove,juntamente com uma estimativasobre a competência desse obser-vador. [5469]

Laytano, Dante de. O negro e o espíritoguerreiro nas origens do Rio Grande doSul. (Rev. Inst. Hist. Geo. Rio Grandedo Sul, ano 17, Porto Alegre, 1º tri-mestre 1937, p. 95-117).

Breve estudo do papel do negrono Rio Grande do Sul durante o pe-ríodo colonial, com estatísticas com-parativas de população e outro ma-terial documentário. [5470]

Leite, Araci Ferreira, e outros. Inquéritosobre a posição social do negro em três mu-nicípios paulistas. (Sociologia, v. 2, nº 1,S. Paulo, março, 1940, p. 69-82).

Resumo de 100 respostas a seteperguntas que tratam de atitudes ra-ciais em uma pequena cidade do Es-tado de S. Paulo. [5471]

Leite, Cassiano Ricardo. Marcha para oes-te. Rio de Janeiro, José Olímpio,1940. 2 v.

Estudo extensamente documen-tado (em grande parte por fontes se-cundárias), de migração, desbrava-mento, exploração e povoamento doBrasil, especialmente por parte dosbandeirantes que partiram de SãoPaulo, contato de raça, conflito, mis-cigenação, casamento inter-racial, as-similação, aculturação, a estrutura dasociedade colonial, as instituições fa-miliares, escravocratas, religiosas epolíticas, manumissão, status e papelda mulher, do mestiço e do negro li-vre, origem das cidades. [5472]

1204

Page 534: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Leite, Cassiano Ricardo. O negro no ban-deirismo paulista. (Rev. Arq. Mun. SãoPaulo, vol. 47, maio, 1938, p. 5-46).

Notas bem documentadas sobre opapel do negro em São Paulo coloniale nas famosas bandeiras. [5473]

Leite, Serafim S. J. Cantos, músicas e dançasnas aldeias do Brasil, século XVI. (Broté-ria, v. 24, 1937, p. 42-52).

Breve estudo de certos meios(música, canções, e danças) empre-gados pelos missionários jesuítaspara promover a assimilação dos ín-dios brasileiros. [5474]

Leite, Serafim S.J. História da Companhiade Jesus no Brasil. Lisboa, Liv. Portugá-lia, 1938-1943. 4 v. ilus. map.

Erudito e bem documentado es-tudo da instituição jesuítica no Bra-sil. Contém informações sobre con-tato racial e cultural, conflito e aco-modação, assimilação de índios nati-vos, aculturação, o papel dos jesuítasnas atividades religiosas, artísticas, li-terárias e científicas do Brasil. Cadavolume é prefaciado por uma valiosaexposição referente a manuscritos eoutros materiais existentes nos arqui-vos brasileiros e europeus. [5475]

Leite, Solidônio (Filho). Os judeus no Bra-sil. Rio de Janeiro, J. Leite, 1923. 124 p.

Cuidadosa descrição e análise, ba-seada (principalmente) em fontes se-cundárias do papel do judeu no Bra-sil (bem como na Espanha e emPortugal) com especial atenção paraa descoberta, reconhecimento e po-voamento; comércio, agricultura, in-dústria e profissões; a conquista ho-landesa, exploração e expulsão pos-terior; a Inquisição. Acham-se ape-nas 6 documentos originais. [5476]

Lima, Jorge de. O problema do casamento.(Obs. Econ. Fin., ano 3, nº 29, Rio deJaneiro, junho, 1938, p. 54-59, foto.).

Breve estudo de 100 casais, comespecial atenção para a falta de aco-modação e a idade na ocasião do ca-samento, influenciado por estudos deHamilton (por intermédio de KennethMacgown) e Behagel. Os dados relati-vos ao grupo estudado infelizmentesão insuficientes. Proporciona aqui eali esclarecimentos quanto ao status damulher, atitudes para com as relaçõesmaritais múltiplas. [5477]

Lourenço, Manuel Bergström (Filho).Juazeiro do Padre Cícero. São Paulo,Melhoramentos, s.d. 301 p. ilus. foto.

Descrição e análise detalhada,com alguma tentativa de explicaçãodos característicos sociais e psicoló-gicos e do comportamento coletivodos habitantes de regiões áridas doCeará, especial do Padre Cícero (veritem 264) e de seus adeptos e com-preendendo o conflito armado (a"guerra santa") e os milagres alega-dos. Baseado sobre observação dire-ta no segundo decênio do séculovinte. Acha-se esboçada a significati-va variação, especialmente na com-posição racial, dialeto e maneira defalar, vestir, habitações, técnicas demanutenção, festas, idéias, folclore,observável quando se passa de "civi-lização" da cidade-porto de Fortale-za para a "cultura de folk" cada vezmais patente do alto Sertão. [5478]

Lowrie, Samuel Harmon. Origem da popu-lação da cidade de São Paulo e diferenciaçãodas classes sociais. (Rev. Arq. Mun. SãoPaulo, v. 43, São Paulo, janeiro, 1938,p. 195-212, quad. estat.).

1205

Page 535: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Estudo da origem étnica por clas-ses da população da cidade de S.Paulo, e da extensão da exogamiaentre suas diferentes partes, baseadoem amostras oriundas das investiga-ções feitas pelo autor (ver item 8),por Paula Sousa (ver item) por Cecí-lia de Castro Silva e Maria EstelaGuimarães (ver item), e de dadoscensitários. Indica: 1) que as classes"superiores" e "inferiores" são com-postas predominantemente de brasi-leiros natos, a intermediária, de imi-grantes, 2) que os imigrantes tendema casar-se com imigrantes. [5479]

Lowrie, Samuel Harmon. Racial and natio-nal intermarriage in a brasilian city.(Amer., Jour. Soc. v. 44, nº 5, Chicago,mar. 1939, p. 684-707).

Cuidadoso estudo estatístico decasamento inter-racial e nacional nacidade de São Paulo, conforme indi-cam amostras de: 1) 501 estudantesde universidade, brasileiros natos(ver item 2), 1.624 crianças que fre-qüentavam parques públicos infantis(ver item 3), 600 recém-nascidos emalas de indigentes de hospitais (veritem), presumivelmente representando,em cada caso, diferentes níveis eco-nômicos e (talvez) classes. Aventam-se as hipóteses de que: 1) a classe e acor tendem a coincidir, sendo que aparte mais clara da população tendea ocupar a camada social mais eleva-da, enquanto que a mais escura ten-de a ocupar a mais baixa; 2) o casa-mento inter-racial entre brancos epretos e entre os brasileiros natos eimigrantes é relativamente poucofreqüente; 3) as uniões inter-raciaislimitam-se predominantemente à ca-mada inferior da sociedade e eviden-

ciam a hipergamia; 4) a amalgamaçãoracial procede principalmente de re-lações ilegítimas. Na explicação, opapel dos sentimentos raciais é, naopinião do crítico, superacentuado,sendo esses sentimentos confundi-dos com sentimentos de classe, etendendo a subestimar o papel dainstituição familiar (consideração im-portante, especialmente na sociedadebrasileira), bem como os fatos deque, no Brasil, a diferenciação de po-pulação não é feita na base da ascen-dência racial, mas da aparência física,e que a igualdade de oportunidadeem competição biótica e econômicae com referência às vantagens cultu-rais, entre descendentes de africanos eeuropeus, é um fenômeno relativa-mente recente. É necessário, porém,ainda mais pesquisas, fato esse reco-nhecido e mesmo anunciado peloautor. Acham-se apensos comentá-rios críticos por Rudiger Bilden eE.B. Reuter e uma réplica hábil doDr. Lowrie. [5480]

Machado, Antônio de Alcântara. Vida emorte do bandeirante, 2ª ed., S. Paulo,Rev. dos Tribunais, 1930. 278 p. ilus.

Este cuidadoso estudo do con-teúdo de tratamentos do período co-lonial no Estado de S. Paulo forneceinformações sobre a estrutura da so-ciedade colonial, especialmente comreferência às instituições da família,propriedade, igreja e escravidão, ostatus da mulher, relação entrebrancos e índios e entre brancos enegros. [5481]

Machado, Aires da Mata (Filho). O negroe o garimpo em Minas Gerais. (Rev. Arq.Mun. São Paulo, v. 60, S. Paulo, agos-

1206

Page 536: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

to, 1939, p. 97-122; v. 61, setembro-outubro, 1939, p. 259-84; v. 62, no-vembro-dezembro, 1939, p. 309-56).

Notas detalhadas sobre festas,canções, músicas, danças, idéias arespeito de magias correntes entreos garimpeiros dos séculos XVIIIe XIX, em Minas Gerais, e osatuais descendentes biológicos eculturais desses homens e dos ha-bitantes originais dos seis quilombos(povoações de escravos fugitivos)na mesma região. São dadas algu-mas informações sobre a popula-ção da zona de mineração duranteesses séculos, distribuída por sexo,cor e condição, livre ou escravo, e aestrutura da sociedade local naquelasépocas. [5482]

Malheiros, Agostinho Marques Perdi-gão. A escravidão no Brasil; Ensaio His-tórico, Jurídico, Social. Rio de Janeiro,Tip. Nacional, 1866, 1867.

Tratado erudito e relativamenteexaustivo, extensamente documenta-do, sobre os aspectos legais da escra-vatura no Brasil, com certa conside-ração também para outros aspectosdessa instituição compreendendo osíndios (v. II) e africanos (v. III) po-voamento, número e composição ra-cial da população, imperialismo eco-lógico e cultural, importação de afri-canos, conflito, movimento abolicio-nista, assimilação, aculturação.Acham-se apensas cópias de leis, de-cretos, projetos de lei e outras pro-postas, discursos, editoriais, relativosà instituição escravocrata e a sua ex-tinção. Contém bibliografia. [5483]

Manchester, Alan Krebs. The rise of thebrazilian aristocracy. (Hisp. Amer. Hist.

Rev. v. 11, Durham, North Carolina,maio, 1931, p. 145-68).

Relato detalhado, extensamentedocumentado (em grande parte masnão inteiramente, de fontes secundá-rias) do desenvolvimento da aristo-cracia latifundiária durante os perío-dos colonial e imperial, com atençãopara o povoamento, estrutura declasse, conflito. [5484]

Martin, Percy Alvin. A escravatura e a suaabolição no Brasil. (An. 3º Cong. sul-rio-grandense Hist. Geog. v. 3, Porto Ale-gre, 1940, p. 1203-1238).

Relato cuidadosamente docu-mentado da importação de africa-nos, da instituição escravocrata noBrasil, do movimento abolicionista,com atenção principal para os pro-cessos políticos. Publicado tambémem inglês Slavery and abolition in Bra-zil. Hisp. Amer. Hist. Rev. v. 13, nº 2,maio de 1933, p. 151-196. [5485]

Martin, Percy Alvin. Minas Gerais and Ca-lifornia. (Rev. Inst. Hist. Bras. tomo es-pecial, Congresso Internacional deHistória da América, v. 1, 1922, p.245-70).

Comparação das respectivas cir-cunstâncias e condições que acom-panharam as "corridas do ouro" daCalifórnia e de Minas Gerais e dasconseqüências, em termos de migra-ção, povoamento, tipos sociais, con-flito e mudança social (quando a mi-neração declinou). Não documenta-do. Texto em inglês, com uma intro-dução de Herbert S. Harris. [5486]

Matos, Dalmo Belfort de. As macumbasem S. Paulo. (Rev. Arq. Mun. São Paulo,v. 49, S. Paulo, julho-agosto, p. 151-60, foto).

1207

Page 537: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Notas obtidas de registros da po-lícia sobre a persistência, na área me-tropolitana de S. Paulo, de idéias defolk sobre doenças e sua cura, inclu-sive a magia branca, e até certo pon-to, a negra; sobre a especialidade defolk (como o curandeiro) para tratarde moléstias. [5487]

Melo, Afonso Toledo Bandeira de. A es-cravidão -- da supressão do tráfico à LeiÁurea. (Rev. Inst. Geog. Bras. tomo es-pecial, v. 3, Rio de Janeiro, 1927, p.379-406).

Breves notas, com alguma docu-mentação, sobre o caráter da institui-ção escravocrata no Brasil, a exten-são da entrada de africanos, o movi-mento abolicionista, o papel econô-mico e social dos africanos importa-dos e de seus descendentes (inclusi-ve negros livres). [5488]

Meneses, Djacir Lima. O outro Nordeste.Rio de Janeiro, José Olímpio, 1937.243 p. foto. map.

Procura-se descrever e analisaraquela parte do Nordeste -- o Sertão-- de que Gilberto Freire não se ocu-pou em seu livro Nordeste (ver item ).Estudam-se as condições físicas desubsistência, tipo e distribuição depopulação, organização social, insti-tuições (especialmente religiosa e po-lítica), estrutura de classe, tipos so-ciais, conflito, o movimento aboli-cionista. [5489]

Morais, Alexandre José de Melo (Filho).Os ciganos no Brasil. Rio de JaneiroGarnier, 1886. 203 p.

Estudo dos ciganos no Brasil (es-pecialmente no Rio do século deze-nove), sua migração de Portugal noséculo dezoito (como degradados para

o Maranhão, Pernambuco, Bahia,Rio), suas características físicas, dis-tribuição espacial (no Rio), aumentode população, solidariedade, institui-ção familiar, papel econômico (inclu-sive atividade como comerciantes deescravos), foklways, mores, crença. Ba-seado em conhecimentos adquiridoscomo médico. Acha-se apensa umacoleção de canções de folk ciganoscoligidas no Rio, e um glossário decerca de 250 termos. [5490]

Morais, Alexandre José de Melo (Filho).Festas e tradições populares do Brasil;pref. de Sílvio Romero. Ed. Rev. Riode Janeiro, Garnier, 1901. XV, 541 p.ilus.

Descrições detalhadas, em tomde simpatia e ao mesmo tempo comcerto realismo, de várias festas secu-lares e religiosas observadas no Rio,na Bahia, Sergipe e Alagoas; da ceri-mônia do casamento (nas áreas ru-rais do Estado do Rio e entre os ci-ganos da cidade do Rio); de cerimô-nias destinadas a invocar a interven-ção sobrenatural em época de secaou de outras crises; da escravidão edo comércio de escravos (inclusive oValongo, ou mercado de escravosno Rio); das instituições (inclusive osCucumbis e o culto pelos mortos)entre africanos importados e seusdescendentes; de personagens pito-rescos do Rio -- tudo com referênciaaos fins do século dezenove. Escla-rece também, de forma significativa, aestrutura da sociedade, as relações deraça e de classe, folkways, mores, idéias,atitudes, sentimentos da época e doslugares. Acham-se incluídas, entreoutras, ilustrações de instrumentos

1208

Page 538: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

de metal e de madeira empregadosno controle dos escravos. [5491]

Morais, Alexandre José de Melo (Filho).História e costumes; intr. de Rocha Pom-bo, Rio de Janeiro, Garnier, s.d. 233 p.

Contém: 1) descrição de certasfestas seculares e religiosas na Bahia,Sergipe, Rio de Janeiro, nos princí-pios do século dezenove; 2) notassobre a história do Rio durante aseras colonial e imperial. Contribuipara o conhecimento da estruturasocial, instituições (especialmente asreligiosas e políticas) folkways, mores,ritual, cerimônia, crença, tipos so-ciais, personagens da época e do lu-gar, contato racial e cultural. [5492]

Morais, Evaristo de. A campanha abolicio-nista, 1879-1888. Rio de Janeiro, LeiteRibeiro, 1924. 446 p.

Relato detalhado e documentadodo movimento abolicionista no Bra-sil, com especial atenção para o pa-pel que nele representaram os políti-cos, os partidos, a imprensa, as cor-tes, a política, as organizações comoa Igreja Positivista, a Ordem Maçô-nica, e as Sociedades Abolicionistas,os poetas, os romancistas e outrosintelectuais. [5493]

Morais, Evaristo de. A escravidão -- da su-pressão do tráfico à Lei Áurea. (Rev. Inst.Hist. Geog. Bras., tomo especial, Con-gresso Internacional de História daAmérica, v. 2, Rio de Janeiro, 1927,p. 243-313).

Estudo do movimento abolicio-nista, com especial atenção para a le-gislação. [5494]

Morais, Evaristo de. A história da Aboli-ção. (Obs. Econ. Finan. ano 3, nº 28,

Rio de Janeiro, maio, 1938, p. 73-83,ilust.).

Breve estudo da instituição escra-vocrata no Brasil, documentado porfontes secundárias, e dos aspectospolíticos do movimento abolicio-nista. [5495]

Morais, Evaristo de. Os judeus; pref. deAntônio Piccarolo, introd. de Evaris-to de Morais Filho. São Paulo, Civili-zação brasileira, 1940. 157 p.

Notas preliminares, publicadaspostumamente, sobre o papel dosjudeus, especialmente no Brasil,para um livro em que o autor esta-va trabalhando por ocasião de suamorte. [5496]

Moura, Gentil de Assis. A primeira lei deliberdade dos índios do Brasil. (Rev. Inst.Hist. Geog. São Paulo, v. 14, S. Paulo,1909, p. 333-45).

Contém notas sobre as relaçõesentre índios nativos e os europeusinvasores, a escravização daqueles esua final emancipação. [5497]

O negro no Brasil; pref. de Édison Car-neiro e Aidano do Couto Ferraz, Riode Janeiro, Civilização brasileira,1940. 367 p.

Coleção de trabalhos apresenta-dos ao Segundo Congresso Afro-brasilei-ro, que se reuniu na Bahia em 1937.Compreende uma breve exposição arespeito de Artur Ramos, esboçandouma das abordagens ao estudo deaculturação no Brasil; de Dante deLaytano, sobre o papel do negro noRio Grande do Sul; de Édison Car-neiro, Reginaldo Guimarães, Marti-niano do Bonfim, sobre formas cul-turais africanas ainda existentes naBahia; de Renato Mendonça reven-

1209

Page 539: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

do, resumidamente, os estudos deraça e cultura por intelectuais brasi-leiros; de Robalinho Cavalcanti, so-bre certos defeitos físicos menciona-dos em anúncios relativos a escravosfugitivos; de Ademar Vidal, sobre re-lações de raça, amalgamação, fusãocultural, certo comportamento cos-tumeiro entre os escravos negros,idéias, atitudes, ritual, crença de ori-gem africana -- tudo com referênciaà Paraíba; de Dario de Bittencourt,sobre aspectos legais e políticos daliberdade religiosa no Brasil; de Ai-dano do Couto Ferraz, em aprecia-ção aos poemas de Castro Alves so-bre a escravidão; de Amanda Nasci-mento, sobre o papel da mulher ne-gra no Brasil; Alfredo Brandão, so-bre documentos que tratam dos Pal-mares (povoações de escravos fugiti-vos); de Manuel Diegues Júnior, so-bre certas danças populares em Ala-goas e Pernambuco; de Jorge Ama-do, a respeito de um famoso líder doculto afro-brasileiro na Bahia; deDonald Pierson, um artigo esboçan-do um "quadro de referência" para oestudo do contato racial e culturalno Brasil, e outro analisando sucin-tamente o papel do negro na estru-tura de classe da Bahia. Acham-seapensos: breves tributos de ArturRamos e Édison Carneiro a NinaRodrigues pelos seus estudos sobreo negro brasileiro; notas fornecidaspor negros baianos sobre certas for-mas culturais de origem africana ain-da existentes na Bahia. [5498]

Peixoto, Afrânio. A educação da mulher. S.Paulo, Editora Nacional, 1936. 219 p.ilus.

O capítulo XI (p. 103-11) tende aesclarecer os mores sexuais do Brasilcontemporâneo, status e papel da mu-lher, transmissão cultural. [5499]

Peixoto, Afrânio e outros. Os judeus naHistória do Brasil. Rio de Janeiro, UriZwerling, 1936. 128 p.

Relatos principalmente descriti-vos, por vezes analíticos e muitas ve-zes apreciativos do papel dos judeusna vida brasileira, por nove estudiososbrasileiros proeminentes -- RodolfoGarcia, Solidônio Leite Filho, PauloPrado, E. Roquete-Pinto, AgripinoGrieco, Gilberto Freire, Evaristo deMorais, Artur Ramos e Afrânio Peixo-to -- sendo que especialmente os doisprimeiros apresentam consideráveisdados históricos de interesse para oestudioso de contato racial. [5500]

Peregrino, João da Rocha Fagundes (Jú-nior). Os mocambos do Trombetas. (Men-sário, tomo 3, v. 3, Rio de Janeiro,agosto, 1938, p. 419-20).

Breve relato da escravidão (de ín-dios e africanos) no vale amazôni-co, e das povoações de escravosfugitivos. [5501]

Pereira, Artur Ramos de Araújo. Castigosde escravos. (Rev. Arq. Mun. São Paulo,v. 47, S. Paulo, maio, 1938, p. 79-104, foto.).

Descrição detalhada dos aspectosacerbos da escravidão, na África, du-rante a middle passage e em várias par-tes do Novo Mundo, inclusive oBrasil. Contém ilustrações de instru-mentos empregados no controle deescravos brasileiros. [5502]

Pereira, Artur Ramos de Araújo. As cul-turas negras no Novo Mundo. Rio de Ja-

1210

Page 540: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

neiro, Civilização brasileira, 1937.399 p. ilus.

A parte V (p. 281-371) -- As cultu-ras negras na América do Sul: Brasil,contém material descritivo e analíti-co sobre as características físicas, nú-mero, procedência, distribuição es-pecial, de africanos importados parao Brasil e de seus descendentes; so-bre (mais particularmente) a persis-tência dos idiomas, instituições, ri-tual, crença, folclore, música, ins-trumentos musicais, danças, ves-tuário, cozinha e escultura dos afri-canos; sobre conflito cultural, fu-são cultural. [5503]

Pereira, Artur Ramos de Araújo. O espíri-to associativo do negro brasileiro. (Rev.Arq. Mun. São Paulo, vol. 47, maio,1938, p. 105-26).

Chama atenção para o comporta-mento coletivo de negros no Brasil,observado nas juntas de alforria, desti-nadas a auxiliar a compra da liberda-de, irmandades religiosas como as deNossa Senhora do Rosário e de SãoBenedito, cerimônias conhecidascomo congos e reisados, cordões de car-naval, escolas de samba, dos morros doRio, grupos de trabalho como oscantos da Bahia e as bandeiras do Rio,quilombos dos escravos fugitivos, in-surreições de escravos na Bahia e alhu-res, recentes organizações estabelecidasem certas partes do Brasil por negroscom consciência de raça. [5504]

Pereira, Artur Ramos de Araújo. O folclo-re negro do Brasil. Rio de Janeiro, Civi-lização brasileira, 1935. 279 p. il.

Estudo sério e detalhado da per-sistência no Brasil atual da cultura defolk de origem africana, inclusive as

cerimônias, crenças, lendas, provér-bios, práticas mágicas e arte de folk(drama, música, dança, contar-histó-rias), com atenção para o "mundomental" dos indivíduos que partici-pavam dessas formas culturais. Éapresentada certa explicação, espe-cialmente de acordo com a teoriapsicanalítica. [5505]

Pereira, Artur Ramos de Araújo. O negrobrasileiro. 2ª ed. São Paulo, EditoraNacional, 1940. 434 p. il.

A parte I consiste de uma descri-ção cuidadosa das formas culturaisafricanas ainda existentes no Brasil --especialmente idioma, ritual, cerimô-nia, crença, panteão, especialistas sa-cros, música, dança, instrumentosmusicais, magia -- baseadas principal-mente em recentes pesquisas do au-tor na Bahia e no Rio de Janeiro, ede Nina Rodrigues (na Bahia) hámeio século. Há um capítulo dedica-do ao sincretismo religioso e outroao fenômeno da "possessão", ca-racterístico das cerimônias afro-bra-sileiras. A parte II procura explicaralgumas dessas formas culturais esua persistência no Brasil, recorren-do à teoria psicanalítica. O ponto departida é o desejo de compreenderaquela parte do "mundo mental" dofolk brasileiro (tanto dos brancoscomo dos pretos) devida à culturaafricana. A esta edição foi acrescen-tado um prefácio, mais cinco ilustra-ções, várias notas, alguns parágrafosaos capítulos I (A religião Gegê-Nagô)e XIII (O Culto dos Gêmeos) e umaresposta aos críticos do trabalho ori-ginal. [5506]

1211

Page 541: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Pereira, Artur Ramos de Araújo. O negroe o folclore cristão do Brasil. (Rev. Arq.Mun. São Paulo, vol. 47, maio, 1938,p. 47-78).

Estudo do sincretismo religioso,com especial atenção para a fusão deelementos de origem africana comelementos do Cristianismo Católico,que se observa hoje nas cerimônias,crenças e festas de folk, comuns emcertas áreas do Brasil. [5507]

Pereira, Artur Ramos de Araújo. The ne-gro in Brazil. Trad. by Richard Pattee.Manuscript especially prepared forthe English-reading public. Washing-ton, Associated pu., 1939. 203 p.

Resumo conciso da contribuiçãoafricana à população, sociedade ecultura brasileiras, com especial aten-ção para estatísticas comparativas ra-ciais, a instituição escravocrata, aprocedência dos africanos importa-dos, os quilombos (povoações de es-cravos fugitivos), as "revoltas de es-cravos", o movimento abolicionista,ritual, crença e folclore de origemafricana ainda existente no Brasil, asatividades de descendentes de africa-nos na política, letras, arte, atividadesmilitares e ciência brasileiras. Acha-se apenso um resumo dos estudosdo negro brasileiro, naquela épocacompletos ou em projeto, assimcomo uma bibliografia.

[5508]Pettinati, Francesco. O elemento italiano na

formação do Brasil. S. Paulo, ElvinoPocai, 1939. 274 p. ilus.

Notas sobre o papel dos italianosno desbravamento e povoamento doBrasil, no conflito com os holande-ses no domínio da Bahia e Pernam-

buco, na atividade intelectual brasi-leira. [5509]

Pierson, Donald. The Negro in Bahia, Bra-zil. (Amer. Soc. Rev. v. 4, nº 4, Pitts-burgh, aug., 1938, p. 524-33).

Breve estudo das inter-relaçõesdos processos ecológico e culturalobservados no caso dos africanosimportados para a Bahia e de seusdescendentes. Tradução portuguesaO negro na Bahia, in Sociologia, v. 3. nº4, out., 1941, p. 282-94. [5510]

Quirino, Manuel Raimundo. A Bahia deoutrora. Bahia, Liv. Econômica, 1922.301 p.

Descrição detalhada, feita por um"observador participante" dos folk-ways, instituições, cerimônias de folkcomuns na Bahia antigamente (e ain-da hoje, de forma considerável). No-tas biográficas sobre o autor por J.Teixeira Barros. Treze itens são re-publicados em Costumes africanos noBrasil. (Ver item). [5511]

Quirino, Manuel Raimundo. O colono pre-to como fator da civilização brasileira. Ba-hia, 1918.

Reimpressão de um trabalhoapresentado ao Sexto Congresso Brasi-leiro de Geografia, e contendo um relatobreve, um tanto impressionista do pa-pel do africano e de seus descendentesna sociedade brasileira. [5512]

Quirino, Manuel Raimundo. Costumesafricanos no Brasil; pref. de Artur Ra-mos. Rio de Janeiro, Civilização bra-sileira, 1938. 351 p. ilus.

Reimpressão, em sua maior parte,de quatro livros, ou livretos, atual-mente esgotados (A raça africana eseus costumes na Bahia, A arte culináriana Bahia, A Bahia de outrora, e O colono

1212

Page 542: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

preto como fator da civilização brasileira) eum curto artigo sobre o "Candom-blé de caboclo" reunidos e anotadospor Artur Ramos. Ver itens 234,526, 240, 241. [5513]

Quirino, Manuel Raimundo. A raça afri-cana e os seus costumes na Bahia. (An. 5ºCong. Bras. Geog. v. 1, 1916, p. 617-75).

Descrição detalhada, por um há-bil negro baiano, da importação deafricanos para a Bahia, procedênciados africanos importados, seu papelposterior na economia e na socieda-de baianas, e especialmente das insti-tuições religiosas, ritual, cerimônia,música, instrumentos musicais, cren-ça e atitudes que lhes são caracterís-ticos e aos seus descendentes na Ba-hia. Constitui documento especial-mente valioso visto como uma parteconsiderável das informações forne-cidas se baseiam sobre "observaçãoparticipante". [5514]

A radiodifusão no Brasil. (Obs. Econ.Finan. ano 3, nº 30, Rio de Janeiro,julho, 1938, p. 41-55).

Breve estudo do desenvolvimen-to da radiotransmissão no Brasil e dafunção deste meio de comunicaçãonum país de grandes distâncias e ex-tenso isolamento. [5515]

Raizman, Isaac Z. História dos israelitas noBrasil. S. Paulo, Ed. Buch Press,1937. 102 p.

Breve relato do papel dos indiví-duos de origem judaica no descobri-mento, povoamento, e atividadeseconômicas, políticas e culturais doBrasil. [5516]

Ramos, Artur.vide

Pereira, Artur Ramos de Araújo.Ribeiro, João.

videFernandes, João Batista Ribeiro de An-

drade.Ricardo, Cassiano.

videLeite, Cassiano Ricardo.Rio, João do.

videBarreto, João Paulo dos Santos.Rodrigues, Raimundo Nina. Os africanos

no Brasil; pref. de Homero Pires. S.Paulo, Editora Nacional, 1932. 409 p.ilus.

Primeiro volume de uma sérieprojetada de estudos sobre Os Proble-mas do Negro na América Portuguesa in-terrompidos com a morte repetinado autor em 1906, tendo sido asprovas e outras partes do originalcolecionadas e publicadas mais de 25anos depois por Homero Pires.Contém material valioso, coligidopor hábil e cuidadoso scholar sobre aimportação de africanos, procedên-cia, distribuição (no Brasil); conflitoracial e cultural (especialmente talcomo se manifesta pelos levantes deescravos e escaramuças em que esti-veram envolvidos escravos fugiti-vos); a persistência no Brasil, e espe-cialmente na Bahia, de culturais afri-canas; idioma, música, danças, escul-tura, festas, contos e, especialmente,ritual e crença; problemas de acultu-ração e assimilação. [5517]

Rodrigues, Raimundo Nina. O animismofetichista dos negros baianos; pref. e notasde Artur Ramos. Rio de Janeiro, Ci-vilização brasileira, 1935. 199 p.

1213

Page 543: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Cuidadosa descrição e análise(por um pioneiro no campo de taisestudos no Brasil) do ritual e crença,principalmente de origem africana,entre negros da Bahia ao encerrar-seo século dezenove, com algumaatenção para aculturação. Original-mente publicado na Revista Brasileira,tomos VI e VII (15 de abril, 1º demaio, 15 de junho, 1º e 15 de julhode 1896) e republicado juntamentecom um novo capítulo, no tomo IXda mesma Revista sob o título de"Ilusões da catequese no Brasil",Contém também certas passagens datradução francesa do trabalho origi-nal (L’animisme fetichiste de négres de Ba-hia. Bahia. Reis & Cia., 1900) nospontos em que a tradução forneceinformações adicionais. [5518]

Romero, Sílvio Vasconcelos da SilveiraRamos. O Brasil na primeira década doséculo XX. Lisboa, A editora, 1911.132 p.

O capítulo II, "Aspectos sociais"contém breves comentários sobregrupos de população, instituições,atitudes, problemas sociais dos prin-cípios do século dezenove. [5519]

Romero, Sílvio Vasconcelos da SilveiraRamos. O Brasil social. (Rev. Inst. Hist.Geog. Bras., tomo 69, parte 2, Rio deJaneiro, 1900, p. 103-79).

Impressionado pela obra de LePlay e de seus discípulos, sugere oautor ser aconselhável uma aborda-gem regional ao estudo da popula-ção brasileira, tipos sociais, institui-ções (com especial referência à famí-lia) e comportamento costumeiro,mas ele próprio não delimita quer asregiões, quer as áreas culturais, nem

empreende análise regional, a nãoser para traçar, de modo bastante ge-ral, os antecedentes geográficos, eco-nômicos e culturais, a demografia eorganização social da parte africanada população brasileira. Ocasionais eargutos comentários tendem a escla-recer a estrutura social e as atitudesbrasileiras. [5520]

Roosevelt, Theodore. Brazil and the negro.(Outlook, v. 106, fev. 1914).

Breve análise, por arguto viajante,da "situação racial" brasileira, comespecial atenção para o status e o pa-pel do negro. [5521]

Rugendas, Johann Moritz. Malerische reisein brasilien. Paris, Engelmann & Cie.,1835. 176 p. ilus.

Série de litografias detalhadas,com notas descritivas, por hábil ob-servador e artista alemão que viajoupelo Brasil durante os princípios doséculo dezenove. Fonte valiosa deinformações sobre a composição ra-cial e as características físicas da po-pulação, relações de raça, instituiçãoescravocrata, manumissão, miscige-nação, assimilação, status e papel dopreto e do mulato. Tradução france-sa por M. de Colery, Voyage pittores-que dans le Brésil, 2 v., Paris, 1835.Tradução portuguesa, da ediçãofrancesa, por Sérgio Milliet, Viagempitoresca através do Brasil, S. Paulo, Liv.Martins, 1940, 205 p. ilus. [5522]

Schappelle, Benjamin Franklin. The Ger-man element in Brazil: colonies and dialect.Philadelphia, America germanicapress, 1917. 66 p. (Pub. of the Univ.of Pennsylvania, col. 26).

Tese de "Doctor of Philosophy"interessada principalmente em mu-

1214

Page 544: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

dança linguística, tal como se obser-va no alemão falado no Brasil porimigrantes alemães. Dá-se tambémalguma atenção à história da imigra-ção alemã e ao papel da imprensaalemã no Brasil. [5523]

Sette, Mário. Maxambombas e maracatús. S.Paulo, Ed. Cultura brasileira, s.d. 345p. ilus.

Esboços literários de folkways, ins-tituições, tipos sociais, sentimentos eatitudes, característicos de Recife, naépoca, de considerável valor para so-ciólogos por fornecerem dados ín-timos e concretos sobre a organi-zação e processos sociais da épocae lugar. [5524]

Silva, Antônio Carlos Simões da. O Pa-dre Cícero e a população do Nordeste;pref. de Rocha Pombo. Rio de Ja-neiro, Imprensa Nacional, 1927.201 p. foto.

Duas conferências proferidas noRio de Janeiro em 1924 que consti-tuem polêmicas discursivas, docu-mentadas aqui e ali, descrevendo,analisando e tentando explicar as ca-racterísticas sociais e psicológicasdos sertanejos do Ceará e seu com-portamento coletivo com referênciaao famoso líder religioso, durantemais de 50 anos, Padre Cícero Ro-mão Batista (que o autor conheceupessoalmente durante a sua quartavisita à região, em 1922) e destinadasa refutar certas alegações correntesno sul do Brasil a respeito dos ser-tanejos e, sobretudo, do Padre Cí-cero. [5525]

Taunay, Afonso de Escragnolle. Costu-mes fazendeiros, 1880. (Mensário, tomo

3, v. 1, Rio de Janeiro, julho, 1938, p.7-10).

Notas sobre a vida, no século de-zenove, das fazendas paulistas decafé. [5526]

Taunay, Afonso de Escragnolle. Vida so-cial fazendeira. (Mensário, tomo 3, v. 1,Rio de Janeiro, julho, 1938, p. 41-44).

Notas sobre a vida, no século de-zenove, das fazendas paulistas decafé. [5527]

Teixeira, Anísio Spínola. O alto sertão daBahia. (Rev. Inst. Geog. Hist. Bahia, nº52, Salvador, 1926, p. 295-309).

Contém breve descrição da estru-tura da sociedade sertaneja baiana edo tipo social sertanejo. [5528]

Tollenare, L. F. de. As notas dominicais:parte relativa à Bahia. (Rev. Inst. Geog.Hist. Bahia, v. 14, Salvador, 1907, p.35-127).

Tradução, por Alfredo de Carva-lho, da parte relativa à Bahia, do diá-rio inédito de um comerciante fran-cês de algodão que viveu em Per-nambuco e na Bahia de 1816 a 1818,diário esse depositado na Bibliothé-que de Sainte-Geneviève de Paris.Valiosa pela sua descrição detalhadados folkways, mores, instituições daépoca e do lugar e pelos argutos co-mentários que aparecem de vez emquando, o que tudo tende a revelar ocaráter da estrutura social local. Vertambém item 269. [5529]

Tollenare, L. F. de. As notas dominicais:parte relativa a Pernambuco. (Rev. Inst.Arqueol. Geog. Pernambuco v. 11, Reci-fe, 1904, p. 341-546).

Tradução, por Alfredo de Carva-lho, da parte relativa a Pernambuco,do valioso diário de um comerciante

1215

Page 545: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

francês de algodão, que viveu em Per-nambuco de 1816 a 1817, com intro-dução de Oliveira Lima. [5530]

Tonnelat, E. Le Brésil. (in L’expansion alle-mande hors d’Europe: Etats-Unis-BrésilChantoung-Afrique du Sud, Paris, Colin,1908, p. 91-154).

Fornece informações úteis sobrecontacto e conflito culturais, assimi-lação e aculturação, tal como essesprocessos atuaram (até 1904) entreimigrantes alemães no Brasil, varia-ções de atitudes para com a Alema-nha verificadas entre residentes ru-rais e urbanos. Publicado original-mente numa série de artigos na Revuede Paris (1906-1908). [5531]

Vasconcelos, Salomão de. A escravaturaafricana em Minas Gerais. (Mensário,tomo 4, v. 2, Rio de Janeiro, nov.1938, p. 513-23).

Breve estudo das circunstânciasda importação de africanos para Mi-nas Gerais em comparação com ou-tros estados brasileiros, número,distribuição especial, característi-cas sociais e psicológicas dos es-cravos, o processo de miscigena-ção, tipos e distribuição espacialdos mestiços. [5532]

Viana, F. J. Oliveira. Evolução do povo bra-sileiro. 2ª ed. São Paulo, Editora Na-cional, 1933. 327 p. foto. map. quad.estat.

Análise hábil, originalmente pre-parada como introdução ao censofederal de 1920, da composição ra-cial da população brasileira, o papelde seus diferentes elementos, organi-zação social do período colonial(com especial atenção para a estrutu-ra de classe do Sul do Brasil) mobili-

dade espacial da população colonial,circunstâncias e condições sob asquais começou o povoamento do in-terior, a instituição escravocrata, asconseqüências sociológicas do movi-mento abolicionista e da miscigena-ção, o desenvolvimento das institui-ções políticas brasileiras. Frisam-setrês tendências gerais: o povoamentocontínuo do interior, o "branquea-mento progressivo" da população, acentralização gradual do domíniopolítico. Constitui, na opinião do crí-tico, um dos estudos mais compe-tentes produzidos no campo sob sur-vey. [5533]

Viana, F. J. Oliveira. Populações meridionaisdo Brasil. 3ª ed. S. Paulo, Editora Na-cional, 1933.452 p.

Hábil análise da organização so-cial de certas áreas do Sul do Brasil,especialmente durante o período co-lonial. Atende-se à composição raciale às características psicológicas dapopulação, conseqüências culturaisdo isolamento, objetivos característi-cos, organização, liderança e tiposdas bandeiras e seu papel na expan-são paulista, o povoamento de Mi-nas Gerais, Goiás, Mato Grosso evale do São Francisco, papel e fun-ção de várias classes (especialmenteda aristocracia rural), preconceito econflito de classe, solidariedade fa-miliar, lutas entre famílias, desinte-gração das grandes unidades familia-res, instituição escravocrata, miscige-nação e papel do mestiço, com espe-cial atenção, nos capítulos finais,para os processos políticos e desen-volvimento de idéias e atitudes polí-ticas. Primeiro de dois volumes pla-

1216

Page 546: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

nejados devendo o segundo tratardo Norte do Brasil. [5534]

Viana, Luís. Estudos nacionalistas. Rio deJaneiro, Leite Ribeiro, 1927. 181 p.

Descrição e análise elucidativa dapopulação, organização social, tipossociais, mores, atitudes, sentimentos,do Nordeste brasileiro, produçãonessa área de uma nova raça (pelointracruzamento depois de exoga-mia), variações culturais e psicológi-cas (e resultante falta de compreen-são) entre os povos do Nordeste ede outras partes do Brasil, intensi-ficados por isolamento. A análise éfeita em termos de três sub-regiõ-es: 1) faixa costeira com a sua "ci-vilização"; 2) o "alto Sertão", relati-vamente isolado, com sua "culturade folk" e o tipo social do vaqueiro;3) a zona de contato entre essasduas regiões, com os seus tipos so-ciais do jagunço, cangaceiro e ou-tros. As considerações sobre ante-cedentes raciais e condicionamentogeográfico, infelizmente, se trans-formam, às vezes, em explicaçõesem termos de determinismo geográ-fico e racial. [5535]

Wagley, Charles. The effects of depopulationupon social organization as ilustrated by theTapirapé Indians. (Trans. New YorkAcad. Scien. Ser. 2, v. 3, nº 1, nov.1940, p. 12-16.)

Estudo do efeito do despovoa-mento sobre a estrutura e processosociais, especialmente a endogamiade aldeia e outros aspectos da insti-tuição do casamento, categorias deidade, festas, lideranças, observáveisentre os índios tapirapés do centrodo Brasil. Tradução portuguesa, pu-

blicada em Sociologia, v. IV, nº 4,(out. de 1942, p. 407-11). [5536]

Willems, Emílio. Assimilação e populaçõesmarginais no Brasil. S. Paulo, EditoraNacional, 1940. 343 p. quad. estat.

Cuidadoso estudo da migração,adaptação, isolamento e contato,conflito, acomodação, assimilação eaculturação, com referência aos imi-grantes alemães no Sul do Brasil.Atende-se aos antecedentes no Ve-lho Mundo, mudanças (na América)de idioma, atitudes, idéias, concep-ções de self e de grupo, instituições.É um dos primeiros estudos científi-cos no campo da sociologia, publica-dos no Brasil, visto haver tentado(nem sempre satisfatoriamente) defi-nir e analisar os instrumentos con-ceituais e, então, empregá-los na in-vestigação "de campo" a fim de ob-ter, não só informações concretas,mas também formulações teóricasmais precisas. Ver o comentário docrítico. Rev. Arq. Mun. S. Paulo, v. 77,junho-julho, 1941, p. 163-70; tam-bém o comentário mais resumido,no Amer. Jour. Soc. 47, nº 5, março de1942, p. 774-77. [5537]

Willems, Emilio, e outros. A formação dasantidade: investigação sobre o caso de Antoni-nho da Rocha Marmo. (Sociologia, v. 2, nº3, S. Paulo, agosto, 1940, p. 278-93.)

Notas descritivas e analíticas so-bre o processo de formação de umsanto, ilustrado pelo caso de Anto-ninho da Rocha Marmo, em S.Paulo. [5538]

Williams, Mary Wilhilmine. The treatmentof Negro slaves in the Brazilian empire: acomparison with the United States of Ame-rica. (Rev. Inst. Hist. Geog. Bras.

1217

Page 547: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

tomo especial, Congresso Internacio-nal de História da América, v. 1, Riode Janeiro, 1922, p. 271-92).

Descrição cuidadosamente docu-mentada da instituição escravocratano Brasil. Publicada também noJournal of Negro History, v. 15, julho,1930. [5539]

Wyndham, H. A. Brazil. (in The Atlanticand Slavery, N.B. London, OxforUniv. Press, 1935, capítulo II, parteII, p. 126-45.)

Condensação de informações dis-poníveis de fontes secundárias (es-pecialmente da History of Brazil, deRobert Southey, 3 v., Londres, 1810)sobre, principalmente, contacto ín-dio-europeu e relações posteriores,compreendendo imperialismo ecoló-gico, escravidão, miscigenação. Pri-meiro volume de planejado "estudocompreensivo de certos aspectos dasrelações entre europeus, índios e ne-gros nas costas este e oeste do Ocea-no Atlântico", empreendido pelo RoyalInstitue of International Affairs. [5540]

D. PSICOLOGIA SOCIAL

Barroso, Gustavo. Almas de lama e de aço.São Paulo, Cia. Melhoramentos,1930. 124 p. foto.

Descrição e análise de um tiposocial -- o cangaceiro do Sertão doNordeste -- sua origem, circunstân-cias físicas e sociais de sua existência,com especial atenção para indiví-duos específicos. [5541]

Briquet, Raul. Psicologia social. Rio de Ja-neiro, Alves. 1935. 265 p. ilus.

Texto de Psicologia Social incorpo-rando o curso pioneiro do autor nestecampo no Brasil, em 1933, na Escola

Livre de Sociologia e Política de SãoPaulo, e incluindo teoria biológica,psicológica e sociológica. [5542]

Deffontaines, Pierre. Les personnages-typesdu Brésil. (Rev. Deux Mond., v. 106,Paris, février 15, 1936. p. 902-15).

Breve descrição de certos tipossociais comuns ao Brasil rural: o ca-boclo, o colono, o fazendeiro, omascate. [5543]

Pereira, Artur Ramos de Araújo. A crian-ça problema. São Paulo, Cia. Nacional,1939. XXVIII, 428 p.

Análise e explicação hábeis (princi-palmente em termos da teoria psicana-lítica) do comportamento "anormal"da criança baseadas em extensa bibli-ografia em várias línguas e aproxima-damente 2.000 casos observados emcinco anos pelo autor, como diretordo Serviço de Higiene Mental doDepartamento de Educação, nas es-colas públicas do Rio de Janeiro.Acham-se citados em detalhe casosdo Rio e de outros lugares do Bra-sil. Inclui um breve resumo inicialdo estudo e tratamento de crianças"anormais" em diferentes países,inclusive do projetado ou levado aefeito no Distrito Federal. [5544]

Pereira, Artur Ramos de Araújo. Introdu-ção à psicologia social. Rio de Janeiro,José Olímpio, 1936. 428 p.

Texto da teoria de psicologia so-cial incorporando o curso pioneirodo autor, em 1935, na Universida-de do Distrito Federal, bem comonovos materiais (Parte III). De ca-ráter eclético, baseado em extensabibliografia em alemão, inglês, fran-cês, espanhol e italiano, seu fim prin-cipal é apresentar, em português,

1218

Page 548: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

material que anteriormente não eraacessível nessa língua. As imperfei-çoes refletem a imensidade da tarefaempreendida e o caráter confuso deum campo relativamente novo, emque tem havido intensa atividade nosúltimos anos, especialmente nosEstados Unidos, partindo de basesfilosóficas diferentes e às vezes ir-reconciliáveis. [5545]

Pereira, Artur Ramos de Araújo. Loucura ecrime. Porto Alegre, Globo, 1937. 204p.

Coleção de artigos que, na suamaior parte, registram atividade depesquisa psiquiátrica na Bahia, 1926-1933, incluindo casos cuidadosa-mente relatados, de valor para o psi-cólogo social. [5546]

Pereira, Artur Ramos de Araújo. Notaspsicológicas sobre a vida cultural brasileira.(Rev. Brasil., ano 1, nº 3, Rio de Ja-neiro, setembro, 1938, p. 270-76.)

Análise breve, mas penetrante decertas idéias e atitudes profunda-mente enraizadas na sociedade e cul-tura brasileira. Constitui notas preli-minares para um capítulo da "Socio-logia do Conhecimento". [5547]

Ramos, Artur.

vide

Pereira, Artur Ramos de Araújo.

Tollens, Paulo. Fundamentos do espírito bra-sileiro. (An. 3º Cong. Sul-Rio-Gran-dense Hist. Geog., v. 3, Porto Alegre,1940, p. 1631-63.)

Tentativa de análise das característi-cas psicológicas e atitudes sociais dosvários componentes raciais e nacionaisda população brasileira. [5548]

Viana, F. J. Oliveira. Pequenos estudos depsicologia social. São Paulo, MonteiroLobato e Cia., 1923. 208 p.

Análise arguta de idéias, atitudes,sentimentos e comportamento cos-tumeiro da população brasileira emgeral e dos mineiros em particular. Édada especial atenção aos processospolíticos e a certas conseqüências damigração para as cidades das classesrurais "superiores". [5549]

E. TEORIA E METODOLOGIASOCIOLÓGICA

Arbousse-Bastide, Paul. Os métodos, osprocessos e técnicas da pesquisa sociológica:aplicação às relações entre história e sociolo-gia. (Sociologia, v. 2, nº 4, São Paulo,outubro, 1940. p. 305-27.)

Teoria e metodologia sociais.[5550]

Arbousse-Bastide, Paul. Que se entendepor cultura? (Rev. Arq. Mun. São Pau-lo, v. 15, São Paulo, agosto, 1935, p.203-208.)

Teoria social: definição do con-ceito "cultura". Reproduzido do Es-tado de S. Paulo de 23 de abril e de 21de julho de 1935. [5551]

Archero, Achilles (Júnior). Lições de socio-logia. 2º ed. São Paulo, 1935. 374 p.

Texto de teoria social e (espe-cialmente) de Filosofia Social, Éti-ca Social. [5552]

Archero, Achilles (Júnior). Lições de socio-logia educacional. 2ª ed. São Paulo, Ed.e Pub. Brasil, 1940. 389 p.

Texto de teoria social, FilosofiaSocial, com especial atenção para oprocesso educacional. Contém tam-bém, de vez em quando, comentá-

1219

Page 549: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

rios sobre formação e característicasda sociedade brasileira (e.g., LiçãoXVII: Os principais aspectos da formaçãonacional, p. 268-93). [5553]

Ataíde, Tristão de.vide

Lima, Alceu Amoroso.Azevedo, Fernando de. Princípios de socio-

logia. 3ª ed. São Paulo, Editora Nacio-nal, 1939. 433 p. ilus.

Texto cuidadosamente preparadode teoria social, com problemas su-geridos para estudos. Evidencia a in-fluência especialmente de Durkheime Le Play. Cita também autorescomo Vico, Montesquieu, Maquia-vel, Comte, Saint-Simon, Vorms,Tarde, Le Bon, Sighele, Novicow,Levy-Bruhl, Mauss, Maunier, Blon-del, Bougle, Halbwachs, Janet, Si-miand, Richard Brunhes, Bureau,Pareto, Simmel, Tonnies, Max We-ber, Vierkandt, Schmoller, Sombart,von Wiese, Spann, Oppenheimer,Alfred Weber, Ratzel, Hegel, Taylor,Maine, Morman, Ward, Small, Gid-dings, Cooley, Sumner, Thomas,Park, Ross, Burgess, Ellwood, Wos-sler, Bogardus, Sorokin, Dewey, Og-burm, Chaadock, Chapin. [5554]

Azevedo, Fernando de. Sociologia educacio-nal. São Paulo, Editora Nacional,1940. 474 p.

Teoria e problemas educacionais doponto de vista sociológico. [5555]

Barreto, Romano. Conceituação da sociolo-gia. (Sociologia, v. 2. nº 2, São Paulo,maio, 1940, p. 131-50.)

Teoria social. [5556]Barreto, Romano. Esboço histórico da socio-

logia. (Sociologia, v. 2. n,º 1, São Pau-lo, março, 1940, p. 26-42.)

Breve estudo de história da teoriasocial. [5557]

Barreto, Romano, e Wilhelms, Emilio.Leituras sociológicas, São Paulo, Rev.Sociologia, 1940, xv, 214 p.

Livro-fonte de teoria sociológica,contendo breves seleções de estu-diosos norte-americanos, franceses,alemães, brasileiros, italianos, suecos,holandeses e poloneses. [5558]

Bastide, Roger. A sociologia de GeorgesGurvitch. (Rev. Arq. Mun. São Paulo v.68, São Paulo, julho, 1940, p. 5-30.)

Teoria social. [5559]Carlos, M. Sociologia. Rio de Janeiro, Liv.

Augusto Leite, 1938.Teoria social, Filosofia Social,

Ética Social, Política Social. [5560]Carvalho, Carlos Miguel Delgado de. So-

ciologia. 2ª ed. São Paulo, Alves, 1933.280 p.

Texto cuidadosamente preparadode teoria social, com material ilustra-tivo. O capítulo V (p. 183-200) con-tém dados descritivos sobre imigra-ção e povoamento do Brasil, p. 41-43, breve histórico da Sociologia noBrasil. Evidencia uma das mais ex-tensivas orientações teóricas entre ossociológos brasileiros e inclui cita-ções de Spencer, Malthus, Darwin,Tylor, Rivers, Cumplowicz, Ratze-nhofer, Schaeffle, Novicow, Comte,Saint-Simon, Durkheim, Le Play,Espinas, René Woorms, Morgan,Cooley, Ward, Small, Giddings, Ell-wood, Baldwin, Ross, Sumner,Buckle, Carr-Saunders, Haddon,Werstermarck, Hobhouse, Frazer,Levy-Bruhl, Pittard, Helbwachs,Bougle, Mauss, Janet, Hubert, Ri-chard, Sombart Thomas, Park, Bur-

1220

Page 550: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

gess, McKenzie, Reuter, Sorokin,Hertzler, Chapin, Gillin, Boas,Kroeber, Wissler, Lowie, Dixon,Semple, Hughtington, Dewey,Tufts, Ripley. [5561]

Carvalho, Carlos Miguel Delgado de. So-ciologia aplicada, São Paulo, EditoraNacional, 1935. 458 p.

A Parte I se ocupa de teoria so-cial; a Parte II, de desorganizaçãosocial e problemas sociais. [5562]

Carvalho, Carlos Miguel Delgado de. So-ciologia educacional. São Paulo, EditoraNacional, 1933. 426 p.

Texto cuidadosamente preparadode teoria social, pura e aplicada, comespecial atenção para os processoseducacionais. [5563]

Carvalho, Carlos Miguel Delgado de. So-ciologia e educação. Rio de Janeiro, Edi-tora Guanabara, 1934. 228 p.

Manual de teoria e (principalmen-te) técnica educacionais. Contém al-guns dados descritivos sobre progra-mas e atividades educacionais noBrasil. [5564]

Conte, Alberto. Relações da psicologia com abiologia e a sociologia. (Rev. Arq. Mun.São Paulo, v. 18, São Paulo, nov. dez.,1935, páginas 135-54).

Teoria Social. [5565]Egídio, Paulo. Conceito científico das leis so-

ciológicas. São Paulo, Ribeiro, 1898. Vi,238 p.

Teoria Social. [5566]Egídio, Paulo. Estudos de sociologia crimi-

nal. São Paulo, Casa Eclética, 1900,312 p.

Resumo crítico da teoria crimino-lógica (tal como se encontra em tra-balhos publicados em francês, espe-cialmente os de Durkheim).

[5567]Ferreira, Francisco de Paula. Métodos de

pesquisa social. (Rev. Arq. Mun. São Pau-lo, V. 69, São Paulo, agosto, 1940, p.5-90).

Metodologia, com especial atençãopara os estudos de Le Play. [5568]

Fonseca, Tito Prates da. Sociologia. SãoPaulo, Liv. Acadêmica, 1934. 328 p.

Texto de Teoria Social. Concebea Sociologia como disciplina inclusi-va e geral. [5569]

Fontoura, Amaral. Programa de sociologia,2ª ed. Porto Alegre, Globo, 1942.441 p. quad. estat. charts, graf.

Texto de teoria social. Concebe aSociologia como disciplina inclusivaem vez de limitada. (Publicado, pelaprimeira vez, em 1940). [5570]

Hermann, Lucila. O método ecológico em so-ciologia. (Sociologia, v. 1, nº 3, SãoPaulo, agosto, 1939, p. 106-33)

Teoria e metodologia sociais.

[5571]Leão, A. Carneiro. Fundamentos de sociolo-

gia. Rio de Janeiro, Rodrigues e Cia.,1940. 349p.

Livro-texto da Teoria Social, commaterial ilustrativo e problemas paraestudo. Acham-se apensos esboçosde investigações feitas em 1936 e1937 por alunos do autor, na Uni-versidade do Distrito Federal, e umabibliografia. [5572]

Lima, Alceu Amoroso. Preparação à socio-logia, 2ª ed. Rio de Janeiro, Schmidt,s.d. 254 p.

Teoria Social, Filosofia Social,Ética Social, por escritor hábil, doponto de vista da "Sociologia Ca-tólica". [5573]

1221

Page 551: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Lins, Mário. Espaço-tempo e relações sociais.Rio de Janeiro, Jornal do Comércio,1940. 207 p.

Teoria Social, com interesse prin-cipal pelos conceitos do campo daFísica. [5574]

Lins, Mário. Introdução à espaciologia social.(Sociologia, v. 2, São Paulo, 1940, nº2, p. 197-212; nº 4, p. 359-71).

Teoria Social [5575]Lorton, A. Sociologia. Rio de Janeiro, Al-

ves, s.d. 323 p.

Texto de Teoria Social FilosofiaSocial, Ética, Social, preparado doponto de vista da "Sociologia Ca-tólica". [5576]

Lowrie, Samuel Harmon. Que é cultu-ra? (Rev. Arq. Mun. São Paulo, v.18, São Paulo, nov. dez., 1935, p.257-63)

Teoria social: definição do con-ceito "cultura" e crítica da definiçãoapresentada por Paul Arbousse-Bas-tide (ver item 290). [5577]

Meneses, Djacir Lima. Preparação ao méto-do científico. Rio de Janeiro, Civilizaçãobrasileira, 1938. 342 p.

Medotologia. [5578]Meneses, Djacir Lima. Princípios de sociolo-

gia. Porto Alegre, Globo, 1934. 178 p.

Texto de teoria social e proble-mas sociais. [5579]

Meneses, Florentino. Tratado de sociologia.Aracaju, Casa Ávila, s.d. 521 p.

Teoria Social, Filosofia Social,com considerável atenção para ostrabalhos de René Worms. A Sociolo-gia é concebida como disciplina inclu-siva em vez de limitada. [5580]

Meréje, João Rodrigues de. Que é a Sociolo-gia? São Paulo, Rio Branco, s.d. 133 p.

Teoria Social. O último capítulocontém também breves notas descri-tivas sobre isolamento no Brasil,contato racial e cultural, tipos so-ciais, mudança social (inclusive urba-nização). [5581]

Meréje, João Rodrigues de. Sociologia ge-ral. São Paulo, Editora Paulista, 1933.163 p.

Teoria Social. [5582]Miranda, Francisco Cavalcanti Pontes

de. Introdução à sociologia geral. Rio deJaneiro, Pimenta de Melo, 1926. 300 p.

Teoria Social, metodologia. Aorientação inclui trabalhos de (espe-cialmente) Comte, Durkheim eSpencer; assim como de Le Play, St.Simon, Worms, Espinas, Tarde, LeBon, Levy-Bruhl, Mauss, Vidal de LaBlache, Cumplowicz, Lilienfeld, Sim-mel, Schaeffle, Ratzel, Wetermarck,Tylor, Pavlov, Cooley, Ward, Gid-dings, Small, Ellwood, Young. [5583]

Moncorvo Filho. Suicídio de menores. (Bol.Min. Trab. Ind. Com., ano 6, nº 64,Rio de Janeiro, dezembro de 1939, p.322-35)

Teoria Social (patologia), com al-gumas observações baseadas em da-dos clínicos do Brasil. [5584]

Morais, Evaristo de (Filho). A comunidaderural. (Mensário, t. 1, v. 2, Rio de Ja-neiro, fevereiro, 1938, páginas 193-97)

Teoria Social. [5585]Peeters, Francisca, Madre. Noções de socio-

logia. 2ª ed. São Paulo, Cia. Melhora-mentos, 1938. 332 p.

Teoria Social, Filosofia Social,Ética Social, do ponto de vista da"Sociologia Católica". [5586]

1222

Page 552: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Pierson, Donald. Teoria e pesquisa em socio-logia. (Rev. Arq. Mun. São Paulo, v. 69,São Paulo, agosto, 1940, p. 117-28.)

Teoria Social e metodologia.

[5587]Pierson, Donald. Disciplinas com as quais se

confunde a sociologia. (Sociologia, v. 2,nº 2, São Paulo, maio, 1940, p. 151-58)

Breve tentativa para distinguir en-tre Sociologia (como disciplina espe-cífica e limitada em vez de geral e in-clusiva) e Filosofia Social, Ética So-cial, Serviço Social. [5588]

Romero, Sílvio Vasconcelos da SilveiraRamos. Ensaios de sociologia e literatura.Rio de Janeiro, Garnier, 1901. 295 p.

Capítulo I, II: Teoria Social; o ca-pítulo III analisa o direito colonialbrasileiro em termos de determinan-tes sociais; o capítulo V esboça va-riações na composição da populaçãode acordo com as regiões e debates àpolítica de imigração. [5589]

Romero, Sílvio Vasconcelos da SilveiraRamos. O evolucionismo e o positivismono Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro, Alvese Cia., 1895. cviii, 291 p.

Constituem os quatro primeiroscapítulos introdutórios de um traba-lho planejado em duas partes e 13capítulos a ser intitulado Doutrinacontra doutrina (não completado, se-gundo parece ao crítico). Na suamaior parte é uma polêmica dirigidacontra o positivismo no Brasil, espe-cialmente em seus aspectos políticose religiosos, com alguma avaliaçãocrítica das teorias de Comte. Tendea elucidar a estrutura da sociedadebrasileira da época, os processos

políticos, os interesses e atitudes dosintelectuais. [5590]

Willems, Emílio. Comunidade com mortos.(Rev. Arq. Mund. São Paulo, v. 50, SãoPaulo, setembro, 1938, p. 68-84).

Teoria Social. [5591]Willems, Emílio. Estrutura material e social.

(Sociologia, v. 2, nº 2, São Paulo,maio, 1940, p. 115-29, ilus.)

Teoria Social. [5592]Willems, Emílio. A imitação e a participa-

ção direta na vida social. (Sociologia v. 2,nº 1, São Paulo, março, 1940, p. 55-67).

Teoria Social. [5593]Willems, Emílio. A natureza, diversidade e

complexidade dos fatos sociais. (Sociolo-gia, v. 2, nº 3, São Paulo, agosto,1940, p. 232-42).

Teoria Social. [5594]Willems, Emílio. Opinião pública e impren-

sa. (Rev. Arq. Mun. São Paulo, v. 35,maio, 1937, p. 83-100).

Teoria Social. [5595]Willems, Emílio. As sociedades ou grupos so-

ciais. (Sociologia, v. 2, nº 1, São Pau-lo, março, 1940, p. 7-26).

Teoria Social. [5596]Willems, Emílio. A sociologia do snobismo.

(Rev. Arq. Mun. São Paulo, v. 58, SãoPaulo, junho, 1939, p. 43-56).

Teoria Social. [5597]

F. OBRAS SOBRE ASSUNTOSCORRELATOS, DE UTILIDADE

PARA O SOCIÓLOGO

Abreu, João Capistrano de. Caminhos anti-gos e povoamento do Brasil. (Jornal do Co-mércio, 12, 29 de agosto; de 10 de se-tembro de 1899).

1223

Page 553: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

História. Relato, por hábil pionei-ro da História Social Brasileira, dopovoamento português no Brasil.

Revisão publicada (América Brasi-leira, nºs 32, agosto; 33, setembro; 34outubro, (124). Republicada comocapítulo IV de um livro com o mes-mo título, Rio de Janeiro, Liv. Bri-guiet, 1930, p. 53-143. [5598]

Abreu, Sílvio Fróis. Na terra das palmeiras,pref. de E. Roquete-Pinto. Rio de Ja-neiro Industrial Gráfica, 1931. Vii,287 p. il.

A seção "índios do Maranhão"(especialmente p. 105-47, 165-90,209-28) contém comentários argutossobre contato entre a civilização doBrasil costeiro e a cultura ainda gran-demente de folk dos Guajajaras e dosdemais nômades Canelas, mudançacultural posterior. Acham-se tam-bém incluídas (p. 245 e segs.) brevesnotas sobre migração de europeus eafricanos para a área. [5599]

Adalbert, Príncipe. Aus meinem Tagebuche,1842-1843, Berlin, Deckershen Ge-heimen Ober Hofbuchdruckerei,1847). 778 p. map. il.

Notas de viagem de meados doséculo dezenove. A última parte (pp.229-778 da edição alemã) é dedicadaao Brasil, especialmente ao Rio deJaneiro, às áreas contíguas, aos riosParaíba do Sul e Xingu e ao estuáriodo Amazonas.

Tradução inglesa por H. Schom-burgk e John Edward Taylor, Travelsof Prince Adalbert of Prussia, 2 v., Lon-dres, David Boque, 1849; mapas,ilust. Introdução por Alexandre vonHumboldt. [5600]

Agassiz, Luís, e Agassiz, Elizabeth Cary.A journey in Brazil. Boston, HoughtonMifflin, 1893. 540 p. il. map.

Notas de viagem de meados doséculo dezenove, Rio de Janeiro, Mi-nas Gerais, Ceará, Amazonas, Pará.

Tradução portuguesa por EdgarSüssekind de Mendonça, Viagem aoBrasil, 1865-1866 (São Paulo, EditoraNacional, 1938, 654 p.; traduçãofrancesa por Felix Vogeli Paris, L.Machette et Cie., 1869, 532 p.). Ano-tada pelo tradutor. [5601]

Albuquerque, Américo. Dona Beija. (Rev.Arq. Mun. São Paulo, vol. 58, junho,1939, p. 199-200).

Breve história de uma famosaprostituta do século dezenove emMinas Gerais. Reproduzido de Pro-blemas, ano 2, nº 14. [5602]

Alcântara Machado vide

Machado, Antônio Alcântara.Alencar, José Martiniano de. O novo can-

cioneiro -- Cartas a um amigo. (A Repú-blica, 1874).

Folclore. Uma das primeiraspublicações do gênero no Brasil.(Não foi possível ao crítico exa-miná-la). [5603]

Alencar, José Martiniano de. O sertanejo.São Paulo, Liv. Editora Record.1938. 2 v.

Romance da vida do século de-zoito no interior do Ceará, com-preendendo as experiências de umcapitão-mor, outros membros daaristocracia, vaqueiros. Publicadopela primeira vez em 1875. [5604]

Almeida, José Américo de. A bagaceira.7ª ed. Rio de Janeiro, José Olímpio,1937. 307 p.

1224

Page 554: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Romance realista descrevendo avida de um engenho de açúcar na re-gião de Brejo da Paraíba, nos princí-pios do século vinte, especialmentesegundo experiência de uma famíliadeslocada no Sertão por motivo deprolongada seca. Acha-se apensoum glossário de termos peculiaresà região. [5605]

Almeida, Manuel Antônio de. Memóriasde um sargento de milícias. São Paulo,Monteiro Lobato, 1925. 235 p.

Romance da vida no Rio de Ja-neiro nos princípios do século deze-nove, especialmente entre o povo e aclasse "baixa", inclusive imigrantesportugueses. Permite penetrar nasrelações humanas da época e do lugar,instituições (especialmente da família eda escola primária), cerimônias secula-res e religiosas, o papel e o status damulher, folk-ways, mores, atitudes, con-trole social. (Publicada, pela primeiravez, em série, no Correio Mercantil doRio de Janeiro, 1855). [5606]

Altavilla, Jaime de. O quilombo dos Palma-res. São Paulo, Cia. Melhoramentos,s.d. 133 p. il. map.

Relato anotado e um tanto ro-mântico, combinando ficção e narra-tiva histórica, sobre a importação deafricanos, a instituição escravocrata eespecialmente os famosos quilom-bos de escravos fugitivos em Ala-goas, conhecidos como "os Palma-res". Acha-se apenso um glossáriode termos de origem africana empre-gados no texto, 26 notas críticas (al-gumas citando fontes primárias) euma bibliografia. [5607]

Alvarenga, Oneida. Cateretês do sul de Mi-nas Gerais. Rev. Arq. Mun. São Paulo,

vol. 30, dezembro, 1936, p. 31-70). il.foto.

Folclore. Descrição detalhada deuma dança popular muito difundidano Brasil, segundo foi observada nosul de Minas. [5608]

Alves, João Luís. A questão do elemento ser-vil; a extensão do tráfico. (Rev. Inst. Hist.Geog. Bras., tomo especial, PrimeiroCongresso de História Nacional, par-te 4, Rio, 1914, p. 187-257).

História Legal, com especial referên-cia à importação de escravos. [5609]

Amado, Gilberto. Dias e horas de vibração.Rio de Janeiro, Ariel, 1933. 148 p.

O Capítulo I (p. 9-39) trata breve, eum tanto ingenuamente, de solidarie-dade e processos políticos. [5610]

Amado, Gilberto. Grão de areia. Rio deJaneiro, Jacinto Ribeiro dos Santos,1919. 271 p.

Coleção de eruditos ensaios, trêsdos quais apresentados em forma decartas, cujo valor é, na maior parte, ode um documento original, revelan-do as idéias, atitudes e sentimentos,característicos dos intelectuais brasi-leiros da época: instituição familiar,mudança social. [5611]

Amado, Jorge. Cacau. 3ª ed. Rio de Janei-ro, José Olímpio, 1936. 277 p.

Romance realista revelando demodo íntimo a vida atual dos traba-lhadores nas fazendas de cacau da re-gião costeira do sul da Bahia. [5612]

Amado, Jorge. Jubiabá. Rio de Janeiro,José Olímpio, 1935, 371 ps.

Romance realista revelando certasexperiências atuais da classe "baixa"na Bahia, especialmente entre a par-te da população cujas instituições,cerimônias, ritual, crença, folkways,

1225

Page 555: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

mores são extensamente de origemafricana, às vezes indígena, em fusãocom elementos culturais europeus.Tradução francesa por Michel Ber-veiller e Pierre Hourcade, Bahia detous les saints, Paris. Gallimard, 1939.[5613]

Amado, Jorge. Mar morto. Rio de Janeiro,José Olímpio, 1936. 346 p.

Romance realista descrevendo,em cenas vívidas, a vida nas docas (ecircunvizinhanças) de Salvador, naBahia de Todos os Santos e no rioParaguaçu, especialmente entre os"mestres de saveiro" (principalmentenegros). [5614]

Amado, Jorge. Suor. 2ª ed. Rio de Janei-ro, José Olímpio, 1936. 225 p.

Esboços realistas, por um hábilromancista, de alguns dos aspectosda vida da classe "baixa" na cidadede Salvador. [5615]

Amaral, Amadeu. O dialeto caipira. SãoPaulo, Casa Editora "O Livro", 1920.227 p.

Principalmente lingüística. Análi-se erudita e relativamente exaustivado dialeto "de folk" (caipira) faladonas áreas rurais do Estado de SãoPaulo, com atenção para a fonética,a origem e os característicos do vo-cabulário variante, definição e etimo-logia de cerca de 1.700 termos. In-clui também breve exposição inicialdas circunstâncias sob as quais essedialeto mudou. [5616]

Andrade, Mário de. Belazarte. São Paulo,Editora Piratininga, 1934. 152 p.

Contos que tratam da vida nasáreas (principalmente) de residênciade operários (Brás, Lapa) da cidadede São Paulo durante a última partedo século dezenove e princípios do

século vinte, compreendendo brasi-leiros natos e imigrantes (italianos,espanhóis). [5617]

Andrade, Mário de. Um inquérito de costu-mes (Rev. Arq. Mun. São Paulo, vol. 34,abril 1937. p. 203-208; vol. 35, maio,1937, p. 275-79).

Breve análise de informações co-ligidas, na sua maior parte, por cor-respondência, a respeito de certoscostumes "de folk", largamente di-fundidos no Estado de São Paulo,especialmente tabus de alimentaçãoe danças populares. (Reimpressão deO Estado de São Paulo, 10 e 16 deabril de 1937). [5618]

Andrade, Mário de. O samba rural paulista(Rev. Arq. Mun. São Paulo, vol. 41, no-vembro, 1937, páginas 37-116).

Folclore. Descrição detalhada deuma dança "de folk" (o samba rural),comum ao Brasil, segundo foi observa-da no Estado de São Paulo. [5619]

André, João Antonil, pseud. Cultura eopulência do Brasil por suas drogas e mi-nas. São Paulo, Cia. Melhoramentos,1923. 280 p.

Versa principalmente sobre Eco-nomia, ocupando-se de plantação deaçúcar e tabaco, seu beneficiamentoe comércio, criação de gado e mine-ração de ouro, em princípios do sé-culo dezoito. Contém também mate-rial sobre população (Minas Gerais),relações de raça, de classe e de famí-lia, instituição escravocrata, caracte-rísticos sociais e status do mestiço,mores de hospitalidade, meios de co-municação. Descrição cuidadosa.Prefácio de Afonso de E. Taunay(notas biográficas, resumo e históri-co da obra). Primeira edição (Lisboa,

1226

Page 556: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Academia Real das Ciências, 1711)suprimida pelo Rei Dom João V"por lhe dizerem que por dito livroestava publicado todo o segredo doBrasil aos estrangeiros". [5620]

Andreoni, João Antônio.vide

André, João Antonil.Andrews, C.C. Brazil, its condition and pros-

pects. New York, D. Apleton and Co.,1887. 352 p.

Notas detalhadas, por um cônsuldos Estados Unidos, sobre residên-cia no Brasil, especialmente no Riode Janeiro, 1882-1885. [5621]

Aranha, José Pereira da Graça. Canaã.8ª ed. Rio de Janeiro, Briguiet & Cia.,1937. 360 p.

Romance descrevendo a vida en-tre imigrantes alemães no Estado doEspírito Santo algum tempo após aAbolição. Fornece algumas informa-ções sobre contato entre alemães ebrasileiros, conflito cultural. [5622]

Araújo, Oscar Egídio de. Alimentação daclasse obreira de São Paulo. (Rev. Arq.Mun. São Paulo, volume 69, agosto,1940, p. 91-116).

Estudo de alimentação de cer-tos trabalhadores na cidade de SãoPaulo. [5623]

Ataíde, Tristão.vide

Lima, Alceu Amoroso.Azevedo, Aluísio de. Casa de pensão. 9ª

ed. Rio de Janeiro, Briguiet & Cia.,1940. 374 p.

Romance realista da vida no Riode Janeiro, nos fins do século de-zenove. Primeiramente publicadoem 1883, em folhetins, na FolhaNova, republicado em 1884, em

forma de livro por Faro e Lino, Riode Janeiro. [5624]

Azevedo, Aluísio de. O cortiço. 9ª ed. Rio deJaneiro, Briguiet & Cia., 1943. 304 p.

Romance realista sobre experiên-cias das classes "baixa" e "alta" noRio de Janeiro do século dezenove,permitindo ao leitor inteirar-se da es-trutura da sociedade, relações declasse e de raça, instituição da famí-lia, status e papel da mulher, folkwaysmores, interesses, idéias, atitudes, daépoca e do lugar. [5625]

Azevedo, Aluísio de. O mulato. 5ª ed. Riode Janeiro, Garnier, s.d. 360 p.

Um dos primeiros romances rea-listas publicados no Brasil (primeiraimpressão em 1881). Tende a elucidara estrutura da sociedade do século de-zenove em São Luís do Maranhão, eespecialmente a organização da famíliae status do mestiço. [5626]

Batista, Pedro. Cangaceiros do Nordeste.Paraíba do Norte. Liv. São Paulo,1929. 279 p.

Folclore. Coleção de lendas so-bre uma famosa família de canga-ceiros do sertão do Nordeste brasi-leiro. [5627]

Barreto, Afonso Henrique Lima. Recorda-ções do escrivão Isaías Caminha. 3ª ed. SãoPaulo, O Livro de Bolsa, 1943. 233 p.

Romance realista revelando avida nos princípios do século vinteno Rio de Janeiro, especialmentenuma redação de jornal, segundo ex-periências de um mestiço um tantofrustrado, de origem humilde. Incluiuma nota biográfica de Elói Pontessobre o autor mestiço.

Primeira ed., Lisboa, Liv. ClássicaEditora, 1909, 36 p. [5628]

1227

Page 557: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Barreto, Afonso Henrique Lima. Tristefim de Policarpo Quaresma. Rio de Janei-ro, Rev. dos Tribunais, 1915. 240 p.

Romance que fornece nítido qua-dro da vida do século dezenove noRio, especialmente nos círculos mili-tares. [5629]

Barros, Olívio. Os jagunços. São Paulo, OComércio, 1898. 483 p.

Romance dos fins do século de-zenove sobre as experiências de ser-tanejos da Bahia, com particularatenção para o movimento religiosoencabeçado por Antônio Conselhei-ro e o sério conflito armado entreseus sequazes e a polícia e exército.(Ver também item 179). [5630]

Barroso, Gustavo. Ao som da viola. Rio deJaneiro, Leite Ribeiro, 1921. 733 p.

Folclore. Coleção de mitos, len-das, baladas, peças populares, orações,comuns ao Sertão do Nordeste bra-sileiro, com notas históricas e análisesque elucidam de algum modo sua sig-nificação e função. [5631]

Bates, Henry W. The naturalist on the ri-ver Amazons. London, Murray, 1863.2 v. il.

Diário de um cientista britânicodescrevendo 11 anos de viagem e re-sidência, em meados do século deze-nove, na região do Amazonas e seustributários, com alguma atenção paraos fenômenos sociais. [5632]

Belo, Júlio. Memórias de um senhor de enge-nho. Pref. de Gilberto Freire e JoséLins do Rego. Rio de Janeiro, JoséOlímpio, 1938. xxii, 235 p.

Autobiografia detalhada de umsenhor de engenho, descendente daaristocracia rural de Pernambuco.Elucida a estrutura da sociedade dos

fins do século dezenove e princípiosdo século vinte, especialmente a ins-tituição da família, papel e status damulher e da criança, relações entreraças e entre patrão e servidor, con-flito (inclusive entre proprietários delatifúndios e o estado), idéias, atitu-des, valores, sentimentos da época edo lugar, característicos das festaspopulares, mudança social. [5633]

Bennett, Frank. Forty years in Brazil. Lon-don. Mills and Boon. 1914. xxiii, 271p. fot.

Escrito para consumo popular.Contém informações adquiridas porum inglês residente no Brasil duran-te 40 anos. Considerável interessepelos fenômenos sociais. [5634]

Biard, François Auguste. Deux années auBrésil. Paris, Hachette et Cie., 1862.680 p. il. map.

Notas de viagem em meados doséculo dezenove, Pernambuco, Ba-hia, Rio de Janeiro, Espírito Santo,bacia amazônica. Ilustrado com 180litografias. [5635]

Blaer, João. Diário da viagem do capitão JoãoBlaer aos Palmares em 1645. (Rev. Inst.Arq. Geog. Pernambucano, vol. 10, nº56, março, 1902, p. 88-96).

Contém um relato breve de umatestemunha visual dos famosos Pal-mares, povoações do século dezesse-te de escravos negros fugitivos emAlagoas. Traduzido por Alfredo deCarvalho, de um manuscrito holan-dês inédito. [5636]

Bonfim, Manuel José do. O Brasil. SãoPaulo, Editora Nacional, 1935. 349 p.

Ocupa-se principalmente de for-ças e acontecimentos políticos. De-talhado esboço do desenvolvimento

1228

Page 558: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

do estado brasileiro, com atençãopara o aumento da solidariedade so-cial (especialmente a fomentada du-rante o período de povoamento peloconflito com nacionalidades estran-geiras, como os franceses, holande-ses, ingleses e, mais tarde, portugue-ses), movimentos sociais como na-cionalismo e Abolição, contribuiçãodo indígena para o êxito da fixaçãodos portugueses numa fronteira ra-cial e cultural precária, o papel damiscigenação. [5637]

Braga, Rubem. A festa das canoas em Ma-rataízes (Rev. Arq. Mun. São Paulo,vol. 67, julho, 1940, p. 205-10).

Breves notas de uma festa co-mum entre os pescadores da costasul do Espírito Santo e certas bala-das por eles cantadas. [5638]

Braga, Rubem. Um jogo entre os maratimbas(Rev. Arq. Mun. São Paulo, vol. 66,abril-maio, 1940 p. 77-80).

Chama atenção para os pescado-res brancos conhecidos como "ma-ratimbas" que vivem ao longo dacosta sul do Espírito Santo. Incluinotas sobre a festa conhecida entreeles como "catambá" e sobre o "jon-go", segundo foi observado entreseus vizinhos negros. [5639]

Brazil, Etienne Ignace. O feitichismo dos ne-gros do Brazil (Rev. Inst. Hist. Geog.Bras. tomo 74, parte 2, 1911, p. 193-260). Il. fot.

Etnologia. Descrição sistemática,por estudioso etnocêntrico, mas, poroutro lado, cuidadoso, da crença, ri-tual e cerimônia observadas entre osafricanos e seus descendentes noBrasil (especialmente na Bahia) du-rante os primeiros anos do século

vinte, de considerável valor para oscholar. Bibliografia cuidadosamentepreparada. [5640]

Brito, José Gabriel de Lemos. Pontos departida para a história econômica do Brasil.2ª ed. São Paulo, Editora Nacional,1939. 552 p.

Descrição e análise detalhadas dahistória brasileira com atenção prin-cipal para os processos e instituiçõeseconômicas.

Primeira edição, Rio de Janei-ro, Anuário do Brasil, 1923, 464 p.

[5641]Brito, José Gabriel de Lemos. Psychologia

do adultério. Ed. Rev. Rio de Janeiro,Liv. Jacinto 1933. 209 P.

Ensaio de problemas sociais, Fi-losofia Social, Teoria Social, ÉticaSocial, Política Social.

Publicado pela primeira vez em1921. [5642]

Brito, José Gabriel de Lemos. A questãosexual nas prisões. Rio de Janeiro, Liv.Jacinto s.d. 202 p.

Ensaio de problemas sociais, Filo-sofia Social, Teoria Social. Ética So-cial, Política Social. Contém algumasnotas breves sobre interesses e com-portamento sexuais entre internadosnas prisões brasileiras. [5643]

Bryce, James. South America. New York,MacMillan Co, 1912. XVI, 611 p.

O capítulo XI, "Brazil", contémnotas sobre população, instituições,organização de classe, relações entreraças, mudança social, idéias, atitu-des e sentimentos correntes no Bra-sil dos princípios do século atual. Ocapítulo XIII, "The Relations ofRaces in South America", inclui

1229

Page 559: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

breve análise da situação racial brasi-leira. [5644]

Burnichon, Joseph. Le Brésil d’aujourd’hui.Paris, Perrin et Cie., 1910. IX, 340 p.fot.

Notas detalhadas de viagem, nosprincípios do século vinte, pelos Es-tados da Bahia e São Paulo, cidadesdo Rio de Janeiro, Niterói e Vitó-ria, com especial atenção para asinstituições e comportamentos reli-giosos. [5645]

Burton, Richard F. The highlands of theBrazil. Pref. de Isabel Burton. Lon-don, Tinsley Bros., 1869. 2 v.

Notas detalhadas de viagem, porum hábil observador e cuidadosoanotador, em meados do século de-zenove, pelo Rio de Janeiro, MinasGerais (especialmente) vale do rioSão Francisco até as cachoeiras dePaulo Afonso. Tradução portu-guesa por Américo Jacobina La-combe, Viagens aos planaltos doBrasil, 1868, São Paulo, EditoraNacional, 1941, 3 v. il. [5646]

Bittencourt, Pedro Calmon Moniz de.História Social do Brasil. 2ª ed. SãoPaulo, Editora Nacional, 1935, 1937,1939. 3 v. il.

Embora conservando a maneiratradicional de classificar as eras dahistória brasileira, principalmente emtermos de processos políticos, estetrabalho pioneiro de História Socialtorna acessível muito material valio-so, descritivo e analítico, sobre folk-ways, mores, instituições (como a fa-mília, a igreja, a escravidão e o esta-do), movimentos sociais (como na-cionalismo e Abolição), industrializa-ção e desenvolvimento de cidades,

imigração, relações entre raças, de-senvolvimento da solidariedade social.Extensamente documentado, combibliografias mas sem índice. [5647]

Bittencourt, Pedro Calmon Moniz de.Malês: a insurreição das senzalas. Rio deJaneiro, Pro Luce, 1933. 154 p.

Romance descrevendo vivida-mente o conflito cultural da Bahia,nos princípios do século dezenoveem que se viram envolvidos negrosmaometanos. Revela de modo bemíntimo a ordem social da época elugar. [5648]

Calmon, Pedro.vide

Bittencourt, Pedro Calmon Moniz de.Calógeras, João Pandiá. Formação histórica

do Brasil. 3ª ed. São Paulo, EditoraNacional, 1938. 447 p. map.

Obra hábil, de caráter principal-mente histórico, ocupando-se maisde forças políticas e econômicas quede sociológicas. Fornece certas in-formações sobre povoamento, misci-genação, movimentos sociais como aindependência e a Abolição. [5649]

Câmara, Aristóteles de Lima. Os alemãesno sul do Brasil (Rev. Imig. Col, ano 1,nº 1, Rio de Janeiro, janeiro, 1940, p.33-46).

Apresentação argumentativa deinformações sobre povoamento, na-cionalismo miscegenação, casamentointerracial, e assimilação no Sul doBrasil, destinada a refutar certas ge-neralizações de Reinchard Maack.(Ver item 476.) [5650]

Camelo, C. Néri. Através dos sertões. Riode Janeiro. A Noite, s.d. 133 p. fot.

Notas de viagem. A competênciado autor em obter e comunicar co-

1230

Page 560: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

nhecimentos de familiarização, per-mite ao leitor inteirar-se da organiza-ção social, tipos sociais e atitudes so-ciais características das regiões inte-riores dos estados costeiros do Brasildo Piauí ao Rio de Janeiro. [5651]

Camelo, C. Néri. Viagens na nossa ter-ra. Rio de Janeiro, A Noite, 1938.278 p. il.

Notas de recente viagem peloNordeste do Brasil. [5652]

Campelo, Samuel. Danças populares (Rev.Inst. Arqueol. Geog. Pernambucano, vol.29, 1928-1929, p. 25-31).

Folclore. Notas detalhadas sobrecanções e danças "de folk" de Per-nambuco. [5653]

Campos, João da Silva. Contos e fábulaspopulares da Bahia (Rev. Inst. Hist. Geog.Bras., vol. 172, Rio de Janeiro, 1937,p. 165-334).

Folclore. Coleção de 81 contospopulares, principalmente do Re-côncavo baiano, narrados na lingua-gem idiomática dos informantes.Acha-se apenso um glossário. Publi-cado pela primeira vez, sem o glos-sário, como apêndice a O Folclore noBrasil, de Basílio de Magalhães (veritem 480). [5654]

Campos, João da Silva. Tradições baianas.(Rev. Inst. Geog. Hist. Bahia, nº 56, Sal-vador, 1930, páginas 353-557).

Coleção de 70 breves artigos pu-blicados originalmente nos jornais OImparcial e Diário de Notícias, da Ba-hia, relatando acontecimentos (al-guns de caráter lendário, outros des-critos por testemunhas visuais) veri-ficados na Bahia. Útil material-fontepara compreensão da estrutura dasociedade baiana, suas instituições,

folkways, mores, as idéias, atitudes esentimentos de seu povo. [5655]

Campos, João da Silva. Tradições do sul daBahia (Rev. Inst. Geog. Hist. Bahia, nº62, Salvador, 1936, p. 193-255).

Acham-se incluídas três lendas dosul da Bahia. [5656]

Canabrava, Alice Piffer, e Mendes, Ma-ria Teixeira. A região de Piracicaba (Rev.Arq. Mun. São Paulo, vol. 45, março,1938, p. 275-328, map. quad. est.).

Estudo principalmente de Geo-grafia Econômica. Inclui tambémdados sobre o povoamento da re-gião de que a atual cidade de Piracica-ba, no Estado de São Paulo, é o cen-tro, sua população de acordo com vá-rios censos, subáreas e grupos étni-cos, tipos de povoamento, distribui-ção de terra por nacionalidade, mo-bilidade da população. [5657]

Cardim, Fernão. Tratados da terra e gentedo Brasil. Introd. e notas por RodolfoGarcia, Capistrano de Abreu, BatistaCaetano. Rio de Janeiro, J. Leite eCia., 1925. 434 p.

O Livro II ("Informação da mis-são do Padre Cristóvão de Gouveiaàs partes do Brasil, ano de 83") destacoleção de manuscritos anteriormen-te publicados consiste de duas lon-gas cartas narrando as experiênciasde um missionário jesuíta duranteuma jornada através dos Estados daBahia, Pernambuco, Espírito San-to, Rio de Janeiro e São Paulo,1583-90. [5658]

Carvalho, Carlos Miguel Delgado de. So-ciologia experimental. Rio de Janeiro,Gráfica Sauer, 1934. 240 p.

Serviço Social, metodologia.[5659]

1231

Page 561: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Carvalho, Orlando M. O rio da unidadenacional: o São Francisco. São Paulo,Editora Nacional, 1937. 158 p. map.,fot.

Sugestivo estudo do importante pa-pel de um rio num país de vastas dis-tâncias e difícil comunicação. [5660]

Carvalho, Rodrigues de. Cancioneiro donorte. 2ª ed. Paraíba, Liv. São Paulo,1928. xv, 422 p.

Folclore. Coleção de poesias po-pulares, baladas e outras canções(cocos, sambas, desafios), lendas, daParaíba, Ceará, Rio Grande do Nor-te, Pernambuco e Amazonas, junta-mente com breves descrições de fes-tas e cerimônias populares tambémcaracterísticas da região, práticas demagia. Acham-se apensas notas arespeito de certos famosos canta-dores. [5661]

Cascudo, Luís da Câmara. Vaqueiros ecantadores. Porto Alegre, O Globo,1939. 274 p.

Folclore. Coleção anotada (feitadurante um período de 15 anos) debaladas e outros versos emprega-dos pelos cantadores do sertão dePernambuco, Paraíba, Rio Grandedo Norte e Ceará. O prefácio con-tém breves notas sobre mudançacultural. [5662]

Castro, Augusto Olímpio Viveiros de. Aquestão social. Rio de Janeiro, Liv. ed.Conselheiro Cândido de Oliveira, s.d. 303 p.

Política Social, Economia, comespecial atenção para a luta entre otrabalho e o capital. [5663]

Castro, Eugênio de. Geografia lingüística ecultura brasileira. Rio de Janeiro, Sauer,1937. 277 p.

Estudo principalmente do desen-volvimento do vocabulário brasilei-ro, mas contendo também um resu-mo, parcialmente documentado, dadispersão da população européia noBrasil colonial, a difusão da culturaeuropéia, importação africana, escra-vidão, conflito em que estiveram en-volvidos escravos fugitivos, tipos so-ciais e ocupacionais emergentes,aculturação. [5664]

Castro, Eugênio de. As cavalhadas (Rev.Arq. Mun. São Paulo, vol. 13, junho,1935, p. 169-71).

Folclore. Breve descrição de umafesta de folk que está desaparecendo,a cavalhada, compreendendo umtorneio entre "Mouros" e "Cristãos",reminiscentes da Idade Média. Re-produzido do Estado de S. Paulo, 26de abril de 1935. [5665]

Cesarino, Antônio Ferreira (Júnior). Aintervenção da Inglaterra na supressão dotráfico de escravos africanos para o Brasil.(Rev. Inst. Hist. Geog. São Paulo, vol.34, 1938, p. 145-66.)

História e Ciências Políticas, comespecial referência ao tráfico de es-cravos. [5666]

Chamberlain, Lieutenaut. Views and cos-tumes of the city and neighbourhood of Riode Janeiro, Brazil. London, ThomanM’Lean, 1822. s.p.il.

Série de 36 gravuras coloridascom texto descritivo por um artista ehábil observador inglês (filho de umcônsul britânico no Rio), nos princí-pios do século dezenove. Forneceinformações sobre relações entre ra-ças, instituições: familiar, do casa-mento, escravocrata. As páginas179-901 da edição portuguesa repro-

1232

Page 562: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

duzem o texto original. Acha-setambém incluído nesta edição ummapa da cidade do Rio de Janeiro,1818, por Debret. Tradução portu-guesa e prefácio de Rubens Borbade Morais. Vistas e costumes da ci-dade e arredores do Rio de Janeiro,1819-1820. Rio de Janeiro, Liv. Kos-mos, 1943, 201 p. il. [5667]

Cidade, F. de Paula. Rio Grande do Sul --explicação da história pela geografia (An.3º Cong. Sul-Riograndense Hist. Geog.,vol. 2, Porto Alegre, 1940, p. 711-62).

Inclui notas úteis sobre o povoa-mento do Rio Grande do Sul, adap-tação, contato racial e cultural, misci-genação, a origem de cidades, a for-mação gradativa de uma ordem so-cial estável, instituições (especial-mente da família, casamento, igreja),o status da mulher e da criança, folk-ways, mores, aculturação. [5668]

Dodman, John. The months in Brazil.London, Simpkin, Marshall & Co.,1870. 218 p. il.

Notas de viagem de um capitãoda marinha mercante norte-america-na, em meados do século dezenove,em Pernambuco, Rio de Janeiro, SãoPaulo, com principal interesse parafenômenos sociais (inclusive a insti-tuição escravocrata). Publicado tam-bém em Boston, Lee & Shepard,1867. [5669]

Cooper, Clayton Sedgwick. The Braziliansand their country. London, WilliamHeinemann, 1919. XVI, 403 p. map.il.

Livro principalmente de informa-ções gerais. Acham-se incluídos da-dos sobre contato de raça, casamen-

to interracial, miscigenação, insti-tuição familiar, imigração, assimila-ção, características sociais da popu-lação. [5670]

Cordier, Henri. A Bahia em 1847. (Rev.Inst. Hist. Geog. Bahia, nº 57, Salva-dor, 1931, p. 533-47.)

Dois relatórios dirigidos ao Mi-nistro das Relações Exteriores daFrança por um diplomata francês,Forth Rouen, que passou 16 dias naBahia a caminho da China em 1847.Inclui dados descritivos sobre a ins-tituição escravocrata. [5671]

Correia, Armando de Magalhães. O sertãocarioca; pref. de Roquete-Pinto. (Rev.Inst. Hist. Geog. Bras., vol. 167, Riode Janeiro, 1933, p. 1-283, map. il.)

Além de descrições detalhadas,em primeira mão, da flora, fauna,geografia e economia do Estado doRio de Janeiro, contém dados espar-sos sobre a população, tipos sociais eocupacionais, crença, ritual e cerimô-nia, presumivelmente de origem afri-cana, constatados naquela região.[5672]

Couty, Louis. L’Esclavage au Brésil. Paris,Guillaumin et Cie., 1881. 92 p.

Trabalho principalmente de Polí-tica Social, por um estudioso fran-cês, de problemas brasileiros. Defen-de, com fundamentos econômicos,uma política de adiamento da Aboli-ção. Fornece também informaçõesdetalhadas sobre o caráter da insti-tuição escravocrata no Brasil (comalguns dados comparativos sobre ossistemas de trabalho livre, trabalhocontratado e trabalho escravo emoutras partes do mundo), relaçõesentre raças, manumissão, o papel e ostatus do negro livre, imigração, com-

1233

Page 563: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

petição entre escravo e trabalho imi-grante. Baseado sobre observaçõesdiretas no Brasil, ao estudar o pro-blema de fornecimento adequado demão-de-obra. [5673]

Darwin, Charles. The voyage of the Beagle.New York, 1909.

Diário de viagem durante a ter-ceira década do século dezenove. Ocapítulo II trata do Rio de Janeiro,alguns parágrafos do capítulo XXIda Bahia e de Pernambuco.

Tradução portuguesa de J.Carvalho -- Viagens de um naturalistaao redor do mundo, Rio de Janeiro, Bra-sil Editora, 1937, 474 p. il. [5674]

Davatz, Thomas. Die Behandlung der Kolo-nisten in der Provinz St. Paulo in Basilienund deren Erhebung gegen ihre Bedrücker.Chur, Leonhard Hiz, 1858. 242 p.

Relato de um participante noconflito de classe em que estiveramenvolvidos colonos suíços de umafazenda de café em São Paulo, emmeados do século dezenove.

Tradução portuguesa por SérgioBuarque de Holanda, com notas euma Introdução do tradutor, Memóriasde um colono no Brasil, 1850. São Paulo.Liv. Martins, 1941, 276 p. [5675]

Davis, Horace B. Padrão de vida dos operá-rios da cidade de São Paulo (Rev. Arq.Mun. São Paulo, v. 13, junho, 1935,p. 113-66, quad. est.)

Estudo principalmente de Eco-nomia, com atenção para nutrição ehabitação. A tabela 3 contém dadossobre o tamanho da família (187 ca-sos, cidade de São Paulo). [5676]

Deffontaines, Pierre. Geografia humana doBrasil: I, Os elementos da natureza (Rev.

Bras. Geog., ano 1, nº 1, janeiro,1939, p. 19-67, il. fot.)

Geografia Física, baseada emconsideráveis viagens e cuidadosoestudo. [5677]

Deffontaines, Pierre. Geografia humana doBrasil: III. As duas grandes cidades: Riode Janeiro e São Paulo. (Rev. Bras.Geog., ano 1, nº 2, Rio de Janeiro,abril, 1939, p. 34-46, fot.)

Geografia. [5678]Deffontaines, Pierre. Geografia humana do

Brasil: IV. Geografia econômica (Rev.Bras. Geog., ano 1, nº 3, Rio de Ja-neiro, julho, 1939, pl. 16-59, il., fot.)

Geografia Econômica. [5679]Deffontaines, Pierre. Regiões e paisagem do

Estado de São Paulo (Geog. ano 1, nº 2,São Paulo 1935, p. 117-69.)

Geografia. Cuidadosa tentativapara delimitar regiões geográficas noEstado de São Paulo. [5680]

Denis, Jean Ferdinand. Brésil, first section(p. 384) of L’univers: Histoire et descrip-tion de tous les peuples by Ferdinand Denisand M. C. Famin. Paris, Didot frères,1837. 416 p. il. map.

Inclui notas sobre composiçãoracial, características psicológicas esociais da população brasileira, po-voamento, tipos sociais, importaçãode africanos, imigração, relações en-tre raças, assimilação, escravatura eoutras instituições, idéias e atitudescaracterísticas, imperialismo cultural,mudança cultural. Acham-se apensas90 litografias coligidas de várias fontes.

Tradução portuguesa, Brasil, Co-lômbia e Guianas, 2 V., Lisboa da Cu-nha, 1844, 1845, 389, 372 p. e 22 li-tografias. [5681]

1234

Page 564: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Denis, Pierre. Le Brésil au XXe siècle. 7th

printing. Paris, Armand Colin, 1928.307 p.

Inclui notas sobre composição dapopulação, imigração, povoamento,competição ecológica, miscigenação,estrutura social, instituição escravo-crata, comunicação, conflito.

Tradução portuguesa -- O Brasilno século XX, Lisboa, José Bastos &Cia., s.d., 408 p. Tradução inglesapor Bernard Miall, com um capítulosobre história do Brasil pelo tradutore um capítulo suplementar porDawson A. Vindin, Brazil, Lon-dres, T. Fisher Unwin, 1911, 388 p.map. fot. [5682]

Dent, Hastings Charles. A year in Brazil.London, Kegan Paul, Trench & Co.,1886, 444 p. map. fot.

Detalhado diário de viagem e re-sidência, fins do século dezenove,Rio de Janeiro, Minas Gerais (espe-cialmente), Bahia, Pernambuco. Umdos cerca de 20 apêndices trata daescravidão, outro de instituições reli-giosas. [5683]

Dgent, Ho He. Cartas de um chinês do Bra-sil para a China. Trad. de Simão deMântua. São Paulo, Monteiro Lobato& Cia, 1923. 271 p.

Certas destas cartas de um chinêsno Brasil (especialmente cartas, 2, 3e 4) contêm informações sobre de-sintegração da família, crime, jogati-na, festas públicas, comportamentopolítico. [5684]

Dgent, Ho He. Os diálogos das grandezas doBrasil. Introdução de Capistrano deAbreu, notas por Rodolfo Garcia.Rio de Janeiro, Pub. da AcademiaBrasileira, II, 1930. 315 p.

Seis diálogos ocupando-se princi-palmente de geografia, história eeconomia do Nordeste brasileirodos fins do século XVI, com algunsdados (especialmente no diálogo fi-nal) sobre folkways, mores e institui-ções da época e lugar. Uma das pri-meiras fontes fidedignas. Ver tam-bém um resumo desses diálogos porCapistrano de Abreu, Rev. Inst. Hist.Pernambucano, vol. 11, 1903-1904, p.559-73. [5685]

Dornas, João (Filho). Algumas questões defolclore. (Rev. Arq. Mun. São Paulo,vol. 46, abril, 1938, p. 145-79.)

Coleção de mitos, lendas, crençase canções correntes entre o folk doBrasil Central. Cita quatro diferentesversões de um conto comum a: 1)Sergipe, 2) Minas Gerais, 3) Oesteda África e 4) Sul dos Estados Uni-dos, essencialmente idênticas masvariando em certos detalhes, paraapoiar (de forma não convincentepara o crítico) a hipótese de origemparalela. [5686]

Dornas, João (Filho). Cantiga dos capinado-res de rua em Belo Horizonte. (Rev. Arq.Mun. São Paulo, vol. 50, setembro,1938, p. 89-92.)

Coleção de canções de trabalhocantadas por crianças (negras, namaior parte) que capinam ruas em BeloHorizonte, Minas Gerais. [5687]

Duarte, Nestor. Gado humano. Rio de Ja-neiro, Irmãos Pongetti, s.d. 201 p.

Romance da vida de uma fazendade gado no Estado da Bahia, comatenção para o isolamento, códigostradicionais, controle social, confli-to entre grandes proprietários e oEstado. [5688]

1235

Page 565: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Elliott, L. E. Brazil today and tomorrow.New York, Machmillan Co., 1922. x,338 p. fot. quad. estat.

Informações sobre o Brasil parao leitor comum, com principal aten-ção para os fenômenos econômicos,alguma atenção para o povoamento,contato cultural, relações entre raçase entre classes, o status e papel donegro, do mestiço e da mulher, mis-cigenação, imigração, assimilação, ti-pos sociais, folkways, mores, idéias, ati-tudes, interesses. [5689]

Erse, Armando (João Luso). Terras doBrasil. Rio de Janeiro, Liv. Marisa,1933. 224 p.

Recentes notas de viagem, Bahia,Pernambuco, Minas Gerais, SãoPaulo, Rio Grande do Sul. [5690]

Ewbank, Thomas. Life in Brazil. NewYork, Harper & Bros., 1856. ix, 469p. il.

Notas detalhadas de viagem, so-bre o Rio de Janeiro e arredores,em meados do século 19, com es-pecial interesse pelos fenômenossociais. [5691]

Farhat, Emil. Canjirão. Rio de Janeiro,José Olímpio, 1939. 209 p.

Romance contando as experiên-cias de um menino durante umaadolescência de vagabundagem eposterior carreira de trabalho, no sé-culo vinte, no sul de Minas, com es-pecial atenção para o conflito declasse. [5692]

Fazenda, José Vieira. Antiqualhas e memó-rias do Rio de Janeiro. (Rev. Inst. Hist.Geog. Bras., tomo 86, Rio de Janei-ro, 1919, p. 5-463; tomo 88, 1920, p.1-510; tomo 89, 1921, p. 1-495; tomo

93, 1923, p. 1-615; tomo 95, 1924, p.1-641.)

Reimpressão de artigos publica-dos num período de cerca de cin-qüenta anos e baseados sobre expe-riência pessoal e documentos histó-ricos. Inclui material descritivo, deconsiderável valor para o estudiosocuidadoso, sobre a estrutura socialdo Rio em diferentes épocas, suapopulação, instituições, folkways,mores. [5693]

Fernandes, João Batista Ribeiro de An-drade. O folclore. Rio de Janeiro, Jacin-to Ribeiro dos Santos, 1919. 326 p.

Coleção e breve análise de materialfolclórico, com especial atenção paraversões correntes no Brasil. [5694]

Ferraz, Aidano do Couto. Traços de in-fluência da água na paisagem social doNordeste e do Recôncavo. (Rev. Arq.Mun. São Paulo, vol. 60, agosto,1939, p. 123-36.)

Breve análise do papel da comu-nicação fluvial no desenvolvimentodo Nordeste brasileiro, com notassobre certas festas populares co-muns a essa região. [5695]

Fontes, Amando. Os corumbas. Rio de Ja-neiro, José Olímpio, 1935. 259 p.

Romance realista das experiênciasdo século vinte na capital de Sergipe(Aracaju), vivida por uma família daclasse "baixa", desorganização pes-soal e familiar que acompanhou amobilidade de uma sociedade ruralestável para uma nova ordem urba-na, industrializada. [5696]

Fontes, Amando. A rua do siriri. Rio deJaneiro, José Olímpio, 1937. 365 p.

1236

Page 566: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Romance realista da vida correntede prostitutas e amantes em Aracaju,Estado do Sergipe. [5697]

Franco, Afonso Arinos de Melo. O mes-tre de campo. Rio de Janeiro, Alves,1918. 167 p.

Romance (publicado postuma-mente) sobre a vida dos fins do sé-culo dezoito em Vila Rica (OuroPreto) Minas Gerais, especialmenteentre as famílias das classes elevadas,possuidoras de escravos e entre osmilitares. [5698]

Freitas, Bezerra de. Fontes da cultura brasi-leira. Porto Alegre, Liv. do Globo,1940. 191 p.

Ensaios sobre a formação e ca-racterísticas da sociedade brasileira,com algumas análises argutas. Cha-ma-se a atenção para certo número dediferentes tipos sociais, estudos neces-sários na história social. [5699]

Freire, Gilberto. Um engenheiro francês noBrasil. Rio de Janeiro, José Olímpio,1940. 218 p. il. fot.

Escrita principalmente como co-mentário ao diário de um engenheirofrancês, Vauthier, que exerceu suaprofissão a serviço do governo per-nambucano de 1840 a 1846, esta obrafornece dados úteis (baseados sobrenotícias de jornais e anúncios, docu-mentos estaduais e particulares) sobrecontato e difusão culturais, especial-mente como são medidos por técni-cos; sobre características de Recife, emmeados do século dezenove. Acham-se mencionados no prefácio algunsdos obstáculos no Brasil para pesqui-sas de caráter histórico. [5700]

Freire, Gilberto. Mocambos do Nordeste.Rio de Janeiro, Ministério de Educa-

ção e Saúde, 1937. 34 p. (Pub. Serv.do Patrimônio Histórico e ArtísticoNacional nº 1.)

Notas detalhadas sobre desenhoe construção das habitações maisprimitivas do povo do Nordeste bra-sileiro, com especial atenção paraPernambuco. Acham-se apensas re-produções de nove aquarelas de Di-mitri Ismailovich (duas reproduzidasem cores) e nove diagramas de M.Bandeira. [5701]

Frezier, Amadeu Francisco. Relation duvoyage de la mer du sud. Paris, Nyon, Ga-neau, Quillau, 1716. vi, 298 p. il. map.

Notas de viagem, princípios doséculo dezoito, sendo que as páginas270-79 se referem ligeiramente aoBrasil (Bahia). [5702]

Galeno, Juvenal.vide

Silva, J. G. da Costa e.Gallet, Luciano. Estudos de folclore; introd.

de Mário de Andrade. Rio de Janeiro,Carlos Wehrs Cia., 1937. 115 p. il.

Coleção póstuma de estudos damúsica de folk brasileiro. Inclui da-dos sobre as conseqüências docontato entre elementos culturaisde origem européia, africana e indí-gena. [5703]

Gardner, George. Travels in the interior ofBrazil, 1836-1841. London, ReeveBros., 1846. 562 p. mapa.

Notas de viagem, meados do sé-culo dezenove, Rio de Janeiro, Mi-nas Gerais, Bahia, Alagoas, Pernam-buco, Ceará, Piauí, Goiás, Maranhão.

Tradução brasileira por AlbertoPinheiro -- Viagens no Brasil, São Pau-lo, Editora Nacional, 1942, 467 p.mapa. [5704]

1237

Page 567: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Gomes, Lindolfo. Contos populares. SãoPaulo, Cia. Melhoramentos, s.d. 2 v.

Coleção anotada de mitos, len-das, contos, canções, de caráter se-cular e religioso, transmitidas verbal-mente, procedentes de diferentespartes do Estado de Minas Gerais,muitas das quais elucidam os interes-ses, atitudes, valores, a estrutura dasociedade. [5705]

Goycochea, Castilhos. A alma heróica dasCoxilhas. Rio de Janeiro, Jornal do Co-mércio, 1935. 177 p.

Notas sobre os habitantes do RioGrande do Sul, sua origem étnica,características psicológicas, atitudes,comportamento costumeiro, conta-tos com outros brasileiros. [5706]

Graham, Maria. Journal of a voyage to Bra-zil, 1821-1823. London, Longman &Co. and Murry, 1824, vi, 335 p. il.quad. estat.

Diário detalhado de viagem, prin-cípios do século dezenove. Pernam-buco, Bahia, Rio de Janeiro, cominteresse especial para fenômenossociais. [5707]

Guimarães, Maria Stela, e Silva, Cecíliade Castro. Pesquisas sobre a mancha pig-mentária congênita na cidade de São Paulo.(Rev. Arq. Mun. São Paulo, vol. 36,junho, 1937, p. 47-69, quad. estat.)

Estudo principalmente de Bio-logia, de interesse para os estudio-sos de raça. Inclui quadro sobredistribuição de população por na-cionalidade e cor na cidade de SãoPaulo. [5708]

Gurgel, Leôncio do Amaral. João Ramalhoperante a história (Rev. Inst. Hist.Geog. São Paulo, vol. 9, 1904, p.444-84.)

Estudo cuidadosamente docu-mentado de um famoso aventureiroportuguês que viveu por muitosanos entre índios, no local ondeatualmente se acha a cidade de SãoPaulo. Elucida aqui e ali circunstân-cias e condições dos primeiroscontatos entre europeus e índiosnativos. [5709]

Harnisch, Wolfgang Hoffmann. Brasi-lien: Bildnis eines tropischen Grossreiches.Hamburg, Hanseatische Verlagsans-talt, 1938.

Recentes notas de viagem, Rio deJaneiro, São Paulo, Bahia, Ceará.

Tradução portuguesa de certaspartes, feitas por Humberto Augusto-- O Brasil que eu vi, São Paulo, Cia.Melhoramentos, s.d., 294 p. Prefáciopor Lourival Fontes. [5710]

Harnisch, Wolfgang Hoffmann. RioGrande do Sul: Die Geschichte einer Reise.Porto Alegre, Liv. do Globo, 1941.587 p. fot.

Notas de viagem, Rio Grande doSul, com especial atenção para os fe-nômenos sociais.

Tradução portuguesa de A. Rai-mundo Schneider e Arquibaldo Se-vero -- O Rio Grande do Sul, PortoAlegre, 1941, 587 p., fot. [5711]

Ihering, Hermann von. A antropologia doEstado de São Paulo (Rev. Mus. Paulis-ta, vol. 7, 1907, p. 202-57.)

Etnologia. Contém às vezes ob-servações sobre mudança culturaldevida ao contato entre índios nativose europeus, Estado de São Paulo,princípios do século XX. [5712]

Ihering, Hermann von. Imigração e coloni-zação. (Obs. Econ. Fin., ano 2, nº 12,

1238

Page 568: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Rio de Janeiro, fevereiro, 1937, p. 29-35, fot.)

Política Social. Ocupa-se, princi-palmente da política de imigração.Oferece sugestões sobre estudo epesquisa necessários. [5713]

Kelsey, Vera. Seven keys to Brazil. NewYork, Funk & Wagnalls, 1940. xx,314 p. map. fot.

Livro principalmente de infor-mações para o leitor comum, in-cluindo dados geográficos, históricose econômicos. Contém também in-formações consideráveis sobre ori-gem e composição da população,miscigenação, instituições, folkways,mores, personagens, idéias, atitudes,das diferentes regiões do Brasil con-temporâneo. [5714]

Kidder, Daniel P. Sketches of residence andtravels in Brazil. Philadelphia, Sorin &Ball, 1845. 2 v.

Notas detalhadas de viagem,meados do século dezenove, comespecial interesse pelos fenômenossociais. No gênero, uma das melho-res fontes que existem. Traduçãoportuguesa de Moacir N. Vasconce-los, publicada em dois volumes: vol.I, Reminiscências de viagens e permanênciano Brasil (Rio de Janeiro e província deSão Paulo); São Paulo, Liv. Martins,1940, 315 p.; Vol. II, Reminiscênciasde viagem e permanência no Brasil(Províncias do norte), São Paulo, Liv.Martins, 1943, 263 p. il. [5715]

Kidder, Daniel P., e Fletcher, J. C. Braziland the Brazilians. Philadelphia, Childs& Peterson, 1857. 630 p. il. map.

Notas detalhadas baseadas emvinte anos de residência e viagempelo Brasil, suplementadas por obras

publicadas em francês, alemão, in-glês e português existentes naquelaépoca. Incorpora, em forma altera-da, o manuscrito de Daniel P. Kid-der (ver item acima).

Tradução portuguesa (da 7ª ed.inglesa) por Elias Dolianiti, revista eanotada por Edgard Süssekind deMendonça -- Brasil e os Brasileiros, 2 v.,

São Paulo, Editora Nacional, 1941, ilus.Inclui prefácio da 6ª ed. pelos autores euma nota biográfica por Edgard Süsse-kind de Mendonça. [5716]

Kipling, Rudyard. Brazilian sketches. NewYork, Doubleday Doran, 1940. 115 p.

Ensaios sobre viagens, Rio de Ja-neiro e São Paulo, coligidos e repu-blicados. [5717]

Koseritz, Carl von. Bilder aus Brasilien;pref. por A. W. Sellin. Leipzig undBerlin, Wilhem Friedrich, 1885. xiii,379 p. il.

Diário de viagem 1883, Rio deJaneiro, São Paulo, por um publi-cista (do importante jornal em lín-gua alemã, Koseritz Deutsche Zeitungde Porto Alegre, 1864-1865) e polí-tico, de origem alemã, residente noBrasil, havia trinta e dois anos, naocasião em que o livro foi escrito.Publicado primeiramente em sérieno jornal Koseritz Deutsch Zeitung dePorto Alegre, 1883. Tradução portu-guesa, prefácio e notas de Afonso Ari-nos de Melo Franco -- Imagens do Brasil,São Paulo, Liv. Martins, 1943, 292 p.,ilust. [5718]

Krug, Edmundo. Curiosidade da superstiçãobrasileira. (Rev. Inst. Hist. Goeg. SãoPaulo, vol. 35, 1938, p. 223-56.)

Notas detalhadas sobre idéiasde folk sobre doenças e sua cura,

1239

Page 569: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

correntes em diferentes áreas doBrasil. [5719]

Lamego, Alberto (Filho). A planície do so-lar e da senzala. Rio de Janeiro, Liv.Católica, 1934. 192 p. fot.

Coleção de informações, emparte realista, em parte retórica, decaráter principalmente geográfico,etnológico, econômico, político,com referência à área de açúcar ede gado em torno de Campos, noEstado do Rio de Janeiro, com al-guma atenção também para a es-trutura social, instituições, festaspopulares, miscigenação, acultura-ção. Inclui breve descrição das ca-racterísticas físicas e sociais do"muxuangos", gente de cútis clara,olhos azuis ou verdes, lábios finos,que ocupam a região costeira emtorno da foz do Paraíba, que se ale-ga descenderem de piratas ingleses ede mulheres indígenas; os "mocoron-gos", híbridos de (principalmente) ori-gem indígena e negra, que ocupam aárea florestal e montanhosa do nor-deste do estado. Em prefácio, há umaanálise breve mas arguta, por OliveiraViana, sobre o desenvolvimento e ca-racterísticas da estrutura social do Es-tado do Rio e das características so-ciais de sua população, em contrastecom Minas, São Paulo, Rio Grande doSul e o Nordeste. [5720]

Laytano, Dante de. Os africanismos do dia-leto gaúcho. Porto Alegre, InstitutoHistórico, 1936. 66 p.

Lingüística. Sério estudo da sobre-vivência dos idiomas africanos no Es-tado do Rio Grande do Sul. [5721]

Leão, Antônio Carneiro. A sociedade rural.Rio de Janeiro. A Noite, s.d. 368 p. il.quad. estat.

Embora tratando principalmen-te de Política Social (especialmenteprogramas educacionais), este cui-dadoso estudo torna acessível con-siderável material sobre "forças"geográficas, biológicas, econômicas epolíticas que influenciam as socieda-des rurais brasileiras, o papel do iso-lamento e da migração, a disparidadeentre áreas rurais e urbanas, com re-ferência ao recente aumento de po-pulação, tipos sociais (tais como ocangaceiro do Nordeste), costumes,idéias e sentimentos característicosde diferentes regiões brasileiras. Re-comenda-se o estudo especialmentepela abordagem realista do autor aosproblemas brasileiros e sua insistên-cia pela pesquisa como essencialpara o plano social eficaz. [5722]

Lima, Alceu Amoroso. Contra-revolução es-piritual. Cataguazes (Minas), SpínolaFusco, 1933. viii, 260 p.

Filosofia Social, Ética Social.[5723]

Lima, Alceu Amoroso. Idade, sexo e tempo.Rio de Janeiro, José Olímpio, 1938.312 p.

Filosofia Social, Ética Social.[5724]

Lima, Alceu Amoroso. No limiar da idadenova. Rio de Janeiro, José Olímpio,1935. 333 p.

Filosofia Social, Ética Social, co-mentários eruditos sobre a atualcena intelectual, do ponto de vista da"Sociologia Católica". Recomenda aFilosofia Social e a Ética Social de Jac-ques Maritain. Critica os pontos de

1240

Page 570: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

vista relativistas e pragmáticos, "amania dos fatos". [5725]

Lima, Alceu Amoroso. Pela reforma social.Cataguazes (Minas), Spínola & Fus-co, 1933. iv, 244 p.

Ensaios de Política Social, Filo-sofia Social, Ética Social, por umhábil expoente da "Sociologia Ca-tólica". [5726]

Lima, Alceu Amoroso. Problema da bur-guesia. Rio de Janeiro, Schmidt, 1932.242 p.

Filosofia Social, Ética Social.

[5727]Lima, Araújo. Amazônia: a terra e o homem.

Rio de Janeiro, Ed. Alba, 1933. 311 p.

Estudo do Amazonas do qual ocuidadoso scholar pode aproveitar al-gumas informações sobre a compo-sição da população, mobilidade, mis-cigenação, estrutura social. [5728]

Lima, Hermes. Garimpos. Rio de Janeiro,Civilização Brasileira, 1932. 282 p.

Romance da vida entre os garim-peiros do Estado da Bahia, baseadoem experiências do autor durante umano de residência na região. [5729]

Lima, Hermes. Aspectos da vida sertaneja.(Obs. Econ. Fin., ano 3, nº 28, Riode Janeiro, maio, 1938, p. 54-59,map. foto.)

Breves notas de viagem, interiorda Bahia e Minas Gerais, com es-pecial atenção para a mudança cul-tural. [5730]

Lima, Jorge de. Calunga. Porto Alegre,Liv. do Globo, 1935.

Romance realista da vida de pes-cadores e outros moradores do lito-ral de Alagoas. [5731]

Lobato, José Bento Monteiro. Cidadesmortas. São Paulo, Ed. da Rev. doBrasil, 1919. 210 p.

Acham-se incluídas descriçõesbreves, humorísticas, realistas, às ve-zes irônicas, da vida do interior doEstado de São Paulo. [5732]

Lowrie, Samuel Harmon. A assistência fi-lantrópica da cidade de São Paulo. (Rev.Arq. Mun. São Paulo, vol. 27, setem-bro, 1936, p. 197-238; vol. 28, outu-bro 1936, p. 177-212; vol. 29, no-vembro 1936, p. 25-49; vol. 30, de-zembro, 1936, p. 143.)

Serviço Social. [5733]Lowrie, Samuel Harmon. Pesquisa de pa-

drão de vida dos operários da limpeza pú-blica da municipalidade de São Paulo.(Rev. Arq. Mun. São Paulo, vol. 51,outubro, 1938, p. 183-304, quad. es-tat.)

Além do material de interesseprincipalmente para os economistas,este cuidadoso estudo das famíliasde 306 operários empregados noserviço de limpeza pública da muni-cipalidade de São Paulo contém da-dos sobre a distribuição por idade,sexo e nacionalidade, tamanho dasfamílias, alfabetização. [5734]

Luccock, John. Notes on Rio de Janeiro andthe southern of Brazil. London, SamuelLeigh, 1820. xv, 639 p. map.

Notas detalhadas de viagem e re-sidência de um comerciante e hábilobservador inglês, dos princípios doséculo XIX (1808-1818), no Rio deJaneiro, Minas Gerais, Paraná, SantaCatarina, Rio Grande do Sul, comespecial interesse pelos fenômenoseconômicos, políticos e sociológicos.Entre as ilustrações acha-se incluído

1241

Page 571: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

um mapa da cidade do Rio de Janeiroem 1820. Apenso acha-se um glossá-rio de termos tupis.

Tradução portuguesa de Miltonda Silva Rodrigues -- Notas sobre o Riode Janeiro e partes meridionais do Brasil,São Paulo. Liv. Martins, 1942, 435 p.quadros estatísticos, mapas, outrasilust. [5735]

Maack, Reinhard. The Germans of southBrazil: a German view. (Quart. Journ.Inter-americ. Rel., vol. 1, nº 3, Was-hington, D.C., 1939. p. 5-23.)

Breve exposição sobre os imi-grantes de origem alemã do Sul doBrasil, seu número e relações com osbrasileiros natos, apresentado doponto de vista alemão por um hábilgeógrafo alemão. (Ver também item389.) [5736]

Machado, Antônio de Alcântara. Lirapaulistana. (Rev. Arq. Mun. São Paulo,vol. 17, outubro, 1935, p. 189-220.)

Folclore. Coleção de baladas ecanções populares comuns à cidadede São Paulo, juntamente com umabreve análise de seu caráter, especial-mente em contraste com o de da-dos semelhantes de outras partesdo Brasil. [5737]

Machado, Antônio de Alcântara. Rapso-dos do Tietê (Rev. Arq. Mun. São Pau-lo, vol. 18, novembro-dezembro1935, p. 235-39.)

Folclore. Continuação do item 477.[5738]

Magalhães, Basílio de. Folclore em verso efolclore em prosa. (Rev. Inst. Hist.Geog. Bras., vol. 172, Rio de Janeiro,1937, p. 3-164; 337-97.)

Folclore. Revisão e aditamento àcontribuição do autor ao item 480.

Inclui anotada coleção de mitos elendas correntes entre o folk brasilei-ro (p. 73-135), com bibliografias, umtanto exaustivas, às vezes críticas,sobre o folclore brasileiro (p. 5-38),o negro brasileiro (p. 46-56), estudosregionais (p. 150-64). [5739]

Magalhães, Basílio de, e Campos, Joãoda Silva. O folclore no Brasil. Rio de Ja-neiro, Liv. Quaresma, 1928. 332 p.

Survey erudito relativamenteexaustivo, por Basílio de Magalhães,dos extensos materiais de folcloreproduzidos no Brasil, com atençãopara as variações regionais e tempo-rais de certos mitos e lendas. Acha-se apensa uma coleção de 81 contospopulares (inclusive fábulas), princi-palmente da Bahia, coligidas porJoão da Silva Campos e reproduzi-das com vocabulários e construçãode frase empregados pelo folk. (Vertambém item 393.) [5740]

Magalhães, Celso de. Estudos sobre a poe-sia popular brasileira (Rev. Nac., Ciên-cia, Arte Let., nºs 3 e 4, São Paulo,1877).

Folclore. Uma das primeiras pu-blicações do gênero no Brasil.(Não foi possível ao crítico exami-ná-la.) [5741]

Magalhães, Celso de. A poesia popularbrasileira. (O Trabalho, Recife, 1873.)

Folclore. Uma das primeiras pu-blicações no gênero no Brasil.(Não foi possível ao crítico exami-ná-la.) [5742]

Magalhães, José Vieira Couto de. Ensaiode antropologia: região e raças selvagens.(Rev. Inst. Hist. Geog.., Brasil. vol.36, parte 2, 1873, p. 359-516.)

1242

Page 572: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

As páginas 448-73 contêm co-mentários argutos sobre variação ra-cial no Brasil com referência à adap-tação, sobre miscigenação, caracte-rísticas físicas e sociais e papel domestiço, aculturação. [5743]

Mansfield, C.B. Paraguay, Brazil, and thePlate. Cambridge, Macmillan & Co,1856. xxi, 504 p. il. map.

Cartas de viagem, publicadas pos-tumamente, das quais as p. 1-121tratam do Brasil (especialmente dePernambuco e Rio de Janeiro), porum jovem químico, meados do sécu-lo dezenove. Em prefácio, acha-seum esboço biográfico por CharlesKingsley. [5744]

Marques, Francisco Xavier Ferreira. Ofeiticeiro. Rio de Janeiro, Leite Ribeiro,1922. 371 p.

Romance vívido da vida na Bahiapor volta de 1870. Tende a elucidaros folkways e mores da época e lugar,estrutura da família, a significação dailegitimidade, relações entre raças, ostatus do mestiço, idéias, atitudes,crença, magia negra de origem afri-cana. [5745]

Marroquim, Mário. A língua do Nordeste.São Paulo, Editora Nacional, 1934.237 p.

Lingüística. Análise detalhada dasvariações dialéticas do português fa-lado nos Estados de Pernambuco eAlagoas. [5746]

Mathison, Gilbert Farquhar. Narrative ofa visit to Brazil, Chile, Peru and the Sand-wich Islands, 1821 e 1822. London,Charles Knight, 1825. xii, 478 p. il.map.

Notas de viagem, as quais às p. 1-170 tratam do Brasil (Estado do Rio

de Janeiro), de entomologista e orni-tologista inglês, princípios do séculodezenove, com considerável interes-se pelos fenômenos sociais. [5747]

Matos, Dalmo Belfort de. Folclore praianode São Paulo (Rev. Arq. Mun. SãoPaulo, vol. 57, maio, 1939 p. 151-56).

Breves notas sobre povoamentoe características da população da re-gião costeira do Estado de São Pau-lo, papel do isolamento e do conta-to, certas cerimônias, jogos, danças,mitos, lendas correntes na área, va-riação cultural com relação à regiãodo planalto. [5748]

Matos, Raimundo José da Cunha. Coro-grafia histórica da província de Goiás(Rev. Inst. Hist. Geog. Bras., Rio deJaneiro 1874, p. 213-398: tomo 38,parte 1, 1875, p. 5-150).

Este longo relatório sobre (prin-cipalmente) geografia, história e eco-nomia da província de Goiás, feitoem 1824 para o governo portuguêspor um oficial do exército, contémtambém (Tomo 37, p. 398-312;tomo 38, p. 16-28, 118-121, 150) no-tas sobre o povoamento de Goiás,número, idéias, atitudes, folkways, mo-res, da época e lugar. [5749]

Mawe, John. Travels in the interior of Brazil.London, Longman, Hurst, Rees,Orme, and Brown, 1912. vii, 366p. il.map.

Diário de viagens de um comer-ciante inglês, princípios do séculodezenove, Rio de Janeiro, Santa Ca-tarina, São Paulo, Minas Gerais(além de Uruguai e Argentina), comprincipal atenção para os processoseconômicos. Também com alguminteresse pelos fenômenos sociológi-

1243

Page 573: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

cos. Acham-se apenas (cap. XVII --XIX) notas descritivas sobre estadosnão visitados: Bahia, Pernambuco,Ceará, Maranhão, Pará, Goiás, MatoGrosso, Rio Grande do Sul.

Tradução francesa de J.B.B. Ey-ries, Voyages dans l’ntérieur du Brésil, 2v., Paris, Gilde Fils, 1816, il. [5750]

Melo Mário, e outros. Lendas Pernambuca-nas (Rev. Inst. Archeol. Geog. Per-nambucano, vol. 29, Recife, 1829-1929, p. 33-49).

Lendas de Pernambuco. [5751]Mendonça, Renato de. A influência africa-

na no português do Brasil; pref. de Ro-dolfo Garcia, 2ª ed. São Paulo, Edi-tora Nacional, 1935. 255 p. il. map.

Principalmente lingüística. Cole-ção de breves estudos incluindo:modificações dialética na língua por-tuguesa falada em diferentes áreasdo Brasil, o tráfico de escravos, pro-cedência de folk de origem africana,miscigenação, temas negros na litera-tura brasileira. Acha-se apensa umalista de palavras presumivelmente deorigem africana que foram incorpo-radas ao português falado no Brasil,juntamente com alguma tentativa deanálise etimológica. [5752]

Menucci, Sud. O pensamento de AlbertoTorres. São Paulo, Imprensa Oficialdo Estado, 1940. 60p.

Apreciação da contribuição pionei-ra de Alberto Torres ao estudo dos fe-nômenos à Política Social. [5753]

Metzler, Franz. Volkstum und volksge-meiinschaft. Porto Alegre, Cia. Metzler,1937. 179p.

Coleção de ensaios, de caráterpolêmico, por germano-brasileiros,que tendem a elucidar a atuação do

processo de assimilação entre imi-grantes alemães e seus descendentesno Brasil. Nega-se a necessidade,por parte dos germano-brasileiros,de aceitarem a ideologia racial dos lí-deres do Terceiro Reich, fazendo-sedistinção entre: 1) "modo de viver"alemão (Volkstum) e 2) identificaçãopolítica com a Alemanha Nacional So-cialista (Volksgemeinschaft). [5754]

Milliet, Sérgio.

vide

Silva, Sérgio Milliet da Costa e.

Miranda, Agenor Augusto de. O rio SãoFrancisco. São Paulo, Editora Nacio-nal, 1936 149 p., map., fot., quad. es-tat.

Estudo de Política Social, basea-do em observações de um engenhei-ro durante 24 anos de viagem pelointerior do Brasil. Contém tambéminformações consideráveis sobre po-voamento, densidade e distribuiçãode população, sua rarefação pelaemigração, comunicações -- tudocom referência ao vale do São Fran-cisco e áreas contíguas. [5755]

Monbeig, Pierre. Ensaios de geografia hu-mana brasileira. São Paulo, Liv. Mar-tins, 1940 292 p. fot., map.

Geografia Humana. Coleção deartigos, conferências, notas de via-gem, anteriormente publicados emrevistas brasileiras ou francesas.Contém dados sobre povoamento emeios de comunicação no Brasil: es-tatísticas de população (São Paulo),descrições detalhadas de certas mo-dificações da superfície da terra devi-do a ação dos povoadores e seusdescendentes nos Estados de São

1244

Page 574: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Paulo, Paraná, Goiás, Mato Grosso.Bahia. [5756]

Monteiro, Lobato.

vide

Lobato, José Bento Monteiro.

Morais, Evaristo de. Ensaios de patologiasocial. Rio de Janeiro, Leite Ribeiro,1921. 446 p.

Problemas sociais; dependência,alcoolismo, prostituição. [5757]

Morais, Evaristo de. A escravidão afri-cana no Brasil, das origens à extinção.São Paulo, Editora Nacional,1933. 253 p.

Descrição documentada de (espe-cialmente) aspectos políticos da ins-tituição escravocrata no Brasil e domovimento abolicionista. [5758]

Morais, Rubens Borba de. Contribuiçõespara a história do povoamento de São Pau-lo até fins de século XVIII (Geog., noano 1, nº 1, 1935, p. 69-87).

Estudo crítico, de caráter principal-mente histórico, que tende a elucidaras circunstâncias do povoamento eu-ropeu no Estado de São Paulo, pri-meiros contatos entre indígenas eeuropeus recém-chegados, caracterís-ticos e distribuição dos primeiros po-voadores europeus, origem de certascidades paulistas. [5759]

Mota, Leonardo. Cantadores. Rio de Ja-neiro, Liv. Castilho, 1921. 398 p. fot.

Folclore. Coleção de canções toca-das e cantadas por oito cantadores doCeará, juntamente com certas formasalternadas das canções e breve análisedas formas musicais e poéticas nelascompreendidas. Acham-se incluídasnotas sobre os cantadores, cerca de 50anedotas correntes entre os "matutos"

do Ceará, e um glossário de termospeculiares à região. [5760]

Mota, Leonardo. Violeiros do norte. São Paulo,Cia. Monteiro Lobato, 1925. 311 p.

Folclore. Coleção anotada, emcontinuação aos Cantadores do autor(ver item acima), de baladas e outraspoesias e canções de folk, anedotas,fábulas, especialmente do Ceará eParaíba, mas também da Bahia, Per-nambuco, Minas Gerais e EspíritoSanto, juntamente com notas sobrecertos famosos cantadores da Paraí-ba. Acha-se apenso um glossário depalavras ou frases peculiares à re-gião. [5761]

Nash, Roy. The conquest of Brazil. NewYork, Harcout, Brace& Co., 1926.

Contém considerável material deinteresse para o sociólogo, especial-mente as seções II ("The Seed") eIV ("The Sowing") do Livro I, quetratam do processo de povoamentoe dos antecedentes raciais dos pio-neiros povoadores, e o CapítuloXIII que procura analisar as institui-ções da famílias e do casamento noBrasil.

Tradução portuguesa de MoacirN. Vasconcelos, A conquista do Brasil,São Paulo, Editora Nacional, 1939,501 p. il., maps. [5762]

Neme, Mário. Um município agrícola (Rev.Arq. Mun. São Paulo, vol. 57, maio1939, p. 5-96.

Embora seja principalmente umestudo de Economia, inclui material,com referência ao município de Pira-cicaba no Estado de São Paulo, so-bre densidade e crescimento da po-pulação e sobre mobilidade de es-tações. [5763]

1245

Page 575: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Netscher, Pieter Marinus. Les Hollandaisau Brésil, The Hague, Belinfante Frè-res, 1853. XXXII, 209 p. il., quad. es-tat.

História. Relato detalhado, com-preendendo imperialismo (dos ho-landeses) ecológico, econômico epolítico, no Brasil, princípios do sé-culo XVII. Em prefácio acha-se umaestimativa crítica de cada fonte em-pregada.

Algumas partes publicadas pelaprimeira vez no Moniteur des Indes-Orientales e Occidentales (Haia), 1848-1849. Tradução portuguesa de MárioSette. Os holandeses no Brasil. São Pau-lo, Editora Nacional, 1942, 289 p.quadros estatísticos, mapa, outrasilus. [5764]

Nieuhof, Johan. Gedenkweerdige Brasiliaen-se Zee -- en lant-Reize. Amsterdam. Ja-cob van Meurs. 1682. 548 p. il.

As páginas 1-240 da edição origi-nal, 1-156 da tradução inglesa e todaa edição portuguesa referem-se aoBrasil. Narrativa histórica e notas deviagem e residência, costa nordeste,1640-1649 (durante o período dodomínio político holandês) de umagente da Companhia das ÍndiasOrientais Holandesas e hábil obser-vador, coligidas e publicadas postu-mamente pelo irmão do autor.Acham-se incluídas, entre as ilustra-ções, mapas das cidades de Olinda eSalvador, do século dezessete.

Tradução portuguesa de MoacirN. Vasconcelos (da edição inglesa,Voyage and Travels into Brasil and theEast-Indias. Londres. Awnsham eJohn Churchill, 1703, 369 p.), confe-rida com o original holandês por

José Honório Rodrigues, Memorávelviagem marítima e terrestre ao Brasil, SãoPaulo, Liv. Martins, 1942, XX --389 p., map. outras ilus. Introdu-ção, notas e crítica bibliográficadas obras do autor, por José Ho-nório Rodrigues. [5765]

Oberacker, C. H. Vocabulário de palavrasportuguesas que os descendentes de colonosalemães acolheram na língua vulgar (So-ciologia, vol. 1, nº 3, São Paulo, agos-to, 1939, p. 96-104).

Breve estudo de aculturação entreimigrantes alemães no Sul do Brasil,com especial atenção para modifica-ções lingüísticas. [5766]

Oliveira, João Batista Perdigão de. O ele-mento servil, os cearenses e o Ceará (Rev.Inst. Hist. Geog. Bras., tomo especial,Primeiro Congresso de História Na-cional, parte 4, Rio de Janeiro, 1914,p. 429-62).

História Legal. [5767]Oliveira, Sebastião Almeida. Com adivi-

nhas populares. (Rev. Arg. Mun. São Pau-lo, vol. 66, abril-maio, 1940, p. 59-76).

Coleção de cem charadas corren-temente conhecidas no Brasil, obser-vadas no município de Tanabi, Esta-do de São Paulo. [5768]

Orbigny, Alcides d’. Voyage dans les deuxAmériques. Ed. Rev. Paris, Furne, Jou-vet et Cie., 1867. IV, 615 p. il. map.

Notas de viagem, sendo que aspáginas 120-85 tratam do Brasil(Pará, Maranhão, Piauí, Bahia, MinasGerais, Rio de Janeiro, São Paulo),meados do século XIX. [5769]

Orton, James. The Andes and the Amazon;introd. de J.C. Fletcher. New York,Harper & Brothers, 1870. 356 p. il.,map.

1246

Page 576: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Notas de viagem de um membroda expedição Smithsonian às regiõesdo Amazonas (e Andes), meados doséculo XIX. [5770]

Palma, Sebastião F. Estudo sociolográfico-folclórico (Sociologia, V. 1, nº 1, SãoPaulo, março, 1939, p. 84189).

Lista de 148 itens que, no espíritodo folk da área de Ribeirão Preto ecircunvizinhanças, no norte do Esta-do de São Paulo, se associam com asorte ou azar. [5771]

Paternostro, Júlio. Padrão de vida em Mi-nas Gerais (Rev. Arq. Mun. São Paulo,vol. 39, setembro, 1937, p. 219-60,map., quad. estat.).

Dados coligidos por um oficialdo Serviço de Febre Amarela (sobos auspícios da Rockefeller Founda-tion e do Governo Brasileiro), du-rante uma permanência de seis me-ses no município de Teófilo Otoni,no norte de Minas, sobre a popula-ção total desta área, distribuição depopulação por cor, idade e duração deresidência, tamanho e composição dasfamílias, hábitos comuns de dormir,trabalhar, comer e vestir. [5772]

Pereira, Juvenal Paiva. O problema rural(Rev. Arq. Mun. São Paulo, vol. 46,abril 1938, p. 325-46; vol. 48, junho,1938, p. 57-78).

Tratado principalmente de Políti-ca Social, com especial atenção paraeducação rural. As páginas 335-45do v. 46 contêm uma análise argutada estrutura da sociedade rural nosul de São Paulo. [5773]

Pernambuco. Comissão censitária dos mo-cambos do Recife. Observações estatísti-cas sobre os mocambos do Recife.

Recife, Imprensa Oficial, 1939. 46 p.quad. est.

Recente survey de habitações emRecife nas áreas residenciais de clas-se "baixa". [5774]

Pinto, Estêvão. Os indígenas do Nordeste.São Paulo, Editora Nacional, 1935,1938. 2. v. il., map., charts.

Etnologia. O capítulo III do Vol.I contém dados (bem documenta-dos) sobre contato racial, conflito ra-cial, acomodação, aculturação, assi-milação, ilustrados pelo caso do ín-dio do Nordeste brasileiro. [5775]

Pires, Cornélio. Sambas e cateretês. SãoPaulo, Editora Unitas Ltda., s.d. 325 p.

Folclore, Coleção de baladas eoutras poesias de folk (em dialeto)comuns aos "caipiras" do Estado deSão Paulo. [5776]

Prado, Orlando de Almeida. Em defesa daraça negra. São Paulo, Biblioteca Mu-nicipal, s.d. 16 p.

Reimpressão encadernada pelaBiblioteca Municipal de São Paulo(s.d.) de um discurso feito na Câma-ra dos Deputados do Estado de SãoPaulo, o que considerado juntamen-te com as interrupções e aplausos decolegas, tende a elucidar atitudes ra-ciais neste Estado. [5777]

Prado, Paulo da Silva. Paulística: história deSão Paulo, 2ª ed. Rio de Janeiro, Ariel,1934. 235 p.

Treze ensaios inspirados pelaobra pioneira de História Social deCapistrano de Abreu que, juntamen-te com os prefácios da 1ª e 2ª edições,permitem que se penetre de formareveladora na vida de São Paulo, emdiferentes épocas, durante quatro sé-culos, especialmente a respeito de

1247

Page 577: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

contato racial e cultural, papel doisolamento, miscigenação e os com-ponentes raciais da população, estru-tura da sociedade, instituições, com-portamento coletivo (tal como se re-velou nas bandeiras), tipos sociais, mo-res, atitudes, sentimentos, mudança ra-cial. Publicado, pela primeira vez, emsérie, no Estado de São Paulo. [5778]

Prado, Paulo da Silva. Retrato do Brasil.São Paulo, Duprat-Mayença, 1928.216 p.

Retrato literário, relativamentebem informado, muitas vezes preju-dicado por polêmicas e exageros, dascircunstâncias e condições do po-voamento e criação de uma nova so-ciedade no Brasil, com especial aten-ção para relações de raça e de sexo ecertas conseqüências do "movi-mento romântico" e do desejo deriqueza. [5779]

Putnam, Samuel. The Brazilian social novel(1935-1940). (Inter-amer, quart. vol.2, nº 2, Washington, D. C., April,1940, p. 5-12)

Breve survey dos "romances so-ciais" brasileiros inclusive de algunsde significação sociológica. [5780]

Queirós, Amadeu de. Provérbios e ditos po-pulares. (Rev. Arq. Mun. São Paulo,vol. 38, agosto, 1937. p. 3-46).

Folclore. Coleção de provérbios editos populares do sul de Minas Ge-rais e da contígua região norte do Es-tado de São Paulo, com alguma tenta-tiva de analisar significados. [5781]

Queirós, Raquel de. As três Marias, 2ª ed.Rio de Janeiro, José Olímpio, 1943.285 p.

Romance realista de experiênciasde meninice, numa escola paroquial

feminina de pequena vila do Ceará, ecarreira posterior na capital (Fortale-za) de três ex-alunas. Permite ao leitorinteirar-se sobre a estrutura da família,status e papel da mulher. [5782]

Quirino, Manuel Raimundo. A arte culi-nária na Bahia.

Coleção de receitas para o prepa-ro de iguarias de origem africana, naBahia, princípios do século vinte.proporciona dados concretos sobredifusão e aculturação. [5783]

Quirino, Manuel Raimundo. Os homens decor preta na história. (Rev. Inst. Geog.Hist. Bahia, nº 48, Salvador, 1923, p.353-63).

Biografia. Apresenta uma lista de38 proeminentes cidadãos baianos,de cor, e dá breves esboços biográfi-cos de cada um. [5784]

Ramos, Graciliano. São Bernardo, 2ª ed.Rio de Janeiro, José Olímpio, 1938.255 p.

Romance realista contendo expe-riências da vida rural contemporâneaem Alagoas. [5785]

Ramos, Graciliano. Vidas secas. Rio deJaneiro, José Olímpio, 1938. 197 p.

Romance das experiências deuma família de vaqueiro (principal-mente), deslocada do sertão áridodo Nordeste devido a uma intensaseca. [5786]

Repouso, Inácio. Mestre Cuia. Contos dotempo da escravidão. Rio de Janeiro,Cia. Brasil Editora, 1937. 251 p.

Contos das últimas décadas doperíodo de escravidão no Maranhão,Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Mi-nas Gerais, Rio de Janeiro, São Pau-lo, que proporcionam alguma com-preensão dos folkways, mores, institui-

1248

Page 578: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ções e (especialmente) relações entresenhor e escravo, referentes à épocae lugares. [5787]

Raimundo, Jacques. O elemento afro-negrona língua portuguesa. Rio de Janeiro,Renascência editora, 1933. 191 p.

Lingüística. Coleção de palavras,presumivelmente de origem africana,incorporadas à língua portuguesa fa-lada no Brasil, com atenção para eti-mologia e significados. [5788]

Rego, José Lins do. Bangüê. Rio de Janei-ro, José Olímpio, 1934. 310 p.

Romance realista da vida numengenho de açúcar na Paraíba, mu-dança e desorganização social e pes-soal em processo, e compreendendodesintegração gradativa da sociedaderural há tempos estável. Terceiro li-vro do Ciclo da Cana-de-Açúcar do au-tor (Ver item 534). [5789]

Rego, José Lins do. Doidinho, 3ª ed. Riode Janeiro, José Olimpio, 1937. 278 p.

Romance realista de experiência naescola primária de uma pequena cida-de (Itabaiana) no Estado da Paraíba.Segundo livro do Ciclo da Cana-de-Açú-car do autor. (Ver item 534). [5790]

Rego, José Lins do. Menino de engenho. 2ªed. Rio de Janeiro, José Olímpio,1934. 199 p.

Uma série de vívidos esboços davida num engenho de açúcar na Pa-raíba perto da fronteira pernambuca-na, antes do advento da recente mu-dança social, segundo experiênciasda meninice, de um descendente daaristocracia rural dominante (naquelaépoca). Revela de forma íntima a es-trutura da sociedade, especialmenterelações de família, de classe, de raçae de sexo, status e papel do patriarca,

da mulher e da criança, folkways, mo-res, cerimônias, idéias. Atitudes, sen-timentos, controle social, caracterís-ticos da época e do lugar. Primeirode cinco livros do Ciclo da Cana-de-Açúcar, do autor (Ver também itens532, 535, 537), destinado a revelar amudança de uma economia e socieda-de essencialmente agrícolas para umaordem urbana, industrializada e impes-soal. [5791]

Rego, José Lins do. O moleque Ricardo.Rio de Janeiro, José Olimpio, 1935.283 p.

Romance realista contendo certasexperiências da classe "baixa" na ci-dade de Recife (especialmente) e en-tre o elemento negro da população eincluindo conflito de classe. O pro-tagonista é um negro que migroupara a cidade, e cuja infância se pas-sou num engenho de açúcar emcompanhia do protagonista de Meni-no de Engenho. Quarto livro do Cicloda Cana-de-Açúcar do autor. (Veritem 534). [5792]

Rego, José Lins do. Pedra bonita. Rio deJaneiro, José Olimpio, 1938. 373 p.

Romance realista da vida na zonarural e relativamente isolada do sertãode Pernambuco, cerca de um séculodepois das cerimônias religiosas em1836 em Pedra Bonita, compreenden-do sacrifício de sangue, alegados mila-gres e posterior extermínio de um gru-po de "fanáticos" religiosos pelo po-der policial da região costeira. Propor-ciona alguma compreensão da estrutu-ra social, instituições, mores, atitudes esentimentos do sertanejo e das cir-cunstâncias sob as quais o "fanatismo"religioso persistiu na região. [5793]

1249

Page 579: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Rego, José Lins do. Usina. 2ª ed. Rio deJaneiro, José Olimpio, 1940. 347 p.

Romance realista, revelando demodo íntimo a mudança social atual-mente em processo na região de en-genho de açúcar de Paraíba -- Per-nambuco e compreendendo a desin-tegração da antiga estrutura socialbaseada em relações pessoais, aemergência gradativa de uma ordemnova, industrializada e (especialmen-te) impessoal com uma economiasujeita a crises periódicas. Proporcio-na também dados descritivos sobreo caráter das experiências de prisãona ilha-presídio de Fernando de No-ronha, compreensão do status e papelda mulher, da mudança de relações declasse e da família, dos mores, idéias eatitudes há longo tempo estabelecidos,contato cultural (brasileiro-norte-ame-ricano), controle social. Último doscinco livros do significativo Ciclo daCana-de-Açúcar do autor. [5794]

Ribeiro, João.vide

Fernandes, João Batista Ribeiro de An-drade.

Ribeyrolles, Charles. Brasil pitoresco; pref.de Afonso de E. Taunay. São Paulo,Liv. Martins, 1941. 2 v. il.

Notas discursivas, por vezes ine-xatas, de um refugiado político fran-cês, meados do século dezenove, in-cluindo material sobre população,organização social, miscigenação,instituições.

Tradução portuguesa melhoradae notas, de Gastão Penalva, do ma-nuscrito original, Brésil pittoresque, pu-blicado em colunas paralelas comuma tradução portuguesa, e litogra-

fias de Victor Frond. Brasil pitoresco,Rio de Janeiro, Tip. Nacional,1859. [5795]

Ribeyrolles, Charles. O rio São Francisco.(Obs. Econ. Fin., ano 4, nº 37, Rio deJaneiro, fevereiro, 1939, p. 80-116,fot., map.).

Economia, Geografia Humana.Inclui notas sobre povoamento dovale do São Francisco, característicosda população, papel deste rio comoimportante meio de comunicação noBrasil, instituições e comportamentocostumeiro da região. [5796]

Rodrigues, Jorge Martins. São Paulo deontem, e de hoje. São Paulo, Departa-mento de Cultura, 1938. 223 p.

Principalmente folclore. Coleçãode poenômico, político. Inclui breveresumo de dados demográficos (parao Estado de São Paulo). [5797]

Romero, Sílvio Vasconcelos da SilveiraRamos. O alemanismo no sul do Brasil.Rio de Janeiro, Heitor Ribeiro, 1906.72 p.

Política Social, com especial aten-ção para problemas de assimilações.Inclui um artigo apenso de The Fort-nightly Review de Frederico WilliamWile, também publicado em portu-guês no Jornal do Comérico, 29 de ja-neiro de 1906. [5798]

Romero, Sílvio Vasconcelos da SilveiraRamos. Cantos populares do Brasil. 2ªed. Rio de Janeiro, Alves & Cia.,1897. XX, 377 p.

Principalmente histórico, geográ-fico, ecosia e cantos de folk (inclusivebaladas), ritual de festas públicas,práticas mágicas de Sergipe, Pernam-buco, Bahia, Ceará, Alagoas, MatoGrosso, Pará, Amazonas, Minas Ge-

1250

Page 580: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

rais, Rio de Janeiro, Rio Grande doSul. Em prefácio há uma breve des-crição de análise do folk, sua compo-sição racial, característicos sociais epsicológicos, instituições, comporta-mento coletivo, idéias, atitudes. Cha-ma atenção para quatro tipos de po-pulação: habitantes de: 1) costa emargens dos grandes rios; 2) áreasdas matas (como os "matutos" emPernambuco e Ceará, os "tabaréus",em Sergipe e Bahia, os "caipiras" emSão Paulo, os "mandiocas" em certaspartes do Rio de Janeiro); 3) os ser-tões; 4) as cidades. [5799]

Romero, Sílvio Vasconcelos da SilveiraRamos. A poesia popular no Brasil. (Rev.Bras., 2ª fase, Rio de Janeiro vol. 1,julho-setembro, 1879, p. 94-102, 194-203, 264-74, 343-62, 433-40, 503-11,561-74; vol. 2, outubro-dezembro,1879, p. 27-39, 112-26, 205-14, 432-37; vol. 3, janeiro-março, 1880, p. 51-62, 234-47, 336-39; vol. 5, julho-se-tembro, 1880, p. 139-51, 211-23,304-26, 463-86; vol. 6, outubro-de-zembro, 1880, p. 18-33, 108-62, 208-23, 307-16, 440-58; vol. 7, janeiro-março, 1881, p. 28-39).

Estudo da origem e caráter dapoesia, lendas e mitos de folk com al-guma atenção para sua variação re-gional, valor de tal material para re-velar o mundo mental do folk (inclu-sive crenças, idéias de doenças e suacura, folkways, mores); o papel na suaprodução, transmissão e alteração damulher, da criança e do mestiço,ilustrado por material coligado em(especialmente) Sergipe e Pernambu-co e publicado em Cantos populares doBrasil, do autor (ver item acima).

Acham-se também incluídos: 1) ex-tenso survey crítico dos trabalhos decolecionadores e analistas brasileirosde tal material; 2) análise dos caracte-rísticos sociais brasileiros, com aten-ção para o papel da difusão culturale assimilação imcompleta; 3) análisecuidadosa e detalhada de mudançalingüística no Brasil, seu estudo porintelectuais brasileiros; 4) comentáriocrítico sobre as teorias sustentadaspor Buckle. [5800]

Saint-Hilaire, Augustin François CésarProvençal de. Segunda viagem ao inte-rior do Brasil: Espírito Santo; trad. deCarlos Madeira; pref. de MaxFleiuss. São Paulo, Editora Nacio-nal, 1936.

Notas de viagem Espírito Santo,princípios do século XIX.

Tradução portuguesa, por CarlosMadeira, de Deuxième voyage à l’inté-rieur du Brésil. [5801]

Saint-Hilaire, Augustin François CésarProvençal de. VIII, 638 p.

Notas de viagem, princípios doséculo XIX, primeira parte: RioGrande do Sul; segunda parte: Riode Janeiro, Minas Gerais, São Paulo.

Tradução portuguesa publicadaem duas partes: p. 1-489 de Leonamde Azeredo Pena, Viagem ao RioGrande do Sul, 1820-1821, 2ª ed., SãoPaulo, Editora Nacional, 404, p., 2fotografias, prefácio do tradutor; p.491-624, de Afonso de E. Taunay.Segunda Viagem do Rio de Janeiro a Mi-nas Gerais e a São Paulo, 1822, SãoPaulo, Editora Nacional, 1932, 242p., mapa, fotografias. [5802]

Saint-Hilaire, Augustin François CésarProvençal de. Voyage aux sources du

1251

Page 581: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Rio de São Francisco e dans la province deGoiaz. Paris, Arthur Bertrand, 1847,1848. 2 v.

Notas de viagem, princípios doséculo dezenove, Rio de Janeiro, Mi-nas Gerais, Goiás. Quinto e sextovolumes de Voyage dans l’intérieur duBrésil.

Tradução portuguesa de CladoRibeiro Lessa, Viagens às nascentesdo rio São Francisco e pela província deGoiás, 2 v., São Paulo, EditoraNacional, 1937, anotada pelo tra-dutor. [5803]

Saint-Hilaire, Augustin François CésarProvençal de. Voyage dans de district desdimants et sur le littoral du Brésil. Paris,Gide, 1833. 2 v.

Notas de viagem de um hábil na-turalista francês, princípios do séculodezenove, Minas Gerais, Rio de Ja-neiro, Bahia, Pernambuco. Terceiroe quatro volumes de Voyages dans l’in-térieur du Brésil.

Tradução portuguesa por Leo-nam de Azeredo Pena, Viagem pelodistrito dos diamantes e litoral do Brasil,São Paulo, Editora Nacional, 1941,XCI, 452 p., ilus. [5804]

Saint-Hilaire, Augustin François CésarProvençal de. Voyage dans les provincesde Rio de Janeiro et Minas Gerais. Paris,Grimbert et Dorez, 1830. 2 v.

Notas de viagem, princípios doséculo XIX, Rio de Janeiro, MinasGerais. Dois primeiros volumes deuma série de 8 volumes intituladosVoyages dans l’intérieur du Brésil. Vertambém itens 548, 547, 550.

Tradução portuguesa de CladoRibeiro Lessa, Viagens pelas provínciasde Rio de Janeiro e Minas Gerais, 2 v.,

São Paulo, Editora Nacional, 1938,ilus., anotado pelo tradutor. [5805]

Saint-Hilaire, Augustin François CésarProvençal de. Voyage dans le provincesde Saint-Paul et de Sainte-Catherine. Pa-ris, Arthur Bertrand, 1851. 2 v.

Notas de viagem, princípios doséculo XIX, São Paulo, Santa Catari-na. Sétimo e oitavo volumes deVoyage dans l’intérieur du Brésil.

Tradução portuguesa da parte re-lativa a São Paulo, de Rubens Borbade Morais, Viagem à provincía de SãoPaulo, São Paulo, Liv. Martins,1940, 375 p., mapa, prefácio dotradutor; parte relativa a Santa Cata-rina, 1820, São Paulo, Editora Na-cional, 1936, 252 p., prefácio do tra-dutor. [5806]

Salgado, Plínio. Geografia sentimental. Riode Janeiro, José Olímpio, 1937. 167p. il.

Esboços impressionistas namaior parte apreciativos, de geogra-fia brasileira, população, tipos so-ciais, instituições, folkways, mores, ati-tudes, sentimentos. Excelentes dese-nhos por "Seth". [5807]

Santos, Marciano dos. A dança de SãoGonçalo (Rev. Arq. Mun. São Paulo,vol. 33, março, 1937. p. 85-116).

Discrição detalhada de uma ceri-mônia de folk que se observa nas re-giões rurais do Estado de São Paulo.Proporciona alguma compreensão do"mundo mental" do "caipira". [5808]

Seidler, Carl Friedrich Gustav. Zehn Jahrein Brasilien. Quedinburg und Leipzig,Gottfr. Basse, 1835. 2 v.

Notas de viagem princípios doséculo XIX: Rio de Janeiro, SantaCatarina, Rio Grande do Sul, com

1252

Page 582: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

interesse principal pelos fenômenossociais. Na edição brasileira, são cri-ticados pelo tradutor e pelo Cel. F.de Paula Cidade, alegados erros de-vidos a informação inadequada ouparcialidade.

Tradução portuguesa e notas doGeneral Bertoldo Klinger. Dez anosno Brasil. São Paulo, Liv. Martins,1941, 320 p., ilus., prefácio e notasadicionais do Cel. F. de Paula Cida-de. [5809]

Sepp, Anton, and Böhm, Anton. Der So-cietat Jesu Priestern Deutschernation.Nurnberg, Johann Hoffmanns, 1698.

Diário e cartas de viagem de umpadre jesuíta, músico e arquiteto(Sepp) e de seu colega (Böhm), oprimeiro dos quais viveu entre os ín-dios do Rio Grande do Sul (bemcomo do Uruguai e Paraguai) duran-te 41 anos, nos fins do século XVIIe princípios do XVIII. A Parte II datradução portuguesa incorpora maisum livro de Sepp publicado em la-tim, Continuatio laborum apostolicorum(Ingolstadt. Thomas Grass, 1710),traduzido por estudantes jesuítas dePereci, e contendo notas sobre qua-tro importantes reduções jesuítas, in-clusive valiosos dados sobre contatoe difusão culturais, assimilação. Tra-dução portuguesa de A. RaimundoSchneider. Viagem às missões jesuíticas etrabalhos apostólicos, São Paulo, Liv.Martins, 1943, 256 p. ilus., introdu-ção e notas de Wolfgang HoffmannHarnisch. [5810]

Serva, Mário Pinto. A virilização da raça.São Paulo, Cia. Melhoramentos.1923. 181 p.

Política Social, problemas sociais.

[5811]Sette, Mário. Senhora de engenho, 5º ed. São

Paulo, J. Fagundes, 1937. 190 p.Romance realista da vida rural em

Pernambuco (principalmente), comespecial atenção para o conflito en-tre a sophistication urbana e a simplici-dade do folk.

Publicado pela primeira vez em1923. [5812]

Sette, Mário. O vigia da casa-grande. Porto,Liv. Chardron,1924. 252 p.

Romance de experiências recen-tes na área rural de Pernambuco.Proporciona compreensão da estru-tura social, relações de classe, folkways,mores, tipos sociais, idéias, atitudes,sentimentos, da época e lugar. [5813]

Silva, Antônio Carlos Pacheco e. Serviçossociais. São Paulo, 1937. 255 p.

Serviço Social, problemas sociais.[5814]

Silva, Hermano Ribeiro da. Garimpos deMato Grosso, São Paulo, J. Fagundes,s.d. 311 p. fot., map.

Notas de viagem, com especialatenção para a área de garimpos emMato Grosso. [5815]

Silva, Juvenal Galeno da Costa e. Cenaspopulares, 2ª ed. Ceará, Ateliers Louis,1902. 321 p.

História da vida do folk no Ceará.[5816]

Silva, Sérgio Milliet da Costa e. Desenvolvi-mento da pequena propriedade no Estadode São Paulo, São Paulo. Departamen-to de Cultura, 1939. 33 p. quad. es-tat., map.

Principalmente Economia. Cui-dadoso estudo estatístico da recen-te tendência para menores proprie-

1253

Page 583: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

dades rurais no Estado de SãoPaulo. [5817]

Silva, Sérgio Milliet da Costa e. Ensaios.São Paulo, Brusco & Cia. 1938, 251 p.

Coleção de ensaios anteriormentepublicados, inclusive breves estudossobre certas análises da história bra-sileira, proporções de sexo (equili-bradas ou não) no Brasil colonial(com quadros estatísticos), imigra-ção, certos dados de recenseamen-to em São Paulo colonial, metodo-logia. [5818]

Silva, Sérgio Milliet da Costa e. Roteiro docafé. São Paulo, Escola Livre de So-ciologia e Política (Estudos Paulistas,nº 1). 1938. 84 p. map., quad. estat.,charts.

Principalmente Economia. Estu-do cuidadoso da distribuição espa-cial, em diferentes períodos, do culti-vo do café no Estado de São Paulo,relação entre este cultivo e a produ-ção de açúcar e algodão e o aumentoe decréscimo de população. [5819]

Simonsen, Roberto Cochrane. Históriaeconômica do Brasil, 1500-1820, pref. deAfrânio Peixoto, São Paulo, EditoraNacional, 1937. 2 v., il., map., quad.,estat.

História do Brasil, com principalatenção para os processos econômi-cos. Incorpora o curso pioneiro noBrasil do autor no campo da Histó-ria Econômica, na Escola Livre deSociologia e Política de São Paulo,1936. Entre as ilustrações acham-seincluídos mapas da cidade de SãoPaulo em 1810, de Salvador em1713, da cidade do Rio de Janeiroem 1820. [5820]

Sousa, Bernardino José de. Heroínas baia-nas. Rio de Janeiro, José Olímpio,1936. 150 p.

Biografia histórica de três senho-ras baianas do século dezenove. Ten-de a elucidar o papel da mulher, atitu-des da época e do lugar. [5821]

Sousa, Gabriel Soares de. Tratado descriti-vo do Brasil em 1587; pref. e anotadopor F. A. de Varnhagen. Rio de Ja-neiro, Laemmert, 1851. XI, 422 p.

Dados descritivos, cuidadosos edetalhados, por um senhor de enge-nho da Bahia, século XVI, comprincipal interesse para a Geografia.Etnologia, flora e fauna. Inclui mi-nuciosas descrições da forma físicada cidade de Salvador. [5822]

Sousa, Geraldo H. de Paula. Notas sobreuma viagem ao Espírito Santo e Bahia(Geog., ano 1, nº 2. São Paulo, 1935,p. 170-94, fot.).

Contém breves notas sobre oscaracterísticos da população do Es-pírito Santo, especialmente do valede Canaã, distribuição de populaçãode acordo com a raça e nacionalida-de, imigração, localização das cida-des, meios de comunicação, miscige-nação e ascensão de classe do mesti-ço, aculturação, idéias e instituiçõesde origem africana (presumivelmen-te). [5823]

Sousa, Geraldo H. de Paula. Inquérito so-bre alimentação popular em um bairro deSão Paulo (Rev. Arq. Mun. São Paulo,vol. 17, outubro, 1935, p. 121-82, il.,quad. estat.).

Estudo de alimentação no bair-ro de Pinheiros, cidade de SãoPaulo. [5824]

1254

Page 584: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Spix, Johann Baptist, e Martius, KarlFriedrich Phillis von. Reise in Brasilien.München, vol. I, M. Lindauer, 1823;vol. II, I. J. Lentner, 1828; vol. III,author, 1831. 3 v. il.

Notas detalhadas de viagem dedois cientistas alemães e hábeis ob-servadores, princípios do séculoXIX; Rio de Janeiro, São Paulo, Mi-nas Gerais e Bahia (inclusive o valedo rio São Francisco), Pará, Mara-nhão, com alguma atenção para fe-nômenos sociais.

Tradução inglesa de H. E. Lloyd,Travel in Brazil, 1817-1820, 2 v., Lon-dres, Longman & Co., 1824, ilus.Tradução portuguesa de Lucia Fur-quim Lahmeyer, com notas de Basí-lio de Magalhães, Viagem pelo Brasil,Rio de Janeiro, Imprensa Nacional,1938, em 2 v. Certos trechos tradu-zidos em português por Pirajá da Sil-va e Paulo Wolf, Através da Bahia, 3ªed., São Paulo, Editora Nacional,1938. [5825]

Stewart, C. S. Brazil and la Plata. NewYork, G. P. Putnam & Co., 1856. XI,428 p. il.

Diário de viagem de um capelãonaval, cuja parte principal é dedica-da ao Brasil (Rio de Janeiro, SantaCatarina), meados do século deze-nove. [5826]

Torres, Alberto de Seixas Martins. A or-ganização nacional. São Paulo, EditoraNacional, 1933. 518 p.

Política Social, Filosofia Social,Ética Social. Obra pioneira de Políti-ca Social no Brasil. Contém tambémargutos comentários, de caráter nãosistemático, sobre a organização so-cial brasileira, instituições, atitudes.

Primeira impressão, Rio de Janeiro,Imprensa Nacional, 1914. [5827]

Torres, Alberto de Seixas Martins. O pro-blema nacional brasileiro. 2ª ed. pref. deSabóia Lima. São Paulo, Editora Na-cional, 1933. 275 p.

Política Social, Filosofia Social,Ética Social. Contém também dadossobre composição racial da popula-ção brasileira, argutos comentáriossobre organização social, atitudes,valores, pontos de vista. [5828]

Tschudi, Johann Jakob von. Reisen durchSudamerika. Leipzig, F. A. Brockhaus,1866. 2 v. em um, il.

Notas detalhadas de viagem, deum hábil observador alemão, mea-dos do século dezenove, Pernam-buco, Bahia, Rio de Janeiro, MinasGerais. [5829]

Vale, Flausino Rodrigues. Elementos de fol-clore musical brasileiro. São Paulo, Edi-tora Nacional, 1936. 165 p.

Descrição e análise da música defolk brasileira, suas origens e variaçãoregional. Contém breves notas sobreo papel da música no processo e as-similação verificado entre os índiosbrasileiros. [5830]

Varela, João. Da Bahia do Senhor do Bon-fim. Bahia, 1936. 136 p. il.

Esboços impressionistas em con-tinuação ao folheto "Da Bahia queeu vi". Ver item abaixo. [5831]

Varela, João. Da Bahia que eu vi. Bahia, s.c. p., 1935. 179 p.

Esboços impressionistas, basea-dos principalmente em conhecimen-tos de familiaridade, que nos forne-cem informações preliminares dosgrupos étnicos, personagens, orga-nização e desorganização social,

1255

Page 585: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

instituições, folkways e mores da Ba-hia. [5832]

Varela, João. Cosme e Damião. Bahia, Tip.do Colégio de São Joaquim, 1938.142 p.

Relato de mitos, lendas, cerimô-nias, idéias sobre doenças e suacura que contribuem para com-preender o "mundo mental" dofolk da Bahia. [5833]

Vasconcelos, Henrique Dória de. O pro-blema da imigração (Bol. Dir. Ter. Col.Imig., ano 1, nº 1, Rio de Janeiro, ou-tubro, 1937, p. 3-27, il., graf.).

Estudo principalmente de Políti-ca Social (política de imigração);contém dados estatísticos sobre imi-gração (incluindo a de poloneses, ale-mães, italianos), 1885-1935. [5834]

Vauthier, Louis Léger. Diário íntimo,1840-1846; pref. e notas de GilbertoFreire. Rio de Janeiro, Ministério daEducação e Saúde, 1940. 214 p. il.

Tradução do francês do diário deum engenheiro francês que, em mea-dos do século dezenove, passou seisanos em Recife. Contém, de vez emquando, breves notas sobre costu-mes e instituições da época e do lu-gar. Ver item 439. [5835]

Veríssimo, Érico. Caminhos cruzados. Por-to Alegre. O Globo, 1935. 334 p.

Romance realista de experiênciascontemporâneas em Porto Alegre,Rio Grande do Sul, destinado a re-velar o caráter mutuamente de-pendente das relações humanas atra-vés todas as classes da comunidade.Trata também da acomodação deuma família de pequena cidade àvida de uma capital. [5836]

Viana, Hélio. Formação brasileira. Rio deJaneiro, José Olímpio, 1935. 258 p.il., map.

Embora este hábil survey da His-tória brasileira se ocupe principal-mente das forças políticas e econô-micas, alguma atenção também édada à dispersão, composição étni-ca da população, papel do isola-mento. [5837]

Viana, Manuel Álvaro de Sousa Sá. Otráfico e a diplomacia brasileira (Rev. Inst.Hist. Geog. Bras., tomo especial, Pri-meiro Congresso de História Nacio-nal, parte 5, Rio de Janeiro, 1914, p.537-64).

História e Ciência Política, comespecial referência ao tráfico de es-cravos. [5838]

Vieira, Celso. Socialização nacional. Rio deJaneiro s. c. p., 1933. 91 p.

Ensaios de Política Social apresen-tados em tributo à obra pioneira deAlberto Torres neste campo. [5839]

Vilhena, Luís dos Santos. Cartas de Vilhe-na. Bahia, Imprensa Oficial do Esta-do, 1922. 2 v. il., map., quad. estat.

Cartas escritas por um professorde grego e hábil observador, residen-te na Bahia, 1787-1799, a um mem-bro da corte portuguesa, e contendo,além de outras informações detalha-das, notas descritivas sobre o caráterda população, importação de africa-nos (inclusive estatísticas oficiais dosafricanos entrados na Bahia em1798), estrutura de classe, relaçõesentre raças, instituições escravocrata,familiar, religiosa, educacional e polí-tica, miscigenação, papel, status e ca-racterísticos sociais do mestiço-con-flito, mores, folkways, mudança so-

1256

Page 586: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

cial, com especial referência à Bahia,alguma atenção também para Espíri-to Santo, Santa Catarina, Rio Gran-de do Sul, São Paulo, Minas Gerais,Sergipe, Pernambuco, Ceará. Dadossobre a Bahia anotados por Hermene-gildo Brás do Amaral. Acha-se incluí-do um grande e detalhado desenho dacidade de Salvador, vista da Baía deTodos os Santos, 1801. [5840]

Wallace, Alfred R. A narrative of travels onthe Amazon and Rio Negro. London,Reere & Co., 1853. VIII, 541 p. il.,map.

Diário de um cientista britânicoescrito durante 4 anos de viagem eresidência, em companhia de HenryW. Bates (ver item 371), meados doséculo dezenove, região do Amazo-nas e seus tributários, com especialatenção para os fenômenos naturaise etnológicos, com alguma atençãopara os fenômenos sociais.

Tradução portuguesa de Orlan-do Torres, Viagens pelo Amazonas eRio Negro, São Paulo, Editora Na-cional, 1939, 668 p., prefácio revis-to e anotado, de Basílio Magalhães.

[5841]Walsh. R. Notices of Brazil in 1828 and

1829. London. Frederick Westley &A. H. Davis, 1830. 2 v. il. map.

Notas detalhadas de viagem deum sacerdote inglês, meados do sé-culo XIX, Rio de Janeiro, Minas Ge-rais, com especial atenção para os fe-nômenos sociais (inclusive a institui-ção escravocrata). Em prefácio há

um mapa da cidade do Rio de Janei-ro, 1829. [5842]

Wätjen, Hermann. Das Holländische Kolo-nialreich in Brasilien, Gottha, 1921.

Relato cuidadosamente documen-tado do imperialismo holandês noNordeste brasileiro, século dezessete,em seus aspectos ecológicos, econô-micos e (especialmente) políticos.

Tradução portuguesa de PedroCelso Uchoa Cavalcânti, o domíniocolonial holandês no Brasil. SãoPaulo, Editora Nacional, 1938, 559p., mapa, quad. estat. [5843]

Wells, James W. Three thousand milesthrough Brazil. London, SampsonLow., Marston. Searle & Rivington.1886. 2 v. il., map.

Notas de viagem, fins do séculoXIX, Rio de Janeiro, Minas Gerais,Maranhão, rio São Francisco, Tocan-tins e outros, do interior. [5844]

Wied-Neuwied, Maximilian, Príncipe.Reise nach Brasilien in den Jahren 1815bis 1817. Frankfurt, Heinrich LudwigBrönner, 1820. 2 v.

Notas detalhadas de viagem deum hábil observador, princípios doséculo XIX, regiões do interior (es-pecialmente) da faixa costeira do Riode Janeiro à Bahia. De principal inte-resse pela Etnologia, Geografia.

Tradução portuguesa de EdgarSüssekind de Mendonça e FlávioPope de Figueiredo, Viagens ao Brasil,1815-1817, São Paulo, Editora Na-cional, 1940, 510 p., prefácio de Oli-veira Pinto. [5845]

1257

Page 587: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Teatro

Leo Kirschenbaum

O drama brasileiro, como forma de literatura, está ainda por ser es-tudado. Os vários volumes aqui publicados, cujo objetivo é apresentar ohistórico do teatro brasileiro, tais como os de Múcio da Paixão e Lafaie-te Silva, apenas fortalecem essa convicção. São somente compilações defatos dispersos, miscelâneas de títulos e autores, listas de atores e com-panhias. Não encontramos neles nem uma apreciação concatenada dosméritos literários e defeito de cada obra, nem uma exposição inteligentedos processos evolutivos, movimentos ou tendências.

Dados heterogêneos, colhidos principalmente em críticas de jor-nais, na sua maioria sem autoridade, não poderão satisfazer àqueles queestiverem de fato interessados neste ramo da literatura brasileira. Esteartigo, portanto, é, mais propriamente, um exame dos problemas a se-rem abordados num terreno em que a bibliografia crítica é rara, esparsae, em geral, de pouca importância. Se é verdade que não existe umacompilação mais antiga de crítica dramática, que pudesse ter sido utiliza-da pelos escritores teatrais contemporâneos, como base de suas constru-ções, por outro lado é plenamente óbvio que eles não fizeram qual-quer esforço, seja para coligir, seja para investigar a matéria-prima -- ospróprios dramas.

Encontrar exemplares de peças teatrais requer um verdadeiro es-forço, pois todas elas apareceram originariamente em número reduzido,raramente comportaram segunda edição. Em meses de pesquisa nas pra-teleiras de livrarias antigas do Rio e São Paulo, colecionei cerca de tre-zentos dramas. Algumas centenas mais se encontram na Biblioteca Na-cional, nas bibliotecas da Escola Dramática e do Serviço Nacional deTeatro do Rio, e na Biblioteca Municipal de São Paulo. Outras podem

1259

Page 588: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

ser consultadas em bibliotecas particulares, e muitos autores teatrais gen-tilmente consentiam que lêssemos o manuscrito de suas peças.

Cerca de quinhentos dramas foram publicados no Brasil, no séculodezenove, e, aproximadamente, duzentos e cinqüenta até agora, neste sé-culo. Revistas teatrais têm surgido, vivido pouco tempo, e desaparecido.Ao lado das críticas de peças e diz-que-diz de bastidores, que tais publi-cações apresentaram, cada número inseria, em geral, um drama comple-to daquela temporada ou da anterior. É evidente que os autores dramáti-cos brasileiros não se dedicaram ao teatro como a uma ocupação detempo integral, pois até agora sempre houve uma proporção de três pe-ças teatrais para cada dramaturgo.

Utilizarei as obras que examinei, como base para uma revisão com-pleta do desenvolvimento e conteúdo da dramaturgia brasileira.

Antes do aparecimento da primeira peça de Martins Pena, em1838, não existia, na realidade, um teatro brasileiro. Os autos quinhentis-tas dos padres, apresentados em festividades religiosas, com o fim de en-sinar catolicismo aos índios dum modo vívido, são muito escassos efragmentários para serem considerados seriamente. As obras de AntônioJosé, o Judeu, no século dezoito pertencem à literatura portuguesa, poiso autor saiu do Brasil ainda criança e não mais voltou. Mesmo os histo-riadores literários que tentam reclamá-lo para o país de origem, fazem talalegação sem grande insistência.

Desde o momento de seu aparecimento, até o presente, o dramanacional tem sido objeto de apatia e desprezo por parte do público e doscríticos, isto é, daqueles que, logicamente, deveriam apoiá-lo. O únicoteatro respeitável no conceito dos brasileiros era o europeu, e compa-nhias visitantes de atores portugueses, franceses, espanhóis e italianospodiam ter a certeza de contar com casa repleta. José de Alencar narra,no prefácio de sua peça O Jesuíta, que seus compatriotas evitam o palconacional mas aplaudem exibições estrangeiras. Ele mesmo, o mais conheci-do, o mais aplaudido de todos os romancistas de seu tempo, não consegueatraí-los com uma peça de sua autoria. Alencar comenta amargamente:

1260

Page 589: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

"Li estes dias um convite feito aos autores brasileiros para envia-rem suas obras à Exposição do Chile, que projeta a criação de uma bi-blioteca internacional. Tive tentações de enviar-lhe um exemplar do Je-suíta com esta legenda: ‘Depois de três anos de completa mudez do tea-tro brasileiro, anunciou-se a representação deste drama na imperial cortedo Rio de Janeiro, onde não houve cem indivíduos curiosos de conhece-rem a produção do escritor nacional. Isto aconteceu no qüinquagésimoterceiro ano de nossa independência, imperando o Sr. D. Pedro II, au-gusto protetor das letras, e justamente quando se faziam grandes dispên-dios com preparativos para a Exposição de Filadélfia, onde o Brasil vaimostrar o seu progresso e civilização!’"

Em vista de tais circunstâncias pouco propícias, dificilmente al-guém se surpreenderá com o fato de não terem sido os autores brasilei-ros tentados a escrever para o palco, a não ser em raras ocasiões. So-mente alguns, os que amaram o drama altruisticamente e sentiram que,sem teatro, faltaria alguma coisa ao Brasil em matéria de realização artís-tica, é que persistiram na luta para a apresentação ao público de peçasfeitas com seriedade, obras cujo escopo fosse fazer o povo refletir sobresi mesmo e sua sociedade. José de Alencar, Manuel de Macedo e Macha-do de Assis são as figuras principais no século dezenove deste pequenogrupo. Machado advogou, também, longa e apaixonadamente, na im-prensa, uma reforma completa do teatro; reclamou a necessidade de seeducar o gosto das platéias para que pudessem exigir drama inteligente.Além disso, Machado foi, talvez, o único verdadeiro crítico dramático deseu tempo; suas opiniões são cheias de discernimento e vão além da su-perfície. Manifestam aguda sensibilidade artística e uma cultura teatralbem equilibrada.

Pelas provas existentes, parece que o palco brasileiro do século de-zenove nunca foi completamente capaz de manter-se por si. Registra-sea história dum subsídio governamental após outro, sem o que as duas outrês maiores empresas teatrais teriam sido obrigadas a fechar as portas.Deve ser consignado, certamente, como um louvor aos legisladores, o

1261

Page 590: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

fato de que sentiram alguma responsabilidade pela continuação da artedramática, embora fossem completamente alheios à maneira de seuaperfeiçoamento. O público então, como o de hoje, era atraído pelosatores individualmente ou pelas companhias particulares e assistia aquaisquer peças que eles entendessem levar à cena. Essas peças eram emgeral farsas e melodramas caracterizados por ação violenta e sentimenta-lidade extremada, e traduções dos dramas estrangeiros que permitiam in-terpretações espetaculares por parte dos principais atores e atrizes. Oque o público queria era divertimento e excitação. Obras que reclamas-sem pensamento e reflexão eram abandonadas pelos empresários comgrande rapidez. A lista dos atores favoritos desde então até hoje incluinomes como João Caetano, Correia Vasques, Leopoldo Fróis, JaimeCosta, Procópio, Eva e Dulcina.

Do século dezenove em diante, o drama brasileiro deve muito, semdúvida, a amadores conscienciosos, os quais, acreditando na possibilida-de dum teatro nacional sério, e desgostosos com as tolices oferecidaspelo teatro profissional, escreveram e representaram para sua única satis-fação. É sabido que tais núcleos existiram não apenas nos grandes cen-tros do Rio, São Paulo, Bahia e Recife, mas também em cidades peque-nas. Infelizmente, só poderemos ter acesso a uma fração de suas peças.Para cada drama que chegou a ser impresso, pelos esforços conjugadosdo grupo de amadores, ou pela vaidade e possibilidade de financiamentodo autor, há muitos que nunca saíram do manuscrito e desapareceram.Em conseqüência, são inevitáveis as falhas na história do teatro brasilei-ro. E isto é exato, em menores proporções, no tocante às peças repre-sentadas por companhias profissionais. Num país em que o romance e apoesia, os tipos mais populares de literatura, conseguem apenas ediçõesreduzidas, pode-se calcular como a impressão de dramas seria tão estra-nha quanto não lucrativa, especialmente no caso de não serem os auto-res bem conhecidos em outros ramos. A Sociedade Brasileira de AutoresTeatrais, fundada em 1917, vem promovendo a impressão das peças queatingiram um mínimo de cinqüenta representações, e já reeditou diver-

1262

Page 591: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

sos dramas mais antigos, o que quer dizer que uma certa quantidade dematerial pode ser coligida. Por outro lado, tendo em vista o gosto damédia do público, as peças que satisfazem a esse requisito não são, ne-cessariamente, as melhores.

Os movimentos do drama europeu foram imitados pelo teatro bra-sileiro, embora com atraso e nem sempre com sucesso. Não podemosatribuir originalidade ao palco brasileiro, tanto em relação à teoria dra-mática quanto à técnica. A peça romântica altamente emocional, de re-volta do indivíduo contra o meio opressivo, o drama realista e naturalis-ta, de protesto social e político, e o drama psicológico, freudiano, sobrecertos caracteres, ou sobre a sociedade, envolto nas formas novas dosimbolismo e surrealismo, apareceram em adaptações brasileiras. Hátambém, como é o caso na Europa, uma predominância das peças quenão se filiam a uma escola determinada mas que descrevem, dum modosuperficial, os costumes e a vida da sociedade.

Para os que estudarem o teatro brasileiro do ponto de vista social, acomédia de costumes será de grande utilidade. Nela há brasileiros de to-das as classes, com sua linguagem característica e suas reflexões. MartinsPena, Manuel de Macedo, Artur Azevedo, França Júnior, Coelho Neto,João do Rio, Cláudio de Sousa, Armando Gonzaga e Alfredo Mesquitasão algumas das fontes obrigatórias. A história da Abolição pode serpesquisada não só nos raros dramas que se referem exclusivamente aesse tema, mas também em alusões acidentais ao assunto, esparsas nodesenrolar de muitos outros. Os acontecimentos políticos do Brasil re-fletiram, com variantes de interpretação, em numerosos dramas históri-cos. Os episódios que atraíram principalmente a atenção dos dramatur-gos históricos são Tiradentes e a Inconfidência, aspectos do reinado deD. João VI, e os amores de D. Pedro I com a Marquesa de Santos.

O drama, como uma arte viva, está ligado de modo indissolúvel aopalco e ao ator. Uma peça medíocre pode ser melhorada por uma inter-pretação inteligente e cuidadosa, e uma peça boa pode tornar-se excelen-te. Por outro lado, um esplêndido veículo dramático pode ser estragado

1263

Page 592: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

por uma montagem sem apuro e uma representação descuidada. Aindamais, a própria natureza das peças que são escritas depende das corren-tes estéticas que dominam o coração e o espírito dos dirigentes de em-presas teatrais. Em vista disso, é importante assinalar certos desenvolvi-mentos recentes no plano da interpretação, e indicar a influência exerci-da pelo governo, pelo teatro profissional e pelos grupos de amadores.

Em 1937, o Governo do Presidente Vargas passou a figurar comopatrono do teatro. A Comissão do Teatro Nacional foi criada sob a pro-teção do Ministério da Educação. Sua exposição de motivos prometeumuito e despertou grandes esperanças. Entre os empreendimentos a se-rem realizados por este departamento figurava: promoção de estudostécnicos sobre o teatro; estímulo da atividade teatral e elevação de suaqualidade; aperfeiçoamento do gosto artístico do público; encorajamen-to da construção de teatros mais apropriados nas grandes cidades e ins-talação de casas de diversões em municipalidade até aí delas desprovidas;auxílio para o estabelecimento de grupos de amadores em escolas, fábri-cas e clubes; criação de escolas de drama, nas quais os mais talentosospudessem aperfeiçoar-se.

Ai de tais sonhos! Praticamente, tudo ficou no papel. Dando cum-primento ao início do programa, realizou-se um certo número de obrasaproveitáveis. Diversas das companhias profissionais já existentes foramcontratadas para percorrer os estados, a fim de insuflarem o interessepelo teatro nos lugares afastados, e levaram em seus repertórios traduçõesde notáveis peças estrangeiras, as quais, no entanto, foram apresentadasdum modo ainda pior do que aquele pelo qual o foram as obras brasilei-ras. Foi dado financiamento, por curto prazo, a amadores que tomarama palavra qualidade seriamente, e que fizeram o possível para erguer o ní-vel artístico do palco nacional, tanto em matéria de montagem como deinterpretação. Mas tudo isso foi puramente efêmero. O que resta hojedos programas originários é o Serviço Nacional de Teatro, que distribuisubsídios a companhias para a apresentação de obras vulgares, peças co-muns que seriam, provavelmente, levadas à cena mesmo sem auxílio fi-

1264

Page 593: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

nanceiro. Recentemente o ministério anda descontente com o Serviço edeplora seu programa de ação: em conseqüência fornece de outra verbadoações para grupos rivais, que também gastam o dinheiro com os mes-mos resultados lamentáveis. Montagens pomposas e costumes caros,inadequados e dum gosto deplorável, constituem o centro de atração. Oque é realmente importante, uma atuação que revele compreensão do es-copo do autor dramático, absolutamente não aparece. Na verdade, osatores são até mal ensaiados em seus papéis e ficam na dependência doponto.

Mas, em favor do Ministério da Educação, deve-se dizer tambémque manteve a obra da melhor organização de amadores do Brasil, OsComediantes, sob a direção de Tomás Santa Rosa, notável por sua quali-dade artística e seleção cuidadosa de peças teatrais. Outras organizaçõesde amadores, que merecem menção por suas contribuições para o esta-belecimento dum teatro progressivo, são o Teatro da Casa do Estudantedo Brasil, o Teatro de Brinquedo, dirigido por Álvaro Moreira, e o Tea-tro Universitário da Universidade de São Paulo. Note-se que esses ama-dores estão muito acima das companhias profissionais contemporâneas.

A organização dos profissionais, a Sociedade Brasileira de AutoresTeatrais, lança constantemente ataques depreciativos ao que ela chama o"Novo Teatro". Seu Boletim n.º 224 (outubro-novembro-dezembro1944) contém um artigo de Daniel Rocha que é típico. Eis alguns trechos:

"O Teatro Nacional resiste a tudo. Aos que o querem matar e aosque o querem salvar... O público, felizmente, não lhes dá ouvidos e pro-cura no teatro aquilo que o teatro deve e pode proporcionar-lhe: aemoção.

"E emoção, como todos sabem, vai da lágrima ao riso.

"A verdade é que o riso é das emoções mais admiráveis. É um pri-vilégio da raça humana, um aperto de mão à felicidade! O chamado‘Teatro para rir’ é o que tem mantido no mundo inteiro uma grande cor-rente de público, possibilitando, no Brasil, a existência de nossos melho-res elencos teatrais...

1265

Page 594: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

"E não satisfeitos por ver limitado o público de nosso teatro de co-média, esses demolidores de tudo que é nosso, querem limitar aindamais esse público, reduzi-lo a um mínimo, a uma elite de ‘cerebralizados’capazes de compreender as sutilezas de um maçante Giraudoux; ou osimbolismo de um poeta como García Lorca; ou os recalques metafísi-cos de Lúcio Cardoso ou, enfim, o teatro psíquico de um Nélson Rodri-gues..."

Tal crítica antiintelectual mostra como é necessário animar o traba-lho desses amadores e grupos experimentais, a fim de conservá-los vivose ativos. Infelizmente, sua influência é hoje apenas esporádica, pois cadagrupo não consegue oferecer senão cerca de dez representações anual-mente. Mesmo o subsídio do governo, que pode ser cedido a um ou ou-tro, não é suficiente para mantê-los por um período mais longo. Se oMinistério da Educação estiver genuinamente interessado em erguer onível artístico do palco nacional, terá de manter organizações de valor,durante temporadas inteiras, a fim de que as platéias possam despertar,paulatinamente, para uma apreciação real do bom teatro. Além disso,dramaturgos de capacidade comprovada, tais como Carlos Lacerda, Nél-son Rodrigues e outros, deverão ser contratados para fornecer materialdigno de ser representado por essas companhias.

Os homens de letras do Brasil não precisam sentir o constrangi-mento que revelam, em relação à literatura dramática do país. Seu me-nosprezo é baseado em peças individuais, uma vez que não têm, como jávimos, não só o conhecimento, mas até as fontes de informação sobre odesenvolvimento da dramaturgia brasileira durante o século e pouco desua existência. Entre as centenas de peças teatrais que foram escritas, háum pequeno mas respeitável núcleo de valor duradouro.

A bibliografia que segue este artigo é eminentemente seletiva. Estádividida em duas partes. A primeira contém sete itens, os quais se refe-rem à história dramática e crítica e às atividades do teatro profissional.Resumem tudo o que foi, de modo tão insuficiente, escrito a respeito doteatro. Aqueles que tiverem a coragem de ler com cuidado os dois gros-

1266

Page 595: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

sos tomos de Paixão e Silva, hão de verificar quanta organização, discri-minação e leitura de peças é ainda necessária, antes de se poder escreveruma verdadeira história do teatro brasileiro.

A segunda parte consiste de cerca de quarenta e cinco peças, enu-meradas cronologicamente, pequena fração das que tive ocasião de exa-minar. A inclusão de várias centenas só teria servido para confundir epara misturar as boas e más peças teatrais. Meu intuito foi o de escolheros melhores exemplos da dramaturgia brasileira, os quais personalizas-sem também os vários movimentos do teatro, já discutidos neste artigo.

*

N. B. Este capítulo havia sido classificado em último lugar, quando da organização daobra. Sua bibliografia recebeu, portanto, os últimos números. Posteriormente verificou-se ficar melhor situado na parte de Literatura. Feita atransposição, não foi mais possível alterar a numeração dos itens, visto já estar o traba-lho todo indexado, alteração esta que acarretaria uma delonga ainda maior na sua publi-cação.

1267

Page 596: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Bibliografia

A) OBRAS CRÍTICAS

Alcântara Machado

vide

Machado, Antônio de Alcântara.

Assis, Joaquim Maria Machado de. Críticateatral. Rio de Janeiro, Jackson, 1938.322 p.

Coleção de ensaios sobre o teatrobrasileiro e críticas de peças teatrais,extraída de vários periódicos publi-cados entre 1859 e 1879. Bem escritae, muitas vezes, penetrante. O histo-riador literário encontrará muito ma-terial de valor nas partes referentes àsituação do teatro nacional e no re-sumo da obra de Gonçalves de Ma-galhães, José de Alencar e Manuel deMacedo. [5846]

Camargo, Joracy. Teatro brasileiro; teatroinfantil. Rio de Janeiro, Min. Ed. Saú-de, 1937. 51 p.

O mais aplaudido autor dramáti-co do palco contemporâneo afirma,nesta conferência patrocinada peloMinistério da Educação, que a causaprincipal da decadência do teatro na-cional é a falta de público, resultadoda pobreza e da proporção de 80%de analfabetos. Apenas 2% da popu-lação do Rio consegue assistir a pe-ças teatrais. Enquanto tais condiçõesnão forem modificadas, o Governoterá de continuar a subsidiar as com-panhias. Camargo sugere a constru-ção de casas de divertimentos mo-

dernas, e a supressão de impostosdas empresas teatrais. Insiste sobre anecessidade de se criar um teatropara crianças, o qual deverá prepararas platéias adultas do futuro. Nesteponto o autor foi grandemente in-fluenciado pela visita que fez aosteatros para crianças da União Sovié-tica. [5847]

Faria Rosavide

Rosa, Abadie Faria.Machado, Antônio de Alcântara. Cava-

quinho e saxofone (1926-1935). Rio deJaneiro, José Olímpio, 1940. 534 p.

As páginas 415 e 469 desta cole-ção de ensaios sobre assuntos diver-sos são dedicadas a aspectos do tea-tro. Alcântara Machado sustenta queo Brasil jamais teve realmente umteatro próprio, que seu palco sofrede infantilismo, é completamentederivativo e nunca foi desenvolvi-do. Seu ponto de vista coincidecom o da maioria de seus colegascríticos. [5848]

Machado de Assisvide

Assis, Joaquim Maria Machado de.Paixão, Múcio da. O teatro no Brasil. Rio

de Janeiro, Brasília ed. 1936. 606 p.Em conjunto, este livro é mal or-

ganizado e confuso. Não tenta ca-racterizar os valores literários dodrama. Possui alguma utilidadecomo catálogo de fatos heterogê-

1269

Page 597: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

neos. Contém capítulos sobre as ori-gens do teatro brasileiro, organizaçõesteatrais do Rio, com os elencosanuais dos vários teatros. Inclui tam-bém a transcrição de leis e decretosdo Governo referentes ao estabeleci-mento de teatros, escolas de drama,subsídios e censura. Não contém ín-dice. [5849]

Rosa, Abadie Faria. O teatro no Distrito Fe-deral. (Aspectos do Distrito Federal,Rio de Janeiro, Gráf. Sauer, 1943, pp.195-211).

Conferência realizada em 1942pelo Diretor do Serviço Nacional deTeatro, sob os auspícios da Acade-mia Carioca de Letras. É um resumobastante claro e judicioso do desen-volvimento da dramaturgia brasilei-ra. Na opinião de Faria Rosa, o tea-tro surgiu no Brasil apenas em rarosintervalos e nunca como uma ex-pressão literária genuína. Um pontobem apanhado é o de que, talvez, osúnicos dramaturgos natos tenhamsido Martins Pena, França Júnior eArtur Azevedo. [5850]

Silva, Lafaiete. História do teatro brasileiro.Rio de Janeiro, Serv. Gráf. Min.Educ. Saúde. 389 p.

Esta obra, única apresentada numconcurso patrocinado pela Comissãodo Teatro Nacional mereceu o se-gundo prêmio. Em geral, apresentaos mesmos defeitos do volume dePaixão, mas, aqui existe uma tentati-va no sentido de relacionar títulos depeças aos respectivos autores, e co-signa grande número de datas. Algu-mas seções são dedicadas às ativida-des de companhias estrangeiras noBrasil, especialmente as de comédia

musical. Há um índice de atores eautores. [5851]

Sociedade Brasileira de autores tea-trais, Rio de Janeiro. Boletim. Rio deJaneiro, 1920.

Publicaram-se 224 números, apa-recidos no correr dos 25 anos deexistência do boletim. A organiza-ção, que o edita, vela pelos interesseseconômicos dos dramaturgos profis-sionais. O boletim contém relatóriosde reuniões, pequenos artigos sobreo teatro brasileiro passado e presen-te, e dados estatísticos sobre o nú-mero de representações obtidas pe-las peças dos membros do grupo. ASBAT dedica energias à tarefa de ri-dicularizar as sérias produções doteatro de amadores. [5852]

B) PEÇAS TEATRAIS

Andrade, Oswald de. O homem e o cava-lo. São Paulo. 1934. Peça em novecenas. Sua primeira aparição, em1933, pelo Teatro da Experiência,de amadores, foi interrompida pelapolícia. Sátira, amarga e surrealista,da sociedade contemporânea, povoa-da de seres históricos, bíblicos e mi-tológicos, e de animais. E tão acen-tuadamente pró-comunista comoanticapitalista. [5853]

Alencar, José Martiniano de. O demôniofamiliar. São Paulo. Record, 1938.

Quatro atos. Representada pelaprimeira vez em 1857. Comédia decostumes sobre as complicações oca-sionadas por um pretinho escravo, oqual se considera intemediário nos ga-lenteios amorosos de seu senhor. Diá-logo natural e jovialidade animada. A

1270

Page 598: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

peça revela, indiretamente, uma ten-dência abolicionista. [5854]

Alencar, José Martiniano de. Mãe. 2ª ed.Rio de Janeiro, Garnier, (1865)

Quatro atos. Primeira repre-sentação em 1860. Machado de As-sis a considerava "o melhor de todosos dramas nacionais até hoje repre-sentados". Embora o enredo sejatramado artificialmente, as emoçõesque o permeiam são retratadas deum modo convincente -- um ódioferoz à escravidão e à abnegação doamor materno. A fim de proteger ofuturo do filho, a velha mulher quepassa por sua escrava, jamais lhe re-velou esse segredo. Contra a vonta-de dele, num momento de dificul-dades financeiras, ela o persuade avendê-la. [5855]

Arinos, Afonso.vide

Franco, Afonso Arinos de Melo.Assis, Joaquim Maria Machado de. Tea-

tro. Rio de Janeiro, Jackson, 1938.Coleção de oito peças em um ato,

representadas entre 1862 e 1880.Não estão, certamente, de acordocom o gosto da época. O diálogo éaltamente literário, um tanto artifi-cial, muito mais romanceado doque dramático, e permeado de sutiscoloridos psicológicos. Talvez aque merece maior destaque seja Oprotocolo, representada pela primeiravez em 1862. Estudo de tensõesmaritais. [5856]

Azevedo, Artur Nabantino Gonçalvesde. O dote. Rio de Janeiro, Liv. Luso-Brasileira, 1907.

Três atos. Representada pela pri-meira vez em 1907. Comédia espiri-

tuosa e cheia de ação, sobre contra-tempos domésticos. Uma esposa,que julga ser seu dote de 50 contossuficientes para a satisfação de todasas suas extravagâncias, acusa o mari-do de manter amante, quando vema saber que o dinheiro da famíliaestá esgotado. A esposa abandonao lar mas a reconciliação surge de-pois, pelo próximo nascimentodum filho. [5857]

Azevedo, Artur Nabantino Gonçalvesde. O escravocrata. Rio de Janeiro, Tip.A. Guimarães, 1884.

Três atos. A censura não permitiua representação da peça. Forte dra-ma abolicionista que termina em tra-gédia, ao ser descoberto que o filhodo senhor é, na verdade, o filho damulher dele, com um negro escravo.O mercado de escravos e a fazendamostram cenas de grande crueldade,indicando que a escravidão no Brasilnão foi, talvez, tão suave como mui-tos supõem. [5858]

Azevedo, Artur Nabantino Gonçalvesde. Vida e morte, Rio de Janeiro. Soc.Bras. Autores Teatrais, 1932.

Três atos. Representada pelaprimeira vez em 1908. É a últimapeça deste dramaturgo eminente.O enredo é conduzido com habili-dade, cheio de surpresas e contras-tes. Um diagnóstico médico inexatoacarreta um casamento ambíguo, oqual vem a produzir ciúmes e vin-gança. [5859]

Azevedo, Manuel Antônio Alves de. Ma-cário. São Paulo, Martins, 1941.

Escrita por volta de 1850. Nãofoi representada. Em dois episódios,dos quais o primeiro é bem construí-

1271

Page 599: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

do e o segundo, confuso. Peça ultra-romântica. Um moço poeta procuraa verdade, ao passo que Satã tentadesviá-lo. O drama tem reminiscên-cias de Byron, Shakespeare, Goethe,Hugo e outros [5860]

Bandeira Duartevide

Duarte, Bandeira.Barreto, João Paulo dos Santos. A bela

Madame Vargas, Rio de Janeiro, Bri-guiet, s.d.

Três atos. Representada pela pri-meira vez em 1912. Drama cheio deação, sobre a vida da alta roda. O se-gundo casamento de uma viúvaatraente é ameaçado pela atitudepouco cavalheiresca de seu amantedesprezado. O drama é pródigo da-quilo que passou por ser conversãobrilhante na época. Um barão detendências filosóficas, além de tudoconciliar, passa o tempo críticandoos costumes e a moral contempo-rânea. [5861]

Bocaiúva, Quintino. A família, Rio deJaneiro, Tip. Perseverança, 1866.

Cinco atos. Representada pelaprimeira vez em 1859. A peça pregaa moralidade familiar como base dasociedade. A esposa, cujo pecadocometido muitos anos antes, quaseorigina uma tragédia, é finalmentepoupada pelo marido para quepossa expiar a falta educando a fi-lha de acordo com os preceitos davirtude. [5862]

Burgain, Luís Antônio. Três amores ou ogovernador de Braga. Rio de Janeiro,Laemmert, 1860.

Quatro atos. Representada pelaprimeira vez em 1848. Drama ro-

mântico do Portugal medieval, comtodos os acessórios habituais -- cala-bouço, duelo, dissimulação e vingan-ça. Altamente, estimulante. Burgainfoi o mais popular imitador brasilei-ro do velho Dumas. [5863]

Camargo, Joracy. Deus lhe pague...7ª ed.,Rio de Janeiro, Zélio Valverde, 1942.

Três atos. Representada pela pri-meira vez em 1932. Teve mais repre-sentações (mais de 1.000). do quequalquer outra peça brasileira. Satiri-za a corrupção e faz propaganda deuma sociedade comunista. Tudo istoé tecido num enredo muito interes-sante, tendo como herói e filósofoum mendigo rico. Camargo afirmaque muito da eficiência do drama foidestrupido pela censura. A peça foirepresentada em outros países daAmérica do Sul, em tradução espa-nhola. [5864]

Campelo, Samuel. Mulato, Rio de Ja-neiro, Soc. bras. autores teatrais,1935.

Três atos. Representada pelaprimeira vez, em 1935, pelo grupode amadores Gente Nossa do Re-cife, para comemorar o fim da es-cravidão no Brasil. Esta peça mos-tra que o preconceito racial noBrasil está longe de não existir, econstitui um grave problema so-cial. Um moço brilhante, bem-edu-cado, descendente de avó escrava,é frustrado no amor e na carreiraprofissional pelos brancos arro-gantes. [5865]

Cardoso de Oliveira

vide

Oliveira, José Manuel Cardoso de.

1272

Page 600: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Coelho Netto, Henrique Maximiano. Odinheiro. (Teatro, de Coelho Neto,tomo V. Porto. Lelo & Irmão, 1917).

Três atos. Representada pela pri-meira vez em 1912. Drama intelec-tual, embora com aspecto moralistade um marido que preza a riquezaacima de tudo, e a dissipa com aamante. A honra da esposa e sua po-sição humilhante de modo algum opreocupam. [5866]

Correia, Viriato. Marquesa de Santos. s. 1,Getúlio M. Costa, s. d.

Três atos. Representada pela pri-meira vez em 1938. Os amores deD. Pedro I, de 1823 a 1829. A Mar-quesa de Santos domina-lhe o cora-ção. Ela é apresentada como umamulher em busca de afeição dura-doura, e como uma pessoa que pre-za o prestígio do Brasil e tal pontoque consente em retirar-se da Corte,por ocasião do segundo casamentode D. Pedro. [5867]

Correia, Viriato. Nossa gente. Rio de Ja-neiro, Agência pub. mundiais, 1920.

Três atos. Representada pela pri-meira vez em 1920. Comédia-sátirade muito sabor, ridicularizando osbrasileiros citadinos que escarne-cem da terra natal e exaltam tudo oque seja estrangeiro. Os motejado-res são levados a apreciar o nacio-nal através das virtudes genuínasde alguns parentes do interior queos visitam. [5868]

Cruz, Eddy Dias da. Rua Alegre, 12. Curi-tiba, Ed. Guaíra, 1940.

Três atos. Não foi representada.O autor, no prefácio explica modes-tamente que a peça é uma espécie detentativa, escrita com o intuito de

animar o desenvolvimento do teatromoderno no Brasil. É um estudopenetrante das complexidades deduas famílias da classe média.Diálogos que revelam estados deconsciência que alternam com aação exterior. [5869]

Dias, Antônio Gonçalves. Leonor de Men-donça, (Obras póstumas. Teatro), Riode Janeiro, Garnier, s. d.

Três atos. Escrita em 1846. Nãofoi representada. Drama românticode Portugal do século XVI, basea-do em fontes históricas. Uma du-quesa inocente é assassinada pelomarido ciumento. O diálogo é, mui-tas vezes, comoventemente poéti-co, e o estudo feito pelo autor dapsicologia das personagens é exce-lente. [5870]

Duarte, Urbano, colab.vide também

Azevedo Artur Gonçalves de, e Duarte,Urbano.

Duarte, Bandeira. Falta de assunto. Rio deJaneiro, Irmãos Pongetti, 1935.

Três atos. Escrita em 1932. Nãofoi representada. Alguma coisa dePirandello. O autor, sendo ele pró-prio uma personagem na peça inter-rompe as outras aqui e ali para con-versar com elas sobre qual o desen-volvimento que a ação deve ter. Apreocupação principal é fazer dramamoderno. Mas, depois de rodear omarido, a esposa e o amante decomplicações o autor decide que nãopode encontrar uma solução apro-priada. [5871]

Faria Rosavide

Rosa, Abadie Faria.

1273

Page 601: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Fonseca, Domingos Joaquim da. ManuelBeckman. Pernambuco, Tip. Apolo,1888.

Seis atos em verso. É a únicapeça em versos nesta bibliografia.representada pela primeira vez em1868. Baseada, em parte, em fonteshistóricas. Manuel Beckman e umgrupo de amigos revoltam-se no Ma-ranhão contra a administração cor-rupta dos Jesuítas no século dezesse-te. O afilhado de Beckman, despeitadopela recusa da esposa de Beckman emtornar-se sua amante, denuncia o pa-drinho aos soldados do Rei. [5872]

Fornari, Ernâni. Iaiá Boneca. Rio de Janei-ro, Serv. Gráf. Min. Educ.., 1939

Quatro atos. Representada pelaprimeira vez em 1938, como obrainicial da série patrocinada peloServiço Nacional de Teatro. Ce-nas patriarcais, costumes e carac-teres, além de uma suave históriade amor, abrangendo uma meni-na travessa de quinze anos e suairmã mais velha. O local é um,engenho perto do Rio, no ano de1840 durante a campanha da maiori-dade de D. Pedro II. O avó, napeça, personifica o dono de escra-vos brasileiros, na sua forma maisbenigna. [5873]

França, José Joaquim da (Júnior). Direitopor linhas tortas. Rio de Janeiro, A. A.da Cruz Coutinho, s. d.

Quatro atos. Representada pelaprimeira vez em 1870. Farsa cheia decomplicações preparadas com gran-de habilidade a respeito de dois ma-ridos que conseguem tornar razoá-veis as esposas importantes, abando-nando provisoriamente o lar. Há ce-

nas vigorosas de comemorações car-navalescas. [5874]

França, José Joaquim da (Júnior). Asdoutoras. Rio de Janeiro. Soc. bras. au-tores teatrais, 1932.

Quatro atos. Representada pelaprimeira vez em 1889. Como o O de-mônio familiar, de Alencar, é umaconstante favorita das platéias brasi-leiras. Uma sátira alegre sobre o mo-vimento feminista nascente, na qualmajestosas doutoras e advogadasvêm a tornar-se razoáveis pelo casa-mento. [5875]

Franco, Afonso Arinos de Melo. O con-tratador dos diamantes. Rio de Janeiro,Francisco Alves. 1917.

Três atos. Não foi representada.A ação se passa na Capitania de Mi-nas Gerais, nos meados do séculoXVIII. A peça descreve o descon-tentamento crescente do povo contraa tirania e a extorsão por ele sofridas,da parte dos administradores coloniaisportugueses. A revolução dos Inconfi-dentes é prefigurada. [5876]

Gonçalves Dias

vide

Dias, Antônio Gonçalves.

Gonzaga, Armando. Ministro do supremo.São Paulo. Liv. Teixeira, 1940.

Três atos. Representações pelaprimeira vez em 1921. Comédia es-carnecendo das aspirações dos mo-ços brasileiros a sinecuras do gover-no e mostrando com minúcias asdores de cabeça que sobrevivem noarranjo de prestígio oficial para oapoio da candidatura a empregopúblico. [5877]

1274

Page 602: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Guimarães, Francisco Pinheiro. Históriade uma moça rica, Rio de Janeiro, Tip.do Diário do Rio de Janeiro, 1861.

Quatro atos. Representada pelaprimeira vez em 1861. Melodramamoralista, no qual um pai ganan-cioso força a filha a casar-se comum velho rico e mau, a quem elaabandona por uma vida de prosti-tuição. E’ regenerada pelo amor dofilho ilegítimo. [5878]

Jacinta, Maria. Conflito. Porto Alegre, Ed.Meridiano, 1942.

Três atos. Representada pela pri-meira vez em 1939. É natural queuma mulher preocupe-se em mos-trar quanto sofrimento pode ser cau-sado por um duplo padrão. A heroí-na, com coragem e inteligência, con-vence a família e o noivo de que afalta de uma atitude convencionalnão é imoral. [5879]

Lacerda, Carlos. O rio. São Paulo, Estab.Gráf. Cruzeiro do Sul, 1943.

Três atos. Representada pela pri-meira vez em 1937, por uma compa-nhia de amadores, dirigida por Álva-ro Moreira. É uma tentativa cons-cienciosa para retratar a populaçãoda roça como ela é, em lugar de utili-zá-la como caracteres cômicos ou pi-torescos, como é a prática habitualdo teatro. Lacerda salienta o embo-tamento e a pobreza da sua existên-cia e seu modo simples de falar, sobo qual ocultam-se emoções de gran-de intensidade. [5880]

Lacerda, Maurício, e Modesto, Heitor.Flor de lótus. Rio de Janeiro, FreitasBastos, s.d.

Três atos. Escrita em 1924. Nãofoi representada. Trata dos proble-

mas psicológicos que confrontamum intelectual que deve decidir-seentre continuar a lutar em prol dahumanidade oprimida ou estabele-cer-se confortavelmente numa car-reira comum. O idealismo prevalece.[5881]

Lima, Manuel de Oliveira. Secretário d’El-Rei. Rio de Janeiro, Garnier, 1904.

Três atos. Escrita em 1889. Nãofoi representada. Um drama históri-co da corte portuguesa do séculoXVIII mas, de acordo com o prefá-cio, "lembrará o autor que o espíritode sua peça é inteiramente brasileiro,visando simbolizar... a diferenciaçãoque se ia assinalando entre o Reino eà sua Colônia americana..." D. JoãoV renuncia a seu primeiro ímpeto decastigar o moço nobre que se atre-veu a casar com a moça que o Reidesejava para si, e, pela sugestão deseu secretário Alexandre de Gus-mão, envia o casal para governar aprovíncia de Goiás, onde eles irão seesforçar pelo desenvolvimento dagrandeza brasileira. [5882]

Lopes, Oscar. Os impunes. Rio de Janeiro,Garnier, 1911.

Três atos. Representada pela pri-meira vez em 1910. Drama de intri-gas amorosas da alta classe, influen-ciado pelas produções correntes doteatro francês. Um cínico D. Joãoconquista, simultaneamente, mãe efilha; ele se sai bem, ao passo quetragédia e castigo caem sobre as duasmulheres. [5883]

Machado de Assisvide

Assis, Joaquim Maria Machado.

1275

Page 603: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Macedo, Joaquim Manuel de. Luxo e vai-dade. (Teatro de Macedo, tomo I, Riode Janeiro, Garnier, 1863).

Cinco atos. Representada pelaprimeira vez em 1860. Uma peçatese, arquitetada de acordo com mo-delos franceses, Macedo ataca osmembros da classe média que vi-viam num luxo que não podemsustentar e exibem falso orgulho.A peça sofre de excesso de melo-drama. [5884]

Macedo, Joaquim Manuel de. A torre emconcurso. (Teatro de Macedo, tomo II,Rio de Janeiro, Garnier, 1863).

Três atos. Representada pela pri-meira vez em 1861. Comédia burles-ca sobre luta de partidos, eleições efraude política, entre personagens decidade do interior. Sob o riso que pro-voca, a sátira é evidente. [5885]

Magalhães, Raimundo (Júnior). CarlotaJoaquina. Rio de Janeiro, Serv. Gráf.Min. educ., 1940.

Três atos. Representada pela pri-meira vez em 1939, como a segundapeça levada à cena sob os auspíciosdo Serviço Nacional do Teatro. Ba-seada em fontes históricas, retrata osdez últimos anos de D. João VI esua corte no Brasil. O temperamen-to violento e as maquinações da rai-nha Carlota Joaquina são postos emfoco. Na partida do pai, D. Pedro Iafirma possuir afeto pelo Brasil, ealude à possibilidade de sua inde-pendência. [5886]

Martins Penavide

Pena, Martins.Mesquita, Alfredo. Em família. São Pau-

lo, Ed. Spes, 1937.

Três atos. Não foi representada.Drama social, mostrando as conse-qüências da derrocada de 1929 na fa-mília de um fazendeiro de café em-pobrecido. As personagens adap-tam-se, cada uma a seu modo, ànova vida de apertos. [5887]

Modesto, Heitor, colab.vide também

Lacerda, Maurício, e Modesto, Heitor.Moreira, Álvaro. Adão, Eva e outros mem-

bros da família. Rio de Janeiro, Pimen-ta de Melo & Cia. 1929.

Quatro atos. Representada pelaprimeira vez em 1927, pelo Teatrode Brinquedos de Amadores, dirigi-do pela autor e sua esposa, os quaistambém tomaram parte no elenco. Anatureza geral da peça se encontranas palavras de uma de suas perso-nagens -- "Eu queria um teatro comreticências... O último ato não seriao último ato... continuaria na sensi-bilidade e na inteligência dos es-pectadores..." Os caracteres sãomeio reais, meio fantoches, comnomes como Um, Outro, Escritore Mulher. Um jornal fundado como dinheiro furtado, proporcionapoder e fama mas não amor ou fe-licidade. [5888]

Nunes, Feliciano Joaquim de Sousa. Cor-ja opulenta. Rio de Janeiro, Tip. Poli-técnica de Morais e Filhos, 1887.

Três atos. Representada pela pri-meira vez em 1884. Drama abolicio-nista, terminando em morte e loucu-ra, por causa da corrupção de um se-nhor que vende a filha da escravasua amante. [5889]

Oliveira, José Manuel Cardoso de. O sor-vedouro. Rio de Janeiro, Garnier, 1902.

1276

Page 604: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Cinco atos. Escrita orginariamen-te em francês e representada nesteidioma em Genebra, em 1901. Otexto português foi revisto no Brasilmas a peça não foi aí representada.Há, também, uma tradução inglesa.O drama é influenciado grandemen-te pelo naturalismo francês. Contémuma tese proletária contra o alcoolis-mo. Um trabalhador, digno e esfor-çado cai na ruína, levado por máscompanhias e bebida, mas é regene-rado pela esposa dedicada e com-preensiva. [5890]

Oliveira Limavide

Lima, Manuel de Oliveira.Pena, Martins. Comédias. Nova edição.

Rio de Janeiro, Garnier, s.d.Contém as novas peças do mais

conhecido de todos os dramaturgosbrasileiros, oito em um ato e umaem três atos, levadas à cena, origina-riamente, nos anos 1838 e 1845. Sãocomédias de costumes, nas quais afarsa predomina. O juiz de paz da roça(1838) e O caixeiro da taverna (1845),ambas em um ato, são as mais bemarquitetadas e de caracteres mais inte-ressantes. Quatorze outras peças deMartins Pena, descobertas recente-mente em manuscritos, serão em bre-ve publicadas pelo Instituto do Livro.[5891]

Pinheiro Guimarãesvide

Guimarães, Francisco Pinheiro.Rebelo, Marques, pseud.

videCruz, Eddy Dias da.Rio, João do, pseud.

videBarreto, João Paulo dos Santos.

Rodrigues, Nélson. Vestido de Noiva. Riode Janeiro. Emp. grf. O Cruzeiro,1944.

Três atos. Ilustrada com algumascenas da peça. Representada pelaprimeira vez em 1939, por um grupode amadores: Os Comediantes. Dra-ma freudiano, altamente original, so-bre a rivalidade de duas irmãs a res-peito de um único homem. A açãopassa-se, simultaneamente, em trêsplanos diferentes do palco -- planoda alucinação, o plano da memória eo plano da realidade. Esta peça é acontribuição mais importante do tea-tro brasileiro moderno. [5892]

Rosa, Abadie Faria. Nossa terra. Rio deJaneiro, Agência Brás Lauria, 1917.

Três atos. Representada pela pri-meira vez em 1917. Estudo muitocompreensivo das desarmonias quesurgiram no Sul do Brasil, durante aprimeira guerra mundial, entre umafamília brasileira e outra alemã, quehaviam sido até então, grandesamigas. [5893]

Schmidt, Afonso. Carne para canhão. SãoPaulo, Ed. Unitas, 1934.

Três atos. Não foi representada.Refere-se aos problemas do proleta-riado e às dificuldades dos intelec-tuais num mundo dominado por fa-bricantes de munições, os quais nosempurram para a guerra. Um dramaantifascista, pacifista, cuja ação, umtanto confusa, se passa numa repú-blica imaginária. [5894]

Taunay, Alfredo de Escragnolle, Viscon-de de. Amélia Smith. 2ª ed. S. Paulo,Melhoramentos, (1930).

Três atos. Escrita em 1886, masnão foi representada. Uma moça

1277

Page 605: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

brasileira é induzida pelos pais a ca-sar com um inglês rico, duas vezesmais velho do que ela. As excelentesqualidades do marido granjeiam-lherespeito e afeição, não obstante elaarranja um amante. A expiação bate-lhe à porta quando o seu filho ilegíti-mo, que o marido julga ser seu pró-prio, vem a morrer de moléstia her-dada do verdadeiro pai. [5895]

Távora, João Franklin da Silveira. Três lá-grimas. Recife, Muhlert, 1870.

Três atos. Representada pela pri-meira vez em 1868. Melodrama cujotema, de per se, forneceria materialpara diversas peças. Há uma escalacompleta de emoções. A sociedade

da época é criticada em suas defi-ciências, e é-nos oferecida uma análi-se da vida e amores de estudantes,atores, empregados públicos e a no-breza. [5896]

Viana, Oduvaldo. Manhãs de sol. Rio deJaneiro, Soc. Bras. Autores Teatrais,1939.

Três atos. Representada pela pri-meira vez em 1921. Descrição senti-mental do papel dos encantos da na-tureza na consolidação de um ro-mance de amor. Excelente caracte-rística do povo da roça. A peça foitambém representada em traduçãoespanhola, em outros países daAmérica do Sul. [5897]

1278

Page 606: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Índice de Autores

Page 607: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS
Page 608: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Índice de Autores

A

Abbeville, Claude d’, 1850, 4122, 4408.Abels, Margaret Hutton, 815.Abranches, Carlos Alberto Dunshee de, 1108.Abranches, Dunshee, vide Moura, João Dunshee de Abranches.Abreu, Casimiro José Marques de, 4761.Abreu, Henrique Tanner de, 1289.Abreu, João Capistrano de, 1851, 1852, 2721, 3266, 3267, 3731, 3732, 4467, 5598.Abreu, Manuel Cardoso de, 3733.Abreu, Sílvio Fróis, 1853, 1854, 2620, 2894, 2895, 2905, 2948, 5274, 5599.Abreu e Lima, José Inácio de, vide Lima, José Inácio de Abreu e.Abreu Farias, Gelásio, vide Farias, Gelásio de Abreu.Academia Brasileira de Letras, Rio de Janeiro, 2105, 2106, 2107, 2108, 5154.Acióli, Hildebrando, 1307, 1308, 3333, 3334.Aquiles, Paula, 1431.Acquarone, Francisco, 1, 132, 133, 889.Acuña, Cristobal de, 1855, 3268, 4123.Adalberto, príncipe da Prússia, 1856, 4124, 5600.Adam, Paul Auguste Maria, 177, 4125.Agache, Donat Alfred, 807, 2967, 2968.Agassiz, Luís, 2, 4126, 5601.Aguiar, Antônio Augusto de, 3165.Aguiar, Martins de, 2109.Aguilar y Prado, Jacinto de, 3967.Aimard, Gustave, 3.Airosa, Plínio, 1861, 2118, 5158.Aitzema, Lieuwe Van, 3932.Albes, Eduardo, 617.Albuquerque, Américo, 5602.Albuquerque, Epitácio Pessoa Cavalcanti de, 3136.Albuquerque, José Joaquim de Campos da Costa Medeiros e, 1432, 3509, 4468.Albuquerque, Lincoln de, 2110.Albuquerque, Luís Teotônio Cavalcanti de, 2354.Albuquerque, Paulo de Medeiros e, 816, 898, 942.Albuquerque, Coelho, Duarte de, vide Coelho, Duarte de Albuquerque.Alcântara Machado, Antônio de, vide Machado, Antônio de Alcântara.

Page 609: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Alcântara Machado, José de, vide Oliveira, José de Alcântara Machado de.Aldenburgk, Johan Gregor, 3968.Alencar, José Martiniano de, 2111, 2112, 4469, 4668, 5603, 5604, 5854, 5855.Alencar, Mário Cochrane de, 4470.Alencastre, José Martins Pereira de, 3734, 3735.Alincourt, Luís d’, 3736, 4127.Aliseris, Carlos Washington, 899.Allain, Emile, 396.Almagro, Manuel de, 4128.Almeida, Antônio de (Júnior), 1290, 1433, 1434, 1435, 1436, 5402, 5403.Almeida, Antônio Figueira de, 226, 1437.Almeida, Benedito Pires de, 2355, 5404.Almeida, Cândido Mendes de, 1109, 1372, 1373, 3737, 3940.Almeida, Eduardo de Castro e, 3167.Almeida, Fernando Mendes de, 2356, 5405.Almeida, Francisco de Paula Lacerda de, 1008, 1155, 4409.Almeida, Francisco José de Lacerda e, 3738, 4129.Almeida, Guilherme, 4762.Almeida, Isaías Alves de, 1438, 1439, 1440, 1441, 1442, 1443.Almeida, João Mendes de (Júnior), 969, 1230, 1256, 4399.Almeida, Joaquim Canuto de Mendes de, 1257.Almeida, José Américo de, 2906, 5605.Almeida, José Ricardo Pires de, 688, 1444.Almeida, Júlia Lopes de, 4669.Almeida, Manuel Antônio de, 4670, 5606.Almeida, Miguel Osório de, 4471.Almeida, Moacir de, 4763.Almeida, Renato, 2357, 4472, 4851, 4852, 4853, 4854, 4855, 4856, 5406.Almeida, Rômulo Barreto de, 272.Almeida, Sílvio de, 2358.Almeida, Tito Franco de, 3168.Almeida Júnior, vide Almeida, João Mendes de (Júnior).Almeida Nogueira, vide Nogueira, José Luís de Almeida.Almeida Prado, Francisco Bertino, vide Prado, Francisco Bertino de Almeida.Almeida Prado, João Fernando de, vide Prado, João Fernando de Almeida.Alonso, Amado, 2113, 2114.Alphonsus, João, vide Guimarães, João Alphonsus.Alpi, Giuseppe, 4.Altavila, Jaime de, 5607.Alvarenga, Manuel Inácio da Silva, 4764.

Page 610: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Alvarenga, Oneida, 2115, 2359, 2360, 4857, 4858, 4859, 5608.Álvares de Azevedo, vide Azevedo, Manuel Antônio Álvares de.Alves, Antônio de Castro, 4765.Alves, Antônio Constâncio, 4473.Alves, Francisco Rodrigues (Filho), 3510.Alves, José de Paula Rodrigues, 3511.Alves, João Luís, 1009, 4389, 5609.Alves, Joaquim, 1445.Alves, Osvaldo, vide Silva, Osvaldo Alves da.Alves, Raul, 1446.Alves de Almeida, Isaías, vide Almeida, Isaías Alves de.Alves de Sousa, Henrique Caper, vide Sousa, Henrique Caper Alves de.Amado, Genolino, 4474.Amado, Gilberto, 1170, 3512, 3513, 4475, 4671, 5610, 5611.Amado, Jorge, 943, 3514, 4672, 5612, 5613, 5614, 5615.Amaral, Afrânio do, 2116.Amaral, Antônio José Azevedo do, 3515, 3516, 3517, 4477.Amaral, Amadeu, 2117, 2361, 2362, 4476, 5616.Amaral, Brás Hermenegildo do, 273, 274, 5275, 5276.Amaral, Edmundo, 442.Amaral, José Álvares do, 275.Amaral, José Ribeiro do, 4860.Amaral, Leônidas do, 3518.Amaral, Leopoldo, 4861.Amaral, Luís, 1074, 2722, 2777, 3519, 5277.Amaral, Tarsila do, 933.Amaral, Urbano de, 3520.Ameal, conde, vide Campos, João Correia Aires de.Americano, Jorge, 1231, 3521.Amoroso Lima, Alceu, vide Lima, Alceu Amoroso.Anchieta, José de, 1857, 1858, 3269, 4766.Andrada, Martim Francisco Ribeiro de (Neto), 3522, 3523, 3524.Andrada e Silva, José Bonifácio de, vide Silva, José Bonifácio de Andrada e.Andrade, Alfredo Antônio de, 1859.Andrade, Almir Bonfim de, 3525, 4478, 5259.Andrade, Carlos Drummond de, 4767.Andrade, Jaime Pinheiro de, 1398.Andrade, José Osvaldo de Sousa, 4673, 4769.Andrade, Maria Guilhermina Loureiro de, 1447.Andrade, Mário de, 5, 135, 448, 490, 501, 502, 900, 901, 2364, 2365, 2366, 2367, 2368, 2369, 2370,

2371, 2372, 2373, 2374, 2375, 2376, 2377, 4479, 4674, 4768, 4862, 4863, 4864, 4865, 4866, 4867,

Page 611: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

4868, 4869, 4870, 4871, 4872, 4873, 4874, 4875, 4876, 4877, 4878, 4879, 4880, 4881, 4882, 5407,5617, 5618, 5619.

Andrade, Martins de, 4883.Andrade, Nair de, 4884.Andrade, Odilon C., 1199.Andrade, Oswald de, 5853.Andrade, Rodrigo Melo Franco de, 83, 503.Andrade, Vicente Navarro de, barão de Inhomirim, 1448.Andrade Murici, José Cândido de, vide Murici, José Cândido de Andrade.Andreoni, João Antônio, vide Antonil, André João, pseud.Andrews, C. C., 5621.Anísio, Pedro, 760.Anjos, Augusto de Carvalho Rodrigues dos, 4770.Anjos, Ciro dos, 4675.Anselmo, Antônio, 5155.Anson, George, 4130.Anthouard, barão d’, 2779.Antipoff, Helena, 1449, 1450, 1451, 1452, 1453, 1454, 1455.Antonil, André João, pseud., 2778, 3270, 2739, 5620.Antze, Gustav, 1860.Anunciação, Miguel Arcanjo da, 375.Appun, Carl Ferdinand, 4131.Apulcro, Xisto, 3526.Aragão, Antônio Moniz Sodré de, 1110.Aragão, Egas Munis Barreto de, 1456.Arago, Jacques, 4132.Araguaia, visconde de, vide Magalhães, Domingos José Gonçalves de.Aranha, José Pereira da Graça, 4480, 4676, 5622.Araripe, Tristão de Alencar (Júnior), 3336, 3337, 4481.Araripe Júnior, vide Araripe, Tristão de Alencar (Júnior).Araújo, Carolina Nabuco de, 3169, 4482.Araújo, Coussirat, 3105.Araújo, J. A. Correia de, 1111.Araújo, João Vieira de, 1112.Araújo, Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de, 3170, 3527, 3528, 3529, 3530, 3531, 3532, 4483.Araújo, José de Sousa Azevedo e, 112, 3740.Araújo, José Sousa Ferreira de, 4484.Araújo, José Tomás Nabuco de, 3431.Araújo, Murilo, 4771.Araújo, Oscar d’, 2676, 3533.Araújo, Oscar Egídio de, 5278, 5623.

Page 612: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Araújo Castro, vide Castro, Araújo.Araújo Correia, Alfredo Pinto de, vide Correia, Alfredo Pinto de Araújo.Araújo Guimarães, vide Guimarães, A. C. d’Araújo.Araújo Jorge, vide Jorge, Artur Guimarães de Araújo.Araújo Lima, vide Lima, Araújo.Arbos, Filipe, 2969.Arbousse-Bastide, Paul, 5550, 5551.Arcanjo, Samuel, vide Santos, Samuel Arcanjo dos.Archero, Aquiles (Júnior), 5552, 5553.Arciszewshi, Chistoffel, 3994.Arézio, Artur, vide Fonseca, Artur Arézio da.Argentina. Dirección Nacional de Bellas Artes, 817.Arinos, Afonso, vide Franco, Afonso Arinos de Mello.Armitage, John, 3338.Arquivo Público Nacional, Rio de Janeiro, vide Rio de Janeiro, Arquivo Público Nacional.Arroio, Antônio José, 4885.Arruda, João, 1157, 1343.Arruda Câmara, vide Câmara, Arruda.Artes, João das, 761.Asher, George Michael, 4111, 5157.Asschenfeldt, Friedrich, 4133.Assis, Joaquim José de, 1457.Assis, Joaquim Maria Machado de, 4485, 4677, 4678, 4679, 4772, 5846, 5856.Assis Brasil, vide Brasil, José F. de Assis.Assis Chateaubriand, vide Melo, Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de.Assis Cintra, vide Cintra, Assis.Assis Moura, Gentil de, Moura, Gentil de Assis.Assis Ribeiro, C. J. de, vide Ribeiro, C. J. de Assis.Associação Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, 1458, 1459, 1460, 1461, 1462.Assunção, Herculano Teixeira de, 3534.Ataliba Nogueira, vide Nogueira, J. C. Ataliba.Ataíde, Tristão, pseud. vide Lima, Alceu Amoroso.Atri, Alessandro d’, 590, 3171, 4134.Auchincloss, William Stuart, 591.Auendaño y Vilela, Francisco, 3969.Augusto, Paulo, 4886.Aurignac, Romain d’, 4135.Avé-Lallemant, Robert Christian Berthold, 106, 4136, 4137.Avelar, Romeu de, 373.Avendagno e Vilela, Francesco d’, vide Vilela, Francesco d’Avendagno e.

Page 613: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Avezac-Macaya, Marie Armand Pascal d’, 4138.Aires, Matias, vide Eça, Matias Aires Ramos da Silva de.Azambuja, Darci Pereira de, 1158, 2119, 4680.Azeredo, Carlos Magalhães de, 3341, 4486.Azeredo Coutinho, vide Coutinho, José Joaquim da Cunha de Azeredo.Azevedo, Aluísio Tancredo Gonçalves de, 4681, 5624, 5625, 5626.Azevedo, Antônio Mariano de, 4139.Azevedo, Artur Gonçalves de, 4682, 4887, 4888, 5857, 5858, 5859.Azevedo, Asdrúbal Guyer de, 3535.Azevedo, Fernando de, 1463, 1464, 1465, 1466, 1467, 1468, 4487, 5554, 5555.Azevedo, Filadelfo, 1010.Azevedo, Gregório Taumaturgo, 1310.Azevedo, João Lúcio de, 3271, 3741, 3742, 4100, 4433, 5408, 5409.Azevedo, José Afonso Mendonça de, 1374, 1375.Azevedo, Luis Heitor Correia de, 2378, 4889, 4890, 4891, 4892, 4893, 4894, 4895, 4896, 4897, 4898,

4899, 4900, 4901, 4902, 4903, 4904, 4905, 4906, 4907, 4908, 4909, 4910, 4911, 4912, 4913.Azevedo, Manuel Antônio Álvares de, 4773, 5860.Azevedo, Manuel Duarte Moreira de, 6, 113, 483, 523, 637, 970, 1469, 3342, 3343, 3344, 3432, 4914,

4915, 4916, 4917.Azevedo, Noé, 1113.Azevedo, Pedro de, 3272, 3273.Azevedo, Vicente de Paulo, 1114, 1258.Azevedo, Washington, 1200.Azevedo, Amaral, vide Amaral, Azevedo.Azevedo, Lima, vide Lima, Azevedo.Azevedo, Marques, vide Marques, J. M. de Azevedo.Azevedo Marques, Manuel Eufrásio de, vide Marques, Manuel Eufrásio de Azevedo.

B

B., Virginie Leontine, 4140.Backer, Augustin de, 5159, 5160, 5161.Backer, Charles Laurence, 2621.Backheuser, Everardo, 1470, 1471, 2622, 2970.Baena, Antônio Ladislau Monteiro, 3743.Baerle, Kaspar van, vide Barlaeus, Caspar.Baers, Joannes Paschasius, 3986.Bahia, Arquivo do Estado, 3345.Bahia, Faculdade de Medicina, 1472.Baião, Antônio, 2374.Bailly, Gustavo Adolfo, 4918.

Page 614: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Baker, C. A., 1473.Balbi, Adriano, 178, 4919.Baldus, Herbert, 1862, 1863, 1864, 1865, 1866, 1867, 1868, 1869, 1870, 1871, 5260.Balmaceda Cardoso, vide Cardoso, P. Balmaceda.Bandeira, Antônio Herculano de Sousa (Filho), 1474.Bandeira, Esmeraldino O. T., 1115.Bandeira, João Carneiro de Sousa, 4488.Bandeira, Manuel Carneiro de Sousa, 84, 206, 207, 463, 4489, 4774, 4775, 4776, 4920.Bandeira, Sousa, 3536.Bandeira de Melo, Afonso, vide Melo, Afonso de Toledo Bandeira de.Bandeira de Melo, Raul Correia, vide Melo, Raul Correia Bandeira de.Bandeira Duarte, vide Duarte, Bandeira.Bangel, R. Albert van de Eeckhout (Eyckhout, Eyckholt), 467.Barata, Manuel de Melo Cardoso, 368.Barata, Mário, 151, 638, 728.Barbosa, Antônio da Cunha, 179, 180, 4921.Barbosa, Domingos Caldas, 4777.Barbosa, Januário da Cunha, 1475, 4490, 4926.Barbosa, Otávio, 2972, 2973.Barbosa, Orestes, 4922Barbosa, Rui, 971, 972, 973, 1011, 1012, 1075, 1171, 1172, 1201, 1311, 1476, 1477, 3537, 3538, 3539,

3540, 3541, 3542, 3543, 3544, 3545, 3546, 4461, 4491.Barbosa de Oliveira, Américo, vide Oliveira, Américo Barbosa de.Barbosa de Oliveira, João José, vide Oliveira, João José Barbosa de.Barbosa Lima Sobrinho, Alexandre José, vide Lima, Alexandre José Barbosa (Sobrinho). Barbosa Machado, Diogo, vide Machado, Diogo Barbosa.Barbosa Rodrigues, João, vide Rodrigues, João Barbosa.Barbosa, J. Rodrigues, 4923, 4924, 4925.Barcelos, Ramiro, 4778.Barlaeus, Gaspar, 376, 1872, 3995.Baro, Roulox, 1873, 4094, 4141.Barreto, Abílio Velho, 3744Barreto, Afonso Henrique Lima, 4683, 5628, 5629.Barreto, Anita Pais, 1478.Barreto, Antônio Vitor de Sá, 5280.Barreto, Benedito Bastos, 3745, 5410.Barreto, Ceição de Barros, 1479, 2380, 4927.Barreto, Emídio Dantas, 3547, 3548.Barreto, João (Filho), 4684.Barreto, João de Barros, 1291, 5281.Barreto, João Paulo dos Santos, 2381, 2382, 4492, 4685, 5411, 5861.

Page 615: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Barreto, Luís Pereira, 4493.Barreto, Mário, 3433, 3434.Barreto, Mário Castelo Branco, 2120.Barreto, Paulo T., 107, 400, 2383, 4928.Barreto, Plínio, 1116.Barreto, Romano, 5412, 5556, 5557, 5558.Barreto, Tobias, vide Meneses, Tobias Barreto de.Barreto Falcão, vide Falcão, Pedro Barreto.Barreto, Carlos Xavier P., 1117.Barrington, George, 4142.Barros, Domingos Borges de, visconde da Pedra Branca, 2121.Barros, Francisco Borges de, 3746.Barros, J. Teixeira, 277, 5414.Barros, Jaci Rego, 5413.Barros, Jaime, 3549.Barros, Leonel Vaz de, 4686.Barros, Olívio, 5630.Barros, Prudente J. de Morais, 3550.Barros, Silva, 2122.Barros Barreto, Ceição de, vide Barreto, Ceição de Barros.Barros Barreto, João de, vide Barreto, João de Barros.Barros Vidal, vide Vidal, Barros.Barroso, Gustavo, 152, 729, 2384, 2385, 2385, 2386, 2387, 3551, 3552, 3553, 4929, 4930, 5415, 5416,

5417, 5541, 5631.Barroso, José Liberato, 1480.Barrow, John, 227, 4143.Bartlett, John Russel, 5163.Bartolotti, Domenico, 5280.Basbaum, Leôncio, 4494.Bastide, Paul Arbousse, vide Arbousse-Bastide, PaulBastide, Roger, 2388, 2389, 5261, 5418, 5559.Bastos, Alfredo, 4931, 4932.Bastos, Aureliano Cândido Tavares, 3435, 3436, 3437, 3554, 4495.Bastos, José Tavares, 1376, 1399.Bastos, Manuel José de Oliveira, 4144.Bates, Henry Walter, 4145, 5632.Batista, F. Chagas, 2379.Batista, Francisco de Paula, 1232.Batista, José Luís, 3747.Batista, Nair, 484, 485, 524, 5162.Batista, Pedro, 5627.

Page 616: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Batista Pereira, Antônio, vide Pereira, Antônio Batista.Baudartium, Guliemum, 3933.Beaurepaire, visconde de, vide Rohan, Henrique de Beaurepaire.Reck, Matias, 3749.Belfort, José Joaquim Tavares, 1481.Belfort de Matos, Dalmo, vide Matos, Dalmo Belfort de.Belo, José Maria, 1344, 3555.Belo, Júlio, 5633.Belmann, E., 4146.Belmar, 4147.Belmonte, pseud., vide Barreto, Benedito Bastos.Beltran, Francisco, 5164.Bemis, Samuel Flagg, 5165.Benisovitch, Michel, 581, 582.Benko, Jerolim Freiherrn von, 4148.Bennett, Frank, 5634.Berardinelli, W., 1118.Berford, Sebastião Gomes da Silva, 4149.Berlink, Eudoro, 3172.Bernardes, Artur, 3556.Berredo, Bernardo Pereira de, 3275, 3750, 3941.Berrien, William, 4933, 4934, 4935.Betendorf, João Filipe, 3276, 3751.Betim Pais Leme, Alberto, vide Leme, Alberto Betim Pais.Bettencourt, Gastão Faria de, 4936.Beviláqua, Clóvis, 974, 975, 976, 1013, 1014, 1015, 1312, 1326, 1327, 3346, 4496.Beviláqua, Otávio, 4937, 4938, 4939.Beyer, Gustavo, 4150.Bezerra, Antônio, 4151.Bezerra, Alcides, vide Cavalcanti, João Alcides Bezerra.Bezerra de Meneses, José Augusto, vide Meneses, José Augusto Bezerra de.Biard, François Auguste, 689, 5635.Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, vide Rio de Janeiro, Biblioteca Nacional.Bibliothèque Nationale, Paris, vide Paris. Bibliothèque Nationale.Bibra, Ernest Freiherrn von, 4152.Bidon, Henry, 4155.Biehl M., 2723.Bigg-Whither, Tomas P. 4154.Bilac, Olavo Brás Martins dos Guimarães, 4779.Bilden, Rüdiger. 5419.

Page 617: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Billings, A. W. K., 2780.Binet, Alfred, 1482.Birnfeld, Campos, 1076.Bittencourt, Edgard de Moura, 1259.Bittencourt, Feliciano Pinheiro, 1483.Bittencourt, Pedro Calmon Moniz de, 278, 279, 327, 592, 1159, 1173, 3173, 3174, 3347, 3752, 3753,

4940, 5647, 5648.Blaer, João, 5636.Blake, Augusto Vitorino Alves do Sacramento. 5168.Block, Petrus Johannes, 3942.Bloom, Herbert I, 4093.Bocaiúva, Quintino, 3557, 5862.Boccanera, Sílio (Júnior), 136, 197, 4941, 4942, 4943.Boelen, John-Goon (Jacobus), 4155.Boggiani, Guido, 1874.Boggs, Ralph Steele, 2390, 5169.Boiteux, José Artur, 2123, 3106, 5283.Boiteux, Lucas Alexandre, 2324, 3348.Bonfim, Manuel José do. 1484, 5637.Bonaventura, Arnaldo, 4944.Bondar, Gregório, 2949, 2950, 2951, 2952.Bonhomme, Carlos de, 1270.Bonifácio, José, O Moço, vide Silva, José Bonifácio de Andrada e, O Moço.Bonifácio José, O Patriarca, vide Silva, José Bonifácio de Andrada e, O Patriarca.Bopp, Raul, 4780.Borba, José Osório, 4497Borba, Telêmaco Morosini, 1875.Borchard, Edwin Montefiore, 5170.Borges, Abílio César, 1485, 1486, 1487, 1488, 1489.Borges da Fonseca, Antônio José Vitoriano, vide Fonseca, Antônio José Vitoriano Borges da.Borges de Castro, José Ferreira, vide Castro, José Ferreira Borges de.Borges de Medeiros, vide Medeiros, A. A. Borges de.Bormann, José Bernardino, 3438, 3439, 3440.Borromeu, Carlos, 4945.Bosche, Eduardo Teodoro, 4156.Bossi, Bartolomé, 4157.Bougainville, Hyacinth Yves Philippe Potentin, 690, 4158, 4159.Bouillenne, R., 2841.Bourciez, Ed. 2125.Bovet, A. de, 2974, 2975, 2976.Bowman, Is., 2842.

Page 618: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Box, Pelham Horton, 3441.Brackenridge, H. M., 4160.Braga, Antônio Pereira, 1233.Braga, Ernani, 4946.Braga, José Peixoto da Silva, 3748.Braga, Rubem, 4498, 5638, 5639.Braga, Teodoro, 45, 639.Bragança, Luís de Orleans, príncipe, 3558,Brandão, Teixeira, 1490.Brandão, Ulisses, 3349.Brandenburger, Clement, 2391.Brandt, Bernhard, 2977.Branner, John Casper, 2623, 2624, 2625, 2626, 2627, 2843, 2907, 2908, 2909, 2910, 2911, 2912, 2913,

2914, 2915, 2916, 2917, 2953.Brasil, A. Americano do, 2392.Brasil, Carlos Augusto Soares, 1511Brasil, I. G. Americano do, 2393.Brasil, João Cana, 5284.Brasil, Joaquim Francisco de Assis, 1160, 1161, 1162, 3564, 3565, 3566, 3567, 3568, 3569, 3570, 4500.Brasil. Assembléia Nacional Constituinte, 3559. 3570, 4500.Brasil. Câmara dos Deputados, 1491, 1492, 1493, 1494, 1495, 1496, 1497, 1498, 1499, 1500, 1501,

1502, 1503, 1504, 1505, 3561, 5171.Brasil. Comissão pró-monumento de Deodoro, 3175.Brasil. Departamento Nacional de Estatística, 5172.Brasil. Departamento Nacinal do Café, 1377, 1378.Brasil. Diretoria-Geral de Estatística, 5285, 5286, 5287, 5288, 5289, 5290, 5291, 5292, 5293, 5294.Brasil. Exército do, 3442.Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 7, 102, 736, 1612, 1613, 1614.Brasil. Instituto Nacional de Cinema Educativo, 1615.Brasil. Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, 737, 1616, 1617, 1618, 1619, 1620, 1621, 1622,

1623, 1624, 1625, 1626, 1627, 1628, 1629, 1630, 1631, 1632.Brasil. Ministério da Agricultura. Serviço Geológico e Mineralógico, 2628.Brasil, Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. Diretoria-Geral de Estatística, 2724.Brasil, Ministério da Educação e Saúde, 51, 52, 53, 85, 544, 545, 902, 1506, 3562, 4499, 5173, 5174.Brasil, Ministério da Educação e Saúde. Diretoria de Estatística, 1507.Brasil, Ministério da Educação e Saúde. Serviço de Documentação, 1508.Brasil. Ministério da Educação e Saúde. Serviço de Estatística, 1509, 1510.Brasil. Ministério da Fazenda. Serviço de Estatística Econômica e Financeira, 4434.Brasil. Ministério da Guerra, 3176.Brasil. Ministério da Justiça e Negócios Interiores, 4947.Brasil. Ministério da Marinha, 3177.

Page 619: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Brasil. Ministério das Relaçãoes Exteriores, 620, 3178.Brasil. Senado do, 3563.Braun, João Vasco Manuel de, 4161.Brasil, Tomás Pompeu de Sousa, 1512.Brasiliense, A., 4462.Brazil, Etienne Ignace, 153, 5420, 5421, 5640.Bredan, Daniel, 3987.Bretas, Rodrigo José Ferreira, 505.Brian, Doris, 738, 904.Brígido, João, 5295.Brígido, José, 2126, 3350.Brinton, Daniel G., 1876.Briquet, Raul, 5542.Brito, Francisco Tavares de, 4162.Brito, J. Rodrigues de, 4435.Brito, Jolumá, 4948.Brito, Oscar da Silva, 2781.Brito, Raimundo de Farias, 4501.Brito, Severino de Sá, 2394.Brito Freire, Francisco de, vide Freire, Francisco de Brito.Brinton, Daniel C., 739.Brito, Eduardo A. de Caldas, 5422.Brito, José Gabriel de Lemos, 3443, 4436, 5423, 5641, 5642, 5643.Broeck, Mateus van den, 4039.Brossard, Chandler de, 905.Brow, Charles Barrington, 4163.Brown, John Carter, 5175.Brown, Milton, 906.Bruhn, Angelo, 237.Brum, Marciano, 4949.Brumpt, E., 2677.Bruno, Aníbal, vide Firmo, Aníbal Bruno de Oliveira.Bryce, James, 5644.Buarque, Felício, 3571.Buarque de Holanda, Sérgio, vide Holanda, Sérgio Buarque de.Bucelli, 4164.Bueno, Francisco Antônio Pimenta, 4165.Bueno, José Antônio Pimenta, 1174, 1234, 2360, 1328.Bulhões, Leopoldo, 3572,Bulhões de Carvalho, Francisco, vide Carvalho, Francisco Bulhões de.

Page 620: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Bulkeley, John, 4166.Bulock, S. C., 2844.Buford, Robert, 640.Burgain, Luís Antônio, 5863.Burmeister, Hermann, 325, 4167.Burnichon, Joseph, 5645.Burton, Richard F., 326, 4168, 5646.Buschenberger, William S. W., 4169.Buschiazzo, Mário J., 506.Butler, Ruth Lapham, 3277, 3278, 3279.Bulevot, L., 114.

C

C., 2127.C.B., vide Nogueira, Batista Caetano de Almeida.Cabral, Alfredo do Vale, 370, 5176.Cabral, Gonzaga, 4410.Cabral, Osvaldo R., 5296.Cairu, visconde de, vide Lisboa, José da Silva.Calado, Manuel, 3996.Caldas, Honorato Cândido Ferreira, 3573.Caldas, Jaci Antônio Lousada Tupi, 5297.Caldas, Onestaldo de Pennafort, 4781.Caldcleugh, Alexander, 4170.Caldeira, Branca da Cunha, 3031.Caldeira, João C. (Filho) 4950, 4951.Calkins, Norman Allison, 1513.Callage, Roque, 2128.Callcott, Maria Graham, 691.Calmon, Miguel, 3574.Calmon, Pedro, vide Bittencourt, Pedro Calmon Moniz de.Calógeras, João Pandiá, 1016, 1202, 1203, 1271, 1514, 2629, 3179, 3575, 3576, 3577, 3578, 3579, 3554,

4411, 4437, 5649.Câmara, Antônio Alves, 2129, 2130.Câmara, Aristóteles de Lima, 3107, 5650.Câmara, Arruda, 4438.Câmara, Hélder, 1515.Câmara, Joaquim Matoso (Júnior), 2131, 2132, 2133.Câmara, Lourival, 3108, 5298.Câmara Cascudo, Luís da, vide Cascudo, Luís da Câmara.

Page 621: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Câmara dos Deputado, Brasil, vide Brasil, Câmara dos Deputados.Câmara Leal, Antônio Luís, vide Leal, Antônio Luís da Câmara.Camarate, Alfredo, 4916.Camargo, Gentil de, 2395.Camargo, João Silvestre de, 1516.Camargo, Joraci, 5847, 5864.Camargo, Laudo de, 1400, 1401.Camelo, João Antônio Cabral, 3755.Camelo, C. Nery, 5651, 5652.Cameron, C. R., 2725, 2782.Caminha, Adolfo Ferreira, 4687.Caminha, Pedro Vaz de, 1877, 4180.Caminhoá, Joaquim Monteiro, 2134.Campelo, José, 377.Campelo, Manuel Neto Carneiro, 1000.Campelo, Samuel, 5653, 5865.Campofiorito, Quirino, 762, 763, 823, 878.Campos, A. B. Carneiro de, 1175.Campos, Antônio Pires de, 3757.Campos, Bernardino de, 3580.Campos, Dácio Aranha de A., 5299.Campos, Ernesto de Sousa, 1517, 1518, 4953.Campos, Francisco, 1163, 1164, 1176, 1519, 3581.Campos, Gonzaga de, 2699, 2783, 3028, 3029, 3030.Campos, Humberto de, vide Veras, Humberto de Campos.Campos, João da Silva, 280, 281, 282, 5654, 5655, 5656.Campos, Joaquim Gomes de (Júnior), 5300.Campos, Maria dos Reis, 1520.Campos, Pedro Dias de, 3582.Campos, Suetônio Cesário Oliveira, 283.Campos Birnfeld, vide Birnfeld, Campos.Campos Sales, vide Sales, Campos.Canabrava, Alice Piffer, 5657.Canabrava, Euríalo, 4503.Caneca, Joaquim do Amor Divino, 4504.Canstatt, Oskar, 5177, 5178.Capri, Roberto, 328.Carayon, Auguste, 5179.Carcano, Ramón, 3444.Cardim, Fernão, 284, 1878, 3280, 4412, 5658.

Page 622: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Cardim, Mário, 1521.Cardoso, Fausto de Aguiar, 4505.Cardoso, Joaquim, 456, 468.Cardoso, Joaquim Lúcio (Filho), 4688.Cardoso, Licínio, 1592.Cardoso, Manuel S., 3281, 3282.Cardoso, Nuno Catarino, 2396.Cardoso, P. Balmaceda, 1329.Cardoso, Ramón I, 3758.Cardoso, Rui B., 5424.Cardoso, Vicente Licínio, 3583, 3584, 3585, 4506.Cardoso de Oliveira, José Manuel, vide Oliveira, José Manuel Cardoso de.Carli, Gileno de, 2784, 2785, 2918, 2978, 4439.Carlos, M., 5560.Carmo Neto, Henrique José do, 402.Carnaxide, Antônio da Silva, 374, 3586.Carneiro, Davi Antônio da Silva, 374, 3586.Carneiro, Diogo Gomes, 4507.Carneiro, Edison, 2397, 2398, 2399, 4508, 4955, 4956, 5425, 5426.Carneiro, Levi Fernandes, 1205, 1523.Carneiro, Sousa, 2400.Carneiro de Campos, A. B., vide Campos, A. B. Carneiro de.Carneiro Leão, Antônio, vide Leão, Antônio Carneiro.Carneiro Leão, Múcio, vide Leão, Múcio Carneiro.Carpeaux, Oto Maria, pseud., vide Karpfen, Oto Maria.Carrazoni, André, 3180, 3181, 3587, 3588.Carreira, Liberato de Castro, 4440.Carrero, J. P. Porto, 1292.Carvajal, Gaspar de, 4172.Carvalho, Abraão, 4957.Carvalho, Afonso de, 182.Carvalho, Afonso José de, 1402, 1403.Carvalho, Alberto de, 2401, 3589.Carvalho, Alfredo de, 2135, 2136, 3759, 3943, 4113, 5427, 5181.Carvalho, Antônio Gontijo de, 1524.Carvalho, Beni, 1119.Carvalho, Carlos Alberto de, 5428.Carvalho, Carlos Augusto de, 1017.Carvalho, Carlos Leôncio de, 1525, 1526, 1527.Carvalho, Carlos Miguel Delgado de, 1528, 1529, 2352, 2353, 2678, 2726 2919, 5561, 5562, 5563, 5564,

5659.

Page 623: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Carvalho, Conceição Vicente de, 3032.Carvalho, Elísio de, 2137, 4509, 5429.Carvalho, Felisberto Rodrigues Pereira de, 1530.Carvalho, Flávio de, 740.Carvalho, Francisco Bulhões de, 1120, 1531.Carvalho, Ítala Gomes Vaz de, 4958, 4959.Carvalho, João Manuel de, 3590.Carvalho, Joaquim Bertino de Morais, 2786, 2787.Carvalho, Joaquim José de, 3591.Carvalho, José, 2402.Carvalho, José Carlos de, 4173.Carvalho, M. Cavalcanti de, 1272, 1273.Carvalho, M. E. Gomes de, 977, 3353.Carvalho, Mário Teixeira de, 3182.Carvalho, Orlando M., 5660.Carvalho, Paulino de, 2845, 3109, 3110, 3111.Carvalho, Rodrigues de, 2403, 5661.Carvalho, Ronald de, 8, 4510, 4782.Carvalho, Teófilo Feu de, 330, 331, 332, 333, 507.Carvalho, Vicente Augusto de, 4783.Carvalho de Mendonça, José Xavier, vide Mendonça, José Xavier Carvalho de. Carvalho de Mendonça, Manuel Inácio, vide Mendonça, Manuel Inácio Carvalho de.Carvalho Franco, vide Franco, Carvalho .Carvalho Lima Júnior, vide Lima, Francisco A. de Carvalho (Júnior).Casasanta, Guerino, 1532.Cascudo, Luís da Câmara, 2138, 2404, 3183, 4960, 4961, 5662.Castagnino, Antônio Souto, 1379.Castañeda, Carlos Eduardo, 3184.Castelo Branco, Pandiá Tautphoeus, vide Branco, Pandiá Tautphoeus Castelo.Castelo Branco, R. P., 5430.Castelnau, Francis de, 1878, 2730, 4174.Castro, Araújo, 1177, 1178, 1206, 1274, 1275.Castro, Augusto Olímpio Viveiros de, 978, 1121, 1207, 1208, 1276, 1404, 1405, 3355, 5301, 5663.Castro, Cristóvão Leite de, 2387.Castro, Derval de, 2405.Castro, Ênio de Freitas e, 4963, 4964, 4965, 4966.Castro, Eugênio de, 2139, 5282, 5664, 5665.Castro, Evaristo Afonso de, 3760.Castro, J. Ribeiro de (Filho), 1277.Castro, Josué de, 2406, 2727, 2728.

Page 624: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Castro, Maria Angélica de, 1533.Castro, Sertório de, 3592, 3593.Castro, Sílvio Rangel de, 9, 546.Castro, Tito Lívio de, 4511.Castro Alves, vide Alves, Antônio de Castro.Castro e Almeida, Eduardo de, vide Almeida, Eduardo de Castro e, Cavalcanti, Amaro, 1018, 1179, 3594, 4441, 4442.Cavalcanti, Carlos, 486, 548.Cavalcanti, Domingos Olímpio Braga, 4689.Cavalcanti, Jerônimo, 5302.Cavalcanti, João Alcides Bezerra, 4512.Cavalcanti, João Barbalho Uchoa, 1180, 1534.Cavalcanti, José Lins do Rego, 10, 593, 4690, 5789, 5790, 5791, 5792, 5793, 5794.Cavalcanti, Manuel Tavares, 3356.Cavalcanti, Pedro, 3185, 3595.Cavalcanti, Temístocles Brandão, 1209, 1210.Cavalcanti de Albuquerque, Epitácio Pessoa, vide Albuquerque, Epitácio Pessoa Cavalcanti de.Cavalheiro, Edgar, 4513, 4691.Ceará, Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda, 108.Cearense, Catulo da Paixão, 4784.Celso, Afonso, conde, vide Figueiredo, Afonso Celso de Assis.Cernicchiaro, Vincenzo, 4967.Cerqueira, Dionísio de, 3445.Cerqueira, João da Gama, 1077.Cerqueira e Silva, I. A., vide Silva, Inácio Acióli de Cerqueira e.César, Getúlio, 2407.César Veiga, A., vide Veiga, A. César.Cesarino, Antônio Ferreira (Júnior), 1278, 1279, 1280, 1281, 5666.Chagas, Djalma Pinheiro, 1535.Chagas, Paulo Pinheiro, 3186.Chamberlain, Alexander Francis, 1880, 1881, 1882, 1883.Chamberlain, Lieutenant, 403, 4175, 5667.Chamisso, Adelbert von, 4176.Chandless, William, 2846, 2847, 2848, 2849, 4177, 4178, 4179, 4180, 4181.Charles, George, 157, 183.Charlevoix, Pierre François Xavier de, 3761.Chase, Gilbert, 4968, 4969.Chateaubriand, Assis, vide Melo, Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de.Chediak, Antônio J., 2140, 4515.Chelmicki, Zigmunt W., 4182.

Page 625: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Cheney, Sheldon, 907.Chavalier, Auguste, 2700, 2701, 2702, 2703, 2704.China, José B. d’Oliveira, 2141, 2408, 5431.Choris, Louis, 4183.Church, Elihu Dwight, 5183.Church, Georg Earl, 1884, 4184.Cidade, F. de Paulo, 5668.Cintra, Assis, 444, 3357, 3358.Clark, Evans, 4970, 4971.Clark, Hamlet, 4185.Clark, Oscar, 1536.Cláudio, Afonso, 5432, 1001.Clemenceau, Georges, 4186.Clough, Sterwart, 4187.Coaraci, Vivaldo, 1537.Cobra, Amador Pereira Gomes Nogueira, 3596.Cockrane, Lord, 3359.Codman, John, 4188, 5669.Coelho, A. Ferreira, 1020.Coelho, Duarte de Albuquerque, 3988.Coelho, Filipe José Nogueira, 3762.Coelho, Francisco Adolfo, 2142.Coelho, J. Augusto, 1538.Coelho, José João Teixeira, 3763.Coelho da Rocha, Manuel Antônio, vide Rocha, Manuel Antônio Coelho da.Coelho Neto, Henrique Maximiano, 641, 4692, 5866.Cogniat, Raymond, 884, 885.Colbacchini, Antônio, 1885, 1886.Coldcleugh, Alexander, 181.Combe, Jacques, 469.Comissão pró-monumento de Deodoro, vide Brasil, Comissão pró-monumento de Deodoro.Commelyn, Isaak, 3934.Conder, Josiah, 184.Conte, Albert, 5263, 5565.Continentino, João Pereira da Silva, 1406.Cony, Augusto Cândido Xavier, 1546.Cook, William Azel, 1887.Cooper, Clayton Sedgwick, 5670.Cordier, Henry, 5671.Coréal, François, 238, 4189.

Page 626: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Cornu, Jules, 2145.Correia, A. P. (Júnior), 4190.Correia, Alfredo Pinto de Araújo, 1123.Correia, Armando de Magalhães, 147, 148, 149, 150, 2146, 2409, 2979, 5672.Correia, Ernani, 126.Correia, José Augusto, 55.Correia M. Pio, 2147.Correia, Raimundo da Mota Azevedo, 4785.Correia, Roberto Alvim, 908.Correia, Viriato, 5867, 5868.Correia de Azevedo, Luís Heitor, vide Azevedo, Luís Heitor Correia de.Correia, Romaguera, 2148.Correia, Virgílio (Filho), 1547, 3145, 5306.Cortesão, Jaime, 3284, 4973.Coruja, Antônio Álvares Pereira, 2149.Costa, Alfredo de Araújo Lopes da, 1237.Costa, Amélia Fernandes da, 1548.Costa, Armando, 1124.Costa, Cláudio Manuel da, 335, 4786.Costa, Dante, 1549.Costa, E. L. da Fonseca, 2790.Costa, Firmino, 1550, 1551, 2150.Costa, Francisco Augusto Pereira da, 2151, 2410, 3188, 3764, 4101, 4974, 5433, 5434, 5435, 5436.Costa, Francisco Barreto Picanço da, 2152.Costa, Francisco Félix Pereira da, 3446.Costa, Heitor da Silva, 4975.Costa, João Angione, 158, 824.Costa, João Craveiro, 109, 3187, 3598.Costa, João Severiano Maciel da, 4390.Costa, Jônatas do Rego Monteiro, 432.Costa, José da Silva, 1078.Costa, José de Resende, 3765.Costa, Lúcio, 88, 239, 529.Costa, Luís Xavier da, 185, 458.Costa, Manuel Olímpio Rodrigues da, 1552.Costa, Miécio Tolentino da, 4976.Costa, Miguel Pereira da, 3766.Costa, Nélson, 229.Costa, Odilo de Moura (Filho), 4516.Costa, Sizenando, 1553.

Page 627: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Costa e Silva, Antônio José da, vide Silva, Antônio José da Costa e.Costa Manso, vide Manso, M. da Costa.Costa Miranda, vide Miranda, Osvaldo Gomes da Costa.Costallat, Benjamim, 4977.Coudreau, Henri, 1888, 1889, 1890, 4191.Courcy, Ernest de, visconde de Courcy, 4192.Courtin, René, 2730.Coutinho, Afrânio, 4517.Coutinho, Antônio Xavier da Gama Pereira, 4007.Coutinho, J. de S., 4978.Coutinho, João Martins da Silva, 4193.Coutinho, José Joaquim da Cunha de Azeredo, 4414, 4415, 4518.Couto, Domingos do Loreto, 3944.Couto, José Vieira, 3767.Couto de Magalhães, vide Magalhães, José Vieira Couto de.Couto, Miguel de Oliveira, 1554.Couto, Rui Ribeiro, 240, 4693, 4787.Couty, Louis, 4391, 5673.Cox, Edward Godfrey, 5484.Craig, Neville B., 4194.Crandall, Roderic, 2920, 2921, 2954.Craveiro Costa, João, vide Costa, João Craveiro.Cravotto, Maurício, 127.Crespo, Antônio Cândido Gonçalves, 4788.Crevaux, J., 1891.Criciúma, Eddy de Freitas, 3033, 5307.Critilo, pseud., 4519.Cruls, Gastão Luís, 159, 160, 2851, 4694.Cruls, L., 2535.Crus, Luís Félix, 4010.Cruz, Eddy Dias da, 4520, 4695, 5869.Cruz, Guilherme Francisco, 1555.Cruz, Noêmia Saraiva Matos, 1556.Cruz e Sousa, vide Sousa, João da Cruz e.Cunha, Antônio Estêvão da Costa e, 1557.Cunha, Brasílio Itiberê da, 4979, 4980, 4981, 4982, 4983, 4984.Cunha, Euclides Rodrigues Pimenta da, 1313, 2731, 3599, 3600, 3601, 4521, 5437.Cunha, João Itiberê da, 4985, 4986, 4987, 4988.Cunha, José Maria Leitão da, 4522, 4696.Cunha, Mário Wagner Vieira da, 2412, 5438.

Page 628: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Cunha, Nóbrega da, 963.Cunha, Olegário Mariano Carneiro da, 4789.Cunha, Raul Leitão da, 1558.Cunha, Tristão da, pseud., vide Cunha, José Maria Leitão da.Cunha Leitão, Antônio Cândido da, vide Leitão, Antônio Cândido da Cunha.Cunha Lobo, Abelardo Saraiva da, vide Lobo, Abelardo da Cunha.Cunha Lobo, Cândido Mesquita da, vide Lobo, Cândido Mesquita da Cunha.Curtis, John P., 786.

D

Dabadie, F., 4195.Dafert, F. W., 3035.Daisson, Augusto, 2153.Dalmira, Dorotéia Engrácia Tavareda, vide Orta, Teresa Margarida da Silva e.Damásio, Antônio Joaquim, 198.Dampier, William, 4196.Dantas, Garibaldi, 3036.Dantas, Rodolfo Epifânio de Sousa, 1559.Dantas, San Tiago, 1021.Da Prade, Benjamino Santin, 1892.Darwin, Charles, 2922, 4197, 5674.Daupias, Jorge Guimarães, 2154, 2155.Davatz, Thomas, 5675.Davis, Horace B., 5676.Dawson, Thomas Cleland, 3189.Debret, Jean-Baptiste, 89, 4198, 5439.Deffontaines, Pierre, 2536, 2705, 2732, 2733, 2980, 2981, 2982, 2983, 2984, 3037, 3038, 3039, 5309,

5310, 5311, 5312, 5440, 5543, 5677, 5678, 5679, 5680.Degerando, Marie Joseph, 1560.Deiró, Eunápio, 3362.Deiss, Edouard, 4199.Delamare, Alcibíades, 208, 404.Deleau, E., 4989.Delessert, Eugène, 4200.Delfino, Luís, vide Santos, Luís Delfino dos.Delgado de Carvalho, vide Carvalho, Carlos Miguel Delgado de.Deligault, 1561.Delpech, Adrien, 583.Demarquez, Suzanne, 4990.Demóstenes, Naro, pseud., vide Vieira, Hermes Pio.

Page 629: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Dengler, H., 1893.Denis, Jean Ferdinand, 161, 693, 4991, 5681.Denis, Pierre, 2537, 2985, 5682.Dent, Hastings Charles, 4201, 5683.Departamento de Cultura de São Paulo, vide São Paulo. Prefeitura. Departamento de Cultura.Departamento Nacional do Café, vide Brasil. Departamento Nacional do Café.Derby, Orville A., 2631, 2632, 2633, 2634, 2635, 2852, 2853, 2923, 2924, 2925, 2955, 2986, 3040, 3146,

3769, 3770, 3771.Desterro, Manuel do, 4523.Detmer, W., 4202.Deuber, Arnold, 4992.Deursen, Henri van, 2792.Dewar, J. Cumming, 4203.Dewey, John, 1562.Dezert, Georges Nicolas Desdevises du, 3190.Dgent, Ho He, 5684.Dias, Antônio Gonçalves, 4524, 2790, 5870.Dias, Carlos Malheiro, 3286.Dias, Hélcia, 530.Dias, Teófilo, vide Mesquita, Teófilo Dias de.Dias de Campos, Pedro, vide Campos, Pedro Dias de.Dias de Oliveira, Antônio José, vide Oliveira, Antônio José Dias de.Dilthey, Richard, 4204.Diniz Gonçalves, vide Gonçalves, Alfeu Diniz.Discoteca Pública do Departamento de Cultura de São Paulo, vide São Paulo. Prefeitura. Depar-

tamento de Cultura. Discoteca.Distrito Federal. Prefeitura, 1563.Distrito Federal. Prefeitura, Secretaria Geral de Educação e Cultura. Discoteca, 2157.Docca, Emílio Fernandes de Sousa, 3447, 5313.Dodt, Gustavo, 4206.Dombré, L. E., 4207.Domingues, Otávio, 1564.Dória, Antônio de Sampaio, 979, 1181, 1565, 1566, 1567, 1568.Dória, Franklin Américo de Meneses, 1569.Dória, Henrique, vide Vasconcelos, Henrique Dória de.Dória, Luís de Escragnolle, 405, 494, 461, 622, 623, 624, 633, 643, 644, 716, 1570, 4993.Dornas, João (Filho), 2413, 2414, 2415, 3191, 3448, 4392, 4994, 5442, 5443, 5686, 5687.Douville, Jean Baptiste, 4208.Dreyfus, Jenny, 162.Driesen, Ludwig, 223, 4102.Drummond, A. M. V. de, 3364.

Page 630: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Drummond, Conselheiro, 5444.Drummond Magalhães, 1125.Duarte, Bandeira, 5871.Duarte, José Cândido Pimentel, 1022.Duarte, Nestor, 5445, 5688.Duarte, Paulo, 86, 87.Ducke, Adolfo, 2854.Dunn, Ballard S., 4209.Dupré, Maria José, 4697.Duque Estrada, Domingos de Azevedo Coutinho, 1571.Duque Estrada, Luís Carlos, 1572.Duque Estrada, Luís Gonzaga, 12, 826, 4526.Duque Estrada, Osório, 2416, 4393.Durand, Abbé, 4210.Duran, Gustavo, 4995.Durão, José de Santa Rita, 4791.Durkheim, Émile, 1573.Dutra, Lia Correia, 4698.Duval, F. Guerra, 199.Dyott, G. M., 1894.

E

Ebel, Ernst, 4211.Eça, Matias Aires Ramos da Silva de, 4526.Eckhardt, Paul, 531.Edgcumbe, Edward Robert Pearce, 4212.Edmundo, Luís, 115, 228, 2417, 2418, 3365, 3604, 5446.Edmundson, George, 3955.Edwall, Gustavo, 2158.Edwards, William H., 4213.Eelis, Elsie Spicer, 2419, 2420.Egas, Eugênio, 3192, 3193.Egídio, Paulo, 5566, 5567.Ehrenreich, Paul, 1895, 1896, 1897, 1898, 1899, 1900, 4095.Elia, Sílvio, 2159.Elliot, L. E., 5689.Ellis, Alfredo (Júnior), 2734, 2735, 3041, 3605, 3778, 3779, 5314, 5315.Ellis, H., 4214.Elvas, bispo d’, vide Coutinho, José Joaquim da Cunha de Azeredo.Elwes, Robert, 4215.

Page 631: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Emrich, Karl, 2160.Endress, Siegfried, 3113.Enes, Ernesto, 3780.Engrácia, Júlio, 209.Entswistle, William James, 2161.Ericeira, conde de, vide Meneses, D. Luís de.Erichsen, Alberto, 3147, 3148, 3149, 3150.Ericksen, Nestor, 5317.Erse, Armando, 5690.Eschwege, Wilhelm Ludwig von, 337, 2636, 2637, 2638, 2639, 4216.Eschwers, W. C. von, 3781.Escobar, Venceslau Pereira, 3607.Escola Nacional de Belas-Artes, Rio de Janeiro, vide Rio de Janeiro. Escola Nacional de Belas Artes.Escola Normal Secundária, São Paulo, 1574.Escragnolle Dória, Luís, vide Dória, Luís de Escragnolle.Espinheira, Ariosto, 966, 1575, 1576.Espínola, Eduardo, 980, 981, 1023, 1024, 1025, 1026, 1330.Espínola, Eduardo (Filho), 1261.Espinosa, J. Manuel, 3287, 3288, 3289, 3290.Estêvão, Carlos, 56, 163.Estrada, Luís Gonzaga Duque, vide Duque Estrada, Luís Gonzaga.Estrada, Osório Duque, vide Duque Estrada, Osório.Estrela, Arnaldo de Azevedo, 4996.Estrella Gutiérrez, Fermin, 57.Eu, conde d’, vide Orleans, Gastão de, conde d’Eu.Evans, J. W., 3151.Évreux, Ives d’, 1901, 4217, 4416.Ewbank, Thomas, 90, 4218, 5691.Expilly, Charles d’, 2736.

F

Fagundes, M. Seabra, 1211.Falcão, Edgar de Cerqueira, 210, 288, 289.Falcão, Pedro Barreto, 2794, 2795.Farabee, William Curtis, 1902.Farhat, Emil, 4699, 5692.Faria, Alberto, 2422, 2423, 3194, 4527.Faria, Antônio Bento de, 982, 179, 1126, 1127, 1128, 1262, 1407.Faria, Francisco de Sousa e, 3782.Faria, José Custódio de Sá e, 3783.

Page 632: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Faria, Manuel, 832.Faria, Otávio de, 4700.Faria, S. Soares de, 1080, 1081.Farias, Gelásio de Abreu, 1579.Favero, Flamínio, 1293, 1294.Fazenda, José Vieira, 116, 406, 407, 2424, 3366, 4947, 5693.Feldner, Wilhelm Chistian Gotthelf von, 4219.Fernandes, Adauto, 1282.Fernandes, Aníbal, 378.Fernandes, Gonçalves, 2425, 2426, 2427, 5448.Fernandes, Ivo Xavier, 2162.Fernandes, J. Sampaio, 2796.Fernandes, João Batista Ribeiro de Andrade, 2163, 2164, 2165, 2166, 2167, 2168, 2169, 2170, 2171,

2172, 2173, 2428, 2429, 2430, 4528, 5449, 4694.Fernandes, Jorge, 4792.Fernandes, Maria da Glória, 1580.Fernández, Justino, 910.Fernández de Navarrete, Martín, 4220.Ferrand, Paul, 3785.Ferrara, Diógenes, 3609.Ferraz, Antônio Leôncio Pereira, 322, 323.Ferraz, Aidano do Couto, 5695.Ferraz, Enéias, 4701.Ferraz, J. de Sampaio, 2679, 2680, 2926.Ferraz, Luís Caetano, 2640.Ferraz, Manuel Carlos de Figueiredo, 1238, 1408.Ferreira, Arnaldo Amado, 1295.Ferreira, Ascenso, 4793.Ferreira, Atos Damasceno, 645.Ferreira, Félix, 1581.Ferreira, Francisco de Paula, 5568.Ferreira, Francisco Inácio, 3786.Ferreira, Gaspar Dias, 3997.Ferreira, José Carlos, 5450.Ferreira, José da Costa, 457.Ferreira, Mário, 1027.Ferreira, Vieira, 117, 1028, 1382.Ferreira, Valdemar Martins, 1082, 1083, 1084, 1085, 1283, 1582.Ferreira Coelho, A., vide Coelho, A. Ferreira.Ferreira de Araújo, vide Araújo, José Sousa Ferreira de.Ferreira Viana, vide Viana, Antônio Ferreira.

Page 633: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Ferreira Viana Filho, vide Viana, Ferreira (Filho).Ferrez, Marc, 646.Fialho, Anfrísio, 3611, 3612.Ficalho, conde de, vide Melo, Francisco Manuel de.Fiebrig-Gertz, C., 1903.Fierens, Paul, 934.Figanière, Frederico Francisco Stuart de, visconde de la, 3195.Figanière, Jorge César de, 5186.Figueira, Luís, 1904.Figueira de Melo, Jerônimo de Avelar, vide Melo, Jerônimo de Avelar Figueira de.Figueiredo, Afonso Celso de Assis, 3196, 3449, 3613, 3614.Figueiredo, Amazonas de, 1002.Figueiredo, Carlos Honório de, 1583.Figueiredo, Guilherme, 4702, 4998.Figueiredo, Jackson de, vide Martins, Jackson de Figueiredo.Figueiredo, José Bento da Cunha, 1584, 1585.Figueiredo, Lima, 2737, 2855, 5318.Figueiredo, Paulo Poppe de, 2738, 5319, 5320.Figueiredo Ferraz, Manuel Carlos, vide Ferraz, Manuel Carlos de Figueiredo.Figueiras, José Antônio de Araújo (Júnior), 1586.Firmo, Aníbal Bruno de Oliveira, 1587.Fisher, Jango, 5187.Fix, Teodoro, 3450.Fleckno, Richard, 4221.Fleiuss Max, 137, 647, 694, 1212, 4401, 4999.Florence, Hércules, 4222.Floresta, Nísia, vide Augusta, Nísia Floresta Brasileira.Fodor, Laszlo, 241.Fonseca, Aníbal Freire da, 1182.Fonseca, Antônio José Vitoriano Borges da, 3197.Fonseca, Arnoldo Medeiros da, 1029, 1030.Fonseca, Artur Arézio da, 2174.Fonseca, Corinto da, 1588.Fonseca, Domingos Joaquim da, 5872.Fonseca, Gondim da, 695.Fonseca, Hermes da (Filho), 3615.Fonseca, João Severiano da, 4223.Fonseca, José Gonçalves da, 3787, 4224.Fonseca, Luís Anselmo da, 5451.Fonseca, Mariano José Pereira da, marquês de Maricá, 4529.

Page 634: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Fonseca, Martinho Augusto Ferreira da, 5188, 5189.Fonseca, Paulino Nogueira Borges da, 2175.Fonseca, Pedro Paulino da, 5452.Fonseca, Quirino da, 3291.Fonseca, Tito Prates da, 1213, 1214, 1215, 1239, 5569.Fonseca Costa, vide Costa, E. L. da Fonseca.Fontenele, José Paranhos, 1589, 1590.Fontes, Amando, 4703, 5696, 5697.Fontes, Henrique, 5321.Fontes, Hermes, 4794.Fontes, José Martins, 4795.Fontes, Sebastião, 1591.Fontoura, Amaral, 5570.Fontoura, João Neves da, 3616, 3617, 3618.Fontoura, Ubaldino do Amaral, 3619.Ford, Isaac N., 4225.Ford, Jeremiah Denis Matias, 5190.Fornari, Ernani, 5873.Forrest, A. S., 4226.Fort, A. J. A., 4227.Forte, J. Matoso Maia, 423.Fraga, Afonso, 1031, 0132, 1240.Fraga, Alberto, 1183.Fraga, Clementino, 1592.Fragoso, Augusto Tasso, 3367, 3368, 3451, 3452.França, Leonel Edgar da Silveira, S. J., 1033, 1593, 4530.França, Alípio, 1594.França, Eurico Nogueira, 5000, 5001.França, José Joaquim da (Júnior), 2431, 5874, 5875.França, Lauro, 931.França Júnior, vide França, José Joaquim da (Júnior).Francisco, João, vide Sousa, João Francisco Pereira de.Franco, Afonso Arinos de Melo, 211, 508, 509, 2432, 3620, 3621, 4531, 4704, 5453, 5454, 5698, 5876.Franco, Afrânio de Melo, 3622.Franco, Ari Azevedo, 1129, 1263, 1409.Franco, Cerini, 833.Franco, Francisco de Assis de Carvalho, 3788, 3789.Franco, Manuel de Oliveira (Sobrinho), 1216.Franco, Virgílio A. de Melo, 3623, 4228.Franco da Rocha, vide Rocha, Franco da.

Page 635: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Francovich, Guillermo, 4532.Frazão, Manuel José Pereira, 1595.Frazão, Rosalina, 1596.Freire, Araci Muniz, 1597.Freire, Francisco de Brito, 3989.Freire, Felisbelo Firmino de Oliveira, 1184, 3624, 3625, 3790, 3791, 4402, 4444, 5322.Freire, Gilberto, 13, 14, 140, 154, 379, 380, 433, 606, 834, 2434, 2435, 2436, 2741, 2929, 2930, 4535,

5324, 5455, 5456, 5457, 5458, 5459, 5460, 5461, 5700, 5701.Freire, Laudelino de Oliveira, 138, 139, 552, 648, 5433, 5191. Freire, Luís José Junqueira, 4796.Freire, Oscar, 1296.Freire, Pascoal José de Melo, 1034.Freise, Friedrich W., 808, 2641, 2642, 2643, 2644, 2645, 2739, 2799, 2800, 2927, 2928, 2989, 2990,

2991, 3042.Freitas, Afonso A. de, 2433.Freitas, Augusto Teixeira de, 983, 1035, 1036.Freitas, Bezerra de, 5699.Freitas, José Garcia, 1905.Freitas, Leopoldo de, 3626.Freitas, Mário Augusto Teixeira de, 1598, 1599, 1600, 1601.Freitas, Olímpia Lemos, 1602.Freitas, Otávio de 5323.Freitas, Otávio de (Júnior), 4534.Freitas e Castro, Ênio de, vide Castro, Ênio de Freitas e.Freire Nobre, vide Nobre, Freitas.Freyberg, Bruno von, 2646, 2992.Freycinet, Louis Claude Desaulses de, 696, 4229.Freycinet, Rose Desaulses de, 4230.Freyreiss, Georg Wilhelm, 4231.Frezier, Amadeu Francisco, 291, 4232, 5702.Frias, Davi Correia Sanches de, visconde de, 5002.Fric, Albert Vojtech, 1906, 1907.Friedenthal, Albert, 2437, 2438, 5003.Friederici, Georg, 1908, 1909, 1910, 1911, 1912, 1913, 3292.Frieiro, Eduardo, 4536, 4705.Frishauer, Paul, 3627.Fritz, Samuel, 3792.Frödin, Oto, 1914.Froger, 4233.Frota Pessoa, José Getúlio, vide Pessoa, José Getúlio Frota.Frus, G. M., 4234.

Page 636: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Fuchs, Rodolfo, 1603.Fulgêncio, Tito, 1037, 1038, 1331.Furtado, J. Azurem, 2176.Furtado de Mendonça, Lúcio Drummond, vide Mendonça, Lúcio Drummond Furtado de.Fusco, Rosário, 4537.Fuss, Peter, 91, 212.

G

Gabaglia, F. A. Raja, 2742.Gaby, B., 2177.Gaffarel, Paul Louis Jacques, 3293.Gaffré, L. A., 4235.Gaffrée, Januário Lucas, 4538.Gaioso, Raimundo José de Sousa, 4446.Galazza, Ernesto, 1604.Galeno, Juvenal, vide Silva, Juvenal Galeno da Costa e.Galland, Georg, 224.Gallet, Luciano, 2439, 5004, 5703.Galvão, Beijamim Franklin Ramiz, 15, 408, 1605, 1592.Galvão, Homero Reheder, 2178.Galvão, Manuel da Cunha, 4445.Galvão, Rufino Enéias Gustavo, 3453.Gama, Afonso Dionísio, 1039.Gama, Aníbal, 3454.Gama, Camilo Nogueira da, 1040.Gama, José Basílio da, 4797.Gama, Luís Gonzaga Pinto da, 4798.Gama, Miguel do Sacramento Lopes, 4539.Gama Cerqueira, vide Cerqueira, João da Gama.Gambogi, Joaquim, 1410.Gandavo, Pero de Magalhães, 1915, 3294.Gandia, Enrique, 3793.Ganns, Cláudio, 3369.Ganzert, Frederic William, 3629.Garcez, Martinho, 1041.Garcia (Júnior), 5005, 5006.Garcia, José Alves, 1297.Garcia, Rodolfo Augusto de Amorim, 2179, 2180, 2181, 5193.Gardner, George, 338, 4236, 5704.Garmendia, José Inácio, 3455.

Page 637: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Garraux, A. L., 5194.Garro, Lopo Curado, 3947.Gates, Eunice J., 5007.Gauthier, Maximilien, 741.Gay, João Pedro, 3794.Geene, Henrique, 1606.Gegg, Armand, 4239.Gensh, Hugo, 1916.George, Waldemar, 935.Getulino, pseud., vide Gama, Luis Gonzaga Pinto da.Gibson, Hugh, 532.Giglioli, E. H., 4237.Gillet, Louis, 553, 554.Gillin, John, 1917.Giovannini, J., 2993.Giuria, Juan, 242, 243.Glaser, Oto, 470.Gluchwski, Kasimierz, 3114.Godinho, Vítor, 4238.Godofredo (Filho), 292, 293, 294.Godói, Gustavo de (Filho), 5325, 5326.Goeje, C. H. de, 1918, 1919.Goerlette, M.F.A., 809.Góis, Carlos, 2440.Gomes, Alfredo Augusto, 1607, 2182.Gomes, Antônio Carlos, 5009, 5010, 5011, 5012.Gomes, Antônio Osmar, 2441, 4540, 5013, 5462.Gomes, Arlindo, 5014.Gomes, Eugênio, 4541.Gomes, João (Júnior), 2442.Gomes, Lindolfo, 2183, 2184, 2185, 2443, 2444, 5705.Gomes, Pedro, 2185.Gomes, Tapajós, 893, 894, 5015, 5016, 5017, 5018, 5019, 5020.Gomes, Vicente Ferreira, 4240.Gomes de Carvalho, M. E., vide Carvalho, M. E. Gomes de.Gonçalves, Alfeu Diniz, 2589, 2801, 2802, 2803, 2804.Gonçalves, Augusto F. Lopes, 5021.Gonçalves, João Otaviano, 5022, 5023.Gonçalves, Luís da Cunha, 1086.Gonçalves, Crespo, vide Crespo, Antônio Cândido Gonçalves.

Page 638: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Gonçalves de Azevedo, Artur, vide Azevedo, Artur Gonçalves, de.Gonçalves, de Melo Neto, vide Melo, José Antônio Gonçalves de (Neto).Gonçalves, Dias, vide Dias, Antônio Gonçalves.Gonçalves dos Santos, Luís, vide Santos, Luís Gonçalves, dos.Gonçalves, Fernandes, vide Fernandes, Gonçalves, .Gontijo de Carvalho, Antônio, vide Carvalho, Antônio Gontijo de.Gonzaga, Antônio Gavião, 5327.Gonzaga, Armando, 5877.Gonzaga, Tomás Antônio, 4799, 4519.Gonzaga Cabral, vide Cabral, Gonzaga.Gonzaga de Campos, vide Campos, Gonzaga de.Gonzaga Duque, pseud., vide Duque Estrada, Luís Gonzaga.Gorceix, Henri, 2994, 2995, 2996.Goulart, Jorge Salis, 3115.Goulart de Oliveira, vide Oliveira, Goulart de.Gouveia, Daniel de, 2445.Goycochea, Castilho, 742, 5706.Graaf, Nicolaus de 4241.Graça Aranha, vide Aranha, José Pereira da Graça.Graham, Maria, 4242, 5707.Grant, Andrew, 244.Grant, Frances R., 743,744.Greenlee, William Brooks, 3295, 3296, 5195.Grieco, Agripino, 4542.Grieco, Donatelo, 4706.Grieder, Augusto, 2997.Groetsh, Georg, 3116.Gron, H. Gr., 4074.Grossi, Vincenzo, 2743, 3456.Grothe, Hugo, 4243.Grubb, K. G., 1920.Grubbs, Henry A., 3200.Guadagnini, Giuseppe, 4244.Guajará, barão, vide Raiol, Domingos Antônio.Guanabara, Alcindo, 3630, 3631, 4543.Guanabarino, Oscar, 5024.Guaraná, Manuel Armindo Cordeiro, 3198.Guaspari, Silva, 5025.Guenther, Konrad, 4245.Guerra, Gregório de Matos, 4800.

Page 639: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Guerra, Odilon Pereira de Sousa, 1608.Guerreiro, Bartolomeu, 295, 3971.Guido, Ângelo, 18, 296, 510, 511.Guimaraens, Alphonsus de, vide Guimarães, Afonso Henriques da Costa.Guimarães, A. C. d’Araújo, 3370.Guimarães, Afonso Henriques da Costa, 4801.Guimarães, Aprígio Justiniano da Silva, 1609.Guimarães, Aquimedes Pereira, 5026.Guimarães, Argeu, 19, 3199.Guimarães, Bernardo José da Silva, 4707, 4802.Guimarães, Djalma, 2647, 2648, 2856, 2998, 2999.Guimarães, Emílio, 1411.Guimarães, Francisco Pinheiro, 5878.Guimarães, João, 2186.Guimarães, João Alphonsus, 4708Guimarães, José da Silva, 3795.Guimarães, Luís Caetano Pereira (Júnior), 649, 4803, 5027.Guimarães, Maria Stella, 5708.Guimarães, Mário, 1241.Guimarães, Orestes, 1610.Guimarães, Pinheiro, 1611.Guimarães, Renato Alves, 512.Guimarães, Júnior, Luís, vide Guimarães, Luís Caetano Pereira (Júnior).Gurjão, Hilário Maximiano Antunes, 4246.Gurgel, Leôncio do Amaral, 5709.Gusmão, Alexandre, 4544.Gusmão, Crisólito de, 1130, 1131.Gusmão, Manuel Aureliano de, 1242.Gusmão, Sadi Cardoso de, 1132.Guzmán, Rui Díaz, 3796.Gvelen, Alguste de, 3998.

H

Hadfield, William, 245, 4247.Haebler, Ruth, 1921.Haeckel, Josef, 1922.Hague, Eleanor, 2446, 2447.Halfeld, Henrique Guilherme Fernando, 2539, 4248.Hall, George L., 697.Hall, Robert (Júnior), 2187.

Page 640: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Hambloch, Ernest, 3632.Handelmann, Heinrich, 3927.Hanke, Lewis, 5264.Hanson, Earl, 2857.Harder, E.C., 3000.Harnisch, Wolfgang Hoffmann, 5710, 5711.Harper, Roland M., 5328.Harrisse, Henry, 5197.Hartt, Charles Frederic, 2649, 2858, 4249.Harvard University. Bureau for economic research in Latin America, 5198.Haskins, Carryl Parkes, 3201.Hauser, Henri, 2744, 2745, 2746, 3928.Heine, Wilhelm, 4250.Henderson, James, 246.Henrique, João, 1003.Henry, A. J., 2681.Henry, Jules, 1923, 1924, 1925, 1926.Herckmans, Elias, 3048.Heriarte, Maurício de, 4251.Hermann, Lucila, 5329, 5571.Hermes da Fonseca Filho, vide Fonseca, Hermes da (Filho).Hernández, Pablo, 434.Herndon, Lewis, 4252.Hervás, Lorenzo, 1927.Hervé, Egídio, 3633.Hesse, Wertegg, Ernst von, 4253.Hettner, Alfred, 3117, 3118, 3119, 3120.Heymann, Roberto, 651.Hill, Lawrence Francis, 3202, 4357, 3458, 5463.Hill, Roscoe R., 3203.Hirsh, Lina, 409, 410.Hoehne, Frederico Carlos, 1928, 2188, 3043, 3121, 3152, 4447.Holanda, Sérgio Buarque de, 450, 3797, 4545, 5464.Holmer, Ruth E. V., 5199.Homem de Melo, Francisco Inácio Marcondes, vide Melo, Francisco Inácio Marcondes Homem de.Honorato, Manuel da Costa, 381.Hoonholtz, Antônio Luís von, 3459.Hooridge, Desmond, 2859.Hornbostel, Erich von, 5028.Houston-Péret, Elisie, 2448, 5029, 5030.

Page 641: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Houssay, Fredéric, 4254.Hunac, Iwan d’, 5031.Hungria, Nelson, 1133, 1134.Hunnicutt, B. H., 2805.Hunsche, Cal Heinrich, 5032.Hurley, Jorge, 2449.Huth, Hans, 533.

I

Ig., pseud., vide Alencar, José Martiniano de.Ignotus, pseud., vide Serra, Joaquim Marinho (Sobrinho).Ihering, Hermann von, 1929, 2860, 3122, 3123, 5712.Ihering, Rodolfo von, 2189, 2540, 2708, 2709, 2806.Inglês de Sousa, vide Sousa, Herculano Marcos Inglês de.Inhomirim, barão de, vide Andrade, Vicente Navarro de.Inhomirim, visconde, vide Torres Homem, Francisco de Sales.Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, 3204.Isabelle, Arsène, 4255.Itiberê da Cunha, Brasílio, vide Cunha, Brasílio Itiberê da.Itiberê da Cunha, João, vide Cunha, João Itiberê da.Izikowitz, Karl Gustav, 1931, 5033.

J

J.H.M., vide M., J. H.Jaboatão, Antônio de Santa Maria, 186, 187, 3205, 3297, 3800.Jacarandá, Conrado, 1633.Jaceguai, Artur, 3460.Jacinta, Maria, 5879.Jacobsen, Jerome V., 3298, 3299.Jaeger, Luís Gonzaga, 435, 3801.Jaguaripe, 298.James, Herman Gerlach, 3206, 3207.James, Preston E., 2682, 2747, 2748, 2808, 2861, 3001, 3002, 3003, 3004, 3005, 3044, 3045, 3046, 3047,

3048, 3124, 3208, 5332, 5333, 5334.James, William, 1634.Jaques, João Cezimbra, 2450.Jardim, Antônio da Silva, 3209, 3637, 3638, 3639, 3640.Jardim, Joaquim R. de Morais, 4256.

Page 642: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Jardim, Luís, 464, 465, 4709.Jardim, Renato, 1635, 1636.Jarque, Francisco, 3802.Jefferson, Mark, 2683, 3125.Jenkins, Olaf Pitt, 2931.Jesus, Rafael de, 3956.Johnston, Sir Harry H., 5466.Jones, Cecil Knight, 5200.Jones, Clarence F., 2809.Jonin, Alexander, 4257.Joosten, Jaques, 3999.Jorge, Artur Guimarães de Araújo, 4546.Jouroan, Emílio Carlos, 3461, 3462. Jucá, Cândido (Filho), 2190, 2191.Júlia, Francisca, vide Silva, Francisca Júlia da.Juvenal, Amaro, pseud. vide Barcelos, Ramiro.Juzarte, Teotônio José, 3803.

K

Kampen, Nikolaas Godfried van, 4104.Karpfen, Oto Maria, 4547.Kaseff, Leoni, 1637, 1638.Kate, Herman Ten, 1932.Katzer, Friedrich, 2862.Kauffmann, Henri, 20.Keilpflug, E. R., 4259.Keith, G. M., 4260.Keller, Albert Galloway, 5336.Keller-Leuzinger, Franz, 4260.Keller-Leuzinger, Joseph, 4261.Kelly, Celso, 77, 652, 745, 1639.Kelly, Otávio, 1412, 1413.Kelsey, Vera, 21 612, 5714.Kennedy, W. R., 4262.Kerschensteiner, George, 1640.Kidder, Daniel Parish, 92, 247, 4263, 5715, 5716.Kilpatrick, William Heard, 1641.Kindersley, 4265.Kingston, Jorge, 3049.Kipling, Rudyard, 5717.

Page 643: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Kiercher, Joseph C., 2810.Kirchhoff, Paul, 1933, 1934.Kirkpatrick, Malcolm, 810.Kissenberth, Wilhelm, 1935.Kitzinger, Alexandre Max, 128.Kleber, 3641.Klimek, S., 1936.Klumb, Henry, 613.Klute, Fritz, 2541.Knecht, Teodoro, 3050, 3051, 3052.Knivet, Anthony, 3804l.Knoch, Karl, 2684.Knuttel, Willem Pieter Cornelis, 4118.Koch-Grünberg, Theodor, 1937, 1938, 1939, 1940, 1941, 1942, 1943, 1944, 1945, 1946, 1947, 1948,

5034.Kochnitsky, Léon, 189.Koegel, Ludwig, 2863.Koseritz, Carl von, 93, 5718.Koster, Henry, 248, 4266, 5467.Kotzebue, Otto von, 4267, 4268.Krause, Fritz, 1949, 1950, 1951, 1952, 1953, 1954.Kraushara, Alexandra, 4105.Kretzen, Johannes, 4269.Krickeberg, Walter, 1955, 1956.Krug, Edmundo, 2451, 3053, 5719.Kruse, Albert, 1957, 1958.Krusenstern, A. J. von, 4270.Kruder, Manfred, 2590, 5201.Kunike, Hugo, 1959.

L

La Barbinais, Le Gentil de, 299, 4271.Labatut, A., 425.Labieno, pseud., vide Pereira, Lafaiete Rodrigues.Labrador, José Sánchez, vide Sánchez Labrador, José.La Caille, Nicolas Louis, abbé de, 411, 4272.Lacerda, Carlos, 837, 5880.Lacerda, João Batista de, 5468.Lacerda, José Cândido Sampaio de, 1642.Lacerda, Maurício de, 3642, 5881.

Page 644: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Lacerda, Paulo Maria de, 1087, 1088, 1089, 1185.Lacerda de Almeida, vide Almeida, Francisco de Paula Lacerda de.Lacmann, Wilhelm, 4273.Lacombe, Américo Jacobina, 5035.Lacombe, Lourenço L., 426.La Condamine, Charles Marie de, 4274.Laemmert, Eduardo von, 625.Läerne, C. F. van Delden, 2811, 4450.Laet, Carlos Maximiniano Pimenta de, 1643, 1644, 4548.Laet, Johannes de, 1960, 3925.La Flotte, de, 4275.Lafone Quevedo, Samuel A., 1961.Lago, Antônio Bernardino Pereira do, 4276.Lajes (Filho), 2452.Lalière, A., 3054.Lamas, Pedro S., 3463.Lambert, C., 4277.Lambert, Jaques, 2750, 2751.Lamego, Alberto, 4106, 4549, 3805.Lamego, Alberto (Filho), 427, 436, 2353, 5720.Lamego, Alberto Ribeiro, 2650, 2651, 3006, 3007, 3008, 3009.Lamenza, Mário, 2454.Lancaster, James, 4278.Laner, Leo, pseud., 5036.Lange, A., 2864.Lange, Francisco Curt, 5037, 5038.Lange, Henry, 124, 3126.Langsdorff, Georg Heinrich, barão de, 4279.Langstedt, F. L., 4280.Lá Pérouse, Jean François de Galaup, conde de, 4281.Laplace, Cyrille Pierre Théodore, 4282.Latif, Miran M. de Barros, 213, 3806.Latteux, Paulo, 4283.Lavenère, L., 5039.Lavollé, Charles Hubert, 4284.Laitano, Dante de, 2192, 2193, 5469, 5470, 5721.Leal, Antônio Henriques, 3210, 4550.Leal, Antônio Luís da Câmara, 1243, 1264.Leal, Aurelino, 1186, 1187, 3371, 4403.Leal, Francisco Luís dos Santos, 4551.

Page 645: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Leal, Humberto Sousa, 1645.Leal, Oscar, 4285.Leão, Antônio Carneiro, 1646, 1647, 1648, 1649, 1650, 1651, 1652, 1653, 1654, 1655, 1656, 5572, 5722.Leão, Ermelindo A. de, 3807.Leão, Joaquim de Sousa, 340, 471, 472.Leão, Joaquim de Sousa (Filho), 473, 653, 730, 4096.Leão, José, 3211.Leão, Múcio Carneiro, 4552.Le Blanc, Vicent, 4286.Leclerc, Charles, 5202, 5203, 5204, 5205.Leclerc, Max, 4287.Le Cointe, Paul, 2865, 2866, 2867.Leda, João, 2194.Lede, Charles van, 2752.Leduc, Gastão, 3010.Lee, Bertram Tamblyn, trad., 3300.Lehmann, E., 2753.Lehmann-Nitsche, Robert, 1962, 1963.Leinz, Viktor, 2652.Leitão, Antônio Cândido da Cunha, 1657.Leitão, C. de Melo, 249, 555.Leitão, Joaquim, 556.Leitão da Cunha, Raul, vide Cunha, Raul Leitão da.Leite, Araci Ferreira, 5471.Leite, Aureliano, 342.Leite, Cassiano Ricardo, 2195, 4804, 5472, 5473.Leite, Duarte, 3301.Leite, Serafim, S. J., 201, 250, 496, 1658, 1964, 3302, 3303, 4418, 4419, 4420, 5040, 5474, 5475.Leite, Solidônio Ático, 2196.Leite, Solidônio (Filho), 5476.Leite, Tobias Rebelo, 1659, 1660, 1661.Leite de Castro, Cristóvão, vide Castro, Cristóvão Leite de.Lellis, Carlindo, 654.Lemay, Gaston, 4288.Leme, Alberto Betim Pais, 2653, 2654, 2655, 2656, 2657, 2812.Leme, Ernesto, 1090, 1188.Leme, Luís Gonzaga da Silva, 3212.Leme, Pedro Taques de Almeida Pais, 3808, 3809, 3213.Leme, Pascoal, 1662.Lemos, José Virgílio da Silva, 2197.

Page 646: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Lemos, Miguel, 2198, 4543.Lemos, Vicente de, 3810.Lemos Brito, vide Brito, José Gabriel de Lemos.León Pinelo, Antonio Rodríguez de, 5206, 5207.Leonardos, Othon Henry, 2658, 2813, 3011, 3153.Leôncio, Carlos, 1663.Leoni, Raul de, vide Ramos, Raul de Leoni.Leopoldo e Silva, Duarte, vide Silva, Duarte Leopoldo e.Leroy-Beaulieu, Paul, 5337.Léry, Jean de, 164, 1965, 3305, 4289.Lessa, Orígenes Temudo, 4710.Lessa, Pedro Augusto Carneiro, 984, 1189, 1244, 1345, 4554.Lessa, Ribeiro de, 534.Lesson, René Primevère, 4290.Levasseur, E., 22, 2754.Lévi-Strauss, C., 1966.Levy, Hannah, 23, 413.Liais, Emmanuel, 2542, 3012, 4291.Lima, Agostinho de Sousa, 1298.Lima, Alceu Amoroso, 1346, 3643, 4555, 5573, 5723, 5724, 5725, 5726, 5727.Lima, Alexandre José Barbosa (Sobrinho), 3372, 3644, 4000.Lima, Alvino, 1042.Lima, Antônio Augusto de, 4805.Lima, Araújo, 2868, 5728.Lima, Augusto de, 3811, 3812.Lima, Augusto de (Júnior), 214, 343, 497, 513, 514, 1664, 3814.Lima, Azevedo, 1665.Lima, César Augusto Viana de, 1666.Lima, Eugênio, 2199.Lima, Eusébio de Queirós, 1165, 1347.Lima, Francisco A. de Carvalho (Júnior), 4464.Lima, Francisco Peres de, 2455.Lima, Herman, 2200.Lima, Hermes, 4556, 5729, 5730.Lima, Hildebrando, 2201.Lima, Honório, 3645.Lima, Jorge de, 838, 839, 4711, 4806, 5338, 5477, 5731.Lima, José Francisco da Silva, 2202.Lima, José Inácio de Abreu e, 4557.Lima, Manuel de Oliveira, 129, 1314, 3214, 3215, 3373, 3374, 3375, 3376, 3377, 3813, 4558, 5041,

5882.

Page 647: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Lima, Nestor, 1667.Lima, Noraldino, 1668.Lima, Raimundo Antônio da Rocha, 4559.Lima, Rossini Tavares de, 5042.Lima, Rui Cirne, 1217.Lima Barreto, vide Barreto, Afonso Henrique Lima.Lima Figueiredo, vide Figueiredo, Lima.Lindley, Thomas, 4292.Lindmann, C. A. M., 3127.Linhares, Mário, 840.Lino, Raul, 94.Lins, Álvaro de Barros, 4560.Lins, Francisco de, 5043.Lins, Ivã, 4561.Lins, Mário, 5574, 5575.Lia, Marisa, 5044, 5045.Lisboa, Aquiles, 1669.Lisboa, Baltasar da Silva, 3815.Lisboa, João Francisco, 3949, 4562.Lisboa, José da Silva, 1091, 4563.Lisboa, José Francisco, 3816.Lisboa, Miguel Arrojado Ribeira, 2896, 3013, 30314, 3015, 3055.Lisboa. Arquivo Real da Torre do Tombo, 3216.Lisle, James George Semple, 4293.Lispector, Clarice, 4712.Lobão, Manuel de Almeida e Sousa de, 986.Lobato, José Bento Monteiro, 4713, 5732.Lobo, A. A. de Sousa, 78.Lobo, Abelardo Saraiva da Cunha, 1004.Lobo, Hélio, 3059, 3217, 3464, 4564.Loewenstein, Karl, 3646.Lofgren, Alberto, 2203, 2932, 3056, 3057, 3058, 3154.Lomonaco, Alonso, 4294.Lopes, Antônio Ribeiro de Castro, 1670.Lopes, Bernardino da Costa, 4808.Lopes, João Simões (Neto), 2457, 4714.Lopes, Miguel Maria de Serpa, 1043, 1044.Lopes, Oscar, 5883.Lopes, R. Paula, 2755.Lopes, Raimundo, 1967, 1968, 2458, 2897.

Page 648: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Lopes da Costa, Alfredo de Araújo, vide Costa, Alfredo de Araújo Lopes da.Lopes de Sousa, Pero, vide Sousa, Pero Lopes de.Lopes Gama, vide Gama, Miguel de Sacramento Lopes.Lopes Trovão, vide Trovão, Lopes.Lopez Santiago, Diogo, vide Santiago, Diogo Lopez.Loreto, barão de, vide Dória, Franklin Américo de Meneses.Lorton, A., 5576.Loukotka, Chestmir, 1969, 1970.Lourenço, Manuel Bergström (Filho), 1671, 1972, 1673, 1674, 1685, 1676, 1677, 1678, 1679, 1680,

1681, 1682, 1683, 5478.Lousada, Afonso, 1684.Lowie, Robert H., 1971.Lowrie, Samuel Harmon, 2592, 3060, 5265, 5339, 5340, 5341, 5342, 5343, 5479, 5480, 5577, 5733,

5734.Lozano, Fabiano Rodrigues, 2459, 5046.Lozano, Pedro. 1972.Luccock, John, 251, 4295, 5735.Luderitz, João, 1685.Luetzelburg, Phillipp von, 2933.Luís, Pedro, vide Sousa, Pedro Luís Pereira de.Luso, João, pseud., vide Erse, Armando.Luís, Fábio (Filho), 1092, 1686.Luís, José Carlos de Alambari, 1687.Luziriaga, Lorenzo, 1688.Lira, Augusto Tavares, 3218, 3647, 3950.Lira, Roberto, 1135.Lira Tavares, Fernando de, vide Tavares, Fernando de Lira.

M

M., J. H., 5047.Maack, Reinhard, 2593, 2659, 3128, 3129, 3130, 3131, 5209, 5266, 5736.Macaúbas, barão de, vide Borges, Abílio César.McCreery, 2814.Macedo, Epaminondas de, 344.Macedo, Joaquim Manuel de, 118, 190, 3219, 4715, 5048, 5884, 5885.Macedo, Joaquim Teixeira de, 1689, 1690, 1691.Macedo, Sérgio, 746.Macedo Soares, Antônio Joaquim, vide Soares, Antônio Joaquim de Macedo.Macedo Soares, José Carlos de, vide Soares, José Carlos de Macedo.Macedo Soares, Oscar de, vide Soares, Oscar de Macedo.

Page 649: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Machado, Aníbal M., 967.Machado, Antônio, 428.Machado, Antônio de Alcântara, 1136, 4422, 4565, 4716, 5481, 5737, 5738, 5848.Machado, Aires da Mata (Filho), 2204, 2205, 2206, 2207, 2208, 2460, 5049, 5482.Machado, Brito, 345.Machado, Diogo Barbosa, 5208.Machado, Dionélio, 4717.Machado, Ernesto, 1284.Machado, Francisco Soares Alvim, 4465.Machado, Gilca da Costa Melo, 4809.Machado, José de Alcântara, vide Oliveira, José de Alcântara Machado de.Machado, Lourival Gomes, 841, 842.Machado, Orlando, 2934.Machado, Raul, 1137.Machado, Sílvio Marcondes, 1093.Machado de Assis, vide Assis, Joaquim Maria Machado de.Machado de Oliveira, José Joaquim, vide Oliveira, José Joaquim Machado de.Maciel Parente, vide Parente, Filipe Alberto Patroni Martins Maciel.Madre de Deus, Gaspar da, 4566.Madureira, J., 1692.Mafra, Manuel da Silva, 1415.Magalhães, Agamenon, 2935.Magalhães, Alfredo Ferreira, 1693.Magalhães, Amílcar A. Botelho de, 1973.Magalhães, Antônio Valentim da Costa, 4567.Magalhães, Basílio de, 515, 1694, 2461, 3817, 4568, 5344, 5739, 5740.Magalhães, Bruno de Almeida, 1045, 3220.Magalhães, Celso de, 5742.Magalhães, Domingos José Gonçalves de, visconde de Araguaia, 3378, 4569, 4718, 4810.Magalhães, José Vieira Couto de, 4269, 5743, 1974.Magalhães, Lúcia de Andrade, 1695, 1696.Magalhães, Olinto de, 1315, 3648. Magalhães, R. (Filho), 843, 844.Magalhães, Raimundo (Júnior), 5886.Magalhães Correia, vide Correia, Armando de Magalhães.Magalhães Drummond, vide Drummond, Magalhães.Magalhães Júnior, vide Magalhães, Raimundo (Júnior).Maggiorotti, Leone Andrea, 191.Maggs bros., London, 5210.Maia, Aristides de Araújo, 3818.

Page 650: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Maia, Ed Santos, 4297.Maia, Francisco Prestes, 811.Maia, José Antônio da Silva, 3819.Malheiros, Agostinho Marques Perdigão, 3820, 4394, 5483.Malme, G. O. A., 3155.Malta, Gastão, 4719.Mamer, Mary Helen, 1697.Manchester, Alan Krebs, 3221, 3222, 3465, 3466, 5211, 5484.Mangabeira, João, 4570.Manizer, Henri Henrikhovitch, 1975, 1976, 5050.Manning, William Ray, 3379, 3467.Mansfeldt, Julius, 4298.Mansfield, Charles Blackford, 608, 5744.Manso, M. da Costa, 1416, 1417.Manuel II, rei de Portugal, 5212.Maranhão, Paulo, 1698.Marbut, C. F., 2869, 2870.Marc, Alfred, 4299.Marchant, Alexander, 3594, 3306, 3307, 3308, 5213, 5.267.Marcial, Grivelário, pseud., vide Peixoto, Demerval.Marcondes, Moisés, 3821.Marcondes Machado, Sílvio, vide Machado, Sílvio Marcondes.Marcoy, P., 4300.Margarida, Teresa, vide Orta, Teresa Margarida da Silva e.Mariano, José (Filho), 95, 96, 155, 192, 215, 252, 253, 254, 255, 256, 346, 384, 385, 414, 415, 498, 516,

517, 526, 527, 535, 699.Mariano, Olegário vide Cunha, Olegário Mariano Carneiro da.Maricá, marquês de, vide Fonseca, Mariano José Pereira da.Marinho, Inezil Pena, 1699.Marinho, Joaquim Saldanha, 3468.Marinho, José Antônio, 4569.Marjoribanks, Alexander, 4301.Markham, Clements Robert, 1977, 5214.Marques, Francisco Xavier Ferreira, 301, 2209, 3380, 4571, 4720, 5745.Marques, J. M. de Azevedo, 1047.Marques, Manuel Eufrásio de Azevedo, 3822.Marques, Orminda Isabel, 1700.Marques, Xavier, vide Marques, Francisco Xavier Ferreira.Marques dos Reis, Antônio, vide Reis, Antônio Marques dos.Marques Pinheiro, vide Pinheiro, Marques.Marques Rebelo, pseud., vide Cruz, Eddy Dias da.

Page 651: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Marrocos, Luís Joaquim dos Santos, 3381.Marroquim, Mário, 2210, 5746.Martin, Percy Alvin, 3223, 3224, 3225, 3226, 3309, 3470, 3471, 3472, 3823, 4302, 5485, 5486.Martin Granizo, León, 5215.Martins, Ciro, 4721.Martins, Dormund, 3651.Martins, Jackson de Figueiredo, 3652, 4572.Martins, Joaquim Dias, 3927.Martins, José Isidoro (Júnior), 987, 4573.Martins, José Júlio Silveira, 3228.Martins, Judite, 347, 518.Martins, Luís, 141, 655, 747, 845, 846, 847, 4722.Martins de Oliveira, D., vide Oliveira, D. Martins de.Martins Fontes, vide Fontes, José Martins.Martins Pena, vide Pena, Martins.Martius, Karl Friedrich Philip von, 1978, 1979.Martonne, Emmanuel de, 2660, 2661, 2662, 2663.Maruiá, barão de, vide Matos, João Wilkens de.Marx, Walther Burle, 5051, 5052.Masagão, Mário, 1.218.Massart, Jean, 2.710.Matews, Edward D., 4.303.Mathison, Gilbert Farquhar, 4.304, 5.747.Mata, Alfredo Augusto da, 2.211, 2.212.Mata Machado Filho, vide Machado, Aires da Mata (Filho).Matos, Aníbal Pinto de, 25, 26, 165, 193, 216, 217, 528, 5.053.Matos, Belfort de (Filho), 3061.Matos, Dalmo Belfort de, 5054, 5055, 5487, 5748.Matos, Euricles de, 97.Matos, Gregório de, vide Guerra, Gregório de Matos.Matos, J. N. Belfort de, 3062, 3063.Matos, Jacinto Antônio de, 5345.Matos, João Wilkens de, barão de Maruiá, 1701, 4305.Matos, José, 3824.Matos, José Veríssimo Dias de, 1702, 1703, 2213, 2214, 2215, 2462, 4574.Matos, Mário, 4575.Matos, Raimundo José da Cunha, 3825. 4306, 5749.Matoso Câmara, Joaquim, vide Câmara, Joaquim Matoso (Júnior).Mauá, visconde, vide Sousa, João Evangelista de,Maul, Oto, 2543, 2664, 2665, 2756, 2757, 4307.

Page 652: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Maura, Sônia, 848, 913.Maurette, Fernando, 2758, 2759.Mauricéia, Cristóvão de, 2463.Maw, Henry Lister, 4308.Mawe, John, 348, 4309, 5750.Maximiliano, imperador do México, 601, 4310.Maximiliano, príncipe de Wied-Neuwied, 700, 1980, 4311, 5845.Maximiliano, Carlos, 988, 1048. 1190.Maia, Alcides Castilhos, 4576, 4723.Maia, Raimundo de Castro, 487, 626.Medeiros, A. A. Borges de, 3.653.Medeiros, Bianor, 656.Medeiros, Maurício de, 3654.Medeiros da Fonseca, Arnoldo, vide Fonseca, Arnoldo Medeiros da.Medeiros e Albuquerque, vide Albuquerque, José Joaquim de Campos da Costa de Medeiros e.Medeiros e Albuquerque, Paulo de, vide Albuquerque, Paulo de Medeiros e.Medina, José Toríbio, 5216.Meireles, Cecília, 58, 4811.Melby, John, 3655.Melo, A. F. Dutra e, 451.Melo, Afonso Toledo Bandeira de, 2815, 5488.Melo, Américo Brasiliense de Almeida, 3656.Melo, Astrogildo Rodrigues de, 3064, 5346.Melo, Baltasar Vieira de, 1704.Melo, Custódio José de, 3657, 3658.Melo, Félix Cavalcanti de Albuquerque, 3659.Melo, Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de, 3660, 4577.Melo, Francisco Inácio Marcondes Homem de, 3382.Melo, Francisco Manuel de, conde de Ficalho, 2216, 4030.Melo, Guilherme Teodoro Pereira de, 2464, 5056.Melo, Jerônimo de Avelar Figueira de, 3383, 3384, 3385.Melo, Jerônimo Martiniano Figueira de, 3.473.Melo, Joaquim Antônio, 3229.Melo, Joaquim Pedro de, 1705.Melo, José Antônio Gonçalves de (Neto), 4097.Melo, José Lino de (Júnior), 2936, 2956, 2957.Melo, Mário, 386, 1981, 2217, 2937, 5751.Melo, Osmar da Cunha e, 1706, 1707.Melo, Raul Correia Bandeira de, 2898.Melo, Urbano Sabino Pessoa de, 3474.

Page 653: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Melo, Veríssimo de, 968.Melo Franco, Afonso Arinos de, vide Franco, Afonso Arinos de Melo.Melo Franco, Afrânio, vide Franco, Afrânio de Melo.Melo Franco, Virgílo A. de, vide Franco, Virgílio A. de Melo.Melo Franco de Andrade, Rodrigo, vide Andrade, Rodrigo Melo Franco de.Melo Freire, Pascoal José de, vide Freire, Pascoal José de Melo.Melo Leitão, C. de, vide Leitão, C. de Melo.Melo Morais Filho, vide Morais, Alexandre José de Melo (Filho).Melo Teixeira, J., vide Teixeira, J. Melo.Mendes, Amando, 2218.Mendes, Augusto Ribeiro, 1418.Mendes, Júlia de Brito, 2465, 5057.Mendes, Manuel Odorico, 4578.Mendes, Murilo Monteiro, 4812.Mendes, Otávio, 1094.Mendes, Oscar, 4579.Mendes, Raimundo Teixeira, 1708, 4580.Mendes de Almeida, Cândido, vide Almeida, Cândido Mendes de.Mendes de Almeida, Fernando, vide Almeida, Fernando Mendes de.Mendes de Almeida, João (Júnior), vide Almeida, João Mendes de (Júnior).Mendes de Almeida, Joaquim Canuto, vide Almeida, Joaquim Canuto Mendes de.Mendonça, Bento Fernandes Furtado de, 3826.Mendonça, Carlos Süssekind de, 4581.Mendonça, José Xavier Carvalho de, 1095.Mendonça, Lúcio Drummond Furtado de, 5058.Mendonça, Lúcio Eugênio de Meneses e Vasconcelos Furtado de 4582.Mendonça, Manuel Inácio Carvalho de, 989, 1049, 1050, 1051.Mendonça, Renato de, 2219, 2220, 3231, 5752.Mendonça, Salvador Meneses Drummond Furtado de, 3661, 4583.Mendonça de Azevedo, José Afonso, vide Azevedo, José Afonso Mendonça de.Menegale, J. Guimarães, 1219.Meneses, D. Luís de, conde de Ericeira, 3929.Meneses, Djacir Lima, 1709, 2938, 4584, 5489, 5578, 5579.Meneses, Florentino, 5580. Meneses, José Augusto Bezerra de, 1710.Meneses, Manuel Joaquim de, 3386, 3972.Meneses, Rodrigo Otávio de Langaard, 1191, 1332, 1333, 1334, 1335, 1336, 3387, 3388, 3389, 3390,

5059.Meneses, Tobias Barreto de, 990, 4585, 4813.Menucci, Sud, 1711, 1712, 5753.Merea, Paulo, 310.

Page 654: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Meréje, João Rodrigues de, 5581, 5.582.Mesquita, Alfredo, 5887.Mesquita, Teófilo Dias de, 4814.Métraux, Alfred, 166, 1982, 1983, 1984, 1985, 1986, 1987, 3311, 3312, 3313, 5060.Mettler, A., 2760.Metzler, Franz, 5754.Meyen, F. J. F., 4312.Meyer, Augusto, 2221, 4586, 4587, 4815.Meyer, Herrmann, 1988.Michel E. Ernest, 4313.Michelena y Rojas, Francisco, 4314.Mignone, Francisco, 5061.Milano, Dante, 4816.Milhaud, Darius, 5062.Millardet, G., 2222.Miller, Leo Edward, 4315.Milliet, Sérgio, vide Silva, Sérgio Milliet da Costa e.Milton, Aristides, 202.Milward, Guilherme Bastos, 3156.Milward, Maria Portugal, 167.Minas Gerais. Departamento de Educação, 1713.Minas Gerais. Secretaria da Agricultura, Indústria, Comércio e Trabalho, 3016.Ministério da Educação e Saúde, vide Brasil. Ministério da Educação e Saúde.Ministério da Guerra, vide Brasil. Ministério da Guerra.Ministério da Justiça e Negócios Interiores, vide Brasil. Ministério da Justiça e Negócios Interiores.Ministério da Marinha, vide Brasil. Ministério da Marinha.Ministério das Relações Exteriores, vide Brasil. Ministério das Relações Exteriores.Minnigerode, C. Powell, 955.Minturn, Robert B. (Júnior), 4316.Miranda, Agenor Augusto de, 5755.Miranda, Francisco Cavalcanti Pontes de, 991, 1052, 1053, 1096, 1192, 1193, 1337, 4588, 5583.Miranda, Osvaldo Gomes da Costa, 3017.Miranda, Rodolfo, 3662.Miranda, Vicente Chermont de, 2223.Moacir, Primitivo, 1714, 1715, 1716, 1717, 1718.Moctezuma, Antônio Perez-Valiente de, vide Perez-Valiente de Moctezuma, Antônio.Moeschlin, F., 4317.Moita, Luís, 5063.Molengraaff, Cornelia Gerlings, 387.Molhuyesne, Philip Christiaan, 4107.

Page 655: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Monbeig, Pierre, 2544, 2958, 3018, 3065, 3066, 3067, 3068, 3069, 5347, 5756.Moncorvo Filho, 5584.Monnier, Marcel, 4318.Monroe, Paul, 1719.Montalvão, marquês de, 4047.Montanus, Arnoldus, 3926.Monte, Arrais, 3663.Monte, Oscar, 2225.Monte Alverne, Francisco de, 4589.Monteiro, Clóvis, 2226, 2227, 2228, 2229.Monteiro, Honório Fernandes, 1097.Monteiro, João, 992, 1245, 1246.Monteiro, Joaquim dos Remédios, 1720.Monteiro, Jônatas da Costa Rego, 5348.Monteiro, Mário, 3828.Monteiro, Tobias, 3391, 3664, 3665.Monteiro, Vicente do Rego, 474.Monteiro de Sousa, A., vide Sousa, A. Monteiro de.Monteiro Lobato, vide Lobato, José Bento Monteiro.Montelo, Josué, 4590.Montenegro, Caetano Pinto de Miranda, 1387, 1419.Montenegro, J. Artur, 3475.Montenegro, Olívo Bezerra, 4591.Montet, Edouard, 4319Montoya, Antonio Ruiz de, vide Ruiz de Montoya, Antonio.Moog, Clodomir Viana, 4592, 4724.Morais, Alexandre José de Melo, 657, 4423.Morais, Alexandre José de Melo (Filho), 718, 2230, 2467, 2468, 2469, 2470, 2471, 3392, 3393, 3394,

5064, 5065, 5066, 5490, 5491, 5492.Morais, Cristodolindo de, 1388.Morais, Eduardo José de, 4.320.Morais, Eugênio Vilhena de, 3232, 3233.Morais, Evaristo de, 1138, 1166, 3666, 4395, 4396, 4593, 5493, 5494, 5495, 5496, 5757, 5758.Morais, Evaristo de (Filho), 5585.Morais, Joaquim de Almeida Leite, 4321.Morais, José Prudente de (Filho), 4466.Morais, José Prudente de (Neto), 4594.Morais, Luciano Jaques de, 2816, 2817, 2939, 2940, 3019, 3020.Morais, Luís Carlos de, 2231.Morais, Pedro Deodato de, 1721.Morais, Raimundo de, 2232, 2472, 2871.

Page 656: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Morais, Rubens Borba Alves de, 3070, 5759.Morais, Vinícius de Melo, 4817.Morais, Barros, Prudente J. de, vide Barros, Prudente J. de Morais.Morais Rego, Luís Flores de, vide Rego, Luís Flores de Morais.Morais Sarmento, Casimiro José de, vide Sarmento, Casimiro José de Morais.Morales de los Ríos, Adolfo, vide Ríos, Adolfo Morales de los (Filho).Morato, Francisco A. de Almeida, 1247.Moreau, Pierre, 4031.Moreira, 3829.Moreira, Albertino G., 1285.Moreira, Álvaro, 4595, 5888.Moreira, Pedro Lopes, 5067.Moreira da Silva, M., vide Silva, M. Moreira da.Moreira de Azevedo, Manuel Duarte, vide Azevedo, Manuel Duarte Moreira de.Moriconi, Ubaldo A., 4322.Morier, Jaques, 4323.Morize, Enrique, 2685.Morize, Paul, 2686.Mortara, Giorgio, 2761, 5268, 5349, 5350.Mota, Artur, 2233, 2235, 4596, 5217.Mota, Leonardo, 2234, 2473, 2474, 2475, 2476, 5760, 5761.Mota, Otoniel de Campos, 2236.Mouchez, Ernest, 2666.Moura, A., 635.Moura, Abner de, 1722.Moura, Emílio Guimarães, 4818.Moura, Francisco, 1723.Moura, Gentil de Assis, 3830, 3831, 5351, 5497.Moura, Hastinfilo de, 3667.Moura, Inácio Batista de, 4324.Moura, João Alves de, 1389.Moura, João Dunshee de Abranches, 3234, 3668, 3669, 3670.Moura, Maria Lacerda, 1724.Moura, Pedro de, 2872, 2873, 2874, 2875, 2899.Moutinho, Joaquim Ferreira, 4325.Mulhall, Marion G., 4326.Mulhall, Michael G., 4327.Muller, Cristiano, 302.Muller, Daniel Pedro, 5356.Müller, Frederik, 5218.

Page 657: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Muller, Lauro, 3671, 3672.Muller, Wilhelm, 4328.Muniz, Patrício, 4597.Murgel, Angelo A., 156.Murici, José Cândido de Andrade, 914, 4598, 4725, 5068, 5069, 5070, 5071, 5219.Museum of Modern Art, vide New York, Museum of Modern Art.Myers, H. M., 4329.

N

N. X., 4330.Naber, S. P. L’Honoré, 4032, 4331.Nabuco, Carolina, vide Araújo, Carolina Nabuco de.Nabuco, Joaquim, vide Araújo, Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de.Nabuco de Araújo, José Tomás, vide Araújo, José Tomás Nabuco de.Naeher, Julius, 4332.Nantes, Martin de, 1989, 4333.Napoleão, Aluísio, 627, 3235.Nascentes, Antenor, 2238, 2239, 2240, 2241, 2242, 2243, 2244, 2245, 2246, 2247, 2248, 2249.Nascimento, Alba Canizares, 1725.Nash, Roy, 2545, 3236, 5762.Nassau, João Maurício de, 4001, 4002.Navarra, Raul, 748.Navarra, Rubem, 584, 849.Navarro, Saul de, 65, 850, 851.Nay, Aldo, pseud., vide Prado, João Fernando de Almeida.Nalor, Douglas O., 791.Negrão, Francisco de Paula, 3237, 3832.Neiva, Artur, 2250, 2546, 4334.Neme, Mário, 5763.Nemo, pseud. vide Ramalho, Manuel de Araújo Castro.Néri, Adalgisa, 4819.Néri, Frederico José Santana, barão de Santana, 2478, 2547, 5072.Neto, Ladislau, 168.Netscher, Priter Marinus, 3957, 5764.Neves, César das, 5073.Neves, Maurício das, 2251.Neves da Fontoura, vide Fontoura, João Neves da.New York, Museum of Modern Art. 915.New York, Riverside Museum, 852.New York, World’s Fair, 1939, 749.

Page 658: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Nicolle, Edward, 701.Niemeyer Waldyr, 2818, 2819, 2820.Nieuhof, Johan, 388, 4033, 4335, 5765.Nigra, D. Clemente Maria da Silva, 305, 537, 538.Nimuendajú-Unkel, Curt, 2003, 2004.Nimuendajú, Curt, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002.Nina, Celina Airlie, 1726.Nina Rodrigues, Raimundo, vide Rodrigues, Raimundo Nina.Nobiling, Oskar, 2252, 2253.Nobre, Freitas, 3673.Nóbrega, Bernardino Ferreira, 3395.Nóbrega, Manuel da, S. J., 257, 3314, 4424.Nogueira, Batista Caetano de Almeida, 2005, 2254.Nogueira, J. C. Ataliba, 1139.Nogueira, José Luís de Almeida, 993, 1098, 3238.Nogueira, Júlio, 2255.Nogueira, Paulino, vide Fonseca, Paulino Nogueira Borges da.Nordenskiöld, Erland, 169, 2006, 2007, 2008, 2009.Normandy, Charles, 853.Normandy, Georges, 854.Normando, João Frederico, 2762, 3239, 4451.Norton, Luís, 557, 3396.Nowell, Charles E., 3315.Nunes, Feliciano Joaquim de Sousa, 4599, 5889.Nunes, João, 5074.Nunes, José de Castro, 1167, 1248.Nurinelly, Luís José de, 1727.

O

Oberacker, C. H., 5766.Oiticica, José Rodrigues Leite e, 2010, 2256, 2257, 2258, 4600.Olímpio, Domingos, vide Cavalcanti, Domingos Olímpio Braga.Olinto, Plínio, 1736.Oliveira, Américo Barbosa de, 2876.Oliveira, Antônio de Almeida, 1728.Oliveira, Antônio José Dias de, 3477.Oliveira, Antônio Mariano Alberto de, 4820.Oliveira, Antônio Rodrigues Veloso de, 4425, 4452.Oliveira, Artur Vasco Itabaina de, 1054.Oliveira, Avelino Inácio de, 2667.

Page 659: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Oliveira, Cândido de (Filho), 994, 1055, 1194, 1249, 1390.Oliveira, Cândido Luís Maria de, 1338.Oliveira, Carlos Estêvão de, 2011.Oliveira, Carlos Gomes de, 1729.Oliveira, Clóvis de, 5076, 5077.Oliveira, D. Martins de, 2479.Oliveira, Eusébio de, 2668, 2821, 2822, 2823, 2824, 2825, 3132, 3133.Oliveira, Filipe Daudt de, 4821.Oliveira, Francisco Sales de, 1730.Oliveira, Goulart de, 1056.Oliveira, Inácio, 2877.Oliveira, J. Feliciano de, 2012.Oliveira, João Batista Perdigão de, 5767.Oliveira, João José Barbosa de, 1731, 1732, 1733.Oliveira, José Coutinho de, 2480.Oliveira, José de Alcântara Machado de, 3835, 4601.Oliveira, José Joaquim Machado de, 3833, 3834, 4405.Oliveira, José Manuel Cardoso de, 1316, 5890.Oliveira, José Osório de, 4602, 4726, 4822.Oliveira, Júlio de, 1734.Oliveira, Leôncio C. de, 2481.Oliveira, Luís Camilo de (Neto), 499.Oliveira, M. Santos de, 1735.Oliveira, Manuel Botelho de, 4823.Oliveira, Mário Pessoa de, 389.Oliveira, Percival de, 3674.Oliveira, Sebastião Almeida, 2259, 2482, 2483, 2484, 2485, 2486, 5768.Oliveira, Xavier de, 1339.Oliveira Campos, Suetônio Cesário, vide Campos, Suetônio Cesário Oliveira.Oliveira Franco Sobrinho, vide Franco, Manuel de Oliveira (Sobrinho).Oliveira Lima, Manuel de, vide Lima, Manuel de Oliveira.Oliveira Viana, Arnaldo de, vide Viana, Arnaldo de Oliveira.Oliveira Viana, J. P., vide Viana, J. P. Oliveira.Oppenheim, Vitor, 3134.Orban, Vitor, 4603.Orbigny, Alcide d’, 2013, 2669, 4336, 5769.Ordinaire, Olivier, 4337.Orico, Osvaldo, 1737, 2487, 2488.Orlando, Artur, vide Silva, Artur Orlando da.Orleans, Gastão, d’, conde d’Eu, 3478.

Page 660: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Orosco, E., 500.Orta, Teresa Margarida da Silva e, 4727.Orton, James, 4338, 5770.Osculati, Gaetano, 4339.Otaviano, J., vide Gonçalves, João Otaviano.Otávio, B., 5075.Otávio, Rodrigo, vide Meneses, Rodrigo Otávio de Langaard.Otoni, Cristiano Benedito, 3675, 3676.Otoni, Eloi Teófilo, 3677, 3836.Ouro Preto, visconde, vide Figueiredo, Afonso Celso de Assis.Ouseley, William Gore, 98.Ozamis, Francisco, 1738.Owell, Charles E., 3315.

P

P. W., 540.Pacheco, Armando, 948.Pacheco, Felix Ferreira, 4604.Pacheco e Silva, vide Silva, Antônio Carlos Pacheco e.Padberg-Drenkpol, J. A., 416.Pagan, Blaise François de, 4340.Pais, Elpídio Ferreira, 2260, 2261.Pais Leme, Alberto Betim, vide Leme, Alberto Betim Pais.Pais Leme, Pedro Taques de Almeida, vide Leme, Pedro Taques de Almeida Pais.Paiva, Alfredo, 3678.Paiva, Glycon de, 2878, 2879, 2880, 2900, 2901, 2902, 3157.Paiva, Joaquim Gomes d’Oliveira e, 5357.Paiva, Tancredo de Barros, 2598, 5220.Paixão, Múcio da, 5078, 5849.Palhano, Lauro, 4728.Palma, Ernesto Valdívia, 5079.Palma, Sebastião F., 5771.Palmatary, Helen C., 170.Palmeira, J. A. da Costa, 3679.Pandiá Calógeras, vide Calógeras, João Pandiá.Paraná (estado). Secretaria de Obras Públicas, Viação e Agricultura, 1739.Paranaguá, Joaquim Nogueira, 4341.Paranhos, Aroldo, 4605.Paranhos, José Maria da Silva, barão do Rio Branco, 659.

Page 661: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Paranhos, José Maria da Silva, visconde do Rio Branco, 1740.Paranhos, Ulisses, 5080.Pardal, Ramon, 2014.Pardé, M., 2881.Parente, Filipe Alberto Patroni Martins Maciel, 4342.Paris. Bibliothèque Nationale, 5221.Parnac, Valentim, 5081.Parny, Évariste Désiré de Forjes, visconde de, 4343.Parreiras, Antônio, 897.Pascual, Antônio Deodoro de, 4344.Passalacqua, Camilo, 1741.Passarge, S., 2882.Passos, Zoroastro Viana, 349.Pastells, Pablo, 3837, 5222.Pastorino, Carlos Torres, 660, 5082.Paternostro, Júlio, 5772.Patroni, vide Parente, Filipe Alberto Patroni Martins Maciel.Paula, E. Simões de, 3135.Paula, José Maria de, 2015.Paula Cidade, F. de, 3158.Paula Lopes, R., vide Lopes, R. Paula.Paula Negrão, Francisco de, vide Negrão, Francisco de Paula.Paula Sousa, Geraldo H. de, vide Sousa, Geraldo H. de Paula.Pauwell, Geraldo, 2548.Pearse, Arno S., 2826.Peck, Anne Merriman, 4345.Pederneiras, Mário Paranhos, 4824.Pederneiras, Raul Paranhos, 2262.Pedra Branca, visconde da, vide Barros, Domingos Borges de.Pedro, Anísio, 1742.Pedro I, imperador do Brasil, 3397.Pedrosa, Heitor, 519.Pedrosa, Mário, 916, 5083, 5084.Pedrosa, Paul, 27.Pedroso, Zofimo Consiglieri, 5223.Peeters, Francisca, 5586.Peixoto, Afrânio, 1140, 1299, 1300, 1301, 1302, 1743, 1744, 1745, 1746, 1747, 1748, 2263, 2264, 2489,

2490, 2687, 2688, 2690, 4606, 4729, 5499, 5500.Peixoto, Demerval, 3681.Peixoto, Inácio José de Alvarenga, 4825.Peixoto, José Carlos de Matos, 1005.

Page 662: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Peixoto, Mário Breves, 4826.Peixoto, Sílvio, 3682.Pena, Cornélio, 4730.Pena, Domingos Soares Ferreira, 171, 4346.Pena, Martins, 5891.Penalva, Gastão, pseud., vide Sousa, Sebastião de.Penido, Maurílio Teixeira-Leite, 4607.Pennafort, Onestaldo de, vide Caldas, Onestaldo de Pennafort.Pennell, M. E., 1749.Penteado, Amadeu Amaral, 4827.Peppercorn, Lisa M., 5085, 5086, 5087, 5088.Perdigão, José Rebelo, 3838.Perdigão Malheiros, vide Malheiros, Agostinho Marques Perdigão.Peregrino, João da Rocha Fagundes (Júnior), 1750, 1751, 2265, 4608, 4731, 5501.Pereira, Américo, 5089, 5090.Pereira, Antônio Batista, 995, 3072, 5224, 3684.Pereira, Antônio de Sá, 5091.Pereira, Artur Ramos de Araújo, 1752, 1753, 2491, 2492, 2493, 2494, 2495, 2496, 2497, 4609, 5092,

5093, 5270, 5502, 5503, 5504, 5505, 5506, 5507, 5508, 5544, 5545, 5546, 5547.Pereira, Cesário da Silva, 1420.Pereira, F. M. Esteves, 3316.Pereira, Francisco Lobo Leite, 3839, 3840.Pereira, Heitor, 1754.Pereira, Juvenal Paiva, 5773.Pereira, Lafaiete Rodrigues, 996, 1057, 1058, 1317, 1340, 4610.Pereira, Lúcia Miguel, 4611, 4612, 4733.Pereira, Maria Mendes, 5358.Pereira, Nuno Marques, 4613.Pereira, Otacílio A., 1755.Pereira, Teotônio Freire e França, 3685.Pereira, Virgílio de Sá, 1421.Pereira Barreto, Luís, vide Barreto, Luís Pereira.Pereira Coutinho, Antônio Xavier da Gama, vide Coutinho, Antônio Xavier da Gama Pereira.Pereira da Costa, Francisco Augusto, vide Costa, Francisco Augusto Pereira da.Pereira da Costa, Francisco Félix, vide Costa, Francisco Félix Pereira da.Pereira da Costa, Miguel, vide Costa, Miguel Pereira da.Pereira da Silva, João Manuel, vide Silva, João Manuel Pereira da.Pereira da Silva, Luciano, vide Silva, Luciano Pereira da.Pereira de Melo, Guilherme Teodoro, vide Melo, Guilherme Teodoro Pereira de.Pereira de Sousa, Otaviano, vide Sousa, Otaviano Pereira de.Pereira de Sousa, Washington Luís, vide Sousa, Washington Luís Pereira de.

Page 663: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Peres de Lima, Francisco vide Lima, Francisco Peres de.Peretti, J., 609, 661.Pérez-Valiente de Moctezuma, Antonio, 541.Pericot y Garcia, Luís, 2016.Perie, Eduardo, 5225.Pernambuco. Comissão Censitária dos Mocambos do Recife, 5774.Pernambuco. Leis e Decretos, 1756.Perrin, Paul, 2763.Perrod, Enrico, 3073.Perrot, Luís, 4347.Pesciolini, Ranieri Venerosi, 3136.Pessoa, Epitácio, 1318, 3686.Pessoa, José Getúlio Frota, 1757, 1758, 4614.Pessoa, Paula, 119.Pessoa, Vicente Alves de Paula, 1265.Pestana, Francisco Rangel, 3687.Pestana, Nereu Rangel, 2691.Petrullo, Vicent M., 2017.Pettinati, Francesco, 5509.Phelps, D. M., 2599.Phillip, Artur, 4348.Picanço, Francisco, vide Costa, Francisco Barreto Picanço da.Piccarolo, Antônio, 3688, 5359.Picchia, Paulo Menotti del, 793, 4828.Pick, Jan Cornelisz, 3973.Piel, José, 2262.Piéron, Henri, 1759.Pierson, Donald, 2489, 5269, 5510, 5587, 5588.Piettre, Maurice, 3074.Pigafetta, Francisco Antônio, 4349.Pimenta, Gelásio, 5094.Pimenta Bueno, José Antônio, vide Bueno, José Antônio Pimenta.Pimentel, Alberto Figueiredo, 2499.Pimentel, Álvaro Mendes, 1059.Pina, Mateus da Encarnação, 4615.Pinelo, Antônio de León, vide León Pinelo, Antonio Rodríguez de.Pinheiro, Joaquim Caetano Fernandes, 3398, 4616.Pinheiro, Marques, 1760.Pinheiro Chagas, Djalma, vide Chagas, Djalma Pinheiro.Pinheiro de Andrade, Jaime, vide Andrade, Jaime Pinheiro de.

Page 664: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Pinheiro Guimarães, vide Guimarães, Pinheiro.Pinho, José Vanderlei de Araújo, 99, 2960, 3240, 3241, 3399, 3480.Pinkas, Júlio, 4350.Pinto, Adolfo, 4453.Pinto, Adolfo (Filho), 1348.Pinto, Alexina de Magalhães, 2500, 2501, 2502, 5095, 5096, 5097.Pinto, Alfredo Moreira, 595, 2549.Pinto, Antônio da Silva, 28.Pinto, Antônio Pereira, 1319.Pinto, Augusto, 3075.Pinto, Bilac, 1221, 1222.Pinto, Diogo de Mendonça, 1761.Pinto, Edgard Roquette, vide Roquette-Pinto, Edgard.Pinto, Estêvão, 1762, 2018, 2019, 5775.Pinto, J. A. (Júnior), 3481.Pinto, Joaquim de Almeida, 2267.Pinto, Luís Borges, 3841.Pinto, Mário da Silva e, 3021.Pinto, Pedro Augusto, 2268, 2269, 2270.Pinto da Rocha, vide Rocha, Pinto da.Pinto de Matos, Aníbal, vide Matos, Aníbal Pinto de.Pinto de Sousa, Bernardo Xavier, vide Sousa, Bernardo Xavier Pinto de.Pinto de Sousa, José Carlos, vide Sousa, José Carlos Pinto de.Pio, Fernando, 225, 390, 391, 392, 393.Piragibe, Vicente, 1763.Pires, Cornélio, 2271, 2503, 2504, 2505, 5776.Pires, Heliodoro, 194, 520, 3842.Pires, Homero, 4617.Pires, Washington Pereira, 1764.Pires de Campos, Antônio, vide Campos, Antônio Pires de.Piso, Guilherme, 2020, 4098.Pissis, A., 2670.Piza, Antônio de Toledo, 445, 3400, 3401.Plane, Auguste, 4351.Platt, Robert S., 3076.Ploetz, Hermann, 2021.Pohl, Johann Emanuel, 351, 2022, 4352.Pombo, José Francisco da Rocha, vide Rocha Pombo, José Francisco da.Pompéia, Raul d’Ávila, 4734.Pompeu, T. (Sobrinho), 2023, 2024, 5360.

Page 665: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Pontes, Carlos, 3242, 4618.Pontes, Elói, 4619.Ponte, Manuel José da Silva, 3843, 3844.Pontes, R. de Sida Silva, 258.Pontes, Ribeiro, 1141.Pontes de Miranda, vide Miranda, Francisco Cavalcanti Pontes de.Pontual, Maria de Lourdes, 306.Porchat, Reinaldo, 1006.Portinari, Cândido, 917, 918, 919, 920, 921.Porto, M. E. de Campos, 3689.Porto-Alegre, Apolinário, 4735.Porto-Alegre, Manuel de Araújo, 29, 79, 142, 195, 452, 459, 559, 560, 720, 4620, 4829, 5098.Porto-Alegre. Universidade, 1768.Porto-Carrero, Luísa Leopoldina Tavares, 1769.Porto Carrero, J. P., vide Carrero, J. P. Porto.Porto Seguro, visconde de, vide Varnhagen, Francisco Adolfo de.Portugal, Antônio Nunes de Gouveia, 1770.Poviña, Alfredo, 5272.Prado, Caio (Júnior), 3077, 3078, 4621.Prado, Eduardo da Silva, 3690, 3691, 3692, 3693, 4622, 5099.Prado, Francisco Bertino de Almeida, 1060.Prado, Francisco Rodrigues do, 2025, 3845.Prado, Jacinto de Aguilar y, vide Aguilar y Prado, Jacinto de.Prado, João Fernando de Almeida, 2026, 2027, 4736, 5226, 5227, 3317, 3318.Prado, Orlando de Almeida, 5777.Prado, Paulo da Silva, 3846, 4623, 5778, 5779.Prat, André, 260, 4426.Prates da Fonseca, Tito, vide Fonseca, Tito Prates de.Presas, José, 3402.Prestage, Edgar, 4041, 4042, 4043, 5228.Prestes, Gabriel, 1771.Preuss, Konrad Theodor, 2028.Primério, Fidelis M. de, 4428.Prior, James, 4363.Prisco, Francisco, 4624.Proença, Martinho Mendonça de Pina e de, 3847.Prudente de Morais Filho, vide Morais, José Prudente de (Filho).Prudente de Morais Neto, vide Morais, José Prudente de (Neto).Pujol, Alfredo Gustavo, 4625.Putnam, Samuel, 2273, 5780.

Page 666: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Pyrard de Laval, François, 4354.

Q

Queirós, Amadeu de, 2506, 5781.Queirós, Diná Silveira de, 4737.Queirós Lima, Eusébio, vide Lima, Eusébio de Queirós.Queirós, Raquel de, 4738, 5782.Quelle, Oto, 475, 2692, 2766, 2941, 2942, 2961, 3022, 5362, 5363.Quirino, Manuel Raimundo, 203, 204, 460, 461, 602, 2507, 2508, 3243, 5100, 5101, 5102, 5511, 5512,

5513, 5514, 5783, 5784.Quevedo, Samuel A. Lafone, vide Lafone Quevedo, Samuel A.Quintana, Mário, 4830.

R

Rabelo, Laurindo José da Silva, 4831.Rabelo, Sílvio, 1772, 1773, 1774, 4626.Radecki, Halina, 1775.Radiguet, Maximilien René, 703, 4355.Rafael, João Maria, 5228.Rafael de Jesus, vide Jesus, Rafael de.Raimundo, Jaques, 2277, 2278, 2279, 2280, 2509, 5788.Raiol, Domingos Antônio, barão de Guajará, 3403, 3482.Raizman, Isaac Z., 5516.Raja Gabaglia, F. A., vide Gabaglia, F. A. Raja.Ramalhete, Clóvis, 4627.Ramalho, Joaquim Inácio, 1250.Ramalho, Manuel de Araújo Castro, 3694.Ramirez, Otávio, 923, 946.Ramiz Galvão, barão de, vide Galvão, Benjamin Franklin Ramiz.Ramos, Antônio de Paula (Júnior), 4356.Ramos, Argeu, 662.Ramos, Artur, vide Pereira, Artur Ramos de Araújo.Ramos, Augusto, 2829.Ramos, Eládio, 2274.Ramos, Godolfim Torres, 3137.Ramos, Graciliano, 4739, 5785, 5786.Ramos, Hugo de Carvalho, 4740.Ramos, José Júlio da Silva, 2275, 2276.Ramos, Raul de Leoni, 4832.Rancourt, Etienne de, 4357.

Page 667: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Rangel, Alberto do Rego, 561, 3244, 3245, 3404, 3405.Rangel, Godofredo, 4741.Rangel, Orlando (Sobrinho), 1776.Rangel Pestana, Francisco, vide Pestana, Francisco Rangel.Rangel Pestana, Nereu, vide Pestana, Nereu Rangel.Rango, Friedrich Ludwig von, 417.Ranzini, F., 260.Rao, Vicente, 1061.Raposo, Inácio, 5787.Rathburn, Richard, 2962.Real, Regina Monteiro, 67.Real Academia de Amadores de Música, Lisboa, 5103.Reale, Miguel, 1168.Rabaudi, A., 3483.Rebelo, Guilherme Pereira, 1777.Rebelo, Marques, pseud., vide Cruz, Eddy Dias da.Rebelo, E. de Castro, 4628.Rebelo, José Silvestre, 5364.Rebordão, Herculano, 947.Rebouças, André Pinto, 1504, 5105.Réclus, Elisée, 2550.Rego, José Lins do, vide Cavalcanti, José Lins do Rego.Rego, Luís, 1778.Rego, Luís Flores de Morais, 2551, 2671, 2883, 2884, 2885, 2903, 2943, 2959, 2963, 3023, 3080, 3081,

3082, 3083, 3084, 3085.Rego Rangel, Alberto, vide Rangel, Alberto do Rego.Rehn, James, A. C., 3159.Reichardt, H. Canabarro, 3695.Reis, Antônio Marques dos, 1320.Reis, Artur César Ferreira, 372, 3849.Reis, Francisco Sotero dos, 4629.Reis, Jaime Dormund dos, 5366.Reis, José de Sousa, 352.Reis, Júlio, 5106.Reis, Luís Augusto, 1779.Reis, Otelo de Sousa, 2281.Reis, Vicente, 2282.Rendon, José Arouche de Toledo, 3848, 4406.Rendu, Ahphonse, 2552.Resende, Astolfo, 1062.Resende, Henrique de, 4630.

Page 668: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Reybaud, Charles, 2768, 4454.Rhodes, Webb, 925.Ribas, Antônio Joaquim, 1063, 1223, 1251, 3697.Ribeiro, Afonso Duarte, 1393.Ribeiro, C. J. de Assis, 1142.Ribeiro, Clóvis, 5230.Ribeiro, Eurico Branco, 3138.Ribeiro, Flexa, 31, 80, 143, 521, 562, 563, 664, 665, 666, 667, 668, 669, 670, 704, 721, 722, 723, 750,

764, 856, 857, 881, 891, 958.Ribeiro, João, vide Fernandes, João Batista Ribeiro de Andrade.Ribeiro, João Coelho Gomes, 3406.Ribeiro, Joaquim, 2283, 2284, 2510, 2511, 4631.Ribeiro, Jorge Severiano, 1144.Ribeiro, José de Araújo, visconde do Rio Grande, 4632.Ribeiro, José Silvestre, 5107.Ribeiro, Júlio César, 4633, 4742.Ribeiro, Leonídio, 1143, 1303, 1304.Ribeiro, Raul, 2830.Ribeiro, Teotônio, 2285.Ribeiro Couto, vide Couto, Rui Ribeiro.Ribeiro de Andrada Neto, Martim Francisco, vide Andrada, Martim Francisco Ribeiro de (Neto).Ribeiro de Castro Filho, vide Castro, J. Ribeiro de (Filho).Ribeiro do Amaral, José vide Amaral, José Ribeiro do.Ribeiro Pontes, vide Pontes, Ribeiro.Ribeyrolles, Charles, 705, 706, 5795.Ricardo, Aristides, 1780.Ricardo, Cassiano, vide Leite, Cassiano Ricardo.Richshoffer, Ambrosius, 3978.Richter, Paul Emil, 476.Rio, João do, pseud., vide Barreto, João Paulo dos Santos.Rio de Janeiro. Arquivo Público Nacional, 5231.Rio de Janeiro. Biblioteca Nacional, 5232, 5233, 5234.Rio de Janeiro. Escola Nacional de Belas- Artes, 68, 69, 70, 858.Rio de Janeiro. Faculdade de Medicina, 1781.Rio de Janeiro. Inspetoria de Obras contra as Secas, 2693.Rio de Janeiro. Museu Histórico Nacional, 32, 71.Rio de Janeiro. Museu Nacional de Belas- Artes, 477, 564, 585, 859.Rio Grande, visconde de, vide Ribeiro, José de Araújo.Rio Grande do Sul. Biblioteca, 708.Rio Grande do Sul. Instituto de Belas- Artes, 765, 766.Ríos, Adolfo Morales de los (Filho), 81, 630, 631.

Page 669: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Riverside Museum, New York, vide New York, Riverside Museum.Rivet, Paul, 2029, 2030, 2031, 2032, 2033, 2034, 2035, 2886.Roberto, Marcelo, 803.Roberts, W., 140.Robertson, James Alexander, 5236.Rocha, Celsina de Faria, 1782.Rocha, Franco da, 1305.Rocha, Geraldo, 2554.Rocha, Joaquim da Silva, 2769.Rocha, José Fiúza da, 3139, 3140.Rocha, José Joaquim, 3850.Rocha, Justiniano José da, 1783, 3484, 4634, 4743.Rocha, Manuel Antônio Coelho da, 1064.Rocha, Pinto da, 1321.Rocha Pombo, José Francisco da, 1784, 3951.Rocha, Severiano de Campos, 353.Rocha, Sousa, 5108.Rodrigues, A. Coelho, 1065.Rodrigues, F. Contreiras, 3698.Rodrigues, João Barbosa, 2036, 2037, 4359, 5109, 5110.Rodrigues, Jorge Martins, 5367, 5797.Rodrigues, José Carlos, 4119, 4635, 5237.Rodrigues, José Honório, 394, 3958.Rodrigues, Milton Camargo da Silva, 1785.Rodrigues, Nélson, 5892.Rodrigues, Raimundo Nina, 1066, 2286, 2512, 2513, 3851, 5111, 5517, 5518.Rodrigues Alves, J. de P., vide Alves, José de Paula Rodrigues.Rodrigues Alves Filho, vide Alves, Francisco Rodrigues (Filho).Rodrigues Barbosa, J., vide Barbosa, J. Rodrigues.Rodrigues da Silva, José Luís, vide Silva, José Luís Rodrigues da.Rodrigues de Brito, J., vide, Brito, J. Rodrigues de.Rodrigues de Carvalho, vide Carvalho, Rodrigues de.Rodrigues do Vale, Flausino, vide Vale, Flausino Rodrigues do.Röer, Basílio, 230.Rogers, Woodes, 4360.Rohan, Henrique de Beaurepaire, visconde de Beaurepaire, 2287, 3852.Romeiro, Silva, pseud., vide Lima, Eugênio.Romero, João, 3407.Romero, José Ovídio Marcondes, 1422.Romero, Nélson, 4637.

Page 670: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Romero, Silvio (Filho), 1322.Romero, Sílvio Vasconcelos da Silveira Ramos, 33, 1786, 2288, 2514, 2515, 2516, 2517, 3699, 3700,

3701, 3702, 4638, 4833, 5519, 5520, 5589, 5590, 5798, 5799, 5800.Rónai, Paulo, 805.Rondon, Cândido Mariano da Silva, 2038, 2039.Rondon, Frederico, 2040, 3160, 3161.Roosevelt, Theodore, 2041, 5521.Roquette-Pinto, Edgard, 1787, 2042, 2043, 2770, 2771, 4639, 5112, 5368.Rosa, Abadie Faria, 5850, 5893.Rosa, Francisco Luís da Gama, 2518.Rosa, Inocêncio Borges da, 1266.Rosa, Otelo, 3703.Rosa, Vieira da, 3141.Rosário, Paulo do, 3952.Rosenfeld, Paul, 926.Roth, Walter Edmund, 2044, 2045, 2046.Rothe, Ernest Hermann, 4361.Rothe, Friede F., 5113.Roure, Agenor de, 1195, 3408, 5369.Rower, Basílio, 5114, 5115, 5116.Roxo, Euclides, 1788.Roxo, Matias G. de Oliveira, 2672.Rubens, Carlos, 34, 35, 36, 72, 565, 671, 672, 673, 709, 860, 861, 957.Ruberti, Salvatore, 5117, 5118.Rubim, Brás da Costa, 2289, 2290, 3853.Rubim, Resende, 307.Rudolfer, Bruno, 2047, 5370, 5371, 5372, 5373.Rudolfer, Noemi (da Silveira), 1789, 1790, 1791.Rugendas, Johann Moritz, 710, 4362, 5522.Ruiz de Montoya, Antonio, 2084, 3854.Ruschenberber, W. S. W., 4363.Russel, Alfredo, 1099.Rydén, Stig, 2049.

S

S., C. A. dos, 566, 567, 568, 569, 570, 571, 572, 862.Sá, Filipe Franco de, 2291.Sá, José Barbosa de, 3855.Sá Pereira, Antônio de, vide Pereira, Antônio de Sá.Sá Pereira, Virgílio, vide Pereira, Virgílio de Sá.

Page 671: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Sabin, Joseph, 5238.Sabóia, visconde de, 4640.Sabugosa, marquês de, 5239.Sacramento Blake, vide Blake, Augusto Vitorino Alves do Sacramento.Saia, Luís, 261, 2519, 2520.Said Ali, Manuel, 2292, 2293, 2294.Saint-Adolpho, J. C. R. Milliet de, 100, 2555.Saint-Hilaire, Augustin François Cesar de, 262, 319, 320, 437, 441, 2050, 2711, 2712, 2713, 2714, 2715, 2716,

4364, 5801, 5802, 5803, 5804, 5805, 5806.Saint-Louis, Louisiana Purchase Exposition. 674, 1904.Saldanha Marinho, Joaquim, vide Marinho, Joaquim Saldanha.Sales, Alberto, 3707, 3708.Sales, Antônio, 4745.Sales, Campos, 3709.Sales de Oliveira, Francisco, vide Oliveira, Francisco Sales de.Salgado, Plínio, 3704, 3705, 3706, 4744, 5807.Salvador, Vicente do, 3979.Sambaqui, Lídia de Queirós, 5240.Sampaio, Alberto José de, 2295, 2296, 2717, 2718, 2719, 2887, 2888, 2889, 3025, 3162.Sampaio, Antônio Borges, 596.Sampaio, Francisco Xavier Ribeiro de, 4365.Sampaio, Teodoro, 2297, 2944, 3319, 3856, 3857.Sampaio Dória, vide Dória, Antônio de Sampaio.Sampaio Fernandes, vide Fernandes, J. Sampaio.Sampaio Ferraz, J. de, vide Ferraz, J. de Sampaio.Sanches, Edgar, 2298.Sanches de Frias, David Correia, vide Frias, David Correia Sanches de.Sánchez Labrador, José, 2051.Sangirardi Júnior, 867, 888, 937, 969.Santa Maria, Agostinho de, 263.Santana, barão de, vide Néri, Frederico José de Santana.Santana, Francisco, 354.Santana, Nuto, 446, 447.Santa Rosa, Tomás, 37, 38, 145, 868.Santa Teresa, Giuseppe di, 3959.Santiago, Diogo Lopez, 3960.Santin Da Prade, Benjamino, vide Da Prade, Benjamino Santin.Santo Ângelo, barão de, vide Porto-Alegre, Manuel de Araújo.Santos, Amílcar Salgado dos, 3246.Santos, Antônio Vieira dos, 3858.

Page 672: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Santos, Francisco Marques dos, 488, 489, 573, 574, 575, 576, 577, 597, 675, 676, 711, 725, 726, 731,732.

Santos, Hemérito dos, 1792.Santos, J. M. de Carvalho, 1067, 1252.Santos, Joaquim Felício dos, 355, 1068, 3859.Santos, José de Almeida, 542, 543.Santos, José dos, 5231, 5242.Santos, José Maria dos, 3710, 4641.Santos, Lúcio José dos, 356, 1793, 3409.Santos, Luís Delfino dos, 4834.Santos, Luís Gonçalves dos, 3410.Santos, Manuel dos, 5243.Santos, Manuel Mesquita dos, 309.Santos, Marciano dos, 2521, 5808.Santos, Nestor Vítor dos, 4642.Santos, Noronha, 418, 419.Santos, Presalindo Leri, 3247.Santos, Samuel Arcanjo dos, 5119.Santos, Tarcísio D. de Sousa, 3163.Santos de Oliveira, M., vide Oliveira, M. Santos de.São Paulo, Fernando, 2301, 2522.São Paulo. Comissão Central de Estatística, 5374.São Paulo. Comissão Central do Recenseamento do Estado, 5375, 5376, 5377.São Paulo. Comissão Geográfica e Geológica, 3086, 3087, 3088, 3089, 3090, 3091, 3092, 3093, 3094,

3095, 3096, 3097.São Paulo. Conselho de Orientação Artística, 778, 779, 780, 781.São Paulo. Departamento Estadual de Estatística, 3098.São Paulo. Departamento Estadual do Trabalho, 5378.São Paulo. Escola de Belas-Artes, 82.São Paulo. Museu Paulista, 73.São Paulo. Pinacoteca do Estado, 74.São Paulo. Prefeitura. Departamento de Cultura, 712, 1794, 2299.São Paulo. Prefeitura. Departamento de Cultura. Discoteca, 2300.São Paulo. Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio, 5379.São Paulo. Secretaria dos Negócios da Educação e Saúde, 1795, 1796, 1797, 1798, 1799, 1800, 1801,

1802, 1803.São Paulo. Serviço Sanitário, 5380.Sarmento, Casimiro José de Morais, 1804.Say, Horace-Émile, 4455.Schappelle, Benjamin Franklin, 5523.Schlander, Fr., 804.

Page 673: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Schmidt, Afonso, 5894.Schmidt, Augusto Frederico, 4835.Schmidt, Max, 2052, 2053, 2054, 2055, 2056, 2057, 2058, 2059, 2060, 2061, 2062.Schmidt, Wilhelm, 2063, 2064.Schmieder, O., 2556.Schneider, L., 3485.Schuller, Rudolf, 2065, 2066.Shunanu, Scholmo, 5244.Scott, James Brown, 5245.Seeber, Francisco, 3486.Seidl, Roberto, 5120, 5121.Seidler, Carl Friedrich Gustav, 3487, 5809.Selys-Longchamps, Walthère de, 4366.Sena, Ernesto, 2302, 3248, 3711, 5122.Sena, Nélson de, 2303, 2304, 2305, 2523.Sena, Terra de, 782.Seppe, Anton, 5810.Sérgio, Antônio, 2306.Serionne, Jaques Accarias de, 3935, 3936.Serpa, Alberto de, 4836.Serpa, Joaquim Jerônimo, 1805.Serra, Adalberto B., 2694, 2695.Serra, Joaquim Marinho (Sobrinho), 4643.Serrano, Antônio, 2067.Serrano, Jônatas Arcanjo, 1349, 1806, 1807, 4644.Serva, Mário Pinto, 1196, 1808, 5811.Serviço de Estatística Econômica e Financeira, vide, Brasil. Ministério da Fazenda. Serviço de Es-

tatística Econômica e Financeira.Sette, Mário, 677, 5524, 5812, 5813.Setzer, José, 3099.Severo, Ricardo, 39.Shaw, E. W., 2904.Shelvock, George, 4367.Sheridan, Harold J., 1809.Sherlock, R. L., 2890.Shillibeer, J., 4368.Shurz, W. L., 2891, 2892.Siemiradzki, G. Joseph de, 3142.Silva, Antônio Carlos Pacheco e, 1286, 5814.Silva, Antônio Carlos Simões da, 2068, 2526, 5525.Silva, Antônio Joaquim Pereira da, 678, 4838.

Page 674: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Silva, Antônio José da Costa e, 1146, 1147.Silva, Artur Orlando da, 4645.Silva, Augusto Carlos de Sousa e, 3712.Silva, De Plácido e, 1523.Silva, Domingos Carlos da, 1810.Silva, Duarte Leopoldo e, 3411.Silva, Egídio de Castro e, 2524, 5123, 5124.Silva, Firmino Rodrigues, 4646.Silva, Francisca Júlia da, 4839.Silva, Francisco Gomes da, 3412.Silva, Henrique, 2525.Silva, Hermano Ribeiro da, 5815.Silva, I., 2307.Silva, Inácio Acióli de Cerqueira e, 3320, 3860.Silva, Inocêncio Francisco da, 578, 5246.Silva, João Manuel Pereira da, 3249, 3413, 3414, 3415, 3647, 4746.Silva, João Pinto da, 4648.Silva, Joaquim Norberto de Sousa e, 3861, 4649.Silva, José Bernardino Paranhos da, 1811.Silva, José Bonifácio de Andrada e, 3416, 4369, 4397, 4650, 4840, 4841.Silva, José Joaquim Gomes (Neto), 3862.Silva, José Jorge Paranhos da, 2308.Silva, José Luís Rodrigues da, 3488.Silva, Josino do Nascimento, 1812.Silva, Juvenal Galeno da Costa e, 4842, 5816.Silva, Lafaiete, 4651, 5125, 5851.Silva, Leonardo, 783.Silva, Luciano Pereira da, 1224, 5126.Silva, Luís, 1306.Silva, Luís Antônio Vieira da, 3417.Silva, M. Moreira da, 5127.Silva, M. Nogueira da, 40, 751, 752.Silva, Manuel Francisco Dias da, 231, 3250,Silva, Manuel Pacheco da (Júnior), 1813, 2309, 2310.Silva, Moacir M. F., 2831.Silva, Osvaldo Alves da, 4747.Silva, Osvaldo Brandão da, 1814.Silva, Paulo, 5128.Silva, Romão de, 882.Silva, Serafim (Neto), 2311, 2312, 2313, 2314.

Page 675: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Silva, Sérgio Miliet da Costa e, 679, 753, 754, 755, 756, 869, 870, 871, 872, 873, 874, 964, 3100, 3101,4652, 4748, 4843, 5817, 5818, 5819.

Silva Barros, vide Barros, Silva.Silva Campos, J. da, vide Campos, J. da Silva.Silva Jardim, Antônio, vide Jardim, Antônio da Silva.Silva Leme, Luís Gonzaga, vide Leme, Luís Gonzaga da Silva.Silva Prado, Eduardo da, vide Prado, Eduardo da Silva.Silva Ramos, José Júlio da, vide Ramos, José Júlio da Silva.Silva Rocha, Joaquim da, vide Rocha, Joaquim da Silva.Silveira, Álvaro A., 4370.Silveira, Álvaro Ferdinando de Sousa da, 2315, 2316, 2317, 2318, 2319, 2320, 2321, 2322, 2323, 2324.Silveira, Carlos da, 1815.Silveira, Hemetério José Veloso da, 438.Silveira, Horácio, 1816.Silveira, Joel Magno Ribeiro da, 4749.Silveira, Manuel Azevedo da (Neto), 4371.Silveira, Manuel Lourenço da, 1817.Silveira, Noemi da, vide Rudolfer, Noemi (da Silveira).Silveira, O. da, 2332.Silveira, Tasso Azevedo da, 420, 1169, 4653, 4844.Silveira, Urias A. da, 3713.Silveira, Valdomiro, 2325, 4750.Silveira Martins, José Júlio, vide Martins, José Júlio Silveira.Simas, Hugo, 1100, 1323.Simoens da Silva, Antônio Carlos, vide Silva, Antônio Carlos Simoens da.Simões Lopes Neto, João, vide Lopes, João Simões (Neto).Simonsen, Roberto Cochrane, 2832, 2833, 2834, 2835, 4456, 5381, 5820.Sinzig, Pedro, 205, 5129, 5130.Siqueira, Galdino, 1148, 1267.Siqueira, Joaquim da Costa, 3863.Siqueira, Luís, 680, 727.Siqueira, Paulo Alves de, 681.Sisson, Sebastião Augusto, 3251.Slonimsky, Nicolas, 5131, 5132, 5133.Small, H., 2945.Smith, Herbert Huntington, 2069, 4372.Smith, Robert C., 41, 46, 47, 48, 49, 50, 264, 265, 266, 321, 357, 358, 478, 479, 493, 682, 927, 928, 929,

938.Smith de Vasconcelos, barão, vide Vasconcelos, Rodolfo Smith de.Smith de Vasconcelos, Vasco Joaquim, vide Vasconcelos, Vasco Joaquim Smith de.Snethlage, Emil Heinrich, 2070, 2071, 2072.

Page 676: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Soares, Antônio, 598.Soares, Antônio Joaquim de Macedo, 2326, 2327.Soares, José Carlos de Macedo, 2836, 3714, 3715.Soares, José Eduardo de Macedo, 3716.Soares, Luís, 944.Soares, Oscar de Macedo, 1149.Soares Brasil, Carlos Augusto, vide Brasil, Carlos Augusto Soares.Soares de Faria, vide Faria, S. Soares de.Soares de Melo, vide Melo, J. Soares de.Soares de Sousa, José, vide Sousa, José Soares de.Soares de Sousa, Paulino José, vide Sousa, Paulino José Soares de.Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, Rio de Janeiro, 5852.Sociedade Brasileira de Belas-Artes, Rio de Janeiro, 757.Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, 2557.Sodré, Alcindo, 75, 615.Sodré, Emanuel, 1423.Sodré, Nélson Werneck, 4654.Sodré Viana, vide Viana, Sodré.Soler, Vincent Joackim, 4004.Someren, J. F. van, 5247.Soper, Ralph H., 2964.Soriano de Sousa Filho, vide Sousa, José Soriano de (Filho).Soriano de Sousa Neto, vide Sousa, José Soriano de (Neto).Sousa, Afonso Botelho de Sampaio e, 3864.Sousa, A. Loureiro, 313.Sousa, A. Monteiro de, 1819, 1820.Sousa, Antônio Fernandes de, 3490.Sousa, Antônio Gonçalves Teixeira e, 4760.Sousa, Antônio Pireneus de, 2074.Sousa, Bernardino José de, 2329, 2772, 2838, 3321, 4457, 5821.Sousa, Bernardo Xavier Pinto de, 3489.Sousa, Cândido Xavier de Almeida e, 3869.Sousa, Francisco Bernardino de, 312, 4373.Sousa, Gabriel Soares de, 310, 311, 2073, 3322, 5822.Sousa, Geraldo H. de Paula, 2696, 2697, 5823, 5824.Sousa, Henrique Caper Alves de, 2837.Sousa, Herculano Marcos Inglês de, 1101, 1102, 4752.Sousa, J. Moreira, 1821.Sousa, João da Cruz e, 4845.Sousa, João Evangelista de, visconde de Mauá, 3252.

Page 677: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Sousa, João Francisco Pereira de, 3717.Sousa, João Novais (Júnior), 1394.Sousa, Joaquim José Caetano Pereira e, 1254, 1268.Sousa, Joaquim Silvério de, 1822.Sousa, José Carlos Pinto de, 5248.Sousa, José Luís Ribeiro de, 1150.Sousa, José Soares de, 5249.Sousa, José Soriano de, 4655.Sousa, José Soriano de (Filho), 1424.Sousa, José Soriano de (Neto), 1069.Sousa, Luís Antônio da Silva, e, padre, 3865.Sousa, Mário Guimarães de, 1070.Sousa, Otaviano Pereira de, 3491.Sousa, Otávio Tarquínio de, 3253, 3254, 3255, 3418, 3419, 4656.Sousa, Paulino José Soares de, 1818.Sousa, Pedro Luís Pereira de, 4846.Sousa, Pero Lopes de, 2075, 3323, 3866, 4374.Sousa, Rafael Paula, 5382.Sousa, Sebastião de, 522, 2328.Sousa, Tarquínio (Filho), 1823.Sousa, Washington Luís Pereira de, 3730, 3867, 3868.Sousa, William W. Coelho de, 2839.Sousa Bandeira, vide Bandeira, Sousa.Sousa Bandeira Filho, vide Bandeira, Antônio Herculano de Sousa (Filho).Sousa Campos, Ernesto de, vide Campos, Ernesto de Sousa.Sousa Carneiro, vide Carneiro, Sousa.Sousa Dantas, Rodolfo Epifânio, vide Dantas, Rodolfo Epifânio de Sousa.Sousa e Silva, Augusto Carlos de, vide Silva, Augusto Carlos de Sousa e.Sousa e Silva, Joaquim Norberto de, vide Silva, Joaquim Norberto de Sousa e.Sousa Gaioso, Raimundo José de, vide Gaioso, Raimundo José de Sousa.Sousa Leão, Joaquim, vide Leão, Joaquim de Sousa.Sousa Lima, Agostinho, vide Lima, Agostinho de Sousa.Sousa Nunes, Feliciano Joaquim, vide Nunes, Feliciano Joaquim de Sousa.Sousa Reis, Otelo de, vide Reis, Otelo de Sousa.Sousa Rocha, vide Rocha, Sousa.Sousa Silva, Joaquim Norberto, vide Silva, Joaquim Norberto de Sousa.Southey, Robert, 3930.Souto, Luís Filipe Vieira, 5134.Souto-Maior, Pedro, 395, 480, 3256, 3961.Spalding, Walter, 125, 439, 3143, 3492.

Page 678: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Speiser, Felix, 2076, 4375, 5135.Spínola, Celso, 1225.Spitzer, Leo, 2330.Spix, Johann Baptist von, 101, 103, 4376, 5136, 5825.Sprovieri, Arrigo G., 5137.Spruce, P. D. R., 4377.Staden, Hans, 2077, 3324, 4378.Stahl, Günther, 2078, 2079.Staunton, George Thomas, 4379.Stead, William T., 1324.Steere, Joseph Beal, 2080.Steinen, Karl von den, 172, 2081, 2082, 2083.Stevens, Henry, 5250.Stevenson, João Penteado Erskine, 1325.Steward, Margaret E., 5138.Stewart Charles Samuel, 121, 4381, 4382, 5826.Stradelli, Ermano, 2084.Straden-Ponthoz, Auguste van, conde, 4458.Strömer, P. Chrysostus, 2085.Studart, Carlos (Filho), 2086.Studart, Guilherme, barão de Studart, 2331, 3257, 3871, 3872, 3873, 3953, 3954, 4108, 5251.Sturz, J. J., 4459.Sudhaus, Fritz, 5383.Suetônio, pseud., vide Viana, Ferreira (filho).Sussekind, Arnaldo, 1287.Sussekind, Frederico, 1425.Sylos, Honório de, 5384, 5385.

T

Tácito, Hilário, pseud., vide Malta, Gastão.Tamaio de Vargas, Thomas, 3980.Tanakadaté, Hidezo, 2773.Tastevin, c., 2087, 2088.Tate, C. H. H., 2893.Taunay, Afonso de Escragnolle, 232, 234, 235, 314, 453, 454, 455, 491, 586, 587, 683, 685, 686, 684,

1824, 2333, 2334, 2335, 2336, 2337, 2840, 3325, 3326, 3327, 3420, 3874, 3875, 3876, 3877, 3878,3879, 3880, 4460, 4657, 5139, 5140, 5252, 5387, 5388, 5389, 5390, 5391, 5392, 5526.

Taunay, Alfredo de Escragnolle, visconde de, 687, 2089, 2338, 3258, 3493, 3494, 3495, 3496, 3497,3498, 3499, 3719, 4753, 5141, 5895.

Taunay, Carlos Augusto, 616.Taunay, Hippolyte, 173.

Page 679: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Taunay, visconde, vide Taunay, Alfredo de Escragnolle.Tavares, Antônio de Sousa, 4048.Tavares, Fernando de Lira, 1395.Tavares, Otávio, 421.Tavares, Odorico, 4847.Tavares, Paulo, 1825.Tavares, Raul, 3500.Tavares Bastos, A. C., vide Bastos, A. C. Tavares.Tavares Bastos, Aureliano, vide Bastos, Aureliano Tavares.Tavares Bastos, José, vide Bastos, José TavaresTavares de Lima, Rossini, vide Lima, Rossini Tavares deTávora, João Franklin da Silveira, 4754, 5896.Techo, Nicolas del, 3881.Teixeira, Anísio Spínola, 1826, 1827, 1828, 1829, 1830, 5528.Teixeira, Bento, 4848.Teixeira, Henrique Carneiro Leão (Filho), 3421.Teixeira, J. Melo, 1831.Teixeira, José A., 2339, 2527.Teixeira, José João, 3882.Teixeira, Múcio, 2528.Teixeira, Osvaldo, 759.Teixeira, Rafael Danton Garrastazu, 3501.Teixeira Brandão, vide Brandão, Teixeira.Teixeira de Carvalho, Mário, vide Carvalho, Mário Teixeira de.Teixeira de Freitas, vide Freitas, Augusto Teixeira de.Teixeira Mendes, Raimundo, vide Mendes, Raimundo Teixeira.Teles, José Homem Correia, 1071.Tenório, Oscar, 1341.Teófilo, Rodolfo Marcos, 4755.Ternaux-Compans, Henri, 5253.Teschauer, Carlos, 440, 2090, 2340, 2529, 3883.Thevet, André, 2091, 3328.Tomás, Manuel Fernandes, 1396.Thomsen, Thomas, 481, 2092, 4099.Thysii, Antonii J. C., 3937.Tibiriçá, Rui W., 174.Tiele, Pieter Anton, 4120, 5254, 5255.Timandro, pseud., vide Torres Homem, Francisco de Sales.Titara, Ladislau dos Santos, 3502.Tjassens, Johan, 3938.Tocantins, Antônio Manuel Gonçalves, 2093.Toledo, Francisco Eugênio de, 3422.

Page 680: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Toledo Piza, Antônio, vide Piza, Antônio de Toledo.Tolentino, José, 3259.Tollenare, L. F., 603, 5529, 5530.Tollens, Paulo, 5548.Tonelli, Antonio, 2094.Tonnelat, E., 5531.Torres, Alberto de Seixas Martins, 1197, 1226, 4658, 5827, 5828.Torres, Ambrósio M., 1833.Torres, Antônio, 4659.Torres, Edite Magarinos, 876, 883.Torres, F. E. Magarinos, 1103.Torres, Heloísa Alberto, 175, 2095, 2096.Torres, João Camilo de Oliveira, 4660.Torres, João Nepomuceno, 315, 604.Torres Homem, Francisco de Sales, visconde de Inhomirim, 3503, 3720, 4661.Torres Homem, Joaquim de Sales, 3504.Trindade, Raimundo Otávio da, 359.Tripoli, César, 997.Tronchon, Henri, 2341.Trovão, Lopes, 3721.Tschudi, Johann Jakob von, 599, 4829.Tuckey, J. H., 4383.Turnbull, John, 4384.

U

Ullmann, Hermann, 4385.

United States Centennial Commission, 579.Uruguai, visconde de, 1227.Usselinex, Willem, 3901, 3902, 3903, 3904, 3982.

V

Valadão, Alfredo, 3423, 2324.Valadão, Haroldo, 1834.Vale Cabral, Alfredo, vide Cabral, Alfredo Vale.Vale, Flausino Rodrigues do, 2530, 5142, 5830.Vale, Sérgio, 1835.Valença, Alberto, 941.Valente, Osvaldo, 462.Valentin, Wilhelm, 267.Valverde, Trajano de Miranda, 1104, 1105.Vampré, Spencer, 998, 1008, 1072, 1106, 1426, 3260.Van Aitzema, Lieuwe, vide Aitzema, Lieuwe Van.Van Delden Läerne, vide Läerne, C. F. van Delden.Van den Broeck, Mateus, vide Broeck, Mateus van den.Van den Wulp, J. K., vide Wulp, J. K. van den.Van Deursen, Henri, vide Deursen, Henri van.

Page 681: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Van Kampen, Nikolaas Godfried, vide Kampen, Nikolaas Godfried van.Van Lede, Charles, vide Lede, Charles van.Van Someren, J. F., vide Someren, J. F. van.Van Straden-Ponthoz, Auguste, vide Straden-Ponthoz, Auguste van, conde.Varejão, Lucilo, 146.Varela, Alfredo, 3425.Varela, João, 5831, 5832, 5833.Varela, Luís Nicoláu Fagundes, 4849.Vargas, Getúlio Dorneles, 1836, 3722.Vargas, Tomás Tamaio de, vide Tamaio de Vargas, Tomás.Varnhagen, Francisco Adolfo de, visconde de Porto Seguro, 3261, 3426, 3931, 3962, 4662, 4756, 4850,

5143.Vasconcelos, Alberto de, 2342.Vasconcelos, Abner Carneiro Leão de, 1427.Vasconcelos, Carlos de, 5144.Vasconcelos, Clodomiro de, 714.Vasconcelos, Diogo Luís de Almeida Pereira de, 220, 360, 361, 362, 3884, 3885, 3886.Vasconcelos, Francisco Figueira de Melo e, 1837.Vasconcelos, Gensérico de, 3505.Vasconcelos, Henrique Dória de, 2774, 5393, 5834.Vasconcelos, Joaquim de, 5145.Vasconcelos, José Leite de, 2343, 2344, , 2345, 2346, 2347.Vasconcelos, José Matos de, 1228.Vasconcelos, Marina, 176.Vasconcelos, Rodolfo Smith de, barão de, 3262, 3263.Vasconcelos, Salomão de, 221, 363, 364, 365, 366, 3427, 3887, 5532.Vasconcelos, Santos Estanislau Pessoa de, 1428.Vasconcelos, Simão de, 268, 2097, 3329, 3330, 3331, 4431.Vasconcelos, Vasco Joaquim Smith de, 1429.Vauthier, Louis Léger, 610, 611, 5835.Vaz, Leo, pseud., vide Barros, Leonel Vaz de.Vaz de Caminha, Pedro, vide Caminha, Pedro Vaz de.Vaz de Carvalho, Ítala Gomes, vide Carvalho, Ítala Gomes Vaz de.Veado, Agripino, 1397.Veiga, A. César, 1838.Veiga, Luís Francisco da, 3428, 3723, 5146.Velho, João Francisco (Sobrinho), 3264.Velho Sobrinho, vide Velho, João Francisco (Sobrinho)Vellard, J., 3164.Veloso, Dario, 1839.Veloso, Wilson, 877.

Page 682: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Veloso de Oliveira, vide Oliveira, Antônio Rodrigues Veloso de.Venâncio, Francisco (Filho), 1840, 1841, 1842, 4663.Veras, Humberto de Campos, 4664.Verdonck, Adriano, 3991.Vergara, Pedro, 1152, 1153.Vergara, Telmo, 4757.Veríssimo, Érico, 4758, 5836.Veríssimo José, vide Matos, José Veríssimo Dias de.Versen, Max von, 3506.Vespucci, Américo, 3888.Viana, Aniceto dos Reis Gonçalves, 2348, 2349, 2350.Viana, Antônio Ferreira, 3724.Viana, Arlindo, 42.Viana, Arnaldo de Oliveira, 2351.Viana, Artur, 111.Viana, Ernesto da Cunha de Araújo, 43.Viana, F. J. Oliveira, 5394, 5395, 5533, 5534, 5549.Viana, Ferreira (Filho), 3265.Viana, Hélio, 5837.Viana, José Francisco Oliveira, 1198, 1288, 2775, 3725, 3726, 3889.Viana, Luís (Filho), 3429, 5396, 5397, 5535.Viana, Manuel Álvaro de Sousa Sá, 999, 5838.Viana, Oduvaldo, 5897.Viana, Sodré, 2531.Viana, Vítor, 4665.Viana, Urbino, 3890, 5398.Viana Moog, vide Moog, Clodomir Viana.Vianosa, Vicente, 316.Vicente de Azevedo, Vicente de Paulo, vide Azevedo, Vicente de Paulo.Vidal, Ademar, 3727.Vidal, Barros, 960.Vidal, Luís Maria, 4398.Vieira, A. de Queirós, 31.Vieira, Antônio, 3891, 4109, 4666.Vieira, Arlindo, 1843, 1844.Vieira, Carlos Otaviano da Cunha, 2352.Vieira, Celso, 4432, 5839.Vieira Couto, José vide Couto, José Vieira.Vieira de Melo, Baltazar, vide Melo, Baltazar Vieira de.Vieira dos Santos, Antônio, vide Santos, Antônio Vieira dos.

Page 683: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Vieira, Ernesto, 5147.Vieira Ferreira, vide Ferreira, Vieira.Vieira, Hermes Pio, 5148, 5149.Vieira, Joaquim José de Meneses, 1845, 1846.Vieira, José, 4759.Vieira, José Geraldo, 4760.Vieira, Otaviano, 1430.Vieira Souto, Luís Filipe, vide Souto, Luís Filipe Vieira.Vignati, Milcíades Alejo, 2098.Vilela, Francisco Avendaño y, vide Auendaño y Vilela, Francisco.Vilalba, Epaminondas, pseud., vide Vila Lobos, Raul.Vila-Lobos, Heitor, 5150, 5151.Vila Lobos, Raul, 3728.Vila Real, Tomás de Sousa, 3892.Vilela, Álvaro da Costa Machado, 1342.Vilhasanti, Pedro Cadena de, 4009.Vilhena, Luís dos Santos, 317, 605, 5840.Villeroy, A. Ximeno de, 3729.Vindel, Francisco, 5257.Violich, Frances J., 814.Viotti, Júlia de Magalhães, 1847.Viotti, Manuel, 2353.Viterbo, Francisco Marques de Sousa, 269.Vítor, Nestor, vide Santos, Nestor Vítor dos.Viváqua, Atílio, 1073.Viveiros de Castro, Augusto Olímpio, vide Castro, Augusto Olímpio Viveiros de.Volúsia, Eros, 5152.Von den Steinen, Karl, vide Steinen, Karl von den.Von Eschwege, Wilhelm L., vide Eschwege Wilhelm L. von.Von Freyberg, Bruno, vide Freyberg, Bruno von.Von Hoonholtz, Antônio Luís, vide Hoonholtz, Antônio Luís von.Von Hornbostel, Erich, vide Hornbostel, Erich von.Von Ihering, Hermann, vide Ihering, Hermann von.Von Ihering, Rodolfo, vide Ihering, Rodolfo von.Von Martius, Karl Friedrich Philipp, vide Martius, Karl Friedrich Philipp von.Von Spix, Johann Baptist, vide Spix, Johann Baptist von.Von Versen, Max, vide Versen, Max von.Voss, Ernest Ludwig, 2698.

W

W., 5153.

Waagen, Ludwig, 44.Wagemann E., 3027.

Page 684: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Wagley, Charles, 2099, 2100, 5536.Walbeeck, Johannes van, 4006.Wallace, Alfred R., 5841.Walle, Paul, 2558, 3102.Walls, Robert R., 2673.Walsh, R., 5842.Wanderley, Eustórgio, 123.Wappâus, J. C., 2559.Ward, Robert de C., 3103.Warming, E., 2720.Warnsinck, Johan Carel Marinus, 4110.Washburne, Chester W., 3104.Wassén, Henry, 2101, 2102.Wassenear, Klaes, 3939.Wätjen, Hermann Julius Eduard, 482, 3963, 5843.Watson, Jane, 945.Watson, John B., 1848.Weber, Ernst, 4386.Weerdenburch, Diederich, 3993.Wells, James W., 5844.Wetherell, James, 318.Wettstein, Richard R. von, 3144.Whitaker, Artur P., 3430.Whitaker, Firmino, 1154, 1229, 1255, 1269, 3430.Whitaker, José Maria, 1107.White, Charles A., 2674.Whiting, F. A. Jr., 930.Wickham, Henry Alexander, 4387.Wied-Neuwied, príncipe de, vide Maximiliano, príncipe de Wied-Neuwied.Wilgus, Alva Curtis, 5258.Willems, Emílio, 2776, 5399, 5400, 5401, 5537, 5538, 5591, 5592, 5593, 5594, 5595, 5596, 5597.Williams, Horace E., 2946, 2965.Williams, James 2103, 2104.Williams, Mary Wilhelmine, 3332, 3507, 5539.Wolf, Ferdinand, 580, 4667.Wolhers, Armando, 2619.Woodroffe, Joseph Froude, 4388.Woodworth, J. B., 2675.Wright, Marie Robinson, 600, 806.Wulp, J. K. van den, 4121.

Page 685: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

Wyndham, H. A., 5540.

Y

Young, Ernesto Guilherme, 3893.

X

Xavier, Inácio Firmo, 1849.

Z

Zehntner, Leo, 2966.Ziegler, C. A., 270.

Page 686: MANUAL BIBLIOGRÁFICO DE ESTUDOS BRASILEIROS

SENADO FEDERALSECRETARIA ESPECIAL DE EDITORAÇÃO E PUBLICAÇÕES

Praça dos Três Poderes s/nº -- CEP 70168-970

Brasília -- DF