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  • TCNICAS

    DE AVALIAO

    DE AGENTES

    AMBIENTAIS:

    MANUAL SESI

    BRASLIA 2007

    TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMBIENTAIS: M

    ANUAL SESI BRASLIA 2007

    Confederao Nacional da IndstriaServio Social da Indstria

    Departamento Nacional

    Confederao Nacional da IndstriaServio Social da Indstria

    Departamento Nacional9 788577 100866

    ISBN 978-85-7710-086-6

  • TCNICAS

    DE AVALIAO

    DE AGENTES

    AMBIENTAIS

  • CONFEDERAO NACIONAL DA INDSTRIA CNI

    Presidente: Armando de Queiroz Monteiro Neto

    SERVIO SOCIAL DA INDSTRIA SESI

    Conselho NacionalPresidente: Jair Meneguelli

    SESI Departamento NacionalDiretor: Armando de Queiroz Monteiro Neto

    Diretor-Superintendente: Antonio Carlos Brito Maciel

    Diretor de Operaes: Carlos Henrique Ramos Fonseca

  • TCNICAS

    DE AVALIAO

    DE AGENTES

    AMBIENTAIS:

    MANUAL SESI

    BRASLIA 2007

    Confederao Nacional da IndstriaServio Social da Indstria

    Departamento Nacional

  • 2007. SESI Departamento NacionalQualquer parte desta obra poder ser reproduzida, desde que citada a fonte.

    SESI/DNUnidade de Sade e Segurana do Trabalho Unisade

    NOTA: Este Manual resultado do Curso de Avaliao de Agentes Ambientais, promovido

    pelo Departamento Nacional do SESI, em 2004/05, para seus 27 Departamentos

    Regionais. Este curso foi ministrado pelos professores Mario Luiz Fantazzini e Maria

    Cleide Sanchez Oshiro que produziram o material pedaggico que ora se transforma

    neste Manual.

    FICHA CATALOGRFICA____________________________________________________________S491t

    Servio Social da Indstria. Departamento Nacional.Tcnicas de avaliao de agentes ambientais : manual SESI.

    Braslia : SESI/DN, 2007.294 p. : il. ; 26 cm.

    ISBN 978-85-7710-086-6

    1. Segurana no Trabalho 2. Higiene Industrial I. Ttulo.

    CDU 331.45__________________________________________________________________

    SESI SedeServio Social da Indstria Setor Bancrio NorteDepartamento Nacional Quadra 1 Bloco C

    Edifcio Roberto Simonsen70040-903 Braslia DFTel.: (61) 3317-9754Fax: (61) 3317-9190

    http://www.sesi.org.br

  • APR

    E

  • A razo principal para que a segurana e sade do trabalho constitua uma clara prioridade para o Servio Social da Indstria (SESI) o forte impacto que essa rea possui sobre a produo das empresas e sobre a qualidade de vida dos trabalhadores.

    Para efetivamente reduzir os inaceitveis ndices de acidentes e doenas do trabalho no Pas, preciso agir com competncia tcnica e de maneira regular em cada ambiente laboral onde existam perigos, sejam eles provocados por agentes fsicos, qumicos, biolgicos, mecnicos ou situaes ergonmicas.

    com orgulho que o Departamento Nacional do SESI apresenta esta publicao, Tcnicas de Avaliao de Agentes Ambientais Manual SESI, escrito pelos professores Mario Luiz Fantazzini e Maria Cleide Sanchez Oshiro, em iniciativa estruturada pela Gerncia de Sade e Segurana do Trabalho.

    Trata-se de um texto preciso e detalhado construdo no campo especializado da higiene ocupacional. Seus grandes captulos a exposio ao calor, as condies de iluminamento, o tratamento das radiaes no ionizantes, a avaliao do rudo e das vibraes, a exposio a agentes qumicos tm uma abordagem centrada fundamentalmente no dia-a-dia do setor industrial.

    Ao ensinar a melhor forma de identificar eventuais problemas, o SESI facilita, em muito, a tarefa das empresas na busca de solues adequadas para

    que tornem seus ambientes de trabalho mais seguros e saudveis.

    Braslia, 2007.

    Antonio Carlos Brito Maciel

    Diretor-Superintendente do SESI/DN

    SENTAOAPRESENTAO

  • INT

    RO

  • 15

    Esta publicao nasceu de um curso de formao continuada a distncia, por meio de videoaulas, contratadas pelo SESI Departamento Nacional. Foram selecionados agentes relevantes que demandam avaliaes ambientais, descritos no sumrio.

    As aulas, em perodo aproximadamente mensal, tiveram inicialmente uma durao de duas horas, passando, antes da metade do curso e por solicitao dos alunos, para trs horas. Dentro da sistemtica das videoaulas, era dado o direito, para duas a trs das salas receptoras, em forma de rodzio, de realizar perguntas para dirimir dvidas, em momentos predefinidos. Para todos os alunos participantes, foi concedido o direito de sanar dvidas por mensagem eletrnica, tanto durante como aps as aulas.

    O material didtico de cada aula foi enviado previamente para estudo preparatrio, e a base desta publicao. Todas as perguntas feitas foram colecionadas, coligidas e sistematizadas, e tambm fazem parte deste livro, sempre anexadas ao final de cada captulo, com as devidas respostas dadas pelos instrutores.

    Ao final das videoaulas tericas, houve uma srie de nove aulas de laboratrio de avaliao de agentes ambientais, em vrias cidades do Pas, concentrando regionalmente os alunos e permitindo a concluso do curso com uma parte prtica. As estatsticas deste curso merecem ser destacadas:

    D U OINTRODUO

  • 16

    1. Nmero total de alunos nas videoaulas 377 2. Nmero de salas de recepo no Pas 33

    3. Nmero de alunos elegveis para as aulas de laboratrio 226 4. Total de perguntas formuladas durante as aulas e por mensagens

    eletrnicas 91 5. Carga horria total por aluno 40 horas a distncia e 8 horas

    presenciais 6. Nmero de horas docentes totais 176 horas

    Desta experincia, como vista pelos instrutores, deve-se destacar no s o alto nvel participativo dos alunos, como a constatao de que este formato didtico uma alternativa plenamente realizvel, vlida e justificvel em circunstncias como as do SESI, pela grande capilaridade que possui em nvel nacional.

    Existindo a tecnologia e um projeto pedaggico adequado, torna-se vivel formar tcnicos em um grande nmero de localidades, espalhados continentalmente, havendo em cada local quantidades reduzidas, que no justificariam aes de treinamento individualizadas.

    Adicionalmente, foram elaboradas gravaes das videoaulas em formato VHS, dando oportunidade de reviso terica a qualquer tempo, assim como se tornando um material de estudo, que este livro complementa.

    INTRODUO

  • 17

    Ns nos sentimos orgulhosos de ter participado desta iniciativa, e apoiaremos outras semelhantes, pois pudemos perceber que sua eficincia formativa no difere da forma tradicional, atingindo seus objetivos. O complemento prtico e presencial confere a caracterstica necessria de eficcia aos cursos de avaliaes ambientais, que de outra forma no seria alcanado.

    So Paulo, julho de 2004

    Mario Luiz FantazziniCoordenador Tcnico e Instrutor

    Maria Cleide Sanchez OshiroInstrutora

  • 19

    CAPTULO I

    SITUANDO A HIGIENE OCUPACIONAL

    1 ESTAbELECENDO CONCEITO E DEFINIES

    1.1 Conceituao Geral

    Sobre a higiene ocupacional:

    Visa preveno da doena ocupacional por meio da antecipao, reconhecimento, avaliao e controle dos agentes ambientais (essa a definio bsica atual, havendo variantes; outras definies sero discutidas mais adiante);

    Preveno da doena deve ser entendida com um sentido mais amplo, pois a ao deve estar dirigida preveno e ao controle das exposies inadequadas a agentes ambientais (um estgio anterior s alteraes de sade e doena instalada);

    Em senso amplo, a atuao da higiene ocupacional prev uma interveno deliberada no ambiente de trabalho como forma de preveno da doena. Sua ao no ambiente complementada pela atuao da medicina ocupacional, cujo foco est predominantemente no indivduo;

    Os agentes ambientais que a higiene ocupacional tradicionalmente considera so os chamados agentes fsicos, qumicos e biolgicos. Essa considerao pode ser ampliada, levando em conta outros fatores de estresse ocupacional, como aqueles considerados na ergonomia, por exemplo (que tambm podem causar desconforto e doenas). evidente que as duas disciplinas se interligam e sua interao deve ser sinergtica, antes que antagnica;

    Os agentes fsicos so, em ltima anlise, alguma forma de energia liberada pelas condies dos processos e equipamentos a

  • 20 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    que ser exposto o trabalhador. Sua denominao habitual: rudo, vibraes, calor/frio (interaes trmicas), radiaes ionizantes e no ionizantes, presses anormais;

    Os agentes qumicos, mais por sua dimenso fsico-qumica que por sua caracterstica individual, so classificados em gases, vapores e aerodispersides (estes ltimos so subdivididos ainda em poeiras, fumos, nvoas, neblinas, fibras); podemos entender os agentes qumicos como todas as substncias puras, compostos ou produtos (misturas) que podem entrar em contato com o organismo por uma multiplicidade de vias, expondo o trabalhador. Cada caso tem sua toxicologia especfica, sendo tambm possvel agrup-los em famlias qumicas, quando de importncia toxicolgica (hidrocarbonetos aromticos, por exemplo);

    As vias de ingresso ou de contato com o organismo consideradas tradicionalmente so as vias respiratria (inalao), cutnea (por meio da pele intacta) e digestiva (ingesto). A respiratria a de maior importncia industrial, seguida da via drmica;

    Os agentes biolgicos so representados por todas as classes de microorganismos patognicos (algumas vezes adicionados de organismos mais complexos, como insetos e animais peonhentos): vrus, bactrias, fungos. Note que merecem uma ao bem diversa da dos outros agentes e que muitas formas de controle sero especficas;

    Para bem realizar a antecipao, o reconhecimento, a avaliao e o controle dos agentes ambientais so necessrias mltiplas cincias, tecnologias e especialidades. Para a avaliao e o controle, importante a engenharia; na avaliao, tambm se exige o domnio dos recursos instrumentais de laboratrio (qumica analtica); no entendimento da interao dos agentes com o organismo, a bioqumica, a toxicologia e a medicina. A compreenso da exposio do trabalhador (esse termo fundamental) a um certo agente passa pelas caractersticas fsicas e/ou qumicas dos agentes e pelo uso dessas cincias bsicas;

  • 21CAPTULO I SITUANDO A HIGIENE OCUPACIONAL

    O reconhecimento um alerta; a adequada avaliao deve levar a uma deciso de tolerabilidade; os riscos intolerveis devem sofrer uma ao de controle;

    Para se conhecer sobre a intolerabilidade, valores de referncia devem existir. o conceito dos limites de exposio (legalmente, limites de tolerncia);

    O objetivo ltimo da atuao em higiene ocupacional, uma vez que nem sempre se pode eliminar os riscos dos ambientes de trabalho, o de se reduzir a exposio mdia de longo prazo (parmetro recomendado de comparao) de todos os trabalhadores, a todos os agentes ambientais, a valores to baixos quanto razoavelmente exeqvel dentro de critrios definidos de tolerabilidade. Veja que comearam a surgir outros conceitos, que devem ser definidos a seu tempo;

    Nem todos os agentes so medidos apenas por sua ao de longo prazo, sendo tambm importantes as exposies agudas (curto prazo). Pode-se perceber que devem variar aqui os objetivos e formas de avaliao da exposio.

    1.2 Detalhando Aspectos Bsicos

    Antecipar ...

    trabalhar, com equipes de projeto, modificaes ou ampliaes (ou pelo menos analisar em momentos adequados o resultado desse trabalho), visando deteco precoce de fatores de risco ligados a agentes ambientais e adotando opes de projeto que favoream sua eliminao ou controle;

    estabelecer uma polcia de fronteira na empresa, rastreando e analisando todo novo produto qumico a ser utilizado (isso inclui as amostras de vendedores);

    ditar normas preventivas para compradores, projetistas, contratadores de servios, a fim de evitar exposies inadvertidas

  • 22 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    a agentes ambientais causadas pela m seleo de produtos, materiais e equipamentos. Por exemplo, um dispositivo para espantar roedores de galerias de cabos eltricos parece timo, mas necessrio saber que um emissor de ultra-som.

    Reconhecer ...

    conhecer de novo! Isso significa que se deve ter conhecimento prvio dos agentes do ambiente de trabalho, ou seja, saber reconhecer os riscos presentes nos processos, materiais, operaes associadas, manuteno, subprodutos, rejeitos, produto final, insumos;

    estudar o processo, atividades e operaes associadas e processos auxiliares, no apenas com os dados existentes na empresa (e inquirindo os tcnicos, projetistas, operadores), mas tambm conhecendo a literatura ocupacional especfica a respeito deles, pois mesmo os tcnicos dos processos podem desconhecer os riscos ambientais que estes produzem. Podem omitir, freqentemente, detalhes que no julgam importantes para o higienista, mas justamente ligados a um risco. O solcito tcnico da mquina empacotadora de leite longa vida pode lhe dar uma explicao precisa e detalhada do seu funcionamento, omitindo que a caixinha selada por radiofreqncia;

    transitar e observar incessantemente o local de trabalho (no se faz higiene sem ir a campo), observando o que lhe mostrado e o que no . Andar atrs das coisas, em subsolos, casas de mquinas, pores de servio, pode ser bastante instrutivo e revelador de riscos ambientais (cuidado com os riscos de acidentes nesses locais).

    Avaliar ...

    em forma simples, poder emitir um juzo de tolerabilidade sobre uma exposio a um agente ambiental. Atualmente, a avaliao est inserida dentro de um processo que se convenciona chamar de Estratgia de Amostragem, o que , evidentemente, muito mais que avaliar no sentido instrumental;

  • 23CAPTULO I SITUANDO A HIGIENE OCUPACIONAL

    comparar a informao de exposio ambiental (que pode ter vrios graus de confiabilidade) com um critrio adequado, para obter o juzo de tolerabilidade. O critrio genericamente denominado de limite de exposio ambiental, ou limite de exposio (legalmente falando, limite de tolerncia; este conceito ser detalhado adiante).

    Controlar ...

    adotar medidas de engenharia sobre as fontes e trajetria do agente, atuando sobre os equipamentos e realizando aes especficas de controle, como projetos de ventilao industrial;

    intervir sobre operaes, reorientando-as para procedimentos que possam eliminar ou reduzir a exposio;

    definir aes de controle no indivduo, o que inclui, claro mas no est limitado , a proteo individual.

    Sero fornecidos mais frente os elementos gerais de aes de controle em higiene ocupacional. Em cada matria, sero dadas aes especficas de controle.

    NOTA : alguns termos deste texto possuem nova conceituao no Sistema SESI. Por favor, verifique na documentao do Modelo SESI em SST quais termos deveriam ser modificados na

    elaborao de documentos oficiais para as empresas.

    2 REAS DE INTERAO DA HIGIENE OCUPACIONAL

    Medicina ocupacional interao evidente e mais forte, no h como desempenhar qualquer das disciplinas sem dialogar com o profissional da outra.

    rea de gesto ambiental interao importante, pois os mesmos agentes j citados podem extrapolar o mbito ocupacional (ambientes onde h trabalhadores expostos), tornando-se um problema de meio ambiente e comunidade (Exemplos: rudo, contaminantes presentes em resduos, emisses).

  • 24 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    Ergonomia como tambm eminentemente multidisciplinar, a ergonomia apresenta vrias interaes, pois os mesmos agentes ambientais que significam risco na higiene sero fatores de desconforto na ergonomia (rudo, calor, iluminao). No se deseja aqui limitar a ergonomia questo do conforto, pois h outras inadequaes ergonmicas que geram doenas, mas evidenciar com os exemplos dados a interdisciplinaridade que existe.

    3 CONCEITOS DA HIGIENE EM ALGUMAS REFERNCIAS

    Higiene Ocupacional, Higiene Industrial, Higiene do Trabalho os termos so considerados sinnimos, enquanto exprimem a ao da disciplina. Atualmente se usa Higiene Ocupacional.

    Definio da American Industrial Hygiene Association (AIHA), citada na Enciclopdia de Segurana e Sade Ocupacional, da Organizao Internacional do Trabalho (OIT): Cincia e arte devotada ao reconhecimento, avaliao e ao controle dos fatores e estressores ambientais, presentes no local de trabalho ou oriundos deste, os quais podem causar doena, degradao da sade ou bem-estar, ou desconforto significativo e ineficincia entre os trabalhadores ou cidados de uma comunidade. O autor do verbete na Enciclopdia, C. M. Berry, diz ainda que atualmente a definio no descreve adequadamente a disciplina, e que importante adicionar o termo antecipao, como vimos antes. Expe ainda que, a preocupao deve se estender famlia do trabalhador, citando os casos do berlio e do asbesto.

    A definio do American Board of Industrial Hygiene semelhante, falando da Cincia e prtica devotada antecipao, ao reconhecimento, avaliao e ao controle dos fatores e estressores ambientais presentes no local de trabalho ou oriundo deste que podem causar doena, degradao da sade ou bem-estar, ou desconforto significativo entre trabalhadores e podem ainda impactar a comunidade em geral (ateno: ambas so tradues livres; convm sempre ler os originais, at porque h muito de instrutivo nessas leituras para o higienista).

  • 25CAPTULO I SITUANDO A HIGIENE OCUPACIONAL

    4 CONCEITO DO LIMITE DE TOLERNCIA / LIMITE DE ExPOSIO

    Exerccio de construo do conceito Faamos por aproximaes sucessivas, e, ao mesmo tempo, discutindo e construindo o conceito, com aspectos associados:

    Um valor abaixo do qual no haver doenas? (seria muito grosseiro e pretensioso)

    Um valor abaixo do qual h razovel segurana contra o desencadeamento das doenas causadas por um agente ambiental? (melhorou, mas ainda falta muito)

    Um valor abaixo do qual h razovel segurana para a maioria dos expostos contra o desencadeamento de doenas causadas por um agente ambiental? (essa adio fundamental)

    Vamos intercalar aqui a definio da American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH) veja tambm o item sobre Associaes e Entidades em Higiene Ocupacional: Os limites de exposio referem-se a concentraes de substncias qumicas dispersas no ar (assim como a intensidade de agentes fsicos de natureza acstica, eletromagntica, ergonmica, mecnica e trmica) e representam condies s quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, dia aps dia, sem sofrer efeitos adversos sade.

    A definio acima completa, mas no diz tudo (porque h muitas consideraes associadas, que no cabem numa definio). Dessa forma, preciso alertar para:

    A maioria implica uma minoria, ou seja, pessoas que no estaro necessariamente protegidas ao nvel do Limite de Exposio (LE) ou at abaixo deste. Podem ser pessoas hipersuscetveis pela prpria natureza da variabilidade individual ou por fatores de hipersuscetibilidade especfica, como o caso dos albinos em relao radiao ultravioleta.

  • 26 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    preciso conhecer quais os efeitos que o LE pretende evitar. Muitas vezes, no sero evitados todos os efeitos. No caso do rudo, trata-se apenas da perda auditiva induzida, embora se saiba que h outros efeitos sade. Muitas vezes, difcil modelizar tais efeitos para fins de um limite, pois h grande variabilidade individual; outras vezes, simplesmente no h relao dose-resposta, como no caso de carcinognicos (o LE para asbestos pode proteg-lo da fibrose pulmonar, mas no dos cnceres, cuja relao estocstica, uma chance dependente do nvel de exposio j fica aqui a mensagem para evitar toda exposio a essa fibra).

    preciso conhecer qual a base de tempo do LE sobre a qual se estabelece a mdia ponderada de exposio (essa j uma questo de avaliao); pode ser de seis minutos, como ocorre com radiofreqncia, uma hora para exposio ao calor, e, mais freqentemente, oito horas, ou a jornada, para a maioria dos casos.

    preciso lembrar que o limite de exposio representa a melhor abordagem disponvel, dentro de certos critrios, a respeito do conhecimento acerca do agente ambiental em termos correntes, ou seja, um conceito sujeito a contnua evoluo, sendo apenas o que se conhece na atualidade de sua emisso. Freqentemente os LE so rebaixados, raramente so aumentados (ou seja, houve alguma superestimao do risco).

    5 ENTIDADES E ASSOCIAES DA REA

    Destacam-se as associaes higienistas estrangeiras, como a ACGIH e a AIHA, uma internacional a International Occupational Hygiene Association (IOHA), que uma associao de associaes, e, nacionalmente, a Associao Brasileira de Higienistas Ocupacionais (ABHO).

    As entidades a destacar so o National Institute of Occupational Safety and Health (NIOSH) norte-americano, governamental, e seu homlogo nacional (conceitualmente falando), que a Fundao Jorge Duprat

  • 27CAPTULO I SITUANDO A HIGIENE OCUPACIONAL

    Figueiredo de Segurana e Medicina do Trabalho (Fundacentro). So especialmente importantes as entidades do Canad, da Frana e da Espanha (neste ltimo caso, pela maior facilidade quanto ao idioma).

    REFERNCIAS

    BRASIL. Portaria n 3.214, de 8 de junho de 1978. Aprova as normas regulamentadoras do captulo V, ttulo II, da Consolidao das Leis do Trabalho, relativas a segurana e medicina do trabalho. Disponvel em: . Acesso em: 22 jul. 2005.

    FANTAZZINI, M. L. Situando a higiene ocupacional. Revista AbHO de Higiene Ocupacional. So Paulo, v. 2, n. 6, set. 2003.

    International Labour Office. Encyclopedia of occupational health and safety. Geneva, 1985.

    LIMITES de exposio (TLVs) para substncias qumicas e agentes fsicos & ndices biolgicos de exposio. Trad. Associao Brasileira de Higienistas Ocupacionais. So Paulo, 2002.

  • 28 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

  • 29

    CAPTULO II

    AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    1 INTRODUO

    A exposio ao calor ocorre em muitos tipos de indstria. Prevalecem aquelas que implicam alta carga radiante sobre o trabalhador, e essa a parcela freqentemente dominante na sobrecarga trmica que vem a se instalar; todavia, muitas atividades com carga radiante moderada, porm acompanhadas de altas taxas metablicas (trabalhos extenuantes ao ar livre), tambm podem oferecer sobrecargas inadequadas. Deve-se lembrar ainda que pode haver situaes crticas em ambientes em que predomina o calor mido, praticamente sem fontes radiantes importantes, como nas lavanderias e tinturarias. Em suma, deve-se tomar cuidado em no tipificar categoricamente as situaes ocupacionais quanto ao calor; o melhor analisar criteriosamente cada uma delas. O higienista experiente poder, com o tempo, adquirir uma razovel sensibilidade quanto a esses riscos potenciais nas situaes de trabalho.

    2 CONCEITUAO E ANTECEDENTES TCNICO-LEGAIS

    2.1 Mecanismos de Trocas Trmicas

    A sobrecarga trmica no organismo humano resultante de duas parcelas de carga trmica: uma carga externa (ambiental) e outra interna (metablica). A carga externa resultante das trocas trmicas com o ambiente e a carga metablica resultante da atividade fsica que exerce.

    Tipos de trocas trmicas

    CONDUO: Troca trmica entre dois corpos em contato, de temperaturas diferentes, ou que ocorre dentro de um corpo cujas extremidades encontram-se a temperaturas diferentes. Para o trabalhador, essas trocas so muito pequenas, geralmente por contato do corpo com ferramentas e superfcies.

  • 30 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    CONVECO: Troca trmica realizada geralmente entre um corpo e um fluido, ocorrendo movimentao do ltimo por diferena de densidade provocada pelo aumento da temperatura. Portanto, junto com a troca de calor existe uma movimentao do fluido, chamada de corrente natural convectiva. Se o fluido se movimenta por impulso externo, diz-se que se tem uma conveco forada. Para o trabalhador, essa troca ocorre com o ar sua volta.

    RADIAO: Todos os corpos aquecidos emitem radiao infravermelha, que o chamado calor radiante. Assim como emitem, tambm recebem, havendo o que se chama de troca lquida radiante. O infravermelho, sendo uma radiao eletromagntica no ionizante, no necessita de um meio fsico para se propagar. O ar praticamente transparente radiao infravermelha. As trocas por radiao entre o trabalhador e seu entorno, quando h fontes radiantes severas, sero as preponderantes no balano trmico e podem corresponder a 60% ou mais das trocas totais.

    EVAPORAO: Evaporao a mudana de fase de um lquido para vapor, ao receber calor. a troca de calor produzida pela evaporao do suor, por meio da pele. O suor recebe calor da pele, evaporando e aliviando o trabalhador. Grandes trocas de calor podem estar envolvidas (a entalpia de vaporizao da gua de 590 cal/grama). O mecanismo da evaporao pode ser o nico meio de perda de calor para o ambiente, na indstria. Porm, a quantidade de gua que j est no ar um limitante para a evaporao do suor; ou seja, quando a umidade relativa do ambiente de 100%, no possvel evaporar o suor, e a situao pode ficar crtica.

    2.2 Equilbrio Trmico

    O organismo ganha ou perde calor para o meio ambiente segundo a equao do equilbrio trmico:

    M C R E = Q

  • 31CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    em que:

    M - Calor produzido pelo metabolismo, sendo um calor sempre ganho (+) C - Calor ganho ou perdido por conduo/conveco R - Calor ganho ou perdido por radiao (+/-) E - Calor sempre perdido por evaporao (-) Q - Calor acumulado no organismo (sobrecarga)

    Q>0 acmulo de calor (sobrecarga trmica) Q

  • 32 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    2.4 Principais Efeitos do Calor

    O calor pode produzir efeitos que vo desde a desidratao progressiva e s cibras at ocorrncias bem mais srias, como a exausto por calor e o choque trmico. Os grandes candidatos a incidentes mais srios so as pessoas no aclimatadas, ou seja, os novatos no ambiente termicamente severo. Mais adiante, isso ser discutido com maiores detalhes.

    Golpe de Calor (Hipertermia ou Choque Trmico)

    Quando o sistema termorregulador afetado pela sobrecarga trmica, a temperatura interna aumenta continuamente, produzindo alterao da funo cerebral, com perturbao do mecanismo de dissipao do calor, cessando a sudorese. O golpe de calor produz sintomas como: confuso mental, colapsos, convulses, delrios, alucinaes e coma, sem aviso prvio, parecendo-se o quadro com uma convulso epilptica.

    Os sinais externos do golpe de calor so: pele quente, seca e arroxeada. A temperatura interna sobe a 40,5C ou mais, podendo atingir 42C a 45C no caso de convulses ou coma. O golpe de calor freqentemente fatal e, no caso de sobrevivncia, podem ocorrer seqelas devido aos danos causados ao crebro, rins e outros rgos.

    O golpe de calor pode ocorrer durante a realizao de tarefas fsicas pesadas em condies de calor extremo, quando no h a aclimatao e quando existem certas enfermidades, como o diabetes mellitus, enfermidades cardiovasculares e cutneas ou obesidade.

    O mdico deve ser chamado imediatamente e o socorrismo prev que o corpo do trabalhador deve ser resfriado imediatamente.

    Exausto pelo Calor

    A sncope pelo calor resulta da tenso excessiva do sistema circulatrio, com perda de presso e sintomas como enjo, palidez, pele coberta pelo suor e dores de cabea.

  • 33CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    Quando a temperatura corprea tende a subir, o organismo sofre uma vasodilatao perifrica, na tentativa de aumentar a quantidade de sangue nas reas de troca. Com isso, h uma diminuio de fluxo sangneo nos rgos vitais, podendo ocorrer uma deficincia de oxignio nessas reas, comprometendo particularmente o crebro e o corao.

    Essa situao pode ser agravada quando h a necessidade de um fluxo maior de sangue nos msculos devido ao trabalho fsico intenso.

    A recuperao rpida e ocorre naturalmente se o trabalhador deitar-se durante a crise ou sentar-se com a cabea baixa. A recuperao total complementada por repouso em ambiente frio.

    Prostrao Trmica por Desidratao

    A desidratao ocorre quando a quantidade de gua ingerida insuficiente para compensar a perda pela urina ou sudao e pelo ar exalado.

    Com a perda de 5% a 8% do peso corpreo ocorre a diminuio da eficincia do trabalho, sinais de desconforto, sede, irritabilidade e sonolncia, alm de pulso acelerado e temperatura elevada.

    Uma perda de 10% do peso corpreo incompatvel com qualquer atividade, e com uma perda de 15% pode ocorrer o choque trmico ou golpe pelo calor.

    O tratamento consiste em colocar o trabalhador em local frio e fazer a reposio hdrica e salina.

    Prostrao Trmica pelo Decrscimo do Teor Salino

    Se o sal ingerido for insuficiente para compensar as perdas por sudorese, podemos sofrer uma prostrao trmica. As pessoas mais suscetveis so as no aclimatizadas.

    A prostrao trmica caracterizada pelos sintomas: fadiga, tonturas, falta de apetite, nuseas, vmitos e cibras musculares.

  • 34 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    Cibras de Calor

    Apresentam-se na forma de dores agudas nos msculos, em particular os abdominais, coxas e aqueles sobre os quais a demanda fsica foi intensa. Elas ocorrem por falta de cloreto de sdio, perdido pela sudorese intensa sem a devida reposio e/ou aclimatao.O tratamento consiste no descanso em local fresco, com a reposio salina por meio de soro fisiolgico (soluo a 1%).

    A reposio hdrica e salina deve ser feita com orientao e acompanhamento mdico.

    Enfermidades das Glndulas Sudorparas

    A exposio ao calor por um perodo prolongado e, particularmente, em clima muito mido pode produzir alteraes das glndulas sudorparas, que deixam de produzir o suor, agravando o sistema de trocas trmicas e levando os trabalhadores intolerncia ao calor. Esses trabalhadores devem receber tratamento dermatolgico e em alguns casos devem ser transferidos para tarefas em que no haja a necessidade de sudorese para a manuteno do equilbrio trmico.

    Edema pelo Calor

    Consiste no inchao das extremidades, em particular os ps e os tornozelos. Ocorre comumente em pessoas no aclimatizadas, sendo muito importante a manuteno do equilbrio hdrico-salino.

    2.5 Aclimatao

    A aclimatao a adaptao do organismo a um ambiente quente. Quando um trabalhador se expe ao calor intenso pela primeira vez, tem sua temperatura interna significativamente elevada, com um aumento do ritmo cardaco e baixa sudorese. Alm de suar pouco, pode perder muito cloreto de sdio nesse suor. O indivduo aclimatizado sua mais, consegue manter a temperatura do ncleo do corpo em valores mais baixos e perde menos sal no suor, mantendo tambm os batimentos cardacos. A aclimatao ocorre por intermdio de trs fenmenos:

  • 35CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    Aumento da sudorese Diminuio da concentrao de sdio no suor (4,0 g/l para 1,0

    g/l), sendo que a quantidade de sdio perdido por dia passa de 15 a 25 gramas para 3 a 5 gramas

    Diminuio da freqncia cardaca, por meio do aumento do volume sistlico, devido ao aumento da eficincia do corao no bombeamento em valores mais aceitveis. A aclimatao iniciada aps quatro a seis dias e tende a ser satisfatria aps uma a duas semanas. o mdico que deve avaliar se a aclimatao est satisfatria

    O afastamento do trabalho por vrios dias pode fazer com que o trabalhador perca parte da aclimatao; aps trs semanas a perda ser praticamente total.

    2.6 Correlacionando as Trocas Trmicas do Trabalhador com as Variveis Fsicas do Ambiente e da Tarefa

    Para saber a respeito da sobrecarga trmica que pode estar ocorrendo numa exposio ocupacional, temos que conhecer as trocas trmicas envolvidas. Entretanto, essa medida direta difcil ou pouco prtica na maioria dos casos.

    A soluo ser correlacionar tais trocas com as variveis mensurveis no ambiente e com o conhecimento da tarefa realizada.

    Observe no quadro a seguir como cada troca se correlaciona com as variveis do ambiente e com a tarefa.

  • 36 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    QUADRO 1 CORRELAO ENTRE AS TROCAS TRMICAS E AS VARIVEIS DO AMbIENTE

    PARMETRO

    TROCA

    TEMPERATURA DO AR

    VELOCIDADE DO AR

    CARGA RADIANTE DO

    AMbIENTE

    UMIDADE RELATIVA DO

    AR

    CONVECO XXX XXX ---------- ----------

    RADIAO ---------- ---------- XXX ----------

    EVAPORAO XXX XXX ---------- XXX

    METAbOLISMO (*) ---------- ---------- ---------- ----------

    xxx interfere na troca ---------- no interfere na troca (*) o metabolismo se relaciona diretamente com a atividade fsica da tarefa.

    2.7 Parmetros do Ambiente e da Tarefa que Devem Ser Obtidos

    Como vimos, devemos obter:

    Temperatura do ar Velocidade do ar Carga radiante do ambiente Umidade relativa do ar Metabolismo, por meio da atividade fsica da tarefa

    Finalmente, para chegarmos a um ndice de sobrecarga trmica, necessitamos de sensores que sejam capazes de sentir os parmetros acima, pois vimos que eles se relacionam com as trocas trmicas que influem na sobrecarga trmica do trabalhador.

    Os sensores que veremos no ndice que nos interessa, IBUTG, so:

    Termmetro de bulbo Seco um termmetro comum, cujo bulbo fica em contato com o ar. Teremos, dele, portanto, a temperatura do ar. Note que podem ser utilizados outros sensores similares aos termmetros de bulbo, como os termopares.

  • 37CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    Termmetro de bulbo mido Natural um termmetro cujo bulbo recoberto por um pavio hidrfilo, o qual tem sua extremidade imersa em gua destilada. Outros arranjos de sensores, pavios e reservatrios so possveis, desde que se preserve uma boa aerao do bulbo e pelo menos 25 mm de pavio livre de qualquer obstculo, a partir do incio da parte sensvel do termmetro.

    FIGURA 1 TERMMETRO DE bULbO MIDO NATURAL

    Fonte: Fundacentro. NHT 01C/E: norma para avaliao ocupacional ao calor. So Paulo, 1985

    Termmetro de Globo um aparato que possui um termmetro (ou sensor equivalente) posicionado no centro de uma esfera oca de cobre de dimetro de seis polegadas. A esfera preenchida naturalmente com ar e a abertura fechada pela rolha do termmetro. A esfera pintada externamente de preto fosco, um acabamento altamente absorvedor da radiao infravermelha.

  • 38 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    Fonte: Fundacentro. NHT 01C/E: norma para avaliao ocupacional ao calor. So Paulo, 1985

    FIGURA 2 TERMMETRO DE GLObO

  • 39CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    No quadro a seguir, discutiremos a funcionalidade desses sensores para os nossos objetivos.

    QUADRO 2 PRINCPIOS DOS PRINCIPAIS SENSORES E PARMETROS QUE AFETAM SUA LEITURA

    SENSOR PRINCPIO

    PARMETRO DO AMbIENTE

    QUE AFETA SUA LEITURA

    PECULIARIDADES E ObSERVAES

    TERMMETRO DE BULBO SECO

    Estabiliza com a temperatura do ar que circunda o bulbo.

    temperatura do ar

    TERMMETRO DE BULBO MIDO NATURAL

    A evaporao da gua destilada presente no pavio refrigera o bulbo.

    temperatura do ar

    velocidade do ar

    umidade relativa do ar

    a temperatura do Tbn ser sempre menor ou igual temperatura do termmetro bulbo seco.

    ser igual quando a umidade relativa do ar for de 100%, pois o ar saturado no admite mais evaporao de gua. Sem evaporao, no h reduo da temperatura.

    TERMMETRO DE GLOBO

    A absoro da radiao infravermelha aquece o globo, que aquece o ar interno, que aquece o bulbo.Possui um tempo de estabilizao de 20 a 30 minutos por essa razo.

    calor radiante no ambiente (fontes radiantes)

    temperatura do ar

    velocidade do ar

    a temperatura de globo ser sempre maior que a temperatura de bulbo seco, pois sempre h uma carga radiante no ambiente; quando muito pequena, a diferena pode ser mascarada pela preciso dos sensores, podendo ser numericamente igual.

    a esfera perde calor por conveco; portanto, seu dimetro deve ser padronizado.

    Portanto, conclumos: um ndice que leve em conta esses sensores pode ser afetado por todos os parmetros do ambiente que interferem nas trocas trmicas do trabalhador.

  • 40 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    3 AVALIAO AMbIENTAL E ExERCCIOS PRTICOS

    3.1 ndice de Bulbo mido Termmetro de Globo (IBUTG)

    A sobrecarga trmica pode ser avaliada, entre outros, pelo ndice chamado IBUTG (ndice de Bulbo mido Termmetro de Globo), que tambm o ndice legal, conforme previsto na NR-15.

    Esse ndice deve ser medido pelos sensores que discutimos.

    Tbs - Termmetro de bulbo secoTbn - Termmetro de bulbo mido naturalTg - Termmetro de globo

    O IBUTG para ambientes internos sem carga solar calculado a partir da medio de duas temperaturas: Tbn e Tg

    IbUTG = 0,7 Tbn + 0,3 Tg

    Para ambientes externos com carga solar, o IBUTG calculado a partir de trs medies: Tbs, Tbn e Tg

    IbUTG = 0,7 Tbn + 0,2 Tg + 0,1 Tbs

    O IBUTG leva ainda em considerao o tipo de atividade desenvolvida (LEVE, MODERADA e PESADA), que pode ser avaliada por classe ou por tarefa (quantificando a tarefa em kcal/h), como veremos.

    A legislao prev um regime de trabalho (Trabalho/Descanso) em funo do valor do IBUTG e do tipo de atividade para duas situaes: regime de trabalho intermitente com perodos de descanso no prprio local e regime de trabalho intermitente com descanso em outro local.

    Os tempos de descanso so perodos trabalhados para todos os fins legais.

    A determinao dos tipos de atividade por classes ou a quantificao de calor metablico so dadas pelo Quadro 4.

  • 41CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    QUADRO 3 CLASSIFICAO DO TIPO DE ATIVIDADE EM REGIME DE TRAbALHO INTERMITENTE, COM DESCANSO NO PRPRIO LOCAL

    REGIME DE TRAbALHO INTERMITENTE COM DESCANSO NO PRPRIO LOCAL DE

    TRAbALHO

    TIPO DE ATIVIDADE

    LEVE MODERADA PESADA

    Trabalho contnuo At 30,0 At 26,7 At 25,0

    45 min trabalho15 min descanso

    30,1 a 30,6 26,8 a 28,025,1 a 25,9

    30 min trabalho30 min descanso

    30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9

    15 min trabalho45 min descanso

    31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0

    No permitido o trabalho sem a adoo de medidas adequadas de controle

    Acima de 32,2

    Acima de 31,1

    Acima de 30,0

    Fonte: bRASIL. MTE. NR-15: Atividades e operaes insalubres

    Neste caso, faz-se uma avaliao do ponto de trabalho, que o mesmo local fsico do ponto de descanso. Com os valores de Tbn e Tg, calculamos o IBUTG e, considerando o tipo de atividade, verificamos como nos situamos no Quadro 3. Pode ser possvel trabalho contnuo, ou um regime de trabalho descanso, ou no ser permitido trabalho sem medidas de controle.

    importante esclarecer que, utilizando-se a Tabela I do Anexo III da NR-15, temos:

    A aplicabilidade para descanso no prprio local deve ser entendida como esse descanso ocorre no MESMO PONTO FSICO EM QUE OCORRE O TRABALHO, e no no mesmo recinto. Significa que o trabalhador estar submetido ao mesmo IBUTG de quando trabalha. Quando h fontes radiantes, diferenas pequenas de posio (0,5 m a 1,0 m) podem mudar dramaticamente a temperatura de globo e o IBUTG.

    Se houver alterao do IBUTG, por alterao da posio fsica do trabalhador, a Tabela I no se aplica.

    So poucos os casos em que realmente seria aplicvel a Tabela I.

  • 42 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    Regime de Trabalho Intermitente com Descanso em Outro Local

    Nesse caso, calculamos o IBUTG do ambiente de trabalho e o IBUTG do ambiente de descanso e, com esses valores, calculamos o IBUTG mdio da atividade analisada, ponderado no tempo. Os tempos de trabalho e de descanso devem sempre somar 60 minutos, isto , todas as consideraes do ndice se referem a anlises sobre perodos de uma hora corrida, devendo ser essa hora a mais crtica da jornada. Calcula-se tambm o metabolismo mdio e usa-se a Tabela II, que nos fornece o mximo valor do IBUTG mdio ponderado admissvel correspondente ao metabolismo mdio ponderado da situao.

  • 43CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    QUADRO 4 TAxAS DE METAbOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE (NR-15)

    TIPO DE ATIVIDADE kcal/h

    SENTADO EM REPOUSO 100

    TRAbALHO LEVE

    Sentado, movimentos moderados com braos e tronco; exemplo: datilografia.

    125

    Sentado, movimentos moderados com braos e pernas; exemplo: dirigir. 150

    De p, trabalho leve em mquina ou bancada, principalmente com os braos.

    150

    TRAbALHO MODERADO

    Sentado, movimentos vigorosos com braos e pernas. 180

    De p, trabalho leve em mquina ou bancada, com alguma movimentao. 175

    De p, trabalho moderado em mquina ou bancada, com alguma movimentao.

    220

    Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar. 300

    TRAbALHO PESADO

    Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar peso; exemplo: remoo com p.

    440

    Trabalho fatigante. 550

    Fonte: Anexo 3, tabela 3 IN: bRASIL. MTE. NR-15: Atividades e operaes insalubres

  • 44 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    QUADRO 5 IbUTG MDIO PONDERADO MxIMO PERMISSVEL, SEGUNDO O METAbOLISMO MDIO PONDERADO (NR-15)*

    M (kcal/h) Max IbUTG (oC)

    175 30,5

    200 30,0

    250 28,5

    300 27,5

    350 26,5

    400 25,5

    500 25,0

    em que:

    Fonte: Anexo 3, tabela 3 IN: bRASIL. MTE. NR-15: Atividades e operaes insalubres

    Sendo que: _ M = Taxa de metabolismo mdia ponderada para uma hora

    IbUTG = IBUTG mdio ponderado para uma hora.

    T = Trabalho D = Descanso M = Metabolismo

    Esta tabela foi complementada pela NHT de Calor da Fundacentro, de 1985, e tambm na sua atualizao recente, com mais pontos, sendo baseada na mesma equao (curva) de correlao oriunda dos TLVs da ACGIH, que so a base do Anexo 3.

    Mt . Tt + Md . Td_________________60

    M =IbUTGt.Tt + IbUTGd . Td____________________

    60IbUTG =

  • 45CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    QUADRO 6 TAbELA DETALHADA DO LIMITE DE TOLERNCIA DO CALOR

    M (kcal/h) Max IBUTG (C) M (kcal/h) Max.IBUTG (C)

    125 32,0 268 28,4

    128 31,9 272 28,3

    132 31,8 277 28,2

    136 31,7 282 28,1

    139 31,6 286 28,0

    143 31,5 290 27,9

    146 31,4 295 27,8

    150 31,3 299 27,7

    154 31,2 303 27,6

    157 31,1 307 27,5

    162 31,0 311 27,4

    165 30,9 316 27,3

    169 30,8 321 27,2

    173 30,7 327 27,1

    176 30,6 333 27,0

    181 30,5 338 26,9

    184 30,4 344 26,8

    188 30,3 350 26,7

    192 30,2 356 26,6

    196 30,1 361 26,5

    200 30,0 367 26,4

    204 29,9 373 26,3

    209 29,8 379 26,2

    213 29,7 385 26,1

    218 29,6 391 26,0

    222 29,5 397 25,9

    227 29,4 400 25,8

    231 29,3 406 25,7

    236 29,2 416 25,6

    240 29,1 425 25,5

    244 29,0 434 25,4

    247 28,9 443 25,3

    250 28,8 454 25,2

    259 28,6 470 25,1

    263 28,5 - -Fonte: Fundacentro. Norma de higiene ocupacional NHO 6: avaliao da exposio ocupacional ao calor. 2002

  • 46 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    3.2 Exerccios Prticos (Resolvidos)

    Exerccio Resolvido 1

    Trabalho e Descanso no Prprio Local

    Um operador de forno carrega a carga em 3 minutos, a seguir aguarda por 4

    minutos o aquecimento da carga, sem sair do lugar, e gasta outros 3 minutos

    para a descarga. Este ciclo de trabalho continuamente repetido durante

    a jornada de trabalho. No levantamento ambiental, obtivemos os seguintes

    valores:

    Tg = 35C

    Tbn = 25C

    O tipo de atividade considerado como moderado.

    Resposta:Cada ciclo de trabalho de 10 minutos; portanto, em uma hora teremos 6

    ciclos, e o operador trabalha 6x6=36 minutos e descansa 4x6=24 minutos.

    Como o ambiente interno, sem incidncia solar, o IBUTG ser:

    IBUTG = 0,7Tbn + 0,3Tg

    IBUTG = 0,7 x 25 + 0,3 x 35

    IBUTG = 28,0C

    Consultando-se o quadro I da NR-15, anexo 3, verificamos que o regime de trabalho nesse caso deve ser de 45 minutos de trabalho e 15 minutos

    de descanso, a cada hora, para que no haja sobrecarga trmica. Como o

    operador trabalha somente 36 minutos e descansa 24 minutos, a sobrecarga

    trmica considerada aceitvel.

  • 47CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    QUADRO 7 CLASSIFICAO DA ATIVIDADE EM RELAO AO REGIME DE TRAbALHO INTERMITENTE COM DESCANSO NO PRPRIO LOCAL DE TRAbALHO

    REGIME DE TRAbALHO INTERMITENTE COM

    DESCANSO NO PRPRIO LOCAL DE TRAbALHO

    TIPO DE ATIVIDADE

    LEVE (C) MODERADA (C) PESADA (C)

    Trabalho contnuoAt 30,0 At 26,7 At 25,0

    45 min trabalho15 min descanso

    30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9

    30 min trabalho30 min descanso

    30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9

    15 min trabalho45 min descanso

    31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0

    No permitido o trabalho sem a adoo de medidas

    adequadas de controleAcima de 32,2 Acima de 31,1 Acima de 30,0

    Fonte: NR-15, Anexo 3

    Exerccio Resolvido 2

    Regime de Trabalho com Descanso em Outro Local

    Um operador de forno demora 3 minutos para carregar o forno, a seguir

    aguarda o aquecimento por 4 minutos, fazendo anotaes em um local

    distante do forno, para depois descarreg-lo durante 3 minutos. Verificar qual o regime de trabalho/descanso.

    Nesse caso, temos duas situaes trmicas diferentes, uma na boca do forno

    e outra na segunda tarefa. Temos, portanto, de fazer as medies nos dois

    lugares.

    Local 1 Tg = 54C

    (TRABALHO) Tbn = 22C

    Atividade metablica M = 300 kcal/h

  • 48 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    Mximo IbUTG Mdio Ponderado Permissvel NR-15

    M (kcal/h) Mximo IbUTG

    175 30,5

    200 30,0

    250 28,5

    300 27,5

    350 26,5

    400 26,0

    450 25,5

    500 25,0

    Resposta:Calculando-se o IBUTG de trabalho = 0,7 x 22 + 0,3 x 54

    (IBUTG)t = 31,6CLocal 2 Tg = 28C

    (DESCANSO) Tbn = 20C

    M = 125 kcal/h

    Calculando-se o IBUTG de descanso = 0,7 x 20 + 0,3 x 28

    (IBUTG)d = 22,4C

    Temos de calcular o IBUTG mdio e o Metabolismo mdio, que ser a mdia

    ponderada entre o local de trabalho e o de descanso.

    O tempo de trabalho no ciclo de 6 minutos e o de descanso de 4 minutos. Como

    os ciclos se repetem, em uma hora teremos, portanto, 6 ciclos de 10 minutos cada

    um. Teremos em uma hora 36 minutos de trabalho e 24 minutos de descanso.

    O IBUTG mdio ser:

    300 x 36 + 125 x 24_ _________________60

    M =

    31,6 x 36 + 22,4 x 24__________________60

    IbUTG = IbUTG = 27,9C

    _M = 230 Kcal/h

  • 49CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    Consultando o quadro do mximo IBUTG mdio ponderado permissvel para o

    metabolismo mdio de 230 kcal/h da legislao (no encontramos esse valor,

    adotamos o valor de 250 kcal/h a favor da segurana), encontramos o valor

    de 28,5C. Como o IBUTG mdio calculado foi de 27,9C, conclumos que esse

    ciclo de trabalho compatvel com as condies trmicas existentes.

    A tabela mais completa do Quadro 6, oriunda da mesma curva que originou a

    do anexo e publicada pela Fundacentro (NHT sobre calor, ano de 1985), em que

    encontraremos, para um metabolismo mdio de 231 Kcal/h, um mximo IBUTG

    de 29,3C, dando tambm conformidade para a situao (sobrecarga trmica aceitvel).

    3.3 Generalizao da Frmula de Clculo

    A frmula bsica apresentada na legislao pode ser generalizada para uma seqncia de situaes trmicas ao longo de um ciclo, e no apenas duas situaes (trabalho e descanso).

    Cada ciclo pode ter n situaes trmicas e m taxas metablicas (atividades) distintas, e o clculo do IBUTG mdio ponderado, assim como do metabolismo mdio ponderado, se dar da mesma maneira.

    Estudamos sempre o pior intervalo de 60 minutos corridos que pode ocorrer na jornada.

    Desaparece o conceito de trabalho/descanso: cada fase do ciclo ou do perodo de 60 minutos estudado vai agravar ou atenuar a fase anterior, resultando ao final o par de parmetros mdio ponderado, a ser verificado contra o Quadro II ou a tabela mais completa da Fundacentro.

    A seguir, apresentamos um exemplo de generalizao, assim como o estudo feito, buscando-se a pior hora de trabalho.

  • 50 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    QUADRO 8 ExEMPLO DE GENERALIzAO PARA ENCONTRAR A HORA CRTICA: TRAbALHO DE FORNO E FORjA

    Ponto Tbn (C) Tg (C) M (kcal/h) Etapa Tempo (min)

    1 24,4 48,6 365 Carga do forno 10

    1 24,4 48,6 275 Ajustes 30

    2 18,4 38,0 125 Forja lado norte 40

    3 19,8 37,4 125 Sul 40

    4 20,0 36,6 150 Rebarbao 40

    Fonte: FANTAzzINI, 1985

    1a TENTATIVA, CICLO C/20 MIN DA FASE 2

    Ponto Tbn (C) Tg (C) M (kcal/h) Etapa Tempo (min)

    1 24,4 48,6 365 Carga do forno 10

    1 24,4 48,6 275 Ajustes 30

    2 18,4 38,0 125 Forja lado norte 20

    Mp = 240kcal/h e IbUTGp = 29,2o C (IbUTGmx = 28,8o C)

    2a TENTATIVA, CICLO C/20 MIN DA FASE 4Mp = 248 Kcal/h e IbUTGp = 29,5C (IbUTG mx = 28,8 C)

    Ponto Tbn (C) Tg (C) M (kcal/h) Etapa Tempo (min)

    4 20,0 36,6 150 Rebarbao 20

    1 24,4 48,6 365 Carga do forno 10

    1 24,4 48,6 275 Ajustes 30

    Limite de tolerncia ultrapassado. Situao insalubre CF. NR15

  • 51CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    4 ROTEIRO PARA AbORDAGEM DE CAMPO CALOR

    TPICO ITEM DETALHAMENTO ObSERVAES

    1. Cuidados gerais (Em escritrio)

    Calibrao Registro de calibrao externa

    Sensor de verificao de campo

    Manter registro para relatrios e auditorias

    No um calibrador, atua apenas na eletrnica

    TPICO PONTOS DE VERIFICAO DETALHAMENTO E ObSERVAES

    1. Planejamento e preparativos

    Baterias Acessrios (cabos de

    extenso, carregadores de baterias, papel alumnio, calibradores)

    Ferramentas Folhas de campo

    Fazer uma listagem de equipamentos a serem levados (por tipo de agente e tipo de avaliao)

    2. Reviso instrumental (Em campo)

    Verificao de campo (sensor)

    Condies de sensores Carga de baterias Comportamento geral

    Verificar se a eletrnica est ntegra

    3. Avaliao (Montagem, posicionamento e cuidados)

    Posio do conjunto desensores

    Alinhamento horizontal e vertical

    Condies de sensores Cabo de extenso Sombreamento

    infravermelho Proteo do leitor

    Mxima proximidade possvel do ponto onde est o trabalhador, compatvel com a segurana do mesmo e do equipamento; pode substituir fisicamente o operador

    Dos bulbos ou da parte ativa dos sensores, na montagem tradicional

    Verificar estado geral e resposta O cabo fundamental nesta avaliao Nenhum sensor pode ficar na sombra de

    fontes radiantes significativas Se o leitor no possuir cabo de

    extenso, deve ser protegido com papel alumnio. Devido a essa reflexo sobre os sensores, a medio ser aproximada, a favor da segurana (superestima a fonte)

    Continua

  • 52 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    TPICO PONTOS DE VERIFICAO DETALHAMENTO E ObSERVAES

    4. Abordagem do ambiente

    Reconhecimento de funes

    Reconhecimento de fontes

    Reconhecimento de tarefas e ciclos de trabalho

    Identificao de possveis pontos de descanso trmico

    Cada funo diferenciada um estudo de calor

    Em geral, as fontes radiantes relevantes so a base da severidade ambiental

    Para cada funo, identifique os ciclos, com locais fsicos e tarefas

    Facilitar o estudo de adequao das exposies e recomendaes para a empresa. Avalie esses pontos

    5. 0Utros cuidados de campo

    Interferncias: eletromagntica

    Exatido do ponto de medio

    Permanncia do operador

    Verificao de dia tpico

    Verificao de condies anormais

    Reduzindo ou eliminando o estmulo ao sensor pode-se verificar a interferncia

    Junto a fontes radiantes, fraes de metros significam alteraoes de IBUTG

    O conjunto sensor pode substituir o operador, para maior representatividade

    Atentar para a habitualidade das condies de exposio

    Anotar quando for o caso

    6. Dados para folhas de campo

    Nome do tcnico Dia, hora, turno Equipamento com

    nmero de srie Registro de calibrao Registro da funo

    amostrada Definio do ciclo de

    trabalho, com registro de tarefas e de tempos por tarefa

    Registro das atividades (metabolismo) e tempo em cada uma

    Registro de condies anormais

    Nome do amostrado Funo do amostrado Registro do epi, estado

    de conservao Registro de

    confiabilidade das medies

  • 53CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    AVALIAO DE CICLO DE ExPOSIO DE UMA FUNO (FRENTE)

    FOLHA DE CAMPO CALOR

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  • 54 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    AVALIAO DE CICLO DE ExPOSIO DE UMA FUNO (VERSO)

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  • 55CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    5 ASPECTOS DE CONTROLE

    5.1 Raciocnio Geral

    A Sobrecarga Trmica:

    ocorre porque o organismo acumula mais calor do que tem chance de dissipar

    h um ganho lquido excessivo de calor (sobrecarga trmica inaceitvel)

    O ganho de calor pelo organismo em qualquer situao composto de duas parcelas, como vimos:

    Calor ambiental (estimado pelo IBUTG) Calor metablico (gerado pela atividade fsica),portanto, COMO ADEQUAR A EXPOSIO?

    So dois os caminhos:

    Tornando o ambiente mais ameno Tornando a tarefa menos crtica

    Os principais aspectos dessas aes sero revisados a seguir.

    5.2 Ao Sobre o Ambiente

    Atuando nas Fontes de Calor:

    BLINDANDO AS FONTES RADIANTES as fontes radiantes podem ser blindadas (encerradas), cuidando-se para que os revestimentos sejam de baixa re-radincia. A superfcie final que faz fronteira com o ambiente deveria ser de um material de baixa emissividade infravermelha. Os metais polidos fazem esse papel, sendo o mais prtico o alumnio polido. Dessa forma, as fontes emitem menos calor, e, portanto, perdem menos calor para o ambiente; melhor ainda, gasta-se menos energia nos processos. uma economia para a empresa e um benefcio para o trabalhador.

  • 56 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    REDUZINDO A REA EXPOSTA DA FONTE quanto menor a rea exposta da fonte radiante, menor a emisso para o ambiente.

    REDUZINDO TEMPERATURAS DE TRABALHO quanto menor a temperatura da fonte, menor a emisso. Esta uma tarefa de difcil realizao prtica, mas deve ser lembrada para os poucos casos em que possvel.

    ELIMINANDO TODA PERDA OU GERAO DESNECESSRIA DE CALOR PARA O AMBIENTE em muitos ambientes industriais h perdas de calor desnecessrias, que iro aumentar a carga trmica existente. Vazamentos de vapor, processos no atendidos por pessoas que poderiam ser deslocados para o exterior e outras situaes semelhantes.

    Atuando no Meio de Propagao:

    Com barreiras refletivas entre a fonte e o trabalhador, sendo a melhor opo o alumnio polido. A refletncia bastante alta (maior que 95%) e os resultados so muito bons.

    Maximizando a distncia fontetrabalhador, pois quanto maior a distncia at a fonte, menor a irradiao infravermelha. Poucos metros podem fazer muita diferena.

    Afastando todas as rotinas possveis das fontes mais intensas muitas tarefas so feitas prximas de fontes desnecessariamente.

    Aumentando a velocidade do ar sobre o trabalhador (idealmente, enquanto a temperatura de bulbo seco do ambiente for menor que 35C).

    Reduzindo, por trocas de ar, a umidade relativa do ambiente, nos locais com alta umidade, permitindo a evaporao do suor.

    5.3 Tornando a Tarefa Menos Crtica

    Reduzindo a Carga Metablica Envolvida Evitando trabalho braal direto Mecanizando a tarefa Realizando tarefas em duplas Evitando o subir e descer de escadas Reduzindo o peso unitrio das cargas

  • 57CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    Ajustando os tempos de exposio nas fases crticas Introduzindo pausas de descanso trmico Seguindo os estudos de tempo do IBUTG

    5.4 Consideraes alm do IBUTG

    A ACGIH vem enfatizando nos ltimos anos o monitoramento da sobrecarga orgnica ou fisiolgica, que a conseqncia da sobrecarga trmica.

    A NR-15 prev apenas o IBUTG, mas o higienista deve atuar em conjunto com a rea mdica na implementao das recomendaes gerais da ACGIH.

    recomendvel prever a implantao de uma rotina administrativa de controle dos incidentes de calor nas empresas com sobrecarga trmica severa.

    Exemplos de consideraes da ACGIH e de outras diretrizes quanto ao calor:

    Condies que Exigem Avaliao do Higienista, Superviso Mdica e Prticas Especiais de Gesto

    Intensa atividade fsica e carga radiante Trabalho extenuante onde o ritmo ditado pelo processo Trajes que impedem a evaporao do suor Histrico pessoal de doenas do calor

    Reposio de Lquidos

    Encorajar consumo mesmo sem sede >> pequenas quantidades a cada 15/20 minutos

    Bebe-se mais (maior quantidade) se as bebidas tiverem sabor do que gua pura

    Evitar caf e bebidas gaseificadas

  • 58 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    busca de Auxlio Mdico

    Aos primeiros sintomas, descansar e tomar lquidos Persistindo por mais de 15 minutos, buscar ajuda mdica Ningum deve ser impedido de buscar ajuda mdica se desejar

    Condies Limitantes e Alerta de Emergncia

    Se o limite de exposio estiver ultrapassado ou estiverem em uso trajes impermeveis, interromper a exposio se:

    Fc > 160 para menores de 35 anos (Fc freqncia cardaca) Fc > 140 para maiores de 35 anos Excreo de sdio urinrio menor que 50 mmoles em 24 horas Quando o grupo tem queixas de sudorese e fadiga severas, nuseas,

    vertigem ou tontura

    Alerta de Emergncia Mdica

    A pessoa aparenta estar desorientada e confusa Irritabilidade, mal-estar Se a sudorese parar e a pele se tornar seca e quente Acionar

    o Servio Mdico, adotar primeiros socorros e providenciar hospitalizao

    6 CALOR EM PERGUNTAS E RESPOSTAS

    CAL 1

    Devemos considerar insalubre a situao quando o IBUTG ultrapassar o limite de tolerncia, devido exposio a cu aberto, no havendo nenhuma outra fonte de calor?

  • 59CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    Resposta: Sim. Se for excedido o limite de tolerncia, caracteriza-se a insalubridade. No h nenhuma excluso na legislao trabalhista quanto a fontes de calor naturais ou artificiais.

    CAL 2

    Para fins de PPRA existe nvel de ao para calor?Se sim, qual?

    (Cleber O. Sarmento Juiz de Fora/MG)

    Resposta: Prezado Cleber, o nico agente fsico que possui nvel de ao definido o rudo. Na comunidade europia, h agentes fsicos, alm do rudo, com nvel de ao demarcado, mas no conheo nada com relao ao calor, nem me parece fcil que se consiga, pelas caractersticas do ndice e da exposio.

    CAL 3

    Para medir a temperatura de bulbo mido natural com instrumento digital, existe algum cuidado adicional em relao circulao/velocidade do ar (fazendo uma analogia ao termmetro de mercrio? distncia entre base do bulbo e boca do recipiente = 25 mm)?

    Resposta: Os instrumentos digitais em geral atendem ao requisito de se ter o bulbo do Tbn com boa circulao de ar, embora no se possa dizer que a distncia de 25 mm seja sempre respeitada.

    CAL 4

    Na tabela da NR-15, anexo 3, no quadro do tipo de atividade versuskcal/h, caso eu obtenha uma taxa de metabolismo mdia de 370 kcal/h, devo considerar uma atividade moderada ou pesada?

    (Engenheiro Roberto DR/PR)

  • 60 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    Resposta: Se for usado o quadro 1, deveria ser considerada pesada, pois o maior valor moderado de 300 kcal/h. Usando o quadro 2, o valor exato seria usado, obtendo-se uma melhor avaliao da situao de exposio. A propsito, de onde foi obtido o valor de 370 kcal/h? Se foi de uma tabela mais completa, use a metodologia do quadro 2.

    CAL 5

    Quais os critrios adotados para a definio dos pesos de 10%, 20%, 30% e 70% utilizados nas frmulas de avaliao ocupacional ao calor com e sem carga solar?

    Resposta: O ndice foi definido assim e os critrios devem ser pesquisados na bibliografia de sua criao, no ano de 1957. Para obter essa referncia, pesquise na biblioteca do Centro Tcnico Nacional da Fundacentro.

    Existem critrios diferentes para ambientes insalubres em relao ao calor para o Ministrio do Trabalho e INSS?

    (DR/PB)

    Resposta: Sim, h diferenas. Em certo perodo, o INSS s aceita exposio ao calor como atividade especial para fins de aposentadoria quando for fonte artificial. a regra da Previdncia.

    CAL 6

    As medies efetuadas com o termmetro digital TD-200 da Instrutherm so vlidas?

    Resposta: Eu no conheo em detalhes o equipamento, mas se possuir globo negro de seis polegadas e as demais caractersticas atenderem ao exposto quanto aos sensores, no h por que no considerar tecnicamente vlidas as medies.

  • 61CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    Em sua explanao, o Senhor citou que o IBUTG um ndice. Perguntamos: ndice de qu? E qual a temperatura ambiente?

    (DR/AL)

    Resposta: IBUTG o ndice de bulbo mido termmetro de globo. A chamada temperatura ambiente dada pelo termmetro de bulbo seco, ou seja, um termmetro de mercrio comum, que um dos componentes do IBUTG, quando h carga solar direta. Veja a NR-5, anexo 3.

    CAL 7

    Como posso desconsiderar o Quadro I (como o senhor recomendou) se o exemplo que o senhor forneceu caracteriza trabalho contnuo e a maioria dos trabalhos e fbricas se enquadram nessa modalidade?

    (Vera do DR/CE)

    Resposta: Prezada Vera, a resposta j foi dada ao vivo. No se trata de desconsiderar, mas evitar o uso, pois desfavorvel ao trabalhador e empresa. O uso do Quadro II permite otimizao dos tempos de trabalho e descanso, e o trabalhador descansa em ambiente mais ameno.

    Nesse sentido, devo discordar de que na maioria das fbricas existe a modalidade do Quadro I, pois este trata o descanso no mesmo local fsico (mesmo ponto fsico onde se permanece imvel). Ainda que o trabalhador no deixe o recinto, o fato de se mover pelo ambiente, pelo menos um metro, j desabilita o Quadro I e permite o uso do Quadro II, pois o IBUTG variar. Este o ponto que se deve enfatizar.

  • 62 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    CAL 8

    Em outro momento, tive oportunidade de ver a taxa de metabolismo sendo definida a partir de grfico e batimento cardaco. O que dizer desse mtodo?

    (DR/PE)

    Resposta: Pode haver outros mtodos, como, por exemplo, o consumo de oxignio, e o seu uso em princpio no proibido ou invlido, mas no so prticos no uso industrial.

    CAL 9

    Na avaliao de um ambiente (casa de mquinas) de uma empresa, aps serem adotadas vrias medidas de melhoria, como sistema de exausto, obteve-se um ndice de 43C. Qual sugesto voc daria para solucionar esse problema, tendo em vista que j foram adotadas todas as possibilidades (conhecidas) de reduo e, mesmo assim, continua com um ndice muito elevado?

    (Engenheiro Pedro Carvalho DR/RO)

    Resposta: Este caso ser usado como modelo de discusso para a parte do controle de calor. Por favor, procure providenciar o mximo de informaes sobre esse local para que se possa discutir em aula. Uma foto pode ajudar. Obrigado.

    CAL 10

    O que conforto e calor, de acordo com a NR-17?

    (Mirian DR/SP)

  • 63CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    Resposta: Prezada Mirian, a NR-17 trata do conforto trmico com outro ndice, chamado temperatura efetiva. No existe correlao universal desse ndice com o IBUTG, sendo que cada um deve ser usado no seu contexto e com o seu critrio e aceitabilidade. No caso da temperatura efetiva, o valor aceito para conforto que se situe na faixa de 20 graus Celsius a 23 graus Celsius.

    CAL 11

    Calor e alta velocidade do ar, termmetro de Globo dimetro IBUTG 30, uma situao sria?

    (Antonio Lima DR/SP)

    Resposta: Prezado Antonio, o nico dado que foi citado o IBUTG, que resulta de todos os parmetros do ambiente, incluindo temperatura do ar, velocidade do ar, umidade relativa do ar e calor radiante. J est tudo considerado no ndice.

    Mas, para saber se srio, devemos tambm saber qual a atividade fsica do trabalhador, ou seja, o metabolismo. Com esse dado, usando o Quadro I ou o Quadro II, pode-se saber se a sobrecarga trmica causada pela exposio aceitvel.

    CAL 12

    Eu posso montar o termmetro e esperar a estabilizao do aparelho conforme pedido no manual e ir at a fonte com os termmetros e fazer a medio?

    O aparelho Instrutherm TG 200.

    Resposta: No. Voc deve esperar a estabilizao no ponto de medio.

  • 64 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    CAL 13

    Gostaramos de sugestes para o devido controle da exposio ao agente calor, nas diversas situaes como caldeiras, padarias, cermicas, digestores e etc.

    (SESI DR/AC)

    Resposta: Prezados amigos do DR/AC, analisem as sugestes da aula de controle de calor, vendo onde e em que circunstncias se aplicariam as atividades que vocs citaram. No existe receita de bolo para o controle, necessrio analisar as fontes e os ambientes e verificar quais as medidas de controle que se aplicam. tarefa do tcnico analisar as situaes de trabalho e aplicar os conhecimentos. Faam suas sugestes e elas sero comentadas.

    CAL 14

    Gostaria que me respondesse s seguintes dvidas: em relao ao agente calor, eu posso montar o termmetro, esperar a estabilizao do aparelho conforme pedido no manual e ir at a fonte com os termmetros e fazer a medio?

    O aparelho Instrutherm TG 200.

    Resposta: Pergunta j respondida, necessrio que o instrumento estabilize no ponto de medio.

    CAL 15

    Gostaria de saber tambm se o TG 200 pode ser colocado prximo da fonte de calor. Existe o risco de danificar o visor do aparelho? Ele suporta at quantos graus? Eu poderia medir dentro de um forno de cermica em que o trabalhador fica em mdia oito minutos?

  • 65CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    Resposta: Como foi alertado em aula, o instrumento (parte de eletrnica e de leitura) deve ficar afastado de fontes intensas de calor radiante. Para isso devem ser adquiridos cabos de extenso, que so disponveis pelos fabricantes como acessrios. Somente os sensores devem ficar no ponto de medio. Em ambientes moderados e sem carga radiante excessiva, o equipamento poderia suportar, mas ainda assim estaramos aquecendo a parte eletrnica, podendo haver erros. Se for necessrio proteger o leitor, envolva-o em papel alumnio, abrindo o embrulho para fazer as leituras.

    CAL 16

    Perdoe-me caso a pergunta no se aplique disciplina. Eu compreenderei. Entretanto, essa dvida persegue-me constantemente quando vou realizar as medies de calor em uma empresa que no possui fontes artificiais e os resultados encontrados excedem o LT estabelecido pela NR-15. Nesse caso, a empresa deve pagar a insalubridade, o que implica o pagamento adicional de 6%, 9% ou 12% (INSS, por meio da informao que a empresa obrigada a fornecer GFIP/GPS), adicionais esses que serviriam para custear a possvel aposentadoria precoce. Entretanto, quando o empregado exposto condio descrita for pleitear a aposentadoria especial, o INSS no considerar esse direito, pois ele no estava exposto a fontes artificiais. Essa descrio longa foi necessria para que o senhor compreendesse a real situao e, se possvel, indicasse bibliografia que esclarea a questo.

    (Obrigada, Vera)

    Resposta: Analise voc mesma, usando o Quadro II. Determine a taxa metablica dessa atividade. Como no h outra tarefa (pelo exposto), ento j ser o metabolismo mdio ponderado. Para esse valor, veja o mximo IBUTG mdio permitido (Quadro II) e compare com o seu valor medido.Para melhorar essa situao de sobrecarga trmica, se excessiva, seria necessrio adotar uma ou mais das medidas de controle dadas na aula. O que voc sugeriria? Faa suas consideraes e elas sero comentadas.

  • 66 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    CAL 17

    Existem muitos fatores que influem no clculo do IBUTG. O ciclo de trabalho e a taxa de metabolismo so dois exemplos: o ciclo geralmente estimado, podendo oscilar para mais ou para menos. O tipo de atividade escolhido pelo avaliador, mas a atividade que eu considero como Moderada, pode ser Pesada para outro avaliador. O local de posicionamento do equipamento, como foi dito, deve ficar prximo, sem atrapalhar ou correr o risco de ser danificado, gerando, portanto, erro. Assim, no muito preciosismo considerar inadequado o uso do aparelho automtico?

    (ldio/SC)

    Resposta: Os fatos que voc comenta tratam do que se chama julgamento profissional. Com a experincia, o tcnico pode fazer boas estimativas, deixando a margem de erro sempre a favor do trabalhador.

    Mas, no caso do equipamento, trata-se de um sensor fora de norma e que erra contra o trabalhador. Assegurar-se de uma medio correta, quando se sabe que o erro ser contra o trabalhador, no preciosismo, tica.

    CAL 18

    Com calor radiante e altas velocidades do ar, pode haver uma diferena de at 8C na leitura do Tg, que agravado por subestimar o IBUTG? Favor explicar a conseqncia.

    (Antonio de Lima DR/SP)

    Resposta: O erro do globo de duas polegadas para menos, subestima-se o Tg em at 8 graus, e, portanto, o IBUTG em at 2,4 graus. Se o ndice menor que o real, ento contra o trabalhador e pode registrar uma situao como aceitvel quando em realidade no .

  • 67CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    CAL 19

    Existe tabela de converso de termmetro de globo de duas polegadas para seis polegadas?

    (DR/MS)

    Resposta: No existe, pois para fazer a correo preciso conhecer a velocidade do ar e o valor do globo de seis polegadas tambm (veja no material didtico). Sem chance.

    CAL 20

    Sendo o amianto bom absorvedor de calor, por que se utilizar dele para a proteo individual?

    (Ftima Passos)

    Resposta: Prezada Ftima, o amianto usado como bom isolante trmico, ou seja, oferece proteo ao contato com objetos quentes. Mas ele um bom absorvedor de infravermelho, produzindo aquecimento e aumentando a sobrecarga trmica. Se voc no necessita de proteo ao contato, ento evite o amianto nos EPIs.

    CAL 21

    No havendo o termmetro, possvel usar o termmetro mido e seco para avaliao da temperatura efetiva?

    (Rinaldo de Sousa Vilela MS)

    Resposta: No, pois a temperatura efetiva requer o termmetro de bulbo mido, que existe nos psicrmetros, no qual a velocidade do ar sobre o bulbo deve ter um valor mnimo.

  • 68 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    Um termmetro do IBUTG, de bulbo mido natural, tem a velocidade do ar no induzida, ou seja, natural, como o nome diz, e no serve para essa medio.

    CAL 22

    Os medidores eletrnicos so fabricados dentro da Norma IS0 7243 de 1989 e na sua pgina vemos o seguinte:

    Qualquer dispositivo pode ser usado para medio de temperatura de globo, desde que seja feita a calibrao antes da medio e que a preciso seja de, no mximo, 0,5C.

    No manual do equipamento da Quest temos:

    Sensor bar Used in the QT area heat-stress monitors, a sensor bar is a set of three sensors:

    Natural wet bulb thermometerIndicates the effects of humidity on an individual. Relative humidity and wind speed are taken into account by measuring the amount of evaporative cooling taking place at a thermometer covered with a moistened wick.

    Globe thermometerIndicates the radiant heat exposure to an individual due to either direct light or hot objects in the environment. This is accomplished by placing a temperature sensor inside a blackened copper sphere and measuring the temperature rise.

    Dry bulb thermometer measures the ambient air temperature. This measurement is used in the outdoor WBGT calculation when a high solar radiant heat load might be present.

  • 69CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    The QT area heat stress monitors have three sensor bars (one default; two optional). You can use these for simultaneous monitoring of up to three sensor arrays. The data from these arrays can be analyzed separately or combined into a weighted average WBGT reading according to ISO 7243.

    Portanto:

    Na legislao vigente (NR-15) no se especifica como equipamento a ser usado s o IBUTG.

    A NHO um critrio tcnico que no coincide com o legal.1) correto?2) Qual a conseqncia?3) Existe outro pas onde os equipamentos eletrnicos so usados com o Tg com seis polegadas?(Paulo Sergio Alguin SESI/SP)

    Resposta: No me recordo em detalhes da norma ISO, mas ela deve se ater apenas ao dimetro do globo, deixando em aberto o tipo de sensor interno.

    A ACGIH dizia em verses anteriores dos TLVs que qualquer sensor que responda similarmente a um termmetro de mercrio considerado aceitvel. Hoje, esta parte deve estar contemplada na documentao dos TLVs.

    Quanto ao tipo de sensor (termmetro, termopar), realmente tecnicamente indiferente.

    Quanto questo do dimetro no se pode admitir que a resposta similar. O artigo tcnico citado no material da B&K Technical Review, de 1985, mostra claramente isso.

  • 70 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    Dessa forma, ser o equipamento eletrnico no invalida a medio, desde que o sensor se comporte como um termmetro de mercrio tpico (com as mesmas tolerncias). A preciso recomendada normalmente conseguida sem problemas. O termmetro de globo tem que ser de seis polegadas.

  • 71CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

    REFERNCIAS

    BRASIL. MTE. Portaria n 3.214, de 8 de junho de 1978. Aprova as normas regulamentadoras NR do captulo V, ttulo II, da Consolidao das Leis do Trabalho, relativas a segurana e medicina do trabalho. Disponvel em: . Acesso em: 22 jul. 2005.

    Fundacentro. Norma de higiene ocupacional NHO 6: avaliao da exposio ocupacional ao calor. So Paulo, 2002.

    _______. NHT 01C/E: norma para avaliao ocupacional ao calor. So Paulo, 1985.

    International Labour Office. Encyclopedia of occupational health and safety. Geneva, 1985.

    LIMITES de Exposio (TLVs) para substncias qumicas e agentes fsicos & ndices biolgicos de exposio. Trad. Associao Brasileira de Higienistas Ocupacionais. So Paulo, 2002.

    POSSEBON, Jos. Apostila sobre calor. So Paulo, 2003. (Curso EAD PECE / Escola Politcnica da Universidade de So Paulo).

  • 73

    CAPTULO III

    AVALIAO DAS CONDIES DE ILUMINAO

    1 INTRODUO

    As avaliaes de iluminao tm por objetivo quantificar a iluminncia nos postos de trabalho, visando sua posterior comparao com os valores mnimos estabelecidos pela legislao brasileira, bem como fornecer recomendaes gerais, para se obter a adequao das condies de iluminao s atividades desenvolvidas nesses locais.

    Existem duas formas bsicas de iluminao:

    Natural quando existe o aproveitamento direto (incidncia) ou indireto (reflexo/disperso) da luz solar.

    Artificial quando utilizado um sistema (em geral eltrico) de iluminao, podendo este ser de dois tipos:

    Geral para se obter o aclaramento de todo um recinto ou ambiente.

    Suplementar ou Adicional para se reforar o aclaramento de determinada superfcie ou tarefa.

    2 CONCEITUAO E ANTECEDENTES TCNICO-LEGAIS

    2.1 Conseqncias de uma Iluminao Inadequada

    A iluminao, ou seja, a luz visvel, no , a exemplo de outros parmetros levantados em higiene ocupacional, propriamente um agente agressivo do ponto de vista de desencadeamento certo de doenas ocupacionais. Esse o caso geral, pois ordinariamente a iluminncia deixa a desejar.

  • 74 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    Quando a iluminncia est inadequada, e, na maioria das vezes, a inadequao se refere deficincia da iluminao, poderemos perceber algumas conseqncias, tais como:

    Maior fadiga visual e geral;Maior risco de acidentes;Menor produtividade/qualidade;Ambiente psicologicamente negativo.

    Todavia, existem casos especiais de excesso que requerem limitao energtica, como no uso de fontes especiais e lasers, e h limites de tolerncia na ACGIH para a luz visvel.

    2.2 Riscos Associados

    Alm das conseqncias diretas mencionadas acima, podemos verificar alguns riscos associados aos aspectos de iluminao, como:

    Maior probabilidade de acidentes, quando ocorre uma variao brusca da iluminncia (para mais ou para menos)

    Efeito estroboscpico, que um fenmeno que pode resultar da combinao de:

    mquinas com partes girantes ou com movimento alternado

    + fonte piscante (60 Hz) no percebida (ex.: lmpada fluorescente)

    Isso pode resultar numa falsa impresso de que a mquina est parada, ou se movendo lentamente, sendo causa importante de acidentes em mquinas.

    2.3 Tarefa Visual e Campo de Trabalho

    Nas atividades de avaliao da iluminao, para evitar avaliaes inexpressivas (to poucos pontos que no se conclui o estudo) ou

  • 75CAPTULO III AVALIAO DAS CONDIES DE ILUMINAO

    exageradas (muitos pontos sem importncia adicional), ser importante ter em mente os conceitos de tarefa visual e campo de trabalho.

    Entende-se por CAMPO DE TRAbALHO toda a regio do espao onde, para qualquer superfcie a situada, exigem-se condies de iluminao apropriadas TAREFA VISUAL a ser realizada.

    Sendo assim, os pontos que realmente interessam ser avaliados em um estudo de iluminao so aqueles em que so realizadas as tarefas visuais principais/habituais.

    2.4 Unidades, Grandezas e Relaes Fotomtricas

    A seguir, sero explanados alguns conceitos necessrios para as avaliaes de iluminao:

    INTENSIDADE LUMINOSA a emisso em uma particular direo de uma fonte que emite 1 Candela (Cd) radiao monocromtica de freqncia 540 x 1012 Hz cuja intensidade energtica naquela direo 1/683 Watt/sr.

    Nota: 1 sr (esferorradiano) ngulo slido que subentende uma rea = r2 em uma esfera de raio r. Todo o espao corresponde a um ngulo de 4 sr

    FLUXO LUMINOSO Fluxo emitido por uma fonte puntiforme isotrpica (mesmo valor em todas as direes), dentro de 1 sr, de 1 Cd. expresso em lmen (lm).

    ILUMINNCIA Fluxo luminoso recebido por unidade de rea. expressa em lux.

    1 lux = 1 lm/m2

    LUMINNCIA Intensidade recebida por unidade de rea, na direo de observao. expressa em cd/m2.

    Veja a seguir a ilustrao desses parmetros, para melhor compreenso.

  • 76 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    FIGURA 3 ILUSTRAO DOS PARMETROS LUMINOSOS

    Fonte: Mario FANTAzzINI, 1991

    2.5 Antecedentes

    A legislao brasileira (Portaria n 3.214, NR-17) dispe sobre condies ambientais de trabalho no item 17.5.3, do qual seguem trechos de importncia quanto a aspectos de iluminao de locais de trabalho.

    17.5.3 Em todos os locais de trabalho deve haver iluminao adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada natureza da atividade.

  • 77CAPTULO III AVALIAO DAS CONDIES DE ILUMINAO

    17.5.3.1 A iluminao geral deve ser uniformemente distribuda e difusa.

    17.5.3.2 A iluminao geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incmodos, sombras e contrastes excessivos.

    17.5.3.3 Os nveis mnimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho so os valores de iluminncia estabelecidos na NBR 5.413, norma brasileira registrada no Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial (Inmetro).

    17.5.3.4 A medio dos nveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3 deve ser feita no campo de trabalho em que se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxmetro com fotoclula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em funo do ngulo de incidncia.

    17.5.3.5 Quando no puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem 17.5.3.4, este ser um plano horizontal a 0,75 m do piso.

    No artigo 2, pargrafo nico, da Portaria que alterou a NR-17 (Portaria n 3.435, de 19/06/1990), foram revogados o subitem 15.1.2, o anexo 4 e o item 4 do Quadro de Graus de Insalubridade, todos da Norma Regulamentadora n 15.

    Seguem trechos da NBR 5.413/1992, a qual dispe de valores definidos tanto para grupos de tarefas visuais quanto para tipo de atividade exercida.

  • 78 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    TAbELA 1 ILUMINNCIA PARA CADA GRUPO DE TAREFAS VISUAIS*

    FAIxAILUMINNCIA

    (lux)TIPO DE ATIVIDADE

    A

    Iluminao geral para reas usadas

    interruptamente ou com tarefas visuais

    simples

    203050

    reas pblicas com arredores escuros

    5075100

    Orientao simples para permanncia curta

    100150200

    Recintos no usados para trabalho contnuo, depsitos

    b

    Iluminao geral para rea de trabalho

    200300500

    Tarefas com requisitos visuais limitados, trabalho bruto de maquinaria, auditrios

    5007501000

    Tarefas com requisitos visuais normais, trabalho mdio de maquinaria, escritrios

    100015002000

    Tarefas com requisitos visuais especiais, gravao manual, inspeo, indstria de

    roupas

    C

    Iluminao adicional para tarefas visuais

    difceis

    200030005000

    Tarefas visuais exatas e prolongadas, eletrnica de tamanho pequeno

    5000750010000

    Tarefas visuais muito exatas e prolongadas, montagem de microeletrnica

    100001500020000

    Tarefas visuais muito especiais, cirurgias

    Fonte: Excerto da NbR 5.413

    (*) A ser utilizada apenas quando da no-aplicao direta ou por analogia dos locais especficos definidos na NBR 5.413 da ABNT.

  • 79CAPTULO III AVALIAO DAS CONDIES DE ILUMINAO

    2.6 Seleo de Iluminncias

    Para determinao da iluminncia conveniente recomendvel considerar o seguinte procedimento:

    Na tabela anterior, constam trs valores de iluminncia para cada grupo de tarefas visuais. O uso adequado de iluminncia especfica determinado por trs fatores, de acordo com a Tabela 2.

    TAbELA 2 FATORES DETERMINANTES DA ILUMINNCIA ADEQUADA

    Caracterstica da tarefa e do

    observador

    Peso

    -1 0 +1

    IdadeInferior a 40 anos 40 a 55 anos Superior a 55 anos

    Velocidade e

    precisoSem importncia Importante Crtica

    Refletncia do fundo da tarefa

    Superior a 70% 30% a 70% Inferior a 30%

    Fonte: Excerto da NbR 5.413

    O procedimento o seguinte:

    a) analisar cada caracterstica para determinar o seu peso (-1, 0 ou +1).b) somar os trs valores encontrados, algebricamente, considerando o seu sinal.c) quando o valor total igual a -2 ou -3, usa-se a iluminncia mais baixa do grupo; usa-se a iluminncia superior quando a soma for +2 ou +3; nos outros casos utiliza-se o valor mdio.

    Como exemplo de preciso, podemos mencionar a leitura simples de um jornal versus a leitura de uma receita mdica, sendo a primeira sem importncia e a segunda crtica.

  • 80 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    Na tabela a seguir (extrada do item 5.3 da NBR 5.413/1992, para fins ilustrativos), podemos ver valores recomendados segundo o tipo de atividade e tarefa.

    TAbELA 3 ALGUNS VALORES MNIMOS DE ILUMINNCIA EM LUx POR TIPO DE ATIVIDADE

    Corredores e escadas LUx

    - geral 75 100 150

    Escritrios

    - registros, cartografia etc. 750 1000 1500

    - desenho, engenharia mecnica e arquitetura 750 1000 1500

    - desenho decorativo e esboo 300 500 750

    Fundies

    - inspeo (material de preciso) 750 1000 1500

    - inspeo (material grosseiro) 300 500 750

    Indstrias Metalrgicas

    - usinagem grosseira e trabalhos de ajustador 150 200 300

    - usinagem mdia e trabalhos de ajustador; trabalhos grosseiros de plainas, tornos e polimentos

    300 500 750

    - poos de resduos 150 200 300

    - conserto de portas do forno e material refratrio 150 200 300

    - depsito de refugo 150 200 300

    - fabricao de ao 150 200 300

    - compartimento de triturao 150 200 300

    Siderrgicas

    - depsito de matrias-primas 100 150 200

    - reas de carregamento 150 200 300

    - poos de resduos 150 200 300

    - aberturas para inspees 150 200 300

    - fundies de lingotes 150 200 300

    - depsitos de lingotes 150 200 300

    Fonte: AbNT NbR 5.413, item 5.3, 1992

    ObS: A referida NbR fornece valores mnimos convenientes para a execuo de vrias tarefas. Os itens especficos so bastante resumidos, porm, por analogia de atividades, pode-se estabelecer os valores mnimos. Se houver situaes que no constem da tabela do item 5.3, usa-se a Tabela 1 como orientao geral.

  • 81CAPTULO III AVALIAO DAS CONDIES DE ILUMINAO

    2.7 Avaliao em reas Externas

    Para o caso das reas externas, no coberto pela NBR 5.413, pode-se utilizar critrios nacionais especficos (p.ex., normas para ptios ferrovirios), porm limitados abrangncia, ou critrios internacionais, como por exemplo a norma API RP 540, do American Petroleum Institute. Abaixo, so apresentados alguns valores ilustrativos dessa norma.

    TAbELA 4 RP 540 VALORES MNIMOS DE ILUMINNCIA PARA AMbIENTES ExTERNOS

    AMbIENTES LUx

    Corredores e escadas ..................................................................... 15

    Equipamentos em rea externa.......................................................... 55

    Bombas, vlvulas, manifolds............................................................. 35

    Trocadores de calor........................................................................ 35

    Plataformas de operao................................................................. 35

    Plataformas simples....................................................................... 25

    Diais e painis.............................................................................. 55

    Fonte: American Petroleum Institute API RP540, normas

    Obs.: valores arredondados a maior, para mltiplos de 5. Salvo os casos bvios, a leitura feita ao nvel

    do piso.

    Em termos de critrios nacionais, tambm importante comentar sobre uma pr-norma da ABNT, para iluminncia de exteriores, publicada no 12 Encontro de Segurana Industrial do IBP, cuja tabela de iluminncia por classe de atividade reproduzida a seguir:

  • 82 TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

    TAbELA 5 ExTRATO DE PR-NORMA

    CLA

    SSE

    Tipo

    de

    Ati

    vida

    deFa

    tore