Materia - Macroeconomia - 1 S13

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MACROECONOMIA ___________________________________________________________________________________ _______ PROF.: Cleto Apresentação Definição: Macroeconomia é o segmento da ciência econômica que se ocupa do estudo dos agregados econômicos no curto prazo . E a teoria da renda, do emprego, da moeda, da taxa de juros e da flutuação do nível de preços. Trata do comportamento da economia como um todo. Deixa de lado comportamentos individuais. Segundo Dornbusch, os três tópicos principais da pesquisa macroeconômica são: o desemprego, a inflação e a taxa de crescimento do produto 1) Por que estudar Macroeconomia? Para explicar, buscar soluções, para algumas questões, como: - Por que déficit na Balança de Pagamentos? - Por que inflação? - Por que existe o desemprego? - Por que a taxa de investimento é baixa? As ações são tomada pelos governos, através das políticas econômicas, como: - política fiscal - política monetária - política cambial e comercial - política de rendas A Macroeconomia é utilizada como instrumento de previsão (fazer previsões) 2) Objetivos da Macroeconomia: OBTER COMBATER crescimento econômico recessão emprego desemprego estabilidade de preços inflação disponibilidade de crédito crise de financiamento elevação dos investimentos especulação 3) Mercados da Economia: - Bens de serviços - Fatores de produção (por exemplo: nível de emprego em função dos salários) - Ativos (ativos financeiros, papel, mercado imobiliário) 4) Formulação de Modelos: variáveis parâmetros variáveis exógenas (explicativa) funções endógenas (explicada) ex. (investimento e consumo) (Demanda Agregada) 1

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MACROECONOMIA __________________________________________________________________________________________

PROF.: Cleto Apresentação

Definição:Macroeconomia é o segmento da ciência econômica que se ocupa do estudo dos agregados econômicos no curto prazo. E a teoria da renda, do emprego, da moeda, da taxa de juros e da flutuação do nível de preços.

Trata do comportamento da economia como um todo. Deixa de lado comportamentos individuais. Segundo Dornbusch, os três tópicos principais da pesquisa macroeconômica são: o desemprego, a inflação e a taxa de crescimento do produto

1) Por que estudar Macroeconomia?

Para explicar, buscar soluções, para algumas questões, como:

- Por que déficit na Balança de Pagamentos?- Por que inflação?- Por que existe o desemprego?- Por que a taxa de investimento é baixa?

As ações são tomada pelos governos, através das políticas econômicas, como:

- política fiscal- política monetária- política cambial e comercial- política de rendas

A Macroeconomia é utilizada como instrumento de previsão (fazer previsões)

2) Objetivos da Macroeconomia:OBTER COMBATER

crescimento econômico recessãoemprego desempregoestabilidade de preços inflaçãodisponibilidade de crédito crise de financiamentoelevação dos investimentos especulação

3) Mercados da Economia:

- Bens de serviços - Fatores de produção (por exemplo: nível de emprego em função dos salários)- Ativos (ativos financeiros, papel, mercado imobiliário)

4) Formulação de Modelos:

variáveis parâmetros variáveis exógenas(explicativa) funções endógenas (explicada)

ex. (investimento e consumo) (Demanda Agregada)

Variável exógena é uma variável que atua sobre um parâmetro ou função, e que vai determinar a variável endógena. Ex.: DA = I + G. DA é a variável endógena. É portanto a variável exógena que explica a endógena.A formulação de modelos tem por objetivo, através de variáveis exógenas, que atuam sobre um parâmetro ou função, determinas a variável endógena, de forma a possibilitar a previsão da economia.

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Contabilidade Social

Vimos na Contabilidade Social que existem três formas de apurar o PIB:

a) pela ótica da despesa: Demanda = C + I + G + (X - M)

b) pela ótica da produção: VBP - Transação intermediária = VAB

c) pela ótica da renda: renda = salários + juros + lucros + aluguéis

Para a Macroeconomia, o que interessa é que a despesa deve ser igual à produção, que deve ser igual à renda. Preocupa-se com os grandes agregados macroeconômicos, como o consumo, investimento, gastos do governo, importação e exportação.

Problemas com a Mensuração do PIB

- Economia subterrânea ou informal- Atividades não comercializadas- Melhorias da qualidade

Produto = (Q x P). Contudo, não é elevando os preços que se eleva o PIB, pois dessa forma teríamos um crescimento nominal e não real`.

PIB nominal (a preços correntes)

PIB nominal ou a preços correntes é o PIB de determinado ano que, em comparação com outros períodos, está contabilizando tanto o crescimento do produto como o do nível de preços.

É a avaliação monetária do produto aos preços prevalecentes no ano em que o produto foi efetuado.

Ex.: Para calcular o PIB nominal de 1999, toma-se a somatória das quantidades de 1999 x o preço de 1999. Em 1999, o PIB é tanto nominal quanto real.

O PIB nominal de 1990 é obtido pelo somatório das quantidades produzida em 1990 x os preços de 1990. O PIB real sempre faz referência a um determinado ano. Portanto, o PIB real de 1999, a preços de 1990 é obtido pela somatória das quantidades produzidas em 1999 x os preços de 1990.

PIB nominal = P x Q (CONFIRMAR SE ESTÁ CERTA)

PIB Real, ou a preços constantes

É o PIB que quando foi mensurado buscou-se retirar do seu valor o crescimento do nível de preços. o PIB real sempre reporta-se a um determinado ano base. Mede somente a variação das quantidades produzidas, retirando a variação dos preços.

É a avaliação monetária do produto ao nível de preços de um determinado ano base.

PIB real = P* x Q

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IPC e Deflator

Deflator: Serve para retirar o efeito do crescimento do nível de preços de determinado agregado econômico. Serve, por exemplo, para transformar o PIB nominal em real. Deve ter referência sempre a um ano base.

Deflator = PIB nominal/PIB real

Deflator = [(P X Q)] / [(P* X Q)]

(*) ano base.

O deflator mensura todos os produtos "produzidos" no sistema Econômico.

Considera somente os produtos produzidos internamente (não entra importação).

É calculado sobre uma cesta variável, pois os produtos produzidos em uma economia são variáveis ao longo do tempo.

Utiliza-se do índice de PAASHE.

IPC

IPC = [(P X Q*)] / [(P* X Q*)]

(*) ano base.

O IPC serve para verificar o crescimento do nível de preços.

Mensura somente os produtos comercializados no Sistema Econômico.

Considera também os produtos importados

É calculado sobre uma cesta fixa. A cesta fixa é obtida com base na POF (pesquisa orçamento familiar).

utiliza-se do índice de Las Peyres

Correção do Exercício feito em sala

e) despesas reaismaçã: 45,00 54,00laranja: 50,00 80,00

f) PIB nominal: 95,00 184,00g) PIB real: 95,00 134,00h) deflator: 100,00 (1,000) 137,31 (1,373)i) IPC 100,00 (1,00) 136,84 (1,368)

D = (P x Q) / (P* x Q) = PIB nom / PIB real = 184,00/134,00 = 1,3731IPC99 = (P x Q*) / (P* x Q*) = [(Pm x Qm*) + (Pl X Ql*)] / [(Pm* x Qm*) + (Pl* x Ql*)]IPC99 = [(2 x 3) + (1,4 x 50)] / [(1,5 x3) + (1 X 50)] = 1,368variação de 36,8%

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Exercícios:1) Considerando que o PIB real de determinado ano é 382 e o deflator calculado é igual a 1,23. Calcular o PIB nominal neste ano.

Deflator = PIB nominal / PIB real

PIB nominal = deflator x PIB real

PIB nominal = 469,86

2) Sendo o PIB de 1.996 igual a 122, o PIB nominal de 1.997 igual a 182 e o deflator com relação a 1996 igual a 1,35, calcule o crescimento do PIB real.

O PIB de 1996 é do ano base, portanto, não há diferença entre o PIB nominal e real.

PIB real1997 = PIB nominal1997 / deflatorPIB real 1997 = 182/1,35PIB real = 134,81

variação PIB real 1996/1997 = (134,81 - 122) / 122

variação PIB real 1996/1997 = 10,5%

3) Qual a função do deflator? Como ele é calculado?

Serve para retirar o efeito do crescimento do nível de preços de determinado agregado econômico. Serve, por exemplo, para transformar o PIB nominal em real. Deve ter referência sempre a um ano base

É calculado com base no índice de Paashe com base nos produtos internos, em uma cesta variável de produtos.

4) Posso retirar o efeito do crescimento de preços de um produto através do IPC? Explique.

Na teoria não, pois cada o deflator e o IPC têm funções específicas.

Na prática, porém, pode ser usado, pois o que os diferencia é somente um critério estatístico.

POLÍTICAS ECONÔMICAS

As quatro grandes ferramentas para agir sobre a economia utilizadas pelo Governo são:1. política fiscal (abrange a política tributária)2. política monetária3. política cambial e comercial4. política de rendas

1) Política Fiscal

TA total da arrecadação (em macro, por motivo de simplificação, utiliza-se somente a tributação da renda).

TR transferências (inclui os subsídios, pagamento de juros, aposentadorias). Não é decorrente de prestação de serviços.

G gastos do Governo (investimentos, manutenção da folha de pagamento)

Para se ter Crescimento Econômico, deve-se ter: redução da TA (total da arrecadação) aumento da TR (transferências) aumento de G (gastos)

Para se reduzir a inflação, deve-se: aumentar a TA reduzir a TR reduzir o G

Alguns acreditam que não pode haver crescimento sem inflação. Outros acreditam que sim, através de estabilidade econômica, e investimentos diretos de risco (poupança de risco).

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2) Política Monetária

Depósito compulsório percentual dos depósitos junto aos bancos depositado junto ao Bacen, reduzindo a quantidade de moeda circulante no sistema. É um instrumento poderosíssimo e talvez seja o mais importante da política monetária.

Open Market Não se refere somente a títulos do Governo. Para nós, interessa somente as operações do Governo.

O governo vende títulos, comprando moeda.

Quando compra títulos, vende moeda.

A emissão de títulos serviria, a princípio, para retirar a moeda de circulação, destruíndo-se. No entanto, ocorre, por vezes, que o Governo emite títulos, comprando moeda, para efetuar pagamentos, recolocando a moeda em circulação.

O título mais comum no mercado de hoje é o NTN (nota do tesouro nacional)

Redesconto Bancário (assistência financeira) é um empréstimo realizado pelo Banco Central aos bancos, com uma taxa de juros punitiva (elevada). Normalmente, o redesconto é feito após as possibilidades do empréstimo interbancário. É muito mais um instrumento de controle da liquidez do sistema (evitar que o sistema quebre) do que um instrumento da política monetária.

Podem ocorrer casos em que os bancos recorrem primeiramente ao Bacen, sem passar pelo interbancário. Um exemplo, é uma situação em que a taxa do Bacen é inferior à do mercado interbancário, como ocorreu no Brasil.

Regulamentação do Crédito visa mais controlar a liquidez do sistema do que um instrumento de controle da política monetária.

Portanto, os dois principais instrumentos de política monetária são o depósito compulsório e o open market.

3) Política Cambial e Comercial

controle de reservas é a manipulação do volume de reservas (compra e venda de dólares) + os instrumentos de política monetária e fiscal direcionados ao setor externo.

Deve-se destacar que algumas outras políticas influenciam na política cambial, como, por exemplo, as alíquotas de importação e exportação fazem parte da política fiscal; a retirada de Real do sistema, valorizando a moeda em relação ao dólar, é uma política monetária.

4) política de rendas

Tem como preocupação a distribuição da renda.

Não é muito importante para a macroeconomia porque é voltada para o longo prazo, enquanto que a macroeconomia é voltada para o curto prazo. A política de rendas é mais voltada para uma política de desenvolvimento.

Implica na utilização dos instrumentos de Política Monetária e Fiscal de forma seletiva.

A IDENTIDADE MACROECONÔMICA BÁSICA

Os agentes econômicos são: famílias, governo, empresas e resto do mundo.

Economia Fechada e sem governo é um artifício teórico. Implica na existência somente de empresas e famílias.

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Temos os seguintes agentes nos sistemas econômicos

a) famílias consomemb) empresas realizam investimentosc) governo consome, arrecada e investe.d) resto do mundo

Investimento

Y produto (PIB)C bens de consumoF bkf bens de capital (formação bruta de capital fixo)

F bkf + E = I (E = Et - Et-1)

Y = C + IProduto (Y) = consumo (C) + investimento (I)

Poupança

Y = renda produto é igual a renda, logo, Y = PIB

Y = C + S Produto (ou renda) = consumo (C) + poupança (S)

IgualdadeS = IY = YC + I = C + SI = S esta relação só é válida em uma economia fechada e sem governo

INCLUINDO O GOVERNO (SEM SETOR EXTERNO)

DA demanda agregada

DA = C + I + G (consumo das famílias + investimento das empresas + gastos do governo)

Y = C + I + G

Yd = renda disponível

Yd = Y - TA + TR (renda disponível = renda total - total da arrecadação + transferências). Esta arrecadação

(tributação) é só sobre a renda, por um motivo de simplificação.

Yd = C + S

ORÇAMENTO DO GOVERNO

É o planejamento de gastos e receitas.

É também chamado de Budget Save (BuS)

BuS = TA - TR - G o orçamento é igual ao total da arrecadação menos as transferências menos os gastos)

INCLUINDO O SETOR EXTERNO

NX exportações líquidas

NX = X - M exportações líquidas é igual a exportações menos importações

DA = C + I + G + X - M

DA = C + I + G + NX

DA = Y em equilíbrio

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OBS.: renda e produto são sempre Y, pois produto e renda são iguais. Portanto, demanda agregada (DA) = produto (Y)

Y = C + I + G + NX

Raciocínio:

Yd = C + S renda disponívelYd = Y - TA + TR

C + S = Y - TA + TR

C = Y - TA + TR - S

Y = C + I + G + NX

Y = (Y - TA + TR - S) + I + G + NX

0 = - TA + TR - S + I + G + NX isto mostra o equilíbrio do sistema.

(- S + I) é o setor privado da economia

(- TA + TR + G) é o governo

(NX) = setor externo

S - I = TR + G - TA + NX

Para a Prova:O excesso de poupança privado sobre o investimento privado será igual ao déficit orçamentário, ou seja, o excesso de gastos e transferências do governo em relação à sua arrecadação será compensado pelo excesso de poupança do setor privado. (considerando-se NX = 0 sem o setor externo).

NÃO SE PRECISA DE POUPANÇA PARA REALIZAR INVESTIMENTO. O QUE SE PRECISA É DE FONTES DE FINANCIAMENTO.

O governo eleva a taxa de juros para desestimular o investimento, incentivando a poupança. Ao incentivar a poupança, os bancos compram títulos públicos, que servirão para financiar o déficit público.

I - S = TA - G - TR - NX multiplicando a fórmula da aula passada por (- 1)

Considerando NX = 0, ou seja, MX = X - M = 0

Se investimento maior que a poupança (I > S), deve-se ter superávit orçamentário do governo, pois TA terá de ser: TA > G + TR. Logo, o excesso do investimento sobre a poupança, será igual ao superávit orçamentário.

Da mesma forma, o excesso da poupança sobre o investimento é igual ao déficit orçamentário.

NXDA = G + C + I + (X - M) Demanda agregada é igual às compras do governo, mais as compras das famílias ( C ), mais as compras das empresas (investimentos - I) mais o resto do mundo.

Se em equilíbrio a oferta é igual à demanda, todos os produtos existentes no sistema econômico é igual ao PIB, logo, a demanda agregada é igual ao PIB.

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DA = YY = G + C + I + NX

NX

Y

+ (TA - TR) + (TA - TR)

I

Yd SG

C C

NX + I + C + G = Y = Yd + (TA - TR) = C + S + (TA - TR)

Bus = TA - TR - G

Yd = C + S

OBS.: O PRODUTO É SEMPRE IGUAL À RENDA EM UMA SITUAÇÃO DE EQUILÍBRIO.

Yd = Y - TA + TR

Y = Yd + TA - TR

Exercícios1) DADOS:PNB = 5.000Renda Disponível = 4.100Orçamento Do Governo (BuS) = 200Consumo = 3.800Exportações Líquidas (NX) = -100

CALCULAR: 1) poupança, investimento e gastos do governo

S = Yd - CS = 4.100 - 3800 S = 300

NX + I + C + G = Y I = Y - G - C - NXI = 5.000 - G - 3.800 + 100I = 5.000 - 700 - 3800 + 100I = 600

Yd = Y - TA + TR4.100 - 5.000 = - TA + TRTA - TR = 900

BuS = TA - TR - G200 = TA - TR - GG = 900 - 200G = 700

2) DADOSExportações (X): 500Importações (M) = 400Orçamento Do Governo = -200Total Da Arrecadação (TA) = 600Transferências (TR) = 500Investimento = 150Produto = 1.000

Calcular : gasto do governo, consumo e poupança

BuS = TA - TR - G-200 = 600 - 500 - GG = 300

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G = Y - C - I - NXG = 1.000 - C - 150 - (X - M)G = 1.000 - C - 150 - 100G = 750 - CC = 750 - GC = 750 - 300C = 450

Y = C + S + (TA - TR)1.000 = 450 + S + 100S = 450

3) DADOSRenda = 5.000Gastos Do Governo = 800Orçamento Do Governo = -100Calcular: a renda disponível

NX + I + C + G = Y = Yd + (TA - TR) = C + S + (TA - TR)

Yd = Y - (TA - TR)Yd = 5.000 - (TA - TR)BuS = TA - TR - G-100 = TA - TR - 800TA - TR = 700Yd = 5.000 - 700Yd = 4.300

4) DADOSSupondo que em um país o consumo representa 65% do PIB. Calcule o valor do PIB e da poupança, dados:Investimento: 300Gasto Do Governo = 320Exportações = 150Importações = 70Total Da Arrecadação = 400Transferências = 150C = 65% PIB

NX + I + C + G = Y 80 + 300 + C + 320 = Y380 + 0,65Y + 320 = Y0,35Y = 700Y = 2.000C = 1.300

C + S + (TA - TR) = NX + I + C + GS + 1.300 - 250 = 150 - 70 + 300 + 1.300 + 320S = 950

02 ECONOMIA CLÁSSICA E NEOCLÁSSICA

2.1 FUNDAMENTOS DA TEORIA CLÁSSICA

A - Fundamento Positivista - Constante Equilíbrio

B - Fundamento Liberal - não intervenção estatal

C - Fundamento Individualista - cada um deve buscar o melhor para si que a sociedade também atingirá o melhor.

Está relacionada à moral protestante, o que inclusive possibilitou a revolução industrial.

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D - Fundamento Racional - Princípio Hedonístico

É o máximo de satisfação com o mínimo de esforço.

E - Fundamento Utilitarista: Utilidade satisfação das necessidades

Determina o valor dos bens.

F - Fundamento Igualitarista "concorrência perfeita"

Todo ofertante tem iguais direitos no mercado.

G - Fundamento Mecanicista: relações constantes, trajetórias progressivas.

Uma coisa leve a outra conseqüencia.

H - Fundamento Humanista: "o homem é o centro do universo e sujeito das transformações.

I - Fundamento Cientificistas: Racionalidade científica

É uma época de grandes inovações. A economia se aproxima muito da matemática para ser uma Ciência.

2.2 A LEI DOS MERCADOS (LEI DE SAY)

A. Economia Perfeitamente CompetitivaO x D preços em equilíbrioO > D queda dos preçosO < D aumento dos preços.

B. Livre Mobilidade dos FatoresK, RN, trabalho, perfeitamente flexíveis

homogeneidade dos fatores

C. Não Intervenção do Estado (Governo) no Sistema Econômico

Formulação da Lei

PRODUZ-SE para vender. Vende-se PARA COMPRAR

Formulação Matemática

A receita esperada por um determinado produtor é igual a sua demanda por outros produtos.

A (P1 x q1)E: Receita esperada pelo produtor A, pela venda da mercadoria 1.

A (P2 x q2 + P3 x q3 + ...+ Pn x qn) D: demanda de A por outras mercadorias

A (P1 x q1) E = A (P2 x q2 + P3 x q3 + ... + Pn x qn)

Somando o conjunto de produtores:

(Pn x qn) E = (Pn x qn) D

Receita = demanda

produto

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II BIMESTRE

P OA = Y

DA

Q

Quando a oferta agregada é horizontal, se ocorrer uma variação na demanda agregada, positivamente, não ocorre elevação de preços. Se a oferta agregada estiver vertical, ou seja, pleno emprego, uma elevação da DA gera inflação.

PRODUTO DE EQUILÍBRIO

O produto está em seu ponto de equilíbrio quando a oferta agregada (produção nacional) é igual à demanda agregada. Aí tem-se uma estabilidade do nível de preços Y = DA

Investimento Involuntário

IN = Y – DA

Como se observa, se Y = DA (economia em equilíbrio), o investimento involuntário é igual a zero.

a) Y > DA

IN > 0Se o investimento involuntário é positivo, a variação de estoques aumenta, ou seja, faltou demanda.

b) Y < DA

IN < 0Se o investimento involuntário é negativo, tem-se uma variação negativa dos estoques, ou seja, a demanda foi maior que o produto.

-------------x-----------------

IN = Y - DA

IN > 0 estoque aumentou Y > DA

IN < 0 estoque diminuiu Y < DA

IN = 0 Em equilíbrio Y = DA (estoque não varia)

A produção está no seu nível de equilíbrio quando é igual à demanda agregada ou quando a acumulação não planejada de estoque for zero.

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INVESTIMENTO INVOLUNTÁRIO E DESEQUILÍBRIOPRODUTO DE EQUILÍBRIO

O produto está em equilíbrio quando DA = Y.

EQUILÍBRIO COM DEMANDA AGREGADA CONSTANTE

Y DA Mudança involuntária nos estoques (I N)200 300 -100250 300 -50300 300 0350 300 + 50400 300 +100

Está-se fazendo uma abstração ao considerar a demanda agregada (DA) constante. Demanda autônoma (independe da renda)

INVESTIMENTO INVOLUNTÁRIO

IN = Y – DAIN São adições não planejadas ao estoque.

DAefetiva = Y = C + I, ( I = Ivol + IN ) DAefetiva = C + Ivol + IN

DAplan = C + Ivol, logo:

IN = DA efetiva – DA planejada (DA planejada é o que realmente ocorreu e Y = DA efetiva é o que foi produzido)

DEMANDA AGREGADA CONSTANTE E IN

DAef = Y 400 > 300DA (tendência para o equilíbrio)

IN> 0 Y > DA estoque aumentaE DAplan (hipótese de DA constante = 300)

IN < 0

45º

300 450 Y (efetiva, real)A economia tende para o equilíbrio. No ponto E, as empresas vendem tanto quanto produzem, as pessoas compram o que desejam e não há nenhuma tendência para que haja variação nos estoques.

Para a economia crescer, deve-se estimular a DA.

Conclusões (Dornbusch):

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1) a demanda agregada determina o nível de equilíbrio da produção2) em equilíbrio, as variações não-intencionais nos estoques são iguais a zero e as famílias consomem o volume que desejam3) um processo de ajustamento para produção baseado em variações não intencionais nos estoques realmente moverão a produção para o seu nível de equilíbrio.-------------x------------------obs. do Dornbusch: ao se trabalhar com a hipótese de preços constantes, ocupando-se a parte plana da curva de oferta, se a DA variar positivamente não se terá aumento dos preços, mas somente da produção.

P DA DA’

AO = Y

45Y Y’ Y

3 MACROECONOMIA KALECKIANA (KALECKI)

1 Influências- Marx- Rosa Luxemburgo- Tugan Baranowski

Kalecki critica Marx, que afirmava que para que o capitalista realize a mais valia, deve-se ter a troca.

2 Hipóteses

“Os trabalhadores gastam o que ganham, e os capitalistas, ganham o que gastam”

As hipóteses simplicadoras duas classes sociais: trabalhadores e capitalistas duas categorias de renda W-salários e P-Lucros economia fechada ou (X = M) economia sem governo não considera as depreciações não existem transações intermediárias de bens entre os setores. Cada setor produz seus próprios bens

intermediários acumulação de estoque = 0 só os capitalistas investem

O importante em Kalecky é entender que é a demanda agregada que determina o crescimento econômico.

A diferença básica de Kalecky para keynes está na questão da taxa de juros.

3 Cálculo do Produto do Sistema Econômico

a) pela ótica da renda: Y = P + W (P = lucro; W = salário)

b) pela ótica do produto: VBP = (P x Q) ; VBP - Transações intermediárias = VAB = Y

Y = Bck + Bk + Bcw (Bck = bens de consumo dos capital.; Bk = bens K; Bcw = bens de cons. dos trabalhad.)

c) pela ótica do dispêndio ou da demanda, ou do gasto: Y = I + Ck + Cw

(I = investimentos; Ck = consumo dos capitalistas; Cw = consumo dos trabalhadores).

4 Desenvolvimento do Esquema Tridepartamental

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Departamento categoria de bens produzidos Gastos (demanda) RendaD1 Bk (computador) I P1 + W1

D2 Bck (iate) Ck P2 + W2

D3 Bcw (farinha) Cw P3 + W3

Total da Economia Y = Bk + Bck + Bcw Y = I + Ck + Cw Y = P + W

Três formas de determinar o produto da economia.

Y = Bk + Bck + Bcw = I + Ck + Cw = P + W

Partindo de: I + Ck + Cw = P + W

Se: W = Cw (O trabalhador consome tudo o que gasta salários dos trabalhadores igual ao seu consumo)

Então: P = I + Ck (o capitalista ganha o que gasta) - (notar que I pertence ao D1 e Ck ao D2)

O D3 é dependente do sistema econômico. Só existe porque os trabalhadores consomem. Recebe apenas salários.

Partindo de: P = I + Ck Onde: ( P = P1 + P2 + P3 ; I = P1 + W1 e Ck = P2 + W2 ),

Então: P1 + P2 + P3 = P1 + W1 + P2 + W2

Logo: P3 = W1 + W2

DepartamentosD1 D 2 D 3 .P1 P2 P3 P W1 W 2 W 3 W I Ck Cw Y

Observações: As decisões de consumir e investir dos capitalistas irão determinar o nível de lucro, a massa de salários e a

renda da economia como um todo. capitalista, quando consome, consome bens de luxo e bens para a satisfação das necessidades básicas. Salário e lucro são a renda da economia.

Departamento D3

Faturamento - Custo = Lucro (o gasto que os consumidores têm representa o faturamento do D3)

Partindo de: Cw - W3 = P3 , Onde: Cw = W

(W3 é o custo do D3)

temos que: W - W3 = P3 Mas: W = W1 + W2 + W3 W1 + W2 + W3 - W3 = P3

Logo: P3 = W1 + W2

ExercícioI = 500 ; Ck = 1.000 ; w1 = W1 / I = 0,2 ; w2 = W2 / Ck = 0,25 ; w3 = W3/Cw = 0,5

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MACROECONOMIA __________________________________________________________________________________________

w é a proporção dos salários na renda.

D1 D 2 D 3 .P1 = 400 P2 = 750 P3 = W1 + W2 = 350 P = I + Ck = 1.500W1 = w/I = 100 W2 = 250 W3 = 350 W = W1 + W2 + W3 = 700I = 500 Ck = 1.000 Cw = 700 Y = 2.200

O lucro do capitalista é determinado pelo investimento e pelo consumo dos capitalistas

Conclusões:O ponto importante é que o investimento e o consumo dos capitalistas é que determinam o crescimento da economia.

As decisões de consumir e investir dos capitalistas irão determinar o lucro total desse sistema econômico (P = I + Ck), pois o investimento determina o lucro do departamento 1 e o consumo dos capitalistas determina o lucro do departamento 2. O que determina o lucro do departamento 3 é o salário dos trabalhadores do departamento 1 e 2 (P3 = W - W3). O que determina o salário do departamento 1 e 2 é o investimento e o consumo dos capitalistas dos departamentos 1 e 2. O consumo dos trabalhadores dos departamentos 1 e 2 se realizará no departamento 3, junto com os trabalhadores do departamento 3. Assim, investimento e consumo dos capitalistas determinam:1) o nível de lucro (P = I + Ck);2) salários (I Y - considerando os parâmetros q e w ; e Y W, através de W = wY), conforme será

visto adiante;3) a renda ou o produto da economia (Y = I + Ck + Cw).

3 MACROECONOMIA KALECKIANA (continuação)

O MULTIPLICADOR DOS LUCROS

FUNÇÃO CONSUMO DOS CAPITALISTAS

Ck = A + qP (1)

Ck consumo dos capitalistasA consumo autônomo (consumo independente de do valor das outras variáveis. Mesmo que o lucro seja

zero, existe o consumo autônomo.q propensão marginal a consumir dos lucros (quanto vai variar o consumo dos capitalistas, dada uma

variação do lucro). Analogamente, pode-se imaginar o que aconteceria com o consumo, se houvesse um aumento do salário. O consumo cresce menos que proporcional, pois uma parte é poupada. q varia entre 0 e 1 (0 < q < 1)

q = Ck / PP lucro

Se: P = Ck + I (2)

Substituindo (1) em (2) temos que:

P = A + qP + IP - qP = A + IP(1 - q) = A + IP = [1 / (1 - q)] x (A + I)

Portanto:P = [1 / (1 - q)] I 1 / (1 - q) multiplicador dos lucros (A)

Como 0 < q < 1, o multiplicador [1 / (1 - q)] é sempre maior ou igual a 1. Como o multiplicador é maior ou igual a 1, se ocorrer uma variação dos investimentos, ocorre uma

variação igual ou maior no lucro.

Exercício:

15

A partir da equação 2, tem-se que uma variação autônoma no investimento geraria uma elevação em igual valor nos lucros. Esta variação nos lucros irá gerar uma variação no consumo Ck na proporção q. Esta variação no consumo irá gerar uma variação no lucro P, que irá gerar uma nova variação no consumo Ck, na mesma proporção q. O ciclo se repete, de forma que a variação total do lucro, em função da variação autônoma do investimento é expressa pela fórmula A.

Page 16: Materia - Macroeconomia - 1 S13

MACROECONOMIA __________________________________________________________________________________________

Determine a variação dos lucros, o novo lucro, o novo investimento e o novo consumo dos capitalistas com os seguintes dados:P’ = 2.500 ; I’ = 600 ; C’k = 1.900 ; A = 400 ; q = 0,6 ; I = 200

Provas:P’ = Ck’ + I’ C’k = A + qP’P’ = 600 + 1.900 P’ = 2.500 (ok) Ck’ = 400 + 0,6 x 2.500 Ck’ = 1.900 (ok)

P = [1 / (1 - q)] x I P = 2,5 x 200 P = 500

P = P’ + P P = 2.500 + 500 P = 3.000

I = I’+ I I = 600 + 200 I = 800

Ck = A + qP Ck = 400 + 0,6 x 3000 Ck = 2.200

ou

P = I + Ck Ck = 3.000 - 800 Ck = 2.200

Quanto maior a propensão marginal a consumir, maior será o multiplicador kaleckiano. Portanto, maior será a variação dos lucros, dada uma variação nos investimentos.

Multiplicador kaleckiano é uma amplificação da variação dos investimentos que resultará em uma variação maior dos lucros do que dos investimentos. Este fenômeno ocorre pela variação do consumo dos capitalistas ocasionada por qP.

MULTIPLICADOR DA RENDA

Y = P + W Y =rendaP = lucroW =salários

w = W / Y (w participação do salário na renda) w + p = 1

p = P / Y (p participação dos lucros na renda)

W = wY

Y = P + wY

Y - wY = P Y (1 - w) = P

Y = [1 / (1 - w)] P 1 / (1 - w) = multiplicador da renda

Y = [1 / (1 - w)] P (B)

se, P = [1 / (1 - q)] I, temos que:

Y = [1 / (1 - w)] x [1 / (1 - q)] I

Exercícios: Determinar a variação da renda e dos lucros com os seguintes dados:

1) Y’ = 5.000 ; P’ = 2.500 ; W’ = 2.500 ; I’ = 600 ; C’k = 1.900 ; A = 400 ; I = 200 ; q = 0,6 ; w = 0,5

Provas:P’ = Ck’ + I’ C’k = A + qP’2.500 = 1.900 + 600 (ok) 1.900 = 400 + 0,6x2.500 (ok)

Y = 1 / (1 - 0,5) x 1 / (1 - 0,6) x I Y = 2 x 2,5 x 200 Y = 1.000Y = Y’ + Y Y = 5.000 + 1.000 Y = 6.000

16

Page 17: Materia - Macroeconomia - 1 S13

MACROECONOMIA __________________________________________________________________________________________

W = wY W = 0,5 x 6.000 W = 3.000

P = Y - W P = 6.000 - 3000 P = 3.000 P = P - P’ P 3.000 - 2.500 P = 500

O que faz com que uma variação nos investimentos induza a uma variação maior nos lucros é a propensão marginal a consumir dos lucros [(1 / (1 - q)] (A). O que faz com que a variação dos lucros reflita uma variação maior na renda é a participação dos salários na renda [1 / (1 - w)] - (B).

Se acumulássemos a propensão marginal a consumir sobre os lucros e a propensão marginal a consumir sobre o salário (w) - participação do salário na renda, teríamos uma propensão marginal a consumir sobre a renda.

2) Y’ = 12.500 ; P’ = 2.500 ; W’ = 10.000 ; I’ = 600 ; w = 0,8 ; C’k = 1.900 ; A = 400 ; I = 200 ; q = 0,6

Y = 12,5 x 200 Y = 2.500

Y = 12.500 + 2.500 Y = 15.000

W = wY W = 0,8 x 15.000 W = 12.000

P = Y - W P = 15.000 - 12.000 P = 3.000

P = P - P’ P = 3.000 - 2.500 P = 500

Como se observa, a variação do lucro foi de 500 nos dois exercícios, pois em relação ao exercício anterior, só foi modificado o salário, a renda e, portanto, a participação dos salários na renda. Ou seja, nenhuma variável relacionada aos capitalistas foi alterada.

Para a prova: O que acontece se houver uma maior distribuição de renda? Aumenta o consumo, e portanto a renda.

O que acontece se aumentar o salário mínimo? Se aumentar o salário e houver diminuição de emprego, não acontece nada, pois não aumenta a massa de salários em relação à renda. O que deve aumentar á a participação do salário na renda.

3) Y’ = 5.000 ; P’ = 2.000 ; W’ = 3.000 ; I’ = 600 ; C’k = 1.400 ; A = 200 ; I = 200 ; q = 0,6 ; w = 0,6

Y = [1 / (1-q)] x [1 / (1 - w) ] x I I = 6,25 x 200 Y = 1.250

Y = 5.000 + 1.250 Y = 6.250 W = wY W = 0,6 x 6.250 W = 3.750

P = Y - W P = 6.250 - 3.750 P = 2.500

P = 500.

A variação dos lucros foi a mesma que nos outros exercícios porque se manteve a variação nos investimentos e na propensão marginal a consumir dos capitalistas. Portanto, o que determina a variação nos lucros do capitalistas é o gasto dos capitalistas (I e q). “Os capitalistas ganham tudo o que gastam”.

Conclusão:Para Kalecki, os investimentos exercem um papel fundamental para a determinação da demanda agregada e do nível de renda dos sistema econômico. Uma variação dos investimentos (demanda agregada) irá resultar em uma variação dos lucros e dos salários que irão ter as repercussões a seguir:

Variação dos Lucros

A variação nos lucros do capitalista do departamento 1 (através do investimento P1 = I - W1) irá resultar em um consumo de parte desse lucro [pois Ck = A + q (P1 + P2 + P3)], que irá gerar lucro para outros capitalistas (pois P = I + Ck). Esse processo se repete (porém a cada etapa com menores valores de consumo e lucro, pois q <1).

Isto resultará em um efeito sobre os lucros que é resultado da variação inicial dos investimentos de forma multiplicada. P = [1 / (1 - q)] x I

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Page 18: Materia - Macroeconomia - 1 S13

MACROECONOMIA __________________________________________________________________________________________

Variação dos Salários

A variação dos investimentos acarreta também uma variação nos salários, que será dada pela participação dos salários na renda (I P Y ; W = wY),. Esta variação dos salários resulta em consumo (W = Cw), gerando novos salários e lucros na mesma proporção da participação dos salários sobre a renda, da mesma forma que a variação dos lucros a variação dos salários se repetirá no sistema econômico na magnitude do parâmetro w (????)---------As variações dos salários e dos lucros, dado seu caráter multiplicado, resultarão em uma variação de renda que é maior do que a variação dos salários, que por sua vez é maior que a variação inicial dos investimentos.

MACROECONOMIA KALECKIANA (continuação)

DETERMINANTES DO INVESTIMENTO

1 NÍVEL DE LUCRO2 LUCROS NÃO DISTRIBUÍDOS3 PARTICIPAÇÃO EM INVESTIMENTOS EM CAPITAL FIXO

4 MACROECONOMIA KEYNESIANA

4.1 TEORIA KEYNESIANA

Época que Keynes escrevia a Teoria Geral Recessão britânica Colapso de Wall Street PIB inglês queda de 50% (entre 1929 - 1933) Desemprego 3,2% 23,2% - 13 bilhões de desempregados.

O ponto central da teoria de Keynes é a demanda agregada, como fator determinante para a redução do desemprego.

4.2 TEORIA DO CONSUMO

hipótese simplificadora: economia fechada e sem governo.

Y = I + C = DA (equilíbrio)

C = f(Y) - consumo é função da renda.

C = C + cY função consumo

C consumo autônomo.c propensão marginal a consumir da renda.

PMgc = c = C / Y - propensão marginal a consumir em relação à renda. Quanto aumenta o consumo se aumentar a renda.

Pmec = C / Y - propensão média a consumir em relação à renda. Quanto da renda se consome.

Obs.: é bastante semelhante à fórmula de Kalecki Ck = A + qP. A diferença é que Keynes não separa os capitalistas, colocando tudo na mesma classe.

Afirma que a propensão marginal a consumir é igual à propensão média a consumir, ou seja, se a propensão marginal a consumir é de 50%, se aumentar a renda, o consumo continuará sendo de 50%.

C C = C + cY

C

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Page 19: Materia - Macroeconomia - 1 S13

MACROECONOMIA __________________________________________________________________________________________

Yconsumo autônomo (C)

Y

O consumo autônomo independe do nível de renda.A propensão marginal a consumir da renda (c) é o (coeficiente angular), ou seja, C / Y, logo, quanto maior a variação do consumo, mais inclinada será a curva. Determina a inclinação da curva. É a relação entre C e Y.O c varia entre 0 e 1 0 < c < 1. Não se considera, na macroeconomia, o c como sendo igual a zero ou igual a 1, pois entende-se que individualmente pode ocorrer uma situação em que uma variação da renda não implique em uma variação do consumo, ou que toda a variação da renda seja gasta. No entanto, na macroeconomia isto não acontece.

O consumo autônomo (C) é o intercepto da função consumo no eixo vertical para Y = 0, C > 0.

FUNÇÃO POUPANÇA

Y = C + S C = Y - S

se, C = C + cY, então

Y - S = C + cY, logo

S = Y - C - cY

S = - C + (1 - c) Y (função poupança)

(1 - c) é a propensão marginal a poupar - será sempre positivo, já que 0 < c < 1

Note-se que (1 - c) é a diferença para (c) completar 100% de variação no consumo, dada uma variação da renda.

Isto ocorre porque, neste caso, de economia sem governo e sem o resto do mundo, tudo o que não for consumido é poupado.

Logo, a curva da função poupança complementar à curva da função consumo, para um ângulo de 45 º, ou seja, (1 - c) + (c) = 1

C = C + cYC

A

CY

+ C

S/Y = (1 - c) - propensão marginal a poupar.

Y

- C

S

No ponto A, em que C = Y, a poupança S = 0

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Page 20: Materia - Macroeconomia - 1 S13

MACROECONOMIA __________________________________________________________________________________________

4.2 FUNÇÃO CONSUMO E FUNÇÃO POUPANÇA

C = C + cY

S = - C + (1 - c)Y S = - C + sY

c = C/Ys = S/Y

s (propensão marginal a poupar)s = 1 - c s + c = 1

C = C + cY S,C

E (C = Y S = 0)

CS = - C + sY

S > 0S = 0 Y

S < 0

- C

“Lei Psicológica Fundamental de Keynes” pessoas de renda menor têm maior propensão marginal a consumir. (ver no Sandroni)

Relacionar a Lei Psicológica Fundamental de Keynes com a participação dos salários na renda do Kalecki.

DA = C + I

Y = C + S

Se Y = C, então S = 0 e I = S (equilíbrio em economia fechada e sem governo)

obs.: as linhas retas são apenas uma simplificação, pois na realidade são parábolas.

4.3 DEMANDA AGREGADA E INVESTIMENTO INVOLUNTÁRIO (economia fechada e sem governo)

DA = C + I

DA = Y (em equilíbrio - tudo o que foi produzido foi demandado)

Partindo de: Y = C + I

Y = C + cY + I

I = I investimento autônomo (por simplificação) (hipótese) Y - cY = C + I

Y (1 - c) = C + I

Y = 1 / (1 - c) x (C + I)

0 < c < 1

= 1 / (1 - c) multiplicador (quanto maior for o valor de c, maior será o alfa)

Y = (C + I)

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Page 21: Materia - Macroeconomia - 1 S13

MACROECONOMIA __________________________________________________________________________________________

Y = C ou I

DA = I + C (DA não depende do nível de renda, pois o C e o I, aqui, são todos autônomos).

DA = (C + cY) + I, pois C = C + cY

DA será igual a DA quando a renda for igual a zero, pois:

DA = DA + cY

Y = DA

Y = DA > 1

DA = DA + cY

C E C + I = DA

C = C + cY

DA IA

C + I C

C = Y S = 0 DA = Y (equil) Y

No ponto A, o consumo é igual à renda, portanto a poupança é igual a zero. No ponto E, a renda é igual à demanda agregada (DA = Y), portanto a poupança é igual ao investimento (S = I).

Y = C + S

se Y = C, então S = 0

DA = Y em equilíbrio.

C + I = C + S, logo,

I = S

Como se observa, se a inclinação da curva de demanda agregada for maior, o nível de equilíbrio de produção é maior. Da mesma forma, quanto maior o gasto autônomo, maior o nível de equilíbrio. Assim, quanto maior a propensão marginal a consumir, maior a renda de equilíbrio.

S, C DA = DA + cYE

C = C + cY

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Page 22: Materia - Macroeconomia - 1 S13

MACROECONOMIA __________________________________________________________________________________________

DA CS = - C + sY

CB

I I = I

45 A

Y

- C

No ponto C, o consumo é igual a renda, assim a poupança é igual a zero.

Quando a DA é igual a renda (equilíbrio), a poupança é igual ao investimento autônomo.

c + s = 1 - como c e s são complementares, quanto mais vertical for a função consumo, mais vertical será a função poupança.

No ponto A, a poupança é zero.

TEORIAS DE CONSUMO

A. MODIGLIANI

Ciclo de Vida

A renda varia ao longo da vida das pessoas e a poupança permite aos consumidores deslocar a renda dos períodos em que é alta para aqueles em que é mais baixa.

Há um planejamento do consumo e da poupança no decorrer de longos períodos com a intenção de alocar seu consumo da melhor maneira possível.

Considera uma pessoa que espera viver NL anos, trabalhar e ganhar renda por WL anos e se aposentar por (NL - WL) anos.

Ignorando as incertezas com relação a esperança de vida e a riqueza patrimonial (Wr) e supondo uma renda do trabalho o consumo será:

C. NL = YL. WL, onde:

C = consumoNL = expectativa de vidaYL = renda do trabalhoWL = anos de trabalho.

Para se ter o consumo por ano, basta dividir a equação acima por NL

C = (WL / NL) x YL

Modigliani entende que tem-se que planejar o consumo da vida toda. A tendência do ser humano é que se queira manter o padrão de vida.

Modigliani afirma que se deve poupar hoje para consumir na frente, na aposentadoria, já que a única fonte de renda é o trabalho.

Exercício:

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Page 23: Materia - Macroeconomia - 1 S13

MACROECONOMIA __________________________________________________________________________________________

Suponha um indivíduo que começa a trabalhar aos 20 anos e planeje trabalhar até os 65 anos e morrer aos 80 anos. A renda anual será de 30.000. Qual o consumo?

C = ?NL = 60 (a expectativa de vida é quantos anos ainda se quer viver, e não até quanto se vai viver. Assim, se vai

se viver até os 80 e já viveu 20, a expectativa de vida é de 60 anos).YL = 30.000WL = 45C = 0,75 x 30.000C = 22.500

75% é o percentual consumido. Os 25% restantes são poupados.

Poupança e Despoupança

É a contrapartida da função consumo

YL = C + SS = YL - CS = YL - (WL / NL) YL (o montante poupado depende da propensão marginal a consumir)

A poupança durante o período no qual o indivíduo trabalha é igual a uma fração da renda do trabalho, sendo esta fração igual à proporção do gasto da vida na aposentadoria.

O consumo de toda vida é financiado durante a vida do trabalho pela renda corrente.

Durante a aposentadoria o consumo é financiado pela desacumulação das poupanças acumuladas durante a vida ativa.

A poupança durante os anos de trabalho financia a da despoupança durante a aposentadoria.

YLpoupança

C

despoupançaWL NL

tempo

Riqueza (Wr)

Agora, vamos admitir os ativos ou riqueza iniciais. Pelo raciocínio anterior, será dividido qualquer recurso existente para alcançar um certo consumo na vida.

O indivíduo possui ativos além da renda do trabalho e irá usá-los para adicionar o consumo.

Uma pessoa que esteja no ponto T da vida, com estoque de riqueza (Wr), com renda de trabalho resultando em outro (WL - T) anos à taxa de YL e com uma expectativa de vida de (NL - T) anos, será:

C (NL - T) = Wr + (WL - T)YL

A riqueza é somada à renda do trabalho como fonte de financiamento para o consumo da vida.

C = (1/(NL - T)) Wr + (WL - T)/(NL - T) YL

C = a Wr + z YL

a = 1/(NL - T) - é a propensão marginal a consumir da riqueza

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Page 24: Materia - Macroeconomia - 1 S13

MACROECONOMIA __________________________________________________________________________________________

z = (WL - T)/(NL - T) - é a propensão marginal a consumir da renda do trabalho

Exercício:

Agora o indivíduo possui 40 anos de idade e acumulou uma riqueza de 200.000. Qual é o novo consumo?

a = 1 / (NL - T)

a = 1 / (80 - 40) = 0,025

z = (WL - T) / (NL - T) = (65 - 40) / 40 = 0,625

C = 0,025 x 200.000 + 0,625 x 30.000

C = 23.750

A conclusão do ciclo de vida é que o indivíduo que sempre manter o mesmo padrão de vida. Para isso, deve poupar durante na fase em que está trabalhando, pois quando se aposenta não aufere mais renda. As pessoas poupam durante o período de trabalho para despoupar durante a aposentadoria.

TEORIAS DO CONSUMO

B - A TEORIA DO CONSUMO DA RENDA PERMANENTE (MILTON FRIEDMAN) A longo prazo a relação consumo renda é estável, porém a curto prazo ela flutua para diferentes períodos a propensão marginal a consumir flutua os gastos com consumo orientam-se pela renda permanente

C = cYP

YP = renda permanente

c = propensão marginal à consumir

A renda transitória é anulada ao longo do tempo, tendo pouco efeito sobre o consumo.

O que é renda permanente? Quando um indivíduo está fazendo horas extras, o salário extra não é considerado por ele como uma renda permanente, pois não sabe se poderá contar com ela no futuro.

Milton Friedman estima a renda permanente como sendo a renda do ano passado (Yt - 1), mais um percentual sobre a diferença da renda presente, com a renda do ano passado.

YP = Yt - 1 + (Yt - Yt - 1)

= percentual sobre a diferença de renda atual e passada.

Ex.: A renda deste ano é de 12 e a do ano passado é de 11.

= 0,6

Yp = 11 + 0,6(1) = 11,6

Outra forma de interpretar a renda permanente é considerar esta como uma média ponderada entre as rendas Y t

e Yt - 1.

Yp = Yt - 1 + (Yt - Yt - 1)

Yp = Yt - 1 + Yy - Yt - 1

YP = Yt + (1 - ) Yt - 1

C = cYP

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Page 25: Materia - Macroeconomia - 1 S13

MACROECONOMIA __________________________________________________________________________________________

C = c Yt + c (1 - ) Yt - 1

C = cYP

C = cY’’ + c (1 - )Y’C

E’’ C = cY’ c(1 - )YE’

9.280

E8.800

c (1 - )Y

Y Y’ YSupondo c = 0,8 e = 0,6,

YP = 0,6 x 12.000 + 0,4 x 11.000 YP = 11.600

C = 0,8 x 11.000 = 8.800 C = 0,8 x 11.600 = 9.280

C - TEORIA DA RENDA RELATIVA (DUESEMBERRY) - 1959

CE’ C = cY

E’’

E

Y Y’ Y

O consumo não depende da renda corrente, mas do histórico da renda.

A queda da renda não proporciona uma queda do consumo na mesma proporção, pois depende do histórico da renda.

Se em um primeiro momento houver uma variação positiva da renda, e em um segundo momento, esta renda retornar ao valor original, o consumo aí estabelecido dar-se-á a um patamar superior ao do primeiro momento.

O consumo do primeiro momento, no entanto, será atingido, se a renda reduzir a um nível menor que a do primeiro momento.

VOLTA PARA KEYNES

Exercícios:1) Em uma economia fechada e sem governo, são dados: C = 20 + 0,75Y ; I = 40

Se o produto de pleno emprego for 300, o aumento do nível de investimento necessário para que a economia esteja equilibrada e com pleno emprego, considerando o consumo autônomo constante, será:

1 a forma de resolver Y = 300C = 20 + 0,75 x 300 C = 245Y = C + I I = 300 - 245 I = 55I = 55 - 40 I = 15

2 ª forma de resolver

Dedução da fórmula do multiplicador

sendo: Y = DA = C + I ; C = C + cY

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Page 26: Materia - Macroeconomia - 1 S13

MACROECONOMIA __________________________________________________________________________________________

então:

Y = C + cY + I (esta demanda agregada não é autônoma, pois depende da renda)

Y (1 - c) = C + I ( I = I )

Y = 1 / (1 - c) (C + I)

= 1 / (1 - C)

DA = C + I (DA é diferente de DA)

Y = DA

Y = DA

Resolução do Problema:

Y = C + I ; C = 20 + 0,75Y ; I = 40

Y = 20 + 0,75Y + 40 Y = 60/0,25 Y = 240

Y = 300 - 240 Y = 60

Y = DA

= 1 / (1 - c) = 4

DA = 60/4 = 15 (por que é DA e não I, como pede o exercício?)

Como o DA = C + I, e C é constante, então o único parâmetro que aumentou foi o I, logo, I = 15.

Uma variação no investimento causa uma variação da demanda agregada no mesmo tamanho, pois C + I = DA. Variando a demanda agregada varia a renda e variando a renda varia o consumo. Assim tem-se que:

1o) I DA Y 152o) C DA Y 11,25 15 x 0,753o) C DA Y 8,44 11,75 x 0,754o) C DA Y 6,335o) C DA Y 4,75

A soma disso tudo é 60

No ponto em que Y era 240, a economia estava em equilíbrio. Com o investimento, a economia entra em desequilíbrio e só entra em equilíbrio novamente quando a variação na renda for bastante pequena.

Quando se varia o investimento, não se varia somente a renda, mas também o consumo.

2) Conhecidas, para uma economia fechada e sem governo,

poupança: S = - 10 + 0,2Y ;

Investimento: I = 20 + 0,1Y

Calcule o nível de equilíbrio do produto e calcule a função consumo.

S = I

- 10 + 0,2Y = 20 + 0,1Y 0,1Y = 30 Y = 300

1 - c = 0,2 c = 0,8

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Page 27: Materia - Macroeconomia - 1 S13

MACROECONOMIA __________________________________________________________________________________________

C = C + cY C = 10 + 0,8Y

OFERTA E DEMANDA AGREGADA

DA = YP

DA’DA

Y , DA

Neste gráfico, com uma variação da DA sobre a oferta elástica, não ocorre variação de preços, mas somente do produto da economia (é uma visão keynesiana).

AO = IP

IDA’

DA

Y, DA

Neste caso, só ocorreu uma variação dos preços e não dos produtos. É uma visão neoclássica.

Para Keynes não existe pleno emprego. Keynes não separa produto de curto prazo e produto de longo prazo, pois o longo prazo é uma somatória de curtos prazos.

TEORIA KEYNESIANA

Y P

E’

DA’E

DA

Y, DA

Para Keynes, ao deslocar a demanda agregada, pode-se variar tanto os preços quanto o produto.

PY* Ylp

E’’’E’ E’’ Ycp

EDA’’

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Page 28: Materia - Macroeconomia - 1 S13

MACROECONOMIA __________________________________________________________________________________________

DA’

DA

Y, DA

Y* Produto de pleno emprego

Hiato de produto (Y) = Y* - Y

No ponto E o hiato de produto é positivo. No ponto E’ o hiato de produto é zero, pois temos pleno emprego.

No ponto E’’ o hiato é negativo, pois o produto está além do pleno emprego.

A tendência é que a economia caminhe para o ponto E’’’.

1) Explique e represente graficamente o investimento involuntário

O investimento involuntário é a variação não planejada nos estoques. É dado pela diferença entre Produção e Demanda Agregada (In = Y - DA). Assim, se Y > DA, tem-se um acréscimo nos estoques e o investimento involuntário é positivo; se DA > Y, ocorre uma redução nos estoques. Se DA = Y, a economia está em equilíbrio e não há variação nos estoques.

In > 0

DA

Y

2) Explique o esquema tridepartamental de Kalecki

Como o próprio nome diz, o esquema tridepartamental envolve 3 departamentos (D1, D2 e D3). No D1 tem-se consumo de bens de capital; no D2, tem-se os bens de consumo dos capitalistas e no D3 os bens de consumo dos trabalhadores. Dessa forma, o produto da economia é dado por Y = Bk + Bck + Bcw.

No D1, os gastos são compostos pelos investimentos I. No D2, os gastos são compostos pelo consumo dos capitalistas Ck e no D3 os gastos são compostos pelo consumo dos trabalhadores Cw. Assim, o produto pela ótica da demanda é dado por Y = I + Ck + Cw.

A renda do D1 é dada pelo lucro dos capitalistas do D1 mais os salários dos trabalhadores do D1 (P1 + W1), e assim sucessivamente para cada departamento, de forma que pela ótica da renda, o produto é dado por Y = P + W, onde P = P1 + P2 + P3, e W = W1 + W2 + W3.

O que é importante destacar é que os salários dos trabalhadores são integralmente gastos, ou seja Cw = W, ou seja, os consumidores gastam tudo o que ganham.

Dessa forma, tem-se que P = I + Ck, ou seja, os capitalistas ganham o que gastam.

Se os trabalhadores gastam todo o salário no D3, e a renda do D3 é P3 + W3, então W = P3 + W3, ou seja, o a renda do capitalista do D3 (P3) é a diferença entre o salário total da economia (W) e o salário do D3 (W3), que passa a representar uma despesa para o capitalista do D3, ou, em outras palavras, o lucro dos capitalistas do D3 (P3) equivale aos salários do D1 e D2 (W1 e W2).

3) O que determina os salários do sistema econômico (Kalecki)

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O que determina o salário é o investimento e o consumo dos capitalistas

Os capitalistas quando investem, determinam o salário do D1. Quando consomem, determinam o salário do D2. O que determina o salário do D3 é o consumo dos trabalhadores dos D1 e D2. Assim, diz-se que o D3 é dependente do sistema econômico, pois dependem do investimento e do consumo dos capitalistas.

4) Explique o papel do departamento 3

É dependente do sistema econômico, pelo que foi descrito acima.

5) Explique os multiplicadores kaleckianos (multiplicadores dos lucros e da renda)

6) Explique a importância dos parâmetros q e w nos multiplicadores kaleckianos

Uma variação do investimento causa uma variação nos lucros de valor igual aos investimentos menos os salários. Essa variação dos lucros determinará uma nova variação do consumo na proporção q, que determinará uma nova variação dos lucros....

O q, propensão marginal a consumir dos lucros, determina o multiplicador que determina a variação dos lucros em decorrência de uma variação no investimento.

Como o multiplicador dos lucros é uma espécie de “amplificador” (pois sempre maior que 1) do efeito da variação dos investimentos sobre os lucros, quanto maior a propensão marginal a consumir dos lucros, maior será a variação do lucro.

O w, participação dos salários na renda, determina o multiplicador da renda e é, por sua vez, um aplificador (pois é sempre maior que 1) do efeito que a variação dos lucros terá sobre a renda.

Portanto, o que é importante destacar é que o crescimento da renda parte de uma variação no investimento, que através da propensão marginal a consumir dos capitalistas irá resultar em uma variação amplificada dos lucros. Uma variação dos lucros representa também uma variação nos salários. Esta variação, através da participação dos salários na renda, irá resultar em uma variação amplificada da renda.

7) Explique as funções consumo e poupança e a interrelação existente entre consumo, poupança e investimento (economia fechada e sem governo) - Keynes

A função consumo para Keynes é dada pelo consumo autônomo da renda.

Quanto maior a propensão marginal a consumir, mais vertical será a curva de consumo.

A função poupança é complementar à função consumo. O que você não consome você poupa (c + s = 1). É dada pela expressão S = - C + (1 - c) Y.

Para Keynes, em equilíbrio, a DA = Y, sendo DA = C + I e Y = C + S, temos S = I.

Fazer o gráfico.

8) Descreva brevemente as teorias alternativas do consumo (são 3)

9) Explique a lei psicológica fundamental de Keynes

10) Explique o multiplicador keynesiano (bem ampla - estudar bastante)

Esquema prático do efeito multiplicado da variação do gasto autônomo (investimento) sobre a renda.

I DA DA Y C DA Y C DA

1) DA = C + I 2) DA = DA + cY

3) DA = Y

4) C = C + cY

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5) DA = C + I

Uma variação do investimento autônomo (fórmula 1) causa uma variação na demanda agregada autônoma na mesma proporção (fórmula 1).

essa variação da demanda agregada autônoma (fórmula 1) entra na fórmula 2 e altera a demanda agregada (fórmula 2).

a alteração da demanda agregada na fórmula 2 entra na fórmula 3 a altera a renda (fórmula 3). a alteração da renda na fórmula 3 entra na fórmula 4 e altera o consumo (fórmula 4), em uma proporção

menor, em vista da propensão marginal a consumir. a alteração do consumo na fórmula 4 entra na fórmula 5 e altera a demanda agregada (fórmula 5) a alteração da demanda agregada na fórmula 5 passa para a fórmula 3 e altera a renda a alteração da renda na fórmula 3 entra na fórmula 4 e altera o consumo. o ciclo se repete.

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