Minhas asas - Almeida Garrett

17
MINHAS MINHAS ASAS ASAS Almeida Garrett

Transcript of Minhas asas - Almeida Garrett

Page 1: Minhas asas - Almeida Garrett

MINHAS MINHAS ASASASAS

Almeida Garrett

Page 2: Minhas asas - Almeida Garrett

Eu tinha umas asas brancas,

Asas que um anjo me deu,

Que, em me eu cansando da terra,

Batia-as, voava ao céu.

Page 3: Minhas asas - Almeida Garrett

Eram brancas, brancas, brancas, Como as do anjo que mas deu: Eu inocente como elas, Por isso voava ao céu.

Page 4: Minhas asas - Almeida Garrett

Veio a cobiça da terra,

Vinha para me tentar;

Por seus montes de tesouros

Minhas asas não quis dar.

Page 5: Minhas asas - Almeida Garrett

Veio a ambição, co'as grandezas, Vinham para mas cortar, Davam-me poder e glória; Por nenhum preço as quis dar.

Page 6: Minhas asas - Almeida Garrett

Porque as minhas asas brancas,

Asas que um anjo me deu,

Em me eu cansando da terra,

Batia-as, voava ao céu.

Page 7: Minhas asas - Almeida Garrett

Mas uma noite sem lua Que eu contemplava as estrelas, E já suspenso da terra, Ia voar para elas,

Page 8: Minhas asas - Almeida Garrett

Deixei descair os olhos Do céu alto e das estrelas... Vi entre a névoa da terra, Outra luz mais bela que elas.

Page 9: Minhas asas - Almeida Garrett

E as minhas asas brancas, Asas que um anjo me deu, Para a terra me pesavam, Já não se erguiam ao céu.

Page 10: Minhas asas - Almeida Garrett

Cegou-me essas luz funesta De enfeitiçados amores... Fatal amor, negra hora Foi aquela hora de dores!

Page 11: Minhas asas - Almeida Garrett

Tudo perdi nessa hora Que provei nos seus amores O doce fel do deleite, O acre prazer das dores.

Page 12: Minhas asas - Almeida Garrett

E as minhas asas brancas,

Asas que um anjo me deu,

Pena a pena me caíram...

Nunca mais voei ao céu.

Page 13: Minhas asas - Almeida Garrett

Almeida GarrettAlmeida Garrett

(Porto-Portugal - 1799;

Lisboa-Portugal: 1854)

O escritor e político

João Baptista da Silva Leitão João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrettde Almeida Garrett

foi fortemente influenciado pelo escritor neoclássico Filinto Elísio.

Em 1820 participou, como líder da classe estudantil, da Revolução Liberal.

Page 14: Minhas asas - Almeida Garrett

Em 1821, após concluir o curso de Direito na Faculdade de Coimbra, publicou o poema "Retrato de Vênus" e depois foi processado por obscenidade.

Após o golpe de 1822, no qual o liberalismo foi derrotado, Garret partiu para o exílio na Inglaterra, de onde regressou somente em 1826.

Durante o exílio Garret, influenciado pelas obras de Walter Scott e Lord Byron, compôs os poemas "Camões" e "Dona Branca".

Page 15: Minhas asas - Almeida Garrett

Essas obras foram publicadas em 1824 e são consideradas o marco inicial do Romantismo em Portugal.

Garret voltou a Portugal em 1832 integrando o exército de D. Pedro no cerco à cidade do Porto.

Entre 1833 e 1836, foi cônsul geral na Bélgica.

Page 16: Minhas asas - Almeida Garrett

Após a Revolução de Setembro foi encarregado de organizar um plano de um teatro nacional, que veio a promover.

Em 1851 recebeu o título de Visconde de Almeida Garrett.

Da sua vasta obra literária destacam-se a peça de teatro "Frei Luís de Sousa" (1844), o romance "Viagens da Minha Terra" (1846) e a coletânea de poemas líricos "Folhas Caídas" (1853).

Page 17: Minhas asas - Almeida Garrett

PESQUISA e FORMATAÇÃO: Mima (Wilma) Badan

[email protected]

MÚSICA: Antiga palavra

Interpretação: Dulce Pontes

IMAGENS: Internet

(Repasse com os devidos créditos)

BLOG: www.mimabadan.blogspot.com

PPSs em: www.slideshare.net/mimabadan