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Mecânica Geral II – Notas de AULA 2 - Teoria – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori
1
MOMENTO DE UM BINÁRIO. Duas forças ,F F− que tenham o mesmo
módulo e linha de ação paralelas e sentidos opostos formam um binário.
Representando por ,A Br r , respectivamente, os vetores posição dos pontos de aplicações de , encontramos para a soma dos momentos das duas forças em relação a O:
,F F−
( ) ( )A B A Br F r F r r F× + × − = − ×
A Br r r= −
M r F= × O vetor M é chamado de momento de um binário, é um vetor perpendicular ao plano que contém as duas forças e de módulo:
M r F sen F dθ= ⋅ ⋅ = ⋅
Binários equivalentes
Dois binários que têm o mesmo momento são
equivalentes.
Adição de binários
1 2M M M= +
Decomposição de uma força dada em uma força aplicada em O e um binário.
( )OM r F r s F′ ′= × = + ×
O O
M M s F′ = + ×
Con
Redução de um sistema de forças a uma força e um binário sidere um sistema de forças
1 2 3, ,F F F que atuam nos pontos A1, A2, A3 de um corpo rígido, definidos pelos vetores posição
1 2 3, ,r r r . Como foi visto, 1F pode ser deslocado de A1, a um dado ponto O se for adicionado ao sistema
de força original um binário de momento 1M ,
dado por: 1 1 1M r F= × em relação a O. Repetindo o procedimento para outras forças, podemos dizer que o sistema força-binário equivalente será definido pelas equações:
( )1 1
N NR
i O ii i
iR F M r F= =
= ⇔ = ×∑ ∑
Uma vez que o dado sistema de forças tenha sido reduzido a uma força e um binário em um ponto O, pode-se facilmente reduzi-lo a uma força e um binário em qualquer ponto O´. A força resultante ficará inalterada, porém o novo momento será:
Mecânica Geral II – Notas de AULA 2 - Teoria – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori
2
R RO OM M s′ = + × R
1 2 3, ,F F F
SISTEMAS EQUIVALENTES DE
FORÇAS E VETORES Qualquer sistema de forças que atua num
corpo rígido pode ser reduzido a um sistema força-binário que atua em O e caracteriza o efeito do sistema de forças sobre o corpo rígido. Dois sistemas de forças são equivalentes, se puderem ser reduzidos ao mesmo sistema força-binário num dado ponto O.
Dois sistemas de forças e
~são equivalentes, se e somente se, a soma das forças e a soma dos momentos, em relação a um dado ponto O, das forças dos dois sistemas, forem respectivamente iguais.
1 2 3, ,F F F′ ′ ′
As condições necessárias e suficientes para que dois sistemas sejam equivalentes são:
1 1 1 1
N N N N
i i O Oi i i i
F F M M ′= = = =
′= ⇔ =∑ ∑ ∑ ∑
SISTEMAS EQUIPOLENTES DE
FORÇAS E VETORES
Dois sistemas de vetores que satisfazem as equações anteriores são ditos eqüipolentes.
Torsor.
No caso geral de um sistema de forças no espaço, o sistema força-binário equivalente em O consiste de uma força R e um momento R
OM não perpendicular e não nulo.Então, o sistema de forças não pode ser reduzido a uma única força ou a um único binário. O vetor binário, no entanto, pode ser substituído por dois vetores binários obtidos pela decomposição de R
OM em uma componente 1M
segundo Re uma componente 2M contida num plano perpendicular a R. Esse sistema força-binário particular é chamado de torsor. A força R e o momento 1M tendem, simultaneamente, a transladar o corpo rígido na direção de R e a girá-lo em torno da linha de ação de R. A linha de ação de R é conhecida como eixo do torsor ou eixo central. A razão p é chamada de passo do torsor:
1Mp
R=
Podemos obter o valor de 1M por:
1
ROR MM
R⋅
=
Para determinar o eixo do torsor, podemos escrever uma equação que envolve o vetor posição r de um ponto arbitrário P do eixo. A licando a
força resultante
p
R e o vetor binário 1M em P e escrevendo que o momento em relação a O desse sistema força-binário é igual ao momento resultante
ROM do sistema original de forças, escrevemos:
1ROM M r R= + ×
Ou: ROM pR r R= + ×
.
Mecânica Geral II – Notas de AULA 2 - Teoria – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori
3
Exemplo 1 – Um cubo de aresta a é submetido a uma força P, como ilustrado. Determinar o momento de P do cubo:
(a) em relação a A. (b) em relação à aresta AB. (c) em relação à diagonal AG do cubo. Solução:
(a) em relação a A.
ˆ ˆr AF F A ai a→
∆ = = − = − j
( ) ( ) ˆˆ2 2P P j P= − k
( )( )ˆˆ2P P j k= −
AM r P= ∆ ×
( ) ( )( )ˆˆ ˆ ˆ2AM a i j P j k= − × −
( )ˆˆ ˆ2A
aPM i j k= + +
(b) em relação à aresta AB.
( )ˆˆ ˆ ˆ ˆ2AB A
aPM i M i i j k= ⋅ = ⋅ + +
ˆ2AB A
aPM i M= ⋅ =
(c) em relação à diagonal AG do cubo.
ˆˆ ˆˆ
3AG
AG ai aj aknaAG
→
→
→
− −= =
( )( )ˆˆ ˆˆ 1 3AG
n i→ j k= − −
( )( ) ( )ˆ ˆˆ ˆ ˆ ˆˆ 1 32AG AG
AG
aPM n M i j k i j k→= ⋅ = − − ⋅ + +
( )1 1 16AG
aPM = − −
6AGaPM −
=
Exemplo 2 – Determine as componentes do binário equivalente aos dois binários da figura: Solução: Aplicamos ao ponto A as forças de 100N, paralelas às já existentes de 100N e de sentidos opostos. Obtemos dois binários formados por forças de 100N, um contido no plano xz e outro em um plano paralelo ao plano xy. Os três binários da figura podem ser representados por três vetores binários Mx, My e Mz paralelos aos eixos coordenados e dados por:
( ) ( )150 0.450 67.5xM N m= − ⋅ = − ⋅
( ) ( )100 0.300 30.0yM N m= + ⋅ = + ⋅
( ) ( )100 0.225 22.5zM N m= + ⋅ = + ⋅
( )ˆˆ ˆ67.5 30.0 22.5M i j k N m= − + + ⋅
Mecânica Geral II – Notas de AULA 2 - Teoria – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori
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Exemplo 3 – Substituir o binário e a força ilustrados por uma única força, equivalente, aplicada à alavanca. Determinar a distância do eixo ao ponto de aplicação dessa força equivalente.
Solução: Inicialmente, a força e o binário dados são substituídos por um sistema força-binário equivalente em O. Deslocamos a força F para O e somamos a ela um binário de momento MO igual ao momento da força em sua posição original em relação a O:
OM OB F→
= ×
( ) (ˆ ˆ0.15 0.26 400O )ˆM i j= + × − j
ˆ60OM kN m= − ⋅ Esse binário é adicionado ao binário de momento -24 N.mk formado pelas duas forças de 200N, sendo obtido um binário de -84k (N.m). Esse binário pode ser eliminado pela aplicação de F em um ponto C escolhido, de tal modo que:
ˆ84k OC F→
− = ×
( ) ( )0 0ˆ ˆ ˆ84 cos 60 60 400k OC i OCsen j j− = + × − ˆ
( )0ˆ ˆ84 cos 60 400k OC k− = −
420OC mm=
Exemplo 4 – Uma viga de 4.8m está submetida às forças indicadas. Reduzir o sistema de forças dado a: (a) um sistema força-binário equivalente em A. (b) um sistema força-binário equivalente em B. (c) uma única força ou resultante. Solução: (a) um sistema força-binário equivalente em A.
( )1 1
N NR
i A i ii i
R F M r F= =
= ⇔ = ×∑ ∑
1
ˆ ˆ ˆ ˆ150 600 100 250N
ii
R F j j j j=
= = − + −∑
( )ˆ600R j N= −
( )1
NRA i i
i
M r F=
= ×∑
( ) ( ) ( )ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ1.6 600 2.8 100 4.8 250RAM i j i j i j= × − + × + × −
( )ˆ1880RAM k N m= − ⋅
( ) (ˆˆ600 ; 1880RAR j N M k N m)= − ↓ = − ⋅ ⇐
(b) um sistema força-binário equivalente em B. Desejamos encontrar o sistema força-binário em B equivalenteao sistema força-binário em A determinado anteriormente. A força R permanece inalterada, porém, o novo vetor binário MB
R deve ser determinado
R RB AM M BA
→
R= + ×
ˆ ˆ ˆ1880 4.80 600RBM k i= − + − ×− j
ˆ ˆ1880 2880RBM k k= − +
( )ˆ1000RBM k N m= ⋅
( ) (ˆˆ600 ; 1880RBR j N M k N m)= − ↓ = − ⋅ ⇐
(c) uma única força ou resultante.
RAM r R= ×
ˆˆ ˆ600 1880xi j k×− = −
Mecânica Geral II – Notas de AULA 2 - Teoria – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori
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1880600
x = −
3.13x m=
Exemplo 5 – Quatro rebocadores são usados para trazer um transatlântico ao cais. Cada robocador exerce uma força de 25kN nas direções e sentidos ilustrados. Determinar:
(a) o sistema força binário equivalente no mastro dianteiro O.
(b) o ponto no casco onde um só rebocador mais poderoso deverá empurrar para produzir o mesmo efeito que os quatro rebocadores originais. Solução:
(a) ( )1 1
N NR
i O i ii i
R F M r F= =
= ⇔ = ×∑ ∑
( ) ( ) (ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ12.5 21.7 15 20 25 17.7 17.7R i j i j j i= − + − + + + )j
ˆ ˆ45.2 49.0R i j= −
( )1
NRO i
iiM r F
=
= ×∑
( ) ( )( ) ( ) ( ) (( ) ( )
ˆ ˆ ˆ ˆ27 15 12.5 21.7
ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ30 21 15 21 120 21 25
ˆ ˆ ˆ ˆ90 21 17.7 17.7
ROM i j i j
i j i j i j j
i j i j
= − + × − +
)+ × − + + × −
− × +
+
ˆ1552ROM k= −
(b) rebocador único: ˆ ˆr xi yj= +
ROM r R= ×
( ) ( )ˆ ˆ ˆ ˆ45.2 49.0ROM xi yj i j= + × −
( ) ˆ ˆ ˆ49.0 949 1552x k k k− − = −
12.3x m=
Exemplo 6 – Três cabos são atados ao suporte. Substituir as forças exercidas pelos cabos por um sistema força-binário em A.
Solução: Determinamos inicialmente os vetores que
ligam o ponto A aos pontos de aplicações das forças e decompomos as forças em suas componentes cartesianas.
ˆ700B BF n= E
ˆBEBEnBE
→
→=
Mecânica Geral II – Notas de AULA 2 - Teoria – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori
6
ˆˆ ˆ3 6 2BE E B i j k→
= − = − +
( )22 23 6 2BE→
= + − + = 7
3 6 2 ˆˆ ˆˆ7 7 7BEn i j= − + k
k
k
k
k
j
j
ˆˆ0.075 0.05Br AB B A i→
∆ = = − = +
ˆˆ ˆ300 600 200BF i j= − +
ˆˆ0.075 0.05Cr AC C A i→
∆ = = − = −
ˆˆ707 707CF i= −
ˆ ˆ0.1 0.1Dr AD D A i→
∆ = = − = +
ˆ ˆ600 1039DF i= + O sistema força-binário em A equivalente
às forças dadas consiste em:
( )1
ˆˆ ˆ1607 439 507N
ii
R F i j k=
= = + + −∑ N
( )1
NRA i
iiM r F
=
= ×∑
ˆˆ ˆ
0.075 0 0.05300 600 200
B B B
i j kM r F= ∆ × =
−
ˆˆ30 45B
M i k= −
ˆˆ ˆ
0.075 0 0.05707 0 707
C C C
i j kM r F= ∆ × = −
−
ˆ17.7C
M j=
ˆˆ ˆ
0.1 0.1 0600 1039 0
D B B
i j kM r F= ∆ × = −
ˆ164C
M k=
( )ˆˆ ˆ30 17.7 119RAM i j k N= + + ⋅m
Exemplo 7 – Uma laje suporta as quatro
colunas indicadas. Determine o módulo, a direção e o sentido das quatro cargas.
Solução: Inicialmente, reduziremos o
sistema de forças dado a um sistema de força-binário equivalente na origem O das coordenadas. Esse sistema consiste na resultante R e no momento MO
R:
( )1
ˆˆ ˆ1607 439 507N
ii
R F i j k N=
= = + + −∑
( )1
NRO i i
i
M r F=
= ×∑
( )r m ( )F kN ( )r F N m× ⋅
0 ˆ200 j− 0
ˆ3i ˆ60 j− ˆ180k−
ˆˆ3 1.5i k+ ˆ40 j− ˆˆ60 120i k−
ˆˆ1.2 3i k+ ˆ100 j− ˆˆ300 120i k−
Como a força R e o vetor binário MOR são
mutuamente perpendiculares, o sistema força
Mecânica Geral II – Notas de AULA 2 - Teoria – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori
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binário obtido pode ser reduzido a uma força R. O novo ponto de aplicação de R será determinado, sobre a laje, de modo que o momento de R em relação a O seja igual a MO
R. Representando por r o vetor posição e por x e suas coor enadas, teremos: z d
ROM r R= ×
( ) ( )ˆ ˆˆ ˆ ˆ400 360 420xi zk j i k+ × − = −
ˆ ˆˆ ˆ400 400 360 420zi xk i k− = − 1.05 0.9x m z⇔ = ⇔ = m
Concluindo:
( )ˆ400 ; 1.05 0.9R k N x m z m= ↓ = ⇔ = ⇐
j
Exemplo 8 – Duas forças, ambas de módulo P,
estão aplicadas ao cubo de aresta a da figura. Substitua as duas forças por um torsor equivalente e determine:
(a) o módulo, a direção e o sentido da resultante R.
(b) o passo do torsor. (c) o ponto onde o eixo do torsor corta o eixo z. Solução: Inicialmente determina-se o sistema força-
binário equivalente, na origem O. Observamos que os vetores-posição dos pontos de aplicação E e D das forças são:
ˆ ˆEr ai a= +
ˆˆDr aj ak= +
1 2ˆ ˆR F F Pi Pj= + = +
( )ˆ ˆR P i j= +
1 2RO E DM r F r F= × + ×
( ) ( ) ( )ˆˆ ˆ ˆ ˆRO
ˆM ai aj Pi aj ak Pj= + × + + ×
ˆ ˆROM Pak Pai= − −
( )ˆ ˆROM Pa k i= − −
(a) Força resultante em A: Verifica-se que a resultante R tem módulo:
2R P=0 045 90x y zθ θ θ
= = ⇔ = ⇐
(b) Passo do torsor: Substituindo os valores de R e MO
R das equações anteriores teremos:
( ) ( )( )22
ˆˆ ˆ ˆ
2
RO
P i j Pa k iR MpR P
+ ⋅− −⋅= =
( )2
2
1 0 02
Pap
P− + +
=
2ap = −
(c) Eixo do torsor: Momento do torsor:
( )1ˆ ˆ
2aM pR P i j= = − +
O torsor é formado pela resultante R e pelo momento M1. Para determinarmos o ponto em que o eixo do torsor intercepta o plano yz igualamos o momento do torsor em relação a O ao momento total MO
R do sistema original de forças:
1ROM r R M+ × =
Como: ˆˆr yj zk= +
( ) ( ) ( ) ( )ˆ ˆˆ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ2
Pa i j yj zk P i j Pa i k− + + + × + = − +
Obtemos y = a.