MATERIAL E MÉTODOS INTRODUÇÃO CONCLUSÕES RESULTADOS E DISCUSSÃO O leucograma varia com a...

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MATERIAL E MÉTODOS MATERIAL E MÉTODOS INTRODUÇÃO CONCLUSÕES RESULTADOS E DISCUSSÃO O leucograma varia com a intensidade e duração do exercício, podendo haver aumentos de 10 a 30%, bem como pode variar com o grau de estresse a que o equino é submetido. Durante o repouso, a contagem de leucócitos circulantes é baixa, estando aproximadamente 50% dos neutrófilos sequestrados pelo baço e pelos capilares periféricos. Este estudo foi realizado no Laboratório de Avaliação do Desempenho de Eqüinos, na Escola de Equitação do Exército, Rio de Janeiro, com o objetivo de avaliar o leucograma de equinos de Concurso Completo de Equitação, utilizando testes em esteira de alta velocidade, na fase inicial e final do treinamento. Foram utilizados 16 equinos, mestiços das raças Hanoveriano, Puro Sangue Inglês e Brasileiro de Hipismo, na faixa etária de 5 a 17 anos, machos castrados e fêmeas, com peso corporal entre 420 e 541 kg, utilizados na disciplina de CCE do Curso de Instrutor de Equitação. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema de parcelas sub sub-divididas. As parcelas foram constituídas por quatro grupos experimentais (n=4), utilizando como fontes de variação a idade e o histórico anterior de treinamento em CCE. O Grupo I (Novos iniciantes) formado por equinos entre 5 a 7 anos de idade sem experiência anterior na disciplina CCE; Grupo II (Adultos iniciantes) formado por equinos entre 12 e 17 anos sem experiência anterior na disciplina CCE; Grupo III (Novos experientes) formado por equinos entre 5 e 8 anos que participaram de programas de treinamento de CCE nos anos anteriores; Grupo IV (Competidores) formado por equinos entre 8 a 10 anos competidores na modalidade CCE nos anos anteriores. As sub-parcelas foram constituídas pelos testes em esteira de alta velocidade: fase inicial do treinamento (teste I) e fase final do treinamento (teste II). As sub sub- parcelas foram constituídas pelos tempos de avaliação e coletas em cada teste. A esteira foi utilizada com a inclinação de quatro graus, seguindo o protocolo: 3min aquecimento a passo na velocidade de 1,7 m/s e 5min ao trote na velocidade de 4,0 m/s, 5min em galope progressivo, quando a velocidade foi aumentada em 1 m/s a cada minuto, nas velocidades de 6, 7, 8, 9 e 10 m/s e 15 minutos de recuperação a passo na velocidade de 1,7 m/s. Finalizado o teste, foi realizado um período adicional de recuperação de 15 minutos, sendo o animal conduzido ao passo na guia. Nos dias dos testes, foi realizada coleta sanguínea às 04:00 horas (coleta basal), 60 e 120 minutos após os testes. Durante os testes as coletas sanguíneas foram feitas nos 15 segundos finais de cada minuto de galope e aos 15 e 30 minutos do período de recuperação. A contagem de leucócitos totais, granulócitos, monócitos e linfócitos foram determinadas utilizando contator automático de células ABC-VET (Tabela 1). Na comparação dos resultados na fase inicial e final do treinamento, foram utilizados os valores obtidos com os animais em repouso, nos galopes de 6, 7 e 8 m/s e durante o período de recuperação. Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. Tabela 1. Contagem de leucócitos totais, granulócitos, monócitos e linfócitos dos equinos durante fase inicial (teste I) e final do treinamento (teste II), com seus respectivos coeficientes de variação (CV) (n=16). Leucometria de Equinos de Concurso Completo de Equitação em Teste em Esteira de Alta Velocidade Louisianne Soraia Drumond Alves 1 , Juliano Martins Santiago 1 , Fernando Queiroz de Almeida 1 XI Conferência Anual da ABRAVEQ – São Paulo - 2010 Médias nas colunas, seguidas por letras maiúsculas iguais, não diferem entre os testes pelo Scott-Knott (p>0,05). Médias nas linhas, seguidas por letras minúsculas iguais, não diferem entre os tempos pelo Scott-Knott (p>0,05). O exercício máximo provoca liberação de leucócitos seqüestrados pelo baço e provenientes do pool marginal. Desta forma, durante exercícios de alta intensidade a contração esplênica e a mobilização dos linfócitos marginais levam ao aumento nos valores do leucograma, não sendo este parâmetro influenciado pelo treinamento. Escola de Equitação do Escola de Equitação do Exército Exército Não houve diferença (p>0,05) na contagem de leucócitos totais, granulócitos, monócitos e linfócitos entre os eqüinos dos grupos experimentais. Não foram observados alterações na contagem de monócitos e linfócitos após o treinamento. Aumentos na contagem de leucócitos totais, granúlocitos, monócitos e linfócitos foram observados durante galope progressivo no teste na esteira, seguido de redução gradual no período de recuperação em ambos os testes. Coleta de sangue – Teste em esteira de alta velocidade Teste Basal 6 m/s 7 m/s 8 m/s 15min 30min 60min 120min CV (%) Leucócitos totais (10³/mm³) I 7,71 Bh 10,34 Ab 10,38 Aa 10,28 Ac 9,16 Bd 8,71 Ae 8,16 Ag 8,44 Bf 6,9 II 8,48 Ah 10,48 Ab 10,41 Aa 10,43 Ac 9,62 Ad 8,98 Ae 8,29 Ag 9,81 Af Granulócitos (10³/mm³) I 5,04 Ah 6,78 Aa 6,76 Ab 6,65 Ac 5,76 Ae 5,38 Ag 5,46 Af 6,12 Bd 9,4 II 5,76 Ah 6,74 Aa 6,67 Ab 6,58 Ac 5,83 Ae 5,36 Ag 5,44 Af 7,49 Ad Monócitos (10³/mm³) I 0,4 Ac 0,6 Aa 0,6 Ab 0,6 Ab 0,6 Ab 0,5 Ab 0,5 Ac 0,5 Ac 38,6 II 0,4 Ac 0,5 Aa 0,5 Ab 0,5 Ab 0,5 Ab 0,5 Ab 0,4 Ac 0,4 Ac Linfócitos (10³/mm³) I 2,20 Ab 2,95 Aa 3,10 Aa 3,25 Aa 3,05 Aa 2,90 A a 2,30 Ab 1,75 Ac 14,4 II 2,40 Ab 3,25 Aa 3,35 Aa 3,40 Aa 3,45 Aa 3,10 A a 2,50 Ab 2,05 Ac Durante o galope de 8m/s foi observado aumento de 28,4% na contagem de leucócitos totais em relação aos valores de repouso tanto antes quanto após o treinamento. Laboratório de Avaliação do Desempenho de Equinos - LADEq ¹ Instituto de Veterinária - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro ²Professor Associado – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Bolsista Pesquisador CNPq

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MATERIAL E MÉTODOSMATERIAL E MÉTODOS

INTRODUÇÃO

CONCLUSÕESRESULTADOS E DISCUSSÃO

O leucograma varia com a intensidade e duração do exercício, podendo haver aumentos de 10 a 30%, bem como pode variar com o grau de estresse a que o equino é submetido. Durante o repouso, a contagem de leucócitos circulantes é baixa, estando aproximadamente 50% dos neutrófilos sequestrados pelo baço e pelos capilares periféricos. Este estudo foi realizado no Laboratório de Avaliação do Desempenho de Eqüinos, na Escola de Equitação do Exército, Rio de Janeiro, com o objetivo de avaliar o leucograma de equinos de Concurso Completo de Equitação, utilizando testes em esteira de alta velocidade, na fase inicial e final do treinamento.

Foram utilizados 16 equinos, mestiços das raças Hanoveriano, Puro Sangue Inglês e Brasileiro de Hipismo, na faixa etária de 5 a 17 anos, machos castrados e fêmeas, com peso corporal entre 420 e 541 kg, utilizados na disciplina de CCE do Curso de Instrutor de Equitação. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema de parcelas sub sub-divididas. As parcelas foram constituídas por quatro grupos experimentais (n=4), utilizando como fontes de variação a idade e o histórico anterior de treinamento em CCE. O Grupo I (Novos iniciantes) formado por equinos entre 5 a 7 anos de idade sem experiência anterior na disciplina CCE; Grupo II (Adultos iniciantes) formado por equinos entre 12 e 17 anos sem experiência anterior na disciplina CCE; Grupo III (Novos experientes) formado por equinos entre 5 e 8 anos que participaram de programas de treinamento de CCE nos anos anteriores; Grupo IV (Competidores) formado por equinos entre 8 a 10 anos competidores na modalidade CCE nos anos anteriores. As sub-parcelas foram constituídas pelos testes em esteira de alta velocidade: fase inicial do treinamento (teste I) e fase final do treinamento (teste II). As sub sub-parcelas foram constituídas pelos tempos de avaliação e coletas em cada teste. A esteira foi utilizada com a inclinação de quatro graus, seguindo o protocolo: 3min aquecimento a passo na velocidade de 1,7 m/s e 5min ao trote na velocidade de 4,0 m/s, 5min em galope progressivo, quando a velocidade foi aumentada em 1 m/s a cada minuto, nas velocidades de 6, 7, 8, 9 e 10 m/s e 15 minutos de recuperação a passo na velocidade de 1,7 m/s. Finalizado o teste, foi realizado um período adicional de recuperação de 15 minutos, sendo o animal conduzido ao passo na guia. Nos dias dos testes, foi realizada coleta sanguínea às 04:00 horas (coleta basal), 60 e 120 minutos após os testes. Durante os testes as coletas sanguíneas foram feitas nos 15 segundos finais de cada minuto de galope e aos 15 e 30 minutos do período de recuperação. A contagem de leucócitos totais, granulócitos, monócitos e linfócitos foram determinadas utilizando contator automático de células ABC-VET (Tabela 1). Na comparação dos resultados na fase inicial e final do treinamento, foram utilizados os valores obtidos com os animais em repouso, nos galopes de 6, 7 e 8 m/s e durante o período de recuperação. Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade.

Tabela 1. Contagem de leucócitos totais, granulócitos, monócitos e linfócitos dos equinos durante fase inicial (teste I) e final do treinamento (teste II), com seus respectivos coeficientes de variação (CV) (n=16).

Leucometria de Equinos de Concurso Completo de Equitação em Teste em Esteira de Alta Velocidade

Louisianne Soraia Drumond Alves1, Juliano Martins Santiago1, Fernando Queiroz de Almeida1

XI Conferência Anual da ABRAVEQ – São Paulo - 2010

Médias nas colunas, seguidas por letras maiúsculas iguais, não diferem entre os testes pelo Scott-Knott (p>0,05). Médias nas linhas, seguidas por letras minúsculas iguais, não diferem entre os tempos pelo Scott-Knott (p>0,05).

O exercício máximo provoca liberação de leucócitos seqüestrados pelo baço e provenientes do pool marginal. Desta forma, durante exercícios de alta intensidade a contração esplênica e a mobilização dos linfócitos marginais levam ao aumento nos valores do leucograma, não sendo este parâmetro influenciado pelo treinamento.

Escola de Equitação do Escola de Equitação do ExércitoExército

Não houve diferença (p>0,05) na contagem de leucócitos totais, granulócitos, monócitos e linfócitos entre os eqüinos dos grupos experimentais. Não foram observados alterações na contagem de monócitos e linfócitos após o treinamento. Aumentos na contagem de leucócitos totais, granúlocitos, monócitos e linfócitos foram observados durante galope progressivo no teste na esteira, seguido de redução gradual no período de recuperação em ambos os testes.

Coleta de sangue – Teste em esteira de alta velocidade

Teste Basal 6 m/s 7 m/s 8 m/s 15min 30min 60min 120min CV (%)

Leucócitos totais (10³/mm³)

I 7,71Bh 10,34Ab 10,38Aa 10,28Ac 9,16Bd 8,71Ae 8,16Ag 8,44Bf

6,9

II 8,48Ah 10,48Ab 10,41Aa 10,43Ac 9,62Ad 8,98Ae 8,29Ag 9,81Af

Granulócitos (10³/mm³)

I 5,04Ah 6,78Aa 6,76Ab 6,65Ac 5,76Ae 5,38Ag 5,46Af 6,12Bd

9,4II 5,76Ah 6,74Aa 6,67Ab 6,58Ac 5,83Ae 5,36Ag 5,44Af 7,49Ad

Monócitos (10³/mm³)

I 0,4Ac 0,6Aa 0,6Ab 0,6Ab 0,6Ab 0,5Ab 0,5Ac 0,5Ac

38,6II 0,4Ac 0,5Aa 0,5Ab 0,5Ab 0,5Ab 0,5Ab 0,4Ac 0,4Ac

Linfócitos (10³/mm³)

I 2,20Ab 2,95Aa 3,10Aa 3,25Aa 3,05Aa 2,90Aa 2,30Ab 1,75Ac

14,4II 2,40Ab 3,25Aa 3,35Aa 3,40Aa 3,45Aa 3,10Aa 2,50Ab 2,05Ac

Durante o galope de 8m/s foi observado aumento de 28,4% na contagem de leucócitos totais em relação aos valores de repouso tanto antes quanto após o treinamento.

Laboratório de Avaliação do Desempenho de Equinos - LADEq

¹ Instituto de Veterinária - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro²Professor Associado – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Bolsista Pesquisador CNPq