Mestrado em Engenharia e Gestão de Tecnologia José Mangueira Políticas de Formação e...
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Mestrado em Engenharia e Gestão de Tecnologia
José Mangueira
Políticas de Formação e Endogeneização de Capital Humano
em Países em Desenvolvimento O caso da indústria petrolífera em
Angola
UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA
INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO
Orientador: Professor Paulo Ferrão
Co-orientador: Professor Rui Santos 30/07/2004
Contextualização do Caso Angolano
• Após a independência
• Características da força de trabalho• Mercado exigente em qualidades e competências,• Adopção de novas tecnologias• Fusões• Forte presença de mão de obra estrangeira• Integração multinacional• Sub- especialização do sector
Pergunta de Investigação:
• Que instrumentos de política pública do Estado angolano, relativamente à indústria petrolífera, têm visado a criação de recursos humanos qualificados no país e a sua incorporação na cadeia de valor da indústria?
• Em que medida tem sido concretizada a endogeneização dos recursos humanos (“angolanização”) da indústria petrolífera?
Mestrado em Engenharia e Gestão de Tecnologia
• Será que a gestão política das concessões tem favorecido a formação de recursos humanos técnicos e científicos angolanos? Em que domínios?
• Qual o grau de incorporação de quadros científicos e tecnológicos angolanos na indústria? • Em que sectores, a que níveis hierárquicos, com que funções?
• Em que medida as políticas de formação (escolar, profissional) angolanas têm produzido os quadros técnicos e científicos necessários à operação da indústria petrolífera?
• Em que medida a arquitectura e o desempenho do sistema de educação e formação estão funcionalmente articulados com as outras componentes deste complexo industrial e tecnológico?
Eixos problemáticos:
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Metodologia
• Ficha de recolha de dados para preenchimento.
• Levantamento feito por uma empresa contratada pelo Ministério de Petróleos de Angola no ano de 2002
• Algumas entrevistas “ in situ”
• Recolha de dados na Internet
• Identificação das actividades principais, as técnicas e os conhecimentos de base requeridos na indústria petrolífera, e as existentes em cada país. Determinar as percentagens de nacionais em cada actividade (metodologia utilizada por Thor Egil Braadland in Keith Smith (2000))
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•Introdução
• Capítulo I - “ O Problema de Investigação”
• Capítulo II - “ A Indústria Petrolífera”
• Capítulo III - “Legislação, Políticas de Concessão e Tipos de Contrato”
• Capítulo IV - “O processo de Angolanização dos Recursos Humanos”
• Capítulo V - “ O desempenho do Sistema de Ensino e a Formação de Recursos Humanos”
• Capítulo VI – “ Conclusões e Recomendações”
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Estrutura
Angola Argélia
Noruega
Esperança de vida em 2001 40.2 67.8 78.7
Literacia nos adultos maiores de 15 anos (%) 42.0
70 100
Taxa combinada de matrículas ensino primário, secundário e superior (%) em 2001 29
71 98
PIB per capita (USD) 2001 2,040 6,090 29,620
Índice de esperança de vida 2001 0.25 0.74 0.90
Índice de educação 2001 0.38 0.69 0.99
Índice do PIB 2001 0.50 0.69 0.95
Índice de Desenvolvimento Humano 0.377 0.704 0.944
Ordem do PIB per capita menos ordem do IDH -32 -31
4
Classificação por IDH 164 106 1
Indicadores de desenvolvimento Humano
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Tendências de escolaridade
(nº médio de anos de escolaridade)
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CAP – II A indústria Petrolífera e identificação das actividades-chave e necessidades de conhecimento
• Pode-se dividir a indústria petrolífera nas seguintes fases: Exploração e Pesquisa; Produção; Transporte; Refinação Petroquímica; Comercialização , Distribuição•Actividades principais no upstream da indústria petrolífera
Fase de pesquisa e exploração
• Colheita de dados geológicos, Análise dos dados geológicos, Análise económica dos jazigos
Fase de desenvolvimento dos campos
• Engenharia e fabrico de instalações e Instalação
Fase de produção de petróleo e gás
• Manutenção, Controlo, Manuseamento de poços, tecnologia de reservatórios, transportes e Segurança e ambiente Mestrado em Engenharia e Gestão de Tecnologia
mão de obra no upstream do sector petrolífero angolano
Identificação das actividades-chave e necessidades de conhecimento.
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As empresas subsidiárias e a transferência de conhecimento
NOC
Empresas estrangeiras
Associação Empresas de prestação de serviços
NOC
Empresas estrangeiras
Associação Empresas estrangeiras de prestação de serviços
Empresas subsidiárias Associações entre a empresa nacional e as empresas de prestação de serviços estrangeiras
Caso da Noruega
Casos de Angola e Argélia
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Objectivos a atingir com o processo de Angolanização
Categoriasprofissionai
s
Exemplos de categorias
1985 (1ª
produção)
1987(+ 2
anos)
1990 (+ 5 anos)
Categorias I a VI
Operários não qualificados, ajudantes
100% 100% 100%
Categorias VII a XI
Operários II e SénioresSupervisores, técnicos de manutenção II e SénioresContabilistas, técnicos superiores júniores, secretárias
50% 60% 70%
Categorias XII e superior
Técnicos superiores Séniores, chefes de equipe e superioresOficiais administrativos Séniores Outros profissionais Séniores
-
50% 80%
CAP IV - O Processo de Angolanização
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Evolução do número dos trabalhadores do sector dos petróleos
Anos 1975
1990
1998
1999
2000
2001
2002
Trabalhadores
2006
5064
9679
10061
10944
10385
10818
O Processo de Angolanização
Evolução da Angolanização em percentagem (%)
Categorias ocupacionais 1990 1999 2002
Categorias I a VI 100 100 93
Categorias VII a XI 80 92 86
Categorias XII e superior 34 36 54
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O Processo de Angolanização
Categorias XII e superior no sector administrativo
Áreas Angolanos
(%) Estrangeiros
Recursos Humanos 33 58 24
Sistemas informáticos 108 70 48
Contabilidade e Finanças
97 60 66
Serviços Jurídicos 27 63 19
Aprovisionamento 86 63 51
Administrativos 117 70 49
Total 468 65 257
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O Processo de Angolanização
Categorias XII e superiores no sector Técnico
Técnicos licenciados e pós- graduados/ Actividades de operações e manutenção
Engenheiros Angolanos (%)Estrangeir
os
Operações/manutenção
Operações 71 27,20 190
Operações Marinha 7 7,61 85
Mecânica 82 51,57 77
Electricidade 41 51,25 39
Instrumentistas 35 54,69 29
Automação 21 61,76 13
Total 257 37 433Mestrado em Engenharia e Gestão de Tecnologia
O Processo de Angolanização
Categorias XII e superiores no sector Técnico
Técnicos licenciados e pós- graduados/ Actividades de apoio
EngenheirosAngolan
os (%)Estrangeir
os
Outras especialidades
Qual/higiene/ambiente 35 46,05 41
Inspec/ Lab/ tratamento 43 59,72 29
Logística marítima 42 65,63 22
Engenharia 171 64,53 94
Soldadura e tubagem 33 63,46 19
Geologia/Geociência 187 62,75 111
Sondagem e serviços 100 40,82 145
Total 611 57 461
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CAP V - Desempenho do sistema de ensino e a Formação de Recursos Humanos
Angola (2002) Argélia (2002)
Noruega (2003)
% do OGE na educação 6,24 4,40 4,3
% do PIB 5,3 4,41 6,8
OGE per capita 232 572 12670
PIB per capita 1600 5300 31800
Angola Argélia Noruega
População 10,766,471 32,818,500 4,546,123
Ensino Geral
Nº de alunos 1,509,485 6,807,957 580,000
Nº professores 53525 274328 50.700
Alunos/população (%) 14 21 12,8
Alunos/professores 42 20 11,4
Taxa de aprovação (%) 56 78 NA
Alunos, professores e taxas de aprovação no ensino geral
Orçamentos de despesas para a educação em percentagem
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Alunos, professores e taxas de aprovação no ensino
médio profissional Angola Argélia Noruega
Nº de alunos 43.000 1.102.043 164.200
Nº professores NA 63958 22.100
Alunos/professores NA 17,2 7,4
Alunos/população (%) 0,4 3,4 3,6
Taxa de aprovação 42 NA NA
Angola (*) Argélia Noruega
1998/9 2000/2001 2002
Alunos inscritos em licenciaturas 7.865 466.084 347.000
Inscrições/população (%) 0,73 1,42 7,63
Inscrições em pós-graduação NA 22.533 NA
Diplomados 279 65.192 NA
Diplomados/população (%) 0,003 0,19
Diplomados/inscritos (%) 3,5 14
Nº de universidades e escolas superiores
5 55 10
Inscrições e licenciaturas no ensino superior
Desempenho do sistema de ensino e a Formação de Recursos Humanos
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O Sistema de ensino em Angola
Ano Lectivo 1996 1997 1998 1999
Estudantes 7.125 7.916 8.337 7.865
Evolução dos alunos da Universidade Agostinho Neto, 1999
•Universidade Católica de Angola
•Universidade Jean Piaget de Angola
•Instituto Superior Privado de Angola
•Universidade Lusíada
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O Sistema de ensino em Angola
Unidade Orgânica Curso Alunos matriculado
s
%Alunos
licenciados
%
Faculdade de Ciências
Sub Total 797 10,3 16 5.73
Faculdade de Ciências Agrárias
AgronomiaMedicina Veterinária
812
Sub Total 0,25 0 0,00
Faculdade de Direito
Sub Total 1753 22,29 51 18,26
Faculdade de Economia
Sub Total 1063 13,52 72 25,81
Faculdade de engenharia
ArquitecturaCivilElectrónicaInformáticaMecânicaMinasQuímica
1751541505094209101
94122
Sub Total 933 11,86 18 6,45
Faculdade de Medicina
Sub Total 583 7,41 60 21,51
ISCED (Benguela, Luanda e Lubango)
Sub Total 2716 34,23 62 23,23
Total 7865 100,00 279 100,00
Universidade de Agostinho Neto ano 1998/9
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O Sistema de ensino em Angola
A análise da situação do Ensino
•Uma taxa de escolarização muito baixa
•Elevadas taxas de abandono escolar
•Baixa taxa de promoção
•Elevadas taxas de reprovação
•Baixa taxa de retenção
•Ineficácia do Sistema de Ensino - produzida pelos elevados índices ou taxas de reprovação e abandono escolar, e baixas taxas de promoção e retenção.
•Baixa qualidade de ensino - traduzida pelo nível de conhecimentos adquiridos pelos alunos após conclusão de um ciclo ou nível de ensino, devido aos desajustes dos programas de ensino, sistema de avaliação e qualidade do corpo docente.
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Análise comparativa dos sistemas de ensino
Noruega – não há interferência da indústria na formação dos recursos humanos, o sistema de educação normal fornece os quadros a todos os sectores da vida económica e social do país
Comparação dos sistemas de ensino
Sociedade
•Ensino
•Geral
•Ensino superior
Indústria
Petrolífera
Recursos financeiros
•Ensino Médio Técnico-profissional
Recursos Humanos
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Análise comparativa dos sistemas de ensino
Argélia – Apesar dos bons resultados do sistema de ensino, a indústria petrolífera intervém ainda na elaboração dos curricula dos cursos a nível superior de especialização na área petrolífera e pós-graduação a nível do IAP, para além do financiamento do mesmo.
Comparação dos sistemas de ensino
Sociedade
•Ensino
•GeralIndústria
Petrolífera
Recursos financeiros
•Ensino Médio Técnico-profissional
Recursos Humanos
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Análise comparativa dos sistemas de ensino
Angola - A má qualidade do ensino em geral e os consequentes resultados obrigam a uma interferência da indústria petrolífera no ensino desde o ensino técnico profissional, para a resolução imediata do problema dos recursos humanos o sector tem de recorrer ao ensino superior estrangeiro.
Comparação dos sistemas de ensino
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As necessidades de mão de obra especializada a médio curto prazo
Engenheiros a recrutar a partir de 2003
Engenheiros 2003 2004 2005 2006 2007
Operações 48 72 60 96 48
Operações marinhas 27 35 21 33 17
Mecânica 21 33 27 45 21
Electricidade/instrumenta
26 58 42 90 29
Engenharia 48 48 34 34 34
Geologia/Geociências 38 38 38 38 38
Sondagem e reparação
37 37 37 37 37
Sub total 245 321 259 373 221
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Capacidades nacional de formação de recursos humanos a curto prazo Licenciados a formar a partir de 2003
Licenciaturas 2003 2004 2005 2006 2007
Geociências 10 11 12 13 14
Engenharia de Minas 1 2 2 2 2
Engenharia Química 4 5 5 5 5
Engenharia civil 4 4 5 5 5
Engenharia electrotécnica 1 1 2 2 2
Engenharia Mecânica 0 0 0 0 0
Engenharia Informática 0 0 0 0 0
Sub Total - Ciências 20 23 26 27 30Bacharelato em computadores 9 34 34 58 58
Licenciatura em computadores 0 0 7 32 32
Contabilidade 69 75 81 88 90
Economia 24 25 28 30 32
Bacharelato em ecomomia 96 123 123 123 123
Licenciatura em economia 24 55 71 71
Direito 59 63 69 74 80
Total 277 467 492 504 521Mestrado em Engenharia e Gestão de Tecnologia
Conclusões•Há grandes deficiências das condições do ensino a todos os seus níveis, primário, secundário e universitário que não tem capacidade para satisfazer às necessidades dos cidadãos e da indústria petrolífera em particular sendo necessário o recurso à formação exterior que é muito dispendiosa.
•A oportunidade e eficácia da criação do Decreto 28/82 é reflectida pela taxa de angolanização no sector petrolífero (upstream e downstream) que atingiu 84%, a todos os níveis. Apesar de ainda ser necessário especial atenção às categorias XII e superiores, onde o nível de angolanização atingiu 64% para a área administrativa e de 49% para a área técnica, consideravelmente abaixo das metas.
•Independentemente do aumento de capital humano no sector dos petróleos, não foram feitos investimentos significativos materiais e humanos no sector do ensino público desde o primário ao superior para se poder ter um stock de capital humano suficiente para alimentar o processo produtivo nacional.
Mestrado em Engenharia e Gestão de Tecnologia
•Contribuir para a mudança das tendências de concentração das escolhas dos alunos nas áreas de carácter social, para obter um maior afluxo de alunos, ainda a nível médio, para a área das ciências e da tecnologia.
• Reforçar a capacidade tecnológica e de ensino do INP de modo a poder satisfazer as necessidades das empresas operadoras e de serviços, bem com a vocação dos jovens, incluindo a formação universitária com o recurso a quadros docentes dentro do sector
•Estabelecimento de um programa de angolanização própria para cada empresa, tendo em conta as suas características, que deve ser acordado aquando ou da sua instalação ou na altura da assinatura dos contratos de exploração e pesquisa ou de prestação de serviços
•Analisar a participação do Estado, através da sua empresa nacional como associada nas operações, que usa enormes recursos com grandes custos de oportunidade sociais, que poderiam ser aplicados na educação, com a criação de escolas a todos dos níveis, universidades, formação de professores, hospitais rurais e centros de saúde, onde o retorno de capital seria a longo prazo mais benéfico do que a aplicação directa na indústria.
Recomendações
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