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    BEM-VINDOS AO

    NOSSO MUNDO Slow Food

    O MANUAL

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    1. BOM, LIMPO E JUSTO 2A histria de uma Idia 2Filosofia 3Misso 4

    2. A REDE 6Estrutura 6Comunidades Locais 7Associao 8

    Convivia 9Membros 10Outras Entidades 11

    3. TERRA MADRE 12O projeto 13A rede das redes 14O evento em Turim 15Projetos comunitrios e intercmbios 17

    4. EDUCAO DO GOSTO 18Atividades do Convivium 19

    Oficinas do Gosto 20Escolas 21Hortas Escolares 22No Mundo 23Universidade de Cincias Gastronmicas 24Alimentao Diria 25

    5. EM DEFESA DA BIODIVERSIDADE 26Fundao para a Biodiversidade 26Arca do Gosto 27Fortalezas 28Mercados da Terra 29

    6. P RODUTORES E CO-PRODUTORES 30Salone del Gusto 32Cheese 33

    Slow Fish 34Eventos pelo Mundo 35

    7. COMUNICAO E CAMPANHAS 36www.slowfood.com 37Almanaque Slow Food 37Comunicao Internacional 37Editora Slow Food 37Manifesto pela Qualidade 38Defesa do queijo a Leite Cru 39OGMs 39Pesca 39

    8. FATOS SLOW 40Histria 41Perguntas Freqentes (FAQs) 42Manifesto 44Declarao de Puebla 45Leitura Recomendada 45Quem Quem 46Entre em contato 46

    N D I C E

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    Da enogastronomia para a ecogastronomia

    O Slo

    w F

    o

    o

    d foi fundado como uma associaoenogastronmica (de vinhos e alimentao) pelo ativistaalimentar Carlo Petrini na pequena cidade de Bra, situadano norte da Itlia, em 1986. Seu objetivo inicial era de apoiare defender a boa comida, o prazer gastronmico e um ritmode vida mais lento. Mais tarde, esta iniciativa foi ampliadapara abranger a qualidade de vida e, como conseqncialgica, a prpria sobrevivncia do planeta em que vivemos.

    FotoM

    .Sasia

    A H I S T R I A D E U M A I D I A

    BOM,LIMPO

    E JUSTO

    Da ecogastronomia para a neogastronomia

    O Slo

    w F

    o

    od acredita numa nova gastronomia: umagastronomia como liberdade de escolha, como educao,como uma abordagem multidisciplinar em relao comida que nos permita viver nossas vidas da melhorforma possvel, utilizando os recursos ao nosso alcance.

    Do local para o global.

    O Sl

    o

    w Fo

    o

    d agora se orgulha de possuir 85.000 associadosinterconectados em 132 pases, com filiais nacionais naItlia, Alemanha, Sua, nos EUA, Frana, Japo, no ReinoUnido, Holanda e Austrlia (dados de junho de 2008)

    Da qualidade da comida para uma qualidade de vida

    2

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    D

    anielAttia/zefa

    /Corbis

    F I L O S O F I A

    O Slow F

    oo

    d est comprometido com a pr

    oteo dosalimentos tradicionais e sustentveis de qualidade, dosingredientes primrios, na conser

    vao de mtodos decultivo e processamento e na defes

    a da biodiversidadetanto de espcies cultivadas como silvestres.

    O Slo

    w Foo

    d sustenta que a nica forma de agriculturaque pode oferecer uma perspectiva de desenvolvimento,especialmente para as regies mais pobres do mundo, aquela baseada na sabedoria de comunidades locaisem harmonia com os ecossistemas que as cercam.

    O Sl

    ow Fo

    od protege locais de valor histrico, artsticoou social que formam parte da nossa heranaalimentar, reconhecendo a histria e a cultura de cadagrupo social conforme esta interage dentro de umarede maior de trocas recprocas.

    Alimentar-se um ato agr

    ri

    o e consumidoresinformados e exigentes se tornam co-pr

    o

    dut

    or

    es. Paraeles, o alimento deve ser b

    om, limpo eju

    sto.

    Bom significa apetitoso e saboroso, fresco e capaz deestimular e satisfazer os sentidos.Limpo significa produzido sem exigir demais dosrecursos da terra, seus ecossistemas e meio-ambiente esem prejudicar a sade humana.Ju

    st

    o significa respeitar a justia social, o que significapagamento e condies justas para todos os envolvidos noprocesso, desde a produo at a comercializao e consumo.Ao treinar nossos sentidos para compreender e apreciar oprazer que o alimento proporciona, tambm abrimosnossos olhos para o mundo.

    3

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    O alimento equivale ao prazerequivale conscinciaequivale responsabilidade

    O Slow F

    oo

    d acredita que agastronomia estindissoluvelmente associada poltica, agricultura e ao meioambiente, entre outras coisas.Esta a razo de ser umparticipante to ativo nasquestes relativas

    agricultura e ecologiamundiais.

    O Slow F

    oo

    d defende abiodiversidade no nossosuprimento de alimentos,promove a educao dopaladar e conecta osprodutores de alimentos dequalidade com os co-produtoresatravs de eventos e iniciativas.Para conseguir isso, adota uma

    abordagem original e distinta:

    construindo r

    edes que conectam osprodutores e co-produtores

    educ

    ando os consumidores de todas as idades protegendo a biodiv

    er

    sidade

    MMIISSSSOO

    A.

    Peroli,2005

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    O Slow F

    oo

    d organiza feiras, eventos e mercadoslocais e internacionais para mostrar produtosalimentcios de qualidade. Acima de tudo, o Slow Fo

    o

    dgerencia o Ter

    r

    a Madr

    e.O Ter

    r

    a Madr

    e hoje, ao mesmo tempo,um pr

    ojet

    o que apia ativamente as economias locaisde pequeno porte que sejam sustentveis

    uma r

    ed

    e de 5.000 produtores de alimentos de 1.600comunidades do ramo, com 1.000cozinheiros e 400 acadmicos de 150 paises

    um ev

    ent

    o um encontro mundial de comunidades

    produtoras de alimentos e, como tal, incorporaa filosofia Sl

    o

    w Food delineada acima.Para ver como tudo isso funciona de perto,consulte o Captulo 3.

    O Sl

    ow Fo

    o

    d acr

    edit

    a que a melhor maneira de conter aonda de alimentao ftil, apressada e padronizada esalvar as culinrias locais, os produtos tradicionais, asespcies vegetais e as espcies animais ameaadas atravs da E

    duca

    o d

    o G

    osto. Ao organizar eventos locaise atividades, o C

    onvi

    vium apresenta novos alimentos aosassociados, enquanto que as Ofi

    cin

    as d

    o G

    o

    sto permitemque os participantes descubram mais sobre os alimentossob a superviso de especialistas. O Sl

    ow Fo

    od nas

    Esc

    ol

    as educa as crianas de tenra idade e aUniv

    er

    sidade d

    e Cin

    ci

    as Gastr

    on

    mi

    cas se incumbe detreinar os gastrnomos do futuro. Consulte o Captulo 4.

    R

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    O Slo

    w F

    o

    od ar

    gumenta que os prazeres da mesa devemser apoiados por uma tentativa centralizada de proteger abio

    di

    ver

    sidade alimentar, ou seja, os incontveis queijostradicionais, gros, vegetais, frutas e espcies animaisque a alimentao de convenincia e o agro-negcio estoempurrando para a extino. A Fun

    da

    o Slow Fo

    o

    d p

    ar

    aa Bi

    o

    di

    ver

    si

    dad

    e tem promovido projetos como a Arca do

    Gosto, as Fortalezas e o Terra Madre para conservarnossa preciosa herana alimentar. Consulte o Captulo 5.

    A.

    Peroli,2005

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    Formalmente, o Slow Food uma organizao internacionalsem fins lucrativos mantida pelos seus associados.

    Informalmente, o facilitador de uma r

    ed

    e mun

    dialempenhada em mudar a forma pela qual os alimentos soproduzidos e distribudos atualmente. A rede como um todoconsiste de uma srie de sub-redes concntricas: mais de 85.000 membros em mais de 1.000 convivia em

    132 pases entidades e organizaes em todo o mundo que

    compartilham os mesmos objetivos Terra Madre

    A REDE

    E S T R U T U R A

    A.

    Peroli,2004

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    O termo comunidade do alimento foi cunhado em 2004para o evento Terra Madre, que reuniu produtores de

    alimentos em pequena escala provenientes de todosos 5 continentes para debater questes comuns ecompartilhar seus pontos de vista. Ela define o local deorigem desses produtores e reflete uma nova idia deuma economia local baseada na alimentao,agricultura, tradio e cultura.

    Nestas comunidades, a centralidade do alimentoconduz a um tipo de economia que sustentvel e

    vivel, tanto no contexto de pases desenvolvidos comonos pases em desenvolvimento. Esta economiabaseada na natureza substitui a mo invisvel domercado por outra mais benevolente, porm rgida,que da nossa Me Terra.

    Na rede mundial Slow Food, as comunidades locais dealimento so o ncleo que efetivamente implementamuma abordagem sustentvel dentro do conceito bom,

    limpo e justo em relao produo alimentar,protegendo a biodiversidade, mantendo vivas as

    tradies, promovendo a convivncia e transmitindo oconhecimento para as geraes seguintes.Em nosso mundo globalizado de hoje, a economia demercado est mostrando todas as suas limitaes emtermos de desperdcio e dano ao meio ambiente. Asmicro-economias das comunidades locais de alimentona rede Slow Food trabalham ou possuem o potencialde trabalhar de forma remunerada, que compatvelcom seus prprios ecossistemas e culturas.

    C O M U N I D A D E S L O C A I S

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    Slow Food o centro conector da rede. Dada a suapostura sem fins lucrativos, ele reinveste todos osseus ganhos e recursos financeiros nas atividadesdefinidas em seu estatuto.

    Ultima atualizao Junho 2008.Para mais informaes,acesse www.slowfood.com

    O Slow Food Internacional planeja, coordena epromove o desenvolvimento do movimento emmbito mundial, bem como as atividades dos vriosescritrios nacionais. gerenciado por uma

    Diretoria Internacional, eleita a cada quatro anos noCongresso Internacional Slow Food. Essa Diretoria composta do presidente internacional, Carlo Petrini,trs vice-presidentes e um secretrio internacional,bem como os presidentes das associaesnacionais principais.A Diretoria Internacional o maior rgo gestorinstitucional do Slow Food. A estrutura de governodo Slow Food Internacional se completapor um Conselho Internacional, que representa19 pases e define as estratgias polticase de desenvolvimento do Slow Food.

    Alguns pases possuem associaes nacionaisgovernadas por Diretorias Nacionais. Associaesnacionais Slow Food j existem na Itlia, nos EUA,no Reino Unido, na Alemanha, na Sua, na Frana,no Japo, e novas esto sendo abertas na Austrliae Holanda. As associaes nacionais coordenam oseventos e projetos do Slow Food de acordo com asnecessidades de seus prprios pases.

    TERRA MADRE E SLOW FOODNO MUNDO

    150 PAISES

    SCIOS SLOW FOODNO MUNDO

    132 PAISES

    CONVIVA SLOW FOODNO MUNDO

    77 PAISES1003 CONVIVIA

    A S S O C I A O

    S L O W F O O D

    Frana ,38 convivia

    Alemanha,70 convivia

    Itlia,360 convivia

    Japo,45 convivia

    Sua,16 convivia

    Reino Unido,50 convivia

    EUA,150 convivia

    convivia

    convivia

    convivia

    convivia

    Universidadede Cincias

    Gastronmicas

    Fundao paraa Biodiversidade

    FundaoTerra Madre

    Austrlia,

    38 conviviaHolanda,

    14 convivia

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    Os tijolinhos de construo da associao so grupos autnomos locais conhecidos comoconvivia, os quais cultivam a apreciao do prazer e da qualidade da vida diria atravs dereunies peridicas para compartilhar o prazer da convivncia em torno de alimentos da culinrialocal, da construo de relacionamentos com os produtores, atravs de campanhas em prol daproteo dos alimentos tradicionais, organizando seminrios e degustaes, encorajando chefs ausarem alimentos locais, escolhendo produtores para participar de eventos internacionais epromovendo a educao do gosto nas escolas.As atividades do Convivium so muito importantes para o movimento Slow Food, porque do vida

    sua filosofia. Os eventos e iniciativas organizados pelos convivia locais - desde os mercados deprodutores em Beirute, no Lbano, passando pelo festival de filmes sobre alimentos em Mar Del Plata,na Argentina, at os programas de parceria entre Madison, nos EUA, e Mantua, na Itlia - lugaresonde os membros podem se encontrar para compartilhar a paixo que une toda a rede Slow Food.

    C O N V I V I A

    a

    reagrafica

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    O Slow Food aberto a todos e a diversidade de seusmembros uma de suas maiores foras. umaorganizao formada em torno da base social nosquais os associados esto convidados a desempenharum papel de primeira mo atravs da organizao de

    eventos, ou simplesmente participando de atividadeslocais, nacionais e internacionais.Os associados podem se juntar aos comits dosconvivia ou abrir um convivium novo. Eles so parte deuma comunidade local, porm tambm so atuantesnuma rede mais ampla do Slow Food Internacional.Como um membro do Slow Food, voc ajuda a mudar osistema de alimentos, e se torna parte de uma rede

    internacional de produtores e co-produtores depensamento semelhante, dando assistncia e apoio produo sustentvel de alimentos e distribuio epromoo de projetos educacionais em todo o mundo.Seu carto de associado Slow Food por si s j um

    benefcio tico.Os benefcios tangveis de ser associado variam depas para pas, mas de maneira geral incluem: um carto de scio pessoal e uma cpia do Manual

    Slow Food (para os associados de primeira viagem); um exemplar do Almanaque Slow Food, um

    panorama anual de tudo o que acontece no mundoSlow Food;

    um boletim eletrnico mensal chamadoSlow Food Times;

    revistas impressas, onde disponveis; descontos em eventos Slow Food locais, nacionais e

    internacionais - desde banquetes sazonais a

    festivais de cinema, de turns por reas agrcolasat oficinas do gosto - e tambm em mercadoriasSlow Food.

    Para se tornar um membro ou criar um convivium,contate um lder de convivium local ou acessewww.slowfood.com.

    M E M B R O S

    N.Leto

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    O Slow Food Internacional tambm teve participaoativa na criao da:

    Fundao Slow Food para a Biodiversidade, emparceria com a Autoridade Regional da Toscana. AFundao apia e financia projetos Slow Food, tais

    como as Fortalezas e a Arca do Gosto, parapromover os alimentos e a biodiversidade daagricultura em todo o mundo.

    Fundao Terra Madre, em parceria com a Cidade deTurim, a Autoridade Regional do Piemonte, o Ministrioda Agricultura e Silvicultura e a Cooperao Italiana

    para o Desenvolvimento - Ministrio das RelaesExteriores. A Fundao organiza o evento Terra Madreem Turim a cada dois anos e est construindo umarede internacional atravs da qual as comunidades doalimentos, cozinheiros e acadmicos podem usufruirde um intercmbio e visitar uns aos outros para troca

    de informaes e discutir experincias.

    No complexo Agenzia di Pollenzo perto de Bra(reformada com o propsito de apoiar a AutoridadeRegional de Piemonte e mais de 300 doadores privados),o Slow Food tambm formou a Associao de Amigos daUniversidade de Cincias Gastronmicas para arrecadar

    fundos e definir estratgias para o gerenciamento dauniversidade particular legalmente reconhecida.

    Algumas associaes nacionais formaram outrasentidades legais para cuidar de eventos e projetos,onde quaisquer lucros so utilizados para subsidiar

    suas atividades. Por exemplo, o Slow Food Itlia possuidois empreendimentos comerciais auto-financiados: oSlow Food Promozione srl para organizar eventosprincipais, arrecadao de fundos, contratao depublicidade e patrocnio, e o Slow Food Editore srl parapublicar as atividades. O Slow Food Sua, ao invsdisso, criou a fundao Stiftung Slow Food Schweiz.

    O U T R A S E N T I D A D E S

    M.

    Marengo/ArchivioSlowFood

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    TERRA MADRE

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    Peroli,2006

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    Terra Madre, ou Me Terra, o projeto do Slow Food paraconstruir uma rede internacional de produtores dealimentos e representantes de comunidades locais,cozinheiros, acadmicos e jovens com a finalidade deestabelecer um sistema de produo de alimentos queseja bom, limpo ejusto, e que respeite nosso planeta, aspessoas que nele vivem e a diversidade de seus gostos,alimentos e culturas. Em um mundo dominado pelaagricultura industrializada, Terra Madre apia ativamente

    o modelo local sustentvel de pequena escala.

    O P R O J E T O

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    Peroli,2006

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    A R E D E D A S R E D E S

    A rede das redes Terra Madre compreende:

    As Comunidades do AlimentoUm termo cunhado para definir os diversos tipos deocupaes e profisses envolvidas na cadeia deproduo de alimentos que estejam ligadoshistoricamente, socialmente e culturalmente a umarea geogrfica especfica: desde bancos de sementes,cozinheiros, agricultores e pescadores at aqueles quecolhem alimentos silvestres, criadores e acadmicos,

    entre outros. As comunidades do alimento de TerraMadre agora compreendem mais de 5.000 produtoresem mais de 130 paises.

    CozinheirosMais de 1.000 cozinheiros e chefs de cozinha de todosos continentes, todos cientes de seu papel de apoio produo em pequena escala das comunidades dealimento. Eles sabem que o prazer no pode serseparado da responsabilidade para com os produtores,sem os quais, seu trabalho no seria possvel. Atravsdessa colaborao com os produtores, eles preservam

    a tradio cultural e combatem a padronizao dosalimentos, comunicando sua filosofia aosconsumidores atravs de seus restaurantes.

    Universidades450 acadmicos de 250 universidades e centros depesquisa em todo o mundo, todos comprometidos,dentro de suas reas de especializao, a ampliar apreservao e o crescimento da produo sustentvel

    de alimentos atravs da educao pblica e dotreinamento de trabalhadores da rea de alimentos.Empenhados em fazer a ponte entre a teoria e aexperincia prtica real, a populao acadmica quecompartilha os valores de Terra Madre ajuda osprodutores no s fornecendo o conhecimentocientfico e promovendo trocas com as comunidadeslocais, como tambm ouvindo o que eles tm a dizer eaprendendo com sua experincia de primeira mo.

    Rede JovemLanado no Quinto Congresso Internacional Slow Foodrealizado em Puebla, no Mxico, em novembro de 2007,esse novo movimento est comprometido com a defesados alimentos e da cultura alimentar. Nascida de umaidia conjunta dos alunos da Universidade de CinciasGastronmicas e o Slow Food EUA, ela formada porestudantes universitrios, jovens produtores,cozinheiros e ativistas. A iniciativa sublinha aimportncia que a nova gerao possui na promoo daproduo de alimentos em pequena escala que sejabenfica para as economias locais, para o meio

    ambiente e que contribuam com a justia social. A RedeJovem garantir que o conhecimento da agricultura eda produo alimentar seja transmitido para criar umanova gerao de co-produtores atuantes.

    A rede das redes Terra Madre promove: projetos comunitrios e intercmbios; encontros locais e nacionais; o evento internacional em Turim.

    A.

    Peroli,2006

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    Essas redes virtuais se tornam reais a cada dois anos emTurim, para onde as comunidades convergem no eventointernacional Terra Madre, para um encontro cara-a-caraque acontece em torno de reunies informais eseminrios formais para trocas de pontos de vista ediscutir solues de problemas comuns. No evento possvel ver pastores do Qunia e da Sibria, plantadoresde frutas da Califrnia e do Peru, pescadores da Holanda

    e da Coria... todos compartilhando refeies, pontos devista e amizade. Essa multido diversificada eaparentemente anrquica incorpora uma abordagemalternativa alimentao de qualidade. Uma abordagemque leva em conta no somente as caractersticassensoriais daquilo que ingerimos, mas tambm osrecursos ambientais, o equilbrio global, a dignidade dostrabalhadores e a sade do consumidor.

    2004 O evento foi realizado pela primeira vez em conjunto com o Salone del Gusto em 2004. Durante o

    encontro, delegados participaram de oficinas e debates estruturados em torno dos temas centrais desustentabilidade, biodiversidade, comunidade e desenvolvimento local. A experincia inspirou muitosdeles a organizar encontros menores entre si, criando dessa forma uma rede internacional.

    2006 Em 2006, a segunda edio do Terra Madre atraiu 9.300 participantes, incluindo 5.000 produtores artesanaisde alimentos em pequena escala de 1.600 comunidades em 150 pases; 1.000 cozinheiros (incluindo chefs,donos de restaurantes e cozinheiros domsticos); mais de 400 acadmicos de 225 universidades e 2.300ONGs e representantes institucionais, alm de 1.000 jornalistas que tambm compareceram.

    2008 Se mudanas vo ser feitas no modo como o alimento produzido e consumido, a nova gerao precisaestar envolvida. Prova disso o espao dedicado ao pblico jovem na terceira edio do Terra Madrerealizado em Turim, de 23 a 27 de Outubro de 2008. No Terra Madre 2006 os novos participantes eram

    cozinheiros, professores e acadmicos. No Terra Madre 2008, esses participantes foram acrescidos decerca de 1.000 estudantes e jovens agricultores do norte e do sul do planeta que se juntaram numa novaRede Jovem do Slow Food Internacional.O evento tambm inclui msicos, cantores, danarinos e contadores de histrias das comunidades dealimento uma extenso natural da interpretao holstica do Slow Food em relao cultura alimentar.

    Outros EncontrosOs encontros regionais tm sido realizados na Sucia, no Brasil (com mais de 500 participantes), na ndia (com480 participantes), no Qunia, na Belorssia, na Holanda e mais esto sendo planejados para a Irlanda e Hungria.

    O E V E N T O E M T U R I M

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    Peroli,2006

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    Peroli,2006

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    P R O J E T O S C O M U N I T R I O S E I N T E R C M B I O S

    Qunia-UgandaEm 2007, comunidades Ugandenses reuniram um grupo de 25agricultores do Qunia para compartilhar habilidades e conhecimento.Durante a visita que durou uma semana, os Quenianos aprenderamsobre diferentes mtodos de cultivo e perceberam que estavamsubutilizando seus recursos naturais e e energticos.

    Sistemas Alimentares na UniversidadeOs Servios de Refeies da Universidade Estadual de Iowa convidouum dos chefs Terra Madre, Bob Perry, atualmente o Coordenadordos Sistemas de Alimentao da Universidade de Kentucky, para

    ajudar a resolver dilemas logsticos em seu programa Farm to ISU(Da fazenda para a Universidade Estadual de Iowa).

    Comrcio de pescado Bom, Limpo e JustoA comunidade de pescadores das Ilhas Frisland, na Holanda, criouuma pequena rede internacional de comrcio de peixe em conservautilizando peixes dos seus colegas de produo sustentvel empequena escala da rede Terra Madre.

    Para mais informaes sobre outros projetos e sobre o TerraMadre em geral, acesse www.terramadre.info

    A.

    Peroli,2006

    I

    anBerry,M

    agnum/Contrasto

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    EDUCAO DO GOSTO

    M.Marengo/ArchivioSlowFood

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    O Slow Food apia uma abordagem inovadora emrelao educao do do gosto baseada em despertare treinar os sentidos e o estudo das tcnicas deproduo de alimentos.O Slow Food encara a degustao como uma

    experincia instrutiva que amplia a conscientizao.O Slow Food organiza programas educacionais emtodos os nveis e para todos, desde crianas eprofessores aos associados e visitantes dos eventos.

    Os projetos de Educao do Gosto Slow Food sodiferentes de quaisquer outros por se basearem noconceito de que o alimento significa prazer, cultura econvivncia, e que o ato de comer pode influenciarvalores, atitudes e emoes.

    Atravs da participao em cursos e visitas s reasrurais e mercados, os membros de um conviviumrefinam suas habilidades sensoriais e expandem seuconhecimento e apreciao dos alimentos. Atravs doseu trabalho com escolas e produtores locais, e na

    organizao de conferncias com autores eespecialistas, os convivia trazem a educao do gostoe a conscientizao sobre questes alimentares a umpblico mais amplo. Na Itlia, eles ajudam a organizaro programa Master of Food, que aborda 24 assuntos deinteresse gastronmico. Em 2007, cerca de 9.500pessoas participaram de 400 cursos organizados pelopas afora durante o ano. A iniciativa j foi lanada comsucesso tambm no Japo.

    ATIVIDADES DO CONVIVIUM

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    A atrao principal de todos os eventos locais einternacionais do Slow Food desde 1994 so as Oficinas doGosto com durao de uma hora, que permitem aos

    participantes degustar os produtos enquanto ouvem aselucidaes e explicaes dos produtores e especialistas.O enorme sucesso se deve profunda necessidadeque as pessoas agora sentem de compreendermelhor e se relacionar com seus alimentosem primeira mo e de forma prazerosa.

    O F I C I N A S D O G O S T O

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    Desde o ano escolar de 1998-99, quando foi reconhecido peloMinistrio da Educao da Itlia como um corpo de treinamentono campo da educao sensorial e dos alimentos, o Slow Food

    Itlia tem fornecido treinamento e cursos de atualizao paraprofessores de escolas em todos os nveis. Estima-se que 9.000professores tenham participado dos cursos Slow Food desde1998, compartilhando seu conhecimento com milhares dealunos e pais nos programas da Educao do Gosto. O materialdidtico utilizado um manual intitulado Dire, fare, gustare(ouseja, Dizendo, Fazendo, Degustando).O Slow Food Itlia est conduzindo uma pesquisa sobre aqualidade dos alimentos nas cantinas escolares na Itlia eesboando um manifesto em favor de cantinas boas, limpase justas. Tambm est trabalhando com o Departamento de

    Educao da Autoridade Regional de Piemonte e aUniversidade de Cincias Gastronmicas para melhorar osservios nos refeitrios das universidades.No Quinto Congresso Internacional Slow Food em Puebla, noMxico, em Novembro de 2007, foi apresentado um manualsobre a educao dos sentidos. Esse livreto tinha o ttulo deIn che senso?(Em Que Sentido?)e est disponvel nosformatos eletrnico e impresso nos idiomas Ingls e Italiano.O Slow Food EUA promove numerosos programas Da Fazendapara a Faculdade, incluindo o Projeto Alimento Sustentvel deYale, onde os alimentos produzidos localmente so servidos naFaculdade de Berkeley. O Slow Food on Campus o mais novo

    programa Slow Food nos EUA que busca trazer alimentos bons,limpos e justos s faculdades e universidades da nao atravsda fundao de convivia no campus. Ali, os estudantes podem: organizar degustaes, jantares, palestras e inspees

    de campo trabalhar com seus servios de refeitrio para que estes

    obtenham mais alimentos locais e sustentveis se interconectar para construir a Rede Jovem por todo

    o pas.

    E S C O L A S

    ArchivioSlowFood

    M.Marengo/ArchivioSlowFood

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    Em 2001, o Slow Food EUA conduziu o primeiro projetonacional promovendo as Hortas Escolares. Os membros

    construram canteiros de verduras nos terrenos dentro dasescolas onde crianas pudessem plantar sua prpriacomida, desenvolver habilidades de horticultura e estimularseus sentidos. Um Comit Educacional foi montado parainaugurar o projeto em todo o pas e em apenas doisanos trinta hortas escolares surgiram em todo os EUA.Intitulado Da Horta Mesa, o projeto desde ento temexpandido para incluir programas culinrios depois dohorrio escolar e visitaes s reas rurais.Em 2003, o Congresso Internacional Slow Food decidiu quetodos os convivia no mundo deveriam trabalhar para montarseus prprios projetos de Horta Escolar. Em 2006, oCongresso Nacional do Slow Food Itlia, em Sanremo,resolveu criar 100 hortas na Itlia.As Hortas Escolares dos convivia seguem os trs princpiosfundamentais de Bom, Limpo e Justo. So eles:bom, porque so acompanhados por oficinas quetreinam crianas e pais a apreciar as qualidadessensoriais dos alimentos e exigir qualidade nascantinas escolares;limpo, porque os jovens aprendem a usar mtodosde produo orgnica e biodinmica, para procuraras sementes de variedades de frutas e vegetais

    locais, reduzindo com isso os quilmetros gastos aofavorecer os alimentos produzidos localmente;justo, porque encorajam a transmisso doconhecimento de uma gerao para a outra,reconhecendo o papel social dos mais velhos e dosvoluntrios, alm de conduzir a parcerias com outrosprojetos semelhantes em pases em desenvolvimento.

    Hoje h 110 Hortas Escolares na Itlia e 54 no resto do mundo.

    H O R T A S E S C O L A R E S

    FotoSlowFoodRoussilon

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    Dublin, Irlanda

    O convivium Slow Food em Dublin une foras comEurotocques, um grupo pan-Europeu de chefsdedicados promoo de alimentos de qualidade paracelebrar o Dia Europeu da Comida Saudvel eCozinhando para Crianas. Por trs anos agora, as duasorganizaes tm trabalhado juntas em um projetoeducacional nas escolas para encorajar os alunos efamlias a consumirem produtos da estao produzidoslocalmente. Os chefs tambm intervm diretamente nassalas de aula para orientar as crianas atravs dosprazeres da cozinha e da degustao.

    Molo, QuniaO Convivium Slow Food Central Rift Valley estcolaborando com a Rede para A Eco-Agricultura nafrica para familiarizar as crianas de escolas locaiscom a agricultura orgnica e vegetais tradicionais. Asplantaes dos estudantes so colhidas pelo cozinheiroda escola e formam a base dos seus cardpios dealmoo dirio. No somente as jovens mentes estoagora melhor nutridas como tambm possuem umaconscincia muito mais ampla da destruio dasflorestas tropicais do Qunia e tm plantado rvores

    em torno dos canteiros em respeito a essas perdas.

    Ontrio, CanadO Convivium Slow Food Sault Sainte Marie organizaaulas de culinria para alunos do sexto ano: lanchesapetitosos usando ingredientes frescos que so fceisde serem preparados por mos pequeninas. Apoiadopelo Ministrio da Educao de Ontrio, esses cursosj desfrutaram at agora de trs anos de sucesso,

    Os convivia Slow Food trabalham com escolas em todo o mundo para trazer a educao do gosto para as crianas.

    inspirando crianas a substituir alimentos fteis com

    pes vegetais e batidas de frutas.

    Rio de Janeiro, BrasilNas escolas pblicas do Rio de Janeiro o projetoMandioca educa crianas sobre a cultura e os hbitosalimentares do seu pas. A iniciativa promovida por oConvivium abrange j mil crianas, incluindo crianasdas favelas. Os cursos permitem aos jovenscompreenderem a importncia da mandioca de formadivertida a travs de encenaes e demonstraespraticas que os ensinam a cozinhar a tapioca e muitosoutros produtos tpicos do Brasil.

    Styria, ustriaO projeto Convivium Slow Food Styria Schulgrten,envolvendo 16 escolas, comeou em 2005 com a criaodo guia sensorial de 20 atividades educativas do paladar.Em 2007, os alunos e professores publicaram um livropara um caf da manh que enfatizava a importncia daprimeira refeio do dia e apresentava receitas com osprodutos inteiramente naturais plantados nas escolas.Para coroar o final de um ano, as crianas montam ummercado e vendem os produtos da ltima primavera, e

    com o lucro compram as sementes para o prximo ano.O projeto j atraiu o apoio de especialistas e fundospara o desenvolvimento da Unio Europia. O projetopossui at seu prprio agrnomo, que educa osprofessores e os alunos, alm de fornecer assessoriatcnica. Ela tambm supervisiona as trocas desementes entre as diferentes escolas que servem comoocasies sociais para crianas poderem falar sobreseus resultados e fazer novos amigos.

    E M T O D O O M U N D O

    ArchivioSlowFood

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    A Universidade de Cincias Gastronmicas foi fundada em2004 e foi promovida pela associao internacional SlowFood e as Autoridades Regionais de Piemonte e Emilia-Romagna. Uma instituio privada reconhecida peloEstado como a primeira universidade de seu tipo, dandocredibilidade acadmica a um campo de estudosalimentares e criando uma nova definio de gastronomia.

    Os cursos so mantidos em dois campus: um em

    Pollenzo, perto de Bra, em Piemonte, onde sooferecidos os cursos com trs anos de durao para aformao em Cincias Gastronmicas e, desde 2008, ocurso de graduao especializada de dois anos emGerenciamento de Negcios Gastronmicos, e o outroem Colorno, perto de Parma, em Emilia-Romagna,onde so oferecidos cursos de ps-graduao comdurao de um ano para Mestre em CinciasGastronmicas e Cultura Alimentar e Comunicao.

    O modelo multidisciplinar e inovador da escolacombina as reas humanas e cientficas com otreinamento dos sentidos e uma experincia emprimeira mo (em viagens aos cinco continentes),incluindo os processos de produo alimentarindustrial e artesanal. O objetivo criar uma novacompreenso da gastronomia e um novo profissional o gastrnomo, que capaz de ligar o ato decomer ao ato de produzir, juntamente com todas as

    fases intermedirias.

    Aps a graduao, os formandos de ambos osprogramas de graduao e Ps-graduao estodescobrindo uma ampla gama de oportunidadesprofissionais. Marketing e publicidade para empresasalimentcias, turismo e gerenciamentoorganizacional-cultural, produo e distribuio dealimentos, criao de textos e consultoria, educao

    profissional e do consumidor todas estas somaneiras pelas quais os gastrnomos da UNISGesto fazendo a diferena.

    At o momento, cerca de 400 alunos j cursaram aUniversidade de Cincias Gastronmicas em Pollenzoe Colorno. Os alunos do curso com durao de 3anos de Pollenzo vm de 22 pases diferentes.

    Atravs dos convivia Slow Food no campuse da emergente Rede Jovem internacional,os alunos da UNISG criam um centro de conexoe comunicao para jovens envolvidos com alimentosem toda parte.

    Para mais informaes sobre a Universidade deCincias Gastronmicas, escreva para [email protected], ouacesse www.unisg.it

    A U N I V E R S I D A D E D E C I N C I A S G A S T R O N M I C A S

    FotoF.

    Bella

    A.

    Peroli

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    Uma das misses-chave do Slow Food promover aqualidade dos alimentos dirios que possuem umarepercusso positiva sobre o estilo de vida e sade dosindivduos. Ele atinge esse objetivo atravs de uma amplagama de iniciativas e projetos.

    A introduo do conceito de alimento bom, limpo e justo emhospitais o objetivo do projeto desenvolvido aps o TerraMadre 2006 e que est agora sendo conduzido em doishospitais, um no norte da Itlia (o San Giovanni em Turim) eo outro na Alemanha (o Alice em Darmstadt).

    O programa do Hospital Alice, por exemplo, desenvolveuorientaes sobre os produtores de alimentos e seusprodutos. Seguindo os princpios do Terra Madre, eleconstruiu redes locais sobre alimentos, fortalecendo umsentimento de pertencer ao local, oferecendo aos pacientesalimentos bons e saudveis e encorajando os produtoreslocais a fornecer produtos de qualidade.

    Na Itlia, os princpios bsicos para a dieta dos pacientes deum hospital esto delineados na Carta de direitos ao prazer,convvio e qualidade dos alimentos para os doentes,produzido pelo Slow Food juntamente com os Departamentosde Sade e Agricultura da Autoridade Regional de Piemonte eda Ala de Cncer do Hospital de San Giovanni em Turim. Umacordo tambm foi estipulado com o Ministrio da Sade naItlia para promover o projeto Cura Pelo Alimento com trsanos de durao para promover alimentos de qualidade,

    incluindo os produtos das Fortalezas Slow Food em hospitais.

    O Slow Food Itlia tambm desenvolveu um projetoespecialmente para alunos nas Escolas de Gerenciamentopara Hotis. Comeando em 2002, primeiro em Piemonte,depois em Campnia e Fiuli-Venezia Giulia, os programasforam desenvolvidos para encorajar a obteno e o uso deingredientes da culinria tradicional. Nos ltimos cinco anos,quase 1.500 alunos j participaram deste programa.

    A L I M E N T A O D I R I A

    A.

    Peroli,2004

    ArchivioS

    lowFood

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    A Fundao Slow Food para a Biodiversidade foi criadaem 2003 com o apoio da Autoridade Regional daToscana. Embora parte do Slow Food, ela possui

    autonomia estatutria, econmica e administrativa,financiando projetos como a Arca do Gosto, as Fortalezase os Mercado da Terra. Sua sede oficial fica localizadana prestigiosa Accademia dei Georgofili, em Florena.Em geral, ela promove os projetos do movimento SlowFood em defesa da biodiversidade agrcola e tradiesgastronmicas, principalmente em pases emdesenvolvimento, onde o que est em jogo no amelhora na qualidade de vida, mas a prpria

    sobrevivncia das pessoas, comunidades e culturas.Mais especificamente, ela promove um modelosustentvel de agricultura que respeita o meio

    ambiente, a identidade cultural e o bem estar dosanimais, dando suporte ao direito das comunidadeslocais de escolher o que produzir e consumir.Esta fundao sem fins lucrativos financiada pordoaes de membros, da indstria de alimentos, dergos pblicos, de companhias privadas em outrossetores e de qualquer outra entidade interessada emapoiar os projetos Slow Food objetivando abiodiversidade alimentcia.

    BIODIVERSIDADE

    F U N D A O P A R A A B I O D I V E R S I D A D E

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    A.

    Peroli,2007

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    O projeto Arca do Gosto foi iniciado em Turim em 1996para catalogar, descrever e atrair a ateno pblicapara produtos alimentcios do mundo todo (carnes epeixe, frutas e vegetais, carnes curadas, queijos,cereais, massas, bolos e doces) que tm potencialprodutivo e comercial real e que esto fortementeligados a comunidades e culturas especficas masque infelizmente, correm risco de extino.

    Em 1997, a Comisso Cientfica da Arca foi formada naItlia e definiu os seguintes critrios de seleo deprodutos.

    Os produtos da Arca devem: ser de qualidade extraordinria no que se refere

    ao sabor; estar ligados a uma rea geogrfica especfica; ser feitos em pequena escala por produtores

    artesanais; ser produzidos utilizando mtodos agrcolas

    sustentveis; correr perigo de extino.

    As Comisses Nacionais da Arca, compostas depesquisadores, cientistas e especialistas emalimentos, foram subseqentemente montadas emoutros pases pelo mundo, primeiro nos EUA eAlemanha, e depois na Sua, na Holanda, na Frana ena Espanha, e hoje existem em muitos outros lugares.Em 26 de Outubro de 2002, a Comisso Internacionalfoi formada durante Salone del Gusto em Turim,contando com membros de todos os vrios gruposnacionais. Este corpo monitora o processo de seleoem todo o mundo, e tambm seleciona os produtos daArca em pases onde no h nenhuma comisso ouonde o Slow Food ainda no possui associados.

    Desde seu lanamento, a Arca j recebeu a bordo maisde 500 produtos de dezenas de pases em todo o mundo.Desde a torta de vitela de Maastricth na Holanda e asfrutas de umbu e babau do Brazil s ostras da Baa deDelaware nos EUA e o po Kalakukko da Finlndia.Atravs de seu laborioso trabalho de documentao, aArca serve como um recurso para todos osinteressados em descobrir e reviver uma cornucpia detesouros alimentares que o mundo tem para oferecer.

    A R C A D O G O S T O

    A.

    Peroli,2007

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    As Fortalezas projetos em pequena escala queajudam os produtores de alimentos artesanais apreservarem seus mtodos de processamentotradicional e seus produtos finais foramprimeiramente criados pelo Slow Food no ano 2000 e

    so o brao executor da Arca do Gosto.Os projetos das Fortalezas so baseados em contextosgeogrficos especficos em todo o globo. As estratgiasvariam de acordo com o projeto e o produto, porm querenvolvam um nico produtor em pequena escala ou umgrupo de milhares, os objetivos so sempre os mesmos:

    promover a produo artesanal; estabelecer padres rgidos de produo e de

    qualidade; garantir um futuro vivel para os alimentos

    em questo.

    Na Itlia, mais de 200 Fortalezas protegem uma ampla

    gama de produtos: desde o gado Veneto Burlina, cujoleite usado para fazer o queijo Grappa Morlacco, at opo de batata toscano Garfagnana, fabricado com trigo epur de batata, do Friulian Pitina, uma mistura de carnessecas de cabrito, carneiro e cervo, at o adoante naturalsiciliano conhecido como Manna, extrado de extratos decascas de rvore de dois tipos de freixos.Com o acrscimo de mais de 100 Fortalezasinternacionais, o universo Slow Food expandiu para

    abraar a biodiversidade em quase 50 pases. Osexemplos vo desde o arroz Bario do Borno centralat a baunilha Mananara de Madagascar, do caf dasterras altas de Huehuetenango da Guatemala at oqueijo Osceypek das montanhas Tatra na Polnia.

    Os camponeses na regio do Tabasco no Mxico, oscondutores de boiada Masai do Qunia e os ltimos ehericos fabricantes de queijo de leite cru na Gr-Bretanha, os pescadores da Ilha de Robinson Cruso,na costa do Chile, os plantadores de arroz Basmati nandia produtores de alimentos em pequena escalaenfrentam os mesmos problemas em todo o mundo.As Fortalezas Slow Food permitem que eles produzamalimentos de forma boa, limpa e justa.

    F O R T A L E Z A S

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    Peroli,2006

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    O projeto Slow Food mais recente a criao da rede deMercados da Terra , nos quais os produtores dealimentos locais em pequena escala podem exibir evender seus produtos.

    Nos Mercados da Terra, os produtores comercializamprodutos que: so sazonais e locais; atendem aos critrios de bom, limpo e justo so vendidos a preos razoveis e de forma

    transparente.

    As redes de Mercados da Terra so interconectadasde forma ideal, de forma que os produtores locaise os co-produtores possam compartilhar experinciase informaes.A Fundao Slow Food para a Biodiversidade encoraja a

    criao dos Mercados da Terra nos pases emdesenvolvimento (hoje os projetos j esto em andamentono Lbano e em Mali) e oferecem treinamento e apoiotcnico para o gerenciamento dos mercados.

    Para doar, saber mais sobre a Fundao para aBiodiversidade e consultar a lista completa de Arcas doGosto e produtos das Fortalezas, acesse:www.slowfoodfoundation.com

    M E R C A D O S D A T E R R A

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    Peroli,2006

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    PRODUTORES

    E CO-PRODUTORESSlow Food e seus Convivia organizam manifestaes para valorizar os pequenosprodutores de qualidade e os aproximar dos consumidores. Estes ltimos sochamados de co-produtores, que, pela sua busca constante de informao, realizamescolhas claras e conscientes que possuem um efeito ativo no processo de produo.

    J

    eanGaumy,

    Magnum/Contrasto/A.

    Peroli,2006

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    O Salone del Gusto tem sido organizado a cada dois anos,desde 1996, no Centro de Exibio Lingotto em Turim peloSlow Food, a Autoridade Regional de Piemonte e a Cidadede Turim. Entre os dias 23 e 27 de outubro de 2008acontecer sua stima edio.

    O Salone del Gusto uma feira que responde padronizao dos alimentos criada pelos mercadosglobalizados e os conseqentes efeitos negativos sobre os

    produtos de qualidade em pequena escala. Suamensagem a de preservar nossa herana gastronmica e da nossa herana cultural e do meio ambiente atravs da revitalizao das micro-economias locais.

    Em 2006, o Salone del Gusto com durao de cinco diasatraiu mais de 172.400 visitantes. A feira incluiu asseguintes iniciativas entre inmeras outras: um mercado com 167 estandes e 400 barracas

    vendendo doces, gros, carnes secas, picles, queijos,gelias, cervejas e todo tipo de outros alimentosespeciais imaginveis de dezenas de pases;

    um pavilho dedicado aos produtos artesanaisde 300 Fortalezas Slow Food (200 da Itlia e 100do resto do mundo);

    uma enoteca abastecida com milhares de vinhos; uma oficina da Educao do Gosto chamada

    DolceAmaro (Agridoce) freqentada por 1.050 alunos de

    28 escolas de 1 grau; 23 conferncias sobre questes alimentares do mundofreqentadas por mais de 1.180 pessoas;

    o Teatro do Gosto, onde chefs famosos exibiam suashabilidades;

    excurses culinrias pelo Piemonte.

    O Salone del Gusto permite que os produtoresconscientizados se conectem com os co-produtores

    exigentes em busca do alimento de qualidade. o localideal para se promover a educao do gosto e informar opblico sobre a ameaa biodiversidade e outraspreocupaes eco-gastronmicas. Acima de tudo, olugar para se explorar os prazeres do paladar.

    No passado, os eventos Salone del Gusto e Terra Madreaconteciam simultaneamente, porm distantes um do outro.Em 2008, eles se juntam como um s evento para tratar de

    temas comuns: economias locais; globalizao virtuosaatravs da promoo de atividades em comunidades dealimentos; nova qualidade gastronmica; alimentos que sobons para se comer mas que tambm sejamecologicamente corretos; projeto tico; a reduo do impactoambiental no somente no contexto da exibio (alimentos)mas tambm do seu container (o complexo da feira).

    Para mais informaes, acesse www.salonedelgusto.com.

    O S A L O N E D E L G U S T O

    M.

    Marengo/ArchivioSlowFood

    /ArchivioSlowFood/ArchivioSlowFood

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    Cheese, dedicado ao leite em todas as suas formase formatos (ou seja, no somente o queijo em si,mas tambm a manteiga, o leite, o iogurte,o sorvete...) um dos maiores eventos Slow Food.Acontecendo a cada dois anos no ms de setembroem Bra, na Itlia, o importante centro parao envelhecimento e venda de queijos estreou em 1997.Desde ento tem se tornado to popular que maisde 100.000 visitantes cerca de trs vezes a

    populao total da cidade passam por Bra no cursodo evento que tem trs dias de durao. Cheeseoferece uma oportunidade para se atrair a atenodo pblico para questes importantes tais comoas batalhas jurdicas que os produtores de queijode leite cru enfrentam, e o desaparecimento da tradiode procura sazonal por novos pastos conhecidocomo transhumance sem mencionar as centenasde queijos entre os melhores de todo o mundo.

    C H E E S E

    ArchivioSlowFood

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    O Slow Fish, a Feira do pescado sustentvel,aconteceu pela primeira vez na cidade porturiade Gnova, na Itlia, em 2004. Reuniu as comunidadesde alimentos dedicados pesca para debater questessobre a crise dos nossos oceanos e outros cursosdgua, e explorar meios de conservar o prazerresponsvel da alimentao com pescados.

    Os visitantes podero participar de confernciase Oficinas do Gosto, degustar e comprar no mercadode pescados, e ainda participar de um lequede atividades relacionadas com o peixe e a pesca.

    S L O W F I S H

    M

    alcolmM

    acGarvin/Archivio

    SlowFood

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    Algusto, Saber y Sabor, em Bilbao, na Espanha

    Uma feira de grandes propores queapresenta um mercado de alimentos, umaenoteca, os Teatros do Gosto, Oficinas doGosto, palestras e jantares.

    Slow Food Nation,em So Francisco, nos EUACelebrado pela primeira vez no fimde semana do Dia do Trabalho(29 de agosto a 01 de setembro) de 2008.Centenas de agricultores dos EUAe artesos da comida apresentamum extraordinrio leque de alimentose tcnicas de preparo. Degustaes,msica, palestras, fruns, oficinas,filmes e exibies em favorde um sistema de agricultura que sejabom, limpo e justo.

    Terra Madre Brasil, BrasilO evento foi realizado em 2007 em colaborao comMinistrio do Desenvolvimento Agrrio MDA erepresentou um momento de encontro e troca deexperincias entre os trs pilares fundamentais da Rede -comunidades do alimento, chefs de cozinha e acadmicos e os lderes dos convivia Slow Food do Brasil.

    Convivia e Encontro TerraMadre, em Machakos,no QuniaRepresentantes de conviviado Qunia e comunidadesde alimentos Terra Madre seencontram em Machakos comrepresentantes do governoe ONGs locais para debaterquestes sobre a produolocal e a distribuio e trocaridias sobre suas atividades.

    Slow Food Ireland Weekend, na IrlandaUma celebrao anual de fimde semana da cozinha irlandesa,das suas bebidas e cultura:salmo selvagem defumado,carne bovina Kerry, o pudimnegro e o queijo feito com leitecru. Palestras e demonstraespor historiadores da comidairlandesa, jornalistas e chefs. Mercadodos produtores e Oficinas do Gosto.

    Slow Food Fair, em Stuttgart, na AlemanhaNesta feira, os visitantes tm a chance de experimentar eadquirir produtos alimentcios artesanais de todo tipo, eencontrar e conversar com produtores da Alemanha, ustria eItlia. O espao educacional permite que escolas, organizaese editoras se encontrem para trocar idias sobre propostasrelativas a manuteno de escolas orgnicas, atividades,publicaes e jogos eco-gastronmicos do tipo jogue-e-aprenda.

    A Taste of Slow, em Melbourne, na AustrliaO maior evento Slow Food da Austrlia. Trata-se de um programa deaulas com duas semanas de durao, jantares, debates, filmes,

    fruns comunitrios e degustao dos mais finos produtos daAustrlia. Palestras e demonstraes de peritos de alimentosnacionais e internacionais, chefs e produtores.

    Freqentemente com o apoio das entidades nacionais,os convivia Slow Food organizam centenasde eventos nacionais e regionais.Por exemplo...

    E V E N T O S P E L O M U N D O

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    I

    sottaDardilli/Colors/Fabrica

    to

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    COMUNICAO& CAMPANHAS

    P

    eterMarlow,

    Magnum/Contrast

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    O Slow Food comunica sua filosofia atravs do seusite internacional www.slowfood.com, por diversasoutras publicaes impressas e virtuais, incluindoo Almanaque Slow Food, feito sob medida paradiferentes perfis de leitores.

    www.slowfood.com

    Desde 2001, www.slowfood.com tem sido a voz virtualinternacional do movimento Slow Food. O site atrai umamdia de 15.000 visitantes a cada dia e reflete as atividadesdo movimento conforme estas evoluem. No corao do siteest o Sloweb, uma revista online dinmica com notcias ematrias escritas por uma variedade de especialistasproeminentes e conhecedores. O site tambm uma formaconveniente de saber mais sobre e adquirir ingressos paraos grandes eventos Slow Food. Os convivia podem postarsuas notcias no site internacional, que, por sua vez, estconectado com dezenas de outros sites locais e nacionais

    Slow Food. A Fundao Slow Food para a Biodiversidade(www.slowfoodfoundation.org) e o Terra Madre(www.terramadre.info) cada qual possui seu prprio website.

    O Almanaque Slow FoodA partir de 2008, o Slow Food Internacional tambmpublica um Almanaque, que uma viso geral instigantee a cores, sobre os eventos, idias e iniciativas Slow Food,com as contribuies de especialistas de todo o mundo.

    Comunicao InternacionalComo verdadeiras expresses da identidade local do SlowFood, as revistas nacionais so os meios mais diretos decomunicao para pases nos quais o Slow Food seorgulha de possuir uma rede muito unida de convivia.

    Todos os associados so convidados para contribuir comhistrias sobre alimentos regionais, projetos dasfortalezas, iniciativas educacionais, eventos dos convivia eoutras atividades e campanhas 'slow'. O Escritrio deComunicao Slow Food, em colaborao com o SlowFood Editore, responsvel pela edio e publicao derevistas trimestrais para membros na Holanda, Austrliae Nova Zelndia, Frana e Canad. Outros Paises quaisIrlanda, Alemanha, Argentina e EUA produzem suasprprias revistas para seus associados.

    Os boletins eletrnicos incluem: Leader Update, atualizaes regulares para os lderes

    do convivium; O newsletter Terra Madre, para as comunidades de

    alimento e participantes do TM O newsletter dos associados (mensal) O newsletter anual para os membros contribuintes

    (sendo preparado)

    O Slow Food EditoreO envolvimento do Slow Food na publicao comeou em1986 quando ajudou a fundar Gambero Rosso, o suplemento

    para alimentos e vinhos de um jornal Romano. Em 1987,publicou a primeira edio do Vini dItalia(sobre vinhositalianos), que at hoje o guia anual mais importante dosvinhos da Itlia, disponvel em italiano, ingls e alemo.Outros livros sobre alimentos e vinho foram feitos depoisdisso e a Slow Food Editore foi fundada em 1990. O catlogoda empresa agora se orgulha de possuir mais de 100 ttulos,incluindo guias de alimentos e vinhos, guias tursticos, livrosde culinria, ensaios e manuais, alguns deles em ingls.

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    Ao longo dos anos, o Slow Food tem liderado diversascampanhas bem sucedidas para aumentar o nvel deconscientizao sobre questes alimentares. Hoje, ele estcomprometido na promoo dos objetivos definidos em

    Bom, Limpo e Justo: O Manifesto Slow Food pelaQualidade

    A produo de alimentos e os sistemas de consumo mais

    comuns nos dias de hoje so danosos a terra, aosecossistemas e aos povos que nela habitam.

    Gosto, biodiversidade, a sade de seres humanos e animais,o bem-estar e a natureza todos esto hoje sob contnuoataque. Isto prejudica o prprio impulso de se alimentar eproduzir alimentos como gastrnomos, bem como o exercciodo direito ao prazer sem prejudicar a existncia de terceirosou do equilbrio ambiental do planeta em que vivemos.

    Se, comer um ato agrrio, somo disse o poetaagricultor Wendell Berry, conclui-se que a produo dealimentos deve ser considerada um ato gastronmico.

    O consumidor orienta o mercado e a produo comsuas escolhas, e ao se tornar consciente dessesprocessos, ele ou ela assumir um novo papel. Oconsumo se torna parte de um ato produtivo, e oconsumidor se torna assim um co-produtor.

    O produtor desempenha um papel principal nesseprocesso, trabalhando para alcanar qualidade, tornandosua experincia disponvel e recebendo bem oconhecimento e o know-how de outros.

    O esforo precisa ser de todos e deve ser feito no mesmoesprito de conscincia, compartilhamento einterdisciplinaridade que a cincia da gastronomia.

    Cada um de ns chamado a praticar e disseminar umnovo conceito de qualidade dos alimentos que seja, aomesmo tempo, mais preciso e amplo e baseado nos trspr-requisitos que esto interconectados. Assim sendo,os alimentos de qualidade precisam ser:

    1) Bons. O sabor e o aroma de um alimento que reconhecvel por sentidos bem treinados e educados, soo resultado da competncia do produtor e da escolha dematrias primas e mtodos de produo, os quais nodevem alterar de nenhuma forma sua naturalidade.2) Limpos. O meio ambiente precisa ser respeitado eprticas sustentveis de cultivo, de pecuria,processamento, marketing e consumo devem serconsideradas com seriedade. Cada etapa da cadeia deproduo agro-industrial, incluindo-se o consumo, devemproteger os ecossistemas e a biodiversidade,

    salvaguardando a sade do consumidor e do produtor.3) Justos. A justia social dever ser buscada atravs dacriao de condies de trabalho que respeitem o serhumano e seus direitos e ser capaz de gerarrecompensas adequadas; atravs da busca por umaeconomia global balanceada; por meio da prtica dacompaixo e da solidariedade; atravs do respeito peladiversidade cultural e pelas tradies.

    Uma qualidade que seja Boa, Limpa e Justa umcompromisso com um futuro melhor.

    Uma qualidade que seja Boa, Limpa e Justa um atocivilizado e uma ferramenta para melhorar o sistemaalimentar como hoje.Todos podem contribuir para com uma qualidade que sejaBoa, Limpa e Justa atravs de suas escolhas e seucomportamento individual.

    e para assim fazer, promoveu uma srie de campanhas,incluindo as seguintes.

    M A N I F E S T O P E L A Q U A L I D A D E

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    Os associados Slow Food em todo o mundo estoengajados na misso de aumentar a conscientizao daspessoas e lutando contra o lobby a favor dos OGMs(organismos geneticamente modificados).Em 2007, o Slow Food e a Coalizo ITALIAEUROPALIBERI

    DA OGM promoveram um debate nacional entre todos osparticipantes no sistema alimentar da Itlia e os cidadossobre a qualidade dos alimentos e a sustentabilidade,que convocou todos os cientistas italianos a assinarem oapelo Cincia Responsvel pela Alimentao Sustentvel.Na Espanha, a associao Slow Food internacional apia omovimento Catalo Somos lo que sembramos (Somos oque semeamos), que objetiva arrecadar 50.000 assinaturasnecessrias para trazer ao parlamento regional o projeto delei que declare a Catalunha como uma rea livre de OGMs.No leste da Europa, os associados na Polnia esto

    lutando para preservar seu status nacional de pas livrede OGMs (juntamente com a Coalizo Internacional paraProteger o Campo Polons) e na Rssia, atravs daAssociao Nacional Russa para a Segurana Gentica,os associados esto promovendo pesquisas para mostrara ameaa que os OGMs representam para a sadehumana, aumentar a conscientizao dos consumidores etornar obrigatria a meno de produtos GM nos rtulosdas embalagens de produtos alimentcios.

    A pasteurizao elimina os microorganismospotencialmente perigosos que proliferam no leite mantidoem temperaturas inadequadas ou que se ocultam no leiteproveniente de animais no sadios. Porm, quando oqueijo fabricado cuidadosamente e em pequena escala,a pasteurizao no necessria j que mata amicroflora benfica que contribui para seu sabor nico.No coincidncia que queijos de grande qualidade comoo Parmigiano-Reggiano, Roquefort e o Emmenthalersejam feitos com leite cru.Em 2000, o Slow Food conseguiu 20.000 assinaturas para

    seu Manifesto em Defesa do Queijo Fabricado com LeiteCru (disponvel no site www.slowfood.com) feito com ainteno de proteger os direitos dos fabricantes de queijoem pases onde as leis de higiene excessivamente zelosasprejudicam a produo de queijos com leite cru. Todos osqueijos das Fortalezas do Slow Food so feitos com leitecru, e, especialmente nos EUA, na Irlanda, na Gr-Bretanha e Austrlia, o Slow Food apia firmemente odireito dos produtores de fabricar queijos dessa forma.

    O peixe a nica fonte de protena primria que provmprincipalmente de reas selvagens, entretanto asobrevivncia da peixes prejudicada por fatores taiscomo a pesca predatria, ou seja, quando se pesca almdos limites, a poluio marinha, e as mudanasclimticas mundiais.Como pode o Slow Food promover o consumo de umalimento que deveramos estar evitando comer? AsFortalezas Slow Food apiam a pesca prxima costa eem pequena escala, bem como a pesca sustentvel e

    tradicional e os mtodos de preservao e processamento.O Slow Food promove o consumo de peixes que estejammais baixos na cadeia alimentar, tais como os peixesmenores mais espinhosos que tm fornecido a base daculinria do Mediterrneo h muito tempo. atravs do consumo destes peixes menos conhecidos,

    porm no menos saborosos, ns aliviamos a pressosobre as escolhas mais populares dos cardpios.

    atravs do apoio s fazendas pesqueiras com menorimpacto ambiental tais como os criadouros deostras e sistemas de lagos de gua doce de baixa

    densidade ns protegemos os estoques de peixessilvestres enquanto desfrutamos de produtos que somais saborosos do que seus pares industrializados.

    Em 2006, o Slow Food Canad produziu o Manifesto doSalmo Selvagem, encorajando somente o consumo sazonaldo salmo selvagem na Costa Oeste do Canad,desencorajando o consumo de qualquer forma de salmo decriadouros, incluindo os criadouros de salmo orgnico epromovendo a restaurao dos estoques de salmo selvagem.

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    O Slow Food est justamente na encruzilhada entre atica e o prazer, entre a ecologia e a gastronomia. Elese ope padronizao do paladar, ao poder irrestritodas multinacionais, agricultura industrializada e estupidez da vida agitada. Ele restaura a dignidadecultural do alimento e os ritmos mais lentos daconvivncia mesa. um universo de pessoas quetrocam conhecimentos e experincia. Ele acredita que

    todo prato que comemos deve ser o resultado deescolhas feitas nos campos, a bordo de embarcaes,em vinhedos, em escolas e em parlamentos.

    O MUNDO SLOW

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    Slow Food

    O Nascimento e o Crescimento de uma Associao Internacional

    1986 Foi formada a associao Arcigola no distrito de Langheem Piemonte, na Itlia.

    1988 Primeiro Congresso Nacional de Arcigola realizadoem Siena.

    1989 fundado o movimento internacional Slow Foodno OpraComique em Paris e o Manifesto Slow Food assinado.

    1990 Primeiro Congresso Internacional Slow Food realizadoem Veneza. Publicao do guia Osterie dItaliaquemarca o nascimento da editora Slow Food Editore.

    1992 O Slow Food Alemanha inaugura seu escritrio nacional.1993 O Slow Food Sua inaugura seu escritrio nacional em

    Zurique.1994 Slow Food organiza o Milano Golosa, um projeto piloto

    para o Salone del Gusto.1996 lanado o primeiro nmero do Slow, Herald of Taste

    and Culture, a revista do Slow Food Internacionalimpresso em italiano, ingls e alemo. O Slow Foodrealiza sua primeira feira experimental Salone del Gustoem Turim, onde o projeto Arca do Gosto apresentado.

    1997 A conferncia Dire fare gustare (Dizendo, Fazendo,Degustando) marca o incio do projeto educacional dogosto do Slow Food. Cheese, a primeira feirainternacional de laticnios do Slow Food, realizada em

    Bra. Segundo Congresso Internacional Slow Foodrealizado em Orvieto.1998 Agenzia di Pollenzo, uma empresa para restaurar a

    antiga residncia Savoy em Pollenzo (Bra), para sediar aUniversidade de Cincias Gastronmicas, hotel,restaurante e Banco de Vinhos. O segundo Salone delGusto realizado em Turim.

    1999 lanada a campanha para angariar assinaturas emdefesa da herana dos alimentos e vinhos da Itlia e exigirque as leis europias HACCP sejam revistas. O conceito do

    Slow Food como um movimento eco-gastronmico introduzido no Congresso Slow Food Austrlia.

    2000 lanado o projeto Fortalezas. fundado o Slow Food EUAcom sede em Nova Iorque. O Primeiro Prmio Slow Food dado para a Defesa da Biodiversidade, apresentado emBolonha. O Terceiro Salone del Gusto realizado em Turim.

    2001 Novos sites Slow Foodwww.slowfood.item italiano ewww.slowfood.com em Ingls so colocados no ar. Acampanha Diga No a Vinhos GM foi lanada contra acomercializao na Europa de vinhos transgnicos. criado o Manifesto em Defesa dos Queijos Fabricadoscom Leite Cru. lanado um novo projeto educacionalpara adultos intitulado Mestre dos Alimentos. SegundoPrmio Slow Food apresentado no Porto.

    2002 Terceiro Prmio Slow Food e quarto Salone del Gustorealizado em Turim. As primeiras 30 Fortalezasinternacionais so apresentadas.

    2003 formada a Fundao Slow Food para aBiodiversidade para apoiar o Prmio Slow Food,Fortalezas e a Arca do Gosto. Primeiro CongressoSlow Food na Frana realizado em Perpignan. Novosescritrios so abertos em Montpellier.Um encontro bianual intitulado Aux Origines du Gout

    para reunir produtores de vinhos mundiais organizadopelo Slow Food Frana foi realizado pela primeira vez.Quarto Prmio Slow Food realizado em Npoles,juntamente com o Congresso Internacional Slow Food.

    2004 A FAO oficialmente reconhece o Slow Food como umaorganizao sem fins lucrativos e estipula um acordo decolaborao. So inauguradas as renovadas Agenzia diPollenzo e Universidade de Cincias Gastronmicas. Afeira Slow Fish, dedicada pesca sustentvel e aos frutosdo mar, aberta em Gnova. O Slow Food Japo abre com

    congresso em Yufuin. Escritrios so abertos em Sendai.O Ministrio Italiano de Universidades e PesquisaCientfica oficialmente reconhece a Universidade deCincias Gastronmicas. O Quinto Salone del Gusto realizado em Turim, acompanhado pelo primeiro encontromundial de comunidades do alimento Terra Madre. CarloPetrini indicado como Heri Europeu pela revista Time.

    2005 Encontro Geral de Fortalezas Italianas na Siclia.2006 O Slow Food celebra seu vigsimo aniversrio no Sexto

    Congresso Slow Food da Itlia. O Slow Food EUA montao Fundo de Auxlio Terra Madre para ajudar ascomunidades do alimento da Louisiana atingidos peloFuraco Katrina. O Slow Food Reino Unido abre umescritrio nacional em Ludlow. Sexto Salone del Gusto eo Segundo Terra Madre so realizados em Turim.

    2007 Um encontro intitulado Vignerons dEurope, que reuniu 600vinicultores, organizado pelo Slow Food Frana. PrimeiroDia Slow Food realizado na Frana. O Slow Bier realizadoem Munchberg, na Alemanha, e a Feira Slow Food, umSalone del Gusto alemo, foi realizado em Stuttgart.Slowfish realizado pela terceira vez em Gnova. A feiraCheese realizada pela sexta vez em Bra. O Slow Foodse junta coalizo Europa Livre dos OGMs.

    Terra Madre Brasil realizada pela primeira vezem Braslia. Quinto Congresso Internacional Slow Food realizado em Puebla, no Mxico. A feira Algustofoi realizada em Bilbao, na Espanha, inspiradano Salone del Gusto.

    2008 Carlo Petrini nomeado como uma das 50 pessoas quepoderiam salvar o planeta pelo jornal britnico TheGuardian. Stimo Salone del Gusto e terceiro Terra Madreso realizados em Turim. O Slow Food Austrlia e o SlowFood Holanda inauguram seus escritrios nacionais.

    H I S T R I A

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    Por que o nome Slow Food? uma forma irnica de dizer no ao fast food. Slow Foodsignifica um modo de vida sem pressa comeandopela mesa.

    Por que o smbolo do caracol?O caracol foi escolhido porque se move lentamente e vai sealimentando calmamente pela vida afora. O caracol tambm uma especialidade culinria em torno da regio do norteda Itlia, mais precisamente na cidade de Bra, o nde omovimento Slow Food nasceu.

    Ento, como foi que Slow Food nasceu na Itlia, a Bra?Bra a cidade natal do fundador Carlo Petrini e estlocalizada numa rea famosa pelos seus vinhos, pelas suas

    trufas brancas, queijos e carne bovina. Jantares tambm tmsido tradicionalmente uma forma de reunio social por todaa Itlia. Assim, essa cidade se tornou o lugar perfeito paraincubar o movimento Slow Food.

    Slow Food significa orgnico?O Slow Food concorda com os princpios por trs daagricultura orgnica, como por exemplo, a promoo demtodos com baixo impacto no meio ambiente, e nareduo do uso de pesticidas. No entanto, Slow Food

    argumenta que a agricultura orgnica, quando praticadaextensivamente, semelhante s colheitas demonoculturas convencionais, e, portanto a certificaoorgnica por si s no deve ser considerada como um sinalde confiana de que o produto produzido de formasustentvel. Embora a maioria das Fortalezas Slow Foodpratiquem tcnicas orgnicas, muito poucos socertificados por causa dos altos custos da certificao. Parase tornarem Fortalezas, os produtos precisam serconsistentes com os conceitos de uma agriculturasustentvel, enquanto o Slow Food trabalha para garantirque sejam bons, limpos e justos. Nos prximos anos, aFundao para a Biodiversidade tem o objetivo de promover(e financiar onde possvel) a certificao dos produtos dasFortalezas nos casos em que isto possa ampliar os

    mercados ou os ganhos.Qual a posio do Slow Food em relao aos organismosgeneticamente modificados?Enquanto obviamente no nos opomos pesquisa feita poruniversidades e rgos pblicos, o Slow Food se posicionacontra o plantio comercial de culturas modificadas porengenharia gentica. Somos capazes de transplantar umgene de uma espcie para outra, mas ainda no somoscapazes de prever ou conter os resultados, que poderiam

    criar uma ameaa nossa biodiversidade natural e agrcola.Outro problema com o cultivo de culturas de OGMs a suatendncia de escolher quais cultivos devem ser tirados dasmos dos fazendeiros. Quando o plen de camposgeneticamente modificados forem levados pelo vento amuitos quilmetros dali para polinizar os camposconvencionais ou orgnicos, os fazendeiros estarocolocando seu trabalho e seu capital na colheita de produtosque no plantaram e sem saber. O Slow Food acredita quetodos os produtos contendo ingredientes geneticamentemodificados devem ser informados com preciso nos rtulospara permitir que os consumidores faam uma decisoinformada ao adquiri-los.

    Mas os Americanos tm comido esses OGMs por anos

    sem problemas. Isso no significa que so seguros?Os OGMs tm estado nos EUA por muito tempo, porm osconsumidores no tiveram ainda a chance e o direito desaber disso atravs de uma rotulagem correta dos produtosalimentcios. praticamente impossvel saber quemconsome OGMs. Nem mesmo quais, em que quantidade, epor qual perodo de tempo. Todos esses dados sonecessrios para que se possa avaliar o grau de perigo. Oconsumo de OGMs poderia resultar em um surto de novasalergias. A hipersensibilidade e as alergias j esto

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    COMO SLOW FOOD FINANCIADOContribuies das Associaes Nacionais 40%Contribuies de outros paises 15%Patrocinadores e outras fontes 45%

    TAXA DE INSCRIOConvivia 5-30%Associao Nacional 70-95%

    TAXA DE INSCRIO - Resto do mundoConvivia 20-30%Slow Food internacional 55-70%Almanaque Slow Food 10-15%

    aumentando acentuadamente entre as populaes nospases industrializados devido diminuio das defesas dosistema imunolgico e a exposio s substncias quecausam alergias do meio ambiente. H o risco que eles semultipliquem como resultado dos OGMs. Ento aqueles quealegam que deveramos olhar para os EUA como exemplo desegurana sobre os efeitos dos OGMs na sade, na verdadesubestimam a complexidade do assunto, ou deliberadamenteiludem a populao.

    Como o Slow Food financiado?A associao internacional recebe a maior parte de suasverbas das anuidades dos associados e contribuies depatrocinadores. As contribuies do Salone del Gusto e outroseventos internacionais proporcionam os fundos e o lucro das

    mercadorias e a venda de livros tambm contribuem paracom o financiamento do movimento Slow Food. As noveassociaes nacionais Slow Food recebem as anuidades dosseus associados, bem como fundos adicionais de outrasfontes, tais como patrocinadores e instituies. O Slow FoodItlia, que a associao nacional mais antiga, desfruta dasformas mais desenvolvidas de captao de verbas, incluindo aeditora para fins lucrativos Slow Food Editore. Outraramificao com fins lucrativos do Slow Food Itlia o SlowFood Promozione, que organiza eventos de grandes

    propores, vende espaos publicitrios em suas publicaese organiza patrocnios que atendem a filosofia Slow Food. Deacordo com o estatuto, o Slow Food Editore e o Slow FoodPromozione reinvestem toda sua renda na organizao.

    O Slow Food possui alguma orientao para angariar fundos?Sim. O Slow Food segue orientaes para angariar fundosque foram projetadas para criar parcerias de longo prazocom doadores e patrocinadores baseada na compreensomtua e numa filosofia compartilhada. Doadores epatrocinadores no podem conduzir atividades que entremem conflito com a filosofia do movimento, e o Slow Foodconserva total autonomia sobre suas prprias escolhas eatividades. As orientaes completas para angariar fundosesto disponveis no site www.slowfood.com.

    Para onde vai minha anuidade de associado?Os valores pagos para se associar ao Slow Food so divididosentre os convivia e os vrios escritrios da matrizinternacional do Slow Food, que fornece os benefcios aoassociado. Em um nvel local, eles so usados para planejaras atividades do convivium. Uma vez estabelecida umaassociao nacional, a taxa de associado utilizada para darapoio a essa associao, enquanto que esta ltima apia oSlow Food Internacional.

    Posso usar o logotipo Slow Food para meus produtosou restaurante?No, o logotipo Slow Food uma marca registrada e s podeser usada em conexo com os eventos nacionais,internacionais e do convivium Slow Food. As orientaespara o uso do logo Slow Food esto disponveis no sitewww.slowfood.com.

    O que so Cittaslow?O Slow Food tem encorajado o crescimento do movimentoCittaslow (ou seja, Cidades Slow), um grupo autnomo decidades e municpios compromissados com a melhoria daqualidade de vida dos seus cidados, especialmente no quediz respeito comida. As Cidades Slow aderem a uma sriede orientaes para torn-las lugares mais agradveis para

    se morar: por exemplo, fechando o centro da cidade aotrfego por um dia na semana e adotando polticas de infra-estrutura que mantenham as caractersticas da cidade. AsCidades Slow buscam salvaguardar os alimentostradicionais, criando espaos e oportunidades para travarum contato direto com produtores de qualidade e co-produtores. As Cidades Slow surgiram em todo lugar, daNoruega Coria do Sul, com dezenas somente na Itlia.Para mais informaes sobre as Cidades Slow, acesse:www.cittaslow.net.

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    O movimento Slow Food internacional surgiu quando delegados de 15 pases endossaram o Manifesto Slow Food, escrito pelonosso membro fundador, Folco Portinari, em 9 de novembro de 1989.

    MMAANNIIFFEESSTTOO

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    Nosso sculo, que comeou e est sedesenvolvendo sob o signo dacivilizao industrial, primeiroinventou a mquina e depois o tomou

    como seu modelo de vida.

    Somos hoje escravos da velocidade, esucumbimos todos ao mesmo vrusinsidioso: a Vida Fast (ou seja, a vidaacelerada), que destri nossoshbitos, invade a privacidade denossos lares, e nos fora a nosalimentarmos dos fast-food.

    Para ser digno do nome, o HomoSapiens deveria se livrar da

    velocidade antes que ela o reduza auma espcie em perigo de extino.

    Uma firme defesa do prazer naturalsilencioso a nica maneira de seopor tolice universal da Vida Fast.

    Que doses adequadas de prazersensual garantido e o desfrute lento, a

    longo prazo, nos preserve do contgiodas multides que tomam o frenesipor eficincia.

    Nossa defesa deve comear mesacom Slow Food.Vamos redescobrir os sabores edesfrutar da cozinha regional, banindoos efeitos degradantes do Fast Food.

    Em nome da produtividade, a VidaFast mudou nossa forma de ser eameaa nosso meio ambiente enossas paisagens. Assim, o Slow Food agora nossa nica e verdadeiraresposta progressiva.

    disso que se trata a verdadeiracultura: desenvolver nosso paladar, aoinvs de menosprez-lo. E que melhormaneira h de implementar tal coisado que uma troca internacional deexperincias, conhecimento e projetos?

    Slow Food garante um futuro melhor.

    M

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    IDa recuperao da sabedoria: o Slow Food est crescentementecompromissado com a proteo, preservao, anlise e uso doconhecimento tradicional nos campos da agricultura, napecuria, na pesca, na caa, na colheita e no processamento dealimentos, dando ateno particular s atividades executadas emcolaborao com os habitantes locais e na captao de recursos.Esse conhecimento s pode progredir baseando-se na sabedoriaexistente. Esse fluxo nunca deve ser interrompido pela criao debarreiras, ou direitos de propriedade, ou pela perda da memriade como o conhecimento nos tem permitido manter umrelacionamento igualitrio e harmonioso com a natureza.

    IIDa continuidade da dedicao para com as culturas locais,economias locais e memrias locais aps termos iniciado com acozinha regional. Cada ser vivente e cada atividade originam deuma dada rea local, de onde extrai seu sustento e seupropsito conforme evolui. No entanto, a globalizao pode seruma boa palavra, ela pode e deve ser usada para melhorar asinmeras comunidades perifricas que finalmente possuem asferramentas para chamar ateno e receb-la, e cujos mtodose crenas no se limitam s regras de uma economia nica ou a

    Lanada no Quinto Congresso Internacional Slow Food em Puebla no Mxico, em novembro de 2007

    Mais de vinte anos desde a fundao da associao italiana e dezoito anos desde o nascimento da associaointernacional, o movimento Slow Food celebrou seu quinto Congresso Internacional em Puebla, no Mxico.

    Com o passar dos anos, o Slow Food, fundado como um movimento de pessoas vidas por manter o ritmocerto de vida e o prazer dos alimentos com conexes histricas e locais autnticos, tem aumentadoprogressivamente seu senso de conscientizao e seus poderes de anlise e interpretao. Dessa forma,fecha seu quinto congresso com a promessa de continuar a jornada na qual embarcou com o Manifesto SlowFood em 1989 atravs do desenvolvimento de suas vrias almas, definindo, buscando e promovendoalimentos bons, limpos e justos atravs:

    um modelo cultural nico. Alm da comida, a msica, oartesanato, os idiomas, os costumes, as histrias e as lendasprecisam ser revistas como uma parte ativa de nossa sociedadee economia. Da mesma forma, os mercados produtoresprecisam agir cada vez mais como uma ferramenta econmicapara produtos de qualidade em pequena escala.

    IIIDe se contornar os conceitos errneos sobre produtividade comosendo uma ameaa ao meio ambiente e s nossas paisagens.Nosso bem-estar no pode ser medido apenas pelos indicadoresquantitativos sem se levar em conta o bem-estar de outras espciese o prprio planeta. Conseqentemente, o Slow Food, emcolaborao com ambientalistas, pesquisadores, cozinheiros,polticos, produtores e qualquer um que queira se juntar a ns, ircontinuar a encorajar idias e comportamentos criados parapromover a sustentabilidade, a beleza, a leveza e a felicidade, certosde que o planeta a nica fonte de vida e prazer para ns mesmospara todos os nossos contemporneos e as geraes futuras.

    IVDe fortalecer e aumentar a freqncia dos intercmbiosinternacionais de experincias, conhecimento e projetos: da

    Associao at as Fortalezas, da rede Terra Madre at as aesfeitas pela rede universitria Terra Madre. A Universidade deCincias Gastronmicas assumir uma posio cada vez maiscentral dentro da sua rede universitria, trabalhando emcooperao com todas as instituies como um centro para aelaborao de idias e projetos em paralelo Associao.

    O Slow Food se compromete a se tornar mais internacional, nosomente em termos do bvio valor de sua presena no mundo,mas tambm, e acima de tudo, atravs de uma viso mltipla euma capacidade de incluso, o respeito pela diversidade e a boavontade de abraar as muitas contribuies diferentes que,embora compartilhem valores fundamentais, podem ser bem-vindas conforme esses valores forem sendo assimilados nasreas locais.

    Esse um caminho que trilhamos em 1989 e que de l pra c setransferiu do alimento para o solo, do prazer para a justia, e daqualidade para as compras dirias, da promoo de produtospara uma dignidade equnime para a diversidade cultural. Nsj reafirmamos isto em Puebla, graas presena, s reflexes, energia e imaginao de 414 delegados de 49 pases,representando mais de 80.000 associados dos cinco continentes.

    D E C L A R A O D E P U E B L A

    L E I T U R A R E C O M E N D A D A

    ANDREWS, GEOFF, The Slow Food Story: Politics andPleasure(A Histria do Slow Food: Poltica e Prazer;sendo preparado)DICKIE, JOHN, Delizia: The Epic History of the Italians andTheir Food, Londres 2007 (Delizia: a histria pica dositalianos e sua comida)KUMMER, CORBY, The Pleasures of Slow Food, NovaIorque 2002 (Os Prazeres do Slow Food)PADOVANI, LUIGI, Slow Food Revolution, Nova Iorque 2006(A Revoluo Slow Food)PARKINS, WENDY & CRAIG, GEOFFREY, Slow Living, Oxford

    2006 (O Modo de Vida Slow)PETRINI, CARLO, The Case for Taste, Nova Iorque 2004(Em Defesa do Gosto)PETRINI, CARLO, Slow Food Nation, Nova Iorque 2007(Nao Slow Food)A short guide to sensory education , Bra 2007 (Um breveguia da educao dos sentidos)Slow Food. Collected writings on taste, tradition, andthe honest pleasures of food, Londres 2003 (Slow Food.Coletneas sobre gosto, tradio e os prazereshonestos dos alimentos)

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    DIRETORIAINTERNACIONALPresidenteCarlo Petrini (Itlia)

    Vice-PresidentesAlice Waters (EUA)Vandana Shiva (ndia)John Kariuki Mwangi (Qunia)

    SecretrioPaolo Di Croce (Itlia)

    MembrosRoberto Burdese (Itlia)Allen Katz (EUA)Otto Geisel (Alemanha)Silvija Davidson (Reino Unido)Rafael Prez (Sua)Jean Lhritier (Frana)Hirotoshi Wako (Japo)

    CONSELHO INTERNACIONAL*ItliaRoberto BurdeseSilvio BarberoMassimo BernacchiniMarco BrogiottiDaniele ButtignolValeria ComettiAntonello Del VecchioAndrea Pezzana

    EUAAllen KatzErika LesserJeff RobertsPeter De GarmoJoel Smith

    AlemanhaOtto GeiselWalter KressLars Jger

    Silke Schneider

    Reino UnidoSilvija DavidsonIan PrattJohn Fleming

    SuaRafael PrezGiorgio RomanoMarkus Gehri

    FranaJean LhritierLucien Biolatto

    JapoHirotoshi WakoYutaka Kayaba

    AustrliaLeonie FurberAnn Shaw Rungie

    ustriaManfred Flieser

    BrasilRoberta Marins de S

    BulgriaDessislava Dimitrova Petkova-Varadinova

    CanadSinclair Philip

    Irlanda

    Darina Allen

    QuniaSamuel Karanja Muhunyu

    MxicoRal Hernndez Garciadiego

    HolandaJan WolfGeert Veenendaal

    EspanhaMariano Gmez Fernndez

    SuciaOla Buckard

    Representante da FundaoSlow Food para a BiodiversidadeSerena Milano (Itlia)

    Representante da Universidadede Cincias GastronmicasCinzia Scaffidi (Itlia)

    * Todos os membros da DiretoriaInternacional so tambm membrosdo Conselho Internacional. Todos osmembros do Conselho Internacionalforam eleitos para uma gesto dequatro anos durante o CongressoInternacional Slow Food em Puebla,no Mxico, em 2007.

    Slow FoodP.zza XX Settembre, 512042 Bra (Cuneo) - Italy+39 0172 419 611Informaes gerais:[email protected] ao associado e convivium:[email protected]

    Slow Food EUA+1 718 260 [email protected]

    Slow Food Itlia+39 0172 419 [email protected]

    Slow Food Reino Unido+ 44 (0) 1584 [email protected]@slowfood.org.ukwww.slowfood.org.uk

    Slow Food Alemanha+49 (0) [email protected]

    Slow Food Sua+41 [email protected]

    Slow Food Frana+33 (0)4 99 [email protected]

    Slow Food Japo+81 (0)22 727 [email protected]

    Ligaes Gratuitas

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  • 8/7/2019 Manual Slow Food

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    obertvanderHilst/Corbis

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    TextoJohn Irving

    Coordenao EditorialAlessandro Monchiero, Valter Musso, Lilia Smelkova

    Mesa EditorialMichle Mesmain, Bess Mucke, Lia Poggio,Veronica Chesi, Mariana Guimares Weiler

    Coordenadores de rea

    Elena Aniere, Raimondo Cusmano, Annalisa Lombardo,Velia Lucidi, Mariagiulia Mariani, Lia Poggio,Silvia Monasterolo, Olivia Reviglio, Veronica Veneziano

    Diretor de ArtePaolo Rubei

    ImpressoStargrafica S.r.l., San Mauro, Torino

    Capa

    Hulton-Deutsch Collection/Corbis

    2008 CopyrightSlow FoodTodos os direitos reservados

    Impresso em papel 100% reciclado RICARTA PIGNA

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    Via della Mendicit Istruita 8,

    Bra (Cuneo), ItalyTel. -39 0172 419611

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    www.slowfood.com