Miguel Torga

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MIGUEL TORGA Miguel Torga - Adolfo Correia da Rocha chegou a este mundo em 12 de Agosto de 1907 - / Como um cabrito / Ou como um pé de milho”-, em S. Martinho de Anta (“ou das Antas, cujo nome atesta a sua ancestralidade megalítica”), aldeia transmontana no concelho de Sabrosa, tutelada pela Senhora da Azinheira, “a branquejar no alto da serra”, “empoleirada na sua fraga a chorar ainda o filho crucificado”. Ainda sem forças para revolver a terra foi mandado, aos dez anos, para uma casa apalaçada do Porto, habitada por parentes da família que a própria mãe servira antes de casar. O pequeno criado ganhava quinze tostões por mês e dormia num cubículo de campainha à cabeceira. Fardado de branco servia de porteiro, “moço de recados”, regava o jardim, “limpava o pó e polia os metais da escadaria nobre”, “atendia campainhas”... Ao fim de um ano foi despedido, acusado de ingratidão pelos patrões que opunham, ao “asseio” e ao alimento facultados, a constante insubmissão do pequeno rapaz de onze anos sempre pronto a erguer-se contra as injustiças do que o rodeava. [...] Continuar a ler em: http://purl.pt/13860/1/adolfo-rocha.htm

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MIGUEL TORGA Miguel Torga - Adolfo Correia da Rocha chegou a este mundo em

12 de Agosto de 1907 - / Como um cabrito / Ou como um pé de

milho”-, em S. Martinho de Anta (“ou das Antas, cujo nome atesta

a sua ancestralidade megalítica”), aldeia transmontana no concelho

de Sabrosa, tutelada pela Senhora da Azinheira, “a branquejar no

alto da serra”, “empoleirada na sua fraga a chorar ainda o filho

crucificado”.

Ainda sem forças para revolver a terra foi mandado, aos dez anos,

para uma casa apalaçada do Porto, habitada por parentes da

família que a própria mãe servira antes de casar.

O pequeno criado ganhava quinze tostões por mês e dormia num

cubículo de campainha à cabeceira. Fardado de branco servia de

porteiro, “moço de recados”, regava o jardim, “limpava o pó e polia

os metais da escadaria nobre”, “atendia campainhas”...

Ao fim de um ano foi despedido, acusado de ingratidão pelos

patrões que opunham, ao “asseio” e ao alimento facultados, a

constante insubmissão do pequeno rapaz de onze anos sempre

pronto a erguer-se contra as injustiças do que o rodeava.

[...]

Continuar a ler em:

http://purl.pt/13860/1/adolfo-rocha.htm

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