Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa,...

26
Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. John H. Salmela, Ph. D. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada [email protected]

Transcript of Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa,...

Page 1: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Mitos e Talentos no Esporte

John H. Salmela, Ph. D.John H. Salmela, Ph. D.

Professor TitularUniversity of Ottawa

Ottawa, Canada

[email protected]

Page 2: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Uma crença popular relativa ao Uma crença popular relativa ao talento talento

“O talento inato, único atributo qualitativo, deve ser invocado para explicar o nível elevado de performance.”

(Ericsson & Charness, 1994)

Page 3: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Talento escondido?

O bambú chinês leva 6 anos para crescer 15 cm. Em seguida, em 6 meses ele cresce 3 metros.

Questão: Ele cresce 3 m em 6 meses ou 3,15 m em 6 anos e seis meses?

Page 4: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Objetivo desta apresentação

Reconsiderar o equilíbrio das pesquisas sobre o que é inato e o que é adquirido dentro das pesquisas referentes aos esportes complexos

(Bloom, 1985; Csikszentmihalyi et al., 1993; Durand-Bush & Salmela, 1996, 2002; Starkes & Ericsson, 2002).

Discutir certos mitos sobre o papel dos talentos naturais dentro dos esportes.

Page 5: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Aquisição da Excelência

Page 6: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Prática Deliberada

Atividades altamente estruturadas, intensas, com objetivos direcionados, relevantes à melhora da performance.

Diferente de recreação, competição, trabalho, e outras formas de experiência em um domínio.

Não propriamente motivante, nem altamente divertida.

Técnicos têm uma função crucial em estruturar e monitorar o ambiente para manter o treinamento (Ericsson, 1996).

Page 7: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Regra dos 10 anos

É necessário um período de preparação intensivo de 10 anos para atingir o nível de Mestre no xadrez (Chase & Simon, 1973).

Aplicada aos outros domínios do expert (Ericsson & Lehmann, 1996; Raskin, 1936).

Page 8: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Restrições da Prática Deliberada

•Restrições de Recursos (professores competentes, materiais de treinamento)

• Restrições Motivacionais (prêmios externos, apoio).

• Restrições de Esforço (importância de recuperação).

Page 9: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Etapas do desenvolvimento dos experts

Os experts melhoram dentro de diferentes áreas de domínio de suas carreiras em três etapas:

Iniciação: jogo e prazer para que eles mostrem seus dons ou seus “talentos”.

Desenvolvimento: a prática deliberada continua através do incentivo dos pais e dos recursos físicos e humanos especializados (Vianna et al, 2002).

Aperfeiçoamento: engajamento em tempo integral do treinador/mentor altamente competente (Bloom, 1985).

Page 10: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Years of PracticeYears of Practice

Per

form

ance

Per

form

ance

Sampling Sampling YearsYears

ExpertExpert

NoviceNovice

Stages of Expertise DevelopmentSpecializing Specializing

YearsYearsInvestmentInvestment

YearsYears MaintainingMaintaining

YearsYears

Page 11: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Definição de Treinador

Fazer com que os atletas executem aquilo que eles não querem fazer, afim de realizar aquilo que eles querem atingir (Tom Landry, Cowboys de Dallas).

Page 12: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Relação Pais e ExpertsRelação Pais e Experts

Os pais procuram suporte necessário para

que os atletas “sejam responsáveis pela

organização de suas vidas, otimizando seus

engajamentos na prática deliberada” (Bloom,

1985; Csikszentmihalhyi et al., 1993; Ericsson et al.,

1993, 1996,Vianna Junior et al., 2002).

Page 13: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Reconsiderações sobre Mitos e

Talentos

Page 14: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Mito n°1: “Talento - não cai do céu”

O “dom” do talento para atividades complexas não é uma predisposição biológica, mas implica sobretudo nas adaptações sequenciais pela prática, as compensações de fraquezas de aprendizagem nos momentos de desenvolvimento apropriados (Ericsson & Charness, 1994; Feldman, 1986; Takeuchi & Hulse, 1993).

Page 15: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Mito n°2: “Você foi impedido de desenvolver o seu talento”

A falta persistência é incorretamente atribuída à uma falha de aprendizagem e/ou do treinador (Feldman, 1986).

Page 16: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Mito n°3: “O talento é reservado à elite”

A performance excepcional não está reservada para a minoria privilegiada, como se fosse um direito adquirido (Suzuki, 1981).

Page 17: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Mito n°4 : “O talento não necessita de nada para se

desenvolver”” A performance excepcional não se

manifesta independentemente do ambiente, e quando a manifestação precoce é aparente, tem-se uma necessidade maior de uma intervenção ativa, contínua e especializada (Feldman, 1986).

Page 18: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Mito n°5: “Eu serei um campeão”

Uma demonstração precoce do talento necessariamente não se materializa numa performance excepcional quando adulto (Csikszentmihalyi et al., 1993; Harrow, 1952).

Page 19: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Mito n°6: “Eu nasci com o dom”

Muitos praticantes experts não têm êxito em compreender a origem de suas habilidades atuais porque eles não têm acesso às condições de aprendizagem durante os seus períodos de formação (Partington, 1995).

Page 20: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Mito n°7 : “Eu achei esta pérola primeiro”

A “detecção” de talento dos jovens ignora e esquece as manifestações significativas da prática e da aprendizagem inicial (Salmela & Durand-Bush, 1994).

Page 21: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Mito n°8 “O talento salta aos olhos”

Os atributos biológicos evidentes, mascaram a aprendizagem das habilidades motoras, que são os melhores indicadores da performance excepcional (Ericsson & Charness, 1994; Helsen, 1994).

Page 22: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Mito n°9: “É um atleta polivalente”

A habilidade dentro de um domínio não assegura a performance exceptional em outros domínios (Chase & Simon, 1973).

Page 23: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Mito n°10: “Ele é brasileiro então ele deve ser bom no

futebol”

A performance excepcional está A performance excepcional está culturalmente culturalmente vinculada a um acesso vinculada a um acesso seletivo à instrução e ao treinamento seletivo à instrução e ao treinamento dentro de uma área e não as dentro de uma área e não as características biológicas características biológicas (Ericsson & (Ericsson & Charness, 1994).Charness, 1994).

Page 24: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Em Conclusão...

A revisão das pesquisas empíricas sobre os talentos esportivos e a consideração de certos mitos sugere que: “a influencia do inato, das capacidades específicas de base («talento») sobre a performance dos experts é fraca e provavelmente negligenciada” (Ericsson & Lehmann, 1996).

Page 25: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

É possível prever?É possível prever?

Sumô?Sumô?

Nadadora?Nadadora?

Basquete?Basquete?

Ginasta?Ginasta?

Page 26: Mitos e Talentos no Esporte John H. Salmela, Ph. D. Professor Titular University of Ottawa Ottawa, Canada jhsalmela@hotmail.com.

Muito Obrigado!Muito Obrigado!

[email protected]