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Há muito que o ensino médio pede uma revista que possa dar voz às suas expec-tativas e realizações. Tem se falado muito em ensino médio: na importância doseu crescimento na última década, nas exigências de um ensino básico de qualidade do qual o ensino médio é a etapa final e nos grandes desafios de seus temas.

Aqui está a Revista do Ensino MédioRevista do Ensino MédioRevista do Ensino MédioRevista do Ensino MédioRevista do Ensino Médio para que a comunidade escolar e as entidadeseducacionais do país possam ter um espaço de diálogo e divulgação de todas essas inqui-etações. Esperamos que vocês acolham, colaborem e recebam como uma realização detodos e para todos.

Contamos com os alunos, professores, diretores e funcionários para divulgar a revista efazê-la circular nas bibliotecas, nas salas de professores e murais dos pátios das escolaspara que ela chegue à comunidade escolar. Assim como remédio não faz efeito dentro dovidro, a revista não cumprirá o seu papel, por melhor que ela seja, se não houver o compro-misso dos vários protagonistas dessa cena. Para isso, criamos um espaço, para, a partir dopróximo número, você leitor, expor suas sugestões.

A revista se propõe a ser uma rede de apoio às escolas e base de interlocução entre elase as várias instituições que trabalham com o ensino médio, divulgando experiências bemsucedidas e relatos que tenham relevância para a prática docente.

O primeiro número aborda o ensino noturno que, como declarou em entrevista o Secretárioda Secretaria de Educação Média e Tecnológica, Antônio Ibañez Ruiz é um dos temas maisimportantes do ensino médio. As sessões da revista tocam no assunto, analisando-o nos seusdiversos aspectos. Na coluna Leitura PrincipalLeitura PrincipalLeitura PrincipalLeitura PrincipalLeitura Principal, o professor Júlio Gregório, com experiência de30 anos no ensino noturno, enumera as características dessa modalidade de ensino e propõemudanças.

O Acontece nas EscolasAcontece nas EscolasAcontece nas EscolasAcontece nas EscolasAcontece nas Escolas mostra uma experiência bem sucedida no ensino noturno daEscola Prof. Antônio Basílio Filho, em Parnamirim, Rio Grande do Norte. Há ainda o perfil deeducadores brasileiros que resgata a memória da educação no Brasil. O InterInterInterInterIntervalovalovalovalovalo nos relatauma experiência de lazer no turno noturno do Centro de Ensino Médio 404 de Santa Maria,DF. Em SaberesSaberesSaberesSaberesSaberes, a diretora da SEMTEC Marise Nogueira Ramos analisa a interdisciplinaridade.Além disso, há sessões como Qualidade de vidaQualidade de vidaQualidade de vidaQualidade de vidaQualidade de vida, EntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevista, a gestão em Sala de AulaSala de AulaSala de AulaSala de AulaSala de Aula, o+ Notícias+ Notícias+ Notícias+ Notícias+ Notícias, BibliotecaBibliotecaBibliotecaBibliotecaBiblioteca, FFFFFala Sérioala Sérioala Sérioala Sérioala Sério, tratando das conversas delicadas que os jovens preci-sam enfrentar no cotidiano da escola e LaboratórioLaboratórioLaboratórioLaboratórioLaboratório, que traz artigo do professor Ildeu Moreiraonde ele dá orientação sobre a utilização de um encarte preparado pela Folha de S.Paulopara a comemoração dos 50 anos da identificação da estrutura dedupla hélice do DNA.

Boa leitura!Boa leitura!Boa leitura!Boa leitura!Boa leitura!

Revista do Ensino Médio - Secretaria de Educação Média e Tecnológica -Ministério da Educação - Bloco L, Edifício Sede - 4ºandar, sala 421,

Fone: (61) 410-8018Brasília - DF. 70047 [email protected]:

Celme Mathias FCelme Mathias FCelme Mathias FCelme Mathias FCelme Mathias FernandesernandesernandesernandesernandesMaria Lúcia SigmaringaMaria Lúcia SigmaringaMaria Lúcia SigmaringaMaria Lúcia SigmaringaMaria Lúcia Sigmaringa

Jornalista resposável: Mária Lúcia SigmaringaMária Lúcia SigmaringaMária Lúcia SigmaringaMária Lúcia SigmaringaMária Lúcia Sigmaringa - DRT 8216/86-DFProjeto Gráfico e Ilustrações: André Cerino -André Cerino -André Cerino -André Cerino -André Cerino - (61) 344-0330

Conselho Editorial:Antonio Ibañez RuizAntonio Ibañez RuizAntonio Ibañez RuizAntonio Ibañez RuizAntonio Ibañez Ruiz – Secretário da Secretaria de Educação Média e Tecnológica.RoberRoberRoberRoberRoberto Seabrato Seabrato Seabrato Seabrato Seabra – Jornalista, Mestre em Mídia e Juventude pela UnBMarise Nogueira RamosMarise Nogueira RamosMarise Nogueira RamosMarise Nogueira RamosMarise Nogueira Ramos – Diretora do Ensino Médio da SEMTECRose PRose PRose PRose PRose Pavanavanavanavanavan – Coordenadora-Geral de Educação Profissional da SEMTECCristina VCristina VCristina VCristina VCristina Vellosoellosoellosoellosoelloso – Assessora de Imprensa da SEEDChristina VChristina VChristina VChristina VChristina Villela Mendesillela Mendesillela Mendesillela Mendesillela Mendes – Assessora de Comunicação Social da SEFLuis Carlos RibeiroLuis Carlos RibeiroLuis Carlos RibeiroLuis Carlos RibeiroLuis Carlos Ribeiro – Professor da UFPRVVVVVera Franco de Carera Franco de Carera Franco de Carera Franco de Carera Franco de Carvalhovalhovalhovalhovalho – Consultora

Ministro da Educação:Cristovam BuarqueCristovam BuarqueCristovam BuarqueCristovam BuarqueCristovam Buarque

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Tiragem:420 000 exemplares420 000 exemplares420 000 exemplares420 000 exemplares420 000 exemplares

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Não é segredo para ninguém que os cursos deensino noturno apresentam índices baixíssimosde produtividade: a evasão, somada às repro-vações e retenções por dependência de alunos

do curso noturno, faz com que apenas 30% dos alunosmatriculados nesse período de aulas em escolas de todoo País consigam chegar ao fim do Ensino Médio. No en-tanto, há experiências no Brasil todo que comprovaramque, fazendo-se as adequações necessárias, o ensinonoturno pode dar bons frutos.

Foi que aconteceu, por exemplo, em algumas escolasdo DF, quando o hoje ministro da Educação, CristovamBuarque, estava à frente do governo – período em que foicriada uma comissão para a reformulação do ensino no-turno no DF.

“O ponto inicial de solução dos problemas dos cursosnoturnos é a coragem de se discutir a reestruturação doensino noturno, desvinculando-o das idéias que nós te-mos de concepções e propostas curriculares clássicas,oferecidas para o ensino diurno”, definiu Júlio GregorioFilho, diretor de Planejamento da Secretaria de Educaçãodo DF, na gestão de Cristovam.

Não há uma receita pronta. O ideal é que as escolasque oferecem ensino noturno estejam abertas à discus-são com seu corpo docente, no sentido de desenvolveruma proposta adequada para cada uma delas. Quem tra-balha com ensino noturno sabe que o seu aluno possuicaracterísticas adversas do estudante do curso diurno eque, portanto, os conhecimentos devem ser apresenta-dos e construídos de forma diferente.

O aluno do curso noturno é, em geral, uma pessoa com-mais idade, que parou de estudar há algum tempo, trabalhao dia todo, chega cansada à escola, às vezes sem se ali-mentar, e está longe de casa, já que, na maioria das vezesestuda perto do trabalho para não chegar atrasada à aula.

Muitos alunos chegam ao ensino médio sem uma boabase de português e de matemática, o que os torna inap-tos para ler um texto e raciocinar logicamente em cimadele. Se a escola perceber essa dificuldade e investir, umsemestre por exemplo, para resgatar ou até mesmo cons-truir esses conhecimentos básicos, mais chances terá demanter esse aluno na escola.

Nos moldes do que é exigido hoje, o aluno tem tam-bém de se matricular no bloco fechado de disciplinas, quevariam de nove a doze por ano. Caso no meio do anoperceba que não conseguirá passar em uma matéria, elejá sabe que vai repetir a série e acaba se desmotivando eabandonando o curso.

Mesmo aquelas escolas que permitem que os alunos

Novos rumos para oensino

noturnoreprovados em atétrês disciplinas usu-fruam de uma pro-gressão parcialcomo estas disci-plinas em esquemade dependência oferecem uma oportunidade irreal, na opi-nião de Gregório, já que o aluno dificilmente conseguiráser aprovado em um número ainda maior de disciplinas.

Diante desse quadro, as Secretarias de Educação pas-sam a adotar políticas de promoção independente do co-nhecimento adquirido pelo aluno. Essas políticas masca-ram a realidade e aprofundam os problemas que caracte-rizam o ensino noturno.

Para modificar essa realidade, o professor propõe queo aluno possa escolher o número de disciplinas que podecursar a cada semestre, trabalhando em seu próprio tem-po e com a possibilidade de recuperar o prejuízo a cadanovo semestre, em vez de esperar por um novo ano, essesalunos provavelmente não desistirão, ao perceber que, ape-sar de estar em um rítmo mais lento, estão agregando co-nhecimentos, habilidades indispensáveis ao seu crescimen-to profissional, mesmo sem o caráter profissionalizante.

A fórmula que foi experimentada nas escolas do DFprevê que os alunos cumpram todos os componentes dabase nacional comum, até para assegurar a mesma qua-lidade do ensino diurno, com tempo diferente e um trata-mento adequado. “Não queremos facilitar para que o alu-no do curso noturno obtenha o certificado de conclusãodo ensino médio; queremos é justamente possibilitar queele o faça apreendendo o conhecimento que se supõe tero portador de tal documento”, enfatizou o professor.

A proposta contempla até a possibilidade da existênciade mais de um caminho para que o aluno conclua o ensinomédio de acordo com as suas possibilidades. Não se tratade “vender” uma escola de menor qualidade, mas sim deoferecer um ensino mais adequado à realidade do aluno.

De qualquer forma, assegurar a capacidade de leiturae entendimento de textos em língua portuguesa e o domí-nio de elementos básicos de matemática, ciências da na-tureza e ciências sociais deve ser prioridade em qualquerproposta. As atuais, apesar de todas as tentativas, nãotêm permitido ao aluno atingir esses objetivos básicos.

Júlio Gregório Filho é professor do Ensino Médio noturno há 28anos. Atualmente, é diretor da escola par ticular INEI/COC e professor dequímica do Centro de Ensino Elefante Branco, no turno noturno, em Brasília.Contato:[email protected]

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Já se falou que uma boa pergunta traz grandes idéias. Talvezmelhor ter boas perguntas do que ter muitas respostas.O que é poder? O que se faz quando alguém ou algumgrupo tem poder? Você já se fez essa pergunta?

A educação, assim como todas as outras coisas produzidaspelo ser humano, carrega um forte conteúdo de poder.Considerando que passamos toda a nossa vida em umprocesso educacional, talvez seja importanteanalisar um pouco essa questão.

O nosso país está inserido em um grandeesquema de poder, seja econômico, sejapolítico. Como desfazer essas amarras econseguirmos um espaço justo e honestopara o nosso povo? Seja lá qual for a suaresposta, necessariamente teremos queconquistar o espaço que desejamos.Caso contrário, estamos fadados, nomínimo, a ficar como estamos. Vamoslevar essa questão para a sala de aulae efetuar uma comparação, guardadasas devidas diferenças.

Por um lado, há um esquema de poder no que diz respeito à relaçãoprofessor-aluno. Se cada um dos lados não conquistar seu espaço, comcerteza não haverá futuro para uma relação justa e honesta. Se os alunosnão se dispuserem a realmente compreender algo,reconstruindo o conhecimento,e se os professores não estiveremabertos e preparados para isso,continuaremos, em muitos casos, a teruma escola chata, repetitiva, monótonae que não responde aos anseios demais ninguém. Também cabe àcomunidade envolvida na educaçãouma maior cobrança das autoridadese, como conseqüência, uma maiorparticipação no processo.

Ronaldo do Espírito Santo Rodrigues é professor de física da Fundação LiberatoSalzano Vieira da Cunha e da UFRGS. Contato: [email protected]

As escolas, de uma formageral, têm de mostrar que o

conhecimento não está isoladodo contexto que o produziu. Ou

seja, o aluno não pode mais ter aimpressão que o conhecimento surgiudo nada, a partir de algum iluminado.Revelar o poder envolvido na produçãocientífica e tecnológica deve ser umatarefa inadiável de cada professor.

A história ainda não produziu ummanual de como se conquista poder.Aliás, aqueles que tentaram, por ummotivo ou outro, não responderam atodas as questões. Talvez o maisimportante agora seja construir umnovo espaço, perguntando eperguntando. A cada pergunta, aquestão vai ficando cada vez maiselaborada. Por sua vez, a cada novaelaboração, muitas outras novasperguntas surgem.

E você ai, que está lendo isto, jáolhou a sua volta e se perguntousobre as relações de poder queexistem ao seu redor?

Ronaldo do Espírito Santo Rodrigues

EducaçãoPodere

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Uma boa maneira de celebrar umevento importante na escola é re-alizar atividades interessantes comos alunos em torno do tema. Neste

ano estão sendo comemorados no mundointeiro os 50 anos da identificação da estru-tura de dupla hélice do DNA, feita por Ja-mes Watson e Francis Crick em 1953. Talacontecimento teve um impacto grandesobre a ciência e trouxe conseqüências tec-nológicas, econômicas e sociais tão pro-fundas que afetou o cotidiano de todos nós.

A partir dos anos 60, com o código ge-nético decifrado, a biologia molecular entrouem uma fase de expansão acelerada queculminaria com o seqüenciamento do geno-ma humano em 2002. As aplicações práticasganharam repercussão econômica e socialcom os organismos geneticamente modifica-dos, a terapia genética, a clonagem e os tes-tes genéticos. Com eles vieram à luz sériasimplicações sócio-ambientais, éticas e cultu-rais com as quais todos nos defrontamoshoje. A figura da dupla hélice se tornou umverdadeiro ícone dos tempos modernos.

Neste número anexamos um cartaz queapresenta, de forma bastante simplificada, um pouco da históriada elucidação da estrutura do DNA. Ele traz também um repre-sentação esquemática sobre os processos que levam à replica-ção do DNA e à síntese das proteínas. O cartaz pode se tornarum interessante instrumento para motivar discussões e experiên-cias em sala de aula sobre conteúdos da genética e da biologiamodernas e sobre suas implicações na vida da cada um e nomeio social.

Um aspecto interessante a ser explorado na escola é a reali-zação de atividades interdisciplinares em torno do DNA. O pro-fessor de biologia, aliado ao de física e de química, pode discutir

os conteúdos e as técnicas que possibili-taram essa descoberta e as que a ela seseguiram. Por outro lado, um interaçãofrutífera pode acontecer entre eles e o pro-fessor de história, ao se analisar o con-texto no qual esse processo se desenro-lou ao longo dos últimos 150 anos. Emparticular, refletir sobre a relação da des-cober ta com acontecimentos sociaiscomo as guerras e a revolução industrial,ou conquistas tecnológicas e interessesindustriais. O professor de geografia podeparticipar analisando as implicações am-bientais, econômicas e sociais dos alimen-tos transgênicos, por exemplo. O profes-sor de matemática, de filosofia e de litera-tura podem também trazer suas contribui-ções. Como nos diz Affonso Romano, emseu Barroco – Do quadrado à elipse, osperíodos históricos privilegiam certas fi-guras geométricas como forma de repre-sentar sua visão de mundo. Essas repre-sentações tornam-se conscientes e visí-veis através dos artistas, pensadores, es-critores e cientistas. Elas captam o abs-trato e o materializam. O retângulo estevepara a Grécia como o círculo para a Ida-de Média e a elipse para o barroco. A es-piral se destacou no século XVIII, quandofísicos, matemáticos e biólogos tentaramanalisar matematicamente as formas em

crescimento na natureza; no século XIX, foram importante as re-presentações geométricas planas das moléculas, introduzidas pe-los químicos, como na forma cíclica do benzeno imaginada porKekulé. A imagem que marca o século XX é a da dupla hélice. Elahabita o mundo contemporâneo com seu profundo significado paraa ciência, mas também transborda para a literatura, o comércio, osfilmes, a ficção e as artes. O professor de arte pode encontrarmuitasobrasartísticasmodernasque têmoDNAcomomote.Exem-plos disso são um quadro de Salvador Dali, de 1957, e a esculturaPortrait of a DNA Sequence de Roger Berry, de 1998.

Os professores interessados, junto com os alunos, não terãodificuldade em encontrar em livros didáticos,revistas ou jornais, na TV ou em filmes e do-cumentários, e principalmente na Internet,uma enorme gama de matérias e ilustraçõessobre o DNA. Muitos experimentos interes-santes poderão também ser feitos na escola,que vão desde montagens da dupla hélicecom materiais simples até a extração de DNAdecélulasanimaisouvegetais [veja,porexem-plo, em http://www.odnavaiaescola.com].

A discussão de um tema científico comoo DNA e seu significado na ciência moderna,além de estimular um entendimento maisaprofundado do conteúdo científico a seraprendido, possibilita ainda discussões so-bre aspectos mais gerais da ciência e da tec-nologia, de seus benefícios e dos riscos eescolhas envolvidos. Por contribuírem paraa formação para a cidadania, esses são te-mas que devem também ser discutidos naescola, sob pena de ser apresentada a vi-são de uma ciência neutra e desligada davida cotidiana e do contexto social.

DNA50 anos de

Os caminhos para a dupla hélice

Muitos foram os caminhos e linhas de pesquisa que conduziram à duplahélice. A mais tradicional delas foi a genética clássica, que se iniciou, em1865, com os trabalhos de Mendel sobre a hereditariedade. No período

de 1900 a 1930, estabeleceu-se a chamada teoria cromossômica da hereditarie-dade e firmaram-se os conceitos de gene e de mapeamento genético. Entre osanos 1930 e 1950, predominou a idéia de que o material genético era constituídopor proteínas, em função de sua complexidade molecular. O DNA, identificadonos cromossomos, foi estudado em sua composição e estrutura química, masera julgado muito simples para ser o portador da informação genética. Nos anos1940, surgiram trabalhos que exploraram as ligações entre física, genética e ateoria da informação, alguns deles motivados pelos estudos dos códigos secre-tos durante a II Guerra.

Outra contribuição importante, neste período, veio de vários experimentos so-bre as transformações em bactérias. Eles possibilitariam uma mudança deparadigma: a molécula que contém as informações genéticas passa a ser o DNA.Nesse período, escorada em novas técnicas para o estudo da matéria e nos conhe-cimentos emanados da física quântica, iniciou-se a busca das estruturas molecularestridimensionais, na qual se destacou Linus Pauling. No início dos anos 1950, com oaprimoramento dos experimentos de difração de raios X, com Rosalind Franklin eMaurice Wilkins, sedimentou-se a base para o trabalho de Watson e Crick. Eles sebeneficiaram de diversas correntes de pensamento e tradições experimentais ante-riores para construir seu bem sucedido modelo da dupla hélice, em 1953.

Ildeu Moreira é professor do do depar ta-mento de física da URFJ - Contato:[email protected]

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Socializar a educação - um sonho ainda tão atual nosdias de hoje - foi o objetivo perseguido por AnísioTeixeira durante toda a sua vida. Considerado o gran-de democrata da educação brasileira, ele chegou a pen-

sar em ingressar na vida religiosa, mas, após formar-se em Di-reito, acabou por mudar seu rumo e dedicar-se integralmente àmelhoria do sistema de ensino público brasileiro. O baiano dacidade de Caetité, nascido a doze de julho de 1900, revolucio-nou o sistema de ensino do país, das escolas primárias à pós-graduação.

Como educador, Anísio teve papel decisivo naobrigatoriedade do ensino, na formação de professores, na cri-ação de instituições como a Universidade de Brasília e no forta-lecimento dos trabalhos de pesquisa, como a Coordenação deAperfeiçoamento de Pessoal de Nível superior (Capes) e o Ins-tituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), osquais presidiu nas décadas de 50 e 60. Participou tambémcriticamente da elaboração da Lei de Diretrizese Bases de 1961, que definiu os ru-mos da educação no Brasil.

Anísio Spínola Teixeira começousua vida pública bem cedo, aos 25anos, ao ser convidado pelo entãogovernador de seu estado natal,Francisco Marques de GóesCalmon, para assumir o cargode inspetor geral do ensino naBahia _ o equivalente ao atualsecretário de educação. A in-tuição de Góes Calmon para o“dom educacional” inato do jovembacharel em Direito não demorou amostrar que tinha feito a escolha cer-ta: Teixeira desenvolveu ali o impor-tante projeto de reforma educacionalbaiana, que serviu como uma dasforças impulsoras do movimento de renovação educacional ocor-rido no País logo em seguida.

Não se pode esquecer que foi Anísio Teixeira quem introdu-ziu no país o conceito de escola gratuita e para todos. Em 1930,o educador publicou o artigo “Por que Escola Nova?”, que lan-çou as bases do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova,assinado dois anos depois por intelectuais brasileiros comoCecília Meireles e Roquete Pinto. Os princípios lançados nomanifesto - de um sistema educacional público, gratuito, obri-gatório e leigo - seriam inseridos na Constituição.

No entanto, foi como secretário-geral de Educação e Cul-tura do Distrito Federal - cargo que assumiu em 1934 - queAnísio Teixeira efetivamente iniciou a implantação de um con-junto de medidas organizacionais no sentido de dar uma es-trutura ao ensino nos vários níveis, desde a escola primáriaaos estudos superiores.

É impor tante frisar o alcance da visão desse homem quehá mais de 60 anos propunha a implantação da escola inte-gral. Esse tipo de ensino valorizava e estimulava, entre outrascoisas, como acontece hoje, o desenvolvimento das capaci-dades cognitivas das crianças, a importância de se manejar alíngua portuguesa como instrumento de pensamento e expres-

são e o desenvolvimento físico do indivíduo e a inserção regi-onal e social do indivíduo, readaptando o ensino às particula-ridades da região e do ambiente no qual está inserido.

Discípulo de um dos maiores educadores americanos,John Dewey, com o qual estudou nos Estados Unidos, AnísioTeixeira chegou a ser acusado de tentar “americanizar” o en-sino brasileiro, mas provavelmente isso aconteceu porquesuas idéias progressistas se chocavam com o pensamentoconservador das escolas particulares, muitas delas católicas,que contavam com a subvenção do governo. O que aconte-cia é que nessa época se tentava um trabalho pioneiro denacionalização do processo educativo, sem, contudo, se des-cuidar dos avanços científicos e tecnológicos ocorridos emoutras par tes do mundo.

No que diz respeito ao ensino médio, é necessário chamara atenção para a colaboração de Anísio no sentido de promo-ver a articulação entre o ensino técnico-profissional secundá-rio e o ensino secundário acadêmico, garantindo a equivalên-cia de estudos. Para a mentalidade vigente na época, isso fun-

cionou como uma verdadeira revolução educacional, poisa dualidade de ensino - técnico profissional para

as camadas populares e acadêmicopara as elites - ameaçava ser

diminuída.Anísio Teixeira, con-

siderado por MonteiroLobato como uma das in-

teligências mais brilhan-tes e um dos maiores co-

rações encontrados emsua vida, foi o primeiro a

projetar posit ivamente onome do Brasil no ex terior,

no campo da educação. Seutrabalho recebeu reconheci-

mento internacional de paísescomo Estados Unidos, França e Inglaterra, chegando a exer-cer o cargo, em 1946, de Conselheiro de Ensino Superiorda Organização das Nações Unidas para a Educação, Ci-ência e Cultura (Unesco).

Sua vasta obra é básica e fundamental para os estudosde educação ainda nos dias de hoje, pois a literatura edu-cacional produzida por ele se apresenta como um acervode documentos valiosos que analisa e reflete todo um perí-odo da evolução da educação brasileira. Não é à toa que aEnciclopédia Delta Universal, que trata o baiano como “edu-cador brasileiro cujas idéias inspiraram ou influenciaram to-dos os setores da educação no Brasil e mesmo o sistemaeducacional da América Latina”, garante que a obra escritapor ele é o material mais significativo sobre educação exis-tente em língua por tuguesa.

É uma pena que Anísio não tenha conseguido seu maiorreconhecimento de nós brasileiros: morreu em um acidenteaos 70 anos, pouco antes da eleição que o levaria a ocuparuma das vagas da Academia Brasileira de Letras. SegundoJosué Montello, a escolha já estava feita. A eleição apenasratificaria a decisão de colocar Anísio Spínola Teixeira entreas cabeças mais brilhantes da intelectualidade brasileira.

o democrata da educaçãoAnísio Teixeira:

Anísio TAnísio TAnísio TAnísio TAnísio Teixeiraeixeiraeixeiraeixeiraeixeirafoi homenageado emfoi homenageado emfoi homenageado emfoi homenageado emfoi homenageado emcédula no tempo em que acédula no tempo em que acédula no tempo em que acédula no tempo em que acédula no tempo em que amoeda era o cruzeiro realmoeda era o cruzeiro realmoeda era o cruzeiro realmoeda era o cruzeiro realmoeda era o cruzeiro real

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A paixão da professora NádiaMaria Silveira Costa de Melopela ar te e pela literatura conta-giou seus alunos. No ano passado, os alu-

nos do 3º ano noturno da Escola Estadual AntônioBasílio Filho, em Parnamirim, a 10 km de Natal (RN),produziram um livro de poesias escrito e ilustradopor eles mesmos. Outros alunos de, Nádia tambémeditaram um jornalzinho e organizaram uma exposi-ção de suas pinturas e desenhos. Essa foi a formaque a professora de língua portuguesa e de artesda escola encontrou para despertar o interesse dosalunos do curso noturno que costumam chegar can-sados na sala de aula após um quase sempredesgastante diade trabalho.

Ao desco-brir alguns alu-nos do 3º A in-teressados empoesia, NádiaCosta teve aidéia de confec-cionar o livro, aomesmo tempoem que traba-lhava os conteúdos programáticos daquela série. Elacomeçou por ensinar aos alunos como se faz umapesquisa e, ao perceber que muitos deles confundi-am as palavras biografia e bibliografia, aproveitou paraexplorar o conteúdo semântico, trabalhando concei-tos como polissemia, sinônimos, antônimos, homôni-mos e parônimos. Os alunos foram incentivados ain-

da a pesquisar sobre vida e a obra de escrito-res brasileiros como Machado de Assis, Gui-marães Rosa, Graciliano Ramos, Lima Barretoe Carlos Drummond de Andrade e a escreve-rem suas próprias biografias, que fezeram par-te, inclusive, do texto do livro.

A idéia da capa surgiu durante uma aula deliteratura, quando pesquisavam sobre a Sema-na de Arte Moderna. O quadro de Tarsila doAmaral, “Os Operários” – profissão de muitosdos alunos - chamou sua atenção. Ao estuda-rem o contexto em que a tela foi produzida, sur-giu a idéia de fazer uma montagem com aspróprias fotografias deles, substituindo as indús-

trias do quadro de Tarsila pelo que os alunosconsideraram os ícones atuais da modernidade_ o computador, o fax, o telefone celular e ovídeo-cassete, entre outros. O trabalho ganhoutal proporção que 90% dos alunos acabaramparticipando do projeto.

“Muitos professores costumam dizer quenas suas classes não têm alunos talentososassim, mas eles se esquecem que são os pró-prios educadores que têm que polir a pedra”,comentou Nádia, que agora colhe os resulta-dos de seu trabalho: a melhora da auto-estimade seus alunos e o aumento do prestígio da es-cola que passou a ser vista com outros olhospela comunidade.

Uma das alunas da escola, Maria de FátimaOliveira da Silva, conquistou o primeiro lugar emum concurso nacional promovido pelo Bancodo Brasil. “É verdade que os alunos do cursonoturno estão mais cansados, mas, ao contrá-rio dos seus colegas do diurno, valorizam maiso estudo como instrumento para modificaçãode suas vidas e, por isso, um pequeno estímulobasta para partirem em busca de objetivos de-finidos”, analisou Nádia Costa.

Colégio Antônio Basílio FilhoContato: 0xx842721010

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PrimaveraPrimaveraPrimaveraPrimaveraPrimavera(Marcílo Cirino de Silva)(Marcílo Cirino de Silva)(Marcílo Cirino de Silva)(Marcílo Cirino de Silva)(Marcílo Cirino de Silva)

Não sabias que a vida é belaComo a primavera.

Bela primavera que um diaMe fará conquistar o coraçãoDa mulher amada.

Nesse dia de venturaNão terei medo da solidão.

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Marise Nogueira RamosDiretora de Ensino Médio da Secretaria deEducação Média e Tecnológica.

OEnsino Médio deve ser planejado em conso-nância com as características sociais, culturaise cognitivas do sujeito humano referencial des-ta última etapa da Educação Básica: adoles-

centes, jovens e adultos. Cada um desses tempos de vidatem a sua singularidade, como síntese do desenvolvimen-to biológico e da experiência social condicionada historica-mente. Por outro lado, se a construção do conhecimentocientífico, tecnológico e cultural é também um processosócio-histórico, o ensino médio pode configurar-se comoum momento em que necessidades, interesses, curiosida-des e saberes diversos confrontam-se com os saberes sis-tematizados, produzindo aprendizagens socialmente e sub-jetivamente significativas. Em um processo educativo cen-trado no sujeito, o ensino médio deve abranger, portanto,todas as dimensões da vida, possibilitando o desenvolvi-mento pleno das potencialidades do educando.

No atual estágio de construção do conhecimento pelahumanidade, a dicotomia entre conhecimento geral e es-pecífico, entre ciência e técnica, ou mesmo a visão de tec-nologia como mera aplicação da ciência deve ser supera-da, de tal forma que a escola incorpore a cultura técnica e acultura geral na formação plena dos sujeitos e na produ-ção contínua de conhecimentos.

As relações nas unidades escolares, por sua vez, expres-sam a contradição entre o que a sociedade conserva e revo-luciona. Essas relações não podem ser ignoradas, mas de-vem ser permanentemente recriadas, a partir de novas rela-ções e de novas construções coletivas, no âmbito do movi-mento sócio-econômico e político da sociedade.

Com este referencial, propomos discutir as possibilida-des de se repensar o Ensino Médio na perspectiva interdisci-plinar. Consideramos importante que cada escola faça umretrato de si mesma, dos sujeitos que a fazem viva e do meiosocial em que se insere, no sentido de compreender suaprópria cultura, identificando dimensões da realidade moti-vadoras de uma proposta curricular coerente com os inte-resses e as necessidades de seus alunos. Afinal, a escolafaz parte do conjunto social em que está inserida e deve secomprometer, também, com seus projetos. Sem nunca es-gotar em si mesma, a dimensão local pode ser uma dimen-são importante do planejamento educacional, integrado aum projeto social comprometido com a melhoria da qualida-de de vida de toda a população.

O projeto curricular interdisciplinarO projeto curricular interdisciplinarO projeto curricular interdisciplinarO projeto curricular interdisciplinarO projeto curricular interdisciplinarAssentados sobre as bases ética e política do projeto

escolar e sobre o princípio da interdisciplinaridade, acredita-mos que o currículo, como dimensão cultural, epistemológi-ca e metodológica desse projeto, pode mobilizar intensa-mente os alunos, assim como os diversos recursos didáti-

cos disponíveis e/ou construídos coletivamente. Pressupo-mos, com isso, a possibilidade de se dinamizar o processode ensino-aprendizagem numa perspectiva dialética, em queo conhecimento é compreendido e apreendido como cons-truções histórico-sociais.

Tomando os objetivos das áreas de conhecimento orga-nizadoras da educação básica, vemos que os estudos naárea de códigos e linguagens visam à compreensão do sig-nificado das letras e das artes; dar destaque à língua portu-guesa como instrumento de comunicação; acesso ao co-nhecimento e exercício da cidadania. O eixo curricular dessaárea pode ter como referência a construção do sujeito nasrelações inter-subjetivas e coletivas mediadas pelas lingua-gens.

Os estudos das ciências da natureza e da matemáticadevem destacar a educação tecnológica básica e a com-preensão do significado da ciência. Um eixo de organiza-ção dos conteúdos pode ser a complexidade e o equilíbriodinâmico da vida no processo de desenvolvimento dos indi-víduos e da sociedade.

A área de ciências humanas e sociais assenta-se sobrea compreensão do processo histórico de transformação dasociedade e da cultura, podendo-se organizar em torno doeixo da cidadania e dos processos de socialização, na pers-pectiva sócio-histórica.

Algumas abordagens metodológicas podem conferir aocurrículo uma perspectiva de totalidade, respeitando-se asespecificidades epistemológicas das áreas de conhecimen-to e das disciplinas. Propomos a organização dos planos deestudo de forma interdisciplinar, sugerindo que o processopedagógico tenha como base: o trabalho sistematizado comleituras de publicações diversas; a produção própria e cole-tiva dos textos; a utilização intensa da Biblioteca; o uso dediversos recursos pedagógicos disponíveis na escola; a ex-ploração de recursos externos à escola (os Cinemas, os Te-atros, os Museus, as Exposições etc); a investigação de pro-blemas de ordem sócio-econômica, do ponto de vista histó-rico, geográfico, sociológico, filosófico e político; a realiza-ção de atividades práticas (laboratórios e visitas de campo);o uso de acervos e patrimônios histórico-culturais da região.

Assim, a possibilidade de se abordar pedagogicamenteas atividades cotidianas está em considerá-las referênciasque auxiliem os professores entre si e em sua interação comos alunos, em seus diálogos interdisciplinares, para a defini-ção de objetivos e projetos comuns e articulados, no pro-cesso ensino-aprendizagem.

desafios de ensino e aprendizagemdesafios de ensino e aprendizagemdesafios de ensino e aprendizagemdesafios de ensino e aprendizagemdesafios de ensino e aprendizagemInterInterInterInterInterdisciplinaridade:disciplinaridade:disciplinaridade:disciplinaridade:disciplinaridade:

Marise Nogueira RamosMarise Nogueira RamosMarise Nogueira RamosMarise Nogueira RamosMarise Nogueira Ramos

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Cansados de ver alunas da comunidadecom idade para ainda estar brincando debonecas se prepara-rem para se tornar

mães, um grupo de profes-sores do Centro Educa-cional número 2 do Cru-zeiro, no DF, resolveu tra-balhar para mudar essa reali-dade. O projeto Bebê Ciê, querecebeu o apelido em homenagemao nome pelo qual a escola é conhe-cida, era a princípio apenas uma formaque a professora de história Tânia Barros en-controu, no ano de 2000, para auxiliar seus alu-nos a refletir sobre a responsabilidade de suasações em relações sexuais precoces, mas acabou ga-nhando o apoio de toda a escola e hoje já é um programainterdisciplinar que está conseguindo, pouco a pouco, di-minuir o número de mães precoces naquela escola.

Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) indicam quea cada minuto nasce no Brasil uma criança com mãe comidade entre 15 e 19 anos; a cada 17 minutos, uma meninana faixa etária dos 10 aos 14 anos tem um filho. Além dis-so, 48% dos abortos autorizados legalmente visam inter-romper a gravidez de crianças e adolescentes entre 10 e17 anos. Responsável pela parte diversificada da gradeescolar do Centro Educacional 2, Tânia utilizou esses da-dos para introduzir o tema da gravidez precoce quandofalava sobre crescimento da população jovem em suasaulas de história.

O primeiro passo, como lembrou a professora, é deixarde lado preconceitos e tabus contra a sexualidade entreadolescentes e que acabam por ser os principais respon-sáveis pela gravidez precoce e o aumento da incidênciade Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis entreos adolescentes. Para dar início ao trabalho, foi mostradoentão um filme sobre métodos anticoncepcionais e os alu-nos aprenderam, na sala de aula, até mesmo a forma cor-reta de se colocar a camisinha.

Em um segundo momento, foi feito um trabalho de grupo,com música, quando as pessoas iam escolhendo seus par-ceiros, o que permitiu refletir sobre a importância de ser sele-tivo para evitar, por exemplo, o contágio de doenças como aAids. Mas o que realmente fez com que os alunos aderissemde corpo e alma ao projeto foi quando Tânia deu para cadaturma um ovo que deveria ser cuidado como se fosse umbebê. A cada dia, um aluno o levava para casa e não podiadesgrudar dele durante as 24 horas do dia, passando para ocolega no dia seguinte. Poucos ovos chegaram a se quebrar,mas muitos deles foram tão bem cuidados que ganharam

Centro Educacional do Cruzeiro - Brasília - DFContato: 0x x612344939

na horaGravidez

berço, enxoval e até certidãode nascimento. No final, ga-nhou o mais bem cuidado.

Os alunos se mostraramtão par ticipativos que oBebê Ciê transformou-seem Projeto Gravidez Pre-coce, que pretende abor-dar o tema em várias dis-ciplinas, com o objetivoprincipal de tornar esses jovens estudantes responsáveispor suas atividades sexuais, definindo conscientemente ahora de começar sua vida sexual e tornando-se aptos a seprevenir de uma gravidez indesejada ou de uma doençasexualmente transmissível. “Não temos como trabalhar aquestão da gravidez precoce se não orientarmos sexual-mente esses alunos”, ressaltou a orientadora educacionalda escola, Nelcy Correia Guimarães. “Engravidar é um atomuito sério e quando ocorre precocemente não é agradá-vel para as meninas, os meninos e suas famílias”, diz ela.

O professor de Artes, Fábio da Silva, trabalha com osalunos os temas ligados à sexualidade em peças de teatro.O Grupo Noigrandes, formado por alunos e dirigido por ele,já se tornou famoso na cidade e faz apresentações em es-colas, espaços culturais, teatros e outros locais públicos.O resultado desse trabalho pode ser notado com uma sim-ples visita à escola: nossa reportagem não conseguiu en-contrar nenhuma grávida pelos corredores do Centro Edu-cacional número 2 do Cruzeiro.

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Saneamento em muitos países do mundo é umtermo que se confunde com esgotamento sani-tário. Contudo, no Brasil, consolidou-se uma am-pla utilização do conceito de saneamento que

envolve além da idéia de esgotamento sanitário – siste-ma de canalizações aonde vão ter as águas servidas edejetos das casas –, a de drenagens, de tratamento deresíduos sólidos (lixo), de controle de vetores (ou de hos-pedeiros intermediários de agentes causadores de in-fecções e infestações como, por exem-plo, o aedes e os caramujos trans-missores de esquistossomo-se), também refere-se obvi-amente, à idéia de abas-tecimento de água dosaglomerados populaci-onais. Isso porque, en-tre nós, essa idéia deesgotamento sanitárioestá fortemente ligadaa uma prática culturalbastante definida que éa da higiene.

Limpeza e asseio são, por-tanto, dois elementos importan-tes da definição mais abrangente desaúde pública no nosso país que estão decerto modo relacionados ao conceito de saneamento,em particular, de saneamento ambiental. Desse modo,não se pode deixar de considerar que a palavra saneartem um significado bastante amplo, envolvendo ativida-des tão diversas e inter-relacionadas quanto tornar habi-tável ou respirável o ambiente e escoar águas pluviais,dejetos ou outros líquidos.

Na realidade, todas essas atividades têm um com-ponente que é comum: a água. A água é uma substân-cia utilizada não só para saciar a sede dos homens, mastambém para preparar os alimentos, fazer a higiene pes-soal, limpar as casas, lavar a louça e roupas, regar plan-tas, etc. A água é igualmente imprescindível como meiode transporte e de limpeza pública, fonte de vapor e pro-

Carlos José Saldanha Machado, é Antropologo,professor do Programa de Pós-Graduação em EngenhariaAmbiental da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Con-tato: [email protected]

dução de energia, ou ainda como agente de sistemas queservem para movimentar cadeias produtivas e maquinarias.Além disso, não se pode esquecer que as águas servidasprecisam ser drenadas ou adequadamente tratadas paraafastar doenças, proteger as nascentes, proporcionar con-forto, preservar os rios, lagos e lagoas, enfim, para garantira qualidade de vida das populações atuais e futuras.

Essa maneira de colocar o problema do saneamento e,conseqüentemente, da água deve ser encarada como um

processo de discussão a ser aprofundadono Brasil. Uma política das águas

envolve necessariamente umapolítica de saneamento, mas

também uma política demeio ambiente na medi-da em que é, daquipara a frente, crucial eestratégico adotar-mos uma perspectivade análise globalizan-

te.Nunca é tarde para

lembrar que investir emsaneamento é investir em

saúde. A Organização Mundialda Saúde tem afirmado que para

cada dólar investido em saneamento bá-sico, economiza-se 5 dólares, nos 10 anos seguin-

tes, em médicos, em atendimento nos postos de saúde eem hospitais. Os resultados deste investimento a médio elongo prazos são aparentemente fáceis de constatar e me-dir: em países onde se investe adequadamente em sanea-mento os índices de mortalidade infantil despencaram, asdoenças como a cólera e a leptospirose deixaram de existire as verminoses que fazem com que as pessoas percam oânimo para o trabalho já não são uma preocupação.

Investir emsaneamento éreduzir gastos com

saúde

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Carlos José Saldanha Machado

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No Centro de En-sino Médio 404de Santa Maria,no Distrito Fede-

ral, uma opção de lazer cri-ada para tirar os alunos daociosidade acabou por setornar um elo para o traba-lho da interdisciplinaridadee, com isso, aumentar o in-teresse dos alunos, dimi-nuindo índices de evasãoescolar e de repetência. Oclube do xadrez começouem 1999 com sete alunose hoje possui cerca de1500 membros, entre alu-nos e moradores da co-munidade. Seus integran-tes são tricampeões dosjogos escolares do DFcom mais de 18 anos ecampeões na categoriaaté 16 anos.

A experiência, iniciadaquando a escola foi inau-gurada, deu tão certo, que está sendo formado tambémum clube de música. E já há alunos até usando a experiên-cia adquirida nas aulas de xadrez para ingressar na facul-dade, ensinando a prática do jogo em troca do valor damensalidade. “Eles estão trocando seu trabalho por bolsasem faculdades particulares”, contou o professor LeonardoJunqueira, autor da iniciativa do Clube do Xadrez.

Em 1999, o número reduzido de professores e a totalfalta de lazer na comunidade fizeram com que Leonardoparasse para pensar em uma forma de tirar os alunos daociosidade, trazendo-os para dentro da escola. O xadrezfoi escolhido por conviver bem com a prática pedagógica,já que é um jogo silencioso, além de ser cientificamentecomprovado que aumenta o poder de concentração, o ra-ciocínio lógico e a criatividade.

Com o apoio da diretora da escola, Joana Lima de Al-meida Rodrigues, o professor Léo iniciou seu trabalho deformiguinha. “Tivemos que despertar o interesse tanto dealunos quanto de professores porque se fôssemos obrigá-los não daria certo”, enfatizou Leonardo Junqueira. Comose trata de uma escola com pouquíssimos recursos, inseri-da em uma comunidade muito carente, até mesmo as pe-ças e os tabuleiros foram confeccionados pelos alunos, commaterial reciclado. “Os alunos passaram a olhar o lixo comoutros olhos”, contou o professor de matemática.

Dessa forma, no Clube do Xadrez de Santa Maria, po-tes de Yakult viram torres, tampas de garrafas viram peõese vidros de desodorantes se transformam em cavalos, apósserem pintados. Até mesmo o relógio oficial, que custa cer-ca de R$140, passou a ser produzido pelos alunos, com oauxílio de professores a um custo de apenas R$5,40, utili-zando-se de relógios despertadores encontrados em lojasde R$1,99 e interruptores de luz.

Loenardo JunqueiraContatos: [email protected] [email protected]

O estímulo foi tantoque começou a tomarconta de toda a escola.A professora de portu-guês trabalhou em salade aula textos da histó-ria do xadrez, descobrin-do até que Machado deAssis foi o precursor dojogo no Brasil. Nas au-las de química, o assun-to era o tempo de de-composição dos poti-nhos que agora esta-vam sendo reciclados eo professor de física,que trabalhava com cir-cuitos, pôde dar umaaula prática para osalunos ao colaborar nacriação do relógio. Namatemática então, áreade origem de Leonar-do, o tabuleiro de xa-drez mostrou-se um óti-mo instrumento para

trabalhar conteúdos como: figuras planas, secção, ma-triz, planos cartesianos, entre outros. “Passamos a teros conteúdos das diversas matérias se completando,mesmo que com enfoques completamente diferentes”,observou a diretora da escola. “Basta o professor pen-sar um pouco que ele descobre como inserir seu con-teúdo no assunto”, enfatizou.

O sucesso do Clube do Xadrez, que já possui atésala própria construída com recursos do De Escola paraEscola – I Fórum Nacional de Experiências no EnsinoMédio de 2001,,,,, foi tanto que incentivou outras iniciati-vas. Apaixonado por música, o professor de química,Alberto Vieira do Nascimento, já está montando gru-pos musicais na escola, que deverão representar osmais diversos gêneros musicais. Além de incentivar osalunos a aprenderem a tocar algum instrumento, a idéiaé dar também fundamentação teórica para aqueles quejá tocam de ouvido. “Estamos elaborando um projetode interdisciplinaridade, pois a música pode ser traba-lhada em todas as disciplinas”, ressaltou o professorde química.

Apesar de ainda estar no início, o projeto já come-çou a render frutos. Os alunos que participam das au-las de música estão mais estimulados e melhoraram aauto-estima. “Pelo menos na minha matéria, até mesmoo rendimento já apresentou melhoras”, contou Alberto.

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Quais são os principais prQuais são os principais prQuais são os principais prQuais são os principais prQuais são os principais projetos que a Secrojetos que a Secrojetos que a Secrojetos que a Secrojetos que a Secretariaetariaetariaetariaetariade Ensino Médio prde Ensino Médio prde Ensino Médio prde Ensino Médio prde Ensino Médio pretende desenvolver nos próxi-etende desenvolver nos próxi-etende desenvolver nos próxi-etende desenvolver nos próxi-etende desenvolver nos próxi-mos anos?mos anos?mos anos?mos anos?mos anos?

A primeira missão foi a de constituir comissõespara se montar uma política de ensino médio. Ouseja, formular políticas, porque a secretaria esta-va montada de tal forma que funcionava apenasa partir de programas, e não de políticas. Vimosque era preciso dar sustentabilidade à SEMTECpara que ela pudesse formular políticas parao ensino médio e ar ticular essas políticascom os estados. E seguindo a proposta di-vulgada pelo presidente Lula, nós não quere-mos projetos que sejam pacotes, que sai go-verno e entra governo são mudados. Claro quenós temos propostas, mas queremos discutiressas propostas e por isso realizamos o Se-minário de Ensino Médio.

Mas algumas propostas já estão pron-tas, como a obrigatoriedade do ensinomédio. Isso já estava na Constituição, foiretirado na emenda constitucional do últi-mo governo, porém na LDB é resgatada.Então o que nós queremos como uma for-ma de estancar a defasagem série/idade étornar obrigatório o ensino médio. E já vimosque para 2004 é possível fazer isso, absorven-do os alunos que se formam na oitava série doensino fundamental. Então o aluno que se for-mar agora na oitava série vai ter, obrigatoriamente, vagano primeiro ano do ensino médio.

O secretário de Ensino Médio e Tecnológico, Antonio Ibañez Ruiz, explicanessa entrevista especial as principais propostas do MEC para tentar resolveros graves problemas do ensino médio brasileiro. Engenheiro e professor daUniversidade de Brasília, Antonio Ibañez foi Secretário de Educação do DF,

durante o governo de Cristovam Buarque.

Recente pesquisa divu lgadaRecente pesquisa divu lgadaRecente pesquisa divu lgadaRecente pesquisa divu lgadaRecente pesquisa divu lgadapelo MEC mostra que o númerpelo MEC mostra que o númerpelo MEC mostra que o númerpelo MEC mostra que o númerpelo MEC mostra que o número deo deo deo deo de

estudantes que não completamestudantes que não completamestudantes que não completamestudantes que não completamestudantes que não completamo ciclo médio é muito alto. Oo ciclo médio é muito alto. Oo ciclo médio é muito alto. Oo ciclo médio é muito alto. Oo ciclo médio é muito alto. Oque pode ser feito de imediatoque pode ser feito de imediatoque pode ser feito de imediatoque pode ser feito de imediatoque pode ser feito de imediatopara rpara rpara rpara rpara reduzir o nível de evasãoeduzir o nível de evasãoeduzir o nível de evasãoeduzir o nível de evasãoeduzir o nível de evasãoescolar?escolar?escolar?escolar?escolar?

O censo mostrou que existem8 milhões e 700 mil alunos matri-culados na escola pública entre 15e 17 anos, dentro de um universode 10,5 milhões de jovens nessaidade, sendo que daqueles 8, 7milhões, quase a metade está ma-triculada no ensino fundamentalainda. Ou seja, além desses quasedois milhões que jovens que estão

fora do ensino médio, existemquase 4 milhões que estãodefasados.

Outro ponto é a melho-ria da qualidade e para issoprecisamos dar melhorescondições de trabalho paraos professores, investirmais na qualificação conti-

nuada desses profissionais, cri-ar uma política do livro didático

para o ensino médio, que não existe,além de toda uma infra-estrutura para acomodar

esses jovens que virão do ensino fundamental.

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Ensino Médio

qualidade

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Fala-se em criar um quarFala-se em criar um quarFala-se em criar um quarFala-se em criar um quarFala-se em criar um quar to ano parato ano parato ano parato ano parato ano parao ensino médio. Em que consiste ao ensino médio. Em que consiste ao ensino médio. Em que consiste ao ensino médio. Em que consiste ao ensino médio. Em que consiste aprprprprproposta e quando deve começaroposta e quando deve começaroposta e quando deve começaroposta e quando deve começaroposta e quando deve começara funcionar?a funcionar?a funcionar?a funcionar?a funcionar?

Seria um quarto ano vocacio-nal para aqueles que vão entrarno ensino médio a partir dopróximo ano. E por que isso?Porque as diretrizes do ensi-no médio falam em 3.200 ho-ras mínimas e que acabamficando como máximo. E3.200 horas não são suficien-tes para você formar o cida-dão, muito menos para o cida-dão que quer estar apto para otrabalho ou para a universidade.Não podemos ter escolas que pre-parem só para a universidade, ou es-colas que preparem só para a cidadania,temos que garantir as duas coisas. E garantiresse conteúdo mínimo para todos não é suficien-te, pois o mínimo se torna o máximo. Para um aluno deensino médio ingressar na universidade, é preciso ter maishoras de estudo. E isso não significa que seja uma revi-são de tudo que já estudou nos outros três anos, não.Queremos mais carga horária e novos conhecimentos.Com esse quarto o aluno vai poder conhecer melhor quaissão as alternativas para o ensino profissionalizante. E es-sas disciplinas serão oferecidas nas próprias escolas enos próprios centros que trabalham com educação pro-fissional.

A idéia então é preparar melhor o aluno. Muitos críti-cos dizem que se ensino médio já está ruim, por que que-remos criar um quarto ano? Mas o quarto ano não é paramelhorar a qualidade do ensino médio, mas para prepa-rar melhor o jovem. A melhoria da qualidade do ensinomédio vai se dar de outras formas, com melhores livrosdidáticos, melhores condições de trabalho e qualificaçãopara os professores.

E como vai funcionar esse quarE como vai funcionar esse quarE como vai funcionar esse quarE como vai funcionar esse quarE como vai funcionar esse quar to ano, será opcionalto ano, será opcionalto ano, será opcionalto ano, será opcionalto ano, será opcionalou obrigatório?ou obrigatório?ou obrigatório?ou obrigatório?ou obrigatório?

O aluno poderá fazer a opção. Mas as escolas serãoobrigadas a oferecer alguma opção para esse quarto ano,ou preparando melhor os alunos para o vestibular, ou cri-ando disciplinas de formação profissional.

Qual a opinião do senhor sobrQual a opinião do senhor sobrQual a opinião do senhor sobrQual a opinião do senhor sobrQual a opinião do senhor sobre o ENEM, ele seráe o ENEM, ele seráe o ENEM, ele seráe o ENEM, ele seráe o ENEM, ele serámantido ou sofrmantido ou sofrmantido ou sofrmantido ou sofrmantido ou sofrerá mudanças?erá mudanças?erá mudanças?erá mudanças?erá mudanças?

Eu acho importante ter um exame obrigatório para sa-ber se o aluno está preparado. Hoje o ENEM é optativo edirecionado para o ingresso na universidade. Esse assuntoé tema de discussão no seminário, mas pessoalmente eudefendo um exame obrigatório, porque então você pegaria

todas as escolas públicas e privadase obrigaria todos os alunos a faze-

rem o exame e ver qual o graude conhecimento dos estudan-

tes que estão terminando oensino médio. Algumas pes-soas lembram que já existeo SAEB, mas o SAEB fazaleatoriamente, não abran-ge todas as escolas. Entãoo exame mostraria de ma-neira geral essa situação.Mas só esse exame não re-

solve. Seria importante que opróprio aluno tivesse conheci-

mento de como ele está quan-do entra no ensino médio. Então

você teria um exame obrigatório paratodos, antes de entrar no ensino médio

e depois que terminasse. Seria importantepara o próprio aluno, a partir de uma referência na-

cional, avaliar seu nível de conhecimento.

Qual o prQual o prQual o prQual o prQual o projeto da SEMTEC para as escolas técnicas?ojeto da SEMTEC para as escolas técnicas?ojeto da SEMTEC para as escolas técnicas?ojeto da SEMTEC para as escolas técnicas?ojeto da SEMTEC para as escolas técnicas?O que se pretende é ter uma proposta para a educa-

ção profissional como um todo. Da mesma forma que todomundo sabe que para ir para a universidade você temque passar pelo o ensino básico, fazer o ensino médio edepois o vestibular, em seguida escolher a carreira, ouseja, todo mundo sabe o que você tem que fazer. Na edu-cação profissional você não sabe. Você não sabe a partirde quantos anos você pode começar, se em seguida vocêpode fazer curso superior; não se sabe exatamente qual adiferença entre um tecnólogo e um engenheiro, isso nãoestá claro para ninguém. O decreto que regula a educa-ção profissional é muito pobre para regular algo tão rico ecom tanto potencial. Num país onde você pensa em im-plantar um novo modelo de desenvolvimento baseado naprodução, você vai precisar de técnicos, tanto de nívelmédio quanto de nível superior. Então, para dar conheci-mento a todo mundo e saber o que cada um pode fazer, éfundamental fazer uma lei de educação profissional. Essalei é que regulamentaria o assunto. E para os CEFETs e asescolas agrotécnicas, é importante que elas saibam o po-tencial que elas têm para o desenvolvimento local e regio-nal, aglutinando prefeituras, associações comerciais, as-sociações de produtores.

Estamos tentando articular em nível nacional um con-selho que permita juntar os órgãos governamentais quetrabalham com formação profissional, o sistema S (SE-NAI, SESI e SENAC), as centrais sindicais e a sociedadecivil. Procurar juntar esses segmentos para poder articu-lar uma política nacional de educação profissional, paraque cada um atue dentro do seu segmento, mas segun-do uma política nacional. Hoje cada faz um tipo de forma

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Não podemos terescolas que preparemsó para a universidade,

ou escolas quepreparem só para a

cidadania, temos quegarantir as duas opções

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ção e você não tem controle do que acontece. Isso éimportante porque esses segmentos poderiam ser sujei-tos da grande transformação que o Brasil precisa e incluir70 milhões de pessoas que estão fora da educação por-que não têm um certificado de ensino médio.

Como fazer essa inclusão?Como fazer essa inclusão?Como fazer essa inclusão?Como fazer essa inclusão?Como fazer essa inclusão?É impossível trazer todas essas pessoas para uma es-

cola à noite, se já trabalham o dia inteiro, ou mesmo sedesempregadas, estão fazendo alguma atividade informaldurante o dia. Levá-las para uma escola para ficar trêshoras assistindo um curso, em geral sem as mesmas con-dições do curso diurno, não tem sentido. Então você temque procurar, de acordo com as diretrizes da educaçãode jovens e adultos, um modelo pedagógico adequado,para que essas pessoas sejam incentivadas a fre-qüentar a escola, poder ter um certificadode ensino médio e que ao mesmo tem-po dê uma qualificação profissional.Existem muito métodos que estãosendo aplicados no Brasil intei-ro. O que a gente quer é com-pilar esses métodos de su-cesso e para isso vamoslançar um edital agora emjulho para conhecer essestrabalhos. Sabemos quetêm Ongs, a Fundação Ro-berto Marinho, a CUT, en-fim ,diversas entidades queutilizam métodos que deramcerto. Queremos conhecertodos esses métodos e verifi-car quais são os mais apropria-dos e incentivá-los.

A proposta é que em vinte anos,no máximo, todo brasileiro tenha o certifi-cado de ensino médio, ou seja, universalizara educação básica.

De que forma o Governo Federal e os governos es-De que forma o Governo Federal e os governos es-De que forma o Governo Federal e os governos es-De que forma o Governo Federal e os governos es-De que forma o Governo Federal e os governos es-taduais podem atuar juntos para transformar as escolastaduais podem atuar juntos para transformar as escolastaduais podem atuar juntos para transformar as escolastaduais podem atuar juntos para transformar as escolastaduais podem atuar juntos para transformar as escolasem espaços de educação para a família, discutindo te-em espaços de educação para a família, discutindo te-em espaços de educação para a família, discutindo te-em espaços de educação para a família, discutindo te-em espaços de educação para a família, discutindo te-mas como violência e saúde?mas como violência e saúde?mas como violência e saúde?mas como violência e saúde?mas como violência e saúde?

Vamos começar um projeto, para alguns estados queoptarem, que é o Assunto de Família. A idéia é levar ospais para dentro das escola para discutir temas funda-mentais para a segurança, não no sentido físico, mas se-gurança ética e moral do estudante. E para que isso acon-teça, os pais também têm que estar seguros de como dis-cutir determinados temas, sobre os quais às vezes ele nãotêm conhecimento. A partir do segundo semestre esseprojeto estará sendo levado para diversos estados e oobjetivo é esse: que os pais estejam nas escolas, discu-tindo com especialistas diversos temas que são impor-tantes para o desenvolvimento integral do jovem.

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ta Qual a prQual a prQual a prQual a prQual a proposta da SEMTEC para o proposta da SEMTEC para o proposta da SEMTEC para o proposta da SEMTEC para o proposta da SEMTEC para o processoocessoocessoocessoocessode aperde aperde aperde aperde aper feiçoamento prfeiçoamento prfeiçoamento prfeiçoamento prfeiçoamento profissional dos profissional dos profissional dos profissional dos profissional dos professorofessorofessorofessorofessoresesesesesdo Ensino Médio?do Ensino Médio?do Ensino Médio?do Ensino Médio?do Ensino Médio?

No caso do ensino médio são dois problemas queexistem: um é a falta de professores, que em algu-mas áreas é gravíssima. Então o primeiro desafio éformar professores. E o segundo é qualificar os pro-fessores que já existem. Mas além da qualificação,o grande problema é a motivação também. Quer di-zer, a valorização do professor. Quando um profes-sor pensa que ele ingressa num sistema estadual deeducação, e ele imagina que vai ficar trinta anos,dando trinta horas semanais de aula para mais de40 alunos, entre 15 e 17 anos, eu acho que ele de-siste. E ainda pensando no salário que vai ganhar.Mesmo que dobre o salário dele em trinta anos, ele

desiste. Então o impor tante é criar motiva-ção. Por isso estamos criando a Coor-

denação de Aperfeiçoamento dosProfessores de Ensino Médio e

Profissional. Será uma comis-são que vai incentivar que o

professor trabalhe em pes-quisa com a sala de aulapara obter melhor desem-penho dos alunos. Ou seja,que metodologias ele podeusar, que trabalhos os alu-nos podem desenvolverpara obter melhor desem-penho. Se isso for realmen-

te interpretado como um tra-balho de pesquisa, por essa

coordenação, ele poderá ga-nhar uma bolsa de pesquisa e te-

remos uma linha de publicaçõespara que ele possa publicar essas pes-

quisas e participar de congressos. Essa co-ordenação seria para analisar os projetos de pes-

quisa e conceder as bolsas. E para isso vamos lançarum edital no início do segundo semestre, para recolheressas pesquisas que já existem tentar obter, já para opróximo ano, um financiamento para essas bolsas.

Um dos prUm dos prUm dos prUm dos prUm dos projetos mais imporojetos mais imporojetos mais imporojetos mais imporojetos mais impor tantes anunciadostantes anunciadostantes anunciadostantes anunciadostantes anunciadospelo MEC é o que prpelo MEC é o que prpelo MEC é o que prpelo MEC é o que prpelo MEC é o que pretende erradicar o analfabe-etende erradicar o analfabe-etende erradicar o analfabe-etende erradicar o analfabe-etende erradicar o analfabe-tismo do país. De que forma as escolas de Ensinotismo do país. De que forma as escolas de Ensinotismo do país. De que forma as escolas de Ensinotismo do país. De que forma as escolas de Ensinotismo do país. De que forma as escolas de EnsinoMédio podem parMédio podem parMédio podem parMédio podem parMédio podem par ticipar desse prticipar desse prticipar desse prticipar desse prticipar desse processo?ocesso?ocesso?ocesso?ocesso?

As escolas de ensino médio podem par ticipardesse processo preparando melhor seus alunos.Porque se hoje nós temos 20 milhões de analfabe-tos absolutos, existem outros milhões de analfabe-tos funcionais, que são conseqüência da falta depreparação desses alunos. Então se a escola pre-parar bem o aluno de ensino médio já vai estar fa-zendo a sua par te.

A idéia é levar os paispara dentro das escolas

para discutir temasfundamentais para asegurança, não nosentido físico, massegurança ética e

moral do estudante

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Atendendo ao pedido do pre-sidente Xanana Gusmão, doTimor Leste, o Ministério da Edu-cação enviou, nos primeiros diasdeabril,aMissãodeCooperaçãoInternacional em parceria com oMinistériodeRelaçõesExteriores.

Esta missão tem como obje-tivo colaborar na elaboração desugestões de proposta de umalegislação educacional para opaís, diretrizes para educaçãobásica e política de formação deprofessores.

A equipe é composta de seisespecialistas em educação comcomprovada experiência na im-plantação e implementação daeducação brasileira. A coorde-nação da equipe está a cargoda professora Leila Portella, e écomposta pelas professorasMarília Gonçalves BorgesSilveira, Madeleine Castiglio,Maria Aliete Bormann, SandraMaciel Barreto e o professorIvanildo Quirino do Nascimento.

CCCCCongressoongressoongressoongressoongressoCientíficoCientíficoCientíficoCientíficoCientíficoInternacionalInternacionalInternacionalInternacionalInternacional

O Museu da Vida e a FIO-CRUZ estão convidando profis-sionais dedicados à educaçãocientífica para o IV Science Cen-tre World Congress que se reali-zará no Rio de Janeiro entre 10e 15 de abril de 2005.

O IV Congresso debaterá te-mas como a divulgação e popu-larização da ciência por meio demuseusecentroscientíficosentreo grande público, sem perder ospadrões de qualidade e a contri-buição desses para a eqüidade einclusão social e promover o de-bate de como garantir o acessodapopulaçãoàsaúde,educaçãoe lazer, encontrandocaminhosdedesenvolvimentoparao totalexer-cício da cidadania.

Pesquisadores, professores e especialista encontraram-se, no MEC, em abrilpara inserir a escola de ensino médio na sociedade do conhecimento,atendendo o convite da Secretaria de Educação Média e Tecnológicado Ministério da Educação para participar da I Reunião sobre Educação

para a Ciência.O encontro debateu propostas que possam contribuir com a implementação da

política de educação para o ensino da área de ciência da Natureza e Matemática,discutindo os temas de currículo e ensino, formação de professores, divulgação e po-pularização científica.

Participaram da reunião representantes do CNPq, FIOCRUZ, Universidade Federaldo Espírito Santo, CAPES, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Museu da Vida,Academia Brasileira de Ciências e Colégio Pedro II.

O professor Ênio Candotti, representante do Núcleo de Processamento de Dadosda Universidade Federal do Espírito Santo, propôs durante o encontro a criação de umórgão nos moldes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superiorpara contribuir com a solução de problemas do ensino médio como: falta de investi-mento em programas dirigidos à educação científica e avaliação, descontinuidade dosque já existem e a formação dos professores entre outros.

Tanto a professora Nísia Trindade Lima, diretora da Casa Oswaldo Cruz, comoCristina Araripe, pesquisadora da FIOCRUZ consideraram a iniciativa importante, por-que demonstra que há uma convergência em relação a importância da educaçãopara a ciência.

“Já participei de muitas reuniões sobre o tema, mas esta tem grande relevânciaporque é uma iniciativa da SEMTEC que é muito mais pertinente”, declarou o professorMarco Antonio Moreira, consultor da CAPES.

ACiênciana Escola

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Como o próprio títulosugere, o Dicionário deDicionário deDicionário deDicionário deDicionário de

Educadores no Brasil – daEducadores no Brasil – daEducadores no Brasil – daEducadores no Brasil – daEducadores no Brasil – dacolônia aos dias atuaiscolônia aos dias atuaiscolônia aos dias atuaiscolônia aos dias atuaiscolônia aos dias atuais é um

trabalho de pesquisa exausti-vo sobre o perfil dos homens e

mulheres que, da colônia às últi-mas décadas do século XX, de-

terminaram o pensamento da edu-cação no Brasil. Organizado por Ma-

ria de Lourdes de AlbuquerqueFávero e Jader de Medeiros Britto, apublicação foi editada pela EditoraUFRJ com a parceria do MEC/INEP –COMPED.

Para recolher todo este tempo eespaço da educação no Brasil, deli-neando políticas públicas, idéias e for-mação da história da educação atra-vés dos 144 verbetes, colaboraramvários pesquisadores e estudiosos ,especializados no pensamento e naação dos educadores levantados.

O critério usado no livro para aseleção dos nomes a serempesquisados foi o critério de seremincluídos apenas os educadoresjá falecidos, considerando-se quea obra por eles realizada se con-cluiu com o termo de sua exis-tência.

O dicionário está organizadocom os nomes dos educadoresem ordem alfabética e compre-ende três itens: dados sobre ahistória pessoal – nome comple-to, data e local de nascimento efalecimento; dados relativos ávida profissional – experiência demagistério, funções exercidasna administração educacional,produção acadêmico-científicana área, abrangendo estudos,pesquisa, livros, capítulos de li-vros, artigos, pareceres, relató-rios - análise da contribuição doeducador ao desenvolvimentoda educação no país.

Além disso, os estudiosos einteressados no assunto contamainda com uma lista de abrevia-ções mais utilizadas, no início dovolume, e uma referência biblio-gráfica no final de cada verbetepara o aprofundamento do tema.

AEditora Moderna lançou uma cole-ção dirigida a professores, alunosde cursos de formação de profes-sores de Pedagogia, Psicologia

e de licenciaturas em geral, que pretendemotivar o debate nas escolas sobre méto-dos de ensino e aprendizagem, além de trazer para apauta de discussões os chamados temas transversais. O material édividido em três grandes assuntos: Temas Transversais, Escola e Democracia eTeorias e Tendências.

Sobre o primeiro tema, o título de estréia é Resolução de conflitos e aprendizagememocional, de Genoveva Sastre e Montserrat Moreno. O livro lembra que as condutasviolentas vêm aumentando de forma alarmante entre os jovens, e que a “educaçãoemocional” é uma disciplina pouco difundida nas escolas. Segundo os autores, “nãotratar de emoções e de resolução de conflitos no Ensino Fundamental significa manteros alunos e as alunas em um analfabetismo emocional que lhes dificultará a superaçãodos conflitos que lhes serão apresentados em todas as idades”.

Sastre e Moreno lembram que uma formação para a vida não pode aceitar inter-venções ocasionais quando um conflito já se transformou em violência. “Esse proces-so requer um processo contínuo de aprendizagem desde os primeiros anos de esco-laridade”, afirmam os autores.

O tema da participação democrática no processo de ensino é abordado no livro deUlisses Araújo: A construção de escolas democráticas – histórias sobre complexidade,mudanças e resistências. O autor defende a idéia de que a educação para cidadaniapressupõe a formação e a instrução das pessoas para a participação motivada e com-petente nas esferas pública e política da sociedade.

PsicologiaPsicologiaPsicologiaPsicologiaPsicologiaOs estudos científicos na área educacional sempre tiveram na psicologia uma área

de conhecimento importante como disciplina de apoio. A proposta do livro Psicologia,educação e as temáticas da vida contemporânea, é aglutinar as diferentes correntes depensamento da psicologia, bem como uma variedade de temas relevantes, contemplan-do tanto os estudos clássicos quanto os atuais. As organizadoras do livro – Marta Kholde Oliveira, Teresa Cristina Rego e Denise Souza – lembram que, apesar de algumaslimitações de ordem metodológica, os estudos psicológicos podem servir como um im-portante instrumento para a compreensão das características psicológicas e socioculturaisdo aluno e do professor.

O quarto e último título abordado nesta resenha trata do dia-a-dia do trabalho dosprofessores. Em Diálogo com educadores – o cotidiano escolar interrogado, o autor JúlioGroppa escolhe assuntos que fazem parte da realidade diária das escolas, tais comoviolência, indisciplina, transformações da juventude, relação família-escola, entre outras,para incitar uma discussão franca com o leitor-professor. O propósito, segundo Aquino,é dialogar com os profissionais da educação brasileira acerca das inquietações quehabitam o cotidiano. E por assumir o tom de diálogo, o livro abre mão das citações ereferências a outros autores. Desta forma, os textos aparecem como se fossem umaconversa informal com os leitores.

Serviço: Coleção Educação em Pauta, Editora Moderna. Oito títulos divididos emtrês séries: Temas transversais, Escola e Democracia e Teorias e Tendências. Conta-tos: Editora Moderna – [email protected], tel (11) 6090-1479.

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