MERCADO DE TRABALHO DO AGRONEGÓCIO - CEPEA … · PIB do Agronegócio Brasil SETEMBRO/2017 CENTRO...

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PIB do Agronegócio Brasil | SETEMBRO/2017

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

MERCADO DE TRABALHO

AGRONEGÓCIO TEM MENOS OCUPADOS E RENDIMENTOS MAIORES EM 2017

Na comparação entre a média dos três primeiros trimestres de 2017 e de 2016, houve redução de 2,2%, ou de 264 mil

pessoas, no total de ocupados no agronegócio brasileiro. Como já apontado na última análise feita pelo Cepea, a queda das ocupações no setor relaciona-se principalmente ao segmento primário. Nele, a baixa no total de ocupados foi de 6,4% (ou de 580,5 mil pessoas) fren-te ao mesmo período de 2016 – Ver Figura 1.

Diante desse movimento, tem-se que 18,2 mi-lhões de pessoas, em média, ocuparam-se em atividades relacionadas ao agronegócio, repre-sentando pouco mais de 20% do total de ocupa-dos no País. Comparando-se o terceiro trimestre do ano com o trimestre imediatamente anterior, a população ocupada (PO) no agronegócio fi-cou estável, com aumentos para insumos e ser-viços, mas certa redução para a agroindústria.

Figura 1 - Variação na população ocupada (PO) no agronegócio, seus segmentos e no Brasil

como um todo, na comparação entre os 9 primeiros meses de 2017 e o mesmo período de 2016 Fonte: Cepea/Esalq-USP, a partir de informações dos microdados

da PNAD-Contínua e de dados da RAIS.

Insumos 7,5%

Primário -6,4%

Agroindústria 0,9%

Agrosserviços 2,3%

Agronegócio Total -2,2%

Brasil total -0,3%

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Depois de incorporadas as informações do terceiro trimestre do ano, ao analisar os números médios do período (de janeiro a

setembro), manteve-se o padrão já apontado na última análise feita pelo Cepea: as diminui-ções mais relevantes no total do ocupados no agronegócio ocorreram para trabalhadores por conta própria (-6,3%) e para empregados com carteira assinada (-2,1%) – Ver Figura 2A. Por outro lado, o número de empregados sem car-teira assinada e de empregadores aumentou,

2,6% e 12,4%, respectivamente, no mesmo período. Também pela ótica dos graus de ins-trução, o movimento identificado na análise do segundo semestre se manteve de janeiro a se-tembro, com a redução das ocupações no agro-negócio frente a 2016 sendo verificada para pessoas sem instrução – Ver Figura 2B. Para as demais categorias de instrução houve aumen-to das ocupações, especialmente para aqueles com Ensino Superior (completo ou incompleto), categoria para a qual a elevação foi de 6,4%.

Figura 2 - Variação na PO do agronegócio por classes de posição na ocupação e categorias de

emprego e de níveis de instrução (primeiros nove meses de 2017/mesmo período de 2016). Fonte: Cepea/Esalq-USP, a partir de informações dos microdados da PNAD-Contínua e de dados da RAIS.

*completo ou incompleto; ** ”outros” inclui trabalhadores familiares auxiliares e militares e servidores

(A): Variação na PO do agronegócio por classes de posição na ocupação de categorias de emprego

Emp. c/ carteira -2,1%

Emp. s/ carteira 2,6%

Empregador 12,4%

Conta-própria -6,3%

Outros** -1,4%

(B): Variação na PO do agronegócio por classes de nível de instrução

Sem instrução -37,4%

Fundamental* 1,2%

Médio* 3,4%

Superior* 6,4%

De modo geral, quanto ao perfil da PO do agronegócio, 2017 foi marcado pelo aumento dos ocupados nos elos indus-

triais e de serviços frente à redução nos do segmento primário. Naturalmente, essa dinâ-mica se reflete nas demais análises, em que se verifica redução relativa de ocupados por conta própria e trabalhadores sem instrução, concomitante a um aumento das ocupações com graus mais elevados de escolaridade. Também como um reflexo da dinâmica supramencionada, apesar da redução obser-

vada no total de ocupados no agronegócio, o rendimento médio do trabalho do trabalhador do setor aumentou em 2017, para as três cate-goriais analisadas: +2,8% para empregados e outros, +13,2% para empregadores e +5,8% para trabalhadores por conta própria (Figura 3). A preços do terceiro trimestre de 2017, para os empregados no setor, o rendimento médio mensal foi de R$ 1.678; para os empregadores, de R$ 5.526; e, para os trabalhadores por con-ta própria, de R$ 1.232.

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Figura 3 - Variação real* e rendimentos médios do trabalho no agronegócio, para empregados, empregadores e conta própria (primeiros nove meses de 2017 / mesmo período de 2016). Fonte: Cepea/Esalq-USP, a partir de informações dos microdados da PNAD-Contínua e de dados da RAIS *Deflacionados pelo IPCA (IBGE).

ESPECIALESTUDO INÉDITO MAPEIA O MERCADO DE TRABALHO

DO AGRONEGÓCIO NOS ESTADOS BRASILEIROS

Essa nota tem por objetivo apresentar os principais resultados de um estudo inédito desenvolvido pelo Cepea, que mapeou o

mercado de trabalho do agronegócio em to-dos os estados brasileiros. De forma específica, essa primeira etapa da pesquisa buscou res-ponder às seguintes questões: a) onde estão os trabalhadores do agronegócio brasileiro? b) como o mercado de trabalho do agrone-gócio se distribui entre os seus diferentes segmentos em cada unidade da federação?

A contribuição da pesquisa relacio-na-se, primeiramente, à relevância do agro-negócio no Brasil, sobretudo em alguns esta-dos, e à heterogeneidade regional que marca esse setor. Além disso, inexiste até o momento um estudo que tenha avaliado o mercado de trabalho do agronegócio de forma agrega-da em âmbito estadual no Brasil. Acredita-se que informações mais localizadas sobre o mercado de trabalho do agronegócio podem fornecer importantes subsídios para a discus-

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são acerca do desempenho e das vulnerabi-lidades do setor e daqueles que nele atuam. Dentre os principais resultados, veri-ficou-se que a população ocupada no agro-negócio brasileiro se concentra principal-mente em cinco estados: São Paulo, Minas

Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná. Por outro lado, os estados com maior par-ticipação do agronegócio no mercado de trabalho estadual foram Mato Grosso, Ron-dônia, Piauí, Maranhão e Pará (Figura 5).

Figura 5 - (A) Distribuição (número de pessoas) da PO do agronegócio nas un-idades da federação em 2015; (B) Participação (%) da PO do agronegócio na PO total de cada estado em 2015. Fonte: Cepea, com base em informações do IBGE, da RAIS e das MIPs estaduais

Além da distribuição da PO do agrone-gócio pelos estados, destaca-se que a distribuição destes trabalhadores en-

tre os segmentos do agronegócio dentro dos estados também ocorre de forma bastante heterogênea regionalmente. De modo geral, para os estados das regiões Norte e Nordes-te, o segmento primário do agronegócio tem um maior peso na distribuição dos postos de trabalho do setor. Por outro lado, para os estados do Centro-Sul, parte relevante dos trabalhadores do agronegócio está nos elos industriais e de serviços vinculados ao setor. Analisando por segmento, tem-se que, enquanto 60% da agroindústria se concentra nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio

Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, o seg-mento primário tem uma distribuição espacial relativamente mais homogênea, com desta-que para Minas Gerais e Bahia, mas também para a região Sul e partes do Norte e Nordeste. No link abaixo está o material completo a respei-to dessa primeira fase do estudo, com maior de-talhamento e exposição dos dados para o mer-cado de trabalho do agronegócio nos estados.

Relatório completo do mercado de trabalho nos estados: http://bit.ly/2kPuhlG.

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