MARKETING DE RELACIONAMENTO: ESTABELECENDO …

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA MEIRE EMANUELA DA SILVA MELO MARKETING DE RELACIONAMENTO: ESTABELECENDO ESTRATÉGIAS PARA A PRÁTICA DA GESTÃO EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO Orientadora: Profª. Drª. Nadia Aurora Vanti Vitullo NATAL/RN 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTECENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA

MEIRE EMANUELA DA SILVA MELO

MARKETING DE RELACIONAMENTO: ESTABELECENDO ESTRATÉGIAS PARA A PRÁTICA DA GESTÃO EM

UNIDADES DE INFORMAÇÃO

Orientadora: Profª. Drª. Nadia Aurora Vanti Vitullo

NATAL/RN

2010

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MEIRE EMANUELA DA SILVA MELO

MARKETING DE RELACIONAMENTO: ESTABELENCENDO ESTRATÉGIAS PARA A PRÁTICA DA GESTÃO EM

UNIDADES DE INFORMAÇÃO

Monografia apresentada à disciplina Monografia, ministrada pela professora Maria do Socorro de Azevedo Borba, para fins de avaliação da disciplina e como requisito parcial para a conclusão do curso de Biblioteconomia, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Orientadora: Profª. Drª. Nadia Aurora Vanti Vitullo

NATAL/RN

2010

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M528m Melo, Meire Emanuela da Silva.Marketing de relacionamento: estabelecendo estrat�gias para a

pr�tica da gest�o em unidades de informa��o. / Meire Emanuela da Silva Melo. – Natal, 2010.

47 f.

Orientadora: (Dra) Nadia Aurora Vanti VitulloMonografia (Gradua��o em Biblioteconomia)

1. Marketing. 2. Endomarketing. 3. Marketing de Relacionamento. 4. Gest�o de Unidades de Informa��o. I.T�tulo.

RN/UF/DEBIB CDU 658.8

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MEIRE EMANUELA DA SILVA MELO

MARKETING DE RELACIONAMENTO: ESTABELENCENDO ESTRATÉGIAS PARA A PRÁTICA DA GESTÃO EM

UNIDADES DE INFORMAÇÃO

MONOGRAFIA APROVADA EM ___/___/2010

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________

Profª. Drª. Nadia Aurora Vanti Vitullo

(Orientadora)

__________________________________________________________

Profº. M.Sc. André Felipe Cavalcante

(Membro)

__________________________________________________________

Profª. Drª. Andréa Vasconcelos de Carvalho

(Membro)

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Dedico a Deus, aos meus pais (Maria e

Manoel), meus irmãos (Mônica e Marcelo) e a

todos aqueles que participaram dessa

conquista.

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AGRADECIMENTOS

A família Braz, pelo berço da formação do meu caráter.

Aos meus pais, Maria e Manoel, pelo amor e apoio concedido.

A Mônica Meireles e Marcelo Braz, amor fraternal.

As avós Ana e Maria, tão presentes na minha vida.

Aos avôs Antônio e Vicente (in memorian), pelos exemplos de força e perseverança.

A Jaime Araujo, pela certeza que existem pessoas especiais.

A Fabricia Costa, sinônimo de amizade e companheirismo.

A todos da turma 2007.1 do Curso de Biblioteconomia da UFRN, pelas tardes que juntos passamos, especialmente, a Ana Maria, Eudilene Moreira, Marcleanne Rocha, Willianny Stephany e Gabriela Maia.

A Rita de Cássia e Thaizza Rafaelly, companheiras no estágio supervisionado.

Aos professores do Departamento de Biblioteconomia e de áreas afins, que participaram desta trajetória acadêmica

A profª Drª Nadia Vanti, pela orientação e dedicação a este trabalho.

As bibliotecárias, Rildeci Medeiros, Ivanny Rhavenna, Lourdes Teixeira, Helena Barroso, Cláudia Simone, Fernanda Paiva e Maria da Saudade, gestoras de Unidades de Informação, com as quais tive a oportunidade de aprimorar na prática os conhecimentos teóricos aprendidos no âmbito acadêmico.

E aqueles que não citados, mas guardados na lembrança com muito carinho.

Meus sinceros agradecimentos.

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“No mar o homem pode encontrar os mais variados tipos de conchas. Mas, � s� dentro de si pr�prio que ele pode encontrar a dedica��o e a perseveran�a necess�rias para conquistar as p�rolas.”

M�rcio K�rhne

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RESUMO

Aborda a inserção de práticas gerenciais nas bibliotecas a partir das

mudanças no desenvolvimento da sociedade. Comenta a utilização de filosofias

administrativas, na perspectiva de suprir as necessidades apresentadas pela

demanda do mercado. Explana sobre a aplicação do Marketing como instrumento

gerencial, que possibilita identificar as necessidades apresentadas pelo público alvo

das empresas/organizações. Apresenta a importância do Endomarketing para a

estruturação das relações no ambiente interno. Recomenda a utilização do

Marketing de Relacionamento na perspectiva de fidelizar os usuários/clientes ao

estabelecer relações de troca obtendo informações relevantes sobre o perfil de cada

indivíduo. Explana sobre o Profissional da Informação, o Bibliotecário, e o perfil que

deve apresentar frente às novas demandas do mercado.

Palavras-chave: Marketing. Endomarketing. Marketing de Relacionamento. Gestão

de Pessoas.

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ABSTRACT

Discusses the integration of management practices in libraries from e

changes in society's development. Comment on the use ofadministrative

philosophies, from the perspective of meeting the needs presented by market

demand. Explains the application of marketing as a management tool that

enables you to identify the needspresented by the target companies/

organizations. Shows the importance of Endomarketing for structuring the

relationship in the internal environment. Recommends the use of Relationship

Marketing in the perspective of attracting users/customers to establish

relationships of exchange obtaining relevant information aboutthe profile of each

individual. Explains the information professional, the Librarian, and the profile that

is present before the new market demands.

Keywords: Marketing. Endomarketing. Relationship Marketing. ManagementInformation Services.

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LISTA DE ABREVIATURAS

MR - Marketing de Relacionamento

TIC’s - Tecnologias de Informa��o e Comunica��o

UIs - Unidades de Informa��o

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 10

2 CONTEXTUALIZANDO AS PRÁTICAS E MUDANÇAS NO ÂMBITO DAS BIBLIOTECAS ................................................................................ 13

3 MARKETING ........................................................................................... 20

4 ENDOMARKETING ................................................................................. 25

5 MARKETING DE RELACIONAMENTO.................................................. 30

5.1 MARKETING DE RELACIONAMENTO NAS UNIDADES DE

INFORMAÇÃO......................................................................................... 32

6 O PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO: O BIBLIOTECÁRIO................. 37

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 41

REFERÊNCIAS........................................................................................... 43

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1 INTRODUÇÃO

Face � globaliza��o da economia e o avan�o das Tecnologias da Informa��o

e Comunica��o (TIC’s), a sociedade atual � caracterizada pelo seu desenvolvimento

a partir do uso do Conhecimento e da Informa��o, sendo constitu�da pela

diversidade na oferta de produtos e servi�os.

Neste contexto, as empresas e/ou organiza��es perceberam que estavam

diante de um mercado cada vez mais exigente, sendo necess�rio se adequar as

mudan�as vislumbradas no perfil dos clientes/usu�rios, criando estrat�gias para

identificar as necessidades dos mesmos e assim continuarem inseridas no mercado.

Ao adotar tal posicionamento, � relevante a utiliza��o de ferramentas que permitam

a concretiza��o desta concep��o.

Assim, as filosofias administrativas do Marketing passaram a ser utilizadas,

como tamb�m dois de seus subsistemas conhecidos por Marketing de

Relacionamento e o Endormarketing.

Com essa compreens�o, a inser��o do Marketing nas Unidades de

Informa��o (UIs), visa oferecer servi�os frente � identifica��o das necessidades dos

clientes/usu�rios, j� a manuten��o destes fica a cargo da utiliza��o do Marketing de

Relacionamento, enquanto o Endomarketing envolve a abordagem a respeito das

rela��es estabelecidas no ambiente de trabalho.

Nessa perspectiva, a administra��o das UIs deve oferecer servi�os

direcionados ao p�blico alvo a que esta dar suporte. Para tanto, aprimorar os

servi�os oferecidos mediante as necessidades apresentadas pelos usu�rios, mostra-

se como elemento indispens�vel para justificar a manuten��o e os investimentos

financeiros feitos nesse �mbito.

Diante desta constata��o, a aplica��o do Marketing de Relacionamento nas

UIs deve nortear as pr�ticas gerenciais, almejando manter e satisfazer os usu�rios

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de modo que a instituição mantenedora continue empenhada em promover a

manutenção das mesmas.

Assim, o objetivo geral para a estruturação deste trabalho pauta-se sob a

análise do Marketing de Relacionamento no contexto da gestão das Unidades de

Informação (UI), enquanto que os objetivos específicos encontram-se centrados em

duas premissas: Primeiro, explanar sobre as atividades de gerenciamento nas UIs;

Segundo, verificar as aplicações do Marketing de Relacionamento e suas vantagens.

Para tanto, alguns questionamentos serão levantados, tais como: Como aplicar na

Gestão de Unidades de Informação o Marketing de Relacionamento? Qual a

importância do Marketing de Relacionamento na tomada de conhecimento das

necessidades dos usuários? Quais as ações desempenhadas pelo Bibliotecário

como mediador nesse processo?

Com o intuito de encontrar a solução para as questões supracitadas, se

desenvolveu um estudo acerca do tema da Gestão de Unidades de Informação com

enfoque no Marketing de Relacionamento.

A motivação para a concepção deste estudo foram as observações feitas pela

orientanda, na prática de estágios não obrigatórios no decorrer do curso de

Biblioteconomia, a respeito da inserção dos aspectos administrativos no âmbito das

Unidades de Informação, bem como a atuação do profissional bibliotecário ao

gerenciá-las.

O estudo foi realizado a partir de pesquisa bibliográfica em fontes de

informações, tais como: livros, monografias, artigos científicos e endereços

eletrônicos (sites) que abordavam o tema.

Dessa forma, constituíram-se os seguintes capítulos:

O primeiro contempla uma abordagem geral sobre a constituição do estudo.

O segundo contextualiza as práticas e mudanças ocorridas no âmbito das

bibliotecas e a importância do papel que estas desempenham ao fornecer suporte

informacional aos usuários.

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O terceiro aborda a evolução da compreensão e inserção do Marketing como

filosofia administrativa nas empresas e/ou organizações, sendo um instrumento que

identificar as necessidades dos clientes/usuários.

O quarto trata da compreensão do Endomarketing e sua empregabilidade

para a realização dos objetivos propostos pelo Marketing, e viabilização do

Marketing de Relacionamento.

O quinto enfoca o Marketing de Relacionamento como complemento às ações

propostas pelo Marketing, sendo aplicado para atrair, manter e fidelizar os

clientes/usuários no intuito de estabelecer a criação de relações de troca, que visem

à identificação das necessidades dos clientes/usuários para aumentar a qualidade

dos serviços oferecidos através da customização.

O sexto caracteriza o Bibliotecário como profissional da Informação e as

concepções à respeito do perfil que este deve ter frente às mudanças que assolam a

sociedade.

E por fim, o sétimo é constituído pelas considerações finais a respeito do

estudo realizado.

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2 CONTEXTUALIZANDO AS PRÁTICAS E MUDANÇAS NO ÂMBITO DAS

BIBLIOTECAS

O contexto histórico das primeiras bibliotecas, remota a um período que é

marcado pelo controle que a Igreja exercia sobre o acesso ao conhecimento, essa

inacessibilidade aos acervos pelo grande público era motivada pela idéia de

preservação. Caracterizando assim, um momento na história em que os acervos

ficavam protegidos, fato que privilegiava uma minoria, entre os quais, aqueles que

mantinham relações diretas com o clero ou com a nobreza.

Em decorrência dos seus órgãos mantenedores e administrativos, as práticas

de gestão no âmbito das bibliotecas nesse período, se configuravam pela

conservação do caráter religioso, com atividades que visavam à guarda permanente

dos livros, no intento de que o conteúdo destes, não fossem ao conhecimento de

pessoas que tais órgãos consideravam como indevidas. (MARTINS, 2002, p. 323)

Entretanto, a partir do Século XV ocorreram eventos tais como: o

desenvolvimento da Imprensa de Gutenberg, a Revolução Industrial e o surgimento

das Novas Tecnologias, que modificaram tanto a sociedade como a compreensão da

postura empregada nas bibliotecas e aos seus gestores.

Nesse contexto, percebe-se que o conhecimento assume uma nova

perspectiva, passando a ser disseminado e desenvolvido em grandes proporções,

como a informação torna-se democratizada e especializada de acordo com as áreas

do conhecimento. Araújo e Oliveira (2005, p. 33) caracterizam esse período com

[...] o rompimento do monopólio que a igreja exercia na geração e guarda dos conhecimentos. Até então, o acesso aos conhecimentos, assim como consultas as bibliotecas, constituem-se em privilégio da elite. A criação de

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Gutenberg e o processo da fabrica��o do papel facilitaram, aos poucos a democratiza��o dos conhecimentos e do livro.

Dando �nfase a essa realidade, Milanesi (1993, p. 21) diz que “As bibliotecas

deixaram de ser tesouros para se tornarem servi�os e os livros perderam seu valor

material para se tornarem material de consumo, [...]”. Nas coloca��es de Dias e

Beluzzo (2003, p. 41)

A valoriza��o da informa��o, como fator de desenvolvimento cient�fico e tecnol�gico e elemento modificador do processo de produ��o, proporcionou o crescimento r�pido do acesso e uso desta, cujo mercado diversifica-se com a oferta de produtos/servi�os com significativo valor agregado.

Dessa forma, identifica-se a import�ncia do papel desempenhado pela

biblioteca ao disponibilizar o acesso a fontes informacionais, para o desenvolvimento

cient�fico e tecnol�gico na sociedade.

Assim, torna-se relevante verificar as conceitua��es na literatura a respeito do

que � uma biblioteca partindo do seu princ�pio fundamental, que nas palavras de

Ranganathan (2009, p. 263) “� ser um instrumento de educa��o universal que re�ne

e difunde livremente todos os recursos de ensino e dissemina o conhecimento”.

Para Ara�jo e Oliveira (2005, p. 36), “a biblioteca � uma cole��o de

documentos bibliogr�ficos (livros, peri�dicos, etc.) e n�o bibliogr�ficos (gravuras,

mapas, filmes, discos etc.) organizada e administrada para a forma��o, consulta e

recrea��o de todo o p�blico ou de determinadas categorias de usu�rios”.

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De acordo com a UNESCO, a biblioteca é uma coleção organizada de documentos de vários tipos, aliada a um conjunto de serviços destinados a facilitar a utilização desses documentos, com a finalidade de oferecer informações, propiciar a pesquisa e concorrer para a educação e o lazer.(CRUZ; MENDES; WEITZEL, 2004, p.11)

Diante destas conceituações verifica-se que a existência da biblioteca está

diretamente relacionada com o suporte informacional que esta projeta, em virtude

dos usuários. Configurando-se como norteadora ao prover meios que os auxiliem na

supressão de suas necessidades informacionais e os direcionem ao encontro da

solução aos problemas que os inquietam.

Seja qual for a categoria e a realidade em que se enquadre, a biblioteca deve ser vista como uma organização, como empresa, a maioria das vezes, com fins não-lucrativos, com resultados programados e avaliados constantemente. Acredita-se que esta seja uma estratégia que possibilitaria a biblioteca competir, com maior acerto, no ambiente de inovações e incertezas que caracterizam o período. (MACIEL; MENDONÇA, 2000, p. 7).

Assim, ao identificar a biblioteca como uma organização prestadora de

serviços informacionais verifica-se que a mesma integra o setor quaternário, o qual é

definido por atividades das indústrias de informação ou do conhecimento,

responsável pelos avanços científicos e tecnológicos nos países.

Nesse contexto, Massuda (1982 apud AMARAL, 1998, p. 20) ao retratar tal

abordagem coloca que se deveriam dar as Unidades de Informação (UIs) relevada

importância independente da denominação (biblioteca, centro, serviço,

departamento de documentação, informação etc.) ou designação, seja de atuação e

extensão que esta venha a ter, uma vez que o insumo básico de seu funcionamento

se constitui na própria informação.

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Partindo desses pressupostos, cabe ressaltar que para atingir os objetivos

aos quais cada UI se prop�em, � relevante que estas acompanhem as modifica��es

que permeiam seus mercados-alvo, adequando-se aos mesmos.

Entretanto, para a obten��o do sucesso nesse direcionamento, �

indispens�vel o desenvolvimento de um planejamento estrat�gico.

Na concep��o de Barbalho e Beraquet (1995, p.24) “o planejamento

estratégico surgiu com a necessidade das organiza��es se adaptarem �s constantes

mudan�as do ambiente, proporcionando al�m da sobreviv�ncia, o seu

desenvolvimento integrado ao contexto onde atuam”.

Segundo Kotler (apud COBRA, 1992, p. 51) “O planejamento estrat�gico � o

processo administrativo de desenvolver e manter uma viabilidade entre os objetivos

organizacionais e os recursos e as oportunidades de mercado em constante

muta��o. Para Fistchmann e Almeida (1991, p. 25) o planejamento estrat�gico

� uma t�cnica administrativa que, atrav�s da an�lise do ambiente de uma organiza��o, cria a consci�ncia das suas oportunidades e amea�as dos seus pontos fortes e fracos para o cumprimento da sua miss�o e atrav�s dessa consci�ncia, estabelece o prop�sito de dire��o que a organiza��o dever� seguir para aproveitar as oportunidades e evitar riscos

Inserindo ao �mbito das UIs, Barbalho e Beraquet (1995, p. 25) dizem que

o planejamento estratégico pressup�e que as organiza��es desejem desenvolver-se positivamente para o futuro, implicando portanto no conhecimento de sua �rea de efic�cia e efici�ncia, bem como dos limites da organiza��o e das vari�veis que comp�em o ambiente externo, relacionado � comunidade, as tecnologias e aos valores do qual a Unidade de Informa��o est� inserida.

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Assim, almejando o alcance do objetivo de uma biblioteca, esta deve ser

direcionada por uma administra��o que vise pr�ticas de gest�o como norteadores

para os fins supracitados.

Para Dias e Beluzzo (2003, p. 55) “As formas de gest�o hoje est�o sendo

repensadas devido � complexidade do mundo dos neg�cios e da sociedade, face �

globaliza��o da economia e o avan�o das Tecnologias da Informa��o e

Comunica��o (TIC’s)”.

Segundo Pepers e Rogers (1997 apud DIAS; BELUZZO, 2003, p. 69) “O

sucesso de uma organiza��o de servi�os depende claramente de sua capacidade

em estabelecer um relacionamento satisfat�rio com cada um de seus

clientes/usu�rios”.

Em virtude do contexto e das pr�prias necessidades apresentadas pela

sociedade, � sobreviv�ncia das bibliotecas no princ�pio de sua exist�ncia, n�o

dependia da demanda do fluxo de usu�rios. Entretanto, o momento presente �

marcado, justamente, pela proposta inversa. Figueiredo (1979, p. 49) diz que

[...] as bibliotecas, precisam justificar o seu suporte financeiro na base da sua habilidade em satisfazer as necessidades da comunidade. [...] Na verdade, a sobreviv�ncia destas institui��es depender� da capacidade que venham a ter para atender estas necessidades. Se elas n�o as satisfizerem de maneira adequada, outras entidades com mais interesse nisto ser�o criadas para realizarem esta tarefa.

Dessa forma, cabe a UI justificar os investimentos financeiros feitos pela

institui��o mantenedora, atrav�s de crit�rios tais como: a disponibiliza��o de

servi�os mediante a �tica do mercado e a apresenta��o das demandas

informacionais estat�sticas, entre outros.

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A importância da adoção de novas condutas na gestão dessas unidades informacionais reside no fato de que tendem, em geral, a considerar o seu mercado como homogêneo e indistinto, ofertando produtos/serviços padronizados, não considerando os hábitos e motivos que levam o cliente a recorrer a elas. (DIAS; BELUZZO, 2003, p. 28)

Para a adequação das bibliotecas frente às mudanças na sociedade, foi

relevante a otimização dos processos de gestão da informação e as buscas e

recuperação de materiais informacionais, a partir da usabilidade dos recursos

tecnológicos, como ferramenta que auxilie tanto os gestores como o usuário.

No entanto, uma biblioteca que possua sistemas de automação, e estes por

ventura, não permita mecanismos de interação para com o usuário limitando-se

apenas a busca e recuperação dos materiais informacionais, nem sempre será

suficiente para que os usuários sintam-se satisfeitos com a oferta dos serviços

disponibilizados. Fazendo-se imprescindível identificar as modificações de interesses

que assolam este mercado e integrar o processo de automação às práticas

administrativas.

Para tanto, faz-se necessário que as UIs conheçam o perfil de seus usuários

para atendê-los em função das atividades que esses usuários desempenham, de

acordo com os seus desejos e percepções relativos a essas necessidades

informacionais.

A biblioteca continuará sempre com os seus concorrentes, mesmo sendo automatizada. O que ela precisa, realmente, é conhecer os seus usuários para atendê-los de acordo com um conjunto de atividades e percepções. É necessário que um conjunto de atividades administrativas promova o encontro, mutuamente satisfatório, entre as necessidades, desejos e expectativas do mercado que a biblioteca precisa atender e os objetivos organizacionais de longo prazo da própria biblioteca. Essas atividades consistem no equilíbrio entre o interesse do mercado e o que a biblioteca pode oferecer. É o que denominamos marketing. (AMARAL, 1998, p. 74).

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Para garantir que as UIs prestem serviços de acordo com a realidade a que

estas integram, faz-se necessário a constante observação sobre seu público alvo.

Desse modo, o processo decisório da oferta de serviços deve pautar-se nas

necessidades e desejos de seus usuários, permeando assim as atividades

executadas pelos funcionários.

Vale ressaltar, que uma biblioteca à medida que melhora o seu desempenho,

ganha tanto o respeito da sociedade como apoio governamental. Assim, para

atender melhor os usuários é preciso conhecê-los como consumidores da

informação.

Nessa perspectiva, almejando a satisfação dos usuários faz-se necessário

desenvolver estudos que caracterizem as particularidades de cada grupo de

usuários, com enfoque na determinação de suas necessidades e comportamentos.

Desse modo, se constrói uma ferramenta que servirá de orientação aos gestores ao

propor ações que os direcionem na busca pela solução de tais necessidades.

Para o uso adequado e efetivo de tal ferramenta recorre-se ao Marketing uma

das filosofias da Administração que será explanada no próximo capítulo.

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3 MARKETING

A partir da Revolu��o Industrial, per�odo marcado pela crescente demanda na

oferta da produ��o de bens, a empregabilidade das concep��es do Marketing

sugeria uma ferramenta administrativa que almejava auxiliar os administradores a

adequarem-se ao novo paradigma apresentado pelo mercado-consumidor. Este

paradigma constituiu-se diante da crescente quantidade de concorrentes no

mercado empresarial e produtos.

Diante deste cen�rio, os consumidores ficaram mais exigentes, a postura

passiva que antes os acometia foi modificada e as empresas que n�o obtiveram a

devida percep��o sobre essa realidade, n�o conseguiram manter-se entre seus

concorrentes.

Segundo Mckenna (1991, p. 02) “H� v�rias d�cadas, havia empresas

direcionadas �s vendas, concentrando suas energias na modifica��o da mentalidade

do cliente, de modo a adapt�-la ao produto”.

Dentre alguns aspectos que os utilizadores do marketing tradicional

consideravam, coexistiam as seguintes abordagens: equiparar o marketing a

vendas; considerar a conquista de clientes como suficiente para o sucesso da

empresa, relevando a import�ncia da manuten��o destes; planejar cada ferramenta

de comunica��o separadamente em vez de integr�-las; vender o produto em vez de

tentar compreender e atender �s reais necessidades dos clientes. (KOTLER, 1999).

Para Mckenna (1991, p. 47)

As estrat�gias de marketing tradicionais s�o inadequadas, pois n�o consideram a tecnologia e as mudan�as como fatores importantes, e acima de tudo, porque o desenvolvimento e a manuten��o de boas rela��es com

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os clientes nunca � seu objetivo principal. Partem do pressuposto de que existe um mercado e clientes impessoais e est�ticos.

Nessa perspectiva, percebe-se que n�o existia a preocupa��o em identificar

as necessidades dos clientes, sendo a obten��o do lucro o �nico fator relevante

para as empresas. Por�m, com as mudan�as ocorridas, provenientes da

globaliza��o e em decorr�ncia da evolu��o da tecnologia, essa vis�o e a maneira de

ofertar produtos e servi�os alteraram-se.

No intuito de se manter no mercado, as empresas buscaram utilizar-se das

filosofias administrativas para adequar a oferta de produtos e servi�os oferecidos �s

necessidades dos seus clientes.

Dentro desta perspectiva, a utiliza��o do Marketing surge como um processo

gerencial que busca determinar a��es de an�lise, planejamento, implementa��o e

controle dos projetos formulados, que na defini��o de Ferreira (2000, p. 448) trata-se

de “um conjunto de estrat�gias e a��es relativas a desenvolvimento, apre�amento,

distribui��o e promo��o de produtos e servi�o e que visa � adequa��o

mercadol�gica destes”.

Kloter e Armostrong (1996), abordam o Marketing como uma atividade que

identifica as necessidades e desejos dos clientes de uma organiza��o,

determinando quais os produtos, servi�os e programas s�o apropriados para servir a

este mercado. J� para Lambin (2000 apud MACHLINE, 2004, p. 02)

O marketing tamb�m pode ser entendido como o processo social voltado para satisfazer as necessidades e desejos de pessoas e organiza��es, por meio da cria��o de troca livre e competitiva de produtos e servi�os que geram valor para as partes envolvidas no processo.

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Para Kotler e Armstrong (2000, p. 16) “O marketing � um processo pelo qual

os indiv�duos e grupos obt�m o que necessitam e desejam atrav�s da cria��o e

troca de produtos e de valor uns com os outros.”

A partir destas conceitua��es, verifica-se que os indiv�duos satisfazem suas

necessidades e desejos atrav�s de produtos e servi�os, aos quais se condicionam

determinados valores, estes correspondem � diferen�a entre os valores que o cliente

ganha comprando e usando um respectivo produto ou servi�o, e os custos a que �

submetido.

Assim, compreende-se que o Marketing � um processo utilizado por

organiza��es que visam identificar as necessidades apresentadas pelos clientes. Tal

processo pode ocorrer atrav�s de pesquisas de mercado e an�lises dos dados

obtidos, sendo poss�vel verificar o n�vel de satisfa��o do p�blico alvo para com os

servi�os oferecidos.

Para Amaral (1998) a satisfa��o do cliente � identificada � medida que este

equipara suas expectativas em rela��o ao produto e o valor determinado a este.

Dependendo desta an�lise, o cliente pode ficar insatisfeito, quando suas

expectativas ficam aqu�m do esperado, satisfeito quando o valor corresponde ao

que ele pretendia gastar ou encantado, fato evidenciado quando o cliente tem suas

expectativas superadas.

O processo de troca de produtos e/ou servi�os � a forma de se obter um

determinado objeto que est� sendo almejado por meio da a��o de dar algo em

contrapartida, de acordo com as concep��es impostas pelo mercado.

A conseq��ncia da empregabilidade do Marketing nas organiza��es consiste

na diferencia��o destas das demais do mesmo segmento, a tomada de

conhecimento a respeito das mudan�as ocorridas no mercado, como tamb�m

apresenta as melhores op��es de adequa��o �s novas demandas.

Portanto, a import�ncia da utiliza��o do Marketing pauta-se na tomada de

decis�es para um adequado planejamento estrat�gico, que vise uma orienta��o

voltada � demanda do mercado como fator determinante na oferta de produtos e

servi�os, que satisfa�am �s necessidades e desejos dos clientes.

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As empresas, reconhecendo que a decis�o final sobre a compra estava nas m�os dos clientes, passaram a adotar pr�ticas como pesquisa e an�lise de mercado, adequa��o dos produtos segundo as caracter�sticas e necessidades dos clientes, [...] surgindo novos conceitos como “empresa orientada para o mercado”, “cria��o de vantagem competitiva” e, mais recentemente, “cria��o de valor para o cliente”, entre outros. (MACHLINE, 2004, p. 2).

Sendo assim, compreende-se que qualquer organiza��o que atua no

mercado deve estar atenta �s necessidades dos seus clientes reais e/ou potenciais,

ajustando a oferta de seus produtos e servi�os de modo a buscar a satisfa��o

destes.

Partindo dessa premissa, identifica-se que a utiliza��o do Marketing n�o �

apenas um instrumento administrativo de exclusivo interesse para os

estabelecimentos empresariais, sendo relevante �s organiza��es que n�o tem fins

lucrativos, como por exemplo, a biblioteca, nestas o Marketing atua como meio para

solucionar os problemas e desafios que as afligem.

Amaral (1998, p.152) elenca algumas vantagens de uma UI que tem sua

administra��o voltada para o marketing:

a. Aprimoramento e intensifica��o do relacionamento com o usu�rio;b. Valoriza��o ao interesse pela satisfa��o dos usu�rios;c. Ajustamento de produtos e servi�os �s necessidades informacionais

dos usu�rios;d. Melhor direcionamento dos recursos financeiros destinados as unidades

de informa��o, em fun��o do ajustamento �s necessidades informacionais dos usu�rios;

e. Maior est�mulo a utiliza��o dos servi�os e a procura pelos produtos oferecidos pelas unidades de informa��o;

f. Atra��o de um maior n�mero de usu�rios e a procura pelos produtos oferecidos pelas unidades de informa��o;

g. Maior divulga��o das unidades de informa��o e recursos informacionais que elas disp�em;

h. Melhor imagem das unidades de informa��o e dos bibliotec�rios;i. Maior apoio financeiro as atividades de informa��o pelos mantenedores.

Page 26: MARKETING DE RELACIONAMENTO: ESTABELECENDO …

24

Para melhor compreensão do uso do Marketing nas organizações, será

abordado o Marketing de Relacionamento e suas aplicabilidades em UIs como meio

da prática de gerenciamento. No entanto, antes dessa abordagem, antecede-se o

capítulo sobre o Endomarketing na viabilização do desenvolvimento das filosofias

supracitadas.

Page 27: MARKETING DE RELACIONAMENTO: ESTABELECENDO …

25

4 ENDOMARKETING

Após a preocupação das empresas e/ou organizações de adaptarem-se às

exigências do mercado, através da identificação das necessidades dos clientes,

estas perceberam que havia um elo que mediava o processo de oferta dos produtos

e/ou serviços ao seu público alvo. Este elo é conhecido como cliente interno

(funcionários), o qual desempenha um papel de relevante importância, pois apesar

do cliente externo ser considerado o objetivo principal a ser alcançado, o cliente

interno é a ferramenta para que este objetivo seja plenamente atingido.

Seguindo esse raciocínio, é indispensável que as empresas e/ou

organizações detectem se seus funcionários encontram-se integrados aos objetivos

e missão propostos pela mesma. De modo que, estes venham a cumprir suas

atividades conscientes do contexto que os cercam, transparecendo aos clientes

segurança e confiança no produto ou serviço ofertado.

Para tanto, a utilização do Endomarketing faz-se presente, sendo tomado

como um instrumento que completa o esforço de Marketing de uma organização. Ao

mobilizar o público interno se almeja aprimorar a cultura interna para prestar bons

serviços, entre os setores internos da organização e com o público externo. (BEKIN,

2004).

Entretanto, para que o mesmo seja aplicado adequadamente se faz

necessário tornar transparente aos funcionários os objetivos da organização, de

forma a harmonizar os objetivos dos primeiros com o objetivo global da empresa.

Nessa perspectiva, estabelecer canais de comunicação entre os funcionários

e os gestores, que facilitem o processo de relação entre ambos, torna-se relevante.

Seja por meio da comunicação pessoal, impressa, eletrônica ou digital o

estabelecimento dos instrumentos pelos quais essa comunicação irá ocorrer é outro

ponto que deve ser considerado.

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26

Bekin (2004, p. 48) contempla no Endomarketing a preocupa��o com a

comunica��o ao afirmar que o objetivo �

Obter um alinhamento interno, desse alinhamento, uma sintonia, e dessa sintonia, uma sincroniza��o de id�ias e a��es. [...]. Essa sintonia fina visa justamente a garantir a implementa��o, permeando a estrutura organizacional, de todos os objetivos que a empresa tenciona atingir em seu mercado.

Para Ben�cio e Silva (2007, p. 449) as vantagens da ado��o do

Endomarketing consistem no fortalecimento das rela��es internas da empresa,

tornando a mesma mais competitiva � medida que ocorre a integra��o de seus

funcion�rios para com a estrutura organizacional, construindo um ambiente prop�cio

ao compartilhamento de informa��es.

Almejando a cria��o de um processo de Endomarketing, � necess�rio que o

mercado esteja orientado para os clientes e que os funcion�rios sejam valorizados,

de modo que estes se sintam motivados em participar do desenvolvimento e

aplica��o dos objetivos da organiza��o.

Bekin (2004, p.47) caracteriza fundamentalmente o Endomarketing, como

meio em que se busca “facilitar e realizar trocas, construindo lealdade no

relacionamento com o p�blico interno, compartilhando os objetivos empresariais e

sociais da organiza��o, cativando e cultivando para harmonizar e fortalecer essas

rela��es e melhorando, assim sua imagem e seu valor de mercado”.

Nessa concep��o, o Endomarketing � uma importante ferramenta para o

sucesso das empresas e/ou organiza��es, j� que quando bem empregado,

transforma funcion�rios em colaboradores no processo como um todo, e estes por

sua vez, em multiplicadores da representa��o da organiza��o e de seus produtos e

servi�os disponibilizados, norteando assim, uma trajet�ria de sucesso.

Page 29: MARKETING DE RELACIONAMENTO: ESTABELECENDO …

27

No intuito de melhorar o desempenho de seus funcion�rios, as organiza��es

passaram a investir em programas de incentivos, treinamentos e qualifica��o. E os

resultados dessas a��es se refletem na postura que os funcion�rios adotam na linha

de frente, ou seja, no contato direto com os clientes.

Ao tratar o fator de motiva��o e capacita��o dos funcion�rios, Ben�cio e Silva

(2007, p. 452) dizem que � “uma ferramenta bastante eficaz [...], auxiliando na

forma��o destes como primeiros clientes da organiza��o e a partir dai gerando

comprometimento e qualidade no atendimento aos clientes externos”.

A utiliza��o do Endomarketing corresponde a uma estrat�gia que auxilia a

organiza��o a criar bases s�lidas na estrutura dos relacionamentos internos, pois

todos aqueles que est�o envolvidos nos setores que comp�em a unidade, interagem

entre si, visando melhorias na execu��o das atividades, e consequentemente, tal

esfor�o reflete-se na abordagem para com os clientes externos. Mendes (2004, p.

22) afirma que

Empregados comprometidos e satisfeitos s�o verdadeiros “soldados”. Quando os funcion�rios caminham juntos na mesma dire��o, sabem seus pap�is, confiam em seus l�deres, conhecem os planos da empresa e o alvo a alcan�ar, se esmeram para “ganhar a guerra”. Guerra de resultados, de mercado, da sobreviv�ncia. Quando os empregados compreendem as raz�es e as recompensas de seu trabalho se sentem vitoriosos e importantes no processo de crescimento. Da� a import�ncia de as organiza��es apresentarem um campo onde os empregados encontram prazer no trabalho, pois quem gosta do que faz, como faz e onde o faz, sente-se melhor e realiza mais. Sobretudo contagia positivamente todos a sua volta; colegas de trabalho, fam�lia, comunidade e, � claro, o cliente da empresa.

De modo geral, o investimento nos funcion�rios � parte integrante do

processo de planejamento de marketing de uma empresa, ou seja, colaboradores

que visualizam sua import�ncia e reconhecimento na organiza��o tendem a se

comprometer em manter uma imagem positiva do seu local de trabalho.

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28

Assim, a aplicação das estratégias de Endomarketing permite que tanto as

organizações prestadoras de serviços como as do setor de produção mantenham

uma equipe de trabalho disposta a oferecer produtos e serviços de qualidade e que

façam a diferença no mercado.

Diante do exposto, depreende-se a importância da interação entre os

funcionários dos setores que compõem a estrutura de uma organização e os

responsáveis pelos cargos de gerencia, pois cada qual ao contribuir com sua visão

particular da execução das atividades e os resultados que estas apresentam podem

melhorá-las, colaborando através da observação dos pontos fortes e fracos.

Portanto, as empresas/organizações ao reconhecer nos funcionários uma

fonte de informações, relevante para detectar as necessidades de seus

clientes/usuários, devem atentar para a construção de uma realidade que traduza o

envolvimento de todos e a prática da gestão dos recursos humanos, com a

finalidade de traçar estratégias orientadas para a valorização e a satisfação dos

funcionários.

Através de um sistema pautado na integração dos indivíduos vinculados

internamente às empresas/organizações, busca-se torná-los não apenas

conhecedores dos objetivos globais destas, mas que eles se reconheçam através do

papel que desempenham como elementos importantes para o contexto no qual

estão inseridos.

Nessa perspectiva, se desenvolve o comprometimento e a conquista do

funcionário, de modo que este passa a procurar, constantemente, melhorar o seu

desempenho, constituindo resultados positivos através da qualidade dos serviços

executados e na própria imagem da empresa/organização que é repassada aos

seus clientes externos e aos concorrentes no mercado.

Após a constituição de um clima favorável no ambiente de trabalho, que

considere relevante o fator do cliente interno e sua integração com as práticas

gerenciais através do Endomarkentig, as preocupações dos gestores devem se

direcionar para as formas adotadas no estabelecimento das relações de

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29

manutenção dos clientes externos, visando o desenvolvimento de estratégias

pertinentes ás mudanças do mercado.

Nessa perspectiva, abordar-se no próximo capítulo o Marketing de

Relacionamento-MR.

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30

5 MARKETING DE RELACIONAMENTO

O Marketing de Relacionamento - MR surgiu como evolu��o das diretrizes do

Marketing, sendo definido por Macline (2004, p. 8) “Como uma estrat�gia que visa

construir uma rela��o duradoura com o cliente baseada em confian�a, colabora��o,

compromisso, parceria, investimentos e benef�cios m�tuos, resultando na otimiza��o

do retorno para a empresa e seus clientes”. Segundo Madruga (2004, p. 23)

O marketing de relacionamento � composto por diversas engrenagens, como foco em estrat�gias empresariais para a longevidade da rela��o com clientes, comunica��o personalizada bidirecional, m�ltiplos pontos de contato, novas formas de segmenta��o do mercado, estrutura organizacional descentralizada e mensura��o em tempo real da satisfa��o dos clientes.

Nas concep��es de Gordon (1999, p. 31) “O marketing de relacionamento � o

processo continuo de identifica��o e cria��o de novos valores com clientes

individuais e o compartilhamento de seus benef�cios durante uma vida toda de

parceria”.

A partir do exposto acima, extrai-se a compreens�o de que o MR preocupa-se

na atra��o, reten��o e fideliza��o dos clientes atrav�s do estabelecimento de

rela��es de trocas e/ou valores a partir das necessidades apresentadas. Para

Barnes (2002, apud FERREIRA; TOBIAS, 2008)

Construir relacionamentos significa estar pr�ximo dos clientes em uma tentativa de entender e servi-los bem podendo ir al�m da suas expectativas. A natureza do relacionamento requer confian�a e os elementos que alimentam a confian�a, tais como: comprometimento, comunica��o e

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31

entendimento. E por esta raz�o, � necess�rio atribuir o mesmo car�ter de prioridade a que atribu�mos a outros aspectos do neg�cio.

J� para Dias e Belluzzo (2003, p. 31)

Uma vis�o orientada para o cliente, em suas dimens�es interna e externa, � essencial para conduzir uma organiza��o � excel�ncia e determina��o de a��es corretivas em seus processos/atividades gerenciais, o que exige a implanta��o de uma estrat�gia baseada nos princ�pios de qualidade e marketing de relacionamento. Isso se traduz na disposi��o e possibilidade da organiza��o em mudar de comportamento com rela��o a clientes/usu�rios individuais, com base no que ele diz e naquilo que se sabe sobre ele.

Para Dantas ([200?], p. 15) “Essa nova corrente do marketing visa ao

desenvolvimento de estrat�gias que objetivam o aumento da lealdade e o

incremento das vendas, para as organiza��es que visam ao lucro, e a agrega��o de

valor, para as organiza��es que n�o visam ao lucro”.

Diante do exposto o MR � uma alternativa aos gestores de adaptarem-se �s

novas concep��es da oferta de produtos e/ou servi�os voltados n�o apenas para as

necessidades dos clientes, mas no estabelecimento de uma rela��o de troca,

mantida a partir da tomada de conhecimento por parte das empresas e/ou

organiza��es do perfil que caracteriza seus clientes/usu�rios, enquanto que estes

por sua vez, contribuem com a avalia��o constante sobre o papel que estas est�o

desempenhando.

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32

5.1 O MARKETING DE RELACIONAMENTO NO CONTEXTO DAS UNIDADES DE

INFORMA��O

A partir da revis�o te�rica sobre o assunto, abordada no cap�tulo anterior,

pode-se inferir que o MR � uma estrat�gia de aplica��o da filosofia administrativa

voltada para o Marketing, que visa construir um relacionamento duradouro com o

cliente.

Segundo Gordon (1999, p. 44) “O marketing de relacionamento se concentra

nos processos e no que for necess�rio para aprimorar o relacionamento com o

cliente”. Para Bhat (1998 apud OLIVEIRA; PEREIRA, 2003, p. 31)

Se o objetivo da unidade de informa��o � atender as necessidades informacionais dos usu�rios, � indispens�vel estar interagindo e mantendo excelentes rela��es com eles, oferecendo-lhes produtos e servi�os de qualidade. A intera��o com o usu�rio � um processo cont�nuo, e isso � assegurado ouvindo conscientemente os clientes atrav�s do uso de question�rios, pesquisas e caixas de sugest�o, resultando em melhoria no atendimento.

Mckenna (1991, p. 46) afirma que “Na era da informa��o, n�o se pode mais

fabricar uma imagem. A dist�ncia entre a percep��o e a realidade est� diminuindo”.

Segundo Oliveira (1994 apud AMARAL, 1998, p.89) “H� v�rias bibliotecas

funcionando para atender aos interesses dos bibliotec�rios e n�o a dos usu�rios”.

Dessa maneira, a miss�o de servir como suporte informacional �s necessidades

apresentadas pelos usu�rios ficar� comprometido. Pois, a a��o de identificar as

mudan�as a que o mercado est� propenso a sofrer, deixa de ser efetuada e n�o

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33

apenas o usu�rio sair� prejudicado, mais a pr�pria UI que n�o ter� como justificar a

sua manuten��o frente �s suas institui��es mantenedoras.

Hoje em dia, mais do que nunca, as unidades de informa��o ter�o de justificar a sua exist�ncia (at�, por uma quest�o de sobreviv�ncia), se n�o quiserem perder suas verbas. E, uma maneira de tentar “sobreviver” � se articular em termos de marketing de seus produtos/servi�os, por meio do marketing de relacionamento. (OLIVEIRA; PEREIRA, 2003, p. 27)

Nessa perspectiva, uma biblioteca que tem sua gest�o orientada na

intensifica��o e melhoria de suas rela��es frente ao p�blico, busca aumentar seu

potencial a partir da oferta de servi�os desenvolvidos, mediante an�lise das

necessidades apresentadas pelos seus usu�rios.

A efetiva��o das concep��es do MR, nesse �mbito sugere que em princ�pio,

se realize um de estudo de usu�rio, para configurar o cen�rio em que a UI insere-se.

Segundo Figueiredo (1994, p. 7)

[...] os estudos de usu�rios s�o investiga��es que se fazem para saber o que os indiv�duos precisam em mat�ria de informa��es, ou ent�o para saber se as necessidades de informa��o por parte dos usu�rios de uma biblioteca ou de um centro de informa��o est�o sendo satisfeitas de maneira adequada.

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34

Ainda para Figueiredo (1991 apud SANTIAGO; PAIVA, [20-?], p. 288)

[...] os sistemas de informação que não tem a preocupação de considerar os interesses dos usuários, tendem a ter falta de uso, pouco uso, ou, até mesmo repulsão desses. Sistemas que oferecem serviços baseados no estudo do uso/usuário têm grande probabilidade de ter um retorno satisfatório.

Após analisar os dados e determinar os resultados obtidos, é possível definir

quem constitui o mercado-alvo, diferenciá-lo e identificar suas necessidades. Para

que assim, a biblioteca possa estabelecer quais os seus objetivos, almejando

atender às necessidades dos usuários, e a partir da adequação de seus serviços

mediante o perfil formulado, atingir as expectativas dos mesmos. Segundo Amaral

(1998, p.164)

[...] o usuário justifica a existência da biblioteca pela sua demanda informacional, mas quando essa demanda deixa de ser suprida, ou não for suprida de forma adequada, ele buscará outras organizações ou outros serviços que possam lhe prestar o atendimento bibliográfico.

Com o MR, além de alcançar as proposições colocadas acima se almeja a

fidelização destes usuários, a partir da confiança que estes venham a depositar na

qualidade dos serviços disponibilizados.

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35

Com rela��o � import�ncia da qualidade Boone e Kurtz (1998, p. 32)

descrevem como “um termo abrangente que envolve simultaneamente,

caracter�sticas tang�veis e intang�veis de uma mercadoria ou servi�o”.

Para que o estudo de usu�rios e os resultados fornecidos por este sejam

relevantes no controle dos processos de direcionamento de servi�os, � relevante

utilizar meios que registrem tais informa��es e que por ventura auxiliem a

organiza��o na oferta de servi�os customizados.

No caso, cita-se a cria��o de um banco de dados, que permitir� o

acompanhamento dos dados coletados e a disponibiliza��o de servi�os de acordo

com as necessidades apresentadas pelo usu�rio. Para Nash (1994 apud

BOGMANN, 2000, p. 77)

[...] � um conjunto organizado de dados abrangentes sobre clientes ativos, potenciais e prov�veis; deve ser atual, acess�vel e acion�vel para prop�sitos do marketing, como gera��o e qualifica��o de interessados (leads), venda de um produto ou servi�o ou manuten��o de um relacionamento.

A utiliza��o de um banco de dados pode ser evidenciada nos sistemas de

gerenciamento de bibliotecas, a partir dos seguintes aspectos:

IdentificarRelacionando aos tipos de materiais pendentes, �rea de interesse, multas, san��es e bloqueios, integra��o com o sistema acad�mico, categorias, direitos, pol�ticas.

DiferenciarPar�metros, listas de sugest�o, sele��o, aquisi��o, reclama��es, cartas de cobran�a, de agradecimentos e de relacionamento (datas importantes para o usu�rio), autocadastro e autoperfil (atualiza��o).

Interagir Verificar situa��o, alertas bibliogr�ficos, DSI.

Personalizar Alerta de aquisi��o (para o solicitante).

Figura 1 – M�dulos do banco de dadosFonte: Neves, Souza e Lucas (2006)

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36

A criação de um banco de dados para o armazenamento de informações

sobre as características e necessidades dos clientes, é importante à medida que irá

direcionar quais os serviços que interessam aquele individuo em especifico. Assim,

o(s) gestor(es) podem caracterizar o cenário que os cercam, com dados reais e

relevantes, que podem ser utilizados a partir de um feedback, permitindo o controle e

a tomada de decisão no processo gerencial.

Daí surge a importância de estabelecer as relações de troca entre clientes e a

UI, pois a base para desenvolver serviços melhores, que se adéqüem às

necessidades da comunidade, partem da proposta de conhecer o perfil dos seus

usuários e essa ação concretiza-se apenas quando o usuário colabora ao fornecer

informações necessárias para a redefinição de tais serviços. Desse modo,

fundamentam-se os pontos fortes da empregabilidade do MR em uma UI.

Porém, se não houver o planejamento adequado, a UI sofrerá a conseqüência

de não obter sucesso no empreendimento, caracterizando-se assim, como fator

negativo. Mas, para minimizar a ocorrência deste fator o próximo capítulo abordará o

profissional bibliotecário, seu perfil e a atuação deste como mediador dos processos

de gerencia nas UIs, frente às mudanças trazidas pela globalização.

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37

6 O PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO: O BIBLIOTECÁRIO

Com a globalização do mundo, freqüentemente, é exigido profissionais

qualificados, com habilidades para tomar decisões e relacionar-se bem no contexto

que o cerca, e o profissional bibliotecário não foge a realidade onde a informação

tornou-se insumo básico para a tomada de decisões, em qualquer nível. Assim, o

papel desempenhado pelos profissionais da informação e, particularmente, dos

bibliotecários, tornou-se fundamental.

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego ([1997]) a profissão de

bibliotecário é retratada na categoria de profissional da informação que tem na

descrição sumária atribuições em que

Disponibilizam informação em qualquer suporte; gerenciam unidades como bibliotecas, centros de documentação, centros de informação e correlatos, além de redes e sistemas de informação. Tratam tecnicamente e desenvolvem recursos informacionais; disseminam informação com o objetivo de facilitar o acesso e geração do conhecimento; desenvolvem estudos e pesquisas; realizam difusão cultural; desenvolvem ações educativas. Podem prestar serviços de assessoria e consultoria.

Para o Conselho Federal de Biblioteconomia ([19-?])

O bibliotecário é o profissional qualificado para interagir nos processos de registro e transferência de informação (da geração e uso) interpretando criticamente a realidade social, com uma visão contributiva e consciente de seu papel social e sua atuação no avanço cientifico e tecnológico de seu

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38

Estado e da regi�o, sem desconsiderar as dimens�es humanas e �ticas do conhecimento, da tecnologia e das rela��es sociais.

Nascimento e Paiva (2007, p. 165) ao abordam o profissional bibliotec�rio

afirmam que “na condi��o de administrador de bibliotecas, exercendo a fun��o de

gestor, desempenha atividades de planejamento, organiza��o, comando e controle

na unidade de informa��o que lhe foi confiada”.

Com esta concep��o, compreende-se que o bibliotec�rio responsabiliza-se

pelo controle e dissemina��o da informa��o a partir de suas atribui��es. Estas por

sua vez, constituem-se na tomada de decis�es que visam atingir os objetivos a que

a institui��o mantenedora se prop�e.

Diante de tais abordagens e das mudan�as ocorridas na sociedade,

elencadas no decorrer desta pesquisa, identifica-se que novos desafios s�o

colocados ao profissional da informa��o e este por sua vez deve est� preparado.

Procurando adaptar-se � demanda do mercado, o bibliotec�rio dever� ser criativo e

flex�vel, recorrendo � educa��o continuada para se manter atualizado e em

constante sintonia com as mudan�as. Amaral (1998, p. 29) a esse respeito diz que

O profissional criativo conseguir� adaptar-se �s novas demandas informacionais dos usu�rios e do mercado de trabalho, pois no futuro, o �nico elemento n�o dispon�vel por meio de computadores, por mais inteligentes que estes venham a ser, ser� a criatividade, essencial para a sobreviv�ncia do profissional da informa��o.

Para Menezes e Ramalho (2007, p. 148) “[...] o bibliotec�rio tem que

potencializar a satisfa��o e o desempenho de seu usu�rio, identificar perfis de

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39

interesse, estruturar sistemas de informa��o bem como usar t�cnicas de marketing

para atrair seus usu�rios e, dessa forma, interagir com os mesmos”.

Neste contexto, a ado��o do Marketing configura-se n�o apenas como um

meio de conhecer o perfil do usu�rio, al�m disso, trata-se de uma forma de valorizar

o profissional da informa��o. Pois, ao apropriar-se das t�cnicas para fazer trocas

adequadas quebrando as barreiras na comunica��o entre biblioteca e usu�rio, o

bibliotec�rio buscar� satisfazer �s necessidades destes, e os resultados de tal

empenho ser�o vislumbrados no momento em que o usu�rio reconhecer o valor

deste profissional no contexto informacional. Para tanto,

O bibliotec�rio deve interagir com o usu�rio da biblioteca, para que este possa expressar suas reais necessidades e, com isso, passe a utilizar, de forma eficaz, os servi�os de uma biblioteca, contribuindo para quebrar o ciclo vicioso da desinforma��o, para mudan�as que se fizerem necess�rias e que possam ocorrer para a melhoria do ambiente informacional.(MENEZES; RAMALHO, 2007, p. 148)

Conforme o bibliotec�rio se adequar �s mudan�as, ele altera as concep��es

sobre o seu estere�tipo de introspectivo, guardi�o de livros e tecnicista, mostrando

dessa forma sua capacidade frente �s exig�ncias do mercado. (ROCHA; ARA�JO,

2007). Fato este evidenciado, atrav�s do gerenciamento do fluxo informacional

independente do suporte e de sua multidisciplinaridade na intera��o com outras

�reas do conhecimento, visando meios que melhorem seu desempenho como

profissional na execu��o de seu trabalho.

Nessa concep��o, torna-se indispens�vel ao bibliotec�rio empregar

estrat�gias de abordagens que permitam descobrir quais os servi�os que uma UI em

seu contexto precisa oferecer e quais as necessidades apresentadas pelos usu�rios,

preocupar-se com a educa��o continuada, utilizar as TIC’s, ser din�mico e flex�vel.

Estas s�o algumas das caracter�sticas necess�rias � forma��o do perfil de um

profissional da informa��o no mundo globalizado.

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40

Portanto, o profissional bibliotecário que deseje a ascensão no mercado atual

deve levar em conta tais características, pois só seguindo as diretrizes estabelecidas

poderá ter um direcionamento para a obtenção do sucesso profissional.

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41

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considera-se que a orientação das empresas e/ou organizações se alterou a

partir da globalização e das mudanças advindas desta. Diante desta conjuntura,

verificou-se a preocupação para com as necessidades dos clientes/usuários e em

virtude destas, o desenvolvimento de produtos e serviços, buscando estabelecer e

manter entre as partes envolvidas relações de troca, nas quais se almeja obter

informações que contribuam para o aperfeiçoamento.

Assim, ao explanar sobre a filosofia administrativa do Marketing constatou-se

que com a globalização o mercado ficou mais competitivo e manter- se nele passou

a ser um desafio para as empresas/organizações, fato que culmina em alterações

nos processos gerenciais.

Nessa perspectiva, o contexto das UIs sofre reflexos em virtude da

justificativa de sua manutenção diante das instituições mantenedoras, que se

caracteriza pela adequação a um mercado voltado para as necessidades dos

clientes/usuários na oferta de serviços.

Para tanto, a identificação de processos gerenciais que permitissem tal

adequação se tornou relevante, assim destaca-se as modificações no ambiente

interno das empresas/organizações através do Endomarketing, no qual se identifica

a importância de clientes internos motivados e comprometidos em atender aos

objetivos das instituições.

Como também, ressaltou-se a utilização do Marketing de Relacionamento

como uma estratégia viável, que através das relações de troca permitiu conhecer as

necessidades apresentadas pelos usuários/clientes aspirando à fidelização destes, a

partir da qualidade e de melhorias desenvolvidas nos serviços.

Sugere-se para as UIs, como instrumento auxiliar no gerenciamento, a

utilização de um banco de dados capaz de fornecer um levantamento de

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42

informações, que abarque desde o perfil até o histórico de cada participante do

processo, além das necessidades apresentadas pelos clientes/usuários, bem como

para o controle da oferta de serviços.

Ressalta-se ainda, que o perfil atual do profissional bibliotecário deve ser

repensado, assim como os elementos teóricos advindos de sua formação acadêmica

na educação continuada deveriam ser um fator que o tornesse consciente das

mudanças da evolução da sociedade. Ser flexível, dinâmico e interdisciplinar

caracterizam outros elementos necessários para a atuação de sucesso de um

profissional que lida diretamente no contexto informacional.

Portanto, compreende-se que a aplicabilidade adequada da gestão de

pessoas aliada a instrumentos que permitam desenvolver estratégias para a

conquista e fidelização do publico alvo é indispensável para a manutenção das

empresas/organizações no mercado no qual estão inseridas.

Assim, os gestores das UIs devem atentar para as ferramentas

administrativas apresentadas, pois a partir delas é possível conhecer tanto as

necessidades dos clientes/usuários como traçar o perfil dos mesmos. Diante dessa

realidade pode-se aprimorar os serviços já existentes e verificar a oferta de outros.

Dessa forma, os resultados advindos da aplicabilidade do Marketing e do

Marketing de Relacionamento no contexto das UIs, contribuem para o

reconhecimento dos esforços realizados no aperfeiçoamento das práticas gerenciais,

cujos reflexos contemplam o alcance dos objetivos e resultados esperados pelos

gestores das UIs. .

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43

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