Manual de Sobrevivencia Para a Crise

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Manual de Sobrevivência para a Crise ÁGUA Esta publicação é uma iniciativa da Aliança Pela Água Março/2015

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manual para falta de água

Transcript of Manual de Sobrevivencia Para a Crise

  • Manual de Sobrevivncia para a CriseGUA

    Esta publicao uma iniciativa da Aliana Pela gua

    Maro/2015

  • A inteno deste manual divulgar dicas para atravessar da melhor forma possvel situaes difceis

    que podem ocorrer devido falta de gua nas cidades.

    1Por que est faltando gua? (Pg. 4)

    2Preparando-se para a emergncia (Pg. 6)

    3Prticas de economia mxima (Pg. 8)

    4Estratgias de sobrevivncia ao colapso (Pg. 18)

    5Orientaes de sade (Pg. 22)

    6Fontes alternativas de gua (Pg. 24)

    7Para saber mais (Pg. 30)

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  • So Paulo e diversas outras cidades da Regio Sudeste esto passando por uma grave crise hdrica. Diante desse problema complexo e de grandes propores, cada um de ns pode contribuir para ajudar a evitar ou pelo menos adiar o esgotamento dos reservatrios.

    Esse manual um chamado para a mudana de hbitos: apren-der e aplicar novas prticas e sobretudo adotar um estilo de vida realmente sustentvel em casa, no emprego, na escola e na comunidade, individual e coletivamente. Nesse momento, cultivar e disseminar a paz to importante quanto fazer pre-parativos comparveis a uma situao de guerra. Manter a calma, ser solidrio e pr-ativo so atitudes essenciais para en-frentar um problema que afeta a todos. Entrar em pnico ou optar por solues individualistas s vai piorar a situao

    As prximas pginas apresentam vrias sugestes de econo-mia de gua em casa e voc pode levar as idias e dicas di-vulgadas nesta cartilha para seus locais de trabalho e estudo. Alm de aderir ao consumo consciente, importante que cada cidado participe do debate poltico visando pressionar os governantes a tomar atitudes adequadas para gerir a crise e construir solues de curto e longo prazo. Afinal, o acesso gua potvel e ao saneamento bsico um direito humano reconhecido pela Organizao das Naes Unidas (ONU).

    INTRODUO

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  • Captulo 1

    POR QUE EST FALTANDO GUA?

    ALGUNS FATORES COMBINADOS RESULTARAM NA SITUAO DRAMTICA DE ESCASSEZ QUE ENFRENTAMOS HOJE. SO ELES:

    O planeta passa por mudanas climticas que incluem o aumento da temperatura e uma maior frequncia e intensidade de eventos ex-tremos, como inundaes e secas. Na Regio Sudeste do Brasil, comeou em 2011 um pero-do de poucas chuvas que ainda pode continuar por vrios anos.

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    O Brasil um pas que se orgulha de possuir as maiores reser-vas de gua doce do planeta. S que seus governantes e ci-dados pouco se preocuparam em cuidar bem dessa riqueza. Ao contrrio, por aqui sempre houve muito desperdcio e a degradao de rios e mananciais, que so as fontes de abas-tecimento de gua dos centros urbanos.

    A maior parte da gua disponvel no pas se localiza na Regio Norte en-quanto a maioria da populao se con-centra na Regio Sudeste, onde h reservas hdricas bem mais modestas.

  • Nas ltimas dcadas as cidades cresceram muito e o consumo por pes-soa tambm. Hoje, cada brasileiro con-some em mdia 165 litros de gua por dia, enquanto a Organizao Mundial da Sade (OMS) indica que um volume de 50 a 100 litros por dia suficiente.

    No houve investimento em tecnologias para o uso sustentvel dos recursos naturais.

    Mais de 30% da gua distribu-da no Brasil perdida em vaza-mentos ou desvios, fraudes e ir-regularidades.

    O desmatamento avanou e as regies em volta dos mananciais foram degradadas e invadidas, o que impede que a gua penetre no solo para abastecer lenis freticos, rios e represas.

    Mesmo com o cenrio montado para o desastre, o governo tomou pouqussimas medidas de precauo e no comunicou aos cidados que a situao era crtica. O consumo continuou crescendo e as reservas de gua diminuindo. Resultado: a cri-se explodiu e poder demorar vrios anos para ser superada.

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  • Captulo 2

    PREPARANDO-SEPARA A EMERGNCIA Interrupes no abasteci-mento de gua j se tor-naram parte do cotidiano e no h expectativa de volta normalidade. possvel at mesmo que alguns bairros fiquem vrias semanas sem uma gota de gua no encana-mento. Ento preciso que residncias, creches, escolas, hospitais, presdios, empre-sas e comrcio estejam pre-parados.

    Se o abastecimento fosse in-terrompido hoje, por quanto tempo sua casa, seu prdio ou sua empresa conseguiriam funcionar? Ou seja, quanto tempo dura a gua da sua caixa? Em outras palavras, qual o seu Perodo de Auto-nomia Hdrica (PAH)?

    Para saber isso, existe uma frmula simples. Basta dividir a capacidade da caixa dgua pelo consumo mdio mensal

    que voc pode verificar na sua conta de gua. Acontece que o volume de gua apre-sentado na conta medido em metros cbicos (m3) e nor-malmente sabemos o volume das caixas dgua em litros (L). A converso de uma me-dida para outra fcil: como 1 m3 igual a 1.000 litros, basta tirar trs zeros. Ento uma caixa dgua de 500 litros tem m3, uma caixa dgua de 1.000 litros tem 1m3 e uma caixa dgua de 5.000 litros tem 5m3. Agora vem a conta. Se na sua casa tem uma caixa dgua de 1.000 litros (1m3) e o seu gasto mdio mensal 10 metros cbicos (m3) ou 10.000 litros, o Perodo de Autonomia Hdrica (PAH) igual a 3 dias. Este o tempo que a sua casa pode ficar sem receber gua da rua sem as torneiras secarem.

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  • CALCULANDOSEU PERODODE AUTONOMIA HDRICA (PAH)

    Para quem mora em aparta-mento a frmula a mesma. Basta dividir o valor total da capacidade das caixas dgua do prdio pelo consumo total de todos os condminos, con-forme vem na conta. O ideal seria cada imvel ter cerca de 500 litros de reserva por pessoa. Para um grupo de quatro moradores, por exem-plo, a caixa dgua precisa ter 2.000 litros.

    Antes de instalar uma nova caixa dgua importante avaliar se a estrutura do imvel suportar a carga extra. Uma caixa de 1.000 litros cheia pesa 1 tonelada!

    Mas importante lembrar essa crise no vai ser resolver simplesmente aumentando o nmero de caixas dgua de cada imvel. Se todos fizerem isso, o resultado ser apenas o esvaziamento mais rpido das represas. Est na hora de modificar os hbitos de con-sumo.

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  • Captulo 3

    PRTICAS DE ECONOMIAMXIMA Estamos vivendo uma situ-ao de crise muito sria,

    que implica num compro-metimento substancial da capacidade de resposta do poder pblico, e ainda assim precisamos nos hidra-tar, alimentar e fazer atividades dirias. Em momentos assim, podemos adotar nova rotina, seja por conscincia ou ne-cessidade, mesmo que isso cause desconforto, mesmo que para isso seja preciso tolerar situaes que anteri-ormente talvez no fossem sequer imaginveis.

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    Na atual situao de escassez, no podemos nos dar ao luxo de utilizar potvel para tudo. Ento importante aprender a empregar diferentes tipos de gua da forma mais eficiente possvel.

    gua potvel, gua da chuva

    e gua de reso: como utilizar?

  • O objetivo ampliar ao mximo o Perodo de Autonomia Hdrica (PAH) para que seja possvel resistir sem grandes transtornos at a volta do fornecimento de gua. Existem trs meios de fazer isso: acabar com vazamen-tos, reduzir o consumo de gua potvel (aquela tratada e forne-cida pela Sabesp) e reutilizar.

    A essa altura, medidas suaves de economia pouco adiantaro. Poupar radicalmente impor-tante tanto para adiar o colapso total das represas (quanto menos gua for retirada, mais tempo vai demorar para secar comple-tamente) quanto para servir de ensaio para o caso de realmente no haver gua nenhuma. Muitos litros dgua so pou-pados com a mudana de al-guns poucos hbitos. No se apegue a desculpas do tipo meu vizinho est esbanjan-do ou o governo ou a in-

    dstria gastam mais. O boca-a-boca pode ser um timo meio de informar quem ainda no entendeu a gravidade da situao. Enquanto discusses no levam a nada, o relato de experincias exemplares um mtodo mais tranquilo de convencimento para que outras pessoas se disponham a economizar o mximo que puderem. Neste captulo esto listadas tcnicas comprovadas de eco-nomia, que podem ser ado-tadas imediatamente e no necessitam de nenhuma adap-tao em encanamentos ou torneiras. So apenas novos hbitos domsticos que todos podemos -- devemos -- ado-tar no dia a dia. No Captulo 4 falaremos das estratgias de sobrevivncia para o caso do sistema de fornecimento pbli-co entrar em colapso e a gua acabar totalmente.

    gua PotvelFontes: Fornecida pela Sabesp atravs da rede pblica, mineral ou de poos comprovadamente limpos, engarrafada ou em gales ou de caminho-pipa com qualidade certificada.

    Deve ser usada para: Beber (aps filtragem caseira, no caso da gua da rede pblica), esco-var os dentes, cozinhar, tomar banho e higiene pessoal, lavar a loua, lavar roupas ntimas e de bebs.

    Observao: Precisa ser armazenada com segu-rana para se manter boa at para o consumo.

    gua No Potvel (e no contaminada)

    Fontes: Chuva, drenagem do subsolo de edif-cios, poo, nascente e reso domstico (gua inicialmente potvel que foi usada mas no teve contato com fezes).

    Pode ser usada para: Limpeza em geral, rega de plantas, descarga no vaso sanitrio, em alguns casos, lavar roupas. preciso avaliar a qualidade para definir o uso.

    Observao: gua contaminada por micro-or-ganismos nocivos sade e/ou metais pesados e outros contaminantes qumicos imprpria para qualquer uso.

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  • Regra bsica I: Evitar o con-sumo quando for possvelAntes de abrir uma torneira, o chuveiro ou dar descarga, perguntar-se: preciso mesmo de gua para o que pretendo fazer? E se precisar, ser que eu consigo atender a esta ne-cessidade com gua no po-tvel?

    Regra bsica II: Reutilizar! Se por qualquer motivo real-mente for necessrio usar gua tratada, antes de deixar que ela se perca pelo ralo, lembre que quase todo lqui-do pode ser reutilizado.

    o caso de se perguntar: a gua que acabei de usar precisa mesmo ir para o es-goto? Ser que eu consigo armazen-la num balde, bacia, tanque para um segundo uso antes de jog-la fora?

    Por razes sanitrias, a nica gua de uso domstico que deve ter obrigatoriamente como destino imediato o cano de esgoto aquela que teve contato com fezes. At mesmo a urina, se diluda em 1 parte por 10, se torna um timo adubo para as plantas (jogue no solo e no nas folhas). Outras guas po-dem ser facilmente reutili-

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    zadas, como mostraremos adiante, tais como: gua do banho, gua de lavagem de alimentos, gua da mquina de lavar, etc. Bacia, balde ou copo sempre! No banheiro, na cozinha ou na lavanderia, no deixe a gua escorrer pelo ralo. Lave tudo sempre com uma bacia em-baixo da torneira para depois reutilizar a gua na descarga ou na rega de plantas. Regra bsica III: Eliminar vazamentosVale a pena fazer uma busca minuciosa em toda a tubu-lao e consertar imediata-mente os vazamentos. Por dia, uma torneira pingando pode perder 46 litros, um furo de milmetros no encanamen-to pode desperdiar 3.200 litros e um vazamento de vl-vula de descarga pode por a perder 150 litros de gua!

    NO BANHEIRO

    1. Banho com menos de 20 litrosSe o chuveiro que voc usa demora para esquentar im-portante colocar um balde embaixo para recolher a gua, que pode estar fria mas limpssima e serve para lavar roupas e louas (alm de um novo banho, esquentando o contedo no fogo). Con-sidere tambm se acostu-mar com banhos frios, que fazem bem sade e pou-pam essa etapa do espera enquanto esquenta.Quando a gua estiver na temperatura considerada adequada para o banho, a vazo do chuveiro pode ser reduzida para o mnimo necessrio e o balde de gua fria trocado por uma bacia grande em que voc possa ficar em p durante o banho e continuar reservando gua. Com sabo e resduos do seu corpo, a gua recolhida du-rante o banho ainda servir para a descarga sanitria ou para as plantas. Molhando-se rapidamente e desligando a torneira enquanto se ensa-boa, poupa-se muito. A bacia ajuda tambm a controlar o tempo do banho: est cheia? Acabou!

  • 3. No usar a descarga toa.Um nico acionamento pode consumir 12 litros ou at mais. muita gua! Alm disso, no se deve jogar no vaso sanitrio papel higinico, absorvente, cigarro e outros resduos, para evitar entupi-mentos e aumento de descar-gas. H no mercado solues para descargas antigas que reduzem o volume sem ne-cessidade de troca ou quebra-quebra como, por exemplo, um reparo que fixa o fluxo em 4,5 litros ou um adaptador com dois botes que regulam fluxo para 3 ou 6 litros.

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    Vale experimentar tomar um banho de caneca. As orien-taes so as mesmas, mas o chuveiro fica desligado. Voc usa um balde de gua limpa (que pode ser aquecida no fogo) e vai jogando-a sobre o corpo com a caneca.As pessoas que tm algum tipo de ferimento no p devem tomar o cuidado de dispensar a primeira gua (com que lavou as partes ntimas) para evitar contaminao e no colocar os ps sobre a gua utilizada por outra pessoa.

    2. Escovar os dentes com meio copo ou menos

    Pegue meio copo de gua po-tvel. Coloque um pouco de creme dental sobre a escova (a recomendao dos dentistas utilizar apenas o volume equiva-lente a um gro de arroz, o que fica mais fcil de enxaguar). Mergulhe a escova na gua. Escove os dentes. Cuspa a espuma. Faa bochechos e cuspa novamente. Coloque uma pequena bacia dentro da pia para recolher a gua dos bochechos e depois despeje no balde junto com o restante da gua que ser usada na descarga.

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    1. Lavando frutas, ver-duras e legumes possvel higienizar hortifr-tis com pouqussima gua, iniciando a limpeza com uma escova, bucha ou panos secos e esfregando em seguida com bucha ou pano molhado em gua com hipoclorito de uso culinrio, vinagre ou limo. Depois de 1 hora, s secar com um pano limpo.

    2. CozinhandoAlimentos que sero cozi-dos ou comidos sem casca no precisam passar pela es-terilizao. Se o arroz ficar de molho por algumas horas e o feijo por pelo menos 12 horas, seus gros hidratados cozinharo com menos gua e em menos tempo.

    NA COZINHA No final da refeio pode-se aproveitar ainda todos os molhos do prato e os talheres com um pozinho ou tapioca! Assim voc no desperdia alimentos e simplifica o pro-cesso de limpeza dos pratos e utenslios.

    3. Lavando louaQuanto menos loua para lavar, menos gua se gasta. Cada pessoa da famlia pode usar sempre o mesmo copo. Pratos ou facas que estiverem praticamente limpos (usados para cortar po, por exem-plo) podem ser reutilizados. Limpe o mximo possvel as panelas, pratos e talheres antes de iniciar a lavagem. gua fervente do cozimento tima para isso. Depois de molhar levemente a loua (reaproveitando o lquido de um utenslio para o outro) dis-pense essa gua apenas se estiver oleosa. Em seguida, use guardanapos de papel ou filtros de caf usados, bagao e cascas de laranja ou limo ou at folhas de boldo para esfregar tudo. A crosta de sujeira vai embora e quanto mais limpa estiver a loua an-tes de ser esfregada com bu-cha e sabo, menos gua ser necessria e mais fcil ser reutilizar essa gua depois.

  • Use uma bacia ou outro recipiente de boca larga com cerca de 5 litros de capaci-dade e coloque gua sem encher completamente. Ensaboe primeiro os copos, mergulhe na bacia e coloque no escorredor. Faa o mesmo com pratos, talheres e panelas, nessa ordem. Despe-je a gua da bacia num balde e reserve para outro uso. Limpe bem a bacia. Encha novamente com gua limpa. Mergulhe novamente toda a loua na gua e recoloque no escorredor. A gua que resta est praticamente limpa. Pode ser usada para lavar as mos ou reservada para o primeiro enxgue da prxima loua.Para quem no tem uma bacia para colocar dentro da pia da cozinha, d para encher a pia pela metade para o mesmo

    processo de lavar a loua. Se for possvel, salve a gua que foi usada jogando com uma caneca em um recipiente para reutiliz-la.

    Embalagens descartveis en-caminhadas para a reciclagem no precisam de limpeza pro-funda, mas deve-se eliminar os vestgios de alimentos. Basta enxaguar rapidamente com gua e utilizar posterior-mente essa gua vitaminada para regar plantas. Ou lim-par com guardanapo usado ou mesmo jornal. O uso de descartveis recomendado apenas em casos extremos, pois transfere o gasto de gua para a fbrica que o pro-duz e gera mais resduos para a cidade.Mquina de lavar loua, se usada, deve ser em sua ca-pacidade total.

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    REAS EXTERNAS das demais peas. Isso pode ser feito recolhendo a gua que sobrar da lavagem em baldes, bacias e tanques ou sai pela mangueira da maquina de lavar ou tanquinho. Normalmente uma lavadora de 5 quilos consome 135 litros de gua a cada uso, mas se for feito desse modo, cerca de 60 li-tros so suficientes. Seguindo essa ordem, vale a pena enxaguar duas vezes, para que as roupas que vm no final da fila passem por trs guas e ficam totalmente lim-pas. Usar quantidade de sa-bo adequada evita excesso de gua para o enxgue. Para tornar a lavagem mais eficiente bom esfregar com sabo em pedra os locais onde h sujeira aparente; deixar lenis, toalhas, fronhas e roupas brancas de molho por perodos mais lon-gos (at de um dia para o outro) e quando for possvel quarar ao sol. A gua que sobra da lavagem com sabo de coco pode ser usada para regar plantas. Se entrarem produtos qumicos mais fortes, como amaciantes ou alvejantes a base de cloro, deve ser usada apenas para limpeza e descarga. Com a vantagem do sabo j estar includo!

    Revolucione a maneira delavar e usar roupas

    Assim como no caso das louas, quanto menos roupa para lavar e quanto mais organizada for a lavagem, menos gua ser consumida. Dependendo da situao, d para reutilizar algumas vezes a mesma pea, como a roupa do dia anterior para ativi-dades que sujam mais e no demandam limpeza absoluta, isto : prtica de exerccios, fazer faxina, brincadeiras de criana e jardinagem. Roupas de cama e toalhas de banho podem ter prazo de substi-tuio alongado. D prefer-ncia a toalhas pequenas e tecidos leves.

    No tanque, bacia ou balde importantssimo fechar a torneira enquanto ensaboa, esfrega ou enxgua peas. Acumule a roupa para la-var num s dia. Seja na mo ou com mquina, a tcnica mais econmica criar uma ordem. Primeiro os lenis, roupas brancas e roupas de baixo, depois as coloridas e as que esto mais sujas. A gua com sabo da lavagem dos lenis, por exemplo, pode ser usada na lavagem

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    Plantas fazem bemAlm de lindas, as plantas produzem vrios efeitos benficos para a sade humana e para o meio ambiente. No entanto importante suspender o uso de gua nova para a rega de plantas ornamentais. A gua coletada da chuva, do lenol fretico e de reso da lavagem de roupa, loua, alimentos, co-zimento, banho e da mquina de lavar tima para as plantas (desde que no contenham produtos qumicos fortes). Voc pode deixar um balde ao lado da pia da cozinha para ir recolhendo a gua com vestgios de alimentos no oleosos ou salgados para serem incorporadas rega no final do dia.

    Se possvel, comece a plantar espcies comestveis. A seca est afetando gravemente a agricultura e provvel que haja desabastecimento de hortalias. Mesmo que no falte produto no mercado, o aumento dos preos ser inevitvel. Na hora de plantar, prefira espcies mais rsticas, que aguentam melhor a seca. Algumas sugestes: batata doce, ora-pro-nbis e almeiro.

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    Lavar calada, garagem e carro? No! A situao est crtica e toda a gua deve ser usada para ne-cessidades mais urgentes. Caladas, garagens e carros em geral no precisam de banho. Na atual situao, em vez de descuido, carros sujos representam um smbolo de atitude colaborativa frente ao drama da seca.Basta varrer a calada e a garagem. Se tiver coc e xixi de ca-chorro, resolve-se apenas com um pouco de gua de reuso com vinagre ou desinfetante caseiro para controlar o cheiro (a re-ceita do desinfetante caseiro est aqui embaixo). Carros podem ser limpos com pano ou bucha midos.

    Considere tambm reduzir o pavimento nas reas externas, pois onde tem jardim no precisa esfregar o cho. Alm disso, reas permeveis infiltram gua no solo e ajudam a recompor o lenol fretico que d origem s nascentes.

    FRMULA DE DESINFETANTE CASEIROIngredientes

    - 2 colheres de sopa de bicarbonato de sdio- 1 copo de lcool, de preferncia embe-bido h vrios dias em ervas aromticas, cravo ou citronela- gua- 1 garrafa de plstico ou vidro de 2 litros

    Como fazer:Coloque todos os ingredientes na garrafa com a ajuda de um funil. Comece pelo bicarbonato, pois faz espuma. Preencha o restante com gua e pronto!

    Tem cheiro delicioso, no txico e por ser bastante lquido pode substituir a lavagem com gua em algumas situaes. Vale a pena ter uma reserva dessa mistura para o caso de faltar totalmente gua.

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    ESTRATGIAS DE SOBREVIVNCIAAO COLAPSO

    1. Guardar previamente 10 litros de gua potvel por pessoaCom essa quantidade pos-svel sobreviver com se-gurana trs dias. Armazene tambm diversos recipientes vazios com tampa, do tipo garrafa PET, que sero teis para transportar gua.

    2. Priorizar o essencialUse gua potvel quase exclu-sivamente para beber e cozinhar. Beba o quanto precisar para sa-ciar a sede, pois precisamos de cerca de 2 litros dirios. Planeje o preparo de alimentos para a mnima quantidade possvel de gua. Escove os dentes com quase nada de creme dental e a quantidade de gua correspondente a um bochecho.

    Tomara que voc esteja lendo este manual antes de acontecer uma situao extrema de falta absoluta de gua. Alis, tomara que isso nunca acontea, mas preciso se prevenir. Veja o que fazer se a torneira secar mesmo, a gua da caixa tambm e no houver certeza de quando o abastecimento retornar.

    Captulo 4

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    3. Proteger os mais frgeisCrianas, gestantes, idosos e pessoas doentes ou com defi-cincias ou necessidades es-peciais devem ter prioridade no acesso gua e at alguns privilgios, como conseguir alguns litros para a higiene pessoal. Em situaes ex-tremas, a solidariedade deve prevalecer.

    4. Interditar o vaso sanitrioParece um absurdo, mas se no h previso de volta da gua, essa uma necessi-dade sanitria e de conforto, porque vai evitar insetos e mau cheiro na sua casa. O que fazer para manter o local em condies habitveis? A urina pode ser recolhida e ir para a terra. As fezes deposi-tadas sobre jornal e depois embaladas em plstico para seguirem o mais rpido pos-svel para o aterro sanitrio junto com o lixo. o que se faz cotidianamente com o coc de cachorro e fraldas descartveis, no ? Melhor ainda construir um banheiro seco improvisado. Sobre uma bombona ou um recipiente fechado qualquer (fixado no cho para ningum cair) instala-se o assento sanitrio e apenas as fezes devem en-

    trar ali e serem cobertas com serragem ou terra imediata-mente. Depois de alguns me-ses essa mistura vira adubo. Mas o fornecimento de gua deve voltar antes desse pra-zo. Ento, o jeito se livrar do contedo do banheiro seco improvisado enviando pelo caminho de lixo ou colocando sobre uma camada grossa de folhas secas no jardim e cobrindo igualmente com outra camada.

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    5. Sem banho mas com higieneGuardar 1 litro de desinfe-tante caseiro por pessoa (a receita est no captulo an-terior). No ser vivel tomar banho ou lavar roupas, mas com organizao possvel manter a limpeza. Para melhorar o conforto corporal, voc pode usar uma toalha molhada com um pouco do desinfetante caseiro no corpo, que no txico nem irrita a pele. Talco bom nas dobras. guas de colnia, como as de lavanda e alfazema, tam-bm ajudam. Usando apenas vassoura e panos midos possvel deixar a casa limpa, organizada e os objetos do dia-a-dia limpos.

    6. Lavar loua sem guaMais uma tarefa importante para manter a casa com condies mnimas de uso. Primeiro esfregue jornal em tudo o que est sujo. Em seguida, esfregue com cas-cas ou bagao de laranja ou limo, guardanapos de papel ou papel toalha. O prximo passo usar a esponja ou bu-cha de lavar loua com desin-fetante caseiro ou lcool. Para finalizar, esfregue um pano mido. O uso de borrifadores pode ser uma boa alternativa

    se houver um mnimo de gua disponvel. Aplicar algumas gotas sobre o que est sendo lavado entre uma etapa e outra j ajuda bastante. Desse modo a limpeza fica quase perfeita. Quando a gua vol-tar, voc vai rir disso tudo e far uma lavagem como se deve (mas economizando ao mximo o lquido precioso).

  • Cada um limpa o que sujouAjudar a manter limpo o que usou uma medida de ateno com quem executa os servios de limpeza (e ser especialmente atingido pela crise) e tambm gera economia de gua, pois as pessoas tm menos nojo da prpria sujeira.

    7. Atender os animais de estimaoEles tambm sofrem de de-sidratao e precisam de sua poro de gua para beber.

    8. Sair para buscar gua quando possvelCaso haja agitao e clima de violncia nas ruas, fique em casa. Se estiver tudo relativamente calmo, pegue vrios recipientes com tampa e v buscar gua. Converse com os vizinhos e tente mon-tar um esquema coletivo e solidrio. Na ausncia de carro, um carrinho de feira ou de mo vai ajudar muito. Pedir auxlio para o catador de materiais reciclveis pode ser uma boa alternativa, j que ele pode transportar muita gua em seu carrinho. Na hora de sair, no se es-quea de levar um pouco de gua para beber. A aventura pode demorar um pouco e voc precisa se garantir para no passar mal.

    As dicas deste manual podem ajudar muito, mas no dia-a-dia cada pessoa estar vivendo sua prpria realidade, desafios e limites frente escassez de gua. Sua criatividade e bom sen-so sero muito importantes quando surgirem situaes imprevisveis.

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    9. Calma, bom humor e criatividade

    Adote essas prticas com a mente e o corao abertos. importante ficar tranquilo, ajudar uns aos outros, cuidar, reorganizar, recrutar toda a famlia para trabalhar em equipe. Encontrar a paz e a alegria e propagar um clima de colaborao e fraternidade durante a falta dgua.

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    Captulo 5

    ORIENTAES DE SADETalvez o maior risco da crise hdrica seja o de epidemias e piora geral na sade pblica. Fique atento a essas dicas bsicas e procure mais orientaes mdicas.

    1. Separe muito bem a gua potvel da gua no potvelPara beber, cozinhar e escovar os dentes use apenas gua comprovadamente potvel. Ou seja, apenas a que vem pelo sistema de abastecimento pblico ou gua mineral. Para lavar louas e roupas (sobretudo peas ntimas ou que sero usadas por bebs) a gua tambm precisa estar livre de contaminao qumica ou bacteriolgica. Para fazer faxina ou despejar no vaso sanitrio pode-se usar gua do banho ou da mquina de lavar. Para regar plantas, a gua de reuso da cozinha serve muito bem (veja mais detalhes no Captulo 3). gua de poo ou de rios ur-banos tm alta chance de contaminao. Se no houver anlise laboratorial atestando a qualidade da gua, no use.

    2. Preparao dos recipientes que vo armazenar guaEm hiptese alguma use recipientes utilizados anteriormente com agrotxicos, material de limpeza e produtos qumicos. Antes de encher, lave bem a vasilha com gua e sabo e provi-dencie a tampa ou tela que vai cobrir. No caso de vedao com tela, importante haver sobras de tecido nas laterais e amarrar em volta para eliminar frestas. Se for colocar baldes e bacias a cu aberto para recolher a chuva, no esquea da tela amarrada sobre eles.

    3. Todo cuidado poucoJamais beba, cozinhe ou escove os dentes com gua no po-tvel. A gua que sai das estaes de tratamento da Sabesp tem sua qualidade testada, mas atualmente as tubulaes esto sujeitas a variaes de presso e podem sofrer infiltraes. E as guas de rios, crregos e poos tm maior chance de se con-taminar com fezes e urina humanas e de animais em perodos de seca. Isso porque a menor quantidade de gua leva con-centrao dos microorganismos que causam doenas. Ou seja,

  • uma fonte de gua que era limpa h alguns meses talvez no seja mais. As guas podem ainda estar contaminadas quimica-mente, com metais pesados provenientes do solo ou do ar. E em determinadas situaes pode haver o crescimento de algas que liberam toxinas nocivas sade. Ento fique atento aos sintomas de intoxicao e busque socorro mdico no caso de indisposies e, sobretudo, enjo, vmito ou diarria. O risco de hepatite tambm aumenta. 4. Mantenha a higiene pessoalMesmo economizando muita gua, no deixe de lavar as mos ao chegar em casa, aps ir ao banheiro e antes de cozinhar e se alimentar. Oriente as crianas a fazer o mesmo e tente evitar que coloquem as mos na boca e nos olhos. Em caso de falta dgua, passe lcool em gel nas mos. Diarrias, hepatite, con-juntivite e infestaes de piolho so mais freqentes em situ-aes de escassez de gua. Se surgir conjuntivite procure o m-dico imediatamente e evite freqentar locais com concentrao de pessoas, o que inclui escolas e empresas.

    5. Cuidado com a dengue!Toda gua armazenada, sobretudo em reas externas, precisa estar em recipientes com tampa. E no pode haver fresta nen-huma, pois o mosquito da dengue consegue se infiltrar por es-paos muito pequenos. Para garantir, vale a pena colocar uma tela entre o recipiente e a tampa. At mesmo aquele pouquinho de gua que fica no canto da tampa do balde precisa ser elimi-nado. Na parte interna da casa, se a gua for para uso imedia-to, no precisa estar coberta. Caixas dgua devem ficar com-pletamente tampadas para impedir a entrada de animais, como ratos e pombas, e principalmente para evitar a proliferao de mosquitos transmissores de doenas. O ciclo do mosquito entre a larva e a forma adulta demora alguns dias. Por isso faa uma faxina caprichada por semana, com eliminao total de pos-sveis focos de reproduo de mosquitos.

    Alm da dengue, mais doenas podem ter como causa a gua parada (como a chikungunya) e existem vrios outros microorganismos trans-mitidos pela picada de mosquitos.

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    FONTESALTERNATIVASDE GUA

    CISTERNASistemas de captao direta de gua da chuva no so novidade. Existem h milnios e no demandam grandes adaptaes no imvel para serem implantados. Coletar essa gua antes que ela caia no solo uma soluo que d resultados imediatos, no re-quer muito investimento e deveria ser uma medida permanente. Mas importante saber que a gua de chuva s serve para usos no potveis. Alm das residncias, escolas, hospitais e empresas tambm podem aproveitar essa gua que literalmente cai do cu. Antes de iniciar a construo de sua cisterna calcule o peso que o reservatrio ter quando estiver cheio de gua (1 litro pesa 1 quilo) e avalie se a estrutura do imvel suportar a carga extra. O equipamento deve incluir um mecanismo de descarte da primeira gua (que lava o telhado e tem muitas impurezas) e filtro para folhas e outros fragmentos. O sistema precisa ser totalmente ve-dado entrada de animais, principalmente mosquitos, para im-pedir a proliferao da dengue e outras doenas. Existem modelos de baixo custo que qualquer pessoa com um pouco de habilidade pode construir. E existem empresas que projetam e executam cis-ternas de maior porte sob medida. (Veja o manual e mais informaes no site www.cisternaja.com)

    provvel que em algum perodo o abastecimento pblico no seja suficiente nem para atender s necessidades bsicas da populao. Numa situao como esta, espera-se que gua po-tvel seja distribuda em esquemas emergenciais pelo governo, para garantir o mnimo para beber e cozinhar. Para manter outras atividades, que em geral representam cerca de metade do consumo domstico, como descarga sanitria, limpeza e re-gar plantas ser necessrio buscar fontes alternativas de gua. Veja abaixo algumas fontes de gua possveis para usos no potveis.

    Captulo 6

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    Quando a gua acaba, esse o primeiro recurso que vem mente. Mas no est ao alcance de todos, pois o custo elevado. E a de-manda apenas por gua potvel numa cidade como So Paulo imensa, o que inviabiliza essa alternativa como soluo nica. Seriam necessrios 10.000 caminhes pipa entrando na cidade por hora para abas-tecer 20 milhes de habitantes!

    Antes de chamar um caminho-pipa, verifique se a empresa tem seu Cadas-tro Municipal de Vigilncia em Sade (CMVS) deferido. obrigao do contratado apresentar a documentao. No receba gua de clandes-tinos, pois pessoas inescru-pulosas podem abastecer o caminho com gua polu-da. Tambm vale a pena se cotizar com os vizinhos para dividir um caminho-pipa, pois uma vez abastecidos, eles precisam se livrar de toda a carga de uma s vez.

    CAMINHO-PIPA

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    POOSDebaixo da terra existe gua. A gua do subsolo um bem pblico, mesmo quando se encontra numa proprie-dade particular. Por isso, antes de se decidir a cavar um poo e comear a usar sua gua, fique atento para a legislao e alguns riscos:

    1. Em So Paulo, para construir um poo preciso ob-ter a autorizao de Captao de gua Subterrnea do Departamento de guas e Energia Eltrica (DAEE -www.daee.sp.gov.br), seguir as normas tcnicas para construo e anlise da gua. O uso de poos clandesti-nos, alm de proibido, perigoso e antitico. Rouba-se um recurso que de todos e corre-se mais risco de obter gua contaminada.

    2. preciso fazer a anlise laboratorial prvia da gua do poo, que sobretudo em reas urbanas corre o risco de con-taminao por esgoto e metais pesados. importante lembrar que a gua subterrnea no infini-ta e a recomposio dessas reservas se d de forma muito mais lenta do que a dos rios e represas. A explorao desta fonte deve ser criteriosa, pois no podemos correr o risco de secar tambm o lenol fretico. E se a gua do poo no for excelente?Poder atender aos usos no potveis. importante que as pessoas sejam esclarecidas a esse respeito e haja um rgido controle na distribuio e uso dessa gua, evitando riscos de contaminao e epidemias.

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    A utilizao da gua do sub-solo tambm requer anlise laboratorial e autorizao do DAEE (www.daee.sp.gov.br). Se o uso for autorizado, os prdios que esto nessa condio podem instalar um reservatrio especfico para armazenar a gua do lenol fretico para uso descargas sanitrias, irrigao de jar-dins e limpeza das reas co-muns do prprio condomnio e at mesmo ceder parte dessa gua para vizinhos.

    Em hiptese alguma pode haver comunicao entre o encanamento que leva a gua potvel e os canos por onde passa a gua de drenagem do subsolo para evitar contaminao da gua potvel fornecida pela rede pblica pela gua do lenol fretico.

    GUA DRENADA POR EDIFCIOSMuitas construes, sobretu-do condomnios residenciais e prdios de escritrios, tm andares subterrneos que invadem o lenol fretico (camada com alto grau de umidade logo abaixo da superfcie).

    Com isso, os subsolos so constantemente inundados com gua que brota den-tro das garagens. At hoje, a soluo para esse problema era bombear a gua exceden-te para fora do edifcio, para a sarjeta. Sabe quando no est chovendo e corre gua transparente pelos cantos da rua? Em geral o lquido foi bombeado do lenol fretico por algum prdio do entorno. S que no estamos num perodo normal e impor-tante tentar aproveitar essa gua para usos no potveis.

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    Existem muitas nascentes nas cidades e em seu entorno. Anti-gamente, elas contribuam para o abastecimento da populao nos vrios chafarizes espalhados pela cidade. Com o crescimen-to das cidades, os sistemas foram se tornando centralizados e a norma passou a ser buscar gua cada vez mais longe e construir reservatrios cada vez maiores. Os usos locais foram desestimu-lados e descontinuados. Est na hora de rever esse modelo, pois a degradao ambiental chegou a tal ponto que mesmo as grandes represas esto secando. No entanto... muitas nascentes nas cidades ainda tm gua! A crise uma oportunidade de voltar a usar as guas das nas-centes urbanas atualmente desconhecidas, escondidas ou de-sativadas. Para tanto, precisamos mapear, restaurar, proteger, sinalizar e avaliar a gua dessas fontes. Sobretudo aquelas que tm maior vazo e probabilidade de estarem livres de poluio pesada. Em geral, nascentes perto de edificaes, postos de gasolina ou junto a atuais ou antigas reas industriais possuem alta chance de estarem contaminadas por esgoto ou produtos qumicos. Mesmo quando a gua parece limpa, ela jamais deve ser usada para beber, cozinhar, escovar os dentes ou tomar banho. Nem mesmo se for fervida. O calor mata boa parte dos micro-organismos que transmitem doenas, mas no resolve a poluio por metais pesa-dos como chumbo ou mercrio, extremamente prejudiciais sade.

    NASCENTES

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    PARA SABER MAISCaptulo 7

    Aliana Pela gua www.aguasp.com.br

    Apresenta propostas de emergncia e para solu-cionar o abastecimento em longo prazo que foram elaboradas em conjunto por mais de 200 especialistas em recursos hdricos e meio ambiente. Cad a gua?www.socioambiental.org

    Ferramenta que o Instituto Socioambiental (ISA) desen-volveu para informar sobre a origem da gua em cada parte da cidade e registrar onde est faltando. A Rede das guas www.sosma.org.br/projeto/rede-das-aguas Programa da ONG SOS Mata Atlntica voltado mobilizao dos cidados e monitoramento da quali-dade da gua.

    gua Pede gua www.aguapedeagua.org.br

    Site do Instituto Akatu com muitas dicas de consumo consciente de gua T sem gua www.idec.org.br/especial/to-sem-aguaIniciativa do Instituto de Defesa do Consumidor que apresenta mapas do raciona-mento, registra relatos de falta dgua e inclui uma campanha para pressionar a Sabesp por mais transparncia.

    Cisterna J www.cisternaja.com

    Manual para construo de minicisterna domstica, di-cas, solues de dvidas, calendrio de cursos e diver-sas outras informaes so-bre captao e uso de gua de chuva.

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    A Conta da guawww.contadagua.org

    Cobertura Coletiva da Crise Hdrica em So Paulo e no Brasil Rios e Ruaswww.rioseruas.com

    Para saber mais sobre os rios da cidade que esto es-condidos sob o asfalto. Rios de So Paulo www.riosdesaopaulo.org

    Mapeamento colaborativo dos rios de So Paulo. Existe gua em SPwww.facebook.com/exi-steaguaemspMapeamento de nascentes urbanas em So Paulo.

    The Nature Conserv-ancy www.tnc.org.br

    No site da sucursal brasileira dessa ONG, muitas infor-maes sobre a crise da gua, o especial De Onde Vem a gua? e a campanha No Chove, No Lavo (para evi-tar desperdcio de gua com a lavagem de carros).

    Water For Life www.un.org/waterforlifedec-ade Site do projeto gua para a Vida da Organizao das Naes Unidas (em ingls).

    Telefones de emergncia da Sabesp

    195Regio Metropolitana de So Paulo

    0800 0119 911Interior e Litoral do Estado de So Paulo

    0800 0550 195

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    Dvidas, dicas ou comentrios:www.aguasp.com.brEsta publicao uma iniciativa da Aliana Pela gua

    TextoClaudia Visoni e Zaba Moreau

    Lay-outPedro Strelkow

    IlustraesMiguel Young e Patricia Kalil

    Reviso tcnica e contribuies

    Caroline Derschner Videira; Eduardo Britto; Fabiana Sanches; Guilherme Castagna;

    Israel Santos Silva; Joana Canedo; Marcelo Cardoso; Marussia Whately;

    Nicole Oliveira; Nina Orlow; Pedro Telles; Rafael Poo; Rafael Vilela; Rebeca Lerer;

    Regiane Nigro; Tatiana Mendizabal; Thais Mauad.

    Aliana pela gua uma coalizo de mais de 40 organizaes e movimentos da sociedade civil para enfrentamento do colapso hdrico em So Paulo durante o ano de 2015.

    Enquanto lidamos com a emergncia, ser preciso construir a soluo. Se quisermos a gua de volta, a tarefa essencial que temos pela frente zerar o desmatamento, despoluir os rios e recuperar uma parte da cobertura florestal em todo o pas, a comear pelas reas de manancial e margens dos rios.

    Tem que comear j.

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