METODOLOGIA DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS … · implementing an information system at the...

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BENEDITO FULVIO MANFREDINI METODOLOGIA DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS SUBSTITUTIVOS EM INSTALAÇÕES COMPUTACIONAIS Dissertação apresentada para obtenção do Título de Mestre pelo Curso de Mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional do Departamento de Economia, Contabilidade, Administração e Secretariado da Universidade de Taubaté. Área de concentração: Planejamento e Desenvolvimento Regional Orientador: Prof. Márcio Lourival Xavier dos Santos, Ph.D. Taubaté - SP 2004

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BENEDITO FULVIO MANFREDINI

METODOLOGIA DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS SUBSTITUTIVOS EM INSTALAÇÕES

COMPUTACIONAIS

Dissertação apresentada para obtenção do

Título de Mestre pelo Curso de Mestrado em

Gestão e Desenvolvimento Regional do

Departamento de Economia, Contabilidade,

Administração e Secretariado da Universidade

de Taubaté.

Área de concentração: Planejamento e

Desenvolvimento Regional

Orientador: Prof. Márcio Lourival Xavier dos

Santos, Ph.D.

Taubaté - SP

2004

BENEDITO FULVIO MANFREDINI

METODOLOGIA DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS SUBSTITUTIVOS EM

INSTALAÇÕES COMPUTACIONAIS.

UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ, TAUBATÉ, SP

Data: _____/________/__________.

Resultado: _____________________________________

COMISSÃO JULGADORA

Prof. Dr. Márcio Lourival Xavier dos Santos .

Assinatura _____________________________________

Prof. Dr. José Glênio Medeiros de Barros .

Assinatura _____________________________________

Prof. Dr. Celso de Renna e Souza .

Assinatura _____________________________________

Prof. Dr. José Alberto Fernandes Ferreira .

Assinatura _____________________________________

Prof. Dr. Clóvis Torres Fernandes .

Assinatura _____________________________________

Dedico este trabalho ao maior investimento da minha vida, que,

embora absolutamente prioritário e de longo prazo, precisou competir com outros projetos e ceder espaço para investimentos pontuais.

Durante a realização deste trabalho, mesmo nos momentos em que este parecia um insaciável devorador de recursos, meu grande investimento nunca

faltou com retorno muito superior ao esperado, na forma de estímulo, dedicação, amor e alegria.

Obrigado à minha esposa, Sandra Regina da Cunha,

e à minha filha, meu bônus pack, Giulia Manfredini

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus pois sem ele nada seria feito, agradeço

também aos meus pais e parentes que muito me motivaram na realização

deste trabalho.

Ao Prof. Márcio Lourival Xavier dos Santos, Ph.D., que, com sabedoria e

paciência, orientou o trabalho de elaboração da minha dissertação de

mestrado. Seu papel foi fundamental nesse projeto.

Ao Prof. Dr. José Alberto Fernandes Ferreira pelas sugestões e colaboração.

Ao Prof. Mc. Walter do Amaral Netto que colaborou muito para a conclusão

deste trabalho.

A bibliotecária Maria de Fátima G. Marcondes que muito gentilmente me ajudou

nas referências bibliográficas e na confecção da ficha catalográfica.

MANFREDINI, Benedito Fulvio. METODOLOGIA DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS

SUBSTITUTIVOS EM INSTALAÇÕES COMPUTACIONAIS. 2004. 139f. Dissertação

(Mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional) – Departamento de Economia,

Contabilidade, Administração e Secretariado – ECA, Universidade de Taubaté,

Taubaté.

RESUMO

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo central propor uma metodologia para a

implementação de um sistema de informação na Universidade de Taubaté. Tal

sistema visa gerar informações úteis e necessárias ao funcionamento e boa gestão da

Instituição, considerando para isto uma abordagem sistêmica. Esta abordagem leva

em conta três fatores fundamentais para a adequada utilidade e funcionamento do

sistema, quais sejam: as necessidades das pessoas, da instituição e a tecnologia

disponível. Aborda-se desde um estudo inicial de situação até a melhoria continuada

do sistema já em produção. Este trabalho serviu como base no processo de integração

dos sistemas de informação, facilitando assim a integridade e padronização dos dados

e, como conseqüência de todo o processo evolutivo, a compreensão dos funcionários

como parte do sistema. Houve também uma redução no tempo de obtenção das

informações necessárias à tomada de decisões. Esta metodologia serviu como

elemento de mudanças nos diversos níveis e setores da Instituição objeto do estudo. É

calcada na literatura clássica de Tecnologia da Informação, tendo aqui um maior

detalhamento, ilustrado para aplicação. Pode-se perfeitamente utilizar a metodologia

aqui descrita em outras organizações com diferentes características.

Palavras-chave: Tecnologia da informação, Sistemas de informação, Desenvolvimento

industrial e tecnológico.

MANFREDINI, Benedito Fulvio. A PROPOSAL OF A CONTINUOUS SUPPORT METHODOLOGY FOR THE IMPLEMENTATION OF REPLACEMENT SYSTEMS IN COMPUTER INSTALLATIONS. 2004. 139f. Master Degree Dissertation (Management of in Management and Regional Development) – Department of Economy, Accounting, Administration and Secretaryship - ECA, University of Taubaté, Taubaté. ABSTRACT

ABSTRACT

The main purpose of this work is to present a proposal of a methodology for

implementing an information system at the Universidade de Taubaté. The system

under implementation has been deigned to provide the necessary information to

optimize the general management of the institution. To this end, the methodology

follows a systemic approach, taking into account three fundamental factors: personnel

engagement, institutional background and the application of recent technology. The

discussion presented with an evaluation of the institutional base, stepping up to the

continuous follow up of the real life operation the new system. The application of the

proposed methodology has been shown to lead to better data standardization and to

an improvement of personnel’s understanding of the whole institutional process and its

peculiarities. As a collateral, there was a reduction in the time for acquiring the

necessary decision making information. The methodology promoted changes

throughout the several institutional levels and was developed under the assumptions

that are common ground in the majority of I.T. publications. Those assumptions are,

however, stressed and shown here in great detail. The methodology is not restricted to

the university environment but can be equally applied to other institutions.

Key-words: Technology of the information, Systems of information, Industrial and

Technological Development

SUMÁRIO

RESUMO........................................................................................................................ 5 ABSTRACT .................................................................................................................... 6 LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... 10 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 12 1.1 Objetivos ............................................................................................................... 13

1.1.1 Objetivo geral............................................................................................... 13 1.1.2 Objetivos específicos................................................................................... 13

1.2 Relevância do Tema ............................................................................................. 14 1.3 Delimitação do Estudo .......................................................................................... 14 1.4 Estrutura do Trabalho............................................................................................ 15 2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................... 16 2.1 Fatores-chave na Implementação de um Sistema de Informação ........................ 16

2.1.1 A Empresa e a Implementação de Software ............................................... 18 2.1.1.1 Caracterização das empresas .................................................................. 18 2.1.1.2 Estrutura organizacional ........................................................................... 19 2.1.1.3 Ambiente................................................................................................... 20 2.1.1.4 Teoria de sistemas .................................................................................... 24 2.1.1.5 Funções da administração........................................................................ 27 2.1.1.5.1 Planejamento......................................................................................... 28 2.1.1.5.2 Organização .......................................................................................... 29 2.1.1.5.3 Direção .................................................................................................. 29 2.1.1.5.4 Controle ................................................................................................. 30 2.1.1.6 Níveis de administração............................................................................ 31 2.1.2 A Tecnologia e a Implementação de Software ............................................ 33 2.1.2.1 Contextualização ...................................................................................... 33 2.1.2.2 Hardware .................................................................................................. 33 2.1.2.3 Software.................................................................................................... 34 2.1.2.4 Funções da administração da informática ................................................ 37 2.1.2.4.1 Planejamento na administração da informática ..................................... 38 2.1.2.4.2 Organização na administração da informática....................................... 39 2.1.2.4.3 Direção na administração da informática............................................... 40 2.1.2.4.4 Controle na administração da informática ............................................. 41 2.1.2.5 Níveis de administração e sistemas informatizados ................................. 41 2.1.3 As Pessoas e a Implementação de Software .............................................. 41 2.1.3.1 Impacto da informática nas empresas e nas pessoas.............................. 44

2.1.3.1.1 As pessoas e a administração da informática ....................................... 46 2.1.3.2 O processo de mudança e a estratégia de alinhamento .......................... 46 2.1.3.2.1 Estratégia de alinhamento ..................................................................... 49 2.1.3.3 Treinamento.............................................................................................. 49 2.1.4 Considerações............................................................................................. 51

2.2 Ferramental de Implementação de Sistemas........................................................ 51 2.2.1 Perspectivas de Implementação de Sistemas............................................. 52

3 IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS ......................................................................... 55 4 METODOLOGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO...... 63 4.1 ERP – Enterprise Resource Planning ................................................................... 63 4.2 STRADIS – Structured Analysis, Design and implementation of Information

Systems................................................................................................................. 65 4.3 YSM – Yourdon Systems Method................................................................... 66 4.4 Effective Technical and Human Implementation of Computer-Based Systems – ETHICS.................................................................................................................. 66 4.5 O Pensamento Crítico na Resolução de Problemas ...................................... 67 4.6 O Diagrama de Fluxo de Dados ..................................................................... 69 4.7 Considerações................................................................................................ 73

5 METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO PARA A UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ .............................................................................. 74

5.1 Estágio 1 – Identificação da Situação Zero........................................................... 76 5.1.1 Etapa 1.1 - Identificação da Situação Zero da Empresa ............................. 77 5.1.1.1 Tarefa 1.1.1 - Levantar Características da Organização .......................... 78 5.1.1.2 Tarefa 1.1.2 - Levantar Fluxo de Dados ................................................... 79 5.1.1.3 Tarefa 1.1.3 Levantar Variáveis de Contexto ........................................... 80 5.1.1.4 Tarefa 1.1.4 - Levantar Metas da Organização ........................................ 80 5.1.2 Etapa 1.2 - Identificação da Situação Zero do Pessoal ............................... 81 5.1.2.1 Tarefa 1.2.1 - Levantar Conhecimento ..................................................... 82 5.1.2.2 Tarefa 1.2.2 - Formar Times de Informática ............................................. 82 5.1.2.3 Tarefa 1.2.3 - Levantar Plano de Cursos.................................................. 83 5.1.3 Etapa 1.3 - Identificação da Situação Zero da Tecnologia .......................... 84 5.1.3.1 Tarefa 1.3.1 - Identificar Importância da Informática ................................ 85 5.1.3.2 Tarefa 1.3.2 - Levantamento de Metas de Informática ............................. 85 5.1.3.3 Tarefa 1.3.3 - Identificar Hardware ........................................................... 85 5.1.3.4 Tarefa 1.3.4 - Identificação de Software ................................................... 86 5.1.4 Levantamento de necessidades .................................................................. 87

5.2 Estágio 2 - Implementação do Sistema................................................................. 88 5.2.1 Etapa 2.1 - Preparar Organização............................................................... 89

5.2.1.1 Tarefa 2.1.1 - Preparar Local.................................................................... 90 5.2.1.2 Tarefa 2.1.2 - Preparação dos Dados....................................................... 90 5.2.1.3 Tarefa 2.1.3 - Escolher a Abordagem de Partida ..................................... 90 5.2.2 Etapa 2.2 - Capacitar Pessoal ..................................................................... 91 5.2.2.1 Tarefa 2.2.1 - Contratar ou Aplicar Plano de Cursos................................ 91 5.2.2.2 Tarefa 2.2.2 - Aceitação dos Usuários...................................................... 91 5.2.3 Etapa 2.3 - Preparar Tecnologia.................................................................. 92 5.2.3.1 Tarefa 2.3.1 - Preparar Hardware............................................................. 92 5.2.3.2 Tarefa 2.3.2 - Preparar Sistema ............................................................... 92 5.2.3.3 Tarefa 2.3.3 - Testes Finais ...................................................................... 93 5.2.4 Etapa 2.4 - Partida....................................................................................... 93 5.2.5 Etapa 2.5 - Institucionalização da Implementação ...................................... 93

5.3 Estágio 3 - Avaliação e Acompanhamento............................................................ 94 5.3.1 Etapa 3.1 - Avaliação e Acompanhamento da Organização ....................... 94 5.3.2 Etapa 3.2 - Avaliação e Acompanhamento do Pessoal............................... 95 5.3.3 Etapa 3.3 - Avaliação e Acompanhamento da Tecnologia .......................... 96 5.3.4 Direcionadores para avaliação da implementação do sistema.................... 98 5.3.5 Documentação da nova metodologia implementada................................... 98

5.4 Considerações sobre o uso correto da Tecnologia de Informação nas Organizações ........................................................................................................ 99

6 RESULTADOS DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PROPOSTA..................... 100 7 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES................................................................... 113 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 116 GLOSSÁRIO .............................................................................................................. 120

LISTA DE FIGURAS LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Um Sistema de Informação: não apenas um Computador ........................17

Figura 02 – Estrutura Orgânica .....................................................................................20

Figura 03 – O Ambiente e a Tecnologia........................................................................21

Figura 04 – A Empresa como um Sistema Adaptativo..................................................22

Figura 05 – O Inter-Relacionamento dos Sistemas de Informações e dos Diversos

Componentes dos Ambientes Interno e Externo. .....................................23

Figura 06 – Componentes de um Sistema....................................................................25

Figura 07 – A Empresa como um Sistema Aberto ........................................................26

Figura 08 – Esquema Genérico de um Sub-Sistema....................................................27

Figura 09 – Estrutura de Navegação para Identificação da Natureza do Dado, da

Informação ou do Sistema ........................................................................28

Figura 10 – Componentes de Hardware .......................................................................34

Figura 11 – Integração de Dispositivos de Computador ...............................................35

Figura 12 – O Sistema de Informação e o Sistema Empresa .......................................36

Figura 13 – Conhecimento em Sistemas de Informação ..............................................42

Figura 14 – Visão Integrada de Sistemas de Informações e Pessoas..........................43

Figura 15 – Estratégias de Mudanças...........................................................................48

Figura 16 – Como Alinhar Pessoas e Grupos...............................................................49

Figura 17 – Importância da Informática para a Empresa ..............................................53

Figura 18 – Estratégia Geral da Informática para a Empresa .......................................54

Figura 19 – Ações para a Implantação Bem Sucedida da Tecnologia da Informação..55

Figura 20 – Estágios da Informatização........................................................................55

Figura 21 – Etapas Típicas da Implementação de Sistemas ........................................57

Figura 22 – Vantagens e Desvantagens de Adquirir Sistemas ou Desenvolver In

House........................................................................................................59

Figura 23 – Tipos de Testes..........................................................................................60

Figura 24 – Abordagens de Partida ..............................................................................61

Figura 25 – Vantagens e Desvantagens das Abordagens de Partida...........................62

Figura 26 – Foco nas Decisões Empresarias Essenciais .............................................65

Figura 27 – Detectando Problemas na Implementação - DPI .......................................68

Figura 28 – Símbolos do Diagrama de Fluxo de Dados................................................70

Figura 29 – Diagrama de Contexto de um Sistema de Cobrança de Pacientes ...........71

Figura 30 – Diagrama de Fluxo de Dados de Níveis e Especificações de Processos..72

Figura 31 – Metodologia de Implementação de Software – Nível 1..............................76

Figura 32 – Identificação da Situação Zero...................................................................77

Figura 33 – Identificação da Situação Inicial da Organização.......................................78

Figura 34 – Identificação da Organização FIO-1...........................................................78

Figura 35 – Identificação da Organização – FIO-2........................................................79

Figura 36 – Identificação da Organização FIO 3...........................................................79

Figura 37 – Identificação do Fluxo de Dados – FIFD....................................................80

Figura 38 – Identificação de Contexto FIC....................................................................80

Figura 39 – Levantamento de Metas.............................................................................80

Figura 40 – Ficha de Levantamento do Cronograma de Atividades .............................81

Figura 41 – Identificação do Pessoal ............................................................................82

Figura 42 – Ficha de Identificação de Pessoal – FIP....................................................82

Figura 43 – Ficha de Formação de Times de Informática FFTI ....................................83

Figura 44 – Ficha de Levantamento de Perspectivas e Atualização.............................83

Figura 45 – Ficha de Plano de Cursos - FPC................................................................84

Figura 46 – Identificação da Tecnologia........................................................................84

Figura 47 – Ficha Identificação da Importância da Tecnologia – FIIT...........................85

Figura 48 – Ficha Levantamento de Metas de Informática – FLMI ...............................85

Figura 49 – Ficha Identificação de Hardware – FIH......................................................86

Figura 50 – Ficha Identificação de Equipamento ..........................................................86

Figura 51 – Ficha de Identificação de Software – FIS...................................................87

Figura 52 – Interpretação Conjunta das Fichas ............................................................88

Figura 53 – Implementação do Sistema........................................................................89

Figura 54 – Preparar a Organização.............................................................................90

Figura 55 – Capacitação do Pessoal.............................................................................91

Figura 56 – Preparar Tecnologia...................................................................................92

Figura 57 – Avaliação e Acompanhamento...................................................................94

Figura 58 – Direcionadores para Avaliação do Fator Empresa.....................................95

Figura 59 – Avaliação e Acompanhamento da Organização ........................................95

Figura 60 – Direcionadores para Avaliação do Fator Pessoal ......................................96

Figura 61 – Avaliação e Acompanhamento do Pessoal................................................96

Figura 62 – Direcionadores para Avaliação do Fator Tecnologia .................................97

Figura 63 – Avaliação e Acompanhamento da Tecnologia ...........................................97

Figura 64 – Cadastro de Fornecedores - ANTIGO......................................................106

Figura 65 – Cadastro de Fornecedores - NOVO.........................................................107

Figura 66 – Cadastro de Fornecedores X Família – ANTIGO.....................................107

Figura 67 – Cadastro de Fornecedores X Família - NOVO.........................................108

Figura 68 – Cadastro de Itens de Produtos - ANTIGO................................................108

Figura 69 – Cadastro de Itens de Produtos - NOVO...................................................109

Figura 70 – Cadastro de Empenhos para Futuras Aquisições - ANTIGO...................109

Figura 71 – Cadastro de Empenhos para Futuras Aquisições – NOVO .....................110

Figura 72 – Resultados das Cartas Convites - ANTIGO.............................................110

Figura 73 – Resultados das Cartas Convites - NOVO ................................................111

Figura 74 – Menu de Opções de Requisição de Compras..........................................111

Figura 75 – Menu de Estorno de Ordem de Compra Aprovada..................................112

1 INTRODUÇÃO

À semelhança dos seres vivos, as principais características das organizações

que sobrevivem são a evolução e a capacidade de aprender. A sensibilidade ao

ambiente e às mudanças são fatores importantes, seja para os seres vivos ou para as

empresas. Fatos como a globalização e a inovação tecnológica tipificam nossa

realidade, porque “o homem político deve estar atento aos sinais da fortuna, pois

conhecerá a ruína se, mudando o tempo e as coisas, não alterar seu comportamento.”

(MAQUIAVEL, 1996, p. 17). Como descreve o autor, já no início do século XVI as

entidades evoluíam para garantir sua continuidade.

As organizações, com seus objetivos e metas, precisam acompanhar e se

adaptar às mudanças que ocorrem no mundo que as cerca para que possam ter uma

expectativa de vida prolongada, uma vez que “empresas morrem porque seus

gerentes se concentram na atividade econômica de produzir bens e serviços, e se

esquecem de que a verdadeira natureza de suas organizações é aquela de uma

comunidade de seres humanos” (GEUS, 1999, p. XVII).

O clima cotidiano de muitas organizações apresenta-se mais poluído que o

desejável pela maioria dos seres que dela fazem parte. O estresse de trabalho, as

disputas por poder e controle estão sufocando a imaginação e a criatividade das

pessoas, contribuindo para a morte prematura das empresas, o que diminui a

capacidade de atender o mercado e acompanhar o ritmo crescente de mudança.

Significa, por exemplo, que uma margem técnica conseguida, se desgastará depressa,

devendo ser renovada. A necessidade de inovação contínua e resposta rápida às

mudanças de mercado ou tecnológicas, requer virtualmente força de trabalho que

tenha desempenho superior (PFEFFER, 1994).

Na entrada do novo milênio, com as diversas tecnologias disponíveis, as

organizações precisam estar preparadas para identificar e utilizar aquelas que possam

representar um diferencial competitivo. Segundo Moskowitz (1998), a Internet é uma

destas tecnologias. Porém para que as empresas possam adotá-la é necessário um

ambiente informatizado e integralizado.

No atual ambiente progressivamente volátil do mundo dos negócios, para

uma empresa manter-se viva, atingir aquilo que espera e crescer o máximo possível,

deve estar sensível ao ambiente, ter coesão e identidade, promover a

descentralização, construir relacionamento dentro e fora de si mesma e ainda ser

capaz de governar seu próprio crescimento e evolução (GEUS, 1999).

13

Para administrar uma empresa neste contexto são necessárias enormes

quantidades de dados, que devem ser coletados, processados e convertidos em

informações, para que sirvam de suporte e fonte de consulta aos gestores e demais

integrantes da organização. As estratégias gerais de se trabalhar os dados e a

exigência de informações são: encontrar mecanismos para reduzir a necessidade de

comunicação e incrementar sua capacidade para lidar com enormes quantidades de

informações (BATEMAN, 1998).

O incremento da capacidade da empresa em lidar com maior quantidade de

informações obtidas por meio do manuseio gerenciado de dados, é facilitado por meio

de sistemas informatizados. Com o presente trabalho pretende-se apresentar um

modelo para a implementação de um sistema de informações substitutivo

apresentando seus efeitos e reflexos, numa tentativa de focalizar a atenção na

informação.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

Elaborar uma metodologia de implementação de um sistema de informação

para a Universidade de Taubaté, destinado ao manuseio de dados e a geração de

informações que sirvam de apoio à tomada de decisão e gestão da instituição. Este

sistema deve substituir um sistema menor e menos abrangente em uso.

1.1.2 Objetivos específicos

Para que o objetivo geral possa ser alcançado, alguns objetivos específicos

precisam ser cumpridos, quais sejam:

− Obter as características da organização.

− Avaliar as reais necessidades de informações.

− Identificar a tecnologia necessária à implementação e como esta

influenciará na organização.

− Identificar e utilizar habilidades e conhecimentos das pessoas envolvidas

no processo de implementação dos novos sistemas, quando possível.

− Avaliar os fatores-chave da implementação e como estes influem nos

sistemas.

− Implementar o sistema.

− Avaliar o desempenho do sistema implementado.

14

O que se pretende é apresentar uma ferramenta adequada aos gestores,

apoiando a implementação de sistemas informatizados e com isso gerando

informações válidas, úteis e confiáveis, necessárias à administração dos negócios.

1.2 Relevância do Tema

É necessário enfatizar mais a implementação e avaliação dos sistemas de

informação e suas diferenças para cada tipo e necessidade de negócio (MEIRELLES,

1994). Ao final da década de 60 Smith (1968, p. 2) já alertava para um irônico dilema

dos executivos, que corresponde ao grande volume de informações geradas pelo

sistema macroeconômico, empresas e a conseqüente insuficiência e inadequação das

informações necessárias para a tomada de decisão. Os executivos das empresas

costumam reclamar do enorme volume de informações de mercado inadequadas,

além de informações que ficam dispersas dentro da empresa e que exigem grande

esforço para serem localizadas e integradas, sendo às vezes retidas com

exclusividade por alguns executivos, além de informações importantes que geralmente

chegam tarde e muitas vezes não são confiáveis (BIO, 1985).

O processo de administração nas empresas utiliza a informação como apoio

às decisões, por meio de sistemas de informação que observam requisitos quanto a

transmissores e receptores, canais, conteúdo, periodicidade das comunicações, bem

como processos de conversão das informações em decisões junto a cada um dos

centros de responsabilidades (unidades organizacionais) da empresa (OLIVEIRA,

1996).

Na administração de recursos de informática há múltiplas dimensões e

aspectos ligados a uma sociedade da informação emergente, com uma série de

impactos tecnológicos, sociológicos e econômicos. A informação influi diretamente na

condição da empresa manter-se viva. A implementação e administração dos recursos

de informática, feita com a estratégia adequada, pode ser considerada como um fator

de vantagem competitiva e de grande relevância.

1.3 Delimitação do Estudo

A aplicação prática da metodologia proposta baseia-se em três pilares: a

tecnologia, a organização e as pessoas. Para o desenvolvimento desta pesquisa

buscou-se na literatura a conceitualização e contextualização dos fatores-chave que

visam o sucesso da implementação de sistemas substitutivos em organizações de

qualquer natureza.

15

Este trabalho está calcado em um estudo de caso real de implementação de

sistema que ocorreu na instituição objeto deste trabalho.

Ao longo deste trabalho foram abordados os principais elementos que

segundo a literatura, influem para a implementação de sistemas de informação. Assim,

não se pretende aprofundar esta dissertação em estudos específicos de cada fator,

mas sim, correlacioná-los com o objetivo geral e com os específicos para o sucesso na

implementação de sistemas de informação. Os conceitos apresentados como fatores-

chave de sucesso consistem de premissas decorrentes da revisão literária para

implementar sistemas.

1.4 Estrutura do Trabalho

No Capítulo 1 aborda-se os objetivos do trabalho, a relevância do tema, as

delimitações do estudo e a estrutura do trabalho.

Já no Capítulo 2 descreve-se o embasamento teórico para a implementação

de sistemas informatizados: a empresa e sua estrutura organizacional; suas funções

administrativas; o ambiente em que está inserida e a teoria de sistemas; a tecnologia

envolvida, e as funções da administração da informática; as pessoas com habilidades

e conhecimento necessários na implementação de software.

O Capítulo 3 apresenta a proposta metodológica de implementação do

sistema de informação na Universidade de Taubaté.

O Capítulo 4 apresenta os resultados obtidos com a aplicação da metodologia

proposta.

No Capítulo 5 expõem-se as conclusões do trabalho e as recomendações

mais relevantes para o aprofundamento da presente dissertação em trabalhos futuros.

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Fatores-chave na Implementação de um Sistema de Informação

A evolução constante e o aparecimento de novas tecnologias forçam os

indivíduos e as organizações a um constante processo de evolução. O uso da

tecnologia de informação nas empresas para geração de informação já se tornou uma

necessidade. Utilizam-se vários estilos e estratégias para o uso de ferramentas de

produtividade por meio da tecnologia de informação.

Busca-se mostrar como o software e o hardware de computador se combinam

para gerar informações úteis, buscando uma metodologia para implementar sistemas

de informação.

“Implementar é complementar; prover de partes que completam; integrar”

(SILVEIRA, 1986, p.588).

“Implementar é executar um plano, projeto, etc.; levar à prática por meio de

providências concretas” (MELHORAMENTOS, 1992, p.270).

“Implementar é dar execução a (um plano, programa ou projeto), levar à

prática por meio de providências concretas, prover de implemento” (FERREIRA, 1986,

p.922).

“Este processo, denominado implementação, engloba a aquisição de

hardware, a aquisição ou desenvolvimento do software, a preparação do usuário, a

contratação e o treinamento do pessoal, a preparação do local e dos dados, a

instalação, testes, a partida e aceitação pelo usuário” (STAIR, 1998, p. 336).

Tratar-se-á o computador como instrumento que armazena, processa,

distribui e comunica a informação; os programas de computador, ou software como

conjunto de instruções que dirigem o computador e sistema de informações como algo

mais amplo, abrangendo as tecnologias, procedimentos organizacionais, práticas e

políticas que geram informação e as pessoas que trabalham com essa informação

(LAUDON & LAUDON, 1999).

Em suma, o administrador deve trabalhar para criar um ambiente, uma cultura

interna em que a informática como um todo seja considerada uma arma estratégica

importante para a empresa, a qual, se bem administrada e implementada, funcionará a

favor da empresa e dos indivíduos que à compõem. O objetivo deve ser o de ampliar o

valor da informação, considerando-a um ativo da empresa (BATEMAN, 1998)

A implementação de software busca fornecer uma metodologia para utilizar a

microinformática a favor das empresas, haja visto que “Novas tecnologias levam um

certo tempo para serem absorvidas [...], devido à diversidade de aplicações possíveis

17

e por ter efeito direto sobre as pessoas de vários níveis da empresa bem como na

própria estrutura organizacional” (STAIR, 1998).

Segundo Stoner e Freeman (1999) “As pessoas são a alma de qualquer

sistema de computação, [...]” com sua responsabilidade integrativa, possuindo ou

adquirindo as habilidades necessárias para lidar com a tecnologia.

Para o estabelecimento da metodologia de implementação de software torna-

se necessário conhecer a empresa, sua estrutura e níveis organizacionais, seu

contexto e seu sistema de administração. O software como um componente

tecnológico será identificado no que tange à implementação na empresa visando a

geração de informações para a tomada de decisões. O componente humano será

analisado quanto à sua participação na implementação de software em empresas, pois

a implementação de sistemas deve considerar os pilares já citados: empresa,

tecnologia e as pessoas.

Um sistema de informação (SI) pode ser definido como um conjunto de

componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar, processar,

armazenar e distribuir informação com a finalidade de facilitar o planejamento, o

controle, a coordenação, a análise e o processo decisório em empresas e outras

organizações. Os sistemas de informação contêm informações sobre pessoas, lugares

e coisas de interesse, no ambiente ao redor da organização e dentro da própria

organização, conforme ilustrado na Figura 01.

Ambiente Externo

Fonte: (LAUDON & LAUDON, 1999, p. 5) Figura 01 – Um Sistema de Informação: não apenas um Computador

Figura 01 – Um Sistema de Informação: não apenas um Computador

18

Eles essencialmente transformam a informação em uma forma utilizável para

a coordenação de fluxo de trabalho de uma empresa, ajudando empregados ou

gerentes a tomarem decisões, analisar e visualizar assuntos complexos e resolver

outros tipos de problemas. Os sistemas fazem isso através de um ciclo de três

atividades básicas: entrada, processamento e saída (LAUDON & LAUDON, 1999).

Um sistema de informação baseado em computador (SIBC) utiliza definições

de dados e procedimentos, coletando, armazenando, processando e distribuindo

informação. Um SIBC usa a tecnologia para executar parte das funções de

processamento e a entrada e saída de um sistema de informação. Logo, a parte

integrante de uma organização é um produto de três componentes: tecnologia,

organizações e pessoas (LAUDON & LAUDON, 1999).

2.1.1 A Empresa e a Implementação de Software

2.1.1.1 Caracterização das empresas

As empresas estão inseridas na sociedade em forma de organizações

formais, onde o homem moderno passa a maior parte de seu tempo. As empresas

constituem uma das mais complexas e admiráveis instituições sociais que a

criatividade e engenhosidade humana construíram. No contexto deste trabalho será

considerada, empresa ou organização a unidade social construída com objetivo

específico (CHIAVENATO, 1993).

As empresas são criadas a partir de um objetivo; segundo Montana &

Charnov (1998, p. 154) “a organização é um processo que acontece como uma forma

de planejamento. Não um fim em si. Abrimos um negócio não para ter uma

organização, mas para servir a um propósito [...]”. As empresas comerciais quaisquer

que sejam as definições devem considerar o lucro no sentido de buscar sua auto-

sustentação e lucratividade pela intermediação comercial de produtos. As empresas

assumem riscos que envolvem tempo, recursos humanos e financeiros e são dirigidas

por uma filosofia de negócios com tomadas de decisões que as envolvem com o

ambiente e à sociedade como um todo por isso as empresas são geralmente

avaliadas sob um ponto de vista contábil em termos de retorno sobre investimento e

lucratividade.

Empresa é um lugar onde se cria riqueza e que permite pôr em

operação recursos intelectuais, humanos, materiais e financeiros para

19

extrair, produzir, transformar ou distribuir bens e serviços, de acordo

com objetivos fixados por uma administração. De maneira geral, estes

objetivos se relacionam, em maior ou menor grau, com a ambição de

ganho e com o benefício social. Demac (1990) apud Lezana (1999, p.

64).

2.1.1.2 Estrutura organizacional

Considerando as especificidades da empresa objeto deste estudo, será

focalizada a estrutura organizacional, seguindo o modelo orgânico que é considerado

menos rígido e que enfatiza a flexibilidade. Na “organização orgânica” temos cargos

com maiores responsabilidades, comunicação por aconselhamentos, decisões

informais e outros fatores elencados a seguir: 1-Os ocupantes de cargos têm responsabilidades mais amplas, que

se alteram conforme surge a necessidade; 2-A comunicação ocorre

através de aconselhamento e informação e não por meio de ordens e

instruções; 3-As tomadas de decisões e as influências são muito mais

descentralizadas e informais; 4-A perícia é altamente valorizada; 5-Os

ocupantes de cargos apóiam-se muito mais no bom senso do que nas

regras; 6-A obediência à autoridade é menos importante que o

comprometimento com as metas organizacionais; 7-Os funcionários

dependem mais uns dos outros e se relacionam de maneira mais

informal e pessoal (BATEMAN, 1998, p.254)

Uma das mais importantes características de uma organização é o seu

tamanho, pois as grandes são mais burocráticas, complexas, tornando-se mais difíceis

de controlar e conseqüentemente menos orgânicas. Um exemplo de estrutura

orgânica pode ser visualizada na Figura 02.

20

InformalMaior Interação

Alta participação na tomada de deciçãoMenos dependente em relação ao superior

Fonte: (BATEMAN, 1998, p. 255) Figura 02 – Estrutura Orgânica

Figura 02 – Estrutura Orgânica

As organizações orgânicas apresentam características próprias, como a

estrutura organizacional flexível, sem fragmentação de funções. Os cargos são

continuamente mudados numa interação com outros indivíduos que participam das

tarefas da empresa e existe uma descentralização relativa das decisões da empresa,

que podem ser tomadas por pessoal do nível operacional. A hierarquia é flexível e

existe maior confiabilidade nas comunicações informais entre os indivíduos. Outro

ponto interessante é o predomínio da interação lateral sobre a vertical (CHIAVENATO,

1993).

2.1.1.3 Ambiente

As organizações, como sistemas abertos, importam e exportam energia

interagindo com o ambiente, encontrando forças relevantes que interferem na

organização. No macroambiente incluem-se os componentes internacional, legal,

político, econômico, demográfico, social ou natural, pois a empresa não existe no

vácuo, mas dentro de um ambiente com turbulências e mudanças e é importante

conhecer o contexto em que está inserida “Assim, dois desafios principais – dentre

21

muitos dos desafios importantes – são impostos à empresa: o ambiente (e suas

variáveis externas) e a tecnologia (e suas variáveis internas).” (CHIAVENATO, 1994,

p. 87) O contexto em que a empresa opera pode ser visualizado na Figura 03.

Fonte: (CHIAVENATO, 1994, p. 88) Figura 03 – O Ambiente e a Tecnologia

Figura 03 – O Ambiente e a Tecnologia

O ambiente é definido por Bio (1985) como um conjunto de elementos que

não pertencem ao sistema, mas qualquer alteração no sistema pode mudar ou alterar

os seus elementos e qualquer alteração destes pode alterar o sistema. O ambiente é

complexo, vasto e seria inimaginável entendê-lo em sua plenitude, pode-se no entanto

explorá-lo, buscando discerni-lo com propósito de diminuir incertezas oriundas deste.

Para mapeamento de contexto, as principais dificuldades estão em prever certas

variáveis que sequer são conhecidas, passando a partir daí a visualizar apenas as

partes selecionadas. A percepção ambiental depende muito do que a empresa

considera relevante, fator fortemente influenciado pela empresa e as pessoas que dela

fazem parte, uma vez que as empresas são constituídas por pessoas, inseridas numa

sociedade, influindo e sendo influenciadas pelas variáveis ambientais. As empresas

desempenham um forte papel em seus próprios ambientes.

Variável exógena

Variável endógena

Ambiente

Empresa

Tecnologia

22

Percebe-se que a empresa está sujeita à diversas influências e condições

exteriores ou variáveis ambientais. A dinâmica ambiental mostra o comportamento

deste, com suas diferentes forças e dimensões, pois as direções e sentidos mudam

constantemente, sofrendo influências positivas, como a facilidade e incentivos, novas

oportunidades e condições favoráveis. A empresa pode passar por condições quase

que neutras, indefinidas do ambiente. Pode também sofrer influências negativas com

muita hostilidade ambiental, coações, pressões e ameaças. A empresa vista como um

sistema adaptativo pode ser visualizado na Figura 04.

Fonte: (CHIAVENATO, 1994, p. 97) Figura 04 – A Empresa como um Sistema Adaptativo

Figura 04 – A Empresa como um Sistema Adaptativo O ambiente representa o meio no qual as empresas existem e operam. Tal

qual um ser humano, as empresas percebem as variáveis ambientais segundo suas

características e valores e é o processo de entrada que busca as informações do

ambiente, assim o esforço empresarial na obtenção de resultados procura interferir

nas variáveis ambientais, quando possível. O ambiente apresenta um forte fator de

incertezas. Os principais grupos interessados no negócio, clientes, fornecedores,

financiadores, acionistas e governo, formam um círculo envolvido pelo ambiente e

englobando outros fatores como o sistema de informação da empresa com sua

estrutura organizacional e ambiente interno. Veja Figura 05.

Esforço Empresarial (controlável)

Entradas Resultados

Variáveis Ambientais:

(incontrolável) Tecnológicas Políticas Econômicas Legais Sociais Demográficas Ecológicas (Ambiente Geral)

23

AMBIENTE EXTERNO

Alta Administração

Gerência

Empregado

Sistemas de Informação

Interno

Fonte: (GIL, 1992, p.50) Figura 05 – O Inter-Relacionamento dos Sistemas de Informações e dos Diversos Componentes dos Ambientes Interno e Externo.

Figura 05 – O Inter-Relacionamento dos Sistemas de Informações e dos Diversos Componentes dos Ambientes Interno e Externo.

Esta inter-relação empresa-ambiente, se dá por diversas formas no dia-a-dia

das organizações, como com clientes que poderiam ser mencionadas as vendas,

interagindo com o ambiente, uma vez que interferem com a concorrência, com a

própria empresa e seu sistema de informação, em termos de controle de estoque,

contas a receber entre outros. A venda interfere em necessidade de reposição ou

compra de mercadorias, ocasionando um relacionamento com fornecedores. Percebe-

se novamente o uso do sistema de informações da empresa em contas a pagar, fluxo

de caixa e todo sistema-empresa.

A empresa interagindo com o ambiente, interferindo e sendo interferida pelo

mesmo, busca seu objetivo de manter-se viva e gerar lucro, num envolvimento de

todos os níveis empresariais e funções da administração no controle e gerenciamento

do negócio. Na universidade o lucro não se evidencia de forma tão transparente como

na descrição acima. Entretanto, o conceito de geração de superavit para permitir

investimentos na qualidade de ensino e da pesquisa, compara-se ao conceito de lucro.

24

2.1.1.4 Teoria de sistemas

A organização relacionando-se com o ambiente externo e interno, forma um

sistema total tratado na Teoria Geral de Sistemas. Servindo-se de várias ciências, a

Teoria Geral de Sistemas se baseia na compreensão da dependência recíproca de

todas as disciplinas e da necessidade de sua integração, além de fornecer um meio

para interpretar as organizações. Este conceito foi inicialmente tratado por um biólogo

alemão chamado Ludwig von Bertalanffy, dizendo que do ponto de vista físico, o

estado característico de um organismo vivo é o de um sistema aberto e que é fechado

se nenhum material entra ou deixa-o, sendo aberto se há importação e exportação e,

conseqüentemente, mudança dos componentes. Sistemas vivos são sistemas abertos,

que se mantêm trocando materiais com o ambiente (BERTALANFFY, 1977).

Outra definição que corrobora com esta é dada por Oliveira (1996) dizendo

que “Sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que,

conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam

determinada função”.

A aceitação da organização como sendo um sistema decorrente do

aperfeiçoamento natural dos conceitos, conjuntos e processos, formando uma

estrutura organizada, pode ser visualizada com a seguinte definição: A existência de uma organização bem definida faz com que uma

estrutura só possa ser chamada de sistema se apresentar os

elementos que a caracterizem perfeitamente como tal. Sem estes

elementos, não há sistema, mas outra estrutura qualquer. Daí a

atenção necessária à utilização do conceito de sistema. Os elementos

que caracterizam um sistema são: (1) Entradas; (2) Saídas; (3)

Interação organizada das Partes; (4) Princípios Básicos de

Funcionamento: (5) Busca de objetivos comuns e (6) Realimentação,

vide Figura 06 (PALADINI, 1995, p. 67).

25

Objetivos

Processo de Transformação

Saídas Entradas

Fonte: (BIO, 1985) Figura 06 – Componentes de um Sistema

Figura 06 – Componentes de um Sistema

Esta definição apresenta os elementos de um sistema e auxilia no

entendimento da empresa vista como tal. As partes do sistema inter-relacionando com

o ambiente formam um ciclo volátil, isto é que mude e se re-adapta constantemente ao

ambiente externo.

A integração da empresa com o ambiente externo ou com outros

componentes internos é fundamental porque substitui a forma tradicional de troca de

informações por meio verbal ou por relatórios escritos. A tecnologia computacional

facilita e estimula essa integração. A empresa, vista como um sistema aberto, pode

ser esquematizado como na Figura 07.

26

Figura 07 – A Empresa como um Sistema Aberto

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27

A organização considerada como um sistema total contém uma série de subsistemas,

considerados como componentes de um todo e interdependentes dos outros sistemas.

O sistema ou subsistema segue o esquema genérico visto na Figura 08

Fonte: (BIO, 1985, p. 29) Figura 08 – Esquema Genérico de um Sub-Sistema

Figura 08 – Esquema Genérico de um Sub-Sistema

A utilização do componente tecnológico na interação empresa-ambiente,

ocorre em diversos momentos. A integração banco-cliente via conexão telefônica,

integração governo e contribuinte por meio da internet, entre empresas do mesmo

grupo por meio de intranets, são exemplos de integração facilitada pela tecnologia e o

meio computacional. Os administradores precisam gerir a organização de forma a

integrar toda esta complexidade. Para tal, numa tentativa de propiciar meios

facilitadores, os sistemas informatizados buscam gerar a informação necessária para o

negócio. Conhecer as funções da administração e seus níveis de atuação torna-se

relevante na geração de informações.

2.1.1.5 Funções da administração

A estrutura do sistema de informações na área administrativa e o nível a que

se destina a informação são fatores a serem observados na implementação do

software. A informação para ser considerada válida, útil e confiável deve servir ao fim

a que se destina. Para que isto ocorra, faz-se necessário conhecer a estrutura

organizacional, o ambiente, as áreas da empresa, as funções administrativas e seus

níveis. Para uma melhor visualização destes pontos pode-se analisar a Figura 09.

Coleta de Dados de entrada

Processamento de Dados

Informações de saída

28

Ambiente Empresarial Área da empresa Nível Empresarial Ciclo

Administrativo 1. Externo 1.Vendas (a) Clientes (b) Fornecedores 1. Estratégico 1. Planejamento (c) Financiadores 2. Industrial (d) Acionistas (e) Governo 2. Tático 2. Execução (f) Outros 3. Administrativa 2. Interno (a) Alta Administração 3. Administrativo 3. Controle (b) Gerência 4. Contábil-Financeira (c) Funcionários

Fonte: (GIL, 1992, P.54) Figura 09 – Estrutura de Navegação para Identificação da Natureza do Dado, da Informação ou do Sistema Figura 09 – Estrutura de Navegação para Identificação da Natureza do Dado, da Informação ou

do Sistema A interpretação da Figura 09 deve ser feita da seguinte forma: a informação

do valor de financiamento necessário para os investimentos em maquinaria, com fins

de expansão da fábrica nos próximos cinco anos, utilizaria os pontos 1c.2.1.1, ou seja,

do ambiente externo(1) levando em contas os financiadores(c), a área que utilizaria

seria a industrial(2), o nível empresarial envolvido seria o estratégico(1) e envolveria o

ciclo administrativo de planejamento(1). A discussão quanto à utilização dos sistemas

informatizados, deve levar em conta os objetivos da organização, uma vez que a

administração é um processo que envolve pessoas e recursos, organizados em torno

de objetivos organizacionais e este processo envolve as funções de administrar:

planejamento, organização, controle e direção. Obviamente que, na estrutura

universitária, o exemplo acima segue conceitos paralelos onde os clientes são os

alunos, e assim por diante.

2.1.1.5.1 Planejamento

Planejar é especificar os objetivos a serem atingidos e decidir

antecipadamente as ações apropriadas que devem ser executadas a fim de atingir

esses objetivos. Isso requer conhecimento da situação atual com vistas à antecipação

do futuro, focalizar os objetivos, propiciar a tomada de decisões sobre as atividades

que devem ser executadas. A escolha de estratégias a serem adotadas é outro ponto

definido com o planejamento que, de acordo com as metas a serem atingidas, pode

definir os recursos necessários para realização das atividades previstas (BATEMAN,

1998)

“A falta de planejamento pode levar a área de informática a ser um incômodo

reduto de ineficiência e baixa qualidade na empresa” (MERLO, 1996, p. 69). A ação

29

decorrente de planejamento, buscando atingir as metas deve ser considerada a mais

suscetível ao sucesso. Os planos desenvolvidos pelas instituições podem ser para

curto, médio ou longo prazo e podem ser específicos, como a compra de um dado

equipamento de laboratório, ou mais generalistas, destinados à instituição como um

todo. A coleta e a análise de informações são de responsabilidade dos

administradores, pois estes, para atingirem seus objetivos precisam de informações

para tomada de decisões e os sistemas informatizados são o meio facilitador para

trabalhar as informações a serem obtidas.

A função de planejamento deve ser um processo permanente e contínuo,

sempre voltado para o futuro, pois proporciona garantia de racionalidade na tomada de

decisão e seleção de um curso de ação entre várias alternativas, além de ser

considerado como um processo sistêmico e interativo, pois é uma função

administrativa que interage com as demais; é uma técnica de alocação de recursos, de

mudança e coordenação (ALBERTIN, 1996).

2.1.1.5.2 Organização

Organizar é reunir e coordenar os recursos humanos, financeiros, físicos, de

informação e outros necessários ao atingimento dos objetivos. A função de reunir e

coordenar os recursos da empresa é vital, por isso, as pessoas envolvidas num

trabalho de equipe devem ser atraídas e direcionadas em torno do objetivo

organizacional, uma vez que o agrupamento ordenado de tarefas, disponibilizando as

condições necessárias para a execução de suas atividades, é um ponto importante

quando na organização da empresa ou instituição.

A organização como função administrativa, após o planejamento, segue

quatro componentes: o trabalho, as pessoas, órgãos e relação. O trabalho é

decorrente dos objetivos e deve ser dividido em atividades e funções. As pessoas

devem receber cada parte do trabalho dividido por objetivos claros e concisos. Os

órgãos agrupam as pessoas e o trabalho, levando em conta características e objetivos

similares. A relação engloba os relacionamentos entre os órgãos, pessoas, seu

trabalho e as situações encontradas (ALBERTIN, 1996).

2.1.1.5.3 Direção

Feito o planejamento e a organização, complementa-se a estrutura com a

orientação dada às pessoas, utilizando-se de uma comunicação correta, hábil com

liderança e motivação.

A função administrativa, situada no nível institucional, se refere às relações

interpessoais, que é, em síntese, a direção da instituição ou empresa. Atuando nos

30

três níveis da organização, a direção é responsável pela condução e orientação das

ações por meio da dinamização das atividades realizadas em todas as áreas e níveis

da empresa ou instituição. No nível intermediário temos a gerência e no operacional a

supervisão. A direção depende dos sistemas de administração praticado na empresa

ou instituição. O sistema autoritário coercitivo é mais autocrático e enrijecido, o

sistema autoritário-benevolente é um pouco mais suave, o consultivo / participativo é o

mais democrático de todos (CHIAVENATO, 1994).

Dirigir ou liderar pessoas é uma função extremamente complexa. Estimular

pessoas a executarem o trabalho pelo qual são responsáveis, requer habilidade para

motivar e forte capacidade de comunicação, relacionado-se diretamente com a

maneira como o objetivo é alcançado, através da liderança. Nisso, a direção propicia

dinâmica à organização e cabe ao responsável por esta função determinar as pessoas

no que fazer e garantir que elas o façam da melhor maneira possível.

O posto de direção deve compreender um serviço genuíno, que contribua de

modo visível (ou até mensurável) para que o empreendimento alcance seus objetivos.

Deve possuir a maior amplitude e autoridade possível. Os executivos devem ser

dirigidos e controlados pelos objetivos propostos para o desempenho, e não pelos

seus superiores (DRUCKER, 1998).

As atividades a serem desempenhadas pelo líder, buscando influir os grupos

ou pessoas a tomarem ações ou a mudarem de comportamento devem levar em

consideração os objetivos e metas da empresa ou instituição.

O processo decisório, utilizando-se de técnicas computadorizadas no

tratamento de dados consegue agilizar a geração de informação com maior eficiência

e eficácia. Deve-se observar o impacto do sistema para definir as melhores estratégias

para apoio à decisão, avaliando as oportunidades e também as restrições no

processamento de dados, o qual gera as informações.

2.1.1.5.4 Controle

A função de controle acompanha a evolução e implementa as mudanças

necessárias na organização. Para garantir que os objetivos sejam atingidos, o controle

é parte relevante, pois quando se implementa planos na organização, os fatos não

acompanham exatamente o previsto. Por isso para buscar a consecução dos objetivos

acompanha-se o andamento do plano e procedem-se os ajustes necessários.

Detectar falhas e erros desde a fase de planejamento até execução,

corrigindo-os, são atribuições da função controle. É algo inerente às atividades

humanas fazer uso de controle, consciente ou inconscientemente, por ser um

processo que guia os procedimentos para um objetivo previamente determinado,

31

diretamente ligado ao conceito de planejamento. Assim os resultados esperados vão

sendo controlados durante a execução das atividades.

As organizações bem sucedidas executam ações rápidas quando detectam

problemas e mudam quando necessário. O controle serve para padronizar o

desempenho, proteger os bens organizacionais, limitar a autoridade exercida por meio

de cargos e tarefas, avaliar e dirigir o desempenho das pessoas e como meio

preventivo para atingir os objetivos articulados na função planejamento.

O controle é feito comparando-se desempenho atingido, com padrões pré-

estabelecidos. O objetivo é avaliar o progresso da organização e verificar se o

resultado esperado está sendo alcançado através do monitoramento do desempenho

por meio de unidades de coleta de desempenho, fornecendo feedback, informações

sobre o progresso do planejamento feito, identificando problemas pela comparação

entre informações de desempenho e os padrões. Detectado algum problema, executa-

se ações para corrigi-los e para tal as técnicas para garantir que as atividades

desejadas sejam levadas a cabo e que as metas sejam atingidas são encontradas

nesta função.

O controle apresenta quatro fases distintas:

Estabelecimento de padrões de desempenho;

Avaliação de desempenho;

Comparação do desempenho com o padrão;

Ação corretiva (CHIAVENATO, 1994);

Os objetivos e metas devem ser estabelecidos em termos claros e

mensuráveis, incluindo prazos finais específicos. A medição de desempenho é um

processo permanente e repetitivo e se o desempenho estiver de acordo com o padrão,

presume-se que a situação está sob controle. A ação corretiva é necessária quando o

desempenho está em desacordo com o padrão, podendo envolver mudança em uma

atividade específica ou em várias, ou até, em certos casos, a mudança do padrão.

2.1.1.6 Níveis de administração

A empresa ou instituição atuando de forma interativa com o ambiente

constitui-se de três níveis distintos: o estratégico, o tático e o operacional. É importante

conhecer os níveis empresariais para definir a abrangência dos sistemas

informatizados, pois a razão básica de se considerar de forma separada estes três

níveis de influência é que cada um deles pode ter um tipo e amplitude de influência

sobre os sistemas de informação a serem implementados, além de ter a vantagem de

32

propiciar uma situação de interligação com as funções da administração.

O nível estratégico apresenta um período de abrangência de longo prazo com

problemas diferenciados uns dos outros. O pessoal envolvido engloba a diretoria,

presidência, conselho, administração e sua atividade deve ser criativa, pois o pessoal

envolvido é responsável pelo planejamento e controle macro-ambiental. Assim as

entradas são provenientes do ambiente externo da empresa ou organização e as

saídas são planos, políticas, diretrizes e objetivos.

O nível tático atinge um período de médio prazo com problemas definidos ou

subjetivos. O pessoal envolvido é a gerência e superintendência; sua atividade é

tipicamente técnico-administrativa, responsável pelo planejamento e controle

intrínsecos, as entradas são dados acumulados das operações para a condução dos

negócios e as saídas são informações para ações e tomada de decisão no ambiente

interno.

O nível operacional é de curto prazo e apresenta problemas rotineiros,

passíveis de padronização. O pessoal envolvido é composto de funcionários,

supervisores e chefes; sua atividade é técnico-operacional e diversificada, as entradas

são dados diários dos recursos consumidos nas operações e as saídas são

informações acerca dos produtos e processos finais e operações da organização.

No nível estratégico, considera-se o gerenciamento e estabelecimento de

diretrizes a serem seguidas pela empresa e sua interação com o ambiente. No nível

tático, a otimização de uma situação futura que é desejada em determinada área de

atuação da organização. Quanto ao operacional, visa desenvolver e implementar

resultados específicos a serem alcançados pelas áreas funcionais da empresa ou

instituição.

As organizações precisam acompanhar as mudanças que as cercam e se

adequarem ao contexto que se apresenta. Para tanto, administrar é uma tarefa

criativa, sendo que as decisões são tomadas com base em informações que são

geradas a partir de dados coletados, processados e transformados. Planejamento,

organização, controle e direção com integração dos diversos níveis são condições

necessárias para o sucesso de uma organização. Vista como um organismo que

aprende e se desenvolve, a instituição é parte de um todo que influi e é influenciada no

contexto ambiental.

O avanço tecnológico e o desenvolvimento do conhecimento humano

dirigiram as ações de trabalho para grupos de pessoas que trabalhem em conjunto.

Estes grupos, sua vez, necessitam de recursos, como equipamentos e sistemas para

atingirem seus objetivos de forma eficiente e eficaz. A interatividade entre estes

fatores e o ambiente com rápidas mudanças tecnológicas impõem a que os

33

profissionais passem a agir com maior intelectualização e envolvimento nas tarefas e

objetivos. Esta interação caracteriza as organizações flexíveis e funcionais,

contextualizando a complexidade organizacional e seus objetivos.

2.1.2 A Tecnologia e a Implementação de Software

O uso do software pode ser definido como no texto abaixo:

− “[...] as tecnologias que captam, armazenam e distribuem o conhecimento

estruturado para ser usado pelas pessoas, [...] o objetivo destas tecnologias

é absorver o conhecimento e torná-lo disponível às pessoas”

(DAVENPORT e PRUSAK, 1999, p.156).

É nesse sentido que a instituição alvo do presente trabalho busca propiciar por

meio da substituição dos programas existentes, por ambiente integrado, as

informações necessárias a contextualização de suas ações e objetivos.

2.1.2.1 Contextualização

A fim de aumentar eficiência, as empresas precisam lidar com a tecnologia,

compreendendo seu importante papel nas suas variadas formas e naturezas com

vistas a realizarem suas operações e atingirem seus objetivos. As empresas utilizam a

tecnologia, quer seja de forma rudimentar, por meio de máquinas amplas, ou de forma

mais sofisticada, como por exemplo, utilizando um microcomputador para o

processamento de transações.

A tecnologia é uma força que impõe desafios e problemas à empresa, e, por

impor desafios e problemas, quando dominada, proporciona maior eficiência na

utilização dos recursos disponíveis para obtenção dos resultados almejados. Assim “a

tecnologia é o meio pelo qual os dados são transformados e organizados para uso das

pessoas” (LAUDON & LAUDON, 1999) abrangendo métodos, processos e

conhecimentos disponíveis e envolvendo aspectos físicos e concretos, ou hardware,

como máquinas e equipamentos e aspectos conceituais e abstratos, ou software,

políticas, diretrizes, processos, procedimentos, regras e regulamentos.

Os sistemas de informação mencionados neste trabalho baseiam-se em

computadores, utilizando a tecnologia de computação para o processo de entradas,

processamento, armazenamento geração de saídas.

2.1.2.2 Hardware

O primeiro componente de um sistema de computação é o hardware, que é a

parte material ou física do sistema, o computador propriamente dito, que em conjunto

com outros vários equipamentos eletrônicos, formam o sistema central e seus

34

periféricos: “O hardware consiste no equipamento do computador usado para executar

as atividades de entrada, processamento e saída” (STAIR, 1998).

Na Figura 10 estão identificados os componentes básicos de um computador,

a saber:

Dispositivo de entrada

Dispositivo de processamento

Dispositivo de armazenamento

Dispositivo de saída

Camera de Video

Monitor Sensível ao Toque

ComputadorPessoal

ProcessadorTelefônico

Leitora de Cartões

Ploter

Impressora Matricial

Monitor

Impressora Laser ou Jato de Tinta

Dispositivo de ArmazenamentoCPU

Dispositivo de EntradaUnidade Central

de Processamento Dispositivo de SaídaDispositivo de Armazenamento

Fonte: Adaptado de MONTANA e CHARNOV (1998, p.409) Figura 10 – Componentes de Hardware

Figura 10 – Componentes de Hardware

2.1.2.3 Software

O imperativo tecnológico deve ser encarado como o imperativo da informação

(MEIRELLES, 1994) Software é a palavra utilizada para definir os componentes que

fazem o computador funcionar, ou seja, as instruções de que o computador precisa

para executar suas tarefas. A definição para o termo é “...(1) instruções (programas de

computador) que, quando executadas, produzem a função e o desempenho

desejados; (2) estruturas de dados para que os programas manipulem

adequadamente a informação; e (3) documentos que descrevem a operação e o uso

dos programas” (PRESSMANN, 1995).

Os fatores considerados importantes que influenciam a produtividade do

software são: fatores humanos; fatores do problema e sua complexidade e o número

de mudanças nos requisitos ou restrições de projeto; fatores de processo com técnicas

35

de análise e projeto, linguagens e ferramentas disponíveis e técnicas de revisão:

Confiabilidade e desempenho dos sistemas baseados em computador estão

relacionados aos recursos disponíveis para sua implementação; por exemplo a

disponibilidade de ferramentas CASE associadas a atuais recursos de hardware

(BASILI e ZELKOWITZ, 1978). “O software de computador consiste em instruções pré-

programadas que coordenam o trabalho dos componentes do hardware para que

executem os processos exigidos por cada sistema de informação” (LAUDON &

LAUDON, 1999). O software básico para os microcomputadores é o sistema

operacional que controla suas operações especiais, como copiar, excluir e renomear

programas, controlando ainda outros componentes de software. Os sistemas

operacionais mais utilizados são o DOS e o WINDOWS, que fazem a integração dos

sistemas aplicativos e o computador. A integração de dispositivos de computador,

software e hardware pode ser visualizada na Figura 11:

Fonte: (MEIRELLES, 1994, p. 35) Figura 11 – Integração de Dispositivos de Computador

Figura 11 – Integração de Dispositivos de Computador

O software que possue como função principal aplicar o poder do computador

para dar às pessoas, grupos e organizações a capacidade de resolver problemas e

executar as atividades ou tarefas específicas, é denominado software aplicativo e para

que possa executar as atividades ou tarefas é necessária a manipulação de dados,

que segundo Stair (1998) são “os fatos em sua forma primária, como por exemplo o

nome de um empregado e o número de horas trabalhadas em uma semana, [...]

quando estes dados são organizados ou arranjados de uma maneira significativa eles

36

se tornam informação,” que são armazenados em banco de dados que é uma coleção

de arquivos estruturados, que proporcionam uma fonte única de dados para uma

variedade de aplicações.

A interação do sistema-empresa e o sistema de informação pode ser visualizado na

Figura 12.

Fonte: (BIO, 1985, p. 28) Figura 12 – O Sistema de Informação e o Sistema Empresa

Figura 12 – O Sistema de Informação e o Sistema Empresa

“O processamento de informações comerciais é a maior área particular de

aplicação de software e as aplicações desta área reestruturam os dados de uma forma

que facilita as operações comerciais e as tomadas de decisões administrativas,”

(PRESSMANN, 1995), no entanto, a classificação de sistema de informação não deve

ser feita rigidamente, pois sistemas cujas informações não tenham muita relevância de

um ponto de vista gerencial, podem gerar dados fundamentais para um sistema

eminentemente gerencial.

Os sistemas podem ser classificados em dois grupos principais: sistemas de

apoio às operações e sistemas de apoio à gestão (BIO, 1985). Os sistemas de apoio à

gestão não são orientados para o processamento de transações rotineiras, mas

existem especificamente para auxiliar processos decisórios. Já os sistemas de apoio

DECISÕES • Planejamento• Controle • Administração• Operações

INFORMAÇÕES

PROCESSAMENTO DE DADOS

DADOS DO AMBIENTE

DADOS DO AMBIENTE

DADOS SOBRE PROCESSAMENTO

DE OPERAÇÕES

PROCESSAMENTO (OPERAÇÕES)

37

às operações envolvem processadores de transações e é destinado à tomada de

decisões. Esta classificação representa a evolução histórica da preocupação com os

sistemas nas empresas. Via de regra, esta evolução se inicia com o aperfeiçoamento

dos sistemas processadores de transações, evoluindo para sistemas operacionais de

auxílio à tomada de decisões e, finalmente, em estágios mais sofisticados, envolve os

chamados sistemas de apoio à gestão e de gerência do conhecimento.

2.1.2.4 Funções da administração da informática

Analisar as funções da administração da informática levando em conta as

funções administrativas, visa assegurar que a implementação de sistema contribua

para a resolução de problemas com o cumprimento dos objetivos e metas e, num

segundo momento, garantir o correto levantamento dos fatores críticos de sucesso na

implementação de sistemas de informação e da organização. As funções da

administração interferem na implementação de sistemas num processo interativo, que

considera a informática como elemento necessário na organização que busca o

sucesso em sua atividade.

A área de informática possui um perfil de prestação de serviços com uso de

tecnologia em constante evolução, interrelacionando-se intensamente com as pessoas

para o desenvolvimento de soluções automatizadas. Possui ainda um perfil de

instrumento de modernização e envolvimento com mudanças culturais, além de

possuir um tempo de maturação e desenvolvimento de soluções diferentes das demais

áreas da organização.

Considerar as funções administrativas visa sintonizar a implementação de

sistemas e a organização. Tem em vista o planejamento servindo como apoio à alta

gerência num alinhamento estratégico, focado no processo de estabelecimento de

prioridades e de estimativas de esforços necessários para o sucesso organizacional.

Tem por fim a análise da estrutura organizacional e a participação na organização,

levando à direção atuar no gerenciamento da tecnologia da informação e na liderança

das pessoas envolvidas no processo. A função de controle contribui para o alcance de

níveis de desempenho, eficiência e eficácia. Os fatores considerados a receber

atenção especial por parte dos administradores na implementação de sistemas

informatizados, são em geral tratados como fatores críticos de sucesso.

A implementação de sistemas feita de forma planejada, organizada, com

direção e controle, busca atender às necessidades da organização nos seus diversos

níveis e propiciar o retorno do investimento feito em hardware, software, treinamento e

demais fatores necessários. Para que a organização alcance seus objetivos, a

implementação de sistemas informatizados deve ser feita por meio de processos que

38

transformem insumos em informações relevantes.

2.1.2.4.1 Planejamento na administração da informática

O planejamento em sistemas de informação busca o alinhamento do objetivo

principal e a política geral da empresa. As pressões internas ocasionadas pela

necessidade de investimento em tecnologia quanto a equipamentos, sistemas

informatizados e qualificação das pessoas, podem interferir no controle gerencial

afetando o planejamento. Por existirem pressões externas, como a intensa evolução

tecnológica e por evidenciar a escassez de recursos e ainda por ser uma função que

demanda tempo, risco e compromisso, pode em muitos casos sofrer resistências dos

próprios executivos da organização.

Buscando focar os fatores que influenciam a função de planejamento,

chegou-se à quatro principais, a saber:

− O status percebido da gestão de SI, traduzido em seu envolvimento com

a alta gerência;

− A complexidade do ambiente de SI;

− A proximidade física dos gerentes de SI com os gerentes de alto nível

hierárquico (ALBERTIN, 1996)

Para o planejamento de informática é necessário conhecer a organização e

ter uma visão do negócio, porque para que os sistemas produzam informações

consoantes com a missão, os objetivos, as estratégias, as atividades e tarefas, deve-

se considerar todos os níveis e funções da organização.

Separar a implementação de sistemas de informação da organização, ou não

envolver os executivos, relegando esta responsabilidade para a área de informática,

proporciona um forte risco de tornar a organização não produtiva. O fato é que, a

organização precisa reconhecer o potencial estratégico dos sistemas informatizados e

as mudanças organizacionais que representa, sob pena de fracassar e não obter o

retorno sobre o investimento realizado. É equivocado o pensamento de que o simples

fato de adquirir computadores solucione problemas e aponte soluções, ou mesmo

facilite a condução dos negócios.

Considerar o alinhamento estratégico da área de informática com a

organização é de vital importância. Cabe ressaltar que o processo deve ser feito

simultaneamente, podendo até em função de sistemas informatizados a empresa

alterar suas metas e objetivos, a partir da visualização do ambiente futuro e da

influência deste. Com isso, percebe-se a grande importância do bom desempenho do

pessoal da área de informática, seu conhecimento, capacidade de entender o negócio

39

e assimilação de novas tecnologias.

É necessário determinar o grau de mudanças necessárias para atingir as

metas e objetivos da empresa, e isto é feito após o alinhamento da área de informática

com a organização. Para isto deve-se conhecer a situação existente na organização e

os fatores envolvidos, além de fazer o levantamento de tecnologia disponível como:

equipamentos, sistemas informatizados, estruturação da empresa, habilidades e

conhecimentos das pessoas envolvidas, pois identificando o estágio inicial, possibilita-

se a criação de um plano de implementação, que leve em conta o ponto de partida e

de chegada e o alinhamento com os objetivos organizacionais.

O planejamento consonante com a organização deve considerar o custo /

benefício das atividades e uma série de estimativas, estabelecendo suas durações e

prioridades, baseadas em:

informações

• históricas:

♦ outros projetos similares; e

♦ outros projetos não similares;

• características do sistema de informação;

• características dos participantes;

• características do cenário atual;

• características dos cenários futuros alternativos;

padrões de desempenho;

• sistema de informação;

• situação atual;

• participantes;

habilidade / experiência;

• processo de estimativa (ALBERTIN, 1996)

Conseguir ganho competitivo e otimização de recursos pelo uso da

microinformática requer o alinhamento com a organização, considerando metas,

objetivos, estratégias e necessidades da empresa.

2.1.2.4.2 Organização na administração da informática

O conhecimento da situação organizacional influi na implementação de

sistemas informatizados. Para que o planejamento feito possa ser efetivado é

necessário organizá-lo, torná-lo dinâmico e estar interagido com a informática.

A organização do trabalho da área de informática deve ser dividido em

40

funções e sub-funções, seguindo os parâmetros levantados no planejamento e de

acordo com os objetivos empresariais.

Uma vez determinadas às funções e sub-funções da área de informática,

procede-se a organização e seleção das pessoas que irão desempenhá-las, levando

em conta o perfil profissional, conhecimento e habilidades necessárias. Estabelece-se

as relações de trabalho de forma clara e objetiva. Outro ponto a ser observado é o

agrupamento das pessoas, levando em conta suas funções, objetivos, características

e atividades que visem o cumprimento dos objetivos empresariais. Os relacionamentos

interpessoais também devem ser considerados na implementação de sistemas

informatizados, levando em conta os canais de comunicação, relação de dependência,

de responsabilidade, buscando um ambiente propício para a utilização da

microinformática.

Segundo Albertin (1996) a organização deve buscar parcerias e observar as

mudanças necessárias em função destas parcerias. Como exemplo, a utilização da

microinformática, numa parceria com fornecedores poderia por fim à necessidade de

estoques. Elencando os determinantes de parceria: benefícios mútuos,

comprometimento, predisposição, conhecimento compartilhado, competência,

recursos distintos e ligação organizacional.

2.1.2.4.3 Direção na administração da informática

A direção deve mostrar às pessoas agrupadas segundo as habilidades,

funções e sub-funções, o caminho e o rumo a ser perseguido, objetivando atingir as

metas da organização. A direção deve agir de forma semelhante a um maestro,

conseguindo que as equipes planejadas e organizadas em torno de um objetivo

comum o façam da melhor forma possível, além de monitorar o andamento dos

trabalhos supervisionando adequadamente, para que as pessoas exerçam seu

conhecimento técnico e habilidades em favor da empresa.

O alinhamento da tecnologia com a organização é fundamental para a

implementação de software que deve considerar o envolvimento de pessoas com seus

conhecimentos e habilidades, combinando as necessidades organizacionais e

estruturais com os sistemas de informações.

Cabe à direção na administração de informática, coordenar o relacionamento

das áreas envolvidas, os usuários e pessoal de informática para que a efetividade na

implementação possa ser atingida. Deve também considerar os objetivos da

organização e das pessoas, além de acompanhar o trabalho realizado, verificar se

está concretizando o planejamento, de forma organizada e direcionada com os

objetivos da empresa.

41

2.1.2.4.4 Controle na administração da informática

O controle efetivo na geração de informações pode ser conseguido com o uso

adequado da estratégia tecnológica integrando tecnologia à empresa, definido em

conformidade com o estabelecido no planejamento e na organização, fixando metas e

padrões de desempenho de modo a garantir seu cumprimento na empresa. Os

padrões mais relevantes podem ser:

os níveis de serviço que incluam os índices de desempenho e disponibilidades dos

recursos de informática, incluindo as informações;

as metodologias de trabalhos, sendo que as mais difundidas são as de

desenvolvimento de sistemas;

os índices de produtividade, incluindo os de pedidos atendidos, tempo de

atendimento de pedidos, tempo de acerto de erros, quantidade de erros etc

(ALBERTIN, 1996)

O acompanhamento pode ser feito por meio de relatórios, revisões periódicas

e formais. Caso o desempenho seja inferior ao padrão estabelecido, deve-se tomar

ações corretivas e se caso o desempenho for superior, pode-se estabelecer novo

padrão.

2.1.2.5 Níveis de administração e sistemas informatizados

O que interessa a todos os níveis deve ser considerado estratégico, tático e

operacional, ou seja, a ordem natural de desenvolvimento deve ser iniciada pelo

tratamento em nível estratégico, posteriormente a sua decomposição em nível tático

para a partir deste ser detalhado em nível operacional.

No nível estratégico procede-se a análise de todos os fatores e subfatores

externos, com a identificação das oportunidades e das ameaças interagentes com a

empresa e é procedida com a conseqüente determinação da missão, propósitos,

potenciais e orientações estratégicas e a implementação de sistemas. No nível tático

considera-se a aglutinação de informações de uma área de resultado, enquanto que

no nível operacional ocorre a formalização, por meio de documentos escritos das

informações estabelecidas.

A razão de se considerar estes três níveis de forma separada, é dada pelo

fato de que cada um deles pode ter um tipo e amplitude de influência sobre os

sistemas a serem implementados.

2.1.3 As Pessoas e a Implementação de Software

As pessoas usam informações vindas de sistemas informatizados,

42

integrando-as ao seu ambiente de trabalho, onde são solicitadas a introduzir dados no

sistema (LAUDON & LAUDON, 1999). Para realizarem essas tarefas de introdução de

dados e utilização de informações, as pessoas precisam estar preparadas, o que

mostra a necessidade de treinamento e desenvolvimento de conhecimento e

habilidades exigidas para a função, pois o conhecimento de sistemas de informação

consiste em três elementos: “Um conhecimento e uma habilidade prática com

tecnologias de informação. Uma compreensão ampla de organizações e indivíduos,

com uma perspectiva comportamental. Uma compreensão ampla de como analisar e

resolver problemas” (LAUDON & LAUDON, 1999). Podemos visualizar esta definição

na Figura 13.

Fonte: (LAUDON & LAUDON, 1999, p. 9) Figura 13 – Conhecimento em Sistemas de Informação

Figura 13 – Conhecimento em Sistemas de Informação A inter-relação entre tecnologia e pessoas é um fator relevante para as

empresas, que precisam se ajustar às mudanças e as pessoas devem saber controlar,

compreender e usar com responsabilidade a tecnologia a favor da organização, pois a

vida útil estimada para o conhecimento dos sistemas de informação é de cinco anos.

Para tal, uma dimensão importante é a necessidade de se criar interfaces apropriadas

entre seres humanos e máquinas para estimular as pessoas a controlar o processo e

as funções de acordo com o projeto e os objetivos do sistema (LAUDON & LAUDON,

1999).

A tecnologia de hardware está mudando mais rapidamente que a de software

e as pessoas, que muitas vezes são obrigadas a trabalhar com sistemas pouco

práticos, sob pressão e muitas vezes em situações não previstas pelos programadores

e planejadores do software. As pessoas estarão mais dispostas a usar o computador

se o software disponível considerar suas habilidades e comportamentos já

incorporados ao longo da vida, para isto, a interface de ligação homem-máquina é de

fundamental importância.

Conhecimento em sistemas de Informação

Habilidades para tecnologia de informação

Habilidades para comportamento organizacional

individual

Habilidades para análise e solução de

problemas

43

O foco nas pessoas busca habilidades gerais, uma espécie de especialista

em tudo, o profissional que apresenta sabedoria em negócios e gerenciamento, por

isso as empresas precisam ter sensibilidade ao ambiente, que é obtida por meio de

pessoas capazes dessa competência.

O nível estratégico, regido por diretrizes onde todo gerente é também um

gerente de pessoas, deve buscar o desenvolvimento contínuo das habilidades

técnicas e sociais das pessoas na organização, porque a empresa complementa as

habilidades necessárias às pessoas que devem buscar criar uma visão ampla da

empresa e do seu meio ambiente, como visto na Figura 14. O treinamento e

desenvolvimento são considerados poderosas ferramentas de transformação e é

preciso ter uma visão clara das realidades em rapidíssima transformação, estando

aberto às mensagens absorvidas do ambiente e da organização com mínimo de

distorção possível. Vencer resistências internas às mudanças é um desafio gerencial a

ser superado por todos e liderado por quem possuir tal competência, o objetivo disso é

contribuir para a conquista equilibrada e simultânea dos resultados almejados pela

empresa e pelos indivíduos que nela trabalham (BOOG et. al., 1994, p. 10-12).

Fonte: (LAUDON & LAUDON, 1999, p. 27) Figura 14 – Visão Integrada de Sistemas de Informações e Pessoas Figura 14 – Visão Integrada de Sistemas de Informações e Pessoas

Problema Organizacional

NívelOrganizacional

Estratégico Gerência Sênior

Tático

Conhecimento

Operações, Produção Serviço

Funcionários daProdução

e Serviços

Trabalhadores doConhecimento

Gerência Médiaou Intermediária

Produção Finanças / Contabilidade

Vendas / Marketing Recursos Humanos

44

2.1.3.1 Impacto da informática nas empresas e nas pessoas

A evolução tecnológica constante, impulsionando o avanço crescente de

hardware, onde se destaca o processador que passa a incorporar cada vez mais

funções e aumento de capacidade. Provocando assim uma alteração nos parâmetros

de análise de valores pela empresa, portanto, o software empregado nos

computadores contribui para o crescimento dos serviços oferecidos aos clientes pelas

organizações, aumentando a rapidez e a necessidade de um diferencial para

posicionamento da empresa no mercado. Isto requer treinamento e desenvolvimento

contínuo, pois não se trata apenas de aprender a operar uma nova máquina, mas sim,

adaptar-se as novas formas de trabalho e raciocínio.

A realidade tecnológica proporciona ganhos de produtividade e qualidade

inimagináveis, entretanto as pessoas tendem a acreditar que a utilização de

computadores irá facilitar o trabalho ou diminuí-lo, coisa que na realidade inúmeras

vezes não acontece, pois esta tecnologia apresenta também desafios:

− os operários da produção precisam de treinamento para operar as

máquinas atuais, o que inclui conhecimentos básicos de matemática ou

línguas estrangeiras, que deveriam ser supridos na formação escolar

básica, geralmente deficiente;

− empregados deslocados pela automação devem ser retreinados para

outras funções dentro da empresa;

− para serem eficazes, novas técnicas de administração da produção devem

ter a participação consciente de todos os envolvidos;

− funcionários de escritórios devem conhecer e utilizar novas ferramentas

sofisticadas de comunicação e troca de informações;

− o desenvolvimento tecnológico causa constantes alterações nos

procedimentos operacionais da empresa, que devem ser divulgados rápida

e uniformemente;

− a concorrência exige agilidade na criação de novos produtos e serviços

(BOOG et. al., 1994).

A informática pode ser utilizada como ferramenta de treinamento e

desenvolvimento por meio de software de computador como um simulador de

sistemas complexos, com perguntas e respostas do tipo “se eu fizer isto, vai acontecer

o quê?”, ou como instrumento de laboratório permitindo experimentos mais realistas,

ou então, auxiliando na obtenção de resultados mais significativos. Como laboratório

virtual, tornando mais produtivo o aprendizado por simulações de experiências; como

45

instrumento de ensino da computação, permitindo criar ambientes simulados onde os

paradigmas de computação podem ser experimentados; como tutor; apresentando

assuntos descritivos, agindo como um treinador na resolução de exercícios práticos,

funcionando como um coadjuvante de instrutor num processo conhecido como

Computer Based Training, ou treinamento baseado em computador. São algumas

maneiras de se utilizar a tecnologia de computação para treinamento e

desenvolvimento das pessoas, pois “A automação comercial agiliza processos,

automatizando funções repetitivas, diminuindo erros, integrando informações[...] mas

também gera a necessidade de uma alteração nas habilidades e na forma de trabalho

das pessoas envolvidas” (BOOG et. al., 1994).

Atrair, desenvolver e manter uma força de trabalho eficaz, inclui localizar e

contratar novas pessoas, medindo e nivelando o seu desempenho, criando assim uma

equipe apropriada e competitiva ao longo do tempo.

Manter a força de trabalho, deve permitir benefícios competitivos e

compensatórios, manter registros e atender requisitos legais e de segurança,

(LAUDON & LAUDON, 1999) uma vez que buscar uma equipe de trabalho motivada é

outro fator importante para que a empresa consiga atingir seus objetivos. Paladini

(1995, p. 134) mostra uma pesquisa realizada sobre motivação com três questões

apresentadas. A primeira questão pedia o que mais motivava as pessoas nas

empresas, e os quatro pontos mais relevantes foram respectivamente: boas chances

de se fazer; prêmios em dinheiro; competição interna e melhorias no ambiente de

trabalho. A segunda questionava sobre as principais fontes de descontentamento e

apresentou como os quatros pontos mais relevantes respectivamente: ordens

contraditórias; promoção para pessoas menos qualificadas; falta de tratamento justo e

adequado. A terceira questão abordou sobre o que realmente era mais importante

para as pessoas nas empresas e as respostas mais relevantes foram: estabilidade de

emprego, salário, chefe justo e oportunidade de progresso.

Ao se considerar os níveis empresarias e os sistemas, percebe-se que o nível

estratégico responsabiliza-se pelo planejamento de pessoas com sistemas de previsão

de força de trabalho, sucessões e análise demográfica. O nível tático, com sistemas

de estimativas, controle de posições, análise de funções e compensação, relações de

trabalho e custo de contrato para a força de trabalho, além de treinamento e

cumprimento de acordos de emprego, enquanto que o nível operacional pelo registro

de pessoal, de candidatos, acompanhamento de posições, levantamento de

habilidades e treinamento (LAUDON & LAUDON, 1999).

46

2.1.3.1.1 As pessoas e a administração da informática

As pessoas formam o elo de ligação entre a organização e a tecnologia,

necessários no planejamento organizacional de toda a atividade empresarial. Em

termos de informática, o diferencial é a necessidade específica de conhecimentos e

habilidades, exigindo como nas demais áreas, o alinhamento estratégico em todas as

funções, níveis e áreas organizacionais. As especificidades técnicas são a “integração

entre funções mais estreitas e interdependência de atividades mais estreitas;

velocidade mais rápida e resposta em tempo real; e conseqüências de erros e

prejuízos mais custosos” (ALBERTIN, 1996).

Outra especificidade de quem é responsável pela implementação de software,

é a visão do todo na organização, exigindo talento e criatividade como integrador da

organização por meio da tecnologia, sendo uma dificuldade enfrentada pelas

empresas a escassez de pessoal com a qualificação necessária para conseguir essa

integração informática-empresa. Isto força os líderes empresariais a buscarem a

redução da rotatividade de pessoal. Albertin (1996) apresenta alguns fatores que

podem contribuir para isto, começando pela variedade de competência, isto é, com a

interligação de diferentes competências e talentos das pessoas.

Para desenvolver uma força de trabalho, deve-se prever a necessidade de

mão-de-obra, avaliar desempenho, compensar empregados, fazer planos de carreira,

administrar questões trabalhistas e treinamento, estabelecendo um processo de

mudança com estratégias adequadas.

2.1.3.2 O processo de mudança e a estratégia de alinhamento

Um processo de mudança contempla uma alteração de cultura, processos e

recursos, visto que as pessoas encontram-se em níveis diferenciados umas das

outras, em termos de conhecimentos, habilidades e também de expectativas e

necessidades e o envolvimento de processos e recursos, obriga à um

comprometimento dos dirigentes empresariais e uma consciência ampla na

organização.

O processo deve ser de inovação constante com o desenvolvimento das

pessoas, uma vez que o processo global de transformação passa pelo trabalhar os

valores, as formas de pensar e de querer das pessoas, que precisam estar alinhadas,

enquanto que o processo de mudança envolve a formação de uma equipe com

direção do processo, onde saber quem se é, onde se está, conhecer a situação atual e

para onde caminhar, é fundamental conhecer os caminhos e fazer o percurso

necessário, aprendendo com os obstáculos fazem parte de um processo de

47

mudanças, que pode ser visualizado na Figura 15.

A parte superior da Figura 15 mostra o diagnóstico atual da empresa, o que

se é, com aspectos qualitativos, participação e políticas de Recursos Humanos e o

que se quer ser. A visão futura é cristalizada em uma carta de intenções do grupo, que

passa pela necessidade de conhecer e adotar novos conceitos e paradigmas de

gestão, exigindo novos conhecimentos das pessoas envolvidas no processo. A parte

inferior mostra onde se está, num aspecto quantitativo, lucratividade, rentabilidade e

objetivos de qualidade com a visão futura cristalizada em diretrizes, objetivos, metas e

planos estratégicos, confrontando-se com a necessidade de fazer. A parte central

refere-se ao ponto que as pessoas e o grupo aprendem, o desenvolvimento da

organização, o espaço e a vivência do grupo (BOOG et. al., 1994).

48

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Figura 15 – Estratégias de Mudanças

49

2.1.3.2.1 Estratégia de alinhamento

As pessoas participantes de um processo de mudança devem se envolver e

se alinhar com os objetivos da organização. Isto pode ser conseguido por meio de

uma visão construída pelo compartilhamento e espírito cooperativo de pessoas. Pode-

se formar a imagem de um barco com as pessoas no seu interior compartilhando uma

visão futura comum, proporcionando um rumo comum e esperando chegar ao mesmo

porto.

Um processo de mudança para ser bem-sucedido necessita que as pessoas

que sofrerão os impactos das mudanças envolvam-se e alinhem-se com os objetivos.

O processo geralmente tem início com um wokshop de três dias sob o monitoramento

de um consultor cujos resultados esperados são: carta de intenção da cúpula e uma

discussão com todos os escalões da empresa, para que as pessoas produzam um

sentido de comprometimento. Isto pode ser visualizado na Figura 16.

Fonte: (BOOG et. al., 1994, p. 62) Figura 16 – Como Alinhar Pessoas e Grupos

Figura 16 – Como Alinhar Pessoas e Grupos

2.1.3.3 Treinamento

Considera-se o treinamento como um processo educacional sistemático e

organizado, com o qual as pessoas aprendem ou adquirem conhecimentos específicos

e habilidades em função de objetivos definidos, modificando atitudes diante das

relações entre pessoas ou de aspectos de tarefa, organização ou ambiente. Adotando

a visão sistêmica, percebe-se a entrada de informações às pessoas que as

processam, e a partir disto agem com novas atitudes, conhecimentos e habilidades. O

processo de retroação pela avaliação dos procedimentos e resultados do treinamento

Visão Compartilhada Situação Futura - 2005

2004

2001

1998

Como queremos ser? Onde queremos

Como fazer essa transição? “Construindo a ponte juntos”

Antes

50

(BOOG et. al., 1994).

Os objetivos gerais referem-se usualmente, ao desenvolvimento

de formas efetivas para consolidar esforços relativos ao

desenvolvimento, manutenção e melhoria da qualidade em todos

os setores da empresa, de maneira organizada, a fim de permitir

sua fixação em níveis consistentes. Tais formas dizem respeito à

produção de itens com elevados padrões da qualidade, a custos

viáveis, e à avaliação desses padrões em bases científicas. É

usual adotar a conscientização e a especialização dos recursos

humanos da empresa como estratégia básica para o alcance

destes objetivos, o que envolve um programa de formação

composto por processo de treinamento (PALADINI, 1995, p. 121).

Os objetivos empresarias conduzem às ações efetivas que são executadas

pelas pessoas e para atingi-los deve-se utilizar as seguintes estratégias.

a. Desenvolvimento de um trabalho conjunto (instrutores externos

contratados para desenvolver os treinamentos e pessoal da

empresa), a partir de uma equipe de pessoas ligadas à empresa,

que formarão a Equipe de Coordenação do Projeto, encarregada

de direcioná-la e realimentá-lo, enquanto durar a participação

externa, e garantir efeitos multiplicadores, quando cessar este

envolvimento. Normalmente, a participação externa inclui

trabalhos de consultoria técnica. b. Apresentação de novas

técnicas e estratégias nas várias áreas do projeto e discussão

visando à análise da viabilidade de sua possível implantação

(adequação da teoria à prática). c. Desenvolvimento do

treinamento para a mão-de-obra envolvida. d. Promoção de

debates, mesas redonda e outras formas de discussão visando à

perfeita integração da mão-de-obra aos objetivos,metas e

resultados esperados do projeto. No caso específico do

desenvolvimento do projeto, adota-se uma abordagem

participativa. e. Proceder à implantação experimental de técnicas

propostas. f. Proceder à contínua avaliação e realimentação das

ações do projeto (PALADINI, 1995, p. 122).

51

2.1.4 Considerações

“De fato, o planejamento e sua implementação efetiva é o problema mais

sério enfrentado pela Administração de Informática,” (ALBERTIN, 1996) por isso

conhecer a organização e sua administração com suas diversas funções e níveis, é

uma condição necessária para alinhar a implementação de sistemas com os objetivos

da empresa. Neste processo a empresa, as pessoas são chamadas a desempenhar

um papel de vital importância para o sucesso do processo, por isso, a inter-relação

dos fatores chaves de implementação de sistema: organização, pessoas e tecnologia

são condições chave do sucesso.

A falta de informações adequadas para apoio na tomada de decisões na

empresa é um problema crítico para esta, pois, para enfrentar e solucionar problemas

deve-se buscar meios científicos, passando por identificação, análise do problema e

entendimento do mesmo, para em seguida vir a tomada de decisão, caso a melhor

opção for escolhida. Identificada a melhor opção, o projeto de soluções pode começar

e por fim é iniciado um período de implementação, durante o qual projetos e conceitos

teóricos são testados no mundo real.

A seleção de critérios adotados para solução de um problema, são fatores

extremamente complexos, onde várias perspectivas podem ser utilizadas: a

tecnológica, considerando hardware, software, telecomunicações e banco de dados; a

organizacional, enfatizando normas e procedimentos formais, cultura, gerência,

processos e as políticas empresariais; a perspectiva de pessoal, enfatizando as

pessoas da empresa e seus inter-relacionamentos nos grupos de trabalho (LAUDON &

LAUDON, 1999).

A busca da solução da problemática apresentada passa por um processo de

pensamento crítico na busca do ferramental necessário para tal, assim sendo partindo-

se da problemática apresentada, no próximo capítulo será apresentado o ferramental

necessário para a formação de uma metodologia de implementação de sistemas que

considere os três fatores-chave da implementação de sistemas: pessoas, tecnologia e

empresa.

2.2 Ferramental de Implementação de Sistemas

O uso da tecnologia da informação no campo empresarial proporciona

ganhos competitivos e para que isto seja verdadeiro, o sistema informatizado precisa

estar alinhado com as metas e objetivos da organização. Novas tecnologias levam um

52

certo tempo para serem absorvidas, de dois a quatro anos. As causas podem ser

devido à diversidade de aplicações possíveis sobre o efeito direto nas pessoas de

vários níveis da empresa ou na própria estrutura organizacional, por isso as empresas

encontram dificuldades para efetuar as mudanças que a informática exige, mas a

implementação da mudança é vital e deve considerar a estratégia correta para cada

organização (MEIRELLES, 1994).

2.2.1 Perspectivas de Implementação de Sistemas

“Nós analisamos um banco de dados com cerca de mil empresas e

descobrimos que aproximadamente 80% estão gastando mais com atividades de

informação e criação de ativos intelectuais do que para buscar retorno sobre o capital

investido” (TJADEN, 1999, p. 102). A informação vista como o centro das atenções

relega ao computador a condição de ator coadjuvante ou apenas como ferramenta

necessária para gerar e administrar a informação. No entanto, trabalha-se para que a

informática seja considerada uma arma estratégica, dando-se ênfase ao

gerenciamento e não para área técnica, porque a informática bem gerenciada e

utilizada, após a implementação criteriosa, passará a funcionar a favor da empresa.

De uma forma global o avanço tecnológico vai transformando o ambiente nas

organizações. Este processo implica em mudanças e transformações organizacionais

nas estruturas de poder e perfil do pessoal necessário.

O desenvolvimento de uma estratégia de implementação deve estabelecer

várias fases e perceber que os fatores relevantes vão se alterando à medida que o

processo vai sendo implementado. Inicia-se dando maior importância ao controle e

padronização, passando para uma necessidade de integração cada vez mais

complexa. A importância da informática para a empresa e o seu planejamento pode

ser feito utilizando-se o modelo de McFarlan (apud MEIRELLES, 1994) que relaciona

quatro cenários: Suporte, Operacional, Reviravolta e Estratégico, considerando a

importância atual e futura, fornecendo uma estrutura para direcionar o planejamento

da informática, que pode-se visualizar na Figura 17.

53

Fonte: (MEIRELLES, 1994, p. 538) Figura 17 – Importância da Informática para a Empresa

Figura 17 – Importância da Informática para a Empresa

A Figura procura destacar qual é a importância da informática para a

empresa, que pode ser estratégico ou apenas de suporte, sendo que o esforço para

cada situação é distinto. O autor salienta que normalmente as empresas encontram-se

no cenário de reviravolta, caracterizado por uma forte colaboração da informática

quanto ao suporte operacional, mas que não depende essencialmente desta para

atingir seus objetivos e metas. O mesmo não seria verdadeiro para o futuro pois, a

competitividade e o crescimento da empresa dependeria criticamente de novas

aplicações.

Este fenômeno nunca visto antes está transformando as organizações no

mundo, influenciando sua capacidade de comunicação e exercem influência no

ambiente dentro mercado competitivo. A informática é portanto uma ferramenta

estratégica e indispensável ou o será em um futuro breve, para cada organização.

Ainda considerando McFarlan (apud MEIRELLES, 1994) que sugere uma estratégia

geral para cada cenário da informática apresentado na empresa, podemos conferir a

Figura 18.

Importância da Informática para a Empresa

Operacional Estratégica

Suporte Reviravolta

Alta

Importância da Carteira atual de Sistemas

Baixa Baixa AltaImportância da Carteira

Futura de Sistema

54

Estratégia Geral para Informática da “Empresa” Cenário – Ontem Cenário – Hoje Assunto

Suporte / Operacional Reviravolta / Estratégia Comitê Diretor de Sistemas Nível médio,

Não é crítico Nível alto, papel-chave, Envolvimento Da alta administração é crítico.

Planejamento da Informática Não é crítico, Erro na alocação de Recursos não é fatal

Vital, deve estar intimamente Relacionado ao planejamento estratégico Da empresa. Alocar bem os recursos.

Carteira de Aplicações Evita projetos de Recursos não é fatal

Projetos avançados que possibilitem à Empresa – ganhos estratégicos.

Nível e Estilo Gerencial Médio e flexível Alto e crítico (na informática) Tecnologia Postura Conservadora

(alguns anos atrás das inovações)

Assumir riscos e adotar as últimas inovações.

Envolvimento dos Usuários Pequeno Grande Dinâmica de Ação Maior tempo para tomada

de decisão Crítico, as decisões devem ser imediatas.

Fonte: (MEIRELLES, 1994, p. 539) Figura 18 – Estratégia Geral da Informática para a Empresa

Figura 18 – Estratégia Geral da Informática para a Empresa

O autor defende que o desenvolvimento tecnológico e a maior complexidade

de novos produtos mudam o papel da informática de ferramenta de suporte para

ferramenta estratégica de maior importância. Explica ainda a missão da informática

como sendo “...apoiar e ampliar os objetivos e as estratégias da empresa. [...]

enfocada sob dois pontos de vista, o externo [...] e o interno, que consiste em servir de

elo de ligação entre os diversos setores da organização, fomentando, por meio de

informações, a integração desses setores e a formação de uma visão convergente da

situação atual e do futuro da empresa” (MEIRELLES, 1994, p. 540).

A empresa deve visualizar a necessidade atual e futura da informática como

apoio em sua atividade, definindo quem são os usuários e a responsabilidade pela

execução, ou então, deve seguir uma metodologia de implementação de sistemas que

respeite as metas e objetivos da organização e que participe de sua ampliação.

3 IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS

O uso de novas tecnologias exige das empresas um gerenciamento de

mudanças na busca de resultados melhores, produzindo capacidades para resolverem

novos problemas, “[...] a adaptação contínua é um fator importante na implementação

e uso de novas tecnologias – e cada adaptação exige tempo e experiência, [...] quanto

mais experiência uma nova tecnologia exige, mais dependência nas rotinas de

adaptação faz-se necessária” (ROQUE, 1998, p. 33). As ações e o fator motivacional

correspondente a cada ação é fundamental para uma implantação bem sucedida,

conforme podemos ver na Figura 19.

AÇÃO FATOR MOTIVACIONAL Desenvolver sistemas amigáveis Facilidade uso / prazer Participação do usuário no desenvolvimento Utilidade / facilidade de uso Treinamento intensivo do usuário Facilidade uso Vender o sistema para os usuários Utilidade Acesso fácil aos microcomputadores Facilidade uso Responder às necessidades dos usuários Utilidade Usar tecnologia atualizada Utilidade / prazer Usar tecnologia alinhada ao negócio da empresa utilidade

Fonte: (DIAS, 2000, P. 60) Figura 19 – Ações para a Implantação Bem Sucedida da Tecnologia da Informação

Figura 19 – Ações para a Implantação Bem Sucedida da Tecnologia da Informação Os principais estágios que as empresas costumam atravessar durante o

processo de informatização são apresentados na Figura 20:

Fonte: (MEIRELLES, 1994, p. 409) Figura 20 – Estágios da Informatização

Figura 20 – Estágios da Informatização

Integração

(Relacional/Estruturação)

Automação Manual

80 % do esforço 80 % do benefícios

Maturidade Adm. de Dados

Integração

Controle

Contágio

Manual

100% Operacional 80% Operacional 20% Controle

50% Operacional 40% Controle 10% Estratégico

3 Estágios Essenciais

6 Estágios de Nolan(1979)

56

Segundo Daft (1999, p. 193), “a implementação ocorre quando os membros

da organização utilizam realmente uma nova idéia, técnica ou comportamento [...]. A

implementação é uma etapa muito importante porque sem ela as etapas anteriores

são inúteis” e depois que o sistema tiver sido analisado, devem ser completadas

algumas tarefas antes que seja instalado e posto para funcionar A implementação de

sistemas informatizados lida com a utilização de novas tecnologias na organização.

“Novas tecnologias nunca são implementadas como planejado. Para conseguir uma

implantação bem sucedida, tecnologia e organização devem mudar e adaptar-se uma

à outra” (MEIRELLES, 1994, p. 537), no entanto sabe-se que “a implementação da

microinformática exige tempo e aprendizado para incorporar e institucionalizar as

mudanças necessárias para atingir maturidade no uso dos recursos dessa tecnologia.

[...] definir estratégia de utilização, estabelecendo diretrizes, procedimentos e

mecanismos de suporte para gerenciar um processo de mudança e implementação

[...],” (MEIRELLES, 1994, p. 543) devendo ainda considerar seus custos como o

apresentado por Greiner (1996, p. 213-214) para o controle de dependência

seqüencial e a implementação seqüencial.

O valor estratégico da informação é o combustível necessário para as

empresas competitivas alavancarem vantagens numa disputa tão acirrada como a que

se apresenta atualmente. Os benefícios de uma implementação bem sucedida de

sistemas são normalmente percebidos após a maior parte do esforço ter sido realizado

e as empresas terem transformado a informação em um recurso pelo uso de sistemas

bem implementados. Isso faz com que o alinhamento com a organização seja

conseguido através de uma metodologia eficiente de implementação de sistemas.

O processo de implementação de sistemas informatizados exige várias

atividades indispensáveis para a consolidação do processo. O processo de

implementação de sistemas e a seqüência normal das atividades podem ser

visualizadas na Figura 21.

57

Aquisição de hardware

Aquisição de software

Preparação de usuários

Pessoal:Contratação e treinamento

Preparação do local

Preparação dos dados

Instalação

Testes

Partida

Aceitação pelo usuário

Fonte: (STAIR, 1998, p. 336) Figura 21 – Etapas Típicas da Implementação de Sistemas

Figura 21 – Etapas Típicas da Implementação de Sistemas

Para a aquisição dos componentes de um sistema, existe a possibilidade da

compra, do leasing e do aluguel. Para tal, é importante consultar fornecedores que

além de possuírem diversos produtos que compõem o sistema informatizado, podem

também oferecer preços competitivos em relação aos fabricantes em geral, incluindo

seus revendedores e distribuidores.

A aquisição de hardware pode ser feita diretamente com os fabricantes, como

é o caso da IBM ou com distribuidores locais que é um dos meios mais utilizados. A

aquisição de equipamentos envolve suprir as necessidades atuais e futuras,

considerando o planejamento da organização e suas metas, devendo considerar a

quantidade e velocidade de transações a serem efetuadas e a metodologia de

implementação adotada pela organização.

Quanto ao sistema pode-se optar em comprá-lo ou desenvolvê-lo, sendo que

em ambas as opções há necessidade de considerar a organização e o custo /

benefício.

58

Desenvolver um sistema internamente é uma tarefa que exige a criação de

equipes de programação e a definição do problema com seus requisitos de entrada e

saída. Envolve ainda uma etapa de análise e projeto para estudo do problema, a

produção de todos os documentos necessários e a execução das atividades

necessárias para que os programas possam ser escritos.

Para escrever o sistema a empresa precisa de um editor de textos, e para

que este funcione, deve passar por um processo chamado de compilação, o que exige

a compra de um compilador que é um software utilizado para fabricar sistemas. Antes

de comprar um compilador deve-se escolher a linguagem de programação que é a

forma como os sistemas são escritos e codificados. A empresa ainda necessita

proceder os testes e depuração para assegurar que o sistema informatizado funcione.

Após esta etapa deve-se providenciar a documentação do sistema utilizado pelos

operadores e programadores visando facilitar possíveis ajustes.

O desenvolvimento de sistema internamente é uma atividade longa e de custo

considerável, além do que desenvolver um sistema internamente não garante que o

mesmo funcione como esperado, por isso estes fatores são cruciais para as

empresas, e levam os gestores a buscarem externamente a solução para a

organização.

A aquisição de sistema desenvolvido externamente é uma solução

encontrada por empresas pequenas e microempresas para informatização de suas

atividades, envolvendo algumas etapas a considerar: revisar necessidades e

requisitos, adquirir software, modificar ou customizar o software, adquirir interfaces de

software, testar e aceitar o software, mantê-lo e fazer as modificações necessárias

(STAIR, 1998).

Considerando a necessidade da organização, deve-se analisar a capacidade

e os requisitos do sistema. Ao adquiri-lo deve-se observar as requisições formais, as

propostas com análise financeira e as propostas de negociação do contrato do

sistema. Após a análise do sistema e verificada sua aplicabilidade, a empresa deve

negociar as condições de utilização.

O sistema adquirido externamente e a empresa, devem adaptar-se

mutuamente, isto requer ampla negociação com o fornecedor, envolvendo pontos

como a possibilidade de modificação ou customização do sistema, bem como análise

da documentação do mesmo, manuais e operacionalização. O sistema desenvolvido

externamente deve ser inteiramente testado, não devendo ser aceitas demonstrações

ensaiadas, mas sim, fazê-lo nas condições reais da empresa, como tipos de operação

e quantidades, vide Figura 22.

59

Vantagens Desvantagens Sistema Desenvolvido in House

É Customizável A interface é

desenvolvida para empresa Facilidade em

manter o Software

Maior esforço para desenvolver o software Maior risco em relação aos recursos e a

empresa Necessidade de formação de equipe de

desenvolvimento Dificuldade para integrar a empresa Risco de não funcionar

Sistema Desenvolvido Externamente Adquirir

Menor risco em relação aos recursos e ao desempenho Facilidade de

instalação Menor tempo de

resposta

Não é customizado Maior esforço para análise do software Dificuldade para manter o software

Fonte: STAIR (1998, P. 337-340) Figura 22 – Vantagens e Desvantagens de Adquirir Sistemas ou Desenvolver In House

Figura 22 – Vantagens e Desvantagens de Adquirir Sistemas ou Desenvolver In House

Uma vez testado e aceito pela organização o sistema deve receber

manutenção e ter a possibilidade de efetuar modificações necessárias, decorrentes de

novas necessidades da organização ou de eventuais correções necessárias

detectadas no decorrer de sua utilização. Tendo feito a aquisição de hardware e

escolhido o sistema a ser utilizado, a organização deve proceder às demais atividades

necessárias para a plena realização do processo de informatização, como a

preparação dos usuários e o processo de habilitar os gerentes e as pessoas

envolvidas para o uso dos sistemas informatizados na organização, pois a idéia de

promover o sistema a ser implantado passa por um processo de treinamento e

preparação dos usuários que pode ser negociado durante o processo de aquisição do

sistema, bem como o suporte continuado para uma assistência aos usuários depois de

ter sido instalado. A contratação ou treinamento de pessoas pode determinar o

sucesso do sistema informatizado na organização.

A preparação do local serve para proporcionar as condições necessárias para

utilização dos equipamentos e periféricos e pode se resumir em rearrumar mesas,

providenciar terminais de energia elétrica em casos de sistemas pequenos, ou até

requer um projeto com todo um sistema de segurança em grandes projetos. Feita a

instalação, deve-se executar os testes para verificar se o mesmo está funcionando

perfeitamente, “Os testes envolvem todo o sistema informatizado. É necessário testar

cada programa individualmente (teste de unidade), todo o sistema de programas (teste

do sistema), a aplicação com um grande volume de dados (teste de volume) e testar

juntos todos os sistemas relacionados (teste de integração), bem como executar todos

os teste solicitados pelo usuário (teste de aceitação)” (STAIR, 1998, p. 346). A

seqüência dos testes pode ser visualizado na Figura 23.

60

Teste de módulo e programas

Teste do sistema

Teste do volume

Teste de integração

Teste de Aceitação

Fonte: (STAIR, 1998, p. 347) Figura 23 – Tipos de Testes

Figura 23 – Tipos de Testes

A preparação dos dados envolve organizar os arquivos manuais para a

conversão no sistema informatizado, como o cadastro de funcionários, estoques e

fornecedores, além de providenciar para que estejam disponíveis para serem digitados

e convertidos em informações porque esses dados serão armazenados em um

sistema de banco de dados que é gerenciado pelo sistema adquirido.

A partida inicia-se com o teste final e, quando encerrada, o sistema está

operacionalizado. Não se espera que haja assimilação imediata das mudanças

ocorridas em virtude da nova tecnologia, mas o treinamento e o desenvolvimento do

processo devem resultar em benefícios na implementação de sistemas, porque agir

como autor da mudança, é uma atitude esperada dos envolvidos no processo. É

importante que as pessoas com cargo de direção encarem a mudança como algo

necessário e benéfico para a empresa. As mudanças ocorridas em virtude do uso da

nova tecnologia são inevitáveis, para garantir que sejam incorporadas na organização,

deve-se implementá-la segundo um plano elaborado especificamente para a empresa,

seguindo uma metodologia que possa reduzir os impactos negativos e definir uma

estratégia de utilização da nova tecnologia implementada.

Deve-se estabelecer as diretrizes, procedimentos e mecanismos de suporte

para gerenciar o processo de mudança e implementação de sistemas.

Existem algumas abordagens diferentes de partida. É possível visualizar três

formas de partidas na Figura 24.

61

Sistema Antigo Novo Sistema

Sistema AntigoNovo Sistema

Conversão Direta

Conversão de entrada gradual em operação

Sistema Antigo

Piloto 1

Piloto 2

Piloto 3Conversão Piloto

Fonte: (STAIR, 1998, P. 347) Figura 24 – Abordagens de Partida

Figura 24 – Abordagens de Partida A Figura 24 mostra que ocorre a descontinuação do sistema antigo e a

partida do novo sistema em uma determinada data. Esta abordagem apresenta o

maior potencial de ocorrência de problemas e erros, pois o sistema que estava

funcionando é abandonado bruscamente e o novo é ligado no mesmo instante.

A abordagem de entrada gradual em operação, mostrado na Figura 24,

segundo o autor é uma das técnicas preferidas por muitas organizações. Também

conhecida como abordagem paralela, o novo sistema entra em funcionamento aos

poucos e o sistema vigente vai sendo desativado gradativamente. O novo sistema é

totalmente ativado quando a organização tiver a certeza de ele está funcionando

plenamente, a partir desse momento o sistema velho é desativado.

A partida piloto executa uma versão miniatura do novo sistema, mas o

sistema atual continua funcionando normalmente. A versão miniatura ou piloto pode

ser executado várias vezes, como no caso de uma empresa com inúmeras filiais, que

depois de executado numa delas e os erros e impactos negativos forem absorvidos,

pode-se lançar um piloto 2 e testar a funcionabilidade do novo sistema e assim

sucessivamente. Quando o novo sistema for aprovado, deverá substituir o sistema

vigente até então. Vejamos na Figura 25 as vantagens e desvantagens das

abordagens.

62

VANTAGENS DESVANTAGENS Conversão direta

Menor tempo de entrada em operação do novo sistema de informação. Menor custo inicial Menor tempo de resposta inicial Alcança novo equilíbrio Transforma toda organização

Alto potencial de erros Alto potencial de problemas Maior risco financeiro Destruição da infra-estrutura Cria nova estrutura

Conversão de entrada gradual em operação

Menor risco de erros Maior confiabilidade Progressão contínua Mantém equilíbrio

Custo inicial maior para manter os dois sistemas de informação Maior tempo de resposta Necessidade de controle de

dois sistemas de informações Afeta parte da organização

Conversão Piloto

Menor risco de erros Maior confiabilidade Progressão contínua Mantém equilibrio

Custo inicial maior para manter os dois sistemas de informação Maior tempo de resposta Necessidade de controle de

dois sistemas de informações Afeta parte da organização

Fonte: STAIR (1998, P. 346-349) E DAFT (1999, P. 191) Figura 25 – Vantagens e Desvantagens das Abordagens de Partida

Figura 25 – Vantagens e Desvantagens das Abordagens de Partida

Segundo Daft (1999) as inovações normalmente são assimiladas na

organização mediante uma série de etapas, passando pela conscientização e a

avaliação, para depois a idéia ser adotada. Para que uma modificação seja

implementada com êxito, os gerentes devem se assegurar de que os elementos

necessários como idéias, necessidades, adoções, implementação e recursos

aconteçam.

Uma vez executada a partida do novo sistema, o próximo passo é a aceitação

pelo usuário, que é um acordo assinado, no qual consta que a fase de instalação do

sistema foi aprovada.

4 METODOLOGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Entende-se por metodologia como sendo um conjunto de ferramentas,

procedimentos e técnicas, suportados por uma documentação, contribuindo aos

administradores incumbidos do desenvolvimento de sistemas colaborando no esforço

para a implementação de um novo sistema de informação. A metodologia apresenta

fases que são subdividas em sub-fases que servem de guia de escolha de técnicas,

contribuindo para o planejamento, controle e avaliação em sistemas de informação

(AVISON e FITZGERALD, 1997).

4.1 ERP – Enterprise Resource Planning

“Preocupada em manter o fôlego, a empresa investiu 1,6 milhão de reais na

atualização de seu sistema de gestão integrado – processo esse que durou oito meses

e terminou em abril último, com a migração da antiga versão 4.0 para 6.0 do BPCS

(Business Planning and Control System), ERP da SSA Global Technologies”

(INFORMATIONWEEK, JAN/2001, p. 22). Diz ainda o artigo que foi montada uma

equipe de 35 pessoas com a responsabilidade pela implementação da nova versão.

Trata-se o ERP de um conjunto de software que integra funções nas

empresas criando operações mais eficientes, lembrando porém que a sua

implementação é complexa e muito difícil e segundo Buckhout, Frey e Nemec JR

(1999) há duas razões principais nessa dificuldade: primeiro a empresa não faz antes

as escolhas estratégicas necessárias para conFigurar os sistemas e os processos;

segundo o processo de implementação escapa ao controle da empresa. Podemos

observar o exposto a seguir.

A implementação de sistemas de planejamento dos recursos

empresariais – ERP (Enterprise Resource Planning, da sigla em

inglês), um conjunto de programas de computador que integra as

diferentes funções da empresa para criar operações mais

eficientes em áreas como montagem ou entrega de produtos – é

problemática em todo o mundo. Leva muito tempo, é cara e não

traz os benefícios de competitividade e redução de custos que

promete. As estatísticas mostram que em mais de 70% dos casos

não se atingem as metas corporativas estabelecidas

(BUCKHOUT, FREY e NEMEC JR., 1999, p.30)

Na seqüência do estudo os autores argumentam que o sistema ERP

64

aprisiona os princípios e processos operacionais da empresa e que estas se

concentram no software e não nas metas empresariais, supondo que os benefícios

virão, onde os diretores delegam muito aos técnicos de informática. Vejamos Figura

26.

AS DECISÕES FUNDAMENTAIS SOBRE O ERP ABORDAGEM TIPICA DO ERP QUESTÃO CRUCIAL PARA A EMPRESA

ALTERNATIVA

Rodar freqüentemente o sistema Planejamento dos Recursos de Fabricação (Manufacturing Resource Planning – MRP) para gerar ordens de produção planejadas. Atingir várias camadas na lista de materiais. Programar com roteadores multietapas detalhadas com o número da peça.

Como sabemos que peça produzir e quanto?

Dirigir o ERP para avaliar peças básicas e permanentes. Fazer programação cíclica para peças opcionais(option)

Imprimir as instruções de trabalho toda vez que uma encomenda for produzida

Como os mecânicos sabem como produzir cada peça?

Usar instruções de trabalho que alavanquem a estabilidade do processo em família de peças.

Rodar o módulo de planejamento das necessidades de capacidade para definir a capacidade de cada máquina com base nos respectivos tempos individuais de preparação e funcionamento.

Como são estimadas as necessidades de capacidade?

Estimar as necessidades de capacidade de produção com base na demanda agregada na máquina gargalo.

Considerar cada operação completa no sistema para todas as encomendas que transitam entre as máquinas, indicando a localização exata de cada encomenda.

Como sabemos a localização de cada encomenda na fábrica?

Colocar as máquinas em células de produção, reduzir o trabalho em andamento, monitorar as encomendas por controles visuais.

Rodar o sistema MRP para gerar o tempo de início de todas as operações em todas as encomendas Procurar na fila de cada máquina qual o próximo serviço mais urgente.

Como cada mecânico sabe que encomenda atender a seguir?

Atender às encomendas na base da primeira a chegar, primeira a ser atendida; não há necessidade de informações do sistema

Inserir as encomendas no sistema, o que gera a localização específica de todas as encomendas recebidas no depósito. Usar o sistema para distribuir as matérias-primas para pedidos de produção específicos e debitá-las no estoque disponível.

Como sabemos onde armazenar as matérias primas e a quantidade total disponível?

Armazenar o estoque em um local estático exclusivo. Reabastecer o estoque quando o nível atingir a marca visual “renovação de pedido” (com base no tempo de fabricação necessário)

Rodar o MRP para gerar pedidos de compra com base nos tempos de fabricação dos itens de estoque que estejam no ponto de renovação de pedido. Emitir pedidos de compra individuais para todas as datas em

Como sabemos quando fazer um novo pedido de matéria-prima?

Emitir pedidos de compra com várias datas de entrega. Basear as entregas em programação cíclicas ou taxas de produção. Basear os pagamentos nas taxas de produção.

65

que as matérias–primas serão necessárias. Encerrar todos os pedidos de compras recebidos e pagar contra entrega.

(incluir cláusulas para exceções)

Usar o sistema para calcular o custo total de cada encomenda

1. Tempo de preparação e de funcionamento das máquinas para cada operação necessária.

2. Consumo real de matéria-prima com base nas distribuições de estoque para ordem de produção.

Como calculamos os custos do produto?

Calcular periodicamente os custo com base na produção agregada (por família de peças) e nos recursos agregados consumidos.

Predefine uma solução mais complexa trocando o just-in-time pelo just-in-case (só por precaução...)

Concentra-se nas necessidades da empresa

Cria alternativas mais simples

Fonte: BOOZ-ALLEN & HAMILTON APUD (BUCKHOUT, FREY E NEMEC JR., 1999, P.34) Figura 26 – Foco nas Decisões Empresarias Essenciais

Figura 26 – Foco nas Decisões Empresarias Essenciais Para implementar o sistema ERP a administração deve-se envolver de três

maneiras:

resumindo claramente as prioridades estratégicas da organização;

envolvendo a organização no nível adequando;

vinculando os controles e os incentivos para os executivos ao sucesso do

projeto.

Para a implementações bem sucedidas do ERP as empresas devem

considerar a possibilidade de modificações no software do ERP, buscando a

adequação com suas metas estratégicas, fazendo os trade-offs (compensações)

necessários nos diversos níveis.

4.2 STRADIS – Structured Analysis, Design and implementation of

Information Systems

Apresentada por GANE e SARSON (1979), trata-se de uma metodologia de

desenvolvimento de sistemas que compreende a análise, projeto e implementação de

sistemas de informação, baseada na decomposição funcional e no uso do DFD -

Diagrama de Fluxo de Dados e compreende as seguintes fases:

estudo inicial;

estudo detalhado;

definição e projeto de soluções alternativas;

projeto físico.

66

O estudo inicial busca garantir um ambiente competitivo e apontar a relação

benefício / custo e a contribuição dos sistemas para a empresa. Partindo-se para o

estudo mais detalhado, definem-se funções, responsabilidades, ganhos esperados e

gastos necessários e busca um grau de detalhamento com o uso do DFD. Para a

definição e projeto de soluções alternativas, busca-se resolver problemas existentes,

identificando soluções, incluindo no projeto as partes do DFD que devem ser

implementadas, a interface com o usuário, os benefícios / custos, o esboço da

implementação bem como dos riscos envolvidos. O projeto físico busca o

detalhamento com o DFD e projeto dos arquivos e bando de dados, a racionalização e

a normalização.

4.3 YSM – Yourdon Systems Method

Começa-se desenhando um diagrama de contexto que indica as fronteiras do

sistema, com entrevistas junto aos usuários, elaborando-se uma lista dos eventos que

identifique o ambiente em que o sistema vai operar. Cobre as atividades da

organização e as necessidades do sistema, enfatizando portanto a organização e o

sistema, considerando como participantes do desenvolvimento e utilização dos

sistemas de informações: usuários como os indivíduos que utilizam o sistema; os

gerentes como os responsáveis pelo projeto; auditores como responsáveis pela

manutenção dos padrões; ainda os analistas de sistemas; os projetistas;

programadores e o pessoal operativo com responsáveis pela implementação física dos

sistemas de informações (YOURDON e CONSTANTINE, 1993).

Ainda segundo Yourdon e Constantine (1993) esta metodologia apresenta

três fases principais:

1. estudo de viabilidade;

2. construção do modelo essencial

3. construção do modelo de implementação.

A metodologia utiliza a ferramenta diagrama de fluxo de dados e diagramas

estruturais com ênfase dada ao software, além disso utiliza-se do dicionário de dados,

especificações de processos, o diagrama entidade-relacionamento e diagrama de

transição de estado, buscando auxiliar a modelar os dados e o comportamento de

tempo do sistema.

4.4 Effective Technical and Human Implementation of Computer-Based

Systems – ETHICS

Segundo Hirschheim e Klein (1994) trata-se de um modelo participativo de

sistemas de informação, numa visão tecno-social onde a tecnologia para ser eficaz

67

deve considerar os fatores organizacionais e sociais, considerando uma melhoria na

qualidade de vida das pessoas envolvidas no processo como sendo um de seus

principais objetivos.

Segundo Munford (1995) esta metodologia apresenta 15 fases a saber:

1. por que mudar?;

2. limites do sistema;

3. descrição do sistema existente;

4. definição dos objetivos e tarefas chaves (parte 1);

5. definição dos objetivos e tarefas chaves (parte 2);

6. definição dos objetivos e tarefas chaves (parte 3);

7. diagnóstico das necessidades de eficiência;

8. diagnóstico das necessidades de satisfação no trabalho;

9. análise futura;

10. especificação e medição dos objetivos e necessidades de satisfação no

trabalho e eficiência;

11. projeto organizacional do novo sistema;

12. opções técnicas;

13. preparação para o projeto de trabalho detalhado;

14. implementação;

15. avaliação.

Ainda segundo o autor é comum a convicção de quanto a esta metodologia é

a sua impraticabilidade, pois os usuários não possuem habilidades suficientes e a

gerência costuma considerar que esta metodologia diminui sua autoridade, mas que é

uma questão de aceitar participações e que os usuários podem e projetam

adequadamente.

4.5 O Pensamento Crítico na Resolução de Problemas

As empresas tendem aceitar a definição de um problema feito por pessoas

que o analisaram objetivamente. É importante, porém, buscar a tomada de uma

decisão visando distanciar-se de soluções prontas, ter a certeza que o problema tenha

sido identificado e que a solução escolhida entre várias, tenha sido a melhor possível,

e feito, por meio de um pensamento crítico que pode ser definido como “...a

suspensão sustentada de julgamento com a consciência de múltiplas perspectivas e

alternativas. Ele envolve pelo menos quatro elementos: manutenção das dúvidas e a

suspensão do julgamento; conscientização das diferentes perspectivas; teste das

alternativas e deixar que a experiência direcione; conscientização das limitações

organizacionais e pessoais” (LAUDON e LAUDON, 1999, p. 195).

68

Adotar uma solução prévia pode levar ao engessamento de soluções de

problema ou direcionar indivíduos e organizações para caminhos não desejados. Pôr

em xeque as soluções pré-preparadas e até mesmo duvidar destas, permite elencar

um maior número de soluções possíveis, sob diferentes perspectivas, como a

tecnológica, organizacional ou pessoal. Entender e analisar um problema é uma

condição fundamental para se chegar a uma solução adequada. Buscar conhecer a

verdadeira situação ou causa que originou o problema por meio de raciocínio crítico,

possibilita a escolha da melhor alternativa de resolução do mesmo, “não é que eles

não consigam ver a solução – não conseguem é ver o problema” (GOLEMAN, 1999, p.

348) e para se conhecer um problema as pessoas utilizam-se do pensamento, uma

atividade que exige atenção, consciência para pesar, avaliar e encontrar

inteligentemente a melhor solução para o mesmo. O pensamento exprime a existência

dos seres racionais, pode-se visualizar uma definição no trecho seguinte: O pensamento é a consciência ou a inteligência saindo de si

(“passeando”) para ir colhendo, reunindo, recolhendo os dados

oferecidos pela experiência, pela percepção, pela imaginação, pela

memória, pela linguagem, e voltando a si, para considerá-los

atentamente, colocá-los diante de si, observá-los intelectualmente,

pesá-los, avaliá-los, retirando deles conclusões, formulando com eles

idéias, conceitos, juízos, raciocínios, valores (CHAUI, 1995, p. 153).

Baseada na autora, percebe-se que pensar é suspender o julgamento,

comparar idéias, opiniões e pontos de vista, antes de escolher uma delas, ou seja, é

uma atividade sobre idéias, opiniões, juízos e pontos de vista já existentes. O uso do

pensamento crítico para solução de problemas pode ser visualizado na Figura 27.

Adaptado de LAUDON e LAUDON (1999, p. 195) Figura 27 – Detectando Problemas na Implementação - DPI

Figura 27 – Detectando Problemas na Implementação - DPI

O autor da Figura 27 explica que o primeiro passo a ser dado é descobrir o

real problema para então estimar as suas dimensões, e sob quais perspectivas

Analisar as informações em

termos de:empresa

pessoas e tecnologia

Investigar e Compreender

a empresa

Escolhersoftware e Plano de

Treinamento

Implementarsoftware

Definir necessidade de hardware

Solu

ções

Pos

síve

is

Avaliar os resultados

69

poderia ser atacado: a tecnológica, a organizacional, de pessoal. Na segunda etapa da

solução de problemas com pensamento crítico, procurar a causa dele, porque existe e

porque ainda não foi solucionado.

A solução adequada envolve o trabalho de detetive, coleta de fatos e

informações, apresentando informações curtas e preferencialmente precisas sobre

qual é o problema, como foi provocado e quais os fatores mais importantes.

Já a tomada de decisão envolve saber o que deve ser feito, respeitar as

metas e objetivos da empresa, saber selecionar as melhores opções e observar os

recursos disponíveis para que as escolhas feitas sejam viáveis de serem praticadas.

O projeto de soluções é feito após a tomada da decisão, projetando e

planejando modificações e substituições em termos de recursos, processo operacional

e natureza dos resultados que a solução requer, com descrição detalhada do

ferramental necessário. A última etapa apresentada para resolução de problemas por

meio de raciocínio crítico, é a implementação que considera quando e como introduzir

a solução, conscientizar as pessoas e conseguir formas de alterar procedimentos

empresariais para que a solução possa funcionar. Nesta etapa busca-se avaliar a

solução, a fim de se verificar sua funcionabilidade, “quando esta metodologia de

solução de problemas é aplicada especificamente a problemas relacionados a

sistemas de informação, é chamada de análise e projeto de sistemas... envolve tanto a

identificação dos objetivos da organização quanto a determinação do que deve ser

feito para que seus problemas sejam resolvidos” (LAUDON e LAUDON, 1999, p. 197).

4.6 O Diagrama de Fluxo de Dados

Um Diagrama de Fluxo de Dados (DFD) é uma técnica gráfica que descreve o

fluxo de informação e as transformações que são aplicadas à medida que os dados se

movimentam da entrada para a saída, [...] são úteis para a documentação do projeto lógico de um sistema

de informação. Eles nos mostram como os dados fluem para, de e

dentro de um sistema de informação e os diversos processos que

transformam esses dados. Os diagramas de fluxo de dados dividem

um sistema em níveis gerenciáveis de detalhes, de modo que ele

possa ser visualizado primeiro em um nível muito geral e abstrato e

depois gradativamente em detalhes cada vez maiores (LAUDON e

LAUDON, 1999, p. 231).

Ainda segundo o autor, os fluxos de informações podem consistir em um

único elemento ou em vários elementos de informações agrupadas, sendo o nome ou

conteúdo manual ou informatizado, de cada fluxo indicado ao lado da seta e como

70

exemplo temos: relatórios, documentos, listas ou dados de arquivos de computador.

Os diagramas podem dividir um processo complexo em sucessivas camadas de

detalhamento, representando o sistema em diversos níveis. Os símbolos básicos do

diagrama de fluxo de dados são mostrados na Figura 28.

Fonte: (LAUDON e LAUDON, 1999, p. 231) Figura 28 – Símbolos do Diagrama de Fluxo de Dados

Figura 28 – Símbolos do Diagrama de Fluxo de Dados Segundo o autor da Figura acima os diagramas podem ser construídos

utilizando-se apenas quatro símbolos básicos. Assim sendo, as setas representam o

fluxo de informações do sistema; Uma caixa com os cantos arredondados representa

um processo que transforma as informações de entrada em saída. O retângulo aberto

simboliza um depósito de informações, uma coleção de informações como um arquivo

ou banco de dados e o retângulo quadrado representa a entidade externa, fora do

sistema e funciona como fonte ou destino de informações.

“O acompanhamento dos diagramas de fluxo de dados é uma documentação

adicional mais detalhada sobre os fluxos de dados e as etapas lógicas de cada

processo” (LAUDON e LAUDON, 1999, p. 234) Permitindo visualizar a seqüência

lógica das grandes etapas para executar um processo e a continuidade dentro do

sistema global na organização.

Os detalhes sobre cada parte das informações e seu agrupamento são

mantidos em um dicionário de dados, que contém informações sobre os elementos,

com o nome, significado, tamanho, formato e os processos em que são usados. O

detalhamento de um sistema informatizado com auxílio do diagrama de fluxo de dados

permite uma análise acurada do processo, como exemplo, é tomado um sistema de

faturamento de pacientes com três grandes grupos: capturar detalhes do paciente,

acompanhar pagamentos e preparar faturas e relatórios, identificados respectivamente

por processo a, b, c. A exemplificação de um processo utilizando-se um diagrama de

fluxo de dados pode ser feito com a Figura 29.

71

Springer e Sprimger, Family Therapistis30 Northview DriveNortowalk, CT 06902

Data: 15/10/98Nome: Janet SmithEndereço: 33 Farmon Drive Ossing, NY 10563 Valor Total : 190Pagamentos Realizados: Data do Pagamento Valor 15/09/98 95 01/10/98 95

Valor Total Pago: 190 Valor devido:00

Sistema de Cobrança de pacientes e Armazenamento

de Registros

Pág. N. 115/10/98

Relatório de Transaçoes de Pagamentos

Ultimo Nome Primeiro Nome Data do Valor dodo Pac. do Pac. Pagamento Pagamento

HARRISON Thomas 15/09/98 $0,00

Soma $0,00

Smith Janet 15/09/98 $95,00 Janet 15/09/98 $95,00

Soma $190,00

Total Final $190,00

Paciente

Terapeuta

Etiqueta deEndereçamento

de Fatura de Paciente

Detalhesdo Paciente

Pagamentosdo Paciente

Rel. de Saldos Devedores

Lista de Transaçoes de Pag.

Det. das Seções de Pac.

Fonte: (LAUDON e LAUDON, 1999, p.233) Figura 29 – Diagrama de Contexto de um Sistema de Cobrança de Pacientes

Figura 29 – Diagrama de Contexto de um Sistema de Cobrança de Pacientes

O painel mostrado na Figura 29 indica um diagrama de contexto, que na

verdade é um diagrama de fluxo de dados oferecendo uma visão geral de um sistema,

um único processo com suas entradas e saídas principais, que é um sistema de

cobrança de pacientes e armazenamento de registros.

72

Gerar Etiquetas de Endereçamento Para cada paciente no arquivo de clientes, faça o seguinte: Se o valor devido for maior que 0, Imprima o primeiro nome do cliente, o último nome, rua, cidade, estado, e código de endereçamento postal no Relatório de etiquetas de

Paciente

Terapeuta2.0

Acompanhar Pagamentos

1.0 Capturar Detalhes de

Paciente

3.0 Preparar Faturas e Relatórios

Arquivo de PagamentosArquivo de

PagamentosArquivo de

Clientes

Modificaçõesde dados de

Pacientes AntigosDetalhes de

Novos Pacientes

Detalhes do Paciente

Pagamentos de Paciente

Detalhes de sessões de Pacientes

Detalhes de Seções

Lista de Transações de Pagementos

PagamentosAntigos

NovosPagamentos

Detalhes do Saldo de Pacientes

Saldo Atualizado

de PacientesValor das Seções

Etiqueta de EndereçamentoFaturas de Pacientes Relatórios de Saldos Devedores

1.1Gerar etiquetas de

endereçamento

3.1Calcular Saldo

Devedor

3.2 Gerar Faturas e

RelatóriosTerapeuta

Paciente

Arquivos deServiços

Arquivos de Clientes

Arquivos de Pagamentos

Nome-Endereço

Etiqueta doEndereçamento

SaldoAtualizado

de Pacientes

Detalhes do Saldo de Pacientes

Detalhes de Faturasde Clientes

Valor das Sessões

PagamentosRealizados

Fatura do paciente Relatório de Saldos

Devedores

Fonte: (LAUDON e LAUDON, 1999, p.233) Figura 30 – Diagrama de Fluxo de Dados de Níveis e Especificações de Processos.

Figura 30 – Diagrama de Fluxo de Dados de Níveis e Especificações de Processos.

O painel (Figura 30) mostra um diagrama de fluxo de dados no nível zero, que

é a etapa seguinte após o diagrama de contexto. Explodindo o diagrama de contexto

em múltiplos processos, teremos como os principais do sistema: a obtenção de

detalhes do paciente; o acompanhamento dos pagamentos; e a produção de faturas,

etiquetas de endereçamento, listas de pacientes e outros relatórios. O painel em forma

de diagrama de fluxo de dados de mostrado em níveis pode explodir os processos

73

para obter detalhamento, mostrando mais especificidades para preparar faturas e

relatórios, compondo-se as etapas como: calcular saldo devedor, gerar faturas e

relatórios e gerar etiquetas de endereçamento.

4.7 Considerações

O diagrama de fluxo de dados é uma ferramenta que participa da metodologia

de implementação de sistemas informatizados. Para a criação de soluções adequadas

na implementação de sistemas em empresas, faz-se necessário conhecer a

organização, suas funções e níveis administrativos, bem como necessidades atuais e

futuras, além disso, suas metas e objetivos a curto, médio e longo prazo. Para

alcançar o objetivo da implementação de sistemas informatizados e criação de

soluções customizadas, a organização deve elaborar uma metodologia de

implementação de sistemas que seja compatível com suas metas e objetivos.

Percebe-se a necessidade de uma metodologia de implementação de software que

conduza o processo de forma que produza informações válidas, úteis e confiáveis e

que sirvam de apoio à tomada de decisão, assim sendo no próximo capítulo será

apresentada uma metodologia de implementação de software baseada na teoria

apresentada e no estudo realizado sobre o assunto.

5 METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO PARA A UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

Partindo-se do estudo já realizado e considerando os fatores envolvidos,

buscou-se uma metodologia de implementação do sistema que contemplasse um

plano elaborado com base nos três fatores chaves da implementação.

A velocidade da evolução em microinformática tem gerado algumas surpresas

para muitas empresas que se mostram despreparadas para enfrentar uma avalanche

de novos produtos e serviços. As organizações tendem a buscar absorver essa

tecnologia tão evolutiva, mas cometem inúmeros equívocos, como práticas

superficiais, inconsistentes e principalmente reativas quanto à adoção ou absorção

desta evolução tecnológica.

As mudanças provocadas por essa evolução tecnológica são inevitáveis e

para que sejam absorvidas com sucesso e com um mínimo de impactos negativos, é

vital para a Universidade antecipar essas mudanças, elaborando uma metodologia

customizada de aproveitamento da evolução tecnológica.

O software para produzir os efeitos desejados deve ser implementado de

forma alinhada com a organização, o que pode ser conseguido por meio de uma

metodologia de implementação que considere os fatores chaves de implementação:

tecnologia, empresa e pessoas.

A informática como um elo de ligação da Universidade em seus diversos

setores e atividades tem a missão de apoiar e ampliar seus objetivos e estratégias. A

Identificação da Situação Zero é a atividade que busca detectar as características e a

situação da organização onde o sistema será implementado.

Devem-se identificar os três fatores chaves para a implementação. O primeiro

fator chave a ser analisado é a Universidade propriamente dita e em que ambiente

está inserida, a fim de identificar suas características, o início de suas atividades, os

serviços prestados, sua estrutura organizacional, seu porte, quantidade de

funcionários ainda caracterizando cada um dos três fatores chaves da implementação.

Busca-se identificar as necessidades e possíveis resistências quer seja,

administrativas, financeiras ou de pessoal da Universidade. Outro ponto a ser

levantado é a condição da tecnologia no que tange à implementação de sistema,

identificando a importância da informática para a organização.

Buscou-se ainda realizar o planejamento das atividades a serem

desenvolvidas no momento inicial e futuro na organização, desde metas até um plano

de curso necessário para as pessoas integrantes da organização, assim como um

75

cronograma básico de atividades, com o objetivo de realizar um trabalho planejado,

organizado, feito com direção e controle e que contemple as metas e objetivos da

empresa onde for efetuada a implementação do software.

Para se conseguir que o sistema agregue valor e transforme dados em

informações para a organização, há a necessidade de um processo sistematizado que

com apoio do Diagrama de Fluxo de Dados e do Pensamento Crítico para Resolução

de Problemas, buscando o alinhamento do sistema e da organização. Diante disso

elaborou-se a MISS - Metodologia de Implementação de Sistemas Substitutivos que

contempla os fatores chaves de implementação de sistema: a organização, as

pessoas, a tecnologia e que se divide em três estágios. A seqüência da metodologia

de implementação de sistemas e os estágios são apresentados a seguir e ilustrados

na Figura 31.

Os três estágios da MISS - Metodologia de Implementação de Sistemas

Substitutivos:

Estágio 1 – Identificação da Situação Zero

Estágio 2 – Implementação do sistema

Estágio 3 – Avaliação e Acompanhamento Continuado da Implementação.

76

Inicio daSistematica

Estágio 1

Estágio 1Ok?

Estágio 2Ok ?

Estágio 3Ok ?

SatisfazObjetivos?

Fim daImplementação

Tarefas associadas

Tarefas associadas

Tarefas associadas

Documentação da implementação

Identificação da Situação Zero

Estágio 2

Estágio 3

Implementação do Software

Avaliação e AcompanhamentoContinuado da Implementação

Não

Não

Não

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Figura 31 – Metodologia de Implementação de Software – Nível 1

Figura 31 – Metodologia de Implementação de Software – Nível 1

5.1 Estágio 1 – Identificação da Situação Zero

Inicia-se o processo de implementação pela identificação da situação inicial

77

dos fatores chaves de implementação num processo denominado de Identificação da

Situação Zero. Este estágio tem o objetivo a coleta das informações necessárias para

o alinhamento do software e empresa, Figura 32.

Inicio daSistematica

Estágio 1

Estágio 1Ok?

Identificação da Situação Zero

Não

Sim

Etapa 1.1 Identificação da Empresa

Etapa 1.2 Identificação do Pessoal

Etapa 1.3 Identificação da Tecnologia

Figura 32 – Identificação da Situação Zero

Figura 32 – Identificação da Situação Zero

5.1.1 Etapa 1.1 - Identificação da Situação Zero da Empresa

A caracterização da organização que é o ponto de partida do estágio 1 no

levantamento da situação zero, tem o objetivo de detectar as características da

organização e dos software existentes divide-se em:

Identificação da organização;

Levantar o fluxo de dados na organização;

Levantar variáveis de contexto relevantes à organização;

Levantar Metas;

Estes estágios podem ser melhor visualizados na Figura 33.

78

Inicio daSistematica

Estágio 1

Estágio 1Ok?

Identificação da Situação Zero

Não

Sim

Etapa 1.1 Identificação da Empresa

Tarefa 1.1.1 Levantar características da Organização

Tarefa 1.1.2 Levantar Fluxo de Dados

Tarefa 1.1.3 Levantar Variáveis Ambientais

Tarefa 1.1.4 Levantar Metas

Figura 33 – Identificação da Situação Inicial da Organização

Figura 33 – Identificação da Situação Inicial da Organização

5.1.1.1 Tarefa 1.1.1 - Levantar Características da Organização

Para sistematizar a captação de informações junto à organização, e

objetivando conhecer sua necessidade de informação e servir de apoio no processo

de implementação elaborou-se a Ficha de Identificação da Organização – FIO, vide

Figura 34.

IDENTIFICAÇÃO Nome: Início da Atividade....: Atividade econômica: Produtos e Serviços.: Tipo de Sociedade: LTDA S/A Outra:________________ Faturamento............: Porte/Classificação..: Empregados............:

Figura 34 – Identificação da Organização FIO-1 Figura 34 – Identificação da Organização FIO-1

Objetivando captar os informações básicas da organização servindo para

classificá-la segundo seu porte, quadro societário aplicar junto à organização a Ficha

de Identificação da Organização – FIO-2, Figura 35.

79

Quadro Societário Nome Função Participação no Capital

Quadro Administrativo Nome Função Setor

Figura 35 – Identificação da Organização – FIO-2 Figura 35 – Identificação da Organização – FIO-2

Objetivando captar as informações sobre a estrutura organizacional da

empresa servindo para avaliar a sua complexidade administrativa aplicar junto à

empresa a Ficha de Identificação da Organização – FIO-3, Figura 36.

Estrutura Organizacional Existe estrutura organizacional formalizada: Sim Não Se existe qual: _______________________________________________________ As funções administrativas são claramente aplicadas:

Planejamento: Sim Não Organização: Sim Não

Controle: Sim Não Direção: Sim Não

Os níveis organizacionais são conhecidos e praticados Estratégico: Sim Não

Tático: Sim Não Operacional: Sim Não Talvez

Existe perspectiva de formalização administrativa: Sim Não Talvez Pretende-se formalizar as funções administrativas: Sim Não Talvez

Pretende-se administrar com níveis definidos: Sim Não Talvez Existe padrão de desempenho estabelecido: Sim Não Talvez

Figura 36 – Identificação da Organização FIO 3 Figura 36 – Identificação da Organização FIO 3

Analisar a estrutura organizacional em conjunto com o quadro administrativo.

Se existir estrutura organizacional formalizada proceder a sua análise em termos de

compatibilidade dos três fatores chaves de implementação: pessoas, tecnologia e

empresa e caso não haja estrutura organizacional formalizada, propô-la.

5.1.1.2 Tarefa 1.1.2 - Levantar Fluxo de Dados

Outro ponto a ser levantado na organização é o fluxo de dados na empresa,

com o objetivo de verificar se os equipamentos e o sistemas utilizados são adequados

em termos de volume de transações efetuadas e ainda determinar qual é o valor da

informática para a organização. A partir disto pode-se estimar trocas ou aquisições

necessárias, sendo que para esta atividade aplicar a Ficha de Identificação de Fluxo

80

de Dados – FIFD, Figura 37.

Número médio de alunos Matriculados Número médio de alunos por Município: Número médio de Compras por ano: Número médio de itens por compra: Número médio de 2ª. Chamadas pagas: Número médio de Trancamentos de Matricula:

Figura 37 – Identificação do Fluxo de Dados – FIFD Figura 37 – Identificação do Fluxo de Dados – FIFD

5.1.1.3 Tarefa 1.1.3 Levantar Variáveis de Contexto

Logo em seguida procede-se a análise de contexto, ou seja, dos fatores que

externos que interferem na organização, objetivando conhecer o grau de influência e o

grau de importância, pois isto interfere no tipo de informação que deve ser gerada pelo

software determinando o seu grau de abrangência. A Interferência dos concorrentes e

fornecedores, bem como do governo, sócios e clientes deve ser identificado. Pode-se

detectar problemas e suas várias razões possíveis, onde um serviço global ou geral

pode ser solucionado com a implementação de soluções locais, onde se observa a

requisição de clientes / usuários.(CASTILHO et. al. 1999, p. 33-45) Partindo dessa

necessidade, deve-se aplicar a FIC - Ficha de Identificação de Contexto, Figura 38.

Dominio das variáveis ambientais Pequena média grande Interferência atual dos concorrentes Pequena média grande Interferência futura dos concorrentes Pequena média grande Interferência atual do governo Pequena média grande Interferência futura do governo Pequena média grande Interferência atual dos fornecedores Pequena média grande Interferência futura dos fornecedores Pequena média grande Interferência atual dos finaciadores Pequena média grande Interferência futura dos financiadores Pequena média grande Interferência atual dos sócios/acionistas Pequena média grande Interferência futura dos sócios/acionistas Pequena média grande Interferência atual do cliente Pequena média grande Interferência futura do cliente Pequena média grande

Figura 38 – Identificação de Contexto FIC Figura 38 – Identificação de Contexto FIC

5.1.1.4 Tarefa 1.1.4 - Levantar Metas da Organização

Para o levantamento das metas objetivando planejar necessidade futura de

informática elaborou-se a Ficha de Levantamento de Metas, Figura 39.

Descrição Cenário – Hoje Cenário Futuro

Figura 39 – Levantamento de Metas Figura 39 – Levantamento de Metas

81

Objetivando um planejamento das atividades com base nas metas da

organização elaborar um cronograma para servir de suporte na implementação de

sistemas, pois é “[...] necessário elaborar uma boa previsão dos investimentos e

despesas da área e o cronograma de implantação para que tenhamos os grandes

marcos executivos da implantação do plano...” (PARTNER, 2001, p.66). Como

sugestão simplificada de um cronograma veja Figura 40.

Cronograma MESES (ANO:________) Atividades 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1. 2. 3.

Figura 40 – Ficha de Levantamento do Cronograma de Atividades Figura 40 – Ficha de Levantamento do Cronograma de Atividades

Feito o levantamento dos dados e informações relativo à organização, deve-

se proceder o levantamento das pessoas no que tange à sua participação no processo

de implementação do sistema.

5.1.2 Etapa 1.2 - Identificação da Situação Zero do Pessoal

Busca-se conhecer o pessoal da organização em termos de conhecimento e

habilidades necessárias à implementação e detectar possíveis resistências à

implementação do sistema.

Outro ponto a ser levantado é a capacidade de resolver problemas das

pessoas e qual a necessidade de qualificação, partindo-se das informações

levantadas, e também a elaboração do plano de cursos de capacitação do pessoal,

veja Figura 41.

82

Etapa 1.2 Identificação da Empresa

Tarefa 1.2.1 Levantar Conhecimento

Tarefa 1.2.2 Formar Times de Informática

Tarefa 1.2.3 Levantar Plano de Cursos

EmpresaOk?

Sim

Figura 41 – Identificação do Pessoal

Figura 41 – Identificação do Pessoal

5.1.2.1 Tarefa 1.2.1 - Levantar Conhecimento

Para a identificar a situação inicial quanto às pessoas na empresa aplicar a

Ficha de Identificação de Pessoal – FIP, conforme mostra a Figura 42, a ser aplicada

individualmente na empresa, após uma apresentação da importância de cada um na

organização e da importância da informática para a empresa.

Conhecimento Grau de estudo superior médio básico Experiencia ótimo bom médio nenhuma Iniciativa ótimo bom médio nenhuma Criatividade ótimo bom médio nenhuma Conhecimento em sistemas de infomação Habilidades para: Solução de Problemas ótimo bom médio nenhuma Relacionamento na Empresa ótimo bom médio nenhuma Comportamento Individual ótimo bom médio nenhuma Utilizar novas tecnologias ótimo bom médio nenhuma

Figura 42 – Ficha de Identificação de Pessoal – FIP Figura 42 – Ficha de Identificação de Pessoal – FIP

5.1.2.2 Tarefa 1.2.2 - Formar Times de Informática

O envolvimento das pessoas no processo de implementação é um fator chave

que está contemplado no plano de implementação, por isso, é importante iniciar um

processo de conscientização que envolva a todos, a começar pela alta administração

e para isso, recomenda-se:

83

definir um roteiro de palestras e discussões sobre os impactos da nova

tecnologia;

realizar workshops e debates sobre o processo de implementação;

capacitar as pessoas para uso da tecnologia;

divulgar amplamente a vontade da empresa em adotar a nova tecnologia

com palestras, cartazes e boletins;

envolver as pessoas no processo de implementação.

Espera-se formar times de informática e identificar a necessidade de

qualificação das pessoas e diminuir o grau de resistência das pessoas para a

implementação da nova tecnologia, uma vez que a incorporação de novas tecnologias

implica em mudanças e em resistências, pois as pessoas tendem a continuar a fazer o

que já sabem. Por isso a organização deve incentivar e motivar seu pessoal a

participar de cursos de qualificação, montar times para implementar a mudança, para

o qual elaborou-se a Ficha de Formação de Times de Informática – FFTI, Figura 43,

objetivando a integração dos envolvidos e organização do pessoal.

Time Responsável Setor A B C D

Observações

Figura 43 – Ficha de Formação de Times de Informática FFTI Figura 43 – Ficha de Formação de Times de Informática FFTI

5.1.2.3 Tarefa 1.2.3 - Levantar Plano de Cursos

Os resultados a serem obtidos com este trabalho são uma carta de intenções

e o envolvimento de todos na organização, buscando padrões de eficiência e eficácia

no transcorrer do processo de implementação, otimizando-se o aproveitamento dos

recursos humanos. Foi elaborado a ficha de Levantamento de Perspectivas de

Atualização, mostrado na Figura 44.

Aperfeiçoamento Continua estudando sim não Faz cursos fora da empresa (com recursos próprios) sim não Faz Leitura de assuntos correlatos a função exercida sim não básico Tem interesse em fazer cursos sim não Quais:

Observações:

Figura 44 – Ficha de Levantamento de Perspectivas de Atualização

Figura 44 – Ficha de Levantamento de Perspectivas e Atualização

84

Após terem sido formados os times de informática deve-se elaborar uma

planilha para resumo de informações de pessoal e a partir disto definir um plano de

curso de capacitação do pessoal, para utilização da tecnologia, elaborou-se a Ficha de

Plano de Cursos – FPC, Figura 45.

Curso Pessoal Envolvido Período

Figura 45 – Ficha de Plano de Cursos - FPC Figura 45 – Ficha de Plano de Cursos - FPC

Busca-se conhecer se o quadro de pessoal, os eventos produzidos pela

implementação de software e se as pessoas estarão dispostas a encarar com rapidez

as mudanças decorrentes, com visibilidade do futuro e com atitude positiva em face da

mudança ocorrida, pois a criatividade humana é indispensável para o sucesso de

qualquer plano empresarial, onde as mudanças contemplam o foco da inovação.

5.1.3 Etapa 1.3 - Identificação da Situação Zero da Tecnologia

A tecnologia interfere no processo de compra e venda, quer seja facilitando o

atendimento ao cliente, reduzindo tempo de respostas, mudança nas estruturas de

custos com aumento pela competitividade em serviços, o que demonstra a importância

da tecnologia para o ser humano e para as organizações, este fluxo de informações é

ilustrado na Figura 46.

Etapa 1.3 Identificação da Tecnologia

Tarefa 1.3.1 Identificação da Importância da Informática

Tarefa 1.3.2 Levantamento de Metas de Informática

Tarefa 1.3.3 Identificar Hardware

PessoalOk?

Sim

Tarefa 1.3.4 Identificar Software

Figura 46 – Identificação da Tecnologia

Figura 46 – Identificação da Tecnologia

85

5.1.3.1 Tarefa 1.3.1 - Identificar Importância da Informática

Neste ponto levanta-se a política adotada pela organização em relação à

informática (Figura 47), bem como o detalhamento do montante de hardware no que

tange ao processamento e tratamento dos dados a serem inseridos e o volume de

operações efetuadas, seu tempo de duração e sua eficiência.

Importância da carteira atual de software pequena média grande Importância da carteira futura de software pequena média grande Assume Inovações em Tecnologia pequena média grande Envolvimento de usuários pequena média grande Utilização da informática pequena média grande Planejamento em informática pequena média grande Expectativa de informatização pequena média grande Interesse em aplicar recursos em tecnologia pequena média grande

Figura 47 – Ficha Identificação da Importância da Tecnologia – FIIT Figura 47 – Ficha Identificação da Importância da Tecnologia – FIIT

Aplicada a Ficha de Identificação da Importância da Tecnologia, montar a

Figura importância da informática para a empresa (Figura 16, p.54), objetivando

visualizar o conjunto de informações utilizadas para detectar a necessidade atual e

futura de informação.

5.1.3.2 Tarefa 1.3.2 - Levantamento de Metas de Informática

Busca-se conhecer as metas de informática para a organização partindo do

cenário inicial, para o que elaborou-se a ficha de Levantamento de Metas de

Informática – FLMI, Figura 48.

Descrição Cenário – Hoje Cenário - Futuro

Figura 48 – Ficha Levantamento de Metas de Informática – FLMI Figura 48 – Ficha Levantamento de Metas de Informática – FLMI

5.1.3.3 Tarefa 1.3.3 - Identificar Hardware

Quanto ao hardware, deve-se identificar se os equipamentos existentes na

organização são apropriados, ou seja, se é possível desenvolver as atividades na

implementação do software, ou mesmo se são suficientes, levando-se em conta o

fluxo de dados atual e futuro da organização.

Caso seja detectada incompatibilidade com outro fator ou mesmo se não

atender às condições de uso necessárias, deve-se recomendar sua substituição ou

novas aquisições.

86

Para proceder o levantamento da quantidade total de equipamentos

existentes, elaborou-se a Ficha de Identificação de Hardware – FIH, Figura 49, a ser

aplicada pelo responsável pela informática, sendo imprescindível que este tenha os

conhecimentos mínimos necessários para identificar componentes de computador.

Quantidade atual de microcomputadores: Quantidade atual de impressoras............: Quantidade de outros periféricos.............: Tempo de atendimento de pedidos.........: Tempo de acerto de erros........................: Quantidade de erros.................................:

Figura 49 – Ficha Identificação de Hardware – FIH Figura 49 – Ficha Identificação de Hardware – FIH

Para identificação dos equipamentos existentes na empresa com o objetivo

de levantar informações e formar um banco de dados referente hardware elaborou-se

a Ficha de Identificação de Equipamento, Figura 50, onde se utiliza uma ficha por

equipamento.

Identificação do Equipamento: / . Partes Identificação Observação Monitor: 14’’ | 15’’ | 17’’ | x | C | M X= Processador: em megahertz (mhz) Disco Rígido: em megabytes(mb) Memória: em megabytes (mb) Impressora Marca/modelo Modem capacidade (kbps) Placa de Rede capacidade (kbps) OBS: C e M, significam Colorido e Monocromático

Figura 50 – Ficha Identificação de Equipamento Figura 50 – Ficha Identificação de Equipamento

5.1.3.4 Tarefa 1.3.4 - Identificação de Software

Quanto ao sistema pode-se optar em comprá-lo ou desenvolvê-lo, sendo que

em ambas deve-se considerar a organização e o benefício / custo. Desenvolver um

sistema é uma tarefa que exige a criação de equipes de programação, uma etapa de

análise e projeto para estudo do problema, a produção de todos os documentos

necessários e a execução das atividades necessárias para que os programas possam

ser escritos. A aquisição de sistema desenvolvido externamente é uma opção

recomendada para a Universidade para informatização / integração de suas

atividades, considerando sua necessidade, capacidade e os requisitos do sistema.

87

O sistema adquirido externamente e a empresa devem adaptar-se

mutuamente, bem como proceder a análise do fluxo de informações, da

documentação, manuais e operacionalização.

Para verificar se a organização já dispõe deste fator tecnológico e sua

identificação, elaborou-se a Ficha de Identificação de Software, conforme Figura 51.

A empresa possui sistema informatizado Sim não Se tem: O sistema atende às expectativas atuais Sim não O sistema atende as expectativas futuras Sim não O sistema utilizado é integrado Sim não Tem interligação de micros em rede Sim não Qual sistema operacional instalado

Figura 51 – Ficha de Identificação de Software – FIS Figura 51 – Ficha de Identificação de Software – FIS

Complementando a identificação, deve-se proceder à sua análise, a fim de

verificar sua compatibilidade com a organização, onde é importante conhecer seus

detalhes a fim de saber se servirá para a organização, verificando sua aplicabilidade.

Para a análise detalhada do sistema recomenda-se utilizar o Diagrama de Fluxo de

Dados.

5.1.4 Levantamento de necessidades

Para a aplicação da metodologia é importante que se faça a interpretação

conjunta de algumas fichas e informações levantados no processo de identificação da

situação zero, para o qual elaborou-se o quadro ilustrado na Figura 52 para o

levantamento de necessidades, pois além de analisar as fichas e os dados

isoladamente faz-se necessário analisar em conjunto algumas fichas e informações

levantadas no primeiro estágio da metodologia de implementação de software.

88

Links Observações Necessidades

Ficha de Identificação da organização 1,2 e 3 e a Ficha de análise do Contexto.

Comparar a estrutura administrativa e a influência do ambiente sobre estes fatores.

Estruturação organizacional e administrativa da empresa.

Fator

Chave

Organização Ficha de Levantamento de Metas da Empresa com o cronograma de atividades.

Coordenar as metas da empresa e estipular prazos de realização.

Realizar as metas de forma planejada, organizada com direção e controle.

Ficha de Identificação de Conhecimento e a Ficha de Formação de Times de Informática.

Equilibrar os grupos para facilitar o desempenho das tarefas.

Solução dos problemas que forem sendo detectados.

Fator

Chave Pessoal Ficha de Identificação

de Conhecimento e Ficha de Formação de Plano de curso.

Observar o grau de conhecimento dos indivíduos.

Contratar ou capacitar os indivíduos para desenvolver as tarefas.

Ficha de identificação de Hardware e Ficha de Identificação de Equipamento com as Fichas de Levantamento de Fluxo de Dados, aliado com a Ficha de Importância da Tecnologia e de metas da informática.

Determinar de acordo com o grau de importância da Tecnologia a necessidade de hardware.

Aquisição ou substituição de equipamentos e periféricos.

Fator

Chave

Tecnologia

Ficha de Identificação de Software com a Ficha de Importância da Tecnologia.

Analisar a importância da tecnologia atual e futura para a organização e analisar o sistema com o diagrama de fluxo de dados.

Analisar a compatibilidade e funcionabilidade do software.

Figura 52 – Interpretação Conjunta das Fichas Figura 52 – Interpretação Conjunta das Fichas

5.2 Estágio 2 - Implementação do Sistema

Assim sendo, as organizações devem preparar a empresa, as pessoas e a

tecnologia para continuarem vivas, engajando-se e almejando aumentar sua

capacidade de aprender, tendo sensibilidade ao ambiente e às mudanças, pois fatos

como a globalização e a inovação tecnológica exigem que a empresa esteja atenta

aos sinais da mudança e busque essas mudanças.

A MISS confere os três fatores chaves de implementação de sistemas

começando pela empresa, partindo para capacitar as pessoas e preparar a tecnologia

para em seguida implementar o sistema de forma natural, após isso procedendo a

institucionalização da implementação nos seguintes passos:

89

Preparar empresa

Capacitar as pessoas

Preparar tecnologia

Partida

Institucionalização da implementação.

Para visualizar o Estágio 2 de implementação veja a Figura 53.

Estágio 2 Implementação do Sistema

Etapa 2.1 Preparar Empresa

Etapa 2.2 Capacitar Pessoal

Etapa 2.3 Preparar Tecnologia

Etapa 2.4 Partida

Etapa 2.5 Institucionalização da Implementação

Estágio 2OK?

Não

Sim

Figura 53 – Implementação do Sistema

Figura 53 – Implementação do Sistema

Este estágio contempla a fase de entrada em operação do sistema e envolve

atividades distintas para os fatores chaves da implementação. Inicia-se com a

preparação da empresa, passando para a capacitação das pessoas para uso da nova

tecnologia que deve estar preparada para que no momento da partida esteja em

condições de uso.

5.2.1 Etapa 2.1 - Preparar Organização

Antes de implementar o sistema de fato a organização deve estar preparada

para que o processo corra de forma organizada, com direção e controle, abrangendo

métodos, processos e conhecimentos disponíveis e envolvendo aspectos físicos e

concretos, como máquinas e equipamentos e aspectos conceituais e abstratos, como

políticas, diretrizes, processos, procedimentos, regras e regulamentos.

Preparando o local;

Preparação dos dados;

Escolher a abordagem de partida, conforme Figura 54.

90

Estágio 2 Implementação do Sistema

Etapa 2.1 Preparar Empresa

Tarefa 2.1.1 Preparando o local

Tarefa 2.1.2 Preparação dos dados

Tarefa 2.1.3 Escolher a abordagem de partida

Estágio 2OK?

Não

Sim

Figura 54 – Preparar a Organização

Figura 54 – Preparar a Organização

5.2.1.1 Tarefa 2.1.1 - Preparar Local

O preparo do local deve ser feito para proporcionar as condições necessárias

para utilização dos equipamentos e seus componentes, como terminais de energia

elétrica, rearranjo de mesas e adequação de instrumentos e objetos de uso rotineiros.

5.2.1.2 Tarefa 2.1.2 - Preparação dos Dados

A preparação dos dados envolve preparar meios e procedimentos para

utilização da tecnologia. Um item importante é a padronização dos dados e unificação

das bases de dados. Organizar os arquivos para a conversão no novo sistema, como

os cadastros existentes nas áreas acadêmica, financeira e administrativa, além de

providenciar para que as informações estejam armazenados em um sistema de banco

de dados que é gerenciado pelo sistema adquirido.

5.2.1.3 Tarefa 2.1.3 - Escolher a Abordagem de Partida

A Abordagem de Partida, onde se recomenda analisar as fichas da situação

zero da organização para se determinar qual deve ser a adotada em substituição ao

sistema vigente, seja ele manual ou informatizado, lembrando que a mais

recomendável é a de entrada gradual em operação. A preferência é iniciar com a

abordagem de entrada gradual.

91

5.2.2 Etapa 2.2 - Capacitar Pessoal

Outro passo é a capacitação das pessoas com realização do plano de cursos

e treinamento levantados no Estágio 1, conforme Figura 55, onde objetiva-se eliminar

possíveis resistências e engajar as pessoas a contribuírem para o sucesso de

implementação do sistema, sendo que os aspectos principais são:

Contratação e aplicação do plano de cursos

Aceitação pelo usuário.

Etapa 2.2 Capacitar Pessoal

Tarefa 2.2.1 Contratar ou aplicar planos de cursos

Tarefa 2.2.2 Aceitação dos usuários

EmpresaOK?

Pessoal OK?

Sim

Não

Sim

Figura 55 – Capacitação do Pessoal

Figura 55 – Capacitação do Pessoal

5.2.2.1 Tarefa 2.2.1 - Contratar ou Aplicar Plano de Cursos

Realizar a contratação das pessoas necessárias para a implementação do

sistema. Recomenda-se que a capacitação das pessoas para o uso do software seja

feita pelo fornecedor do mesmo, uma vez que dispõem do conhecimento apropriado

para isto.

5.2.2.2 Tarefa 2.2.2 - Aceitação dos Usuários

A aceitação dos usuários consiste em realizar um encontro entre os usuários

para o fim de determinar a utilização da tecnologia e levantar a importância de todos

no processo.

92

5.2.3 Etapa 2.3 - Preparar Tecnologia

Preparar a tecnologia implica em analisar o sistema e estabelecer a

necessidade de equipamentos na implementação, considerando o volume atual e

futuro de operações a ser realizado, além do tempo e eficiência na realização das

atividades e considerando que os dados são transformados e organizados para uso

das pessoas na organização. Conforme mostra a Figura 56, deve-se:

Preparar hardware

Preparar software

Proceder aos testes finais

Etapa 2.3 Preparar Tecnologia

Tarefa 2.3.3 Testes finais

PessoalOK?

TecnologiaOK?

Sim

Não

Sim

Tarefa 2.3.1 Preparar hardware

Tarefa 2.3.2 Preparar Software

Figura 56 – Preparar Tecnologia

Figura 56 – Preparar Tecnologia

5.2.3.1 Tarefa 2.3.1 - Preparar Hardware

Preparar hardware entende-se por colocar em condições de uso

equipamentos e periféricos, conectando-os para o desempenho das tarefas a que se

destinam.

5.2.3.2 Tarefa 2.3.2 - Preparar Sistema

Preparar o sistema implica em configurá-lo para colocá-lo em condições de

uso, para o que se recomenda que seja feito pela fornecedora do mesmo.

93

5.2.3.3 Tarefa 2.3.3 - Testes Finais

Proceder aos testes finais significa simular uma situação real para o uso do

sistema com todos os dispositivos associados, desde periféricos, bem como as

condições reais da atividade acadêmica, financeira e administrativa.

5.2.4 Etapa 2.4 - Partida

Um fator inegável em nossa realidade é o uso da informação como arma

estratégica para as empresas e o instrumento utilizado para gerar informação é a

tecnologia. É inadmissível uma organização abrir mão disso e querer continuar

operando por um longo período de tempo. É de se salientar, porém, que o simples uso

da informática com seus sistemas de informação por si mesmos não resolvem

problemas nas organizações, ou pior ainda, podem ao invés de trazer benefícios,

trazer impactos negativos, assim sendo percebe-se que é necessário guiar o

processo.

A partida inicia-se com o teste final e quando encerrado o sistema está

operacionalizado. Não se espera que haja assimilação imediata mas que com a

avaliação e acompanhamento contínuo o processo resulte em benefícios para a

organização, onde o novo sistema seja totalmente ativado e a organização tenha a

certeza de ele está funcionando plenamente e com a aceitação dos usuários.

5.2.5 Etapa 2.5 - Institucionalização da Implementação

Para a institucionalização da metodologia de implementação recomenda-se

registrar por escrito os procedimentos e planos adotados. Trata-se de escrever os

passos e procedimentos utilizados durante o processo de implementação, incluindo

métodos e processos com o objetivo de manter e melhorar o aproveitamento do

sistema. Não obstante porém, se torna necessário esclarecer que a institucionalização

é um meio e não um fim organizacional, onde cabe ressaltar que este não se torne

mais importante que a implementação do sistema, uma vez que se busca a

flexibilidade organizada e não uma rigidez que se torne um empecilho para a

consecução das atividades.

O uso de regras e meios de procedimentos é importante, não se tratando de

podar a criatividade das pessoas mas servir de suporte para o desenvolvimento das

atividades.

94

5.3 Estágio 3 - Avaliação e Acompanhamento

O objetivo da avaliação e acompanhamento é o de propiciar condições de

análise do processo a fim de confrontar o planejamento inicial, metas e o que se

conseguiu após o processo de implementação. Almeja-se conhecer quais os pontos

de contribuição para a organização, a fim de colaborar para o estabelecimento de

padrões de desempenho pela mensuração mais efetiva das ações despendidas na

atividade empresarial, determinando procedimentos que contribuam para a melhoria

contínua dos processos por meio da adoção de medidas necessárias, conforme

ilustrado na Figura 57.

Estágio 3 Avaliação e AcompanhamentoContinuado da Implementação

Etapa 3.3 Avaliação e acompanhamento da tecnologia

Estágio 2 OK?

ObjetivosOK?

Sim

Não

Sim

Etapa 3.1 Avaliação e acompanhamento da empresa

Etapa 3.2 Avaliação e acompanhamento do pessoal

Figura 57 – Avaliação e Acompanhamento

Figura 57 – Avaliação e Acompanhamento

A avaliação e o acompanhamento contínuo deve ser feito considerando os

fatores chaves da implementação, ou seja, empresa, pessoas e tecnologia, num

processo de melhoria contínua com sub-processo realimentado por informações de

falhas e de problemas onde objetiva-se corrigi-los e evoluir com o processo de

implementação de sistema.

5.3.1 Etapa 3.1 - Avaliação e Acompanhamento da Organização

Para a avaliação do desempenho, deve-se considerar os padrões pré-

estabelecidos e compará-los com o real, verificando a consecução das políticas

95

adotadas, normas e procedimentos e até a própria operacionalização do sistema,

observando principalmente os direcionadores da Figura 58.

Metas da empresa Fluxo de Dados

DIRECIONADORES

Análise de Contexto Figura 58 – Direcionadores para Avaliação do Fator Empresa

Figura 58 – Direcionadores para Avaliação do Fator Empresa Comparar os direcionadores com informações reais e se detectadas

quaisquer variações, falhas ou erros, deve-se tentar corrigi-los prontamente por meio

de ações corretivas, buscando minimizar impactos negativos.

A avaliação e o acompanhamento buscam a integração da organização,

interna e externamente, definindo atividades e atribuições com responsabilidade pelo

cumprimento das tarefas, contribuindo à organização como um todo num sistema de

controle permanente que busca determinar até que ponto a implementação de sistema

está contribuindo direta ou indiretamente para a consecução dos objetivos da

organização. Este sub-processo pode ser visualizado na Figura 59.

Da Organização

OrganizaçãoOK?

Medidas Corretivas

OrganizaçãoOK?

Sim

Não

Não

Sim

Figura 59 – Avaliação e Acompanhamento da Organização

Figura 59 – Avaliação e Acompanhamento da Organização A Figura 59 mostra o controle sobre o fator chave organização no que se

refere às atividades relacionadas com eventos da atividade de implementação de

sistemas onde procura-se saber se os objetivos planejados estão ou serão atingidos e

se será necessária alguma alteração ou medida corretiva para se atingir o sucesso

desejado.

5.3.2 Etapa 3.2 - Avaliação e Acompanhamento do Pessoal

A avaliação e o acompanhamento do pessoal é uma questão estratégica para

a implementação do sistema, pois considera a capacitação das pessoas e as

necessidades da organização buscando detectar desvios e suas causas. Caso seja

96

detectado algum desvio deverá ser comunicado ao responsável pelo time de pessoal

que tomará as ações corretivas necessárias e o conseqüente acompanhamento,

observando os principais direcionadores na Figura 60.

Conhecimento de estudo das Pessoas Habilidades para solução de problemas

DIRECIONADORES

Participação em cursos Figura 60 – Direcionadores para Avaliação do Fator Pessoal

Figura 60 – Direcionadores para Avaliação do Fator Pessoal

Esta verificação permanente dos fatos busca oferecer segurança à

organização com intuito de mostrar que está se conseguindo implementar o

planejamento efetuado buscando cumprir os planos elaborados e de acordo com as

metas estipuladas pois as falhas e erros detectados estão sendo atacados para que o

processo não se desvie da rota inicialmente estipulada e que seja feito de forma

planejada, organizada, com direção e controle, pode ser visualizado na Figura 61.

Do Pessoal

PessoalOK?

Medidas Corretivas

PessoalOK?

Sim

Não

Não

Sim

Figura 61 – Avaliação e Acompanhamento do Pessoal

Figura 61 – Avaliação e Acompanhamento do Pessoal

5.3.3 Etapa 3.3 - Avaliação e Acompanhamento da Tecnologia

Avaliar continuamente implica em considerar a melhoria contínua como fator

determinante para que os primeiros resultados alcançados sejam mantidos e

superados. O processo considera a teoria de sistemas com entradas, processamento

e saídas com realimentação, visando fornecer o feedback, num ciclo contínuo que

induza o sistema a uma constante evolução e verificação de funcionamento de:

hardware;

software.

Pode ser visualizado na Figura 62.

97

Hardware Tempo de atendimento de pedidos

Tempo de acerto de erros Quantidade de erros Eficiência

Direcionadores

Software Utilidade dos relatórios Interface apropriada Integração Atende expectativas da empresa

Figura 62 – Direcionadores para Avaliação do Fator Tecnologia Figura 62 – Direcionadores para Avaliação do Fator Tecnologia

Inspeções e testes periódicos são realizados com auditorias periódicas para

avaliar e comparar o resultado real com o previamente estabelecido, verificando se o

hardware está desempenhando suas funções eficientemente e a necessidade de

manutenção e se os canais de integração ou interligação são adequados. Quanto ao

sistema deve-se verificar se continua estável, pois como elemento fundamental deve

ser constantemente monitorado no sentido de complementação quer seja por

crescimento da organização e a modificação de necessidade de informação ou por

discrepâncias verificadas após sua implementação.

Utilizar também relatórios e revisões periódicas que forneçam informações

que possibilitem a comparabilidade com os padrões pré-estabelecidos, avaliando os

relatórios gerados, sua periodicidade e importância para a organização como gerador

de informações e as variações ambientais, além de proceder continuamente a

avaliação dos fatores chaves envolvidos no processo. É possível que seja necessário

fazer ajustes para reorientar a implementação do sistema, sobretudo se considerar

esta fase como parte do processo e não apenas um complemento, para melhor

visualização do sub-processo analisar a Figura 63.

Da tecnologia

TecnologiaOK?

Medidas Corretivas

TecnologiaOK?

Sim

Não

Não

Sim

Figura 63 – Avaliação e Acompanhamento da Tecnologia

Figura 63 – Avaliação e Acompanhamento da Tecnologia

98

Percebe-se na Figura 63 a seqüência do processo de avaliação e

acompanhamento contínuo, onde cada fator chave é avaliado num sistema que sofre

ações corretivas à medida que se detecte necessidade para tal, que é a melhoria

contínua aplicada ao processo.

5.3.4 Direcionadores para avaliação da implementação do sistema

“Por outro lado, quando avaliamos as dimensões monitoramento de

desempenho e adoção de tecnologia de informação, verifica-se que muito ainda

precisa ser feito, tanto para o comércio quanto para a industria.” (SILVA E FLEURY,

2000, p. 65) Os autores ainda apresentam que a insatisfação com os sistemas

indicadores são de 30% e a insatisfação com os software são de 40%.

O Estágio 3 que determina a avaliação e acompanhamento da

implementação é de importância estratégica para a organização pois contribui para a

evolução do processo pela consolidação das atividades implementadas. A avaliação

deve ser feita com base em critérios ou direcionadores, Eason (1990) apresenta sete

direcionadores:

1. saúde e conforto;

2. satisfação e motivação;

3. tradição;

4. custo;

5. produtividade;

6. eficácia organizacional;

7. técnico.

5.3.5 Documentação da nova metodologia implementada

Após a entrada em funcionamento do sistema e verificado que os objetivos

foram atingidos é importante que o processo seja documentado para que os

procedimentos e ações adotadas sejam passíveis de serem consultados por toda a

organização, pois sabe-se que “a análise e sua respectiva documentação são

essenciais para o desenvolvimento de qualquer sistema informatizado.” (CORDERIO

E. S. et. al. 2000, p. 210) É importante, porém, que não se torne mais importante que o

próprio processo, uma vez que a documentação tem como objetivo fundamental servir

de material de consulta de base para estudo de implementação de melhorias

continuas.

99

5.4 Considerações sobre o uso correto da Tecnologia de Informação nas

Organizações

O uso da microinformática aumentou drasticamente a potencialidade das

empresas. O que se busca é um ganho de competitividade, tornando a implementação

de sistema fundamental para a obtenção de vantagens competitivas pelo uso desta

nova tecnologia.

O acesso mais rápido à informação armazenada em bancos de dados

unificados e centralizados, disponibilizada à organização como um todo leva a novas

possibilidades que são decorrentes do uso desta nova tecnologia, como a

possibilidade de atender os clientes mais rapidamente de forma customizada,

possibilita programar e controlar ações desenvolvidas na organização e proporciona

alteração no ciclo de competição, que pode ser entre outros fatores, decorrente de um

aumento na eficiência no atendimento, prestação de serviços e fortalecimento das

relações com clientes.

Um dos aspectos mais relevantes para as organizações que buscam sucesso

é o seu posicionamento. Por mais eficiente que a empresa possa ser, se não observar

o contexto global, pode aumentar sua vulnerabilidade, desfechando-se em um

fracasso crucial.

No caso do uso da tecnologia de informação, o fator fundamental é o sistema

e os fatores chaves devem ser considerados em sua totalidade, pois a metodologia de

implementação de sistemas busca reduzir impactos negativos na empresa e obter

vantagens competitivas pelo uso da microinformática.

6 RESULTADOS DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PROPOSTA

Partindo-se da metodologia de implementação de sistemas substitutivos,

apresentada no capítulo anterior, procedeu-se a sua aplicação em uma organização

do setor educacional, especificamente, a Universidade de Taubaté. Primeiramente,

foram levantadas as necessidades básicas da Universidade de Taubaté, fazendo uso

da metodologia desenvolvida.

Para a captação de informações colhidas junto à Universidade aplicou-se a

Ficha de Identificação da Organização – FIO 1, 2 e 3 (descritas no capítulo anterior). A

organização alvo da aplicação aqui descrita se localiza na cidade de Taubaté, Estado

de São Paulo, com a Reitoria situada a Rua Quatro de Março, 432 – Centro, atua no

setor educacional sob o nome de Universidade de Taubaté – UNITAU, uma Autarquia

Pública Municipal que tem suas ações definidas pela legislação geral do ensino

público superior do país, com características peculiares de administração baseadas na

visão empresarial, já que cobra anuidades, taxas e emolumentos de seus alunos, dos

quais depende, embora se enquadre no “ensino público”.

A administração superior é exercida pelo Reitor da Universidade, com o

apoio, dos órgãos colegiados, ou Conselhos. As funções administrativas são

claramente definidas, sendo que o planejamento é estruturado e alinhado às metas da

organização, controle e direção , os quais são baseados na visão da empresa que

subsiste por meio da captação própria de recursos, sejam advindos de pagamentos

dos alunos ou seja de projetos com parceiros de direito publico e/ou privado.

Quanto à análise de contexto, a Universidade considera grande a

interferência das variáveis ambientais, sendo que os concorrentes são os fatores mais

significativos, bem como o atendimento às perspectivas de médio prazo os clientes.

Para o levantamento das metas, objetivando planejar necessidade futura de

informática adequada à análise de contexto, aplicou-se a Ficha de Levantamento de

Metas e com o auxílio da tabela para interpretação conjunta das fichas, buscou-se no

planejamento das atividades elaborar um cronograma para servir de suporte na

implementação de software.

Estabeleceram-se as metas e objetivos, para os próximos trinta e seis meses,

a saber:

Fornecer o acesso aos dados críticos pertinentes aos cursos (alunos,

professores, currículo, laboratórios, salas de aula, biblioteca, avaliações

oficiais dos cursos e eventos), para dirigentes dos departamentos;

Disponibilizar uma visão integrada das funções administrativas e

101

financeiras aos órgãos de direção e planejamento;

Automatizar e consolidar a gestão de recursos humanos evitando erros e

perdas decorrentes da gestão fragmentada e manual desses recursos;

Após uma apresentação da real importância de cada funcionário no contexto

sistêmico da Universidade e da importância da informática para a organização,

constatou-se uma razoável habilidade na utilização de hardware e software nos

sistemas (fragmentados) existentes. O nível de escolaridade dos funcionários

envolvidos no processo foi detectado como médio, não causando grandes dificuldades

para a implementação de software.

A experiência administrativa dos funcionários verificada foi boa. Quanto aos

conhecimentos mais específicos de informática é merecedora de alguns treinamentos,

embora não tenham apresentado barreiras a mudanças e um grau satisfatório de

criatividade.

Foi realizado um workshop com palestras para discussões dos impactos da

nova tecnologia; com debates sobre o processo de implementação e a necessidade de

capacitar as pessoas para uso da tecnologia, onde buscou-se divulgar amplamente a

vontade da organização em adotar o novo processo e envolver as pessoas.

Em virtude das condições apresentadas, elaborou-se um plano de cursos,

buscando otimizar os treinamentos e dividir as tarefas para que cada funcionário seja

treinado em sua tarefa específica, tornando-o mais capaz e eficiente.

Analisando-se o cenário encontrado: tamanho da empresa, finalidade, volume

de informações; a necessidade de automatização dos processos e dados foi

considerada premente.

Aplicou-se Ficha de Identificação de Sistema FIS e verificou-se que a

empresa já possuía software, porém não integrados, sendo que para a análise do

software procedeu-se simulação de situações reais. Ficou demonstrado a falta de

adequação entre o software pré-existente e realidade da organização.

Pela interpretação conjunta das fichas aplicadas na empresa, nas pessoas e

na tecnologia, definiu-se o seguinte:

Hardware: Deve-se projetar o número total de servidores, clientes e a infra-

estrutura de rede(topologia, tamanho, meio físico).

O número de equipamentos existentes mostrou-se suficiente e adequado

para o atendimento dos clientes inicialmente na implantação e operacionalização das

atividades realizadas, porém chegou-se às seguintes recomendações:

substituição das impressoras jato de tinta por impressoras laser;

aquisição de aparelhos contra interrupção da energia elétrica,

102

recomendando-se no-breaks com capacidade mínima de duas horas (em

alguns pontos críticos);

instalação de rede para interligação dos equipamentos, recomendando-se

a utilização de hub’s de boa qualidade para interligar os micros.

Backbone sem redundância com mais de 1 rede implicando na

implementação de redes virtuais. Necessitando para tal a aquisição de

switches para implementação e gerência dessas redes.

Coletaram-se ainda dados dos equipamentos que foram tabulados e

organizados em um banco de dados para eventuais consultas.

As fichas de levantamento de informações mostraram-se apropriadas para

captar as informações necessárias na detecção das necessidades da Universidade,

tais como de software e hardware, bem como o levantamento de metas e no

estabelecimento do cronograma de atividades, levantamento do grau de estudo e

características do pessoal, com plano de cursos de capacitação e ainda para a

formação dos times de informática, entre outros. A seqüência proposta na metodologia

foi essencial, facilitando a obtenção de informações que se mostraram suficientes e

adequadas para a implementação do sistema.

A utilização da ferramenta conhecida como Diagrama de Fluxo de Dados,

mostrou-se muito útil, pois permitiu analisar com detalhes a compatibilidade do

software e empresa, onde também importante foi o contato direto das pessoas com o

software para comprovar a compatibilidade deste quanto ao uso. Difundiu-se por meio

do uso da ferramenta a cadeia de responsabilidades e a seqüência de interferências

entre as ações dos funcionários.

O levantamento de necessidades mostrou-se um processo complexo,

exigindo do interpretante um conhecimento acerca dos fatores-chave de

implementação e ainda observar atenciosamente os fatos.

A MISS, conferindo os três fatores-chave de implementação de sistemas

começou pela organização, partindo para capacitar as pessoas e preparar a tecnologia

para em seguida implementar o sistema de forma ordenada e após isso procedendo a

institucionalização da implementação.

Antes de implementar o sistema de fato, iniciou-se o preparo da empresa

visando organizar, direcionar e controlar o processo onde determinou-se o seguinte:

Definiram-se os procedimentos a serem adotados para todos os setores

envolvidos e seus reflexos decorrentes;

Forma reorganizado as mesas e adaptados os balcões para suporte dos

equipamentos;

103

Foi providenciada a reestruturação da rede de energia elétrica;

Definiram-se os procedimentos a serem adotados para os atendimentos

dos acadêmicos;

Organizou-se a forma de arquivamento de cadastros, contas a receber e a

pagar, patrimônio, compras, bem como de outros relatórios.

Na preparação dos dados foram definidos os procedimentos para lançamento

dos dados, além de organizar os arquivos manuais para a conversão no sistema

informatizado, assim como os cadastros.

A abordagem de partida, considerando a Universidade, foi a de entrada

gradual em operação e, em virtude de apresentar inúmeros sistemas, foi dada a

preferência de iniciar com a abordagem de entrada gradual dos sistemas um após o

outro, caracterizando a partida-piloto.

Para a capacitação das pessoas foi realizado o plano de cursos e treinamento

e buscou-se engajar as pessoas a contribuírem para o sucesso de implementação do

software, sendo que a capacitação para uso do software foi feita pela empresa

fornecedora do mesmo. Não foi necessária a contratação de pessoal, uma vez que as

pessoas da organização mostraram-se aptas a desenvolver as atividades necessárias.

O preparo o software consistiu em configurá-lo e adequá-lo à realidade da

organização pela fornecedora.

Para os testes finais, foi simulada uma situação real para o uso do software

com todos os dispositivos associados, desde periféricos, bem como as condições reais

da atividade acadêmica.

Deu-se a partida após o teste final e o software entrou em operação.

Para a institucionalização da metodologia de implementação, firmou-se o

compromisso por todos os participantes em usar os novos procedimentos e planos

adotados, seguindo passos e procedimentos necessários.

Embora o processo tenha sido guiado pela metodologia, era imprescindível a

participação das pessoas, principalmente da gerência, que podia acelerar a

implementação do sistema, como verificado na organização, objeto da aplicação do

presente estudo. Pode-se afirmar que, vencidas algumas resistências iniciais, a

colaboração das pessoas foi muito boa.

O preparo dos três fatores-chave da metodologia de implementação de

sistema, permitiu a partida para uso do sistema de forma organizada, com direção e

controle com boa aceitação dos usuários.

A avaliação e o acompanhamento propiciaram a análise do processo e

possibilitou o confronto com o planejamento inicial indicando os pontos de contribuição

104

para a empresa. Um fator que não se verificou ocorrer conforme previsto na

metodologia foi o estabelecimento de padrões de desempenho para mensuração mais

efetiva das ações despendidas, que poderia determinar procedimentos que

contribuíssem para a melhoria do processo por meio da adoção das medidas

necessárias.

Foram feitos a avaliação e o acompanhamento contínuo dos fatores-chave da

implementação, buscando o processo de melhoria contínua pela detecção das falhas e

dos problemas e sua correção. Após a partida realizaram-se círculos de discussão e

workshops, até o término da implementação, com um concentrador interfaceando

usuários e analista da empresa fornecedora.

Determinou-se que a avaliação e acompanhamento continuado fossem feitos

considerando a necessidade de se estabelecerem padrões de desempenho, a saber:

relatórios gerados;

atividades desenvolvidas - eficiência e eficácia, tempo de realização das

tarefas e o benefício / custo;

níveis de serviços prestados aos usuários;

os índices de produtividades – número e tempo de pedidos atendidos,

tempo de acerto dos erros ocorridos;

satisfação dos usuários;

atendimento dos objetivos.

Ficou definido ainda que os relatórios devem ser revisados mensalmente

durante o primeiro ano da implementação. Os padrões de desempenho devem ser

estabelecidos semestralmente a partir da implementação, devendo ser avaliados em

termos de importância para a empresa como fator gerador de informações. Inspeções

e testes periódicos serão realizados trimestralmente, com auditorias para avaliar e

comparar o resultado real com o previamente estabelecido. A política adotada na empresa, bem como as normas e procedimentos e

operacionalização se mostraram eficientes no momento de operacionalização do

sistema, onde se recomendaram os seguintes direcionadores:

metas da empresa;

fluxo de dados;

análise de contexto.

Estes direcionadores devem ser comparados com informações reais. Se

forem detectadas quaisquer variações, falhas ou erros, deve-se tentar corrigi-los

prontamente por meio de ações corretivas, buscando minimizar impactos negativos.

A avaliação e o acompanhamento buscaram complementar integração da

empresa, onde se definiram os responsáveis de cada grupo de informática e suas

105

atribuições, onde se procurou saber se os objetivos planejados estão sendo atingidos

e se a necessidade de medida corretiva na fase inicial não foi detectada.

Uma solução encontrada para contornar a impossibilidade de

estabelecimento de padrões de desempenho consistentes, foi a utilização de relatórios

e revisões periódicas que fornecem informações e possibilitam a análise atual,

avaliando os relatórios gerados, sua periodicidade, a importância para a Universidade

como gerador de informações, e as variações ambientais, além de proceder

continuamente a avaliação dos fatores-chave envolvidos no processo.

Buscou-se avaliar os resultados alcançados do processo considerando as

entradas, processamento e saídas com realimentação num ciclo contínuo em termos

de hardware e software:

determinou-se que fossem feitas inspeções e testes periódicos com

auditorias periódicas para avaliar e comparar o resultado real com o

previamente estabelecido;

as substituições efetuadas do hardware atenderam as necessidades atuais

da empresa e se mostraram suficientes para o futuro;

tempo de atendimento de pedidos;

tempo de acerto de erros;

quantidade de erros;

eficiência.

direcionadores para sistema:

o utilidade dos relatórios;

o interface apropriada;

o integração;

o atendimento às expectativas da empresa.

É importante a documentação para servir de material de consulta, e para

estudo na implementação de melhorias contínuas.

A avaliação e o acompanhamento da implementação é de importância

estratégica para a Universidade, com o acúmulo de informações sistematizadas, feito

na seqüência do processo de avaliação e acompanhamento contínuo, onde cada fator-

chave deve ser avaliado num sistema que sofre ações corretivas à medida que se

detecte tal necessidade, que é o princípio da melhoria contínua aplicada ao processo.

O uso do software melhorou significativamente a potencialidade da empresa

trabalhar seus dados e produzir informações que sirvam de apoio à tomada de

decisão, com ganho de competitividade pelo uso desta nova tecnologia, onde o

acesso mais rápido à informação armazenada em bancos de dados integrados produz

novas possibilidades de atender os clientes, proporcionando uma melhora significativa

106

no contexto atual.

A avaliação de desempenho como um ponto crítico para a empresa, mostrou-

se impraticável em sua plenitude, pois a empresa não dispunha de informações

históricas acumuladas.

Podemos ver a seguir algumas comparações de telas dos dois sistemas, o

antes e o depois da implementação e qual o impacto dessas mudanças.

Na Figura 64, podemos notar que no cadastro de fornecedores antigo, havia

um menu de opções menor e simplificado, porem os dados armazenados pelo sistema

ficavam em um servidor local e não havia uma ligação do setor de compras com o

setor financeiro, via sistema.

Figura 64 – Cadastro de Fornecedores - ANTIGO

Figura 64 – Cadastro de Fornecedores - ANTIGO

Na Figura 65, podemos notar que o novo cadastro de fornecedores, tem uma

tela mais completa e com inúmeras funções a mais que no sistema antigo. Os dados

armazenados pelo sistema ficam em um servidor central, evitando assim redundância

de informações e possíveis erros de redigitação.

107

Figura 65 – Cadastro de Fornecedores - NOVO

Figura 65 – Cadastro de Fornecedores - NOVO Na Figura 66, e nas Figuras 67, 68, 69, 70, 71, 72 e 73, podemos notar que a

interface de navegação do sistema se tornou mais amigável e bem mais natural para o

usuário, visto que o mesmo utiliza sistema operacional gráfico e aplicativos como MS-

Word e MS-Excel que são todos gráficos, todos esses fatores agregados a uma

interface melhor e mais elaborada tornam o sistema atual infinitamente melhor que o

existente anteriormente.

Figura 66 – Cadastro de Fornecedores X Família – ANTIGO

Figura 66 – Cadastro de Fornecedores X Família – ANTIGO

108

Figura 67 – Cadastro de Fornecedores X Família - NOVO

Figura 67 – Cadastro de Fornecedores X Família - NOVO

Figura 68 – Cadastro de Itens de Produtos - ANTIGO

Figura 68 – Cadastro de Itens de Produtos - ANTIGO

109

Figura 69 – Cadastro de Itens de Produtos - NOVO

Figura 69 – Cadastro de Itens de Produtos - NOVO

Figura 70 – Cadastro de Empenhos para Futuras Aquisições - ANTIGO

Figura 70 – Cadastro de Empenhos para Futuras Aquisições - ANTIGO

110

Figura 71 – Cadastro de Empenhos para Futuras Aquisições – NOVO

Figura 71 – Cadastro de Empenhos para Futuras Aquisições – NOVO

Figura 72 – Resultados das Cartas Convites - ANTIGO

Figura 72 – Resultados das Cartas Convites - ANTIGO

111

Figura 73 – Resultados das Cartas Convites - NOVO

Figura 73 – Resultados das Cartas Convites - NOVO Com o novo sistema os menus passaram a ter mais opções e resultou em uma

maior flexibilidade para o usuário do sistema, conforme pode ser visto nas Figuras 74

e 75.

Figura 74 – Menu de Opções de Requisição de Compras

Figura 74 – Menu de Opções de Requisição de Compras

112

Figura 75 – Menu de Estorno de Ordem de Compra Aprovada

Figura 75 – Menu de Estorno de Ordem de Compra Aprovada

7 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

Na construção da metodologia de implementação do Sistema de Tecnologia

de Informação, iniciou-se pela busca dos fatores-chave para a Universidade de

Taubaté e concluiu-se que são as pessoas, a tecnologia e a organização. Observou-se

também que a tecnologia computacional, como já esperado, incrementou a

capacidade da organização em lidar com uma maior e crescente quantidade de

informações.

A metodologia proposta, levando em consideração o estudo de caso

abordado, foi realizada e abrange desde o levantamento inicial de informações até a

fase de produção, quando o sistema contempla um estágio de melhorias continuadas.

Tal estágio compreende a adequação quanto às mudanças de legislação e de

requisitos.

As três áreas indicadas no início do trabalho, dão ao método suficiente

abrangência para efetivar a implantação. Esta metodologia foi verificada para um caso

de Empresa Implementadora X Instituição.

O software, foi analisado com a ferramenta diagrama de fluxo de dados que

proporcionou condições de redigir a documentação deste e identificar o fluxo de dados

com suas etapas lógicas de cada processo, permitindo visualizar a seqüência lógica

das grandes etapas e como executar um processo e sua continuidade dentro do

sistema global na organização.

O componente humano foi extremamente relevante na implementação do

sistema na instituição, onde a gerência foi o ponto principal para o avanço e o sucesso

obtido. Não foram contratadas pessoas durante a implementação do sistema, mas sim

treinado o quadro existente na empresa e as mudanças ocorridas em virtude do uso

da nova tecnologia apresentaram-se inevitáveis, porém foram absorvidas, sendo que o

ponto importante foi a baixa resistência, principalmente da gerência após envolvimento

gradual no processo de implementação e também das pessoas envolvidas muito

interessadas em incorporar a tecnologia apresentada.

As ferramentas utilizadas como o Pensamento Crítico na Resolução de

Problemas e o Diagrama de Fluxo de Dados foram importantes para a formação da

metodologia, sendo que o plano de implementação foi dividido em três estágios:

identificação da situação zero; formação da metodologia de implementação; avaliação

e acompanhamento continuado da implementação, conseguindo assim ganho

competitivo pelo uso da microinformática e o alinhamento com a organização, suas

metas, objetivos, estratégias e necessidades.

114

Portanto, o sistema apresentou-se como um dos componentes tecnológicos

mais importantes, porém as pessoas desempenharam um papel vital no processo,

podendo-se afirmar que o que garantiu o sucesso foi a inter-relação e integração dos

fatores chaves de implementação de sistemas, ou seja, empresa, pessoas e

tecnologia, pois um fator isolado não garantiria obter vantagens nem apoiar e ampliar

os objetivos e as estratégias da Universidade que deve visualizar a necessidade atual

e futura, usando a tecnologia como apoio em sua atividade.

Os pontos fortes na aplicação da metodologia devem-se, essencialmente, à

característica acadêmica que permeia os diversos setores da instituição. O que

possibilita o livre discurso dos envolvidos e o hábito de mudança contínua decorrente

das atualizações de métodos e conteúdos naturais aos processos de ensino.

Associado ao livre discurso, por se tratar de órgão público, os critérios de

punições decorrentes de discordâncias com as gerências, que coordenam o processo

de implementação, promovem uma maior veracidade no preenchimento das

avaliações durante o processo.

O ponto fraco identificado na implementação foi a definição de parâmetros /

critérios de avaliação de desempenho, uma vez que não se dispunha de informações

históricas e a conseqüente elaboração do padrão ficou relegada à uma data

brevemente futura. Uma solução encontrada foi proceder mensalmente a análise

isolada dos relatórios gerados e compará-los com as necessidades da empresa, medir

a satisfação dos usuários e as atitudes em favor da empresa, com observação de

redução do tempo de execução de tarefas e a realização dos objetivos da empresa.

Obteve-se ganho imediato de informação pela implementação do sistema,

principalmente no que tange ao fluxo de informações. Não menos importante foi o

cadastro mais detalhado, contendo informações centralizadas de toda a Universidade,

possibilitou a integração de diversos setores.

Como resultados obtidos da aplicação da metodologia, citam-se como

principais a detecção de falhas no tratamento de dependentes e cálculos dos valores

pagos em pecúnia nas férias, imediatamente notados e corrigidos e a otimização dos

processos de aquisição e liquidação dos pedidos de suprimentos.

A partir de uma visão crítica do autor em relação ao trabalho desenvolvido,

recomenda-se uma análise custo / beneficio da aplicação desta metodologia na

organização estudada.

Como seguimento do presente trabalho, sugere-se ainda o levantamento e

estabelecimento de padrões para avaliação de desempenho em instituições, sua

contribuição para o aumento da sobrevida destas instituições e quais os impactos

decorrentes de se estabelecer e utilizar padrões de desempenho.

115

Ainda para trabalhos futuros, recomenda-se o estudo da geração e aplicação

de software “inteligente” aliado a um banco de dados bem dimensionado e

devidamente detalhado permitindo melhor controle da informação.

Sugere-se que seja avaliada a eficiência da metodologia à luz dos seguintes

critérios: integridade das operações; tempo de resposta da empresa implementadora;

satisfação do usuário; auditabilidade; grau de customização; aderência à legislação;

integração das diversas áreas da organização.

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GLOSSÁRIO

• 10Base-2

Os cabos 10Base2, também chamados de cabos coaxiais finos, ou cabos

Thinnet, são os cabos coaxiais usados em redes Ethernet de 10 megabits. Seu

diâmetro é de apenas 0.18 polegadas, cerca de 4.7 milímetros, o que os torna

razoavelmente flexíveis. O "10" na sigla 10Base2, significa que os cabos podem

transmitir dados a uma velocidade de até 10 megabits por segundo, "Base" significa

"banda base" e se refere à distância máxima para que o sinal pode percorrer através

do cabo, no caso o "2" que teoricamente significaria 200 metros, mas que na prática é

apenas um arredondamento, pois nos cabos 10Base2 a distância máxima utilizável é

de 185 metros. Usando cabos coaxiais não é necessário utilizar um hub, mas em

compensação a velocidade da rede fica limitada a apenas 10 megabits. Outro

problema é que esta topologia é muito susceptível a problemas de mal contato,

principalmente em redes com mais de 5 PCs.

Atualmente os cabos coaxiais são cada vez menos usados, já que além de

menos susceptíveis a problemas, os cabos de par trançado categoria 5 suportam

transmissão de dados a 100 megabits, ou até mesmo 1 gigabit, caso sejam utilizadas

placas de rede Gigabit Ethernet .

• 10Base-T

Este é o padrão de redes Ethernet de 10 megabits, onde são utilizados cabos

de par trançado. O 10 no nome indica justamente a velocidade máxima de

transmissão de dados.

Apesar de 10 megabits corresponderem a 1.25 megabytes por segundo, na

prática a velocidade de transmissão dificilmente ultrapassa os 800 kb/s, pois junto com

os dados são transmitidos sinais de modulação, bits de correção de erros etc. As

placas de 10 megabits já caíram em desuso a algum tempo, pois todas as placas PCI

atuais transmitem a 100 megabits. Apesar disso, as placas de 100 megabits mantém

121

compatibilidade com o padrão anterior.

• 100Base-TX

Este é o padrão para redes Ethernet de 100 megabits. A topologia da rede é

igual à do padrão 10 Base-T, com um hub central e cabos de par trançado. A grande

vantagem é a maior velocidade de transmissão, que faz uma grande diferença ao

transferir grandes arquivos. As placas 100 Base-TX também são capazes de operar a

10 megabits, caso sejam conectadas a um hub antigo, por isso também são chamadas

de placas 10/100.

• Access

Acesso. Leitura ou gravação de dados na memória RAM ou em outro meio

qualquer, como um disco rígido. Os tempos de acesso variam muito de acordo com o

dispositivo, por exemplo, a memória RAM pode ter tempos de acesso de 70, 60, 50,

10, 8, 7 ou mesmo 6 nanossegundos, dependendo da tecnologia usada. O HD por sua

vez é muito mais lento, com tempos de acesso na casa dos 8 ou 9 milessegundos

num HD atual.

O tempo de acesso determina apenas o tempo necessário para o dispositivo

começar a transferir dados e não a sua velocidade de transferência. Um módulo de

memória PC-133 pode transferir dados, em condições ideais, a 1066 MB/s, enquanto

um HD topo de linha chega perto dos 50 MB/s. Veja que o HD demora por volta de um

milhão de vezes mais tempo para começar a transferir dados, mas depois que inicia a

transferência, a diferença cai para cerca de 20 vezes.

Naturalmente, tanto a memória RAM quanto o HD são muito mais lentos que

o processador, tanto em termos de tempo de acesso quanto em termos de velocidade

de transferência. Por exemplo, um Athlon de 1.5 GHz executa um bilhão e meio de

ciclos por segundo e processa 32 bits de dados em cada ciclo. Ou seja, em condições

idéias o processador precisa de dados a cada 0,66 nanossegundo e processa 6

gigabytes de dados por segundo. Para diminuir a diferença entre o processador, a

memória RAM e o disco rígido, são usadas várias categorias de memória cache,

122

rápidas o bastante para acompanhar o processador. Leia também: Cache, Cache L1,

Cache L2, Cache L3, Cache de Disco.

• ALU

Arithmetic Logic Unit. Como o nome sugere, é a parte do processador

principal encarregada de processar os cálculos de ponto flutuante. O termo ALU,

dependendo da conotação, pode ser tanto usado em relação ao coprocessador

aritmético como um todo, quanto em relação a apenas uma das unidades de execução

que formam os coprocessadores modernos.

• ANSI

American National Standards Institute, uma associação voluntária, formada

por mais de 1.300 membros, entre eles várias grande companhias. A ANSI se

encarrega de estabelecer padrões para a indústria, compatibilizando linguagens de

programação, protocolos de rede, especificações elétricas de vários componentes, etc.

Entre as obras da ANSI está o padrão de caracteres ASCII.

• BACKUP

Cópia de segurança. Copiar dados em um meio separado do original, de

forma a protegê-los de qualquer eventualidade. Essencial para dados importantes.

Os backups podem ser feitos em vários tipos de mídias, incluindo CDs

graváveis ou regraváveis, fitas DAT, ou até mesmo um segundo HD. Cada tecnologia

oferece seus prós e contras, as fitas DAT por exemplo oferecem uma grande

capacidade e um custo por megabyte muito baixo, mas em compensação o drive é

muito caro, os CDs são muito baratos, mas não armazenam uma grande quantidade

de dados e assim por diante. A melhor opção varia de acordo com a quantidade de

dados, a regularidade dos backups, o nível de confiabilidade necessário e o quanto

pode ser investido.

Além do backup total, simplesmente copiar todos os dados, existe o backup

incremental, que consiste em copiar apenas os arquivos que foram alterados desde o

último. Praticamente todos os programas de backup suportam esse recurso,

123

descobrindo quais arquivos foram alterados através do número de bytes ou dos

atributos.

• Bps

Bits per second, é usada para medir a velocidade de modems e redes em

geral. Refere-se ao números de bits transmitidos por segundo, lembrando que 8 bits

equivalem a 1 byte. Um modem de 56 k atinge no máximo pouco mais de 8 KB/s.

• Browser

O mesmo que Navegador, programas usados para visualizar páginas Web,

como o Internet Explorer, Netscape, Opera, Konqueror, etc. No início os navegadores

eram meros visualizadores de páginas em html, mas eles foram evoluindo e

incorporando novas funções. Hoje em dia um navegador como o Internet Explorer é

quase um sistema operacional completo, capaz de rodar aplicativos (Java, XML,

Active-X, etc.) entre muitas outras funções. É por isso que tornou-se tão complexo

desenvolver um navegador e torná-lo compatível com todas as tecnologias. É muita

coisa a ser implementada.

• Buffer

Uma pequena área de memória ultra-rápida usada para melhorar a

velocidade de acesso a um determinado dispositivo. É encontrado em HDs,

gravadores de CD, modems, e muitos outros.

Apesar de serem sinônimos, o termo "buffer" é mais usado em relação aos

dispositivos anteriormente citados enquanto o termo "cache" é mais usado com

relação aos processadores e memória RAM.

Embora não seja errado dizer "tenho um gravador com 2 MB de cache", é

mais elegante usar o termo buffer, assim como soa estranho dizer "tenho um

processador com 512 KB de buffer" ao invés de usar o termo cache.

• Buffer Overflow

Os Buffers são áreas de memória criadas pelos programas para armazenar

dados que estão sendo processados. Cada buffer tem um certo tamanho, dependendo

124

do tipo e quantidade de dados que ele irá armazenar.

Um buffer overflow ocorre quando o programa recebe mais dados do que está

preparado para armazenar no buffer. Se o programa não foi adequadamente escrito,

este excesso de dados pode acabar sendo armazenado em áreas de memória

próximas, corrompendo dados ou travando o programa, ou mesmo ser executado, que

é a possibilidade mais perigosa. Se um programa qualquer tivesse uma

vulnerabilidade no sistema de login por exemplo, você poderia criar um programa que

fornecesse caracteres de texto até completar o buffer e depois enviasse um

executável, que acabaria rodando graças à vulnerabilidade.

Um caso famoso foi descoberto ano passado (2000) no Outlook Express.

Graças à uma vulnerabilidade, era possível fazer com que um e-mail executasse

arquivos apenas por ser aberto! Bastava anexar um arquivo com um certo número de

caracteres no nome, que ele seria executado ao ser aberta a mensagem.

Naturalmente, a Microsoft se apressou em lançar um patch e alertar os usuários para

o problema. Felizmente, pelo menos por enquanto, não foi descoberta mais nenhuma

vulnerabilidade tão perigosa no Outlook. Semanalmente são descobertas

vulnerabilidades de buffer overflow em vários programas. Algumas são quase

inofensivas, enquanto outras podem causar problemas sérios. O próprio Codered se

espalhou tão rapidamente explorando uma vulnerabilidade do IIS da Microsoft. Com

isto, o worm podia contaminar servidores desprotegidos simplesmente enviando o

código que explora o bug, sem que ninguém executasse nenhum arquivo.

• Bug

Inseto em inglês, é usado com relação a qualquer tipo de falha de

programação num programa.

O termo surgiu na década de 40, quando um inseto entrou nos circuitos de

um computador causando um curto circuito. Existem várias versões sobre quando,

onde e qual foi o inseto que entrou para a história, mas segundo o http://ei.cs.vt.edu/ o

inseto era uma traça, que foi encontrada por Grace Murray Hopper no Mark II em

125

1944. Naquela época os defeitos eram muito comuns, pois os computadores eram

formados por válvulas que se queimavam com muita facilidade, mas este foi um caso

tão peculiar que Grace "anexou" o inseto ao seu diário.

• Burn-in

Um tipo de teste onde são executadas tarefas que visam exigir o máximo do

sistema durante longos períodos, de forma a testar sua estabilidade. Este tipo de teste

é muito comum em reviews de placas mãe, feitos por vários sites e é extremamente

válido, pois a maior parte dos problemas de placas mãe e processadores só se

manifesta em situações de uso intenso e prolongado. Em geral se aceita que uma

placa mãe trave no máximo uma vez num teste de Burn-in de 24 horas, que equivale a

algumas semanas de uso normal do sistema.

• Bus

Barramento, meio de transmissão de dados entre dois ou mais componentes.

Exemplos são os barramentos PCI, AGP e ISA da placa mãe, que ligam os periféricos

ao chipset e conseqüentemente ao processador.

Os barramentos se dividem em duas grandes categorias, os barramento

seriais e os barramentos paralelos. Os barramentos seriais transmitem dados através

de um único par de fios (um para enviar, outro para receber) de forma serial, onde um

bit trafega de cada vez. Exemplos são as portas seriais, portas USB e o novíssimo

Serial ATA desenvolvido pela Intel, para substituir as interfaces IDE, capaz de

transmitir a 150 MB/s logo em sua primeira versão.

Os barramentos paralelos por sua vez utilizam um número maior de fios para

transmitir vários bits de cada vez. Nas portas paralelas por exemplo temos 8 bits por

transferência, no barramento PCI temos 32 bits e assim por diante.

As duas tecnologias possuem seus prós e contras. Os barramentos seriais

são mais baratos e sofrem menos com o problema de interferência, mas em

compensação são mais lentos do que poderiam ser caso fossem utilizados vários

pares de fios em conjunto com a mesma tecnologia.

126

Apesar disso alguns barramentos seriais são muito rápidos, como é o caso do

Serial ATA e também do USB 2.0, capaz de transmitir a 400 megabits.

• Byte

É uma unidade de armazenamento de dados. Cada byte é formado por 8 bits

e é suficiente para 256 combinações diferentes. É por isso que no sistema de

caracteres ASCII é usado um byte para representar cada caractere. Com 256

combinações é possível incluir todas as letras, números e ainda um punhado de

caracteres especiais e símbolos. No conjunto Unicode, onde são incluídos também

caracteres do Japonês, Chinês, Árabe e outras línguas são usados 2 bytes para cara

caractere, o que permite 65 mil caracteres diferentes.

• Cobol

Cobol significa "Common Business Oriented Language". Esta linguagem de

programação foi desenvolvida no final da década de 50, com o objetivo de ser uma

plataforma de desenvolvimento para aplicações bancárias e financeiras em geral.

Comparado com o Pascal e o Assembly, comuns na época, o Cobol é uma linguagem

bastante amigável, o que garantiu uma grande aceitação. Até hoje esta linguagem é

usada em muitos sistemas bancários, o que explica a grande procura por

programadores experientes nesta linguagem na época do bug do ano 2000.

• Compilador

Os computadores não entendem nada além de comandos, dados e

endereços escritos em linguagem binária. Mas, qualquer ser humano que se disponha

a tentar desenvolver um programa complexo programando diretamente em linguagem

de máquina simplesmente vai ficar louco muito antes de concluir seu trabalho.

Para resolver este impasse, surgiram as linguagens de programação, que

permitem escrever programas usando comandos fáceis de lembrar e funções já

prontas. O compilador é programa que permite transformar este código escrito na

linguagem de programação usada em linguagem de máquina, gerando o binário que

pode ser executado. Um exemplo de compilador muito usado atualmente é o GCC da

127

Free Software Fundation, que possui módulos para compilar programas de várias

linguagens.

• CPU

Central Processing Unit. Era mais usado na época dos mainframes, o termo

mais atual é processador ou "processor" em Inglês.

• CRC

Cyclical Redundancy Check, um método de correção de erros, onde é

enviada uma quantidade relativamente grande de dados e em seguida os bits de

checagem Encontrado algum erro, todo o pacote de dados precisa ser retransmitido. É

usado em modems e em alguns outros dispositivos.

Um erro de CRC significa justamente que, por qualquer motivo, os dados

estão chegando corrompidos ao destino.

• Criptografia

Consiste em cifrar um arquivo ou mensagem usando um conjunto de cálculos.

O arquivo cifrado (ou encriptado) torna-se incompreensível até que seja

desencriptado. Os cálculos usados para encriptar ou desencriptar o arquivo são

chamados de chaves. Apenas alguém que tenha a chave poderá ler o arquivo

criptografado.

Existem basicamente dois sistemas de uso de chaves. No primeiro são

usadas chaves simétricas, onde as duas partes possuem a mesma chave, usada tanto

para encriptar quanto para desencriptar os arquivos. No segundo sistema temos o uso

de duas chaves diferentes, chamadas de chave pública e chave privada. A chave

pública serve apenas para encriptar os dados e pode ser livremente distribuída, a

chave privada por sua vez é a que permite desencriptar os dados.

Neste sistema o usuário A, interessado em enviar um arquivo para o usuário

B encriptaria o arquivo utilizando a chave pública do usuário B, distribuída livremente,

e ao receber o arquivo o usuário B utilizaria sua chave privada, que é secreta para

desencriptar o arquivo e ter acesso a ele. Ninguém mais além do usuário B poderia ter

128

acesso ao arquivo, nem mesmo o usuário A que o encriptou.

Existem vários níveis de criptografia e inclusive sistemas que utilizam vários

níveis, encriptando várias vezes o mesmo arquivo utilizando chaves diferentes. Em

geral, quanto mais complexo, for o sistema, mais seguro.

• CRM

Customer Relationship Management. Um sistema de CRM consiste ao

mesmo tempo num software de banco de dados e uma metodologia a ser seguida

pelos funcionários. O objetivo é reunir informações sobre os clientes da empresa, que

permitam traçar estratégias de marketing mais eficientes, implantar programas de

fidelidade, etc.

Através do CRM a empresa pode por exemplo acompanhar os pedidos de

cada cliente, e cruzando estes dados com o poder aquisitivo, escolaridade, etc.,

descobrir quais são os clientes com maior possibilidade de comprar novos produtos da

empresa e concentrar as campanhas publicitários neles. As possibilidades são muitas,

mas em compensação um sistema de CRM é muito caro e trabalhoso de implantar, é

um investimento que paga-se apenas no longo prazo e tem uma chance muito grande

de não dar em nada.

• Engenharia Reversa

Quase todos os programas comerciais são distribuídos apenas em formato

binário, sem o código fonte. Ou seja, você recebe o programa já compilado em

linguagem de máquina, pronto para ser executado, mas não tem acesso ao arquivo

que permitiria ver como o programa funciona e alterá-lo.

A engenharia reversa é uma técnica usada para tentar obter o código fonte do

programa a partir do arquivo já compilado. É um processo extremamente trabalhoso,

mas já foi responsável pela descoberta de muitos segredos industriais. O sistema de

proteção contra cópias usado nos DVD’s é um bom exemplo; um programador russo

conseguiu usar engenharia reversa para ter acesso ao programa que cria os

algoritmos, entendê-lo e descobrir uma forma de burlá-lo. Depois disso, ficou tão fácil

129

que a disputa passou a ser quem consegue fazer o programa que quebre o "sistema

secreto" com menos linhas de código

• Dispositivo de armazenamento

Este dispositivo armazena dados após o processamento, uma espécie de

arquivo, para produzir informações, temporárias ou permanentes e o componente

principal deste dispositivo de armazenamento é a memória, que pode ser dividida em

duas partes: memórias principais e secundárias.

Memórias principais são utilizadas pelo computador na área de trabalho que

está dividida em duas partes: memória de acesso aleatório ou Random Acess Memory

(RAM), onde são armazenados automaticamente os dados que estamos digitando. É

uma memória temporária, que perde as informações e dados ao desligarmos o

computador. Essa memória poderá ser aumentada para maior agilidade na utilização e

manipulação de imagens e dados.

As memórias são encontradas no formato que chamamos de pentes de

memória e possuem várias características como tipo, quantidade de memória que

armazenam e proporção física do pente; outro tipo é a memória somente para leitura

ou Read Only Memory (ROM), que contém informações referentes ao computador,

como modelo e data de fabricação. Essa memória é conhecida como BIOS ou SETUP,

que só deve ser modificada por um técnico especializado.

Para gravação das informações permanentes utiliza-se dispositivos ou

espécies de memórias auxiliares que permitem a leitura e o armazenamento das

informações e dados. Os dispositivos usados são discos flexíveis também conhecidos

como disquetes, disco rígido ou Winchester, discos óticos ou CD-Rom, neles as

informações permanecem armazenadas até que o usuário as excluam.

• Dispositivo de entrada

É o dispositivo pelo qual são passadas as ordens para o computador, para

serem processadas. Os principais dispositivos de entrada são o teclado que é

semelhante ao de uma máquina de escrever, onde são digitados os dados e

130

comandos. O mouse, como dispositivo de entrada, serve para se movimentar

rapidamente entre programas. O mouse e teclado são os meios mais utilizados na

microinformática para entrada de dados em computadores. Estes dados são passados

para o dispositivo de processamento para serem trabalhados, organizados e

transformados em algo com valor agregado ou informação.

• Dispositivo de processamento

O dispositivo de processamento recebe os dados e comandos, processa-os,

reorganiza, transformando em informações. Esse dispositivo tem como componente

principal o microprocessador conhecido como Unidade Central de Processamento

(UCP), responsável pelo gerenciamento de todas as funções do sistema (MEIRELLES,

1994). Funcionando como cérebro do computador, o microprocessador é sua parte

mais importante, pois delimita seu desempenho, sua velocidade de processamento

que é medida em Megahertz (MHz), milhões de informações em um segundo. Assim,

quanto mais rápido for o processador, maior será o número de MHz processados.

• Dispositivo de saída

É pelo dispositivo de saída que o usuário recebe as informações do

computador. Os principais dispositivos de saída são o monitor e a impressora. O

monitor é o meio utilizado para interagir com a máquina, visualizando informações,

textos e comandos. A integração visual com o usuário permite acompanhar o que está

sendo feito, já a impressora é o dispositivo que passa para o papel as informações e

dados armazenados pelo computador. O equipamento recebe dados e comandos por

meio de dispositivo de entrada, processa transformando em informações,

armazenando e disponibilizando-os para utilização em tempo real ou posterior. Para

ser possível este processo, o hardware utiliza sistemas de informação para

operacionalizar o equipamento.

• Ethernet

É o padrão de rede mais usado atualmente. O padrão consiste em placas de

rede, cabos, hubs e outros periféricos de rede compatíveis entre sí. Existem

131

basicamente dois padrões Ethernet : 10 e 100 megabits, que se diferenciam pela

velocidade. Uma placa Ethernet 10/10 transmite dados a 10 Mbits, enquanto uma

10/100 transmite a 100 Mbits, podendo transmitir também a 10 caso ligada a uma

placa 10/10.

Existe ainda um padrão relativamente novo, o Gigabit Ethernet , 10 vezes

mais rápido que o anterior, já está em uso, apesar do alto preço. O próximo padrão, de

10 Gigabits, já está estabelecido, apesar dos protótipos já disponíveis terem um longo

caminho de aperfeiçoamento e redução de custo até tornarem-se o novo padrão da

indústria.

• FDDI

Fibre Distributed Data Interface, um padrão ANSI, que utiliza cabos de fibra

óptica para criar links de 100 Mbps, com alcance de até 2 KM. Muito usado em

backbones, apesar de já ser um padrão obsoleto atualmente.

• Gigabit Ethernet

O padrão de redes Ethernet que atinge a fantástica velocidade de

transmissão de 1 gigabit por segundo, sucessor das atuais redes de 100 megabits.

Existem diferentes padrões de interfaces Gigabit Ethernet , com suporte a cabos de

fibra óptica, cabos Twiaxiais (um tipo especial de cabo coaxial composto por um par

de cabos ao invés de apenas um) e mais recentemente também aos cabos de par

trançado categoria 5e, os mesmos utilizados nas redes de 100 megabits atuais, que

são muito baratos. Apesar do baixo custo dos cabos cat 5e ainda existe o problema do

alto custo das placas, hubs e demais equipamentos de rede, embora os preços devam

cair com o tempo.

• GPF

General Protection Fault, um GPF acontece quando um programa invade uma

área de memória já ocupada por outro programa, causando um travamento. É

mostrada ao usuário uma linda tela azul.

• Hacker

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Alguém que estuda sistemas ou qualquer tipo de conhecimento humano pelo

simples desafio de dominá-los. No sentido original da palavra, o Hacker é alguém que

usa seus conhecimentos para ajudar outros, direta ou indiretamente. Hackers foram os

principais responsáveis pelo desenvolvimento da Internet, criaram o Linux, o MP3 e a

filosofia do software livre. Atualmente o termo vem sendo muito usado em relação aos

Crackers, que invadem sistemas e promovem outras modalidades de baderna virtual,

criancices como desfigurar páginas ou ficar invadindo PCs de usuários leigos.

Infelizmente, a confusão é tanta que existem casos de livros e mesmo filmes

legendados, onde o termo "Cracker" é substituído por "Hacker" pelo tradutor, sem a

menor cerimônia.

• Inteligência artificial

Consiste em criar programas capazes de aprender com a experiência e tomar

decisões com base nas experiências obtidas anteriormente. É usada em várias áreas,

de jogos a aplicações médicas.

A linguagem mais utilizada em aplicativos de inteligência artificial é o LISP. O

grande problema é burlar a principal característica dos computadores, que é trabalhar

apenas com valores exatos, "sim e não".

Isto impede que os computadores possam ser realmente inteligentes, o

máximo que é possível obter é uma simulação o mais perfeita possível, onde o

programador consiga planejar uma série de respostas aceitáveis para as mais

diversas situações que o programa possa encontrar.

• Interface

É um meio de comunicação ou de transmissão de informações. É um termo

bastante genérico, que pode ser usado em relação a uma interface gráfica, que facilita

o uso de um programa, a uma porta de transmissão de dados, como por exemplo as

interfaces IDE da placa mãe, que permitem a troca de dados entre o processador e os

discos rígidos, as interfaces seriais e paralelas, que permitem a conexão de mouses e

impressoras, entre outros dispositivos, ou ainda a um joystick ou teclado, que

133

novamente formam um tipo de interface entre o usuário e o programa ou jogo que está

sendo executado.

• I/O

Input/Output, ou "entrada e saída". Descreve qualquer troca de dados entre

dois dispositivos (a memória RAM e o processador por exemplo) ou mesmo entre o

computador e o usuário (um texto digitado no teclado (entrada), uma página impressa

na impressora (saída).

• LAN

Local Area Network, ou rede local. Qualquer rede de micros que englobe um

pequeno espaço, uma sala, um andar ou mesmo um prédio. Como estas pequenas

redes são de longe as mais numerosas atualmente é comum ver o termo LAN usado

até mesmo como sinônimo de rede.

O termo LAN era originalmente o nome de uma arquitetura de rede primitiva,

desenvolvida pela Datapoint Corp.

• MAN

Metropolitan Area Network. Uma rede que abrange uma cidade inteira. Veja

também LAN e WAN

• Redundância

Para proteger seus dados, você pode fazer backups regulares em CD, em

fitas, num HD removível, etc. Você pode ainda usar dois HDs em RAID 1, assim, caso

qualquer um dos dois dê qualquer problema, seus dados estarão protegidos no outro,

bastará trocar o HD defeituoso e continuar trabalhando como se nada tivesse

acontecido. Se você realmente não quiser correr riscos, pode além do RAID, fazer os

tradicionais backups. Se você anda assim não quiser correr riscos, da sua casa pegar

fogo e queimar o PC junto com os backups por exemplo, pode preferir guardá-los num

lugar diferente. Aliás, hoje em dia existe até a possibilidade de fazer backup via Web,

usando um disco virtual. Em alguns lugares você paga por MB, para armazenar

quantos dados quiser.

134

Se você não pode ficar sem internet, você pode ter duas linhas telefônicas ao

invés de uma, ou pode ter ADSL e cabo ao mesmo tempo por exemplo. Se você não

quer correr o risco de acabar a luz faltando três segundos para terminar de baixar um

filme de 700 MB, pode comprar um nobreak, se você não quer correr o risco de ficar

sem usar o micro por causa de algum black-out prolongado, pode comprar um no-

break com várias horas de autonomia, ou mesmo um gerador.

Ou que tal juntar tudo isso e ter dois ou três micros ligados em rede, com

cópias dos mesmos dados, cada um com sua conexão com internet própria, por um

meio diferente, um no-break de duas horas para cada micro, um gerador e ainda por

cima um backup de todos os dados guardado no cofre do banco, só pra garantir? É

isso o que muitas empresas fazem com seus servidores de missão crítica.

Como pode ver, as possibilidades são muitas, mas, quanto mais redundância

você tiver, ou seja mais equipamentos para fazer a mesma coisa, mais caro tudo vai

custar. Você paga pela segurança.

• Servidor de arquivos

Computador de disponibiliza arquivos através da rede. Existem dois tipos de

servidores de arquivos, o servidor dedicado, que executa apenas esta tarefa, e o não

dedicado, que além de disponibilizar arquivos executa outras funções. Um micro

usado pela secretária, mas que ao mesmo tempo compartilha arquivos na rede é um

exemplo de servidor não dedicado.

• Sistemas Substitutivos

São sistemas que são implementados (em setores ou na organização como

um todo) que já possuem algum sistema de informação, mas que não atendem as

expectativas dos usuários. Estes sistemas novos tem a função de substituir os antigos

com inúmeras vantagens.

• Tolerante a Falhas

É um sistema preparado para continuar funcionando caso haja alguma falha

de hardware ou software. Existem vários níveis de tolerância, como por exemplo usar

135

dois HDs em RAID 1, onde o segundo HD armazena uma cópia exata dos dados

contidos no primeiro. Caso o HD principal falhe, a controladora mudará imediatamente

para o segundo, permitindo que tudo continue funcionando como se nada tivesse

acontecido. Um nível mais alto seria usar dois ou mais servidores completos no

mesmo sistema, onde caso o primeiro falhasse o segundo assumiria imediatamente.

Um nível mais baixo seria fazer um simples backup para evitar perda de dados ou

mesmo usar um no-break para se prevenir de falhas na corrente elétrica.

• Topologia (de rede)

A topologia de rede diz respeito à forma como os micros são fisicamente

ligados entre sí, ou seja, o tipo e a distribuição dos cabos de rede. Existe ainda a

topologia lógica, que independentemente da topologia física usada, dita a forma como

os micros se comunicam. Por exemplo, as redes Ethernet podem utilizar topologias

físicas de estrela ou barramento, mas a topologia lógica é sempre de barramento, pois

os PCs transmitem os sinais para toda a rede, como se todos estivessem ligados ao

mesmo cabo.

• Topologia de barramento

Esta é a topologia física utilizada pelas redes Ethernet 10Base2, que utilizam

cabos coaxiais.

Neste tipo de rede um PC é ligado ao outro, usando vários segmentos de

cabos e conectores T, que possuem o mesmo formato da letra, onde uma ponta é

ligada na placa de rede e as outras duas são ligadas às estações vizinhas. Nas duas

extremidades da rede temos terminadores, que absorvem os sinais, evitando que eles

retornem na forma de interferência.

Os dados são transmitidos para todos os PCs conectados, mas apenas o

destinatário correto lê os pacotes dados. Também existem uma boa flexibilidade, já

que para adicionar mais PCs é necessário apenas ligá-los aos já existentes e o custo

é baixo, já que não é necessário utilizar hubs. Apesar disso, as redes 10Base2

entraram em desuso, pois a velocidade ficou estacionada nos 10 megabits e os

136

conectores são muito susceptíveis a mal contatos e outros problemas difíceis de isolar.

• Topologia de estrela

As redes em estrela, que são as mais comuns hoje em dia, utilizam cabos de

par trançado e um hub como ponto central da rede. O hub se encarrega de retransmitir

todos os dados para todas as estações, mas com a vantagem de tornar mais fácil a

localização dos problemas, já que se um dos cabos, uma das portas do hub ou uma

das placas de rede estiver com problemas, apenas o PC ligado ao componente

defeituoso ficará fora da rede, ao contrário do que ocorre nas redes 10Base2, onde um

mal contato em qualquer um dos conectores derruba a rede inteira.

Claro que esta topologia se aplica apenas a pequenas redes, já que os hubs

costumam ter apenas 8 ou 16 portas. Em redes maiores é utilizada a topologia de

árvore, onde temos vários hubs interligados entre sí por switches ou roteadores. Em

inglês é usado também o termo Star Bus, ou estrela em barramento, já que a topologia

mistura características das topologias de estrela e barramento.

• UPS

Uninterruptible power supply, ou fonte ininterrupta de energia, é o que

costumamos chamar de no-break. Existem dois tipos de no-breaks, os on-line e os off-

line. Nos on-line a bateria é constantemente carregada e o sistema recebe energia a

partir da bateria. Neste caso temos a garantia de um fornecimento 100% estável,

dispensando um estabilizador externo. Nos no-breaks off-line, o sistema recebe

energia da tomada, passando para a bateria apenas em caso de queda. Não são tão

seguros quanto os primeiros, mas são mais comuns por serem um pouco mais

baratos.

• USB

Universal Serial Bus Barramento plug-and-play relativamente lento (12 mbps)

que pode ser usado por vários tipos de dispositivos. Todas as placas mãe atuais

trazem pelo menos 2 portas USB. Cada porta pode ser compartilhada por vários

dispositivos.

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• USB 2.0

O USB 2.0 foi desenvolvido em uma parceria entre a Intel, NEC, Philips,

Lucent, Microsoft e Compac e visa resolver os dois principais problemas do USB

antigo. Em primeiro lugar, a velocidade saltou dos antigos 12 mbps para incríveis 480

mbps, sim, isso mesmo, 480 mbps, ou 60 MB/s, velocidade próxima da permitida pelas

Interfaces IDE atuais.

A segunda vantagem é o custo: o USB 2.0 é um padrão aberto, livre de

pagamento de royalties, o que será um grande estímulo para os fabricantes. Em

termos de recursos, temos facilidades semelhantes ao USB atual: a possibilidade de

conectar vários periféricos na mesma porta, suporte a plug-and-play, etc. Com estas

duas vantagens é de se esperar que o USB 2.0 substitua o USB atual rapidamente.

• Voz sobre IP

VoIP ou Voice Over IP. Este é um termo bastante badalado atualmente, já

que é provavelmente o futuro da telefonia. Basicamente, um sistema Voz sobre IP

utiliza a Internet para realizar as chamadas de voz ao invés do sistema telefônico

comutado. Com isso, as chamadas telefônicas sobretudo os interurbanos e chamadas

internacionais tornam-se muito mais baratos.

• VPN

As redes de longa distância são formadas por computadores espalhadas por

uma grande área geográfica, um país por exemplo. Uma VPN, ou virtual private

network é uma forma barata de fazer esta conexão, usando a Internet.

Para construir uma VPN, é necessário um servidor rodando um sistema

operacional compatível com o protocolo PPTP (como o Windows NT 4 Server,

Windows 2000 Server ou o Linux), conectado à Internet através de uma linha

dedicada. Para acessar o servidor, os clientes precisarão apenas conectar-se à

Internet através de um provedor de acesso qualquer. Neste caso, os clientes podem

usar provedores de acesso da cidade aonde estejam, pagando apenas ligações locais

para se conectar à rede central. Os dados transmitidos através da VPN são

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encriptados, e por isso, mesmo se alguém conseguir interceptar a transmissão, muito

dificilmente conseguirá decifrar os pacotes, mesmo que tente durante vários meses. A

idéia é estabelecer um túnel seguro para a passagem dos dados através da Internet.

• WAN

Wide Área Network, uma rede que interliga computadores geograficamente

distantes, localizados em outras cidades, estados, ou mesmo do outro lado do mundo

• Web

"Teia" em Inglês, é um termo usado para se referir à redes de computadores.

O termo surgiu devido ao formato de uma teia de aranha lembrar a disposição física

de uma rede, com cabos interligando os pontos. O termo WWW significa "Word Wide

Web", ou larga teia mundial e é naturalmente usado com relação à Internet.

• Workstation

Estação de trabalho. Este termo é geralmente usado em relação a

computadores com uma grande poder de processamento, usado em aplicações

profissionais pesadas, como por exemplo, criação de animações.

• Zettabyte (ZB)

Medida de armazenamento que corresponde a 2^70 bytes. Equivale a 1.024

Exabytes, 1.048.576 Petabytes, 1.073.741.800 Terabytes, etc.