Metodologia de Estudo

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Como você estuda? Rodrigo Ramos de Oliveira

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Ferramentas e técnicas para um estudo mais eficiente

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Como você estuda?

Rodrigo Ramos de Oliveira

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Como você estuda?

O desempenho ao estudar depende de muitas condições e tende a ser melhor quando a compreensão dos fatores que influenciam este desempenho é mais claro; tende a ser melhor, também, quanto maior for a capacidade do estudante de observar o seu próprio desempenho e de lidar adequadamente com os fatores que interferem no estudo. Características do local onde ocorre o estudo, distribuição do tempo destinado para as diferentes atividades e material utilizado são alguns dos vários fatores que influenciam no comportamento de estudo. Estudar bem depende, em grande parte, da maneira como uma pessoa lida com esses fatores. Este material sugere oito aspectos fundamentais para o desenvolvimento de uma postura ativa no hábito de estudar.

1. Sala de aula: Estudar começa aqui

É fundamental que você conte com seus próprios recursos para aproveitar melhor a aula e garantir melhores condições para estudar. Veja algumas dicas:

Escolha locais para sentar-se:

Dê preferência para aqueles de onde seja possível ver e ouvir bem o professor, ser visto por ele, fique longe das distrações;

Vá para sala de aula informado sobre o assunto que será tratado: reveja as anotações da aula anterior consulte o programa da disciplina e consulte um colega caso tenha faltado à aula anterior.

Anotações:

Disponha de material para anotações em sala; Dê preferência para materiais que possam ser organizados com facilidade e não se

percam; Identifique suas anotações: disciplina, assunto, data; Anote aspectos destacados pelo professor: tópicos, títulos, subtítulos, pontos-chave; Faça anotações sintéticas, com suas próprias palavras, de maneira inteligível; Deixe espaço para completar suas anotações após a aula e indicar dúvidas quando for

revê-las; Faça anotações úteis para você, que o ajudem a participar da aula e que favoreçam o

estudo; Utilize suas anotações para preparar-se para a aula seguinte; Reveja suas anotações após a aula em que foram realizadas, no mesmo dia ou no dia

seguinte; Complete suas anotações; Destaque os aspectos que foram enfatizados pelo professor; Indique dúvidas a serem resolvidas;

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Apresente sua dúvida durante a aula: o professor fica melhor informado sobre as necessidades dos alunos, os colegas usufruem das informações e você não tem de resolvê-las mais tarde sozinho. Se você está atento à aula, não há porque constranger-se ao formular perguntas, o que é uma importante habilidade e deve ser estimulada e aprendida.

2. Quando estudar

Estudar muito não é sinônimo de estudar bem. Descobrir, respeitar e ampliar o próprio ritmo de aprendizagem são habilidades das mais importantes no desenvolvimento e manutenção de condutas adequadas ao estudo. Assim:

Estudar deve ser feito com regularidade e em função de um plano de estudos, e não “em cima da hora” (da prova);

Uma rotina de estudos deve ser construída de maneira cautelosa e ao longo do tempo; Planejar o estudo significa ser capaz de propor, avaliar e rever os planos feitos, de

modo permanente. Um plano não é uma camisa de força e sim um referencial para orientar a ação. Serve para que você faça também o que é importante (não apenas o que é urgente) e possa fazê-lo bem. Lembre-se de que fazer um plano não é tentar predizer o futuro e sim prever possibilidades, que devem ser reavaliadas à medida que a situação mude;

Um plano de estudos deve garantir uma previsão de atividades a curto, médio e longo prazo. Quanto maior e mais precisa for sua visão de conjunto sobre suas tarefas e prazos, melhor a possibilidade de você aproveitar bem seu tempo disponível. Procure manter essa visão em relação a todas as suas atividades (não apenas as de estudo) e em relação ao ano, ao mês, à semana e ao dia.

Planos de estudo

Marque seus compromissos indicando quando eles deverão estar cumpridos (prazo final) e quando as atividades relativas a eles devem ser iniciadas;

Preveja períodos regulares (diários ou próximos disso) de estudo; Dê preferência para estudar em períodos de melhor rendimento no dia; Em cada período de estudo, reserve tempo para rever os assuntos recém-aprendidos

em aula, completar suas anotações e também para preparar sua ida para as próximas aulas (rever anotações, dúvidas).

Planeje cada uma das suas sessões de estudo utilizando os seguintes critérios:1. Dê preferência às disciplinas mais difíceis, depois as mais fáceis e agradáveis, servindo

como forma de descanso;2. Intercale as disciplinas que exigem diferentes formas de raciocínio e de trabalho, de

modo que uma sirva de “pausa” no esforço requerido por outra;3. Se você nota que tem dificuldade para começar a estudar, planeje algo bem agradável

para começar, mas com uma tarefa relativamente curta, para que não acabe ficando só por aí.

Faça seus planos de estudo semanalmente, a partir de uma matriz básica de estudos na semana, considerando as ocorrências da semana anterior, os compromissos já

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agendados para o período seguinte e o que aprendeu sobre o seu comportamento de estudo na semana que acabou;

Lembre-se que um plano não seguido integralmente não é indício de falha e sim parte das circunstâncias que cercam a vida de todos. Fundamental é saber utilizar tais informações para gerar novos referenciais (ao invés de entregar seu futuro de estudante – ou estudioso – ao acaso, o que geralmente significa entregar esse destino ao controle de outras fontes que não você mesmo e suas prioridades).

Reveja seu plano sempre que for estudar, antes de começar. Altere-o no conjunto caso seja necessário considerar fatos novos: o que não puder ser feito no período previsto deve ser remanejado de modo que não seja simplesmente abandonado e esquecido;

Não deixe de levar em conta, no seu planejamento, a proximidade das provas e exames. Estude a matéria da prova com antecedência, de modo que possa identificar e resolver, a tempo, suas dúvidas e de modo, também, que a concentração de estudos de um assunto não prejudique os estudos de outros.

3. Mantendo um bom rendimento no estudo

É comum interromper a atividade de estudo quando surge cansaço ou quando a dificuldade é acentuada. Esta não é uma boa providência. A interrupção de uma sessão de estudos deve ocorrer de forma planejada e não acidental, ou determinada pelo cansaço.

Como manter um bom rendimento

O que quer que façamos e seja seguido de desconforto, sofrimento ou cansaço, tem sua probabilidade de ocorrência futura reduzida. Estudar não foge à regra. Cada um deve descobrir seus “tempos ótimos” de rendimento em cada circunstância e utilizar esse conhecimento para definir unidades de estudo e prever interrupções ao final de unidades de estudo completadas. O critério fundamental para fazer interrupções não é a passagem do tempo, mas um objetivo cumprido. É necessário, então, aprender a definir objetivos cujo cumprimento seja compatível com os tempos ótimos de rendimento.

Como fazer intervalos

Muitas pessoas pensam que, se estão rendendo bem, devem aproveitar o máximo possível a oportunidade. Isto é um equívoco. Breves intervalos para descanso, desde que não signifiquem ou tornem um modo de fugir da tarefa, servem para recompor a disposição para estudar, aumentando o rendimento e o período de estudo.

O que fazer no intervalo de estudos

Nestes intervalos: evite engajar-se em atividades que competem com o estudo e dificultam retomar o trabalho. Uma caminhada breve, um lanche leve, um exercício para a postura, são atividades compatíveis com intervalos durante o estudo e aumentam a probabilidade de um estudo eficaz.

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Colocar tudo em ordem antes de deixar o local de estudo é uma maneira de facilitar o regresso: a perspectiva da bagunça pode atrapalhar o retorno ao estudo no momento previsto. A perspectiva de uma tarefa agradável ao retornar é uma motivação adicional para o retorno.

ATENÇÃO

Apenas estude nos períodos de estudo. Este é um cuidado importante para que se estabeleçam associações que favoreçam a ocorrência de comportamentos de estudo e seja desfavorecida a ocorrência de comportamentos que competem com o estudo nessa situação. É fundamental estabelecer hora e momento para diferentes condutas, de modo que uma não atrapalhe a outra.

4. Material ao estudar Providencie tudo que vai necessitar para estudar antes de começar a fazê-lo. Isso inclui

não apenas informações (anotações, livro, etc.), mas também os materiais usuais de escritório (papel, lápis, borracha, caneta, régua, calculadora etc.).

Deixe ao alcance apenas o material que está necessitando para o assunto que está sendo estudado. Muito material na mesa de trabalho acaba atrapalhando.

Mantenha artigos e material de estudo devidamente identificados e, sempre que possível, no mesmo local. Sinalize o que deve ser colocado em cada lugar e organize tudo de modo que a retirada de um material não desorganize outros. Assim será mais fácil encontrá-lo e guardá-lo sempre com facilidade.

Arrume o material que acabou de ser utilizado, de preferência logo após terminar o uso. Isso facilitará o reinício do estudo na próxima sessão.

Mantenha seu material de estudo sempre em boas condições de uso e funcionamento.

ATENÇÃO

Todas essas providências são fundamentais para que sua sessão de estudos não seja interrompida a todo momento, algo que favorece a dispersão da atenção.

LEMBRE-SE

“Arrumar desculpas para interromper o estudo” é um sinal de que algo não está “em ordem” em sua relação com o estudo. Você pode simplesmente ceder a esse modo de fugir das dificuldades de estudo que o livra do mal-estar causado por elas a curto prazo, mas cobra um alto preço mais tarde. Ou enfrentar suas dificuldades reais, aquelas que estão tornando necessária essa fuga.

5. Como estudar

É comum as pessoas considerarem que estudar é sinônimo de ler. Embora a leitura seja fundamental nesse processo, estudar não é apenas ler. Saiba também que a retenção de informações é maior quando estas são estudadas de forma distribuída no tempo.

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O que fazer

Proponha-se inicialmente a unidades de informações fáceis e pequenas para estudo, aumentando o tamanho e o grau de dificuldade de forma gradual. Para quem está iniciando uma aprendizagem de como estudar (ou reaprendendo a fazê-lo), a exigência inicial deve ser compatível com aquilo que a pessoa pode render, embora seja essencial aumentar essa exigência gradual e o mais rapidamente possível.

Assumir um papel “ativo” ao estudar é fundamental, mesmo quando a atividade é aparentemente passiva, como no caso da leitura. Não aprendemos por “osmose” e sim a partir de como nos comportamos diante das condições que o ambiente nos oferece. Escrever, fazer exercícios, formular e responder perguntas, formular hipóteses, elaborar exemplos são procedimentos de estudo que geram melhor rendimento.

Procure tornar o estudo agradável:1. Invente jogos para estudar;2. Faça com que atividades agradáveis sigam períodos de estudo;3. Invente procedimentos novos, criativos, estude com outras pessoas;4. Evite associações com situações desagradáveis, como fazer o estudo ser seguido delas

ou estudar diante de condições desfavoráveis;5. Evite deixar de fazer algo muito desejado para estudar, a menos que isso comece a

virar rotina. Garanta a solução de dúvidas antes de prosseguir no estudo. Leve em conta o uso que

será feito das informações (na prova, em sala), bem como a natureza do que está estudando para definir como estudar. E estude de modo a se comportar o mais próximo possível daquilo que será exigido posteriormente de você.

Procure conhecer o modo do professor trabalhar e elaborar suas atividades e crie modos apropriados para estudar diferentes assuntos.

6. Interferências ao estudar

Algumas interferências ao estudo são identificadas e melhor enfrentadas por quem estuda. Algumas providências podem ser suficientes para minimizar a probabilidade de interrupções como, por exemplo:

1. Escolha e preparo adequados do local e horário de estudo;2. Regras de boa convivência com pessoas com quem dividimos nossa vida; e3. Providências tomadas em relação a assuntos que possam vir a perturbar o estudo ou

ser pretexto para interrompê-lo (horário de consulta a marcar, desentendimento a resolver, telefonema a fazer, roupa a lavar). Se situações desse tipo forem, por outro lado, pretextos para não começar a estudar, atenção: as providências em relação a elas podem ser exatamente prever quando e como serão enfrentadas que não na hora de estudar.

Se, mesmo assim, ocorrerem interrupções por força de acontecimentos que não estão sob seu controle, ainda é possível enfrentá-las de modo a minimizar os prejuízos para o estudo.

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Se a situação que levou à interrupção permitir, proponha aos envolvidos dar atenção a elas após concluir o estudo, desde que você não fique ansioso por tomar esta providência.

Se for imprescindível interromper, procure concluir uma etapa da tarefa antes de parar. Preveja, no seu planejamento, quando poderá retomá-la. Se não puder fazer isto na hora, faça-o assim que possível.

Se a interrupção comprometer a qualidade da continuidade do estudo, suspenda temporariamente a sessão de estudo, até que possa restabelecer a tranquilidade e a disposição necessárias para um bom rendimento: estudar com sono, cansaço, ou simplesmente irritado ou nervoso pode ser pior que interromper provisoriamente o estudo. Um efeito importante da insistência em estudar sob condições adversas é tornar o próprio estudo algo desagradável e desconfortável.

Quando as interrupções vêm de “dentro de” nós mesmos

Temos a tendência (natural e louvável) de nos afastarmos das condições que estão relacionadas ao desconforto e sofrimento. Exceto em circunstâncias muito específicas da vida de alguns indivíduos, fugimos ou evitamos os “choques” que são distribuídos pelo nosso ambiente.

Graças a isso, garantimos nossa sobrevivência – física e psicológica. Há circunstâncias, contudo, em que condutas como essas ocorrem sem que sejamos capazes de identificá-las e muito menos ainda aos “choques” dos quais estamos fugindo ou nos esquivando. Circunstâncias em que essas condutas, ao invés de nos proteger contra um perigo real, nos colocam em armadilhas perigosas. No estudo isso não é incomum.

Aprendemos com facilidade a nos livrar de dificuldades no estudo com distrações. “Desligar” o pensamento é, em geral, uma forma eficiente de nos afastarmos de uma situação que seja, por qual razão for, desagradável. Períodos excessivos de estudo, grau de dificuldade maior do que estamos preparados para enfrentar, problemas pendentes, são algumas dessas condições. E todos os esforços para evitar que isso ocorra em relação à rotina de estudos, local, material, procedimento, etc. – serão justificados, porque depois que essa aprendizagem se estabelece, é sempre muito mais difícil enfrentar o problema já instalado.

Mas se isso já está ocorrendo, será fundamental enfrentar a situação estabelecendo uma nova condição de estudo, o que deve significar investir no aprimoramento de suas habilidades de estudo em todas as frentes, mas principalmente, num redimensionamento da sua rotina de estudos, para que você possa começar com uma pequena exigência (em termos de duração do estudo e graus de dificuldades da tarefa) para então, gradualmente, aumentá-la. Você pode necessitar de alguma ajuda externa para pensar numa agenda de estudos; para observar seu próprio desempenho e as condições a que ele está sujeito; e interferir nelas de modo a favorecer o desenvolvimento de um novo repertório de estudos.

Não hesite em procurar ajuda antes de tudo vire uma enorme bola de neve. Como orientação geral, lembre-se de que permanecer estudando em más condições pode ser muito pior do que gastar algum tempo resolvendo o problema, qualquer que seja ele.

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7. Enfrentando provas e exames

Embora não seja recomendável que você controle seu estudo apenas em função de provas e exames, eles fazem parte do conjunto de seus compromissos e são suficientemente influentes sobre sua vida acadêmica para que sejam levados a sério. Além dos cuidados relativos a quando, quanto, onde e como estudar, há alguns que se referem especificamente a condutas apropriadas para lidar com os testes de aprendizagem pelos quais você poderá passar durante o ano.

Quando uma prova se aproxima, é necessário saber a hora de parar de estudar, de modo que as boas condições físicas (descanso, alimentação) e psicológicas (relaxamento, concentração) sejam garantidas. Quando você estuda “em cima da hora”, é possível que o cansaço faça com que você localize mais dúvidas do que realmente tem, o que geralmente é seguido de maior insegurança, ansiedade e desânimo, bons ingredientes para compor um fracasso.

Evite experimentar, perto da prova, receitas milagrosas para acalmar-se. O efeito inesperado de substâncias químicas no organismo pode ser um verdadeiro desastre para seu desempenho.

Prepare com antecedência todo o material que necessita para a prova e tome providências para não se atrasar, reduzindo a probabilidade de surpresas desagradáveis sem tempo para poder resolvê-las.

Diante da prova:

Dê uma olhada no conjunto das questões, em vez de começar a responder de qualquer ponto (mesmo que seja o começo), para ter uma ideia do volume e da dificuldade das questões.

Faça uma previsão do tempo que será necessário para as diferentes questões, considerando o tempo efetivamente disponível.

Estabeleça uma sequência para trabalhar as questões mais fáceis e rápidas primeiro (ao contrário do que faz quando estuda!). Com isso, você consegue, além de garantir alguns “pontos” na nota, manter o ânimo alto até chegar às questões mais difíceis.

Decida sobre quando insistir numa mesma questão em função do que ainda há para ser feito. Abandonar temporariamente uma questão pode fazer com que você a retome em melhores condições um pouco mais tarde.

Se os “abandonos” de questões se repetirem, talvez seja melhor uma nova olhada no conjunto, para localizar uma frente mais promissora e diminuir a ansiedade.

Faça uma revisão cuidadosa da prova antes de entregá-la. Nesse momento você pode localizar e corrigir erros que porventura estejam em suas respostas.

8. Um alicerce para o comportamento de estudar

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Resolver um problema não é apenas apresentar sua solução. Pensar é ser capaz de produzir o caminho que conduz a uma solução. É produzir pistas para si mesmo, gerar as condições que aproximam de respostas, envolver-se com atividades intermediárias que levam aos resultados finais, ter tolerância para construir o caminho sem perder de vista os objetivos pretendidos. Ao estudar, é necessário reconhecer a importância das etapas intermediárias e capacitar-se para propor tais etapas e as condições para sua realização.

Tomar decisões é outra habilidade relevante para um estudo eficaz. Não raramente nos deparamos com situações de conflito, em que as alternativas não são conciliáveis. Decidir entre elas implicará dimensionar os ganhos e perdas em cada uma. Se não é possível estudar tudo que seria desejável, quais os critérios para decidir? Eles deverão ser propostos e aplicados por quem estuda, bem como as maneiras de atenuar as perdas correspondentes e maximizar os ganhos envolvidos. Dosar o grau de perfeição de uma tarefa de acordo com os objetivos, consequências e possibilidades concretas é um exemplo desse tipo de situação.

Formular perguntas, ouvir, identificar as próprias dificuldades e utilizar recursos disponíveis são habilidades fundamentais, porém nem sempre suficientemente valorizadas por quem ensina e por quem aprende.

Mais difícil – e por vezes muito mais produtivo – que dar boas respostas, é formular boas perguntas. Isso vale em termos de produção de conhecimento, mas vale também em termos de acesso ao conhecimento disponível, para o estudo.

Conhecer a si mesmo significa identificar as próprias facilidades e dificuldades e levá-las em conta, não no sentido de menosprezar-se ou supervalorizar-se, mas no sentido de ampliar os limites – os próprios e os de outros.

Recapitulando...

Ao fazer um planejamento para estudo é importante ter visão completa e confiável dos compromissos e horários disponíveis.

A compreensão, uso e memorização de informações são melhores quando o aluno estuda de maneira regular e moderada.

Acredite, passar horas diante de um livro pode trazer mais sono que sabedoria.

Você sabe qual é o seu melhor período de rendimento? A maneira mais eficiente de conseguir essa resposta é experimentando. Teste os diferentes períodos do dia para estudo e avalie o seu desempenho em cada um deles.

Fazer intervalos para descanso nos períodos mais longos, estar sempre atento à postura enquanto estuda e relaxar durante os intervalos de estudo são medidas para evitar o cansaço.

Cada aluno deve descobrir qual é o melhor horário de rendimento e utilizar desse conhecimento para definir unidades de estudo, prevendo, inclusive, o período para interrupção dos estudos.

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Vá para aula informado sobre o assunto que será tratado: reveja anotações da aula anterior, consulte o programa de disciplinas e consulte um colega caso tenha faltado à aula anterior.

Se você nota que tem dificuldade para começar a estudar, planeje algo bem agradável para começar, mas com uma tarefa relativamente curta, para que não fique só por aí.

Depois de uma prova difícil é preferível assistir um filme do que reservar tempo para estudar.

Um planejamento de estudos deve sempre contar com imprevistos. Quando eles acontecem, é importante fazer os planos de modo a não deixar os compromissos para trás.

Deixar tudo em ordem antes de abandonar o local de estudo para um intervalo é uma maneira de facilitar o regresso. A perspectiva de uma tremenda bagunça pode servir como obstáculo para o retorno ao estudo no momento oportuno.

Quando você estuda “em cima da hora” é possível que o cansaço e o desânimo tornem as dúvidas maiores do que realmente são, o que acaba por gerar insegurança, ansiedade e desânimo.

A interrupção de uma sessão de estudos deve ocorrer de uma forma planejada e não acidental, ou determinada pelo cansaço, que é um péssimo final para o esforço de estudar.

Ler não é igual a estudar. Ao estudar um texto procure produzir algo sobre ele. Experimente fazer algumas perguntas; tente respondê-las. Ao anotar procure ser sintético e representar o que há de principal no texto. Ao final, não se esqueça de avaliar o que fez.

Ao estudar, deixe ao alcance apenas o material necessário para o assunto que está estudando. Muito material na mesa de trabalho atrapalha.

Breves intervalos para descanso servem para recompor a disposição para estudar, aumentando o período total de estudo e principalmente o rendimento.

Liste as atividades que precisam ser realizadas e distribua-as pelos períodos livres, observando o fato de serem bons horários para a execução da atividade em questão.

Ao receber a prova, faça sempre uma leitura geral, para ter uma ideia do conjunto e também das dificuldades apresentadas pelas questões.

Solicite aos professores o retorno das avaliações o mais rápido possível e utilize os resultados obtidos como indício das necessidades de estudo para o futuro.

O critério fundamental para fazer interrupções no estudo deve ser o objetivo cumprido. É necessário aprender a definir esses objetivos dentro do período de maior aproveitamento.

O estudo regular faz com que as informações novas tenham maior probabilidade de memorização.

Estudar com sono, cansado ou simplesmente irritado pode ser pior que interromper provisoriamente o estudo.

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Para um maior rendimento, faça pausas durante o estudo. Estudar sem interrupções pode prejudicar o aproveitamento.

Não deixe para estudar os assuntos mais difíceis no final. Esse fato pode fazer com que apenas o mais fácil seja estudado.

Dúvidas nunca devem ser acumuladas. Portanto nunca fique com dúvidas: vá até o professor, busque outras fontes (livros, ouras pessoas). Uma dúvida que você deixa “passar” hoje pode impedir a compreensão de assuntos posteriores.

Se não tiver local ideal para estudar, você pode adaptar o que tem e fazer o uso dele minimizando as características desfavoráveis que apresenta.

Prepare com antecedência todo material que necessita para a prova e tome providências para não se atrasar, reduzindo a probabilidade de surpresas desagradáveis sem tempo para resolvê-las.

Quando a matéria é estudada logo depois da aula, há uma probabilidade maior de lembrar as explicações, recorrendo à memória ou às anotações.

Quando uma prova se aproxima, é necessário saber a hora de parar de estudar, de modo que boas condições físicas (descanso, alimentação) e psicológicas (relaxamento e concentração) sejam garantidas.

Quanto maior e mais precisa for sua visão de conjunto sobre suas tarefas e prazos, melhor a possibilidade de você aproveitar bem o seu tempo disponível.

Planejar o estudo significa ser capaz de propor, avaliar e rever os planos feitos de modo permanente. Um plano não é uma camisa de força e sim um referencial para orientar a ação.

Permanecer estudando em más condições pode ser muito pior que gastar algum tempo resolvendo problemas, qualquer que seja ele.

É muito importante, ao planejar o estudo, saber identificar os próprios limites.

Iniciar sessões de estudo com assuntos mais difíceis é indicado, pois o grau de cansaço é menor e aquilo que for mais fácil ou prazeroso pode constituir uma boa recompensa para o esforço inicial.

Quando estiver estudando, faça relações entre o que você está estudando e os conteúdos aprendidos anteriormente.

Ao fazer uma pesquisa, é importante contar com fontes de consulta confiáveis. Utilizar textos produzidos por bons autores é fundamental para dar força à argumentação, no entanto, as informações não devem ser simplesmente copiadas, o aluno não pode deixar de contribuir com suas próprias opiniões a respeito do assunto pesquisado.

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Bibliografia

Os textos que abordam metodologias de estudo neste material foram editados com base em informativos publicados pelo Programa de Capacitação Discente para o Estudo – ProEstudo (Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos).

Para mais informações sobre o ProEstudo visite o site www.proestudo.ufscar.br