Meio Físico - Projeto Biotupé | 16 anos de atividades na RDS do...

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1 CAPÍTULO 1 - Modelos geomorfológicos para o Lago Tupé Fábio Marques APRILE Assad José DARWICH & CAPÍTULO 2 - Variáveis limnológicas: contribuição ao estudo espaço-temporal de águas pretas amazônicas CAPÍTULO 3 - Limnologia do Lago Tupé: dinâmica espaço-temporal do oxigênio dissolvido CAPÍTULO 4 - Considerações sobre a geoquímica e dinâmica sedimentar do Lago Tupé Assad José DARWICH; Fábio Marques APRILE Barbara Ann ROBERTSON Assad José DARWICH; Fábio Marques APRILE; Barbara Ann ROBERTSON Luiz Fernando ALVES Fábio Marques APRILE; Assad José DARWICH José Carlos RAPOSO & & & Meio Físico Biotupé: Meio Físico, Diversidade Biológica e Sociocultural do Baixo Rio Negro, Amazônia Central SANTOS-SILVA, APRILE, SCUDELLER, Editora INPA, Manaus, 2005 Edinaldo Nelson Fábio Marques Veridiana Vizoni Sérgio MELO (Orgs.),

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1CAPÍTULO 1 - Modelos geomorfológicos para o Lago Tupé

Fábio Marques APRILE Assad José DARWICH&

CAPÍTULO 2 - Variáveis limnológicas: contribuição ao estudo espaço-temporal de águaspretas amazônicas

CAPÍTULO 3 - Limnologia do Lago Tupé: dinâmica espaço-temporal do oxigêniodissolvido

CAPÍTULO 4 - Considerações sobre a geoquímica e dinâmica sedimentar do Lago Tupé

Assad José DARWICH; Fábio Marques APRILE Barbara Ann ROBERTSON

Assad José DARWICH; Fábio Marques APRILE; Barbara Ann ROBERTSONLuiz Fernando ALVES

Fábio Marques APRILE; Assad José DARWICH José Carlos RAPOSO

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Meio Físico

Biotupé: Meio Físico,Diversidade Biológica e Sociocultural do Baixo Rio Negro, Amazônia Central

SANTOS-SILVA, APRILE, SCUDELLER,

Editora INPA, Manaus, 2005

Edinaldo Nelson Fábio Marques Veridiana VizoniSérgio MELO (Orgs.),

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Meio FísicoCapítulo 1

Modelos geomorfológicos para oLago Tupé

RESUMO - O objetivo deste trabalho foi estudar a geomorfologia do lago Tupé, tendo comoproposta apresentar um modelo morfométrico para a bacia, baseado em aferiçõesrealizadas no período de seca do ciclo hidrológico 2003/2004. Os estudos incluíram a árealivre do lago, cinco igarapés de floresta e o canal de conexão com o rio Negro. O lago estáconectado ao rio por um canal de cerca de 20m de largura, 0,5m de profundidade e 150mde comprimento. A amplitude média de variação do nível da água no canal é semelhante àdo rio acima da cota 19m a.n.m. (acima do nível do mar). Os resultados da análisemorfométrica revelaram que o lago apresenta uma seção transversal com padrão tendendoao triangular, com formato de cunha irregular “V” deslocado para a margem direita.Durante a fase de seca a área do espelho de água foi de 66,9ha, e o volume deaproximadamente 1.440.260m .

PALAVRAS-CHAVE: geomorfologia, batimetria, geometria hidráulica, análise areal, lagoTupé.

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Fábio Marques APRILE

Assad José DARWICH

[email protected]

[email protected]

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Coordenação de Pesquisas em Biologia AquáticaAv. André Araújo 2936, Caixa Postal 470 Manaus, AM, 69060-001

Biotupé: Meio Físico,Diversidade Biológica e Sociocultural do Baixo Rio Negro, Amazônia Central

SANTOS-SILVA, APRILE, SCUDELLER,

Editora INPA, Manaus, 2005

Edinaldo Nelson Fábio Marques Veridiana VizoniSérgio MELO (Orgs.),

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Aprile Darwich&

formas relacionadas com o escoamen-to das águas dos lagos.Ao contrário dosrios, os lagos na maioria das vezes nãoagem como transportadores de grandequantidade de materiais intemperiza-dos.

A geomorfologia lacustre ainda épouco estudada, no entanto, sabe-seque o transporte de material clásticolimita-se a curtas distâncias, quandode origem autóctone, em decorrênciada alta taxa de sedimentação. Já omaterial de origem alóctone chegaatravés do sistema fluvial com altaenergia, podendo ser distribuído portoda área lacustre.

Os lagos funcionam como canaisacumuladores, sendo que o fluxo dematerial clástico para o lago faz parteintegrante do ciclo hidrológico local.No caso do lago Tupé, tanto as caracte-rísticas físicas quanto as químicas ebiológicas, estão diretamente associa-das ao pulso de inundação do rioNegro. Neste caso, a alimentação dolago se processa preferencialmenteatravés de águas superficiais prove-nientes do rio Negro e dos igarapés defloresta, e em menor grau através deáguas subterrâneas e pelas águas daschuvas. Pelo fato do lago comounidade de sistema estar em contínuainteração com o meio, pode-se dizerque as condições climáticas, a litologiae a cobertura vegetal controlam amorfogênese das vertentes e, por suavez, o tipo de carga detrítica fornecidapelo sistema.

Todos os acontecimentos queocorrem na bacia de drenagemrepercutem de forma direta ou indire-ta no lago. Sendo assim, o estudo dos

Introdução

A geomorfologia é a ciência que estuda as formas derelevo de um ecossistema. Nesse estudo estão incluídosnão apenas os aspectos morfológicos como também osprocessos atuantes. Segundo Christofoletti (1997) oestudo morfológico ainda não evoluiu o suficiente parapermitir uma classificação aceitável em função dessecritério, muito embora já seja possível utilizarclassificações para vertentes, redes de drenagem,lineamento de canais, dunas e áreas costeiras. Emcontraposição, o estudo dos processos atuantes nosistema está bastante desenvolvido, já sendo possívelestabelecer uma classificação lógica e exeqüível dosfatos geomorfológicos através do estudo da dinâmicaregional.

Os primeiros estudos geomorfológicos que se têmnotícia remontam da antigüidade, tendo o primeirogrande avanço durante os séculos XV e XVI. No Brasil aevolução do conhecimento geomorfológico é recente. Apartir da década de 1940 o conhecimento geomorfológi-co do território brasileiro evoluiu de maneira rápida,com o surgimento de várias publicações nas áreas degeologia e geografia, destacando-se os estudos deMartonne (1943, 1944), Ruellan (1944, 1950 e 1952),Freitas (1951), Ab’Saber (1956, 1958, 1964), Bigarella(1961, 1964), Carvalho (1965) e Christofoletti (1977,1978). No campo geológico com ênfase para os processosde dinâmica sedimentar destacaram-se os trabalhos deSuguio (1973, 1994). Especificamente na área do lagoTupé, Rai Hill (1981) apresentaram os primeiros dadoshidrológicos e morfológicos sobre a bacia.

Com o passar do tempo, a geomorfologia no Brasilpassa a adotar novas linhas de pesquisa dentro dageomorfologia climática, envolvendo a elaboração eaplicação de modelos para explicar a evolução dasfeições típicas do relevo atual, que segundo CunhaGuerra (1998) caracteriza-se por um reafeiçoamentocontínuo da superfície e por uma sobreposição de formassobre uma estrutura morfológica preexistente, seja denatureza morfoestrutural seja morfoclimática. Ageomorfologia lacustre estuda os processos e define as

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cursos de água que compõem a baciado lago Tupé só pode ser realizado emfunção da perspectiva global dosistema hidrográfico. O objetivo destetrabalho foi estudar o lago Tupé no seuaspecto geomorfológico, tendo comoproposta apresentar um modelomorfométrico e um mapa escalonadopara o lago.

Este estudo foi desenvolvido nolago Tupé durante o ciclo hidrológico2003/2004. Técnicas bastante divulga-das de análise morfométrica foramaplicadas segundo procedimentosmetodológicos descritos por Carvalho(1965), Maier (1983), Costa (1991) eChristofoletti (1997). O lago Tupé foidelimitado com auxílio de um GPSGarmin 12x e a partir de consultas emcartas e fotos aéreas. Os estudosgeomorfológicos incluíram a área livredo lago, os principais igarapés defloresta (igarapé Helena, das Pedras,da Cachoeira, Monteiro e Terra Preta) eo canal de comunicação com o rioNegro. Para a análise areal foramaplicados transectos dividindo o lagoem seções transversal, longitudinal ediagonal. Réguas foram instaladas empontos específicos do lago paraacompanhar a variação da coluna deágua em função do ciclo hidrológico.Para a análise batimétrica foi utilizadafita graduada 100 0,01m. Para definiros vários processos atuantes nageomorfologia do lago, foi feito umestudo da granulometria dos solos esedimentos do sistema através de

Metodologia

+

Modelos geomorfológicos para o Lago Tupé

técnicas de peneiramento e separação fracionada.Maiores detalhes da descrição metodológica sãoapresentados em Aprile . (2005, neste volume). Apartir dos resultados foi elaborado um modelomorfométrico para o lago. Um mapa foi digitalizado comauxílio dos software’s MaxiCad, Surfer eArcview.

Os primeiros estudos morfométricos relacionandolargura e profundidade em rios do centro oeste dosEstados Unidos foram desenvolvidos por LeopoldMaddock (1953). Para os autores, tais variáveis físicasestão diretamente ligadas à forma e tamanho do canal, eapresentam aplicabilidade em locais de margens bemdefinidas. Estudos posteriores de Leopold Wolman(1957, 1960) e Wolman Leopold (1957) revelaram queos eventos de magnitude moderada e de ocorrênciafreqüente podem controlar a forma de um canal.Tomando o lago Tupé como um grande canal receptor deáguas e material clástico, nota-se que sua morfologia ébem definida, sendo que o pulso de inundação associadoà variação pluviométrica são diretamente responsáveispela oscilação do nível de água do lago. A Figura 1apresenta a variação de nível da água do rio Negro e dolago Tupé durante o ciclo hidrológico de 2003,detalhando além disso, o início da enchente do cicloseguinte e a seca de 2002.

et al

Resultados e Discussão

Geometria Hidráulica

&

&

&

Os registros diários de variação de nível do rio Negrodesde 1902 realizados no Porto de Manaus indicam que ascurvas de variação do pulso de inundação são sempremonomodais, semelhantes à da Figura 1, e comamplitudes em torno de 10m. Nesse período, o nível dorio apresentou cota máxima de 29,69m a.n.m., em junhode 1953, e mínima de 13,64m a.n.m., no final de outubrode 1963. Verifica-se portanto, que a amplitude total dopulso de inundação, no último trecho do rio Negro,alcançou cerca de 16m durante o período de registros.Naqueles ciclos hidrológicos, as amplitudes totais dospulsos foram, respectivamente, de 12,62m e 13,65m.

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Essas variações têm estreita relação com a variação denível no lago Tupé por sua ligação com o rio Negro, amínima foi de 17,07m em 31 de outubro de 1953 emáxima de 27,31m em 17 de junho de 1963.

O lago Tupé está conectado ao rio por um canal decerca de 20m de largura, por 0,5m de profundidade e150m de comprimento durante a fase de seca (águasbaixas) e a amplitude média de variação de nível ésemelhante à do rio acima da cota 19m a.n.m. Quando onível da água está abaixo da cota 19m a.n.m não háentrada de água no lago pelo rio. Ocorre nesta fase,afluxo de água do lago ao rio proveniente,principalmente, da influência dos igarapés de florestaque convergem ao lago e da precipitação. No pico dacheia, em média, o nível rio atinge valores em torno dacota 28m a.n.m. e o lago apresenta profundidades cercade 15m em sua região central e de 10m na região decabeceira. Apesar da grande flutuação anual de nível, asoutras medidas lineares (comprimento e largura) e desuperfície (área livre) aumentam muito pouco quandocomparadas às de lagos de várzea, nos quais os desníveisda bacia são quase sempre muito pequenos. No Tupé, aocontrário, além do desnível, a bacia do lago apresentamargens íngremes, com vale em forma de “V”. Por isso, aárea inundável da bacia lacustre é pequena e a área livre

Figura 1. Nível da água no rio Negro medido no Porto de Manause no lago Tupé, na Estação Central (ET10). De outubro de 2002 amarço de 2004.

é exatamente a mesma área limitadapelas margens, visto não haverpresença de macrófitas aquáticas quepossam diminuir a superfície livre dolago.

Na foz do lago há bancos de areiacom altitude máxima em torno da cota30m a.n.m. bloqueando a bacia dolago, o que provavelmente pressionoua formação de um canal escavado até acota 19m a.n.m na parte lateral dobloqueio. Com isto, mesmo que o rioatinja cotas menores que 19m, o quefreqüentemente acontece no períodode seca, o lago permanece comprofundidade máxima cerca de 4,5m.Nesta fase, predomina as condiçõeshidroquímicas das águas dos igarapés eda precipitação pluviométrica.Durante todo o período de medições noPorto de Manaus (101 anos), em 26anos a cota mínima esteve acima de19m, sendo que oito dessas estiveramacima de 21m, com máxima de 21,84mem 1974. Observa-se que em mais de100 anos de medições, cerca de 74,3%dos períodos de águas baixas a cota dorio esteve bem abaixo de 19m. Épossível que o percentual real demáximas e mínimas durante aexistência do lago esteja próximodesses observados e ainda assim ocanal do lago está em torno da cota 19.Por isso, em primeiro lugar pode-sesupor que, a afluência do lago ao riotenha sido sempre muito pequena, aponto de não escavar abaixo da cotaatual do canal e, em segundo lugar,que o banco de areia na foz do lagotenha sido, de fato, depositado pelorio em conseqüência de eventosgeológicos remotos, como sugeriu

Aprile Darwich&

Pro

fundid

ade

do

lago

Tupé

(m)

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16

19

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25

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31

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Negro

(metr

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.m.)

-1,5

1,5

4,5

7,5

10,5

13,5

16,5

nível máximo 2003rio = 28,27m a.n.m.

lago = 14,5m

Nível d'água rio Negro Nível d'água lago Tupé

nível mínimo 2002rio = 17,19m a.n.m.

lago = 4,5m

out/02

nov

dez

jan/0

3

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

jan/0

4

fev

mar

nível mínimo 2003rio = 19,01m a.n.m.

lago = 4,5m

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Fittkau (1974).Segundo Riccomini (2000) do

ponto de vista geológico, a morfologiados canais é o principal atributoconsiderado na classificação dossistemas hídricos. A morfologia doscanais lacustres e fluviais é controladapor uma série de fatores autocíclicoscomo a carga de sedimentostransportada, largura e profundidadedo canal, velocidade do fluxo,declividade, rugosidade do leito ecobertura vegetal nas margens e,alocíclicos como as variáveis climáticas e geológicas. No Tupé, esseseventos são bem definidos e têminfluência marcante sobre a hidroquímica do lago. Embora com decliveacentuado em direção ao rio, mas comvazão reduzida, o canal estreito epouco escavado contribui para oisolamento do lago. As margensíngremes e a floresta circundante oprotegem dos ventos dificultando acirculação da coluna de água. A cargade sedimentos é consideravelmentereduzida e caracterizada, ora pelomaterial do rio Negro, quando as águasdesse rio predominam no lago, ora pelomaterial transportado pelos igarapésde floresta que caracterizam o lago nosperíodos de enchente e vazante, emespecial no período de águas baixas(início da enchente ou final davazante). Em todas as situações omaterial em suspensão é muito fino esua quantidade extremamente reduzida, em torno de 10mg.L- . Esta situa-ção contribui para a elevada transpa-rência da água, que é maior no períodode isolamento do lago (Secchi de até1,5m) quando toda a massa aquática

et al.

-

-

-1

Figura 2. Perfil longitudinal do lago Tupé para o período de seca2003 – 2004.

Apesar da Bacia Amazônica consistir de umatopografia relativamente plana, com fracos declives, osformadores do rio Negro nascem em áreas acidentadasdo território nacional (Planalto das Guianas), a 2.100mde altitude (Cunha Guerra, 1998). Essa característicacontribui para impedir o acúmulo do material

&

encontra-se com luz fotossintéticamente ativa.O fluxo e o material sedimentar são dois elementos

fundamentais na estruturação do sistema de geometriahidráulica em cursos aluviais (Christofoletti, 1997). Cadaum desses elementos pode ser caracterizado a partir devariáveis mensuradas nas seções transversal,longitudinal e diagonal do lago, dando subsídios para aapresentação de um modelo mais confiável damorfologia do sistema lacustre estudado.

Entre a linha da costa, margem esquerda do rioNegro, e o ponto mais interno do lago, acima dosigarapés da Helena (EI2) e das Pedras (EI3), se estendeuma zona de transição, cujo gradiente batimétricoaumenta de forma irregular em direção ao rio (Fig. 2),tendo como trecho mais profundo a área que vai daconfluência entre os braços maior (longitudinal) e menor(transversal) do lago, onde está localizada a estação demonitoramento denominada estação central (ET10), e oponto mais próximo do canal de conexão com o rioNegro.

Modelos geomorfológicos para o Lago Tupé

0

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-2

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-4

-5

-6

-0,69

-3,60

-5,63

-0,71 (ET1) rio Negro

Pro

f.(M

)

ET5

ET10

decliv. max.

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sedimentar mais fino ao longo do leito principal do rioNegro.

A mobilização de sedimentos lacustres dependediretamente da velocidade orbital (velocidade dedesprendimento e transporte), da granulometria, pesoespecífico, forma dos sedimentos e ângulo de inclinaçãodo sistema (declividade). O alto declive do lagoproporciona um aumento da velocidade das águas,principalmente das camadas mais profundas, originandoum padrão de transporte sedimentar, com áreas deinundação alimentadas pelas águas do rio durante osperíodos de enchente e cheia. A declividade total dolago, calculada para o trecho localizado entre os pontosmais extremos deste, como mostra a Figura 2, foi de 1,9m.km . A declividade máxima, observada entre ospontos de amostragem ET1 e ET5, foi de 4,1 m.km . Emlocais sem um aporte significativo de sedimentoslamosos, oriundos dos igarapés de floresta e solosmarginais, a mobilização dos sedimentos envolve otransporte predominantemente de sedimentosarenosos, como ocorre no rio Negro e no canal deconexão com o lago.

As lamas são depositadas nas profundidades em que avelocidade de corrente não mais exerce sua ação deselecionamento sedimentar. O ponto máximo desedimentação das partículas finas no lago Tupé temocorrido nas proximidades da estação ET10, onde seencontra a maior profundidade do lago. Um maiordetalhamento dos processos que envolvem a dinâmicasedimentar lacustre é abordado em Aprile . (2005,neste volume).

Considerando o canal principal de escoamento de umlago, este em decorrência da sua formação geológica eda ação das águas, pode apresentar três formas padrãode seção transversal: o tipo parabolóide, trapezoidal etriangular (Fig. 3). Em regiões de alta declividade, há umpredomínio dos canais trapezoidais. Já em regiões combaixa energia potencial, o predomínio são das seçõestriangulares. Os resultados da análise morfométricarevelaram que o lago Tupé, apresenta uma seçãotransversal com padrão tendendo ao triangular, comformato de cunha irregular ou “V”, deslocado para a

-1

-1

et al

margem direita como mostra a Figura4. A declividade mais acentuada namargem direita está diretamenteassociada a formação geológica daregião. O lago encontra-se inseridoentre dois vales, com solos argilosos eareno-argilosos e uma fina camada deglay húmico nas direções norte enoroeste, além de uma extensaformação arenosa (bancos de areia) nolimite da sua foz com o rio Negro.Segundo Fittkau (1974), durante oPleistoceno havia uma imensa área decachoeiras ao norte do lago, de ondegrande quantidade de areia teria sidotransportada em direção ao rio, sendodepositada, principalmente, ondehoje é a foz do lago Tupé. De acordocom o autor ainda, a deposição dessematerial teria sido decisiva naformação de parte da região ocidentaldo rio Negro. Considerando-se estaafirmação pode-se observar que a áreade deposição referida estende-se,subindo o rio Negro pela margemesquerda, desde a praia da PontaNegra passando pela foz dos igarapésTarumã e Tarumã-Mirim até o lagoTupé. Além disso, no mesmo trecho dorio, pela margem direta, há extensasfaixas de deposições arenosas seme-lhantes às da margem esquerda, talcomo também registrado à montantedessa área do rio Negro.

A formação em cunha pressupõeque no passado, antes da deposição deareia na foz do lago, a região do lagoapresentava alta velocidade decorrente, devido a um grande desnívelno relevo. Em decorrência da grandevelocidade de fluxo, os processoserosivos eram intensos, com grande

Aprile Darwich&

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modelo, que estão representadas na Figura 4. A primeiraunidade denominada interflúvio e declive cominfiltração, refere-se aos processos pedogenéticosassociados com movimento vertical da água superficiale, com a eluviação mecânica e química pelo movimentolateral da água subsuperficial. A segunda é a escarpa,cuja inclinação acentuada e abrupta favorece ointemperismo mecânico e químico. A terceira unidade édefinida como declive intermediário, onde pode ocorrertransporte de material pelos movimentos coletivos dossolos, ação da água e formação de terracetes. O quarto éo sopé coluvial, onde ocorre reposição de material pelosmovimentos coletivos e escoamento superficial,transporte de material, reptação e formação de cones dedejeção. Por fim, a quinta unidade é formada por umdeclive aluvial com deposição aluvial, processosoriundos do movimento da coluna de água associado aotransporte de material para jusante em direção a Et10.

Figura 4. Modelo de seção transversal do lago Tupé para operíodo de seca 2003/2004 e os processos geomorfológicosdominantes. (A) interflúvio e declive com infiltração; (B)escarpa; (C) declive intermediário; (D) sopé coluvial e (E)declive aluvial e leito central.

quantidade de material clástico sendoretirado e transportado das margens,moldando o relevo atual. Ainda hoje seencontra pequenas cachoeirasinterligadas aos igarapés de floresta,com leito de rochas sedimentaresmoldadas pela ação das águas. RaiHill (1981) sugerem que a morfologiado lago Tupé, que segundo os autorestem um aspecto côncavo, é resultadode duas frentes: a expansão fluvial queelevou os níveis do leito do rio,provocando um aumento dos processosde sedimentação, associada a forçados ventos. Segundo os autores aformação do lago é de um períodogeologicamente recente.

&

Figura 3. Formatos padrão de seçãotransversal de um lago. (A) parabolóide,(B) trapezoidal e (C) triangular.

De forma geral, os vários modelosp ropos to s em geomor fo log i aapresentam relações que envolvemrelevo, geologia e clima, assim comosuas interações com o intemperismo,os solos, processos erosivos e dinâmicahídrica.

A partir do modelo de vertenteapresentado por Dalrymple .(1968) foi esquematizado cinco dasnove unidades hipotéticas descritas no

et al

No aspecto geomorfológico, os igarapés apresentamvariações no relevo. O igarapé da Helena, o mais àmontante, e o igarapé Terra Preta, localizado no braçotransversal, apresentam um formato próximo ao modelotrapezoidal, com uma inclinação mais acentuada namargem esquerda. Já os igarapés das Pedras, Cachoeira

Modelos geomorfológicos para o Lago Tupé

A

A

A

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B

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Margem EsquerdaMargem Direita

d

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e Monteiro, diferentemente, apresentam umamorfologia que tende ao modelo triangular, comdeformações. O igarapé da Cachoeira é o que melhor seadequa a esse modelo, apresentando seções íngremespróximo ao leito e interflúvio igualmente inclinado nasmargens (Figs. 5a-5e).

O lago Tupé tem um papel de escoadouro das águas esedimentos em suspensão provenientes dos igarapés defloresta para o rio Negro durante os períodos de vazantee seca. Já nos períodos de enchente e cheia, o lagotorna-se um acumulador de águas pretas provenientes dorio Negro. Essa dinâmica fluvio-lacustre é grandementefavorecida pela geomorfologia da região.

A Tabela 1 apresenta os resultados da análisemorfométrica do lago Tupé. O lago Tupé apresenta umformato em "t", com um braço maior ou longitudinal deaproximadamente 2.504m e um braço menor outransversal de 1.149m de comprimento. A larguramáxima foi observada exatamente na confluência dosdois braços, com aproximadamente de 211 a 250m. Alargura mínima foi determinada no extremo oposto dafoz do lago, acima da estação ET1, com valores próximosde 32m. A partir dos resultados da análise morfométricado lago Tupé chegou-se a um valor aproximado da área doespelho de água de 66,9ha, e um volume para o períodode seca de aproximadamente 1.440.260m . Rai Hill(1981), estudando alguns parâmetros morfométricospara o lago ao longo de um ciclo hidrológico completo,encontraram uma área aproximada de 68ha e um volume2.570.000m , sendo este volume baseado naprofundidade média para o período de cheia.Comparando os dois resultados, observa-se que emtermos de área, o lago não varia muito entre a seca e a

AnálisesAreal e Batimétrica

3

3

&

cheia, contudo, o volume aumenta nomesmo período cerca de 56%. Essefenômeno é característico de lagosencrostados em regiões de vale. Dessemodo, não é possível obter umarelação direta entre a área e o volume,sendo mais confiável uma relaçãoentre este último com a profundidademédia.

Apesar dos processos morfodinâmi-cos atuais não serem intensos, fatocomprovado pela baixa dissipaçãoenergética proveniente das ondas eventos, e pela reduzida troca desedimentos entre a praia, localizadano canal, e a zona submersa do lago, aprofundidade do lago é bastantevariada, fundamentalmente pelainfluência do pulso de inundação.Durante o período de seca aprofundidade média do lago é de 2,1m,enquanto que na cheia fica em tornode 11,1m. Na estação ET10, aprofundidade varia dentro de um ciclohidrológico com mínima de 5,1 noperíodo de seca e máxima de 15mdurante a cheia.

A partir da elaboração detransectos ao longo da bacia do lagoTupé (Fig. 6), foi realizada a análisebatimétrica do lago, dos igarapésHelena, das Pedras, da Cachoeira,Monteiro e Terra Preta, além do canalde conexão com o rio Negro,apresentados nas Figuras 7 e 8,respectivamente.

Aprile Darwich&

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Modelos geomorfológicos para o Lago Tupé

Figura 5. Modelo de seção transversal para osprincipais igarapés constituintes do lago Tupé para operíodo de seca 2003/2004. (M.E. = margemesquerda; M. D. = margem direita)

Igarapé da Helena

Igarapé do MonteiroIgarapé da Cachoeira

Igarapé Terra Preta

Igarapé das PedrasM.E.

M.E.M.E.

M.E.

M.E.M.D.

M.D.M.D.

M.D.

M.D.

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12

Tabela 1. Medidas morfométricas do lago Tupé obtidas durante o período de seca 2003/2004.

Setor do Lago Setor dos Igarapés

comprimento máximo (m) 2.504 EI2 comprimento máximo (m) 117,4

comprimento mínimo (m) 1.149 EI2 largura média (m) 29,6

largura máxima (m) 250,1 EI2 profundidade média(m) 0,4

largura mínima (m) 32,4 EI3 comprimento máximo (m) 162,1

largura média (m) 97,4 EI3 largura média (m) 36,4

diagonal maior (m) 1.014 EI3 profundidade média(m) 0,3

diagonal menor (m) 148,5 EI4 comprimento máximo (m) 274

EI4 largura média (m) 37,8

profundidade máxima (m) 5,6 EI4 profundidade média(m) 0,6

profundidade mínima (m) 0,1 EI6 comprimento máximo (m) 257,8

profundidade média(m) 2,1 EI6 largura média (m) 50,9

profundidade relativa (m) 2,2 EI6 profundidade média(m) 0,6

EI8 comprimento máximo (m) 157,9

declividade total (m/km) 1,9 EI8 largura média (m) 18,1

declividade máxima (m/km) 4,1 EI8 profundidade média(m) 0,6

talude da seção ET10 14,9 Setor do Canal (EC11)

área da seção ET10 (m2) 383,7 comprimento máximo (m) 315

perímetro molhado ET10 (m) 151,4 largura máxima (m) 41,2

raio hidráulico ET10 (m) 2,5 largura mínima (m) 15,1

largura média (m) 26,5

área de superfície (ha) 66,9 profundidade máxima (m) 1,4

volume estimado (m3) 1.440.260 profundidade mínima (m) 0,1

tipo de bacia "Ria" profundidade média(m) 0,5

Aprile Darwich&

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13

Figura 6. Mapa da bacia do lago Tupé com os transectos aplicados para as análises morfométrica ebatimétrica.

Modelos geomorfológicos para o Lago Tupé

c9

8 43 2

Canal700 x

TSR

Q

EI3

EI4

EI2

a

a

a

b

b

a

ba

b

B

P

0 135 270m

O

N

S

L

K

EI6

1

2

J

I HG

FE

D

EI8

CBA

Canal

N

M

c7

c6

c5

c1

W E

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-0,80

-1,20

-3,22

-5,63

-2,68

-5,53

-2,91

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0P

rof.

(m)

A

B

-5,61

-2,45

-1,13

-0,28

-5,14

-0,95

-2,55-2,10

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

Pro

f.(m

)

C

D

-5,08

-2,68

-0,18-1,10

-5,00

-3,39-3,65

-1,70

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

Pro

f.(m

)

E

F

-3,76

-2,19

-1,16

-0,98-1,21

-1,12

-0,92

-3,21

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

Pro

f.(m

)

K

L

-0,88-1,21-1,11

-0,87-0,69-0,41

-3,60

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

Pro

f.(m

)M

N

-0,35 -0,47-0,61

-2,02

-1,17

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

Pro

f.(m

)

O

P

M.E. M.D. M.E. M.D.

-2,16

-1,51

-3,68

-5,00

-1,80-2,61

-1,21

-4,81

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

Pro

f.(m

)

G

H

-0,48 -0,79

-2,61

-4,15

-0,87

-3,00

-1,16

-3,60

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

Pro

f.(m

)

I

J

-0,21

-0,75-0,62-0,35

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

Pro

f.(m

)

Q

R

-0,70-0,44-0,33 -0,61

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

Pro

f.(m

)

S

T

Figura 7 Análise batimétrica dolago Tupé (período de seca2003/2004).

.

(M.E. = margemesquerda; M. D. = margem direita)

14

Aprile Darwich&

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-0,41

-0,54-0,12 -0,22

-0,84

-2,1

-1,8

-1,5

-1,2

-0,9

-0,6

-0,3

0,0

Pro

f.(m

)

a

b

EI2

-0,06 -0,34 -0,36

-0,53

-0,38

-2,1

-1,8

-1,5

-1,2

-0,9

-0,6

-0,3

0,0

Pro

f.(m

)

a

b

EI3

-0,05

-0,66

-0,78

-0,72-0,61

-2,1

-1,8

-1,5

-1,2

-0,9

-0,6

-0,3

0,0

Pro

f.(m

)

a

b

EI4

-2,04

-0,23-0,04

-0,74-0,67

-2,1

-1,8

-1,5

-1,2

-0,9

-0,6

-0,3

0,0

Pro

f.(m

)

a

b

EI6

-0,3-0,3-0,1

-0,9

-0,5-0,5

-1,4

-1,1

-0,5

-0,1

-2,1

-1,8

-1,5

-1,2

-0,9

-0,6

-0,3

0,0

M. E. M. D.

Pro

f.(m

)

EC11

-1,02

-0,52-0,08

-0,18

-1,42

-2,1

-1,8

-1,5

-1,2

-0,9

-0,6

-0,3

0,0

M. E. M. D.

Pro

f.(m

)

a

b

EI8

Figura 8 Análise batimétrica dos igarapés de floresta e do canal do lago Tupé (período de seca2003/2004).

.(M.E. = margem esquerda; M. D. = margem direita)

15

Modelos geomorfológicos para o Lago Tupé

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16

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Boletim Paranaense de Geografia

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Notícia Geomorfológica

GeografiaGeomorfologia

Introdução à ecologia das águas doces

Geomorfologia do

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Zeitschrift für

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AmazonianaRevista

Brasileira de Geografia

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