Moda

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Moda Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação , pesquisa Nota: Para outros significados, veja Moda (desambiguação) . Este artigo ou secção possui trechos que não respeitam o princípio da imparcialidade . (desde março de 2010) Justifique o uso dessa marca na página de discussão e tente torná-lo mais imparcial. Modas de Paris em 1837. Following the Fashion (1794), caricatura de James Gillray : uma figura valorizada pelos vestido curto então em voga, contrastando-a com uma imitadora, que não ficou tão bem. Moda é a tendência de consumo da atualidade. A palavra moda significa costume e provém do latim modus. 1 É composta de

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ModaOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa

 Nota: Para outros significados, veja Moda (desambiguação).Este artigo ou secção possui trechos que não respeitam o princípio da imparcialidade. (desde março de 2010)Justifique o uso dessa marca na página de discussão e tente torná-lo mais imparcial.

Modas de Paris em 1837.

Following the Fashion (1794), caricatura de James Gillray: uma figura valorizada pelos vestido curto então em voga, contrastando-a com uma imitadora, que não ficou tão bem.

Moda é a tendência de consumo da atualidade. A palavra moda significa costume e provém do latim modus.1 É composta de diversos estilos que podem ter sido influenciados sob vários aspectos. Acompanha o vestuário e o tempo, que se integra ao simples uso das roupas no dia-a-dia. É uma forma passageira e facilmente mutável de se comportar e sobretudo de se vestir ou pentear.

"Embora tenham sido encontradas agulhas feitas de marfim, usadas para costurar pedaços de couro, que datam cerca de 40 000 a.C., ou mesmo evidencias de que o tear foi inventado há cerca de 9 000 a.C., só podemos pensar em moda em tempos muitos

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mais recentes. Ela se desenvolve em decorrência de processos históricos que se instauram no final da Idade Média (século XIV) e continuam a se desenvolver até a chegar ao século XIX. É a partir do século XIX que podemos falar de moda como a conhecemos hoje (POLLINI, 2007).

A moda nos remete ao mundo esplendoroso e único das celebridades. Vestidos deslumbrantes, costureiros famosos, tecidos e aviamentos de ultima geração. Não nos leva a pensar que desde a pré-história o homem vem criando sua moda, não somente para proteger o corpo das intempéries, mas como forma de se distinguir em vários outros aspectos tais como sociais, religiosos, estéticos, místicos ou simplesmente para se diferenciar individualmente.

A moda passou por várias transformações, muitas vezes seguindo as mudanças físicas e principalmente sociais que ocorreram dentro de um determinado período.

A moda pode ser considerada o reflexo da evolução do comportamento. Uma espécie de retrato da comunidade. É uma linguagem não verbal com significado de diferenciação. Instiga novas formas de pensar e agir."2

Para criar estilo, os figurinistas utilizam-se de cinco elementos básicos: a cor, a silhueta, o caimento, a textura e a harmonia.

A moda é abordada como um fenômeno sociocultural que expressa os valores da sociedade - usos, hábitos e costumes - em um determinado momento. Já o estilismo e o design são elementos integrantes do conceito moda, cada qual com os seus papéis bem definidos.

A moda é um sistema que acompanha o vestuário e o tempo, que integra o simples uso das roupas no dia-a-dia a um contexto maior, político, social, sociológico. Pode-se ver a moda naquilo que se escolhe de manhã para vestir, no look de um punk, de um skatista e de um pop star, nas passarelas. A cada dia que passa o mundo da moda vem se superando e surpreendendo as pessoas, com cores vivas, tendências novas, cortes inusitados e inovadores. A moda proporciona aos que seguem uma tendência sempre inovadora e ousada. Ela é abordada sempre, encaixa em qualquer assunto e é sempre um meio de inspiração aos que a seguem.

Convém ressaltar que, deixando de lado a tendência etnocêntrica (na realidade "eurocêntrica"), a qual ainda hoje é preponderante, devemos ter clareza de que a moda, enquanto fenômeno, só se tornou "universal" em meados do século XIX, com o advento da crinolina. Até então, cada povo possuía sua própria maneira de se vestir e ornamentar, de maneira que conviviam diversas manifestações e estilos numa mesma época.

Mesmo hoje, em que vivemos, sob o capitalismo hegemônico, a fase da globalização, não se pode esquecer que o mundo muçulmano se constitui num universo à parte, onde a burka e o chador ainda são amplamente utilizados e onde populações inteiras, como a maior parte da Índia e as comunidades indígenas, bosquímanas e aborígenes australianos, por exemplo, estão alijados da produção e do consumo.

Índice

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1 Histórico o 1.1 A nudez original - contextualização o 1.2 A "nudez" dos indígenas sul-americanos e dos aborígenes o 1.3 As vestes dos indígenas da América do Norte, Incas, Maias e Astecas o 1.4 Na antiguidade o 1.5 A moda na Idade Média o 1.6 A moda na Idade Moderna o 1.7 A moda no século XIX o 1.8 A virada do século o 1.9 A moda nos anos 1920 o 1.10 Décadas de 30 e de 40 o 1.11 Década de 50 o 1.12 Décadas de 60 e 70 o 1.13 "Hair" - Moda e Modismos Hippies o 1.14 Anos 80 e 90 o 1.15 Início do século XXI

2 Ver também 3 Galeria 4 Referências 5 Bibliografia 6 Ligações externas

Histórico

A nudez original - contextualização

Antes de nos determos em explanar sobre o vestuário, devemos - até por uma questão cronológica - dissertar brevemente sobre a nudez, já que se constitui, ainda que de forma involuntária, no primeiro modismo.

Dentre as várias formas de nudez que a humanidade experimentou (a nudez como contingência da natureza, a nudez como realização do ideal do belo, a nudez como forma de protesto, etc) podemos facilmente diferenciar as suas primeiras expressões:"A nudez dos indígenas ou dos homens das cavernas nada tem em comum com a nudez dos gregos e romanos. No primeiro caso trata-se de uma contingência imposta pelas condições materiais de vida e adaptação ao meio-ambiente, enquanto no segundo caso trata-se de uma solução da ordem da estética, com amplo lastro da filosofia e da doutrina moral então dominante."

Explicitando melhor as razões e a manifestação da nudez no homem primitivo (primeira forma de nudez) podemos afirmar que:"Num momento em que a cultura ainda não existia e que o ser humano era coletor e nômade, antes da terceira glaciação, a nossa espécie era regida pela mesma lei que as demais espécies animais, a seleção natural. Os indivíduos mais fortes e mais adaptáveis sobrevivem, enquanto os mais fracos e menos adaptáveis transformam-se em alimento para animais maiores.

Alimentando de vegetais, frutas e tubérculos, vivendo em bandos e migrando através das pastagens e savanas primitivas atrás de alimento, o ser humano primitivo dava plena vazão aos seus instintos e, neste sentido, não devia ter grandes escolhas em

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relação ao objeto do seu desejo. Tanto indivíduos machos quanto fêmeas eram então completamente bissexuais, pois não havia diferenças anatômicas tão marcantes em relação aos sexos e também a busca constante de alimentos e a fuga de animais carnívoros limitavam bastante as oportunidades de acasalamento.

Estes indivíduos evidentemente ainda não haviam estabelecido um vínculo causal entre a cópula e a reprodução, ou seja, a razão pela qual as fêmeas engravidavam e davam a luz era tão vaga para eles quanto a razão do sol nascer aparecer e desaparecer no horizonte todos os dias. Num momento em que o sexo estava desvinculado da reprodução não havia qualquer sanção moral a qualquer modalidade sexual, até porque a moral ainda não havia sido inventada.

Durante a terceira glaciação este panorama edênico se altera drasticamente; grandes porções do planeta são cobertas pelo avanço das geleiras, o que restringe o habitat humano. O homem tem de procurar abrigo nas cavernas e, após descobrir o fogo, passa a se alimentar também de carne, tornando-se caçador. Para suprir a falta de garras e de presas produz os primeiros instrumentos de pedra, tornando-se artesão. Como subproduto da caça e da sua nova dieta alimentar produz as primeiras vestimentas, utilizando o couro e a pele dos animais abatidos. Além de proteger do frio, as roupas passaram também a proteger a genitália, especialmente a masculina, que o fato do homem ter se tornado exclusivamente bípede, tornara muito exposta, vulnerável a impactos e atrito."3

Um bom filme para ilustrar o período das primeiras incursões do homem primitivo no período das cavernas é A Guerra do Fogo, de 1981. Ainda que os produtores estadunidenses não ousem expor as personagens da tribo "menos desenvolvida" nuas - como de fato elas deveriam estar - as vestimentas da tribo "mais avançada" mantém alguma ligação com a realidade, como tem demonstrado a arqueologia.

A "nudez" dos indígenas sul-americanos e dos aborígenes

Indígenas do Pará, ainda sem contato regular com o homem branco, 1894.

Se considerarmos a produção de ornamentos como parte que compõe um vestuário, os indígenas sul-americanos e aborígenes australianos não estão realmente nus, pois utilizam - em doses fartas - de cores e de texturas em sua pintura corporal, cocares, cintos, brincos e outros adornos.

Os "adereços" utilizados visam se constituir em atrativo e apelo erótico em relação ao sexo oposto, têm função religiosa (ritual) ou social (no sentido de danças e eventos de socialização da tribo).

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O que fez com que o colonizador europeu julgasse estarem nus foi o fato de que eles não tem, via de regra, nenhuma preocupação em ocultar a genitália. Pelo contrário, várias tribos a valorizam, através do uso de uma espécie de "estojo" peniano, ou então, tanto homens quanto mulheres, depilam-se e utilizam adereços coloridos para valorizar a região pubiana.

Para ilustrar o choque cultural que se produziu do encontro entre brancos (europeus) e indígenas sugerimos dois filmes, que estão entre as melhores produções do cinema brasileiro: Como Era Gostoso o Meu Francês, de 1970, e Hans Staden, de 1999. Em ambos os filmes entramos em contato com a maneira de "vestir" (adornar) dos tupinambás, um universo colorido engendrado pela fauna e flora tropicais, tão ricas em pigmentos (como o urucum), fibras (como a juta) e materiais diversos para a confecção de adornos e adereços (como as coloridas penas de araras e de tucanos).

Acreditamos que estes costumes estão inseridos num contexto muito maior, que visa perpetuar as tribos, tanto enquanto singularidades como enquanto culturas. Neste sentido, fica mais fácil a escolha do parceiro para a procriação, e a genitália depilada (tanto masculina quanto feminina) tem uma conotação mais higiênica.

Nos povos "primitivos", como vemos, a moda desempenha funções evidentemente pragmáticas.

As vestes dos indígenas da América do Norte, Incas, Maias e Astecas

Ao contrário dos povos indígenas sul-americanos, os indígenas da América do Norte sempre utilizaram roupas, no sentido contemporâneo do termo, apesar de também utilizarem cocares e outros adereços.

O uso de vestimentas "tradicionais" (para nossos padrões, ocidentais e cristãos) deve-se em parte ao clima temperado e em parte à proximidade em relação a duas grandes e antigas civilizações: os Maias e os Astecas.

O filme O Homem chamado Cavalo, de 1970, é muito preciso na recriação das roupas dos índios Sioux e Crow.4 Tal como nos filmes brasileiros, citados no tópico anterior, o filme mostra o choque entre duas culturas distintas (e por vezes antagônicas) e a possibilidade de adaptação individual ou de síntese cultural.

As três grandes civilizações da América Pré-Colombiana (Incas, Maias e Astecas) possuíam em comum o gosto pelas vestes elaboradas (tais como túnicas, mantos e capas), a tecelagem bastante desenvolvida (no caso específico dos Incas, utilizando-se inclusive da lã das lhamas e vicunhas) e o fato dos trajes mais vistosos e coloridos serem destinados aos homens, bem como brincos, bandanas, pulseiras e demais ornamentos. As vestes femininas eram geralmente monocromáticas e de corte reto.5

Os quechuas e aymaras, na América do Sul, preservam ainda hoje muitos dos hábitos dos antigos incas.

Na antiguidade

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Como vimos, já no final da Pré-história os seres humanos passaram a se cobrir com peles de animais para se proteger do clima e, com o tempo, essa proteção foi se tornando cada vez mais sinônimo de poder e status. As pessoas achavam que usar peles de animais estava na moda, cada vez se via mais.

Esta tendência foi sendo suplantada pelo uso de fibras naturais como o linho e o algodão no Egito e a seda na China. Na Antiguidade Oriental as vestes passaram a ser usadas para diferenciação social: as diferentes castas na Índia usavam cores e padronagens diferentes, no Egito a veste do camponês era apenas um perissoma (espécie de "fralda") feito de algodão enquanto os sacerdotes e guerreiros usavam túnicas elaboradas e vários adornos e, desta maneira, foram surgindo nas sociedades orientais várias formas de indumentária e ornamentos, para que as pessoas pudessem ser facilmente identificadas, em relação ao papel que desempenhavam.

Cerimônia do "abrir a boca", do Livro dos Mortos.

Os gregos, com o culto ao belo e o seu ideal de Paideia que consistia no pressuposto de que "uma mente sã habita um corpo saudável" (que os romanos traduziram por "mens sana in corpore sano"), desprezavam as vestimentas. Os jovens do sexo masculino andavam nus a maior parte do tempo - conforme podemos perceber ao analisar a estatuária e pintura grega - mas tinham sempre uma espécie de manto ou capa ao ombro, para solenidades cívicas ou para o interior das habitações.

Como as mulheres eram desvalorizadas, passando a maior parte do tempo reclusas no gineceu, elas normalmente são representadas vestidas, com o "peplos" jônico (Atenas) ou o "chiton" (ou quíton) dórico (Esparta). É facilmente perceptível a diferença na representação masculina e feminina ao analisarmos os padrões de Kouros e Kore.

Com o helenismo, e a expansão das letras e das artes gregas por toda a bacia do Mediterrâneo, as várias culturas se mesclam ocasionando uma mudança nas formas de representação. No bojo da síntese formal helenística começam a aparecer, pela primeira vez, mulheres representadas nuas, como é o caso da famosa Vênus de Milo.

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Afresco de Pompéia, representando um jovem.

Em Roma, profundamente mais democrática em relação ao gênero do que a Grécia, as mulheres não apenas participam da vida cultural, como também das solenidades cívicas. Há inúmeros exemplos na estatuária romana de elaborados penteados e suntuosas vestimentas que identificavam as mulheres patrícias.

Aos homens da classe senatorial (senadores, magistrados, tribunos) era permitido o uso da toga, a qual ainda hoje é usada pelos juízes.

Os plebeus, tanto homens quanto mulheres, usavam trajes semelhantes aos patrícios (sendo vetado apenas o uso da toga) mas não usavam ornamentos indicativos de alta condição social, como os diademas, anéis e demais ornamentos.

No período bizantino, onde o cristianismo já era a religião oficial do Estado, proscreveu-se a nudez e as roupas tornaram-se nitidamente mais amplas e mais longas, sendo que foram estas as vestimentas que deram origem aos hábitos dos monges e freiras e às batinas dos padres. Dava-se valor, por exemplo, às roupas na cor roxa, chamada "púrpura", pois essa cor era derivada de um pigmento muito raro que só a nobreza tinha condições de adquirir.

Corte do Imperador Justiniano, retratada em mosaico de Ravena.

Já os mais pobres usavam roupas na cor azul, que era feita com uréia, encontrada em abundância, pois os tintureiros tomavam muitas bebidas alcoólicas, faziam a urina em baldes, e essa era utilizada para tingir as peças de tecido.6 Os camponeses usavam ainda tons crus, o ocre e o terra.

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Facilmente encontramos, em qualquer compêndio de química, como produzir a cor azul através da uréia:

"Encontramos ainda na saliva substâncias que estão sendo excretadas e que não possuem qualquer função na digestão tais como o sulfocianeto, o nitrito e a uréia.(...)Colocar em tubo de ensaio 1 mL de saliva filtrada, duas gotas de ácido sulfúrico diluído (10%) e duas gotas de iodeto de potássio (10%). Desprende-se iodo que pode ser melhor observado pela adição de 1 mL de goma de amido 1% levando ao desenvolvimento de cor azul."7

Curiosidade:

"O assentamento de Çatalhüyük, na Anatólia, datada de 6700 anos a.C (porção asiática da Turquia e européia da Trácia), é a primeira comunidade que se tem registros sobre o modo como as mulheres exerciam maior influência do que os homens, no papel de "dona de casa". Esse povoamento dava grande importância à moda, de acordo com as jóias de cobre e chumbo, os tecidos coloridos, as fivelas de cintos e os tapetes ricamente adornados e manufaturados usados por eles. Além disso, os humanos se cobriam com peles de animais para se proteger do frio e, com o tempo, essa roupagem se tornou símbolo de poder e status. A evolução desses adornos deu origem ao que vemos nas civilizações do Egito, Grécia e Roma antigos, com roupas leves e soltas, adequadas ao ambiente e à temperatura. Os acessórios e jóias eram feitos de ouro, cobre ou chumbo, conseguidos nos leitos dos rios. Durante o período Bizantino de ocupação, a nobreza se distinguia por utilizar a cor roxa, que derivava de um pigmento especial e raro, que somente o alto poder tinha poder de aquisição. Os plebeus eram caracterizados pela cor azul, que era conseguido através do álcool expelido na uréia humana. "8

As grandes civilizações do extremo oriente, Índia, China e Japão desenvolveram estilos e modismos próprios, extremamente diferenciados, sendo que a principal inovação foi no campo das texturas, pelo uso da seda, e do tingimento.

A moda na Idade Média

No início da Idade Média, isto é, na Alta Idade Média, as invasões bárbaras levaram ao isolamento e à vida nos feudos, desagregando as cidades e praticamente extinguindo o comércio em toda a Europa.

Dentro destas condições, as vestimentas passaram a ser produzidas artesanalmente, com fibras naturais e em cores cruas, tornando-se raras e exclusivas, apesar de extremamente básicas. A forma se assemelhava às bizantinas e a elite, formada pelos guerreiros e sacerdotes, se distinguia dos camponeses também através da vestimenta, a qual era colorida (normalmente vermelho ou verde). As roupas eram confeccionadas em casa, evoluindo das túnicas merovíngias (de comprimento até a altura dos joelhos, bordadas nas pontas e amarradas por cintos) até as ricas vestimentas da época carolíngia, com enfeites de brocado.

Com o passar do tempo os camponeses começaram a tingir tecidos em tom azul, pois este é facilmente conseguido através da uréia.

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A partir do século X, com o final das invasões e o renascimento comercial e urbano, houve a formação das corporações de ofício, dentre elas as dos tecelões e dos tintureiros, criando uma maior variedade, ou seja aumentando a quantidade e a qualidade das roupas.

Com o desenvolvimento das cidades e a reorganização da vida das cortes, a aproximação das pessoas na área urbana levou ao desejo de imitar. Enriquecidos pelo comércio, os burgueses passaram a copiar as roupas dos nobres. Ao tentarem variar suas roupas, para diferenciar-se dos burgueses, os nobres inventavam algo novo e assim por diante.

Em termos de indumentária, também podemos falar do românico e do gótico enquanto estilos válidos.

Enquanto a Europa Ocidental variou as formas de vestuário, como vimos, em contrapartida, a cultura oriental bizantina se manteve atrelada ao seu próprio estilo.

Com o Renascimento existe a tentativa de copiar os trajes romanos da época imperial mas, devido às contingências impostas pela época, o que as guildas acabam por fazer é uma releitura da indumentária clássica, adaptando-a à moral cristã então vigente, ao clima (sensivelmente mais frio do que havia sido na época romana9 ) e aos recursos materiais e técnicos de que então se dispunha.

Os camponeses, alheios à moda e aos modismos, continuaram a se vestir mais ou menos da mesma forma até meados do século XIX.

A moda na Idade Moderna

Madame de Pompadour. Exemplo de elegância no Antigo Regime.

A idade moderna é a época que vai do século XV ao XVIII. É a chamada "Época das Grandes Navegações", período em que a América foi descoberta e a noção de um mundo em forma de quadrado do Medievo foi abandonada...

No início da Idade Moderna, há uma preferência nas cortes européias pelo vermelho, as roupas mais refinadas levavam esta cor. O metódo de tingimento utilizava o pau-brasil, extraído em larga escala no Brasil para atender a este modismo.

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Vários filmes tem figurinos inspirados pelos estilos diferenciados, que foram criados e veiculados na Idade Moderna. Podemos citar A Rainha Margot, filme francês de 1994, com Isabelle Adjani no papel título, dirigida por Patrice Chéreau: logo na primeira cena (o casamento de Margot com Henrique de Bourbon, interpretado por Daniel Auteuil) Margot está usando um modelo maravilhoso, vermelho, de cetim, com uma gola alta e larga de renda a lhe emoldurar o rosto; sua mãe, Catarina de Médicis (vivida por Virna Lisi), também usa um modelo suntuoso, ao qual não falta nem mesmo o véu. Durante o filme, vemos desfilar brocados (como no modelo magnífico, que ela usa para ir às ruas, travestida em prostituta), rendas e sedas, em modelos ora com ousados decotes, ora com golas altas, inspiradas nos retratos de Rubens, Rembrandt, Velásquez e Frans Hals.

As mulheres normalmente usavam corpetes ditos de madeira, mas era revestido em somente uma parte. E os saiotes com estruturas de ferro.

Ambientando na mesma fase histórica (época da chamada Revolução na Cristandade), Elizabeth, filme inglês de 1998, também traz vários exemplares retirados das imagens deixadas pelos grandes mestres da pintura da época, apenas que, por ser britânico, faz alusões também a Hans Holbein, pintor oficial da corte de Henrique VIII, pai de Elizabeth. São vestidos em tecidos "encorpados" e brilhantes, em tons de vermelho,amarelo e verde, com o chamado ventre de corsa: o corpete acabando em bico na parte dianteira e a saia se abrindo volumosa para os lados. Os homens usam as calças curtas (na altura dos joelhos) e bufantes e uma espécie de "enchimento" para realçar a genitália (moda lançada na época de Henrique VIII, o qual gostaria de passar à posteridade como um rei viril). O figurino e os cenários da cena de coroação foram inspirados em uma pintura da coroação da verdadeira rainha Elizabeth I.10

Também recorrendo à obra de um grande mestre do período (desta vez Vermeer) foi lançado em 2003, pelo Reino Unido e Luxemburgo, Moça com Brinco de Pérola. Desta vez, vemos não apenas as roupagens suntuosas dos aristocratas e o interior dos palácios, mas também burgueses (que se vestem com roupas que afetam a forma geral dos trajes aristocráticos, mas são feitos com material de qualidade inferior) e pessoas do povo (alheios à moda, vestindo-se ainda como na época medieval).

No final da idade moderna, temos um grande personagem histórico que marca a moda: Luis XIV. Sua contribuição se dá basicamente pelo uso de salto alto, algo inovador. Nesta época também é notável a presença de perucas, babados, o estilo rococó aliado ao vestuário.11

Revivendo o luxo, o requinte e o glamour de Versailles, os Estados Unidos lançaram em 2006 Maria Antonieta. Trata-se de uma alegada "biografia mais humanizada" da última rainha da França no Antigo Regime. Este filme é interessante de ser citado pois a Idade Moderna se encerra oficialmente com a Revolução Francesa de 1789, em virtude da qual Maria Antonieta perde a cabeça na guilhotina. Antes porém que sua real cabecinha vá parar em um cesto, ela desfila vários penteados extremamente altos (que a cultura lusitana costuma apelidar de ninhos de ratos), jóias e vestidos, em geral estampados, em seda ou brocado.

A partir do século XVIII, com a chamada Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, e a mudança do capitalismo comercial - mercantilismo para o Capitalismo Industrial a

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Moda deixa o seu caráter artístico/artesanal de lado e passa a ser também inserida na rede engendrada pelo Mercado.

"...a consolidação da Revolução Industrial possibilitou a produção em larga escala de bens de consumo, como roupas, tecidos e calçados. Dentro de um universo mais comunicativo, todo o mundo passou a adotar o estilo europeu para a moda, em todas as camadas sociais, apenas adaptando-as para seus climas e crenças religiosas."12

A moda no século XIX

Evolução da Moda Feminina, de 1794 a 1887.

O século se inicia com a emolução do Império Romano, por parte da corte de Napoleão Bonaparte, o qual se faz inclusive coroar Imperador pelo papa Pio VII em 1805. Dentro do clima generalizado de "revival", a moda desempenha o seu papel ao livrar as mulheres, de uma só vez, dos espartilhos, anáguas, armações para saias e anquinhas: era o "Estilo Império".

Com a derrota definitiva de Napoleão, o Congresso de Viena e as várias restaurações monárquicas, dele advindas, há um anseio pela "volta à ordem" e a década de 1830 adotará um perfil mais romântico, com saias mais amplas e grandes mangas bufantes, embora o comprimento das saias ainda fosse ligeiramente mais curto.

Na década seguinte, a tendência romântica se consagra e a silhueta feminina vai afetando a forma de um sino, ou uma flor invertida, o foi consagrado com o advento da crinolina.

As crinolinas marcam o momento em que surge a indústria da moda propriamente dita, sendo este o primeiro modismo que poderíamos chamar de "universal": foram usadas de 1852 a 1870, em lugares tão diversos quanto a Nova Zelândia (assistam ao clássico filme O piano e vejam a protagonista fazer uma tenda com a sua anágua crinolina, sob a qual pernoitam ela e a filha) e o Brasil (assistam Mauá - O Imperador e o Rei e vejam

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May, interpretada por Malu Mader, entreter-se em girar a sua crinolina), a França e o México, os Estados Unidos (basta assistir ao clássico E o vento levou e ver o quanto as crinolinas marcam o estilo do sul dos Estados Unidos) e as colônias européias da África e Ásia, conforme retratadas no clássico O rei e eu por exemplo.

Podemos aludir a uma anedota, que Gilda de Mello e Souza13 alude apenas por alto, que explica o surgimento das crinolinas e demonstra a ligação destas com a indústria: Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte, governou a França de 1848 a 1852 como presidente da República e de 1852 a 1870 como imperador. Ele era casado com a belíssima nobre espanhola Eugênia de Montijo, mulher de sangue quente e que detestava o desconforto produzido pelas 9 anáguas engomadas que eram usadas para armar as saias na corte.

estilos de moda em 1822.

Havia uma fábrica de espetos, em processo de falência, chamada Peugeot. Um belo dia de julho de 1854 a fábrica recebeu a ilustre visita da imperatriz que lhes trouxe um desenho seu de uma espécie de gaiola feita de finíssimos aros de arame de aço e que, desde então, tornaria a indumentária feminina muito mais leve e mais arejada, a crinolina.

A Peugeot foi salva da falência (após 1870 ela passou a produzir guarda-chuvas, depois bicicletas até chegar aos automóveis), a França tornou-se líder mundial inconteste no universo da moda e o nome da bela Eugênia passou a estar associado, para todo o sempre, às “maisons” de alta costura.

Em 1870, com a derrota de Luís Napoleão Bonaparte (Napoleão III) na Guerra Franco-Prussiana a 3ª República adota o estilo "princesa" e a partir de 1880 vemos se repetirem, até o final do século, tendências e estilos esboçados em momentos anteriores. as crinolinas caíram em descrédito, sendo substituídas pelas tournures ("anquinhas") que armavam apenas a parte traseira das saias e vestidos. Estas, foram usadas até o final da década de 1880.

A virada do século

A década de 1890 reviveu a de 1830 e a moda do século XX, até o final da Primeira Guerra Mundial, em nada se diferenciou da moda do século XIX.

"...no inicio do século XX a Europa vivia uma intensa transformação de valores e costumes, ninguém mais do que Paul Poiret soube enxergar o que esta nova época desejava em matéria de vestimenta. Com apenas 24 anos, Poiret abriu sua própria Maison. Inspirados pelos Balés Russo e pela atmosfera Oriental, realizou roupas que

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mudaram a silhueta feminina e a História da Moda. Em 1906, um vestido marcou a nova silhueta, não mais apertada, espremida pelo espartilho. Poiret ficou conhecido por liberar as mulheres desse incomodo acessório. Para a mulher que precisava usar todos os dias o apertado espartilho, foi uma revolução (POLLINI, 2007).

A influência oriental na moda de Poiret é evidente. O mestre inspirava-se também no folclore e na história. Os tecidos são finos e delicados. Poiret gostava de utilizar seda e cetim, finas musselinas, bem como tecidos tipo véu e tule. Além do mais, as suas criações eram um verdadeiro festival de cores: vermelho e cor de rosa brilhante, verde e amarelo, por vezes, alguns tons intensos de castanho, isto numa época em que as senhoras se costumavam vestirem tons discretos com a cor de malva, o cinzento e o azul (LEHNERT, 2001).

As feministas decretam o fim do espartilho. A guerra e a urbanização pedem roupas mais práticas e de volume menor: saias no tornozelo e botas de cano alto.

Até 1914 a moda manteve-se estática. Mas, depois disso, com o advento da Primeira Guerra Mundial, as sufragistas, as epidemias, o desastre com o Titanic e a popularização do cinema mudo, o mundo se transformou, gerando reflexos na moda.

Nessa época surgiu o soutien, criado por Mary Phelps.

A Primeira Guerra Mundial veio provocar um corte em todos os movimentos artísticos, e não apenas na moda. Tal como os escritores e os pintores, também muitos estilistas forma mobilizados ou alistaram-se voluntariamente (LEHNERT, 2001).

Durante a Primeira Guerra, as mulheres tiveram de assumir trabalhos que antes eram exclusivamente desempenhados por homens, o que impulsionou de certa forma uma nova postura da mulher. E ainda, o Jazz, o Charleston e as novas descobertas cientificas (que encorajavam a pratica de esportes e passeios ao ar livre) contribuíram para, de repente, a moda dar um pulo: subitamente, a silhueta mudou, o cabelo mudou, a altura das saias mudou, os costumes mudaram. Foi um período de retumbante liberdade, e para as mulheres, uma redescoberta: a silhueta passou a ser tubular, e a cintura, os quadris e os seios não eram mais evidenciados, ao contrário, eram utilizadas cintas e malhas que “igualavam” a silhueta (POLLINI, 2007).14

A moda nos anos 1920

Nessa época, a moda já estava livre dos espartilhos do século XIX. As saias já mostram mais as pernas e o colo. Na maquiagem, a tendência era o batom. A boca era carmim, em forma de coração. A maquiagem era forte nos olhos, as sobrancelhas eram tiradas e o risco pintado a lápis. A tendência era ter a pele bem branca.

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Moda de 1925.

Foi a época de Hollywood em alta, e a maioria dos grandes estilistas da época, como Coco Chanel e Jean Patou, criaram roupas para grandes estrelas.

Foi uma década de prosperidade e liberdade, animada pelo som das jazz-bands e pelo charme das melindrosas, as mulheres modernas da época, que frequentavam os salões e traduziam em seu comportamento e modo de vestir o espírito da também chamada Era do Jazz.

A silhueta dos anos 20 era tubular, os vestidos eram mais curtos, leves e elegantes, com braços e costas à mostra. O tecido predominante era a seda. Os novos modelos facilitavam os movimentos frenéticos exigidos pelo charleston - dança vigorosa, com movimentos para os lados a partir dos joelhos. As meias eram em tons de bege, sugerindo pernas nuas. O chapéu, até então acessório obrigatório, ficou restrito ao uso diurno. O modelo mais popular era o "cloche", enterrado até os olhos, que só podia ser usado com os cabelos curtíssimos, a "la garçonne", como era chamado. A mulher sensual era aquela sem curvas, sem seios e com quadris pequenos. A atenção estava toda voltada aos tornozelos.

A sociedade dos anos 20, além da ópera ou do teatro, também freqüentava os cinematógrafos, que exibiam os filmes de Hollywood e seus astros, como Rodolfo Valentino e Douglas Fairbanks. As mulheres copiavam as roupas e os trejeitos das atrizes famosas, como Gloria Swanson e Mary Pickford. A cantora e dançarina Josephine Baker também provocava alvoroço em suas apresentações, sempre em trajes ousados.

Em 1927, Jacques Doucet (1853-1929), figurinista francês, subiu as saias ao ponto de mostrar as ligas rendadas das mulheres - um verdadeiro escândalo aos mais conservadores. Foi a época da estilista Coco Chanel, com seus cortes retos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos, boinas e cabelos curtos. Durante toda a década Chanel lançou uma nova moda após a outra, sempre com muito sucesso.

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Evolução esquemática da moda do início do século XX à década de 60.

Figurinistas da década de 1920

Jacques Doucet (1853-1929), um figurinista francês, em 1927, subiu as saias para mostrar as ligas rendadas.

Coco Chanel criou a moda dos cortes retos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos, boinas e cabelos curtos.

Jean Patou , estilista francês teve o foco na criação de roupas esportivas. Inclusive para a tenista Suzanne Lenglen. Também revolucionou a moda da praia com seus maiôs.

Décadas de 30 e de 40

Toda a euforia dos "felizes anos 20" acabou no dia 29 de outubro de 1929, quando a Bolsa de Valores de Nova York registrou a maior baixa de sua história. De um dia para o outro, os investidores perderam tudo, afetando toda a economia dos Estados Unidos e, consequentemente, do resto do mundo. Os anos seguintes ficaram conhecidos como a Grande Depressão, marcados por falências, desemprego e desespero.

No plano político, a recessão econômica levou ao conservadorismo e à ascensão de líderes totalitários: Hitler na Alemanha, Mussolini na Itália, Salazar em Portugal, Franco na Espanha, Stalin na União Soviética e Getúlio Vargas no Brasil.

A reboque, a moda viu-se forçada a uma "volta à ordem". Após os "loucos anos 20", a década seguinte vê os vestidos voltarem aos calcanhares, os decotes diminuírem e os sapatos quase se tornarem as "botinhas" de 1900.

Os homens ganharam ternos desestruturados, normalmente de linho, de ombros estreitos e calças mais curtas e mais justas.

Um bom filme a ser assistido, para quem desejar ver ilustrada com precisão a mudança de paradigmas estéticos da década de 20 para a de 30 é Tomates Verdes Fritos, filme estadunidense de 1991 que retrata com extrema sensibilidade o período. Aos poucos vemos os vestidos vaporosos darem lugar aos mais "pesados" (e mais fechados), os sapatos de saltos altos com pulseirinha no tornozelo serem substituídos pelos mais baixos e bem fechados, como "botinhas", e os cabelos curtos à garçonne darem lugar aos longos, presos em coque na nuca.

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Com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) o guarda-roupa, tanto masculino quanto feminino, ganha formas e cores militares: os ombros se agigantam (o "poder"), a cintura se estreita e as cores tendem para o sépia, o bege e o verde musgo. Carmen Miranda lança a moda das plataformas e arrebanha adeptas em todo o mundo.

A moda dos anos 40 foi esplendidamente compilada nos figurinos de filmes como Casablanca, de 1942 e Gilda, de 1946.

Década de 50

O fim da Guerra e a emergência dos Estados Unidos como líderes incontestes do mundo ocidental levaram a uma onda de otimismo sem precedentes.

É a época de ouro das multinacionais, de Hollywood e da moda "made in USA" no caso o "new look", criado por Christian Dior mas repaginado e divulgado por centenas de filmes de divas como Marilyn Monroe e Jane Russell. Por um curto espaço de tempo, a Argentina também terá a sua diva, na figura da primeira dama, Eva Perón.

As saias são amplas, em godê guarda-chuva ou balonê, revivendo um pouco a época das crinolinas. Os tecidos brilhantes e "encorpados" como o tafetá e o cetim convivem com o crepe de seda, o tule e o jersey. O bolerinho volta a ser usado, bem como o redingote.

Na moda masculina, a tendência são os topetes, as calças com pregas, a risca-de-giz e os sapatos com a ponta afilada. Os jovens mais ousados imitam James Dean e Marlon Brando, passando a usar gibão de couro, camiseta branca e calça de brim, a qual ainda não é chamada jeans.

Além dos próprios filmes da época, como Os Homens Preferem as Loiras e Como agarrar um milionário de 1953, O pecado mora ao lado e Ladrão de casaca de 1955, O Sorriso de Mona Lisa, de 2003 é um bom filme para analisarmos as modas e os modos da alta burguesia do nordeste dos Estados Unidos (Nova Inglaterra) entre os anos de 1953 e 1954: estão em pleno uso os soutiens de bojo, as cintas e modeladores, as saias godê em várias padronagens, bem como o duplo padrão de moralidade (onde, a exemplo do que acontecia no Brasil Colonial 15 ao homem tudo era permitido, em se tratando de sexo e sexualidade, e à mulher "de família" tudo era ocultado, tolhido e negado) e a hipocrisia social (onde todos fazem "vistas grossas" aos "pecadilhos" dos bem nascidos, mas não perdoam nem mesmo o menor deslize dos subalternos) tão característica daquela forma de sociedade.

Décadas de 60 e 70

No seu viés elegante, a década de 60 foi marcada pelo uso do scarpin, algumas vezes com salto carretel, e o "tubinho", de corte reto, clássico legado de Madame Chanel, comprimento acima do joelho. Os cabelos eram usados no corte/penteado "gatinha", mesma denominação dada aos óculos de forma amendoada e com os cantos exteriores proeminentes.

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Os homens usaram (pouco) o terno bem cortado, de modelagem definida mas sem exageros e (muito) a calça jeans (já conhecida por este nome) e a camiseta. Os topetes continuaram em alta.

No viés "rebelde" ou "revolucionário" tivemos o movimento hippie.

Hippies.

Na imagem ao lado vemos dois hippies que veiculavam a consígnia "paz e amor", lemas da época. Usavam roupas de cores alegres e estampas floridas, demonstrando sensibilidade, romantismo, descontração e bom humor, como também a liberdade de expressão perante o regime ditatorial em países como o Brasil, Chile e França.

A maquiagem era essencial e feita especialmente para o público jovem. O foco estava nos olhos, sempre muito marcados. Os batons eram clarinhos ou mesmo brancos e os produtos preferidos deviam ser práticos e fáceis de usar. Nessa área, Mary Quant inovou ao criar novos modelos de embalagens, com caixas e estojos pretos, que vinham com lápis, pó, batom e pincel.

As perucas também estavam na moda e nunca venderam tanto. Mais baratas e em diversas tonalidades e modelos, elas eram produzidas com uma nova fibra sintética, o kanekalon.

Nos anos 70 o Movimento hippie foi absorvido pela mídia e passou a ser "mais uma tendência", nas batinhas indianas, tecidos florais (a chita voltou com tudo) e bijuterias falsamente artesanais. Usou-se a "boca-de-sino" e a "pata de elefante", que eram calças com as pernas muito largas, e o tropicalismo trouxe de volta as plataformas (agora usadas para ambos os sexos) e os turbantes e "balangandãs" de Carmen Miranda. Usaram-se combinações de cores bastante insólitas, como o roxo com laranja e o verde com roxo.

A partir de 1975, com a onda "disco" e o surgimento das danceterias, que na época se chamavam discotecas, voltaram as sandálias de salto agulha (agora usadas com meias curtas e coloridas de lurex) e a saia "evasê". Surgiu a "frente-única" e o vestido de "lastex". O cabelo black power era a sensação do momento.

Foi na década de 70, em Berlim, que surgiu o Movimento Punk, que marcou profunda e decisivamente a moda, a música e o comportamento. Grande expoente deste movimento, a ex-cantora de ópera, Nina Hagen.

"Hair" - Moda e Modismos Hippies

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Músicos Hippies, com seus longos cabelos.

"Hair foi originalmente um musical da Broadway, lançado em 1967, no bojo da contra-cultura , do pacifismo e da contestação à Guerra do Vietnã, sob os "slogans" do "PAZ E AMOR" e "FAÇA AMOR, NÃO FAÇA A GUERRA" veiculados pelo movimento hippie. O título do filme, "cabelo", refere-se aos longos cabelos da maioria de suas personagens e que, na época, eram uma forma de contestação aos valores sexistas da sociedade tradicional, além de uma manifestação da estética adotada pela juventude . HAIR, produzido na década de 1980, é o fiel retrato de uma época em que se consolida o “poder da flor” e que, pela primeira vez na história, os jovens do mundo todo assumiram uma postura crítica e ativa: já não eram mais os jovens “rebeldes” da década anterior (1950), eram jovens genuinamente revolucionários. A sua atitude deixou de ser pautada por um pacifismo apenas conformista, deixou de ser passiva e desengajada, a sua crítica passa a ter consistência. Em várias partes do mundo os jovens demonstram que já tem consciência de sua própria força, participando nus no “Central Park” de manifestações contra a Guerra do Vietnã (1968) ou então de manifestações em prol dos direitos civis dos negros no sudeste dos Estados Unidos e contra o “Apartheid” na África do Sul. O que nós podemos vislumbrar, além dos conflitos internos intrínsecos das personagens, é o conflito social e o choque cultural inerente a esta época, o que nos faz afirmar que existe uma grande dose de universalidade no filme HAIR, pois os ideais de seus jovens personagens são também os ideais de todos os nossos jovens que resistiram à ditadura e que procuraram democratizar as relações intersexuais , questionando os papéis homem/mulher, interaciais, religiosos e políticos."

A moda no Brasil vem tendo grandes mudancas, a moda dos anos 60, 70 voltou a tona e com forca total. Fazendo com que muitas pessoas mudem seu jeito de ser e sigam uma tendencia.

Anos 80 e 90

Os anos 80 e 90 constituíram-se num "revival" de várias épocas passadas:

O vestido de noiva de lady Diana, cujo casamento foi assistido ao vivo, via satélite, por milhões de pessoas ao redor do mundo, foi um "lançamento oficial" do estilo chamado de "New Romantic", o qual usou e abusou dos babados, laços, fitas e rendas.

Todo o figurino do filme futurista Blade Runner: o caçador de andróides, de 1982, trazia os ombros ultra estruturados e os terninhos em estilo militar da década de 40 (o "poder").

Nestes anos Meryl Streep estelou três filmes de época, sendo dois consecutivamente: A mulher do tenente francês em 1981 e A escolha de Sofia em 1982. Ainda na onda "revival", estrelou também Entre dois amores em 1985.

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O filme italiano La Chiave (A Chave), de 1983, dirigido por Tinto Brass, que trazia Stefania Sandrelli no papel principal, revive de maneira nostálgica a elegância da Itália no início do fascismo.

Os filmes De volta para o futuro,16 de 1985 e Dirty Dancing-ritmo quente, de 1987 traziam de volta o glamour dos anos 50. Estes filmes alavancaram a volta das saias godê guarda-chuva e balonê, do tafetá e do crepe de seda, além dos famosos bolerinhos (espécie de casaquinhos curtos, em geral com meia manga, ou manga três quartos).

Em Peggy Sue: seu passado a espera, de 1986, dirigido por Francis Ford Coppola, Kathleen Turner retorna a 1960, tendo a chance de modificar o seu futuro, ao decidir se deveria se casar ou não com Nicolas Cage, de quem ela está se divorciando em 1985. O vestido de noiva de Peggy Sue, um clássico, trouxe de volta a moda noiva de 1960.

Também de 1986, Veludo Azul, de David Lynch, utilizando-se de música homônima de Bobby Vinton para compor o título, tem evidentes ligações com a moda. A personagem principal, uma cantora de salão mantida prisioneira por um psicopata, usa modelos clássicos e glamourosos da década de 50, inclusive um tomara que caia em veludo azul, o qual confirma a tendência geral da época.

O clássico ...E o vento levou, de 1939, foi relançado em versão restaurada. Houve um seriado televisivo, Scarlet, lançado nesta época, que se propunha a ser a continuação da história. Ambos os eventos reforçaram a tendência geral às saias rodadas e mais volumosas, aos babados e aos bolerinhos.

Para o clip da música Material Girl a pop star Madonna realizou uma releitura de Marilyn Monroe cantando "Diamonds are a Girl's best friends" em Os Homens Preferem as Loiras, de 1953. O tomara que caia ajustado ao corpo, de cetim foi bastante copiado.17

Nos anos 80 eram comuns "festas dos anos 50" ou "festas dos anos 60", com muito twist e rock and roll, dando origem a várias bandas nacionais, como a Blitz. Já nos anos 90 a febre foram as "festas dos anos 70", com muito colorido, preponderando o laranja e o roxo e ressurgimento do New Wave.

Início do século XXI

No início do século XXI a moda parece marcada por duas máximas: "nada se cria, tudo se copia" e "a moda vai e vem".

Desfile de moda do Nordstrom Fashion Week, nos Estados Unidos.

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Ao invés de divas do cinema ou da música, os carros-chefes são as drag-queens, que comandam o mundo fashion de dentro dos seus guetos, que são as grandes casas noturnas, espaços concorridos como as Paradas Gays e mesmo alguns espaços na televisão.

Neste sentido, é emblemática a trajetória de RuPaul, Nany People, Dimmy Kieer, Léo Áquilla, Salete Campari e Silvetty Montilla.

Dentro do paradigma estético adotado, vêm crescendo a tendência à customização e à reciclagem de materiais, buscando o desenvolvimento sustentável, também no campo da moda.

Para não dizer que não há novidades, existem ainda vários movimentos da juventude, como a estética Clubber, o underground e a cultura hip hop, mas sempre ligados ao universo das baladas e casas noturnas. Neste contexto, acentuou-se muito a difusão da tatuagem e do piercing.

No dia a dia porém, para as atividades do cotidiano, não se notam sensíveis diferenças em relação ao "revival" efetuado pelas duas décadas anteriores. Entretanto, entre o último ano da primeira década do século e o primeiro da próxima década, há uma forte tendência de retomada da utilização da androginia18 - que sempre esteve presente na moda -, porém ao invés de nublar os limites entre gêneros, a idéia agora é demonstrar que também é possível manter um identidade de gênero mesmo que se absorva atitudes ou consuma produtos normalmente associados ao outro gênero.

História da modaOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa

o que é a moda? Segundo o dicionário, a moda é uma tendência, a maneira de se vestir. Várias vezes representa o estado de espirito das pessoas. Por exemplo, se uma pessoa estiver vestida de preto, poderá estar triste. Se uma pessoa estiver a usar uma cor alegre, é porque, talvez esteja feliz. Se uma pessoa se vestir bem, é um benefício para a sua autoestima, pois sente-se melhor consigo própria, sente-se bem e fica com mais confiança em si. Estar na moda é estar bem consigo mesmo. Estar na moda é saber escolher, entre tantas opções e tendências, as peças que mais combinam conosco. Mas não devemos exagerar! Só porque está na moda, não vamos andar por aí com roupas extremamente desconfortáveis e exageradas! Na escolha da roupa, também devemos ter em conta se esta está adequada para o ambiente que vamos frequentar. Estar na moda também é ser prudente e ter senso de adequação. Para cada ambiente ou ocasião, há um estilo de roupa ideal a ser usado.

Os seres humanos desde o começo passaram a se cobrir com peles de animais para se proteger do clima e, com o tempo, essa proteção foi se tornando cada vez mais sinônimo de poder e status.

Page 21: Moda

Na época bizantina dava-se valor, por exemplo, às roupas na cor roxa, pois essa cor era derivada de um pigmento muito raro que só a nobreza tinha condições de adquirir.

Já os mais pobres usavam roupas na cor azul, que era feita com uréia, encontrada em abundância, pois os tintureiros tomavam muitas bebidas alcoólicas, faziam a urina em baldes, e essa era utilizada para tingir as peças de tecido.

Ver artigo principal: Moda na década de 1920

Nessa época, a moda já estava livre dos espartilhos do século XIX. As saias já mostram mais as pernas e o colo. Na maquiagem, a tendência era o batom. A boca era carmim, em forma de coração. A maquiagem era forte nos olhos, as sobrancelhas eram tiradas e o risco pintado a lápis. A tendência era ter a pele bem branca.

Moda de 1925

OBS: A moda teve o seu marco nas décadas de 60 e 70, com a influência de "mods" "skinheads" que buscavam um meio alternativo de se vestir. Eles destruíam roupas clássicas e misturavam com roupas cotidianas , no entanto o mercado viu a necessidade de fazer roupas finas que atendesse aquele público que queria sair do clássico.

Foi a época de Hollywood em alta, e a maioria dos grandes estilistas da época, como Coco Chanel e Jean Patou, criaram roupas para grandes estrelas.

Foi uma década de prosperidade e liberdade, animada pelo som das jazz-bands e pelo charme das melindrosas, as mulheres modernas da época, que frequentavam os salões e traduziam em seu comportamento e modo de vestir o espírito da também chamada Era do Jazz.

A silhueta dos anos 1920 era tubular, os vestidos eram mais curtos, leves e elegantes, com braços e costas à mostra. O tecido predominante era a seda. Os novos modelos facilitavam os movimentos frenéticos exigidos pelo charleston - dança vigorosa, com movimentos para os lados a partir dos joelhos. As meias eram em tons de bege, sugerindo pernas nuas. O chapéu, até então acessório obrigatório, ficou restrito ao uso diurno. O modelo mais popular era o "cloche", enterrado até os olhos, que só podia ser usado com os cabelos curtíssimos, a "la garçonne", como era chamado. A mulher sensual era aquela sem curvas, sem seios e com quadris pequenos. A atenção estava toda voltada aos tornozelos.

Page 22: Moda

A sociedade dos anos 1920, além da ópera ou do teatro, também freqüentava os cinematógrafos, que exibiam os filmes de Hollywood e seus astros, como Rodolfo Valentino e Douglas Fairbanks. As mulheres copiavam as roupas e os trejeitos das atrizes famosas, como Gloria Swanson e Mary Pickford. A cantora e dançarina Josephine Baker também provocava alvoroço em suas apresentações, sempre em trajes ousados.

Em 1927, Jacques Doucet (1853-1929), figurinista francês, subiu as saias ao ponto de mostrar as ligas rendadas das mulheres - um verdadeiro escândalo aos mais conservadores. Foi a época da estilista Coco Chanel, com seus cortes retos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos, boinas e cabelos curtos. Durante toda a década Chanel lançou uma nova moda após a outra, sempre com muito sucesso.

Figurinistas da década de 1920

Jacques Doucet (1853-1929), um figurinista francês, em 1927, subiu as saias para mostrar as ligas rendadas.

Coco Chanel criou a moda dos cortes retos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos, boinas e cabelos curtos.

Jean Patou , estilista francês teve o foco na criação de roupas esportivas. Inclusive para a tenista Suzanne Lenglen. Também revolucionou a moda da praia99 a com seus maiôs.

Décadas de 1960 e 1970

Ver artigo principal: Moda na década de 1960

Hippies

As roupas nas décadas de 60 e 70, época dos hippies, transmitiam a paz e amor, lemas da época, por cores alegres e estampas floridas, demonstrando sensibilidade, romantismo, descontração e bom humor, como também a liberdade de expressão perante o regime ditatorial em países como o Brasil, Chile e França.

O que é Moda...

 

A moda é, segundo o dicionário, uma tendência, maneira de se vestir, modo, costume, vontade. Ela é momentânea. Mas é fato: a moda tem o poder de mudar o ânimo das pessoas. Quando você se veste bem, sua autoestima se eleva. Não se acanha ao chegar nos lugares, pelo contrário, sua presença aumenta e, subitamente, a confiança, é claro.

Page 23: Moda

Quando nascemos, chegamos ao mundo sem veste alguma. Na concepção religiosa cristã, homem e mulher estavam e andavam nus pela Terra. Ainda na linha de raciocínio do cristianismo, no primeiro livro da Bíblia Sagrada (Gênesis), o homem e a mulher coseram folhas de figueira para cobrir a nudez. E depois, se cobriram com pele de animais.

 

Os silvícolas (habitantes de selvas) se vestem com pouca vestimenta. Muitos deles, nem escondem as partes íntimas e põem vários adereços no corpo. Tais ornamentos faziam parte dos rituais sagrados das tribos e, da mesma forma, com um viés erótico. A moda conseguiu atingir a cultura dos povos, seja por influência dela mesma ou por meio da legislação do país – visto que andar nu é contra a lei. Ela chegou até os indígenas e hoje eles se vestem com calças, camisas, bonés, tênis para corrida e outros acessórios.

 

Diferentemente, os indígenas de outras terras como América do Norte, nas civilizações Incas, Maias e Astecas, utilizavam mais roupagem que os índios sul-americanos. Provavelmente, por causa das temperaturas mais amenas das regiões temperadas. Por isso, é comum vermos em filmes e desenhos infantis norte-americanos, os “pele vermelha” se apresentando com calças e roupas mais aproximadas dos modelos europeus.

 

História da Moda no Brasil: As tendências chegaram ao Brasil junto com os europeus, na época da colonização, no século XVI. Esses, residiam nos países em que o frio predomina boa parte do tempo. Muitas das roupas (veja mais informações em corte e costura) do nosso dia a dia pertencem a climas não proporcionais às temperaturas daqui. Porém, bem trabalhadas, chamam a atenção do consumidor, que acaba por comprar sem se ater a detalhes desse tipo.

 

Não só nas roupas, a moda influenciou na área de maquiagem. Na Grécia Antiga, usava-se desse artifício nas peças teatrais. Em outros países do Oriente, as pessoas pintavam o corpo para as celebrações religiosas. A maquiagem é muito usada nas produções cinematográficas. Em propagandas, serve para deixar os modelos bem adaptados aos padrões estipulados pela moda. Essa, que criou um mundo belo.

 

No Oriente Médio, a moda não seguiu os padrões mundiais. O motivo dessa casualidade é a prática do islamismo, que não permite deixar à vista partes do corpo feminino. As mulheres usam uma vestimenta que as cobre da cabeça aos pés: a burca. Os árabes têm o turbante, peça que surgiu antes mesmo da religião deles, na indumentária e aquelas túnicas. Elementos bem característicos da região.

 

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Antigamente, os gregos e romanos pensavam no corpo e na mente, ambos dotados de beleza. Se uma pessoa possuísse beleza interior,  deveria também aparentar o mesmo por fora. Os gregos tinham uma ideologia que se encaixava perfeitamente nessa ideia do belo internamente falando e no exterior. O lema é: “Uma mente sã habita um corpo saudável”.

 

Na Grécia, os integrantes do Senado utilizavam uma espécie de capa, chamada de toga – senadores, magistrados e parlamentares. Revestia o lado esquerdo do corpo, ocultando o braço. Ela é preta, comprida e é usada por advogados e promotores nos tribunais; também por professores catedráticos e doutorados, dependendo da situação. Os plebeus se vestiam como os patrícios, mas não podiam usar as togas.

 

Quando a religião cristã chegou aos gregos, exatamente no império bizantino, liderado por Justiniano I, as roupas se tornaram mais alongadas – uma vez que pessoas da civilização grega andavam nuas – servindo de grande influência nas vestes sacerdotais. A cor mais usada pela nobreza era, por causa do preço elevado, a púrpura. As peças azuis, feitas com ureia, tinham o custo acessível à população. Evolução da ModaModa na Idade Média

Na Idade Média, o estilo das roupas tomou outro rumo. Desde então, começaram a ser  confeccionadas com fibras de algodão, seda (tipo de tecido produzido por meio de uma técnica milenar da sericultura, cujos fios são extraídos do bicho da seda) e em sua cor original. No entanto, elas assemelhavam-se às peças das pessoas que ocupavam posições sociais mais elevadas da época: os reis, duques, condes, líderes religiosos, senhores, cavaleiros, dentre ouros. As roupas da Idade Média, usadas pelos trabalhadores do campo, possuíam cores marrons e ocre e isso os distinguia dos nobres.

A moda (veja informações sobre a moda feminina) foi se desenvolvendo e a indumentária obteve inovações. Artesãos confeccionavam as roupas. Passou dos simples vestidos longos e de cor natural, para os mais

trabalhados: detalhado com fios de outro e prata e desenhados em relevo. No contexto dos camponeses mudou também. Eles passaram a usar os modelos azuis produzidos com ureia.

Page 25: Moda

A partir das produções melhor preparadas, criaram-se organizações, chamadas de corporações de ofício, que reunia diversos profissionais de vários setores: religioso, econômico e artístico. Os artesãos, tecelões, tintureiros, todos eles convergiam para essas associações, de modo a gerar seus trabalhos com qualidade.

Os burgueses estavam lucrando com o comércio, o que lhes permitia comprar as roupas iguais às dos nobres. Eles, por sua vez, buscavam formas e modelos diferentes para não se deixar igualar pelos comerciantes. O ramo das roupas cresceu proporcionalmente ao intento dos mercadores de imitar os nobres.

Moda na Idade Moderna

Na Idade Moderna foi a época da globalização, em que o navegador Vasco da Gama executou sua viagem às Índias, em prol de negociações entre dois pontos comerciais. No mesmo período, houve a descoberta do Novo Mundo. Enfim, o comércio expandiu suas fronteiras, mas só em território nacional. A comercialização das especiarias do Oriente na Europa (conheça as melhores cidades turísticas europeias) se deu nesse período.

Os nobres renovaram o visual com o uso da renda, do cetim. Estavam em voga tecidos como o linho, a lã e o algodão. As máquinas de costura começam a todo o vapor. Tem-se a distinção de vestimenta entre homens e mulheres. A roupa feminina cada vez mais se sobressai. Os vestidos longos valorizam o corpo, com o aparecimento dos decotes, o desenho dos quadris e etc. A moda masculina caminhava para as calças curtas e bufantes. Essa peça realçava a genitália por meio de um bojo, de forma a passar a ideia da virilidade.

Na França, o rei Luís XV, de certa forma, acabou por lançar um estilo ousado. Ele aderiu ao uso dos saltos altos. No mesmo contexto da Idade Moderna, a praga de piolhos era algo que atacava impetuosamente a sociedade. Com isso, houve o aparecimento daquelas longas perucas, que os nobres vestiam. Maria Antonieta, arquiduquesa da Áustria e última rainha da França, era muito vaidosa. Ela abusava de penteados, chapéus, babados, joias, vestidos, a mais pura luxúria. Novos desenhos, cortes e costuras foram incorporados pelos artesãos, uma mistura da arte rococó e a moda.

Page 26: Moda

Moda no Século XIX e XX

 No século XIX, a moda (veja informações sobre a moda feminina) incluiu mais itens no vestuário, como também perde outros. O público feminino adquire novas peças de roupas, em compensação, deixam de fazer parte os espartilhos, as grades dos vestidos e incorporam as mangas bufantes. A silhueta da mulher, nas roupas, vai se afunilando. As roupas se tornaram românticas e práticas, para a época, obviamente.

Destaque na indumentária das moças eram aquelas grandes armações usadas por baixo da saia: a crinolina. A moda, que iniciou em 1857, com a crina de cavalo e, em 1864, se transformou em tendência nas várias partes do mundo, principalmente nas colônias europeias.

Eram feitas a partir de grandes armações de ferro, que contornavam a cintura feminina, proporcionando as saias redondas – bastante vistas nas novelas e filmes antigos. Em meados do século XIX, surgiu a máquina de costura (veja mais informações sobre corte e costura), o que representou o alicerce das novas tendências. Elas se manifestaram fortemente nas cidades: Paris, Milão, Roma, Nova Iorque e Hollywood.

Saiba o que era moda nos anos 20, 30, 60 eModa Anos 20

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 A década de 20, na moda, foi um período de mudanças significativas. A ciência caminhava em suas descobertas. Atentaram-se à prática de esportes e, por isso, a maneira de se vestir mostrou. Nos anos 20, aconteceu a Primeira Grande Guerra (1914 – 1918). Os homens se alistavam nas forças armadas, o que obrigava as mulheres a desempenhar as funções que eram tão somente para eles. Antes, quadris e seios se destacavam. No século XX, esses elementos se renovaram.

Os velhos vestidos longos e românticos sofreram alguns cortes. Eles tapavam o corpo quase na totalidade. O formato mudou completamente: o que apresentava o desenho de uma flor invertida, agora, toma proporções novas: a forma tubular, os braços e costas sem pano. Os tornozelos estavam à mostra, pois as saias eram mais curtas – até o meio da canela. A maquiagem se sobressaiu nessa época. As mulheres utilizavam batons, lápis nos olhos, tiravam sobrancelhas e abusavam dos produtos que deixavam a face embranquecida.

Nos anos 20, as saias haviam encurtado. Existia um estilo de dança chamado Charleston, inventado na Carolina do Sul – EUA e contava com movimentos não permitidos por vestidos longos. Esses, chegavam até o meio das coxas, no máximo. As garotas dançarinas dos cabarés (casas noturnas famosas na Belle Époque - não tinha ligações com os prostíbulos.) divertiam seus espectadores nas produções.

A moda foi divulgada a partir dos filmes. Os norte-americanos usaram bastante o poder de sedução e a capacidade de beleza contidas nelas, nas superproduções cinematográficas. Com isso, revelaram-se grandes estilistas que expunham suas artes nos corpos dos grandes artistas da época. Era um período de guerras; então, os Estados Unidos perderam o contato com a França, onde se localiza Paris – palco de importantes desfiles. A década de 20 marcou como os anos dourados da moda.

Alguns nomes se destacaram nesse período próspero da moda. O francês Jacques Doucet: causou polêmica ao diminuir o tamanho das saias femininas, trazendo à vista as ligas de renda. Além dele, a sua compatriota Gabrielle Bonheur Chanel, conhecida como Coco Chanel, possuía uma casa de costura. Produziu blazers, chapéus, colares, etc. Na época, foram produzidas roupas esportivas e as modas da praia: os maiôs.

80 nas páginas do site.

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Moda Anos 30

O período de 1930 a 1940 foi conturbado em vários aspectos. Em 1929, a Bolsa de Valores de Nova Iorque quebrou (conheça mais sobre o mercado de valores), resultando na Crise de 29 ou Grande Depressão. No mesmo contexto, no final dos anos 30, o regime político do totalitarismo dominou alguns países do mundo. A Alemanha teve como líder, Adolf Hitler; na Itália, Benito Mussolini; em Portugal, António Salazar; Francisco Franco, na Espanha; Joseph Stálin, na União Soviética e Getúlio Vargas, no Brasil.

Esses governos aplicavam a política conservadora e autoritária: a moda voltou aos vestidos longos e “comportados”. Pano até os joelhos, sapatos fechados. Um baque. Depois dos anos 20, a liberdade do mundo das tendências diminuiu. As mulheres perderam os vestidos decotados e se aproximava outra guerra, a Segunda Grande Guerra (1939 – 1945).

As cores, nessa época, se tornaram tonalidades mortas. A presença do verde musgo, o amarelo escuro (cor de fotos antigas), bege. Elas eram usadas por causa do forte militarismo que tomava conta do poder. A pluralidade da década de 20 se perdeu no conservadorismo. Causou na população imenso choque cultural, de repente o colorido se padroniza e reduz a poucas matizes (conjunto de cores).

Quem trouxe de volta a alegria das cores foi a pequena notável, Carmen Miranda. Ela utilizava saltos do estilo plataforma, roupas coloridas e peças bastante ousadas. Serviu de influência para várias mulheres. Os sapatos que Carmen usou se tornaram moda e, hoje, faz parte do manequim do público feminino.

Em meados da década de 40, em 26 de julho de 1946, o biquíni apareceu no corpo da stripper Micheline Bernardini, a única que teve coragem de expor o corpo no cinema. Na década de 50, Brigitte Bardot usou um modelo, em seu belo corpo, quando gravava o filme “E Deus criou a mulher”, em 1956. Os biquínis causaram um grande impacto na sociedade e foi comparado ao efeito da bomba atômica.

Moda Anos 60

A década de 60 caminhou pela linha do elegante. Nesse período, foram desenvolvidos os modelos scarpin (sapato feminino), os vestidos em forma de tubo e cortes de cabelo diferenciados. Na moda masculina, a informalidade começava a operar na substituição dos ternos bem cortados pelas calças jeans e camisetas. Os topetes eram famosos.

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Em meio às ditaduras militares espalhadas por todo o mundo, surgiram os movimentos de contracultura, como os hippies. Com o lema “paz e amor”, eles se vestiam com roupas coloridas e cheias de estampas floridas – representava pensamentos positivos, contrários aos regimes que privavam a liberdade, na época.

 O uso dos produtos de beleza, no rosto, era notório. A maquiagem se transformou em tendência e fez parte do cotidiano dos jovens. Eles preenchiam com cores brandas, claras, e munidos de muita praticidade. Outra sensação do momento eram as perucas. Talvez tenha sido o período em que mais se vendeu essa mercadoria. Elas vinham em diversos modelos e cores, sem contar que o custo era menor.

As roupas no estilo indiano começavam a entrar no mercado. A manifestação dos hippies tomava grandes proporções. Os tecidos de algodão com estampas florais, a coloração bem viva, presentes o azul, amarelo, verde, rosa e outras cores. As calças boca de sino se encontravam no auge. Carmen Miranda inovou com o uso dos turbantes e ornamentos que usava em seus vários shows.

Na mesma época, o estilista André Courrèges lançou a coleção “Space Age”, em que utilizava a roupa branca, fazendo contrastes entre as tonalidades. Além disso, ele produziu minissaias mais curtas e alta costura. Courrèges faz roupas para o público feminino, principalmente, jovens livres. O material é diferenciado, em vez de sutiãs e espartilhos, abusa das costuras quadradas: ternos com bolsos bastante volumosos, calças, etc (veja mais informações em corte e costura).

Em Londres, a modelo, atriz e cantora, Twiggy Lawson, marcou a década de 60. Seus cílios chamavam a atenção. A imagem da modelo magra, a minissaia foi estabelecida nela. Cabelos lisos e curtos entravam em contradição com os paradigmas da década de 1960. Os padrões da época eram altíssimos, uma vez que a belíssima Marilyn Monroe representava esse formato ideal de beleza.

Moda Anos 80

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 Esse período, na história da moda, foi um resgate de elementos encontrados no passado. Aumentou o uso dos detalhes em diversos tipos de roupas acrescentando laços, rendas, fitas. A tendência chamada de novos românticos surgiu nos anos 80, mas não durou muito tempo. A lady Diana usou em sua festa de casamento um vestido que marcou a nova moda.

Os anos 80 marcaram as novas tendências. Artistas famosos lançaram seus estilos peculiares. O cantor Prince, com seus babados, os lenços, as roupas diferenciadas, além do visual com cabelos de vários tipos (saiba mais sobre penteados de cabelo) e maquiagem marcante. Outro ícone desse período é a cantora Cindy Lauper. Ela abusava de cortes e

tonalidades diversas no cabelo. Michael Jackson usava brilhante em suas roupas. A famosa luva era repleta de diamantes.

Especialistas dizem que é a época do exagero. Uma mistura também de elementos que compunham a moda feminina e a moda masculina. Por exemplo, o cantor Boy George usava batom, fazia as sobrancelhas e seu rosto era bem maquiado, semelhante ao dos artistas de teatro, em determinadas peças. Apresentava-se munido de apetrechos, saia, lencinhos, cabelo grande e afins. Estilo bem excêntrico.

Na década de 1980, o mundo da moda se desenvolveu. Os estilistas começaram a criar, cada um, seu estilo; porém, agora, com mais visibilidade. O marketing tomou conta desse mundo, alimentando o mercado. Bom para a cantora Madonna, que aproveitou e conseguiu divulgar um estilo inusitado e criar tendência com seu estilo próprio de se vestir.

O movimento hip hop estabeleceu um novo estilo para os jovens do gueto. Os norte-americanos usavam tênis de marca, bonés de times de basebol, camisas e calças bastante largas, casacos e diversos adereços: correntes de prata e ouro.

Na década de 90, o colorido das peças continuou, mas dessa vez com ênfase nas lingeries. O uso dos laquês diminuiu, devido ao pensamento do pós-Guerra Fria, de preocupação com o mundo, aquecimento global, e a sustentabilidade.

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Hoje, temos não só roupas, mas os demais objetos e mercadorias que se transformaram em moda. Após a visibilidade, a entrada da mídia nesse ramo, a popularidade se tornou comum. As empresas fabricam óculos que seguem tendência. Esses, casam com roupas, sapatos, cortes de cabelo, maquiagem (veja informações sobre a maquiagem definitiva). A moda chegou a todos os públicos, desde crianças até os mais idosos. Para as mulheres, as bolsas femininas, joias e, principalmente, os sapatos.

Fashion Week

A indústria da moda promove uma Semana de Moda (Fashion Week) que serve para os estilistas mostrarem suas obras. No mundo, acontecem vários eventos como esse, tendo os mais famosos: o fashion week de Londres, Nova Iorque, Roma, Paris e Milão. No Brasil, o Rio de Janeiro e São Paulo têm suas semanas de moda, da mesma forma que nos outros estados.

O primeiro evento em nível mundial, em que inúmeros estilistas se juntam para demonstrar seus trabalhos aconteceu em Nova Iorque. O New York Fashion Week, conhecido como Mercedes-Benz Fashion Week, teve sua primeira edição em meados da década de 40. Na época, o mundo passava por uma guerra. Dessa forma, os estilistas não tinham acesso a Paris, onde o mercado é forte.

Limitados a se manter em Nova Iorque, os recém formados em moda, puderam desfrutar da Press Week, o primeiro grande evento da moda. Pela iniciativa da publicitária Elanor Lambert, os criadores de estilo puderam expor seus materiais nas passarelas.

Duas vezes por ano, Londres promove a Semana de Moda, que acontece nos meses de fevereiro e setembro. O Londres Fashion Week se tornou um dos maiores eventos de moda do mundo. Ele e mais outros três (Paris, Nova Iorque e Milão), formam as “Quatro Maiores” semanas de moda. Em Londres, movimentam-se mais de 100 milhões de euros. Em cada evento frequentam, em média, 5000 mil pessoas.

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Em Paris, eles ocorrem todos os anos no Carrousel du Louvre e é um dos grandes desfiles da moda. Em Milão, na Itália, é um dos locais onde passa a semana e faz parte dos Quatro Maiores. A semana de Moda inicia-se em Nova Iorque, passa por Londres e Milão e finaliza em Paris.

No Brasil, existem notáveis desfiles da indústria da moda. São Paulo Fashion Week, em São Paulo; o Fashion Rio, no Rio de Janeiro e o Capital Fashion Week, em Brasília. É claro que tem mais eventos pelo país, tais como os que ocorrem todo ano em Belo Horizonte, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Amazonas, etc.

O São Paulo Fashion Week (SPFW) é o maior desses eventos. A semana de moda paulista acontece desde 1996, e era chamado Morumbi Fashion Brasil. Ele tomou proporções imensas, a ponto de se tornar o mais importante e visado da América Latina. O SPFW fica em quinto lugar no quesito de maior em nível internacional, atrás apenas de Paris, Milão, Nova Iorque e Londres.

Modelos como Gisele Bündchen, Isabeli Fontana, Ana Cláudia Michels desfilaram no início de suas carreiras, nos palcos do São Paulo Fashion Week. Estilistas como Ricardo Almeida, Alexandre Herchocovitch, Ronaldo Fraga, Reinaldo Lourenço expuseram seus produtos no evento. Assim como as marcas famosas brasileiras como Colcci, TNG, Triton, Osklen, adquiriram mais visibilidade e ficaram mais famosas.

Em Brasília, o Capital Fashion Week nasceu com a visão de lançar os novos estilistas no mercado. La, várias marcas de roupas, óculos, bolsas, acessórios patrocinam e expõem seus produtos. O CFW recebe apoio também de instituições de ensino superior do Distrito Federal. O evento acontece anualmente, no mês de setembro. A idealizadora do projeto foi a empresária Márcia Lima.

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Estilistas de Moda

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Gabrielle Bonheur Chanel (1883-1971)

Estilista francesa que nasceu na cidade de Saumur, na França, e vendia chapéus na cidade de Paris. A partir de 1925, Chanel começou a frequentar as reuniões com as pessoas da alta sociedade e era íntima de grandes personagens como Salvador Dalí e Picasso. Quando ficou envolvida com a costura, a estilista defendia o uso de roupas mais amplas sem a utilização de faixas e corpetes.

Além disso, Chanel foi responsável pelo lançamento das roupas com tecidos xadrez, blusas de malha fina, calças boca-de-sino, jaquetas curtas, calças marinheiro, vestidos nas cores vermelho escarlate e a fragrância Chanel nº 5, um dos perfumes importados mais admirados em todo o mundo. A estilista gostava de criar roupas que deixassem a mulher livre e com facilidade de movimentação. Apesar disso, ela abusava no uso de acessórios.

O termo “pretinho básico” surgiu graças à Chanel que, em 1926, apareceu com um dos seus vestidos na capa da revista Vogue. Com o início da Segunda Guerra, ela fechou as portas de suas lojas e só voltou a dedicar-se ao mundo da moda em 1954. Faleceu em 1971, em Paris, e sua empresa ficou sob os cuidados de Karl Lagerfeld a partir de 1983.

Elsa Schiaparelli (1890-1973)

Estilista que nasceu na Itália e conseguiu estudar em outros países graças à condição financeira favorável de sua família. Morou um período nos Estados Unidos com seu marido, mas após o divórcio, acabou indo para a França. Como desenhava, ela começou a vender suas primeiras roupas e abriu a primeira loja em 1927 e a primeira coleção, dois anos depois.

Elsa Schiaparelli era muito amiga de diversos artistas; porém, era rival da estilista Coco Chanel. Essa desavença ocorria porque as duas possuíam estilos muito distintos. Elsa apresentava modelos considerados exóticos e diferentes, uma vez que a estilista tinha inspiração nas artes, na astrologia e no circo. Ela abusava das cores vivas, intensas e em 1938 lançou um perfume de mulher chamado “Shocking”, que tinha uma embalagem na forma do corpo de uma mulher. Na Segunda Guerra Mundial, ela se mudou para os EUA e retornou para a capital francesa após o fim do conflito. Reabriu sua loja e lançou mais alguns produtos associados a seu nome.

Christian Dior (1905-1957)

Esse estilista francês nasceu em 1905, na cidade de Paris, em uma família rica. Era excelente no desenho, mas acabou estudando ciências políticas por um desejo de seu pai. Não trabalhou na área e viajou pelo continente europeu até o momento em que abriu uma galeria de arte com alguns amigos. Ficou gravemente doente em 1934; melhorou e começou a desenhar croquis, que eram publicados em um jornal parisiense.

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Ele passou a desenhar para maisons na cidade e começou a trabalhar para o estilista Robert Piguet, sendo que, durante a guerra, foi convocado para a batalha. Trabalhou com  Lucien Lelong e tentava ter sua própria loja de roupas. Conseguiu o feito em 1946, lançando a primeira coleção no ano seguinte e isso foi causando um verdadeiro sucesso, pois as suas roupas eram sofisticadas, femininas e elegantes.

Os vestidos eram mais longos, com a cintura marcada e as saias mais amplas. Seu padrão para roupas ficou conhecido como “New Look” e foi responsável pelo lançamento de diversos produtos com sua marca. Ficou responsável pelas roupas de diversas mulheres famosas e abriu filiais de suas lojas em outros países. Faleceu em 1957 e sua grife ficou aos cuidados do estilista Yves Saint-Laurent, que deixou a empresa em 1960, para servir o exército.

Vários estilistas ocuparam o cargo de chefia da marca que, em 1997, foi assumido por John Galliano, estilista mais exótico com inspiração em traços indígenas e orientais. Em 2011, o estilista foi demitido da Dior, após um vídeo seu ser divulgado. Nele o estilista brigava com um casal e proferiu insultos antissemitas.

Cristóbal Balenciaga (1895-1972)

Estilista que nasceu na região basca da Espanha e ainda adolescente foi trabalhar como aprendiz de alfaiate na cidade de Madrid. Abriu uma casa de costura em sua cidade e, em 1936, mudou-se para Paris e lá lançou sua primeira coleção. Ele era capaz não só de desenhar suas criações, mas também cortá-las e costurá-las.

Suas roupas eram elegantes, dramáticas e representavam sua inspiração. Lançou peças como cintura estreita, quadris marcados, jaquetas largas, boleros e vestidos. Em 1948, lançou um perfume e durante a década de 50 ditou a moda feminina com casacos, vestidos e saias mais curtas. Em sua última coleção, lançou jaquetas largas (confira também a jaqueta de couro) e saias menores. Aposentou-se em 1968 e faleceu aos 77 anos. Em 2011, a marca foi comprada pela Gucci.

Louis Vuitton (1821-1892)

Louis Vuitton era fabricante de bolsas no século XIX na cidade de Paris e confeccionava suas bolsas e malas na cidade. Ficou conhecido por ter um desenho diferente dos que eram utilizados na época. Em 1896, foi criado o monograma que identifica a marca para evitar falsificações. Já em 1930, a marca chega a diversos países, levando suas bolsas femininas para milhares de consumidoras.

A empresa realizou uma fusão com algumas marcas de luxo. Em 1998, foi contratado o estilista Marc Jacobs, que desenhou roupas e acessórios para a marca. Sem alterar a essência das bolsas, ele tem conseguido manter as clientes da marca e administrar sua própria marca.

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Yves Saint-Laurent (1936-2008)

Yves nasceu na Argélia, após sua família ter saído da França. Ele sempre gostou das artes e retornou a Paris em 1954 e lá frequentou uma escola especializada. Ganhou um concurso internacional e chamou tanto a atenção que foi contratado para auxiliar Christian Dior. Após a morte deste, ele ficou responsável pela maison e em sua primeira coleção fez um grande sucesso lançando peças como saias evasês e vestidos trapézio.

Após ter ido para a guerra, retornou para Paris e decidiu abrir seu negócio próprio, que tem como marca registrada as siglas YSL. Em 1965, lançou vestidos tubinhos que se tornariam símbolos dele e de uma época. Um ano depois, criou o terno feminino e depois também lançou moda com o casaco marinheiro, o blazer e o vestido-camisa. Naquela mesma década, abriu uma boutique apenas para homens. Lançou as coleções 40, África e Rússia.

Em 1993, vendeu sua grife para um grupo de empresários e 6 anos depois, a marca foi comprada pelo empresário François Pinault, que também é dono da Gucci. Em 2002, ele deixou o mundo da moda e realizou um grande desfile com suas peças mais famosas. Faleceu de câncer, em Paris.

Hubert James Taffin de Givenchy (1927)

Francês nascido na cidade de Beauvais e desde criança, já apreciava o mundo da moda. Apesar de sua família desejar sua formação como advogado, ele ingressou na Escola de Belas Artes. Realizou trabalhos com Christian Dior e Elsa Schiaparelli e abriu sua própria loja em 1952. No ano seguinte, ele começou uma amizade com a atriz Audrey Hepburn.

Ele foi o responsável pela criação das roupas que a atriz usou em vários filmes. Ela utilizou modelos como vestidos pretos e com cintura marcada. Representava muita elegância e a atriz chegou a requisitar que somente ele desenhasse suas roupas nos filmes. Posteriormente, ele recebeu a influência do estilista Balenciaga.

Criou os modelos largos, peças que podiam ser combinadas e blusas feitas com tecidos de camisas. Em 1981, a marca foi vendida para uma empresa de marcas de luxo. O estilista fez seu último desfile em 1995.

André Courrèges (1923)

Estilista que nasceu na cidade francesa de Pau que se interessou pelo design e estudou em  uma escola de engenharia civil. Em 1949, ele começou a trabalhar com Cristóbal Balenciaga e trabalhou com ele por uma década. Em 1961, abriu sua própria maison e nos primeiros anos, causou polêmica quando lançou as primeiras pantalonas.

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Em 1964, o estilista apresentou uma coleção com tons de branco e totalmente futurista e recebeu o nome de “space age”. Ele desenhava roupas pensando nas mulheres do futuro e no conforto das roupas que elas iriam usar. Na década de 70, lançou perfumes e roupas masculinas. Tornou-se um grande símbolo da alta-costura moderna e inovadora.

Roupas do dia a dia

Bermuda Blusa Camisa Calça Casaco Blusão Quispo Gabardine Sobretudo Camiseta Jardineira Jaqueta Jeans Macacão Saia Saruel Short Vestidos

Alfaiataria

Camisa Colete Gravata Paletó Smoking Terno

Roupas de baixo e íntimas

Calcinha Cueca Espartilho Legging Meias Sutiã Fundoshi

Roupas de dormir

Baby-Doll Camisola

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Pijama

Moda praia

Biquíni Maiô Roupa de mergulho Sunga Tanga

Chapéus

Boina Boné Chapéu Fedora Gorro Panamá Quepe Viseira

Calçados

Bota Chinelo Chuteira Pantufa Sandália Sapatilha Sapato Sneaker Tamanco Tênis

Óculos

Geek Ray-ban Shutter-shades Wayfarer

Outras roupas

Kilt Vestido de casamento

Acessórios

Alargador

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Anel Brinco Cachecol Carteira Chapéu Colar Cinto Broche Bolsa feminina Bolsa masculina Mala Mochila Lenço Luva Pingente Relógio Sapato Pulseira Unha postiça A cada temporada, uma nova tendência. Para ficar por dentro de tudo,

explicamos 45 termos da moda para você ficar por dentro do universo fashion já!

A gente sabe que ficar por dentro de tudo que acontece no mundo da moda não é nada fácil. Por isso, decidimos dar uma ajudinha criando um pequeno dicionário com alguns termos que vocês não podem deixar de saber! Estão prontas?

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1. Ankle Boot – bota com cano até o tornozelo.

2. Babouches ou clog – são os sapatos com salto ou plataforma de madeira.

3. Bodouir – tendência de usar peças que parecem ou lembram uma lingerie.

4. Boho – é o resultado de uma mistura dos estilos hippie, étnico, folk e vintage. Suas peças principais são: vestidos e saias longas, modelagens mais largas e confortáveis e bota cowboy.

5. Jaqueta bomber ou jaqueta aviador – é uma jaqueta com recorte militar, feita de couro, com gola mais alta e forrada por lã.

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6.  Calça cargo – calça masculina originalmente larga, com bolsos laterais. Hoje, os modelos tipo skinny dela são sucesso!

7.  Casquete – chapéu pequeno, que é preso por grampos ou fixo em uma tiara.

8.  Chemisier – camisa masculina comprida, o chamado "vestido camisa".

9.  Clutch – bolsa ou carteira de mão, geralmente feita de materiais duros.

10. Color Blocking – tendência que mistura cores vivas e vibrantes em um mesmo look.

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11.  Dockside – sapato de couro, com sola de borracha e tiras laterais.

12.  Espadrilha – sapatos com salto tipo anabela de corda.

13.  Étnico – estilo com referências artísticas e culturais. Por exemplo: roupas que trazem referências indígenas, indianas e africanas; estampas tropicais, itens como penas.

14.  Flat – sapatos baixos e confortáveis, como as sapatilhas.

15.  Girlie – estilo romântico e superfeminino. Caracterizado por estampas florais, cores doces como rosa claro e cintura marcada.

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16.  Hot pants – short suuuper curto e de cintura alta, resgatado dos anos 60.

17.  It – pessoas que tem estilo e atitude e são admiradas por isso, ou peças e acessórios muito desejados naquele momento. (Exemplo: it girl e it bag)

18.  Jardineira – macacão com alças finas e cavas bem baixas, que você tem que usar com uma camiseta ou top por baixo. 

19.  Ladylike – estilo superelegante e feminino, que, com traços vintage, abusa de laços e detalhes românticos. 

20.  Liberty – é aquela estampa floral miudinha, bem delicada e feminina.

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21.  Midi Boot – bota com cano no meio da canela.

22.  Minimalismo – Estilo clean, com cores claras e neutras e recortes mais retos e simples. Essa é uma tendência onde menos é mais!

23.  Meia pata – é a plataforma que encontramos na parte da frente de sapatos de salto alto. 

24.  Meia 7/8 – meia calça que termina na coxa, pouco acima do joelho.

25.  Motorcycle boot- bota com cano médio e boca mais larguinha, bico arredondado e fivelas.

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26.    Navy – estilo inspirado nas roupas de marinheiros, com bastante listras e que tem como principais cores o azul, branco e vermelho.

27.    Open Boot – é a mesma coisa que ankle boot, só que com recortes na frente e/ou atrás.

28.    Off-white – é um branco puxado para o tom mais pérola ou nude bem clarinho.

29.    Oxford – sapato masculino, fechado e de amarrar, que foi adaptado ao armário feminino.

30.    Peep Toe – sapato que tem uma pequena abertura na frente e deixa uma parte dos dedos a mostra.

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31.  Pied de poule – tipo de estampa xadrez que lembra um “pé de galinha”, como a própria tradução do nome diz. 

32.  Plissado – efeito sanfonado dos tecidos de saias, vestidos e blusas.

33.  Preppy – estilo que lembra as roupas estilo colegial, marcado pelos cardigãs, saias plissadas, tiaras e meias-calças. Ganhou um toque pop ao apostar em cores fortes! 

34.  Prêt - à - porter - são coleções e roupas produzidas em larga escala e vendidas nas lojas "prontas para vestir", ou seja, aquelas que não são feitas sob encomenda ou sob medida.

35.  Scarpins – é o clássico sapato feminino fechado e de salto alto.

36.  Seventies ou 70's – é a moda e estilo típico da década de 70, adaptado para os dias atuais.

37.  Spencer – casacos ou terninhos de comprimento mais curto, acima do quadril.

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38.  Sneakers – tênis modernos, geralmente de cano alto e supercoloridos.

39.  Tartan – tipo de estampa xadrez, típica do estilo grunge.

40.  Trench Coat - é um casaco originalmente desenhado para enfrentar a chuva, como se fosse uma capa. Hoje, ganhou status fashion e é usado até mesmo como vestido, já que fica na altura do joelho ou um pouco abaixo. 

41.  Trendsetter – é quando a pessoa é trendy, ou seja, quando ela lança tendências de moda e está sempre por dentro do mundo fashion.

42.  Tweed – é um tipo de tecido feito de lã, com diferentes fios formando uma mesma trama. Foi eternizado nos modelos da estilista Coco Chanel.

43.  Vintage ou retrô – estilo ou peças com modelagens ou formas mais antigas. Atualmente, busca referências principalmente nas décadas de 50, 60 e 70.

44.  Wrap – casacos, vestidos ou blusas com pontas laterais, com as quais é feita uma amarração ("wrap", em inglês). 

45.  Wedge – é uma versão mais atual do salto anabela, ou seja, é um salto plataforma que aparece em botas, sandálias e sapatos. Pode ser em materiais como madeira, veludo e até couro. 

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Ear cuff: o termo significa "algema de orelha", em inglês, e é preso na orelha sem precisar de furo. Os mais comuns são os de spikes, folhagens, corrente ou com formato de serpente.

Acid wash: lavagem de jeans que o deixa com uma textura mais podrinha e clara em pontos espaçados. Para um look com carinha de anos 90!

Cap toe: a palavra vem de "capinha de dedo", em inglês. É um clássico criado pela genial Coco Chanel. Sapatilhas, scarpins e botas ganham biqueiras metalizadas ou coloridas. Superfashion!

Creeper: nasceu na Segunda Guerra, nos pés dos soldados ingleses. Daí, cresceu no underground e virou febre. Tem um solado reto e tratorado, de borracha. Para ficar confortável e mais alta!

Top bralet: trata-se de um top estruturado, ou seja, ótimo para sustentação. Também deixa a barriguinha de fora. Cropped!

Cropped: o nome vem do verbo crop, que significa "cortar", em inglês. Nas blusas e moletons, as peças são cortadas na altura do umbigo, mostrando ou não a barriguinha. Tem também a calça cropped, em que a barra fica na altura da canela. O charme é usar dobradinha.

eans delavê: bem desbotado e clarinho, ele surgiu no fim dos anos 90 e continua forte, especialmente em camisas e shorts larguinhos com barra desfiada!

Body: peça que veio da moda esportiva, pode ser usado no dia a dia tranquilamente, até mesmo para substituir uma regata básica com muito estilo e com uma pegada mais sexy! Também dá para usar por baixo de blusas transparentes.

Mullet: São as saias e os vestidos mais curtos na frente e mais compridos na parte de trás. Outro nome para a tendência é hi low hem. Bom, esse é o jeito que o povo da moda está chamando!

Estampa galaxy: muito comuns nas novas leggings, ela remete às fotos de galáxias, com destaque para as explosões estelares.

Peplum: é aquele babado parecido com uma saia rodada bem curta preso na cintura. Aparece em blusas e casaquinhos. Nos vestidos e nas saias, o peplum é acompanhado de uma saia mais comprida e justinha para contrabalancear o volume.

Crystal Clear: tendência do transparente que tem aparecido principalmente em sapatos e bolsas. Ótima para deixar tudo em ordem ;)

Hotpants: queridinha de celebs como a Rihanna e Miley Cyrus, a peça é um short curto e com a cintura no lugar. Foi lançado pela estilista Mary Quant na Londres dos anos 60. Ela se inspirou nos trajes de banho das pin-ups.

Burgundy: inglês para a cor vinho, que toma conta de jeans skinny, tricôs, t-shirts, moletons, vestidos...

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Dicionário fashion

A moda tem vocabulário específico. Veja um guia para entender tudo

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Hype, basfond, jetsetter, make, skinny, chemisier, scouters, tressé. Você sabe o que significa cada uma dessas palavras? Dependendo do seu "grau" de fashionista, você pode conhecer todas ou nenhuma. Mas não se sinta démodé caso você não entenda as linguagens desse métier, afinal, centenas dessas palavrinhas são usadas no mundo da moda e, se esse universo não é sua área de atuação, você pode se dar ao luxo de não usá-las. Entretanto, conhecê-las é, no mínimo, interessante. Pensando nisso, o Bolsa de Mulher preparou um minidicionário para que lulu nenhuma considere você out of fashion.

É assim em qualquer meio profissional. Cada profissão tem sua carga de jargões específicos. Utilizar termos em inglês é muito comum entre as mais diversas carreiras. É bem verdade que muitas pessoas se utilizam dessas expressões para demonstrar conhecimento e superioridade, mas também não há mal nenhum estar por dentro dos termos usados em algumas profissões. E como moda é um assunto muito presente no nosso dia-a-dia, é bom não fazer feio na frente de ninguém.

Na moda, além dos termos em inglês e francês, é comum o uso de gírias vindas do universo gay, afinal eles são maioria na área. Segundo a produtora de moda do Fashion Rio, Paula Barros, "o legal é saber mesclar o uso de gírias com termos técnicos, que dificilmente são traduzidos para o português. Não dá pra sair falando diversos termos estrangeiros numa frase só, pois a pessoa pode parecer esnobe ou, o que é pior, deslumbrada. O ideal é que as palavras saiam naturalmente, sem forçar a barra".

Desconstruindo a moda

O pior é quando não entendemos termos específicos colocados em jornais ou revistas. Atento a esse vocabulário peculiar, o designer de jóias Marcos Sabino lançou o livro "Dicionário da Moda", da Editora Campus-Elsevier. A obra conta com mais de 1.300 verbetes, entre termos estrangeiros, gírias e informações sobre moda e profissionais do mercado nacional e internacional. Termos como evasê, stilyst, cardigã, folk, pelerine, trench coat e os mais diversos estrangeirismos que a moda adora inventar.

Marcos afirma que após o início das pesquisas e da redação dos verbetes, percebeu que o livro teria de ser bem maior. "A intenção de preservar e homenagear profissionais da moda nacional, a curiosidade e o fascínio com o universo da indumentária e da moda internacional, somados à necessidade da documentação com muitas fotos, reproduções, croquis e desenhos, acabaram levando a um livro com mais de 600 páginas. E, na verdade, ele poderia ter chegado às mil páginas ou a dois volumes tranqüilamente",

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relata. O autor afirma ainda que o fato de sermos um país colonizado e ainda muito influenciado por outras culturas do hemisfério norte não seriam a única justificativa para explicar a presença de tantos galicismos e anglicismos em nossa língua, mas, segundo ele, esses termos têm sua função.

O autor reconhece que existem muitas palavras que são difíceis de serem traduzidas, mas alerta que há muitos exageros na nossa linguagem verbal diária. "Não vejo necessidade de chamar capuz de hood, por exemplo". Marcos acredita que pelo interesse crescente pela moda, incorporaremos ainda mais termos estrangeiros. "É um esnobismo meio jeca-tatu. O mundo da moda é como de um circo, tem seu roteiro e os papéis quase sempre são os mesmo. O elenco é que muda de tempos em temos, ou seja, como em todo circo, há os que gostam de ser palhaços", compara, lembrando que tudo é uma questão de postura e atitude.

Entretanto, existem algumas palavras que possuem tradução direta, mas as pessoas cismam em usar a versão inglesa da mesma forma. A palavra fashion é uma delas. Mas Marcos tem uma explicação para isso. "Usamos muito a palavra "moda" também, mas não usamos mode, em francês. Fica esquisito, não? Fashion é muito sonoro e internacional. A palavra tem a força necessária. É universal", diz.

Verbetes

Para incrementar seu vocabulário fashion, ou melhor, da moda, selecionamos alguns termos e expressões bastante utilizadas entre os fashionistas (ops!). Agora é só esperar o momento certo para usá-los e deixar claro que você é uma mulher inteligente, antenada e que tem savouir- faire.

AMORElA: Tecido artificial que imita a seda. É usado em roupas femininas para o verão.

AUTRICHES: Arranjos de plumas.

BAGGY: Calça larga nos quadris, afunilada nos tornozelos.

BAJADIERE: Bolsa grande.

BALCONNÉ: Decote ousado, com alças e barbatanas.

BARRETE: Touca com pompom.

BARROCO: Na moda, o Barroco é seguidamente retomado por meio de peças que lembram o clima eclesiástico e o estilo medieval (tons pastel, tecidos rústicos, mantôs, capuzes, capas, casacões, batas pesadas, especialmente no inverno).

BASFOND: Babado forte

BASQUINE: Saia enfeitada, usada no século XVI, muito ampla, mantinha-se aberta e esticada sobre círculos. Ela se confundia com uma anquinha.

BODY: Maiô para uso de lingerie.

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BOLERO: casaco curto e aberto, que cobre somente os ombros e seios e deve ser usado sobre regatas. O bolero pode ser com ou sem mangas.

CACHE-COEUR: Tipo de blusa com decote transpassado e drapeado sobre o peito.

CAMISA AFRICANA: Camisa larga e aberta lateralmente.

CANNADIÈNNE: Casaco de lã, muito esportivo, comprimento ¾, abotoamento com trespasse com quatro ou seis botões. Nas costas pode não ter franzido.

CANGURU: É um modelo de blusa, camisa ou jaqueta que tem bolsos frontais dispostos no meio da peça e capuz.

CARDIGÃ: Casaco de lã sem gola e com abotoamento central, que pode ser usado sobre outras peças.

CHEMISIER: Vestido abotoado na frente, como uma camisa masculina.

CORSELET: Corpete justo, sem alças e com formato de lingerie, que vai até a altura dos quadris

CORTE ENVIESADO: Corte em viés que favorece o caimento da roupa

CURRENT FASHION: Moda atual

DEGAGÈ: Decote livre ou gola aberta, afastada do pescoço ou colo.

ECHARPE: Lenço longo e estreito que envolve o pescoço.

ESCOCÊS: Espécie de xadrez, usado pelos clãs da Escócia. É a estampa característica do Kilt.

ESTRELADOS: Homens ou mulheres famosos e ricos

EVASÊ: saia com corte um pouco mais amplo na parte inferior.

FOLK: Estilo desenvolvido através de inspiração em itens folclóricos de um país ou região.

FASHION DESIGNER: Estilista

FASHION EDITOR: Editor de moda

FASHION SCENE: cena fashion

FASHION SEASONS: Temporadas de desfiles

GILET: Coletes curtos, abertos ou não.

GODÊ: Saia ampla e rodada, com uma modelagem muito ampla na parte inferior.

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GORGURÃO: Tecido de seda, sulcado como o veludo cotelê.

HABILLÈ: Literalmente, vestido. Popularmente, é o vestido enfeitado, luxuoso, o que não impede que seja curto.

HIGHLIGHTS: O momento mais quente, a sensação de um desfile, de algo evento

HYPE: Excesso de propaganda, algo que cause muita expectativa antes de seu lançamento, euforia de divulgação. Na moda, é algo como moderno, da última moda.

HAUTE COUTURE: Alta costura

HEAT: Algo quente, caloroso

HIT: Algo que é o sucesso da estação

HOMEWEAR: Roupa prática e confortável para ser usada em casa.

JARDINEIRA: Macacão esportivo que deve ser usado com camisa ou T-Shirt.

JET SET: Grupo de pessoas na sociedade que tem poder aquisitivo suficiente para viajar freqüentemente de avião, especificamente de jatinhos particulares.

IT GIRL: A garota do momento

IT GUY: O rapaz do momento

LABEL: Grife

LITTLE BLACK DRESS: Pretinho básico

LULUS: Meninas ricas, patricinhas

MANTILLE: Vindo da Espanha, reduzido do antigo mantô, usado tanto pelas viúvas quanto pelas mocinhas, que deviam cobrir o rosto.

NEGLIGÈ: Um tipo de roupão em tecido leve e transparente, que se usa na intimidade por cima da camisola.

OBI: Originalmente, o cinto que amarra os quimonos japoneses. Hoje, indica uma tira larga de tecido, couro, ou outro material, que dá duas voltas na cintura e amarra com um nó na frente.

OUT OF FASHION: Fora de moda

PANTALONA: Calça comprida com as pernas largas, que podem ou não ter pregas na cintura.

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PAPETE: Sandália que prende basicamente por três tiras horizontais. A primeira fica próxima aos dedos, a segunda na metade do peito do pe, e a terceira atrás do calcanhar. Pode ter variados tipos de saltos e ser feita com lona, nylon ou couro.

PELERINE: É uma peça curta e de modelagem godê que cobre apenas os ombros e a parte superior dos braços.

PRÍNCIPE DE GALES: Estampa inglesa cm efeito visual semelhante ao xadrez, geralmente em marrom, bege e cinza.

QUIMONO: Roupa típica do Japão, com ombros caídos e mangas largas que vêm da cintura. Tem a frente trespassada e é apenas amarrado com uma faixa (OBI). É a roupa característica dos esportes orientais.

RISCA-DE-GIZ: Padrão de tecido com riscas muito finas e claras sobre tecido escuro.

RETRÔ: É um termo usado para roupas antigas que voltam à moda.

SAIA A: Modelo de saia com a forma de um A, é ajustada no quadril e se abre na barra.

SARJA: Tecido extremamente forte, com riscas em diagonal.

SAVOIR-FAIRE: Saber fazer; habilidade; jeito. Na moda significa gente que entende do assunto, que saber fazer algo com elegância e charme.

SAVOIR-VIVRE: Saber viver.Ter conhecimento e prática dos usos e costumes da vida social, habilidade em lidar com os seres humanos em geral, decorrente da experiência da vida e do convívio com outras pessoas; tirocínio, discernimento. Na moda é utilizada pra te dizer que alguém sabe viver porque tem elegância, é fino.

STYLISTS: Profissional que cuida estilo de marca, ou produção de moda.

TRENDSETTER: Gerador de tendência, gente que lança moda.

TRENCH COAT: É um tipo de capa/casaco comprido, utilizado sobre outras roupas. Originalmente é uma modelagem inglesa masculina feita de gabardine, com pala nas costas e faixa na cintura, que se tornou um clássico do guarda-roupa feminino.

TRESSÉ: Couro trançado que dá forma a sapatos, alças de bolsas, cintos.

T-SHIRT: Camisa em forma de "T", camiseta.

TWEED: Tecido de fios retorcidos em tons mesclados.

UP: Dar um trato no visual, levantar o astral, deixar pra cima.

VINTAGE: Algo que pertenceu a uma nobreza

ZUAVE: Calça comprida, reta, franzida nos tornozelos. Era o uniforme dos soldados franceses na Argélia

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