Manual brasileiro de SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO – VOLUME V

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Quinto manual sobre sinalização de trânsito

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SUMRIO1. 2.2.1 2.2

APRESENTAO INTRODUO

8 9

Formas de controle do trfego em interseo ou seo de via ................................................................. 9 Princpios da Sinalizao Semafrica ........................................................................................................ 9

3.3.1 3.2 3.3 3.4 3.5

CONSIDERAES GERAIS SOBRE SINALIZAO SEMAFRICA

11

Definio e funo ...................................................................................................................................... 11 Padro de sinalizao semafrica ............................................................................................................. 11 Relacionamento com outras sinalizaes ................................................................................................. 16 Aspectos legais............................................................................................................................................ 17 Componentes da sinalizao semafrica .................................................................................................. 17

4. CRITRIOS SEMAFRICA4.1 4.2 4.3 4.4

GERAIS

PARA

IMPLANTAODA

SINALIZAO 28

Estudo dos movimentos numa interseo ................................................................................................ 28 Critrios para implantao da sinalizao semafrica ........................................................................... 35 Critrios para utilizao da sinalizao semafrica operando em amarelo intermitente ................... 53 Sinalizao semafrica operando em tempo parcial ............................................................................... 58

5.5.1 5.2 5.3 5.4

CARACTERSTICAS GERAIS DO CONTROLE SEMAFRICO

60

Elementos bsicos ...................................................................................................................................... 60 Controle e operao ................................................................................................................................... 63 Recursos computacionais para programao semafrica ...................................................................... 66 Anlise comparativa das diferentes formas de controle ......................................................................... 66

6.6.1 6.2 6.3 6.4 6.5 6.6

ELEMENTOS DA PROGRAMAO SEMAFRICA

69

Volume de Trfego .................................................................................................................................... 69 Volume de Trfego Equivalente ............................................................................................................... 71 Fluxo ........................................................................................................................................................... 72 Fluxo de Saturao e Tempo Perdido de um ciclo .................................................................................. 73 Taxa de ocupao....................................................................................................................................... 75 Grupo de Movimentos Crtico .................................................................................................................. 75

i

6.7 6.8 6.9

Perodo de entreverdes .............................................................................................................................. 76 Grau de Saturao ..................................................................................................................................... 79 Ciclo ............................................................................................................................................................ 80

6.10 Tempo de verde real e tempo de verde efetivo ........................................................................................ 81 6.11 Capacidade ................................................................................................................................................. 83 6.12 Pelotes ....................................................................................................................................................... 83 6.13 Defasagem .................................................................................................................................................. 84 6.14 Tempo de verde de segurana................................................................................................................... 86 6.15 Verde mnimo veicular .............................................................................................................................. 87 6.16 Extenso de verde ...................................................................................................................................... 88 6.17 Tempo de verde mximo ........................................................................................................................... 88 6.18 Medidas de desempenho............................................................................................................................ 88

7. PROGRAMAO DE SINALIZAO SEMAFRICA ISOLADA DE TEMPO FIXO 947.1 7.2 Etapas de programao ............................................................................................................................. 94 Exemplos de clculo ................................................................................................................................. 101

8.8.1 8.2 8.3 8.4 8.5 8.6 8.7 8.8

PROGRAMAO DE SINALIZAO SEMAFRICA ISOLADA ATUADA 144Conceitos bsicos ..................................................................................................................................... 144 Projeto de deteco de veculos............................................................................................................... 145 Parmetros da programao de estgio atuado por veculos ............................................................... 147 Parmetros da programao de estgio atuado por pedestres ............................................................ 153 Caractersticas gerais da programao de sinalizao semafrica atuada ......................................... 153 Etapas da programao atuada .............................................................................................................. 154 Exemplos de programao de sinalizao semafrica atuada ............................................................. 158 Locais candidatos implantao de sinalizao semafrica isolada atuada ...................................... 177

9.9.1 9.2

COORDENAO SEMAFRICA

179

Aspectos gerais da coordenao semafrica .......................................................................................... 181 Tipos de sistemas de coordenao semafrica ....................................................................................... 183

ii

9.4 9.5 9.6

Coordenao de sinalizaes semafricas operando em modo atuado ............................................... 195 Programao em situaes de congestionamento ................................................................................. 196 Exemplos para tempos fixos ................................................................................................................... 197

10 .

POSICIONAMENTO DA SINALIZAO SEMAFRICA

204

10.1 Sinalizao semafrica veicular .............................................................................................................. 204 10.2 Sinalizao semafrica de pedestres ...................................................................................................... 215 10.3 Semforo de ciclistas................................................................................................................................ 222 10.4 Critrios de locao do controlador semafrico.................................................................................... 223

11 .

REMOO DE SINALIZAO SEMAFRICA

225

11.1 Introduo ................................................................................................................................................ 225 11.2 Metodologia de tomada de deciso para remoo de sinalizao semafrica .................................... 225

APNDICES

229

APNDICE 1 - Diagramao dos focos semafricos e pictogramas ............................................................. 230 APNDICE 2- Pesquisas de Volume e tempo Mdio de Espera de Pedestres ............................................. 237 APNDICE 3 Coleta de dados de volume de veculos ................................................................................ 249 APNDICE 4 - Medio do tempo total de espera dos veculos da via secundria ..................................... 252 APNDICE 5 : TESP Tempo de Espera de Pedestres ................................................................................ 255 APNDICE 6 Fluxo de Saturao ................................................................................................................ 257

BIBLIOGRAFIA

292

iii

LISTA DE TABELASTabela 3.1: Cores e sinais da sinalizao semafrica em focos de forma circular ...................12 Tabela 3.1: Cores e sinais da sinalizao semafrica em focos de forma circular (continuao) ...................................................................................................................................................13 Tabela 3.2: Cores e sinais da sinalizao semafrica em focos de forma quadrada .................13 Tabela 3.3: Formas e dimenses das lentes dos focos semafricos ..........................................14 Tabela 3.4: Semforos para sinalizao semafrica de regulamentao ..................................15 Tabela 3.5: Semforos para sinalizao semafrica de advertncia .........................................16 Tabela 4.1: Movimentos veiculares que interferem com os movimentos de pedestres ............29 Tabela 4.2: Movimentos conflitantes apresentados na Figura 4.7 ............................................32 Tabela 4.4: Exemplos de problemas em intersees e possveis solues ...............................34 Tabela 4.5: Consequncias da implantao da sinalizao semafrica ....................................35 Tabela 4.6: Distncia de Frenagem ...........................................................................................54 Tabela 5.1: Vantagens e desvantagens do controle em tempo fixo e atuado ............................67 Tabela 6.1: Fator de equivalncia para diferentes tipos de veculos.........................................72 Tabela 7.1: Indicadores de desempenho .................................................................................143 Tabela 8.1: Exemplos de clculo de extenso de verde para corte timo...............................151 Tabela 9.1: Dados associados a cada grupo de movimento ....................................................198 Tabela 9.2: Fluxos de contribuio entre os grupos de movimento .......................................198 Tabela 9.3: Resultados globais fornecidos pelo SIRI para os cenrios estudados..................199 Tabela 9.4: Dados para o exemplo de via de mo-nica ........................................................200 Tabela 9.5: Dados para o exemplo de via de mo-dupla ........................................................201 Tabela 10.1: Caractersticas da posio do semforo antes da via transversal .......................205 Tabela 10.2: Caractersticas da posio do semforo depois da via transversal .....................206 Tabela 10.3: Distncia de Visibilidade de Parada em Funo da Velocidade ........................208 Tabela 10.4: Distncia da Linha de Reteno ao Grupo Focal ...............................................210 t n1, 2 ....................................................243 Tabela A2.1: Distribuio t de Student valores de Tabela A2.2: Valores recomendados para o erro da estimativa (E) .......................................246 Tabela A6.1: Tempos de passagem dos veculos sobre a linha de reteno ...........................259 Tabela A6.2: Resumo dos valores calculados para os 15 ciclos observados ..........................265 Tabela A6.3: Resumos dos valores calculados para os 16 ciclos observados. .......................274 Tabela A6.4: Dados para o clculo do tamanho da amostra (n) .............................................279 Tabela A6.5: Dados para o clculo do tamanho da amostra (n) .............................................280 Tabela A6.6: Anlise de sensibilidade do tamanho da amostra com relao ao erro admissvel e ao nvel de significncia .......................................................................................................281 Tabela A6.7: Valores de tn-1, /2 ........................................................................................283

LISTA DE FIGURASFigura 3.1: Elementos constituintes dos focos semafricos .....................................................18 Figura 3.2: Exemplos de anteparo sem orla ..............................................................................19 Figura 3.3: Exemplos de anteparo com orla interna .................................................................19 Figura 3.4: Elementos de sustentao .......................................................................................20 Figura 3.5: Exemplo de laos indutivos empregados para deteco veicular ...........................21 Figura 3.6: Exemplos de botoeira .............................................................................................22

iv

Figura 3.7: Exemplo de sinalizao educativa para uso da botoeira pelo pedestre ..................22 Figura 3.8: Exemplo de imagem de vdeo com zonas de deteco configuradas na tela do monitor - Inserir fonte da figura................................................................................................23 Figura 3.9: Feixe de microondas do RTMS e sua superfcie oval ............................................24 Figura 3.10: Ilustrao da configurao transversal de detectores por microondas .................24 Figura 3.11: Ilustrao da perturbao do campo magntico terrestre provocada pela passagem de um veculo (Fonte: adaptada de Traffic Detector Handbook, FHWA, 2006) .....25 Figura 3.12: Emisso e reflexo de energia por veculos e superfcie viria ............................26 Figura 3.13: Formas de posicionamento dos detectores ultrassnicos .....................................27 Figura 4.1: Representao de movimentos em uma interseo de duas vias de mo nica .....28 Figura 4.2: Representao das aproximaes de instersees ..................................................29 Figura 4.3: Movimentos convergentes ......................................................................................30 Figura 4.4: Movimentos divergentes ........................................................................................30 Figura 4.5: Movimentos interceptantes.....................................................................................30 Figura 4.6: Movimentos no-interceptantes .............................................................................31 Figura 4.7: Exemplo de um diagrama de conflitos ...................................................................32 Figura 4.8: Procedimentos para a implantao e avaliao da sinalizao semafrica ............36 Figura 4.9: Estrutura geral do estudo ........................................................................................37 Figura 4.10: Estudos em locais existentes: abordagem pedestres.............................................39 Figura 4.11: Estudos em locais existentes: abordagem veculos ..............................................42 Figura 4.12: Exemplos de acidentes evitveis por sinalizao semafrica ..............................43 Figura 4.13: Estudos em locais em fase de projeto: abordagem pedestres ...............................46 Figura 4.14 - Estudos em locais novos: abordagem veculos ...................................................49 Figura 4.15: Valores de fluxo que justificam a implantao de semforo em locais em fase de projeto: Caso 1 (Fonte: MUTCD-2003) ...................................................................................52 Figura 4.16: Valores de fluxo que justificam a implantao de semforo em locais em fase de projeto: Caso 2 (Fonte: MUTCD-2003) ...................................................................................52 Figura 4.17: Interseo de duas vias com velocidade regulamentada de 40 km/h ...................55 Figura 4.18: Interseo de duas vias com velocidade regulamentada de 30 km/h ...................56 Figura 4.19: Interseo de vias com velocidades regulamentadas de 40 km/h e 30 km/h .......56 Figura 4.20: Interseo em T, de vias com velocidades regulamentadas de 60 km/h e 40km/h ......................................................................................................................................57 Figura 4.21: Interseo de vias de mo nica e mo dupla com velocidades regulamentadas de 40 km/h e 50 km/h ....................................................................................................................57 Figura 4.22: Exemplo de sinalizao de advertncia a ser localizada em seo anterior interseo ..................................................................................................................................58 Figura 4.23: Exemplo de sinalizao especial de advertncia a ser localizada na coluna ou brao do semforo que opera em tempo parcial .......................................................................59 Figura 5.1: Ilustrao do conceito de grupo de movimentos e grupo semafrico ....................60 Figura 5.2: Exemplo de diagrama de estgios ..........................................................................62 Figura 5.3: Exemplo de diagrama de intervalos luminosos ......................................................62 Figura 6.1: Exemplo da variao horria do volume em um dia til ........................................70 Figura 6.2: Exemplo da variao diria do volume ao longo da semana .................................70 Figura 6.3: Exemplo da variao mensal do volume ao longo do ano .....................................71 Figura 6.4: Fluxo de saturao e tempos perdidos em estgio saturado ...................................74 Figura 6.5: Fluxo de saturao e tempo perdido inicial em estgio no saturado ....................75 Figura 6.6: Distncias percorridas pelo veculo junto aproximao ......................................76 Figura 6.7: Ilustrao dos conceitos de capacidade e grau de saturao ..................................79 Figura 6.8: Disperso de pelotes ao longo de um segmento virio ........................................84

v

Figura 6.9: Defasagem entre sinalizaes semafricas ao longo de uma via arterial ...............85 Figura 6.10: Processo de formao e dissipao de fila ...........................................................90 Figura 6.11: Ilustrao do crescimento da fila ao longo de mais de um ciclo ..........................91 Figura 7.1: Sequncia de atividades da Etapa I ........................................................................95 Figura 7.2: Sequncia de atividades da Etapa III .....................................................................98 Figura 7.3: Sequncia de atividades da Etapa IV ...................................................................100 Figura 7.4: Histograma de fluxo .............................................................................................102 Figura 7.5: Cruzamento da Rua A com a Rua B.....................................................................103 Figura 7.6: Representao esquemtica dos movimentos e aproximaes.............................104 Figura 7.7: Diagrama de estgios............................................................................................105 Figura 7.8: Distribuio dos grupos semafricos ...................................................................105 Figura 7.9: Diagrama de intervalos luminosos para o ciclo de 46s ........................................111 Figura 7.10: Diagrama de intervalos luminosos para o ciclo de 63s ......................................112 Figura 7.11: Cruzamento da Avenida C com a Rua D ...........................................................114 Figura 7.12: Representao esquemtica dos movimentos e aproximaes...........................115 Figura 7.13: Diagrama de estgios..........................................................................................116 Figura 7.14: Distribuio dos grupos semafricos .................................................................117 Figura 7.15: Diagrama de intervalos luminosos para o ciclo de 107s ....................................123 Figura 7.16: Diagrama de intervalos luminosos para o ciclo de 94s ......................................124 Figura 7.17: Croquis do cruzamento .......................................................................................125 Figura 7.18: Representao esquemtica dos movimentos e aproximaes...........................126 Figura 7.19: Diagrama de estgios..........................................................................................127 Figura 7.20: Distribuio dos grupos semafricos .................................................................127 Figura 7.21: Diagrama dos intervalos luminosos para o ciclo de 66s ....................................131 Figura 7.22: Diagrama dos intervalos luminosos para o ciclo de 51s (refazer figura) ...........132 Figura 7.23: Croquis do cruzamento .......................................................................................134 Figura 7.24: Representao esquemtica dos movimentos e aproximaes...........................136 Figura 7.25: Diagrama de estgios..........................................................................................137 Figura 7.26: Distribuio dos grupos semafricos .................................................................138 Figura 7.27: Diagrama de intervalos luminosos para o ciclo de 140s ....................................142 Figura 8.1: Funcionamento de um estgio atuado em funo de solicitaes de veculos .....145 Figura 8.2: Posicionamento de lao detector inibidor ............................................................146 Figura 8.3: Relao entre o posicionamento longitudinal da seo de deteco e a extenso de verde ........................................................................................................................................149 Figura 8.4: Fluxograma da Etapa III: atuao por veculos ....................................................156 Figura 8.5: Interseo das ruas I e J ........................................................................................159 Figura 8.6: Diagrama de estgios............................................................................................160 Figura 8.7: Distribuio dos grupos semafricos ...................................................................161 Figura 8.8: Posicionamento das sees de deteco ...............................................................164 Figura 8.9: Cruzamento da Avenida K com Rua L (refazer) ..................................................167 Figura 8.10: Diagrama de estgios..........................................................................................168 Figura 8.11: Distribuio dos grupos semafricos .................................................................168 Figura 8.12: Travessia de pedestres de meio de quadra na Avenida M ..................................173 Figura 8.13: Diagrama de estgios..........................................................................................174 Figura 8.14 - Distribuio dos grupos semafricos ................................................................174 Figura 9.1: Representao do conceito de defasagem relativa entre duas intersees sucessivas .................................................................................................................................................180 Figura 9.2: Representao do conceito de defasagem absoluta ..............................................180 Figura 9.3: Tipos de sistemas de coordenao semafrica .....................................................183

vi

Figura 9.4: Exemplo de diagrama espao-tempo para uma via de mo nica ........................186 Figura 9.5: Exemplo de diagrama espao-tempo para uma via de mo dupla .......................186 Figura 9.6: Elementos para o clculo da defasagem para via de mo nica ...........................188 Figura 9.7: Exemplo de coordenao em via de mo dupla com verdes centralizados ..........192 Figura 9.8: Exemplo de coordenao em via de mo dupla com verde e vermelho centralizados ...........................................................................................................................193 Figura 9.9: Exemplo de coordenao em via de mo dupla com combinao de estratgias 194 Figura 9.10: Exemplo de uma rede formada por trs intersees ...........................................197 Figura 9.11: Representao esquemtica dos grupos de movimentos ....................................197 Figura 9.12: Diagrama espao-tempo do exemplo de via de mo nica ................................201 Figura 9.13: Diagrama espao-tempo do exemplo de via de mo dupla na situao b.1 ......202 Figura 9.14: Diagrama espao-tempo do exemplo de via de mo dupla na situao b.2 .......203 Figura 10.1: Campo visual do condutor em movimento.........................................................207 Figura 10.2: Distncia do grupo focal linha de reteno .....................................................209 Figura 10.3: ngulo entre a linha de visada do condutor e o eixo da faixa............................210 Figura 10.4: Afastamento lateral e altura livre do grupo focal ...............................................211 Figura 10.5: Aproximao em curva vertical (posicionamento aps a interseo) ................212 Figura 10.6: Semforo em curva horizontal de via de mo nica (posicionamento aps a interseo) ...............................................................................................................................213 Figura 10.7: Sinalizao semafrica com caixa de acomodao insuficiente ........................214 Figura 10.8: Sinalizao semafrica com caixa de acomodao suficiente ...........................215 Figura 10.9: Travessias realizadas em estgios distintos ........................................................216 Figura 10.10: Travessia em um nico estgio ........................................................................217 Figura 10.11: Exemplos de posies de grupos focais de pedestres.......................................218 Figura 10.12: Exemplo de locao de grupos focais para pedestres .......................................219 Figura 10.13: Posicionamento da botoeira junto interseo ................................................220 Figura 10.14: Afastamento da botoeira com relao ao meio-fio ...........................................220 Figura 10.15: Botoeira nica para atender duas travessias .....................................................221 Figura 10.16: Posicionamento do conjunto em ngulo diferente do usual .............................221 Figura 10.17: Uso de duas placas para sinalizar uma nica botoeira .....................................222 Figura 11.1: Grupos focais ensacados e placa desligado ....................................................227 Figura A2.1:Trechos para contagem do volume de pedestres ................................................238 Figura A2.2: Trecho de planilha exibindo horrios e dados (acumulados) de uma contagem de pedestres. .................................................................................................................................239 Figura A2.3: Modelo da planilha para determinao do volume horrio crtico de travessia de pedestres ..................................................................................................................................240 Figura A2.4: Planilha contendo tempos de espera coletados ..................................................242 Figura A3.1: Exemplo de folha de campo para pesquisa volumtrica direcional ..................250 Figura A3.2: Folha de campo para pesquisa volumtrica classificatria e direcional (motocicleta e caminho/nibus) ............................................................................................251 Figura A4.1: Planilha para a coleta de dados ..........................................................................253 Figura A6.1: Planilha do Mtodo 1.........................................................................................258 Figura A6.2: Planilha usada para a coleta de dados (Exemplo M1) ......................................263 Figura A6.3: Planilha para a coleta de dados (Mtodo 2).......................................................268 Figura A6.4: Planilha usada na coleta de dados do exemplo ..................................................272 Figura A6.5 : Histograma de trfego para a aproximao estudada .......................................277

vii

1 . APRESENTAO O Manual Brasileiro de Sinalizao de Trnsito, elaborado pela Cmara Temtica de Engenharia de Trfego, da Sinalizao e da Via, abrange todas as sinalizaes, dispositivos auxiliares, sinalizao semafrica e sinalizao de obras determinadas por Resoluo do CONTRAN especfica, e composto dos seguintes Volumes: Volume I Sinalizao Vertical de Regulamentao. Volume II Sinalizao Vertical de Advertncia. Volume III Sinalizao Vertical de Indicao. Volume IV Sinalizao Horizontal. Volume V Sinalizao Semafrica. Volume VI Sinalizao de Obras e Dispositivos Auxiliares. O Departamento Nacional de Trnsito - DENATRAN, no uso de suas atribuies, definidas no Artigo n 19, inciso XIX, do Cdigo de Trnsito Brasileiro, de organizar, elaborar, complementar e alterar os manuais e normas de projetos de implementao da sinalizao, dos dispositivos e equipamentos de trnsito aprovados pelo Conselho Nacional de Trnsito CONTRAN, apresenta o Volume V do Manual Brasileiro de Sinalizao de Trnsito, aprovado pela Resoluo do CONTRAN N XXX, de XX de XXXXXX de 20XX. Este Volume V refere-se Sinalizao Semafrica, tendo sido elaborado pela Cmara Temtica de Engenharia de Trfego, da Sinalizao e da Via, gesto 2007/2009 e 2009/2011. So apresentadas, para a sinalizao semafrica, consideraes gerais e critrios gerais para implantao de semforos; caractersticas gerais para o controle semafrico e os elementos da programao semafrica. A programao de semforos isolados de tempo fixo, de semforos isolados atuados e de semforos em rede tambm abordada. So apresentados, ainda, os critrios para posicionamento dos semforos na via e os critrios para remoo de semforos implantados. Os Apndices 1 a 6 deste Volume V apresentam detalhes sobre a obteno dos dados necessrios tomada de deciso sobre implantao ou remoo de semforos e tambm programao de semforos isolados ou em rede.

8

2 . INTRODUO A sinalizao semafrica um subsistema da sinalizao viria que se compe de indicaes luminosas acionadas alternada ou intermitentemente por meio de sistema eltrico/eletrnico. Tem a finalidade de transmitir diferentes mensagens aos usurios da via pblica, regulamentando o direito de passagem ou advertindo sobre situaes especiais nas vias. A sinalizao semafrica classificada segundo sua funo, que pode ser de: regulamentar o direito de passagem dos vrios fluxos de veculos (motorizados e no motorizados) e/ou pedestres numa interseo ou seo de via; advertir condutores, de veculos motorizados ou no motorizados, e/ou pedestres sobre a existncia de obstculo ou situao perigosa na via. O subsistema de sinalizao semafrica composto, basicamente, de um conjunto de indicaes luminosas (semforo ou grupo focal), fixado ao lado da via ou suspenso sobre ela, e dispositivo eltrico/eletrnico (controlador) responsvel pelo acionamento dessas indicaes luminosas. Em situaes especficas, elementos tais como dispositivos de deteco do trfego, equipamentos de fiscalizao no metrolgicos e centrais de controle em rea podem ser associados sinalizao semafrica de regulamentao. A operao da sinalizao semafrica deve ser contnua e criteriosamente avaliada quanto sua real necessidade e adequao de sua programao.

2.1

Formas de controle do trfego em interseo ou seo de via

A deciso pela adoo da sinalizao semafrica no controle do trfego deve ser precedida da avaliao da eficcia de outras formas de controle, tais como: controle a partir da obedincia s normas gerais de circulao estabelecidas no Cdigo de Trnsito Brasileiro (CTB); controle com o uso de sinalizao vertical de regulamentao (placas R-1 ou R-2) e/ou de sinalizao horizontal (faixa de travessia de pedestres tipo zebrada); implantao de rotatrias ou outras formas de canalizao do trfego em intersees. Orientaes especficas sobre estudo e gerenciamento de conflitos entre veculos, e entre veculos e pedestres, so apresentadas na seo 4.1 deste Manual.

2.2

Princpios da Sinalizao Semafrica

Na concepo e na implantao da sinalizao de trnsito deve-se ter como princpio bsico as condies de percepo dos usurios da via, garantindo a real eficcia dos sinais. Para isso, preciso assegurar sinalizao semafrica os mesmos princpios da sinalizao de trnsito em geral, descritos a seguir:

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Legalidade

estar de acordo com o Cdigo de Trnsito Brasileiro - CTB legislao complementar;

e

Suficincia

permitir fcil percepo do que realmente importante, com quantidade de sinalizao compatvel com a necessidade;

Padronizao

seguir um padro legalmente estabelecido e atender regra de que situaes iguais devem ser sinalizadas segundo os mesmos critrios;

transmitir mensagens objetivas de fcil compreenso; Clareza evitar a ocorrncia de informao conflitante no direito de passagem;

ser precisa e confivel, corresponder situao existente; ter credibilidade; Preciso confiabilidade e atender aos requisitos tcnicos mnimos de segurana viria e fluidez, alternando o direito de passagem de movimentos conflitantes;

Visibilidade legibilidade

e ser vista distncia necessria e em tempo hbil para a tomada de deciso;

Manuteno conservao

e estar permanentemente limpa, conservada e visvel; sofrer as adequaes necessrias, tais como reprogramao, atualizao e remoo, acompanhando a dinmica do trnsito.

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3 . CONSIDERAES GERAIS SOBRE SINALIZAO SEMAFRICA 3.1 Definio e funo

A sinalizao semafrica tem por finalidade transmitir aos usurios a informao sobre o direito de passagem em intersees e/ou sees de via onde o espao virio disputado por dois ou mais movimentos conflitantes, ou advertir sobre a presena de situaes na via que possam comprometer a segurana dos usurios. classificada, segundo sua funo, em: sinalizao semafrica de regulamentao tem a funo de efetuar o controle do trnsito numa interseo ou seo de via, atravs de indicaes luminosas, alternando o direito de passagem dos vrios fluxos de veculos e/ou pedestres; sinalizao semafrica de advertncia tem a funo de advertir sobre a existncia de obstculo ou situao perigosa, devendo o condutor reduzir a velocidade e adotar as medidas de precauo compatveis com a segurana para seguir adiante. 3.2 Padro de sinalizao semafrica

3.2.1 Formas, cores e sinais As diferentes combinaes de forma, cor e sinal integrantes da sinalizao semafrica possuem significados distintos e transmitem informaes especficas ao condutor e pedestre. Nas Tabelas 3.1 e 3.2 so apresentadas as combinaes envolvendo, respectivamente, focos de forma circular e retangular, conforme o estabelecido na Resoluo N 160/04 do CONTRAN (Anexo II do CTB). A utilizao de focos com formas e/ou sinais diferentes dos previstos nas Tabelas 3.1 e 3.2, em carter experimental, s ser admitida mediante autorizao expressa do CONTRAN. O uso de sinais no previstos, em carter definitivo, somente poder ocorrer aps a devida regulamentao pelo CONTRAN. O Apndice 1 apresenta a diagramao dos pictogramas utilizados neste manual. Para a correta visualizao, no dever ser iluminada a rea do foco semafrico externa ao pictograma. As cores dos focos/pictogramas da sinalizao semafrica devem seguir as especificaes da ABNT.

11

Tabela 3.1: Cores e sinais da sinalizao semafrica em focos de forma circularFORMA COR SINAL SIGNIFICADO AO DO USURIO DA VIA do Obrigatoriedade do condutor em parar o veculo

Vermelha

Indica a proibio direito de passagem

Amarela

Verde

Amarela (intermitente)

O condutor deve parar o veculo Indica o trmino do direito salvo se no for possvel de passagem imobiliz-lo em condies de segurana O condutor tem a permisso de iniciar ou prosseguir em marcha, Indica a permisso do podendo efetuar os movimentos direito de passagem de acordo com a indicao luminosa e observar as normas de circulao e conduta Adverte da existncia de O condutor deve reduzir a situao perigosa ou velocidade e observar as normas obstculo de circulao e conduta Indica trmino do direito O condutor deve parar o veculo de passagem em semforo salvo se no for possvel direcional. imobiliz-lo em condies de segurana

Amarela com seta (opcional) Circular

Vermelha

Indica a proibio do direito de passagem de Obrigatoriedade do condutor em acordo com a direo e parar o veculo de acordo com a sentido da seta apresentada indicao luminosa na indicao luminosa. Indica a permisso do direito de passagem, de acordo com a direo e sentido da seta apresentada na indicao luminosa. Indica, por meio do smbolo X, a proibio de circular na faixa sinalizada Permite a circulao na faixa indicada pela seta O condutor tem a permisso de iniciar ou prosseguir em marcha, podendo efetuar os movimentos de acordo com a indicao luminosa e observar as normas de circulao e conduta O condutor no deve circular pela faixa sinalizada

Verde

Vermelha

Verde

O condutor tem a permisso de circular pela faixa sinalizada

12

Tabela 3.1: Cores e sinais da sinalizao semafrica em focos de forma circular (continuao)FORMA COR Vermelha SINAL SIGNIFICADO AO DO USURIO DA VIA Indica para o ciclista a Obrigatoriedade do ciclista em proibio do direito de parar o veculo passagem Indica para o ciclista a O ciclista tem a permisso de permisso do direito de iniciar ou prosseguir em passagem marcha.

Circular Verde

Tabela 3.2: Cores e sinais da sinalizao semafrica em focos de forma quadradaFORMA COR SINAL SIGNIFICADO AO DO USURIO DA VIA

Vermelha

Indica para o pedestre a O pedestre no deve iniciar a proibio da travessia travessia

Quadrada Vermelha (intermitente)

Indica para o pedestre o trmino do direito de iniciar a travessia. Sua durao deve permitir a concluso das travessias iniciadas no tempo de verde.

O pedestre no deve iniciar a travessia. O pedestre que j iniciou a travessia no tempo de verde deve conclu-la, atentando para o fato de que os veculos esto prestes a receber indicao luminosa verde.

Verde

Indica para o pedestre a O pedestre tem a permisso de permisso do direito de iniciar a travessia travessia

Dimenses Os focos dos semforos tm forma e dimenso da lente estabelecidas pela Resoluo No 160/04 do CONTRAN (Anexo II do CTB). A Tabela 3.3 apresenta a forma e dimenso dos focos com base nessa resoluo.

13

Tabela 3.3: Formas e dimenses das lentes dos focos semafricosSEMFOROS DESTINADOS A Veculos automotores Bicicletas Faixas reversveis Advertncia Pedestres FORMA DO FOCO Circular Circular Circular Circular Quadrada DIMENSO DA LENTE (mm) Dimetro de 200 ou 300 Dimetro de 200 Dimetro de 300 Dimetro de 200 ou 300 Lado de 200 (mnimo)

3.2.2 Tipos de semforos O semforo, ou grupo focal, o conjunto obtido pela montagem de um ou mais focos luminosos com suas faces voltadas para o sentido do movimento. Os grupos focais so empregados na sinalizao semafrica de regulamentao e advertncia, de acordo com a disposio apresentada na Resoluo No 160/04 do CONTRAN (Anexo II do CTB). a) Semforos empregados na sinalizao semafrica de regulamentao VEICULAR (EXCETO DE CICLISTA) - O grupo focal veicular possui trs indicaes luminosas: vermelha, amarela e verde, dispostas nesta ordem, de cima para baixo quando vertical, e da esquerda para a direita quando horizontal. Pode-se, tambm, utilizar grupo focal composto de dois focos vermelhos, um amarelo e um verde, dispostos vertical ou horizontalmente. VEICULAR DIRECIONAL - O grupo focal veicular direcional possui trs indicaes luminosas: vermelha com seta, amarela com ou sem seta e verde com seta, dispostas nesta ordem, de cima para baixo quando vertical, e da esquerda para a direita quando horizontal. Deve ser utilizado, apenas, nas aproximaes em que h perodos de verde distintos para diferentes movimentos. As setas devem ser orientadas ou para cima, ou para a direita ou para a esquerda. VEICULAR DIREO LIVRE O grupo focal veicular direo livre constitudo somente pelo foco verde com seta. A seta deve ser orientada ou para cima, ou para a direita ou para a esquerda. VEICULAR CONTROLE DE ACESSO ESPECFICO O grupo focal veicular controle de acesso especfico possui focos vermelho e verde, dispostos nesta ordem, de cima para baixo quando vertical, e da esquerda para a direita quando horizontal, para uso exclusivo em controles do tipo praas de pedgio e balsa. VEICULAR FAIXA REVERSVEL O grupo focal veicular faixa reversvel formado por um foco vermelho com smbolo X e por um foco verde com seta orientada para baixo, dispostos nesta ordem, da esquerda para a direita, na posio horizontal. PEDESTRES Os grupos focais de pedestres so compostos por focos vermelho e verde, com os pictogramas respectivos, dispostos nesta ordem, de cima para baixo, na posio vertical.

14

CICLISTAS - Os grupos focais de ciclistas so compostos por focos vermelho, amarelo e verde, com os pictogramas respectivos, dispostos nesta ordem, de cima para baixo, na posio vertical. Tabela 3.4: Semforos para sinalizao semafrica de regulamentaoTIPO DO SEMFORO POSIO VERTICAL POSIO HORIZONTAL

VeicularObservao: S utilizar quando projetado sobre a via Observao: O grupo focal pode ser configurado com vermelho 300mm e amarelo/verde 200mm

Veicular DirecionalObservao: Opcionalmente, pode-se utilizar foco amarelo com seta.

Observaes: S utilizar quando projetado sobre a via.

Opcionalmente, pode-se utilizarfoco amarelo com seta.

Veicular Direo Livre Veicular Controle de Acesso Especfico

Veicular Faixa Reversvel

Pedestre

Ciclista

15

b) Semforos empregados na sinalizao semafrica de advertncia Os grupos focais utilizados na sinalizao semafrica de advertncia devem ser formados por um ou dois focos amarelos em funcionamento intermitente. O foco deve piscar de um em um segundo (frequncia de 1Hz) e na proporo aceso/apagado igual a 0,5/0,5 segundo. A disposio dos focos na formao dos semforos veiculares de advertncia duplos poder ser vertical ou horizontal (ver Tabela 3.5). No caso da utilizao de dois focos em funcionamento intermitente, eles devem piscar alternadamente. Em situaes especiais definidas na seo 4.3 deste Manual, o semforo de regulamentao pode ser utilizado para efeito de sinalizao semafrica de advertncia. Para tanto, os focos verde e vermelho so apagados e o foco amarelo opera de forma intermitente em todas as aproximaes. Nessa situao os focos de pedestres tambm devem ser apagados.

Tabela 3.5: Semforos para sinalizao semafrica de advertnciaTIPO DO SEMFORO POSIO VERTICAL POSIO HORIZONTAL

Veicular

3.2.3 Sequncia de acionamento das indicaes luminosas As sequncias de acionamento das indicaes luminosas dos semforos de regulamentao devem ser: SEMFORO VEICULAR e VEICULAR DIRECIONAL: Verde, amarelo, vermelho, retornando ao verde; SEMFORO DE PEDESTRES: Verde, vermelho intermitente, vermelho, retornando ao verde.

3.3

Relacionamento com outras sinalizaes

A sinalizao semafrica deve vir acompanhada por Linha de Reteno (LRE), conforme especificado no Volume IV do Manual Brasileiro de Sinalizao de Trnsito (Sinalizao Horizontal), em todas as aproximaes da interseo ou da faixa de pedestres implantada em segmento virio localizado em meio de quadra. Quando necessrio, em funo das condies de visibilidade do semforo, deve ser utilizada a placa A-14 - Semforo frente, conforme especificado no Volume II do Manual Brasileiro de Sinalizao de Trnsito (Sinalizao Vertical de Advertncia).16

Quando a sinalizao semafrica incluir grupos focais especficos para pedestres, deve vir acompanhada de Faixas de Travessia de Pedestres (FTP), conforme especificado no Volume IV do Manual Brasileiro de Sinalizao de Trnsito (Sinalizao Horizontal). Em via interceptada por ciclovia ou ciclofaixa, onde esto implantados semforos para ciclistas, deve ser implantada Marcao de Cruzamento Rodociclovirio (MCC), conforme especificado no Volume IV do Manual Brasileiro de Sinalizao de Trnsito (Sinalizao Horizontal).

3.4

Aspectos legais

As mensagens da sinalizao semafrica de regulamentao so imperativas e seu desrespeito constitui infrao, conforme Captulo XV do CTB. Enquadramento O desrespeito ao sinal vermelho do semforo caracteriza infrao prevista no Art. 208 do CTB. Alm dessa, as seguintes infraes esto relacionadas presena da sinalizao semafrica: parar o veculo sobre a faixa de pedestres na mudana de sinal luminoso (Art. 183 do CTB); deixar de dar preferncia de passagem a pedestre e a veculo no motorizado que no haja concludo a travessia mesmo que ocorra sinal verde para o veculo (Art. 214, inciso II, do CTB).

3.5

Componentes da sinalizao semafrica

Os principais componentes da sinalizao semafrica so descritos a seguir. 3.5.1 Semforo (tambm denominado grupo focal) Elemento que fornece informaes aos condutores de veculos e aos pedestres atravs de indicaes luminosas. constitudo por um conjunto de focos dispostos conforme apresentado nas Tabelas 3.4 e 3.5. Os principais elementos constituintes dos focos semafricos so mostrados na Figura 3.1. a) Foco semafrico Unidade que fornece indicao luminosa, formada pelos seguintes elementos: conjunto ptico, mscara, pestana ou cobre-foco e caixa porta-foco. CONJUNTO PTICO - formado pela lente, fonte de luz e, quando necessrio, refletor. LENTE - o elemento colocado em frente fonte de luz para homogeneizar a distribuio da luz, dirigir o feixe luminoso aos respectivos usurios e proteger os elementos internos do foco

17

contra impactos, sujeira e intempries. Quando utilizada fonte de luz branca, a lente tem a funo de definir a cor da indicao luminosa. FONTES DE LUZ - As fontes de luz usualmente utilizadas so: - lmpada incandescente com filamento reforado; - lmpada algena; - mdulo ou lmpada de LEDs (Diodos emissores de luz) REFLETOR Elemento destinado a dirigir o fluxo luminoso da fonte de luz. MSCARA - o elemento colocado sobre a lente para proporcionar a visualizao do smbolo ou pictograma (seta, silhueta boneco andando/parado, mo espalmada, bicicleta e X). As mscaras so opcionais quando utilizado um conjunto de LEDs, pois o smbolo ou pictograma pode ser obtido pela disposio dos LEDs no formato desejado. PESTANA OU COBRE-FOCO - Superfcie de forma semicilndrica ou retangular, em cor preta fosca ou cinza fosca, acompanhando a cor da caixa porta-focos. Deve ser colocada sobre o foco, com o objetivo de reduzir a incidncia da luz solar sobre a lente para melhoria da condio de contraste. A pestana tambm pode colaborar para reduzir a intervisibilidade de focos dirigidos a correntes de trfego conflitantes. CAIXA PORTA-FOCO Elemento onde so fixados os conjuntos pticos, na cor preta fosca ou cinza.

(a) Foco com LED

(b) Foco com lmpada incandescente

Figura 3.1: Elementos constituintes dos focos semafricos

b) Anteparo Anteparo um painel que emoldura o grupo focal com o objetivo de melhorar a visibilidade em relao incidncia solar, e/ou destacar a sinalizao da paisagem urbana. Em semforo instalado em suporte projetado sobre a via deve ser utilizado anteparo. Em semforo instalado em coluna simples o uso do anteparo opcional. A cor do anteparo deve ser preta fosca. As Figuras 3.2 e 3.3 apresentam, respectivamente, anteparos sem orla e com orla interna na cor branca ou amarela, com e sem tarja branca refletiva junto posio do foco amarelo.

18

Figura 3.2: Exemplos de anteparo sem orla

Figura 3.3: Exemplos de anteparo com orla interna

3.5.2 Elementos de sustentao So elementos que tm a funo de sustentar os semforos, como por exemplo: colunas, braos projetados, cordoalhas e prticos. Esses elementos devem ser na cor cinza ou preta fosca e suas caractersticas no devem comprometer a visibilidade do grupo focal. O tipo de elemento de sustentao a ser utilizado depende da definio de alguns fatores a serem considerados na fase de projeto. Dentre esses fatores, destaca-se: necessidade de projeo sobre a via, caractersticas geomtricas do local, dimensionamento da carga a ser suportada, velocidade dos ventos, condies de visibilidade, composio do trfego e largura das vias. Na Figura 3.4 so apresentados desenhos ilustrativos de diferentes tipos de elementos de sustentao. A orientao quanto ao posicionamento desses elementos na via fornecida no Captulo 10 do presente Manual.

19

(a) Coluna

(b) Brao projetado

(c) Prtico

(d) Cordoalha Figura 3.4: Elementos de sustentao20

3.5.3 Controladores semafricos So os equipamentos programveis que comandam as trocas das indicaes luminosas dos grupos focais. Em relao tecnologia empregada, os controladores dividem-se em eletromecnicos e eletrnicos. CONTROLADORES ELETROMECNICOS so constitudos por elementos eltricos e mecnicos. Sua programao implementada a partir de uma combinao de recursos mecnicos. Na maioria das vezes comportam apenas uma programao semafrica e possuem recursos operacionais limitados. CONTROLADORES ELETRNICOS so constitudos por componentes eltricos e eletrnicos. Sua programao implementada a partir de recursos computacionais do equipamento. Este tipo de tecnologia permite que os equipamentos disponham de recursos de programao que facilitam as solues de engenharia. Diferentes tipos de controladores eletrnicos esto relacionados s diferentes estratgias de controle do trfego, conforme apresentado no item 5.2 do presente Manual. 3.5.4 Detectores de trfego So dispositivos que tm a funo de detectar a demanda de trfego (veculos motorizados, no motorizados e pedestres) em determinado local. Existem diferentes tecnologias utilizadas para este tipo de dispositivo que so escolhidas de acordo com a necessidade funcional e com as caractersticas de cada local. 3.5.4.1 Laos Detectores Indutivos Dentre os tipos de dispositivos mais utilizados para a deteco do trfego veicular destacamse os laos detectores indutivos (ver Figura 3.5). Esses dispositivos so constitudos por cabos metlicos inseridos no pavimento, construdos geralmente na forma retangular, e conectados a circuitos eletrnicos dos controladores. Nesses laos circula corrente eltrica que forma um campo magntico, o qual sofre alteraes quando da passagem ou presena de massa metlica, alteraes estas que indicam aos controladores a passagem ou presena dos veculos.

Figura 3.5: Exemplo de laos indutivos empregados para deteco veicular

21

3.5.4.2

Botoeiras

So dispositivos que tm a funo de detectar a solicitao de pedestres em determinado local (ver Figura 3.6). A botoeira acionada manualmente pelo pedestre para que sua presena seja detectada, de forma que o tempo de travessia associado a essa demanda seja implementado pelo controlador de trfego. Deve ser utilizada sinalizao educativa que indique ao pedestre a necessidade de acionar a botoeira para realizar a travessia (ver exemplos da Figura 3.7). No Apndice 1 so apresentados os pictogramas a serem utilizados nessa sinalizao). Eventualmente a botoeira pode ser utilizada em semforos veiculares para acionar sadas de veculos de emergncia.

Figura 3.6: Exemplos de botoeira

Figura 3.7: Exemplo de sinalizao educativa para uso da botoeira pelo pedestre22

3.5.4.3 Laos Virtuais por tratamento de imagem O princpio de funcionamento da vdeodeteco o de utilizar o sinal de vdeo como entrada para a unidade detectora. A configurao do sistema de vdeodeteco consiste em sobrepor zonas de deteco em posies adequadas sobre a imagem da via visualizada no monitor de vdeo (ver Figura 3.8). medida que os veculos percorrem a via cruzando as zonas de deteco configuradas elas so ativadas pela mudana do padro da imagem do vdeo, resultando na deteco dos veculos.

Figura 3.8: Representao de imagem de vdeo com zonas de deteco configuradas na tela do monitor

3.5.4.4

Detectores por microondas

Os detectores que utilizam o processo de Sensor Remoto de Trfego a Micro-ondas (RTMS Remote Traffic Microwave Sensor) so equipamentos projetados para aplicaes de trfego que medem a distncia dos objetos na trajetria de seu feixe de microondas. A capacidade de seletividade permite que o equipamento detecte veculos estacionrios e mveis em diversas zonas de deteco. Quando apontado para uma via, o feixe de microondas do equipamento projeta no pavimento uma superfcie oval, cuja largura depende do modo operacional selecionado, do ngulo de montagem do sensor e da distncia do sensor (ver Figura 3.9). O equipamento tem duas configuraes de montagem tpicas (transversal e longitudinal) e vrios modos de operao. Para aplicao em deteco de semforos o equipamento geralmente posicionado transversalmente via, como ilustrado na Figura 3.10. Nesse caso, o detector est montado em suporte margem da via com sua superfcie oval apontada em ngulo reto para as faixas de rolamento. Os segmentos de seletividade correspondentes localizao das faixas de rolamento so definidos como zonas de deteco, fazendo parte do processo de configurao.23

Figura 3.9: Feixe de microondas do RTMS e sua superfcie oval

Figura 3.10: Ilustrao da configurao transversal de detectores por microondas

3.5.4.5 Deteco magntica Tcnica de deteco de veculos, baseada no princpio da perturbao que os elementos metlicos provocam no campo magntico terrestre. Quando o veculo passa sobre o detector magntico sua massa metlica causa a distoro das linhas de fora magntica. A Figura 3.11 ilustra a perturbao provocada no campo magntico terrestre devido passagem de um veculo.

24

Normalmente, os detectores magnticos no so capazes de reconhecer veculos parados ou em velocidades inferiores a 10 ou 15 km/h, pois necessitam que o padro magntico se altere significativamente ao longo do tempo para conseguir determinar a deteco. Como tm um campo de ao bastante limitado, necessitam ser posicionados diretamente sob a corrente de trnsito que se quer detectar. Esses detectores so fixados na superfcie do pavimento, o que permite que sejam utilizados tanto em carter permanente como temporrio. Suas dimenses so usualmente da ordem de 12 cm de largura por 20 cm de comprimento e 2 cm de altura. So utilizados para controle de semforos, contagens classificadas, deteco de presena e medio de velocidade. O uso do equipamento em aplicaes temporrias adequado devido facilidade da sua instalao e retirada.

(a) sem a presena de veculos

(b) na presena de veculos Figura 3.11: Ilustrao da perturbao do campo magntico terrestre provocada pela passagem de um veculo (Fonte: adaptada de Traffic Detector Handbook, FHWA, 2006)

3.5.4.6 Deteco por radiao infravermelha Tcnica de deteco de veculos e pedestres fundamentada em dois tipos de captao:

25

a) deteco ativa: o detector envia o sinal que refletido pelos veculos ou pedestres e captado, em seguida, pelo mesmo detector. O equipamento ilumina a zona de deteco na faixa infravermelha e captura as ondas refletidas pelos veculos, pelos pedestres, pela pista de rolamento ou por outros elementos prximos. b) deteco passiva: no h emisso de energia pelo detector. O equipamento capta a radiao infravermelha gerada por outras fontes (por exemplo, raios solares), e refletida pelos veculos ou pedestres (Figura 3.12). Esses detectores podem ser posicionados ao lado da via ou sobre a mesma. So utilizados para controle de semforos, contagens classificadas de veculos, deteco de presena, medio de velocidade, identificao de pedestres bem como transmisso de informaes aos condutores.

Figura 3.12: Emisso e reflexo de energia por veculos e superfcie viria

3.5.4.7 Deteco ultrassnica Tcnica de deteco de veculos onde o detector emite energia com frequncia ultrassnica que refletida pelo veculo e captada, a seguir, por um sensor. Os detectores ultrassnicos so posicionados sobre a pista de rolamento ou na lateral da mesma (ver Figura 3.13). Sua operao consiste em transmitir, repetidamente, pulsos de energia em direo ao pavimento e medir o tempo que cada pulso leva para retornar ao equipamento. Quando no h presena de veculos, esse tempo funo da distncia entre o detector e o pavimento, portanto, fixo para cada situao. Quando ocorre uma passagem, o tempo varia em funo da altura do veculo, o que possibilita, inclusive, a sua classificao. As aplicaes possveis so: controle de semforos, contagem classificada, deteco de presena e clculo da taxa de ocupao. Esse sistema de deteco permite medir velocidades utilizando dois feixes prximos, formando um pequeno ngulo entre si. O intervalo entre a passagem pelos dois feixes permite calcular, com bastante preciso, a velocidade do veculo. possvel realizar a medio da velocidade utilizando o princpio do Efeito Doppler, onde medida a defasagem entre a onda emitida e a onda refletida. Nesse caso, um nico feixe suficiente. Entretanto, os detectores baseados no Efeito Doppler tm o inconveniente de serem

26

muito imprecisos na mensurao de velocidades baixas, chegando a ser totalmente insensveis a veculos parados.

MONTAGEM HORIZONTAL

MONTAGEM SUPERIOR

Figura 3.13: Formas de posicionamento dos detectores ultrassnicos

27

4 . CRITRIOS GERAIS SEMAFRICA

PARA

IMPLANTAO

DA

SINALIZAO

Este captulo aborda um dos principais aspectos da sinalizao semafrica, que a deciso relativa utilizao ou no dessa sinalizao em locais onde o conflito dos diferentes usurios da via requer a adoo de medidas de controle. A partir dos conceitos relacionados aos movimentos numa interseo, o captulo apresenta os critrios para a implantao da sinalizao semafrica de regulamentao e para seu uso como sinalizao semafrica de advertncia. Aborda, tambm, a operao de sinalizao semafrica em tempo parcial. 4.1 Estudo dos movimentos numa interseo

Para efeito do presente Manual, as vias que se interceptam em uma interseo so classificadas em principais e secundrias. Denomina-se via principal aquela que tem maior volume de trfego em relao quelas que a interceptam. As demais vias so denominadas secundrias. 4.1.1 Definies O termo movimento, numa interseo ou trecho virio localizado em meio de quadra, usado para identificar o fluxo de veculos, que tem a mesma origem e mesmo destino, e/ou o fluxo de pedestres, que se deslocam na mesma direo, mas, no necessariamente no mesmo sentido. Graficamente, o movimento representado por trao e seta, onde o trao indica a direo e a seta indica o sentido. A Figura 4.1 ilustra a interseo de duas vias de mo nica com movimentos veiculares (MV) e de pedestres (MP). Os movimentos MV1 e MV2 possuem mesma origem, porm destinos diferentes. O mesmo ocorre com os movimentos MV3 e MV4. Os movimentos MP1 e MP2 compem-se, cada um deles, de dois fluxos de mesma direo e sentidos opostos. Na Tabela 4.1 esto indicados os movimentos veiculares que interferem em cada um dos movimentos de pedestres considerados.

Figura 4.1: Representao de movimentos em uma interseo de duas vias de mo nica

28

Tabela 4.1: Movimentos veiculares que interferem com os movimentos de pedestres MOVIMENTOS MP1 MP2 x x MV1 MV2 MV3 x MV4 x

Os trechos de via onde os veculos convergem para a interseo so denominados aproximaes da interseo. A Figura 4.2 ilustra as aproximaes numa interseo de duas vias de mo nica e numa interseo de duas vias de mo dupla. A rea da interseo, onde os movimentos veiculares oriundos das diferentes aproximaes podem interferir entre si, denominada rea de conflito.

(a) Interseo de vias de mo nica

(b) Interseo de vias de mo dupla

Figura 4.2: Representao das aproximaes de intersees Os movimentos em uma interseo, quanto interao de suas trajetrias, podem ser classificados como: a) convergentes: so movimentos que tm origem em diferentes aproximaes e possuem mesmo destino (Figura 4.3); b) divergentes: so movimentos que tm origem na mesma aproximao e possuem destinos diferentes (Figura 4.4); c) interceptantes: so movimentos que tm origem em aproximaes diferentes e que se cruzam em algum ponto da rea de conflito (Figura 4.5); d) no-interceptantes: so aqueles cujas trajetrias no se encontram em nenhum ponto da rea de conflito (Figura 4.6).

29

Figura 4.3: Movimentos convergentes

Figura 4.4: Movimentos divergentes

Figura 4.5: Movimentos interceptantes

30

Figura 4.6: Movimentos no-interceptantes

Os movimentos, quanto interao das suas trajetrias para efeito do controle semafrico, podem ser classificados como: a) conflitantes: movimentos com origens diferentes cujas trajetrias se interceptam ou convergem em algum ponto da rea de conflito. b) no-conflitantes: movimentos cujas trajetrias no se interceptam nem convergem em nenhum ponto da rea de conflito. A anlise dos conflitos presentes em uma dada interseo deve ser realizada com base na elaborao de um diagrama de conflitos. Esse diagrama consiste na representao esquemtica da geometria da interseo, com a indicao de suas aproximaes, sobre a qual so registrados todos os movimentos veiculares que ocorrem na rea da interseo. Nesse diagrama tambm devem ser representados os movimentos de travessia de pedestres nas aproximaes, mostrando seus conflitos com os movimentos veiculares. Um exemplo desse tipo de diagrama mostrado na Figura 4.7, com a indicao dos movimentos veiculares conflitantes mostrada na Tabela 4.2. A Tabela 4.3 mostra a classificao dos movimentos da Figura 4.7 com relao trajetria.

31

1, 2, 3.....16 so movimentos de trfego

Figura 4.7: Exemplo de um diagrama de conflitos

Tabela 4.2: Movimentos conflitantes apresentados na Figura 4.7MOV. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 1 2 3 4 5 6 x x x 7 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 8 9 x x x x 10 x x x x x 11 x 12 x x x x x x x 13 x 14 15 x x x x 16 x

x x x x x x x x x x

x

x x x x x x x x x

x

x x x x x x x x

x x

x x x x x x

x x

x

x x x x x x x

x x

x x

32

Tabela 4.3: Classificao dos movimentos segundo a trajetriaMOV

1

2DIV

3DIV DIV

4NI NI INT

5NI NI CON DIV

6INT COM INT DIV DIV

7INT CON INT INT NI CON

8NI NI NI CON NI NI DIV

9CON NI INT INT NI INT DIV DIV

10INT NI CON INT CON INT NI NI INT

11CON NI NI NI NI NI NI NI CON DIV

12INT NI INT CON NI INT INT CON INT DIV DIV

13INT NI NI INT INT INT NI NI INT NI INT NI

14NI NI INT NI INT NI INT INT INT INT NI NI NI

15INT INT INT INT NI NI NI INT NI NI NI INT NI NI

16NI INT NI NI NI INT INT NI NI INT INT INT NI NI NI

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16DIV DIV NI NI INT INT NI CON INT CON INT INT NI INT NI

DIV NI NI CON CON NI NI NI NI NI NI NI INT INT INT CON INT INT NI INT CON NI INT NI INT INT NI

DIV DIV INT CON INT INT NI CON INT NI INT NI DIV NI NI NI CON NI NI INT INT NI NI

COM NI INT INT NI INT INT NI NI INT DIV DIV NI NI INT NI INT NI INT

DIV NI NI CON NI INT INT NI INT CON INT INT INT NI NI

DIV DIV NI INT NI INT DIV INT NI NI INT

NI NI INT INT NI NI NI

NI NI NI

Legenda: CON: convergentes; DIV: divergentes; INT: interceptantes; NI: no-interceptantes

4.1.2 Gerenciamento de conflitos O gerenciamento de conflitos deve ser baseado em uma rotina de anlise, que abrange: identificao do problema, determinao das causas provveis e proposta de solues. A Tabela 4.4 apresenta alguns exemplos da aplicao dessa rotina.

33

Tabela 4.4: Exemplos de problemas em intersees e possveis soluesPROBLEMA CAUSAS PROVVEIS O condutor no enxerga as brechas no fluxo a ser transposto e no as aproveita No h brechas suficientes para a transposio pela quantidade de veculos que desejam faz-lo SOLUES POSSVEIS - melhoria das condies de visibilidade; EXEMPLOS DE MEDIDAS QUE PODEM SER ADOTADAS Remoo de interferncias visuais; Adequao de geometria para melhor posicionamento dos veculos Aumento da capacidade da aproximao, atravs de proibio de estacionamento ou alargamento de pista; Alterao de geometria Implantao de semforo - alternncia do direito de passagem Muitos movimentos conflitantes - reduo do conflito Implantao de minirrotatrias Implantao de semforo Proibio de movimentos Implantao de rotatria ou minirrotatria Alterao de circulao Implantao de semforo O condutor no enxerga as brechas e transpe a interseco em condies imprprias No h brechas para transposio As velocidades de aproximao so elevadas ou h dificuldade para avaliar a velocidade de aproximao de veculos da transversal As normas de preferncia de passagem no so respeitadas - melhoria das condies de visibilidade Remoo de interferncias visuais Avano do alinhamento da via perpendicular por meio de construo de avano de calada e implantao de linha de reteno ou de continuidade do alinhamento Implantao de rotatria ou minirrotatria Implantao de semforo Implantao de sinalizao de regulamentao de velocidade Implantao de fiscalizao de velocidade Implantao de redutores de velocidade Implantao de semforo

Fila excessiva de veculos para transpor uma interseo

- melhor aproveitamento das brechas existentes

- alternncia do direito de passagem - reduo da velocidade de aproximao

Ocorrncia de acidentes ou risco potencial de acidentes

- definio das regras por meio de sinalizao

Definio da preferencial por meio de sinal R-1 Parada Obrigatria ou R-2 D a Preferncia Redefinio da via preferencial inverso da sinalizao de preferncia de passagem Implantao de semforo de advertncia Implantao de rotatria ou minirrotatria Implantao de semforo de regulamentao

Muitos movimentos conflitantes

- reduo dos conflitos

Proibio de movimentos por meio de sinalizao Implantao de rotatria ou minirrotatria Alterao de circulao Implantao de semforo (pares de vias com mo nica de circulao, em sentidos opostos)

34

4.2

Critrios para implantao da sinalizao semafrica

A sinalizao semafrica uma das alternativas para o gerenciamento de conflitos em intersees ou em meio de quadra. Antes de decidir pela implantao de um semforo, deve ser avaliada sua efetiva necessidade, considerando a viabilidade da adoo de outras medidas alternativas, tais como as relacionadas a seguir: a) definio da preferncia de passagem; b) remoo de interferncias que prejudiquem a visibilidade; c) melhoria na iluminao; d) adequao das sinalizaes horizontal e vertical; e) reduo das velocidades nas aproximaes; f) adequao na geometria; g) proibio de estacionamento; h) implantao de refgios para pedestres; i) alterao de circulao; j) inverso da preferncia de passagem; k) implantao de minirrotatrias; l) direcionamento dos pedestres para locais de travessia seguros; m) reforo da sinalizao de advertncia. O uso apropriado da sinalizao semafrica produz impactos positivos no controle de trnsito, apresentando muitas vantagens. Entretanto, quando utilizada de forma inadequada, contrariando os Princpios da Sinalizao de Trnsito, apresenta consequncias que causam prejuzos ao desempenho e segurana do trnsito. Na Tabela 4.5 so apresentadas as principais consequncias da implantao da sinalizao semafrica, quando justificada e no justificada por critrios tcnicos.

Tabela 4.5: Consequncias da implantao da sinalizao semafricaIMPLANTAO JUSTIFICADA Aumento da segurana viria Melhoria da fluidez do trnsito, na medida em que promove distribuio adequada dos tempos destinados a cada movimento Controle do direito de passagem dos movimentos de veculos e pedestres com a consequente reduo de conflitos Reduo de atrasos Credibilidade por parte dos usurios em relao sinalizao IMPLANTAO NO JUSTIFICADA Aumento de ocorrncia de acidentes de trnsito Imposio de atrasos excessivos Induo ao desrespeito sinalizao devido ociosidade na operao Descrdito em relao sinalizao Gastos desnecessrios de recursos pblicos

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O estudo para definir a necessidade da implantao da sinalizao semafrica e, posteriormente, avaliar a sua eficcia, deve ser realizado de acordo com os procedimentos indicados na Figura 4.8. No caso do estudo da implantao de semforos em locais em fase de projeto, dentre os quais locais que podero sofrer alteraes de geometria e/ou sinalizao, as duas etapas iniciais do procedimento devem ser substitudas por avaliaes baseadas em estudos de previso de demanda e em prognsticos sobre as caractersticas da operao do trfego.

Vistorias no local em diferentes horrios e dias da semana Coleta de dados relativos segurana e fluidez AVALIAO DA EFETIVA NECESSIDADE DE IMPLANTAO DA SINALIZAO SEMAFRICA Escolha da sinalizao complementar a ser utilizada Elaborao do projeto Divulgao da implantao Implantao do semforo e da sinalizao complementar Acompanhamento da operao inicial do semforo Coleta rotineira de dados relativos segurana e fluidez Avaliao rotineira da programao semafrica Figura 4.8: Procedimentos para a implantao e avaliao da sinalizao semafrica

Os critrios estabelecidos para a implantao da sinalizao semafrica levam em conta, inicialmente, se o local em estudo est em fase de projeto. A partir dessa condio deve ser definida a abordagem principal do estudo, em termos do tipo de usurio que ser prioritariamente considerado: veculo ou pedestre. A abordagem referente ao usurio ciclista ser tratada em manual especfico. No fluxograma da Figura 4.9 apresentada a estrutura geral para a realizao do estudo para implantao de sinalizao semafrica.

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N

O local est em fase de projeto?

S

P

Qual abordagem?

V

P

Qual abordagem?

V

Aplicao dos critrios para pedestres em local existente (item 4.2.1)

Aplicao dos critrios para veculos em local existente (item 4.2.2)

Aplicao dos critrios para pedestres em local em fase de projeto (item 4.2.3)

Aplicao dos critrios para veculos em local em fase de projeto (item 4.2.4)

N

Critrios indicam semforo?

S

Soluo no semafrica

Semforo

Legenda: S=Sim; N=No; V= Veculo; P= Pedestre

Figura 4.9: Estrutura geral do estudo

O estudo para a implantao de sinalizao semafrica, baseado nos critrios apresentados a seguir, deve levar em conta tambm o julgamento do especialista em trnsito, sobretudo em situaes mais complexas. Nesses casos, tcnicas mais elaboradas para a anlise do impacto do semforo sobre o desempenho do trfego na interseo podem ser empregadas. Dentre essas tcnicas, o uso de simuladores de trfego se destaca como uma das mais eficazes e comumente adotadas no meio tcnico, especialmente na anlise da operao do trfego em redes virias.

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O atendimento da entrada/sada de veculos de emergncia e/ou de outras demandas prioritrias dever ser objeto de avaliaes operacionais e de segurana especficas. Nesses casos os critrios a seguir apresentados podem ou no ser considerados.

4.2.1 Critrios para estudos em locais existentes: abordagem pedestres As caractersticas da via e do trfego no local devem ser analisadas de modo a identificar se as mesmas impem restries de segurana instalao de sinalizao semafrica. Em segmentos virios com velocidades regulamentadas superiores a 70 km/h a interrupo do trfego por meio de semforo compromete a segurana dos veculos e dos prprios pedestres. Nesses casos, se o volume de travessias assim o justificar, devem ser adotadas solues de travessia em desnvel. Tambm em locais nas imediaes de curvas horizontais ou verticais, onde exista restrio visibilidade do condutor ao longo da distncia de frenagem, a utilizao da sinalizao semafrica deve ser evitada. Nas situaes anteriormente referidas, caso no seja possvel a implantao de travessia em desnvel, a velocidade regulamentada deve ser reduzida na aproximao das faixas de pedestres, mesmo quando estas se localizam em intersees virias. Recursos de sinalizao horizontal e vertical devem ser empregados para garantir que o condutor consiga parar seu veculo em segurana. O fluxograma da Figura 4.10 apresenta os critrios a serem considerados para verificao da necessidade da implantao de sinalizao semafrica sob a tica dos pedestres, em local onde no esto previstas mudanas nas caractersticas atuais de geometria e das reas adjacentes.

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Identificar a(s) travessia(s) crtica(s) [a]

S

Nmero de atropelamentos evitveis por semforo > NL AT ? [b]

N S

H travessias alternativas? [c]

N Efetuar pesquisas [d]

S

Produto pedestres x espera justifica a implantao ? [e]

N

Soluo no semafrica [f] Semforo [g] Legenda: S=Sim; N=No

Figura 4.10: Estudos em locais existentes: abordagem pedestres

Descrio dos blocos do fluxograma: [a] Identificar as travessias crticas No estudo de travessias de pedestres em meio da quadra, deve-se considerar que a travessia crtica ocorre na seo onde os pedestres tm mais dificuldade para atravessar ou o nmero de pedestres cruzando a via maior. O estudo, quando em interseco, deve considerar esses mesmos aspectos, separadamente, para cada uma das travessias existentes. Essa anlise feita, qualitativamente, a partir de vistorias no local. Geralmente, existe uma ou duas travessias crticas por interseco. Entretanto, independentemente da quantidade de travessias39

crticas identificada em uma determinada interseo, os critrios definidos sero aplicados individualmente a cada travessia e no soma dos volumes ou mdia dos atrasos de todas elas. A identificao de travessias crticas deve levar em conta, tambm, aspectos de segurana. As travessias em locais que ofeream perigos adicionais aos pedestres, seja devido s condies geomtricas, seja por causa da velocidade dos veculos, tambm so consideradas crticas. O mesmo se aplica a locais de travessia utilizados por pedestres cujo deslocamento requer proteo especial (estudantes de escolas de ensino fundamental, frequentadores de instituies de sade, portadores de necessidades especiais, etc.). [b] Nmero de atropelamentos evitveis por semforo maior do que NL AT ? O nmero mnimo limite de atropelamentos que, por si s, justifica a implantao de semforo, N L AT, igual a 4, observado ao longo dos ltimos 3 anos, ou 2 atropelamentos nos ltimos 12 meses. [c] H travessias alternativas? Deve ser verificado se nas proximidades do local em estudo (aproximadamente num raio de 50m) existe possibilidade do pedestre realizar a travessia com segurana e nvel aceitvel de conforto, considerando-se a rota prevista para o seu deslocamento. A definio da existncia, ou da possibilidade de implantao, de travessias alternativas depende de fatores subjetivos que devem ser considerados pelo projetista com base nas caractersticas gerais da circulao de pedestres na rea onde se insere o local em estudo. [d] Efetuar pesquisas As pesquisas a serem efetuadas nos locais de travessia compreendem: identificao do volume de pedestres por hora, nos dois sentidos, e medio do tempo mdio de espera do pedestre para realizar a travessia (em segundos por pedestre). Esses elementos devem ser observados ao longo do perodo crtico para a travessia de pedestres no local, durante tempo igual ou superior a uma hora. Tempos de coleta mais extensos so preferveis e devem ser definidos em funo dos recursos disponveis para a realizao da pesquisa. Os pedestres que efetuam a travessia devem ser contados em ambos os sentidos, no entorno de 25m da travessia crtica nos cruzamentos e de 50m da travessia crtica para o meio de quadra. Os procedimentos a serem adotados na pesquisa do tempo mdio de espera e na determinao do volume de pedestres na travessia crtica so detalhados no Apndice 2. [e] Produto Pedestres x Tempo Mdio de Espera justifica a implantao? Calcular o produto do volume de pedestres pelo tempo mdio de espera para efetuar a travessia crtica, a partir dos resultados obtidos em [d]. Considerando o erro de estimativa deste produto, obter os limites de um intervalo de valores (LI=limite inferior e LS=limite superior) para o mesmo, conforme indicado no Apndice 2. Esses limites devem ser comparados com o valor de 4.750 pedestres segundo, por hora, que corresponde a um tempo mdio de espera de 25 segundos por um volume de 190 pedestres/hora na travessia.

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A verificao da necessidade da implantao da sinalizao semafrica deve ser feita com base na comparao dos valores limites (LI e LS) com o valor crtico de 4.750 pedestres segundo, por hora, como segue: para L I > 4.750pedestres segundo, por hora, a implantao da sinalizao semafrica justificada pelo critrio; para LS < 4.750pedestres segundo, por hora, a implantao da sinalizao semafrica no justificada pelo critrio; para os casos em que LI 4.750pedestres segundo, por hora LS, a deciso para implantao do semforo fica condicionada a anlises complementares por parte do tcnico encarregado do estudo. Esse critrio permite contemplar com sinalizao semafrica travessias onde o fluxo de pedestres reduzido (inferior a 190 pedestres/hora), mas o tempo mdio de espera elevado (superior a 25 segundos), seja devido intensidade do fluxo veicular ou s caractersticas geomtricas do local, seja pela presena de pedestres com velocidade de travessia reduzida. [f] Soluo no semafrica Adotar soluo que promova a travessia segura dos pedestres, verificando a necessidade de implantar faixas de travessia devidamente sinalizadas. [g] Semforo No caso do local estudado estar em meio de quadra, deve ser implantada sinalizao semafrica acionada pelo pedestre (equipamento dotado de botoeira) ou de tempo fixo (no caso de presena contnua de pedestres). No caso da travessia crtica estar localizada junto interseo, deve ser feita inicialmente a verificao da possibilidade de acomodar em um mesmo estgio o fluxo de pedestres e o fluxo veicular. No sendo possvel, dever ser estabelecido um estgio exclusivo para o atendimento dos pedestres. O dimensionamento do plano semafrico para todas as situaes deve ser realizado de acordo com os procedimentos apresentados nos Captulos 7 a 9 deste Manual.

4.2.2 Critrios para estudos em locais existentes: abordagem veculos O fluxograma da Figura 4.11 apresenta os critrios a serem considerados para verificao da necessidade da implantao de sinalizao semafrica sob a tica da necessidade dos veculos, em local onde no esto previstas mudanas nas caractersticas atuais de geometria e das reas adjacentes. Mesmo nesse caso, as condies de segurana na circulao dos pedestres devem ser analisadas.

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S

Nmero Limite de colises com vtimas evitveis por semforo> NLAV? [a]

N Efetuar pesquisas iniciais [b]

Nmero de ciclos vazios NLCV ? [c]

S

N

N

Condio do local segura? [d]

S Efetuar pesquisas de espera [e]

S

Na transversal, tempo total de espera indica semforo? [f]

N

Semforo [h] Legenda: S=Sim; N=No

Soluo no semafrica [g]

Figura 4.11: Estudos em locais existentes: abordagem veculos

Descrio dos blocos do fluxograma: [a] Nmero de colises com vtima, evitveis por semforo, maior do que NL AV ? O nmero mnimo limite de colises com vtimas, evitveis por semforo, (N L AV), que justifica a implantao de semforo igual a 07, observado nos ltimos 3 anos ou 3 nos ltimos 12 meses.

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Na Figura 4.12 so apresentados alguns exemplos de acidentes que podem ser evitados com a adoo da sinalizao semafrica.

EXEMPLOS DE ACIDENTES EVITVEIS POR SINALIZAO SEMAFRICA (considerar tambm outros indicadores, como os volumes veiculares das aproximaes)

Figura 4.12: Exemplos de acidentes evitveis por sinalizao semafrica

[b] Efetuar pesquisas iniciais Fazer contagem classificada de veculos (nmero de veculos por tipo) em todas as aproximaes da interseco durante a sua hora-pico (ver Apndice 3) e levantar os demais dados iniciais necessrios ao estudo, tais como: nmero de faixas de rolamento em cada aproximao; tempo de ciclo da rede, se a interseo estiver inserida em uma via com semforos operando de forma coordenada; distncia da interseo estudada s intersees controladas por sinalizao semafrica a montante e a jusante. Calcular o nmero de veculos equivalentes, a partir da converso de todos os tipos de veculos observados em unidades de carros de passeio (ucp), seguindo os procedimentos apresentados no Captulo 6. [c] Nmero de ciclos vazios maior ou igual a NL CV? A implantao da sinalizao semafrica na abordagem veicular visa, principalmente, propiciar segurana e fluidez ao fluxo da via secundria. Assim, para o caso da utilizao de semforo de tempo fixo, preciso verificar se, para o tempo de ciclo que o semforo teria

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caso fosse instalado, existiriam ciclos sem nenhuma demanda na via secundria, isto , ciclos vazios. Para que a sinalizao semafrica seja instalada segundo este critrio, o nmero de ciclos vazios por hora, no perodo de pico, deve ser inferior a um limite estabelecido pelo projetista (NLCV) em funo das caractersticas gerais de cada cidade. No entanto, em todas as situaes, NLCV deve ser menor ou igual a 4. A estimativa do nmero de ciclos vazios no perodo de pico (sem demanda na via secundria) feita de acordo com os passos a seguir: Passo 1: determinao do tempo de ciclo (C) em segundos, que o semforo teria, se instalado, ou, no caso de interseo inserida em via com sinalizao semafrica operando de modo coordenado, adoo do tempo de ciclo da rede. O ciclo da rede somente deve ser considerado se pelo menos uma das intersees adjacentes estiver a menos de 500m da interseo estudada. Passo 2: determinao do nmero de ciclos por hora (NC)NC 3600 C

Passo 3: determinao do volume total das aproximaes da via secundria (FTS), expresso em termos de unidade de carros de passeio (ucp) por hora. Passo 4: determinao do nmero mdio de veculos por ciclo, em termos de ucp, nas aproximaes da via secundria (m).m FTS NC

Passo 5: determinao do nmero esperado de ciclos vazios nas aproximaes da via secundria, ou seja, do nmero de ciclos em que no existem veculos na via secundria chegando interseo (NCV).NCV e m NC

onde: e = base dos logaritmos neperianos (igual a 2,72) A determinao do NCV pressupe que as chegadas nas aproximaes da via secundria so aleatrias, seguindo uma distribuio de Poisson. Quando o fluxo que chega a pelo menos uma das aproximaes da via secundria for proveniente de um semforo a montante, o pressuposto de chegadas aleatrias no mais se verifica. Assim, o valor do NCV estimado pelo procedimento anteriormente descrito deve ser utilizado com reservas. O ideal, nesses casos, estimar NCV por meio de recursos mais elaborados, como tcnicas de simulao da operao do trfego em rede. [d] Condio do local segura? Verificar se o local apresenta caractersticas que comprometam a segurana dos usurios na interseo. Essas caractersticas referem-se principalmente geometria da via nas44

proximidades da interseo (curvas horizontais ou verticais), existncia de edificaes ou outros elementos que dificultem a intervisibilidade dos fluxos conflitantes, ou configurao da interseo que dificulta a percepo natural de qual via a via principal. Nesse ltimo caso, a sinalizao semafrica s se justifica aps terem sido testadas sem sucesso diferentes alternativas para a soluo do problema por meio da sinalizao horizontal e vertical. [e] Efetuar pesquisas de espera Determinar o tempo total de espera dos veculos da via secundria. O procedimento para o levantamento desse tempo em campo apresentado no Apndice 4. [f] Na transversal, tempo total de espera indica semforo? Se o tempo total de espera for inferior a 6.000 ucp x segundo, por hora, que corresponde a um atraso mdio de 15 segundos sofrido por um volume de 400 ucp/hora na via secundria (sem considerar as motos), o semforo no deve ser implantado. No caso do tempo total de espera ser superior a 14.000 ucp x segundo, por hora, que corresponde a um atraso mdio de 35 segundos sofridos por um volume de 400 ucp/hora na via secundria (sem considerar as motos), o semforo deve ser implantado. Para tempo total de espera entre 6.000 e 14.000 ucp x segundo, por hora, a deciso para implantao do semforo fica condicionada a anlises complementares por parte do tcnico encarregado do estudo. [g] Soluo no semafrica Adotar soluo que promova a segurana do trfego na interseo sem comprometer desnecessariamente a fluidez da via principal. Dentre as solues possveis, referidas na Tabela 4.4, destaca-se: reduo das velocidades nas aproximaes, adequao da geometria, implantao de minirrotatrias e mudana no sentido de circulao com eliminao do conflito. [h] Semforo Definir a estratgia e o tipo de controle a ser propiciado pela sinalizao semafrica. O dimensionamento do plano semafrico para a situao definida deve ser realizado de acordo com os procedimentos apresentados nos Captulos 7 a 9 deste Manual.

4.2.3 Critrios para estudos em locais em fase de projeto: abordagem pedestres Em segmentos virios com velocidades regulamentadas superiores a 70 km/h a interrupo do trfego por meio de semforo compromete a segurana dos veculos e dos prprios pedestres. Nesses casos, se o volume de travessias assim o justificar, devem ser adotadas solues de travessia em desnvel. Nas imediaes de curvas horizontais ou verticais, onde exista restrio visibilidade do condutor ao longo da distncia de frenagem, a utilizao da sinalizao semafrica deve ser evitada.

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Nas situaes anteriormente referidas, caso no seja possvel a implantao de travessia em desnvel, a velocidade regulamentada deve ser reduzida na aproximao das faixas de pedestres, mesmo quando estas se localizam em intersees virias. Recursos de sinalizao horizontal e vertical devem ser empregados para garantir que o condutor consiga parar seu veculo com segurana. O fluxograma da Figura 4.13 apresenta os critrios a serem considerados para verificao da necessidade da implantao de sinalizao semafrica sob a tica dos pedestres, em locais em fase de projeto.

Identificar a(s) travessia(s) crtica(s) [a]

H travessias alternativas? [b]

S

NEstimativa do fluxo de pedestres na hora pico [c]

Estimativa do tempo de travessia e da espera dos pedestres [d]

S

Produto pedestres espera 4750? [e]

N

Semforo [g]Legenda: S=Sim; N=No

Soluo no semafrica [f]

Figura 4.13: Estudos em locais em fase de projeto: abordagem pedestres

Descrio dos blocos do fluxograma: [a] Identificar as travessias crticas Devem ser identificadas e analisadas as rotas esperadas de pedestres em funo da presena de plos geradores de viagens a p (pontos de nibus, escolas, hospitais, shoppings, etc.). As anlises devem considerar a continuidade dos itinerrios e as caractersticas fsicas do entorno (topografia, largura de caladas, obstculos, segurana pblica, etc.), que afetaro diretamente

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a deciso do pedestre na realizao da travessia. Sero consideradas crticas as travessias com potencial de concentrao de diferentes rotas esperadas de pedestres. Se o local em estudo for uma interseo, cada uma das travessias previstas deve ser analisada separadamente. [b] H travessias alternativas? Deve ser verificado se nas proximidades do local em estudo (aproximadamente 50m) existe possibilidade do pedestre realizar a travessia com segurana e nvel aceitvel de conforto, considerando-se a rota prevista para o seu deslocamento. A definio da existncia, ou da possibilidade de implantao, de travessias alternativas depende de fatores subjetivos que devem ser considerados pelo projetista com base nas caractersticas gerais da circulao de pedestres na rea onde se insere o local de estudo. [c] Estimativa do fluxo de pedestres na hora-pico Estimar o fluxo de pedestres que ocorrer em cada travessia crtica em funo de eventuais plos geradores a serem criados e do remanejamento que o novo projeto provocar na distribuio do fluxo atual de pedestres. [d] - Estimativa do tempo de travessia e clculo do tempo mdio de espera dos pedestres O tempo de travessia estimado por meio da Equao 4.1.Tt Lp Vt

(4.1)

sendo: Tt = tempo de travessia [s]; Vt = velocidade do pedestre na travessia [m/s]; Lp = largura da pista [m]. Considera-se a velocidade de travessia dos pedestres igual a 1,2 m/s. Dependendo das caractersticas especficas dos pedestres no local em estudo, o projetista pode ter que adotar valores inferiores. O tempo mdio de espera dos pedestres deve ser estimado a partir do uso do simulador TESP, disponvel na pgina do Denatran na Internet (ver Apndice 5). Este o tempo mdio de espera de todos os pedestres na travessia crtica e, por isso, no cabe o clculo de erro de estimativa como ocorre com a determinao por meio de amostra. [e] - Produto