MASSA MUSCULAR E FUNÇÃO FÍSICA EM IDOSOS COM CÂNCER ...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA MASSA MUSCULAR E FUNÇÃO FÍSICA EM IDOSOS COM CÂNCER GASTROINTESTINAL. Erica Roberta Barbalho NATAL-RN 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM EDUCAÇÃO

FÍSICA

MASSA MUSCULAR E FUNÇÃO FÍSICA EM IDOSOS COM

CÂNCER GASTROINTESTINAL.

Erica Roberta Barbalho

NATAL-RN

2019

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MASSA MUSCULAR E FUNÇÃO FÍSICA EM IDOSOS COM

CÂNCER GASTROINTESTINAL.

ERICA ROBERTA BARBALHO

Dissertação apresentada ao programa de pós-

graduação em Educação física da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como pré-

requisito para obtenção do grau de Mestre em

Educação Física.

ORIENTADORA: ANA PAULA TRUSSARDI FAYH

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da

Saúde - CCS

Barbalho, Erica Roberta.

Massa muscular e função física em idosos com câncer gastrointestinal /

Erica Roberta Barbalho. - 2019.

41f.: il.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Educação Física.

Natal, RN, 2019.

Orientadora: Ana Paula Trussardi Fayh.

1. Sarcopenia - Dissertação. 2. Qualidade muscular - Dissertação. 3.

Musculatura esquelética - Dissertação. 4. Força de preensão manual -

Dissertação. 5. Velocidade de marcha - Dissertação. I. Fayh, Ana Paula

Trussardi. II. Título.

RN/UF/BS-CCS CDU 612.746

Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263

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AGRADECIMENTOS

A Deus;

A toda minha família e amigos, que estiveram sempre ao meu lado;

Á professora Ana Paula Fayh pela orientação durante o mestrado e apoio para ingresso no

mesmo;

Aos meus amigos de grupo de pesquisa GEMEN;

Aos meus amigos de mestrado, professores e funcionários do DEF.

Aos pacientes participantes do estudo, sem eles nada disso seria possível.

Aos funcionários do setor de quimioterapia e nutricionistas da Liga Norteriograndense contra

o Câncer.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. 7

LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................. 8

LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS ........................................................ 9

RESUMO ................................................................................................................................ 10

ABSTRACT ............................................................................................................................ 11

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 12

2. OBJETIVOS ................................................................................................................... 14

3. REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................... 15

4. MÉTODOS ..................................................................................................................... 20

4.1 DESENHO DO ESTUDO E SUJEITOS ........................................................................... 20

4.2 LOGÍSTICA DO ESTUDO ............................................................................................... 20

4.3 AVALIAÇÕES .................................................................................................................. 20

4.3.1 Dados sócio demográficos e clínicos da doença .................................................. 20

4.3.2Avaliação antropométrica......................................................................................19

4.3.3 Avaliação do nível de atividade física. ................................................................. 21

4.3.4 Avaliação da força muscular ................................................................................ 21

4.3.5 Avaliação da velocidade de marcha ..................................................................... 22

4.3.6 Avaliação da massa muscular .............................................................................. 22

4.3.7 Avaliação da qualidade muscular ........................................................................ 23

4.3.8 Avaliação da sarcopenia ....................................................................................... 23

4.3.9 Avaliação dos fenótipos musculares .................................................................... 23

4.4ANÁLISE ESTATÍSTICA..................................................................................................23

5.RESULTADOS.....................................................................................................................25

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6.DISCUSSÃO.........................................................................................................................29

7. CONCLUSÃO.....................................................................................................................33

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 34

ANEXO....................................................................................................................................42

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características dos pacientes e dados clínicos da

doença.......................................................................................................................................25

Tabela 2 - Massa muscular e função física dos pacientes idosos com câncer

gastrointestinal..........................................................................................................................26

Tabela 3 - Comparação dos resultados dos testes de força e velocidade de marcha com os

diferentes fenótipos musculares em idosos com câncer

gastrointestinal..........................................................................................................................27

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fluxograma de indivíduos incluídos na amostra.

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LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS

DCNT - DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS.

UH - UNIDADES HOUNSFIELD.

IMC - ÍNDICE DE MASSA CORPORAL.

RM - RESSONÂNCIA MAGNÉTICA.

TC - TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA.

CID - CÓDIGO INTERNACIONAL DE DOENÇA.

OMS - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE.

MME - MASSA MUSCULAR ESQUELÉTICA.

IME - ÍNDICE DE MÚSCULO ESQUELÉTICO.

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RESUMO

MASSA MUSCULAR E FUNÇÃO FÍSICA EM IDOSOS COM CÂNCER

GASTROINTESTINAL.

Autora: Érica Roberta Barbalho

Orientadora: Ana Paula Trussardi Fayh

A sarcopenia, doença que associa a perda de quantidade e qualidade muscular esquelética

com o prejuízo da função física, é altamente prevalente no envelhecimento e está associada a

resultados adversos no idoso com câncer. No entanto, não se sabem informações colaborativas

como componentes da massa muscular implicam na função física destes pacientes. Portanto, o

objetivo do presente estudo foi comparar como diferentes fenótipos musculares refletem nos

resultados de testes de função física em idosos com câncer gastrointestinal. Foi realizado um

estudo transversal, que avaliou a função física por meio de testes como força de preensão

manual (dinamometria) e do teste de velocidade de marcha. Para avaliação da massa muscular

utilizaram-se imagens de tomografia computadorizada da região abdominal com software

específico. Os indivíduos foram classificados em quatro fenótipos musculares: quantidade e

qualidade normal, baixa quantidade apenas, baixa qualidade apenas e baixas quantidade e

qualidade muscular. Para comparar a influência de cada fenótipo nos testes de função física foi

utilizada ANCOVA one way seguida do post hoc de Bonferroni. Foi adotado nível de

significância de 5%. Um total de 167 pacientes foram incluídos no estudo, com maior

prevalência do sexo masculino (58,1%) e idade média de 69,17 ±7,97 anos. A maioria dos

pacientes era fisicamente inativa (82,6%), e a prevalência de sarcopenia foi de 37,7%. Os idosos

oncológicos com fenótipos de baixa qualidade e/ou quantidade muscular apresentavam pior

desempenho nos testes de dinamometria e velocidade de marcha. Concluímos que indivíduos

com baixa quantidade e/ou qualidade musculares obtiveram piores resultados nos testes de

função física, estando estes pacientes mais suscetíveis a fragilidade e dificuldade de realizar

atividades cotidianas.

Palavras-chave: Sarcopenia, qualidade muscular, musculatura esquelética, força de preensão

manual, velocidade de marcha.

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ABSTRACT

MUSCLE MASS AND PHYSICAL FUNCTION IN ELDERLY GASTROINTESTINAL

CANCER PATIENTS.

Author: Érica Roberta Barbalho

Advisor: Ana Paula Trussardi Fayh

Sarcopenia, the syndrome of weight loss and skeletal muscle quality with the use of physical

function, is highly prevalent in aging and is associated with adverse effects in the elderly with

cancer. However, we do not know collaborative information as components of muscle mass imply the

physical function of these patients. Therefore, the objective of this study was to compare how different

muscle phenotypes reflect in the results of physical function tests in elderly with gastrointestinal cancer. A cross-sectional study was carried out, which evaluated a physical function of handgrip

(dynamometry) and gait speed test. Abdominal computed tomography images were used to

evaluate muscle mass by specific software. The patients were classified in four muscle

categories: normal quantity and quality, low quantity only, low quality only and low quantity

and quality muscle. To compare each phenotype in the physical function ANCOVA one way

tests was used followed by Bonferroni post hoc. A significance level of 5% was adopted. A

total of 167 patients were included in the study, with a higher prevalence of males (58.1%) and

mean age of 69.17 ± 7.97 years. The majority of patients were physically inactive (82.6%), and

the prevalence of sarcopenia was 37.7%. Oncological elderly with low quality and / or muscle

mass phenotypes presented inferior performance in the handgrip and gait speed tests. It was

concluded that the individual with low muscular quantity and / or quality obtained worse results

in the physical function tests, in which the patients were more susceptible to the fragility and

difficulty to perform the daily activities.

Key words: Sarcopenia, muscle quality, skeletal muscles, handgrip, gait speed.

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1. INTRODUÇÃO

O perfil demográfico da sociedade atual tem demonstrado aumento do envelhecimento da

população, sendo estimados que 12,3% da população mundial e 11,7% da brasileira são

compostas por idosos (1,2). Com o aumento da expectativa de vida, aumenta-se a exposição e

a susceptibilidade do idoso ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis

(DCNT) (3), incluindo o câncer, atualmente um impactante problema de saúde pública (4), com

notificação de mais de 9,8 milhões de mortes, em âmbito mundial, sendo a segunda maior causa

de óbitos relacionada às DCNT (5,6).

Com uma população cada vez mais envelhecida, a prevalência de cânceres relacionados à

idade, está aumentando, especialmente nas regiões menos desenvolvidas (7). Dentre os tipos de

cânceres, os gástricos são tipicamente associados com maior grau de anorexia e alterações

metabólicas, como gasto energético elevado, catabolismo e inflamação, já que são agravados

pela obstrução direta à passagem de alimentos e fatores motores, resultando em um declínio na

ingestão alimentar (8,9). No paciente idoso oncológico, diversos fatores como características

inerentes a idade, fisiopatologia da doença, tratamento e seus efeitos adversos (náusea, vômitos

e diarreia) causam o comprometimento do estado nutricional, podendo provocar a sarcopenia,

condição que influencia negativamente a resposta ao tratamento e prognóstico (6,10).

Segundo o Grupo Europeu de Estudos sobre a Sarcopenia em Pessoas Idosas, a sarcopenia

é descrita como um distúrbio muscular esquelético progressivo e multifatorial, incluindo perda

na quantidade e qualidade muscular, associada à perda de força e função física (11), cuja

prevalência varia de 15 a 50% em idosos sem doenças associadas é de 19 a 74% em pacientes

com câncer (12,13, (14,15). Esse distúrbio é o principal fator que leva à incapacidade de

mobilidade, quedas e fragilidade em indivíduos mais velhos, podendo afetar drasticamente a

qualidade de vida destes (16).

Para o diagnóstico da sarcopenia, a avaliação da massa muscular pode ser realizada por

meio de diferentes instrumentos e critérios (17), sendo a tomografia computadorizada (TC),

considerada padrão ouro e uma ferramenta oportuna no paciente com câncer, pois normalmente

é utilizada para diagnóstico, estadiamento e avaliação da resposta ao tratamento (18).

Além da quantidade muscular, a imagem da TC permite avaliar a qualidade muscular

por meio da radiodensidade, que representa a quantidade de gordura infiltrada no músculo

esquelético (19). O aumento da gordura intramuscular está presente em condições de

inatividade física (20,21) e está associada à diminuição da força e do desempenho físico (22)

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Nesse contexto há alta frequência de função física reduzida no paciente idoso com

câncer, levando ao aumento da fragilidade e vulnerabilidade a eventos adversos, como aumento

da dependência e / ou morte (23), nessas condições não se têm fisiologicamente reserva para se

recuperar de operações cirúrgicas ou da toxicidade do tratamento, aumentando tempo de

hospitalização e complicações pós-cirúrgicas (24).

Como as anormalidades de fragilidade e massa muscular são prevalentes em pacientes

com câncer e estão associadas a resultados adversos, torna-se importante investigar as

implicações de quantidade e qualidade da massa muscular, por meio da proposição de diferentes

fenótipos musculares (25) nos resultados de testes de função física em idosos com câncer

gastrointestinal, no intuito de diagnosticar prejuízos funcionais precocemente e realizar

possíveis intervenções posteriormente com exercícios físicos, alimentação específica ou

tratamento medicamentoso, para melhorar autonomia e qualidade de vida do idoso.

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Comparar como diferentes fenótipos musculares implicam nos resultados de testes de

função física em idosos com câncer gastrointestinal.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Descrever a prevalência de sarcopenia, baixa quantidade de massa muscular e baixa

qualidade muscular em idosos com câncer gastrointestinal;

Determinar a prevalência de função física reduzida (força muscular e velocidade de

marcha) de idosos com câncer gastrointestinal

Avaliar possíveis diferenças entre os sexos.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 ENVELHECIMENTO E CÂNCER

A população mundial vem experimentando um processo gradativo de envelhecimento

de sua estrutura etária, em função da queda da fecundidade e da mortalidade. Essas mudanças

modificam significativamente o perfil de saúde da população com impactos importantes (26).

A expectativa de vida média já ultrapassou 80 anos, particularmente entre as mulheres. O

número de idosos no Brasil superou a marca de 30,2 milhões. Estima-se que, até 2025, o número

de pessoas com mais de 60 anos de idade do mundo superará um bilhão (27).

O processo de envelhecimento é seguido por alterações morfológicas e estruturais, que

são responsáveis por um declínio na função dos sistemas biológicos, levando a uma diminuição

da qualidade de vida. Entre essas alterações, encontramos modificações anatômicas na coluna

vertebral, que causam redução na estatura. Após os 50 anos de idade inicia-se a perda de massa

óssea que poderá levar a fraturas. As alterações no sistema osteoarticular geram a piora do

equilíbrio corporal do idoso, reduzindo a amplitude dos movimentos e modificando a marcha.

Ocorre diminuição lenta e progressiva da massa muscular, sendo o tecido gradativamente

substituído por colágeno e gordura. (28).

No geral, as pessoas idosas apresentam uma perda no número de unidades motoras e

fibras (29)(30). Essa redução ocorre principalmente nas fibras do tipo II, acompanhado por uma

redução do conteúdo e da função das células satélites (31). Além do déficit no turnover proteico

no músculo esquelético, levando a um balanço negativo entre a síntese de proteína e a proteólise

(32). Por exemplo, Wall e col. (33) mostraram uma síntese proteica 16% menor em resposta à

ingestão dietética de proteínas no vasto lateral de adultos mais velhos, em comparação com os

mais jovens.

A massa muscular começa a diminuir em torno da idade de 40 anos, resultando em uma

perda média de 8% por década (34). Acima dos 70 anos de idade, esse declínio acelera para

25% -40% de perda de massa muscular por década (29). Além disso, o envelhecimento eleva a

possibilidade do aparecimento de doenças crônicas (35). Dentre as doenças que frequentemente

acometem pessoas idosas, podemos citar o câncer (36), no qual as perdas musculares são mais

rápidas e intensas, e estão associadas a pior prognóstico nos pacientes (30).

O câncer é um impactante problema de saúde pública. Esta doença ocasionou mais de

8,2 milhões de mortes em 2012, em âmbito mundial (5). Dados publicados recentemente

estimam um aumento de 57% de novos casos desta enfermidade no Brasil nos próximos 20

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anos (37). Os tipos de câncer mais incidentes no mundo, nas estimativas de 2017-2018, foram

pulmão (1,8 milhão), mama (1,7 milhão), intestino (1,4 milhão) e próstata (1,1 milhão). Estima-

se, para o Brasil, biênio 2018-2019, a ocorrência de 600 mil casos novos de câncer para cada

ano.

Conceitualmente, o câncer consiste em uma enfermidade crônica, caracterizada pelo

crescimento celular desordenado, o qual é resultante de alterações no código genético

associadas a fatores ambientais, como má alimentação e inatividade física (36). Os pacientes

oncológicos com tumor localizado no trato gastrointestinal apresentam maior

comprometimento do estado nutricional e perda de massa muscular por fatores mecânicos para

se alimentar, causando disfagia (34).

O estado nutricional do paciente idoso com câncer é alterado por diversos fatores, como

o perfil catabólico da doença, aumento da demanda energética para crescimento tumoral e

resposta inflamatória sistêmica caracterizada por um aumento na produção de citocinas pró-

inflamatórias, proteínas de fase aguda e hormônios regulatórios que promovem aumento

significativo da demanda energética do paciente, acelerando a perda de peso (38–40).

O câncer apresenta impacto na composição corporal dos pacientes, devido

alterações no metabolismo energético, como proteólise e lipólise aumentadas e consequente

perda de massa magra e tecido adiposo (41), o que tem sido um importante biomarcador para

prognóstico negativo em pacientes com câncer (42).

3.2 CARACTERÍSTICAS DA MASSA MUSCULAR E SARCOPENIA

Sabendo a importância de se verificar as alterações na massa muscular do paciente

com câncer, métodos precisos de avaliação devem ser utilizados (43). O método deve ser

validado, padronizado, preciso e com bom custo benefício. Dentre os métodos de avaliação,

podem ser citadas técnicas de imagem corporal como, bioimpedância, antropometria,

marcadores bioquímicos, entre outros. Apesar da gama de métodos disponíveis, devem ser

observadas as limitações relacionadas ao instrumento utilizado e a heterogeneidade das

populações avaliadas (44).

As técnicas de avaliação da composição corporal por imagem, como a TC,

ressonância magnética (RM), absorciometria de raio-X de dupla energia (DXA) e

ultrassonografia se distinguem pela capacidade de localização e identificação de massas (44).

A TC e RM permitem uma diferenciação precisa entre gordura e outros tecidos moles, incluindo

músculo, e são, portanto, melhores opções de escolha. A TC dá enfoque em uma área específica

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do corpo - por exemplo, área transversal do músculo na terceira vértebra lombar - que pode ser

relacionada à massa muscular total do corpo. (45).

Nas pesquisas em oncologia, a TC tem sido utilizada como um método de referência

comumente realizado nos pacientes com câncer, para avaliação do estágio da doença ou

efetividade do tratamento (17). A utilização da TC como método de avaliação da composição

corporal dos pacientes com câncer também permite a avaliação da qualidade muscular por meio

da radiodensidade, proporcionando a quantificação da infiltração de gordura no músculo. Dessa

forma a TC facilita o diagnóstico de sarcopenia nestes pacientes.

Atualmente, a sarcopenia é definida como um distúrbio muscular esquelético

progressivo e generalizado, incluindo perda na quantidade e qualidade muscular, associada a

perda de força e função física (11). A sarcopenia tem sido associada a muitos desfechos

negativos de saúde entre idosos, como declínio no estado funcional, má qualidade de vida e

aumento da mortalidade (46). Recentemente, a sarcopenia recebeu o novo código CID, sendo

considerado como um passo importante para reconhecê-la (47). Portanto, esta doença é de

crescente interesse para geriatras e pesquisadores.

A sarcopenia pode ser responsável por eventos adversos em pacientes com câncer e as

várias etiologias da sarcopenia devem ter tratamentos específicos no futuro (48). Pacientes

sarcopênicos, no geral, são mais suscetíveis a apresentar alta toxicidade quimioterápica,

aumento de progressão do tumor e baixa sobrevivência (49). Prado e col. relataram associações

entre a sarcopenia e desfechos prognósticos negativos em câncer de mama, gastrointestinal e

pulmonar, em que o grupo dos sarcopênicos apresentaram um risco 2,6 vezes maior de

desenvolver uma recidiva e progressão da doença (50).

Embora a sarcopenia compreenda redução da massa muscular e da função física, em

muitos estudos com pacientes oncológicos a sarcopenia foi identificada apenas como perda

isolada de quantidade muscular, provavelmente por se tratarem de estudos retrospectivos, os

quais não realizam testes de função física (51)(52). Enquanto os efeitos da sarcopenia foram

extensivamente estudados em pacientes idosos, os fatores associados à perda de desempenho

físico e força (dinapenia) nos pacientes com câncer permanecem indefinidos (29). Como os

mecanismos fisiopatológicos responsáveis pela perda de massa muscular no câncer diferem,

pelo menos em parte, da sarcopenia do envelhecimento, é necessário avaliar essas variáveis nos

paciente com câncer e suas implicações clínicas (53).

3.3 IMPACTO DAS ALTERAÇÕES NA MASSA MUSCULAR DO IDOSO COM

CÂNCER NA FUNÇÃO FÍSICA.

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A redução da massa muscular esquelética, juntamente com a perda de força muscular e

função física tem sido associada a um pior prognóstico do paciente, incluindo diminuição da

autonomia para realizar tarefas e aumento do risco de comorbidades e morte em idosos (54).

Delmonico e col. investigaram a perda de massa muscular em mulheres idosas durante um

período de cinco anos e observaram um declínio de aproximadamente 3% de sua massa

muscular e 13% de sua força (31). Consequentemente, foi demonstrado que todas as disfunções

do sistema muscular relacionadas à idade influenciam diretamente o risco de quedas, níveis de

fadiga e deficiência física, aumentando os níveis de morbidade (28).

A força e a resistência muscular são essenciais para a realização de atividades da vida

diária e participação na atividade física. A força mostrou-se diminuída em pessoas fisicamente

inativas e apresenta-se diminuída em idosos com câncer. Para aferir esta variável, os

dinamômetros de aderência podem ser facilmente introduzidos na prática clínica, por serem de

fácil aquisição e manuseio (55).

A manutenção da função física e o nível de independência permanecem um dos

principais desafios no tratamento do paciente com câncer. Atualmente, o parâmetro mais

utilizado nos cuidados oncológicos para avaliar a função física dos pacientes é o escore de

desempenho do grupo de oncologia cooperativa oriental (Eastern Cooperative Oncology

Group). Essa ferramenta, no entanto, apresenta baixa sensibilidade para caracterizar a função

física, já que se trata de uma escala mais subjetiva, mediante opinião do profissional de saúde

responsável (56). Diante disto seria interessante utilizar outros testes de função física para

complementar o diagnóstico, incluindo velocidade de marcha usual, testes de caminhada de 6

min ou 4 metros ou teste bateria de desempenho físico curto. Além disso, a velocidade de

marcha é o teste de desempenho mais popular na prática clínica e pesquisa de sarcopenia, pois

é simples, rápido, fácil de medir e preditor de limitações de mobilidade em populações em geral

(57).

O algoritmo do Grupo de estudos Europeu sobre Sarcopenia em Pessoas Idosas para

determinar a sarcopenia mostrou que a massa muscular sozinha não é um fator de risco para a

mortalidade em idosos, enquanto a velocidade de marcha e força muscular são importantes

fatores associados a esse desfecho (58). Clark e Manini (59) já sugeriram uma abordagem

conceitual que dissocia as perdas associadas à idade na massa muscular e na função muscular.

Os autores enfatizam que a perda de função muscular representa maior risco para resultados de

dependência física e comprometimento da saúde do que a perda de massa muscular de forma

isolada.(60).

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Outro fator a ser levado em consideração na avaliação da sarcopenia é a qualidade

muscular, que pode ser afetada pelo conteúdo de gordura no tecido muscular, aumentado com

o avançar da idade. A baixa qualidade muscular relacionada à perda de força muscular e,

consequentemente, função física (60). Múltiplos fatores têm o potencial de influenciar a

qualidade muscular, incluindo a composição muscular (por exemplo, arquitetura e tipo de

fibra), metabolismo, infiltração de gordura, fibrose e ativação neural. Evidências disponíveis

sugerem que a qualidade muscular é plástica com variação fisiológica induzida pelo processo

de envelhecimento, bem como pelo treinamento aeróbico (34).

Como se sabe, o músculo apresenta diferentes características de quantidade e qualidade,

sendo importante dividi-los em fenótipos (quantidade e qualidade normais, quantidade ou

qualidade baixa e baixa quantidade e qualidade) afim de avaliar as implicações de cada um na

função física de idosos com câncer para possíveis intervenções no intuito de melhorar

prognóstico e qualidade de vida do paciente.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 DESENHO DO ESTUDO E SUJEITOS

Este estudo caracteriza-se como um desenho transversal, que avaliou pacientes de

ambos os sexos, com idade igual ou superior a 60 anos, em tratamento para o câncer

gastrointestinal, em duas unidades da Liga Norte-rio-grandense Contra o Câncer, centro de

referência para o tratamento do câncer no estado, no período de janeiro de 2017 a maio de 2018.

Esse estudo foi baseado no passo a passo do STROBE Statement (61). Foram incluídos

pacientes com diagnóstico médico de câncer, confirmado por biópsia, em todas as modalidades

de tratamento (cirúrgico, quimioterapia, radioterapia ou combinados) e que tivessem realizado

exame de tomografia computadorizada da região do abdômen nos últimos 30 dias.

Foram excluídos os indivíduos com incapacidade realizar os testes físicos; estivessem

em regime de alimentação via enteral ou parenteral; e apresentassem ascite, edema ou anasarca,

impossibilitando a análise de sua imagem de tomografia computadorizada. O estudo foi

aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa das instituições Hospital Universitário Onofre

Lopes da UFRN (CAEE 73315617.4.0000.5292) e Liga Norte-rio-grandense Contra o Câncer

(CAEE 73315617.4.3001.5293) de acordo com as normas da resolução CNS/MS 466/2012.

4.2 LOGÍSTICA DO ESTUDO

Os pacientes que aceitaram participar do estudo foram direcionados a uma sala

reservada, onde se aplicaram questionários contendo perguntas acerca dos dados sócio

demográficos (sexo, idade, etnia). Após, foi realizada a avaliação antropométrica e da função

física. Dados da doença (sítio primário da doença, estadiamento, tempo de doença, tratamento

realizado) e o exame de tomografia computadorizada foram retirados diretamente do prontuário

do paciente.

4.3 AVALIAÇÕES

4.3.1 Dados sócio demográficos e clínicos da doença

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As variáveis sócio demográficas incluíram: sexo, idade e etnia dos pacientes. As

variáveis clínicas estudadas foram referentes ao sítio primário da doença, estadiamento, tempo

de doença e tratamento realizado, que foram coletadas diretamente do prontuário do paciente.

4.3.2Avaliação Antropométrica

Para determinação da massa corporal foi utilizada balança eletrônica (Filizola®), com

carga máxima de 150 kg e resolução de 100g. A estatura foi aferida em estadiômetro, com

extensão máxima de dois metros e precisão de 1 mm. Para aferição, o paciente ficou em pé,

descalço, com os calcanhares juntos, costas retas e os braços estendidos lateralmente, com a

cabeça em plano de Frankfurt. Com as medidas de peso e estatura foram calculados os valores

de IMC, onde o peso (kg) é dividido pela estatura ao quadrado (m), utilizando-se os pontos de

corte de referência, com as seguintes faixas de distribuição: baixo peso (<18,5 kg/m²), eutrofia

(≥18,5 a 25 kg/m²), sobrepeso (≥ 25 a < 30 kg/m²) e obesidade (≥30 kg/m²)(62).

4.3.3 Avaliação do nível de atividade física.

O nível de atividade física foi analisado pelo Questionário Internacional de Atividade

Física (International Physical Activity Questionnaire), que permite estimar o tempo semanal

gasto em atividades físicas de intensidade leve, moderada e vigorosa, em diferentes contextos

do cotidiano. Os indivíduos responderam questões relacionadas com as atividades físicas (face

a face), realizadas numa semana normal, com intensidade vigorosa, moderada e leve, com a

duração mínima de 10 minutos contínuos, distribuídas em quatro dimensões de atividade física

(trabalho, transporte, atividades domésticas e lazer). O questionário classificou os indivíduos

em sedentários, insuficientemente ativos, ativos e muito ativos (63). E posteriormente, essas

categorias foram agrupadas em ativos e inativos.

4.3.4 Avaliação da força muscular

A força muscular foi medida por meio da força de preensão palmar, usando um

dinamômetro Saehan hidráulico (Saehan Corporation, 973, Yangdeok-Dong, Masan 630-728,

Korea). Os pacientes estavam sentados e foram instruídos a ajustar o dinamômetro a mão,

estando com o braço em ângulo de 90° com o ante braço de forma a ficar confortável e melhorar

o desempenho do teste (64). Por último, os pacientes foram orientados a apertar o dinamômetro

Page 22: MASSA MUSCULAR E FUNÇÃO FÍSICA EM IDOSOS COM CÂNCER ...

22

fazendo o máximo de força possível após o comando de voz (65). Três tentativas foram

realizadas em cada mão, de forma alternada, com um período mínimo de descanso de 60

segundos para cada mão, exceto nos casos em que o paciente apresentava acesso para fármacos

em algum dos braços (neste caso, media-se a força apenas da mão com o braço livre de acesso).

O maior valor registrado de cada lado foi utilizado como força muscular máxima (66). Os

resultados obtidos foram utilizados para diagnosticar dinapenia (diminuição de força muscular),

que se baseia nos valores de referências do Consenso Europeu de Estudos sobre a Sarcopenia

em Pessoas Idosas (11), no qual homem com força menor que 27 KgF e mulheres com força

menor que 16 KgF são considerados dinapênicos.

4.3.5 Avaliação da velocidade de marcha

Para avaliar a velocidade de marcha foi solicitado aos participantes que ficassem

estacionários com os pés atrás de uma linha de partida marcada com fita adesiva, seguindo o

comando de voz do examinador. O teste físico (de caminhada) foi realizado nas dependências

dos hospitais da LIGA (CECAN e Policlínica) em corredores com pouco movimento de

profissionais e pacientes, para interferir minimamente na rotina do hospital. Foi solicitado que

o indivíduo caminhasse um curso de quatro metros e em seguida foi calculada a velocidade de

marcha, pela divisão entre os quatro metros percorridos e o tempo gasto em segundos. Por fim

foi classificada segundo o Consenso Europeu de Estudos sobre a Sarcopenia em Pessoas Idosas

(11), o qual considera velocidades inferiores ou iguais a 0,8m/s como baixo desempenho, para

homens e mulheres.

4.3.6 Avaliação da massa muscular

A análise da massa muscular esquelética foi realizada através da avaliação da imagem

de tomografia computadorizada abdominal total. Os tecidos foram analisados em duas imagens

de TC transversais consecutivas a partir da L3 com Slice-O-Matic versão 5.0 (Tomovision,

Montreal, Canada), que permite especificar a demarcação do tecido específico usando limites

de Unidades Hounsfield (UH) de -29 a +150 para os músculos esqueléticos (psoas, eretor da

espinha, quadrado lombar, transverso abdominal, oblíquos interno e externo, reto abdominal).

Após a obtenção da massa muscular esquelética da região abdominal (cm2), foi calculado o

índice de massa esquelética (IME), quantificado como área de secção transversal do músculo

ajustada por altura ao quadrado, cm2/m2. Através da quantificação do IME, utilizou-se o ponto

Page 23: MASSA MUSCULAR E FUNÇÃO FÍSICA EM IDOSOS COM CÂNCER ...

23

de corte proposto por Martin e colaboradores (67), considerando sexo e IMC para a definição

de baixa quantidade de massa muscular esquelética: homens quando IME < 43 cm²/m² quando

IMC < 25 kg/m2 ou IME < 53 cm²/m² quando IMC ≥ 25 kg/m2. Já para mulheres, independente

do IMC, o ponto de corte 41 cm²/m².

4.3.7 Avaliação da qualidade muscular

A qualidade muscular foi avaliada por meio da radiodensidade, a partir de imagens da

tomografia computadorizada e comparadas aos pontos de corte de Martin e colaboradores (67),

no qual homens e mulheres com IMC < 24,9 e radiodensidade <41 UH ou com IMC >25 e

radiodensidade < 33 UH serão considerados com baixa qualidade muscular.

4.3.8 Avaliação da Sarcopenia

Por fim, para classificar os indivíduos como sarcopênicos, utilizou-se o critério

diagnóstico proposto pelo Grupo de Estudos Europeu em Pessoas Idosas com Sarcopenia (11),

onde se considera a força muscular, quantidade e qualidade muscular e função física, com

pontos de corte previamente descritos nesta metodologia.

4.3.9 Avaliação dos fenótipos musculares

Quatro fenótipos musculares foram definidos de acordo com a presença ou ausência de

baixa qualidade muscular e baixo índice de musculatura esquelética: quantidade e qualidade

muscular normais, baixo índice de musculatura esquelética, baixa qualidade muscular e baixa

quantidade e qualidade muscular.

4.4ANÁLISE ESTATÍSTICA

As análises estatísticas foram executadas com o software SPSS versão 22. A fim de

verificar a normalidade dos dados, foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov. Os dados

quantitativos foram apresentados por meio de média e desvio padrão para variáveis

paramétricas ou mediana e intervalo interquartil para as variáveis não paramétricas. Os dados

categóricos foram expressos como números absolutos e frequências relativas.

Page 24: MASSA MUSCULAR E FUNÇÃO FÍSICA EM IDOSOS COM CÂNCER ...

24

Foi realizado uma ANOVA one way para dados contínuos e um qui- quadrado para

dados categóricos, com a finalidade de descobrir possíveis fatores de confundimento (sexo,

nível de atividade física, idade, IME e IMC). Para analisar a as diferenças entre os sexos foi

utilizado o Teste Qui-quadrado, Teste T para amostras independentes e Mann Whitney.

No intuito de comparar os quatro fenótipos musculares com a função física utilizou-se

a ANCOVA one way, seguida do post hoc de Bonferroni. Foram inseridas covariáveis como

IME, idade e IMC, para evitar vieses de confundimento. O nível de significância adotado para

todas as análises foi de p < 0,05.

Page 25: MASSA MUSCULAR E FUNÇÃO FÍSICA EM IDOSOS COM CÂNCER ...

25

5. RESULTADOS

Foram entrevistados 262 pacientes, dos quais 50 eram incapazes de realizar qualquer um

dos testes de função física e 45 possuíam a imagem da tomografia inacessível para análise.

Assim, 167 idosos foram considerados elegíveis, com média de idade de 69,2 ± 7,8 anos.

Figura 1. Fluxograma de indivíduos incluídos.

A Tabela 1 mostra que a maioria dos indivíduos era do sexo masculino, sendo o câncer

colorretal o mais prevalente. A média do IMC foi de 23,9 ± 4,4 kg / m², onde a maioria dos

pacientes estava eutróficos, e um número significativo de indivíduos apresentavam alterações

do estado nutricional (excesso de peso). A maioria dos pacientes apresentava estágios mais

avançados da doença (III e IV). Grande parte dos pacientes era inativa (82,6%), e essa

frequência foi maior no sexo feminino.

Pacientes entrevistados

(n = 262)

Pacientes excluídos:

- Não realizaram teste de velocidade de

marcha (n = 40)

- Não realizaram teste de preensão

manual (n = 10)

Pacientes elegíveis

(n = 212)

Pacientes incluídos

(n = 167)

Pacientes excluídos:

- Imagens de TC inacessíveis a análise

(n = 45)

Page 26: MASSA MUSCULAR E FUNÇÃO FÍSICA EM IDOSOS COM CÂNCER ...

26

Tabela 1 – Características dos pacientes e dados clínicas da doença (n=167).

N (%)

Gênero

Homens 97 (58.1)

Mulheres 70 (41.9)

Etnia

Caucasianos 58 (34.7)

Não-caucasianos 109 (65.3)

Tipo de câncer

Esôfago 16 (9.6)

Estômago 43 (25.7)

Cólon e reto 96 (56.5)

Pâncreas/Fígado 12 (7.2)

Tratamento

Quimioterapia 22 (13,2)

Quimioterapia + radioterapia 28 (16,8)

Radioterapia 2 (1.2)

Cirurgia 18 (10.8)

Radioterapia + Cirurgia 3 (1,8)

Quimioterapia + Cirurgia 43 (25,7)

Quimioterapia + radioterapia + Cirurgia 29 (17,4)

Nenhum 18 (10.8)

Estadiamento tumoral

I 5 (3)

II 11 (6.6)

III 41 (24.6)

IV 36 (21.6)

Desconhecido 74 (44.3)

Tempo de doença

< 6 meses 85 (50.9)

6 – 12 meses 28 (16.8)

> 12 meses 54 (32.3)

Tabagismo

Nunca fumou 76 (45.5)

Ex-Fumante 86 (51.5)

Fumante 5 (3)

Peso (kg) 60.57±12.5

Altura (m) 1.59 ± 0.09

Índice de Massa Muscular (kg/m²) 23.99 ± 4.38

Baixo Peso 23 (13.8)

Eutrófico 76 (45.5)

Sobrepeso 53 (31.7)

Obeso 15 (9.0)

Nível de atividade Física

Inativo 138 (82.6)

Ativo 29 (17.4)

Page 27: MASSA MUSCULAR E FUNÇÃO FÍSICA EM IDOSOS COM CÂNCER ...

27

A Tabela 2 apresenta características da massa muscular e função física dos sujeitos. Em

geral, as mulheres apresentaram valores mais baixos nos parâmetros do músculo esquelético

(quantidade e qualidade) em comparação aos homens. A frequência de sarcopenia e dinapenia

não apresentaram diferenças estatísticas entre os sexos, porém foi maior nos homens. Em

relação aos parâmetros de função física, os resultados de força de preensão manual e a

velocidade da marcha são significativamente maiores nos homens.

Tabela 2 – Massa muscular e função física em pacientes idosos com câncer gastrointestinal.

Total (n = 167) Homens

(n = 97)

Mulheres

(n = 70) p-valor

Massa muscular esquelética (cm²) 120.8

(120.4-144.6)

139.8

(120.7-154.5)

102.2

(89.7-113.6) <0.001

Índice de músculo esquelético (cm²/m²) 47.9 (42.6-54.9) 52.3 (45.5-58.0) 44.3 (40.4-48.1) <0.001

Qualidade muscular (UH) 38.5 ± 9.94 40.9 ± 9.7 35.1 ± 9.2 <0.001

Baixa quantidade (cm²/m²) 40 (24.0) 21 (21.6) 19 (27.1) 0.412

Baixa qualidade muscular (%) 75 (44.9) 32 (32.9) 43 (61.4) <0.001

Sarcopenia (%) 63 (37.7) 34 (35.1) 29 (41.4) 0.402

Força de preensão manual (KgF) 20.0 (15.0-28.0) 24.0 (18.0-31.5) 16.0 (11.0-21.0) <0.001

Dinapenia (%) 90 (53.9) 57 (58.8) 33 (47.1) 0.137

Velocidade de marcha (m/s) 0.83 (0.66-0.93) 0.83 (0.70-1.00) 0.81 (0.60-0.88) 0.015

Baixa velocidade de marcha (%) 93 (55.7) 49 (50.5) 44 (62.9) 0.113

A Tabela 3 divide a amostra em quatro fenótipos musculares de acordo com a

quantidade e qualidade muscular e compara como cada um influencia nos testes de função

física. Como identificamos que os grupos eram estatisticamente diferentes na frequência de

sexo (p = 0,004), na média de idade (p = 0,001) e IMC (p < 0,001), essas variáveis foram

incluídas na análise estatística como covariáveis da análise principal. Os resultados mostram

que os fenótipos com baixa quantidade e/ou qualidade associados a piores valores nos testes de

força de preensão manual e teste de velocidade de marcha. O post hoc de Bonferroni mostra

diferenças específicas entre os fenótipos de baixa quantidade e qualidade isolados e em

conjunto quando comparados aos fenótipos de quantidade e qualidade normais. As

comparações foram estatisticamente significativas especialmente para os homens.

Page 28: MASSA MUSCULAR E FUNÇÃO FÍSICA EM IDOSOS COM CÂNCER ...

28

Tabela 3– Comparação dos resultados dos testes de força e velocidade de marcha com os diferentes fenótipos musculares em idosos com câncer

gastrointestinal.

Quantidade e qualidade

normais

Baixa

quantidade

isolada

Baixa qualidade

isolada

Baixa quantidade e

qualidade P-valor

Força de preensão palmar (kg)

Total (n = 167) 26.56 ± 10.11 19.78 ± 7.39a 18.13 ± 7.84a 13.70 ± 6.92a <0.001

Homens (n = 97) 29.45 ± 9,92 22,82 ± 6,08 21,36 ± 7,50a 15,18 ± 6,51a <0.001

Mulheres (n = 70) 18.90 ± 5.73 15.00 ± 7.05 15.84 ± 7.34 12.33 ± 7.28 0.999

Velocidade de marcha (m/s)

Total (n = 167) 0.93 ± 0.25 0.74 ± 0.15a 0.76 ± 0.19a 0.70 ± 0.23a <0.001

Homens (n = 97) 0.98 ± 0.26 0.72 ± 0.16a 0.78 ± 0.18a 0.63 ± 0.13a <0.001

Mulheres (n = 70) 0.82 ± 0.17 0.76 ± 0.14 0.74 ± 0.19 0.73 ± 0.27 0.555

ANCOVA one-way seguida por post hoc de Bonferroni. a diferença da quantidade e qualidade muscular, p < 0.02.Ajustado para idade e IMC.

Page 29: MASSA MUSCULAR E FUNÇÃO FÍSICA EM IDOSOS COM CÂNCER ...

29

6. DISCUSSÃO

A amostra do presente estudo apresentou alta prevalência de sarcopenia e baixa

função física. Os achados mostram que fenótipos musculares com baixa qualidade e

quantidade muscular apresentaram piores resultados nos parâmetros de função física. Ao

estratificar a amostra por gênero, as comparações ocorreram apenas no sexo masculino.

A prevalência de sarcopenia na população estudada foi de 37,7%, sendo este o

primeiro estudo a classificar o paciente oncológico de acordo com o Consenso Europeu

de Sarcopenia atualizado (11). Em estudos com idosos institucionalizados sem doenças

crônicas associadas, avaliando apenas a quantidade de massa muscular, a prevalência da

sarcopenia foi entre de 18 a 40% (13). A variação da prevalência da sarcopenia entre os

estudos pode estar relacionada à variedade de métodos e conceitos utilizados para

avaliação, bem como aos pontos de corte estabelecidos, dificultando a comparação.

A prevalência de sarcopenia parece menor em outros tipos de câncer; por exemplo, o

estudo de Villasenor e col. (68) observaram uma prevalência de sarcopenia de 16% em

pacientes com câncer de mama. Reforçando a importância de avaliar pacientes com esse

tipo de câncer, a meta-análise de Simonsens e col.(69) mostrou que a sarcopenia esteve

associada a um aumento de aproximadamente 30% a 40% no risco de complicações pós-

operatórias em pacientes com tumor gastrointestinal.

Mais da metade da amostra apresentou baixo desempenho em nossos resultados de

testes de função física (força e velocidade da marcha). O alto percentual de

comprometimento da função física no estudo também está provavelmente associado a

características como idade avançada da população e prevalência de estágios mais

avançados. Essa condição em pacientes com câncer gastrointestinal pode estar associada

ao aumento da fragilidade e diminuição da qualidade de vida (70), mas poucos estudos

avaliam a função física em pacientes com câncer, possivelmente devido à maioria dos

estudos terem delineamento retrospectivo ou estarem relacionados à incapacidade do

paciente em realizar testes de função física.

Nosso estudo mostra que, quando a quantidade e a qualidade do músculo são

reduzidas, maior é o comprometimento da função física. Evidências emergentes sugerem

que a baixa massa muscular e o acúmulo de tecido adiposo no músculo esquelético (baixa

Page 30: MASSA MUSCULAR E FUNÇÃO FÍSICA EM IDOSOS COM CÂNCER ...

30

qualidade) estão associadas a fraqueza muscular, fragilidade e aumento do risco de

limitações de mobilidade do paciente (21).

A associação entre a quantidade ou a qualidade do músculo esquelético e o

declínio da função em idosos com câncer não é totalmente compreendida. O

envelhecimento acarreta adaptações no sistema neuromuscular, como perdas e alterações

na morfologia de unidades motoras, contribuindo para a instabilidade na transmissão

neuromuscular afetando os comandos motores aos músculos, acarretando perda de força

muscular e dificuldades de mobilidade (71,72).

Tratando-se de envelhecimento muscular, acredita-se que as fibras do tipo II

(contração rápida) são preferencialmente afetadas durante a senescência, enquanto as

fibras do tipo I (de contração lenta) são relativamente preservadas. O conteúdo

mitocondrial do músculo esquelético declina progressivamente com o envelhecimento,

levando a uma redução na capacidade oxidativa do músculo esquelético (73). Esse

declínio também tem sido associado ao acúmulo de lipídios nas fibras musculares (74).

A redução da capacidade oxidativa leva ao acúmulo miocelular excessivo de lipídios, que,

por sua vez, pode exercer efeitos deletérios na função física (16).

No paciente com câncer gastrointestinal este quadro é agravado pelos fatores

inerentes a doença como as citocinas inflamatórias, por exemplo, a IL-6 e o fator de

necrose tumoral, têm sido associadas densidade muscular reduzida (75). A inflamação

provavelmente exerce efeitos múltiplos e complexos no músculo, como a redução da

sensibilidade ao fator de crescimento e degradação acelerada de proteínas, gerando perda

de massa muscular (22).

Estudos transversais relataram que a massa muscular e a força muscular estão

altamente correlacionadas, levando à crença comum de que a perda de força é um

resultado direto da perda muscular (76). Um relato do Estudo de Saúde, Envelhecimento

e Composição Corporal (Health ABC) (77) mostrou que a qualidade muscular e a força

muscular foram as únicas medidas que predizem a função física. Um estudo de Williams

e col. (78) avaliaram idosos que tinham câncer e não encontraram associações entre a

massa muscular esquelética avaliada pela TC e o comprometimento da função física, mas

com qualidade muscular associada à função física. Em contraste, o estudo de Reinder e

col. (79) envolvendo idosos saudáveis não encontraram evidências de associações entre

a qualidade muscular e a função física.

As diferenças entre os resultados desses estudos podem ser atribuídas ao uso de

diferentes técnicas e pontos de corte. Por exemplo, Martin e col. (67) publicaram pontos

Page 31: MASSA MUSCULAR E FUNÇÃO FÍSICA EM IDOSOS COM CÂNCER ...

31

de corte para baixa quantidade e qualidade muscular para uma coorte de pacientes com

câncer do trato gastrointestinal e respiratório. Recentemente, Caan e col. (80) e Kroenke

e col. (81) publicaram pontos de corte para baixa quantidade e qualidade muscular,

respectivamente, com dados de pacientes que tiveram câncer colorretal nos estágios

iniciais. A escolha de diferentes pontos de corte pode produzir diferentes frequências de

baixa massa muscular e sarcopenia. Optamos por utilizar os pontos de corte propostos

por Martin e col. (67) no presente estudo, devido às características da amostra, que já

apresentavam estadiamentos avançados e diferentes tipos de câncer. Não há dados de

referência publicados para a população brasileira.

Um achado interessante do presente estudo é que, quando a amostra foi

estratificada por sexo, as características da massa muscular esquelética apenas

influenciam a função física no sexo masculino. Embora a deterioração da força e função

muscular ocorra em ambos os sexos na senescência, os homens apresentam maior força

e função muscular absoluta que as mulheres na mesma idade. (82). Isso pode ocorrer pelo

declínio na concentração sérica de testosterona, que é um potente hormônio anabólico, e

diminui em maior proporção nos homens e assim as perdas são mais facilmente

percebidas. (83).

Independentemente das diferenças de gênero, os achados desse estudo alertam a

necessidade de intervenção direta nesses pacientes. Até o momento, não há tratamento

farmacológico para a sarcopenia, as intervenções terapêuticas com potencial incluem

suplementação nutricional, exercício e administração de hormônios (83).

Os exercícios de resistência são conhecidos por promover a hipertrofia muscular

e aumento de força; a reposição de testosterona preserva a massa muscular e melhora a

força muscular em homens. A ingestão adequada de proteínas foi reconhecida como um

dos principais estímulos anabólicos para a síntese proteica muscular. Está crescendo

evidência de benefícios da suplementação com vitamina D, o ômega-3 e antioxidantes na

melhora do quadro de sarcopenia. No entanto não existem ensaios clínicos que

comprovem a real eficácia das terapias citadas (84).

Esse estudo traz limitações como uma amostra heterogênea, composta por

pacientes que apresentam diferentes estadiamentos, tratamentos e sítios do tumor. Outras

limitações referem-se ao fato de que apenas avaliamos uma amostra relativamente

pequena de um único centro, o que não permite generalizar os resultados para outras

populações. Além disso, o ponto de corte utilizado foi o recomendado para uma

população canadense. Em relação a essa questão, diferenças étnicas podem ter impacto

Page 32: MASSA MUSCULAR E FUNÇÃO FÍSICA EM IDOSOS COM CÂNCER ...

32

direto nos achados, uma vez que a amostra do presente estudo foi em sua maioria de

indivíduos não-caucasianos, sendo diferente dos estudos utilizados como parâmetros de

ponto de corte. Essas limitações sublinham a importância de propor pontos de corte

específicos para a população sul-americana, considerando as diferentes proporções de

etnias, bem como a composição corporal e a diferença nas realidades assistenciais dos

pacientes com câncer entre os hemisférios.

Page 33: MASSA MUSCULAR E FUNÇÃO FÍSICA EM IDOSOS COM CÂNCER ...

33

7. CONCLUSÃO

Os pacientes da amostra apresentaram alta prevalência de sarcopenia e função

física reduzida. Os indivíduos com fenótipos de baixa quantidade e/ou qualidade

musculares obtiveram piores resultados nos testes de função física, estando estes

pacientes mais suscetíveis a fragilidade e dificuldade de realizar atividades cotidianas.

Page 34: MASSA MUSCULAR E FUNÇÃO FÍSICA EM IDOSOS COM CÂNCER ...

34

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ANEXO

De: JNCCN Editorial Office <[email protected]>

Para: Ana Paula Trussardi Fayh <[email protected]>

Enviado: quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019 17:15:09 BRST

Assunto: Submission Confirmation for SKELETAL MUSCLE MASS AND

IMPAIRMENT OF PHYSICAL FUNCTION IN OLDER ADULTS CANCER

PATIENTS: FINDINGS OF A CROSS-SECTIONAL STUDY -

[EMID:74c87547ef21084b]

Dear Dr. Fayh,

Your submission titled "SKELETAL MUSCLE MASS AND IMPAIRMENT OF

PHYSICAL FUNCTION IN OLDER ADULTS CANCER PATIENTS: FINDINGS OF

A CROSS-SECTIONAL STUDY" has been received by JNCCN—Journal of the

National Comprehensive Cancer Network and your co-authors have been sent requests

to verify their participation.

You will be able to check on the progress of your manuscript by logging in as an author

to Editorial Manager at https://www.editorialmanager.com/jnccn/.

Your manuscript number is JNCCN19-031.

Thank you for submitting your work to JNCCN.

Kind regards,

JNCCN Editorial Office