Metodologia de Pesquisa Pesquisa Quantitativa Rodrigo Claudino Diogo.

26
Metodologia de Pesquisa Pesquisa Quantitativa Rodrigo Claudino Diogo

Transcript of Metodologia de Pesquisa Pesquisa Quantitativa Rodrigo Claudino Diogo.

Metodologia de Pesquisa

Pesquisa Quantitativa

Rodrigo Claudino Diogo

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 2

Roteiro Primeiras palavras Contextualizando A pesquisa quantitativa

Características Validade interna Validade externa O instrumento de coleta de dados

Obras consultadas

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 3

Primeiras palavras

Segundo Sérgio V. de Luna (1988), para pesquisar, são necessários: A existência de uma pergunta que se deseja

responder; A elaboração de um conjunto de passos que

permitam obter informações para responder à pergunta;

A indicação do grau de confiabilidade na resposta obtida.

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 4

Um pouco de história

A pesquisa quantitativa nas ciências sociais tem como marco inaugural a filosofia positivista de Auguste Comte (pai da sociologia)

Outros grandes expoentes (clássicos) do positivismo: Stuart Mill Émile Durkheim

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 5

A filosofia positivista de Comte

Nega que a explicação dos fenômenos naturais, assim como sociais, provenha de um só princípio

Abandona a consideração das causas dos fenômenos (Deus ou natureza) e torna-se pesquisa de suas leis, vistas como relações constantes entre fenômenos observáveis

Defende a unidade de todas as ciências e da aceitação da abordagem científica na realidade social humana: Os métodos das ciências naturais devem ser aplicados

às ciências sociais (humanas)

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 6

Pressupostos básicos

O positivismo (clássico) têm como pressupostos básicos: A separação radical entre o sujeito e o

objeto do conhecimento A ciência social é neutra (livre de valores) O objetivo da ciência social é encontrar

regularidades e relações entre os fenômenos sociais

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 7

A história recente

As pesquisas positivistas (quantitativas) predominaram até o início de 1970

A partir de 1970 as abordagens qualitativas ganham corpo e passam a disputar o espaço com as pesquisas quantitativas

As abordagens qualitativas negam a validade de todos ou de alguns dos pressupostos da pesquisa quantitativa

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 8

A pesquisa quantitativa

Colocar em um relatório de pesquisa em educação: gráficos, percentuais, estatísticas e outros dados numéricos significa fazer pesquisa quantitativa?

Então, o que caracteriza uma pesquisa educacional como quantitativa?

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 9

A pesquisa quantitativa: características

Baseia-se na experimentação, onde os delineamentos podem ser: Pré-experimentais: pouco controle; quase

nenhum valor científico Experimentais: grande controle e valor

científico Quase-experimentais: similares aos

experimentais, mas sem o mesmo controle experimental

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 10

A pesquisa quantitativa: características

Preocupa-se com: Validade interna: mínimo necessário para

garantir que o experimento é válido para a instância específica onde foi realizado

Validade externa: refere-se às questões de inferência indutiva ou de generalização do experimento/resultados/conclusões

Controle das variáveis que ameaçam a validade (tanto interna quanto externa)

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 11

A pesquisa quantitativa: características

Faz uso intensivo de técnicas estatísticas, correlacionando as variáveis e verificando o impacto e a validade do experimento: Essas técnicas devem ser adequadas ao tipo

de delineamento adotado

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 12

Validade interna - variáveis a controlar

Variáveis que possuem impacto e que se não controladas podem produzir efeitos confundidos com o efeito do estímulo experimental:

1. História: são os eventos ocorridos entre a primeira e segunda observação ou entre o estímulo experimental e uma observação

2. Maturação: processos internos aos sujeitos, que são função do transcorrer do tempo

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 13

Validade interna – variáveis a controlar

3. Testagem: efeitos da aplicação de um teste sobre os escores de uma segunda aplicação

4. Instrumentação: mudanças nos instrumentos de medida, nos observadores e nos encarregados da atribuição das notas

5. Regressão estatística: fenômeno que ocorre quando grupos tenham sido selecionados com base em seus escores extremos

6. Vieses de seleção: causados por seleção diferencial de sujeitos para a comparação de grupos

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 14

Validade interna – variáveis a controlar

7. Mortalidade diferencial: causada pela perda de respondentes por parte dos grupos comparados

8. Interação seleção-maturação e outras interações: ocorrem quando um dos grupos (de controle ou experimental) está sujeito a uma maturação ou a uma evolução significativamente maior do que a do outro grupo

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 15

Validade externa – variáveis a controlar

Devem ser controladas as variáveis que ameaçam a generalização do experimento:

1. Efeito reativo: o pré-teste pode aumentar ou diminuir a sensibilidade ou a capacidade de resposta dos sujeitos à variável experimental

2. Interação entre os vieses decorrentes da seleção e a variável experimental:pode ocorrer que os efeitos demonstrados sejam válidos apenas para a população onde foram selecionados o grupo de controle e o experimental

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 16

Validade externa – variáveis a controlar

3. Interferência de tratamentos múltiplos: pois os efeitos dos tratamentos anteriores não podem ser cancelados

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 17

O instrumento de coleta de dados

Deve ser: Válido: o instrumento consegue medir aquilo

a que se propõem? Alguns tipos de validade: de conteúdo,

concorrente e preditiva Fidedigno: qual é o erro proveniente do uso

do instrumento de coleta de dados e o quão estável é esse instrumento?

Um instrumento não pode ser válido se não for fidedigno

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 18

O instrumento de coleta de dados

Nas pesquisas quantitativas: A fidedignidade é resolvida por meio da

estatística A validade deve ser alcançada por meio do

maior número possível de critérios de validade

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 19

Alguns Delineamentos

Pré-experimental Pré-teste e pós-teste aplicados a um grupo

O1 X O2 A validade interna está ameaçada por:

História, maturação, testagem, instrumentação, regressão estatística e interação de seleção e maturação

A validade externa está ameaçada por: Reatividade, interação de testagem e X, e a interação de seleção e X

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 20

Alguns Delineamentos

Experimental Pré-teste e pós-teste a grupos experimentais

e de controle (D4)

O1 X O2A

O3 O4A A validade interna está “assegurada” A validade externa está ameaçada pela interação entre X e alguma outra

variável: Os efeitos observados de X podem ser específicos aos grupos aquecidos pelo

pré-teste

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 21

Alguns Delineamentos

Quase-experimental Delineamento com grupo de controle (não-

equivalente )

O1 X O2

O3 O4

É utilizado quando não é possível o D4

Está suscetível às mesmas fraquezas que D4 e ainda à interação de seleção e maturação (validade interna)

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 22

Alguns delineamentos e as validades

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected] 23

Obras consultadas CAMPBELL, D. T.; STANLEY, J. C. Delineamentos experimentais e

quase-experimentais de pesquisa. São Paulo: EPU: Ed. da Universidade de São Paulo, 1979.

FILHO, José Camilo dos Santos; GAMBOA, Silvio Sanches (org.). Pesquisa Educacional: quantidade-qualidade. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2000 – (Coleção Questões de Nossa Época; v.42).

LUNA, Sérgio V. de. O falso conflito entre tendências metodológicas. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 66, 1988.

MOREIRA, Marco Antônio. Pesquisa em ensino: aspectos metodológicos e referenciais teóricos à luz do Vê epistemológico de Gowin. São Paulo: EPU, 1990.

MOREIRA, M. A., LANG, Fernando da Silveira. Instrumentos de pesquisa em ensino e aprendizagem: a entrevista clínica e a validação de testes de papel e lápis. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1993.

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected]

Variável/estímulo experimental

O conjunto de materiais, eventos, situações e/ou metodologias que serão aplicados aos grupos experimentais

Como exemplos de variável/estímulo experimental temos: A aplicação de uma seqüência didática A utilização de um recurso tecnológico como

recurso educacional O estudo de um texto

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected]

Observação, teste ou medição

Método utilizado para se obter os dados Entrevistas, filmagens, testes de papel e lápis,

testes computacionais O pré-teste é considerado uma observação

©Rodrigo Claudino Diogo – [email protected]

Tipos de validade

De conteúdo: quando o conteúdo presente no instrumento contempla uma vasta gama dos conteúdos/conhecimento que está sendo medido

Concorrente: quando um instrumento obtém resultados que se relacionam aos resultados obtidos por outro instrumento que já tenha sido validado

Preditiva: quando o pesquisador utiliza os resultados obtidos com esse instrumento para fazer predições sobre os respondentes e estas predições são confirmadas