Meningites na prática clínica - AECIHERJ · Enterobactérias e não fermentadores resistentes a...
Transcript of Meningites na prática clínica - AECIHERJ · Enterobactérias e não fermentadores resistentes a...
Meningites na
prática clínica
DRA SILVIA MARIA ARAÚJO DE OLIVEIRA
MÉDICA INFECTOLOGISTA
HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS
Caso clínico
Paciente com 37 anos, sexo feminino, auxiliar
administrativa, sem comorbidades. Deu entrada
na emergência com história de diarréia, um
episódio febril não aferido, mialgia associada à
cefaléia intensa com início há 4 horas. Negou
história de viagem recente, esteve na última
semana no mercadão de madureira.
Caso clínico
Na admissão estava com palidez, taquicardia e
hipotensão.
Apresentava uma equimose em tronco
Exames da admissão leucocitose e desvio para
esquerda
Coletada hemocultura, urinocultura
Gasometria com acidose metabólica
Iniciada hidratação vigorosa
Tc de crânio/torax/abdome
Punção Lombar sem alterações liquóricas
Resultado
MENGOCOCCEMIA POR MENINGO C
Definição / Introdução
Inflamação de etiologia infecciosa das meninges com
comprometimento subaracnóideo, do líquor (LCR) e
ventrículos cerebrais.
1.2 milhões de casos em todo o mundo (*).
Está entre as 10 principais causas de morte por doença
infecciosa com 135,000 óbitos/ano.
Sequelas neurológicas entre os sobreviventes.
Principais Agentes causadores de Meningites Comunitárias
Streptococcus pneumoniae
Listeria monocytogenes (> 50-60 anos ou def. imunidade celular)
Neisseria meningitidis
Vírus (Enterovírus e Herpes)
Haemophilus influenzae – queda em 94% após início da vacinação
Principais Agentes Causadores de Meningites Hospitalares
Staphylococcus aureus
SCN
Gram negativos aeróbicos
Manifestações clínicas
Tríade clássica:
Febre
Sinais de irritação meníngea- rigidez de
nuca, Kernig, Brudzinski
Sinais de hipertensão intracraniana -
cefaleia
Sensibilidade de 46%
Outros- fotofobia, náuseas, paralisia de
par craniano
Apresentação clínica
Comum febre alta (>38ºC) e pouco comum hipotermia.
Quase nenhum paciente tem temperature normal (*)
Dor de cabeça é comum, descrita como forte e
generalizada.
Sint. abundante = atendimento no início da doença
Período de procura por atendimento:
Tem uma média de 24h (1 - 14d). (*)
MBA por Neisseria meningitidis
Sorotipos A, B, C Y, W
Mais comum em adultos jovens
Surtos em grupos populacionais, grande
transmissibilidade
Deficiência fatores terminais do complemento
Rash petequial, plaquetopenia e CIVD – 60% adultos e
90% das crianças
MBA por S. pneumoniae
Exceto quando em situações de
epidemias de N. meningitidis, é o
patógenos mais comum de MBA (fats.
associados: sinusite, etc)
Apresentação clínica
Um ou mais dos sintomas clássicos podem estar
ausentes em muitos pacientes (*).
A tríade clássica é mais provável em pacientes com
pneumococo se comparado com meningococo (58 x
27%).
Pacientes mais velhos ou com comorbidades como DM
ou doença cardiopulmonar podem ter letargia insidiosa,
sem febre e sinais variáveis de inflamação meníngea.
Apresentação clínica
Complicações neurológicas como convulsões,
deficit focal e papilledema (<5%) podem estar
presentes de forma precoce ou tardia.
Convulsões 15-30%
Déficit focal em 10-35%.
Perda auditiva é complicação tardia.
Dexametasona pode reduzir a taxa de sequel
neurológica, particularmente nos casos de gravidade
moderada/severa.
Fatores de risco
Alteração anatômica com comunicação
entre nasofaringe e espaço subaracnóide –
fístula liquórica
Esplenectomia
Imunoglobulinopatia
Deficiência de complemento
Aids e imunossupressões
Estratificação de risco
Hipotensão, alteração do estado mental e convulsões foram
associadas de forma independente com pior prognóstico (morte
ou sequela) e estratificados em 3 grupos:
Baixo risco (nenhum fator de risco) — 9% pior prognóstico
Médio risco (1 fator de risco) — 33% pior prognóstico
Alto risco (2-3 fatores de risco) — 56% pior prognóstico
Diagnóstico
Clínico
Laboratorial
Exames inespecíficos (hemograma, PCR, etc)
Hemocultura – 19% a 70%
Punção lombar
Exames de sangue
Alterações compatíveis com a maior parte dos quadros
infecciosos ou sepse grave, com pior prognóstico nas
leucopenias e trombocitopenias.
Coagulação: CIVD
Maior gravidade, não característico de meningite, mas
presente na Sepse grave.
HEMOCULTURAS: Colher 2 sets antes do antibiótico.
Estudos variam entre 50-90% de positividade em
meningites.
Punção lombar Todo paciente deve realizar a não ser que
contraindicado.
TC não é necessária na maioria dos casos.
Se PL atrasou colher HMC, iniciar ATB
Contraindicações relativas: pressão intracraniana
elevada (massa), trombocitopenia, abscesso, sinais
clínicos de herniação.
Quando realizar TC antes da PL?
Imunodeprimido
História de doença do SNC
Crise convulsiva recente em adultos
Alteração do nível de consciência,
alteração da fala
Déficit neurológico focal
Contra-indicações da PL:
HIC
Infecção no sítio de punção
Agitação psicomotora
Cautela em caso de coagulopatia ou trombocitopenia
grave
Sangramento ativo; < 50.000 plaquetas; ou INR > 1,4
A punção poderá ser realizada após correção das
alterações
Não retardar o início do antibiótico! Esterilização do LCR
em 2h para N. meningitidis e 4h para S. pneumoniae
Líquor
Valores normais:
Proteína menor que 50 mg/dL
Taxa de glicose sérica/liquórica maior que 0,6
Menos de 5 céls/microL
Lactato menor que 3.5 mEq/L
Observar o tempo entre coleta e processamento.
Líquor
Líquor - Gram
Diplococos gram positivos sugerem pneumococo
Diplococos gram negativos sugerem meningococo
Cocobacilos pleomórficos pequenos sugerem
Haemophilus influenza
Bastonetes e cocobacilos gram positivos sugerem
Listeria monocytogenes
Sensibilidade do gram = 60-90%. Especificidade perto
de 100%.
ATB um pouco antes da PL não interfere muito na
celularidade, mas diminui muito a positividade do gram
e da cultura do liquor.
Streptococcus pneumoniae
Diplococos gram positivos
Neisseria meningitidis
Diplococos gram negativos
Haemophilus influenza
Cocobacilos pleomórficos
pequenos
Listeria monocytogenes
Bastonetes e cocobacilos gram
positivos
Triagem
Meningite bacteriana = doença que ameaça a vida e
sinônimo de internação e ATB venoso.
Meningite asséptica viral = quadro mais leve, que pode
ser monitorizado sem ATB fora do hospital.
Devido a ausência de sintomas ou alterações no LCR
em alguns casos de meningite bacteriana, não existe
um score que permita diferenciar com certeza em
adultos 100% dos casos de meningite bacteriana e viral.
Na falta de um gram (100% especificidade), se houver
celularidade elevada, nenhuma variável bioquímica
exclui meningite bacteriana.
Iniciar antibioticoterapia precoceO atraso no início do ATB aumenta mortalidade
6 horas – mortalidade 5% a 6%
6-8 horas – 45%
8-10 horas – 75%
Tratamento
Atraso do antibiótico é maior preditor de
mortalidade do que apresentação mais grave
da doença e até do que meningite por
bactéria resistente a betalactâmicos.
Antibiótico sempre VENOSO, bactericida e de
alta penetração.
E uso de Corticóide??
Está recomendado o início de Dexametasona
(0,15 mg/Kg 6/6h) antes ou simultaneamente à
administração da primeira dose de antibiótico
(mas não após).
Manter por 4 dias se for por pneumococo ou
haemophilus
Dexametasona – prevenção de sequela em
pneumococo. Suspender em meningococo
Tratamento empírico sem gram
Vancomicina + Ceftriaxona
Acrescentar ampicilina em caso de cobertura adicional
para Listeria monocytogenes.
Pergunta: precisa mesmo de vancomicina?
Em caso de alergia grave a beta-lactâmicos:
Vancomicina + Moxifloxacino
Acrescentar SMTX+TMP em caso de cobertura adicional
para Listeria monocytogenes.
Antibioticoterapia empírica
Agentes
prováveis
Esquema
preferencialEsquema alternativo
S. pneumoniae
N. meningitidis
H. influenzae
Ceftriaxone 2g 12/12h
+
Vancomicina 15-20 mg/Kg a cada
8-12h (30-60 mg/Kg/dia)
Moxifloxacino 400 mg 24/24h
ou
Cloranfenicol 50-100 mg/Kg/dia divididos em 4
doses
+
Vancomicina 15-20 mg/Kg a cada 8-12h (30-60 mg/Kg/dia)
Tratamento empírico com gram
Tratamento com cultura
• No Paraná, a prevalência de S. pneumoniae na
nasofaringe de crianças foi de 43,4% (92/212), sendo maior
na idade entre 2 e 5 anos (p = 0,0005) com resistência
intermediária a penicilina de 34,8% (32/92) e resistência
plena de 22,8% (21/92)
• Em Uberlândia, a resistência a penicilina e ceftriaxone foi
detectada em 23.6% e 12.5% das cepas respectivamente
Velasquez et al; J Pediatr (Rio J). 2009;85(6):516-522;
Brandileone et al; resistance. Braz J Infect Dis 2011;15(1):22-27
S. Pneumoniae e resistência
Rio de Janeiro, 2000-2008, banco de material
clínico em lab. pesquisa (LCR):
– Resistência a Penicilina cresceu de 8% nos
isolados em 2000–2002 para 12% em 2003–2005, e
20% in 2006–2008.
– Resistência a Ceftriaxone com freqüência de
13% entre alguns isolados resistentes a penicilina
Barroso et al The Pediatric Infectious Disease Journal; Vol 31,
Number 1, January 2012
S. Pneumoniae e resistência
Tratamento empírico – situações
especiais
Em caso de deficiência de imunidade celular:
Vancomicina + ampicilina + cefepime ou meropenem
Meningite hospitalar:
Vancomicina + cefepime ou meropenem
Enterobactérias e não fermentadores resistentes a
carbapenêmicos
Meropenem dose dobrada + poli B + poli B intratecal.
Considerar tigeciclina de acordo com TSA.
Complicações e sequelas Alteração do estado mental
Edema cerebral e aumento da PIC
Convulsões
Déficit neurológico focal (ex: paralisia de nervos cranianos,
hemiparesias)
Anormalidades cerebrovasculares (ex: aneurismas, AVC,
sangramento, trombose)
Perda auditiva sensório neural
Prejuízo intelectual/neurocognitivo
Síndrome de Guillain-Barré
Hidrocefalia, abscesso, mielite transversa, vasculite ; raras
Profilaxia com antibiótico Rifampicina ou ciprofloxacino
Comunicantes íntimos expostos 7-10 dias antes dos
sintomas.
1- Conviveu com o doente por 4 ou mais horas diárias
por pelo menos 5 dos 7 dias que antecederam a
admissão hospitalar (ex: colegas de trabalho).
2- Compartilhamento de escova de dentes, toalha de
rosto, alimentos e utensílios sem higiene prévia (copos,
talheres, etc), beijo, garrafa de água mineral.
3- Sentados próximos a caso de meningite em
vôo/viagem com mais de 8 horas.
4- Contatos domiciliares.
Profilaxia com antibiótico
5- Quartéis e orfanatos – Mesmo dormitório
6- Profissionais de saúde: em geral não se recomenda, a
não ser que haja exposição sem máscara cirúrgica:
Fundo de olho ou intubação antes de 48 horas de
ATB adequado.
Aspiração de secreção de via aérea antes de 48
horas de ATB adequado.
Exposição direta a sangue ou secreções. Exemplos:
contato direto com secreção de espirro, tosse,
vômito, respiração boca-a-boca (procedimento
atualmente proscrito).
Profilaxia de ContactantesDefinição de Contato íntimo
A droga de escolha é a Rifampicina,
Adultos 600mg, VO, de 12/12 horas, durante 2 dias (dose máxima
total de 2.400mg)
Crianças de 1 mês até 10 anos, administrar 10mg/kg/dose em 4
tomadas, com intervalos de 12/12 horas, sendo a dose máxima de
600mg.
Recém-nascidos, 5mg/kg/dose, de 12/12 horas, em 4 tomadas
(dose máxima de 600g).
Opções de ATB:
Ceftriaxone 250 mg IM DU para adultos / 125mg IM DU para
crianças
Ciprofloxacino 500mg VO DU
Profilaxia de ContactantesDrogas recomendadas
Meningite vs Encefalite
Diferença: função cerebral
Pacientes com meningite estão desconfortáveis, letárgicos
e com forte cefaléia, mas sua função cerebral é normal.
Na encefalite tem alteração da função cerebral, como
alteração do estado mental, deficit motor ou sensitive,
alteração do comportamento/personalidade e desordens
do movimento e da fala.
Convulsão e estado pós ictal podem ser vistos em
meningite e não devem ser considerados evidência de
encefalite.
Outras manifestações de encefalite podem ser
hemiparesias, paralisia flácida e parestesias.
Meningite asséptica Pacientes com provável meningite viral incluem:
celularidade <500/microL, >50% linfócitos no liquor,
proteína menor que 80-100 mg/dL, glucose normal e
gram negativo.
Pacientes idosos, imunocomprometidos ou que
receberam antibiótico previamente devem ser tratados
com antibiótico mesmo que a suspeita seja de etiologia
não bacteriana.
Principais agentes: enterovirose (echovirus, cocsackie),
herpes, flavivirus (febre amarela, dengue), arbovirus,
arenavirus e buniavirus
Encefalite grave: iniciar aciclovir venoso 10 mg/kg a
cada 8 horas
ABSCESSO CEREBRAL
Complicação de IRAS
Trauma
Pós cirúrgico
Metátase tumoral
ABSCESSO CEREBRALApresentação clínica
Celaléia
Febre< 50%
Défict neurológico focal
Sinais de HIC (Papiledema <25%)
Alteração do nível de consciência
ABSCESSO CEREBRALDiagnóstico
TC ou RNM
- Cerebrite: lesão hipodensa difusa
- Abscesso : com realce do contraste em anel
Líquor : inespecífico/ leucometria e bioquimica variável/
geralmente Gram e cultura negativos
ABSCESSO CEREBRALEtiologia
Polimicrobiana 80- 90%
Streptococcus/S.aureus/Anaeróbios
Gram – mais comum em crçs
Ou de acordo com foco prévio de infecção
Fungo - imunodeprimidos
ABSCESSO CEREBRALTratamento
Cirúrgico + ATB (6-8 semanas)
Só ATB:
<2,5 cm
Múltiplos focos
Glaslow>12 com definição de etiologia (hemocultura +)
Persistência do abscesso pós cirurgia e risco de gravidade
ATB: depende do foco infeccioso
- Ceftriaxona/cefuroxime/ Cefepime/ Pipe Tazo +
Metronidazol + Vanco ou Linezolida
Meningite asséptica
Outras causas de meningite asséptica:
HIV na síndrome de soroconversão
Criptococose (criptococcus gatti)
Espiroquetas:
Sífilis – Treponema pallidum
Borrelia burgdoferi (Lyme)
Febre maculosa
Erlichiose
Sarampo
Mononucleose (CMV, Toxo, EBV, Herpes-6)
Coriomeningite linfocítica viral – zoonose relacionada a roedores
Cefalosporinas
Resistem a inativação das penicilinases estafilocócicas
Classicamente 4G:
1a G 2a G 3a G 4a G
Gram negativos
Gram positivos
Gerações de Cefalosporinas
1a G: Cefalotina e Cefazolina (IV); Cefalexina e
Cefadroxil (VO)
2a G: Cefuroxima, Cefaclor, Cefprozila,
Cefoxitina*bf
3a G: Cefotaxima, Ceftriaxone; Ceftazidima
4a G: Cefepime
Cefalosporinas – Nova Geração
Cefalosporinas anti-MRSA
Surgimento de bactérias MDR novos ATBs
Ceftobiprole: atividade contra MRSA, Enterococcus faecalis, pneumo R a penicilina, além atividade contra gram-negativos
Ceftarolina: atividade contra MRSA, VRSA, pneumo R a penicilina, além atividade contra gram-negativos
Cefotaxima, Ceftriaxone e Ceftazidima#
Espectro: ativa contra gram positivos e negativos, com
elevada potência contra Gram negativos entéricos.
Menor ação contra estafilo e estrepto e nenhuma contra
enterococo
#Potente atividade contra Pseudomonas aeruginosa
Cefalosporinas 3a Geração
Na presença de inflamação, atingem níveis terapêuticos
adequados para MBA
Eliminação renal e biliar*
Paraefeitos similares as demais cefalosporinas
Cefalosporinas 3a GeraçãoCefotaxima, Ceftriaxone* e Ceftazidima
Posologia:
Cefotaxima 1 a 2g q4h ou q6h (máx 12g/d)
Ceftriaxone 2 a 4g/dia q12h
Ceftazidima 1 a 2g q8h ou q12h (máx 12g/d)
Cefalosporinas 3a GeraçãoCefotaxima, Ceftriaxone e Ceftazidima
Cefalosporinas 4a Geração
Cefepime
Espectro: ativa contra enterobactérias, P.
aeruginosa, N. meningitidis, N. gonorrhoeae,
estreptococos, pneumococos, e estafilococos.
Cefalosporinas 4a Geração
Cefepime
Boa penetração em todos tecidos
Ligação protéica 15%
Eliminação renal
Posologia: 1g 12/12h a 2g 8/8h
Cefalosporina anti-MRSA
Ceftarolina Mesmo mecanismo de ação das outras
cefalosporinas
Baixa indução de resistência
Dose : 600mg de 12/12h em 60min de infusão
Necessita de ajuste para função renal
Espectro: MRSA e pneumo R
Gram – em menor atividade
Não atua contra anaeróbios, atípicos, ou
P. aeruginosa
1. Scheld WM, Koedel U, Nathan B, Pfister HW. Pathophysiology of bacterial meningitis: mechanism(s) of neuronal injury. J Infect Dis 2002; 186 Suppl 2:S225.
2. de Gans J, van de Beek D, European Dexamethasone in Adulthood Bacterial Meningitis Study Investigators. Dexamethasone in adults with bacterial meningitis. N Engl J Med 2002;
347:1549.
3. Durand ML, Calderwood SB, Weber DJ, et al. Acute bacterial meningitis in adults. A review of 493 episodes. N Engl J Med 1993; 328:21.
4. van de Beek D, de Gans J, Spanjaard L, et al. Clinical features and prognostic factors in adults with bacterial meningitis. N Engl J Med 2004; 351:1849.
5. Aronin SI, Peduzzi P, Quagliarello VJ. Community-acquired bacterial meningitis: risk stratification for adverse clinical outcome and effect of antibiotic timing. Ann Intern Med 1998;
129:862.
6. Domingo P, Mancebo J, Blanch L, et al. Fever in adult patients with acute bacterial meningitis. J Infect Dis 1988; 158:496.
7. Thomas KE, Hasbun R, Jekel J, Quagliarello VJ. The diagnostic accuracy of Kernig's sign, Brudzinski's sign, and nuchal rigidity in adults with suspected meningitis. Clin Infect Dis 2002;
35:46.
8. Choi C. Bacterial meningitis in aging adults. Clin Infect Dis 2001; 33:1380.
9. Attia J, Hatala R, Cook DJ, Wong JG. The rational clinical examination. Does this adult patient have acute meningitis? JAMA 1999; 282:175.
10. Zoons E, Weisfelt M, de Gans J, et al. Seizures in adults with bacterial meningitis. Neurology 2008; 70:2109.
11. Mylonakis E, Hohmann EL, Calderwood SB. Central nervous system infection with Listeria monocytogenes. 33 years' experience at a general hospital and review of 776 episodes from
the literature. Medicine (Baltimore) 1998; 77:313.
12. Brouwer MC, van de Beek D, Heckenberg SG, et al. Community-acquired Listeria monocytogenes meningitis in adults. Clin Infect Dis 2006; 43:1233.
13. Heckenberg SG, de Gans J, Brouwer MC, et al. Clinical features, outcome, and meningococcal genotype in 258 adults with meningococcal meningitis: a prospective cohort study.
Medicine (Baltimore) 2008; 87:185.
14. Weisfelt M, van de Beek D, Spanjaard L, de Gans J. Arthritis in adults with community-acquired bacterial meningitis: a prospective cohort study. BMC Infect Dis 2006; 6:64.
15. Uchihara T, Tsukagoshi H. Jolt accentuation of headache: the most sensitive sign of CSF pleocytosis. Headache 1991; 31:167.
16. Kaplan SL. Clinical presentations, diagnosis, and prognostic factors of bacterial meningitis. Infect Dis Clin North Am 1999; 13:579.
17. Kornelisse RF, Westerbeek CM, Spoor AB, et al. Pneumococcal meningitis in children: prognostic indicators and outcome. Clin Infect Dis 1995; 21:1390.
18. Brouwer MC, van de Beek D, Heckenberg SG, et al. Hyponatraemia in adults with community-acquired bacterial meningitis. QJM 2007; 100:37.
19. Geiseler PJ, Nelson KE, Levin S, et al. Community-acquired purulent meningitis: a review of 1,316 cases during the antibiotic era, 1954-1976. Rev Infect Dis 1980; 2:725.
20. Talan DA, Hoffman JR, Yoshikawa TT, Overturf GD. Role of empiric parenteral antibiotics prior to lumbar puncture in 20/10/13 Clinical features and diagnosis of acute bacterial
meningitis in adults
21. Kanegaye JT, Soliemanzadeh P, Bradley JS. Lumbar puncture in pediatric bacterial meningitis: defining the time interval for recovery of cerebrospinal fluid pathogens after parenteral
antibiotic pretreatment. Pediatrics 2001; 108:1169.
22. Hasbun R, Abrahams J, Jekel J, Quagliarello VJ. Computed tomography of the head before lumbar puncture in adults with suspected meningitis. N Engl J Med 2001; 345:1727.
23. Gopal AK, Whitehouse JD, Simel DL, Corey GR. Cranial computed tomography before lumbar puncture: a prospective clinical evaluation. Arch Intern Med 1999; 159:2681.
24. Tunkel AR, Hartman BJ, Kaplan SL, et al. Practice guidelines for the management of bacterial meningitis. Clin Infect Dis 2004; 39:1267.
25. Joffe AR. Lumbar puncture and brain herniation in acute bacterial meningitis: a review. J Intensive Care Med 2007; 22:194.
26. Blazer S, Berant M, Alon U. Bacterial meningitis. Effect of antibiotic treatment on cerebrospinal fluid. Am J Clin Pathol 1983; 80:386.
27. Spanos A, Harrell FE Jr, Durack DT. Differential diagnosis of acute meningitis. An analysis of the predictive value of initial observations. JAMA 1989; 262:2700.
28. Huy NT, Thao NT, Diep DT, et al. Cerebrospinal fluid lactate concentration to distinguish bacterial from aseptic meningitis: a systemic review and meta-analysis. Crit Care 2010; 14:R240.
29. Sakushima K, Hayashino Y, Kawaguchi T, et al. Diagnostic accuracy of cerebrospinal fluid lactate for differentiating bacterial meningitis from aseptic meningitis: a meta-analysis. J
Infect 2011; 62:255.
30. Fitch MT, van de Beek D. Emergency diagnosis and treatment of adult meningitis. Lancet Infect Dis 2007; 7:191.
31. Elmore JG, Horwitz RI, Quagliarello VJ. Acute meningitis with a negative Gram's stain: clinical and management outcomes in 171 episodes. Am J Med 1996; 100:78.
32. Saha SK, Darmstadt GL, Yamanaka N, et al. Rapid diagnosis of pneumococcal meningitis: implications for treatment and measuring disease burden. Pediatr Infect Dis J 2005; 24:1093.
33. Werno AM, Murdoch DR. Medical microbiology: laboratory diagnosis of invasive pneumococcal disease. Clin Infect Dis 2008; 46:926.
34. Tzanakaki G, Tsopanomichalou M, Kesanopoulos K, et al. Simultaneous single-tube PCR assay for the detection of Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae type b and
Streptococcus pneumoniae. Clin Microbiol Infect 2005; 11:386.
35. Negrini B, Kelleher KJ, Wald ER. Cerebrospinal fluid findings in aseptic versus bacterial meningitis. Pediatrics 2000; 105:316.
Obrigado!