Memórias do Velho Vamp
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EstE é um livro dE histórias — E quE histórias! Uma porção de causos narrados por um dos maiores gozadores do futebol brasileiro: Marcos André Batista Santos, o Vampeta. Na hora de contar tudo o que rolou (e ainda rola) nos bastidores do mundo da bola, esse baiano boa-gen-te, que virou ídolo principalmente do Corinthians entre os vários clubes que defendeu, não economiza palavras nem bom humor.
As Memórias do velho Vamp falam de muita tiração de sarro, ci-tam guerras de ego e baladas envolvendo outros personagens. Gente como Ronaldo Fenômeno, Romário, Vanderlei Luxemburgo e Marce-linho Carioca. O próprio Vampeta, que um dia resolveu posar nu para uma revista gay e, em 2002, deu cambalhotas bêbado na rampa do Palácio do Planalto para comemorar o pentacampeonato mundial conquistado pela Seleção Brasileira, faz questão de convidar: “Tem histórias pra caramba aqui, e as pessoas gostam de escutar. São coisas boas, que fazem sorrir. Espero que vocês também gostem”.
CraquE, ídolo, pEntaCampEão mundial, Vampeta também é, antes até de tudo isso, um grande con-tador de histórias. Ele próprio confessa nessas memórias que desde quando ainda era um menino, em Nazaré das Farinhas, no interior baiano, se in-teressava por ouvir e reproduzir causos (que os jogadores de futebol preferem chamar de “rese-nhas”). Já como atleta profissional, passou a ob-servar os que eram cinco, seis anos mais velhos que ele, como Túlio, Romário, Bebeto, Neto, Rena-to Gaúcho e Viola. Todos falavam de suas experiên-cias passadas – e engraçadas. “Eu então gravava tudo”, lembra o Velho Vamp. “Dali a pouco, eu mes-mo estava vivendo aquilo.”
Vivendo e colecionando histórias, do início no Vi-tória (onde conheceu um certo superintendente das categorias de base que de tão fã do cantor Roberto Carlos não conseguia dar bronca nos jogadores que estivessem ouvindo as músicas do Rei na concen-tração) à despedida no Juventus da capital paulista (quando Vampeta imitou a voz do próprio técnico só para forçar a substituição de um companheiro e poder entrar ele próprio em campo). Mesmo depois que parou de jogar, Vamp continuou a colecionar suas “resenhas”, primeiro como técnico, mais recen-temente como dirigente.
Se não bastasse, ele ainda dá detalhes de outros episódios tão pitorescos quanto conhecidos de sua carreira. Como a compra de um cinema em sua cidade natal, a vez em que posou nu para uma revis-ta gay, suas aventuras sexuais e as famosas camba-lhotas em comemoração ao pentacampeonato mun-dial, em 2002, em plena rampa do Palácio do Planal-to. Tantas e tão boas histórias só poderiam mesmo virar livro. É por isso que elas estão todas aqui.
vampEta nasceu Marcos André Batista Santos, em Nazaré das Farinhas (BA), no dia 13 de março de 1974. Como jogador, começou a carreira no Vitória, em 1992. Passou depois por PSV Eindhoven, da Ho-landa (1994/95 e 1997), VVV Venlo, também holan-dês (1995), Fluminense (1995/96), Corinthians (1998 a 2000, 2002/03 e 2007), Inter de Milão (2000), Paris Saint-Germain (2001), Flamengo (2001), novamente Vitória (2004), Al-Kuwait (2005), Brasiliense (2005), Goiás (2006) e Juventus-SP (2008). Por esses clubes, conquistou títulos nacio-nais e internacionais. Pela Seleção, foi campeão da Copa América em 1999 e pentacampeão mundial em 2002. Teve uma rápida experiência como técnico antes de se tornar vice-
-presidente do Grêmio Es-portivo Osasco (SP).
CElso unzEltE nasceu em São Paulo (SP), no dia 27 de fevereiro de 1968. Jornalista esportivo com ênfase em pesquisa histórica, foi repórter da revista Ação, editor da Placar e do site Netgol.com. É co-mentarista dos canais ESPN, do programa Cartão Verde, da TV Cultura, e editor do caderno semanal Esporte, do Diário do Comércio. Tem onze livros pu-blicados na área esportiva, entre eles: Almanaque
do Timão; Os Dez Mais do Corinthians; Timão: 100 Anos, 100 Jogos, 100 Ídolos; e Bíblia do Corintiano. Foi consultor do Memorial do Corinthians, do Museu do Futebol do Pacaembu e corroteirista do documen-tário Todo Poderoso: o Fil-me – 100 Anos de Timão.
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órias do velho vamp
em depoim
ento a Celso Unzelte
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em depoimento a Celso Unzelte
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Copyright © Vampeta e Celso Unzelte
Diretor editorial: Pascoal SotoEditora executiva: Tainã BispoProdutora editorial: Fernanda Satie OhosakuAssistentes editoriais: Maitê Zickuhr e Ranata Alves
Transcrições de áudio: Josélia SalesPreparação de texto: Paula AlmeidaRevisão de texto: Iraci Miyuki KishiDiagramação: Vivian ValliCapa: Mateus Valadares
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Angélica Ilacqua CRB-8/7057
Vampeta, 1974-Vampeta: memórias do velho Vamp / Vampeta em
depoimento a Celso Unzelte. – São Paulo : LeYa, 2012. 256 p. : il.
ISBN 978-85-8044-674-6
1. Vampeta - biografia 2. Sport Club Corinthians Paulista 3. Futebol I. Título II. Unzelte, Celso Dario, 1968-
12-0362 CDD 927.96334
Índices para catálogo sistemático:1. Jogadores de futebol - biografia ortuguês 869
2012Todos os direitos desta edição reservados aTEXTO EDITORES LTDA.[Uma editora do Grupo Leya]Rua Desembargador Paulo Passaláqua, 8601248-010 – Pacaembu – São Paulo – SP – Brasilwww.leya.com.br
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Ao meu pai
À minha mãe
Marcos André Batista Santos (Vampeta)
Salmo 91
1 Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo,
à sombra do Onipotente descansará.
2 Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio,
a minha fortaleza, e nele confiarei.
3 Porque ele te livrará do laço do passarinheiro,
e da peste perniciosa.
4 Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo
das suas asas te confiarás; a sua verdade será
o teu escudo e broquel.
5 Não terás medo do terror de noite nem da seta que
voa de dia,
6 Nem da peste que anda na escuridão, nem
da mortandade que assola ao meio-dia.
7 Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita,
mas não chegará a ti.
8 Somente com os teus olhos contemplarás, e verás
a recompensa dos ímpios.
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9 Porque tu, ó Senhor, és o meu refúgio. No Altíssimo
fizeste a tua habitação.
10 Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma
chegará à tua tenda.
11 Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito,
para te guardarem em todos os teus caminhos.
12 Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não
tropeces com o teu pé em pedra.
13 Pisarás o leão e a cobra; calcarás aos pés o filho
do leão e a serpente.
14 Porquanto tão encarecidamente me amou, também
eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu
o meu nome.
15 Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com
ele na angústia; dela o retirarei, e o glorificarei.
16 Fartá-lo-ei com longura de dias, e lhe mostrarei
a minha salvação.
Salmo 100
Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras.
Servi ao SENHOR com alegria; e entrai diante dele
com canto.
Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele que nos fez,
e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas
do seu pasto.
Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios
com louvor; louvai-o, e bendizei o seu nome.
Porque o SENHOR é bom, e eterna a sua misericórdia;
e a sua verdade dura de geração em geração.
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Sumário
Apresentando Vampeta (por Celso Unzelte) ................. 9
1. De Deco a Velho Vamp ............................................. 13
2. Minha primeira "resenha" ......................................... 19
3. O homem de Nazaré ................................................ 25
4. No Vitória, um vencedor .......................................... 43
5. A Holanda de Vam... peta ......................................... 55
6. Tricolor por um ano .................................................. 65
7. Corinthians, minha história .................................... 73
8. Nem toda nudez será castigada ............................ 109
9. Cambalhotas no Planalto ....................................... 115
10. Outras camisas, outras histórias .......................... 135
Inter de Milão (2000): escapando de Zidane ..............................137
PSG (2001): Paris é uma festa! ....................................................138
Flamengo (2001): “Eles fingiam que pagavam...” ......................142
De volta ao Vitória (2004) ...........................................................143
Aventuras das Arábias (2004/2005) ............................................147
Brasiliense (2005): primeiro rebaixamento ................................155
Goiás (2006): reencontro com Geninho .....................................158
Juventus (2008): a última “molecagem” ....................................158
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11. Vampeta e Ronaldo .............................................. 163
12. Vampeta e os técnicos ......................................... 177
13. Vampeta e... ......................................................... 195
14. A vida depois da bola ............................................ 233
15. Vampeta e a fama ................................................ 241
16. Vampeta por Vampeta ......................................... 251
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Vampeta tornou-se um dos grandes ídolos do Corinthians. Ao mesmo
tempo, é dono de um cinema histórico que mandou restaurar em
sua cidade natal, Nazaré das Farinhas, na Bahia. Posou nu para uma
revista gay. Deu cambalhotas na rampa do Palácio do Planalto, diante
do então presidente da República, para comemorar o pentacampeo-
nato mundial que ele próprio havia ajudado a Seleção Brasileira a
conquistar. É quase impossível, portanto, encontrar alguém que não
tenha ouvido falar de pelo menos uma dessas suas aventuras.
Para cumprir a missão de apresentar alguém como ele, que
dispensa apresentações, escolhi contar um causo (ou “resenha”, como
o próprio Vampeta prefere chamar), bem no estilo dos muitos que
compõem este livro.
* * *
Para um amigo meu, corintiano roxo, uma das primeiras ve-
zes que Vampeta apareceu foi em um sonho, há quase catorze anos.
O jogador acabava de ser bicampeão brasileiro e de posar para a
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revista G Magazine, transformando-se em uma espécie de símbolo
nacional de virilidade. Nada mais inquietante para quem, como aque-
le meu amigo, era pai de uma menina que mal acabara de completar
um ano. No sonho, Vampeta estava na sala, sentado no sofá, pedindo
a mão da menina em namoro.
O meu amigo dizia:
— Mas Vampeta... Ela ainda é uma criança!!!
Elegantemente vestido, com aquela risca no cabelo tão ca-
racterística de seus tempos de jogador, Vampeta não se abalava. Só
respondia, bem a seu estilo irreverente:
— É que eu “amo ela”...
Aquele mesmo diálogo se repetia várias vezes. Até que a cer-
ta altura o meu amigo tomava coragem e falava:
— Vampeta, acho melhor você ir embora antes que a minha
mulher chegue. E olha que nem corintiana ela é!!!
* * *
Terror dos adversários dentro de campo (e dos pais de mu-
lheres fora dele), Vampeta está todo aqui. O livro só não saiu antes
porque eu, enquanto tentava transcrever alguns depoimentos dados
por ele, não conseguia parar de rir. O mesmo deverá acontecer com
vocês na hora que começarem a ler.
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Meu nome é Marcos André Batista Santos, mas ninguém me chama
assim. Nem dentro da minha própria família. O Parreira me chamava
de Marquinhos, mas nunca de Marcos André. O Oswaldo de Oliveira
também me chamava de Marquinhos. Os outros treinadores todos
com quem eu trabalhei sempre me chamaram de Vampeta. O Felipão
sempre me chamou de Vampeta. O Luxemburgo me chamava de
“Negão”. O Joel Santana, de Vampeta. O Geninho, o Leão, o Antônio
Lopes... Acho que em toda a minha vida eu só fui Marcos André,
mesmo, na escola, na hora da chamada.
* * *
Vampeta é um apelido que eu só peguei quando cheguei no
Vitória. Mas lá em Nazaré das Farinhas, onde eu nasci, meu nome era
Deco — Deco vem de André, né? Eu tinha catorze anos quando meus
pais foram morar no subúrbio de Plataforma, em Salvador. Jogava
em um time de Plataforma, o Tri, onde também só me chamavam de
Deco. Aí, teve um teste para jogar no Vitória. Vi uma chamada na te-
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levisão para fazer o teste e fui sozinho, sem nenhum empresário. Não
foi ninguém que me levou, não: eu mesmo peguei minha chuteira
Biribol e, como estudava de manhã, matei uma aula.
De onde eu morava, em Plataforma, até a Toca do Leão, no
bairro de Canabrava, pegava dois ônibus e um trem. Naquela época,
como era menino, passava por debaixo da borboleta, não tinha que
pagar. Era longe, mas eu fui. Passei no teste e logo que eu cheguei
no dente de leite os caras me botaram esse apelido. Quem inventou
isso foi um amigo chamado Elialdo e um outro chamado Cesinha:
Vampeta, mistura de vampiro com capeta, porque eu não tinha os
dentes da frente.
* * *
Lembro do teste como hoje: “Quem joga de lateral-direito?”.
Eu olhava, todo mundo sentado... Percebi que quem levantasse a
mão primeiro já ganhava a posição. Então, a lateral direita, que era
a primeira depois do goleiro, foi onde deu mais brecha pra eu en-
trar. Depois comecei a jogar de ponta-direita, com o técnico Alberto
Leguelé, ex-jogador do Bahia. Foi ele também quem me puxou pro
meio-campo.
Três anos depois, fui para o profissional. Ia jogar um Ba-Vi.
O Bahia vinha com um meio-campo que foi campeão brasileiro em
88: Paulo Rodrigues, Bobô... O Hélio dos Anjos era o treinador do
Vitória e me viu jogando no juvenil, junto com Toninho Oliveira; ele
queria me lançar nesse Ba-Vi, numa quarta-feira à noite. Mas acabei
não estreando no profissional, não. Desci para jogar mais uma vez
pelo júnior, na preliminar. Na época, como estava passando aquela
novela Vamp, virou Vampeta de vez.
O pessoal em Nazaré, quando eu apareci na televisão, estra-
nhou: Vampeta??? Em Plataforma, onde eu morava, meus pais tam-
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EstE é um livro dE histórias — E quE histórias! Uma porção de causos narrados por um dos maiores gozadores do futebol brasileiro: Marcos André Batista Santos, o Vampeta. Na hora de contar tudo o que rolou (e ainda rola) nos bastidores do mundo da bola, esse baiano boa-gen-te, que virou ídolo principalmente do Corinthians entre os vários clubes que defendeu, não economiza palavras nem bom humor.
As Memórias do velho Vamp falam de muita tiração de sarro, ci-tam guerras de ego e baladas envolvendo outros personagens. Gente como Ronaldo Fenômeno, Romário, Vanderlei Luxemburgo e Marce-linho Carioca. O próprio Vampeta, que um dia resolveu posar nu para uma revista gay e, em 2002, deu cambalhotas bêbado na rampa do Palácio do Planalto para comemorar o pentacampeonato mundial conquistado pela Seleção Brasileira, faz questão de convidar: “Tem histórias pra caramba aqui, e as pessoas gostam de escutar. São coisas boas, que fazem sorrir. Espero que vocês também gostem”.
CraquE, ídolo, pEntaCampEão mundial, Vampeta também é, antes até de tudo isso, um grande con-tador de histórias. Ele próprio confessa nessas memórias que desde quando ainda era um menino, em Nazaré das Farinhas, no interior baiano, se in-teressava por ouvir e reproduzir causos (que os jogadores de futebol preferem chamar de “rese-nhas”). Já como atleta profissional, passou a ob-servar os que eram cinco, seis anos mais velhos que ele, como Túlio, Romário, Bebeto, Neto, Rena-to Gaúcho e Viola. Todos falavam de suas experiên-cias passadas – e engraçadas. “Eu então gravava tudo”, lembra o Velho Vamp. “Dali a pouco, eu mes-mo estava vivendo aquilo.”
Vivendo e colecionando histórias, do início no Vi-tória (onde conheceu um certo superintendente das categorias de base que de tão fã do cantor Roberto Carlos não conseguia dar bronca nos jogadores que estivessem ouvindo as músicas do Rei na concen-tração) à despedida no Juventus da capital paulista (quando Vampeta imitou a voz do próprio técnico só para forçar a substituição de um companheiro e poder entrar ele próprio em campo). Mesmo depois que parou de jogar, Vamp continuou a colecionar suas “resenhas”, primeiro como técnico, mais recen-temente como dirigente.
Se não bastasse, ele ainda dá detalhes de outros episódios tão pitorescos quanto conhecidos de sua carreira. Como a compra de um cinema em sua cidade natal, a vez em que posou nu para uma revis-ta gay, suas aventuras sexuais e as famosas camba-lhotas em comemoração ao pentacampeonato mun-dial, em 2002, em plena rampa do Palácio do Planal-to. Tantas e tão boas histórias só poderiam mesmo virar livro. É por isso que elas estão todas aqui.
vampEta nasceu Marcos André Batista Santos, em Nazaré das Farinhas (BA), no dia 13 de março de 1974. Como jogador, começou a carreira no Vitória, em 1992. Passou depois por PSV Eindhoven, da Ho-landa (1994/95 e 1997), VVV Venlo, também holan-dês (1995), Fluminense (1995/96), Corinthians (1998 a 2000, 2002/03 e 2007), Inter de Milão (2000), Paris Saint-Germain (2001), Flamengo (2001), novamente Vitória (2004), Al-Kuwait (2005), Brasiliense (2005), Goiás (2006) e Juventus-SP (2008). Por esses clubes, conquistou títulos nacio-nais e internacionais. Pela Seleção, foi campeão da Copa América em 1999 e pentacampeão mundial em 2002. Teve uma rápida experiência como técnico antes de se tornar vice-
-presidente do Grêmio Es-portivo Osasco (SP).
CElso unzEltE nasceu em São Paulo (SP), no dia 27 de fevereiro de 1968. Jornalista esportivo com ênfase em pesquisa histórica, foi repórter da revista Ação, editor da Placar e do site Netgol.com. É co-mentarista dos canais ESPN, do programa Cartão Verde, da TV Cultura, e editor do caderno semanal Esporte, do Diário do Comércio. Tem onze livros pu-blicados na área esportiva, entre eles: Almanaque
do Timão; Os Dez Mais do Corinthians; Timão: 100 Anos, 100 Jogos, 100 Ídolos; e Bíblia do Corintiano. Foi consultor do Memorial do Corinthians, do Museu do Futebol do Pacaembu e corroteirista do documen-tário Todo Poderoso: o Fil-me – 100 Anos de Timão.
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órias do velho vamp
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bém passaram a me chamar de Vampeta. O apelido pegou tanto que
até minha avó e minha mãe me chamam assim. Ninguém na minha
família, apenas poucos, pouquíssimos, amigos de Nazaré continuam
me chamando de Deco. Virou Vampeta pra todo mundo. E eu achava
legal, diferente... Vampiro, capeta... Aí virou Vampeta. Aí ficou Vam-
petinha. E Marcos Vampeta, que eu cheguei a gravar em uma mensa-
gem eletrônica no meu celular (“Você ligou para Marcos Vampeta...”).
Atualmente, Marcos Vampeta é também o nome de uma fundação
administrada por uma tia minha, na Bahia.
* * *
Já Velho Vamp só apareceu, mesmo, depois que eu parei de
jogar. Foi pra não me chamarem de veterano. Saiu espontaneamente:
Velho Vamp. E é bom, porque eu sempre tive um relacionamento
muito bom com a imprensa, e isso aí foi pegando. Nunca ninguém
me chamou de veterano, sempre foi o Velho Vamp. O Ricardinho
mesmo, que jogava comigo no Corinthians, eu sempre chamei de
“Vetera”, por causa do cabelo grisalho. Comigo, felizmente, isso não
aconteceu: eu fiquei com essa de Velho Vamp, e assim escapei de ser
chamado de veterano.
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