Manual Cuidador Doencas Cronicas Final Final Final
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Manual para cuidar de
MARO 30, 2015 TAFAC02NSPRO
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As Doenas Crnicas
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A cada dia que vivo, mais me conveno de que o
desperdcio da vida est no amor que no damos, nas
foras que no usamos, na prudncia egosta que nada
arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos
tambm a felicidade.
Carlos Drummond de Andrade
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1 NDICE
2 CONTEXTUALIZAO INTRODUTRIA .......................................................................... 4
Mas afinal, qual o impacto das doenas crnicas no mundo? ................................................ 4
3 O QUE SO DOENAS CRNICAS ................................................................................. 5
J NASCEMOS COM ELAS? .................................................................................................................. 6
4 QUAIS SO AS DOENAS CRNICAS E COMO SE CLASSIFICAM? ................................. 7
4.1 Doenas crnicas no transmissveis (DCNTs) ................................................................. 7
4.1.1 Quais so as doenas crnicas no transmissveis? ................................................. 7
4.1.2 Diabetes .................................................................................................................... 7
4.1.3 Obesidade ................................................................................................................. 9
4.1.4 Cancro ..................................................................................................................... 10
4.1.5 Hipotireoidismo ...................................................................................................... 12
4.1.6 Hipertireoidismo ..................................................................................................... 14
4.1.7 Artrite e a Artrose ................................................................................................... 16
4.1.8 Osteoporose ............................................................................................................ 17
4.1.9 Parkinson................................................................................................................. 18
4.1.10 Alzheimer ............................................................................................................... 19
4.1.11 Doenas cardiovasculares ...................................................................................... 20
4.1.12 A maioria das doenas autoimunes ........................................................................ 24
4.1.13 Doenas respiratrias: asma, bronquite, doenas pulmonares obstrutivas crnicas
(DPOC) 28
4.1.14 Fibromialgia; ........................................................................................................... 31
4.1.15 Dependncias: Droga e Alcool ............................................................................... 33
4.1.16 Alcoolismo, o que ? ............................................................................................... 36
4.2 Doenas crnicas transmissveis .................................................................................... 42
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4.2.1 Sida HIV (Sndrome de Imunodeficincia Adquirida) ........................................... 42
4.2.2 Sfilis ........................................................................................................................ 44
4.2.3 Gonorreia ................................................................................................................ 45
4.2.4 Hepatite B ............................................................................................................... 45
4.2.5 Hepatite C ............................................................................................................... 46
4.2.6 Tuberculose ............................................................................................................. 47
5 COMO SE PODEM MANIFESTAR? ............................................................................... 49
5.1 Porque que as doenas crnicas tm, a nvel mundial, um impacto to grande na
sade? ....................................................................................................................................... 49
6 PS-DIAGNSTICO ..................................................................................................... 52
7 E AGORA?.................................................................................................................... 54
8 AJUDA! ........................................................................................................................ 56
9 FSICO, PSICOLGICO, SOCIAL DO DOENTE CRNICO, DA FAMLIA E DO
PROFISSIONAL DE SADE.............................................................................................................. 58
9.1.1 Conceito de Sobrecarga - Avaliao da Sobrecarga ............................................... 60
9.1.2 CUIDADORES INFORMAIS/ FAMILIARES ................................................................. 62
10 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 64
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2 CONTEXTUALIZAO INTRODUTRIA
Elaborado no mbito da UFCD 11 Abordagem fsica e psicolgica da doena na prestao
cuidados de higiene, alimentao, hidratao, conforto e eliminao ministrado pela Enf Clara
Ventura. Este trabalho de pesquisa, visa esclarecer de forma simplificada diversas questes
relativas doena crnica e ao seu cuidado.
Sabemos que, atualmente as doenas crnicas (DC) so um motivo de preocupao para
os profissionais de sade e para a famlia. So para os profissionais de sade pelos seus aspetos
limitantes, pelas consequncias de seu tratamento, pelo desgaste e sofrimento da pessoa
acometida
MAS AFINAL, QUAL O IMPACTO DAS DOENAS CRNICAS NO
MUNDO?
A Organizao Mundial da Sade (OMS) indica que as doenas crnicas de declarao no
obrigatria, como as doenas cardiovasculares, a diabetes, a obesidade, o cancro e as doenas
respiratrias, representam cerca de 59 por cento do total de 57 milhes de mortes por ano e 46
por cento do total de doenas. Afetam pases desenvolvidos e pases em vias de desenvolvimento.
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3 O QUE SO DOENAS CRNICAS
Entende se por doena crnica a doena prolongada, com evoluo gradual dos sintomas
potencialmente incapacitante, que afeta, de forma prolongada, as funes psicolgicas,
fisiolgicas ou anatmicas, com limitaes acentuadas nas possibilidades de resposta a
tratamento curativo.
As doenas crnicas podem se apresentar de trs formas distintas: a progressiva, a
constante e a reincidente ou episdica.
As doenas crnicas de forma progressiva, como, por exemplo, o cancro, Alzheimer, diabete
juvenil, artrite reumatoide e enfisema pulmonar, caracterizam-se pela ausncia de intervalos ou
perodos de alvio dos sintomas, acarretando efeitos progressivos e severos, e nada pode ser feito
para impedi-los. Essas caractersticas provocam sofrimento, desgaste e tenso crescente nos
membros familiares, que tambm enfrentam o risco de exausto, principalmente, do cuidador.
As doenas crnicas caracterizadas como constantes so aquelas em que, tipicamente,
ocorre um evento inicial e depois o curso biolgico se estabiliza. Incluem-se entre elas o acidente
vascular cerebral (AVC), o enfarto do miocrdio de episdio nico, o trauma resultante de
amputao e leso de medula espinhal com paralisia. Essas doenas exigem da famlia uma
adaptao, pois, logo de incio, ela se defronta com uma mudana semipermanente, que se torna
estvel e previsvel durante um considervel perodo de tempo.
Nas doenas reincidentes ou episdicas, como colite ulcerativa, asma, lcera pptica,
enxaquecas, estgios iniciais de esclerose mltipla, cncer em remisso e as doenas mentais.
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Percebemos, ento, que a doena crnica provoca mudanas, especialmente, na rotina e no
planeamento de atividades, aumentando as responsabilidades e exigindo habilidades de natureza
mdica, social e emocional, de forma particular, nos casos de doenas incapacitantes, em que o
doente deixa de exercer suas atividades cotidianas.
As crises recorrentes e a sobrecarga fsica, emocional e financeira levam convivncia com
incertezas e ao enfrentamento de dilemas ticos, individuais, sociais e profissionais, alm de
onerosos e contnuos gastos, gerando outras condies crnicas que passam a afetar toda a
famlia.
J NASCEMOS COM ELAS?
Algo que se tem vindo a constatar que existe
uma maior percentagem de crianas a nascer com
alergias, problemas de concentrao, hiperatividade,
asma, eczema, autismo ou com doenas autoimunes
(por exemplo: doena celaca).
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4 QUAIS SO AS DOENAS CRNICAS E COMO SE
CLASSIFICAM?
Podemos classificar as doenas crnicas em dois tipos: as DCNT (doenas crnicas no
transmissveis) e as doenas crnicas transmissveis.
4.1 DOENAS CRNICAS NO TRANSMISSVEIS (DCNTS)
Normalmente so de desenvolvimento lento e com causas mltiplas. Os fatores de risco
classificam-se em:
Fatores no modificveis: sexo, idade, herana gentica, entre outros.
Fatores modificveis ou comportamentais: tabagismo, alimentao inadequada,
inatividade fsica, consumo de lcool e outras drogas, entre outros.
4.1.1 Quais so as doenas crnicas no transmissveis?
4.1.2 Diabetes
Diabetes uma doena crnica que resulta
do organismo no ser capaz de produzir ou utilizar
eficazmente a insulina. Esta hormona
responsvel pelo controlo do metabolismo da
glicose e, uma vez deficitria, o resultado ser
excesso de glicose no sangue. Esta doena,
conhecida desde a antiguidade, uma das mais
prevalentes doenas crnicas.
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Em Portugal a incidncia da doena na populao infantil situa-se em torno de 7.6 novos
doentes/ano por cada 100 000 habitantes.
Qualquer que seja o tipo de diabetes, o tratamento, para alm da medicao, so
fundamentais as alteraes ao estilo de vida, nomeadamente a dieta, e responsabilizao do
doente pelos cuidados logo que a sua idade e desenvolvimento psicossocial o permitam.
Que tipos de diabetes existem?
Diabetes Gestacional - Surge durante a gravidez e desaparece, habitualmente, quando
concludo o perodo de gestao. No entanto, fundamental que as grvidas diabticas tomem
medidas de precauo para evitar que a diabetes do tipo 2 se instale mais tarde no seu
organismo. Os diabetes gestacional requer muita ateno, sendo fundamental que, depois de
detetada a hiperglicemia, seja corrigida com a adoo duma dieta apropriada. Quando esta no
suficiente, h que recorrer, com a ajuda do mdico, ao uso da insulina, para que a gravidez decorra
sem problemas para a me e para o beb.
Diabetes Tipo 1 (Diabetes Insulinodependente) - mais rara.
O pncreas produz insulina em quantidade insuficiente ou em qualidade deficiente ou ambas as
situaes (insulinodependente). Como resultado, as clulas do organismo no conseguem
absorver, do sangue, o acar necessrio, ainda que o seu nvel se mantenha elevado e seja
expelido para a urina.
Contrariamente diabetes tipo 2, a diabetes tipo 1 aparece com maior frequncia nas crianas e
nos jovens, podendo tambm aparecer em adultos e at em idosos.
No est diretamente relacionada, como no caso da diabetes tipo 2, com hbitos de vida ou de
alimentao errados, mas sim com a manifesta falta de insulina. Os doentes necessitam de uma
teraputica com insulina para toda a vida, porque o pncreas deixa de a produzir, devendo ser
acompanhados em permanncia pelo mdico e outros profissionais de sade.
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Diabetes Tipo 2 (Diabetes no Insulinodependente) - a mais frequente (90 por cento dos
casos).
O pncreas produz insulina, mas as clulas do organismo oferecem resistncia ao da insulina.
O pncreas v-se, assim, obrigado a trabalhar cada vez mais, at que a insulina produzida se torna
insuficiente e o organismo tem cada vez mais dificuldade em absorver o acar proveniente dos
alimentos.
Este tipo de diabetes aparece normalmente na idade adulta e o seu tratamento, na maioria dos
casos, consiste na adoo duma dieta alimentar, por forma a normalizar os nveis de acar no
sangue. Recomenda-se tambm a atividade fsica regular.
Caso no consiga controlar a diabetes atravs de dieta e atividade fsica regular, o doente deve
recorrer a medicao especfica e, em certos casos, ao uso da insulina. Neste caso deve consultar
sempre o seu mdico.
4.1.3 Obesidade
A obesidade define-se como um excesso de gordura na composio corporal, que se traduz,
quantitativamente, na relao desequilibrada entre a estatura e o peso, de acordo com os padres
de referncia, e na presena de valores de pregas cutneas superiores ao esperado para a idade.
Valores do ndice de Massa Corporal (ndice de Quetelet: IMC= peso/estatura) tendo como
referncia o percentil 50, compreendidos entre 110 e 120 sugerem peso em excesso enquanto
superiores a 120 sugerem
obesidade. A taxa de prevalncia
desta patologia nos pases
desenvolvidos tem vindo a crescer
vertiginosamente. Nos EUA estima-
se a existncia de 33% de adultos
obesos. Em Portugal includo,
estima-se que cerca de 20% a 27%
sejam obesos.
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4.1.4 Cancro
As doenas oncolgicas atingem atualmente uma grande parte da populao e est com
uma tendncia para aumentar. Verifica-se alguma variao nos padres de morbilidade dos
diversos tipos de cancro no mundo. Alguns so mais frequentes nos pases ocidentais e
industrializados, outros surgem com maior prevalncia nas regies mais pobres.
A diminuio da taxa de incidncia, verificada em algumas zonas dos pases mais
desenvolvidos aps implementao de medidas de preveno, reflete alteraes positivas no
ambiente e no estilo de vida das populaes, sugerindo que a doena reage rpida e
favoravelmente a essas mudanas.
O aumento do consumo de alimentos ricos em gordura e acar, o excesso de protena
animal, o excesso de sal de cozinha, o excesso de bebidas alcolicas, a diminuio de consumo
de produtos hortcolas e frutos, a obesidade, o tabagismo e o sedentarismo, so fatores de risco
que podem aumentar a probabilidade de uma pessoa vir a desenvolver cancro.
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Fatores como a exposio a qumicos ou substncias utilizadas em alguns empregos
(pintores, industria qumica, construo civil) podem aumentar o risco de desenvolver cancro. Ou
fatores como a existncia de algum vrus ou bactria podem aumentar o risco de desenvolver
alguns tumores. Esses vrus e batrias so:
Vrus do Papiloma humano (HPV): a infeco por HPV a principal causa de cancro
do colo do tero; pode, ainda, ser um factor de risco para outro tipo de tumores.
Vrus da hepatite B e C: o cancro do fgado pode desenvolver-se, muitos anos depois
da infeco com hepatite B ou hepatite C.
Vrus dos linfomas T humanos (HTLV-1): a infeco por HTLV -1 aumenta o risco de
desenvolver linfoma e leucemia.
Vrus da imunodeficincia humana (HIV): o HIV o vrus que provoca a SIDA
(sndrome da imunodeficincia adquirida). As pessoas que esto infectadas com o HIV ,
tm maior risco de desenvolver cancro: linfoma e um tipo de tumor raro, chamado
Sarcoma de Kaposi .
Vrus de Epstein-Barr (EBV): a infeco com EBV tem sido associada a um risco
aumentado de linfoma.
Vrus do Herpes Humano 8 (HHV8): este vrus factor de risco para o Sarcoma de
Kaposi
Helicobacter pylori: esta bactria pode causar lceras no estmago; pode, ainda,
causar cancro do estmago e linfoma, no revestimento do estmago.
Existem fatores de risco que podem ser mudados, mas o facto de existir no histrico
familiar um caso de cancro, um motivo para se estar mais atento e juntamente com o
mdico pedir avaliaes mdicas de rotina. Temos de frisar que existem organismos que
esto mais pr-disposio que outros, e que:
Nem tudo causa cancro.
O cancro no causado por uma ferida, um edema, ou uma equimose.
O cancro no contagioso.
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A alimentao que fazemos no dia-a-dia assim como outros comportamentos de risco esto
indissociavelmente ligados a diversas formas de cancro e tem de ser considerada em termos de
preveno.
4.1.5 Hipotireoidismo
"Os sintomas de hipotireoidismo podem ser resumidos em
todos aqueles sinais de que o metabolismo est desacelerado"
O hipotireoidismo pode ser classificado como a baixa produo
das hormonas produzidas pela tireoide. O sexo feminino mais
afetado com essa falha na produo no T3 e T4. Estimativas feitas pelo
IBGE dizem que atinja cerca de 10 vezes mais as mulheres do que os
homens. Isso acontece principalmente no climatrio, ltima
menstruao antes da menopausa, quando o tipo mais comum de
hipotireoidismo, a Tireoidite de Hashimoto, se mostra mais comum.
O hipotireoidismo pode ser causado por uma srie de motivos:
O mais frequente seja uma variao autoimune (o prprio corpo
comea a atacar a tireoide). Este tipo de hipotireoidismo classificado
como Tiroidite de Hashimoto.
"A doena de Hashimoto corresponde a 95% dos casos
de hipotireoidismo. Ela acontece quando os prprios
anticorpos do organismo encaram a glndula tireoide como
um corpo estranho no organismo"
Outro fator que pode causar o hipotireoidismo a quantidade
de iodo no organismo. Tanto altas doses como baixos nveis dessa
substncia no organismo podem afetar a produo das hormonasT3 e
T4.
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Acaba por ser muito complicado fazer um diagnstico precocemente porque os sintomas
no aparecem repentinamente, ou em conjunto, e podem variar de pessoa para pessoa.
Os sintomas podem ser resumidos em todos aqueles sinais de que o metabolismo est
desacelerado, como menor nmero de batimentos cardacos, intestino preso, menstruao
irregular, diminuio da memria, cansao excessivo e dores musculares. Outros sintomas como
pele seca, queda de cabelo, ganho de peso, aumento de colesterol no sangue e alteraes no
humor - que normalmente leva depresso-, tambm so observados em pessoas que tm
hipotireoidismo
A alimentao no determina o surgimento da doena. Como fator de proteo, os
alimentos ricos em selnio que parece contribuir para o bom funcionamento tireoidiano. Alm
disso, este mineral tem um papel antioxidante, que tambm age no controle de radicais livres que
podem causar danos s clulas saudveis do corpo. As melhores fontes de selnio encontradas na
natureza so peixes, alho, cebola, pepino e cogumelo.
Outro nutriente que pode fazer bem a tireoide o iodo. "Os fabricantes de sal de so
obrigados por lei a colocar uma quantidade de iodo que possa prevenir doenas na tireoide.
A ingesto de frutos do mar e algas, tambm ajuda a aumentar os nveis de iodo no
organismo. O ideal consumir at seis gramas de sal e de iodo, mais que isso torna-se prejudicial
para a tiroide.
Mas existem alimentos conhecidamente bociognicos (causadores do aumento do volume
da tireoide), e seu consumo no deve ser exagerado, j que, somados com outros fatores como
pr-disposio gentica e falta de iodo no organismo, podem causar problemas na tireoide. Entre
esses alimentos esto o repolho, couve-de-bruxelas, brcolos, espinafre e couve-flor.
O tratamento consiste na reposio hormonal, em geral, base de levotiroxina (L-T4).
Normalmente, o comprimido tomado uma vez ao dia, cedo e em jejum. A ingesto da
alimentao deve de ocorrer somente aps 30 minutos da ingesto da medicao, pois os
alimentos aumentam o pH estmago, diminuindo a absoro da levotiroxina.
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4.1.6 Hipertireoidismo
O hipertiroidismo, embora seja um pouco menos comum que o
hipotireoidismo. Assim como o hipotireoidismo, o hipertireoidismo mais
comum nas mulheres. A OMS estima que as mulheres sofram at mais
cinco vezes de hipertiroidismo que os homens.
A causa mais comum de hipertiroidismo quando a glndula da
tireoide encontra-se exageradamente ativa, produzindo uma excessiva
quantidade de hormnios, condio denominada tambm de bcio difuso
txico ou Doena de Graves. Outros problemas, como tumores e excesso
de iodo no organismo tambm podem fazer com que a tireoide passe a
produzir uma quantidade maior de T3 e T4, causando assim mudanas em
todo o corpo.
Os principais sintomas do hipertireoidismo so o oposto do
hipotireoidismo, ou seja, irregularidade e acelerao nos batimentos
cardacos, geralmente acima de 100fps, nervosismo, mos trmulas e
sudoreicas, ondas de calor repentinas, intestino solto, perda de peso
acentuada sem inteno. Alguns sintomas, no entanto, so os mesmos
como enfraquecimento, queda de cabelos, fraqueza e dores musculares e
alteraes no ciclo menstrual. Ela tambm aumenta as probabilidades de
aborto e acelera a perda de clcio dos ossos, com aumento do risco de
osteoporose e fraturas.
Na alimentao, o excesso de ingesto de iodo (alimentos ricos em iodo: ostras, moluscos e
outros mariscos e peixes de gua salgada, algas, consumo excessivo de sal iodado) pode, em
indivduos predispostos, levar ao quadro de hipertiroidismo e suas complicaes (arritmias
cardacas, por exemplo), principalmente em idosos.
O tratamento com medicamentos especficos, como Tapazol ou Propiltiouracil, que reduzem
a funo tireoidiana e controlam a produo hormonal pela tireoide, o mais comum. Outro
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tratamento bastante comum com iodo radioativo, mais conhecido como radiodoterapia.
Durante esse tratamento, a glndula tireoide absorve o iodo da circulao e quando ele penetra
na glndula, comea a destru-la lentamente. Esse processo pode durar meses, mas tem efeito
definitivo.
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4.1.7 Artrite e a Artrose
A Artrite uma inflamao que ocorre na articulao e a artrose o desgaste da cartilagem
das articulaes.
A cartilagem serve como uma almofada ou "amortecedor" entre dois ossos Existem
distintos tipos de Artrite, a mais comum delas a Artrite reumatoide. Esta enfermidade
compromete o estado geral da pessoa, produzindo abatimento, cansao e perda de peso. Ademais
produz inflamao, tumefao e avermelhamento da articulao.
Para saber as causas da Artrite e Artrose importante referir que aos joelhos, cotovelos,
punhos, mos, tornozelos, coluna e ombros, porque so locais onde temos articulaes. Embora
com sintomas parecidos, a Artrite e Artrose so doenas com causas diferentes.
A Artrite uma doena inflamatria que pode afetar vrias articulaes ao mesmo tempo, por
isso denomina-se poliartrite. No est vinculada com a idade, pois pode aparecer na juventude".
Os sintomas podem ser sentidos por qualquer pessoa que se submete a esforos constantes
ou traumticos, seja um atleta profissional, desportista de final de semana, idoso ou jovem, torna-
se mais propenso a sentir os sintomas comuns da artrite e artrose que so dor: inchao e rigidez
local.
O tratamento da Artrite e da Artrose inclui vrias medidas que melhoram a qualidade de vida,
como exerccios fsicos, controle do peso (alimentao) e medicamento para dor.
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4.1.8 Osteoporose
uma doena que atinge os ossos, deixando-os frgeis e aumentando o risco de fraturas.
mais comum em mulheres que esto na terceira idade, devido diminuio da massa ssea, que
mais acentuada na menopausa.
Prevenir a melhor soluo, pois a Osteoporose
silenciosa. Podemos prevenir atravs de:
alimentao equilibrada;
aumento da ingesto de clcio e vitamina D;
exposio ao sol, de 15 a 20 minutos diariamente,
evitando o horrio entre 10h e 16h (no Vero evitar
o horrio entre 11h e 17h);
evitar quedas: usar sapatos com sola de borracha,
no usar tapetes e apoio em corrimos ao subir e
descer escadas.
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4.1.9 Parkinson
A Doena de Parkinson uma condio neurolgica degenerativa e progressiva, que ocorre
quando as clulas nervosas (neurnios) de uma zona do crebro denominada por substncia nigra
ficam comprometidas ou morrem. Estas clulas produzem uma substncia qumica denominada
por dopamina, que facilita a coordenao dos msculos corporais e do movimento.
A Doena de Parkinson tem 3 sintomas principais:
Tremores;
Rigidez muscular;
Movimentos mais lentos.
Existem outros sinais, tais como caligrafia com letra pequena e tremida, falta de expresso
facial, perturbao do sono, problemas de equilbrio, marcha arrastada, diminuio do volume da
voz e depresso. Os sintomas podem ocorrer sozinhos ou combinados.
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4.1.10 Alzheimer
A Doena de Alzheimer a forma mais comum de Demncia, constituindo cerca de 50% a
70% de todos os casos. A Doena de Alzheimer um tipo de demncia que provoca uma
deteriorao global, progressiva e irreversvel de diversas funes cognitivas (memria, ateno,
concentrao, linguagem, pensamento, entre outras). Esta deteriorao tem como consequncias
alteraes no comportamento, na personalidade e na capacidade funcional da pessoa,
dificultando a realizao das suas atividades de vida diria
medida que as clulas cerebrais vo sofrendo uma reduo, de tamanho e nmero,
formam-se tranas neurofibrilhares no seu interior e placas senis no espao exterior existente
entre elas. Esta situao impossibilita a comunicao dentro do crebro e danifica as conexes
existentes entre as clulas cerebrais. Estas acabam por morrer e isto traduz-se numa incapacidade
de recordar a informao. Deste modo, conforme a Doena de Alzheimer vai afetando as vrias
reas cerebrais vo-se perdendo certas funes ou
capacidades.
Caracteriza-se pela morte neuronal em
determinadas partes do crebro, com algumas causas
ainda por determinar. O aparecimento de placas senis
impossibilitam a comunicao entre as clulas nervosas, o
que provoca alteraes ao nvel do funcionamento global
da pessoa.
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4.1.11 Doenas cardiovasculares
As doenas cardiovasculares (DCV) so hoje
em dia a principal causa de mortalidade no mundo
ocidental. O mesmo acontece em Portugal de
acordo com a Direo Geral da Sade (Quadro I),
sendo de realar que a doena coronria (DC)
causa de morte, desde h poucos anos, de
indivduos cada vez mais jovens.
Os fatores de risco associados podero ser:
Tenso arterial elevada;
Nveis elevados de lpidos no sangue;
Diabetes;
Doenas do msculo cardaco;
Predisposio gentica;
Tabagismo;
Falta de exerccio fsico;
Situaes prolongadas de stress.
Quais so as doenas cardiovasculares mais comuns? E como se faz o
diagnstico?
A presso arterial elevada, a doena das artrias coronrias e a doena cerebrovascular so
exemplos de doenas cardiovasculares.
O diagnostico feito mediante o quadro clnico apresentado pelo doente, as suas queixas,
o seu historial mdico, bem como os fatores de risco a ele associados, o mdico de famlia pedir
os exames mdicos complementares/auxiliares, que lhe permitam fazer o diagnstico e/ou enviar
o doente para um especialista (cardiologista). Contudo, h alguns sintomas que podem constituir
sinais de alerta, principalmente em pessoas mais idosas:
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Dificuldade em respirar - pode ser o indcio de uma doena coronria e no apenas a
consequncia da m forma fsica, especialmente se surge quando se est em repouso ou
se nos obriga a acordar durante a noite;
Angina de peito quando, durante um esforo fsico, se tem uma sensao de peso, aperto
ou opresso por detrs do esterno, que por vezes se estende at ao pescoo, ao brao
esquerdo ou ao dorso;
4.1.11.1 Enfarte do miocrdio
uma das situaes de urgncia/emergncia mdica cardaca. O sintoma mais caracterstico
a existncia de dor prolongada no peito, surgindo muitas vezes em repouso. Por vezes,
acompanhada de ansiedade, sudao, falta de fora e vmitos.
4.1.11.2 Insuficincia cardaca:
Surge quando o corao incapaz de, em repouso, bombear sangue
em quantidade suficiente atravs das artrias para os rgos, ou, em
esforo, no consegue aumentar a quantidade adicional necessria. Os
sintomas mais comuns so a fadiga e uma grande debilidade, falta de ar em
repouso, distenso do abdmen e pernas inchadas.
4.1.11.3 Cirrose heptica
Muitas outras doenas tm entre as suas causas mais remotas os hbitos alimentares em
fases sensveis da vida e outros aspetos do estilo de vida. Incluem-se neste grupo as doenas
causadas por deficincias vitamnicas ou minerais. Bem como as doenas hepticas como a cirrose
causada por agentes infeciosos cuja propagao nas regies mais pobres do mundo se deve a ms
condies de higiene como, por exemplo, a falta de esgotos ou de gua potvel. Nos pases
desenvolvidos esta patologia , frequentemente, provocada pelo consumo de bebidas alcolicas
e outros comportamentos de risco.
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4.1.11.4 Hipertenso
No que se refere hipertenso, as recomendaes que visam reduzir o risco associado
doena implicam: o consumo de leite, a reduo do consumo de bebidas alcolicas e de bebidas
ricas em cafena, diminuio do consumo de sal (a dose diria sugerida pala OMS de 6 g.,
enquanto que a populao portuguesa consome em mdia pessoa/dia cerca de 15 a 18 g., CNAN,
1997), a reduo da obesidade, e o combate ao stress nomeadamente atravs da prtica
desportiva (Pickering et al., 1995).
4.1.11.5 Arteriosclerose, arterosclerose ou aterosclerose, qual est
correta?
As palavras arteriosclerose e aterosclerose existem na lngua portuguesa e esto ambas
corretas. Os seus significados que so diferentes e devem ser usadas em situaes diferentes.
Contrariamente ao que se pensa a palavra arterosclerose est errada.
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Qual a diferena?
Arteriosclerose uma doena degenerativa da artria, que leva ao espessamento e
endurecimento de paredes das artrias. Est geralmente est associada ao processo de
envelhecimento normal do ser humano.,
Aterosclerose uma doena inflamatria crnica caracterizada pela formao ou no de
ateromas dentro dos vasos sanguneos.
As causas podero surgir pelo aumento
do nvel de gordura no sangue uma das
principais causas de aterosclerose.
Os fatores de risco entre eles esto a
hipertenso, a falta de atividade fsica e
atividades, os diabetes mellitus, o
hiperlipidemia (colesterol elevado), o
tabagismo e lcool.
Os sintomas da aterosclerose so aneurismas, dor no peito (angina ou enfarte), dores fortes
no brao e pernas (trombose); dores fortes na cabea (derrame cerebral); dores em geral no corpo
e cansao
A melhor maneira de prevenir proteger as artrias da aterosclerose vigiando os nveis de
colesterol e triglicerdios no sangue. Ter uma alimentao correta e praticar atividade fsica
regularmente.
Assim as recomendaes dietticas para a preveno da aterosclerose implicam:
Limitar o consumo de gordura animal visvel (ex. a manteiga e a gordura visvel em
algumas carnes), de carnes gordas, ovos, queijo, fritos, etc.;
Encorajar o consumo de hortcolas, fruta, cereais, aves, peixe, leite meio-gordo,
azeite e leos de sementes (girassol, milho, soja) (ESPGAN, 1994).
tambm fortemente recomendado evitar bebidas alcolicas e o tabagismo
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Atualmente a aterosclerose e a hipertenso arterial so os principais fatores de
risco de doenas cardiovasculares (doena coronria e cerebrovascular)
responsveis por cerca de 29% das mortes no mundo, logo a seguir s doenas
infeciosas e parasitrias.
4.1.12 A maioria das doenas autoimunes
4.1.12.1 O que so Doenas Autoimunes?
So distrbios causados por uma reao do
sistema imunitrio contra os rgos ou tecidos
do prprio organismo. Temos por exemplo:
Artrite Reumatide
Diabetes mellitus
Lpus
Esclerose Mltipla
Doena Celaca
Espondilite Anquilosante
Doena de Crohn
O sistema imunitrio tem como funo
responder adequadamente aos microrganismos
que invadem o corpo, como por exemplo bactrias e vrus, produzindo anticorpos que
identifiquem e destruam os microrganismos invasores. A confuso da doena autoimune comea
quando essas reaes se viram contra as clulas e tecidos do prprio organismo. A gravidade de
uma doena autoimune depende dos rgos que so afetados. Elas podem tornar-se muito
incapacitantes.
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Causas
Normalmente, o sistema imunitrio consegue distinguir entre o prprio corpo e o estranho.
Os distrbios da doena autoimune aparecem quando h uma falha no controlo habitual, e o
organismo confunde as suas prprias clulas com os agentes invasores.
Sintomas
Apesar das pessoas com doenas autoimunes poderem apresentar sinais e sintomas que
no so especficos da doena, como o cansao, febre baixa, desnimo, mal-estar geral, na
realidade que o quadro clnico de cada doena autoimune muito diferente. Por exemplo o
hipotiroidismo, espondilite anquilosante e a esclerose mltipla, so to diferentes que so
tratadas por especialistas distintos, como endocrinologista, reumatologista, neurologista entre
outros. A nica semelhana entre elas o facto de terem uma origem auto imune.
Fatores de risco
As doenas auto imunes so multifatoriais, com mistura de fatores genticos e ambientais.
Quando um indivduo de uma famlia tem uma doena autoimune, outros elementos da famlia
tem um risco acrescido de vir a desenvolver uma doena auto mune, por exemplo um filho de
uma pessoa que tenha espondilite anquilosante tem um risco acrescido de vir a ter uma doena
inflamatria.
Tratamento
Na maioria das doenas auto munes o tratamento consiste na inibio do sistema
imunolgico com substncias imunossupressoras como os corticides.
O tratamento com estas drogas imunossupressoras trs um problema, como elas no so
seletivas acabam por inibir no s os anticorpos danosos como provocar uma imunossupresso
geral, que coloca os pacientes em risco de contrarem infees por vrus, bactrias e fungos.
Normalmente cada doena tem um esquema prprio de tratamento. No existe um
tratamento que sirva para todas as doenas autoimunes. Muitas vezes os tratamentos so apenas
preventivos, ou seja, so feitos para retardar a evoluo da doena.
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4.1.12.2 ESCLEROSE MLTIPLA
A esclerose mltipla uma doena neurolgica provocada pela destruio da bainha de
mielina, a substncia que recobre os nervos.
CAUSAS
A esclerose mltipla sendo uma doena autoimune, ainda no se sabe bem porque que de
um momento para o outro o nosso corpo comea a tratar a bainha de mielina, presente nos
neurnios do sistema nervoso central, como se fosse um agente invasor externo como um vrus
ou bactria. Esta destruio progressiva e pode atingir estdios muito graves.
FATORES DE RISCO PARA A ESCLEROSE MLTIPLA
Normalmente a esclerose mltipla manifesta-se entre os 20 e os 40 anos de idade. Esta
doena duas vezes mais comum em mulheres que em homens, h tambm mais predisposio
em pessoas que tenham algum familiar com a doena. A esclerose mltipla mais frequente em
caucasianos (brancos) do que em afrodescendentes ou asiticos. Pensa-se que um dos fatores de
risco para o aparecimento da Esclerose Mltipla a infeco pelo vrus Epstein-Barr que o
responsvel pela mononucleose.
SINTOMAS DA ESCLEROSE MLTIPLA
Os sintomas da esclerose mltipla dependem dos pontos do sistema nervoso que foram
afetados. No existe um nico sintoma que defina a esclerose mltipla, mas alguns so muito
sugestivos, como:
Neurite ptica consiste numa inflamao que provoca dor aguda num dos olhos, que
agrava com o movimento ocular. Esta dor pode estar associada a diversos graus de perda
de viso.
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Sintomas sensoriais muito comum o aparecimento de formigueiros e dormncias nos
membros de uma das partes do corpo.
Tonturas e vertigens este sintoma normalmente aparece em pessoas que tm alteraes
ao nvel visual e auditivo.
Sintomas motores Alteraes na locomoo, tremores, diminuio de fora muscular e
paralisia dos membros aparecem por leses dos neurnios da medula. Inicialmente a
perda de fora unilateral mas com a evoluo pode tornar-se bilateral. Normalmente os
membros inferiores so mais afectados que os superiores.
Incapacidade de controlar a bexiga e os intestinos A leso dos nervos da medula para
alm de causarem fraqueza muscular dos membros, pode provocar a perda do controlo
dos esfncteres da bexiga e anal, tendo como consequncia a incontinncia urinria e fecal.
A esclerose mltipla pode ter perodos de crise que alternam com perodos de remisso.
Os perodos de crise podem durar dias ou at semanas, e podem ou no deixar sequelas.
TRATAMENTO
A esclerose mltipla no tem cura, mas como uma doena do sistema imunolgico, a
teraputica que se administra para ajudar o sistema imunitrio. Em momentos de crise
feita outro tipo de teraputica base de corticides. Em situaes mais graves em que
no se obtm resposta aos corticides, pode fazer-se a plasmafrese, que um
procedimento idntico hemodilise, que serve para limpar o sangue dos anticorpos
danosos.
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4.1.13 Doenas respiratrias: asma, bronquite, doenas
pulmonares obstrutivas crnicas (DPOC)
Doenas respiratrias, o que so?
As doenas respiratrias so as doenas que afetam o trato e os rgos do sistema
respiratrio. Como por exemplo:
Bronquite
Sndroma de insuficincia respiratria aguda
Embolia pulmonar
Doenas obstrutivas das vias respiratrias
Doenas alrgicas dos pulmes
Pneumonias
Enfisema pulmonar
SINTOMAS
Cada doena tem sintomas diferentes e prprios, que s ao mdico cabe fazer a avaliao.
Mas a tosse, a rouquido, o nariz entupido, dores no peito, garganta irritada, pingo no nariz,
dificuldade em respirar, quando no se est a fazer esforo, so sintomas da doena respiratria.
FATORES DE RISCO
So fatores de risco a poluio, o tabagismo, as alergias relacionadas com o sistema
imunitrio e a poluio atmosfrica.
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4.1.13.1 DOENAS ALERGICAS DOS PULMES
Os pulmes esto muito sujeitos a reaes alrgicas, pois esto expostos a grandes
quantidades de antignios que esto no ar, como as poeiras, plen e substncias qumicas.
4.1.13.2 PNEUMONIA
A pneumonia uma infeo que afeta os alvolos e os tecidos envolventes. Anualmente
vrios milhes de pessoas desenvolvem pneumonias. Em muitas situaes a pneumonia poder ser
uma doena terminal, em pessoas que sofrem de outras doenas crnicas graves. a infeo
mortal mais comum que se adquire nos hospitais.
CAUSAS
A pneumonia no uma doena nica, mas muitas doenas diferentes, cada uma delas pode
ser causada por diferentes microrganismos. Normalmente a pneumonia surge depois da inalao
de alguns microrganismos, outras vezes a infeo levada pela corrente sangunea ou migra para
os pulmes diretamente de uma infeo prxima.
Nos adultos as causas mais frequentes so as bactrias, como por exemplo o streptococcus
pneumoniae. Os vrus como o da varicela e o da gripe tambm podem provocar pneumonia.
Algumas pessoas tem mais tendncia a desenvolver a doena que outras. A diabetes, o
alcoolismo, o tabagismo, a doena pulmonar obstrutiva crnica, so fatores que predispem
pneumonia. As crianas e os idosos de idade mais avanada tm maior risco de a contrarem, assim
como indivduos com o sistema imunitrio deficiente, causado pela utilizao de algumas
teraputicas utilizadas na luta contra o cancro, ou na preveno da rejeio de transplantes.
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A pneumonia tambm pode aparecer depois de uma cirurgia abdominal, ou de um
traumatismo torcico, devido consequente respirao pouco profunda, diminuio da
capacidade de tossir e reteno da mucosidade.
SINTOMAS
Os sintomas mais frequentes da pneumonia so a tosse produtiva com expetorao, dores
no trax, arrepios, falta de ar e febre. Mas estes sintomas podem variar dependendo da extenso
e do microrganismo que a causa. Quando uma pessoa tem sintomas de pneumonia, o mdico
consegue fazer avaliao atravs de auscultao do trax com um fonendoscpio. A pneumonia
normalmente produz, uma modificao das caractersticas da transmisso dos sons que se podem
ouvir com o fonendoscpio.
TRATAMENTO
Os exerccios de respirao profunda e a terapia para eliminar as secrees so excelentes
para a preveno da pneumonia nas pessoas de alto risco, como as que esto debilitadas e as que
se submeteram a uma interveno ao torx.
Em muitas situaes de indivduos que no esto muito doentes so dados antibiticos por
via oral e a pessoa fica em casa. Noutros casos mais graves ou em pessoas de idade mais avanada
que tem outras patologias associadas, como uma doena cardaca ou pulmonar preexistente
habitualmente so hospitalizadas e medicadas com antibiticos por via endovenosa. Podem ainda
necessitar de oxignio, de ventilao mecnica e de lquidos endovenosos.
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4.1.14 Fibromialgia;
A fibromialgia uma sndroma crnica caracterizada por queixas dolorosas
neuromusculares difusas e pela presena de pontos dolorosos em regies anatomicamente
determinadas. Outras manifestaes que acompanham tambm as dores so a fadiga, as
perturbaes do sono e os distrbios emocionais. Alguns doentes queixam-se de perturbaes
gastrointestinais. H vrias descries da doena desde meados do sculo XIX mas apenas foi
reconhecida pela Organizao Mundial de Sade como doena no final da dcada de 70. Da
populao atingida, entre 80 a 90% dos casos so mulheres com idade entre os 30 e os 50 anos.
O sintoma mais importante da fibromialgia a dor, que pode afetar uma grande parte do
corpo. E em certas ocasies, a dor comea de forma generalizada, no pescoo, ombros, regio
lombar etc. Estes sintomas variam em relao hora e ao dia, podem ter maior incidncia matinal,
agravando-se com a atividade fsica, com as mudanas climticas, com a falta de sono, o stress,
etc. A dor da fibromialgia pode ser descrita como queimadura ou mal-estar. s vezes podem
ocorrer espasmos musculares. Acredita-se que a doena seja devida a uma perturbao dos
mecanismos da dor, nos fusos neuromusculares, no havendo propriamente leso de qualquer
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rgo, nomeadamente msculos ou articulaes, podendo nalguns casos ser altamente
invalidante.
OUTROS SINTOMAS E ASPECTOS DA FIBROMIALGIA
Pode causar sensao de formigueiro e inchao nas mos e ps, principalmente ao levantar da cama assim como ocasionar rigidez muscular.
Fadiga, que se mantm durante quase todo o dia com pouca tolerncia ao esforo fsico.
As pessoas com fibromialgia queixam-se com frequncia de ansiedade, s vezes h depresso, perturbaes da ateno, concentrao e da memria.
Alguns doentes tm queixas gstricas e clon irritvel. Cerca de 70% dos doentes com fibromialgia queixam-se de perturbaes do sono,
piorando as dores nos dias que dormem pior.
DIAGNSTICO
Os Critrios de Diagnstico so avaliados da seguinte
maneira: tem de ser com uma durao superior a 3 meses
de: Dor difusa pelo corpo. Dor apalpao de 12 de 18
pontos dolorosos. E pelo menos mais 2 dos 3 sintomas dos
seguintes: Fadiga, Alteraes do sono, Perturbaes
emocionais;
Devem no entanto ser investigados a presena de
leses nos msculos, alteraes do sistema imunolgico,
problemas hormonais e principalmente doenas
reumticas, etc.
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4.1.15 Dependncias: Droga e Alcool
4.1.15.1 Toxicodepncia, o que ?
O recurso a substncias capazes de agir sobre o esprito e, parece, to antigas como o
prprio homem, sempre desejosos de aliviar as suas dores fsicas e morais, e muitas vezes
desejosos de escapar aos limites da sua condio, at chegar, por meio do transe, da alucinao,
a mundos estranhos, onde o esperam obscuras relaes (como as que eram feitas pela pitonisa
de Delfos, inebriada de vapores betuminosos ou os procurados pelos xams e feiticeiros). Essa
procura pode tornar-se em toxicodependncia ou drogadio, uma doena do crebro
A Organizao Mundial da Sade (OMS) classificou as drogas pelo seu grau de perigosidade,
seguindo critrios como o maior ou menor perigo txico, a maior ou menor capacidade de
provocar a dependncia fsica, e a maior ou menor rapidez em que esta dependncia se estabelece.
So classificadas em quatro grupos:
Grupo 1: pio e derivados (morfina, herona);
Grupo 2: Barbitricos e lcool;
Grupo 3: Cocana e anfetaminas;
Grupo 4: LSD, canabinides, tabaco, etc.
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Legenda: Inexistente (-) Ligeira (+) Mdia (++) Forte (+++) Muito forte (++++)
Os avanos cientficos dos ltimos 20 anos tm revelado que a toxicodependncia uma
doena crnica, reincidente (recadas e deslizes) que resulta do efeito prolongado das drogas no
crebro. Tal como muitas outras doenas cerebrais, abrange aspectos comportamentais e de
contexto social que so partes importantes do prprio distrbio. Assim, as abordagens
teraputicas mais efectivas incluiro componentes biolgicas, comportamentais e de
contextualizao social e/ou espiritual.
Droga DEPENDNCIA FSICA DEPENDNCIA PSQUICA TOLERNCIA
Tabaco + + + +
Canabinides - + + +
LSD - + -
Inalantes + + + + + +
lcool + + + + + + + + +
Benzodiazepinas + + + +
Anfetaminas + + + + + + + + +
Ecstasy - + -
Cocana - + + + + -
Herona + + + + + + + + + + + +
Metadona + + + + + + + + +
Cafena + + + +
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I. FATORES DE RISCO
So diversos os fatores que contribuem para o uso de consumo de drogas.
Fatores legais: a falta de cumprimento de pressupostos legais, como por exemplo, os que
probem a venda de bebidas alcolicas a menores de 18 anos, ou a inexistncia de legislao
pertinente e atualizada, favorecem o abuso de drogas, tornando-se um fator de risco.
Disponibilidade da droga: dependendo das leis e normas da sociedade, sejam as drogas legais
ou no, o seu uso pode estar associado facilidade de acesso ao produto
Fatores econmicos (pobreza ou alto poder aquisitivo): esto relacionados ao aumento da
delinquncia pelos jovens bem como ao uso de drogas.
Fatores familiares: a famlia pode ser uma das variveis para o primeiro contato com as
drogas, j que os hbitos e os conflitos que o jovem percebe a sua volta contribui para uma
introduo costumes e prticas sociais. Os pais que tem por hbito o uso de drogas podem
representar um comportamento tolerante ou indutor do uso de drogas. A perda dos vnculos
familiares e do vnculo maternal podem, tambm, estar relacionados ao uso de drogas.
Problemas de comportamento precoces e persistentes: distrbios de conduta que se iniciam
muito cedo e continuam durante a vida, podem favorecer o uso de drogas.
Problemas escolares: repetncias, faltas, pouco compromisso com as atividades escolares.
Presso de grupos: atravs do estmulo dos grupos de iguais ou, em alguns casos, conduzido
por um colega que j fez uso de drogas. A droga passa a ser um elemento socializador compartido,
possibilitando a cumplicidade e um processo interativo com os amigos.
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II. COMPORTAMENTOS
O comportamento sexual de risco e o consumo endovenoso so comuns em
toxicodependentes. Nestes comportamos esto escondidos riscos de doenas, as sexualmente
transmissveis e as transmitidas pelo uso partilhado de seringas.
4.1.16 Alcoolismo, o que ?
O alcoolismo conduz a doenas psicolgicas e fisiolgicas, assim como, por fim, morte. O
alcoolismo atua nos sentidos do indivduo, fazendo com que este rejeite qualquer tipo de
tratamento, ficando sempre num estado brio. A recuperao do alcoolismo passa a ser o
problema e no a soluo.
A Organizao Mundial de Sade (OMS) classifica os consumos de lcool em:
Consumo de risco;
Consumo nocivo;
Dependncia.
Dependncia alcolica
A dependncia alcolica ou alcoolismo uma doena, frequentemente crnica e progressiva,
que se caracteriza pelo consumo regular e contnuo de bebidas alcolicas, apesar da recorrncia
repetida de problemas relacionados com o lcool.
FACTORES DE RISCO
Histria familiar relacionada com o alcoolismo;
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Ambiente sociocultural. A integrao em famlias ou em meios sociais propensos
ao consumo de lcool (ter de frequentar festas, reunies sociais, etc.);
Situaes imprevisveis de rotura na vida quotidiana;
Distrbios emocionais pessoas deprimidas ou ansiosas;
Conflitos entre os pais, divrcio, separao ou abandono, de um ou de ambos os
progenitores;
Dificuldades de adaptao escola;
Dificuldades de aprendizagem
4.1.16.1 Mitos
O lcool no aquece o lcool faz com que o sangue se desloque do interior do organismo
para a superfcie da pele, provocando sensao de calor. Mas este movimento do sangue provoca
uma perda de calor interno, j que o sangue se encontra a uma temperatura que ronda os 37 e
que quase sempre superior temperatura ambiente. Quando o sangue regressa ao corao h
necessidade de o organismo despender energia no restabelecimento da sua temperatura
O lcool no d fora o lcool tem um efeito estimulante e anestesiante, que disfara o
cansao provocado pelo trabalho fsico ou intelectual intenso, dando a iluso de voltarem as foras.
Mas depois o cansao a dobrar, porque o organismo vai gastar ainda mais energias para
"queimar" o lcool no fgado.
O lcool no ajuda a digesto e no abre o apetite o lcool faz com que os movimentos do
estmago sejam muito mais rpidos e os alimentos passem precocemente para o intestino sem
estarem devidamente digeridos, dando a sensao de estmago vazio. O resultado a falta de
apetite e o aparecimento de gastrites e de lceras.
O lcool no um alimento o lcool no tem valor nutritivo porque produz calorias inteis
para os msculos e no serve para o funcionamento das clulas. Contrariamente aos verdadeiros
alimentos, ele no ajuda na edificao, construo e reconstruo do organismo.
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O lcool no um medicamento exactamente o contrrio porque provoca
apenas excitao e anestesia passageiras que podem esconder, durante algum tempo, dores ou
sensao de mal-estar, acabando por ter consequncias ainda mais graves.
O lcool no facilita as relaes sociais o lcool em quantidades moderadas tem um efeito
desinibidor que parece facilitar a convivncia. Mas trata-se de uma iluso, porque nem sempre
possvel controlar os consumos nesse ponto e porque a relao com os outros se torna pouco
profunda e artificial
4.1.16.2 Quais so as consequncias, fsicas e mentais, da
dependncia severa do lcool?
Dependem da durao da dependncia e das quantidades de lcool ingeridas. As pessoas
com dependncia severa do lcool podem padecer de:
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Desnutrio;
Alteraes sanguneas ao nvel
dos glbulos vermelhos, glbulos
brancos e plaquetas;
Esofagites;
Gastrites;
lcera pptica;
Pancreatite crnica ou crises de
pancreatite aguda;
Esteatose heptica;
Hepatite alcolica;
Cirrose heptica;
Hipertenso arterial;
Cardiomiopatia alcolica;
Acidentes vasculares cerebrais;
Alteraes endcrinas e
metablicas;
Alteraes musculoesquelticas -
como a osteoporose;
Alteraes dermatolgicas;
Maior prevalncia de tuberculose
e de infeces bacterianas;
Maior prevalncia de cancros a
nvel de todos os rgos;
Sndrome de abstinncia;
Delirium tremens;
Sndrome de Wernicke;
Sndrome de Korsakov;
Demncia alcolica.
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TRATAMENTO DO ALCOOLISMO
ponto assente que, neste momento, no existe uma cura para o alcoolismo. Contudo pode
ser tratado! O tipo e a durao do tratamento face ao alcoolismo variam em funo do grau de
dependncia e do estado de sade geral do doente. Quanto mais cedo for detectado o problema
do lcool, maiores so as probabilidades de sucesso na recuperao e tratamento do alcoolismo.
A abstinncia acaba por ser a maior luta que o alcolico trava. uma consequncia da
interrupo ou reduo sbita do consumo excessivo de lcool. Resulta das alteraes que
ocorrem no sistema nervoso central pela activao excessiva do sistema neurovegetativo.
Apresenta perturbaes de conscincia, de equilbrio e sinais oculares. A situao reversvel com
a administrao de vitaminoterapia, (carncia de B1).
TIPOS DE TRATAMENTO DE ALCOOLISMO
No que aos tipos de tratamento de alcoolismo diz respeito, existem vrios mtodos que
podem ser implementados. Cada caso um caso e no existe um modelo nico e inflexvel para
cada um. Antes pelo contrrio, existem modelos de tratamento face ao alcoolismo que variam de
acordo com o grau de dependncia que o paciente apresenta.
Dos vrios tipos de tratamento de alcoolismo, destacam-se:
Desintoxicao: A desintoxicao o mtodo mais conhecido no que se refere aos
tipos de tratamento de alcoolismo. Este processo resulta num corte radical e a todos os
nveis com o lcool. O objectivo principal deste mtodo tratar os efeitos fsicos do uso
prolongado do lcool, mas na verdade no cura o alcoolismo. Aps completar a
desintoxicao, as recadas so susceptveis de acontecer se no houver um tratamento
de alcoolismo subsequente;
Terapia em grupo e psicoterapia: um ptimo tipo de tratamento de alcoolismo
que completa a desintoxicao. O apoio psicolgico, o aconselhamento com outras
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pessoas que j passaram pelo mesmo e a ajuda mtua entre todos os alcolicos ou ex-
alcolicos so meios vlidos e credveis para ultrapassar o problema do alcoolismo. Muitas
organizaes foram criadas para dar este tipo de apoio, os Alcolicos Annimos (AA), com
o programa de 12 passos, so disso o exemplo mximo;
Terapia nutricional: A terapia nutricional no de forma concreta um tipo de
tratamento de alcoolismo, pois lida com as dificuldades que podem surgir nos anos
seguintes aps o uso intenso de lcool. Assim como a terapia de grupo e psicoterapia, a
terapia nutricional um complemento para a recuperao do alcoolismo;
Medicamentos: Os medicamentos so um complemento para o sucesso/insucesso
dos tratamentos de alcoolismo. O objectivo da sua utilizao o de auxiliar o paciente a
abster-se em relao bebida. Existem vrios medicamentos que ajudam os tratamentos
do alcoolismo a actuar, como:
Dissulfiram: provoca um grande desconforto quando o lcool ingerido;
Naltrexona: diminui os desejos pelo lcool e encoraja a abstinncia;
Oxibato de sdio: usado para a abstinncia aguda do lcool e para a desintoxicao
a mdio e longo prazo;
Baclofeno: melhora a desintoxicao.
Racionamento e moderao: O tipo de tratamento de racionamento e moderao no fora
necessariamente a abstinncia completa do lcool. O objectivo deste programa tratar o
alcoolismo com moderao, prevenindo e minimizando os consumos, de forma a ter uma vida
normal. Contudo, no por beber um copo de vinho que ser uma pessoa alcolica, antes pelo
contrrio at recomendvel para a sade.
Os resultados deste tratamento podero ser ambguos, na medida em que as pessoas que
tm problemas face ao alcoolismo continuaro a t-los e isso faz com que os resultados sejam
negativos. Por outro lado, leva as pessoas ao reconhecimento das suas limitaes e fragilidades e
isso constitui um resultado muito positivo.
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Em jeito de concluso, o alcoolismo um problema mundial que afecta milhares de pessoas.
No existe, ainda, uma cura infalvel para o combate ao alcoolismo, no entanto existem
tratamentos que levam ao estabelecimento de uma vida normal e prazerosa.
4.2 DOENAS CRNICAS TRANSMISSVEIS
As transmissveis ou infectocontagiosas, podem ser causadas por vrus (como a hepatite, a
rubola e o sarampo) ou por bactrias (como o ttano, a tosse convulsa e a meningite). Contra os
vrus, o nico tratamento, na maioria dos casos, a vacina. Se esta no existir, o organismo ou
vence a infeo com os seus prprios anticorpos ou entra em sofrimento. Se o responsvel for
uma bactria, no caso de no ter sido efetuada uma preveno com uma vacina, ou de esta no
existir, a infeo pode ser combatida com antibiticos. s vezes, porm, a doena consegue
provocar leses graves ou completamente irreparveis, antes que se consiga intervir com o
antibitico, como o caso, por exemplo, do ttano. Estas doenas so contagiosas quando podem
ser transmitidas de uma pessoa para outra.
Foi publicado, em Dirio da Republica, o Despacho n 5681-A/2014 que define quais as doenas
transmissveis de notificao obrigatria , por constiturem um risco para a sade pblica.
4.2.1 Sida HIV (Sndrome de Imunodeficincia Adquirida)
causado por um novo vrus que ataca o sistema Imunolgico, que nos defende das
infees, servindo para controlar o desenvolvimento de cancro. O dano que o sistema imunolgico
sofre to grave que os doentes de SIDA, adoecem muito facilmente com qualquer micrbio, inclusive os
denominados oportunistas e que normalmente no provocam doenas em pessoas saudveis. Como
consequncia destes fatos, os pacientes com SIDA morrem infetados por bactrias, fungos outros vrus
ou cancro.
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Entre 70% e 80% das pessoas infetadas vivem sem sintomas e com boa sade. De 10% a
20% dos infetados desenvolvem os sintomas da Sndrome Associada SIDA e, aproximadamente
10 % dos infetados desenvolvem sintomas severos da forma mais grave desta infeo.
Todos os indivduos infetados - com ou sem sintomas - devem ser considerados
propagadores da SIDA. O vrus da HIV transmitido de duas formas:
I. Relaes sexuais:
Vaginais, orais e anais. A mucosa anal a mais frgil das trs, em
consequncia, a transmisso por esta via a mais fcil;
Heterossexuais e homossexuais, a concentrao do vrus no smen dos
pacientes com Sida abundante, e o contgio mais efetivo de homem a homem
(homossexuais) e de homem a mulher (heterossexuais) que, de mulher a homem.
II. Por transfuso de sangue ou de fluidos biolgicos contaminados:
Sangue total ou produtos sanguneos contaminados provenientes de
pacientes com SIDA - HIV.
Uso de agulhas contaminadas pelo vrus HIV, tal como acontece com
droga dos endovenosos.
Transmisso de me para feto durante a gravidez, no momento do parto ou da
amamentao.
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4.2.2 Sfilis
Podemos encontrar dois tipos:
I. Sfilis Cancro Duro
Doena infectocontagiosa sistmica (acomete todo o organismo), que evolui de
forma crnica (lenta) e que tem perodos de acutizao (manifesta-se agudamente) e
perodos de latncia (sem manifestaes). Pode comprometer mltiplos rgos (pele,
olhos, ossos, sistema cardiovascular, sistema nervoso). De acordo com algumas
caractersticas de sua evoluo a sfilis divide-se em Primria, Secundria, Latente e
Terciria.
Quando transmitida da me para o feto chamada de Sfilis Congnita. O importante
a ser considerado aqui a sua leso primria, tambm chamada de cancro de inoculao
(cancro duro), que a porta de entrada do agente no organismo do paciente.
Trata-se de uma leso ulcerada (cancro) no dolorosa (ou pouco dolorosa), em geral
nica, com a base endurecida, lisa, brilhante, com presena de secreo serosa (lquida,
transparente) escassa e que pode ocorrer nos grandes lbios, vagina, cltoris, perneo e
colo do tero na mulher e na glande e prepcio no homem, mas que pode tambm ser
encontrada nos dedos, lbios, mamilos e conjuntivas.
II. Sfilis Cancro Mole
So feridas muito contagiosas, autoinoculveis e portanto, frequentemente
mltiplas. Em alguns pacientes, geralmente do sexo masculino, pode ocorrer enfartamento
ganglionar na regio nguino-crural (inchao na virilha). No rara a associao do cancro
mole e o cancro duro (sfilis primria).
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Ulcerao (ferida) dolorosa, com a base mole, hiperemiada (avermelhada), com
fundo purulento e de forma irregular que compromete principalmente a genitlia externa
mas pode comprometer tambm o nus e mais raramente os lbios, a boca, lngua e
garganta.
4.2.3 Gonorreia
Doena infectocontagiosa que se caracteriza pela presena de abundante secreo
(corrimento) purulenta pela uretra no homem e vagina e/ou uretra na mulher. Este quadro
frequentemente precedido por prurido (coceira) na uretra e disria (ardncia miccional). Em
alguns casos podem ocorrer sintomas gerais, como a febre. Nas mulheres os sintomas so mais
brandos ou podem estar ausentes (maioria dos casos).
COMPLICAES/CONSEQUNCIAS
Aborto espontneo, nado-morto, parto prematuro, baixo peso, endometrite ps-parto.
Doena Inflamatria Plvica. Infertilidade. Epididimite. Prostatite. Pielonefrite. Meningite.
Miocardite. Gravidez ectpica. Septicemia, Infeco ocular (ver foto abaixo) , Pneumonia e
Otite mdia do recm-nascido. Artrite aguda etc.
4.2.4 Hepatite B
A transmisso da hepatite B (atravs do sangue) mais difcil que a do vrus da hepatite A.
FORMAS DE CONTGIO:
Uma mulher grvida que tenha hepatite B pode transmitir o vrus ao beb.
Sintomas
Enjoos, vmitos, cansao, febre baixa, falta de apetite, dor abdominal, dor
nas articulaes e msculos.
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Causas
Atravs de toxicodependentes (seringas);
Material cirrgico mal esterilizado;
Material de pedicure/ manicure que no seja descartvel ou que no seja
bem tratado higienicamente;
Por relaes sexuais sem uso de preservativo;
Pelo material usado em tatuagens, piercings mal esterilizado;
Por transfuses de sangue realizado antes de 1990 (por falta de tratamento
do sangue).
PREVENO
Atravs da vacinao, mas no entanto esta pode ser menos eficaz em doente que faam
tratamento de dilise ou pessoas com sistema imunitrio reduzido ou com cirrose.
Evitar a partilha de objetos pessoais de higiene, conduta dita correta ao uso de preservativo,
uso de seringas novas e tratamento de sangue nas transfuses.
4.2.5 Hepatite C
A hepatite C um vrus com a mesma proporo da hepatite B e a mesma forma de contgio
e podem levar muitas das vezes a uma cirrose ou cancro heptico.
FORMAS DE CONTGIO (O contgio de contacto direito com sangue)
Atravs de toxicodependentes (seringas),
Material cirrgico mal desinfetado,
Material de pedicure/ manicure que no seja descartvel ou que no seja
bem tratado higienicamente,
Por relaes sexuais sem uso de preservativo,
Tatuagens,
Piercings,
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Transfuses de sangue realizado antes de 1990 (por falta de tratamento do
sangue).
SINTOMAS
Normalmente este vrus no se manifesta com sintomas e s detetado se o doente for
doar sangue ou fazer anlises de rotina, normalmente s passado algumas dcadas que ir existir
um sintoma de alerta por parte do fgado.
CAUSAS
Transmisso por via sangunea ou material injetvel; Raramente acontece por via sexual.
Preveno
No aceitar rgos ou sangue de um doente com hepatite C;
No usar seringas usadas, no utilizar materiais cortantes de outros.
4.2.6 Tuberculose
A tuberculose uma doena infeciosa causada por um micrbio chamado bacilo de Koch.
uma doena contagiosa, que se transmite de pessoa para pessoa e que atinge sobretudo os
pulmes. Pode tambm atingir outros rgos e outras partes do nosso corpo, como os gnglios,
os rins, os ossos, os intestinos e as meninges.
QUAIS SO OS SINTOMAS MAIS EVIDENTES?
Tosse crnica;
Febre;
Existncia e persistncia de suores nocturnos (dos que ensopam o lenol);
Dores no trax;
Perda de peso, lenta e progressiva;
Falta de apetite, anorexia, apatia completa para com quase tudo o que est volta.
COMO SE TRANSMITE?
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A transmisso do micrbio da tuberculose processa-se pelo ar, atravs da respirao, que o
faz penetrar no nosso organismo. Quando um doente com tuberculose tosse, fala ou espirra,
espalha no ar pequenas gotas que contm o bacilo de Koch. Uma pessoa saudvel que respire o
ar de determinado ambiente onde permaneceu um tuberculoso pode infectar-se.
Note-se que um espirro de um doente com tuberculose projecta no ar cerca de dois milhes
de bacilos. Atravs da tosse, cerca de 3,5 mil partculas so igualmente projectadas para a
atmosfera.
QUE FACTORES FACILITAM O CONTGIO?
Estar na presena de um doente bacilfero (aquele que elimina muitos bacilos atravs da
tosse, dos espirros, da fala);
Respirar em ambientes pouco arejados e nos quais h predominncia de pessoas fragilizadas
pela doena;
Permanecer vrios dias em contacto com doentes tuberculosos.
COMO SE PREVINE?
A preveno a arma mais poderosa e genericamente usada em todo o mundo. feita
atravs da vacina BCG (Bacilo de Calmette e Gurin), que aplicada nos primeiros 30 dias de vida
e capaz de proteger contra as formas mais graves de tuberculose. , por isso, obrigatria e tomada
por milhes de crianas em todo o mundo.
Deve ainda tratar-se, o mais breve possvel, os doentes com tuberculose, para que o
contgio no prolifere, e procurar no respirar em ambientes saturados, pouco arejados e pouco
limpos.
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5 COMO SE PODEM MANIFESTAR?
A expanso das doenas crnicas reflete os processos de industrializao, urbanismo,
desenvolvimento econmico e globalizao alimentar, que acarretam:
Alterao das dietas alimentares;
Aumento dos hbitos sedentrios;
Crescimento do consumo de tabaco;
Cerca de metade das mortes causadas por doenas crnicas est
diretamente associada s doenas cardiovasculares.
Os ataques cardacos e os enfartes do miocrdio matam cerca de 12 milhes de pessoas por
ano. A hipertenso e outras doenas cardacas matam por sua vez 3.9 milhes de pessoas. Cerca
de 75 por cento das doenas cardiovasculares so atribuveis a:
Tenso arterial elevada;
Dieta pobre em frutas e vegetais;
Sedentarismo;
Tabagismo.
Calcula-se que, em todo o mundo, existam 177 milhes de pessoas a sofrer de diabetes
sobretudo do tipo 2. Dois teros do total vivem nos pases em vias de desenvolvimento. Mais de
mil milhes de adultos, sofrem de excesso de peso. Destes, pelo menos 300 milhes so
clinicamente obesos.
5.1 PORQUE QUE AS DOENAS CRNICAS TM, A NVEL
MUNDIAL, UM IMPACTO TO GRANDE NA SADE?
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Porque os hbitos alimentares alteram-se. As pessoas consomem, hoje em dia, alimentos
mais calricos, com elevado nvel de acar e/ou gorduras saturadas, e excessivamente salgados.
A mudana dos hbitos alimentares e a implantao de um estilo de vida sedentrio, esto
a ocorrer a um ritmo muito mais rpido nos pases em vias de desenvolvimento, por comparao
com o que aconteceu nos pases desenvolvidos. As doenas crnicas esto a crescer em muitos
dos pases mais pobres, articulando-se de uma forma muito perigosa com outra calamidade: as
doenas infeciosas.
FATORES DE RISCO
Apesar de muito diferentes entre si, as doenas crnicas apresentam fatores de risco
comuns. So poucos e podem ser prevenidos:
Colesterol elevado;
Tenso arterial elevada;
Obesidade;
Tabagismo;
Consumo de lcool.
Como reduzir os riscos de ocorrncia de doenas crnicas?
Atravs da alterao do seu estilo de vida poder, em
pouco tempo, reduzir o risco de desenvolver uma doena crnica.
Alterando a dieta alimentar privilegiar frutas, vegetais,
frutos secos e cereais integrais; substituir as gorduras animais saturadas
por gorduras vegetais insaturadas; reduzir as doses de alimentos
salgados e doces;
Iniciando a prtica de exerccio fsico dirio;
Mantendo um peso normal - ndice de Massa Corpural entre 18,5 e 24,9;
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Eliminando o consumo do tabaco.
J est comprovado que as intervenes comportamentais sustentadas so eficazes na
reduo dos fatores de risco para a populao. Mais de 80 por cento dos casos de ocorrncia de
doenas cardacas coronrias, 90 por cento dos casos de diabetes de tipo 2 e de um tero das
ocorrncias de cancro podem ser evitados atravs da alterao dos hbitos alimentares, do
aumento de atividade fsica e do abandono do tabagismo.
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6 PS-DIAGNSTICO
De acordo com a OMS as doenas crnicas so a principal causa de morte e incapacidade
do mundo. A preveno possvel
Mas quando j no possvel seguir o caminho da preveno necessrio que o doente e
todos os sistemas que o circundam se consigam adaptar s exigncias da doena para que esta
no se sobreponha s suas prprias vidas.
De acordo com a Organizao Mundial de Sade, aproximadamente 10% das pessoas em
todo o mundo apresentam alguma limitao ou incapacidade, na sua maioria devida a uma doena
crnica. Em muitas circunstncias, como o caso de algumas doenas oncolgicas, o diagnstico
de uma doena crnica surge de forma inesperada, na ausncia de sintomas, devido ao carcter
silencioso da mesma; noutras, como, por exemplo, em algumas doenas reumatolgicas, o
resultado da confirmao de um conjunto de manifestaes clnicas, aps algum tempo em estudo,
durante o qual imperam expectativas, ansiedade e incerteza face ao futuro.
Independentemente da doena crnica, esperado que um diagnstico deste tipo origine
mal-estar emocional e alteraes no funcionamento, dadas as implicaes, em muitos casos
profundas, que a doena acarreta, e as suas consequncias para o bem-estar e para a qualidade
de vida (pelas limitaes funcionais que podem estar envolvidas, pelas suas consequncias na
capacidade para desempenhar as atividades habituais, pela incerteza do prognstico, a evoluo
dos tratamentos e a reabilitao, possveis efeitos secundrios, por todo o stress psicossocial
associado e pelo impacto na famlia e grupo social, bem como pelas eventuais perdas associadas).
Aps este primeiro perodo, que comporta reaes emocionais de curta durao que so
esperadas numa fase precoce do processo de adaptao (por exemplo, antes e aps o processo
de comunicao do diagnstico), a maior parte das pessoas adapta-se de forma normativa sua
nova condio.
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Contudo, um nmero significativo de pessoas apresenta dificuldades excessivas ao longo
deste processo: em muitos casos, as estratgias habitualmente utilizadas pela pessoa para lidar
com situaes difceis deixam de ser eficazes, resultando na necessidade de um perodo mais
prolongado de adaptao ou, mesmo, na incapacidade de adaptao doena.
Como resultado da ineficcia destas estratgias, as reaes emocionais que, nas
circunstncias iniciais tinham uma funo adaptativa, de reorganizao para a nova condio,
tornam-se descontextualizadas face fonte de stress que as originou, perdurando no tempo e
contribuindo para a manuteno do mal-estar emocional e das dificuldades de adaptao
doena.
Assim, existem diferenas individuais na forma como os indivduos se adaptam nova
condio, as quais dependem, tambm, da doena em si e das (alteraes nas) suas trajetrias.
Vrios estudos tm procurado analisar os fatores de risco que podem contribuir para a
compreenso destas diferenas individuais.
O tipo de tratamentos, o isolamento social, a existncia de conflitos interpessoais, as
expectativas de consequncias negativas e as estratgias de evitamento (a nvel comportamental
e, principalmente, emocional), tm sido identificados como os principais fatores de risco
relacionados com a adaptao psicolgica doena crnica.
Mas, mais recentemente, a maior parte dos autores comeou a tentar compreender os
fatores que, de forma isolada e em interao, podem facilitar o processo de adaptao.
De entre esses fatores, destacam-se a existncia de relaes emocionais significativas, a
utilizao de estratgias de resoluo racional de problemas, a expresso e compreenso
emocional e a reavaliao dos aspetos positivos da situao, os quais tm demonstrado proteger
a pessoa, facilitando o ajustamento emocional e, em consequncia, a adaptao doena e uma
melhor qualidade de vida, apesar das circunstncias adversas.
Assim, o modo como a pessoa lida com a doena, nas suas diversas etapas e diferentes
evolues, pode contribuir para diminuir, aumentar ou amortecer o impacto da mesma.
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7 E AGORA?
O PRIMEIRO CONTACTO
As doenas crnicas no transmissveis, evitveis, constituem, muitas vezes, a essncia do
primeiro contacto dos cidados com o Sistema de Sade.
A esse nvel, isto , no seio de cada famlia, os servios de sade tero que ser prximos e,
naturalmente, acessveis. Mas, tambm, socialmente aceites.
Os cuidados de proximidade implicam, em termos infraestruturais, a organizao de
unidades de sade familiares, integradas com outras unidades complementares no conjunto do
Agrupamento a que pertencem.
Ora, estas unidades na comunidade e perto dos cidados, esto em Portugal, semelhana
do que sucede em outros pases, confrontadas com as consequncias da transio demogrfica e
da mudana do perfil de morbilidade.
As doenas crnicas tm, porm, como denominador comum o facto de poderem ser, em grande
parte, prevenidas atravs da adoo de comportamentos e estilos de vida promotores de sade e
de ambientes saudveis.
Para tal, sero as unidades de proximidade que devem possibilitar amplo acesso dos
cidados a cuidados de qualidade. Tm como implicao custos oramentais que acabam por
representar ganhos.
Equipas bem organizadas, integradas por diferentes especialistas, onde os enfermeiros se
destacam, naturalmente, transferem para os cidados informaes na perspetiva de facilitarem a
aquisio de novos conhecimentos que motivem opes no sentido da conservao da sade.
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As mesmas equipas ocupam-se, igualmente, das atividades que tm por objetivos a
moderao do consumo de bebidas alcolicas, mas, tambm, a promoo do exerccio fsico
regular em todas as idades e a reduo do consumo de tabaco, quer ativo (diminuio da
prevalncia de fumadores), quer passivo, em espaos pblicos fechados.
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8 AJUDA!
cuidar ajudar a viver, voltar a dar vida, permitir s pessoas doentes ou
idosas viverem a sua morte ( em vez de deixarem morrer a sua vida ), isso faz-se
dando a sua prpria vida.
Marie- Franoise Collire 2001
In CuidarA primeira Arte da Vida
O processo de cuidar um familiar portador de Doena Crnica Grave Incurvel Progressiva
(DCGIP) complicado, e acarreta para os cuidadores familiares (CF) uma sobrecarga que
potencialmente promotora de stress, ansiedade, medo e sofrimento, evoluindo por vezes para um
processo disruptivo do equilbrio familiar.
Cuidar de indivduos com dependncia fsica, insuficincia cardaca, insuficincia respiratria,
sequelas de AVC, doenas neuro degenerativas, demncia ou cancro, torna-se muito duro pelas
situaes complexas com que muitas vezes os CF se deparam, os quais no tm na comunidade
qualquer retaguarda de apoio.
() A convergncia de vrios fatores sociodemogrficos leva a que a responsabilidade e as
presses no cuidar se direcionem para a famlia, sendo referido em vrios estudos a existncia de
stress e claudicao dos familiares cuidadores, resultante da acumulao das tarefas do cuidar
com tarefas de ordem profissional e familiar.
Por serem doenas crnicas e incapacitantes com necessidade de cuidados permanentes,
levam o cuidador principal a ausncias frequentes ao seu local de trabalho, com consequente
diminuio da assiduidade, pontualidade, produtividade e por fim perda do emprego. Surgem
alteraes rotina familiar e stress devido ao comprometimento das atividades laborais e sociais.
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As consequncias so inevitveis, traduzindo-se por graves repercusses nos rendimentos
da unidade familiar e surgem sentimentos de culpa, perda, insegurana e medo do futuro.
Consideramos que o apoio diariamente prestado pelos cuidadores familiares aos doentes com
doenas crnicas graves e incapacitantes, com necessidade de Cuidados Paliativos tem quase
sempre pouca visibilidade e reconhecimento pela sociedade. So apelidados por uns pacientes
ocultos por outros heris do silncio ou heris annimos do quotidiano, pois estas famlias
so sofredoras ocultas e so afetadas psicolgica, emocional, fsica e economicamente.
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9 FSICO, PSICOLGICO, SOCIAL DO DOENTE
CRNICO, DA FAMLIA E DO PROFISSIONAL DE SADE
A adaptabilidade da famlia diferenciada, pois requer uma flexibilidade
que permita o movimento de ir e vir entre as formas de organizao familiar. Por
um lado, a famlia deve estar pronta para se restabelecer aps situaes de crises
decorrentes de exacerbaes da doena. Por outro, a frequncia das crises afeta
diretamente a vida familiar, levando-a tenso pela contnua incerteza de quando
ocorrer a prxima recidiva.
Aproximadamente 50% dos frequentadores das consultas em Cuidados de Sade Primrios,
so portadores destas doenas crnicas. Todas estas doenas vo desencadear mudanas a nvel
fsico, psicolgico e social implicando alteraes permanentes no modo de vida do doente,
algumas delas associadas possibilidade de morte iminente a curto prazo. Um nmero
considervel destes doentes apresenta grande incapacidade para todas as AVD, implicando
cuidados permanentes de higiene e conforto. Qualquer destas doenas pode provocar sintomas
fsicos, sofrimento emocional e espiritual intensos Dor total tornando a vida insuportvel. As
doenas crnicas, de incio impreciso e evoluo prolongada, exigem a continuidade de cuidados
e abordagens integradoras, centrados na pessoa, por oposio s abordagens redutoras, que
focam apenas a doena.
medida que a doena progride e a incapacidade aumenta, aumenta a complexidade da
prestao de cuidados, aumentam as responsabilidades surgindo a necessidade de ajuda no
processo de planeamento de vida e tomada de decises do indivduo doente .
Na nossa sociedade as famlias tm-se revelado a principal fonte da prestao de cuidados
na doena e/ou na deficincia. Apesar das alteraes verificadas na dinmica familiar registada
nas ltimas dcadas, nomeadamente a entrada da mulher no mundo do trabalho, esta continua a
ser a principal cuidadora da pessoa doente, quer seja criana, adulto ou idoso.
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A esposa, a filha, a nora, ou a irm so na famlia as pessoas que mais frequentemente so
os cuidadores principais, sendo a responsabilidade da prestao raramente partilhada por mais
de um elemento. O papel desempenhado pelos cuidadores familiares e as perturbaes que esse
papel origina, vo alterar e/ou condicionar o natural desenvolvimento do ncleo familiar.
Estas Famlias necessitam por vezes de se reajustar atravs de estratgias de coping para
conseguir lidar com as situaes complexas e adquirir competncias para o apoio efetivo ao
doente.
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