Metamasius horn (Coleoptera: Curculionidae) em Helicônias

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL RODRIGO BARROS ROCHA Metamasius spp. Horn (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) EM HELICÔNIAS (ZINGIBERALES: HELICONIACEAE): monitoramento, organismos associados e táticas de controle com Beauveria bassiana e inseticidas a base de nim ILHÉUS BAHIA – BRASIL 2012

Transcript of Metamasius horn (Coleoptera: Curculionidae) em Helicônias

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL

RODRIGO BARROS ROCHA

Metamasius spp. Horn (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) EM HELICÔNIAS

(ZINGIBERALES: HELICONIACEAE): monitoramento, organismos associados e

táticas de controle com Beauveria bassiana e inseticidas a base de nim

ILHÉUS

BAHIA – BRASIL

2012

ii

RODRIGO BARROS ROCHA

Metamasius spp. Horn (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) EM HELICÔNIAS

(ZINGIBERALES: HELICONIACEAE): monitoramento, organismos associados e

táticas de controle com Beauveria bassiana e inseticidas a base de nim

ILHÉUS

BAHIA – BRASIL

2012

Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal, à Universidade Estadual de Santa Cruz. Área de concentração: Proteção de Plantas Orientadora: Profª. Maria Aparecida Leão Bittencourt Co-orientadora: Profª. Arlete José da Silveira

iii

RODRIGO BARROS ROCHA

Metamasius spp. Horn (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) EM HELICÔNIAS

(ZINGIBERALES: HELICONIACEAE): monitoramento, organismos associados e

táticas de controle com Beauveria bassiana e inseticidas a base de nim

Ilhéus, 22/08/2012.

____________________________________________

Maria Aparecida Leão Bittencourt – DS

UESC/DCAA

(Orientadora)

____________________________________________

Arlete José da Silveira – DS

UESC/DCAA

____________________________________________

Aníbal Ramadan Oliveira – DS

PRODOC/FAPESB – UESC/DCAA

____________________________________________

José Inácio Lacerda Moura

CEPLAC

iv

Dedico a todos que amo fez e faz parte da minha vida.

v

AGRADECIMENTO

Ao todo superando DEUS, em que tenho fé e creio na sua justiça e pela força

espiritual.

Aos meus pais, Maria José Barros Rocha e Urany Humbelino Rocha, por ter

me gerado e pela educação. Minha irmã querida Lidiany Barros Rocha e a toda

família que de alguma maneira ajudou.

A minha noiva, companheira, namorada, amante e amiga, Joelma Bezerra

Sousa pelo seu amor, por acreditar da minha capacidade e pelo apoio fundamental

em todos os momentos que passamos longe.

Aos professores Maria Aparecida Leão Bittencourt, Arlete José da Silveira e a

todos educadores do mestrado da Produção Vegetal pela orientação, apoio,

incentivo, broncas e conhecimentos compartilhados.

Os companheiros de laboratório que conheci Adriano Murielle, Daniel Alves,

Elisângela Melo, Francinne Ribeiro, Joelma Oliveira, Leonardo Câmara, Mírian

Santos, Pedro Andrade e Olívia Santos.

Aos amigos que fiz dentro e fora da universidade, pelos momentos bons,

ruins, inesquecíveis que passamos juntos e que sempre estarão na minha memória.

Aos colegas da pós-graduação pelo convívio durante as aulas do curso de

mestrado, experiência e ensinamentos trocados.

A Universidade Estadual Santa Cruz pela estrutura existente e por estar

sempre aberta para o desenvolvimento da pesquisa.

Ao Seu Helvécio e Sérgio por disponibilizarem suas fazendas para a

instalação e desenvolvimento dos experimentos.

A empresa Itaforte BioProdutos por ter fornecido o Boveril®.

Ao Prof. Dr. Sérgio Antônio Vanin, do Museu de Zoologia do Instituto de

Biociências, e pesquisadores do laboratório de Patologia de Insetos da ESALQ da

Universidade de São Paulo (USP) pela identificação do material.

A Fazenda Paineiras e a Fazenda Leão de Ouro por disponibilizarem os

dados pluviométricos.

A CAPES pela concessão da bolsa.

Muito obrigado a todos.

vi

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................viii

LISTA DE TABELAS ................................................................................................ x

RESUMO ................................................................................................................ xii

ABSTRACT ............................................................................................................ xiii

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 4

2.1 Flores tropicais ................................................................................................ 4

2.2 Pragas associadas as flores tropicais ........................................................... 4

2.2.1 Insetos e ácaros .............................................................................................. 5

2.2.2 Espécies de Metamasius ................................................................................ 7

2.2.3 Nematóides fitoparasitas e entomopatogênicos ............................................. 9

2.3 Monitoramento de pragas ............................................................................. 11

2.3.1 Feromônios e atrativos para os insetos ....................................................... 12

2.4 Táticas de controle de pragas ....................................................................... 16

2.4.1 Controle biológico – microbiano .................................................................... 17

2.4.2 Inimigos naturais predadores ........................................................................ 20

2.4.3 Plantas inseticidas ......................................................................................... 21

2.4.4 Interações entre fungos entomopatogênicos e inseticidas botânicos ........... 23

3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 25

3.1 Áreas de estudo ............................................................................................. 25

3.2 Levantamento populacional de Metamasius spp. ....................................... 25

3.3 Nematóides associados a adultos de Metamasius ..................................... 27

3.4 Ciclo biológico de Metamasius hemipterus ................................................ 28

3.5 Bioensaios com produtos comerciais a base de nim ................................. 29

vii

3.6 Testes de patogenicidade sobre adultos de M. hemipterus ...................... 30

3.7 Compatibilidade entre os produtos comerciais à base de nim e Beauveria

bassiana ................................................................................................................. 31

3.8 Análise estatística .......................................................................................... 32

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 34

4.1 Levantamento populacional de Metamasius spp. ....................................... 34

4.1.1 Espécies de Metamasius identificadas na região Sul da Bahia .................... 40

4.1.2 Outros coleópteros capturados ..................................................................... 42

4.1.3 Razão sexual dos espécimes de Metamasius spp. ...................................... 45

4.2 Nematóides associados a adultos de Metamasius ..................................... 46

4.3 Ciclo biológico de Metamasius hemipterus ................................................ 47

4.4 Bioensaios com produtos comerciais a base de nim ................................. 49

4.5 Testes de patogenicidade – controle microbiano ....................................... 52

4.5.1 Identificação dos fungos associados a Metamasius hemipterus e bioensaios

em laboratório ......................................................................................................... 52

4.6 Compatibilidade entre os produtos comerciais à base de nim e Beauveria

bassiana ................................................................................................................. 54

5 CONCLUSÕES ................................................................................................... 60

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 61

ANEXO .................................................................................................................... 77

viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Armadilha ‘tipo Pet’ (A), caixa do feromônio RMD-1® (B), sache do

feromônio (C) e armadilha na área de cultivo de helicônia (D) ................................ 26

Figura 2 – Dimorfismo sexual em Metamasius: macho (A) e fêmea (B) .................. 27

Figura 3 – Número total de espécimes de Metamasius coletados nas armadilhas ‘tipo

Pet’ com diferentes atrativos em áreas comerciais de helicônias na região Sul da

Bahia. Junho de 2011 a maio de 2012 ..................................................................... 36

Figura 4 – Flutuação populacional de Metamasius spp. coletados em armadilha com

o atrativo cana-de-açúcar + feromônio em comparação com a pluviosidade mensal

em municípios da região Sul da Bahia. Junho de 2011 a maio de 2012 ................. 37

Figura 5 – Número de Metamasius infectados por fungos entomopatogênicos

coletados nas armadilhas ‘tipo Pet’ com diferentes atrativos em áreas comerciais de

helicônias na região Sul da Bahia. Junho de 2011 a maio de 2012 ........................ 39

Figura 6 – Adultos de Metamasius hemipterus infectados com o fungo

entomopatogênicos Beauveria bassiana, coletados nas armadilhas ‘tipo Pet’ com

diferentes atrativos em áreas comerciais de helicônias na região Sul da Bahia. Junho

de 2011 a maio de 2012 ........................................................................................... 40

Figura 7 – Espécies do gênero Metamasius ocorrentes em áreas de helicônias.

Exemplar da espécie M. bisbisignatus (A), M. canalipes (B), M. distortus (C), M.

hemipterus (D) .......................................................................................................... 42

Figura 8 – Coleópteros capturados nas armadilhas em áreas comerciais de

helicônias na região Sul da Bahia. Rhynchophorus palmarum (A), Hololepta spp. (B),

Omalodes sp. (C), Deltochilum sp. (D), Eurysternus sp. (E) ................................... 44

Figura 9 – Predação de Omalodes sp. em larva de Metamasius ............................. 44

ix

Figura 10 – Razão sexual de Metamasius spp. coletados em armadilhas com

diferentes tratamentos em áreas comerciais de helicônias na região Sul da Bahia.

Junho de 2011 a maio de 2012 ................................................................................ 45

Figura 11 – Fases do ciclo biológico de Metamasius hemipterus. Tamanho do ovo

(A), ovo (B), larva (C), pupa (C), casulo da pupa (D), emergência do adulto (E) ..... 48

Figura 12 – Injúrias provocadas pelo Metamasius em helicônias. Corte transversal no

rizoma com a larva (A), corte transversal no pseudocaule broqueado, corte

longitudinal no pseudocaule com a larva (C) ........................................................... 49

Figura 13 – Mortalidade acumulada (%) de adultos de Metamasius hemipterus em

diferentes concentrações em função dos produtos Azamax® e Neemseto© (26 ± 1ºC

e fotofase de 12h) ..................................................................................................... 51

Figura 14 – Mortalidade acumulada (%) de adultos de Metamasius hemipterus em

diferentes concentrações em função dos métodos de aplicação pulverização e

ingestão (26 ± 1ºC e fotofase de 12h) ...................................................................... 52

x

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Registros de espécies de fitonematóides associados às espécies de

helicônias em diferentes regiões de cultivo ........................................................ 10

Tabela 2 – Número total e percentual de Metamasius spp. capturados nas

armadilhas ‘tipo Pet’ com diferentes atrativos em áreas comerciais de helicônias

na região Sul da Bahia. Junho de 2011 a maio de 2012 .................................... 34

Tabela 3 – Adultos de Metamasius spp. infectados por fungos entomopatogênicos (%)

capturados nas armadilhas ‘tipo Pet’ com diferentes atrativos em área comercial de

helicônias na região Sul da Bahia. Junho de 2011 a maio de 2012 ............................... 38

Tabela 4 – Espécies do gênero Metamasius capturadas nas armadilhas ‘tipo Pet’

com diferentes atrativos em áreas comerciais de helicônias na região Sul da

Bahia. Junho de 2011 a maio de 2012 ................................................................ 41

Tabela 5 – Número total de coleópteros capturados (exceto Metamasius) nas

armadilhas ‘tipo Pet’ com diferentes atrativos em áreas comerciais de helicônias

na região Sul da Bahia. Junho de 2011 a maio de 2012 .................................... 43

Tabela 6 – Período médio (± DP) das fases do ciclo biológico de Metamasius

hemipterus (25 ± 1°C e fotofase de 12h) ............................................................ 47

Tabela 7 – Número total e tamanho médio (± DP) de ovos de Metamasius

hemipterus (25 ± 1°C e fotofase de 12h) ............................................................ 48

Tabela 8 – Mortalidade média (%) de adultos de Metamasius hemipterus pelo

método de pulverização e ingestão com os produtos comerciais Azamax® e

Neemseto© (26 ± 1ºC e fotofase de 12h) ............................................................ 50

Tabela 9 – Isolados, espécie, origem e hospedeiros dos fungos

entomopatogênicos identificados ........................................................................ 53

xi

Tabela 10 – Mortalidade total e confirmada (%) de adultos de Metamasius

hemipterus por Boveril® e isolados de Beauveria bassiana (107 conídios mL-1) (26

± 2 °C e fotofase de 12h) .................................................................................... 54

Tabela 11 – Efeito do produto Neemseto© sobre o crescimento vegetativo (média

± DP), número de conídios (107 conídios mL-1) (média ± DP) e germinação

(média ± DP) de Beauveria bassiana (26 ± 1ºC e fotofase de 12h) .................... 57

Tabela 12 – Efeito de Azamax® sobre o crescimento vegetativo (média ± DP),

número de conídios (107 conídios mL-1) (média ± DP) e germinação (média ± DP)

de Beauveria bassiana (26 ± 1ºC e fotofase de 12h) .......................................... 58

Tabela 13 – Classificação de compatibilidade dos isolados UESC-1, UESC-11 e

UESC-38, e o Boveril®, na concentração de 107 conídios mL-1, com emulsão de

óleo de Nim (Neemseto© e Azamax®) ................................................................. 59

xii

Metamasius spp. Horn (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) EM HELICÔNIAS

(ZINGIBERALES: HELICONIACEAE): monitoramento, organismos associados e

táticas de controle com Beauveria bassiana e inseticidas a base de nim

RESUMO

O cultivo de helicônias na região Nordeste vem crescendo a cada ano, mas a

expansão e o manejo inadequado realizados pelos produtores favorecem o

aparecimento de pragas. Os objetivos deste estudo foram: 1) avaliar atrativos no

monitoramento da praga, 2) avaliar a patogenicidade de fungos entomopatogênicos

e de produtos comerciais à base de nim, 3) avaliar a compatibilidade in vitro de

isolados de fungos sobre os produtos comerciais à base de nim, 4) identificar

espécies de Metamasius que ocorrem na região, e 5) verificar a presença de

nematóides nos insetos coletados. Foram instaladas cinco armadilhas ‘tipo Pet’ em

áreas comerciais de helicônias, para avaliar o efeito de atrativos na captura de

coleópteros, sendo os seguintes tratamentos: 1) cana-açúcar, 2) pseudocaule de

helicônia, 3) feromônio, 4) feromônio + cana-de-açúcar, e 5) feromônio +

pseudocaule de helicônia. Foi avaliada a mortalidade (%) de Metamasius hemipterus

Linnaeus pela pulverização e ingestão dos produtos Azamax® e Neemseto©, a base

de óleo de nim, em diferentes concentrações, o produto Boveril® à base de

Beauveria bassiana e três isolados deste fungo (107 conídios mL-1). Verificou-se a

compatibilidade dos produtos a base de nim com os fungos entomopatogênicos,

usados nos teste de patogenicidade. A interação cana-de-açúcar e o feromônio

foram eficientes na captura de insetos do gênero Metamasius, com a identificação

de: Metamasius bisbisignatus Gyllenhal, M. canalipes Gyllenhal, M. distortus

Gemminger, M. ensirostris Germar, e M. hemipterus. O Azamax® causou maior

mortalidade de M. hemipterus por pulverização, não diferindo do Neemseto©, com as

melhores concentrações entre 0,625% e 1,25%. O Boveril® e os isolados UESC-11 e

UESC-38, causaram mortalidade confirmada de 24% a 50% de adultos M.

hemipterus. Os produtos comerciais Azamax® e Neemseto©, foram compatíveis com

os isolados UESC-1, UESC-11, UESC-38 e com o produto Boveril®, exceto o

Azamax® a 2,5% que foi moderadamente tóxico para o isolado UESC-1.

Palavras-chaves: bioinseticidas, controle biológico, flores tropicais, manejo

integrado.

xiii

Metamasius spp. Horn (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) ON HELICONIAS

(ZINGIBERALES: HELICONIACEAE): monitoring, associated organisms, and

control strategies with Beauveria bassiana and neem based insectices

ABSTRACT

Commercial production of heliconias in Northeast Brazil is expanding every

year; however this increase and inadequate management strategies promote the

appearance of insect pests. The objectives of this study were: 1) assess the effect of

attractants on insect monitoring traps, 2) evaluate the pathogenicity of

entomopathogenic fungi and commercial neem products, 3) evaluate the in vitro

compatibility of fungal isolates on commercial neem products, 4) identify species of

Metamasius that occur in the region, and 5) verify the presence of entomopathogenic

nematodes in the insects collected. Five 'PET' type traps were installed in

commercial heliconia fields to evaluate the effect of attractants in beetle traps, with

the following treatments: 1) cane sugar, 2) pseudostem of heliconia, 3) pheromone,

4) pheromone + cane sugar, and 5) pheromone + pseudostem of heliconia. Mortality

(%) of Metamasius hemipterus Linnaeus was evaluated by spraying and by ingestion

of two neem oil products (Azamax® and Neemseto©) in different concentrations, the

product Boveril® based on Beauveria bassiana, and three isolates of this fungus (107

conidia mL-1). The compatibility of neem based products was determined against the

entomopathogenic fungi used in the pathogenicity tests. The interaction between

cane sugar and pheromone were efficient at trapping insects of the genus

Metamasius, with the identification of M. bisbisignatus Gyllenhal, M. canalipes

Gyllenhal, M. distortus Gemminger, M. ensirostris Germar and M. hemipterus. The

product Azamax® caused higher mortality of M. hemipterus by spraying and did not

differ from Neemseto©, with the best concentrations being between 0.625% and

1.25%. The product Boveril® and isolates UESC-11 and UESC-38 caused mortality of

24% to 50% of M. hemipterus adults. The products Azamax® and Neemseto© were

compatible with the fungal isolates UESC-1, UESC-11, UESC-38 and product

Boveril®. Azamax® 2.5% was moderately toxic to isolated UESC- 1.

Keywords: biopesticides, biological control, tropical flowers, integrated pest

management

1

1 INTRODUÇÃO

A floricultura brasileira vem adquirindo notável desenvolvimento e é um

dos setores agrícolas mais promissores no campo do agronegócio. No primeiro

semestre de 2010, o mercado de flores do Brasil exportou cerca de US$ 14

milhões, representando um acréscimo de 1,64%. Apesar de ter ocorrido quedas

de vendas para as flores de corte, em relação a Portugal (- 63,06%), Estados

Unidos (- 60,38%), Canadá (- 37,23%) e Holanda (- 29,65%), principais países

importadores. A crise econômica e financeira nos Estados Unidos, a partir de

setembro de 2008, com posterior alastramento pela Europa e Ásia, foi o fator

responsável pela redução neste setor, com a redução nos volumes embarcados

(KIYUNA; ANGELO; COELHO, 2011; JUNQUEIRA; PEETZ, 2008, 2010).

No Brasil, o setor de flores e plantas ornamentais, vem registrando aumento

do consumo interno a cada ano. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (MAPA), este incremento é resultado da logística e do novo poder

aquisitivo dos brasileiros (MAPA, 2010). No período de janeiro a maio de 2011, a

balança comercial da floricultura brasileira mostrou saldo negativo de US$ 7,38

milhões, sendo que as importações equivaleram praticamente ao dobro dos valores

exportados. Esse fenômeno é devido a dois fatores basicamente, a valorização da

moeda nacional e a demanda interna ser maior do que a produção (JUNQUEIRA;

PEETZ, 2011).

No agronegócio de flores e plantas ornamentais, estima-se que cinco mil

hectares são cultivados anualmente em 304 municípios brasileiros. O estado de São

Paulo ainda concentra a maior produção e comercialização, com 74,5% da produção

nacional, porém outros estados começam a ganhar espaço com a consolidação dos

pólos florícolas (JUNQUEIRA; PEETZ, 2005; MAPA, 2007; SEBRAE, 2012).

A região Nordeste possui clima favorável para o cultivo de grande variedade

de plantas ornamentais, especialmente de flores tropicais, como as helicônias,

antúrios, alpínias, abacaxizeiro ornamental, costus, e entre outras. Os estados de

Alagoas, Bahia, Ceará e Pernambuco se destacam na produção de diferentes

espécies de flores e plantas ornamentais, devido às condições climáticas favoráveis

2

(ALVES; SIMÕES, 2003; ASSIS; ANDRADE, 2007; BRAINER; OLIVEIRA, 2006;

LAMAS, 2002).

Na região Sul do estado da Bahia as flores tropicais, como as espécies de

helicônias, alpínias, bastão-do-imperador, tapeinóquilos, antúrios, além de outras,

são exploradas por produtores da associação dos produtores de flores tropicais

FloraSulba (Ilhéus) e Bahiaflora (Ituberá) (BRAINER; OLIVEIRA, 2006; OLIVEIRA,

2007; SCHERER, 2006; SEAGRI, 2007, 2010a,b).

Espécies e cultivares das famílias Araceae, Heliconiaceae, Musaceae e

Zingiberaceae destacam-se na floricultura tropical. As helicônias podem ser

utilizadas na ornamentação de jardins e arranjos florais. Espécies destas flores de

corte são adquiridas pelos consumidores por possuirem algumas características

como a variedade e intensidade de cores, pela rusticidade, exotismo, e uma

característica importante para a comercialização, que é maior durabilidade na pós-

colheita e resistência ao transporte (BRAINER; OLIVEIRA, 2006; LOGES et al.,

2005; CASTRO; MAY; GONÇALVES, 2007a; MATTOS SOBRINHO, 2008).

São poucos os estudos sobre a fitossanidade de plantas ornamentais, mas as

pragas (insetos, doenças e fitonematóides) constituem um dos fatores que

contribuem para a redução da produção. Várias espécies de patógenos e insetos

estão associadas aos plantios de helicônias, embora não exista produtos registrados

pelo MAPA para o controle de pragas (MAPA, 2011). Não existe uma solução única

para o controle de pragas na floricultura e o melhor enfoque baseia-se na integração

de diferentes estratégias de manejo (RODRIGUES; MENDONÇA JÚNIOR;

MESQUITA, 2010). Torna importante buscar alternativas para o controle das pragas,

priorizando por práticas que não tragam riscos para o ambiente e ao ser humano.

Representantes do gênero Metamasius Horn são relatados como pragas de

importância econômica no estado da Florida, Estados Unidos, causando perdas

tanto em cultivos agrícolas (abacaxi, banana e cana-de-açúcar) como em espécies

de bromélias nativas, orquídeas e palmeiras ornamentais (FRANK; CAVE, 2005;

FRANK; THOMAS, 2004; O’BRIEN; THOMAS, 1990; THOMAS, 2004). A ocorrência

deste gênero foi relatada em várias espécies de Heliconia na região Sul da Bahia,

Brasil (MATTOS SOBRINHO, 2008).

O uso de agrotóxicos, muitas vezes utilizado de forma indiscriminada, vem

sendo adotado como única opção no controle de pragas, porém a utilização de

3

fungos entomopatogênicos têm se mostrado viável na redução de população de

pragas agrícolas, principalmente em programas de Manejo Integrado de Pragas

(MIP). Por isso o conhecimento dos entomopatógenos de ocorrência natural em uma

região é fundamental, sendo um fator importante na redução das pragas agrícolas,

contribuindo no manejo de cultivos (ALVES, 1998; GIUSTOLIN et al., 2001;

OLIVEIRA; NEVES; KAWAZOE, 2003; RODRÍGUEZ; GERDING; FRANCE,

2006a,b).

O fungo Beauveria bassiana (Balsamo) Vuillemin é um dos mais estudados e

utilizados no controle biológico, com a capacidade de mortalidade elevada para

pragas de diferentes ordens de insetos, com destaque para Coleoptera, Hemiptera e

Lepidoptera. Além de minimizar o impacto provocado pelos inseticidas

convencionais, B. bassiana pode ser facilmente produzido a um custo relativamente

baixo. No mercado mundial agrícola, existem alguns produtos comerciais à base de

B. bassiana. Devido à variabilidade genética, variação na patogenicidade e as

condições climáticas necessárias para ação do fungo, a seleção de cepas

adaptadas à região é fundamental em estudos de controle biológico de pragas

(ALVES, 1998; FANCELLI et al., 2004; LEITE et al., 2003).

Os inseticidas botânicos têm sido alvo de muitas pesquisas e, dentre as

espécies botânicas utilizadas como inseticida, o nim (Azadirachta indica A. Juss.) é a

espécie mais estudada. Seu espectro de ação é amplo, com seu efeito comprovado

sobre aproximadamente 300 espécies de insetos (ARAUJO JÚNIOR, 2008;

MARTINEZ, 2008).

Visando contribuir no manejo de pragas em plantio de flores tropicais, os

objetivos desse estudo foram: (1) avaliar atrativos no monitoramento da praga, (2)

avaliar a patogenicidade de fungos entomopatogênicos e de produtos comerciais à

base de nim, (3) avaliar a compatibilidade in vitro de isolados de fungos sobre os

produtos comerciais à base de nim, (4) identificar espécies de Metamasius que

ocorrem na região, e (5) verificar a presença de nematóides nos insetos coletados.

4

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Flores tropicais

As espécies de flores tropicais, representantes de Araceae, Heliconiaceae,

Musaceae e Zingiberaceae, são plantas herbáceas, rizomatosas, perenes de

reduzido porte ou arborescentes, caracterizadas por suas brácteas de cores e

formas variadas, maior durabilidade pós-colheita, de grande beleza, utilizadas para

ornamentação de ambientes (ASSIS; ANDRADE, 2007; LINS; COELHO, 2004).

Entre as espécies cultivadas destaca-se o gênero Heliconia L., único

representante da família Heliconiaceae (Zingiberales). Há registro de 176 espécies

deste gênero na região Neotropical e apenas seis nas Ilhas do Pacífico. No Brasil,

37 espécies e subespécies são de ocorrência natural, e têm sido exploradas tanto

no mercado nacional como internacional. A maioria das espécies se encontra em

ambientes úmidos e chuvosos. São mais abundantes em altitudes inferiores a 500m,

porém a maior diversidade de espécies está entre 500 a 1.400 m, com temperatura

de 23 a 30ºC e precipitação de 1.500 a 2.000 mm/ano (CASTRO; MAY;

GONÇALVES, 2007a; HENAO; OSPINA, 2008; KRESS et al., 1993).

As inflorescências as quais apresentam interesse comercial são terminais,

constituídas de um pedúnculo alongado, onde ficam inseridas as brácteas, que são

vistosas, de coloração intensa e exuberante, de variadas formas e tipos. Devido à

sua rusticidade e durabilidade pós-colheita, a aceitação das inflorescências pelo

consumidor é favorecida. (CASTRO, 1995; LAMAS, 2002; MATTOS SOBRINHO,

2008).

2.2 Pragas associadas às flores tropicais

O clima quente e úmido que favorece o agronegócio de flores tropicais, a não

utilização de mudas certificadas e de práticas culturais específicas, contribuem para

5

o aumento de problemas fitossanitários, acarretando danos significativos, como a

limitação da produção e baixa qualidade das inflorescências. A propagação

vegetativa e o intercâmbio indiscriminado de germoplasma, principalmente sem a

quarentena necessária, propiciam o aumento na ocorrência de pragas e a

disseminação na área cultivada e entre os plantios comerciais (BALA; HOSEIN,

1996; SPECHT; BORGES; PALUCH, 2011).

As helicônias não diferentemente de outras culturas estão sujeitas ao ataque

de diversos insetos e doenças (fungos e nematóides) e podem provocar diversos

danos quando não tomada às devidas medidas de controle.

2.2.1 Insetos e ácaros

Há poucos trabalhos com relatos de insetos associados a cultivos de flores

tropicais. No Pará, em áreas de plantio de flores tropicais foi constada a presença de

representantes da família Chrysomelidae (Coleoptera), de insetos sugadores

(Aphididae, Aleyrodidae, Cicadellidae e Thripidae), de Cornops frenatum frenatum

Marschall (Orthoptera: Acrididae), de Tracides phidon Cramer (Lepidoptera:

Hesperiidae) além de ácaros (Tetranychidae) (LEMOS et al., 2010; RIBEIRO et al.,

2006). No estado de São Paulo foi observada a infestação de lagartas de Antichloris

eriphia Fabricius (Lepidoptera: Arctiidae) e Caligo illioneus Cramer (Lepidoptera:

Nymphalidae), pragas da bananeira, em plantas de Heliconia latispatha Benth

(WATANABE, 2007).

No estado de Alagoas o complexo da entomofauna (n = 1.328) em plantios de

helicônias foi distribuído em seis ordens e 22 famílias de insetos. A maior

diversidade de espécies foi encontrada na ordem Lepidoptera, com 13 espécies

identificadas (BROGLIO-MICHELETTI et al., 2009).

No estado de Pernambuco foi relatada pela primeira vez à ocorrência de cinco

espécies de Lepidoptera, C. illioneus, C. teucer L., Opsiphanes cassiae Linnaeus

(Nymphalidae), T. phidon e Saliana longirostris Sepp. (Hesperiidae), que utilizaram a

Heliconia velloziana (Linnaeus) Emygidio como hospedeira (SPECHT; BORGES;

PALUCH, 2011).

6

Na região Sul da Bahia em um levantamento de ocorrência de pragas

associadas aos cultivos de helicônias, foi observada a ocorrência de 45 famílias de

insetos distribuídas em oito ordens, sendo 21,85% dos exemplares pertencendo a

ordem Coleoptera (MATTOS SOBRINHO, 2008).

Santos (2010) constatou a presença de 22 famílias de ácaros (Arachnida:

Acari) associados a plantas ornamentais tropicais na região Litoral Sul da Bahia.

Mais de 50% dos ácaros pertenceu à famílias predominantemente predadoras, com

destaque para Phytoseiidae. Em relação aos fitófagos, espécimes de Tetranychidae

(Tetranychus aff. abacae Baker & Pritchard) foram registrados em: Heliconia

latispatha, H. rivularis L. Emygd. & E. Santos, H. rostrata Ruiz & Pavon, H.

wagneriana Petersen e nos cultivares e variedades ‘Nappi Yellow’, ‘Jacquinii’, ‘She’,

‘Golden Torch’, ‘Red Opal’, ‘Alan Carle’, ‘Fire Bird’ e ‘Nappi Red’.

Representantes da família Curculionidae (Coleoptera), com aproximadamente

4.500 gêneros descritos, são pragas de diferentes cultivos agrícolas. Estes insetos

apresentam a cabeça prolongada diante dos olhos, com a distinção do rostro mais

ou menos alongado, reto ou curvo, porém geralmente cilíndrico e voltado para baixo,

onde estão articuladas as antenas (COSTA LIMA, 1956; GALLO et al., 2002

GILLOTT, 2005; VANIN; IDE, 2002).

Os gorgulhos, nome comum dos coleópteros dessa família, ocorrem

principalmente nas regiões tropicais, onde há maior diversidade de fauna e flora.

Estão associados principalmente a plantios de Arecaceae, Bromeliaceae,

Cannaceae, Cyperaceae, Graminaceae, Leguminoseae, Malvaceae, Musaceae e

Orchidaceae (ANDERSON, 2002; FRANK; THOMAS, 2000; VAURIE, 1966).

Algumas das espécies de importância agrícolas são: a broca-do-rizoma ou

moleque-da-bananeira (Cosmopolites sordidus Germar), que fazem galerias no

rizoma, deixando as plantas susceptíveis ao tombamento, além de favorecer a

entrada de patógenos; a broca-do-olho-do-coqueiro (Rhynchophorus palmarum

Linnaeus), que se alimenta do meristema apical facilitando a entrada de

microorganismos, é também relatada como vetor do nematóide Bursaphelenchus

cocophilus (Cobb.) Baujard, que transmite a doença anel-vermelho-do-coqueiro; a

broca-do-pedúnculo-floral (Homalinotus coriaceus Gyllenhal), cujas larvas fazem

galerias no pedúnculo floral interrompendo o fluxo de seiva e promovendo a queda

de flores e frutos; a broca-da-ráquis-foliar (Amerrhinus ynca Sahlberg), com as larvas

7

que se alimentam do interior da ráquis foliar do coqueiro, tornando as folhas

amarelas com formação de uma mistura resinosa na base do pecíolo (BATISTA

FILHO et al., 1990; FERREIRA et al., 1998; GALLO et al., 2002; MOURA; VILELA,

1998; MOURA; FANTON; MESQUITA, 2002; NAVARRO et al., 2002).

2.2.2 Espécies de Metamasius

As espécies do gênero Metamasius (Coleoptera: Curculionidae) são

encontradas em todos os continentes, principalmente na região tropical das

Américas. Existem aproximadamente 110 espécies descritas no mundo, associadas

a várias plantas hospedeiras como arecáceas, bromeliáceas, cana-de-açúcar,

musáceas, entre outras. Várias espécies de Metamasius são relatadas como pragas

de importância econômica no estado da Florida, Estados Unidos, causando perdas

em cultivos de abacaxi, banana e cana-de-açúcar, bem como atacando espécies de

bromélias nativas, orquídeas e palmeiras ornamentais (FRANK; CAVE, 2005;

FRANK; THOMAS, 2004; SOLIMAN et al., 2009; O’BRIEN; THOMAS, 1990;

THOMAS, 2004; ZORZENON; BERGMANM; BICUDO, 2000).

Seu comprimento varia de 10 a 20 mm, e geralmente são de coloração

vermelha e preta ou laranja e preta. Tem hábitos diurnos e grande habilidade no

voo. Representantes deste gênero são relatados como pragas secundárias,

geralmente encontradas em troncos e caules de plantas deteriorados, mas podem

atacar plantas sadias ou aproveitar as aberturas realizadas por outras pragas para

se alimentar ou realizar oviposição no local. As fêmeas raspam o tecido do caule

com o rostro e colocam os ovos, deixando protegidos. As injúrias são causadas

pelas larvas, que ao se alimentarem do tecido vegetativo da planta, formam galerias

ao longo do caule (FRANK; THOMAS, 2000; VAURIE, 1966). Essas aberturas

facilitam a entrada de patógenos que prejudicam as plantas (WEISSLING et al.,

2003).

A espécie Metamasius hemipterus Linnaeus, comumente denominada de

‘broca-rajada’, depositam ovos de coloração branco-leitosa, com forma elíptica, e

cerca de 2 mm de comprimento. As larvas são ápodes, de coloração branco-leitosa,

com a cápsula cefálica de coloração amarela a marrom, podendo alcançar mais de

8

10 mm de comprimento nos últimos instares. As pupas ficam protegidas dentro de

um casulo confeccionado, pela própria larva, com fibras da planta hospedeira. Em

condições de laboratório (27ºC e UR 75%) o período médio da fase embrionária é de

4,1 dias, da fase larval de 42,5 dias e da fase de pupa de 15,3 dias, sendo o ciclo

biológico (ovo a adulto) de 62 dias (ESTEBAN-DURÁN et al, 1998; LEÓN-BRITO et

al., 2005; ZORZENON; BERGMANN; BICUDO, 2000). Outros autores relataram que

o período embrionário teve duração de quatro dias, o período larval de 49 dias e o

período pupal de 10 dias (WEISSLING; GIBLIN-DAVIS, 1998; WOODRUFF;

BARANOWSKI, 1985).

A ‘broca-rajada’ foi relatada atacando diversas plantas como a pupunha

(Bactris gasipaes Kunth) na Costa Rica (MEXZÓN, 1997; OQUENDO; MEXZÓN;

URPÍ, 2004), e no estado da Florida dos Estados Unidos, na Venezuela e na

Colômbia foi capturada em armadilhas em plantios de bananeira (GIBLIN-DAVIS;

PEÑA; DUNCAN, 1994; SEPÚLVEDA-CANO; RUBIO-GÓMEZ, 2009; VERGARA;

RAMÍREZ, 2000). Na Nicarágua foi encontrada em algodão (Gossypium Linnaeus),

café (Coffea Linnaeus) e milho (Zea mays Linnaeus) (MAES; O'BRIEN, 1990; MAES,

2004). Em várias regiões do mundo é encontrada associada a vários hospedeiros,

tanto de importância agrícola como ornamental, por exemplo, em coqueiro (Cocos

nucifera Linnaeus), dendezeiro (Elaeis guineensis Jacq.), palmeira-real (Roystonea

regia Kunth) e raramente, atacando frutos de abacaxi (ESTEBAN-DURÁN et al,

1998; FRANK; CAVE, 2005; PUCHE et al., 2005).

No Brasil, está associada a vários hospedeiros: açaizeiro (Euterpe oleracea

Martius), coqueiro, dendezeiro, palmito-juçara (Euterpe edulis Martius), pupunheira,

tamareira (Phoenix dactylifera), palmeira-real-da-austrália (Archontophoenix spp.)

todos pertencente à família Arecaceae (Arecales), além da cana-de-açúcar

(Saccharum officinarum Linnaeus) e bananeira (Musa spp. – Musaceae) (GOMES,

2008; YASUDA, 2005; ZORZENON; BERGMANM; BICUDO, 2000).

Espécies de Metamasius foram observadas causando o broqueamento de H.

rostrata, H. wagneriana, H. stricta Huber cv. ‘Fire Bird’ e na var. ‘Alan Carle’ (H.

psittacorum L. x H. spathocircinata Aristeguieta) (MATTOS SOBRINHO, 2008).

Outras espécies, não menos importantes, também são descritas associadas a

várias plantas hospedeiras de importância agrícola, como Metamasius bisbisignatus

Gyllenhal, M. canalipes Gyllenhal, M. distortus Gemminger & Harold e M. ensirostris

9

Germar, encontrados em cana-de-açúcar, Musa sp. e várias espécies de da família

Arecaceae (BULGARELLI; CHINCHILLA; OEHLSCHLAGER, 1998; VAURIE, 1966;

YASUDA, 2005; ZORZENON; BERGMANM; BICUDO, 2000).

Como injúria e danos causados tanto pelas larvas como adultos de

Metamasius, foi observado o broqueamento do caule das plantas, causando a

redução do perfilho e abertura de orifícios, que podem favorecer a entrada de

fitopatógenos. Devido à sua distribuição e à mobilidade dessas espécies, associadas

aos nematóides, esse inseto pode ser um importante disseminador de doenças em

diversas culturas (BULGARELLI; CHINCHILLA; OEHLSCHLAGER, 1998; LEÓN-

BRITO, et al., 2005; ZORZENON; BERGMANM; BICUDO, 2000).

2.2.3 Nematóides fitoparasitas e entomopatogênicos

Com o aumento da área plantada com ornamentais tropicais,

consequentemente os problemas fitossanitários também tem aumentado, podendo-

se destacar as fitonematoses, apesar dos poucos registros em espécies ornamentais

tropicais (ASSIS; ANDRADE, 2007). Os nematóides fitoparasitos associados às

plantas ornamentais são encontrados nas raízes, rizomas, tubérculos e bulbos, mas

também podem parasitar a parte aérea, como caules e folhas, causando prejuízo na

produção e depreciando o produto a ser comercializado (OLIVEIRA et al., 2007).

Os nematóides podem ser disseminados dentro dos cultivos pelo vento, água,

ferramentas agrícolas, materiais vegetais contaminados, pelo próprio homem e

também por insetos.

Poucos trabalhos registraram as espécies de fitonematóides associados às

helicônias (Tabela 1).

10

Tabela 1 – Registros de espécies de fitonematóides associados às espécies de

helicônias em diferentes regiões de cultivo

Fitonematóides Hospedeiros Locais Referências

Helicotylenchus dihystera (Cobb) Sher Heliconia sp. Trindade e Tobago

Bahia - Brasil Bala e Hosein, 1996

Mattos Sobrinho, 2008 H. multicinctus (Cobb) Golden Heliconia sp. Bahia - Brasil Zem e Lordello, 1983ª

H. pseudorobustus (Steiner) Golden Heliconia sp. Trindade e Tobago Bala eHosein, 1996

H. erythrinae (Zimmermann) Golden

Heliconia spp. Bahia - Brasil Mattos Sobrinho, 2008

Helicotylenchus sp.

Heliconia sp. H. rostrata

H. bihai H. psittacorum Golden Torch,

Andromeda

Havaí - USA Trindade e Tobago Pernambuco-Brasil

Colômbia

Sewake e Uchida, 1995 Bala e Hosein, 1996 Lins e Coelho, 2004

Restrepo, 2007

Meloidogyne incognita (Kofoid & White) Chitwood

Heliconia spp. H. rostrata

Heliconia spp.

Trindade e Tobago Pernambuco-Brasil

Ceará- Brasil

Bala e Hosein, 1996 Lins e Coelho, 2004 Freire e Mosca, 2009

Meloidogyne spp. H. farinosa cv. Rio

H. bihai Heliconia spp.

Havaí - USA Colômbia

Bahia - Brasil

Sewake e Uchida, 1995 Restrepo, 2007

Mattos Sobrinho, 2008

Pratylenchus sp. H. caribeae cv.

Purpúrea Heliconia sp.

Havaí - USA Trindade e Tobago

Sewake e Uchida, 1995 Bala e Hosein, 1996

Rotylenchulus reniformis Linford & Oliveira

H. stricta cv. Bucky Heliconia sp.

Havaí – USA Trindade e Tobago

Sewake e Uchida, 1995 Bala e Hosein, 1996

Rotylenchulus sp. H. bihai Colômbia Restrepo, 2007 Tylenchorhynchus annulatus (Cassidy) Golden

Heliconia sp. Trindade e Tobago Bala e Hosein, 1996

Tylenchus sp. Heliconia bihai Colômbia Restrepo, 2007

Xiphinema sp. Heliconia sp. H. rostrata

Trindade e Tobago Pernambuco-Brasil

Bala e Hosein, 1996 Lins e Coelho, 2004

Radopholus similis (Cobb) Thorne

Heliconia sp. H. Chartaceae cv.

Sexy Pink

Bahia – Brasil Havaí - USA

Zem e Lordello, 1983a Sewake e Uchida, 1995

Os nematóides Rhabdites sp. e Praecocilenchus sp. foram encontrados

associados à M. hemipterus na cultura de dendezeiro (MORALES; CHINCHILLA,

1990). Existem relatos de espécies M. hemipterus e M. distortus podem ser vetores

do nematóide causador da doença do anel-vermelho em plantios de dendezeiro

(BULGARELLI; CHINCHILLA; OEHLSCHLAGER, 1998; SILVA; MARTINS-SILVA,

11

1991). Os nematóides Aphelenchus sp., Helicotylenchus sp., Meloidogyne sp.,

B. cocophilus, R. reniformes, foram encontrados associadas ao M. hemipterus

em área de bananicultura (ZEM; LORDELLO, 1983b). Essa espécie também foi

relatada como transmissora de doenças como o Fusarium sp. e Pantoea

stewartii (Smith) Mergaert em cultivos de pupunha (B. gasipaes) (SÁNCHEZ et

al., 2005).

Além dos nematóides fitoparasitas são encontrados outros grupos de

nematóides associados aos insetos como os entomopatogênicos, que são agentes

de controle biológico, com grande potencial na redução das pragas agrícolas

(FERRAZ et al., 2008). As famílias Heterorhabiditidae e Steinernematidae são as

mais pesquisadas para serem utilizadas como alternativas aos produtos

fitossanitários químicos (NEGRISOLI JÚNIOR; BARBOSA; MOINO JÚNIOR, 2008).

Os nematóides entomopatogênicos foram testados para diversas espécies de

curculionídeos, com alta eficiência à forma larval e adulta (SHAPIRO-ILAN; GOUGE;

KOPPENHÖFER, 2002). Esses nematóides possuem a capacidade de buscar seu

hospedeiro no solo e em ambientes crípticos, invade-o e mata-o no prazo de 24 a 72

horas após liberarem uma bactéria altamente virulenta ao inseto, que se localiza no

trato digestivo do agente (FERRAZ, 1998).

No Brasil, nematóides entomopatogênicos foram avaliados contra larvas do

bicudo da cana-de-açúcar Sphenophorus levis Vaurie (Coleoptera: Curculionidae)

em teste de laboratório, sendo bastante virulentos para o inseto (TAVARES et al.,

2007). Em laboratório, Giometti et al. (2011) avaliou a virulência dos isolados de

nematóides entomopatogênicos do gênero Steinernema e Heterorhabditis contra

adultos de S. levis. Na concentração de 240 juvenis infectivos (JI)/inseto tiveram

mortalidade do inseto variando de 20 a 45% e na maior dose avaliada (1200

JI/inseto) variou de 60 a 74% de mortalidade diferida da testemunha.

2.3 Monitoramento de pragas

A distribuição e quantidade de espécies de insetos estão vinculadas a

diversos fatores abióticos como a temperatura, umidade relativa do ar, radiação

solar, precipitação pluviométrica, quantidade de alimento disponível, entre outros. Os

12

fatores ambientais podem influenciar o ciclo de vida dos insetos, interferindo na

flutuação populacional (GALLO et al., 2002; MOREIRA et al., 2008).

No manejo integrado de pragas, o monitoramento dos insetos-praga deve ser

realizado antes de qualquer tipo de medida de controle, com objetivo de verificar o

nível populacional e as espécies presentes na cultura. As amostragens periódicas

são importantes para determinar o nível de controle (NC) ou nível de dano (ND), e a

partir daí estabelecer qual o método de controle a ser utilizado para redução dos

prejuízos na lavoura (GALLO et al., 2002).

Para a captura de insetos no campo, podem-se utilizar armadilhas tanto para

o monitoramento como para o controle das pragas. Existem diversos modelos e tipos

de armadilha que podem ser usados, sendo confeccionadas com diferentes

materiais, e até reaproveitando de diversos recipientes plásticos para essa

finalidade.

Para a captura de R. palmarum e M. hemipterus em plantios de coqueiro e

dendezeiro, as armadilhas do tipo balde, tanque ou feixe são as mais utilizadas,

embora haja desvantagens do elevado custo do recipiente e dos atrativos, além da

possibilidade de quebra e de ressecamento (MOURA; VILELA, 1998). Na Embrapa

Tabuleiros Costeiros foi desenvolvida uma armadilha, feita com material reciclável,

denominada de armadilha ‘tipo Pet’, que utiliza na sua confecção três garrafas

plásticas de 2L, sendo que este modelo é de baixo custo, eficiente, prático e sem

atrativo para roubo (EMBRAPA, 2007).

A coleta massal de insetos com o uso de armadilhas e atrativos

semioquímicos é uma forma de controle de pragas agrícolas bastante utilizadas em

diversas culturas. Oehlschlager et al. (2002) verificaram que houve a diminuição de

R. palmarum em duas áreas de dendê na Costa Rica com a utilização de armadilha

plástica 4L, sendo observada também a redução, significativa de 80% de plantas

com o anel-vermelho.

2.3.1 Feromônios e atrativos para os insetos

Os insetos exercem suas relações ecológicas com o ambiente e com os

outros organismos de várias maneiras, sendo uma das mais importantes a

13

comunicação por meio de compostos químicos. Certos insetos sequestram ou

adquirem compostos da planta hospedeira e os usam como feromônios sexuais ou

precursores de feromônios sexuais. Outros insetos produzem ou liberam feromônios

sexuais em resposta a estímulos específicos de plantas hospedeiras. Os compostos

químicos que estão presentes nos vegetais, muitas vezes sinérgicos, aumentam a

resposta dos insetos a feromônios sexuais. Entre os insetos, diferentes tipos de

feromônio são detectados e emitidos, gerando comportamento de atração de

indivíduos do sexo oposto para acasalamento, de agregação de indivíduos de

ambos os sexos para um local específico para alimentação, demarcação de espaço,

a formação de trilhas, a organização das atividades na colônia, entre outros

(LANDOLT; PHILLIPS, 1997; ZARBIN; RODRIGUES, 2009).

O uso de feromônios pode ser uma técnica utilizada no manejo integrado,

para auxiliar no monitoramento das pragas e na tomada de decisão para o efetivo

controle dos insetos. Alguns feromônios já vêm sendo produzidos comercialmente e

utilizados na agricultura com eficiência, seja para a detecção da praga ou da coleta

massal de adultos (AMBROGI et al. 2009).

O uso de espécies vegetais como atrativos têm como base as atrações

exercidas por substâncias voláteis presentes nos vegetais, denominadas de

cairomônios. Estes voláteis são classificados como semioquímicos/aleloquímicos,

considerados preponderantes na comunicação química dos Curculionidae. Além do

uso em estudos na estimativa populacional, os atrativos têm sido largamente usados

nas práticas de controle dos insetos (MESQUITA, 2003; VIANA; VILELA, 1996).

Os insetos adultos como o R. palmarum e M. hemipterus são atraídos pelos

odores das plantas recém cortadas, e este tipo de comportamento vem sendo

explorado para atrair os insetos em armadilhas contendo atrativo vegetal, sendo a

cana-de-açúcar o mais utilizado. Porem, a captura dos mesmos pode ser

significamente maior quando também é adicionado nas armadilhas o feromônio de

agregação, que é produzido pelo macho da espécie (CHINCHILLA;

OESHLSCHLAGER; BULGARELLI, 1996).

Em duas áreas de dendê na Costa Rica foram instaladas armadilhas plásticas

de 10L com cana-de-açúcar e dois feromônios de agregação, o Meta-Lure® e o

Rhynko-Lure®. Amostras dos insetos de cada espécie foram observadas em relação

à presença ou não do nematóide B. cocophilus. As espécies e o número total de

14

insetos capturado foram: Metamasius hemipterus (n=3.523), M. distortus (n=912) e

R. palmarum (n=284). Verificou-se também que houve a diminuição no número de

insetos capturados com o início da estação chuvosa, com total de 538 insetos por

armadilha na primeira área (Meta-Lure®) e 488 insetos na segunda área (Meta-Lure®

e Rhynko-Lure®); na estação da seca, houve o aumento da população, com captura

média de 1.280 e 1.150 insetos na 1ª e 2ª área, respectivamente. Foi observada

uma correlação negativa entre a pluviosidade e o número de insetos/mês, nas duas

áreas. A média de capturas de R. palmarum foi muito baixa durante todo o período

de estudo, embora somente nesta espécie tenha sido detectado o nematóide

(BULGARELLI; CHINCHILLA; OEHLSCHLAGER, 1998).

Em duas áreas com plantio de pupunha, foi avaliado nas armadilhas o atrativo

alimentar (cana-de-açúcar) + o feromônio Combolure®, e apenas o atrativo alimentar

na captura de M. hemipterus. Foi observado que os picos populacionais ocorreram

no período mais seco, e que houve uma redução de 90% dos danos provocados

pela praga, com aumento de 70% na produção do palmito (ALPÍZAR et al., 1999).

Em laboratório, Cerda et al. (1999) avaliaram a atratividade de pseudocaule e

rizoma de bananeira, abacaxi e cana-de-açúcar para M. hemipterus, e no campo a

eficiência destes atrativos foi avaliada juntamente com feromônio em plantio de

banana. Foi constatado que a cana-de-açúcar foi mais atrativa tanto em laboratório

como no campo.

Em um levantamento realizado em plantios de bananeira na Venezuela para

identificar os coleópteros associados nessa cultura, foram utilizados seis iscas ‘tipo

queijo’, em sete propriedades. Foi aplicado nas iscas um inseticida granulado

(Furadan®) para facilitar a coleta dos insetos atraídos, além de coletas manuais em

solos, fruto (verdes, maduros e podres) e em pseudocaules de bananeiras. Os

insetos encontrados foram C. sordidus (iscas), M. hemipterus (iscas e pseudocaule),

R. palmarum (pseudocaule), Hololepta sp. (iscas) (Histeridae), Alegoria dilatata

LaPorte (iscas e solo) (Tenebrionidae), Ontophagus sp. (solo) (Scarabaeidae),

Hoplopyga liturata Olivier (frutos podres) (Scarabaeidae), Gymnetis sp. (frutos

verdes) (Scarabaeidae), Stenus sp. (solo) (Staphylinidae), Oligota sp. (solo)

(Staphylinidae), Lissonotus flavocinctus flavocinctus Dupont (frutos maduros)

(Cerambycidae), Lissonotus corallinus Dupont (frutos maduros) (Cerambycidae),

Calosoma sp. (solo) (Carabidae), Colopterus truncatus Randall (frutos maduros)

15

(Nitidulidae) e Maecolaspis musae Bechyne (frutos verdes) (Chrysomelidae)

(VERGARA; RAMÍREZ, 2000).

No estado do Pará, em plantios de dendezeiros, foi avaliada a eficiência de

quatro feromônios sintéticos, o Rhynko-Lure® (ASD), FUJI® (Fuji Corporation),

RMD-1® (ChemTica Internacional), Rincoforol® (UFAL), e três períodos de

permanência (3, 4 e 5 meses) destes em campo, na captura de R. palmarum. Para a

coleta dos insetos, recipientes plásticos de 20L foram usados como armadilha. Os

tratamentos eram os feromônio + cana-de-açúcar (alimentar) e na testemunha foi

utilizado apenas o atrativo alimentar. Os feromônios Rhynko-Lure® e o FUJI foram

os mais eficientes, porém o RMD-1® não diferiu estatisticamente do FUJI. O

feromônio UFAL igualou-se à testemunha. Segundo os autores, a diferença na

captura se deve a quantidade de compostos presente em cada feromônio. Não

houve diferença entre os períodos de permanência dos feromônios no campo

(MÜLLER et al., 2002).

Para verificar a atratividade do feromônio emitido por Metamasius spinolae

Gyllenhal, 35 armadilhas foram instaladas em plantios de cactos (Opuntia sp.), e em

cada armadilha foram colocados diferentes números de insetos. Os tratamentos

foram: duas fêmeas e dois machos de M. spinolae (com ou sem cactos), quatro

fêmeas de M. spinolae (com ou sem cactos), quatro machos de M. spinolae (com ou

sem cactos) e apenas o atrativo alimentar. Os tratamentos com os melhores

resultados foram as armadilhas com os insetos (fêmeas e/ou machos) com o atrativo

alimentar, ou seja, o feromônio emitido pelos insetos junto com os voláteis da planta

potencializou a captura. As armadilhas contendo apenas os insetos ou apenas o

atrativo alimentar diferiram estatisticamente com menor captura de M. spinolae

(CIBRIÁN-TOVAR; CARRILLO-SÁNCHEZ; MÁRQUEZ-SANTOS, 2006).

O uso de semioquímicos, principalmente os feromônios, em ações de controle

dos insetos-praga está de acordo com o modelo preconizado para a agricultura

sustentável. É uma técnica que tem alta especificidade, não apresentando nenhum

efeito deletério às espécies que não são objeto de controle e, nenhum resíduo

químico é depositado no meio ambiente (ZARBIN; RODRIGUES, 2009).

16

2.4 Táticas de controle de pragas

O uso de compostos químicos sintéticos tem sido, há muitos anos, o principal

meio de controle de pragas. Apesar da significativa contribuição para a produção

agrícola, o uso intensivo e indiscriminado destes produtos favorece o surgimento de

pragas secundárias, a seleção de insetos resistentes, a ressurgência de pragas,

problemas de contaminação ambiental e à saúde humana, a diminuição dos inimigos

naturais e polinizadores. Na utilização desses produtos é importante seguir as

recomendações técnicas, pois os resíduos químicos podem comprometer a

qualidade dos alimentos para os consumidores (AMBROGI et al. 2009; CELIS et al.,

2008; FREEMARK; BOUTIN, 1995; GALLO et al., 2002; MARQUES; MONTEIRO;

PEREIRA, 2004; SANTORO et al., 2005).

A adoção do manejo integrado, parte do princípio da combinação de

diferentes métodos e recursos disponíveis, com objetivo de manter as populações de

insetos abaixo do nível de dano econômico nas áreas de cultivo, e promover

simultaneamente a ação dos inimigos naturais (PEDROSA-MACEDO, 1993). Como

alternativa ao controle químico, a utilização de inimigos naturais, tais como

predadores, parasitóides ou entomopatógenos, pode ser uma importante tática de

manejo para evitar o dano econômico (MEIRELLES; RUPP, 2005; SANTORO et al.,

2005).

Na Costa Rica as áreas de dendezeiro, tiveram uma redução de 80% das

plantas com anel-vermelho, após coletas massal de R. palmarum com a combinação

dos atrativos cana-de-açúcar e feromônio (OEHLSCHLAGER et al., 2002a).

Várias táticas de controle podem ser utilizadas em plantios agrícolas, sendo

que para o controle de M. hemipterus em cana-de-açúcar é indicado o uso de iscas

tóxicas, confeccionadas com toletes de cana e com aplicação de fungos

entomopatogênicos. Os fungos, B. bassiana e Metarhizium anisopliae (Metschnikoff)

Sorokin, além de serem usados nas iscas, também podem ser usados isoladamente

(GALLO et al., 2002; SOLIMAN et al., 2009).

No Brasil, não existem agrotóxicos registrados para a cultura das helicônias, e

nem para espécies de Metamasius (MAPA, 2011). Por isso, as pesquisas sobre a

dinâmica populacional de espécies deste gênero, seus hospedeiros e inimigos

17

naturais, são importantes e podem contribuir no seu manejo em áreas com flores

tropicais.

2.4.1 Controle biológico - microbiano

O controle biológico por meio da utilização de inimigos naturais, como

predadores, parasitóides ou entomopatógenos, tem por objetivo manter a densidade

populacional da praga em níveis baixos, para que não ocorram prejuízos

econômicos. É um dos métodos mais valorizados, pois tem potencial de reduzir ou

até eliminar o uso de compostos sintéticos no controle das pragas, sendo aplicado

por meio de introduções inoculativas ou pela incrementação de populações de

inimigos naturais (OLIVEIRA, 2010; SANTORO et al., 2005; SILVA, 2000).

Existem mais de 700 espécies de fungos que são entomopatogênicos. A

maioria dos gêneros ocorre no Brasil, e destes mais de 20 são patogênicos a pragas

de importância econômica. É viável a sua utilização devido à facilidade de produção,

de aplicação e eficácia. Podem ser usados isoladamente ou integrados com outros

métodos, como os inseticidas naturais de origem vegetal, feromônios, variedades de

plantas resistentes a insetos, entre outras táticas de controle (ALVES, 1998;

GOETTEL; EILENBERG; GLARE, 2010; LEITE et al., 2003).

O fungo B. bassiana é de ocorrência generalizada em todos os países, sendo

frequentemente encontrado sobre insetos ou amostras de solo. É um dos mais

estudados e utilizados no controle biológico, com capacidade de mortalidade

elevada para Coleoptera, Lepidoptera, Hemiptera, Diptera, Hymenoptera e

Orthoptera, visto que, além de minimizar o impacto provocado pelos inseticidas

convencionais, pode ser facilmente produzido a um custo relativamente baixo

(ALVES, 1998; MEYLING; EILENBERG, 2007).

Os fungos apresentam grande capacidade de controle para os coleópteros

devido ao seu modo de ação, que é a adesão dos conídios no tegumento dos

insetos e pela dispersão horizontal, isto é, o seu transporte é feito por diversos

agentes a grandes distancias, aumentando a sua capacidade de disseminação no

ambiente e podendo atingir vários insetos pragas (ALVES, 1998; LEITE et al., 2003).

18

Em períodos de colheita, é comum o aparecimento de doenças em

populações de insetos no campo, denominadas epizootias. O desenvolvimento de

epizootias está relacionado com a dinâmica da população de insetos, o número de

conídios fúngicos e sua viabilidade, a eficiência de infecção e o desenvolvimento do

microrganismo, com a influência dos fatores climáticos (MEYLING; EILENBERG,

2007).

Devido à grande variabilidade genética dos entomopatógenos é importante

selecionar isolados e avaliar a virulência para o controle de pragas (ALVES, 1998;

LEITE et al., 2003).

Em algumas regiões do país, o fungo B. bassiana vem sendo produzido em

escala comercial (FANCELLI et al., 2004). Atualmente, há os seguintes produtos a

base de B. bassiana registrados no MAPA: Boveril®, Ballvéria® e Bovemax® (MAPA,

2011).

Uma estratégia utilizada no controle de pragas, especialmente de coleópteros

de habito subterrâneo, é a associação de fungos entomopatogênicos com atrativos

alimentares (iscas atrativas). Os insetos contaminados voltam para o solo indo para

outros locais, e podem contribuir para a disseminação da doença no campo. Esse

método é bastante usado para o controle de S. levis, M. hemipterus e C. sordidus

(ALVES; LOPES, 2008; BORGES; SOUZA, 2004).

Em campo, B. bassiana foi encontrado associado às espécies C. sordidus e

M. hemipterus sericeus, em áreas de bananeira. Estas espécies foram capturadas

em iscas de pseudocaule de bananeira, tendo sido constatado que o aumento da

incidência do fungo ocorreu com o acréscimo da população dos insetos. Foi

observada a infecção de até 34% de C. sordidus, e 70% dos espécimes de M.

hemipterus sericeus (PEÑA; GILBIN-DAVIS; DUNCAN, 1995).

No estado do Paraná, em área com plantio de bananeira, foi verificado que,

em média, 0,44% dos adultos de C. sordidus capturados anualmente, em iscas tipo

telha, estavam infectados com B. bassiana (PRESTES et al., 2006). Gold, Pena e

Karamura (2001) relataram que o fungo B. bassiana não causa epizootias em áreas

de cultivo de banana e, mesmo ocorrendo frequentemente sobre as populações de

insetos, esse fungo apresenta baixos índices de infecção natural, devido a vários

fatores ambientais que interferem na sua ação. Por isso, aplicações rotineiras são

19

necessárias para o estabelecimento do fungo no campo, proporcionando, em longo

prazo, o controle da praga (PAULI et al., 2011).

No estado de São Paulo, em duas áreas de plantios de banana, na qual em

um plantio tinha a presença de M. hemipterus e de C. sordidus e na outra área

apenas do C. sordidus, foi realizado um experimento com o objetivo avaliar a

ocorrência de transmissão horizontal do fungo B. bassiana entre os insetos adultos.

Iscas do tipo telha foram instaladas nas áreas, sendo tratadas ou não com Boveril®.

Foi observado que houve um deslocamento dos insetos, principalmente de M.

hemipterus, para as áreas não tratadas com o fungo, com disseminação do

entomopatógeno. Verificou-se que houve o aumento do número de focos

secundários do fungo, que a longo prazo, pode aumentar a eficiência dessa

estratégia de controle (PAULI et al., 2011).

Em laboratório, foi avaliado o efeito de três isolados (Bb4, Bb88, Bb113) de B.

bassiana, na concentração de 1x108 conídios mL-1, sobre adultos de M. spinolae. Foi

verificado que os insetos foram susceptíveis aos isolados, sendo que a mortalidade

das fêmeas foi maior em comparação com os machos. O isolado Bb88 causou 82%

de mortalidade das fêmeas, enquanto nos machos o maior percentual foi de 26%

com o isolado Bb113 (TAFOYA et al., 2004).

Em laboratório, foram testados 11 isolados de B. bassiana em C. sordidus, os

quais foram imersos em suspensões fúngicas na concentração de 1,12 x

109conídios mL-1. Dentre os isolados avaliados, o IBCB 74, IBCB 87 e IBCB 146 não

diferiram estatisticamente entre si, e causaram respectivamente 58%, 54% e 66% de

mortalidade confirmada dos adultos de C. sordidus (ALMEIDA et al., 2009).

Foi avaliado o efeito da temperatura no crescimento de seis isolados de B.

bassiana e dois isolados de M. anisopliae “in vitro”, e a patogenicidade sobre adultos

de M. spinolae, e a diferença de infecção entre machos e fêmeas dos insetos.

Também foram realizados testes em campo com os fungos patogênicos. A

temperatura de 25ºC foi a ideal no crescimento de todos os isolados, sendo que o

crescimento de M. anisopliae foi maior do que B. bassiana. A maior mortalidade dos

adultos de M. spinolae foi obtida com isolado de B. bassiana (Bb107), e não houve

diferença quanto à suscetibilidade entre os sexos dos insetos. Em campo houve

menor mortalidade, devido à interferência do ambiente sobre o fungo

20

entomopatogênico. O isolado Bb107 foi o mais patogênico no controle de M.

spinolae sob as condições testadas (ORDUÑO-CRUZ et al., 2011).

2.4.2 Inimigos naturais predadores

Há grande diversidade de espécies de insetos benéficos associados às

pragas de helicônias, com destaque para espécies de Diptera, Coleoptera,

Hemiptera, Hymenoptera e Neuroptera (HENAO; OSPINA, 2008).

A espécie Hololepta quadridentata Fabricius (Coleoptera: Histeridae)

apresenta coloração preta, geralmente brilhante, com élitros truncados, expondo um

ou dois segmentos abdominais. Este gênero é registrado como predador de larvas

do moleque-da-bananeira na Venezuela em áreas de bananeiras (MARTÍNEZ;

GODOY, 1991; VERGARA; RAMÍREZ, 2000). Os coleópteros da família Histeridae

são insetos frequentemente encontrados em matéria orgânica em decomposição.

Porém, tanto os adultos quantos as larvas são predadores de várias ordens de

insetos (COLETTO-SILVA; FREIRE, 2006).

Na Colômbia, foi realizado um levantamento em 40 áreas produtoras de

helicônias, para verificar quais os insetos benéficos presentes nas áreas. Foram

coletados 288 insetos distribuídos em 10 ordens, com total de 101 espécies. As

ordens que tiveram maior representatividade foram: Diptera (n=86), Coleoptera

(n=82), Neuroptera (n=36), Hymenoptera (n=23) e Hemiptera (n=22). Da família

Coccinelidae (Coleoptera) foram registradas as espécies Azya orbigera Mulsant,

Cycloneda sanguínea Linnaeus, Hippodamia sp. e Hyperaspis sp., que são

importantes predadores de ácaros, cochonilha e pulgões (HENAO; OSPINA, 2008).

O Hololepta foi coletado em armadilhas de captura de R. palmarum, nas

folhas e bainhas em plantios de dendê, em área de vegetação espontânea de

dendezeiros no estado do Pará (TINÔCO, 2008).

A espécie Lixadmontia franki Wood e Cave (Diptera: Tachinidae), foi relatada

parasitando larvas de Metamasius quadrilineatus Chevrolat e Metamasius callizona

Chevrolat, em plantas de bromélias nativas (SUAZO; CAVE; FRANK, 2008; WOOD;

CAVE, 2006). Outra espécie de díptero, Diaugia angusta Perty (Diptera: Tachinidae)

foi registrada como parasitóide de pupas de M. hemipterus e M. ensirostris, tendo

21

sido coletadas em plantios de pupunha nos estados de São Paulo e Santa Catarina,

o parasitismo natural foi variado ao longo do ano, alcançando até 30% (NIHEI;

PAVARINI, 2011).

2.4.3 Plantas inseticidas

A utilização de plantas inseticidas não é uma técnica recente, sendo seu uso

bastante comum em países tropicais antes do advento dos inseticidas sintéticos,

tornando-se uma possibilidade mais segura para a maioria dos produtores, pois não

é prejudicial ao organismo humano, têm ação direta sobre o inseto, apresenta maior

seletividade, reduz a persistência e o acumulo do agrotóxico no meio ambiente e

não apresenta os efeitos colaterais dos inseticidas sintéticos (VENDRAMIM;

CASTIGLIONI, 2000; MOREIRA et al., 2006).

Os princípios ativos dos inseticidas botânicos são compostos resultantes do

metabolismo secundário das plantas (aleloquímicos), sendo acumulados em

pequenas proporções nos tecidos vegetais. Hoje, existe um mercado promissor para

os bioinseticidas e inseticidas naturais porque esses produtos podem ser utilizados

no manejo integrado de pragas em cultivos comerciais, e também na agricultura

orgânica. Muitas pesquisas têm sido realizadas à procura de compostos naturais,

biologicamente ativos contra pragas. Podem causar os efeitos de repelência, inibição

de oviposição e da alimentação, alterações no sistema hormonal, causando

distúrbios no desenvolvimento, deformações, infertilidade e mortalidade nas diversas

fases dos insetos (DEQUECH et al., 2008; ROEL, 2001).

Dentre as espécies botânicas utilizadas como inseticida, o nim (Azadirachta

indica A. Juss. – Meliaceae) é a espécie mais pesquisada, tendo seu efeito

comprovado sobre aproximadamente 300 espécies de insetos (MARTINEZ, 2002,

2008). Espécies das famílias Meliaceae, Piperaceae, Compositae, Lauraceae,

Asteraceae, Chenopodiaceae, entre outras, destacam-se como promissoras para a

descoberta de novos inseticidas de origem vegetal (CUNHA, 2004; COITINHO et al.,

2006; MARTINEZ, 2002; SILVA et al., 2007; TAVARES; VENDRAMIM, 2005;

TORRECILLAS; VENDRAMIM, 2001; TORRES; BARROS; OLIVEIRA, 2001;

VIEGAS JÚNIOR, 2003).

22

O efeito do extrato do pó semente de nim, da torta da semente e do óleo

emulsionado a 5,0 e 2,5% foi avaliado no comportamento e na fisiologia das larvas e

C. sordidus. Os danos causados pelas larvas do moleque-da-bananeira foi reduzido

pelo efeito do nim, assim como a oviposição (cerca de 75% menor) e também na

eclosão das larvas foram menores para todos os tratamentos diferindo apenas da

testemunha. A mortalidade das larvas variou entre 50 a 60% entre os tratamentos

(MUSABYIMANA et al., 2001).

O pó de seis espécies de plantas com princípios inseticidas foram aplicados

sobre grãos de milho para o controle do adulto de Sitophilus zeamais Mots.

(Coleoptera: Curculionidae). O efeito do nim na mortalidade foi baixo, com 6,67% e

teve 53,39% dos insetos repelidos, enquanto que o Chenopodium ambrosioides

(erva-de-santa-maria) matou 100% dos coleópteros (PROCÓPIO et al., 2003).

Os extratos aquosos de frutos verdes, de pecíolos com caule, de folíolos e de

casca de Melia azedarach Linnaeus (cinamomo) a 10% (p/v) e do produto comercial

a base de nim, NIM-I-GO® (10mL/L) foram avaliados no controle de adultos de

Diabrotica speciosa Germar (Coleoptera: Chrysomelidae) em cultivos de pepino

(Cucumis sativus Linnaeus) (Cucurbitaceae) e de feijão-de-vagem (Phaseolus

vulgaris) (Fabaceae) em estufa plástica. Foi utilizado o inseticida DECIS 25CE a

0,3mL.L-1 como padrão. Os extratos demonstraram-se promissores no controle de D.

speciosa, pois ambos bioinseticidas foram mais eficientes do que o inseticida

sintético (SEFFRIN et al., 2008).

Após a colheita de H. bihai em Pernambuco, foram observados insetos nas

brácteas. Foi avaliada a remoção de artrópodes sob ação de óleos essenciais de

Piper marginatum Jacq., P. aduncum Linnaeus e Eucalyptus citriodora Hook. (a 1%

de concentração), do inseticida Natuneem® (1%), a base de nim, e do inseticida

Diazinom® (2g/L) (testemunha). Após serem colhidas, as hastes das helicônias eram

imersas em cada solução dos tratamentos. Foram encontrados exemplares de

diferentes ordens, com identificação de Metamasius. O produto Natuneem®

promoveu a remoção de 41,6% de insetos da ordem Coleoptera, 55,5% de

exemplares de Hemiptera e 100% de insetos pertencente a Hymenoptera

(OLIVEIRA, 2010).

23

2.4.4 Interações entre fungos entomopatogênicos e inseticidas botânicos.

As interações entre os fungos entomopatogênicos e os produtos

fitossanitários podem ser positivas, quando ocorre uma ação sinérgica ou aditiva

entre o patógeno e o produto, ou negativas, quando ocorre a inibição de um dos

componentes, geralmente do patógeno. Estes produtos, principalmente os

fungicidas, inibem na sua grande maioria, a germinação dos esporos dos fungos

entomopatogênicos diminuindo o potencial de inóculo (SILVA; NEVES; SANTORO,

2005). A associação de fungos entomopatogênicos com extratos de nim para o

controle de pragas é uma possibilidade, podendo resultar em sinergismo com

resultados promissores (MARQUES; MONTEIRO; PEREIRA, 2004).

O efeito do produto NIM-I-GO® a base de nim, foi avaliado sobre o

crescimento, esporulação e viabilidade de M. anisopliae, B. bassiana e

Paecilomyces farinosus (Hom ex SF Gray) Brown & Smith. Utilizou-se o meio BDA

(batata-dextrose-ágar), contendo diferentes concentrações de óleo de nim (C1: 5,0%

de óleo de nim, e sucessivamente concentrações iguais a ½ da concentração

anterior, até C11: 0,0048% de óleo de nim). O óleo de nim desfavoreceu o

crescimento e a esporulação das colônias de B. bassiana, M. anisopliae e P.

farinosus, mas a viabilidade dos fungos não foi afetada pelo óleo de nim

(MARQUES; MONTEIRO; PEREIRA, 2004).

Foi verificada a compatibilidade de B. bassiana, M. anisopliae e Paecilomyces

sp. Bainier com vários produtos à base de óleo mineral e vegetal. Os produtos

Assist®, Attach®, Agnique CSO 40-B®, Agnique ESO 81-B Dytrol®, Iharol®, Joint Oil®,

Max Óleo®, Natur Óleo®, Nimbus® e Veget Oil® foram compatíveis com o isolado CG

432 de B. bassiana. Os autores concluíram que os óleos selecionados podem ser

adicionados a caldas de pulverização contendo conídios dos fungos

entomopatogênicos avaliados sem riscos de efeitos deletérios (SILVA et al., 2006).

Lins Júnior et al. (2007) avaliaram o efeito do óleo de nim extraído da

semente (1,0 e 2,0%), óleo de mamona (Ricinus communis) (1,0% e 2,0%) e duas

doses dos fungos B. bassiana (3,2 x 106 e 3,2 x 108 conídios mL-1) e M. anisopliae

(3,6 x 106 e 5,2 x 108 conídios mL-1), sobre os adultos recém emergidos de

Anthonomus grandis Boh. (Coleoptera: Curculionidae), os quais foram imersos nas

soluções dos tratamentos e acondicionados em placas de Petri. Verificou-se que os

24

fungos M. anisopliae e B. bassiana são patogênicos ao bicudo-do-algodoeiro e não

houve diferença significativa com óleos vegetais. Os tratamentos com menor

eficiência foram o óleo de nim e óleo de mamona a 1,0%.

Araujo Júnior (2008) observou a compatibilidade do produto comercial

Neemseto© misturado ao meio de cultura BDA em três concentrações (0,5; 0,25;

0,125%), ao qual foram inoculados os isolados CG-001 de B. bassiana e CG-30 de

M. anisopliae. Constatando que os dois fungos foram compatíveis com o

Neemseto©.

Morais et al. (2009) verificaram a compatibilidade do óleo de nim, misturado

ao meio-de-cultura BDA, em sete concentrações x10 (0 - 100.000 µ/L) no

crescimento dos fungos M. anisopliae, B. bassiana, Trichoderma harzianum Rifai e

Lecanicillium lecanii (Zimmerman) Zare. Concluíram que o óleo de nim estimulou o

crescimento micelial de todos os agentes de biocontrole. Esta associação é de

grande valia para o controle biológico, pode aumentar a eficiência destes fungos e

reduzir impactos ambientais.

Pires et al. (2010) verificaram a compatibilidade dos isolado de M. anisopliae

(URPE-6 e URPE-19) sobre três diferentes concentrações (0,25; 0,5; 1,0%) do óleo

emulsionado de nim (Neemseto©) e constataram que o isolado URPE-19 nas

concentrações 0,5% e 0,25%, e o URPE-6 na concentração 0,25% foram

compatíveis ao produto, sendo tóxico nas outras concentrações utilizadas.

A compatibilidade entre melaço (atrativo alimentar) e o fungo B. bassiana foi

avaliada em iscas de pseudocaule de bananeira (do tipo queijo e telha) utilizadas na

captura de M. hemipterus em plantios de bananeira. Foi observado que a interação

entre eles foi positiva, ocorrendo uma maior concentração da população da praga

nas iscas que receberam o melaço (OLIVEIRA et al., 2010).

25

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Áreas de estudo

Os estudos foram desenvolvidos nos Laboratórios de Controle Biológico e de

Fitopatologia e Nematologia na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), em

áreas produtoras de helicônias na região Sul da Bahia, na Fazenda Boa Esperança

(13º 58’ 44,6” S; 39º 27’ 11,0” W; 238 m), localizada no distrito de Itamaraty

pertencente ao município de Ibirapitanga, e na Fazenda Liberdade (14º 33’ 53,2” S;

39º19’ 51,6” W; 142 m), no município de Uruçuca (Anexo A).

Na área experimental no município de Ibirapitanga, as espécies de helicônias

cultivadas eram: Heliconia bihai (vermelha) e H. wagneriana, e no município de

Uruçuca o cultivo comercial era de H. bihai (vermelha e chocolate), H. rostrata, H.

wagneriana, as variedades ‘Alan Carle’ e ‘Golden Torch’ (H. psittacorum x H.

spathocircinata), e H. stricta cv. ‘Fire Bird’.

Em campo, os experimentos foram conduzidos no período de junho de 2011 a

maio de 2012.

3.2 Levantamento populacional de Metamasius spp.

Para a captura dos insetos nas áreas de cultivos de helicônias foram

instaladas cinco armadilhas ‘tipo Pet’, conforme modelo desenvolvido pela

EMBRAPA (2007), confeccionadas com três garrafas plásticas do ‘tipo Pet’ (2 L)

(Figura 1). Nas armadilhas foram avaliados como atrativos os seguintes tratamentos:

1) toletes de cana-açúcar, 2) pseudocaule de helicônia, 3) feromônio, 4) feromônio +

toletes de cana-de-açúcar, e 5) feromônio + pseudocaule de helicônia.

O feromônio utilizado foi o produto comercial RMD-1® (6-methyl-2(e)-hepten-

4-ol, 2-methyl-4-heptanol, 4-methyl-5-nonanol), distribuído pela empresa Biocontrole

Ltda. O sache do feromônio foi pendurado internamente nas armadilhas e/ou no

26

fundo das mesmas, tendo sido colocados quatro toletes de cana-de-açúcar (20 cm

de comprimento) amassados, ou aproximadamente a mesma quantidade de

pseudocaule de helicônia, formando os diferentes tratamentos.

Figura 1 – Armadilha ‘tipo Pet’ (A), caixa do feromônio RMD-1® (B), sache do

feromônio (C) e armadilha na área de cultivo de helicônia (D).

As armadilhas foram montadas em cinco pontos diferentes num esquema de

arena em círculo, distanciada entre si com no mínimo 25 m, deixado uma fileira de

helicônias como bordadura, metodologia adaptada de Soliman et al. (2009). As

coletas dos insetos nas armadilhas foram realizadas a cada 15 dias, sendo na

ocasião também feita a mudança de posição das armadilhas no esquema rotativo.

Os insetos capturados foram acondicionados em sacos de polietileno, que eram

identificados e levados ao laboratório de Controle Biológico da UESC para a triagem.

No momento das coletas, os atrativos alimentares eram substituídos e a troca do

feromônio feita a cada 60 dias, seguindo as recomendações do fabricante.

No laboratório, os insetos adultos eram separados por amostra e pelo sexo.

Como características do dimorfismo sexual, foi observado o rostro e o pigídio. Nas

fêmeas o rostro é mais delgado e comprido, e o pigídio é mais afilado, em formato

de ponta com poucas cerdas, enquanto nos machos o rostro mais grosso e curto,

com pigídio ligeiramente arredondado e pubescente (Figura 2) (VAURIE, 1966;

WEISSLING; GIBLIN-DAVES, 1998; ZORZENON; BERGMANN; BICUDO, 2000).

A B C D

27

Figura 2 – Dimorfismo sexual em Metamasius: macho (A) e fêmea (B).

Após a triagem, os insetos foram colocados em gaiolas de criação (pote

plástico de 4,5 L), e como alimento foi oferecido toletes de cana-de-açúcar e ou

pseudocaule de bananeira. Parte dos adultos coletados foi utilizada em bioensaios.

Exemplares dos insetos coletados nas armadilhas foram alfinetados e

enviados para identificação ao Prof. Dr. Sérgio Antônio Vanin, do Museu de Zoologia

do Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo (USP).

3.3 Nematóides associados a adultos de Metamasius

Para observar a presença de nematóides nos insetos coletados em campo

nas armadilhas, foram selecionados 20 adultos entre fêmeas e machos de M.

hemipterus, para ser feita a extração.

De acordo com a metodologia adaptada e modificada por Boneti e Ferraz1

(1981 apud COSTA et al., 2001), os insetos foram triturados em liquidificador com

aproximadamente 200 mL de solução de hipoclorito de sódio a 0,5%, e em seguida

esta suspensão foi passada em uma peneira de 200 mesh, que foi colocada sobre

uma peneira de 500 mesh, e foi feita a lavagem com água corrente para retirada do

excesso do hipoclorito de sódio. Posteriormente, os nematóides foram separados

dos resíduos do corpo dos insetos pela técnica proposta por Coolen e D’Herde2

(1972 apud DUARTE et al., 2008). No material obtido após a retirada do hipoclorito,

foi adicionando cerca de um cm³ de caulim, esta mistura foi agitada até ser

1BONETI, J.I.S.; FERRAZ, S. Modificação do método de Hussey e Barker para extração de ovos de Meloidogyne exigua do cafeeiro. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.6, n.3, 553p. 1981. 2 COOLEN, W.A.; D’HERDE, C.J. A method for the quantitative extration of nematodes from plant tissue. Ghent: Nematology and Entomology Research Station, 77p. 1972.

A B

28

homogeneizada, e depois foi acondicionada em tubos plásticos levados para

centrifugação (Excelsa® II modelo 206 BL) por quatro minutos a 1.750 rpm. O

sobrenadante foi desprezado, sendo que neste tubo era adicionado uma solução de

sacarose (400g de açúcar refinado em 750 mL de água), para ser feita novamente

uma centrifugação, por um minuto a 1.750 rpm. Posteriormente, o sobrenadante foi

colocado sobre uma peneira de 500 mesh, sendo feita uma lavagem com água

corrente para a retirada do excesso da sacarose.

O material obtido foi transferido para tubos de ensaio para decantação, por

duas horas, e após esse período com o auxílio de um sifão, foi retirado o excesso de

água, sendo deixados quatro mL da suspensão aquosa de nematóides. Os

nematóides extraídos foram mortos em banho-maria, por dois minutos a 55ºC, e

posteriormente fixados em formalina a 8,0% e acondicionados em frascos de vidros,

sendo todo material etiquetado com os dados de coleta. As suspensões com os

nematóides foram enviada para o Prof. Dr. Luiz Carlos Camargo Barbosa Ferraz da

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo

(ESALQ-USP) para identificação dos nematóides.

3.4 Ciclo biológico do Metamasius hemipterus

Partes dos exemplares de M. hemipterus coletados nas armadilhas ‘tipo Pet’

nas áreas de helicônias foram utilizados para avaliar a duração de cada fase

biológica em condições de laboratório, essa espécie foi escolhida por ter sido mais

frequente nas coletas. Um total de 40 insetos foram separados e formados 20

casais. Estes foram colocados em potes plásticos (500 mL) perfurados, sendo

fornecido pedaços de pseudocaule de bananeira para alimentação e oviposição, os

quais foram trocados a cada três dias ou sempre que necessário.

Diariamente, os ovos depositados foram retirados com o auxilio de um pincel

de cerdas finas nº0, e colocados individualmente em placa de Petri descartável,

forrada com papel filtro umedecido com água destilada. O tamanho dos ovos foi

mensurado com o auxilio de uma lente micrométrica sob microscópio estereoscópico

(Leica EZ4). A eclosão de larvas foi observada diariamente, sendo que estas foram

transferidas para pedaços de 5 cm de pseudocaule de bananeira para alimentação,

29

sendo substituído quando necessário. Foi observado o desenvolvimento das larvas

até a fase de pupa, em que as mesmas utilizaram as fibras do pseudocaule para

formar o casulo. Após o período pupal os adultos emergidos foram separados em

machos e fêmeas.

Durante todo o período de estudo do ciclo biológico de M. hemipterus, as

placas de Petri ficaram condicionadas em câmeras climáticas B.O.D (25 ± 1°C e

fotofase de 12 horas).

3.5 Bioensaios com produtos comerciais a base de nim

No laboratório de Controle Biológico foram testados os produtos comerciais à

base de óleo de nim: Azamax® e Neemseto©. Pelo método de pulverização, os

produtos foram aplicados sobre adultos de M. hemipterus com o auxilio de ‘borrifador

manual’, nas concentrações de 5,0; 2,5; 1,25; 0,625; 0,3125%, que eram diluídas em

água destilada e esterilizada mais o espalhante adesivo Tween 80® à 0,1%

(ADE+E). A testemunha foi pulverizada apenas água destilada (concentração 0,0%).

Como alimento foi oferecido aos insetos pedaços do pseudocaule da bananeira. No

segundo experimento, pedaços do pseudocaule da bananeira foram imersos nas

mesmas soluções e concentrações descritas anteriormente por um minuto. Os

pseudocaules tratados foram deixados sobre bandejas plásticas por 30 minutos,

para evaporar o excesso de umidade, sendo oferecidos como alimento aos adultos.

Na testemunha os pseudocaules foram imersos em ADE+E. Os insetos foram

acondicionados em potes plásticos (500 mL) perfurados, e estes foram mantidos em

B.O.D. (25 ± 1°C e fotofase de 12 horas).

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em

esquema fatorial de 2x2x6 (produtos x método de aplicação x concentrações), com

cinco repetições e cada repetição com 10 insetos adultos de M. hemipterus. As

avaliações foram realizadas diariamente, por um período de 10 dias, considerando-

se vivos todos os insetos que moviam qualquer parte do corpo, mesmo aqueles que

permanecem imóveis e só se moviam lentamente quando estimulados. Os insetos

mortos eram contados e transferidos para placa de Petri.

30

3.6 Testes de patogenicidade sobre adultos de M. hemipterus

Os isolados de fungos avaliados sobre adultos de M. hemipterus foram

obtidos de coletas de campo. Os insetos infectados foram desinfestados

externamente com álcool 70%, hipoclorito de sódio a 3,0% e água destilada

esterilizada. Em seguida, foram colocados em câmaras úmidas (placa de Petri

forrada com papel filtro umedecido) e estas em B.O.D. (26±1°C e fotofase de 12

horas). Após a extrusão do patógeno, foram feitos isolamentos em meio de cultura

BDA (Batata-Dextrose-Ágar), sendo o material mantido em B.O.D. nas mesmas

condições, até a obtenção de uma cultura pura do fungo para identificação (Alves et

al. 1998). Posteriormente, os fungos esporulados e insetos infectados oriundos do

campo foram enviados ao laboratório de Patologia de Insetos da ESALQ/USP para

serem identificados.

Os tratamentos aplicados constaram de três isolados selecionados

aleatoriamente e do produto comercial Boveril®. O experimento foi conduzido em

delineamento inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e cinco repetições,

sendo cada unidade amostral constituída por 10 adultos. Os insetos utilizados no

experimento foram coletados em áreas de cultivo de helicônias, em armadilha ‘tipo

Pet’, sendo que estes ficaram por 15 dias separados antes dos experimentos para

verificar se havia ou não a presença de patógenos.

Os isolados do fungo foram conservados a 6 ± 2°C de temperatura

(refrigerador) em tubos de ensaio de vidro com meio de cultura BDA + óleo mineral,

foram repicados, com auxílio de uma pinça, para placas de Petri contendo meio

BDA+A (estreptomicina). Após sete dias foram novamente repicados para placas

contendo meio BDA+A, sendo uniformemente espalhados por toda a extensão da

placa, com o auxílio de alça de Drigalsky. As placas foram mantidas em câmara

climática do tipo B.O.D. (26 ± 1°C e fotofase de 12 horas), durante todo o

procedimento de multiplicação dos fungos. Após 10 dias, foram preparadas as

suspensões fúngicas, sendo adicionado 10 mL de ADE+E. Os conídios dos fungos

foram removidos com auxílio de uma espátula de borracha. As suspensões foram

filtradas em gaze esterilizada, obtendo-se a suspensão padrão de cada isolado. De

cada suspensão era retirado 1,0 mL, sendo realizadas três diluições para quantificar

em câmara de Neubauer, e foi feito o ajuste da concentração para 107 conídios mL-1.

31

A viabilidade dos conídios foi verificada em microscópio óptico mediante a

determinação do percentual de conídios germinados e não germinados. Para cada

isolado foi utilizada uma placa de Petri com BDA+A, sendo pulverizados sobre estas

10 µL da suspensão correspondente, espalhando-se uniformemente este volume

com alça de Drigalsky. As placas foram mantidas por 20h em B.O.D. (26 ± 1 °C; 12

horas de fotofase), após esse período contou 100 conídios por placa para obtenção da

percentagem de germinação.

Os adultos foram pulverizados com as suspensões fúngicas na

concentração de 107 conídios mL-1 e a testemunha apenas com ADE+E por meio

de um ‘borrifador manual’, os insetos foram mantidos em potes plásticos (500 mL)

e em B.O.D. (25 ± 1°C; 12 horas de fotofase), sendo oferecido pedaços de

pseudocaule de bananeira como alimentação. A mortalidade (%) foi avaliada

diariamente, sendo os insetos mortos transferidos para câmara úmida para

confirmação do agente causal, tendo a mortalidade confirmada após a extrusão do

patógeno.

3.7 Compatibilidade entre os produtos comerciais à base de nim e Beauveria

bassiana

Foi avaliado o efeito da emulsão do óleo de nim, em diferentes

concentrações, sobre três isolados de B. bassiana obtidos em campo e o Boveril®.

Os tratamentos constaram dos produtos comerciais, Neemseto© e Azamax®, nas

concentrações de 5,0; 2,5; 1,25; 0,625; e 0,3125%.

Os testes in vitro seguiram a metodologia de Alves, Moino e Almeida (1998).

Cada produto comercial foi adicionado ao meio de cultura BDA+A, ainda líquido,

a ± 40°C, sendo em seguida vertido em placas de Petri, cerca de 20 mL/placa e na

testemunha não foi adicionado o produto. Após a solidificação do meio com o

produto, os isolados entomopatógenos foram inoculados, em câmara de fluxo

laminar, com o auxilio da alça de platina impregnada com fungo, em três pontos

equidistantes por placa, sendo cada tratamento constaram de três placas. As placas

foram mantidas em B.O.D. (26 ± 1°C e fotofase de 12 horas) por um período de 10

dias.

32

Após este período, foi aferido o diâmetro médio das colônias e contados o

número de conídios produzidos por colônia, em câmara de Neubauer, através de

suspensões obtidas. Essa etapa do experimento foi realizada em delineamento

inteiramente casualizado, constando de 24 tratamentos (seis concentrações x quatro

cepas de fungo), onde cada tratamento foi composto por três placas de Petri com

três colônias do fungo em cada, sendo avaliadas seis colônias.

Nos testes de germinação, foi adicionado 1 mL da suspensão de conídios

padronizada (107 conídios mL-1) nas emulsões de nim de cada tratamento.

Decorridos 60 minutos, alíquotas de 0,1 mL foram espalhadas, com o auxílio da alça

de Drigalsky, em placas de Petri contendo meio de cultura BDA+A. Na testemunha

utilizou-se a suspensão do fungo diluída em ADE+E. Para cada tratamento foram

feitas quatro repetições (placas). Após 20 horas, avaliou-se a viabilidade, dividindo-

se as placas em quatro quadrantes, sendo contados 100 conídios sob microscópio

óptico.

3.8 Análise estatística

A dinâmica populacional foi avaliada com base em análise gráfica no período

de junho de 2011 a maio de 2012, e os dados de precipitação pluviométrica foram

obtidos em cada município. O número total de exemplares de Metamasius

capturados mensalmente foi utilizado para caracterizar a flutuação populacional. Foi

feita a correlação (linear de Pearson) entre os dados da precipitação pluviométrica

(mm) e o número de espécimes coletados na armadilha que capturou o maior

número de insetos, com o auxilio do programa estatístico BioEstat 5.0 (AYRES et al.,

2007).

A razão sexual (RS) de Metamasius spp. coletados nas armadilhas em áreas

de helicônias foi calculada pela fórmula:

RS= Número de Fêmeas

Número de Fêmeas + Número de Machos

Os dados de mortalidade média dos adultos de M. hemipterus, sob ação dos

produtos comerciais Azamax® e Neemseto©, e da patogenicidade de B. bassiana

33

foram analisados mediante análise de variância (ANOVA) utilizando o programa

estatístico SISVAR 5.3 (1999-2010), e as médias foram comparadas pelo teste de

Tukey a 5% de probabilidade quando significativo, sendo os dados transformados

para √(x + 0,5), para os fatores qualitativos e as equações de regressão polinomial

para os fatores quantitativos.

A toxicidade dos produtos Azamax® e Neemseto© em relação a B. bassiana

foi classificada por meio da percentagem média do crescimento vegetativo (CV%),

esporulação das colônias (ESP%) e germinação dos conídios (GER%), em relação à

testemunha (100%). Foi utilizada a formula:

IB = 47 (CV) + 43 (ESP) + 10 (GERM)

100

Os valores de IB (Índice biológico) para a classificação dos produtos foram:

tóxico = 0 a 41, moderadamente tóxico = 42 a 66, e compatível > 66 (ALVES et al.,

2007).

34

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Levantamento populacional de Metamasius spp.

O número total e o percentual de insetos capturados do gênero Metamasius,

com os diferentes tratamentos (atrativo alimentar e feromônio) são apresentados na

Tabela 2.

Tabela 2 – Número total e percentual de Metamasius spp. capturados nas

armadilhas ‘tipo Pet’ com diferentes atrativos em áreas comerciais de

helicônias na região Sul da Bahia. Junho de 2011 a maio de 2012.

Tratamento Ibirapitanga Uruçuca

Número total % Número total %

Cana-de-açúcar+Feromônio 1.518 50,55 3.309 58,41

Cana-de-açúcar 811 27,01 1.016 17,93

Helicônia+Feromônio 426 14,19 813 14,35

Feromônio 135 4,50 196 3,46

Helicônia 113 3,76 331 5,84

Total 3.003 100,00 5.665 100,00

As armadilhas com cana-de-açúcar + feromônio, em ambos os municípios,

capturaram o maior número de insetos (50,55 a 58,41%). Esta maior captura se

deve ao fato da interação entre o atrativo alimentar (cana-de-açúcar) e o feromônio;

apenas o atrativo alimentar (cana-de-açúcar) foi responsável pela captura da metade

do total de insetos capturados com a interação atrativo x feromônio.

Nas armadilhas contendo apenas o feromônio ou a helicônia como atrativos,

foi capturada a menor porcentagem de insetos, demostrando que a helicônia tem

menor atratividade como alimento em relação à cana-de-açúcar. A helicônia quando

combinada com o feromônio teve um aumento significativo em relação aos

35

tratamentos quando utilizados isoladamente (Tabela 2). Outros autores (CERDA et

al., 1999; CIBRIÁN-TOVAR; CARRILLO-SÁNCHEZ, 2006; CIBRIÁN-TOVAR;

CARRILLO-SÁNCHEZ; MÁRQUEZ-SANTOS, 2006; GIBLIN-DAVIS; PEÑA;

DUNCAN, 1994; SOLIMAN et al., 2009), verificaram que a cana-de-açúcar tem

maior poder de atratividade que outros atrativos vegetais, principalmente quando

insetos foram adicionados nas armadilhas.

A combinação de feromônio com o atrativo alimentar potencializou a eficiência

de captura dos coleópteros, sendo corroborado pelos resultados obtidos em outros

estudos (DUARTE; LIMA, 2001; FERREIRA et al., 2003; GIBLIN-DAVIS et al., 1996;

MOURA et al., 1997; SILVA et al., 1998; TIGLIA et al., 1998).

Nas coletas houve variação no número de insetos capturados, durante o

período de junho de 2011 a maio de 2012 (Figura 3). Foi observado que ocorreu

diferentes picos populacionais nas duas áreas experimentais, podendo este

resultado ter sido afetado por diferentes fatores, como o tamanho da área, maior

diversidade de espécies de plantas tropicais, proximidade de mata natural, plantio de

palmeiras próximas as áreas experimentais e fatores ambientais, entre outros.

36

Figura 3 – Número total de espécimes de Metamasius coletados nas armadilhas ‘tipo

Pet’ com diferentes atrativos em áreas comerciais de helicônias na

região Sul da Bahia. Junho de 2011 a maio de 2012.

Devido à importância da pluviosidade na biologia de Metamasius, pois esta

espécie é favorecida pela estação da seca (ALPÍZAR, 2002), foi correlacionado o

total de insetos capturados nas armadilhas com cana-de-açúcar + feromônio, com os

índices pluviométricos mensais em cada município (Figura 4).

37

Figura 3 – Flutuação populacional de Metamasius spp. coletados em armadilha com o

atrativo cana-de-açúcar + feromônio em comparação com a pluviosidade

mensal em municípios da região Sul da Bahia. Junho de 2011 a maio de

2012.

Observou-se que ocorreu variação na quantidade de insetos capturados

mensalmente, e verificou-se que as maiores incidências de gorgulhos ocorreram em

outubro e dezembro de 2011, no município de Ibirapitanga, enquanto que no

município de Uruçuca foi em setembro e dezembro de 2011 e fevereiro de 2012. Em

2011, ficou evidenciado que a maior quantidade de chuva refletiu na menor captura

de insetos, enquanto que a diminuição da pluviosidade favoreceu a população de

Metamasius spp., semelhante aos resultados obtidos por Alpízar (2002) e Gomes

38

(2008). Observou-se que os picos populacionais ocorreram a cada dois meses,

coincidindo com o ciclo biológico de Metamasius (ALPÍZAR et al., 2002; LEÓN-

BRITO et al., 2005).

Porém, em 2012 a quantidade de gorgulhos acompanhou os índices

pluviométricos mensais nas duas localidades, provavelmente pela diminuição dos

índices mensais de pluviosidade neste período (Figura 4). A correlação (r) entre o

número de inseto e a pluviosidade no período do experimento foi de 0,1076

(Uruçuca) e 0,1267 (Ibirapitanga), provavelmente a baixa correlação possa ter sido

influenciada pela retirada dos insetos na área e ter interferido na análise dos dados

(GOMES, 2008). A abundância de recurso vegetal também pode ter influenciado o

maior número de insetos capturados, pois a presença de restos culturas nas áreas

de helicônia é constante, favorecendo a alimentação e oviposição, além das

características próprias das helicônias de perfilhar, o que facilita a proliferação do

inseto.

A ação de inimigos naturais também pode ter influenciado no total dos

insetos, pois foi observado que nos meses de maior precipitação parte dos insetos

capturados estavam infectados com fungos entomopatogênicos, com variação de 0

a 14,07% (Tabela 3).

Tabela 3 – Adultos de Metamasius spp. infectados por fungos entomopatogênicos

(%) capturados nas armadilhas ‘tipo Pet’ com diferentes atrativos em área

comercial de helicônias na região Sul da Bahia. Junho de 2011 a maio de

2012.

Tratamentos Insetos infectados (%)

Ibirapitanga Uruçuca Cana-de-açúcar 0,86 14,07 Feromônio 0,74 0,00 Helicônia 1,77 12,69 Cana+Feromônio 0,59 2,72 Helicônia+Feromônio 0,94 9,10

O aumento da precipitação nas localidades pode ter favorecido a ação destes

fungos sobre os insetos, causando também uma diminuição no número de insetos

coletados, pois a umidade favorece a ação dos fungos sobre o hospedeiro (Figura 5)

(PRESTES et al., 2006). O controle natural de insetos pragas por fungos

39

entomopatogênicos em áreas de helicônia é favorecido, pois a maioria dos cultivos

ocorre em sombreamento, principalmente em sistema agroflorestal.

Figura 4 – Número de Metamasius infectados por fungos entomopatogênicos

coletados nas armadilhas ‘tipo Pet’ com diferentes atrativos em áreas

comerciais de helicônias na região Sul da Bahia. Junho de 2011 a maio

de 2012.

Batista Filho et al. (2002a,b), ressaltaram que a mobilidade de exemplares de

espécies de Metamasius, associada à suscetibilidade ao fungo B. bassiana, fazem

um importante agente disseminador do patógeno nas áreas de cultivo (Figura 6).

40

Figura 6 – Adultos de Metamasius hemipterus infectados com o fungo

entomopatogênicos Beauveria bassiana, coletados nas armadilhas ‘tipo

Pet’ com diferentes atrativos em áreas comerciais de helicônias na

região Sul da Bahia. Junho de 2011 a maio de 2012.

A flutuação populacional de Metamasius variou nos municípios estudados e

foi influenciada por fatores bióticos e abióticos (MOREIRA et al., 2008). O ciclo

biológico destes gorgulhos é dependente principalmente da pluviosidade e ação dos

inimigos naturais (ALPÍZAR, 2002).

4.1.1 Espécies de Metamasius identificadas na região Sul da Bahia.

Dos exemplares coletados em áreas comerciais de helicônias na região Sul

da Bahia, foram identificados cinco espécies de Metamasius, sendo que as espécies

M. canalipes, M. distortus e M. hemipterus, foram comuns nos dois munícipios, e as

espécies M. bisbisignatus e M. ensirostris foram coletadas apenas no município de

Uruçuca (Tabela 4).

As espécies desse gênero estão associadas a vários hospedeiros da família

Arecaceae, Graminaceae e Musaceae: Metamasius bisbisignatus (bananeira); M.

canalipes (cana-de-açúcar, palmeira-imperial); M. distortus (coqueiro, paineira e

palmeira-imperial); M. ensirostris (açaí, bananeira, coqueiro, dendezeiro, juçara,

palmeira-imperial, pupunha); M. hemipterus (abacaxi, açaí, bananeira, cana-de-

açúcar, coqueiro, dendezeiro, juçara, milho, palmeira-imperial, pupunha, sorgo,

tamareira) (SEPÚLVEDA-CANO; RUBIO-GÓMEZ, 2009; VAURIE, 1966;

ZORZENON; BERGMANN; BICUDO, 2000). A ocorrência e a disseminação destes

41

insetos na região Sul da Bahia são favorecidas pela ocorrência de plantas

hospedeiras, sendo muitas comumente cultivadas na região.

Tabela 4 – Espécies do gênero Metamasius capturadas nas armadilhas ‘tipo Pet’

com diferentes atrativos em áreas comerciais de helicônias na região Sul

da Bahia. Junho de 2011 a maio de 2012.

Espécie Número Total de espécie

Ibirapitanga Uruçuca

M. bisbisignatus (Gyllenhal) - 6

M. canalipes (Gyllenhal) 332 109

M. distortus (Gemminger & Harold) 42 12

M. ensirostris (Germar) - 3

M. hemipterus (Linnaeus) 2.629 5.535

Metamasius bisbisignatus tem o corpo totalmente preto, com quatro linhas

vermelhas no élitro, em forma de ‘C’ e apresenta uma depressão no pronoto. A

espécie M. canalipes é de coloração marrom e manchas pretas nos élitros

simetricamente ao corpo, com padrão bem característico. São mais lentos do que as

outras espécies coletadas, com o comportamento de tanatose, fingindo-se de morto

quando tocados (VAURIE, 1966).

A espécie M. distortus é de coloração marrom opaca, o pronoto apresenta

duas depressões na lateral e uma na base, e três faixas pretas longitudinais, e os

élitros apresentam de cinco a sete suturas e elevações irregulares próximas a base

(ANDERSON, 2002; VAURIE, 1966).

Os exemplares de M. ensirostris, possuem a cabeça, escutelo, tórax, pernas e

os segmentos abdominais pretos. Possui quatro faixas castanho-alaranjadas no

pronoto paralelas ao eixo medial (ZORZENON; BERGMANN; BICUDO, 2000).

A espécie M. hemipterus é semelhante a M. ensirostris, diferindo por

apresentar o corpo com predomínio de coloração alaranjada a amarronzada, e

manchas pretas simétricas nos élitros e três faixas pretas longitudinais no pronoto,

sendo uma medial que liga as regiões apical e basal e duas paralelas nas laterais,

42

que se estende da base até a metade do pronoto (Figura 7) (WEISSLING; GIBLIN-

DAVIS, 1998; ZORZENON; BERGMANN; BICUDO, 2000).

As espécies identificadas foram depositadas na coleção do Museu de

Zoologia do Instituto de Biociências – USP.

Figura 5 – Espécies do gênero Metamasius ocorrentes em áreas de helicônias.

Exemplar da espécie M. bisbisignatus (A), M. canalipes (B), M. distortus

(C), M. hemipterus (D).

4.1.2 Outros coleópteros capturados

Além das espécies de Metamasius, outros representantes da ordem

Coleoptera foram capturados (Tabela 5).

A espécie R. palmarum é uma das principais pragas de coqueiro e também de

dendezeiro (Figura 8), foi capturada nas duas áreas experimentais. A presença de

palmeiras, hospedeiros preferenciais dessa espécie (MOURA; VILELA, 1998),

próxima à área de helicônia, bem como a utilização do atrativo alimentar e do

feromônio de agregação RMD-1® nas armadilhas, favoreceram a captura dessa

espécie.

A B

D C

43

Representantes da família Scarabaeidae (Scarabaeinae) também foram

capturados nas armadilhas; estes apresentam habito alimentar do tipo necrófago e

coprófago e ocorrem em florestas tropicais, sendo exclusivos de região Neotropical

(SILVA, 2010; VAZ-DE-MELLO, 1999). Foram identificados os gêneros Deltochilum

Eschscholtz e Eurysternus Dalman (Figura 8). Provavelmente estes insetos podem

ter sido atraídos pela decomposição dos atrativos alimentares utilizados nas

armadilhas, bem como a presença de excrementos de animais e/ou humanos

próximos ao plantio.

Tabela 5 – Número total de coleópteros capturados (exceto Metamasius) nas

armadilhas ‘tipo Pet’ com diferentes atrativos em áreas comerciais de

helicônias na região Sul da Bahia. Junho de 2011 a maio de 2012.

Espécies/família Número total de exemplares

Ibirapitanga Uruçuca

Rhynchophorus palmarum (Curculionidae) 159 142

Hololepta sp. (Histeridae) 177 256

Omalodes sp. (Histeridae) 93 139

Deltochilum sp. (Scarabaeidae) 3 8

Eurysternus sp. (Scarabaeidae) - 3

Os exemplares de Hololepta sp. e Omalodes sp. (Histeridae) foram também

capturados nas duas áreas em número significativo, com o total de predadores maior

do que o R. palmarum (Figura 8). Estas espécies são predadores de larvas de vários

insetos, com relato de Omalodes foveola Erichson e H. quadridentata, alimentando-

se de larvas do C. sordidus e M. hemipterus em galerias no rizoma de bananeira

(MARTÍNEZ; GODOY, 1991; MESQUITA, 2002).

44

Figura 6 – Coleópteros capturados nas armadilhas em áreas comerciais de helicônias

na região Sul da Bahia. Rhynchophorus palmarum (A), Hololepta spp. (B),

Omalodes sp. (C), Deltochilum sp. (D), Eurysternus sp. (E).

Para observar a predação de adultos de Omalodes sp. capturados nas

armadilhas, em laboratório foram oferecidas larvas de Metamasius, coletadas em

hastes de helicônia. Verificou-se uma ação rápida do predador na localização e

alimentação da presa (Figura 9). A presença de espécies predadoras e a ação eficaz

observada em laboratório indicam que o manejo em áreas de helicônias deve

favorecer a manutenção dos agentes de controle natural dessa praga.

Figura 7 – Predação de Omalodes sp. em larva de Metamasius.

D E

A

C

B

45

4.1.3 Razão sexual dos espécimes de Metamasius spp.

O número de insetos machos capturados nas áreas experimentais foi maior

do que o número de fêmeas com os atrativos utilizados, exceto nos tratamentos com

helicônias no município de Uruçuca. Em Ibirapitanga o número de machos

capturados nas armadilhas com todos os tratamentos sempre foi superior,

provavelmente devido ao feromônio de agregação liberados pelos machos

(AMBROGI et al., 2009; CIBRIÁN-TOVAR; CARRILLO-SÁNCHEZ; MÁRQUEZ-

SANTOS, 2006).

A razão sexual nos diferentes tratamentos foi próxima de 1:1, exceto com

apenas o feromônio como atrativo, em Uruçuca, que capturou maior número de

machos (Figura 10). Essa proporção (fêmeas e machos) facilita o encontro para

cópula e aumenta a possibilidade de uma fêmea ser fertilizada por vários machos

(FERREIRA et al., 2003). Além do feromônio de agregação emitido pelos machos,

os voláteis dos atrativos alimentares potencializaram o efeito sinérgico na captura

dos insetos (AMBROGI et al., 2009; FERREIRA et al., 2003; LANDOLT; PHILLIPS,

1997; SAÏD; KAABI; ROCHAT, 2011).

Figura 8 – Razão sexual de Metamasius spp. coletados em armadilhas com

diferentes tratamentos em áreas comerciais de helicônias na região Sul

da Bahia. Junho de 2011 a maio de 2012.

RS=0,42 RS=0,40 RS=0,56 RS=0,48 RS=0,46 RS=0,19 RS=0,42 RS=0,45 RS=0,57 RS=0,39

46

Os resultados sugerem que as helicônias são mais atrativas para as fêmeas

como local de oviposição em comparação com a cana-de-açúcar, pois em Uruçuca

houve maior captura de fêmeas nas armadilhas com este atrativo alimentar.

Provavelmente, isso tenha ocorrido devido à fermentação do atrativo, pois os tecidos

vegetais fermentados possuem maior concentração de voláteis (GIRÓN-PÉREZ et

al., 2009; ROCHAT et al., 2000).

A atratividade de Metamasius foi influenciada pela fermentação

(OEHLSCHLAGER et al., 2002b), pois os insetos correspondem aos odores das

plantas hospedeiras para localizar ou obter acesso a alimentação e local de

oviposição. As fêmeas escolhem os sítios mais adequados para depositar os ovos,

que sejam favoráveis ao desenvolvimento da sua prole, por ter maior recurso de

alimento e condições ambientais. Os voláteis emitidos pelas plantas têm influência

no comportamento dos gorgulhos, tanto na localização de alimento, do companheiro

para cópula e locais para oviposição (BORGES; SOUZA, 2004; LANDOLT;

PHILLIPS, 1997; MESQUITA, 2002; PICANÇO, 2003).

Outra explicação para a maior captura das fêmeas seria o princípio de

Hopkins, que postula que fêmeas preferem fazer postura em hospedeiros nos quais

haviam se alimentado na fase imatura, demostrando a influência da experiência

prévia na escolha de sítios para oviposição (MARTELETO; LOMÔNACO; KERR,

2009). As larvas que se desenvolveram em helicônias, na fase adulta, teriam

preferência na oviposição por estas plantas.

4.2 Nematóides associados a adultos de Metamasius

Dos exemplares de M. hemipterus triturados, foram obtidos espécimes de

nematóides que estão em processo de identificação pelo Prof. Dr. Luiz Carlos

Camargo Barbosa Ferraz, USP.

47

4.3 Ciclo biológico de Metamasius hemipterus

A duração média das fases do ciclo biológico foi: ovo = 3,27 ± 1,0; larva =

40,14 ± 4,4; pupa = 13,57 ± 2,0 dias, e o período médio de ovo a adulto da espécie

M. hemipterus foi de 56,98 dias (Tabela 6), com resultado semelhante ao de outros

estudos (LEÓN-BRITO et al., 2005; WEISSLING; GIBLIN-DAVIS, 1998;

WOODRUFF; BARANOWSKI, 1985).

A importância do conhecimento da duração do ciclo biológico da praga (ovo-

adulto) resulta na estimativa do número de gerações por ano, e auxilia no

planejamento do manejo e controle em campo.

Tabela 6 – Período médio (± DP) das fases do ciclo biológico de Metamasius

hemipterus (25 ± 1°C e fotofase de 12h).

Fases Período (dias)

Mínima Máxima Média

Ovo 2 8 3,27 ± 1,0

Larva 33 47 40,14 ± 4,4

Pupa 10 16 13,57 ± 2,0

Total ovo-adulto 45 71 56,98

Os ovos têm coloração branca, forma elíptica, e com o desenvolvimento

embrionário, tornam-se amarelados (Figura 11). Ao todo foram observados 328

ovos, com o total de 134 larvas eclodidas. Em média, os ovos apresentaram

5,05 mm de comprimento e 1,94 mm de largura (Tabela 7), diferente do obtido por

Salas e Frank (2001) com média de 1,98 e 0,97 mm (comprimento e largura) para M

callizona, e Weissling et al. (2003) com média de 1,31 e 0,44 mm (comprimento e

largura) para M. hemipterus. Provavelmente esta diferença seja pela espécie vegetal

oferecido como alimento, neste foi pseudocaule de bananeira e nos outros estudos

cana-de-açúcar.

48

Tabela 7 – Número total e tamanho médio (± DP) de ovos de Metamasius

hemipterus (25 ± 1°C e fotofase de 12h).

Ovos Eclosões Tamanho (mm)

Comprimento Largura

328 134 5,05 ± 3,7 1,94 ± 1,4

As larvas são do tipo curculioniforme, com as seguintes características:

ápodas, recurvadas, de coloração branca e se torna amarelada no final da fase

larval, apresentam a cabeça quitinizada com a coloração amarronzada e o aparelho

bucal mastigador (Figura 11) (GALLO et al., 2002). Não foi determinado o número de

instares. O tipo de pupa é livre, ou seja, os apêndices são visíveis. Apresentaram

coloração amarelada e ficava protegido pelo casulo, feito pela própria larva

utilizando as fibras do pseudocaule da bananeira (Figura 11). Após a fase pupal,

emergiram os adultos, sendo que 54,54% eram machos.

Figura 9 – Fases do ciclo biológico de Metamasius hemipterus. Tamanho do ovo (A),

ovo (B), larva (C), pupa (C), casulo da pupa (D), emergência do adulto

(E).

A B C

D E F

49

Na área experimental foram verificadas as injúrias provocadas pelas larvas de

Metamasius, alimentando-se de pseudocaule e rizoma de helicônias (Figura 12).

Figura 10 – Injúrias provocadas pelo Metamasius em helicônias. Corte transversal no

rizoma com a larva (A), corte transversal no pseudocaule broqueado,

corte longitudinal no pseudocaule com a larva (C).

4.4 Bioensaios com produtos comerciais a base de nim

A mortalidade de adultos de M. hemipterus variou em função dos produtos a

base de nim e o método de aplicação (F1, 96 = 15,76; P < 0,0001). Os produtos

Azamax® e Neemseto© causaram maior mortalidade de adultos de M. hemipterus

quando pulverizado com mortalidade média de 63,00% (Azamax®) e 58,67%

(Neemseto©), diferindo do método de ingestão com 24,67% (Azamax®) e 46,33%

(Neemseto©) de mortalidade média (Tabela 8).

Este resultado foi corroborado por Marcomini et al. (2009), o qual testaram o

produto comercial à base de óleo de nim (Dalneem®) sobre adultos de Alphitobius

diaperinus Panzer (Coleoptera: Tenebrionidae) comparando os métodos de

aplicação, e verificaram que a pulverização causou 100% de mortalidade, enquanto

por contato 40,9% dos insetos.

A B C

50

Tabela 8 – Mortalidade média (%) de adultos de Metamasius hemipterus pelo

método de pulverização e ingestão com os produtos comerciais

Azamax® e Neemseto© (26 ± 1ºC e fotofase de 12h).

Produtos Mortalidade média (%)

Ingestão* Pulverização*

Azamax® 24,67 bB 63,00 aA

Neemseto© 46,33 aB 58,67 aA

CV(%) 9,94 *Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem

estatisticamente entre si pelo teste F a 1% de probabilidade.

Foi observado que o modo de aplicação também influenciou na mortalidade

dos coleópteros, sendo maior quando aplicado diretamente sobre os insetos do que

pela ação de ingestão. A maior eficiência do método de pulverização se deve, aos

insetos receberem aplicação em toda a superfície do corpo, podendo este penetrar

por qualquer parte do tegumento, e pela ação de ingestão, o inseto tem que ingerir o

alimento impregnado com o óleo de nim ou ter o contato com esse produto

(Marcomini et al., 2009).

Nas concentrações avaliadas não houve diferença estatística entre o

Azamax® e o Neemseto© (F5, 96 = 1,73; P = 0,1358). A melhor concentração, segundo

análise de regressão quadrática, foi de 3,83% para o Neemseto© que apresentou

uma mortalidade estimada de 99,8% de M. hemipterus, superior ao Azamax®,

mesmo na concentração ótima de 4,57%, a mortalidade foi menor em relação ao

Neemseto© com 93,4% dos insetos (Figura 13).

51

Figura 11 – Mortalidade acumulada (%) de adultos de Metamasius hemipterus em

diferentes concentrações em função dos produtos Azamax® e

Neemseto© (26 ± 1ºC e fotofase de 12h).

Os métodos de aplicação foram estatisticamente diferentes nas concentrações

avaliadas (F5, 96 = 5,37; P < 0,0002). A pulverização foi mais eficiente, em relação ao a

ação de ingestão, pois a concentração ótima foi de 3,54%, e causou mortalidade total

dos coleópteros, enquanto a ação de ingestão a 5,0%, a mortalidade estimada foi de

apenas 90,8% (Figura 14). A menor eficácia por este método provavelmente se deve

ao aumento das concentrações serem menos palatáveis para o M. hemipterus

causando efeito de repelência, o que é uma característica interessante no sistema

agrícola.

52

Figura 12 – Mortalidade acumulada (%) de adultos de Metamasius hemipterus em

diferentes concentrações em função dos métodos de aplicação

pulverização e ingestão (26 ± 1ºC e fotofase de 12h).

Resultado inferior obtiveram Marcomini et al. (2009), em que utilizaram 10,0%

do produto comercial à base de óleo de nim (Dalneem®) sobre adultos de A.

diaperinus, causando 87,0% de mortalidade.

Estes resultados mostraram que a faixa de melhor concentração ficou entre

3,54% e 3,83% para o produto comercial Neemseto©, utilizando o método de

pulverização nas condições anteriormente descritas.

4.5 Testes de patogenicidade – controle microbiano

4.5.1 Identificação dos fungos associados a Metamasius hemipterus e

bioensaios em laboratório

Todos os insetos coletados em campo e infectados com fungos foram

enviados para identificação, tendo sido constatado apenas a espécie de B. bassiana.

Os isolados UESC, números 1, 2, 9, 11, 38, 57, 58, 59, 60, 61 e 62 (Tabela 9) estão

53

depositados na Coleção do Laboratório de Patologia e Controle Microbiano de

Insetos – ESALQ/USP.

Tabela 9 – Isolados, espécie, origem e hospedeiros dos fungos entomopatogênicos

identificados.

Isolados Espécie Origem Hospedeiro

UESC-1 B. bassiana Uruçuca-BA M. hemipterus

UESC-2 B. bassiana Uruçuca-BA M. hemipterus

UESC-9 B. bassiana Uruçuca-BA M. hemipterus

UESC-11 B. bassiana Ibirapitanga-BA M. hemipterus

UESC-38 B. bassiana Ibirapitanga-BA M. hemipterus

UESC-57 B. bassiana Uruçuca-BA M. hemipterus

UESC-58 B. bassiana Ibirapitanga-BA M. hemipterus

UESC-59 B. bassiana Uruçuca-BA M. hemipterus

UESC-60 B. bassiana Uruçuca-BA M. hemipterus

UESC-61 B. bassiana Uruçuca-BA M. hemipterus

UESC-62 B. bassiana Uruçuca-BA M. hemipterus

Foram selecionadas três cepas para os bioensaios: UESC-1, UESC-11 e

UESC-38, além do produto comercial Boveril®.

Os fungos de B. bassiana testados apresentaram viabilidade superior a 93,0%

após o período de 20 horas, apresentando uma alta capacidade germinativa. A

patogenicidade dos tratamentos diferiram entre si, com diferentes mortalidade total

(F4, 20 = 6,36; P < 0,0018) e mortalidade confirmada (F4, 20 = 8,82; P < 0,0003) de

adultos de M. hemipterus, variando de 18,0% a 56,0% (Tabela 10).

O produto comercial Boveril®, e os isolados testados UESC-38 e UESC-11

foram os mais eficientes, não diferindo estatisticamente entre si, causando

mortalidade confirmada de: 50,0%; 34,0% e 28,0%, respectivamente (Tabela 10).

54

Tabela 10 – Mortalidade total e confirmada (%) de adultos de Metamasius

hemipterus por Boveril® e isolados de Beauveria bassiana (107 conídios

mL-1) (26 ± 2 °C e fotofase de 12h).

Isolados Mortalidade Total* Mortalidade Confirmada*

Boveril® 56,0 a 50,0 A

UESC-38 42,0 ab 34,0 Ab

UESC-11 32,0 abc 28,0 Ab

UESC-1 20,0 bc 18,0 BC

Testemunha 4,0 c 0,0 C

CV (%) 41,37 41,88 *Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

Este resultado foi semelhante para a espécie M. spinolae cuja mortalidade (%)

variou de 26,0% a 82,0% sob ação de isolados de B. bassiana (108 conídios mL-1)

(ORDUÑO-CRUZ et al., 2011; TAFOYA et al., 2004). Diferente do percentual obtido

por Almeida et al. (2009), que ficou entre 66,0-54,0% da mortalidade confirmada de C.

sordidus, na concentração de 1,12 x 109 conídios mL-1.

Os resultados obtidos sob ação dos isolados testados, mostraram que B.

bassiana é um importante agente de controle natural desta praga.

4.6 Compatibilidade entre os produtos comerciais à base de nim e Beauveria

bassiana

Nas Tabelas 11 e 12 estão apresentados os resultados entre a

compatibilidade dos produtos Azamax® e Neemseto©, e o produto comercial Boveril®

e os isolados de B. bassiana UESC-1, UESC-11, UESC-38.

O crescimento vegetativo dos fungos foi afetado negativamente pelos

produtos a base de nim, mas o Boveril® com o Azamax®, não mostrou diferença

estatística, nas concentrações testadas. O Azamax® a 0,3125% de concentração,

não afetou os isolados UESC-1 e UESC-11, que apresentaram crescimento maior

55

que a testemunha sugerindo possuir efeito estimulante (Tabela 12). Morais et al.

(2009) verificaram que o produto Quinabra-lote 06010Y, a base de nim, estimulou o

crescimento micelial de vários fungos entomopatogênicos testados, entre estes B.

bassiana.

O número de conídios também foi afetado pelos produtos a base de nim, nas

maiores concentrações. O isolado UESC-38 foi o mais afetado pelo Neemseto©, com

uma redução de 16% a 54%. O Azamax® causou diminuição no número de conídios

do isolado UESC-1, de 40% a 57% em relação à testemunha. Os isolados UESC-1

com Neemseto© e UESC-11 com Azamax® foram os menos afetados, pois foi

observado o aumento do número dos conídios do isolado UESC-1, cerca de 1 a 9%,

mesmo com a diminuição do tamanho da colônia, ou seja, a diminuição do diâmetro

da colônia não corresponde diretamente na redução no número de conídios, e do

contrário também (BATISTA FILHO et al., 2001) (Tabelas 11 e 12).

Resultado semelhante foi obtido para o crescimento e a esporulação de B.

bassiana pelo produto NIM-IGO, exceto a 0,0048%, porém o produto não afetou a

viabilidade dos conídios (MARQUES et al., 2004).

A germinação de conídios (92% a 99%) praticamente não foi afetada pelos

tratamentos Azamax® e Neemseto©, porem o isolado UESC-1 na concentração

0,3125% apresentou diferença estatística com aplicação do Neemseto© (Tabela 11).

Em algumas cepas, os produtos a base de nim favoreceram o aumento de esporos

germinados, como observados para UESC-11 e UESC-38 com o Neemseto© e

UESC-1, UESC-38 e Boveril com Azamax® (Tabelas 11 e 12).

A importância da germinação dos conídios não ser afetada pelo uso de

produtos a base de plantas com potencial inseticidas, demonstra a possibilidade da

utilização em conjunto destes no manejo de pragas (HIROSE et al., 2001; PIRES et

al., 2010; SILVA et al., 2005).

Essa variação nos paramentos estudados vai depender dos

entomopatógenos, da natureza química dos produtos fitossanitários e das dosagens

empregadas. Os produtos avaliados podem ser letais, não provocar efeito ou podem

até melhorar o crescimento, a reprodução e a virulência dos microorganismos

(ALVES; LECUONA, 1998).

De acordo com os valores de IB (índice biológico) determinados neste

estudo o Neemseto© e o Azamax® foram compatíveis para todos os tratamentos

56

de B. bassiana, exceto o Azamax® a 2,5% que foi moderadamente tóxico para o

isolado UESC-1 (Tabela 13). Araujo Júnior (2008) também observou a

compatibilidade entre o Neemseto© e fungos entomopatogênicos. Diferentemente, foi

observado por Hirose et al. (2001) que o óleo de nim (2%) foi tóxico para B.

bassiana.

Os resultados demonstraram que os produtos Azamax® e Neemseto© não

afetaram o desenvolvimento dos isolados UESC-1, UESC-11 e UESC-38 de B.

bassiana e do produto comercial Boveril®, podendo estes ser utilizados em

programas de manejo de pragas.

57

Tabela 11 – Efeito do produto Neemseto© sobre o crescimento vegetativo (média ±

DP), número de conídios (107 conídios mL-1) (média ± DP) e

germinação (média ± DP) de Beauveria bassiana (26 ± 1ºC e fotofase

de 12h).

Tratamentos Concentrações

(%) Crescimento Vegetativo Número de Conídios Germinação

cm D1 x107 D1 (%) D1

UESC-1

5,0 1,09±0,07c -25,3 12,75±0,31b 1,5 98,15±0,71ab -1,1

2,5 1,37±0,15ab -5,9 13,72±0,73a 9,2 98,73±0,46ab -0,5

1,25 1,25±0,03b -14,2 12,74±0,19b 1,4 97,81±0,79ab -1,5

0,625 1,39±0,03a -4 13,10±0,19ab 4,3 98,83±0,81ab -0,4

0,3125 1,39±0,05a -4 13,61±0,27a 8,3 96,03±3,73b -3,3

Testemunha - 1,45±0,04a - 12,56±0,43b - 99,27±0,24a -

F5,30=21,92<0,0000 F5,30=8,66<0,000 F5,30=3,01=0,0257 CV (%)

5,34

3,06

1,66

UESC-11

5,0 1,23±0,04c -22,8 3,26±0,12c -39 97,99±0,52a -0,5

2,5 1,28±0,01c -19,9 3,58±0,08c -33 98,61±0,33a 0,1

1,25 1,36±0,02b -14,5 4,35±0,39b -18 98,89±0,38a 0,4

0,625 1,42±0,03b -11 4,66±0,27b -12 98,33±1,35a -0,2

0,3125 1,53±0,06a -4,2 5,20±0,36a -1,9 96,54±4,84a -2

Testemunha - 1,60±0,07a - 5,30±0,31a - 98,52±0,49a -

F5,30=61,30<0,0000

F5,30=53,64<0,0000

F5,18=0,98=0,4456

CV (%) 3,14 6,38 2,12

UESC-38

5,0 1,35±1,22e -19,4 14,92±1,22d -54 99,29±0,21ab 1,1

2,5 1,41±0,03de -15,7 17,33±0,85cd -47 98,03±1,16c -0,2

1,25 1,44±0,03cd -13,6 19,19±0,99c -41 98,67±0,58abc 0,4

0,625 1,50±0,06bc -10 26,78±1,97b -18 99,53±0,31a 1,3

0,3125 1,57±0,03b -5,7 27,13±1,93b -17 98,95±0,67abc 0,7

Testemunha - 1,67±0,08a - 32,54±2,04a - 98,23±0,27bc -

F5,30=35,75<0,0000 F5,30=112,86<0,0000 F5,18=5,30<0,0013 CV (%)

3,24

6,87

0,63

Boveril®

5,0 1,23±0,07d -31,1 12,03±0,86c -43 98,59±0,78a -1,1

2,5 1,32±0,02cd -26 13,28±1,06c -37 98,80±0,49a -0,9

1,25 1,47±0,08bc -17,6 14,00±0,62c -33 97,15±3,61a -2,5

0,625 1,54±0,10b -14 17,29±1,68b -17 98,14±2,43a -1,5

0,3125 1,77±0,11a -0,8 20,17±1,72a -3,7 99,19±0,66a -0,5

Testemunha - 1,79±0,14a - 20,94±2,50a - 99,68±1,35a -

F5,30=34,07<0,0000

F5,30=35,30<0,0000

F5,18=1,37=0,2617

CV (%) 6,3 9,48 1,87

*Médias (±DP) seguidas da mesma letra, em cada coluna, não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. 1D – Diferença (%) de cada parâmetro em relação a testemunha.

58

Tabela 12 – Efeito de Azamax® sobre o crescimento vegetativo (média ± DP),

número de conídios (107 conídios mL-1) (média ± DP) e germinação

(média ± DP) de Beauveria bassiana (26 ± 1ºC e fotofase de 12h).

Tratamentos Concentrações

(%) Crescimento Vegetativo Número de Conídios Germinação

cm D1 x107 D1 (%) D1

UESC-1

5 2,22 ± 0,19 c -23,06 14,33 ± 5,01 b -43,7 96,88 ± 3,74 a 2,61

2,5 2,16 ± 0,20 c -25,26 11,00 ± 4,98 b -56,79 94,69 ± 4,96 a 0,29

1,25 2,25 ± 0,21 c -21,97 13,26 ± 0,51 b -47,91 95,61 ± 2,15 a 1,26

0,625 2,92 ± 0,46 b 1,16 15,52 ± 2,22 b -47,91 97,33 ± 1,37 a 3,08

0,3125 4,43 ± 0,29 a 53,76 15,17 ± 2,22 b -40,41 96,03 ± 3,73 a 1,7

Testemunha - 2,88 ± 0,53 b - 25,46 ± 2,25 a - 94,42 ± 4,54 a -

F5,30=38,46<0,0000 F5,30=13,88<0,0000 F5,18=0,61=0,6945 CV (%)

12,17

20,85

3,8

UESC-11

5 2,47±0,30 d -33,33 7,50 ± 2,33 a -16,2 95,73 ± 2,19 a -2,84

2,5 2,97±0,34 cd -19,82 7,85 ± 1,53 a -12,29 95,27 ± 4,58 a -3,31

1,25 3,32±0,33 bc -10,36 8,42 ± 0,44 a -5,96 98,30 ± 1,58 a -0,22

0,625 3,82±0,15 ab 3,15 9,35 ± 0,61 a 4,47 98,05 ± 1,29 a -0,48

0,3125 4,33±0,38 a 17,12 9,12 ± 0,38 a 1,86 96,54 ± 4,84 a -2,01

Testemunha - 3,70±0,19 b - 8,95 ± 0,55 a - 98,52 ± 0,49 a -

F5,30=30,18<0,0000

F5,30=2,24=0,0763

F5,18=1,33=0,2779

CV (%) 8,6 14,18 3,08

UESC-38

5 4,17±0,16 de -26,47 14,70±0,62 d -29,85 99,29±0,21 a 1,86

2,5 3,97±0,15 e -30,00 16,05±1,09 cd -23,44 98,03±1,16 a 0,57

1,25 4,62±0,39 cd -18,53 17,39±0,48 bc -17,03 97,11±2,59 ab -0,37

0,625 5,03±0,60 bc -11,18 18,81±0,41 b -10,23 97,04±3,08 ab -0,45

0,3125 5,55±0,29 ab -2,06 20,67±0,67 a -1,39 94,37±1,91 b -3,18

Testemunha - 5,67±0,23 a - 20,96±1,40 a - 97,47±1,59 ab -

F5,30=25,94<0,0000 F5,30=52,06<0,0000 F5,18=3,98<0,0069 CV (%) 7,02 4,71 2,05

Boveril®

5 4,97±0,45 a -1,97 18,83±0,39 c -17,19 98,41 ± 0,80 a 1,38

2,5 5,03±0,35 a -0,66 19,18±0,49 c -15,62 92,82 ± 5,59 a -4,38

1,25 4,65±0,30 a -8,22 22,05±0,77 ab -3,01 95,99 ± 3,62 a -1,11

0,625 5,22±0,29 a 2,96 21,41±0,75 b -5,81 98,14 ± 2,43 a 1,11

0,3125 5,05±0,53 a -0,33 22,85±0,89 a 0,51 97,66 ± 1,47 a 0,61

Testemunha - 5,07±0,50 a - 22,74±0,54 a - 97,07 ± 1,29 a -

F5,30=1,24=0,3147 F5,30=41,41<0,0000 F5,18=2,13=0,0892 CV (%) 8,31 3,13 3,61

*Médias (±DP) seguidas da mesma letra, em cada coluna, não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. 1D – Diferença (%) de cada parâmetro em relação a testemunha.

59

Tabela 13 – Classificação de compatibilidade dos isolados UESC-1, UESC-11 e

UESC-38, e o Boveril®, na concentração de 107 conídios mL-1, com

emulsão de óleo de Nim (Neemseto© e Azamax®).

Tratamentos Concentrações (%) Neemseto© Azamax®

IB1 Classificação2 IB1 Classificação2

UESC-1

5,0 88,7 C 70,6 C 2,5 101,1 C 63,7 Mt 1,25 93,8 C 69,2 C 0,625 99,9 C 84,1 C 0,3125 101,4 C 108,1 C

UESC-11

5,0 72,6 C 77,1 C 2,5 76,7 C 85,1 C 1,25 85,5 C 92,5 C 0,625 89,7 C 103,4 C 0,3125 97 C 108,6 C

UESC-38

5,0 67,7 C 74,9 C 2,5 72,5 C 75,9 C 1,25 76 C 83,9 C 0,625 87,8 C 90,3 C 0,3125 90,2 C 98,1 C

Boveril®

5,0 67 C 91,8 C 2,5 72 C 92,5 C 1,25 77,2 C 94,7 C 0,625 85,8 C 99 C 0,3125 98 C 111,1 C

1 IB = Índice Biológico. Valor IB, segundo Alves et al. (2007)

2C = Compatível; MT = Moderadamente Tóxico.

60

5 CONCLUSÕES

• A armadilha ‘tipo Pet’ com o atrativo alimentar cana-de-açúcar e o feromônio

de agregação RMD-1® é eficiente na captura de Metamasius spp..

• As espécies de Metamasius identificadas causam injurias em plantios de

helicônias.

• A espécie Metamasius hemipterus é a mais abundante em área comercial de

helicônia na região Sul da Bahia.

• Os predadores do gênero Hololepta e Omalodes e o fungo entomopatogênico

Beauveria bassiana tem ocorrência freqüente nas áreas de helicônia e com

possibilidade de controle eficiente para Metamasius.

• Os produtos comerciais Azamax® e Neemseto©, aplicados em pulverização,

são eficiente no controle de M. hemipterus.

• O Neemseto© e o Azamax® não interfere no desenvolvimento de B.

bassiana.

• O Boveril® e os isolados UESC-38 e UESC-11 de B. bassiana são

promissores no controle dos coleópteros.

61

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76

ANEXO

77

Anexo A – Localização geográfica das áreas produtoras de helicônias na região Sul

da Bahia, Fazenda Boa Esperança (13º 58’ 44,6” S; 39º 27’ 11,0” W;

238 m) localizado no distrito de Itamaraty pertencente ao município de

Ibirapitanga e a Fazenda Liberdade (14º 33’ 53,2” S; 39º19’ 51,6” W;

142 m) em Uruçuca, onde foram instaladas as armadilhas ‘tipo Pet’

para a captura dos coleópteros. E a Universidade Estadual de Santa

Cruz (UESC).