MECÂNICA+DA+CONFORMACAO+-+parte+II
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PROCESSOS DE FABRICAÇÃO II
PROF. MST. ANTONIO CARLOS PIRES DIAS
UNISOCIESC
ENGENHARIA MECÂNICA
2014/1
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO II
Sumário:
Comportamento mecânico dos metais;
Ensaio real de tração;
Influência da temperatura e da taxa de deformação.
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BIBLIOGRAFÍA BÁSICA
ALTAN, T., OH, S., GEGEL, H. Conformação Plástica dos Metais: Fundamentos e Aplicações. Publicação EESC‐USP, 1999.
BRESCIANI, F., E., e Col. Conformação Plástica dos Metais. Editora UNICAMP, 1997.
SCHAEFFER, L. Conformação Mecânica. Porto Alegre: Imprensa Livre, 1999.
SANGUINETTI FERREIRA, R.A. Conformação Plástica: Fundamentos Metalúrgicos e Mecânicos.Editora Universitária UFPE, 2006.
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ENDURECIMENTO POR DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
Durante a deformação plástica, ocorre aumento da densidade dediscordâncias.
Com o aumento da densidade de discordâncias, maior a chance deinterações entre estas, bloqueando seus movimentos.
Portanto:
QUANTO MAIOR A DEFORMAÇÃO PLÁSTICA APLICADA A UM METAL, MAIOR A DIFICULDADE EM CONTINUAR ESTA
DEFORMAÇÃO
RESULTADO: O Encruamento gera perda da ductilidade!!!
O meio para se medir a ductilidade é o Ensaio de Tração.
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ENSAIO DE TRAÇÃO
Não existe ensaio mecânico que possa prever completamente o realdesempenho mecânico de um material, seja na etapa de produção(conformação, usinagem, etc.), seja na etapa de utilização (comoelemento estrutural, peça automobilística, painel, etc.).
No entanto, o ensaio de tração é considerado o teste mecânico queapresenta a melhor relação entre informações obtidas com o custo e ascomplexidades do ensaio.
6
ENSAIO DE TRAÇÃO
O ensaio de tração consiste, basicamente, em se tracionar um corpo deprova (CP) de seção reta retangular (CP prismático) ou circular (CPcilíndrico) até a sua ruptura.
(Aqui interessa fazer uma descrição dos parâmetros utilizados na teoria daconformação plástica dos metais.)
Diversos parâmetros podem ser medidos.
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São parâmetros de limitada utilidade para o estudo da conformação plástica, mas que permitem o cálculo e o dimensionamento das cargas necessárias para provocar a deformação plástica dos materiais.
Em geral, nestes casos, pode-se considerar que as deformações reais e de engenharia são praticamente iguais (e quando 0), pois os valores de deformação envolvidos são muito pequenos (da ordem de 0,2%).
Parâmetros elásticos e de escoamento
8
Onde: - é a tensão na qual se obtém a deformação real .
(Esta deformação deve ser medida por meio de extensômetros para se evitar que a deformação do sistema de testes altere os valores do módulo de elasticidade medidos).
Módulo de elasticidade (E):
Fornece uma indicação da rigidez do material, sendo inversamente proporcional àtemperatura e pouco dependente de pequenas variações na composição químicade elementos cristalinos (como por exemplo nos aços).
x
x
E
Segundo a expressão simplificada
da lei de Hooke, o módulo de Elasticidade pode ser expresso como sendo:
Módulo de elasticidade transversal (G):
Corresponde à rigidez do material quando submetido a um carregamento decisalhamento:
G Onde: e são as tensão e a respectiva deformação
cisalhante que sofre o CP.
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Coeficiente de Poisson ():
O coeficiente de Poisson mede a rigidez do materialna direção perpendicular àquela em que a carga estásendo aplicada.
O valor deste coeficiente é determinado pela relação entre asdeformações na direção de aplicação de carga (x) e a deformação medidana direção perpendicular (y ou z).
y
x
z
sx
sxx- de tração
y- de contração
y z
x x
10
Limite de escoamento ys ou LE):
Pode-se afirmar que é o principal parâmetro obtido do ensaio de tração, utilizadotanto para cálculos de projeto estrutural (onde é necessário que o material nãoentre em deformação plástica) quanto para conformação plástica (quando édesejado a facilidade de deformação plástica do material).
1- materiais que apresentam um pontodescontínuo na curva tesão vs.deformação
Em um ensaio de tração,existem dois tipos decomportamento no que dizrespeito à determinação dolimite de escoamento:
2- materiais que apresentam escoamentocontínuo (mudam do comportamentoelástico para o plástico continuamente).
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Para determinar o exato limite de escoamento: as normas de execução dos ensaiossugerem defini-lo como sendo a tensão para uma deformação entre e=0,2% a atée=0,5% para materiais excessivamente dúcteis.
Em ambos os casos, a deformação elástica do CP é praticamente desprezível e a áreareal do material é aproximadamente igual à sua área inicial (Ays A0), o que leva àdefinição de limite de escoamento como sendo igual ao expresso pela equação.
0A
F
A
FLE ys
ys
ysys
Onde: Fys é a força exercida pelo sistema de
testes sobre o CP de área inicial A0.
Escoamento contínuo
12
Escoamento descontínuo
O escoamento descontínuo pode ser verificado nas seguintes famílias de materiais: aços macios, ligas de Ti e de Al. Os fatores que intensificam são:
- bom acabamento superficial; - bom alinhamento dos CP’s;- CP’s cilíndricos;- maiores velocidades de deformação;- rigidez da máquina.
Curvas tensão vs. deformação associada com a formação de bandas de Lüders
Curvas tensão vs. deformação associada com o fenômeno de envelhecimento.
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Escoamento descontínuo
Bandas de Piobert-Lüders
Fatores associados à formação de bandas de Lüders:- sobreposta liberação de novas discordâncias dos empilhamentos formados pelo carregamento mecânico.- Inicia-se em pontos de concentração de tensões
Envelhecimento
Características do envelhecimento:· Não há perda do encruamento;· Ocorre difusão de átomos intersticiais;· Muito sensível ao aumento de temperatura.
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Parâmetros Plásticos
Os parâmetros plásticos, medidos em um ensaio de tração, permitem avaliarseu desempenho sob conformação plástica.
No caso da utilização destes parâmetros para avaliar a conformabilidade domaterial, deve-se levar em consideração as condições de carregamento emodo de deformação específicos do ensaio de tração.
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CONCEITO DE TENSÃO E DEFORMAÇÃO VERDADEIROS ( e )
Introdução:
A partir do escoamento o coeficiente de Poisson aumenta até se estabilizar em 0,5,conforme mostrado na figura.
Na prática isto equivale a dizer que oCP se expande na direção na qual aforça é aplicada na mesma velocidadeem que contrai nas demais direções.
Desta forma, o volume total semantém constante, assim como osomatório das deformações torna-senulo (1+2+3=0).
Representação esquemática damudança no coeficiente de Poisson à medida queo regime de deformação muda de elástica paraplástico, Meyers & Chawla, 1984
16
0
100
200
300
400
500
600
700
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10
deformação (mm/mm)
ten
sã
o (
MP
a)
oA
FS (1)
oL
Le
(2)
Num carregamento uniaxial, com a redução da área inicial Ao do corpo-de-prova, o comprimento de referência Lo irá variar. Deste modo, as Eq. 1 e 2 não representam o real estado de tensões e deformações a que o material
está submetido.
Neste momento a área da seção reta do CP diminui intensamente e torna-se necessáriofazer as seguintes correções para se determinar a exata tensão atuante sobre o CP e
conseqüentemente o real comportamento plástico do material:
Introdução, Cont.:
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Ai
Fi (3)σ é a TENSÃO REAL imposta ao material, sendo Ai a área da seção transversal à direção de aplicação da força Fi no instante de sua aplicação.
Para obter a deformação real deve-se considerar variações instantâneas
de comprimento, com ΔL0 (ou ΔL=dL). Ludwig, 1909...
111
1 01
o
n nji i
i ji j
L
L
LL L
L L
dL
L
(4)
oL
Lln
Por outro lado, pode ser descrita a relação entre a deformação rela econvencional (ou de engenharia) a partir da equação :
ε é a DEFORMAÇÃO REAL e corresponde à soma dos incrementos de deformação.
CURVAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS
18
CURVAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS
Conversão de deformação convencional (e) em real (ε).
Da equação (2) →
1
o
o o
o
L LLe e
L L
Le
L
(5)
oL
Le 1
Substituindo a equação (5) na equação (4) ...
(6))1ln( e
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Conversão de tensão convencional (S) em real (σ).
F
F
LLo
Assumindo volume constante durante a deformação causada pela força F,
pode-se escrever:
. .o oA L A L (7)o
o
AL
L A
Substituindo a equação (5) na equação (7):
1 eA
Ao (8)
CURVAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS
20
A equação (3), que define a tensão real, pode ser reescrita como:
o
o
AF F
A A A (9)
Substituindo as equações (2) e (8) na equação (9), tem-se:
(10).( 1)S e
Estas relações de conversão são válidas enquanto a deformação for uniforme, ou seja, enquanto a área A for uniforme ao longo do
comprimento L de referência. Num ensaio de tração, são válidas até o limite de resistência (SLR).
Conversão de tensão convencional (S) em real (σ).
CURVAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS
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CURVAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS
21
Uma curva tensão-deformação verdadeira pode ser construída ponto aponto a partir das equações (6) e (10) até o momento em que seconstata a estricção, a partir deste ponto a determinação da tensão edeformação verdadeiras deve ser feita experimentalmente.
(10).( 1)S e (6))1ln( e
22
O cálculo de deformação real e convencional resulta em valores praticamente idênticos se e<0,03 (3%).
CURVAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS
22
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23Deformação
Ten
são
(MP
a)
CURVAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS
24
CURVAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS
A mostra a comparação entre curvas tensão-deformação real e convencional de um aço AISI 1020 e 4140 laminados a quente.
Curvas tensão-deformação convencional (de engenharia) e real para um aço AISI 1020, Dowling (1993) e AISI 4140, Boyer (1990).
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CURVAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS
As figuras mostram a aparência das curvas tesão-deformação de um aço baixocarbono como obtidas diretamente de um ensaio de tração, na região onde ocorre oescoamento do material e a respectiva curva real .
Curva tensão deformação convencional (ou de engenharia) para um aço baixo carbono, Boyer (1990).
26
CURVAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS
Curva tensão-deformação,obtida pela medição da deformação por
extensômetros, na região de carregamentoonde ocorre o escoamento do CP, Boyer (1990).
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CURVAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS
Curva tensão-deformação real de um aço baixo carbono, Boyer (1990).
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1- Aumento da tensão aplicada na região de deformação plástica pela interação dasdiscordâncias entre si ou com outras barreiras no metal, dificultando a suamovimentação.
Encruamento: premissas
Efeito do encruamento de um material metálicosobre a curva tensão vs deformação.
Relações entre tensão e deformação em materiais metálicos, num estado uniaxial de tração
00.. LSLS
2- Durante a deformação plástica uniforme, ovolume do CP permanece constante, assim:
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Encruamento
O encruamento compensa a redução da seção do CP na região de deformaçãouniforme, entretanto, ocorre uma concentração de deformação plástica queresultará numa redução de área (estricção).
A forma usual de se quantificar o encruamento é através do coeficiente deencruamento “n”, conforme definido pela equação de Hollomon:
(11)
H ... coeficiente de resistência correspondente àtensão real para deformação real igual a umn ... coeficiente de encruamento
Relações entre tensão e deformação em materiais metálicos, num estado uniaxial de tração
nH .
30
Relações entre tensão e deformação em materiais metálicos, num estado uniaxial de tração
A relação entre tensão e deformação plástica reais de materiais metálicos é descrita pela Equação de Hollomon, + utilizada
H ... coeficiente de resistêncian ... expoente de encruamento
(11)nH .
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Relações entre tensão e deformação em materiais metálicos, num estado uniaxial de tração
Cálculo de (H):
O valor do coeficiente de resistência (H) pode ser calculado, considerando que:no ponto de carregamento máximo no ensaio de tração
Sestricção = Limite de resistência (LR) , e eestricção=n, assim:
nestricção nSH /)1exp(
Esta equação permite calcular o valor da constante plástica de resistência (H) a partir do limite de resistência convencional do material (LR) e do seu coeficiente de encruamento (n), a partir de uma curva tensão-deformação de engenharia,
obtida em um ensaio de tração “comum”.
(12)
32
Relações entre tensão e deformação em materiais metálicos, num estado uniaxial de tração
Cálculo do coeficiente de encruamento (n) :
O coeficiente de encruamento e é calculado a partir de dois pontos (1 e 2) da curva tensão-deformação, na região plástica, conforme a equação:
0
1
0
2
1
2
1
2
log
log
log
log
ll
ll
ll
FF
n
A norma brasileira que trata da medição deste parâmetro é a NBR 8164. Depois de análises matemáticas, obtêm-se:
máximarealn 1ln
(13)
(14)
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Relações entre tensão e deformação em materiais metálicos, num estado uniaxial de tração
Outras equações para determinar o coeficiente de encruamento são:
H ... coeficiente de resistêncian ... expoente de encruamento
(15)
(16)
)exp(1)(
)(
0
0
nbaa
H
H
n
n
(17)
Equação de Swift
Equação de Ludwink
Equação de Voce
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Relações entre tensão e deformação em materiais metálicos, num estado uniaxial de tração
96,0
.7622
061,0
R
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EFEITO DO ENCRUAMENTO NASPROPRIEDADES MECÂNICAS
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RELAÇÃO ENTRE DEFORMAÇÃO REALE REDUÇÃO DE ÁREA
(19)
Redução de área (RA) ou estricção: o
o
A ARA
A
1o
o o
A A ARA RA
A A
1
o
ARA
A (18)
1o
ARA
A 1
1oA
A RA
Substituindo a equação (19) na equação (7) e posteriormente na equação (4):
(7)o
o
AL
L A
oL
Lln (4)
(20) 1ln 1 RA
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Relações entre tensão e deformação em materiais metálicos, num estado uniaxial de tração
Índice de anisotropia:
Também conhecido como Coeficiente de Lankford, é definido como
sendo a relação entre as deformações reais segundo a largura (W) e
segundo a espessura (t), conforme definido pela equação .
Este parâmetro mede a resistência do material à redução de espessura quando deformado plasticamente.
wLwL
ww
tt
ww
Respessuraal
uralal
.
.ln
ln
ln
ln
00
0
0
0
Re
argRe
4
.24
.2
000
000
90450
90450__
RRRR
RRRR
Anisotropia normal
Anisotropia planar
(21)
(22)
(23)
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Relações entre tensão e deformação em materiais metálicos, num estado uniaxial de tração
Índice de anisotropia:
wLwL
ww
tt
ww
Respessuraal
uralal
.
.ln
ln
ln
ln
00
0
0
0
Re
argRe
4
.24
.2
000
000
90450
90450__
RRRR
RRRR
Anisotropia normal
Anisotropia planar
(21)
(22)
(23)
Analisando estes valores, pode-se ter os seguintes casos limites:
1
1
1
000
000
000
90450
90450
90450
RRR
RRR
RRR Isotropia completa ou total
Anisotropia normal pura e isotropia planar
Anisotropia normal e planar
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CRITÉRIO DE ESCOAMENTO
Visto como se obter o limite de escoamento de um material E), segundo o ensaio de tração, agora será discutido :
como determinar se um componente ou peça entra ou não em escoamento ????
A idéia é utilizar um critério, que possua fundamentação mecânica e que possa ser aplicado para o caso simplificado do ensaio de tração, de modo
a se obter parâmetros para sua aplicação.
Serão vistos os três critérios descritos a seguir.
1. Critério de máxima tensão normal ou de Rankine.
2. Critério de máxima tensão cisalhante ou de Tresca.
3. Critério de máxima energia de distorção ou de Levy-von Mises
40
CRITÉRIO DE ESCOAMENTO
Considera que a deformação plástica deverá ocorrer quando a máxima tensão normal (1) alcançar e/ou ultrapassar a tensão de escoamento (E ou
LE) obtida no ensaio uniaxial de tração, segundo:
Critério de máxima tensão normal
(24)
Tensão Hidrostática ou Octaédrica (σ0): provoca variação de volumeTensão Desviadora (σ2 - σ0): provoca deformação plástica.
A grande falha deste critério é não levar em consideração os diferentes estados de tensão aos que pode estar submetido o material, por
exemplo, o estado hidrostático.
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CRITÉRIO DE ESCOAMENTO
Critério de máxima tensão cisalhante ou de Tresca
Foi comprovado que a deformação plástica está diretamente associada à presença de componentes de tensão cisalhante.
Criou-se, então, um critério de escoamento que define a ocorrência de deformação plástica, mesmo em estados complexos de tensão, quando o valor
do componente de tensão de cisalhamento máximo (2 ) alcance um valor mínimo, o qual pode ser obtido diretamente do ensaio de tração.
O valor do componente de tensão de cisalhamento máximo (2) é dado pela equação:
42
CRITÉRIO DE ESCOAMENTO
Critério de máxima tensão cisalhante ou de Tresca
Se a tensão de cisalhamento máximo (2):
Onde: 1 é a maior tensão principal e 3 é a menor.
Observando as condições de escoamento de um ensaio de tração têm-se:
0 E)
o que oferece o critério de escoamento, conforme a equação:
Quanto maior for o círculo de Mohr, maior a probabilidade de ocorrer escoamento.
(25)
(26)
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CRITÉRIO DE ESCOAMENTO
Critério de máxima energia de distorção ou de Levy-von Mises
Premissa: - ter como referência o cálculo da energia de deformação elástica deum material.
FdldU
01
1010
10
)1(
)1(:
AFA
F
eldlellA
Feellsendo
i
i
Agrupando os termos da equação (28) e integrando-a, por unidade de volume:
(27)
(28)
(29)
0U
Essa energia pode ser calculada, para um corpo sob solicitação uniaxial de
tensões, pela clássica equação que relaciona força versus distância:
44
CRITÉRIO DE ESCOAMENTO
(29)
0U
Considerando o cálculo da equação (29) por unidade de volume (dividi-se por A0×l0) e considera-se válida a lei de Hooke, faz-se a
integração, obtendo-se:
(30)
Somando as respectivas energias nos outros dois eixos, considerando que estas não causem interferência mútua, pode-se obter:
(31)
Critério de máxima energia de distorção ou de Levy-von Mises
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CRITÉRIO DE ESCOAMENTO
(31)
Pode-se demonstrar, matematicamente que a equação (31) pode ser expressa em dois termos:
1) em termos da soma das tensões hidrostáticas; 2) em termos das tensões desviatórias.
Ficando:
Energia hidrostática(32)
(33)
Tensão Hidrostática ou Octaédrica (σ0): provoca variação de volumeTensão Desviadora (σ2 - σ0): provoca deformação plástica.
Energia desviatória
213
212
2210
23210
6
1
6
21
EU
EU
D
H
Critério de máxima energia de distorção ou de Levy-von Mises
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CRITÉRIO DE ESCOAMENTO
Energia hidrostática
213
212
2210
23210
6
1
6
21
EU
EU
D
H
Energia desviatória
(32)
(33)
O critério elaborado por von Mises, admite que o material inicie a deformação plástica quando a energia elástica de distorção por unidade de volume (equação 33) atinja o valor limite que é característico de cada material.
Considerando o ensaio de tração e aplicando-se os valores de tensão de
escoamento na equação 2
0 6
1E
D
EU
(34)
Energia elástica de distorção
Critério de máxima energia de distorção ou de Levy-von Mises
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CRITÉRIO DE ESCOAMENTO
213
212
2210 6
1
EU D
Igualando equação (33) à equação da energia da
distorção (34) 20 6
1E
D
EU
Obtêm-se a expressão para o critério de escoamento de von Misespara metais dúcteis:
“Define que o escoamento tem início quando a energia de distorção atinge um valor crítico, constante para um dado material sob condições definidas e
independente do estado de tensões”.
E 213
212
221
2
1 (35)
(33)
(34)
Critério de máxima energia de distorção ou de Levy-von Mises
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CRITÉRIO DE ESCOAMENTO
Considerando a expressão para o critério de escoamento de von Misespara metais dúcteis:
E 213
212
221
2
1
Quando:
ou , então os critérios de von Mises e Tresca coincidem.
Os dois critérios apresentam uma diferença máxima em
um estado plano de deformação 1,15.)(
2
1312
(35)
Critério de máxima energia de distorção ou de Levy-von Mises
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CRITÉRIO DE ESCOAMENTO
Representação gráfica das curvas limite de escoamento (fora das quais
existem tensões atuando que provocam deformação plástica).
Nota-se a combinação de tensões que levam aos dois critérios estabelecer a
mesma condição de escoamento ( ) e a condição de máxima
diferença ( ou ),
(Dieter, 1988).
Critério de máxima energia de distorção ou de Levy-von Mises:Mapa de escoamento / comparativo dos critérios de
escoamento para tensão plana
50
CRITÉRIO DE ESCOAMENTO
Valores reais de tensão, onde ocorre o escoamento dos materiais metálicos, situam-se, em média, entre as regiões definidas pelos critérios de Tresca e de von Mises.
Dowling (1993)
Critério de máxima energia de distorção ou de Levy-von Mises: mapa de escoamento
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CRITÉRIO DE ESCOAMENTO
Os reais valores de tensão, onde ocorre o escoamento dos materiais metálicos, situam-se,
em média, entre as regiões definidas pelos critérios de Tresca e de von Mises.
Meyers & Chawla (1984)
Critério de máxima energia de distorção ou de Levy-von Mises:Mapa de escoamento
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CRITÉRIO DE ESCOAMENTO
Critério de máxima energia de distorção ou de Levy-von MisesMapa de escoamento
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TENSÃO E DEFORMAÇÃO EFETIVAS(ou significantes)
É de grande utilidade a substituição de um estado complexo de tensões ou deformações através de funções invariantes de tensão e
deformação.
.n
H
2322
312
212
1 E
2322
312
213
2
A definição mais usual para a tensões e deformações efetivas é afornecida com base nas considerações de energia de distorção oferecida
por von Mises.
EFEITOS DA TAXA DE DEFORMAÇÃO
d
dt
A velocidade de deformação influencia no limite de escoamento e, conseqüentemente, no nível de tensão necessária para provocar uma
determinada conformação em um material metálico.
54
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EFEITOS DA TAXA DE DEFORMAÇÃO
55
Esta influência será tanto maior quanto maior for a temperatura em que se encontra o material
Variação no limite de escoamento de uma liga de alumínio e do cobre puro com a variação na taxa de deformação e na temperatura de teste, Dieter (1988), Dowling (1993).
EFEITOS DA TAXA DE DEFORMAÇÃO
.m
LE C
C – constante de resistência à deformaçãom – sensibilidade à taxa de deformação
56
Valores do parâmetro (m) para três metais obtidos em ensaios de compressão, adaptado de Helman e Cetlin (1983).
Seu valor pode ser obtido de um gráfico (log. tensão versus log. taxa de deformação), deve-se notar que este parâmetro muda com a temperatura
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EFEITOS DA TAXA DE DEFORMAÇÃO
.m
LE C
C – constante de resistência à deformaçãom – sensibilidade à taxa de deformação
57
Valores do parâmetro (LE) para três metais obtidos em ensaios de compressão, adaptado de Helman e Cetlin (1983).
58
EFEITOS DA TAXA DE DEFORMAÇÃO
Ocorre uma melhor lubrificação na interface ferramenta-peça (desdeque o filme lubrificante possa ser mantido).
EQUIPAMENTO VELOCIDADE (m/s)
Máquina de Ensaio 6.10-7 a 6.10-3
Prensa Hidráulica 0,003 a 3,0
Prensa Mecânica 0,15 a 1,5
Ensaio Charpy 3 a 6
Martelo de Forjamento 3 a 9
d
dt
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EFEITOS DA TAXA DE DEFORMAÇÃO
.m
LE C
C – constante de resistência à deformaçãom – sensibilidade à taxa de deformação
SE O MATERIAL É SUBMETIDO AO RECOZIMENTO POSTERIOR:
à deformação a FRIO:
Recuperação EstáticaRecristalização Estática
Ativadas termicamente
à deformação a QUENTE:
Recuperação DinâmicaRecristalização DinâmicaRecristalização Estática
Ativadas tanto térmica como mecanicamente
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ENSAIO REAL DE TRAÇÃOAplicação
Exercício 01:
Um corpo-de-prova (C.P.) com diâmetro inicial de 12mm e comprimento inicial(da seção útil) de 50mm é submetido a um ensaio de tração. Quando oindicador da máquina de ensaio aponta uma força de 18.000N, o comprimentodo C.P. é de 57,8mm. Sabendo-se que o C.P. está no regime plástico,determinar:
a) A tensão real atuante neste instante;b) A deformação verdadeira;c) A redução de área neste instante;d) O diâmetro do C.P. neste instante.
14/03/2014
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Exercício 02:
Um corpo-de-prova (C.P.) de latão de 12mm de diâmetro suporta umacarga máxima de 60.000N, apresentando neste ponto uma redução deárea de 40%. Qual seria a carga necessária para deformar um segundocorpo-de-prova, idêntico ao primeiro, até metade da deformação realuniforme deste material?
ENSAIO REAL DE TRAÇÃOAplicação
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Exercício 03:
O comportamento de um metal é expresso pela equação abaixo. Seuma barra deste metal é trabalhada a frio com uma redução de áreade 15%, qual será o novo limite de escoamento para este material?
0,25540. p
ENSAIO REAL DE TRAÇÃOAplicação