MARIA INEZ DAMASCENO ARAGÃO ORIENTADOR (A) … · avaliação que dá atenção especial ao ritual...

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ- REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO A VEZ DO MESTRE AVALIAÇÃO ESCOLAR: MITOS E DESAFIOS MARIA INEZ DAMASCENO ARAGÃO ORIENTADOR (A) Professora: Fabiane Muniz RIO PRETO SETEMBRO/2008 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

Transcript of MARIA INEZ DAMASCENO ARAGÃO ORIENTADOR (A) … · avaliação que dá atenção especial ao ritual...

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E

DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

AVALIAÇÃO ESCOLAR: MITOS E DESAFIOS

MARIA INEZ DAMASCENO ARAGÃO

ORIENTADOR (A)

Professora: Fabiane Muniz

RIO PRETO

SETEMBRO/2008

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E

DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO A VEZ DO

MESTRE AVALIAÇÃO ESCOLAR: MITOS E DESAFIOS

MARIA INEZ DAMASCENO ARAGÃO

Trabalho monográfico apresentado como requisito para

obtenção do grau de especialista em Orientação Educacional.

RIO PRETO SETEMBRO/2008

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AGRADECIMENTOS

A todos que me incentivaram e me ajudaram diretamente e indiretamente para

que eu pudesse concluir o curso.

Em especial a amiga Dolores que não mediu esforços para me ajudar e incentivar

sempre e ao amigo Sérgio que me acompanhou nos dias das provas e

apresentação desta.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho monográfico em primeiro lugar a Deus, em quem deposito

toda minha confiança e esperança, aos meus pais Jovelino e Maria Francisca que

são a base da minha vida e ao meu irmão Cláudio que sempre me incentivaram e

me apoiaram.

Maria Inez Damasceno Aragão

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RESUMO

Através deste estudo obtivemos aspectos relevantes da avaliação que

ocorre na escola, ao mesmo tempo mostramos possibilidades de novas leituras

sobre a função da avaliação e de sua contribuição para o sucesso escolar.

As novas formas de organização escolar têm trazido dúvidas e

inquietações àqueles que participam do processo educativo, principalmente no

que diz respeito à avaliação do desempenho escolar. Este estudo procurou

investigar como o tema avaliação vem sendo abordado na atualidade, através de

uma pesquisa de estrutura bibliográfica e de campo. A avaliação de desempenho

tem ocupado um espaço significativo nas discussões educacionais, como campo

de ação e reflexão.

O destaque que lhe é dado, acha-se intimamente relacionado à crise dos

sistemas educacionais, cuja manifestação mais evidente é o desempenho do

aluno. Este, no entanto, é somente uma face da questão. Avaliação possui

implicações pedagógicas que extrapolam os aspectos técnicos e metodológicos e

atinge aspectos sociais, éticos e psicológicos importantes. Sem a clareza do

significado da avaliação, professores e alunos vivenciam intuitivamente práticas

avaliativas que podem tanto estimular, promover, gerar avanço e crescimento,

quanto podem desestimular, frustrar, impedir esse avanço e crescimento do

sujeito que aprende.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada nesta pesquisa teve como instrumento para sua

realização, a pesquisa bibliográfica, onde foi abordado conhecimentos científicos

de diversos educadores: atualmente educadores de destaque nacional têm se

empenhado em redirecionar a prática da avaliação, descaracterizando a sua

função seletiva, eliminatória e classificatória, a favor do sentido dinâmico e

reflexivo do processo.

Jussara Hoffmamm (1995, p.42)a avaliação da aprendizagem deverá

encaminhar-se a um processo dialógico e cooperativo através do qual educandos

e educadores aprendam sobre si mesmo no ato da avaliação.

Conforme AZZI (2001) há uma grande preocupação com a objetividade

dos resultados e dos instrumentos de medidas, ênfase na avaliação de produto,

sendo este identificado como o conhecimento; pouca ou nenhuma participação

dos sujeitos envolvidos no processo educativo; preocupação com a aprovação ou

reprovação e ênfase em avaliar o aluno, com pouca ou nenhuma atenção à

avaliação de outros elementos que constituem o processo educativo.

Percebeu-se que a avaliação, pois, uma atividade intencional e, como tal,

não pode ser vista apenas como um apêndice do processo de ensino

aprendizagem. É um processo sistemático de obtenção e análise de informações

sobre a realidade a que se refere, buscando na compreensão dessa realidade, os

elementos que possibilitem uma intervenção consciente, visando aos objetivos do

ensino e ao fins da educação, de acordo com Romão (1998), deixando assim de

ser um processo de cobrança para se transformar em mais um momento de

aprendizagem tanto para o aluno quanto para o professor, sobretudo para este, se

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estiver atento aos processos e mecanismos de conhecimentos ativados pelo

aluno, mesmo no caso de erros, no sentido de rever e refazer seus procedimentos

de educador.

E a pesquisa de campo será através de questionários, na busca de informações

de profissionais que vivenciam em seu cotidiano escolar a problemática da

avaliação escolar. Esta pesquisa será desenvolvida em Escolas da rede Municipal

e Estadual localizada na cidade de Rio Preto – MG e Parapeúna 5° Distrito de

Valença – RJ com professores das séries iniciais do Ensino Fundamental e

especialistas da Educação Básica.

(Orientadores Educacionais e Supervisores pedagógicos).

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................09 CAPÍTULO I.......................................................................11 A AVALIAÇÃO COMO PRÁTICA SOCIAL........................11

1.1 Avaliação de desempenho: Dúvidas e Inquietações......13 1.2 Avaliação significados e modelos ..................................16 1.3 Quando e para que Avaliar.............................................19 1.4 Avaliação de desempenho escolar e progressão

continuada....................................................................................... 20 CAPÍTULO II........................................................................24 BUSCANDO UM MODELO DE AVALIAÇÃO......................24

2.1 A Dinâmica da Avaliação coletiva......................... ...........26 2.2 As Fichas de Avaliação ....................................................27 2.3 Avaliação para Formação Humana...................................28

CAPÍTULOIII..........................................................................31 AVALIAÇÃO:UMA TRANSFORMAÇÃO SOCIAL.................31 CAPÍTULO IV........................................................................39 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NAS SÉRIE INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL.....................................................39 4.1 Tipos de Avaliação.............................................................42 4.2 Avaliar para Crescer........................................................44 CAPÍTULO V.........................................................................47 O PAPEL DO ORIENTADOR FRENTE A AVALIAÇÃO ESCOLAR..............................................................................47 CONCLUSÃO........................................................................50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................52

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INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é analisar as questões e definições em Avaliação

Escolar, tendo a intenção de esclarecer pontos favoráveis à exclusão social,

como ferramenta à avaliação da aprendizagem escolar.

A avaliação da aprendizagem escolar tenta explicar que algumas

instituições e alguns professores não usam a avaliação corretamente, pois às

vezes não respeitam o ambiente na qual o aluno está inserido e também que os

instrumentos de avaliação são apenas medidores, e com isso afastam-se das

características humanas. Alguns professores usam a educação bancária, um

aprende e outro ensina.

A grande reflexão que se deve fazer é no intuito de ver a avaliação como

instrumento de investigação diagnóstica, continuada e acumulativa, para se

chegar a uma aprendizagem eficiente e eficaz, pois o importante é observar o

comportamento pedagógico do aluno, não só nas tradicionais verificações, mas

em todo o contexto que envolva a aprendizagem.

Ele vem refletir o papel da avaliação do desempenho escolar e sobretudo

da educação, tendo consciência de que para aceitar o grande desafio do

desenvolvimento, não é possível obter êxito sem o alicerce de um povo que se

educa para a cidadania. A educação é como etapas que funcionam como degraus.

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Requer também conscientizar docentes, orientadores educacionais,

supervisores pedagógicos, diretores, enfim a todos aqueles que fazem parte do

processo avaliativo de uma instituição escolar, que na hora de uma avaliação se

deve tomar medidas de precaução para que não se faça uma avaliação errada do

educando, respeitando suas características individuais, conhecendo-os e a partir

disso, decidir o tipo de ajuda pedagógica que será oferecida e interagir com essa

ajuda. Este trabalho pode ser entendido como facilitador da visão do que é uma

avaliação do desempenho escolar e que esta pode servir de ferramenta para

exclusão social.

Assim sendo será contemplado o estudo da avaliação como prática

cultural nas seguintes nomenclaturas ( avaliação de desempenho: dúvidas e

inquietações, avaliação significados e modelos, quando e para que avaliar,

avaliação de desempenho escolar e progressão continuada, buscando um modelo

de avaliação, a dinâmica da avaliação coletiva, as fichas de avaliação e avaliação

para formação humana). E ainda avaliação: uma forma de transformação social;

avaliação da aprendizagem nas séries iniciais do Ensino Fundamental; tipos de

avaliação, avaliar para crescer; avaliar a aprendizagem: uma situação complexa

para o professor e o papel do Orientador educacional frente a avaliação escolar.

Considerando os aspectos citados subsidiaremos fundamentos

necessários a prática pedagógica, proporcionando aos educadores recursos para

uma aprendizagem significativa, dinâmica , que promove a formação de cidadãos

conscientes e conhecedores dos seus direitos e deveres. E assim possam

transformar a sociedade em que vivem resgatando valores e princípios.

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Capítulo I

A Avaliação como Prática Cultural

A avaliação é um procedimento útil e necessário para redirecionar

qualquer prática, seja esta individual ou coletiva. No âmbito escolar, se apresenta

como uma alternativa para tomada de decisões pedagógicas.

Segundo FERREIRA (1995), a prática da avaliação tal qual ela ainda hoje

se manifesta ns escolas, através de provas e exames tem sua origem na escola

moderna e sistematizou-se a partir do século XVI e XVII com a cristalização da

burguesia, como o modelo de prática educativa da sociedade à qual serve. As

pedagogias jesuíticas e comenianas são as sistematizadoras de uma prática de

avaliação que dá atenção especial ao ritual de provas e exames. Herdamos dessa

época esse modo de agir, que se caracterizou pela exclusão e marginalização de

grande parte dos membros da sociedade. Para servir à cultura vigente, que pelo

contexto deveria ser uma prática autoritária, seletiva e rancorosa – o professo e o

aluno se colocam em posição antagônica diante de provas e exames como se

fossem inimigos..

De acordo com LUCKESI (1995)

“Eram solenes estas ocasiões, seja pela constituição das

bancas organizadoras e procedimentos de exames, seja

feita pela comunicação pública dos resultados, seja pela

emulação ou pelo vitupério daí decorrente.”

COMENIUS (1994), considerado um dos maiores educadores da

humanidade, defendia a fraternidade e harmonia entre os homens, a superação

entre as diferenças políticas e religiosas, através da educação. Para ele era

12

importante valer-se dos exames para estimular os alunos em suas atividades

intelectuais, e que “o medo é um excelente fator para manter a atenção dos

alunos.” (LUCKESI in FERREIRA, 1995, p. 22).

A nossa forma de avaliar está fortemente fundamentada nos pressupostos

norte-americanos, no que se refere à estrutura dos testes e na concepção de

mensuração. A proposta de TYLER(1979) de utilizar outros instrumentos ou

variedades de procedimentos de avaliação para colher evidências sobre o

rendimento dos alunos na consecução dos objetivos e no desenvolvimento do

currículo causou grande impacto no meio educacional, passando a ser

amplamente difundida no Brasil e perdurando até hoje em nosso procedimentos

avaliativos. Segundo FERREIRA,(2002) apesar da proposta de TYLER

considerada um avanço, a avaliação continua resistente às mudanças,

permanecendo, na prática, o uso de provas e exames.

Apesar de alterar o caráter positivista e tecnicista da proposta de TYLER,

BLOON (1983), contribui para a formação das idéias pedagógicas na medida em

que defende a idéia de aprendizagem para o domínio.

Segundo BLOON (1983)

• A aprendizagem é teoricamente disponível para todos;

• As diferenças individuais devem ser consideradas, e usadas estratégias

que promovam o máximo de desenvolvimento;

• Os estudantes são capazes de aprender em seu próprio ritmo – a aptidão é

o que determina;

• Testes curtos de diagnóstico podem ser aplicados para verificar o nível de

domínio, por isso os alunos não devem receber nota, servem apenas para

formar informações para a melhoria do desempenho.

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Foi assim que BLOON (1983) criou uma taxionomia – classificação de

comportamentos do aluno – apresenta resultados esperados do processo

educacional, relativo às operações intelectuais.

As concepções de TYLER, BLOON e as medidas através de testes estão

tão arraigadas na escola, como procedimentos de avaliação, que modelos

contemporâneos e propostos de autores brasileiros ainda não foram decisivos

para alterar estas concepções, permanecendo ações avaliativas dentro de uma

visão tecnicista.

Assim, seria necessário que houvesse uma maior reflexão sobre as

práticas avaliativas utilizadas na escola contemporânea.

1.1 Avaliação de Desempenho: Dúvidas e inquietações

As atuais discussões escolares têm trazido dúvidas e inquietações àqueles

que participam do processo educativo reorganização do ensino pressupõe uma

nova cultura escolar, a qual, à semelhança da que aí está, deve ser construída na

prática.

Dentre as muitas inquietações, destaca-se a que diz respeito à avaliação

do desempenho escolar. Essa, principalmente, tem demandado uma ruptura com

o modelo que durante anos, se não décadas, direcionou o sistema de avaliação

em nossas escolas. O destaque que lhe é dado, acha-se intimamente relacionada

à crise dos sistemas educacionais, cuja manifestação mais evidente parece ser o

desempenho do aluno. Este, no entanto, é apenas uma face da questão.

A sociedade cada vez mais “avalia” – questiona – a qualidade dos sistemas

de ensino e das instituições responsáveis pela sua organização. Numa reação a

essa avaliação feita pela sociedade, busca-se na própria avaliação do

desempenho escolar uma resposta. No entanto, a avaliação de desempenho por

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si só não leva a transformações e mudanças qualitativas. A avaliação participa,

desde a elaboração até a análise final dos resultados, de um Projeto Político

Pedagógico que vise as transformações demandadas. É no interior de um projeto

pedagógico mais amplo que devemos situar a avaliação do desempenho.

A avaliação acontece, acompanha e fecha todo o ciclo de um trabalho

pedagógico.

Contudo, fechar não significa concluir. Ao contrário, significa o início de um

novo processo, redimensionado a partir da avaliação até então realizada.

A avaliação não deve ser considerada um fenômeno à parte no processo

que ensina aprendizagem, aqui será chamado neste texto, processo didático.

Considerar a avaliação como um momento externo ao processo didático é

reafirmar uma concepção restrita de avaliação, em que esta é vista apenas como

atividade técnica. Concebida dessa maneira a avaliação é reduzida a um caráter

instrumental pois se nega sua condição de elemento constitutivo de uma prática

pedagógica transformadora.

Quando a avaliação é posta em destaque, quando é tomada como objeto

de estudo, sua abordagem implica, quase sempre, à discussão de tal significado e

a critica a função que tem desempenhado no sistema educacional e de ensino

A critica feita à avaliação escolar, embora indispensável e necessária, não

é suficiente. Se identificada apenas com a denúncia, é limitada e unilateral. Ela

não deve apenas apontar o que é mau, mas permitir “distinguir o que é bom e o

que é mau; é ela que nos faz ver com a clareza, que nos faz avançar” (RIOS,

1995, p. 128).

Segundo AZZI (2000), a critica tem sido incorporada, como discurso, ao

cotidiano dos professores, dos alunos e daqueles que participam direta ou

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indiretamente do processo educativo. Enquanto alguns criticam sua prática-

pejorativamente chamada de tradicional -, conforme o contexto em que ela

acontece, outros a criticam por “não avaliar”.

Os primeiros criticam o autoritarismo da educação, da escola e da relação

pedagógica, que se manifesta (ou se percebe), principalmente na avaliação.

Nessa posição se encontram os alunos, os professores, os pais e também muito

daqueles que têm uma postura crítica diante da educação.

Entre os que afirmam que a avaliação “não avalia” se encontram os negam

a avaliação, seja por desconhecerem seu significado, seja por não quererem

avaliar nem serem avaliados, isto é, por não assumirem seu papel político na

sociedade. Há também os que estão insatisfeitos com a prática que encontram

nas instituições educacionais. Entre estes acha-se uma parcela que rejeita as

propostas que rompem com os paradigmas que sempre nortearam a prática da

avaliação escolar.

A rejeição a novos métodos (modelos), na maioria das vezes tem na sua

origem o desconhecimento dos pressupostos epistemológicos das propostas de

avaliação e sua necessária vinculação a um projeto pedagógico mais amplo, ou

ainda, (quem sabe?) o medo da perda de um “poder” adquirido e legitimado pela

“força” da avaliação. O medo, antes privilégio dos que eram formalmente

avaliados, passa a ser também um dos responsáveis por essa avaliação, embora

sob outra perspectiva. Nessa posição encontram-se principalmente os professores

e os pais eu ainda vêem na avaliação o instrumento que “obriga” seus alunos e

filhos a estudarem.

Essas críticas não têm proporcionado ou facilitado a transformação

qualitativa do cotidiano escolar, principalmente da dinâmica da sala de aula. Elas

são reforçadas, ainda, por outras que consideram a avaliação um dos fatores

16

responsáveis pelo fracasso escolar. Afirmam que ela ora impede o sujeito de

entrar para o sistema de ensino, ora o exclui.

Não está sendo negada a importância e a necessidade da crítica a avaliação, a

crítica deve ser considerada como uma reflexão em busca de compreender o

fenômeno estudado.

1.2 Avaliação: significado

Do mesmo modo que crítica é muitas vezes incorporada acriticamente ao

discurso daqueles que se acham envolvidos no processo educativo, outros

cânones também são incorporados, sem, no entanto, contribuir para a formação

do cotidiano das instituições educacionais, principalmente da prática pedagógica

da sala de aula. Segundo AZZI (2000), tais cânones referem-se quase sempre aos

seguintes aspectos:

Significado da avaliação na maioria das vezes como sendo o de verificar se os

objetos foram alcançados;

• Funções que a avaliação deve desempenhar: diagnóstica e classificatória,

se a referência for LUCKESI (1995) e formativa se a referência for

PERRENOUD (1999);

• Necessidade de uma avaliação contínua;

• Importância da avaliação qualitativa esta muitas vezes apontada como

substituta da avaliação quantitativa, como se elas fossem incompatíveis;

• Necessidade de avaliar o aluno como um todo, em todos os seus aspectos

– mas que aspectos são esses? Por que e para que devem ser avaliados?

Muitos estendem a avaliação ao currículo escolar, aos métodos de

ensino, aos recursos materiais utilizados e ao trabalho do professor. Raramente

incluem a própria avaliação como objeto a ser avaliado.

É importante que tais idéias sejam consideradas à luz dos pressupostos

teóricos que lhes dão sustentação. Sem isso, continuaremos a conviver com a

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grande diferença que existe entre o discurso e a prática da avaliação nas escolas.

(LUDKE & MEDIANO, 1994, PERRENOUD, 1999). O discurso pode ser feito sem

a apropriação da teoria. A prática por sua vez, evidencia a concepção teórica

daquele que a exercita, bem como sua maior e menor apropriação. (VAZQUEZ,

1977).

Deve-se buscar o real sentido da avaliação na sua inter-relação com o

processo educativo de que é parte integrante.

Nas últimas décadas, o significado e a validade dos métodos tradicionais

e a concepção tecnicista da avaliação têm sido contestados. Sendo assim,

educadores de destaque nacional têm se empenhado em redirecionar a prática

da avaliação descaracterizando a sua função seletiva, eliminatória e classificatória,

a favor do sentido dinâmico e reflexivo do processo. Entre outros, destacam-se

LUCKESI e HOFFMAMM que defendem uma posição dialógica e mediadora da

avaliação, direcionada para o processo. Para HOFFMAMM(1995, p. 42), a

avaliação da aprendizagem deverá encaminhar-se a um processo dialógico e

cooperativo através do qual educandos e educadores aprendem sobre si mesmos

no ato próprio da avaliação.

De acordo com HOFFMAMM (1995) numa avaliação mediadora, o acesso

ao sabe competente é gradativo, de forma a exercer uma ação educativa, que

pode ser evidenciada com a prática, conforme os pontos a seguir:

• A ação avaliativa não é momento terminal e sim elo de uma grande

corrente;

• Correções das tarefas - momentos de reflexão;

• Dar oportunidade aos alunos de expressarem suas idéias;

• Oportunizar discussão a partir de situações desencadeadas e dos erros;

• Oportunizar momentos para tarefas individuais menores e sucessivas;

• Registrar os resultados da avaliação de forma significativa;

• Questionar os registros;

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• Acompanhar o aluno de forma permanente em um processo contínuo,

sistemático e gradativo;

• Interpreta os resultados ao invés de corrigir;

• Expressar resultados qualitativos;

• Dinamizar o processo de forma interativa e dialógica;

• Aproveitar os erros para discussões das dúvidas dos alunos e professores;

• Garantir a continuidade de outras ações e tarefas propostas.

Para HOFFMAMM (1995), uma proposta pedagógica emerge de um

diagnóstico – portanto, de uma avaliação – é acompanhada de avaliação e é

avaliada em sua conclusão. O plano de avaliação de uma proposta pedagógica

não é um apêndice desta. Uma avaliação que emerge de uma prática e que

desempenha uma função que vai além da constatação de resultados não pode ser

uma avaliação facilitadora, no sentido mascaramento de uma realidade, nem pode

ser uma avaliação que classifica e reprova. É uma análise crítica, permanente, da

prática pedagógica, possibilitando a leitura e a compreensão do seu

desenvolvimento. Constitui o ponto de partida para a tomada de decisões de

aperfeiçoamento dessa prática.

A avaliação escolar deve responder às perguntas já bastante conhecidas

pelos docentes:

Avaliar – para que?

- O que?

- Quando?

- Como?

Essas perguntas, feitas no bojo de um projeto maior, devem

necessariamente ser acompanhadas de uma a outra, bastante significativa em

uma proposta democrática de educação: que avalia?

19

Segundo AZZI (1997), as questões acima não podem ser respondidas de

uma maneira automática, de acordo com os modelos teóricos em evidência no

momento. Os modelos são referências que muito ajudam a problematizar nossas

próprias questões.

Outras questões, acrescidas das anteriores, poderão ajudar a pensar o

significado da avaliação e sua função.

• Qual a importância dos dados e informações obtidos durante a avaliação?

• O que fazer com esses dados e essas informações?

• O que eles revelam?

• Que outras questões eles colocam?

Depois de tantas perguntas, pode-se dizer que a avaliação é um processo

intencional, deve ser planejado e conduzido de forma sistemática sem, no entanto,

desprezar os aspectos informais que emergem no cotidiano escolar. A avaliação

de desempenho escolar é, pois um processo sistemático de obtenção e análise de

informações sobre a realidade a que se refere, buscando na compreensão dessa

realidade os elementos que possibilitem uma intervenção consciente visando os

objetivos do ensino e aos fins da educação. Estes só podem ser alcançados

mediante o desenvolvimento de uma proposta pedagógica.

O modelo de avaliação adotado é inerente ao Projeto Político pedagógico da

escola. Estabelecer a separação entre a avaliação e esse projeto é caminhar na

contramão, é dificultar o trabalho pedagógico pretendido.

1.3 Quando e para que avaliar

A lei nº 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), quando trata da

avaliação na Educação Básica, no artigo 24, inciso V, diz:

“^a verificação de rendimento escolar observará os seguintes critérios:

20

a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência

dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo

do período sobre os de eventuais provas finais;

b) possibilidades de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;

c) possibilidade de avanço nos cursos e nas áreas mediante verificação do

aprendizado;

d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;

e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao

período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem

disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos”.

Os parâmetros Curriculares Nacionais (2001), orientam a avaliação da

aprendizagem do aluno da seguinte forma:

a) “Observação sistemática: acompanhamento do processo de aprendizagem

dos alunos, utilizando alguns instrumentos, como registro em tabelas, listas

de controle; diário de classe e outros;

b) Análise das produções dos alunos: considerar a variedade de produções

realizadas pelos alunos, para que se possa ter um quadro real das

aprendizagens conquistadas;

c) Atividades específicas para a avaliação; nestas, os alunos devem ter

objetividade o expor sobre um tema, ao responder um questionário. (p.12)”.

As funções e os momentos da avaliação do desempenho escolar devem ser

analisados no bojo do Projeto Político Pedagógico da escola. Se a avaliação

antecede, acompanha e sucede o trabalho pedagógico, ela possui funções

diferentes, conforme o momento em que é demandada.

1.4 Avaliação de Desempenho Escolar e Progressão Continuada

Conforme AZZI (2001), utilizada como instrumento, a avaliação não fica

reduzida ao seu caráter técnica-instrumental, ao contrário, tem sua característica

política e sua intencionalidade reafirmadas. Estas definem-se no contexto em que

21

e para o qual aquela é proposta. A avaliação é um processo pensado e conduzido

como uma atividade intencional, em que o sujeito que avalia age sobre um objeto,

um fato, um fenômeno ou outro sujeito, utilizando instrumentos de medida e

produzindo resultados. A avaliação concretiza-se na relação que são geradas as

questões básicas – quem avalia; que é/ ou o que é avaliado; como avaliar. Tais

questões são norteadas por duas outras: para que avaliar e quando avaliar.

A avaliação é, pois, uma atividade intencional e, como tal, não pode ser

vista apenas como um apêndice do processo de ensino-aprendizagem. É um

processo sistemático de obtenção e análise de informações sobre a realidade a

que se refere, buscando, na compreensão dessa realidade, os elementos que

possibilitem uma intervenção consciente, visando aos objetivos do ensino e aos

fins da educação. Estes só podem ser alcançados mediante o desenvolvimento de

uma proposta pedagógica. (AZZI, 2001).

Na busca de alternativas que viabilizem a concretização do ideal da

escola democrática, um dos caminhos é a construção de novas propostas

pedagógicas que incluam, naturalmente, uma proposta de avaliação que rompa

com os modelos desenvolvidos numa perspectiva da reprovação e exclusão do

aluno da escola. (AZZI, 2001).

Muitos são os estudos e reflexões sobre a avaliação escolar que insistem

na necessidade de um novo olhar sobre a avaliação que ocorre na instituição

escola. (FREITAS, 1995; LUDKE,2001 E PERRENOUD, 1999). A prática da

avaliação encontrada nas escolas, seus desafios, suas conseqüências na vida dos

alunos têm constituído tema central da discussão no âmbito de políticos

educacionais e de elaboração de propostas pedagógicas inovadoras.

A progressão continuada apóia-se em pressupostos sobre o ensino,

aprendizagem e currículo que possibilitam a elaboração de sistemas de avaliação

22

que contribuem para o sucesso do aluno, o sucesso do processo de ensino-

aprendizagem e da escola.

“"a avaliação deixa de ser um processo de cobrança para

se transformar em mais um momento de aprendizagem,

tanto para o aluno quanto para o professor-mormente para

este,se estiver atento aos processos e mecanismos de

conhecimento ativados pelo aluno, mesmo no casso de

“erros”, no sentido de rever e refazer seus procedimentos de

educador.” (ROMÃO, 1998, p. 88).

A avaliação ocupa, pois, um lugar de destaque numa proposta de

progressão continuada. Sem nos esquecermos da função classificatória e seletiva

que a avaliação tem desempenhado na história da educação escolar, sem

esquecermos das implicações pessoais e sociais decorrentes das altas taxas de

reprovação, precisa-se, neste momento, olhar para o futuro, ma com um atento

olhar presente, num empreendimento coletivo para a construção de uma nova

escola efetivamente democrática, conforme se acredita.

No regime de progressão continuada, a reprovação não deve acontece.

Não porque deva haver um “relaxamento” ou facilitação no processo de avaliação,

como tem sido em diferentes contextos. Ao contrário, a avaliação, como parte da

proposta pedagógica da escola, estará acontecendo em todos os momentos do

trabalho pedagógico, como uma das formas de reconhecimento dos diferentes

ritmos e necessidades dos alunos.

Uma educação e um ensino de qualidade não comportam uma escola que

reprova ou expulsa seus alunos, mas também não permite que esse aluno

“apenas passe” pela escola.

Uma correta proposta de avaliação deve ser aquela em que preponderem

a função formativa que, por sua natureza formadora, informa, descobre,

23

conscientiza professores e alunos – e a função diagnóstica – que desvela o

porquê da não-aprendizagem e exige nova ação didática, sem a qual não haverá

uma aprendizagem que possibilite a progressão continuada.

24

CAPÍTULO II

BUSCANDO UM MODELO DE AVALIAÇÃO

A avaliação diagnóstica e a formativa, no regime de progressão

continuada estarão informando aos principais atores do processo ensino-

aprendizagem e da ação didática, e estarão, ainda, fornecendo informações que

permitam a orientação e a organização de novas ações e materiais didáticos.

Esse tipo de avaliação é bastante exigente no que se refere ao trabalho

do professor e daqueles que são responsáveis pela educação escolar. Ao mesmo

tempo que demanda sensibilidade e disponibilidade para acompanhar

diuturnamente os alunos, seja de maneira informal ou formal, e para tomar

decisões que contribuam para o sucesso escolar, é importante envolver os alunos,

cada vez mais, no processo avaliativo, mediante um trabalho motivador,

sistemático e orientado de auto-avaliação. Este é um dos principais fatores na

transformação do aluno em ator principal da aprendizagem.

A avaliação formativa, sendo uma reflexão constante sobre o que

acontece no processo de ensino-aprendizagem, possibilita a identificação dos

diferentes ritmo dos alunos. Enriquecida com as informações da avaliação

diagnóstica, revela as necessidades dos alunos e contribui para a construção de

caminho diferenciados para o atendimento a essas necessidades.

A avaliação formativa e a avaliação diagnóstica favorecem o diálogo

constante que deve haver entre as atividades didáticas e a aprendizagem. Ela é,

muitas vezes, equivocadamente associada só à informalidade. É importante,

porém, destacar que esse tipo de avaliação pressupõe apreensão da realidade do

cotidiano escolar de maneira informal e formal.

25

FREITAS (1995), ao discutir as práticas pedagógicas da avaliação escola,

distingue a avaliação formal e avaliação informal, mas afirma que:

“são aspectos de um único e mesmo fenômeno”. Ao distinguir

tais aspectos diz que: “"estamos entendendo por avaliação

formal aquelas práticas que envolvem o uso de instrumentos

explícitos de avaliação, cujos resultados podem ser

examinados objetivamente pelo aluno, à lua de um

procedimento claro. Por contraposição estaremos entendendo

a avaliação informal como a construção, por parte do

professor, de juízos gerais sobre o aluno, cujo processo de

constituição está encoberto e é aparentemente assistemático.”

(p.32).

A avaliação necessita de um método que assegure sua sistematização e

continuidade. Avaliação contínua é, antes de tudo, um princípio, e não uma

modalidade. A modalidade está relacionada ás suas funções: diagnóstica,

formativa e somativa. Embora, tenhamos, até aqui, destacado as funções

formativa e diagnóstica da avaliação, não se pode desconsiderar a importância da

sua função somativa.

A continuidade da avaliação está inscrita na continuidade da ação didática

que é construída no movimento continuidade – ruptura- continuidade.

É nesse movimento que a idéia de processo contínuo e cumulativo deve ser

apreendida, pois a avaliação cumulativa não é avaliação que soma ou acumula

resultados que se sobrepõem. Cada resultado parcial contém o germe do

processo que se lhe sucede e a supera; cada resultado parcial é a ruptura que

brota na continuidade do processo e possibilita novas ações didáticas, dentre elas,

as ações avaliativas.

26

Esses momentos de ruptura, que são diferentes para cada aluno e /ou

grupo de alunos, implicam a avaliação somativa que também deve e pode

acontecer durante o processo ensino-aprendizagem, quando assume função

formativa / formadora. (AZZI, 2000). É nessa perspectiva, na interdependência das

suas três funções básicas: diagnóstica, formativa e somativa, que a avaliação

contribui para o sucesso escolar e insere-se numa proposta de progressão

continuada.

Apresenta-se, a seguir, algumas idéias para a obtenção de informações

necessárias à avaliação, que deverão ser enriquecidas pelo professor. Os quadros

e comentários que os intercalam foram elaborados tendo como referência

situações comuns a todo processo ensino-aprendizagem. Como cada escola ou

situação de ensino possui particularidades que as tornam singulares, esta

sugestão deverá ser revista e até mesmo ampliada. (AZZI, 2001).

2.1 A Dinâmica da Avaliação Coletiva

Segundo AZZI (2001), os conselhos são elementos dinamizadores dos

projetos pedagógicos, e espaços privilegiados de produção de conhecimento pela

escola e sobre ela mesma.

Observa-se a importância destes Conselhos pela sua característica de

espaço interdisciplinar de debate permanente, de geração de idéias e de tomadas

de decisão a partir de pontos de vistas diferentes.

A reflexão / avaliação da prática pedagógica, estruturada num processo

dialógico interativo, permite matizar os resultados da avaliação do desempenho

do aluno, pela diferença e divergência de olhares dos vários professores. Durante

as reuniões, os profissionais podem explorar os diferentes referenciais, esclarece

significados e sentidos pedagógicos dos seus trabalhos, comparar parâmetros

reais e ideais e compartilhar subjetividades. Neste sentido, é possível dizer que a

prática dos conselhos permite um conhecimento muito maior e mais qualificado do

desempenho do aluno, do professor e da escola.

27

A reflexão da prática desenvolvida nos Conselhos oferecerá as bases

para a avaliação do próprio projeto pedagógico da escola.

2.2 As Fichas de Avaliação

Os mecanismos para a avaliação dos alunos são complexos e esbarram

nos limites da própria escola como instituição, numa sociedade contraditória,

seletiva e diferenciadora. Os referenciais de avaliação adotados pelos professores

são também diferenciados e refletem seus posicionamentos diante da escola, do

papel do professor e da área de conhecimento em que trabalham. Isso significa

que uma gama de critérios, de categorias de análise, de pontos de vista estão

presentes nos processos de avaliação. Essa diferença, quando não explicitada,

pode dificultar os trabalhos de discussão nos Conselhos.

A solução que vem sendo encontrada é a prática de elaboração de fichas

de acompanhamento qualitativo dos alunos, na perspectiva de uma avaliação

processual.

A construção de fichas descritivas de avaliação do desempenho do aluno

é um prática fundamental para a estruturação de parâmetros referenciais para o

trabalho docente. As fichas devem ser construídas a partir de indicadores de

desempenho esperados e, neste sentido, devem significar instrumentos capazes

de orientar e reorientar o professor no ensino.

Numa concepção formativa de avaliação, as fichas adquirem um papel

fundamental, significam planos de trabalho. Representam documentos capazes de

apoiar e impulsionar o processo de observação do desenvolvimento do aluno

durante as atividades propostas e sobre as necessidades de ensino que essa

observação retrata.

Sendo referenciais, as fichas devem:

28

• Traduzir indicadores de observação do desempenho dos alunos;

• Oferecer pistas à escolha metodológica do professor;

• Conter indicadores gerais capazes de orientar o trabalho pedagógico.

Neste sentido os Conselhos de Classe, Série ou Ciclo devem ter como

referência as metas traçadas durante o processo de elaboração dessas fichas e

os debates devem girar em torno do que foi ou não alcançado pelos alunos e

pelos professores em seu trabalho. Assim, a avaliação dos alunos ultrapassa o

preenchimento de fichas e passa a ter, como ponto de partida, o trabalho

pedagógico desenvolvido pela Escola como um todo. (AZZI, 2001).

2.3 Avaliação para a Formação Humana

A avaliação escolar vigente é, basicamente, uma forma de certificar a

passagem de uma etapa ou a conclusão de um curso escolar, e, ainda, oferece

um reconhecimento social, baseado no cumprimento de uma série de requisitos

estabelecidos pela burocracia institucional. Fundamentada no recorte temporal

institucional, realiza-se primordialmente, em forma e provas e testes, com o

acréscimo, em alguns casos, de trabalhos extras ou projetos especiais. Para o

educando, a avaliação é uma atividade em que seu conhecimento é médico e o

seu desempenho, nesses momentos, verdadeiros “rituais de passagem” determina

seu futuro na instituição.

A avaliação para a formação humana contrapõe-se à noção vigente, uma

vez que seus objetivos são: nortear o aluno, informar ao professor o estágio de

desenvolvimento em que ele se encontra, e orientar os próximos passos do

processo. Dessa forma, ela não classifica, mas situa. E situa para auxiliar no

processo e formação do aluno, decorrendo daí sua importância para a prática

pedagógica, que deve sempre propiciar ao educando novas possibilidades de

desenvolvimento e aprendizagem.

29

Na avaliação tradicional, os resultados pertencem somente ao professor,

pois ela acontece fora do processo de aprendizagem e tem como objetivo

classificar os alunos e certificar os patamares da escolarização. Na avaliação para

formação humana, o professor compartilha os resultados com o aluno, porque ela

integra o processo de aprendizagem e tem como objetivo otimizar o processo

ensino – aprendizagem, propondo novos caminhos pedagógicos.

Nesse tipo de avaliação é importante que haja tempo para discutir com

os alunos o processo pelo qual cada educando está passando na escola. A

introdução da nova concepção de avaliação depende, desta forma, de

reorganização do uso do tempo no cotidiano escolar.

Mudar uma concepção de avaliação que prevaleceu em tantos períodos

históricos não é de fato, tarefa simples. Trata-se de superar seu caráter

eminentemente classificatório. Para deixar para trás essa concepção

classificatória é preciso abandonar a crença arraigada segundo a qual a avaliação

é o elemento que mede a realização dos objetivos do currículo. Só então será

possível adotar uma concepção mais abrangente do processo de escolarização,

em que a avaliação será a fonte principal de informação e inspiração para a

formulação de práticas educativas que levem à formação global de todos os

indivíduos, independentemente de raça, classe social, cor ou gênero.

Para que se adote uma concepção tão nova, é preciso transformar as

categorias de percepção e análise da realidade internalizada em todos aqueles

que se ocupam da educação, não só porque viveram profissionalmente práticas

inadequadas de avaliação educacional, mas também (e principalmente) porque

todos foram socializados sob influência da concepção tradicional escolar.

Os comportamentos culturalmente constituídos não mudam, assim, da

noite para o dia. Toda mudança é um processo, exige um tempo longo e depende

de ações sistemáticas por parte dos educadores. Rever os objetivos da avaliação

30

coloca-se, então, como um dos primeiros passos para repensar a prática avaliativa

na escola.

31

Capítulo III

Avaliação: uma forma de transformação social

A avaliação escolar vigente em nosso país não apenas reprova,

mas faz com que um número significativo de crianças em idade escolar não queira

mais estudar, porque não reconhece na escola um espaço para desenvolver sua

capacidade de aprendizagem e de sua capacidade de aprender.

O número de alunos que concluem o ensino fundamental continua sendo

mais baixo do que o número de matrículas. Isso se deve principalmente à evasão

escolar, ou seja, alunos que se matricularam, mas abandonaram o curso. No final

da década de 1990, apenas dois em cada cinco pessoas entre 15 e 18 anos

tinham completado o ensino fundamental.

Verificam-se, pois diferentes critérios utilizados para a avaliação de

nossos educandos e como tal procedimento quando realizado de forma

individualizada, fragmentada e incoerente pode favorecer ao abandono escolar e

conseqüentemente a exclusão do indivíduo.

O papel do desempenho escolar e, sobretudo da educação, deve ser ter

a consciência de aceitar o grande desafio do desenvolvimento, não é possível

obter êxito sem alicerce de um povo que se educa para a cidadania.

É necessário conscientizar educadores, orientadores pedagógicos,

supervisores, diretores, enfim, todos aqueles que fazem parte do processo

avaliativo, que devemos ser cuidadosos no momento de avaliar.

A avaliação deve ser compreensiva, visando ao ajustamento sócio-

pessoal do educando. Deve ser contínua e não terminal. É primordial que a

32

avaliação deva ser dirigida também para a pessoa e não somente para o conteúdo

estudado.O conhecimento de todo esse processo poderá decidir o tipo de ajuda

pedagógica que será oferecida ao mesmo tempo interagir com esta ajuda.

A avaliação que é realizada de forma irresponsável, pode ser um

instrumento para exclusão social. É necessário saber que a “a avaliação é a

ferramenta básica do aprendizado da construção do olhar sensível e pensante.

Olhar que envolve atenção e presença”. A avaliação deve ser contínua para que

se possa cumprir sua função de auxílio ao processo ensino-aprendizagem. A

avaliação que importa é aquela que vai permitir ao professor durante o processo

estar acompanhando a construção do conhecimento pela criança e, sempre que

necessário, retomar o processo com novos procedimentos que facilitem a

construção dos conhecimentos ainda não adquiridos.

Os sistemas de avaliação geralmente adotados nas escolas não são

adequados para avaliar a aprendizagem do aluno, nem mesmo para encaminhar

processos educacionais alternativos. Diante de diversas tentativas de se inovar ou

mesmo tornar mais perfeito os procedimentos de avaliação na escola caíram no

vazio, ou até mesmo tornaram-se inviáveis. É necessário ir à raiz da questão:

desmistificar as estruturas e instrumentos de repressão e investir corajosamente

na articulação coerente e competente de processos de liberdade. Só assim é

possível esperar que se resista às reações de forças opressoras e alienantes e se

avance na articulação de uma mudança efetiva.

Nesse contexto, evidencia novos sentidos e significados para os sistemas

públicos de ensino e exige dos profissionais da educação uma nova postura diante

dos “erros” dos alunos. Nesse sentido reprova a escola atual, apontando os

elevados índices de evasão e repetências como grave produto que temos obtido

em nossas instituições escolares. Desta forma fica claro o desserviço que a escola

vem prestando a sociedade, excluindo milhões de jovens e crianças. Daí a

importância de assumir-se a escola como um espaço de direito do cidadão e como

33

um espaço onde atuam sujeitos sócio-culturais e históricos que formam

reciprocamente através das relações sociais.

“A escola tem que ser um lugar onde as crianças possam crescer, se desenvolver, ter um espaço democrático, ser um segundo lar, uma segunda família ,orientar para ávida, um espaço em que ela tenha liberdade para viver.” (LÜDKE Menga e MEDIANO Zélia, 1994 p. 28)

Assim, encosta-se no fato de que a escola é educativa por si mesma,

pelas circunstâncias de seus relacionamentos com a sociedade, sendo educativa

em sua dinâmica, em sua forma de ensinar/ aprender e na organização de seu

trabalho.

A avaliação é um exercício mental que permite a análise, o conhecimento,

o diagnóstico, a medida e/ ou julgamento de um objeto. Esse objeto deve ser a

própria realidade daqueles que a fazem. Avaliar deveria ser um processo de

autoconhecimento e, também, o conhecimento da realidade e da relação dos

sujeitos com essa realidade.

Questionam-se, assim, os processos de avaliação dos educandos,

quando estão sempre, centrados num desempenho cognitivo, sem referência a um

projeto político pedagógico da escola, e, ainda, o sentido das avaliações escolares

que têm direcionado especialmente para o ato de simplesmente aprovar ou

reprovar alunos. Ao lado desses aspectos, aparece uma das questões mais

controvertidas nas práticas de avaliação: os registros numéricos na aferição do

rendimento dos educandos. É importante dizer que a nota não “mede” saber

algum, simplesmente porque o saber não é mensurável, não é algo material, que

tem tamanho, peso, volume ou quantidade. A nota indica, sim, o quanto o aluno

repetiu o que o professor disse, se comportou da maneira como o “mestre

mandou”. Desta forma, o núcleo de interesse do estudo é desviado para a nota,

que é um fator externo ao processo de conhecimento. Desta maneira este é

34

esvaziado, tornando-se algo estéril, sem sentido, um conjunto fragmentado de

idéias abstratas.

Contradizendo, o conceito alternativo de avaliação, baseia-se na

perspectiva da interestruturação do conhecimento, entendendo a ação de avaliar

como processual e reveladora das possibilidades de construção de um processo

educativo mais rico e mais dinâmico. A avaliação deveria priorizar a identificação

dos problemas, dos avanços e verificar as possibilidades de redimensionamentos

e de continuidade do processo educativo. Assim, a avaliação se constituiria num

processo investigador e formativo contínuo, do qual professores, alunos e pais

participarem ativamente.

“ A criança não pode se sentir integrada a uma escola que lhe proporciona uma situação constante de prova, de teste, onde a tensão se mantém e onde a criança e sua família são pré-julgadas e responsabilizadas pelo fracasso (....)” (HOFFMANN Jussara, 1995 p.88)

Somente rompendo com a idéia de que a nota é a única maneira de se

avaliar o aluno poderemos trazer à tona o valor dos aspectos globais do processo-

ensino-aprendizagem.

Quando falamos avaliar, tal expressão associa-se a; provas, testes, notas,

passar ou não passar no final do ano. O avaliar, enfim, não passa de um símbolo-

instrumento do autoritarismo. Diante do poder autoritário e dos instrumentos

arbitrários de controle de “aprendizagem” o aluno se vê obrigado a repetir o que o

professor diz, fazer o que ele manda, se comportar do jeito que ele quer.

Fica evidente que a educação é concebida como mera transmissão e

memorização de informação prontas, e o aluno é visto como um ser passivo e

receptivo. Buscando uma concepção pedagógica mais moderna, a educação é

entendida como experiência de vivência multiplicada e variada, tendo como foco o

desenvolvimento motor, objetivo e social do educando. Neste contexto o educando

aparece como sujeito ativo, dinâmico, crítico, que participa ativamente da

35

construção de seu próprio conhecimento. Neste sentido, o educar é formar e

aprender é construir o próprio saber. A avaliação ganha dimensões é não se reduz

apenas em atribuir nota.

Se dissermos que o ato de ensinar e aprender, consiste na realização e

em mudanças. O ato de avaliar consiste em verificar se eles estão realmente

sendo atingidos e como se dá esse processo, para ajudar o aluno a avançar na

aprendizagem e na construção do saber. Assim, esta avaliação assume um

sentido orientador e cooperativo, isto é, o aluno toma consciência dos seus

avanços e dificuldades, para continuar progredindo na construção do

conhecimento.

Pode-se dizer que a avaliação reflete a atitude do professor com a classe,

isto é, o professor autoritário e inseguro, poderá se utilizar o mecanismo de

avaliação pra punir aluno apático ou mesmo indisciplinado. Em contra mão o

professor sério, responsável, e crítico, aquele que procura orientar a

aprendizagem dos educandos, irá encarar a avaliação como uma forma

diagnóstica dos avanços e dificuldades dos educandos, bem como indicador para

o replanejamento do seu trabalho docente.

Fica, pois claro,que a avaliação deve ser integral considerando o aluno

como um ser total e integrado e não de forma fragmentada. É fundamental, que o

professor verifique o conhecimento prévio de seus alunos, com isso conseguirá

planejar seus conteúdos e detectar o que o aluno aprendeu nos anos anteriores. É

importante verificar os conhecimentos e habilidades aos quais devem ser

constantemente avaliados durante a realização da atividade, fornecendo

informações tanto para o professor como para o aluno sobre o que já foi

assimilado e o que ainda precisa ser dominado. È importante que caso o aluno

não consiga atingir as metas propostas, cabe ao educador organizar novas formas

de aprendizagem para dar a todo, condições de êxito neste processo. Ao avaliar o

progresso de seus alunos na aprendizagem, o professor pode obter informações

36

valiosas sobre seu próprio trabalho. Neste sentido, a avaliação tem uma função de

“feedback”, porque fornece ao educador subsídios para que repense e replaneje

sua ação didática, aperfeiçoando a fim de que seus alunos obtenham mais êxito

na aprendizagem.

A avaliação é colocada como recurso a ser usado na atividade escolar,

como forma de promoção dos alunos, assim à escola pode ser agente eficiente na

produção da mudança social. Percebe-se na escola pública o índice de

reprovação é muito maior que em relação à rede de ensino privado.

“ Não existe avaliação se não existir expectativa por resultados. Assim, pois, o primeiro passo para se pensar em uma mudança no critério utilizado para a avaliação da aprendizagem é esclarecer que a passagem de um docente por uma atividade escolar pressupõe expectativas quanto a melhoria em suas capacidades, em suas inteligências e em suas competências.” ( ANTUNES Celso, 2004 p.20)

Uma das causas do fracasso escolar está diretamente relacionado à

prática pedagógica do professor, pois é ele que avalia de acordo com seus

critérios e procedimentos. Visto por esta ótica, ele é o responsável pela exclusão e

inclusão do indivíduo na escola. Através da avaliação, o educador poderá

melhorar os planos da ação didática. Porém é fundamental que o professor

respeite o indivíduo e o meio ao qual este está inserido.

Os primeiros estudo sobre avaliação educacional nos foram transmitidos

através da psicologia da educação, dedicado a psicometria numa época em que

nos primeiros laboratórios de psicologia experimental., criados na Alemanha, a

própria psicologia começava a ganhar condição de ciência. Na educação, mas

precisamente na avaliação, os educandos são tratados como coisas, onde se tem

a conseqüência a atribuição de notas, conceitos etc, a qual é buscada a todo

custo. Para certos professores, “tudo” deve ser observado e sempre que possível

37

quantificado. Daí surge a super valorização de testes, provas para avaliar o aluno

e conseqüentemente selecionar o “bom professor”.

Na verdade, avaliação educacional deve ser o vínculo, indivíduo-

sociedade, numa dimensão histórica. Desta forma, a avaliação do rendimento

escolar deve contemplar: percepção, pensamento, imaginação, emoção,

expectativa etc, tudo deve ser registrado.

Se os educadores criarem limites para as ações dos alunos estes

impedirão que seus alunos desenvolvam qualquer tipo de aprendizagem

significativa, crítica e engajada e ainda forçará a aprendizagem de um conjunto de

abstrações desvinculadas entre si e alienadas do contexto social, histórico,

econômico e político em que vivemos. A construção do conhecimento esta

vinculada à história do aluno através de experiências já vivenciadas Ana vida e

Ana atividade prática.

A avaliação deve diagnosticar, retroinformar e favorecer o

desenvolvimento individual do educando. É necessário avaliar o aluno em sua

totalidade. A avaliação deve acontecer cooperativamente por professores, alunos,

pais e diretores. Teste e prova muitas vezes acabam tornando-se uma disputa

entre os alunos, e com isso muitos não conseguem alcançar a média, e assim,

sentem-se desmotivados, sem auto-estima e acabam isolando-se. O pior é

quando testes e provas são instrumentos de punições. Não devem ter funções

punitivas e sim diagnosticar interpretações errôneas das matérias oferecidas para

poder retificá-las. A avaliação deve ter função prognostica que permite verificar se

o aluno possui seu desempenho, em certos momentos e em diversas funções.

O educando se sente estimulado a trabalhar de forma produtiva quando

percebe que há uma finalidade na proposta do professor onde seus resultados

estão sendo valorizados ou reestudados com o educador e quando seu

desempenho é comparado com ele próprio e quando seus progressos e

38

dificuldades são vistos a partir de seu próprio padrão de desempenho,

necessidades e possibilidades. A avaliação da aprendizagem está interligada com

a avaliação do desempenho e a avaliação do currículo dentro do contexto escolar.

A avaliação deve fazer com que o educando tome consciência de que ele é sujeito

que tem poder de mudança e transformação. Durante muito tempo, o fracasso

escolar foi relacionado à deficiência intelectual e a pobreza. Não podemos deixar

de levar em consideração que a desnutrição, as doenças causadas pelo meio, a

falta de higiene, são fatores que favorecem o fracasso escolar. Porém, é

importante lembrar, que o fracasso escolar pode ser gerado a partir da escola.

O professor é a figura central no contexto do ensino. Assim, ele é o

principal agente educativo. Lógico que melhorias no ensino terão mais chances de

acontecer se a ele forem dadas condições adequadas de trabalho, buscando

capacitá-los a fim de que ele possa desenvolver de maneira mais eficiente as

atividades didático-pedagógicas.

Porém o atual sistema econômico não precisa educar a todos, pois se

trata de um sistema excludente, que não se ocupa com a totalidade. Desta forma,

a dinâmica de estrutura da sociedade e classes dominantes utiliza a educação

como um instrumento de dominação, uma vez que essas sociedades são

governadas por grupos dominantes. Neste contexto, a escola, a didática, o

currículo escolar e, sobretudo a avaliação é reflexos dessa estrutura complexa de

relação de poder. Vê-se então o fracasso escolar como uma questão individual,

próprio de cada educando e seus problemas. Porém não se pode responsabilizá-

lo nem tão pouco ao professor, que na maioria das vezes não é preparado para

esta função de avaliador. É portanto necessário, rever os paradigmas da avaliação

do desempenho escolar, bem como da educação como um todo, afim de que a

aprendizagem do aluno possa ir para além da sala de aula.

39

Capítulo IV

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Avaliação da aprendizagem é um tema pertinente nas atuais discussões

pedagógicas. A realidade dos tempos atuais nos mostra uma sociedade em

constante mutação, diversificada e globalizada. Vivemos a era da informação e as

pessoas acompanham ou sofrem as influências de tais movimentos. Revisar os

resultados das ações planejadas e procurar sempre inovar na própria prática

educativa, construindo uma práxis pedagógica que tenha como princípio e reflexão

sobre a ação.

“... toda avaliação do rendimento escolar envolve procedimentos de coleta, organização e interpretação de dados de desempenho, que representa uma forma de julgamento e, finalmente, que o aluno representa o objeto central da avaliação.” (ANTUNES Celso, 2004, p.10)

A prática de provas e exames exclui parte dos alunos das séries iniciais

do Ensino Fundamental porque se baseia no julgamento, enquanto a avaliação

pode incluí-lo devido ao fato de proceder por diagnóstico e assim incluir o

educando no curso da aprendizagem satisfatória que integre todas as suas

experiências de vida.

A polêmica em torno do que realmente seja a avaliação da aprendizagem

nas séries iniciais do Ensino Fundamental no campo educacional é bastante

grande. A avaliação da aprendizagem é o processo que serve para determinar em

que medida os objetivos educacionais estão realmente sendo alcançados pelo

programa do currículo e do ensino.

40

Para compreender isso, importa distinguir a avaliação de julgamento,

sendo este um ato de distinguir o certo do errado, incluindo o primeiro e excluindo

o segundo. A avaliação tem por base acolher uma situação, para então ajuizar sua

qualidade tendo em vista dar-lhe suporte de mudanças se necessário.

A avaliação deveria acontecer acompanhando a pessoa em seu processo

de crescimento e ser encarada como um instrumento facilitados de tal processo, e

não como inibidor do mesmo, marcando as pessoas de forma negativa pelo resto

de suas vidas. Ele deveria possibilitar nosso crescimento porque aponta os limites

de nossa ação e provoca a descoberta de novos posicionamentos e não marcar

negativamente.

Nos diz a LDB, Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, nº

9.394/96, que a avaliação deve ser contínua e priorizar a qualidade e o processo

de aprendizagem, sendo que os aspectos qualitativos devem prevalecer sobre os

quantitativos.

O processo avaliativo é o alvo mais complexo onde se percebe esta

contradição, pois os educadores sentem dificuldade de instaurar a prática de

conversar com os alunos sobre os resultados, para que juntos possam analisar e

reconstruir o processo de conhecimento na busca de superação das falhas e dos

erros cometidos.

A avaliação é utilizada pela maioria dos professores para motivar os

alunos, impor determinados comportamentos, é um mecanismo de controle que

desencadeia uma relação de poder.

A avaliação em nossas escolas está muito mais articulada com a

reprovação do que com a aprovação, e daí vem a sua contribuição para a

seletividade social. A nota é que determina tudo e é em função dela que se vive a

prática escolar.

41

A escola precisa criar um ambiente estimulante, onde os alunos possam

construir sua aprendizagem aprendendo a aprender, pesquisando e reconstruindo,

sem medo da ação avaliativa que será realizada pelos educadores e até pelos

próprios educandos.

A avaliação não começa nem termina na sala de aula, ela envolve o

Planejamento e o Desenvolvimento do Processo de Ensino. É apresentada como

recurso a ser usado na atividade escolar, como forma de promoção dos alunos, de

uma série para a seguinte, na trajetória escolar.

“ É essencial que o professor jamais esqueça que ao avaliar seu aluno está em última análise refletindo sobre a própria grandeza do desenvolvimento humano.” (ANTUNES Celso, 2204, p.11)

O aprender é o ato que o sujeito exerce sobre si mesmo, e não registrar,

obter informações e reproduzi-las. Consiste em resolver situações, criar e

reiventar soluções. O aluno aprende quando consegue ultrapassar conflitos.

O professor como mediador, deve criar uma situação provocante para

causar desequilíbrio em relação ao assunto proposto, favorecendo com isto a

tomada de consciência do aluno e a percepção de que ele tem o poder de

mudanças e transformação.

O professor é figura principal no contexto do ensino, é ele o principal

agente educativo, só ele tem condição par analisar a maneira de atribuir notas ou

conceitos que venham interferir na classificação do educando. Que avaliação não

se faz simplesmente por uma prova, afinal o aluno vai provar o quê? Que decorou

o conteúdo para ser cobrado ou realmente aprendeu todo o conteúdo transmitido

pelo professor. E se aluno que realmente aprendeu, mas por motivos alheios,

“derrapou” durante o processo de avaliação ao qual foi submetido, deverá ser

42

penalizado? Deve-se fazer uma auto-análise da situação, pois motivos de ordem

extrínsecas poderiam anular todo o processo de ensino-aprendizagem,

acarretando assim prejuízos sérios para o processo avaliativo.

Que comportamento deve ter o professor, diante da avaliação, se

compararmos com um policial que fica na maioria das vezes procurando o

culpado, o errado, sem sucesso ou do educador que observa o acompanhamento

desde o crescimento de uma criança, procurando dar-lhe as melhores condições

de desenvolvimento? O professor não pode se deixar levar pela “lógica de

detetive” fica sempre preocupado em verificar que cometeu um “delito”, ao invés

de tentar ajudar a resolver algo no processo de construção do conhecimento.

Conscientes de que existem diferentes tipos de avaliação e de que ela

pode e deve desempenhar funções diferentes, e por isso é necessária,

conseqüentemente, a utilização de procedimentos e técnicas de avaliação

igualmente diferenciadas. É pura realidade de que devemos assumir que não

basta avaliar as aprendizagens pelos alunos, mas que também é necessário

avaliar a própria maneira de atuação dos docentes e as atividades de ensino

que, “possivelmente”, planejadas e desenvolvidas com eles.

4.1 Tipos de Avaliação

A avaliação da aprendizagem é um processo sistemático, contínuo e integral a

verificar até que ponto os objetivos instrucionais foram alcançados, ou seja, como

está o rendimento dos alunos no assunto que está sendo ministrado e no curso

que realiza.

Avaliar consiste em conferir valores a atributos conforme a importância

que apresentam. A avaliação indica uma qualidade, a comparação por meio de

análise dos resultados. Seus resultados são expressos sob forma de conceito.

43

Os tipos de avaliação podem ser:

Avaliação Diagnóstica, é aquela realizada antes de iniciar um curso ou

uma disciplina, fornecendo subsídios para que o Instrutor possa planejar suas

aulas atendendo às necessidades específicas daquela turma. Quando usada

antes de iniciar um assunto, pode servir para o Instrutor verificar se o aluno

possui ou não habilidades necessárias para aprender aquela disciplina, ou seja, se

possui pré-requisito para tal.

“ ... tem como função básica informar sobre o contexto em que o trabalho pedagógico irá realizar-se, bem como sobre os sujeitos que participarão desse trabalho”. (AZZI, 2000)

Avaliação Formativa, é a que ocorre durante o processo ensino-

aprendizagem. É constituída de testes ou de outros instrumentos aplicados

periodicamente com a finalidade de verificar se a aprendizagem está ocorrendo

como previsto. Este tipo de avaliação oferece ao Instrutor um retorno contínuo

acerca do que está ensinando, oferecendo-lhe a oportunidade de reformular seus

métodos, caso necessário, buscando corrigir possíveis falhas.

“ Pode considerar como formativa toda prática de avaliação continua que pretenda contribuir para melhorar as aprendizagens em curso, qualquer que seja o quadro e qualquer que seja a extensão concreta da diferenciação do ensino”. (PERRENOUD, 1999, p.78)

Avaliação Somativa, é a que ocorre ao final de uma disciplina ou curso, com a

finalidade de proporcionar uma nota ou um conceito. Esta avaliação verifica o

produto da aprendizagem, isto é o resultado do trabalho do Instrutor e do aluno.

Em resumo, na avaliação diagnóstica o fundamental é localizar as

deficiências educacionais de cada aluno. Na avaliação formativa o maior cuidado

é com o próprio processo ensino-aprendizagem que vai sendo julgado à medida

44

que se desenvolve. Finalmente, na avaliação somativa as atenções são voltadas

para a determinação do grau de competência que o aluno atingir. Entretanto, para

que se faça avaliações do curso como um todo, são necessários os dados obtidos

pelos três tipos de avaliação.

4.2 Avaliar para Crescer

No ambiente escolar, a avaliação só faz sentido quando serve para

auxiliar o estudante a superar as dificuldades. Dar provas corrigi-las e entregá-las

não é mais suficiente, é preciso saber onde está falhando para planejar o que e

como ensinar.

O professor ensina, o aluno presta atenção e faz a prova, se foi bem,

aprendeu, se foi mal, azar. Se a missão da escola é desenvolver as

potencialidades das crianças e transformá-las em cidadãos, a finalidade da

avaliação tem de se adaptada.

Afirma Luckese;

[^] Entendemos avaliação como um juízo de qualidade sobre dados

relevantes, tendo em vista uma tomada de decisão. (LUCKESE,Cipriano C. 1996.

p.69)

Compreendido assim, o processo de avaliar envolve um julgamento

acerca de certos elementos que nos revelam o quanto o aluno aprendeu e que

caminhos devemos seguir, em relação ao conteúdo e aos objetivos de ensino.

Para verificar se os objetivos foram atingidos, considera-se um padrão de

julgamento ideal, preconcebido, ou seja, a expectativa de um resultado. Quando

um professor faz uma avaliação, já tem claro o resultado que espera que seu

aluno demonstre ter alcançado. Para isso seleciona, entre seus objetivos e

conteúdos, dados que considera relevantes, ou realmente importantes, a serem

atingidos ou apropriados.

45

É consenso entre os educadores que o aprendizado, na sala de aula, não

se dá de forma uniforme. Cada um de nós tem seu ritmo, suas facilidades e

dificuldades. Quando a escola não leva isso em conta, o estrago é inevitável.

Infelizmente, não existe uma fórmula mágica, ao contrário. É por isso que

muitos apontam o professor de educação infantil como um modelo a ser seguido.

Todos os dias, ele oferece atividades diferentes e criativas para reter a atenção

das crianças, orienta todo o trabalho, que geralmente é feito em grupo, e observa.

Observa muito, e aí está o segredo.

Importante também é a auto-avaliação. Ela está diretamente ligada a um

dos objetivos fundamentais da educação: aprender a aprender. O professor

precisa de objetivos claros, saber o que os alunos já conhecem e preparar o que

eles devem aprender – tudo em função de suas necessidades. Selecionar

conteúdos e atividades adequadas àquela turma. Ele deve parar e analisar o que

foi feito, para medir o desempenho dos estudantes, todo o processo tem de ser

repensado, de forma a mudar os pontos deficientes e aperfeiçoar o ensino e a

aprendizagem.

No atual contexto de profundas transformações no sistema educacional, a

escola precisa repensar sua prática, sua existência numa sociedade pós-moderna

que busca se construir em sistemas abertos, dinâmicos, que se transformam no

jogo de suas trocas. A escola precisa se transformar num sistema onde a essência

não é mais um percurso pré- determinado , mas que se baseie em desequilíbrios,

interações e transformações.

A avaliação se trabalhada como um processo permanente, em que o

professor acompanha passo a passo o caminhar de seus alunos, diagnosticando

suas dificuldades e sua natureza para então replanejar seu fazer pedagógico, só

pode conduzir a um ponto: o aprovar.

46

A avaliação escolar serve como instrumento de controle social e

proporciona a reprodução dos valores da sociedade dominante dos alunos aos

limites que a vida social anuncia. A avaliação irá selecionar o bom aluno do mau

aluno. Ela precisará levar em conta não apenas o que foi aprendido na sala de

aula, mas tudo aquilo que está sendo construído pelos alunos em diversas

instancias e a partir de outras mediações.

["] constatamos que a prática da avaliação é atravessada

por questões disciplinares, de controle dos alunos, de

castigo de conduta sociais que os alunos apresentam

dentro e fora da escola. (LUCKESE,Cipriano Carlos, 1997,

p.73)

No cotidiano da escola, o para quê avaliar, considerando esta

abordagem, significa distinguir os bons dos maus alunos, respeitando as

diferenças individuais, capacitar os alunos para que os mesmos sejam capazes de

fazer concursos seletivos, quantificar quantos têm condições de aprender a escola

contribuir parta a redução do número de competidores no mercado de trabalho.

Assim, uma escola comprometida com um novo tipo de sociedade

democrática, solidária, participativa, fundada em valores que possibilitem o

exercício da cidadania, reconhecendo as singularidade das pessoas

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Capítulo V

O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL FRENTE A AVALIAÇÃO ESCOLAR

O papel do orientador frente a avaliação escolar abrange vários aspectos.

Sendo que as decisões de orientação de acordo com Cardinet, deveriam se

fundamentar em uma avaliação essencialmente previsível, considerando, de um

lado os gostos, interesses, projetos e, de outro, os conhecimentos escolares,

idade, desenvolvimento e aptidões dos educandos para aprender.

“ Ao Orientador incumbe fazer da escola, um ambiente de descompressão e fazer do educando uma pessoa segura e satisfeita consigo mesma, capaz de atingir maturidade psico-emocional e social.” (SCHMIDT Maria Junqueira& PEREIRA Maria de Lourdes, 1975, p.69)

Na maioria dos sistemas, a orientação se situa entre dois modelos

extremos: no primeiro, ela é inteiramente decidida pelo aluno ou sua família; no

segundo, é inteiramente decidida pela escola. No primeiro modelo, a avaliação

intervém aparentemente após a decisão de orientação, uma vez o aluno dentro de

uma habilitação. Ele é então submetido a certas exigências, e a organização

escolar se reserva o direito de excluí-lo, reprová-lo ou orientá-lo para outras

habilitações se não der provas logo de que consegue acompanhar a formação “livremente escolhida”. A seleção se não foi feita no ingresso, opera-se no

decorrer do ciclo seguinte de estudos sobre a base de uma avaliação

essencialmente cumulativa, de modo menos formal, a avaliação intervém

igualmente antes da decisão. A orientação se baseia no direito e dever de

aconselhar os alunos e suas famílias, fundamentando-se seus interesses em uma

avaliação das aptidões e dos conhecimentos.

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No segundo modelo, a avaliação criada pelo sistema escolar desempenha

um papel ainda mais crucial, impondo uma orientação, a escola deve fundamentar

sua decisão em critérios considerados imparciais e pertinentes.

Avalia-se sempre para agir, a avaliação tem em geral o objetivo de orientar

uma inovação, fundamentar uma defesa, aumentar a eficácia do ensino. Analisar a

pragmática da avaliação é, primeiramente, considerar ações e decisões que ela

fundamenta de imediato.

Existe uma lógica pragmática frente os profissionais da orientação, pois

preocupam-se em manter o nível das diversas habilitações, na medida do

possível, as exigências dos professores que vão receber os alunos e têm certas

expectativas quanto ao seu “nível”.

Os professores e os conselheiros de orientação não fazem o mesmo

trabalho, não têm a mesma concepção do desenvolvimento, das aptidões, das

aprendizagens. Essa diversidade pode ser fecunda, já que os respectivos pontos

de vista se enriquecem mutuamente. Contudo, também pode originar um conflito

mascarado ou declarado. Sociologicamente, há motivos para pensar que dois

corpos de profissionais interagindo junto às mesmas populações tenham sempre

boas razões para manter, entre si, uma forma de competição ou certas tensões.

Em todas as profissões em que a divisão do trabalho obriga especialistas a

colaborar para os mesmos dossiês, é raro que a cooperação seja totalmente

igualitária.

A posição do conselheiro de orientação, nesse contexto, dependerá das

opções coletivas e individuais, estando igualmente a serviço da administração e

levando em conta os interesses da escola.

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Em um “processo de orientação” às vezes o profissional da orientação

exerce duplo papel, advogado de defesa e procurador geral. Se não está

inteiramente do lado do aluno, também não está inteiramente a serviço da política

de seleção do sistema escolar.

Nos sistemas escolares contemporâneos a orientação aparece

constantemente no horizonte dos adultos e eles se esforçam para mobilizar os

alunos no mesmo registro.

Considerando que está atrelada à seleção e a orientação ou seja, quase

todo o tempo, a avaliação escolar é fortemente determinada por suas

conseqüências possíveis ou desejáveis. Longe de ser uma verdade independente

e primeira, da qual se tirariam lições, é às vezes solicitada para oferecer uma

legitimidade meritocrática a decisões que, de fato a precedem e a influenciam.

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CONCLUSÃO

As questões apresentadas me levam a considerar alguns pontos

importantes. Não há desenvolvimento humano sem avaliação. A avaliação na

escola sempre esteve presente sob formas que, hoje, pode-se considerar como

inadequadas. Mas a avaliação é sempre necessária, pois constitui uma condição

essencial para a aprendizagem. O desafio é a formulação de um projeto de

avaliação que contemple as necessidades institucionais, mas que não fragmente a

experiência do aluno.

Articulada ao projeto pedagógico, a avaliação da aprendizagem deve ser

negociada com os alunos e ir além do aspecto cognitivo. A maneira como uma

escola avalia é o reflexo da educação que ela valoriza.

A avaliação deve possibilita que o aluno cresça, como indivíduo e como

integrante de uma comunidade. Em última instância, deve visar à superação da

exclusão. A dimensão social da avaliação deve ser uma janela por onde se

vislumbra toda a educação. Quando o educador se pergunta como quer avaliar,

desvela sua concepção de escola, de homem, de mundo, de sociedade.

Deve-se encarar a avaliação escolar como uma reorientação para uma

aprendizagem melhor e para a melhoria do sistema de ensino, em um processo

dialógico, interativo, que vise fazer do indivíduo um ser melhor, mais criativo,

autônomo mais participativo.

O processo de avaliar deve ter como metas conhecer o nível de

desempenho do aluno (constatação da realidade), comparar essa informação com

aquilo que é considerado importante no processo educativo (qualificação) e tomar

decisões que possibilitam atingir os resultados esperados.

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Seja pontual ou contínua, a avaliação só faz sentido quando provoca o

desenvolvimento do educando.

Constata-se que a avaliação diz respeito, também ao aluno e a família.

Quanto mais democratizada for a ação avaliativa, mais possibilidades teremos de

que o aluno se beneficie do processo. Deixar de avaliar significa provocar rupturas

no processo de aprendizagem e desenvolvimento do educando, da mesma forma

que fazê-lo parcialmente ou com instrumentos inadequados ou de forma

inadequada. Bem realizada, a avaliação dá suporte à ação educativa, facilita o

planejamento do professor e garante a existência de interações produtivas entre

educador e educando, assim como entre educandos.

Se cada educador, neste país, refletisse sobre sua profissão objetivando

as necessidades básicas do educando, não como cidadão do futuro, mas como

ser pensante que sabe o que quer e só necessita que lhe “facilitem” a

aprendizagem de maneira clara, contínua, prazerosa e objetiva, fazendo ligação

entre conteúdos e prática de vivência social, a escola seria realmente o lugar onde

se aprende com alegria, transformando educandos apáticos ou rebeldes em seres

humanos mais felizes e preocupados em aprender realmente, pois na maioria das

vezes as tais provas normativas exigidas pela instituição escolar é um faz de

conta: educadores insatisfeitos fazem de conta que ensinam e educandos, que

são obrigados a freqüentar a escola, fazem de conta que aprendem, sendo que os

que não aceitam as regras são reprovadas pó notas e/ ou faltas.

Portanto, devemos parar para pensar um pouco, e refletir sobre as

mudanças urgentes. Afinal de contas, somos responsáveis por todo o processo de

avaliação.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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