MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO BAIRRO DO CAPAO … · fazer o planejamento financeiro, de elaborar um...

16
MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO BAIRRO DO CAPAO REDONDO SÃO PAULO: IMPORTANCIA ATRIBUIDA AO PLANEJAMENTO FINANCEIRO Letícia Lima Oliveira Muniz 1 Prof. Dr. João Almeida Santos RESUMO: Este estudo procurou identificar qual a importância atribuída para o planejamento financeiro por parte de micro e pequenas empresas que atuam no Bairro do Capão Redondo, em São Paulo. Foram aplicados questionários para cinquenta sujeitos dos mais diferentes tipos de negócios, abrangendo os setores de indústria, comércio e serviços. Destes, apenas treze responderam ao questionário. Os resultados apontaram que estes empreendedores consideram o planejamento financeiro importante para que o negócio tenha mais chance de sucesso. O fluxo de caixa foi o controle mais utilizado pelos entrevistados, pela facilidade em identificar a relação entre as receitas e as despesas. Palavras-chave: Planejamento Financeiro Fluxo de caixa Micro e Pequena empresa Capão Redondo ABSTRACT: This study sought to identify the importance attributed to financial planning by micro and small companies operating in the neighborhood of Capão Redondo, in São Paulo. Questionnaires were applied to fifty subjects of the most different types of business, covering the sectors of industry, commerce and services. Of these, only 13 responded to the questionnaire. The results pointed out that these entrepreneurs consider financial planning important for the business to have a better chance of success. Cash flow was the control most used by respondents, because it was easy to identify the relationship between revenues and expenses. Keywords: Financial Planning - Cash Flow - Micro and Small Business - Capão Redondo 1 Bacharelanda em Administração- Centro Universitário Adventista de São Paulo - Unasp – SP;

Transcript of MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO BAIRRO DO CAPAO … · fazer o planejamento financeiro, de elaborar um...

MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO BAIRRO DO CAPAO REDONDO – SÃO PAULO: IMPORTANCIA ATRIBUIDA AO PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Letícia Lima Oliveira Muniz1

Prof. Dr. João Almeida Santos RESUMO: Este estudo procurou identificar qual a importância atribuída para o planejamento financeiro por parte de micro e pequenas empresas que atuam no Bairro do Capão Redondo, em São Paulo. Foram aplicados questionários para cinquenta sujeitos dos mais diferentes tipos de negócios, abrangendo os setores de indústria, comércio e serviços. Destes, apenas treze responderam ao questionário. Os resultados apontaram que estes empreendedores consideram o planejamento financeiro importante para que o negócio tenha mais chance de sucesso. O fluxo de caixa foi o controle mais utilizado pelos entrevistados, pela facilidade em identificar a relação entre as receitas e as despesas. Palavras-chave: Planejamento Financeiro – Fluxo de caixa – Micro e Pequena empresa – Capão Redondo ABSTRACT: This study sought to identify the importance attributed to financial planning by micro and small companies operating in the neighborhood of Capão Redondo, in São Paulo. Questionnaires were applied to fifty subjects of the most different types of business, covering the sectors of industry, commerce and services. Of these, only 13 responded to the questionnaire. The results pointed out that these entrepreneurs consider financial planning important for the business to have a better chance of success. Cash flow was the control most used by respondents, because it was easy to identify the relationship between revenues and expenses. Keywords: Financial Planning - Cash Flow - Micro and Small Business - Capão Redondo

1 Bacharelanda em Administração- Centro Universitário Adventista de São Paulo - Unasp – SP;

1. INTRODUÇÃO Em função da complexidade do mundo dos negócios e do grande número de

concorrentes em qualquer ramo de atividade que se queira atuar, ter um diferencial de qualidade significa a diferença entre o sucesso e o fracasso. Este artigo procurou identificar se as micro e pequenas empresas consideram como importante o planejamento e controle financeiro e se utilizam como instrumento financeiro o fluxo de caixa, tanto durante a fase em que se está elaborando o plano de negócios, como durante o processo de execução da atividade. Neste sentido, o planejamento financeiro estabelece o modo pelo qual os objetivos podem ser alcançados, de maneira mais segura para o empreendimento (ROSA; LIMA, 2008).

Quando o empreendedor não elabora o planejamento financeiro do seu negócio, ele fica vulnerável e na espera de que o mercado lhe proporcione bons momentos de geração de receita, em comparação com suas despesas. No ano de 2009, a taxa de mortalidade de microempresas com menos de dois anos era de 44,6%, passando para 23,8% em 2010 e atingiu um total de 23,2% em 2012. Quando os dados sobre a taxa de mortalidade de empresas de 2 anos são analisados com base nas empresas constituídas no cenário nacional, o resultado estatístico varia pouco e continua sendo preocupante porque se aproxima de um quarto do total, conforme pode ser observado na figura 1. Figura 1 – Taxa de mortalidade de empresas de 2 anos no Brasil

As micro e pequenas empresas têm um peso tão grande na economia brasileira que até parece ironia chamá-las assim. Juntas, representam 99% do número total de empresas e são responsáveis por um terço do PIB (FOLHA, 2016).

É importante destacar que os dados da conjuntura econômica podem influenciar no resultado da empresa. Quando a conjuntura econômica é favorável a tendência do negócio ter bom resultado é significativa. A mesma interpretação é dada para momentos em que a conjuntura econômica não é positiva, então, os negócios tendem a ter resultados negativos e precocemente ocorre o encerramento das atividades.

A figura 1 aponta que o período de 2010 a 2012 a taxa de mortalidade das empresas diminuiu significativamente em relação ao biênio 2008 e 2009, quando apresentaram, respectivamente, 45,8 e 44,6%. O triênio 2010-2012 apresentou bons momentos para os negócios em função da conjuntura econômica e política favorável. Dentre os fatores que contribuíram para este sucesso foram: a expansão do PIB –

Produto Interno Bruto, queda do desemprego, queda da taxa de juros, crescimento do rendimento médio, crescimento do salário mínimo e alteração do ambiente político legal com a publicação da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, criação do Simples Nacional e a Criação do MEI - Microempreendedor Individual em 2008/2009 que aceitou a pessoa que trabalha por conta própria, sendo ela única uma empresa. Quando esta medida foi adotada, rapidamente surgiram 6 milhões de empreendimentos (SEBRAE, 2016).

O critério que classifica uma empresa como micro ou pequena empresa, foi estabelecido na Medida Provisória 275/05, e atualizado pelo Projeto de Lei da Câmara (PLC) 77/11 que ajusta a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Brasil,2006), são: Quadro 1 – Critério que diferencia o perfil da empresa em ser microempresa ou empresa de pequeno porte

Enquadramento da Empresa

Receita Bruta Anual

Industria e Construção

Comércio e Serviço

Microempresa R$ 360.000,00 Até 19 funcionários Até 09 funcionários

Empresa de Pequeno Porte

R$ 3.600.000,00 De 20 funcionários a 99 funcionários

De 10 a 49 funcionários

Em linhas gerais ele abriu a oportunidade para a criação do SIMPLES nacional

e a redução da burocracia para novos empreendimentos. Com este ambiente favorável os negócios tiveram oportunidade de

sobrevivência e de expansão, mas isto não exime o micro e pequeno empresário a fazer o planejamento financeiro, de elaborar um fluxo de caixa para estimar as receitas e despesas antes de iniciar o negócio e repetir o comportamento durante todo o período de vida do empreendimento. Como complemento de objetivos, a pesquisa questiona o papel do fluxo de caixa como instrumento de gestão para ajudar a diminuir problemas com a falta de recursos financeiros e o que fazer com os excessos de caixa. 2. PLANEJAMENTO FINANCEIRO

O planejamento financeiro estabelece o modo pelo qual os objetivos financeiros podem ser alcançados; é, portanto, um plano para o futuro (ROSS et al.,2008).

O Planejamento constitui a função inicial da administração. Antes que qualquer função administrativa seja executada, a administração precisa planejar, ou seja, determinar os objetivos e os meios necessários para alcança-los adequadamente (CHIAVENATO, 2006).

Planejar é essencial para conseguir alcançar seus objetivos,

consequentemente o sucesso pessoal, profissional e empresarial (PRADO,2015).

O planejamento financeiro é um aspecto importante das atividades da empresa porque oferece orientação para a direção, a coordenação e o controle das providências tomadas pela organização para que atinja seus objetivos. Dois elementos essenciais do processo de planejamento financeiro são o planejamento de caixa e o Planejamento de resultados. O primeiro envolve a elaboração do orçamento de caixa. O segundo exige a elaboração de

demonstrações projetadas. Tanto o orçamento de caixa quanto as demonstrações projetadas são úteis para fins de planejamento financeiro interno; também são comumente requisitados por fornecedores atuais e futuros de recursos financeiros (GITMAN, 2004).

De acordo com os autores, as empresas devem planejar, ter um planejamento

financeiro é importante para ter uma direção para que os objetivos possam ser alcançados.

RAZA (2008) orienta que “O planejamento é uma das tarefas mais importantes das empresas, e é com base no planejamento que se realiza uma gestão competente, eficiente e eficaz, especialmente com relação às atividades financeiras, que na maioria das vezes exige uma parcela significativa de riscos”. 3. A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO NAS MICRO E

PEQUENAS EMPRESAS

O planejamento financeiro é um instrumento utilizado pelas empresas para direcionar suas ações, de modo que os objetivos a curto e longo prazo sejam alcançados (GITMAN, 2004).

Segundo HOJI (2001), através do planejamento financeiro que consiste em planejar as receitas e despesas financeiras, a empresa poderá ter conhecimento do nível de financiamento necessário para se dar continuidade às operações de uma companhia, oportunizando o gestor decidir quando e como a necessidade de fundos será financiada. WERNKE (2008) diz que “Implementar controles eficientes, permite que sejam identificadas inadequações, bem como definir medidas para evitar problemas futuros”.

Na organização e na tomada de decisão que reside a força das pequenas e médias empresas. Grandes corporações, especialmente industriais e de serviços, ao contrário do que se pensa, são (com exceções) muito desorganizadas, especialmente aquelas que recentemente passaram por processo de reorganização, reestruturação ou fusão com outras empresas (ANTONIK, 2004, p. 37).

As micro e pequenas empresas devem implantar o planejamento para diminuir as crises financeiras que podem até ser rotineiras, por serem pequenas será mais fácil aderir ao controle financeiro, devido suas movimentações serem menores que as de grandes empresas e facilitará na sua organização e que seus objetivos sejam traçados e alcançados. 4. FERRAMENTA DE CONTROLE FINANCEIRO: FLUXO DE CAIXA

De acordo com o Sebrae (2013) “O Fluxo de caixa é um instrumento gerencial

que controla e informa todas as movimentações financeiras (entradas e saídas de valores) de um dado período, pode ser diário, semanal, mensal, etc., é composto dos dados obtidos dos controles de contas a pagar, contas a receber, de vendas, de

despesas, de saldos de aplicações, e de todos os demais elementos que representem as movimentações de recursos financeiros da empresa.”

ZDANOWICZ (1992, p. 24) aponta que “O fluxo de caixa é um instrumento utilizado pelo administrador financeiro para uma eficiente gestão empresarial”.

De acordo com os autores, citados até aqui, é fundamental que o administrador gerencie de forma adequada os recursos financeiros e tenha um instrumento gerencial para facilitar o controle financeiro e obtenha uma eficiente gestão.

SÁ (2006) diz que “A análise do fluxo de caixa permite que os sintomas de fragilidade da estrutura de capital de giro sejam detectados a tempo para que se possam tomar as medidas necessárias”.

ASSAF NETO (1997) afirma que “Dessa forma, o objetivo fundamental para o gerenciamento dos fluxos de caixa é atribuir maior liquidez as entradas de caixa em relação aos desembolsos”. ANTONIK (2004) orienta que “O fluxo de caixa, que retrata o movimento real do caixa no mês, é necessário para complementar a análise financeira da empresa (entradas e saídas de dinheiro). Ele deve ser planejado para no mínimo seis meses, evitando assim sobressaltos durante a gestão empresarial ou necessidade de ajuste de caixa por meio de empréstimos a bancos, os quais, se realizados às pressas, acabam tornando-se dispendiosos para a empresa. Para o pequeno ou médio empresário, é essencial desenvolver essa atividade.”

Os autores orientam a utilização do fluxo de caixa como um instrumento de gestão, as micro e pequenas empresas devem ter o controle das contas a pagar e o receber, ele auxilia a empresa conhecer o volume de capital necessário para com os compromissos diários, obtendo um equilíbrio das entradas e saídas de seus recursos financeiros.

De acordo com Nakayasu e Sousa (2004) “Aproveitar ao máximo os recursos disponíveis, gerando os melhores resultados é a chave principal para qualquer organização. O importante é se preparar, realizar os devidos orçamentos e controles, uma vez que a competição acirrada no mundo globalizado não dá margem a erros; e aqueles que não estão atentos às eventuais mudanças e à necessidade de gerar valor para a organização estarão pondo em risco sua sobrevivência”. 5. METODOLOGIA

A forma de abordagem da pesquisa é quantitativa, porque é caracterizada pelo emprego da quantificação, tanto nas modalidades de coleta de informações quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas (RICHARDSON, 1999).

A pesquisa de campo caracteriza-se pelas investigações em que, além da pesquisa bibliográfica e/ou documental, se realiza coleta de dados junto a pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa (FONSECA, 2002).

O instrumento utilizado neste trabalho para a coleta de dados foi a aplicação de um questionário contendo vinte perguntas, aplicados a uma amostragem não probabilística por conveniência.

Todas as questões procuravam entender se o entrevistado tinha conhecimento de planejamento financeiro e se aplicava esta metodologia sobre o planejamento financeiro, elaborada com perguntas curtas.

Foram aplicados e impressos 50 questionários, devido acreditar-se que todos os questionários seriam respondidos, caso fosse necessário a impressão de mais questionários faria no decorrer da pesquisa, porém, 26% das empresas colaboraram e se interessaram em responder a pesquisa elaborada.

6. ANÁLISE DE DADOS

6.1. Perfil dos entrevistados Tabela 1: Setor de Atuação das Empresas

Setor de Atuação das Empresas

Comercial 69% Prestadores de Serviços e

Comércio 23%

Prestadores de Serviços 8% Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 2: Grau de Escolaridade

Grau de Escolaridade até o 5º ano Incompleto do

fundamental 15%

6º ao 9º ano Incompleto do fundamental

8% Ensino médio incompleto 8% Ensino médio Completo 38%

Superior Incompleto 15% Superior Completo 15%

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 3: Tempo de empresa aberta

Tempo de trabalho na área em que a empresa atua entre 0 à 10 anos 15%

10 à 20 anos 46% 20 ou mais anos de empresa 38%

Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 4: Antes de abrir a empresa já trabalhava na área Antes de abrir a empresa já havia trabalhado

no ramo já trabalharam 46% não haviam trabalhado 54%

Fonte: Dados da Pesquisa Gráfico 1 – Utilização do planejamento financeiro

Fonte: Dados da pesquisa

Conforme o gráfico 1 apresenta que 46% fazem planejamento financeiro e

também 46% não fazem planejamento financeiro para a sua empresa, sendo 8% achar necessário a sua utilização.

46%

46%

8%

Faz planejamento financeiro?

Sim/Sempre

Não

Às vezes

Gráfico 2 – Tomada de decisão e utilização de instrumento para controle financeiro

Fonte: Dados da pesquisa

100% dos entrevistados, conforme gráfico 2 acham necessário o planejamento financeiro e ter um instrumento para o seu controle financeiro para tomada de decisão. Gráfico 3 - Planejamento atingido

Fonte: Dados da pesquisa

O gráfico 3 as micro e pequenas empresas geralmente o proprietário é o

funcionário, gerente, o setor de compras, setor de contas a pagar, é tudo, não entende que a empresa não é ele e sim uma pessoa jurídica, a qual deveria ser separada, e acabam misturando a sua vida pessoal com a da empresa, não fazendo as retiradas de pró-labore (salário do sócio/proprietário), entendo que o lucro que a empresa tiver é dele, mas isso não é verdade, o correto seria investir na própria empresa e não na sua vida pessoal, podemos verificar que ao perguntar se o que planejou conseguiu atingir, as respostas são mais pessoais do que referente a empresa.

62%

38%

É necessário um planejamento financeiro e um instrumento para controle financeiro

para uma tomada de decisão?

sim

não

46%

15%

15%

8%

8%8%

Já planejou algo e conseguiu atingi-lo? O que?

Casa

Reformar loja

Carro

Faculdade

Viagem

Mudança de Ramo

Gráfico 4 – Utiliza o planejamento financeiro antes de solicitar empréstimo

Fonte: Dados da pesquisa

O gráfico 4 mostra que 54% das empresas se planejam quando há necessidade de algum empréstimo, porém, 46% não se planejam. Gráfico 5 – Utilização de consultoria

Fonte: Dados da pesquisa

31% das empresas que utilizam alguma consultoria caso precise de um planejamento financeiro conforme gráfico 5 utilizam algum amigo que trabalha na área, advogado ou contador e 69% não há algum auxílio caso precise se organizar e se planejar financeiramente.

54%46%

Caso precise de um empréstimo, faz um planejamento financeiro antes?

Sim/Sempre

Não

31%

69%

Utiliza alguma consultoria em caso precise de um planejamento financeiro?

Sim/sempre

Não

Gráfico 6 – O que planeja daqui 6 meses

Fonte: Dados da pesquisa

As empresas devem sempre ter algum planejamento, seja para crescimento ou até para prevenção de crises devido as oscilações econômicas que podem ocorrer, conforme o gráfico 6, 23% das empresa não planejam nada, sendo um grande risco de ter problemas financeiros caso ocorra alguma mudança no mercado, aluguel aumente, as pessoas não consumam os produtos que elas vendem, entre outras coisas, todas as empresas devem ter um segundo plano caso algo dê errado, senão, não sobrevirão. Gráfico 7 – Planejamento para daqui 2 anos

Fonte: Dados da pesquisa

O gráfico 7 representa 69% não planeja nada para os próximos 2 anos, e conforme a figura 1 apresenta, que nos 2 primeiros anos que as empresas geralmente fecham, provavelmente por não planejarem, não se organizarem financeiramente. Para ter um diferencial e sobressair no mercado, deve-se ter ousadia, planejamento para atingir onde quer chegar, mas se não sabe onde quer chegar, não precisa de planejamento, vive o dia dia agradecendo que está conseguindo sobreviver e nada mais.

23%

7%

15%

15%

8%

8%

8%

8%

8%

O que planeja para daqui 6 meses já estão definidos?

nada

vender bem

investir

crescer aumentar

viajar

sim, ir embora de sp

diminuir a carga horaria

69%

8%

15%

8%

O que planeja daqui 2 anos já estão definidos?

Nada

Comprar Chacará

Aposentar

Estabilidade

Gráfico 8 – Usa-se demonstrativo para a tomada de decisão

Fonte: Dados da pesquisa

O gráfico 8 a maioria não utiliza algum demonstrativo para tomada de decisão, caso haja necessidade de utilizar algum financiamento, recebimento, pagamentos. Gráfico 9 – Controle das receitas e despesas

Fonte: Dados da Pesquisa

O gráfico 9 as empresas 92% possuem controle de suas receitas e despesas, anotadas em sua agenda, planilhas ou livro caixa.

46%54%

Para as tomada de decisões, existe um demonstrativo para verificar seus

recebimentos, pagamentos, financiamentos?

Sim

Não

92%

8%

Tem controle das Receitas e Despesas

Sim

Não

Gráfico 10 – Cumprir com os compromissos

Fonte: Dados da pesquisa

O gráfico 10 quase todos totalizando 92% das empresas conseguem cumprir

com compromissos financeiros da empresa, apenas um diz que quase sempre, então de vez em quando não conseguem, mas na maioria das vezes sim. Gráfico 11 – Cumprimento com os pagamentos dos impostos

Fonte: Dados da pesquisa

O gráfico 11 todos cumprem com os impostos a serem recolhidos através do

pagamento do Simples Nacional, INSS, FGTS caso tenham funcionário, estão em dia com o Fisco.

92%

0%8%

Consegue cumprir com os compromisso sempre?

Sim/Sempre

Não

Quase Sempre

100%

0%

Consegue cumprir com os impostos?

Sim/Sempre

Não

Gráfico 12 – Existe a necessidade de solicitar empréstimo para cumprir com os compromissos

Fonte: Dados da pesquisa O gráfico 12 a maioria não tem a necessidade de utilizar empréstimo para cumprir com os compromissos. Gráfico 13 – Especialização na área

Fonte: Dados da pesquisa

O gráfico 13 mais de 50% das empresas pesquisadas não fazem especialização na área que exercem, as empresas devem se manter atualizadas, senão ficam para traz e as concorrentes saem na frente e ficará para traz, tendo que depois correr atrás do prejuízo, sabendo que poderia ter feito especializações na área e conseguindo acompanhar o mercado sem se desgastar e sim destacar-se tendo isto como seu diferencial.

0%

92%

8%

Sempre é necessário fazer empréstimos para cumprir com os compromissos?

Sim/Sempre

Não

Às vezes

8%

38%54%

0%

Fez alguma especialização na área? Sempre se atualiza?

Sim

Sim/Sempre

Não

Não/Mas preciso

Gráfico 14 – Saber o que é um fluxo de caixa

Fonte: Dados da pesquisa O gráfico 14 representa 62% das empresas sabem o que é fluxo de caixa, porém, 38% não sabem. Gráfico 15 – Utiliza o fluxo de caixa

Fonte: Dados da pesquisa

O gráfico 15 verificamos no gráfico anterior que 62% das empresas sabem o que é o fluxo de caixa, mas a mesma quantidade não utiliza o fluxo de caixa, podemos dizer que as empresas que sabem o que são fluxo de caixa, não utilizam o mesmo.

Verificando os gráficos observa-se que a maioria com mais tempo de mercado vê que há necessidade de se planejar financeiramente, porém não colocam em prática, há o exemplo dos gráficos 14 e 15, questionando o fluxo de caixa, os empresários sabem o que é um fluxo de caixa e mesmo assim, sabendo da necessidade, não utilizam. Interessante, que a maioria não utiliza empréstimos para pagar suas despesas, conseguem se manter no mercado sem problemas de fluxo de caixa, porém, não buscam crescer no mercado, planejando a longo prazo, assim, sempre se mantendo e não crescendo, resumindo, sobrevivendo.

62%

38%

Sabe o que é fluxo de caixa?

sim

não

38%

62%

Utiliza o fluxo de caixa?

Sim

Não

7. CONCLUSÃO

Planejamento financeiro é um fator importante não somente para micro e pequenas empresas, mas todas as empresas como processo de administração de suas receitas, investimentos, patrimônio, dívidas, deve ser utilizado para orientar as empresas a alçarem seus objetivos estratégicos.

O mercado empresarial tem se tornado competitivo, exigindo com que as empresas mantenham-se firmes no mercado. Para que as micro e pequenas empresas consigam acompanhar o mercado e sobreviver, devem controlar suas movimentações financeiras conforme mostra o gráfico 9, o qual as empresas têm o controle de suas despesas e receitas Isso faz com que cresça e desenvolva, e saiba o que fazer se algo der errado, utilizando como ferramenta de trabalho o fluxo de caixa para identificar a falta ou não de recursos, conseguindo resolver o problema com mais agilidade. O gráfico 14 informa se os empresários sabem o que é um fluxo de caixa, enquanto que no gráfico 15, alguns não utilizam, então eles entendem que é uma ferramenta importante o planejamento financeiro como controle, sendo este prático e fácil de fazer.

Com o planejamento financeiro como ferramenta de gestão nas micro e pequenas empresas do bairro do Capão Redondo terão a condição para o sucesso empresarial, mas precisam conscientizar-se o grau de importância deste instrumento e por em prática, buscando o equilíbrio. Assim, ficará mais fácil enfrentar os desafios e dificuldades que toda empresa enfrenta e que tendo uma boa gestão organizacional, torna-se um fator de grande importância para a sua sobrevivência.

É necessário quebrar o paradigma que somente as grandes empresas que adotam o planejamento financeiro e implantam, apresentando para o pequeno e microempresário que a utilização de uma ferramenta de trabalho como exemplo o fluxo de caixa, permite analisar a situação financeira da empresa para uma tomada de decisão de forma simples e eficaz.

De acordo com as análises 92% sabe o quanto é necessário fazer um planejamento financeiro, mas 46% não põem em prática. O artigo através da pesquisa de campo teve como objetivo mostrar que o planejamento financeiro é uma ferramenta importante para a gestão organizacional nas micro e pequenas empresas do Capão Redondo e que pode ser implantado de forma simples, contando com o suporte do Sebrae ao crescimento e sucesso da empresa.

Existe um grande limitador e ao mesmo tempo um desafio significativo nesta pesquisa, que é o de mostrar a adoção do planejamento financeiro pelas micro e pequenas empresas. Nota-se na amostra de pesquisa o desinteresse ao responder um questionário de perguntas curtas, somente 26% das empresas colaboraram ao trabalho de pesquisa, pouco mais de um quarto das empresas visitadas para coleta de dados. Ainda sim, o pensamento engessado com a dificuldade de enxergar a necessidade de ter como importante um instrumento para controle gerencial, ao perguntar se havia algum planejamento para daqui 2 anos, 69% não possuem planejamento algum, todas as empresas devem ter um planejamento alternativo para sua própria segurança, entende-se que não teem ambição e sim comodismo.

A pesquisa foi utilizada amostragem não probabilística por conveniência, sugiro que seja feita uma pesquisa com amostragem probabilística, com o objetivo de aprofundar e ampliar o conhecimento existente em que o planejamento financeiro é um atributo importante para as micro e pequenas empresas no bairro do Capão redondo.

Através desta pesquisa deve-se entender que há a necessidade do planejamento como auxílio na gestão das micro e pequenas empresas para ajudar a minimizar e evitar problemas financeiros, sobretudo de impactos das variações mercadológicas e, assim, definir estratégias para alcançar as metas e objetivos estabelecidas no planejamento. Com este tipo de comportamento e atitude, os gestores das micro e pequenas empresas, terão a seu favor um grande diferencial estratégico para seus negócios.

REFERENCIAS ASSAF NETO, Alexandre; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Administração de capital de giro. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997. ANDRADE FILHO, Edmar Oliveira. Imposto de renda das empresas, 3.ed. São Paulo: Atlas, 2006. ANTONIK, Luis Roberto. A administração financeira das pequenas e médias empresas. Revista FAE Business, n. 8, p. 35-38, 2004. BREALEY, Richard A. Princípios de finanças empresariais. Myers, Stewart C. Tradução H. Caldeira Menezes, J.C.Rodrigues da Costa. 3º, Portugal: McGraw-Hill, 1992 CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. GITMAN, Lourence J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo : Ed. Pearson, 2004 FOLHA, Estúdio. Ministério da transparência e Sebrae têm programas voltados às microempresas. Folha de São Paulo, São Paulo. 02/02/2016. In FONSECA, João José Saraiva. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila. LEI COMPLEMENTAR Nº 123/2006. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp123.htm. Acesso em janeiro de 2017. LIZ, Patricia. Finalidades do Fluxo de Caixa. http: http://www. busca. sebrae. com. br/search, 2008. HOJI, Masakazu. Administração financeira: uma abordagem prática. São Paulo, Atlas, 2001. NAKAYASU, Gilberto Noboru; SOUSA, Almir Ferreira de. Planejamento e controle financeiro: Economic value added (EVA) como instrumento de controle interno. Seminário de Administração, v. 7, 2004. PRADO, Ednelson Sartori do. Plano Orçamentário para Empresa do Ramo de Confecção. TCC (Graduação), Florianópolis: UFSC: Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Socioeconômico. Curso de Ciências Contábeis (2015) https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/163186 RAZA, Cláudio. Informações contábeis: o cliente não sabe pedir e o escritório contábil, na sua grande maioria, não está preparado para fornecer. Boletim CRC SP, São Paulo, n.166, p.16-17, maio 2008. RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. ROSS, S.A., WESTERFIELD, R.W., JAFFE, J.F., Administração Financeira Corporate Finance. São Paulo: Atlas, 2008.

SÁ, Carlos Alexandre. Fluxo de caixa: a visão da tesouraria e da controladoria. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2006. SEBRAE-SC: Serviço de Apoio às Micro e Pequenas empresas de Santa Catarina: Critérios de classificação de empresas: mei - me – epp. Consulta ao portal em diversos períodos 2017. http://www.sebrae-sc.com.br/leis/default.asp?vcdtexto=4154 WERNKE, Rodney. Gestão financeira: ênfase em aplicações e casos nacionais. Rio de Janeiro: Saraiva, 2008. ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de caixa: uma decisão de planejamento e controle financeiros. 5. ed. Porto Alegre: Sagra – D. C. Luzzatto, 1992. ROSA, Janaína Alves; LIMA, Robernei Aparecido. A importância do planejamento financeiro para as micro e pequenas empresas. http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2008/anais/arquivosINIC/INIC1213_01_O.pdf> 2008. Acesso em: 12 de janeiro de 2017.