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ISBN: 978-85-63473-35-6 Mobilidade pendular na região metropolitana de Belém: os distritos de Benfica, Murinim e Santa Maria inseridos no contexto metropolitano Pendular mobility in the metropolitan area of Belém: the districts of Benfica, Murinim and Santa Maria inserted in the metropolitan context Alex Baima Amaral Júnior Graduando em Licenciatura Plena em Geografia pela Universidade da Amazônia, Bacharel em Geografia pela Universidade Federal do Pará [email protected] Tainara Carvalho Garcia Miranda Filgueiras Graduanda em Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal do Pará, membro do Programa de Ensino Tutorial [email protected] Tiago Barreto de Andrade Costa Professor da Faculdade de Geografia e Cartografia da Universidade Federal do Pará [email protected] Resumo Este estudo resultou da necessidade de se investigar mobilidade populacional dentro da Região metropolitana de Belém, para que se possam entender as movimentações diárias das populações que se deslocam de lugares distantes em direção ao centro da metrópole, com ênfase na inserção dos moradores de Benfica dentro da Região metropolitana. O objetivo analisar as dificuldades encontradas pelos moradores de três distritos administrativos do município de Benevides, no estado do Pará, na realização da mobilidade pendular. Em termos metodológicos a presente pesquisa se baseia num levantamento bibliográfico acerca da formação da região metropolitana de Belém, bem como a formação dos distritos de Benfica, Murinim e Santa Maria. A pesquisa consistiu em referencial teórico a respeito da temática espacial urbana juntamente com todos os agentes que produzem o espaço urbano, seguida de contextualização local e análise de dados obtidos através de pesquisa de campo. A pesquisa de campo decorreu de aplicação de questionário, que após serem analisados resultaram na inferência de que as mudanças ocorridas após a construção da rodovia BR- 316 impulsionaram ao aumento do fluxo de pessoas diário entre Belém e as demais cidades da região metropolitana de Belém. Palavras-chave: Espaço urbano; Mobilidade populacional; Centro; Região Metropolitana de Belém; Benfica. Abstract This study resulted from the need to investigate the population mobility within the metropolitan area of Belém, to be able to understand the daily movements of the populations that move from distant places towards the center of the metropolis, with emphasis on the insertion of residents of Benfica, located within the metropolitan region. the objective was to analyze the difficulties encountered by the residents of three administrative districts of the municipality of Benevides, in the state of Pará, in the accomplishment of the pendular mobility. In methodological terms the present research is

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Mobilidade pendular na região metropolitana de Belém: os distritos de

Benfica, Murinim e Santa Maria inseridos no contexto metropolitano

Pendular mobility in the metropolitan area of Belém: the districts of

Benfica, Murinim and Santa Maria inserted in the metropolitan context

Alex Baima Amaral Júnior

Graduando em Licenciatura Plena em Geografia pela Universidade da Amazônia, Bacharel em

Geografia pela Universidade Federal do Pará

[email protected]

Tainara Carvalho Garcia Miranda Filgueiras

Graduanda em Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal do Pará, membro do Programa

de Ensino Tutorial

[email protected]

Tiago Barreto de Andrade Costa

Professor da Faculdade de Geografia e Cartografia da Universidade Federal do Pará

[email protected]

Resumo

Este estudo resultou da necessidade de se investigar mobilidade populacional dentro da Região

metropolitana de Belém, para que se possam entender as movimentações diárias das populações que

se deslocam de lugares distantes em direção ao centro da metrópole, com ênfase na inserção dos

moradores de Benfica dentro da Região metropolitana. O objetivo analisar as dificuldades

encontradas pelos moradores de três distritos administrativos do município de Benevides, no estado

do Pará, na realização da mobilidade pendular. Em termos metodológicos a presente pesquisa se

baseia num levantamento bibliográfico acerca da formação da região metropolitana de Belém, bem

como a formação dos distritos de Benfica, Murinim e Santa Maria. A pesquisa consistiu em

referencial teórico a respeito da temática espacial urbana juntamente com todos os agentes que

produzem o espaço urbano, seguida de contextualização local e análise de dados obtidos através de

pesquisa de campo. A pesquisa de campo decorreu de aplicação de questionário, que após serem

analisados resultaram na inferência de que as mudanças ocorridas após a construção da rodovia BR-

316 impulsionaram ao aumento do fluxo de pessoas diário entre Belém e as demais cidades da região

metropolitana de Belém.

Palavras-chave: Espaço urbano; Mobilidade populacional; Centro; Região Metropolitana de

Belém; Benfica.

Abstract

This study resulted from the need to investigate the population mobility within the metropolitan area

of Belém, to be able to understand the daily movements of the populations that move from distant

places towards the center of the metropolis, with emphasis on the insertion of residents of Benfica,

located within the metropolitan region. the objective was to analyze the difficulties encountered by

the residents of three administrative districts of the municipality of Benevides, in the state of Pará,

in the accomplishment of the pendular mobility. In methodological terms the present research is

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based on a bibliographical survey about the formation of the metropolitan area of Belém, as well as

the formation of the districts of Benfica, Murinim and Santa Maria. The research consisted of a

theoretical reference regarding the urban spatial theme along with all the agents that produce the

urban space, followed by local contextualization and analysis of data obtained through field

research. The field research was carried out by applying a questionnaire, which after being analyzed

resulted in the inference that the changes that occurred after the construction of the BR-316 highway

drove the increase in the daily flow of people between Belém and other cities in the metropolitan

area of Belém.

Keywords: Urban space; Mobility; Center; Belém Metropolitan Region; Benfica

1. INTRODUÇÃO

A mobilidade diária da população ou mobilidade pendular, pode ser definida como o

deslocamento realizado por determinada população para ter acesso a bens, recursos, atividades e

infraestrutura que sejam mínimos ou inexistentes no seu local de residência (CUNHA; PESSINI,

2008). Logo, a mobilidade pendular caracteriza-se como o deslocamento diário entre residência e

trabalho (ou estudo). Desse modo, tal mobilidade, apresenta-se como uma estratégia concebida dentro

do espaço social metropolitano que contribui com o acesso da população a equipamentos urbanos

(CUNHA; PESSINI, 2008).

Nessa perspectiva, para Correa (1989) o espaço urbano está condicionado a uma intensidade

mutável na medida em que os fluxos acontecem, sejam eles cotidianos (mobilidade pendular entre

residência e trabalho), sejam em menor frequência, como atividades de lazer. Entretanto, Villaça

(2001) afirma que a mobilidade entre diferentes lugares acontece dentro de um espaço denominado

intra-urbano, pois o termo refere-se ao fluxo de pessoas dentro da urbe, que pode ser caracterizado

por uma ampla variação de tempo entre esses deslocamentos, fato que depende da localização nesse

espaço.

Dessa forma, à partir dos pensamentos propostos e levando em consideração a disposição de

equipamentos urbanos, os agentes modeladores e a teia de relações intrínsecas, ao se analisar o espaço

da Região Metropolitana de Belém (RMB)1, no estado do Pará, percebe-se que, de certa forma, a

população da RMB, depende da metrópole, município de Belém, para ter acesso às suas demandas.

Tal acesso está relacionado à emprego, hospitais, locais de consumo e setores comerciais.

1 Composta pelos municípios de Ananindeua, Belém, Benevides, Castanhal, Marituba, Santa Barbara do Pará e Santa

Isabel do Pará.

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Deste modo, observa-se que o município de Belém, dentro da RMB tem em seu território a

maior concentração de bens, serviços, recursos e equipamentos urbanos (infraestrutura, bens e

serviços), impulsionando diariamente uma conversão de fluxos populacionais de moradores

residentes de outros municípios para exercer atividades de trabalho e/ou estudo, caracterizando a

mobilidade pendular. Nesse contexto, os distritos administrativos Benfica, Murinim e Santa Maria

pertencentes ao município de Benevides na RMB, estão inseridos como local de residência de

indivíduos que realizam esse deslocamento para exercer suas atividades diversas.

A população desses distritos, ao longo dos anos vem estabelecendo relações intensas com os

municípios vizinhos na RMB, sobretudo os que ficam no sentido da centralidade metropolitana.

Assim sendo, faz-se necessário estudar a mobilidade diária dos referidos distritos, no intuito de

compreender a realidade dessas comunidades, no que diz respeito a sua condição socioeconômica, as

necessidades de equipamentos urbanos. Outro fator que justifica a importância desse estudo é a

produção de material técnico cientifico na área da geografia que possa subsidiar gestores responsáveis

pelo planejamento urbano.

Desta maneira, a presente pesquisa, objetiva, analisar as dificuldades encontradas pelos

moradores de três distritos administrativos do município de Benevides, estado do Pará, na realização

da mobilidade pendular dentro da Região Metropolitana de Belém.

2. METODOLOGIA

2.1 Área de estudo

A área de estudo compreende aos distritos de Benfica, Murinim e Santa Maria, situados no

município de Benevides (01º 21' 41" S 48º 14' 41" W) pertencente à mesorregião metropolitana e a

microrregião Belém no estado do Pará, Brasil. Os referidos distritos foram selecionados como locus

desta pesquisa por representar um exemplo típico de mobilidade pendular, que ocorre diariamente em

direção ao centro da RMB, conforme figura 1.

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Figura 1 – Localização dos distritos Benfica, Murinim e Santa Maria na RMB

Fonte: Base cartográfica do IBGE/ execução: autoria própria.

2.2 Desenho do estudo

Por se tratar de uma investigação empírica sobre um fenômeno que não pode ser dissociado

de seu contexto e que requer a observação de vários elementos simultaneamente, optou-se como

suporte metodológico o estudo de caso, visto que o referido estudo é indicado para questões de como

ou por que ocorre um determinado fenômeno contemporâneo da vida real e para quando o

investigador tem pouco controle sobre os eventos (YIN, 2005).

Para a obtenção de informações, foram realizadas pesquisas bibliográficas e pesquisas de

campo. A pesquisa bibliográfica é um procedimento reflexivo sistemático que possibilita definir,

esclarecer e tentar responder as questões indagadas pela comunidade científica, governos, sociedade

civil, entre outros. (CHIZZOTTI, 2006)

Na coleta de informação, primeiramente, utilizou-se a técnica da observação com o intuito de

conhecer a realidade da população que realiza a mobilidade pendular. Posteriormente foi aplicado um

questionário (14 perguntas fechadas) a 101 moradores dos referidos distritos que se movimentam

diariamente através de transporte público coletivo. A aplicação desse instrumento de coleta objetivou

recolher informações, envolvendo questões sobre o perfil, local de exercício de suas atividades

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laborais, entre outros aspectos. No período de recolha de informação, foi realizado 20 inserções no

ônibus da linha Murinin-Castanheira, sendo excluídos todos os usuários não residentes nos distritos

de estudo.

Nesse estudo, foram escolhidas três categorias de análise do fluxo pendular da população

desses distritos pela região metropolitana, a saber: categoria trabalho (deslocamento por trabalho);

categoria estudo (deslocamento por estudo); e categoria trabalho e estudo (deslocamento por trabalho

e estudo). Justifica-se essa escolha por essas categorias impulsionarem movimentações cotidianas nos

referidos distritos.

Os dados quantitativos obtidos a partir da tabulação do questionário foram divididos e

analisados conforme a disposição do questionário. Para facilitar a análise dos dados, construiu-se, ao

longo da pesquisa, um banco de dados no qual foi feita a tabulação das respostas dos questionários

aplicados. Após a tabulação dos dados procedeu-se à análise das frequências das respostas dos

questionários.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

Ao debruçar-se sobre os estudos das populações e sua espacialidade, a geografia

classicamente tem como foco de seu estudo as migrações. No entanto, deslocamentos para a fixação

em outro local, como a mudança de habitat, de lugar de moradia dos indivíduos, considera-se como

migração. Assim sendo, Brunet, Ferras e Théry (1993), afirmam que há de se considerar a

temporalidade dos deslocamentos e distinguir se tais movimentações se tratam de migrações

periódicas ou definitivas. Deste modo, os autores asseguram que “mobilidade pendular” se define

como os deslocamentos referentes a trabalho (ou não) que sejam cotidianos, bicotidianos.

Corroborando com o exposto, como definição do que é caracterizado como migração,

Carvalho e Rigotti (1998, p. 211), atestam que "excluem-se dela os movimentos cujos indivíduos não

se estabelecem permanentemente no local de residência". Logo, movimentos, como o pendular,

sazonal e de populações nômades não se definem como migração, mas como deslocamentos

temporários.

Deste modo, o conceito de mobilidade relaciona-se de forma direta com as práticas do

cotidiano, assim, Andan, D’Arcier e Raux (1994, p.247) definem que essa “mobilidade corresponde

ao conjunto de deslocamentos que o indivíduo efetua para executar os atos de sua vida cotidiana”

(trabalho, compras, lazer). Nesse contexto, uma vez que se trata de movimentos que acontecem para

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se obter acesso a atividades diárias, pressupõe-se que dentro de uma cidade, ou de uma região

metropolitana, há uma grande quantidade populacional realizando estes deslocamentos. Deste modo,

Beujeu-Garnier (1980) sugere que se reconheça que:

“de fato, há enorme número de pessoas envolvidas nesse movimento diário, comumente

realizado duas vezes por dia, poderemos restringir o uso do termo 'commuting' a movimentos

que encerram três características: apreciável extensão, uso de alguns meios de transporte

mecânicos e certo grau de convergência (BEAUJEU-GARNIER 1980, p. 292-293).”

Entretanto, para se entender a mobilidade pendular, faz-se necessário acrescentar que esta

ocorre no espaço social (BOURDIEU, xxx), que no plano da metrópole, Correa (1989) chama de

espaço urbano e Villaça (2001) a fim de restringir a espacialidade das relações, reduz a espaço intra-

urbano, faz-se necessário fazer considerações sobre como se encontra este espaço, que apresenta-se,

devido as relações capitalista, de maneira dicotômica. Correa define como:

“fragmentado e articulado: cada uma de suas partes mantém relações espaciais com as

demais, ainda que de intensidade muito variável. Estas relações manifestam-se

empiricamente através de fluxos de veículos e de pessoas associados às operações de carga

e descarga de mercadorias, aos deslocamentos quotidianos entre as áreas residenciais e os

diversos locais de trabalho, aos deslocamentos menos frequentes para compras no centro da

cidade ou nas lojas do bairro, às visitas aos parentes e amigos, e às idas ao cinema, culto

religioso, praia e parques” (CORREA, 1989, p.7).

Desta forma, tem-se nos fluxos que discorrem sobre o espaço urbano, a característica da

mobilidade, seja ela de mercadorias, capital, e de pessoas. Ao qual, sendo próprio do contexto urbano

tais movimentações diárias. Assim sendo, a mobilidade pendular é um fenômeno urbano, e este só é

possível devido à concentração desigual de bens, recursos e infraestrutura urbana. Deste modo, na

Região Metropolitana de Belém, é possível perceber o espaço urbano como agentes produtores e os

fluxos que se manifestam.

Desta maneira, para efeito de contextualização, a Região Metropolitana de Belém (RMB)

surge a partir da lei federal nº 14 de 08/07/73, em que Belém e Ananindeua passam a integrar a RMB.

Em 1995, os municípios de Benevides, Santa Barbara do Pará e Marituba foram adicionados, por

meio da Lei Complementar Estadual nº 5.693 de 19/10/95. Desde 2011, a RMB é composta pelos

municípios de Ananindeua, Belém, Benevides, Castanhal, Marituba, Santa Barbara do Pará e Santa

Isabel do Pará, somando um total de sete municípios.

A RMB apresenta em sua estrutura urbana particularidades que chama atenção por se tratar

de uma metrópole que na medida em que a população se apossou de assentamentos nos eixos de

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expansão, sobretudo em no eixo da rodovia BR-316, entrando em contato com outros povoados e

definindo uma dinâmica de fluxos com Belém e com estes outros povoados ou municípios. LIMA e

MOYSÉS (2009), citados pelo relatório, de 2015, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas

(IPEA) assinalam que Belém concentra em seu território a maioria dos equipamentos urbanos da

RMB, conforme dispõem LIMA e MOYSÉS (2009):

“Analisando a RM de Belém, verificamos que a capital paraense possui uma grande

concentração populacional e de equipamentos urbanos diante do conjunto de municípios

metropolitanos. Belém é a cidade que apresenta a maior implantação de serviços e de

empregos, principalmente no setor terciário da economia.” IPEA (2015, p. 8 apud LIMA

e MOYSÉS, 2009):

Desta forma, a concentração de equipamentos urbanos, bens e serviços, observadas em Belém,

refletem no espaço metropolitano as exclusões que existem no espaço social (BOURDIER, 2000).

Deste modo, os indivíduos residentes em municípios vizinhos à Belém, dentro da RMB, têm na

mobilidade pendular o mecanismo pelo qual se utilizam para obter acesso aos equipamentos urbanos

(infraestrutura, bens, serviços) concentrados em Belém.

Assim sendo, verifica-se que há mobilidade intra-metropolitana diária de parcela da população

em busca de mercadorias ou para cumprir suas jornadas de trabalhos em seus devidos empregos.

Contudo, esta movimentação diária não é exclusiva do contexto urbano atual com a integração da

parte continental da RMB através de rodovias de acesso.

Nesse contexto, vale ressaltar que até meados do século XX, a Amazônia, e isto inclui o

território pertencente à RMB, obedecia ao padrão de ocupação do território, definido por Gonçalves

(2015) como Rio-Várzea-Floresta, ao qual o ritmo de vida cotidiana diferenciava-se do ritmo

acelerado, próprio da atualidade do espaço urbano. Há, entretanto, uma mudança significativa quanto

ao novo padrão de ocupação amazônico. O padrão Estrada-Terra firme-Subsolo (GONÇALVES,

2015). Este modo de ocupação tem na utilização da estrada a forma integradora do território, assim

sendo, as localidades próximas a Belém passam a estreitar suas relações com a capital.

Concomitantemente, a construção de rodovias, que embora tenham sido pensadas com viés de

escoamento da produção realizada na Amazônia, sobretudo decorrente do novo padrão, trouxe

consigo também uma reformulação da característica regional quanto ao modo de se deslocar. O rio

que outrora fora a principal (única) via de locomoção da Amazônia entre distintos povoados, deu

lugar a estrada e estreitou relações influenciando, inclusive, no modo de vida dos habitantes.

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Desta maneira, a região metropolitana, atualmente apresenta uma integração dos municípios

pertencentes a ela, sobretudo através dos fluxos de mercadorias e de pessoas através da rodovia BR-

316, principal via de acesso entre os municípios da RMB. Portanto, a partir do fluxo populacional

dentro da RMB, que se dá por motivações diversas, mas que nesta pesquisa, restringe-se à analise das

categorias trabalho e estudo como condicionantes para a mobilidade pendular praticada, sobretudo

pelos residentes dos distritos de Benfica, Murinim e Santa Maria.

Deste modo, considerando que desde seu surgimento, em 1757, a localidade de Benfica, seguia

o padrão rio - várzea – floresta ainda que com alguns pormenores, decorrente da forma (Gonçalves,

2015). Em Benfica, segundo Souza (2011) se encontrava um porto localizado as margens do rio

Benfica. Deste porto partia em direção à Belém um navio levando peixes e mariscos coletados através

da pesca extrativista por moradores de Benfica e Murinim.

No entanto, para além deste montante, seguia também para Belém o que era produzido na

Colônia Agrícola Nossa Senhora do Carmo, correspondente ao território do distrito sede do município

de Benevides, mas ainda assim estabelecendo ralação com as hidrovias, que caracteriza o padrão.

Consequentemente, a partir da integração através da criação da Br-316, o então povoado de Benfica,

hoje os distritos de Benfica, Murinim e Santa Maria aumentou seu fluxo com Belém/PA.

A população destes distritos, que por sua vez, ao passar dos anos vem estabelecendo relações

cada vez mais intensas com os municípios vizinhos na RMB, sobretudo os que ficam no sentido da

centralidade da metrópole (em direção à Belém) em contramão a isso apresenta queda nas relações

com o próprio município. Pressupõe-se, então, que haja um deslocamento populacional diário para os

municípios vizinhos, que se dá em função da possibilidade de acesso a equipamentos urbanos estar

delimitada dentro de uma centralidade, que majoritariamente é exercida por Belém dentro da RBM.

Desse modo, o fornecimento de materiais para a construção civil (tijolos e telhas) e da pesca

extrativista (peixes e mariscos), que foram, durante muito tempo a forma de subsistência dos

povoados dos distritos, conforme Souza (2011) passou por mudanças provenientes do novo padrão

de ordenamento territorial da Amazônia que fomentou significativas alterações na vivência dos

distritos, ocasionando a diminuição da comercialização destes produtos com Belém, devido às

possibilidades de mercado utilizadas por Belém, após a integração por rodovias, como a BR-316.

Destarte, na lógica que se inaugura com a fase de urbanização da metrópole, especialmente no

que diz respeito ao meio de locomoção até Belém se dá agora por rodovias. Inicia-se, portanto, o

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processo de busca aos subsídios necessários para a (sobre) vivência desta população, uma vez que seu

cotidiano fora modificado pela nova dinâmica territorial.

Diante do exposto, ao observar a dinâmica populacional estabelecida na Região Metropolitana

de Belém e o contexto em que a população residente dos distritos de Benfica, Murinim e Santa Maria

estão inseridos, sabendo da necessidade que parcela desta população tem, a priori, devido às mudanças

decorrentes da criação da BR-316, verifica-se a mobilidade pendular como estratégia ao qual estes

indivíduos adotam para serem inseridos no contexto metropolitano.

Assim sendo, o acesso à recursos não existentes nos distritos, impulsiona a busca por acesso

a infraestrutura, bens e recursos, através do trabalho e do estudo, a fim de que se mitigue os problemas

decorrentes da ausência de equipamentos urbanos nos seus locais de residência. Portanto, caracteriza-

se como mobilidade pendular os deslocamentos diários realizados pela população residente dos

distritos de Benfica, Murinim e Santa Maria, em direção do centro metropolitano.

4. ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS DA PESQUISA

Em 2018, foi realizada pesquisa de campo dentro do transporte coletivo da linha Murinim-

Castanheira em que se aplicou questionário aos usuários do transporte público que fossem residentes

dos distritos. Dentre os 100 entrevistados, 72 residem em Benfica, 17 em Murinim e 12 moram em

Santa Maria.

A partir da tabulação dos dados coletados a respeito dos indivíduos que, nos dias da aplicação

do questionário movimentaram-se para outros municípios da RMB, constatou-se, conforme a tabela,

que além das categorias trabalho e estudo, outras atividades foram exercidas pelos participantes da

pesquisa, que ressaltam também a concentração de bens de consumo e serviços, como para as

atividades relacionadas à consultas médicas e compras diversas, conforme tabela 1.

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Tabela 1: Indivíduos que se deslocam para outros municípios da RMB por atividades

Indivíduos que se deslocam para outros municípios da RMB por atividades

Atividades Indivíduos

Trabalho 62

Estudo 18

Trabalho e Estudo 12

Consulta médica 3

Compras diversas 4

Visita a entes 2

Total 101

Fonte: Pesquisa de campo.

Entretanto, como foco investigativo acerca da mobilidade pendular, e também por

apresentarem maior relevância quantitativa dentro da amostra investigativa, ater-se-á as categorias

trabalho e estudo que foram elegidas como parâmetro investigativo desta pesquisa.

Deste modo, conforme a figura 2, identifica-se que a maioria dos participantes da pesquisa

trabalha e estuda em Belém, caracterizando a centralidade exercida por Belém em relação aos distritos

estudados. Por conseguinte, os municípios Ananindeua e Marituba, adjacentes a Belém na hierarquia

metropolitana exercem certa atração sobre os distritos estudos.

No entanto, observou-se que o fluxo da população estudada converge para o centro

metropolitano, Belém, de modo que os municípios que se encontram no sentido oposto dessa cidade,

não exercem atração sobre os indivíduos dos distritos de estudo, com exceção do município de

Castanhal, que se encontra na extremidade oposta a Belém, dentro da RMB, mas que apesar da

contrariedade converge quantidade de fluxo, ainda que mínima, fato que pode caracterizar

timidamente um novo centro de convergência metropolitano.

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FIGURA 2 - Distribuição dos residentes nos distritos de Benfica, Murinim e Santa Maria na RMB, de acordo com a

categoria trabalho e a categoria estudo

Fonte: base cartográfica do IBGE/dados coletados em pesquisa de campo.

Neste contexto, outro dado importante para caracterizar a mobilidade pendular é a quantidade

de horas por dia que cada participante passa no trânsito entre residência e local de trabalho, local de

estudos. Pois, como ressalva, vale destacar que a linha de transporte público que atende os referidos

distritos tem seu itinerário limitado, pois tem seu início na rodovia estadual PA-404, no distrito de

Murinim e termina no Km 0 da BR-316, sem adentrar no município de Belém que concentra os

equipamentos urbanos, sendo o município que mais atrai indivíduos participantes da pesquisa.

Dessa maneira, sabendo que os distritos são atendidos somente por uma única linha de ônibus

sem adentrar Belém, verifica-se que a maioria utiliza mais de um transporte coletivo para chegar ao

se local de trabalho ou de estudo, conforme figura 3.

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Figura 3 - Quantidade de transportes coletivos utilizados por cada pessoa diariamente para ir ao local de trabalho ou

estudo e para retornar para sua residência em uma amostra de 100 pessoas.

Fonte: Pesquisa de campo.

Assim sendo do percurso que a linha do transporte coletivo Murinim-Castanheira realiza em

suas viagens, pode-se verificar, que do número mínimo de pessoas que utilizam mais de dois ônibus

na ida e na vinda está relacionado às distâncias mais longas da rodovia BR316 que é uma das duas

únicas vias utilizadas na rota da linha de ônibus em questão.

Deste modo, observa-se na figura 4 que, apesar do equilíbrio, a maioria dos participantes da

pesquisa gastam 4h ou mais, de seu tempo livre, nos deslocamentos entre residência e trabalho, a

mobilidade pendular, nesse sentido, apresenta o ônus da demora no transito como fator negativo na

estratégia de acesso a equipamentos urbanos.

Entretanto, verificou-se, se o acesso a casa própria é um fator que limita a possibilidades

desses indivíduos de tentarem residir próximos a seus locais de trabalho e/ou estudo. Deste modo, foi

constatado que 84 participantes moram em casa própria, 12 em residência cedida e somente 5 pagam

o aluguel do imóvel em que residem, enquanto que do total de entrevistados 78 sempre moraram no

município de Benevides.

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Figura 4 - Horas gastas no deslocamento diário no trânsito entre os distritos (Benfica, Santa Maria e Murinim) e o

município onde trabalha e/ou estuda.

Fonte: Pesquisa de campo.

Isto posto, considera-se que o grupo que detém casa própria associa-se com o pertencimento

ao lugar, pois os 78 que sempre moraram também afirmaram que a família sempre morou no

município, denotando certo pertencimento, que se caracteriza como variável proeminente para se

residir nos distritos pesquisados.

Assim sendo, foi na pesquisa de satisfação em morar nos distritos que se teve a possibilidade

de mensurar o que satisfaz e o que gera descontentamento na população que reside nos distritos de

Benfica, Murinim e Santa Maria. todavia, algumas características do urbano e do rural para as pessoas

que ali habitam são fundamentais para se ter certa qualidade de vida, principalmente sob a premissa

do que torna prazeroso morar em determinado lugar.

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Figura 5 - Motivos para os residentes gostarem ou não de morar nos distritos.

Fonte: dados coletados em pesquisa de campo.

Como se pode ver na figura acima, o fator tranquilidade do lugar é importante para 34% dos

participantes da pesquisa quando se fala em motivos para morar nos distritos pesquisados, 66% tem

na proximidade com a família, enquanto que a infraestrutura, fator primordial, obteve 0%. Daí

entende-se que a infraestrutura não atende as necessidades dos moradores ou, pelo menos, que não é

fator mais importante para escolherem morar nos distritos. Tanto é que a baixa qualidade do

transporte público, que é um fator infra estrutural, é motivo de insatisfação de 46% dos moradores e

5% são insatisfeitos com a segurança.

Desse modo infere-se que: 1) 100% das respostas sobre o que agrada em morar nos distritos

estão relacionadas ao modo de vida que era predominante antes da nova configuração espacial local

que são tranquilidade do lugar e morar próximo da família; 2) distância e baixa qualidade do

transporte público são fatores que ratificam as mudanças ocorridas no espaço local, pois denota a

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necessidade em se locomover dos distritos para outros lugares em busca daquilo que não está ao

alcance dos moradores ali próximo.

Assim sendo, a partir dos dados coletados pode-se deduzir que apesar de se ter residindo nos

distritos de Benfica, Murinim e Santa Maria pessoas oriundas de outros municípios, este número

dentro do campo amostral da pesquisa é bem pequeno comprado com a quantidade de residentes que

sempre moraram no município de Benevides, de modo a ilustrar que o crescimento da metrópole

influenciou sim no cotidiano destas comunidades, no entanto, não foi a dispersão da metrópole através

das novas áreas de assentamentos que condicionou a reconfiguração do espaço local.

Logo, constatou-se que agentes modeladores interviram sim na vida dos poucos que nesses

locais residem, mas são oriundos de outros, no entanto os agentes modeladores do espaço urbano

interviram e interveem na configuração do espaço local sim, na medida em que a população que

sempre residiu nos distritos pesquisados é diretamente atingida no contexto de expansão da

metrópole.

Deste modo, não somente como expansão física, fato observado pelo fenômeno de conurbação

existente entre os municípios de Ananindeua e Belém, mas pela centralidade de recursos necessários

para cotidiano da população que são forçadas a um movimento de saída e retorno diário do lugar.

Lugar que outrora tinha no seu modo de vida específico, o da sobrevivência e subsistência através da

pesca extrativista de peixes e mariscos e da produção de cerâmica como estilo adotado pelos

residentes.

Entretanto, como forma de inseri-los, mas também coibi-los de consumir o espaço urbano, os

agentes modeladores do espaço urbano metropolitano, através da manutenção das pessoas residentes

destas comunidades nos locais em que moram, por meio de políticas de ordenamento territorial que

as condicionam à buscarem fora dos distritos o que lhe é necessário, mas que também limitam sua

livre circulação no interior de Belém.

Tem-se, portanto, o exemplo prático desta configuração do espaço urbano no itinerário da

linha de transporte público que atende os distritos pesquisados, pois a linha não “adentra” o território

Belenense, forçando os usuários a utilizarem mais de um ônibus para chegar ao seu destino, seja qual

for. E aqui não se limita à questão de trabalho ou estudo, mas à pluralidade de motivações que fazem

as pessoas, se não todo dia, vez ou outra ir para fora dos limites municipais de Benevides em busca

de atendimento a alguma especialidade médica, de necessidade em adquirir algum produto que só

exista fora dos distritos ou até mesmo para visitar algum familiar.

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5. CONCLUSÃO

Diante do exposto, infere-se, mantem estas populações presas no local em que moram, apesar

de estarem inseridas no movimento pendular diário tendo o ônus das longas distâncias com as horas

livres perdidas no trânsito, ocorre devido a possibilidade de continuar morando na porção de terra

que fora da família por tempos e que é herança, assim como, pela possibilidade de se adquirir um lote

de terra ou um imóvel mais barato em relação as moradias próximas do centro.

Por conseguinte, o movimento pendular, com base no resultado da pesquisa e das informações

coletadas sobre o processo formativo do município de Benevides, com o entendimento da dinâmica

existente antes da estrada de ferro Belém-Bragança, durante o período da estrada de ferro e depois da

construção da BR-316, constatou-se que houve mudanças significativas no que diz respeito à vida

das pessoas que tiveram que se adaptar.

Neste sentido, uma vez que as necessidades como as de trabalho não precisavam estar

integradas fisicamente com Belém, apesar de Belém sempre exercer centralidade sobre o povoado de

Benfica e seu entorno desde a época e que os fluxos se davam pelo rio, entende-se que a mobilidade

diária das pessoas se dá em decorrência das alterações que ocorreram na configuração do interior dos

distritos forçando que os residentes das comunidades busquem seu lugar ao sol fora de seu município,

já que as interações são outras, os fluxos inserem-se em outro contexto de demanda e temporalidade

que difere do que fora antes da institucionalização da região metropolitana de Belém. .

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