Maturação e Data de Colheita

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Maturação e Data de Colheita Curso de Tecnologia Pós-Colheita e Processamento Mínimo de Produtos Hortofrutícolas Instituto Superior de Agronomia Lisboa 3 a 5 de Dezembro de 2007 Domingos Almeida

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Maturação e Data de Colheita

Curso de Tecnologia Pós-Colheita e Processamento Mínimo de Produtos Hortofrutícolas

Instituto Superior de AgronomiaLisboa • 3 a 5 de Dezembro de 2007

Domingos Almeida

Conteúdo programático

•Desenvolvimento dos órgãos vegetais e respectiva terminologia•Crescimento•Desenvolvimento•Maturação•Amadurecimento•Senescência

• Cinética do crescimento•Curvas de crescimento•Funções e suas derivadas

•Actividade receptora e consequências da colheita•Órgãos imaturos e órgãos maturos•Consequências da colheita

• Índices de maturação: o que são e para que servem

Estruturas MorfológicasFrutos

(Kays, 1997)

Estruturas MorfológicasHortaliças

(Kays, 1997)

Crescimento

Maturidade Fisiológica

Amadurecimento

Senescência

DesenvolvimentoIníc

io

Mor

te

MaturaçãoMaturação

(Watada et al., 1984)

Maturação Comercial

Caules e Folhas

Frutos em desenvolvimento

Raízes, bolbos e tubérculos

DesenvolvimentoIníc

io

Mor

te

Inflorescências

Rebentos

Espargo, aipo, alface, couves

Alacachofra, brócolos, couve-flor

Pepino, feijão-verde, milho-doce

Frutos desenvolvidos

Maçã, pêra, tomate

Cenoura, cebola, batata

Sementes

Feijão seco

TransplantesFolhagem de corte, Plantas em vaso Plantas flor vaso Flores de corte Sementes

(Watada et al., 1984)

Cinética do crescimento dos órgãos vegetais

Tempo

Pes

o

Tempo

Der

ivad

a

Tempo

Seg

unda

der

ivad

a

Cinética do crescimento dos órgãos vegetais

ktemm 0=

Tempo

Pes

o

Tempo

Der

ivad

a

Tempo

Seg

unda

der

ivad

a

ktm =ktemm 0= ( )ktbeam −−= 1

IExponencial

IILinear

IIIMonomolecular

Crescimento e respiração

ktemm 0=

Tempo

Pes

o

ktm =ktemm 0= ( )ktbeam −−= 1

IExponencial

IILinear

IIIMonomolecular

Res

pira

ção

0

50

100

150

200

250

300

0 10 20 30 40 50 60 70

Taxa de respiração (mg.kg-1.h-1)

Long

evid

ade

pós-

colh

eita

(di

as)

a

Cebola

AlhoBatata

Cenoura

Maçã/Pêra

Kiwi

Pimento

Pêssego

MeloaBanana

Manga

Espargo MorangoCogumelo

Respiração e perecibilidade

Consequências da colheita

• Ferimentos (danos mecânicos)•Absorção de água e nutrientes•Perda de turgescência

• Fotossíntese•Respiração•Alteração da atmosfera interna•Concentração O2 e CO2•Produção de calor

• Temperatura•Orientação geotrópica•Produtos continuam vivos, metabolicamenteactivos, mas com metabolismo alterado• Senescência

Temperatura

Perda água

Patogénios

Senescência

Atmosfera

Ferida

RespiraçãoEtileno

Capacidade receptora e consequências da colheita

• Capacidade receptora (sink strength)

•Actividade metabólica após a colheita•Órgãos imaturos•Resposta à fome

•Órgãos maturos•Frutos climactéricos: Ontogenia•Outros órgãos

Alterações metabólicas após a colheitaÓrgãos imaturos

•Rápida deplecção da sacarose•Acumulação de mRNA da asparaginasintetase•Acumulação de aminoácidos livres (asparagina)•Acumulação de amónia•Degradação de proteína e lípidos

•PAL induzida por etileno

Asparagina e asparagina sintetase (EC 6.3.5.4)

•Asparagina•Aminoácido de transporte de N

• Síntese

• Expressão induzida por:•Escuridão

• Expressão reprimida por:•Sacarose

PPiAMPAsnGluATPAspGlnsintetase Asparagina

+++ →++

Desenvolvimento da Competência para Amadurecer

mRNA Relacionados com Amadurecimento

Aroma Cor

Síntese de C2H4

Textura Sabor

?

ACC Sintase

ACC Oxidase

C2H4

TransduçãoSinal

Não

-cl

imac

téric

o Clim

actéricoRegulação do amadurecimento

Tamanho

“Janela de Oportunidade”

Respiração

Crescimento e amadurecimento de frutos de climactéricos

Etileno

Órgãos Não-climactéricos(Exemplo da uva)

Tamanho

Respiração

Pintor

Maturação

Evolução da composição de frutos de pomóideas em torno da data de colheita

Firmeza

Acidez

Voláteis aromáticos

Sólidos solúveis

Tempo

Índices de maturação

O que são?ExemplosPara que servem?

Índices de maturação• Importância•Legislação e regulamentos comerciais,•Facilitar a comercialização e normalização,•Qualidade sensorial, nutritiva e duração pós-colheita adequada,•Previsão da data de colheita,•Programação do uso de trabalho e equipamentos

• Características de um bom índice de maturação•Simples, fácil de determinar no campo•Requerer equipamento económico•Relacionado com a qualidade e vida pós-colheita de forma consistente (local, ano)•Ter uma variação progressiva com a maturação•Objectivo (medição) em vez de subjectivo•Não destrutivo (se possível)

Exemplos de índices de maturação para frutas e hortaliças

Formação de gel no lóculo de tomate, cor da polpa em diversos frutos

Cor e estrutura interna

Todos os frutos, maioria das hortaliçasCor externa

Maçã, pêra, prunóideas, ervilhaFirmeza

Alface, couve-repolho, couve-de-bruxelasSolidez

Banana, manga, brócolos, couve-florForma

Cereja, melancia, batataDensidade

Todos os frutos e muitas hortaliçasTamanho

Formação da cutícula em uvas, tomateMorfologia da superfície

Algumas cv. melão, maçã, feijoaDesenvolvimento da camada de abscisão

Ervilha, maçã, milho doceDias-grau durante o desenvolvimento

Maçã, pêraDias entre a floração e a colheita

Exemplos de produtosÍndice

(Reid 1992)

Exemplos de índices de maturação para frutas e hortaliças

Maçã, pêraProdução de etileno

DiospiroTaninos, adstringência

Abacate, azeitonaTeor em óleo

CitrinosTeor em sumo

Romã, citrinos, papaia, melão, kiwiTeor de ácidos ou açúcar/ácidos

Uva, maçã, pêra, prunóideasTeor de açúcar

Maçã, pêraTeor de amido

Abacate, kiwiSólidos solúveis

Exemplos de produtosÍndice

(Reid 1992)

Índices de maturação compostos (pomóideas)

• Índice de Streif (Bavendorf, Alemanha)

• Índice PFW1 (Wilhelminadorp, Holanda)

• Índice PFW2 (Wilhelminadorp, Holanda)

• Índice Thiault (França)

Brix)(º IR 10)-(1 amido do regressão de Índice

)(kg/cm Firmeza 2

×=S

Brix)(º IR

10])-[1 amido do regressão de Índice-11()(kg/cm Firmeza1

2 ×=PFW

Brix)(º IR

(g) fruto Pesoamido) do regressão de Índice-11()(kg/cm Firmeza2

2 ××=PFW

])/[A10(Brix][º IR malato LgT ×+=

Limitações na aplicação dos índices de maturação

• Equilíbrio qualidade vs. duração pós-colheita• Imaturo vs. maturo•Utilização de vários índices•Relação com os elementos do clima

Colheita• O momento da colheita determina a qualidade máxima dos produtos hortofrutícolas

• A decisão de colher deve ser tomada criteriosamente

• A data de colheita deve ser avaliada de acordo com índices de maturação, estabelecidos para cada produto e validados para a região

• A colheita representa um stresse para as frutas e hortaliças

• A execução das operações deve ser cuidadosa

Informação complementar

Watada, A. E., Herner, R. C., Kader, A. A., Romani, R. J. & Staby, G. L. 1984. Terminology for the description ofdevelopmental stages of horticultural crops. HortScience19: 20-21.

Reid, M. S. 2002. Maturation and maturity indices. In Kader A. A. (Editor). Postharvest technology of horticultural crops. Third edition University of California, Agriculture and Natural Resources, Publication 3311, Oakland, pp. 55-62.