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MENSAGEM MENSAL n. 12 — 2015 24 dezembro MARIA EXORTA-NOS A SERMOS PORTADORES DE PAZ E DE ESPERANÇA Esta mensagem chega a vocês neste tempo de graças do Ano Santo da Misericórdia, querido por Papa Francisco e aberto no dia 8 de dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Conceição. O ano jubilar é um grande dom de esperança e de paz em um tempo muito difícil, quando a paz está em grande perigo em muitas partes do mundo, e quando encontramos inquietude na vida de muitos homens e mulheres, que têm o coração carregado de devassidões, problemas e preocupações. Em particular afeta o poder devastador do ódio e do mal que se estende como uma nuvem tóxica sobre a face da terra, gerando tanto sofrimento e criando novas formas de pobreza e de injustiça. Diante de nossos olhos temos a cada dia, guerras, terrorismo, maldades, que geram morte, ruínas. Acima de tudo, Papa Francisco recorda o mal desenfreado da corrupção “Esta praga putrefata da sociedade é um pecado grave que brada aos céus, porque mina as próprias bases da vida pessoal e social. A corrupção impede de olhar para o futuro com esperança, porque, com a sua prepotência e avidez, destrói os projetos dos fracos e esmaga os mais pobres. É um mal que se esconde nos gestos diários para se estender depois aos escândalos públicos. A corrupção é uma contumácia no pecado, que pretende substituir Deus pela ilusão do dinheiro como forma de poder. É uma obra das trevas, alimentada pela suspeita e a intriga... Se não se combate abertamente, mais cedo ou mais tarde torna-nos cúmplices e destrói-nos a vida” (Misericordiae vultus 19). Por trás de tudo isto há a ação desonesta e assassina de satanás, que, com a mentira e o ódio, quer a destruição da humanidade e do mundo com um poder esmagador e incontrolável. Maria, Imaculada e Auxiliadora, exorta-nos a sermos firmes na fé e perseverantes na oração, a sermos portadores de paz e de esperança, conscientes de que Ela reza conosco e por nós e está na linha de frente na luta contra Satanás, desde o início da história. “ Depois do pecado de Adão e Eva, Deus não quis deixar a humanidade sozinha e à mercê do mal. Por isso, pensou e quis Maria santa e imaculada no amor (cf. Ef 1,4), para que Se tornasse a Mãe do Redentor do homem. Perante a gravidade do pecado, Deus responde com a plenitude do perdão. A misericórdia será sempre maior do que qualquer pecado, e ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que perdoa” (Misericordiae vultus 3). Unam-se em oração e tudo o mais, a divisão das famílias, os erros no clero, as guerras e tudo quanto conduz o mundo a uma aparente ruína será massacrado. Desejamos a todos os nossos associados e grupos da ADMA, um Santo Natal, vivido na escola de Maria, como portadores de paz e de esperança em nossas famílias e nos locais onde vivemos. Desejamo-lhes um feliz e fecundo 2016, acompanhados pela Estréia do Reitor-Mor, Pe. Angel Fernandez Artime, COM JESUS, percorramos juntos a aventura do Espírito! Sr. Lucca Tullio, Presidente Pe. Pierluigi Cameroni SDB, Animador espiritual

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MENSAGEM MENSAL n. 12 — 2015

24 dezembro

MARIA EXORTA-NOS A SERMOS PORTADORES DE PAZ E DE ESPERANÇA

Esta mensagem chega a vocês neste tempo de graças do Ano Santo da Misericórdia, querido por Papa Francisco e aberto no dia 8 de dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Conceição. O ano jubilar é um grande dom de esperança e de paz em um tempo muito difícil, quando a paz está em grande perigo em muitas partes do mundo, e quando encontramos inquietude na vida de muitos homens e mulheres, que têm o coração carregado de devassidões, problemas e preocupações. Em particular afeta o poder devastador do ódio e do mal que se estende como uma nuvem tóxica sobre a face da terra, gerando tanto

sofrimento e criando novas formas de pobreza e de injustiça. Diante de nossos olhos temos a cada dia, guerras, terrorismo, maldades, que geram morte, ruínas. Acima de tudo, Papa Francisco recorda o mal desenfreado da corrupção “Esta praga putrefata da sociedade é um pecado grave que brada aos céus, porque mina as próprias bases da vida pessoal e social. A corrupção impede de olhar para o futuro com esperança, porque, com a sua prepotência e avidez, destrói os projetos dos fracos e esmaga os mais pobres. É um mal que se esconde nos gestos diários para se estender depois aos escândalos públicos. A corrupção é uma contumácia no pecado, que pretende substituir Deus pela ilusão do dinheiro como forma de poder. É uma obra das trevas, alimentada pela suspeita e a intriga... Se não se combate abertamente, mais cedo ou mais tarde torna-nos cúmplices e destrói-nos a vida” (Misericordiae vultus 19). Por trás de tudo isto há a ação desonesta e assassina de satanás, que, com a mentira e o ódio, quer a destruição da humanidade e do mundo com um poder esmagador e incontrolável. Maria, Imaculada e Auxiliadora, exorta-nos a sermos firmes na fé e perseverantes na oração, a sermos portadores de paz e de esperança, conscientes de que Ela reza conosco e por nós e está na linha de frente na luta contra Satanás, desde o início da história. “Depois do pecado de Adão e Eva, Deus não quis deixar a humanidade sozinha e à mercê do mal. Por isso, pensou e quis Maria santa e imaculada no amor (cf. Ef 1,4), para que Se tornasse a Mãe do Redentor do homem. Perante a gravidade do pecado, Deus responde com a plenitude do perdão. A misericórdia será sempre maior do que qualquer pecado, e ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que perdoa” (Misericordiae vultus 3). Unam-se em oração e tudo o mais, a divisão das famílias, os erros no clero, as guerras e tudo quanto conduz o mundo a uma aparente ruína será massacrado. Desejamos a todos os nossos associados e grupos da ADMA, um Santo Natal, vivido na escola de Maria, como portadores de paz e de esperança em nossas famílias e nos locais onde vivemos. Desejamo-lhes um feliz e fecundo 2016, acompanhados pela Estréia do Reitor-Mor, Pe. Angel Fernandez Artime, COM JESUS, percorramos juntos a aventura do Espírito!

Sr. Lucca Tullio, Presidente Pe. Pierluigi Cameroni SDB, Animador espiritual

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Colocar-se a caminho No dia 8 de dezembro, solenidade da Imaculada Conceição de Maria, o Papa abriu o Jubileu da Misericórdia. Esta festa litúrgica, de fato, recorda-nos “o modo de agir de Deus desde os primórdios da nossa história. Depois do pecado de Adão e Eva, Deus não quis deixar a humanidade sozinha e à mercê do mal. Por isso, pensou e quis Maria santa e imaculada no amor (Ef 1,4), para que Se tornasse a Mãe do Redentor do homem”. Como o primeiro homem, Adão, foi formado pela “terra virgem”, ainda não cultivada (Gen 2,5.7), assim na “plenitude dos tempos” o Cristo, o Novo Adão, foi formado pelo Pai e pelo Espírito no seio virginal de Maria (Gal 4,4), e todos aqueles que são unidos a Ele pelo Batismo, em sendo descendentes do primeiro Adão, tornam-se “novas criaturas” (2 Cor 5,17). A todo pecado Deus responde “com a plenitude do perdão. A misericórdia será sempre maior do que todo pecado, e ninguém pode por um limite ao amor de Deus que perdoa” (MV 3). Esta renovação, que viu na morte e ressurreição de Cristo o seu momento decisivo, ainda não se concluiu: os homens e as mulheres de todo tempo, de fato, são chamados a fazer parte dela. Cada um deve escolher, em primeira pessoa, se acolher o dom de Deus e tornar-se “filho da luz”, ou se ficar nas trevas (Ef 5,6-20). O fato de que a porta da Misericórdia fica aberta uma vez por todas em Maria, para fazer entrar Deus no mundo, e em Jesus crucificado, para fazer o mundo entrar em Deus, não significa, então, que agora tudo já esteja pronto. Em primeiro lugar, é necessário reconhecer que “eu sou dividido em mim mesmo”, que em mim habita, com certeza, o Espírito de Deus, assim como em Maria, mas ao mesmo tempo, de alguma forma sou ainda enfeitiçado pela serpente, e, que, por isto mesmo, “toda a vida humana, seja ela individual ou coletiva, apresenta as características de uma luta dramática entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas” (Gaudium et Spes 13). Trata-se, de fato, de uma dialética contínua, na qual duas dimensões – escreve Moioli - “ estão sempre presentes e operantes. Por isto, a conversão jamais se trata de um só momento. Quanto mais profunda for a autenticidade da experiência de Deus, tanto mais clara será a percepção de quanto Deus teve que fazer para encontrar um estranho e colocá-lo em comunhão com Ele, e tanto mais claro será o sentido do pedido de perdão... Por isto a conversão torna-se uma atitude espiritual que jamais se esgota em um só momento, mas é para toda uma vida”: um caminho do “antigo” ao “novo” , das “trevas” à “luz”, de Eva a Maria. Perguntemo-nos: sinto a exigência de estar em atitude de contínua disponibilidade à conversão? Como vivo o sacramento da Confissão? As trevas do pecado O paralelo Eva-Maria pode nos ajudar a entender mais profundamente o que somos por causa do pecado e em que podemos nos tornar, se, como Maria, nos abrirmos sem reservas à ação do Espírito Santo. Para fazer isto, deixemo-nos guiar por uma pequena gravura, em um Missal do século XIII, que retrata as duas mulheres realizando os gestos que mais as caracterizam: Eva estende a mão para apanhar o fruto proibido que a Serpente lhe oferece; Maria estende os braços para acolher, diretamente de Deus, o fruto do amor do Pai, o pequeno Jesus. Ambos os casos são relativos a um fruto, ou seja, relativos ao mistério da fecundidade, da origem da vida e de seu fim: ambas as mulheres são chamadas a escolher a maneira mais adequada para participar. Justamente nesta escolha é que está a diferença: aceitar agora ou esperar o momento oportuno? Por detrás do diferente gesto da mão, está uma atitude interior diferente em relação a Deus e seus dons, da qual surgem consequências de vida ou

Com Maria e como Maria

Regenerados em Sua Misericórdia

4. Eva, Maria e o caminho da misericórdia

Irmã Linda Pocher FMA

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de morte para toda a humanidade: os descendentes de Eva, orgulhosos e ingratos, são destinados a “retornarem ao pó”, os de Maria, humildes e gratos, à ressurreição e à vida. Poder-se-ía objetar que a escolha de Eva fora causada justamente pela proibição colocada por Deus: com que objetivo, de fato, se cria e depois se proibe um fruto, que parece tão “bom”, “agradável”, “desejável” (Gen 2,16-3,13)? A própria pergunta ressoa frequentemente com força em nosso coração: porque proibir nós mesmos de controlarmos a nossa vida? Por que não eliminar tudo o que se trata de renúncia e otimizar aquilo que é prazer, bem estar? A indisponibilidade dos frutos da árvore é, na verdade, polivalente: poderia ser protetora (os frutos não estão maduros, ou para colhê-los são necessárias “mãos especialistas”); poderia preparar um dom maior, uma surpresa, como se faz com as crianças, quando se quer evitar que avancem e aprendam a gratidão e a gratuidade (está já colhido um cesto cheio de frutas, mas nos requer paciência); poderia ser, enfim, indícios da desonestidade do Criador que reserva só para si as coisas melhores. Diante de tal conflito de interpretações, um casal humano se encontra posto em prova: confiar no Criador ou não? É justamente nisto que é preciso fazer uma escolha, se insinua o tentador, que induz a ver no comando divino uma proibição insuportavelmente injusta. E assim Eva “pega” e “come” e arrasta consigo também Adão. Santo Irineu descreve Adão e Eva como um casal de adolescentes que, por causa de sua fragilidade e inexperiência, cai facilmente na trama da serpente! Isso não acontece também conosco quando sendo frágeis e espiritualmente imaturos nos sentimos capazes de julgar tudo por nós mesmos, também contra o juízo da Palavra de Deus e da doutrina da Igreja? Depois de ter comido o fruto, os olhos de Adão e Eva “se abrem” de verdade segundo a palavra da serpente, mas, grande desilusão, eles não se tornam absolutamente “como Deus”, pelo contrário, tornam-se de repente conscientes de estarem “nus”, ou frágeis, vulneráveis. Por isto ficam envergonhados em se mostrar um ao outro como são e têm medo de serem vistos por Deus. Aquele Deus que formou os seus ossos, teceu suas vísceras e lhes doara o sopro da vida, agora é visto como crescente ameaça à sua liberdade, e quando Ele, por fim, os encontra, nenhum dos dois tem coragem de assumir a responsabilidade pelo que aconteceu: Adão culpa a mulher, a mulher culpa a serpente. Perdeu-se a harmonia entre eles: as consequências da ruptura consumada com Deus se reflete de maneira ruim no relacionamento do casal, em seus descendentes e em toda a criação. Mas o que mais interessa aqui é que o pecado praticamente “desligou a luz”: porque o amor foi substituído em primeiro lugar pela ilusão de se poder substituir Deus e depois, pela desilusão de não conseguirem isto; Adão e Eva são, sim, culpados, mas não são capazes de admití-lo, e nem mesmo são capazes de pedirem, e nem de acolherem a Sua misericórdia. Agora, este é o ponto de partida para cada um de nós, é o meu ponto de partida: eu me esforço para admitir e reconhecer que pequei. Por isto São João repete com força aos primeiros cristãos que “se dizemos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós” e, além disso, fazemos de Deus que nos adverte, um “mentiroso”, mostrando assim, que “a sua palavra não está em nós” (1 Jo 1,8.10). Por isso Jesus se irrita tanto com os fariseus que "pensam que são justos" (Lc 16,15; 18,9). No coração de todo cristão participante habita, mais ou menos escondido, um fariseu, aquele que quer parecer estar certo, mas sem esforço, sem ter que se converter! Perguntemo-nos: há pecados que me esforço a admitir, que jamais confessei ou que não quero confessar, por orgulho ou porque “então não muda nada”? Abrir-se à luz, como Maria Edith Stein, comentando sobre a condenação à serpente (Gen 3,15), enfatiza como, através desta foi confiado à Eva e a toda mulher, a missão particular de lutar contra o mal, e por conseguinte, a obra

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preparatória para a reintegração da vida. “Deus me dera um filho”, disse Eva, quando teve a primeira criança: é como o pressentimento de uma bênção dada pelo filho. Por isto, também, em seguida, todas as mulheres de Israel viram a sua vocação nisto: dar vida a uma posteridade que veria o dia da salvação”. Nesta posteridade está Maria, Ela, de fato, além de ter recebido de Deus o grande privilégio da conceição imaculada – que significa não ser tocada pelas consequências do pecado original – também soube fazer um tesouro, da experiência amadurecida por seu Povo: Deus, apesar de tudo, permanece fiel, não confunde e não desilude. Estando enraizada nesta certeza, Maria se torna cada vez mais dócil à ação do Espírito Santo, e, ao contrário de Eva, persevera na confiança no Criador, também quando se encontra colocada à prova em situações aparentemente “injustas” (Mt 1,18-19; Mc 3,31-35;...). João Paulo II, apresentando Maria como a “primeira aliada de Deus contra satanás e o mal” encoraja as mulheres que “como Eva possam vir a ceder à sedução de satanás” a descobrirem na solidariedade com Maria “uma força superior para combater o inimigo, tornando-se as primeiras aliadas de Deus no caminho da salvação”. Colaboração que se pode dar de muitas formas: “na assiduidade das mulheres à oração pessoal e ao culto litúrgico, no serviço da catequese e no testemunho da caridade, nas numerosas vocações femininas à vida consagrada, na educação religiosa em família”. A mulher, em suma, sendo na terra o seio e a custódia da vida, foi a primeira a ser atirada à armadilha do inimigo, não deve temer também ser a primeira a enfrentar o trabalho de conversão!Misteriosamente, mas de maneira eficaz, o Senhor fará serem revertidos para a conversão do mundo os frutos de cada sacrifício seu, grande ou

pequeno. Os meios concretos para entrar neste caminho são principalmente dois: a oração cotidiana com a Palavra de Deus da qual nos vem a luz para reconhecermos os nossos pecados – e a celebração pontual da Confissão – ao menos uma vez ao mês. Escutando a Palavra e confessando os pecados, de fato, entregamos as chaves de nosso coração nas mãos do Espírito de Deus, para que Ele possa finalmente estar livre para entrar, iluminar, reabilitar e arrumar a nossa casa interior com a doce força de sua Misericórdia. O medo de colocar à vista nossa miséria é uma tentação, com a qual o inimigo procura nos deixar longe do amor de Deus! Também nisto Maria Imaculada nos abre o caminho: ela que é sem pecado, não tem medo de estar às claras na frente Dele, e nos mostra assim, que também quando as aparências podem nos parecer contrárias, pelo toque de Deus, e por seu olhar sobre nossa nudez,

não pode vir senão o bem! Madre Mazzarello, que inicialmente provava profunda “repugnância” pela confissão, é testemunha desta verdade. Assim que compreendeu que a confissão frequente é “meio mais eficaz para conhecermos os nossos defeitos e corrigi-los e para progredirmos na virtude”, com grande determinação iniciou – contra a própria repugnância! - a confessar-se regularmente com Pe. Pestarino. Apesar de seu caráter orgulhoso e impetuoso, graças à direção do sábio sacerdote e à uma “forte e firme intenção, auxiliada pela graça de Deus, chegou bem depressa ao pleno domínio de si e de seus atos. E passou a viver com toda a pureza de consciência”, evitando tudo o que pudesse ferir o coração de Deus e do próximo. Um pequeno “exercício espiritual” para colocar as chaves do coração nas mãos de Deus: todos os dias, na oração, dou a Deus a permissão de entrar e levar a sua luz, custe o que custar, também para os cantos mais escuros de meu coração!

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NOTÍCIAS DA FAMÍLIA

TURIM – CONSELHO DA ADMA PRIMÁRIA (PRIMEIRA PARTE) Domingo, 1º de novembro, solenidade de Todos os Santos, os membros do Conselho da ADMA Primária, com suas famílias, encontraram-se para um dia todo de partilha. À luz e graça do VII Congresso Internacional de Maria Auxiliadora, celebrado agosto passado em Turim, e refletindo sobre a experiência partilhada nestes anos, cada um procurou responder a estas perguntas: - O que significa fazer parte da ADMA, para mim e para minha família? - Na vida da Associação, que aspecto considero importante cuidarmos mais? Pe. Pierluigi: olhando para o caminho percorrido imediatamente salta aos olhos como se nunca tivéssemos feito um grande cronograma, mas como se procurou ficar à escuta da Vontade de Deus... E na verdade, parece que Nossa Senhora nos inspirara de vez em quando sobre o caminho a percorrermos. Dom Bosco foi profeta, fundou a ADMA porque via que a fé em Deus estava em crise. Percebia que a Igreja estava entrando em um período muito difícil. A ADMA foi renovada com a família, com as famílias; foi uma ordem do Reitor-Mor Pe. Pascual Chavez após o Congresso do México, e pouco a pouco se procurou responder a este desejo do Reitor -Mor, confirmado também por Pe. Angel Fernández Artime. Agora precisamos dar um passo à frente: crescer mais em relação à verdade, consigo mesmo e nos relacionamentos. Todo mundo sabe que qualquer relacionamento que não seja pautado na verdade, cedo ou tarde, explode: quer seja na vida de casal, quer seja na direção espiritual, quer seja na caminhada dos grupos. Não devemos nos deixar acomodar em uma situação de conveniência. Sempre se deve ter caminho e dinamismo, nas coisas de Deus, caso contrário, se fica à “deriva funcional”, torna-se burocrático; talvez consigamos ser até mesmo ótimos organizadores e gerentes, mas, sem fazer as coisas com o coração, sem amor. É preciso qualificar os nossos relacionamentos com processos de verdade, que é o fermento que dá sentido a tudo. Vemos demais à nossa volta situações de corrupção, mentira e desagregação... não queremos cair nesta mesma armadilha. Um outro destaque é a dimensão apostólica, que está na base do Regulamento escrito por Dom Bosco: a ADMA é para o povo de Deus. Devemos nos perguntar como fazemos para animar e acompanhar os grupos, na Itália e no mundo. A referência subjacente é ao Regulamento e à Carta de Identidade da Família Salesiana. Pensemos por exemplo em como reuní-los de forma graficamente atraente, para depois podermos entregar a todos os novos associados no dia do ingresso à Associação. Valorizemos melhor a ADMAonline, instrumento providencial de formação e de comunhão. Rocco: entrei na ADMA quando minha mãe faleceu. Maria tornou-se minha mãe e sempre é minha referência e a minha consolação em todas as coisas. Valdocco é referência para o caminho de oração e para viver a confiança em Maria. Barbara: Maria é a casa para a qual retornar sempre. A ADMA é caminho de fé apostólico com o auxílio de Maria. Consola-me muito o pensamento de uma vida vivida sob o manto de Maria.

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Giovanni: para mim a ADMA é fonte e ponto de chegada do cotidiano. Agrada-me a simplicidade com a qual se pode propor o caminho da ADMA às famílias, como a “porta de entrada” na grande Família Salesiana. A pertença deve ser vivda em círculos concêntricos, respeitando o percurso e os tempos de cada um.. Um exemplo de ingresso pode ser o Terço em famílias. Um passo avante foi participar dos Dias de Espiritualidade em Roma. Uma das grandes riquezas da ADMA é que você realmente vive todas as gerações de uma família e todos os estados de vida, em uma troca e em uma fraternidade riquíssima de dons, valorizando a presença simultânea de sacerdotes, consagrados e leigos em uma experiência de fraternidade e de complementaridade vocacional. Simonetta: eu vivo minha pertença à ADMA como um chamado, como um modo de responder à Vontade de Deus. Acho que foi uma resposta pontual do Senhor a muitas perguntas que já existiam em nós. Recebo muitas graças porque procuro dar toda a minha disponibilidade a Deus, procurando viver bem a família, dentro de uma família de famílias, com uma caminhada de fé simples, adaptada a todos e ao dia-a-dia. Maria ajuda-me a elevar o olhar e a não me concentrar nos problemas. Fico contente com a presença dos avós, do testemunho de tantas pessoas, dos dons contínuos que recebemos como grupo e como indivíduos. Nestes anos foi criada entre nós uma rede de relacionamentos que nos une e nos apoia. É um prazer compartilhar a vida, as Graças, as alegrias de todos, que se tornam de cada um. É um prazer termos muitos amigos que apoiam a nós e a nossos filhos nos estágios de seus crescimentos: para isto é tão importante a presença das famílias que acompanham a ADMA jovem! Dia a dia cresce nos corações o desejo de levar este dom também aos outros, sobretudo aos que mais lutam. A gente percebe que quem dá, sempre recebe. Tullio: pertencer à ADMA é para mim como a realização de um sonho, de um desejo profundo que sentíamos no coração, eu e Simonetta... agora entendemos melhor que a santidade nos é necessária! A gente não se imagina fazendo parte deste plano, mas Deus nos chama a isto. Uma das características da ADMA que aprecio é que se programa, mas não muito, porque buscamos confiar: queremos dar uma resposta quando o Senhor nos chama. Aos poucos, as presenças de Jesus e de Maria vão entrando em nosso modo de pensar, e isto acontece com todos nós. As duas colunas, Maria e a Eucaristia, são os Dons que Deus quer dar às nossas famílias. Aprender a construir relacionamentos menos triviais e superficiais, baseados na Verdade. Recordar nos encontros pessoais qual é a pergunta e a resposta que queremos levar: nós estamos juntos em Jesus! Aumentar assim, a nossa consciência: o desejo de Dom Bosco era aumentar a fé do povo, a santidade dos leigos. São Francisco de Sales convida-nos a recuperar o significado moderno de devoção, o “da mihi animas”. Maria Adele: chegamos à ADMA através da caminhada para universitários. Vemos a fé e os relacionamentos crescerem dia a dia. Estamos felizes em compartilhar os valores fundamentais e descobrir que nas coisas importantes não estamos sozinhos. Andrea: aprendemos o que quer dizer confiança nos momentos de dificuldades, mas, também, nos momentos de alegria. Sentimo-nos acolhidos e consideramos que nos é útil todo grau de aproximação: Muitas vezes as pessoas nem sabem o que estão procurando, têm uma pergunta profunda mas inexpressiva. A grande oportunidade de propor uma realidade que faz o bem e nos leva a pensar: “eu quero isto para os meus filhos”. Aprender a viver um estilo de vida profundamente cristão, este é o princípio e a base de todo apostolado.

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SÃO PAULO (BRASIL) – ECOS DO CONGRESSO Meu nome é Dinéia, coordenei um grupo de 11 pessoas da Inspetoria de São Paulo (Brasil), ao Congresso Internacional da ADMA. A pedido de Pe. Edmilson, encaminho as considerações do grupo. Gostaríamos de parabenizar a todos pela esplêndida organização do Congresso. Tivemos algumas dificuldades em fazer as inscrições no site, no entanto, isto nos foi facilitado por uma boa comunicação com a equipe de apoio do Congresso. O espaço físico em que teve lugar o Congresso foi excelente, o sistema acústico muito bom. Embora os rádios para traduções não tenham funcionado no primeiro dia, a organização solicitou novos aparelhos e tudo foi resolvido com eficiência. A acolhida por parte dos jovens, aos diversos grupos de todos os países, foi muito calorosa. Sobre o programa do Congresso, foi maravilhoso, tudo muito expressivo, muito bem organizado o tempo todo. Os testemunhos foram momentos bastante incisivos para a nossa fé. A programação nas redes sociais foi fantástica: foi muito positivo ter o mundo todo conectado ao Congresso. Maravilhoso o trabalho dos voluntários! Certamente este Congresso foi muito significativo para a nossa Associação em todo o mundo. Muito bom estar com grupos da ADMA vindos do mundo todo. Pe. Cameroni, Tullio e sua esposa Simonetta são muito carismásticos e atenciosos. Não podemos nos esquecer da presença de nosso Reitor-Mor e de Madre Yvonne durante todo o Congresso: muito positivo! As celebrações eucarísticas foram inesquecíveis! Tudo feito em ação de graças a nosso Pai e Mestre Dom Bosco em seu Bicentenário. PINEROLO (TURIM) Sábado, dia 24 de outubro de 2015, o grupo da “ADMA Pinerolese” teve o prazer de receber a visita do Bispo de Pinerolo, Dom Debernardi Piergiorgio. Após o jantar, partilhado nas instalações do oratório, houve um momento de oração, todos juntos, rezando o Santo Terço meditado. O Bispo encorajou as famílias presentes a não se cansarem de rezar unidas. Foi um agradável momento de partilha e de fraternidade. Estiveram presentes cerca de dez famílias com os seus filhos, o Bispo de Pinerolo e o Pároco de Villar Perosa, Pe. Roberto Comba. Membros do Conselho da ADMA das Filipinas, delegados SDB e FMA com Pe. Vaclav Klement, SDB .

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