Meio Físico, Diversidade Biológica e Sociocultural do Baixo Rio...
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PRESIDENTE DA REPÚBLICA
MINISTRO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DIRETOR DO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA
Editor-Chefe
Luís Inácio Lula da Silva
Sérgio Machado Rezende
José Antônio Alves Gomes
George Henrique Rebêlo
Editores-AdjuntosAntonio Carlos Webber
Efrem Jorge Gondim Ferreira
Esta obra foi publicada com o apoio financeiro:INPA, CNPq, FAPEAM e CEULM/ULBRA
Av. André Araújo, 2936 Caixa Postal, 478CEP:69060-001, Manaus AM, Brasil.
Tel: 55(92)642-3438 Fax: 55(92) 643-3223site: / e-mail:www.inpa.gov.br [email protected]
EDITORA
(Organizadores)
Edinaldo Nelson Santos-Silva Fábio Marques AprileVeridiana Vizoni Scudeller Sérgio Melo
2005
Meio Físico, Diversidade Biológica eSociocultural do Baixo Rio Negro,
Amazônia Central
Copyright 2005 Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Revisão ortográfica:H. Dias
Projeto gráfico e capa:Áttema Design Editorial
Diagramação e arte final:
Denis Maerlant / FALPE Comunicação
Fotolitos e impressão: Jacaré Gráfica e EditoraRua Paulo Eduardo de Lima, 1106Conj. Renato Souza Pinto II Cidade Nova IManaus - AM
©
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www.falpe.com.br
Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientífico e Tecnológico
Financiadores:Parceiro:
BioTupé: meio físico, diversidade biológica e socio-cultural / Edinaldo Nelson dos Santos-Silva...[ .],organizadores. Manaus : INPA, 2005.246p.ISBN 85-211-0023-X1.Águas pretas 2. Biodiversidade Amazônia 3.Recursos naturais - Amazônia I. Santos-Silva,Edinaldo Nelson
et al
©
Proc. 55.1361/01-8
Temático 958/2003
PPI.1-3540
Prefácio ................................................................ IX
Introdução ................................................................ XI
Revisores ................................................................ XXIII
CAPÍTULO 2 Variáveis limnológicas: contribuição ao estudoespaço-temporal de águas pretas amazônicas ....... 19
CAPÍTULO 3 Limnologia do Lago Tupé: dinâmicaespaço-temporal do oxigênio dissolvido .............. 35
CAPÍTULO 4 Considerações sobre a geoquímica e dinâmicasedimentar do Lago Tupé ............................... 69
Meio Físico
CAPÍTULO 1 Modelos geomorfológicos para o Lago Tupé .......... 3Fábio Marques APRILE Assad José DARWICH&
Assad José DARWICH; Fábio Marques APRILEBarbara Ann ROBERTSON
Assad José DARWICH; Fábio Marques APRILE;Barbara Ann ROBERTSON Luiz Fernando ALVES
Fábio Marques APRILE; Assad José DARWICH José Carlos RAPOSO
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Sumário
Diversidade Biológica
CAPÍTULO 5 Fitoplâncton ................................................ 87Sérgio MELO, Sérgio R. M. REBELO, Karla F. SOUZA, Mariângela MENEZESLezilda C. TORGAN
&
CAPÍTULO 6 Desmídias com ocorrência planctônica ................ 99
CAPÍTULO 7 Distribuição vertical do zooplâncton e sua relaçãocom as variáveis ambientais ............................. 109
CAPÍTULO 8 As esponjas do Lago Tupé ............................... 123
CAPÍTULO 9 Diversidade de macromicetos lignolÍticos ............. 135
CAPÍTULO 10 O uso da fauna pelos moradores da ComunidadeSão João e Colônia Central .............................. 141
CAPÍTULO 11 Estrutura fitossociológica de uma floresta de terrafirme na Amazônia Central .............................. 155
CAPÍTULO 12 Composição da Entomofauna Aquática em Igarapésda Reserva de Desenvolvimento Sustentável Tupé,Manaus, AM ................................................. 169
CAPÍTULO 13 Diversidade e composição da ictiofauna do LagoTupé ......................................................... 181
CAPÍTULO 14 Bancos de dados sobre biodiversidade na Amazônia:a experiência do Projeto Biotupé ...................... 199
Sérgio MELO, Sérgio R. M. REBELO, Karla F. SOUZA, Climéia C. SOARESMaria da Graça SOPHIA
Daniel PREVIATTELLI; Edinaldo Nelson dos SANTOS-SILVAAssad José DARWICH
Cecilia VOLKMER-RIBEIRO Franciely Benetti de ALMEIDA
André Luis WILLERDING, Marcerla Farias BARBOSA Thaís CamposBURLAMAQUI
Adriana Kulaif TERRA George Henrique REBÊLO
Karen Souza DINIZ Veridiana Vizoni SCUDELLER
Maria José do Nascimento LOPES
Mauro José CAVALCANTI
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Maria Gercilia M. SOARES Kedma Cristine YAMAMOTO&
Diversidade Sociocultural
CAPÍTULO 15 Histórias: narrativas e depoimentos dascomunidades São João do Tupé e Colônia Central ... 217
enrique REBÊLO; Adriana Kulaif TERRA;Viviane MariaGuedes LAYME Tábita Maciel AMORIMGeorge H
&
CAPÍTULO 16 A visão vernacular e o desafio cultural paraConstruções em mutirão .................................. 239Leandro GASPARINI André Munhoz de Argollo FERRÃO&
As abordagens científicas dos biomas e ecossistemas amazônicos como objetosinterdisciplinares, são recentes. Na tradição científica brasileira privilegiou-se, até os anos 70, osinventários do meio físico por áreas de saber e/ou disciplinas específicas. Assim, a vida animal evegetal foi classificada segundo padrões especializados da botânica, entomologia, zoologia, etc. Afloresta e a malha hídrica, como unificador do conhecimento sobre o trópico úmido, apenasrecentemente passam a ser estudadas como um todo orgânico. Esta atitude científica induz à outrasintersecções, agora entre as ciências da natureza e da sociedade.
O estudo denominado “Biotupé: meio físico, diversidade biológica e sociocultural,realizado sob a responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA e CentroUniversitário Luterano de Manaus - CEULM/ULBRA, se inscreve neste enfoque inter etransdisciplinar. As representações científicas produzidas em conjunto vêm apresentandoexcelentes resultados para compreensão sistêmica do trópico úmido, para a explicação dadiversidade física e da especificidade de funcionamento de cada ecossistema em particular. Nosestudos deste tipo residem enormes esforços para estabelecer relações causais e de determinaçãoentre fenômenos físicos de várias ordens, que buscam compreender processos de formação eevolução da natureza. O lugar e a interferência da ação humana nesses processos é uma dimensãoessencial para a apreensão da diversidade adaptativa da condição humana.
A ampliação das bases explicativas, compreensivas e descritivas, por si só, se constitui emproblema metodológico com implicações no discurso que as narrativas científicas têm dificuldadede coordenar. Imaginemos pois, a ordem e a densidade de questões, quando abordagens das ciênciasda natureza e das ciências da sociedade encontram-se sob um mesmo objetivo: o conhecimentorecíproco entre as intervenções e o ambiente físico em uma região particular. Os movimentos e ostempos de ocupação e usos, organização do espaço e os processos e ciclos da natureza são dinâmicose nem sempre harmonizam a história e a descoberta científica. Na verdade, em se tratando deAmazônia, o conhecimento tradicional de Povos e Nações têm precedência sobre a classificação daciência ocidental. Mediante diferentes formas de adaptabilidade os povos daAmazônia ocuparam asplanícies, várzeas, montanhas e manejaram a vida vegetal e animal em diferentes intervenções. As
locus
Prefácio
interações que se processaram entre a ação humana e a evolução natural são muito importantespara as percepções contemporâneas da Amazônia. Diríamos mesmo, que são fundamentais paraarticulação de hipóteses e questões de pesquisa acerca da origem, evolução e manutenção dosambientes da região.
O Tupé caracteriza uma região lacustre, composta de 05 cursos d'agua (igarapés), ligados aoRio Negro por um canal. Às margens do lago Tupé há populações recentes, etnias remanejadas, epovos originários do Alto Rio Negro. À esta diversidade de ocupação e uso do espaço físico, dediferentes momentos históricos, e de conhecimento, o INPA e CEULM/ULBRA pesquisam ageomorfologia, os aspectos limnológicos, a especificidade da dinâmica do lago em suas variáveisgeoquímica e sedimentar. A preeminência destes estudos para a compreensão da região é auto-explicável. Todas as possibilidades de adensamento demográfico, de arranjos e cadeias produtivasdevem, em tese, adequar-se às variáveis ambientais do ordenamento territorial da Amazônia.Mesmo que assim não fosse, é possível afirmar que este estudo pode ser fio condutor de novasabordagens da imensa bacia do Rio Negro, a partir de uma de suas amostras.
O Tupé é também um povoamento recente de novos ribeirinhos, migrantes de vários outrosrecantos da Amazônia e do Brasil, que utilizam as margens do Rio Negro como foco turístico e delazer. O impacto negativo dessas atividades sobre a vida natural é visível ainda que necessite de sermedido, classificado e cientificamente explicado. As atividades de campo captam,simultaneamente, variáveis físicas, ambientais e culturais para a compreensão do “Biotupé”. Olago, a praia, os igarapés, o canal de ligação com o Rio Negro são mais do que ângulos privilegiadosde acesso à fruição estática da paisagem. São ambientes produtores de vida no trópico úmido e,portanto, são unidades de reprodução da vida física, social e cultural, muito além de simplesrecursos para os usos da sobrevivência econômica.
O olhar interdisciplinar engatinha na escolha de variáveis compreensivas e explicativas quedão ao “Biotupé”a força dos estudos pioneiros. Ações de pesquisas deste porte constituem umachave para o acesso ao conhecimento da Amazônia profunda, além da superfície descritiva doslevantamentos.
Profª Drª Marilene Corrêa da Silva Freitas
Doutora em ciências sociais e professora do Departamento deCiências Sociais da Universidade Federal do Amazonas desdefevereiro de 1979. Atualmente dirige a Secretaria de Ciência eTecnologia do Estado doAmazonas.
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Introdução
Reserva de DesenvolvimentoSustentável do Tupé: característicasgerais
O Estado do Amazonas possui uma das maiores áreas de florestas e águas continentais domundo. Estes ambientes abrigam uma elevada diversidade de organismos terrestres e aquáticos,cujo conhecimento restringe-se a grupos taxonômicos específicos e, ou, regiões restritas. Visandopreservar, manejar e, ou, usar de modo sustentável os recursos naturais, diversas regiões do Estadotêm sido demarcadas como área de proteção ambiental, seja no âmbito federal, estadual oumunicipal. Dentre estas destacam-se as Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS), que sãoáreas de proteção ambiental associadas ao conceito de uso sustentável dos recursos naturais. Estasáreas abrigam a população local que continuam a usar os recursos naturais, no entanto, de forma a
Veridiana Vizoni SCUDELLER
Fábio Marques APRILE
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Sérgio MELO
Edinaldo Nelson dos SANTOS-SILVA
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Mestrado em Biotecnologia e Recursos Naturais UEA e Coordenação de Biologia - Ceulm/Ulbra. Av.Solimões, 2 Japiim II. Manaus AM;
Coordenação de Pesquisas em Biologia Aquática INPA. Av. André Araújo, 2936, CP 470. Manaus AM
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2
Biotupé: Meio Físico,Diversidade Biológica e Sociocultural do Baixo Rio Negro, Amazônia Central
SANTOS-SILVA, APRILE, SCUDELLER,
Editora INPA, Manaus, 2005
Edinaldo Nelson Fábio Marques Veridiana VizoniSérgio MELO (Orgs.),
XII
Scudeller et al.
básico de preservar a natureza e, aomesmo tempo, assegurar as condiçõese os meios necessários para areprodução e a melhoria dos modos eda qualidade de vida e exploração dosrecursos naturais das populaçõestradicionais, bem como valorizar,conservar e aperfeiçoar o conhecimen-to e as técnicas de manejo doambiente, desenvolvidas por estas
populações (Art. 1 ).
A RDS Tupé localiza-se na margemesquerda do rio Negro, a Oeste deManaus distante aproximadamente25km em linha reta do centro dacidade, a uma altitude média 20ma.n.m. Apresenta atualmente osseguintes limites: começa naconfluência do rio Negro com a
margem direita do igarapé Tatu (03
03'02,241”S e 60 17'46,121”W),seguindo por este até a sua nascente
(03 01'18,293”S e 60 19'10,903”W);desse ponto, segue por uma linha retano sentido sul/norte até o igarapé
Acácia (02 58'03,139”S e 60 19'10,405”W), daí, por uma linha mediana,até a confluência com o igarapé
Tarumã-Mirim (02 57'25,023”S e 6012'45,624”W), e por fim segue pelamargem direita do igarapé Tarumã-
Mirim até a sua foz com o rio Negro (03
01'42,851”S e 60 10'30,770”W), seguindo pela sua margem esquerda, até oponto inicial do igarapé Tatu (Fig. 1).
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Localização
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preservar e manter a biodiversidade. Entre as RDS doEstado do Amazonas, a Reserva de DesenvolvimentoSustentável Tupé (RDS Tupé) ocupa uma posição única,por ser a maior unidade de proteção do município deManaus com cerca de 12.000ha.
Ao longo dos últimos quinze anos, visando a proteçãoambiental da região do lago Tupé, o poder públicomunicipal instituiu os seguintes instrumentos legais:
a) em 1990, a Praia do Tupé foi declarada comoÁrea de Relevante Interesse Ecológico pela Lei Orgânicado Município de Manaus (LOMAM);
b) em 1995, pela Lei Municipal Nº 321, foi criadaa Unidade Ambiental do Tupé (UNA-Tupé) definindo-setambém os limites territoriais dessa área, integrante dosistema municipal de unidades de conservação;
c) em 1999 o Decreto Municipal No 4.581, de18.06 instituiu aquela área como “espaço territorial derelevante interesse ecológico”, e atribuiu à SecretariaMunicipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente(SEDEMA) a gestão ambiental daquela localidade;
d) ainda em 1999, por meio da Portaria No18/99, de 24.06, a SEDEMA instituiu o Regulamento daÁrea de Relevante Interesse Ecológico do Tupé (ARIE -Tupé), definindo os limites espaciais da mesma, bemcomo, estabelecendo diretrizes e estratégias para aimplantação e o funcionamento dessa unidadeambiental;
e) em 2002, pela Lei Nº 671/02 e atendendo aoque estabelece a legislação federal referente ao SistemaNacional de Unidades de Conservação (SNUC), a UNA-Tupé foi reenquadrada como Reserva de Desenvolvimen-to Sustentável Tupé - RDS Tupé.
f) em 2005, através do Decreto Nº 8044, assinadopelo prefeito de Manaus em 25.08 foi finalmente criada aReserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé (nessedocumento denominada REDES do Tupé) com área totalde 11.973ha e perímetro de 47.056m, com o objetivo
Histórico da criação da RDS Tupé
XIII
Reserva de desenvolvimento sustentável do Tupé: características gerais
Histórico do sistemade classificação davegetação
O projeto Radam Brasil (1978) tevecomo objetivo estudar, em escalaregional, a área da conhecida“Amazônia Legal”, retificando limites
e conceituando novamente o recobrimento vegetal da“afamada Hiléia brasileira de Humboldt”. A partir deparâmetros climáticos, pesquisadores do projeto RadamBrasil (1978) definiram três tipos de vegetação florestal:ombrófilo denso, de 0 a 30 dias secos; ombrófilo abertode 30 a 60 dias secos; e estacional semidecidual, de 60 a90 dias secos. No entanto, usando parâmetrosfisionômico-ecológico das formações procurou-seatualizar um sistema universal de classificação das
Figura 1. Limites e localização das comunidades existentes na RDS Tupé e no seu entorno.
M03.550 1.775 3.550
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Rio Negro
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Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé
Trilhas
Perímetro
Comunidades
Legenda 1. Agrovila2. São Sebastião3. Ebenezér4. Julião5. Fátima6. Livramento
7. São João do Tupé8. Central9. Tatulândia10. Arara11 Bela Vista
A. Trilha CentralB. Trilha da Cachoeira
formações vegetais.Para Veloso Góes-Filho (1982), a região da Floresta
Ombrófila Densa é a região realmente hileiana. Para osautores, foi esta área equatorial que Humboldt chamoude “Hyleia” e que Martius designou “Nayades”. Para aregião de Manaus foram determinadas três regiõesfitoecológicas evidenciadas pelas classes de formaçõesde Campinarana, da Floresta Densa Tropical(reconhecida popularmente como Floresta de TerraFirme) e da Floresta Aberta Tropical, além das áreas deacumulação inundáveis (Radam Brasil, 1978).
ARegião Ecológica da Floresta Densa Tropical recobre153.688km de área e compreende seis sub-regiões, cadauma posicionada em gradientes litológicos emorfológicos característicos. De acordo com o RadamBrasil (1978), não foram observadas diferenças muitosignificativas na composição florística de cada umadelas, isto dentro dos limites que a escala dos trabalhospermitiu. Os autores reconheceram que as espéciesdominantes entre as árvores altas pertencem às famíliasLeguminosae, Lecythidaceae e Sapotaceae em primeirolugar, correspondendo a 40,8% respectivamente deárvores com diâmetros superiores a 10cm.
Grande parte da Amazônia, 65% da área total, érecoberta por floresta de terra firme, ou Floresta DensaTropical, caracterizada pela elevada riqueza ediversidade de espécies (Prance, 1987; Guillaumet,1987). O termo geral da floresta de terra firme englobavários tipos de vegetação que variam segundotopografia, localização geográfica, geologia, entreoutros fatores.
Segundo Radam Brasil (1978), as áreas deacumulação inundáveis, anteriormente denominadasSub-Região das Áreas de Acumulação Inundáveis,constituem-se de entidades dinâmicas (graminóide,arbustiva e arbórea) em nítida fase de sucessão.Ocorrem em áreas aluviais com sedimentos do
&
Floresta Densa Tropical
Áreas deAcumulação Inundáveis
2
Quaternário, onde a inundaçãoperiódica condiciona e seleciona asdiferentes formações. Parecemevidentes os reflexos da água decolorações diferentes. Para Coelho
. (1976) Radam Brasil (1978)“uma característica marcante é acoloração da água presente nos riosonde predominam os depósitosarenosos, a água toma uma coloraçãoescura, proveniente de ácidos húmicoslixiviados por ação de água das chuvasque provocam a acidez da água a pontode, em alguns rios, atuar como inibidorda vida aquática; já nos rios de águabarrenta com grande profusão desedimentos em suspensão, a vidaaquática é intensa e variada emespécies”. Tal fato justifica, regional-mente o uso dos termos “famintos”para designar os rios de água preta e“ricos” para os de água branca (Sioli,1984). Evidentemente, observa-se onítido reflexo de tais característicassobre a vegetação das planíciesaluviais, de acordo com materialdepositado”.
As florestas inundadas apresentamcaracterísticas estruturais e florísticasdistintas das matas de terra firmeresultantes de diferenças geomorfoló-gicas e hidrológicas, como flutuaçãodo nível dos rios, duração do períodode inundação, variação do relevo,entre outras (Prance, 1979; Ayres,1986). Segundo Nelson Oliveira(1999) existe uma situação de totaldesconhecimento florístico e da estru-turação da comunidade vegetal dasflorestas periodicamente inundáveis,visto que menos de 0,0003% desta áreajá foi amostrada em estudos anterio-
et
al apud
&
XIV
Scudeller et al.
res. Sabe-se de apenas poucosinventários florestais em igapó noBrasil, a maioria concentrada na regiãodas proximidades de Manaus (Rodri-gues, 1961; Keel Prance, 1979;Revilla, 1981; Piedade, 1985; Worbes,1986 Ferreira, 1997; Ferreira,1991). No entanto, o estudo maispróximo geograficamente da bacia dolago Tupé é o de Ferreira (1991), noigarapé Tarumã-Mirim.
Nas planícies aluviais ocorrem comalta freqüência as espécies
(H.B.K.) Muell. Arg.(seringueira), spp. espp. (ucuubas), (L.)Gaertn. (sumaúma), L.(açacu), com destaque nos aluviõesmarginais ao rio Negro e tributários, asespécies Meg.(louro-inhamuí),
Camb. (jacareúba) eHub. ( aparajuba) (Radam
Brasil, 1978). Para os autores, osmaiores gregarismos de
H.B.K. verificam-se no relevocolinoso dos interflúvios tabularespróximos aos grandes lagos do sistemafluviolacustre do rio Solimões e, ainda,nos interflúvios de três afluentes do rioNegro que são os rios Demini, Jufari eBranco.
&
apud
Hevea
brasiliensis
Virola Iryanthera
Ceiba pentandra
Hura creptans
Ocotea barcelensis
Callophyllum brasi-
liense Manilkara
amazonica M
Bertholletia
excelsa
Caracterização dastrilhas utilizadas peloprojeto Biotupé
Trilha da Cachoeira
A trilha da Cachoeira possui uma
extensão aproximada de 3.800m. Seu início estálocalizado na sede da Comunidade São João do Tupé(03 2'50”S e 60 15'21”W), e, seu ponto final em umacachoeira situada à 03 02'02”S e 60 16'33”W.
se estende por -
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A cachoeira, que dá o nome à trilha, apresenta umapequena queda de 1,5m , gerada por pequenas falhas nasrochas areníticas da região.
A trilha terrenos de platôs e vertentes. Em seu percurso prevalece solo arenoso e,pontualmente, nas áreas de platô observa-se latossolosargilosos e lateritos. A trilha é praticamente toda plana,exceto entre os km 1,3-1,5, onde corta um pequenoigarapé e existe uma inclinação do terreno acentuada(ca. 45 ).
A cobertura vegetal da trilha da Cachoeiracaracteriza-se por floresta alta, aberta e subosquevariando de aberto com palmeiras na porção maispróxima à sede da comunidade a fechado nas demaispartes da trilha.
A trilha Central possui uma extensão aproximada de2.000m. Seu início está localizado na margem direita doigarapé do Tupé (02 59'54,8”S e 60 16'17,4”W), e, seuponto final no limite do terreno de um morador daComunidade Colônia Central à 03 00'43,2”S e60 16'02,5”W.
A trilha se inicia em um terreno com um acliveacentuado (ca. 50 ) nos primeiros 100m. A partir daí,segue o tempo todo no divisor de águas (plana). Em seupercurso prevalece solos argilosos.
A cobertura vegetal da trilha Central caracteriza-sepor floresta alta, aberta e subosque aberto compalmeiras.
A trilha da Copaíba possui uma extensão aproximadade 1.000m. Seu início está localizado na margem direitado igarapé do Tupé (03 00'46”S e 60 02'15”W), próximoao Sítio do Pica Pau Amarelo (sítio de um comunitário daSão João) e, seu ponto final no limite do terreno da
Trilha Central
Trilha da Copaíba
XV
Reserva de desenvolvimento sustentável do Tupé: características gerais
Comunidade Colônia Central, próximo ao barracãocomunitário, à 03 00'45,5”S e 60 16'05,6”W.
Esta trilha foi aberta para facilitar o acesso aobarracão comunitário da Central. É uma trilha que,segundo relatos, já existia, mas que havia sidoabandonada há muito tempo. A trilha se inicia em umterreno com um forte aclive (ca. 50 ) nos primeiros100m. A partir daí, segue no platô (divisor de águas),sendo bastante plana. Em seu percurso prevalece soloargiloso e argilo-arenoso.
A cobertura vegetal da trilha Central caracteriza-sepor floresta alta, fechada e subosque aberto.
Os ambientes aquáticos da RDS Tupé compreendemprincipalmente alguns lagos e igarapés, no entanto, osestudos limnológicos na RDS concentram-se no lagoTupé, um lago de águas pretas (lago de Ria), localizadona margem esquerda do rio Negro (Fig. 1) com o qualmantêm-se conectado durante todo o ano, mas noperíodo de seca acentuada não sofre sua influência pois,o afluxo de água ocorre apenas do lago para o rio. No seutrecho mais profundo, o lago apresenta profundidadevariando entre 4,5m (seca) e 15m (cheia) dependo damagnitude do pulso de inundação.
Os estudos realizados no lago Tupé evidenciaram umaárea superficial de 68ha, comprimento de 3km, umalargura máxima de 300m, profundidade máxima de 15m,e reduzidos valores de pH (4,4-5,8) com concentraçãomédia de oxigênio dissolvido de 6mg.L podendoapresentar, no entanto, com condições de anoxia nascamadas mais profundas (Rai Hill, 1981a, 1981b,1984). Estes autores, com base em microorganismos ecaracterísticas físico-químicas, classificaram o lagocomo distrófico, oligomítico. Em relação aosinvertebrados aquáticos, apenas uma publicação édisponível sobre a fauna de macrobentos (Reiss, 1977),trabalho no qual o autor registra uma comunidadecomposta por poucos organismos, tanto nos aspectos
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Histórico dos estudoslimnológicos
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qualitativos quanto nos quantitativos,considerando a zona profunda do lago.
Somente no final dos anos 80iniciaram-se os estudos sobre as algasdo lago Tupé. Cronberg (1987) em umapublicação de revisão sobre crisofíceasde regiões tropicais apresenta 10táxons com ocorrência neste lago,entre estes uma nova variedade,
var. Cronberg,cuja localidade típica é o lago Tupé. E,no final da década de 90, Meyer .(1997) ao proporem uma nova espéciede Dinophyceae (
B. Meyer), registraram suaocorrência nas águas do Tupé. Noentanto, nenhum trabalho é conhecidoabordando a comunidade fitoplanctônica como um todo. Santos (1983)estudando as comunidades de peixescapturadas no lago Tupé e no rio Negroatravés de pesca experimental encontrou diferenças nas estruturas dessascomunidades. Em relação aos demaisgrupos biológicos não se têm conhecimento do seu estudo no lago Tupé, queembora localizado a poucos quilômetros de Manaus pouco se conhece sobrea biologia dos seus organismos eecologia deste ambiente.
A principal característica climáticada área abrangida pela Folha AS.20Manaus (Radam Brasil, 1978) é a quasetotal ausência de período seco, excetono setor E/NE, onde este apresenta-securto, com apenas um mês.
O clima da área é classificadosegundo Köppen (1948) como do tipo“Am” quente e constantemente úmido
Synura spinulosa striata
et al
Peridiniopsis
amazonica
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Aspectos climáticos
XVI
Scudeller et al.
em sua quase totalidade, muitoembora possua uma estação secapouco pronunciada no setor leste ondeo clima é classificado como do tipo“Aw” (quente e ligeiramente seco). Aconstância anual da temperatura émarcada por uma amplitude térmicaque não ultrapassa os 5ºC (RadamBrasil, 1978).
A homogeneidade espaço-tempo-ral que ocorre na região Amazônica emrelação à temperatura não ocorre coma pluviosidade. A área compreendidapelo município de Manaus possui totaispluviométricos elevados, com distri-buição mensal mais regular no centro-oeste e com estações mais marcadas aleste. A estação menos chuvosaverifica-se entre julho e setembro naslocalidades do setor leste e desetembro a novembro nas do setorcentro-oeste. A estação mais chuvosano setor leste ocorre de dezembro aabril e de março a maio no centro-oeste da Folha. Segundo estudosrealizados por Figueroa Nobre(1990), a região onde está localizada aRDS Tupé encontra-se entre asisopletas 2.000 e 2.200mm e apresentaprecipitação anual máxima de2.210mm. A marcha mensal daprecipitação pluviométrica em Manausrevela os primeiros quatro meses doano com pluviosidade mais intensa, emcontraste com os meses de agosto asetembro, onde normalmente aprecipitação é inferior a 60mm.
Precipitação Pluviométrica
&
Temperatura doAr
Solos
A temperatura média registrada nas estaçõesmeteorológicas de Manaus é superior a 26ºC. Os mesesmais quentes do ano ocorrem de agosto a novembro,durante a primavera austral, coincidindo com apassagem do sol do Hemisfério Norte para o Sul. Nesteperíodo, a temperatura média em Manaus atinge 28ºC.Os meses menos quentes ocorrem durante o invernoaustral, Manaus apresenta temperaturas mínimas emtorno de 23ºC e as mínimas absolutas de 19ºC a 20ºC. Aamplitude térmica no setor centro-oeste, onde estáinserida a RDS (bacia do rio Negro), está em torno de 7ºCe no setor centro-sul (bacia do Solimões) é mais elevada(10Cº). Esta diferença, no entanto, parece não refletirdiretamente na fisiologia da vegetação.
ARDS Tupé situa-se em áreas das Formações Solimõese Barreiras com relevos tabuliformes, ondulado edissecado em cristas e colinas. Os solos predominantessão do tipo Podzólico Vermelho Amarelo, LateritaHidromórica e LatossoloAmarelo (Radam Brasil, 1978).
Na R Tupé estão inseridas seis comunidades, das quais o Projeto Biotupé atua em duas: São
João do Tupé e Colônia Central .De uma forma geral, as comunidades da RDS
Tupé podem ser descritas como povoados ou grupos deunidades residenciais compostas de várias famílias,distribuídas de forma irregular, organizadas emassociações criadas para cooperar sobre decisõesrelacionadas à educação e economia.
A comunidade São João situa-se na porta de entradapara a RDS Tupé, mais precisamente às margens do rioNegro e lago Tupé, sendo limitada por praia, mata deigapó e terra firme. Suas residências estão à beira dolago ou agrupadas na pequena vila que está se
População
DS(Fig. 1)
XVII
Reserva de desenvolvimento sustentável do Tupé: características gerais
estruturando nas proximidades da praia do Tupé.A comunidade Colônia Central situa-se em área
de terra firme da RDS Tupé, sendo seu acesso realizadoatravés da trilha Central, trilha dos Índios e trilha daCopaíba, utilizadas por moradores e pesquisadores doprojeto Biotupé, que têm respectivamente 2km, 2km e1km de extensão (Fig. 1).
Após conversas com os comunitários tivemosevidências que a ocupação demográfica da área deabrangência do projeto vem se dando ao longo deaproximadamente 40 anos (na Comunidade São João) e15 anos (na Colônia Central) (vide Rebelo Kulaif, 2005,neste volume).
Segundo levantamento socioeconômicopreliminar de 2002, a comunidade São João do Tupécompreendia 31 famílias e a comunidade Colônia Central24. O tamanho médio das famílias da comunidade SãoJoão é muito similar ao das observadas na Central,aproximadamente quatro pessoas por família. Asmaiores famílias compostas por 11 pessoas foramobservadas na Central. Mas famílias grandes assim foramrelativamente raras em ambas comunidades. Famílias deuma pessoa foram mais freqüentes em ambascomunidades, mas na Central, somadas, havia maisfamílias de 2-4 pessoas.
Quanto ao lugar de origem, a maioria dosentrevistados em ambas comunidades é amazonense,cerca de 17% do total de entrevistados nasceram emManaus, e entre os amazonenses entrevistados naCentral, metade eram indígenas do alto Rio Negro(Desãna, Tukano e Tuyuka), que migraram recentemente(depois deste levantamento eles se deslocaram maisuma vez, se mudando para a São João). Somado aosnascidos em outros estados da região (Pará, Roraima), hámais nortistas na São João, que na Central. Na Central hámais nordestinos (Maranhão, Piauí), do que na São João(Ceará). Amazônidas e migrantes partilham um modo devida ligado à agricultura familiar, extração de produtosda floresta, caça e pesca.
Ao serem indagados sobre a realização deatividades produtivas de subsistência, 57% das famíliasresidentes na comunidade São João afirmam
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desenvolver alguma atividadeprodutiva. Destes 57%, são as seguintesatividades produtivas de geração derenda realizadas: 38% fruticultura(abacaxi, cupuaçu, banana e manga);21% roça (mandioca: produção defarinha); 13% avicultura (galinha); 8%artesanato (palha, plástico, bijuteria);4% plantas medicinais (remédiosalternativos); 4% apicultura (criaçãode abelhas com extração do mel); 4%exploram barracas na praia e 8% nãoresponderam à indagação. 40% dasfamílias de moradores que nãoexploram os recursos naturais obtêmrenda do serviço público (SEDEMA,SEMSA, SEMED, SUSAM, Polícia Militardo Estado) e 3% não responderam sobreesse aspecto.
O mesmo foi perguntado aosresidentes da comunidade ColôniaCentral e os dados deste levantamentopor família foram os seguintes: 83% dasfamílias realizam atividades produti-vas de exploração dos recursosnaturais e 17% dos residentes não seencontravam nas residências. Do totalde 83%, as atividades econômicas degeração de renda desenvolvidas são asseguintes: 50% fruticultura (cupuaçu32%, abacaxi 8%, coco 2%, abacate 2%,café 2%, açaí 2% e pupunha 2%); roça46% (mandioca para exploração deseus derivados: farinha, tucupi, gomae tapioca); avicultura 2% (galinha) efeijão 2%.
Quanto à pergunta: se gosta-riam de realizar atividades produtivasde exploração dos recursos naturaispara geração de renda e quaisatividades seriam essas, o resultadotambém foi diferenciado. Na comuni-
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Scudeller et al.
dade São João os resultados obtidosforam os seguintes: 90% responderamque sim, 7% não respondeu ao quesito eapenas 3% responderam que nãopretendem ou não querem desenvol-ver atividades produtivas. Dos 90% queresponderam positivamente: 33% dasfamílias gostariam de desenvolveratividades voltadas para a agricultura(roça e feijão); 27% à criação deanimais (galinha, porco e cabra); 17%ao comércio (mercearias e minimercados); 10% exploração da praia(barracas de bebidas e alimentos erestaurantes); 3% à pesca; 7% nãoresponderam e 3% responderam emoutras atividades.
As perspectivas em relação àsatividades produtivas por parte dasfamílias de moradores da comunidadeColônia Central, segundo os resultadosobtidos são as seguintes: 83% dasfamílias afirmaram que gostariam derealizar atividade produtiva, os demais17% não foram encontrados em suasresidências. Dos 83% das famílias quedemonstram interesse em realizaratividades econômicas de geração derenda 53% preferem feijão e roça demandioca; 13% optam pela fruticultura(cupuaçu, abacaxi, coco, açaí); 9% gos-tariam de desenvolver a piscicultura(criação de peixes em cativeiro); 4%são pela criação de animais (galinha eporco); e 4% se referiram a outrasatividades.
Na São João poucos praticam aagricultura hoje em dia. A disponibili-dade da praia durante grande parte doano (meses além das praias de verão dorio Negro), o crescimento da comuni-dade em torno da “infraestrutura
turística” presente, combinado com a facilidade deacesso ajudam a explicar este desenvolvimento. Mesmocom a presença de fontes permanentes de água paracultivo, o solo na São João é considerado fraco paraagricultura pelos seus atuais moradores, além dapresença das saúvas (citada por muitos moradores).Enquanto na Central as condições ecológicas atuais(cultivo sobre solo florestal) combinadas com a demandapor farinha e frutas pela comunidade São João e pela“infraestrutura turística” estimulam o desenvolvimentoda agricultura de pequena escala, além do pequenocomércio com Manaus.
As dificuldades de acesso e de transporterepresentam os maiores empecilhos para o escoamentoadequado da produção, havendo um alto índice deperda, principalmente de cupuaçu, pois no período desafra, esses problemas se impõem e a falta de condiçõespara transportar a produção ou ainda de transformá-lalocalmente em polpa ou em outros derivados acabamcausando seguidos prejuízos e desânimo nos produtores.Soma-se a esses problemas a total ausência de energiaelétrica, o que impede o armazenamento e obeneficiamento da produção, obrigando os produtores arealizarem a comercialização “ ” das frutas.
Um fator determinante para o agravamento dascondições de vida e de não utilização adequada dosrecursos naturais tanto na comunidade Colônia Central,quanto da comunidade São João é a constatação de que,apesar de terem força de vontade, há a ausência de umaorganização comunitária que possa desenvolver nos seusintegrantes um sentimento, uma visão de mundo e umaconsciência de vida coletiva. Iniciar esse processo deconstrução da convivência comunitária, a partir dospróprios atores sociais envolvidos é um desafio e tambémuma necessidade na busca do respeito ao meio ambientee proporcionar a perspectiva de melhoria na qualidadede vida dessas populações. É o desenvolvimentohistórico dos conceitos que envolvem a relação homem enatureza.
in natura
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Reserva de desenvolvimento sustentável do Tupé: características gerais
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III Congresso Brasileiro de Engenharia de
Pesca CONBEP
XXI
Reserva de desenvolvimento sustentável do Tupé: características gerais
ADALBERTO PERDIGÃO PACHECO DE TOLEDO
ADEMIR CASTRO E SILVA
ANA CARLA DOS SANTOS BRUNO
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Revisores
XXIV
CLAUDIA PEREIRA DE DEUS
EDINEA MASCARENHAS DIAS
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EFREM JORGE GONDIM FERREIRAInstituto Nacional de Pesquisas daAmazônia, Coordenação de Pesquisasem Biologia Aquática.Avenida André Araújo, 2936AleixoCEP 69060-001 - Manaus, AM - BrasilCaixa-Postal: 478Telefone: (92) 3643-3234Fax: (92) [email protected]
ANA MARIA LEAL-ZANCHET
ÂNGELO MARTINS DE SOUZA JÚNIOR
ANTÔNIO CARLOS DEMANBORO
BÁRBARA ANN ROBERTSON
BEATRIZ RONCHI-TELES
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Coordenação de Pesquisas em Entomologia
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WALDECIRO COLAÇOUniversidade Federal de Pernambuco,Centro de Tecnologia, Departamentode Energia Nuclear.Cidade UniversitáriaCEP 50740-540 - Recife, PE - BrasilTelefone: (81) 3271-8252 Ramal: 355Fax: (81) [email protected]