Migração e Navegação Em Aves

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Migração e navegação em aves Universidade Federal do Amazonas Instituto de Ciências Biológicas Ciências Biológicas Vertebrados II Renata Loureiro

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Migrao e navegao em avesUniversidade Federal do AmazonasInstituto de Cincias BiolgicasCincias BiolgicasVertebrados II

Renata Loureiro Migrao Deslocamento Migratrio (vantagens da migrao/preparao fisiolgica para migrao) Orientao e Migrao.1Migrao

Falco peregrinus Pluvialis squatarola Archilochus colubris Equus burchelli Caretta carettaOncorhynchus sp. Danaus plexippusAnguilla sp. 2(borboleta monarca)(Salmo)(Enguia)(tartaruga-cabeuda)(zebra da plancie)(beija-flor)(falco peregrino)(batuiruu-de-axila-preta) Insetos (borboletas monarcas), peixes (gnero Anguilla enguias e salmondeos - salmes), repteis, aves e mamiferos

As migraes podem ser temporrias, ou permanentes Migraes temporrias so conhecidas em muitas espciesde animais e podem ter periodicidades muito diferentes; dirias, verticais do plncton na coluna de gua; anuais como as das andorinhas e de outras aves e de muitos animaisterrestres; plurianuais como as das enguias e de outros peixes.2Migrao das aves

Regio Palertica

40% espcies de aves 5 bilhes de aves

3fricasiaEuropaEquadorHemisfrio NorteHemisfrio SulInvernoPrimaveraVeroOutonoHemisfrio NorteDez -FevMar-MaioJun-AgoSet-NovHemisfrio SulJun-AgoSet-Nov

Dez -FevMar-MaioO deslocamento migratrio apresenta trs causas principais: alimentares, gamticas e climticas. Isto porque o animal deve apresentar um comportamento adaptativo ao suprimento alimentar e ao ambiente reprodutivo. Estes trs fatores esto intimamente ligados, pois o clima controla a produo de alimento e a maior durao do dia na primavera um estmulo para o desenvolvimento gonadal das espcies (Ricard, 1969; Orr, 1986).3

Migrao4Migradores noturnosMigradores diurnos

Turdus philomelosPhylloscopus trochilus

Pygochelidon cyanoleuca

Tachymarptis melba(tordo)(felosa-musical) (andorinha) (andorinho-real) As aves migradoras podem ser noturnas, como o caso de muitas espcies de insetvoras, que se alimentam de dia e utilizam a noite para viajar. Exemplo disso so os tordos e as felosas, migradoras de grande distncia, que nidificam nos pases nrdicos e passam o inverno a sul do equador. Estas aves iniciam o seu vo migratrio pouco depois do sol-posto, utilizando as horas do dia para comer e repousar. As migradoras podem tambm ser diurnas, como ocorre com as grandes aves planadoras, que necessitam de se apoiar nas correntes trmicas provocadas pela insolao do solo para se deslocarem. No entanto, aves de dimenses mais reduzidas como as andorinhas e os andorinhes, so tambm migradoras diurnas, com a particularidade de serem capazes de se alimentarem em pleno vo4

Migrao das avesFigura: Padro migratrio da andorinha do mar do rtico (Sterna paradisea). Esses pssaros voam do Hemisfrio Norte para a Antrtida e voltam a cada ano.5

Sterna paradisaea(andorinha-do-mar)A andorinha-do-mar do rtico, Sterna paradisea, que no fim do vero abandona as costas rticas e percorre os 18.000 quilmetros que a separam das costas antrticas onde passa o inverno para se alimentar. Na primavera retorna aos seus locais de reproduo no rtico, efetuando, portanto, a mesma distncia de uma volta completa em torno da Terra (Chauvin, 1977).5

Migrao das avesFigura: Padro migratrio de um bobo (Puffinus tenuirostris) que viaja mais de 30.000 quilmetros.6Puffinus tenuirostris

(bobo)Os vos podem ser em grandes ou baixas alturas, dependendo das espcies. Muitas migram dentro da vegetao e outras somente fora. Geralmente os vos so realizados abaixo de 600m, porm existem migraes mais altas, como em mares, desertos e cordilheiras, onde as aves voam numa altura entre 2000 a 3000m (Sick, 1983). Essa espcie migra de sua rea de reproduo na Austrlia, at sua distribuio no norte, ela aproveita os ventos predominantes da regio do pacifico para reduzir os gastos de energia da migrao.6

Migrao7 Migradores de frente ampla x Migradores de frente estreita

Aquila Chrysaetos(guia-real)Ciconia ciconia(cegonha-branca)As migrantes de frente ampla, empreendem os seus trajetos livremente, ultrapassando deste modo, os obstculos que lhes surgem pelo caminho. A este grupo pertencem os passeriformes e a maioria das migradoras noturnas. As migrantes de frente estreita, que constituem uma minoria, so as que tendem a concentrar-se em determinados pontos do seu percurso migratrio. O exemplo clssico deste tipo de aves a Cegonha branca (e tambm das grandes rapinas) que evitam as grandes massas de gua, onde no se produzem as correntes trmicas de que necessitam para planar.7Migrao das aves8

Rio NegroRio TocantinsRio XingRota AtlnticaRota dos Rios Xing e TocantinsRota do Rio Negro e PantanalRota Cis-AndinaRotas de migrao no Brasil

Segundo o CEMAVE Centro de Estudos de Migraes de Aves - existem quatro rotas principais no Brasil: 8

Rio NegroRio TocantinsRio XingMigrao das aves9

Rota AtlnticaRota dos Rios Xing e TocantinsRota do Rio Negro e PantanalRota Cis-AndinaRotas de migrao no BrasilPluvialis squatarola Foto: Rota de migrao de aves na Amrica do Sul(batuiruu-de-axila-preta) 9

Migrao das aves

Falco peregrinus Pluvialis squatar Oncorhynchus sp. Anguilla sp. 10

Migrao das aves

Pluvialis dominicaRio NegroRio TocantinsRio Xing

Rotas de migrao no BrasilRota AtlnticaRota dos Rios Xing e TocantinsRota do Rio Negro e PantanalRota Cis-AndinaFoto: Rota de migrao de aves na Amrica do Sul(batuiruu) 10

Migrao das aves

Falco peregrinus Pluvialis squatar Oncorhynchus sp. Anguilla sp. 11

Foto: Rota de migrao de aves na Amrica do SulMigrao das avesPluvialis dominicaRio NegroRio TocantinsRio Xing

Rotas de migrao no BrasilRota AtlnticaRota dos Rios Xing e TocantinsRota do Rio Negro e PantanalRota Cis-Andina

Falco peregrinus (falco peregrino)11

Migrao das aves

Falco peregrinus Pluvialis squatar Oncorhynchus sp. Anguilla sp. 12Migrao das avesRio NegroRio TocantinsRio Xing

Rotas de migrao no BrasilRota AtlnticaRota dos Rios Xing e TocantinsRota do Rio Negro e PantanalRota Cis-Andina

Dolichonyx oryzivorusFoto: Rota de migrao de aves na Amrica do Sul(triste-pia) 12

Migrao das aves

Erithacus rubeculaAnguilla sp. 13Preparao fisiolgica:

Archilochus colubris Surnia ulula(beija-flor)Comprimento do diaDisposio migratriaVontade migratriaInquietao migratria

(coruja-gavio)(pisco-de-peito-ruivo)Disposio migratria em beija flor: Peso: ~ 4,5g - Acumulado: ~ 2 g de gordura 13

14Como as aves encontram seus caminhos?Sistema de navegao das aves

14Sistema de Navegao das aves15Posio do sol ao longo do diaRearranjo estrelarMagnetismo da terraPercepo do ambienteSistema sensorialViso

Columba sp.Devido rotao da terra o sol parece se mover pelo cu numa razo de 15graus por hora. Nas latitudes temperadas do hemisfrio norte, por exemplo, o sol surge noLeste e se move pelo cu rumo ao horizonte oeste. O curso especfico que o sol parecetomar varia com a latitude do observador e a estao do ano, mas previsvel 15Migrao das aves: Desvantagens16

A migrao contm os seus riscos e o seu preo. Evidentemente que os benefcios da migrao ultrapassam os seus custos, incrementando o sucesso reprodutivo das espcies, nas zonas temperadas ricas em alimento. Uma grande percentagem de aves morre durante o perodo migratrio. Predadores, ms condies climticas, a caa, atropelamentos e coliso com edifcios, so algumas das causas apontadas para este fato. No entanto, a causa responsvel por mais mortes durante o trajeto migratrio das aves, a degradao e desaparecimento das zonas transitrias de alimentao e recuperao de energia (stopovers). Estes habitat, onde as aves param em mdia 1 a 5 dias para recuperar energia e restabelecer as suas reservas de gordura, so essenciais para o sucesso migratrio.16Migrao das aves

Falco peregrinus Anilhamento17Anilhamentohttp://www.icmbio.gov.br/cemave/sna.htmlSNA - Sistema Nacional de AnilhamentoCredenciamento dos anilhadores (registro);Anlise dos projetos de pesquisa e concesso das Autorizaes de Anilhamento;Controle e distribuio das anilhas;Processamento dos dados de anilhamento;Recebimento e processamento das informaes relativas ao encontro de uma ave anilhada (recuperao);

AnilhadorO anilhamento uma tcnica de marcao de aves com anis numerados, que permite conhecer quando do encontro dessas aves, o tempo de vida, as rotas migratrias, os deslocamentos, locais de reproduo, pontos de parada, as flutuaes dos nmeros populacionais, dentre outras informaes fundamentais conservao das aves e de seus ambientes. 17

Obrigado pela ateno!1819Referncias

FERNANDES, E. C. As aves migratrias de Cabo Verde. Complemento de Licenciatura em Biologia. Instituto Superior de Educao. Praia, 2007.

HILL, R. W. ; ANDERSON, M.; WYSE, G. A.; Fisiologia Animal. Editora Artmed, 2 ed. 2012.

MENQ, W. Aves de rapina migratrias. Disponvel em:http://www.avesderapinabrasil.com/materias/avesderapina_migratorias.htm

PINTO, C. O. As grandes migraes continentais. Monografia apresentada Faculdade de Cincias da Sade do Centro Universitrio de Braslia. Braslia, 2002.

POUGH, F. H.; JANIS, C. M.; HEISER, J. B. A vida dos vertebrados. 4. ed. So Paulo : Atheneu Editora, 2008.