Manual TCC

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  FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 [email protected]  1  MANUAL PARA A ELABORAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC) 2010 Mariana

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MANUAL PARA A ELABORAO DO TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO (TCC)

2010 Mariana

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SUMRIOCAPTULO 1 O que o TCC? .................................................................................6 O que uma monografia ...................................................................6 CAPTULO 2 Tipos de PesquisaPesquisa Bibliogrfica ........................................................................................9 Pesquisa Descritiva ............................................................................................ 9 Pesquisa Experimental ......................................................................................11 Pesquisa Exploratria .......................................................................................12

Roteiro para as pesquisas Descritiva e Experimental .......................12 CAPTULO 3 Metodologia da PesquisaAbordagem Quantitativa .................................................................................16 Abordagem Qualitativa ...................................................................................16

CAPTULO 4 As etapas da preparao de uma pesquisaEscolha e delimitao do tema .........................................................................20 Seleo de mtodos e tcnicas .........................................................................22 - Levantamento bibliogrfico ...................................................................23 - Apontamento e anotaes ......................................................................25 Coleta e anlise de dados leitura e processos de leitura - Pr-leitura ...............................................................................................27 - Leitura seletiva .......................................................................................27 - Leitura crtica ou reflexiva .....................................................................28 - Leitura interpretativa ..............................................................................29 Tcnicas de coleta de dados - Entrevista ......................................................................................................31 - Questionrio .................................................................................................33

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- Formulrio ....................................................................................................34

CAPTULO 5 Como elaborar um projeto de pesquisa?- Ttulo ..............................................................................................................36 - Introduo .......................................................................................................36 - Objetivos .........................................................................................................37 - Justificativa .....................................................................................................37 - Metodologia ....................................................................................................38 - Cronograma ....................................................................................................39 - Oramento ......................................................................................................39 - Referncias bibliogrficas..............................................................................39

CAPTULO 6 As partes do relatrio da pesquisa ......................................................41 CAPTULO 7 Como elaborar o contedo da MonografiaElementos textuais: contedo do trabalho.........................................................46 - O uso da linguagem cientfica .........................................................................47 - Caractersticas da linguagem cientfica ...........................................................48 - Uso do vocabulrio comum .............................................................................49

Como elaborar a introduo, o desenvolvimento e a concluso da Monografia- Introduo ........................................................................................................50 - Desenvolvimento .............................................................................................53 - Concluso ........................................................................................................57

CAPTULO 8 Elementos de apoio ao texto: Normas da ABNT ...........................61 CAPTULO 9 Exemplo prtico de Monografia ........................................................95 CAPTULO 10 Informaes NUPE/FEMAR..............................................................124

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CAPTULO 11 Referncias bibliogrficas ........................................................................126 CAPTULO 12 Bibliografia complementar .......................................................................127

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APRESENTAOEstamos no sculo vinte e um e o mundo tem passado por mudanas muito rpidas, como jamais vimos. O aumento da tecnologia, a ampliao cada vez mais crescente dos meios de comunicao, o surgimento de novas formas de trabalho e de estudo so resultados de uma gerao que tem buscado cada vez mais a ampliao de seus conhecimentos. Essas mudanas ocorreram e tm ocorrido porque, justamente, em algum momento da histria, algum se disps a pesquisar e a conhecer, para tentar compreender o mundo que o cerca e nele interferir, contribuindo significativamente para o desenvolvimento de novos saberes, novas tecnologias, novas formas de ver o mundo e os fenmenos que nele ocorrem. Sabemos que muitos desses conhecimentos produzidos e das novas tcnicas desenvolvidas trouxeram mudanas considerveis para a vida no planeta, assim como sabemos que tambm houve aqueles que produziram conhecimentos que resultaram em problemas para a vida na terra. Apesar de haver pontos negativos, o nosso foco justamente sobre os benefcios que o conhecimento pode trazer vida em comunidade, ao ambiente de trabalho, sociedade como um todo. Para proporcionarmos mudanas na sociedade preciso conhecer e para conhecer preciso pesquisar. O conhecimento pressupe a pesquisa e justamente a pesquisa como fonte de conhecimento e de interferncia positiva na sociedade que o nosso foco. Esse Manual trata justamente da elaborao de pesquisa e, conseqentemente, da produo de conhecimento que possa ser positivo para o ambiente de trabalho, para as relaes humanas, para a sociedade em geral. E nada melhor que o ambiente acadmico para realizar tal intento, haja vista que na academia que se produz o maior nmero de pesquisas que tem proporcionado bons resultados sociedade. Desse modo, na elaborao do seu projeto de pesquisa e na realizao de sua pesquisa que, voc, prezado aluno, poder contribuir com a sociedade brasileira, ao compreender a realidade que o cerca e assim poder propor mudanas e melhorias, pois, afinal, devemos sempre buscar melhorar o meio que nos cerca e aprimorar nossa viso sobre ele. Esperamos que esse Manual possa contribuir enormemente para a produo de conhecimentos, que sero teis para a academia enquanto produtora de conhecimentos, mas, principalmente, para a nossa sociedade, que necessita de pessoas capacitadas e com competncia para analis-la, compreend-la e proporcionar mudanas significativas. Juara Moreira Teixeira

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CAPTULO 1I O QUE O TCC?O Trabalho de Concluso de Curso (TCC) requisito necessrio para a obteno do ttulo de Bacharel em Administrao e consiste na elaborao de uma Monografia, resultante de uma pesquisa de carter cientfico, que verse sobre algum tema estudado por voc durante a graduao e/ou de uma observao surgida durante o seu perodo de estgio. Por ser uma Monografia, esta deve obedecer a algumas regras institudas quanto sua elaborao. Entretanto, antes de elaborar a Monografia propriamente dita que ser entregue no 8 perodo , voc dever apresentar um Projeto ou Plano de trabalho no 7 perodo indicando qual o tema que voc objetiva pesquisar, de onde surgiu esse tema, o que ele apresenta de novo em relao bibliografia existente, qual a relevncia do estudo desse tema para a rea da Administrao, qual o procedimento de pesquisa, quais dados sero analisados, a qual objetivo se pretende chegar, entre outras questes que sero explicadas com mais profundidade ao longo desse Manual.

II O QUE UMA MONOGRAFIA?De acordo com Oliveira (1999), a palavra Monografia, em sua origem, significa trabalho escrito sobre um nico tema(p.235). Isso quer dizer que, ao elaborar uma Monografia, torna-se necessrio delimitar um determinado tema com o qual se deseja trabalhar. Oliveira (1999) afirma que uma pesquisa sobre a caracterizao dos escritos cientficos mostra que Salvador (1977: 32) apresenta a conceituao de Monografia segundo alguns autores: A monografia um estudo cientfico de uma questo bem determinada e limitada, realizado com profundidade e de forma exaustiva. (Rafael Farina)

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um trabalho sistemtico e completo sobre um assunto particular, usualmente pormenorizado no tratamento, mas no extenso no alcance. (American Library Association) Pelos trechos citados acima podemos concluir, de modo simplificado, que a monografia o resultado de uma pesquisa sobre um determinado tema. Esse tema dever ser pesquisado exaustivamente, a fim de saber se j foi dito algo sobre ele, quais posicionamentos que existem a respeito do assunto, quais dados podem auxiliar na confirmao de sua hiptese. Tambm um trabalho sistemtico, isto , um trabalho bem organizado, com suas partes interdependentes, que exige um roteiro para ser seguido passo a passo at a concluso da pesquisa. Para realizar tal feito no necessrio um tratado enorme sobre o tema escolhido, mas apenas o necessrio que mostre que a pesquisa bem feita, fruto de um trabalho cuidadoso de coleta e anlise de dados relevantes. exatamente por isso que foi dito na citao acima que a monografia no um trabalho extenso no alcance. Portanto, no se deve confundir uma pesquisa bem organizada, que segue todo um planejamento prvio e que faz uma anlise cientfica cuidadosa, com uma extenso desregrada, usada apenas para embromar o avaliador do trabalho. A seguir, so expostas algumas consideraes feitas por Oliveira (1999) sobre a elaborao de uma monografia:A - a monografia no : - repetir o que j foi dito por outro, sem se apresentar nada de novo ou em relao ao enfoque, ao desenvolvimento ou s concluses; - responder a uma espcie de questionrio; no executar um trabalho semelhante ao que se faz em um exame ou deveres escolares; - manifestar meras opinies pessoais, sem fundament-las com dados comprobatrios logicamente correlacionados e embasados em raciocnio; - expor idias demasiado abstratas, alheias tanto aos pensamentos, preocupaes, conhecimentos ou desejos pessoais do autor da monografia como de sua particular maturidade psicolgica e intelectual; - manifestar uma erudio livresca, citando frases irrelevantes, no pertinentes e mal-assimiladas, ou desenvolver perfrases sem contedo ou distanciadas da particular experincia de cada caso. B - a monografia : - um trabalho que observa e acumula observaes; - organiza essas informaes e observaes; - procura as relaes e regularidades que podem haver entre elas; - indaga sobre os seus porqus; - utiliza de forma inteligente as leituras e experincias para comprovao; - comunica aos demais seus resultados.

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C - as afirmaes cientficas componentes de uma monografia: - expressam uma descoberta verdadeira; - apresentam provas. Para muitos, a comprovao que distingue o cientfico daquele que no . Em conseqncia, pode-se afirmar que a maior arte de uma investigao cientfica consiste na procura de provas conclusivas; - pretendem ser objetivas, ou seja, independentes do pesquisador que as apresenta: qualquer outro investigador deve poder encontrar o mesmo resultado, isto , verificar as informaes ou, com o seu trabalho, refut-las ou modific-las; - possuem uma formulao geral. A cincia procura, classifica e relaciona fatos ou fenmenos com a inteno de encontrar os princpios gerais que os governam; - so, geralmente, sistemticas, portanto ordenadas segundo princpios lgicos; - expe interpretaes e relaes entre os fatos-fenmenos assim como suas regularidades. (p.237-238)

Para proceder elaborao de sua monografia voc precisa escolher um determinado assunto (tema) que ser objeto de sua pesquisa. Tanto a escolha do tema quanto o planejamento e a elaborao da pesquisa devero seguir alguns passos, como os explicitados a seguir, compilados de Marconi e Lakatos (2003) e Oliveira (1999).

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CAPTULO 21 TIPOS DE PESQUISA11.1 - Pesquisa Bibliogrfica

Voc tem um problema a ser investigado (que o tema da sua pesquisa) e, para investigar e encontrar respostas para esse problema, voc precisar de referncias tericas publicadas em artigos, livros, dissertaes e teses, que sero a sua pesquisa bibliogrfica. A pesquisa bibliogrfica pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos, voc ir pesquisar todo o material disponvel que d contribuio para o assunto, tema ou problema do qual voc est tratando. Todo o procedimento da pesquisa bibliogrfica est descrito no item Levantamento bibliogrfico.

1.2 - Pesquisa Descritiva

A pesquisa descritiva observa, analisa e correlaciona fatos ou fenmenos (variveis) sem manipul-los. Procura descobrir, com a maior preciso possvel, a freqncia com que um fenmeno ocorre, sua relao e conexo com outros, sua natureza e suas caractersticas. Busca conhecer as diversas situaes e relaes que ocorrem na vida social, poltica e demais aspectos do comportamento humano, tanto do indivduo tomado isoladamente como de grupos e comunidades mais complexas. A pesquisa descritiva desenvolve-se, principalmente, nas cincias humanas e sociais, abordando aqueles dados e problemas que merecem ser estudados, mas cujo registro no consta de documentos. Os dados, por ocorrerem em seu hbitat natural,

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Texto retirado na ntegra de CERVO, Amado Lus; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Cientfica. 6 ed. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.p. 60-64.

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precisam ser coletados e registrados ordenadamente para seu estudo propriamente dito. A pesquisa descritiva pode assumir diversas formas, entre as quais se destacam:

a) Estudos descritivos: trata-se do estudo e da descrio das caractersticas, propriedades ou relaes existentes na comunidade, grupo ou realidade pesquisada. Os estudos descritivos, assim como os exploratrios, favorecem, na pesquisa mais ampla e completa, as tarefas de formulao clara do problema e da hiptese como tentativa de soluo. Comumente se incluem nesta modalidade os estudos que visam a identificar as representaes sociais e o perfil de indivduos e grupos, como tambm os que visam a identificar estruturas, formas, funes e contedos.

b) Pesquisa de opinio: procura saber atitudes, pontos de vista e preferncias das pessoas a respeito de algum assunto com o objetivo de tomar decises. A pesquisa de opinio abrange uma faixa muito grande de investigaes que visam a identificar falhas ou erros, descrever procedimentos, descobrir tendncias, reconhecer interesses e outros comportamentos. Esta modalidade da pesquisa a mais divulgada pelos meios de comunicao, pois permite tratar de temas do cotidiano, como intenes de voto, de compra e de consumo; verificar tendncias de opinio pblica; criar, por meio da manipulao de dados, opinies contra ou a favor de temas polmicos, como aborto, pena de morte, reduo da idade penal etc.

c) Pesquisa de motivao: busca saber as razes inconscientes e ocultas que levam, por exemplo, o consumidor a utilizar determinado produto ou que determinam certos comportamentos e atitudes.

d) Estudo de caso: a pesquisa sobre determinado indivduo, famlia, grupo ou comunidade que seja representativo de seu universo, para examinar aspectos variados de sua vida.

e) Pesquisa documental: so investigados documentos com o propsito de descrever e comparar usos e costumes, tendncias, diferenas e outras caractersticas.

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As bases documentais permitem estudar tanto a realidade presente como o passado, com a pesquisa histrica. Em sntese, a pesquisa descritiva, em suas diversas formas, trabalha sobre dados ou fatos colhidos da prpria realidade. A coleta de dados aparece como uma das tarefas caractersticas da pesquisa descritiva. Para viabilizar essa importante operao de coleta de dados so utilizados como principais instrumentos, a observao, a entrevista, o questionrio e o formulrio. A coleta e o registro de dados, porm, com toda a sua significao, no constituem, por si ss, uma pesquisa, mas sim tcnicas especficas para a consecuo dos objetivos da pesquisa. Seja qual for seu tipo, a pesquisa resulta da execuo de inmeras tarefas, desde a escolha do assunto at o relatrio final, o que tambm implica a adoo simultnea e consecutiva de variadas tcnicas em uma pesquisa. 1.3 Pesquisa Experimental

A pesquisa experimental caracteriza-se por manipular diretamente as variveis relacionadas com o objeto de estudo. Nesse tipo de pesquisa, a manipulao das variveis proporciona o estudo da relao entre as causas e os efeitos de determinado fenmeno. Com a criao de situaes de controle, procura-se evitar a interferncia de variveis intervenientes. Interfere-se diretamente na realidade, manipulando-se a varivel independente a fim de observar o que acontece com a dependente. Enquanto a pesquisa descritiva procura classificar, explicar e interpretar os fenmenos que ocorrem, a pesquisa experimental pretende dizer de que modo ou por que o fenmeno produzido. Para atingir esses resultados, o pesquisador deve fazer uso de aparelhos e instrumentos que a tcnica moderna coloca a seu alcance ou de procedimentos apropriados e capazes de tornar perceptveis as relaes existentes entre as variveis envolvidas no objeto de estudo. Convm esclarecer que a pesquisa experimental no se resume a pesquisas realizadas em laboratrio, assim como a descritiva no se resume a pesquisas de campo. Os termos de campo e de laboratrio indicam apenas o contexto em que elas se realizam. Uma pesquisa pode ser experimental tanto em contexto de campo quanto de

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laboratrio. O mesmo acontece com a descritiva. Pode-se dizer que, no contexto de laboratrio, realizam-se mais pesquisas de natureza experimental. 1.4 Pesquisa exploratria

A pesquisa exploratria, designada por alguns autores como pesquisa quase cientfica ou no cientfica, normalmente o passo inicial no processo de pesquisa pela experincia e um auxlio que traz a formulao de hipteses significativas para posteriores pesquisas. A pesquisa exploratria no requer a elaborao de hipteses a serem testadas no trabalho, restringindo-se a definir objetivos e buscar mais informaes sobre determinado assunto de estudo. Tais estudos tm por objetivo familiarizar-se com o fenmeno ou obter uma nova percepo dele e descobrir novas idias. A pesquisa exploratria realiza descries precisas da situao e quer descobrir as relaes existentes entre seus elementos componentes. Esse tipo de pesquisa requer um planejamento bastante flexvel para possibilitar a considerao dos mais diversos aspectos de um problema ou de uma situao. Recomenda-se a pesquisa exploratria quando h pouco conhecimento sobre o problema a ser estudado.

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ROTEIRO

PARA

AS

PESQUISAS

DESCRITIVA

E

EXPERIMENTAL

Obs.: Muitas indicaes presentes nesse roteiro podero ser usadas na confeco do projeto e na apresentao do relatrio final.

As pesquisas descritiva e experimental, embora percorram as diversas fases da pesquisa bibliogrfica, apresentam algumas caractersticas prprias. O roteiro abaixo, que pretende adaptar os passos das pesquisas descritiva e experimental as fases da pesquisa bibliogrfica, poder servir de orientao para a execuo de trabalhos dessa natureza.

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a)

Escolha do tema: deve-se escolher um tema que seja significativo e adequado ao interesse, ao nvel de formao e s reais condies de trabalho do pesquisador. Constitui dificuldade adicional para o estudante pretender trabalhar com temas com os quais no tenha afinidade ou que no despertem motivao ou interesse.

b)

Delimitao do tema: dentro de um mesmo tema, deve-se selecionar um tpico para ser estudado e analisado em profundidade, tornando-o vivel de ser pesquisado. Evite temas amplos que resultem em trabalhos superficiais.

c)

Justificativa da escolha: o aluno deve mostrar as razes da preferncia pelo assunto escolhido e sua importncia diante de outros temas. (No relatrio de pesquisa, os itens descritos acima constam da introduo.)

d)

Reviso da literatura especializada: a realizao de uma pesquisa bibliogrfica que visa a identificar, localizar, ler, analisar e anotar os principais tpicos da literatura especializada sobre a questo delimitada. Tal estudo preliminar e sinttico trar informaes sobre a situao atual do problema, sobre os trabalhos j realizados a respeito e sobre opinies existentes, o que constitui o estado da arte sobre a questo. Esses conhecimentos prvios auxiliaro o investigador nos demais passos para o planejamento do projeto de pesquisa.

e)

Formulao do problema: deve-se redigir, de forma interrogativa, clara, precisa e objetiva, o tpico que se tornar o objeto de estudo da pesquisa. O problema levantado deve expressar uma relao entre duas ou mais variveis. A elaborao clara do problema fruto de reviso da literatura e de reflexo pessoal.

f)

Enunciado da hiptese: a hiptese, como resposta e explicao provisria, relaciona as duas ou mais variveis do problema levantado. A hiptese deve ser testvel e responder ao problema, ainda que de forma provisria. Nos trabalhos escolares e acadmicos, conveniente que o nmero de hipteses seja reduzido.

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g)

Amostragem: a pesquisa procura estabelecer generalizaes a partir de observaes em grupos ou conjuntos de indivduos chamados de populao ou universo. Populao pode referir-se a um conjunto de pessoas, de animais ou de objetos que representem a totalidade de indivduos que possuam as mesmas caractersticas definidas para um estudo. A pesquisa, porm, feita com uma parte representativa da populao, denominada amostra, e no com a totalidade dos indivduos. Amostragem , pois, a coleta de dados de uma parte da populao, selecionada segundo critrios que garantam sua

representatividade (SELLTIZ, 1976, p.571). h) Instrumentos: no projeto de pesquisa, devem-se indicar as tcnicas a serem usadas para a coleta de dados, como a entrevista, o questionrio e o formulrio, anexando-se ao projeto um modelo do instrumento a ser utilizado. Quando se tratar de pesquisa experimental, devem ser descritos os instrumentos e materiais ou as tcnicas a serem usadas. i) Procedimentos: em pesquisas descritivas faz-se a descrio detalhada de todos os passos da coleta e do registro dos dados (quem? quando? onde? como?). Descrevem-se ainda as dificuldades, as preocupaes, a superviso e o controle. Na pesquisa experimental, detalhada a forma usada para fazer a observao, a manipulao da varivel independente, o tipo de experimento, o uso ou no de grupo de controle e a maneira do registro dos resultados. No relatrio, os dados so apresentados depois de classificados sob forma descritiva e, de preferncia, em tabelas, quadros ou grficos. Os dados devem explicar-se por si mesmos a fim de no exigirem do leitor exames exaustivos que o obriguem a um grande esforo interpretativo. j) Anlise dos dados: depois de coletados e tabulados os dados e expostos em tabelas de forma sinttica, eles devem ser submetidos ou no, conforme o caso, ao tratamento estatstico. (MARINHO, 1980, p.66). Todas as informaes reunidas nos passos anteriores devem ser comparadas entre si e analisadas. A anlise, a partir da classificao ordenada dos dados, do confronto dos resultados das tabelas e das

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provas

estatsticas,

quando

empregadas,

procura

verificar

a

comprovao ou no das hipteses de estudo. k) Discusso dos resultados: a generalizao dos resultados obtidos pela anlise. Na discusso, o pesquisador deve fazer as inferncias e generalizaes cabveis, com base nos resultados alcanados. Os resultados tambm devem ser discutidos e comparados com afirmaes e posies de outros autores. Finalmente, aspectos paralelos revelados pela pesquisa devem ser abordados e comentados. l) Concluso: deve apresentar um resumo dos resultados mais significativos da pesquisa e sintetizar os resultados que conduziro comprovao ou rejeio da hiptese de estudo; deve fazer as inferncias que os dados alcanados permitem e indicar os aspectos que meream mais estudo e aprofundamento. m) Referncia bibliogrfica: so as referncias bibliogrficas que serviram de embasamento terico e que sero apresentadas segundo as normas da ABNT, conforme ser visto mais adiante. n) Anexos: so constitudos de elementos complementares, como questionrios e outras fichas de observao e registro utilizadas no trabalho, que auxiliam a anlise do leitor da pesquisa. 2

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O item 2 foi retirado na ntegra de: CERVO, Amado Lus; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Cientfica. 6 ed. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. p.65-67.

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CAPTULO 32 METODOLOGIA DA PESQUISA2.1 Abordagem Quantitativa

A abordagem quantitativa e a qualitativa so dois mtodos diferentes pela sua sistemtica, e, principalmente, pela forma de abordagem do problema que est sendo objeto de estudo, precisando, dessa maneira, estar adequado ao tipo de pesquisa que se deseja desenvolver. Entretanto, a natureza do problema ou seu nvel de aprofundamento que ir determinar a escolha do mtodo. O quantitativo, conforme o prprio termo indica, significa quantificar opinies, dados, nas formas de coleta de informaes, assim como tambm com o emprego de recursos e tcnicas estatsticas desde as mais simples, como percentagem, mdia, moda, mediana e desvio padro, at as de uso mais complexo, como coeficiente de correlao, anlise de regresso etc., normalmente usadas em defesas de teses. O mtodo quantitativo tambm empregado no desenvolvimento das pesquisas de mbito social, econmico, de comunicao, mercadolgicas, de opinio, de administrao, representando, em linhas gerais, uma forma de garantir a preciso dos resultados, e evitando com isso distores de anlise e interpretaes. 2.2 Abordagem Qualitativa

Com relao ao emprego do mtodo ou abordagem qualitativa esta difere do quantitativo pelo fato de no empregar dados estatsticos como centro do processo de anlise de um problema. A diferena est no fato de que o mtodo qualitativo no tem a pretenso de numerar e medir unidades ou categorias homogneas. So vrios os autores que no estabelecem qualquer distino entre os mtodos quantitativo e qualitativo, tendo em vista que a pesquisa quantitativa tambm qualitativa. (...) A pesquisa qualitativa tem como objetivo situaes complexas ou estritamente particulares. 16

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As pesquisas que se utilizam da abordagem qualitativa possuem a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hiptese ou problema, analisar a interao de certas variveis, compreender e classificar processos dinmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuies no processo de mudana, criao ou formao de opinies de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretao das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivduos. Existem situaes de pesquisas que envolvem conotaes qualitativas, na opinio de vrios cientistas sociais, em pelo menos trs aspectos:

1.

Situaes em que se evidencia a necessidade de substituir uma simples informao estatstica por dados qualitativos. Isto se aplica, principalmente, quando se trata de investigao sobre fatos do passado ou estudos referentes a grupos dos quais se dispe de pouca informao.

2.

Situaes em que observaes qualitativas so usadas como indicadores do funcionamento de estruturas sociais.

3.

Situaes em que se manifesta a importncia de uma abordagem qualitativa para efeito de compreender aspectos psicolgicos, cujos dados no podem ser coletados de modo completo por outros mtodos devido complexidade que envolve a pesquisa. Neste caso, temos estudos dirigidos anlise de atitudes, motivaes, expectativas, valores, opinio etc. (ver Parte IV)

A abordagem qualitativa nos leva, entretanto, a uma srie de leituras sobre o assunto da pesquisa, para efeito da apresentao de resenhas, ou seja, descrever pormenorizada ou relatar minuciosamente o que os diferentes autores ou especialistas escrevem sobre o assunto e, a partir da, estabelecer uma srie de correlaes para, ao final, darmos nosso ponto de vista conclusivo.33- Texto retirado na ntegra de: OLIVEIRA, Slvio Luiz de. Tratado de Metodologia Cientfica Projetos de Pesquisas, TGI, TCC, Monografias, Dissertaes e Teses. So Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. p. 114 117.

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Veja abaixo uma breve comparao entre o mtodo quantitativo e o mtodo qualitativo, conforme exposto pela empresa Opinio Consultoria (2006)4.

Mtodo Quantitativo Nos estudos quantitativos o principal objetivo a avaliao de uma populao, do ambiente de mercado ou de um fenmeno. Os resultados obtidos so indicadores numricos que refletem a realidade do universo em questo. Esses resultados so expressos por meio de nmeros absolutos, propores ou taxas. Por exemplo: a distribuio de consumo de energia eltrica de uma populao, a renda mdia dos moradores de um bairro, a proporo de eleitores de um candidato, o nmero de compradores de celular num determinado perodo de tempo, a populao que deseja adquirir determinado produto ou servio, etc. Entre suas caractersticas destacam-se: Definio de amostras representativas do universo; Utilizao de questionrios estruturados com questes abertas e/ou fechadas; Utilizao de mtodos de coleta por meio de entrevista pessoal, por telefone, maladireta (correio e/ou internet) ou domiciliar; Possibilita anlises estatsticas.

Mtodo Qualitativo O mtodo qualitativo busca responder os "porqus", investigar conceitos, motivaes e sentimentos que antecedem ou esto presentes no comportamento do indivduo e na formao das representaes sociais. Tem como caractersticas: Relatrios analticos elaborados a partir do discurso produzido pelos entrevistados; Propiciar um estudo mais aprofundado de determinadas variveis que a tcnica quantitativa no consegue captar; Utiliza tcnica de Grupo de Discusso, Grupo Focal e Entrevistas em Profundidade; Cliente Secreto / Mistery Shopper: caracteriza-se por uma simulao na qual o analista se passa por um consumidor para avaliar/testar produtos ou servios da empresa.

4

A partir desse pargrafo at o final desse captulo, todo o contedo exposto foi retirado de: Opinio Consultoria. Mtodos de Pesquisa. Disponvel em: . Acesso em: 06 agosto 2007.

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Quadro Comparativo ... Quantitativa Objetivo Testa a Teoria Reduo, Controle e Preciso Mecanicista: partes so iguais ao todo Possibilita anlises estatsticas Os elementos bsicos da anlise so os nmeros O pesquisador mantm distncia do processo Independe do contexto Teste de hipteses O raciocnio lgico e dedutivo Estabelece relaes, causas Busca generalizaes Preocupa-se com a quantidade Utiliza instrumentos especficos ... Qualitativo Subjetivo Desenvolve a teoria Descoberta, descrio, compreenso, interpretao partilha Organicista: o todo mais do que as partes Possibilita narrativas ricas, interpretaes individuais Os elementos bsicos da anlise so palavras e idias O pesquisador participa do processo Depende do contexto Gera idias e questes para pesquisa O raciocnio dialtico e indutivo Descreve os significados, descoberta Busca particularidades Preocupa-se com a quantidade das informaes e respostas Utiliza a comunicao e observao

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CAPTULO 4

4 - AS ETAPAS DA PREPARAO DE UMA PESQUISAAntes de iniciar o seu projeto de pesquisa e de realizar a pesquisa propriamente dita, voc dever adotar alguns procedimentos, tais como: 1) Primeiramente, a escolha e a delimitao do tema. 2) Aps a escolha do tema, voc ir indicar quais os objetivos que voc pretende atingir e quais os mtodos e as tcnicas que sero utilizadas na pesquisa para atingir os seus objetivos e responder ao tema da pesquisa, para s ento partir para o prximo passo: a elaborao do seu projeto de pesquisa. Isso porque, para proceder elaborao do projeto, voc precisa ter em mente o que deseja pesquisar (o tema e a delimitao do tema), para qu (objetivos), por qu (justificativa) e como deseja pesquisar esse tema (mtodos a serem utilizados). Veja abaixo a explicao dos tpicos acima: 4.1 ESCOLHA E DELIMITAO DO TEMA:

O tema da pesquisa a designao do problema (prtico) e da rea do conhecimento a serem observados. A escolha do tema poder se dar a partir de uma anlise de um assunto j estudado, mas que precisa de maiores explicaes, ou que ainda no foi abordado pela rea do conhecimento na que voc deseja pesquisar. Por exemplo, podemos imaginar uma pesquisa sobre o tema: Os acidentes de trabalho nas indstrias de So Paulo. Esse tema poder ser estudado por vrios ngulos:

1) Qual o tipo de empresa que ser analisada?(De alimentos? De calados? De minrio?) 2) Qual o tipo de acidente? (em uma nica empresa, vrios tipos podero ser identificados)

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3) Qual o tipo de abordagem que ser dada? (No exemplo acima, podero ser feitas pesquisas nas mais diversas reas do conhecimento como, por exemplo, nas reas de psicologia do trabalho, tecnologia, ergonomia e direito trabalhista). 4) O que se busca com a pesquisa? (Apenas compreender os motivos e a gravidade dos acidentes ou propor formas de reduo dos acidentes?)

Como se pode ver, a respeito de um mesmo tema podem ser identificadas vrias possibilidades de pesquisa. Assim, ao escolher um tema, voc dever delimit-lo, isto , definir de modo bem preciso quais os aspectos que voc ir abordar, qual o enfoque que ser dado (por exemplo, na rea da Administrao, qual campo dessa rea ser utilizado para a abordagem que se prope?) e os resultados que voc deseja alcanar. Voc poder formular o problema de modo a fazer uma pesquisa descritiva, isto , fazer uma anlise sobre as condies de trabalho na empresa x, a partir de estudos de campo, entrevistas, etc., a fim de buscar explicaes para as causas dos acidentes, assim como poder ser uma pesquisa normativa, ou seja, voc poder propor uma pesquisa que tenha como objetivo analisar as condies de trabalho, mas com o intuito de propor formas de melhoria e reduo dos problemas detectados. Poder tambm juntar as duas perspectivas, a descritiva e a normativa, dependendo da complexidade do assunto a ser abordado. Aps essa etapa, feita a escolha de uma teoria para embasar a pesquisa, dentre as diversas existentes na rea que se pretende pesquisar. Para isso, dever ser feita uma pesquisa sobre a bibliografia existente sobre o tema, procurando enquadrar a sua pesquisa na teoria e no mtodo de abordagem mais apropriado para a pesquisa proposta e que seja condizente com seu interesse. Na pesquisa bibliogrfica voc poder contar com o auxlio de um professor orientador e tambm dever estar munido de conhecimentos bsicos necessrios iniciao da pesquisa. A escolha do tema responde pergunta: O que ser explorado? Ao delimitar o tema a ser pesquisado, voc se deparar com um problema (ou vrios) a ser investigado. Esse problema requer alguns procedimentos que so necessrios para a boa execuo da pesquisa. Para isso devero ser adotados alguns procedimentos, conforme transcrito de Oliveira (1999: p.107):

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Procedimentos para avaliar o problema:

Escolher um problema que chame a ateno e precise de resposta. Recompilar as informaes relacionadas ao problema. Analisar a relevncia das informaes. Estudar possveis relaes entre as informaes que possam contribuir e esclarecer o problema. Propor diversas explicaes hipteses para as causas do problema. Estabelecer a relevncia das aplicaes, utilizando como mtodo a observao e a anlise. Procurar relaes entre as explicaes que procuram contribuir para solucionar o problema. Procurar relaes entre os dados e as explicaes. Analisar.

As respostas ou explicaes vm por intermdio da observao, do experimento e da pesquisa de campo com o emprego de entrevistas e questionrios, quando se trata de uma pesquisa de opinio (abordagem quantitativa).

Responde s perguntas: O que? Como? (Marconi & Lakatos, 2003: p.160) 4.2 SELEO DE MTODOS E TCNICAS

Aps a delimitao do tema e a verificao de um problema (ou mais problemas) a ser investigado, voc dever partir para o levantamento de bibliografia e de dados para embasar a sua pesquisa. Alm disso, voc dever indicar quais as tcnicas de pesquisa que voc utilizar: pesquisa bibliogrfica, questionrios, anlise de documentos, etc. Marconi e Lakatos assim observam:

A seleo do instrumental metodolgico est, portanto, diretamente relacionada com o problema a ser estudado; a escolha depender dos vrios fatores relacionados com a pesquisa, ou seja, a natureza dos fenmenos, o

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objeto da pesquisa, os recursos financeiros, a equipe humana e outros elementos que possam surgir no campo da investigao. Tanto os mtodos quanto as tcnicas devem adequar-se ao problema a ser estudado, s hipteses levantadas e que se queira confirmar, ao tipo de informantes com que se vai entrar em contato. Nas investigaes, em geral, nunca se utiliza apenas um mtodo ou uma tcnica, e nem somente aqueles que se conhece, mas todos os que forem necessrios ou apropriados para determinado caso. Na maioria das vezes, h uma combinao de dois ou mais deles, usados concomitantemente. (2003, p. 163)

O primeiro passo fazer a pesquisa bibliogrfica para te orientar na escolha dos outros mtodos. Essa pesquisa bibliogrfica dever seguir os seguintes passos, conforme Cervo, Bervian e Silva (2007): 4.2.1 - Levantamento bibliogrfico5

Praticamente todo o conhecimento humano pode ser acessado nos livros ou em impressos que se encontram nas bibliotecas. A pesquisa bibliogrfica tem como objetivo encontrar respostas aos problemas formulados, e o recurso utilizado para isso a consulta dos documentos bibliogrficos. (...) Na pesquisa bibliogrfica, a fonte de informaes, por excelncia, estar sempre na forma de documentos escritos, estejam eles impressos ou depositados em meios magnticos ou eletrnicos. (...)

Quanto sua natureza, os documentos bibliogrficos podem ser:

a)

Primrios: quando coletados em primeira mo, como pesquisa de campo, testemunho oral, depoimentos, entrevistas, questionrios, laboratrios.

b)

Secundrios: quando colhidos em relatrios, livros, revistas, jornais e outras fontes impressas, magnticas ou eletrnicas.

c)

Tercirios: quando citados por outra pessoa.

5 - A partir desse tpico at o tpico 4.3.4, o texto foi retirado na ntegra de: CERVO, Amado Lus; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Cientfica. 6 ed. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. p.79-86.

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Quanto s formas de apresentao e de armazenamento, os documentos escritos podem ser:

a)

Impressos: atas de reunies, atlas, Bblias, biografias, bulas (remdios,

cartes-postais, colees, constituies, convnios, fac-smiles, decises judiciais, dicionrios, dissertaes e teses, enciclopdias, fascculos, fotografias, jornais, leis e decretos, livros, mapas e globos, microfichas, monografias, relatrios oficiais, relatrios tcnico-cientficos, resenhas, revistas, etc. b) Meios magnticos e eletrnicos: arquivos em disquete, bases de dados

em CD-ROM, boletins eletrnicos (BBS), e-mails, FTPs, discos, discos compactos (CD compact disc), fitas gravadas, homepages, filmes e vdeos, listas de discusses, microfilmes, slides (dispositivos) etc. c) Reunies cientficas: congressos, jornadas, reunies, conferncias,

workshops etc. d) (...) Nos primeiros passos da consulta o pesquisador necessita de informaes gerais sobre o assunto que deve desenvolver. Essas informaes podem ser encontradas em verbetes de dicionrios especializados, enciclopdias e em manuais. Estes o remetero aos tratados completos, isto , s obras que abordam e desenvolvem amplamente o assunto. Se necessitar de um estudo atualizado e recente, o estudante deve preferir procurar artigos em revistas especializadas. Se necessitar de notcias ou crnicas da atualidade deve privilegiar as sees especializadas dos jornais e das revistas semanais. Aps localizar a bibliografia necessria sua pesquisa, o estudante deve proceder leitura de reconhecimento, examinado a capa, a contracapa, as orelhas, a folha de rosto, o sumrio, a bibliografia, a introduo e o prefcio dos livros. Esses elementos fornecem uma idia sobre o tema, o autor e o contexto em que foi produzida a obra que sero a matria-prima da pesquisa. No se trata, pois, no incio, de um estudo exaustivo da documentao, mas apenas de um rpido exame. Nessa fase do levantamento, deve-se fazer, pelo menos, a identificao e localizao de toda a bibliografia necessria para o trabalho, at para saber o que h disponvel na Notas de aula.

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biblioteca de sua instituio, o que precisa ser adquirido, o que precisa ser fotocopiado e o que o estudante tem em seu prprio acervo. A medida que os documentos que interessam ao assunto so identificados e localizados pela leitura de reconhecimento, deve-se anotar as referncias bibliogrficas. Em outros termos, procede-se elaborao preliminar da bibliografia do prprio trabalho. A bibliografia para uso do pesquisador deve estar relacionada com o plano de assunto, de sorte que corresponda s suas partes constitutivas. Faz-se, pois, a seleo desse material com vistas ao tema ou ao aspecto que se quer focalizar. Chega ento o momento da leitura, anlise e interpretao dos documentos. Antes, porm, convm saber como se h de registrar cuidadosamente os dados selecionados para maior eficincia. 4.2.2 Apontamentos e anotaes

Uma vez selecionado o material, o estudante deve anotar as idias principais e secundrias, os dados e as informaes ou afirmaes que os documentos podem fornecer. Trata-se dos procedimentos de apontamentos e anotaes que constituiro a matria-prima para a fundamentao cientfica de seu trabalho e para as citaes. preciso assegurar a reteno daquilo que se quer conservar, pois a memria interna frgil. No h diferenas entre apontamentos e anotaes, mas o estudante deve estar atento para dois aspectos desses procedimentos: um quanto transcrio do que lhe interessa, que ser usada posteriormente como citaes; outro se refere s idias e reflexes que ele tem durante a leitura; geralmente so idias e reflexes originais, que merecem ser anotadas, para posterior desenvolvimento (MICHAELIS, 2000). As anotaes e os apontamentos so como uma memria exterior. Bem organizados, podem se constituir em uma minibiblioteca para uso pessoal. O apontamento pode ser formal, quando se transcrevem as palavras textuais extradas de um documento, ou conceptual, quando se traduzem as idias de outrem com as prprias palavras. Registre somente os dados, fatos ou proposies mais importantes. (...) Como assegurar a eficincia de um apontamento? Observe as seguintes normas prticas:

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a)

Ter sempre em vista os objetivos do trabalho, procurando anotar somente os dados suscetveis de fornecer alguma luz sobre o problema formulado.

b)

Percorrer antes todo o texto para evitar anotaes de dados que so desenvolvidos adiante.

c)

Sublinhar com lpis os pontos principais se o livro prprio. Caso contrrio, registrar as anotaes em folhas numeradas, colocando a pgina do livro em cada nova afirmao ou pensamento do autor.

d)

Transcrever as anotaes em fichas, cadernos ou folhas, colocando entre aspas as citaes textuais e anotando em folhas separadas ou no verso as idias prprias que surgirem.

Portanto, em uma pesquisa bibliogrfica, um bom apontamento deve ser feito em duas etapas:

I)

Em um primeiro momento, registre os dados sobre folhas de papel, com o cuidado de colocar, no alto de cada folha, as referncias bibliogrficas da obra consultada, margem esquerda as respectivas pginas e, no verso, as idias pessoais que surgirem durante a leitura. A ordem dos apontamentos simplesmente cronolgica: os dados so registrados medida que a leitura avana.

II)

Em um segundo momento, registre os dados sobre fichas. O tipo ou modelo da ficha questo de preferncia (...). A experincia mostra que entre os pesquisadores existe grande liberdade neste particular. O que todos observam, entretanto, que as fichas so organizadas em funo dos assuntos. A ordem dos apontamentos registrados sobre as fichas no mais uma ordem cronolgica, mas lgica. O contedo da ficha deve ser identificado por meio de um termo ou dois, em seu cabealho. Em geral, esses cabealhos correspondem ao sumrio do trabalho. Devem figurar em uma ficha outros elementos indispensveis, como as referncias

bibliogrficas e a respectiva pgina da obra de onde se extraiu o apontamento.

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4.3 COLETA E ANLISE DE DADOS: LEITURA E PROCESSOS DE LEITURA

O pesquisador entra, nesse momento, em uma das fases decisivas da elaborao do trabalho cientfico. Trata-se da coleta e do registro de informaes, em primeiro lugar, da anlise e da interpretao dos dados reunidos e, finalmente, da classificao deles. (...) 4.3.1 Pr-leitura Nessa fase inicial da leitura informativa, o estudante deve certificar-se da existncia das informaes que procura, alm de obter uma viso global delas. So duas, pois, as finalidades dessa leitura: em primeiro lugar, permitir ao estudante selecionar os documentos bibliogrficos que contm dados ou informaes suscetveis de serem aproveitados na fundamentao de seu trabalho; em segundo lugar, dar ao estudante uma viso global do assunto focalizado, viso indeterminada, mas indispensvel para poder progredir no conhecimento. Faz-se a leitura de reconhecimento ou a pr-leitura examinando a folha de rosto, o sumrio, os ndices, as referncias bibliogrficas, as notas ao p da pgina, o prefcio, a introduo e a concluso. Em se tratando de livros, deve-se percorrer o captulo introdutrio e o final; para o conhecimento de um captulo deve-se ler o primeiro e o ltimo pargrafo. Em se tratando de artigos de revistas semanais ou jornais, normalmente a idia est contida no ttulo do artigo e das partes. Os primeiros pargrafos trazem geralmente o conjunto dos dados mais importantes, mas artigos cientficos precisam ser lidos integralmente para uma compreenso geral do assunto. 4.3.2 Leitura seletiva Localizadas as informaes nos textos, procede-se escolha do que for mais adequado de acordo com os propsitos do trabalho. Selecionar eliminar o dispensvel para fixar-se no que realmente de interesse. D-se o primeiro passo de uma leitura mais sria, embora no se trate ainda de um estudo exaustivo e minucioso. Para selecionar os dados e as informaes necessrio definir os critrios. No pode haver 27

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seleo sem critrios de seleo. Os critrios de leitura seletiva so os propsitos do trabalho: o problema formulado, as perguntas elaboradas quando se questionou o assunto ou, em outros termos, os objetivos intrnsecos do trabalho. Somente os dados que possam fornecer alguma luz sobre o problema, constituindo um elemento de resposta ou de soluo, que sero selecionados. Pode-se voltar vrias vezes a um mesmo texto com propsitos distintos. So estes que determinam a importncia e a significao dos documentos bibliogrficos. 4.3.3 Leitura crtica ou reflexiva

Feita a seleo do material til para o trabalho, o pesquisador ingressa no estudo propriamente dito dos textos com a finalidade de saber o que o autor afirma sobre o assunto. Nessa fase so necessrias certas atitudes, como culto desinteressado da verdade e ausncia de preconceitos. Simultaneamente o estudante deve ter sempre presente diante de si os problemas que se dispe a resolver por meio do estudo. uma fase de estudos, isto , de reflexo deliberada e consciente (processo de aprendizagem); de percepo dos significados, o que envolve um esforo reflexivo que se manifesta por meio das operaes de anlise, comparao, diferenciao, sntese e julgamento (processo de apreenso); de apropriao dos dados referentes ao assunto ou problema (processo de assimilao). O estudo de um texto passa pelas mesmas fases do pensamento reflexivo: de uma viso global, passa-se anlise das partes dos elementos constitutivos para se chegar a uma sntese integradora. A leitura crtica supe a capacidade de escolher as idias principais e de diferencilas entre si e das secundrias. (...) A anlise de documentos desdobra-se, portanto, em certo nmero de operaes muito precisas: identificao e escolha da idia diretriz e das idias secundrias; diferenciao ou comparao das idias entre si a fim de determinar a importncia relativa de cada uma no conjunto das idias; compreenso do significado exato dos termos ou dos conceitos que expressam;

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julgamento do material, aps a escolha, diferenciao e compreenso. O julgamento dos dados fornecidos pela anlise corresponde a uma fase decisiva da leitura cientfica. Faz-se por meio da leitura interpretativa. 4.3.4 Leitura interpretativa A leitura interpretativa a ltima etapa da leitura de um texto e a aplicao deste aos fins particulares da pesquisa. Essa fase implica um trplice julgamento: I) Partindo das intenes do autor e do tema do texto, o pesquisador procura saber o que o autor realmente afirma, quais os dados que oferece e as informaes que transmite, qual o seu problema, suas hipteses, suas teses, suas provas e suas concluses. Essa crtica objetiva de grande importncia: o pesquisador no pode incorporar em seu trabalho concluses alheias que no repousem sobre provas convincentes. II) O pesquisador relaciona, em seguida, o que o autor afirma e os problemas para os quais est procurando uma soluo. O julgamento das idias se fazia antes em funo dos propsitos do autor; agora se faz em funo dos propsitos do pesquisador, e aplicado na soluo dos problemas formulados na pesquisa. Antes, um dado ou informao tinha valor, utilidade ou importncia se concorresse para resolver o problema do autor. Agora, esse mesmo dado ter valor, utilidade ou importncia se concorrer para solucionar o problema do pesquisador. III) Finalmente, o material coletado julgado em funo do critrio verdade. O pesquisador deve duvidar da realidade de toda e qualquer proposio (dvida metdica). Uma afirmao sem provas ter apenas valor provisrio, servindo como ponto de referncia, nunca como concluso, por maior que seja a autoridade do autor no assunto. 4.4 TCNICAS DE COLETA DE DADOS6

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A partir desse item at o item 4.4.3, todas as informaes foram coletadas na ntegra de: CERVO,

Amado Lus; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Cientfica. 6 ed. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. p. 50-54.

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Toda pesquisa, em especial a pesquisa descritiva, deve ser bem planejada se quiser oferecer resultados teis e fidedignos. Esse planejamento envolve tambm a tarefa de coleta de dados, que corresponde a uma fase intermediria da pesquisa descritiva. A coleta de dados ocorre aps a escolha e a delimitao do assunto, a reviso bibliogrfica, a definio dos objetivos, a formulao do problema e das hipteses, o agrupamento dos dados em categorias e a identificao das variveis (essas duas ltimas tarefas so mais bem desenvolvidas com a assistncia de um estatstico ou de um analista de sistemas). Realizada a coleta de dados, seguem-se as tarefas da anlise e discusso dos dados e depois a concluso e o relatrio do trabalho. A coleta de dados, tarefa importante na pesquisa, envolve diversos passos como a determinao da populao a ser estudada, a elaborao do instrumento de coleta, a programao da coleta e tambm o tipo de dados e de coleta. H diversas formas de coleta de dados, todas com suas vantagens e desvantagens. Na deciso do uso de uma forma ou de outra, o pesquisador levar em conta a que menos desvantagens oferecer, respeitados os objetivos da pesquisa. Os instrumentos de coleta de dados, de largo uso, so a entrevista, o questionrio e o formulrio. Na aplicao da entrevista e do formulrio, o informante conta com a presena do pesquisador ou seu auxiliar, que registra as informaes. O questionrio, sem a presena do investigador, preenchido pela pessoa que fornece as informaes. Alm do instrumento usado, o tipo de pergunta, que pode ser fechada por um nmero limitado de opes ou aberta, sem restries, determina a maior ou menor exatido dos dados e o grau de dificuldade na tabulao e anlise das informaes. Esses aspectos e a disponibilidade de tempo e de recursos devem ser levados em considerao ao ser fixado o instrumento de coleta de dados. Somente depois de ter sido definido o objetivo da pesquisa e depois de levantadas as hipteses e as variveis que o pesquisador vai elaborar as questes do instrumento de coleta de dados. A preocupao bsica ao elaborar as perguntas deve ser, alm da validade, a finalidade e a relao das questes com o objetivo da pesquisa. As perguntas, em maior ou menor nmero, devem sempre colher informaes a respeito das variveis e das hipteses de trabalho. Em geral, as questes alheias aos objetivos da pesquisa no se justificam.

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Trataremos, em tpicos distintos, das tcnicas de aplicao do formulrio e do questionrio, mas podemos antecipar os diversos passos a serem observados na elaborao das perguntas:

identificar os dados ou as variveis sobre os quais sero feitas as questes; selecionar o tipo de pergunta a ser utilizado diante das vantagens e desvantagens de cada tipo, com vistas ao tempo a ser consumido para obter os dados e a maneira de tabul-los e analis-los; elaborar uma ou mais perguntas referentes a cada dado a ser levantado; analisar as questes elaboradas quanto clareza da redao, classificao e sua real necessidade; codificar as questes para a posterior tabulao e anlise com a incluso dos cdigos no prprio instrumento; elaborar instrues claras e precisas para o preenchimento do instrumento; submeter as questes a outros tcnicos para sanar possveis deficincias; revisar o instrumento para dar ordem e seqncia s questes; submeter o instrumento a um pr-teste para detectar possveis reformulaes ou correes, antes de sua aplicao.

Outros instrumentos usados em pesquisas descritivas, como a entrevista e a observao, embora no percorram rigorosamente os passos descritos, devem cercar-se das devidas precaues para evitar prejuzos pesquisa decorrentes de falhas na coleta de dados. 4.4.1 Entrevista

A entrevista no uma simples conversa. uma conversa orientada para um objetivo definido: recolher, por meio do interrogatrio do informante, dados para a pesquisa.

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A entrevista tornou-se, nos ltimos anos, um instrumento do qual se servem constantemente os pesquisadores em cincias sociais. Eles recorrem entrevista sempre que tm necessidade de obter dados que no podem ser encontrados em registros e fontes documentais e que podem ser fornecidos por certas pessoas. Esses dados sero utilizados tanto para o estudo de fatos como de casos ou de opinies. Devem-se adotar os seguintes critrios para o preparo e a realizao da entrevista: planejar a entrevista, delineando cuidadosamente o objetivo a ser alcanado; obter, sempre que possvel, algum conhecimento prvio acerca do entrevistado; marcar com antecedncia o local e o horrio da entrevista; qualquer transtorno poder comprometer os resultados da pesquisa; criar condies, isto , uma situao discreta, para a entrevista, pois ser mais fcil obter informaes espontneas e confidenciais de uma pessoa isolada do que de uma pessoa acompanhada ou em grupo; escolher o entrevistado de acordo com a sua familiaridade ou autoridade em relao ao assunto escolhido; fazer uma lista das questes, destacando as mais importantes; assegurar um nmero suficiente de entrevistados, o que depender da viabilidade da informao a ser obtida.

O entrevistado deve ser sempre previamente informado do motivo da entrevista e de sua escolha. O entrevistador deve obter e manter a confiana do entrevistado, evitando ser inoportuno, no interrompendo outras atividades de seu interesse nem o entrevistando quando estiver irritado, fatigado ou impaciente. Convm dispor-se a ouvir mais do que falar. O que interessa o que o informante tem a dizer. Deve-se dar o tempo necessrio para que o entrevistado discorra satisfatoriamente sobre o assunto. O entrevistador deve controlar a entrevista, reconduzindo, se necessrio, o entrevistado ao objeto da entrevista. Deve-se evitar perguntas diretas que precipitariam as informaes, deixando-a incompletas. conveniente apresentar primeiramente as perguntas que tenham menores probabilidades de provocar recusa ou produzir qualquer

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forma de negativismo, uma aps outra, a fim de no confundir o entrevistado. Sempre que possvel, conferir as respostas, mantendo-se alerta a eventuais contradies. Finalmente, o entrevistador no deve confiar demasiadamente em sua memria. Deve anotar, cuidadosamente, os dados, registrando-os sumariamente durante a entrevista e completando suas anotaes logo em seguida ou o mais breve possvel. Deve registrar tambm aqueles dados fornecidos aps a entrevista, quando considerados de importncia. Quando se h de recorrer entrevista? Recorre-se entrevista quando no houver fontes mais seguras para as informaes desejadas ou quando se quiser completar dados extrados de outras fontes. A entrevista possibilita registrar, alm disso, observaes sobre a aparncia, o comportamento e as atitudes do entrevistado. Da sua vantagem sobre o questionrio. Deve-se evitar recorrer entrevista para obter dados de valor incerto ou para obter informaes precisas, cuja validade dependeria de pesquisas ou de observaes controladas, tais como datas, relaes numricas etc. 4.4..2 Questionrio

O questionrio a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita medir com mais exatido o que se deseja. Em geral, a palavra questionrio refere-se a um meio de obter respostas s questes por uma frmula que o prprio informante preenche. Assim, qualquer pessoa que preencheu um pedido de trabalho teve a experincia de responder a um questionrio. Ele contm um conjunto de questes, todas logicamente relacionadas com um problema central. Todo questionrio deve ter natureza impessoal para assegurar uniformidade na avaliao de uma situao para outra. Possui vantagem de os respondentes se sentirem mais confiantes, dado o anonimato, o que possibilita coletar informaes e respostas mais reais (o que pode no acontecer na entrevista). Deve, ainda, ser limitado em sua extenso e finalidade. necessrio estabelecer, com critrio, as questes mais importantes a serem propostas e que interessam ser conhecidas, de acordo com os objetivos. Devem ser propostas perguntas que conduzam facilmente s respostas de forma a no insinuarem

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outras colocaes. Se o questionrio for respondido na ausncia do investigador, dever ser acompanhado de instrues minuciosas e especficas. O uso de perguntas abertas permite obter respostas livres. Exemplo: Do que voc mais gosta na cidade? J as perguntas fechadas permitem obter respostas mais precisas. Exemplo: Seu nvel de escolaridade :

( ) ensino fundamental ( ) ensino mdio

( ) graduao ( ) ps-graduao

As perguntas fechadas so padronizadas, de fcil aplicao, simples de codificar e analisar. As perguntas abertas, destinadas obteno de respostas livres, embora possibilitem recolher dados ou informaes mais ricos e variados, so codificadas e analisadas com mais facilidade. 4.4.3 Formulrio

O formulrio uma lista informal, catlogo ou inventrio, destinado coleta de dados resultantes quer de observaes quer de interrogaes, e seu preenchimento feito pelo prprio investigador. Entre as vantagens que o formulrio apresenta, podemos destacar a assistncia direta do investigador, a possibilidade de comportar perguntas mais complexas e a garantia da uniformidade na interpretao dos dados e dos critrios pelos quais so fornecidos. O formulrio pode ser aplicado a grupos heterogneos, inclusive a analfabetos, o que no ocorra com o questionrio. Uma vez colhidos os dados cientificamente, isto , por meio de tcnicas da observao controlada, passa-se sua codificao e tabulao (grficos, mapas, quadros estatsticos). Somente ento os dados so analisados e interpretados em funo das perguntas formuladas no incio ou das hipteses levantadas. A maioria das pessoas tem familiaridade com o formulrio, pois rgos pblicos, empresas privadas e bancos utilizam-se sistematicamente para cadastramento inicial de seus clientes, e esse instrumento de coleta de dados passa a ser a principal fonte de alimentao de seus bancos de dados.

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OBS: Neste item foram dadas as coordenadas que voc utilizar tanto para citar em seu projeto como ser o seu mtodo de pesquisa quanto para utilizar esses procedimentos na execuo de sua pesquisa e na elaborao do relatrio final.

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CAPTULO 55 - COMO ELABORAR UM PROJETO DE PESQUISA?Antes de iniciar sua pesquisa, voc dever traar o percurso que voc far durante a sua pesquisa, o que ser feito por meio do seu projeto de pesquisa, a ser entregue no stimo perodo. A elaborao do projeto de extrema importncia, pois a ele que voc ir recorrer durante a sua pesquisa, para se orientar em relao aos passos a serem seguidos durante a pesquisa. O seu projeto dever ter os seguintes tpicos:

1)TTULO DO TRABALHO 2) INTRODUO 3) OBJETIVOS 4) JUSTIFICATIVA 5) METODOLOGIA 6) CRONOGRAMA 7) ORAMENTO (se for o caso) 8) BIBLIOGRAFIA BSICA

Tais tpicos esto explicitados abaixo. Observe: 1 TTULO Corresponde ao tema e deve obedecer aos critrios de relevncia, viabilidade e originalidade. Deve resumir, de forma sucinta, o tema da pesquisa.

2INTRODUO

Voc dever determinar o tipo de enfoque, bem como sua extenso e profundidade, ou seja, dever delimitar o assunto de sua pesquisa.

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2.1 - O QUE FAZER? Contextualizar o assunto (problema a ser investigado) tratado. Formular o problema. Enunciar as hipteses. Definir os termos do problema e da hiptese. Estabelecer as bases tericas, isto , a relao que existe entre a teoria, a formulao do problema e o enunciado da hiptese.

3 OBJETIVOS: 3.1 Objetivo geral da pesquisa:

Definir, de modo geral, o que se pretende alcanar com a execuo da pesquisa (viso global e abrangente). 3.2 Objetivos especficos da pesquisa:

Fazer aplicao dos objetivos gerais a situaes particulares. Definir passo a passo o que voc far em sua pesquisa, isto , quais tpicos voc ir pesquisar para testar e responder a sua hiptese; resolver o problema que voc se props a pesquisar.

Nota: para formular os objetivos, usam-se verbos no infinitivo, tais como: pesquisar, descrever, esclarecer, comparar, contribuir para, promover etc. Para a descrio da metodologia, os verbos so empregados no tempo futuro.

4 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA:

4.1 - POR QU? PARA QU? E PARA QUEM FAZER? Motivos que justificam a pesquisa: motivos de ordem terica e de ordem prtica.

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Explicar por que foi escolhido o tema, por que relevante realizar tal pesquisa em que ela pode contribuir para a rea a que se destina.)

5 METODOLOGIA

Voc dever dizer quais mtodos e tcnicas que sero utilizados na pesquisa. Tambm dever citar quais os tericos que voc utilizar para embasar a sua pesquisa aconselhvel incluir um roteiro com as principais etapas da pesquisa.

5.1 ONDE? COMO?

Descrever o campo de observao com suas unidades de observao e variveis que interessam pesquisa:

- Populao com suas caractersticas. - Se for utilizar amostra, justificar, dando os motivos, e apresentar o modo como a amostra ser selecionada e suas caractersticas. -Local. -Unidades. -Quais as variveis que sero e como sero controladas. Qual o plano de experimento que ser utilizado.

5.2 - COM QU? Descrever o instrumento de pesquisa que vai ser utilizado. Que informaes se pretende obter com eles. Como o instrumento ser usado ou aplicado para obter estas informaes. 5.3 QUANTO? (utilizao de provas estatsticas) Quais as hipteses estatsticas enunciadas. Como os dados obtidos sero codificados.

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Que tabelas sero feitas e como sero feitas. Que provas estatsticas sero utilizadas para verificar as hipteses. Em que nvel de significncia. Reviso sobre a interpretao dos dados.

6CRONOGRAMA 6.1 QUANDO?

Definir o tempo que ser necessrio para executar o projeto, isto , para realizar a pesquisa, dividindo o processo em etapas e indicando que tempo necessrio para a realizao de cada etapa.

Por exemplo: Leitura bibliogrfica: maro, abril, maio Coleta de dados: abril e maio E assim sucessivamente. 7 ORAMENTO

7.1 - COM QUANTO FAZER E COMO PAGAR? (Plano de custos da pesquisa, se for o caso):

Prever os gastos que sero feitos com a realizao da pesquisa, especificando cada um deles. 8 BIBLIOGRAFIA BSICA

Fazer uma lista bibliogrfica que contenha obras referentes aos pressupostos tericos do tema ou ao seu embasamento terico. Esta bibliografia no precisa ser exaustiva, pois isso ser exigido no relatrio, mas dever ser organizada de acordo com

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as normas da ABNT. Dever, tambm, ser coerente com o tema, a justificativa, os objetivos e a metodologia e o cronograma de seu projeto.

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CAPTULO 66 AS PARTES DO RELATRIO DA PESQUISAEssa a fase final de todo esse processo da pesquisa. O relatrio dever conter as suas consideraes sobre os resultados da pesquisa realizada, dando em detalhes os objetivos, a justificativa, a metodologia usada, os dados obtidos, a anlise desses dados, as concluses a que voc chegou etc. Seguindo a atual nomenclatura proposta pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), na norma brasileira (NBR) n 14724, de 2005, a estrutura do trabalho acadmico (relatrio) dividida da seguinte forma:7 Elementos pr-textuais: elementos que antecedem o texto com informaes que ajudam na identificao e utilizao do trabalho. b) Elementos textuais: parte do trabalho em que exposta a matria. Deve ter trs partes fundamentais: introduo, desenvolvimento e concluso. A parte textual comporta tambm os elementos de apoio, constitudos por notas, citaes, tabelas, quadros e ilustraes, inseridos no corpo do texto. c) Elementos ps-textuais: elementos que complementam o trabalho (item 3.9) e que se dividem em obrigatrios, como as referncias bibliogrficas, e opcionais, como os glossrios, os apndices, os anexos e os ndices.

a)

Os elementos precisam ser considerados em suas duas dimenses: uma que diz respeito esttica do trabalho (aspectos grficos) e outra que se refere diviso estrutural das partes do trabalho.

7

A partir desse pargrafo at o final desse captulo, todas as informaes foram retiradas na ntegra de:

CERVO, Amado Lus; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Cientfica. 6 ed. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. p. 91-95 e p. 102 - 106.

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a) Aspectos grficos do trabalho acadmico: papel; impresso do texto; formatao (margens e espaos); numerao; ttulos, subttulos, divises e pargrafos.

b) Estrutura do trabalho acadmico: capa (obrigatrio); folha de rosto (obrigatrio); folha de dedicatria (opcional); folha de agradecimentos (opcional); epgrafe (opcional); resumo em lngua verncula (obrigatrio); lista de ilustraes (opcional); lista de tabelas (opcional); lista de abreviaturas e siglas(opcional); sumrio (obrigatrio); introduo (obrigatrio); desenvolvimento (obrigatrio); concluso (obrigatrio); referncias bibliogrficas (obrigatrio); apndices (opcional); anexos (opcional); ndices (opcional); glossrios (opcional).

c) Impresso do texto: Os programas de editorao de textos apresentam grande nmero de fontes, para as mais variadas aplicaes. Para a apresentao de trabalhos escolares e acadmicos,

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entretanto, deve-se optar por aquelas que melhor se assemelham chamada letra de forma. (...) Prefira sempre o tamanho 12 para a parte textual, no modo normal. Quando precisar de variaes, para reforar a esttica e a formatao do texto, adote os seguintes procedimentos: para as citaes at trs linhas, use sempre a forma normal da mesma fonte e deixe sempre entre aspas ..; para grifar, use sempre a mesma fonte na forma negrito ou itlico, sem aspas; para ttulos, use forma negrito, no tamanho 14 da mesma fonte; para subttulos, use a forma negrito, no tamanho 12 da mesma fonte; para notas de rodap e comentrios acima de trs linhas, utilize o tamanho 10 da mesma fonte.

MODELO DE CAPA PARA TRABALHOS ACADMICOS

Nome da instituio de ensino Nome da faculdade ou instituto Nome do departamento

Nome do autor do trabalho

Ttulo do trabalho: subttulo (se houver)

Local e data de aprovao

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MODELO DE FOLHA DE ROSTO PARA TRABALHOS ACADMICOS

Nome do autor do trabalho

Ttulo do trabalho: subttulo (se houver)

Monografia apresentada Faculdade de Administrao de Mariana como pr-requisito para a obteno do ttulo de Bacharel em Administrao, com Habilitao em Administrao de Empresas sob a orientao do (a) Prof(a). (Ms. ou Dr.) (Nome).

Nome do orientador (e do co-orientador, se houver) Prof (a). Ms/ Dr(a).

Local e data de apresentao do trabalho

MODELO DE FOLHA DE APROVAO PARA TRABALHOS ACADMICOSNome do autor do trabalho

Ttulo do trabalho: subttulo (se houver)

Monografia apresentada Faculdade de Administrao de Mariana como pr-requisito para a obteno do ttulo de Bacharel em Administrao, com Habilitao em Administrao de Empresas sob a orientao do (a) Prof(a). (Ms. ou Dr.) (Nome).

Banca Examinadora Prof(a). Ms./ Dr(a). ______________________________ Nome da instituio de origem Prof(a). Ms./ Dr(a). ______________________________ Nome da instituio de origem Prof(a). Ms./ Dr(a). ______________________________ Nome da instituio de origem

Local e data de apresentao do trabalho

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MODELO DE FOLHA DE DEDICATRIA PARA TRABALHOS ACADMICOS

Aos meus pais.

MODELO DE FOLHA DE AGRADECIMENTOS PARA TRABALHOS ACADMICOS

Agradeo aos professores do (ano, disciplina e curso), que com seus ensinamentos forneceram os estmulos e as orientaes necessrias para a elaborao deste trabalho.

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CAPTULO 77 - COMO ELABORAR O CONTEDO DA MONOGRAFIA7.1 ELEMENTOS TEXTUAIS: CONTEDO DO TRABALHO8

Os elementos textuais constituem a parte escrita, chamada corpo, que na verdade a alma do trabalho acadmico, cujo contedo distribudo conforme a seguir:

introduo; desenvolvimento; concluso.

Assim como a apresentao visual do trabalho requer cuidados por parte do aluno, a seleo, distribuio e tratamento do contedo deve se orientar por certos procedimentos capazes de expor e articular com clareza as idias de seu autor. natural que, depois do levantamento bibliogrfico, das leituras e das anotaes, o aluno tenha dvidas quanto melhor maneira de distribuir esse contedo ao longo da monografia. O que importante? Em que ordem colocar os assuntos? Como utilizar as anotaes efetuadas para melhor valorizar o texto com opinies e pareceres que evidenciem autoridade cientfica? Como dar monografia alguma fundamentao cientfica para que ela no fique parecendo um mero apanhado de idias desconexas? Nas sees a seguir, veremos, passo a passo, os seguintes tpicos:

como usar a linguagem cientfica na redao acadmica; como lidar, na redao, com as idias de senso comum; a estrutura e o contedo da introduo;

8

A partir desse item at o item 7.1.3 todo o contedo foi retirado de: CERVO, Amado Lus; BERVIAN,

Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Cientfica. 6 ed. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. p. 91-95 e p. 108 -111.

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como ordenar o contedo no desenvolvimento, que a parte mais extensa da monografia; como utilizar a concluso para assumir posturas diante do tema estudado e afirmar sua posio de independncia e autonomia intelectual. 7.1.1 O USO DA LINGUAGEM CIENTFICA

O autor, ao redigir o trabalho final, para apresentar os resultados de seu trabalho de pesquisa, precisa ter em mente que est escrevendo para dois pblicos distintos. Um pode ser chamado de pblico interno, pertencente s comunidades tcnicas, acadmicas e cientficas, composto de pessoas que tambm fazem pesquisa e que tambm escrevem. O outro o pblico externo, composto, no necessariamente, mas inclusive, de leigos, que podem ter interesse pelo assunto ou necessidade de leituras do gnero, mas que no dominam ou nem precisam dominar a linguagem tcnica, acadmica e cientfica. Ter isso em mente pode facilitar muito a escolha dos termos apropriados e a forma de apresent-los, como veremos a seguir.

a) Impessoalidade: todo trabalho acadmico, tcnico ou cientfico deve ter carter impessoal. Ele redigido na terceira pessoa, evitando-se referncias pessoais, como meu trabalho, meus estudos, minha tese. Utilizam-se, em tais casos, expresses como o presente trabalho, o presente estudo, mas no deixe de assumir a autoria das idias originais, argumentos inovadores ou teses polmicas, quando necessrio. O uso de ns, pretendendo indicar impessoalidade, igualmente desaconselhvel, embora tal construo possa aparecer quando se trata de marcar os resultados obtidos pessoalmente com uma pesquisa: somos de opinio que ..., julgamos que ..., chegamos concluso que ..., deduzimos que ... etc. b) Objetividade: o carter objetivo da linguagem que veicula conhecimentos cientficos resulta da prpria natureza da cincia. Por isso, essa linguagem impessoal e objetiva deve afastar do campo cientfico pontos de vista pessoais que deixem transparecer impresses subjetivas, no fundadas, sobre dados concretos. Expresses como eu penso, parece-me, parece ser e outras violam freqentemente o princpio da objetividade, indicando raciocnio subjetivo.

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Grande nmero de vocbulos e expresses d margem a interpretaes subjetivas; sua utilizao compromete o valor do trabalho. Veja alguns exemplos de comparao entre linguagem subjetiva e linguagem objetiva em pesquisa social:

linguagem subjetiva: a sala estava suja; linguagem objetiva: o entrevistado, enquanto falava, deixou cair as cinzas do cigarro no cho. Viam-se os restos de cigarros apagados e fragmentos de papel pelo cho; linguagem subjetiva: a sala era grande e espaosa; linguagem objetiva: a sala media 12m de comprimento por 8m de largura.

A linguagem cientfica deve, portanto, ser objetiva, precisa, isenta de qualquer ambigidade. Contrasta, nesse sentido, com a linguagem subjetiva, apreciativa, adequada a outros fins.

c) Modstia e cortesia: os resultados de um estudo ou pesquisa, quando cientificamente alcanados, impem-se por si mesmos. O pesquisador no deve, portanto, insinuar que os resultados de outros estudos ou pesquisas anteriores estejam cobertos de erros e incorrees. O prprio trabalho, por mais perfeito que seja, nem sempre est isento de erros. A cortesia trao importante de todo trabalho, sobretudo quando se trata de discordar dos resultados de outras pesquisas. cortesia sucede a modstia, quando o pesquisador se torna especialista em seu ramo. Ao adquirir conhecimentos profundos no setor de seu estudo especfico, o pesquisador no deve transmiti-los com ares absolutos de autoridade absoluta. Sua pesquisa impese por si mesma. A linguagem que a reveste limita-se descrio de seus passos e transmisso de seus resultados, testemunhando intrinsecamente a modstia e a cortesia essenciais a um bom trabalho. Sua finalidade expressar, e no impressionar.

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7.1.2 CARACTERSTICAS DA LINGUAGEM CIENTFICA

A linguagem, como instrumento de comunicao, pode desempenhar funes distintas. Convm indic-las aqui, pelo menos as principais, para que se tenha presente a funo caracterstica da linguagem cientfica. Salvador (1970, p.141) assim classifica as funes principais da linguagem- comunicao.

funo expressiva, adequada comunicao ou expresso de emoes, sentimentos ou vivncias psicolgicas; funo persuasiva, adequada ao discurso (retrico) que pretende usar sobre a vontade para dirigir a conduta dos homens, como na propaganda; funo informativa, adequada transmisso de conhecimentos e informaes.

Com respeito s formas de expresso, a linguagem-comunicao pode revestir-se de carter:

coloquial, prprio da linguagem comum; literrio, enquanto tem em vista objetivos estticos; tcnico, caracterstico da linguagem cientfica.

A linguagem cientfica nada tem de persuasiva ou de expressiva no sentido indicado; ela essencialmente informativa. Em suma, a linguagem cientfica informativa e tcnica, de ordem cognoscitiva e racional, firmada em dados concretos, a partir dos quais analisa, compara e sintetiza, argumenta, induz ou deduz e conclui. Distingue-se, portanto, da linguagem literria. Enquanto esta deve impressionar, agradando pela elegncia e pela evocao de valores estticos, aquela deve esclarecer pela fora dos argumentos; enquanto esta tem por nota distinta a subjetividade (estilo literrio), aquela tem por nota distintiva a objetividade (estilo cientfico).

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7.1.3 USO DO VOCABULRIO COMUM

Idias claras e precisas exprimem-se por meio de smbolos que as representem. Os smbolos convencionalmente aceitos e agrupados em um sistema constituem a linguagem. Tratando-se de linguagem cientfica, os smbolos empregados so aqueles que representam idias. Ocorre, entretanto, que nem todo smbolo ou palavra designa uma nica coisa ou corresponde a uma idia apenas. Cumpre por isso, para que a linguagem cientfica seja clara e precisa, escolher os termos mais adequados s idias que se quer exprimir e determinar sua significncia exata. O redator com pretenses tcnicas, acadmicas ou cientficas deve conhecer, em primeiro lugar, a significao exata dos termos empregados, conforme se encontra nos dicionrios, e determinar, em segundo lugar, a significao que recebe no contexto. Em uma redao cientfica, no se admite o uso dos termos em sentido figurado: devem ser empregados unicamente em sentido prprio, concreto e objetivo. Assim, o botnico se serviria do termo rosa para designar a flor da roseira, planta da famlia das rosceas, enquanto o poeta poderia utilizar o mesmo termo, em sentido figurado, para designar uma mulher formosa. 7.2 COMO ELABORAR A INTRODUO, O DESENVOLVIMENTO E A CONCLUSO DA MONOGRAFIA9 7.2.1 INTRODUO: CONCEITO E REQUISITOS NECESSRIOS

A parte introdutria abre o trabalho propriamente dito, anunciando o assunto, e supe a compreenso dele quanto a seu alcance, suas implicaes e seus limites. O leitor, quando se prope leitura de um texto, quer antes de tudo saber do que se trata. Satisfeita essa exigncia, ele deseja ser encaminhado para a compreenso exata do assunto focalizado. Deduzem-se dessas necessidades os requisitos imprescindveis a uma boa introduo:9

A partir desse tpico at o final desse captulo, todas as informaes foram retiradas de: CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia Cientfica. 6. ed. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

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a definio do tema; a indicao do problema e da hiptese; a indicao da metodologia de trabalho a ser seguida; a estrutura interna do trabalho, com indicao de como esto distribudos e organizados seus argumentos.

O mtodo para a elaborao da introduo busca mostrar como, na prtica, sero preenchidas essas exigncias fundamentais. 7.2.1.1. Sobre o tema Definir o tema consiste em anunciar sua idia geral e precisa. Isso ser feito logo no incio da introduo, tendo-se o cuidado de escolher bem os termos que envolvem a definio. Esquema da Introduo:

a) Anunciar o assunto: 1. Idia geral; 2. Delimitar; 3. Situar; 4. Mostrar a importncia; 5. Justificar; 6. Definir os termos; 7. Documentao 8. Metodologia

b) ... e como ser desenvolvido: 9. Idias-mestras do desenvolvimento; 10. Plano do desenvolvimento

Uma vez anunciado o tema, torna-se freqentemente necessrio delimit-lo, isto , indicar o aspecto especfico que ser focalizado (delimitao do assunto). Por vezes, o assunto anunciado e delimitado sob forma de problema ou pergunta. Levanta-se, nesse

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caso, uma ou mais hipteses que sero demonstradas posteriormente. Aos poucos, o leitor habilitado a penetrar na