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MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CARTOGRÁFICA 1º Ten ALEX GOIS ORLANDI Asp Of R2 FELIPE DE ALMEIDA SOUZA Al DÉBORA BRAGA DE FARIA REPRESENTAÇÃO E PERCEPÇÃO DE ALVOS MILITARES EM AMBIENTES DIGITAIS Rio de Janeiro 2007

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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CARTOGRÁFICA

1º Ten ALEX GOIS ORLANDI

Asp Of R2 FELIPE DE ALMEIDA SOUZA

Al DÉBORA BRAGA DE FARIA

REPRESENTAÇÃO E PERCEPÇÃO DE ALVOS MILITARES

EM AMBIENTES DIGITAIS

Rio de Janeiro

2007

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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

1º Ten ALEX GOIS ORLANDI

Asp Of R2 FELIPE DE ALMEIDA SOUZA

Al DÉBORA BRAGA DE FARIA

REPRESENTAÇÃO E PERCEPÇÃO DE ALVOS MILITARES

EM AMBIENTES DIGITAIS

Iniciação à Pesquisa apresentada ao Curso de Graduação em

Engenharia Cartográfica no Instituto Militar de Engenharia, como

requisito parcial para a obtenção do título de Graduado em

Engenharia Cartográfica.

Orientador: Cap Vagner Braga Nunes Coelho – M.C.

Co-Orientador: Prof. Luiz Felipe Coutinho Ferreira da Silva – D.E.

Rio de Janeiro

2007

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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

1º Ten ALEX GOIS ORLANDI

Asp Of R2 FELIPE DE ALMEIDA SOUZA

Al DÉBORA BRAGA DE FARIA

REPRESENTAÇÃO E PERCEPÇÃO DE ALVOS MILITARES EM AMBIENTES DIGITAIS

Iniciação à Pesquisa apresentada ao Curso de Graduação em Engenharia Cartográfica no Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do título de Graduado em Engenharia Cartográfica.

Orientador: Cap Vagner Braga Nunes Coelho – M.C. Co-Orientador: Prof. Luiz Felipe Coutinho Ferreira da Silva – D.E.

Aprovada em __ de _______ de 2007 pela seguinte Banca Examinadora:

______________________________________________________________________ Cap Vagner Braga Nunes Coelho - M.C.

______________________________________________________________________ Prof. Luiz Felipe Coutinho Ferreira da Silva - D.E.

______________________________________________________________________ Cap Douglas Corbari Corrêa – M.C.

______________________________________________________________________ Cap Marcos de Meneses Rocha – M.C.

Rio de Janeiro

2007

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por nos ter concedido a força necessária para vencermos todas as dificuldades

que encontramos.

Aos nossos pais, com quem pudemos contar com a presença, experiência e conforto nas

incertezas e nas ansiedades, sempre guiando nossos passos.

Aos nossos mestres, que estiveram conosco dividindo parte do seu saber, com presteza e

dedicação, sanaram todas as nossas dúvidas e participaram com amizade e compreensão na

elaboração desta pesquisa, em especial ao Professor Orientador Cap Vagner Braga Nunes

Coelho, ao Professor Co-orientador DE. Luiz Felipe Coutinho Ferreira da Silva, ao Professor

DSc. Flávio Luis de Mello, ao Professor DE. Leonardo Castro de Oliveira, ao Professor

Herbert Erwes e ao Cap Douglas Corbari Corrêa.

Aos demais integrantes da Seção de Engenharia Cartográfica do Instituto Militar de

Engenharia, que direta ou indiretamente colaboraram na execução deste trabalho.

Aos alunos do primeiro ano, aos oficiais do IME e aos oficiais da ECEME que

cooperaram na realização dos testes essenciais à pesquisa.

Ao Cap André Luiz Valle Rosa, pela importante contribuição no segmento

computacional da pesquisa e também por sua disponibilidade.

À preciosa colaboração, companheirismo e compreensão dedicada por Roseane Pelegrino

Mello.

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“A ciência tem as raízes amargas, mas os frutos são muito doces.”

ARISTÓTELES

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SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES .........................................................................................8

LISTA DE TABELAS...................................................................................................11

LISTA DE ABREVIATURAS ......................................................................................12

LISTA DE SIGLAS.......................................................................................................13

RESUMO.......................................................................................................................14

ABSTRACT...................................................................................................................15

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................16

1.1 Posicionamento do Trabalho ................................................................................16

1.2 Objetivo...............................................................................................................18

1.3 Justificativa do estudo..........................................................................................18

1.4 Estruturação do trabalho ......................................................................................21

2 HISTÓRICO DOS SÍMBOLOS MILITARES DO MANUAL C 21-30 ..........22

2.1 A Missão Cartográfica Austríaca..........................................................................22

2.2 Influência norte-americana...................................................................................23

2.3 Origem e evolução do Manual C 21-30 ................................................................24

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .....................................................................27

3.1 Comunicação visual .............................................................................................27

3.2 Comunicação cartográfica....................................................................................28

3.3 Semiótica e Semiologia........................................................................................32

3.4 Semiologia Gráfica ..............................................................................................35

3.5 Gestalt .................................................................................................................40

3.6 Leitura visual do objeto pelas Leis da Gestalt.......................................................49

3.7 Leitura visual do objeto pelas Categorias Conceituais ..........................................50

4 RECURSOS COMPUTACIONAIS ..................................................................52

4.1 Computadores robustecidos .................................................................................52

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4.2 Sistemas de combate ............................................................................................55

5 REPRESENTAÇÃO DE SÍMBOLOS MILITARES .......................................61

5.1 Composição dos símbolos....................................................................................61

5.2 Classificação........................................................................................................62

5.3 Dimensões ...........................................................................................................64

5.4 Representação analógica ......................................................................................67

5.5 Representação digital ...........................................................................................68

6 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE CRIAÇÃO DE SÍMBOLOS

CARTOGRÁFICOS MILITARES ...................................................................71

7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ..............122

7.1 Conclusões ..........................................................................................................122

7.2 Sugestões para trabalhos futuros ..........................................................................124

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................125

APÊNDICES..................................................................................................................129

GLOSSÁRIO.................................................................................................................136

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIG. 1.1 Equipamentos robustecidos usados no campo

(EXÉRCITO BRASILEIRO, 2003).............................................................20

FIG. 1.2 Símbolo militar em várias escalas de visualização.......................................20

FIG. 2.1 Missão Cartográfica Austríaca, 1920 (BRANCO FILHO, 1978) .................22

FIG.2.2 Representação de cores de tropas amigas (Union Forces)

e tropas inimigas (Rebel Forces) (COSTA E SILVA, 2003) .......................24

FIG. 3.1 Modelo de comunicação cartográfica unidirecional.

(Adaptado de PETERSON apud FOSSE, 2004). ........................................29

FIG. 3.2 Modelo de comunicação cartográfica interativo

(Adaptado de PETERSON apud FOSSE, 2004) ..........................................30

FIG. 3.3 A tríade do signo segundo Peirce (FASCIONI, 2006a)................................33

FIG. 3.4 A cor azul (FASCIONI, 2006a)...................................................................33

FIG. 3.5 O azul de um objeto concreto (FASCIONI, 2006a) .....................................34

FIG. 3.6 A construção da frase “a cadeira é azul” (FASCIONI, 2006a) .....................34

FIG. 3.7 Representação pontual (FASCIONI, 2006b) ...............................................36

FIG. 3.8 Representação linear (FASCIONI, 2006b) ..................................................36

FIG. 3.9 Representação planar (FASCIONI, 2006b) .................................................37

FIG. 3.10 Exemplos de formas (Adaptado de BERTIN, 1983) ....................................37

FIG. 3.11 Exemplo de diversos tamanhos (Adaptado de BERTIN, 1983)....................37

FIG. 3.12 Exemplo de valor agregado ao losango (Adaptado de BERTIN, 1983)........38

FIG. 3.13 Exemplos de textura (Adaptado de BERTIN, 1983) ....................................38

FIG. 3.14 Exemplos da utilização de cores (Adaptado de BERTIN, 1983) ..................38

FIG. 3.15 Objeto em diferentes orientações (Adaptado de BERTIN, 1983) .................39

FIG. 3.16 Leitura visual da forma baseada nas Leis da Gestalt (FASCIONI, 2006a). ..49

FIG. 3.17 Leitura visual da forma baseada nas

Categorias Conceituais (WWZ UNIBAS, 2007) ..........................................51

FIG. 4.1 Computador Robustecido Militar CR MIL 1204 (IMBEL, 2007) ................53

FIG. 4.2 Computador Palmar Militar CPM 1196 (IMBEL, 2007)..............................54

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FIG. 4.3 RuggedNote™ Compact Ruggedized Notebook (KONTRON, 2007) ...........54

FIG. 4.4 Interface gráfica do Guarini (ROSA, 2007).. ...............................................56

FIG. 4.5 Interface gráfica do SISTAB (ROSA, 2007). ..............................................57

FIG. 4.6 Interfaces gráficas do SABRE (ROSA, 2007).. ...........................................58

FIG. 4.7 Interface gráfica do SACI (ROSA, 2007).. ..................................................59

FIG. 4.7 Dados errados de coordenadas geográficas

e de sistema UTM (ROSA, 2007).. .............................................................60

FIG. 5.1 Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30...............................62

FIG. 5.2 Símbolos em formato analógico dispostos na carta......................................67

FIG. 5.3 Visões estratégica e tática do Teatro de Operações.

(MELLO apud SILVA, 2006).....................................................................68

FIG. 5.4 Exemplo de perda de definição com alteração de escala

de visualização (ROSA, 2007)....................................................................68

FIG. 5.5 Calungas semi-transparentes (ROSA, 2007) ...............................................69

FIG. 5.6 Calungas transparentes com preenchimento de fundo (SILVA, 2006) .........69

FIG. 5.7 Interface do Inkscape ..................................................................................70

FIG. 6.1 Coleta de mortos (FREEFOTO, 2007). ......................................................73

FIG. 6.2 Operações psicológicas (FREEFOTO, 2007). .............................................74

FIG. 6.3 Saúde (FREEFOTO, 2007). ........................................................................75

FIG. 6.4 Recreação (BOINAS VERDES, 2007; FREEFOTO, 2007).........................75

FIG. 6.5 Evacuação (FREEFOTO, 2007). .................................................................76

FIG. 6.6 Construção (FREEFOTO, 2007).. ...............................................................77

FIG. 6.7 Guerrilha (FREEFOTO, 2007).. ..................................................................77

FIG. 6.8 Embarque e desembarque (FREEFOTO, 2007). ..........................................78

FIG. 6.9 Repouso (BOINAS VERDES, 2007; FREEFOTO, 2007). ..........................79

FIG. 6.10 Manutenção (FREEFOTO, 2007)................................................................79

FIG. 6.11 Execução do teste 02 pelos alunos do primeiro ano do IME ........................84

FIG. 6.12 Resultado do teste de eficiência 01 – Coleta de mortos................................84

FIG. 6.13 Resultado do teste de eficiência 01 – Operações Psicológicas .....................85

FIG. 6.14 Resultado do teste de eficiência 01 – Saúde ................................................86

FIG. 6.15 Resultado do teste de eficiência 01 – Recreação..........................................87

FIG. 6.16 Resultado do teste de eficiência 01 – Evacuação .........................................88

FIG. 6.17 Resultado do teste de eficiência 01 – Construção ........................................89

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FIG. 6.18 Resultado do teste de eficiência 01 – Guerrilha ...........................................90

FIG. 6.19 Resultados do teste de eficiência 01 – Embarque e Desembarque................91

FIG. 6.20 Resultado do teste de eficiência 01 – Repouso ............................................92

FIG. 6.21 Resultado do teste de eficiência 01 – Manutenção.......................................93

FIG. 6.22 Índice de acertos do teste de eficiência 01. ..................................................95

FIG. 6.23 Resultado do teste de eficiência 02 – Coleta de mortos................................96

FIG. 6.24 Resultado do teste de eficiência 02 – Operações Psicológicas .....................97

FIG. 6.25 Resultado do teste de eficiência 02 – Saúde ................................................98

FIG. 6.26 Resultado do teste de eficiência 02 – Recreação..........................................99

FIG. 6.27 Resultado do teste de eficiência 02 – Evacuação .........................................100

FIG. 6.28 Resultado do teste de eficiência 02 – Construção ........................................101

FIG. 6.29 Resultado do teste de eficiência 02 – Guerrilha ...........................................102

FIG. 6.30 Resultados do teste de eficiência 02 – Embarque e Desembarque................103

FIG. 6.31 Resultado do teste de eficiência 02 – Repouso ............................................104

FIG. 6.32 Resultado do teste de eficiência 02 – Manutenção.......................................105

FIG. 6.33 Índice de acerto no teste de eficiência 02.....................................................107

FIG. 6.34 Resultado do teste de eficiência 03..............................................................108

FIG. 6.35 Comparação entre os índices de acertos nos testes.......................................109

FIG. 6.36 Comparação entre os tempos de execução dos testes. ..................................110

FIG. 6.37 Resultado do teste de eficiência 04 – Operações psicológicas......................116

FIG. 6.38 Resultado do teste de eficiência 04 – Evacuação .........................................116

FIG. 6.39 Resultado do teste de eficiência 04 – Guerrilha ...........................................117

FIG. 6.40 Resultados do teste de eficiência 04 – Embarque e desembarque.................117

FIG. 6.41 Resultado do teste de eficiência 04 – Repouso ............................................117

FIG. 6.42 Resultado do teste de eficiência 04 – Símbolos com 100% de acerto. ..........118

FIG. 6.43 Comparação entre os tempos de execução

dos testes 02 e 04 pelos oficiais ..................................................................119

FIG. 6.44 Símbolos criados no Inkscape e suas dimensões..........................................121

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LISTA DE TABELAS

TAB. 1.1 Exemplos de Símbolos que apresentam falhas na interpretação.

(Adaptado de AZEVEDO et al, 2005) ........................................................19

TAB. 2.1 Símbolos de identificação que apresentam correspondências nos

manuais brasileiro e americano. .................................................................25

TAB. 2.2 Símbolos diversos que apresentam correspondências nos

manuais brasileiro e americano...................................................................26

TAB. 3.1 Classificação dos signos em função de sua relação com seu referente

(Adaptado de FASCIONI et al, 2001).........................................................32

TAB. 3.2 Relação entre sistemas de significação e sistemas de

percepção (BERTIN, 1983)........................................................................35

TAB. 3.3 Níveis de organização das variáveis visuais.

(Adaptado de BERTIN, 1983) ....................................................................39

TAB. 3.4 Leis da Gestalt (Adaptado de GOMES FILHO, 2000) ................................41

TAB. 3.5 Categorias Conceituais Fundamentais.

(Adaptado de GOMES FILHO, 2000)........................................................44

TAB. 3.6 Técnicas Visuais Aplicadas (Adaptado de GOMES FILHO, 2000).............46

TAB. 5.1 Classes de símbolos (Adaptado de AZEVEDO et al, 2005) ........................63

TAB. 5.2 Classes de símbolos que se referem à idéia concreta. ..................................63

TAB. 5.3 Classes de símbolos que se referem à idéia abstrata ....................................64

TAB. 5.4 Classificação de símbolos quanto à forma ..................................................65

TAB. 5.5 Relação dos símbolos com a área delimitada ..............................................66

TAB. 6.1 Símbolos selecionados ...............................................................................80

TAB. 6.2 Símbolos preliminares................................................................................112

TAB. 6.3 Símbolos propostos ....................................................................................120

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LISTA DE ABREVIATURAS

ENIAC Electronic Numeric Integrator And Calculator

SABRE Sistema de Adestramento de Batalhões e Regimentos do Exército

SACI Sistema de Adestramento de Combate Integrado

SC2 Ex Sistema de Comando e Controle do Exército

SC2 FTer Sistema de Comando e Controle da Força Terrestre

SISTAB Sistema Tático de Adestramento de Brigada

SVG Scalable Vectorial Graphics

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LISTA DE SIGLAS

CIGE Centro Integrado de Guerra Eletrônica

COTER Comando de Operações Terrestres

DSG Diretoria de Serviço Geográfico

EB Exército Brasileiro

ECEME Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

EME Estado-Maior do Exército

ESAO Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais

EUA Estados Unidos da América

IAGS Inter-American Geodetic Survey

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IMBEL Indústria de Material Bélico do Brasil

IME Instituto Militar de Engenharia

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RESUMO

O uso da informação visual representada nos mapas, em um contexto militar, é

fundamental desde o treinamento do combatente. O planejamento de como as batalhas serão

travadas é apresentado por meio de mapas exibidos em postos de comando, contendo

simbolismos representativos de alvos militares. O antigo modus operandi de confecção dos

símbolos militares, contidos no Manual de Campanha C 21-30 - Símbolos, Abreviaturas e

Convenções Cartográficas, preconizava um trabalho essencialmente manual no qual eram

privilegiados os símbolos geométricos com baixo poder de comunicação e percepção.

Todavia, equipamentos digitais robustecidos são cada vez mais empregados no preparo e na

disseminação das informações cartográficas em operações militares. Este avanço tecnológico

permite construir símbolos mais elaborados e mais realistas, o que pode tornar o processo de

comunicação mais eficiente. Portanto, este trabalho tem por objetivos analisar os símbolos do

Manual C 21-30 quanto à eficiência na transmissão da informação e à velocidade de

percepção e propor uma reformulação dos símbolos baseada em uma metodologia de criação

de símbolos cartográficos. Esta metodologia considera aspectos da Semiologia Gráfica e da

Teoria Gestalt, com o intuito de reduzir a subjetividade na construção da comunicação visual.

Na sua fase inicial, estabeleceu-se um recorte de dez símbolos do Manual C 21-30 que

exprimem uma idéia abstrata, como uma ação ou atividade militar, os quais foram submetidos

a três testes denominados “Testes de Eficiência” e aplicados a militares envolvidos

diretamente no planejamento e na execução de operações, bem como a militares envolvidos

em jogos de guerra. O primeiro teste avalia os símbolos isoladamente, ou seja, fora de um

contexto militar. No segundo teste, os símbolos encontram-se dispostos em uma carta,

simulando uma típica operação militar. E, por fim, o terceiro teste apresenta cada símbolo

com quatro alternativas de respostas, sendo apenas uma correta. Ulteriormente, os dados

obtidos após a aplicação dos testes, foram processados e analisados e indicaram o grau de

representatividade dos símbolos testados. Em seguida, deu-se início à reformulação dos

símbolos considerados pouco eficientes e realizaram-se novos testes para verificar a melhoria

preconizada nos objetivos. Esta fase, denominada de feedback, visou também a realizar os

ajustes finais dos símbolos. O último passo do trabalho é a implementação dos símbolos

definitivos em um ambiente digital utilizando o software livre Inkscape 0.45, que permite a

criação de símbolos em formato vetorial com extensão SVG.

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ABSTRACT

The usage of visual information from maps, under a military context, is essential since

the beginning of combat training. The battlefield planning is usually presented by displaying

maps at the Command Centers, employing symbols in order to represent military targets. The

old modus operandi of military symbols, described on the Brazilian Army field manual

“Manual de Campanha C 21-30 - Símbolos, Abreviaturas e Convenções Cartográficas”,

emphasizes geometric symbols with low communication power and perception. However,

robust digital equipments have been more frequently used to prepare and spread cartographic

information on military operations. This technology breakthrough allows the use of more

realistic and elaborated symbols, leading to a more efficient communication process.

Therefore, this study's main objective is to analyze the C 21-30's symbols according to

perception speed and information transmition efficiency, and also to propose a symbol review

based on a methodology for cartographic symbols creation. This methodology considers

Graphic Semiology and Gestalt Theory aspects, aiming at reducing subjectivity on visual

communication. On an initial phase, ten C 21-30’ symbols, which express an abstract idea,

like a military action, were selected. These symbols were submitted to three tests called

“Efficiency Tests”, and then applied to staff directly involved on planning and executing real

military operations, as well as staff involved on War Games. The first test evaluates the

symbols separately, outside a military context. On the second test, the symbols are disposed

on a map, simulating a typical military operation. In the end, the last test presents each

symbol associated to four possible meanings, containing just one correct option. The data

obtained were processed and analyzed, indicating how good the symbols were on the

representing entities task. Next, the symbols associated to low results were replaced, and new

tests were made in order to evaluate the efficiency of the new symbols. This replacement,

known as feedback, aimed at making final adjustments to the symbols. The last phase consists

on digitally implementing the definite symbols using the free software Inkscape 0.45 since it

allows the symbol creation in vector format and SVG extension.

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1 INTRODUÇÃO

1.1 POSICIONAMENTO DO TRABALHO

O uso da informação visual representada nos mapas, em um contexto militar, é

fundamental desde o treinamento do combatente. O planejamento de como as batalhas serão

travadas é apresentado por meio de mapas exibidos em postos de comando, contendo

simbolismos representativos de alvos militares.

Observando a história militar, percebe-se o emprego de símbolos com formas

elementares, sem traçados rebuscados, como, por exemplo, a utilização de uma linha de

batalha para designar a fronteira entre as forças de grande efetivo em combate. Nesta

representação, aquilo que é exibido do lado oposto à linha simula o inimigo e, portanto, pode

ou deve ser destruído.

Este tratamento simbólico, contudo, pode não ser o de melhor uso na situação militar

contemporânea. Com a invenção das armas guiadas de precisão e a capacidade de evitar danos

colaterais de grande magnitude, uma única linha pode não ser um símbolo com adequado

poder de representação. Nas batalhas modernas, os combatentes nem sempre estão dispostos

ao longo de uma única linha de batalha. Em vez disso, podem ser deslocados em edifícios

isolados ou em pequenas células com localizações largamente dispersas. À medida que a

seleção de alvos tornou-se um processo mais exigente, é conveniente que a simbologia dos

mapas também se altere.

Atualmente, o imageamento de alta qualidade possibilitado pelos satélites espaciais, os

dados do Sistema de Posicionamento Global e o fluxo de informações fornecidas pelo

Sistema de Comando e Controle são combinados para fornecer ao combatente mapas criados

em modo digital. Estes mapas são partes de um sistema planejado para fornecer conhecimento

exato e oportuno aos responsáveis pela tomada de decisão em todos os níveis.

A modernização e a integração do Sistema de Comando e Controle da Força Terrestre

(SC2 FTer) busca a inserção do Exército Brasileiro na era do campo de batalha digital.

O SC2 FTer integra o Sistema de Comando e Controle do Exército (SC2 Ex). O SC2 Ex é

um conjunto de recursos humanos, instalações, normas e processos, que possibilita ao

Comandante planejar, dirigir e controlar as forças e as operações militares. Estas atividades

são possíveis devido à existência de uma estrutura de telemática e de um fluxo de

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informações. O SC2 FTer integra o COTER (Órgão Central), os Comandos Militares de Área,

as Regiões Militares, as Divisões, as Brigadas e as Organizações Militares.

Neste contexto, encontra-se o projeto C2 em combate, que é a parte do SC2 FTer voltada

para o emprego das Grandes Unidades seja em campanha, em operações de combate ou em

adestramento. Este projeto engloba, dentre outros objetivos, a representação e a percepção de

alvos militares em ambientes digitais.

Para execução de tal propósito, torna-se necessária uma atualização dos manuais de

emprego das comunicações, no caso em questão o C21-30 – Manual de Símbolos e

Convenções Cartográficas, que ainda está basicamente voltado para a representação analógica

dos símbolos. Portanto, é fundamental a implementação destes símbolos, após serem revistos,

em uma plataforma de visualização cartográfica, sobre a qual podem ser desenvolvidas

diversas aplicações, entre elas monitoramento de tropas e viaturas em tempo real e jogos de

guerra.

A fim de obter um melhor aproveitamento da comunicação cartográfica, os símbolos

serão elaborados com base em uma metodologia de criação de símbolos cartográficos

extrapolada para o caso de símbolos militares. A metolodologia proposta por GRANHA

(2001) é baseada em estudos feitos nas áreas da Psicologia Perceptual da Forma – Gestalt – e

também na Semiologia Gráfica concebida por Jacques Bertin, que fornecem parâmetros de

redução da subjetividade na construção da comunicação visual.

O SC2 FTer foi idealizado para operar tanto em tempo de paz, como em situações de

combate. É relevante, portanto, levar em consideração as condições adversas da guerra na

reformulação do manual, como, por exemplo: fome, sono, cansaço, pressão psicológica,

terrenos alagados, temperatura desfavorável, entre outras. Assim, as hostilidades típicas de

uma situação de combate precisam estar embutidas nas fases de teste da metodologia que será

utilizada, a fim de buscar uma aproximação maior da realidade.

Desta forma, esta pesquisa utilizará os recursos computacionais atuais, os equipamentos

usados em campanha e trabalhos relativos à simbolização cartográfica, buscando aprimorar a

transmissão de informações relativas ao cenário do combate, em termos de velocidade e de

eficácia.

Page 18: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO ... - cartografia.ime.eb.br · FIG. 5.1 Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30.....62 FIG. 5.2 Símbolos em formato analógico dispostos

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1.2 OBJETIVO

Propor uma otimização na metodologia de construção de símbolos cartográficos militares

estabelecidos no manual C 21-30, considerando os aspectos da Semiologia Gráfica e da

Teoria Gestalt, para emprego em ambientes digitais sob condições hostis.

Para isso, serão testados na metodologia desenvolvida por GRANHA (2001) alguns

símbolos militares, ainda não vislumbrados por trabalhos anteriores, que exprimem um

significado abstrato como uma ação, por exemplo. Desta forma, procurar-se-á atingir este

objetivo de otimizar o processo de comunicação cartográfica, ou seja, o de permitir que o

usuário perceba a forma dos símbolos de maneira mais espontânea possível, em meio digital,

e utilizando-se minimamente da legenda, o que é desejável em situações de combate.

1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

Considera-se pertinente estender para a simbolização militar os princípios da Gestalt e da

Semiologia Gráfica com o intento de possibilitar uma padronização para as representações

cartográficas, permitindo ao usuário do C21-30 associar, mnemonicamente e

automaticamente, os alvos militares aos seus referidos simbolismos. Segundo SILVA (2006),

“tratar da simbologia é fundamental para estabelecer uma comunicação cartográfica eficiente,

pois os símbolos têm a característica de simplificar e agilizar as transformações cognitivas de

informações”.

Assim, é importante dar uma continuidade aos trabalhos de simbolização cartográfica,

enfatizando o da Iniciação à Pesquisa realizada por AZEVEDO et al (2005), por se tratar da

aplicação da metodologia de construção de símbolos apresentada por GRANHA (2001) aos

símbolos militares. Esta continuidade abordará os símbolos que exprimem uma idéia abstrata,

como uma ação ou atividade, além de inseri-los dentro de uma operação militar simulada, na

fase de aplicação dos testes inerentes à metodologia.

Na quarta e última revisão do manual C 21-30, aprovada e publicada em 2002 pelo EME,

a essência dos seus símbolos manteve-se no que diz respeito à utilização de representações

baseadas em construções simples, em grande parte, formas geométricas, que possibilitam a

confecção destes a mão livre.

Todavia, esta simplicidade requerida nas representações analógicas torna muitas vezes o

processo de comunicação e de percepção pouco expressivos, porque pode causar dúvidas na

Page 19: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO ... - cartografia.ime.eb.br · FIG. 5.1 Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30.....62 FIG. 5.2 Símbolos em formato analógico dispostos

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identificação dos símbolos. Isto pode ser constatado em vários símbolos do manual que ora

apresentam formas muito similares, causando confusão; ora não têm fácil associação com a

realidade ou com o significado militar que pretendem transmitir. A ambigüidade pode gerar

conseqüências drásticas como, por exemplo, confundir o símbolo de mina com o de telefone,

ilustrados no trabalho de AZEVEDO et al (2005). A TAB. 1.1 apresenta alguns desses

exemplos.

TAB. 1.1 – Exemplos de Símbolos que apresentam falhas na interpretação.

Adaptado de AZEVEDO et al (2005).

Apesar de existir uma legenda que elimina qualquer dúvida relacionada ao significado do

símbolo, é desejável que os símbolos sejam reconhecidos pelo usuário sem que haja a

necessidade de recorrer a ela. Afinal, em uma campanha, a eficácia e a velocidade na

transmissão da informação podem ser cruciais para o êxito da missão. Este tipo de associação

do símbolo com seu significado caracteriza um sistema monossêmico e será abordado com

maiores detalhes no item 3.4 da fundamentação teórica.

Equipamentos digitais robustecidos são cada vez mais empregados no preparo e na

disseminação das informações cartográficas em operações militares. Este avanço tecnológico

permite construir símbolos mais elaborados e mais próximos da realidade, o que torna o

processo de comunicação mais eficiente, fato comprovado por AZEVEDO et al (2005) ao

propor alterações nos símbolos testados. A FIG. 1.1 ilustra um deste equipamento.

Saúde

Operações psicológicas

Extraviados

(Igreja?)

Coleta de mortos

Depósito

Material de subsistência

(Lua?)

Representação que

causa confusão

Representação de difícil

compreensão

Associação errada com o

verdadeiro significado

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FIG. 1.1 – Equipamentos robustecidos usados no campo. (EXÉRCITO BRASILEIRO, 2003).

Os calcos feitos manualmente estão sendo substituídos pelas cartas em ambiente digital.

Sendo assim, faz-se necessária uma metodologia de produção de símbolos em ambientes

digitais, pois a última revisão do manual nada acrescentou no sentido de adaptar os símbolos e

as representações cartográficas para ambientes computacionais. Com isso, os símbolos estão

sendo inseridos na plataforma computacional em formato matricial, o que pode implicar na

perda de definição dos mesmos ao se alterar a escala de visualização, conforme mostra a FIG.

1.2.

FIG. 1.2 – Símbolo militar em várias escalas de visualização.

I

X

Pqdt

Escala ideal

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21

1.4 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO

Com a finalidade de expor o tema com clareza, para atingir o objetivo proposto, este

trabalho estrutura-se em capítulos, cuja descrição do conteúdo, em linhas gerais, é apresentada

a seguir.

O capítulo 2 apresenta um breve histórico acerca da influência dos austríacos e dos norte-

americanos na elaboração do manual C 21-30.

O capítulo 3 versa sobre os conceitos teóricos fundamentais para esta pesquisa. Trata,

portanto, da Teoria da Comunicação, do processo de Comunicação Cartográfica, dos

fundamentos básicos da Semiologia, da Semiótica e da Semiologia Gráfica, além da Escola

Gesltaltista com a Leitura Visual da forma dos objetos.

O capítulo 4 trata dos recursos e dos sistemas computacionais adotados pelo Exército

Brasileiro.

O capítulo 5 expõe as diversas representações, composições e classificações dos símbolos

militares.

O capítulo 6 apresenta a aplicação da metodologia de construção de símbolos militares

nos símbolos selecionados.

O capítulo 7 exibe as conclusões referentes aos resultados desta pesquisa e as sugestões

para trabalhos futuros.

Page 22: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO ... - cartografia.ime.eb.br · FIG. 5.1 Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30.....62 FIG. 5.2 Símbolos em formato analógico dispostos

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2 HISTÓRICO DOS SÍMBOLOS MILITARES DO MANUAL C 21-30

Neste capítulo é feita uma abordagem de um breve histórico acerca dos trabalhos

cartográficos no Brasil, enfocando aqueles que influenciaram na elaboração do manual de

símbolos militares, ou seja, os trabalhos da missão cartográfica austríaca e da missão norte-

americana.

2.1 A MISSÃO CARTOGRÁFICA AUSTRÍACA

Após a 1ª Guerra Mundial (1914-1918), com a dissolução do Imperial e Real Instituto

Geográfico Militar, em Viena, um grupo de onze geodesistas e técnicos, sob a direção do

General Barão Dr. Arthur von Hübl, um dos últimos comandantes do Instituto, chegou em

outubro de 1920 ao Brasil. Geodesista, nesta época era uma denominação comum a uma

classe de especialistas em Cartografia, Fotogrametria e Geodésia, ou seja, não havia uma

subdivisão como a existente nos dias de hoje. A FIG. 2.1 exibe os onze participantes da

Missão Austríaca.

De acordo com ERWES (2007), esta equipe, chamada de Missão Cartográfica Austríaca,

atuou como conselheira na reestruturação do Serviço Geográfico do Exército Brasileiro,

localizado no Rio de Janeiro. Além do General Barão Dr. Von Hübl, chefe da missão

austríaca e especialista em fotogrametria terrestre, havia, entre outros, o Coronel Pokorny,

consultor técnico de topografia; o Coronel Gaksch, consultor técnico de Geodésia e João

Autengruber, assistente técnico de impressão. Porém, o mais notável era o Major Wolf,

especialista em fotogrametria, por ser o único que sabia operar com o aparelho restituidor, que

havia dois anos não funcionava.

FIG. 2.1 – Missão Cartográfica Austríaca, 1920. (BRANCO FILHO, 1978).

Page 23: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO ... - cartografia.ime.eb.br · FIG. 5.1 Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30.....62 FIG. 5.2 Símbolos em formato analógico dispostos

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O Barão von Hübl retornou em 1924 para a Áustria, enquanto seus colaboradores

continuaram se dedicando, ainda por vários anos, às suas tarefas em diversos campos de

atividade, como topografia, cartografia e fotogrametria.

Grande parte do que se conhece em técnicas e desenhos na área da cartografia se deve ao

conhecimento trazido pela Missão Austríaca. Ela foi a responsável pelo levantamento

topográfico da cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal e capital do Brasil.

2.2 INFLUÊNCIA NORTE-AMERICANA

“Durante a 2ª Guerra Mundial, de 1941 a 1945, o Serviço Geográfico procedeu ao

levantamento do litoral Nordeste – de Pernambuco ao Ceará - necessário às operações de

guerra que iriam se desenvolver naquela região. Foi incluída no levantamento a Ilha de

Fernando de Noronha. Esta era a primeira missão de guerra do Brasil que os americanos

propunham-se a realizar (...)”. (BRANCO FILHO, 1978).

Nesta época, havia muitos americanos no Brasil, os quais foram responsáveis pela

fundação do Inter-American Geodetic Survey, IAGS, uma organização do Ministério da

Defesa Americana, que se destinava a fazer o mapeamento de toda a América Latina.

Esta organização foi responsável pela doação de material, por ministrar instruções e por

fornecer a verba necessária para que o trabalho pudesse ser concluído. No Brasil, em especial,

estes subsídios foram doados ao IBGE, por volta de 1950.

O IAGS tinha um quartel no Panamá, localizado no Fort Clayton, onde havia uma escola

que promovia treinamento para países da América do Sul. O Brasil enviou sargentos do

Exército Brasileiro para habilitá-los a operar com restituição, reambulação e gravação de

cartas. A partir de então, os símbolos passaram a ser confeccionados sobre plástico e metal,

com formatos padronizados.

Com a evolução do processo de construção das cartas, passou-se a utilizar os símbolos

em papel celofane auto-adesivo. Estes eram encomendados por uma equipe responsável

exclusivamente por isso, conhecida como “equipe de pedido de nomes”. Nestes pedidos, além

dos nomes dos símbolos eram também especificados os padrões dos mesmos, tais como

espessura das linhas e tamanho.

No IAGS eram ministradas aulas relacionadas diretamente com a geodésia,

fotogrametria, cartografia e sensoriamento remoto. Disciplinas como matemática, estatística e

linguagens de programação eram exigidas como pré-requisitos para os cursos, que uma vez

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concluídos, cada aluno adquiria um certificado.

Ao se estabelecer uma comparação entre os benefícios trazidos pela missão austríaca e

pelos norte-americanos, percebe-se que os últimos tiveram uma maior influência nas ciências

cartográficas brasileiras que os primeiros. Isto porque a missão não foi apoiada pela Áustria,

em virtude de seu enfraquecimento após a derrota na 1ª Guerra Mundial. Em contrapartida, os

norte-americanos invitavam oficiais brasileiros para cursos nos Estados Unidos da América

(EUA) ou no Alasca. (ERWES, 2007).

Por isso, há indícios de que a criação do manual C 21-30 fora baseada numa adaptação do

manual americano MCRP 5-2A, em virtude do intercâmbio de conhecimentos e técnicas entre

norte-americanos e brasileiros. Esta ligação pode ser evidenciada quando se compara os

símbolos presentes nos dois manuais, objeto de análise do item a seguir.

2.3 ORIGEM E EVOLUÇÃO DO MANUAL C 21-30

Não se conhece ao certo a origem do Manual C 21-30, por isso, com o intuito de ratificar

as evidências mencionadas anteriormente, foram realizadas comparações entre alguns

símbolos do manual norte-americano MCRP 5-2A e o brasileiro.

Em seu trabalho, COSTA E SILVA (2003) reuniu diferentes mapas, concebidos por

diversos autores, da Batalha de Gettysburg, ocorrida durante a Guerra Civil Americana em

1863. Com isso, foi possível verificar que as cores utilizadas nos símbolos destes mapas

históricos americanos estão de acordo com o Manual Americano atual e o C 21-30, nos quais

a tropa amiga é representada pelas cores azul ou preto e tropa inimiga por vermelho,

conforme ilustra a FIG. 2.2.

FIG. 2.2 – Representação de cores de tropas amigas (Union Forces) e tropas inimigas

(Rebel Forces). (COSTA E SILVA, 2003).

Page 25: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO ... - cartografia.ime.eb.br · FIG. 5.1 Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30.....62 FIG. 5.2 Símbolos em formato analógico dispostos

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A cor dos símbolos é um recurso utilizado em exercícios de planejamento e execução de

operações militares, como a operação AZUVER (Azul – Vermelho), que envolve as GU

(Grandes Unidades) na simulação de poder de combate e logística inerentes aos grandes

comandos. Além destas cores, ambos os manuais apresentam a cor verde, simbolizando

obstáculos de engenharia, como minas, demolições e barricadas.

No tocante à forma, a TAB. 2.1 exibe um quadro de símbolos de identificação de

Escalões, similares nos dois manuais.

TAB. 2.1 – Símbolos de identificação que apresentam correspondências nos manuais

brasileiro e americano.

Símbolos Escalões

Esquadra, turma, equipe

Seção de morteiro, de manutenção, de serviço

Pelotão

I Companhia, esquadrão, bateria

I I Batalhão, Esquadrão aéreo

I I I Regimento, Grupamento

X Brigada

X X Divisão

X X X Corpo do Exército

X X X X Exército de Campanha, Força Aérea, Esquadra Naval

X X X X X Forças singulares do teatro de Operações

X X X X X X Teatro de Operações

Além dos símbolos de Escalão, o manual C 21-30 contém, aproximadamente, 110

símbolos de designação da arma, do serviço, de especialidade do elemento, entre outros. A

TAB. 2.2 apresenta alguns símbolos que guardam similaridade entre os manuais brasileiro e

norte-americano.

Page 26: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO ... - cartografia.ime.eb.br · FIG. 5.1 Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30.....62 FIG. 5.2 Símbolos em formato analógico dispostos

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TAB. 2.2 - Símbolos diversos que apresentam correspondências nos manuais brasileiro e americano.

Assim, de posse destas 20 comparações, sinais da influência norte-americana na criação

do manual brasileiro C 21-30 podem ser observados.

Atualmente, o manual encontra-se na sua 4ª edição, sendo que todas as edições foram

aprovadas pelo Estado-Maior do Exército (EME), ou seja, embora as propostas de

modificação dos símbolos sejam, geralmente, realizadas pela ECEME, ESAO e IME, é o

EME quem as recebe, avalia e aprova.

Operações

psicológicas

Comunicações Engenharia

Artilharia Infantaria

Transporte Cavalaria

Artilharia antiaérea

Saúde Veterinária Manutenção Coleta de mortos

Água potável Anfíbio Míssil

Superfície-ar

Posto de

observação

Pára-quedista Aviação

(símbolo básico) Ponte Metralhadora

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo apresenta um embasamento teórico-conceitual sobre Comunicação Visual,

Comunicação Cartográfica, Semiótica, Semiologia, Semiologia Gráfica e Gestalt. Estes

conceitos e definições são importantes para a compreensão da metodologia a ser utilizada na

elaboração de símbolos cartográficos militares.

3.1 COMUNICAÇÃO VISUAL

Conforme BOS apud SANTIL (2001), a comunicação é entendida como a “transferência

de conhecimento e de informação de uma pessoa a outra ou a um grupo.”.

O processo de comunicação baseia-se em relações entre um emissor e o receptor, por

meio de canal próprio, nas quais estão incluídas a transmissão e a recepção de informações

entre pessoas. Desta forma, para haver comunicação não basta apenas ser transmitida uma

informação; é necessário haver um receptor para receber e decodificar esta mensagem.

Na comunicação visual, as informações são transmitidas por meio de uma mensagem

visual, que é

“uma entidade surgida do encontro de idéias, prefigurações e hábitos

compositivos, repleta de conteúdos e significados; mesmo respondendo

a objetivos e funções predeterminadas, é suscetível de ser lida sob

diversos prismas, de significar e ressignificar em cada contexto no qual

esteja inserida, imersa em redes incessantes de produção de sentidos”. (LICHESKI, 2004)

A mensagem visual é caracterizada por conter representações gráficas, portanto, as

imagens são fundamentais para a comunicação, para a manifestação de idéias e para o

reconhecimento de fenômenos do mundo real. LICHESKI (2004) define as representações

gráficas como a materialização de representações mentais.

Para uma melhor compreensão do processo de comunicação visual, a ciência do conceito

de visão e de visualidade torna-se essencial. WALKER e CHAPLIN apud SARDELICH

(2006) definem a visão como o “processo fisiológico em que a luz impressiona os olhos e a

visualidade como o olhar socializado”.

Com isso, as representações mentais são elaboradas a partir dos saberes de cada indivíduo

sobre o mundo e ressaltam o contexto no qual o indivíduo está inserido. Assim, uma

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representação gráfica, além da forma, agrega teores e significados.

FASCIONI et al (2001) afirma que embora a visão seja um processo fisiológico, o

entendimento de mensagens visuais atinge os efeitos desejados através de uma análise crítica,

que denomina “alfabetização visual”. O alfabetismo visual estaria relacionado, portanto, à

“capacidade de ver algo além do simples enxergar e compreender significados complexos”.

DONDIS apud LICHESKI (2004) sustenta que, “alfabetizado visualmente, o espectador

de uma mensagem visual elevaria sua capacidade de avaliar manifestações visuais,

deslocando-se da esfera meramente intuitiva e transformando-se em um observador menos

passivo e mais exigente".

Em qualquer processo de comunicação, o emissor deseja que a mensagem represente para

o receptor um significado mais próximo possível daquele que foi sua intenção transmitir;

atingindo, desta forma, uma comunicação eficaz. O entendimento da mensagem se dá,

portanto, pela associação dos símbolos utilizados na mensagem aos seus verdadeiros

significados, ou seja, o receptor precisa saber decodificar a mensagem para que haja uma

comunicação eficiente.

O mecanismo de recepção da mensagem visual configura-se nas seguintes etapas:

“a mensagem é percebida, representacionalmente, por seus elementos;

abstratamente, pela observação de seus componentes e suas relações; e

simbolicamente, pela apreensão dos conteúdos comunicativos, podendo

ser interpretada e adquirindo uma gama de significações.”

COUTO apud LICHESKI (2004)

Isto representa que, primeiramente, o receptor observa o todo para posteriormente

perceber os elementos visuais fundamentais e, por fim, inferir significados. Estas etapas não

são independentes entre si, porém harmônicas, pois se conectam e interagem.

3.2 COMUNICAÇÃO CARTOGRÁFICA

Na Comunicação Cartográfica, a informação a ser passada é basicamente composta por

dados espaciais que estão representados nos mapas por meio de abstrações realizadas pelo

cartógrafo, que serão decodificadas pelo usuário.

FOSSE (2004) afirma que mapas em papel representam de forma estática e simplificada

um mundo dinâmico e complexo.

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O modelo de comunicação cartográfica de PETERSON (1995) mencionado por ROBBI

(2001) mostra que é indispensável que o usuário identifique e reconheça o mapa produzido

pelo cartógrafo e, por conseguinte, seja apto a expandir o seu conhecimento por meio dos

dados exibidos.

Este modelo parte do pressuposto de que há uma interseção entre realidades do cartógrafo

e do usuário, para que este compreenda a acepção da informação. Este processo de

transmissão é unidirecional, onde o cartógrafo observa os objetos do mundo real, faz uma

abstração e codifica-os num documento cartográfico. O usuário, então, sem este contato com

o mundo real obtido pelo cartógrafo, lê e interpreta as informações contidas no mapa, com o

objetivo de reconstituir a realidade em seu imaginário. Este esquema é representado pela FIG.

3.1.

FIG. 3.1 – Modelo de comunicação cartográfica unidirecional. (Adaptado de

PETERSON, 1995 apud FOSSE, 2004).

A utilização dos mapas transpõe a simples comunicação da informação, conforme

apresentada acima, ao serem utilizados como instrumentos para análises visuais, no

procedimento conhecido como visualização cartográfica.

O crescente uso da tecnologia na área da informática tem ressaltado a importância dos

mapas na exploração dos dados espaciais, pois permite descobrir e entender os fenômenos da

natureza e seus relacionamentos.

REALIDADE

DO

CARTÓGRAFO

REALIDADE

DO

USUÁRIO

Abstração

Cartográfica

Mente do

Cartógrafo

Mapa

Estático

Reconhe-

cimento

Mente do

Usuário

REALIDADE

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Com relação às tecnologias computacionais, FOSSE (2004) relata que estas “tornaram

possível novas maneiras de fazer mapas, utilizando métodos de representação mais

interativos e dinâmicos”.

A interatividade é um atributo da visualização cartográfica. Portanto, de acordo com

ROBBI (2000) apud em ROBBI (2001), nos mapas interativos, os usuários são participantes

ativos, não apenas recebendo o produto concluído, mas sim o adaptando de acordo com as

suas necessidades, ou seja, o usuário poderá conceber vários mapas temáticos para melhor

analisá-los.

Desta forma, “a visualização busca enfatizar, nos dados representados, algumas

características relevantes, que são ou não naturalmente percebidos pelo o usuário, fazendo

com que se tornem entendidas mais fácil e intuitivamente”. (TAYLOR, 1994 apud FOSSE,

2004).

As técnicas usadas na visualização permitem ver e analisar diferentes aspectos de um

fenômeno, através da manipulação dos dados em diferentes escalas e da seleção da

simbologia adequada, para observar a região de diferentes panoramas.

Dessa maneira, a figura da comunicação unidirecional é reestruturada de modo a atender

o conceito de visualização, na qual a interatividade entre o usuário e o mapa é a sua

peculiaridade. Esse novo esquema é representado na FIG. 3.2.

FIG. 3.2 – Modelo de comunicação cartográfica interativo. (Adaptado de PETERSON,

1995 apud FOSSE, 2004).

REALIDADE

DO

CARTÓGRAFO

REALIDADE

DO

USUÁRIO

Abstração

Cartográfica

Mente do

Cartógrafo

Mapa

Estático

Mente do

Usuário

REALIDADE

LOOP DE

REALIMENTAÇÃO

Reconhe-

cimento

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Tendo em vista a relevância do mecanismo de transmissão da informação, estudos nessa

área foram desenvolvidos com intuito de analisar e compreender esse processo. Nesse

contexto, podem-se citar a Teoria da Informação, a Teoria Cognitiva, a Teoria da

Modelização e a Semiologia Gráfica.

De acordo com GRANHA (2001), a Teoria da Informação, também denominada por

Teoria da Comunicação ou Teoria da Informação e da Comunicação, surgiu na década de 40,

como uma teoria estatística e matemática e, mais modernamente, com destaque no campo da

Cibernética.

A Teoria da Informação, segundo GRANHA (2001), avalia exclusivamente os extravios

de dados em cada fase do processo de comunicação, já que “o processo básico da Teoria da

Informação refere-se fundamentalmente à QUANTIDADE de informação, descartando, por

sua vez, aspectos qualitativos e de conteúdo”. Desta forma, atenta fundamentalmente para a

máxima redução destas perdas.

O modelo cognitivo é o foco da Teoria Cognitiva. Como consolidam UNGERER e

SCHMID (1996) citados em LICHESKI (2004), “um modelo cognitivo é a soma dos

contextos experimentados e armazenados pelo indivíduo em determinada área de

conhecimento”.

De acordo com esta teoria, a abstração, a análise e a generalização cartográfica, no

processo de comunicação, estão sujeitos à experiência e erudição tanto do cartógrafo quanto

do usuário. Na concepção de CAEIRO et al (2005) apud SILVA (2006):

“o termo cognitivo atribui-se à forma de representações e/ou de

tratamentos de informação, o que subentende que as representações

são conhecidas com as interpretações que lhes estão associadas e que

os tratamentos se assemelham às inferências e julgamentos orientados

para a compreensão e para a ação”.

Por sua vez, a Teoria da Modelização “considera o mapa como modelo do mundo real e

como tal representa o conteúdo essencial de certas generalizações da realidade” (SANTIL,

2001). Esta teoria teve seu desenvolvimento amparado na informática. De acordo com este

autor, um dos principais artífices foi Board, que estabeleceu um método científico de

investigação para a elaboração do mapa como um modelo da realidade.

Conforme SANTIL (2001), estas teorias, não obstante colaborem no processo de

comunicação cartográfica, carecem de um método prático na padronização das legendas em

mapas temáticos. Isto propiciou o surgimento da Semiologia Gráfica, que será detalhada em

item próprio.

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3.3 SEMIÓTICA E SEMIOLOGIA

Semiótica e Semiologia são termos normalmente empregados como sinônimos. Ambas

designam-se por ciência ou teoria geral dos signos. A primeira teve sua origem na Rússia e na

América por volta do final do século XIX e teve como precursor Charles Sanders Peirce

(1839-1914) com o seu trabalho “Lógica enquanto Semiótica: A teoria dos Signos”.

A semiótica, atualmente, é um campo de grande amplitude e variedade teórica, pois

segundo Peirce, é uma ciência geral, uma espécie de "matemática universal" que engloba

todas as outras ciências e estabeleceu suas bases na Filosofia e na Lógica (SEMIOLOGIA E

SEMIÓTICA, 2007).

NÖTH (1995) citado em GRANHA (2001) define Semiótica como “a ciência dos signos

e dos processos significativos (semiose) na natureza e na cultura”.

Na Semiótica, a relação do signo com o objeto por ele designado classifica-se de acordo

com o exposto na TAB. 3.1.

TAB 3.1 – Classificação dos signos em função de sua relação com seu referente Signo Significado Exemplo

Ícone Relação direta entre o signo e o objeto

designado.

Esquema, fotografia.

Índice Relação indireta entre o signo e o objeto.

Fumaça como signo indicial de

fogo; sorriso, de alegria.

Símbolo Relação entre o signo e o objeto se estabelece

por uma convenção.

Sinal vermelho do semáforo, sinal

de trânsito.

Adaptado de FASCIONI et al (2001).

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A Semiologia, iniciada no limiar do século XX, na Europa, tem Ferdinand de Saussure

(1857-1913) como o principal autor de referência.

Enquanto Saussure delineou a semiologia no âmbito da Psicologia e da Lingüística,

Peirce consolidou suas bases doutrinárias numa concepção filosófica e lógica. Além disso,

este estabeleceu uma relação triádica entre representação ou representamen, objeto e

interpretante, enquanto o modelo proposto por aquele é composto por signo, significado e

significante. A FIG. 3.3 ilustra a tríade do signo de acordo com Peirce.

FIG. 3.3 - A tríade do signo segundo Peirce. (FASCIONI, 2006a).

Além disso, Peirce classifica a maneira como é estabelecida a percepção do signo em três

categorias: primeiridade, secundidade e terceiridade.

Primeiridade é a primeira impressão ao se ter contato com o signo, portanto, menos

lógica, mais natural e intuitiva. É a impressão que o observador apenas contempla, conforme

exemplo da FIG. 3.4.

FIG. 3.4 - A cor azul. (FASCIONI, 2006a).

Secundidade é etapa na qual o observador é capaz de distinguir e de discriminar os

elementos, de acordo com suas experiências. A FIG. 3.5 explicita esta categoria.

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34

FIG. 3.5 - O azul de um objeto concreto. (FASCIONI, 2006a).

Terceiridade, ilustrada na FIG. 3.6, é a habilidade de arranjar os fatos, qualificando-os em

categorias.

FIG. 3.6 - A construção da frase “a cadeira é azul”.(FASCIONI, 2006a).

PIGNATARI (1988) apud GRANHA (2001) estabelece que “signo é toda coisa que

substitui outra, representando-a para alguém, sob certos aspectos e em certa medida”.

Segundo GRANHA (2001), ele tem a função de mediador entre o pensamento e a realidade.

Significado corresponde ao conceito ou à noção que se tem de alguma coisa. O

significante corresponde à forma, designando a imagem acústica de um fonema provido de

significação. Para SAUSSURE (1988) apud GRANHA (2001) esta imagem

“(...) não é o som material, puramente físico, mas a marca psíquica

desse som, a sua representação fornecida pelo testemunho dos sentidos,

é sensorial e se, por vezes, lhe chamamos 'material' é neste sentido e

por oposição ao outro termo da associação, o conceito, geralmente

mais abstrato”.

De posse dessas considerações, pode-se sintetizar que signo lingüístico é a

associação formada por um conceito (significado) e uma imagem acústica (significante).

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35

3.4 SEMIOLOGIA GRÁFICA

A Semiologia enquanto uma ciência estuda quaisquer sistemas de sinais, utilizados para

exprimir o pensamento, como a linguagem gráfica, a verbal, a escrita e a mímica, entre outros.

O ramo da Semiologia cujo objeto são as representações gráficas é conhecido como

Semiologia Gráfica e tem como seu precursor Jacques Bertin. Em seu trabalho Sémiologie

graphique (1967) sistematizou a linguagem gráfica como um sistema de símbolos gráficos,

com significado e significante, considerando suas propriedades e relações com a informação

que a exprimem.

A aplicação dessa teoria na Cartografia tem por objetivo “avaliar as vantagens e os

limites das variáveis visuais empregadas na simbologia cartográfica e, portanto, formular

regras para utilização racional da linguagem cartográfica”. (GRANHA, 2001).

Os significados que podem ser atribuídos aos signos podem ser monossêmico,

polissêmico e pansêmico. De acordo com BERTIN (1983), o olho e o ouvido possuem dois

diferentes sistemas de percepção que são exibidos na TAB. 3.2.

TAB. 3.2 - Relação entre sistemas de significação e sistemas de percepção.

Sistema de Percepção

Significado atribuído aos sinais Auditivo Visual

Monossêmico Matemática Gráficos

Polissêmico Linguagem Imagens figurativas

Pansêmico Música Imagens abstratas

BERTIN (1983).

O sistema monossêmico é aquele cujo significado de cada sinal é conhecido antes da

observação do conjunto, portanto, é objetivo, direto e inequívoco. Exemplos desse sistema são

equações matemáticas, gráficos com legenda e mapas (BERTIN, 1983).

No sistema polissêmico, o significado é deduzido a partir da observação do conjunto de

sinais apresentado (BERTIN, 1983). É, pois, subjetivo, questionável e ambíguo, porquanto

depende da capacidade cognitiva de cada receptor. Por exemplo, na interpretação de imagens

aéreas, o contexto pode ser importante para a classificação correta do fenômeno.

A pansemia é a forma extrema do sistema polissêmico (BERTIN, 1983). Como exemplo,

tem-se a leitura de imagens abstratas.

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36

Bertin endossa que a comunicação deve ser monossêmica, isto é, não necessita de código,

visto que existe apenas uma interpretação e prescinde do nível de conhecimento do receptor.

Para alcançar este objetivo, Bertin afirma que a linguagem visual constitui um sistema de

percepção espacial, constituído por três variáveis (os dois eixos do plano, x e y, e o que será

representado neste plano, z), e atemporal (tudo é visto instantaneamente). Além disso,

denomina z, de marca ou mancha, que corresponde às três figuras elementares da geometria

plana: ponto, linha e área.

O ponto é usado para indicar a localização e identificação de feições geográficas que

teoricamente não apresentam tamanho ou área, seja por fator de escala ou por um processo de

generalização. Para FASCIONI (2006), o ponto é “qualquer elemento que funcione como

forte centro de atração visual dentro de um esquema estrutura.”. A FIG. 3.7 exemplifica este

conceito.

FIG. 3.7 – Representação pontual. O homem passa a idéia pontual em meio à

plantação. (FASCIONI, 2006b).

A linha representa feições que possuem uma característica física linear, como rios; bem

como o contorno de uma área, linhas costeiras, margens de rios e limites administrativos.

FASCIONI (2006) considera a que a linha “delineia, contorna, conforma e delimita objetos e

coisas”. A representação linear pode ser vislumbrada na FIG. 3.8.

FIG. 3.8 – Representação linear. A rede de transmissão elétrica é composta por fios e

torres que exprimem idéia de linha. (FASCIONI, 2006b).

A área representa feições que possuem uma superfície mensurável e visualmente pode ser

representada por um conjunto de pontos ou linhas, conforme exemplifica a FIG. 3.9. Segundo

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definição de FASCIONI (2006), o plano é “uma sucessão de linhas, onde o comprimento e a

largura predominam fortemente em relação à espessura”.

FIG. 3.9 – Representação planar. O plano branco e o plano formado pelo “corte” do

gramado pelo barbeador exemplificam esse tipo de representação. (FASCIONI, 2006b).

As marcas serão implantadas no plano, podendo ainda assumir variações que são

conhecidas como variáveis visuais: forma, tamanho, valor, textura, cor e orientação.

a) Forma: diz respeito aos aspectos qualitativos dos objetos. A FIG. 3.10 ilustra algumas

formas geométricas.

FIG. 3.10 – Exemplos de formas. (Adaptado a partir de BERTIN, 1983).

b) Tamanho: transmite a idéia de quantidade. Pode indicar o efetivo de um grupamento

de combate, fazendo distinções, assim, entre pelotões, companhias e batalhões. A FIG.

3.11 exibe diversos tamanhos do círculo representado.

FIG. 3.11 – Exemplo de diversos tamanhos. (Adaptado a partir de BERTIN, 1983).

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c) Valor: meio de classificação para ordenar uma série progressiva. A FIG. 3.12 exibe os

valores agregados ao losango.

FIG. 3.12 – Exemplo de valor agregado ao losango. (Adaptado a partir de BERTIN, 1983).

d) Textura ou granulação: é uma modulação da impressão visual para classificação de

uma série ordenada; tal como o valor. Numa operação militar, pode servir de

indicativo de tipos de terreno. A FIG. 3.13 apresenta diversas texturas para o

retângulo.

FIG. 3.13 – Exemplos de textura. (Adaptado a partir de BERTIN, 1983).

e) Cor: contribui fortemente para a seleção de objetos, pois cores diferentes vão

expressar fenômenos qualitativos. Não obstante, sua manipulação é complexa. Por

exemplo, num contexto militar, como os jogos de guerra, podem distinguir diferentes

partidos. A FIG. 3.14 expõe quatro da variada gama de cores.

FIG. 3.14 – Exemplos da utilização de cores. (Adaptado a partir de BERTIN, 1983).

f) Orientação: fornece a direção da própria marca. Por exemplo, a orientação do símbolo

que representa uma metralhadora pode indicar a direção do tiro. Esta variável é

ilustrada na FIG. 3.15.

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FIG. 3.15 – Objeto em diferentes orientações. (Adaptado a partir de BERTIN, 1983).

ROBINSON et al (1995) classificam as variáveis visuais de Bertin em duas categorias:

primárias e secundárias.

Este autor lista como variáveis visuais primárias forma, tamanho, orientação e cor, sendo

esta última subdividida em matiz, valor e chroma. As combinações dessas variáveis visuais

primárias produzem uma área gráfica que ele denomina modelo. Este exibe características de

organização (arranjo), textura e orientação, que constituem as variáveis visuais secundárias.

Estas variáveis visuais definidas por Bertin, juntamente com seu posicionamento no

plano, possuem propriedades perceptivas que definem o nível de organização dos

componentes, podendo ser associativo (≡), seletivo (≠), ordenado (O) ou quantitativo (Q).

O aspecto quantitativo caracteriza relações de quantidade de objetos e o ordenado

estabelece uma relação de ordem (indicando o que é maior ou menor, por exemplo). O

associativo e o seletivo têm a ver com a natureza do objeto, ou seja, caracterizam relações de

similaridade e diversidade, respectivamente. A TAB. 3.3 apresenta os níveis de organização

das variáveis visuais.

TAB. 3.3 – Níveis de organização das variáveis visuais.

NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS VISUAIS

VARIÁVEIS

ASSOCIAÇÃO

SELEÇÃO

≠ ORDEM

О QUANTITATIVO

Q LOCALIZAÇÃO

NO PLANO(x,y) ≡ ≠ О Q

TAMANHO ≠ О Q

VALOR ≠ О

TEXTURA ≡ ≠ О

COR ≡ ≠

ORIENTAÇÃO ≡

FORMA ≡

Adaptado de BERTIN (1983).

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40

3.5 GESTALT

A Gestalt é uma escola alemã de psicologia experimental cujas pesquisas têm sido

utilizadas em vários campos da estética. Seus estudos tratam principalmente do campo da

percepção visual, e possuem teorias sobre adequação na comunicação. Seu precursor foi von

Ehrenfels, em Viena, no final século XIX, porém seu efetivo desenvolvimento ocorreu a partir

de 1912 com Wertheimer, Köhler e Koffka (GOMES FILHO, 2000).

O movimento gestaltista tem influência sobre o Sistema de Leitura Visual da Forma do

Objeto. Sobre isso, SARDELICH (2006) afirma que

“na psicologia da forma, a imagem constituía percepção, já que toda

experiência estética, seja de produção ou recepção, supõe um processo

perceptivo. A percepção é entendida aqui como uma elaboração ativa,

uma complexa experiência que transforma a informação recebida”.

Para LICHESKI (2004), as teorias da percepção, em particular a Gestalt, “destacam o

fator sensorial e pressupõem uma linguagem perceptiva universal, de comum e instantânea

compreensão”.

O propósito deste sistema está calcado na composição de conhecimentos teórico-

conceituais para promover a concepção dos elementos, em termos de análise e entendimento

da disposição visual da forma do objeto.

A Gestalt visa a fornecer parâmetros para amenizar a subjetividade no julgamento ou na

análise das manifestações visuais, ao sugerir, por exemplo, o motivo de determinadas formas

serem mais aceitáveis que outras.

Nas palavras de GRANHA (2001), a Gestalt visa ao “desprendimento de uma tendência

corrente: a noção estereotipada da forma, sempre ligada a um conteúdo convencional”. Vale

ressaltar, ainda, que os gestaltistas, opõem-se à idéia de “soma de partes”, mas defendem que

a percepção visual constitui uma “integração de partes”.

Ratificando este pensamento, FRACCAROLI (1952) apud GRANHA (2001) assevera

que “a primeira sensação já é de forma, global e unificada”. Deste modo, nossa percepção é

completa e lógica, pois o que é percebido é a relação de dependência entre as partes.

A apreensão destas relações é regida por duas forças, interna e externa, que

FRACCAROLI (1952) citado em GRANHA (2001) define como “as forças integradoras do

processo fisiológico cerebral”.

As forças externas são impulsionadas pela estimulação da retina por intermédio da luz

proveniente do objeto exterior que se olha. As internas são as que organizam as formas em

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41

uma ordem determinada e se originam no cérebro, em virtude dos estímulos provocados pelas

forças externas.

Alguns princípios básicos regem as forças internas de organização, que são conhecidos

como as leis da Gestalt, estabelecidas na TAB. 3.4.

TAB. 3.4 – Leis da Gestalt. Princípio Definição Exemplo

SEGREGAÇÃO

É a capacidade perceptiva de

separar, identificar, evidenciar

ou destacar unidades formais em

um todo compositivo, ou em

partes do todo.

O cenário abaixo pode ser segregado em

avião, pista de pouso e decolagem, céu e

vegetação. A vegetação pode ser segregada

em solo exposto e o verde. O avião pode ser

decomposto em asa, hélice e “corpo”. Pode-

se repetir o processo sucessivamente até se

esgotar a percepção das unidades visíveis

ou considerá-las suficientes para uma

leitura visual.

(FASCIONI, 2006b)

UNIFICAÇÃO

Consiste na igualdade ou

semelhança de estímulos visuais,

verificando fatores de harmonia,

equilíbrio, ordenação visual e

coerência da linguagem ou

estilo.

O objeto pode ser usado como exemplo de

unificação pelos fatores de proximidade e

semelhança, além do equilíbrio e o alto

grau de ordenação.

(FASCIONI, 2001)

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42

Princípio Definição Exemplo

FECHAMENTO

O fechamento visual da forma se

dá pela continuidade em uma

ordem estrutural definida, ou

seja, por meio de agrupamento

de elementos de maneira a

constituir uma figura total mais

fechada ou completa.

Uma figura de cor única sobre um fundo é

um bom exemplo de fechamento. Notar que

não é necessário haver um fechamento

físico, contornando o objeto. Trata-se aqui

de um fechamento apenas sensorial,

integrando as partes.

(FASCIONI, 2001)

CONTINUIDADE

É a impressão visual de como as

partes se sucedem através da

organização perceptiva da forma

de modo coerente, sem

interrupções na sua trajetória.

A repetição ordenada de objetos é uma boa

representação de como as unidades se

organizam de forma a obter um efeito de

continuidade.

(FASCIONI, 2001)

PROXIMIDADE

Efeitos óticos próximos uns

dos outros tendem a ser

vistos juntos, e, por conseguinte,

a constituir um todo ou unidades

dentro do todo.

Nos trilhos de uma linha ferroviária, as

linhas, apesar de confusas, podem ser

segregadas aos pares pelo paralelismo, que

lhes confere exatamente o fator de

proximidade. Os dormentes, uniformes,

reforçam a harmonia e o equilíbrio.

(FASCIONI, 2001)

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Princípio Definição Exemplo

SEMELHANÇA

A igualdade de forma, cor,

tamanho, peso, direção e outros

desperta a tendência da

construção de unidades, isto é,

de estabelecer agrupamentos

semelhantes.

Um conjunto de pessoas uniformizadas,

mesmo com ligeiras variações de cor e

tamanho, possui semelhança pela forma.

(FASCIONI, 2001)

PREGNÂNCIA

DA

FORMA

Esta é a lei básica da percepção

visual da Gestalt. Quanto melhor

for a organização visual, em

termos de facilidade de

compreensão, rapidez de leitura

ou interpretação, melhor será a

pregnância.

Imagens complexas e difíceis de entender,

com excesso de unidades compositivas,

possuem baixa pregnância, pois o

observador precisa se esforçar para

compreender a figura, sempre correndo o

risco da ambigüidade.

(FASCIONI, 2001)

Adaptado de GOMES FILHO (2000).

Além das leis da Gestalt, são também consideradas outras categorias conceituais,

objetivando auxiliar a análise da forma dos objetos. Constituem-se em: harmonia (ordem e

regularidade), desarmonia (desordem e irregularidade), equilíbrio (peso, direção, simetria e

assimetria), desequilíbrio e contraste. A TAB. 3.5 as define e exemplifica.

Estas categorias desempenharão papel fundamental na presente pesquisa, visto tratarem

de objetos reais e existentes, que são a célula mater da composição dos símbolos, dentro da

temática militar.

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TAB. 3.5 – Categorias Conceituais Fundamentais. Fator Definição Exemplo

HARMONIA

Boa organização de um todo

ou partes do todo, ordem,

regularidade. Este fator

possibilita uma leitura simples

e clara das manifestações

visuais.

As joaninhas demonstram uma simetria

e uma regularidade quanto a sua

disposição circular, conduzindo a uma

leitura clara das partes que compõem a

imagem.

DESARMONIA Desordem e irregularidade que

dificultam a percepção de

unidades compositivas.

A falta de simetria no cenário caótico

da pintura de Gorky exemplifica uma

desarmonia.

(ALBRIGHT- KNOX ART

GALLERY, 2007)

EQUILÍBRIO Igualdade absoluta ou

aproximada entre forças

opostas.

O praticante de Yoga se equilibra em

uma perna, para isso, ela usa

corretamente os pesos da outra perna e

dos braços.

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Fator Definição Exemplo

DESEQUILÍBRIO Provoca uma sensação de

movimento para o observador,

ou seja, de algo transitório,

instável.

O patinador com as pernas abertas

provoca uma sensação de movimento,

de uma possível queda.

(FREEFOTO, 2007)

CONTRASTE

O contraste é uma oposição

acentuada entre duas ou mais

coisas, sendo que uma se

sobressai perante as demais.

O contraste fica evidenciado pela

desproporção de tamanho em o

cachorro e a pessoa.

(FASCIONI, 2006b)

Adaptado de GOMES FILHO (2000).

Somando-se às Categorias Conceituais fundamentais, foram estabelecidas as Técnicas

Visuais Aplicadas apresentadas na TAB. 3.6, definidas por GOMES FILHO (2000), que de

acordo com GRANHA (2001) “têm por objetivo otimizar o processo de leitura visual da

forma, bem como fornecer subsídios para procedimentos criativos com relação à concepção

de trabalhos e desenvolvimento de projetos das mais variadas naturezas”.

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TAB. 3.6 – Técnicas Visuais Aplicadas. Técnica visual Definição Exemplo

CLAREZA

Manifestações visuais

com alto grau de

organização, unificação,

equilíbrio e harmonia.

A clareza está associada à harmonia

e às poucas unidades da flor, o que

facilita a sua leitura.

SIMPLICIDADE

Envolve a imediatez e a

uniformidade da forma

elementar, livre de

complicações ou

elaborações secundárias.

A simplicidade ocorre em virtude

das poucas unidades que formam o

símbolo abaixo além do contraste

de figura e fundo.

COMPLEXIDADE

Oposto da simplicidade,

ou seja, composto de

formas complicadas e

elaboradas.

As disposições das unidades do

encanamento formam um

emaranhado complexo.

(FASCIONI, 2006b)

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Técnica Visual Definição Exemplo

MINIMIDADE

Realça os aspectos de

clareza e simplicidade,

para tal utiliza-se de uma

econômica ordenação

visual, representando-se

apenas o essencial em

uma imagem.

O objetivo desta imagem é dar

enfoque à placa de sinalização, sem

exibir o contexto onde normalmente

estaria inserida (pista, carros).

(FASCIONI, 2006a)

ARREDONDAMENTO

Tem relação direta com o

fator de boa

continuidade. Com isso,

a percepção da forma

torna-se mais suave e

amena.

O design arredondado do carro

transmite a idéia de suavidade

volumétrica.

(DW-WORLD, 2007)

SUTILEZA

Tem objetivo de

proporcionar delicadeza e

refinamento visual a

objetos

No serviço de chá, a elegância e a

delicadeza das suas formas exibem

o fator de sutileza.

(LEILOEIRA RR, 2007)

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Técnica Visual Definição Exemplo

EXAGERO Tem o intuito de

evidenciar certo elemento

dentro do todo.

Nesta ilustração, o destaque é dado

pelo tamanho desproporcional do

livro e da cabeça do homem em

relação ao restante do corpo.

(FASCIONI, 2006b)

SUPERFICIALIDADE

Apresenta as

manifestações visuais de

maneira bidimensional.

A aparência chapada do monitor

demonstra a falta absoluta de

profundidade ou volume, exibindo,

assim, a superficialidade.

SOBREPOSIÇÃO

Organização de objetos

uns em cima de outros.

A disposição entre a mulher e as

flores provoca um desequilíbrio

visual estimulante, dando a

impressão de que a mulher faz parte

daquele ambiente natural,

confundindo-se seu rosto com a

beleza das flores e das borboletas.

(FASCIONI, 2006b)

Adaptado de GOMES FILHO (2000).

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3.6 LEITURA VISUAL DO OBJETO PELAS LEIS DA GESTALT

O primeiro exemplo prático de leitura, que será feito a partir da FIG. 3.16, terá como base

apenas as leis da Gestalt, que são base para análises mais apuradas. GOMES FILHO (2000)

propõe as seguintes etapas a serem seguidas por esta leitura:

1. Observar o objeto e separar suas unidades compositivas principais;

2. Decompor as unidades em suas subunidades;

3. Identificar, examinar e verificar a presença das leis básicas da Gestalt em cada unidade (ou

subunidade) do objeto;

4. Interpretar o objeto como um todo, estabelecendo o nível de pregnância da forma.

FIG. 3.16 – Leitura visual da forma baseada nas Leis da Gestalt. (FASCIONI, 2006a).

• Segregação: A imagem pode ser decomposta nas seguintes unidades: céu, mar, areia e

pessoas. O céu pode ser segregado em fundo azul e nuvens brancas. As pessoas podem

ser decompostas em peças de roupa;

• Unificação: A unificação dos elementos da imagem é possível devido à proximidade,

semelhança e ordenação das unidades compositivas – expressas principalmente pela

similaridade na aparência das três pessoas, que faz com que as percebamos como um

todo, um conjunto;

• Fechamento: Neste exemplo, temos um fechamento apenas sensorial, caracterizado

pelo contorno do rosto, que fica evidenciado pelo contraste entre a tez alva das

pessoas e o azul do céu;

• Continuidade: A boa continuidade fica evidente pela disposição ordenada das pessoas

na imagem;

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• Semelhança: Fica evidenciada pela igualdade de sexo, cor do cabelo, da pele e das

vestes das pessoas, apesar da ligeira variação do tamanho;

• Proximidade: Os elementos semelhantes e próximos tendem a ser visualizados em

conjunto, por exemplo, as três pessoas as nuvens no céu, o que facilita a segregação

em macro unidades.

� Interpretação Conclusiva: pode-se concluir que a imagem apresenta um alto índice de

pregnância pela facilidade de interpretação e rapidez de leitura, caracterizando, assim,

uma “boa Gestalt”. A harmonia visual decorre da existência de poucas unidades

compositivas, tornando baixo o risco de ambigüidade.

3.7 LEITURA VISUAL DO OBJETO PELAS CATEGORIAS CONCEITUAIS

Neste processo, serão consideradas as categorias conceituais fundamentais em conjunto

com as técnicas visuais aplicadas. GOMES FILHO (2000) descreve os seguintes passos:

1. Avaliar a boa organização do objeto em sua totalidade, bem como das suas unidades

segregadas;

2. Enumerar as categorias conceituais fundamentais e as técnicas visuais aplicadas que estão

presentes nas subunidades, unidades ou no objeto por inteiro;

3. Interpretação Conclusiva, determinando o nível de Pregnância da Forma.

O panorama apresentado pela FIG. 3.17 mostra uma metrópole reunindo vários atributos

que convergem para formar um conjunto confuso e caótico. A superabundância,

irregularidade e descontinuidade das unidades compositivas exprimem uma idéia de

desorganização formal. Além disso, a ausência de simplicidade e da minimidade, a

sobreposição dos letreiros, o excesso de luminosidade e a carência de suavidade das formas,

tornam o conjunto desarmonioso.

� Interpretação Conclusiva: a pregnância da imagem é ínfima, devido à poluição

visual, decorrente da grande quantidade de elementos compositivos distintos, bem como do

desequilíbrio, que pode ser percebido pelo movimento das pessoas, tornando a leitura

complexa e demorada.

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FIG. 3.17 – Leitura visual da forma baseada nas Categorias Conceituais. (WWZ

UNIBAS, 2007).

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52

4 RECURSOS COMPUTACIONAIS

Este capítulo apresenta uma pesquisa bibliográfica relativa ao estado da arte em

equipamentos computacionais robustecidos e passíveis de emprego em situações de combate

e em ambientes hostis. Com isso, será possível realizar uma análise quanto às potencialidades

de emprego para codificação e visualização de documentos cartográficos.

4.1 COMPUTADORES ROBUSTECIDOS

Após a Segunda Guerra Mundial surgiu o primeiro computador eletrônico. Em 1941, um

computador chamado Z3 foi criado pelos alemães com a finalidade de codificação de

mensagem, porém, este foi destruído. Foi também criado pelos britânicos o Colossus, que

servia para quebrar códigos alemães ultra-secretos em 1943.

Juntamente com essas duas criações, o Exército Americano também desenvolvia um

projeto que resultou no primeiro computador a válvulas, o Electronic Numeric Integrator And

Calculator (ENIAC), que foi mantido em segredo até o final da 2ª Guerra. Sua finalidade era

calcular trajetórias balísticas durante esse período, mas só se tornou operacional depois do

final dela. Ele pesava 30 toneladas, media 5,5 metros de altura e 25 metros de comprimento,

podendo ocupar a área de um ginásio esportivo. Seu funcionamento era parecido ao de uma

calculadora simples de hoje.

Percebe-se, então, que a partir da 2ª Guerra, houve uma necessidade de se criar

equipamentos que pudessem fornecer informações do inimigo durante um confronto. Nesta

época eles não eram próprios para serem levados até o local de combate, principalmente

devido ao tamanho. Com a evolução da tecnologia, foi possível se chegar a um notebook

robustecido, ideal para o emprego em situações militares de combate.

Um exemplo de computador robustecido é fabricado pela Indústria de Material Bélico do

Brasil (IMBEL), o CR MIL 1204, exibido na FIG. 4.1. Este equipamento é resistente a

adversidades que o combate militar impõe como chuvas, respingos, quedas, variações de

temperatura, entre outras.

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53

FIG. 4.1 – Computador Robustecido Militar CR MIL 1204. (IMBEL, 2007).

O CR MIL 1204 apresenta atualmente a seguinte configuração:

• CPU Cyrix`s 233 Mhz ou superior

• RAM 64 MB

• HD 6,4 GB

• Drive 3 ½ (externo)

• Bateria NiMH (autonomia de +/- 2 horas)

• Alimentação 110V

• Display de 10,4'' TFT

• Peso 4Kg

• Dimensões: 312,5 x 210 x 87,5 mm

Este computador possui como principais aplicações o Sistema Genesis (Sistema de

Comando e Controle de Suporte do Sistema Operacional de Apoio de Fogo), Centro de

Mensagens, Plataformas e embarcações marítimas e Indústrias (Controle de Produção).

O Sistema Genesis emprega uma tecnologia nacional e constitui-se em um software

voltado para atender às necessidades da Artilharia Brasileira. Permite que os sub-sistemas de

levantamento topográfico, de busca de alvos e de observações, trabalhem de forma integrada

por meio de um computador. Com isso, ele é utilizado na determinação da direção do tiro de

Artilharia de Campanha, na observação e controle de tiros, no cálculo balístico e no

gerenciamento dos alvos. Este software apresenta restrições, pois só permite a visualização de

cartas e símbolos em formato .BMP.

Embora seja um equipamento destinado ao segmento militar, foi produzida uma versão

para o meio civil, o Computador Robustecido Industrial – CR IN 1204.

Além do CR MIL 1204, a IMBEL fabrica o Computador Palmar Militar CPM 1196,

ilustrado na FIG. 4.2. Suas principais características são:

• CPU de 16 bits: compatível com IBM PC-XT

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• Sistema Operacional ROM-DOS: Compatível com MS/DOS

• RAM 2 MB

• Visor: LCD de 8 linhas por 16 colunas

• Bateria NiMH (autonomia de 15 horas)

• Interface serial: padrão RS 232 C

• Peso 1Kg com bateria

• Dimensões: 292 x 115 x 56 mm

FIG. 4.2 – Computador Palmar Militar CPM 1196. (IMBEL, 2007).

Suas principais aplicações são: Sistema Genesis, controle de almoxarifado, controle de

reserva de armamento, controle de paióis, leitura de medidores e apontamento de mão de

obra. Destina-se à comercialização para os segmentos militar e civil.

Além da IMBEL, a empresa privada alemã Kontron também produz computadores

robustecidos. Recentemente, lançou o modelo RuggedNote™ Compact Ruggedized Notebook,

exibido na FIG. 4.3.

FIG. 4.3 - RuggedNote™ Compact Ruggedized Notebook. (KONTRON, 2007).

Trata-se de um notebook robustecido, com gabinete de liga de magnésio, leve (2,5Kg), se

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55

comparado ao CR MIL 1204, e resistente, pois suporta ambientes adversos, com altas

temperaturas, vibrações, quedas, choques elétricos e pancadas, além de possuir tela com alto

contraste, propiciando leitura à luz do sol. Suas especificações técnicas são:

• CPU Intel® Pentium® M 1.1 GHz Processor (Centrino Technology)

• HD EIDE 40 GB • Memória cache de 1MB

• DRAM 256 MB DDR-RAM

• FSB 400 Hz

• Visor: 12.1" TFT 1024 x 768 XGA Dual View Function

• Fonte de energia: 100-240 V, 50-60 Hz (adaptador externo AC), 9 Baterias Cell

Li-Ion

• Interfaces: 1 Porta Serial RS232, 2 Portas USB 2.0, 1 Porta para Monitor Externo

VGA

• Dimensões: 27.6cm x 23.9cm x 4.3cm

4.2 SISTEMAS DE COMBATE

A criação de sistemas de combate possibilitou a utilização dos computadores

robustecidos, tanto em situações reais como em simulações de jogos de guerra.

Assim, as atividades de planejamento, comando e controle das operações puderam ser

efetuadas em ambiente digital, que possuem recursos como o de visualização de cartas, de

realização de desdobramento das forças amigas e inimigas, e de definição de zonas de ação e

objetivo.

Os responsáveis pelo desenvolvimento destes sistemas que possibilitam a utilização dos

calungas (símbolos) digitais são o COTER, o CIGE e a IMBEL. Várias unidades, porém, se

utilizam destes softwares.

Em 2006, o EB realizou mais de 80 exercícios de simulação de combate usando esses

sistemas, havendo a participação aproximada de uma centena de unidades, de diversos tipos,

nesses exercícios. Estas operações envolveram em torno de trezentos oficiais e sargentos que

manipularam diretamente os sistemas em locais como São Gabriel da Cachoeira, Marabá,

Santarém, Porto Velho, Cuiabá, Dourados, Santa Maria, Juiz de Fora, Fortaleza, Vitória,

Campinas, Curitiba, Cascavel, entre outros. Isto sugere que os calungas digitais são

largamente usados no exército (ROSA, 2007).

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56

Os sistemas utilizados pelo exército são: Guarini, SISTAB, SABRE, SACI e o Genesis.

Este último, desenvolvido pela IMBEL, foi abordado no item 4.1. A seguir, será feita uma

breve análise dos outros sistemas, com a descrição de algumas de suas potencialidades e

informações adicionais, como histórico.

Guarini, desenvolvido entre 1999-2001, foi o primeiro jogo com interface visual do EB.

Não considerava características do terreno, como altimetria, vegetação, rios. Embora, a

Diretoria de Serviço Geográfico produzisse regularmente cartas vetoriais de modo

padronizado desde 1995 na 1ª Divisão de Levantamento com o projeto COPEL, apenas cartas

de papel digitalizadas matricialmente eram usadas como pano de fundo no Guarini. Os

símbolos eram criados como fontes .TTF, pois este formato era aceito pelo software.

O último jogo do Guarini foi realizado em 2004. No total, cerca de 70 jogos foram

realizados simulando unidade de valor Brigada. Era um sistema instável e dependia de pessoal

especializado do COTER para rodar sem bugs. Entretanto, foi essencial no aprendizado sobre

o funcionamento de uma simulação em ambiente digital. Guarini significa guerreiro em Tupi

(Guarani é guerra). A FIG. 4.4 ilustra a interface gráfica do Guarini.

FIG. 4.4 – Interface gráfica do Guarini. (ROSA, 2007).

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57

Em 1998, o EB realizou uma licitação internacional para contratar uma empresa que

desenvolvesse um jogo de guerra no Brasil. A ESRI, criadora do ArcView™, foi a ganhadora

do contrato. A ESRI terceirizou o contrato para a sua então representante brasileira, GEMPI

(hoje a representante da ESRI no Brasil é a empresa IMAGEM). Como a ESRI e a GEMPI

não atuam na área de jogos ou simulações, o projeto ficou estagnado até 2001.

Em 2002, teve reinício o projeto que deu origem ao SISTAB (Sistema Tático de

Adestramento de Brigada) que terminou em 2005. É um sistema complexo que visou a recriar

um Guarini com ampla capacidade de usar cartas vetorizadas. Atualmente, é usado no

COTER em jogos de Brigada e superior, tendo sido realizados apenas sete exercícios em

2006. O SISTAB também depende de pessoal especializado do COTER para funcionar sem

problemas. Sua interface gráfica pode ser visualizada na FIG. 4.5.

FIG. 4.5 – Interface gráfica do SISTAB. (ROSA, 2007).

Durante o desenvolvimento do SISTAB, o COTER resolveu empregar o pessoal não

envolvido no sistema em um jogo para batalhões. Assim, nasceu o SABRE (Sistema de

Adestramento de Batalhões e Regimentos do Exército) – desenvolvido entre outubro de 2002

e agosto de 2004 –, um sistema que permite jogos sem apoio de pessoal especializado, o que o

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58

torna simples e fácil de operar, quando comparado a outros sistemas. A simplicidade fez com

que o SABRE fosse muito difundido, com a realização em 2006 de setenta e seis exercícios,

sendo usado em diversas instituições, inclusive na AMAN e na ESAO. A interface gráfica do

SABRE é ilustrada na FIG. 4.6.

FIG. 4.6 – Interfaces gráficas do SABRE. (ROSA, 2007).

O SACI (Sistema de Adestramento de Combate Integrado) começou a ser desenvolvido

no fim de 2006 e será o primeiro sistema multiplataforma (Linux e Windows®). Além disso,

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permitirá jogos pela Internet. Este sistema tem o propósito de integrar os diversos níveis do

combate, como brigada, batalhão, companhia, dentre outros. Com exceção do SACI, todos os

outros programas usam fontes TTF. O SACI utiliza representações gráficas no formato SVG.

FIG. 4.7 – Interface gráfica do SACI. (ROSA, 2007).

Observando a FIG. 4.7, que exibe a interface gráfica do SACI, verificam-se

inconsistências no tocante a conceitos cartográficos. Ela exibe dados incorretos de latitude, de

longitude e do Sistema Universal Transversa de Mercator (UTM). A longitude é contada de 0º

a 180º a partir do meridiano de origem, positivamente para o leste e negativamente para o

oeste. Ao invés de usar os sinais positivo e negativo, pode-se também usar as letras E e W

para indicar Leste e Oeste, respectivamente. Já a latitude varia de 0º a +90º caso esteja situada

no hemisfério norte ou varia de 0º a -90º caso esteja no hemisfério sul. Pode-se também omitir

os sinais, utilizando para isso a indicação do hemisfério, N ou S. O sistema UTM resulta na

composição de 60 fusos distintos que representam a superfície da Terra, cada um com

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60

amplitude de 6º de longitude. Neste sistema, os eixos cartesianos de origem são o Equador,

para coordenadas N (norte) e o meridiano central de cada fuso, para coordenadas E (leste).

As coordenadas N (norte) crescem de S para N e são acrescidas de 10.000.000 (metros)

para não se ter valores negativos ao sul do Equador que é a referência de origem; já as

coordenadas E (leste) crescem de W para E, acrescidas de 500.000 (metros) para não se ter

valores negativos a oeste do meridiano central.

Exemplo de coordenadas UTM: [Fuso 23, N 8.569.300, E 645.750] que significa que o

ponto referenciado acha-se entre 42º e 48º W (fuso 23), 145.750 m a leste do meridiano

central (no caso 45º W) e 1.430.700 m a sul do Equador.

A FIG. 4.8 apresenta um extrato da FIG. 4.7 que exibe as inconsistências dos dados de

entrada da localização de uma unidade.

FIG. 4.8 – Dados errados de coordenadas geográficas e de sistema UTM. (ROSA, 2007).

Conforme o exposto neste capítulo, é de grande importância para o EB a utilização dos

calungas digitais, em virtude da constante modernização e robustecimento dos computadores,

bem como do desenvolvimento de softwares que permitem a visualização de cartas e

montagem de operações militares com estes símbolos. Todavia, estes programas precisam

exibir dados coerentes com os conceitos cartográficos, com o intuito de evitar confusões de

localização de um ponto estratégico que podem ser vitais para o sucesso de um combate real.

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61

5 REPRESENTAÇÃO DE SÍMBOLOS MILITARES

Este capítulo tratará do objeto de estudo deste trabalho, que constitui os símbolos

militares do manual C21-30, suas características básicas e seus modos de representação e

utilização por parte dos usuários.

5.1 COMPOSIÇÃO DOS SÍMBOLOS

De acordo com o manual C 21-30, símbolo militar é “uma representação gráfica

composta de um desenho, números, letras, abreviaturas ou siglas e cores que é empregada

para identificar uma unidade, atividade, instalação ou órgão militar”.

Para que se possa dispor de todos esses elementos constituintes dos símbolos, o manual

apresenta a seguinte padronização para composição dos mesmos:

“a. Símbolo básico.

b. Símbolo de identificação da força armada, arma, serviço, especialidade ou

atividade.

c. Símbolo de identificação do escalão considerado (G Cmdo, GU, U, SU, fração,

órgão ou instalação).

d. Designação numérica ou designação de emprego do elemento considerado ou,

ainda, ambas as designações (grandes comandos, grandes unidades, unidades, instalações ou

órgãos).

e. Subordinação(ões) do elemento representado (dispensável quando a própria

designação do elemento considerado possibilita a perfeita identificação da subordinação).

f. Outras informações que sejam necessárias para complementar a representação do

elemento considerado (natureza do elemento no âmbito da Arma ou Serviço, calibre ou

símbolo do armamento principal, tipo de meio de transporte utilizado, etc)” (BRASIL, 2002).

Exemplo: A FIG. 5.1 exibe o símbolo representativo da 1ª Companhia de Fuzileiros

Motorizada do 2º Batalhão de Infantaria Motorizada da 3ª Brigada de Infantaria Motorizada.

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FIG. 5.1 – Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30.

LEGENDA:

a: Símbolo básico;

b: Símbolo da arma;

c: Escalão considerado;

d: Designação;

e: Subordinação;

f: Outras informações necessárias para completar a representação.

5.2 CLASSIFICAÇÃO

Os símbolos, conforme definidos em AZEVEDO et al (2005), são agrupados em:

a) Símbolos básicos: indicam a categoria do elemento representado.

b) Símbolos de identificação: indicam a natureza do elemento representado como

unidades, instalações e órgãos diversos, navios, escalões, etc.

c) Símbolos diversos: identificam aeroportos, limites e zonas, armamento, comunicações,

navegação, fortificações, obstáculos, etc.

A TAB. 5.1 ilustra estas classes.

1 2/1

Mtz

a

c

e

d

b

f

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63

TAB. 5.1 – Classes de símbolos. BÁSICOS IDENTIFICAÇÃO DIVERSOS

Adaptado de AZEVEDO et al (2005).

Além dessa classificação básica, será considerada uma outra que será útil para a corrente

pesquisa. Esta diferencia símbolos que exprimem uma idéia concreta de símbolos que

exprimem um conceito abstrato.

Na primeira classe, encontram-se símbolos que se permitem representar graficamente

pela análise preliminar de imagens destes, como uma mina, telefone ou míssil. Na segunda,

símbolos não concretos, ou seja, que exprimem uma idéia abstrata representativa de uma ação

ou atividade, como o símbolo de embarque e desembarque, coleta de mortos, guerrilha,

operações psicológicas, dentre outros. As TAB. 5.2 e 5.3 ilustram essas duas categorias.

TAB. 5.2 – Classes de símbolos que se referem à idéia concreta. SÍMBOLOS CONCRETOS

MONTANHA

Tropa de grande comando,

grande unidade, unidade e

subunidade de Arma ou

Serviço.

Observatório ou

Posto de Observação

Artilharia

Guerra Eletrônica

Trincheira

Abrigo individual

POSTAL

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64

SÍMBOLOS CONCRETOS

TAB. 5.3 – Classes de símbolos que se referem à idéia abstrata. SÍMBOLOS NÃO CONCRETOS

Ev

5.3 DIMENSÕES

O C 21-30 preconiza que o desenho dos símbolos deve, tanto quanto possível, guardar as

devidas proporções entre o valor do elemento representado e a escala da carta, de modo a

indicar a área aproximada que eles ocupam no terreno.

Para locar os símbolos na carta, é usual considerar o centro geométrico para marcar o

ponto onde se encontra a unidade. Se o símbolo possuir formato regular, ou seja, uma forma

geométrica bem definida, o ponto central se torna mais fácil de determinação que no caso dos

símbolos de formas irregulares. A TAB. 5.4 ilustra esses dois casos.

MM

TELEFONE RADAR

ATOS DE TERRORISMO MOTOMECANIZAÇÃO

EVACUAÇÃO SAÚDE

Terr

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65

2

Mtz

Ponto central:

centro do retângulo

TAB. 5.4 – Classificação de símbolos quanto à forma. FORMAS REGULARES FORMAS IRREGULARES

Quando se considera o centro do calunga como o ponto de localização da unidade, podem

ocorrer dois problemas, a saber:

a) Em unidades de pequeno efetivo, como peças de metralhadora (efetivo de dois

homens), peça de canhão (efetivo de três homens), uma coordenada (X,Y) é suficiente para

indicar a localização do elemento. Assim, o ponto central do calunga corresponde ao local

onde estão os soldados. Além disso, o calunga tende a ser maior que a área ocupada pelo

elemento, ocorrendo com freqüência o problema da sobreposição de calungas, caso os

elementos trabalhem próximos.

b) Em uma unidade de grande efetivo, como uma companhia (cerca de 120 homens) ou

um batalhão de infantaria (efetivo maior que 650 homens), o calunga pode ser menor que a

área ocupada pela unidade. Nessa situação, é comum fazer desenhos auxiliares sobre a carta

TRANSPORTE RADAR

POSTO DE COMANDO

Neste caso, o usual é considerar o pé da

bandeira

Neste caso, que ponto considerar?

MÍSSIL SUPERFÍCIE-SUPERFÍCIE

ANTICARRO

Neste caso, que ponto considerar?

2º BATALHÃO DE INFANTARIA

MOTORIZADO

Ponto central: centro da circunferência

SAÚDE

Ponto central: centro da cruz

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66

delimitando a área de ocupação da unidade, conforme previsto no C21-30. A TAB. 5.5

vislumbra essa possibilidade.

TAB. 5.5 – Relação dos símbolos com a área delimitada. SÍMBOLOS UNIDADES

A prática demonstra que o tamanho dos símbolos não se relaciona com a área de

ocupação e também não se relaciona com o valor do efetivo da unidade. O C21-30 não

estabelece padrões relativos de tamanho para o escalão da unidade.

Assim, ele não determina, por exemplo, a possibilidade de que calungas representativos

de unidades apresentem tamanho proporcional ao seu efetivo. Essa falta de padronização pode

ocasionar problemas, pois ao se utilizar três símbolos, de tamanhos iguais, um representando

um pelotão (cerca de trinta e cinco homens) e outros dois representando companhias (cerca de

Z Reu

28

PC ÁREA OCUPADA POR POSTO DE

COMANDO

FRENTE OCUPADA PELO 4º

REGIMENTO DE CAVALARIA

MECANIZADO

ZONA DE REUNIÃO DO 28º

GRUPO DE ARTILHARIA DE

CAMPANHA.

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67

120 homens), pondo os três lado a lado na carta, confere a impressão de uma defesa linear,

porém a realidade demonstra a existência de um ponto fraco no dispositivo, representado pelo

pelotão.

5.4 REPRESENTAÇÃO ANALÓGICA

A representação analógica, a mais antiga forma de utilização dos calungas, se dá sobre as

cartas de papel, calcos, esquemas, plantas e croquis.

Embora hoje seja comum o uso de impressoras para gerar os calungas, ainda são

utilizados símbolos desenhados a mão sobre pedaços de vidro, plástico ou cartão. O padrão,

tamanho e qualidade são variáveis dependendo da habilidade do "artista".

Os calungas podem ser coloridos ou pretos (nesse caso, é costume pintar o interior do

quadrado com a cor do partido de cada opositor). Também existem variações opacas, com

fundos brancos, ou transparentes, dependendo se a peça é feita de plástico transparente ou

cartolina.

Os tipos opacos têm a limitação de impedir a visão da carta, e com isso, dificulta

estabelecer o centro do símbolo na carta. Quando este é transparente, dificulta a visão se a

carta for muito colorida, por isso é comum usar linhas mais grossas na sua elaboração.

Outro problema é o da representação da sobreposição de calungas, e isto, às vezes, é

contornado colocando-os fora da carta e desenhando uma seta que liga o símbolo ao ponto

onde está a unidade. Esse procedimento, embora resolva o problema, não é o ideal, pois além

de não estar previsto pelo manual, o desejável é que os calungas estejam sobre as cartas.

As FIG. 5.2 e 5.3 ilustram alguns modos de representação analógica.

FIG. 5.2 - Símbolos em formato analógico dispostos na carta, elaborados sobre uma

transparência com caneta hidrocor preta.

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FIG. 5.3 – Visões estratégica e tática do Teatro de Operações. (MELLO, 2003 apud

SILVA, 2006).

5.5 REPRESENTAÇÃO DIGITAL

Sobre as cartas digitais, disponibilizadas pela DSG, os calungas são implementados de

três formas, descritas abaixo:

a) Através de Fontes True Type (TTF), que são as fontes de letras do Windows™. As

fontes são instaladas no diretório windows/fonts. Um possível empecilho de geração dessas

fontes é o uso de programas próprios, como o FontoGrapher™. Além disso, as fontes só

permitem que cada calunga tenha uma única cor.

b) Imagens Bitmap ou em outro formato (.JPG, .GIF, .PNG etc.) têm a vantagem de

permitir a criação de imagens com diversas cores. Além disso, os calungas possuem a

vantagem de serem produzidos em qualquer programa que criem gráficos, por exemplo,

Paint™.

Como desvantagem, pode-se citar a perda de definição com a alteração de escala de

visualização. A FIG. 5.4 exemplifica esse caso, numa simulação no SABRE, onde há três

imagens da mesma unidade em diferentes escalas. A menor perde partes da imagem e a maior

começa a borrar.

FIG. 5.4 – Exemplo de perda de definição com a alteração de escala de visualização

(ROSA, 2007)

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Um aspecto interessante é a possibilidade de elaborar imagens semitransparentes,

conforme ilustra a FIG. 5.5. Imagens transparentes também podem ser criadas, característica

adotada por SILVA (2006) na elaboração dos símbolos em seu trabalho, pois a clareza na

visualização do símbolo pode ficar prejudicada com o preenchimento da cor do fundo do

símbolo pela área do terreno. Este preenchimento pode ser contemplado na FIG. 5.6.

FIG. 5.5 – Calungas semitransparentes (ROSA, 2007)

FIG. 5.6 – Calungas transparentes com preenchimento de fundo. (SILVA, 2006).

c) Scalable Vector Graphics (SVG) permite criar símbolo com a qualidade dos gráficos

vetoriais, mas com a simplicidade de uso das fontes TTF. O SVG trata-se de uma linguagem

XML para descrever de forma vetorial desenhos e gráficos bidimensionais. A grande

diferença entre o SVG e outros formatos vetoriais é o fato de ser um formato aberto, não

sendo propriedade de nenhuma empresa. Foi criado pela World Wide Web Consortium,

responsável pela definição de outros padrões, como o HTML e o XHTML. Com este

formato, é possível desenhar vetores com cores diferentes no mesmo arquivo e a alteração

de escala não implica na perda de definição, pois a linha fica visualmente maior, mas com a

mesma espessura. A próxima versão do SACI utilizará estes formatos de arquivos. O

símbolo da FIG. 5.5 foi criado neste formato no software livre Inkscape. O arquivo em

formato XML gerado pelo desenho do símbolo neste programa encontra-se no APÊNDICE

5. A FIG. 5.7 exibe a interface do Inkscape.

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FIG. 5.7 – Interface do Inkscape.

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71

6 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE CRIAÇÃO DE SÍMBOLOS

CARTOGRÁFICOS MILITARES

No presente capítulo será concretizada a elaboração dos símbolos baseada na

metodologia proposta por GRANHA (2001), cujos alicerces conceituais, que são o processo

de comunicação e de simbolização, foram abordados em capítulos anteriores. Resultado de

sua dissertação de Mestrado, esta metodologia foi aplicada às representações de situações de

impacto ambiental. Num posterior trabalho de Iniciação à Pesquisa do IME, realizado por

AZEVEDO et al (2005), esta metodologia foi avaliada num contexto de simbolismos

militares, e como conclusão obtida verificou-se a necessidade de adaptá-la com a

particularidade do objeto em questão, ou seja, os símbolos do manual C 21-30.

Embora tenha se mostrado bastante consistente e útil na orientação do processo de

criação dos símbolos militares, o trabalho de AZEVEDO et al (2005) não abrangeu uma

categoria de símbolos do manual. A amostra utilizada referiu-se apenas a símbolos concretos,

ou seja, símbolos que permitem ser representados graficamente pela análise preliminar de

imagens destes, como por exemplo, um telefone. Assim, não se vislumbrou a possibilidade de

criar e testar símbolos que exprimem uma idéia abstrata, como por exemplo, os símbolos

representativos de “desafio” ou “amizade”.

Após avaliação da metodologia proposta por GRANHA (2001), AZEVEDO et al (2005)

constatou a importância de realizar, portanto, ajustes a fim de obter uma melhor adequação

para a temática de simbolização militar. Este trabalho utilizará essas adaptações, que em

linhas gerais referem-se à implementação dos símbolos definitivos em ambiente digital, além

de outras, que eliminam etapas consideradas desnecessárias ao referido processo de criação. A

partir deste momento, será aplicada esta construção metodológica, cujos ajustes serão

mencionados conforme o andamento do trabalho. Para especificar a autoria das alterações

feitas na metodologia de GRANHA (2001) será adotada a seguinte legenda:

* representa adaptação feita por AZEVEDO et al (2005);

** representa adaptação feita pela presente pesquisa.

Page 72: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO ... - cartografia.ime.eb.br · FIG. 5.1 Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30.....62 FIG. 5.2 Símbolos em formato analógico dispostos

72

FASE 1 – ESTUDOS PRELIMINARES

ETAPA 1.a – Definição da temática

A temática em questão trata da criação de símbolos cartográficos militares seguindo a

metodologia proposta por GRANHA (2001) com adaptações para atender ao contexto militar.

ETAPA 1.b – Delimitação da amostra

Dentre os símbolos do manual C 21-30, houve uma preocupação em abordar símbolos

não vislumbrados em AZEVEDO et al (2005), que avaliou apenas símbolos que exprimem

uma idéia concreta, como radar, telefone, metralhadora, entre outros.

Desta forma, esta pesquisa visa a avaliar símbolos que exprimem uma idéia abstrata,

sejam eles representados por desenho ou por somente letras.

Em virtude do volume de símbolos do manual, foi feita uma escolha, por meio de um

sorteio, de dez símbolos, a saber: coleta de mortos, operações psicológicas, saúde, recreação,

evacuação, construção, guerrilha, embarque e desembarque, repouso e manutenção.

ETAPA 1.c – Definição do público alvo

Militares envolvidos no planejamento e na execução de operações, bem como militares

envolvidos em jogos de guerra.

**ETAPA 1.d – Compreensão do problema e aquisição de imagens

Constitui o entendimento da temática, que basicamente corresponde ao estudo dos

significados que os símbolos pretendem representar.

Nesta etapa, foram selecionadas algumas imagens reais associadas aos fenômenos

estudados, com o intuito de facilitar a etapa de reformulação dos símbolos.

GRANHA (2001) estabeleceu esta etapa para auxiliar no processo de criação dos

símbolos preliminares, pois ele considerou em seu trabalho a inexistência de símbolos que

representavam sua temática ambiental.

Entretanto, nesta pesquisa, os símbolos representativos desta temática militar já são

existentes, os símbolos do Manual C 21-30, sobre os quais não se pode afirmar se foram

elaborados com embasamento nos preceitos da Semiologia Gráfica e da Teoria Gestalt. A

seguir, serão descritos os significados que cada símbolo pretende representar, assim como as

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referidas imagens reais.

a) COLETA DE MORTOS

Este símbolo representa a coleta dos mortos em uma guerra, como ilustra a FIG. 6.1. Os

corpos normalmente são trazidos pela viatura que leva a munição para a frente de combate.

Desta forma, estes vêm nas viaturas que voltariam vazias para serem posteriormente

sepultados.

FIG. 6.1 – Coleta de mortos (FREEFOTO, 2007).

b) OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS

As operações psicológicas têm uma íntima ligação com a comunicação e a persuasão

exercida entre pessoas como meio de obter êxito, sem a dominação pela força.

O EB define esse fenômeno como “um conjunto de ações de qualquer natureza

(políticas, econômicas, psicossociais e militares) destinadas a influir nas emoções, nas

atitudes e nas opiniões de um grupo (inimigo, hostil, neutro ou amigo), com a finalidade de

obter comportamentos predeterminados e favoráveis ao objetivo que se pretende atingir”.

Para persuadir o emocional e a motivação do público alvo é importante conhecer as

características desse grupo, como os costumes, valores e tradições bem como determinar os

meios de difusão das mensagens que serão utilizadas.

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74

É pertinente distinguir a ferramenta de operações psicológicas chamada de propaganda da

propaganda comercial. Enquanto esta visa, basicamente, a influir na opção de compra de um

produto, aquela procura influir em convicções mais profundas, tal como a decisão de

abandonar a luta e render-se.

Em virtude dessa crescente importância do convencimento psicológico na obtenção dos

objetivos, o EB modificou sua estrutura, retirando as operações psicológicas do Sistema de

Comunicação Social, criando o Sistema de Operações Psicológicas, que passou a ter o

Comando de Operações Terrestres como órgão central. A FIG. 6.2 exibe imagens

relacionadas a estas operações.

FIG. 6.2 – Operações psicológicas (FREEFOTO, 2007).

c) SAÚDE

O significado pretendido passar com este termo é o que se refere a um posto médico ou a

um estabelecimento que recebe doentes ou feridos para receberem tratamento médico.

Portanto está diretamente ligado a hospital, enfermaria, médico, remédios, entre outros,

conforme representado na FIG. 6.3.

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75

FIG. 6.3 – Saúde (FREEFOTO, 2007).

d) RECREAÇÃO

A recreação militar está relacionada à realização de atividades prazerosas, com o intuito

de distrair e entreter os militares. É o momento no qual são desviadas as atenções das

preocupações para a diversão. Podem ser desde jogos esportivos até mesmo uma sessão de

cinema, conforme estabelece a FIG. 6.4.

Esse tipo de atividade é fundamental para que ocorra a troca da tropa que está na frente

de combate por uma tropa descansada e revigorada para enfrentar o inimigo com ânimo

máximo. Esta atividade é importante para aliviar o estresse de ficar em situação de combate

presenciando cenas de grande impacto psicológico.

FIG. 6.4 – Recreação (BOINAS VERDES, 2007; FREEFOTO, 2007).

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76

e) EVACUAÇÃO

Evacuação é a ação de evacuar, ou seja, deixar livre um local, esvaziar, desocupar. Num

contexto militar, pode ser relacionado ao abandono de um teatro de operações, de um local de

acampamento ou instalação etc. A FIG. 6.5 expõe imagens associadas a este conceito.

Esse significado ganha grande vulto quando se refere à evacuação de um lugar onde foi

cumprida uma missão e o inimigo está perto, ou quando se cumpre uma missão

descentralizada e marca-se um local e um horário para ser feita a evacuação, por vezes até

aeromóvel, dependendo do tipo de operação.

FIG. 6.5 – Evacuação (FREEFOTO, 2007).

f) CONSTRUÇÃO

Está relacionada à montagem de infra-estrutura para a execução de operação militar.

Portanto, está ligada à Engenharia no que tange a construção de pontes, edificações,

transposição de barreiras, entre outros, consoante a FIG. 6.6. O EB possui A Engenharia

Militar e a Arma de Engenharia. A primeira constitui-se em um Quadro cuja preocupação

baseia-se principalmente no desenvolvimento e aplicabilidade de tecnologia referente aos

MEM (materiais de emprego militar). Portanto, tem uma área de atuação voltada à Ciência e

à Tecnologia no âmbito da Força Terrestre. A Arma de Engenharia é uma Arma de Apoio ao

combate, assim como a Artilharia, ou seja, elas apóiam as Armas Base: Infantaria e

Cavalaria. Tem por missão lançar campos de minas, desminagem, possibilitar travessia de

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77

tropa e/ou viaturas transpondo cursos d'água, lançar obstáculos anti-carros, além de realizar

missões básicas a qualquer tropa combatente (segurança, patrulha etc.).

FIG. 6.6 – Construção (FREEFOTO, 2007).

g) GUERRILHA

Pode ser definida como um tipo de ação, realizada por guerrilheiros, que são um grupo

especializado em assalto por meio de emboscadas, sabotagem e combates rápidos que se

utilizam do fator surpresa para desorganizar grupos considerados regulares, como uma tropa

do Exército.

Utiliza-se do conhecimento do terreno de combate como uma arma eficaz para obtenção

de êxito, além de não utilizar necessariamente uma linha de frente de ação. Atuam sempre em

operações descentralizadas e com pouco efetivo, realizando suas ações e evacuando

rapidamente o local após a conclusão. A FIG. 6.7 demonstra grupos de guerrilha.

FIG. 6.7 – Guerrilha (FREEFOTO, 2007).

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h) EMBARQUE E DESEMBARQUE

O embarque compreende o local onde as tropas, com seus equipamentos e suprimentos,

são embarcadas nos navios, em carros de combate, em aviões ou helicópteros. O

desembarque é a fase de chegada da tropa ao destino designado. Pode estar ligado

diretamente com a evacuação da tropa de um determinado local após o cumprimento de uma

missão. A FIG. 6.8 exemplifica estas ações.

FIG. 6.8 – Embarque e desembarque (FREEFOTO, 2007).

i) REPOUSO

Está relacionado ao momento de sossego da tropa, ou seja, de tranqüilidade, descanso. É

fundamental para o bom prosseguimento das ações, sendo responsável pelo revigoramento da

tropa e de seu moral para o combate. Além disso, o repouso é realizado em uma área que haja

segurança para que os militares possam descansar sem estresse ou preocupação com o

inimigo. A FIG. 6.9 mostra militares em momento de repouso.

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79

FIG. 6.9 – Repouso (BOINAS VERDES, 2007; FREEFOTO, 2007).

j) MANUTENÇÃO

Refere-se à assistência técnica na manutenção de viaturas, armamento e equipamentos. É

a região onde ficam os responsáveis por dar a continuidade dos combates e manter a tropa

sempre em condições de, materialmente, cumprir todas as suas missões. Na FIG. 6.10 pode-

se observar imagens relacionadas à manutenção.

FIG. 6.10 – Manutenção (FREEFOTO, 2007).

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80

* ETAPA 1.e – Criação Empírica de Símbolos

Nesta fase da pesquisa, os dez símbolos empíricos não serão criados, mas selecionados do

MANUAL C 21-30, a fim de serem testados, como representado na TAB. 6.1.

TAB. 6.1 – Símbolos selecionados COLETA

DE MORTOS (a)

OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS

(b)

SAÚDE (c)

RECREAÇÃO(d)

EVACUAÇÃO (e)

Rcr

Ev

CONSTRUÇÃO

(f)

GUERRILHA

(g)

EMBARQUE E

DESEMBARQUE

(h)

REPOUSO

(i)

MANUTENÇÃO

(j)

Cnst

Rpo

** ETAPA 1.f – Leitura Visual da Forma dos símbolos selecionados

Conforme os preceitos da Gestalt, a percepção visual obedece a certas tendências

naturais, como por exemplo, a preferência por formas simples. Com base nestas leis, nas

categorias conceituais fundamentais e nas técnicas visuais aplicadas, é possível segregar,

“destruir”, a forma e entender como ela é percebida.

Esta etapa foi inserida objetivando realizar a leitura visual da forma dos símbolos

selecionados, com exceção dos que são representados por meio de letras, à luz do sistema de

GOMES FILHO (2000), para identificar se os símbolos possuem uma “boa Gestalt”, ou seja,

um alto índice de pregnância da forma.

COLETA DE MORTOS ( TAB. 6.1, a).

Segregação: o símbolo pode ser decomposto em duas unidades principais: a barra

horizontal e a barra vertical.

SÍMBOLO

NOME

SÍMBOLO

NOME

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81

Proximidade e Semelhança: a proximidade dos elementos geométricos é responsável por

promover a unificação do conjunto.

Unificação: a idéia de unificação destas unidades é facilitada pelos fatores de

proximidade e semelhança bem como pelo equilíbrio simétrico das unidades principais.

No que se refere à leitura visual do objeto, com base nas categorias conceituais

fundamentais e técnicas visuais aplicadas, destacam-se a simplicidade e a superficialidade.

Além disso, a harmonia visual decorre da existência de poucas unidades compositivas. Numa

interpretação conclusiva da imagem, pode-se deduzir que o símbolo proporciona rápida

leitura visual, caracterizando uma “boa Gestalt”. Com isso, revela-se o alto índice de

pregnância da forma.

OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS ( TAB. 6.1, b).

Segregação: o símbolo pode ser decomposto nas seguintes unidades principais: a haste

geométrica e o conjunto de traços horizontais.

Proximidade e Semelhança: os traços horizontais, por serem próximos e semelhantes,

tendem a ser visualizados em conjunto, facilitando a segregação do símbolo em macro

unidades.

Fechamento: o símbolo apresenta, além de um fechamento físico e linear, um fechamento

sensorial, caracterizado pela junção das duas formas geométricas presentes na haste, ou seja,

há uma tendência de estabelecer uma linha divisória formando um retângulo e um trapézio

isósceles.

Unificação: a idéia de unificação destas unidades é facilitada pelos fatores de

proximidade e semelhança. Também pode ser mencionada a unificação de um retângulo com

um trapézio isósceles na formação da haste geométrica.

No tocante à leitura visual do objeto, com base nas categorias conceituais fundamentais e

técnicas visuais aplicadas, observa-se que o símbolo se mostra claro, simples e superficial,

não oferecendo dificuldades na sua leitura visual. Portanto, a imagem apresenta um alto

índice de pregnância da forma.

SAÚDE ( TAB. 6.1, c)

Em virtude da semelhança com o símbolo de coleta de mortos, apresenta uma leitura

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82

visual da forma análoga. Com relação às categorias conceituais fundamentais, apresenta um

equilíbrio perfeito das unidades compositivas que se cortam no centro geométrico de cada

barra. A imagem apresenta um alto índice de pregnância da forma.

GUERRILHA ( TAB. 6.1, g)

Segregação: o símbolo pode ser decomposto nas seguintes unidades principais: a

circunferência, o segmento de reta vertical, o “v” invertido e a haste horizontal. Esta ainda

pode ser segregada em um segmento horizontal e um vertical.

Proximidade e Semelhança: os traços geométricos apresentam forte semelhança entre si,

contribuindo, pela proximidade, para a unificação das unidades principais acima descritas.

Unificação: a idéia de unificação destas unidades baseia-se nos fatores de proximidade e

semelhança.

Com relação à leitura visual do objeto, com base nas categorias conceituais fundamentais

e técnicas visuais aplicadas, observa-se o destaque da minimidade e da superficialidade,

permitindo-se atribuir um alto índice de pregnância da forma.

EMBARQUE E DESEMBARQUE ( TAB. 6.1, h).

Segregação: a figura pode ser decomposta em quatro unidades principais: trapézio,

retângulo e dois segmentos de reta verticais.

Proximidade e Semelhança: A proximidade dos segmentos de reta e do retângulo em

relação ao trapézio faz com que todo o conjunto seja visto como uma unidade.

Unificação: a idéia de unificação destas unidades é estabelecida pelos fatores de

proximidade e semelhança.

No que se refere à leitura visual do objeto, com base nas categorias conceituais

fundamentais e técnicas visuais aplicadas, destacam-se a simplicidade, a superficialidade e a

harmonia caracterizada pela perfeita simetria do símbolo. Com isso, o alto índice de

pregnância da forma é característica da forma apresentada.

MANUTENÇÃO ( TAB. 6.1, j)

Segregação: o símbolo se segrega em três unidades principais: a haste horizontal e os dois

arcos de circunferência.

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Proximidade e Semelhança: A proximidade dos elementos geométricos que constituem o

símbolo fortalece a unificação do todo.

Unificação: a idéia de unificação é verificada pelo seu equilíbrio simétrico, além dos

fatores de proximidade e semelhança.

A simplicidade, minimidade, harmonia, clareza e o equilíbrio são os fatores baseados nas

categorias conceituais fundamentais e técnicas visuais aplicadas presentes no símbolo. Assim

a organização visual possui alta pregnância da forma.

ETAPA 1.g – Aplicação de Testes de Eficiência com símbolos selecionados O objetivo principal desta etapa foi averiguar a eficiência na comunicação visual dos

símbolos selecionados no manual C 21-30, em termos de percepção visual e velocidade.

Inicialmente, houve a impossibilidade de realização dos testes com o público definido na

etapa 1.c, devido à incompatibilidade do cronograma da pesquisa com a disponibilidade dos

militares em questão. Por isso, a pesquisa foi feita com 30 alunos do 1º ano do IME, e as

situações hostis de campo foram adequadas de modo a se tornarem viáveis na execução pelos

estudantes. Entretanto, no transcurso da pesquisa, tornou-se exeqüível a aplicação dos testes

com 10 oficiais do IME e cinco oficiais da ECEME, público alvo definido originalmente. A

FIG. 6.11 ilustra o momento da realização do teste 02 pelos alunos.

Foram aplicados três testes, que se convencionou chamar de Teste de Eficiência 01 (livre

de induções – Apêndice 1), Teste de Eficiência 02 (símbolos contextualizados numa operação

militar – Apêndice 2) e Teste de Eficiência 03 (induzido, contendo quatro opções de escolha –

Apêndice 3).

Diante desta nova perspectiva, será possível também efetuar uma comparação entre os

resultados obtidos pelos oficiais e pelos alunos, exceto pelo símbolo de coleta de mortos que

veio a substituir o símbolo de caçador, presente nos testes realizados pelos alunos, e escolhido

inicialmente de modo equivocado por não representar uma idéia abstrata.

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84

FIG. 6.11 – Execução do teste 02 pelos alunos do primeiro ano do IME.

Análise dos resultados e conclusões dos testes de eficiência

Os resultados do teste de eficiência 01 estão exibidos em forma de gráfico de barras

verticais nas FIG. 6.12 a 6.21; os resultados do teste 02 estão representados nas FIG 6.23 a

6.32 e os resultados do teste 03 compõem a FIG 6.34. Para cada símbolo testado serão

representadas as respostas dadas pelos alunos (a) e pelos oficiais (b), respectivamente.

Com relação ao teste 01, os resultados estão discriminados nas figuras seguintes:

FIG. 6.12(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Coleta de mortos.

Resultado do teste de eficiência 01 - Coleta de mortos

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 20,10% 53,30% 13,30% 13,30%

CRUZ CEMITÉRIO IGREJA COLETA DE MORTOS

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85

FIG. 6.13(a) – Resultado do teste de eficiência 01 – Operações Psicológicas.

FIG. 6.13(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Operações Psicológicas.

Resultado do teste de eficiência 01 - Operações Psicológicas

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 53,33% 16,67% 6,67% 6,66% 16,67% 0,00%

LANTERNA LUZ ARTILHARIA REDE ELÉTRICA OUTROSOPERAÇÕES

PSICOLÓGICAS

Resultado do teste de eficiência 01 - Operações psicológicas

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 33,30% 6,68% 6,68% 26,67% 26,67%

LANTERNA SUPRIMENTO RADIAÇÃO FAROLOPERAÇÕES

PSICOLÓGICAS

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86

FIG. 6.14(a) – Resultado do teste de eficiência 01 – Saúde.

FIG. 6.14(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Saúde.

Resultado do teste de eficiência 01 - Saúde

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 53,30% 40,00% 6,70%

CRUZAMENTO PONTO COTADO SAÚDE

Resultado do teste de eficiência 01 - Saúde

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 40,00% 13,33% 40,00% 6,67%

CRUZAMENTO CRUZ OUTROS SAÚDE

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87

FIG. 6.15(a) – Resultado do teste de eficiência 01 – Recreação.

Resultado do teste de eficiência 01 - Recreação

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 53,30% 26,67% 20,03%

RECRUTA MATERIAL RECUPERADO RECREAÇÃO

FIG. 6.15(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Recreação.

Resultado do teste de eficiência 01 - Recreação

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 46,67% 30,00% 23,33%

RECRUTAMENTO OUTROS RECREAÇÃO

Rcr

Rcr

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88

FIG. 6.16(a) – Resultado do teste de eficiência 01 – Evacuação.

Resultado do teste de eficiência 01 - Evacuação

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 20,00% 80,00%

EFETIVO VARIÁVEL EVACUAÇÃO

Ev

FIG. 6.16(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Evacuação.

Resultado do teste de eficiência 01 - Evacuação

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 13,33% 70% 16,67%

EVENTO OUTROS EVACUAÇÃO

Ev

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89

FIG. 6.17(a) – Resultado do teste de eficiência 01 – Construção.

FIG. 6.17(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Construção.

Resultado do teste de eficiência 01 - Construção

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 56,67% 43,33%

CONSTANTE CONSTRUÇÃO

Cnst

Resultado do teste de eficiência 01 - Construção

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTA 100,00%

CONSTRUÇÃO

Cnst

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90

FIG. 6.18(a) – Resultado do teste de eficiência 01 – Guerrilha.

FIG. 6.18(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Guerrilha.

Resultado do teste de eficiência 01 - Guerrilha

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 10,00% 10,00% 76,67% 3,33%

INIMIGO TRABALHADOR OUTROS GUERRILHA

Resultado do teste de eficiência 01 - Guerrilha

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 6,70% 6,70% 33,30% 6,70% 13,30% 13,30% 6,70% 13,30%

HOM EM À ESQUERDA

PESSOAL INIM IGO M ILÍCIA TROPA CAÇADORES BALIZAM ENTO GUERRILHA

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91

FIG. 6.19(a) – Resultado do teste de eficiência 01 – Embarque e Desembarque.

FIG. 6.19(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Embarque e Desembarque.

Resultado do teste de eficiência 01 - Embarque e desembarque

0%

20%

40%

60%

80%

100%O

corr

ênci

a

RESPOSTAS 20,00% 13,33% 66,67% 0,00%

NAVIO BARCO OUTROSEMBARQUE E

DESEMBARQUE

Resultado do teste de eficiência 01 - Embarque e desembarque

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 33,33% 26,67% 20,00% 20,00%

BARCO PORTO EMBARCAÇÃOEMBARQUE E

DESEMBARQUE

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92

FIG. 6.20(a) – Resultado do teste de eficiência 01 – Repouso.

FIG. 6.20(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Repouso.

Resultado do teste de eficiência 01 - Repouso

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 30,00% 10,00% 60,00% 0,00%

REPOSIÇÃO RÁPIDO OUTROS REPOUSO

Rpo

Resultado do teste de eficiência 01 - Repouso

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 60,00% 26,67% 13,33%

REUNIÃO PRÓXIMO AO OBJETIVO REAGRUPAMENTO REPOUSO

Rpo

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93

FIG. 6.21(a) – Resultado do teste de eficiência 01 – Manutenção.

FIG. 6.21(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Manutenção.

Análise dos testes realizados pelos alunos

De acordo com os percentuais obtidos nos testes realizados pelos alunos, a categoria

explicitada no gráfico como “outros” apresentava respostas bastante diversificadas, que

isoladamente não representavam nem 1% do total. Essa categoria mostrou-se bastante

expressiva na maioria dos testes, o que demonstra a possibilidade de inúmeras associações de

significados a um mesmo símbolo testado.

Em alguns casos, as respostas obtidas nem sequer fizeram menção ao símbolo em teste,

como foi o caso dos símbolos: operações psicológicas, embarque e desembarque e repouso,

com percentuais de 0,00% de acerto, necessitando uma atenção maior em sua reformulação.

Resultado do teste de eficiência 01 - Manutenção

0%

20%

40%

60%

80%

100%O

corr

ênci

a

RESPOSTAS 13,33% 73,34% 13,33%

FERRAMENTA OUTROS MANUTENÇÃO

Resultado do teste de eficiência 01 - Manutenção

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 20,03% 6,67% 13,30% 60,00%

PONTE MATERIAL BÉLICO OFICINA MANUTENÇÃO

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94

No caso do símbolo de construção, apenas duas respostas distintas foram dadas: constante

e o próprio símbolo de construção, o que pode ser um indicativo de que o símbolo se

aproxima de um significado monossêmico, apesar de a significação errada ter obtido uma

porcentagem maior: 56,67%.

Embora tenha sido exposto aos alunos de que os símbolos em teste pertenciam ao Manual

C 21-30, algumas respostas obtidas fugiam completamente da temática na qual os símbolos

estão inseridos, ou seja, um contexto militar. Isto se deve, em grande parte, ao completo

desconhecimento do Manual por parte dos alunos.

Assim, algumas respostas incoerentes como estrutura de cadeia carbônica, evangelho,

cantor, raposa e cabideiro para representar, respectivamente, saúde, evacuação, guerrilha,

repouso e manutenção foram obtidas, demonstrando assim a importância de realizar este teste

com militares que realmente estejam envolvidos no planejamento e execução de operações

militares.

Análise dos testes realizados pelos oficiais

Com relação ao símbolo de coleta de mortos, este obteve o menor índice de acertos

(13,30%), pois os oficiais tenderam a associá-lo a idéias concretas, tais como cruz, igreja e

cemitério, tendo este último o maior percentual de respostas (53,30%). Analogamente, os

oficiais associaram o símbolo de embarque e desembarque a noções concretas, como barco,

embarcação e porto; assim como ocorreu no símbolo de operações psicológicas, onde as

respostas aludiam a farol e lanterna.

Os símbolos de manutenção, evacuação e construção destacaram-se pelo alto índice de

acerto, tendo este último obtido 100,00% de respostas corretas.

As respostas dadas para saúde, recreação e repouso tiveram baixo percentual de acerto,

6,70% , 20,03% e 13,33%, respectivamente.

Vale ressaltar que guerrilha obteve a maior diversidade de respostas, oito no total, sendo

13,30% o somatório de respostas certas.

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95

Comparação entre os testes realizados pelos alunos pelos oficiais

Índice de acerto no teste de eficiência 01 realizado pelos alunos

0%7%

23%17%

43%

3% 0% 0%

13% 12%Não

verif icado0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Símbolos militares

Inte

rpre

taçã

o c

orr

eta

COLETA DE MORTOS (NÃO VERIFICADO)

OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS

SAÚDE

RECREAÇÃO

EVACUAÇÃO

CONSTRUÇÃO

GUERRILHA

EMBARQUE E DESEMBARQUE

REPOUSO

MANUTENÇÃO

MÉDIA GERAL DE ACERTOS

FIG. 6.22(a) – Índice de acertos do teste de eficiência 01.

Índice de acerto no teste de eficiência 01 realizado pelos oficiais

13%

27%

7%

20%

80%

100%

13%20%

13%

60%

35%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Símbolos militares

Inte

rpre

taçã

o c

orr

eta

COLETA DE MORTOS

OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS

SAÚDE

RECREAÇÃO

EVACUAÇÃO

CONSTRUÇÃO

GUERRILHA

EMBARQUE E DESEMBARQUE

REPOUSO

MANUTENÇÃO

MÉDIA GERAL DE ACERTOS

FIG. 6.22(b) – Índice de acertos do teste de eficiência 01.

Os gráficos da FIG. 6.22 exibem os índices de acerto no teste 01, sendo (a) no realizado

pelos alunos e (b) pelos oficiais.

A média geral de acertos dos oficiais foi maior que a dos alunos em 23,00%, destacando-

se os símbolos de construção, evacuação, manutenção e operações psicológicas, superiores

em 57,00%, 63,00%, 47,00% e 27,00%, respectivamente.

Em contrapartida, recreação obteve um percentual 3,00% maior por parte dos alunos e

saúde atingiu um percentual igual nos dois grupos de executores do teste.

Sobre o segundo teste, ou seja, o teste com os símbolos dentre de uma operação militar,

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96

foram obtidos os seguinte resultados:

FIG. 6.23(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Coleta de mortos.

Resultado do teste de eficiência 02 – Coleta de mortos

0%

20%

40%

60%

80%

100%O

corr

ênci

a

RESPOSTAS 20,00% 60,00% 20,00%

IGREJA CEMITÉRIO COLETA DE MORTOS

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97

FIG. 6.24(a) – Resultado do teste de eficiência 02 – Operações Psicológicas.

FIG. 6.24(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Operações Psicológicas.

Resultado do teste de eficiência 02 - Operações Psicológicas

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 26,67% 16,67% 13,33% 43,33% 0,00%

LANTERNA LUZ ARTILHARIA OUTROSOPERAÇÕES

PSICOLÓGICAS

Resultado do teste de eficiência 02 – Operações Psicológicas

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 20,00% 13,33% 6,66% 20,00% 33,35% 6,66%

FAROL RADIAÇÃO SUPRIMENTO ÁREA ILUMINADA SU INFANTARIAOPERAÇÕES

PSICOLÓGICAS

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98

FIG. 6.25(a) – Resultado do teste de eficiência 02 – Saúde.

FIG. 6.25(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Saúde.

Resultado do teste de eficiência 02 - Saúde

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 26,67% 16,67% 23,33% 33,33%

POSTO MÉDICO CRUZAMENTO OUTROS SAÚDE

Resultado do teste de eficiência 02 – Saúde

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 40,00% 6,66% 53,34%

CRUZAMENTO PONTO COTADO SAÚDE

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99

FIG. 6.26(a) – Resultado do teste de eficiência 02 – Recreação.

FIG. 6.26(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Recreação.

Resultado do teste de eficiência 02 - Recreação

0%

20%

40%

60%

80%

100%O

corr

ênci

a

RESPOSTAS 40,00% 60,00% 0,00%

RECRUTAMENTO OUTROS RECREAÇÃO

Rcr

Resultado do teste de eficiência 02 – Recreação

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 46,67% 20,00% 33,33%

RECRUTA MATERIAL RECUPERADO RECREAÇÃO

Rcr

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100

FIG. 6.27(a) – Resultado do teste de eficiência 02 – Evacuação.

FIG. 6.27(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Evacuação.

Resultado do teste de eficiência 02 - Evacuação

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 16,67% 63,33% 20,00%

ESTACIONAMENTO DE VIATURAS OUTROS EVACUAÇÃO

Ev

Resultado do teste de eficiência 02 - Evacuação

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTA 100,00%

EVACUAÇÃO

Ev

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101

FIG. 6.28(a) – Resultado do teste de eficiência 02 – Construção.

FIG. 6.28(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Construção.

Resultado do teste de eficiência 02 - Construção

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 6,67% 6,66% 86,67%

CONSTANTE OUTROS CONSTRUÇÃO

Cnst

Resultado do teste de eficiência 02 - Construção

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTA 100,00%

CONSTRUÇÃO

Cnst

Page 102: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO ... - cartografia.ime.eb.br · FIG. 5.1 Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30.....62 FIG. 5.2 Símbolos em formato analógico dispostos

102

FIG. 6.29(a) – Resultado do teste de eficiência 02 – Guerrilha.

Resultado do teste de eficiência 02 – Guerrilha

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 33,34% 13,33% 13,33% 26,67% 13,33%

INIMIGO CAÇADORES TROPA OUTROS GUERRILHA

FIG. 6.29(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Guerrilha.

Resultado do teste de eficiência 02 - Guerrilha

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 16,67% 6,67% 76,67% 0,00%

INIMIGO INFANTARIA OUTROS GUERRILHA

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103

FIG. 6.30(a) – Resultado do teste de eficiência 02 – Embarque e Desembarque.

FIG. 6.30(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Embarque e Desembarque.

Resultado do teste de eficiência 02 - Embarque e desembarque

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 26,67% 20,00% 53,33% 0,00%

EMBARCAÇÃO PORTO OUTROSEMBARQUE E

DESEMBARQUE

Resultado do teste de eficiência 02 - Embarque e desembarque

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 26,67% 33,33% 13,33% 6,67% 6,67% 13,33%

BARCO EMBARCAÇÃO PORTO CONSTRUÇÃO EMBARQUEEMBARQUE E

DESEMBARQUE

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104

FIG. 6.31(a) – Resultado do teste de eficiência 02 – Repouso.

FIG. 6.31(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Repouso.

Resultado do teste de eficiência 02 - Repouso

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 30,00% 10,00% 60,00% 0,00%

REPOSIÇÃO RÁPIDO OUTROS REPOUSO

Rpo

Resultado do teste de eficiência 02 – Repouso

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTA 46,67% 6,66% 13,33% 33,34%

REUNIÃO PRÓXIMO AO OBJETIVO

MATERIAL DE REPOSIÇÃO REAGRUPAMENTO REPOUSO

Rpo

Page 105: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO ... - cartografia.ime.eb.br · FIG. 5.1 Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30.....62 FIG. 5.2 Símbolos em formato analógico dispostos

105

FIG. 6.32(a) – Resultado do teste de eficiência 02 – Manutenção.

FIG. 6.32(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Manutenção.

Análise dos testes realizados pelos alunos

Os resultados obtidos com este teste foram similares ao primeiro. Os percentuais nulos de

ocorrência foram para operações psicológicas, embarque e desembarque e guerrilha.

A categoria outros também foi expressiva na maioria dos símbolos testados, destacando-

se o teste para guerrilha, onde o percentual atingindo por essa categoria foi de 76,67%,

exibindo, assim, uma grande diversidade de respostas para este símbolo.

Ao contrário do primeiro teste, o símbolo de construção teve um nível de acerto elevado,

86,67%, levando, a um percentual menor, a resposta “constante”, que foi representativa no

primeiro teste.

Resultado do teste de eficiência 02 - Manutenção

0%

20%

40%

60%

80%

100%O

corr

ênci

a

RESPOSTAS 10,00% 73,33% 16,67%

ARMAMENTO OUTROS MANUTENÇÃO

Resultado do teste de eficiência 02 – Manutenção

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 20,00% 6,66% 73,34%

PONTE MATERIAL BÉLICO MANUTENÇÃO

Page 106: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO ... - cartografia.ime.eb.br · FIG. 5.1 Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30.....62 FIG. 5.2 Símbolos em formato analógico dispostos

106

O símbolo de saúde teve uma significativa melhoria de associação, passando de 6,67%

para 33,33%, enquanto recreação passou de um percentual de 30% para um nível de acerto de

0%, reduzindo, dessa forma, a sua percepção.

Outros símbolos também tiveram um aumento no nível de acerto com relação ao teste 01,

como evacuação que passou de 16,67% para 20% e manutenção, passando de 13,33% para

16,67%.

Análise dos testes realizados pelos oficiais

Construção continuou com 100,00% de acerto, e evacuação passou a ter este mesmo

percentual de respostas corretas.

Os símbolos de saúde, repouso, manutenção e recreação aumentaram o nível de acerto

em 46,64%, 20,01% , 13,34% e 13,30%.

Em embarque e desembarque, surgiu uma resposta indicativa de ação, referida ao ato

de embarcar.

Guerrilha continuou com o mesmo índice de representatividade (13,33%). Embora o

símbolo de mortos tenha aumentado em 6,70%, a associação a significados concretos

persistiu, sendo cemitério a resposta mais mencionada, assim como no teste 01.

Houve uma queda na representatividade do símbolo de operações psicológicas em

20,00%.

Comparação entre os testes realizados pelos alunos pelos oficiais

Os gráficos da FIG. 6.33 exibem os índices de acerto no teste 02, sendo (a) no realizado

pelos alunos e (b) pelos oficiais.

Page 107: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO ... - cartografia.ime.eb.br · FIG. 5.1 Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30.....62 FIG. 5.2 Símbolos em formato analógico dispostos

107

Índice de acerto no teste de eficiência 02 realizado pelos alunos

20%

0% 0%

17%

Nãoverificado 0%

33%

0%

87%

0%

17%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Símbolos militares

Inte

rpre

taçã

o c

orr

eta

COLETA DE MORTOS (NÃO VERIFICADO)

OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS

SAÚDE

RECREAÇÃO

EVACUAÇÃO

CONSTRUÇÃO

GUERRILHA

EMBARQUE E DESEMBARQUE

REPOUSO

MANUTENÇÃO

MÉDIA GERAL DE ACERTOS

FIG. 6.33(a) – Índice de acerto no teste de eficiência 02.

Índice de acerto no teste de eficiência 02 realizado pelos oficiais

20%

7%

53%

33%

100%

13% 13%

33%

73%

45%

100%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Símbolos militares

Inte

rpre

taçã

o c

orr

eta

COLETA DE MORTOS

OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS

SAÚDE

RECREAÇÃO

EVACUAÇÃO

CONSTRUÇÃO

GUERRILHA

EMBARQUE E DESEMBARQUE

REPOUSO

MANUTENÇÃO

MÉDIA GERAL DE ACERTOS

FIG. 6.33(b) – Índice de acerto no teste de eficiência 02.

A média geral de acertos dos oficiais foi maior que a dos alunos em 28,00%, destacando-

se os símbolos de evacuação, manutenção e repouso, superiores em 80,00%, 56,00% e

33,00%, respectivamente.

Convém destacar que os oficiais, ao contrário dos alunos, apresentaram níveis de acerto

maior que 0,00% em todos os símbolos testados.

Para o teste 03, os resultados encontram-se expostos nas FIG. 6.34.

Page 108: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO ... - cartografia.ime.eb.br · FIG. 5.1 Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30.....62 FIG. 5.2 Símbolos em formato analógico dispostos

108

Teste de eficiência 03

3,33%

96,67%

10,00%

44,67%

100,00%

36,67%

96,67%

53,67% 54,00%

NãoRealizado

46,67%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Símbolos militares

Po

rcen

tag

em d

e ac

erto

sCOLETA DE MORTOS

OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS

SAÚDE

RECREAÇÃO

EVACUAÇÃO

CONSTRUÇÃO

GUERRILHA

EMBARQUE E DESEMBARQUE

REPOUSO

MANUTENÇÃO

MÉDIA GERAL DE ACERTOS

FIG. 6.34(a) – Resultado do teste de eficiência 03.

Teste de eficiência 03

26,67%

46,67%

73,34%

60,00%

86,67%

100,00%

33,33%

73,34%

20,00%

66,67%

59,00%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Símbolos militares

Po

rcen

tag

em d

e ac

erto

s COLETA DE MORTOS

OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS

SAÚDE

RECREAÇÃO

EVACUAÇÃO

CONSTRUÇÃO

GUERRILHA

EMBARQUE E DESEMBARQUE

REPOUSO

MANUTENÇÃO

MÉDIA GERAL DE ACERTOS

FIG. 6.34(b) – Resultado do teste de eficiência 03.

Análise dos testes realizados pelos alunos

Três símbolos se destacaram pelo resultado positivo obtido: saúde, embarque e

desembarque e construção, sendo este último atingindo 100% de acerto. Outros continuaram

com uma baixa representatividade, a exemplo de operações psicológicas e recreação, que

deverão ser analisados com cautela na etapa de reformulação.

Page 109: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO ... - cartografia.ime.eb.br · FIG. 5.1 Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30.....62 FIG. 5.2 Símbolos em formato analógico dispostos

109

Análise dos testes realizados pelos oficiais

Os símbolos de construção, embarque e desembarque, evacuação e operações

psicológicas obtiveram um nível de representatividade alto. Todavia, repouso teve uma queda

de 13,34% em relação ao teste 02.

Comparação entre os testes realizados pelos alunos e pelos oficiais

A média geral de acertos dos oficiais superou a dos alunos em apenas 5,00%. Estes

obtiveram resultados superiores em 23,33%, 3,34%, 23,33% e 33,67% para os símbolos de

saúde, guerrilha, embarque e desembarque e repouso, respectivamente.

Todavia, operações psicológicas (43,34%), recreação (50,00%), evacuação (42,00%) e

manutenção (20,00%) foram superados nestes percentuais pelos oficiais. O símbolo de

construção apresentou 100,00% de eficiência para ambos os grupos.

54%

17%

12%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

TESTE 03 - Com opções

TESTE 02 - Com acontextualização militar

TESTE 01

Comparação entre os índices de acerto nos testes aplicados aos alunos

FIG. 6.35(a) – Comparação entre os índices de acertos nos testes.

Page 110: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO ... - cartografia.ime.eb.br · FIG. 5.1 Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30.....62 FIG. 5.2 Símbolos em formato analógico dispostos

110

59%

45%

35%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

TESTE 03 - Com opções

TESTE 02 - Com acontextualização militar

TESTE 01

Comparação entre os índices de acerto nos testes aplicados aos oficiais

FIG. 6.35(b) – Comparação entre os índices de acertos nos testes.

Os gráficos das FIG. 6.35 demonstram a importância da aplicação do teste 02 com

oficiais, por terem conhecimento e prática na simulação de operações militares, nas quais os

símbolos estão sempre inseridos.

No que se refere à velocidade de execução, os oficiais consumiram em todos os testes um

tempo menor que os alunos, em especial o teste 02, no qual os alunos empregaram 3,8

minutos a mais. Isto ratifica a relevância dos conhecimentos militares previamente adquiridos

na execução deste tipo de teste. A FIG. 6.36 exibe estes resultados.

1,71,3

6,62,8

4,91,6

0 2 4 6 8 10

Tempo (minutos)

TESTE 03

TESTE 02

TESTE 01

Tempo médio de execução dos testes

OFICIAIS

ALUNOS

FIG. 6.36 – Comparação entre os tempos de execução dos testes.

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111

FASE 2 – FASE DE CRIAÇÃO

ETAPA 2.a – Brainstorming

Esta etapa auxilia a elaboração dos símbolos. Consiste em coletar imagens reais

associadas às idéias que os símbolos pretendem transmitir. Além disso, realizou-se um

exercício (Exercício 01), no qual os militares deveriam desenhar o que presumiam ser o

símbolo mais adequado. O modelo deste exercício é apresentado no apêndice 04.

ETAPA 2.b – Processo de criação Baseando-se nos desenhos do Exercício 01, nas imagens adquiridas e nos resultados dos

Testes de Eficiência, procedeu-se à criação dos símbolos preliminares.

Neste processo, foram utilizados os conceitos de leitura visual da forma estabelecidos por

GOMES FILHO (2000), enfatizando as seguintes categorias: clareza, simplicidade,

minimidade e superficialidade, objetivando atingir uma melhor organização visual, em termos

de facilidade de compreensão e rapidez de leitura ou interpretação.

Outrossim, houve uma preocupação em evitar a propagação das imperfeições constatadas

nos resultados dos testes da Fase 1, principalmente no tocante à associação errônea de

significados.

ETAPA 2.c – Seleção das melhores representações preliminares Depois de analisados os diferentes resultados obtidos no processo de criação dos

símbolos, efetuou-se um aprimoramento dos exemplares selecionados, visando a sua futura

finalização.

ETAPA 2.d – Finalização do processo criativo Como resultado do processo de elaboração, chegou-se aos símbolos representados na

TAB. 6.2.

Page 112: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO ... - cartografia.ime.eb.br · FIG. 5.1 Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30.....62 FIG. 5.2 Símbolos em formato analógico dispostos

112

TAB. 6.2 – Símbolos preliminares COLETA

DE MORTOS (a)

OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS

(b)

SAÚDE (c)

RECREAÇÃO(d)

EVACUAÇÃO (e)

CONSTRUÇÃO

(f)

GUERRILHA

(g)

EMBARQUE E

DESEMBARQUE

(h)

REPOUSO

(i)

MANUTENÇÃO

(j)

ETAPA 2.e – Leitura Visual da forma dos símbolos

Procedeu-se a leitura visual da forma dos símbolos criados, de forma análoga à realizada

com os símbolos na Etapa 1.f.

COLETA DE MORTOS ( TAB. 6.2, a).

Segregação: o símbolo pode ser decomposto nas seguintes unidades principais: retângulo,

círculos, boléia e caixão. Este ainda pode ser segregado em hexágono e cruz. Esta pode ser

dividida em duas barras.

Unificação: este princípio está representado pelos fatores de proximidade e equilíbrio

entre as unidades básicas da figura.

Fechamento: Existe um contorno bem definido na figura. Também pode ser identificado

um fechamento sensorial do retângulo na roda traseira.

No que se refere à leitura visual do objeto, com base nas categorias conceituais

fundamentais e técnicas visuais aplicadas, destacam-se a simplicidade e a superficialidade.

Numa interpretação conclusiva da imagem, pode-se deduzir que o símbolo proporciona rápida

leitura visual, caracterizando uma “boa Gestalt”. Com isso, revela-se o alto índice de

SÍMBOLO

NOME

SÍMBOLO

NOME

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113

pregnância da forma.

OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS ( TAB. 6.2, b).

Segregação: o símbolo pode ser decomposto nas seguintes unidades principais: dois

bonecos e um retângulo, que representa um papel com inscrições.

Fechamento: a figura apresenta um contorno bem determinado que delimita cada unidade

principal.

Semelhança: fica evidenciada pelo contorno dos bonecos.

Unificação: a idéia de unificação destas unidades é facilitada pelos fatores de

proximidade entre as pessoas, cujo elo é dado pelo retângulo.

Continuidade: A repetição ordenada dos objetos contidos no papel gera um efeito de boa

continuidade.

No tocante à leitura visual do objeto, com base nas categorias conceituais fundamentais e

técnicas visuais aplicadas, observa-se que o símbolo se mostra claro, simples e superficial,

não oferecendo dificuldades na sua leitura visual. Portanto, a imagem apresenta um alto

índice de pregnância da forma.

SAÚDE ( TAB. 6.2, c)

Segregação: apresenta apenas uma unidade principal, que é a própria figura.

Fechamento: ocorre um fechamento sensorial que segregam a unidade principal em dois

retângulos, um vertical e outro horizontal.

Com relação às categorias conceituais fundamentais, apresenta um equilíbrio perfeito da

unidade compositiva. A imagem apresenta um alto índice de pregnância da forma.

RECREAÇÃO ( TAB. 6.2, d)

Segregação: a figura pode ser segregada em um círculo, representativo de uma bola, e um

boneco. Esta ainda pode ser decomposta em cabeça, braços, tronco e pernas.

Unificação: favorecida pelos fatores de proximidade entre as unidades acima detalhadas

que faz com que as percebamos como um todo, um conjunto.

Fechamento: a figura apresenta um contorno definido.

A minimidade, simplicidade, clareza e superficialidade conferem à figura um alto índice

de pregnância da forma.

Page 114: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO ... - cartografia.ime.eb.br · FIG. 5.1 Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30.....62 FIG. 5.2 Símbolos em formato analógico dispostos

114

EVACUAÇÃO ( TAB. 6.2, e).

Segregação: pode ser segregada em estrada e pessoa. A estrada, por sua vez, se divide em

duas restas contínuas e uma reta tracejada.

Continuidade: a reta tracejada provoca uma sensação de continuidade.

Fechamento: a figura do homem apresenta um contorno físico que o delimita.

O símbolo apresenta um alto índice de pregnância da forma, pelas mesmas razões

apresentadas no símbolo de recreação.

CONSTRUÇÃO ( TAB. 6.2, f)

Segregação: há três unidades principais: muro, carro de mão e homem. O muro pode ser

divido em tijolos, o carro de mão em roda e parte superior, e o homem pode ser divido em

chapéu e corpo.

Unificação: a repetição ordenada dos tijolos, assim como o carro de mão e o homem,

causam um efeito de continuidade.

O equilíbrio entre as unidades compositivas do símbolo otimiza a leitura visual da forma,

proporcionando um alto índice de pregnância da forma.

GUERRILHA ( TAB. 6.2, g)

Segregação: o símbolo pode ser segregado em três unidades principais: os olhos, nariz e

capuz. Os olhos podem ser decompostos em sobrancelha e globo ocular.

Proximidade e Semelhança: os traços geométricos apresentam forte semelhança entre si,

contribuindo, pela proximidade, para a unificação das unidades principais acima descritas.

Unificação: a idéia de unificação baseia-se no fator de proximidade dos olhos e do nariz,

que tendem a ser visualizados em conjunto, compondo a parte visível do rosto.

Fechamento: percebe-se o contorno visível do rosto pelo fechamento provocado pelo

contorno do capuz.

Com relação à leitura visual do objeto, com base nas categorias conceituais fundamentais

e técnicas visuais aplicadas, observa-se o destaque da minimidade e da superficialidade,

permitindo-se atribuir um alto índice de pregnância da forma.

EMBARQUE E DESEMBARQUE ( TAB. 6.2, h).

Segregação: a figura pode ser decomposta em quatro unidades principais: barco, escada e

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115

duas setas. O barco ainda pode ser segregado em subunidades: base, mastro e bandeira.

Continuidade: pode ser vislumbrada pela repetição dos degraus, que compõe a escada que

dá acesso ao barco.

Unificação: a idéia de unificação destas unidades é estabelecida pelos fatores de

proximidade e semelhança.

No que se refere à leitura visual do objeto, com base nas categorias conceituais

fundamentais e técnicas visuais aplicadas, destacam-se a simplicidade e a superficialidade do

símbolo. Com isso, o alto índice de pregnância da forma é característica da forma

apresentada.

REPOUSO ( TAB. 6.2, i).

Segregação: o símbolo pode ser segregado em duas unidades principais: o boneco deitado

e as letras “z”. O boneco pode ainda ser dividido em cabeça, braço, tronco e pernas.

Continuidade: a repetição dos “z” está organizada de forma a se obter um efeito de

continuidade.

Fechamento: embora os braços não estejam cruzados, há um fechamento sensorial dos

braços sob a cabeça.

A facilidade de decomposição em unidades, de leitura e interpretação conferem à imagem

um alto índice de pregnância da forma.

MANUTENÇÃO ( TAB. 6.2, j)

Segregação: o símbolo se segrega em três unidades principais: circunferência, martelo e

chave-de-boca.

Unificação: a proximidade entre o martelo e a chave-de-boca favorecem a idéia de

unificação, provocando a sensação de junção entre as ferramentas.

Fechamento: o círculo que circunscreve as duas ferramentas serve de fechamento, de

contorno destas.

A simplicidade, minimidade, harmonia, clareza e o equilíbrio são os fatores baseados nas

categorias conceituais fundamentais e técnicas visuais aplicadas presentes no símbolo. Assim

a organização visual possui alta pregnância da forma.

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116

FASE 3 – FASE DE TESTES (Feedback)

**

ETAPA 3.a – Aplicação do teste de eficiência 04 com os símbolos preliminares Elaborou-se o Teste de Eficiência 04 com símbolos preliminares nos moldes do teste 02.

O objetivo principal deste teste foi verificar a eficiência na comunicação visual dos símbolos

preliminares construídos seguindo a metodologia proposta por GRANHA (2001). Este teste

foi aplicado a 15 oficiais, sendo 10 pertencentes ao IME e 5 à ECEME.

ETAPA 3.b – Análise dos resultados do teste de eficiência 02 Os resultados obtidos encontram-se nas FIG. 6.37 a FIG. 6.42.

FIG. 6.37 – Resultado do teste de eficiência 04 – Operações psicológicas

FIG. 6.38 – Resultado do teste de eficiência 04 – Evacuação

Resultado do teste de eficiência 04 - Evacuação

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 6,80% 53,30% 13,30% 13,30% 13,30%

MOVIMENTO DE TROPA

ESTRADA TRAVESSIA EVASÃO EVACUAÇÃO

Resultado do teste de eficiência 04 - Operações psicológicas

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 6,97% 73,00% 20,03%

PRISIONEIRO INIMIGO OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS

Page 117: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO ... - cartografia.ime.eb.br · FIG. 5.1 Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30.....62 FIG. 5.2 Símbolos em formato analógico dispostos

117

FIG. 6.39 – Resultado do teste de eficiência 04 – Guerrilha

FIG. 6.40 – Resultado do teste de eficiência 04 – Embarque e desembarque

FIG. 6.41 – Resultado do teste de eficiência 04 – Repouso

Resultado do teste de eficiência 04 - Guerrilha

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 6,65% 20,03% 66,67% 6,65%

FORÇAS ESPECIAIS INIMIGO HOMENS CAMUFLADOS GUERRILHA

Resultado do teste de eficiência 04 - Embarque e desembarque

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 6,70% 6,70% 13,30% 73,30%

PORTO BARCO TRANSPORTE FLUVIALEMBARQUE E

DESEMBARQUE

Resultado do teste de eficiência 04 - Repouso

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 13,33% 86,67%

LAZER REPOUSO

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118

FIG. 6.42 – Resultado do teste de eficiência 04 – Símbolos com 100% de acerto.

De acordo com os percentuais apresentados, nota-se que os símbolos de coleta de mortos,

saúde, recreação, construção e manutenção, elaborados com base na metodologia

correspondiam ao seu verdadeiro significado para os interpelados, alcançando 100,00% de

acerto.

Embora não tenham atingindo um nível de 100,00%, os símbolos embarque e

desembarque, repouso e operações psicológicas apresentaram um aumento no índice de acerto

de 59,97%, 53,33% e 13,36%, respectivamente.

Por fim, 2 símbolos não alcançaram uma melhoria na identificação dos mesmos.

Evacuação obteve uma queda de 86,70% e guerrilha, uma redução de 6,68%.

De um modo geral, os resultados positivos deste teste demonstram a efetiva melhora na

percepção correta da maioria dos símbolos apresentados, evidenciando a eficácia da criação

de símbolos baseada na Semiologia Gráfica aliada aos preceitos da Psicologia Perceptual da

Forma (Gestalt).

No que se refere ao tempo de execução, o teste 04 apresentou melhores resultados quando

comparados ao teste 02, conforme se verifica na FIG. 6.43.

Resultado do teste de eficiência 04 - Símbolos com 100% de acerto

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Oco

rrên

cia

RESPOSTAS 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%

COLETA DE MORTOS SAÚDE RECREAÇÃO CONSTRUÇÃO MANUTENÇÃO

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119

125

179

0 50 100 150 200

Segundos

TESTE 04

TESTE 02

Tempo de execução nos testes 02 e 04

FIG. 6.43 – Comparação entre os tempos de execução dos testes 02 e 04 pelos oficiais.

FASE 4 – FASE DE FINALIZAÇÃO

ETAPA 4.b – Finalização dos símbolos cartográficos (refinamento) Com base na análise dos resultados do Teste de Eficiência 04, conclui-se que os símbolos

preliminares que atendem satisfatoriamente às expectativas no que tange à representação

visual dos objetos correspondentes são coleta de mortos, saúde, recreação, construção,

manutenção e repouso. O critério adotado foi o perfilhado por GRANHA (2001), que

preconizava um percentual mínimo de acerto de 80,00% para que o símbolo fosse

considerado eficiente. Todavia, GRANHA (2001) afirma que este critério foi criado “de

maneira empírica, ou seja, sem caráter científico.”. Portanto, este trabalho também

considerará o símbolo de embarque e desembarque eficiente, que atingiu 73,30%, pois as

demais respostas, além de terem o mesmo campo semântico, representavam apenas 26,70%

do total de respostas dadas.

Com relação ao símbolo de evacuação, o teste 04, além de não manter os 100,00% de

acertos obtidos no teste 02, sofreu uma queda expressiva de 86,70%, portanto, recomenda-se

conservar a sua representação original.

Os símbolos de guerrilha e operações psicológicas não apresentaram melhoras

significativas ao nível de serem adotados como definitivos.

Desta forma, pode-se admitir a finalização do processo criativo, tendo como produto final

os símbolos propostos mostrados na TAB. 6.3 comparados com os símbolos selecionados do

MANUAL DE CAMPANHA C 21-30.

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120

TAB. 6.3 – Símbolos propostos NOME SÍMBOLO DO MANUAL SÍMBOLO PROPOSTO

COLETA DE

MORTOS

CONSTRUÇÃO

Cnst

SAÚDE

RECREAÇÃO

Rcr

REPOUSO

Rpo

MANUTENÇÃO

EMBARQUE E

DESEMBARQUE

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121

ETAPA 4.c – Adequação dos símbolos às escalas cartográficas e implementação em

ambiente digital.

Esta etapa refere-se à utilização do software livre Inkscape 0.45 na confecção dos

símbolos em ambiente digital. A escolha deste programa se deve ao fato de ele criar figuras

em formato vetorial, o que permite alteração da escala das mesmas sem perda de definição

das imagens, conforme análise realizada no item 6 do capítulo 5. Após a elaboração dos

símbolos definitivos neste software, é importante sua adequação às escalas cartográficas.

Um símbolo com formato quadrado de 5 mm, conforme FIG. 6.44, representa uma área

de aproximadamente 15.625m2 e 62.500m2 em cartas com escalas de 1:25.000 e 1:50.000,

respectivamente, sendo ambas as cartas mais comumente empregadas nas operações militares.

No emprego dos símbolos com as dimensões supracitadas, a área real poderá ser menor

que a área representada, o que poderia ser sanado diminuindo-se ainda mais os símbolos.

Todavia esta redução de escala tem como fator limitante a visão humana, que poderá impedir

não só visualização como também a percepção e a identificação do significado dos símbolos.

5mm

5mm

FIG. 6.44 – Símbolo criado no Inkscape e suas dimensões.

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122

7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

7.1 CONCLUSÕES

1. Com relação ao Manual C 21-30, pela bibliografia disponível, não se pode afirmar

com exatidão a sua origem. Entretanto, pode-se inferir que há indícios de que os

símbolos tenham sofrido influência norte-americana e também da Missão Austríaca;

2. No que diz respeito aos símbolos militares, o Manual C 21-30 não apresenta regras

para o estabelecimento do tamanho dos símbolos em virtude do tipo de unidade que

representam;

3. No tocante à utilização de símbolos em plataformas digitais, ficou evidenciada a

importância de usar formato de imagens que mantenham sua forma e integridade

após a alteração de escalas. Neste caso, adotou-se a criação dos símbolos em formato

SVG através do software Inkscape;

4. O Inkscape, assim como outros programas que possuem ferramentas de desenho,

depende, de certa forma, das habilidades do manipulador;

5. Deve haver uma integração entre os programadores com profissionais da área da

Engenharia Cartográfica na criação dos sistemas computacionais de visualização do

Teatro de Operações militares, para que não haja erros teórico-conceituais como os

visualizados na FIG. 4.8;

6. Após analisar as teorias de comunicação, da Semiologia Gráfica e Gestalt, verificou-

se a importância destas no processo de leitura visual de imagens, pois fornecem

parâmetros para a construção de símbolos com “boa gestalt”;

7. O sistema de leitura visual da forma torna-se mais proveitoso em imagens

complexas, onde é possível empregar boa parte das categorias do sistema perfilhado

por GOMES FILHO (2000).

Com relação à otimização da metodologia de construção de símbolos militares, verificou-

se o seguinte:

1. Ao se utilizar símbolos que exprimem uma idéia abstrata, notou-se que as

pessoas tendiam a “concretizá-los”, por exemplo, associando a ação de embarque

e desembarque a barco, embarcação, porto, ou seja, a coisas materiais, corpóreas;

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123

2. A inclusão da etapa de aplicação dos testes aos militares realmente envolvidos no

planejamento e execução de operações militares, trouxe um aumento na

porcentagem de acerto, quando comparado aos alunos, afinal eles tinham uma

vivência nas operações militares;

3. No que concerne à velocidade, os alunos despenderam mais tempo para entender

o contexto da operação militar e associar os nomes aos símbolos;

4. Para uma comparação mais adequada, seria necessário contar com um número

maior de participantes nos testes da fase 1 com os oficiais, pois houve uma

discrepância entre a quantidade destes (15) e a dos alunos (30);

5. A simulação de condições de hostilidade típicas de ambientes de combate,

inviabilizada neste trabalho, poderia gerar resultados diferentes dos obtidos;

6. O conhecimento do significado dos símbolos antes de propor alterações é

importante, pois os símbolos militares são peculiares e podem ter um significado

pouco utilizado no cotidiano de grande parte dos civis, como operações

psicológicas;

7. Todos os símbolos modificados apresentam “boa gestalt”, embora evacuação,

guerrilha e operações psicológicas não tenham demonstrado melhoria na

associação ao seu correto significado;

8. Deveria haver uma iteração nas alterações feitas e aplicação de novos testes para

os símbolos de guerrilha e operações psicológicas, pois isto poderia melhorar a

baixa representatividade dos símbolos reformulados que não alcançaram os

resultados esperados, ou seja, a sua rápida e correta identificação;

9. Quanto ao símbolo de evacuação, sugere-se manter o original do Manual C 21-

30, pois se mostrou eficiente no teste 02 da fase 1, não ocorrendo o mesmo no

teste 04, com o símbolo modificado;

10. De acordo com os resultados obtidos dos testes, verificou-se um significativo

avanço no processo de comunicação cartográfica viabilizado pela reformulação

proposta no presente trabalho.

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124

7.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

1. Aconselha-se realizar uma comparação minuciosa de todos os símbolos, o que poderá

conduzir à comprovação científica da origem do manual brasileiro;

2. Extrapolar a utilização da metodologia para a análise dos demais símbolos contidos no

Capítulo 3 do Manual C 21-30;

3. Realizar os testes com um grupo maior de usuários, simulando condições hostis, e

assim, confrontar ou confirmar as respostas obtidas;

4. Realizar o teste 04 (com os símbolos modificados) com um grupo que não tenha

executado o teste 02, com o intuito de se obter um controle das respostas.

5. Avaliar as mudanças que ocorreriam nos símbolos mais complexos, que utilizam

como símbolos primitivos aqueles modificados neste trabalho;

6. Aumentar o número de oficiais na aplicação de testes;

7. Realizar iterativamente as fases de reformulação/teste para os símbolos de guerrilha e

operações psicológicas;

8. Tratar de outras características dos símbolos militares, como composição de cores,

direção de movimento de tropa e de tiro;

9. Realizar uma pesquisa acerca de outros computadores robustecidos fabricados por

empresas civis.

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125

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Símbolos Militares e Implementação destes em Meio Digital. Iniciação à Pesquisa.

Instituto Militar de Engenharia. Seção de Engenharia Cartográfica. 2005.

BERTIN, Jacques. Semiology of Graphics: Diagrams, Networks, Maps. Madison, WI:

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BRASIL. Estado-Maior do Exército. C 21-30: Abreviaturas, símbolos e convenções

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DW-WORLD. Dw-World. [on-line] Disponível na Internet via URL: http://www.dw-

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FASCIONI, Lígia Cristina. Sistema de Leitura Visual da Forma. 42 slides. Notas de aula.

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127

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LEILOEIRA RR. Leiloeira RR. [on-line] Disponível na Internet via URL:

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LICHESKI, Laís Cristina. Design gráfico: conteúdos e significados refletidos em

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http://www2.prudente.unesp.br/rbc/_pdf_53_2001/53_05.pdf [ capturado em dez. 2006].

ROBINSON, Arthur Howard et al. Elements of Cartography. 6ª ed. John Wiley & Sons,

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ROSA, André Luiz Valle. ([email protected]) Re: IP Calungas. E-mail para SOUZA,

F.A. ([email protected]) [mensagem capturada em 28 fev. 2007].

SANTIL, Fernando Luiz de Paula. Desenvolvimento de Um Protótipo de Um Atlas

Eletrônico de Unidades de Conservação para Educação Ambiental. Dissertação

(Mestrado em Ciências Cartográficas) - Universidade Estadual Paulista, 2001. Disponível na

Internet via URL : www2.prudente.unesp.br/rbc/_pdf_54_2002/54_04.pdf [capturado em fev.

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SARDELICH, Maria Emilia. Leitura de Imagens, Cultura Visual e Prática Educativa.

Cadernos de Pesquisa, v. 36, n. 128, p. 451-472, maio/ago. 2006. Disponível na Internet via

URL: www.scielo.br/pdf/cp/v36n128/v36n128a09.pdf [ capturado em fev. 2007].

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128

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Internet via URL: http://tecnicaspsicoterapeuticas.vilabol.uol.com.br/semiologia.html

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SILVA, Evânia Alves da. Elaboração de Símbolos Militares para Ambiente de

Visualização Tridimensional. Dissertação (Mestrado em Ciências em Engenharia

Cartográfica) - Instituto Militar de Engenharia. Seção de Engenharia Cartográfica. 2006.

WWZ UNIBAS. Wwz Unibas. [on-line] Disponível na Internet via URL:

http://www.wwz.unibas.ch/wifor/zaeslin/photos/spring2002/mini%20Times%20Square.jpg

[capturado em mar. 2007].

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129

APÊNDICES

APÊNDICE 1

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

SEÇÃO DE ENGENHARIA CARTOGRÁFICA SÍMBOLOS MILITARES

TESTE DE EFICIÊNCIA 01

Aluno:_______________________________________________________________________________ Formação Acadêmica, Arma, Quadro, Sv: __________________________________________________ OM: ________________________________________________________________________________ Escreva na linha o que você julga representar o símbolo. Após finalizar o teste, coloque o

tempo de execução com precisão de segundos.

Item 1:

Item 6:

Cnst

Item 2:

Item 7:

Item 3:

Item 8:

Item4:

Rcr

Item 9:

Rpo

Item5:

Ev

Item 10:

Tempo de execução: _____ min _____ s.

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130

APÊNDICE 2 Para o teste de Eficiência 02, foi utilizado o mesmo modelo de questionário do teste

01, com o auxílio de um roteiro de operações militares apresentado abaixo.

Situação Geral:

O Exército Azul a fim de manter a integridade Federativa e assegurar

a Soberania Nacional resolveu designar o 2º Batalhão de Infantaria Motorizado

para a missão de verificar informes de que o Exército Vermelho estava

implantando uma guerrilha nas margens do Rio São Francisco.

Situação Particular:

O 2º batalhão de infantaria motorizado recebeu a missão de patrulhar a

área das margens do Rio São Francisco a fim de verificar a existência de uma

guerrilha e realizar sua dissolução.

Para cumprir essa missão o 2º batalhão de infantaria motorizado conta

com:

• Três companhias de fuzileiros;

• Uma companhia de Comendo e Apoio;

• Uma Companhia de Engenharia de Pontes que ficará

encarregada de propiciar meios para a travessia da tropa

necessária à missão;

• Um pelotão pesado de manutenção que fará seu desdobramento

numa subárea de Apoio Logístico;

• Seção de saúde;

• Um grupo de Operações Psicológicas e

• Uma viatura de municiamento.

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131

APÊNDICE 3

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

SEÇÃO DE ENGENHARIA CARTOGRÁFICA SÍMBOLOS MILITARES

TESTE DE EFICIÊNCIA 03

Aluno:_______________________________________________________________________________ Formação Acadêmica, Arma, Quadro, Sv: __________________________________________________ OM: ________________________________________________________________________________

Marque a opção da direita que você julga representar o símbolo da esquerda. Após finalizar o

teste, coloque o tempo de execução com precisão de segundos.

Item 1:

Item 6:

Cnst

Item 2:

Item 7:

Item 3:

Item 8:

Item4:

Rcr

Item 9:

Rpo

Item5:

Ev

Item 10:

Tempo de execução: _____ min _____ s.

a) Cemitério b) Saúde c) Coleta de mortos d) Igreja

a) Constituição b) Consultas c) Construção d) Conscrito

a) Lanterna b) Operações

psicológicas c) Choque d) Gerador

a) Caçador b) Guerrilha c) Guarda d) Prisioneiro

a) Coleta de mortos b) Igreja c) Cemitério d) Saúde

a) Embarque e desembarque

b) Ponto de pesca c) Abrigo d) Naufrágio

a) Recuperação b) Recreação c) Recrutas d) Manutenção

a) Reunião próximo ao objetivo

b) Reparo de armas c) Reunião para oficiais d) Repouso

a) Evasão b) Evento c) Evite d) Evacuação

a) Posto telefônico b) Ferramentas c) Ponte d) Manutenção

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132

APÊNDICE 4

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA SEÇÃO DE ENGENHARIA CARTOGRÁFICA

SÍMBOLOS MILITARES

EXERCÍCIO 01 Formação Acadêmica, Arma, Quadro, Sv: __________________________________________________ OM: ________________________________________________________________________________ Desenhe no retângulo ao lado do termo citado o símbolo mais simples que você julgue representá-lo. Item 1:

COLETA DE MORTOS

Item 2:

OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS

Item 3:

SAÚDE

Item4:

RECREAÇÃO

Item 5:

EVACUAÇÃO

Item 6:

CONSTRUÇÃO

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133

Item 7:

GUERRILHA

Item 8:

EMBARQUE E

DESEMBARQUE

Item 9:

REPOUSO

Item 10:

MANUTENÇÃO

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134

APÊNDICE 5

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135

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136

GLOSSÁRIO

- ARQUIVO VETORIAL. Arquivo gráfico cujas informações estão armazenadas sob a

forma vetorial, ou seja, por coordenadas formando pontos, linhas e polígonos.

- BUG. Erro no funcionamento comum de um software, também chamado de falha na lógica

programacional de um programa de computador, que pode causar falhas no objetivo de uma

ação na utilização de um programa de computador.

- CALCO. Processo de reproduzir desenhos, o mesmo que decalque. São folhas de acetato

que cobrem os mapas nas quais são inseridos os símbolos militares.

- CALUNGA. Nome genérico que se refere a símbolos militares, utilizados em meio

analógico ou em meio digital.

- ESTRUTURA MATRICIAL. Define-se o formato matricial ou varredura (ou ainda raster)

como um conjunto de celas localizadas em coordenadas contíguas, implementadas como uma

matriz 2D. Cada célula é referenciada por índices de linha e coluna e contém um número

representando o tipo ou o valor do atributo mapeado. Os valores de cada pixel estão limitados

num certo intervalo numérico, como, por exemplo, de 0 a 255 para imagens em 8 bits, ou

números associados às classes no caso de uma imagem temática.

- FOTOGRAMETRIA. 1 - Ciência da elaboração de cartas, mediante fotografias aéreas,

utilizando-se aparelhos e métodos estereoscópicos. O mesmo que Aerofogrametria.

2 - Técnica de determinação das curvas de nível, nos levantamentos cartográficos, por meio

de pares de fotografias.

- GEODÉSIA. Ciência que se ocupa da determinação da forma, das dimensões e do campo

de gravidade da Terra.

- GEODESISTA. Aquele que se dedica ao estudo da geodésia.

- MNEMÔNICO. Referente à memória; que ajuda a memória; que facilmente se retém na

memória; relativo à mnemônica.

- REAMBULAÇÃO. Processo de verificação e identificação, em campo, de detalhes

fotográficos que não puderam ser interpretados na restituição (nomes de ruas e prédios

públicos, detalhes encobertos por sombras).

- RESTITUIÇÃO. Elaboração de cartas ou mapas, com registro em meio magnético, a partir

de fotografias aéreas e de dados de controle geodésico.

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137

- ROBUSTECIDO. Fortalecido, reforçado, fortificado, resistente.

- SENSORIAMENTO REMOTO. Detecção e/ou identificação de um objeto sem que se

tenha um sensor em contato direto com um objeto. Inclui análises por satélite e fotos aéreas.

Registro da energia refletida ou emitida por objetos ou elementos da superfície terrestre ou de

outros astros, por sensores localizados a grandes distâncias (geralmente no espaço).