METMETAA - CEFET-MG

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META MET A Revista da Mostra Específica de Trabalhos e Aplicações v.1 n.1

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METAMETARevista da Mostra Específica de Trabalhos e Aplicações

v.1 n.1

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METAMETARevista da Mostra Específica de Trabalhos e Aplicações

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EXPEDIENTE

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) Av. Amazonas, 5.253, Nova Suiça, Belo Horizonte, MG, Brasil. CEP: 30.421-169Telefone: +55 (31) 3319-7000

Diretor-GeralProf. Flávio Antônio dos Santos

Vice-DiretoraProfa. Maria Celeste Monteiro de Souza Costa

Chefe de GabineteProf. Henrique Elias Borges

Diretora de Educação Profissional e TecnológicaProfa. Carla Simone Chamon

Diretor de GraduaçãoProf. Moacir Felizardo de Franca Filho

Diretor de Pesquisa e Pós-GraduaçãoProf. Conrado de Souza Rodrigues

Diretor de Planejamento e GestãoProf. Gray Farias Moita

Diretora de Extensão e Desenvolvimento ComunitárioProfa. Giani David Silva

Diretores de UnidadesUnidade Belo Horizonte - Câmpus IProf. Gilmer Jacinto Peres

Unidade Belo Horizonte - Câmpus IIProf. José Gomes da Silva

Unidade LeopoldinaProf. Douglas Martins da Silva

Unidade AraxáProf. Henrique José Avelar

Unidade DivinópolisProfa. Sandra Vaz Soares Martins

Unidade TimóteoProf. Leonardo Lacerda Alves

Unidade VarginhaProf. Paulo César Mappa

Unidade NepomucenoProf. Reginaldo Barbosa Fernandes

Unidade CurveloProfa. Lourdiane Gontijo das Merces Gonzaga

Unidade ContagemProf. Nelson Alexandre Estevão

Secretarias EspecializadasSecretário de Comunicação Social André Luiz Silva

Secretário de Governança da Informação Ulisses Cotta Cavalca

Secretária de Políticas Estudantil Márcia Cristina Feres

Secretária de Registro e Controle Acadêmico Marina Conceição Moreira da Silveira

Secretário de Relações Internacionais Prof. Jerônimo Coura Sobrinho

Periodicidade e forma de Distribuição: Anual - Permuta e doação

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METARevista da Mostra Específica de Trabalhos e Aplicações

Projeto EditorialJessica TolentinoSamara Maria CoutinhoLuiz Henrique Silva de Oliveira

RevisãoFernanda DantasLuiz Henrique Silva de Oliveira

DiagramaçãoJessica TolentinoSamara Maria Coutinho

Comissões organizadorasAraxáPortaria DIR-529/16, de 31 de maio de 2016; Portaria DIR-593/16, de 15 de junho de 2016; Portaria DIR-823/16, de 25 de julho de 2016. Álvaro Francisco de Brito Júnior Admilson Vieira da CostaDelma Pereira CaixetaFernanda Ribeiro JordãoJamila CostaMarco Antônio Durço - Presidente

Belo HorizontePortaria DIR-570/16, de 08 de junho de 2016. Andréa A. Barros de Melo Bambirra Ariane Regina Lima DinizCarolina Dias OliveiraCimarques Mileip RogérioErnane Rodrigues da SilvaFlávia Pereira Dias MenezesFrancisco Ermelindo de Magalhães Gilmer Jacinto PeresIvete Peixoto Pinheiro Silva - Presidente Jeannette de Magalhães Moreira Lopes

Luiz Cláudio BiaginiLuiz Henrique Silva de OliveiraMarcello Rosa DumontMiriam Caetano Andrade de OliveiraRenato ZanettiSidney Maia Araújo

ContagemPortaria DIR-598/16, de 16 de junho de 2016.André Leão MoreiraBárbara Del Rio Araújo - PresidenteCarla Barbosa MoreiraTália Santana Machado de AssisRafaela Campos Duarte Silva

CurveloPortaria DIR-489/16, de 22 de maio de 2016.Adriano Gonçalves da SilvaBruno da Cruz PáduaLuciana Marcelino de OliveiraMarielle Hoalle Moreira Benevides LagesPatrícia Bhering Fialho - Presidente Silvânia de Lourdes Barbosa de Almeida

DivinópolisPortaria DIR-631/16, de 28 de junho de 2016;Portaria DIR-702/16, de 07 de julho de 2016.Ana Paula CorreaAnderson Ribeiro de Oliveira Santos SilvaMaria Cristina dos Santos - Presidente Michael Ferreira Silva

LeopoldinaPortaria DIR-484/16, de 22 de maio de 2016;Portaria DIR-901/16, de 22 de maio de 2016.Alex da Silva TemóteoDiego Ferreira CarneiroErika Tiemi AnabukiJosé Antônio Pinto

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José Evaristo Rodrigues Costa - Presidente José Geraldo Ribeiro JúniorKatalin Carrara GeöczeSimara Gonçalves dos SantosSueli de Oliveira Silva

NepomucenoPortaria DIR-534/16, de 01 de junho de 2016.Gualberto Rabay Filho - Presidente Israel Teodoro MendesÍtalo Arthur João Wilson Silva MeirelesJader Bosco GomesJulio César de PaivaMárcio Augusto Gama Ricaldoni

TimóteoPortaria DIR-490/16, de 22 de maio de 2016.Adilson Mendes RicardoElizabeth de AraújoFábio Azevedo Vasconcellos - Presidente Marciana Liberata da SilvaWander Dias de Almeida

VarginhaPortaria DIR-615/16, de 23 de junho de 2016.Dagoberto Cássio da SilvaHebert Rausch FernandesJuliana Alvarenga AlvesLuciana Teixeira BatistaMichael Ferreira - Presidente Paulo Henrique Cruz Pereira

METARevista da Mostra Específica de Trabalhos e Aplicações

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

LISTA DE PREMIAÇÃO

UNIDADE ARAXÁ

UNIDADE BELO HORIZONTE

UNIDADE CONTAGEM

UNIDADE CURVELO

07

09

27

70

129

155

UNIDADE DIVINÓPOLIS

UNIDADE LEOPOLDINA

UNIDADE NEPOMUCENO

UNIDADE TIMÓTEO

UNIDADE VARGINHA

GALERIA DE FOTOS

210

259

297

343

364

414

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7

APRESENTAÇÃO

A META – Mostra Específica de Trabalhos e Aplicações, desde sua concepção, em 1978, propõe-se a divulgar as pesquisas, desenvol-vidas por professores e alunos dos cursos técnicos e de graduação, à comunidade e visitantes de outras instituições educacionais e/ou empresariais.

Como um espaço para desenvolver metodologia de projetos, a Mostra oferece aos professores e alunos oportunidade para diver-sificar as atividades de aprendizagem com ações de caráter prático e aplicado.

Nessa perspectiva, a META tem como objetivos:

• Promover o intercâmbio técnico, científico e cultural entre alunos,professores e funcionários do CEFET-MG;

• Incentivar os professores, funcionários e educadores ao desenvol-vimento de trabalhos de iniciação científica e tecnológica relacio-nados às atividades de ensino, pesquisa e extensão do CEFET-MG;

• Sensibilizar os educandos para uma visão crítica das relações entreas produções científicas e tecnológicas e dos problemas sociopolíti-cos e culturais;

• Propiciar aos educandos o desenvolvimento de habilidades pararealização de projetos e equacionamento de problemas científicos etecnológicos;

• Difundir os cursos, as áreas de atuação e as atividades doCEFET-MG;

• Promover relações de intercâmbio entre o CEFET-MG, empresas,outras escolas e a comunidade em geral;

• Fomentar a participação de alunos nos diversos laboratórios doCEFET-MG;

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8

• Incentivar a exposição de trabalhos na FEBRACE (Feira Brasileirade Ciências e Engenharia) e outras feiras científicas e tecnológicas.

A 26ª META ocorreu nos dias 19, 20 e 21 de outubro de 2016 nos campi Araxá, Contagem, Curvelo, Divinópolis, Leopoldina, Nepomuceno, Varginha e Timóteo. Em Belo Horizonte, teve lugar nos dia 9 a 13 de novembro, dentro da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, no EXPOMINAS.

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LISTA DE PREMIAÇÃO

Unidade Araxá

Classificação Geral:

Título do Trabalho Orientador Orientandos

1ºCORREDOR DO TEMPO

GEOLÓGICO SENSORIALBruna Letícia Dos Santos

Ingrid Rodrigues de Oliveira

Laura Adriele Moura da Silva

Maria Eduarda Ferreira de Faria

Classificação por modalidade:

MODELO DIDÁTICO

Título do Trabalho Orientador Orientandos

MÉTODO DE LAVRA

SUBTERRÂNEA POR

CÂMARAS E PILARES

Marcélio Prado Fontes

Elton Batista Brandão

Mateus Henrique de Oliveira

Bruno Henrique Borges

ENERGIA LIMPA,

ECONOMIA INTELIGENTE:

CONSTRUÇÃO DE

AQUECEDOR SOLAR DE

BAIXO CUSTO.

Gisele Oliveira Miné

Leonardo Noronha

Vinícius Ruiter

Wellington Oliveira

HISTÓRIA GEOLÓGICA

E FORMAÇÃO DOS

DEPÓSITOS MINERAIS DA

CIDADE DE ARAXÁ-MG

Bruna Letícia dos Santos

Ingrid Ferreira Araujo

Michely Ribeiro Alves

Vitoria Estorino de Abreu

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PROCESSO E PRODUTO

Título do Trabalho Orientador Orientandos

FILTRAGEM DE AR

COMPRIMIDO EM

CONSULTÓRIOS

ODONTOLÓGICOS

Alexandre Dias Linhares

Victor Hugo Marques

Gustavo Alves Pacheco

2ºSEMÁFORO DIGITAL COM

TEMPORIZADORFrederico Duarte Fagundes

Amanda Emelly Alves de Souza

Bárbara Hellen Rocha Resende

Luis Filipi de Oliveira Alvarenga

DESENVOLVIMENTO DE

UM QUARTEADOR DE

POLPA DE MINÉRIO

João Cirilo Da Silva Neto

Alex Botelho Ávares da Silva

Matheus De Oliveira Sérvulo

Lucas Paulo dos Santos

CIÊNCIA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Título do Trabalho Orientador Orientandos

AVALIAÇÃO DE MEIOS

POROSOS NA FILTRAÇÃO

DE REJEITO FOSFÁTICO DE

TAPIRA

Michelly Dos Santos Oliveira

Rafaela Gomes Rodrigues

Gabriel Rizi Silva

Maria Alice Melo Faria

USO DE AMBIENTE

VIRTUAL PARA ENSINO

DE PROGRAMAÇÃO

DE CONTROLADORES

LÓGICOS PROGRAMÁVEIS

Luis Paulo Fagundes

Amanda Cristina Carneiro

Joice Kamila Alves

Matheus de Souza

CLIMATIZADOR PESSOAL

EVAPORATIVO POR EFEITO

CAPILAR

Alexandre Morais De Oliveira

José Gaspar da Silva Júnior

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Unidade Belo Horizonte

Classificação Geral:

Título do Trabalho Orientador Orientandos

CARDIOLIFE – MANEQUIM

COM PAINEL ELETRÔNICO

PARA TREINAMENTO DE

MASSAGEM CARDÍACA

Tálita Saemi Payossim Sono

Alexandre Rangel de Sousa

Sophia Paiva Silveira Lacerda

Stela Santos Brito

Classificação por modalidade:

MODELO DIDÁTICO

Título do Trabalho Orientador Orientandos

CARDIOLIFE – MANEQUIM

COM PAINEL ELETRÔNICO

PARA TREINAMENTO DE

MASSAGEM CARDÍACA

Tálita Saemi Payossim Sono

Alexandre Rangel De Sousa

Sophia Paiva Silveira Lacerda

Stela Santos Brito

UPRA – UNIDADE

PILOTO DE RECICLAGEM

AUTOMOTIVA DO CEFET-

MG

Daniel Henrique Castro

Guilherme Marconi Silva

Jomara Nogueira

MODELAGEM COMO

ESTRATÉGIA PARA O

ENSINO DE CIÊNCIAS:

UMA EXPERIÊNCIA EM

MICROBIOLOGIA

Fátima De Cássia Oliveira Gomes

Mariana Lourdes Almeida Vieira

Beatriz Rezende Gandra de Araujo

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PROCESSO E PRODUTO

Título do Trabalho Orientador Orientandos

1ºSISTEMA DE REEDUCAÇÃO

POSTURAL

Márcio Melquíades Silva

Renato Zanetti

Alice Santos Dias

Gabriele de Matos Paiva

Rayssa Felipe Carlos

2ºMONITORAMENTO

REMOTO DO CONSUMO

DE ENERGIA ELÉTRICA

Rubens Marcos Dos Santos Filho

Ana Caroline Da Silva Moraes

Enzo D. R. P. Gomes

Otávio Rodrigues Venâncio

3ºCOLEÇÃO DE ÁTOMOS E

MEMÓRIAS

Claudia Cristina Maia

Alexandre Silva Ferry

Breno Fonseca Rodrigues

CIÊNCIA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Título do Trabalho Orientador Orientandos

1ºPROTÓTIPO DE DETECTOR

DE CONVULSÕES

Tálita Saemi P. Sono

Renato Zanetti

Isabella Miranda

Pollyanna Augusta Damasceno

2ºSISTEMA PARA COACHING

DE BRAILLERenato Zanetti

Júlia Aline Lopes Cardoso

Isadora Araújo Lara

PÓ DE ACIARIA

MODIFICADO UTILIZADO

EM PROCESSOS DE

DESCONTAMINAÇÃO

AMBIENTAL

Raquel Vieira Mambrini

Thaís Gomes

Nathália Viviane Gomes

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Unidade Contagem

Classificação Geral:

Título do Trabalho Orientador Orientandos

1º BENGALA ELETRÔNICA MICROCONTROLADA

Nelson Alexandre Estevão

Ana Clara Amorim Andrade

Júlia Fagundes Gomes

Nayôto Saulo Santos Silva

Classificação por modalidade:

MODELO DIDÁTICO

Título do Trabalho Orientador Orientandos

1º ESCOLA SEM PARTIDO André LeãoAna Luiza Gomes Ribeiro

Giulia Batista Pontes

PROCESSOS DE

ABSORÇÃO USANDO

CARVÃO ATIVADO

Márcio Oliveira Alves

Kyvia de Abreu Souza

Nathália Silva Rabelo

A ESCRITA DA

DEMOCRACIA:

SIGNIFICATIVAS

TRANSFORMAÇÕES

André Leão

Débora Rafaella Martins de Jesus

Lorena Souza De Jesus

Page 14: METMETAA - CEFET-MG

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PROCESSO E PRODUTO

Título do Trabalho Orientador Orientandos

1ºBENGALA ELETRÔNICA

MICROCONTROLADANelson Alexandre Estevão

Ana Clara Amorim Andrade

Júlia Fagundes Gomes

Nayôto Saulo Santos Silva

BAUC: UMA FERRAMENTA

WEB PARA COMPARAÇÃO DE

PRODUTOS DE MATERIAL DE

CONSTRUÇÃO

Elizabeth Duane Santos da Costa

Thiago de Assis Lima

Caio Fabio Mendes Lima

Lucas de Aguiar Pereira

3º TRIPTOGETHERPaulo de Tarso Gomide Castro Silva

Camila Magalhaes Souza

Eduardo Henrique Dias Melgaço

Tales Lopes Ramos

CIÊNCIA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Título do Trabalho Orientador Orientandos

INCENTIVO À LEITURA E AO

LETRAMENTO LITERÁRIO DE

JOVENS NO ENSINO MÉDIO:

UMA ANÁLISE COMPARATIVA

DA LINGUAGEM DE

CONTOS CLÁSSICOS E

CONTEMPORÂNEOS

Luiz Eduardo Rodrigues de Almeida Souza

Gabriel Miranda Horta Moreira

Isabella Giullia Silva Ribeiro

Thamires Maiara Rodrigues Santiago

CONCENTRAÇÃO IDEAL

E TEMPO DE REAÇÃO DO

EXTRATO DE MORINGA

OLEÍFERA NO TRATAMENTO

DE ÁGUA

Carolina Marques Stolfi

Nicholas Henrique Silva Cotta

Rafaela Pereira Lemes

EFICÁCIA DA REMOÇÃO

DE COLIFORMES

TERMOTOLERANTES EM

TRATAMENTO DE ÁGUA COM

MORINGA OLEÍFERA

Carolina Marques Stolfi

Bruna Gonçalves Dias

Stela Maria Barros

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Unidade Curvelo

Classificação Geral:

Título do Trabalho Orientador Orientandos

1ºNÚCLEO DE ORIENTAÇÃO

PARA A SUSTENTABILIDADE

Ana Cecília EstevãoLuiz Henrique Pimenta

Edson Gonçalves Filho

Gabriel Rocha

Classificação por modalidade:

MODELO DIDÁTICO

Título do Trabalho Orientador Orientandos

UMA APLICAÇÃO DE

VISÃO COMPUTACIONAL

QUE UTILIZA GESTOS DAS

MÃOS COMO INTERFACE

DE INTERAÇÃO COM UM

ROBÔ

Bruno Macedo Diego Pereira Araújo Cruz

PROJETO DE UM

MICROGERADOR

FOTOVOLTAICO PARA

O CEFET-MG UNIDADE

CURVELO

Neolmar Matos Filho

Marcela Araujo Medeiros Venuto

Letícia Sousa Guedes

Gustavo Rodrigues Miranda

DESENVOLVIMENTO DE

ABRANDADOR DE ÁGUA

DE BAIXO CUSTO PARA A

POPULAÇÃO DE CURVELO

Sergio Campos Freitas

Matheus Henrique Araujo da Silva

Rafaella Ferreira

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PROCESSO E PRODUTO

Título do Trabalho Orientador Orientandos

PROJETO CAIREP/CAIC –

EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

E A ARTICULAÇÃO

REGIONAL E TECNOLOGIA

SOCIAL

Luciana Patrícia Ferreira

Eduardo Avelino Junior

Bruno Lorde

André Luiz Reis de Souza

2ºPROJETO SOCIAL EPROTEC

JR: PROJETO DO CANIL

DA NUPAC

Juliana Reinert

Breno Fernandes Pimentel

Paulo Victor Franafon

Bruno Teodoro da Silva.

PROJETO CEAM - TRILHAS

ECOLÓGICAS COMO

FERRAMENTA DA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

PARA CRIANÇAS

Sergio Campos Freitas

Braian Cristian Darc Silva

Eduarda Pereira da Silva

Maria Julia Maia Granato

CIÊNCIA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Título do Trabalho Orientador Orientandos

1ºNÚCLEO DE ORIENTAÇÃO

PARA A SUSTENTABILIDADEAna Cecília Estevão

Luiz Henrique Pimenta

Edson Gonçalves Filho

Gabriel Rocha

TRADUÇÃO

INTERSEMIÓTICA

E CIBERCULTURA:

LETRAMENTO LITERÁRIO

NAS REDES DIGITAIS

Marina Leite Gonçalves

Gabriel Heroito Ribeiro de Souza

ANÁLISE, SIMULAÇÃO E

IMPLEMENTAÇÃO DE UM

CONTROLADOR MPPT

APLICADO A UM SISTEMA

FOTOVOLTAICO

Bruno Macedo Gonçalves

Paloma Azevedo

João Victor Guimarães

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Unidade Divinópolis

Classificação Geral:

Título do Trabalho Orientador Orientandos

NEWPREÇO: SISTEMA

DE BUSCA PELO

MENOR PREÇO EM UMA

MICRORREGIÃO

Luís Augusto de Mattos

Willyan Michel Ferreira

Vitor Martins Soares

Bruno Marra de Melo

Classificação por modalidade:

MODELO DIDÁTICO

Título do Trabalho Orientador Orientandos

REINOS E ESTADOS

AFRICANOS ATRAVÉS

DE JOGOS DIDÁTICOS:

PESQUISA E

DESENVOLVIMENTO DE

MÉTODOS E MATERIAIS

PARA O ENSINO DA

ÁFRICA NO ENSINO

MÉDIO

Rafael Freitas Santos

Rosânia Maria de Resende

Rafael Alves Rocha

DESENHO TÉCNICO DE

MODA E SUAS FUNÇÕES

NA CONFECÇÃO DO

VESTUÁRIO

Lucília Lemos Mariana Arantes e Silva

CONVERSÃO DE ENERGIA

CINÉTICA EM ENERGIA

ELÉTRICA POR MEIO DE

UMA BICICLETA URBANA

Felipe Damas Melo

Richard Antônio Teixeira

Bárbara Andressa Tavares

Gabriel Alvarenga Nogueira

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PROCESSO E PRODUTO

Título do Trabalho Orientador Orientandos

UTILIZAÇÃO DO SISTEMA

DE INFORMAÇÃO

GEOGRÁFICA – SIG

NA ELABORAÇÃO DE

MAPAS DE ORIENTAÇÃO

ESPORTIVA

Roger Alexandre Nogueira Gontijo

Nádia Cristina da Silva Mello

Rodrigo Bernardino de Oliveira

BOOSTWEAR:

SIMPLIFICANDO,

ABREVIANDO A FORMA

DE COMPRAR E VENDER

ARTIGOS DE VESTUÁRIO

EM DIVINÓPOLIS

Eduardo Habib Bechelane Maia

Ezaquiel Bessas

Breno Beirigo

Breno Fernandes Pimentel

Paulo Victor Franafon

Bruno Teodoro da Silva.

LÓLGICA: UMA

PLATAFORMA DE ENSINO

VOLTADA PARA A LÓGICA

E LINGUAGENS DE

PROGRAMAÇÃO

Eduardo Habib Bechelane Maia

Willyan Michel Ferreira

Alberto Elias do Amaral Júnior

Leonardo Amorim de Sena

CIÊNCIA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Título do Trabalho Orientador Orientandos

NEWPREÇO: SISTEMA

DE BUSCA PELO

MENOR PREÇO EM UMA

MICRORREGIÃO

Luís Augusto de Mattos

Vitor Martins Soares

Bruno Marra de Melo

CHRONOS – SISTEMA

DE PLANEJAMENTO

ACADÊMICO

Leonardo Andrade Mota de Lima

Luís Augusto de Mattos Mendes

Daniel Alves Sanches

Graziele Moreira da Cunha

Heron Nasser Quadros Souki

PRÓTESES MECÂNICAS

DE BAIXO CUSTO

CONTROLADAS POR

ESTÍMULOS MUSCULARES

Thiago Magela Rodrigues Dias

Adriano Nogueira Drummond Lopes

Tiago Alves

Dyorjenes Henrique Andrade Santos

Matheus Delgado de Azevedo

Kesley Roberto Ferreira Silva

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Unidade Leopoldina

Classificação Geral:

Título do Trabalho Orientador Orientandos

DESENVOLVIMENTO

DE UM APLICATIVO DE

REALIDADE AUMENTADA

PARA O AUXÍLIO DO

ENSINO DE BIOLOGIA

NOS ENSINOS

FUNDAMENTAL E MÉDIO

Gustavo Montes Novaes

Carla Rezende Bonin

Ana Carolina Guedes de Oliveira Vieira

Marcela Gomes Pinheiro

Classificação por modalidade:

MODELO DIDÁTICO

Título do Trabalho Orientador Orientandos

CONTROLE DE NÍVEL

ATRAVÉS DE UMA VÁLVULA

ESFÉRICA

Accacio Ferreira dos Santos

Brenda Mendes Lopes

Marco Aurélio Lage Duarte

Karine Cunha Costa Mariquito

ESTUDO NUMÉRICO

DA IMPORTÂNCIA

DAS TUBULAÇÕES DE

ADMISSÃO E ESCAPE DO

MOTOR DE COMBUSTÃO

INTERNA HONDA 150 CC

Tiago Coelho Alceu

Juliana Botelho Aparecida

Elianfrancis Souza Silveira

Leonardo Ignácio Silva

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PROCESSO E PRODUTO

Título do Trabalho Orientador Orientandos

DESENVOLVIMENTO

DE UM APLICATIVO DE

REALIDADE AUMENTADA

PARA O AUXÍLIO DO

ENSINO DE BIOLOGIA

NOS ENSINOS

FUNDAMENTAL E MÉDIO

Gustavo Montes Novaes

Carla Rezende Bonin

Ana Carolina Guedes de Oliveira Vieira

Marcela Gomes Pinheiro

ACESSIBILIDADE EM

TODAS AS DIMENSÕES:

PLATAFORMA DE

IMERSÃO VIRTUAL PARA

CADEIRANTES

Gustavo Montes Novaes

Vicente Cesar Amorim Silva

3ºSIMULADOR DO ROBÔ

SMART MAN 7220-4Lindolpho Oliveira de Araujo Junior

Vinícius Ferreira da Silva Bianchi Grilo

CIÊNCIA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Título do Trabalho Orientador Orientandos

1ºSISTEMA AUTÔNOMO DE

RASTREAMENTO SOLAR

Lindolpho Oliveira de Araujo Junior

Ângelo Rocha de Oliveira

Gabriela Nunes de Almeida

INTERFACE HOMEM-

MÁQUINA ATRAVÉS DO

MOVIMENTO DOS OLHOS

Jerônimo Costa Penha

Maicon Stihler

Gabriel de Oliveira Machado

Larissa Ferreira do Carmo

Thaís de Souza Marins

DESENVOLVIMENTO

E IMPLEMENTAÇÃO

DE UM SISTEMA DE

INSTRUMENTAÇÃO PARA

ANÁLISE VISANDO À

SUSTENTABILIDADE

Erika Tiemi AnabukiGabriel Condé

Cássia Areias

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Unidade Nepomuceno

Classificação Geral:

Título do Trabalho Orientador Orientandos

USO DE RFID NO SISTEMA

DE CONTROLE DE

ENTRADA DE AUTOMÓVEIS

EM ESTACIONAMENTO

PRIVADO

Gustavo de Lins e Horta

Ariana da Silva Cabral Ana Paula Sales Esteves

Classificação por modalidade:

MODELO DIDÁTICO

Título do Trabalho Orientador Orientandos

TRABALHO E SAÚDE

DOS APANHADORES DE

CAFÉ NA REGIÃO DE

NEPOMUCENO-MG

Fábio Luiz Tezini Crocco Gianni Tonelli

APLICAÇÃO DAS

FERRAMENTAS

ADMINISTRATIVAS NA

GESTÃO EMPRESARIAL

Dario Geraldo Rodrigues

André Assaid Simão Denner Mendonça

GALVANIZAÇÃO:

INFLUÊNCIA DA

VOLTAGEM E DA

COMPATIBILIDADE DE

MATERIAIS

Larissa Carvalho Soares Amaral

Luiza Oliveira Silva

Thamires de Castro Pereira

Letícia Soares Santos

Page 22: METMETAA - CEFET-MG

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PROCESSO E PRODUTO

Título do Trabalho Orientador Orientandos

DESENVOLVIMENTO DE

SITE PARA CENTRO DE

EDUCAÇÃO INFANTIL

Rosana Massahud

Sarah Magalhães Ribeiro Mata

Isadora Maria Mudesto

2ºMÓDULO EMBARCADO DE

AQUISIÇÃO DE DADOSIsrael Teodoro Mendes

Otto Galvão Elisei

Marco Aurélio Silva

Luana Castro Barboza

CIRCUITO FECHADO

DO SISTEMA DE

APROVEITAMENTO DE

ÁGUA PARA DESTILAÇÃO

DO LABORATÓRIO DE

QUÍMICA DO CEFET MG-

NEPOMUCENO

Jader Bôsco Gomes

Bruno Henrique de Paula

Letícia Lorena Corgosinho Abreu

Jainy de Fátima Pedroso

CIÊNCIA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Título do Trabalho Orientador Orientandos

USO DE RFID NO SISTEMA

DE CONTROLE DE

ENTRADA DE AUTOMÓVEIS

EM ESTACIONAMENTO

PRIVADO

Gustavo de Lins e Horta

Ariana da Silva Cabral

Ana Paula Sales Esteves

SEGURANÇA ALIMENTAR

NO BAIRRO SANTO

ANTÔNIO, LOCALIZADO

NO MUNICÍPIO DE

NEPOMUCENO – MG

Lucas Guedes Vilas Boas

Marcus Paulo Furtado Silva

ANÁLISE DE HISTERESE

MAGNÉTICA EM

TRANSFORMADORES

MONOFÁSICOS

Ítalo Arthur Silva Meireles

Jordana Alves Barbosa

Marcelo Henrique Ribeiro

Bernardo Rodrigo de Oliveira

Page 23: METMETAA - CEFET-MG

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Unidade Timóteo

Classificação Geral:

Título do Trabalho Orientador Orientandos

ENSAIOS SOBRE A

SUSTENTABILIDADE

URBANA EM TIMÓTEO-MG

Fábio Azevedo Vasconcellos

Carolini Tavarez Frhinhani

Igor Drumond

Raquel Siman

Sara Fassarela

Classificação por modalidade:

MODELO DIDÁTICO

Título do Trabalho Orientador Orientandos

ENSAIOS SOBRE A

SUSTENTABILIDADE

URBANA EM TIMÓTEO-MG

Fábio Azevedo Vasconcellos

Carolini Tavarez Frhinhani

Igor Drumond

Raquel Siman

Sara Fassarela

2º ENERGIA PIROTÉCNICARoney Aquino

Patrícia Azevedo

Gisele Huebra

Igor Campus

Luisa Rocha

3ºSIMULADOR DE RADIA-

ÇÃO DE CORPO NEGROWeber Feu

Daniel Soares

Pedro Henrique Ribeiro

Diego Campus

Page 24: METMETAA - CEFET-MG

24

PROCESSO E PRODUTO

Título do Trabalho Orientador Orientandos

UTILIZAÇÃO DO ARDUINO

COMO FERRAMENTA

AUXILIARY NO ENSINO DA

ALGORÍTMOS E LÓGICA

DE PROGRAMAÇÃO

Odilon CorrêaMarcos Guilherme Ribeiro

Lucas Silva Chaves

REAPROVEITAMENTO DE

FINOS DE FLUORITA NA

FORMA DE BRIQUETE PARA

USO DE CONVERTEDOR

Carlos Frederico Campos

Ana Luisa Coelho

Maria Alice Souza

USO DE FIBRAS DE SISAL

PARA ARGAMASSAS DE

CIMENTO PORTLAND

Evandro Tolentino

Marlena Schettino

Otoniel Martins

Luís Miguel Santana

CIÊNCIA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Título do Trabalho Orientador Orientandos

ARQUITETURA

SUSTENTÁVEL PLANEJADA

COM SUSTENTABILIDADE

Rosana Aparecida Nunes

Mariana Rollin

Arthur Roldão

Samuel Henrique

Lucas Oliveira

O USO DA VISÃO

COMPUTACIONAL PARA O

CONTROLE DE UM BRAÇO

ROBÓTICO APLICADO AO

JOGO DA VELHA

Odilon CorrêaJosué Rocha

Pedro Rodrigues

CARTILHA DA MULHER:

LUTAS, CONQUISTAS E

DIREITOS

Leandro Braga

Amanda Caroline Alves Gomes

Bruna de Souza Gomes

Page 25: METMETAA - CEFET-MG

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Unidade Varginha

Classificação Geral:

Título do Trabalho Orientador Orientandos

ESTUDO COMPARATIVO

ENTRE OS ARRANJOS PID

SÉRIE, PARALELA E ISA

Daniel Soares de Alcântra

Davi Pádua Alcântra

Michael Herculano Mesquita

Classificação por modalidade:

MODELO DIDÁTICO

Título do Trabalho Orientador Orientandos

O USO DE TECNOLOGIAS

NAS AULAS DE

MATEMÁTICA DO ENSINO

MÉDIO NAS ESCOLAS

PÚBLICAS DE VARGINHA

André Rodrigues Monticeli

Paulo César Mappa

Gabriel Elias de Souza

Giovana Abreu de Oliveira

Michele de Carvalho Andrade

APLICAÇÃO DE SHELL

SCRIPT PARA FORMATAÇÃO

DE ARQUIVOS DE

DADOS ORIGINADOS

DE INSTRUMENTOS DE

MEDIÇÃO

Juliano Coêlho Miranda

Matheus Almeida Silva Oliveira

BRINQUEDOS

MATEMÁTICOS: UMA

INVESTIGAÇÃO PARA O

DESENVOLVIMENTO DE

PROJETOS TÉCNICOS

E FÍSICOS PARA A

ESTIMULAÇÃO DO

RACIOCÍNIO LÓGICO-

MATEMÁTICO EM

CRIANÇAS

Michael Ferreira André Oraboni de Carvalho

Page 26: METMETAA - CEFET-MG

26

PROCESSO E PRODUTO

Título do Trabalho Orientador Orientandos

ESTUDO COMPARATIVO

ENTRE OS ARRANJOS PID

SÉRIE, PARALELA E ISA

Daniel Soares de Alcântra

Davi Pádua Alcântra

Michael Herculano Mesquita

MINHOCÁRIO DE

BAIXO CUSTO: UMA

ALTERNATIVA VIÁVEL PARA

O REAPROVEITAMENTO DE

RESÍDUOS ORGÂNICOS

DOMÉSTICOS

Cristina Roscoe Vianna

Marcelo Corrêa Mussel

Michael Ferreira

Kaio Lucas Da Silva Rosa

Pedro Lucas Montuani e Garcia

Natanaele da Silva Costa

MÓDULO DIDÁTICO

PARA ENSINO DE

ACIONAMENTOS

ELÉTRICOS

Daniel Soares de Alcântra

José Eduardo S. Gomes

Karel Chatrny Pereira de Melo

CIÊNCIA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Título do Trabalho Orientador Orientandos

OS EFEITOS DA CHUVA

ÁCIDA NA FERTILIDADE DO

SOLO E EM CULTIVARES

AGRÍCOLAS

Cristina Roscoe Vianna

Gilze Belém Chaves Borges

Gustavo Ribeiro de Souza

Augusto Henrique Diniz do Carmo

Eduardo Henrique de Freitas Silva

Milena Gonçalves de Oliveira

MAQUETE, REALIDADE

AUMENTADA E QR

CODES PARA RESSALTAR

A ACESSIBILIDADE EM

EDIFICAÇÕES E ESPAÇOS

URBANOS

Juliano Coêlho Miranda

Thais Caroline da Silva

Luis Felype Fioravanti Moreira

João Miguel Arantes Picheli

A PARTICIPAÇÃO

DOS CATALISADORES

BIOLÓGICOS NA

OTIMIZAÇÃO DE

PROCESSOS INDUSTRIAIS

Cristina Roscoe Vianna

Gilze Belém Chaves Borges

Nathália Sarto

Lais Silva Praxedes

Mariana Vianini Brito

Page 27: METMETAA - CEFET-MG

ARTIGOSUNIDADE ARAXÁ

Page 28: METMETAA - CEFET-MG

CORREDOR DO TEMPO GEOLÓGICO SENSORIAL

Ingrid Rodrigues de Oliveira1

Laura Adriele Moura da Silva2

Maria Eduarda Ferreira de Faria3

Francisco de Castro Valente Neto4

Bruna Letícia dos Santos5

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PALAVRAS-CHAVE: geociências; tempo geológico; geologia; experiência sensorial; modelo didático.

1. INTRODUÇÃONosso planeta tem em torno de 4,6 bilhões de anos. Esse longo in-tervalo de tempo, chamado de tempo geológico, foi dividido pelos cientistas em intervalos menores com base num conjunto de caracte-rísticas que incluem geologia, biologia, clima, tectonismo e demais características que o planeta tenha exibido em determinado momen-to de sua longa história. Para os seres humanos, cuja expectativa de vida está próxima de 70 anos é, por vezes, difícil imaginar toda essa imensidão de tempo ou o chamado tempo profundo.

O tempo geológico apresenta um desafio fundamental para muitos em termos de suas implicações relativas ao lugar da humanidade no esquema maior de todas as coisas. Essa dificuldade não é privilégio de leigos. A literatura mostra que estudantes de licenciatura, professo-res, bem como alunos no início da universidade confundem eventos no tempo geológico em ordem de magnitude, juntam fatos separados no tempo, tais como convívio de seres humanos e dinossauros, além de ter pouca percepção das taxas de mudança que ocorreram desde a formação do planeta (CERVATO E FRODEMAN, 2013).

Diante desses fatos, o projeto foi criado com o objetivo de mostrar algumas das diversas características do planeta ao longo de sua his-tória, mostrando as diversas transformações que ocorreram desde a sua formação até os dias de hoje, seja na biota ou na atmosfera. O objetivo foi levar os visitantes a uma viagem sensorial para conhecer o planeta em que vivem, sua história e as implicações de cada trans-formação para que a Terra se tornasse o que se vê hoje.

2. METODOLOGIAOs autores dividiram toda a história do planeta em três grandes blocos: Hadeano/Arqueano, Proterozóico e Fanerozóico. A partir de

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revisões bibliográficas, foram detectadas as principais características de cada bloco, tais como temperatura, luminosidade, diversidade de fauna e flora, litologia predominante, tectonismo, dentre outras.

Em um dos corredores da instituição (CEFET), foram representados os três blocos. O corredor foi dividido de acordo com o percentual de tempo de duração de cada bloco. O Hadeano/Arqueano – 4600 a 2500 milhões de anos - ocupou a maior parte; o Proterozóico – 2100 a 540 milhões de anos – ocupou uma parcela intermediária; e a menor parte do corredor recebeu as instalações do bloco que representava o Fanerozóico – 540 milhões de anos a atual.

Foram utilizados utensílios e equipamentos do dia-a-dia para representar as condições de cada bloco. Para o clima, por exemplo, foram utilizadas lâmpadas de alta potência para elevar a temperatura ou ventiladores para diminuí-la. Lonas foram utilizadas para diminuir a luminosidade e até uma máquina de fumaça foi usada para representar a densa atmosfera no Arqueano. Foram utilizados ainda recursos visuais, como cartazes, esculturas com massa de modelar, amostras de rochas, móbiles e até mesmo odorizadores de ambiente para despertar o olfato para a chegada das flores no Fanerozóico.

Os visitantes foram guiados pelos alunos, que explicaram as principais caraterísticas de cada bloco e enfatizaram as principais mudanças ocorridas ao longo da história.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOSApesar de sermos uma sociedade cujo senso de realidade e cultura depende crucialmente de nossa concepção de tempo, os autores deste trabalho puderam perceber, durante as apresentações ao público, que este, de maneira geral, tem pouco ou nenhum conhecimento sobre o tempo profundo e as consequências de sua existência na vida da humanidade. As grandes transformações sofridas pelo planeta Terra, desde a sua formação, até os dias de hoje, bem como o tardio aparecimento dos seres humanos, mostraram-se como grande novidade para a maior parte do público.

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A Geologia, embora esteja diretamente relacionada à vida dos seres humanos e à construção do planeta, encontra-se muito distante do cotidiano e das salas de aula. Aprender geologia resulta numa melhor compreensão das características únicas do planeta Terra, permitindo desenvolver competências gerais e específicas que vão facilitar a compreensão de sistemas sócioecológicos, baseados na geodiversidade. Partindo dessa premissa, espera-se de uma comunidade entendedora do seu próprio espaço mais respeito, ética e responsabilidade nas atividades desenvolvidas ali. É por isso que se faz importante que a divulgação das geociências seja um objetivo das instituições de ensino e pesquisa em todo o mundo.

Aos autores foi possível a interação entre os colegas para discussões sobre o trabalho bem como para o desenvolvimento do projeto e a apresentação durante a META, além de uma melhor assimilação dos conhecimentos adquiridos em sala de aula e de um aprofundamento no tema, a partir de pesquisa a outras bibliografias e fontes. Os autores entendem que o trabalho em grupo estimula a prática de valores como o cooperativismo, solidariedade, paciência e flexibilidade.

A interação com a comunidade, visitantes de diferentes idades e níveis de instrução, proporcionou aos autores o desenvolvimento de habilidades para falar ao público e se apresentar de maneira mais segura e confiante.

4. CONCLUSÃOMansur (2009) atenta-nos para o fato de que existem dificuldades para divulgação da ciência para a sociedade em geral e que maiores ainda são os obstáculos para a disseminação de conceitos geológicos, normalmente restritos aos meios acadêmicos. Sendo assim, o autor aponta a necessidade do desenvolvimento de projetos educativos ligados à geodiversidade, reconhecendo as ligações entre geologia, solos, habitats, paisagens e processos naturais.

Cervato e Frodeman (2013) enfatizam que a noção de tempo geoló-gico é central para as geociências e para o empreendimento científico

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em geral e que o alcance de suas implicações, sejam elas econômi-cas ou sociais, não pode ser limitado à comunidade científica.

É necessário entender o conceito de tempo geológico e o quanto as transformações do planeta foram essenciais para a evolução da vida e, consequentemente, para a chegada dos seres humanos à Terra. Além disso, entender as transformações provocadas a partir do surgimento, ainda que tardio, do Homem deve ser uma ques-tão observada e discutida. O ser humano é agente transformador, modificador do equilíbrio do planeta e, ao mesmo tempo, é depen-dente deste equilíbrio.

Busca-se, com a divulgação da ciência, que a humanidade aumen-te sua percepção acerca do ambiente no qual está inserido e, as-sim, tenha maior responsabilidade e controle sobre as atividades praticadas.

Os autores esperam que o trabalho tenha despertado nos visitantes o interesse por assuntos relacionados à Geologia e a todas as transfor-mações que ocorreram desde que o planeta Terra se formou.

A atmosfera, a temperatura, a fauna e a flora, se diversificaram mui-to até se tornarem o que se vê hoje. As perguntas que ficam são: como a Terra estará daqui a 100 anos? E a 100 mil anos? E a 100 milhões de anos? E ainda: que parcela de responsabilidade terá a humanidade em todas essas transformações? A divulgação das geo-ciências é, com segurança, um passo importante para um melhor relacionamento entre Homem e Terra e para a resposta a essas e a outras perguntas que surgirão.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASCERVATO, C. FRODEMAN, R. A importância do tempo geológi-co: desdobramentos culturais, educacionais e econômicos. TERRÆ DIDATICA 10:67-79, Campinas, 2013. Disponível em: < https://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/v10_1/PDF10_1/TD10-t005-Cervato.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2016.

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MANSUR, K. L. Projetos Educacionais para a Popularização das Geociências e para a Geoconservação. Geologia USP. Publicação Especial, v. 5, p. 63-74, 2009.PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. Tradução Rualdo, 2006. Disponível em: < http://www.revis-tas.usp.br/gusppe/article/download/45391/49003>. Acesso em: 12 nov. 2016.

TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a terra. Oficina Textos, 2001.

SOARES, M.B.(Org.). A paleontologia na sala de aula. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Paleontologia, 2015, 714p. Disponível em: < http://www.paleontologianasaladeaula.com/>. Acesso em: 23 jul. 2016.

SOUSA, M. de. Manual da pré-história do Horácio. 3 ed. São Paulo: Globo. 2009. 223 p.

NOTAS1Técnico em Mineração, Discente, Departamento de Minas e Construção Civil, CEFET-MG, Campus IV, Araxá, MG, Brasil. [email protected].

2Técnico em Mineração, Discente, Departamento de Minas e Construção Civil, CEFET-MG, Campus IV, Araxá, MG, Brasil. [email protected].

3Técnico em Mineração, Discente, Departamento de Minas e Construção Civil, CEFET-MG, Campus IV, Araxá, Minas Gerais, Brasil. [email protected].

4Geólogo, Especialista, Professor Adjunto, Departamento de Minas e Construção Civil, CEFET-MG, Campus IV, Araxá, MG, Brasil. [email protected].

5Geóloga, Professora Temporária, Departamento de Minas e Construção Civil, CEFET-MG, Campus IV, Araxá, MG, Brasil. [email protected].

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AGRADECIMENTOS

Apesar de apenas três nomes serem citados na autoria deste trabalho temos muitas pessoas para agradecer, a começar por todos os alunos do 2º min A – 2016 que ajudaram na elaboração e montagem do projeto. Os nosso sinceros agradecimentos vão eles: Bruna, Marcos, Laura Emanuely, Laura Ferreira, Marcela, Henrique, Guilherme, Matheus Henrique, Laura Adriele, Sabrina, Samara, Ana Carolina, Jéssica, Ingrid, Lara, Gabriel Moraes, Arthur, Cássio, Maria Eduarda, Milene, Geovana, Natália, Luiz Felipe, Natan e Matheus Teixeira. Além deles, agradecemos à equipe da limpeza e da manutenção pela ajuda e paciência com nossa ideia.

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HISTÓRIA GEOLÓGICA E FORMAÇÃO DOS DEPÓSITOS MINERAIS DA CIDADE DE ARAXÁ-MG

Ingrid Ferreira Araújo1

Michely Ribeiro Alves2

Vitoria Estorino de Abreu3

Francisco de Castro Valente Neto4

Bruna Letícia dos Santos5

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PALAVRAS-CHAVE: geologia econômica; rochas alcalinas; fosfato; nióbio; Araxá-MG.

1. INTRODUÇÃO

A mineração corresponde a, aproximadamente, 3% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, uma taxa de multiplicação de empregos de 1:13, ou seja, para cada emprego na mineração são gerados outros 13 na cadeia produtiva (IBRAM, 2015). No entanto, a mineração, atividade do primeiro setor, ainda é vista como vilã por grande parte da população brasileira.

Araxá é uma cidade situada em Minas Gerais, em uma região co-nhecida como Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba. Tem uma litolo-gia bastante peculiar. Associadas às rochas que ocorrem na região, conhecida como Complexo do Barreiro, existem riquezas mine-rais, como águas sulfurosas e radioativas, o nióbio – metal ampla-mente utilizado para produção de ligas metálicas de alta rigidez, dureza e estabilidade térmica - e o fosfato - matéria-prima para a produção de fertilizantes fosfatados, como o NPK, utilizado em larga escala na agricultura.

A importância dos setores de mineração e turismo, relacionados à estância hidrotermal, fica claramente demonstrada por suas partici-pações no PIB municipal. De acordo com os dados do IBGE, ano base 2008, o PIB de Araxá foi de R$2,3 bilhões, sendo: 51,1% de-vido ao setor industrial; 44,1% ao setor de serviços; e o restante, 4,8%, debitado do setor agropecuário (IBGE, 2008).

Baseado nesses dados e, sabendo que a divulgação das geociências ainda está em fase prematura e tem muito a evoluir, os autores desse projeto têm como objetivo mostrar aos visitantes como ocorreu a formação dos depósitos minerais de Araxá e qual a importância deles para a economia da região e desenvolvimento do país.

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2. METODOLOGIA

Foi feita uma revisão bibliográfica sobre a geologia da região e a formação de complexos alcalino-carbonatíticos. O objetivo dessa revisão foi ambientar os autores aos termos geológicos mais com-plexos e buscar “traduzir” esses termos para uma linguagem mais leiga que pudesse ser compreendida pelos visitantes e até pelos pró-prios autores.

A partir da história das formações, os autores criaram figuras de-monstrando os principais eventos geológicos ocorridos até a forma-ção dos depósitos, como são conhecidos atualmente. A apresentação ocorreu por meio de slides contendo os desenhos feitos pelos auto-res, além de algumas amostras dos depósitos da região, expostas para que o visitante pudesse interagir observando suas propriedades.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

Em princípio, a ideia era criar um vídeo que contasse a história ge-ológica dos depósitos da região. No entanto, sem a prática em ativi-dades audiovisuais, os autores encontraram muitas dificuldades para a elaboração do mesmo. Entretanto, a opção por uma apresentação das imagens criadas pelos próprios autores mostrou-se bastante rica e interessante.

Grande parte dos visitantes sequer sabia quais bens minerais eram explorados na região, o que demonstra a necessidade de uma apro-ximação entre a sociedade e a mineração. Foi possível “recontar” a história geológica dos depósitos da região de forma clara e de fácil entendimento, o que, acompanhado das amostras, fez o público in-teirar-se melhor sobre a atividade mineradora.

Os municípios mineradores no Brasil detêm os maiores índices de IDH. Estes índices estão diretamente associados a essa atividade (IBRAM, 2015). É imprescindível que a população conheça e opine sobre os im-pactos positivos e negativos de uma atividade econômica desse porte.

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4 CONCLUSÃO

Araxá é uma região de grande riqueza mineral. Os depósitos exis-tentes aqui são de extrema importância mundial. Uma comunidade sem conhecimento sobre o meio no qual se encontra não consegue de maneira transformadora. A melhor política para que as atividades mineradoras sejam realizadas de forma responsável, ética e respei-tando o meio ambiente e a população é através do conhecimento. É, através do conhecimento, a comunidade vai entender a importância e valorizar a atividade mineradora.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

IBGE. Indicadores sociais municipais: uma análise dos resul-tados do universo do censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2011. 151 p. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/indicadores_sociais_municipais/indicadores_sociais_municipais.pdf>. Acesso em agosto de 2016.

IBRAM. Informações sobre a economia brasileira. Brasília: IBRAM, 2015. Disponível em: http://www.ibram.org.br/sites/1300/1382/00005836.pdf, acesso em 26 de agosto de 2016.

PINTO, C. L. L., et al. Estudo de caso: principal polo produtor de fosfato e nióbio do país. In Recursos minerais. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoeren-dimento/pnad2008/, acesso em 08 de agosto de 2016.

NOTAS1Técnico em Mineração, Discente, Departamento de Minas e Construção Civil, CEFET-MG, Campus IV, Araxá, MG, Brasil. [email protected].

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2Técnico em Mineração, Discente, Departamento de Minas e Construção Civil, CEFET-MG, Campus IV, Araxá, MG, Brasil. [email protected].

3Técnico em Mineração, Discente, Departamento de Minas e Construção Civil, CEFET-MG, Campus IV, Araxá, MG, Brasil. [email protected].

4Geólogo, Especialista, Professor Adjunto, Departamento de Minas e Construção Civil, CEFET-MG, Campus IV, Araxá, MG, Brasil. [email protected].

5Geóloga, Professora Temporária, Departamento de Minas e Construção Civil, CEFET-MG, Campus IV, Araxá, MG, Brasil. [email protected].

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SEMÁFORO DIGITAL COM TEMPORIZADOR

Amanda Emilly Alves de Souza1

Bárbara Hellen Rosa Resende2

Luís Filipi de Oliveira Alvarenga3

Frederico Duarte Fagundes4

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PALAVRAS-CHAVE: semáforo digital; sistema digital; máquina de estados.

1. INTRODUÇÃO

Os sinais do semáforo de trânsito servem para orientar, advertir e disciplinar os veículos ao longo das vias, sendo muito importantes para manter a ordem no trânsito. Esse trabalho foi elaborado pen-sando no desenvolvimento de um semáforo por meio de componen-tes digitais confiáveis e de baixo custo.

A hipótese levantada foi a de uma máquina de estados controlando o acionamento das lâmpadas do semáforo. Uma máquina de estados é construída a partir de um contador, assíncrono ou síncrono, no qual cada ponto de contagem é chamado de um estado. Esses estados são utilizados para tomar decisões sequenciais por meio de associação com um circuito lógico (TOCCI; WIDMER; MOSS, 2011).

O semáforo é um exemplo de aplicação sequencial. A máquina de es-tados foi aplicada para executar o controle do semáforo.

2. METODOLOGIAO projeto foi desenvolvido a partir de uma máquina de estados construída com o Circuito Integrado 74HC390 e um contador síncrono de módulo 10 (TEXAS INSTRUMENTS, 1988). A máquina captura cada estado do contador e, através de um circuito lógico, aciona as lâmpadas de dois módulos que representam um semáforo de dois tempos.

O circuito lógico foi desenvolvido com base no levantamento da sequência de funcionamento de um semáforo dois tempos. Esta sequência de funcionamento foi considerada a saída do circuito. As entradas do circuito são os estados do contador. Com o levantamento da relação entre as entradas e as saídas do sistema, é possível construir o mapa de Karnaugh para projetar o circuito lógico (IDOETA &CAPUANO, 2003; TOCCI & WIDMER; MOSS, 2011). O circuito final é mostrado na Figura 1.

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Figura 1. Circuito do semáforo digital

Nos estados 0, 1 e 2, somente o LED verde do módulo 1 e o vermelho do módulo 2 devem acionar. No estado 3, o módulo 1 altera para o LED amarelo. Nos estados 4, 5 e 6, o módulo 1 muda para LED vermelho aceso e o módulo 2 muda para LED verde aceso. O estado 7 altera o módulo 2 de LED verde aceso para LED amarelo aceso. O próximo estado, 8, é o reinício do ciclo, equivalendo ao estado 0. O diagrama de estados é mostrado na Tabela 1.

Tabela 1.Diagrama de estados do semáforo

ContadorEstado

Semáforo 1 Semáforo 2Q0 Q1 Q2 VM AM VD VM AM VD0 0 0 0 0 0 1 1 0 00 0 1 1 0 0 1 1 0 00 1 0 2 0 0 1 1 0 00 1 1 3 0 1 0 1 0 01 0 0 4 1 0 0 0 0 11 0 1 5 1 0 0 0 0 11 1 0 6 1 0 0 0 0 11 1 1 7 1 0 0 0 1 0

Reinício da contagem

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Os dispositivos são alimentados com 5VCC.

A fonte de pulsos com frequência de 1Hz utilizada nesse projeto foi desenvolvida em outro trabalho.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS A máquina de estados cumpriu a tarefa de comandar o semáforo com os requisitos necessários, demonstrando a aplicabilidade dos contadores. O uso de um contador síncrono, embora seja de construção mais complexa que um assíncrono, é justificável em aplicações dependentes do tempo, como nesse caso. Contadores assíncronos aumentam o tempo de processamento, conforme a quantidade de bits a serem utilizados aumenta. Em contadores síncronos, não existe esse aumento. O sistema apresentou confiabilidade na execução e precisão nos comandos.

4. CONCLUSÃOO projeto foi executado e sua demonstração foi satisfatória. A aplica-ção demonstrativa foi projetada para tempos iguais nos dois módu-los semafóricos. Entretanto, o uso de componentes digitais simples permite a fácil substituição e expansão do sistema. Por exemplo, o projeto pode ser feito para que os comandos sigam tempos distintos, tanto configurando a máquina de estados e o circuito lógico, quanto dividindo a frequência de entrada. Outra opção é a expansão do se-máforo para que possa comandar mais de duas vias.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASIDOETA, I. V.; CAPUANO, F. G. Elementos de eletrônica digital. 40 ed. São Paulo: Érica, 2003.

TEXAS INSTRUMENTS. Dual 4-Bit decade and binary count-ers, 1988. Disponivel em: <http://www.ti.com.cn/cn/lit/ds/symlink/sn74ls393.pdf>. Acesso em: 10 de setembro de 2016.

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TOCCI, R. J.; WIDMER, N. S.; MOSS, G. L. Sistemas digitais: prin-cípios e aplicações. 11 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.

NOTAS1Aluna do curso Técnico em Eletrônica, CEFET-MG, Campus Araxá, MG, Brasil. [email protected].

2Aluna do curso Técnico em Eletrônica, CEFET-MG, Campus Araxá, MG, Brasil. [email protected].

3Aluno do curso Técnico em Eletrônica, CEFET-MG, Campus Araxá, MG, Brasil. [email protected] de Automação Industrial, Mestre em Engenharia Elétrica, Professor, Departamento de Eletromecânica, CEFET-MG, Campus Araxá, MG, Brasil. [email protected].

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a empresa ABR Engenharia e Construções pelo apoio na realização desse trabalho.

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DESENVOLVIMENTO DE UM QUARTEADOR DE POLPA DE MINÉRIO

Alex Botelho Álvares da Silva1

Matheus de Oliveira Servulo2

Lucas Paulo dos Santos3

Michelly dos Santos Oliveira4

João Cirilo da Silva Neto5

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PALAVRAS-CHAVE: amostragem; quarteador de polpa de minério; mineração; processos de fabricação.

1. INTRODUÇÃO

O processo de amostragem consiste na retirada de quantidades mo-duladas de material (incrementos) de um todo que se deseja amos-trar, para a composição da amostra primária ou global, de tal forma que esta seja representativa do todo amostrado. Nesse caso, a amos-tra primária é submetida a uma série de etapas de preparação que envolve operações de cominuição (trituração) e homogeneização, até a obtenção da amostra final, com massa e granulometria adequa-das para a realização de ensaios (químicos, físicos, mineralógicos, etc). Uma das maneiras que pode contribuir para uma correta amos-tragem é o quarteamento, que é uma técnica que visa à redução de massa das amostras – divisão da amostra global em alíquotas com massa menor para obtenção da amostra final, de acordo com o pla-nejamento inicial.

O objetivo desse trabalho é mostrar o desenvolvimento de um quar-teador de polpa de minério que será utilizado em aulas práticas nos Laboratórios dos Cursos de Engenharia de Minas e Técnico em Mineração, oferecidos pelo CEFET-MG, Unidade Araxá.

Com esse projeto foi possível integrar diversas áreas tecnológicas como: mecânica, mineração, eletrônica e engenharia de automação industrial. Além disso, o projeto desenvolvido teve um custo muito baixo, tendo em vista que foram utilizados equipamentos disponí-veis na unidade, sucatas e apoio do SENAI-Araxá para corte e do-bramentos de chapas que compõem o quarteador.

2. METODOLOGIA

• Revisão bibliográfica sobre o tema.

• Execução do projeto.

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• Planejamento do processo de fabricação do quarteador de polpa.

• Levantamento e aquisição da matéria-prima e componentes para fabricação e montagem dos componentes mecânicos e eletrônicos do equipamento.

• Testes e simulações.

• Análise dos resultados.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOSA execução, o planejamento, a fabricação e a montagem do projeto mecânico e eletrônico do quarteador de polpa de minério não foram uma tarefa simples, tendo em vista que muitos conceitos e aplica-ções tecnológicas estão inseridos no mesmo.

Por outro lado, verificou-se que o projeto foi um campo fértil para ampliar os conhecimentos sobre o tema, tendo em vista que se procurou buscar, nos conceitos e definições, todas as informa-ções necessárias para garantir a coerência entre a teoria e a prática. Observando essas condições, ficou mais fácil buscar a qualidade da avaliação dos resultados. Além disso, ficou nítido que o procedi-mento de amostragem que deve ser acurado e preciso, garantindo a representatividade da amostra. Nesse caso, a estrutura do projeto foi elaborada de modo a minimizar o erro sistemático da amostragem.

Um disco giratório foi feito com chapas de aço carbono 14, com es-pessura de 2 mm. A Figura 1 mostra a montagem preliminar do quar-teador. A Figura 2 mostra o conjunto geral do quarteador, em que, na parte superior, está o misturador-agitador e, na parte inferior, estão os recipientes coletores (canecas) e seu sistema de acionamento

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Figura1. Montagem preliminar e Figura 2. Conjunto geral do quarteador

Após o desenvolvimento do quarteador (Figura 2), foram feitos testes preliminares com o equipamento, que funciona da seguinte maneira: a amostra de minério é colocada no reservatório superior do equipamento, que possui um misturador-agitador com pás para facilitar a homogeneização da amostra. Ligam-se coletores (canecas que giram) em seu sistema de acionamento giratório. Em seguida, abre-se a válvula do misturador-agitador, que controla a vazão de minério para as canecas. Quando todo o material é vazado para as canecas, desliga-se o sistema e a amostra está pronta para ser analisada.

Para analisar, preliminarmente, o desempenho do quarteador, foram feitos testes com água para determinar a qualidade do carrossel. O volume vazado em cada caneca (totalizando oito) foi pesado e feito o cálculo do desvio padrão médio dos oitos volumes pesados. Foram feitas quatro repetições, conforme a Tabela 1. O desvio padrão médio foi de 3,2%, o que significa um bom resultado para homogeneidade.

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Tabela 1. Massa de água por caneca (g)

Canecas Massa de água por caneca (g)I II III IV

1 400 354 362 3762 380 356 380 3583 392 380 354 3804 382 362 358 3705 396 354 364 3706 402 378 364 3807 418 370 390 3668 440 374 388 372

Total 3210 2928 2960 2972Desvio pa-drão médio 4,6% 2,8% 3,5% 1,9%

Outro resultado analisado foi a massa perdida durante os testes, ou seja, a massa antes da amostragem menos a massa final. Pelos resultados obtidos, foi verificado que a massa perdida ficou abaixo de 1%.

4. CONCLUSÃOConclui-se que o desenvolvimento desse projeto é de suma impor-tância no tratamento mineral, tendo em vista que erros da operação de quarteamento podem afetar todas as operações subsequentes, desde a pesquisa mineral até a comercialização do produto final. Uma amostragem bem conduzida resulta em redução de custos e qualidade garantida, representando fortalecimento no relaciona-mento cliente/fornecedor.

Além disso, esse projeto vai ampliar os estudos e as pesquisas so-bre a amostragem no processamento de minérios, de modo a com-partilhar os conhecimentos dessa área em salas de aula. Finalmen-te, o projeto promoveu a integração da Mineração com a Mecânica, Eletrônica e Engenharia de Automação.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSIS, S. M.; SALUM, M. J. Aulas práticas de tratamento de minérios. Universidade Federal de Minas Gerais. Departamento de Engenharia de Minas. Belo Horizonte, 1993.

BROD, E. R. Amostragem em polpa: validação do quarteador de polpa. Monografia. UFOP, 2010.

FAGURY NETO, E. Tratamento de minérios. Material didático referente à disciplina Tecnologia Mineral, do curso de Engenharia de Materiais da Universidade Federal do Pará. 2012.

OLIVEIRA, M. L.; M. AQUINO, José Aury. Amostragem. Centro de Tecnologia Mineral. Ministério da Ciência e Tecnologia. Rio de Janeiro, 2007.

NOTAS1Aluno do Curso de Engenharia de Minas do CEFET-MG, Unidade Araxá-MG, Brasil. [email protected].

2Aluno do Curso de Engenharia de Automação Industrial do CEFET-MG, Unidade Araxá-MG, Brasil. [email protected].

3Aluno do Curso de Engenharia de Minas do CEFET-MG, Unidade Araxá-MG, Brasil. [email protected]

4Mestra em Engenheira em Química, Doutora em Engenharia Metalúrgica e de Minas. Professora e Chefe do Departamento de Minas e Construção Civil do CEFET-MG, Unidade Araxá-MG, Brasil. [email protected] (Coorientadora).

5Engenheiro Mecânico, Doutor e Mestre em Engenharia Mecânica, Professor do Departamento de Eletromecânica do CEFET-MG, Unidade Araxá-MG, Brasil. [email protected] (Orientador).

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AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à FAPEMIG, pelo apoio financeiro relativo a uma Bolsa de Iniciação Científica-PIBIC, e ao CEFET-MG, pelo apoio institucional.

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AVALIAÇÃO DE MEIOS POROSOS NA FILTRAÇÃO DE REJEITO FOSFÁTICO DE TAPIRA-MG

Rafaela Gomes Rodrigues1

Maria Alice Melo Faria2

Gabriel Rizi Silva3

Francisco de Castro Valente Neto4

Michelly dos Santos Oliveira5

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PALAVRAS-CHAVE: meio poroso; filtração; rejeito fosfático.

1. INTRODUÇÃOO tratamento de minérios normalmente é realizado por meio de operações que requerem o emprego de grandes quantidades de água, a qual deve ser recuperada e, se possível, reempregada ao processo, sendo esta função atribuída à separação sólido-líquido, constituída principalmente pelo espessamento seguido da filtragem (AMARANTE, 2002).

OLIVEIRA et al (2004) relatam que a filtragem, responsável pela retenção de sólidos e passagem de líquido através de um meio po-roso, tem sido cada vez mais alvo de grandes estudos, pois é através dessa que a água contida nos rejeitos é retirada. Esses resíduos da concentração de minérios oferecem uma série de problemas am-bientais. São comumente dispostos sob a forma de barragens, as quais são suscetíveis a rompimentos quando há uma grande quan-tidade de líquido percolando em suas estruturas. Além de deman-darem grandes áreas, contaminam os recursos hídricos e possuem elevado custo de construção. Uma alternativa às barragens pode ser a filtração do rejeito e sua disposição em pilhas.

O elemento filtrante, geralmente fabricado por indústrias de teci-dos técnicos, possui funções primordiais na filtração. Dentre elas, a capacidade de reter sólidos sem cegamento dos poros que permi-tem a passagem do líquido, além de ser mecanicamente forte e re-sistente à corrosão (VAZ et. al., 2014). A escolha do meio filtrante trata de um dos aspectos mais importantes para que se tenha uma filtragem eficiente.

Neste contexto, o propósito fundamental deste trabalho é a avalia-ção dos parâmetros umidade da torta, turbidez do filtrado e taxa uni-tária de filtração, visando à escolha do meio poroso mais adequado para filtração do rejeito fosfático.

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2. METODOLOGIAO minério fosfático empregado neste trabalho é proveniente da lavra a céu aberto do Complexo de Mineração de Tapira. As etapas de preparação da amostra, realizadas no Laboratório de Tratamento de Minérios - CEFET/ MG, foram: secagem, britagem, homoge-neização, moagem, deslamagem e concentração via flotação em célula mecânica (etapa necessária para a geração do produto de interesse - rejeito fosfático). A amostra foi caracterizada e foram realizados os testes de filtração. A caracterização da amostra foi composta por análise granulométrica, via peneiramento a úmido em uma série de peneiras com aberturas: 0,209 mm (65#); 0,148 mm (100#); 0,105 mm (150#); 0,074 mm (200#); 0,052 (270#); 0,044 (325#) e 0,037 mm (400#), e por picnometria. Os testes de filtração empregaram 5 amostras de meios filtrantes cedidos pela Remae. Todos foram realizados em um suporte composto por canos de PVC, encaixados em um kitassato de 1litro, conectado por mangueira a uma bomba de vácuo. Para cada teste foram ali-mentados 200ml de polpa de rejeito fosfático (60% sólidos) e os parâmetros analisados incluem: nível de vácuo, aspecto visual do filtrado, umidade da torta, taxa unitária de filtração (TUF, em t/h/m2) e aspecto visual do tecido após os usos. Por fim, de posse do te-cido escolhido, realizaram-se novas filtrações, em duplicata, com três porcentagens de sólidos em peso (20, 40 e 60%).

3. DISCUSSÃO E RESULTADOSA análise granulométrica revelou que existe uma fração considerável de partículas finas na amostra. Cerca de 35,81% da amostra era menor que 0,037 mm. Com a picnometria, obteve-se uma densidade de 2,65 g/cm3 para os sólidos do rejeito fosfático. Observa-se, na Tabela 1, que os melhores resultados de filtração concentram-se nos tecidos 4400-T e 4520-T, uma vez que se obtiveram menores umidades da torta, facilidade de descarga e clarificação do filtrado.

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Tabela 1. Resultados dos testes de folha para os tecidos

TecidoVácuo

(mmHg) pH

Tempe-ratura

(ºC)

Umida-de torta

(%)

Espessu-ra torta

(cm)

Sólidos filtrado

(%)TUF

(t/h/m2)4384 100 7,70 22,7 34,78 1,3 5,30 0,0344230 130 7,68 27,0 39,04 1,1 1,43 0,0344400 250 7,55 25,5 27,91 2,3 0,00 0,0354520 200 7,53 25,8 28,68 2,2 0,02 0,035

O desempate ficou a critério da estabilidade da pressão de vácuo e do aspecto do tecido após o uso. O último desprendeu-se do anel fixador quando a bomba de vácuo exercia pressões superiores a 200 mmHg. O mesmo não ocorreu com o meio poroso 4400-T, que trabalhou bem em pressões mais elevadas. O 4520-T também apresentou descostura de sua trama nas bordas e foram encon-trados alguns fios aderidos à torta seca. Para submetê-lo a novos usos, seria necessário o corte das áreas já descosturadas, o que reduziria o tamanho do elemento, impossibilitando o seu encaixe aos tubos e anéis disponíveis (Figura 1a). Além do mais, havia o risco de este não resistir a mais aplicações. Por fim, o primeiro tecido, 4400, também apresentou desgaste. Verificou-se a presen-ça de pequenos desfiamentos, entretanto, em menor quantidade, sendo, então, designado como o melhor tecido sob as condições trabalhadas. A Figura 1b ilustra um comparativo entre ambos os tecidos após o uso.

Figura1 a) Detalhe da descostura do tecido 4520-T após uso; b) Tecidos 4520-T e 4400-T após os usos

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A varredura da porcentagem de sólidos com o meio poroso 4400-T confirmou que com 60% de sólidos obtiveram-se os melhores re-sultados para a filtração utilizando-se o meio poroso 4400-T: menor umidade da torta (32,31%), fácil descarga; filtrado mais puro (0% sólidos); maior TUF (0,097 t/h/m2), além disso, menor tempo de ciclo de filtragem (14 min). A Figura 2 mostra os produtos torta e fil-trado gerados com cada uma das porcentagens de sólidos avaliadas.

Figura 2. a) Tortas secas formadas com as três diferentes porcentagens de só-lidos; b) Filtrados coletados com as três diferentes porcentagens de sólidos

A filtração no processamento mineral é usualmente realizada após espessamento, ou seja, uma concentração de sólidos em peso superior a 60% é alimentada aos filtros, descreve OLIVEIRA et al (2004). O resultado final comprovou que é possível a realização de testes de filtração laboratoriais empregando-se o parâmetro operacional, por-centagem de sólidos da polpa, similar ao patamar industrial.

4. CONCLUSÃOO elemento filtrante 4400-T foi capaz de produzir a 60% de só-lidos, a torta mais seca e espessa, o filtrado mais limpo e a maior taxa unitária de filtração, além de alcançar as maiores pressões de vácuo. Devido a esses fatores, e comprovado o seu desempenho, o mesmo foi designado como o melhor meio poroso para a filtração de rejeito fosfático, dentre os meios testados nesse trabalho. Final-mente, a filtração de rejeitos representou uma alternativa valiosa para o atual cenário das mineradoras, pois, ao proceder-se esta operação, volumes significativos de água foram extraídos, os quais

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puderam ser retomados ao beneficiamento de minérios, gerando economia. Além disso, a disposição de polpas de rejeito menos diluídas requisitaram áreas menores para construção de barragens e representam impactos ambientais menos significativos.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAMARANTE, S. C. Filtragem de minérios de ferro - comparação entre métodos de filtragem de laboratório: Testes de Folha e de Funil de Büchner. (Dissertação de mestrado). Curso de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica e de Minas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2002.

OLIVEIRA, M. L. M. D.; LUZ, J. A. M. D.; LACERDA, C. M. M. Filtragem. Apostila de espessamento e filtragem. Ouro Preto,UFOP, 2004.

VAZ, J.; SILVA, E. M. S.; ARAÚJO, V. R. Desaguamento de lama de rocha fosfática: pasta mineral. In: Seminário de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Regional Catalão. Coletânea Interdisciplinar em Pesquisa, Pós Graduação e Inovação. Goiás, v. 3, n. 11, p. 170-186, 2014.

NOTAS1Engenharia de Minas, Bacharel, CEFET, Araxá, MG, Brasil. [email protected]ção, Técnico, CEFET, Araxá, MG, Brasil. [email protected]ção, Técnico, CEFET, Araxá, MG, Brasil. [email protected], Especialista, Professor, Departamento de Minas e Cons-trução Civil, CEFET, Araxá, MG, Brasil. [email protected] Química, Doutora, Chefe do Departamento de Minas e Cons-trução Civil, CEFET, Araxá, MG, Brasil. [email protected]

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USO DE AMBIENTE VIRTUAL PARA ENSINO DE PROGRAMAÇÃO DE CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS

Amanda Cristina Carneiro1

Joice Kamila Alves2

Matheus de Souza Silva3

Luis Paulo Fagundes4

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PALAVRAS-CHAVE: software educacional; controlador lógico programável; simuladores de processos; ambiente virtual de ensino; programação de CLP.

1. INTRODUÇÃOO ensino de engenharia enfrenta diversos desafios. Dentre eles, destaca-se o de despertar o interesse dos alunos por matérias práticas em que os recursos para o ensino são limitados. Nesse sentido, o ensino de programação de controladores lógicos programáveis (CLPs) sofre com a falta de recursos, tendo em vista que a implementação de um processo de manufatura torna-se inviável a uma instituição federal, devido ao alto investimento e também à rigidez do processo, fazendo, assim, com que o ensino torne-se especializado em apenas uma área de manufatura (ARMSTRONG & PEREZ, 2001). Assim, a busca por ferramentas virtuais apresenta-se como uma alternativa para contornar essa dificuldade.

Esse trabalho teve como objetivo programar a automação de uma fábrica virtual de tintas, aumentando o interesse por parte dos alunos na disciplina de controladores lógicos programáveis, além de promover ao aluno a percepção do processo de programação de uma fábrica e fazer com que o aluno tenha uma experiência mais próxima da realidade, utilizando, para isso, o conhecimento sobre a programação de controladores industriais. Ademais, pretende-se melhorar o curso de Engenharia de Automação Industrial do CEFET-MG.

2. METODOLOGIAO primeiro passo foi a integração entre o ambiente virtual e o programa do CLP. Foram utilizados os softwares TIA®, da Siemens, e o ambiente virtual Its PLC®. Em seguida, foi feita a interpretação do descritivo funcional do processo a ser controlado, o qual consistia em uma fábrica de tintas, cujo objetivo era misturartrês tintas de cores primárias (vermelho, verde e azul) de forma aobter a tinta de cor desejada.

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O sistema foi constituído por três reservatórios de tinta, três tanques de medição e um tanque de mistura (Figura 1). Os reservatórios (A, B, C) continham tintas de cor vermelha, verde e azul, respectivamente.A descarga dos reservatórios foi feita através das válvulas (D, E,F) para os tanques de medição (G, H, I). Cada tanque possuía trêspontos de medição. A tinta contida nesses tanques foi descarregadaatravés das válvulas (J, K, L) para o tanque de mistura (M). Se ovolume de tinta descarregado para o tanque de mistura fosse superiorà sua capacidade, o excedente seria descarregado pela purga (O).Foi necessário que o processo de mistura durasse no mínimo cincosegundos. A tinta produzida foi descarregada através da válvula (N)para o tubo de descarga (P).

Figura 1. Vista superior da planta de produção de tinta

Com o objetivo de operar a fábrica de tintas, foi criado um sistema supervisório, com o software TIA. Neste software, foi possível a criação de um menu para seleção da tinta a ser produzida e controle de início e parada de produção (Figura 2).

Além disso, foi utilizada a linguagem Ladder para programar o CLP. A lógica de programação foi estabelecida baseada na forma de produção de cada tom de tinta. O software Its PLC® documentou 19 cores. Cada tinta foi produzida através de uma combinação dos sensores de níveis de cada tanque de medição - dados necessários para a programação da planta. Foram criadas ao todo 117 tags contendo

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a identificação de sensores, atuadores, motores, válvulas e tipos de variáveis, juntamente com os respectivos endereços de memória e comentários descritivos de acordo com as normas da ISA 5.1, que padroniza a simbologia e terminologia de instrumentação.

Foram criadas malhas que controlavam desde a lógica para ligar bombas e atuadores até o controle de temporizadores, os quais evitam surto de corrente nos motores. Dessa forma, com o auxílio dos softwares, a programação tornou-se bem mais simples, pois foi possível documentar, comentar e observar, em tempo real, todas as variáveis e networks em pleno funcionamento.

Figura 2. Interface homem máquina (IHM)

3. DISCUSSÃO E RESULTADOSPor meio da simulação, foi possível realizar os testes das lógicas de controle e descobrir alguns erros nas referidas lógicas. A melhora contínua do programa foi possível graças à observação do compor-tamento do sistema quando em funcionamento com o ambiente vir-tual. A Figura 3 mostra a fábrica virtual em operação, produzindo uma tinta de cor amarela.

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Figura 3. Fábrica de tintas funcionando

4. CONCLUSÃOO uso de ambiente virtual demonstrou-se muito importante para o desenvolvimento das habilidades de programação de CLP, permi-tindo que os alunos não só programassem de maneira segura e eco-nômica uma fábrica muito próxima do real, mas também verificas-sem o resultado de seus esforços.

Como trabalho futuro, sugere-se a programação das outras fábricas disponíveis no software Its PLC®.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASARMSTRONG, B.; PEREZ, R. Controls laboratory program with an accent on discovery learning. IEEE Control Systems Magazine, 2001.

GEORGINI, M. Automação aplicada. 5 ed. São Paulo: Livros Érica, 2003.

MORAES, C. C. de; CASTRUCCI, P. Engenharia de automação industrial. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2001.

SIMATIC STEP7 USER MANUAL. NUREMBERG, 2014.

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NOTAS1Graduanda em Engenharia de Automação Industrial, CEFET-MG, Campus Araxá, MG, Brasil. [email protected].

2Graduanda em Engenharia de Automação Industrial, CEFET-MG, Araxá, MG, Brasil. [email protected].

3Graduando em Engenharia de Automação Industrial, CEFET-MG, Araxá, MG, Brasil. [email protected].

4Engenharia de Automação Industrial, Mestre em Engenharia Elétrica, Professor, Departamento de Eletromecânica, CEFET-MG, Araxá, MG, Brasil. [email protected].

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CLIMATIZADOR PESSOAL EVAPORATIVO POR EFEITO CAPILAR

José Gaspar da Silva Júnior1

Alexandre Morais de Oliveira2

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PALAVRAS-CHAVE: resfriamento evaporativo; meios porosos.

1. INTRODUÇÃO

Sistemas evaporativos de resfriamento melhoram a qualidade do ar, têm custo de fabricação e manutenção mais baixo, além de não agredirem o meio ambiente. Sistemas evaporativos de resfriamento utilizam a água como fluido de trabalho e são capazes de bater taxas de calor sensível. São utilizadas em mais de 67% das residências da região oeste do estado do Texas e mais de quatro milhões e meio de residências sobre o território norteamericano. Sistema Evaporativo Direto – DEC tem a temperatura de bulbo úmido como condição li-mite para resfriar o ar à entrada do equipamento. Existem resfriado-res fabricados de celulose extrudada, lascas de madeira, membranas, esponjas de PVC, cerâmicos porosos e fibras naturais (OLIVEIRA, 2007). Neste projeto, as matrizes evaporativas são de base cerâmica porosa, que têm vida útil prolongada e alta eficiência térmica. Os estudos experimentais examinam eficiência de resfriamento evapo-rativo, coeficientes de transferência de calor e massa e números adi-mensionais correlatos.

O sistema evaporativo utiliza a água com fluido de troca de calor com o ar e é similar ao processo de saturação adiabático. AR NATURAL,Climatizador Pessoal Evaporativo por Efeito Capilar, é um equipa-mento que resfria, umidifica, purifica e aromatiza o ar de um microclima pessoal (Figura 1). Basta energizá-lo na rede elétrica, enchero compartimento de água até o nível indicado, acionar o potenciô-metro e o equipamento já está em uso. O equipamento é pequeno,leve e pode ser posto encima de qualquer plataforma, por exemplo,em cima de uma mesa de escritório. A inserção do AR NATURAL,em paralelo com o tradicional ar condicionado, implica na econo-mia de energia de compressão, pois bate calor sensível, ao mesmotempo em que agrega umidade ao ar, melhorando a qualidade doambiente condicionado.

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Neste trabalho foi elaborado o projeto executivo (SolidWorks) de modelos que utilizam o efeito capilar em meios porosos para pro-ceder o resfriamento evaporativo para condicionar o ar, bem como a respectiva prototipagem dos gabinetes dos modelos projetados em impressora de três dimensões. Os objetivos específicos visa-ram desenvolver as habilidades do aluno-orientando para o proje-to mecânico, impressão em ambiente 3D, introdução na execução de práticas experimentais, além do estudo de sistemas de condi-cionamento do ar.

Figura 1. Protótipo Ar Natural

2. METODOLOGIA

A eficiência de resfriamento evaporativo é calculada a partir da se-guinte equação:

η (%)= (T1-T

2) / (T

1-T

BU) × 100 (1)

T1 é a temperatura de entrada do ar (temperatura do ambiente), T

2

é a temperatura de saída do equipamento, η (%) é a eficiência de resfriamento evaporativo e T

BU é a temperatura de bulbo úmido.

Para a indicação da Temperatura de Bulbo Úmido - TBU

- foi utili-zado um termo higrômetro de mercúrio com uma faixa de medição entre -10°C a 50°C.

Para a medição das temperaturas T1 e T

2, respectivamente, à entrada

e à saída do climatizador, foi utilizado um termômetro portátil digi-tal que monitora e indica a temperatura em 5 canais distintos, marca

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Fullcage, modelo Penta. O termômetro utilizado apresenta as se-guintes características: bateria 9V; Faixa de medição de -50,0°C a +105,0°C; Resolução: 0,1°C; Precisão: ±0,3% f.e.; 5 sensores PT-100. Para a medição da velocidade de saída do ar do equipamentofoi usado um Anemômetro, marca Instrutherm (Fig. 12), com as se-guintes características: alta sensibilidade; lê enquanto mede; 2 me-tros de cabo para longa extensão; faixa de medição: 0,3 a 45,0m/s;precisão: ± 3%, ±0,1%.

Utilizando o protótipo de bancada de testes e de uso dos equipa-mentos de medição foi possível indicar as temperaturas de entrada e saída do ar, a temperatura de bulbo úmido ambiente e a velocidade com que o ar sai do equipamento. Esses dados foram tabulados em diferencial de temperatura entre a entrada e saída do climatizador e a eficiência de resfriamento evaporativo e, partir das tabelas, o gráfico com a eficiência de resfriamento evaporativo foi gerado.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOSOs resultados dos testes indicaram uma eficiência de resfria-mento evaporativo média de 44% e uma diferença de temperatura média entre a entrada e saída do equipamento da ordem de 3,5 °C (Tabela 1).

Tabela 1. TBU = 21°C

η (%) médio 44,44

ΔT médio (°C) 3,5

Abaixo segue o gráfico (Figura 2) mostrando a eficiência de resfria-mento evaporativo η (%) como uma função da velocidade do ar V (m/s) em relação a três condições distintas da temperatura de bulbo úmido: 18°C, 20°C e 21°C.

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Figura 2. Eficiência de Resfriamento Evaporativo

Os dados indicam que, quanto maior for a velocidade, menor será a diferença de temperatura de entrada e temperatura; todavia, a quan-tidade de calor a ser batida aumenta. Para a velocidade de V = 3m/s, o equipamento alcançou ΔT = 2,6°C e ΔT = 2,3°C, respectivamente,para T

BU = 18°C e T

BU = 21°C. Para a velocidade de V = 0,5 m/s, o

equipamento alcançou ΔT = 5,4 °C e ΔT = 4,5°C, respectivamente,para T

BU = 20 °C e T

BU = 21°C. Observa-se que, com um pequeno

comprimento de placa, da ordem de apenas 8 cm, foi possível res-friar o ar de T

1 = 28,9°C para T

2 = 23,5°C, alcançando um ΔT =

5,4°C para um de TBU

= 21°C. Com T1 = 24,1°C e T

2 = 19,8°C rela-

tivo à TBU

= 18°C, o ΔT = 4,3°C.

4. CONCLUSÃOPode-se concluir que, quanto mais seco o ar de um ambiente estiver, maior será a queda de temperatura a qual o equipamento pode al-cançar. Quanto menor for a velocidade do escoamento do ar, haverá maior diferença entre a temperatura de entrada e saída do equipa-mento. Com um pequeno comprimento de canal da ordem de ape-nas 8 cm foi possível resfria o ar, em média, em 3,5 °C.

Seu custo de fabricação é baixo, pois é pequeno, tem poucos com-ponentes e, por utilizar o efeito capilar, não precisa da utilização de bomba para a circulação da água, o que traz ineditismo ao climati-zador. Não obstante, seu consumo de energia é baixo, apenas aquela

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para alimentar um pequeno ventilador de 10 W. São suficientes 250 ml de água para 3 horas de funcionamento, quando o equipamento precisará ser reabastecido.

O modelo apresentado nesse trabalho tem o depósito da patente protocolado no INPI sob a chancela BR-1020150225113. O aluno recebeu bolsa de iniciação científica na modalidade BIC-Jr, com financiamento da FAPEMIG.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASOLIVEIRA, A. M. Climatização por resfriamento evaporativo: estudo teórico e experimental de protótipos, Programa de Pós Graduação da Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Minas Gerais, 2007. (Tese de doutorado).

NOTAS1Técnico Mecânico, CEFET-MG, Unidade Araxá, MG, Brasil. [email protected].

2Engenheiro Mecânico, Doutor, Professor DE do Departamento de Eletromecânica, CEFET-MG, Unidade Araxá, MG, Brasil. [email protected].

AGRADECIMENTOSÀ Fundação de Amparo e Pesquisa de Minas Gerais – FAPEMIG - que custeou a bolsa de iniciação científica do aluno orientado namodalidade BIC-Jr.

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ARTIGOSUNIDADE BELO HORIZONTE

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CARDIOLIFE – MANEQUIM COM PAINEL ELETRÔNICO PARA TREINAMENTO DE MASSAGEM CARDÍACA

Sophia Paiva Silveira Lacerda1

Stela Santos Brito2

Alexandre Rangel de Sousa3

Tálita Saemi Payossim Sono4

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PALAVRAS-CHAVE: massagem cardíaca; cardiolife; parada cardíaca; compressões cardíacas externas; treinamento.

1. INTRODUÇÃO

A massagem cardíaca, desenvolvida no ano de 1960 por Kouwenhoven, Jude e Knickerbocker, é uma manobra de reanimação que tem como objetivo garantir a oxigenação dos órgãos quando ocorre uma parada cardiorrespiratória. Nesta situação, os índices de perfusão coronariana e de perfusão cerebral decaem rapidamente e, não havendo bombeamento de sangue para os órgãos vitais do corpo, como cérebro e coração, estes acabam por entrar em processo de necrose e o risco de morte é iminente, caso o atendimento não seja realizado imediatamente.

Há, atualmente, dispositivos médicos capazes de realizar compressões torácicas automaticamente durante episódios de parada cardíaca e fibrilação ventricular, estando esses associados com índices de sobrevida semelhantes a aos de pacientes que se encontram fora do ambiente hospitalar e são sujeitos à reanimação cardíaca manual. Contudo, o altíssimo custo da implantação desses dispositivos dificulta sua popularização no território brasileiro, o que implica a necessidade de sugestões de medidas de custo reduzido capazes de aportar as necessidades fisiológicas da população.

Devido a isso, foi proposto um projeto com o objetivo de preparar as pessoas de maneira fácil e acessível para saber lidar com vítimas de parada cardiorrespiratória, bem como conscientizar a população sobre a importância da massagem cardíaca. Dessa forma, o CardioLife visa auxiliar no aprendizado da prática correta da massagem cardíaca, garantindo que todas as informações necessárias para a correta realização do procedimento sejam informadas em um display, como força e frequência (tempo entre a aplicação de uma massagem e outra), além de informar o posicionamento adequado das mãos sobre o tórax por meio de leds indicadores. O software disponibiliza doismodos de operação. Inicialmente, realiza-se o modo treinamento, no

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qual o usuário obtém um aprendizado inicial sobre o procedimento da massagem através dos direcionamentos exibidos no display para que haja a adequação das compressões cardíacas com relação à força e frequência exercidas. Posteriormente, há a possibilidade de optar pelo modo score, proposto para avaliar o desempenho do usuário durante a realização de uma simulação de massagem cardíaca, o qual, além de exibir os direcionamentos necessários para adequação das compressões cardíacas, calcula, ao final de 1 minuto, o desempenho do usuário para saber se este realizou a massagem corretamente. Para tanto, utiliza-se uma pontuação que varia de 0 a 100%.

2. METODOLOGIA

O projeto é composto por um tronco artificial, um sistema eletrônico e um painel eletrônico. De acordo com a força e frequência aplicadas, foram utilizados parâmetros pré-estabelecidos para guiar o usuário durante seu treinamento. Ambas as grandezas foram obtidas a partir do uso do sensor de força resistiva (FSR) e calculadas pelo microcontrolador Microchip PIC18F4550.

A frequência da massagem foi calculada utilizando o sensor de força resistiva e um comparador de tensão, de forma a transformar o sinal analógico, gerado durante as compressões, em pulsos de tensão, cuja frequência é, posteriormente, interpretada pelo microcontrolador. Este identificará o intervalo de tempo entre uma massagem e outra (período entre bordas consecutivas dos pulsos de tensão) e, portanto, sua frequência.

Para calcular a força das compressões realizadas, foi utilizado um circuito eletrônico para capturar e condicionar o sinal do sensor, que produz um sinal de tensão de saída proporcional à força aplicada, e, em seguida, o conversor Analógico/Digital do microcontrolador que realiza a conversão de tensão para um valor digital. Após a conversão do valor de tensão para digital, uma média desses valores é obtida a cada ciclo de compressão, obtendo, assim, um valor de força aplicada no tórax manequim para cada compressão realizada.

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Os parâmetros de força e frequência obtidos da massagem realizada pelo usuário são comparados com uma faixa de valores pré-estabelecida e considerada como correta. Dessa forma, uma mensagem é mostrada em um display informando se este deve fazer mais ou menos força, deve-se realizar a massagem de forma mais rápida ou mais devagar, ou se os parâmetros estão corretos.

Além disso, incluiu-se no projeto a confecção de quatro sensores de posicionamento para que o usuário compreenda com excelência a posição em que se encontra o coração na caixa torácica. Dessa forma, ao tocar adequadamente cada sensor, posicionados estrategicamente sobre o manequim em pontos onde a palma da mão deverá, obrigatoriamente, tocar o tórax ao realizar a massagem, um led correspondente ao respectivo sensor irá se acender, indicando que aquele ponto específico foi tocado. Assim, para que o usuário saiba que suas mãos estão corretamente posicionadas, os leds correspondentes aos quatro sensores deverão estar acesos. Caso contrário, o usuário deve movimentar suas mãos até encontrar o local adequado para posicioná-las.

O projeto também dispõe de uma chave seletora de idioma, tornando possível obter informações acerca dos procedimentos da realização da massagem cardíaca em português e inglês, visando englobar um maior público.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

A partir do projeto CardioLife - Manequim com Painel Eletrônico para Treinamento de Massagem Cardíaca, conseguiu-se demonstrar ao usuário todos os procedimentos destinados à correta realização da massagem cardíaca, bem como conscientizá-los sobre a importância deste mecanismo. No primeiro momento da prática, para alcançar a ressuscitação cardíaca do indivíduo, faz-se necessário o posicionamento adequado das mãos no tórax do paciente. O posicionamento correto deve ser obtido logo acima do coração, com direcionamento mais à esquerda da linha mediana.

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Visto isso, com o sistema de sensores criados para sinalização e instruções de posicionamento, foi possível obter a localização exata, isto é, onde se deve iniciar o processo da massagem cardíaca. Após isso, o usuário realiza, inicialmente, o primeiro modo de operação (que é escolhido por ele por meio de uma seleção de uma chave), intitulado como “Modo de treinamento”, para que haja a compreensão de quais parâmetros são necessários à obtenção da correta realização da massagem cardíaca. Os parâmetros são: a força das compressões e a frequência destas (para que ele possa ser treinado até conseguir uma boa prática). Assim, no decorrer do treinamento da massagem, o usuário recebe, através do display eletrônico, mensagens de como prosseguir com a prática, como por exemplo: “Mais rápido!”, “Mais devagar!”, “Mais força!”, “Menos força!” e, quando este deixa de realizar a massagem, é exibida no display a mensagem de “Sem massagem”, para que, assim, retorne a fazê-la. Após o devido treinamento, o usuário pode mudar o modo de funcionamento do dispositivo para testar se está apto a realizar uma massagem cardíaca. Através do modo de operação “Modo score” o usuário pode receber um valor de pontuação em porcentagem(de 0 a 100%) correspondente ao seu desempenho na realização damassagem cardíaca. Assim, no transcorrer da massagem, o usuáriocontinua recebendo instruções de como prosseguir com os métodosexigidos (força e frequência das compressões), e, após um minuto,é exibido no display sua pontuação. Além disso, com o intuito doprojeto englobar um maior público, o usuário tem a possibilidadede escolher o idioma por meio do qual deseja receber as instruções,tendo como opção o português e o inglês.

4. CONCLUSÃO

Através do CardioLife - Manequim com Painel Eletrônico para Treinamento de Massagem Cardíaca, os indivíduos que passaram pelo treinamento da prática de ressuscitação cardíaca estarão ap-tos e seguros a realizar o procedimento de massagem cardíaca em vítimas de paradas cardiorrespiratórias, tornando-se capacitados a

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salvar essas vidas. A partir do projeto, conseguiu-se alcançar os ob-jetivos propostos, os quais eram preparar as pessoas de forma aces-sível e fácil para saber lidar com vítimas de parada cardiorrespira-tória, bem como conscientizar a população sobre a importância da massagem cardíaca para o salvamento de pessoas. Dessa forma, o projeto foi concluído como sendo uma ferramenta de ensino para a correta realização do procedimento da massagem cardíaca, obtendo resultados positivos e abrangendo um grande público de maneira interativa e eficaz.

Deseja-se, assim, que seja possível levar o projeto aos ambientes onde é realizado o treinamento para realização da massagem cardía-ca, como as unidades do corpo de bombeiros, os cursos de primeiros socorros, entre outros, bem como em locais de grandes aglomera-ções, como em escolas, praças públicas e eventos sobre saúde.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KOUWENHOVEN, W; JUDE, J.; KNICKERBOCKER, G. The introduction of defibrillation and external chest compressions into modern resuscitation. In Journal of the American Medical Asso-ciation. Chicago, 1960.

NOTAS1Equipamentos Biomédicos, Técnica, Estudante, Departa-mento de Eletrônica e Biomédica, Centro Federal de Educa-ção Tecnológica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected].

2Equipamentos Biomédicos, Técnica, Departamento de Eletrônica e Biomédica, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Ge-rais, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected].

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3Engenharia de Materiais, Doutor, Professor, Departamento de En-genharia de Materiais, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected].

4Engenharia Elétrica, Doutora, Professora, Departamento de Ele-trônica e Biomédica, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected].

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UPRA - UNIDADE PILOTO DE RECICLAGEM AUTOMOTIVA DO CEFET-MG

Jomara Gonçalves Nogueira1

Daniel Enrique Castro2

Guilherme Marconi Silva3

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PALAVRAS-CHAVE: automóvel em fim de vida útil; logística re-versa; reciclagem; resíduos sólidos.

1. INTRODUÇÃO

A reciclagem automotiva visa a reutilizar materiais constituintes do automóvel em fim de vida útil, tornando-os matérias-primas em no-vos processos produtivos. A taxa média anual de reciclagem auto-motiva em países desenvolvidos é de aproximadamente 6% da frota circulante (CASTRO, 2012). Já no Brasil, a frota circulante supera 50 milhões de automóveis (DENATRAN, 2016) e não há processo sistêmico de reciclagem.

Neste cenário, torna-se fundamental a utilização da logística re-versa no ciclo de vida do automóvel, visando a reciclagem, reuti-lização, retroalimentação da cadeia industrial e a destinação final ambientalmente adequada de resíduos automotivos, respeitando, para isto, a legislação ambiental vigente no país. Em fase de im-plantação no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), campus II, a Unidade Piloto de Reciclagem Automotiva (UPRA), resultado de parceria com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) e a empresa japone-sa Kaiho Sangyo, possui a finalidade de desenvolver e aprimorar tecnologias que alicercem a criação e o desenvolvimento da in-dústria de reciclagem automotiva no Brasil. Consiste em um mo-delo sistêmico e sustentável para o desenvolvimento de técnicas que permitam o melhor aproveitamento do automóvel durante o processo de desmonte e a destinação ambientalmente adequada dos resíduos gerados. Em conjunto com a UPRA, com lotação no mesmo campus, o Centro Internacional de Reciclagem Automo-tiva (CIRA) promoverá, a partir de agosto de 2017, a formação e certificação de mão-de-obra qualificada para o desmonte automo-tivo e a instrução de pessoas interessadas no assunto, sejam elas oriundas do setor público ou do privado.

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2. METODOLOGIA

Pretende-se desenvolver técnicas de desmonte automotivo, geren-ciar resíduos automotivos e elaborar procedimentos de treinamento nas diferentes áreas da unidade piloto. As etapas de treinamento con-sistirão, entre outros, no controle de componentes a serem reapro-veitados como motor, caixa de marcha, componentes de carroçaria, etc., assim como drenagem e armazenamento de fluidos, desmonte, segregação e classificação de materiais e resíduos, corte de carcaça metálica e estoque de peças. A seguir, na Figura 1, é apresentado um layout com as fases de operação da UPRA para o desmonte automo-tivo. Na Figura 2, em sequência, ilustra-se o processo de desmonte a ser empregado e alguns dos resíduos a serem gerados, como cata-lisadores e sucata metálica.

Figura 1.Layout das etapas operacionais da UPRA

Figura 2. Detalhes do processo de desmonte automotivo a ser realizado na UPRA

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A capacidade de desmonte prevista inicialmente será de 01 a 04 veículos por mês, já que a planta não é comercial e sim para finali-dade de treinamento. Todos os processos operacionais de desmon-te serão intercalados por armazenamento e acondicionamento de peças e resíduos, seguidos de transporte e destinação final ambien-talmente adequada.

3. DISCUSSÕES E RESULTADOS ESPERADOS

O projeto UPRA sujeita-se às normas ambientais e exige conheci-mento técnico referente ao gerenciamento e destinação dos resíduos perigosos e não perigosos a serem gerados e o tratamento de efluen-tes, conforme NBR 10.004 (ABNT NBR 10.004, 2004). A atividade relaciona-se com os princípios ambientais da logística reversa e da responsabilidade compartilhada, preconizados na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) nº 12.305, de 2010. Além disso, pos-sui regulamentação legal por meio da Lei Federal 12.977, de 2014, e Resolução CONTRAN nº 611, de 2016. No Brasil, muitos esta-dos já se mobilizam para a adequação da atividade junto aos seus Departamentos de Trânsito (DETRAN’s) com diretrizes e cadastra-mento das empresas interessadas em se adequar às novas normas e aquelas em ingressar no setor. Destaca-se, neste contexto a empre-sa denominada Infintus Empreendimentos Ambientais Ltda, situada no município de Lavras-MG, a qual auxiliou no das atividades de desmonte e reciclagem automotiva, em 2017, e tornou-se parcei-ra e multiplicadora da metodologia do projeto UPRA. Além disso, importa ressaltar a importância de projetos tecnológicos dessa na-tureza para obtenção de linhas de financiamento para investimento em novas unidades de reciclagem automotiva no país, ressaltando, mais uma vez, a importância da adequação ambiental da atividade. Espera-se, com a UPRA e CIRA, multiplicar o pioneirismo japonês no Brasil, consolidando uma plataforma de desenvolvimento inte-grado e sustentável, transformando resíduos em oportunidades de negócios, além de contribuir para a redução dos impactos ambien-tais em toda a América Latina.

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4. CONCLUSÃO

A UPRA será a primeira planta de treinamento deste tipo na América Latina e permitirá introduzir estas técnicas inovadoras inicialmente no Brasil e, posteriormente, em outros países latino--americanos, o que contribuirá para a criação de uma nova área econômica e a consequente geração de novos empregos de alto valor agregado para a sociedade.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT NBR 10.004, de maio de 2004. Estabelece os critérios de classificação e os códigos para a identificação dos resíduos de acor-do com suas características. Rio de Janeiro, 2004.

BRASIL. Lei federal 12.977, de maio de 2014. Regula e disciplina a atividade de desmontagem de veículos automotores terrestres.

BRASIL. Lei Federal 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Po-lítica Nacional de Resíduos Sólidos e dá outras providências. BRA-SIL. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Presidência da República, Brasília, DF, 03 ago. 2010.

CASTRO, D. E. Reciclagem e sustentabilidade na indústria au-tomobilística. 1. ed. Belo Horizonte: Rona Editora, 2012.

CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO - CONTRAN. Resolução nº 611, de 27 de maio de 2016. Regulamenta a Lei nº 12.977, de 20 de maio de 2014, que regula e disciplina a atividade de desmontagem de veículos automotores terrestres.

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NOTAS1Graduanda em Engenharia Ambiental e Sanitária, Departamento de Ciência e Tecnologia Ambiental (DCTA), Centro Federal de Edu-cação Tecnológica de Minas Gerais, CEFET-MG, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected] Titular do Departamento de Engenharia Me-cânica do CEFET-MG, Belo Horizonte, MG, Brasil, [email protected] do Departamento de Engenharia Mecânica do CEFET--MG, Belo Horizonte, MG, Brasil, [email protected]

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CONSTRUINDO MODELOS DIDÁTICOS: UMA EXPERIÊNCIA EM MICROBIOLOGIA

Beatriz Rezende Gandra de Araújo1

Anderson Arthur Rabello2

Ronaldo Luiz Nagem3

Mariana de Lourdes Almeida Vieira4

Fátima de Cássia Oliveira Gomes5

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PALAVRAS-CHAVE: modelagem; modelos; ensino-aprendizagem; ensino de ciências; microbiologia.

1. INTRODUÇÃO

Modelos e atividades de modelagem são elementos-chave da educação em Ciências. Um modelo pode ser definido como a representação de uma ideia, objeto, evento, processo ou fenômeno elaborado com um objetivo específico (GILBERT, et al., 2000). Muitos autores concordam que a utilização de modelos em processos de ensino-aprendizagem contribui de forma preponderante para um aprendizado significativo e o uso destas metodologias ativas traz o estudante para o papel central da discussão (JUSTI, 2009). A modelagem é um dos processos essenciais na produção, validação e disseminação de conceitos científicos. Alguns autores enfatizaram a importância do ensino e da aprendizagem baseados em modelos como forma de estimular a compreensão científica (BOUTLER & GILBERT, 2000; HALLOUM, 2004; CLEMENT & REA-RAMIREZ, 2008; JUSTI, 2009). Estudos apontam ainda que o envolvimento de alunos em atividades de modelagem favorece o desenvolvimento de um conhecimento flexível e crítico que pode ser aplicado em diferentes situações e problemas. Neste contexto, para a criação de um modelo didático não existem regras fixas ou um único caminho a ser seguido: um dos fatores mais importantes é conhecer a finalidade da sua construção e a possibilidade de reformulação do mesmo em diferentes contextos (JUSTI, 2009).

Modelos desenvolvidos por alunos podem desempenhar um papel fundamental como mediadores da construção de conceitos científicos. No entanto, estudos sobre a utilização de atividades de modelagem em sala de aula são ainda restritos e, no campo da Microbiologia, poucos trabalhos foram realizados até o momento. Além disso, há conteúdos e conceitos em Microbiologia que são complexos e abstratos para serem compreendidos por estudantes, especialmente por alunos de Ensino Médio. Nessa perspectiva, o

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objetivo deste trabalho foi propor a realização de atividades de modelagem e a construção de modelos didáticos a serem utilizados em sala de aula a respeito de diferentes temas da Microbiologia. Este trabalho propôs também o desenvolvimento de kits de modelos tridimensionais, confeccionados com materiais de baixo custo, que pudessem ser disponibilizados para uso por professores e estudantes em aulas teóricas e práticas de Microbiologia e disciplinas afins.

2. METODOLOGIA

Este trabalho foi conduzido com apoio de alunos do 2º ano do Ensino Médio do curso Técnico em Química de uma escola pública de Belo Horizonte (MG). Os alunos trabalharam em grupos formados por 3 a 4 integrantes, sendo que foi formado um total de 22 grupos. Os estudantes foram convidados a criar modelos tridimensionais utilizando materiais de baixo custo. Os referidos modelos deveriam ser elaborados com o intuito de representar diferentes temas relevantes em Microbiologia. Cada grupo poderia escolher o tema a ser representado por seus modelos. Esta estratégia de ensino foi aplicada quando os alunos já haviam estudado esses conteúdos. Ao participar das atividades de modelagem, os alunos não só deveriam ser capazes de criar seus modelos, mas também explicá-los por meio de discussões envolvendo seus colegas e os professores. Todos os modelos construídos foram socializados em aulas e os estudantes foram encorajados a avaliar seus próprios modelos e os construídos por seus colegas. Durante este processo, os estudantes discutiram os aspectos que puderam ser contemplados pelos modelos, reconhecendo sua abrangência e limitações. Todas as aulas foram registradas por meio de filmagens. Ao final do processo, os alunos opinaram com relação ao modelo que, na opinião da turma, melhor contribuiu para a compreensão de um tópico de conteúdo em Microbiologia.

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3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

Em sala de aula, vinte e dois modelos didáticos foram construídos e socializados pelos estudantes. Os principais temas de Microbiologia contemplados durante as atividades de modelagem incluíram a estrutura de uma membrana celular, estrutura do DNA, coloração de Gram, estrutura de vírus e seu ciclo de replicação, morfologia bacteriana, entre outros. É importante ressaltar que todos os modelos foram construídos com materiais de baixo custo, que fazem parte do cotidiano do estudante, tais como papel, plástico, isopor, tinta, biscoitos, lã, barbante e outros. Segundo Souza e Justi (2008), o uso deste tipo de material valoriza a criatividade do aluno, permitindo-lhes criar e pensar diferentes modos de representação para expressar suas ideias. Além disso, esses autores observaram que o uso desses materiais faz com que os alunos reflitam sobre as possíveis limitações dos modelos criados. Outro ponto a ser considerado é que, mesmo apresentando modelos sobre diferentes temas da Microbiologia, todos os estudantes participaram ativamente das discussões e foram capazes de identificar as principais limitações e abrangência de cada modelo. A condução dessas atividades foi feita com base na integração entre o conhecimento prévio dos estudantes e novas evidências observadas pelos mesmos, a partir da construção dos modelos. Esta é uma proposta que está de acordo com muitos estudos na área (SOUZA & JUSTI, 2008; JUSTI, 2009), os quais apontam que a aprendizagem ocorre quando os alunos não apenas manipulam modelos conhecidos, mas quando também elaboram os seus próprios. Finalmente, quando questionados sobre o modelo didático que melhor contribuiu para a compreensão de um conteúdo específico, os alunos selecionaram o que foi construído com a fim de representar a parede celular debactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Este é, provavelmente,um dos conceitos mais complexos em Microbiologia, uma vezque se trata de uma estrutura bastante abstrata. É também umtema muito complexo, cuja morfologia compreende um grandenúmero de estruturas biológicas. Neste trabalho, observamos que

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os alunos foram capazes de representar, por meio de atividades de modelagem, diferentes conceitos em Microbiologia. Muitos relataram, durante o processo de socialização, que a construção de modelos tridimensionais auxiliou na compreensão desses conteúdos. Além disso, como observado por Souza e Justi (2008), verificamos que a expressão verbal dos modelos em sala de aula permitiu que os alunos apresentassem elementos difíceis de serem expressos, de forma concreta, por seus modelos construídos.

4. CONCLUSÃO

Os resultados obtidos neste estudo corroboram os achados de muitos autores. Estes concordam que modelos e atividades de modelagem desempenham um papel importante como mediadores da construção do conhecimento. Neste contexto, o ensino e a aprendizagem, baseados em modelagem, podem ser uma forma de estimular a compreensão de conceitos científicos. As atividades desenvolvidas neste trabalho evidenciaram que a condução destas atividades em sala de aula inclui uma série de ações que precisam ser previamente planejadas pelo professor. O material produzido neste trabalho estará disponível para outros professores e alunos de forma que estes recursos didáticos possam ser utilizados em sala de aula.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOULTER, C. J.; GILBERT, J. K. Challenges and opportunities of developing models in science education. In: GILBERT, J. K.; BOULTER, C. J. Boulter (Eds.). Developing models in science ed-ucation. 1 ed. Dordrecht: Kluwer, 2000, p. 343-362.

SOUZA, V. C. A.; JUSTI, R. Discutindo a energia envolvida nas transformações químicas através de uma nova proposta de ensino utilizando a modelagem. In: Anais do XIV Encontro Nacional de Ensino de Química. Curitiba: 2008.

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CLEMENT, J. J.; REA-RAMIREZ, M. A. Model based learning and instruction in science. 1 ed. Dordrecht: Springer, 2008.

HALLOUN, I. A. Modelling theory in science education. 1 ed. Dordrecht: Kluwer, 2004.

JUSTI, R. Learning how to model in science classroom: key teach-er’s role in supporting the development of students’ modelling skills. In: Educación química, v. XX, n. 1, 2009. p. 2-40.

NOTAS1Estudante do curso Técnico em Química, Centro Federal de Educação Tecnológica, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected]

2Graduação em Psicologia e Engenharia Elétrica, Doutor em Engenharia Elétrica, Professor do Departamento de Eletrotécnica e membro do grupo de pesquisa GEMATEC-AMTEC, Centro Federal de Educação Tecnológica, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected]

3Graduação em História Natural, Doutor em Parasitologia, professor do Mestrado em Educação Tecnológica e líder do grupo de pesquisa GEMATEC-AMTEC, Centro Federal de Educação Tecnológica, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected]

4 Graduação em Farmácia, Doutora em Microbiologia, Professora do Departamento de Química e membro do grupo de pesquisa GEMATEC-AMTEC, Centro Federal de Educação Tecnológica, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected]

5Graduação em Ciências Biológicas, Doutora em Microbiologia, Professora do Departamento de Química e membro do grupo de pesquisa GEMATEC-AMTEC, Centro Federal de Educação Tecnológica, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected]

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e ao grupo de pesquisas e estudos AMTEC/GEMATEC do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) pelas contribuições.

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SISTEMA DE REEDUCAÇÃO POSTURAL

Alice Santos Dias1

Gabriele de Matos Paiva2

Rayssa Felipe Carlos3

Renato Zanetti4

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PALAVRAS-CHAVE: monitoramento postural; sistema embarcado; ergonomia

1. INTRODUÇÃO

As dores na coluna são um problema comum no dia a dia do brasilei-ro. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada no ano de 2013 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), 18,5% dos brasileiros, com idade igual ou superior a 18 anos, pa-decem de problemas crônicos de coluna. Uma das principais causas destes problemas é a postura inadequada, principalmente ao per-manecer sentado como mostrado, na Figura 1a. Uma correta pos-tura poderia evitar lesões. Para sentar corretamente, recomenda-se manter a coluna alongada e ereta, distribuir o peso sobre o assento e manter os pés apoiados (BREWER, 2003).

Pensando nisso, foi proposto ao grupo à construção de um pro-tótipo de um dispositivo de baixo custo, mostrado na Figura 1b, responsável pelo monitoramento postural visando à reeducação, associando-se sensores para se determinar a má postura e sinaliza-ções de alerta ao usuário.

Figura 1. a) Postura ao sentar (CAVALCANTE, 2016); b) Estrutura física final e c) visão superior do controle do usuário.

1 METODOLOGIA

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2. METODOLOGIA

Propôs-se uma capa dotada de uma matriz de sensores, tanto no assento quanto no encosto, de forma que seja possível avaliar a po-sição do usuário na cadeira. Um microcontrolador é utilizado para monitorar o usuário, fazendo a leitura constante dos sensores da capa e determinando se o usuário está mal posicionado. Três tipos de alerta foram previstos no dispositivo: sonoro (buzzer), visual (LED) e um display LCD alfanumérico, que serve também de inter-face para exibição de outras informações ao usuário.

O projeto iniciou-se com a elaboração da estrutura, uma vez que o bom funcionamento da mesma era de suma importância para odiagnóstico. Após a escolha da cadeira, foram tiradas as medidaspara que a confecção do estofado pudesse ser feita. A estrutura ébasicamente composta de duas almofadas que contêm a matriz desensores, como pode ser visto na Figura 1b.

Foram confeccionadas duas placas de circuito impresso, além do uso de um kit do microcontrolador PIC18F4550. Uma foi destinada ao condicionamento dos sinais dos sensores e a segunda placa que contém as interfaces de alertas ao usuário.

Para o uso do microcontrolador, o firmware foi desenvolvido na lin-guagem C; para o compilador XC8 da Microchip usando o Software MPLABX v3.35. O mesmo consiste em uma sequência de ações que analisam os sinais gerados pela matriz de sensores e controlam as interfaces de alerta. Tudo é acondicionado em uma caixa mostra-da na Figura 1c.

Assim que a chave geral é ligada, é exibida uma mensagem de bo-as-vindas no display. De início, o programa lê o estado de um con-junto de chaves que permitem ao usuário selecionar quais interfaces de alerta devem ser utilizadas pelo sistema naquele instante. Em seguida, a leitura dos sensores é feita e, conforme sua combinação, é possível determinar como será o aviso emitido ao usuário. A com-binação das chaves permite ao usuário habilitar os seguintes modos

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de operação: display e buzzer ligados; display desligado e buzzer ligado; display ligado e buzzer desligado; display e buzzer desliga-dos. Como o intuito é sempre haver ao menos um indicador de aler-ta ligado, o aviso luminoso, diferentemente dos outros, não pode ser desligado. Um esquema do que ocorrerá em sequência pode ser visto na Figura 2, onde é mostrado o fluxograma simplificado do firmware desenvolvido.

Figura 2. Fluxograma do firmware desenvolvido

São utilizados três LEDs (verde, azul e vermelho) para a interface lu-minosa. Quando as costas não estão eretas na cadeira, o LED luz azul acende e indica ao usuário o erro e o display exibe uma mensagem de “posicione as costas”. Por sua vez, quando o erro é detectado nos sensores do assento, apenas o LED vermelho é ativado e o display exibe, se habilitado, a mensagem “assente-se corretamente”. Caso os sensores identifiquem que há erro em toda a postura do indiví-duo, acendem-se dois LEDs de erro e o display apresenta o aviso “posicione-se corretamente”. Em ambos os casos, o alerta sonoro pode ser emitido e sua intensidade vai aumentando com o tempo, até que o usuário se posicionar corretamente.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

Ao finalizar a estrutura do sistema, foram realizados testes com cerca

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de 30 pessoas de faixa etária e estruturas físicas diversas para vali-dar o funcionamento do protótipo. Os primeiros resultados obtidos apontavam um erro de operação quando pessoas com baixa estatura utilizavam o sistema. Os sensores não eram pressionados por falta de pressão exercida pela coxa do usuário, uma vez que o usuário não conseguia colocar os pés no chão da cadeira utilizada. Devido a isso, um apoio para os pés foi construído para manter as pernas um pouco elevadas e, consequentemente, exercer força com o músculo da coxa. Foi necessária também a troca dos sensores por modelos maiores, devido ao desgaste observado nos testes. Posteriormente, percebeu-se que a variação da altura influenciava também no sensor de encosto. Pessoas muito altas não conseguiam exercer força no sensor localizado no meio da capa. Para resolver tal problema, foi colocado outro sensor, em paralelo com o anterior, e, assim, qual-quer dos dois sensores colocados em pontos estratégicos, que ao serem acionados, informavam a postura correta, independente da altura do usuário.

Conclui-se, portanto, que a estrutura física do usuário tem influên-cia sob o resultado final. Assim, de acordo com a altura, pode haver a necessidade do uso de acessórios para apoio dos pés ou cadeiras com regulagem de altura, ou seja, a escolha correta da cadeira para cada usuário influencia no funcionamento correto da capa.

4. CONCLUSÃO

Após realizar modificações e testes, o protótipo foi capaz de moni-torar o posicionamento do usuário, determinando se o mesmo esta-va posicionado corretamente. Por se tratar de um protótipo, algumas mudanças já foram pensadas. Uma delas é em relação ao buzzer. Seria interessante que o buzzer só fosse acionado após algum perí-odo de tempo em que a pessoa se encontra em um posicionamento incorreto, uma vez que o usuário poderia se movimentar momenta-neamente sem que o sistema fosse acionado. Outra mudança seria o buzzer ser acionado caso o usuário fique muito tempo sentado,

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mesmo que de forma correta. Dessa forma, seria corrigido também um problema muito comum, que é em relação ao excesso de tempo sentado. Também são propostas modificações em relação à alimen-tação da parte elétrica, visto que o dispositivo é alimentado por uma fonte ligada à rede elétrica. Isto tornaria o dispositivo portátil. Para isto, a otimização do firmware é recomendável para que o sistema apresente consumo de energia ainda menor, aumentando a autono-mia das baterias.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAVALCANTE, I. Postura corporal em frente ao computador. Disponível http://www.dsc.ufcg.edu.br/~pet/ jornal/marco2014/materias/bem_estar.html. Acesso em 15 de setembro de 2016.

IBGE. Percepção do estado de saúde, estilo de vida e doenças crô-nicas. Rio de janeiro: Pesquisa Nacional de Saúde, 2014. Disponível em: < ftp://ftp.ibge.gov.br/PNS/2013/pns2013.pdf>. Acesso em 22 de outubro de 2016.

BREWER, D. V.; ERD, B. C.; AMICK, E.; IRVIN, K. M.; DAUM F., et al., Workplace interventions to prevent musculoskeletal and visual symptoms and disorders among computer users: A system-atic review. In Journal occupational rehabilitation, vol. 16, pp. 317-350, 2006.

NOTAS1Estudante do Curso Técnico em Equipamentos Biomédicos, CEFET-MG, campus I, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected]

2Estudante do Curso Técnico em Equipamentos Biomédicos, CEFET-MG, campus I, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected]

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3Estudante do Curso Técnico em Equipamentos Biomédicos, CEFET-MG, campus I, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected] (Coorientador)

4Mestre em Engenharia Elétrica, Professor do Departamento de Eletrônica e Biomédica, CEFET-MG, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected] (Orientador)

5Doutor em Engenharia Elétrica, Professor do Departamento de Eletrônica e Biomédica, CEFET-MG, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected]

AGRADECIMENTOS

Deixamos nossos agradecimentos a pessoas que, direta ou indireta-mente, auxiliaram na realização deste projeto.

Em primeiro lugar agradecemos a Deus por nos dar saúde e muita força para superarmos as dificuldades. Agradecemos a orientação do professor Dr. Márcio Melquíades Silva, por todo tempo que de-dicou em nos ajudar durante o processo de realização deste trabalho. Agradecemos ao nosso coorientador, professor Renato Zanetti, por acreditar no sucesso do nosso projeto, sempre nos auxiliando com paciência, dedicação e com ensinamentos que levaremos para vida. E a todos nossos amigos e familiares, por todo carinho e paciência nos momentos de dificuldade e ausência.

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MONITORAMENTO REMOTO DO CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA

Ana Caroline da Silva Moraes1

Enzo Del Rio Pertence Gomes2

Otávio Rodrigues Venâncio3

Rubens Marcos dos Santos Filho4

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PALAVRAS-CHAVE: monitoramento remoto; energia elétrica; IoT - internet das coisas.

1. INTRODUÇÃO

Na sociedade contemporânea, a preocupação com o consumo de energia elétrica existe não apenas devido à questão financeira, mas também devido aos impactos que a sua produção impõe ao meio ambiente. Normalmente, as pessoas encontram dificuldade em con-trolar seus gastos com energia elétrica, já que dispõem de apenas uma conta mensal como referência. Assim, este projeto propõe um sistema capaz de monitorar, em tempo real, o consumo de energia elétrica de uma instalação, informando ao usuário o consumo em kWh ocorrido até dado momento, permitindo que ele planeje, orga-nize-se melhor e identifique onde atuar.

O trabalho teve início com a expectativa de conseguir desenvolver: a) um sistema capaz de medir, de maneira simples e confiável, asvariáveis elétricas tensão e corrente; b) um programa que calcu-lasse, de maneira rápida, a energia consumida, a partir dessas va-riáveis, com o mínimo erro possível; c) uma interface com o usuá-rio por meio de display local e também pelo smartphone (celular),implicando no desenvolvimento do respectivo aplicativo; e d) umaatualização, em tempo real, da informação no celular.

2. METODOLOGIA

Para o funcionamento do sistema, dois sensores são colocados na rede elétrica da instalação, um para tensão e outro para a corrente. As informações fornecidas por eles são lidas pelo microcontrolador MSP430G2553, que converte os sinais analógicos em digitais, por meio do seu conversor A/D (analógico/digital), interno, de 10 bits. A cada ciclo de 60Hz da rede elétrica, são amostrados 128 pontos da tensão e da corrente, como ilustrado na Figura 1. Essa amos-tragem é disparada através de interrupções do Timer, temporizadas

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por hardware, o que resulta num intervalo de amostragem ∆t=1/(60Hz⋅128pts)≈130µs. Dentro da rotina de tratamento da interrup-ção do conversor A/D, é feito o pré-cálculo da energia. Utiliza-se diretamente os valores inteiros, obtidos do conversor A/D, com a integração da potência instantânea pela equação - onde k é o ins-tante atual de amostragem e (k-1) é o instante anterior de amostra-gem. Apenas no programa principal (main) é que a energia em Wh é de fato calculada, juntamente com a atualização do display, o que ocorre a cada meio segundo. Essa solução foi adotada porque esses cálculos envolvem variáveis do tipo float, que consomem tempo ex-cessivo do microcontrolador e não poderiam ser executados dentro da rotina de interrupção.

Figura 1. Amostragem da tensão v (azul) e da corrente i (vermelho/verde) – (128 ptos/ciclo)

Nesta etapa, compensam-se as constantes (ganhos) das medições de tensão e corrente, as quais não foram tratadas na rotina de inter-rupção, e multiplica-se a constante ∆t, que corresponde ao passo de cálculo de 130µs.

A cada intervalo de meio segundo, o valor da energia acumulada é atualizado no display LCD local e enviado, por UART, ao trans-ceptor Wi-Fi ESP8266, o qual, por sua vez, retransmite-o para um servidor em nuvem (dweet.io). O serviço desse servidor é gratuito

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e facilmente acessado, necessitando, apenas, de uma linha de có-digo no receptor.

O aplicativo no celular foi desenvolvido nas plataformas Eclipse e AppInventor. Ele acessa o valor da energia armazenada no servi-dor no formato JSON (Java Script Object Notation), que consiste numa formatação de dados de fácil entendimento homem-máquina sem linguagem própria. Por meio da interface no celular, o usuário pode ter conhecimento do quanto de energia foi consumida em um determinado período. A Figura 2 ilustra o fluxo de informações do sistema e a Figura 3 mostra a tela principal do aplicativo.

Figura 2. Fluxo de informações do sistema

Figura 3. Interface do aplicativo no celular

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3. DISCUSSÕES E RESULTADOS

Para testar o sistema, foram utilizadas lâmpadas para simular as cargas. Quando as lâmpadas eram acesas, era possível observar incremento da energia consumida, tanto no LCD quanto no apli-cativo do celular. Dois testes de verificação foram feitos para ava-liar se o sistema totalizava adequadamente a energia consumida. Primeiro, utilizou-se um wattímetro alicate (Minipa ET-4091) com o recurso de totalização de energia para verificar se os valo-res medidos coincidiam ao longo do tempo. O valor medido pelo modelo produzido foi bem próximo ao indicado pelo aparelho, apresentando um leve desvio. O segundo teste foi realizado com uma lâmpada de 60W, cronometrando 1 minuto para conferir se a contagem seria igual ao 1,0Wh teórico. O resultado obtido foi 1,017Wh, o que se mostrou aceitável, dentro da margem de erro esperada, que era de 5%.

Percebeu-se que o conversor A/D do microcontrolador é uma das principais fontes de erro na medição das variáveis envolvidas, pois suas leituras oscilam em até ±20 contagens. Foi realizado um teste em que se observaram os valores convertidos pelo conversor A/D para os sinais de tensão e corrente iguais a zero. Verificou-se que há variação aleatória dos valores lidos pelo A/D. Para ame-nizar esse problema, seria necessário que fossem feitas múltiplas leituras e uma média das mesmas. Entretanto, havia um grande limitador nesse projeto: o tempo de cálculo. Como os valores de v e i são utilizados imediatamente após a leitura para o cálculo de potência instantânea, seria difícil solucionar tal questão com essa versão do microcontrolador, necessitando ou de uma frequência de processamento maior que a de 16MHz utilizada, ou de menos amostragens por ciclo da rede. Apesar disso, esses erros foram desprezados, uma vez que não alteraram de forma significativa a medição da energia durante os testes. Deve-se investigar se eles possuem média nula ou se somam e geram um desvio considerável nos valores acumulados, principalmente em se tratando do decor-rer de dias ou semanas. Por isso, caso o projeto avance para maior

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nível de sofisticação, uma medida de correção poderá ter que ser tomada e, provavelmente, o MSP430G2553 não será mais viável.

Quanto ao aplicativo, os resultados alcançados foram bastante satisfatórios, considerando a inexperiência do grupo com o assunto. Sua função de exibir o valor da energia consumida foi realizada com sucesso em uma boa velocidade de atualização. Ainda assim, há de se reconhecer alguns problemas, principalmente no que se refere à interatividade com o usuário. O aplicativo ficou de certa forma difícil de se manusear, o que seria um problema se fosse exibido e acrescentadas mais coisas além do valor de energia.

4. CONCLUSÕES

Ao longo do desenvolvimento desse projeto, cujo objetivo inicial era criar um sistema fácil e próximo do usuário para gestão do consumo de energia, diversas etapas foram vencidas até se alcan-çar o resultado final. As dificuldades encontradas durante a exe-cução foram contornadas para se obter um modelo mais simples e prático. Por isso, ficamos satisfeitos com o que foi alcançado. A ideia de se controlar gastos energéticos pelo celular de forma rápida e acessível mostrou-se bastante interessante e de grande potencial para ser utilizada de forma mais ampla e em instalações de maior porte.

No entanto, tem-se consciência de que ainda há muitos aspectos a melhorar: um exemplo é como deixar a ferramenta de moni-toramento mais compacta, precisa e interativa. Podem-se citar melhorias: a) na redução do erro de medição devido a ruído nos sensores e na leitura do conversor A/D; b) em um microcontro-lador mais rápido; c) na interface do aplicativo, com menus e gráficos com mais informações; d) na integração de todo circuito físico em um módulo apenas; e e) na maior eficiência energética do sistema, para que se consuma o mínimo de energia para a fer-ramenta funcionar.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TEXAS INSTRUMENTS. Fórum MSP430 com ESP8266. Dis-ponível em: https://e2e.ti.com/support/microcontrollers/ms-p43/f/166/t/485216?pi316701=2, acesso em 20 de junho de 2016.

LABORATÓRIO DE GARAGEM. Módulo ESP8266. Dis-ponível em: <http://labdegaragem.com/forum/topics/conhe-cendo-o-esp8266> Acesso em: 20 jun. 2016.

AppInventor. Disponível em: < http://appinventor.mit.edu/explo-re/ai2/hellopurr.html>. Acesso em 23 de setembro de 2016.

SERVIDOR EM NUVEM DWEET <https://dweet.io>. Acesso em 23 de setembro de 2016.

NOTAS1Estudante do 3º ano do curso Técnico em Eletrônica, DEEB/CE-FET-MG, Belo Horizonte, MG. [email protected]

2Estudante do 3º ano do curso Técnico em Eletrônica, DEEB/CE-FET-MG, Belo Horizonte, MG. [email protected]

3Estudante do 3º ano do curso Técnico em Eletrônica, DEEB/CE-FET-MG, Belo Horizonte, MG. [email protected]

4Doutor em Engenharia Elétrica, Professor do Departamento de Eletrônica e Biomédica, DEEB/CEFET-MG, Belo Horizonte, MG. [email protected].

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COLEÇÃO DE ÁTOMOS E MEMÓRIAS

Breno Fonseca Rodrigues1

Alexandre Ferry2

Claudia Maia3

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PALAVRAS-CHAVE: literatura; memória; edição; química; ciência.

1. INTRODUÇÃO

A tabela periódica, de Primo Levi, é uma narrativa autobiográfica escrita a partir das memórias do antigo ofício de químico do es-critor. Cada capítulo apresenta como título um elemento da tabela periódica de Mendeleev e serve como ponto de partida para os re-gistros reminiscentes do autor. Levi afirma que a química salvou sua vida em Auschwitz, o que lhe conferiu o privilégio de testemunhar. A obra de Levi integra o diálogo entre a ciência e a literatura, além de ser um testemunho da Shoah e uma narrativa de resistência, em que se deixa entrever a luta contra o fascismo, o racismo e o antis-semitismo. O projeto “Coleção de átomos e memórias”, tema des-te artigo, inspira-se no empreendimento de Primo Levi e pretende contribuir para a discussão do saber científico e do saber literário e as possíveis relações entre eles. Além de promover o diálogo entre a química e a literatura, a produção de um livro, como produto final, ressalta o papel da edição como forma de conferir significados ao dispositivo de leitura e sua matéria literária.

2. METODOLOGIA

O projeto de construção do livro partiu de uma pesquisa bibliográfica na área de teoria da literatura. Posteriormente, foram realizadas, no ano de 2016, oficinas com os alunos dos cursos de Química do CEFET-MG (níveis médio e superior), que produziram textos inspirados nas memórias de Primo Levi. Esses textos foram reunidos em um livro cujo projeto de edição procurou evidenciar a relação entre a ciência e a literatura e a fragmentação inerente à escrita de memórias, à tabela periódica e ao modelo enciclopédico.

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3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

O produto final, um livro-objeto, materializa o conteúdo ligado à temática da coleção e da memória. Por essa razão, os textos em forma de verbetes encontram-se soltos e dispostos de maneira aleatória, dentro de um pequeno suporte de papel que serve, também, como capa do livro. O projeto gráfico retoma os aspectos formais da tabela periódica e pretende evocar no leitor a identificação com o universo da química. As cores em tons amarelados, que retratam aparências da antiguidade, aludem ao passado, à memória. Os textos que compõem a coletânea, inspirados nos elementos da tabela periódica de Mendeleev, metaforizam as experiências dos alunos com a teoria e a prática da química, como fez Levi em sua obra. Para ele, a química é “a arte de separar, pesar e distinguir: [...] três exercícios úteis também a quem se prepara para descrever fatos ou dar corpo à própria fantasia” (LEVI, 2016, p. 12).

4. CONCLUSÃO

Do livro Coleção de átomos e memórias destilam-se histórias, memórias, metáforas e analogias oriundas dos elementos químicos. Se para Primo Levi a química é um “reservatório de metáforas”, o projeto em questão perpetua o legado do escritor e se apresentacomo mais um conjunto de textos que o arquivo infinito da química eda memória pode gerar. O livro recupera o modelo enciclopédico eexplora o fragmentário e a multiplicidade, um dos valores literáriosque, segundo Italo Calvino, merece ser preservado no curso donovo milênio. Além disso, como qualquer coleção, “empreendea luta contra a dispersão”, segundo argumentou Walter Benjamin(2009, p. 245).

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BENJAMIN, W. Passagens. Trad. Irene Aron e Cleonice Paes Bar-reto Mourão. Belo Horizonte: Editora UFMG; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2009.

CALVINO, I. Seis propostas para o próximo milênio: lições ame-ricanas. Trad. Ivo Barroso. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

LEVI, P. A tabela periódica. Trad. Luiz Sergio Henriques. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.

LEVI, P. O ofício alheio. Trad. Silvia Massimini Felix. São Paulo: Editora Unesp, 2016.

NOTAS1Graduando em Letras - Tecnologias da Edição, Departamento de Linguagem e Tecnologia, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected]

²Graduado em Química pela UFMG, Doutor em Educação pela UFMG, Professor do Departamento de Química do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected] (Coorientador).

³Graduada em Letras pela UFSJ, Doutora em Letras-Estudos Li-terários pela UFMG, Professora do Departamento de Linguagem e Tecnologia do Centro Federal de Educação Tecnológica de Mi-nas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected] (Orientadora).

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PROTÓTIPO DE DETECTOR DE CONVULSÕES

Isabella Miranda de Souza1

Pollyanna Augusta Damasceno2

Renato Zanetti3

Tálita Sono4

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PALAVRAS-CHAVE: epilepsia; convulsão; acelerômetro; microcontrolador; equipamentos biomédicos.

1. INTRODUÇÃO

A crise convulsiva ocorre devido a um aumento excessivo e desor-denado da atividade elétrica das células cerebrais. Para aquele que sofre a convulsão a ajuda é de extrema importância, já que uma perda brusca da consciência pode ocasionar danos (SILVA, M. e AMATO, M.; DURÃES, A.)

Visto que, atualmente, crises convulsivas são imediatamente identi-ficadas apenas quando uma pessoa/cuidador está próximo ao pacien-te, este projeto visa a construção de um dispositivo capaz de detectar crises convulsivas em pacientes que se encaixam em quadros epilép-ticos e notificar o cuidador toda vez que a crise for detectada. Essa notificação se dá por meios sonoros (buzzer) e visuais (faixa de leds e display).

Além disso, ao ter uma crise convulsiva iniciada, o tempo de crise é registrado em um display para que se saiba a melhor forma de lidar com o paciente. O dispositivo pode funcionar em dois modos: no modo “cama”, destinado à pacientes acamados; e no modo “livre”, destinado a todo e qualquer tipo de paciente que não precisa estar acamado.

2. METODOLOGIA

A movimentação desordenada, característica da crise convulsiva, é detectada por meio de um sensor (acelerômetro modelo MMA7361 com 3 eixos) que transforma esses sinais de movimentação em si-nais elétricos de tensão, que podem ser interpretados por um siste-ma eletrônico.

Como o sensor fica localizado próximo ao paciente, o sinal de saída de tensão possui uma boa amplitude, variando cerca de 3V quando há movimentação, não possuindo grandes ruídos.

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Este sinal de tensão é enviado ao microcontrolador (PIC18F4550) que, por meio do conversor AD, quantifica este sinal em um va-lor digital, que pode ser manipulado. Leituras consecutivas deste sinal são realizadas a uma frequência de amostragem de 10Hz de forma que, quando o módulo da diferença entre dois sinais con-secutivos for maior ou igual a um determinado valor, uma movi-mentação rápida é identificada. Para de fato identificar a ocorrên-cia de uma crise, que se caracteriza por uma grande quantidade de movimentações desordenadas do paciente, o microcontrolador realiza uma contagem de movimentações ocorridas dentro de cada 8 segundos. Sendo assim, se uma grande quantidade de movi-mentos for identificada neste tempo, a convulsão é diagnosticada. Ainda, dependendo da quantidade de movimentos desordenados que ocorrem, é possível identificar se a crise ocorrida é conside-rada moderada ou aguda. A cada 8 segundos, o valor da contagem de movimentos é zerado para que não se acumule no próximo pe-ríodo de tempo.

Para que o cuidador possa realizar o melhor atendimento ao pa-ciente, um cronômetro é iniciado assim que uma crise convulsiva foi identificada, ativando-se um dos módulos de Timer do micro-controlador, mostrando no display o tempo de duração da crise. Se a crise tiver uma duração igual ou maior que 7 minutos, a crise passa a ser considerada como grave e provavelmente o paciente precisará de cuidados médicos mais intensos. Esse tempo é zerado pelo próprio cuidador, assim que este consiga novamente estabili-zar o paciente.

O dispositivo pode funcionar em dois modos: no modo “cama”, destinado a pacientes acamados; e no modo “livre”, destinado a todo e qualquer tipo de paciente que não precisa estar acamado e o dispositivo pode ficar no pulso da pessoa. A seleção do modo no dispositivo se dá através de uma chave. A diferença no de-senvolvimento da lógica no código do microcontrolador de um modo para o outro é que no modo “cama” apenas a identificação da movimentação em torno do eixo z é feita. Já no modo livre, os

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sinais dos três eixos do acelerômetro (x, y e z) serão enviados e lidos quase simultaneamente pelo microcontrolador. Dessa forma, qualquer movimentação que ocorrer em qualquer direção é identi-ficada pelo dispositivo.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

A Figura 1 mostra a interface do Protótipo de Detector de Convulsões.

Figura 1. interface do Protótipo de Detector de Convulsões

A interface possui 3 leds, que funcionam nas seguintes situações:

• quando a crise for considerada moderada o led verde é acio-nado

• quando a crise for considerada aguda o led amarelo é acionado

• quando a crise for considerada grave, o led vermelho ficará piscando

A crise moderada é diagnosticada quando a quantidade de movi-mentações rápidas for superior a 10 e inferior a 15 movimentações em 8 segundos. Caso esse valor ultrapasse 15 movimentações, a

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crise já é considerada como aguda. Já a crise grave é identificada quando a crise tem duração maior que 7 minutos.

Quando houver a detecção de uma crise, um buzzer, situado logo abaixo dos leds, também é acionado tentando alertar pessoas que podem não estar tão próximas à vítima. Uma vez o buzzer é aciona-do, ele só será desligado através de um reset manual (Reset Buzzer), mesmo que a crise cesse rapidamente, por questão de segurança e para ter garantia que o cuidador tomou ciência da crise. Além disso, uma vez que o buzzer for desligado ele só voltará a poder acionar novamente quando o dispositivo for reiniciado. Isto foi feito pen-sando em um ambiente hospitalar, já que uma vez ligado, ou seja, notificado a ocorrência de uma crise, e desligado, ou seja, um cuida-dor já foi informado da crise, ele não poderá voltar a tocar o tempo todo, pois o barulho poderia atrapalhar o rendimento do trabalho hospitalar e perturbaria os outros pacientes. Neste caso, o disposi-tivo pode ser reiniciado após o paciente ser atendido e o cuidador voltar às demais atividades.

A interface contém ainda um display LCD que mostra as informa-ções das crises detectadas por escrito, além de mostrar o cronômetro de duração da crise, quando ela ocorre. Para zerar a contagem do cronômetro, caso o paciente seja estabilizado da crise, o botão Reset Timer pode ser acionado e o cronômetro volta ao seu estado inicial até que uma próxima crise seja identificada.

Por fim, a interface dispõe também de uma chave seletora, na qual é possível modificar o modo de funcionamento do dispositivo para modo “cama” ou “livre”.

4. CONCLUSÃO

O projeto foi testado apenas em situações de simulações de crives convulsivas e obteve os resultados esperados que é a de notificar a ocorrência de uma crise convulsiva e a sua gravidade. Para testes em situações reais, parâmetros como número de movimentações que

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identificam as situações de crise, bem como os parâmetros nos qua-lis a movimentação é identificada podem ser facilmente modifica-das no código do programa, mudando apenas os valores atuais.

A partir do desenvolvimento do projeto, foram identificadas algu-mas melhorias para a proposta do mesmo, entre elas o acoplamen-to de comunicação sem fio entre o sensor (acelerômetro) que fica acoplado próximo ao paciente e a interface do protótipo, além de fornecer a emissão de alerta de crise por meio de uma mensagem no celular de um cuidador. Sendo assim, planeja-se implementar tais funcionalidades no projeto já concluído.

Com a implementação de suas melhorias, pretende-se que o produto possa ser testado em pacientes que se encaixam no quadro de epi-lepsia e que os ajustes necessários sejam feitos para que o mesmo possa se tornar eficaz e comercialmente disponível, minimizando os danos sofridos pelos diversos pacientes que são acometidos pelas crises convulsivas.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DURÃES, A. Dia de combate à epilepsia chama atenção para um mal que atinge até 3% da humanidade. Disponível em: http://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2014/09/09/noticias-sau-de,191642/>. Acesso em: 26 abril. 2016

SILVA, M. e AMATO, M. Convulsão e epilepsia. Disponível em: <https://www.neurocirurgia.com/content/convulsao-epilepsia>. Acesso em: 26 abril. 2016

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NOTAS1Equipamentos Biomédicos, Técnica, Aluna, Departamento de Eletrônica e Biomédica, Centro Federal de Educação Tecnológica, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected].

2Equipamentos Biomédicos, Técnica, Aluna, Departamento de Eletrônica e Biomédica, Centro Federal de Educação Tecnológica, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected].

3Engenharia Elétrica, Mestre, Professor, Departamento de Eletrônica e Biomédica, Centro Federal de Educação Tecnológica, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected] (Coorientador).

4Engenharia Elétrica, Doutora, Professora, Departamento de Eletrônica e Biomédica, Centro Federal de Educação Tecnológica, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected] (Orientadora).

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SISTEMA PARA COACHING DE BRAILLE

Isadora Araújo Lara1

Júlia Aline Lopes Cardoso2

Renato Zanetti3

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PALAVRAS-CHAVE: Braille; sistema didático; sistema embarca-do; tecnologia assistiva.

1. INTRODUÇÃO

O Braille é um sistema de leitura tátil e de escrita baseado em 64 símbolos em relevo, resultantes da combinação de até seis pontos, dispostos em duas colunas de três pontos cada, segundo o Instituto Benjamin Constant (IBC). Pode-se fazer a representação tanto de letras como algarismos e sinais de pontuação. Ele é utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão e a leitura é feita da esquerda para a direita, ao toque de uma ou duas mãos ao mesmo tempo.

É uma ferramenta que amplia a capacidade de comunicação de de-ficientes visuais - cerca de 7,2 milhões de brasileiros, segundo o úl-timo censo do IBGE (2015). Propõe-se a criação de um dispositivo que se encaixe na categoria de tecnologia assistiva.

Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua au-tonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (COMITÊ DE AJUDAS TÉCNICAS, 2007).

Segundo Jorge Fernandes e Francisco Godinho, “para a maioria das pessoas, a tecnologia torna a vida mais fácil, para uma pessoa com necessidades especiais, a tecnologia torna as coisas possíveis”. Acredita-se que o trabalho desenvolvido, sendo este enquadrado na categoria de auxílios para cegos ou com visão subnormal, com base nas diretrizes gerais da ADA (American with Disabilities Act), au-xiliará pessoas com deficiência visual em seu aprendizado e conhe-cimento independente, tornando possível, assim, a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida destes sujeitos.

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Atualmente, para o processo de alfabetização e ensino de Braille, são utilizados alguns recursos didático-pedagógicos como: regletes, punção, células Braille, sorobã, máquina de escrever em Braille, etc. O reglete e a punção são instrumentos amplamente utilizados para a escrita do Braille. Consistem em uma régua com várias celas, onde são feitas punções, que geram o alto relevo, formando as letras do alfabeto. Um pouco mais moderna e também muito utilizada é a máquina de escrever em Braille, que facilita muito o processo de es-crita. Existem também softwares que ajudam na interface máquina e pessoa deficiente, mas nenhum focado especificamente no primeiro contato com o Braille.

Dessa forma, o trabalho proposto visa à construção de um disposi-tivo de baixo custo que abrange a área do ensino e do aprendizado do Braille, visto que os atuais instrumentos de ensino são limitados e obsoletos. O projeto tem por objetivo modernizar esse ensino, ga-rantir autonomia no processo de aprendizagem e auxiliar aqueles que não dispõem do ensino por meio do Braille. Ele permite que a pessoa tenha contato com os símbolos em Braille e possa associá--los às letras do alfabeto através da reprodução de áudio.

2. METODOLOGIA

Trata-se de um protótipo que integra teclados adaptados com o Brail-le a um módulo de reprodução de áudio, através de um microcontro-lador. Após este realizar a leitura do teclado, ele envia um comando a um módulo de voz, que é capaz de reproduzir áudios numerados e armazenados em um cartão micro SD. O módulo de voz foi testado e seu funcionamento validado utilizando-se uma aplicação basea-da em Arduino. Contudo, foi necessário desenvolver um firmware através do programa MPLAB para efetivar sua aplicação no PIC. O sistema possui dois modos de operação: um é de leitura e está vin-culado ao teclado de comunicação ps/2 (utilizado em computado-res). Por meio dele, o microcontrolador é capaz de identificar a tecla apertada e o módulo reproduz o áudio correspondente, e o modo de

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escrita, vinculado ao teclado matricial 3x4. Neste modo é possível “desenhar” as letras em Braille ao pressionar as teclas. Quando a tecla de confirmação é selecionada, um áudio informa qual letra foi desenhada. O áudio é reproduzido através de um alto-falante ligado a um amplificador de áudio. Implementou-se também um fone de ouvido para melhor atender o usuário.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

Após realizados os testes, tivemos êxito no funcionamento do dispo-sitivo (Figura 1). Nos dois modos de operação, ou seja, ao realizar a leitura do símbolo no teclado adaptado e pressionar a tecla, um áudio da referente tecla é reproduzido tanto no autofalante como no fone de ouvido. O mesmo ocorre no modo de operação de escrita, ao pressio-nar os pontos da letra em Braille, representado por cada tecla do tecla-do matricial, e ao apertar o enter, o áudio da tecla também é reproduzido.

Contudo, percebeu-se que, mesmo amplificando o som, este não fi-cou alto como desejado. Assim, como uma maneira de resolver o pro-blema foi integrado um fone de ouvido para que o usuário pudesse escutar melhor os áudios. Foram implementados os displays LCD e LED’s para a visualização das informações por pessoas que não se-jam deficientes, a fim de que estas também possam aprender o Braille.

Figura 1

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4. CONCLUSÃO

Foi desenvolvido um protótipo compacto e que funciona corretamen-te. Este foi capaz de alcançar as expectativas e cumprir os objetivos. Dessa forma, os usuários podem aprender através do modo de leitura e praticar através do modo de escrita, sem a necessidade de uma pes-soa que os auxiliem, o que torna esse processo de aprendizagem mais rápido e prático.

Para aprimorar o sistema, pretende-se implementar a comunicação USB, que é a mais utilizada atualmente, a fim de eliminar muitos fios e possíveis quebras destes. Logo, a parte eletrônica pode se tor-nar a mais compacta possível.

Pretende-se também levar o protótipo para escolas especiais e mos-trá-lo para pessoas com deficiência para que sua eficiência possa ser validada pelo público-alvo ao qual ele é destinado.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COMITÊ DE AJUDAS TÉCNICAS - CAT. Hotel Nacional, Brasí-lia - DF. Ata da VII reunião do comitê de ajudas técnicas - CAT - CORDE/SEDH/PR realizada nos dias 13 e 14 de dezembro de2007. p. 3.

FERNANDES, J.; GODINHO, F. Acessibilidade aos sítios web da AP para cidadãos com necessidades especiais, maio 2003. Dis-ponível em: <http://www.acessibilidade.gov.pt/manuais/manualv2.doc>. Acesso em 24 de outubro de 2016.

INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT. Conceituação básica. Disponível em: <http://www.ibc.gov.br/?catid=112&blogid=1&ite-mid=344>. Acesso em 24 de outubro de 2016.

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PBWORKS. Estratégias do ensino de alfabetização. Disponível em: <http://proavirtualg28.pbworks.com/w/page/18670719/ES-TRAT%C3%89GIAS%20DO%20ENSINO%20DE%20ALFABE-TIZA%C3%87%C3%83O>. Acesso em 05 de dezembro de 2016.

SARTORETTO, M. L.; BERSCH, R. Tecnologia assistiva. Dis-ponível em: <http://www.assistiva.com.br/tassistiva.html>. Acesso em 24 de outubro de 2016.

SISTEMA IBGE DE RECUPERAÇÃO AUTOMÁTICA – SIDRA. Banco de Dados Agregados. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/popul/default.asp?t=3&z=t&o=25&u1=1&u2=1&u4=1&u5=1&u6=1&u3=5>. Acesso em 06 de abril de 2016.

NOTAS1Técnica em Equipamentos Biomédicos, Centro Federal de Edu-cação Tecnológica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected].

2Técnica em Equipamentos Biomédicos, Centro Federal de Edu-cação Tecnológica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected].

3Professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.

AGRADECIMENTOS

O desenvolvimento de um projeto, desde as pesquisas até o resulta-do final, é algo complexo que requer todo o esforço e ajuda. Dessa maneira, queremos agradecer a todos que contribuíram para o su-cesso do nosso trabalho. Em especial ao nosso orientador e profes-sor Renato Zanetti, que dispôs de incontáveis horas nos auxiliando com toda dedicação.

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PÓ DE ACIARIA MODIFICADO UTILIZADO EM PROCESSO DE DESCONTAMINAÇÃO AMBIENTAL

Thaís Gomes da Silva1

Raquel Vieira Mambrini2

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PALAVRAS-CHAVE: pó de aciaria; corantes; adsorção; remediação ambiental.

1. INTRODUÇÃO

O crescimento dos problemas ambientais, nas últimas décadas, vem se tornando cada vez mais preocupante em vista do cresci-mento populacional e, consequentemente, o aumento da atividade industrial. Por tal motivo, o desenvolvimento de pesquisas para aplicações em remediações ambientais é crescente.

O pó de aciaria (PA) é um resíduo rico em ferro, gerado durante a produção do aço em siderúrgicas, considerado um resíduo pe-rigoso no Brasil e em outros países produtores de aço, devido a presença de metais pesados como Zn, Fe, Cd, Cr, Pb, entre outros. Para cada tonelada de aço produzida são gerados cerca de 20 kg de PA e cerca de 70% do volume gerado é disposto em aterros sa-nitários devido à ausência de alternativas de baixo custo para sua reciclagem.

Outro importante problema ambiental é o esgoto industrial têxtil, setor que utiliza substâncias coloridas em escala industrial. O des-carte desses corantes tem contribuído largamente para a conta-minação ambiental, uma vez que são, geralmente, mutagênicos e carcinogênicos e solúveis em água, portanto, despejados nos rios, constituindo, então, uma classe perigosa de resíduo.

O objetivo deste trabalho consiste em encontrar uma aplicação tecnológica para o PA, principalmente na remediação de corantes têxteis. Têm-se como objetivos específicos a caracterização do PA fornecido por siderurgias; realização de mudanças estruturais na estruturado PA através da dispersão do mesmo em matrizes inertes como Bentonita Ativada (BA) e Vermiculita (VA) para o aumento da dispersão das partículas e possível aumento de área superficial e testes dos novos materiais para adsorção de corantes têxteis.

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Alguns aspectos relevantes são: a síntese de novos catalisadores de baixo custo, a partir de resíduo de baixo valor agregado e alta disponibilidade no Brasil transformando-o em novos materiais es-táveis e com potencial atividade catalítica, de alto valor agregado; aproveitamento de resíduos industriais e remediação ambiental de contaminantes em meio aquoso.

2. METODOLOGIA

2.1 Síntese dos materiais

O pó de aciaria foi disperso, por via úmida, nas matrizes utilizadas para aumento da área superficial. Foram utilizadas 3 concentrações diferentes de PA: 1, 3 e 5%.

Para a dispersão por via úmida, foi preparada uma suspensão com a argila em 200 mL de água destilada, mantida a agitação constante, a esta suspensão foi adicionado o pó de aciaria. O sistema foi, então, levado a aquecimento a 150 ºC até secura e posteriormente foi seco em estufa a 200ºC por 24 horas.

2.2 Caracterização dos materiais

Os materiais foram caracterizados por difração de raios-X em um aparelho Shimadzu XRD-7000, automático com tubo de raios-X de Cu, utilizando o método do pó. As análises foram obtidas sob corrente de 30 mA e tensão de 45 kV. Foram feitas varreduras entre os ângulos 10<2θ<80o com velocidade de 4º min-1, onde o silício foi usado como padrão externo.

Os espectros de absorção na região do Infravermelho apresentados foram obtidos em na região de 4000 cm-1 a 400 cm-1. As análises foram realizadas no Laboratório da Engenharia de materiais no CEFET–MG

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2.3 Testes de adsorção para corantes

Após as caracterizações, os materiais sintetizados foram utilizados em testes de adsorção. Os corantes têxteis azul de metileno (AM) e índigo carmim (IC) foram utilizados como moléculas modelo. As cinéticas de adsorção foram realizadas com 30 mg dos materiais em contato com 10 mL de uma solução de 50 ppm dos corantes, sob agitação constante por 3 horas. Observando-se a variação da absorbância dada pelo espectrofotômetro UV-VIS comprimento de onda máximo de λ= 664 nm para o AM e l= 611 nm para o IC.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

3.1 Caracterização de Materiais

Inicialmente, foram sintetizados seis novos materiais, variando-se a concentração de PA e a matriz inerte, bentonita ou vermiculita. Para acompanhar as mudanças ocorridas nas estruturas dos materiais de partida foram realizados os testes de caracterização dos novos materiais.

A Figura 1(a) mostra os padrões de difração raios-X para os materiais de partida, BA, VA e PA, e para os novos materiais impregnados.

Figura 1. Padrões de difração de Raios-X (a) e espectros na região do IV (b) para (a) BA, 1%PA/BA, 3%PA/BA e 5%PA/BA e para (b) 1%PA/VA,3%PA/VA e 5%PA/VA.

(a)

10 20 30 40 50 60 70 80

BA

BA

PA

5%PA/BA

3%PA/BA

1%PA/BA

PA

Inte

nsid

ade

Rela

tiva

(u.a

)

2θ(º)

10 20 30 40 50 60 70 80

PA

VA

1%PA/VA

3%PA/VA

5%PA/VAInte

nsid

ade

Rel

ativ

a (u

.a)

2θ (º)

VA PA

(b)

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

5%PA/BA

3%PA/BA

1%PA/BA

Tran

smitâ

ncia

Rel

ativa

(u.

a)

número de onda (cm-1)

BA

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

VA

5%PA/VA

3%PA/VA

1%PA/VA

Tran

smitâ

ncia

Rel

ativa

(u.a

)

número de onda (cm-1)

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Foi possível identificar que os picos relativos aos materiais de partida PA são característicos de óxidos de ferro como maghemita e hematita. Já os picos apresentados para VA e BA são característicos de aluminosilicatos e pode-se observar que após a dispersão do PA nas matrizes notou-se a presença de um pico característico do PA e os picos relativos às matrizes foram mantidos. Logo, a estrutura das matrizes foi mantida e a dispersão foi efetiva.

Os espectros de infravermelho para BA, VA e materiais sintetizados são apresentados na Figura 1(b) e para as duas matrizes, apresentam bandas similares, características dos constituintes das argilas:

υ(O–H)= 3636 cm-1, δa(N+–CH3)= 1677 cm-1 e (Si–O)= 1037 cm-1

comprovando que a estrutura da matriz se manteve inalterada. Os espectros dos materiais sintetizados, para as duas matrizes, apresentam bandas similares, características dos constituintes das argilas, comprovando que a estrutura da matriz se manteve inalterada.

3.2 Cinéticas de adsorção

Foram realizados testes de adsorção de corantes têxteis, utilizando AM e IC para os materiais contendo bentonita e vermiculita, respectivamente. Os resultados são mostrados na Figura 2.

Figura 2.Cinéticas de adsorção de AM e IC na presença dos materiais

0 25 50 75 100 125 150 175 200 2251350 1400 1450 1500-10

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

Con

cent

raçã

o da

Sol

ução

AM

(%)

Tempo (min)

1% PA/BA 3% PA/BA 5% PA/BA

0 30 60 90 120 150 180 2101350 1400 1450

0

20

40

60

80

100

1 PA/V% 3% PA/V 5%% PA/V

Con

cent

raçã

o da

Sol

ução

IC (%

)

Tempo (min)

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Na cinética de adsorção do AM notou-se que em menos de 20 minutos todos os materiais adsorveram mais de 85% do corante e o resultado final foi de total descoloração. Já na cinética de adsorção para o IC notou-se a adsorção máxima de 94% do corante para o material 5% PA/VA e mínima descoloração de 20% para o material 3% PA/VA.

4. CONCLUSÃO

Nesse trabalho seis novos materiais foram sintetizados e caracte-rizados com sucesso, além de terem mostrado resultado promis-sores na adsorção de corantes através do estudo das cinéticas de adsorção para AM e IC. Os melhores resultados obtidos foram de 100% para todos os materiais PA/BA e 94% para 5%PA/VA. O uso dos materiais sintetizados neste trabalho como adsorventes de corantes é interessante, pois se trata de uma alternativa viável para o tratamento de resíduos de têxteis, podendo ser aplicados em remediações ambientais.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] SILVA, M. C.Reciclagem do pó de aciaria elétrica como maté-ria prima na fabricação de materiais cerâmicos argilosos: contro-le das emissões atmosféricas de zinco. Rio Grande do Sul: Escola deEngenharia, 2006.

[2] D. G. Almeida; M. G. C. Silva; R. C. M. Miranda; C. C. S.Maciel; N. B. Gusmão. Descoloração do corante Índigo Carmim eprodução de Lacase por fungos filamentosos. Scientia Plena, vol.8,num. 5, 2012. 1,2p.

[3] MAMBRINI, R. V.; SALDANHA, A. L. M.; ARDISSON, J. D.;ARAUJO, M. H.; MOURA, F. C. C. Adsorption of sulfur and nitro-gen compounds on hydrophobic bentonite. Applied Clay Science,Elsevier, Volumes 83–84, Pages 286–293, October 2013

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NOTAS1Bacharel em Química Tecnológica, Graduanda, Departamento de Química, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Ge-rais, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected].

2Bacharel em Química, Doutora, Professora EBTT/orienta-dora, Departamento de Química, Centro Federal de Educa-ção Tecnológica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected].

AGRADECIMENTOS

FAPEMIG, Rede Mineira de Química e CEFET-MG

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ARTIGOSUNIDADE CONTAGEM

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BENGALA ELETRÔNICA MICROCONTROLADA

Ana Clara Amorim Andrade1

Júlia Fagundes Gomes2

Nayôto Saulo Santos Silva3

Nelson Alexandre Estevão4

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PALAVRAS-CHAVE: inclusão; bengala eletrônica; deficiência vi-sual; microcontrolador.

1. INTRODUÇÃO

Um dos maiores desafios dos dias atuais é a efetiva inclusão de pessoas com deficiência no convívio social, seja em atividades de aprendizagem, de lazer ou do trabalho. Em muitos casos, existe a legislação que garante essa inclusão, mas não existem meios que viabilizam sua implementação. A tecnologia nas áreas da eletrônica e da informática é uma realidade e já possibilita o acesso aos equi-pamentos que facilitam o dia-a-dia das pessoas. O objetivo deste trabalho é direcionar essa tecnologia, incluindo as tecnologias dis-poníveis para desenvolvimento de projetos eletrônicos, para aten-der às demandas atuais da inclusão de pessoas com deficiência. Nesse sentido, foi desenvolvida uma bengala eletrônica micro-controlada voltada para o uso de pessoas com deficiência visual. O trabalho foi apresentado na 26a Mostra Específica de Trabalhos e Aplicações, do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, premiado em 1º lugar geral da Unidade Contagem. Também foi apresentado na 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2016 (SNCT), organizada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SEDECTES) de Minas Gerais. É importante re-forçar que o foco do desenvolvimento não está na deficiência. O principal objetivo é ressaltar e valorizar a pessoa acima de tudo, independentemente de suas condições físicas, sensoriais ou inte-lectuais, e a tecnologia, como ferramenta para trazer bem-estar e qualidade de vida.

2. METODOLOGIA

O protótipo foi desenvolvido com tecnologias do Arduino®, que é uma plataforma de desenvolvimento de hardware simples e livre,

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muito utilizada, atualmente, por iniciantes em robótica. A placa usada é equipada com microcontrolador Atmel® e foi programada usando C++.

O trabalho prático foi desenvolvido nas seguintes etapas: 1a - Análise dos recursos disponíveis no microcontrolador utilizado, bem como das ferramentas de desenvolvimento de projeto; 2ª - Estudo sobre dificuldades encontradas por deficientes visuais com o objetivo de identificar e definir o recurso tecnológico que traria maior ganho para a qualidade de vida dessas pessoas; 3ª - Desenvolvimento dos recursos e tecnologias assistivas para a bengala eletrônica, consi-derando definição e aquisição de material, programação e testes do sistema; 4ª - Testes e análise da eficiência no uso do equipamento, simulando situações vivenciadas por deficientes visuais no dia-a--dia; 5ª - Divulgação dos resultados à comunidade acadêmica, atra-vés de apresentações orais e participações em eventos.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

A primeira etapa do desenvolvimento consistiu na pesquisa de re-cursos disponíveis para desenvolvimento de protótipos de hardwa-re, sendo que foram consideradas as seguintes possibilidades para desenvolvimento com kits Arduino disponíveis no mercado: Placa Uno R3®, Placa Mega 2560 e Placa Nano. Essa análise tinha o objetivo de identificar os recursos disponíveis em cada modelo, di-mensões e o custo de aquisição, para alcançar a melhor relação cus-to-benefício. A Tabela 1 apresenta os dados obtidos.

Tabela 1. Análise dos modelos de kits de desenvolvimentoModelos1 Portas

DigitaisPortas PWM

Portas Analógicas

TamanhoL x P

CustoMédio2

Uno R3 14 6 8 68,6 x 53,4mm

R$50,00

Mega 2560

54 15 16 101,5 x 53,3mm

R$80,00

Nano 14 6 8 45 x 18mm R$50,00

1 Modelos disponíveis em https://www.arduino.cc2 Custo médio pesquisado em agosto/16.

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Pode-se observar que, considerando os recursos disponíveis em cada modelo, todos eles atendem à demanda de desenvolvimento do equipamento inclusivo previsto inicialmente: aquisição de 2 ou 3 variáveis analógicas, no mínimo 4 variáveis digitais e controle de 2 cargas através de PWM. O tamanho é um parâmetro impor-tante a ser observado, tendo em vista a necessidade de um sistema pequeno e leve, que possibilitasse a instalação na própria bengala. Em função do tamanho e do custo, o modelo Mega 2560 foi des-cartado. Por fim, na análise de custo e disponibilidade de mercado concluiu-se que o modelo Uno R3 atenderia de forma satisfatória, possibilitando o desenvolvimento de um equipamento leve, com dimensões aceitáveis em relação a uma bengala convencional e com boa relação custo/benefício. Concluiu-se também que o mo-delo Nano apresentava um bom desempenho, podendo ser utiliza-do em desenvolvimentos futuros de outras versões da bengala.

A segunda etapa consistiu em identificar os melhores recursos a serem desenvolvidos para facilitar o dia-a-dia do usuário. Foram avaliadas possibilidades de sinalização sonora, mas a conclusão da equipe de desenvolvimento é de que esse tipo de recurso gera maior cansaço mental para o usuário e para pessoas próximas. Des-sa forma, a solução adotada foi sinalização pelo tato. Esse tipo de sinalização não gera ruído, além de liberar o deficiente visual para usar sua audição focada em outros elementos que podem orien-tá-lo no deslocamento. A solução final adotou dois motores que vibram em frequências diferentes próximo da mão do usuário. A vibração é variável, em função da distância do obstáculo. A esco-lha de dois motores foi motivada por requisitos de confiabilidade, pois mesmo na falha de um motor ainda assim o usuário poderia continuar utilizando a bengala.

Também foram avaliados os tipos de monitoramento que deve-riam ser realizados pelo equipamento: detecção de obstáculos à frente e/ou detecção de obstáculos dos lados. A equipe de de-senvolvimento concluiu que somente a detecção de obstáculos à frente seria suficiente para orientar o usuário no seu deslocamento

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e possibilitaria o desenvolvimento de um sistema mais simples e, conseguintemente, mais leve e barato.

Os últimos estudos sobre os recursos necessários giraram em tor-no da definição de autonomia da bateria utilizada para alimen-tar o sistema. A escolha final considerou um carregador portátil de celular 2600mAh, facilmente adquirido no mercado e de custo acessível. Os testes de autonomia indicaram que uma carga com-pleta do carregador possibilita o uso da bengala por um período de aproximadamente 8 horas.

3.1 Produto FinalApós a programação, a montagem e os testes do protótipo, a equipe de desenvolvimento chegou ao produto final apresentado na Figura 1.

Figura 1. Produto Final

4. CONCLUSÃO

O desenvolvimento do projeto possibilitou a experiência com técnicas de programação de microcontroladores e uso de kits de desenvolvimento de protótipos disponíveis no mercado. O produto final apresentou resultados positivos sobre a viabilidade de desen-volvimento de equipamentos com tecnologias assistivas, gerando impactos reais na inclusão social e na promoção da cidadania.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Nº 13.146, de 6 de JULHO de 2015. Lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência (Estatuto da pessoa com defi-ciência). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 07 jul. 2015. Seção 1, p. 2.

CORPORATION ATMEL. Disponível em http://www.atmel.com/pt/br/, acesso em 08 de novembro de 2016.

PROJETO ARDUINO. Disponível em: https://www.arduino.cc/, Acesso em 10 de agosto de 2016.

NOTAS1Estudante do Curso Técnico em Eletroeletrônica do CEFET-MG Unidade Contagem, MG, Brasil. [email protected].

2Estudante do Curso Técnico em Eletroeletrônica do CEFET-MG Unidade Contagem, MG, Brasil. [email protected].

3Estudante do Curso Técnico em Eletroeletrônica do CEFET-MG Unidade Contagem, MG, Brasil. [email protected].

4Graduado em Engenharia Elétrica. Mestre em Engenharia Elétrica. Especialista em Informática Aplicada. Professor, DELCOM, CEFET-MG, Unidade Contagem, MG, Brasil. [email protected].

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ESCOLA SEM PARTIDO?

Ana Luiza Gomes Ribeiro1

Giulia Batista Pontes2

André Leão Moreira3

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PALAVRAS-CHAVE: escola sem partido; doutrinação; persuasão; argumentação.

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho aborda, basicamente, a construção argumentativa usada no texto do Projeto de Lei “Escola Sem Partido”, proposto no dia 23/03/2015, Visitado em: 25/05/2016, pelo deputado Izalci-(PSDB/DF) na Câmara dos Deputados. Para tanto, orientou-se pelos seguintes objetivos:

• Conhecer a legislação que rege a Educação, panoramica-mente;

• Analisar os possíveis impactos do PL na Lei de Diretrizes eBases da Educação (LDB 9394/96), a partir das suas proposi-ções;• Identificar e analisar a coerência dos argumentos apresenta-dos no PL;

• Avaliar as opiniões relacionados ao PL.

2. METODOLOGIA

Optou-se por iniciar o trabalho, metodologicamente, com a leitura da Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB 9394/96. Paralelamente, comparou-se o PL em relação às suas propostas e a LDB. A seguir, exe-cutou-se a análise do próprio PL e do seu site apoiador, bem como se procedeu à leitura de textos auxiliadores, como, por exemplo, fragmen-tos e artigos favoráveis e não favoráveis ao PL. Depois de concluída a apresentação do trabalho na semana de META, será feita uma pesquisa de opinião com a comunidade escolar, englobando alunos e servidores.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

Quanto à análise do texto propriamente dito - e de outros relacionados

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ao tema - pôde-se constatar tanto a incoerência interna (nas propo-sições vagas do PL), quanto a incoerência que o PL mantém com os textos apoiadores e com os princípios estabelecidos na LDB. Essas incoerências decorrem do fato de que todo conhecimento deriva de um contexto social, político, econômico, histórico e cul-tural. Portanto, é valido dizer que todo conhecimento é ideológico. Em momento oportuno, as pesquisas de opinião que serão feitas com a comunidade do CEFET-MG, Unidade de Contagem, per-mitirão a apreciação e análise do nível de informação desse públi-co respeito do PL. Em seguida, os dados coletados servirão para montagem de um infográfico a ser divulgado na Unidade.

4. CONCLUSÃO

Considerando que a relação entre professor e aluno é sempre es-tabelecida de forma interdependente, isto é, ambos assumem os papeis de ensinar e aprender, o ensino se dá, portanto, através do diálogo para além do conteúdo disciplinar. Após a análise dos dados, conclui-se que não é possível construir conhecimento sem levar em conta as ideologias que o sustentam.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARTA CAPITAL. Escola sem partido: estratégia golpista para calar a educação. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/educacao/escola-sem-partido-estrategia-golpista-para-calar-a-e-ducacao, acesso em 14 de setembro de 2016.

ESCOLA SEM PARTIDO. Educação sem doutrinação. Disponível em: http://escolasempartido.org/, acesso em 14 de se-tembro de 2016.

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NOTAS1Estudante do 2º ano do curso de Controle Ambiental do CEFET-MG, Unidade de Contagem, MG, Brasil. [email protected]

2Estudante do 2º ano do curso de Controle Ambiental do CEFET-MG, Unidade de Contagem, MG, Brasil. [email protected]

3Mestre em Literatura Brasileira, Professor de Língua Portuguesa, Departamento de Formação Geral, CEFET-MG, Unidade de Contagem, MG, Brasil. [email protected]

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A ESCRITA DA DEMOCRACIA: SIGNIFICATIVAS TRANSFORMAÇÕES

Débora Rafaella Martins de Jesus1

Lorena Souza de Jesus2

André Leão Moreira3

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PALAVRAS-CHAVE: escrita; democracia; argumentação.

1. INTRODUÇÃO

Este projeto teve por interesse primário demonstrar que é possível exercer a democracia através da escrita, utilizando como princi-pais recursos os diferentes gêneros textuais. Levou-se em conta que a participação social se faz através de textos e que a democra-cia deve ser praticada em todos os âmbitos. Tendo esses princípios em vista, é importante a representatividade da maior quantidade possível de grupos, inclusive nas menores instâncias. Assim, até mesmo os verbetes de um dicionário podem refletir um proces-so democrático. Dessa forma, foram feitas pesquisas e entrevistas com pessoas que já utilizaram da escrita em prol de projetos simi-lares, a fim de se comparar essas experiências. Para tanto, foram considerados, principalmente, os gêneros textuais: abaixo-assina-do, carta, e-mail e artigo de opinião.

2. METODOLOGIA

• Fazer uma amostra de trabalhos já realizados com gênerostextuais e dicionários;

• Entrevistar pessoas que já utilizaram dos recursos linguísti-cos em prol da democracia;

• Utilizar dos gêneros textuais: abaixo-assinado, carta e arti-go de opinião, para contatar os dicionários;

• Contextualizar trabalhos já realizados com o nosso projetoatual, a fim de ampliá-lo.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

Apontou-se a necessidade de um debate a respeito do significado de verbetes presentes em dicionários online de grande visibilidade,

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uma vez que atualmente a sociedade passa por diversas mudanças, e é imprescindível a representatividade da maior quantidade pos-sível de grupos. Dentre várias pesquisas, no principal dicionário online analisado (dicionário “Aulete Digital”), o significado do verbete “casal” foi considerado obsoleto e antidemocrático e, para tal, foi redigida uma carta aberta para a administração do mesmo. Em seguida, houve a elaboração de um abaixo-assinado online, solicitando uma readequação mais abrangente que constasse nos sentidos do vocábulo. Nota-se que até a finalização deste trabalho, não houve alteração por parte do citado dicionário.

4. CONCLUSÃO

Notifica-se que o projeto está em desenvolvimento e a obtenção do resultado final só será possível posteriormente. O projeto envol-ve a mobilização e conscientização de pessoas, portanto demanda tempo e esforço. É possível que haja a alteração do significado de verbetes em dicionários, pois este objetivo já foi alcançado por outrem. Deve-se reconhecer a importância destes movimentos em diversas causas a favor de um mundo mais tolerante e justo, uma vez que as conquistas de hoje terão um reflexo muito maior nas próximas gerações.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DICIONÁRIO Caldas Aulete. Disponível em: <https://aulete.com.br> Acesso em 10 maio 2016.

PAIVA, T. Por uma nova (e ampla) definição de família. Revista Carta Educação [online]. Disponível em: <http://www.cartae-ducacao.com.br/reportagens/por-uma-nova-e-ampla- definicao-de--familia/>. Acesso em 14 de setembro 2016.

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NOTAS1Estudante do 2º ano do curso de Controle Ambiental do CEFET-MG, Unidade de Contagem, MG, Brasil. [email protected]

2Estudante do 2º ano do curso de Controle Ambiental do CEFET-MG, Unidade de Contagem, MG, [email protected]

3Mestre em Literatura Brasileira. Professor de Língua Portuguesa, Departamento de Formação Geral, CEFET-MG Unidade de Contagem, MG, Brasil. [email protected]

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao professor orientador André Leão, que sempre nos incentivou e nos apoiou neste projeto, deste o início, em sala de aula, e, agora, no fim deste trabalho. Muito obrigada a todos que estiveram envolvidos!

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BAUC: FERRAMENTA WEB PARA AUXÍLIO DE COMPRA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

Caio Fábio Mendes Lima1

Lucas de Aguiar Pereira2

Thiago de Assis Lima3

Paulo Gomide4 Elizabeth Duane5

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PALAVRAS-CHAVE: comparação de produtos; material de cons-trução; prestação de serviço.

1. INTRODUÇÃO

No cenário atual, a pesquisa por materiais de construção pode ser feita de diversas formas, sendo que as duas muito utilizadas são a internet e o telefone. Um dos grandes problemas é a necessidade de visitar diversos sites de lojas ou realizar vários telefonemas para se obter conhecimento do preço do produto desejado. Além disso, outro problema observado é a pouca opção de lojas online na área de construção civil. Apenas grandes lojas oferecem o serviço de consulta/compra online e as muitas lojas/depósitos espalhados na cidade não disponibilizam seus produtos em site algum.

Para solucionar essa deficiência, uma das opções seria as merca-dorias de diferentes lojas estarem localizadas em um único site, com funcionalidades que permitissem a consulta e comparação de materiais do ramo, entre outros.

A BauC é uma plataforma web por meio da qual os usuários podem realizar pesquisas de materiais e prestação de serviços relacio-nados à área da construção civil. O grande diferencial da BauC está na área de atendimento. Ferramentas tais como Buscapé e BondFaro, que são bem conhecidas, oferecem pouquíssimos re-sultados de produtos nessa área, provavelmente devido à falta de lojas online no ramo da construção. As lojas/depósitos podem dis-ponibilizar informações de seus produtos na plataforma BauC. O usuário comum ganha tempo, pois evita a realização de vários te-lefonemas ou visitas a diversas lojas/depósitos (online ou físicos). E, para as lojas/depósitos físicos, é uma maneira rápida e prática de publicarem seus produtos para consulta online.

A BauC também conta com o sistema de divulgação de serviços dos profissionais da área. Os usuários comuns podem contatar os

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profissionais desejados e, dessa maneira, realizar uma comparação entre os serviços oferecidos, escolhendo o que lhe atender melhor.

2. METODOLOGIA

A plataforma BauC possui usuários comuns, profissionais e lojas/depósitos. Os usuários comuns utilizam a ferramenta para buscar e comparar produtos e serviços na área de construção civil. Os profis-sionais cadastram-se na plataforma e informam quais serviços são por eles prestados e os dados para contato. As lojas/depósitos fazem o cadastro no site e disponibilizam as informações dos produtos. O cadastro dos produtos, inicialmente, é feito pelos profissionais da BauC, sendo responsabilidade das lojas/depósitos interessados informarem todos os dados necessários para o cadastro. Isso foi pensado porque muitas dessas lojas não possuem um profissional qualificado para fazer tal serviço.

A pesquisa por um produto específico no site da BauC retorna todas as lojas que possuem esse produto cadastrado. Ao escolher um produto, são mostrados detalhes deste, além do nome e endereço da loja em que se encontra. É possível realizar a comparação entre dois produtos específicos escolhidos pelo usuário. Caso o usuário queira comprar um produto, ele deverá entrar em contato com a loja (por telefone, ou e-mail ou se deslocar até o endereço que é indicado no site). É permitido o cadastro de profissionais nas áreas de construção civil e afins, que desejam oferecer seus ser-viços, seja como pedreiros e pintores, por exemplo. Inicialmente, será aceito o cadastro apenas das lojas/depósitos nas cidades de Contagem e Belo Horizonte.

Para desenvolvimento do projeto, foi elaborado, inicialmente, o modelo de negócio Canvas e alguns diagramas UML, como o de Caso de Uso, de Sequência e de Atividades. Para o cadastro no Banco de Dados, foi elaborado o DER apresentado na Figura 1. A plataforma foi desenvolvida utilizando o servidor web APACHE,

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o Banco de Dados MySQL, as linguagens PHP, Javascript, CSS eHTML, todos disponibilizados gratuitamente.

Figura 1. DER da plataforma BauC

As linguagens PHP e Javascript foram usadas para conceber as fun-cionalidades do site, como, por exemplo, sistema de login, cadastro, busca pelos produtos e envio de informações de uma página a outra. Já as linguagens HTML e CSS serviram para o desenvolvimento visual da BauC.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

Um dos principais objetivos da plataforma BauC é diminuir o tempo que as pessoas gastam procurando produtos de materiais de construção. O usuário tem a informação dos produtos em várias lojas, inclusive pode realizar a comparação entre dois produtos, conforme mostrado na Figura 2.

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Figura 2. Exemplo de página da BauC de comparação entre dois produtos

A ferramenta é totalmente gratuita para os usuários comuns e pro-fissionais que desejam oferecer seus serviços. Já para as lojas, pre-tende-se cobrar uma pequena taxa sobre o produto comprado por um usuário. Entretanto, são discussões futuras.

Entre os outros objetivos estabelecidos durante a elaboração do Website, grande parte dos mesmos foi alcançada com êxito, como as funcionalidades de cadastro de produtos, lojas e pro-fissionais, pesquisa de produtos, profissionais e comparação de produtos. Além disso, o usuário pode escolher entre ordenar por maior ou menor preço. As funções que não foram possíveis de programar são a de comentários do usuário para os produtos e a elaboração de um sistema de avaliação de cada produto, loja/depósito e profissional.

4. CONCLUSÃO

Não encontramos ainda uma ferramenta parecida com a BauC, ou seja, ela é inovadora, pois concentra diversos produtos de dife-rentes depósitos/lojas em um só lugar. A utilização da plataforma permite que o usuário economize tempo e escolha o que lhe for de maior interesse, uma vez que não será necessária a locomoção em diferentes lojas/depósitos.

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Portanto, os objetivos principais da BauC conseguiram ser imple-mentados, tais como a pesquisa por produtos, a comparação entre dois produtos, o sistema de login e cadastro e a disponibilização de profissionais na área de construção.

A BauC apresenta grande potencial para ajudar o público, tanto os compradores de material de construção e profissionais dessa área, quanto às lojas/depósitos, por conseguirem divulgar os seus produtos.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Manual PHP, disponível em: https://secure.php.net/manual/pt_BR/index.php, acesso em 25 de maio de 2015.

HTML 5, disponível em: https://html5up.net, acesso em 25 de maio de 2015.

Função MySQL Connect PHP, disponível em: http://www.dev-media.com.br/funcao-mysql-connect-php-criando-conexao-com--banco-de-dados-mysql/22227, acesso em 30 de maio de 2016.

NOTAS1Técnico em Informática, Aluno, CEFET-MG, Contagem, MG, Brasil. [email protected]

2Técnico em Informática, Aluno, CEFET-MG, Contagem, MG, Brasil. [email protected]

3Técnico em Informática, Aluno, CEFET-MG, Contagem, MG, Brasil. [email protected]

4 Mestre em Ciência da Computação, Professor, DELCOM, CEFET-MG, Contagem, MG, Brasil. [email protected]

5Mestre em Ciência da Computação, Chefe de Departamento, DELCOM, CEFET-MG, Contagem, MG, Brasil. [email protected]

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INCENTIVO À LEITURA E AO LETRAMENTO LITERÁRIO: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DA LINGUAGEM DE CONTOS CLÁSSICOS E CONTEMPORÂNEOS

Gabriel Miranda Horta Moreira1

Isabella Giulia Silva Ribeiro2

Thamires Maiara R. Santiago3

Luiz Eduardo R. de Almeida Souza4

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PALAVRAS-CHAVE: letramento; literatura; linguagem; leitura.

1. INTRODUÇÃO

O incentivo à leitura configura-se um desafio no contexto de Ensino Médio diante dos baixos índices desta prática no processo de le-tramento literário de jovens na contemporaneidade. Este processo de letramento é evidenciado em pesquisas sobre leitura no sistema escolar e na sociedade brasileira.

Nesse sentido, o Instituto Pró-livro (2011) divulgou pesquisa que mos-tra que apenas 14% dos estudantes leem os livros pedidos pela escola e 23% leem outros livros por interesse próprio. Com base nesses resulta-dos alarmantes, resolvemos aplicar pesquisa semelhante numa dimen-são qualitativa, dentro da comunidade cefetiana, e o resultado não foi muito diferente.

Com isso, segundo Rildo Cosson (2016), o “letramento literário é o processo de apropriação da literatura enquanto linguagem” e a leitura de gêneros textuais de curta extensão pode se tornar uma estratégia de letramento literário em sala de aula com jovens no Ensino Médio.

Portanto, estabelecemos o seguinte objetivo para esta pesquisa: ana-lisar a linguagem de contos clássicos em comparação com contos contemporâneos num processo de estímulo à leitura literária de jo-vens no Ensino Médio.

2. METODOLOGIA

O procedimento metodológico iniciou com a seleção de dois con-tos para análise comparativa de linguagens: Teoria do Medalhão (1881) do Machado de Assis; e Medo em Família (2007) do escritor contemporâneo Ademiro Alves de Sousa (Sacolinha).

Na sequência, apresentaram-se estes contos para 9 (nove) estudan-tes do Ensino Médio do CEFET-MG Contagem. Após leitura dos

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contos, os jovens leitores participaram de uma entrevista, a partir de um questionário aberto, que abordou os seguintes eixos: a) aprecia-ção e interesse dos/pelos contos; b) interpretação e análise estéticas dos contos; c) hábitos e costumes de leitura no cotidiano.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

Nesse processo de leitura e entrevista, realizado com jovens do Ensino Médio, constatou-se que o conto Medo em Família (Sacolinha) despertou o interesse de leitura da maioria dos en-trevistados por sua linguagem simples, coloquial. Dois leitores demonstraram apreço pela linguagem do Machado de Assis com técnicas literárias. Apesar disso, a leitura do conto machadiano não provocou a atenção imediata do conjunto de leitores.

A pesquisa indicou um potencial estético do conto contemporâneo em relação ao canônico, uma vez que utiliza um vocabulário mais vulgar, com uma escrita mais concisa e contextualizando melhor o leitor desde o primeiro parágrafo. Desse modo, Sacolinha conse-gue atrair mais atenção do público à primeira vista.

Outra comparação identificada, na linguagem dos contos, foi a di-ferente caracterização de personagens que aproxima ou distancia da realidade do jovem-leitor-estudante. A partir disso, os entre-vistados reconheceram o caráter histórico e social do conto ma-chadiano e inclusive conseguiam entender a própria realidade sob o aspecto burguês de uma sociedade de aparências. Porém, ape-sar de não pertencerem à classe social descrita no conto Medoem Família, os entrevistados entenderam que ele representa umavisão mais dinâmica.

Nessa interpretação comparativa das linguagens dos contos, os es-tudantes observaram que uma postura mais questionadora do pro-tagonista em relação aos responsáveis (familiares) é mais marcante em Medo em Família do que no conto de Machado. Este protago-nista jovem, no conto Machadiano, (em Medo em Família este

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personagem está na fase de maioridade) absorve as informações do pai sem questioná-las a fundo, o que os entrevistados sugerem ser um reflexo evidente na obra contemporânea do Sacolinha.

Além disso, o perfil dos leitores aponta uma predominância do veículo virtual no contato com a leitura. Fora do ambiente esco-lar, quase todo conteúdo literário ou textual é consumido em um computador, celular, tablet, etc., que pode ser uma vantagem dos escritores contemporâneos, devido ao mais íntimo contato com a internet.

4. CONCLUSÃO

A simplicidade, o discurso direto sem uso de muitas figuras de linguagem parecem ser os principais aspectos responsáveis pela fácil compreensão do conto contemporâneo. Os leitores revelaram interesse em refletir como o conto clássico se relaciona com seu contexto cotidiano.

Assim, pode-se concluir que a leitura comparativa dos dois contos cria uma complexidade de compreensão que contribui para dar sentido e profundidade ao entendimento da leitura no processo de letramento literário no âmbito do Ensino Médio.

Esta potência comparativa entre a literatura contemporânea e a li-teratura clássica sugere práticas de letramento literário com pos-sibilidade de avanços naquele processo de apropriação plural de linguagens significativas na vida dos jovens-leitores com estímulo crítico de criação-produção de efeitos na realidade contemporânea.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSIS, M. Teoria do Medalhão. In: ASSIS, Machado. Papéis avul-sos. Rio de Janeiro: W.M.Jackson Inc. Editores, 1995, p. 101-115.

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COSSON, R. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2006.

COSSON, R. Letramento literário. Disponível em: <http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/letramento-litera-rio>. Acesso em: 16 ago. 2016.

INSTITUTO PRÓ-LIVRO, 3ª edição Pesquisa Retratos da Leitura. 2011. Disponível em: <http://prolivro.org.br/home/index.php/atuacao/25-projetos/pesquisas/3900-pesquisa-retratos-da-lei-tura-no-brasil-48>. Acesso em: 16 ago. 2016.

SACOLINHA. Medo em família. In: SACOLINHA. 85 letras e um disparo. São Paulo: Global, 2007, p. 69-71.

NOTAS1Estudante do 2º ano, Ensino Médio Técnico, Curso de Informática, CEFET-MG, Campus Contagem, MG, Brasil. [email protected].

2Estudante do 2º ano, Ensino Médio Técnico, Curso de Eletroeletrônica, CEFET-MG, Campus Contagem, MG, Brasil. [email protected].

3Estudante do 2º ano, Ensino Médio Técnico, Curso de Informática, CEFET-MG, Campus Contagem, MG, Brasil. [email protected].

4Mestre em Educação (PUC-MG), Licenciado em Letras (UFV), Doutorando em Estudos da Linguagem (CEFET-MG), Professor Orientador de Redação e Estudos Linguísticos, Ensino Médio Técnico, Cursos Informática e Eletroeletrônica, CEFET-MG, Campus Contagem, MG, Brasil. [email protected].

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ARTIGOSUNIDADE CURVELO

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NÚCLEO DE ORIENTAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE

Luiz Henrique Pimenta Fernandes1

Edson Gonçalves Filho2

Gabriel Silveira Rocha3

Patrícia Bhering Fialho4

Lourdiane G. das Mercês Gonzaga5

Felipe Sergio Bastos Jorge6

Anderson Marques da Silva7

Ana Cecília Estevão8

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PALAVRAS-CHAVE: habitação de interesse social; NOS; susten-tabilidade.

1. INTRODUÇÃO

O crescimento urbano desordenado das cidades brasileiras, somado ao histórico de baixo investimento público em habitação, resultou na construção de moradias através da autoconstrução. Entende-se por autoconstrução aquela que se desenvolve por iniciativa do próprio morador que, na maioria das vezes, realiza a obra através de um mutirão de amigos e familiares. Esse processo construtivo, de um modo geral, resulta em edificações com baixa tecnologia e não apresenta qualidade (ESTEVÃO, CARVALHO, 2010, p. 28).

Neste cenário, o governo promulgou, em 2008, a lei 11.888, conhe-cida como a Lei da Assistência Técnica, que assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social. A lei 11.888/2008 prevê que a assistência técnica pode ser realizada através do mu-nícipio ou por extensão universitária (BRASIL, 2008).

Este trabalho é o relato de uma experiência de pesquisa e extensão intitulada Núcleo de Orientação para a Sustentabilidade (NOS). O NOS é um grupo que busca integrar a investigação sobre a enge-nharia sustentável no meio acadêmico e na sociedade. Atualmente, muitas pesquisas são direcionadas às técnicas construtivas e tec-nologias sustentáveis, bem como ao uso da arquitetura vernacular como alternativa viável para o alcance da sustentabilidade. Este projeto pretende estabelecer um mecanismo de integralização que veicule para a comunidade tais estudos, buscando sua adaptação à realidade do município e da comunidade atendida. Através da implantação de um escritório público de práticas de engenharia, os alunos atendem à comunidade direcionando as soluções com vistas ao desenvolvimento sustentável em todos os seus aspectos: ambiental, econômico e social. O projeto tem como público-alvo a

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população com renda entre 0 e 3 salários mínimos, conforme prevê a Lei 11.888/08. E a edificação deve ter uso residencial sendo per-mitidos pequenos comércios para geração de renda da família. No entanto, após análise pela equipe social, são também atendidas famílias com renda de até 6 salários mínimos, se comprovada a vulnerabilidade social, e associações que prestam serviços à co-munidade de baixa renda no município.

2. METODOLOGIA

A metodologia utilizada pode ser dividida em quatro etapas:

• Ações de capacitação da equipe: nesta etapa, os alunos reali-zam pesquisas que formam o referencial teórico para o projeto.Este referencial pode ser organizado em quatro eixos principais,sendo eles: certificações ambientais como estratégia para o projetosustentável; preservação do patrimônio histórico como estratégiapara sustentabilidade urbana; acessibilidade em edificações e es-paços de uso público, segundo a NBR 9050/15; e assistência téc-nica para habitação de interesse social.

• Diagnóstico urbano do município: esta etapa ocorre através daleitura técnica e da leitura comunitária do município, utilizandocomo referência a metodologia adotada na elaboração dos planosdiretores participativos, após a aprovação do Estatuto das Cidades.A leitura técnica é realizada através de pesquisas em material im-presso e digital bem como por mio de pesquisas junto aos órgãosmunicipais. A leitura comunitária acontece através de entrevistascom a população e reuniões junto às associações comunitárias.

• Organização do Banco de Tecnologias Sustentáveis: sãorealizadas pesquisas sobre técnicas construtivas e tecnologiassustentáveis de baixo custo desenvolvidas pelas universidades noBrasil e no mundo. Com a devida referência, estas pesquisas sãoorganizadas em formato de cartilhas que facilitem a sua execução

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e posterior divulgação entre a comunidade atendida pelo projeto. São realizados testes de execução das tecnologias antes que as mesmas sejam utilizadas nos atendimentos.

• Atendimentos do escritório público: o atendimento engloba proje-tos, memorial descritivo das tecnologias sustentáveis e suas respecti-vas cartilhas de execução e manutenção e acompanhamento da obra.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

A ação inicial do projeto foi a capacitação da equipe. Foram re-alizadas reuniões periódicas com a tutoria das professoras-orien-tadoras. Durante estas reuniões, foi elaborado um questionário a ser aplicado no início do atendimento. A partir dele é possível diagnosticar o perfil da família a ser atendida, a situação de regu-laridade do lote e o programa de necessidades do projeto. Foram desenvolvidos modelos para o Diário de Obra, documento através do qual os gerentes registram as visitas à obra e o relatório sema-nal, documento no qual são registradas todas as atividades realiza-das semanalmente pelos gerentes e projetistas.

Em adição, o grupo criou o esquema organizacional do escritório público. Foi definido o cargo de gerente geral e cinco cargos de gerentes, todos ocupados por estudantes da graduação em enge-nharia civil. Cada gerente é responsável por um atendimento, as-sessorado por três projetistas, cargos ocupados por estudantes do nível técnico, sendo um de cada área de conhecimento (edificações, meio ambiente e eletrotécnica). O gerente geral realiza as ações de organização, relações externas, fiscalização e suporte para os cinco gerentes. O projeto realizou uma parceria com o Programa de Educação Tutorial da Engenharia Civil (PET Engenharia civil) e a equipe foi acrescida de mais oito gerentes com seus respecti-vos projetistas.

O grupo organizou como atividades de capacitação para a própria

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equipe e alunos do CEFET-MG de um modo geral: palestra vi-sando discutir a inclusão da pessoa surda no espaço construí-do; minicurso sobre Inspeção Predial e Gerenciamento do Risco em Habitações de Interesse Social e o “I Fórum de Pesquisa e Extensão: acessibilidade um direito de todos”.

Foram iniciadas as revisões teóricas sobre os eixos temáticos pro-postos na metodologia do projeto. Estas revisões proporcionaram a produção de artigos com comunicação oral em sete eventos cien-tíficos e a aprovação de dois projetos de iniciação científica em edital interno do CEFET-MG.

O diagnóstico urbano do município de Curvelo foi iniciado pela leitura técnica. Foram utilizadas como fontes de pesquisa o Censo do IBGE 2010 e uma base de dados de Curvelo e Microrregião disponibilizada pelas secretarias municipais de Administração, Políticas Sociais e Desenvolvimento Sustentável. Foram sinteti-zados dados referentes à história e destaques regionais, geografia, vegetação e clima, além de dados populacionais.

Foram realizadas parcerias com um escritório de práticas jurídicas de uma faculdade da região e com uma equipe organizada pelo assistente social, técnico administrativo do CEFET, que conta com a adesão voluntária de uma assistente social. Buscou-se a parceria com a prefeitura municipal e CREA-MG para regularização das edificações com taxas diferenciadas por se tratarem de habitações de interesse social. Os responsáveis técnicos são os alunos que possuem formação de técnico em edificações ou o coorientador do projeto, que tem formação como arquiteto e urbanista.

4. CONCLUSÃO

O contato com a assistência técnica para habitação de interesse so-cial contribui com a formação humana prevista do projeto político pedagógico do curso de engenharia civil. Os alunos relatam a sa-tisfação profissional obtida através do atendimento às famílias que

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necessitam de forma urgente da intervenção técnica para melhoria da qualidade de vida. E demonstram compreender os conceitos de moradia digna, sustentabilidade e construção sustentável, além de entender a importância do engenheiro na construção de cidades sus-tentáveis, especialmente em seu aspecto social.

O escritório público NOS finaliza o ano de 2016 com nove aten-dimentos em andamento. Atualmente, a equipe conta com quinze alunos ocupando as funções de gerentes e estão em fase de seleção os projetistas para compor as novas equipes a serem formadas.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei 11.888, de 24 de dezembro de 2008. Assegura as fa-mílias de baixa renda assistência técnica publica e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social e altera a Lei no. 11.124, de 16 de junho de 2005. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11888.htm >. Acesso em 05 de dezembro de 2016.

ESTEVÃO, A. C.; CARVALHO, M. C. R. Assistência técnica para habitação de interesse social: o direito à moradia digna. In: Anais 54th IFHP World Congress 2010. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010. p. 28-28.

NOTAS1Graduando em Engenharia Civil, CEFET-MG, Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected].

2Graduando em Engenharia Civil, CEFET-MG, Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected].

3Graduando em Engenharia Civil, CEFET-MG, Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected].

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4Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Doutora, Professora do Curso Técnico de Edificações e do Curso Superior de Engenharia Civil, Departamento de Engenharia Civil e Meio Ambiente, CEFET-MG, Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected] (coorientadora).

5Graduação em Engenharia Civil, Doutora, Professora do Curso Técnico de Edificações e do Curso Superior de Engenharia Civil, Departamento de Engenharia Civil e Meio Ambiente, CEFET-MG, Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected] (co-orientadora).

6Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Técnico Administrativo, Departamento de Engenharia Civil e Meio Ambiente, CEFET-MG, Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected] (coorientadora).

7Graduação em Serviço Social, Mestre, Coordenador de Política Estudantil, Assistência Estudantil, CEFET-MG, Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected] (coorientadora).

8Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Mestre, Professora do Curso Técnico de Edificações e do Curso Superior de Engenharia Civil, Departamento de engenharia Civil e Meio Ambiente, CEFET-MG, Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected] (coorientadora)

AGRADECIMENTOS

CEFET-MG, Diretoria de Extensão e Desenvolvimento Comunitário.

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PROJETO DE UM MICROGERADOR FOTOVOLTAICO PARA O CEFET-MG UNIDADE CURVELO

Marcela Araújo Medeiros L. Venuto1

Gustavo Rodrigues Miranda2

Leticia Souza Guedes3

Ailton Lopes Souz4

Neolmar de Matos Filho5

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PALAVRAS-CHAVE: microgerador fotovoltaico; sustentabilida-de; radiação.

1. INTRODUÇÃO

Com o aumento do consumo de energia elétrica, as pesquisas por fontes alternativas de energia são temas atuais e necessá-rios. Dentre as mais significativas fontes renováveis do Brasil, a energia solar destaca-se, pois é praticamente inesgotável, não consome combustível, não produz poluição nem contaminação ambiental, é silenciosa e pode produzir eletricidade. Na cida-de de Curvelo-MG, a quantidade de radiação solar é abundante durante quase todo o ano estimulando assim o uso deste recurso disponível da natureza.

Utilizamos as instalações do CEFET-Curvelo para realizar as me-dições e os testes necessários para o devido dimensionamento do sistema fotovoltaico. O presente trabalho, pois, visa elaborar um projeto de um microgerador fotovoltaico para alimentar parte do consumo de energia elétrica do CEFET-Curvelo, além de di-mensionar as características de um microgerador. Este trabalho também pretende realizar um estudo de instalação dos painéis fo-tovoltaicos cobrindo a quadra poliesportiva da unidade (Figura 2). Finalmente iremos detalhar a interligação do microgerador com a concessionária local, visando reduzindo o valor da conta de ener-gia da unidade (Figura 1). Pretende-se que o trabalho torne-se uma referência no mercado de energia renovável, promovendo a expansão do uso destes sistemas em âmbito nacional e contribuin-do, assim, para um mundo mais limpo e sustentável.

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Figura 1. Sistema solar conectado à CEMIG

Figura 2. Vista do prédio escolar e quadra do CEFET-Curvelo

1.1 Objetivos

Fazer um levantamento do estado da arte sobre energia renová-vel. Conscientizar a comunidade acadêmica da unidade sobre energia renovável, energia solar e o que acarretaria a implanta-ção da microgerador solar no CEFET-Curvelo. Fazer uma análi-se de viabilidade econômica da instalação da microgerador solar no CEFET-Curvelo. Dimensionar e especificar os equipamentos e materiais necessários para a implantação e interligação do micro-gerador no sistema elétrico da CEMIG.

1.2 Revisão da literatura

Além do uso residencial, a energia solar vem ganhando um espaço cada vez maior em lugares onde a produção é feita em grande es-cala, como escolas e empresas. Para que a execução de um projeto em uma escola que possui tal escala ocorra sem imprevistos, é

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importante analisar casos semelhantes ao nosso para que sirva de referência possibilitando-nos proceder de forma correta.

O cenário mundial para a implantação de usinas fotovoltaicas vem crescendo rapidamente e com isso houve a criação de diversos projetos no Brasil, como, por exemplo, o da Neosolar, que visa promover a troca de experiências e incentivar o uso da energia solar, “são projetos de educação espalhados pelo país que estimula o desenvolvimento da consciência sustentável por meio de progra-mas inovadores que engloba os três eixos da sustentabilidade: so-cial, econômico e ambiental” (<http://www.neosolar.com.br/loja/painel-solar.html>, acesso em 10 de novembro de 2016).

A Secretaria de Meio Ambiente de Brasília pretende instalar pla-cas de energia solar em prédios públicos, hospitais, parques públi-cos e escolas da capital federal. Este projeto alavancaria Brasília como referência para o país na produção de energia limpa renová-vel (<http://www.neosolar.com.br/participe/cases>, acesso em 21 de outubro de 2016). Tendo em vista tais projetos e considerando a previsão da diminuição do imposto, caso ocorra um maior índi-ce de implantações em casas e lugares públicos, concluímos que a instalação da microusina fotovoltaica no CEFET-Curvelo seria um projeto que promoveria benefícios não apenas a unidade, mas também ao Brasil.

O Brasil apresenta em grande parte de seu território índices de radia-ção solar anual muito alto, especialmente na região do centro-norte de Minas Gerais, que, além da alta radiação, conta com um alto ín-dice demográfico e com um Centro Federal Tecnológico facilitando a implantação e estudos de aproveitamento dessa radiação.

É recomendável a instalação de painéis fotovoltaicos na geração de energia elétrica em localidades com taxas acima de 5 kWh/m² por dia. Verificando a Figura 3, mapa disponibilizado pela Cemig no Atlas Solarimétrico de Minas Gerais de 2012, é possível con-cluir que a região de Curvelo é incidida com aproximadamente

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6kWh/m² por dia de energia solar; portanto, uma região ótima para a utilização desta forma de energia.

Figura 3. Radiação solar média diária em MG

2. METODOLOGIA

Levantamento do consumo e demanda de energia da unidade, atra-vés da tarifa de energia elétrica da Unidade. Dimensionamento do microgerador considerando a área da cobertura da quadra. Depois iremos realizar a estimativa de gasto para a implantação do micro-gerador. Estudo de viabilidade econômica para a implantação e fi-nalmente detalhamento da interligação do micro gerador ao sistema elétrico do CEFET-Curvelo.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

Realizamos um estudo da viabilidade econômica da instalação do microgerador fotovoltaico e constatamos que, atualmente, o CEFET-Curvelo consome 176.817 kWh por ano, com um desem-bolso financeiro de R$ 123.071,78. Isso considerando o preço médio do kWh como sendo de R$ 0,70. Fizemos um levanta-mento de um microgerador solar, que gera 75.000kWh por ano, para atender parte da energia consumida atualmente. O custo de

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equipamento é de R$ 330.000,00. Isto posto, é possível obter uma economia anual de R$ 52.500,00, o que representa um valor equiva-lente a 42,66% dos gastos com energia elétrica. Logo, percebe-se o retorno financeiro do investimento em aproximadamente 6,5 anos.

A vida útil de um sistema fotovoltaico gira em torno de 25 anos. Logo, podemos concluir que a implantação desta micro-usina no CEFET-Curvelo é financeiramente viável.

Outro resultado que também foi possível alcançar com este tra-balho foi a disseminação da importância da utilização de energias renováveis na comunidade acadêmica do CEFET-Curvelo, visando a conservação do meio ambiente para as gerações futuras.

4. CONCLUSÃO

Ao se concluir a pesquisa, é constatada a viabilidade de se implantar um microgerador solar no CEFET-MG Unidade Curvelo. O inves-timento no sistema tem retorno financeiro em torno de 6,5 anos e, pelo fabricante, a vida útil deste equipamento é por volta de 25 anos.

O uso da energia solar traz benefícios ao meio ambiente, pois não gera resíduo tóxico, não produz impacto ambiental e nem libera dióxido de carbono na atmosfera, sendo assim uma energia limpa e sustentável.

Com a escassez dos combustíveis fósseis, o aquecimento global e as crises hídricas que estamos vivenciando ultimamente, a tendência é a de que o ser humano busque formas de geração de energias lim-pas e sustentáveis e, por meio dessa pesquisa, pudemos mostrar os benefícios da energia solar e esperamos colaborar para um aumento no uso dessa fonte, ideal nos dias de hoje.

Também divulgamos o projeto realizando uma cartilha com infor-mações sobre energias renováveis e distribuímos para os alunos e servidores da unidade.

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Ao final da pesquisa, concluímos que a instalação da microusina fotovoltaica proporcionaria grandes conquistas em termos finan-ceiros e sustentáveis, ampliando a divulgação da nossa unidade como referência em tecnologia e produção de energia limpa reno-vável para o Brasil.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CEMIG. Atlas Solarimétrico de Minas Gerais. Disponível em:< http://www.cemig.com.br/pt-br/A_Cemig_e_o_Futuro/inova-cao/Alternativas_Energeticas/Documents/Atlas_Solarimetrico_CEMIG_12_09_menor.pdf > acesso em 17 de outubro de 2016.

NeoSolarEnergia: as placas solares. Disponível em: http://www.neosolar.com.br/loja/painel-solar.html, acesso em 10 de novembro de 2016.

NeoSolarEnergia. Cases. Disponível em: <http://www.neosolar.com.br/participe/cases> acesso em 21 de outubro de 2016.

NOTAS1Estudante do segundo ano do curso Técnico em Eletrotécnica do CEFET-MG, Unidade Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected].

2Estudante do segundo ano do curso Técnico em Eletrotécnica do CEFET-MG, Unidade Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected].

3Estudante do segundo ano do curso Técnico em Eletrotécnica do CEFET-MG, Unidade Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected].

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4Engenheiro Eletricista, Doutor em Engenharia Elétrica, Professor do Departamento de Eletroeletrônica do CEFET-MG, Unidade Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected].

5Engenheiro Eletricista, Mestre em Engenharia Elétrica, Professor e Chefe do Departamento de Eletroeletrônica do CEFET-MG, Unidade Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected].

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DESENVOLVIMENTO DE ABRANDADOR DE ÁGUA DE BAIXO CUSTO PARA A POPULAÇÃO DE CURVELO

Matheus Henrique Araújo Silva1

Rafaella Ferreira Marques2

Sérgio Campos Freitas3

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PALAVRAS-CHAVE: qualidade da água; calcário; dureza; abran-dador de água

1. INTRODUÇÃO

Aprovado através do edital CEFET-EXT 2015, o projeto de exten-são “Desenvolvimento de abrandador de água de baixo custo para a população de Curvelo” possuiu como objetivo desenvolver um abrandador de baixo custo, a fim de retirar a dureza proporcionada pela elevada quantidade de carbonato de cálcio presente na água de abastecimento da cidade de Curvelo, bem como oferecer cur-sos/oficinas com vistas a ensinar à população local o processo de construção e utilização deste equipamento. Dentre as proposições iniciais, foram realizadas pesquisas bibliográficas, orçamento de materiais, análise do perfil residencial da região, escolha dos locais de teste, elaboração de modelos de equipamento e escolha do mais viável quanto à simplificação de fabricação e menor gasto de ma-terial. Apresentam-se como resultados parciais relatório de desen-volvimento do projeto, levantamento de dados sobre a hidrologia de Curvelo e consumo de produtos de limpeza e higiene pessoal nos locais de teste, bem como o modelo proposto do equipamento. Devido à espera dos materiais necessários, apenas um protótipo foi desenvolvido, porém os testes e cursos não se iniciaram.

2. METODOLOGIA

A metodologia do projeto foi dividida em 11 etapas:

• Referencial teórico sobre termos relativos ao equipamento eseu funcionamento, como abrandamento, agua dura, crepinas,resina catiônica e trocas iônicas;

• Levantamento quantitativo de materiais previstos em umabrandador comum;

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• Avaliação de materiais alternativos de menor custo que po-deriam realizar a mesma função de determinados componen-tes tradicionais do equipamento;

• Orçamento dos materiais escolhidos;

• Levantamento de dados a respeito da hidrologia do muni-cípio de Curvelo, como dureza da água, origem, formas dedistribuição;

• Escolha da região de teste do equipamento, através de ava-liação de consumo de água, distribuição de renda, potencial deutilização e local que pudesse fornecer um cenário mais pró-ximo do padrão médio de Curvelo. Os dados da cidade foramdisponibilizados pela agência de distribuição e tratamento deagua;

• Escolha dos locais de testes: restaurante universitário do CE-FET-MG, Unidade Curvelo, localizada no bairro Santa Rita;um salão de beleza de médio porte, localizado no bairro MariaAmália; e uma residência composta por três moradores emuso diário e sem atividade comercial ou industrial no local;

• Levantamento de dados sobre consumo de água obtidosatravés de contas de água de meses anteriores e materiaisde limpeza e higiene pessoal dos locais de testes, através derelato dos responsáveis, e no caso do restaurante, através deinformações de consumo de água por refeição;

• Desenvolvimento de modelo básico do equipamento, comvistas a atender os casos, e que possibilitasse adaptação parainstalação em diferentes locais, através do software AutoCAD.Nessa etapa, foram avaliados os pontos positivos e negativosde cada modelo proposto para se obter um modelo final me-lhor estruturado e que resultasse em um menor gasto de mate-riais, e consequentemente, financeiro;

• Produção de protótipo para verificação de funcionalidade es-perada e apresentação durante as mostras do CEFET-MG;

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• Oferta de minicursos e oficinas com os moradores de comu-nidades do município com a apresentação do equipamento, suafuncionalidade e benefícios, bem como o ensino de como pro-duzir e instalar o mesmo na própria residência e/ou comércio;

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

Ao analisar as características hidrológicas e geológicas da região de Curvelo, constatou-se uma concentração elevada de rochas cal-cárias, o que torna a água da cidade com elevada dureza. Embora a concentração dos minerais liberados por essas rochas estejam dentro dos limites estabelecidos pelas Normas Brasileiras e pela ONU, uma dureza de 180 mg/L altera as propriedades organo-lépticas da água. Outro problema encontrado é que a utilização da água dura, por provocar uma sensação de baixa emulsificação dos produtos de limpeza, tais como xampus, sabões e detergentes, resulta em um gasto acentuado destes recursos em atividades coti-dianas. Dessa forma, em virtude da necessidade de se melhorar a qualidade da água na região, o abrandador, equipamento que reduz a dureza da água através de um processo de troca iônica, mostra-se de fundamental importância.

Durante as pesquisas sobre a composição de tal equipamento, ob-servou-se que, embora sejam bem difundidas comercialmente, in-formações de como se dimensionar não são de fácil acesso, sendo as informações de posse apenas das empresas produtoras e deten-toras do conhecimento da tecnologia. Assim, a empresa Controll Master, localizada em Sete Lagoas, próxima a Curvelo, foi procu-rada e se dispôs a colaborar com o projeto. Além de auxiliar com o dimensionamento, a empresa também colaborou com a apresen-tação da produção e funcionamento de um abrandador tradicional.

Durante a avaliação do processo de troca iônica a ser realizado pelo equipamento, surgiram questionamentos quanto a outras pro-priedades da água no final do processo, como gosto, cor e cheiro.

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Para verificar a qualidade final e percepção dos usuários, propôs--se realizar um teste cego com a água abrandada em comparaçãocom a água antes do abrandamento.

Além disso, com os dados dos locais de testes e da região cata-logados, pode-se perceber que, se atingidos pelo equipamento os resultados esperados, de acordo com equipamentos comerciais, a redução do consumo de água e produtos de limpeza e higiene pes-soal serão significativos, o que propiciará uma redução de gasto financeiro considerável. E, caso o equipamento com os materiais alternativos mostre-se, efetivamente, de baixo custo e durável, tal investimento no mesmo poderá ser recuperado em um curto espa-ço de tempo, a depender de cada situação de uso, além dos benefí-cios relativos à qualidade de vida.

4. CONCLUSÃO

Assim, ciente das características geológicas da região e da influ-ência dela na qualidade da água, a melhoria dela, por meio do de-senvolvimento de abrandadores de baixo custo, juntamente com a oferta de cursos para os moradores locais, é de grande valia. Esta iniciativa, além de exercer um papel social, através da integração escola/comunidade, permitirá aos moradores da cidade de Curvelo adquirirem água com melhor qualidade a um custo relativamente reduzido, uma vez que os materiais utilizados na construção deste equipamento, além de serem de fácil obtenção, apresentam valores não proibitivos às comunidades mais carentes.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAGA, B.; BARROS, M. T. L.; CONEJO, J. G. L.; EIGER, S.; HESPANHOL, I.; JULIANO, N.; MIERZWA, J. C.; NUCCI, N.; PORTO, M.; SPENDER, M.. Introdução à engenharia ambien-tal. São Paulo: Pearson, 2005.

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RODRIGUES, R. T.; RUBIO, J.; SILVA, R. D. R.. Remoção da dureza da água por precipitação dos íons Ca2+ e Mg2+ e flotação por ar dissolvido – Processo P-FAD. In Anais do XVIII congresso brasileiro de engenharia química. Foz do Iguaçu-PR: 2010.

NOTAS1Graduando em Engenharia Civil, CEFET-MG, Campus Curvelo, MG, Brasil. [email protected]

2Graduanda em Engenharia Civil, CEFET-MG, Campus Curvelo, MG, Brasil. [email protected]

3Engenheiro Mecânico, Mestre em Meio Ambiente e Saneamento, Professor, Departamento de Engenharia Civil e Meio Ambiente, CEFET-MG, Campus Curvelo, MG, Brasil. [email protected]

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao CEFET-MG pelo auxílio para a compra de mate-riais para o desenvolvimento do equipamento, além de uma bolsa para um dos alunos envolvidos com a pesquisa. Agradecemos tam-bém à COPASA pela colaboração com a apresentação de dados sobre as características da água da região de Curvelo. E a Controll Master, pelas informações técnicas, equipamento e doação do ma-terial para pré-teste do equipamento.

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PROJETO CAIREP/CEFET – EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E O PROTAGONISMO ESTUDANTIL

André Luiz Reis de Souza1

Bruno Silva Lorde2

Eduardo André A. Junior3

Neolmar de Matos Filho4

Luciana Patrícia Ferreira5

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PALAVRAS-CHAVE: papel social do estudante; tecnologia; inclusão.

1. INTRODUÇÃO

“Quem ensina aprende ao ensinar. E quem aprende ensina ao aprender.”

(FREIRE, 1997)

Dentro do processo de formação profissional, a extensão provê um espaço autêntico: fora do circuito escolar e ainda não dentro do cir-cuito profissional, com desafios reais e possibilidades de aprendi-zado específicas. A extensão, usada assim, possibilita o reencontro do estudante com a sociedade dentro de seu novo status social em construção. É um processo no qual as interações concretas levam o estudante a experimentar um leque de situações éticas, cidadãs, co-municacionais e gerenciais ligadas às suas novas capacidades pro-fissionais adquiridas.

Definir os estudantes pelo que eles podem contribuir e não pelo que ainda lhes falta é um dos fundamentos do CAIREP. O desenvolvi-mento das competências, a partir do envolvimento gradual em pro-jetos interdisciplinares de perfil extensionista, permite ao discente que ele se enquadre no perfil de abordagens pedagógicas progres-sivas que implicam em “formar profissionais como sujeitos sociais com competências éticas, políticas e técnicas e dotados de conheci-mento, raciocínio, crítica, responsabilidade e sensibilidade para as questões da vida e da sociedade, capacitando-os para as questões da vida e da sociedade, capacitando-os para intervirem em contextos de incertezas e complexidades.” (MITRE, 2008). Além disso, de-senvolve a autoconfiança e a iniciativa, fundamentais para se con-verter o graduando em um profissional, um agente transformador desde seu próprio lugar.

O Brasil está exatamente na média mundial de acesso à internet. Em

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2015, o IBGE apontou que metade dos brasileiros estão conectados. Já a ONU, em sua Metas do milênio, passou a incluir a conectivi-dade como um de seus objetivos. O estudo da Fundação Getúlio Vargas, em 2012, aponta que, entre os principais motivos da exclu-são alegados, estão o desinteresse (33%) e a incapacidade (31%). Estudos locais do SEBRAE apontam que existe carência de mão de obra qualificada na região de Curvelo.

Considerando a presença estratégica do CEFET na cidade, as neces-sidades locais e as oportunidades didáticas complexas, o projeto se converte em ponte entre tecnologias digitais e metodologias ativas de ensino, entre academia e sociedade.

2. METODOLOGIA

“Ninguém é sujeito da autonomia de ninguém.” (FREIRE, 2002)

O CAIREP é um projeto de extensão que estende a ação da faculdade para cidade, oferecendo cursos de perfil tecnológico e dando suporte à atuação de discentes de graduação como instruto-res orientados por seus coordenadores. Além de seguir as premis-sas de Interação Dialógica, Interdisciplinaridade, Indissociabilidade Ensino-Pesquisa-Extensão, Impacto na Formação do Estudante e Transformação Social, propostos pelo FORPROEX (2012), o pro-jeto agrega premissas de interatividade e metodologias ativas de en-sino, promovendo múltiplos níveis de aprendizagem, e utiliza como estratégias a metodologia de projetos (FREIRE, 2002).

Exige a formação continuada e treinamento dos alunos que atuam como instrutores, bem como atenção ao feedback da comunida-de assistida para detecção das necessidades. Permite participação do aluno instrutor na concepção, elaboração de conteúdos e dis-seminação da experiência situando-o como protagonista dentro da perspectiva extensionista. Assim pretende-se que o aluno, atuando

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em território, aprenda e reflita sobre seu papel e atue detectando os anseios e necessidades da comunidade para permitir uma resposta mais efetiva. Neste sentido, o projeto funciona como um sensor de informações para a comunidade.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

Apesar de focalizar a carência de treinamento técnico de infor-mática identificada na cidade, o projeto se expandiu e aumentou a percepção dos instrutores, que funcionam também como articu-ladores do projeto, consolidando acordos e ampliando as possibi-lidades de influencia do projeto, angariando apoios e construindo parcerias dos setores institucionais, empresariais e comunitários para sua viabilidade.

Os resultados foram muito proveitosos para os alunos instrutores e sua vivência acadêmica. Revelaram necessidade melhoria e am-pliação da abrangência do projeto reduzindo a timidez da presença da comunidade na academia e vice-versa.

Entre os aspectos positivos deste trabalho, podemos citar o estrei-tamento dos laços com a comunidade, o aprendizado e engajamen-to dos instrutores, o sucesso das parcerias com a implantação da sala de informática da escola CAIC, de Curvelo.

Em seus 18 meses de execução, ele conseguiu formar 30 alunos em duas etapas (ver Figuras 1 e 2), além de disponibilizar a sala de informática montada no CAIC para outros projetos de extensão como o Curso Aberto de AutoCAD e projetos sociais da comu-nidade. O CAIREP conseguiu também levar a comunidade para dentro da unidade CEFET Curvelo, ministrando a segunda etapa de cursos no espaço de informática da unidade.

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Figura 1. Etapa 1 - layout e montagem da sala e aula dos instrutores no CAIC

.

Figura 2. Etapa 2 - aula dos instrutores no CEFET/MG Unidade Curvelo

4. CONCLUSÃO

Percebemos na prática que a lógica de ajuda mútua, de altruísmo, é peça fundamental no processo. Neste intercâmbio, o estudante apre-senta um pedido que a comunidade escuta, uma capacidade de ini-ciativa da qual o empresário participa, um comprometimento que o poder público necessita e uma sede de aprendizado que o docente apoia.

Este tipo de ação permite revelar indivíduos engajados que colo-cam o conhecimento adquirido a partir da construção de muitos, a serviço de muitos. Este projeto é outra demonstração de que as instituições de nível superior têm muito a ganhar quando apoiam propostas para despertar o sentido da responsabilidade social do fu-turo profissional.

Um dos termômetros que usamos para avaliar as atividades é a res-posta da comunidade, suas novas demandas e a confiança que de-positaram no processo expressa sua continuidade e participação.

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Outro sinalizador importante é o resultado do protagonismo dos alunos, identificado no discurso que eles passam a adotar na me-dida em que se envolvem nos projetos, como se percebem benefi-ciados pelo processo, como relatam o impacto da experiência em sua vivencia acadêmica.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BURCH, S.. Sociedade da informação/sociedade do conhecimen-to. In: Desafios de palavras: enfoques multiculturais sobre as so-ciedades da informação. São Paulo: C&F editions, 2005.

FREIRE P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica educativa. 9 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1997.

_________ Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.

MITRE, S. M. et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem na formação profissional em saúde: debates atuais. Ciência: saúde coletiva, v. 13, n. 2, p. 2133-44, 2008.

MORIN, A.. Pesquisa-ação integral e sistêmica: uma antropope-dagogia renovada. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.

NERI, M. C.; DE MELO, L. C. C.. Mapa da inclusão digital. Rio de Janeiro: FGV, 2012.

SEBRAE Curvelo. Diagnóstico empresarial de Curvelo, 2013

TRIPP, D.. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. In: Educação e pesquisa 31.3 (2005): 443-466.

FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS - FORPROEX. Política Nacional de Extensão Universitária. Manaus, 2012.

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NOTAS1Graduando Engenharia Civil, Instrutor do projeto de ex-tensão, DECMCV, CEFET, Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected].

2Graduando Engenharia Civil, Instrutor do projeto de ex-tensão, DECMCV, CEFET, Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected].

3Graduando Engenharia Civil, Instrutor do projeto de ex-tensão, DECMCV, CEFET, Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected].

4Engenharia Elétrica, Msc, Professor EBTT, DECMCV, CEFET, Curvelo, Minas Gerais, Brasil.

5Arquiteta Urbanista/Engenheira Civil, Msc, Professor EBTT, DECMCV, CEFET, Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected].

AGRADECIMENTOS

Este projeto se fez possível graças apoio e colaborações da Diretoria de Extensão e Desenvolvimento Comunitário - DEDC do CEFET/MG, à Fundação Banco do Brasil, Prefeitura Municipal de Curvelo, da Secretaria de Educação de Curvelo, do Centro de Atenção Integral à Criança - CAIC de Curvelo, empresa Meta Gerencial e o apoio diligente do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Curvelo - CODEC Curvelo.

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PROJETO SOCIAL EPROTEC JR: PROJETO DO CANIL DA NUPAC

Breno Fernandes Pimentel1

Bruno Teodoro da Silva2

Paulo Victor Franafon3

Mônica da Cunha e Silva4

Juliana Reinert5

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PALAVRAS-CHAVE: apoio social; empresa júnior; projeto arqui-tetônico.

1. INTRODUÇÃO

O projeto tem como objetivo reforçar a função social da educação técnica e tecnológica através de uma parceria entre a Empresa de Projetos e tecnologia Júnior (EPROTEC JÚNIOR) com o Núcleo de Proteção Animal de Curvelo (NUPAC) para atender suas necessida-des de apoio técnico em projeto, construção e planejamento do canil para sua unidade.

Trata-se de uma reforma e ampliação de uma edificação existente, proporcionando, para a equipe de trabalho, entendimento de etapas de extrema importância para a formação de um engenheiro civil. Para isso, o projeto foi dividido em cinco etapas: levantamento de necessidades, elaboração dos projetos, orçamento, cronograma de execução e acompanhamento da obra.

2. METODOLOGIA

Para que a equipe fosse capaz de gerir e executar as etapas do pro-jeto, foram utilizadas ferramentas de gerenciamento de projetos, usando como base as recomendações do PMBok. Foram elabo-rados a estrutura analítica de projeto (EAP) e o cronograma das atividades, possibilitando o início das atividades referentes ao le-vantamento das necessidades com planejamento já definido para todas as etapas. Durante a primeira etapa, ocorreram reuniões com as representantes do Núcleo de Proteção Animal, visitas ao local da obra e à clínica veterinária que atende o Núcleo. Dessa forma, foi concluído o briefing e foram levantados os recursos necessários para a elaboração do projeto.

Após a conclusão do levantamento das necessidades, levantaram-se também as restrições do projeto, tais como: limitação financeira,

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preferência por estruturas reutilizáveis, opção por utilizar ape-nas metade do lote, máximo de reaproveitamento da estrutura existente, peculiaridades de uma instalação veterinária, muitas árvores existentes no lote, além das patologias típicas de uma obra antiga (fissuras, trincas, rachaduras, telhado não uniforme, entre outros).

A segunda etapa consistiu em elaborar o projeto arquitetônico para desenvolvimento dos demais projetos (visualização 3D no Sketchup, fundações, estrutural, elétrico e hidrossanitário). Este projeto já foi elaborado e está em fase de verificação e validação do cliente.

O orçamento, terceira etapa, deve ser feito após a conclusão dos projetos. Para ter uma ideia de quais materiais poderão ser utili-zados nos projetos, a equipe fez um pré-orçamento, comparando preços de diversos fornecedores e optou pelos materiais mais econômicos. Essa etapa é de grande importância, porque, depois de finalizada, permitirá que a NUPAC procure patrocínio de ma-teriais, amenizando sua limitação financeira.

Com os projetos concluídos, também será possível dar início à ela-boração do cronograma físico-financeiro de execução da obra, que consiste em detalhar a duração das atividades, os recursos neces-sários e o custo de cada atividade. Esse cronograma permite que os administradores da obra saibam exatamente quanto vão gastar e quando isso vai acontecer, evitando despesas e empréstimos im-previstos. Além disso, o cronograma auxilia na logística de mate-riais e mão-de-obra, garantindo que as atividades se mantenham dentro da data programada sem falta de recursos na obra.

Por último, na quinta etapa, será realizado o acompanhamento da execução da obra para fiscalizar o prazo e a qualidade dos serviços de execução pela equipe responsável, seguindo o crono-grama de execução e o que foi proposto na etapa de elaboração dos projetos.

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3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

Na primeira etapa foi elaborado o briefing que serviu de suporte para o projeto arquitetônico, com o objetivo principal de melhorar o espaço físico e fornecer o melhor conforto térmico aos cães. O pro-jeto arquitetônico desenvolvido está apresentado na Figura 1.

Figura 1. Projeto arquitetônico

A partir deste projeto, foi iniciado o projeto estrutural referente à edificação destacada no retângulo vermelho da Figura 1, conforme apresentado na Figura 2, e o pré-orçamento. Para o projeto estrutu-ral, optou-se por manter alguns pilares existentes e demolir outros que não apresentavam condições físicas adequadas.

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Figura 2. Projeto estrutural

O projeto de representação em 3D, com o auxílio do software Sketchup, está em andamento e os demais projetos (fundações, elé-trica e hidrossanitário) ainda não foram iniciados, pois dependem da aprovação do cliente.

As demais etapas serão realizadas conforme cronograma do projeto elaborado na fase inicial.

4. CONCLUSÃO

A equipe do projeto apresentou certa dificuldade na elaboração do levantamento arquitetônico devido às varias restrições impostas pelo cliente e pelo lote, além das patologias apresentadas pela edificação existente. O desenvolvimento dos projetos tem sido de grande valia para os membros da EPROTEC JÚNIOR, pois vários integrantes ainda não cursaram as disciplinas específicas do curso, o que tem demandado muito estudo e comprometimento da equipe e das pro-fessoras orientadoras. Da mesma forma, acredita-se que as demais etapas ainda não concluídas serão de grande valia aos alunos, per-mitindo que a equipe responsável vivencie etapas de um projeto de reforma agregando conhecimentos técnicos. Destaca-se neste projeto a conscientização dos membros da EPROTEC JÚNIOR para

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a importância da atuação do Engenheiro Civil em áreas de responsabili-dade social, utilizando seu conhecimento técnico em prol da evolução da sociedade local.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MINAS GERAIS. ESTADO DE MINAS GERAIS. (Org.). Consulta à planilha preço SETOP - Região Central. 2016.

SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA (Org.). Norma técnica de padronização para canis de segurança pública.

MATTOS, A. D.. Planejamento e controle de obras. Pini, 2010.

NOTAS1Estudante de Engenharia Civil, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Curvelo, MG, Brasil. [email protected].

2Estudante de Engenharia Civil, Estudante, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Curvelo, MG, Brasil. [email protected].

3Estudante de Engenharia Civil, Estudante, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Curvelo, MG, Brasil. [email protected].

4Engenheira de Produção Civil, Especialista, Professora, Departamento de Engenharia Civil e Meio Ambiente, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Curvelo, MG, Brasil. [email protected] .

5Engenheira de Produção Civil, Mestre, Professora, Departamento de Engenharia Civil e Meio Ambiente, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Curvelo, MG, Brasil. [email protected].

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PROJETO CEAM: TRILHAS ECOLÓGICAS COMO FERRAMENTA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA CRIANÇAS

Brayan Cristian Darc Silva1

Eduarda Pereira Silva2

Maria Júlia Maia G. Granato3

Samuel Giovannini C. Guimarães4

Sérgio Campos de Freitas5

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PALAVRAS-CHAVE: meio ambiente; educação ambiental; cons-cientização ambiental, trilha ecológica; crianças.

1. INTRODUÇÃO

O modelo de desenvolvimento estabelecido após a Revolução Industrial é um dos grandes responsáveis pelos impactos ambien-tais e suas consequências que se prorrogam até os dias de hoje. Na época da Revolução Industrial, a preocupação com o aumento do ganho capital não deixava espaço para a preocupação ambiental. Somente quando as consequências desse descaso começaram a sur-gir - como o descontrole do efeito estufa e o aquecimento global - é que algumas medidas começaram a ser tomadas.

A partir da década de 1970, houve um fortalecimento dos movi-mentos em defesa do meio ambiente em todo o mundo, o que se evidenciou por meio da realização de encontros internacionais, in-tergovernamentais e interinstitucionais.

Uma estratégia consensual para modificar o processo de destruição da natureza, presente nos documentos resultantes desses eventos, foi a educação. A introdução da Educação Ambiental (EA) surgiu com o objetivo de formar indivíduos aptos a aceitar e adaptar às consequências antrópicas irreversíveis e impedir as futuras degra-dações no meio ambiente.

A Educação Ambiental utiliza da percepção humana para modifi-car a consciência do indivíduo. O indivíduo que se sente parte do meio ambiente, como coparticipante das interações entre o homem e a natureza, cria dentro de si uma necessidade de preservação do meio que também é seu. Todos os indivíduos devem ter acesso à Educação Ambiental para que se tornem desde sempre indivíduos ecologicamente conscientes.

São vários os métodos para se introduzir a Educação Ambiental e nós optamos pelas Trilhas Ecológicas como ferramenta de percep-ção ambiental para crianças.

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O presente trabalho teve seu início em dois mil e treze, quando o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) e a Companhia de Saneamento Ambiental (COPASA) uni-ram-se visando à sensibilização ambiental de crianças. E, como projeto de educação ambiental, surgiu o Centro de Educação Ambiental (CEAM).

O projeto visa à conscientização socioambiental sobre atividades que mostrem a seriedade dos problemas ambientais e como é ne-cessário informarmo-nos urgentemente sobre os mesmos, e como é urgente praticarmos medidas que diminuam o impacto negativo sobre o ambiente.

Com isso, a proposta da trilha ecológica surge para estabelecer o contato de muitas crianças com a natureza de uma maneira inte-rativa, de modo que elas possam perceber que fazem parte desse meio também e que necessitam preservá-lo.

2. METODOLOGIA

A educação ambiental na fase da infância é essencial para a for-mação de mentes críticas e conscientes da condição ambiental do nosso planeta. As crianças possuem grande interesse e captam todas as informações expostas para a formação de seu conhecimento am-biental. Através de palestras e visita à trilha ecológica, as crianças obtêm a vivência da educação ambiental.

Para a realização das atividades, o projeto busca alunos de escolas estaduais e municipais de Curvelo, pertencentes ao sexto ano, através da parceria com a Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de Curvelo, que nos cede um ônibus.

Inicia-se o dia com palestras audiovisuais, utilizando-se datashow, caixa de som e notebook, objetivando transmitir aulas sócioambien-tais para os discentes.

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Após a aula, é realizada a inspeção para ver se a trilha ecológica in-terativa está em condições, permitindo o acesso seguro à trilha para executar com os alunos a caminhada ecológica.

A trilha ecológica do CEAM é dividida em cinco estações, nas quais o grupo de visitantes para para obter informações referentes a diver-sos temas relativos ao meio ambiente. A primeira parada da trilha é naestação do pluviômetro, instrumento utilizado pela COPASA para acoleta de dados da quantidade de chuva que cai na área da trilha.

A segunda parada refere-se à adutora de água bruta, por onde passa a água que a COPASA retira do solo através de poço artesiano.

A próxima parada, a terceira, é de muita importância, pois será à beira do córrego Riacho Fundo, que corta a trilha, pertencente à bacia do Rio das Velhas e nasce no distrito de Bananal-MG.

A quarta parada é na clareira, ambiente aberto, para atividades lúdi-cas onde se tem um maior contato com a flora e fauna que transita entre cerrado e mata ciliar de galeria, contendo espécies do cerrado, vegetação nativa de Minas Gerais, e espécies da Mata Atlântica. A trilha termina na quinta estação, que é a estação do poço profundo, onde se retira parte da água que abastece a cidade de Curvelo.

Durante o percurso, os alunos discutem sobre temas como interven-ção antrópica e a condição atual do córrego Riacho Fundo e a forma de se preservar o meio ambiente.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

Com a realização das diversas atividades, palestras, visita à Estação de Tratamento de Água e trilha ecológica interativa, devem ser ad-quiridos conhecimentos práticos que não são possíveis somente com a teoria em sala de aula.

A execução do projeto, isto é, a proposta da trilha ecológica, serve para que os alunos despertem maior interesse ambiental, sendo uma

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forma de aguçar a curiosidade da “criançada” e torcer para que as mesmas procurem mostrar para os pais as medidas corretas que se devem tomar frente ao meio ambiente, pois, depois de adquirido o conhecimento, a atitude positiva, o ato de influenciar e ajudar asociedade a adquirir valores socioambientais, aumenta a atitude crí-tica dos participantes.

4. CONCLUSÃO

O projeto, desde seu início, em 2013, contemplou mais de 1.500 alu-nos de 16 escolas estaduais e municipais de duas cidades, Curvelo e Inimutaba.

Durante este período de um ano, passaram 200 alunos do CEFET pelo projeto e foi possível deixar a mensagem muito bem explicita a essas crianças: podemos, sim, viver numa sociedade em que nós e o meio ambiente estejamos em constante harmonia e equilíbrio, mesmo sabendo que, para cada instituição que lá nos visitam, será apenas uma aula prática daquilo que eles veem em sala de aula, Mas será uma valiosa lição de que podemos mudar nossas atitudes com o meio, e que, para garantirmos um futuro melhor das próximasgerações, este é o momento de se fazer mudanças, através da boasustentabilidade, mais uma ferramenta para saber usar os recursosda natureza com devida moderação e sempre pensando naquelesque estão por vir.

Deseja-se que, após essa capacitação, esses estudantes adquiram um pensamento crítico, a fim de que possam participar e tomar atitudes diante das decisões tomadas por empresas e governo sobre as ques-tões socioambientais.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SILVEIRA, A. B.; REIS, S. M. L.; ARANTES, Z. P.. (Org.). 5º Encontro de educação ambiental ampliando horizontes: nas trilhas do Cerrado. Curvelo: COPASA, [Julho de 2014].

MARCATTO, C.. Educação ambiental: conceitos e princí-pios. Belo Horizonte: FEAM, 2002.

SEABRA, G., et al. Educação ambiental: conceitos e aplicações. Editora da UFPB, s/d.

NOTAS1Técnico em Meio Ambiente, graduado, Departamento de Eng. Civil e Meio Ambiente, CEFET-MG, campus Curvelo, Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected].

2Técnico em Meio Ambiente, graduado, Departamento de Eng. Civil e Meio Ambiente, CEFET-MG, campus Curvelo, Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected]

3Técnico em Meio Ambiente, graduado, Departamento de Eng. Civil e Meio Ambiente, CEFET-MG, campus Curvelo, Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected].

4Técnico em Meio Ambiente, estudante, Departamento de Eng. Civil e Meio Ambiente, CEFET-MG, campus Curvelo, Curvelo, Minas Gerais, Brasil. [email protected]

5Engenheiro Mecânico, mestre em Meio Ambiente e Saneamento, professor, Departamento de Eng. Civil e Meio Ambiente, CEFET--MG/Campus Curvelo, Curvelo, Minas Gerais, [email protected].

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AGRADECIMENTOS

Ao CEFET pela disponibilização de bolsas de pesquisa, material e transporte aos pesquisadores.

À empresa Companhia de Saneamento Ambiental (COPASA), pela parceria, dando apoio irrestrito à principais decisões.

À Prefeitura Municipal de Curvelo, pelo apoio logístico na forma de transporte, imprescindível ao projeto.

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TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA E CIBERCULTURA: LETRAMENTO LITERÁRIO NAS REDES DIGITAIS

Gabriel Heroito Ribeiro de Souza1

Luciano César Alves de Deus2

Marina Leite Gonçalves3

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PALAVRAS-CHAVE: literatura; cibercultura; multiletramentos; ciberespaço.

1. INTRODUÇÃO

A proposta norteadora do projeto Tradução intersemiótica e ci-bercultura: letramento literário nas redes digitais foi dividir as leituras do clássico machadiano do século XIX com as leituras adaptadas em rede, objetivando compreender como os textos lite-rários chegam aos leitores/internautas nesse momento de emergên-cia de mídias no ciberespaço; quais as condições de entendimento desses leitores nativos digitais do clássico nacional; como esses leitores compartilham essas leituras entre si e de que maneira se dá o contato desse leitor-navegador com a literatura machadiana compartilhada no meio online.

Nossa hipótese amparou-se, assim, na perspectiva de que é possível formar uma comunidade letrada de leitores machadianos, aproprian-do-se das novas adaptações de suas narrativas produzidas e dispo-nibilizadas no universo do ciberespaço. Perspectiva que demandou um investimento de múltiplos letramentos: o literário e o digital.

Ao emergir na sociedade contemporânea, a pulsão das tecnologias digitais trouxe consigo novas possibilidades para o trabalho inven-tivo. O horizonte do texto literário não ausente a essas novas ex-pectativas também foi afetado por essas manifestações. Murray associa as práticas participativas de criar narrativas no ciberespa-ço como inerentes ao ser humano, uma vez que “o anseio humano pela representação, pelo contar histórias e pelo uso transformador da imaginação é uma parcela imutável de nossa própria constitui-ção e o potencial narrativo no novo meio digital é deslumbrante” (MURRAY, 2003, p. 252). Muitas dessas práticas textuais do cibe-respaço são construídas pelos alunos, só que fora da sala de aula, pois a maioria delas não estão dentro dos projetos pedagógicos dos professores de literatura. Pensando nisso, tomamos a inicia-tiva de um projeto que visasse ao letramento literário por meio

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de releituras do clássico machadiano viabilizadas no meio online que, por sua vez, proporcionaria também o letramento digital.

2. METODOLOGIA

No desenvolvimento do projeto, foram realizadas oficinas de leitu-ras das narrativas de Machado de Assis e de práticas de produção de textos de gêneros veiculados na mídia digital. A princípio, foram feitas leituras e fichamento acerca das teorias das novas mídias e do letramento literário e digital. Leituras sobre a cultura da convergên-cia e convergência de mídias também receberam nossa atenção. Foi selecionado também o corpus por meio de leituras e interpretações das narrativas machadianas e apresentadas algumas ciberadaptações dessa literatura nas plataformas digitais. Como forma de experien-ciar esses novos diálogos com a narrativa machadiana que surgiram na Web 2.0., foi produzido um curta-metragem amador, tendo como fonte de inspiração o conto “Uns braços”, de Machado de Assis, cuja exibição ocorreu nos trabalhos da 26ª META, na Unidade Curvelo do CEFET-MG, e logo após postado no ciberespaço no sítio de ví-deos <https://www.youtube.com/watch?v=rhFdJzlzSDI&t=110s >

3. DISCUSSÃO E RESULTADOSFigura 1- Um beijo a furto - adaptação do conto “Uns braços”, de

Machado de Assis

Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=rhFdJzlzSDI&t=110s>. Acesso em 13/12/2016.

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Há muito que as histórias literárias não estão mais limitadas às pá-ginas dos livros. Elas transbordaram, no final do século XIX para as telas do cinema; no século XX para as telas da TV; e, hoje, transbor-daram essas telas, entrando para as telas das mídias do ciberespaço. As narrativas machadianas, objetos de investigação neste projeto, aliaram-se a animações, mangás, vídeo games, narrativas transmí-dias, fanfictions, webséries, vídeos amadores, vlogger, game, pers-pectivando o universo da literatura de Machado de Assis em termos, efetivamente, convergenciais.

Sobre o pensamento da cultura de convergência e seu impacto na relação entre público, produtores e conteúdos midiáticos, Jenkins observa ser as comunidades de fãs as primeiras a se apropriarem e usarem, criativamente, as mídias emergentes. O pesquisador das mí-dias, durante as duas décadas de sua pesquisa, observou “os fãs sa-írem das margens invisíveis da cultura popular e irem para o centro das reflexões atuais sobre produto e consumo midiático” (JENKIS, 2008, p.38). Os alunos fazem parte dessa cultura participativa de fãs e, embora as práticas textuais onlines tenham maior poder de alcan-ce e atração para essa geração de leitores digitais, que frequentam as aulas de literatura, a tradição escolar ainda as mantêm excluídas ou ignoradas no ambiente de ensino. Os resultados obtidos a partir das investigações teóricas e as condições experimentais estabeleci-das neste trabalho mostraram que as traduções intersemióticas ou adaptações do texto literário viabilizadas nas práticas textuais no ci-berespaço, além de fazerem parte do repertório de leitura dos jovens no contemporâneo, podem servir de aliadas para os docentes nas aulas de literatura. O curta amador Um beijo a furto, produzido com recursos da tecnologia e mídias digitais, trouxe resultados positivos acerca do letramento literário no meio digital. O desempenho dos alunos, no decorrer da realização do projeto, possibilitou verdadei-ras práticas de multiletramentos, no sentido ativo que o termo evoca pelo fato de seus participantes fazerem uso de suas habilidades de nativos digitais, manuseando códigos, instrumentos e arquivos da era digital eletrônica, aliadas à apropriação e interpretação crítica

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do texto literário. A ciberadaptação fabulada pelos alunos a partir do conto machadiano está em consonância com as observações de Néstor Garcia Canclini de que “os jovens adquirem nas telas ex-tra-curriculares uma formação mais ampla em que conhecimento e entretenimento se combinam. Também se aprende a ler e a ser espectador sendo telespectador e internauta” (CANCLINI, 2008, p. 24). Nessa multiplicidade e ubiquidade do diferente e do emergente, o ensino da literatura regido pela tradição precisa mudar para aco-modar os meios técnicos e digitais da sociedade hipermidiatizada.

4. CONCLUSÃO

A realização de uma atividade de ensino promovida pela dinâmica entre literatura, recursos tecnológicos e os meios de comunicação (computador e internet) tornou possível verificar os reflexos de uma prática textual que muito influencia nas maneiras de criar e ler no contemporâneo. E quando se trata dessas ações, cuja parte bem repre-sentativa diz respeito ao ambiente escolar, percebe-se como isto traz implicações diretas na maneira como os alunos, nativos nos suportes e mídias digitais, leem e idealizam eventos artísticos, o que exige um olhar atento do professor e aptidão para explorar as potencialidades que se abrem para o ensino da literatura. Utilizar as novas mídias da tecnologia digital em diálogo com a literatura pode promover o letramento literário digital, uma vez que o encontro entre as duas nar-rativas - a da mídia digital com a do livro impresso - tem sua nature-za definida, primordialmente, pela soma: a obra literária oferece-se como material narrativo para o meio eletrônico e este, por sua vez, evoca e traz o literário ao conhecimento de uma nova geração de lei-tores, por meio de práticas prazerosas de leitura e produção textual.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSIS, J. M. M. de. Contos completos. Org. Djalma Moraes Cavalcante. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2003.

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CANCLINI, N. G. Leitores, espectadores e internautas. Trad. Ana Goldberger. São Paulo: iluminuras, 2008.

JENKINS, H. Cultura da convergência. Trad. Susana Alexandria. São Paulo: Aleph, 2008.

MURRAY, J. H. Hamlet no Holodeck: o futuro da narrativa no ci-berespaço. Trad. Elissa Khoury Daher, Marcelo Fernandez Cuzziol. São Paulo: Itaú Cultural: Unesp, 2003.

SOARES, M. Novas práticas de leitura e escrita: letramento digital. In: Educação e Sociedade, Campinas, v. 23, n. 81, p. 143-160, dez. 2002. Disponível em: http:// www.cedes.unicamp.br. Acesso em 12 de maio de 2016.

NOTAS1Discente do Curso Técnico em Eletrotécnica no CEFET/MG, Unidade Curvelo. Bolsista do programa de iniciação cientifica BIC Júnior/FAPEMIG/CNPq/CEFET-MG/ 2015-2016. Curvelo, MG, Brasil. [email protected]

2Graduado em Letras/Inglês e Mestre em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professor de In-glês no CEFET/MG, Unidade Curvelo. Curvelo, MG, Brasil. [email protected] (Coorientador).

3Graduada e Mestre em Letras/Estudos Literários pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Doutoranda em Letras/Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora/MG (UFJF). Professora de Língua Portuguesa/Literatura no CEFET/MG, Unidade Curvelo, MG, Brasil. [email protected]/ [email protected] (Orientador).

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AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao programa de iniciação cientifica BIC Júnior/FAPEMIG/CNPq/CEFET-MG/ pelo apoio ao desenvolvi-mento desta pesquisa.

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ANÁLISE, SIMULAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM CONTROLADOR MPPT APLICADO A UM SISTEMA FOTOVOLTAICO

João Victor Guimarães França1

Palôma Azevedo Costa2

Bruno Macedo Gonçalves3

Emanuel Philipe P. Soares Ramos4

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PALAVRAS-CHAVE: energia fotovoltaica; MPPT; eficiência energética.

1. INTRODUÇÃO

A energia elétrica gerada por meio de módulos fotovoltaicos vem ganhando cada vez mais espaço. Esta possui algumas vantagens se comparada às outras fontes, uma vez que sua geração é silenciosa e não poluente, de simples instalação, de fácil expansão e de pouca necessidade de manutenção. Entretanto, ainda enfrenta alguns desa-fios, como seu alto custo e sua baixa eficiência.

Uma forma de aumentar a eficiência de um sistema fotovoltaico consiste em extrair a máxima potência produzida pelos módulos fo-togeradores, porém isto não é um problema trivial. A energia gerada dependente de forma não linear da intensidade da irradiação solar incidente e da temperatura na sua superfície. Para cada condição de irradiação e temperatura existe apenas um ponto no qual é entre-gue a máxima potência. Como estes parâmetros ambientais variam constantemente, a energia fornecida à carga nem sempre é a energia máxima que poderia ser transferida.

Visando à obtenção da máxima potência produzida, independen-temente das condições ambientais em que os módulos estão ex-postos, são implementadas técnicas de controle denominadas de Rastreamento do Ponto de Máxima Potência (MPPT, do inglês Maximium Power Point Tracking). Uma vez associadas aos conver-sores em sistemas fotovoltaicos, essas técnicas são capazes de mo-nitorar continuamente a potência fornecida pelo módulo e garantir que a máxima potência gerada seja entregue à carga. Assim sendo, esse trabalho tem como objetivo a implementação de um conversor eletrônico para máxima transferência de potência em um sistema fotovoltaico visando ao aumento da eficiência global do sistema e, consequentemente, um melhor aproveitamento da energia gerada diante das variações na irradiação solar e temperatura.

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2. METODOLOGIA

Primeiramente, para a pesquisa, foram revisados, bibliograficamen-te, os fundamentos de energia fotovoltaica, a geração da energia nas células solares, o modelo elétrico equivalente do painel fotovoltai-co, os diferentes métodos de MPPT e os tipos e funcionamento de conversores CC/CC.

Em seguida, foi definida a arquitetura do sistema fotovoltaico a ser implementado. Neste caso, optou-se por um sistema isolado. A ar-quitetura proposta pode ser dividida em cinco blocos distintos: 1) Painel fotovoltaico de 50W; 2) Conversor estático de potência CC/CC; 3) Módulos, sensores e circuitos auxiliares; 4) Sistema de con-trole dotado de algoritmo MPPT (microcontrolador); 5) Unidade de carga (bateria/carga). A Figura 1 apresenta o diagrama em blocos do sistema proposto.

Figura 1. Diagrama em blocos do sistema MPPT

Com relação ao conversor CC/CC, optou-se por um do tipo buck síncrono. Sensores de tensão do tipo divisor resistivo e sensores de corrente por efeito hall foram utilizados para mensurar as tensões e correntes tanto na saída do modulo fotovoltaico quanto na ba-teria/carga. Com relação ao controle e gerenciamento do sistema, foi utilizado um Arduino Nano V3.0. Uma chave estática do tipo

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MOSFET, controlada pelo microcontrolador, foi adicionada entre o conversor e a carga do usuário, permitindo a conexão/descone-xão de ambos, assim como o gerenciamento da descarga da bateria,fazendo as intervenções necessárias para preservar a vida útil damesma. Para aquisição de dados, supervisão e controle de formaautomática e/ou remota, foram adicionados ao circuito um modulowireless e um modulo-relógio em tempo real. Um display LCD e te-clas de navegação foram incorporados ao sistema, permitindo umainterface amigável com o usuário.

Após definida e implementada a arquitetura de hardware do sistema, o próximo passo foi o desenvolvimento dos algoritmos de controleutilizados no projeto. Dentre as várias rotinas desenvolvidas, desta-ca-se o algoritmo de Rastreamento do Ponto de Máxima Potência,denominado Perturbe e Observe (P&O). A partir dos valores dapotência e tensão na saída do modulo fotovoltaico, o algoritmoP&O tende a atuar no ciclo de trabalho do conversor, fazendo que oponto de operação do módulo fotovoltaico mova na direção em quea potência aumenta. Esta técnica permite compensar os efeitos dasvariáveis não controláveis do ambiente (temperatura e irradiância)garantindo a máxima transferência de potência.

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

Com o intuito de simular e estudar o comportamento do módulo fotovoltaico, foram traçadas as curvas características de potência em função da tensão (curva PxV) para diferentes valores de irra-diação solar e temperatura. A simulação foi realizada em ambiente MATLAB/Simulink. A Figura 2a mostra as curvas características PxV para o módulo fotovoltaico a uma temperatura fixa de 250C,

variando-se a intensidade de irradiação. A Figura 2b mostra as cur-vas características PxV para o módulo fotovoltaico a uma irradiação fixa de 1000 W/m2, variando-se a intensidade da temperatura.

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Figura 2. a) Características de Potência para diferentes irradiância. b)

Características de Potência para diferentes temperaturas

Tensão [V]

0 5 10 15 20 25

Potê

ncia

[W]

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

400 W/m 2

600 W/m 2

800 W/m 2

1000 W/m 2

MPP

Célula a 25 0 C

Tensão [V]

0 5 10 15 20 25

Pot

ênci

a [W

]

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

75 o

C

50 o

C

25 o

C

MPP

Irradiação: AM 1.5, 1kW/m2

Uma vez definidos e testados os elementos do sistema, seu protótipo foi confeccionado em placa de circuito impresso. O layout do cir-cuito assim como a placa desenvolvida pode ser vista na Figura 3.

Figura 3. a) Layout do circuito. b) Placa desenvolvida

4. CONCLUSÃO

Através das análises e resultados obtidos, conclui-se que o método MPPT usados - P&O - apresentou resultados satisfatórios de acor-do com suas características próprias. A eficiência do sistema au-mentou de forma considerável, diminuindo o desperdício. Logo, é nítida a necessidade da implantação de técnicas para maximizar a eficiência dos sistemas fotovoltaicos, acarretando o aumento da produção de energia elétrica.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CEPEL/CRESESB. Manual de engenharia para sistemas foto-voltaicos. Rio de Janeiro, 1999.

GXASHEKA, A. R., VAN DIK, E. E., & MEYER, E. (2005). Evoluation of performance paraments of PV modules deploved outdoors. Amsterdan, Netherlands: 2005

NOTAS1Estudante do curso Técnico em Eletrotécnica, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Curvelo, MG, Brasil. [email protected]

2Estudante do curso Técnico em Eletrotécnica, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Curvelo, MG, Brasil. [email protected]

3Engenheiro Eletrônico e de Telecomunicações, Mestre em Engenharia Elétrica, Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Departamento de Eletroeletrônica do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Curvelo, MG, Brasil. [email protected]

4Engenheiro Eletricista, Mestre em Engenharia Elétrica, Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do departamento de Eletroeletrônica do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Curvelo, MG, Brasil. [email protected]

AGRADECIMENTOS

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Júnior – PIBIC-Jr/ FAPEMIG / CNPq / CEFET-MG.

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