MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA VIÁRIO … · exemplos de eficiente e eficaz gestão de...

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MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA VIÁRIO DO PARQUE NACIONAL DA SERRA DO ITAJAÍ FABIANA DE FAVERE (acadêmica do curso de ciências biológicas da Universidade Regional de Blumenau – FURB; Associação Catarinense de Preservação a Natureza ACAPRENA; Rua Antônio da Veiga, 140 – Sala D 107 – Caixa Postal 1507, CEP 89010-971 – Blumenau-SC; (47) 3321-0434; [email protected]) RUDIBERT BAADE (acadêmico do curso de ciências biológicas da FURB; Associação Catarinense de Preservação a Natureza - ACAPRENA) SERGIO FEUSER (Associação Catarinense de Preservação a Natureza – ACAPRENA; Prefeitura Municipal de Indaial) FABIANA DALLACORTE (bióloga; Associação Catarinense de Preservação a Natureza - ACAPRENA) KARIN SCHACHT (bióloga; Associação Catarinense de Preservação a Natureza – ACAPRENA)

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MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA VIÁRIO DO PARQUE NACIONAL DA SERRA DO ITAJAÍ

FABIANA DE FAVERE (acadêmica do curso de ciências biológicas da Universidade Regional de Blumenau – FURB; Associação Catarinense de Preservação a Natureza ACAPRENA; Rua Antônio da Veiga, 140 – Sala D 107 – Caixa Postal 1507, CEP 89010-971 – Blumenau-SC; (47) 3321-0434; [email protected])RUDIBERT BAADE (acadêmico do curso de ciências biológicas da FURB; Associação Catarinense de Preservação a Natureza - ACAPRENA)SERGIO FEUSER (Associação Catarinense de Preservação a Natureza – ACAPRENA; Prefeitura Municipal de Indaial)FABIANA DALLACORTE (bióloga; Associação Catarinense de Preservação a Natureza - ACAPRENA)KARIN SCHACHT (bióloga; Associação Catarinense de Preservação a Natureza – ACAPRENA)

MAPPING AND CHARACTERIZATION OF THE VIARY SYSTEM NATIONAL PARK OF SERRA DO ITAJAÍ

MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA VIÁRIO DO PARQUE NACIONAL DA SERRA DO ITAJAÍ

FABIANA DE FAVERE1 RUDIBERT BAADE2

SERGIO FEUSER3

KARIN SCHACHT4

FABIANA DALLACORTE5

Abstract

The present work aims to map the viary system that leads to National Park of Serra do Itajaí (NPSI), its internal roads and trails within the municipalities of Blumenau, Indaial, Apiúna and Botuverá, characterizing the main road and the secondary ones. The field data acquisition for all the different routes and interest points was performed in loco, making use of a GPS. On the easy access roads, the way was followed by car, but in places with restricted access or isolated by any kind of obstacle; the incursions were performed by foot. Around 400 Km were followed, including roads and trails within NPSI. It is estimated that about 50% of pathways total area have been already mapped until now. The work in loco, the mapping and the altitude profiles characterization are primordial for the enrichment of data collection process, possibiliting the indication of potentialities and perspectives of pathways use. These information are essential for establish management rules in conservation units.

Resumo

Este trabalho teve como objetivo mapear o sistema viário para acesso ao Parque Nacional da Serra do Itajaí (PNSI), suas estradas internas e trilhas nos municípios de Blumenau, Indaial, Apiúna e Botuverá, caracterizando a estrada principal e as secundárias . A aquisição dos dados em campo para todas as vias e pontos de interesse foram realizadas in loco com uso de GPS. Nas estradas de fácil acesso, o percurso foi realizado de carro, mas em locais de acesso restrito ou isolado por algum obstáculo na estrada, foram realizadas incursões a pé. Foram percorridos aproximadamente 400 km, abrangendo estradas e trilhas no interior do PNSI. Estima-se que foram mapeadas 50% da área total das vias. Os trabalhos realizados in loco, o mapeamento e a caracterização dos perfis de altitude são fundamentais para o enriquecimento no processo de coleta de dados, tornando possível indicar as potencialidades e as possibilidades de utilização das vias. Estas informações são essenciais para o estabelecimento de diretrizes para gestão em unidades de conservação.

1 Acadêmica do curso de ciências biológicas da Universidade Regional de Blumenau - FURB, Associação Catarinense de Preservação da Natureza - ACAPRENA.2 Acadêmico do curso de ciências biológicas da Universidade Regional de Blumenau - FURB, Associação Catarinense de Preservação da Natureza - ACAPRENA.3 Eng. Agrônomo Msc., Associação Catarinense de Preservação da Natureza - ACAPRENA, Prefeitura Municipal de Indaial.4 Bióloga, Associação Catarinense de Preservação da Natureza - ACAPRENA.5 Bióloga, Associação Catarinense de Preservação da Natureza - ACAPRENA.

Introdução

A Floresta Atlântica, que se estende ao longo da costa de 17 estados brasileiros, ocupando mais de 2.500 municípios desde Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, apresenta grande diversidade ambiental e social (Schäffer e Prochnow, 2002).

Este bioma ocupava 15% do território brasileiro, atualmente, sua cobertura florestal original reduziu-se a 7,84% (Campanili e Prochnow, 2006; Schäffer e Prochnow, 2002). Dentre os fatores que contribuem para a degradação destes ecossistemas podemos citar: a agricultura, pecuária, urbanização, industrialização e a mineração (Campanili e Prochnow, 2006; Gaplan, 1986).

A vegetação do estado de Santa Catarina foi, na sua maior parte, descaracterizada pela ação antrópica, desde a colonização através da exploração descontrolada das florestas para extração de madeira e atividades agro-pastoris (GAPLAN, 1986). O Estado era constituído por cerca de 95% de Floresta Atlântica, sendo que atualmente apresenta apenas 17% de toda a área restante (Campanili e Prochnow, 2006).

Para Schaik e Rijksen (2002), o fundamento da conservação da biodiversidade das florestas se encontra na criação de parques, já que estas Unidades de Conservação muitas vezes contém os únicos remanescentes de hábitats naturais.

O Parque Nacional da Serra do Itajaí (PNSI) situa-se inteiramente no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, compreendendo uma área de 57.374 ha e altitudes que variam de 80 a 1039 metros (Bacca, 2000). Abrange áreas dos municípios de Blumenau, Indaial, Botuverá, Gaspar, Vidal Ramos, Apiúna, Guabiruba, Ascurra e Presidente Nereu. Inserido ao PNSI, encontra-se o Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia, com 5.300 ha situado nas nascentes dos ribeirões Garcia em Blumenau e Espingarda em Indaial.

A elaboração do plano de manejo urge para que sejam definidas prioridades para a conservação e a gestão, permitindo a tomada de decisão embasada em premissas fortalecidas por dados científicos e entrelaçadas por consenso entre os sujeitos envolvidos no processo. É, portanto, uma oportunidade única do governo e da sociedade, apoiados por agências de fomento, de se tornarem o primeiro de muitos exemplos de eficiente e eficaz gestão de unidades de conservação no Brasil.

Este trabalho teve como objetivo mapear o sistema viário para acesso ao PNSI, suas estradas internas e trilhas nos municípios de Blumenau, Indaial, Apiúna e Botuverá, caracterizando as estradas principais e as secundárias.

Métodos

O principal mapa utilizado como referência foi a carta topográfica do IBGE (1980; 1981a; 1981b; 1974) que, apesar de não possuir os registros da maioria das estradas, se mostrou bastante precisa para determinação do relevo e da hidrografia da região. Foram utilizadas também imagens do satélite SPOT (3 m) para auxiliar o georreferenciamento.

A aquisição dos dados em campo para todas as vias e pontos de interesse foram realizadas in loco com uso de sistema de posicionamento global (GPS). Os dados foram coletados entre os meses de abril e agosto de 2006.

Nas estradas de fácil acesso, o percurso foi realizado de carro, mas em locais de acesso restrito ou isolado por algum obstáculo na estrada, foram realizadas incursões a pé (Figura 1).

Figura 1: Mapeamento das estradas secundárias do PNSI sendo realizada com incursões a pé.

Os pontos de interesse foram registrados em fotografia digital. Foram utilizados dois aparelhos para georreferenciamento, modelo Garmin Etrex Vista, com altímetro barométrico, o que permite traçar o perfil de altitude das vias. Os dados foram tratados no programa GPS TrackMaker e no ArcGIS.

Em relação aos tipos de vias percorridas, estas foram agrupadas pelas categorias estabelecidas por Favere et al. (2006), de acordo com as características de acesso e localização:

1. Estrada principal;2. Estradas secundárias;3. Vias no Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia.

Resultados

Foram percorridos aproximadamente 400 km nos municípios de Blumenau, Indaial, Apiúna e Botuverá, abrangendo estradas principais, secundárias e trilhas no interior do PNSI. Estima-se que foram mapeadas até agora 50% da área total das vias do PNSI (Figura 2).

Figura 2: Contorno do Parque Nacional da Serra do Itajaí e sistema viário, visto sobre imagem do satélite SPOT 3 m (Convênio de Cooperação técnica MMA/IBAMA/Prefeitura de Blumenau/ Prefeitura de Indaial/FURB).

A estrada principal e as vias secundárias mapeadas são caracterizadas de acordo com seu perfil de altitude, conforme segue:

Estrada Principal

A estrada principal do PNSI, com 43,067 km de extensão, tem início no bairro Progresso em Blumenau nas coordenadas latitude -26º 59' 38,25'', longitude -49º 07' 33,87'' e altitude 227 m, atravessando-o de nordeste à sudoeste, passando por Indaial até chegar no município de Apiúna, de latitude -27° 06' 33,00'', longitude -49° 17' 25,48'', e altitude 316 m (Figura 3). Ao longo desta estrada observam-se áreas preservadas, vegetação secundária em estágio inicial de regeneração com presença de pteridófitas e espécies pioneiras, áreas degradadas pelo cultivo e extração de espécies exóticas, áreas de pastagem, além de áreas de ocupação humana.

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0 km 4 km 8 km 12 km 16 km 20 km 24 km 28 km 32 km 36 km 40 km 44 km

Estrada PrincipalDistância total: 43,067 km

Mínima elevação: 90,021 mMáxima elevação: 746,601 m

Figura 3: Perfil de altitudes da Estrada Principal.

Faxinal do Bepe e Fazenda Santa Rita

A entrada do Faxinal do Bepe, em Indaial, situa-se nas coordenadas latitude -27° 05' 51,55'', longitude -49° 11' 38,12'' e altitude 711 m, dando acesso a Fazenda Santa Rita (Figura 4), caracterizada pela extensa presença de pastagem. Dentre as principais atividades econômicas podemos citar a pecuária, apicultura, cultivo de espécies exóticas, além de uma pequena pousada e uma pista de motocross. Nesta área se encontram as principais nascentes formadoras do Ribeirão Encano e do Ribeirão Warnow, que constituem as duas bacias hidrográficas mais importantes de Indaial.

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Faxinal do Bepe e Fazenda Santa RitaDistância total: 7,32 km

Mínima elevação: 618,265 mMáxima elevação: 806,683 m

Figura 4: Perfil de altitudes da estrada do Faxinal do Bepe e Fazenda Santa Rita.

Caminho de Botuverá

A partir da Fazenda Sta. Rita foi mapeada uma estrada no município de Botuverá a partir da latitude -27º 07' 51,09'', longitude -49º 12' 53,13'' e altitude 716 m (Figura 5). Foram percorridos aproximadamente 40 km no percurso, passando por áreas de apicultura, duas áreas de pastagem isoladas, com atividade pecuária (gado de corte). A estrada entre o Faxinal do Bepe e Botuverá é utilizada para trilhas de motocross. No percurso foram identificadas áreas de extração ilegal de palmito e vestígios de caçadores. A área de pastagem é atravessada pelo Ribeirão da Anta e seu afluente.

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0 km 2 km 4 km 6 km 8 km 10 km 12 km 14 km 16 km 18 km 20 km 22 kmCaminho de BotuveráDistância total: 21,287 km

Mínima elevação: 462,051 mMáxima elevação: 813,893 m

Figura 5: Perfil de altitudes do Caminho de Botuverá.

Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia

O Parque das Nascentes é um Parque Natural Municipal que se encontra inserido na área do PNSI na latitude -27º 03' 11,91'', longitude -49º 05' 07,31'' e altitude 224 m. Pelo fato de ter sido criado anteriormente ao Decreto, ele possui certa infra-estrutura, apresentando em seu interior áreas destinadas especificamente para: camping, hospedagem, áreas de pesquisa científica e quiosques, que aos finais de semana atendem os visitantes. Existem ainda trilhas devidamente sinalizadas, destinadas ao ecoturismo. As vias georreferenciadas foram as seguintes: Trilha das Lagoas; Trilha do Morro do Sapo; Trilha da Chuva; Trilha do Oito e a estrada principal do Parque das Nascentes, Terceira Vargem (Figura 6).

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Sede do Parque das Nascentes - Terceira VargemDistância total: 9,736 km

Mínima elevação: 294,781 mMáxima elevação: 689,883 m

Figura 6: Perfil de altitudes da estrada da Terceira Vargem, no Parque Natural Municipal das Nascentes do Garcia.

Vale do Encano

A entrada do Vale do Encano, em Indaial, situa-se nas coordenadas latitude -27° 01' 20,59'', longitude -49° 09' 40,79'' e altitude 258 m (Figura 7). Esta área abrange desde a Foz do Ribeirão Espingarda até a Foz do Ribeirão Espinho, ambos afluentes do Ribeirão Encano. As estradas desta região atravessam o Ribeirão Encano, sendo que a vegetação apresenta muita influência antrópica, com ausência de floresta ciliar em vários pontos e, mesmo nas encostas, aparenta ser vegetação secundária em estágio inicial ou intermediário de regeneração. O local caracteriza-se pela presença de

pequenas áreas de pastagem com pecuária, atividade de apicultura distribuída em vários pontos, plantio de espécies florestais exóticas, construções, como casas e ranchos.

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Vale do EncanoDistância total: 9,17 km

Mínima elevação: 221,721 mMáxima elevação: 484,642 m

Figura 7: Perfil de altitudes da estrada do Vale do Encano.

Vale do Warnow

A entrada do Vale do Warnow, no município de Indaial, localiza-se na latitude -27° 01' 32,27'', longitude -49° 16' 29,97'' a 282 m de altitude (Figura 8). Esta região caracteriza-se pela intensa exploração de espécies florestais exóticas, além de construções e grande densidade viária, constituída por estradas secundárias que dão acesso aos talhões de exploração das referidas espécies.

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Vale do WarnowDistância total: 9,443 km

Mínima elevação: 271,71 mMáxima elevação: 691,325 m

Figura 8: Perfil de altitudes da estrada do Vale do Warnow.

Discussão

A maioria das estradas analisadas foram construídas na época do início da colonização da região e, tinham como principais objetivos, o acesso as propriedades da região e a extração de madeira. Estas mesmas estradas são ainda utilizadas para o desenvolvimento de outras atividades como pecuária, apicultura, cultivo de espécies florestais exóticas. De acordo com Lechner (2006), em Unidades de Conservação, muitas vias são locadas mais por tradição do que por planejamento, em antigos caminhos de exploração madeireira ou de transporte rural. Muitas vezes estes caminhos

não são construídos com drenagem adequada, declividade ou medidas de contenção de erosão (Lechner, 2006).

Para o mapeamento das vias utilizou-se como referência, as imagens de satélite (SPOT 3m), informações de moradores da área, além das cartas topográficas do IBGE (1980; 1981a, 1981b; 1974), que se mostraram bastante desatualizadas. Martini et al. ([2004]), também observaram que as imagens de satélite, hidrografia da Agência Nacional de Águas (ANA) e as cartas topográficas forneciam informações insuficientes para o desenvolvimento de suas atividades, o que exigia a utilização de outros recursos para tal. A metodologia adotada na execução do trabalho corrobora com Lechner (2006) que afirma que o trabalho em campo é a melhor maneira de se obter dados, de preferência realizado em vários períodos do ano, para se estabelecer com mais eficiência a caracterização e classificação das vias.

O mapeamento das vias com GPS e sua caracterização realizadas in loco são importantes para definir a declividade, a extensão e o estado em que se encontram estas estradas. Aguiar et al. (2003) e Rocha et al. (2006) também utilizaram metodologias semelhantes para o mapeamento e caracterização de vias, definindo o grau de dificuldade de trilhas por meio da declividade.

Tendo como base as altitudes das vias registradas no GPS, é possível traçar um perfil de altitude, estabelecendo os pontos mais elevados e menos elevados, além das distâncias dos aclives e declives. Estes parâmetros são importantes para auxiliar no estabelecimento dos graus de dificuldade e fatores limitantes de acesso.

Por meio dos perfis de altitude é possível estabelecer quais vias existentes serão mantidas levando em consideração a topografia, os problemas de drenagem, os processos erosivos locais e distância com relação aos corpos d’água (Lechner, 2006).

Conclusões

Os trabalhos realizados in loco, o mapeamento e a caracterização dos perfis de altitude são fundamentais para o enriquecimento no processo de coleta de dados, tornando possível indicar as potencialidades e as possibilidades de utilização das vias. Estas informações são essenciais para o estabelecimento de diretrizes para gestão em unidades de conservação.

Referências Bibliográficas

Aguiar, C. R. de et al. 2003. Mapeamento das trilhas ecoturísticas e integração de dados geográficos do parque estadual da Ilha Anchieta. In: XXI Congresso Brasileiro de Cartografia, Anais eletrônicos..., Belo Horizonte. p. 129/C26. Sociedade Brasileira de Cartografia. Disponível em: <www.cartografia.org.br/xxi_cbc/129-C26.pdf>. Acesso em: 14/10/2006.

Bacca, L. E. 2000. Considerações e opiniões sobre a questão ambiental: o caso de Blumenau – SC. Dynamis: revista tecno-científica 8 (33): 36-56.

Campanili, M., PROCHNOW, M. 2006. Mata Atlântica: uma rede pela floresta. RMA. Brasília.

Favere, F. de, Baade, Rudibert, Feuser, S., Schacht K. Dallacorte, F. 2006. Análise da potencialidade paisagística do Parque Nacional da Serra do Itajaí para atividades de educação ambiental. In: XIII Simpósio sul-brasileiro de Ensino de Ciências, [Anais...], Blumenau. Universidade Regional de Blumenau. No prelo.

Gabinete de Planejamento e Coordenação Geral (GAPLAN). 1986. Atlas de Santa Catarina. Rio de Janeiro.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBAMA). 1980. Apiúna [carta topográfica]. Rio de Janeiro. Escala: 1:50.000.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBAMA). 1981a. Blumenau [carta topográfica]. Rio de Janeiro. Escala: 1:50.000.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBAMA). 1974. Botuverá [carta topográfica]. Rio de Janeiro. Escala: 1:50.000.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBAMA). 1981b. Timbó [carta topográfica]. Rio de Janeiro. Escala: 1:50.000.

Lechner, L. 2006. Planejamento, implantação e manejo de trilhas em Unidades de Conservação. Caderno de Conservação 3 (3).

Martini, P. R., Vieira R.M.S.P., Valles, G.F., Leite F.A., Arduino R.G.C., Pizano, M. [2004]. Sensoriamento remoto da trilha de Anhanguera: mapeando o percurso de um pioneiro no Brasil do século XVIII. Disponível em: <www.dgi.inpe.br/usr/eusisser-4/Martini/Artigo_INPEPTV.pdf>. Acesso em: 14/10/2006.

Rocha, C. H. B., Fontoura, L. M., Fontoura L. M., Simiqueli R. F., Pereira, G de M., Manoel J. da S. 2006. Mapeamento e classificação de trilhas em parques florestais com uso do GPS: aplicação no Parque Estadual de Ibitipoca/MG. In: Congresso Brasileiro de Cadastro Técnico Multifinalitário, Anais eletrônicos..., Florianópolis. Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em: <geodesia.ufsc.br/Geodesia-online/arquivo/cobrac_2006/177.pdf>. Acesso em: 14/10/2006.

Schäffer, W. B., Prochnow M. 2002. Mata Atlântica e você: como preservar, recuperar e se beneficiar da mais ameaçada floresta brasileira. APREMAVI. Brasília.

Schaik, C. van., Rijksen, H. D. 2002. Projetos Integrados de Conservação e Desenvolvimento: Problemas e Potenciais. In: Terborgh, J., Schaik, C. van., Davenport, L., Rao, M. (organizadores). Tornando os Parques Eficientes: estratégias para conservação da natureza nos trópicos. Pp. 37-52. UFPR/Fundação O Boticário. Curitiba.

Agradecimentos

Órgão financiador: Ministério do Meio Ambiente - PDA Mata Atlântica.

Prefeitura Municipal de Indaial.