Mecanica Dos Solos 1º Bim - Final
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TÍTULO
*Caio Tami Nishiura*Emerson Carlos Guedes de Almeida
*Gustavo Julio da Cunha*Mateus Francisco da Silva
RESUMO
Constantes estudos e analises sobre os solos foram capazes de caracterizar e
classificar os diferentes tipos de solos e sua trabalhabilidade. Tendo como grande
destaque o engenheiro Karl Von Terzaghi que apresentou soluções matemáticas
para problemas relacionados aos solos dando origem a uma nova ciência conhecida
como Mecânica dos solos. Os grãos que compõe o solo possuem diferentes
tamanhos e composições. A diferenciação de seus tamanhos é determinada através
da análise granulométrica que consiste geralmente de dois ensaios, o de
peneiramento e o de sedimentação. Pode-se também classificar a resistência ao
cisalhamento de cada tipo de solo, tendo em vista que estes possuem formas
diferentes de extração de seus corpos de prova e análises laboratoriais. Com o
conhecimento da resistência ao cisalhamento torna-se possível avaliar a resposta do
solo ao receber cargas e obter o coeficiente de segurança do solo com relação a
estas. Este conjunto de informações contribui imensamente para construção civil,
tendo grande importância em seus projetos de fundações.
PALAVRAS-CHAVE: Solos; Diferenciação; Classificar; Ensaios; Construção
civil.
ABSTRACT
Constant studies and analyzes about soils were able to characterize and
classify the different types of soils and your workability. Having as great prominence,
the engineer Karl Von Terzaghi, that showed mathematical solutions to problems
related to soils, giving rise to a new science known as Soil Mechanics. The grains
that compose the soil have differing sizes and compositions. The differentiation of
their sizes is determined by granulometric analysis which usually consists of two
trials, the of sieving and of sedimentation. One can also classify the shear strength of
*Discentes do curso de Engenharia Civil, cursando o terceiro semestre na instituição de ensino superior UniFil - Centro Universitário Filadélfia.
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each soil type, in view of that they have differing ways of extracting their bodies
of evidence and laboratory analysis. With knowledge of the shear strength becomes
possible evaluate the response of the soil to receive loads and obtaining the safety
coefficient of the soil in relation thereto. This set of information contributes immensely
to civil construction, having great importance in their designs of foundations.
KEY-WORDS: Soil; Differentiation; Classify; Trials; Civil construction.
INTRODUÇÃO
O conhecimento do solo, encontrado na natureza em depósitos heterogêneos,
apresenta um comportamento que em muitos casos são de difícil compreensão
quando aplicados a um tratamento teórico rigoroso. Pois diferente de outros
materiais como concretos e o aço, o solo não é tão bem definido, tendo muito
variáveis entre si.
Sendo assim, a própria definição desse material se tornou difícil, pois
dependendo da área analisada o solo ganhava um novo sentido, sendo preciso uma
definição que de certa forma uniformizasse todos os conceitos. Com isso, definiu-se
solo como “agregado não cimentado de grãos minerais e matéria orgânica
decomposta (partículas sólidas) com liquido e gás nos vazios entre as partículas
sólidas” (BRAJA, M. DAS – 2007).
Mas esses conceitos só foram desenvolvidos graças ao trabalho de muitos
pesquisadores que se aprofundaram com estudos dos solos. Alguns trabalhos
marcantes sobre comportamento dos solos como os clássicos de Coulomb, 1773,
Rankine, 1856 e Darcy, 1856, foram de grande relevância, porém com as
ocorrências de rupturas e rompimentos em grandes obras foi notório a necessidade
de uma revisão dos procedimentos dos cálculos. Mais tarde Karl Von Terzaghi, um
engenheiro austríaco de larga experiência e grande preparo científico apresentou
novas soluções para os problemas relacionados aos comportamentos. Seus
trabalhos como a identificação das pressões na águas nas tensões do solo e
cálculos sobre a evolução no recalque das argilas são considerados o marco inicial
de uma nova ciência conhecida como Mecânica dos Solos.
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“O conhecimento das propriedades dos solos não se restringe ao que
a Mecânica pode estabelecer. A Química e a Física Coloidal,
importantes para justificar aspectos do comportamento dos solos,
são partes integrantes da Mecânica dos solos, enquanto que o
conhecimento da Geologia é fundamental para tratamento correto
dos problemas de fundações”(PINTO, 1998, p. 51).
Tendo como base estes aspectos, será apresentado neste artigo as
características e comportamentos de dois tipos de solos oriundo de análises e
estudos históricos, classificados como: arenosos (granulares) e argilosos (finos).
Expondo alguns métodos de ensaios e aplicações de cálculos com relação ao solo e
sua trabalhabilidade.
DESENVOLVIMENTO
1. Tamanho dos grãos
Os grãos que compõe o solo possuem diferentes tamanhos. Conforme o maior
percentual de grãos de um determinado diâmetro podemos diferencia-lo de acordo
com esta característica. Solos com grãos de maior dimensão são chamados de
pedregulhos, seguido dos solos arenosos, siltosos e argilosos. As medidas de
padronização para assim se caracterizar um solo, varia de acordo com o sistema
adotado.
O solo pode ser tanto classificado quanto ao seu tamanho e quanto à sua
composição. Os pedregulhos são pedaços que rochas que em geral contêm
partículas de quartzo, feldspato e outros minerais. As areias são compostas de
quartzo e feldspato, mas em maior proporção em relação aos pedregulhos. Os siltes
são formados por partículas muito finas de quartzo com outros minerais em geral
com formas de placas. Já as argilas são de forma laminar formadas por partículas
microscópicas e submicroscópicas de mica, argilominerais e outros.
2. Análise granulométrica
A análise granulométrica de um solo consiste em determinar quais são as
porcentagens do solo que possuem devidos tamanhos de grãos. Para isso são
geralmente utilizados dois métodos. O primeiro é o chamado ensaio de
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peneiramento – utilizado para separar grãos maiores que 0,075 mm de diâmetro, e o
ensaio de sedimentação – para grãos menores que 0,0075 mm de diâmetro.
Para o ensaio de peneiramento são utilizadas peneiras com aberturas
sucessivamente menores, que variam de 0,075 milímetros até 4,75 milímetros.
Geralmente essas peneiras apresentam diâmetro de aproximadamente 203
milímetros. Para a realização deste ensaio essas peneiras são agrupadas, conforme
mostra a Figura 1, de maneira que as peneiras com maiores aberturas ficam na
parte superior e as de menor abertura na parte inferior.
Figura 1 - Conjunto de peneiras para um ensaio em laboratório
Fonte: Braja M. Das, 2007
Após o solo ser colocado e agitado, é medida a massa retida em cada uma
das peneiras. Deste modo é possível, ao final do experimento, medir as massas
retidas em cada uma das peneiras. A porcentagem da massa de solo que passa
pela i-ésima peneira é calculada com a seguinte fórmula:
F=∑ M−(M 1+M 2+⋯+Mi)
∑M
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Após o cálculo da porcentagem de cada uma das peneiras os resultados
podem ser colocados em um gráfico com a porcentagem de material que passa por
uma determinada peneira pelo tamanho da abertura desta peneira.
Com a realização destes cálculos e a construção do gráfico é possível ter
uma boa noção da granulometria que o solo possui, como exemplifica o QUADRO I -
Resultados de um determinado ensaio, e, em seguida o GRÁFICO I – Curva
granulométrica, obtido através destes resultados.
Tabela 1 - Resultados de um determinado ensaio
Abertura da peneira
(mm)
Massa retida (g) Porcentagem
retida
4,75 28 4,72
2 42 11,80
0,85 48 19,90
0,425 128 41,48
0,25 221 78,75
0,15 86 93,25
0,075 40 100,00
Gráfico 1 - Curva granulométrica
0.010.11100
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Diametro das Partículas (mm)
Mas
sa R
etida
(%)
3. Resistência ao cisalhamento
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A resistência ao cisalhamento dos solos é realizada através de analises
laboratorial, de corpos de prova extraídos do seu local de origem, onde é exigida alta
rigorosidade em relação à manipulação e ao armazenamento do solo, para que o
mesmo sofra o mínimo possível de alteração em suas características.
Nas areias, o teste de resistência ao cisalhamento pode ser realizado através de
ensaios triaxiais drenados ou por cisalhamento direto onde apenas a resistência da
areia drenada é o essencial, sendo, que a característica das areias secas e
saturadas são as mesmas, desde, que não exista pressão neutra no caso das areias
saturadas. Numa areia muita densa existe um grau considerado de intertravamento
entre partículas. Antes de acontecer a ruptura por cisalhamento, o intertravamento
deve ser superado além da resistência do atrito nos pontos em contato. A curva
característica de tensão – deformação para uma areia inicialmente densa mostra um
ponto alto de tensão máxima e uma deformação relativamente baixa, sendo, deste
ponto em diante conforme o intertravamento seja superado, a tensão diminui com o
crescimento da deformação. A redução no grau de intertravamento gera um
crescimento no volume do corpo de prova durante o cisalhamento da maneira
caracterizada pelo relacionamento, entre a deformação volumétrica e de
cisalhamento. Já nas areias inicialmente fofas não há o intertravamento significativo
das partículas a ser superado e a tensão cisalhante cresce gradativamente até um
valor extremo sem um pico anterior, acompanhado de uma redução em seu volume.
Na pratica, o ensaio de areias não é muito viável devido a dificuldade de obter
corpos de prova intactos e introduzi-lo ainda sem alterações num equipamento de
ensaio. Se necessário é possível realizar os ensaios através de corpos de prova
reconstituídos em equipamento com densidade adequada, sendo impossível que a
estrutura intacta seja reproduzida.
Nas argilas, se permitido, o adensamento de um corpo de prova de uma argila
saturada em um ensaio triaxial, com uma sequência de pressões, e com tempo
suficiente entre os incrementos, é possível obter a relação entre o índice de vazios e
a tensão efetiva. O adensamento em equipamentos triaxial com pressões idênticas é
mais conhecido como adensamento isotrópico. A relação entre numero de vazios e
tensão efetiva depende das tensões sofridas pelo material, se a tensão incidida no
material for a máxima à qual a argila foi submetida, pode-se dizer que a argila está
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normalmente adensada, de outra forma se a tensão efetiva em ocasiões passadas
for maior do que o valor atual, pode-se dizer que a argila está sobreadensada. O
valor Maximo de tensão efetiva do passado dividido pelo valor atual é definido como
taxa de sobreadensamento. Uma argila normalmente adensada tem uma taxa de
sobreadensamento igual a um, já uma argila sobreadensada tem uma taxa de
sobreadensamento maior do que um.
O ensaio não adensado permite que seja definida a resistência não drenada da
argila intacta, com o numero de vazios do corpo de prova no começo do ensaio
permanecendo igual ao valor intacto na profundidade da amostragem, no entanto,
na pratica, os efeitos da amostragem e da preparação resultam em um pequeno
aumento no índice de vazios.
A resistência da argila em termos de tensão efetiva pode ser definida pelo ensaio
de adensamento não drenado com medida de poropressão ou pelo modo triaxial
drenado. Os parâmetros de tensão efetiva também podem ser obtidos por ensaios
triaxiais drenados ou por meio de cisalhamento direto. As argilas sob condições
drenadas se comportam como materiais friccionais, onde a velocidade da
deformação deve ser lenta para garantir a dissipação completa do excesso de
poropressão no instante da aplicação da diferença das tensões principais, de modo
que a tensão total e efetiva sejam iguais durante o ensaio. A velocidade da
deformação deve estar relacionada com a permeabilidade da argila. A mudança de
volume durante a aplicação da diferença das tensões deve ser aferida no ensaio
drenado para que a área corrigida da seção transversal do corpo de prova possa ser
calculada.
4. Capacidade de carga admissível
A capacidade de carga admissível da argila é limitada tanto pela necessidade de
um coeficiente de segurança provável contra ruptura por cisalhamento como por
considerações de recalque. A resistência ao cisalhamento e o coeficiente de
segurança, aumentará sempre que ocorrer o adensamento, no entanto, para argilas
homogêneas com baixa permeabilidade o coeficiente de segurança deve ser
verificado após a construção, utilizando parâmetros não drenados de resistência ao
cisalhamento. No caso em que as argilas apresentam características de macro
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estrutura, a permeabilidade do solo pode ser relativamente alta e a condição não
drenada pode ser muito conservadora ao final da construção.
O coeficiente de segurança e o recalque imediato devem ser estimados
imediatamente com base na carga permanente e a carga imposta inicialmente. As
estimativas de recalque por adensamento devem ser baseadas na carga
permanente e na carga média imposta durante um grande espaço de tempo.
O recalque nas argilas sobreadensadas depende da pressão pré adensamento
ter sido superada ou não, em caso positivo, do valor que aconteceu para
determinadas fundações. A pressão de suporte deve ser limitada para que a pressão
de pré adensamento não seja superada. Em uma série de sapatas o recalque
diferencial pode ser evitado aumentando o tamanho das sapatas maiores acima do
exigido pela capacidade de carga admissível. Geralmente as fundações não são
apoiadas em solos argilosos adensado porque, certamente o recalque por
adensamento resultante seria exabundante.
As areias possuem uma característica pouco negativa com relação à capacidade
de carga, sendo a sua não homogeneidade um dos fatores que limita a sua
capacidade, devido à existência das possibilidades de recalques. Desta forma, no
projeto de estados limites, normalmente o estado limite é determinante, e no método
tradicional o recalque por adensamento é alcançado em uma pressão na qual o
coeficiente de segurança contra ruptura por cisalhamento é maior do que três. O
recalque nas areias é rápido e geralmente ocorre durante o processo de construção
e o carregamento inicial.
Entre varia sapatas de mesmo tamanho, o recalque diferencial é determinado
pela diferenciação na homogeneidade da areia e pelas variações na pressão da
fundação. Caso as sapatas forem executadas em diferentes tamanhos é possível
prever que o recalque será de maiores proporções. A diminuição em recalque pode
ocorrer com o aumento da profundidade das sapatas em relação ao terreno, sendo
assim a pressão confinante lateral será maior. Existe a possibilidade de se reduzir o
recalque diferencial, diminuindo o tamanho das sapatas de menor porte e mantendo
um valor acima do especificado no coeficiente de segurança á ruptura por
cisalhamento.
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O recalque em sapatas é definido pelas caracteritiscas do solo próximo a
superfície, sendo que qualquer sapata terá uma determinada influencia sobre uma
parte fofa do solo. Já no radier o recalque é definido pelas características do solo em
uma profundidade muito extensa, também é possível existir bolsões de solo fofo
durante a extensão, porém possuem uma grande possibilidade de se desfazerem.
O grau de compacidade é um fator relevante em relação a capacidade de carga
admissível das areias, sendo, o histórico de tensões, a posição de nível do lençol
freático em relação ao nível da fundação e o tamanho da fundação, essenciais na
definição da capacidade de carga. Em uma profundidade elevada se a areias
apresentar um fator alto de saturação, o peso especifico será reduzido em
aproximadamente sua metade, gerando um decréscimo na pressão de confinamento
lateral e um aumento no recalque correspondente. A dificuldade na retirada de
amostras indeformadas para ensaio de laboratório e de heterogeneidade, a
capacidade de carga é estimada por meio de correlações baseadas em resultados
de ensaio in loco.
5. Conclusão
Para o engenheiro civil, conhecer o solo é de suma importância, pois todas as
obras são executadas sobre ele. Por isso houve e ainda há muitos estudos para
caracterizar este material, que apesar de ser homogêneo para os leigos, apresenta
uma série de desconformidade e características peculiares que o distingue de outros
materiais, tais como o concreto e o aço. Sendo assim, conhecer o solo, suas
características, suas classificações e comportamentos é essencial para a construção
civil.
Partindo desse princípio, e abordando mais precisamente os solos argilosos e
arenosos, percebeu-se que além das diferenças visuais claramente dispostas, há
também uma série de características e comportamentos que diferem esses dois
solos.
A classificação de um solo pode ser feita tanto sob o aspecto granulométrico
quanto pela composição mineralógica, tendo em vista à primeira, um solo é dito
arenoso se sua curva granulométrica possuir um maior percentual de grão de
maiores dimensões, ao passo que o solo argiloso tem em sua curva um percentual
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maior de pequenos grãos. Quanto à segunda forma de classificar, os solos arenosos
têm uma composição básica de quartzo e feldspato, e os argilosos possui mais mica
e argilominerais.
Também é de grande relevância avaliar a qualidade do solo quanto a sua
resistência, pois este deverá suportar uma enorme transferência de carga sem se
romper. Através de ensaios conclui-se que tanto os solos arenosos quanto os
argilosos possui um coeficiente de segurança ao cisalhamento diferente.
Ainda há muitas descobertas que podem facilitar o trabalho com o solo, obter
novos ensaios, novas técnicas e tratamentos, que possibilitem um maior
aperfeiçoamento com este material, estimando cálculos e previsões mais exatas
com relação a este. Cabe a profissionais como engenheiros e geólogos, buscar
inovações, e assim, cumprir seu dever em prol a sociedade.
REFERÊNCIAS
CRAIG, R. F. Craig. Mecânica dos solos. Rio de Janeiro: LTC, 2007. 365 p.
DAS, Braja M.; TASKS, All (Trad.). Fundamentos de engenharia geotécnica. São
Paulo: Cengage Learning, 2007. 561 p.
GUERRA, Daniel. O solo com atenção na construção civil: O chão exige muito
cuidado. Disponível em: <http://www.cristianepoleto.com.br/mostra_noticias.php?
id=200>. Acesso em: 25 de março de 2014.
HACHICH, Waldemar et al. Fundações: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Pini,
2004. 751 p. ISBN 85-7266-098-4
PINTO, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos solos: em 16 aulas. 3.
ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2009. 367 p.
Sociedade brasileira de ciência do solo. Disponível em: <http://www.sbcs.org.br/>.
Acesso em: 25 de março de 2014.
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