MASSA ALIMENTÍCIA COM SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DA FARINHA DE TRIGO POR FARINHA DE OKARA

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CENTRO EDUCACIONAL DA FUNDAÇÃO SALVADOR ARENA FACULDADE DE TECNOLOGIA TERMOMECANICA ANTONIO DOMENICO ALVES MONTEIRO CAMILA SALES DE REZENDE CINTHIA MASSUMI SHINODA MASSA ALIMENTÍCIA COM SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DA FARINHA DE TRIGO POR FARINHA DE OKARA São Bernardo do Campo 2013

Transcript of MASSA ALIMENTÍCIA COM SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DA FARINHA DE TRIGO POR FARINHA DE OKARA

  • CENTRO EDUCACIONAL DA FUNDAO SALVADOR ARENA

    FACULDADE DE TECNOLOGIA TERMOMECANICA

    ANTONIO DOMENICO ALVES MONTEIRO

    CAMILA SALES DE REZENDE

    CINTHIA MASSUMI SHINODA

    MASSA ALIMENTCIA COM SUBSTITUIO PARCIAL DA FARINHA DE

    TRIGO POR FARINHA DE OKARA

    So Bernardo do Campo

    2013

  • ANTONIO DOMENICO ALVES MONTEIRO

    CAMILA SALES

    CINTHIA MASSUMI SHINODA

    MASSA ALIMENTCIA COM SUBSTITUIO PARCIAL DA FARINHA DE

    TRIGO POR FARINHA DE OKARA

    Trabalho de concluso de curso, realizado sob

    orientao da Ms. Ctia Palma de Moura

    Almeida, apresentado Faculdade de

    Tecnologia Termomecanica, como requisito

    para obteno do ttulo de Tecnlogo em

    Alimentos.

    So Bernardo do Campo

    2013

  • AGRADECIMENTOS

    Agradecemos primeiramente a Deus, pela oportunidade de concluir mais uma etapa de

    nossas vidas.

    nossa querida orientadora Ctia, pelo nimo, pacincia e bom humor em nossas

    conversas, no somente em orientaes, mas tambm ao longo das aulas que foram fundamentais

    para nossa formao.

    Ao querido Clio Cordeiro de Carvalho, pelo grande auxlio neste trabalho e durante as

    aulas, com seu conhecimento e pacincia.

    Tambm deixamos nosso obrigado aos demais professores e mestres que foram de

    fundamental importncia em nossa carreira e principalmente na vida, contribuindo no s com

    conhecimento tcnico, mas com lies de vida, conversas e brincadeiras.

    nossa famlia e amigos por todo incentivo, compreenso e auxlio em todas as etapas do

    curso e da vida.

    Somos gratos tambm, Fundao Salvador Arena, onde nos possibilitou oportunidade de

    conhecimento, com seu corpo docente e estrutura de alta qualidade.

  • Que os vossos esforos desafiem as impossibilidades,

    lembrai-vos de que as grandes coisas do homem

    foram conquistadas do que parecia impossvel.

    (Charles Chaplin)

  • RESUMO

    A parte slida do extrato hidrossolvel da soja, denominado okara, um resduo industrial do

    processamento de soja, e possui altos teores de protena e fibras. Por se tratar de um resduo,

    geralmente descartado ou utilizado como rao animal. A massa alimentcia um dos produtos

    mais consumidos mundialmente, sendo que o Brasil o terceiro produtor mundial, aliado ao

    interesse e a busca do consumidor por alimentos mais saudveis, o objetivo do trabalho, foi

    desenvolver uma farinha a partir do resduo do extrato aquoso da soja para aplicao e melhoria

    nutricional do macarro. Aps a obteno da farinha de okara e da formulao padro do

    macarro, foram testadas formulaes com substituies parciais de 30%, 35% e 40% de farinha

    de trigo, por farinha de okara. Os produtos foram analisados sensorialmente com testes de

    preferncia, sendo que a formulao de 35% de substituio teve melhor aceitao com 66% e

    com inteno de compra dos provadores de 89%. Atravs das anlises fsico-qumicas obteve-se

    15% de protena podendo ser classificado como rico em protenas.

    Palavras-chave: Okara. Farinha de okara. Massa alimentcia.

  • ABSTRACT

    Okara is an industrial residue from the processing of soybean, it has high content of proteins and

    fibers. As a residue, it's also most commonly rejected or used as animal feed. Pasta is one of the

    most consumed products worldwide, while Brazil is the third largest producer, together with

    interest and consumer search for healthier foods, the aim of this study was to develop a flour

    from the residue of the aqueous extract of soybean for application and improvement of the

    nutritional pasta. After the acquirement of the okara flour and the standard formulation of the

    pasta, it was tested formulations with partial substitution of 30%, 35% and 40% of wheat flour

    for okara flour. The products were analyzed sensorially with acceptance tests, the 35% okara

    pasta was the most popular one, with 66%, using as basis the intent to purchase and and hedonic

    scale tests and physical chemistry analysis. Turning out to be a well accepted product, it received

    89% of purchase intent and was classified as high protein food.

    Key-word: Okara. Residue. Pasta.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Fluxograma do processo de macarro industrializado. ...................................... 25

    Figura 2: Fluxograma da obteno do okara seco. ............................................................ 28

    Figura 3: Fluxograma da massa padro. ............................................................................ 30

    Figura 4: Ficha de seleo de provadores. ......................................................................... 32

    Figura 5: Ficha para aplicao do teste pareado preferncia. ............................................ 33

    Figura 6: Ficha para aplicao do teste de escada de inteno de compra. ....................... 33

    Figura 7: Ficha para aplicao do teste pareado preferncia. ............................................ 34

    Figura 8: Ficha de anlise de teste de escala hednica. ..................................................... 35

    Figura 9: Ficha de teste de inteno de compra. ................................................................ 35

    Figura 10: Amostras sem inativao enzimtica ............................................................... 38

    Figura 11: Amostra com inativao enzimtica ................................................................ 39

    Figura 12: Okara sem processamento ( esquerda) ........................................................... 40

    Figura 13: Farinha de okara armazenada a vcuo. ............................................................ 42

    Figura 14: Formulao de macarro padro. ..................................................................... 46

    Figura 15: Formulaes com 30% e 35% de farinha de okara .......................................... 46

    Figura 16: Macarro com adio de goma guar ................................................................ 47

    Figura 17: Macarro com adio de goma guar ................................................................ 47

    Figura 18: Frequncia do consumo de macarro. .............................................................. 48

    Figura 19: Resultado do teste pareado- preferncia. ......................................................... 49

    Figura 20: Teste Pareado-preferncia. ............................................................................... 50

    Figura 21: Histograma com valores hednicos. ................................................................ 51

    Figura 22: Grfico de inteno de compra......................................................................... 52

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Caractersticas fsicas do gro de soja. .............................................................. 12

    Tabela 2: Quantidade necessria de derivados de soja para atingir o consumo mnimo. . 14

    Tabela 3: Composio mdia dos gros de soja, do extrato aquoso e do okara em base

    seca (g/ 100g)................................................................................................................................. 14

    Tabela 4: Dados relacionados massa fresca. ................................................................... 23

    Tabela 5: Rendimento do processo de obteno da farinha de okara. .............................. 40

    Tabela 6: Composio centesimal farinha de okara. ......................................................... 41

    Tabela 7: Formulao padro de massa alimentcia. ......................................................... 43

    Tabela 8: Porcentagem de cada ingrediente na massa alimentcia. ................................... 44

    Tabela 9: Porcentagem de Semolina de trigo e Farinha de Okara. .................................... 45

    Tabela 10: Formulaes com adio de goma guar. .......................................................... 47

    Tabela 11: Comparao dos resultados obtidos para a composio centesimal de macarro

    com okara e de marca comercial. .................................................................................................. 52

  • SUMRIO

    SUMRIO ......................................................................................................................... 10

    1 INTRODUO ............................................................................................................ 8

    2 REVISO BIBLIOGRFICA .................................................................................... 11

    2.1 Soja ...................................................................................................................... 11

    2.1.1 O gro ............................................................................................................. 11

    2.1.2 Consumo de soja ............................................................................................ 12

    2.1.3 Mercado de soja ............................................................................................. 13

    2.1.4 Derivados da Soja .......................................................................................... 13

    2.1.5 Resduo do extrato aquoso de soja (Okara) ................................................... 14

    2.1.6 Estudos realizados com Okara ....................................................................... 16

    2.2 Macarro .............................................................................................................. 17

    2.2.1 Ingredientes .................................................................................................... 18

    2.2.2 Produto pronto ................................................................................................ 21

    2.2.3 Talharim ......................................................................................................... 22

    2.2.7 Elaborao do macarro industrializado ........................................................ 24

    3 MATERIAIS E MTODOS ....................................................................................... 26

    3.1 Matria prima ....................................................................................................... 26

    3.2 Equipamentos e utenslios ................................................................................... 26

    3.3 Obteno da farinha de Okara ............................................................................. 27

    3.4 Obteno do macarro padro ............................................................................. 30

    3.5 Anlise sensorial .................................................................................................. 31

    3.5.1 Teste pareado preferncia .............................................................................. 32

  • 3.6 Anlises fsico-qumicas ...................................................................................... 36

    3.7 Avaliao da inativao enzimtica ..................................................................... 37

    4 RESULTADOS E DISCUSSES .............................................................................. 38

    4.1 Teste de inativao enzimtica ............................................................................ 38

    4.2 Desenvolvimento da farinha de okara ................................................................. 39

    4.2.1 Composio qumica da farinha de okara ...................................................... 41

    4.3 Desenvolvimento da massa padro e das substituies parciais .......................... 42

    Figura 14: Formulao de macarro padro. ..................................................................... 46

    Figura 16: Macarro com adio de goma guar ................................................................ 47

    Figura 17: Macarro com adio de goma guar ................................................................ 47

    4.4 Anlise sensorial .................................................................................................. 48

    Figura 18: Frequncia do consumo de macarro. .............................................................. 48

    Figura 19: Resultado do teste pareado- preferncia. ......................................................... 49

    Figura 20: Teste Pareado-preferncia. ............................................................................... 50

    Figura 21: Histograma com valores hednicos. ................................................................ 51

    Figura 22: Grfico de inteno de compra......................................................................... 52

    4.5 Anlises fsico-qumicas ...................................................................................... 52

    5 CONCLUSO ............................................................................................................ 54

    6 SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS ...................................................... 55

    7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................ 56

  • 8

    1 INTRODUO

    Segundo a Legislao RDC N 263, de 22 DE SETEMBRO DE 2005 Massas

    alimentcias so os produtos obtidos da farinha de trigo (Triticum aestivum L. e ou de outras

    espcies do gnero Triticum) e ou derivados do trigo durum (Triticum durum L.) e ou derivados

    de outros cereais, leguminosas, razes e ou tubrculos, resultantes do processo de empasto e

    amassamento mecnico, sem fermentao, podendo ser adicionadas de outros ingredientes, com

    complementos isolados ou misturados a massa, desde que no descaracterizem o produto. Podem

    ser apresentados secos, frescos, pr-cozidos, instantneos ou prontos para o consumo, com

    diferentes formatos e com ou sem recheio.

    A massa alimentcia atualmente um dos alimentos mais consumidos mundialmente,

    estando presente como prato principal ou complemento na alimentao de diversas culturas e

    pases (BROCKWAY, 2011).

    O Brasil encontra-se em terceiro lugar no ranking mundial de produo de macarro, com

    1.300.000 toneladas produzidas por ano, perdendo apenas para a Itlia e Estados Unidos. E a

    venda de massas alimentcias vem crescendo a cada ano, e a venda de massas frescas, aumentou

    de 39,2 mil toneladas em 2008, para 50,5 mil toneladas em 2012 (ABIMA, 2012).

    O interesse e a busca do consumidor por alimentos mais saudveis propiciam um rpido

    crescimento do segmento da indstria de alimentos que visa contribuir para o alcance de uma

    dieta de melhor qualidade. Os indivduos esto mais preocupados com as consequncias que o

    estilo de vida e os hbitos alimentares tm na sade e bem estar (CAS et al., 2005).

    Os resduos de hortalias, frutas e leguminosas, que geralmente so desprezados pela

    indstria, podem ser reaproveitados para enriquecer produtos ou at para desenvolvimento de

    novos produtos no mercado, pois na maioria das vezes so fontes de nutrientes. Com a utilizao

    desses resduos pode ser minimizado o acmulo dos mesmos que muitas vezes poluem o meio

    ambiente, colaborando ento com questes sociais, econmicas e ambientais (PEREIRA,

    SANTOS e SILVA, s.d).

    Segundo o Institute of Medicines Food and Nutrition Board, entende-se por alimento

    funcional o produto alimentcio que fornea benefcio especfico sade, alm de tradicionais

    nutrientes nele contidos, isto , alimentos que contm nveis significativos de componentes

  • 9

    biologicamente ativos, os quais promovem benefcio ao indivduo, alm de simplesmente nutrir o

    organismo. Entre os alimentos funcionais mais estudados, destacam-se a soja, o tomate, o peixe, a

    linhaa, as crucferas (brcolis, couve de Bruxelas, repolho), o alho e a cebola, as frutas ctricas,

    o ch verde, a uva, aveia, entre outros.

    De acordo com Berhens e Silva (2009), a soja tornou-se um alimento amplamente

    divulgado pela mdia, cujas alegaes sobre seus benefcios a sade tem sido explorados e

    destacados. Suas caractersticas qumicas e nutricionais a qualificam como um produto funcional.

    Os benefcios da soja em relao a sade humana, so pontos importantes para a promoo deste

    alimento.

    No contexto de crescimento do consumo de cereais, tendo em foco gros, a soja e os seus

    derivados figuram dentre os de maior importncia e mais estudados alimentos com caractersticas

    funcionais, sendo necessria a aplicao de tecnologias que visem a melhoria nos produtos base

    de soja, auxiliando assim a incorporao de maiores teores de isoflavonas na dieta dos

    consumidores (AMARAL, 2006). Tais aplicaes foram positivamente comprovadas por

    Madrona e Almeida (2008), na verificao de aceitao do biscoito tipo cookie elaborados com

    substituio parcial (50%) de aveia, por um subproduto da produo de extratos hidrossolveis de

    soja.

    De acordo com Robinson (1991, apud Castro, 2008), o aquecimento de farinhas

    leguminosas, e em particular a soja, pode melhorar o valor nutritivo e produzir um suplemento

    proteico de maior qualidade. No entanto, em algumas leguminosas pode detectar-se atividade

    inibidora de proteases depois do aquecimento de uma hora a 100 C.

    O okara um resduo do extrato hidrossolvel da soja (leite de soja) e possui alto teor de

    protenas e fibras, portanto pode ser utilizado no enriquecimento nutricional de alimentos, alm

    de sua aplicao reduzir o resduo que hoje gerado pela indstria de leite de soja.

    Diversos trabalhos j relataram a possibilidade do uso de farinha de okara substituindo

    quantidades de algum ingrediente na elaborao de produtos de panificao e paoca, obtendo

    produtos com aceitao igual a dos produtos sem sua adio e com um perfil de aminocidos de

    maior qualidade (APLEVICZ, 2006). Porm a digestibilidade dos produtos derivados da soja

    comprometida pela presena de fatores antinutricionais e pelo processamento trmico ao qual so

    submetidos, como cozimento a 100C por 10 minutos e aquecimento em estufa de circulao

    forada de ar a 85C at valor de umidade inferior a 30%.

  • 10

    Este trabalho teve como objetivo contribuir com os estudos do okara (resduo do extrato

    hidrossolvel de soja) auxiliando na melhoria nutricional do macarro talharim, avaliando as

    caractersticas sensoriais e fsico-qumicas.

  • 11

    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 Soja

    A soja uma leguminosa de alto valor proteico originria dos pases orientais. Seus

    primeiros relatos foram obtidos na China, j em 1500-1207 a.C. Antes de chegar ao ocidente, o

    cultivo de soja percorreu a Europa at que chegasse aos Estados Unidos, hoje maior produtor

    mundial do gro. Juntamente com outros grandes produtores, como China, Brasil e Argentina,

    podendo-se evidenciar que o gro se adequa as condies climticas a ele submetidas. A vinda do

    gro para o ocidente foi devido os estudos realizados sobre ela determinando-se o alto valor

    nutricional, a sua fcil industrializao, cultivo e por ser um novo produto para exportao

    (EMBRAPA, 2011).

    2.1.1 O gro

    Com os avanos na rea agrcola e nos estudos realizados, a soja passou a ser alvo da

    indstria alimentcia. Tomou-se conta dos valores nutricionais que o gro pode proporcionar

    sade humana como substitutos de produtos de origem animal (ricos em gordura saturada e

    colesterol) e que alm de produto em gro in natura, pode-se utilizar o leo e o farelo dessa

    leguminosa (LIMA, 2010).

    Em mdia o gro inteiro apresentar 40% de protenas, 20% de lipdeos (leo), 5% de

    minerais e 34% de carboidratos, como mostra a tabela 1. Entre os compostos importantes da soja,

    esto a lecitina e as isoflavonas, auxiliadores na reduo do mau colesterol para preveno de

    doenas cardacas (LIMA, 2010).

  • 12

    Tabela 1: Caractersticas fsicas do gro de soja.

    Composio Protena leo Cinza Carboidrato

    Semente 40,3 21,0 4,9 33,9

    Cotildone 42,8 22, 5,0 29,4

    Casca 8,8 1,0 4,3 85,9

    Hipoctilo 40,8 11,4 4,4 43,4

    Fonte: Shalunke, 1992 apud Lima, 2009.

    Por ser uma leguminosa, tambm apresenta compostos antinutricionais (antitripsina e

    hemaglutinina) que inibiriam, por exemplo, as proteases (substncias responsveis pela quebra de

    protena). Porm so compostos que podem ser facilmente destrudos com o uso de tratamento

    trmico adequado. A lecitina encontrada em grande nmero na soja uma substncia orgnica,

    que se constitui principalmente de cido graxo, triglicerdeos e fsforo. So extremamente

    importantes para o sistema nervoso humano e por ajudar a absorver gorduras presentes no

    organismo. Dentro das suas funes, o fato de emulsionar e conservar gorduras em suspenso faz

    com seja aproveitado na indstria de alimentos (LIMA, 2009).

    2.1.2 Consumo de soja

    A previso do USDA, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, para o consumo

    global de soja para 2013 de 256,9 milhes de toneladas, o que indica aumento de 1,2% em

    relao safra anterior. A China, o maior consumidor mundial, apresenta perspectiva positiva,

    com a previso de aumento de 5,3% em relao ao ano anterior, atingindo 74,5 milhes de

    toneladas. No Brasil, terceiro consumidor mundial, espera-se um aumento de 1,1% sobre o ano

    anterior. Apesar de o Brasil ser um dos maiores produtores mundial de soja, seu consumo interno

    inferior se comparados com outros pases. Os motivos para esse baixo consumo so a falta de

    conhecimento sobre as qualidades nutricionais da soja, produtos disponveis e formas de

    introduzi-la na alimentao. Porm o Brasil tem potencial de crescimento do consumo

  • 13

    considerando-se a disponibilidade de fontes naturais, capacidade produtiva da indstria local e o

    tamanho do mercado consumidor (EMBRAPA, 2012).

    2.1.3 Mercado de soja

    Hoje em dia os consumidores esto se interessando cada vez mais por alimentos mais

    saudveis chamados de alimentos funcionais, que esta ganhando um novo segmento nos

    mercados, tendo todo um apelo comercial visando qualidade nutricional e melhor expectativa

    de vida, induzindo o consumidor a compra. Produtos base de soja que tem um maior espao no

    mercado so as bebidas de soja que tem um segmento crescente na indstria, aproximadamente

    15% ao ano. Outros produtos derivados que tem seu espao no mercado so os produtos

    congelados, como hambrguer, embutidos e a prpria soja in natura (EMBRAPA, 2012)

    2.1.4 Derivados da Soja

    A soja, atualmente, o principal produto agrcola do Brasil e reconhecido

    internacionalmente como alimento funcional, aliado alimentao saudvel, com substncias

    capazes de prevenir e curar doenas, verstil, podendo ser consumido de diversas maneiras. A

    soja e seus derivados vm sendo utilizados tanto pela indstria de alimentos em diversos produtos

    a base de soja, como na forma in natura (MARGARETH, 2011).

    A leguminosa tambm conhecida pelas suas qualidades proteicas, e segundo a

    ANVISA, 2007 o consumo mnimo de 25g de protena de soja, aliada a hbitos saudveis e dieta

    equilibrada, ajuda na reduo do colesterol. A tabela 2 mostra a quantidade necessria de

    derivados de soja para atingir o consumo mnimo.

  • 14

    Tabela 2: Quantidade necessria de derivados de soja para atingir o consumo mnimo. Alimento Poro Quantidade

    Tofu 7 fatias grossas 357g

    Miss 12 colheres (sopa) 238g

    Shoyu 40 colheres (sopa) 397ml

    Hambrguer 1 poro grande 125g

    PTS 1 poro 50g

    Gro de soja cozido 1 concha cheia 148g

    Extrato leite de soja 5 copos 980 ml Suco de soja com frutas 21 copos 4,2 L

    Fonte: Margareth, 2011.

    Os derivados da soja hoje esto presentes no cotidiano brasileiro. A partir das pesquisas

    realizadas sobre subprodutos do gro de soja, pode-se perceber que o consumo da soja vem

    crescendo e sendo utilizada de diversas maneiras, principalmente pela melhora das tcnicas de

    preparo do gro. Evidenciou-se que ao passar por tratamento trmico, a enzima lipoxigenase,

    responsvel pelo gosto amargo, inativada, resultando assim na melhora da palatabilidade do

    gro, alm de que alguns fatores antinutricionais, como os inibidores de tripsina, que impedem a

    ao de enzimas digestivas, como a tripsina, tornando a digesto da soja crua extremamente

    difcil, so inativados. Na prtica, o farelo de soja e os ingredientes proteicos originados da soja

    so sempre cozidos antes do consumo (MISSO, 2008).

    2.1.5 Resduo do extrato aquoso de soja (Okara)

    O extrato aquoso de soja, ou leite de soja, gera em seu processamento um resduo

    denominado Okara. Este subproduto obtido atravs de lavagem, macerao e aquecimento dos

    gros de soja, para que possam ser filtrados e assim separados em parte slida, okara, e parte

    aquosa, leite de soja (BOWLES;DEMIATE 2006).

    Em relao ao teor nutricional deste subproduto, pesquisas demonstram sua alta qualidade

    nutricional, e possveis aplicaes em produtos alimentcios para melhoria dos mesmos

    (MADRONA, 2008). A composio mdia do okara, tal como cinzas, protenas, lipdeos e

    carboidratos, dado na tabela 3.

    Tabela 3: Composio mdia dos gros de soja, do extrato aquoso e do okara em base seca (g/ 100g).

  • 15

    Cinzas Protenas Lipdeos Carboidratos totais

    Carboidratos

    Solveis

    Fibras

    alimentares

    Soja 4,7 0,064 37,3 0,078 21,20,678 28,8 8

    Extrato aquoso 2,4 0,009 33 0,026 17,7 0,071 46,9 Traos

    Okara 2,8 0,003 370,019 13 0,049 4,7 42,5

    Fonte: Bowles; Demiate, 2006.

    O okara proveniente do processamento da soja e separao do leite de soja, porm

    como visto, ainda contm um alto valor nutricional. Todavia, seu uso ainda comum na

    fabricao de rao animal ou descartado como resduo industrial, vindo a ser tratado como lixo,

    contaminando o meio ambiente quando mal descartado (BOWLES; DEMIATE, 2006).

    Assim, o seu aproveitamento, ir melhorar a qualidade nutricional dos produtos

    alimentcios com ele produzidos, agregar valor aos produtos base de soja e ainda reduzir o

    desperdcio de alimentos e descarte industrial (SILVA et al., 2007 apud MADRONA, 2008).

    Em relao ao rendimento, Bowles; Demiate (2006) demonstram em sua pesquisa, que

    cerca de 1,1Kg de okara fresco produzido pelo processamento de 1Kg de gros de soja mais

    uma quantidade padro de gua. Aps desidratao, foram obtidos aproximadamente 250g de

    okara seco.

    J para Aplevicz (2007), a proporo da obteno do extrato atendeu a proporo de 1:10,

    foi utilizado 100g de soja para 1 litro de gua (CIABOTTI et al., 2006 apud APLEVICZ, 2007).

  • 16

    2.1.6 Estudos realizados com Okara

    Diversos autores j realizaram estudos sobre a possibilidade de substituir parcialmente

    algum ingrediente por farinha de okara na elaborao de novos produtos com grande aceitao e

    valor nutricional (PINTO, 2008).

    Waliszewski et al. (2002) apud Apeticz (2007), realizaram uma avaliao qumica e

    sensorial de okara com formulaes nas porcentagens de 5, 10, 15, 20 e 25% em Tortillas. Os

    resultados demonstraram que concentraes de at 10% de substituio de farinha de trigo por

    okara podem ser adicionadas s Tortillas, alcanando nveis satisfatrios de aceitao, j com

    bom teor de qualidade nutricional.

    Bowles e Demiate (2006) elaboraram po francs com adio de 5, 10 e 15% de okara

    seco, que em sua composio foram encontrados 2,8% de cinzas, 37% de protenas, 13% de

    lipdios, 42,5% de fibras alimentares e 4,7% de carboidratos solveis. Os pes adicionados de 5%

    e 10% de okara podem ser denominados produtos fonte e ricos em fibras, respectivamente, e

    os resultados da anlise sensorial, apontaram um produto de boa aceitao.

    Aplevicz e Demiate (2007) avaliaram a qualidade de pes de queijo produzidos com

    adio de okara nas propores de 5, 10 e 15%. Os resultados foram que os pes de queijo

    suplementados com o subproduto apresentaram teores elevados de protenas e fibras alimentares

    superiores ao do po de queijo padro, alm de obterem boa aceitao sensorial.

    Madrona e Almeida (2008) desenvolveram biscoito tipo cookie base de okara e aveia

    com o objetivo de utiliz-los como fonte enriquecedora do produto e aproveitamento de resduo.

    Foi preparada a formulao padro com 100% de aveia e outras duas com 50 e 100% de okara

    em substituio a aveia. A amostra com maior aceitao foi a de 50% de okara e 50% aveia,

    sendo que em pesquisa de mercado obteve como resultado grandes chances de lanamento e

    permanncia no mercado.

    Lupatini et al. (2011), realizaram biscoitos tipo cookie com aproveitamento de casca de

    maracuj-amarelo e okara. Foram feitos biscoitos na concentrao de 5 a 15% de farinha da

    casca do maracuj e 10 a 20% de okara. Feita a anlise sensorial verificou-se que o biscoito com

    menor quantidade de ambos os produtos tiveram melhor aceitao. Assim, com essa melhor

    formulao refizeram, em duplicata, os biscoitos tendo como resposta da anlise fsico-qumica;

  • 17

    4,56% e 4,25% de umidade, 1,16% e 1,14% de cinzas, 17,45% e 15,16% de fibras, 18,83% e

    18,94% de lipdeos, 8,90% e 9,89% de protenas e 49,11% e 50,63% de carboidratos,

    respectivamente.

    Chamelet et al. (2012), desenvolveu bolo de chocolate enriquecido com a substituio de

    50% da farinha de trigo pela farinha de okara, e teve como objetivo verificar a aceitao desse

    produto em relao ao bolo padro de chocolate. Os resultados foram que a aceitao do bolo

    enriquecido foi a mesma em relao a formulao comum.

    2.2 Macarro

    A palavra "Macarro" vem do grego "Makria", h cerca de 2500 anos e significa caldo

    de carne enriquecido com pelotinhas de farinha de trigo e por cereais. A palavra "pasta" (massa

    para os italianos para se referir ao macarro) vem do grego "Pastillos". O termo citado em seus

    textos pelo poeta Horcio, especialista em versos culinrios. Os latinos da poca de Cristo j se

    serviam com um prato batizado de "macco", um caldo de favas e massas de trigo e gua.

    Seguramente, da reunio dessas influncias fez com que, h cerca de mil anos, surgisse na Siclia

    o verbo "maccari", que significa esmagar ou achatar com muita fora, que por sua vez vem do

    grego makar, que quer dizer sagrado. A palavra derivada, "macaronis", foi utilizada em 1279 em

    um inventrio de um soldado genovs, Ponzio Bastione, que deixava para a famlia, uma "cesta

    de massas" (ITAL, 1990).

    O macarro o produto mais consumido no mundo estando normalmente associada

    Itlia por ser o pas que mais consome macarro comparado s outras naes, consumindo assim

    aproximadamente 30-35 Kg de macarro por pessoa a cada ano (BROCKWAY, 2011).

    A massa alimentcia um produto no fermentado, recheado ou no, podendo apresentar

    diversas formas, obtido atravs do amassamento de uma mistura de farinha de trigo comum e ou

    smola/semolina de trigo durum e ou farinha integral de trigo durum e ou derivados de cereais,

    leguminosas, razes, tubrculos podendo ser adicionado ou no outros ingredientes. A massa

  • 18

    alimentcia pr-cozida apresenta a definio similar da massa alimentcia, porm esta deve ser

    parcialmente cozida, e o preparo necessita de cozimento complementar (BRASIL, 2000).

    Os ingredientes bsicos do macarro so farinha de trigo ou semolina e gua, podendo ser

    adicionado ingredientes como ovo, farinha de batata, farinha de milho (para produtos sem

    glten), corantes naturais como o de espinafre, o do tomate e em alguns casos vitaminas (KILL;

    TUNBULL, 2001; CIACCO; CHANG, s/d).

    2.2.1 Ingredientes

    2.2.1.1 Trigo

    A utilizao do trigo como alimento, no se pode datar precisamente. O primeiro homem

    a comer trigo, provavelmente mastigou o gro do cereal silvestre, e ao descobrir que podia

    cultiv-lo ele estava prestes a fazer grandes descobertas como para a obteno da farinha de trigo,

    que hoje muito utilizada em alimentos. uma gramnea, da famlia Graminae, do gnero

    Triticum. Nesse gnero h 14 espcies das quais, Triticum aestivum, Triticum durum, Triticum

    compactum representam 90% da produo mundial, sendo as mais comercializadas. Variam seus

    tamanhos entre 0,60 a 2,10 m. Possuem folhas longas e estreitas, verdes que se tornam douradas

    nas proximidades da colheita (ITAL, 1990).

    2.2.1.2 Ovo

    O ovo utilizado com muita frequncia pela populao brasileira, pois, alm de

    apresentar preos acessveis, faz parte de o seu hbito alimentar. Trata-se de um alimento fonte

    de protenas de alto valor biolgico e sua gema rica em vitamina A. Na indstria de alimentos,

  • 19

    o ovo - pasteurizado, congelado ou desidratado - utilizado preferencialmente ao ovo em casca,

    pois, alm do sabor, cor, valor nutritivo e propriedades funcionais serem comparveis aos do ovo,

    apresenta vantagens operacionais, como melhor qualidade, estabilidade e uniformidade,

    economia de mo de obra, menor espao para armazenamento e facilidade para medir as pores.

    O ovo lquido utilizado na fabricao de vrios alimentos como bolos, merengues, produtos de

    confeitaria, embutidos, entre outros (ALEGRO; CASALE et al., 2005).

    A adio de ovos massa confere cor amarela, melhora a elasticidade, principalmente em

    massas longas, reduzindo a quantidade de resduo na gua de cozimento e, consequentemente, a

    pegajosidade da massa, alm de aumentar o valor nutricional. Durante a preparao da massa, a

    albumina do ovo tem influncia positiva sobre a protena da farinha, ajudando na formao da

    rede proteica e melhorando o envolvimento do amido por essa rede (GUERREIRO et al., 2008).

    A literatura cita que os ovos podem ser adicionados s massas nas formas fresca,

    congelada ou desidratada, sendo a forma fresca a mais indicada. Porm, no esclarecida a

    vantagem dessa forma sobre as demais. O ovo em p apresenta alguns benefcios em relao

    forma in natura ou lquida: pode ser estocada a temperatura ambiente por um perodo de tempo

    relativamente longo, no necessitando de cmaras frigorficas; facilidade de transporte; pode ser

    adicionado diretamente farinha, no necessitando de tanques e bombas. A quantidade de ovos

    que deve ser adicionada varivel de um pas para outro, conforme a legislao vigente. Nos

    Estados Unidos, o Departamento da Agricultura prescreve no mais que 5,5% em peso do ovo,

    calculado sobre os slidos totais. De acordo com a revista tcnica Macaroni Journal, devero

    ser usados, para cada 95 quilos de farinha, 5 quilos de ovos secos, 20 quilos de ovos inteiros

    frescos ou 12,5 quilos de gema de ovo. No Brasil, para a utilizao da expresso com ovos, o

    produto deve ter no mnimo 450mg de colesterol por quilo de massa, expresso em base seca, o

    que corresponde, em mdia, a trs ovos inteiros ou 135g de ovos por quilograma de farinha

    (ITAL, 1990).

  • 20

    2.2.1.3 gua

    Para a indstria, a gua importante em dois aspectos: como matria prima para a

    fabricao da massa e para servir como acessrio (ITAL, 1990).

    Para ser utilizada na indstria, a gua deve ser limpa, inodora e neutra. Pode conter sais de

    naturezas diversas (clcio, magnsio, sob a forma de carbonatos e bicarbonatos), onde a principal

    caracterstica alcalinidade. Sais em excesso, geram produtos de mau gosto, e ao mesmo tempo,

    de colorao escura (ITAL, 1990).

    2.2.1.4 Corantes e aditivos

    Quando a produo feita a partir de semolina proveniente da moagem do trigo Ambar

    durum, no h necessidade de se adicionar corantes com a finalidade de uma tonalidade amarela.

    Isso se d, pois o material deste farinceo, contem pigmentos carotenoides. Caso contrrio, se

    adiciona corantes para obter uma melhor pigmentao do produto. Esses corantes quando

    adicionados, devem ser incuos, declarados na embalagem e tambm podem ser adicionados

    para melhorar as caractersticas finais do produto acabado (ITAL, 1990).

  • 21

    2.2.1.5 Goma Guar

    um polissacardeo hidrossolvel extrado de sementes, bastante utilizado na industria de

    alimentos podendo atuar como aditivo ou fibra alimentar, espessante, emulsificante e

    estabilizante. Suas principais propriedades de ser solvel em gua fria, possuir alta viscosidade

    em baixas concentraes e ter de mdia a rpida absoro. indicada no preparo de sorvetes,

    cremes, produtos base de queijo, molhos , sopas e na panificao.Em produtos com baixo teor

    de glten auxilia na formao de filme (INSUMOS, s/d ; PANTEC, 2013).

    Nas massas alimentcias os emulsificantes iro auxiliar na qualidade e aparncia da

    massa, auxiliando na reduo da perda de slidos solveis (principalmente amido) na gua de

    cozimento e na melhoria da textura (adesividade e firmeza), uniformidade, espessura, brilho e

    dureza das massas. Alm de contribui na melhora das qualidades tecnolgicas da massa, pois

    tambm proporciona melhor controle do processo, devido propriedade de lubrificao dos

    produtos amilceos extrusados que facilita a passagem da massa atravs dos cilindros extrusores

    (GUERREIRO, 2006).

    2.2.2 Produto pronto

    O macarro um produto consumido em alguns pases da Europa, notadamente na Itlia.

    Porm sua demanda vem se expandindo em outros pases, como EUA, Japo e Brasil. O mercado

    vem crescendo, por razes de crescimento de mercado e consequente aumento da produo

    industrial. O custo relativamente baixo, e h facilidade tanto no preparo, quanto no consumo.

    Possuem diversos tipos, cortes e ingredientes, que lhes do uma caracterstica especfica para o

    produto. A massa alimentcia deve ser bem seca, para no alterar sua conservao. Estando na

    faixa de 12 a 13%. Nesse teor de umidade, a massa se mantm ntegra por um longo tempo. Alm

    da umidade, outras caractersticas devem ser notadas, tais como organolpticas (cor, sabor, odor),

    qumicas (cinzas, a acidez) e aspecto. O formato deve ser uniforme, tanto no comprimento, como

    no dimetro. Sem apresentar rugosidades ou pontuaes (ITAL, 1990).

  • 22

    2.2.3 Talharim

    Existem vrios formatos de macarro, que variam com o tipo de prato e o gosto do

    consumidor. O macarro do tipo talharim uma massa extrusada slida, com forma de fita, de

    largura variando de 12 a 25 mm. Pode ser comercializada de forma enrolada, conhecida como

    ninho ou na forma reta. uma massa seca e longa que oferece maior versatilidade e praticidade,

    pois tem prazo de validade longo, custo baixo visto que 1kg o suficiente para alimentar 10

    pessoas, seu armazenamento no necessita de condies especiais e principalmente, de fcil

    preparo (ABIMA, 2009; ALLGAYER, 2000).

    2.2.4 Massa seca

    A massa seca o tipo de macarro que foi submetido a um processo de secagem para

    diminuir o teor de umidade e atividade de gua obtendo assim um produto com melhor

    conservao, aumento de shelf life e estabilidade. Para secagem, aps o processo de extruso a

    massa, submetida uma temperatura entre 40 a 55C num tempo varivel de 30 a 90 minutos

    para que a umidade atinja 18-19 % e a atividade de gua fique entre 0,5 e 0,8

    (GUERREIRO,2006).

  • 23

    2.2.5 Massa fresca

    A massa fresca no submetida a processo para reduo da umidade, ficando com o

    mesmo teor de quando moldada, aproximadamente 25%. Para impedir a aderncia entre os fios, a

    massa fica exposta ao ambiente, por um perodo curto anterior ao acondicionamento, somente

    para secagem superficial do macarro, devendo ser um ambiente seco e limpo para que no haja

    contaminao do produto (GUERREIRO, 2006).

    2.2.6 Massa instantnea

    A formulao de uma massa instantnea no ir diferir da massa seca ou fresca. A

    diferena est na finalizao do processo de produo que ter mais duas etapas, resultando em

    menor tempo de cozimento como produto final. A massa instantnea tem o tempo de cozimento

    rpido, pois aps mistura e moldagem ainda na indstria, passar por cozimento por um perodo

    de trs minutos e segue para fritura por mais trs minutos, para que ocorra secagem da massa e

    posterior envase (GUERREIRO, 2006).

    Segundo a Associao Brasileira de Indstrias de Massas alimentcias ABIMA (2013),

    o setor de massas frescas vem crescendo significantemente com aumento do volume, faturamento

    e no consumo por kg de habitante por ano, sendo observado na tabela 4, nos anos de 2008 a 2012.

    Tabela 4: Dados relacionados massa fresca.

    2008 2009 2010 2011 2012

    Vendas de Massas Frescas

    Volume (mil toneladas)

    39,2 40,8 45,2 51,1 50,5

    Vendas de Massas Frescas

    Faturamento (milhes de

    R$)

    373,3 401,4 456,1 539,5 548,9

    Consumo per capita de

    Massas Frescas (kg/hab/ano)

    0,2 0,2 0,2 0,3 0,3

    Fonte: Adaptado de Abima, 2013.

  • 24

    2.2.7 Elaborao do macarro talharim industrializado

    O macarro talharim elaborado num processo batelada, o mais tradicional que a

    laminao. O processo consiste em fazer a massa, transform-la em lmina fina e cort-la em

    fatias no tamanho e formato desejado, passando-o por um cilindro de massas (GUERREIRO,

    2006). O processo de fabricao do macarro industrial dado na figura 1.

  • 25

    Figura 1: Fluxograma do processo de macarro talharim de massa seca industrializado.

    Fonte: Adaptado de ABIMA, 2013.

    Mistura dos ingredientes

    Extruso

    Trefilagem

    Corte

    Secagem

    Pesagem

    Empacotamento

    Estoque

    Expedio

  • 26

    3 MATERIAIS E MTODOS

    3.1 Matria prima

    A obteno da farinha de okara, a fabricao da massa tipo talharim e as anlises fsico-

    qumicas foram realizadas no perodo compreendido de agosto a novembro de 2013 na Faculdade

    de Tecnologia Termomecanica utilizando as seguintes matrias primas: Semolina de Trigo

    Durum (marca Renata); farinha de okara (obtida no prprio laboratrio), ovos, sal e gua.

    3.2 Equipamentos e utenslios

    Agitador Magntico Macro com Aquecimento Quimis, modelo Q261-22

    Cilindro para massas;

    Estufa de secagem com circulao de ar- Tecnal, modelo LSDHG9055A

    Fogo industrial - Topema;

    Liquidificador - Skymsen LTDA, modelo: TA-02

    Moinho de Rotor- Tecnal, modelo TE 651

    Peneira A Bronzinox Malha 20;

    pHmetro - Orion;

    Refrigerador - Consul 320

  • 27

    3.3 Obteno da farinha de Okara

    O extrato aquoso de soja, ou leite de soja, gera em seu processamento um resduo

    denominado Okara. Este subproduto obtido atravs de lavagem, macerao e aquecimento dos

    gros de soja, para que possam ser filtrados e assim separados em parte slida, o okara, e parte

    aquosa (BOWLES; DEMIATE 2006).

    Segundo Aplevicz, Demiate (2007); Singh, Heldman (1998) apud Pinto (2008); a

    secagem do okara um dos tratamentos trmicos que ir reduzir e/ ou garantir que fatores

    antinutricionais biologicamente presentes nas leguminosas estejam em nveis aceitveis para o

    consumo. Consequentemente, esse processo ir reduzir a umidade do produto fazendo com que

    diminua a possibilidade de contaminao microbiana e de outros mecanismos de deteriorao. A

    farinha foi produzida a partir do okara seco obtido pela secagem do extrato aquoso de soja obtida

    a partir da metodologia adaptada usada por Aplevicz (2007), como mostra a figura 2.

  • 28

    Figura 2: Fluxograma da obteno do okara seco.

    Fonte: Aplevicz, 2007.

    Primeiramente os gros de soja foram hidratados com gua a temperatura ambiente por

    aproximadamente 12 horas. Nesse perodo, os gros absorveram gua, perderam dureza e

    dobraram de tamanho, aumentando o rendimento. Nesse perodo, a casca se desprendeu do gro

    facilitando sua retirada.

    Imerso do gro em gua

    (8-12 horas)

    Aquecimento

    (100C - 10 minutos)

    Triturao

    Cozimento

    (100C - 10 minutos)

    Filtrao

    Armazenamento do okara mido

    (4C )

    Secagem (85C )

    Armazenamento do okara seco

  • 29

    Aps a hidratao e remoo da casca foi feito aquecimento dos gros em gua 100C

    por 10 minutos. Aps o cozimento, a soja foi triturada em liquidificador com adio de gua, na

    proporo 1:2, de soja e gua. O Triturado retornou ao cozimento 100C por 10 minutos, para

    total inativao enzimtica e diminuio do sabor residual da soja.

    Em seguida, realizou-se a filtrao, feita em peneira a fim de separar o okara mido do

    extrato aquoso. Como o resduo contm alto teor de umidade, foi armazenado sob refrigerao

    temperatura de 4C.

    Na secagem, o okara mido foi seco em estufa de circulao forada, na temperatura de

    85C, at a obteno de umidade inferior a 30%.

    Finalmente, o resduo seco foi embalado a vcuo, em embalagem devidamente

    esterilizada e seca e armazenado sobre refrigerao at o seu uso.

  • 30

    3.4 Obteno do macarro padro

    Figura 3: Fluxograma da massa padro.

    Pesagem dos ingredientes

    Mistura dos ingredientes

    Trefilagem

    Rolo cilndrico para massas

    Laminao

    Envase

    Armazenamernto sob refrigerao

  • 31

    A formulao padro foi adquirida na cozinha industrial da Faculdade de Tecnologia

    Termomecanica, consistindo em farinha de trigo comum, ovo inteiro, sal e gua.

    Foi realizada a pesagem dos ingredientes em balana semi analtica, em seguida,

    misturou-se os componentes em p, juntamente com a gema de ovo e finalmente, a gua de

    forma fracionada.

    A trefila consiste do amassamento da massa para o desenvolvimento do glten at formar

    uma massa homognea e lisa para que possa ser laminada no rolo cilndrico para massas, obtendo

    o formato de macarro talharim.

    Finalmente, a massa foi acondicionada em sacos plsticos e submetida a vcuo e sob-

    refrigerao para uma melhor conservao.

    3.5 Anlise sensorial

    Primeiramente, para a realizao das anlises sensoriais, foi realizada uma seleo de

    provadores, para se obter informaes se h ou no o consumo de produtos a base de soja, se h

    ou no consumo de macarro integral e se o provador tem alergia a algum alimento e se gostaria

    de participar da anlise sensorial. Conforme o modelo da figura 4.

  • 32

    Figura 4: Ficha de seleo de provadores.

    3.5.1 Teste pareado preferncia

    As amostras foram servidas em copos descartveis de 50 mL, com a inteno de uma

    menor perda de calor, codificados com nmeros aleatrios de trs dgitos. Os provadores foram

    instrudos a provar as amostras da esquerda para direita, e entre elas, comer um biscoito de gua e

    sal e beber gua, e indicando a amostra de maior preferncia. Os resultados obtidos foram

    interpretados estatisticamente, utilizando a tabela de teste pareado bicaudal. Pode-se verificar a

    ficha utilizada para o teste na figura 5.

  • 33

    Figura 5: Ficha para aplicao do teste pareado preferncia.

    Fonte: Adaptado de Instituto Adolf Lutz, 2008.

    Foi realizado o teste de escala de atitude ou inteno, onde por meio das escalas de

    atitude, o individuo expressa sua vontade de consumir, adquirir ou comprar um produto que lhe

    oferecido. Os termos definidos foram provavelmente compraria a provavelmente no

    compraria. Os dados so avaliados pelas frequncias atravs de grficos de histogramas. As

    amostras foram entregues em seguida do primeiro teste e foi instrudo para que avaliassem a

    inteno de compra das duas formulaes, como se verifica na figura 6.

    Figura 6: Ficha para aplicao do teste de escada de inteno de compra.

    Fonte: Adaptado de Instituto Adolf Lutz, 2008.

  • 34

    Em seguida, realizou-se anlise sensorial, utilizando duas formulaes, com o intuito de

    avaliar qual a mais preferida pelo consumidor entre elas. Utilizando a ficha sensorial descrita na

    figura 7.

    Figura 7: Ficha para aplicao do teste pareado preferncia.

    Fonte: Adaptado de Instituto Adolf Lutz, 2008.

    Finalmente, realizou-se o ultimo teste sensorial, com a formulao mais preferida

    utilizando a escala hednica de 5 pontos, com os extremos de desgostei muito e gostei muito,

    avaliando os atributos de avaliao global, aparncia, textura, odor e sabor e a inteno de

    compra do produto, com os extremos de certamente compraria e certamente no compraria.

    Como so apresentados nas figuras 8 e 9 respectivamente.

  • 35

    Figura 8: Ficha de anlise de teste de escala hednica.

    Figura 9: Ficha de teste de inteno de compra.

  • 36

    3.6 Anlises fsico-qumicas

    As anlises foram realizadas de acordo com as Normas Analticas do Instituto Adolfo

    Lutz: umidade, protena, lipdeos, cinzas (ADOLFO LUTZ, 2008), carboidrato por diferena

    (ANVISA, 2009) e fibra por clculo terico.

    Umidade

    O teor de umidade foi obtido atravs do mtodo gravimtrico, por secagem direta em

    estufa a temperatura constante de 105C, at estabilizao do peso.

    Lipdeos

    Os lipdeos foram determinados com extrao contnua com solvente orgnico, em

    aparelho do tipo Soxhlet.

    Protena

    A determinao de protena foi realizada pelo mtodo Kjeldahl, atravs do contedo de

    nitrognio total encontrado multiplicado pelo fator de correo 5,70, especfico para macarro.

    Cinzas

    O teor de cinzas foi obtido pelo aquecimento da amostra em temperatura por volta de

    550-570 C, em mufla, at que as cinzas fiquem brancas ou ligeiramente cinzas, indicando

    incinerao total da matria orgnica.

  • 37

    3.7 Avaliao da inativao enzimtica

    Para verificao da inativao enzimtica, ser realizado o teste do guaiacol, que consiste

    em constatar a ao da peroxidase, enzima resistente a altas temperaturas. Para isso, feito testes

    em amostras sem aquecimento, com aquecimento antes e depois de triturado. O procedimento

    realizado em capela e consiste em adicionar 0,5ml de guaiacol, na amostra em placa de petri e

    adicionar 5 gotas de perxido de hidrognio 10% e por fim visualizar a mudana de cor, de

    branco para vermelho.

  • 38

    4 RESULTADOS E DISCUSSES

    4.1 Teste de inativao enzimtica

    Foi feito uma avaliao da inativao enzimtica, utilizando-se trs amostras, porm com

    tratamentos trmicos em momentos diferentes. Como demonstrado na figura 10, a primeira placa

    de petri ( esquerda) sofreu tratamento trmico somente uma vez e antes de ser triturada em

    liquidificador, como visto, apresentou um tom rosceo, indicando a no inativao enzimtica. A

    segunda placa ( direita), no sofreu tratamento trmico e como visualizado, a amostra

    apresentou colorao avermelhada, demonstrando tambm que no houve inativao total da

    enzima.

    Figura 10: Amostras sem inativao enzimtica

    Somente foi verificada total inativao enzimtica, quando a amostra sofreu dois

    tratamentos trmicos, antes e depois da triturao e como visto na figura 11, a amostra

    permaneceu com a colorao inicial branca.

  • 39

    Figura 11: Amostra com inativao enzimtica

    Os gros foram triturados, peneirados para a separao do leite de soja do okara mido,

    em peneira com malha 20, sendo acondicionado em formas e posto em estufa na temperatura de

    85C at que chegasse a uma umidade de 8%. Depois de seco, o okara foi passado no moinho de

    rotor para reduo da granulometria. O rendimento da obteno da farinha de okara foi de 28,9%.

    Para armazenagem, a farinha foi embalada a vcuo e armazenada sob refrigerao.

    4.2 Desenvolvimento da farinha de okara

    A farinha de okara foi obtida na forma de p, atravs do seu processamento em moinho

    coloidal, em colorao amarela clara, conforme ilustrado na figura 12, onde esquerda representa

    a farinha antes do processamento em moinho coloidal, e direita, a farinha j processada.

  • 40

    Figura 12: Okara sem processamento ( esquerda)

    e ps-processamento ( direita).

    O rendimento da farinha de okara em diferentes etapas do processo est representado na

    tabela 5.

    Tabela 5: Rendimento do processo de obteno da farinha de okara.

    Massa (kg) Rendimento (%)

    Gro de soja 2,76 100

    Okara mido 3,56 128,9

    Okara seco 0,9 32,6

    Okara seco aps moinho 0,8 28,9

    Os resultados obtidos foram superiores aos encontrados por Bowles e Demiate (2006),

    onde obtiveram em 1 kg de gro de soja, 250 g de farinha de okara. Observando a tabela 5,

    verifica-se que o rendimento do okara foi de 28,9%, ou seja, seria o resduo da produo a ser

    descartado.

  • 41

    4.2.1 Composio qumica da farinha de okara

    Os resultados obtidos com as anlises fsico qumicas realizadas para determinao da

    composio nutricional da farinha de okara esto apresentados na tabela 6.

    Tabela 6: Composio centesimal farinha de okara.

    Anlises Farinha de okara (%)

    Umidade 3,9 0,3

    Protenas 43,89 0,15

    Lipdeos 22*

    Carboidratos 21*

    Cinzas 3,2 0,001

    Fibras totais 6,01*

    *Clculo terico

    O teor de umidade quando comparado aos estudos de Pinto e Castro (2008) so prximos,

    sendo o resultado obtido de 3,9% de umidade, pois o mtodo de obteno da farinha foi baseado

    na metodologia do mesmo.

    Os resultados obtidos demonstram que a farinha de okara um produto com potencial

    proteico e pode ser utilizado para melhoria nutricional de produtos alimentcios. O teor de

    protena encontrado na okara difere dos valores da literatura, que variam de 28% a 38% uma vez

    que o processo utilizado na indstria possui diferenas do processo laboratorial. O industrial

    utiliza gua a 90C na triturao para uma maior passagem de protenas para o leite de soja e o

    processo feito em laboratrio utiliza gua temperatura ambiente na triturao, fazendo com que

    os valores de protenas sejam maiores, importante levar em considerao a poro de gua e

    soja utilizada, pH da gua e o teor de protena inicial na matria prima.

    O valor terico de fibras foi inferior em relao aos valores da literatura, porm

    importante levar em considerao que na literatura no h descascamento da soja, que a forma de

    triturao se diferencia em relao aos equipamentos, mesh das peneiras, quantidade de vezes que

    o triturado passado pelas peneiras, e alm da origem da matria-prima, uma vez que diversos

    fatores, como clima, regio e solo influenciam na composio da soja.

  • 42

    O valor de cinzas se mostrou dentro do que encontrado na literatura entre 3,10% a

    3,80%.

    Os valores de carboidratos e lipdeos respectivamente, segundo a literatura, so 25% a

    30% e 15% a 25%.

    Foram utilizados como parmetro para os valores de fibras, carboidratos e lipdeos o

    resultado laboratorial apresentado em artigo cientifico por Pinto e Castro (2008), devido s

    semelhanas encontradas nos teores de protena, umidade e cinzas.

    No armazenamento da farinha produzida, foi utilizada a seladora a vcuo, onde a farinha

    foi envasada em sacos estreis at o momento de seu uso, conforme mostra a figura 13.

    Figura 13: Farinha de okara armazenada a vcuo.

    4.3 Desenvolvimento da massa padro e das substituies parciais

    A partir da formulao fornecida pela cozinha industrial da Faculdade Termomecnica,

    foram feitas algumas alteraes para melhora tecnolgica do macarro talharim.

    Na primeira massa produzida, utilizou-se de ingredientes comuns massa, como farinha

    de trigo comum e ovos inteiros. Apesar de respeitado as porcentagens corretas da formulao

    base, o resultado foi de uma massa estriada e quebradia e aps cozimento uma massa grudenta.

    Com base nesses resultados decidiu-se aprimorar a formulao utilizando semolina de trigo

    durum, pelo maior teor de glten presente nesse tipo de farinha, favorecendo assim melhor

    desenvolvimento da massa.

  • 43

    A partir de um segundo teste de formulao padro, fez-se uma massa com ovos inteiros e

    uma segunda massa somente com gema. A massa que apresentou caractersticas como maior

    elasticidade, resistncia extenso e menos estriada foi a massa feita somente com gema,

    concluindo-se que a clara atrapalha o desenvolvimento do glten, ou a interao do mesmo com

    gua. Com estes resultados, decidiu-se que a formulao da massa padro a ser trabalhada

    conteria semolina de trigo durum e gema, alm dos demais ingredientes, sendo apresentada na

    tabela 7.

    Tabela 7: Formulao padro de massa alimentcia.

    A partir da formulao padro (F1), iniciou-se as substituies parciais de semolina por

    farinha de okara. O volume de farinha total a ser utilizado foi divido entre as duas farinhas, onde

    o porcentual de okara colocado era completado com semolina.

    As tabelas 8 e 9, a seguir mostram as formulaes utilizadas em todas as substituies e

    suas respectivas porcentagens.

    Ingredientes Porcentagem

    Semolina de trigo Durum 66%

    Gema de ovo 7%

    gua 25%

    Sal 1,8%

    Goma Guar 0,2%

  • 44

    Tabela 8: Porcentagem de cada ingrediente na massa alimentcia.

    Porcentagens F1* F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8

    Semolina de

    Trigo

    Durum

    66% 0% 49,5% 46,2% 42,9% 39,6% 36,3% 33%

    Farinha de

    Okara

    0% 66% 16,5% 19,8% 23,1% 26,4% 29,7% 33%

    Gema de ovo 7% 7% 7% 7% 7% 7% 7% 7%

    gua 25% 25% 25% 25% 25% 25% 25% 25%

    Sal 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%

    *Formulao padro

    O primeiro teste de substituio (F2) foi com 100% de okara em relao semolina de

    trigo. A ausncia do glten do trigo impossibilitou a formao de massa. A partir da

    desenvolveu-se mais trs formulaes (F3, F4, F5), para se ter conhecimento de uma faixa de

    substituio que possibilitaria a formao de massa, sempre mantendo os teores de sal e gema

    constantes.

    Conforme o desenvolvimento da massa percebeu-se que a incorporao de gua nas

    massas com farinha de okara era maior e que para total desenvolvimento do glten seria

    necessria adio de mais gua. Sendo assim, nas formulaes com substituio parcial de okara,

    o teor de gua aumentou aproximadamente em 10% (valor dependente da quantidade de okara

    presente).

    Nas amostras F4 e F5 foi verificado, que as caractersticas do macarro foram muito

    alteradas, pois nessas formulaes a massa se apresentava quebradia e estriada, caractersticas

    no satisfatrias para a massa fresca. Portanto as amostras foram descartadas. Somente a

    formulao de 25% (F3) se manteve firme e no quebradia. Assim, optou-se por testar valores

    intermedirios menores que 50%. Logo, realizaram-se testes com substituies entre as

    porcentagens de 25% a 50% de farinha de okara, utilizando-se: 30% (F6), 35% (F7) e 40% (F8)

    de farinha de okara. Como se buscava uma formulao com maior teor de okara, descartou-se a

    amostra F3.

  • 45

    As formulaes F6 e F7 obtiveram as caractersticas ideais, uma massa lisa, sem

    rugosidades e de colorao uniforme e F8 apresentou uma massa coesa e com rugosidade, sendo

    descartada. A partir disso, foi realizada anlise sensorial nas amostras com 30 e 35% de farinha

    de okara, para verificar se h ou no diferena significativa entre as amostras. Foi feito ento, um

    teste de aceitao e inteno de compra.

    Tabela 9: Porcentagem de Semolina de trigo e Farinha de Okara.

    Amostra Semolina de Trigo

    Durum %

    Farinha de

    Okara %

    F3 75 25

    F4 50 50

    F5 25 75

    F6 70 30

    F7 65 35

    F8 60 40

    F9 65 35

    F10 50 50

    A massa padro obteve tonalidade menos amarela em relao s formulaes com adio

    de farinha de okara, sendo a massa padro representada na figura 14. Devido presena da soja,

    recebeu uma colorao amarelada, fazendo com que no houvesse a necessidade de adio do

    corante no macarro, fatos demonstrados na figura 15, sendo que a formulao esquerda

    representa formulao com 30% de farinha de okara e direita, formulao com 35% de farinha

    de okara.

  • 46

    Figura 14: Formulao de macarro padro.

    Figura 15: Formulaes com 30% e 35% de farinha de okara

    Visando a melhora da textura, coesividade e maleabilidade da massa, desenvolveram-se

    mais duas formulaes com adio de 0,2% de goma guar, na formulao com 35% de farinha de

    okara (F9) e 40% (F10), sendo que a goma tambm possibilitou adio de mais 5% de farinha de

    okara para formao de uma massa de qualidade, visto que atravs de teste realizado com 10% a

    mais de farinha de okara no houve formao de massa, ficando quebradia. As propores finais

    de cada ingrediente so demonstradas na tabela 10, j o resultado final das massas dados nas

    figuras 16 e 17. Os resultados do teste indicaram que a adio de goma guar, conferiu ao

    macarro ausncia de rugosidade, maior elasticidade e maleabilidade, alm de melhora na

    textura.

  • 47

    Tabela 10: Formulaes com adio de goma guar.

    Ingredientes F9 F10

    Semolina de Trigo Durum 42,7% 39,6%

    Farinha de Okara 23,1% 26,4%

    Gema de ovo 7% 7%

    gua 25% 25%

    Sal 1,8% 1,8%

    Guar 0,2% 0,2%

    Figura 16: Macarro com adio de goma guar

    e 35% de farinha de okara (F9).

    Figura 17: Macarro com adio de goma guar

    e 40% de farinha de okara (F10).

  • 48

    Tambm se observou diferena no tempo de coco do macarro, com adio de okara o

    tempo de cozimento foi de apenas 2 minutos, visto que a massa fresca e possui um teor

    reduzido de dureza, j que a soja no contm glten. A colorao aps a coco ficou mais

    prxima a de um macarro tradicional.

    4.4 Anlise sensorial

    A ficha foi preenchida por 175 alunos da faculdade Termomecnica com idade entre 17 a

    48 anos. Entre os quais somente quatro pessoas no consomem macarro, e foram excludos da

    anlise. Como mostra o grfico da figura 18.

    Figura 18: Frequncia do consumo de macarro.

    A primeira anlise sensorial realizada foi o teste pareado preferncia, onde no foi

    percebida diferena significativa em nvel de 5% de significncia entre as amostras de 30% e

    35% de farinha de okara, onde a formulao com 30% de okara recebeu 46,6% de preferncia, j

    a formulao com 35% de farinha de okara, recebeu 53,4% de preferncia, como descreve a

    figura 19.

    2%

    62% 24%

    12%

    Frequncia de Consumo

    Diariamente

    Semanalmente

    Quinzenalmente

    Ocasionalmente

  • 49

    Figura 19: Resultado do teste pareado- preferncia.

    Em seguida, mais um teste foi realizado, com a tentativa de aumentar a porcentagem da

    farinha de okara. Com isso, adicionou-se 0,2% de goma guar, e a possibilidade de aumentar 5%

    de farinha de okara, para continuar com a massa coesa, lisa e firme, juntamente com anlise

    sensorial de teste de preferncia com porcentagens de substituio parcial de 35% e 40% de

    farinha de okara. Para anlise dos resultados, consultou-se a tabela do teste de ordenao

    pareada, e em relao ao nmero de provadores, havendo diferena significativa em nvel de 5%

    de significncia entre as amostras, sendo que a formulao de 35% de farinha de okara, foi a

    mais aceita, como indicada na figura 20.

    46,6% 53,4%

    0,0%

    10,0%

    20,0%

    30,0%

    40,0%

    50,0%

    60,0%

    Formulaes

    Preferncia entre as substituies

    Okara (30% )

    Okara (35%)

  • 50

    Figura 20: Teste Pareado-preferncia.

    Finalmente, o ltimo teste sensorial realizado foi com a amostra final, com adio de 35%

    de farinha de okara, sendo realizado teste de escala hednica e inteno de compra, com os

    resultados demonstrados nos grficos das figuras 21 e 22, respectivamente.

    66

    34

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    Formulaes

    (%)

    Grfico de Aceitao do macarro

    35% de Okara

    40% de Okara

  • 51

    Figura 21: Histograma com valores hednicos.

    Em relao ao teste utilizando a escala hednica atribuindo notas para os atributos de

    avaliao global, aparncia, textura, odor e sabor, foram atribudos notas de 1 a 5, sendo que 1

    desgostei extremamente e 5 gostei extremamente.

    Observando o grfico, possvel notar que houve um resultado satisfatrio em relao aos

    atributos, sendo que foram bem aceitos, obtendo nota 4 gostei muito e 5 gostei

    extremamente.

    A aparncia do macarro, foi o atributo que recebeu a maior porcentagem de nota 5,

    sendo fundamental, uma vez que esse atributo influencia na escolha do consumidor. Mesmo com

    a substituio de farinha de okara por farinha de trigo, no houve alterao do produto.

    0

    5,7

    54,7

    39,6

    0 1,9

    32,1

    66,0

    3,8

    13,2

    47,2

    35,8

    1,9

    17,0

    43,4 37,7

    0,0

    13,2

    54,7

    32,1

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    NOTA 2 NOTA 3 NOTA 4 NOTA 5

    % Grfico de atributos do macarro

    Avaliao global

    Aparncia

    Textura

    Odor

    Sabor

  • 52

    Figura 22: Grfico de inteno de compra.

    4.5 Anlises fsico-qumicas

    As anlises fsico qumicas foram realizadas apenas na formulao final, que corresponde

    a formulao de macarro talharim com 35% de substituio de farinha de trigo, por farinha de

    okara, sendo que todas as anlises foram feitas em amostra de massa crua devidamente triturada,

    e armazenada sob refrigerao. Esses resultados foram comparados e demonstrados com a tabela

    nutricional de um macarro de marca lder comercial, apresentados na tabela 11.

    Tabela 11: Comparao dos resultados obtidos para a composio centesimal de macarro com okara e de

    marca comercial, em uma poro de 100g.

    Composio

    Centesimal

    Com Okara(%) IDR (%)*

    Marca lder IDR (%)*

    Protena 15,1 0,3 20 8,9 12

    Gordura 7,6 14 2,5 5

    Cinzas 2,664

    0,007

    - - -

    Umidade 35,8 0,3 - - -

    Fibras 2,5 10 1,3 5

    Carboidratos 36,4 12 54 18

    *Valor dirio com base em uma dieta de 2000 Kcal ou 8400 KJ.

    49,1%

    39,6%

    9,4%

    1,9% 0%

    Inteno de Compra

    Provavelmente compraria

    Certamente compraria

    Talvez comprasse/ talvezno comprasse

    Provavelmente nocompraria

    Certamente nocompraria

  • 53

    Entre os valores que apresentaram grandes diferenas, o mais expressivo foi o teor de

    fibras, sendo que o produto obtido apresentou o dobro de quantidade de fibras em comparao a

    marca comercial, o alto teor foi proveniente do okara, que mesmo sendo um resduo industrial

    ainda um produto com quantidades significativas de fibras, segundo a literatura de Costa (1981)

    o okara seco apresenta de 10 a 12% de fibras, e tambm proveniente da farinha de semolina de

    trigo durum, que apresenta 2% de fibras em sua composio.

    Outro resultado significativo foi o aumento do teor de protena, aproximadamente o dobro

    do valor comercial,. Esse aumento da quantidade de protenas proveniente da semolina de trigo

    durum, da gema de ovo, mas tambm do okara. Em relao literatura de Costa (1981), o okara

    seco apresenta de 28 a 38% de protena, valor ainda baixo se comparado com o valor obtido em

    laboratrio por Castro (2008) de 45,71%. Ainda segundo Castro (2008), esses valores mudam em

    consequncia de: proporo de soja e gua utilizada, pH da gua, temperatura de extrao e teor

    inicial de protena na matria prima.

    O macarro com okara teve um teor maior de gordura em relao marca comercial,

    podendo ser consequncia do leo da soja e tambm dos lipdeos provenientes da gema do ovo. A

    quantidade maior de gordura no interferiu nas propriedades tecnolgicas e sensoriais da massa.

    Os teores de umidade e de cinzas do macarro esto dentro do permitido pela legislao

    vigente de massa alimentcia, RDC n93 (BRASIL, 2000).

    O pH da massa crua com adio de farinha de okara foi de 6,57 que em comparao a

    estudos de Menegassi e Leonel (2006) feitos com massa alimentcia fresca, os valores foram

    exatamente iguais. Concluindo-se que a adio da farinha de okara no influencia no pH da

    massa.

    O resultado da anlise de acidez foi de 0,2%, valor abaixo do limite permitido pela

    legislao RDC n93 (BRASIL, 2000), que regulamenta, para massa alimentcia, o teor mximo

    de 5%.

  • 54

    5 CONCLUSO

    Os resultados obtidos demonstram que possvel a substituio de farinha de okara

    contribuindo efetivamente no desenvolvimento de um macarro de melhor qualidade nutricional,

    classificado como rico em protenas, tendo aumento do teor de fibras quando comparado a uma

    marca comercial.

    Os resultados obtidos da anlise sensorial mostraram-se satisfatrios, com o alcance

    elevado de aceitao e 88,7% de inteno de compra sem que o mesmo perdesse caractersticas

    tecnolgicas e sensoriais, com potencial de comercializao.

    A utilizao da goma guar permitiu uma substituio maior de okara em relao a

    semolina, no total de 40%, fazendo com que a massa no ficasse pegajosa, ou seja, com

    caractersticas adequadas.

    Conclui-se, portanto, que os resduos de produo, especificamente os de soja, podem ser

    introduzidos em formulaes, em vista de melhorar a qualidade nutricional de produtos

    alimentcios e ao mesmo tempo sem encarecer o produto ou at mesmo diminuir o preo do

    mesmo por baratear o custo com matria prima.

  • 55

    6 SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS

    Desenvolvimento de novos produtos com adio de farinha de okara;

    Testes com outros tipos de goma;

    Estudo do shelf life da massa fresca;

  • 56

    7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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  • 57

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