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    PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DO PARANCURSO DE ENGENHARIA CIVILDISCIPLINA DE MATERIAIS DE CONSTRUO

    A MADEIRA COMO MATERIAL DE CONSTRUO

    A madeira um material excepcional como material de construo alm de terqualidades muito grandes como matria prima para outros produtos industrializados, eque vem sendo utilizada desde os primrdios da civilizao.

    Diversas pesquisas tm sido desenvolvidas no sentido de tratar a madeira parasua utilizao em diversas etapas construtivas. As madeiras em seu estado natural tmcaractersticas prprias que podem ser alteradas com tecnologia moderna. Algumasdestas caractersticas mais importantes so:

    apresenta resistncia mecnica tanto esforos de trao corno compresso, alm de resistncia atrao naflexo tem resistncia mecnica elevada em relao ao seu peso prprio pequeno. tem resistncia choques e cargas dinmicas absorvendo impactos que dificilmente seriam com outro materiais. tem fcil trabalhabilidade permitindo ligaes simples boas caractersticas de absoro acstica. bom isolamento trmico custo reduzido e renovvel, desde que convenientemente preservada apresenta diversos padres de qualidade e estticos.

    Na medida em que tcnicas modernas foram sendo adotadas na tentativa demelhoria de suas qualidades, passou a ser mais utilizada visto que estes procedimentosmelhoram sua boas qualidades e eliminam ou minoram as inconvenientes que podemser:

    perda de propriedades e surgimento de tenses internas secundarias devido a problemas de secagem e umidade.Estes problemas so resolvidos com controle da umidade e da secagem com controle

    fcil deteriorao em ambientes agressivos que desenvolveram agentes predadores como fungos, cupins. mofo.etc.

    heterogeneidade e anisotropia naturais de sua constituio fibrosa. alem de suas dimenses limitadas. podendoestes inconvenientes serem resolvidos pela laminao, contraplacados e aglomerados.

    A madeira como material de construo depois do ao o material mais

    utilizado. Pode ser utilizada em diversas etapas desde as fundaes at osacabamentos, passando tanto pela estrutura como por material auxiliar. Pode ser usadatambm em diversos tipos de construo como em estradas de ferro, galerias, etc.

    Pode ser utilizada como combustvel, tendo entretanto um poder calrico baixo,sendo entretanto bastante utilizada para este fim.

    Alm disto serve como matria prima para papel, resinas, lcoois, plsticos,sendo o papel o seu principal sub-produto.

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    Origem e produo:

    A madeira, como material de construo produto do beneficiamento do troncode rvores, que chamaremos lenho. As caractersticas de anisotropia eheterogeneidade so decorrentes da sua origem. Suas caractersticas tambm sodecorrentes das diversas espcies existentes. A classificao :

    1. Endgenas: aquela em que o desenvolvimento do caule se d de dentro para fora

    como as palmeira e bambus. E pouco aproveitada como material de construo.2. Exgenas: aquela em que o crescimento do caule se d de fora para dentro, comadio de novas camadas em forma de anel, chamados anis anuais decrescimento. Estas rvores classificam-se em ginospermas e anginospermas.

    As ginospermas so rvores conferas e resinosas, tendo folhas em forma deagulha no fornecendo frutos. So madeiras de lenho mais mole e correspondem 35% das espcies conhecidas.

    As anginospermas so rvores frondosas conhecidas no Brasil como madeira de

    lei, sendo desta maneira conhecidas por serem abatidas na poca da colonizao, deacordo com a lei vigente. representam 65% das espcies conhecidas.

    As rvores so compostas de raiz, caule e copa. A raiz o apoio da rvore aosolo, tendo a finalidade de retirar do solo os sais minerais para seu desenvolvimento. Otronco alem de sustentar a copa conduz por capilaridade a seiva bruta da raiz s folhas,como a seiva elaborada das folhas para o lenho em crescimento. A copa desdobra-seem galhos e folhas, alem das flores e frutos. As folhas transformam a seiva bruta emelaborada.

    O lenho a parte da rvore que nos interessa como material de construo. Suaconstituio diversificada e suas partes so:

    Casca: a proteo do tronco alem de conduzira seiva elaborada nas folhas para otronco. A parte externa morta e denominada cortia, a parte interna por onde

    passa a seiva denominada floema. A parte externa pode ser renovada visto que elemento morto, no apresentando interesse como material de construo comexceo de alguns casos onde aproveitada como material de acabamento e

    termoacsticas. A parte interna da casca transporta a seiva das folhas ao caule.

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    Cmbio: E uma camada muito esbelta que se situa entre a casca e o lenho,constituda de tecido vivo sendo to importante quanto parte interna da casca. Seuseccionamento produz a morte da rvore, sendo esta uma maneira eficiente de

    permitir a seca da mesma em p. O estrangulamento do tronco com um arameimpossibilita seu desenvolvimento e conseqente morte. Estando em p a secagem natural evitando trancas e rachaduras comuns em espcies como o eucalipto. A

    partir do cmbio so gerados os anis anuais de crescimento que podem tercolorao diferenciadas, dependendo da poca do ano em que se encontram e dotipo de madeira. Apertados indicam rvores com alta resistncia, largos, com baixa

    resistncia, definindo-se a idade da rvore pelo nmero de anis encontrados.Problemas decorrentes de estiagens, pragas, etc., provocam defeitos que iro alteraras caractersticas fsicas e mecnicas da madeira.

    Lenho: o ncleo do tronco, sendo portanto a parte resistente da rvore. Destaparte retirada atravs de desdobro do material utilizado na construo civil. constitudo pelo alburno que a parte mais externa, e pelo cerne que a partecentral do tronco, sendo formado por clulas mortas ou esclerosadas. Este fatotorna-o mais resistente visto no existir nesta regio a seiva, e consequentementeno ser atrativo insetos e outros agentes de deteriorao. A utilizao do alburno

    e do cerne no deve ser diferenciada apesar desta diferena visto que alem decompor entre 25 e 50% do tronco o alburno a parte que melhor absorveconservantes.

    Medula: E o miolo central do tronco, sendo esta parte constituda de tecido frouxomuitas vezes j apodrecido. Sua presena em material serrado constitui umdefeito.

    A produo da madeira como material de construo inicia-se no corte da

    rvore, passando pela toragem, falquejamento, desdobro e beneficiamento.

    O corte deve ocorrer em pocas oportunas, sendo no Brasil aconselhvel oprocesso ser efetuado nos meses de inverno, ou sem R. Este fato importante nasecagem do tronco por ser a mesma mais lenta provocando menos rachaduras oufendas, alem de atrarem poucos insetos por estarem com pouca seiva elaborada.

    A toragem o processo de desgalhamento e corte em tamanhos de 5 6 metrosque facilitam o transporte. Tambm nesta etapa so falquejadas e descascadas. O

    processo de falquejamento o corte de costaneiras, ficando a seo aproximadamente

    quadrada o que impede o tombamento no transporte alem da economia de espao entre

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    troncos.

    O desdobro a etapa final para transformao em material de construo. So feitosde duas maneiras. O desdobro normal que produz peas inteiras de lado lado do tronco (fig.a). A outra o desdobro radial que corta o tronco na direo do seu dimetro evitando-seentretanto a medula ( fig b).

    O desdobro radial produz peas de melhor qualidade, tendo menor rachadurasdurante a secagem, menores empenamentos e defeitos provenientes daheterogeneidade. E inconveniente devido ao alto custo de produo, sendoaconselhvel somente em aplicaes especiais.

    A ltima etapa da produo da madeira o aparelhamento da pea oubeneficiamento da mesma. Aparelhamento a padronizao das medidas ao passo queo beneficiamento sua utilizao com acabamento aparente.

    PROPRIEDADES FSICAS DAS MADEIRAS

    Os diversos tipos de madeira existentes proporcionam que o seu uso sejaespecfico para cada tipo de aplicao. A escolha s pode ser acertada se forem

    conhecidos as propriedades fsicas e sua resistncia s solicitaes mecnicas.

    Este conhecimento somente ser possvel se os resultados mdios dos ensaiosque so executados forem conhecidos. Estes ensaios so realizados levando-se emconta tanto os fatore naturais como tecnolgicos decorrentes da realizao destesensaios. Os fatores naturais so:

    a espcie da madeiraj que cada uma delas tm as suas caractersticas, o queimpe um completo conhecimento de cada uma delas.

    massa especifica do material que um ndice de material resistente por

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    Fig a Fig b

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    unidade de volume. Por este valor j se pode determinar todos os demais

    parmetros da madeira localizao no lenho j que variaes na retirada do corpo de prova

    influenciam diretamente na resistncia da amostra presena de defeitosque podem provocar diversas alteraes na resistncia das

    peas. Dependem da distribuio, dimenses e localizao umidade que pode alterar profundamente as caractersticas do material. A

    propriedade hidrfila da madeira faz com que, dependendo de sua condio deuso, sejam completamente diferentes as suas propriedades. No estado seco aresistncia mecnica a maior possvel, ao passo que saturada apresenta a sua

    menor resistncia.

    Os fatores tecnolgicos so os decorrentes da forma de execuo dos ensaios.As dimenses dos corpos de prova, sua localizao no lenho, velocidade das cargasaplicadas podem alterar ou at falsear um ensaio.

    Os ensaios normalizados pela ABNT no MB-26/40, onde mostrado odesenvolvimento e cuidados do mtodo Monin, que trata desde a forma de extraodos corpos de prova, sua orientaes dentro do lenho, altura e posio do corpo de

    prova, cuidados com relao verificao de todas as partes do lenho, teor de umidadee forma do carregamento.

    Caractersticas Fsicas

    As caractersticas a serem analisadas so, a umidade, a retratibilidade, adensidade, a condutibilidade trmica, eltrica e fnica alem da resistncia ao fogo. ascaractersticas de cada material permitem a escolha do melhor material para a suamelhor aplicao. Existem materiais muito bons para determinadas aplicaes sendoincompatveis com outras. Este conhecimento permite a escolha ideal para cada

    projeto.

    Umidade - Aps a extrao da rvore, sua seiva permanece no material em trsestados: a gua de constituio, a de impregnao e a livre.

    A de constituio no pode ser eliminada nem na secagem, sendo portantoimpossvel a sua retirada. Quando a gua contm somente esta gua diz-se que amadeira est completamente seca. Par atingir esta condio basta a madeira serdeixada em estufa uma temperatura de 100 150oC.

    A gua de impregnao aparece entre as fibras e clulas lenhosas. Esta gua

    provoca um inchamento considervel na madeira, alterando todo o comportamento

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    fsico mecnico do material. Quando esta gua impregna todo a madeira sem

    escorrimento diz-se que a madeira atingiu o teor de umidade de saturao ao ar.Aps a madeira se encontrar neste estado qualquer outro incremento de

    umidade pouco importa na sua qualidade, pois est somente preenchendo vasoscapilares. Esta condio chamada de gua livre. Quando evaporada ao ar livre, aumidade estando no ponto de saturao do ar, ou seja sem esta gua livre, a umidadeesta em torno de 30%, sendo entretanto este valor muito varivel, principalmente comrelao ao tipo de material.

    Deixando-se o material exposto ao ar at a perda da gua de impregnao diz-seque a madeira est seca ao ar tendo uma umidade em tomo de 13 17%. Esta medida

    obtida atravs de pesagens sucessivas sem alteraes significativas do peso daamostra.A nomenclatura mais correta e comum para estes diversos estados e:

    madeira verde - umidade acima de 30% madeira semi seca - acima de 23% madeira comercialmente seca - entre 18 e 23% madeira seca ao ar - entre 13 e 18% madeira dessecada - entre O e 13% madeira seca - 0%Retratibilidade - a propriedade de variao volumtrica da madeira quando ocorrea variao de umidade entre o estado seco e a condio de saturada ao ar. Pode serinchamento ou contrao, denominado trabalho da madeira.

    A retratibilidade pode ser medida tanto na forma volumtrica como na linear. Avolumtrica medida com absoluta preciso em trs estgios de umidade; verde, secaao ar e seca em estufa. A linear a medio nas trs direes do corpo de prova nosmesmos estados de umidade que a medio volumtrica.

    Ensaios mostram que a retratibilidade axial pode ser desprezvel, que a

    tangencial o dobro da radial e que a volumtrica aproximadamente o somatrio dastrs.

    O comportamento diferenciado na retratibilidade pode afetar a qualidade dolenho, podendo aparecer, fissuras, rachas, fendas de secagem, etc. Trs cuidados

    podem ser adotados de modo a minorar este efeito:

    peas com teores de madeira compatveis com o ambiente a ser empregada

    desdobro e emprego adequados

    impregnao das peas com leos e resinas

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    A madeira quando for utilizada dever atender condies de uso. Alguns

    cuidados serem adotados so:

    Construes submersas ou contato com gua Madeiras saturadas com 30% de umidade

    Construes expostas como torres, postes, cimbramentos. Madeiras comercialmente secas com 18 23% de umidade

    Construes abertas como galpes e hangares Madeira seca ao ar com 13 18% de umidade

    Locais secos e fechados como telhados Madeiras secas ao ar

    Locais fechados e aquecidos Madeiras bem secas com 10 12% de umidade

    Locais com aquecimento artificial Madeira seca artificialmente

    Densidade: considerada em termos da massa especfica aparente, ou seja, peso porunidade de volume aparente, referida umidade na qual for determinada.

    Dh = Ph/Vh

    A Norma brasileira corrige a umidade para 15% de umidade, que umaumidade normal.

    A densidade pode ser entendido como o ndice de compacidade das fibras damadeira, mostrando uma maior ou menor quantidade de fibras por unidade de volumeaparente. Pode-se correlacionar diversos tipos de madeira conforme esta caracterstica.A densidade varia com a umidade e a posio no lenho.

    Condutibilidade eltrica: Quando bem seca excelente isolante eltrico ao passo quemida torna-se condutora. Varia com as espcies

    Condutibilidade trmica: mau condutor independente da espcie

    Condutibilidade sonora: No bom isolante acstico porm quando usado emtratamento acstico funciona bastante bem por terem boa capacidade de absoro dossons.

    Resistncia ao fogo: Os estudos de capacidade de resistncia ao fogo devem ser feitoscom temperaturas em torno de 8500C, que a temperatura em incndios. Deste modo a

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    madeira no pode resistir de maneira alguma nestas condies. O comportamento da

    madeira deve ser estudado na forma preventiva, sendo a propagao um efeito quaseque natural.

    Em seu estado natural a madeira inicia a combusto em torno de 275uC, desdeque haja oxignio para a combusto. A combusto superficial forma uma capa demadeira calcinada que impede a passagem do ar dificultando a queima. Esta capa temaproximadamente 10 mm de espessura, e se a temperatura permanecer constante aqueima cessa. Peas com menos de 25 mm no devem ser usadas porque no formama capa de proteo, destruindo-se rapidamente.

    Em incndios de grande temperatura, com mais de 8500C,peas de madeira norompem imediatamente devido este fator, permanecendo portanto com algumaresistncia. Uma pea de ao em temperaturas prximas de 3000C j esto em processode escoamento.

    Em coberturas de incndio este fatores podem ser levados em considerao.Peas com menos de 10 mm tem alto risco de combusto, com 25mm tm fator derisco menor e com mais de 50mm podem ter menos risco que estruturas metlicas.

    O aumento de sua resistncia combusto pode ser obtido com produtosignfugos ou retardadores de combusto.

    PROPRIEDADES MECNICAS DAS MADEIRAS

    So as caractersticas de resistncia da madeira diversos tipos de esforos que esto sujeitas as estruturas. Numa primeira classificao poderamos ter ascaractersticas principais e secundrias. esta classificao devido s propriedades

    anisotrpicas do material

    As caractersticas principais so a resistncia aos esforos no sentido axial, ouno sentido das fibras. Compresso, trao, flexo esttica e dinmica. Ascaractersticas secundrias so as que ocorrem perpendicularmente s fibras.Compresso e trao normal s fibras, toro, cisalhamento e fendilhamento.

    Todas as caractersticas esto diretamente ligadas s propriedades anisotrpicas, absoro de umidade e densidade de fibras, sendo que quanto maior for esta

    quantidade maior ser a resistncia da pea.

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    Compresso em peas curtas

    Corpos de prova retirados de toda a seo transversal do lenho de acordo com oMB 26 da NBR 6230, com tamanho de 2x2x3 cm, de lugares pr determinados eisentos de defeitos, tomando-se o cuidado de carrega-los na direo paralela s fibras.Os corpos de prova so ensaiados em prensas at o rompimento, sendo esta a tenso delimite de ruptura.

    De uma tora so retirados 80 corpos de prova sendo 40 em estado verde e 40

    secos ao ar. A srie verde que est a favor da segurana fornece valores mdios quesero utilizados no dimensionamento de peas estruturais. A srie seca ao ar depois decorrigida para a umidade de 15% serve como resultado comparativo com outrasespcies lenhosas.

    O teor de umidade tem fator preponderante na qualidade da resistncia damadeira. Quando verde tem resistncia quase constante, aumentando a medida que vaisecando. Quando seca em estufa chega sua resistncia mxima.

    A massa especfica tambm influi significativamente na capacidade de

    resistncia compresso, sendo que quanto maior a massa maior a resistncia.

    Os defeitos que possam existir em partes do lenho proporcionam uma reduo nacapacidade resistente, que sero levados em considerao nos clculos de coeficientede segurana para determinao das tenses admissveis e so da ordem de 75%.

    Elasticidade na compresso: Na compresso simples a madeira comporta-se comomaterial elstico sob tenses de at % da tenso limite de resistncia. At este estgioas tenses so proporcionais s deformaes, conforme seu mdulo de elasticidade. A

    determinao deste mdulo normalizado pela MB 26 sendo o mdulo de elasticidadecalculado conforme a equao

    E = p/ p(kglcm2)Compresso em peas longas - Flambagem: Na compresso em peas longas com

    possibilidade de flambagem os corpos de prova so de 2 x 2 x varivel, retirados emdiversos locais da tora, sendo os ensaios executados com prensas, devendo os corposserem apoiados de modo a refletirem um apoio livre. A variao da altura dos corpos

    de prova servem para mudar o ndice de esbeltezda pea, sendo

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    =lfl/i ndice de esbeltezi = SI / raio de girao onde I = momento de inrcia e S = rea

    Para cada valor do ndice de esbeltez determina-se por rompimento a tensocritica de flambagem, dada por:

    fl = Pcrit / 5

    obtendo-se uma curva experimental com compresso simples para X < 40, flambagem para 40 80. No trecho elstico a curva seadapta curva de Euler descrita pela equao;

    fl = 2E/ 2

    O limite de aplicao desta frmula dada pela tenso no limite de proporcionalidade que pode ser adotada como igual 2/3 da tenso limite deresistncia compresso de peas curtas.

    fl =(2/3). p = 2E/ 20

    que pode produzir a expresso:

    ( ) ( ) 200/.3/2

    c

    que origina uma expresso diferenciada para a frmula de Euler

    fl =(2/3). c . ( 0/ )2

    vlida para o trecho elstico da flambagem em pilares de madeira.No trecho com flambagem inelstica no vlida a formula de Euler, sendo

    utilizada uma frmula emprica adotada pela NB 11, que expressa por

    [ ])40/()40).(3/1(1 0 cfl

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    O trecho com ndice de esbeltez menor do que 40 o trecho onde no aparece

    flambagem, ou seja peas curtas.

    Resistncia trao axial

    Por ser um material fibroso este o tipo de esforo que melhor se distribui namadeira. Praticamente no ocorre ruptura do material por trao, pois nas ligaes, adiminuio das sees transversais devido introduo dos conectores provoca comque o rompimento ocorra exatamente nestes pontos. De forma inversa do que ocorre

    nas peas comprimidas a trao provoca a aproximao das fibras, o que proporcionauma resistncia bastante maior que a verificada compresso, algo em torno de 2,5vezes maior.

    os corpos de prova normalmente so compridos com uma adaptao parapresilhas que proporcionaram a trao.

    Resistncia flexo esttica

    Os ensaios so realizados em corpos de prova de 2 x 2 x 30 cm em nmero de80 ensaios retirados estes corpos de diversos pontos do lenho. Os ensaios so feitos emsries verdes e secas ao ar. Os corpos so carregados 110 centro at a ruptura, estandoos corpos apoiados em suas extremidades. Os ensaios so feitos de modo que os

    corpos de prova no rompam em menos de dois minutos. So medidas a flecha e acarga de ruptura. A tenso calculada pela expresso

    2

    .2/13 hbPf = (kgf7cm2)

    que uma expresso vlida para corpos elsticos, homogneos e istropos. Como amadeira anistropa sendo a resistncia trao 2,5 vezes maior que a de compresso, necessrio cuidado na flexo elstica visto que estes esforos aparecem associadosnesta situao. A parte superior do corpo de prova est

    comprimida ao passo que a inferior est tracionada. Caso a carga ultrapasse o limite de

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    compresso a linha neutra desloca-se para baixo. Este fator aumenta em peas de

    grande altura fazendo com que a pea se rompa por ruptura das fibras tracionadas comcargas elevadas de ruptura.

    A vantagem da adoo do critrio dos materiais istropos e lineares da NormaBrasileira leva a resultados mais conservadores com menores valores de tenso limite,

    portanto a favor da segurana.

    ndice de Rigidez

    A tenso limite de resistncia na ruptura no leva em considerao adeformao das peas com relao flexo esttica. E necessrio que se determine indice de rigidez das diversas espcies de madeira. Este ndice calculado atravs darelao entre o vo e a flecha no instante da ruptura.

    Em ensaios com madeira seca ao ar este ndice pode ser analisado da seguintemaneira

    entre 40 e 50 madeira rgida

    L/f entre 30 e 40 madeira pouco rgidaentre 20 e 30 madeira flexvel

    As madeiras pouco rgidas rompem sem grandes deformaes o que podeocasionar acidentes graves. As madeiras flexveis no podem ser utilizadas comoestruturais devido deformao exagerada.

    Resistncia compresso normal s fibras

    Submetida a este tipo de esforo, logo aps um pequeno estgio elstico, amadeira comea a deformar-se indefinidamente sob cargas crescentes. Esta resistnciadepende fundamentalmente da extenso da rea de aplicao da carga, sendo maior aresistncia quanto maior for a rea livre de carregamento em reas adjacentes a estecarregamento.

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    80 kg/cm2

    10% de deformaoSentido das fibras

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    Nas figuras indicadas se o carregamento for perpendicular as fibras, nummaterial que na primeira hiptese resista a 80 kWcm2 na terceira situao resistir metade, estando as deformaes tambm indicadas nas figuras.

    Resistncia trao normal s fibras

    Nesta situao as fibras so afastadas provocando o rasgamento do material esua conseqente destruio. Esta resistncia deve ser portanto ser muito analisadasendo aconselhvel no se utilizar peas de madeira sob este tipo de esforo. No casode ser necessrio a utilizao de estribos ou peas metlicas que impeam estadestruio interessante.

    Coeficientes de segurana

    A fixao de coeficientes de segurana ajustados a cada tipo de esforoestrutural permitem a reduo das tenses admissveis dos diversos tipos de madeira.Os fatores analisados so os seguintes:

    1. Perda de resistncia por defeitos,que obtido a partir dos resultados dos ensaiosdas peas isentas de defeito comparados com aqueles com defeitos. A reduo de3/4 este coeficiente.

    2. Durao das cargas, que no caso das cargas permanentes devem ser mantidasabaixo de limite de proporcionalidade. Abaixo deste limite o material no sofre

    influencia. Os coeficientes de segurana a serem adotados so de % para acompresso simples e de 9/16 para a flexo esttica.3. Variabilidade de resultados,que podem ocorrer nos ensaios mecnicos dos corpos

    de prova. A disperso dos resultados chega ordem de 25%, isto devido aheterogeneidade da madeira. O fator de reduo portanto 3/4.

    4. Possibilidade de sobrecargas que neste caso o coeficiente de segurana,correspondendo incerteza na previso de cargas acidentais que possam ocorrerna estrutura. Este coeficiente normalmente 2/3.

    Sendo uma pea de pinho ensaiado em laboratrio que tenha resistncia

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    40kg/cm2

    20% de deformao

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    compresso de 242 kg/cm2 e de flexo de 437 kg/cm2 de tenso admissvel como segue

    c = 3/4 x 3/4 x 3/4 x 2/3 x 242 = 70 kf/cm2

    f= 3/4x9/16x3/4x2/3 x437 = l00kg/cm2

    apresentado ter valores

    Preservao da madeira

    A durabilidade das peas de madeira esta diretamente ligada preservao de

    suas caractersticas. Diversos fatores alteram estas condies, tais como fungos,insetos que atacam o tecido lenhoso. A resistncia estes agentes depende daqualidade da madeira, localizao dentro do lenho, presena de tanino, assim como defatores externos como umidade, temperatura, arejamento, etc. Estes fatores podem sercombatidos atravs de produtos preservantes que iro provocar vida til mais longa aomaterial.

    A madeira como material orgnico atacada por organismos vivossobrevivendo atravs dela. estes ataques provocam o apodrecimento.

    Os principais processos de preservao podem ser classificados em

    1. processo de impregnao superficial2. processo de impregnao por presso reduzida3. processo de impregnao por presso elevada

    Independentemente do processo de preservao ser utilizado, o primeiro fator ser adotado a secagem do produto, sendo necessrio o descascamento do tronco, aretirada da seiva, trabalho das peas como bitolagem, furao, etc.

    Alem de melhorar a qualidade do material, a secagem este facilita aimpregnao dos preservantes. Alem disso a secagem em estufa possibilita a

    esterilizao das peas eliminando parasitas e germes que ocasionam oapodrecimento.

    A retirada da casca provoca a eliminao de um local onde os fungos e insetoslocalizam-se preferencialmente.

    A desseivagem uma prtica muito antiga e importante no beneficiamento damadeira. Uma maneira eficiente o transporte atravs do transporte em rio, onde aseiva substituda por gua, atravs da capilaridade e osmose. este processo facilita a

    posterior secagem visto que mais fcil retirar a gua que a seiva.

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    Processo de impregnao artificial

    So processos de pinturas superficiais, ou por imerso das peas empreservantes. Este procedimento econmico sendo recomendvel somente em peasno expostas. Tanto na imerso como na pintura a impregnao dificilmente sersuperior 2 ou 3mm, sendo suficiente para tratamento contra inseto e pequenas trincase fendas.

    Processo de impregnao sob presso reduzida

    Processo de impregnao por presses naturais, conseguindo-se penetrao em

    todo o alburno. pode ser efetuado de duas maneiras.

    a) Processo de dois banhos, um quente e outro frio. Em um recipiente colocado oimpregnaste aquecido temperatura de ebulio da gua, sendo as peas introduzidasneste lquido, ali ficando por quatro horas. Aps este perodo as peas so retiradas ecolocadas imediatamente no mesmo lquido, sendo entretanto frio por um perodo de30 minutos. A expulso do ar aquecido provoca fora a entrada do impregnante atravsda presso atmosfrica sobre o vcuo relativo. E um processo bastante efetivorecomendado para topo de postes, moures de cerca tanto na parte enterrada como nasuperior.

    b) Processo de substituio da seiva sendo possvel somente em peas verdes sendoportanto um processo lento. As peas de madeira so imersas no imunizante havendo atroca da seiva por capilaridade e osmose. Uma pea de 15 cm de dimetro por 3metros de comprimento demora no vero aproximadamente 60 dias para estarimunizada.

    Processo de impregnao em autoclaves

    So os mais eficientes, normalmente indicado para peas que estaro sujeitas adiversos tipos de predadores. Existem dois processos clssicos:

    a) De clulas cheias, sendo as peas carregadas em autoclaves, sob vcuo de 70 cm demercrio por duas horas. Com este processo retirado o ar e a gua do tecido lenhoso.Em seguida o madeira exposto a ~ banho do preservante sob presso de 10 atm,durante trs horas, sob uma temperatura entre 90 e 1000C. Finalmente o material submetido vcuo de 30 cm de mercrio, por 30 minutos, a fim de retirar o excesso de

    preservante.

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    b) de clulas vazias, sendo as peas submetidas a uma presso inicial de 3 atm, a seco,

    por noventa minutos. Aps este perodo aplicado um banho presso de 10 atm, sobtemperatura de 90 1000C pelo tempo de trs horas. Um novo vcuo aplicado queretira todo preservante contido no material, pela expulso do ar sob pressoinicialmente inserido.

    Os principais produtos preservantes so sempre txicos, fungicidas, inseticidasou antimoluscos, diludos em leo ou gua. Devem apresentar as seguintecaractersticas:

    alta toxidez organismos xilfagos

    alto grau de reteno ao tecido lenhoso alta difusibilidade atravs do tecido lenhoso estabilidade incorrosivel para metais e para a prpria madeira segurana aos operadores.

    Madeira transformada

    A madeira como j foi visto um material heterogneo e anistropo. Osprocessos de transformao da madeira procuram alterar estas caractersticas tornando

    o material mais homogneo.A madeira laminada o corte da madeira em tbuas que so coladas com colas

    especiais, diminuindo a ocorrncia de defeitos nas peas. medida que as tbuas vosendo cortada mais finas, tornando-se lminas, estas peas podem ser coladasortogonalmente sendo chamadas ento de madeira compensada ou contraplacados.

    A madeira quando destruda como resduos de madeira cortada ou serrada,podem ser reconstitudas com resinas e colas especais, sob presso so chamadas deaglomerados.

    Finalmente as madeiras reconstitudas que so aquelas oriundas de uma

    fragmentao mecnica, onde o tecido reduzida polpa dispersa, passando depoispor uma reaglomerao sob presso, utilizando-se de resinas e colas, da origem a ummaterial onde as fibras no tem direo principal. Este material que tem a mesmatextura da madeira pode ser submetido a diversas alteraes com aplicao de produtoscomo os plsticos de madeira, do tipo baquelite, plsticos de papel, que so papeis dealta resistncia associados como os contraplacados, atravs de uma resina resistente,resistindo foras de trao da ordem de 2500 kg/cm 2.. As ligas lignocelulsicassupercompactadas, que so fibras reagrupadas pela lignina, densificadas por alta

    presso, denominadas benatite, que usada para estampar metais. As ligas de madeira

    que so o preenchimento dos espaos vazios do tecido com resinas compatveis e

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    constitudas de pequenas molculas de alta penetrao, como as resinas fenlicas. As

    qualidades da madeira ficam preservadas alem de serem acrescidas das qualidadesnecessrias s tcnicas modernas. Este material quando aquecido se transforma em

    baquelite no interior da clula, formando um componente permanente chamadocompreg, sendo inteiramente impermevel, com grande resistncia e dureza, comdensidade 1,4 kg/dm3.

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