Moda, Opinião e Estetização do Mundo

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Moda, Opinião e Estetização do Mundo Andressa Ferolla Cardoso Emiliana Pomarico Ribeiro Gabriela Cassaniga Busato Kelly Helen Bastos Renata Scarellis

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Trabalho realizado pelas alunas do 5º Semestre de Relações Públicas da ECA USP, em maio de 2009, para a discussão na matéria Teoria da Opinião Pública sobre Moda, Opinião e Estetização do Mundo com base nos estudos e teorias do autor Maffesoli.

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Moda, Opinião e Estetização do Mundo

Andressa Ferolla CardosoEmiliana Pomarico RibeiroGabriela Cassaniga Busato

Kelly Helen BastosRenata Scarellis

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Michel Maffesoli• Nasceu na Alsace, França fronteira com a Alemanha, 1944

• Descendente da imigração italiana vinda para a França no entre - guerras

• Herdeiro intelectual de Gilbert Durand (orientador), recuperando a importância do imaginário na construção da realidade

• Sociologia do quotidiano e análises sobre a pós-modernidade

• Secretário geral do Centre de recherche sur l'imaginaire e membro do comitê científico de revistas internacionais (Social Movement Studies e Sociologia Internationalis), além de editar a Sociétés

• É vice-presidente do Institut International de Sociologie (I.I.S.), e membro do Institut Universitaire de France (I.U.F.)

• Recebeu Grand Prix des Sciences Humaines da Academia Francesa em 1992 por seu trabalho La transfiguration du politique.

• Professor na Universidade René Descartes, Paris V, Sorbonne, e diretor do Centro de Estudos do Atual e do Quotidiano (CEAQ)

Vida

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Contexto

• Proposta de mudanças de valores ocorridas na passagem da modernidade para a pós-modernidade.

Moderno Pós-moderno

• Mito como base (Mito do Progresso)

• Voltada para o futuro

• Sociedade racionalista (racionalidade

instrumental)

• Dominação sobre si e sobre o mundo

• Individualismo

• Autonomia

• Homo politicus e economicus

• Saturação do mito

• Sociedade mais sensualista

• Porosidade das instituições

• “Babelização do pensamento”

• Passagem da identidade para as

identificações múltiplas (renascimento de

formas tribais)

• Heterenomia

• Homo estheticus

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• Michel Foucault: noção de epísteme - formas de representação e de organização social têm um duplo aspecto:

­ modelação do indivíduo e suas relações sociais pela sociedade­ conseqüências das relações sociais sobre a organização social

• Thomas Kuhn: noção de paradigma e os cruzamentos das maneiras de representar o mundo

• Gilbert Durand: bacia semântica - as pequenas coisas vão gerar as coisas mais importantes

Contexto

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• Privilegia tudo o que não é produzido pela racionalidade: sociologia da vida quotidiana

• Nega o dualismo esquemático que opõe a razão à imaginação

O pesquisador é parte constituinte daquilo que é por ele estudado

• Temas presentes em suas obras:– Espírito comunitário– Tribalização e recomposição do tecido social– Pós-modernidade– Estética social– Noção de coletividade– Formas do compósito social

Obra

“A profundidade está na superfície das coisas”

“A chave para compreender essa pós-modernidade nascente é o aspecto pré-individual.”

“Cada um de nós é o que é porque conta uma história, verdadeira ou falsa. Qualquer relação, seja de amizade, seja amorosa, só terá sentido quando qualquer um dos protagonistas contar tal história”

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Cultura e comunicação juvenis

• bandos com leis e regras próprias (crise das instituições)

• queda da sociedade patriarcal

• ascensão da “sociedade de irmãos” (tribos)

• afinidades eletivas

• recusa de um mundo unicamente mercantil

• sentimento de pertencimento (uso de emblemas)

• cultura agora particular e não tem mais a pretensão universal da civilização

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Livros

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deslocamento do social para a socialidade

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A comunidade emocional1. Aura estética (o sentir comum)

2. A experiência ética (o laço ético)3. O costume (vida quotidiana)

1. A aura estética

• Multiplicidade do indivíduo - persona• Substituição de um social racionalizado

por socialidade com dominante empática• Comunidades emocionais: aspecto

efêmero 2. Experiência ética

• "Lei do meio"• Interesse grupal• Mídia e "aldeia global"

3. O costume• Conjunto de usos comuns• Concretização da dimensão ética da sociedade• Papel dos meios de comunicação

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• O “divino social”: é tudo o que nos une à sociedade

• A religião é uma forma de manifestação do “divino social”

• Portanto o “divino social” constrói as instituições humanas

• As instituições humanas nunca são baseadas em mentiras, em ilusões, em erros

• O que permite a permanência da sociedade ao longo da história é o sentimento religioso

• O autor acredita no Fatalismo, o qual reforça o espírito coletivo.

• Tribos são grupos de redes existenciais, se baseiam num espírito religioso, e em uma proximidade geográfica

• Há uma tendência à multiplicação de Tribos

• Só temos valor pelo fato de pertencermos a um grupo

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A massa desgasta a idéia de indivíduo.

Ela generaliza tudo.

“As massas geram: conformismo das gerações mais jovens, paixão pela semelhança ao outro, a busca pelo pertencimento a grupos ou tribos, e a procura pela adequação aos fenômenos da moda e aos padrões culturais vigentes. Neste contexto surge até mesmo a tendência à unissexualização da aparência.” (Página 92)

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• Portanto, a massa desfavorece a construção de identidades particulares e individuais

• O pensamento não é particular; é um fenômeno grupal

• Assiste-se à construção de um mundo de costumes, de rituais, de práticas aceitas como “óbvias”

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• Há a tendência natural à mundialização, à uniformização de modos de vida

• No entanto, há um processo simultâneo ao da mundialização, que é o da individualização

• Os avanços tecnológicos dão forças também a estes processos de individualização, e não somente a massificação da cultura

• O rápido desenvolvimento das metrópoles favoreceu em muito a criação de “aldeias na cidade”

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• É nestes agrupamentos humanos específicos, as aldeias, que podemos nos “aquecer” socialmente

• O autor acredita no politeísmo: cada um dos pequenos grupos relativiza o poder superior

• Os grupos, unidos, e através de instrumentos por ele produzidos, podem contestar decisões do poder superior

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No Renascimento•Homem é considerado isoladamente• Ele fazia sua visão de mundo pela leitura• O homem era movido por sua racionalidade

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Passemos para a sociedade de massas

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*Homem na massa é homem livre*No interior do anonimato sente-se forte*O que um faz todos fazem, imitação*Gera desaparecimento da personalidade

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O que Maffesoli fala sobre as massas?

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*Há necessidade táctil e afetiva *Sensações e experimentações*Sensibilidade para reconhecer o outro*Necessidade do estar-junto*Sem associações contractuais e racionais

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Na massa a gente se cruza, se roça, se toca, interações se estabelecem, cristalizações se

operam e grupos se formam

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• Social: indivíduo tem uma função na sociedade, faz parte de um grupo estável

• Socialidade: a pessoa representa papéis, tanto profissional, sexual, cultural, musical, esportivo, religioso.

• O que ocorre na socialidade são “interferências coletivas” porque o que nos parecia uma opinião individual é, de fato, a opinião de tal ou qual grupo ao qual pertencemos.

• A socialidade é constituída por um vaivém das tribos-massas.

Social X Socialidade

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A importância das simbologias

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*Daí a importância da aparência, vetor de agregação, a estética é o meio de experimentar e sentir em comum e é um meio de se reconhecer

*A vestimenta seria um tipo de comunicação não-verbal que liga os indivíduos entre si

*A moda é a possibilidade de transformação, de escolha, decisões sobre os gostos, crenças, identidade

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Vídeo “Eu me visto assim”

http://www.youtube.com/watch?v=ag0ii0ACnPU

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Maffesoli fala da estetização do mundo

• A estetização do mundo está ligada a uma ideia de que a vida pode ser considerada uma obra de arte coletiva, uma forma lúdica da socialização

• O que torna o estar-junto como forma que traz a espontaneidade que pode artificializar, civilizando-se em produções de obras artísticas, políticas, econômicas que revelam novos modos de vida

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• A estética não é uma questão de gosto (bom ou mal gosto), nem de conteúdo, mas é a forma estética pura que o interessa, ou seja, como se vive e como se experimenta a sensação coletiva

• O indivíduo não pode existir isolado, pois está ligado pela cultura, pela comunicação, pelo lazer e pela moda de uma comunidade

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A socialidade eletiva na lógica da rede

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A lei do segredo

• O segredo é o modo de fortalecer o grupo contra os poderes estabelecidos, uma conspiração que faz um se unir ao outro

Máscaras Movimentos

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A lei do segredo• O segredo é uma espécie de lei não escrita, de

um código de honra, de uma moral clânica que de maneira quase intencional se protege contra o que é exterior e superimposto, para garantir o única coisa que a massa se sente responsável: a perdurância dos grupos que a constituem

• Tribos diferentes partilham este mesmo ideal

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A ordem da massa

• A tribo tem o indivíduo indiferente e ilimitado, diluído no conjunto de seus iguais

• Eles vivem em um inconsciente coletivo, em que estão superadas suas identidades individuais, destilando simbolismos, com a impressão de pertencer a uma espécie comum

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A ordem das massas

• Por outro lado, tal amontoado apresenta sutis diferenciações, e as preferências quanto as roupas, aos hábitos sexuais, aos esportes, aos bandos e aos próprios lugares dividem o território, recriando um conjunto comunitário com funções diversificadas e complementares

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Qual a sua opinião sobre as tribos na sociedade

http://www.youtube.com/watch?v=scdU51ADWnI

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• MAFFESOLI, M. Perspectivas tribais ou a mudança do paradigma social. In: Revista FAMECOS, nº 23, abril 2004: Porto Alegre Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/viewFile/3247/2507

• MAFFESOLI, M. A terra fértil do cotidiano. In: Revista FAMECOS, nº 36, agosto de 2008:

Porto AlegreDisponível em: http://revcom2.portcom.intercom.org.br/index.php/famecos/article/viewFile/5465/4963

• MAFFESOLI, M. O imaginário é uma realidade. In: Revista FAMECOS, nº 15, agosto de 2001: Porto AlegreDisponível em: http://revcom2.portcom.intercom.org.br/index.php/famecos/article/view/285/217

• MAFFESOLI, M. Cultura e comunicação juvenis. In: Comunicação, mídia e consumo, vol. 2n. 4 p. 11 - 27 jul. 2005: São Paulo.Disponível em: http://ojs.portcom.intercom.org.br/index.php/comunicacaomidiaeconsumo/article/viewFile/5165/4793